ENS - Carta Mensal 459 - Dezembro/2011

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EDITORIAL Da Carta Mensal. .......... .. ..... ........ .. ..... 01 SUPER-REGIÃO Palavra do SCE ..... ......... .. ...... .. .. .. ........ É tempo de ....... .......... .. ....... ....... ...... O amor e servi ço de Cristo manifestados no Natal ..... .......... ....... Mensagens de Natal da Equipe da Super-Região Brasil ...... .................

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XI ENCONTRO INTERNACIONAL Eis que no ar vêm cantar ......... .. ......... 08 IGREJA CATÓLICA Advento : tempo da graça ....... ... ... ..... 1O Família : lugar privilegiado de encontro com Deus ....................... 11 MARIA A excelência do amor de Maria (1 Cor 13, pela visita à sua prima Isabel (Lc 1) .......... ...... ..... 13 FORMAÇÃO O que é uma equipe ... ...... ... .. ...... .... .. . 15 Reunião de equipe um encontro com Deus e com o outro .................... 16 VIDA NO MOVIMENTO A comunicação verdadeira ................. 17 Sessão de formação nível III província Leste ... .. ...... .... ..... .. .... .... .. .. 18

Nosso amigo partiu ..................... ... ... . 20 Padre Mário José Filho (1956-2011 ) ... ... 21 Saudades .............. ....................... .... ... 22 O comunicador de Deus .. ... ...... .. .. ...... 24 RAÍZES DO MOVIMENTO Derrubando barreiras ....... .................. 28 TESTEMUNHO Uma equipe, nossa equipe ...... ...... ... .. 30 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Oração interior ........ ....... ................. .. . 31 Fé e oração .... ....... ......................... ..... 32 A oração um exercício de quem ama ......... ... ... ................ .. .... 33 TEMA DE ESTUDO Um tema que não se encerra .... ...... ... 34 PE . CAFFAREL Os amigos do Pe. Caffarel .......... ..... ... 36 Testemunho sobre o Pe. Caffarel ........ 37 NOTÍCIAS ....... ... ......................... ....... 38 CNSE Ecos da primeira sessão de Formação das CNSE-DF ................. 41 REFLEXÃO Coruja ou falcão ...... .. ...... ......... ... ..... .. 42 O verdadeiro amor ........... ... ..... .. .... .... 43

ESPECIAL PE . MÁRIO Padre Mário seu legado é nosso tesouro ... . 19

Carta Mensal

Glasfira e Resende

é uma publicação mensal das

Paula e Genildo

Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de Imprensa" n• 219.3361ivro B de 09.10.2002 Edição: Equipe da Carta Mensal Zezinha e Jailson (responsáveis) Fátima e Joel

Zélia e Justino Frei Geraldo de Araujo lima - O. Carm.

Edição e Produção: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiaçu, 390 1 1° andar, cj. 115 • Perdizes São Paulo Fone: (11) 3473 .1282

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835)

Imagem de Capa: istockphoto

Oiagramação Samuel Lincon Silvério

Tiragem desta edição: 22.000 exemplares

Impressão: Prol

Cartas, colaborações, notí-

cias. testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308

5° andar • conj. 53 01309-902 • São Paulo • SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 Fax: (Oxx11) 3257.3599 cartamensal@ens.org .br A/C Zezinha e Jailson


"Glória a Deus no mais alto dos céus e sobre a terra paz para os seus amados!"

Queridos irmãos: Unamos nossas vozes à voz dos anjos anunciando o nascimento do Menino Jesus que, ao tempo que realiza a glória de Deus, traz a paz para todos nós, não por merecermos, mas por seu infinito amor misericordioso, revelado a cada Natal. Padre Miguel nos faz pensar no Natal como um acontecimento que deve gerar em nós compromisso de fé e vida. Que o tempo do advento é tempo de conversão e que devemos intensificar a vivência dos Pontos Concretos de forma a nos levar à reconciliação, ao diálogo e ao entendimento em casal e na família. Em sua mensagem, Cida e Raimundo, citando Eclesiastes, levanos a refletir que "há um tempo para todo propósito debaixo do céu ... " e nos lembram que é tempo de agradecer os dons recebidos ao longo do ano e que também "é tempo de alegrar-se com a chegada da Vida e da Luz". Os irmãos Eneida e Álvaro nos levam a refletir na missão para a qual fomos animados com o Tema de Estudos de 2011 : "amar e servir como Jesus , aprendendo d 'Ele o despojamento." "Eis que no ar vêm cantar", com este título Graça e Eduardo, CR da Coordenação do Coral do XI E! das ENS, nos animam a, neste Natal, entoarmos uma canção de amor para Jesus e depois leválo no coração ao Encontro em Brasília ... Pe. Pedro Vicente nos insere no LIVI <4?':1

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tempo litúrgico do Advento e nos ~~~ orienta a vivermos o verdadeiro i!! espírito do Natal, refletindo a simplicidade do nascimento de Jesus e não deixando que as confraternizações e os excessos de prendas tire o foco de nossa preparação para acolher o Senhor. Nesta edição, uma bandeira especial num gesto de agradecimento ao nosso querido e saudoso Pe. Mário José Filho, pelo muito que ele fez pelo nosso Movimento, no tempo em que esteve entre nós. Através de uma pequena história, Vera e Clóvis levam-nos a compreender o sentido de uma equipe, fazendo-nos refletir sobre a importância e responsabilidade de cada membro que a compõe. Na mes- _ ma linha, para rever ou fortalecer nossa vida em equipe no ano novo que se aproxima, sugerimos também as leituras dos artigos "Derrubando barreiras", "Uma equipe, nossa equipe" e "Reunião de Equipe - um encontro com Deus e com os outros". No Encarte, encontrarão os Critérios de publicação de artigos na nossa Carta Mensal, atendendo a inúmeras solicitações que nos são feitas sobre o assunto. A equipe da Carta Mensal agradece aos irmãos que construíram nossa "carta" neste ano, e deseja a todos um Natal de muita luz e paz e um Ano Novo inspirador com muitas realizações pessoais, profissionais e cristãs! Equipe da Carta Mensal


"Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor" (Lc 2,10-11). Neste mês vivemos o tempo do Advento e do Natal. As figuras dos profetas, sobretudo Isaías, João Batista e Maria nos levam a refletir, a partir dos seus gestos e palavras, sobre a espiritualidade do Advento e do Natal. Os profetas anunciaram a vinda do Messias; João Batista o mostrou próximo, entre nós, e Maria o ofereceu ao mundo. É tempo de fortes apelos para acolher a vida, promovê-la e defendê-la. É a festa da famuia, pois o Filho de Deus escolheu uma famllia para nascer e crescer. Dentro da oitava do Natal celebra-se a festa da Sagrada Famllia: Jesus, Maria e José. O Natal é, pois, ocasião para reunir as famllias. Façamos nós mesmos a experiência! Celebremos juntos a festa da Paz! Paz: Este é o fruto do nascimento de Jesus. Ele veio para aproximar gentios e judeus, vencer a distância entre homens e mulheres, destruir a opressão, irmanar escravos e senhores (GI3,28) . Ainda hoje a humanidade precisa aprender a lição de Jesus. Há muita ofensa, dominação, barreiras e ressentimentos entre nós. Na mesma famllia parentes se desentendem, vizinhos e colegas de trabalho não se saúdam, injustiças e preconceitos distanciam os filhos de Deus. Na sociedade atual, segmentos diversos apropriaramse do Natal e o transformaram num evento (algo eventual, passageiro) , numa época de lucrativas vendas, num período de alegria 'de fachada'. Lembremos que o Natal, 2

para nós, discípulos missionários de Jesus Cristo, é um grande acontecimento, que gera em nós compromisso de fé e de vida. É um tempo de verdadeira alegria, pois o Salvador está entre nós. Natal é convite para acolher Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. Por isso, neste tempo de advento, somos chamados à conversão pessoal, à oração conjugal mais intensa, ao dever de sentar-se mais profundo, à reconciliação da famllia, ao esforço constante de diálogo e entendimento. Natal é, assim, para nós cristãos, o tempo de crescer na fé em Jesus Cristo, abrindo-nos à transcendência de sua divindade e ao mistério de nossa salvação. A Igreja nos convida a estarmos em estado permanente de missão. Os mensageiros de Jesus Cristo são, antes de tudo, testemunhas daquilo que viram, encontraram e experimentaram. (Cf. DGAE, 76) . Nesse ano vivendamos o tema "Formação, para amar e servir como Jesus". Agora que comemoramos mais uma vez sua chegada entre nós, o que temos de concreto para oferecer-lhe? "A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também mensagem" (lb.) . Boas Festas! Feliz Natal! Um abraço com carinho. No Coração de Jesus •

Pe. Miguel Batista, SCJ. SCE da Super-Região Brasil CM 459


É TEMPO DE ... Queridos equipistas: Diz o Livro do Eclesiastes que "há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu. Tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de arrancar a planta.... "(3). Então, escolhido o CRE, realizado o BAlANÇO na Equipe e formados para a VIDA CRISTÃ, é tempo de agradecer os dons recebidos ao longo do ano; é tempo de amar e servir como Jesus; é tempo de alegrar-se com a chegada da Vida e da Luz. Ao lado da boa nova do Verbo, que se fez carne e quis habitar no meio de nós (Jo 1,14), há outra boa nova que deve ser difundida continuamente para o bem dos casais e das famílias: o anúncio do amor fiel e fecundo do homem e da mulher, em cumprimento à vontade de Deus para eles - "Eis que o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher e os dois serão uma só carne". Esta grande realidade terrestre revela, sem dúvida, que o sacramento do Matrimônio é um dom divino. Esse dom mútuo de um ao outro deve estar sempre ao serviço do amor, da felicidade e da santidade. Como pensa muita gente, amor não é um dom que cai do céu. É preciso construí-lo. É preciso querer amar. "Se o casamento está em crise, é porque não se acredita mais verdadeiramente no vínculo entre o amor e o matrimônid'; é porque falLM 4'>':1

ta a compreensão de que o amor do casal, de maneira indissolúvel, está unido ao amor de Deus. Como o amor, a felicidade também se constrói, pelo dom que se faz de si próprio ao outro. Segundo o Pe. Olivier, entre as felicidades que nos são acessíveis e que têm gosto de eternidade, a felicidade conjugal está em primeiro lugar. Somos chamados a viver uma vida santa; esta a vocação de todos os batizados, e é a vontade de Deus para os casados. A santidade é, pois, a vocação mais específica das Equipes de Nossa Senhora. Por isso "o Senhor nos toma no ponto em que estamos. Não se trata de queimar etapas e de forçar o ritmo; trata-se, isto sim, de querer progredir a partir da situação em que cada um se encontra". Queridos amigos, pela paz e esperança nos lares, que o Natal, as férias e todos os dias do próximo ano sejam um tempo fértil de difundir,


entre amigos e não-amigos, a grandeza e as riquezas do sacramento do Matrimônio, com palavras, sim, mas, sobretudo, com a nossa vida, manjedoura do Menino Jesus!

Nosso carinho, orações e os votos de um santo Natal e abençoado 2012! • Cida e Raimundo CR Super-Região

O AMOR E SERVIÇO DE CRISTO MANIFESTADOS NO NATAL

O Natal nos aproxima do que de mais belo existe no coração humano, a capacidade de doarse. Ao longo do ano corremos de um lado para o outro para manter a estabilidade na família, ganhar o pão de cada dia, sucessos nos negócios etc. Dias de muito labor e quando menos esperamos chegou o mês de dezembro, e com ele alguns questionamentos e umas boas reflexões. Como equipistas , temos um norte que nos ajuda a mantermonos no caminho certo; nossa formação permanente nos ensinou ao longo desse ano que o sentido 4

está em amar e servir como Jesus. O agito do cotidiano pode até ter nos desviado da meta , mas ela continua lá e sempre é tempo para recomeçar. Aliás, este é um tempo excelente para voltar às origens , àquilo que existe de mais belo em nós, pois mesmo com o Tema encerrado o teor do ensinamento dado não se acaba. A vivência da fé nos ensina que não basta boa vontade é preciso tornar concreto o que professamos. Em 2012 a Super-Região Brasil nos convoca a ser outros "Cristos" no acolhimento de todos os nossos irmãos equipistas e aquele que aprouve o Senhor nos enviar, em especial, os mais fragilizados . Que ao longo de 2012 possamos cumprir com fidelidade o mandato de "Vai, e também, tu faze o mesmo" (Lc 10,37) a exemplo do fiel do evangelho. Com José , Maria e o Menino Jesus temos mais uma oportunidade de mergulhar na palavra de Deus que fala sobre a encarnação do Verbo. Deus se fez homem , eis a grande boa nova que religião, filosofia ou teoria alguma ousou CM 459


bradar aos quatro cantos da terra. Os pastores, os anjos, os reis magos, enfim, todos se alegraram com o cumprimento da promessa esperada há centenas de anos, especulada a cada sinal. Para a sorte e remissão do homem nasceu o Amor. Pobre, escondido, pequeno. Sendo Deus não usou de sua condição celeste e tomou nossa carne como morada. Trocou a eternidade pela finitude , experimentou nossa aurora, armou sua tenda no meio de nós como bem afirma o autor da Carta aos Hebreus.

