ENS - Carta Mensal 449 - Novembro/2010

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Equipes de Nossa Senhora

EDITORIAL Da Carta Mensal .. .. ...... .. .... .. ..... .. ..... ... 01 SUPER-REGIÃO Palavra do SCE .... .. .. .. .. .... .. .. .. .... .. .. ...... 02 "Acolhei-vos uns aos outros como Cristo vos acolheu ." .. .... ..... ...... . 03 Sacramento do amor .... .... .... .. .. ... ....... 04 CORREIO DA ERI Reuniões internacionais na Espanha .. ...... .. ...... .... .. .... .... .... .. .. .. 06 Caminhamos na esperança .... .. .. .... .. ... 08 NOTÍCIAS .... .. ... ..... .... ... .. .. .. .......... ....... 1O VIDA NO MOVIMENTO Resenha : Colegiada Nacional 20 1O .... ..... ........ .. 13 Orientações para 2011 ..... .. .. .. ....... ....... ... ..... .. ........ .... ... ........ . 22 Balanço .... ...... .......... .. .. ... .... .. ............. 24 Balanço geral .... ........ .. .... .. .... .... .... .. ... 25 TESTEMUNHO Deus está presente! .... .. .. .... .... .. .. .. .. .. .. 26 O casal equipista .. .... .... .. ....... .. .. .. .. .. .. . 27 Redescobrindo o outro e a alegria de ser casal ...... .. .... .. ..... .... .. . 28 TEMA DE ESTUDO Casar é conviver .. .. ...... ... .... .. .. .. .. .... .. .. 29 Carta Mensal

Glasfira e Resend e

é uma publicação mensal das

Paula e Genildo

Equipes de Nossa Senhora Registro " Lei de Imprensa" n• 219.3361ivro B de 09. 10.2002 Edição: Equipe da Carta M ensal Zezinha e Jailson (respon sáveis) Fátima e Joel

Zélia e Justino Frei Geraldo de Araújo Lima - O. Carm. Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835) Projeto Gráfico:

Alessandra Carignani

Perigos das aventuras para evoluir e voar mais alto .. .. .... .. ............ 30 60 ANOS DAS ENS NO BRASIL Frei Barruel de Lagenest: o SCE mais idoso das ENS no Brasil .. .... .. .. .. .. 31 Cinquenta anos de "belo amor" .. .... .. . 33 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Retiro espiritual .. .'.. ............ .... .... .. .. .. ... 36 MARIA O papel de Maria nas Bodas de Caná .. .. .... .... .... .. .. ........ . 37 IGREJA CATÓLICA Missa das Equipes de Nossa Senhora .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 38 RAIZES DO MOVIMENTO Jovens em busca de Cristo .... .. .... ....... 40 FORMAÇÃO Vivendo o evangelho .. .. .. .. ...... .. .......... 42 Uma g rande aventura .. .. .... .... .. .... .. .... 43 REFLEXÃO Casais equipistas, a ponte da união .. .. .... .. .. ........ .. .. .. .. .. .. 44 Preconceito ....... ... .... ... ...... .. ..... ...... .. .. 46 Assembleia na folha de partilha ...... ... 47 Edição e Produ ção : Nova Bandeira Prod . Ed . R. Turiaçu. 390 11° andar, cj . 115 • Perdizes São Paulo Fone: (11 ) 347 3. 1282 Imagens de Capa:

Jailson Barbosa Impressão : Prol Ti ra gem desta edição: 2 1.000 exempl ares

Cartas, co laborações, notí-

cias, testemunhos e imagens

devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Lui s Coelho, 308

5° and ar • conj. 53 01309·902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.121 2 Fax: (Oxx11) 3257.3599 cartamensal@ens.org .br A/C Zezinha e Jailson


Queridos irmãos: O mês de novembro chega com um "cheird' de missão cumprida, de colheita realizada, de final de ano, e também com "cheiro" de novas tarefas, novos animadores, novas empreitadas com vistas ao início de um ano com Tema e Lema novos. Quando esta edição chegar em suas casas, as Equipes já terão eleito os seus novos Casais Responsáveis de Equipe e em preparação para as reuniões de balanço. Falando em tema e lema, tentamos contar com a maior fidelidade possível como se deu o Colegiada Nacional, realizado no Centro Pastoral Santa Fé em São Paulo em agosto próximo passado. Em seu artigo, Padre Miguel alerta com muita propriedade para a importância das reuniões anuais de Balanço. Lembra-nos que as mesmas são uma oportunidade de identificarmos "os pontos frágeis e fortes da caminhada de equipe, permitindo fazer um planejamento futuro real, capaz de proporcionar um crescimento qualitativo dentro daquilo que o Movimento propõe". Cida e Raimundo mencionam "a proximidade do Natal de Jesus ", e propõem exercitarmos "o ato de acolhida por excelência: acolher o Menino-Deus em nossa vida de cada dia", ao tempo em que sugerem refletirmos "sobre o acolhimento do outro em nossa vida - na família, na equipe, no trabalho pastoral. " E, concluindo, lembram que:"Acolher é a expressão máxima do amor, é o caminho do equipista consciente de sua vocação, e da equipe que acolhe Cristo quando se reúne em seu nome." Vale a pena CM449

deter-se um pouco mais nessa leitura e tirar conclusões para a vida cristã! Um verdadeiro brinde é a bela reflexão falando "do Matrimónio como o Sacramento do Amor" que Lucita e Marialva escrevem. Falam "das graças e bênçãos" recebidas através deste sacramento, e que devemos usufruir e transbordar tudo isso, utilizando as ferramentas que as Equipes de Nossa Senhora nos oferecem. Não deixem de ler o Correio da ERI, que , com o sentido da internacionalidade do Movimento, nos mantém atualizados da Vida do Movimento nos outros Países. Frei Valdemiro de Lima nos leva a uma profunda reflexão sobre o tema-título na bandeira MARIA - O papel de Maria nas Bodas de Caná: - "Quantas vezes em nossa vida, pedimos a intercessão de Maria para o milagre que queremos, mas não atendemos o que Jesus nos pede e não trazemos a água para que Ele possa realizar o milagre!" Ainda em comemoração dos 60 anos das ENS no Brasil, nos chegam artigos sobre o assunto: uma entrevista com o SCE mais antigo da SuperRegião Brasil e a história do início do Movimento em Pedemeira.s,ISP. Existe muito mais nas bandeiras: Formação, Testemunhos, Reflexão. E sobre balanço, leiam com o coração os artigos: Balanço Geral, colaboração dos irmãos Mara e João e Balanço, dos irmãos Ma José e Wilmar. A todos uma proveitosa leitura e uma frutuosa Reunião de Balanço! • Zezinha e Jailson CR Equipe da Carta Mensal


" ... se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: 'Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar!'" (Lc 14, 28-30)

Numa vida de Equipe, entre os vários meios de vivência das Equipes está a reunião anual de balanço. "A última reunião do ano equipista é uma reunião de balanço. Ela proporciona a todos os componentes do grupo a oportunidade de refletir e de dar sua opinião, abertamente e com espírito cristão, sobre a situação da equipe (sua caminhada, seus progressos ao longo do ano que termina) e preparar o ano seguinte. Não se pode esquecer que o mais importante é buscar a vontade de Deus para o casal e para a equipe e discernir seu apelo para viver, mais autenticamente, o amor caridade, que é a alma de toda a comunidade cristã." (Guia das ENS, 31). O balanço bem feito, humilde e transparente nos ajuda a identificar os pontos frágeis e fortes da caminhada de equipe, permitindo fazer um planejamento futuro real, capaz de proporcionar um crescimento qualitativo dentro daquilo que propõe o Movimento: Estar a serviço dos casais numa dinâmica de crescimento na vivência da espiritualidade conjugal. "As equipes têm que ser ao mesmo tempo um Movimento de iniciação e de aperfeiçoamento" (Centelhas de sua mensagem, p. 47). Vivemos um ano jubilar riquíssimo no Brasil, nas Regiões. Debruçamonos sobre um tema de estudo muito profundo que nos fez refletir sobre a vida matrimonial de casais equipistas. A partir das questões propostas para o nosso balanço, numa perspectiva de crescimento futuro, busquemos testemunhar cada vez mais o amor de Deus a partir da nossa vida conjugal, dom gratuito da graça que nos cumula o Espírito Santo. Na nossa reunião Jesus está sempre no centro a nos escutar. De corações abertos digamos o que fizemos , como os discípulos a Jesus (cf. Lc 10, 17-20). Um carinhoso abraço. No Coração de Jesus,• Pe. Miguel Batista, SCJ SCE Super-Região Brasil 2

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"ACOLHEI-VOS UNS AOS OUTROS COMO CRISTO VOS ACOLHEU." (Rm 15,7)

Queridos irmãos equipistas: Aproveitando a proximidade do Natal de Jesus, ocasião em que os cristãos buscam exercitar o ato da acolhida por excelência: acolher o MeninoDeus em nossa vida de cada dia, pensamos ser oportuno refletir sobre o acolhimento do outro em nossa vida na família, na equipe, no trabalho pastoral etc. A palavra "acolher", sendo um processo, implica algumas ações habituais do cristão, como consequência de seu batismo, por exemplo: receber com alegria, ser solidário, encontrar-se, ser hospitaleiro. Receber com alegria e disponibilidade, essa foi a atitude de Maria diante do chamado de Deus. A mulher do acolhimento. Na mente, no coração, no ventre ela acolheu o Verbo feito carne; acolheu a Palavra viva que "nos abre para o mundo sob a forma das diversas vocações, isto é, nos obriga a sacrificar-nos pelo mundo". Em outras palavras, a tornar o mundo sagrado. Ser solidário significa estar sempre ao lado de ... Novamente Maria é o protótipo do "ser solidárid'. De forma ativa e comprometida CM449

ela foi ter com Isabel, sua prima. A cena da Visitação é o símbolo da solidariedade humana. Uma solidariedade que quer ser "partilha e comunicação, vitória sobre a solidão, sobre o fechamento em si e a angústia". Encontrar-se significa uma forma de acolher que promove de um lado, o encontro e relações entre pessoas; de outro, um convite a "repensarmos o encontro entre as pessoas com base no modelo do encontro de Deus conosco. " Foi o que aconteceu entre e Maria e Isabel. O Espírito Santo une duas mulheres que, além de se acolherem reciprocamente, acolhiam o próprio Cristo, no confronto de sua fé. Ser hospitaleiro é ser acolhedor. As ENS sempre chamaram a atenção sobre a importância da hospitalidade, tanto em relação 3


aos casais das outras equipes, como para com todos os que encontramos na nossa vida quotidiana. Eis um testemunho: "É extraordinário como a prática do acolhimento abre o coração e a alma do casal. [. .. ]. Se descobrirmos esta amizade cristã, e a vivermos cada vez mais largamente no seio da equipe e das equipes, iremos nos abrir cada vez mais ao acolhimento dos outros, de todos os outros ... " (Vem e

Segue-me, VolVI, 12). Acolher, expressão max1ma do amor, é o caminho do equipista consciente de sua vocação, e da equipe que acolhe Cristo quando se reúne em seu nome . Vamos todos, pois, com esse gesto cristão, correr o risco de acolher anjos (Hb 13,1). Sempre unidos em oração. • Cida e Raimundo CR Super-Região Brasil

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Casal Provincial

SACRAMENTO DO AMOR Como cristãos casados, somos chamados a construir a Igreja a partir da nossa própria família. Através do Matrimônio somos chamados a crescer sempre mais no amor conjugal. No casamento sacramental, temos uma manifestação da presença do Cristo, que veio realizar de forma definitiva as promessas de Deus. Pelo Sacramento do Matrimônio, os batizados recebem a missão de fazer acontecer no mundo a possibilidade nova trazida por Cristo, de união no amor. "Quanto mais o casal se ama, tanto mais está sendo amado por Deus; quanto mais o casal se ama, tanto mais se abre para o amor a 4

Deus; quanto mais o casal se ama, tanto mais cresce o amor fraterno, tanto mais se expande para a Igreja e o Mundo. O amor conjugal, a caridade conjugal, é o eixo da espiritualidade do casal, a sua característica, o seu caminho" (Pe. Flávio Cavalca). Pe. Caffarellembra que o amor conjugal é caminho para se descobrir CM449


o amor de Deus e a Deus. As Equipes de Nossa Senhora nos oferecem ferramentas para manter aquecido o nosso amor conjugal, para progredirmos neste amor e testemunharmos a presença de Cristo em nosso meio. Ivan Lins, na música 'Iluminados' diz que "o amor faz tanta coisa que até mesmo Deus duvida, já curou desenganados, já sarou tanta ferida". Mas, é claro, que Deus não duvida. Pelo contrário, foi este amor que Deus plantou em nosso coração para ser compartilhado primeiramente com o nosso cônjuge e familiares, e depois com todos os que nos cercam. No sacramento do amor, compartilhamos toda a nossa vida, alegrias e tristezas, tendo sempre um ombro amigo e seguro para nos apoiar. É um projeto de vida comum , no qual o "eu" dá lugar ao "nós"; os cônjuges renunciam ao individualismo sem perder a individualidade , caminhando lado a lado. A vivência do amor conjugal nos faz saborear as maravilhas que o senhor nos proporciona . São tantas bênçãos e graças recebidas em nossa pequena Ecclesia que nos sentimos sempre "devedores" com o nosso Pai Eterno e fazemos alguns questionamentos: "O que nós podemos oferecer a Deus? Como podemos assumir a nossa missão de casal cristão na sociedade? Como podemos servir a Deus?" O Sacramento do Matrimônio é um sacramento que leva o casal ao serviço. Precisamos abrir as portas CM 449

do nosso coração, deixando transbordar o amor de Deus e, assim, contagiar os outros casais com o nosso testemunho. É preciso ir redescobrindo e vivendo a espiritualidade conjugal. É preciso não deixar cair "poeira" no amor para que ele não envelheça e não caia na rotina. Só assim estaremos assumindo a nossa missão de casal cristão. A missão, na verdade, é única: a do Pai que manda o Filho aos irmãos e irmãs, para que, vivendo a fraternidade , se tornem filhos e filhas . Os discípulos e discípulas prolongam a missão do Filho, enviado pelo Pai: "Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês" (Jo 20,21) . Assim como os apóstolos foram enviados, o casal também é enviado a romper fronteiras, fazendo-se fonte de vida para os outros. O casal cristão e, em especial, o casal equipista, não pode ser um mero espectador, mas deve ser um participante ativo no projeto salvífico de Deus. Enfim , após 27 anos de vida matrimonial , podemos afirmar, com muita propriedade, que somos vocacionados ao Sacramento do amor e, hoje, o nosso amor é muito mais intenso e maduro. Entretanto, · precisamos continuar progredindo em nossa caminhada conjugal , colocando-nos sempre nas mãos de Cristo: "Eis-nos aqui, Senhor, pra fazer tua vontade, pra viver no teu amor! " • Lucita e Marialva Casal Secretaria/Tesouraria da SRB 5


