ENS - Carta Mensal 443 - Abril/2010

Page 1

..2 J •

o

Equipes d


EDITORIAL Da Carta Mensal. ...... ...... ... .............. ... 01 SUPER-REGIÃO Pe. Miguel Batista - SCE ..................... 02 Espalhando sementes ........ .. .......... .. ... 03 Buscar a felicidade a dois no dia a dia ...... ... ............. ........ 04

1

IGREJA CATÓLICA O tempo Pascal ...... ... .. .. .. ....... ........ . 30 XVI Congresso Eucarístico Nacional .. .. .. .. .............. .. 31 Campanha da Fraternidade ... ... ....... 33

NOTÍCIAS ... ............... .. .... .. .. ................ 06 EJNS- EQUIPES JOVENS DE NOSSA SENHORA Movimento das EJNS completa 20 anos no Brasil ................ 11

RAIZES DO MOVIMENTO Raízes do movimento das ENS ........... 34 Comprometer-se .... .. .. .. .. .. .......... .. .. . 35

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO PCEs : um arco-íris na vida do casal .................... .... ......... 14 VIDA NO MOVIMENTO EACRE- 2010 ........................ .. .... .. ..... 15 Alfenas - 1a. M issa Mensal do Ano .... 18 TEMA DE ESTUDOS Cristo no centro de nossas vidas .... .. .. 19 MARIA Nossa Senhora do Loreto ................... 20 O justo José .... .. .................................. 21 TESTEMUNHO Caminho para salvação ...... .. .............. 22

Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de Imprensa" n' 219.336 livro B de 09.10.2002 Edição: Equipe da Carta Mensal

Zezinha e Jailson (responsáveis) Fátima e Joel

Glasfira e Resende

"Meu nome é Maria Helena do Falcão" ................. ... 23 Homem cabeça I mulher coração .... 24 O figurino de um casamento ..... .. .. .. 26 Recompletamento de equipes ..... .... 27 A quaresma e a pedagogia das ENS ........ ............ ... 28

ANO SACERDOTAL Conchita: uma mãe sacerdotal .. .. .... 36 A visibilidade sacramental ..... .. .. ......... 37 1

VIDA DA IGREJA Meu Senhor e Meu Deus .................... 41 REFLEXÃO O pelo do leão .................................... 43

ENCARTE 60 anos das ENS no Brasil

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens

Frei Geraldo de Araujo Lima- O. Carm .

Edi ção e Produção: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiaçu, 390 11 ° andar, cj. 115 • Perdizes São Paulo Fone: (11) 3473 .1282

Jornalista Responsável:

Capa: Fotosearch

01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 Fax: (Oxx1 1) 32S7.3599 cartamensal@ens.org.br A/C Zezinha e Jailson

Paula e Genildo

Zélia e Justino

Catherine E. Nadas (mtb 19835) Projeto Gráfico:

Alessandra Carignani

Impressão: Prol Ti ragem desta edição: 21 .000 exemplares

devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Lui s Coelho, 308

5° andar • conj. 53


Queridos irmãos Ao receberem nossa Carta Mensal de abril, estaremos concluindo um tempo litúrgico importante da nossa fé : a Quaresma, tempo de reflexão, de jejum, de perdão e redenção. Vivendo o tempo quaresmal, teremos morrido na cruz com o Cristo crucificado, mas, como nos diz Pe. Miguel em seu artigo, poderemos testemunhar o Cristo Ressuscitado iniciando assim o Tempo Pascal. Abastecidos nas fontes dos EACRES - Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes, os que participaram diretamente e os que lerem os testemunhos sobre os mesmos, somos todos convidados por Cida e Raimundo a espalharmos as sementes de compromisso, comunhão e corresponsabilidade nos celeiros das nossas equipes para que produzamos frutos . Sintonizados com o nosso tema de estudos: Casamento - Sacramento do dia a dia, Glacy e Silvino nos motivam a buscar a felicidade a dois no dia a dia, alertando-nos para alguns aspectos importantes nessa busca. Como parte das comemorações dos 60 anos das ENS no Brasil os casais Gerusa e Kleber e Olguinha e Toninha nos presenteiam com outra parte da nossa história, nos convidando a avançar para águas mais profundas ... Como parte das comemorações dos 60 anos, a Super-Região propôs também criar uma Seção exclusiva na Carta Mensal com o nome Raízes do Movimento e nesta edição temos já a apresentação do Projeto visando a atualização dos novos equipistas no Movimento e colaborar com a formação geral de todos. Coincidentemente, sintonizados com a comemoração dos 60 anos das ENS no Brasil, as Equipes Jovens de Nossa Senhora nos brindam com um artigo em comemoração dos 20 anos de presença no Brasil. No Brasil a Campanha da Fraternidade coincide com o tempo da Quaresma que este ano nos exorta a vivenciarmos o Tema ECONOMIA E FRATERNIDADE, vejam o artigo do Pe. Celso Duarte que nos introduz objetivamente no tema. Na bandeira MARIA, uma homenagem da Equipe da Carta Mensal a São José, o justo e santo esposo de Maria, cuja festa se comemorou em 19 de março passado. Ainda em comemoração ao ANO SACERDOTAL, leiam os artigos dos nossos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, nossos grandes incentivadores nesta caminhada rumo ao Pai. Enfim, vindos de vários locais do nosso imenso Brasil: os testemunhos, reflexões e outros artigos dos irmãos construtores da Carta Mensal que nos ajudam a vivenciar a pedagogia do nosso Movimento. Que o Cristo Ressuscitado nos ressuscite junto com Ele para sermos sinais de esperança neste mundo tão carente de paz. Feliz Páscoa! •

Zezinha e Jailson, CR Carta Mensal Tema: C...a~me-Ytt-o-, \<.LC-ratnento- do- iUcv CM c:Ucv lema: Vídcv »u:LtYu-JII.Ortta.i, CM 443

UtHCA.

cciebr~

pe-t WUU'teVL.t"e


"Vós sereis testemunhas de tudo isso". (Lc 24.48)

É PÁSCOA!! ! Testemunhar o Cristo Ressuscitado é a nossa meta. A quaresma nos proporcionou um tempo favorável para fazermos o nosso êxodo espiritual, o nosso treinamento na fé através dos exercícios quaresmais e para nós também dos Pontos Concretos de Esforço. Só podemos testemunhar autenticamente algo se tivermos feito a experiência concreta daquilo que se quer testemunhar. Páscoa é renovação. Essa renovação não é apenas uma revigoração interior, nem apenas um retomar de algumas boas práticas e um provisório desistir de alguns vícios. As primeiras comunidades cristãs testemunharam o ressuscitado tornando-se verdadeiramente fraternas e essa fraternidade era acompanhada de sinais prodigiosos. A Páscoa é um verdadeiro encontro com o Senhor que deve nos transformar. Esse encontro maravilhoso se estende por todo ano através da Eucaristia e , sobretudo, quando mostramos aos outros com a nossa própria vida os sinais de renovação. Com a nossa alegria , fazemos muito bem à nossa volta, pois essa alegria leva os outros a Deus. Observemos 2

os primeiro cristãos: a sua vida atraía pela paz e a alegria que irradiavam . Queridos casais, inspirados em Lourdes, sejamos verdadeiras "comunidades vivas de casais, reflexos do amor de Cristo". Famílias que vivem de Cristo e que dão a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que atuam como centros de irradiação da mensagem evangélica. Diz-nos o Pe . Caffarel: "Ante os primeiros cristãos de quem nos falam os Atos dos Apóstolos (4,32) , que 'eram um só coração e uma só alma', os pagãos admiravam-se: 'Vede como eles se amam' . E a admiração levava à adesão. As Equipes de Nossa Senhora entendem que, hoje como então, os não-crentes serão ganhos para Cristo se virem os casais cristãos amarem-se realmente e auxiliaremse mutuamente na procura de Deus e no serviço prestado aos seus irmãos . Assim o amor fraterno, ultrapassando o auxílio mútuo, torna-se testemunho." (A missão do casal cristão) Um carinhoso abraço e uma FELIZ PÁSCOA! No Coração de Jesus,• Pe. Miguel Batista, SCJ SCE Super-Região Brasil CM443


ESPALHANDO SEMENTES ... Queridos irmãos: Em todo o Brasil, de janeiro a março, realizaram-se cerca de 50 EACREs (Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe) . É, geralmente, um período de muita oração e vigília, além de bastante trabalho, desenvolvido com criatividade e em colegialidade. Para que tanto esforço e dedicação? A razão é simples. Os Casais Responsáveis Regionais e os Casais Responsáveis de Setor, com alegria e competência, põem-se a serviço dos Casais Responsáveis de Equipe, que, também num gesto de doação, aceitaram exercer uma das mais importantes missões das Equipes: "cuidar", a partir de uma atenção constante e abnegação sem medida, do alicerce do Movimento, tanto no aspecto do estudo, da oração, do serviço - o tripé que sustenta a vida do cristão - quanto no da espiritualidade conjugal, o "dom do Espírito", capaz de ajudar os casais a descobrirem cada vez mais, num caminho sem fim , a dádiva recebida pelo casamento sacramento. Assim é que, durante um fim de semana, muitas sementes foram espalhadas no terreno dos corações de todos os participantes. Os semeadores? Todos aqueles que , generosamente, amam de maneira apaixonada, e que, sem faltar entusiasmo, semeiam sementes de compromisso, comunhão e corresponsabilidade, da mesma forma CM 443

que o Senhor, quando espalhou, indiscriminadamente as graças necessárias à salvação. De volta à planície, uma só coisa basta: confiar e se entregar ao amor de Deus, solo do amor íntimo, e deixar os frutos se desenvolverem. Quem colherá estes frutos lançados nos EACREs? O próprio Pai os colherá na pessoa de cada membro das Equipes de Base, mediante a vivência responsável dos Pontos Concretos de Esforço, a ajuda mútua na Reunião de Equipe e fora dela, o dia a dia da vida conjugal, vivendo a sexualidade de maneira plenamente humana e cristã, lendo "a Bíblia gráfica que é sua vida do lar" (Caffarel, 2009) , cuidando do amor... Importa, contudo, "respeitar o caminhar do próximo e não apressar a colheita, pois diferentes frutos têm diferentes tempos de amadurecimento" (Silva,2008). Há um "dito" muito comum que diz: "o maior bem que se faz a uma semente é enterrá-la". Neste caso, enterremo-la. Vamos dar-lhe a chance de morrer para viver. Fecundando a semente , teremos vida nova, vida que se manifesta de maneira nova e, que, por isso mesmo, precisa ser celebrada. Assim, junto com a Trindade , celebremos a vitória da vida : a Ressurreição Feliz e santa PÁSCOA! • Cida e Raimundo CR Super-Região Brasil 3


Casal Provincial

BUSCAR A FELICIDADE A DOIS NO DIA A DIA Como pessoas, somos criaturas de Deus, concebidas por amor, à sua Imagem e Semelhança . Para sermos felizes sempre: "Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher" (Gn. 1, 27) Pelo Sacramento do Matrimônio, a família , homem, mulher e filhos tornam-se, juntos, imagem do Deus Trino. O homem, imagem do Deus Pai. A mulher, o Espírito Santo ao qual a tradição atribui o amor. O filho, imagem do Verbo de Deus, Jesus Cristo. Alertamos que, para o casal ser abraçado no colo da Santíssima Trindade, é preciso que realmente viva uma só carne, amor sem limites, na busca da felicidade , da mesma forma que nos ama a Trindade Santa, isto é , sem limites. Acontece que, na vivência do dia a dia do casal, cometem-se atitudes de infidelidades ao amor conjugal, prometido no dia das núpcias, truncando assim a seiva da aliança de amor esponsal e com Deus. O ideal do casal cristão é hoje algo difícil de ser acolhido por muitos homens e mulheres do nosso mundo hipermaterialista, tecnológico, cético. O mundo do descartável, dos fortes, da injustiça, da depravação e dos prazeres impede que o casal viva 4

uma verdadeira igreja doméstica. Reafirmamos, a felicidade a dois está inserida no plano de Deus, que oferece uma proposta sedutora: "O casal foi feito para voar como um pássaro, buscando voos altos, com asas fortes , mesmo na turbulência, nos raios, nas tempestades". O casal busca e celebra a sua felicidade nos gestos e atitudes do dia a dia. Cuidado para que a rotina não "caia na rotina" que, muitas vezes, esmaga e azeda a relação conjugal. É preciso estar atento e rever nosso cotidiano com um diálogo aberto, carinhoso, verdadeiro, que é o grande alimento do amor. Esse diálogo estará morto quando um dos cônjuges considerar que já conhece tudo sobre o outro. Diz-se que, para conhecer o outro, é preciso lamber um saco de sal. Será que já lambemos o nosso? É interessante rever alguns aspectos da nossa harmonia conjugal inserida no plano de amor de Deus: CM443


• Humildade: É preciso ter muita humildade para aceitar as ponderações do cônjuge, entender e respeitar o que o outro quer dizer. Cuidado com o excesso de autoridade, os gerentes do Lar. • Verdade: Todo o relacionamento conjugal e familiar deve estar calcado somente na verdade. Marido e mulher devem estar um diante do outro sem reservas, sem coberturas, sem disfarces nem máscaras, numa plena e total revelação de um para o outro de tudo o que cada um é constituído, do que traz dentro de si. Há verdades que precisam ser ditas com muito amor e paciência para não machucar ou agredir o outro. Muitos casais distanciam-se por não elaborarem juntos um orçamento financeiro doméstico, desarmados da prepotência da renda individual. • Sexualidade: A sexualidade na vida conjugal é sublime, pois é obra de Deus. É sublime, mesmo que passem décadas de casamento e sempre mantendo o clima de namoro. É sublime quando o romantismo se faz presente com lembranças, mimos, flores, etc., nas datas comemorativas e de um modo todo especial na celebração do aniversário de casamento. É sublime quando o diálogo é feito com delicadeza, frescor e carinho nas palavras. Estas atitudes levam o casal a verdadeiros encontros íntimos de amor. • Perdão: Palavra-chave em todo relacionamento humano, em CM443

especial, na vida conjugal. Personalidade, educação, cultura, formadas desde a infância, dirigidas para o casamento, que conflitam com a formação do outro, e quando não conhecidas ocorrem fortes divergências no relacionamento, gerando mágoas e tristezas, esfriando o diálogo conjugal, por falta de compreensão e perdão. Devemos sempre lembrar-nos de que Cristo foi crucificado para o perdão de nossos pecados. • Vivência com Deus: Este sim, é o ponto fundamental. É o casal vivenciando juntos a Oração Conjugal e Familiar. É o casal que se fortalece na Eucaristia para manter sua fidelidade conjugal de acordo com o Plano de Deus. Quando o casal tem uma vivência alimentada pelos ensinamentos do Evangelho, o seu lar torna-se uma verdadeira "Igreja Doméstica", e estará testemunhando com toda certeza, para seus filhos, como também a grande comunidade, que é possível sim, ser feliz no casamento e juntos buscarem a santidade a dois. O plano amoroso de Deus para os casais chegarem à santidade é maravilhoso, e o Movimento das Equipes de Nossa Senhora oferece ferramentas (PCE) que aplainam este caminho, cabendo a nós casais vivenciarmos cristãmente o Casamento, sacramento do dia a dia. • Casal Provinaal Provinda Sul n 5