É d 'Ele, do Menino Deus, que podemos aprender sobre o verdadeiro amor, a verdadeira doação . Seu esvaziamento de si mesmo nos diz como deve ser nosso serviço: gratuito, desinteressado, prestativo e, sobretudo, aberto ao nosso próximo, aquele que é imagem e semelhança de Deus. Como família , temos uma missão ainda mais grave a cada Natal, a de resgatar o verdadeiro sentido da família ; hoje tão castigado como vemos . Como homens e mulheres unidos pelo sacramento do Matrimônio e fundamentados no poder de nossa essência, somos impelidos à vivência do amor conjugal, seja na prova de amor de um para com o outro, seja nos gestos de renúncia, abnegação, carinho, zelo. Temos o dever de fazer C.M 459

prosperar no jardim, que é nosso lar, nossos rebentos, os filhos. Só podemos amar e servir como Cristo ensinou, quando aprendermos d ' Ele o despojamento; quando entendermos que até mesmo os filhos não são nossos, mas unicamente d ' Ele. Quantos de nós nos afligimos com as várias teorias que imputam sobre nós, pais, a responsabilidade integral de nossos filhos quando, na verdade, somos responsáveis , mas em parte! Queremos tomá-los sobre nossas asas, decidir por eles, dá-lhes de um tudo, até impedir os sofrimentos e dores que são próprios da existência e do caminho de amadurecimento humano. Acabamos por colocar um fardo ainda mais pesado sobre eles. Que neste Natal aprendamos sobre o despojamento e a compreensão de que nem sempre podemos dar a nossos filhos o que nós gostaríamos ou o que eles querem. Maria e José são exemplos desta verdade . Como bons pais, queriam que seu filho nascesse em local mais confortável, digno. Mas, não. Nasceu numa estribaria de animais . E por isso não blasfemaram, não se culparam. Acolheram a limitação que lhes foi imposta e doaram à criança o que era bem mais valoroso: seu amor e serviço. • Um alegre e santo Natal!

Eneida e Álvaro CR Província Nordeste 5


MENSAGENS DE NA DA EQUIPE DA SUPER-REGIÃ

Nafafé tempo le afe:Jría, le paz, {eÚciáale e mui/o amor, poiJ é o naJcimenfo le Cri!lo: o amor le 1Jew ~ue Je renova. O.Ue posJamos viver esses bom momenfo1 lok os tlim dó ano le 2.012 &a! 'Fe!lm. Nele Olga

Prooincla Centro-Oeste 6


NeJte Nataftornerno-nos, corno o Pe. Ca!fare( nos

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{'ri,;,., ,.Y[,ria(Ü94!}), ' ração (lefos lares rue feclíarn suas fOr!as C/ Cristo e nos ruais o arnor se o/J~a. Sl7via e Glauco Província Sul[/[

t nata( nafívícfacfe, nascimento elo 'R§; dÓs 'R#ís. Cl.ue Jesus e Maria (lossarn estar ao lacfo cfe toc/Ós OS J'f!res humanos, e rue C/ fC!Z reine nos corações. 'Fe{,z Nata(a foelos nossos írrnãos eruí(lísfas e Conse!líeíros 'Es(lírífuab: Jussara e Daniel Comunicação Externa

'1açarnos los ..nossos - 0 rhresehTO coraçoes r rr.onr •

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umco elo Pa,; Cheio dé arnor ej')!r,cfacfe.

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Pe. Miguel Batista SCE Eq. Super-Regtão

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XI

Encontro I n ternaciona I

Equipes de Nossa Senhora

EIS QUE NO AR VÊM CANTAR Após breve discussão, cantei uma canção de amor, baixinho, ela acompanhou tamborilando na mesa e, logo, esquecemos as diferenças que haviam criado pequena rusga. A música tem esse efeito: aproxima e harmoniza. Existe algo nas melodias que toca as fibras mais íntimas do ser profundo. Pessoas se reconhecem ao escutá-las, identificam situações remotas do passado, sentem-se estimuladas a conviver abraçar dançar, cantar. Vibraçõ~s sonora~ mexem conosco positivamente, 8

mesmo que nos remetam a lembranças saudosas, pois sinalizam energias afetuosas do coração. Não se sabe se escritores, dramaturgos, poetas e artistas plásticos atuam no céu, cultuando a eternidade com sua arte, mas é seguro que lá há música, propiciada pelos coros celestes dos anjos, arcanjos e querubins. A música é a única arte que, de certeza, transcende para a eternidade. Políticas, ideologias, religiões e esportes competitivos dividem e acirram diferença, enquanto a CM 459


musica tem o incrível poder de acalmar e unir, promover paz e solidariedade. A leitura de uma partitura é universal e a sensibilidade melódica pode ser assimilada indistintamente, de modo que pessoas dos continentes mais variados se ligam enternecidas, na escuta de acordes, e conseguem reproduzilos, com seu estilo peculiar, sem perder a beleza. Retrata isso - vale assistir - a execução coparticipada da música Stand By Me, por músicos de rua de diversos países, no OVO P/aying For Change, de Mark Johnson e Jonatham Walls. No Brasil, onde os estádios reúnem enormes corais de torcedores, é fácil compreender o significado e a importância de um coral na realização de um grande evento, como o que as ENS promovem, a cada seis anos, reunindo casais e conselheiros espirituais de todos os rincões do planeta. Nessas ocasiões, são solicitadas indicações de música às regiões do mundo todo, para compor o repertório, que será executado por equipistas inscritos de

diversos países, para que palpite em nós o sentimento de pertença a este movimento internacional, à comunidade católica das Equipes, e percebamos a unidade bonita que nos enriquece. As canções africanas percutem vibrantes e se mesclam ao ritmo solene das europeias e ao gingado faceiro das sul-americanas, combinadas ao carisma das norte-americanas e à leveza das asiáticas. Juntas, todas fazem uma partilha arrebatadora, que entusiasma a participação e o culto. A exemplo dos anjos, vamos aveludar a voz para cantar com emoção, neste Natal, em coro, uma canção de amor na Noite Feliz. Depois, levaremos Jesus no coração ao Encontro Internacional de Brasília, e, assim, elevaremos um poderoso louvor a Deus. Desejamos a todos um abençoado, sonoro e FELIZ NATAL! Graça e Eduardo (Coordenação do Coral do XI Encontro de 2012)


ADVENTO: TEMPO DA GRAÇA O último domingo do Tempo Litúrgico contempla Cristo Rei do Universo. O ,seu início, o primeiro domingo do Advento, nos aponta para a manifestação de Jesus, a realização definitiva da Aliança de Deus com a humanidade. A programação do Tempo Litúrgico nos revela Jesus Alfa e Ómega, princípio e fim . A liturgia da Palavra para este tempo nos conduz a uma preparação interior para a celebração da vinda do Senhor. Assim S. Cirilo de Jerusalém, século rv, comentava: "Anunciamos o advento de Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro. Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino divino. No seu primeiro advento, Cristo foi envolvido em faixas e deitado num presépio; no segundo, será revisto com um manto de luz. No primeiro suportou a Cruz, sem recusar a ignomínia; no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão dos Anjos. Por esse motivo afirmamos na nossa profissão de fé , tal como a recebemos por tradição, que acreditamos naquele que subiu aos Céus e está sentado à direita do Pai e que há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos e o seu reino não terá fim". Em vista dessa preparação interior, algumas atitudes são necessárias: Estar atentos: não se deixar distrair com os enfeites, ornamentações 10

e celebrações apressadas, antecipadas. "A noite vai muito avançada e já se aproxima o dia. Despojemo-nos, pois, das obras das trevas e vistamos as obras da luz" (Rm 13,11-14) . Fixar nosso olhar de esperança na vinda definitiva do Senhor MARANATHA- vem, Senhor Jesus! A esperança cristã: "Que o Deus da Esperança vos encha de toda alegria e de paz na fé para que a vossa esperança se fortaleça mais e mais pelo poder do Espírito Santo" (Rm 15,13). Nossa esperança está no Senhor porque o nosso Deus é o Deus da Esperança. Quando colocamos em Deus a nossa esperança nada nos abalará por um lado, e por outro nos posicionamos com mais coragem diante das provações, dos desafios porque "tudo podemos naquele que nos dá força" (Fil4,13). Afinal é Jesus quem nos diz "onde está o teu tesouro, aí está o teu coração" (Mt 6,21). "Metano ia" : abrir a mente e o coração para o Senhor. Na nossa meditação e oração ir percebendo quais são os apelos do Senhor para o nosso crescimento humano, espiritual. A conversão é um processo dinâmico. Na medida em que aprofundamos o conhecimento do Senhor, vamos nos deixando configurar pelo seu jeito de ser e de viver. Isso exige de nossa parte uma atitude contínua de escuta e uma total docilidade para nos deixar conduzir, ou seja, preciCM 459


sarnas ser profundamente humildes. Simplicidade: Jesus surge entre os homens do modo mais inesperado - pobre, despercebido, "sem lugar para nascer". O Messias tão esperado, como pode chegar assim? É desconcertante o contexto do nascimento de Jesus. Será que isso nos diz alguma coisa? O espírito de pobreza, de desprendimento tão ofuscado pela onda exacerbada do consumismo. "Bem-aventurados os pobres de espírito! " Com tantas confraternizações e o excesso de prendas podemos perder o foco de nossa preparação para acolher o Senhor. Algumas sugestões para viver bem esse tempo litúrgico: - As equipes normalmente fazem suas confraternizações durante o Advento. Em vez de serem celebrações do Natal, que seja dado o enfoque na preparação para o Natal. Uma liturgia simples, motivadora que poderá ser inspirada na novena de preparação. - O Tempo convida a um clima de recolhimento. Programe-se me-

lhor para que tudo possa acontecer de um modo mais natural, menos estressante e atropelado. Diminua um pouco mais o ritmo; isso ajuda a viver melhor esse momento litúrgico. - Procure a reconciliação consigo mesmo, com os outros e com Deus. É tempo propício para reconciliar-se. Não esqueça o sacramento! - O acolhimento ao Menino Jesus, pobre, desprovido de tudo nos leva a pensar em tantas crianças desnutridas, abandonadas, sem nada. E então? É possível fazer alguma coisa? Em Belém não havia lugar para ele. E hoje, e no nosso coração? - Lembre-se de que uma boa preparação é garantia de festa bem vivida com sentido e alegria. - Um bom subsídio para viver bem o tempo litúrgico do ADVENTO se encontra no site do Centro de Espiritualidade Inaciana, Itaici - SP. www.itaici.org.br/Clique em Exercícios Espirituais - tempos litúrgicos. •

Pe. Pedro Vicente Ferreira SJ SCE Província Nordeste

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FAMÍLIA: LUGAR PRIVILEGIADO DE ENCONTRO COM DEUS A Família deve ser um lugar de encontro com Deus, com DeusAmor. Amor que Deus selou e derramou, com o Sacramento do Matrimônio, no coração do marido e da mulher. E, por meio destes, nos l..l'vt4::>9

filhos que são gerados. Assim, cada lar é um lugar de encontro com Deus. É fonte de amor e de paz. Mas este encontro só é possível quando a família se torna educadora da fé nas relações cotidianas.

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Os pais, para educarem seus filhos, não precisam ser durões, cobradores, exigentes, poderosos, infligidores de castigos. Mas também não precisam ser frouxos . Podem ser sensíveis à dor, podem demonstrar afetos, adotando uma postura amorosa, carinhosa e empática. O mais importante é o respeito. Ensinar ao filho respeitar pelo exemplo de respeitá-lo. É pelo exemplo que as crianças aprendem muito e, nem sempre se tem esta consciência. Brigas, grosserias, palavrões terão alta probabilidade de se incorporarem ao repertório da criança, se fazem parte dos comportamentos dos pais ou dos adultos que convivem na mesma familia. Ironias e piadas que ridicularizam grupos humanos ficam registrados para a criança, não como tiradas de humor inteligente, mas como verdade. Para introduzir o respeito, o adulto é que dá o exemplo, inclusive na forma de relacionamento entre o pai e a mãe. Os possíveis conflitos devem ser resolvidos com calma e discernimento. Diante da criança, o respeito ao outro e às regras préestabelecidas deve ser estritamente mantido. Caso o adulto tenha errado, é mais saudável reconhecer e corrigir-se, do que tentar esconder o erro, disfarçar ou trapacear, fazendo pouco da capacidade intelectiva da criança. A família que deixa Deus ocupar o lugar central de sua existência torna-se, de fato, comunidade de amor e, proporciona aos seus membros 12

uma educação emocional e social, além da intelectual e dos cuidados físicos, preparando caminho para que os menores se tornem adultos maduros e equilibrados. E cada pessoa é responsável, segundo sua vocação na família, de ser transmissora dessa dádiva divina. Se na família não existir esta oportunidade de encontro com Deus através do diálogo, do respeito e da oração, a rua se encarregará de oferecer outros caminhos como as drogas, violência e outros valores. Uma família cristã necessariamente deve criar momentos de oração e fraternidade, pois não dá para ser de Cristo se não se reservam momentos especiais para estar com Ele. Nem sempre é fácil rezar em família, mas sabemos o quanto isto é importante para a harmonia do lar. A rapidez das mudanças, os atrativos de diferentes níveis e a agitação do cotidiano desafiam a vivência de uma verdadeira espiritualidade de encontro com Deus. Muitos não vivem num contexto cristão, numa família cristã, não foram iniciados na fé. Por isso, todos nós, padres, agentes de pastoral, catequistas, educadores de jovens, pais de família, lideranças, devemos refletir e repensar uma maneira de provocar a sede de Deus e uma retomada dos valores cristãos e evangélicos. • Pe. Gilmar Antonio Fernandes Margotto SCE da Região SPNorte Votuporanga-SP CM 459


