ENS - Carta Mensal 437 - Agosto/2009

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Equ i pes de Nossa Senhora

Da Carta Mensal ........... ..... ....... ... .. 01

EDITORIAL

PARTI LHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Med itação :

SUPER-REG IÃO

alimentar-se da palavra ............... .. 23

A minha vocação é Jesus Cristo .... 02

Med ita ção ........ ....... ...... ... .. ..... .. .... . 24

O desafio do amor .. ..... ........... ....... 03 Construir o casal ..... ....... ...... ......... . 04 Bento XVI inaugura Ano Sacerdotal ... .. ..... ...... ..... .... ..... 05

TESTEMUNHOS Os PCE em nossas vidas ...... ........ .. 2 5

Sou Sacerdote Conselheiro de uma eq uipe de Nossa Senhora ..... 26

VI DA NO MOV IMENTO Demonstrações Financeiras 2008 . ..... 06

Ora ção conjugal ..... ......... ...... .... ... . 27

TEMA DE ESTUDO Construir o casal ... ..... ... ....... .. ... ..... 09

ATUALIDADE Resil iência e oração ........ .. ......... .... 28

Família ..... .... ..... ... ... .... .. .... ... ....... .... 1O

Educação religiosa dos filhos ..... .. . 30

Resposta ao tema .... .. .... .. ... ....... .... 11

Compromisso político e fé .. ... ... .... 31

Retiro ..... ... ... ......... ... .................. ... . 27

VOCAÇÕES

A vocação da família ........ .. ........ .. . 1 2 Dia dos pais ... ... .. ... ...... .. .. ...... .... .... 14 Sacerdote para sempre .... ... .......... 16

Especial: Cuidarei para sempre de ti

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .. .. 17

Carta Mensal

Avani e Carlos

e uma publicaçao mensal das

Clélia e Domingos

Equrpes de Nossa Senhora RegiStro ''Lei de Imprensa· n' 219.336 livro B de 09.10.2002

Sola e Serg1o Pe Geraldo LUIZ B. Hackmann

Editoraçao Eletrômca e Produção Gráf1ca ·

cias, testemunhos e imagens

Nova Bandeira Prod . Ed .

devem ser enviadas para:

Cartas, colaborações. notí-

R. Tunassu, 390 - 11 o andar,

cj . 115 ·Perdizes- São Paulo Fone: (Oxx11) 3473 1282

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar • conj . 53 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 Fax: (Oxx11) 3257.3599

Capa: fotomontagem de Roberta Silva Gambim

Equ1pe da Carta Mensal

Jornalista Responsável Cathenne E. Nadas (mtb 19835)

Gracrete e Gambim

PrOJeto Gráfrco :

Trragem desta edição:

cartamensal@ens.org.br

(responsaveis)

Alessandra Cangnani

22 300 exemplares

A/C Graciete e Gambim

Ed1ção:

Impressão: Prol


Queridos irmãos e irmãs: O mês de agosto nos fala de vocação e nós tomamos consciência de que a primeira e grande vocação de todos nós é o chamado à santidade : "Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48) . Santo Agostinho lembrava aos cristãos de Hipona: "Para vós sou bispo, mas convosco sou cristão". Esta é a nossa marca: "cristão". Todas as outras vocações dos cristãos estão a serviço da primeira, para que Deus faça para si um povo santo. "... Aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve" (Mt 20,26) . Frei Avelino nos exorta a buscar Jesus Cristo, encontrar-nos com Ele. O encontro com Jesus Cristo leva-nos a lhe perguntar: Senhor, que queres de mim? Com o coração vazio de nós mesmos, escutaremos que é preciso viver Dele , buscar identificar-nos a Ele, pois Nele está a nossa vocação. Graça e Roberto reportam-nos ao estudo e reflexão do tema deste ano, uma proposta a que busquemos a luz que iluminou os primórdios das ENS: o desejo de buscar viver a vocação cristã em casal, fundados no sacramento do Matrimónio e ajudados pela comunidade eclesial que é a equipe. A vocação do casal ultrapassa o próprio casal, para proclamar e testemunhar o amor aos filhos e à comunidade. Refletindo sobre "Construir o (1\/1

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Casal", Nazira e João Paulo insistem na urgência do amor conjugal. Tudo neste mundo envelhece, nós também, mas o amor conjugal deverá ser sempre novo, um perene florir da graça de Deus nos esposos que se dão. Se o amor envelhecer, a vida do casal corre grave perigo. Outros artigos e testemunhos nos falam da vocação específica dos pais, imagens vivas do Pai amoroso e misericordioso aos filhos. A vocação da família , lugar da primeira evangelização e escola de virtudes humanas e sociais. A vocação ao sacerdócio ministerial, presença de "Cristo Cabeça" a serviço das comunidades, e uma vocação presbiteral especial, a vocação do Sacerdote Conselheiro Espiritual de equipe, um serviço abnegado de quem compreende ser importante para a Igreja "perder" tempo com uma pequena igreja constituída de casais. Leremos também nesta edição o encarte "Cuidarei para sempre de ti", conferência proferida pelo Casal Volpini no Encontro dos Responsáveis, em janeiro deste ano, em Roma. Eles nos levam a refletir sobre a responsabilidade no serviço. E todos somos chamados a ser dom para a Igreja e o Movimento, que são dons de Deus para nós. Que Maria do Sim nos ajude a sermos dóceis aos chamados de Deus. Graciete e Gamb1m Equipe da Carta Mensal

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A MINHA VOCAÇÃO É JESUS CRISTO Caríssimos: Que o essencial à vida não falte, mas não esqueçamos as palavras do Mestre: "Não só de pão vive o homem" (Mt 4,4) . A vida é feliz quando a realização humana é plena, e realização plena é vocação vivida com todas as suas exigências. Não caminha para a felicidade quem foge das exigências da própria vocação. As infidelidades balançam qualquer vocação. Por isso, à luz de Deus, importa descobrir o Seu chamado e deixar-se conduzir por onde Ele quiser. A vida se faz vocação quando me deixo conduzir conscientemente por Deus. A vida se faz vocação quando Jesus Cristo se torna a única luz. "Deus é luz e nele não há trevas" (1Jo 1,5) . Ele foi enviado para ser a Luz, mas os homens preferiram as trevas. Por isso há tantos fazendo seu próprio caminho, mas insatisfeitos em sua opção de vida. Jesus mesmo se definiu usando a imagem da luz. "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas" (Jo 8,12). Neste ano em que somos convidados a voltar às fontes, queremos nos aproximar daquele que não tinha e nem queria outra luz senão Jesus Cristo: Pe. Caffarel. Num encontro com Jesus Cristo, ele descobriu a sua vocação. "A partir daquele dia, disse ele, Jesus Cristo começou a significar tudo para mim". Foi um encontro que iluminou e definiu o rumo de sua vida. Jesus Cristo tor2

nou-se sua vocação. Alimentavase Dele e para Ele vivia. Quem é Jesus Cristo e em que consiste viver Dele e para Ele que o diga São Paulo. Se de fato buscamos a felicidade , não nos iludamos buscando-a longe Dele. Por que perder tempo buscando-a , prescindindo Dele, se há tantas testemunhas diante de nossos olhos? Só quem se encontra com Jesus Cristo tem coragem de dizer: Senhor, que queres de mim? "Não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai" (Jo 15,15). Se Deus nos deu Seu Filho, que mais poderá dar? Nele deu tudo para que a nossa felicidade fosse plena. O plano de Deus e a realização humana se concretizam nele. Sem Jesus Cristo o homem permanece um mistério para si mesmo. O Vat. II afirma a necessidade de Jesus Cristo para descobrir a sublimidade da vocação (cf. GS 22) . Ele é a medida de todas as coisas. A minha vida é vocação e a minha vocação é Jesus Cristo, se puder dizer: '~á não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim" (Gl2,20) . Façamos de Cristo nossa vida e nossa vida se tornará a vocação de Cristo na Igreja e no mundo. • Pe. Avelino Pertile - SCE!SR CM 437


O DESAFIO DO AMOR Se o confono ae um dmor conjugal dtnaa aemastadamente humano se sente perturbado, isso não acontece senão para fazer com qut; os esposos acedam a um amor completamente novo no Senhor. Pe. Henn Caffarel

Amados irmãos equipistas: A cada ano, temos à disposição um tema de estudo que aborda um aspecto específico da vida cristã do casal. A cada mês, depois de o estudarmos em casal, este tema é aprofundado numa troca de ideias na reunião mensal da equipe (cf. Guia das ENS, p. 31). A busca de viver um cristianismo integral num comprometido caminho de espiritualidade conjugal concede-nos este ano a oportunidade de tirar "coisas novas e velhas" (cf. Mt 13, 52) dos Textos escolhidos do Padre Henri Caffarel. A riqueza do tesouro põe ao alcance de um "passar de olhos" pérolas valiosíssimas na sustentação do caminho que leva à santidade: voltar o "olhar e o coração" às origens do Movimento a fim de redescobrirmos a sua essencialidade; confrontar a realidade cotidiana com a proposta efetiva das ENS de ajudar os casais a edificarem-se humana e cristãmente, apoiando-se nos recursos do sacramento do Matrimónio; redescobrir a presença viva da "alma da Igreja" na reunião de equipe e penetrar mais profundamente no espírito do compromisso apostólico do casal cristão. No capítulo "Construir o casal" , o Padre Caffarel alerta-nos para um risco. A riqueza de vivermos nas CM 437

ENS rodeados de verdadeiros casais cristãos, mesmo ajudando-nos a progredir no amor, pode ser causa de riscos para muitos. Acostumados com ela, podemos perder a capacidade de nos admirarmos com a beleza da obra de Deus em nós; podemos não mais perceber a presença da graça em nossas vidas; podemos deixar de nos comover com o sangue vertido por Cristo para salvar o amor humano e tornarmo-nos insensíveis diante da infelicidade de uma multidão de outros casais que não receberam a graça que temos recebido. Esse desafio coloca-nos diante da necessidade de avaliarmos a percepção que temos da missão do casal e de irmos além dos muros que construímos em torno de nós mesmos. É impossível amar sem um compromisso concreto de ação e testemunho. Ide vós e fazei o mesmo. Vós também deveis lavar os pés um dos outros. Ide e evangelizai! Como vos tenho amado, amai-vos uns aos outros. Este é o ensinamento de Jesus, o Caminho para sermos parecidos com o Pai, para sermos comunidades vivas, reflexos do Amor, para sermos sinais de esperança de um Reino para todos. Que a Santa Mãe, Maria, sinal do puro amor, nos acompanhe! Graça e Roberto, CRSR 3


PALAVRA DO PROVINCIAL

CONSTRUIR O CASAL Queridos irmãos equipistas: Magnificat! O amor conjugal é mais do que uma planta que dá flores . A partir do momento em que começou a florir, nunca mais poderá deixar de dar flores. As plantas dão flores no momento em que a natureza lhe proporciona esse milagre. O amor conjugal não pode esperar pela primavera. As plantas secam durante o verão e fenecem durante o inverno. O amor conjugal estará sempre florido, no verão ou no inverno, porque a seiva que o alimenta, o seu princípio vital, não sofre as contingências do tempo, nem as vicissitudes da existência. Homens e mulheres crescem , amadurecem e envelhecem. O amor conjugal será sempre juvenil e alegre . Deus vai lentamente esculpindo na matéria humana a sua imagem e semelhança. O amor conjugal é a imagem divina impressa no ser "uma só carne" de um homem e de uma mulher. O amor conjugal não é pequeno nem grande, jovem ou velho, infantil ou experiente, imaturo ou amadurecido: é o principio da vida humana, o sopro que emanou das entranhas do Criador. O amor conjugal está fora da contingência de tempo e espaço, existência ou experiência, porque emana da própria essência e vontade do Criador. Somente de tais reflexões se pode compreender a perplexidade do nosso fundador, Pe: Henri 4

Caffarel: "Não mintam a si mesmos. Se não acreditam mais no amor, não chamem isso de sabedoria ou maturidade. Se o seu amor está adormecido, não apresentem como desculpa que muitas coisas são mais urgentes, mais importantes: a educação dos filhos que crescem, as responsabilidades sociais cada vez mais pesadas. Seus filhos têm uma necessidade imperiosa do seu amor: foi ele que os fez nascer e somente ele poderá fazê-lo crescer. Quaisquer que sejam os sucessos e méritos que vocês tenham obtido, o seu próprio valor humano estará em perigo, caso seu amor diminua". Quer dizer, o amor conjugal é o princípio que deu origem à criatura humana, feita à imagem e semelhança de Deus. Deus é um ser formado de três pessoas . Nele a comunicação é tão perfeita que as três pessoas divinas são um único Deus. Ao externar essa sua unidade intrínseca, Deus criou um ser CM 437


humano igualmente formado por várias pessoas: homem, mulher e filhos. É o amor o fundamento que dá harmonia a essa unidade humana. Logo, o amor conjugal não pode diminuir nem envelhecer. A esse amor podemos chamá-lo de raiz da árvore da vida que é a família. É a essência divina que plasmou a criatura humana. A imagem do Criador está impressa na criatura humana. Era por isso que o nosso fundador Pe . Caffarel não admitia a ideia de um amor conjugal envelhecido, que sofresse as contingências psicológicas do casal ou as influências da sociedade. Esse

amor é a sarça ardente, de um fogo inextinguível e eterno. A Pedagogia do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, em especial os Pontos Concretos de Esforço, de modo peculiar a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se, nos auxiliam a combater e evitar o envelhecimento do amor conjugal. São eles que nos alertam para a necessidade de manter esta união de almas entre os cônjuges, mantendo-os fiéis ao Carisma Fundador, na vivência sempre mais aprofundada da Espiritualidade Conjugal. Nazira e João Paulo CR Província Norte

BENTOXVIINAUGURAANOSACERDOTA 1 Na celebração da solenidade do Sagrado Coração de Jesus e na comemoração dos 150 anos da partida para o céu de São João Maria Vianney, padroeiro dos párocos, o papa Bento XVI abriu solenemente o Ano Sacerdotal, que se estenderá até o dia da mesma solenidade no ano de 2010. O papa lembra que, celebrando o Coração de Jesus, a Igreja CM 437

oferece à nossa contemplação o mistério de um Deus que se comove e derrama todo o seu amor sobre a humanidade, revelando a incomensurável paixão de Deus pela pessoa humana, e aponta para o Santo cura de Ars como exemplo de padre, pela sua vida santa e sua dedicação pastoral, o qual afirmava que "O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus". Nós equipistas, que tanto devemos ao amor disponível de nossos SCE, somos também convidados a intensificar orações pelos padres, rendendo graças ao Senhor que os chama ao serviço e pedindo pela santificação deles, para a glória de Deus e o bem da Igreja. 5


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2008 EQUIPES DE NOSSA SENHORA Estimados irmãos: Somos imensamente agradecidos a Deus pelas abundantes bênçãos derramadas sobre nossa missão na Secretaria-Tesouraria do Movimento em 2008. Apresentamos, para conhecimento de todos os equipistas, as Demonstrações Financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2008, composta pelo Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e Notas Explicativas. Eunice e Milton

Casal Secretário-Tesoureiro

BAlANÇO PATRIMONIAL (em R$) 1 11 OIJ

31 1..1 01

l1 1l.06

555.387

559.182

779.328

Enc. Nacional 1.191.406

76.827

Circulante Circulant~2°

Permanente

33.403

29.939

19.453

Total Ativo

1.780.195

665 .948

798.781

19.792

Circulante

97

4.962

13.939

7.259

3 .800

Outras Obrigações · Encontros 1.191.406

76.450

268.456

Provisões

574.753

577 .276

506.733

1.780.195

665.948

798.781

Património Líqu ido

Total Passivo

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (em R$)

Contribui ções

1.713 .587

76,3%

230.600

10,3%

2° Encontro Nacional Encontro de Roma-2009 Receitas Diversas Receitas Financeiras Rec .Financ. -2° Enc. Nac.