O casal entoa vibrante MAGNIFICAT pela graça destas Bodas, louvando também a Deus pelos benefícios que tem recebido das ENS, Movimento que tanto favorece a perseverança na busca permanente da santidade conjugal. Maria José e Angelina CRS D - RCO I - Brasília

••• Marly e Francisco , integrantes da Equipe 23/D - RCOI - Brasília/ DF, completaram suas Bodas de Ouro no dia 03 de janeiro de 2010. O querido casal, que ingressou nas ENS há 30 anos, já ocupou várias funções no Movimento. Cercados do carinho de familiares e irmãos equipistas - os nubentes foram agraciados com uma linda Celebração Eucarística presidida pelo SCE de sua Equipe - Padre Emílio, tendo como concelebrantes outros quatro Sacerdotes amigos. A cerimônia religiosa foi enriquecida pela celebração da Primeira Eucaristia de dois netinhos do casal: Rafael e João Paulo, ambos muito compenetrados do significado de seu primeiro encontro com Jesus-Hóstia. Seguiu-se acolhedora recepção na residência de um dos filhos do casal jubilando, que sintetizou seu pensamento sobre os cinquenta anos de vida matrimonial em oportuno Acróstico, realçando a "bem-aventurada perseverança no sacramento do sonho realizado, pelo esforço contínuo de aperfeiçoamento em manter o ouro do amor a cada dia descoberto". 6

JUBILEU DE PRATA Consagração Religiosa Dia 10 de Março de 2010, a Irmã Vera Lúcia Valsechi comemorou 25 anos de Consagração Religiosa. Sempre muita atenciosa com nosso Movimento, Irmã Vera pertence à Congregação das Irmãs Franciscanas de Cristo Rei e é Acompanhante Espiritual Temporária das Equipes Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora .. Andréa e Sílvio Castro CRS - Garça/SP Região São Paulo Oeste I

••• JUBILEU DE PRATA 25 Anos da Equipe Nossa Senhora das Dores, Setor Juiz de Fora Nós casais da equipe 17 que temos como intercessora Nossa Senhora das Dores, sentimo-nos felizes por comemorarmos 25 anos de vida de equipe . Uma equipe CM443


que continua fiel ao Movimento, tendo recebido durante todo este percurso graças abundantes e como principal testemunho a participação ativa dos casais nos diversos cargos do Setor, como CL - Casal Ligação, CRS - Casal Responsável de Setor, etc. No dia 30 de novembro de 1984, às 20h , na residência do casal Ângela e Munir, aconteceu a Celebração Eucarística presidida pelo Pe . Eutímio, dando assim início à primeira reunião formal da nossa equipe. Alguns casais saíram e novos casais vieram. Cada um deles trazendo a sua contribuição e deixando marcas na equipe. Dificuldades foram superadas, a equipe amadureceu e vieram os frutos . Vários Padres marcaram presença, trazendo a toda a equipe o exemplo de vida, o conselho, a fortaleza e a sabedoria para vencer os obstáculos existentes. Agradecemos aos Conselheiros Espirituais : Pe. Eutímio, Pe. Paulo, Pe. Gil, Pe. Ladir, Pe . Majela, Pe. Geraldo, Pe. Ilídio e Pe . Ridz, nosso atual conselheiro que tem demonstrado uma grande afinidade com o Movimento. O título N. S. das Dores foi escolhido em uma votação por unanimidade pelos casais. O motivo foi simples: um dos integrantes nasceu na cidade de Dores do Campo. CM 443

Julgamos que o chamado de Deus é um grande mistério, porque reuniu pessoas de diferentes origens e personalidades, transformando-as em um grupo coeso, forte e fraterno, imbuídos de um mesmo espírito, colocados a serviço da harmonia conjugal, familiar e da comunidade como um todo. A marca do tempo nos deixou fisicamente mais velhos, porém, espiritualmente, continuamos novos e mais experientes. Creiam todos que hoje nos sentimos recompensados, mas com muita coisa por fazer e aprender, apesar de nossas limitações e de nossos defeitos, continuamos engajados buscando sempre um aprimoramento espiritual e também os Pontos Concretos "de Nossa Vida como Cristãos" , o que jamais terá fim . Hoje, formamos uma pequena comunidade de amor e partilha e vivemos momentos de muita espiritualidade e união. Agradecemos a Deus e a Nossa Senhora das Dores pelas graças recebidas em nossas vidas em razão


da participação nesse maravilhoso Movimento que são as EQUIPES de NOSSA SENHORA. "O Senhor fez em nós maravilhas .. ." Graça e Manfrini Eq. 17- Nossa Senhora das Dores Região Minas I

••• JUBILEU DE PRATA A equipe Nossa Senhora Rainha da Paz, do setor B da cidade de Sorocaba, com grande alegria comemorou no dia 30 de março (1985/2010) , 25 anos de caminhada no Movimento. Durante esses anos a equipe passou por grandes

transformações, vivemos momentos de alegria e de dificuldades, mas, com a graça de Deus e de Nossa Senhora, conseguimos superá-los com a força e dedicação de todos os Conselheiros Espirituais que passaram pela equipe, o saudoso Padre Lívio, e Padre Almir que mudou de cidade. Passaram pela equipe vários casais. Atualmente contamos com seis casais e nosso dedicado Conselheiro Padre Rubens da Silva Dalmazo, que está conosco há 1O anos, desde a época em que era seminarista. Em comemoração à data o Padre Rubens celebrou a Santa Missa em ação de graças pelo Jubileu, na Paróquia Santa Maria Madalena. Elvira e I/debrando ENS Rainha da Paz- Sorocaba - SP

VOLTA AO PAI • Na noite do dia 09 de fevereiro de 2010, voltou à Casa do Pai nosso querido SCE Padre Geraldo de Souz a Moura que iniciou com um grupo de casais o Movimento das Equipes de Nossa Senhora na Cidade de Olinda. Homem de fé era SCE do Setor "!\' Olinda, e acompanhava 03 Equipes desse setor, 03 Equipes do Setor B e 01 equipe do Setor "B" Recife. Sempre incansável e disponível apesar da fragilidade da sua saúde foi um grande defensor do Sacramento do Matrimônio e das famílias. Agradecemos a Deus por todo o bem que ele semeou no Movimento das Equipes de Nossa Senhora em nossas vidas e na de todos os casais que com ele conviveram . • Th iago (da Lucineide) - Eq. 92 Na s a Aparecida, Equipe Distante número 92 em S . José do Sabugi, Setor B, Sta Luzia - PB- dia 21 de agosto de 2009. • Vicente Santana , da Aurina- Eq . 05 Na s a do Rosário, Setor ltuiutaba MG - Região Goiás do Sul, dia 20 de janeiro de 2010.

8

CM 443


VOLTA AO PAI

QUERIDO IRMAO DE VIAGEM ... "Não sei... Se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas." (Saber Viver. Cora Cora/ina).

No último dia 07 de fevereiro estávamos participando do EACRE - Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe, quando o casal animador contou a história do trem da vida. Nossa vida seria comparada a urna viagem de trem onde, nas diversas estações, sobem e descem novos passageiros, e do qual também nós um dia desceremos. Acontece que, neste mesmo dia, celebrava-se a missa de sétimo dia por um colega e companheiro muito especial, o Romolo da Beth, e que colocamos igualmente nas intenções da nossa missa daquele EACRE, pois que ele recém-desembarcara de nosso trem, no dia 01 de fevereiro. Num dia de agosto de 1974, portanto há mais de 30 anos, por um acaso do destino, subíamos no trem de Beth e Romolo, ou mais especificamente no do Romolo. Bem, poderia ser entendido como o contrário também, isto é, Romolo subindo no meu trem. É que fomos morar em Ribeirão Preto (SP), pois eu havia sido convidado a trabalhar em uma grande empresa da região. E lá tomei conhecimento do engoRomolo Protta, lotado no Departamento de Planejamento e Controle da Produção, também conhecido por PCP. Empatia, creio que houve desde CM443

o início, e, aos poucos, fomos nos conhecendo melhor. Quase que simultaneamente o padre Angélico Ber1 nardino Sândalo (hoje bispo aposentado em São Paulo) convidava-nos, através da Maria Regina, para participarmos de um movimento de casais, conhecido como Equipes de Nossa Senhora. Lembro-me muito bem do dia em que o Romolo veio me pedir se poderia se ausentar por umas duas semanas, pois tinha um Encontro muito importante em Roma (se não me falha a memória) , nada mais nada menos do que um Encontro Internacional das Equipes. Passam-se os anos, mudamos de Ribeirão Preto, mas continuamos mantendo algum cantata, inclusive de trabalho, com o Romolo. Tempos depois, recebemos notícias de que eles estavam servindo ao Movimento na ECIR (Equipe de Coordenação Inter-Regional) , atualmente ESRB - Equipe da SuperRegião Brasil. Quando assumem a responsabilidade pelo Movimento no Brasil em 1988, logo após nos convidam para também fazermos parte da equipe da ECIR. E aí foram praticamente seis anos de convivência mais intensa com eles. À frente da ECIR, eles tiveram 9


a oportunidade de dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo desenvolvido por Cidinha e Igar e, entre outros tantos, nos lembramos do esforço despendido para a implantação da Colegialidade no Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Muita coisa poderia ser dita deste período, mas aí recomendamos a vocês a leitura do livro da Dona Nancy Moncau, Equipes de Nossa Senhora no Brasil - Ensaio sobre seu histórico. Quando da despedida de Beth e Romolo como responsáveis pela ECIR, nosso SCE da ECIR, Padre Mário José, publicou uma cartinha na Carta Mensal de dezembro de 1994, onde ele agradecia a Deus pelo fato de ter podido trabalhar com eles. E apontava três razões, dentre tantas outras: "Com eles aprendi a viver um pouco a 'Provisioridade', isto é, acreditar na 'Divina Providência', pois Beth e Romolo vivem esta dimensão em sua vida conjugal e familiar; com eles aprendi a amar ainda mais a nossa Mãe Igreja, estudando, refletindo e, principalmente, discernindo sobre a ação do Espírito Santo nas Equipes de Nossa Senhora; com eles aprendi a trabalhar em colegialidade, buscando sempre ouvir as pessoas, consultando sempre quem poderia nos orientar, enfim, assumindo uma postura de humildes servos do Senhor". E nós, Maria Regina e Carlos Eduardo, fazemos nossas essas palavras. Gostaríamos de deixar gravado aqui os belos versos de Cecília Meirelles que foram apresentados também em slide durante a missa de sétimo dia do Romolo, pois são 10

como que uma luz a nos mostrar para onde devemos mirar: O último andar é muito longe. Custa-me muito a chegar. Mas, é lá que eu quero morar. Todo o céu fica a noite inteira sobre o último andar. É lá que eu quero morar. Quando faz lua no terraço fica todo luar. É lá que eu quero morar. Os passarinhos lá se escondem pra ninguém os maltratar; no último andar. No último andar é mais bonito. Do último andar se vê o mar. É lá que eu quero morar... De lá se avista o mundo inteiro. Tudo parece perto, no ar. É lá que eu quero morar. Nesses últimos (e corridos) anos, mantivemos alguns cantatas com Beth e Romolo, principalmente por telefone. E um fato que muito nos impressionava, sabendo da sua situação de saúde, era a maneira sempre jovial, esperançosa e de fé no futuro que ele mantinha. Com voz forte e jovial nos contava detalhes de seus périplos por consultórios e hospitais, mas se percebia que nada o esmorecia. Foi um verdadeiro testemunho de confiança cristã que, esperamos, seja sempre um exemplo não só aos seus familiares, mas a todos seus amigos que tiveram a ventura de um dia terem viajado no mesmo trem. N.é breve, irmão e companheiro Romolo. • Maria Regina e Carlos Eduardo Heise Equipe Nossa Senhora do Rosário Piracicaba - SP CM 443


MOVIMENTO DAS EJNS COMPLETA 20 ANOS NO BRASIL Comemoramos , em janeiro último, os 20 anos da presença das Equipes de Jovens de Nossa Senhora no Brasil. É inevitável um olhar sobre o passado, uma visão do caminho percorrido, onde se podem distinguir os desafios, as alegrias, a força que faz perseverar, com a esperança em Deus e através da confiança mútua, que nos mantém unidos, disciplinados, fiéis às raízes do Movimento. Celebrar este tempo sagrado é reconhecer as graças com que Deus presenteou incontáveis jovens que buscam um caminho para a espiritualidade cristã e fazem de suas vidas um ato de fé , serviço e testemunho. O Movimento das EJNS começou no Encontro Internacional das ENS em Roma, em 1976, quando a jovem Christine d' Amonville filha do casal francês responsável pela ERI na época - decidiu organizar, paralelamente ao encontro, uma reunião para os filhos dos casais. Os jovens desse primeiro encontro começaram a divulgar em seus países a rica experiência que vivenciaram , e surgiu, assim , o projeto de criar equipes juvenis, inspiradas na espiritualidade das ENS. O Movimento começou a se tornar realidade em Set/77, em Gap (França), quando Christine convocou novamente jovens de vários países europeus para seu 2° Encontro Internacional e, neste evento, foi instituído o primeiro CM 443