A EXCELÊNCIA DO AMOR DE MARIA (I COR 13), PELA VISITA À SUA PRIMA ISABEL (LC 1) Pela inspiração bíblica, caso nos propuséssemos resumir a doce pessoa de Maria com uma única palavra, com certeza o amor plenificaria esse fim . Essa assertiva é claramente evidente em todas as passagens narradas pelos evangelistas sobre a Mãe de Deus: da anunciação à morte do seu filho Jesus Cristo. E o amor que Maria expressou em testemunho de vida foi o amor verdadeiro e belo, aclamado por São Paulo em sua I Carta aos Coríntios capítulo 13, por nós conhecida como a excelência do amor-caridade. Quando da anunciação do anjo Gabriel, tendo este proclamado: também Isabel , tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice (Lc 1,36) , Maria, mesmo com o dom da profecia, conhecendo todos os mistérios e tendo toda fé (I Cor 13 ,2) , se encheu de caridade e naqueles tempos se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá (Lc 1,39) , pois era necessário acudir Isabel, mesmo que para isso fosse preciso atravessar vales e montanhas, andando por um longo caminho, de Nazaré , na Galileia, até Judá, na Judeia, uma distância de aproximados LIVI

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150 km . Como se conter com tamanha demonstração de amor-caridade? Por isso, Isabel exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre . Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? (Lc, 1,42-43). E, como a caridade de Maria não era orgulhosa, não era arrogante e nem escandalosa (I Cor 13 ,4) , mesmo com aquela proclamação de Isabel e mesmo sabendo-se Mãe de Deus, reconheceu- se na condição de pobre serva (Lc 1,48) . E Maria ali serviu com a caridade paciente (I Cor 13,4) , sem buscar os seus próprios interesses (I Cor 13,4) , ficando com Isabel cerca de três meses (Lc 1,56), até o nascimento de João Batista. Maria foi exemplo de adoração e obediência a esse preceito cristão. Sabemos que a vida de Maria foi "tudo crê , tudo espera, tudo suporta" (I Cor 13,7) . Mais uma dentre as inúmeras razões para ser considerada a Santa Maria. Por isso, quando diante de Isabel, cheia do espírito Santo, cantou: "meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador. Por isto, desde agora,

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me proclamarão bem-aventurada todas as gerações" (Lc 1,48). E ainda hoje , podemos contar com a caridade de Maria, quando recebemos graças do Pai, por sua intercessão, pois a caridade jamais acabará (I Cor 13,8). E nós, como contemplamos esse magnífico exemplo de caridade? Quais as respostas que damos ao Senhor pelos dons que recebemos d ' Ele? E como são diversas, constantes e cheias de misericórdia as graças que recebemos do Pai , sabemos. Uma delas é pertencer

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a essa família chamada Equipes de Nossa Senhora. Como sair do marasmo de aguardar um tempo que nunca chega, para iniciar o caminho do viver a excelência do amor, por intermédio da ajuda mútua e da caridade fraterna em favor dos irmãos mais carentes? Como ousar chamar Maria, nossa mãe , se não atender ao seu Filho? Pois Cristo apontou quem eram a Sua Mãe e os seus irmãos: os que ouvem a Palavra de Deus , a observam e a põem em prática (Lc 11 ,28). Sabemos que até para disciplinar a nossa vida na prática dos exercícios espirituais, os quais visam ao nosso próprio interesse (nossa santificação) , temos dificuldades; imagine viver o mistério desse Evangelho de São Lucas! Assim como são diversos os nossos dons, são também diversas as carências do nosso próximo. E, para cada carência, um dom a ser doado. E, contemplando a vida de Maria, especialmente sua visita à Isabel , obteremos força para viver a verdadeira caridade. • Fátima e Netim Eq.lOE- N. S. Peregrina Fortaleza-CE CM 459


O QUE É UMA EQUIPE? Certa vez, um médico foi premiado como Melhor Cirurgião do Ano e, em seu discurso de agradecimento foi questionado sobre qual o motivo de tamanho sucesso. Ele olhou firmemente a plateia de estudantes de medicina, jornalistas, grandes profissionais e familiares que aguardavam ansiosos sua resposta e declarou: - O segredo do sucesso não está em mim, eu estudei, tenho paixão pela minha profissão, me dedico a esta profissão, mas tudo que ocorre em uma cirurgia depende da atenção, dedicação, coragem e principalmente, da motivação da minha equipe. Cada um sabe que precisa fazer sua parte sem ficar olhando se os outros estão fazendo a parte deles, porque, se eles parassem para olhar os outros, perderiam o foco nas suas próprias tarefas. E, por mais que alguns trabalhem mais, e outros tenham tarefas menores (mas não menos importantes), todos, inclusive eu, sabemos que só quando existe união e harmonia conseguiremos alcançar nosso objetivo. Querem um exemplo? A plateia, em silêncio, aguardou. - Em uma sala de cirurgia, o anestesista é uma peça chave, depende dele garantir a "sobrevivência" do paciente enquanto o medicamento começa a agir; as enfermeiras precisam garantir que todos os procedimentos estão corretos e me

manterem informado da situação; o instrumentista sabe que eu confiarei nele plenamente no momento em que precisar de materiais de apoio. Entretanto, tem alguém que poucas pessoas veem, sempre alguém enxuga a minha testa, parece pouco, parece menos importante? Acreditem, é tão importante quanto qualquer outro membro da minha equipe, porque, caso esta pessoa não estivesse lá, o suor atrapalharia minha visão e não me permitiria manter a concentração em executar a minha tarefa.

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As pessoas continuavam em silêncio e ele completou:

- Portanto, deixo aqui uma mensagem, não importa se você acha que fez muito, se você acha que outras pessoas fazem menos. Em algum momento da sua vida, vai reconhecer que todos são tão importantes quanto você; eles podem fraquejar, podem errar, mas lembre-se de que isto também poderá acontecer com você e a harmonia precisa ser mantida para um sempre encorajar o outro, a força de todos é que nos faz alcançar o sucesso. Equipe: são diferentes pessoas unidas pulsando em um único coração.

Colaboração de Vera e Clovis Eq. N. S. Fátima ABC-SP 15

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REUNIAO DE EQUIPE UM ENCONTRO COM DEUS E COM O OUTRO Sabemos que o Movimento nos pede através do seu Carisma e da Mística que cheguemos à santidade: nem mais nem menos. Mas não basta só saber, é necessário, antes de tudo, a vivência. Por isso, precisamos desenvolver no interior de cada um de nós, a capacidade de acolher as orientações das ENS para a prática concreta e completa; para que sejamos, assim, equipistas íntegros e inteiros. É necessário, portanto, fortalecer e enriquecer as reuniões formais. Discursos e palavras bonitas não bastam. O que converte o irmão e agrada a Deus é a prática, é a vivência cristã refletida em nossas atitudes coerentes e no testemunho de fé, de amor e de unidade. Por isso, em nossa reunião de equipe, o casal animador deve propor que o casal anfitrião acolha cada um, não somente com palavras, mas com um abraço afetuoso, informal e sincero. Na homenagem a Maria, cada um pode assumir, com dedicação uma atitude Mariana, para ser vivenciada durante o mês. Na partilha, podemos motivar os casais para que cada um partilhe a sua vivência, testemunhando a sua mudança de vida. É através do testemunho do outro que nos sentimos fortalecidos, já que, muitas vezes, o esforço de uns e a superação das dificuldades vividas por outros nos anima e nos conscientiza a fim de que essa ajuda mútua sirva como força para vencermos nossas limitações. É bom lembrar também que, como uma reunião de equipe acontece uma vez por mês, não é interessante apressar 16

os momentos da reunião, já que isso pode causar constrangimento em algum equipista que gostaria de partilhar; e sabemos que o testemunho de um é muito importante para a transformação do outro. Não podemos também, por outro lado, banalizar a reunião com colocações triviais ou repetitivas, mas dinamizar intensamente a nossa conversão. Esta dinâmica substandal nos conduz a um mundo de transformação. É necessário, portanto, que tudo isso passe do papel para o coração e do coração para a razão. O Movimento nos propõe também que através de suas orientações, mudemos nossa vida, que nos transformemos, que nos santifiquemos: "Produzi fruto para vossa conversão. Converteivos e mudeis todo dia" (Mt 3, 8). Mas será que o nosso viver cristão, as nossas atitudes, o nosso relacionamento com Deus e com o outro, o nosso servir, a maneira de como praticamos a justiça, a partilha, a paz, a solidariedade, estão sendo coerentes com nossa vida equipista? Será que nosso comportamento diante do nosso cônjuge e do outro, no dia a dia, está sendo agradável a Deus? Como estamos respondendo ao amor que Ele tem por nós? Estamos encerrando as nossas atividades este ano; que todos nós aproveitemos este período de recesso para refletir sobre tudo isso, antes que seja tarde demais: "Vigiai, pois não sabemos a hora que o Senhor virá". •

Lídia e Dehon Eq.OlA - N. S. das Neves João Pessoa-PB CM 459


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A COMUNICAÇAO VERDADEIRA A comunicação verdadeira deve ser bebida na fonte! Com essa linha de pensamento, Padre João Batista que é SCE da Região Goiás Centro, abriu o 1° Encontro da Comunicação da Região Goiás Centro. O Encontro foi realizado no último dia 01 de outubro em Goiânia e contou com a participação de Casais Responsáveis de Equipe, Casais de Setor, Região e Ligação Foi uma experiência importante no aprimoramento da comunicação nas Equipes de Nossa Senhora em busca da eficiência, para evitar a incidência de ruídos que tanto atrapalham a vida das pessoas, e consequentemente, de qualquer movimento da sociedade . A comunicação deve estar plenamente em sintonia para ser recebida com clareza pelas pessoas. Outro ponto importante na era moderna são os aspectos positivos da comunicação digital, que apresentam ferramentas modernas e facilitam a vida das pessoas. Porém , essas ferramentas podem e devem ser utilizadas, com moderação, devido o caráter impessoal que imprimem. Não se pode perder de vista a importância da comunicação direta, corpo-a-corpo, olho-no-olho. Essa sim, faz toda a diferença por permitir melhor entendimento, sem a frieza da comunicação I.. VI <n'::f

digital. Portanto, conclui-se que a boa comunicação deve ser efetiva e afetiva.

O que se busca é o crescimento das relações mais humanizadas. Apesar dos recursos da modernidade nos ajudarem muito, em tempos de tanta correria, não se pode perder de vista a dimensão humana e afetiva, pois esta sim tem mais poder. O Encontro possibilitou também aos participantes, uma reflexão sobre a função da ligação nas ENS , além do alinhamento sobre o fortalecimento das ferramentas de comunicação existentes no Movimento, como a Carta Mensal, o Site, jornais e blogs Regionais e Setoriais, as cartas apostólicas e outros. O Casal Responsável pela Comunicação Externa da SuperRegião Brasil enviou mensagem que foi apresentada aos presentes. Jussara e Daniel lembrou que estes encontros Regionais da Comunicação são muito importantes pois são momentos de fazer circular a "seiva" do nosso Movimento. • Janaína e Rigonatto Casal Comunicação da Região Goiás Centro Goiânia-GO 17

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Foi realizada a Sessão de Formação Nível III na Casa de Retiro Sumaré-RJ, em 03 e 04/09/2011 , sob a responsabilidade do Casal Provincial Graça e Juarez e parte do seu Colegiada. Participaram 40 casais das Regiões Rio I, II, III , IV, V e Espírito Santo. A formação teve início sábado com a Missa presidida pelo Frei Arthur Vianna, SCE da Região Rio V, que fez a primeira palestra sobre "Liderança", tendo como modelo o maior líder de toda a humanidade, Jesus Cristo. Ele fez um paralelo dos três anos de liderança de Jesus com os três do Casal Setor, mostrando pontos importantes que os Casais Responsáveis devem seguir a exemplo de Jesus. E sucederam-se palestras, estudos e reflexões em grupos, plenárias, convivência fraterna e 18

orações. Os assuntos abordados próprios da Sessão de Formação Nível III , conforme manual, enfatizando a importância da unidade no Movimento, muito bem colocada pelo casal Provincial. Dois dias muito ricos em conhecimento com grande oportunidade de aprofundamento do Carisma e da Mística do Movimento, num clima muito agradável de descontração e criatividade. Por fim, o ato do Lava-Pés dos Casais Regionais nos conscientizou de que devemos nos entregar mais para servir mais. Encerrando a SF, houve a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. João Luiz, SCE da Região Rio IV, com o envio para a missão.• Aldinira e Renan Eq.07B - N. S. do Sagrado Coração Niterói-RJ CM 459


