ENS - Carta Mensal 432 - Dezembro/2008

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EDITORIAL Da Carta Mensal ... ... ...... .... .. ........ .. 01 SUPER-REGIÃO Cristianizar o Natal .. ............. ..... ... . 02 Visita pastoral à Província Centro-Oeste ...... .. ..... ..... 03 Mensagem de Natal ... ...... ............. OS O Natal de Jesus Cristo e o casal missionário ..... ...... .... ..... . 06 CORREIO DA ERI Equipistas a serviço dos irmãos na Igreja de hoje ......... ... .. . 08 O matrimônio e a santidade ......... 1O Em Córdoba - Argentina ............... 1 3 VI DA NO MOVIMENTO Equipe da Super-Região na Província Centro-Oeste .......... ... 1 6 Testemunhos vivos a serviço dos casais ... ... ......... .... .. .. 20 FLORIANÓPOLIS 2009 A grande assembléia .. ... ... .. ...... ..... 21 Dias de bênçãos ..... ............. ... .... .... 22 TEMA DE ESTUDO

Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

Registro "Lei de Imprensa" n• 219.3361ivro B de 09.10.2002

Avani e Carl os

Cl élia e Dom ingos Sola e Serg io Pe. Gerald o Lu iz B. Hackm ann

A busca da santidade ..... ........ ... .... 23 Fraqueza da preparação dos casais para o casamento .. .... .. 24 Prontos para a missão ... ....... ...... ... 25 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ..... 27 PARTI LHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Há muitas maneiras de rezar ..... ... 33 Reflexão sobre os PCE ... .. ...... .. ... ... 34 Coerência entre fé e vida .. ..... ... .... 36 TE STEMUN HOS Somos equipistas ....... ...... .......... .... 38 De dor e de amor ... ............ ...... ..... 38 Vida de equipe ......... ..... ... ..... ... ..... 39 ATUALI DADE Mais um casal beatificado .... .... ... . 40 Resgatar a dignidade inter-relacionai ... .......... ........ ...... ... 42 Discurso do Papa Bento XVI .... ... ..... ... .. .. .. ......... 44 REFLEXÃO Experimente voar ........... .. ...... ... .. .. 47 Carroça Vazia .... ...... ............. ..... ... .. 48

Editoraçào Eletrônica e Produção Gráfica: Nova Bandeira Prod . Ed. R. Turiassu, 390 • 11 ° andar, cj. 115 • Perdizes · São Paulo Fone: (Oxx11 ) 3473 .1282

Jornalista Responsável. Catherine E. Nadas (mtb 1983 5)

Foto de capa: Gabriel Carn evale

Graci ete e Gambim

ProJeto Gráfico:

T~ragem

{res pon sáveis)

Alessa ndra Carign ani

Edição: Equipe da Carta M ensa l

Impressão: Prol desta edição : 21.300 exemplares

Carta s, colaborações, notícias, testem unhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar • co nj . 53 01309·902 • São Paulo· SP Fo ne: (Oxx11 ) 3256. 1212 Fax: (Oxx 11) 3257.3 599 cartame nsal@ens.org. br

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Graciete e Gambim


Queridos irmãos: Mais um ano chega ao final , mas não é tempo de parar nem de olhar para trás. Na apresentação desta edição da Carta Mensal, louvamos e agradecemos a Deus pela caminhada do Movimento em 2008. A voz de Deus, porém, presente em tantas manifestações da Igreja, em especial para nós, através dos apelos do Movimento, convida-nos a olhar para frente . Ao estudarmos o tema do ano, tomamos consciência da realidade atual: Um mundo secularizado, onde impera o eu, a busca do prazer, o relativismo ... e muitos vivem como se tudo terminasse com a morte. O homem se erige em deus de si mesmo. A nossa consciência, então, nos dá conta de que há muito a fazer pelo Reino de Deus. Fazendo eco à voz da Igreja, Frei Avelino, propõe-nos cristianizar o Natal, começando pela nossa casa ... A celebração do Natal nos chama à missão de proclamar a boa notícia da chegada do Filho de Deus que, com amor misericordioso, nos oferece felicidade plena, a santidade em Jesus Cristo. Somos especialmente chamados a evangelizar os casais, para que o amor humano que os une seja santificado no infinito amor que o Cristo tem pela sua Esposa, a Igreja. Assim como Deus tem a iniciativa do amor, mesmo sabendo que somos pecadores, também a Igreja nos chama a amar e a ajudar, com compaixão, os casais que passam por dificuldades em seus casamentos, apontando-lhes o caminho do diálogo e do mútuo perdão, como Deus fala conosco pelas Escrituras e cheio de misericórdia nos convida ao arrependimento e nos perdoa. Esta edição destaca a visita da Equipe da Super-Região à Região Mato Grosso do Sul, da Província Centro-Oeste. Foto da Capa: O povo do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso -particularmente no Pantanal, onde a tocaia traiçoeira da onça ameaçava boiadeiros e os bois, que eles tocavam em manadas, fazendo uso de seus berrantes - desde há muito cultiva forte devoção a Nossa Senhora Aparecida. Há alguns anos, uma artesã fez uma imagem de barro de N. S. Aparecida, dando-lhe feições e características regionais, o que levou o bispo de Campo Grande de então a sugerir-lhe o nome de Nossa Senhora do Pantanal. Sob este título a Virgem Maria passou a ser venerada e invocada em toda a região, cuja imagem continua sendo multiplicada por artesãos. A Equipe da Carta Mensal deseja a todos um Natal celebrado na Esperança. Que o Cristo possa iluminar com sua Luz cada coração, para que esta luz brilhe em nossas famílias através de uma vida de fé e de amor. Feliz Natal! • Graciete e Gambim CR Equipe Carta Mensal CM 432


CRISTIANIZAR O NATAL Caríssimos casais e conselheiros: Mais um Natal em nossa vida. Que graça poder celebrá-lo! Natal é ponto de partida ou de chegada? Prefiro dizer que é ponto de chegada, porque é a realização da grande promessa de Deus expressa em todo o Antigo Testamento. Com o Natal acendeu-se a luz no mundo. "O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz! " As forças do Império Romano tentaram anular a mensagem do Natal, perseguindo os cristãos. Contudo, as mesmas estruturas de perseguição serviram para que o anúncio chegasse aos confins da terra. A grandeza e o poder do grande acontecimento (nascimento de Jesus) , eram, e são ainda hoje, ignorados por muitos; mas no Céu, o nascimento do grande rei no humilde lugarejo de Belém, foi celebrado festivamente. A primeira festa de natal foi celebrada no Céu. E na terra, os pastores foram os primeiros a receber a notícia do nascimento daquele que veio transformar a face da terra. Aos pastores foi revelado quem era aquele "menino envolto em pobres panos e deitado numa manjedoura". O coração dos pastores tornouse, como a manjedoura de Belém, o lugar do acolhimento da revelação divina. Maria acreditou e o Verbo se encarnou. Os pastores acreditaram e encontraram o Verbo encarnado. Os pastores, pouco ou nada entendiam das Escrituras, mas tornaram2

se os primeiros evangelizadores, porque souberam acolher e guardar no coração a mensagem do Anjo. Eles escutaram, acreditaram e agiram. Partiram para ver o que acreditaram. Celebremos piedosamente o Natal, unindo-nos aos anjos do céu e aos pastores de Belém. Unamo-nos aos anjos que diante do fato (nascimento de Jesus), cantaram: "Glória a Deus nas alturas!" Cantemos, pois Deus está no meio de nós. Que a vida de cada casal seja um sinal da presença de Deus no meio de nós e os casais do mundo inteiro possam acreditar que o Amor existe, está vivo no meio de nós e visível no amor conjugal. Quão belo é o Natal no lar onde Deus-Amor se torna visível nos gestos de amor dos esposos! É Natal quando o Amor toma forma humana, na simplicidade e na pobreza dos mais simples gestos de amor. Caros casais, unam-se aos pastores, fazendo também do vosso coração uma manjedoura. Os mistérios de Deus não reclamam mentes esclarecidas, mas corações acolhedores. Somente os corações que sabem escutar e capazes de acreditar têm coragem de partir para o grande empreendimento proposto pelo Evangelho e assumido pelas ENS: partir para a meta da santidade. Bom Natal! • Pe. Frei Avelino Pertile - SCE/SR CM 432