Secretariado Internacional com sede na França. No Brasil, embora já houvesse as chamadas "equipinhas" , coordenadas pelos próprios casais desde 1981 , as EJNS começaram a tomar corpo em 1989, quando esteve aqui a jovem Maria Madalena Fontoura , Responsável Nacional de Portugal, visitando algumas cidades onde as mesmas funcionavam como, Belém, Juiz de Fora, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro. Nestas visitas ela apresenta a Carta Internacional recém-editada , enfatizando que as EJNS são coordenadas pelos jovens, tendo como suporte um casal acompanhador e um conselheiro espiritual. De posse da documentação deixada por Maria, Catherine Elisabeth Nadas (Cathy)- que trabalhava no Secretariado das ENS - propôs-se a traduzir o material, a fim de que os interessados pudessem ter acesso ao documento. Também entrou em contato com o então Responsável Internacional das EJNS, o francês Thibaut Roussel, que a convidou para ir a Portugal participar do 13° Encontro Internacional dos jovens em Fátima, em JuV89. Nesse encontro, Thibaut, praticamente, convoca Cathy para ser a primeira Responsável Nacional, mesmo tendo ela já 29 anos. Cathy aceita e constitui uma equipe nacional, com a presença do Frei Barruel, 11


do casal Therezinha e Ronaldo Wimmer e outros jovens. No final de 1989, forma duas equipes no Estado de São Paulo e ela própria inicia sua pilotagem.* O marco inicial do Movimento no Brasil é considerado, porém , como sendo o 1° Encontro Nacional das EJNS realizado em Aparecida, entre os dias 25 e 28 de janeiro de 1990, com o auxílio das EJNS de Portugal, onde participaram cerca de noventa pessoas. Neste encontro definiu-se a formação e o plano de pilotagem para os cinco primeiros setores nacionais: ABC (incluindo São Paulo) , Juiz de Fora (incluindo Brasília), Belém, Jacareí e Rio Grande do Sul. No final de 1990, depois do Encontro da Equipe de Animação Internacional (EAI) na França, foi eleita a nova Responsável Nacional, Janete Serrato, do ABC que ficou até Dez/91. Sucederam-se na coordenação nacional os jovens: Cristiana A. Menezes (Recife - 92 a 94) ; Fernanda J. Barbosa (Juiz de Fora - 94 a 96); Érica F Lopes (Santos- 96 a 98); Débora Caldini (Sorocaba - 6 meses em 98); Anelar P. Mendes (Sorocaba- 99 a 2001) ; Jaciara S. Outra (Brasília - 2001 a 03) : Marisa G. Fonseca (Rio de Janeiro - 2003 a 05) ; Ediluci C. Silva (Recife - 2005 a 07) Lisian C. Vasconcelos (Brasília - 2007 a 09) . Este ano, Renato Rocha de Vinhedo-SP assumiu a responsabilidade nacional para o próximo * 12

biênio. Atualmente, Concepción T. Begines (Concha) , da Espanha, é a Responsável Internacional. Vários eventos já foram coordenados pelas EJNS-Brasil, sendo que o mais importante foi sediar o Encontro Internacional em Brasília em JuV03 para 170 pessoas. Infelizmente, o crescimento das EJNS não é tão rápido como se gostaria, principalmente devido ao tamanho do nosso país e à transitoriedade de uma equipe de base (relativa à própria brevidade da juventude) . Atualmente , existem aqui cerca de 100 equipes com 1.000 membros (país com mais equipes) , distribuídas em 24 cidades nos estados de SP, DF, PB, AL, MG , RJ, PE e GOIÁS. Até hoje grande parte dos jovens ainda é composta por filhos de equipistas, pois os laços entre os movimentos é muito grande e o apoio das ENS é de extrema importância para a sustentação do Movimento dos jovens. Com certeza, o que mantém esta união é o amor a Nossa Senhora, o desejo de colocar-se sob o seu amparo e exemplo no caminho que nos leva a Cristo, além do carinho especial oferecido pelos casais, muitos dos quais também optam por ser acompanhadores de uma equipe de base ou de Setor. As EJNS são um Movimento Católico que propõe aos jovens viver e amadurecer a fé no seio da Igreja e do mundo. A Equipe de base é

Texto com adaptações, retirado do Livro de Nancy Cajado Moncau: "ENS no Brasil - Ensaio sobre seu histórico" - Ed . Nova Bandeira - 2000.

CM443


constituída por 8 a 12 jovens, um casal acompanhador e um conselheiro espiritual, que tem como objetivo a formação espiritual e humana dos seus membros, aprendendo a conhecerem-se a si mesmos, no diálogo com os outros. Na equipe, num ambiente de escuta, partilha e oração torna-se possível discernir a vocação a seguir, tendo o "sim" de Maria como modelo. Essa vida comunitária tem suas normas e exigências próprias que se concretizam na escolha de certos objetivos comuns e de meios bem definidos para progredir no sentido do crescimento espiritual. Nesse

contexto, os jovens vão ajudar-se mutuamente a imitar a Cristo e a pôr seu amor a serviço do Reino de Deus. Há uma reunião formal por mês que compõe-se de oração, estudo e discussão do tema proposto para o ano, partilha e ponto de esforço ( Plano Pessoal de Vida ). Além destas, pode e deve haver outras reuniões informais para confraternização e maior entrosamento entre seus membros. • Cláudia & Paulo Casal Acompanhador Nacional contato(ét ejnsbrasi/.com.br www.ejnsbrasil.com.br

"É gratificante tê-los pertinho nessa nossa caminhada, principalmente quando em meio a todas as preocupações e atribuições familiares, profissionais e outras missões, assumimos a de ser Casal Acompanhador de uma EJNS. Perguntem aos nossos amados casais acompanhadores, o que significa para sua vida pessoal e conjugal esse convívio com os jovens que estão buscando, em meio a concorrência pesada que o mundo faz, estar no estreito caminho de Deus. Por outro lado, em nome dos jovens de Nossa Senhora, posso testemunhar: é uma dádiva de Deus tê-los conosco e maravilhoso é o laço de amizade que criamos com eles. 'Trabalhar com os jovens é gratificante e nos mantém jovens também' é a frase que encerra o documento que orienta o papel do casal acompanhador. Olhe, converse, esteja com eles e comprove a afirmativa. Para nós, eles são a prova de que podemos amadurecer e nos conservamos jovens e alegres em Cristo".

(Trecho extraído de matéria publicada na Carta Mensal de Outubro de 2001. Depoimento de Guilherme de Aquino L. Martins, então responsável do Setor Juiz de Fora das EJNS)

CM443

13


PCES: UM ARCO-ÍRIS NA VIDA DO CASAL Os PCEs são como as cores, nos dão proteção, força, coragem e energia para vivermos o verdadeiro amor. Há o PCE cor verde: é aquele que em tudo ressalta, trazendo luz e esperança a nossas vidas. A ESCUTA DA PALAVRA: ergue-nos! Há o PCE cor azul: ele, se bem observado, traz paz e tranquilidade, ao espírito. Ao praticá-lo fazemos uma conexão direta com o céu. A MEDITAÇÃO: eleva-nos! Há o PCE cor amarela: ele nos aquece, assim como o sol. Faz brilhar, irradiando a beleza e a preciosidade da vida do casal. A ORAÇÃO CONJUGAL: solidifica-nos! Há o PCE cor laranja: ele traz vigor, enriquece nosso espírito com energias que são verdadeiras vitaminas para nosso crescimento. O RETIRO: renova-nos! Há o PCE cor lilás ou violeta: esse traz à tona a nossa essência. Exercita os nossos sentimentos de sabedoria, humildade e caridade. Ele é doutor da alma, faz com que vejamos o nosso lado obscuro; algumas vezes nos visita com palavras duras, mas também nos cura com suas boas intenções, é um verdadeiro inspirador a pensamentos e reflexões, pois nos leva a melhor considerar nossas atitudes perante a vida, ajudando a nos aprofundarmos em nós mesmos. O DEVER DE SENTAR-SE: enobrece-nos! Por fim , há o PCE cor vermelha: ele é como o sangue, rege nossa vida. 14

É essencial ser renovado para nutrir todas as áreas da vida conjugal. A REGRA DE VIDA: motiva-nos. Assim, temos um conjunto de cores, cada uma com sua função majestosa . Mas, para tornar-se um arco-íris a embelezar o céu , lembrando-nos a aliança de Deus com seu povo é preciso ter ÁGUA, essa capaz de trazer todo o mistério e a magnitude do arco-íris. A água do arco-íris dos PCEs é a PARTILHA, essa de cor transparente: ela revela a verdade nascida da vivência e da incorporação dos acontecimentos. Ela nos prova que partilhar é aprender, amar e responder a Deus que nós também temos uma tríplice aliança com ele.• Lucélia e Jati Equipe 4 - N. Sra Desatadora dos Nós Setor A, Santarém-PA CM 443


EACRE- 201 O Participar do EACRE, importante momento de Formação Permanente Específica que o Movimento nos oferece a cada ano, é mergulhar novamente na fonte da sabedoria de Deus. Uma oportunidade única para voltarmos ao cerne de nosso chamado e renovar o fervor e o empenho na obra de Deus. "Casamento, Sacramento do dia a dia" foi o tema escolhido para, ao longo desse ano, refletirmos e dele exaurir o ensinamento de Deus para nossas Equipes. Com as "Orientações para 2010" da SuperRegião temos o suporte que nos possibilitará entender o sacramento do matrimônio como um dom a ser vivido no cotidiano. Através destas direções podemos alcançar voos mais altos, e seguir em frente com serenidade mantendo firme o nosso compromisso, pois temos ao nosso alcance um dos temas mais bonitos dos últimos tempos. Somos uma comunidade viva composta por mais de 18 mil casais com um desafio instado no tema acima citado. Cabe-nos confiar na graça de Deus e no empenho de viver a santidade do casamento dia após dia. Esse é o caminho que nos ensina Pe. Caffarel: que o casal "terna e pacientemente se ajudam mutuamente a progredir no caminho de solidão que leva ao Senhor"; pois, no cotidiano de sua vida, mediante seu casamento, encontrarão "na imagem do amor CM443

do Cristo pela Igreja, luzes e socorro para compreender a vida de intimidade com Deus e nela progredir" (Nas Encruzilhadas do Amor, 98). A Província Nordeste é composta de 9 Regiões: MNPI, CE, RN, PB, PE I, PE II, AL, SE, BA e aconteceram 10 EACREs. Participar de alguns destes encontros foi para nós um verdadeiro rejuvenescimento do amor conjugal e amor ao próximo, além de nos levar à verdadeira intenção de ser equipista: "A vontade de melhor conhecer a Deus, de melhor amá-lo e servi-lo"(Pe. Caffarel). Não obstante os desafios, fizemos a experiência da felicidade que se concretiza no doar-se. Aprendemos que o caminho da cruz, quaisquer que sejam sempre conduz à Ressurreição. Ainda que em muitas vezes nossas famílias se encontrem no jardim das Oliveiras marcadas pela dor, por anseios incontidos, ou até mesmo no jardim do Gálgota com severos golpes mortais, mantenhamos a firme esperança que brota do amor de Cristo à Igreja que Ele nos fará adentrar o jardim da Ressurreição. Outro aprendizado nos EACREs em que comparecemos é perceber a forma única de cada Região externar os sentimentos e expressar os seus anseios. Daí vem a riqueza do nosso Movimento. Obedecemos à mesma "Orientação", e aos mesmos "Pontos de Unidade" indicados em todo o Brasil, mas cada Região tem 15

• •


o seu jeito próprio de vivenciá-los. Cada gesto, cada olhar, cada palavra, cada colocação de um casal quando nos fala é riqueza e assim cada um com a sua peculiaridade dá vida aos projetas, planos e metas que estão no papel. Queremos sobremaneira agradecer aos CREs de todo Brasil e dizer o quanto é sublime e digno este chamado: Casal Responsável de Equipe, somos um Movimento de Equipes, formado por uma pequena comunidade e você Casal Responsável de Equipe é que faz a diferença. Você, Casal Responsável de Equipe, usando nossas "Orientações para 2010", com o seu jeito próprio de agir, de animar, de amar terá em frente um grande desafio, o de transformar sua equipe em Comunidade Viva de Casais, onde todos se sintam pertencentes e construtores do Movimento, e que a entreajuda, a correção fraterna, o perdão, a escuta sejam vivenciados com autenticidade e misericórdia. A missão que vocês receberam do Senhor por meio das orientações não é pequena, contudo,

16

asseguramos que também não é pequena a graça dispensada pelo bom Deus para o cumprimento daquilo que Ele mesmo pede a vocês. O modelo que podemos apresentar a cada casal não é outro senão o sinal eloquente do amor de Cristo pela Igreja. Que este sinal os oriente e os faça querer, a partir da Igreja doméstica, santificarem uns aos outros. Deixamos como uma última palavra o ensinamento sábio de nosso fundador, Pe . Caffarel: "O casal, pela sua vida matrimonial e familiar, exerce um sacerdócio e pode, de um modo que lhe é próprio, consagrar ao Senhor como hóstia de louvor, toda realidade do amor humano". Com todo carinho, Eneida e Álvaro Casal Responsável da Província Nordeste

...

Aconteceu , nos dias 30 e 31 de janeiro, no Setor Pederneiras, na Região São Paulo Oeste I, o

CM443


EACRE 2010, com o Tema "Casamento, sacramento do dia a dia". Participaram 160 casais entre Casais Responsáveis de Equipe, Casais Ligação, Casais Pilotos e Casais Expansão, 1O Conselheiros Espirituais e Acompanhadores Espirituais, o Casal Regional e o Casal Provincial. •

...

Ana e Riberto CRS Pederneiras

A Região SP Sul I, com o lema: "Permanece conosco, Senhor", e sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, se reuniu nos dias 06 e 07 de fevereiro, em Santa Fé (São Paulo) , em razão de nosso EACRE 2010, vivendo a alegria de ter o novo CRR Benita e Ruy e o novo CRP Hermelinda e Arturo. Tivemos a presença do querido Pe- Flávio Cavalca a nos falar e motivar sobre o tema de estudo 2010 com o tema: "Casamento, sacramento do d ia a dia " e o lema: "Vida matrimonial, uma celebração permanente". Enquanto ele nos falava, nosso coração ardia por descobrir quanta riqueza temos para refletir, aprender e partilhar em equipe por todo esse ano. Prestigiaram-nos os Ex- CRR de nossa Região em virtude da comemoração dos 60 anos. Cada um deu um depoimento e testemunho que fortaleceu os novos casais e CM443

nos mostrou um pouco da história do começo de nossa região até os dias de hoje. Contamos também com um casal especial que veio de longe (Paraíba), Jussara e Daniel, Casal Comunicação Externa SRB, que muito nos alegrou com sua presença, depoimento e simpatia, envolvendo-nos alegremente com o forró do mutirão. No domingo tivemos a presença de Dom Airton (bispo diocesano de Mogi das Cruzes e grande conhecedor do Movimento), que presidiu a santa missa e falou sobre a Campanha da Fraternidade e seus apelos. Entre tantos momentos importantes, podemos destacar o testemunho sobre Conjugalidade e Dever de Sentar-se, dos casais Maria José I Adelino e Zulmira I Rollo; a participação dos jovens do Movimento das EJNS, Elcon e Luana, que muito nos motivaram pela dedicação e carinho por este Movimento. O EACRE é todo ano um impulso e motivação para os novos CRE e também para nós que estamos a 17


serviço. Esse ano foi nosso último EACRE como CRS, e já estamos sentindo saudades dos momentos que vivenciamos e tudo que aprendemos nesses três anos de caminhada. Agradecemos a Deus por esse chamado e pedimos a nossa Mãe Maria, sob o título de Nossa Senhora de Guadalupe, que

interceda por cada um de nós e nos diga sempre, como disse ao índio Juan Diego: "E não estou eu aqui que sou tua mãe?" E que interceda por nós e por todo nosso Movimento. Amém! • Carmen Lúcia e Amauri CRSMogiB Região SP Sul!