PADRE MÁRIO ... SEU LEGADO É NOSSO TESOURO

M

auro e eu somos equipistas. Fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora, Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal, e tivemos a graça de termos tido Padre Mário como Conselheiro Espiritual de nossa equipe, Nossa Senhora da Ajuda, por mais de vinte anos. E é em nome de todos os equipistas que aqui estamos para louvar e agradecer a este homem que fez de sua vida um autêntico ofertório de esperança, de amor, de paz e de fé. Jovem ainda, vocacionado, fez sua opção de vida: pela vida. E fez de sua vida, múltiplas vidas: pastor de almas, educador, filho amoroso, irmão devotado, amigo querido e incansável defensor da família, como dizia ele, lugar privilegiado onde a vida é transmitida. Assim era Padre Mário, masculino de Maria, por quem tinha especial devoção e, com ela, muito se entendia. Carismático, agregava, criava e transformava, testemunhando uma verdadeira coerência entre sua vida e sua fé . Para crianças e jovens, acolhimento e carinho. Seu rebanho, Padre Mário, o pastor, o conduzia com retidão e firmeza - muitas vezes até demais - pensávamos - quando apontava o caminho mais espinhoso para lapidarmos nosso crescimento espiritual conjugal. Guerreiro e determinado, homem de fé que era, combateu o bom com-

bate, terminou a sua corrida e guardou a sua fé. Sua humanidade fez dele uma pessoa singular: às vezes, como um filho carente, seu olhar pedia colo; outras vezes, sua exigência e conhecida teimosia afloravam, e éramos filhos de um pai muito severo que queria de nós extrair o melhor, porque muito nos amava. E repetia ele, incansavelmente: "Ser santo é fazer extraordinariamente bem o ordinário". E nós, inspirados em sua vida, no amor que tinha pelas Equipes de Nossa Senhora e na alegria com que ele exercia seu ministério, louvamos e agradecemos mais uma vez a Deus por termos tido a oportunidade de conviver com Padre Mário que, "mesmo sabendo não estar longe da fonte , remou com dificuldade, enfrentou os perigos do rio, com a certeza de estar no barco certo, na caminhada com Deus" e que, agora, certamente, junto d ' Ele zela por nós, como um pai amoroso. Padre Mário, seu legado é nosso tesouro que será por nós, equipistas, divulgado e multiplicado: seu carisma, nossa inspiração; e nossa saudade, o amor que ficou. O Senhor Deus esteja com o seu espírito, e a sua graça permaneça entre nós para sempre. • Regina e Mauro Eq. N. S. da Ajuda Ribeirão Preto-SP

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NOSSO AMIGO PARTIU Um amigo partiu. De mansinho, sem muito alarde. Partiu sorrateiramente. Sem querer e sem nos prepararmos, ficamos órfãos de um amigo. Não disse que ia partir. Apenas fugiu de nós. Não se preparou para isso, nem precisou. Sua passagem pela vida foi uma constante preparação. Apenas nós não percebemos isso. Nosso amigo Pe.Mário partiu, sem nos dizer adeus. Estamos entristecidos. Ser humano especial nosso amigo. Navegou, descobriu tesouros, sonhou e se admirou com tudo: com a lua, com as estrelas, com o mar, com as pessoas, com o trabalho, com Deus. Correu por toda a parte, com pressa de chegar, sabendo onde tinha de chegar. Sempre seguindo, sempre começando, sempre continuando, sempre enfrentando desafios. Mergulhou de cabeça nos desejos mais profundos, para satisfazê-los. Procurou, procurou sempre, com o coração cheio de esperança. Conservou a vontade de viver, pois tudo devia ser feito com prazer. "Sem prazer, não se faz nada, não se chega a parte alguma", costumava repetir. "Tudo deve ser muito bem feito. Deus espera isto de nós". E não se cansava de parafrasear Santo Agostinho: "Ser cristão é fazer extraordinariamente bem o ordinário. " Uma das grandes lições que nos ensinou. Com prazer descortinou o mundo, as 20

pessoas e vivenciou sabiamente a vida. Alimentou sua alma com amor e curou feridas com carinho. Deu sorriso a quem se esqueceu de como se fazia isso. Sofreu com a dor do amigo e teimosamente lutou para devolvê-lo à vida. Secou muitas e muitas lágrimas escorridas pelas faces. Nosso amigo partiu, sorrateiramente e não nos permitiu vivenciar com ele esta lição. Nem nos deu a chance de enxugar suas lágrimas. Não se acostumou com o que não o fazia feliz. Revoltou-se quando preciso. Sofreu com a ingratidão, mas não se perdeu. Não deixou que o sorriso fugisse de seu rosto e conservou no seu corpo gigante um coração de menino. Foi justo e não se absteve de repreender, às vezes duramente. Mas voltou atrás, quando preciso. Acariciou e pediu desculpas. Sem deixar, jamais, de ser humano. Amou muito, sentiu saudade como um bom filho de Portugal. Não se esqueceu das origens, da família, dos pais e irmãos e sobrinhos. Sofreu por eles e com eles. Trabalhou incansavelmente. Porém nos dizia sempre que, em primeiro lugar, antes de qualquer coisa, estava sua vocação de padre. Dedicou-se com presteza e carinho à sua família Estigmatina. Não se CM 459


esqueceu de alimentar sua vocação, assim como nos incentivava a alimentar, adubar constantemente nossa vocação matrimonial. Agradecia sempre poder unir sua vocação à dos casais, repetindo que "Participar das Equipes de Nossa Senhora foi um suporte muito importante para que sua vocação se firmasse." Nosso amigo partiu, de repente. Sem nos avisar. Mas nos deixou sua última grande lição com outro

pensamento que sempre aflorava em seus lábios: "Um cristão é alguém que, a qualquer momento, é capaz de dar a razão de sua esperança". Nosso amigo não se descuidou dele, como teimosamente comovidos repetimos. Acho que nosso amigo apenas se esqueceu, porque cuidou bastante de Deus. Sonia e Zeca Eq. N. S . do Rosario Piracicaba-SP

PADRE MÁRIO JOSÉ FILHO (1956- 2011) Padre Mário, como Sacerdote Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora, deixou grandes marcas da sua presença no Movimento, como também, na vida de cada casal equipista. Marcas essas, que jamais serão desfeitas. Com a sabedoria e a humildade que recebeu de Deus, sempre soube nos orientar para que não esquecêssemos a nossa responsabilidade de pais, dando aos filhos o testemunho de vivência cristã e da grandiosa presença de Deus no Sacramento do Matrimônio Cristão. Em sua Paróquia, procurou unir os Movimentos e Pastorais, para que todos pudessem refletir sua vida cristã, aprofundando a fé recebida no batismo e o compromisso na participação da construção do Reino de Deus. É quase desnecessário dizer o (1\11 4'>':1

quanto o Padre Mário amava as Equipes de Nossa Senhora. Com o seu olhar de Pastor, motivava os casais equipistas, preparando com carinho e criatividade tudo o que se relacionasse ao nosso Movimento: Noites de ur.açc)es, Missas Mensais, as noites de Formação, Semana da Família ... Como formador, sua grande preocupação sempre foi com a família. Procurando orientar os casais desde a preparação para o Sacramento do Matrimônio e, posteriormente, direcionando-os para as Equipes de Nossa Senhora ou para outra Pastoral da Igreja. Sempre teve especial carinho com os filhos dos casais equipistas e com todas as crianças da nossa LI


Comunidade. Com seu jeito alegre de ser, conquistava os nossos filhos , dando-lhes formação cristã e ensinando-lhes o caminho pelo qual deveriam sempre trilhar. Padre Mário nunca deixava de agradecer a Deus e a Maria Santíssima pelo crescimento do nosso amado Movimento. Ele nos ensinou a alegria de servir ao nosso Movimento e à Igreja, estimulando-nos ao serviço com alegria e responsabilidade,

para que pudéssemos testemunhar o grande amor de Deus pelos casais. Temos certeza de que Padre Mário está, hoje, ao lado do Pai, intercedendo por nós junto a Maria, Intercessora das Equipes, para continuar nos conduzindo a Deus, como filhos muito amados. • Thereza e Antonio Eq.OlA - N. S . da Esperança Ribeirão Preto-SP

SAUDADES!!! Queridos irmãos equipistas: Diante de tantas expressões que nos fazem recordar nosso amado padre, uma gostaríamos de partilhar com vocês: como apaixonado pelo Pai, ele costumava dizer em referência aos fatos da vida: "São as ' delicadezas de Deus '". Nesse momento em que a saudade enche tantos corações equipistas, queremos enunciar de todo coração e com toda força e convicção que Pe. Mário foi uma dessas "delicadezas de Deus" para o Movimento. ''A vida é algo extraordinário e belo para ficar restrita às coordenadas desse mundo. O que Deus preparou

para seus filhos, um dia, vamos poder contemplar, não mais vendo foscam ente, mas vendo com os olhos de ressuscitadd' (Pe. Waldemir Santana) . Com a certeza de seu encontro pleno com Deus, lembremo-nos do Pe. Mário com alegria. E, agradecidos por sua presença amiga entre nós, leiamos com os olhos do coração seu testemunho sobre "ser Conselheiro Espiritual" nas Equipes de Nossa Senhora. SER CONSELHEIRO ESPIRITUAL Pe. Mário José Filho* "Nestes doze anos de caminhada junto às equipes de base de Campinas, Curitiba e

*Nancy Cajado Moncau. Equipes de Nossa Senhora no Brasil: Ensaio sobre seu histórico, 2000, pp. 184 -185

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CORRESPONSABILIDADE CARTA ME:NSAL Queridos Irmãos Atendendo às inúmeras solicitações que nos chegam via e-mail sobre a maneira de enviar artigos, notícias ou testemunhos para a nossa Carta Mensal, estamos reeditando os critérios para publicação, considerando os espaços e especificidades desse nosso veículo de comunicação.

CRSRB

Saiba como remeter artigos, testemunhos, notícias, colaboração para a CARTA MENSAL


1. Objetivos da Carta Mensal: 1.1 -Veículo de Comunicação da Super-Região Brasil. 1.2- Instrumento de circulação da seiva do Movimento, visando: 1.2.1 -Fortalecer a Unidade do Movimento 1.2.2 - Apoiar na Formação das Equipes 1.2.3- Apoiar na Formação dos Setores 1.2.4- Divulgar notícias de Interesse Geral para as Equipes 1.2.5 - Divulgar Notícias de Interesse da Igreja Católica

2. Critérios para publicação de Artigos: 2.1 -Do conteúdo a - Estar em sintonia com o Magistério da Igreja. b - Estar em consonância com as orientações do Movimento. c - Evitar artigos da internet e de outras publicações. d - Preferências para Testemunhos e Vida do Movimento. 2.2 - Dos aspectos de ordem técnica a- Tamanho: Artigos curtos, máximo de uma página da Carta Mensal. • letra: Times New Roman • tamanho: 12 (com espaço) • limites: 2.000 caracteres (com foto); 2.500 caracteres (sem foto)

b - Identificação do autor: ~n~;nplo:.. :

Pe. Jaime de Souza SCE da Região Norte I Mana us-AM

Ana e Jorge CR Região Goiás Sul ltumbiara-GO

Pe. Jaime de Souza SCE do Setor A Pesquei ra -PE

Ana e Jorge CR Setor B Niterói-RJ

Pe. Jaime de Souza Equipe 01 A - N. S. de Fátima Lages-SC

Ana e Jorge Eq. 01 C - N. S. Aparecida Jaú-SP


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., rr.~ I >.

c - Artigos já publicados: Identificar a procedência: se publicado no Jornal da Província, Região, ou Setor, Paróquia, ou Revista e colocar: Colaboração de: (seguir exemplos na página anterior)

d - Adequação: Em virtude do tamanho, linguagem difícil ou confusa, divagação, elogios, etc., algumas vezes necessitaremos adequar alguns artigos às exigências do Movimento. É preciso também que o (a) autor/articulista autorize que procedamos as alterações.

e - Data para Envio: Carta de Remeter dia/mês Fev/Mar até 15 I Dezembro Abril até 15 I Fevereiro Maio até 15 I Março Jun/Jul até 15 I Abril Agosto até 15 I Junho e assim, sucessivamente, atentando para os temas comemorativos e/ou celebrados no mês.

f - Aniversários: Serão publicados artigos de: Equipes: 25, 40, 50 e 60 Anos. Casais: Bodas de Ouro. SCE/CE: Ordenações e Jubileu Sacerdotal de 25 e 50 Anos.

g- Fotos:

É importante que sejam nítidas, bem focadas, registradas em máquina digital com o mínimo de 4 Mega Pixels. Remeter fora de arquivo Word, em JPG. h- Volta ao Pai: Apenas de Equipistas e Conselheiros. Informem nome, número e invocação da equipe, setor, região, cônjuge e data do falecimento.


3. Endereço Oficial: cartamensal@ens.org.br NC de Zezinha e Jailson Este endereço é publicado regularmente no rodapé da 2a. CAPA da Carta Mensal.

4. Dados Cadastrais: Alterações cadastrais como: endereço, nome, exclusões e inclusões de equipistas e conselheiros devem ser remetidos para o Secretariadoendereço na 4a. CAPA da Carta Mensal. Ao informarem os dados dos equipistas atentem para que sejam completos e legíveis (nome, rua/avenida, número, CEP, bairro, cidade, estado).

S. Atraso ou não recebimento da Carta Mensal Falar com o CRS que, por sua, vez recorrerá ao Casal Responsável pela Secretaria da Super-Região Brasil.