1.503 .046

83,9%

1.3 56.959

81,2 %

4.250

0,2%

242 .752

10,8%

250.507

14,0%

161.481

9,7 %

12.758

0,6%

38 .591

2,2%

153.476

9,2 %

43.319

1,9%

2.247.267

100,0%

1.792.145

100,0%

1.671.917

100,0%

Despesas com Encontros

526.108

23,4%

489.862

30,2%

460.362

31 ,2%

2° Encontro Nacional

230.813

10,3%

Enc. de Roma-2009

139.288

6,2%

Total das Receitas

6

CM 437


551 .887 Despesas com Pessoal 221.987 Despesas Gerais 542 .294 Desp.Banc.e Financ.-2° Enc.Nac. 37.414

478.359 186.855 466.419

29,5% 11,5% 28,8%

14.717 417.907 129.028 454.067

8.7% 30,8%

100,0%

1.621.495

100,0%

1.476.081

100,0%

Total das Despesas

2.249.790

Resultado do Exercício

(2.524) 577 .276

170.650 406.626

195.836 310 .898

RESULTADO ACUMULADO 574.753

577.276

506.733

Fundo Patrimonia l

1,0% 28,3%

24,5% 9,9% 24,1 % 1.7%

Desp.Enc.lntern.Lourdes 2006

Desp.c/Adm.Equipes

NOTAS EXPLICATIVAS EXERCÍCIO 2008 1. ATIVO 1.1. No Ativo Circulante estão incluídos R$ 1.191.406,38, correspondentes a recebimentos de parcelas das inscrições para o 2° Encontro Nacional-2009 em Florianópolis/SC. 2. PASSIVO 2.1. Estão registrados no Passivo Circulante os recebimentos antecipados para as inscrições ao 2° Encontro Nacional-2009 em Florianópolis, no valor de R$ 1.191 .406,38. 3. RECEITAS 3 .1. Contribuições- as contribuições espontâneas no ano de 2008, somam R$ 1.713.587,12, significando um aumento de 14% em relação a 2007. 3 .2. Valores recebidos: taxa de inscrição para o 2° Encontro CM 4 I

Nacional-2009-Florianópolis: R$ 230.600,00, e de contribuição dos participantes ao Encontro de Roma-2009: R$ 4.250,00. 3 .3 . Receitas Diversas - R$ 182.813,39, referem-se a ressarcimento de livros e documentos do Movimento, entre eles o LivroTema, bem como reembolsos diversos. 3.4. Receitas Financeiras - o valor de R$ 43.319,40 se refere a rendimentos líquidos de aplicação financeira dos recursos destinados ao 2° Encontro Nacional2009 de Florianópolis. 4 . DESPESAS 4 .1. Despesas com Encontros - R$ 526.107,57, estão incluídos os seguintes eventos: as Reuniões da Super-Região - R$ 73.585,00; o Encontro do Colegiada


Nacional - R$ 109.797,00; - as Sessões de Formação - R$ 118.374,00; - os Encontros Provinciais e dos Colegiados Provinciais - R$ 224.351 ,57. 4.2. Despesas do 2° Encontro Nacional-2009- R$ 230.813 ,30 correspondem a pagamentos efetuados em razão de contratos para a realização do Encontro. 4.3. Despesas do Encontro de Roma-2009 - R$ 139.288, 46 correspondem a pagamento de passagens aos participantes, de cujo montante serão restituídos R$ 66.836,75 pela Equipe Responsável Internacional, no decorrer de 2009. 4.4. Despesas com Administração das Equipes- R$ 551.886,69, incluem: - As edições da Carta Mensal, sem despesas de pastagem R$ 317.212 ,00; - Confecção de Livros, documentos, impressos e outros R$ 142.160,00; - Outros gastos com administração das Equipes - R$ 92.514,69. 4.5. Despesa com Pessoal R$ 221.986,57, inclui: - os salários e ordenados, férias, 13° salário e benefícios dos três funcionários do Secretariado Nacional, no valor de R$ 89.811 ,00; - Serv. de Terceiros, incluídos os gastos com o desenvolvimento do Sistema Gestor das ENS (Banco de Dados), que em 2009 não ocorrerão - R$ 8

95.121 ,72; - Encargos Sociais - INSS , SAT, PISe FGTS em- R$ 37.053 ,85. 4.6. Despesas Gerais, abrange os gastos gerais administrativos, entre os quais destacamos: - Despesas de Correio da Carta Mensal e outros - R$ 214.044,00; - Contribuições ao Projeto Vocacional e a outras entidades - R$ 66.100,00; - Despesas Bancárias, financeiras e tributárias- R$ 75.932,13, - Aluguéis, água, luz, telefone e despesas patrimoniais - R$ 116.418,57; - Impressos e materiais de escritório- R$ 14.049,46; - Xérox, material de expediente e outras desp. Secretaria R$ 10.780,91 ; - outras despesas gerais - R$ 44.969,00. 4.7. Desp. Bancárias e Financeiras do 2° Encontro NacionalR$ 37.413 ,72.

5. RESULTADO 5.1. Déficit do Movimento apurado no exercício de 2008 R$ 2.523,58. 5.2. No resultado do exercício - Déficit de R$ 2.523,58 - estão refletidos os efeitos do 2° Encontro Nacional e do Encontro de Roma-2009. Relativo ao Encontro de Roma-2009 , conforme item 4.3 , no decorrer de 2009, serão restituídos R$ 66.836,75 pela ERI. CM 437


CONSTRUIR O CASAL O quinto tema do livro Textos escolhidos do Pe . Caffarel apresenta-nos as perguntas: Estamos nós bem convencidos de que Cristo nos une, que Ele se comprometeu conosco quando nos comprometemos um com o outro, que Ele nos acompanha em nossa caminhada conjugal? Que consequências práticas isso acarreta para nós? Que sentido isso dá ao nosso dever de sentar-se e à nossa oração conjugal? Em nossa reflexão, respondemos: No momento do nosso sim sacramental, fomos banhados pelo amor de Cristo. Ali já estávamos orando um pelo outro (embora muitos de nós nem tivessem conhecimento da grandeza do sacramento do Matrimônio) e Cristo fundava em nós um santuário, uma igreja doméstica. Hoje , graças aos estudos nas Equipes de Nossa S~nhora, temos uma compreensão bem maior do valor do matrimônio cristão, bem como de outros valores. Hoje, sabemos que para um bom relacionamento, qualquer que seja, é necessário que se busque a proximidade, a frequência. Também, para que nossa relação com Deus seja eficaz, é preciso que frequentemente O busquemos, nos momentos mais difíceis e nos momentos alegres. Ele jamais nos abandona, mesmo quando parece que Ele se afastou de nós. Saber isso é importante para CIVI 437

podermos dialogar com Ele . Por mais corrida que seja a nossa vida, precisamos ter um tempo para estar com Deus, para descobrirmos as suas maravilhas e o que Ele deseja de nós. Ele sabe do que necessitamos e sempre responde no Seu tempo, embora às vezes não o reconheçamos. Se acreditamos na eficácia da oração, se nos unimos para orar e nos dirigimos ao Pai em nome de Jesus, não temos como duvidar de que Ele nos acompanha em nossa caminhada conjugal. Temos de compreender e ter certeza de que o casal é o fundamento sólido da família e essa solidez é a consolidação do Amor de Deus e do homem. Temos de permitir que a força mais profunda, que é o amor, 9


norteie nossa vida nas suas várias dimensões. Assim como a justiça nos traz compensação, o amor e o perdão nos trazem dignidade , além de serem os pilares de nossa união sacramental. Isto vem de Deus, pois Ele é Amor e age em nós por amor. Amando a Deus melhor, conhecendo-O e amandoO mais, descobrimos mais e mais a Sua presença no amor do e ao cônjuge. O amor mútuo do casal deve refletir o amor do Pai. Como consequência prática, devem brotar em nós grande responsabilidade e compromisso em relação a Deus e ao próximo, principalmente ao nosso cônjuge, a quem

devemos ajudar na santificação. Conhecendo a relevância da Oração Conjugal e do Dever de Sentar-se, somos levados a assumir com seriedade e amor as responsabilidades para as quais estes dois PCE nos impulsionam, lembrando que o casal, enquanto casal, funda, consagra e santifica essa pequena sociedade, única no seu gênero, formada por um homem e uma mulher que se casaram por livre e espontânea vontade e entram na ordem da graça de estarem ligados, enquanto casal, ao Corpo Místico de Cristo.• Maria Julieta e José Carlos Barbosa CR Setor C - Juiz de Fora/MG

FAMÍLIA O mundo está em plena mudança. A família foi atingida pelas estruturas da sociedade que avança numa velocidade cada vez maior. Entretanto, a família é a célula-mãe da sociedade, por isso ela é muito importante, principalmente se atualizada nos princípios da fé em Deus. Vemos as Equipes de Nossa Senhora como um meio de transformar um pouco as famílias. Conhecemos famílias que viviam desajustadas, indiferentes uns com os outros, que não dialogavam e viviam de aparências, e que hoje dão testemunho de ajuda mútua como fruto do engajamento em equipes de casais, onde todos procuram ajudar um ao outro. Ficamos maravilhados de ver a dispo10

nibilidade de tantos casais que têm uma vida corrida por conta de suas profissões e que se dispõem a participar deste jeito de evangelizar. Buscar conciliar a vida de trabalho com vida de oração, buscando a fidelidade ao amor de Deus e ao compromisso com os irmãos. Encontrar tempo e lugar para a prática dos Pontos Concretos de Esforço, meios que ajudam os casais a se tornar discípulos de Cristo, mantendo viva a presença de Deus no cotidiano de suas vidas. Que outros casais, pelo testemunho de vida dos casais equipistas e de suas famílias, possam sentir-se motivados a viver a riqueza do sacramento do Matrimónio. Meiry e Raimundinho Eq N. S. das Graças - Cruz/CE

CM 437


RESPOSTA AO TEMA Estávamos a dois dias da festa da Ascensão do Senhor e, fazendo o estudo do tema do mês, deparamos com a reflexão sobre a vida de oração. Teria a Ascenção do Senhor algo a nos dizer sobre vida de oração? No livro "É Cristo que passa", das homilias de São Josemaria Escrivá, encontramos a belíssima homilia da festa da Ascensão, na qual o pregador nos leva a recordar que Jesus, num gesto magnífico de amor, foi-se embora e ficou , foi para o céu e entrega-se a nós como alimento na Eucaristia. Foi-se e envia-nos o Espírito Santo, que governa e santifica a nossa alma e nos ensina a orar. Sentimos, no entanto, sua ausência, a falta da sua palavra humana, da sua forma de atuar, de olhar, de sorrir, de fazer o bem. Como superar tudo isso? A homilia nos dá a fórmula: Intimidade com Jesus no Pão, na Palavra e vida de oração. Pela oração e pela Eucaristia, o cristão pode ter com Ele a mesma intimidade que tinham os primeiros Doze, inflamar-se do seu zelo apostólico, para com Ele realizar um serviço de corredenção. O tema que estudamos em equipe na reunião passada tratava da importância da Eucaristia para alimentar a nossa vida espiritual. No tema de hoje, o Padre Caffarel nos convida a refletir sobre a oração como alimento fundamental de nossa vida de cristãos. Em nosso último Dever de Sentar-se, Beta e CM 437

eu meditamos sobre isso e reavaliamos nossa vida de oração. A oração interior é uma oração em que a pessoa individualmente toma consciência da presença da Trindade, o Pai e o Filho e o Espírito Santo, e mantém um diálogo íntimo e humilde com o Senhor. Esta oração bem realizada repercutirá pelo dia inteiro, como admoesta São Paulo: "Orai sem cessar" (1 Ts 5,17). Todos os momentos do dia podem ser impregnados pelo espírito de oração, de agradecimento a Deus pela vida, pelos acontecimentos ... "Por tudo dai graças" (1 Ts 5,18). Não é nada difícil dizermos um alô a Deus, oferecendo-Lhe nossos atos de amor, elevando-nos a Ele em jaculatórias, à semelhança dos namorados que trocam entre si torpedos e mensagens pelos telefones celulares. Podemos levar o espírito da oração interior que fizemos a cada ato que praticamos, a cada momento de trabalho. A oração interior também nos ajudará a melhor fazer nossa Oração Conjugal, a Escuta da Palavra, a oração do Rosário e outras orações comunitárias. A oração interior nos predispõe ainda a igualmente bem celebrar a própria Eucaristia. A propósito, recordamos quanta graça, quanta misericórdia Deus tem dispensado para nós, por força da Oração Conjugal. Bernadete e José Ramos Eq. 14- Setor A-RCO I Brasília/DF 11