VISITA PASTORAL À PROVÍNCIA CENTRO-OESTE Amados irmãos equipistas: A Equipe da Super-Região realizou recentemente a Visita Pastoral à Província Centro-Oeste. A vasta área geográfica da Província, distribuída entre as suas quatro regiões (Centro-Oeste I, CentroOeste II , Mato Grosso do Sul e Goiás-Sul) , exigiu a escolha de algumas localidades para serem visitadas. Campo Grande (onde há três setores) , Dourados e Maracaju (cada uma com um setor) , na Região Mato Grosso do Sul, foram as escolhidas. Mais do que pólos regionais de desenvolvimento agro-industrial , mais do que postos avançados mantenedores da unidade nacional

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ao longo da história do País, essas três localidades tornaram-se de 26 a 30 de setembro lugares simbólicos para as ENS. Primeiro, por acolherem os frutos da vida fecunda da Província Centro-Oeste, que se expande numa área nacional típica de migração. Depois, pela coragem de seus filhos em aceitar o desafio de sediar a Visita Pastoral. Por fim , pelo entusiasmo da acolhida, pela presença efetiva de um grande número de casais e conselheiros espirituais em todos os eventos e pelo íntimo engajamento dos equipistas na vida da Igreja. O compromisso dos equipistas da Região Mato Grosso do Sul trouxe de volta a saudade. Recordamos o bom começo do Movimento no Brasil, que não vimos, mas que o sopro do Espírito fez chegar até nós pelo testemunho das gerações que nos antecederam. Sentimos a alegria que Nancy e Pedro Moncau sentiriam ao experimentar o vigor espiritual dos casais pantaneiros, como resposta aos seus pedidos a Deus para que as ENS progredissem e fossem ajudadas a achar o Seu caminho nos seus primeiros passos. O entusiasmo que experimentamos nas celebrações e nas confraternizações encheram-nos de coragem. A Visita reavivou o compromisso que temos uns com os outros e com o Movimento. O ânimo decorrente do compromisso com as Equipes é salutar, afirmava o Pe. Caffa3


rei, pois sempre previne contra a inconstância, contra o individualismo e a "criatividade". Acrescentamos que ele também previne contra o "jeitinho brasileiro" de ser. A Equipe da Super-Região sempre vislumbrou alguns objetivos para a Visita Pastoral. Aproximarse das bases; ir ao encontro dos equipistas; dar-se a conhecer; valorizar as equipes de base; aprofundar os laços fraternos. Na prática, ela é um tempo privilegiado para os casais renovarem o sentimento de pertença ao Movimento. Em suma, a Visita encurta as distâncias entre os responsáveis e as bases, desfaz os mitos que o imaginário cria em relação ao serviço às ENS e ajuda os casais a redescobrir a importância do auxílio mútuo na busca da perfeição cristã. Os equipistas e conselheiros da Região Mato Grosso do Sul permitiram que trouxéssemos, na saudade, a memória desse grande encontro. Encontro de casais que adoram celebrar a vida recebida, reconhecendo Jesus como fonte. Daí odestaque dado à Eucaristia em Campo Grande, Dourados e Maracaju. Partilhar o pão alegremente continua sendo o cimento das comunidades cristãs, como fora na Galiléia. Como movimento de espiritualidade, ansiamos por um estilo de vida cuja expressão seja o amor a Jesus que se manifesta no amor mútuo. (cf. Jo 13,34) A prática desse amor é a razão de ser das ENS . Por conseqüência, é a razão de ser dos casais equipistas, sejam eles de Bogotá , Maracaju , Paris , Quebec, 4

Campo Grande , Dourados, Melbourne, Brasília ou Roma. Experimentamos uma outra riqueza nesta Visita Pastoral: A acolhida nos lares equipistas . Jesus ensina que é no convívio fraterno que se constrói comunidade. "Mestre, onde moras? -"Vinde e vede!" Então eles foram e viram onde morava, e permaneceram com ele aquele dia." (Jo 1,39) O amor de Cristo personaliza, pois acolhe na intimidade, partilha os dons, inclusive a própria vida. A experiência do convívio fraterno nos lares equipistas, os momentos de oração vividos no seio das famílias, o partilhar a própria mesa foram bênçãos para nós, mesmo sabendo que o amor não é sempre fervor. É também labor. Quanta preparação. Quantas reuniões, quanto tempo empenhado, quanta generosidade, quanta ternura ... Compreendemos melhor o valor da hospitalidade como forma eminente da missão dos lares cristãos e tomamos consciência de que somos dignos de amar e de sermos amados. Assim, animados pela fé no vigor da vida que nos é dada por Jesus Cristo, traduzida em amor e adesão ao Movimento na acolhida desta Visita Pastoral, começamos a viver desde já a alegria que o sopro do Espírito irá conceder-nos no Encontro de Florianópolis. Que o sentido profundo da visita de Maria a Isabel estimule as visitas pastorais que realizaremos no futuro.• Graça e Roberto - CRSR CM 432


Querida Família Equipista: O anjo, porém, disse-lhes: não temais! Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor, na cidade de Davi. (Lc 2,10-11) Jesus, Maria e José estão sós numa estrebaria. Mas Deus procurou gente simples para acompanhálos: uns pastores que, por serem humildes, não se assustariam certamente ao encontrarem o Messias numa estrebaria, envolto em panos. São os pastores da região, aqueles que o profeta Isaías mencionara, que têm a primazia de ver o Menino. "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Is 9,1). A luz da noite de Belém chegou a muitos corações, e, apesar disso, a escuridão permanece ainda entre muitos povos. Os que acolheram o Senhor, naquela noite santa, experimentaram uma grande alegria, a alegria que brota da luz, que é Cristo. Esta alegria da boa nova está destinada a todos os corações humanos, basta acolhê-Lo. (Francisco Carvajal. Falar com Deus) O Senhor quer comunicar-se CM 432

com todas as pessoas. Sua Palavra se faz humanidade. Busca um diálogo de amigo conosco, busca-nos em meio à vida. O Senhor quer nascer em nossa terra, vir à nossa casa. Quer ver a todos. O Senhor quer cumprir suas promessas. Aproximase com sinais surpreendentes, utiliza linguagens novas. Seu desejo é dar vida, pois Ele é a Vida. O Senhor quer dar boas notícias: "Nasceu-vos hoje um Salvador" (Lc 2,11) . Envia mensageiros; vem Ele mesmo. Que todos se alegrem! O Senhor levanta os pequenos, os pobres, os que sofrem; ele próprio vem envolto de fragilidade . Recolhe nosso pranto e nos presenteia com suas bem-aventuranças. O Senhor vem com bondade e mostra seus olhos de ternura para toda a humanidade. Bate à nossa porta e deseja morar em nossos corações. Que a Mãe de Jesus e nossa Mãe nos ensine a acolher seu Filho com alegria em nossos lares, com um coração simples e necessitado de salvação. Desejamos a todos um abençoado Natal e um Ano Novo repleto de alegrias.• Equipe da Super-Região

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PALAVRA DO PROVINCIAL

O NATAL DE JESUS CRISTO E O CASAL MISSIONÁRIO Mais um ano que termina e com ele toda uma caminhada de lutas, esperanças, realizações, dores e alegrias. E assim, mais um Natal se aproxima. O espírito natalino é também um convite. Somos convidados a fazer memória, a comemorar, a reviver mais um nascimento de Cristo. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo do Senhor disse aos pastores: "Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Noticia que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. " (Lc 2,9-11) Jesus é o Salvador porque traz a libertação definitiva; é o Messias porque resume em si toda a esperança do povo escolhido por um mundo mais justo e mais fraterno; é o Senhor, porque vence todos os obstáculos, conduzindo o ser humano dentro de uma nova história. O Natal (nascimento) de Jesus, junto com a Páscoa, é uma das mais importantes celebrações litúrgicas, porque faz memória da encarnação do Filho de Deus. Para nós cristãos, a época do Natal não é um tempo de celebrações simbólicas, mas uma oportunidade para reviver e atualizar em nosso dia-a-dia os fatos aconteci6