6. Sugestões e Críticas: A

A Equipe da Carta Mensal receberá sempre com atenção e sem melindres as críticas e propostas enviadas. E fundamental ter um retorno de como os equipistas estão recebendo as mensagens publicadas. Nosso objetivo é melhorar sempre.

B

Não temos condições de publicar todos os artigos que recebemos. Também é muito difícil dar um retorno de recebimento do material, informando se o mesmo será publicado ou não.

C Queremos deixar claro que todos os artigos que recebemos são tratados com muito carinho. Caso o material enviado não seja aproveitado para a publicação, mesmo assim, ele estará contribuindo para uma melhor qualidade da Carta Mensal, pois, quanto maior a quantidade recebida, melhor será a qualidade dos artigos que serão publicados.


Ribeirão Preto, posso dizer que me senti muito acolhido e amado pelos casais das equipes de que fiz parte, e ainda faço. Quero relatar que foi na abertura do coração de cada um que fomos nos conhecendo, aprofundando nossos relacionamentos e principalmente nossa adesão a Jesus Cristo, no seguimento da vida de Cristo. O esforço que estes casais já fizeram e ainda fazem para aprofundar sua vida espiritual na caminhada conjugal e familiar é, sem dúvida alguma, apaixonante e desafiador. Entendo que para nós, sacerdotes, esta missão torna-se ainda mais exigente e comprometedora, pois é no "estar com " que vamos conhecendo, aprendendo, ensinando, mas, principalmente, amando. Foi e é, nas equipes de base, que tenho podido, também, levar o Cristo às famílias, seja através da vivência sacramental (batizados, matrimónios, primeiras eucaristias dos filhos e netos, ou da reconciliação dispensando as graças do Senhor), seja pela vivência e aprofundamento do Evangelho. Na vida sacerdotal, a presença dos casais tem sido constante, apoiando-me nas iniciativas pastorais da paróquia, na catequese e na missionaridade de minha congregação religiosa. Ser Conselheiro Espiritual de equipe de base é, sem dúvida alguma, servir à Igreja, na pequena "ecc/esia ". É amar e lutar pela família brasileira, é anunciar o Evangelho de Jesus. Foi, e tem sido, nas equipes de l

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base que tenho podido fazer a experiência e vivenciar o que os Setores, Região e ECIR planejam, refletem , rezam e vivem. Não poderia deixar de fazer esta introdução para chegar ao ser Conselheiro Espiritual da ECIR, pois nestes anos muitos casais passaram pela equipe e, como nas equipes de base, o amor, a experiência do amor foi muito marcante e profunda. Nossas reuniões tão ricas de trocas de experiências, informações, a disponibilidade dos casais, o amor ao Movimento, a partilha e a entreajuda, são alguns dos elementos que posso valorizar. A preocupação de estarmos em consonância com a caminhada da Igreja e com as orientações da ERI foi , sem dúvida alguma, marco importante na caminhada e na vida das equipes. Veem-se a cada reunião da ECIR elementos que animam a vida da Igreja. A formação, preocupação constante, o planejamento não como enquadramento, mas como segurança da unidade, as orações e liturgias tão ricamente preparadas, que levam à meditação e à partilha, enfim, tudo conduz para que a graça de Deus atue no meio de nós e possamos fazer circular a "seiva" do Movimento. Estar como Conselheiro Espiritual na ECIR é como estar à beira do poço, da fonte, local onde nos abastecemos com o discernimento e a graça de Deus, derramada a cada reunião, a cada encontro colegiado ou a cada encontro nacional. Vejo, com muita alegria, os casais


da ECIR que desenvolvem sua missão de ligar, animar, mas principalmente servir ao Movimento, dando testemunho e exemplo de que o caminho para Deus é suave e seu jugo é leve, quando existe amor. Poderia aqui elencar inúmeras coisas que aprendi na ECIR, com os casais que já passaram por essa função, bem como os cantatas que pude ter com vários de meus irmãos de sacerdócio que são também Conselheiros de Equipes I Setores I Regiões, mas não estou escrevendo sobre isso, e sim para dizer quanto de respeito, amor, ca-

rinho, recebi até hoje. Só posso louvar a Deus Pai por ter inspirado, por obra do Espírito Santo, o nosso querido Pe. Caffarel e os casais que iniciaram as Equipes de Nossa Senhora. Sempre digo que as Equipes de Nossa Senhora são uma bênção para os casais, para as famílias e para a Igreja. Que Deus nos abençoe sempre! "Eu me aparto de vós como pessoa, mas o meu coração fica com vocês". (São Francisco de Assis)

O COMUNICADOR DE DEUS "Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus". (Lc 12, 8)

Queridos irmãos e irmãs Queremos hoje contar um pouco da vida de alguém muito querido que a irmã morte levou prematuramente para junto do Pai. No final de 1991 perdíamos um grande Sacerdote Conselheiro Espiritual da antiga ECIR - Equipe de Coordenação lnter-Regional, hoje conhecida como Super-Região Brasil. Era o saudoso padre José Carlos Di Mambro, precocemente falecido1. Na ocasião, iniciamos uma

série de buscas para ver se encontrávamos um sacerdote que pudesse ocupar o lugar do nosso Conselheiro falecido. Até que um dia Beth e Romolo, então casal responsável pela ECIR, nos comentou sobre um padre novo, com apenas trinta e seis anos de idade e três de ordenado, mas que possuía qualidades que nos pareceram suficientes para tê-lo como nosso novo Conselheiro na nossa equipe da ECIR. Nestas alturas, como estávamos nos aproximando

1 Nancy Cajado Moncau, Equipes de Nossa Senhora no Brasil - Ensaio sobre seu histórico, p. 174, 1a Edição- O Nosso Conselheiro Espiritual - Pe. José Carlos Di Mambro.

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de um encontro anual, onde reuníamos uma espécie de colegiado de Casais Regionais para refletirmos e apresentarmos propostas para a caminhada do Movimento no Brasil, resolveu-se convidar o Padre Mário José Filho para nos fazer uma colocação sobre Comunicação, uma carência sempre apontada entre nós. Desnecessário dizer que sua apresentação foi marcante e nos deu a confiança para convocá-lo a vir participar conosco da nossa ECIR. Isto foi no ano de 1992. Cremos que muitos, como nós, ainda se lembram daquela magnífica apresentação e grande lição. A partir daí, foram praticamente vinte anos de convivência com esse jovem homem de Deus, que, no vigor de sua idade e com grande entusiasmo pela sua vocação, foi nos contagiando pouco a pouco, ajudando a transformar pessoas, a nos transformar, principalmente pela sua alegria em viver sua vocação sacerdotal. Queridas irmãs e irmãos, vocês bem podem aquilatar a quantidade de fatos marcantes que tivemos a oportunidade de vivenciar com ele. Durante oito anos nos acompanhou como Conselheiro da ECIR, sendo três anos ainda na Coordenação de Beth e Homolo, e depois mais cinco anos quando nós assumimos esta responsabilidade. Quando fomos convidados para assumir a responsabilidade no Brasil, seria normal que tivés-

semos convidado algum padre amigo pessoal nosso, que pudesse nos acompanhar nesta grande responsabilidade. Mas, com três anos apenas de atividades conjuntas, já havíamos adquirido uma confiança e uma intimidade tal com Padre Mário, que não tínhamos nem como cogitar um outro nome. Para sorte nossa (e maior ainda para o Movimento como um todo), ele concordou de imediato em permanecer conosco, como Sacerdote Conselheiro Espiritual do Movimento no Brasil. 2 Desde o princípio, nossas reuniões de trabalho iniciavam com uma Celebração Eucarística, seguida de uma manhã de formação, o que perdurou ininterruptamente durante os cinco anos de responsabilidade. Ele, como formador e grande comunicador nos brindou com um verdadeiro curso de teologia. Fazia questão de preparar com esmero suas colocações, as quais eram sempre feitas com bastante clareza e objetividade. Boa parte de nossos equipistas tiveram a oportunidade de usufruir destas colocações, pois muitas delas repetíamos no que então era o nosso Encontro Nacional - realizado anualmente em Itaici (SP), com apresença de todos os Regionais e Ca-

2 lbid - p. 182 - O Nosso Conselheiro Espiritual - Pe. Mário José Filho. \. VI

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sais Responsáveis de Setores, e seus respectivos Conselheiros. Foi da iniciativa dele o Primeiro Encontro Nacional de Sacerdotes Conselheiros Espirituais, ocasião em que contou inclusive com a participação do Conselheiro Espiritual da ERI, Pe. Cristobal Sárias. Ficamos felicíssimos quando Cida e Raimundo e Pe . Miguel propuseram o Segundo Encontro, realizado há dois meses (agosto/2011) , o qual contou como palestrantes o Pe. Miguel Batista, Pe. Flávio Cavalca de Castro, Frei Avelino Pértile e o próprio Padre Mário. Pudemos sentir pessoalmente a alegria dele ao ser lembrado para participar deste Encontro, um verdadeiro presente para ele , e onde uma vez mais ele pôde exercer seu dom de comunicador. Cida, Raimundo e Pe.Miguel , aproveitamos para lhes dizer como ficamos imensamente gratos por esta lembrança, tendo ocorrida num espaço de tão somente dois meses entre sua realização e o passamento do Pe . Mário. Logo após o término de nosso período como Casal Responsável da ECIR (como já dissemos , hoje Super-Região) , tivemos a graça de continuar com ele , mas desta vez como Sacerdote Conselheiro Espiritual de nossa equipe de base. Mas não éramos a única equipe a gozar deste privilégio, pois ele acompanhava ainda mais três equipes na cidade de Ribeirão Preto (SP) , além de inúmeras atividades na sua con26

gregação, universidade e paróquia. Para não nos estendermos mais , pois esta convivência de quase vinte anos nos permitiria escrever um livro sobre Padre Mário, vamos apenas comentar, a nosso ver, sua última Comunicação. Conforme nos dizia o poeta , pedagogo e filósofo Rubem Alves , EDUCAR é ensinar a VER. E a grande preocupação do Pe. Mário para com "seu rebanho" (paroquianos , estudantes , jovens, casais, equipistas etc.) era justamente a de nos ensinar a ver a beleza e os desafios para a construção do Reino de Deus. Ver principalmente a realidade dos mais necessitados e excluídos desta sociedade de consumo. Para quem foi à missa de corpo presente na sua Paróquia N. S. de Fátima, em Ribeirão Preto, pode VER o resultado da sua comunicação e anunciação do Reino, através de uma Igreja literalmente lotada de fiéis , jovens, estudantes e colegas da UNESP, confrades estigmatinos e diocesanos, adultos, casais , sendo uma parcela significativa de equipistas de Nossa Senhora, Movimento pelo qual ele doou grande parte de sua vida nos seus mais de vinte anos 3 dedicados ao sacerdócio. Enfim , apesar de ter sido chamado para junto do Pai ainda em pleno vigor de seus 55 anos, podemos afirCM 459


mar com toda a certeza de que ele realmente combateu o bom combate, no dizer de São Paulo, foi um vocacionado realizado como homem e como padre. Tinha um coração grande e cheio de amor a Deus. Era apaixonado por Jesus Cristo e bem mostrava isso pelo testemunho de sua vida, sempre alegre e feliz, brilhante nas liturgias que preparava com tanto carinho, fosse para um encontro mais simples, fosse para um encontro nacional. Ele não foi absolutamente uma pessoa pobre, como dizia Dom Hélder Câmara4 : A pobreza maior, mais triste, mais dilacerante, mesmo que as aparências sejam contrárias - é a de quem não tem amor para dar, para difundir, para semear! ...