Deus criou-nos à Sua imagem e deu ao homem e à mulher a missão de se multiplicar e de dominar a terra. O sacramento do Matrimônio estabelece o vínculo divino entre o homem e a mulher. A graça sacramental do matrimônio é fonte de alegria e de fortaleza para os esposos, pois eles participam do mistério do amor fecundo entre Cristo e a Igreja, auxiliando-se mutuamente na busca da santidade, através da vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos. É para realizar esta missão que homem e mulher se unem num amor íntimo, a serviço do amor e da santificação mútua, a serviço da vida. Esse amor pleno é possível e vale a pena. Também é missão do casal cristão colaborar na construção do Reino de Deus, pelo testemunho de casal e de família cristã, através de sua maneira de ser, das suas atividades e da vivência do 12

amor conjugal e familiar. A família é o centro de comunhão e participação, onde se vive o amor, a esperança e a fé, bem como as outras virtudes, e no centro da família, o casal. É à família que, em primeiro lugar, é confiada a tarefa da evangelização e da catequese. Neste mundo agitado, de futuro imprevisível, de tanta injustiça e incompreensão entre os seres humanos, a família precisa ser um espaço de paz e tranqüilidade. A família é a principal entidade que pode preservar os verdadeiros valores éticos e morais da personalidade humana, bem como ser o agente transformador de uma sociedade na qual tentam fazer imperar o vício, o amor livre, o domínio pela força, o apego ao materialismo, o desamor e o desrespeito aos pais e filhos. Por isso, a família deve estar preparada para enfrentar esses desafios, fazendo do lar uma verdadeira igreja doméstica, sendo testemunha para o mundo de CM 437


que acredita nos valores e na graça do sacramento do Matrimónio. Como o mundo seria mais feliz se todos os casais que nos dias de hoje se unem pelo vínculo sacramental tivessem o firme propósito de mutuamente se amarem até o fim. Se entendessem que o amor do casal tem origem no amor de Deus, e que exige dedicação, renúncia, paciência e perseverança, tanto nos dias alegres como nas dificuldades e crises próprias à nossa natureza humana frágil. Cristo, através do seu Evangelho registrado nos escritos dos seus discípulos, ensina-nos as normas de viver o amor e alcançar a felicidade. Viver o Evangelho em nosso lar significa praticar o diálogo, o auxílio mútuo, numa caminhada continuada, no dia-a-dia, em busca da santificação. A família é a pequena Ecclesia que não pode se fechar contra os perigos deste mundo, mas, estando no "mundo" , na certeza da presença de Cristo nela, ser uma comunidade missionária, pelo testemunho e pela palavra, sólida na fé e santa no amor, promovendo a solidariedade, a unidade, a fidelidade e vivendo a esperança. Assim, a família cristã, estando presente no mundo, acolhe e vive a Palavra de Deus, alimenta-se da oração e caminha na fé. É "sal da terra e luz do mundo" pelo seu testemunho verdadeiro, buscando a justiça e a paz e, sem preconceitos, praticando o diálogo. Sem oração é impossível levar adiante o compromisso da realização do Plano de Deus na terra. CM 4 7

Como é importante rezar em família a fé , a esperança e o amor. Mas não só orar em casa. A família também participará das orações comunitárias e das celebrações litúrgicas, louvando a Deus e buscando na fonte as graças especiais para a sua vida, armando-se com a Palavra de Deus para a missão. Uma prática insubstituível na família é o diálogo, que, com certeza, não é fácil, mas fundamental para que haja entendimento e compreensão na família. Dialogar é fazer o outro participante de nossa vida. É importante que valorizemos a nossa família, ao mesmo tempo é fundamental estarmos atentos ao dia a dia dela, esforçando-nos para vivermos em família, não na família. Cuidar para que a presença de cada membro da família seja motivo de alegria e de paz em nosso lar. Viveremos em família se todos colaborarmos para a felicidade familiar, contribuindo para o respeito mútuo, dando atenção e sendo disponíveis uns aos outros, perdoando e aceitando ser perdoados, praticando o diálogo sincero, a compreensão e a ajuda mútua. Cabe ao casal, fundamento da família, revelar aos filhos e aos familiares a beleza do sacramento do Matrimónio. Como salientou João Paulo II, o futuro da humanidade passa pela família. É, pois, indispensável que cada pessoa se empenhe em promover os valores da família, colocando seus esforços debaixo da proteção da Família de Nazaré. Lo/a e Décio Bo ·a Eq. N. S. de Fátima - Sao Carlos!SP 3


DIA DOS PAIS Em agosto, todos os anos, comemora-se o Dia dos Pais. É bom nesta data repensarmos o papel e a importância da figura paterna na família . Ao vir a este mundo, o próprio Filho de Deus não quis prescindir de um pai terreno, porque sabia da importância de sua presença, seu afeto, suas atitudes, na formação de um novo ser humano. Mais tarde, ao falar de Deus, Jesus não encontrou imagem melhor que a do Pai que está nos céus. Em várias parábolas está presente o pai, imagem de seu Pai. Na parábola do Filho Pródigo, o pai corre ao encontro do filho que retorna, não quer nem ouvir seu pedido de desculpas , abraça , beija o filho , manda vesti-lo do melhor, manda preparar a festa. Pai nosso são as palavras que iniciam a única oração que Jesus, 14

o melhor dos filhos , nos ensinou , para nos dirigirmos ao melhor dos pais . Na cruz, na hora de entregar o espírito, chama-o: Pai. Edisse que iria à casa do Pai preparar-nos um lugar. .. Ao criar a pessoa humana, Deus os criou "homem e mulher" (Gn 1,27) , substancialmente iguais, mas diferentes e mutuamente compleme ntares , cada qual com um papel e uma missão próprios no casal e na família . Deus quis que as pessoas nascessem de um pai e de uma mãe, recebessem sua herança genética de uma dupla fonte . No plano de Deus, portanto, são importantes os papéis próprios , a vocação e a missão de pais e mães . A participação do pai é importante, não apenas no momento da geração do filho, mas em todo seu desenvolvimento, seu crescimento CM 437


e formação humana (corporal, psicológica e espiritual). O pai não é um mero coadjuvante, uma figura descartável. A presença efetiva e afetiva do pai é fundamental para a sadia formação da criança e do adolescente. A figura paterna é importante para que o filho se sinta seguro e assimile segurança, para que ele aprenda o que é certo e errado, para que aprenda a respeitar limites, a autoridade, regras e valores. "O lugar e a tarefa do pai na e pela família são de importância insubstituível. Como a experiência ensina, a ausência do pai provoca desequilíbrios psicológicos e morais e dificuldades notáveis nas relações familiares ." (João Paulo II- Familiaris Consortio, no 25) A ausência ou a falência da figura paterna no lar é apontada pelos psicólogos como uma causa importante, talvez a mais importante, da delinquência juvenil, do consumo de drogas, para tantos jovens sem rumo e sem ideais na sua vida. Alguns psicólogos chegam a falar na "catástrofe psicológica da ausência do pai" na família. Entre os principais reflexos dessa ausência para os meninos, como apontam os psicólogos, "destacamse a dificuldade no desenvolvimento emocional e social, perda do sentido de ordem e sociabilidade". Para as meninas, "acarreta aumento do nível de dependência, maior probabilidade de desajuste escolar e, futuramente, conjugal ... " (cf. Zero Hora-13/09/1989). "O papel do afeto do pai também tem muita importância. O homem CM 437

demonstra menos isso. Mas ele pode passar isso brincando junto, abraçando, contando histórias. São coisas que ficam para sempre dentro do filho.. " ( Cf. Zero Hora-18.04.2009). Quando a ausência do pai é inevitável, ela deve, de alguma forma , ser suprida por outra pessoa, o avô, o tio, o professor.. . dizem os psicólogos. Dia dos Pais, portanto, deve ajudar-nos a nós, pais humanos, a nos conscientizarmos desta grande vocação e missão: sermos, junto a nossos filhos , a imagem, mesmo que imperfeita, de Deus Pai, o Pai perfeito. Jesus nos pede, porém, que sejamos "perfeitos como o Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48). "Por esta causa, dobramos nosso joelho diante do Pai, do qual toma nome toda a paternidade nos céus e na terra, para que nos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejamos poderosamente robustecidos pelo seu Espírito .. ." (Cf Ef 3,14-16). Louvamos a este Pai maravilhoso pela graça que nos concede a nós, pais humanos, carregados de limitações e imperfeições, de sermos pais, mas pedimos que seu Espírito nos ilumine, oriente, sustente e fortaleça no cumprimento desta missão tão importante quanto difícil. Que São José seja nosso modelo e intercessor, ele que teve o privilégio de ser chamado "pai de Jesus": "Não é ele o filho de José?" (Lc 4,22) . Sola e Sergio Eq. N. S. Medianeira - Setor C Rio Grande do Sul I 15


SACERDOTE PARA SEMPRE Estamos todos muito felizes com este grandíssimo presente que Deus nos deu. Na verdade não é um presente só para nós, mas para toda a Igreja, para as almas que tanto precisam de Cristo. Um dia de janeiro de 1996, mais precisamente no dia 06, deixei minha casa, minha família, meus sonhos, meus amigos, minha terra e cultura para seguir uma estrela que tinha visto no céu e que me indicava um caminho diferente daquele que eu tinha pensado para minha vida. Dois meses depois já trazia sobre mim uma batina, era noviço, depois religioso, depois comecei a viajar pelo mundo para falar de Deus e estender o Reino de Cristo. E, um dia de verão, me dei conta de que faltavam poucas semanas para ser ordenado sacerdote para sempre. Minhas mãos e pernas começam a tremer. O tempo voa e hoje pela manhã fui à capela ao som dos sinos de uma igreja vizinha que tocava uma canção mariana (Louvando Maria o povo fiel, a vós repetia de São Gabriel, ave, ave, ave, Maria .. . ). Maria sempre esteve ao meu lado e com esta simples canção quis dizer-me que também estaria na minha ordenação. Chegado o momento, entramos todos em fila na capela do nosso seminário, estava lotada de padres, irmãos, familiares e amigos. Fomos chamados por nosso nome e respondemos "presente"; prostra16

mo-nos por terra e pedimos a ajuda de todos os santos; logo depois o bispo impôs as mãos sobre nossas cabeças e leu a oração consagratória; olhei para baixo e vi que por cima da batina tinha uma alva, que apertando sua cintura tinha um cíngulo e por cima de tudo uma estola . Olhei para minhas mãos, e já não eram minhas, mas as de Cristo .. . Sou sacerdote para sempre! Que grande e misterioso é o chamado de Deus! Ele passa em nossas vidas e, sem mais nem menos, nos diz: "Tu, vem e segue-me". Naturalmente surge em nosso interior a pergunta: "Senhor, por que eu? Veja fulano, muito mais santo, mais inteligente, mais tudo, por que me escolhes a mim?" Ao que Ele responde: "Tu, vem e segue-me". Ele é assim! Seus caminhos não são os nossos caminhos: fundou a Igreja sobre um pobre pescador que não sabia nem escrever! A primeira que o viu ressuscitado foi Maria Madalena, que fora uma pecadora pública! Chamou Paulo, o que perseguia e matava cristãos, para dar testemunho do seu amor ao mundo! E assim poderíamos seguir. Ele sabe o porquê e isto nos basta! • Pe. Leandro Trevisan LC Enviado por Terezinha do Tarcisio Equipe N. S. do Bom Sucesso Rio Negro/PR CM 437


CUIDAREI PARA SEMPRE DE TI (ISAÍAS 49.15) Cario e Maria Carla Volpint • Roma, 25 Janeiro 2009

O tema da nossa intervenção é o carisma das ENS, e gostaríamos de começar recordando o que o Padre Caffarel dizia sobre o amor: "O amor humano é um mistério, ou seja, uma obra divina". Talvez o Padre Caffarel, ao exprimir este sentimento, tivesse presente o Uvro dos Provérbios (Pr 30,18-19), um dos livros mais antigos e um dos sete chamados Sapienciais, que define como misterioso o caminho do amor entre um homem e uma mulher. A verdade é que o padre Caffarel, diante do mistério do amor entre um homem e uma mulher, escreveu uma das suas páginas mais belas:

Deus diz: Casal cristão, tu és o meu orgulho e a minha esperança. Quando criei o céu e a terra, e no céu as grandes luzes, vi nas minhas criaturas os vestígios das minhas perfeições e achei que isso era bom. Quando cobri a terra com o seu manto de campos e florestas, vi que isso era bom. Quando criei os inúmeros animais segundo a sua espécie, nesses seres vivos um resplandecente reflexo da minha vida transbordante, e achei que isso era bom. De toda a minha criação elevou-se então um grande hino, solene e jubiloso, a


celebrar a minha glória e as minhas perfeições. E, no entanto, em parte alguma via a imagem daquilo que é a minha vida mais secreta, mais ardente. Despertou então em mim a necessidade de revelar o melhor de mim próprio, e cheguei à minha mais bela invenção. Foi assim que te criei, casal humano, 'à minha imagem e semelhança', e vi que isso era muito bom. No meio deste universo em que cada criatura proclama a minha glória, celebra as minhas perfeições, tinha por fim surgido o amor para revelar o meu Amor. Casal humano, minha bem amada criatura, minha testemunha privilegiada, compreendes agora por que me és querido entre todas as criaturas, compreendes a esperança imensa que deposito em ti? Tu és portador da minha reputação, da minha glória, és para o universo a grande razão de esperança ... porque és o amor. O amor é, pois, o eixo em torno do qual se funda e se desenvolve todo o pensamento do Padre Caffarel sobre o carisma das Equipes de Nossa Senhora, um amor conjugal que é em si mesmo caminho de salvação, como o Padre Caffarel nos recorda com muita clareza: "A santidade do amor é o próprio amor" e "o amor de Cristo utiliza o amor humano [.. .] para se manifestar e se comunicar a si próprio" 1. Este é, pois, o carisma das ENS. Carisma, palavra que significa dom do Espírito: ajudar os casais a descobrir cada vez mais, num caminho sem fim , o dom recebido da riqueza do amor sacramento vivido no matrimônio e a viver a espiritualidade conjugal como um caminho ininterrupto para a santidade. Um carisma que se centra e se desenvolve em torno de um amor humano, de uma história conjugal, de um matrimônio, um amor reflexo do amor de Deus, tal como nos foi dito no último encontro internacional em Lourdes. Um amor que é ternura infinita, mas também instinto imediato e total (Jesus, fixando nele o olhar, sentiu afeição por ele - Me 10,21) , um amor que é perdão sem reservas (Por um instante, escondi de ti a minha face, mas Eu tenho por ti um amor etemo - Is 54,8), um amor que é fidelidade para sempre, como diz o Salmo 116: Louvai o Senhor, porque o seu amor para conosco não tem limites e a fidelidade do Senhor é etema (Sll16,1-2), um amor que 1.

