ENS - Carta Mensal 466 - Outubro/2012

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Equipes de No ssa Se nhora

EDITORIAL

RAÍZES DO MOVIMENTO

Da Carta Mensai ... ... .. .. .... ..... ... ............ . 01

Um dever ignorado ....... .. .......... ...... .. .. . 19

SUPER-REGIÃO Palavra do SCE - Ano da fé .... ...... .... .. ... 02 Acolhendo os Irmãos ... ......... ...... .... ..... . 03 "Amai-vos como eu vos amei" .. .. .. ..... .. ...... 04

TESTEMUNHO A experiência de ser CRE ............... ... .... 21 ENS: outros esforços ... ... .. .............. .... .. 22 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS

CORREIO DA ERI Igreja no Brasil ............ .. ...... ... .. .. .. .. .... .. 06

DE ESFORÇO Regra de vida carinhosa ....... ..... .. .... .. .. 24 Cordel do retiro .... .. ......... ... .. .......... .. .... 25

IGREJA CATÓLICA Missionários e missionárias .. .. .... ...... .... 13 Mês de outubro- mês missionário .. ..... 14

Casal a caminho da missão .................. 27 TEMAS DE ESTUDO Casal a caminho da missão ......... .... ..... 27

MARIA Maria exemplo da Igreja ...... .... ............ 16 O Magnificat sempre atual .................. 17

NOTÍCIAS ......... ....... .......... .. ... .. .. ...... .. 28

FORMAÇÃO

DIA DAS CRIANÇAS

O peixe e as duas alianças ...... .. ..... ..... .. 18

Um ninho de águia para nosso filhos ... 31

Carta Mensal

Glasfira e Resende

é uma publicação mensal das

Paula e Genildo

Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de Imprensa" n' 219.3361ivro B de 09.10.2002 Edição: Equipe da Carta Mensal Zezinha e Jailson (responsáveis) Fátima e Joel

Zélia e Justino Frei Geraldo de Araújo Lima - O. Carm.

Edição e Produção: Nova Bandeira Prod. Editoriais R. Turiaçu, 390 cj. 115 Perdizes 05005·000 - São Paulo/SP Fone: 11 3473 .1282 Diagramação Samuel üncon Silvério

Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622)

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luís Coelho, 308

5° andar - conj . 53

Impressão: Prol Gráfica

01309-902 - São Paulo- SP Fone: (Oxx11 ) 3256.1212 Fax: (Oxx11) 3257.3599

Tiragem desta edição: 23 .000 exemplares

cartamensal@ ens.org .br

A/C Zezinha e Jailson


Queridos irmãos: Iniciamos pedindo a Nossa Senhora Aparecida, padroeira de nossa Pátria, a sua maravilhosa intercessão pelo nosso Movimento e, também, sua proteção materna para nossas crianças. Com muito carinho entregamos a vocês duas edições da nossa Carta Mensal: a Edição normal e a Edição Especial , esta, dedicada ao XI Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Em seu artigo, Pe . Miguel nos traz a boa nova de que a partir do próximo dia 12 deste mês, inicia-se o '/\no da Fé" convocada pelo Papa Bento XVI, através da Carta Apostólica PORTA FIDEI , lembrando que é a data do 50° aniversário do Concílio Vaticano, e que "será uma ocasião privilegiada para promover o conhecimento e a difusão dos conteúdos do Concílio II e do Catecismo da Igreja Católica". Cida e Raimundo nos contam sobre o Colegiada Internacional das ENS: as expectativas, a preparação e as experiências vividas durante a sua realização. Referem à ação do Espírito Santo como "o protagonista desse importante evento" nos diferentes momentos: liturgias, testemunhos, palestras e destacam a conferência do Cardeal da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo Sherer, que discorreu sobre "A Igreja no Brasil". Aliás, irmãos queridos, não deixem de ler esta Conferência que está publicada nas páginas 6 a 12. Uma verdadeira aula de história da nossa Igreja. Tema: " CM 466

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"Amai-vos como eu vos amei", com este título os irmãos Fátima e Canêjo, CR da Província Norte refletem conosco sobre o convite que nos foi feito: "Ousar o Evangelho", motivados que fomos com o privilégio da realização do XI Encontro Internacional em terras brasileiras. É preciso testemunhar que o amor de Deus e o amor ao próximo se encontram, e, para isso nos lembram Jo 4, 20 "Quem não ama o irmão que vê, como haverá de amar Deus que não vê?" A bandeira Igreja Católica nos traz dois excelentes artigos dos SCEs Mons . Marcelino Ferreira e Pe . Rodney Henriques sobre Missão, tema que deve ser devidamente refletido neste mês de outubro que é o mês das missões. Em destaque também a bandeira Maria com dois belos artigos , e o testemunho do casal Vânia e Ricardo sobre a experiência de ser CRE, encorajando-nos a aceitar a missão exatamente no mês em que realizamos, as eleições para escolha dos novos Casais Responsáveis de nossas equipes. E por fim , queremos pedir-lhes , aproveitem a leitura do artigo do Pe . Caffarel (p .19) sobre a beleza e a importância do Dever de Sentar-se, para que este não seja um Dever Ignorado e que leiam a Edição Especial , com a curiosidade das crianças!. •

Zezinha e Jailson CR Equipe da Carta Mensal ~ <'- ~."

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ANO DA FÉ No dia 11 de outubro de 2011 , o Papa Bento XVI , através da Carta Apostólica PORTA FIDEI, convocou a Igreja para viver O ANO DA FÉ, que começa nesse mês , no dia 11 de outubro de 2012, 50° aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará no dia 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Com a promulgação deste Ano, o Santo Padre quer colocar no centro da atenção eclesial o que , desde o início de seu pontificado, mais o interessa: o encontro com Jesus Cristo e a beleza da fé n'Ele . O "Ano da Fé deseja contribuir para uma renovada conversão ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé , de modo que todos os membros da Igreja sejam para o mundo atual testemunhas alegres e convincentes do Senhor ressuscitado, capazes de indicar a ' porta da fé ' a todos que estão em busca da verdade". (cf. Nota da Cong. para a Doutrina da Fé, 06/01/2012)

"O início do Ano da Fé coincide com a grata recordação de dois grandes eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias : o quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo Papa João XXIII (11 /10/1962) , e o vigési mo aniversário da promulga ção do Catecismo da Igreja Ca2

tólica, oferecido à Igreja pelo Papa João Paulo II (11!10/1992)" {ld .). O Concílio Vaticano II , "a partir da luz de Cristo quis aprofundar a natureza íntima da Igreja ... e a sua relação com o mundo contemporâneo. Depois do Concílio a Igreja tem trabalhado para que seus ricos ensinamentos sejam recebidos e aplicados em continuidade com toda a Tradição e sob a guia segura do Magistério" (id.). O Catecismo da Igreja Católica, como " verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II" (PF, 4) , se situa na linha dessa "renovação dentro da continuidade". Com preende "coisas novas e velhas" (Mt 13, 52). O Ano da fé será uma ocasião privilegiada para promover o conhecimento e a difusão dos conteúdos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica . "Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. S e rá uma ocasião prop ícia tamb é m para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia" (PF, 9) . Bom Ano da Fé para todos nós . Um abraço com carinho. • No Coração de Jesus, Pe. Miguel Batista, SCJ. SCE da Super-Região Brasil CM 466


ACOLHENDO OS IRMAOS

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Queridos equipistas: Como é do conhecimento de vocês, uma vez ao ano, o Colegiada Internacional das ENS, constituído pelo Casal Responsável Internacional - ERI - e respectivo SCE, os quatro Casais Ligação de Zona (Euráfrica, Eurásia, América e Centro Europa) , o Casal Responsável pelas Equipes Satélites e o Casal Secretário se reúne com todos os casais de SR e RR ligadas à ERI. Desde que nós assumimos a Super-Região Brasil, já participamos de três desses Colégios: o de Madri, o da Colômbia e o de Brasília. Deste último Colégio é que lhes queremos relatar a experiência de termos sido os anfitriões. Trabalho, tivemos muito! Mas, disposição, alegria, expectativas, convivência, sorrisos ... tivemos muito, muito mais! Imaginem-se preparando a casa para receber irmãos, muitos irmãos de longe, alguns, de muito longe! Tem-se de pensar em muitas providências, desde a acolhida, as boas vindas, a hospitalidade, as dificuldades dos hospedeiros para se comunicar diante de tantos idiomas diferentes, até a hora dos abraços fraternos e demorados, com gosto de saudades. Acreditamos, verdadeiramente, nas palavras de Cora Coralina, quando afirma que "nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas". Para que assim pensássemos e agíssemos, primeiro Deus tocou vários corações. O coração. Podemos dizer que esse foi o "fio condutor" que guiou as CM466

ações de operários chamados a trabalhar na vinha; operários de primeira e de última hora. Estamos falando de dezenas de casais das Regiões Centro-Oeste I e II, e, em especial, de seus respectivos CRR. Entusiasmo vigoroso e apaixonado foi o que levou os dois CRR a, desde novembro último, "arregaçar as mangas" para ajudar a fazer acontecer o referido Colégio. De longe; nós, em João Pessoa; eles, em Brasília, trocamos ideias, planejamos, refletimos sobre o melhor a dar. Mas, o melhor mesmo, foi tê-los o tempo todo por perto, como anjos procurando "cuidar", "zelar", "velar" por todos os participantes, Casais e SCE, durante os quatro dias do Colégio. Os corações se deixaram tocar. O Espírito Santo foi mais uma vez o protagonista desse importante evento: liturgias tocantes, testemunhos que nos emocionaram, palestras profundas e, com destaque, a conferência do Cardeal da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo Sherer, que discorreu sobre "A Igreja no Brasil". Por tantas graças, rendemos glórias ao Pai, Filho e Espírito Santo! Carinhosamente unidos em oração • Cida e Raimundo CR Super-Região 3


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~f "AMAI-VOS COMO EU VOS AMEI"