Assim como Padre Mário tinha um grande carinho para com os casais, a quem se dedicava em ajudá-los a bem viverem seu matrimônio em suas respectivas famílias, ele nunca deixou de amar e se dedicar com intensidade aos seus próprios familiares, sua mãe, Alice, seu pai Mário (falecido há pouco mais de um mês), suas duas irmãs (uma já falecida) e ao seu irmão. Portanto, Padre Mário fez uma trajetória de vida dando um verdadeiro testemunho de como deve viver um verdadeiro cristão, apaixonado por Jesus Cristo, São José e a Virgem Maria. 5 Caríssimo amigo Padre Mário, rogai por nós! Maria Regina e Carlos Eduardo Eq.05A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP

Os últimos momentos de Padre Mário nas ENS

3 Padre Mário começou a atuar com Conselheiro Espiritual ainda em Curitiba, recém ordenado. 4 Dom Hélder Câmara- "a oração dos pobres" -Em tuas mãos, Senhor! Edições Paulinas, 1986, p. 27. 5 O carisma de sua congregação é justamente os esponsais de Maria e José. '-VI ""t .•r:l

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DERRUBANDO BARREIRAS*

• "Nós gostamos uns dos outros, mas não nos conhecemos o suficiente". Esta reflexão, ouvida numa equipe , poderia muito bem englobar algumas outras. É um ponto importante que merece a atenção de todos nós . Não nos conhecemos o suficiente quando, deliberadamente, deixamo-nos ficar num conhecimento superficial , quem sabe mesmo, mundano; mas é este , no seio de uma equipe, um defeito tão grave e tão evidente que pode facilmente ser detectado e prontamente corrigido. Não nos conhecemos o suficiente , também, quando cada qual só põe em comum aspectos "puramente espirituais" e mantém reserva sobre tudo o que constitui a sua vida quotidiana, a totalidade de sua existência; então, tal equipe, por falta de realismo, cedo definha. Mas acontece também que , mesmo quando cada um se esforça lealmente em abrir-se aos outros com toda a autenticidade , não chegamos a nos conhecer o suficiente, porque o nosso ser autêntico quer o queiramos, quer não, procura dissimular-se , pelo menos em parte , por trás de alguma máscara, de algum envol-

tório, de alguma barreira. Seria bom, evidentemente, que se derrubasse esta barreira. Mas será isto legítimo? Será isto possível? Derrubar a barreira! Este desejo só é legítimo quando tem a caridade como ponto de partida e como ponto de chegada, quando decorre de um verdadeiro amor e tem por meta um amor mais profundo. Isto exclui qualquer outra motivação e qualquer outra finalidade. Seria detestável procurar conhecer melhor o outro por mera curiosidade , por simples desejo de saber por saber. Seria odioso querer conhecer melhor o próximo para com isto tirar partido, para obter sobre ele uma ascendência ou domínio. Contra os assaltos da curiosidade, contra as tentativas de ascendência, cada um de nós tem o direito de defender os segredos do próprio ser e proteger a sua liberdade. Há, porém , um conhecimento que não usa de violência nem pretende conquistar um terreno. Aspira somente ir além das aparências, ir ao encontro do ser real, para com ele entrar em comunhão. Não pretende servir-se dele, mas entra eventualmente ao seu serviço. Não procura explorar

* Editoria l do Padre Roger TANDONNET S.J .- Carta Mensal no 6, Setembro de 19 74. 28

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o que vem a conhecer, utilizarse do conhecimento adquirido. É perfeitamente desinteressado. Não é da ordem de conhecimento discursivo, que procede por meio de raciocínios e conclusões. É, antes, como que uma intuição da alma; sob este título, pode pretender, ela, derrubar barreiras. Quererá isto dizer que cada um de nós pode aí chegar, sempre e totalmente? Não, certamente, mas o fato de ter a compreensão desta maneira de conhecer já facilita a sua aplicação. Trata-se de conhecer o outro de um conhecimento que não faça dele um objeto, mas que vá ao seu encontro como sujeito, no cerne mesmo de sua liberdade . Toda vez que enunciamos a seu respeito um julgamento categórico, cada vez que o classificamos sob esta ou aquela etiqueta definitiva, estamos fechando o acesso ao seu conhecimento verdadeiro. Trata-se de conhecer o outro de um conhecimento que não se satisfaz apenas com técnicas. Processos de informação, noções de caracterologia, receitas até de psicologia, tudo isto pode ser grandemente útil para um certo nível de relações , mas o que procuramos é de outra ordem. Toda vez que nos contentamos em analisar uma psicologia como se desmonta um mecanismo, obtemos talvez conclusões exatas, mas não atingimos o essencial, não conseguimos apreender a pessoa na pleniCM 459

tude de seu destino espiritual. Uma vez que, precisamente, é um destino espiritual que buscamos, este conhecimento do outro requer meios espirituais. A verdade do outro é o que ele é aos olhos de Deus; como poderemos esposar de certo modo este olhar de Deus sobre ele, se não recorrermos à graça, através de uma oração insistente? A comunhão com o outro, somente Jesus Cristo no-la torna possível, imagem que é de Sua união com o Pai: "Que eles sejam um como nós somos um". O conhecimento verdadeiro do outro tem sempre como referência o mistério de comunhão constituído pela Trindade viva: Pai, Filho e Espírito Santo, "um" no conhecimento, porque "um" no amor.

Não nos iludamos de possuir o dom de derrubar todas as barreiras. Mas nem por isso deixemos de nos aplicar em consegui-lo. E saibamos que é uma empresa que ultrapassa as forças humanas. Melhor nos conhecermos uns aos outros a fim de melhor nos amarmos, não é somente uma aspiração profunda que nos anima, que trabalha em nós: é o próprio "trabalho", é a própria obra de Deus. Roger Tandonnet S. J. 29


UMA EQUIPE, NOSSA EQUIPE "Façamos o caminho juntos". Foi esta a resposta do jovem Pe. Caffarel a alguns casais que o procuraram desejando falar-lhe de sua vida espiritual e querendo-o como guia na busca da vivência do amor cristão. Este "façamos juntos" tornou-se a característica do nascente Movimento "Equipes de Nossa Senhora" e marca muito fortemente a nossa equipe , que é um espelho do que ro deia cada um dos casais que a compõe , com seus desafios próprios , e que a permeiam , pela nossa "vida de equipe ". Ela vive tempos de alegrias e conquistas , mas também tempos de dificul dades e problemas, o que reflete a nossa humanidade frágil e falha . Mas a equipe faz das alegrias , motivação, e dos problemas , oportunidades de crescimento. Ela é uma equipe madura e séria , que resolve suas questões de forma responsável , respei tosa e fraterna . Tem sido assim com os casais que , por razões várias , deixaram-na , mas mantêm com ela o vínculo sincero da amizade , fruto da convivência baseada em valores que fortalecem as relações interpessoais , como o respeito às diferenças , por exemplo. Nossa equipe é também unida , alegre e , sobretudo, acolhe30

dora . E, por ser assim , temos mantido o número regular de casais que a compõem (sete) , recebendo como irmãos muito queridos os novos casais que a ela integram-se , os quais crescem com a equipe e ajudam a equipe a crescer. Este crescimento não imuniza os casais contra a pressão que a vida lhes impõe , que é a mesma que sofriam antes de serem equipistas . Mas os capacita a mudarem a maneira de enfrentá-la fazen do uso do aprendizado 'que as partilhas e as correções fraternas proporcionam . Os muitos instrumentos que o Movimento põe à disposição dos casais, como os PCEs , são eficazes para o seu crescimento na busca da santidade conjugal. Mas a vida de equipe , riquíssima em troca de experiências , é indispensável para atingir plenamente este objetivo. Formada por casais de idades e situações sociais variadas nossa equipe faz desta pluralida~ de um elemento vitalizador, pois os casais mais jovens aprendem e crescem com a experiência dos casais mais maduros; enquanto estes , renovam-se e motivam-se na juventude daqueles . Esta é a "nossa" equipe . • Guia e Jair Eq.OlC - N. S. do Perpétuo Socorro João Pessoa-PB CM 459


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ORAÇAO INTERIOR Em seu livro "Um homem arrebatado por Deus", O Padre Caffarel, quando trata da "Oração Interior" , oferece-nos, de maneira simples, uma receita para fortalecer nossa vida espiritual: que a oração interior continuada liberta o nosso espírito das tentações mundanas, ao mesmo tempo em que instaura uma permanente comunhão com Deus; que não podemos ser escravos do tempo; é preciso algum esforço da nossa parte; que a oração possa ser uma necessidade inerente ao nosso bem-estar físico, mental e espiritual; que, como casais cristãos, possamos oferecer aos nossos filhos o exemplo e o testemunho de que a oração é a maneira única pela qual podemos conversar com Deus. E através dela que podemos manifestar o nosso agradecimento, pedir o perdão pelas nossas faltas e exercitar a nossa fé. É sabido que o hábito cria a necessidade. Se você caminhar todos os dias, após algum tempo o seu corpo começará a necessitar dessa caminhada diária. A mesma coisa se dá com o espírito, quando a oração passa a ser o alimento que revigora, anima e fortalece. Como casal, podemos dizer que estamos, na verdade, ainda engatinhando nesse contexto que envolve a nossa convivência espiritual com Deus. Sabemos da necessidade de mantermos essa sintonia, estreitar os laços da nossa intimidade com o Pai, mas nos falta ainda perseverança e esforço nesse propósi-

to. Deus manifesta a Sua vontade, sobretudo, através da Sagrada Escritura. Para entendermos a Palavra de Deus, é preciso que a nossa dureza de coração seja vencida, e que estejamos animados pela fé . Quando vivenciamos os Pontos Concretos conjugais, por exemplo, sentimos os benefícios de mudança, de paz interior. A oração interior é o encontro pessoal de cada um de nós com o Pai. E cada pessoa tem o seu próprio estilo e maneira pela qual interage com Deus. É uma busca, pois o espírito procura compreender o porquê e o como da vida cristã, para aderir e corresponder ao que o Senhor nos pede. A oração torna-se silenciosa, pois o verdadeiro protagonista é Deus. Para escutarmos é necessário o silêncio. Sem ele não podemos descer ao nosso interior, onde Deus fala , para ali descobrirmos Sua vontade. É preciso criar um clima espiritual de escuta. É necessário querer escutar. Se faltar esta disposição interior, nada feito. Entretanto, estamos muito aquém e distante ainda de atingir um nível espiritual elevado e satisfatório, pois somos inconstantes e, muitas vezes, apressados. Aproveitamos mal esses momentos de intimidade com Deus; só fazemos pedidos e, não raro, inadequados. Além do mais só procuramos a Deus nos momentos difíceis. Com muita facilidade interrogamos a Deus, J


mas não estamos disponíveis para O escutar. Basta apenas um pouco de orgulho, para quebrar a ligação com Deus. Por isso é necessário ter bastante humildade- antes, durante e depois da leitura e da meditação da Palavra de Deus. Devemos implorar ao Senhor que nos envie Sua luz. Às vezes, a leitura serve apenas para despertar a vontade e iluminar a nossa inteligência para que possamos escutar a voz interior da nossa consciência. A meditação da Palavra é uma preparação para

escutarmos a voz da con;5C1encia: Senhor, qual é a Tua vontade, nesta situação, neste meu problema? Por onde devo começar? Qual o primeiro passo? Senhor, dá-me a Tua luz e a Tua força! E se o pedido for sincero, a resposta certamente chegará, pois Deus não recusa a Sua luz a quem está realmente decidido a cumprir a Sua vontade. • Fátima e Tota Eq.OlD - N. S. de Nazaré João Pessoa-PB

FÉ E ORAÇÃO* A figueira estéril, seca. A pequena comitiva dos apóstolos passa pelo mesmo caminho onde o Cristo havia amaldiçoado a figueira estéril. Pedro disse a Jesus: " -Rabi , olha a figueira que amaldiçoastes: secou! " Jesus lhe respondeu: "Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ergue-te e lança-te ao mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que o que diz se realiza, assim lhe acontecerá. Por isso vos digo: tudo quanto suplicares em oração, crede que já recebestes e assim vos será concedido. E quando estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também o vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas ". Me 11 ,22-26 O segredo da súplica: não duvidar no seu coração. Ora, nossas dúvidas se originam muitas vezes do fato de não sabermos se o que pedimos corresponde à vontade de Deus; se atende realmente a uma necessidade; ou se hesitamos em tudo colocar nas mãos do Senhor ao invés de suplicarmos suas bênçãos para os nossos projetas. Em outras palavras, em lugar de participarmos do canteiro de obras do Senhor, o que pretendemos é que Ele entre em nosso canteiro. * Texto extraido do livro "Quando a palavra se torna vida" de Nancy C. Moncau - p. 79 32

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A ORAÇÃO UM EXERCÍCIO DE QUEM AMA Madre Tereza de Calcutá uma vez disse: "Ser uma pessoa de oração não é parar para rezar diante de algumas necessidades da vida, mas, sim, estar em oração (intimidade com Deus) em todos os momentos da vida" . A partir deste pensamento de Madre Tereza, como está a oração em nossa vida? "A oração ilumina a nossa vida" , diz o texto. Rezar significa estar em intimidade com Deus . Orar é estar em comunhão com as pessoas e com a natureza. Orar é cuidar da casa, dos filhos e do neto; orar é dar aulas, servir o Movimento e a Igreja. Orar é observar a natureza em seu esplendor e singeleza através das plantas, das flores e dos pássaros em nosso jardim. "Na beleza do mundo resplandece o vestígio de Deus", diz também o texto. Orar é amar a nossa equipe e o Movimento das ENS ] pela espiritualida~ de que nos tra:E zem e por nos fazerem sentir moradores duma ilha abençoada , na qual encontramos Cv1459

aquela paz que nos falta, quando nos viramos para o mundo exterior, cheio de competitividade, egoísmo e oportunismo. Orar é

agradecer a água que nos limpa no momento da ducha, a casa que nos abriga, a comida que não nos falta. Orar é recolher-se e ouvir Deus que nos fala. Orar é ouvir Deus através da música. Orar é repetir aquelas orações que aprendemos na infância e que nos acompanharão por toda a vida. Orar é ter a alegria de viver, ver Deus nas pequenas coisas que nos cercam. Orar é estar com Deus como amigo verdadeiro e alimentar-se de sua Palavra. Orar é estar em oração em todos os momentos da vida, como nos ensina Madre Tereza. Às vezes escorregamos e não agimos como Jesus nos pede, e quando isso acontece nos sentimos mal e pedimos perdão. Sentimos apenas a falta de não poder trabalhar em favor de pessoas menos favorecidas. Diariamente abençoamos e agradecemos a vida que vivemos . Ana Vera e Francesco Eq.09B - N. S. Rosa Mística Sorocaba-SP 33


