ENS - Carta Mensal 435 - Maio/2009

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Equipes d e Nossa Sen ho ra

DIA DAS MÃES Mãe ... ....... ........................ ... ... .. .. .... 24

ED ITORIAL Da Carta Mensal ............................ 01

SUPER-REG IÃO Um mês com a mãe de Deus ........ 02

59 anos das ENS no Brasil ...... ...... . 03 Orar ...... .. ............ .... ........ .. .............. 04

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .... 25 1

PARTI LHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO A meditação da palavra

como fonte transformadora CORREIO DA ERI Testemunhas, em nosso

tempo, de uma felicidade baseada no Evangelho ........ .... ...... 06 A missão .. .. .................................... 09 "Eu estou no meio de

de vida ........ .. ........ ...... ...... .... ......... 27 TESTEMUNHOS Recapitulando o nosso

"sim" para ser equipista .... .......... . 28

vós como quem serve" .. ............ .... 11 VI DA NO MOVIMENTO Eacre 2009 .... .......... .. .. .... ........ .. .. .. . 1 5

Encarte:

TEMA DE ESTUDO Por que ser equipista? ...... .......... ... 22

História e orientações do Movimento nos últimos anos

Florianópolis 2009 2° Encontro Nacional ...... .............. 23


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Queridos irmãos e irmãs:

Ao iniciarmos a apresentação desta edição da Carta Mensal, tivemos a curiosidade de ler o que havíamos escrito na Carta de maio de 2008, e percebemos que aquele editorial poderia ser transcrito quase inteiro para esta página. Então nos perguntamos se nos estaria faltando criatividade ou se o Movimento estaria sem andar. Tomamos mais consciência, então, de que nós apenas somos servidores da Carta Mensal. Quem a escreve é o Movimento. Percebemos que as Equipes de Nossa Senhora não andam. Elas vivem! Movem-se no coração de cada casal equipista, de cada casal responsável de equipe , de cada Casal Responsável do Movimento. O viver cristão e equipista é um moverse com maior ou menor intensidade de vida, de entusiasmo, de esforço ... é um "ir morrendo" por amor, na esperança da vida plena pela ressurreição em Cristo. Nos damos conta de que publicamos o que não planejamos, porque é o Espírito Santo quem conduz a animação do Movimento, através dos seus responsáveis e Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Nesse espírito entendemos a novidade do mês de maio, recordando o carinho da nossa mãe, ou da esposa que reparte a maternidade com a paternidade do cônjuge. E não esquecemos da Mãe de Deus, que ao sim da anunciação acrescentou o sim aos pés da Cruz, aceitando ser mãe (1\11 435

amorosa de todos nós pecadores, por quem, em vigília permanente, continua a rogar... (Neste ano temos também em maio as solenidades da Ascensão e do Pentecostes, certezas da nossa esperança e da ação divina a conduzir a Igreja). Para nós do Brasil, maio é também tempo de aniversário: no dia 13 completaremos 59 anos, não significando que estejamos velhos, mas "idosos". E, para que as ENS não envelheçam, aconteceram os EACRE, animação sempre nova para casais "buscadores" de Jesus Cristo. Como alguém nos lembra, herdamos um passado de grande esforço para viver e conhecer o sacramento do Matrimónio, e isto precisamos intensificar no presente, testemunhando ao mundo a alegria que brota do batismo vivido na aliança do sacramento do Matrimónio, e, seguindo "os sinais dos tempos", preparar um futuro de maior vivência cristã dos casais, conscientes das nossas limitações, mas confiantes em quem nos envia. Seremos missionários do Amor, seguindo o modelo de quem mais ama e que andou entre nós como "aquele que serve.". Nada conseguiremos por nós mesmos. Por isso buscaremos intimidade com Aquele que pode transformar os corações, encontrando-O na Oração. Boa leitura! • Graciete e Gambim Equipe Carta Mensal

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UM MÊS COM AMÃE DE DEUS Caríssimos casais e conselheiros! Um mês com quem viveu na terra e vive na eternidade olhando para seus filhos , não é demais! Maio é para Maria. Queremos que Ela ocupe em nossa vida o lugar que ocupa no coração da Igreja. A importância que a Igreja, sacramento de salvação, dá a Maria percebe-se pelos espaços ocupados no ano litúrgico em que são celebrados os mistérios da fé. Lembraremos 4 grandes mistérios da vida de Maria. 1. O mistério da Imaculada Conceição (8 de dezembro) . Eu sou a Imaculada Conceição, disse Ela quando perguntada como se chamava. Profetizava Isaías, há mais de setecentos anos antes de Cristo: "Nesse dia a raiz de Jessé se erguerá como bandeira para os povos; para ela correrão as nações, e a sua moradia será gloriosa" (Is 11,10) . Maria é o mais glorioso santuário do Senhor, construído pelo Arquiteto do mundo. A Ela hão de recorrer as nações para encontrar o Senhor. Maria torna-se o caminho que leva ao seu Filho e a porta do santuário do Senhor. 2. O mistério de Maria, Mãe de Deus (1 ° de janeiro). Uma solenidade celebrada dentro do tempo natalino, para não distanciar o grande dia do Filho do grande privilégio de Maria , a Mãe de Deus . No Natal celebra-se a festa do nascimento do Filho de Deus, que se completa com a celebração da 2

festa da Mãe de Deus . 3 . O mistério da Anunciação (25 de março) . O Anjo Gabriel apareceu-lhe trazendo do Céu a notícia que Ela seria a Mãe do Salvador. Maria, perturbada, acolhe o convite, e disse: "Faça-se em mim conforme a tua palavra!" Com esse sim, o Verbo eterno do Pai começa sua viagem pela terra em forma humana, para resgatar a dignidade de filhos de Deus para todos os que nele haverão de crer. A solenidade da Anunciação é uma celebração dupla: A de Cristo e a da Virgem Maria. O mistério do Verbo que se fez filho de Maria (Me 6,3) e o mistério da Virgem que se torna mãe, Mãe de Deus (M.C. 6). 4. O mistério da Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma (15 de agosto) . É solenidade do destino glorioso de Maria e de todos os redimidos pelo sangue de seu Filho. É a glorificação da alma imaculada, do corpo virginal e da perfeita configuração de Maria ao seu Filho. A estas solenidades somam-se outras muitas. Que Maria ocupe em seu coração o lugar concedido por Deus na vida da Igreja. Sem Maria a vida cristã fica muito pobre, porque sem Ela não teríamos Jesus. Maria, Mãe de Deus e da Igreja, tornai-nos mais filhos vossos para sermos mais filhos de Deus. Salve Maria! • Pe. Frei Avelino - SCE!SR CM 435


59 ANOS DAS ENS NO BRAS IL Amados irmãos: A Sabedoria é facilmente contemplada por aqueles que a amam e se deixa encontrar por aqueles que a buscam. (Sb 6,12. O casal Nancy e Pedro Moncau buscava perseverantemente apoio espiritual para viver mais cristãmente a sua vida conjugal e familiar, até que a Divina Providência aproximou-os das Equipes de Nossa Senhora existentes na França. A seguir iniciou-se uma troca de correspondência com o Padre Caffarel, que lhes permitiu estreitar laços de amizade que se traduziram na intimidade e abertura e os acompanhou durante longos anos. Os estudos da documentação recebida da França irão culminar no nascimento da primeira equipe brasileira, que se reuniu pela primeira vez no dia 13 de maio de 1950, em São Paulo. O anúncio profético do Padre Caffarel dirigido a Nancy e Pedro Moncau, quando estes lhe informaram terem sido escolhidos Casal Responsável da primeira equipe brasileira, traduz a dimensão e a dignidade da futura missão que teriam como Pais das ENS no Brasil. Diz o Padre Caffarel: "Eu lhes prometo rezar e fazer rezar para que o Senhor os ajude na tarefa de responsáveis. Ela é importante e não é só de uma equipe que se tornaram responsáveis, mas do desenvolvimento em seu país da fórmula das equipes." (CarCM 435

ta de 12 de junho de 1950, dirigida ao casal Moncau , in Sentido de uma vida , p. 118). A escolha de Nancy e Pedro Moncau para esta responsabilidade representa para o Padre Caffarel a experiência que o casal necessita viver para poder edificar o Movimento no País. Em 2009, Deus nos permitirá celebrar os 59 anos de caminhada das ENS no Brasil num tempo frutuoso de retorno às fontes proporcionado pela reflexão dos "Textos escolhidos" do Padre Henri Caffarel e de preparação do 2° Encontro Nacional. Florianópolis será durante três dias o ponto de encontro de 5.100 equipistas que desejam agradecer a Deus pela fecundidade que Ele concede a quem Nele permanece unido (cf. Jo 15,5b) e o lugar onde partilharemos a fé da grande família equipista (3 .040 equipes, 18.300 casais, 370 viúvos e 2.000 conselheiros e acompanhadores espirituais) espalhada pelo Brasil. Desejamos hoje agregar a essas duas grandes realizações, a singeleza do 13 de maio próximo, dia consagrado pela Igreja a Nossa Senhora de Fátima e dia em que as Equipes de Nossa Senhora nasceram no Brasil, pedindo a Deus que o testemunho do casal Moncau continue a ser para os equipistas brasileiros um estímulo e um ânimo para o caminho. • Graça e Roberto - CRSR Brasil 3


PALAVRA DO PROVINCIAL

ORAR Queridos Irmãos Equipistas: A Paz de Jesus e o amor de Maria! Como é bom iniciarmos o dia com a luz do Senhor, em nosso primeiro contato através de nossa oração. Todo o nosso ser se transforma. A cada dia é uma nova experiência. Somos impulsionados a nos aproximar do Senhor, para nos abastecer de sua sabedoria divina, que nos deverá nortear todo o dia. O Senhor sempre fazendo maravilhas em nossas vidas! Pe. Caffarel dizia: "Assim como ninguém se torna marceneiro, músico, escritor da noite para o dia, também ninguém se torna orante sem um consciencioso aprendizado." A oração é o alimento necessário para a vida da pessoa humana. Não conseguiremos sobreviver, se não encontrarmos um momento para nos encher do amor de Deus. Para São Bento: "Orar é ocupar-se com Deus". Na oração temos um momento privilegiado para tomar consciência de nossas fraquezas , para afastar-nos dela e voltarmos para o amor de Deus. A oração é um ato vital que abrange todo o nosso ser. A oração precisa fazer parte de nossa vida diária. Quando nos entrega4

mos nas mãos do Senhor, sentimos o seu Espírito agindo em nós. Já vivenciamos esta experiência em nossa vida pessoal, conjugal e familiar. Procuramos constantemente ter este momento com Deus. Mas é preciso exercitar, cultivar e ser perseverante na oração para este encontro com o Senhor acontecer. Cada pessoa deve encontrar o seu lugar íntimo para escutar o que Deus vem nos falar. Esta sintonia é muito forte na vida do ser humano. Como é bom e importante conversarmos com alguém que encontrou o seu caminho. Quem vive perdido, sem rumo, é porque não encontrou Deus. Nós conseguimos encontrá-lo quando planejamos diariamente este encontro. Ele nos proporcionará horário, lugar e disciplina. Mas, precisamos ter consciência, estar atentos, porque Ele sempre nos está chamando. A frase "Vem e segue-me" é um chamado para nos aproximarmos dele. O Pai nos conhece pelo nome, nos CM 435


chama, nos acolhe e nos recebe de braços abertos para ouvir e falar. Deus é misericordioso. A oração nos equilibra em todo o relacionamento humano, na vida conjugal ou na vida social. O primeiro passo que precisamos dar para a oração é procurar um lugar calmo, silencioso e solitário, a fim de evitar qualquer distração. Melhor ainda, procurar em casal a oração, para fortalecer o cantata com Deus, deixar o silêncio penetrar em seu coração, para alimentar o amor na oração. "A atividade orante é uma atividade de fé e de amor na esperança, que nos introduz na intimidade com Deus. Fé: ruminar a palavra de Deus que acabamos de ouvir. Amor: dizer sim ao que Deus nos pede - amar muito. Caridade: desposando seus desejos e seus interesses. Esperança: aspirar a essa união com aquele que amamos e esperar dele com toda a confiança. " (Pe. Caffarel) A oração é um gesto significativo como sinal de luz consciente. A prática da oração pode ser difícil. Precisamos sempre pedir para que o Senhor nos chame continuamente a estar ao seu lado. Não podemos perder a coragem, antes, humildemente estaremos atentos a este chamado e nos proporemos fazer este encontro íntimo com Ele. Cada um de nós deve colocar no coração esta proposta: "Sim, vou levantar-me a cada dia para ir à procura de meu Pai e passar um momento em sua intimidade. " A prática da oração deve iniciar CM 435

na infância, quando a mãe e o pai rezam com o seu filho, mesmo que ele ainda não saiba falar. Essa oração fortalece a comunhão com Deus e o filho percebe e sente muita segurança. Sente a importância que seus pais dão à oração em sua vida. Santo Agostinho disse com gratidão: "Senhor, minha santa mãe, tua serva, nunca me abandonou. Ela me fez nascer para essa vida temporal e com o coração para a vida eterna. O que me tornei , devo-o à minha mãe! " Que os pais nunca deixem de rezar para e com seus filhos e transmitir-lhes, com seu testemunho, a importância da oração em suas vidas. Perseverar sempre na oração, com muita simplicidade no falar, porque o Senhor sabe o que nós precisamos. Apenas quer que tomemos a atitude de querer ouvilo e atendê-lo, para nos mudarmos se assim compreendemos . Com certeza, depois desse encontro, nos sentiremos aliviados , tranquilos e com muita paz. A oração traz paz interior, que buscamos e às vezes dela nos distanciamos, porque não buscamos cantata íntimo com Deus. Não podemos perder tempo, vamos nos reciclar e aperfeiçoar, para crescermos na oração interior e na oração conjugal. Depois colheremos os frutos deste grande encontro. Louvado seja Deus que nos quer íntimos seus. Com o nosso carinho e amizade fraterna. Sheila e Francisco CR Província Sul I