As Equipes de Nossa Senhora , na preocupação de colaborar para a santificação dos casais, nos oferece a cada ano o já tradicional tema de estudo. Convidados a ousar o Evangelho e contemplados com a realização do XI Encontro Internacional em terras brasileiras, fomos convocados neste ano equipista à reflexão do sugestivo tema: "Va i e também tu , faze o mesmo" (Lc. 10, 37) . O capítulo VII do referido tema nos lembra que o amor de Deus e o amor ao próx imo se encontram . Deus é amor (1 Jo. 4 , 18) , o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus . Deus nos amou por primeiro e , amando-nos, in4

fundiu em nós seu amor divino para que a nossa vida seja resposta a esse amor. Por maior que seja a nossa capacidade afetiva não podemos atingir nem produzir o amor divino. Porém , o amor de Deus transforma a nossa capacidade de amar. São Paulo nos recorda que "o amor de Deus fo i infundido em nossos coraç ões p elo Espírito Santo que nos fo i d ado"(Rm . 5 ,5) . O amor de Deus é absolutamente gratuito, nós nada fizemos para merecê-lo. Infelizmente nossas atitudes, muitas vezes , contribuem para o nosso afastamento de Deus . Refletindo sobre nossas limitações humanas , concluímos que , de fato, Deus tem por nós um amor sem limites , seu amor foi ao extremo, à entrega total , à morte de cruz. Deus é amor em fun ção do homem e da mulher, a iniciativa é sempre de Deus . Contemplando o amor de Deus, somos impulsionados a amar o próximo. Somos casais equipistas porque fomos batizados , recebemos o sacramento do Matrimónio, somos e estamos na Igreja e sentimos um forte apelo à santidade . O Concílio Vaticano II , cujo jubileu de ouro estamos sendo convidados a celebrar, assim nos fala "O amor como vínculo de perfeição e plen itude da lei, rege, informa e conduz ao fim os meios de santificação. O verdadeiro d iscípulo de Cristo se distingue tanto pelo CM 466


amor a Deus como pelo amor ao próximo." (LG , 110) . Não há plenitude de vida cristã, sem plenitude de amor. O amor de Deus e o amor ao próximo se encontram e são inseparáveis. Quando um doutor da lei perguntou a Jesus "Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus respondeu "Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento" (Mt. 22 , 37) , sem que o doutor da lei perguntasse Jesus continuou: "Ora, o segundo lhe é semelhante, amarás teu próximo como a ti mesmo " (Mt. 22, 39) . A grande novidade trazida por Jesus está em ter unido e quase fundido em um só o mandamento do amor a Deus e o do amor ao próximo, colocando-os na base dos demais mandamentos . "Por isso, o primeiro e mais necessário dom é o amor, pelo qual amamos a Deus acima de tudo e o próximo por causa d ' Ele " (LG. 110). É impossível separar o amor para com Deus do amor para com o próximo. São João nos diz: "Não é de Deus, quem não ama o irmão. Quem disser que ama a Deus, enquanto odeia o irmão, é mentiroso. Quem não ama o irmão que vê, como haverá de amar Deus que não vê" (Jo. 3, 10; 4, 20) .

Somos imagens vivas de Deus, pelo Batismo trazemos sua marca. Somos chamados a amar CM466

o outro como o Senhor nos amou. Nós como casais cristãos e equipistas, precisamos exercitar com frequência e dinamismo, o mandamento do amor. Precisamos testemunhar que o amor de Deus e o amor ao próximo se encontram. Trazemos em nossa conjugalidade a força viva desses dois amores, que nos fazem um só corpo e uma só alma. Nosso cônjuge é o primeiro beneficiado pelo amor de Deus que está em cada um de nós. Nossos filhos, netos, e todos os nossos familiares, devem ser beneficiados com o amor que irradia dos nossos corações. Nossa equipe de base , e todas as expressões das equipes de Nossa Senhora, precisam vivendar concretamente o amor mútuo. É o grande desafio que se impõe a quem tanto recebeu e continua recebendo. Em nosso diálogo conjugal, devemos nos interpelar o que significa para nós: "Vai, e também tu, faze o mesmo" (Lc. 10, 37) . • Fátima e Canêjo CR Província Norte 5


IGREJA NO BRASIL Palestra proferida por Dom Odilo Pedro Scherer Cardeal Arcebispo de São Paulo, por ocasião do Colégio Internacional das ENS Brasília julho/2012 1. Um pouco de história

A história da Igreja no Brasil começou com a chegada dos Portugueses a estas terras , em abril de 1500. Desde logo, a cruz de Cristo marcou o Brasil, cujo primeiro nome foi Terra de Santa Cruz; e a primeira Missa foi celebrada aqui logo após a chegada dos "descobridores". Vieram , em seguida, os missionários, entre os quais, os Franciscanos, Jesuítas , Carmelitas e outros, que atendiam aos portugueses , que aqui se instalaram , mas também iniciaram um amplo trabalho missionário com os indígenas em todo o território nacional. Durante o período colonial , o cuidado da Igreja no Brasil esteve entregue aos cuidados do Rei de Portugal , através do Regime do Padroado, assim continuou ainda depois da Independência , ocorrida em 1822, e até o fim do império brasileiro (1889) . Com a proclamação da República, foi extinto o Regime do Padroado e feita a total separação entre Igreja e Estado. A primeira diocese criada no Brasil foi São Salvador da Bahia, em 1554. Até 1889 , quando foi 6

proclamada a República , havia em todo o Brasil apenas 12 dioceses . Hoje são 274. No período colonial, o clero era muito escasso e , por isso, o vasto território nacional foi escassamente evangelizado, embora todos os brasileiros fossem, por definição, também "católicos" . O Regime do Padroado estava mais interessado em ter a Igreja sob o seu controle, do que incentivar o seu crescimento e dinamismo missionário. Com a separação entre Estado e Igreja (em 1889) , quando foi proclamada a República, iniciouse uma nova fase para a Igreja no Brasil. Mesmo desprotegida e pobre , ela ficou mais livre para exercer a sua missão; os bispos puderam obedecer mais ao Papa que ao rei ; o clero passou a ser melhor formado pelos bispos e a dedicar-se efetivamente ao trabalho religioso, deixando de ser funcionário do Estado. CM 466


O século XX foi marcante para a Igreja no Brasil. Houve uma expansão muito grande da população e da ocupação do território nacional ; por isso, também foram criadas muitas dioceses , instituídos seminários e chamadas numerosas Congregações e Ordens religiosas para colaborar na missão da Igreja. Em 1952 foi criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , que se tornou um Organismo muito influente e dinamizador da Igreja Católica no Brasil. Durante o Concílio Vaticano II , a CNBB organizou , ainda em Roma , um plano de aplicação das reformas conciliares e da renovação da vida da Igreja , de acordo com as indicações do Concílio. Durante os anos da Ditadura Militar (1964-1985) , a CNBB desempenhou um papel importante na defesa da dignidade da pessoa e dos direitos humanos. Teve um papel muito ativo também no processo de normalização democrática do País e na reafirmação das liberdades individuais e dos direitos cidadãos. Durante esse período, também houve momentos de tensão com o Governo e mesmo de perseguição a setores da Igreja , considerados "esquerdistas" ou "progressistas" . 2. Ação evangelizadora e promoção humana Nos anos após o Concílio Vaticano II (1965 a 1990) , além de promover as reformas internas pedidas pelo Concílio, a Igreja no Brasil esteve muito empenhada CM466

também na transformação social, na superação da pobreza, na luta pela justiça social e no incentivo à participação política dos cidadãos. Em julho de 1980 , o Brasil recebeu pela primeira vez a visita do Papa João Paulo II . Nos anos 1980, as dioceses do Brasil começaram a reorganizar os seminários e a formação dos sacerdotes . Até então, o clero do Brasil não passava de 9 mil sacerdotes e mais da metade era de origem estrangeira. Hoje , os sacerdotes são mais de 22 mil sacerdotes e cerca de 2/3 dos sacerdotes são brasileiros. O período mais recente , desde 1990 aproximadamente , vê a Igreja no Brasil mais empenhada na "nova evangelização", também impulsionada pelo Papa João Paulo II, que pedia uma evangelização renovada em todo o Continente, para aprofundar as raízes da fé católica do nosso povo . De fato , começava a destacar-se o crescimento dos grupos protestantes neo-pentecostais, que atraíam mais e mais católicos. Até 1960, cerca de 90% dos brasileiros eram católicos; hoje , ainda cerca de 70% são católicos. O fenômeno da "passagem de religião" é um desafio grande para a missão da Igreja Católica no Brasil. Hoje , os "evangélicos " constituem cerca de 20 % dos brasileiros , com numerosos grupos e denominações diversas, que se multiplicam constantemente. O período pós-conciliar, sobretudo a partir dos anos 1980, suscitou o nascimento de nume7


rosas movimentos de vida apostólica e de vivência mística na Igreja Católica. Hoje, a Igreja no Brasil é rica em Movimentos, Associações de Fiéis e "Novas Comunidades". A participação dos fiéis leigos na vida e na missão da Igreja é muito expressiva . Ela é necessária para que a Igreja possa cumprir bem sua missão. Os dados quantitativos da Igreja no Brasil, atualmente , são os seguintes: população católica , cerca de 130 milhões ; sacerdotes , cerca de 22 mil ; diáconos permanentes , cerca de 3 .200 mil; paróquias , cerca de 10.500; circunscrições eclesiásticas , 274 (43 arquidioceses , 224 dioceses e prelazias territoriais , 4 de Ritos Orientais e 2 pessoais) . Os religiosos e membros de Institutos de Vida Consagrada são mais de 30 mil. 3.0rganizaç ão e vida pastoral Na organização pastoral , os bispos elaboram a cada 4 anos as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Nelas, são espelhadas as necessidades atuais da ação da Igreja e os desafios que se colocam à sua missão a partir do contexto histórico, religioso, social, econômico e político, no meio do qual ela vive. A partir dessas Diretrizes, os Organismos nacionais de Pastoral e Vida Eclesial da Igreja, e também as dioceses, organizam seus planos e projetas de ação pastoral. Atualmente, as Diretrizes Gerais, em vigor de 2011 a 2015 , apon8

tam 5 "urgências " para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil; de cada "urgência, decorrem também indicações para a ação pastoral. 1. Primeira urgência: ação missionária permanente.