dos há tanto tempo. Primeiramente, tendo uma atitude de adoração: Belém é o nosso coração, é a casa do pobre, é a terra de missão, é a cidade grande onde posso louvar e adorar a Deus que vem para nos salvar na pessoa do pobre, do necessitado, do pecador, do vizinho, do parente, da criança ... Em segundo lugar, tendo uma atitude de conversão. Deixar o Cristo nascer dentro de nós, fazendo uma história de vida nova. O casal equipista é o casal-novo em Jesus, que na humildade e simplicidade CM 432


leva ao mundo (missionariedade) a Boa Nova, a partir do Natal. É justo participar das alegrias desta época com a nossa família, com os amigos, os vizinhos, os irmãos de equipe. Mas nossa alegria será ainda maior e mais verdadeira quando ela partir da novidade chamada Jesus. Nosso movimento Equipes de Nossa Senhora precisa da participação ativa de cada um, da sua doação, do seu serviço e missão, todos iluminados e iluminando com a luz que brilhou naquela noite em Belém. Neste ano que finda , como casais missionários do sacramento do Matrimônio, fomos chamados pelo Movimento a ser "testemunhas a serviço dos casais", quando vimos que o Reino dos Céus é semelhante ao fermento no mundo. Temos a obrigação de colocarmo-nos a serviço de Deus, como luz natalina, engajando-nos em tantas situações e necessidades de nossas comunidades, em especial junto aos casais e famílias. Cabe a cada um, a cada casal, escolher a melhor maneira de ser missionário e onde especificamente. Que o Senhor permita que em todos os nossos trabalhos tenhamos a Sua generosidade de dar ao mundo o essencial: Seu Filho, o Salvador. Que Deus ilumine a todas as pessoas, e em especial a todos nós, equipistas em conversão, para que durante o novo ano que se aproxima sejamos pessoas novas, casais novos, para levar a novidade por excelência, a exemplo do Cristo que tanto nos ama. CM 432

Deus seja Louvado! Queremos , também, deixar uma palavra sobre a visita pastoral da Equipe da Super-Região. Nós da Província Centro-Oeste, em especial da Região Mato Grosso do Sul, sentimo-nos muito orgulhosos de poder acolher os casais da Equipe da SR Brasil em Campo Grande, Dourados e Maracaju. A expectativa era muito grande quando dos preparativos para a visita destes irmãos vindos de vários cantos do nosso Brasil. Tudo foi preparado com muito zelo e carinho, desde as celebrações eucarísticas até as confraternizações, para as quais houve o empenho e a participação de muitos irmãos equipistas. Num clima de muita fraterni dade , toda a Equipe foi acolhida no Instituto Missionário São José, em Campo Grande , formando uma verdadeira Comitiva Pantaneira, onde o comissário era o Frei Avelino; os ponteiros, Graça e Roberto; os cozinheiros, Nilza e Nivaldo; os alas eram Eneida e Álvaro; Nazira e João Paulo, Graça e Juarez, Ângela e Luiz, Sheila e Francisco; e os culatreiros, Rosa e Paulo, Eunice e Milton e Graciete e Gambim. Tudo aconteceu de acordo com a vontade do Pai e temos certeza de que os frutos virão, pois a Região Mato Grosso do Sul ferveu e efervesceu. Que o amor de Maria nos conduza ao caminho da santidade! • Nilza e Niualdo CR Província Centro-Oeste 7


EQUI PISTAS A SERVIÇO DOS IRMÃOS NA IGREJA DE HOJE "Devemos procurar juntos novos métodos , para que as equipes e os equipistas sejam mais ativos na Igreja" . É uma das recomendações do Encontro de Lourdes de 2006. Antes de descer aos detalhes deste compromisso, que farei nas próximas Cartas, parece-me útil agora recordar um aspecto fundamental para as equipes: a espiritualidade! É a respiração da pessoa humana, o impulso profundo para a aventura. Se se a reduzisse a um método, sem espiritualidade, a herança do Pe . Caffarel seria vazia. Na crise de nossa sociedade, creio seja necessário redescobrir e viver a espiritualidade de Pe. Caffarel. Diante de grandes desafios, temos tanta necessidade de recursos espirituais quanto de pão. Nós, cristãos, somos solicitados a redescobrir as nossas raízes, a perscrutar a Bíblia: O que diz ela sobre o futuro espiritual do homem? Ela o coloca numa encruzilhada. No Salmo 1 está escrito que o homem "feliz", que realiza plenamente a sua vida, é o que "caminha" e cujo caminho não é o dos ímpios e tolos, porque quem o guia é "a lei do Senhor". Toda a Bíblia propõe a lei do Senhor como caminho para realizarmos nossa verdadeira humanidade. Henri Caffarel, em seu estilo de homem de Deus, na busca da ver8

dade, diz: "Os leigos devem definir quais são os meios e métodos, o que irá constituir a espiritualidade do cristão casado" (Conferência aos responsáveis de equipe - 1952). Algumas indicações podemos encontrar em seus escritos. "A espiritualidade é a ciência que trata da vida cristã e dos caminhos que conduzem a seu pleno florescimento" (1950). Os lugares em que o cristão vive sua espiritualidade não estão fora do mundo, mas, a exemplo de Cristo, é no serviço a Deus, na vida de cada dia, na família, no trabalho, na cidade . Serve-se a Deus lá onde se vive. Não é questão de uma oração qualquer, ou de alguma ascese particular. A vida espiritual dos cônjuges é o lugar em que se torna legível e compreensível à ligação estreita entre o amor de Deus e o amor humano. "O amor humano é a referência para entendermos o amor divino. Pelo seu poder de fazer de dois seres um só, salvaguardando a personalidade de cada um , o amor nos permite compreender a misteriosa união de Cristo com a humanidade, e o matrimónio espiritual da alma com seu Deus" (Discurso sobre o amor e a graça). No amor do casal descobre-se, aliás, o amor de Deus, sua fidelidade , o quanto ele deseja o nosso bem . Nesse mesmo amor de Deus os esCM 432


poses desejam a alegria um do outro, no plano humano e no de seu amadurecimento religioso. Sem esta dupla dimensão, seu amor ficaria incompleto. O fundamento de tudo, destacado tantas vezes, e com força , por Pe. Caffarel, é a união com Cristo: "Ser cristão é, acima de tudo, o colóquio do homem com Deus, esta aliança irrevogável, a submissão a Cristo, sem condições, onde tudo é posto em comum" (Propos, pg. 160). O coração é a Eucaristia! Mas ela não deve ser separada dos outros elementos da vida cristã: a formação da fé, o contato habitual com a Palavra de Deus, a oração e o amor vivo e eficaz ao próximo (cf. Editorial da Carta Mensal/Brasil de agosto de 1958). "Marido e mulher, vocês que comem a carne de Cristo, e bebem o seu sangue, que vivem de sua vida no corpo e na alma, que moram nele, e ele em vocês, como podem não amar um ao outro, com um amor totalmente diferente daquele das outras pessoas, com um amor ressuscitado?" Está ligado a este também o outro grande sacramento: a Ordem. Sublinha o documento de Lourdes: "Demos uma atenção particular às relações com nossos conselheiros espirituais. Rezemos para que nasçam vocações sacerdotais e religiosas em nossas famílias e para que nosso Movimento continue a ser um viveiro para o Diaconato permanente". Deixemo-nos envolver plenamente pelas exortações do Concílio Vaticano II no sentido de renovar o anúncio do Evangelho ao CM 432

mundo "moderno". Sabe-se que não se consegue anunciar o Evangelho às pessoas sem levar em conta as suas aspirações. Nossa missão é estupenda: falar a este mundo de um amor de Deus possível. "Nós somos testemunhas deste amor", na medida em que vivemos nossa espiritualidade que tira proveito de dois sacramentos: "matrimônio e ordem, igualmente grandes em dignidade" (Bento XVI). A profecia inspirada pelo Espírito a Pe. Caffarel deve ser, segundo meu parecer, repensada e proposta sob três diretrizes que nos empenham a todos. A primeira é a evangelização, na perspectiva da esperança cristã, que somente pode nascer e nutrir-se numa profunda comunhão com a Páscoa de Cristo. Num tempo em que o futuro parece fechado e a esperança se enfraquece, o testemunho cristão é chamado a mostrar que o Evangelho da ressurreição de Cristo não só abre um futuro absoluto ao homem e ao mundo, mas torna possível um modo novo de estar no mundo, como "peregrinos e estrangeiros" que têm a liberdade e a força de dar uma contribuição original na construção da história humana. A segunda diretriz diz respeito ao testemunho que a Igreja e os cristãos são chamados a dar sobre a esperança cristã. O primado da evangelização se traduz na imagem testemunhal da Igreja. A Igreja dá este testemunho na forma "objetiva" da pregação e dos sacramentos, mas também e, sobretudo, no testemunho de cristãos que sejam 9