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EUNIOES INTERNACIONA NA ESPANHA DE 24 DE JULHO A 30 DE AGOSTO A cada ano se dá o Colégio Internacional constituído pela Equipe Responsável Internacional (ERI) e os Casais Responsáveis das SuperRegiões do nosso Movimento que são: A França-Luxemburgo-Suíça, a Bélgica, a África Francofónica, a Espanha, a Itália, Portugal e a África lusofónica, os Estados Unidos, o Brasil, a América Latina, a região Transatlântica e a Oceania. Este ano, a reunião se deu na Espanha, na cidade de Pozuelo de Alarcón, próximo a Madri. A equipe da Super-Região da Espanha realizou um excelente trabalho de acolhida e de logística do Colégio. Na Espanha há 918 equipes e 62 novas equipes em pilotagem, divididas em 9 regiões. Antes do Colégio, houve um encontro da ERI com o Casal da Super-Região e Casais Regionais da Espanha, seguida da Reunião 6

da ERI de 24 a 28 de julho. Participaram, igualmente , do Colégio os Casais Responsáveis diretamente ligadas à ERI isto é, o Ubano, a Síria, a Alemanha, a Polónia, a Ilha Maurício e o Canadá como também os Conselheiros Espirituais das equipes satélites e os Conselheiros Espirituais das Super-Regiões da África francofónica, da Espanha, de Portugal, da África lusofónica, da França-Luxemburgo-Suíça, da Bélgica, do Brasil e das regiões da Polónia, do Canadá e da Síria. Todos os trabalhos deste Colégio foram apresentados sob a forma de 5 "colunas" ou pórticos tendo por tema: a família , os jovens, o trabalho, a Igreja e o mundo. Estas "colunas" foram inspiradas na passagem do Evangelho do João 5, 2 - 3, que narra a cura do paralítico na piscina, próximo à porta "Probática" de Jerusalém. CM449


O início da animação para o Encontro Internacional de Brasflia- 2012 O XI Encontro Internacional das ENS ocorrerá em Brasília, de 21 a 26 de julho de 2012. A ERI decidiu realizar este Encontro em Brasília em resposta ao apelo feito em janeiro de 2009 por mais de 80% dos Responsáveis Regionais do mundo inteiro. Ela encarregou uma equipe de casais brasileiros, coordenados por Graça e Roberto Rocha, da sua organização. Este Encontro Internacional constitui um grande desafio para a Super-Região Brasil, que deverá assumir a responsabilidade da acolhida e da organização, mas, também, um desafio também para os Super-Regionais europeus que, pela primeira vez na história do Movimento, possibilitam seus equipistas

participar de um Encontro Internacional fora da Europa. É, pois, necessário que todos os Responsáveis do Movimento, dos Responsáveis de Setor até à ERI, planejem e ponham em prática novas estratégias para motivar a participação dos casais e dos Conselheiros Espirituais deste Encontro único.

Passagem do serviço dos Casais Responsáveis da África francofônica, dos Estados Unidos, da Super-Região Transatlântica e da Bélgica No dia 2 de agosto de 2010, a cerimônia de passagem do serviço destes casais encerrou o Colégio Internacional de Madri. Um momento histórico se deu: pela primeira vez a Responsabilidade da Super-Região da África francofônica é confiada a um casal africano, Silvestre e Bernadette MINLEKIBE do Togo. Grande crescimento das Equipes de Angola As equipes de Angola, pertencentes à Super-Região PortugalÁfrica lusofônica estão em expansão significativa. A este propósito, Cario e Maria Carla VOLPINI, Casal Responsável da ERI, anunciaram sua visita em 2011 aos equipistas angolenses para estimular a expansão do Movimento nesse país; neste ritmo, em poucos anos os equipistas angolenses constituirão uma nova Super-Região. • Maru e Paco Nemesio Casal Ligação da Zona Euráfrica

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CAMINHAMOS NA ESPERANÇA ':4 linhagem do Povo de Deus era conhecida ... como a linhagem que o Senhor abençoou"

Achamos que esta afirmação de Isaías encontra uma realização admirável nas ENS. A meio do percurso entre Lourdes 2006 e Brasília 2012, aproveitemos o tempo que falta para aumentar a nossa confiança no Senhor e na sua Misericórdia para nos tornarmos agentes de Esperança. Ser geração escolhida ou ter Linhagem abençoada, não é ser melhor que os outros ou ter prerrogativas especiais, é sim dar continuidade e dar testemunho de Cristo RESSUSCITADO.

Que os casais das ENS, na diversidade das culturas que o nosso Movimento abrange, unidos no mesmo espírito, mas, sobretudo, na prática da compaixão pelos que sofrem - doentes, desempregados, viúvos e divorciados -, sejam testemunho do amor incondicional de Jesus e possam curar todos que precisam de nossa ajuda. 8

O caminho que cada um faz com a ajuda do nosso Movimento tem vindo a mostrar-nos que somos de fato a geração escolhida para grandes feitos. A Igreja faz-se com cada um de nós em cada momento da História. Não é fácil viver o nosso ideal cristão, quando todos os valores que nos rodeiam parecem contrários. A palavra de Deus consciencializa-nos de que nós, casais cristãos, somos testemunhas do amor de Deus e que a nossa Missão se deve realizar ao serviço do Amor e da Caridade, para caminharmos para a santidade. A santidade começa na fé profunda e sincera e tem a sua expressão prática na caridade. Só assim é que pode nascer um desejo autêntico de partirmos em Missão, como o Padre Caffarel sempre dizia. Sem a motivação da caridade, a Missão reduz-se apenas a um programa, talvez até a uma estratégia que, de forma alguma, nos conduzirá à santidade. Não é aquele Amor abrasador de que tantas vezes o Senhor nos fala e que ELE próprio sentiu por nós e que por nós deve ser exprimentado. Caminhar na exigência para a Santidade, leva-nos a ser audazes, fortalecidos pela Esperança, tornando-nos capazes de abraçar CM449


com amor e entusiasmo este projeto de uma nova evangelização do amor. Ver com os olhos de Cristo, escutar com os ouvidos de Cristo, mas, sobretudo, julgar com o coração de Cristo, que será um coração que "VÊ" é, sem dúvida, uma tarefa ousada, como diz Bento XVI em Deus Caritas Est:"Este coração vê onde há necessidade de amor e a tua em consequência ... " Mudar o coração para lutar pela verdade só é possível com Fé e Confiança sem limites, que nos vêm de Jesus Cristo, que nos renova por dentro de uma forma vital e nos empurra para "Vai e faz o mesmo", segundo Lucas. A presença da linhagem do povo de Deus na História é para agir e reagir com justiça. É ser elemento decisivo na transformação da sociedade dos tempos modernos para uma sociedade mais ao estilo do Reino de Deus. Se não for cada um de nós, no seu meio, no seu próprio ambiente, a ser testemunha de Cristo, quem o poderá ser? Contudo, temos de vencer a tentação de nos julgarmos seguros e autossuficientes com os métodos que usamos. Usar a humildade para reconhecer que a nossa luta será estéril se não assentar na verdade, ao recorrer a ELE continuamente, ELE, que é a Verdade e a Vida, para vencer as injustiças que nascem no coração de todos os homens, será o verdadeiro Caminho, para fazer nascer a vida e "vida em CM449

abundância" (Jo, 10, 10). Depois, tocados pela frase de Isaías, ajudemos os que caminham a nosso lado, que reclamam continuamente por justiça e ajuda, para que todos, sem exclusão, possam ter a dignidade, na liberdade que Deus lhes conferiu, ao estarmos "preocupados com a totalidade da pessoa humana nas suas diversas dimensões" (Bento XVI). Em Fátima, a 13 de Maio, o Santo Padre na sua visita pastoral e de peregrino, depositou toda a humanidade aos pés da Virgem , confiando-lhe todos os seus filhos. Disse ainda a todos os peregrinos que: "O acontecimento de Cristo, que é força da nossa Fé , varre qualquer medo de indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano (... .), mas é preciso que esta Fé se torne Vida em cada um de nós. " Que os casais das ENS, na diversidade das culturas que o nosso Movimento abrange , unidos no mesmo espírito, mas, sobretudo, na prática da compaixão pelos que sofrem - doentes, desempregados, viúvos e divorciados -, sejam testemunho do amor incondicional de Jesus e possam curar todos que precisam de nossa ajuda. Sabemos que não podemos dar soluções a todos os problemas do mundo mas, pelo menos, devemos estar prontos a ajudar e a oferecer aquilo para que estamos vocacionados: O AMOR, que é o que nos faz viver em unidade. • ZéMouraeTó Casal Responsável Equipes Satélites 9


BODAS DE OURO

Rita e Dário- No dia 30/01/10, na Capela anexa à Catedral de Joinville-SC, em solene missa de ação de graça concelebrada por Pe. Bertino Weber e Pe. Chafik Francisco, o casal comemorou 50 anos de feliz conjugabilidade junto aos seus familiares, amigos e casais da Eq.22 - N. S . das Mercês, Curitiba-PR, à qual o casal pertence.

LeilaeMário-Nodia29/06/2010, da Eq. N. S. Rainha da Paz, em Campinas-SP, completaram 50 anos de matrimônio dos quais 49 anos como casal equipista. A cerimônia e confraternização ocorreram em São Lourenço-MG, e estiveram presentes na Missa todos os familiares e amigos. Parabéns dos irmãos equipistas e que Deus continue abençoando.

BODAS DE OURO DE CASAIS DA MESMA EQUIPE Regina e Élio, Eq. 04/D-1, N.S. de Fátima- Brasília, comemoraram 50 anos de vida matrimonial em 24/07. A linda Celebração Eucarística , presidida pelo seu SCE Pe. Oscar, contou com a radiante presença de todos os familiares e amigos. Seguiu-se acolhedora recepção com um saboroso jantar para alegria de todos .

••• Maria Helena e Edmar também festejaram suas bodas (dia 04/09) com uma Santa Missa celebrada, pelo mesmo SCE, no Seminário N.S. de Fátima. Edmar fez uma linda declaração de amor para sua Lena. Familiares e amigos ficaram orgulhosos do casal amado e foram agraciados com um farto café da manhã. Obrigado, Maria, pelas graças dessas Bodas e pelos benefícios que os casais têm recebido das ENS, Movimento que tanto favorece a busca da santidade conjugal. (Maria José e Angelina, CRS D - RCO I - Brasília) 10

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VOLTA AO PAI Sheila (do Leonardo)- No dia 02/09/10. Integrava a Eq. N. S. do Perpétuo Socorro do Setor A de Curitiba/PR. Joel (da Jomaria)- No dia 05/09/10. Integrava a Eq.N. S. de Lo urdes do Setor Caicó-RN.

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

ORDENAÇÃO SACERDOTAL

Pe. Diógenes Casaril- SCE das Eqs. N.S. de Guadalupe e N.S. do Amparo, no dia 24/01/10, comemorou 25 anos de Sacerdócio com uma missa concelebrada por 09 sacerdotes na Paróquia de São José da Vila Nova em Encantado, Porto Alegre-RS Em sua homilia, Pe. Diógenes enfatizou a importância de sua família para a realização de sua missão no sacerdócio. A origem italiana, onde a ênfase ao trabalho, a família e a religiosidade, foram suas bases sólidas para perseverar sempre em sua vida sacerdotal.

Diácono José Ricardo Leandro Diniz, scj - é natural de Londrina/PR, pertence à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus em Taubaté/ SP onde acompanha a Eq. N. S . do Sagrado Coração como SCE. Será ordenado sacerdote no dia 12/12/2010 às 10h30 na Catedral Metropolitana de Londrina. É com grande alegria que ele, sua família e congregação convidam todos os participantes do Movimento para participarem desse momento tão importante de sua vida.