Temos urgente necessidade de retomar a a ção missionária na Igreja , quer para continuar a proclamar o Evangelho a quem ainda não o recebeu , quer para evangelizar os próprios batizados e ajudá-los a terem mais profundidade e firmeza na própria fé. A partir da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe (Aparecida , maio de 2007) , falamos sempre mais da necessidade de realizar uma verdadeira "conversão pastoral missionária da Igreja toda". Não podemos mais continuar a fazer as coisas , apenas como sempre fizemos , ocupados apenas numa "pastoral de conservação" da vida ordinária da Igreja. A Igreja não pode ficar fechada em si mesma ; ao invés de esperar que as pessoas venham a ela , precisa também ir ao encontro delas , de muitas maneiras , contando com a participação de todos os seus membros nesta tarefa fundamental. Todo batizado é um discípulo-missionário de Jesus Cristo. E a missão não se reduz a algum momento especial no calendário da Igreja , mas deve tornar-se uma atitude e uma CM 466


ação permanentes. A Igreja está "em estado permanente de missão". Daí decorrem muitas consequências , como a mudança de mentalidade dos católicos e das comunidades e organizações da Igreja: todos precisam tomar uma consciência nova do seu papel missionário, desde o batismo dos filhos e a educação religiosa das crianças pelos pais , o interesse pela instrução e formação cristã , a participação nas atividades e iniciativas missionárias das paróquias e organizações eclesiais , como também o interesse em conhecer melhor a fé , para comunicar esta mesma fé aos outros. Também resulta daí um renovado apoio à ação missionária "ad gentes", da Igreja, no meio dos povos e culturas nunca evangelizadas , ou que perderam sua fé .

2. Segunda urgência : iniciação à vida cristã . Hoje , é um fato generalizado que os católicos conhecem pouco a própria fé e sua Igreja . Por isso, com facilidade não a seguem , ou abandonam a fé e perdem a adesão à Igreja Católica . Grande parte da explicação está no fato do "analfabetismo religioso", que existe um pouco por toda parte . As pessoas aprendem pouco ou nada sobre a própria religião. Disso decorre uma adesão apenas exterior à Igreja , sem uma experiência profunda de fé , mediante o encontro pessoal com Jesus Cristo CM 466

e com Deus . A fé e a vida cristã não são automáticas ; aprendese a ser cristão, na medida em que se é introduzido nos Mistérios da Fé pelo anúncio do Querigma da fé , pela experiência progressiva da vida na fé , pela catequese e pelo conhecimento mais aprofundado das verdades da fé e do ensinamento da Igreja Católica a respeito das verdades da fé e da prática da vida cristã, que se expressam na mística e na moral. Dessa urgência decorrem consequências para a vida pastoral da Igreja : é necessário retomar um processo de melhor preparação das pessoas, antes de receberem os Sacramentos da iniciação à vida cristã, como o Batismo, a Crisma ·e a Eucaristia ; mas também é necessário oferecer a catequese em todos os níveis , adultos incluídos ; as sim também , cursos e retiros de formação cristã , iniciativas que proporcionem ao povo a ocasião de melhor conhecer e experimentar a própria fé e de expressar a alegria de crer. Há uma necessidade urgente de ampliar o conhecimento da Palavra de Deus e de transformar muito mais a vida da Igreja em ocasião para que as pessoas percebam que a fé traz alegria , serenidade e esperança. Isso é tarefa da Paróquia e de todas as formas de organização de vida eclesial, também dos leigos ; é tarefa das famílias, em especial , dos pais , e de cada batizado. 9


3 . Terceira urgência: animação da vida e da ação da Igreja a partir da Palavra de Deus. Embora já tenha havido uma difusão bastante ampla da Bíblia nos meios católicos, ainda é preciso fazer muito, para que a Palavra de Deus seja a base , a fonte inspiradora, a luz e o critério de toda vida cristã pessoal e também da vida e da ação organizada da Igreja . Embora esteja dedicada em promover o bem , a Igreja é mais que uma "ONG do Bem": ela existe e vive para proclamar a Palavra de Deus, que a convocou e despertou sua fé. Ela não tem um "discurso" que nasceu dela própria, ou de uma espécie de "pacto social"; nem fica apenas no "politicamente correto". Ela nasceu da Palavra de Deus e proclama ao mundo essa mesma Palavra, que ela mesma acolhe e experimenta como "palavra da salvação". A Igreja tem muito de bom e belo para partilhar com o mundo, para o bem do mesmo mundo. Sem essa referência, os católicos perdem sua base e a firmeza na sua fé; e sua relação com a Igreja acaba sendo a mesma que teriam com qualquer outra organização humana. No entanto, nossa relação com a Igreja brota de nossa relação com a Palavra de Deus . A própria Igreja está a serviço da Palavra de Deus, devendo ser sempre mais "ouvinte" atenta e discípula fiel dessa mesma Palavra, para se colocar ao serviço dela e da vontade sal10

vadora de Deus em relação aos homens. Como consequência para a vida e a missão da Igreja, é necessária uma nova atenção à Palavra de Deus, valorizando-a na vida pessoal e comunitária dos católicos. Ter a Bíblia em cada família , ler, ensinar a ler com fé , como quem quer escutar Deus ... Por outro lado, promover estudos bíblicos e o aprendizado de métodos de leitura e escuta da Palavra de Deus, como a leitura orante , os círculos bíblicos e cursos bíblicos populares. A Palavra de Deus, conhecida, acolhida com fé e amada, precisa ser a fonte inspiradora constante da vida e da ação da Igreja.

4. Quarta urgê nc ia: a vida c omunitária da Igreja . Ao longo do tempo e por influências culturais e do ambiente , as relações dos fiéis com a Igreja vão mudando, tornando-se semelhantes às relações de consumo que existem no mercado. Porém , a Igreja não é uma empresa detentora de "produtos", que ela oferece no "mercado" e que as pessoas podem "adquirir", sem aderir com fé e sem ser parte dela. A fé em Cristo leva necessariamente a sair do individualismo e a se inserir numa comunidade de fé , num "corpo", cuja cabeça é Cristo. A Igreja é uma comunidade de fé , de pessoas que se reúnem em torno de Jesus Cristo, para viver esta fé e para expressá-la através de suas vidas. Infelizmente , auCM 466


mentam as propostas religiosas "mercadológicas" em nossos dias e muitas pessoas são atraídas por elas ... É a ruína da religião! A Igreja Católica quer ser fiel a Jesus Cristo, que reuniu discípulos em torno de si e pediu deles a fé em sua pessoa e na sua Palavra, com a conversão de suas vidas; e pediu que todos os que tiverem fé nele , também o sigam pelo caminho por ele aberto e proposto para todos. Por isso, a Igreja se entende como uma grande Comunidade de discípulos de Cristo, formada de muitas Comunidades de discípulos: Comunidade de Comunidades, desde as formas mais locais e concretas, como as famílias católicas, as pequenas comunidades, as capelas, as paróquias, até às Comunidades mais abrangentes e institucionalizadas, como são as dioceses e a Igreja na sua universalidade. Disso decorrem muitas consequências bem práticas, como a valorização da participação na vida das comunidades locais, das paróquias e dioceses, das organizações diversas, para o cultivo da fé , da experiência cristã e do exercício da missão. As paróquias grandes precisam se organizar, para que , dentro delas, surjam comunidades menores, como as Capelas, as Comunidades Eclesiais de Base, as Associações e Movimentos, os grupos diversos e as próprias famílias. Nas paróquias, é preciso dar novo valor ao Domingo, Dia do Senhor, e à celebração da Eucaristia, como grandes expressões da própria realidade da Igreja e CM 466

de seu testemunho no mundo. Temos no Brasil o fenômeno bastante recente da urbanização, que inverteu, em menos de 50 anos, a localização da população: hoje , mais de 80% da população brasileira vivem em cidades; boa parte vivem em metrópoles, com mais de um milhão de habitantes. Isso traz o desafio enorme à Igreja, de se organizar para estar junto da população desenraizada, que migrou para as cidades; essa população precisa ser agregada em paróquias e comunidades de diversos modelos, para continuar a se sentir "em casa" dentro da Igreja, e não desamparada por ela e distante dela. 5 . Quinta urgência: colocar-se a serviço da vida plena para todos. A Igreja está a serviço de Jesus, Bom Pastor, que veio trazer a vida plena para todos: "Eu vim para que as ovelhas tenham vida e a tenham em abundância". Cristo, Senhor e Pastor da Igreja, deseja fazer chegar esta vida plena, em primeiro lugar, à própria comunidade de fé ; por isso, a Igreja no Brasil entende que é urgente proporcionar a todos os batizados o acesso às "fontes da vida", que são a Palavra de Deus, a Eucaristia - enfim, tudo o que leva ao encontro do próprio Cristo ... Mas ela se coloca também, como fiel servidora do "Senhor da vida", ao serviço de todos os que precisam de atenções especiais para viverem dignamente: os doentes, os pobres, os sofredores, os aflitos e desencaminhados, os mais frágeis , 11


desprotegidos e desrespeitados da sociedade.. . Por isso também a Igreja atua publicamente em defesa da dignidade humana e dos direitos fundamentais da pessoa humana: luta contra tudo o que agride, despreza ou suprime a vida humana e também da natureza, obra do Deus da vida. Atualmente , estão em curso várias propostas de mudança da legislação, que poderão levar à legalização do aborto e da eutanásia. As consequências, para a ação pastoral, são muitas: dar estímulo, encorajamento e proteção à família, "sacrário da vida e do amor"; lutar em defesa da vida digna para todos; da assistência adequada aos doentes, pessoas com deficiência, idosos e anciãos; lutar contra o aborto e a eutanásia, a violência, as drogas, os vícios que matam, as guerras, as injustiças s,ociais, as discriminações várias ... E missão da Igreja estar ao lado de todo aquele que sofre, não importando a sua religião ou condição social. Também por isso, a Igreja toma posição na defesa da criação, para a preservação da ecologia e da natureza, "casa e amparo da vida" .. . A Igreja no Brasil está se preparando para acolher, em julho de 2013 , a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Será um evento importantíssimo para a evangelização da · juventude, que já iniciou e vai, certamente, produzir muitos frutos . Em todo o Brasil, os jovens estão sendo envolvidos nessa preparação da Jor12

nada. As famílias são convidadas a participar ativamente dessa preparação, apoiando e incentivando seus filhos jovens a aderirem . Os frutos serão muitos! Como conclusão:

A Igreja no Brasil é viva e dinâmica. Também ainda é relativamente jovem, uma vez que ela, na prática, se afirmou e se expandiu no século XX. Ela está consciente de seus enormes desafios no momento presente, como a secularização crescente , uma enorme mudança cultural que se processa neste momento histórico, o avanço de novas formas de religiosidade , de Igreja e de religião, que se propõe como alternativas ao Catolicismo; a Igreja no Brasil está consciente de que precisa olhar com realismo e serenidade para essas novas situações e fazer uma corajosa "conversão pastoral missionária", para promover uma nova evangelização, mantendo-se fiel a si mesma e, ao mesmo tempo, indo ao encontro das pessoas e das situações novas que surgiram . A Igreja tem grande confiança e esperança na força missionária das novas agregações eclesiais, como os Movimentos, Novas Comunidades e grupos diversos que o Espírito Santo suscitou nesses anos recentes. Confia sempre na família, nos movimentos e associações familiares, que dão amparo e formação aos casais e às famílias. A família continua a ter um papel importantíssimo para a pessoa e para a missão da Igreja. • CM 466


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MISSIONÁRIOS E MISSIONÁRIAS

Depois da grande bênção que foi para a família equipista o XI Encontro Internacional reali zado em Brasília, no último mês de julho, celebramos o mês das vocações, o mês da Bíblia e agora entramos no mês dedicado às missões. Através da Conferência de Aparecida, a Igreja fez uma grande convocação aos cristãos do nosso continente , nos dando a responsabilidade de assumirmos um estado permanente de missão. Mais do que nunca, Jesus Cristo precisa ser anunciado e conhecido por todos, especialmente pelos que têm sede e fome de paz, pão e justiça. A missão torna-se urgente devido à situação de desrespeito e desvalorização da vida, da banalização dos valores éticos e cristãos e a falta de compromisso com a fé recebida no batismo. Os fiéis leigos são "os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei. Realizam , segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo". São "homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja" (DA 209) . Somos todos missionários e missionárias. A vocação que Deus nos concedeu foi sempre em função da missão na Igreja. Acreditamos no sacramento do Matrimônio como vocação, imenso dom de Deus, não só CM466

para o bem do casal , dos filhos e da família como um todo, mas de toda a humanidade. A palavra de Deus não conhece fronteiras , pois nos fala através da linguagem do amor que acolhe seus filhos indistintamente. Somos obra do amor de Deus e chamados à missão. Cristo ressuscitado, em suas diversas aparições sempre dá o mandato missionário. Madalena, a primeira a vê-lo ressuscitado, depois do comovente encontro, ouve do mestre a missão apostólica: "Não me retenhas, vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus" (Jo 20 , 17). As outras mulheres também receberam a missão: "Não temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão" (Mt 28, 10) . Aos discípulos, na tarde pascal Jesus disse: "Paz a vós! Como o Pai me enviou também eu vos envio" (Jo 21 , 21) . Mateus narra a missão universal da Igreja e, consequentemente, de todos os cristãos: "Ide, portanto, fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizandoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei" (Mt 28, 19-20). Do lado aberto de Cristo pregado na cruz nasce a Igreja, nasce do mistério pascal de Jesus. A Igreja nasce com a missão de transformar o mundo, de continuar a obra do seu Mestre e Senhor. É fermen 13


to de vida nova, vida divina que emana do Senhor ressuscitado e quer penetrar toda a sociedade humana , para transformá-la em sociedade cristã plenamente renovada em Jesus Cristo. Os dois grandes santos padroeiros das missões, São Francisco Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus , com seu exemplo de uma vida toda entregue a Cristo e um coração missionário, estão a nos dizer: Cristo chama, multidões esperam , qual é a tua resposta? Todos os encontros das Equipes de Nossa Senhora encerram sempre com a Cerimônia de

Envio. Enviados para quê? Enviados para a missão, para que sejamos testemunhas vivas de Jesus Cristo pela vida e o anúncio corajoso do Evangelho. Que a Virgem Aparecida, cuja festa celebramos neste mês de outubro, ela que foi a primeira missionária do Pai ao sair apressadamente para anunciar Jesus à sua prima Isabel , interceda junto ao seu Filho para que tenhamos sempre mais , um renovado ardor missionário. •

MÊS DE OUTUBRO

MÊS MISSIONÁRIO

Mons. Marcelino Ferreira SCE Província NORTE

"Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho ... Eis que Eu estou convosco até o fim dos tempos , (Mt 28,19-20)

O mês de outubro é o mês em que a Igreja nos convida a pensar a sua e a nossa dimensão missionária . Quando falamos em "missão" o que é que vem a sua cabeça? Certamente você deve pensar logo que missão é : eu , assim como muitos padres , religiosas, leigos etc. largar a casa , a família, os amigos e ir para uma terra distante e ajudar na evangelização. O sentido etimológico da palavra missão significa enviar. É o envio de uma pessoa ou de pessoas para determinado lugar ou situação com determinada fi14

nalidade ou tarefa . Mas isso não especifica o caráter da missão. O conceito religioso de missão é mais amplo, mais envolvente . Compreende a pessoa que envia uma mensagem , o enviado que anuncia e o destinatário que é receptor desta mensagem . No seu livro "Missão para todos" , Pe João Panazzolo nos diz que "A missão no NT, refere-se, primeiramente, ao pai que envia Jesus, o Enviado, para fazer sua vontade e consumar sua obra e o envio dos doze e dos outros discípulos (as) para serem suas testemunhas e anunciarem o Evangelho a todas as nações até os confins da terra. A missão CM466


expressa, antes de tudo, a missão de Jesus, em sua origem na Trindade, do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, a partir do mistério da encarnação e da redenção, mistério pascal, para salvação plena de toda a humanidade, comunicando à Igreja missionária, como enviada a caminho" . Ou seja, uma Igreja que não é missionária perde sua característica fundamental : ser missionária, e deixa de ser Igreja, esquecendo sua mensagem específica : anunciar Jesus Cristo vivo e ressuscitado, "o mesmo ontem, hoje e sempre" (cf Hb 13 ,8).

Diante do exposto gostaria , meu caro leitor, de provocar um pouco: Você , por acaso, já ouviu a frase : "não adianta eu tentar arrumar a casa dos outros enquanto a minha está uma bagunça"? Pois bem, você que agora está lendo este texto certamente é um equipista , e , se equipista , também missionário, ou por algum motivo esta carta chegou às suas mãos, gostaria de lhe perguntar: Como está sua casa? Sua família? Seus filhos (as)? Você tem sido em casa aquilo que você é na rua? Você tem tratado os seus como você tem tratado os de fora? Quanto tempo você investe na sua família? Você é um pai ou uma mãe presente? Nós facilmente somos tentados , porque mais fácil ou mais cômodo, pensar que missão é sair. Mas gosto sempre de penCM466

sar a missão voltada para mim em primeiro lugar. Pensar como estou . Se ser missionário é levar Jesus ao outro, primeiro eu preciso tê -lo para dá-lo, porque ninguém dá aquilo que não tem . Por isso, meu querido irmão, minha querida irmã, deixemo-nos evangelizar para que possamos ser verdadeiros evangelizadores. O bom missionário é aquele que, como os apóstolos, fica primeiro na companhia de Jesus (cf Me 3 ,14-15) para, aí sim, ser enviado em missão. Porque aquele que não aprender a escutar a Deus, pouco ou quase nada saberá falar d ' Ele . Fraternalmente , • Padre Rodney Henriques SCE Região Norte III Juruti-PA 15


MARIA, EXEMPLO DA IGREJA (Mt.12, 46-50; Lc. 1, 39-45) Santo Ambrósio ensinou que Maria é um espelho para cada um de nós, embora o Verbo encarnado seja o único exemplo verdadeiro da Igreja e de cada um dos cristãos. Mas , sendo Maria associada de modo especial ao FILHODE-DEUS-FEITO-HOMEM e à sua obra da redenção, por isso mesmo ela participa da qualidade exemplar de Cristo. Sempre totalmente dependente de seu Filho Jesus , Maria reflete o brilho divino como a lua reflete a luz do sol. Maria recebe em si e reflete para fora de si os raios luminosos do exemplo de Cristo. Mas, juntamente com esse exemplo próprio de Cristo, que ela reflete, brilha em Maria o exemplo sublime de suas virtudes. E, assim, pode-se entender que ela seja venerada pelo Povo cristão como Nossa Senhora das Graças, já que é A CHEIA DA GRAÇA (Lc 1, 28) , que nos veio de seu Filho cheio de graça e de verdade e de quem recebemos graça sobre graça (Jo 1, 14-16) . Certamente é teologicamente mais correto chamá-la de Nossa Senhora DA GRAÇA. O exemplo sublime das virtudes pessoais de Maria é um tema sobre o qual o Papa Paulo VI insistiu. E é também um tema sublinhado pelo Concílio Vaticano II, que ensina ser a santidade da Igreja imitação da santidade de Maria. Antes de qualquer coisa, Maria é nosso exemplo na ordem da fé , da esperança e da 16

caridade, porque exemplo da perfeita unidade com Cristo (LG 63) . A insistência sobre Maria enquanto MULHER DE FÉ (Lc 1, 45) tem como objetivo confirmar a condição de primeira resgatada por seu Filho. Na verdade, esta era sua condição antes de sua assunção ao céu, quando ainda participava na terra da situação de peregrina, na qual a fé, a esperança e a caridade caracterizam a existência cristã. • Fon t e : LUMEN GENTIUM , Capítulo 08 - Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) Mons. João O/ímpio Castello Branco