A F NA No dia 27 de janeiro, as ENS do Setor A- Alfenas participaram da 1a. missa mensal do ano. Foi num clima de muita oração e unidade que os casais equipistas lotaram a Matriz de S. José e Dores para rezar pelos casais do mundo todo, pelos filhos e pelo início de mais um ano de trabalho. Ziza e José Carlos, CRS Alfenas, falaram sobre o Movimento para a comunidade local, salientando que em 2010 as equipes comemoram 60 anos de existência no Brasil. Para lembrar a data foi confeccionado um banner alusivo à ocasião. •1 " I. Carlos CRS Aljenas

18

CM 443


CRISTO NO CENTRO DE NOSSAS VIDAS Tiramos de importante deste capítulo, o exemplo e ensinamento de Padre Caffarel com sua busca por Deus em todas as coisas, sobretudo na oração e na meditação da Palavra. Esses textos nos trazem à reflexão o quanto é singelo o apelo de Cristo ao pedir que nos mantenhamos abertos à presença d ' Ele, mas também o quão difícil é para nós nos deixarmos levar por sua Vontade, o quanto é difícil permitirmos Sua estada plena em nossos corações e em nosso dia a dia. Diante disso, outra pergunta nos sobrevém: Cristo está verdadeiramente no centro de nossas vidas, está acima de tudo, nosso amor por Ele é maior que tudo? Numa resposta automática, podemos "encher nossas bocas" e dizer que "sim", pois Cristo está em tudo que nos cerca. Talvez esta resposta ressoe um tanto demagógica em nossos ouvidos. E uma série de questionamentos surge ao mesmo tempo: o quanto estamos nos dedicando a Ele, em especial ou em particular? Temos dado tempo a Ele para agradecer nossas vidas todos os dias? Agradecer nossa saúde? Agradecer por nossa família, nosso trabalho, nossa casa, nosso sustento? CM 443

Acreditamos que é ínfimo e mecanicista achar que ir à missa todo domingo, rezar antes de dormir, pagar o dízimo ou participar das ENS sirva para algo... isto pode ser uma forma de enganarmos a nós mesmos. Acreditamos que Deus espera muito mais de nós, não como um pai que cobra a lição de seus filhos, mas como um esposo que espera da esposa uma companheira para a jornada de toda sua vida. Ele continuará se apresentando a nós nas pequenas coisas, mas esperará que a beleza que nos é apresentada invada nossos corações e todo nosso ser e se propague para todas as direções, atinja o próximo e também o que está distante. Talvez este seja o caminho da busca pela santidade que discutimos ao longo das últimas reuniões. Que nós possamos um dia receber a graça de alcançá-la!! Ao acabar de escrever esta reflexão, tive a nítida impressão de que Deus ouvia pacientemente minha confissão e, ao final de tudo, me trouxe a serenidade de uma absolvição daquilo que eu considerei durante alguns anos como pecado. • Mille e F Equipe Nossa Senhora de Fátima Setor E - Florianópolis 19


NOSSA SENHORA DO LORETO O título Nossa Senhora do Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde segundo a tradição, viveu a Santíssima Virgem. Conta-se que por um misterioso prodígio essa casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati. Uma explicação plausível seria a seguinte: A fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor teria ordenado a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de dezembro de 1294. O inexplicável fenômeno da fé, do milagre da "casa voadora ", sensibilizou os profissionais aviadores que se identificaram com a missão cumprida pelos anjos que transportaram, pelos ares, tão preciosa carga, adotando Nossa Senhora de Loreto como sua protetora. Maria, a mãe de Jesus, o Cristo, tem ainda numerosos nomes e títulos. Alguns que podemos citar: Nossa Senhora da Boa Morte . Nossa Senhora do Bom Parto. Nossa Senhora da Conceição. Nossa Senhora da Paz. Nossa Senhora dos Aflitos, Nossa Senhora da Piedade e muitos outros etc. Todos esses nomes e títulos (Rainha dos Anjos, Rainha dos Apóstolos, Arca da Aliança, Estrela Maior, Porta da Salvação etc.) tiveram uma origem ou em uma história ou 20

CM 443


em uma homenagem que alguém resolveu fazer à mãe de Jesus por alguma graça alcançada. Inclusive Martinho Lutero escreveu um livro dedicado a Nossa Senhora (Magnificat), descrevendo as inúmeras virtudes da mãe de Jesus. Nossa Senhora não é só a padroeira e protetora dos pilotos, da aeronáutica, ela é a padroeira de muitas paróquias e, principalmente, da América Latina e, lá no México, recebe o nome de Nossa Senhora de Guadalupe. Alí na Basílica, está o testemunho de uma aparição a um índio, uma estopa que retrata a Virgem em uma tinta até hoje desconhecida

pelos cientistas e pesquisadores que lá estiveram com o intuito de descobrir a origem daquela imagem. Já jogaram até um ácido fortíssimo para testar a estopa (ácido nítrico) e não conseguiram destuí-la. Maria é assim, indelével, plácida, contemplativa, Santa. E assim ela segue à frente dos cristãos, dos apóstolos, dos pilotos, sua imagem mostrando-nos o exemplo de vida que foi esta mulher na terra que quando soube que seria a mãe do Salvador partiu apressada para as montanhas para servir à sua prima Isabel. Serva do Senhor e das gentes! • Co/aboraçao e adaptaçdo Genildo, da Paula (Eq. 5 -A -Recife)

O JUSTO JOSÉ José é um homem de silêncio, homem cuja própria vida se cala. Por isso, dele o Evangelho nos traz três palavras, ricas em significado: ele é da casa de Davi (MT 1,20; Lc 1,27); é carpinteiro (MT 13,55); por fim e, sobretudo, ele é um "justd' (MT 1,19). Em José concentra-se, pois, o que há de mais puro na justiça, na sabedoria, na "pobreza" dos homens de Deus do Antigo Testamento. Não nos deixemos enganar pelo silêncio e obscuridade em que ele se abisma. Outros foram mais célebres. Maior, ninguém . Deus prefere que ele morra para a ação e a palavra para estar, corpo e alma, devotado a Maria e a Jesus. Vemos assim homens prometidos à glória da inteligência ou do CM 443

poder enterrar-se em um mosteiro onde serão esquecidos . A vida contemplativa não é um refúgio dos inaptos, dos fracos , dos medrosos, dos que pensam pequeno; ela é uma solidão habitada por Deus, onde conta o único necessário. Essa parte Deus escolheu para José, e ela jamais lhe será tirada. Tal era o jovem que, aos olhos de todos, não era mais que um pensativo, um trabalhador, um homem do silêncio, mas em quem a donzela Maria reconhecerá aquele que Deus lhe havia destinado para esposo.• (do Livro "Recebe Maria como tua esposa·· de Padre Henri Caffarel ) Colaboração. Equipe da Carta :vfe'1sal 21


CAMINHO PARA SALVAÇAO Muitas vezes nos questionamos sobre o que precisamos fazer para sermos salvos. Ou ainda por onde começa nossa conversão ... Notemos que conversão não é mudança brusca, imediata , que se possa sentir como um choque elétrico ou como um passe de mágica. É sim uma mudança de RUMO, uma mudança de postura, aliada à CONVERSÃO DE DIREÇÃO, tomando o caminho que nos leva à salvação. A minha conversão começou a ser sentida no momento em que aceitei Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador. Senhor da minha vida e Senhor de tudo o que tenho e de tudo o que me cerca , incluindo minha própria vida, minha família, meus filhos , minha casa, meu trabalho. Enfim , tudo o que há neste mundo. Isso significa colocar em prática o que a Bíblia nos diz em Romanos 10: 9,10. Experimente dizer EM VOZ ALTA essa passagem, desde que você realmente creia no que está dizendo. O "aceitar Jesus" decorre de uma exigência bíblica, que poderá ser pública, ou não. Mas a confissão é necessária. A partir daí algumas barreiras como o APEGO ÀS COISAS MATERIAIS , O EGOÍSMO, A INJUSTIÇA, passaram a se mostrar mais claramente em todos os meus atos cotidianos . Pude então sentir o Espírito Santo agindo sobre mim e me guiando 22

para O CAMINHO. Vejamos a passagem: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10: 9,10). O propósito deste verso é mostrar que , para receber Jesus, você precisa arrepender-se dos seus pecados e colocar sua fé n ' Ele como seu ÚNICO Senhor, Salvador e Mediador. Veja que não adianta apenas confessar, isto é , falar dos lábios para fora. É preciso crer de coração, com sinceridade. As coisas essenciais à salvação estão resumidas neste trecho . Centralizam-se na FÉ , no SENHORIO DE CRISTO e na sua RESSURREIÇÃO corporal. A fé deve estar no coração, que aqui abrange as emoções, o intelecto e a vontade , afetando a personalidade inteira. A fé deve também envolver uma decisão pública por Cristo, tanto em palavras como em ações. Quem sente o desejo e dá um passo para a salvação, tem o máximo prazer em declarar que Jesus é o Senhor de sua vida e seu Salvador pessoal. • Márcio Rocha {da Simone) Equipe 03 - Setor Ceará Norte I Região Ceará CM443


40 ANOS DE EQUIPE NOSSA SENHORA!!! Sentimos muita felicidade em olharmos para trás e vermos o que tem sido o Movimento das Equipes de Nossa Senhora em nossa Região. Nos idos de 1969, Carminha e Carlos Tibau, mudando-se para Niterói, trazem para essa cidade o Movimento, ao qual já pertenciam no Rio de Janeiro, convocando, sob a indicação e o apoio do inesquecível de Frei Aurélio Sutltzer, onze casais que se reuniram pela primeira vez em 17 de dezembro. Desses onze casais seis formaram a Primeira Equipe de Niterói, sob as bênçãos de Nossa Senhora das Famílias. Devemos muito o desenvolvimento do Movimento a Carminha e Carlos, que foram o casal formação das dez primeiras Equipes, ao nosso casal Piloto, Malvina e Edgard, e ao casal ligação, Lola e Evaldo, vindos do Rio para nos orientar. O amor que tinham ao Movimento, bem como a confiança que sentiam nele nos levaram a participar de tudo o que nos era oferecido no Rio de Janeiro e em São Paulo. Fomos convidados em 1971 a participar de um retiro de cinco dias, com Padre Caffarel em ltaici, para os grandes quadros do Movimento.


Ali, alimentando-nos e meditando as palavras cheias de Fé e Amor pelo Cristo e Nossa Senhora e pela espiritualização dos casais, nos apaixonamos por Padre Caffarel e pelo casal Nancy e Pedro Moncal, compreendendo a importância das exigências do Movimento e da sua mística na cristianização do casal, da família e da necessidade permanente de oração, estudo, ação e diálogo entre o casal. Posteriormente, com a vinda do padre Caffarel ao Rio, o Movimento recebeu novas luzes. E pelo entusiasmo, firmeza e santidade do nosso fundador sentimos que, como ele mesmo dizia, somos um Movimento que não pode se acomodar e precisa sempre encontrar novas motivações para a evangelização. Em tudo nossos filhos participaram, pois sempre havia uma "equipe" para cuidar deles, enquanto nos enriquecíamos com palestras e debates. Com o crescimento do número de Equipes na busca de maior espiritualização do casal e consequente união, Niterói foi transformada em Setor. Nunca nos recusamos servir onde éramos chamados. Iniciamos o movimento dos Cursilhos, participamos dos Encontros de Casais, Cursos de Noivos, Pastoral de Batismo,Cateques, Oficinas de Oração, Ministério da Eucaristia, Conselho Arquidiocesano .. .na periferia de Niterói, São Gonçalo e Alcântara ... Nossa base e estímulo sempre foram as Equipes, onde crescíamos em espiritualidade e conhecimento . Descrever o Movimento das ENS é mostrar a vivificação da vida Religiosa em Niterói e em áreas afins. Somos um Movimento. Não podemos parar. O Setor, com maior crescimento, foi dividido em Niterói A, B, C e São Gonçalo A e B e, posteriormente, fomos transformados em Região Leste, incorporando a região dos Lagos e Espírito Santo. Deus nos agraciou com santos e entusiásticos casais de setor e ligação os quais, com seus auxiliares, conduziram com amor, dedicação a mística do Movimento, não permitindo que o crescimento do número de Equipes alterasse a Cadeia de espiritualidade que, iniciada na França, vai até os mais remotos rincões. O Movimento é uma grande família, não só na região Leste como em todo Brasil, como foi evidenciado em Florianópolis em julho de 2009. Não podíamos deixar de agradecer aos conselheiros espirituais que, ao longo desses 40 anos, nos impulsionaram pelo caminho da Santidade e amor fraterno. Hoje somos uma imensa família abençoada por Nossa Senhora, na busca constante de maior espiritualidade e do cumprimento dessa missão que recebemos do Cristo: Evangelizar. Gerusa e Kleber 1a Equipe de Nossa Senhora das Famílias, Setor Niterói A

11

..