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60 ANOS DE SACERDÓCIO Na missa mensal dos Setores ''PI' e "B" de Campinas, no dia 28 de agosto de 2010, celebramos o encerramento do mês das vocações. Foram homenageados casais que vivem as várias vocações, religiosas, catequistas e representando o sacerdote, o escolhido fo i Padre Geraldo Fineran SJ, que completou no dia 24 de agosto, 60 anos de sacerdócio dos quais 37 dedicados às ENS em Çampinas, E Conselheiro Espiritual da Eq.03- N. S. do Advento, desde maio de 1973. Nestes 37 anos como nosso Conselheiro Espiritual , Padre Geraldo esteve presente nas conquistas e nas perdas , nos momentos mais alegres e também nos menos alegres de nossas famílias. Batizou diversos de nossos filhos, celebrou seus casamentos, nossas bodas de prata e de ouro e das missas de corpo presente de nossos falecidos. Padre Geraldo nasceu a 90 anos na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Foi ordenado sacerdote em Louvaine na Bélgica. Esteve na Espanha, onde fez seu curso de formação e em Roma, por quatro anos, trabalhando na Cúria da Congregação dos Jesuítas. Voltando para Nova Orleans exerceu as funções de professor para os noviços e foi também

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Vice-Provincial da Congregação. Em 1970, atendendo convocação de sua Província, veio para o Brasil, como Vigário da Paróquia do Bairro da Pompeia, em Campinas. Reside atualmente em Itaici, Município de Indaiatuba, onde faz parte da Equipe de Jesuítas que pregam retiros. No nosso Movimento, Padre Geraldo, além de conselheiro de nossa equipe, por 37 anos, foi conselheiro também por muitos anos, da Equipe 2B, N. S. das Famílias. Pregou muitos retiros para as Equipes e foi também Conselheiro Espiritual do Setor de Campinas na década de 1880. Numa reunião de nossa Equipe, realizada em 1985, fizemos uma coparticipação dirigida. A pergunta foi : "O que a equipe representa para o Conselheiro Espiritual e o que ele representa para os casais e suas famílias?". A resposta do Padre Geraldo foi "A equipe é uma cruz para mim. Cruz que significa salvação, promessa, esperança e desafio. A cruz que tanto desejei. Eu abraço essa cruz." Nestes anos de convivência com Padre Geraldo, nossa equipe reconhece o quanto ele tem contribuído para nosso crescimento como casais e como cristãos engajados. Eq N. S. do Advento Setor A- Campinas-SP

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No Centro Pastoral Santa Fé, em São Paulo, realizou-se o Encontro do Colegiada Nacional 2010 da Super-Região Brasil, no período de 20 a 22 de agosto próximo passado. O Colegiada Nacional é composto pela Equipe da Super-Região: SCE - Sacerdote Conselheiro Espiritual, CRSR - Casal Responsável Super-Região, CCE - Casal Comunicação Externa, CST- Casal Secretaria e Tesouraria, CCM - Casal Responsável pela Carta Mensal e CRP - Casais Responsáveis Provinciais, e pelos CRR - Casais Responsáveis Regionais. Participaram do Encontro 62 casais e 41 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Todos buscaram vivenciar, num clima de alegria e fraternidade já sentida no calor da acolhida, momentos de celebração, formação e convivência para fortalecimento da unidade do CM449

Movimento e fidelidade ao carisma fundador, e discernir sobre a caminhada das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. O Encontro iniciou com um vídeo mostrando momentos importantes e fortes do Movimento, seguido pela entronização da imagem de N. S. Aparecida. Em seguida, foi apresentada a primeira parte de um vídeo apresentando uma entrevista feita com Dona Nancy pela ESR, na época, Sílvia e Chico eram o Casal Responsável. Este vídeo foi apresentado ao longo do Encontro, dividido em três partes. Cida e Raimundo, comparando as Equipes de Nossa Senhora a um jardim onde estão sempre desabrochando novas flores, convidaram os Casais Provinciais a colherem/ buscarem em meio do auditório as novas flores/os novos Casais Regionais que tomariam posse para serem apresentados e acolhidos. 13


PALESTRAS Tivemos durante o Encontro 03 Palestras:

I. Orientações 2011- o casal Cida e Raimundo, após lembrar os objetivos do Colegiada Nacional, apresentou as orientações para 2011 e as ações a serem realizadas, cuja síntese publicamos na página 22.

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II. Tema de Estudos 2011 - 0 SCE da Super-Região, Pe . Miguel Batista, apresentou o Tema de Estudos para 2011 "Formação, para Amar e Servir como Jesus". Com a prerrogativa e profundidade de um conselheiro espiritual, levantou alguns questionamentos sobre a nossa condição de casados e a consciência que temos sobre nossas obrigações e responsabilidades como casais e famílias cristãs. Falounos da importância . . .. da formação cristã e citou o Manual da Formação das ENS: "A formação nas ENS é uma resposta às necessidades dos

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casais que desejem descobrir um caminho de aprofundamento da fé ... " nos aspectos: FÉ e VIDA; MÉTODO DAS ENS; SERVIÇO. III. As ENS e o Sacerdote Conselheiro Espiritual - com este título e usando como ilustração uma foto do Papa Paulo VI num momento de intimidade com Deus, Pe. Mário José Filho, que foi o último SCE da antiga ECIR, brindou-nos com uma belíssima palestra sobre a presença do Sacerdote Conselheiro Espiritual no nosso Movimento e, em especial, a função deste na Reunião de Equipe . Mediante breves testemunhos da sua vivência como tal, levou-nos a uma reflexão sobre o assunto de forma ' profunda e séria. Encerrou sua fala , lembrando as 04 dimensões da fé: Aceitar, Conhecer, Testemunhar e Comprometer-se.

FLASHS Beatificação do Pe. Caffarel Por que pedir a beatificação do Pe . Caffarel? Com este questionamento foi apresentado pelo casal Heléne e Peter um esclarecedor e convincente flash sobre a importância de nossa participação e dever de contribuirmos como equipes que somos para o processo de beatificação do Pe. Caffarel. O CM449


casal foi convidado pela Associação dos Amigos do Pe. Caffarel para participar do Colóquio sobre a beatificação, com o objetivo de falar sobre o que significou a obra do Pe. Caffarel para os brasileiros. O evento será em Paris, no Colégio dos Bernardinos, no dia 03 de dezembro próximo. Secretaria e Tesouraria O Casal Lucita e Marialvo, responsável pela Secretaria e Tesouraria da Super-Região Brasil, apresentou os dados que já estão no sistema: cadastramento das equipes (casais, viúvos(as) , SCE e Acompanhantes Espirituais) ; orientações sobre relação de quadros, cadastro de equipistas e conselheiros, equipes novas, mudanças

cadastrais, desligamento de casais e conselheiros, mudanças de quadros, contribuições e aquisição de livros e documentos. CM449

XI Encontro Internacional de 2012 - O casal Graça e Roberto iniciou sua apresentação citando a frase do Pe. Caffarel: "... Esta é a minha alegria: de ver que aquele pequeno número de equipes que encontrei no Brasil há quinze anos tornou-se um número tão grande e manteve a mesma confiança. "

O casal conclamou a todos , como fez o casal Volpini , para "Ousar o Evangelho", cabendo ao Colegiada interpretar o significado deste momento histórico, quando pela primeira vez, o Encontro Internacional atravessa as fronteiras da Europa. Para isto temos o testemunho, a irradiação de ânimo e o compromisso. Permita Deus que não nos falte ousadia, devemos para isso, soltar as amarras, sermos solidários, sermos sinais de amor aos equipistas do mundo inteiro. " Todas as informações referentes a este importante evento do nosso Movimento já foi publicado na edição anterior da nossa CM 448 (outubro/2010) . Internacionalidade do Movimento -O Casal Membro da ERI Ligação da Zona América, Sílvia e 15


Chico, falou sobre a Internacionalidade do Movimento apresentando dados estatísticos sobre a mesma e falando da importância do serviço de ligação com a ERI- Equipe Responsável Internacional. A ERI, buscando a aproximação das equipes no mundo, estabelece 04 zonas de ligação: A Centro Europa, a Euráfrica, a Eurásia e a Zona América. O casal também falou das dificuldades que se encontram principalmente nas distâncias geográficas e na diversidade de línguas. Concluindo, disseram que não é fácil ser familia onde existem fronteiras, mas este é o desafio.

TESTEMUNHO Com o tema "Disponibilidade ao serviço", os irmãos Nilza e Nivaldo, fazendo uma retrospectiva das suas histórias de vida, deram um belo testemunho sobre a importância do "sim" ao serviço a Deus e aos irmãos através das Equipes de Nossa Senhora. Falaram que, apoiados nos

Pontos Concretos de Esforço, de modo especial na Leitura da Palavra e no Dever de Sentar-se, bem como na leitura dos documentos das ENS, especialmente ''A missão do Casal Cristão" de Pe. Caffarel, puderam cumprir com fidelidade sua missão, apesar das suas limitações. Concluindo, disseram : " este nosso testemunho puro e verdadeiro vos contagie para a missão, ... que o Senhor aumente cada vez mais nossa fé, para podermos afirmar a todos os que nos cercam que "O Senhor faz em nós maravilhas e Santo é o seu nome!"

CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS Os momentos dedicados às Celebrações Litúrgicas nos Colegiados Nacionais são revestidos de um sentido especial, pois visam levar os participantes a entenderem o espírito da missão nos aspectos do serviço e da doação centrados na Palavra de Deus. Na sexta-feira, sob a organização da Província Sul I com o tema: "Amar a Deus e ao próximo", a Celebração Eucarística foi presidida pelo Pe. Paulo Renato (foto 1) , que nos levou a refletir sobre Ezequiel 37, 1-14. Falou que Deus pode resolver tudo sozinho, mas Ele quer sempre contar conosco. O fato de pertencermos às ENS aumenta a nossa responsabilidade . Não podemos entrar na mentalidade do mundo, e a forma de lutarmos contra isso é profetizar. Este é o grande segredo, e a nossa arma é o amor. Referindo Pe. Zezinho em uma de suas canções, citou: "no céu só vai CM 449


entrar quem sabe amar". O amor é a grande profecia desse momento, deve vir antes até da camisa das Equipes de Nossa Senhora. Iniciando o dia do sábado, tivemos a Adoração ao Santíssimo (foto 2) , organizada pela Província Nordeste com o tema: "Amar para guardar a palavra". Vivemos momentos fortes de silêncio, escuta, louvor, súplicas e agradecimentos de onde saímos revigorados para iniciar os trabalhos do dia.

Missa de Posse - no final da tarde do sábado, tivemos a Celebração Eucarística com a Cerimônia de Posse dos novos Casais Regionais e do Casal Responsável pela Província Centro-Oeste (foto 3). Motivada pelo Tema "Servir como Jesus" e animada pela Província Norte, a celebração foi presidida por Pe. Miguel Batista. No domingo pela manhã, tivemos mais uma Celebração Eucarística, desta vez animada pela Província Centro-Oeste e presidida pelo novo SCEP Pe. Osmar Benzutti (foto 4) com o tema: "Formar-se para amar e servir". Em sua homilia, Pe . Osmar nos levou a refletir sobre a correção de Deus e nos falou que ser equipistas não é privilégio nem garante a salvação de ninguém. Lembrou-nos que o Domingo é o dia do nosso SIM, o dia da renovação e de sentir-se chamado por Deus. Acrescentou que, quando ouvimos esse chamado, descobrimos que não estamos sós. Finalizou sua homilia contando uma história: "numa guerra, logo depois de vários bombardeios, um CM449

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CASAIS QUE ASSUMIRAM RESPONSABILIDADES NESSE COLEGIADO

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Olga e Nei - CRP Centro-Oeste

Cláudia e Carlito - CRR Goiás Sul

Lígia e Joaquim - CRR Bahia

Sônia e Aramis - CRR Rio V

Marilene e Vanderlei - CRR Rio III

Tereza e Reizinho - CRR Rio IV

Sandra e Valdir- CRR SP Centro 11

Adriana e Hudson- CRR SC CM 449


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grupo de soldados jovens entra na cidade. Perplexos iniciam rapidamente a limpeza dos escombros. Chegam à Igreja completamente destruída, naquela confusão descobrem pedaços da imagem de Jesus crucificado; aos poucos remontam a imagem, mas não encontram as mãos de Jesus. Um deles tem a ideia de levantar a imagem e escrever em local visível: empreste as suas mãos para Jesus". E concluiu que todo dia é dia de emprestarmos nossas mãos para o bem, para a paz, para nossos irmãos ... para Jesus. Celebração do Envio - Organizada pela Província Sul III, o momento do envio com o tema: "Quem ama, serve" (foto 5),

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conscientizou-nos de que é no dia a dia que devemos dar o nosso testemunho, que somos chamados para dar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo e ser fermento do amor de Deus.

GRUPOS DE REFLEXÃO Com o objetivo da troca de experiências, assimilação dos conteúdos das palestras, o fortalecimento dos laços equipistas e de modo especial fazer chegar às equipes de base as orientações oriundas do Colegiada Nacional, foram realizados um grupo de estudo misto e um por província; houve também o grupo dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais coordenado por Pe. Miguel.