SCE Setor Vale do Ja_guaribe REGIAOCEII CM 466


O MAGNIFICAT SEMPRE ATUAL Revela o Magnificat toda a felicidade e gratidão de Maria pela atenção de que ela foi alvo no plano divino, ao tempo em que expõe a grandeza da Obra da Salvação, na qual estamos inseridos pela bondade de Deus. Ao recitar este hino de ação de graças, dia após dia, como Equipistas, temos a ventura de nos associar, hoje, ao júbilo da SSma. Virgem pela manifestação da misericórdia divina e de suas antigas promessas, bem como nos integramos na maravilhosa corrente do movimento messiânico, que teve seu princípio em Abraão e encontrou seu coroamento na obra redentora de Cristo, estendendo-se nu seio do povo de Deus. Também , com Maria , podemos nos sentir privilegiados , por sermos alvos do especial amor de Deus, que de nós exige, em contrapartida, a responsabilidade de testemunhar a misericórdia divina e sua fidelidade , de modo particular em nossa vida matrimonial. É eterna a misericórdia de Deus , e é o Senhor fiel em suas promessas. Esta é , agora e sempre, a razão de nossa esperança.

No seio do povo de Deus, vivemos a nova etapa da esperança messiânica, de que somos guardiões, qual novo Israel. Em hora conturbada da história da humanidade e de nosso país , quando os valores maiores da crença em Deus , da justiça e do amor fraterno, incluindo a própria família, são menosprezados por obra, ontem como hoje , dos soberbos, dos poderosos e dos ricos ambiciosos tão estigmatizados no Cântico de Maria - haveremos de nos colocar entre aqueles voltados a engrandecer, sempre mais, o Nome do Senhor, nosso Salvador, e a lutar pela dignidade do homem , filho de Deus. A exemplo de Abraão e de Maria, amando e confiando, pelejando e sofrendo, "devemos nos portar como verdadeiros membros do povo de Deus, empenhados no cumprimento total das promessas messiânicas" (cf. Bernard Olivier o.p . e José Carlos di Mambro c.p. Magnificat. ENS- 1988) . • Yrajá e Geraldo Eq.03 - N. S . de Fátima Caçapava-SP

texto original em latim Magnificat anima mea Dominum. Et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo. Quia respexit humilitatem ancillre sure: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes. Quiafecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius. Et misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum. Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui. Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles. Esurientes implevit bonis et divites dimisit inanes, Suscepit Israel puerum suum recordatus misericordire sure, Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et semini eius in srecula. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.


O PEIXE E AS DUAS ALIANÇAS

No passado a logomarca das ENS era a Virgem Maria ajoelhada de braços estendidos para o chão, em sinal de humildade, representando aquele momento, quando Ela disse ao arcanjo Gabriel: "Eis aqui a serva do Senhor"(Lc 1,34) . Hoje o logotipo é um peixe envolvido por duas alianças. É um visual, um tanto difícil, para logo se entender o significado. Nem todos os equipistas tiveram a graça que eu tive de estudar grego e lecionar História . Das duas alianças é fácil de entender o significado: elas representam visivelmente o casamento, a aliança que realizaram de viverem unidos como esposo e esposa. Mas e o peixe? Quando o cristianismo apareceu, poderíamos dizer que a língua internacional era a grega. Ora, a palavra helênica IXTHYS é um termo que designa peixe, mas também pode ser uma sigla formada pelas cinco letras iniciais da seguinte frase grega: "Ieesoys Christoys Theoy Yhiós sooteér", que em nossa língua se traduz assim: 'Jesus Cristo de Deus filho Salvador" e é também uma definição de quem é o Salvador dos homens. Naqueles que casam religiosa18

mente, recebem o sacramento do Matrimônio. Como nos demais sacramentos Cristo está presente. Os unidos legítima e religiosamente estão enlaçados com Cristo. É isto que exprime o atual emblema das ENS. Mas em meio ao mundo pagão o peixe servia também de senha pela qual os cristãos se reconheciam. Por exemplo, quando, na rua, um católico se cruzava com uma pessoa desconhecida, o cristão a cumprimentava com a palavra IXTHYS e a desconhecida respondia IXTHYS era sinal de que era cristã; se nada respondesse , não era cristã. Os primeiros cristãos usavam também marcar suas casas com um peixe, para dizer aqui reside um seguidor de Jesus. Ainda hoje a figura do peixe aparece nas Igrejas, nas alfaias, nos paramentos sacerdotais, nos livros litúrgicos etc. Isto acontece para lembrar Jesus Cristo. Há uma semelhança entre nós cristãos e Jesus representado pelo peixe? Ambos nascemos na água. O peixe nasce nas águas do mar, dos rios e nós, na água do batismo. • Pe. Antônio D. Lorenzatto SCE Eq.04C - N. S. Mãe da Igreja Porto Alegre-RS CM 466


UM DEVER IGNORADO Neste século de atividades desordenadas e de velocidades vertiginosas, há uma obrigação bastante desconhecida. E, no entanto, Cristo a menciona por duas vezes (Lc 14): é o dever de sentar-se. Acredito não fazer um julgamento temerário ao afirmar que os melhores esposos cristãos, aqueles mesmo que nunca esquecem o dever de se ajoelhar, cometem muitas vezes o pecado de não se sentarem. Antes de empreenderdes a construção do vosso lar, confrontastes sem dúvida os vossos pontos de vista, pesastes os vossos recursos materiais e espirituais, elaborastes um plano, mas, depois que vos entregastes ao trabalho, não houve da vossa parte negligência em vos sentardes juntos para examinar a tarefa já realizada, reencontrar o ideal entrevisto, consultar o Mestre da obra? Sei das objeções e dificuldades, mas sei também que a casa desmorona um dia se não tivermos vigiando o seu arcabouço. No lar que não encontra tempo para uma pausa destinada à reflexão, frequentemente a desordem material e moral se introduz insidiosamente; a rotina se apodera da oração comum, das refeições e de todos os ritos familiares; a educação fica reduzida a reflexos de pais mais ou menos nervosos; a união conjugal fica abalada. Estas deficiências e muitas outras se observam, não só nos casais sem formação, naqueles que ignoram os problemas da educação e da espiritualidade familiar, mas

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muitas vezes naqueles mesmos que são considerados como competências em ciências familiares e o são na realidade ... teoricamente. Por não tomarem a distância necessária a uma boa visão, os esposos não veem mais o que qualquer visita percebe logo ao transpor o limiar da casa; o desleixo que faz o objeto da conversa dos amigos, por vezes desolados, mas evitando falar aos interessados muitas vezes incapazes de compreensão ou simplesmente susceptíveis. Casais houve que compreenderam o perigo, encararam e adotaram vários meios para combatê-lo. Um deles dizia-me recentemente, depois de fazer a experiência, quanto é útil para os esposos, abandonarem todos os anos os filhos (eles têm oito) e irem juntos repousar ou fazer uma viagem de uma ou duas semanas. Mas, pensareis talvez ao ler-me, não é dado a todo mundo ter à disposição pessoal, amigos ou parentes a quem se possam confiar assim as crianças. Há, entretanto, outras soluções. Três famílias se associaram para as férias , foram para o mesmo lugar: cada casal pôde ausentar-se durante uma semana, deixando aos outros dois o cuidado dos filhos. Para evitar o perigo da rotina no lar, há outro recurso a respeito do qual quero vos entreter um pouco mais longamente. Tomai a vossa "agenda" e assim como nela seria inscrito eventualmente um compromisso qualquer, seja um concerto ou urna visita a amigos, anotai um encontro convosco

1 Carta Mensal no 8. Outubro de 1953

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mesmo; e que fique bem estipulado que estas duas ou três horas são sagradas, e que por nada neste mundo vos faria suprimir esse "encontro", como não suprimiriam um espetáculo na cidade ou um jantar de amigos. Como utilizar estas horas? Em primeiro lugar, ireis tomar a decisão de que não estais com pressa, uma vez que não é costume! Mudai de ambiente; é preciso a qualquer preço modificar o quadro habitual e esquecer as preocupações . Lede , juntos, um capítulo bem escolhido de um livro propositalmente posto em reserva para esta hora privilegiada (pode ser a Bíblia, a Imitação... ou qualquer autor espiritual de vossa predileção). Em seguida - ou principalmente - fazei longamente uma oração; que cada qual faça, quanto possível, em voz alta, uma oração pessoal e espontânea; esta forma de oração, sem condenar as outras, aproxima milagrosamente os corações. Penetrando assim na paz do Senhor, comunicai-vos um ao outro aqueles pensamentos, aquelas queixas, aquelas confidências que não é fácil nem recomendável fazer no decurso das jornadas, ativas e ruidosas e que, no entanto, seria perigoso fechar no segredo do coração, pois que, bem o sabeis, há "silenciosos inimigos do amor". Mas, não vos detenhais somente sobre vós mesmos nem sobre as preocupações atuais, mas fazei uma excursão às fontes mesmo de vosso amor, reconsiderando o ideal entrevisto então, na época em que juntos e com passo decidido empreendestes a marcha pela estrada. Renovai o vosso fervor. "E preciso crer naquilo que fazemos e fazê-lo com entusiasmd'. Em seguida, voltai para o presente, confrontai ideal e realidade, 20