TESTEMUNHAS, EM NOSSO TEMPO, DE UMA FELICIDADE BASEADA NO EVANGELHO A mensagem de Lourdes, em sua 3a parte, nos chama a sermos testemunhas, em nosso tempo, da felicidade e da alegria decorrentes de nossa vocação. Não poderemos ser reflexos do amor de Cristo no mundo, se nos limitarmos a pôr em evidência os problemas e os meios para chegar a isso, sem chegarmos à alegria cristã. Neste ano tratamos de alguns aspectos que nos são propostos, à luz da Virgem do Magnificat. O "sim" de Maria ilumina o nosso "sim" a Deus! Sua maneira de vive r o Evangelho põe em evidência os acontecimentos e os lugares onde falta o "vinho da alegria" que nos ajuda a cantar o Magnificat todos os dias, pelos caminhos de nosso mundo. Como mulher plenamente integrada ao povo de seu tempo, ela nos ensina a interpretar as situações da vida e nos comunica a solicitude evangélica, a fim de fazermos nosso o entusiasmo de Pe . Caffarel: "As ENS não se deram conta, de maneira adequada, do fato de que a espiritualidade evolui conforme a idade dos casais e de acordo com a situação em que se encontram." "E necessário estarmos atentos ao apelo que brota do coração hu6

mano, desde a sua maravilhosa infância até a serena velhice , como um pressentimento do mistério divino. " Para o cristão, a alegria é o húmus de sua fé : "Não é normal , então, que a alegria esteja em nós? ... Sim, seria estranho que esta Boa Nova, que suscita o Aleluia da Igreja , não nos desse um aspecto de quem já está salvo." "A sociedade tecnológica conseguiu multiplicar as ocasiões de prazer, mas dificilmente conseguirá proporcionar alegria, porque a alegria vem de outra parte. Ela é espiritual. " (Paulo VI Gaudete in Domino) Para obter esta alegria é necessário inicialmente que se consolide entre as pessoas a solidariedade, para agir "em verdade" com o próximo. Arranquemos de nosso coração as raízes do egoísmo e da violência, optando pela "justiça e o direito". Faz-se necessário um suplemento, um acréscimo, de alma e de interioridade, pois "o frio e as trevas estão no coração humano" e "a alegria nasce sempre da maneira de lançar o olhar sobre o homem e sobre Deus". Nossos olhos devem habituar-se a este olhar de fé. O pôr em comum como o dever de sentar-se são exercícios constanCM 435


tes para ler a vida com os olhos da fé . Todos nós experimentamos a cada dia os limites e a precariedade da alegria humana, ameaçada pela ansiedade e a perturbação de nosso espírito. Os grandes progressos técnicos e científicos não são suficientes para tornar menos frágil a nossa felicidade . Ao contrário, as frustrações parecem hoje mais agudas que no passado. Nesta época, caracterizada por fortes contrastes e oposições radicais, é sempre mais profundo o abismo que separa os que corajosamente trabalham pela justiça dos que espezinham os direitos fundamentais das pessoas e, com fins lucrativos, vendem o justo. Sem pensar nas formas mais flagrantes de violência assassina, nos grandes problemas económicos do nosso tempo, nas drogas que matam a vida inocente , nas numerosas ameaças que humilham nossa sociedade, tomemos cuidado, mais que em outros tempos, para não sucumbir à tentação do individualismo, da auto-suficiência, da contestação sistemática e do descomprometimento. É urgente hoje o testemunho de pessoas que desejam servir a Deus e aos homens. Para uma época como a nossa, adulta, emancipada, mas cheia de dúvidas e insegurança, Maria, que se proclama "a serva do Senhor", é uma provocação e um desafio. A atitude anti-conformista da Virgem que, na realidade, nos desorienta, não é impulsiva, nem improvisada. Como sua vida precedente a havia levado a este "sim", toda sua vida CM 435

futura será marcada por esta palavra. Mais ainda, toda história do seu povo e de sua espiritualidade a tinha preparado, quase naturalmente, para esta escolha. A mensagem de Lourdes, que nos exorta ao testemunho alegre, comporta também situações de sofrimento, que atraem , de modo particular, nossa atenção: casais não casados, casais em dificuldade ou marcados pelo fracasso, viúvos e viúvas e tantas outras situações. Tudo isso nos impele a pormo-nos a serviço da alegria e, em particular das pessoas que enfrentam provações. A maneira de agir não pode ser outra senão a do serviço, do qual Maria, a serva do Senhor, nos dá exemplo. Para a Virgem , servir a Deus não é um algo ocasional, mas disposição fundamental de toda a existência. Sua obediência é livre e alegre, expressão de amor e de fidelidade . Ela que, na anunciação é saudada como a criatura amada pelo Senhor, experimenta como nenhuma outra a ternura de Deus. Humilde filha de Nazaré, Maria não deseja outra glória que a de pertencer ao povo dos servidores do Senhor. Esta é a alegria e a humilde altivez dos pobres de Israel. Mas o Senhor, que a havia chamado desde o seio materno (cf. Is 49,1), a destinava a um compromisso mais elevado, a uma missão única, para a salvação de todo seu povo. Bem antes que ela se colocasse livremente a serviço do Senhor, Ele a havia escolhido como sua "serva" . 7


Mais que uma resposta de humildade, a atitude de Maria é resposta do fiel face a Deus, a seus desígnios, à sua iniciativa, à sua graça libertadora. Esta disposição se expressa por suas palavras: "faça-se em mim segundo a tua palavra! " (Lc 1,38) . A palavra de Deus, que criou o mundo, que guiou os chefes-servidores de Israel, que se fez carne em seu seio, guia, de ora em diante, a sua existência. Ela a acolhe com todo o seu ser. Em Maria revivem todas as disposições fundamentais do "servo de Javé", que estarão presentes, de uma maneira única, sem comparação humana, no Filho de Deus feito homem . Como uma serviçal , Maria é dócil à Palavra de Deus. Por sua missão, ela enfrenta a provação e a dor. O Senhor, porém, está sempre com ela e ela não ficará desorientada. Ela está presente na comunidade cristã e brilha aos olhos dos crentes, como a serva do Senhor, a serviço da salvação, até o último dia, até que se cumpra nosso destino de glória. Nós também somos "servidores de Cristo". É um título do qual São Paulo particularmente se orgulha (cf. Rm 1,1; Gl1 ,10; Fl1 ,1). Servir a Cristo significa consagrar-lhe a vida e tornar-se, com Ele, sacrifício único. Isto implica amá-lo, ligar-se a Ele com todo o ser. O serviço con8

funde-se assim com o amor. .. : '~á não vos chamo servos ... , mas vos chamo amigos, porque vos ensinei tudo quanto ouvi de meu Pai" (Jo 15,15). Quem repete as palavras da Virgem : "faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38) não é mais escravo, mas "irmão, irmã e mãe" do Senhor (cf. Mt 12,50) . Maria é aquela que , servindo a Deus no Cristo, ensinou à Igreja de todos os tempos que servir ao Senhor é amá-lo, entregar-se totalmente a Ele e a seus desígnios. A vida, então, torna-se fecunda , uma bênção para todos. Assim entend ido, o serviço, longe de ser uma atitude oposta à promoção humana, permite a cada um realizar-se em plenitude. Enquanto rezamos diariamente o Magnificat com Maria, aprendamos dela o amor fiel que muda a história e dá testemunho da esperança a todas as gerações. • Pe. Ângelo Epis SCE/ERI CM 435


A MISSÃO Nossa vida não é fruto do acaso, nem de uma sucessão de acasos. Temos um começo e um fim. Maria nos acompanha sempre. Ela está presente no começo e no fim. Ela gera um filho para o mundo e o recebe morto, do alto da cruz, após ele ter entregue o Espírito que nos nutrirá sempre. Nós também, como pessoas ou como casais, temos uma identidade única! Quando nos chama, Deus dirige-se a cada um de nós como a um ser único. É depois deste apelo e de nossa resposta que compreendemos, no íntimo, quem somos e que podemos tomar nossa vida nas mãos. No que nos diz respeito, o apelo de Jesus foi dirigido a nós como casal, o que representa para nós muitas exigências, muitas renúncias, algumas difíceis, compromissos, sacrifícios, desafios. Tudo isso foi para nós causa de apreensão e de medo, obstáculos à nossa adesão. Deus abre para nós espaço onde possamos agir, e é neste espaço, em comunhão mútua com os outros, que podemos nos doar aos irmãos. Lembremos agora o caminho de Maria quando visita Isabel e lhe anuncia o nascimento de seu Filho. Maria guardava em seu coração todos os acontecimentos da história humana, relacionando-os com o que acontecia em sua própria vida. Maria era toda amor, caridade , lealdade , disponibilidade , devotamento, ternura, indulgência ... para ser fiel à Aliança. Ela CM 435

parte sem indicações prévias, aceita que a critiquem, mas vai. Chegamos assim ao assunto deste editorial: A missão. Mas qual missão? A missão é um envio, um dom que nos transforma e nos abre aos outros. A palavra "missão'' é talvez hoje muito banalizada. Mas é e será sempre, em seu sentido mais profundo, expressão do amor fiel, generoso, desinteressado e gratuito. Saber onde se está e como se chega ao objetivo é o sonho de todos. Quem não conhece o maravilhoso aparelho GPS, capaz, uma vez programado, de nos orientar para qualquer endereço, capaz também de "falar" conosco e de nos corrigir quando estamos no caminho errado? Os caminhos demais programados, porém, embora magnificamente eficazes, parecem-nos mais apropriados a máquinas que a pessoas. Jesus não deu roteiros prontos aos discípulos, mas pontos de partida. O Evangelho não se identifica com o conforto de uma ordem estabelecida, mas faz correr o risco de questioná-lo ou mesmo contra9


dizê-lo. Somos convidados a descobrir, além das obrigações, sinais que valorizem mais o amor que a eficácia. Reconhecer nossos limites, nossas dependências e nossas fraquezas nos ajuda a compreender melhor que, em nosso relacionamento com Deus, tudo é graça, tudo é dom. O casal cristão tem um duplo papel no plano de Deus. De um lado, como Maria e com Maria, o casal intercede junto a Cristo (como em Caná, quando Maria pede um milagre). De outro, o casal é testemunha do milagre, porque crê nele e o faz conhecido, a fim de que outros, por sua vez, possam crer também. Os milagres são, para os homens, "sinais" de que Deus está presente entre eles e pode fazer a diferença em suas vidas. O importante, porém, não é o milagre em si, embora extraordinário. O importante é que, graças ao milagre, os homens abrem seus corações e passam, por sua vez, a crer também. É por isso que em Caná, para que seus discípulos pudessem crer, Jesus faz um milagre, aparentemente contra sua vontade, respondendo favoravelmente ao pedido de sua Mãe. Não temos no Movimento um GPS que nos dê o nome das "ruas" por onde devemos passar para chegarmos à santidade, mas temos um carisma e uma pedagogia que nos ajudam a traçar nosso caminho. Viver a essência de nosso carisma nos conduz ao caminho de Cristo. Respondendo ao chamado de Deus, temos plena confiança: não nos faltará a água transformada em vinho. Temos que ser as testemu10

nhas desta transformação! "Se as Equipes de Nossa Senhora não são o viveiro de homens e mulheres prontos a assumir corajosamente todas suas responsabilidades na Igreja e no mundo, elas perdem toda sua razão de ser." (Pe. Caffarel) A disponibilidade de cada um de nós, nossa liberdade e nossa atenção permanente para com toda a pessoa que caminha a nosso lado exigem que reconheçamos sua dignidade e que a consideremos como um ser único. É isto que faz de nós verdadeiramente filhos de Deus. Desta maneira nos integramos à obra de redenção de Cristo, como Maria se integrou, desde o primeiro instante, ao projeto de Deus. "Quando vivermos a experiência do encontro no meio em que vivemos, onde estamos, onde nos engajamos, onde trabalhamos, em nossos países e segundo nossa vocação, as Equipes cumprirão sua missão, porque é nesse meio que vive a Igreja." (Pe. Epis- Encontro dos Regionais em Roma- janeiro de 2009) Maria está sempre presente, desde o primeiro dia, quando nos oferece Jesus, que deve nascer no coração de cada homem e de cada mulher. Maria está lá também, no fim , quando nos oferece seu Filho Ressuscitado. A grandeza de Maria não vem do que ela faz, mas das "grandes coisas" que "Deus faz nela". Tentemos imitá-la e deixemos Deus agir em nós! Nós poderemos, então, percorrer nosso caminho sem medo.• Tó e José Mou ra Soares Casal membro da ERI CM 435


''EU ESTOU NO MEIO DE VÓS COMO QUEM SERVE" "Quem, com efeito, é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós como quem serve." (Lc 22,27)

Este foi o tema do encontro dos Regionais em Roma, de 24 a 29 de janeiro de 2009. Esta frase, tirada de São Lucas, exprime bem com que espírito reuniram-se os 134 casais regionais e os 8 conselheiros de todo o mundo. Este encontro, o segundo do gênero, depois do de 2003, tem lugar a cada 6 anos, entre dois grandes encontros internacionais. O encontro começou de forma magnífica, com a missa celebrada pelo Cardeal Bertone, Secretário de Estado da Santa Sé. Ele nos disse quanto tinha apreciado seu papel de conselheiro espiritual de equipe. Falou-nos depois sobre o papel da família (como no México). O encontro se encerrou, também de forma magnífica, com a homilia de Dom Frederico Lombardi, porta-voz do Papa: "Hoje em dia o tema da família em nossa sociedade é tratado na Igreja com preocupação e dramaticidade . Pedimos a Deus podê-lo viver com confiança e serenidade, apesar de todas as dificuldades. Ninguém nos tira esta esperança e esta confiança ... " Este encontro foi : 1. Um tempo de comunhão; 2. Um tempo de oração; 3. Um tempo de discernimento; 4. Um tempo de partilha; CM 435