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Província Sul li ~

Província Sul III

CONFRATERNIZAÇÃO No sábado à noite , tivemos como de costume o nosso momento de Convivência, organizado pela Província Sul II sob a orientação de Glacy e Silvino. Após uma dinâmica em que cada marido tentava encontrar sua esposa no salão de festas à luz de velas, foi iniciado 20

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Encontro pela última vez, vivemos bons momentos de alegria e descontração, ao som de muitas revelações de cantores e cantoras tanto de casais como de conselheiros.

um romântico baile. Em seguida, desfrutamos de um delicioso lanche como sempre patrocinado por todos os casais com petiscos trazidos de todas as regiões do Brasil. Entre despedidas e homenagens aos casais que estavam participando do

MOMENTO HISTÓRICO Por uma feliz coincidência, neste ano em que comemoramos os 60 anos, tivemos a oportunidade de registrar em fotos o último Casal Responsável da ECIR - Maria Regina e Carlos Eduardo -e os Casais Responsáveis pela Super-Região Brasil até o atual, bem como os respectivos SCE. • Zezinha e Jailson CR Carta Mensal

Ma . Regina e Carl os Eduardo Cida e Raimundo Sílvia e Chico Graça e Roberto

Pe. M iguel, Pe. Avel ino, Pe. Flávio e Pe. Má ri o

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ORIENTAÇOES PARA 2011 TEMA E LEMA Desde o X Encontro Internacional, em Lourdes, vimos, a cada ano, ressaltando nos Temas de Estudo um aspecto da Prioridade de Reflexão saída daquele Encontro: "EQUIPES DE NOSSA SENHORA, COMUNIDADES VIVAS DE CASAIS, REFLEXOS DO AMOR DE CRISTO". Neste ano, por exemplo, acenamos para o casal como reflexo do amor de Cristo, tomando como princípio o casamento, sacramento do dia a dia. Para fechar o círculo da Reflexão de Lourdes , vamos aprofundar o sentido de serem as ENS uma "comunidade viva", aberta aos ensinamentos de Jesus e ao amor ao próximo, tendo a formação como caminho, e como Tema: FORMAÇÃO, PARA AMAR E SERVIR COMO JESUS Jesus começou sua obra escolhendo e chamando quatro jovens. Recruta outros. Formou uma pequena equipe . Uma comunidade que Ele queria viva, forte e coerente. A primeira ação foi formá-la para a missão futura. Foram três anos de formação . A equipe estava pronta, mas não estava transformada. Faltava Jesus anunciar o Espírito Santo. Por isso "não basta receber os ensinamentos de Cristo. Precisa possuir o espírito de Cristo" (Moncau, 272) . Para isso diz S. Paulo, com o Lema: 22

"SEDE IMITADORES DE DEUS, COMO FILHOS AMADOS" (Ef 5,1) Dessa forma , as Equipes de Nossa Senhora, como "comunidades vivas", terão no mundo uma "irradiação e uma fecundação extraordinárias" (Moncau, 272). ORIENTAÇÕES E AÇÕES 1. A formação dos equipistas Uma formação que seja humana e comunitária, espiritual , intelectual, pastoral e missionária (Doc.Aparecida, 280).

Ações a realizar: • Acentuar o Pré-Eacre Um CRE bem formado e informado acerca do cotidiano de sua função (MF,15) fará a diferença na Equipe e no Movimento. Tudo começa com esta primeira responsabilidade. É no Pré-Eacre que o CRE receberá o alimento necessário para realizar o seu apostolado junto aos casais e conselheiros espirituais de sua equipe. Por isso o Pré-Eacre deve ser muito bem preparado pelos Setores e realizado durante um dia inteiro (MF,16 ), logo após a posse dos CRE; consequentemente, antes do EACRE (nunca dentro deste, como atividade da programação) . • Proporcionar momentos de formação geral Durante o ano de 2011 , será pedido aos CRS incluir em seus CM449


planejamentos anuais, além dos encontros de formações permanentes, momentos de estudo e formação geral. "Em sintonia com a Equipe de Setor e em consonância com o CRR cabe ao CRS, ajudar os casais de seu Setor a obterem formação adequada nos métodos específicos das ENS, mediante o estudo dos documentos do Movimento" (O CRS,34). • Estudar os documentos da Igreja "Em sintonia com a Equipe de Setor e em consonância com o CRR cabe ao CRS, ajudar os casais de seu Setor a obterem formação referente às questões da Igreja local e universal, ajudando-os a perceber a presença de Deus na história diária individual e da sociedade" (O CRS,34). 2. A Revitalização da Reunião de Equipe "Será que nossa Equipe de Nossa Senhora é uma "ecclesia", unida em torno de Cristo, que chama, que ensina, que forma e que sopra seu espírito sobre cada um dos membros da equipe, ou é um mero círculo de estudos ou uma reunião de amigos?" (Pedro Moncau).

Ações a realizar: • Estudar o conteúdo do livro "Reunião de Equipe" Este documento vem atender a um anseio da ESR: Sendo "a Reunião de Equipe o ponto alto da vida de uma equipe e um meio poderoso para que cada um aprofunde a sua vida cristã"(RE), é inadiável CM449

e indispensável a sua revitalização através da revalorização de cada uma de suas partes. • Aprofundar o conteúdo dos textos "Ecclesia" e "Testamento Espiritual" A (re)leitura destes textos, certamente, vai abrir o coração de muitos equipistas no sentido de reconhecer a substância sobrenatural e o mistério da Reunião de Equipe e encará-la como um espaço de formação, capaz de "desenvolver a capacidade de olhar para as pessoas e para o mundo com os olhos de Deus, a fim de se transformarem numa verdadeira comunidade de fé, uma pequena Ecclesia"(RE), assim como fez Jesus com os doze primeiros apóstolos, levando-os a abrir seu coração à compreensão da Boa Nova.

3. A Missão do SCE de Setor, Região, Província e Super-Região "Os padres conselheiros espirituais são essenciais no carisma das Equipes de Nossa Senhora, sem eles, agora NÃO haveria Equipes, ou, se as houvesse, as Equipes e nós próprios seríamos diferentes"(CRZona Euráfrica). Ações a realizar: • Promover Encontros de SCE para formação, troca de experiências e integração, nos diferentes segmentos do Movimento 4. O XI Encontro Internacional Nós seremos os anfitriões desse tão grande e significativo evento 23


para as ENS do Brasil. Nosso país será palco da confluência de povos de línguas, culturas e costumes diferentes. Aí está a beleza do Encontro! Ações a realizar:

• Sensibilizar e Animar os equipistas a participarem do XI Encontro Internacional. • Realizar Celebrações (missa, vigília, adoração etc,) pelo XI Encontro Internacional.

É com o sentimento de pertença que os equipistas experimentam em relação às Equipes de Nossa Senhora que exortamos todas as Equipes do Brasil a se deixarem transformar pelo Espírito Santo em autênticas "comunidades vivas", para amar e servir como Jesus pelo caminho da formação. • Cida e Raimundo CRSB

BALANÇO Novembro, mês do Balanço nas Equipes de Nossa Senhora! Oportunidade de rever a vida da Equipe de forma amadurecida e fraterna, de "forma exigente", como disse Pe. Caffarel, porém com o objetivo de engrandecer. Por isso, anualmente, todas as Equipes realizam a esperada Reunião de Balanço, momento marcante para que possam caminhar após uma avaliação sob a luz do Espírito Santo, na qual coparticipam falhas e omissões cometidas durante o ano que se encerra. Deve-se, no entanto, neste momento, evidenciar-se e alegrar-se pelas buscas alcançadas na caminhada para a santidade conjugal e pedir perdão pelos erros e faltas cometidas. O destaque dessa reunião é a córreção fraterna, que proporciona o crescimento de cada um e da Equipe, pela vivência verdadeira da humildade e da capacidade de ouvir, 24

de pedir e dar perdão. Portanto, tem que se ter esperança na misericórdia de Deus, pelas atitudes no relacionamento com os amigos-irmãos, e somente depois renovar os compromissos de serem fiéis aos princípios das Equipes de Nossa Senhora. Enfim, o Balanço, nas Equipes de Nossa Senhora, oferece a análise da dimensão da descoberta de si próprio, a partir da seguinte reflexão: Fomos capazes, neste ano, de

atingir um crescimento espiritual, seja individual, familiar, pessoal e em Equipe? Baseando-se nesta questão, desejamos que todos façam um ótimo Balanço, com sabedoria, prudência, sob a Luz do Espírito Santo, a proteção de Maria e de seu Filho Jesus Cristo, em busca do objetivo único e maior: ser um santo casal. • Maria José e Wilmar Eq. N.S. da Anunciação Juiz de Fora - MG CM449


BALANÇO GERAL Assim diz o Senhor dos exércitos: "Vejam aonde os seus caminhos os levaram!" (cf. Ag 1,1-11). De tempos em tempos, é saudável parar e fazer uma avaliação de desempenho. As empresas , obrigatoriamente, preparam os seus balanços anuais. Empresários mais dedicados vão além e não dispensam os balancetes mensais ou, até mesmo, semanais. Eles sabem que é importante verificar os resultados de suas ações, para mudá-las quando necessário. Caso contrário, o indesejado prejuízo pode aparecer e levá-los à falência. Na vida espiritual é semelhante. Periodicamente é bom fazer um "balanço". O texto de Ageu está num contexto interessante. Como o povo não parava para fazer o "balanço geral", tão necessário, Deus mesmo apresentou um balanço que havia feito da vida deles e desafiou-os a analisarem os resultados e os caminhos que levaram até aqueles resultados. Eles viviam num correcorre incessante, que dava em quase nada de positivo. Tinham várias preocupações com o bem-estar pessoal, enquanto negligenciavam os assuntos que envolviam Deus. No caso específico deles, tratavam com descaso o templo do Senhor, que estava em ruínas, ao mesmo tempo em que viviam demasiadamente preocupados com o conforto e o embelezamento das próprias casas. O balanço era claro: mostrava que Deus não era prioridade. CM449

Ainda que em situações diferentes, o apelo deste texto continua atual. Também nós, olhando para nossa condição espiritual, podemos nos perguntar se nossos caminhos, aqui sinônimo de atitudes, têm nos levado a lugares que estão de acordo com o desejo de Deus.

Sempre é ora para um bom balanço. Pare e analise! Veja por onde seus caminhos o têm levado e, se por acaso você percebe que eles não destacam Deus como prioridade, peça perdão e volte atrás. Mude suas atitudes. Ou, no linguajar da Bíblia, trilhe por outros caminhos. Sua situação presente tem boas chances de ser o resultado de ações do passado. O balanço do cristão só é positivo quando mostra Deus como prioridade. • (Extraído do livro "Pão Diário", Editora União Cristã)

Colaboração de Mara e João, CRR SC II Lages · SC 25


DEUS ESTÁ PRESENTE! Não sabemos de que forma as mudanças tecnológicas dos últimos anos influenciaram as famílias de hoje; se para o bem ou para o mal. Se, por um lado, nos dão mais facilidade e velocidade na comunicação com nossos familiares e irmãos equipistas, para um entendimento mais rápido e preciso; por outro, através de imagens ou comunicados de má qualidade, ou até mesmo tendenciosos, entram nas nossas casas, nas nossas famílias, de forma quase sempre desagregadora. Alguém já disse: "Quando acaba nosso conhecimento, exatamente aí, começa a fé." Senão, vejamos: Quando Deus quis aclarar as incertezas de José, não escreveu cartas, nem ligou celulares ou computadores, usou "o sonhd', um dos meios de comunicação entre o Criador e a criatura. O resultado? Festejamos há mais de dois mil anos. Quando nos conhecemos, não foi via internet, salas de bate-papo ou vídeo-conferências, não. Estávamos na praia, bastou um velho e bom meio de comunicação: "o olhar". Tudo isso, com a cumplicidade da brancura da areia, da imensidão do mar e de um céu infinito. Depois, quando Deus quis que formássemos uma família, não usou laboratórios, ou se muniu de provetas, ou barrigas de aluguel. Usou apenas o mais sublime de todos os sentimentos: "o amor". Resultado: Há quase meio século estamos nos amando. Hoje, quando 26

nos sentamos na nossa varanda para o café da manhã e as orações de agradecimento pelo nosso dia, pela multiplicidade da beleza de nossas netas, e , de "olhar", este misto de quintal e jardim (nosso pequeno paraíso) , é aí que "Deus" mistura todos os sentidos: a visão, o olfato, a audição, o tato e o paladar. Pois, se ao "olharmos" para frente vemos flores , pássaros, frutos; pelas frestas dos galhos, vemos o azul do céu e dele sentimos o brilho e o calor do sol. Compreendemos que, acima, em volta, e dentro de nós, criaturas, está o Criador, como que a contestar as nossas vaidades, orgulho e outras vãs filosofias com a simplicidade da vida. Portanto, as mudanças tecnológicas dos últimos anos podem querer a comunicação mais rápida entre as famílias, mas não podem dar o calor humano e a essência da vida que Deus nos dá. • Aurora e Cândido Eq. N.S. da Diuina Providência Cabo Frio - RJ CM449