H. Caffarel ~Peregrinação às fontes da espiritualidade conjugal-, em IJ\nneau d'Or 99-100 (1961) 347.


se faz cuidado para com o outro e faz suas as palavras do Senhor: Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebê? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria, cuidarei de ti para sempre (Is 49,15). "Cuidarei de ti para sempre": "as palavras de Isaías interrogam-nos. Talvez Isaías nos fale de uma coisa que ultrapassa até o amor; o amor por vezes é paixão que arde, instinto que obscurece a mente, sentimento que ofusca a razão. Cuidar é ternura infinita, atenção constante, espaço e dedicação sem medida". "Cuidadd' é uma palavra que faz parte do nosso vocabulário quotidiano e que usamos milhares de vezes, dando-lhe os significados mais banais: cuido de ti = estou preocupado contigo, tem cuidado contigo = procurar estar bem. Como muitas vezes gostamos de fazer, fomos procurar ajuda na etimologia da palavra para descobrir o seu sentido mais profundo, e assim descobrimos que cura (= cuidado) tem uma estreita ligação com curius, isto é, "curioso", e curioso é aquele que "considera com atenção mesmo coisas que não lhe dizem respeito". Com o tempo, foi-se atribuindo a este termo "curioso" uma conotação menos positiva, e curioso passou a ser aquele que de alguma maneira se imiscui nas coisas que não lhe dizem respeito, mas o significado inicial era "aquele que considera com atenção mesmo coisas que não lhe dizem respeito", e aqui nos parece ter um valor muito positivo, pois exprime uma capacidade de não considerarmos apenas as coisas que nos interessam, numa palavra, sermos capazes de ultrapassar o nosso olhar egoísta para abarcar as coisas, as pessoas, o mundo. Desta forma, percebemos que "cuidar" é um encontro atento de intencionalidade, um acolhimento mútuo, é escutar e escutar-se, é justamente tomar em consideração, com atenção, até as coisas que não nos dizem respeito, é, segundo uma bela definição, "identificar lugares significativos a que se dirigir". Identificar lugares significativos para onde se dirigir. Nesta frase encontramos os percursos do nosso caminho de homens, de crentes, de equipistas: avançar juntos para metas e objetivos que nos esperam e que dão sentido à nossa vida. A meta última a que somos chamados é a de entrar no Amor de Deus: é este o percurso no qual pusemos as nossas vidas. Assim, ter cuidado de, cuidar de,


identificar lugares significativos para onde se dirigir não quer dizer outra coisa senão identificar percursos do amor humano que nos conduzam ao Amor de Deus. Mas este Amor já nos foi dado desde o início da nossa vida; sé não tivéssemos recebido todo o amor possível da parte de Deus, nenhum de nós teria sido criado, nem salvo por Cristo. Todo o amor de Deus está presente em nós desde o nascimento ... a nós nos foi dada a tarefa de crescermos e de nos tornarmos pessoas "gastando" esta bagagem de amor, difundindo-a e espalhando-a à nossa volta; como o Pequeno Polegar, o menino da história, que espalhou as suas pedrinhas como sinais para encontrar o caminho de casa, assim nós devemos fazer para encontrar o caminho que poderá conduzir-nos ao nosso Criador, ao Deus que é Amor. "Cuidar de" é, afinal, simplesmente dar o amor que já temos em nós, em pequenos e constantes gestos quotidianos. De resto, até humanamente, o sonho de qualquer homem é ser amado profunda, autêntica e totalmente. Em nossa experiência de homens e de mulheres casados, tivemos com toda a certeza a experiência forte de amar e de nos sentirmos amados. Mas o amor é a realidade mais mutável que existe, porque o amor precisa de se fazer diferente nos diferentes momentos da vida, de assumir rostos e formas diferentes, consoante as exigências do outro que está ao nosso lado, de crescer e mudar como cada um de nós cresce e muda até ao fim. Cuidar do amor é fazê-lo crescer na partilha das escolhas, cuidar do amor é fazer-se dom contínuo de palavras que vão ao fundo e não permanecem na superfície da comunicação. Alguma vez já repararam que na palavra comunicação está o termo latino munus? Este te·rmo significa dom e, por isso, cada uma das nossas palavras deve chegar ao outro como um dom ... Quantas palavras desperdiçamos, quantos dons deitamos fora ... Cuidar do amor é aceitar realmente a inevitável diversidade que está presente em nós e nas nossas histórias, é experimentar com olhar sereno a necessidade recíproca do perdão. Tudo isto é o que já recebemos de Cristo, que nos amou primeiro, que nos deu palavras de vida e que nos perdoou ainda antes de pedirmos perdão,


tudo isto é o que devemos dar, em particular àquele ou àquela que dizemos ter desposado por amor. "Recebo-te por minha esposa ... recebo-te por meu esposo e prometo ser-te fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida". Com que emoção pronunciamos o nosso sim no dia do nosso casamento, uma emoção intensa e profunda que nos deixava maravilhados face à imensidade do amor que sentíamos um pelo outro. A nossa história tinha começado sob os mais negros auspícios - demasiadas diferenças de meios de origem, de interesses, de vida quotidiana quando jovens - para termos alguma esperança de sucesso. Ninguém apostava um cêntimo em nós dois: os amigos de então apostavam em quanto tempo duraria aquele capricho recíproco, os pais estavam realmente perplexos, só nós sentíamos que não era assim, que realmente o amor se tinha apossado de nós, e ganhamos. Sim, ganhamos porque, depois de tantos anos, ainda aqui estamos juntos e não perdemos a vontade de nos tomarmos pela mão nem de procurar um espaço, de vez em quando, para um passeio a dois, não perdemos a vontade de olhar o futuro, imaginando-nos juntos e fazendo novos projetas que nos envolvam os dois. Vencemos porque fomos capazes de não evitar os confrontos quando eles significavam clarificação entre nós dois: ferimo-nos, por vezes, com palavras e com gestos, mas acreditamos que a clareza fazia parte do amor; vencemos porque, mesmo quando era mais forte o apelo a uma afirmação individual relativamente ao trabalho, em famuia ou entre os amigos, lembramo-nos sempre de que o "nós" do nosso casal era uma realidade que devia ser protegida e salvaguardada; vencemos porque nunca nos perdemos de vista, mesmo quando compromissos vários e cansaço infinito em alguns momentos da vida nos obrigavam a afastar-nos um do outro. Mas o amor de todos este anos de vida em comum mudou mil vezes de rosto: fez-se paixão, sem dúvida, mas também acolhimento e ternura face aos nossos fracassos, fez-se cumplicidade silenciosa e vital face a projetas só nossos, sustento nas horas de tristeza face a sonhos despedaçados e amizade na partilha de pensamentos e de ideais. Tu cuidaste de mim e dos meus limites, levando-me a


encontrar energia para novos objetivos a realizar, cuidaste de mim, fazendo-me sentir a tua confiança nas minhas possibilidades. Acolheste o meu cansaço e os meus nervosismos, a minha preguiça e as minhas arrogâncias, as minhas fraquezas e os meus medos; não os negaste, fazendo de conta que não existiam, não os escondeste nem dos meus olhos nem dos teus, mas, pelo contrário, acolheste-os porque mesmo as muitas discussões sobre mil e uma pequenas e grandes coisas significaram "estou aqui, tu interessas-me, estou a teu ladd'. Procurei fazer outro tanto contigo, tornando viva todos os dias a promessa do casamento "prometo ser-te fiel, na alegria e na tristeza, todos os dias da nossa vida" e tomei-te nos braços de noite quando não conseguias dormir, por causa dos mil pensamentos que enchiam o teu espírito e o teu coração, cuidei de ti apoiando-te no teu desejo de continuar a estudar mesmo quando os filhos já tinham chegado e o teu estudo te levava para longe de casa, cuidei de ti e da tua dor, sofrendo contigo, mas também levando-te a reagir, quando situações de famflia demasiado difíceis pareciam quebrar a tua capacidade de lutar. Cuidamos um do outro, porque não nos esquecemos de que, para lá de cada um dos nossos sucessos, de cada uma das nossas realizações pessoais, de cada meta atingida, para nós, como para qualquer homem ou mulher que vive o matrimónio, permanece a fundamental necessidade de se sentir amado, porque este é o sentido da vida em comum. Cuidamos um do outro porque continuamos a alimentar o amor com olhares que ainda se procuram, mãos que ainda se encontram e projetas que ainda se constroem para o futuro. Quanto caminho e quanto amor "gastd' em palavras e em gestos ao longo das nossas histórias conjugais! Um amor que não se gasta é um amor que se esgota e esteriliza; um amor que não vai além dos limites de si próprio para chegar a metas mais distantes é um amor que tem vida breve; um amor que não levanta o olhar para chegar às pessoas, às coisas e aos acontecimentos mais distantes, que não consegue "cuidar", interessar-se até por coisas que não lhe dizem respeito, que não é capaz de procurar lugares significativos para onde se dirigir, é um amor destinado a centrar-se em si mesmo e talvez a extinguir-se. Neste sentido, parece-nos que a vida sabe ser, para cada um de nós, uma grande mestra, capaz de nos


preparar, quase sem nos darmos conta, para a necessidade de nos tornarmos capazes de amar e de cuidar. De fato, o primeiro amor que a vida nos chama a dar é o amor aos nossos filhos, e realmente não é difícil amá-los quando, muito pequeninos, os sentimos completamente entregues a nós e capazes de preencher totalmente os nossos pensamentos, de nos fazer viver emoções especiais, de dar sentido aos nossos dias. Mas todo este amor dado e recebido é alimento para um amor maior, que somos chamados a dar quando os filhos se nos apresentam com a sua realidade de pessoas diferentes, com as suas escolhas não partilhadas, com as suas revoltas, com as suas recusas; quando exigem que, aconteça o que acontecer, cuidemos deles, mesmo se são rebeldes, contestatários, agressivos ou insolentes, ou fechados e impenetráveis, indiferentes a nós e aos problemas da vida familiar, quando, de mil e uma maneiras diferentes, repetem as palavras e os gestos de Jesus adolescente: Sua mãe disseLhe: "Rlho, por que nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!". Ele respondeu-lhes: "Por que Me procuráveis? Não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai?". Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse (Lc 2,48-50). Quantas vezes também nós não entendemos, e perguntamos a eles, ou talvez a nós próprios: "Filho, por que nos fizeste isto?" Mas, aconteça o que acontecer, estamos ali para cuidar deles, para cuidar das suas inquietações, dos seus insucessos, das suas carências, do seus erros, e, enquanto estamos ali ao lado deles, dando, na medida e na forma que somos capazes, o amor que temos dentro de nós, acabamos por perceber que talvez devamos dizer obrigado às lágrimas que os nossos filhos nos fazem chorar, porque, graças a essas lágrimas, tornamo-nos diferentes, crescemos na capacidade de dar o amor recebido e acumulado, amadurecemos na capacidade de amar. Mas, se queremos aprofundar a reflexão sobre o carisma das ENS, temos de perceber que amar os filhos, cuidar deles em todos os momentos da vida, não pode bastar para cumprir a tarefa que temos de restituir ao Senhor todo o amor que Ele nos deu, porque uma coisa é clara: o seu dom não é uma coisa que possa ser guardada só para nós, e Ele espera a nossa restituição, espera a nossa contribuição... a isto nos chamou quando nos deu o dom da vida ou quando pôs ao


nosso lado um homem ou uma mulher com quem fazer um caminho de amor. Um amor a alimentar a dois e a gastar pelos outros: este é o carisma do amor como dom espiritual a que nos chama o Padre Caffarel ao escrever, na sua Carta Mensal de 19502: "A vida cristã integral não é apenas adoração, louvor, ascese, esforço de vida interior. É também serviço a Deus no lugar atribuído por Ele: familia , profissão, cidade .. . Da mesma forma, os casais que se reúnem para se iniciar na espiritualidade, longe de procurar os meios para se evadir do mundo, esforçam-se por aprender como, a exemplo de Cristo, servir a Deus durante toda a sua vida e em pleno mundd'. E prossegue: "paróquia, equipe; creches de bons cristãos. Onde está o dinamismo que compromete os jovens cristãos? ... De que forma? Abstenho-me de vos responder. Um verdadeiro amor ao próximo, mais do que de paciência e de perseverança, nunca tem falta de imaginaçãd' 3 . Não sentem a frescura , a atualidade e a modernidade destas palavras? O casal é certamente uma encruzilhada da relação, talvez o lugar decisivo de todo o modelo interpessoal de amor, o casal foi pensado e querido por Deus como imagem de amor e de transmissão da vida. Em nosso "sim", no compromisso recíproco de nos amarmos, havia também o compromisso, talvez um imperativo ético, de nos tornarmos fecundos , de lançarmos sementes de fecundidade que pudessem fazer germinar a vida. Foi o próprio Deus que nos amou primeiro e nos mandou ser fecundos, e é na história de todos os dias que, por fé e com fé , devemos aprender a ser, também nós, fecundos do amor de Deus. Os dias que temos para viver são todos marcados por rostos de homens e de mulheres que se fazem encontro; alguns destes rostos estão entre os mais familiares e próximos: os filhos, os pais, os amigos. Umas vezes, é simples amá-los ou retribuir o seu amor; outras, não tanto. Mesmo assim, amamo-los e cuidamos deles, porque são os nossos filhos, os nossos pais, os nossos amigos. E todos os outros, Carta Mensal (Junho 1950) 2: "Uma palavra suspeita".


todos os outros cujo rosto não conhecemos, cuja voz não ouvimos, cujas ânsias, medos e solidões não conhecemos? Todos os outros são-nos realmente estranhos? Não nos dizem mesmo respeito? Não devemos cuidar deles? Um dos ditos muçulmanos a respeito de Cristo4 diz: '~esus encontrou um homem e perguntou-lhe: "Que estás fazendo?" "Consagro-me a Deus", respondeu o homem. Jesus perguntou: "Quem cuida de ti?". "O meu irmão", respondeu o homem. Ao que Jesus disse: "O teu irmão tem mais devoção a Deus do que tu". Procurar Deus, fingindo não ver o homem, é uma falsidade histórica, religiosa e espiritual. Não se chega a Deus fechando os olhos às necessidades do irmão. "Quem cuida de ti?". "O meu irmão", respondeu o homem. Jesus disse: "O teu irmão tem mais devoção a Deus do que tu". E, se Jesus nos fizesse esta pergunta, qual seria a nossa resposta? De quem cuidamos nós?