5. Um tempo de formação. Em vez de fazer um resumo do encontro, preferimos extrair mensagens-chaves recebidas através das diferentes intervenções, cujos textos, traduzidos em diversas línguas, e fotos poderão ser encontrados no site da ERI. Um ponto comum a todas estas mensagens, seu fio condutor, foi: A urgência do serviço e da missão para que nos tornemos testemunhas do amor de Deus. 1) "Eu estou no meio de vós como quem serve." (Lc22,27) (Extraído da conferência do Pe. Angelo Epis, SCE da ERI). Um movimento como as ENS, que escolheu, através dos casais, ser reflexo do amor de Cristo e organizar estas jornadas de encontro, tem o dever de questionar-se sobre a qualidade do seu serviço e dos serviços. O amor de Cristo exprime-se através dos serviços que prestamos, em diferentes níveis, com delicadeza e com o cuidado de não trair a missão que nos é confiada ... Nossa sociedade deve redescobrir a beleza do amor e a necessidade de sua cura, através do encontro com Cristo, o médico de nossas almas, da renúncia e do engajamento. 11


O Espírito Santo nos chama a sermos no mundo as testemunhas do amor e do matrimônio no seguimento do Pe. Caffarel. .. Os Padres da Igreja identificaram no Bom Samaritano da parábola o próprio Cristo. Foi Ele o primeiro a ver nossas feridas e a nos prestar socorro, Ele, o cordeiro que tira os pecados do mundo. Tocamos, então, o ponto mais profundo de nossa vida: se nos é dado ir ao encontro dos outros prestar serviço é porque antes um Outro veio ao nosso encontro! Se , como crentes, queremos ter a força de ser bons samaritanos, devemos meditar longamente sobre o que o Senhor Jesus fez por nós, o Bom Samaritano enviado.pelo Pai. 2) "Tomarei cuidado de ti para sempre." (Is 49,15ss) (Extraído da conferência de Cario e Maria Carla Volpini, Casal Responsável da ERI). As ENS, em razão das numerosas experiências, situações e relações, têm sido e são um dom que recebe12

mos e que não podemos guardar só para nós. Devemos cuidar do Movimento com senso de responsabilidade. É um dom que, como todas as coisas, corre o risco de tornarse imperfeito e limitado, se ficar unicamente em nossas mãos, pois nossa realidade de criaturas é feita de imperfeições e limites. Se, ao contrário, nós o doarmos aos outros, ele tornar-se-á circulação do amor de Deus, em cujo seio todo limite é superado. O que o Movimento nos dá pode vir a ser um novo caminho de amadurecimento para os outros. Trabalhando desta maneira, podemos dar testemunho deste Deus da vida e do amor. 3) Presença do Pe. Caffarel (Ex- · traído da conferência do Pe . Marcovits, O.P - Postulador da Causa de Beatificacão) . Para compreendermos Pe. Caffarel, é necessário voltar ao encontro decisivo de sua vida. "Aos 20 anos, num instante, Jesus Cristo se tornou alguém para mim .. . Percebi que eu era amado e que amava, e que, daquele momento em diante, entre ele e mim, isso seria para toda a vida. Tudo estava lançado" . (Citado por Jean Allemand em Um homem arrebatado por Deus). Um encontro assim, aparentemente tão simples, orienta e constrói toda uma vida . Ele sentiu-se olhado com CM 435


amor por Cristo Jesus. Ele olha, então, para cada um com esta interrogação: "Quem é Ele para vós? Como Ele vos olhou?" Ele queria comunicar sua luz a todos os que encontrava. Seu olhar "penetrante", como descrevem tantas testemunhas, refletia esta paixão que o Senhor havia acendido nele: paixão por Deus, paixão pelos outros ... para que descobrissem eles também que são amados e que amam. 4) Chamados a construir a "ci· vilização do amor" (Conclusão da conferência de Pe. Bartolomeo Sorge, S.J.) . O que Bento XVI diz em sua encíclica Deus Caritas est aplica-se também ao exercício da "caridade cultural": "O cristão sabe quando é tempo de falar de Deus e quando é tempo de calar-se, deixando falar apenas o amor. Ele sabe que Deus é amor (cf. lJo 4,8) e que Ele se torna presente precisamente nos momentos em que nada se pode fazer senão amar." Para os católicos, em particular, trata-se de formar um grande número de novos políticos, de homens e mulheres que fazem a síntese entre espiritualidade e profissionalismo, capazes de testemunhar e introduzir o especificamente cristão na vida política: "Que os que têm responsabilidades políticas e administrativas se preocupem expressamente com algumas virtudes, tais como: o desinteresse pessoal, a lealdade em suas relações humanas, o respeito pela dignidade dos outros, o senso da justiça, a não aceitação CM 435

da mentira e da calúnia ... - para assegurar as necessidades do próximo como as próprias, com manifesta predileção pelos pobres." (Comissão eclesial Justiça e Paz) . 5) Viver como cristãos em meio a muçulmanos (extrato da conferência de Dom Michael Fitzgerald, Núncio Apostólico no Egito). Os responsáveis pela Igreja têm insistido sempre sobre a missão dos cristãos em meio aos muçulmanos com quem vivem. Seria uma perda para os cristãos, mas também para os muçulmanos, se o cristianismo devesse desaparecer do Oriente Médio. Os casais, sinceramente convencidos em sua fé e que se esforçam por transmiti-la a seus filhos, desempenham um papel importante para manter vivas essas comunidades cristãs. Possam eles encontrar, no apoio de seus irmãos e irmãs do mundo inteiro, a força 13


necessária para realizar aquilo a que Pedro chama todos os cristãos: "É Cristo, o Senhor, que deveis reconhecer em vossos corações como o único santo. Deveis estar sempre prontos a dar as razões da vossa fé diante de todos os que pedem prestação de contas da esperança que há em vós; mas fazei-o com suavidade e respeito. Tende uma consciência reta a fim de que sejam confundidos os vossos adversários quando criticam o vosso correto procedimento em Cristo." {lPd 3,15-16) 6 ) Orientaç ões antigas e atuais do Movimento - c onstruir o futuro (Conferência de Alberto e Constanza Alvarado, ex-membros da ERI) . A resposta do Movimento sobre a questão do "testemunho" consistiu em fornecer aos casais que entram nas ENS uma formação sobre "vida espiritual" para que, "desta maneira, indo além da ajuda mútua, o amor fraterno se transforme em testemunho." (Guia das ENS) Se a Igreja, como instituição, não somente envia seus membros a testemunhar pelo exemplo, pela palavra e pela ação, mas também os acompanha com a formação, com a organização e seu apoio institucional, não é o que as ENS devem também fazer com os seus? Como pode o movimento das ENS organizar-se para orientar e apoiar eficazmente seus membros nos diferentes engajamentos apostólicos assumidos para o cumprimento de sua missão? Não esqueçamos que todo esforço humano e 14

institucional deve ser guiado pelo Espírito e colocado nas mãos de nosso Senhor Jesus Cristo. Conclusão: "Falavam todos num só coração .. ., é o mesmo Senhor." Os casais regionais tiveram longos momentos para trabalhos de grupo. O resultado de seus debates alimentará a reflexão da ERI nos próximos meses , no sentido de construir o futuro e preparar o próximo encontro de 2012. Eis alguns comentários dos regionais no final do encontro: "Foinos possível sentir a dimensão de internacionalidade do Movimento." "Não imaginávamos que as preocupações pudessem ser tão semelhantes em todo o mundo." "Ao mesmo tempo, descobrimos a riqueza de nossas diferentes culturas. São essas diferenças que nos enriquecem." Para encerrar, queremos repetir a alegria de um casal de Portugal: "Servir é amar e amar é doarse completamente, sem esperar outra recompensa que a de saber que fazemos a vontade do Pai. Obrigado a vocês da ERI que, com este espírito de serviço, tomam conta das equipes do mundo inteiro. Cumprimentos à Super-Região Itália que não mediu esforços para acolher e servir a todos os casais que vieram a Roma. Que o Senhor continue a cumulá-los de suas bênçãos. Nós os abraçamos em Cristo! " (Isabel e Paulo Amaral , da Super-Região Portugal) • Genevieve e Hervé de Corn Casal Ligação ERI Zona Centro Europa CM 435


EACRE 2009 PROVÍNCIA NORTE A Província Norte realizou com grande proveito os EACRE das suas Regiões, em Belém/PA, em Santarém/PA e em Manaus/AM. Devido às peculiaridades regionais, na Região Norte I foram realizados dois EACRE, do qual destacamos o último: "Eu vim de longe para encontrar o meu caminho... Achei difícil a viagem até aqui, mas eu cheguei, mas eu cheguei. .. " Com esse maravilhoso refrão, depois de 18 horas de viagem de barco, o Setor Parintins/AM foi recebido pelos irmãos de Maués/ AM para mais um EACRE. O encontro foi realizado entre os dias 14 e 15 de março, agregando os Casais Responsáveis de Equipe e Casais Ligação dos Setores Maués e Parintins e alguns Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Se procurar algo de bom é maravilhoso, imaginem procurar Cristo! Este foi o ponto principal do nosso EACRE. Abastecidos pela luz do Espírito Santo, sentimo-nos animados em receber as Orientações do Movimento para 2009. Enquanto participávamos, nos-

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sos irmãos equipistas em Parintins oravam por nós, unidos a Cristo. Fortalecidos pelas mãos erguidas dessa vigília, ouvimos as sábias e profundas homilias de Pe. Rui Canto e Pe. Marciney, as palavras da irmã Dora, que nos fizeram refletir que a "Oração e a Meditação" são tempo de confronto com a palavra de Deus, que escuta quem ora e medita. É evidente que todas as orientações e informações proferidas no EACRE foram sementes recebidas que iremos semear no jardim do amor de Deus. A semente que é Cristo se tornará o fruto principal de nossas vidas e , como casais compromissados, é necessário sempre vivenciá-lo como verdadeiro caminho da santidade. Refletimos, partilhamos, oramos e celebramos a Eucaristia. Tudo ocorreu dentro do previsto, as colocações úteis e proveitosas como o de Casal Responsável de Equipe, com o Casal Responsável Regional, o Tema do ano, com o Casal da Carta Mensal, e as Responsabilidades nas ENS, com o Casal Provincial. Também as demais colocações foram proferidas com gestos fraternais, dando ênfase à indagação feita por Pe. Caffarel: "O que vocês vêm fazer nas Equipes?" e escutando dele a resposta: "o essencial é buscar Cristd'. O EACRE deixounos marcas da beleza 15


do amor de Deus, da presença de Maria que caminha com seu povo com fé e esperança, em união com Cristo. Foi um encontro fraterno, com uma acolhida carinhosa pelos equipistas de Maués, que não mediram esforços para oferecer o melhor para os visitantes. Bebeta e Maurino, CRR Norte I Francinete e Pedro, CR Setor Parintins

••• PROVÍNCIA NORDESTE Os EACRE da Província Nordeste foram todos realizados em conformidade com as orientações do Movimento e as necessidades locais. Foi destacado o EACRE da Região Paraíba, realizado nos dias 7 e 8 de março, no Convento Franciscano "lpuarana", na cidade de Lagoa Seca, a 150 KM de João Pessoa. Participaram do Encontro cento e trinta casais e oito conselheiros espirituais, totalizando duzentos e sessenta e oito pessoas. Como sempre, o fogo do nordeste esteve aceso durante todo o evento, com muito entusiasmo e acolhimento. Ressaltamos o entrosamento dos nove CRS que estiveram permanentemente envolvidos na organização do evento, bem como dos cinco casais que fazem parte da Equipe Regional. O Casal Responsável pela Província Nordeste, Eneida e Álvaro, proferiu a palestra sobre as Orientações para 2009. Eles permaneceram conosco durante quase todo o evento. Sua participação ajudou 16

a todos os equipistas a compreenderem melhor o serviço que Deus escolheu para cada casal, pois ninguém é equipista por acaso. Outro ponto forte foi a participação do casal Cida e Raimundo, que a partir de agosto será o novo Casal Responsável pela Super-Região Brasil, mas que participou do EACRE como CR de sua equipe de base . Entretanto, deram um presente a todos os participantes com o seu testemunho, focando o serviço dentro do Movimento e falando da generosidade de Deus quando nos colocamos a serviço. Padre Carlos, SCE da Região Paraíba, proferiu a palestra sobre o tema de estudo de 2009, "Textos Escolhidos do Padre Caffarel". Foram momentos de profunda reflexão, onde todos ficaram atentos às palavras de Pe . Carlos, voltadas para a missão dos casais. "Casal, procura Cristo e viverás". Foram apresentadas as seguintes palestras/flash : Oração Conjugal, Meditação, Casal Ligação, Responsabilidade do CRE, Movimentos leigos no contexto de Aparecida, Causa de Beatificação de Pe. Caffarel, Internacionalidade e o II Encontro Nacional, em cuja conclusão foi tocado o Hino do Encontro, com todos os equipistas acompanhando e entoando o canto. Ressaltamos também a participação do casal animador, cujas dinâmicas desenvolvidas deixaram todos os equipistas atentos e motivados. As celebrações litúrgicas e os momentos de oração fizeram com que todos os participantes ficassem CM 435


alimentados espiritualmente, em comunhão com Jesus, Maria e todos os equipistas. No sábado à noite foi realizada uma confraternização com o tema "Anos 60". Foram momentos de muita animação, descontração e integração ... Finalmente, o encontro atingiu o seu objetivo: que todos os CRE da Região Paraíba retornassem às suas equipes animados e incendiados pelo fogo do Espírito Santo. Lucita e Marialva CR Região Paraíba

••• PROVÍNCIA LESTE Com a graça de Deus, foram realizados 11 EACRE na Província Leste . Vamos destacar as datas em que se realizaram e os pontos fortes citados por algumas Regiões:

07 e 08 de fevereiro - Região Rio II, em Valença/RJ. CRR Sandra e Bento. Além dos temas gerais propostos para todos os EACRE de 2009, a Região incentivou o recompletamento das equipes antigas, com o desafio: Que em nossa Região nenhuma outra equipe seja dissolvida pelo envelhecimento de seus membros. O Encontro contou com a presença de Dom Elias, bispo da diocesano. 14 e 15 de fevereiro : Rio IV - CRR Ester e Renato. Com participação CM 435

de 6 CRS, 57 CRE, 25 CL e alguns casais de apoio, num total de 91 casais. No sábado à tarde houve a reunião de Conselheiros com um número significativo de SCE e AE. No domingo pela manhã tivemos a presença do Bispo Auxiliar de Niterói, Dom Roberto, que fez uma palestra sobre CF 2009. Na avaliação, todos foram unânimes em afirmar que compreenderam bem a proposta apresentada. Rio V - CRR Carla e Otávio realizado no colégio Ressurreição no Recreio dos Bandeirantes, com a presença de 72 CRE e CL, Casais de Apoio e os CRS. A presença de Frei Avelino, SCE da Super Região, foi de muita importância. Ele nos falou sobre o tema do ano e participou de todo o evento, com sua simplicidade, simpatia e humildade que encantou a todos. No sábado à tarde uma reunião com os SCE e AE, e uma palestra dos jovens das EJNS, que esclareceram como funciona o seu movimento e como é importante a ajuda dos casais das Equipes para eles. No domingo a presença de Dom Wilson , Bispo responsável pelas Vocações Sacerdotais, deu uma palestra sobre vocação e família, 17


muito alegre e animada e muito esclarecedora. Foram momentos riquíssimos. Todos saíram reabastecidos e com muita vontade de desempenhar suas funções com alegria. Minas II - em Belo Horizonte/ MG - CRR Bete e Carlos Alberto. 07 e 08 de março: Rio I - realizado no Colégio N. sa de Lourdes, em Botafogo. CRR Márcia e Paulo. Chama atenção a dinâmica sobre a meditação, na qual deve acontecer uma ligação profunda com Cristo. Minas II (Divinópolis) - a Região Minas II, por ser muito extensa e com muitos participantes, realizou um segundo EACRE em Divinópolis. Minas III - realizado em Santa Rita do Sapucaí/MG. CRR Sônia e Luiz Carlos. Minas IV - o casal Luciene e Lupércio (Setor A - Varginha) nos descreve : - Toda a liturgia nos levava a perceber que o Espírito Santo ilumina nossa caminhada; que somos chamados a nos esquecer de nós mesmos para nos lançar no serviço e no amor aos irmãos. As orientações e palestras foram um convite à reflexão, evidenciaram a importância da busca de um profundo encontro com Deus. Que o casal equipista deve perseguir e desejar ter uma vida de oração, e conduziram a uma breve viagem bíblica, teológica, antropológica, eclesial e social sobre a Eucaristia. Houve ainda um momento reservado para uma confraternização. O EACRE foi fonte de maturidade, 18

alma de criança. Profundo e alegre. CRR Neuza e Hélio.

14 e 15 de março: Rio III- realizado em Magalhães Bastos, com a presença de 75 casais. Foram colocados para os casais todos os assuntos requeridos dentro dos pontos de unidade. As missas foram presididas pelo Frei Airton (SCE setor A) , e pelo Pe. José Kalapura (SCE setor F) . A Irmã Lourdinha (AE da eq.62) , nos presenteou com flash sobre meditação. CRR Emilia e Lourdinha. Minas I - CRR Gláucia e José Carlos- realizado em Juiz de Fora/MG. Região Espírito Santo - a mais nova Região da Província realizou seu EACRE em Vitória/ES. CRR Célia e Ancelmo. Carla e Otavio CRR Rio V

••• PROVÍNCIA SUL I A Província Sul I teve realizados abençoados EACRE em suas oito regiões, tendo sido escolhido o da Região São Paulo Capital II para partilhar com os irmãos do Brasil: Nosso Encontro aconteceu nos dias 28/02 e 01/03 , no Instituto Santa Fé (Perus/SP) . Foram dias de muita alegria, lindas liturgias e momentos de oração, acompanhados de palestras referentes ao Tema de Estudo, aos Pontos Concretos de Esforço Oração Conjugal e Meditação, aos quais daremos mais ênfase neste ano, uma brilhante palestra sobre a vida de nosso fundador Pe. Caffarel, as OrienCM 435


tações da Super-Região e da Província para o ano, além de momentos de descontração, com festividade de integração no sábado à noite. Os casais foram recepcionados com muita alegria pelos Casais Setor e direcionados à capela para uma Celebração Litúrgica. Na manhã do sábado, o Casal Regional, Maria do Carmo e José Renato, deram início ao evento, chamando em seguida o casal Provincial, Sheila e Francisco, que proferiu a primeira palestra do dia. No início da apresentação, Sheila e Francisco lembraram que era o último EACRE de nossa Região do qual estariam participando, uma vez que neste ano encerra-se o seu tempo de serviço à frente da Província. Dando seqüência apresentaram as Orientações propostas pelo Movimento para o ano de 2009, além do Lema e o Tema propostos, os PCE que terão ênfase, e alguns detalhes do Encontro Nacional. Em seguida foi a vez do Conselheiro da Região, D. João Evangelista,

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iniciar a palestra sobre o Tema do ano, que permitiu aos casais um melhor entendimento do motivo deste tema ser escolhido e também criando uma situação de facilitação quando do seu estudo pelos casais e equipes. Altimira (do +Paulo, ex-Provincial) falou sobre o fundador de nosso movimento, Pe. Caffarel, causando emoção a muitos dos presentes, pois ela fez sua dissertação de mestrado sobre o tema "Pe. Caffarel um Profeta do Século XX" . Na parte da tarde, cada setor juntamente com os responsáveis de equipes e casais ligação puderam partilhar e aprofundar temas referentes à reunião de equipe e outros aspectos importantes da vida de equipe. Terminamos o sábado com a oração das laudes. Ao final, Maria do Carmo e José Renato - CRR propuseram que as equipes realizassem uma reunião de equipe onde partilhassem tudo o que aconteceu no evento. Iniciamos o domingo com celebração litúrgica.

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Na sequência, Pe. Cavalca apresentou linda palestra referente à Meditação, e, como sempre, a platéia atenta não queria que o assunto terminasse. Maria Helena e Gelson nos presentearam com um testemunho a respeito da Oração Conjugal. Causou muita emoção o momento em que o casal solicitou que, de mãos dadas, marido e mulher olhassem um no olho do outro, pedindo perdão pelas incompreensões ou alguma falta cometida. Terminamos o nosso evento com celebração litúrgica, seguida da celebração do envio. Que a luz que iluminou este encontro brilhe durante todo este ano na vida das equipes. Maria do Carmo e José Renato CR Região São Paulo Capital II

À medida que as horas iam passando, era possível sentirmos a presença do Deus vivo em nosso coração. As palestras, os palestrantes, os depoimentos, os temas , tudo muito objetivo, claro, transparente, motivador e contagiante. Marisa e Fernando Eq. N. S. do Carauágio - Brusque/SC

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As palestras foram preparadas de acordo com a realidade da Região, sem deixar de lado as Orientações do Movimento para este ano. Ao longo do encontro aconteceram várias trocas de experiências e auxílio mútuo e muitos foram os

PROVÍNCIA SUL III As seis regiões da Província Sul III realizaram seus EACRE com muito proveito. Deles são partilhadas algumas frases e um testemunho:

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As palestras e flashes nos fizeram perceber a grandeza de nosso movimento e a nossa responsabilidade em viver seu carisma e sua mística! Os casais que pela primeira vez participaram, saíram cheios de entusiasmo do Encontro. O ensaio do hino do 2° Encontro Nacional das ENS foi vibrante e nos uniu aos equipistas de todo o Brasil. Alana e Alexandre CR Setor F!POA!RS I

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momentos de formação. Algumas dúvidas, todas logo sanadas através do diálogo. Noêmia e Osvaldo CR Região RS II

...Como sermos reflexos do amor de Cristo? ...Onde buscamos esse amor? A resposta está nas reuniões de equipe , ... mas não se resume às reuniões, pois podemos estar nas ENS e não sermos equipistas! Silvia e Silvio Zampar Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Setoer C - Curitiba/PR

O serviço da responsabilidade como CRE e CL nada mais é que uma manifestação de Amor para com este Movimento que nos acolhe e nos ajuda na caminhada para a santidade conjugal. ... 0 essencial é procurar Cristo e, encontrando-O, a exemplo de Paulo, levá-lo com entusiasmo e alegria a todos , principalmente para outros casais. A oração conjugal nos coloca em unidade diante de Deus e em comunhão com Ele . "A oração conjugal é uma escola de perdão". Leda e Lúcio Eq. N. S. Rainha da Paz - Setor A Florianópolis/SC

Quando escolhidos para sermos CRE, sentimos muitas dúvidas e inseguranças e nos perguntávamos: poderemos dar conta desta responsabilidade? Estamos preparados? Como atenderemos a este chamado? Ou seria um convite? Ou uma convocação? CM 435

Com estas dúvidas fomos participar do EACRE. Tínhamos, porém, a certeza de que contávamos com o apoio dos demais casais e que, pela ação do Espírito Santo, cresceríamos na espiritualidade. Seria necessário estarmos com o coração aberto, receptivo, para reconhecermos Jesus em todas as atividades que faríamos no encontro. Fomos para nos doar e recebemos em abundância. Podemos verificar, através das palestras, dos testemunhos, das dinâmicas e das celebrações Eucarísticas, a presença viva de Cristo Jesus. Entendemos a importância do carisma fundador do Movimento, a espiritualidade conjugal. Compreendemos nossa missão de CRE como um chamado muito especial vindo do Senhor Jesus, um sinal de amor do nosso Deus. Um convite a servir, um privilégio, uma graça. Um chamado ao casal. Entendemos nossa responsabilidade como uma resposta de amor, de gratidão, de felicidade e de abandono. Deixamo-nos entregar à ação do Espírito Santo, com Maria na sua disposição de servir, não só em palavras, mas com toda a nossa vida. Uma resposta a dois, um serviço exercido em equipe. (.. .) Saímos do EACRE abastecidos, sem receio, sem medos, pois, como destacou Frei Júlio, citando Padre Avelino: "somos herdeiros de um passado, responsáveis por um presente e construtores de um futuro, apesar de nossas limitações e fraquezas". • Se/emara e Luís Eq. N. S . da Canso/ata - Cascavel!PR 21


POR QUE SER EQUIPISTA? Por que nos tornamos equipistas? Para buscar a santidade. Este é o compromisso que assumimos pelos sacramentos do Batismo e do Matrimônio: Ter uma vida santa e dar testemunho de Deus, onde quer que estejamos. Mas aí surge a grande dúvida: ser cristãos, tudo bem! Mas ser santos? De que maneira?! Buscando modelos. Primeiramente , Jesus Cristo, o "Santo de Deus", é o modelo de santidade . Mas, como que para nos animar, encontramos na Igreja muitos exemplos de pessoas que buscaram a santidade apaixonadamente, entre elas São Paulo, um santo apaixonado por Cristo. Lembremonos que o Pe . Caffarel , também apaixonado por Jesus Cristo, buscava em São Paulo um exemplo de seguimento de Cristo e é ele quem nos convida a imitá-lo: Cumprindo o mandamento do amor, em todos os momentos da vida; vivendo e testemunhando esse amor de Deus como casados e como família , no trabalho, no clube, nas festas , enfim, em todas as ocasiões, em todos os ambientes. No dia a dia, porém, tudo se complica um pouco. Mas, em meio a nossas fragilidades , a santidade é sustentada pela esperança e pela fé , devendo ser realimentada por uma permanente vivência dos sacramentos. A proposta do Movimento é a santidade do casal, por isso sua 22

metodologia, as regras, conhecimentos e princípios, todo esse conjunto é uma construção realizada e partilhada a dois. A principal razão de nos tornarmos equipistas é a busca da santidade, o encontro com Jesus Cristo, um cônjuge ajudando o outro a encontrar a pessoa de Jesus, todos os dias. As Equipes de Nossa Senhora, desde as suas origens, preconizam que os casais, em razão do sacramento do Matrimônio, precisam, marido e mulher, buscar juntos a comunhão com Jesus Cristo, esforçando-se para ser fiel às propostas que o Movimento oferece como para solidificar a fé , viver a unidade do casal e ajudar na construção do Reino de Deus. Assim agindo, nos tornamos discípulos que vivem e anunciam a Boa Nova, como um privilegio, um dom operado pelo Senhor nos casais e famílias cristãs.• Erenita e Attanazio CRS B - São Carlos/SP CM 435


2° ENCONTRO NACIONAL "Nós, nossas famílias, todos nós, serviremos ao Senhor" (Hino do 2° Encontro Nacional).