O CASAL EQUIPISTA, TESTEMUNHO DO VERBO ENCARNADO NO RELACIONAMENTO CONJUGAL

Viver uma relação conjugal implica a capacidade para se comprometer e criar ligação com outra pessoa, o que não quer dizer amarrá-la, anulá-la ou possuí-la. Para se viver em casal de forma duradoura e criar a possibilidade de uma harmonia plena, é necessário aprender a desenvolver no dia a dia uma intimidade comum, reconhecida e conveniente para cada um; uma intimidade pessoal, respeitada por si e pelo outro. Não basta dizer que se ama, é fundamental que o cônjuge esteja em condições de acolher, aceitar e, até mesmo, ampliar este amor. Esta intimidade de sentimentos passa pela necessidade de reconhecimento, abandono e confiança de cada um. "Se não existo para mim, como posso existir para meu companheiro?" E assim, a cada cônjuge caberá tomar conhecimento da situação psicológica que se instaura no casal: sua evolução, sua possibilidade de reação construindo assim o diálogo conjugal. E, desta forma , o diálogo do casal é constituidor de um relacionamento duradouro. Como diz Leonardo da Vinci: "Todo grande amor é filho de um grande saber". Não há amor sem conhecimento da pessoa amada, e o conhecer leva-se ao compreender. A compreensão fortalece o amor. E, sem o suporte da compreensão, a oferenda de amor se transforma em desencanto, CM 449

sendo que amar significa dar-se a outrem , entregar-se a outrem , melhor dizendo, compreendê-lo e amá-lo. Dentre tantas situações já vivendadas nos nossos 38 anos de matrimônio, aprendemos que a substância desse amor encontra-se na permissão do casal, pois a graça do sacramento do Matrimônio é que deve assumir as rédeas de nossa vida conjugal. E temos discernido também que o amor humano, quando concebido em sua plenitude, é sancionado por Deus para toda vida. A graça do matrimônio consiste exatamente em conceder aos esposos a força desejada para encontrar a estabilidade e amadurecimento deste amor apesar de decepções, tristezas e sofrimentos. O Matrimônio é um projeto de Deus, que implica pessoas e vidas e que a Bíblia chama de Aliança. Falar de amor humano é falar de amor encarnado, verbalizado na comunhão espiritual e sexual. A sexualidade no projeto de Deus é o fundamento da união entre homem e a mulher, para ajuda um do outro na expressão do ato conjugal. Não são dois corpos que se juntam, são duas vidas que se fundem. E para esse momento ser coroado de pleno êxito, pressupõe uma verdadeira caminhada de interiorização, de preparação para estar em condições de passar do desejo alienante sobre o outro, para o desejo criativo e 27


aberto em direção do outro, daí a necessidade do cultivo de atitudes que contemplam este momento que são a ternura e o clima construídos a dois. Desta forma , a vida conjugal constrói sua própria duração, propicia seu próprio desabrochamento, suscita a cada dia a escolha de prosseguir a vida em comum. Hoje podemos dizer com muita alegria e esperança, fruto de nossas

experiências e também do nosso apreço na vivência dos PCEs que o nosso amor é luminoso, o presente é um presente, o futuro uma festa, e cada encontro conjugal um deslumbramento enraizado em experiências do passado que cada vez mais se transformam em encantamento de um pelo outro. • Vera e Messias Eq. N.S. do Amor Varginha- MG

REDESCOBRINDO O OUTRO E A ALEGRIA DE SER CASAL Num dos capítulos de "Nas Encruzilhadas do Amor", Pe. Caffarel fala das atualidades do coração. Afirma que, para a estabilidade do casal, é de máxima importância o conhecimento mútuo. Mas um conhecimento atual, ou melhor, uma redescoberta renovada a cada dia. O motivo é uma realidade que não podemos esquecer: o amor é decisão, escolha de cada instante, não por ele, que por si seria definitivo, mas por nós, que somos tão volúveis. A pessoa amada hoje não é exatamente o que era ontem; tem de se revelar hoje de novo, tem de ser reconhecida e aceita hoje, na sua realidade atual. Não é real o amor preso a sombras do passado e cego para o brilho do agora; nem é possível o amor, a menos que se continue olhando com os olhos do coração. É preciso que ambos continuem a se revelar mutuamente, sem nunca dar por garantido que o outro já sabe tudo. Não sabe. Sabe como você era antes. Revele agora sua atualidade, use linguagem e códigos gue o outro possa captar. Não seja esfinge envolta em enigmas. E preciso que ambos estejam sempre atentos um ao outro, prontos a perceber as menores variações e os indícios mais leves. A linguagem do amor e da revelação pessoal não é estática. Como a linguagem comum, está sempre a mudar, a inventar novas palavras, porque as antigas já não parecem adequadas. Trecho extraído da p. 223 do livro Casamento Resposta de Deus de Pe. Flávio Cava/ca de Castro

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CASAR É CONVIVER Ao lermos o nosso tema de estudo deste ano, a cada mês nos deparamos com as exigências da vida diária. Durante a leitura do capítulo "Casar é conviver", percebemos as exigências do casamento cristão. Se quisermos viver uma verdadeira união conjugal, devemos deixar de lado o egoísmo e cultivar a doação de si ao cônjuge, para que no lugar do "eu" possa surgir o "nós". Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida por seus amigos (Jo15, 12-13) . Infelizmente na nossa sociedade atual há o culto do individualismo, do hedonismo, que são avessos aos valores do casamento cristão. Devemos ser testemunhas vivas, missionários do sacramento do Matrimónio, para difundir a grandeza de ser casal cristão. Devemos deixar transparecer através de nós a unidade e a felicidade que nos permeia, em todos os lugares onde estivermos: no nosso lar, no nosso trabalho, para que, ao nos verem, possam ter a certeza de que somos um só corpo e uma só alma. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois

serão uma só carne (Ef 5, 31). 'j!\ multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma" (At 4, 32a). Devemos dar testemunho de que a convivência no casamento não tem um sentido negativo, como mostram os meios de comunicação. Cristo é o centro de nossas vidas, devemos sempre escutá-Lo, para que, cada dia mais, cresça a nossa espiritualidade conjugal. Louvar a Deus é o primeiro aspecto da missão do casal cristão (Pe. Henri Caffarel). Que cada casal busque manter acesa a chama do seu amor, para que nunca se apague. Que coloquem azeite em suas lâmpadas para que sua chama cresça, seu amor renove e ilumine outros casais. Vós sois a luz do mundo ... Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também: que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem , e louvem o Pai de vocês que está no céu (Mt 5, 14-16) . • Robertha e Marcondes Eq. N. S . da Chama do Amor Santa Luzia-PB

A convivência conjugal harmoniosa, fundada na fidelidade, autenticidade, honestidade, compreensão e doação de ambos é uma arte. Isso porque envolve, de ambas as partes que convivem, conhecimento pleno do outro, vontade de realizar um projeto comum, sentimentos de afeto, vivência total da sexualidade, ideias e ideais, imaginação e criatividade para renovar a vida no dia a dia. (Tema de Estudo/2010, p. 19 Mariola e Eliseu Ca/sing)

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PERIGOS DAS AVENTURAS PARA EVOLUIR E VOAR MAIS ALTO No capítulo 5 do Tema de Estudo, nos deparamos com a história de Maria e Luiz, o qual por amor foi capaz de abandonar seu emprego em vista do bem de sua amada e do seu matrimônio. O ato do marido para muitos seria um ato de loucura ou de irresponsabilidade; ele deixou a estabilidade de um emprego para partir para outro que nem sabia se iria encontrar. Ele se expôs aos perigos das aventuras para evoluir e voar mais alto, conduzindo sua família a uma relação de extrema confiança em Deus. Um amor desse tipo não é entendido nos dias de hoje , pois o que predomina nas relações de alguns casais são a inconstância gerada pelo individualismo e pelo egoísmo e a falta de perseverança no amor. Luiz, ao responder a Maria o motivo do pedido de sua demissão, diz que, "por causa do cheiro, o casamento e a família que estava chegando não podiam viver assim". Nós nos questionamos então: quantas coisas na nossa vida de casal não cheiram mal no nariz do nosso cônjuge? E os maus cheiros que a sociedade impõe e que trazemos para o nosso lar? Diante desta realidade somos convidados a purificar nosso interior de todo mal e todas as influências negativas que nos impedem de amar verdadeiramente o nosso cônjuge e a nossa família. 30

Na história, Luiz sabia o que queria e para onde queria conduzir sua família. Ele se aventurou a ultrapassar um obstáculo que impedia sua família de ser mais feliz, não quis saber quais dificuldades o caminho ofereceria; ele apenas visualizou o objetivo. No Matrimônio trazemos muitos aromas que herdamos de nossa família ou que adquirimos durante a nossa vida. São a educação familiar, as manias, as formas de relacionamentos que foram sendo apreendidas no decorrer dos anos. No matrimônio, temos que nos desfazer de alguns desses "cheiros", aprimorar uns e nos perfumar de outros. Na dinamicidade do matrimônio, nada é estático e não vale aquela velha frase "você me conheceu assim, agora aguente! ". Na medida em que nos relacionamos com Deus e com o nosso cônjuge os nossos sentimentos e ações são aprimorados , principalmente o amor doação. Os cônjuges devem ter um mesmo objetivo: vencer juntos os obstáculos através da prática do amor, da confiança e da partilha. O exemplo que a Sagrada Família nos dá, é que na família nada se consegue sem esforço e sem sacrifício, principalmente para se manter com o seu bem maior: Jesus Cristo. • Mararégia e Valdemir Eq. N. S. de Fátima Caicó-RN CM 449


FREI BARRUEL DE LAGENEST: O SCE MAIS IDOSO DAS ENS NO BRASIL Esta entrevista, feita na semana em que as ENS completaram 60 anos de Brasil, é uma homenagem ao mais antigo Conselheiro Espiritual em nosso meio. Frei Jean Pierre Barruel de Lagenest - nascido em Lyon, na França, é frade dominicano, ordenado sacerdote em 1946. Seus planos iniciais eram de se estabelecer na Rússia. Entretanto, por ordem de seus superiores, naquele mesmo ano, veio para o Brasil colaborar na formação de noviços. Em 1947, ainda pensava em exercer seu ministério na Rússia, mas foi convencido por seus noviços a permanecer no Brasil. Passou em seguida dois anos em Uberaba e um ano em Belo Horizonte. De 1951 a 1954, atuou em Conceição do Araguaia, na Amazônia. De 1955 a 1964, Frei Barruel ficou em São Paulo a serviço da Ação Católica. De 1964 a 1968, exerceu atividades missionárias em Recife. Atendendo a convite do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, voltou para São Paulo em 1969 para fundar e organizar o "Instituto de Orientação da Família" até hoje em atividade. Já conhecendo as ENS por meio do Dr. Pedro Moncau, que atuava como médico de seus vizinhos "os dominicanos", Frei Barruel passou a participar do Movimento em 1958. Permaneceu vinculado às equipes, como CE, até 1964. Retornou ao Movimento em 1970, onde permanece atuando como CE da equipe CM449

de N. S. da Alegria- equipe 7-A, São Paulo-II. Foi CE Nacional das Equipes Jovens, da Equipe da Carta Mensal de 1980 a 1990 e Conselheiro da Equipe da Região de São Paulo. Contando cinquenta e dois anos de serviços prestados às ENS, Frei Barruel é o mais antigo CE em atividade no Brasil. , como também provavelmente o mais idoso. Frei Barruel concedeu aos casais de sua equipe, a entrevista a seguir:

P Por que o sr. decidiu tornar-se CE nasENS? Desde o início, ainda que essa atuação junto às ENS não fosse exatarnente um "apostolado de fronteira", típico dos dominicanos, fiquei muito interessado em trabalhar junto aos jovens na preparação e formação para o casamento. Não faltavam problemas de relacionamento entre pais e filhos.

P O que pensa da atuação e formação do CE nas ENS? O CE deve ser o amigo e companheiro dos casais em sua busca de crescimento na vida cristã e na santidade, como casal. Não deve interferir muito no decorrer das reuniões. Prefiro o CE "dorminhoco" ao "super-falante".

P Algum fato, em especial, chamoulhe a atenção nas ENS? Chama-me a atenção o fato de que poucos sacerdotes se originam de famílias das ENS. Eu me lembro 31


de uma reunião das ENS, ocorrida no Convento dos Dominicanos, em que o fato mais destacado foi a manifestação da vontade de um dos filhos de um casal equipista em se tomar sacerdote. A reação predominante dos pais era a de não apoiar o jovem. A opção pelo sacerdócio não era valorizada, não estava no horizonte de ascensão social desejada para os filhos em geral.

PÉ adequado ter-se um único tema para as ENS fazerem sua reflexão nas reuniões mensais? Acredito que hoje já existe a ideia de que o tema é proposto, não imposto. Mas se deve manter o desenrolar da reunião, a reflexão do tema dentro do foco do Movimento, mas com a liberdade para as equipes decidirem sobre o que mais responde às suas necessidades, sobretudo nas equipes mais maduras, tendo, no entanto, a preocupação de manter as equipes focadas na espiritualidade conjugal.

P Elitização ou popularização? Como o sr. vê as mudanças ocorridas ou em curso dentro do Movimento? De fato , as equipes já foram muito elitizadas. Hoje elas são mais ecléticas, com uma composição mais heterogênica. As equipes mais jovens têm interesses diferentes das equipes mais maduras. Dentro do objetivo comum, a diferenciação de temas dar-se-á de acordo com o "estágid' de cada equipe. As ENS caminham para interpretações e perspectivas novas.

P Que elementos são importantes para as ENS se manterem unidas? Acredito que o elemento principal 32

é viver o sacramento do Matrimónio como meio de santificação e busca do aperfeiçoamento do amor conjugal. Outro ponto importante é o valor da amizade. Em particular, nos grandes centros, as ENS constituem grupos de amigos, em torno do Cristo. É importante também para os casais equipistas a irradiação da vida cristã na vida diária, a vida sacramental e, em especial, a participação na Eucaristia. O que os casais precisam evitar é que as reuniões tornem-se uma espécie de terapia de grupo mal feita ou um mero encontro social.

P Há alguma atividade exercida nas ENS que o sr. gostaria de destacar? Durante um período de praticamente dez anos, fui Conselheiro Assistente da equipe da Carta Mensal, o que exigia uma dedicação muito grande. A carta mensal é extremamente importante e útil nas ENS e merece ser lida atentamente.

P O que diria aos casais jovens com relação às ENS? Que aprendam a viver o sacramento do Matrimónio na espiritualidade do Movimento, como meio de santidade.

P O que o faz continuar no Movimento? As ENS são uma parte importante da vida da Igreja, local e universal, com um valor que vai se afirmando cada vez mais.