fazei o exame de consciência de vossa própria família - eu não digo o vosso exame de consciência pessoal - tomai as resoluções práticas e oportunas para curar, consolidar, rejuvenescer, arejar, abrir o vosso lar. Empregai neste exame lucidez e sinceridade; remontai às causas do mal diagnosticado. Por que não consagrar também alguns instantes em meditar sobre cada um de vossos filhos, pedindo ao Senhor que ponha "suas próprias vistas dentro de vosso coração" segundo a sua promessa, a fim de que possais vê-los e amá-los como Ele próprio, a fim de conduzi-los segundo as suas vistas. E finalmente e acima de tudo, perguntai a vós mesmos se Deus é o primeiro servido em vosso lar. Se sobrar tempo, fazei aquilo que entenderdes, mas eu vos suplico, não retorneis às banalidades ou ao rádio. Não tendes mais nada a dizer? Calai-vos juntos, talvez não seja o momento de menor proveito. Lembrai-vos, com efeito, daquela palavra de Maeterlinck: "não nos conhecemos ainda, não ousamos ainda calar-nos juntos". Será de grande importância fazer por escrito um pequeno relatório daquilo que tiver sido descoberto, estudado, decidido, no decorrer do encontro, mas isto poderá ser feito depois, por um dos dois e será lido por ambos, juntos, no próximo encontro. O que faz objeto destas minhas palavras, nada mais é do que um meio de conservar jovem e vivo o vosso amor e o vosso lar; há seguramente muitos outros. Adotado por numerosos casais que eu conheço, já deu provas de sua eficiência. •

Henri Caffarel (L 'Anneau d 'Or- no 5- nov. 45) CM466


A EXPERIÊNCIA DE SER CRE Há pouco te mpo a nossa equipe estava se preparando para a primeira eleição de CRE . Ao mesmo tempo em que seria uma novidade assumir a animação da Equipe , todos estavam um pouco inseguros pelas atividades que iriam realizar, sem saber ao certo o que e quais eram estas responsabilidades. No momento em que Vânia e eu fomos escolhidos CRE , o primeiro de nossa Equipe , tivemos uma surpresa muito grande. Realmente não esperávamos esta escolha. Todos aplaudindo, vindo em nossa direção para nos cumprimentar; todos sorrindo para nós, e assim nos entreolhamos, sem saber o que dizer e sem entender direito o que estava acontecendo. Talvez, como quase todos os outros casais , não pensávamos ter condições de ser escolhidos ou mesmo se merecíamos a escolha. No dia seguinte à eleição, em uma destas caminhadas matinais que nos fazem pensar um pouco na vida, começamos a entender melhor o que estava acontecendo e , nas semanas seguintes, o nosso papel no Movimento ficou mais claro. Quando escolhemos entrar nas ENS , queríamos seguir o caminho do Senhor com maior comprometimento, mas também era uma oportunidade de fazer esta caminhada juntos, em casal. Neste momento percebemos que, antes de tudo, o que estava CM466

acontecendo é que simplesmente nosso pedido estava sendo atendido e que não podíamos ignorar isso. Poucos meses depois do início de nossa jornada, pudemos conhecer um pouco mais do Movimento, conhecer casais exemplares , que nos apoiaram neste início de caminhada, com carinho, tranquilidade e orientação, sem mencionar o apoio de nossa Equipe e nosso Conselheiro, que foi fundamental. Percebemos, além de tudo, o empenho e dedicação de tanta gente que não perde a oportunidade de usar este trabalho de doação como um degrau no seu caminho de santificação. Hoje estamos novamente no momento de outra eleição de CRE. A mensagem que podemos passar aos casais que nos guiarão nos próximos anos é que esta missão de ser Casal Responsável de Equipe é algo muito especial. Não é só responsabilidade e trabalho de doação, mas é oportunidade; oportunidade de crescer como pessoa, como casal, como família . Crescer espiritualmente e conhecer melhor o Movimento do qual fazemos parte. É a oportunidade de ver de outro ângulo a missão para a qual estamos sendo chamados, e o mais bonito de tudo isto é que cada um de vocês poderá trazer todas estas maravilhas para dentro da Equipe e compartilhar com todos. 21


As mudanças na Equipe são essenciais. Quando fizemos nosso primeiro ano de Experiência Comunitária, sentimos muito a saída do casal que nos orientou. Na Pilotagem , sentimos também a saída do casal que nos guiou, mesmo sabendo que todos eles nos acompanhariam de outras maneiras. O mesmo irá acontecer com os novos CREs. A cada ano vamos lembrar com carinho de quem nos orientou , mas nunca devemos nos esquecer de que sempre seremos uma Equipe , e como tal, estaremos sempre unidos . Nos próximos anos, cada Casal Responsável de Equipe irá pintar o grupo com suas próprias cores, colocar seus tons nas músicas que cantamos e deixar naquele ano o grupo com a "sua cara". Com o coração, irá conduzir-

nos de mãos dadas a mais um t recho de nossa extensa caminhada , cujas margens vão sendo traçadas com muito carinho e paciência com a ajuda do Conselheiro. Assim , as diferenças de personalidade de cada casal , sua disponibilidade, sua maneira de ser, de pensar e de agir, passam a contar como um diferencial na Equipe e um elemento vital para a diversidade dentro do Movimento e ponto fundamental para o crescimento e desenvolvimento dele . Neste sentido, mais do que uma eleição do CRE, estamos hoje dando mais um passo em nossas vidas e na nossa caminhada para a santificação. • Vânia e Ricardo Eq.14A- N. S . da Alegria Campinas-SP

ENS: OUTROS ESFORÇOS Recentemente começamos nossa caminhada nas ENS e ainda estamos aprendendo sobre o que são, efetivamente , os Pontos Concretos de Esforço. Todavia, já percebemos que esses (os PCEs) não são os únicos esforços necessários para ser um equipista ativo. Antes de mais nada , nos parece essencial que se faça uma boa reflexão sobre as prioridades que temos na vida. Que lugar a Equipe ocupa na nossa lista de prioridades? Não custa lembrar que as decisões que tomamos são um so22

matório de escolhas e vontades . Nós, Talita e Charlles, decidimos, desde o começo do nosso casamento, que almoçaríamos todos os dias juntos. E claro que há dias em que não conseguimos cumprir com esse acordo. Contratempos acontecem. Mas nos empenhamos ao máximo para que nossa decisão se concretize diariamente . Da mesma forma , ao entrarmos para as ENS, decidimos que participaríamos de todas as reuniões . Não apenas pela riqueza encontrada nessas reuniões e o crescimento que nos propiciam , CM 466


mas também para compartilhar a vida com amigos muito especiais - os membros da ENS Imaculado Coração de Maria, incluindo nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual e nosso Casal Piloto. Entendemos que o simples fato de se fazer presente numa reunião de ENS exige muitos outros esforços , além dos PCEs . Exige um preparo anterior - estudo, reflexão e atividade sobre o tema-, providenciar o alimento que será compartilhado e para nós , especificamente , 400km e Sh de viagem (isso, só de ida!). Ocorre que depois de iniciarmos nossa caminhada nas ENS , por motivo de trabalho, precisamos nos mudar de Florianópolis para Joaçaba , no oeste catarinense . Contudo, felizmente , decidimos manter nosso compromisso de participar das reuniões da nossa Equipe em Florianópolis/

se.

Assim, nossa organização acaba sendo um pouco mais complexa e necessita de uma certa antecedência. Como não é fácil coordenar a agenda de 07 (sete) CM 466

casais e , principalmente, do nosso Conselheiro, nossa Equipe costuma pré-agendar as datas das Reuniões para todo um semestre . E nós , consequentemente, precisamos adaptar as outras atividades que temos em Florianópolis (médicos, dentistas , aniversários, casamentos, visitas à família , manutenção do apartamento, reuniões de trabalho etc.) às datas das Reuniões da Equipe. Muitas vezes os finais de semana são mais cansativos que os dias de semana e , nos questionamos com certa frequência se vale à pena tanto empenho, tanta estrada, tanto tempo, tanto gasto. Mas continuamos firmes no propósito, certos de que os motivos que nos levaram a essa escolha são sólidos e legítimos. Que Deus continue nos abençoando a todos. Que continuemos almoçando juntos todos os dias e participando de todas as reuniões da nossa equipe. • Talita e Charl/es Eq.17A -N. S. do/maculado Coração de Maria (em Pilotagem) Florianópolis-SC 23


REGRA DE VIDA CARINHOSA Realizamos nosso Retiro anual , com a orientação do Pe. Hilário Augusto Mazzarolo, da Congregação do Sion, destacado conhecedor das Sagradas Escrituras e missionário atuante na aproximação com as comunidades judaicas. Tema do Retiro: "Seguir Jesus Cristo", generosamente organizado pela Equipe de N. S. de Guadalupe. Ao fim da primeira reflexão, foi colocada a proposta de um Dever de Sentar-se - "Os caminhos do Casal", iniciado por meditação individual, seguida de trabalho a dois, sobre a Vida Religiosa e Vida Matrimonial do Casal. Dentro da reflexão, foi proposta a questão: "Que Regra de Vida , você daria para m im?" A abordagem dessa matéria apresentou-se de forma inovadora, pois o comum é a escolha de cada cônjuge, sem consulta e conhecimento um do outro. Neste caso, na conclusão do Diálogo, cada um deveria pedir para si, ao outro, uma Regra de Vida. Após discorrermos sobre nossa história, hoje com cinquenta anos de casados, passamos a analisar qual seria a proposta em vista, a ser apresentada. Na troca de ideias, chegamos ao consenso de que ambos escolheríamos a mesma Regra de Vida: Praticar, a cada dia, intencionalmente, wn ato de carinho para com o outro.