verdadeiras "histórias de esperança": cristãos, cuja existência faz de nossas comunidades um sinal vivo do Evangelho para o mundo. É preciso, por fim, encontrar os caminhos para viver a vida cristã nos espaços do mundo. A crise de hoje é uma profunda crise da pessoa humana, uma perda da evidência das estruturas fundamentais da existência: da diferença sexual e da vida afetiva, do significado e dos deveres da geração e da educação, das diversas formas da fragilidade e da solidariedade entre as pessoas, das dificuldades da comunicação e da transmissão, das condições complexas da cidadania e da política. O testemunho dos equipistas é chamado a aparecer nos espaços da vida. Trata-se de um exercício cristão, que pode ser feito somente em profunda comunhão eclesial, permanecendo perto da sarça ardente , abastecendo-se continua-

mente na fonte . Não se trata somente de pôr em prática alguns valores já definidos, prontos para aplicar no mundo. Trata-se de um verdadeiro exercício de cristianismo, que tem necessariamente forma histórica e mundana. Só nos espaços da história, da sociedade humana e da cultura, a esperança toma corpo. O crente não considera a experiência do mundo simplesmente como o teatro do próprio agir, mas sabe que o seu ser "fermento e luz" realiza-se na dramaticidade das vicissitudes humanas. Cada um de nós, pessoalmente e em comunhão com os irmãos, é convidado a fazer um discernimento que favoreça a formação de uma identidade cristã e uma presença significativa no mundo, naqueles ambientes estruturais próprios da condição dos leigos. • Pe. Angelo Epis

CSE da ERI

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O MATRIMÔNIO E A SANTIDADE Entre os muitíssimos santos e santas canonizados e beatificados pela Igreja, somente um casal foi beatificado: Luigi e María Corsini Beltrane Quattrocchi, nascidos na Itália em 1881 e 1880 e falecidos em 1951 e 1965. (Nota da Carta Mensal: O artigo foi escrito antes da beatificação dos pais de Santa Teresinha.) 10

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• Por que somente um casal foi beatificado, se a maioria dos católicos praticantes somos mulheres e homens casados sacramentalmente? • Acaso não existe santidade na vida conjugal? • O casamento dos católicos não é um caminho de santidade? Há muitas razões que explicam este "postergamento" de casais unidos pelo sacramento do Matrimónio no Santoral da Igreja Católica: • As Ordens, Congregações e Institutos religiosos têm muitos meios mais para promover a beatificação ou a canonização de seus fundadores ou membros destacados do que as famílias . Quais as pouquíssimas famílias que se preocupam com seus antepassados de 4 ou 5 gerações atrás? • Também influem os preconceitos que historicamente houve em nossa Igreja Católica em relação aos leigos, e mais ainda quanto aos leigos casados. A idéia dominante até o Conmcílio Vaticanos II era de que havia duas categorias de cristãos: os religiosos e os clérigos pertenciam à primeira categoria, enquanto os leigos, sobretudo os casados, pertenciam à segunda. Muitos entendiam a santidade como algo estranho, fora do normal, milagreiro, afastado do cotidiano e da vida secular. Não obstante, o Matrimónio é um caminho de santidade! E não é CM 432

um caminho tão difícil que somente poucos casais o possam fazer bem! Acontece, porém, que nós casados ainda não nos convencemos de que Deus nos chama à santidade, através do nosso casamento e da nossa família! Nós lemos isto nos documentos oficiais da Igreja, o ouvimos dizer, mas nos custa crer e viver esta verdade. O certo é que houve e há atualmente na Igreja milhões de casais santos. Seguramente, todos conhecemos alguns, do passado e de hoje! O matrimónio é um caminho de santidade pelo amor, pela fé e pela esperança.

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Santos são aqueles que tiveram a experiência de que Deus os ama e, com suas vidas, demonstraram que o amor de Deus e o amor ao próximo são inseparáveis, porque o amor é expansivo, vive de Deus e nos une a Ele e aos outros. Se "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele" (lJo 4,16) , o casamento e a família são lugares privilegiados para o Amor, porque ali está e atua Deus. Certamente: • Ao abrirmo-nos marido e mulher a Deus, cresce nossa capacidade de nos amarmos, e nosso amor conjugal nunca termina de crescer e de mudar. • O amor que mantemos frutifica em nosso filhos: São filhos do amor! • Se voltarmos as costas para Deus, nosso amor conjugal se 11


irá debilitando e poderá até desaparecer, porque o amor próprio e o egoísmo são os piores inimigos do amor. Estamos convencidos de que a mulher e o marido, a mãe e o pai, somos, ou podemos vir a ser, grandes especialistas no amor: a. Um dia, faz muito poucos anos, confiando-nos à graça de Deus, contraímos matrimônio e nos entregamos totalmente um ao outro para sempre , excluindo qualquer outro ou outra; b. Cada dia, com a ajuda de Deus, renovamos essa entrega e construímos o casal, e nos vamos tonrnado cada vez mais "uma só carne", nos acontecimentos cotidianos e nos extraordinários; c. Como pais, entregamo-nos aos filhos : damos-lhes a vida, o alimento, o afeto .. . e os perdoamos sempre, como o pai do filho pródigo. Ao mesmo tempo, o amor que recebemos de nossos filhos nos vai construindo. O amor que nos vai fazendo santos no casamento não consiste em buscar, acima ou fora da vida conjugal, uma perfeição humana nem sobre-humana, nem em viver o matrimônio como se fôssemos manjes ou celibatários. Consiste, antes, em que: • Experimentemos e desfrutemos do amor que Deus nos tem e, na oração e na Eucaristia, O louvemos e lhe demos graças por tudo. • Em nosso amor de casal inter12

vém o corpo e a alma, tudo o que somos. Este amor de homem e mulher sexuadas, reflexo do amor de Deus, nos muda para melhor, nos oferece promessas de felicidade, que pouco a pouco se vai tornando realidade, e é uma força que nos dá ardor e nos põe a serviço dos outros. • Este amor nos transforma: Descobrimos o outro tal como ele é e , através de seus olhos, cada um de nós nos vemos de um modo diferente , mas real. Nós nos queremos com um amor mais maduro, amor que nos faz capazes de nos darmos ao outro e de acolhê-lo e recebê-lo, porque ambos nos necessitamos e nos podemos ajudar. - Somos menos egoístas: O amor dele e o amor dela nos faz melhores . Ocupo-me e me preocupo com ele, com ela. Já não busco exclusiva e principalmente o meu próprio bem, mas o bem dele, o bem dela, porque o bem e a felicidade do outro são, ao mesmo tempo, o bem e a felicidade de ambos. A renúncia e o sacrifício por ele, por ela, a entrega a ele, a ela, não são perda, mas lucro para os dois. - São verdadeiras as palavras de Jesus sobre o grão de trigo que cai na terra e morre: somente este grão dá fruto abundante! Além do mais, assim vivemos muito melhor! CM 432


O Amor que nos vai tornando santos na familia nos ajuda a: • Acolher o dom da vida desde a concepção; cuidar dos filhos e protegê-los desde o nascimento até se tornarem adultos e independentes. • Compreender que os filhos são nossos, mas também filhos de Deus, que cuida deles e lhes dá plena liberdade, como Ele faz também conosco. • Agir com nossos filhos como Deus age conosco, para virmos ser pais que amamos, perdoamos e servimos sem limites; que

temos fé em tudo o que há de bom em nossos filhos; e que esperamos sempre, contra toda tentação de desesperança. A fé e a esperança estão estreitamente unidas com o amor e são imprescindíveis para percorrer a vida de casados como um caminho de santidade. Preferimos dedicar estas curtas linhas ao amor. Futuramente falaremos sobre a fé e sobre a esperança. • c1 e Paco Nemesro Casal da ERI Ligaçao da Zona Furafnca