Queridos irmãos! "Avançar para águas mais profundas". Assim, contemplamos as Equipes de Nossa Senhora no Brasil ao rever sua caminhada . Quanta bênção! Ingressamos neste Movimento, no ano de 1971, e pudemos vivenciar em nós próprios, em nossos irmãos e nas equipes, as maravilhas que Deus foi tecendo com nossas vidas e com a ação das ENS. Assim, fomos percebendo este Movimento avançando para águas mais profundas, sempre atendendo ao convite de Jesus, e nos interpelando à possibilitar essa vivência. Buscando recordar toda a trajetória, neste período, deparamo-nos em uma Carta Mensal de 1972, com palavras sábias de nosso fundador: "Se as equipes não conseguirem dar aos seus membros o gosto e o apetite do conhecimento de Deus, se o trabalho do tema de estudos, após alguns meses ou alguns anos não os levar a adquirir o hábito de estudos religiosos, é que as nossas equipes perderam a sua razão de ser. O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus. Se não O conhece, de um conhecimento vivo e constantemente alimentado, não tenha ilusões: não chegará realmente a amá-Lo e a servi-Lo ." E ainda nesta mesma Carta Mensal, encontramos a Equipe de Coordenação lnter-Regional - ECIR, admoestando-nos e finalizando sua palavra da seguinte maneira: " Este é o seu Movimento, e você nele se realizará na medida em que se identificar com o seu espírito e assumir seu método e seus Estatutos. " A nosso ver continuam sendo ditas a nós, denotando sempre a preocupação das ENS em suscitar em seus membros, a consciência da pertença a ele e a necessidade do aprofundamento em direção à santidade. Em setembro, fomos presenteados com a 3a visita do Pe.Caffarel ao nosso país, encontrando aqui, já a existência de 350 equipes. Essa visita foi intensa e entre tantos enfoques maravilhosos, Pe.Caffarel dizia-nos "que as ENS não podem ser apenas um Movimento conservador da fé: é preciso que sejam fermento. Não basta possuir o ensinamento do Mestre, é preciso possuir o Espírito de Cristo, o mesmo Espírito Santo que, no Pentecostes, transformou tímidos seguidores em testemunhas ardorosas do Senhor." Que profundidade de ensinamento, do qual nossos dias, continuam sequiosos. Dirce e Rubens Moraes, assumem em 1976 a ECIR e contam com a assistência espiritual do Padre Antonio Aquino,como Conselheiro, que os ajuda a transpor desafios e a assimilar tudo aquilo que brotava do Vaticano ou que acontecia no Brasil. As ENS expandiam-se apesar do grande desafio encontrado em relação à realidade geográfica brasileira que contemplava distâncias enormes.

III


Para Dirce e Rubens, a internacionalidade do Movimento foi uma preocupação que os fez se empenhar para que maior número possível de casais pudessem participar das duas Peregrinações Internacionais que se deram em sua gestão: 1976 e 1982, ambas em Roma. Na primeira, 50 participantes brasileiros e, na segunda, 500 equipistas e 12 sacerdotes, inclusive nós. Sentíamo-nos extasiados com a grandeza das ENS e com sua unidade. Continuando sua trajetória, o Movimento, em 1980, por ocasião dos seus 30 anos, foi à Aparecida, em Peregrinação Nacional, com quase 1000 participantes. Neste período, foram também lançados os cadernos verdes : Reunidos em Nome de Cristo, propostos como uma nova pedagogia para as pilotagens. Perdemos em 1982, o convívio com Pedro Moncau, o qual com certeza, continua nos incentivando ao lado do Senhor. Em 1983, assume a coordenação da ECIR, o casal Cidinha e lgar e, no período de sua responsabilidade, preserva a preocupação com a redescoberta das Equipes de Nossa Senhora. Surgiram as Experiências Comunitárias. Houve também uma insistência na necessidade de formação para casais pilotos e quadros do Movimento. Fomos contemplados com a edição do documento sobre a Partilha que nos trouxe maior compreensão da vivência das Atitudes de Vida e Pontos Concretos de Esforço. Cidinha e lgar contou com a disponibilidade do Pe.José Carlos Di Mambro, Conselheiro Espiritual, que voltou ao Pai em 1991. Ele que, na época, ajudou os membros da ECIR em um exercício profundo de discernimento, tornando possível o estabelecimento de alguns lemas norteadores da ação do Movimento. lambem nós, fazíamos parte da ECIR neste período e vivenciamos todo ânimo e motivação presentes em todo o colegiado. Acontece, então, a 7a Peregrinação Internacional em Lourdes, em 1988, com a presença de grande numero de brasileiros e também da nossa, agradecendo a Maria por sua intercessão. Nesta Peregrinação, após um especial "aggiornamento" , foi anunciada a Segunda Inspiração. Um grande marco para as ENS. Novo fôlego que passa a provocar nas equipes o desejo intenso de viver conforme a Vontade de Deus; uma disposição fortalecida indo ao encontro das. necessidades de então e uma verdadeira conversão para nossa vida conjugal, nossa reunião de equipe, nossa vivência dos PCEs, bem como nossa vida de Igreja e missão no mundo. Ainda em 1988, Beth e Romolo Protta assumem a responsabilidade da ECIR e, dentre os vários enfoques, tomam como desafio a missão de transformar a cultura do casamento. Irmãos queridos, dentre as maravilhas ocorridas nas ENS em nosso Brasil, pudemos retomar as que aqui relatamos para colocá-las ao nosso Pai . O/guinha e Toninho Equipe 8-8, São Carlos I SP

IV


l/MEU NOME É MARIA HELENA DO FALCAO" Em um Encontro, que aconteceu há mais ou menos três anos, durante uma reunião de trabalho em grupo, eu e minha esposa ficamos no mesmo grupo da saudosa Maria Helena, que era na época da Equipe 01 , do setor ''Pi.' - Nossa Senhora do Amor, uma Equipe com uma rica história, pois é a mais antiga de nossa região (São Paulo Leste 1). Naquela altura, estávamos fazendo quase 13 anos de caminhada no Movimento. Já a Maria Helena era, claro, uma veterana com uma bela história de caminhada nas Equipes. No entanto, logo no começo dos trabalhos dentro do grupo, durante as apresentações, chamou-nos a atenção quando chegou a vez de ela se apresentar. Não vacilou um só instante e disse: "Meu nome é Maria Helena do Falcão". Confesso que aquilo me calou fundo e marcou-me profundamente. Isto porque não tivemos oportunidade de conhecer o Falcão, seu finado marido, a não ser de longe, pois, quando ainda tínhamos quase dois anos nas ENS, ele veio a falecer. Eu e a Fátima estivemos inclusive no velório; fora o primeiro que havíamos ido de uma pessoa que pertencia ao Movimento. Naquele dia, vimos o quanto ele era querido dentro das Equipes, e ela também. O tempo passou, e neste dia no Encontro, a Maria Helena mostrou que nem mesmo o tempo pode apagar a chama eterna do amor. Ao apresentarCM443

se daquela forma, parecia que seu marido estava ali, junto com ela. Para nós, aquela frase foi mais do que uma apresentação: foi um belo testemunho de amor, que é capaz de vencer a saudade, a distância e a morte ... Logo depois daquela reunião, comentei este fato com a minha esposa, que teve a mesma reação que eu tive. Disse-lhe, então, que um dia ainda iria escrever alguma coisa sobre isso, pois a Maria Helena é uma pessoa por quem aprendemos a ter um grande carinho nestes anos todos, mesmo que não fossemos íntimos. Bem , a hora chegou: Maria Helena faleceu em janeiro deste ano, e senti que tinha chegado o momento. Ela estava muito doente, mas aqueles que lhe eram mais chegados diziam que ela morrera feliz, pois iria juntar-se na eternidade ao seu querido e amado Falcão. Maria Helena, nestas minhas toscas palavras, queria lhe fazer justa memória, pois você mostrou-me que nós podemos chegar ao amor ágape e continuar nele, mesmo no sofrimento da saudade e da doença. Obrigado pela bela lição, e até um dia na eternidade. PS.: Muito antes do seu falecimento, acho que foi em uma Missa Mensal, eu lhe disse que um dia iria escrever sobre aquele fato, e ela sorriu-me gentilmente. • Márcio da Fatima Equipe Nossa Senhora de Fátima Setor D de São José dos Campos SP Região São Paulo Leste 1. 23


HOMEM CABEÇ~ I MULHER CORAÇAO Diferenças Psicológicas

Deus, na sua infinita sabedoria, criou o homem e a mulher completamente diversos, para que pudessem se atrair e se completar maravilhosamente. Se os analisarmos detalhadamente veremos que em tudo são diferentes e complementares: no corpo, na mente e no coração. São como duas mãos que perfeitamente se entrelaçam e se voltam para adorar o criador. Tanta diferença! É justamente aí que residem muitas causas de desentendimentos. Por isso, é necessário que cada um conheça a

24

si mesmo, e a partir daí passe a conhecer o outro, e que ambos tenham em mente que são diferentes. O casal, a partir do momento que passa a conhecer seus aspectos semelhantes e divergentes, poderá exercer toda a sua criatividade e comunicação, na busca da revisão de conceitos. Ex: diferenças: raça, classe social, cultura e costumes. Características

HOMEM: Fisicamente forte , combativo, dinâmico e dotado de

CM 443


raciocínio frio e rigoroso. MULHER: Mais graça, encanto físico, mais intuitiva, direta, cordial e dotada de maior percepção de causas imediatas HOMEM: Maior visão do conjunto, juízo lógico, pouca sensibilidade, TJ!aior controle emocional. MULHER: Mais imaginação, mais sentimento, mais pureza. Conclusão: enquanto o coração do homem é o mundo, o mundo da mulher é o seu coração. A comunhão do casal se dará na sua plenitude , quando suas diferenças e diversidades se conjugarem em vez de se prejudicarem. A comunhão surge, sobretudo, do diálogo, e não só do olhar, da linguagem e da realização de tarefas comum aos dois. Quantas brigas seriam evitadas, se os maridos não esquecessem as datas e os detalhes que são importantíssimos para as mulheres! Enfim , na vida a dois, cada um deverá estar atento para descobrir e fazer aquilo que agrada ao outro e o fazer crescer como pessoa. Jamais poderá existir, entre marido e mulher, o espírito competitivo que leva cada um a ver no outro um rival. (Ef 5,21-23 25.28-29) . O Papa Leão XIII nos explica melhor ainda: "o Marido é o chefe da família e a cabeça da mulher, e essa por sua vez, por ser carne de sua carne e osso dos seus ossos, não deve sujeitar-se a obedecer ao seu marido como escrava, mas como companheira, de tal modo CM443

que a SUJeiçao que lhe presta não seja destituída de acordo e dignidade". ( Encíclica Arcanum , 10/2/1880 ). Nenhuma instituição pode funcionar se tiver duas cabeças. Efetivamente o homem é a cabeça e a mulher é o coração. Deus é quem quis assim e para isso os preparou. Não há inferioridade em tal colocação, apenas complementaridade. Submissão não significa escravidão e, geralmente, a mulher descobre que se sente melhor quando dócil do que quando dominadora. Quando a mulher entende e aceita sua posição e o seu lugar no casamento, acaba descobrindo que a reação do marido é de delicadeza e de bondade, o que coloca ponto final às hostilidades entre eles. Conclusao Peçam a Deus, diariamente, para que ele possa enchê-los de amor e que esse amor possa suplantar toda mágoa, todo rancor, toda diferença e, sendo assim, você comprovará que suas reações diante das ações de seu companheiro serão dirigidas por Deus, e seu amor aumentará de tal maneira que cobrirá uma infinidade de fraquezas, fazendo com que vocês se complementem tão harmoniosamente quanto duas mãos que se entrelaçam e se põem a adorar aquele que os uniu para sempre. • Lucinhe e A/ex CRE Equipe 75

Nossa Senhora da Confiança SetorH Fortaleza/ Ceará 25


O FIGURINO DE UM CASAMENTO A internet nos premia com muitas obras-primas, mas também nos impinge enormes bobagens. Recentemente, ao navegar na "dita cuja", ao ler o título "O figurino de um casamento", interessei-me e cliquei para conhecer o texto. Católico praticante, membro do Movimento Equipes de Nossa Senhora há 14 anos, defensor da instituição "FAMÍUA'', amante do "Sacramento do Matrimônid' esperava um texto sublime e que enaltecesse sobremaneira o "comprometimento" do Amor, como vestimenta principal no tal "figurino de um casamentd'. Ledo engano! Simplesmente eu li que o casamento é um acontecimento social e que o mais importante era tirar dúvida se os padrinhos vestiriam costume, fraque , meio fraque , smoking ... E o texto ainda dizia: "As madrinhas fazem a FESTA DO ALTAR"! Meu Deus, quanta hipocrisia!!! A peça principal do figurino de um casamento realizado como "Sacramento" (e esta é a regra cristã, católica) é o amor verdadeiro, doação, comprometimento e quem fará a festa no altar é Jesus Cristo, 26

este sim, é o principal padrinho. E Ele não vem vestido de fraque , smoking, de longo e não aparecerá fisicamente mais do que os verdadeiros celebrantes do Sacramento: os noivos. E Ele deverá estar ali naquele momento sublime do "Sim", que deveria representar o mesmo "Sim" de Maria. Um "Sim" fiel ao "Amor"! Um "Sim" na doença, na saúde, na tristeza, na alegria ... Um "Sim " de fidelidade até nos momentos difíceis, assim como o de Maria, aos pés da Cruz, presenciando a morte de seu filho amado. Este Sim é o mais belo "Figurino" para um casamento feliz , que gerará filhos felizes, famílias felizes. Os noivos deverão se vestir de "Amor", comprometer-se no "Amor", ter atitudes para o ''Amor". E, se esta vestimenta nunca for mudada no coração do casal, com certeza a "FEUCIDADE" estará na tristeza e na alegria, na saúde e na doença ... E isto tudo durará até que Deus os reúna na "ETERNIDADE". • Lia e Socrates Equipe Nossa Senhora das Graças Setor A - Rio Claro/SP CM 443


RECOMPLETAMENTO DE EQUIPES Estamos plantando sementes na vinha do Senhor? As Equipes de Nossa Senhora são comunidades vivas de casais refletindo o amor de Deus, comunidade esta, que é capaz de transformar as limitações e os ceticismos de novos casais em oportunidades de santificá-los através de uma caminhada disciplinada e pedagogicamente perfeita para o nosso bom Deus. Se nos amamos, amamos nossos irmãos equipistas e amamos este Movimento, no qual nos formamos como pessoas e como casal, por que então nos acomodamos e não permitimos o acolhimento a outros casais? Enquanto cada equipe permanece fechada em si mesma, concomitantemente casais estão perdendo a oportunidade que um dia nos foi dada. A oportunidade de receber as graças de ter o Senhor presente no matrimônio.

Lembramos o que nos diz o Guia das Equipes de Nossa Senhora- p. 77 : " para qualquer cristão, só existe um caminho, Jesus Cristo, Palavra de Deus que se fez Homem; " Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática". (Lc 11,28) As Equipes de Nossa Senhora não impõem aos seus membros uma espiritualidade determinada: querem simplesmente ajudá-los a trilhar como casal o caminho traçado por Cristo. Propõe-lhes para isso: orientações de

vida, pontos concretos de esforço e uma vida de equipe.