As Equipes de Nossa Senhora agradecem o que o senhor fez por elas. • Colaboração de M. do Carmo e José Renato, CRR SPCII CM449


CINQUENTA ANOS DE "BELO AMOR" "Isto vem do Senhor e é maravilha aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos com Ele." 51118, 23 24.

Coube a nós a felicidade de contarmos a vocês, irmãos de Pederneiras e a todos os irmãos do Brasil, como foi a fundação e caminhada das Equipes de Nossa Senhora em nossa cidade: De Outubro de 1960 a Outubro de 201 O Lá, alguns casais foram convidados, informaram-se e iniciaram uma experiência diferente de vida a dois: a Espiritualidade Conjugal. Aqui, cinquenta anos após, a necessidade de parar e refletir para rever pontos altos, qualidade da ascese, momentos pitorescos, alegrias e tristezas no Senhor, sempre amparados pela mãe, Nossa Senhora do Belo Amor. Explorando nossos últimos Deveres de Sentar-se , pudemos relembrar acontecimentos, fatos marcantes, e sentir que tudo vem do Senhor, tudo foi trabalhado, manipulado e cultivado pelo grupo sob o OLHAR e INSPIRAÇÃO do ESPÍRITO SANTO. O resultado? Venham e vejam! A origem da Equipe número 1 de Pederneiras foi assim: Empenho de uma esposa junto ao Pároco para fazer do cônjuge um ser temente a Deus, um homem de fé. Sucesso total! Arrastou consigo mais quatro casais que passaram a compartilhar os mesmos ideais cristãos. O recurso adotado foi trazer para a paróquia o Movimento das ENS. A Reunião CM449

de Informação foi coordenada pelo cônego Pedro Rodrigues Blanco, Conselheiro Espiritual do Setor Jaú, acompanhado pelo casal Helena e Oswaldo, que se tornou Casal Piloto e primeiro Casal Ligação da Equipe 1. Admissão Provisória no Secretariado das ENS, sob o número 1, deu-se em 21 de outubro de 1961 e o Compromisso definitivo foi no dia 29 de dezembro de 1968. Os primeiros dez anos de jornada foram de profunda formação espiritual e consolidação da amizade. De início, o período de adaptação, o anúncio do Cristo Vivo {querigma) , a valorização da Mãe protetora e intercessora Maria Santíssima, a evangelização pelos Conselheiros Espirituais, o abastecimento com a mística e pedagogia das ENS , os estudos, a vida de oração e de Equipe e a vivência na comunidade eclesial. Realizávamos frequentes encontros para celebrar acontecimentos familiares, piqueniques para entrosamentos dos filhos dos equipistas; viagens regionais com irmãos da Equipe e seus familiares e mais tarde as excursões internacionais com o Grupo Missão Cumprida. Desta fase ficaram lembranças muito queridas, por exemplo: aos encontros de formação em Jaú compareciam só os homens, os "três mosqueteiros" como dizíamos; notava-se a 33


preocupação do Chacon dizendo: - " Amigos, vou levar algumas varas de pesca no carro para que o meu grupo da cidade não perceba que vamos a um encontro de Igreja em Jaú e sim uma pescaria no rio Tietê"; Caetano para Eugênio, ao vê-lo crescer no relacionamento conjugal: - Vejam que "belo" marido! : ou então Durval, diante da mesa farta da Reunião Mensal: "Eta religião boa! ". Por graça do Senhor, estas expressões foram superadas e substituídas por mensagens edificantes como esta: "Desejo que meus netos guardem de mim a lembrança de um homem talvez pobre, que saiu íntegro ao empreender sua viagem à eternidade". Na segunda década, precisamente em 1970, assumimos um apostolado em conjunto e de total responsabilidades da Equipe 1: os Cursos de Preparação para o Casamento, implantados com a ajuda do casal do Setor Jaú; trabalho esse que as Equipes realizam até hoje nas três paróquias da cidade. Ao final de cada encontro, a oportunidade para reunirmos, avaliar, replanejar, comemorar e aprofundar a amizade. Outro apostolado conjunto já cinquentenário é um Lanche aos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, no primeiro domingo de cada mês. A vida em Equipe sempre foi o ponto alto nos 34

momentos de coparticipação, ocasião em que colocamos na mesa as alegrias e preocupações do mês e em especial questões de saúde das pessoas queridas, acompanhadas de orações e esperança de recuperação. Aprendemos, com a Palavra de Jesus, socorrer o irmão em todos os momentos, na dor física , moral, no luto, nos revezes financeiros e problemas de fé . Os anos foram se sucedendo e o milagre da conversão se realizando, traduzindo-se em engajamentos nas diversas pastorais paroquiais, conforme nos lembrava o Pe.Corbeille, já em 1955, Conselheiro Espiritual do Movimento no Brasil: "Pela árvore se conhecem os frutos. Não há um movimento apostólico em que não esteja à frente um equipista de Nossa Senhora ". De fato, podemos dizer que o mesmo ocorreu em nossa cidade. Os leigos começaram a se manifestar com maior ímpeto em Pederneiras, depois das ENS . Assim surgiram os Agentes de Expansão dentro da CM449


própria comunidade paroquial e paróquias dos bairros e ainda para cidades vizinhas: Ourinhos, Lençóis Paulista. Com entusiasmo colaboramos para contarmos com dez Equipes que hoje militam e colhem os frutos dulcíssimos do Movimento. O porvir é cheio da graça de Deus, pois mais três grupos que já se encontram em trabalho de Pilotagem. Muitas coisas aconteceram neste tempo todo ... Uns mudaram de cidade; outros de profissão, levados pelas circunstâncias da vida; outros deixaram o Movimento das ENS para trabalhar em outros apostolados para os quais se sentiram vocacionados; outros passaram pelas Equipes e não se deixaram tocar mais fundo pela graça do Senhor... Outros foram chamados pelo Pai e partiram para a eternidade; foram momentos de dor, de provação, de perdas profundas. Louvemos ao Senhor também por eles, pois nos

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www.ens.org.br

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edificaram , ensejaram o auxílio mútuo, lágrimas somadas, ombros amigos para repousar a cabeça e para recomeçar. Felizmente, nós que permanecemos fiéis , aqui estamos iluminados, de coração aberto e disponível ao Senhor; deixemos que sua Palavra continue inundando-nos. Soltemos as amarras do comodismo, da timidez, da acomodação e entreguemo-nos à Ação do Alto. Todos os amores desta vida decepcionam, todos os amores nos cansam, mas há um amor que nos chama continuamente, que é eternamente, tudo o que desejamos: compreensão, paz, alegria, amor. Só Ele nos tem dado a verdadeira felicidade! Obrigado, Jesus, por estes cinquenta anos de "Belo Amor. " • Leontina e Euclydes Eq. N. S . Mãe do Belo Amor

Pederneiras - SP


RETIRO ESPIRITUAL Com o Tema:" Casamento Sacramento do dia a dia" e o Lema "Vida matrimonial, uma celebração permanente", o Pregador Frei Américo nos deixou bem informados da necessidade de cultivar e exercitar a vocação que nos é concedida por Deus. Fomos conduzidos a entender e respeitar o outro, cultivando o diálogo, e advertidos sobre a importância dessa vigilância. Compreendemos, no decorrer destes dois dias, que o amor de Deus por nós se traduz através de pequenas coisas em nossa vida. Fomos motivados a evangelizar, vivendo um sentimento cristão de compromisso e compaixão, respeitando a essência do ser único que cada um de nós é. Em referência ao casal, fomos lembrados de que o matrimônio é celebrado todos os dias; que o casal é exemplo de fidelidade para todos, e que esta fidelidade precisa ser alimentada. O reconhecimento da graça de Deus atuando em nossas vidas é a palavra - chave para a vivência do casal. Entretanto, às vezes, não percebemos a grandiosidade do matrimônio quando nos sentimos abatidos e cansados. Houve um momento no qual o pregador se dispôs a ouvir as pessoas sós. E estávamos em número de quatro senhoras, cujos maridos já voltara para a casa do Pai. Por unanimidade confessamos continuar na equipe de origem, tendo em vista o amor fraterno demonstrado a todas 36

nós . Um objetivo importante de nossa parte é levar para a família e, especialmente, aos filhos casados, a mensagem das ENS, que sempre nos fortaleceu espiritualmente, deu suporte nos momentos dolorosos, através das reuniões de equipe , da realização dos PCEs, das informações através da "Carta Mensal" e da formação, dando sentido a nossa trajetória de vida rumo a santidade. Considero um privilégio pertencer a um Movimento que se empenha em harmonizar e conduzir as famílias. O Retiro foi um momento muito ' rico para todos nós. Saímos de lá com bons propósitos, felizes e prontos para continuarmos refletindo sobre o sentido de nossas vidas. • Mercês (do Ismael) Eq. N.S . da Boa Vontade Recife- PE CM449


O PAPEL DE MARIA NAS BODAS DE CANÁ Dentro das comemorações dos 60 anos das ENS no Brasil, refletiremos sobre uma cena evangélica: as Bodas de Caná. Nesta cena bíblica (Jo 2,1-11), o evangelista nos sugere uma pergunta: Qual o papel de Maria nas Bodas de Caná? Ela está presente. A sua presença é importante. Contemplando Maria nesse episódio, ela antecipa o primeiro sinal de Jesus ao mundo. Trata-se do início dos sinais da presença do Filho de Deus entre nós e a revelação do amor misericordioso do Pai. Esse sinal, realizado em Caná da Galileia, acontece no terceiro dia, lembrando o dia da ressurreição, da nova criação, da transformação de menos vida para uma vida plena e cheia de alegria. O papel que Maria ocupa nesse casamento é ajudar àqueles que servem o vinho a estarem atentos às instruções de Jesus. Sendo ela a intermediária, vai ao encontro de seu filho avisar sobre a necessidade dos noivos e dos convidados, mas nada pede . Jesus não reconhece ser aquele o momento, pois Ele mesmo fala de que a "sua hora" não é chegada. Quantas vezes em nossas vidas pedimos a intercessão de Maria para o milagre que queremos, mas não atendemos o que Jesus nos pede e não trazemos a água para que Ele possa realizar o milagre! Maria é a nossa maior interCM449

cessara, mas é Jesus, o seu Filho quem faz o milagre. Ele quer que ofertemos a nossa água, que não deixemos nossas talhas vazias, para que ele possa transformar em nós toda a água que precisa ser vinho e nos transformar em mulheres e homens sensíveis e comprometidos em mudar o que falta na vida, na mesa e na festa do povo, em todos os recantos do mundo. O milagre depende de nós! Jesus disse que não é aquele que diz: "Senhor, Senhor... " que vai entrar no céu. Podemos dizer o mesmo em relação à nossa devoção para com Maria. Ser aquele que tem coragem de, igual a ela, dizer com consciência: "Faça-se a tua vontade" (Lc 1,38); ou aquele que, também como Maria, no dia de Pentecostes (At 1,14), se abre ao Espírito Santo e faz da sua pequena história pessoal de cada dia, uma exemplar história cristã. Como os serventes de Caná, saibamos atender ao pedido de Maria, a Nova Mulher: "Fazei tudo o que Ele vos disser!" Apresentemos a Deus a água de nossa realidade para que a sua ação a transforme em vinho da vida e da salvação. Saibamos distribuir este vinho novo do Senhor entre todos os convidados para a festa da vida. • Frei Valdemiro José de Lima

SCE-Setor B Recife-PE 37


MISSA DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA A missa de hoje deseja celebrar os 14 anos da morte do Padre Caffarel e as preces pela sua beatificação. Padre Caffarel é o nosso fundador. Sua vida e mensagem devem ser compreendidas e vividas. Estranho que o líder máximo das equipes seja exatamente um padre e vinculado totalmente ao celibato. Tudo isso nos leva a pensar na importância do amor celibatário e nos segredos do amor contido dentro da opção pelo celibato. Assim como nós, padres, aprendemos muito com vocês, a respeito do amor matrimonial, vocês devem aprender muito do amor celibatário. Nós aprendemos tanto! A ternura no amor. O sacrifício de 24 horas na caridade da vida a dois. A preocupação total com o cônjuge. A doação total aos filhos. A troca de sobrenome. O amor que adivinha as alegrias e tristezas do outro. Assim vocês, através do Padre Caffarel, devem aprender as filigranas do amor celibatário. Para início da reflexão, por amor de Deus, nunca pensem que celibato é apenas a situação de quem não se casa. O celibato é um tipo de amor bonito - indiviso - totalizante - definitivo. No céu todos seremos celibatários. É um aperitivo do futuro amor do céu. Mas, para compreendê-lo na terra é preciso que ele seja encarnad~ em pessoas. No caso, o Padre- que 38

deve ser visto como um homem que entende muito de amor, sim. Padre, o homem especializado em matéria de amor. Padre Caffarel vai traduzir estas afirmações. Cada vez mais descobrimos em Padre Caffarel um doutor em amor matrimonial. Porque, como Padre celibatário ele sabia conjugar o verbo em todos os tempos e modos e através das Equipes, ele se torno~ um professor do amor matrimonial para o mundo todo. Eis um resumo de suas pesquisas sobre o amor matrimonial - o amor humano e o amor divino. Disse que o amor não é apenas olhar um para o outro, mas os dois na mesma direção, e isso favoreceu Padre Caffarel a mostrar o amor olhando na direção de Deus e falar da espiritualidade matrimonial de Deus e do amor eterno. '

AMAR

Porque padre celibatário e confessor, Padre Caffarel pôde curar muitas CM449


chagas no amor, tais como: amor ferido, amor traído, amor espoliado com as heranças, amor aprisionado pelo ciúme, amor sofrido para praticar a fé, amor não correspondido, amor machucado pelo pecado de quem não queria mais filhos por egoísmo, amor que denuncia o pecado contra a castidade.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel aprendeu amar como Jesus, pois o amor de Jesus é como uma casa, em cujo espaço podemos morar, é uma casa para todos.