O 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora está bem próximo. Os trabalhos das abnegadas Comissões de Serviço prosseguem com fervor. Na medida em que nos aproximamos desse que é o maior evento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, crescem a expectativa e a esperança de que, reunidos em nome de Cristo, pelo menos 5.000 equipistas atualizaremos a nossa fidelidade à mística e ao carisma do Movimento. Os significativos testemunhos que chegam de todo o Brasil, e que nos motivam a consultar diariamente o "blog" do Encontro (ver "site" do Movimento) , nos dão a confiança de que realizaremos, em Florianópolis, um grande Encontro, para agrado e glória do Senhor. No Encontro viveremos um tempo precioso. Reafirmaremos o nosso compromisso com a unidade e o sentido de pertença ao Movimento. Conviveremos fraternalmente e partilharemos experiências com os nossos irmãos de todas as regiões do país. Praticaremos a oração e a celebração em comum. Testemunharemos publicamente a vivência do amor e da espiritualidade conjugal. Conheceremos mais o nosso Movimento, capacitando-nos a servir melhor e com alegria. "Ora, a vida cristã integral... é também serviço a Deus, no lugar que nos é por Ele atribuído: família, profissão, CM 435

sociedade ..." (Pe . Caffarel, Carta Mensal francesa, junho de 1950, em "Textos Escolhidos", Super-Região, Brasil 2009) . Nesses textos (tema de estudos deste ano) , Pe. Caffarel propõe três meios para desenvolver a nossa vida espiritual: a Eucaristia, a Palavra e a Oração, meios que fortalecem a fé e transformam o coração. No Encontro teremos tudo isso e mais a partilha dos conhecimentos dos palestrantes, assim como da experiência daqueles que, despojados e de coração aberto, nos trarão os seus testemunhos de vida. Coloquemo-nos em oração contrita pelo 2° Encontro Nacional, com o propósito de transformá-lo numa grande comunhão de equipistas que aspiram a se encontrar e caminhar com o seu Deus e Senhor. • Silvia e Glauco Casal Coordenador Local

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MÃE Nem sempre as afirmações que passam de geração a geração são verdadeiras. "Mãe só tem uma! " é dessas que o coração cristão não aceita. De manhã cedo, antes de sair do quarto já rezamos: "Ó Senhora minha, ó minha mãe!" Está aí: temos duas mães. Uma Jesus nos deu quando estava na cruz: o amor é sempre maior que a dor; outra, Ele reservou desde toda a eternidade para guiar nossos passos aqui na terra, dando-nos à luz também em meio a dores! Duas mães, dois amores! Amores reflexo de um só amor: o amor de Deus! A mãe é Jesus para os filhos; os filhos , tantas vezes, são Jesus abandonado para as mães. Elas vão à sua procura quando o mundo os rejeita, quando a solidão aperta, quando ninguém os compreende, quando carregam a cruz. Creio que, bem no íntimo, cada mulher, antes de ser mãe, ouviu a mesma pergunta que Jesus, dois mil anos atrás, fizera a Pedro: "Tu me amas?" E ouvindo a resposta: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo", recebeu o dom da maternidade, com a recomendação: "Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas" (cf. Jo 21,15-17). No apascentar, o dar-se e o dar: dar-se a si mesma, sem reservas, como Aquele que a presenteou com a maternidade ; e dar Jesus a seus filhos e filhas. Isto é apascentar, dar o "pasto", o alimento que dura até a vida eterna. 24

Felizes os filhos que têm uma mãe que os leva à Mãe, porque Ela os levará a Jesus. Essas mães que, mesmo em meio às suas limitações, aos seus pecados, às suas quedas, procuraram fazer de seu coração um altar, para que os filhos pudessem contemplar o Senhor, ouvirão no fim de seus dias: "Vinde, benditas de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo" (Mt 25,34) . Elas deram de comer a quem tinha fome , saciaram a sede a quem deram a vida, vestiram-nos com as vestes da terra e as do coração, cuidaram deles quando doentes da alma e do corpo, visitaram-nos nas prisões dos desencontros ... Mães que viram, nos filhos , o Senhor, e O serviram com a doação da própria vida. Como não viverem, pelos tempos infinitos, com Aquele que afirmou não existir maior amor do que aquele que doa a vida pelo irmão?• Carlos Martendal Eq. N. S . Auxiliadora - Setor A Florianópo/is;SC CM 435


BODAS DE OURO

Carmela e Aderbal comemo- e amigos do casal participaram da raram 50 anos de feliz matrimônio, Celebração Eucarística pelas bono dia 11 de janeiro deste ano, jun- das, que foi presidida por O. Terra. to de seus filhos , noras , netos , Após a celebração houve um janfamíliares, amigos e tar em comemoração, com a particasais equipistas de cipação de todos os convidados. Limeira. A celebra- I Beatriz e Hugo nos dão um lindo ção Eucarística pelas : testemunho de como é importante bodas teve a presen- o sacramento do Matrimônio. ça dos Padres Kátia e Luciano- Eq. 27-F- RCOl Alquermes e Arlindo, este SCE da Equipe Belinha e Fausto, da Equipe Nossa Senhora do 7 -Nossa SeRosário, a qual pertence o casal, há I nhora Apamais de 30 anos. recida de Sylvia e Paulo, CR - Eq. 03, Limeira/SP : Jacareí , completaram 50 anos Beatriz e Hude vida mago pertencentes à Equipe 27 F, da Retrimonial no dia 18/01/09. Celebraram este dia, com missa, juntamengião Centro Oeste te com seus filhos, netos, noras, 1, completaram 50 seus irmãos de Equipe e outros anos de casados no equipistas. Participam do movidia 14 de fevereiro de 2009. Familiares mento há 30 anos. 1

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EQUIPE DO SILÊNCIO

Há dois anos, em Marília/SP, foi fundada a Equipe Nossa Senhora do Silêncio, constituída por cinco casais, os quais são surdos-mudos. O SCE da Equipe, Frei Bruno Alexandre, especializou-se em comunicação por sinais para atender as necessidades dos membros dessa equipe. Destaque-se a dedicação do casal Célia e Fernando, do Setor A de Marília/SP, que preparou os casais para se tornarem equipe e ingressarem no Movimento. CM 435

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JUBILEUPRESBITERAL

Pe. Antônio Fausto, cmf, comemorou 25 anos da sua ordenação presbiteral, no dia 10 de dezembro de 2008, em solene Eucaristia presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Antônio Muniz, da qual tiveram a honra de participar os casais da Equipe Nossa Senhora das Graças, cujo SCE é o Pe. Fausto. Parabéns, Pe. Fausto! 25


DONA NANCY No dia 22 de março de 2009 completou-se o centenário do nascimento de Nancy Cajado Moncau , a grande animadora das ENS no Brasil. Ela continua incentivando-nos a sermos participativos nas coisas do Movimento, com o eco da afirmação feita por ocasião do 1° Encontro Nacional das ENS do Brasil, no ano de 2003, em Brasília: "Caso esteja viva no próximo Encontro Nacional, terei 100 anos, e quero ser a primeira inscrita."

Com certeza ela estará presente ao Encontro de Florianópolis, pois está inscrita na saudade e no afeto dos equipista brasileiros.

PARTIRAM PARA A CASA DO PAI Pe. Sérgio Maycot, no dia 7 de março de 2008, SCE da Equipe Nossa Senhora da Alegria - Setor C de Florianópolis/SC. Zilca de Oliveira Cesca, do Pedro, no dia 23 de fevereiro de 2009. Integrava a Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz, do Setor E de Porto Alegre/RS. Pestana, da Diná, no dia 26 de março de 2008. Integrava a Equipe 2 B da Região São Paulo - Capital 1. Oscar, da Maria Clara, no dia 25 de fevereiro de 2009, pertencia à Equipe 1 do Setor Teresópo!WRJ.

ORDENAÇÕES PRES BITERAIS No dia 20-02-2009, a nossa Diocese, São José do Rio Preto/SP, ganhou mais cinco sacerdotes: Fabio H Paganin; Fábio A. Silva Dungue;

Alessandro F Batista; Alexandre F Santos; e Márcio T R. Camargo Alves. A cerimônia foi realizada na Catedral e presidida pelo Bispo D. Paulo Mendes Peixoto, que falou da importância do papel do presbítero, do seu exemplo de missionário e pastor, preocupado com a santificação do povo. Para nós equipistas é uma grande alegria, pois dois destes sacerdotes (Fábio A e Márcio Tadeu) já são SCE de equipes. Inez e Natal, CRR São Paulo Norte II

As Equipes 6-A e 7-A, de Jundiaí participam a ordenação presbiteral do Pe. Márcio Felipe , no dia 15 de fevereiro de 2009, pela oração consacratória e imposição das mãos de Dom Gil, Bispo da Diocese de Jundiaí/SP. Pe. Márcio é SCE dessas duas equipes, cujos membros o parabenizam e pedem que Deus o abençoe e Maria o proteja sempre. Alessandro e Valquíria , Equipe 7-A- Jundiaí!SP 26

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A MEDITAÇÃO DA PALAVRA

COMO FONTE TRANS FORMADORA DE VI DA Quando namorados, participávamos de grupos de jovens e sabíamos que , depois do casamento, necessitaríamos de um tipo de caminhada voltada, então, à vida matrimonial. Iniciamos a pilotagem aos 10 meses de casados. Fomos conhecendo melhor o Movimento, sua história, carisma, mística e dinâmica. Muitas vezes não nos sentíamos à vontade para realizar alguns PCE, entre os quais a Meditação. Aos poucos, fomos nos deixando sondar pelas maravilhas do Senhor e a Escuta da Palavra começou a fazer parte do nosso cotidiano. Entretanto, já não nos bastava escutar a Palavra e, sim, refletir sobre o que ela nos queria dizer e apontar. A ação do Espírito Santo começou a nos tocar de um modo diferente para a meditação, levando-nos a viver experiências muito marcantes. Há algum tempo, eu vinha enfrentando um dilema profissional. Por uma série de razões, pensava em mudar de emprego, mas o medo do desconhecido e a insegurança me impediam de tomar a atitude concreta. Num determinado momento, recebi proposta·de trabalho interessante, mas ainda tinha que tomar a decisão. Então, comecei a me guiar pela Palavra de Deus e a refletir sobre o que Ele havia preparado para mim. Na semana em que eu deveria decidir sobre qual caminho seguir, a meditação da Palavra CM 435

muito me auxiliou, em especial com as passagens de Mt 9,22: "Tenha confiança, minha filha, a tua fé te salvou"; Is 7,9: "Se não confiardes, não poderei manter-vos firmes"; e Rrn 8,28: "Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" . A partir da meditação dessas passagens e do diálogo franco e sincero com meu esposo, decidi inscrever-me para a seleção do novo emprego. O Daniel me dizia "Faça a sua parte, e se for bom para ti, Deus vai permitir que aconteça". Acabei selecionada para o novo emprego e hoje percebo as maravilhas que o Senhor está realizando em mim nesta nova jornada, apesar dos desafios. Sabemos que nossa caminhada ainda terá muitas ocasiões propícias em que somente a Palavra de Deus nos trará respostas aos questionamentos, luz na escuridão, segurança nos desafios, conforto nos sofrimentos. Aprendemos muito com a experiência da Meditação, do colocar-nos no colo amoroso do Pai, entregando toda a nossa vida à sua santa vontade. Esperamos que a Palavra de Deus seja sempre, a "lâmpada para nossos pés e a luz para o nosso caminho" (Sl119,105) , e que ela nos guie cada vez mais no caminho da santidade.• Yana Gil do Daniel Eq Mãe da Divina Graça - Setor E Florianópolis/ SC 27


RECAP ITULANDO O NOSSO ''SIM" PARA SER EQUIPISTA Estávamos lá nos nossos compromissos cotidianos, eis que surge alguém e nos convida para participarmos de uma "reunião de casais". Ou nos despertamos por aqueles grupos de casais numa Santa Missa, ou alguém nos falou das ENS e ficamos interessados ... Fomos então convidados para uma Experiência Comunitária ... Ao fim dela, realizou-se a apresentação do movimento das ENS. Demos o nosso "sim" para a pilotagem ... Tudo era muito diferente , muita expectativa ... Iniciamos os estudos das dez unidades do "Vem e Segue-me", cujo objetivo "é essencialmente um treinamento para os propósitos das Equipes de Nossa Senhora e o seu método". "É na pilotagem, que entendemos os objetivos da vida em comunidade proposta pelo Movimento". Por isso a pilotagem é feita de forma gradual, paulatinamente, para fixarmos de forma prática como ser equipistas. Terminada a pilotagem, reafirmamos a nossa decisão: "queremos ser equipistas" e prestamos compromisso. Mas este sim, conforme vivenciamos na pilotagem, implica em compromissos e fidelidade à metodologia do Movimento, ao carisma fundador. Se assim não for, estaremos nas equipes, mas não seremos equipistas. Uma vez escolhido o 1° CRE, a equipe começa a andar pelas 28

suas próprias pernas, tendo como apoio as orações, a Eucaristia, o Conselheiro Espiritual , o Casal Ligação, os eventos do Movimento e a vasta documentação para conhecê-lo e vivenciar a espiritualidade conjugal profundamente. Respondendo ao chamado de Jesus Cristo, "vem e segue-me", viver a comunhão com Ele e, consequentemente, ter a disposição de amá-lo sempre mais. Depois do sim , se nos faltar perseverança no desejo de progredir, começam a surgir alguns entraves, "dificuldades", falta de tempo, não fiz por isso, não fo i possível por aquele motivo .. . É necessário estarmos atentos para crescermos e continuarmos equipistas. Para sermos equipistas é necessário assegurar a fidelidade ao carisma fundador, vivenciando de forma concreta todos os meios que as ENS nos proporcionam. Um deles, o qual vivenciamos mensalmente, a Reunião Formal ou Mensal: quanta riqueza! Que fonte! Que bela celebração! Hoje podemos dizer que o sim é imensurável e exigente . Sem dúvida, valeu e vale a pena. Sem compromisso e fidelidade , porém, não colhemos frutos , através dos meios proporcionados pelas ENS para responder ao "vem e segue-me" de Jesus Cristo.• Léia e José Luiz Eq. N.S . das Vitórias - Ituiutaba/MG CM 435


HISTÓRIA E ORIENTAÇÕES DO MOVIMENTO NOS ÚLTIMOS ANOS Alberto e Constanza A/varado • Roma, 26 Janeiro 2009

INTRODUÇÃO Queremos agradecer à Equipe Responsável Internacional (ERI) e aos seus Responsáveis, Maria Carla e Cario Volpini, a confiança que depositaram em nós para a realização deste modesto trabalho, através do qual pretendemos identificar o fio condutor do desenvolvimento da história do nosso Movimento, à luz dos "sinais dos tempos", observando a evolução do casal humano no seguimento das últimas orientações dadas nos Encontros Internacionais, como resposta às suas necessidades. Além disso, baseamo-nos em outros documentos e acontecimentos internos e externos ao Movimento que, pela sua especial importância, mereceram ser tidos em conta. Temos consciência da transcendência deste Encontro de ResponSáveis Regionais do mundo, que se reúnem para refletir sobre a situação atual do Movimento, constituindo o produto das suas reflexões, matéria-prima da maior importância para a elaboração das orientações que o Colégio/ERI apresentará no próximo Encontro Internacional, como bússola que guiará o seu desenvolvimento no futuro imediato.