Temos mesmo o direito de impedir que tantas gentilezas de Deus cheguem a alguns dos nossos irmãos? "Bem-aventurado aquele casal em que marido e esposa sabem ser solidários aos outros".• Imiana e Luiz Equipe Nossa Senhora da Penha Setor E - Região Rro V

DOM QUE DEUS NOS ENVIA, NÃO SE REJEITA. .. O Movimento está sempre a fazer grande esforço para completar as equipes, de modo que todas tenham de seis a sete casais. Fala-se disso em todos os níveis, principalmente nos EACRES. Alguma coisa se consegue, mas da parte de muitas equipes, com apenas três ou quatro casais, tem havido muita resistência ao acolhimento de novos participantes. Os motivos alegados são geralmente a "antiguidade" dos casais, que teriam dificuldade em conviver com casais mais novos; a intimidade e a confiança entre os casais da equipe que seriam perturbadas pela admissão de gente nova e desconhecida. Além desses motivos alegados, penso que haveria ainda alguns reais: a rotina que já tomou conta da vida da equipe, a cumplicidade que há muito dispensa cobranças e correções fraternas, o esquecimento de uma verdade fundamental para as ENS: a base das equipes é a caridade. (do livro: "Casamento Resposta de Deus", Pe. Flávio Cavalca - pg. 238) CM443

27


A QUARESMA E A PEDAGOGIA DAS ENS Com a quarta-feira de cinzas iniciamos o ciclo litúrgico da Páscoa, que terminará no Domingo de Pentecostes. Neste primeiro período de, aproximadamente 40 dias, temos a Quaresma que acabará ao meio dia da Quinta-feira santa, abrindo o Tríduo pascal. A cerimônia do lavapés, a liturgia da Paixão e Morte de Cristo, e a Vigília Pascal formam uma só celebração em três atas: o Tríduo Pascal. A Quaresma é o tempo que nos convida a lançar nosso olhar a Jesus crucificado e à Mãe das Dores. Dois corações unânimes no amor e no sofrimento, suplicando por nossa felicidade e por nossa salvação. Jesus morre por nós porque nos ama tanto, querendo conduzir-nos de volta ao coração do Pai, fonte de verdadeiro amor e felicidade . A Quaresma é o período de preparação para o grande evento cristão: a Páscoa. É o período de 40 dias relembrando o tempo que Jesus passou de retiro, antes de anunciar a vinda do Reino, logo após o seu Batismo, no deserto, resistindo as tentações de posse, prazer e poder de Satanás. Mais do que simples preparação da Páscoa, a Quaresma constitui ensaio de vida nova no Espírito: tempo de deixar tudo o que é velho em nós, tempo de abrir-nos à vida sempre nova que brota da cruz, tempo de converter-nos ao projeto de Deus e sua justiça, retomando a opção fundamental de nossa fé feita em nosso 28

Batismo. Celebramos a Quaresma festejando a busca da humanidade inteira por libertação, justiça, dignidade, reconciliação e paz. Trazemos a Deus o clamor sempre mais forte do universo, que suspira em dores de parto por vida e liberdade, aguardando a manifestação gloriosa dos filhos e filhas de Deus, a Páscoa definitiva. É o tempo forte dos exercícios quaresmais: esmola, oração e jejum . Também é tempo do arrependimento e do perdão (de dar e pedir) , além da leitura e meditação mais frequente e qualitativa da Bíblia, principalmente dos quatro evangelistas. Na esmola, para além de um simples oferecer o que não nos falta, educa-se para olhar o outro, com ternura, compromisso e cuidado. Temos que olhar com atenção para o outro e ter em mente que todos têm erros e defeitos, mas também tem dons e talentos. Orar para multiplicar o desejo da procura de Deus, estar sempre em sintonia e em conexão com Be. As orações pré-formuladas são importantes, mas a oração espontânea é mais intima com Be, pois nasce do fundo do coração, onde estão escondidos os nossos desejos e aflições. No jejum, educa-se para o segredo de saber olhar a si mesmo superando tudo o que impede a autenticidade evangélica. É a atitude interior de conversão em relação a Deus e aos irmãos. É o exame de consciência bem realizado. CM 443


Esses três exercícios quaresmais nos levam a praticar as obras de misericórdia, que fazem parte do juízo final (MT 25,34-40). Elas se dividem em corporais, dizem respeito ao bem estar físico e temporal do próximo; e as espirituais, na ajuda aos irmãos na caminhada rumo à santidade. É o tempo forte também da prática dos conselhos evangélicos da pobreza, da obediência e da castidade; acrescentando uma formação doutrinaria mais intensa como cristão católico. No Brasil desde 1963, a Quaresma é o tempo da Campanha da Fraternidade. Toda CF considera a fidelidade ao projeto do Reino de Deus, os sinais dos tempos representados pelos desafios das condições de vida do povo brasileiro e o respeito ao período quaresmal. Outras práticas quaresmais são a leitura dos salmos penitenciais: 6, 31 , 37, 50, 101, 129 e 142; e a meditação e a realização da Via Sacra em consonância com a CF.

A pedagogia das ENS nos oferece ferramentas que nos auxiliam a vivermos como cristãos católicos, especialmente neste período da Quaresma: a prática dos pontos concretos de esforço, a mística do Movimento (ajuda mutua e testemunho LM443

cristão), a correção fraterna, a participação adequada e com qualidade na reunião de equipe, a coerência entre fé e vida, a participação freqüente e constante na vida da equipe, do setor, da região, bem como na vida da comunidade paroquial. A Quaresma é por excelência um tempo forte para a vivenda dos Pontos Concretos de Esforço. A Escuta da Palavra já foi citada acima. A Meditação ou Oração Interior também. A Regra de Vida é o nosso exame de consciência para saber se estamos em sintonia com Deus e com o irmão como sugere a pedagogia quaresmal. A Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se nos ajudam a orar com o nosso próximo mais próximo. O Retiro é para nos interiorizarmos e nos formarmos na doutrina quaresmal. Estão aí algumas sugestões para desenvolvermos a nossa vida de batizados casados participantes de um Movimento de casais onde devemos ter prazer em seguir a sua pedagogia em consonância com a Igreja. • Fonte: Revista Vida f " oral da Paulus Editora. Colaboraçao de Maria Stel/a e Paulo Serg~o Equipe 02 - Setor Niterói C Região Rio IV 29


O TEMPO PASCAL Quando vamos à missa, vamos para celebrar, ou seja, "comemorar", fazer lembrança e atualizar um momento. Mais que isso, vamos para viver "o" momento de uma pessoa célebre. Quem é , afinal , esta celebridade? Sim , é Jesus Cristo! Ele é a celebridade da missa. Não é o presidente, tampouco a assembleia ou algum ministério, ou momento atual que a comunidade esteja vivendo, como as bodas de um casal, aniversário da paróquia etc. A missa, seja ela qual for, é a celebração da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A Igreja, em seus primórdios, reunia-se a cada semana para celebrar este mistério. No começo não havia nem festa do Natal, nem qualquer outra festa litúrgica. Era somente a celebração semanal da ressurreição do Senhor. Com o passar dos anos , aquelas comunidades sentiram a necessidade 30

de instituir a primeira de todas as festas : a Páscoa, o Domingo dos domingos, a Festa das festas , o Domingo maior! A fim de se prepararem para a Páscoa, criaram o Tríduo Pascal. Depois aumentaram os dias de preparação e criaram a Quaresma. E assim os demais períodos do Ano Litúrgico foram sendo agregados: o tempo Pascal , o Advento etc . Cada período deste tem as suas características, como por exemplo, as leituras escolhidas para as reflexões e as cores litúrgicas próprias que nos levam a viver melhor o mistério. Ainda assim não se perde de vista que o principal é celebrar o mistério de Jesus Cristo. A Quaresma, então, surgiu para ser tempo de preparação para esta Festa Maior. Contudo, não devia ser somente preparada. Era preciso também fazer com que se prolongasse aquela alegria e riqueza espiritual do Cristo CM443


ressuscitado. Apareceu, assim, o Tempo Pascal, que é justamente o tempo que estamos vivendo agora na Igreja. As sete semanas posteriores à Páscoa devem ser celebradas com a alegria dos discípulos, ao verem o Ressuscitado, revigorada em nós. No dizer de Sto. lrineu, estes dias "constituem como que um único dia de festa que tem a mesma importância do domingd'. É tempo de usar paramentos brancos, sinal de que acreditamos que nossa existência foi, de verdade, transformada, lavada e alvejada pelo sangue do Cordeiro. É tempo de refletirmos sobre a

ação do Cristo ressuscitado naquelas comunidades iniciais, como eles viviam esta fé, como dirimiam seus conflitos a partir da experiência pascal e faziam tantos e tantos acreditar, pelas suas vidas transformadas, que Jesus havia mesmo ressuscitado.. . É tempo de nós, hoje, praticarmos a nossa fé à luz desses ensinamentos, de também darmos o nosso testemunho e, com Jesus ressuscitado em meio a nós, colaborarmos na construção do Reino que também é nosso. Feliz Páscoa a todos! • Pe. Eduardo A. Moraes SCE Região Oeste I Província Sul II

XVI CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL Equipes de Brasília engajadas nos preparativos

Em maio próximo Brasília estará em festa. Não só pelos 50 anos de fundação da cidade, como também pelo Jubileu da Arquidiocese de Brasília e pela realização de mais um grande evento eucarístico na "Capital da Esperança". O XVI Congresso Eucarístico Nacional (CEN) será realizado de 13 a 16 de maio e terá como tema "Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários", e por lema "Fica conosco, Senhor!" (cf. Lc 24,29) . A programação do Congresso envolverá atividades de reflexão e estudo sobre temas atuais e CM443

relevantes para a vivência do sacramento da Eucaristia, celebrações eucarísticas, simpósio teológico, simpósio de bioética, adoração ao Santíssimo Sacramento e atividades culturais. Para essa autêntica festa , a Igreja do Brasil inteiro é convocada , e o evento deverá contar com a presença de cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, diáconos permanentes, membros de institutos de vida consagrada, leigos e representantes de todas as dioceses do nosso País. A Arquidiocese de Brasília, responsável pela organização do 31


XVI CEN , vem trabalhando com empenho para providenciar toda a estrutura necessária ao Congresso Eucarístico, que deve ser a expressão de um trabalho de comunhão, que tem sua fonte na eucaristia. Os equipistas de Brasília estão participando ativamente dos trabalhos de preparação deste Congresso, engajados nas Comissões, ajudando financeiramente, encarregando-se do transporte dos Bispos que virão participar do CEN e da 483 . Assembleia Geral da CNBB. Há também formas de colaboração mais especializadas, como a que é dada pelo casal Marly e Francisco da Eq . 23 da Região CO-I , que se encarrega de um programa diário de rádio sobre a Eucaristia e fez a edição de dois livros "O Pão da Unidade: Caminho, Verdade e Vida" e "Lembretes Eucarísticos".

Para o grande público, o evento terá início no dia 13 de maio, às 19 h com a Santa Missa de Abertura e será concluído no dia 16 de maio com a Missa de Encerramento, que se iniciará às 09h30 da manhã . Ambas as missas serão realizadas na Esplanada dos Ministérios. O espaço central dos eventos será a Esplanada dos Ministérios, onde será erguido o Altar-monumento, mas a programação envolverá outros locais, como o Ginásio Nilson Nelson , Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Complexo Cultural da República, Paróquia Nossa Senhora do Lago e Santuário Nossa Senhora de Fátima. Se vocês puderem não percam essa grande festa! Programem-se e venham participar conosco dessa celebração de Jesus Eucarístico no meio de nós! Aos que não puderem estar presentes fisicamente pedimos que rezem antes e durante o Congresso Eucarístico, pelo bom êxito deste magno evento. Para saber como colaborar e obter maiores informações visite o site : www. cen2010.org ou ligue para: (61) 3323-1302 e (61) 3224-9827. • Elsa Maria e Renato Eq. N.S da Imaculada Conceição Setor E - Região CO I Brasília!DF

32

CM 443


CAMPANHA DA FRATERNIDADE Economia e vida

A Campanha da Fraternidade deste ano é promovida em conjunto pelas Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC, como aconteceu em 2000 e 2005. Tendo em vista o cumprimento da missão de ser testemunha da fraternidade , justiça e paz sobre a terra, a Comissão Organizadora da Campanha escolheu como tema: "Economia e Vida" e como lema "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24) . Esta terceira Campanha da Fraternidade Ecuménica traz como objetivo geral "Colaborar na promoção de uma economia da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade , para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão". As Igrejas do CONIC, ao conclamar as outras Igrejas Cristãs , outras religiões e as pessoas de boa vontade em geral, para assumirem esta campanha da fraternidade "Economia e Vida", quer lembrar que a solidariedade faz da humanidade uma fam ília onde todos se protegem mutuamente . Assim , problemas que pareciam insolúveis podem te r soluções surpreendentes. A partilha faz milagres. É o que Jesus nos sugere no texto que narra como cinco mil homens mais as mulheres e crianças CM443

(ij' ECONOMIA E VIDA ~

Campanha da Fratermdade Ecumémca 20 I o

foram alimentadas com cinco pães e dois peixes (Me 6,30-40) . Se soubermos partilhar, certamente vai haver pão, casa, cura, saúde, educação e participação para muito mais gente . Que o Sacramento do Matrimónio vivido no dia a dia nos ajude nesta partilha. O sucesso desta campanha, para mudar o Brasil e a vida de cada um de nós, casais equipistas e , principalmente, das futuras gerações, depende do empenho pessoal de cada um. Que Deus nos inspire e nos guarde nesta tarefa. Boa e frutuosa Campanha da Fraternidade Ecuménica 2010: "Economia e Vida". • Pe Celso Duarte SCE Região SC lhu 33


-

APRESENTAÇAO DO PROJETO RAÍZES DO MOVIMENTO DAS ENS Motivação "É bom olhar para as origens a

fim de meditar sobre as lições que encerram e novamente partir com passo decidido para a missão que aí está à nossa frente . O passado prepara o futuro. " Pedro Moncau Jr. Uma árvore frondosa , mas sem raízes não suporta uma adversidade mais forte . Um povo sem raízes não tem história. As raízes são importantes não para nos "abrigarmos" nelas, mas para nos sustentar e dar sentido a nossa vocação e a nossa missão enquanto casais cristãos seguidores de Jesus Cristo.