Parece muito pouco ou quase nada, mas .. . Vejam. Por que aumentam os casos de insucesso matrimonial? Há inúmeras e diversificadas causas que podem ser levantadas e não caberia aqui seu exame. A falta de carinho entre os esposos, entretanto, é como se retirásse24

mos todo o tempero da comida ministrada a doentes. Prefere-se a solidão, o distanciamento, o excesso de atividades separadas , as distrações de toda ordem, suprindo o que falta. A vida em comum se transforma em relacionamento seco, duro e sem gosto. Expressões severas, críticas, negócios, obrigações, dificuldades, precisões, projetas, desilusões veladas ou expressas. Faz lembrar aqueles chicletes antigos que , após as primeiras mastigadas, tornavam-se inodoros, insípidos, próprios para serem descartados. O Matrimónio foi criado, para dar continuidade à obra de Deus e suas manifestações. Como pode alguém dizer que somos capazes de "fazermos das coisas comuns da vida rotineira, ofertas de louvor ao nosso Criador" (Tema de Estudos/2012 -Cap . III, 37 - Espiritualidade do Cotidiano) , se não formos também capazes de revelar ao cônjuge, pelo menos um sinal consciente e diário de carinho? Qualquer gesto? Como poderá valer em nossa existência de casados a máxima de São Paulo, ao propor, " que r v o cês com a m , quer bebam, que r f a ça m q u alquer coisa, façam tudo para a glória de Deus" (I Cor 10, 31) . É exatamente na ação e conduta cotidiana que nós, cristãos, seremos "pessoas dispostas a se tomarem construtoras de uma nova civilização do amor" (ibidem, 36). • Lei/a e Paulo Eq.OlA - N. S . Aparecida Mogi das Cruzes-SP CM 466


CORDEL DO RETIRO

O Setor A faz Retiro Convida cada casal Vêm alguns, outros não vêm Porque ninguém é igual Mas para nosso crescimento Esse é um ponto vital

O almoço muito bom Veio nos alimentar Depois um breve repouso Para todos descansar A volta as atividades Veio só nos alegrar

Voltar ao primeiro amor É o tema principal Renovando dia a dia A vida matrimonial Esse lema caiu bem Todos acharam legal

A tarde o deserto a dois Fortalecendo o casal Depois da reflexão Nunca mais será igual Pois o nosso crescimento Foi no campo espiritual

Na sexta-feira à noite Houve uma celebração Para a gente refletir Se andou pecando ou não Com certeza nós pecamos Foi nossa convicção Deserto individual Para cada um refletir Pe. Aércio dirigindo Ensinando aonde ir Para a espiritualidade Na nossa vida emergir

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A partilha do deserto É o testemunho nosso Pois caminhando com Cristo Eu lhes digo tudo posso Dividindo com vocês Tudo aquilo que é nosso A Partilha fortalece Nossa vida de casal Jesus Cristo consagrado É nosso grande sinal Que se no amor vivermos Nossa vida é sem igual 25


O amor acima de tudo Foi nossa reflexão Voltar ao nosso principio Abrirmos o coração Para quando encontrar Deus Entramos na perfeição

No fim da tarde tivemos O momento mariano Cada equipe e sua imagem Foi caminhando e cantando Assim terminou o dia Com todo mundo rezando A noite teve o jantar E depois adoração Jesus Cristo consagrado Vivo para cada irmão Dá vontade de ficar E não ir para casa mais não Mas como no Evangelho Nós não podemos ficar Porque da contemplação É preciso retornar Cada casal foi para o quarto Para dormir, descansar No domingo às sete e vinte Ma is uma celebração Depois o nosso café A primeira refeição Para bem alimentados Voltarmos à reflexão Paulo escreveu aos Coríntios Pe. Aércio nos falou Que nada nos adianta Se não tivermos amor As perguntas para o deserto Nesse tema se inspirou 26

Voltar ao primeiro amor Foi o tema da partilha Vejam como se enriquece Quando o casal compartilha Assim ele ensina os outros A nunca sair da trilha Logo após o almoço Um momento especial A troca de corações Ocorreu entre o casal Isso ainda mais fortalece O nosso amor conjugal Se refez o matrimónio Renovou-se o sacramento O noivo esperando a noiva Em um sublime momento E o padre abençoando Deu-se um grande casamento Pe. Aércio pregou O Retiro direitinho E alegrou todos nós Cantando Pe. Zezinho Também celebrou as Missas Consagrando o pão e o vinho O Retiro terminando Vamos para casa voltar Com a mensagem de Cristo Mas temos que partilhar Pois a palavra de Deus Precisamos espalhar

Socorro e Antonio Eq.04A- N. S . de Lourdes João Pessoa-PB CM 466


CASAL A CAMINHO DA MISSAO No mês de outubro a Igreja celebra o mês das missões. No ano de 2011 a Igreja Católica no Brasil lançou um documento de grande valor para todos nós Cristãos Católicos. "Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil". Esse documento tem por essência alertar todos nós para que estejamos em "permanente estado de missão", e nós, como integrantes do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, não podemos e nem devemos ficar à margem desse chamamento, dessa missão, desse estado permanente. O nosso Tema de Estudo desse ano, em seu capítulo VI , nos diz que "Da mesma forma que uma missão individual é confiada a cada pessoa, nós, enquanto casais, unidos pelo sacramento do Matrimónio, recebemos uma missão conjunta através de nossa vocação na vida" (p .67). Como equipistas, somos impelidos a evangelizar além de nossas palavras, somos chamados a testemunhar, a pregar o Evangelho o tempo todo, e como nos diz São Francisco de Assis: "Se necessário, use as palavras" . Nosso chamado maior é para, dentro da secularidade na qual estejamos inseridos, poder a cada dia assumirmos o compromisso de levar o Evangelho a toda criatura e, a partir do nosso testemunhar, podermos ir difundindo aquilo que nos é peculiar, ou seja, a busca da espiritualidade conjugal que nos encaminha à santidade , nem mais nem menos. Caríssimos irmãos em Cristo Jesus, busquemos incessantemente estar inseridos dentro desse contexto missionário, colocando-nos à disposição das necessidades urgentes da Igreja Católica no Brasil (dioceses, paróquias, comunidades etc) para que assim possamos vivenciar em sua essência aquilo que nos foi dito pelo saudoso servo de Deus, o Papa João Paulo II, em sua exortação apostólica "Christifideles Laici": "o leigo vive no mundo, embora não seja do mundo (cf Jo, 17,16) . Ele é enviado para dar continuidade à obra redentora de Cristo" . Por causa de sua índole secular, "o leigo na Igreja faz presente o mundo, e no mundo faz presente a Igreja" (Lumen Gentium ,31) • Lucinha e A/ex Eq. 75H - N. S. da Confiança Fortaleza-CE CM 466

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BODAS DE OURO

nosso SCE. Pe. José Oscar Brandão e concelebrada pelo Pe. Geraldo de Paula Souza. Estiveram presentes vários equipistas, seus filhos, netos e familiares. Após a Santa Missa houve uma recepção para os presentes. Cinquenta anos bem vividos, dos quais 37 caminhando nas ENS , sendo exemplo de amor, carinho, companheirismo, alegria, demonstrando sempre o querer o bem um do outro.

Suely e Hélio

Matildes e Sady

No dia 30.12.2011, comemoraram os 50 anos de vida matrimonial. Pertencem a Eq . 01 - N. S . Auxiliadora . Foi celebrada uma missa em Ação de Graças com a participação de toda equipe , filhos e familiares pelo SCE Pe . João Batista Silvestre, momento louvaram a Deus pela pelo Sacramento do Matrimônio . Também no dia 07 .07.2012 , juntamente com os casais do Setor Valinhos-SP , comemoraram 50 anos de participação nas Equipes de Nossa Senhora.

Integrantes da Eq.01 - N. S. Medianeira de Todas as Graças, em Santo Antônio da Patrulha-RS, comemoraram suas Bodas de Ouro no dia 04.08.2012 com uma missa em Ação de Graças tendo como celebrantes o Pe . Xisto que os casou e Pe . Ozeias o Conselheiro da sua Equipe . Presentes, seus três filhos, três netos, genros e nora, sua Equipe e familiares , que juntos agradeceram a Deus pelas graças recebidas.

Raul e Nelma

Integrantes da Eq.01 - N. S. do Perpétuo Socorro de Aparecida-SP, em maio deste ano, comemoraram os 50 anos de vida matrimonial, com uma Celebração Eucarística presidida pelo 28

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JUBILEU DE OURO (1962/2012)

todo o Movimento das Equipes de Nossa Senhora no mundo inteiro.

JUBILEU DE OURO SACERDOTAL Monsenhor José Edmilson de Macedo

Setor Valinhos e Eq.01 - N. S. Auxiliadora - Com muita emoção e alegria, no dia 07.07.2012, foi realizada uma celebração em Ação de Graças pelos 50 anos da fundação do Movimento das Equipes de Nossa Senhora em Valinhos-SP e, pelo Jubileu de Ouro da Eq.01 - N. S. Auxiliadora presidida pelo SCE do Setor Valinhos, Pe. Odair Costa Nogueira e concelebrada pelo SCE da Eq.01 , Pe. João Batista Silvestre. A Celebração contou com a presença dos casais da Equipe 01 seus filhos e netos, casais da~ Equipes do Setor Valinhos e convidados que enriqueceram a Celebração com suas participações. Ao término da Celebração o Setor Valinhos, homenageou a Equipe 01 com a entrega de uma placa comemorativa pelos 50 anos da Equipe. Após a missa, participamos da recepção no Salão de Festas da comunidade. Rogamos a Deus pelos casais da Equipe 01 , que trouxeram o MENS para nossa Cidade e com perseverança nos proporcionaram a alegria e honra de podermos dele participar até hoje. Que Nossa Senhora Auxiliadora ampare e conduza cada integrante das equipes do Setor Valinhos e de CM 466

Comemorou seu Jubileu de Ouro Sacerdotal no dia 16.12.2011. É Conselheiro Espiritual das Equipes N. S. Brotas e N. S. de Fátima em Salvador-BA. Nosso muito obrigado pelos inúmeros serviços prestados ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora e ao reino de Deus!