Ma

. . . . ... . . .. . . .... . .. . . .. . ....... EM CÓRDOBA- ARGENTINA Num memorável discurso denominado "Vocação e Itinerário das ENS", proferido pelo Pe. Caffarel em 1959, por ocasião do Encontro Internacional de Roma, nosso fundador fazia um comentário sobre o desenvolvimento das equipes, tendo em vista o Estatuto que, naquela época, ainda completava seus 12 anos de existência. Em determinado trecho desse discurso, ele fala da sua inquietação quando o Movimento começou a se expandir, atravessando não apenas as fronteiras lingüísticas, mas também os oceanos. E dizia que essa situação, decorrente da internacionalidade, levantava uma grande questão: o Movimento deveria ter uma direção em CM 432

cada país, ou uma direção única? Após muitas discussões no âmbito do Centro Diretor da época e também nos Encontros Internacionais, optou-se pela direção única, como uma resposta ao apelo que Jesus fizera na quinta-feira, durante a última Ceia, rogando ao Pai "que eles sejam um como tu, Pai, e eu somos um". E complementava, dizendo que ele e a Equipe Dirigente não tomaram tal atitude por razão de facilidade, pelo contrário, estavam conscientes de que a Equipe Dirigente estaria onerada com pesados encargos. Desde 1959 até hoje são passados quase 50 anos, e o Movimento se instalou em 70 países. A interna11


cionalidade é uma realidade, mas precisa ser continuamente construída e aperfeiçoada. Aceitando o desafio e os encargos decorrentes dessa busca de conhecer e dar-se a conhecer, de estabelecer relações pessoais mais próximas e fraternas por toda parte do mundo, a ERI resolveu que, na medida do possível e quem sabe, ao menos uma vez a cada ano, faria uma reunião ordinária em algum local fora de Paris (onde habitualmente há a reunião da ERI no Secretariado Internacional, na rua Glaciere) , dedicando um período para cantata com os equipistas do País escolhido. É uma resposta à pergunta do Pe. Caffarel: "Digamme, não é exultante para os corações cristãos ver todos esses casais dando-se as mãos, ultrapassando as fronteiras?" A primeira experiência da ERI, nesse seu projeto de aproximação com as bases, aconteceu em março deste ano, em Córdoba, Argentina. A cidade de Córdoba, com uma população em torno de 1.300.000 habitantes, está situada no centro geográfico do país. Em termos do nosso Movimento, faz parte da Província Sul da Super-Região HispanoAmérica. Nessa cidade encontramse 30 Equipes de Nossa Senhora, o maior número de equipistas argentinos. É também a cidade de Lila e Carlos Cobelas, até então CR da Super-Região Hispano-América. Por sua posição geográfica intermediária dentro do território argentino, tal cidade permitiria melhor facilidade para que equipistas insta14

lados em outras cidades da Região Argentina pudessem comparecer à reunião marcada com a ERI. E assim aconteceu. Durante os dias de trabalho da ERI, foi possível reunir-se uma vez com o Colegiada Regional e, num outro dia, reservar um final de tarde e uma noite para um encontro geral com os equipistas locais. Iniciou-se com uma celebração eucarística, presidida pelo Sr. arcebispo de Córdoba, Monsenhor Carlos Nofiez, com diversos conselheiros espirituais. A Igreja estava repleta de equipistas locais e outros que vieram de localidades mais distantes, Buenos Aires (750 km) e Mendoza (800 km) , seguindo-se um plenário no qual a equipe da ERI pôde se apresentar, mostrando o trabalho nas quatro Zonas de Ligação, as atividades das Equipes Satélites, e, depois, um tempo para questionamentos. Encerrou-se o encontro com um lanche comunitário com a partilha dos alimentos levados pelos equipistas. Os objetivos foram alcançados em todos os sentidos. A ERI pôde sentir in loco as necessidades e aspirações dos equipistas, pôde conhecer e compreender melhor a realidade, sentiu a acolhida generosa que une aqueles irmãos ao Movimento internacional. Por sua vez, estabeleceu-se um convívio franco e fraterno. Foi impressionante o interesse dos equipistas da Argentina em apresentar seus questionamentos, em achegarse a cada membro da ERI sem a menor cerimônia, como deve acontecer entre os verdadeiros irmãos, CM 432


interessados em saber sobre o Movimento nas várias partes do mundo. Na avaliação que recebemos do casal responsável da SR Hispano-América foi revelada a importância da visita da ERI àquele país, o estímulo que isso produziu neles. Puderam sentir que os membros da ERI são pessoas iguais, acessíveis, enfim , de carne e osso. Testemunharam, enfim, que a vivência dessa relação pessoal, direta e fraterna valeu a pena e que se sentiram fortalecidos para empreender um grande projeto de expansão do Movimento a partir de Córdoba, visto que a Argentina é um vasto território, terreno aberto à espera das ENS. O Pe. Caffarel várias vezes deslocou-se da Europa para a América com o intuito de insuflar a alma no corpo que crescia desse outro lado do oceano. A ERI procurou

seguir esse exemplo. É preciso caminhar sempre no sentido da mais perfeita unidade. Que possamos todos manter as portas abertas para desenvolver a mais autêntica fraternidade , pois as nossas diferenças culturais, lingüísticas, de costumes ou, seja lá do que for, não poderão jamais ser vistas como empecilhos para a realização plena do sentido da vocação universal das ENS.• Silvia e Chico Casal da ERI Ligação da Zona América

Que vosso movimento ajude cada vez mais seus membros a descobrir e a assumir suas responsabilidades apostólicas. Um lar, permanecendo acolhedor, fraternal, aberto às necessidades dos outros, já faz um apostolado autêntico por seu exemplo e pela irradiação da caridade. Nós nos alegramos em saber que, além disso, os membros das Equipes de Nossa Senhora, animados pelo espírito missionário, participam em grande número da vida da Ação Católica .. . De coração, encorajamos esta orientação do Movimento, sem a qual ele não atingiria plenamente a finalidade que se propõe ... Pp . João XXIII. 3-5-1959. Alocução aos mil casais das ENS participantes da Peregrinação a Roma (CM junho de 1959).

Uv1 432

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EQUIPE DA SUPER-REGIÃO NA PROVÍNCIA CENTRO-OESTE ABRAÇO DE IRMÃOS A Equipe da Super-Região, desde o ano 2000, a cada ano realiza uma das suas reuniões regulares não em São Paulo, como de costume, mas numa província, com o fim de conviver, pelos menos por algumas horas, com os casais equipistas e sacerdotes conselheiros locais, objetivando o mútuo conhecimento e para que, cada vez mais, os equipistas do Brasil nos sintamos uma grande família de irmãos. Para o ano de 2008, a província escolhida foi a Centro-Oeste e a Região, Mato Grosso do Sul. Poucos se conheciam, mas já na acolhida no aeroporto, em Campo Grande, a pertença às Equipes de Nossa Senhora fazia do primeiro abraço um encontro de velhos amigos. No sábado à noite, a reunião ordinária da Equipe da Super-Região foi interrompida para, juntamente com os irmãos equipistas de Campo Grande, celebrarmos uma Eucaristia. A Igreja do Sagrado Coração de Jesus ficou repleta. Os vários Sacerdotes Conselheiros Espirituais concelebrantes deram a presidência ao Padre Frei Avelino Pertile, SCE/SR, cuja homilia ressaltou a espiritualidade conjugal como caminho de santificação para os casais e animou a todos ao esforço dos pontos concretos, que nos ajudam a viver a espiritualidade própria dos casais. Após a missa, fomos confraternizar em torno de mesas mais tem16

porais, manifestação, contudo, daquela comunhão e alegria celebradas na mesa eucarística. Depois da acolhida oficial e das apresentações mútuas, foi servido um saboroso arroz de carreteiro, com sobremesa de delícias regionais. No domingo, a Equipe da Super-Região foi honrada com a visita de Dom Vitória Pavanello, Arcebispo de Campo Grande , o qual falou sobre os trabalhos realizados na sua arquidiocese . Na ocasião, manifestou a aspiração de que cada sacerdote fosse SCE de uma equipe. Terminada a reunião da Equipe da SR, a visita pastoral continuou no domingo à noite e segunda-feira pela manhã, a inda em Campo Grande. Eram contatos informais, mas certamente muito significativos para o mútuo conhecimento e animação. À tarde de segunda-feira , a Equipe da SR, acompanhada do Casal Regional, Maria Augusta e Waldir, do SCE da Região, Padre Osmar, e de outros casais de Campo Grande, deslocou-se de ônibus para Dourados, onde teve uma entusiástica recepção, um grande e carinhoso abraço aos irmãos que chegavam. Depois do acolhimento nas casas, uma Eucaristia reuniu todos os equipistas do Setor na Catedral. Presidiu a celebração Dom Redovino Rizzardo, bispo diocesano. Na homilia ele disse do seu entusiasmo pelas Equipes e refletiu sobre o CM 432