Objetivo do Projeto Recuperar textos antigos, de valor formativo, com o olhar no presente e no futuro Considerando • que um grande número de equipistas atuais têm pouco tempo de Movimento; • que a Carta Mensal sempre publicou artigos de extremo valor para a formação dos equipistas; • que grande parte dos atuais equipistas não 34

teve acesso a edições com dez, vinte ou mais anos de tiragem; • que, mesmo os equipistas de mais tempo de Movimento, raramente retornam a leituras de exemplares mais antigos das Cartas Mensais; • que há uma necessidade fundamental de formação permanente dos participantes do Movimento, tanto de casais como de conselheiros, sejam novos ou antigos nas Equipes de Nossa Senhora; • que a Carta Mensal é um excelente meio de formação, constando, inclusive , dentre seus objetivos esta tarefa primordial; A Super-Região, DENTRE AS COMEMORAÇÕES PELA PASSAGEM DOS 60 ANOS DO MOVIMENTO DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA NO BRASIL, Propõe-se criar uma Seção exclusiva na Carta Mensal, com a denominação de RAÍZES DO MOVIMENTO, através da qual se farão reimpressões de artigos antigos, mas de notória validade no sentido de auxiliar na formação dos casais e CM 443


conselheiro(a)s espirituais para aspectos básicos e fundamentais da nossa Metodologia e Pedagogia. A iniciativa deste projeto, aprovado pela Equipe da Super-Região em novembro de 2009, será coordenado pelo casal Maria Regina e Carlos

Eduardo (responsáveis pela Equipe de Coordenação Inter-Regional ECIR, hoje, Super-Região, no período de 1995 -2000) , tendo em vista as razões acima apresentadas. • C a R1 11undo CR Super-Região Brasil

COMPROMETER-SE* A Sagrada Escritura não se cansa de repetir que o Deus da Aliança é um Deus fiel à sua Palavra e ao cumprimento das suas promessas: "Foi por amor a vós e por fidelidade ao juramento que Javé fez aos vossos 'pais, que Ele vos tirou do Egitd ... " Javé, teu Deus, é verdadeiro Deus, o Deus fiel, que guarda sua Aliança e seu amor" (Dt. 7,8-9) . O Deus da Aliança se compromete de tal forma com seu povo que não o abandona nunca, nem mesmo quando é abandonado. E é justamente a infidelidade do seu povo que lhe dá ocasião para manifestar sua fidelidade através do seu perdão. É assim que, apesar de todas as prevaricações do seu povo, e mesmo sabendo antecipadamente que o mundo o rejeitaria, que Deus envia Seu filho, revelação suprema de um Deus comprometido com os homens e fiel às suas promessas. É evidente que o comprometimento de Deus é apresentado como modelo, arquétipo para os homens. A fidelidade de Deus é um apelo para que os homens lhe sejam *

fiéis pela observância dos seus mandamentos . É só pela observância destes mandamentos que os homens podem ser fiéis uns para com os outros. Não há fidelidade possível no nível humano para quem não é fiel a Deus. Não é possível o cultivo de uma atitude de comprometimento se, em primeiro lugar, não estivermos comprometidos com Deus e sua causa. Este é o fundamento primeiro do nosso compromisso com o Movimento: comprometidos com Deus, queremos estar comprometidos com sua causa e a causa de seu povo. O segundo fundamento do nosso compromisso é constituído pelo Amor. Bem sabemos que, na exaltação da transitoriedade de tudo, também o amor começa a ser visto como algo de passageiro. Entretanto, dentro da nossa perspectiva cristã, a não perenidade do amor é a sua própria negação. Se Deus se compromete com seu povo, se Ele se mantém fiel à sua Palavra, às suas

Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora No 4 - junho-julho 1979 - Editorial

CM443

35


promessas, é exatamente porque Ele ama seu povo. É justamente por ser Amor que Deus é eterno, e é por amar que Ele se compromete eternamente com a humanidade. O amor é, por conseguinte, o símbolo máximo da eternidade no tempo, da perenidade na evolução. O Amor reveste-se de novas tonalidades, assume novas conotações de acordo com a idade e a situação das pessoas. Contudo, o que o caracteriza é o fato de se adaptar para sobreviver, de assumir novas tônicas para melhor servir a pessoa ou a causa amada. Entretanto, é importante que , ao nos comprometermos com uma causa, não fiquemos num compromisso genérico, simplesmente no sentido de não nos desligarmos dela. Em se tratando das Equipes, o não abandoná-las seria muito pouco e, conforme as circunstâncias, seria mesmo falta de coerência para consigo mesmo e para com o Movimento. O sentido que queremos dar ao nosso compromisso é o de abraçar o Movimento e seus ideais em toda a sua extensão e em toda a sua profundidade. Não queremos apenas levar vida de equipistas. Queremos acertar o nosso passo com as linhas do Movimento, porque reconhecemos nele um caminho adequado para melhor servirmos à causa do Reino. E, da mesma forma como ninguém, ao amar verdadeiramente uma pessoa, ama apenas parte dela, suas virtudes, da mesma forma , quem ama um Movimento aceita as regras do jogo com todas as consequências. Ao nos comprometermos com o 36

Movimento, nos comprometemos com os meios de aperfeiçoamento e, muito mais do que isto, nós nos comprometemos com o ideal que ele aponta: o ideal de servir a Deus e à sua causa, no amor e no serviço aos nossos irmãos. Todo equipista tem um modelo: Nossa Senhora. Não é tanto pelos privilégios que Deus lhe concedeu que ela é grande. Ela é grande, e nosso modelo, exatamente porque se comprometeu com uma causa. O Sim de Maria não foi aceitar os privilégios e rejeitar a cruz que eles pressupunham: Maria foi alguém que, na alegria, abraçou a rosa e os espinhos. Foi alguém que sempre se deixou guiar pelo espírito de fé , uma fé a toda prova. Maria foi uma mulher perseverante. Perseverante quando aceitou um nascimento pobre para o seu Filho; perseverante quando fugiu para o Egito. Perseverante aos pés da cruz; perseverante até o túmulo do seu Filho. É que Maria estava revestida da fortaleza de Deus. É que Maria sabia estar ao serviço da maior das causas: a causa do próprio Deus. Este é o sentido que (os equipistas) querem dar ao seu compromisso. Querem testemunhar sua confiança no Movimento. Querem, sobretudo, manifestar sua confiança no caminho, na causa que ele representa: ser uma luz para um mundo que perdeu em grande parte o senso de comprometimento, porque perdeu de vista os fundamentos de todo comprometimento: Deus e o Amor. • Frei Antonio Maser, o.f. m. SCE da Equipe 10 de Petrópo/is CM443


CONCHITA: UMA MAE SACERDOTAL Venerável Conchita do México Maria Concepción de Armida, conhecida mais pelo apelido: Coochita, esposa e mãe de muitos filhos , é uma santa moderna que Jesus preparou para exercer a maternidade espiritual para os sacerdotes. Jesus lhe falou certo dia: «Existem almas que receberam uma unção através da ordenação sacerdotal. Porém há também almas sacerdotais que têm uma vocação sem ter a dignidade ou a ordenação sacerdotal. Elas se oferecem em união comigo... Essas almas ajudam espiritualmente a Igreja de maneira poderosa. Tu serás mãe de um grande número de filhos espirituais, mas eles custarão ao teu coração como mil martírios. Desejaria renovar o mundo, revelando-me neles e dar um impulso forte à minha Igreja, derramando o Espírito Santo sobre os meus sacerdotes como num novo Pentecostes. A Igreja e o mundo necessitam de um novo Pentecostes, um Pentecostes sacerdotal, interior. Manuel nasceu na mesma hora em que morreu Padre José Camacho. Quando ouvi a notícia dessa morte, roguei a Deus que meu filho pudesse substituir este sacerdote no altar. Desde que o pequeno Manuel começou a falar, rezamos juntos para obter para ele a grande graça da vocação ao sacerdócio. No dia de sua primeira Comunhão e em todas as festas importantes, renovei a súplica. Aos dezessete anos, Manuel entrou CM 443

para a Companhia de Jesus. Manuel, então com trinta anos de idade, escreveu à sua mãe: «Mãe ensina-me a ser sacerdote! Fala-me da imensa alegria de poder celebrar a Santa Missa. Entrego tudo em tuas mãos, como me protegeste no teu peito quando eu era criança e me ensinaste a pronunciar os belos nomes de Jesus e Maria para introduzir-me nesse mistério. Sinto-me realmente como uma criança que pede preces e sacrifícios ... Assim que eu for ordenado sacerdote, te mandarei minha bênção e depois, ajoelhado, receberei a tua>>. Ela comoveu-se profundamente : «Sou mãe de um sacerdote!. .. Posso somente chorar e agradecer! Convido todo o céu a agradecer em meu lugar porque, pela minha miséria, me sinto incapaz». Dez anos mais tarde escreveu ao filho: «Não consigo imaginar um sacerdote que não seja Jesus. O que faríamos sem a cruz? A vida sem as dores que unem, santificam, purificam e obtém graças, seria insuportável». Conchita morreu em 1937, aos 75 anos de idade. • «Adoração Eucarística pela santificação dos Sacerdotes e Maternidade Espiritual>>, Revista da Congregação para o Clero, Vaticano, 2007, pp. 24-25). Dom Murilo S.R. Krieger, scj Arcebispo de Florianópolis. Fátima e Va/ae1 Equipe Nossa Senhora Aparecida Setor H - Fortaleza!CE 37


A VISIBILIDADE SACRAMENTAL O desafio de 201 O

Caros casais, a Igreja existe essencialmente para evangelizar. Somos enviados, hoje, pelo próprio Cristo, para construir a realidade do Reino de Deus que se traduz na perspectiva do Movimento das Equipes de Nossa Senhora e no empenho de uma espiritualidade conjugal. Nestes dois dias fomos abastecidos pelo impulso do Espírito Santo, o mesmo que anunciou aos profetas, que agiu em Maria, nos apóstolos , no próprio Jesus Humano. Por isso, sentir-se enviado no encerramento de um EACRE, é fazer uma experiência pentecostal, onde, sentimos ressoar as palavras do Cristo: "Eu vou, mas não vos deixarei órfãos" (cf. Jo 14,18). Este espírito acolhe a vocês, caros casais responsáveis, casais ligação, enfim, membros desta célula viva da Igreja. Somos atraídos para uma missão e levados a uma descoberta, orientados pela grande discípula, Maria. Ela vai ajudar-nos a descobrir o sentido do Cristianismo, bem como suas implicações diárias na busca de uma espiritualidade conjugal. Em 2010, a grande ascese que o Movimento deseja dar, perpassa o sentido daquilo que chamo de "visibilidade sacramental", com o tema: Casamento, sacramento do dia a dia e com o lema: Vida matrimonial, uma celebração permanente.

Destaco dois aspectos: sacramento e celebração permanente. 38

Casamento, sacramento do dia a dia. O grande desejo de um Movimento eclesial é ajudar os seus membros a "transformar em fé viva" a ação de Deus no seu cotidiano, isto é, sair do aspecto teórico e experimentá-la através dos sentimentos, das palavras, dos gestos e atitudes. O ser humano é dotado de uma inteligência inigualável e dentro desta está o aspecto sensitivo. Deus na sua inesgotável sabedoria usa deste aspecto para estabelecer sua relação com a pessoa humana. A sensibilidade é aplicada desde o princípio da criação. E será usada pelo Cristo e pela Igreja nos sacramentos. Sensibilidade-visibilidadeMistério-Sacramento-Liturgia serão palavras que nos acompanharão neste ano. Na integridade destas palavras, recorremos à definição clássica de Sacramentos "como um sinal sensível que comunica a graça de Deus". Por isso, quando falamos de Batismo, lembramo-nos da água; de Penitência, da oração de absolvição; da Eucaristia, pão e vinho; da Ordem, Unção dos Enfermos e Crisma, a unção; e do Matrimônio: a sensibilidade, a visibilidade está no casal. O casal unido será a grande expressão que comunicará Deus. Por isso, na raiz da palavra "sacramentum", está a palavra "misterium", CM443


como algo que precisa ser aprofundado, mergulhado, não basta ficar na superfície, ou ainda, "algo que não é concedido por meio do ensinamento racional, e sim, por meio da experiência; por isso somente a pessoa engajada poderá experimentá-la". É pelo amor e pela experiência diária dos Pontos Concretos de Esforço, que o casal fará do Matrimônio a revelação do mistério divino. E, neste contexto, surge o Movimento das Equipes de Nossa Senhora com o propósito de auxiliar nesta espiritualidade conjugal. O Movimento ocupa e ocupará na vida do casal, um lugar Doutrinal, Espiritual e Prático, na tentativa de manifestar a visibilidade do sacramento matrimonial: • Doutrinal, porque educa e forma para a experiência com o Cristo e consequentemente com a Igreja; • Espiritual, porque esta descoberta não é feita de teorias, mas com Orações. • Prática, porque interfere diretamente na vida conjugal daqueles que o seguem. Assim, o desejo de viver esta "sensibilidade sacramental" no dia a dia, encontra nos Pontos Concretos de Esforço, o entusiasmo, a esperança, a disciplina e a certeza de que a santificação conjugal não é uma teoria, mas uma realidade. Por isso, para viver uma visibilidade sacramental, é preciso CRER. O ato de crer supera o ato racional e exige um autoconhecimento e o conhecimento do outro (Esposo-Esposa). CM443

O Movimento ocupa e ocupará na vida do casal, um lugar Doutrinal, Espiritual e Prático, na tentativa de manifestar a visibilidade do sacramento matrimonial. Em 2010, o Movimento deseja que o Dever de Sentar-se seja uma oportunidade para acreditar na santificação do outro, acreditar no esforço conjugal, acreditar que nesta busca de conhecimentos, um seja para o outro e para os outros, um sinal sensível da graça, isto é, que no Dever de Sentar-se, o mistério do Matrimônio se revele no amadurecimento conjugal. Vida Matrimonial, uma celebração permanente. Com este lema: vida matrimonial, uma celebração permanente. Acredito que o Movimento queira dar uma entonação litúrgica à vida do casal. Parto da definição de Liturgia, como "uma ação em favor do outro". Acho que isto basta para entender que a vida matrimonial consiste num ato litúrgico diário do casal = celebração permanente. Ligado a isto, permanecem as palavras mistério e sacramento, que foram ao longo da história, associadas ao ato litúrgico. Por 39


isso, é preciso celebrar diariamente a liturgia do casal, ou seja, a ação em favor do outro. Na liturgia, o centro é Cristo, com seu Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição. Na liturgia do casal, o centro continua sendo Cristo. Ele ajudará o casal a entender que a vida cristã consiste no sacrifício, na doação, para celebrar a ressurreição. A grande ação litúrgica de Cristo acontece na Cruz, onde as palavras da Última Ceia tornam-se sinal sensível no gesto do seu Corpo Doado. Na Quinta feira Santa, a mesa da ceia foi o lugar por excelência do sacrifício. No dia da Paixão, o Altar é a Cruz e na Ressurreição, o seu corpo glorioso. Assim, a vida matrimonial vivida como uma celebração permanente, nas palavras ditas no dia do Matrimônio, diante do Altar, será interpretada, no Altar do cotidiano, da convivência, da conjugalidade. Outro aspecto importante na liturgia é o Memorial (Anamnese = Recordação) . Não celebramos a cada dia um novo sacrifício, mas recordamos a Nova e Eterna, por isso, uma celebração permanente. Do mesmo modo que a "liturgia conjugal" é e será uma permanente recordação, caberá ao casal cumprir o rito memorial na celebração diária da conjugalidade. E este rito encontra na Eucaristia, um apoio fundamental. Assim se o casal quiser em 2010 , entrar no lema do Movimento, precisa colocar como prioridade dominical da vida conjugal, a participação na Missa. 40