As reflexões destes últimos anos, cada vez mais, têm-nos ajudado a compreender mais profundamente o que significa falar de "espiritualidade encarnada". Talvez teremos chegado à maturidade da nossa fé quando tivermos aprendido a amar totalmente o outro, cada outro em quem Cristo se reflete e espera que cuidemos dele. Fé e história não se opõem, pelo contrário, hoje é-nos pedido como compromisso de fé fecunda uma leitura sapiencial e atual da vida humana: é-nos pedido que façamos nascer à nossa volta uma cultura de igualdade, de anulação de toda e qualquer barreira entre ricos e pobres, porque o pão é um direito de todos; é-nos pedido que façamos nascer à nossa volta uma cultura de justiça, baseada no direito que todos os homens têm de ver satisfeitas as necessidades primárias da vida; é-nos pedido que façamos nascer à nossa volta uma cultura de liberdade, onde quer que a liberdade esteja esquecida, anulada, negada; e é-nos pedido que façamos crescer à nossa volta uma cultura de obediência, não à lei, mas à vida, não ao sábado, mas ao homem, não aos princípios, mas a Cristo. É-nos pedido que façamos nascer à nossa volta uma cultura do amor, por-


que o amor alimenta a vida do homem. E então será claro: não há nada que não nos diga respeito! E o carisma do amor que somos chamados a viver deve ser vivido e "gastd' nos caminhos da humanidade, entre os homens e as mulheres que habitam a terra. Durante vários anos, acompanhamos moças de uma casa de acolhimento. Todas elas tinham pouco mais de dezoito anos, maiores para o Estado, muitas vezes, porém, pouco mais que crianças confusas, desorientadas que iam de ilusão em ilusão e, portanto, de erro em erro: jovens do leste, chegadas à Itália com o sonho de um trabalho e de uma vida mais fácil , que acabavam por cair no mundo da droga e da prostituição, moças que tinham acreditado no grande amor do homem mais velho e que depois ficavam grávidas, longe das famílias, sozinhas com os seus filhos, jovens que já não tinham rosto para ninguém, porque ninguém cuidava delas. Andrea, como outras, vinha à nossa casa aos domingos; queríamos que vivesse um dia normal, com o almoço todos juntos, com os nossos filhos e a avó, com um doce e tudo, ... e que importância tinha sabermos que levava sempre alguma coisa lá de casa? ... depois desapareceu também da casa de acolhimento... dizia que ia casarse com um policial ... Estaria outra terrível desilusão reservada para ela? Outras entraram em nosso coração, como a Enza, uma siciliana de 32 anos, que ficou grávida de um homem casado e foi afastada de casa por causa da vergonha e da desonra. Mas ela, fragilíssima de personalidade, tinha-se tornado forte e determinada relativamente àquela gravidez e dizia que aquele filho era a melhor coisa que lhe tinha acontecido e nada era tão importante como tê-lo; e assim nasceu a Perta ... mas a Enza dizia que Perla era o nome adequado, porque era um tesouro escondido e precioso, só dela. E depois Yocelyn, sul-americana, 19 anos, enganada e abandonada pela própria mãe, que a tinha mandado para a Itália, pondo-lhe droga na mala e, quando foi presa, mal pôs os pés no aeroporto, a mãe, que devia estar à espera dela, desapareceu sem deixar rasto. A ela não importava ter sido presa, nem sequer lhe importava ter sido vítima de violência na prisão, mas não se resignava com o engano e o abandono por parte da mãe. Naquela casa de acolhimento havia uma regra bem precisa para todos: não se tratava apenas de acolher, mas também de cuidar das


moças presentes, cuidar delas como pessoas e não só como hóspedes de uma estrutura. E era muito bonito estar simplesmente com as jovens, sem pretender ser educadores ou professores, e tomar chá com elas à tarde em bonitas chávenas pintadas com gosto, pôr flores na mesa, para que elas não tivessem só alimento para comer, mas pudessem apreciar as coisas boas que o dia pode dar.. . como as flores sobre a mesa. Aprendemos que o amor que o Senhor nos pede não é só acolhimento, tolerância, partilha ideal, mas exatamente este cuidar do outro, para que nunca lhe falte a sua dignidade de pessoa e, sobretudo, o seu valor como criatura amada por Deus.

O amor que o Senhor nos pede não é só acolhimento, tolerânda, partilha

ideal, mas exatamente este cuidar do outro, para que nunca lhe falte a sua dignidade de pessoa e, sobretudo, o seu valor como criatura amada por Deus.

O "aqui e agora" deste encontro obriga-nos também a interrogar-nos sobre "como'' em nosso serviço de casais regionais e superregionais somos capazes de viver o carisma das ENS, pondo no centro do nosso serviço o amor ao outro. Todos nós vivemos, sem dúvida, as diversas fases que acompanham o início de um serviço. Trata-se de fases progressivas, que partem da simples aceitação do serviço, uma aceitação mais ou menos consciente daquilo que iremos fazer, marcada pelas dúvidas e perplexidades face às nossas capacidades, mas também pelas ideias e pelos projetas a realizar; a seguir, uma compreensão feita de encontros com as pessoas, de reflexões sobre as coisas, de conhecimento das situações, de hipóteses de trabalho com base nas necessidades, nas riquezas e nas carências que se manifestam; depois, a fase ligada ao fato de tomar parte, no sentido de se envolver com as pessoas e com as situações e, finalmente , a fase do cuidar, que significa entrar dentro das coisas e das pessoas para partilhar com


elas, para fazer unidade com elas, em que a oração não seja evasão e distanciamento, mas partilha profunda das necessidades dos outros. Levinas diz que a fé é dizer "aqui estou" mais do que "acreditd'5 e, por isso, é um salto de generosidade e de confiança para o futuro, rasgando a cortina de névoa e de medo que nos pode envolver. O serviço é transformar o 'eu acreditd num 'aqui estou', para que o Senhor nos torne transparentes à sua ação e chegue também aos outros, através de nós; o serviço é transformar o 'eu creid no 'aqui estou', para não deixar a nossa fé numa dimensão espiritual sem corporeidade, que não saiba procurar o encontro, que não saiba estabelecer relações. Se, em nosso serviço, nos limitarmos a viver os primeiros dois níveis, aceitação e compreensão, ele será apenas um olhar de longe para as coisas e para as pessoas, uma ação à distância. Mas se, pelo contrário, conseguirmos cuidar das pessoas, partilhar as várias situações da vida, envolver-nos de coração naquilo que fazemos, fazer gestos que cheguem ao coração do outro, então o carisma das ENS far-se-á realmente espiritualidade encarnada e dom. Escutemos um casal no fim do seu serviço: "Reconhecemos, desde o princípio, que o serviço foi um dom que o Senhor nos fez. Ensinou-nos, antes de mais, que o matrimônio não nos pertence, pois é um dom de Deus à humanidade. Quantas vezes, tomados pela fadiga, chegamos cansados aos encontros, mas no fim repetíamos sempre que tinha valido a pena, que tínhamos recebido mais do que aquilo que podíamos ter dado ou oferecido. Descobrimos que precisávamos dos outros, que sozinhos tudo é mais difícil, que não se devia confundir intimidade com intimismo... O serviço foi importante também para o nosso caminho de fé , e a razão fundamental pela qual tínhamos aceitado estava justamente no fato de considerarmos o serviço como uma ocasião preciosa para aprender a perceber, com mais lucidez, a vontade do Senhor em nossa vida. A tentação de nos resignarmos com os nossos limites ou de nos habituarmos a uma rotina espiritual que levasse a identificar o que se vive como sendo o melhor possível era, para nós dois, uma tentação forte e recorrente. O serviço solici-


tou-nos e estimulou-nos a levar a sério a nossa vocação de esposos cristãos; indicou-nos um caminho praticável para que o Evangelho habite nas nossas casas; ajudou-nos a interrogarmo-nos muitas vezes se, para além dos gestos religiosos, feitos com mais ou menos perseverança, vivíamos a fé; fez-nos conhecer casais que, no quotidiano da sua existência, levam a sério a aventura do amor... Casais que puseram Deus no centro da sua vida, casais capazes de cuidar um do outro, de se dar como dom, de se apaixonar pelo mundo, empenhados no caminho da sobriedade, da justiça, da atenção aos outros. Uns de modo mais manifesto e visível, outros no silêncio e na intimidade do quotidiano, todos foram para nós parábolas concretas de profecia e de comunhão. O serviço nunca, mas nunca, foi uma simples questão de organização.. ."6 Há ainda uma última reflexão a fazer, que nos deve acompanhar sempre: de que forma a equipe deve estar na nossa vida, entre todas as coisas de que temos de cuidar? Geralmente, estamos em equipe com a ideia de receber, e é verdade que recebemos de mil e uma maneiras enriquecimento humano e espiritual, sobretudo porque, ano após ano, numa rotação que é um dos mais belos carismas do Movimento, alguém se põe ao serviço, ou seja, "cuida de nós". E nós, como cuidamos do Movimento? Qual é o grau de intensidade da nossa pertença ao movimento das ENS? É justamente nesta palavra 'pertença' que gostaríamos de nos deter, porque é uma daquelas palavras que, com o tempo, começaram a soar de maneira diferente. Mais uma vez, fomos desfolhar o dicionário e procurar a sua raiz etimológica. Descobrimos que vem, como quase todas as palavras do nosso quotidiano, do latim e é composta por dois elementos: ad pertinere, o primeiro elemento, ad significa 'para', 'ao encontro de', e o segundo, pertinere, significa 'dizer respeito a', mas na palavra pertinere está também o termo pars (parte de alguma coisa) com o qual a palavra se cruza e se forma. Se pusermos em ordem a nossa reconstrução etimológica, pertença (ad partinere) significa "ir para alguma coisa que nos diz respeitd'. Os casais da primeira equipe perguntaram ao seu Conselheiro


Espiritual, o nosso Padre Caffarel: "Como é que a nossa vida cheia de felicidade humana, de preocupações, de apegos a criaturas, nos permite responder plenamente às exigências do amor de Deus? Será que essa exigência de santidade não nos dirá respeito também a nós, pessoas casadas?". E o Padre Caffarel repetia: "Sim, sim, diz respeito também a vós, com certeza"7 . Todos nós estamos no Movimento há um certo número de anos ... dois, três, cinco, dez, vinte ... e nenhum de nós, se perguntado, diria não pertencer a esta pequena comunidade de casais a caminho. Mas com que espírito e com que consciência? Se, como vimos, a palavra pertença, ad pertinere, significa, na sua raiz mais profunda, "ir para alguma coisa que nos diz respeito", como esposos, o que nos diz mais respeito do que a nossa formação num caminho de aprofundamento de fé e de vida do sacramento do Matrimônio? E, se falamos de movimento é porque o Movimento não é só a nossa equipe, e a nossa participação séria, responsável e consciente não pode limitar-se à presença à reunião mensal, por mais constante e contínua que seja. O Movimento é composto por muitos casais, por muitos encontros, por muitas ocasiões de reflexão, por muitas propostas de percursos de aprofundamento, e tudo nos diz respeito e de tudo devemos cuidar, não só enquanto crentes, mas especificamente enquanto esposos. Nós não estamos aqui para lhes ensinar ou aconselhar o que devem fazer, mas simplesmente para nos perguntarmos e lhes perguntarmos: isso diz-nos respeito? Se respondermos que sim, então talvez tenha chegado o momento de cada um de nós cuidar também do Movimento, de considerar com atenção o que ele nos propõe e nos pede, de não termos medo de sentir e de viver a nossa pertença às ENS, cuidando com amor das relações com os outros equipistas, os nossos companheiros de caminho nas nossas equipes de base e aqueles que, durante um tempo determinado, são nossos companheiros de caminho a partir do momento em que nos foram confiados no serviço.