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UM TEMA QUE NAO SE ENCERRA Neste ano de 2011 , trabalhamos o tema "FORMAÇÃO, PARA AMAR E SERVIR COMO JESUS". Como nos diz o prefácio do livro, o tema deve ser apenas um motivador, que nos desperte para sentir a necessidade de uma renovação, que nos leve ao aprimoramento na vida espiritual. A renovação é exigência interior de crescimento dos batizados. Mais, ainda, é uma atenção à meta ardentemente pedida pelo Senhor nas Escrituras e assumida livremente pelos casais das ENS: "tender à santidade, nem mais nem menos". (Pe. Caffarel) É necessário, como equipistas, procurarmos esse aprimoramento, que vai depender da exigência interior de cada um de nós, porque o primeiro passo para nosso crescimento espiritual é nos conhecermos. Para isso nos questionamos: "Como estou neste caminho rumo à Santidade? Qual o espaço que estou dando a Deus, no meu cotidiano"? Esses questionamentos nos levam a lembrar os grandes Santos da Igreja, como Testemunhas Vivas, que souberam seguir Jesus Cristo, e que continuam a nos ensinar o Caminho de Santidade. O Concílio Vaticano II, falando da renovação buscada pela Igreja, como "Pedras Vivas" (I Pd 5) , coloca, como norma primeira, o seguimento de Jesus. E nós, como Igreja, precisamos nos renovar sempre até podermos nos apresentar como 34

"Esposa ornada para o esposd'. (Ap 21 ,2) Para o nosso aprimoramento espiritual, é indispensável a Escuta da Palavra de Deus, para partirmos para a ação. Sabemos que, para Servir, temos antes de tudo que saber Amar. Para os grandes santos da Igreja, o perfeito conhecimento da fé era fundamentado na experiência da doação, que superava o conhecimento teórico, conseguindo assim, se aproximarem mais da imitação de Cristo. Dizia São Francisco de Assis: ':Jesus é imitável". O Evangelho para ele era explosão de liberdade, simplicidade de vida e amor. E exclamava em oração: "A minha realização é fazer a Tua vontade". Não há busca de perfeição, se não nos colocarmos à disposição do nosso Deus, para escutá-lo e receber dele a orientação para nossa caminhada espiritual. Foi sempre esta, a preocupação de Pe. Caffarel: Levar os casais a uma maior intimidade com Deus. É necessário nos formar e deixar Cristo se formar em nós, a partir de nós mesmos e da nossa disponibilidade para Deus, porque , quando caminhamos para Deus com humildade e ânsia de escutá-lo, Ele nos fala . Para isto, temos que nos desarmar e deixar que nossa alma CM 459


expresse para Deus as nossas fragilidades - Aí Ele nos coloca em seus braços e nos conforta. O conforto que recebemos de Deus na oração, é o que acalma a nossa alma inquieta, tira nossos medos, nos dá força, coragem e abre os nossos olhos, para vermos o mundo com os olhos misericordiosos do nosso Deus. Dizia São Francisco de Assis: "Antes da minha conversão, eu ainda não havia visto as Criaturas". Pe. Caffarel, conhecedor da necessidade da renovação espiritual do casal, como busca da santidade, dá ênfase a quatro PCEs: Escuta da Palavra, Meditação, Oração Conjugal e Retiro. Só conseguiremos crescer em Espiritualidade, percorrendo o caminho da oração. "Rezar é o tempo da encarnação de Deus em ti, é o tempo de se deixar inspirar por Deus, o tempo em que aprendes a conhecer Deus como Ele é, vendo aquilo em que te estás tornando. " (L Evely) A renovação da vida espiritual do casal se adquire na oração.

E Deus passa a ser na nossa vida equipista e familiar, o primeiro a ser buscado, amado e querido. E assim seremos retrato de comunidade ' como os primeiros cristãos: "Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas

orações" (At 2,42) Nós, casais equipistas, temos que aprender a perder, para ganhar Cristo, rompendo com tantas novidades supérfluas que o mundo nos oferece, abraçando a simplicidade do nosso Deus. "Por isso é que lhes digo: não fiquem preocupados com a vida, com o que comer; nem com o corpo, com o que vestir. Afinal, a vida não vale mais que a comida? E o corpo não vale mais que a roupa? Olhem os pássaros do céu: eles não semeiam não colhem, nem ajuntam em ~rma­ zéns . No entanto o Pai que está no céu os alimenta. Será que vocês não valem mais do que os pássaros? (Mt 6 25-26). Quantos santos souberam ser fiéis à vontade de Deus, com simplicidade, como uma criança que se encanta até com as cores da natureza . Precisamos nos despojar do velho homem, para dar ao mundo testemunho da nossa opção por Cristo, que é a única razão de nossa esperança. O Espírito Santo é um espírito renovador; e faz novas todas as coisas quando nos entregamos às novidades de Deus. Basta permitir que Ele encontre espaço em nossos corações, como encontrou no coração de Maria, e nos tornaremos nas Equipes de Nossa Senhora, um sinal da presença de Deus, na Igreja e no mundo.

Vania e Edson Eq.Ol -N. S. Auxiliadora Santa Luzia-PB 35


OS AMIGOS DO PE. CAFFAREL Caros amigos, Muitos pensavam conhecer o Padre Caffarel: fundador das Equipes de Nossa Senhora, extraordinário animador da Casa de Troussures, onde tantas pessoas estiveram para aprender a oração interior. Geralmente é só isso que se sabe a respeito dele. O colóquio de dezembro de 2010 sobre o Padre Caffarel revelou a muitos uma personalidade que ignoravam. Sem dúvida, o livro insubstituível de Jean Allemand, "Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus", publicado pelas ·.·•. Equipes de Nossa Senhora, assegurou-lhe uma boa notoriedade. Contudo, nova pesquisa era necessária ·~--' para melhor revelar a personalidade e a obra do Padre Caffarel. O livro contendo as Atas do colóquio dirigido por Agnes Walch, historiadora da vida conjugal, nos mostra um Padre Caffarel presente a tudo o que surgiu em sua época: ele lançou os Centros de Preparação ao Casamento, participou do nascimento do Movimento Carismático na França, foi o iniciador, com Marie-Françoise de Boucheman, da Fraternidade Nossa Senhora da Ressurreição para as viúvas (a contribuição de Odile Macchi constituiu uma revelação para muitos) . O Padre Caffarel desenvolveu uma magnífica espiritualidade conjugal e uma espiritualidade da viuvez, até então desconhecidas ... Mostrou a profundidade da oração interior... Toda a 36

sua obra, como se vê pelas Atas, não resulta de estudos de gabinete, mas é o fruto da escuta de Jesus Cristo razão de nossa esperança e daqueles que vinham pedir a sua ajuda. "Ele é um teólogo e um pedagogo" (Xavier Lacroix). A célebre fórmula "procuremos juntos" resume bem o seu método, a sua humildade, a sua inteligência pragmática. O Padre Caffarel, "profeta para o nosso tempo", segundo a expressão do Cardeal Lustiger, é, portanto, o homem que procurou decifrar a vontade de Deus para a sua época. Essas Atas desenham um retrato do Padre Caffarel na sua história. A apresentação de sua família, uma família cheia de dinamismo, de generosidade, animada pela preocupação social, uma família que produziu mais de vinte sacerdotes, dá uma densidade humana a esse sacerdote tão discreto a respeito dele próprio. Por outro lado, a enumeração dos seus conhecimentos literários mostra-nos, sem dúvida, um homem culto, mas também um apóstolo que queria compreender a procura profunda dos seus contemporâneos. Ele se revela um conhecedor sutil da alma humana, delicado e cheio de ternura. Essas Atas nos revelam também como foi a sua formação sacerdotal, devida em parte a Mons. Vladimir Ghika, príncipe romeno, ortodoxo, que se tornou católico em 1902 ... Vocês sabiam que o Padre Caffarel CM459


animou a JOC (Juventude Operária Cristã) antes de se interessar pelos casais? Que ele fundou uma revista de Cinema? Este livro é apaixonante! Ele nos ajuda a descobrir a extraordinária personalidade do Padre Caffarel. As contribuições dos melhores teólogos

do matrimônio (Philippe Bordeyne, Xavier Lacroix, Alain Mattheeuws), desenvolvem aos nossos olhos com prec1sao o pensamento do Padre Caffarel. • Frei Paul Dominique Marcovits, o.p. Postulador

TESTEMUNHO SOBRE O

PADRE CAFFAREL (Extraido do Boletim dos Amigos do Pe. Caffarel ed. 06 p. 18 - 201 O)

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Alô!. .. Pois não... Nós queremos um testemunho a respeito do Padre Caffarel. Pois não, com prazer, ao seu dispor!

É uma pena, lamentável mesmo, que eu não tenha conhecido o Padre Caffarel pessoalmente, apenas através de seus escritos, seus livros ... e sobretudo o livro de Jean Allemand "Padre Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus", que traduzi para o árabe e que as ENS da Síria editaram e distribuíram. Através de seus escritos, eu vejo o homem: Henri Caffarel... o padre Henri Caffarel, apaixonado por Cristo e sua Igreja ... eu o sinto diante de mim, vivo, nervoso, apaixonado, falando com todo o seu ser: seus olhos, seu corpo, suas mãos ... e sobretudo seu coração habitado por Deus, habitado pelo amor de Deus que ele quer aclamar, cantar, dizer a todo ser humano e em especial aos casados: "Cuidado, vocês são o mais belo sinal do amor de Deus, total, encarnado, que perdoa, que traz a paz, que é invencível... " Continuem sendo os ícones vivos desse amor, apesar de suas condições vulneráveis e frágeis. Apesar de tudo, vocês são fortes, pois Jesus é a terceira pessoa do seu casal ... porque Deus está com vocês. » Mons. Michel e Fina Naaman ENS- SÍRIA CM 459

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JUBILEU DE PRATA DE EQUIPE Eq.89C- N. S. da Assunção

03 de abril de 1986! Nessa data surgia mais uma ENS, composta somente por paroquianos da Santíssima Trindade (Flamengo/ RJ) , pilotada pelo saudoso e querido casal Lourdes e Mário. Como Conselheiros Espirituais, iniciou com o Pe. Hervé e atualmente o Padre João Basco. Ao longo da caminhada, vários casais passaram pela nossa Equipe. Alguns já voltaram ao Pai e hoje contamos com 05 casais, elementos maravilhosos, formadores de um núcleo que se fundiu como verdadeiros irmãos em Cristo! Ao brindarmos esses 25 anos de uma feliz união, fazemos votos para que a história da Equipe 89C seja profícua para semear todos os valores que se somaram ao correr destes anos!

ORDENAÇÃO EPISCOPAL Pe. Luiz Gonzaga Fechio

"Pela graça de Deus", com este lema, o nosso querido Conselheiro ordenou-se Bispo Auxiliar de Belo Horizonte/MG , em 19/03/2011. Sua Ordenação Episcopal realizou-se na Catedral de São Carlos, com a presença de seus pais, parentes, paroquianos e equipistas. Foi Conselheiro Espiritual das Equipes 04B, 10B, 15B e 17B de 38

Jaú. Nós, dos Setores A e B de Jaú, tivemos o privilégio de conviver com o Padre Fechio que, sempre solícito e dedicado, muito nos ajudou na caminhada. Homem de oração e de fé , sempre cativou a todos com sua humildade e o seu sorriso. Sua Ordenação Episcopal enche de alegria os corações de todos nós (equipistas e paroquianos) , pois, estamos certos de que o Senhor fez e continuará a fazer maravilhas em sua vida. Parabéns, Dom Luiz Gonzaga Fechio, e conte com nossas orações nessa nova etapa de sua vida! (Setores A e B de Jaú).

JUBILEU DE PRATA DE DIACONATO Petrus Eugênio Lencioni

Celebrouse com grande alegria e com as bênçãos de Deus esta maravilhosa data em 04/ 10/2011. Diácono dedicado que serve à Igreja de Cristo com grande amor, carinho e desprendimento. Ele é Conselheiro Espiritual da CM 459


Eq.09- N. S. das Dores há 10 anos, sendo além de tudo exemplo de pai, esposo e amigo. (Luciano e Carlos

- CRE Caçapava-SP)

ORDENAÇÃO PRESBITERIAL

Santíssima seja a grande intercessora a Deus Pai na sua missão de zelar pelo povo de Deus e na implantação de seu reino de Amor e Justiça. (Marlúcia e Eduardo- Eq.Ol - N. S. da Imaculada Conceição).

Frei Alexandre Cortez "Servir e dar a vida em resgate de

Frei John Of God Machado Araújo, OFM

muitos" - Mt 20,28.