Porque padre celibatário e não circunscrito aos limites do quintal da própria casa, Padre Caffarel ensinou aos casais a missionaridade na pastoral familiar.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel nos avisou que o amor humano tem limites: distâncias, ausências, frustrações, saudades e que o amor absoluto é só o de Deus.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel provou aos jovens que é possível viver e guardar a virgindade antes do casamento.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel nos ensinou que existem formas materiais do amor de Deus, pois, quando bebemos um copo de água, precisamos tomar consciência de que estamos bebendo do Amor de Deus.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel pôde quebrar os grilhões do ciúme, afirmando que o verdadeiro amor liberta. Porque padre celibatário, Padre Caffarel tornou-se um professor mundial sobre o amor, suas exigências, seus frutos e sua santidade. Porque padre celibatário, Padre Caffarel ensinou que precisamos ter amor por tudo: pessoas, flores, animais, contemplar a natureza. Porque padre celibatário, Padre Caffarel penetrou nas exigências do amor de que nos fala São Paulo: "O amor é paciente, benigno, tudo suporta, tudo crê" . Porque padre celibatário, Padre Caffarel nos ensinou que não se pode confundir amor com possuir, querer a pessoa só para si, como propriedade. CM449

Porque padre celibatário, Padre Caffarel pôde convencer que o Amor vem de Deus e que Deus é amor.

Porque padre celibatário, Padre Caffarel nos matriculou na Escola Bíblica do amor, dizendo que o amor é força, leva ao entendimento e à harmonia. O amor tudo espera, o amor é um presente divino que, em Deus, temos o seguro do amor e na eternidade permaneceremos sempre no Amor.

Por tudo isso, e por ser um professor especializado no amor para todos os casais do mundo, o solteiro e celibatário Padre Caffarel merece ser beatificado como o Padre que melhor entendeu a profundeza do amor matrimonial e do amor celibatário. Amém. • D. Albano Cavallin Eq. 05 - N.S . Aparecida Londrina-PR 39


JOVENS EM BUSCA DE CRISTO Convidado pelos dirigentes das Equipes, acabo de passar quinze dias no Brasil. Tive inúmeras oportunidades de me entreter tanto com os dirigentes como também com simples equipistas. Participei de uma Sessão de Formação nas vizinhanças de São Paulo (cerca de duzentas pessoas) e de outra em Florianópolis (uma centena). Era a minha terceira viagem: a primeira, há quinze anos; a segunda, há dez anos. Verifiquei, uma vez mais, que na América como na Europa, as mesmas dificuldades são encontradas, os mesmos problemas e , também , casais dedicados ao Movimento, que dão testemunhos impressionantes sobre a transformação que a vida de equipe operou em sua vida de casal e de família. Não me senti desambientado, malgrado a língua que não compreendo, é a mesma qualidade de amizade fraterna, a mesma espiritualidade. Fiquei particularmente impressionado pela ordem, o método, a organização rigorosa e esta política de formação dos quadros dirigentes que, nestes três anos, vem se mostrando singularmente eficaz e promissora. É toda uma safra de recordações, de observações, de reflexões que trago de volta. E tantas amizades, antigas e novas.

Hoje, quero simplesmente evocar uma recordação desta viagem. Naquele dia, todos os casais da região tinham sido convidados para um encontro. Muitos deles tinham viajado doze e mais horas de ônibus e deviam levar outro tanto para voltar na tarde seguinte. Ao todo cerca de setecentas pessoas. À tardinha, de volta à casa dos amigos que me hospedavam - uma verdadeira família equipista, onde crescem seis filhos de dez a vinte e dois anos - dispunha-me a um merecido descanso, quando batem à minha porta. A filha mais velha acabava de chegar apó.s um dia passado com o seu grupo de jovens, Cerca de quinze companheiros tinham vindo com ela: queriam ver esta curiosidade: o fundador das Equipes de Nossa Senhora. Pensei que se ia tratar de distribuir alguns apertos de mão, sorrisos e palavras amistosas. Estava enganado. O que os interessava não era isto. Esperavam encontrar alguém


com quem falar do Cristo. Nenhum preâmbulo. Logo de início a conversa encaminha-se para o que apaixona estes jovens (alguns de origem católica, outros convertidos) : não uma religião abstrata, mas Alguém, o Cristo, morto e ressuscitado, vivendo hoje no meio deles. As perguntas são incisivas. As reações inteligentes e pertinentes. Não há dúvida, uma paixão habita neles, o amor de Cristo. A conversação poderia ter-se prolongado até tarde. À noite, antes que o sono viesse, pus-me a comparar a troca de ideias que acabava de ter com outras que tivera com os casais do Movimento. Raramente encontro nos adultos a mesma necessidade premente, as mesmas interrogações incisivas sobre o essencial. Raramente encontro neles o tom de procura calorosa que eu notara nesses jovens, ansiosos por melhor conhecer o Cristo que se tornara para eles a grande Realidade à qual estão ardorosamente ligados, em meio à imensa desorientação da juventude, no Brasil como em toda a parte. E pus-me a refletir, procurando a explicação para a falta, não de fé e de oração, mas de "élan" em tantos equipistas. Não seria a sua religião por demais complicada, intelectual, moralista ... uma religião que não é uma adesão a uma Pessoa, o Filho de Deus feito homem? Poderão dizer-me que o entusiasmo não é o mesmo aos quarenta anos e aos vinte e que este entusiasmo não é necessariamente o sinal de uma fé profunda e sólida. É verdade. Penso, no entanto, CM449

que nas nossas Equipes não se tem suficientemente a preocupação de procurar, antes de tudo, o Cristo Ele, que jamais descobrimos por completo, seja na oração pessoal, seja na oração em comum, seja na abertura muito franca de uns com os outros. É por isso que a fé cristã se torna uma religião austera, triste e cansada, pobre de alegria, desprovida de dinamismo e incapaz de irradiar. Sejamos francos: ao nos encontrarmos todos os meses, o nosso primeiro pensamento não é: o que vamos descobrir de Jesus Cristo no decurso deste encontro? .. . É isto sem dúvida o que distingue duas gerações e as divide. Mas, então, como esperar que os jovens sejam auxiliados em suas buscas (que parecem autorizar tantas esperanças) se os adultos não compreendem nem partilham as suas aspirações? Como esperar que a fé dos adultos seja preservada do envelhecimento, se o encontro de uns com os outros não for animado por uma paixão pelo Cristo? A oposição das gerações não é inevitável. Penso que há muito por fazer, e é preciso fazer muito. Encontrei nossos amigos do Brasil muito atentos à questão. Talvez seja preciso que nossos filhos tenham uma participação, ao mesmo tempo livre e verdadeira, nas atividades do nosso Movimento: Não quero, entretanto, antecipar-me às reflexões e conclusões que o tema possa sugerir. • Pe. Henri Caffarel Editorial da Carta Mensal Março 1973 41


VIVENDO O EVANGELHO Amar e viver ao estilo de Jesus foi, de fato, a grande proposta de Pe . Caffarel em sua Palestra em Lourdes (1965) , quando, num novo aspecto, abordou a vocação das Equipes de Nossa Senhora. Este foco, síntese de uma grande inspiração, mostra como Pe. Caffarel acolheu de coração aberto aqueles primeiros casais carentes do amor de Deus, Inspirado pelo Espírito Santo, percebe-se que Pe. Caffarel resolveu colocar o Evangelho como fonte e ponto central em sua catequese para ensinar aqueles casais e a todos os outros, até hoje, a buscarem o Cristo, construindo uma vida de santidade , não individualmente, mas juntos. Se o Cristo se tornasse o principal conteúdo estrutural e edificador, então, convictamente, as construções do matrimônio seriam inabaláveis. Relata-se que, quando os irmãos de Francisco de Assis lhe pediam regras, ele respondia: "Não junteis nada ao Evangelho, não temos outra regra senão o Evangelho. Não junteis nada a ele, não façais outras regras. Vossa regra é o Evangelho e Aquele que o encarna. Segui-o e marchai com Ele". Santo Inácio mais direto ainda, resumia: "O Cristo: eis aí todos os meus arquivos". E Pe. Caffarel dizia: "Bastam cinco minutos diários para converter o Evangelho no melhor amigo". Qualquer regra que se tente 42

acrescentar a essa Lei, tão singela e ao mesmo tempo grandiosa, é uma violação do arquivo da perfeição. Não se pode exigir, impor ou induzir qualquer outra regra a esta Lei máxima, bem como não se pode maquiá-la. As ENS nasceram solidamente alicerçadas e inspiradas no Evangelho. A proposta aos casais, baseada em Pontos Concretos de Esforço, encontra solidez nas propostas evangélicas de Jesus. De fato, não há outra Lei, caminho ou fonte de vida fora do Evangelho. Quando analisamos cuidadosamente os textos, o carisma, a mística e o conteúdo do Movimento não ficam dúvidas de que cada Ponto Concreto de Esforço possui a essência das singelas regras evangélicas apresentadas por Jesus. Iluminado, o Pe. Caffarel percebeu que estas propostas simples estariam conduzindo os casais, cada vez que cumprissem um PCE, ao compromisso com o próprio Evangelho, levando-os a encarnar, se podemos assim considerar, as virtudes e práticas evangélicas em sua vida matrimonial, a tal ponto de, um dia, nesse contínuo processo de santificação, ser possível exclamar como Paulo; "Já não sou eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim ". • José Rubens, da Ana Morem Eq. N. S. Aparecida Mogi -SP CM449


UMA GRANDE AVENTURA O curso de noivos que fizemos nos alertava que "casamento não é uma aventura". A nossa vida de casados, contudo, nos mostrou o contrário: Casamento é uma grande aventura. Não uma aventura descompromissada, do vamos ver como é que é. É, sim, uma aventura de um homem e de uma mulher que se unem num projeto de amor a ser realizado nos dias que virão. É uma aliança de duas pessoas que, animados pela fé e pela esperança, decidem viver juntas uma aventura de amor até o fim dos dias, aconteça o que acontecer. Quando nos casamos, não tínhamos grandes projetas, a não ser adisposição de nos amarmos, de termos filhos e de sermos felizes. Nove meses foi o tempo da gestação e parto do nosso casamento. A partir do nosso sim, embora ainda não tivéssemos conhecimento de que o Sacramento do Matrimônio é celebrado no dia a dia até o fim dos dias do casal, esforçamonos para viver o casamento. Nessa aventura, nos deparamos com muitas surpresas alegres, e também com obstáculos a serem transpostos. Dificuldades vindas da relação de trabalho, de doenças, de defeitos trazidos da infância e outros adquiridos ao longo do caminho. Trazíamos ainda virtudes de ambos já conhecidas, às quais acrescentamos outras, cultivadas para melhorar nosso relacionamento. Vivemos a aventura de atravessar "planícies" de rotinas, e acomodações em águas CM449

paradas. A aventura de acompanhar os filhos, árvores que crescem únicas no bosque familiar, mas que sempre necessitam das folhas que caem dos nossos galhos e que se tornam adubo para elas, que precisam da nossa sombra e do nosso anteparo contra as ventanias da vida ... A aventura de viver a fé cristã num mundo pagão, no qual somos contagiados pelo consumismo, pelo egocentrismo, pelo materialismo, cultura com a qual convivemos, mas que precisamos cristianizar em nossas vidas. A aventura de pertencermos às Equipes de Nosso Senhora, que afastam de nós o acomodamento, nos animam a viver de modo mais pleno a caridade conjugal e a cultivar a fraternidade numa pequena igreja, que é a nossa equipe. A aventura de, cheios de defeitos, confiar na misericórdia de Deus, pedindo que seu Espírito esteja permanentemente sobre nós, para dar vida aos "ossos ressequidos" de nosso viver (cf Ez 37,1-14). Casar é aventurar-se a ser sinal da aliança de Cristo com a Humanidade, mirando-se na aventura do sim de Maria, modelo do sim da Igreja, a quem o Esposo Jesus Cristo vai tornar "santa e irrepreensível" (Ef. 5,27) , e de cujo banquete nupcial participaremos (cf. Ap 19,1), se vivermos como verdadeira igreja doméstica. • Graciete e Gambim Eq. N.S. de Guadalupe Porto Alegre - RS 43


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CASAIS EQUIPISTAS, A PONTE DA UNIAO Dois irmãos que moravam em terras vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. O que começou com um pequeno malentendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão. "Estou procurando trabalhd', disse ele. "Talvez você tenha algum para mim." "Sim", disse o fazendeiro. "Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? E do meu vizinho. Na realidade é a propriedade do meu irmão mais novo. Não o suporto mais. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use a madeira para construir uma cerca bem alta." ''Acho que entendo a situação", disse o carpinteiro. "Mostre-me onde estão as ferramentas." O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou cortando, cavando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro voltou, não acreditou no que viu: em vez da cerca, uma ponte muito bonita foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Nesse momento, o irmão mais novo veio da sua propriedade, passou pela ponte, e abraçou o irmão dizendo: "Que gesto, meu irmão! Depois de tudo o que aconteceu, você respondeu com esta atitude tão significativa, construindo uma ponte. Perdão, meu irmão." 44