A nossa forma de trabalho, aprendida e adotada depois de muitos anos de exercício da responsabilidade nas ENS, é um tanto ou quanto particular: Antes de mais, pusemos todo o trabalho nas mãos do Senhor, pois temos plena consciência da sua afirmação: "Sem Mim, nada podeis fazer" (Jo 15,5) . A seguir, pela minha formação profissional, encarreguei-me da revisão, do estudo e da análise da abundante documentação que as Equipes possuem. Neste ponto, temos que agradecer a Brigitte Deney a sua incondicional e eficaz colaboração para nos fazer chegar de forma rápida, por correio eletrônico, todos os documentos necessários. Fomos sistematicamente partilhando os avanços e as descobertas. Ao longo deste estudo, surgiram ideias tanto da Constanza como minhas, que também discutimos uma a uma; postas as ideias em ordem e definido de comum acordo o esquema da conferência, foi-nos necessário isolarnos durante um longo fim-de-semana, para fazermos a redação que, de novo, devíamos ir discutindo, à medida que ia avançando. Mas este último passo viu-se abruptamente interrompido pelo imprevisto e grave percalço na saúde da Constanza, de que alguns de vocês tiveram conhecimento. No entanto, a infinita misericórdia de Deus permitiu-nos que, antes de o texto ser editado, a Constanza tivesse tido tempo para fazer algumas modificações. Para entrar no tema, devemos referir que, embora a nossa investigação se centre na segunda metade da história do nosso Movimento, tivemos que remontar às origens e ao que se passou na primeira metade da sua vida, isto é , de 1939 1 a 1970, ano em que se realizou o importantíssimo encontro das ENS em Roma. Pareceu-nos que esta data marca um limite claro e definido entre os dois períodos em que se pode dividir a história do Movimento, ou seja, num "antes" e num "depois" de Roma 1970. Por um lado, Paulo VI, com o seu famoso discurso pronunciado na Basílica de S . Pedro, ratifica e avaliza tudo o que até aquele momento se descobriu e se realizou. Por outro lado, o Padre Caffarel, no dia seguinte, na Basílica de S. Paulo, lança as ENS num novo caminho de procura da vontade de Deus sobre a sua missão. Assim, referir-nos-emos de forma breve ao primeiro período que, além do mais, está muito bem estudado, em particular por Jean e A primeira Ata do Movimento tem a data de 25 de Fevereiro de 1939.


Annick Allemand, membros das ENS e pessoas muito próximas do Pe. Henri Caffarel, para cuja obra vos remetemos2. A seguir, entraremos na análise do segundo período, tema central do nosso trabalho, para terminarmos com algumas ideias nossas que, com todo o respeito, vos sugerimos como pistas de reflexão.

I. PRIMEIRO PERÍODO -1939-1970: VIDA PARA DENTRO (CASAL E EQUIPE) Para se perceber a evolução do pensamento das Equipes de Nossa Senhora, é necessário, antes de mais, fazer uma observação fundamental: o seu carisma, os seus objetivos, a sua pedagogia, a sua missão... foram-se construindo a pouco e pouco; contudo, alguns elementos ainda continuam em processo de construção, porque a vida do Movimento desde o seu início até agora tem sido um processo de elaboração dinâmico e progressivo. Assim, a essência da investigação sobre a história do Movimento consiste em procurar, ao longo da evolução do constructo humano, os sinais do Espírito, que é o verdadeiro e autêntico arquiteto desta maravilhosa obra das Equipes de Nossa Senhora. Da mesma forma, vocês, atuais construtores, devem pôr-se nas mãos domesmo Espírito, para interpretarem os seus desígnios em total acordo com a compreensão das necessidades dos casais e a interpretação dos sinais dos tempos. Como decorreu esse primeiro período do nosso Movimento? Para responder a esta pergunta, nada melhor que recorrer a um casal testemunha da época, Louis e Marie D' Amonville, que, numa conferência proferida em Massabiele3 em Dezembro de 2007, por ocasião dos 60 anos da Carta Fundadora, nos diziam o seguinte sobre este primeiro período4 : Primeira etapa, a elaboração, de 1938 a 194 7 ''Ao longo desta etapa, definiram-se os elementos fundamentais All.EMAND, Jean et Annick. Les Equipes Notre-Dame- Essor et mission des couples chrétiens. lmprimerie Hérissey, Evreux, 1988. D'AMONVII.l.E, Louis etMarie. Conferênáa de 8 dezembro 2007, em Massabiele, França Para mais informações sobre estas etapas, remetemos o leitor para a Conferência do Pe. Caffarel: "Vocação e Itinerário das Equipes". Roma, 1959.


que constituiriam a especificidade do Movimento: casais unidos pelo sacramento do Matrimônio, assistidos por um padre (o casamento dos dois sacramentos), reunidos numa equipe com uma regra estabelecida no ano de 1947, num movimento de espiritualidade, fiel ao magistério da Igreja ... A pouco e pouco, ir-se-iam definindo os elementos essenciais que mais tarde constituíram a chamada espiritualidade conjugal".

Segunda etapa, o amadurecimento, de 1947 a 1959 "O caminho estava traçado claramente. Embora algumas equipes, pouco numerosas, tenham preferido abandonar o Movimento, a grande maioria aceitou a Carta com confiança. Isto permitiu que as Equipes de Nossa Senhora se desenvolvessem muito rapidamente na unidade, impelidas pela alegria e pelo dinamismo de numerosos casais jovens, que muito depressa as fizeram atravessar fronteiras e encontrar rapidamente o seu lugar dentro da Igreja, lugar que o papa João XXIII reconheceria oficialmente em 1959.

Terceira etapa, de 1959 a 1970 " .. . E onde se encontravam os casais com 10 ou mais anos de vida de equipe? Foi por ocasião da peregrinação a Roma, em 1959, que o Pe. Caffarel formulou a pergunta: "Serão as nossas equipes um movimento de iniciação à vida cristã através do matrimônio ou um movimento de aperfeiçoamento?" E logo concluiu: ''A minha convicção é firme : as nossas equipes devem ser, ao mesmo tempo, movimento de iniciação e movimento de aperfeiçoamento..."

Quarta etapa, de 1970 a 1973 "Por ocasião do encontro de Roma de 1970, o próprio Pe. Caffarel fez o balanço dos primeiros 30 anos. Evocou o que considerou poder creditar ao Movimento como positivo e referiu as duas deficiências que percebia naquele momento: - Certas dissensões no seio das equipes a propósito das posições opostas relativamente à orientação do Movimento e também face à Igreja (como resultado da Encíclica Humanae Vitae). - A anemia espiritual num significativo número de casais: a sua vida espiritual girava em torno do esforço moral, mas faltava-lhes um esforço teologal vigoroso. Nestas condições, decidiu proclamar três novas orientações: a


Oração, a Palavra de Deus e a ascese cristã, sendo as três inseparáveis umas das outras. A 'ascese', muitas vezes mal entendida, era essencial para o Pe. Caffarel, que a definia como 'a imitação de Cristo na vida quotidiana .. .' (com todo o esforço e toda a abnegação que implica).'' Até aqui, tivemos excertos da narração de Louis e Marie d'Amonville, que foram os sucessores imediatos na direção do Movimento, a partir da saída do Pe. Caffarel, em 1973. Recapitulando, neste primeiro período do Movimento (19391970), o esforço é feito para dentro, girando em torno da vida do casal e da equipe. Descobre-se o Carisma das ENS: A Espiritualidade Conjugal; fixa-se o objetivo final: a santidade do casal através das graças do sacramento do Matrimônio, com o contributo da equipe e com a ajuda do Movimento, que privilegia a oração, a ·escuta da Palavra de Deus e a ascese cristã, como os três meios principais para atingir o objetivo final; estimulam-se os membros das equipes a difundir essa espiritualidade, o que se transformou em preocupação com o testemunho coletivo. Sendo o Pe. Caffarel um homem com uma intensa vida de união a Deus e, certamente, a caminho da santidade, como todos esperamos que muito em breve seja oficialmente ratificado pela Igreja, é evidente que tenha concebido algo semelhante para os casais que procuravam uma intensa vida de união com Deus, não individualmente, mas através das graças do sacramento do Matrimônio.

11. SEGUNDO PERÍODO -1970-2009: VIDA PARA FORA (A NÍVEL DO CASAL) A sua origem remonta ao encontro de Roma, em setembro de 1970. Digamos que este encontro constituiu um marco histórico paras as ENS, em resultado ao famoso discurso de Paulo VI, no qual o Papa afiançava tudo o que o Pe. Caffarel tinha feito e escrito. A este respeito, Jean Allemannd comenta: "O discurso de Paulo VI foi um acontecimento[ ... ). O Papa recolheu e assumiu toda a investigação de r.Anneau d'Or e das Equipes de Nossa Senhora ... "5 Todos os 5. AU.EMAND,Jean. Herni Caffarei-Um homem arrebaladopor Deus. I..ucema2f.XY7, p.165. ALVARADO- PT- 26.01.2009 4 I 13


que lá estiveram certamente se recordam da alegria do Pe. Caffarel depois daquele discurso, que para ele foi a sua consagração. Mas, se o discurso do Papa foi muito importante para o Pe. Caffarel e para as Equipes, não foi menos importante o discurso proferido por ele mesmo, no dia seguinte, na Basilica de S. Paulo. Este discurso abriu um novo período para o Movimento, tal como o próprio Pe. Caffarel expressou, três anos depois, quando se retirava do Movimento: '~á não tenho a menor dúvida de que as Equipes entram numa nova fase da sua história. A viragem iniciou-se durante a nossa grande peregrinação a Roma, em 1970. E digo bem, 'iniciou-se'. É preciso um grande esforço de oração, de reflexão e de transformação, juntamente com uma vontade férrea para descobrir a vontade de Deus a respeito do Movimento e da sua missão, na fidelidade à graça das origens e na compreensão dos sinais dos tempos"6 . Nesse momento, pois, inicia-se a preocupação de descobrir a vontade de Deus sobre a "missão" do Movimento dentro da Igreja e no mundo. Ao longo da evolução do Movimento, foram-se apresentando diferenças significativas entre conceitos como testemunho, apostolado e missão. Enquanto os dois primeiros eram referidos desde o princípio, o conceito de missão só é introduzido, como já foi dito, a partir de 1970. Assim, na Carta Fundadora há uma nota que diz que se usa o termo "testemunho" e não "apostoladd', porque a maioria dos casais que entraram no Movimento já estão ativamente empenhados em várias ações apostólicas (apostolados), através de outras tantas organizações da Igreja, e os que não estavam não tardariam a fazêlo7. Esta observação indica claramente quais eram os sinais dos tempos na época do nascimento das ENS. Por isso, a resposta do Movimento consistiu em proporcionar aos casais que nele entravam "formação na vida espiritual" para que , "dessa forma, o amor fraterno, ultrapassando a entreajuda, se transformasse em testemunho"8 , várias vezes pro6.

"À DIEU", Último editorial do Pe. Caffarel (1973), em: Jean et Annick Allemand. Op. cit. , p . 162.

7. Cr. ENS. Carta Fundadora, em: AU..EMAND, Jean e Annick. Op. cit., p.38. 8. lbid., II- Testemunho.


clamado pelo Pe. Caffarel9 . O conceito de missão é mais amplo: "Uma missão é uma vocação, um chamamento, ou seja, um envid', diria mais tarde o Pe. Tandonnet, imediato sucessor do Pe. Caffarel, e acrescentava: "Somos um movimento de espiritualidade conjugal e, por esse motivo, é indo até às últimas consequências desta vocação que contribuiremos para a evangelização de nós próprios e do mundd' 10 (os negritos são nossos) . Assim, como no primeiro período foi possível identificar etapas de evolução, neste segundo período, faremos a mesma tentativa, calculando que estas estejam estreitamente ligadas aos encontros internacionais que acontecem de seis em seis anos, a partir de 1970, e às orientações delas emanadas. Primeira etapa: 1970-1979 O discurso do Pe. Caffarel "Face ao ateísmd' , proferido a 5 de Maio de 1970, durante o Encontro de Roma, constituiu uma primeira reflexão sobre a necessidade da "missãd'. Dizia: "O que é necessário para as pessoas e para os casais é-o também para as instituições. Estas devem também refletir sobre a sua "vocação", a fim de saberem o que é necessário corrigir ou renovar. [... ]A sua vocação deve ser definida não só em relação às necessidades dos casais, mas também em função das grandes exigências do mundo contemporâned' 11 . Vale a pena referir aqui que os sinais dos tempos naquele momento eram marcados pelo ateísmo; os da nossa época atual não são muito diferentes. Hoje deveríamos falar antes de "indiferença", de "rejeiçãd' e mesmo de "ataque", que, no fim de tudo, são outras manifestações do mesmo ateísmo. Assim fala S.S. Bento XVI: "Hoje temos também a ideologia do sucesso, do bem-estar, que nos diz: Deus não passa de uma ficção, só nos faz perder tempo e "Se as Equipas de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e de mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na Igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser". Pe. Caffarel. Citado em: Guia das Equipes de Nossa Senhora. 2001. Xl-2, p. 51. 10. Roger Tandonnet. "Evangelização no mundo de hoje". Conferência proferida no En• contro de Roma em Setembro de 1976 (transcrição) , pp. 7, 8 e 10. 11. Henri Caffarel. "Face ao ateísmd', em Jean e Annick Allemand. Op. cit., pp. 135-136.


tirar-nos a alegria de viver. Não te preocupes com Ele! Procura por ti mesmo agarrar a vida o mais que puderes" 12 . No Encontro Internacional seguinte, em Roma em 1976, foi de novo o Pe. Tandonnet que, em nome da Equipe Diretora, teve a seu cargo a definição da missão do Movimento: ''A evangelização não se pode reduzir unicamente ao exemplo. Vós pertenceis a um movimento que levou a sério a preocupação de evangelizar.. . ao entrardes nas Equipes de Nossa Senhora, não satisfizestes apenas o desejo de aperfeiçoar a vossa vida conjugal pessoal: sabíeis, e depressa o verificastes, que as Equipes querem estar abertas ao mundo e aos outros" 13 . E acrescentava que o Movimento optou pelos meios simples e pela diversidade de objetivos pessoais de ação para formar "agentes de evangelização polivalentes" 14 . Foi esta posição que ficou consagrada na conclusão do Complemento à Carta Fundadora, publicado em 1976, onde se identificam "testemunhd' e "apostolado": ''As Equipes de Nossa Senhora são um movimento de espiritualidade conjugal e propõem aos seus membros uma vida de equipe e meios concretos de esforço para os ajudar a progredir, em casal e em família, no amor a Deus e ao próximo. Deste modo, prepara-os para o testemunho, cuja forma compete a cada casal escolher, pois, embora não sendo um movimento de ação, as Equipes de Nossa Senhora são um Movimento de cristãos ativos" 15 .