As ENS ganham mais um Sacerdote. No dia 30/09/2011 em Belém do Pará, foi ordenado Presbítero, pela imposição das mãos e a oração consecratória de Dom Frei Martinho Lammers, OFM, Bispo emérito da Prelazia de Óbidos/PA. A cerimônia ocorreu na Paróquia de Santo Antônio de Lisboa, sua comunidade, onde nasceu e cresceu junto com sua família. Frei John pertence à Custódia Franciscana São Benedito da Amazônia. O lema escolhido por ele foi: "Dai-lhes vós mesmos de comer" (Mt 1416). Desde agosto, um mês antes de sua ordenação, ainda diácono, Frei John é Conselheiro Espiritual da Eq.lOC - N. S. de Belém. A Região Norte II na pessoa do Casal Regional, juntamente com os membros da Eq.lO, estiveram presentes à cerimônia agradecendo a Deus por mais um sacerdote na famllia equipista. (M0 Helena

Com imensa alegria a Província Carmelitana de Santo Elias da Ordem Carmelitana, celebrou a Ordenação Presbiteral de Frei Alexandre, no dia 15/08/2011 , em sua cidade natal Jaú/SP. Ele reside atualmente na paróquia N. S. da Imaculada Conceição de Unaí/MG . A celebração foi presidida por Dom Francisco José Zugliane, com a presença de diversos sacerdotes, frades carmelitas, diáconos, religiosas, seminaristas, equipistas, familiares e amigos de Unaí/MG e Belo Horizonte/MG e de várias cidades do Brasil. Frei Alexandre Cortez é o Conselheiro Espiritual da Eq.01 - N. S. da Imaculada Conceição de Unaí/MG, desde março de 2011 , onde conquistou a todos com seu carisma, dedicação e perseverança ao Movimento e a todos Equipistas de Unaí/MG. Com carinho, nossa Equipe deseja ao Frei Alexandre Cortez que Maria CM 459

e Ubirajara - CRR Região Norte II)

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Adeilson Rodrigues dos Santos No dia 30/09/2011 , pela prece da Igreja e imposição das mãos de Dom Vicente Costa, Bispo Diocesano de JundiaL/SP, foi ordenado presbítero na Paróquia N. S. de Montenegro. Que Deus abençoe e Nossa Senhora guie o seu caminho. (Eq.04 - N. S. das Graças- Louveira-SP)

VOLTA AO PAI Dulce (do Manuel) No dia 20/04/2011 Integrava a Eq.10A- N. S. do Carmo - Rio de Janeiro-RJ Lamartine (da Deborah) No dia 22/05/2011 . O casal era Responsável do Setor C - Pouso Alegre-MG José Maria (da Mônica) No dia 24/05/2011 . Integrava a Eq.07B- N. S. Auxiliadora - Sorocaba-SP Pe. Hilário Braun No dia 14/08/2011. Integrava a Eq. N. S. do Bom Parto - Gravataí-RS Gilberto (da Conceição) No dia 28/08/2011. Integrava a Eq .32C N. S. Rainha dos Apóstolos Mana us-AM. Yara (do Heitor) No dia 31/08/2011. Integrava a Eq.34AN. S . do Bom Conselho Curitiba-PR

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Ed (da Célia) No dia 09/09/2011 . Integrava a Eq .13A- N. S . Mãe dos Homens - Rio de Janeiro-RJ Toninho (da Dulce) No dia 11/09/2011 . Integrava a Eq.06B- N. S. Rainha da Paz - Sorocaba-SP Graziele (do Nilton) No dia 18/09/2011. Integrava a Eq.04 - N. S. da Glória - Rio Negro-PR Luiz Geraldo (da Márcia) No dia 19/09/2011. Integrava a Eq.03 . N. S . de Lourdes - Palmares-PE Sílvio (da Lucimeire) No dia 01!10/2011 . Integrava a Eq.25D N. S. Rosa Mística Juiz de Fora-MG Moacir (da Alice) No dia 07/10/2011 . Integrava a Eq.01 - N. S . das Famílias - Araçatuba-SP

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ECOS DA I SESSAO - DAS CNSE-DF DE FORMAÇAO Participar da I Sessão de Formação das Comunidades Nossa Senhora da Esperança, Brasília, realizada no último dia 2 de outubro, foi uma experiência única e marcante nos mais diversos níveis. O convívio fraterno com os integrantes dos diversos Grupos já constituídos, bem como dos membros do Colegiada Regional, foi fonte de sensibilização e inspiração para todos nós. De igual modo o tempo despendido na preparação de tão importante evento proporcionou-nos crescimento e enriquecimento pessoais. Outros aspectos importantes, que pudemos observar, foram : a beleza e os detalhes em todos os flashs brilhantemente apresentados , sem exceção. Foram de fundamental importância os assuntos abordados naquelas apresentações - tudo dentro de um seguimento lógico e coerente, a saber: 1. Atribuições: do Coordenador Regional, dos Casais Formação, Comunicação, Tesoureiro, Expansão, dos Coordenadores Locais e de Grupo, Informativo das CNSE (Erenita) ; 2. A biografia de D. Nancy Moncau (Dalila); 3. O trabalho do Pe. Caffarel com as viúvas (Erenita); 4 . A cor oficial do Movimento, o número de participantes em cada grupo, o Coordenador, Invocação ou nome de cada Grupo, Invo-

cação da Coordenação Regional (Irene/Lopes); 5. Público alvo, objetivos almejados, carisma, mística (Xisto); 6. O papel do Conselheiro ou Orientador Espiritual (Attanazio); 7. Conteúdo das reuniões, Reunião mensal, Esforço de Oração, Casal Animador, Relatório, Reunião Informal, Retiro ou Dia de Reflexão (Xisto); 8. Sequência temática das reuniões (Attanazio ); 9. Contribuição, importância, envio, espórtula, caixinha da Região (Irene/Lopes) . Em resumo: Tudo o que aconteceu naquela I Sessão de Formação foi de grande valia para fomentar uma vivência comunitária, cada vez mais profunda, entre os membros dos Grupos 01 , 02, 03, 04 e 05, ali presentes, ou seja, basilar da pertença neste importante Movimento, de iniciativa da saudosa e querida D. Nancy Cajado Moncau . Fazemos votos para que todos os participantes daquela manhã de domingo, tão especial, levem esta luz, que é nem mais nem menos a Palavra e a Boa Nova de Cristo, aplicadas concretamente , a todos os que não puderam estar presentes. • Dalila e Xisto Casal Comunicação Eq.lB -N. S . das Vitórias

Brasília-DF 41

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CORUJA OU FALCAO

Uma coruja estava no oco da árvore junto a sua janela. Dia após dia, o homem pôs-se a observar aquela coruja. Notou que ela quase não se movia. Como veio parar ali? Não comia. Até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade . De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas . Um dia, notou um falcão que visitava a árvore com algo no bico. Eram algumas minhocas ou alguns inseto e que servia de alimento para a coruja. Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: o falcão vinha para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes. Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o 42

cuidado de um pai. Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja. O que não faria Deus por ele? Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave. Decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor. Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida de pobre , dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de corujas . Saiu de sua casa e colocouse como mendigo na porta da igreja que costumava frequentar. No entanto começou a ter dificuldades . As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali. Alguns achavam que tinha endoidecido: não lhe CM 459


davam esmolas e ele começou a passar fome. Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado. Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia. Vendo sua desolação o padre lhe perguntou: - Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo? - Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! Respondeu convicto. O padre o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou: - Você tem certeza que Deus

o chamava a ser coruja? Não lhe estaria chamando a ser falcão? Muitos agem como verdadeiros fariseus abdicando de tudo que tem para viver uma vida pobre que aguça a compaixão das pessoas. Deus nos tem chamado para sermos falcões, libertando pessoas, levando amor, consolo e sustento. É claro que Deus nos trata como à coruja, mas nos chamou para sermos como o falcão. Se você decidir assumir seu papel como falcão, Deus lhe conduzirá exatamente onde há uma coruja precisando de você. Pe. Eduardo Delazari • Colaboração de A/ana e Alexandre Eq.07F- N. S. das Graças Porto Alegre-RS.

O VERDADEIRO AMOR Há muito tempo atrás, um casal de idosos que não tinham filhos, moravam em uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranquila, alegre, e ambos se amavam muito. Eram felizes. Até que um dia aconteceu um acidente com a senhora. Ela estava trabalhando em sua casa quando começa a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo o seu corpo. O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua procura, quando a vê LIVI "+:>':1

coberta pelas chamas e imediatamente tenta ajudá-la, o fogo também atinge seus braços e, mesmo em chamas, consegue apagar o fogo. Quando chegaram os bombeiros já não havia muito da casa, apenas uma parte, toda destruída. Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave. Após algum tempo aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro de '+3


sua amada. Ainda em seu leito a senhora toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, queimara todo o seu rosto. Chegando ao quarto de sua senhora, ela foi falando : Tudo bem com você, meu amor? - Sim, respondeu ele , pena que o fogo atingiu os meus olhos e não posso mais enxergar, mas fique tranquila amor que sua beleza está gravada em meu coração para sempre . Então, triste pelo esposo, a senhora pensou consigo mesma: "Como Deus é bom, vendo tudo o que aconteceu a meu marido, tirou-lhe a visão para que não presencie esta deformação em mim. As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro. E Deus é tão maravilhoso que não deixou ele me ver assim, como um monstro. Obrigado Senhor! " Passado algum tempo e recuperados milagrosamente , voltaram para uma nova casa, onde ela fazia tudo para o seu querido e amado esposo, e o esposo agradecido por tanto amor, afeto e carinho, todos os dias dizialhe : como eu te amo. Você é linda demais! Saiba que você é e será sempre , a mulher da minha vida! E assim viveram mais 20 anos até que a senhora veio a falecer. No dia de seu enterro, quando todos se despediam da bondosa senhora, veio aquele marido com os olhos em lágrimas , 44

sem seus óculos escuros e com sua bengala nas mãos . Chegou perto do caixão, beijou o rosto acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante : "Como você é linda, meu amor, eu te amo muito". Ouvindo e vendo aquela cena, um amigo que estava ao seu lado perguntou se o que tinha acontecido era milagre . Pois parecia que o velhinho parecia enxergar sua amada. O velhinho, olhando nos olhos do amigo, apenas falou com as lágrimas rolando quente em sua face: Nunca estive cego, apenas fingia, pois, quando vi minha amada esposa toda queimada e deformada, sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira. Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados! Foram os 20 anos mais felizes de minha vida. E emocionou a todos os que ali estavam presentes. CONCLUSÃO Na vida temos de provar que amamos! Muitas vezes de uma forma difícil .. . E, para sermos felizes , temos de fechar os olhos para muitas coisas , mas o importante é que se faça ún ica e intensamente com AMOR! • Autor desconhecido, Colaboração de Fátima do Adalcí Eq . 02C - N. S . D'Abadia Uberlândia-MG CM 459


MEDITANDO EM EQUIPE O mês de Dezemb ro é marcado pela presença de Maria: da sua concepção (dia 8) ao seu parto (dia 25) . É o mês da Imaculada Conceição, devoção tão cara ao povo brasileiro. Porém, o que quer dizer mesmo " imaculada conceição"? Deixemos a palavra com o Papa Pio IX, que foi quem proclamou este dogma mariano em 08-12 -1854: "A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isso deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fié is" .

Escuta da Palavra em Ef 1,3-14 Sugestões para a meditação: 1. Para que Deus nos escolheu "antes da fundação do mundo" (v.4)? 2. Se Deus nos quis " santos e irrepreensíveis diante dele no amor", como Ele haveria de querer que fosse a própria Mãe do Filho dele? 3. Enumere quantas vezes ocorrem nesse texto de Efésios as expressões: "em Cristo", " nele" e "por ele". Que devemos concluir daí? 4. Pio IX declara que Maria foi concebida imune do pecado original "em vista dos méritos de Jesus Cristo" . Procure explicar isto com suas próprias palavras. Frei Geraldo de Araujo Lima, O.Carm.

Oração Litúrgica A Imaculada e nós "Maria é totalmente de Deus: é um modelo a imitar. É fonte de santidade para a Igreja: também nós, à medida que crescemos na santidade, santificamos a Igreja. Sua missão a une a nós: precisamos de Cristo para a salvação; Maria é que nos deu Cristo, o Salvador. Em Maria e em nós atua a mesma graça: se Deus pôde realizar nela seu projeto, também poderá realizá-lo em nós, desde que colaboremos com sua graça, como ela o fez. Maria é a criatura humana em seu estado melhor" (Dom Murilo Krieger) .

Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós!


"VAI, E TAMBÉM TU, FAZE O MESMO" (Lc 10,37).

Este Tema de Estudo foi preparado por toda a Equipe Responsável Internacional (ERI), porque a ideia era a realização de um trabalho que seria verdadeiramente o fruto da Internacionalidade do Movimento. Apesar dos vários estilos, o Tema segue um mesmo esquema em todos os capítulos. Partindo de um texto evangélico, somos levados a escutar e refletir; ver; julgar; agir e partilhar. Com este tema, a ERI pretende: -

lembrar-nos de nossa missão de casal cristão no sentido de "Ousar o Evangelho", sendo ativos onde estamos;

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incitar-nos a encontrar gestos e atitudes que dão vida fé e ao nosso engajamento de equipistas;

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tornar-nos capazes de julgar antes de qualquer coisa a coerência entre nossa fé e nossa vida;

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partilhar com todas as equipes e todos os casais através do mundo, as riquezas das ENS, buscando cuidar de todos, especialmente dos mais frágeis e vulneráveis.

à nossa

Todos os equipistas do mundo são convidados a estudar este Tema com o espírito de unidade, partilha, fraternidade e peregrinação. Desde a proposta do Tema de Estudos para 2012, passando pelas propostas indicadas pela ESR, o próximo ano será marcado por relevantes e pertinentes caminhos que acentuarão nossa pertença ao Movimento. Caminhos que nos farão avançar para águas mais profundas. Caminhos que se constituirão em proposições e projetas apresentados na forma de Orientações, a serem concretizadas por cada equipista, em particular.

Equipes de Nossa Senho ra Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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