valor do casamento e da família. Durante a confraternização, após a missa, foram apresentados números artísticos , mostra da cultura regional e também de alguns trabalhos sociais realizados por equipistas na cidade. No dia seguinte , pela manhã, também contatos informais e ao meio dia aquele saboroso peixe. Sabor maior, porém, estava na conversa animada sobre as equipes, sua dificuldades, seu entusiasmo, seus acertos, suas esperanças e também sobre as peculiaridades da cultura regional. À tarde, novamente na estrada, agora rumo a Maracaju. Repetia-se uma grande recepção, uma foto coletiva, a acolhida carinhosa nas casas e, à noite, celebração eucarística na belíssima igreja matriz. Numa cidade com quase 35 mil habitantes, as 16 equipes de Nossa Senhora ali existentes fazem presença, e seus casais são muito atuantes nas comunidades. Após a missa, como acontecera em Campo Grande e em Dourados, houve a apresentação um a um dos casais e do SCE da Equipe da SR. Depois de uma sessão artística e cultural, em animada conversa, num dar-se a conhecer mútuo, todos provaram da famosa lingüiça ali fabricada, numa bela confraternização de irmãos que se viam pela primeira vez, mas que sabiam ter algo mais profundo que os une . CM 432

Era meia noite. Os irmãos locais precisavam trabalhar cedo no dia seguinte e a Equipe da SR tinha de retornar a Campo Grande e dali às suas casas, nos vários cantos deste Brasil. A Equipe da Super-Região esteve em missão, buscando conhecer e animar as bases para a unidade na caminhada do Movimento. Os casais visitantes e Frei Avelino voltaram enriquecidos com o testemunho da dedicação e entusiasmo com que os equipistas buscam viver o carisma das Equipes.

A VISITA DA SR BRASIL Os integrantes da Equipe da Super-Região Brasil estiveram em visita pastoral à Região Mato Grosso do Sul, entre os dias 26 e 30 de setembro de 2008. Visitaram Campo Grande, Dourados e Maracaju. Os visitantes puderam sentir de perto a nossa realidade. Frei Avelino, SCE!SR, enriqueceu-nos muito com suas homilias, 17


demonstrando o carinho que ele tem para com as Equipes de Nossa Senhora. Por outro lado, os equipistas da Região tiveram a oportunidade de conhecer pessoalmente os casais que compõem a Equipe da Super-Região. Vivemos momentos inesquecíveis, pois houve troca de experiências e também orientação para prosseguirmos na caminhada em busca da santidade conjugal. Notamos, também, a dedicação e o carinho dos casais visitantes pelo nosso Movimento. Sua visita, com certeza, trouxe muita alegria e novo ânimo aos casais de nossa região. Pedimos a Cristo que ilumine e abençoe a cada um dos casais da Super-Região e o Conselheiro Espiritual Pe . Frei Avelino e que Nossa Senhora esteja presente em todos os momentos das suas vidas.

em nosso setor os casais da Equipe da Super-Região Brasil para a visita pastoral 2008. Todos os equipistas de Dourados esperavam com muito entusiasmo por esse momento. Fizemos carreata, participamos juntos de uma celebração eucarística, mostramos um pouco da nossa cidade, nossa cultura, nossos costumes, nossa culinária etc. Dentro de nossa programação, compartilhamos de um almoço onde os peixes típicos de nossa região eram a atração do cardápio. Mas, a grande mensagem deixada por essa visita pastoral foi perceber que todos nós, de norte a sul, apreciamos o sabor de um mesmo peixe: o peixe do nosso movimento, o peixe símbolo do cristão, o sabor do próprio Cristo. Como foi bom compartilhar com irmãos equipistas dos mesmos ideais, constatar que seguimos na mesma caminhada, que os esforços não são diferentes para alcançarmos a santidade. A amabilidade, a alegria, o entrosamento, o amor estiveram presentes entre nós. Parecia que nos

Maria Augusta e Waldir CR da Região Mato Grasso do Sul

SABOREANDO O MESMO PEIXE! Nos dias 29 e 30 de setembro, tivemos a oportunidade de receber 18

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conhecíamos há muito tempo. Nós nos sentimos privilegiados por poder receber e conhecer de perto esses casais que tanto fazem por nosso movimento no plano nacional. Resta-nos seguir orando por todos eles, para que continuem sendo luz por onde passarem e que tenham discernimento e sabedoria em suas decisões. Esperamos um dia poder recebê-los novamente e que Deus nos permita a graça de continuarmos saboreando do mesmo peixe! Solange e K/eber CRS Dourados/MS

...

UMA GRANDE FESTA Há mais de um ano, foi-nos dada à notícia de que receberíamos em nosso setor a Equipe da Super Região Brasil. Tal informação causou muita alegria: A Super-Região nos visitando! Começaram os preparativos e, quanto mais se aproximava a data, mais crescia a expectativa. Pensávamos em como seria bom conhecer os Casais Provinciais, Casal Carta Mensal, Casal Comunicação, Casal Tesoureiro, Casal Super-Região, Frei Avelino, pessoas que só conhecíamos através da Carta Mensal. O grande dia chegou. Trinta de setembro. Recebemos a Super-Região com uma carreata de boas vindas. Os casais foram hospedados nas casas dos nossos equipistas, os quais sentiram-se lisonjeados de CM 432

poderem acolher irmãos de outras partes do Brasil. A celebração do Pe. Frei Avelino, sua homilia .. . Ecoam até hoje em nosso coração as palavras dirigidas ao nosso setor, sua pregação sobre o equipista e os Pontos Concretos! Queríamos que a visita pastoral fosse uma grande festa! E foi . O Setor providenciou, gratuitamente, um jantar com pratos típicos. Noventa e quatro casais (praticamente 96% dos equipistas) compareceram com suas famílias, cerca de 340 pessoas. E desfrutamos de uma gostosa confraternização. O Casal Super-Região apresentou um a um os casais visitantes, os quais falaram um pouco sobre si. Graça e Roberto nos brindaram com suas palavras, sempre nos incentivando e encorajando a seguir com alegria e na fidelidade ao carisma de nosso movimento. Por fim , os casais visitantes se misturaram aos equipistas do Setor, o que proporcionou aos anfitriões uma conversa mais direta com os visitantes. Apresentamos a eles a nossa cidade, as nossas equipes e as ativi19


dades do Setor. Três equipes se apresentaram de forma mais pitoresca. Duas mostraram como é nossa festa junina e outra como estamos nos preparando para ir ao 2° Encontro Nacional em Florianópolis. Teve até encenação de uma equipista se preparando para ir a Florianópolis montada num burrico! De forma animada e criativa, as equipes tentaram mostrar para a Super Região a alegria e o entusiasmo deste pequeno setor. Ao som de uma harpa paraguaia, nós jantamos, conversamos e partilhamos um pouco sobre nossas vidas de equipistas.