Segunda etapa: 1980-1994 A segunda etapa deste período corresponde à década de 80 e aos primeiros cinco anos dos anos 90, que tem seu clímax no encontro de Lourdes de 1988, onde se proclamou como orientação geral do Movimento o chamado "Segundo Fôlego", que "faz um discernimento sobre a situação do Movimento, da Igreja e do mundo depois de 40 anos de existência das Equipes e reconhece o desejo de uma renovação a todos os níveis" 16 . Joseph Ralzinger (Bento XVI) . Jesus de Nazaré. A Esfera dos Uvros, p. 217. Roger Tandonnet, Op. dt., pp. 8 e 11. lbid., p. 11. ENS. Complemento à Carta Fundadora. Conclusão. Em: Jean et Annik Allemand. Op. dt.' p. 173. 16. GÓMEZ-FERRER, ÁLVARO E MERCEDES. "Vocação e missão das ENS hoje" . Discurso pronunciado no Encontro de Fátima-1994, p. 7. 12. 13. 14. 15.


De forma particular, faz referência ao "terceiro aspecto" (do carisma fundador não desenvolvido em profundidade), que radica na importância da missão das ENS na Igreja, como movimento de casais; que foi , na sua origem, uma pequena revolução e continua a ser ainda um contributo novo ao declarar: "As Equipes têm um objetivo específico direto: ajudar os casais a viverem plenamente o seu sacramento do Matrimônio. Têm, simultaneamente, um objetivo missionário: anunciar ao mundo, pela palavra e pelo testemunho de vida, os valores do matrimônio cristãd' 17• E acrescenta: ''As Equipes, enquanto tal, não se comprometem, numa ação de conjunto determinada, porque cada casal deve descobrir o apelo ao qual o Senhor deseja que ele responda. Esta liberdade fecunda de compromissos não deve fazer-nos esquecer que o Movimento tem um carisma próprio e que não pode furtar-se aos seus semelhantes" 18 . A seguir, refere alguns campos de ação da pastoral familiar onde há maior urgência: "Acompanhar as Equipes de Jovens de Nossa Senhora; b) preparar os noivos para o matrimônio cristão; c) caminhar com jovens casais que celebraram o matrimônio; d) ajudar os casais com dificuldades e os divorciados recasados; e) ter a preocupação dos jovens que coabitam" 19 . Este documento esclarece e precisa o sentido da "missão" das ENS, mantendo o principio segundo o qual são os casais que devem comprometer-se nos diferentes campos de ação ("apostolados"), enquanto o Movimento, como organização, deve ficar à margem, exceto no que diz respeito à orientação e à formação dos casais para o exercício pleno dos seus diversos apostolados. Quatro anos depois, no Encontro Internacional de Fátima (1994), volta-se a insistir no "Carisma, vocação, missão e compromisso" dos membros das Equipes. De novo, os Responsáveis Internacionais de então, Mercedes e Álvaro Gómez-Ferrer, procuram esclarecer esta tensão entre compromisso institucional e compromisso pessoal, acentuando que "ter uma missãd' é algo mais abrangente do que ter um compromisso. Ao nível do Movimento, implica orientar os compromissos dos casais que hoje devem estar presentes. Mas 17. ENS. O Segundo Fôlego, (Segunda Inspiração) n°4. 18. Ibid., n° 4.2. 19. lbid.


lembram que "O nosso movimento tem ainda por cumprir a parte mais importante da sua missãd' 20 . Para concluir, interrogam-se: "Quais são os apelos que decorrem da nossa missão?" E respondem: "Vamos apresentá-los tal como os entendemos: a) sermos cada vez mais "casais"; b) sermos casais fecundos; c) sermos casais responsáveis; d) sermos parábolas de comunhãd' 21 . A orientação dada nesse ano - "Convidados às bodas de Caná" - convida os membros das Equipes a permanecerem à escuta do Senhor, que lhes pede e?tarem atentos aos mais pobres. Assim, o esclarecimento da tensão entre compromisso institucional e pessoal ou de casal, apoiado na definição que o Pe. Tandonnet22 ftzera anos antes, vem no sentido de que o Movimento, como instituição, tem uma missão que lhe é própria e deriva do seu carisma que é uma vocação, um apelo, que lhe são implícitos, ao passo que a pessoa ou o casal, como membro do Movimento, deve dar testemunho que se concretiza no "exemplo de vida" , na "palavra" e no "compromissd', numa ação específica ou "apostoladd'. Contudo, as Equipes, como instituição, não se comprometem numa ação conjunta determinada. Além disso, está por cumprir a parte mais importante da missão das ENS. Terceira etapa: 1995-2006 A terceira etapa corresponde à última década da história do Movimento. Compreende aos dois últimos Encontros Internacionais: Santiago 2000 e Lourdes 2006. Curiosamente, do ponto de vista humano, mas providencialmente do ponto de vista do Espírito que sempre tem guiado o Movimento, estes últimos Encontros Internacionais centraram-se nos aspectos, ou mais precisamente, nos "apelos" anunciados em Fátima: "Sermos cada vez mais 'casais'; sermos casais fecundos ; sermos casais responsáveis e sermos parábolas de comunhão (comunidades de fé) "23 • E isto afirmamos nós que vivemos, como 20. GÓMEZ-FERRER, Álvaro e Mercedes. "Vocação e Missão das Equipes de Nossa Senhora Hoje". Conferência proferida no encontro Internacional de Fátima. 1994. 21. GÓMES-FERRER, Álvaro e Mercedes. Op. cit. 22. Ver nota 10. 23. Ver nota anterior.


membros da ERI, todo o processo de elaboração das orientações correspondentes. Em momento algum se pensou que eram aprofundamento do que tinha sido apresentado em Fátima (1944). Só agora, com um olhar retrospectivo e para fora , reconhecemos nelas a inspiração do Espírito Santo. "Ser casal hoje na Igreja e no mundo" foi a orientação dada em Santiago 2000, e aprofundou os três primeiros apelos. "Ser casal", nesta era dominada pelo individualismo, é uma visão profética que resgata o valor dado por Deus à sua obra predileta. Não foi em vão que por um casal o ser humano entrou no mundo e povoou a terra. E, se esse casal foi infiel ao seu Criador, não foi por acidente que outro casal aceitou voluntariamente ser o pai e a mãe do Redentor da humanidade. O mundo de hoje encontrará de novo o seu Pai Deus quando nós, casais cristãos, impelidos pelo Espírito, reconhecermos o infinito amor de Deus por nós e, em resposta a este amor fecundo e responsável, nos comprometermos a ser, diante do mundo, testemunhas de que o matrimônio está ao serviço do amor ao mesmo tempo que é caminho de felicidade e de santidade. Assim o declaram oficialmente lgar e Cidinha FEHR, no seu discurso de despedida no Encontro de Santiago: "O homem e a mulher são complementares, tanto no seu corpo como no seu psíquico. Definem-se, no seu princípio, por referência a Deus: um e outro são feitos à imagem de Deus. No entanto, os dois juntos, na sua união e na sua unidade de amor, são também imagem de Deus: um existe para o outro e um define-se em relação ao outro. [... ] Deus criou-nos homem e mulher para nos amarmos, para nos entreajudarmos a crescer e a caminhar rumo à santidade" 24 • Rnalmente, a orientação do último Encontro Internacional de Lourdes (2006) centrou-se no sentido de comunidade: "ENS, comunidades vivas de casais, reflexo do amor de Deus". ''A orientação geral, 'Que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei' (Jo 13,34), apoia-se em três ideias: 1. Equipe, comunidade de Igreja; 2. Equipes de Nossa Senhora a serviço; 3. Equipes de Nossa Senhora acolhedoras para os casais de hoje" 25 .

24. FEHR, lgar e Cidinha, "Ser casal hoje na Igreja e no mundd'. Conferência de despedida. Santiago de Compostela, Setembro de 2000. 25. ENS. Carta de Lourdes da Equipe Responsável aos Equipistas do Mundo Inteiro. Lourdes, 18 de Setembro de 2006.


O sentido de comunidade de fé, há que recordá-lo, foi considerado pela primeira vez no Complemento à Carta Fundadora (1976), retomando as reflexões do Concílio Vaticano II. Volta a tomar-se explícito, como já dissemos, em Fátima 1994- ser parábolas de comunhãopara ser retomado em Lourdes 2006, por sugestão dos Responsáveis Regionais do mundo reunidos em Roma, em Janeiro de 2003. Definíamos assim a comunidade de fé na nossa conferência em Lourdes 26 : "É a comunidade que integra pessoas batizadas que procuram a vontade de Deus, cujas relações pessoais são guiadas pelo amor que Cristo nos ensinou, que estão atentas à Palavra de Deus e que são fortalecidas pelo Espírito Santo e prontas a servir os outros". Acrescentávamos que "a comunidade de fé sente 'compaixãd pelo outro, entrega-se ao outro, compromete-se com o outro segundo a imagem do Bom Samaritano. A comunidade de fé não tem sentido se ficar fechada em si mesma. A sua essência é o compromisso com o mundo, porque Jesus, no seu amor, deu a vida pelo mundo inteiro e não apenas por um povo determinado". E concluíamos que a estratégia deveria ser a mesma que os primeiros cristãos adotaram: "inserir-nos nos lares e nas famuias , a fim de impregnar a cultura, a partir da base, com os valores evangélicos". A orientação convida-nos, pois, a recuperar o sentido profundo das equipes de base como autênticas comunidades de fé , à semelhança das primeiras comunidades cristãs e do Movimento, como comunidade de comunidades de fé, à imagem da Igreja Universal. Além do mais, levantamos um desafio decisivo: "Devemos tomar todas as iniciativas necessárias para ajudar os equipistas e o Movimento a porem-se à escuta das necessidades do nosso tempo, a aprenderem a comunicar e a dialogar acerca da espiritualidade conjugal e familiar, tal como ela é vivida pelas Equipes de Nossa Senhora e de forma adaptada a este início do século XXI. Ter os olhos e os ouvidos abertos a tudo o que se passa no mundo, estar atentos àquilo a que algumas pessoas chamam 'a profecia do mundd, receptivos ao que vem de Deus, a fim de receber e de valorizar o que é bom"27 • 26. ALVARADO, Alberto y Constanza. "Equipes de Nossa Senhora, Comunidades Vivas de Casais". Conferência proferida no Encontro Internacional de Lourdes, 2006. 27. ERI, Carta de Lourdes da Equipe Responsável aos membros das Equipes do mundo. Lourdes, 18 de setembro de 2006, p. 3.


Recapitulando, embora neste segundo período o esforço se encaminhe para fora , este continua centrado nos membros das Equipes. As ENS preocupam-se em enviar os seus membros a realizar a sua missão dentro do próprio Movimento, na Igreja e no mundo. Já não é tão óbvio que os casais que entram para o Movimento estejam comprometidos em diversos apostolados na Igreja. Os sinais dos tempos mudaram a este respeito: agora há que começar a partir da base, ou seja, formando os casais nos fundamentos da religião e levando-os progressivamente a assumirem o seu compromisso batismal como pessoas, como casais e como comunidades de fé , para serem testemunhas do Evangelho em todos os cantos do mundo.

111. RUMO A UM NOVO PERÍODO NlDA PARA FORA A NÍVEL DO MOVIMENTO) Chegados a esta terceira parte da nossa exposição, muitos de vocês ter-se-ão perguntado: Por que não se fez alusão à conferência proferida pelo Pe. Caffarel em Chantilly, em 1983? A razão é simples: trata-se de um documento profético, próprio do seu autor que, não por acaso, foi chamado "profeta do nosso tempd' pelo Cardeal Lustiger {que descanse em paz). Por isso, exige ser tratado de forma particular, e consideramos que este não é o momento apropriado para o fazer. Este documento - profético, repetimos - que trata do Carisma Fundador das Equipes de Nossa Senhora28 , situa-se um pouco para além da metade do percurso histórico do Movimento; faz um olhar retrospectivo e crítico sobre a vida do Movimento, a partir de fora dele (o Pe. Caffarel tinha deixado as Equipes 10 anos antes); apresenta, em nossa opinião, uma quíntupla visão profética relacionada com o Carisma Fundador. Formula ainda uma metodologia para tentar procurar a permanente adaptação do Movimento aos sinais dos tempos. Nesta última perspectiva, tenta procurar um aggiomamento, isto é, uma renovação, uma atualização, um renascimento a partir da 28. CAFFAREL, Henri. "O Carisma Fundador". Conferênáa proferida em Chantilly, a 3 de Maio de 1983.