Monsenhor Neiva 70 anos testemunhando o amor a Cristo e à Igreja. Com a graça de Deus celebrou seu Jubileu Sacerdotal com uma missa na Paróquia de N. S . do Bonsucesso em Cruz da~ Almas -BA no dia 28/04/2012 . E SCE das Eq.01- N. S . das Graças e Eq .02 - N. S . do Bonsucesso da Região BAHIA. Suas Equipes lhe prestam esta justa homenagem por tantos anos de dedicação e entrega com amor à causa do reino de Deus, e de maneira fundamental no crescimento das equipes. Só nos resta concluir: "Aí está um verdadeiro homem de Deus! " 29


Pe. Ernesto Nascimento Pereira

Nascido em Portugal , foi ordenado sacerdote em 29.07 .1962 , partindo logo após , como missionário, para Moçambique . Veio para o Brasil em 1976, onde tem consagrado a maior parte de sva atividade à formação cristã de adultos (Catequese Familiar) . Residindo em Itapema (SC) , foi convidado para ser SCE da Equipe N. S. da Paz. Com seu ingresso nas ENS , aceitou o convite do casal Reni e Pedro e assumiu , também , como SCE da Região SC II, no período de 2005 a 2008. Sempre com muito amor e dedicação à causa das Equipes de Nossa Senhora, foi SCE do Setor Brusque/Itajaí, de 2009 a 2011.

A festa do Jubileu de Ouro, com Celebração Eucarística na Capela São Francisco, em Meia Praia Itapema-SC foi no dia 27.07.12 , com a participação de familiares , equipistas e comunidade.

ORDENAÇÃO DIACONAL Augusto Fagnê e Emanuel Rodrigues

No d ia 29 .06.2012 , foram ordenados pela imposição das mãos de Dom Bernardino Marchior, em cerimônia realizada na Capela do Seminário Interdiocesano de Caruaru-PE. Parabéns e que Nossa Senhora os fortaleça na missão que abraçaram!

VOLTA AO PAI Maria Suzana (do Eustáquio) No dia 23.04.2012 Integrava a Eq.Ol- N. S. de Fátima Contagem-MG

Dulce (do Diácono Hugo) No dia 29.07.2012 Integrava a Eq.01C- N. S. de Nazaré Porto Alegre-RS

Eduardo (da lsaltina) No dia 27.06.2012 Integrava a Eq.07B- N. S. da Rosa Mística Catanduva-SP

Djalma (da Cândida) No dia 19.08.2012 Integrava a Eq.21A- N. S. Rainha do Céu Belém-PA

Olícia (do Manuel) No dia 14.07.2012 Integrava a Eq.01- N. S. Aparecida ltuiutaba-MG

Adélia (do Eduardo) No dia 22.08.2012 Integrava a Eq.30B- N. S. do Ó Belém-PA

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UM NINHO DE ÁGUIA PARA NOSSOS FILHOS Muitos dizem que não há manual de instruções para educação de crianças, mas há, sim , diretrizes que nos capacitam como pais para lidar com o dia a dia de nossos filhos . Certa vez quando estive em um Museu de História Natural, me atentei a perceber como é que a águia faz o ninho para seus filhos . Já estudo sobre a águia há anos, porque admiro suas atitudes e singularidade. Não é a toa que a águia está nos emblemas dos EUA como símbolo de força, coragem e poder e se você ler a Bíblia, perceberá que em vários momentos é citado que quando esperamos em Deus, Ele renovará nossas forças e nos dará "olhos e asas de águia". É importante este comentário porque águias sempre enxergam além, sempre voam mais alto e mais longe, pois não se contentam em enxergar a vida em um ângulo raso. Á águia tem muito a nos ensinar e só de perceber como elas lidam com a tempestade, já nos serve de grande lição nas condutas da vida. Observe primeiramente, a forma que constroem seus ninhos e que tem a ver com a educação de filhos: Elas o fazem no mais alto dos penhascos e a sua estrutura em três camadas: A primeira delas é de penas, onde extrai partes de seu próprio corpo para dar aconchego e proteção aos seus filhotes. CM466

Conforme eles vão crescendo, a águia vai tirando pena a pena, uma a uma, até eles chegarem na segunda camada: os gravetos. Perceba que neste momento, o corpinho dos filhotes não está mais sobre as penas gostosas e macias, mas passam a ter que lidar com a secura dos galhos onde os filhotes vão viver. Passado um tempo, a águia vai tirando um a um dos gravetas, até que os fazem entrar em contato com a terceira camada do ninho que são os espinhos. Neste momento, os espinhos vão espetando e incomodando tanto, que os tiram da zona de conforto e isso os obriga a voar para descobrirem o mundo e explorar suas forças. Que grande manual temos em nossas mãos ao entendermos que ajudamos nossos filhos a crescerem quando "construímos ninhos de águia" para eles. Pais que deixam seus filhos sempre na primeira camada, ou seja, nas penas, não contribuem com o seu crescimento, pois os filhos nunca vão despertar para descobrir suas próprias habilidades porque não vão querer deixar o conforto e a proteção que as penas trazem. Quando os estimulamos contribuímos para enxergarem a vida com "olhos de águia" olhando sempre à frente e acima de toda e qualquer circunstãncia. Fazendo isso, os ajudamos a lidar com os momentos críticos da vida pois, se você observar, na 31


hora de uma tempestade, todas as aves do céu se recolhem para procurar abrigo seguro, mas a águia vai além das nuvens onde a tempestade se forma e fica assistindo as rajadas de trovão e ventos contrários de forma que aquilo não lhe atinge . Nós , muitas vezes , nos primeiros sinais de perigo já estamos com medo, mas quem tem "olhos de águia" vai olhar sempre além . O ar de tranquilidade da águia diante do perigo parece zombar da tempestade, ao desafiar suas forças na emoção de atravessar as turbulentas correntes de ar, navegando por cima delas com graça e controle. Com os filhos e durante nossa vida, certamente passamos por

tempestades que nos assustam mas, tal como escrito há anos, se confiarmos em Deus, nós voaremos como águias e enxergaremos como elas, porque veremos além das circunstâncias e nunca nos esqueceremos que por trás de grandes nuvens, lá está o sol, pronto para brilhar e mostrar a leveza e a delícia de um dia ensolarado e quente. • (*)Karine Rizzardi, psicóloga em Cascavel (PR) especialista em casais, família e em aconselhamento familiar. Fez pós-graduação em Psicologia na Chicago University, em Chicago, nos Estados Unidos.

(Colaboração da Eq. da Carta Mensal)

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL INSCRIÇÃO OU RENOVAÇÃO 1. Pagar no Banco do Brasil a Contribuição Anual Conforme valores a seguir: Me mbro associado ..... ...... R$ 33 ,00 Casal associado ........... ... R$ 50 ,00 Membro benfeitor ..... ...... R$ 83 ,00 (ou mais) Banco do Brasil 001 - Agência n° 1636-5 Conta corrente 44747-1 - Equipes de Nossa Senhora

2. Escrever, em letra de forma, no verso do recibo do banco o nome completo de cada um dos cônj uges (no caso de casal) ou da pessoa que está associado, ou preencher a ficha abaixo. Obs. No caso de tratar-se de uma Equipe , além de ser o nome da Equipe deve ser acresce ntado o nome do Setor, da Região e da Província. 3. Enviar o recibo do depósito bancário e ficha de inscrição para o Secretariado Nacional: Rua Luís Coelho, 308, SO andar cj. 53- 01309-902 -São Paulo

FICHA DE INSCRIÇÃO Novos Associados Sobrenome ______________________________________ N o m e - - - - - - - - - - - - CPF ______________________ Código Postal - - - - - - - - Cidade - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - E-Mail __________________________________________ Data: _____/ _____/ ______

Assinatura _______________


MEDITANDO EM EQUIPE Outubro é o mês das Missões. Quem o abre é exatamente Santa Teresinha do Menino Jesus, a Padroeira das Missões, ao lado de São Francisco Xavier. Mas, como? Padroeira das Missões, quem jamais empreendeu uma viagem missionária, pois se enclausurou no Carmelo de Lisieux aos quinze anos de idade e lá morreu aos vinte e quatro, sem jamais ter colocado os pés fora de suas grades? Sim, é verdade . Mas também é verdade que ninguém jamais se interessou tanto pelas missões e pelos missionários quanto ela. Basta ler as ardentes cartas que escreveu aos seus dois irmãos missionários: Pe. Adolfo Roulland e Pe. Maurício Belliere. Ela própria declarou: "O zelo de um carmelita deve abraçar o mundo inteiro!"

Escuta da Palavra em 2Tm 3,10-4,5 Sugestões para a meditação: 1. O que você entende por "corpo místico de Cristo"? 2. Aprofunde o versículo 22: "os membros do corpo parecem mais fracos, são os mais necessários". 3. "Se um membro sofre, todos os membros compartilham o seu sofrimento" (v.26) . Isso acontece de fato? 4. Como entender o v.13: "todos bebem de um só Espírito"? Frei Geraldo de Araújo Lima, O.Carm.

Oração Litúrgica "Senhor, que dissestes: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba", fazei-nos sedentos do Vosso amor. Senhor, que dissestes: Se não vos transformardes em crianças, não entrareis no "Reino do Céu", concedei-nos a simplicidade de coração e a confiança no vosso amor. Senhor, que dissestes: "Só entrará no Reino do Céu quem faz a vontade de meu Pai, que está no céu", ensinai-nos a guardar os vossos mandamentos com espírito de fé e obediência. Senhor, que dissestes: "Tudo que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes", fazei que hoje vos reconheçamos e amemos em cada um dos nossos irmãos. Senhor, que dissestes: "A messe é grande, mas os operários são poucos", criai em nós o espírito missionário tão vigoroso do coração de Santa Teresinha do Menino Jesus, que a levou a oferecer-se pela salvação das almas" (do Breviário carmelitano).



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