É estranho querer ser um sinal sacramental, sem se encontrar com o Cristo na liturgia da missa. E neste ato de celebrar permanentemente, aparece o aspecto do matrimônio como algo indissolúvel, até que a morte os separe . Em 2010, é preciso pensar nisso. Muitos trabalham com "encontros de noivos". Reflita com eles, o sentido do Matrimônio como uma celebração permanente, que pensem no valor do ato litúrgico celebrado. Por fim, um desejo do Movimento é que aprimoremos a formação, e a Carta Mensal é um instrumento para isso. Que ela não seja apenas mais "uma revista", mas seja um canal de comunicação do pensamento do Movimento e a seta que nos aponta o caminho a ser seguido. Caros equipistas, o ano de 2010, está aí. Queremos caminhar juntos, experimentar de uma forma simples este mistério de Deus. Saibam que Deus é mais acessível do que imaginamos, basta que o coração esteja aberto. Que voltando para nossas equipes, levemos a alegria de ser uma Igreja viva e atuante, de sermos um povo agraciado pelo exemplo da Virgem Santíssima, dos Santos e Santas. Que a Virgem Santíssima seja para nós um grande auxílio nesta busca sacramental, pois ela experimentou a sensibilidade da graça, no ventre materno.• Padre Kleber Rodrigues da Silva SCE - Setor Caçapava SCE- Equipe 4 - Nossa Senhora do Carmo - Caçapaua CM443


MEU SENHOR E MEU DEUS Havia séculos que o povo já não entendia latim, e grande esforço era feito para que a missa fosse "assistida" da melhor maneira possível pelos fiéis. Também haviam surgido cristãos que descriam da presença de Jesus Cristo na hóstia consagrada e, aos poucos, se firmou o costume de fazer um ato de fé no Cristo Eucarístico, pronunciando a jaculatória "meu Senhor e meu Deus" enquanto o presidente da celebração erguia a hóstia e o cálice, na hora da Consagração. Esta expressão de fé, no entanto, nunca esteve escrita nos missais do rito da missa. Durante a Oração Eucarística, o presidente da celebração, na Consagração, pronuncia as palavras proferidas por Jesus Cristo na última ceia e, pela ação do Espírito Santo na pessoa do ministro ordenado (bispo ou presbítero, que são investidos do

CM443

poder de Jesus Cristo para agir em seu nome) e por ordem de Jesus Cristo ("fazei isto em memória de mim" - Lc 22,19), torna-se presente o mistério do Filho eterno de Deus que se faz homem no tempo e que, pela sua paixão, morte e ressurreição, como homem e Deus, presta ao Pai um ato de pleno louvor e ação de graças (eucharistia), porque na entrega da sua vida Ele cumpre a missão recebida do Pai de salvar a humanidade. Por isso Jesus Cristo celebrou a ceia: "Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco" (Lc 22,15), concluindo, logo depois dela: "Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele" (Jo 13,31) e, ainda, dirigindo-se ao Pai: "Pai, chegou a hora: glorifica o teu Filho para que teu Filho te glorifique, e que pelo poder que lhe deste sobre toda a carne, ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste!" (Jo 17,1-2). A celebração da missa não se restringe a fazer Cristo presente sob as espécies de pão e vinho, antes, na celebração Eucarística torna-se presente e atual o mistério da salvação: Jesus Cristo, a Hóstia (oferta sacrificial) plenamente agradável a Deus. Este é "o mistério da fé" celebrado. Por isso, quando o presidente 41


da celebração exclama : "Eis o mistério da fé" , a assembléia proclama: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição". (Observe-se que não é mistério "de fé ", e sim "o mistério da fé "). O centro da fé é a pessoa de Jesus Cristo, o Verbo eterno feito carne , o Filho de Deus que em Maria se fez Filho do Homem e que , depois de ter proclamado a boa nova da salvação, realiza-a na sua paixão, morte e ressurreição. E o cristão participa deste mistério, que se faz atual em cada missa. A Igreja (O sacerdote ordenado, com e para a assembléia) celebra a Eucaristia não para crer que o pão e o vinho consagrados são o corpo e o sangue de Jesus Cristo, a sua própria pessoa nas naturezas divina e humana, mas sim , porque crê nesse mistério, ela quer unir-se a Jesus Cristo para render glória a Deus. A perfeita glória ao Pai só é dada por Jesus Cristo - homem e Deus - que o fez entregando a sua vida para remissão dos pecados e salvação da humanidade . Por isso, o celebrante presidente , após fazer ao Pai a oferta de Jesus Cristo presente em seu mistério salvífico e colocar nas mãos do Pai toda a Igreja, conclui a Oração Eucarística com um hino de louvor, ápice da celebração: "por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós ó Pai Todo Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre". Então, após dar plena glória a 42

Deus Trindade (como homem, no seu sacrifício e louvor Ele representa toda a humanidade) , Jesus Cristo deseja ser alimento da "Igreja que peregrina neste mundo", alimento de ressurreição e de vida eterna. Ele deseja "ardentemente" permanecer em cada coração humano e que todos permaneçam nele (cf. Jo 6,35-58), na comunhão do seu corpo "entregue" e no seu sangue "derramado" para a salvação da humanidade, "a fim de que todos sejam um" (cf. Jo 17,21) , para que o amor do Pai pelo Filho esteja no coração dos que "conhecem" a Deus e nestes Jesus Cristo habite (cf. Jo 17,26). Esta é a Eucaristia levada aos doentes, um rito vinculado profundamente ao mistério da celebração da missa. A partir da Celebração Eucarística, compreende-se a Adoração ao Santíssimo Sacramento, o corpo vivo do Filho de Deus feito homem . Nesses momentos de adoração, além de renovar a fé na presença real de Jesus Cristo sacramentado, o cristão presta um ato de reparação ao seu infinito amor, amor tão pouco amado pelos batizados e pela humanidade. Adorando Jesus Cristo no sacramento do Pão e do Vinho, o fiel ou a comunidade reunida louva a Trindade Santíssima . Elevará louvores , dizendo com fé e amor: "Meu Senhor e meu Deus! "• Gambim da Graciete Eq. N. S. de Guadalupe- Setor D Porto A/egre/RS CM443


-

O PELO DO LEAO Numa aldeia nas montanhas da Etiópia, um rapaz e uma moça se apaixonaram e se casaram. Por algum tempo foram perfeitamente felizes , mas então os problemas chegaram à casa deles. Começaram a ver os erros um do outro nas pequenas coisas - ele a acusava de gastar muito no mercado, ela o acusava de estar sempre atrasado. Não se passava um dia sem uma discussão sobre dinheiro, sobre trabalho doméstico, sobre amigos e parentes. Às vezes ficavam tão bravos que gritavam, berravam impropérios e iam para a cama sem se falar, o que só piorava as coisas. Depois de alguns meses eles acharam que não aguentavam mais aquilo e procuraram um juiz velho e sábio para lhes pedir o divórcio. - Por quê? - perguntou ele . - Há menos de um ano que se

CM443

casaram. Não se amam mais? - Sim, nós nos amamos, mas as coisas não vão nada bem . - Como assim, não vão nada bem? - Ah, brigamos muito, ele faz coisas que me irritam. Deixa roupas espalhadas pela casa toda; corta as unhas do pé na sala e deixa pelo chão; chega tarde em casa. Sempre que eu quero fazer alguma coisa, ele quer fazer outra. Não podemos viver juntos, porque ele também encontra muitos defeitos em mim. Entendo - disse o velho juiz. Talvez eu possa ajudar. Conheço um remédio mágico que vai fazer vocês se darem muito melhor. Se eu lhes der esse remédio, vão parar de ...___• pensar em divórcio? - Claro! Gritaram eles. - Qual é o remédio? Dê-nos! - Calma - disse o juiz. - Para

43


fazer o remédio preciso de um fio da cauda de um grande leão que vive perto do rio. Tem que trazer esse fio para mim. -Mas como iremos conseguir isso? exclamaram. O leão vai nos matar. - Nisso não posso ajudar disse o velho, abanando a cabeça. - Entendo muito de remédios, mas não entendo nada de leões. Vocês descobrirão como. Vão tentar? Após refletirem longamente, pois se amavam e o remédio ia salvar seu casamento, resolveram buscar o pelo do leão. Na manhã seguinte, foram ao rio e se esconderam. Pouco tempo depois, o leão veio beber água. Quando viram o animal, tremeram de medo. O leão abriu a boca, mostrando os dentes afiados e eles quase desmaiaram. Então o leão deu um rugido e eles saíram correndo para a casa. Mas na manhã seguinte voltaram ao rio, trazendo um saco de carne fresca . Deixaram a carne na margem, a duzentos metros do leão e ficaram atrás da pedra enquanto ele comia. Nos dias seguintes, foram chegando mais perto, até que nem mais se escondiam enquanto ele comia a carne que traziam. Assim a cada dia chegavam mais perto do leão até que chegaram tão perto que puderam atirar a carne na boca dele. No outro dia o leão veio comer em suas mãos e apesar do medo o amor era mais forte e enquanto um dava a carne o outro, lentamente, abaixou-se e arrancou um fio do 44

pelo da cauda da fera. Voltaram correndo ao juiz. - Olhe! - gritaram: - Trouxemos um pelo do leão. O velho pegou o fio e examinou atentamente. - Foi muita coragem suas , disse ele . - E precisou de muita paciência, não? - Ah, sim - disse ela. - Agora nos dê o remédio para salvar o nosso casamento. O velho juiz abanou a cabeça. - Não tenho mais nada a lhes dar. -Mas o senhor prometeu!- exclamaram. - Então não vê? - perguntou ele com carinho. -Já têm o remédio de que precisam. Estavam decididos a fazer o que fosse preciso, por mais que demorasse, para ter o remédio mágico para seus problemas. Mas mágica não existe. Só existe suas determinações. Vocês se amam. Se os dois tiverem a paciência, a determinação e a coragem que demonstraram para trazer esse pelo do leão serão muito felizes. Pensem nisso. E ambos voltaram para casa, com novas resoluções. E nós equipistas , que temos os PCE's - Pontos Concretos de Esforço, especialmente , o Dever de Sentar-se e a Regra de Vida para fortalecerem nossas relações espirituais e familiares , será que por vezes , não chegamos a necessitar do pelo do leão para nos entendermos?• Fonte: Revista Caminho Equipe de Nossa Senhora Setores A e B - Bauru/SP CM443


MEDITANDO EM EQUIPE Começamos o mês de abril, este ano, com a celebração do Tríduo Pascal. Este começa com a Ceia do Senhor (quinta-feira santa), tem o seu centro na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico. A Morte de Cristo na cruz, com a sua sucessiva Ressurreição, constitui o legítimo cumprimento da Páscoa acontecida no Antigo Testamento. Foi exatamente por isso que Jesus iniciou a série decisiva de suas ações salvíficas com a celebração da Ceia pascal, a qual os discípulos deveriam repetir incessantemente pelos séculos afora: "Fazei isso em minha memória" (Lc 22, 19)!

Escuta da Palavra 1Cor 11,17-34 Sugestões para meditação: De que modo as reuniões dos cristãos de Corinto destruíam mais do que edificavam? Podemos concordar com esta frase de Paulo (1 Cor 11, 19): "É preciso que haja cisões entre vós"? Como se pode comer o pão e beber o vinho eucarísticos indignamente? Será que nossas comunhões não precisariam de um prévio exame de consciência? Frei Geraldo de Araujo Lima, O.Carm.

Oraç~o

Litúrgica

(da Liturgia das Horas, Festa de "Corpus Christi") Cristo, Filho do Deus vivo, que nos mandastes celebrar a Ceia eucarística em memória de vós, fortalecei a Igreja com a fiel celebração de VOSSOS mistérios. Cristo, sacerdote único do Deus Altíssimo, que confiastes aos sacerdotes a oferenda da Eucaristia, fazei que eles realizem em suas vidas o que celebram no sacramento. Cristo, maná descido do céu, que reunis num só corpo todos os que participam do mesmo pão, conservai na paz e na concórdia aqueles que creem em vós. Cristo, médico celeste, que no pão da vida nos ofereceis o remédio da imortalidade e o penhor da ressurreição. dai saúde aos doentes e perdão aos pecadores.


(in) Formação

PONTOS FUNDAMENTAIS PARA A UNIDADE DO MOVIMENTO Fonte: documento: Carisma, Mística, Espiritualidade- 1998

CARISMA Citações (páginas 6 e 7) -continuação Na edição passada, transcrevemos 7 elementos do Carisma Fundador citados pelo Padre Caffarel; revelados e percebidos por ele, durante os anos de existência dos Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A seguir, Padre Caffarel menciona aspectos menos bem vistos do carisma fundador, como o amor e a abnegação, a sexualidade no matrimônio, bem como a missão das Equipes de Nossa Senhora. Neste ponto ele faz uma menção que consideramos importante para o bom entendimento do carisma das Equipes de Nossa Senhora: "Penso que na Igreja não devemos contentar-nos com falar do matrimônio e de amor; é preciso falar do casal. Atenção, portanto, à maneira como falamos das Equipes de Nossa Senhora. Antigamente falava-se de um Movimento de família ("ménages")- essa palavra já não se pode admitir; falava-se de um Movimento de lares tfoyers'?- é um pouco vago; trata-se verdadeiramente de um Movimento de casais ("couples'? e é essa a grande afirmação que devemos levar para a igreja." (grifo da ERI). Por fim, ele menciona aspectos do carisma fundador que nem sequer poderiam ter sido vistos, como uma necessidade de catequese inicial para muitos casais que entram nas equipes; o trabalho com aqueles casais que estão, há 1O, 20, 30 anos ou mais no Movimento e que querem ir mais longe; a questão da multiplicação dos métodos e processos de contracepção; e, por último, o desafio de ter a bondade de ajudar os casais das Equipes de Nossa Senhora a bem envelhecerem, para bem morrerem, para bem viverem a sua viuvez. Padre Caffarel salienta claramente a necessidade de não se perder o carisma fundador. Temos de voltar sempre à fonte, acolher as necessidades e valores atuais na medida em que são assimiláveis, e depois encarar uma prospectiva.

Equ lpes de Nossa Senhora

Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.