Tenhamos sempre presente que tudo o que temos nos é dado . Não nos foi dado, mas é-nos dado! Tudo nos é continuamente dado gratuitamente, a começar pela vida, pela respiração de cada instante. Este dom, todos estes dons que continuamente recebemos através das mil pequenas coisas de que o nosso dia é feito, coisas grandes e coisas mais pequenas, o dom da vida e tudo o que nos é confiado durante a nossa vida, não podemos guardar para nós, ou seja, devemos, por nossa vez, dar o que recebemos, fazê-lo fluir, introduzi-lo na história, se não, murcha, seca e morre. De nada podemos dizer "isto é meu" e nada podemos possuir ciosamente só para nós. De nada podemos dizer "estas coisas não nos dizem respeito". Também as ENS, entre as outras inúmeras coisas, experiências, situações, relações, foram e são um dom que recebemos e que não podemos guardá-lo só para nós. Temos de cuidar também do Movimento com responsabilidade. Trata-se de um dom que, como todas as coisas, se ficar só nas nossas mãos, corre o risco de se tornar imperfeito e limitado, porque a nossa realidade de criaturas é por natureza imperfeita e limitada. Se, pelo contrário, o dermos a outros, torna-se uma circulação do amor de Deus, no qual todos os limites são superados. O que o Movimento nos deu pode tornar-se uma nova forma de crescimento para outros. Assim fazendo, talvez consigamos dar testemunho daquele Deus da vida e do amor que Juan Árias tão bem descreveu: "O nosso Deus é tudo o que o homem ama. Mas é também e sobretudo o diferente com que o homem sonha. É tudo o que o homem ainda não tem, é tudo o que procura conseguir... O nosso Deus é aquele algo que o homem sabe que pode existir e que é diferente de tudo. O nosso Deus é a capacidade de surpresa para o homem, é o mais, o diferente, o novo, oculto como um silencioso desejo de infinito nos recantos mais secretos do coração do homem. O nosso Deus é frágil, o amor pelo homem tornou-o frágil. O nosso Deus conheceu a alegria humana, a amizade, o gosto da terra e das suas coisas. O nosso Deus teve fome e sede e descansou. O nosso Deus irritou-se, foi passional. E foi doce como uma criança. O nosso Deus foi alimentado por uma mãe e sentiu e bebeu toda a ternura feminina. O nosso Deus tremeu diante da morte ... e amou tudo


quanto era humano: as coisas e os homens, o pão e a mulher, os bons e os pecadores. O nosso Deus foi um homem do seu tempo, frágil amigo da vida. Mas o nosso Deus não tem preço e ninguém o pode comprar. É gratuito como o sol para as plantas. Podemos chamá-lo, gritar-lhe a nossa sede e fome d'Ele, a nossa perturbação, podemos bater-lhe à porta, levar-lhe a nossa dor e a nossa solidão: mas não temos direitos sobre Ele. Ele é o dom da nossa vida e dáse com abundância, como o sol e como o ar. O nosso Deus surge a cada esquina, a cada curva da vida, floresce a cada instante para todos. E só pede uma resposta de amor gratuito''8 . Quanto amor recebido espera ser gasto e quantas pessoas esperam que cuidemos delas? Quanto tempo levaremos a perceber e a viver em profundidade e com consciência o carisma das ENS? Que poderíamos responder ao Padre Caffarel, que nos leva a pensar que tudo o que diz respeito ao amor nos diz respeito? Peçamo-lo juntos, para depois podermos dizer, com as palavras de Isaías, a todos aqueles que o Senhor nos confia: Cuidarei para sempre de ti!.•


JUBILEU DE OURO DE EQUIPE

No dia 13 de junho de 2009, a nossa Equipe Nossa Senhora de Guadalupe, a quarta fundada em Curitiba, comemorou jubileu de ouro. Após 50 anos de vida nas ENS, testemunhamos que vale a pena ser equipista de Nossa Senhora. O objetivo sempre nos foi claro: seguir Jesus Cristo, a exemplo de Maria, visando à santidade que devemos buscar como cristãos casados. Sentimos, também, que as ENS, com a sua pedagogia iluminada, ajudaram-nos a trilhar o caminho correto. Quando aceitamos o convite para fazer a experiência das ENS, que davam os primeiros passos em Curitiba, os seis casais irmãos de caminhada não nos sentimos sós. Auxiliados pelos insubstituíveis SCE e sustentados nos testemunhos de "vede como se amam" , perseveramos. Tudo quanto recebemos do Movimento foi muito valorizado e compreendido como presente valioso de Deus, e nada deste tesouro foi desperdiçado na caminhada. Todo serviço às ENS se transformou em graças para nossa família e transbordou para outros casais, também para fora do Movimento. Aprendemos a acreditar na força da oração e na intercessão de nossa Mãe Maria como algo fundamental em nossas vidas. O Movimento veio propor-nos o que faltava em nossa vida conjuCM

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gal, pois, até então, apenas participávamos da missa dominical. Fomos crescendo na vida espiritual e conjugal, amparados pela presença, amizade e ajuda mútua de nossos irmãos de Equipe e o apoio seguro do nosso SCE. Apesar de nossas falhas e omissões, permanecemos fiéis ao que o Movimento nos pedia. Apaixonados pelas Equipes , empenhamo-nos na busca de Jesus Cristo, num esforço de casal, para sermos cristãos autênticos. Ao longo de todos esses anos, aumentou nossa intimidade com Jesus Cristo. O Movimento nos proporcionou ânimo, coragem e discernimento para contornar nossos problemas pessoais, conjugais e familiares. O pouco que demos foi insignificante diante do muito que recebemos do Movimento e das pessoas que o integram, os irmãos equipistas, o Casal Piloto, os Casais Ligação, os Colegiados, os SCE. Aprendemos que ser equipista é viver em comunidade, é fazer o exercício do amor entre todos. Por tudo, louvado seja Deus. Magnificat! Equipe N. S . de Guadalupe Setor A de Curitiba/PR 17


BODAS DE OURO Anna e Antônio Ernesto Schneider, da Equipe Sagrado Coração de Maria, do Setor A de Alfenas/MG, no dia 2 de maio de 2009, comemoraram suas Bodas de Ouro. Esse momento importante em suas vidas foi partilhado por familiares, casais equipistas e inúmeros amigos, que se fizeram presentes à Eucaristia presidida pelo SCE Pe. Arnoldo. Na homilia, este ressaltou a importância do amor, da fidelidade e da espiritualidade conjugal para que um casal supere com coragem as adversidades da vida e seja para o mundo testemunha do matrimônio cristão. Filhos, netos e netas participaram da equipe litúrgica da celebração e todos os presentes puderam agradecer a Deus pela união de Anna e Ernesto. Ziza e J. Carlos, CR do Setor Alfenas/MG

Maria Luiza e Joir completaram 50 anos de vida matrimonial, no dia 18 de abril de 2009. Familiares, amigos e casais das Equipes de Nossa Senhora do Setor CascaveVPR, comemoraram esta data em uma Celebração Eucarística, presidida pelo Padre Luis Carlos, à qual seguiu-se um jantar de confraternização. O Casal tem quatro filhos e três netos. Ingressaram nas Equipes em Campo Grande/MS há mais de 30 anos e hoje integram a Equipe Nossa Senhora Aparecida, a primeira de Cascavel. São exemplo de casal, de pais e de disponibilidade ao serviço. Olga e Adalberto, CR Setor Cascavel/PR

Therezinha e Thiago Ribas, no dia 30 de maio de 2009, comemoraram 50 anos de vida matrimonial. Pertencem à Equipe 11 , do Setor B da Região Rio I, desde o seu lançamento em 1966. Participaram com entusiasmo na expansão do Movimento na cidade do Rio de Janeiro, percorrendo um grande caminho, comungando momentos de alegrias e preocupações com o propósito de levar a outros casais as riquezas das Equipes e testemunhando a vivência do amor conjugal. Geisa e João Carlos Moreira, CR do Setor B da Região Rio I 18

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JUBILEUS SACERDOTAIS: SCE É ORDENADO BISPO

Pe. André Massao Ozaki SJ, no dia 15 de março de 2009, comemorou Jubileu de Ouro de vida presbiteral, com a participação de grande número de pessoas na Eucaristia e na festa a ele oferecida. A Pastoral Nipo-Brasileira o parabeniza e agradece pelas cinco décadas de serviço sacerdotal em favor dos nipo-brasileiros. Também a Equipe Nossa Senhora da Esperança, do Setor A da Região São Paulo Capital I, louva a Deus por seus cinquenta anos de sacerdócio ministerial. Pe. Gusmão Calado, no dia 14 de março de 2009, comemorou jubileu de prata de sacerdócio ministerial. Em clima de alegria e agradecimento a Deus, foi celebrada uma solene Eucaristia na Matriz de São Miguel de Barreiros/PE, à qual também se fizeram presentes os equipistas de Barreiros, de cujo setor Pe. Gusmão é SCE. Adriano e Alcides CR do Setor Barreiros/PE (~

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Dom Rodolfo Luis Weber, no dia 15 de maio de 2009, foi ordenado bispo na Catedral Metropolitana de Porto Alegre , que esteve lotada de amigos, familiares, padres e tantas pessoas que fizeram parte de sua vida. Dom Rodolfo irá exercer sua missão apostólica na Prelazia de Cristalândia/TO. Foi com muita alegria que celebramos juntos o envio de nosso sempre estimado Padre Rodolfo. Ele tem acompanhado equipes de Nossa Senhora desde o tempo de seminarista e ultimamente era SCE da Equipe N. Senho~a das Graças de Gravataí/RS. E uma pessoa próxima de cada um e de todos ao mesmo tempo. Alguém com quem sempre é possível contar. Um amigo para todas as horas. Onde estiver, carregará em sua memória as pessoas e as histórias de suas vidas. Dom Rodolfo, desejamos que Cristo Jesus, em sua infinita bondade, derrame copiosas bênçãos sobre ti. Que Maria Santíssima te proteja com seu olhar de Mãe , todos os dias na tua missão episcopal. ' Kátia e Adriano CR do Setor Vale do Gravataí/RS

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ORDENAÇÕES DIACONAIS

FAMÍLIA NA CASA DA MÃE

Frater Carlos Alberto Paris Silvério, pela imposição das mãos e oração consacratória do bispo D. Antonio Carlos Félix, foi ordenado diácono no dia 1° de fevereiro de 2009, em Formiga/MG. Ele é acompanhador espiritual da Equipe N. Senhora de Nazaré, do Setor B de Taubaté. Para nós membros da equipe foi motivo de muita alegria participarmos desse momento tão importante em sua vida.

Nos dias 23 e 24 de maio de 2009, aconteceu a grande Peregrinação Nacional em Favor da Família, no Santuário Nossa Senhora Aparecida , em Aparecida do Norte/SP. Como equipistas e membros da pastoral familiar da Arquidiocese Santo Antônio de Juiz de Fora/MG , estivemos presentes. Foinos possível participar de vários eventos nesses dois dias e compartilhamos vários testemunhos em favor da família. Nos dois dias da peregrinação, passaram pelo Santuário cerca de 180 mil peregrinos, sendo que 40 mil participaram da solene missa do dia 24. Dom Orlando Brandes, Presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, avaliou a Peregrinação em Favor da Família como "um acontecimento corajoso da nossa Igreja". Em seu pronunciamento, Dom Lyrio Rocha, presidente da CNBB, disse que "a família é o lugar onde se aprendem as virtudes, os valores, os critérios e as atitudes para uma autêntica convivência social", e defendeu que "as normas legislativas e governamentais não devem descaracterizar a família fundada no matrimônio, identificando-a com qualquer tipo de convivência ... " Coube ao Cardeal D. Odilo Pedro Scherer ler o Manifesto em Favor da Família, aprovado em assembléia geral pela CNBB.

Equipe N. S. de Nazaré - Setor B Taubaté/SP

••• Diácono Sa- .,..,.......--=-...---. muel , no dia 21 de junho de 2009, recebeu o sacramento da Ordem , no grau de diácono, em celebração presidida pelo bispo Dom Valter Carrijo, na cidade de Jundiaí. Ele é acompanhador da nossa Equipe Nossa Senhora de Guadalupe. Vi/ma e JP, Eq. N. S . de Guadalupe Setor B - Jundiaí/SP

CORREÇÃO Na CM 436, pág. 25, no artigo Ser um pouco de santo, onde se lê Lages/SC , leia-se Setor A Mogi da Cruzes/SP. 20

Gis/ene e José Antônio Eq. N. S . dos Anjos, Setor N. S. Rosa Mística - Juiz de Fora/MG CM 437


PARTIRAM PARA A CASA DO PAI Filadelfo Sivali Jr, da Antonia, no dia 29 de abril de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Ajuda, do Setor A de Mogi das Cruzes/SP. Vandamir, do Wilson, no dia 13 de maio de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora Imaculado Coração de Maria, do Setor A de Mogi das Cruzes/SP. Osvaldo de Oliveira, da Sirlene, no dia 11 de maio de 2009. Fazia parte da Equipe Nossa Senhora Desatadora dos Nós, do Setor A de Arapiraca/AL. Rogério , da Rosana, no dia 29 de abril de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora Aparecida, do Setor B, Região São Paulo Capital II. Blasco Emerson Ribeiro Alonso de Andrade, da Tânia, no dia 26 de dezembro de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora do Sagrado Coração, do Setor C de Recife/PE. Roberto José dos Santos, da Laura, no dia 4 de maio de 2009. Pertencia à Equipe Nossa Senhora Rainha do Céu, do Setor A de Belém/PA. Dau, do Anísio, no dia 1° de junho de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora de Fátima, do Setor B de Olínda/PE. Maria do Carmo, do Bira, no dia 7 de junho de 2009. Era membro da Equipe Nossa Senhora de Loreto, do Setor B da Região Rio V. João Carlos da Silva, da Celeste, no dia 25 de janeiro de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora do Carmo, do Setor de Assis/SP. Pe. Giorgio Davanzo, no dia 8 de março de 2009. Foi SCE por mais de 30 anos da Equipe Nossa Senhora da Consolata, do Setor A - CO I - Brasília/DE Os casais da equipe o tinham como um pai. Para eles, a presença portadora de Deus do Pe. Giorgio transmitia paz, acolhimento, sabedoria partilhada com simplicidade, incentivo. Sua delicadeza no agir e no falar, sua doçura na alma e seu coração transbordando de amor cativavam a todos. Sempre disponível, levava com a própria vida a boa nova de Cristo às reuniões da equipe. Um SCE amigo, irmão e pai amoroso, compreensivo, que sabia rir e também enxugar lágrimas. Um homem de fé que, cheio de zelo apostólico, ensinava a viver a fé . (Equipe N. S. da Canso/ata, Setor A - Região CO I - Brasília/DF) Frei Miguel Ángel Fernández Pena, OCO, no dia 28 de abril de 2009. Nasceu na Espanha, onde foi ordenado presbítero em 22 de março C\11 437

LI


de 1969. Veio para o Brasil em 26.11.1976, fixandose , inicialmente , em Santa Maria/RS , depois em Curitiba/PR, retornando a Santa Maria como provincial, durante três anos. Depois, esteve em Florianópolis, onde conheceu as Equipes e fo i SCE. Em Porto Alegre desde 1996, na Paróquia SSMO Sacramento, era SCE das equipes Nossa Senhora do Carmo e de Fátima, e SCE do Setor E. Pessoa de grande vigor físico, espiritual e intelectual, invejável formação acadêmica, estava sempre de prontidão para atender quem dele necessitasse. Conhecedor profundo da alma humana, o amor exigente era uma característica de sua maneira de ser e de agir. Como ele mesmo dizia: "Tudo é Graça".