Toda preparação, toda expectativa, toda mobilização para receber a Super Região valeu a pena, e como valeu! Os equipistas do Setor puderam experimentar mais fortemente a graça de fazer parte dessa grande e maravilhosa família das Equipes de Nossa Senhora. Ficou em nós um desejo de quero mais, e uma certeza: a de que o sentimento de amor fraterno e de pertença, que nos une no Movimento, é igual em todas as equipes do Brasil. • Onorina e Adriano CR do Setor Maracaju/MS

. . . . . . . .... . ... . .... . ... ... ..... TESTEMUNHOS VIVOS A SERVIÇO DOS CASAIS

No dia 02 de agosto passado, aconteceu em São José dos Campos, a "Primeira Formação para Casais Ligação", com a participação de 60 casais, na Região São Paulo Leste I. Iniciamos o Encontro com uma oração conduzida pelo nosso Bispo Diocesano, Dom Moacir Silva. Conduzido pelo casal Maria Regina e Carlos Eduardo (Piracicaba/ SP) , e protegidos por Nossa Senhora Aparecida (padroeira da Região) e por Nossa Senhora do Serviço, trazida pelo casal palestrante, fomos encharcados de bons ensinamentos e testemunhos . Na simplicidade e na humildade , como convém a um casal que está a serviço, as palavras proferidas pelos 20

palestrantes nos conduziram a reflexões sobre a importância do Casal Ligação, em todos os níveis, seu papel motivador e elo forte , pois é através dele que a seiva do Movimento flui. O que mais impressionou a todos os casais foi o diferencial desta formação, pois além de estar estruturada nos documentos do Movimento, a parte vivencial dos palestrantes foi de uma riqueza impar. O Encontro terminou com um plenário aberto, vivido intensamente pelos participantes. Saímos todos com o desejo de "quero mais", com um sabor e odor bom daqueles que testemunharam. • Hermelinda e Arturo CRR São Paulo Leste I CM 432


A GRANDE ASSEMBLÉIA "Fiorianópolis será em 2009 a ilha do grande sonho equipista" (Graça

e

Roberto, CRSRB)

No momento em que escrevemos (final de outubro) , já somos mais de 4.300 pré-inscritos ao 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, a realizar-se de 16 a 19 de julho de 2009. Possivelmente, até o final de janeiro de 2009, seremos cinco mil. Na Carta Mensal de outubro, foram novamente publicadas as orientações para as inscrições, cujos prazos serão rigorosamente observados, pois necessitamos saber com antecedência o número de participantes, para as últimas providências relacionadas ao tão esperado e sonhado Encontro. Em Florianópolis, tal como em Siquém (Js 24) , nos apresentaremos diante do Senhor, vindos de todas as regiões do Brasil, para responder ao mesmo desafio que Josué dirigiu ao povo de Israel: "escolhei hoje a quem quereis servir" (Js 24,15) . Qual será a nossa resposta? O Senhor, nosso Deus , foi quem nos fez , a nós e a nossos pais, foi quem nos deu a vida, o ar, a terra onde moramos e de cujos frutos nos alimentamos, a água, os filhos que geramos e os que acolhemos, os amigos, os irmãos com os quais caminhamos, o amor que preenche o coração dos casais, a fé que abraçamos. O Senhor, nosso Deus, foi quem nos concedeu os dons, quem se inclinou até nós e nos conduziu à IgreCM 432

ja e às ENS, e foi "quem realizou grandes sinais diante de nossos olhos e nos guardou por todos os caminhos por onde peregrinamos" (Js 24,17) . Certamente responderemos: é ao Senhor que serviremos! No Encontro voltaremos os corações para o Senhor e renovaremos a aliança de fidelidade e de serviço, atentos às realidades que ameaçam "os valores fundamentais do casamento e da família" (Guia das Equipes, p. 9) , mas também "aos sinais de esperança e da graça" (Segunda Inspiração 1,3), porque o Senhor caminha conosco e nos dá as forças para testemunhar a grandeza do casamento cristão. Somos agradecidos, todos os catarinenses, pelas bênçãos que o Senhor, nosso Deus, nos concede de acolher com alegria os irmãos equipistas de todo o Brasil. Pedimos a graça de repetirmos a acolhida dada ao Pe. Caffarel quando aqui esteve em 1972, assim registrada pela inesquecível dona Nancy Moncau: "Braços erguidos, mãos que acenam, o júbilo estampado nos rostos. Era apenas o início da acolhida calorosa de Florianópolis ao Pe. Caffarel, cuidadosamente preparada e para a qual todos os equipistas se desdobraram num trabalho exaustivo" (ENS no Brasil - Ensaio sobre seu histórico, pág. 119).• Silvia e Glauco Casal Coordenador Local 21


DIAS DE BÊNÇÃOS Ainda estão abertas as inscrições para o II Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, em Florianópolis em 2009. Que benção! Estamos entusiasmados por demais. E a razão é bem simples: o I Encontro em Brasília foi inesquecível! Tínhamos sido "enxertados" (recompletamento) em uma equipe há apenas alguns meses quando o casal ligação foi até a nossa equipe e falou do Encontro em Brasllia. Pensamos, analisamos a data e concluímos que dava para deixar as crianças com nossos pais, e resolvemos ir. Tínhamos muitas expectativas em relação ao encontro, mas nada se comparou com o que vivemos naqueles dias . As celebrações eucarísticas, os testemunhos, as palestras, os grupos de partilha, as palavras de Dona Nancy Moncau ... Não tínhamos, ainda, noção do que era ser equipista e de como era grande o Movimento. Um véu se rasgou de nossos olhos. Um novo olhar surgiu. Conseguimos ver o quanto a equipe poderia nos dar, o quanto é rico e belo o Movimento e começamos a pensar no que poderíamos dar às ENS. Compreendemos ainda o verdadeiro significado do sacramento do Matrimónio. Ali, naqueles quatro dias, conseguimos perceber o que há mais 22

de dois anos a nossa equipe de base tentava nos mostrar e ainda não havíamos compreendido. Em nós houve uma transformação. Fomos para o Encontro como um casal participante das Equipes de Nossa Senhora e voltamos equipistas de fato. Lá, realmente demos o nosso sim ao Movimento, conscientes de que era um sim a Deus, e que, daquele dia em diante, confiantes no amor de Cristo, poderíamos agora nos lançar para águas mais profundas. Não conseguimos ir ao encontro de Lourdes. Por isso, como Casal Responsável de Setor, estamos empenhados em levar o maior número possível de equipistas do nosso setor a Florianópolis. O Setor arcará com as despesas de transporte (ônibus) . Com as promoções realizadas, já estamos com a verba praticamente garantida. Até o momento temos 26 casais e 2 Conselheiros Espirituais inscritos. Confiantes na providência Divina, esperamos levar 30% dos equipistas do Setor ao II Encontro, para que mais casais possam experimentar a graça que Deus manifesta nestes eventos de fé e sintam a grandeza do nosso movimento.• Onorina e Adriano CR do Setor Maracaju/MS CM 432


A BUSCA DA SANTIDADE A palavra santidade, numa primeira impressão, parece-nos algo inatingível, impossível para nós , cristãos, sim, mas cheios de defeitos e pecados, e pensamos: Santo, somente Ele, ou pessoas que fazem milagres! O privilégio de estarmos participando de uma equipe de Nossa Senhora, nos faz ver que é possível ser santo, sim! E mais, é isso que buscamos, pois é isso que Deus espera de nós. A busca da santidade, o esforço de procurar sermos pessoas melhores para o nosso cônjuge, na vivência do sacramento do Matrimônio, sermos bons pais para nossos filhos, sermos testemunho de casais cristãos para nossos irmãos, a prática da generosidade, na caridade: Este é plano que Deus fez para nós e é o caminho pelo qual Deus nos faz santos, basta nos entregarmos à sua graça com fé e amor. Se iremos conseguir ou não, não sabemos, mas importante é termos esse objetivo, e nos esforçarmos para que estes gestos se tornem inicialmente um hábito e depois um estilo de vida. Erraremos muito, mas o importante é conseguirmos enxergar nossos erros a tempo de não causar danos irreversíveis a nós mesmos e ao outro, seja ele quem for. É importante termos um coração limpo, cheio de sinceridade e amor pelo próximo, e isto tudo não para sermos vistos como santos, mas para que possamos ter uma CM 432

vida santa, uma vida caridosa, enfim, para sermos o que Deus quer que sejamos. E nós fomos agraciados com o conhecer o Movimento e sermos equipistas de Nossa Senhora, o que muito nos ajuda, pois através dos PCE temos uma referência a nos guiar e orientar na caminhada em direção à santidade no matrimônio e na vida em sociedade, e isto sem "milagres", mas com gestos simples no dia a dia, apenas vivendo bem nosso casamento e nossa vida. Falando assim parece fácil, mas sabemos que não é, porém, com muito amor, fé , sinceridade, perseverança , tolerância e uma dose grande de boa vontade é possível. Sim, podemos ser santos! Ou melhor, podemos permitir que Deus nos santifique.• Luciano e A/ex Eq. N. S . Desatadora dos Nós Setor B 23