reflexão e da abordagem das necessidades de quem pertence à Organização, visando a responder melhor às exigências do tempo atual e do futuro. Para isso, levanta três questões: • "O que foi bem visto, bem compreendido e bem assimilado do Carisma Fundador? • O que foi menos bem visto? • O que não podia ter sido visto então e se compreende melhor na conjuntura atual?" As citações que se seguem são deste documento. Como, por razões de extensão e de tempo, não é possível aqui analisar todo o documento, limitar-nos-emos à análise das partes diretamente relacionadas com tema exposto. No entanto, recomendamos o estudo pormenorizado deste documento importante, mas, acima de tudo, profético. Comecemos com a definição do carisma fundador, tal como o Pe. Caffarel o definiu: "É uma inspiração do Espírito Santo, que será como um dinamismo a conduzir a instituição durante todo o seu desenvolvimento e lhe permitirá cumprir a sua missão"29 . Trata-se não de uma inspiração puramente humana, mas de uma inspiração divina, que deve permanecer como base firme em que assenta o desenvolvimento progressivo e a procura constante da vontade de Deus, com vista a cumprir a sua missão. "No começo não se suspeitava qual seria o futurd', afirmava o Pe. Caffarel. "Não se dizia: 'O Espírito Santo levou-me a fazer istd. É só hoje, após 40 anos, diante do desenvolvimento das ENS, que eu penso: em 1939, com os quatro primeiros casais, houve alguma coisa que não era apenas uma boa ideia; alguma coisa mais do que um simples entusiasmo; aquele encontro não foi um encontro fortuito; a Providência e o Espírito Santo estavam ali por alguma razãd' 30 . · Vejamos, sinteticamente, de entre as respostas, as três questões, as que consideramos mais pertinentes para o tema central da nossa reflexão: a. O que foi bem compreendido do Carisma Fundador R~sume em seis pontos o que se descobriu no primeiro período


do Movimento, a que nos referimos na primeira parte da nossa conferência, mas acrescenta um elemento adicional: "Não se pode viver isso senão com a ajuda de um Movimento, que oriente os pensamentos e enquadre a vida" 31 . b. O que não foi suficientemente bem compreendido Refere três elementos, dos quais sublinhamos o "Terceiro: a missão das ENS. Porque as ENS têm uma vocação: a sua vocação é ajudar os casais a santificarem-se. Mas têm também uma missão na Igreja. É necessário ter sempre presente estes dois aspectos: vocação e missão"32 • A seguir, refere cinco "revoluções" promovidas pelas ENS no seio da Igreja, como resultado da sua missão. Estas "revoluções", como ele lhes chama, devem ser hoje entendidas como verdadeiras "profecias" que têm de ser muito bem estudadas por aqueles que se ocupam da causa de beatificação do nosso Fundador. De entre elas, detemo-nos apenas na última: "Quinta revolução profética: antes, a santidade era muitas vezes concebida como "'cultivo da beleza espiritual' . Mas, quando falamos de santidade das pessoas casadas, recordamo-nos das palavras de Cristo: 'a árvore será julgada pelos seus frutos'; não por sua beleza, mas por seus frutos [... ]. Não se trata de cultivar a nossa própria beleza, mas de participar nessa evolução da criação, que tende para um objetivo final. É uma idéia muito contemporânea esta ideia da evolução do mundo e esta necessidade de para ela contribuir"33 . Neste campo, o nosso profeta também se adiantou muitos anos às atuais ideias cristãs sobre a questão da evolução: "que, longe de se contradizer, a teoria da evolução está mais próxima do relato da criação do que outras hipóteses sobre a origem do mundo" 34 . O cerne da preocupação do Pe. Caffarel tem a ver com o

34. "Pensando no fato de a Bíblia nos apresentar um Deus que criou o mundo em sete dias, introduz-se a ideia de uma criação progressiva. Neste sentido, está mais próxima do que, por exemplo, as teorias dos gregos antigos, que pensavam um mundo eterno e óclico". Monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, Chanceler da Academia R>ntifícia para as Ciências, em declarações à Radio Vaticano. Pennalink: httpJ/zenit.orgf acrticle-19950? I =portuguese.


papel que as ENS devem representar na história da humanidade em geral e da Igreja em particular. O Movimento não pode ficar indiferente à evolução do mundo; tem o dever de contribuir para essa evolução, certamente em total acordo com a sua vocação e o seu carisma. c. O que não foi bem compreendido

A este respeito, expressou dois pesares, ambos muito importantes à luz das nossas ideias: "Primeiro pesar: Lamento que as ENS, nesta perspectiva da sua missão, não tenham acompanhado a caminhada dos centros de preparação para o matrimónio. Eles tiveram a sua origem nas ENS, mas, muitas vezes, tornaram-se pouco cristãos. Não acho que as ENS devessem ter assumido a direção da preparação para o matrimónio, mas que deveriam ter os seus próprios centros de preparação para o casamento, centros que servissem de ponto de referência para os outros; a partir justamente da espiritualidade que elas tinham descobertd'. "Segundo pesar: Que os conselheiros conjugais, muitos dos quais saídos das ENS, não tenham sido formados e apoiados pelas Equipes. [.. .] Gostaria que as ENS contassem com conselheiros conjugais que, sem nenhuma ideia de monopólio, levassem em conta a linha do carisma fundador"35 . Com estes "pesares" confessados pelo nosso Fundador, entramos na parte final destas reflexões sobre a história e as orientações do nosso Movimento. O que o Pe. Caffarel lamentava era que o Movimento, como instituição, não tivesse apoiado nem acompanhado as ações pastorais dos seus membros no cumprimento da sua missão. Se retomarmos o que se tinha sugerido anos atrás (1970)- "O que é necessário para as pessoas e para os casais é-o também para as instituições" - deveríamos concluir com ele que "estas devem também refletir sobre a sua vocação, a fim de saberem o que é necessário corrigir ou renovar. [...]A sua vocação deve ser definida não só em relação às necessidades dos casais, mas também em função das grandes exigências do mundo contemporâneo"36 . 35. CAFFAREL, Henri. O Carisma Fundador. Op. dt. , p. 20.


A única coisa que

Quantas ações pastorais realizadas é própria e inalterável pelos membros das Equipes no cumprimento da sua missão exigiriam um do carisma das decisivo apoio por parte do Movimento em aspectos como: a formação, a Equipes de Nossa organização e o suporte institucional, Senhora é a para o pleno cumprimento da sua missão. "espiritualidade Se é verdade que muitas dessas conjugal". ações individuais se realizam dentro das estruturas institucionais da Igreja, também é verdade que outras tantas carecem totalmente de suporte institucional, diminuindo assim a sua eficiência e a sua eficácia. Parece-nos que este tema deva constituir um campo de reflexão muito sério por parte do Movimento, que leve a reconsiderar o que se tem vindo a tomar como inalterável, como se fosse próprio do carisma fundador: que "embora não sendo um movimento de ação, as Equipes de Nossa Senhora são um movimento de cristãos ativos". Recordemos, a este propósito, a resposta categórica do Fundador a um entrevistador que lhe perguntava qual era o elemento que, se faltasse, faria perder a essência das ENS: "A organização pode ser diferente, a pedagogia e as funções dos quadros dirigentes poderiam ser modificadas ... e as Equipes de Nossa Senhora não se transformariam radicalmente; mas se a espiritualidade conjugal fosse suprimida ou substituída por outra de tipo monástico ou celibatário, isso seria o fim do Movimento37 • Portanto, a única coisa que é própria e inalterável do carisma das Equipes de Nossa Senhora é a "espiritualidade conjugal". Compreende-se que, no tempo do Pe. Caffarel, houvesse sérios receios de que o Movimento assumisse compromissos institucionais e tomadas de posição que o pudessem pôr em situação de confronto com a hierarquia. Este risco é inevitável e sempre se correrá! Contudo, a maturidade do Movimento e dos seus quadros diretivos, protegerão as Equipes contra posições imaturas, contrárias à vontade de Deus, mas também lhes permitirão assumir posições proféti37. CAFFAREL, Henri. Carta Mensal, abri11967.


cas, corajosas e necessárias, resultantes da sua própria vocação e do seu próprio carisma. As instituições existem para apoiar, defender e tornar eficazes as suas formulações no seio da sociedade e, neste caso, da Igreja. É a elas que compete defender os seus ideais e liderar as alterações exigidas para conseguir que as suas ideias triunfem e prevaleçam. Não o fazer constitui uma grave omissão em relação à história e, neste caso, à Igreja. Por isso, a quinta revolução profética do Pe. Caffarel, a propósito da santidade (vocação das ENS), retoma neste momento histórico o seu sentido pleno: "Não se trata de cultivar a nossa própria beleza, mas de participar nessa evolução da criação, que tende para um objetivo final. É uma ideia muito contemporânea esta ideia da evolução do mundo e esta necessidade de para ela contribuir." Vem aqui a propósito a afirmação de Jesus ao referir-se ao administrador sagaz: "Os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes" (Lc 16,8). A astúcia, neste contexto, refere-se à necessidade de se ser bom administrador dos dons recebidos. Tudo o que o movimento das Equipes de Nossa Senhora tem recebido do Espírito Santo ao longo da sua história é dom gratuito que o Movimento, enquanto instituição, tem a obrigação de administrar correta e astutamente em benefício da nossa geração e das gerações futuras. Por isso, "o termo movimento indica dinamismo e permanente adaptação'', segundo o nosso Fundador.

CONCLUSÃO A análise da história e da evolução do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, com ênfase especial nos últimos anos, permitiu identificar claramente dois períodos, cujo momento de inflexão se situa no ano de 1970. No primeiro período do Movimento (1939-1970) , fez-se um esforço para "dentro", em torno da vida do casal e da equipe. Uma vez que a maioria dos casais já estava envolvida no serviço aos outros, através de várias organizações da Igreja e comprometida em diversos "apostolados", é natural que a resposta do Movimento se tenha centrado em proporcionar aos casais que nele entravam "formação na vida espiritual", para que assim pudessem dar melhor testemunho.


No segundo período (1970-2009) , por sugestão do Fundador, o esforço faz-se para "fora" e centra-se na preocupação em descobrir a vontade de Deus relativamente à "missãd' do Movimento dentro da Igreja e no mundo. No entanto, a responsabilidade da missão recai exclusivamente sobre os membros das Equipes. Assim, aventuramo-nos a resumir o que foi descoberto até agora, durante esses dois períodos, da seguinte forma: Enquanto os membros das Equipes têm uma só e única vocação - a santidade - têm um carisma duplo: como todos os batizados, acolher Jesus para neles implantar o Reino de Deus (Vem e segue-Me, Lc 8 ,22) e, como membros das Equipes, acolher Jesus em casal (Espiritualidade conjugal) para implantar o Reino de Deus nos casais. Da mesma maneira, devem assumir um compromisso duplo: como batizados, "Ide, pois, fazei discípulos todos os povos" (Mt 28,19) e, como membros das Equipes, "Anunciar ao mundo que o matrimônio está a serviço do amor, da felicidade e da santidade". Como consequência disto, têm a obrigação de ser testemunhas da Boa Nova, pelo exemplo de vida, pela palavra e pelo compromisso em diversos apostolados próprios da pastoral familiar e conjugal. Estaremos hoje perante o inicio de um terceiro período em que o Movimento "reflita sobre a sua vocação, a fim de saber o que é necessário corrigir ou renovar"? No novo documento da Equipe Satélite sobre a Formação nas ENS38 , afirma-se que os casais das ENS devem estar preparados para participar em atividades apostólicas exteriores ao Movimento. Perguntamos: de que forma suportará o Movimento esta preparação e como se considera o desenvolvimento futuro deste aspecto da formação? Isto implicaria dar mais um passo enquanto Movimento de "iniciaçãd' e de "aperfeiçoamento". Deveria oferecer aos seus membros um roteiro claro e preciso, para conseguir gradualmente a formação necessária face a um leque de possibilidades de ação (apostolados) , visando ao exercício da sua missão, ou seja, Movimento de "formação para a açãd' . 38. "Por isso, é muito importante que todos os equipistas estejam disponíveis e bem preparados, através de uma formação adequada e permanente, para que possam ajudar os outros movimentos e em outras atividades pastorais, e assim contribuírem ativamente para a dilatação do Reino de Deus". Equipe Satélite de Formação: A formação nas ENS- Um caminho, p. 24.


Mas há mais: se a Igreja, enquanto instituição, não só envia os seus membros a dar testemunho com o exemplo, a palavra e a ação, mas também os acompanha com formação, organização e apoio institucional, não deveria o Movimento das Equipes de Nossa Senhora fazer outro tanto com os seus membros? Como é que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora se pode organizar no sentido de orientar e apoiar eficaz e eficientemente os seus membros nos vários compromissos apostólicos assumidos no cumprimento da sua missão? Estas são algumas das perguntas e inquietações que vos apresentamos. A resposta é o grande desafio que têm nas vossas mãos, queridos casais da ERI, Responsáveis Super-Regionais, Provinciais e Regionais do mundo. Esta procura deve ser feita, aplicando a metodologia que nos deixou o nosso Fundador e profeta, tendo sempre presente estas condições: a fidelidade ao carisma do Movimento; a compreensão dos sinais dos tempos, tudo isto enquadrado na oração, na reflexão e na vontade de mudar, de adaptar ou de transformar. São estas as garantias "para descobrir a vontade de Deus a respeito do Movimento e da sua missão, na fidelidade à graça das origens e na compreensão dos sinais dos tempos", como o Pe. Caffarel desejou. Todavia, não esqueçamos que todo o esforço humano e institucional deve ser guiado pelo Espírito e posto nas mãos do Senhor Jesus Cristo, que foi peremptório ao afirmar que "Quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem Mim, nada podeis fazer" (Jo 15,5). Permitam-nos concluir estas reflexões com o comovente apelo com que a Maria Carla e o Cario Volpini encerraram o último Encontro Internacional de Lourdes 2006: "Por isso, hoje queremos pedir-vos que nos unamos todos, dando-nos as mãos e cantando juntos Ecce, fiat magnificat, porque só juntos é que podemos avançar e construir o futuro do nosso Movimento, só juntos é que podemos ser Equipes de Nossa Senhora, comunidades vivas de casais, reflexo do amor de Deus"39. Muito obrigado. • 39. VOLPINI, Cario e Maria Carla. Celebração de encerramento do Encontro de Lourdes. Quarta-feira 21 de Setembro de 2006.


MEDITANDO EM EQUIPE Maria, a mãe de Deus, tem muito a nos ensinar, tanto como discípula fiel de seu filho, Jesus Cristo, como mãe. O texto mostra a solicitude dela, de um lado, para o desígnio amoroso de Deus, e, por outro, como pessoa atenta às necessidades do próximo. O casal e a família podem haurir de Maria, ao mesmo tempo, a fidelidade a Deus e a sensibilidade para o outro, fruto de um coração tomado pelo amor de Deus.

ESCUTA DA PALAVRA EM JOÃO 2,1-12 Sugestões para a meditação: 1. Qual é o significado que a frase de Maria para Jesus adquire para nós? 2. O que significa a frase de Maria para os serventes? 3. O que ensina este texto para o casal e para a família? Pe. Geraldo

O RAÇÃO LITÚ RG I CA (Salmo 121) Ergo os olhos para as montanhas: De onde virá o meu socorro? Meu socorro vem de Javé, que fez o céu e a terra. Não deixarei teu pé tropeçar, o teu guarda jamais dormirá! Sim, não dorme nem cochila o guarda de Israel. Javé é o teu guarda, tua sombra, Javé está a tua direita. De dia o sol não te ferirá nem a lua de noite. Javé te guarda de todo o mal, ele guarda a tua vida: Javé guarda a tua partida e chegada, desde agora e para sempre.


Equipes de Noua Senhonl Movimento de Espiritualidade Conjugal

R. Luis Coelho, 308 • s• andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257 .3599 secretariado@ens.org .br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org .br


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