59 ANOS DAS ENS NO BRASIL Como em todos as regiões e setores do Movimento no Brasil, A Região São Paulo Norte II, com grande alegria, comemorou o 59° aniversário das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Foi celebrada Eucaristia na cidade de Guapiaçú/SP, presidida pelo Pe. Manoel. Ele destacou a importância do Movimento na vida dos casais e, por consequência, das famuias. Recordou também a disponibilidade e sabedoria do casal Nancy e Pedro Moncau, que buscaram as ENS diretamente com o Padre Caffarel e não pouparam esforços para expandi-la no Brasil, sempre fiéis à Carta fundadora . Após a celebração, tivemos momento de confraternização. Inez eNatal, CR Região São Paulo Norte II

A Região Rio III, para comemorar os 59 anos das Equipes de Nossa Senhora em terras brasileiras, promoveu, no dia 16 de maio de 2009, uma peregrinação ao Santuário da Mãe Rainha e Vencedora Três vezes Admirável de Schoenstatt. OSCE da Região, Pe . Roque, acompanhado do SCE de Setor A, Pe. Fr. Airton, presidiu uma celebração Eucarística. Foi um momento para refletirmos sobre os meios que a pedagogia do Movimento oferece aos equipistas, no intuito de ajudá-los a buscar a graça na própria união conjugal cristã e, assim, cada casal seja base de evangelização. Como falou Pe. Roque na homilia: "O mundo precisa de casais que se amem de verdade, fortalecidos pela fé , pela esperança cristã, felizes na abnegação. Preocupados com a própria famllia, mas prontos a ajudar as outras pessoas; zelosos na reconstrução dos feridos pela vida". A/cidéa e José, Equipe 111 - Setor E - Região Rio III

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MEDITAÇÃO: ALIMENTAR-SE DA PALAVRA Há dois PCE que estão intimamente ligados: a Escuta da Palavra e a Meditação. Não há meditação sem escuta. Não há meditação sem que antes o próprio Deus nos fale . S0ren Kierkegaard, filósofo dinamarquês dizia: "Como um enamorado lê uma carta de sua amada, assim tendes de ler a Escritura ... A Bíblia foi escrita para mim". Por isso, o início da meditação é a Escuta da Palavra. É preciso escutá-la com os olhos e os ouvidos bem atentos, tendo antes suplicado ao mesmo Espírito, que inspirou as Escrituras Sagradas, que agora inspire a sua leitura/escuta. Após ler e escutar atentamente, é preciso deixar de lado o texto e reconstruí-lo dentro de nós. Quantas vezes lemos ou ouvimos um texto e depois de cinco minutos não sabemos mais o que ouvimos. É porque o texto não entrou em nós. E preciso, ao abandonar o texto, abandonar-se ao texto. Reconstruí-lo no íntimo de nós. E até mesmo colocarmonos dentro do texto, olhando quem são as personagens, o que elas dizem e, ainda mais, interagirmos com elas. E um momento de construção mental do texto. O que o texto diz? O segundo passo é aplicá-lo à própria vida, respondendo à pergunta: o que o texto me diz? Ou ainda melhor: o que Deus me diz neste texto? Qual a sua aplicação à minha vida concreta? Qual o ensinamento? O que aprendo com este texto para o meu crescimento espiritual? CM 4 7

O passo seguinte é a resposta, a oração. Se Deus me fala , não posso deixá-lo falando sozinho. É preciso responder. Então, o que o texto me faz dizer? Qual é a oração que brota em mim a partir do texto meditado? Como eu respondo ao que Deus me está dizendo? Por fim, o quarto passo da meditação: o compromisso. O que o texto me faz fazer? Qual é a atitude, o compromisso, a determinação que assumo a partir daquilo que ouvi, meditei e rezei? A Palavra meditada e rezada, pessoal ou comunitariamente, tem necessariamente que se transformar em atitude de conversão e de compromisso com o Reino de Deus. Ouvir a Palavra e dialogar com ela é compreender e comprometer-se com um projeto de Deus revelado em Jesus Cristo. Por isso, não podemos sair da meditação sem um compromisso concreto, um gesto de comprometimento com o projeto de Deus. Tudo isso pode ser realizado em uma manhã inteira dedicada à meditação. Contudo, o casal equipista trabalha, cuida da casa, dos filhos ... e não pode dedicar toda uma manhã à Escuta e Meditação da Palavra, por isso, ele dedica pelo menos dez minutos do seu dia, seja de manhã, na hora do almoço ou à noite para o PCE Meditação. O importante é que esse exercício não termine nesses dez minutos. É preciso que a Palavra se torne vida em nossa vida. É preciso que ela


ecoe no dia a dia, especialmente frente aos desafios que o mundo nos apresenta. Se formos dedicados, esforçados e hábeis na arte da meditação, o Senhor falará conosco em todos os momentos em que formos desafiados pela vida, sua palavra

ecoará em nossas almas quando o mundo nos desafiar. Bom esforço concreto na doce arte de dialogar com Deus! • Pe. Jean Paul Hansen SCE Eq. N. S . da Eucaristia e N. S. de Lourdes - Setor B - Varginha/MG

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MEDITAÇÃO É no silêncio que as luzes crescem, os sofrimentos se apagam e o mistério humano fala mais alto. Iluminados pelo Espírito Santo e à luz de Textos Escolhidos de Pe. Caffarel, após leitura, estudo e reflexão, em equipe, do capítulo Orar, nos convencemos da importância da Meditação. Meditar é necessidade vital, assim como o físico precisa do alimento, o espírito necessita da oração, por isso deve-se experimentar o silêncio meditativo, pois é no silêncio que se escuta o que Deus quer falar aos homens e mulheres. A assiduidade na Meditação produz frutos de serenidade, segurança, maturidade espiritual, mudanças de comportamento com "testemunhos silenciosos" e aumento da fé, que ajudam a não esmorecer diante das dificuldades. Meditar é "uma estrada cada vez mais consciente para o mistério de Cristo". Por isso é necessário procurar a superação dos desafios impostos e valorizar o silêncio contemplativo. Lamentavelmente, pouco tempo se dá para a prática meditativa e, sem este exercício, não se atinge a maturidade espiritual. É impor24

tante dar muito valor a este PCE, porque é nele que nós temos a possibilidade de um encontro a sós com Deus: o Criador e a criatura. Para Meditar, é indispensável desacelerar o corpo e o espírito, isto é, aquietar-se física e mentalmente, ficando apenas em silêncio. Escutar somente ... Escutar Deus, escutar a natureza, escutar o silêncio, então perceber-se-á um único som e constante, o qual traz a verdadeira paz. "Não há nada que se assemelhe mais a Deus do que o silêncio" , basta lembrar dos vários silêncios de Cristo, no deserto, nas montanhas, na cruz ... Jesus Cristo é o grande tema de qualquer Meditação, como disse Santo Inácio de Loyola. É absolutamente necessário integrá-la na vida, colocando-a em prática, perseverando, para depois sentir e "saborear internamente" as consequências boas que sucedem dia após dia. É bom ter presente a observação que faz Pe. Caffarel: "Ninguém se torna orante sem um consciencioso aprendizado" . • Maria José e Wilmar Eq. N. S. da Anunciação Setor N. S. Aparecida -Juiz de Fora/MG CM 437


OS PCE EM NOSSAS VI DAS O estar nas Equipes há quase dez anos tem sido para nós uma experiência frutífera . Nossa vida conjugal está sendo transformada. Nas dificuldades da nossa caminhada em casal, a Oração Conjugal nos tem fortalecido e encorajado diante dos desafios da vida e na aceitação dos desígnios de Deus para nós. Conduz-nos a uma verdadeira aceitação Dele em nossas vidas. Contra os desencontros da vida em casal, o Dever de Sentar-se tem sido um grande remédio. O diálogo transforma a vida em casal e renova a aceitação das nossas diferenças e o fortalecimento da nossa união em Jesus Cristo. Todo casal necessita "fechar para balanço". Após um Dever de Sentar-se, tendo reconhecido falhas em nós, uma Regra de Vida nos têm ajudado a renovarmos o esforço de corrigir os defeitos e buscar regrar a nossa vida segundo a vontade de Deus, para que o amor cresça em nossa vida de casal. Deus está sempre à nossa espera e Ele vem ao nosso encontro

quando meditamos. É um encontro particular com o Senhor, que nos fortalece e direciona na caminhada de cada instante do dia. A Escuta da Palavra nos tem levado a perceber a vontade de Deus em nossa vida pessoal e de casal, em nossa família e em nossa missão na comunidade. A Palavra nos faz estar atentos aos chamados de Deus ao serviço, com verdade, humildade e caridade. O Movimento ainda nos proporciona um Retiro Anual. Como ele está sendo importante contra nossos desânimos e a inércia que às vezes nos acometem. No Retiro temos buscado energias novas, temos avaliado com mais vagar nossa caminhada de casal e de família e nos reabastecido de nova força para os dias futuros . A nossa vida, assim, está mais prazerosa, pela alegria de sabê-la dádiva do Deus sempre presente em nossas vidas. • Margarete e Rubinho Eq. N. S. Mãe do Carmo S. José do Rio Preto/SP

"Os Pontos Concretos de Esforço são meios propostos pelas ENS, visando à nossa transformação, nossa conversão. Não se pode imaginar, nem se pode querer que seja uma transformação repentina, pois se trata de um processo lento e gradativo. Ao longo da caminhada, quando se toma consciência, percebe-se que essa transformação é sólida e profunda. O interessante é notar que esse processo se dá em todos os dias de nossa vida, isto é, nunca estamos perfeitos ou convertidos totalmente ... " (Mís-

tica dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha).

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SOU SACERDOTE CONSELHEIRO DE UMA EQUIPE DE NOSSA SENHORA Em 1997 fui convidado por um amigo diácono a substituí-lo em uma equipe de Nossa Senhora. Eu ouvia falar muito das equipes no seminário. Vários amigos acompanhavam equipes. O que eu sabia até então era que se tratavam de reuniões longas. Ouvia muitas críticas, julgando um luxo um pequeno grupo de casais ter a presença de um padre só para eles. O contexto ainda é o mesmo: muitas necessidades pastorais gritam por mais sacerdotes. Aceitei o convite, imaginando que faria o que muitos já faziam : Quando chegasse a ordenação sacerdotal, entregaria a equipe e continuaria trabalhando "nas grandes realidades pastorais'. O ano de 1998 foi para mim uma escola, em se tratando de vida de casais. Eu já conhecia o drama dos filhos , dos jovens que muitas vezes falavam sobre o lado deles. Mas eu estava agora conhecendo a versão dos pais - Uma equipe de casais que me mostrava que era possível viver o Evangelho no dia a dia. Muitos inseridos em pastorais de suas comunidades paroquiais, outros em seu anônimo serviço pastoral em sua seção de trabalho ou em casa. Aos poucos, fui crescendo na espiritualidade das equipes. Pontos concretos de esforço, que levam a abrir-se à vontade e ao amor de Deus, desenvolver a capacidade 26

para a verdade sobre Deus e sobre si mesmo, e viver o encontro e a comunhão. Impressiona-me o diálogo sincero e a persistência na busca de ter tempo para rezar a dois. Confesso que algumas vezes pensei em sair da equipe , geralmente quando as coisas "apertavam", e o tempo ficava curto. Mas eu fui percebendo que minha equipe era um momento também meu com Minha Mãe Maria Santíssima. E que era um sinal visível de seus cuidados "materno-celestes" comigo. E fui vendo isso em cada visita inesperada dos casais à minha paróquia, quando eu não podia ir à reunião formal. Muitas vezes, o simples fato de estar ali na reunião me fazia pensar que estou vivendo minha devoção e meu amor à Mãe de Jesus (embora as ENS não sejam um movimento mariano, mas de espiritualidade conjugal) . De uns quatro anos para cá, deixei de pensar que já era tempo demais na equipe. Não vou dizer que nunca deixarei o Movimento, ante uma necessidade da Igreja que me obrigue a deixar de estar em minha equipe, mas posso dizer que nunca seria por não ver nela razão e utilidade de minha presença como padre.• Pe. José Carlos Silva de Andrade SCE Eq. N. S. do Amor- Setor B Sobradinho II - Brasília/DF CM 437


ORAÇÃO CONJUGAL A oração conjugal em nossas vidas é um momento sublime. Iniciamos fazendo um "esforço". A transformação aconteceu, pois passamos a sentir o crescimento espiritual, pessoal e em casal. Hoje, em nossas vidas acontece uma renovação diária do nosso sim ao sacramento do Matrimônio. É a água que nutre a nossa plantinha do amor. Muitas vezes chega a ser um balanço do nosso dia, e vivemos a

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cada dia passando uma página da nossa vida, onde ressaltamos o amor e o carinho. A cada Oração Conjugal , o amor que nos uniu não é recordado, mas sim, celebrado num altar, onde não só estamos nós dois, mas nós dois e o Senhor Jesus. " ... Assim, já não são dois, mas uma só carne" (Me 10,8). • Adriano e A/cides CR do Setor Barreiros/PE

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RETIRO Quando passamos a integrar o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, experimentamos um momento de graça e espiritualidade. Foi a descoberta de algo novo e muito bom . Foram muitas as alegrias, as dificuldades, os sofrimentos, as angústias, as esperanças ... tudo vivido em equipe. Mas, também foram surgindo outros afazeres com os filhos, com o trabalho, com a própria Igreja ... De repente um cansaço, um comodismo ... Então, é hora de parar e de voltar àquele momento de paixão do principio. Retomar o que foi vivenciado naqueles primeiros anos e redescobrir o primeiro amor... voltar a assumir nossos compromissos com a equipe e com toda a família equipista, valorizando mais os PCE, esses meios que tanto favorecem o CM 437

casal na vida conjugal cristã. Para isso, vivenciar o Retiro anual tem sido para nós um grande auxílio. "O Retiro de Casal ajuda certamente o homem e a mulher a harmonizarem as suas naturezas e a complementarem-se numa compreensão recíproca, feita de respeito e de caridade por tudo o que é do outro e que é graça no outro. É um face a face com Deus. É por isso, antes de mais nada, um grande tempo de silêncio." (Jean Laplace) A cada ano, Deus, que conhece nossos anseios e necessidades, nos agracia com retiros maravilhosos, para podermos retomar com ânimo renovado a caminhada em busca da santidade. • Joviamar e Mônica Eq. N. S . Rosa Mística - Setor A ltumbiara,'GO