O carpinteiro que fizera o trabalho ia partindo com a sua caixa de ferramentas, quando um dos irmãos o chamou: "Espere, fique conosco! Temos mais trabalho para você." Mas o carpinteiro lhe respondeu: "Eu adoraria, mas tenho muitas outras pontes para construir!" É verdade: há muitas pontes a serem construídas mundo afora. Falta Paz entre judeus e árabes. Os árabes se saúdam entre si com "Salam aleikum" - A Paz esteja com vocês! Chegará o dia em que árabes saudarão judeus com o "Salam aleikum"? Os judeus se saúdam entre si com "Shalom Aleikem" -A Paz esteja com vocês! Chegará do mesmo modo o dia em que os dirigentes da Israel saudarão os habitantes da Faixa de Gaza com seu "Shalom Aleikem" - A Paz esteja com vocês!? Vocês já imaginaram os evangélicos saudando e abraçando os católicos com "A Paz de Cristo!", ou então, os católicos cumprimentando os evangélicos com a ''A Paz do Senhor!"? Falta Paz! Falta Paz entre as tribos africanas, falta Paz em nossas tribos urbanas. Falta Paz em nosso lar, falta Paz em nosso coração. No futebol temos ouvido que o ataque é a melhor defesa. Com certeza nas teorias relativas à guerra seja esta visão defensável. Como diria Kaká (jogador de futebol) , não se pode levar canelada a vida inteira, chega uma hora em que precisamos nos impor. É uma pena, mas não conseguimos jogar o jogo de nossa CM449


vida sem transformá-la numa guerra. Ninguém consegue. Não está em nós fazê-lo. A Paz de verdade é coisa de outro mundo! Mas Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, viveu e morreu por um projeto bem diferente: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" . Muito antes de nossa constituição ser escrita, Jesus já defendia e dava a sua vida pelos princípios da igualdade entre as pessoas, da solução pacífica dos conflitos, da defesa da paz, do repúdio à violência, e o da cooperação entre as pessoas e os povos. Assim, quando o Pai, o Senhor do Universo, enviou o seu Filho Jesus Cristo ao nosso mundo, ele construiu uma ponte entre a sua morada e a nossa. Esta foi a primeira ponte que precisou ser construída. E cravou do lado de cá, em terras humanas, a bandeira da Paz com Deus, para aqueles que a buscarem. A primeira mensagem que Jesus trouxe aos seus discípulos, após a sua ressurreição, quando eles estavam com medo dos judeus, trancados em uma casa foi: A Paz seja Convosco! (Jo 20.19). Ressurreição e Paz estão essencialmente entrelaçados . Quando celebramos a ressurreição de Jesus, celebramos a nossa própria ressurreição, isto é, o fundamento da paz de nosso ser na sua plenitude. E esta plenitude se reflete tanto na Paz física quanto na Paz de nossa alma. Pois já não há nada que nos afaste do Amor do Pai. A ressurreição é prova cabal de que Deus Pai aceitou a obra de seu Filho, e de que agora CM 449

também somos filhos, embora ainda combalidos e fracos. A esperança do ressurgimento da morte enche nosso coração de uma alegria indizível, da Paz que, como diria Jesus, "o mundo não é capaz de dar". Aquele que degusta esta Paz torna-se invariavelmente construtor de pontes, tal qual Jesus. E pontes para serem construídas não faltam. Deus nos orienta e diz: "Procurem a Paz e empenhem-se por alcançá-la" (SI 34.14). Comecemos lá na nossa família, a célula-mãe. Há um mês homenageamos os Peacekeepers, os denominados mantenedores da paz. Quando Jesus nos chama a sermos pacificadores, Ele nos pede um plus. Ele nos chama a sermos construtores da Paz ou promotores da Paz. Somos chamados a ser "peacemakers". Aqueles que dão a sua vida pela Paz com "p" maiúsculo. Os CE e os casais quipistas, na imensidão do nosso mundo, despertam orgulho como verdadeiros carpinteiros, construtores de pontes. Que possamos promover a concórdia e a união sempre que estiver ao nosso alcance, em nossos relacionamentos, em nosso lar. E, se vier, ou, quando vier a discórdia, estejamos prontos para ela, com o coração pleno da Paz de Jesus. Que o Senhor, Nosso Deus, continue derramando abundantes bênçãos sobre todas as famílias e o manto Sagrado de Nossa Senhora os proteja sempre! • Pe. Antonio Carlos Gonçalves (Capelão da Aeronáutica) SCE do Setor F Brasaia -DF 45


PRECONCEITO Era urna manhã de um dia da semana, desses de céu aberto e muito sol. Um trabalhador dirigiu-se para seu local de trabalho. Passando em frente a um templo religioso, decidiu entrar. Era uma sala muito ampla e ele sentou num dos últimos lugares, bem ao fundo. Ali se pôs a fazer a sua oração cheia de vida, dialogando com Jesus. Ouviu, então, em meio ao silêncio, a voz de alguém, cuja presença não tinha percebido: "Venha aqui. Venha ver a rosa". Ele olhou para os lados, para frente , e viu uma pessoa sentada num dos primeiros lugares. Levantou-se e a voz falou outra vez: "Venha ver a rosa". Embora sem entender, ele se dirigiu até a frente e percebeu que sobre a mesa havia realmente um vaso, no qual estava uma linda rosa. Parou e começou a observar o homem maltrapilho que, vendo-o hesitante, insistiu: "Venha ver a rosa". "Sim, estou vendo a rosa" , respondeu. "Por sinal, muito bonita". Mas o homem não se conformou e tornou a dizer: "Não, sente-se aqui ao meu lado e veja a rosa". Diante da insistência, o trabalhador ficou um tanto perturbado. Quem seria aquele homem maltrapilho? O que desejaria com ele com aquele convite? Seria sensato sentar-se ali, ao lado dele? Finalmente, venceu as próprias resistências e se sentou ao lado do homem. "Veja agora a rosa", falou feliz o 46

maltrapilho. De fato, era um espetáculo todo diferente. Exatamente daquele lugar onde se sentara, daquele ângulo, podia ver a rosa colocada sobre um vaso de cristal, num colorido de arco-íris. Dali podia-se perceber um raio de luz do sol que vinha de uma das janelas e se refletia naquele vaso de cristal, decompondo a luz e projetando um colorido especial sobre a rosa, dando-lhe efeitos visuais de um arco-íris. E o trabalhador, extasiado, exclamou: "É a primeira vez que vejo uma rosa em cores de arco-íris. Mas, se eu não tivesse me sentado onde estou, se não tivesse tido a coragem de me deslocar de onde estava, de romper preconceitos, jamais teria conseguido ver a rosa, num espetáculo tão maravilhoso". É preciso saber olhar o outro de um prisma diferente do nosso. O amor assume coloridos diversos, se tivermos coragem de nos deslocar de nosso comodismo, de romper com preconceitos, para ver a pessoa do outro de modo diferente e novo. Há uma rosa escondida em toda pessoa que não estamos sendo capazes de enxergar. Há necessidade de sairmos de nós mesmos, de nos dispormos a sentar em um lugar incômodo, de deixar de lado as prevenções, para poder ver as rosas do outro, de um ângulo diferente. Realizemos esta experiência , hoje, em nossas vidas. CM 449


Procuremos aceitar que podemos ver um colorido diferente onde, para nós, nada havia antes, ou talvez, de acordo com nosso modo de pensar, jamais poderiam ser vistas outras cores. A Rosa, Rainha das flores , é sustentada por uma haste cercada de espinhos. No entanto, nenhum espinho consegue machucar a sua beleza. Seja assim com você

também. Não deixe que as dificuldades consigam machucar a beleza da sua vida. Antes, faça como a rosa. Mantenha a sua vida sempre acima de todas as dificuldades. Pense nisso com carinho! • Autor desconhecido. Colaboração Donizeti, da Silvia Equipe N.S. Madre de Deus Mogi das Cruzes - SP

ASSEMBLEIA NA FOLHA DE PARTILHA Contam que, num certo dia do mês de Maio, aconteceu na Bahia uma estranha Assembleia. Foi uma reunião dos PCEs para tirar as suas diferenças e verificar quem seria o vilão da conversa. A FOLHA DE PARTILHA exerceu a presidência, mas foi logo notificada que teria que renunciar, porque não era um PCE; e, entre os Casais, só era lembrada na véspera da Preparatória, quando a respondiam apressadamente, só para não deixar em branco. A Folha, coitada, teve que reconhecer sua fraqueza, mas pediu que também fosse expulso o DEVER DE SENTAR-SE, pois entre os cônjuges, segundo as pesquisas, era o que apresentava maior dificuldade, recebendo quase sempre o conceito NÃO FEZ. Marido e mulher usavam-no para cobrar, criticar e o diálogo acabava em briga e confusão. O Dever de Sentar-se assumiu a sua culpa, mas CM449

pediu que também fosse expulsa a REGRA DE VIDA, que prometia mudar comportamentos, e o tempo passava, e ninguém se modificava, visto que era esquecida nas tribulações diárias, recebendo sempre o REGULAR. Ante ao ataque , a Regra de Vida recuou, mas na sua vez pediu a expulsão da ORAÇÃO CONJUGAL. Fez ver que ela, sim, era muito FRACA, e muitos nem conseguiam "fazê-la", porque não sabiam do poder da Oração a dois, preferindo rezar individualmente. A Oração Conjugal acatou a decisão com a condição que também fosse expulsa a ESCUTA DA PALAVRA, que se dizia a "Perfeição" e perfeita, por sempre ganhar conceito INTENSO, mas o casal ouvia por ouvir e nada internalizava. Muitos nem aceitavam a vontade de Deus em suas vidas, e na primeira dificuldade deixava não só o Movimento, mas 47


a religião Católica. "Peraí", a culpa não é minha, retrucou a Escuta da Palavra. Então, que seja expulsa a MEDITAÇÃO DIÁRIA. Ela sim, que fala que faz o casal silenciar, remoer, para absorver e compreender o que Deus quer lhe falar, mas só aparece na Partilha como FRACA ou REGULAR, pois não há tempo para meditar! Concordo, refutou a Meditação Diária, pois as obrigações e o lazer são prioridades. Porém o grande vilão não sou Eu, mas o RETIRO, que, por ser apenas uma vez ao ano, ainda é muito explorador. Muitos casais deixam de participar pelo seu "alto custd', perdendo, assim, a oportunidade de refletirem e se encontrarem na intimidade com Deus. Nisso, silenciosamente, entrou Nossa Senhora. Colocou seu avental e iniciou o trabalho de conversão daqueles casais, utilizando-se de todos os PCEs e de toda pedagogia das ENS, criadas pelo Pe. Caffarel, por inspiração do Espírito Santo. Fez com que eles relembrassem dos estudos realizados durante as fases de Experiência Comunitária e Pilotagem e dos compromissos assumidos quando deram o seu "SIM" ao Movimento. Após a saída de Maria, a Assembleia recomeçou a deliberação. Disse a Folha de Partilha: Senhores PCEs, ficou claro que sempre encontrarão desculpas para não lhes reconhecerem. Mas a Mãe, sob a luz do Espírito Santo, trabalha com as suas qualidades e isto é que os faz valiosos na conversão do Casal e da Equipe. Assim, superem 48

as diferenças e concentrem a ação nas Equipes de Base.

O Espírito Santo está agindo, por intercessão de Nossa Senhora, para transformar aqueles casais que já estão quase debutando no Movimento e não compreenderam que o problema não está nos PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO, mas na falta de esforços para praticá-los. Continuam resistentes, alimentando seus defeitos, vícios e vaidades, porque não se esforçam para mudar a si mesmos. Ainda não entenderam que, ao entrarem nas Equipes de Nossa Senhora, estão buscando no Sacramento do Matrimônio um ideal de vivência cristã. E, por serem limitados, é que buscam a santidade em Equipe. Porém, ser Equipista não é mérito, mas compromisso. Assim, encerramos esta Assembleia com as palavras do Padre Cavalca que nos estimula contra todas as dificuldades: ''As pedras do caminho podem se transformar no caminho das pedras ..." • Lúcia e Manuel Eq. N. S. Auxiliadora Salvador - BA CM 449


MEDITANDO EM EQUIPE Instintivamente, associamos o mês de novembro ao "mês das almas" . E isto por conta do "Dia de Finados" (02 de novembro) . Até aí, tudo bem. O que talvez não esteja muito bem seja a nossa concepção de morte. Ela é realmente cristã/bíblica ou é pagã? Quem coloca decididamente esta questão é o livro da Sabedoria: para os insensatos (aqueles que não têm o senso bíblico das coisas), a morte é uma desgraça. um aniquilamento (Sb 3,2-3); para os sensatos (os que creem na Palavra de Deus}, ela é um repouso nas mãos de Deus; é uma esperança cheia de imortalidade (Sb 3,1-4). Assim pensam também os santos: "Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (São Paulo, FI 1,21 ); "Eu não morro; entro na vida" (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Escuta da Palavra em I Cor 15, 12-28 Sugestões para a meditação: O que a ressurreição de Cristo tem a ver diretamente conosco? O que dá sentido e sustentação à pregação de Paulo e à nossa fé? O que pensa Paulo de um cristianismo preocupado apenas com esta vida aqui na terra? Explore bem esta frase de Paulo: "que Deus seja tudo em todos" (I Cor 15,28) Frei Geraldo de Araújo Lima, O.Carm .

Oração Litúrgica "Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo tempo e lugar, por meio do Cristo, Senhor nosso. Nele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível. Por isso, com todos os anjos e santos, proclamamos a vossa glória cantando a uma só voz" . (Prefácio da missa dos Mortos)


Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257 .3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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