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RESI LI ÊNCIA E ORAÇÃO Resiliência: termo específico da Física, por extensão, é palavra empregada modernamente para garra, fé no futuro, perseverança, crença em dias melhores. Para os especialistas em resiliência, desenvolver a capacidade de vislumbrar o que pode ser feito, para se adaptar a uma nova realidade independe da fé , mas quando existe , a fé pode ajudar a enfrentar situações difíceis de maneira mais positiva. A pessoa que usa a oração como um apoio para se fortalecer e superar obstáculos terá um resultado melhor na resiliência. A oração influencia de maneira positiva nossa vida, sendo agente determinante da rotina, das amizades e do desempenho no trabalho. A resiliência impregnada de fé é um fenômeno riquíssimo: produz fatos econômicos, melhores relações sociais e felicidade em nível pessoal e familiar. Por isso "a fé não é uma abstração", afirma o historiador Leandro Karnal. Quem crê em Deus lida melhor com os erros e torna-se mais resiliente . Para nós, cristãos, é uma atitude altamente positiva, porque deixamos de ser autossuficientes, pois Deus não é um manto que usamos para ocultar nossa soberba, quando estamos numa igreja. Deus não é um supérfluo. Ao contrário, temos a consciência constante da nossa própria insignificância e fragilidade. Temos neces28

sidade de Deus, que torna nosso fardo mais leve e mais tranquilo o coração. Não fugimos de nossos problemas e responsabilidades , mas buscamos tirar proveito de mudanças inesperadas. Na prática das orações e na entrega à oração interior, o verdadeiro cristão não cai na tentação de fomentar a dor, de usar de autocomiseração e de alimentar sentimento de inferioridade . Deus o ama e o amou primeiro! Não fica derrotado no fracasso, embora admita os erros e corra para sanálos . Mantém um sentimento de humor, de alegria, porque sabe em Quem apoiar-se! A resiliência, sob a ótica cristã, não consiste em saber sofrer; antes , consiste em ter perspectiva para o sofrimento. O sofrimento aceito deixa a pessoa embelecida, tornando-a meio de graça para seus semelhantes. Acontece, porém, que muitas vezes deixamos nosso egoísmo falar mais alto ou esquecemo-nos de que Deus existe, comportando-nos como se deuses fôssemos. Cristo venceu esta tentação pela oração, pela súplica (cf. Me 14,36) . Não é necessário multiplicar palavras quando oramos. Um profundo "meu Senhor e meu Deus" expressa o cerne de nossa fé . Buscar cada vez mais desenvolver a oração interior; ter a coragem de abandonarmo-nos ao plano de Deus , coragem de escutar, de CM 437


aguardar, essa oração torna o homem contemplativo, receptivo e compreensivo. A oração interior é desinteressada . Aí precisamente reside toda a dificuldade. Somos, culturalmente, direcionados a obter resultados. Até nosso lazer tem de ser eficiente! Como "ficar sem fazer nada"? A oração interior profunda consiste em deixar Deus como o coração da realidade total: dizer sim a toda a realidade, tomar sempre uma atitude positiva em face da vida. Rezar de mãos abertas significa dar a Deus toda a liberdade e dizer "seja feita a vossa vontade". Se não for assim, a oração será um mero exercício, algo que se faz, mas não se vivenda. Como exemplo, citemos Paulo: "Recebi tudo ... nada me falta ... estou suprido" (Fl4,18). Quando o emprego escapou de nossas mãos, as contas se avolumam, o básico da despensa escasseia, nossa vida sofre uma mutação inesperada, qual o poder positivo dos ensinos de Jesus para quem está vivendo tais problemas? E quando a saúde é minada por uma pertinaz enfermidade? É possível ouvir, como filho obediente, a voz de Cristo, em tais adversas circunstâncias? As repetidas afirmações que Jesus fez sobre os que O seguem ("Não se turbe vosso coração") apontam na direção de viver pela fé sob sua dependência exclusiva, pois, de outra forma, a esperança será tragada, seguramente, pela incredulidade, decepção, desânimo, afastamento da religião e até revolta. 31

A grande dificuldade para quem não esteja disposto a rezar verdadeiramente é não usar as vantagens da resiliência. Queremos que Deus responda às nossas orações, mas não é Ele que deve responder. Devemos nós tentar escutar Deus e não exclusivamente a mensagem que desejamos ouvir. Muitas vezes, só com o passar da idade vamos entendendo a graça que o Senhor nos fez, porque nos é custoso entender Sua pedagogia. Queremos tudo claro, explicado, justificado e rápido! Necessitamos, porém , de paciência! Para vivermos uma vida frutífera, precisamos de um ambiente que nos impeça o medo exagerado e permita que os frutos frágeis e vulneráveis dentro de nós ganhem força. Uma semente jamais crescerá se a arrancarmos todos os dias para checar seu progresso. Os frutos de nossa vida jamais amadurecerão se quisermos controlar cada estágio de seu desenvolvimento. Se confiamos em Deus, podemos também confiar que coisas boas irão acontecer. E o momento de tristeza, de adaptação à uma nova realidade (doença, filhos distantes, falecimento) vão sendo superados, se nos sustentarmos na fé por meio de uma autêntica oração interior. E que é o amor conjugal, mantendo a sacralidade do matrimónio, apesar das intempéries do tempo, e o amor à família e aos irmãos, se não uma constante resiliência? Maria Inês Boscheiro Marini Eq. N. S . Aparecida - Limeira/SP

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EDUCAÇÃO RELIGIOSA DOS FI LHOS Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa de meu Pai?(Lc 2,49)

A santidade e a vida de oração andam de mãos dadas, pois uma depende da outra. Se quisermos prestar um bom serviço a nossos filhos, falemos-lhes de Deus. Pois nada é mais urgente do que fazer chegar Deus em nossa casa, aos nossos filhos. Falamos de Deus aos nossos filhos especialmente através da oração em família. Vendo os pais rezarem juntos, os filhos fazem descer dentro de si a experiência religiosa e as transplantam nas próprias almas. A oração tem em si própria uma grande força de coesão. A família que reza unida, permanece mais unida. A família é a verdadeira comunidade educadora para seus filhos. Não podemos deixar a educação religiosa e cristã dos filhos para a escola e nem só para a comunidade eclesial. Antes de tudo, é da família a obrigação de dar os primeiros passos de formação cristã a seus filhos. E quando falarmos do Cristo, o Filho de Deus feito homem, que se fez nosso irmão, apresentemos-lhes um Cristo autêntico, verdadeiro. Não um Cristo "caramelado", desfigurado pelos nossos enfeites, um Cristo que não compromete ao seu seguimento. Quando falarmos de Deus a nossos filhos , lembremo-nos 30

de que falamos de um ser Absoluto, mas que em Jesus Cristo se fez muito próximo de nós, um "parente", pois o podemos chamar de Pai. Nunca instilar na criança o medo de Deus ("Deus te castiga") , mas conduzi-la a compreender Deus como o Pai amoroso, que nos ama e por isso também nós o amamos. Um Pai misericordioso, que não quer nos castigar, e sim nos quer junto dele, como filhos e amiCM 437


gos, e é natural que nós queiramos corresponder ao seu amor e amizade, agindo de forma a agradar o Amigo. Falemos aos filhos de um Deus presente. E a melhor maneira de dizer isso é sermos nós mesmos presença de Deus para nossos filhos. Este é o segredo da educação religiosa. Seremos pais pacientes, amigos da paz, leais, sinceros, alegres ... Acima de tudo, pais capazes de amar sempre, amar a todos, gratuitamente. Pais que deixam Deus entrar em casa, ... em todos os espaços da casa . Assim , os filhos aprenderão no livro da vida a conhecer e amar a Deus. A imagem que as crianças farão de Deus depende muito de como eles veem seus próprios pais, especialmente o "papai". Até certo momento da vida da

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criança, Deus é como o pai, como o seu "papai". Eis porque a responsabilidade do pai é altíssima. Dele depende, em grande parte, a imagem que a criança faz de Deus. O pai que se diverte com o filho transmite a eles a ternura de Deus; o pai que tudo faz com justiça ensina a justiça de Deus; o pai que dá serenidade e segurança faz experimentar a segurança de Deus. Daí decorre o reverso da medalha: para muitos meninos será difícil, senão impossível , formar um conceito positivo de Deus: Como poderá acreditar num Deus bondoso, se não teve a felicidade de encontrar um pai verdadeiro? A criança precisa sentir-se amada pelos homens, para poder acreditar que é amada por Deus. Rose e Celso Eq. N. S . de Fátima - Setor A SantarémlPA

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COMPROMISSO POLÍTICO E FÉ A dimensão política, constitutiva do homem, representa um aspecto relevante da convivência humana. Possui um aspecto englobante, porque tem como fim o bem comum da sociedade. Mas nem por isso esgota a gama das relações sociais. A fé cristã valoriza a atividade política e a tem em alta estima. A Igreja sente como seu dever e direito estar presente neste campo da reaC

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!idade, porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política. Por isso, ela critica aqueles que tendem a reduzir o espaço da fé à vida pessoal ou familiar, excluindo a ordem profissional, económica, social e política. Como se o pecado, o amor, a oração e o perdão não tivessem importância aí. Efetivamente, a necessidade da 31


presença da Igreja no âmbito político, provém do mais íntimo da fé cristã: o domínio de Cristo que se estende a toda a vida. A política, enquanto busca do bem comum, isto é, do bem-estar de toda a sociedade, interessa, portanto, à Igreja e aos seus pastores. A presença da Igreja no campo da política é, portanto, parte da sua missão evangelizadora e tem como objetivo iluminar as consciências, anunciar e promover os valores humanos e evangélicos que devem inspirar a conduta dos cristãos na vida pessoal e nas suas relações sociais. Faz parte desta missão profético-evangelizadora denunciar os males e as injustiças que ferem a dignidade da pessoa humana. "Não vivais isolados, retirados em vós mesmos, como se já estivésseis justificados, mas reuni-vos para procurar juntos o que é o interesse comum" . (Barnabé, ep4,10-apudCatecismo da Igreja Católica n. 1905). Quem tem fé , sobretudo fé cristã, tem mais razões, condições e instrumentos para fazer política. É assim que devemos interpretar a resposta de Jesus aos judeus, quando foi ardilosamente perguntado sobre se os judeus deveriam ou não pagar o imposto exigido pelos ocupadores romanos: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Jesus afirma a soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre a política, afirmando simultaneamente a sua legítima autonomia. Quanto aos valores que devem nortear a prática dos cristãos, nós recorremos

ao Evangelho. Da prática de Jesus surge o imperativo ético da conversão pessoal, cujo eixo é o amor a Deus e aos irmãos, a condenação de toda forma de opressão Uustificada por razões civis ou religiosas) e o compromisso de transformar a sociedade. São ainda muitas, entre nós, as pessoas que entendem por política apenas o que se refere às atividades partidárias - eleições, partidos, líderes e discursos - caindo assim num conceito que reduz a política aos atas que visam ao exercício do poder na comunidade e, como é lógico, a sua conquista e conservação. "A participação política é uma das formas mais nobres do compromisso a serviço dos outros e do bem comum . Ao contrário, a falta de educação política e a despolitização de um povo prepararia e consolidaria a alienação da liberdade do povo nas mãos da tecnocracia de um sistema". (Doe. CNBB nlO, 27) . Quanto à política partidária , embora haja princípios gerais que inspirem o pensamento e as opções de todos os cristãos, frequentemente, pode haver entre os fiéis diferenças na definição concreta dos melhores programas partidários e na escolha dos melhores candidatos. Aqui vale recordar a conhecida sentença de Santo Agostinho: "Nas coisas necessárias, unidade; nas coisas duvidosas, liberdade; em todas as coisas, caridade". Pe. Gilmar Antonio Fernandes Margotto SCE de três equipes em 2112112Votuporanga/SP CM 437


MEDITANDO EM EQUIPE No último dia 29 de junho, teve início o Ano Sacerdotal, convocado pelo Papa Bento XVI, por ocasião da comemoração dos 150 anos da morte de São João Maria Batista Vianney, com a finalidade de favorecer a perfeição espiritual dos sacerdotes, da qual depende a eficácia no ministério pastoral. Por isso, esse ano, que será concluído em 19 de junho de 201 O, deverá ser, de acordo com as palavras do Cardeal Cláudio Hummes, "um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbítero e de cada presbítero".

ESCUTA DA PALAVRA EM MC 6,6-13 Sugestões para a meditação: 1. O que nos sugere esse texto do evangelista Marcos? 2. O que fazemos, como casal e como família, pela promoção da vocação sacerdotal? 3. O que a nossa equipe pode fazer, concretamente, pelos sacerdotes? 4. Como estamos valorizando a presença do SCE em nossa equipe? Pe. Geraldo

ORAÇÃO LITURGICA (Salmo 65,2-6) A ti convém o louvor, em Sião, ó Deus; e a ti se cumpre o voto porque ouves a prece. Toda a carne vem a ti por causa de seus pecados; nossas faltas são mais fortes que nós, mas tu no-las perdoas. Feliz quem escolhes e aproximas, para habitar em teus átrios. Nós nos saciamos com os bens de tua casa, com as coisas sagradas de teu Templo. Com prodígios de justiça nos respondes, ó Deus Salvador nosso, esperança dos confins da terra e das ilhas longínquas.


MAGNI FICAT O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! A minh ' alma engrandece o Senhor, exu lta meu espírito em Deus, meu Salvador; Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende, sobre aqueles que o temem; Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; Derruba os poderosos de seus t ronos e eleva os hum ildes; Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada . Acolhe Israel, seu servidor, f iel ao seu amor; Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus f ilhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém

O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome!

Equipes de Nos.., Senhora Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, q 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fo ne: (Oxx 11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org .br


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