FRAQUEZA DA PREPARAÇÃO DOS CASAl S PARA O CASAMENTO No capítulo 5° do livro de temas direção familiar, na criação dos filhos. de 2008, entre as perguntas suge- Em vez de caminhar juntos, passaridas para o diálogo do casal, des- ram a caminhar apenas ao lado, cada tacamos esta: Qual o aspecto do um pretendendo viver a seu modo e texto bíblico proposto que mais nos a seu bel prazer o seu egoísmo. chamou a atenção, a propósito da A idéia do matrimônio para semrelação homem-mulher, do nosso pre não é mais aceita por muitos, já ideal de vida em casal e de teste- não faz parte dos planos de muitos munho para os filhos na sociedade casais. O amor deixou de amar, tem que nos cerca? vida curta, porque deiO que mais nos xou de ser alimentado chama atenção no texcom a doação, com a Devemos to de Mt 19,3-11 é a caridade, com a alegria afirmativa: "Os dois de caminharem juntos, testemunhar numa só carne. Isto porserão uma só carne"! aos casais Na época em que que tiraram o espaço de nos casamos, não haDeus do dia a dia de jovens que via curso de preparasuas vidas. Constrói-se vale a pena ção para o matrimôum matrimônio com areia e, ao chegarem as nio, o chamado curso seguir a palavra chuvas das dificuldade noivos. de Jesus. des, ele desmorona e se Nós éramos criadesfaz. dos já nos preparando Nós que vivemos para um dia casar. Nossos pais tinham suas desaven- tantos anos juntos, apesar das temças como todo casal, mas não exis- pestades, devemos testemunhar tia separação por incompatibilida- aos casais mais jovens que vale a de de gênios, dificuldade financei- pena seguir a palavra de Jesus e ra e outras coisas mais. A idéia do viver segundo seus ensinamentos, "matrimônio para sempre" não nos "e homem e mulher serão uma só assustava, pois os casais que conhe- carne", não cada um por si, mas cíamos viviam em relativa paz. duas pessoas diferentes e livres se Com a valorização da mulher, transformando em um novo ser no social e culturalmente, houve uma amor. Dois, unidos pelo coração e emancipação da mulher, melhor di- movidos pela alegria, que buscam zendo, houve a equiparação entre juntos a santidade conjugal. • Elza do José Gari ( + ) homem e mulher. Mas, então, pareEq. N. S. Aparecida- Setor B ceu-lhes que eles devessem compeBauru/SP tir um com o outro no emprego, na 24

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PRONTOS PARA A MISSÃO Ao sermos convocados a ser casal apóstolo do sacramento do Matrimônio, fomos durante o ano todo chamados, mais uma vez, a ser luz do mundo, sal da terra, fermento na massa ... Sentimos ainda mais forte o peso da responsabilidade que é anunciar o Cristo, que conhecemos na alegria pela fé , O seguimos pela graça e por isto Ele nos confiou a tarefa de anunciá-lo. Logo no primeiro capítulo, através de uma análise da realidade, tomamos consciência da existência de várias correntes negativas (materialista, utilitarista, hedonista, o relativismo, o secularismo) , as quais afetam os costumes e a estrutura da nossa sociedade. A família moderna, via de regra, não se preocupa mais em educar na fé, algumas deixam esta missão para a escola, outras nem isto. Ainda nos deparamos com o niilismo (nadismo) : porque

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acredita que o homem não tem vida após a morte, deseja aproveitar ao máximo o tempo presente, da melhor maneira, haja o que houver. As ENS nos advertem que "o 'estar com', vivido por um casal equipista, pode ser para o mundo um sinal mais convincente da aliança de Deus com a humanidade". Mas isso também não é fácil. É bom que não percamos de vista as palavras do Cardeal Daneels, convidando-nos a descobrir a profundidade do amor conjugal , a conservá-lo e a cultivá-lo. Para isso, mantendo bem alto o ideal do casal cristão, precisamos nos tornar seres de compaixão para os que fracassam. Ele nos convida ainda "a tomar consciência de nossa própria fragilidade, a aceitar as trevas,

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porque tudo aquilo que acontece com os outros, o seu fracasso, está potencialmente em algum lugar dentro de nós. Só poderemos ser um ser de compaixão quando tivermos provado e aceito, nós mesmos, a nossa própria fragilidade , o nosso lado obscuro. Porque a miséria, o nosso lado obscuro, é em nós o lugar do amor misericordioso." Ainda neste ano tivemos a felicidade de ter nas mãos o livro Casa/ em Diálogo de Padre Cavalca, que nos convida a trabalhar nossa sensibilidade para perceber que "casamento não é para ser solidão, nem silêncio, nem fuga , nem fingimento. Tem sentido apenas se for encontro e companhia, prosa longa e sem pressa, cumplicidade , transparência e nudez." Com tantas e profundas advertências , estaremos prontos para a missão quando tomarmos consciência do que realmente

somos , consctencia dos nossos limites, das nossas misérias . Então nosso olhar misericordioso voltar-se-á primeiro sobre nós mesmos e , nós próprios sendo fracos , mais facilmente poderemos ajudar nossos irmãos . A Pastoral Familiar, com certeza, espera a nossa contribuição de equipistas. Mencionamos esta pastoral porque, sem dúvida, para ela a escola das ENS nos prepara, mas nada impede que nos dediquemos a outras também , para as quais sentirmos que somos chamados , porque se o coração está transbordando é preciso derramá-lo. Há muitos irmãos esperando .... Que, a exemplo de Maria, nos tornemos discípulos para que, pelas nossas boas obras, o mundo tenha mais sabor e mais brilho.• Auxiliadora e Carlos CRS N. S. Aparecida Juiz de Fora/MG

"E Deus descansou no sétimo dia de toda a obra que ele havia feito" As criaturas que haviam precedido o amor, o preparavam . ... Todas as belezas do universo nele se encontram e são ultrapassadas por ele. Na criação tudo se entrelaça: a mais modesta criatura é necessária a todas as demais, a mais humilde põe em relevo a mais gloriosa e participa assim da sua dignidade . A glória do amor é g lória de toda a criação. Entretanto, a união do homem e da mulher não é o fim último da obra divina . Deus, ao instituir o matrimônio, pensa nos esponsais de Cristo com a Igreja. Quer que este não só prefigure essa união que perfila no horizonte dos séculos futuros, mas também que coopere para ela, obedecendo ao mandamento de crescer e multiplicar. É essa a vocação sobrenatural ... que suscita o orgulho de sua nobreza e a humildade do bom obreiro ante a grandeza da sua missão. Pe. H. Caffatrel. O Amor e a Graça.

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40ANOS DE EQUIPE Jesus nos chamou , nos mostrou e nos conduziu pelo caminho cristão do matrimônio. Chamou seis casais, três deles com pouco mais de um ano de casados, e um sacerdote. O nosso sim foi tão abençoado, que hoje não sabemos o que é viver fora das ENS. Vimos nossos filhos nascerem e buscarem seu espaço na sociedade, casarem e terem seus filhos. E nós, na retaguarda, fortalecidos pelos dons e graças recebidas. Dos seis casais iniciais, restam três. Um transferiu a residência para outra cidade e outros de saudosa memória: Vanda e Zulmira, Agenor, Ciro. Também voltaram ao Pai Pe . Antonio, Frei Nelson, Padre Theodoro, Padre Aquelino e Monsenhor Hilário. Hoje somos Antonieta e Pedro, Marilda e Ronei, Vitalina e Danilo, Claire e Ivo , Tânia e Valéria e Pe. Moacir Canal. Nestes quarenta anos de experiências de entrega ao Senhor, Ele sempre nos concedeu a graça de sua preCM 432

sença em nossas vidas . Mostrou que o Espírito Santo só pode agir no casamento cristão, se soubermos abrir o coração a uma entrega total a Ele, com toda a força do nosso amor. Amor transformado em ações, em serviço e em partilha. Hoje temos plena consciência de que formamos uma comunidade cristã, ligada pela oração, pela partilha e pela ajuda mútua . Continuamos num processo de busca, centrados no foco essencial que a maturidade espiritual e humana nos revela, o amor. E como escreveu o nosso querido Pe. Avelino numa Carta Mensal, "sejamos gratos às ENS, verdadeira escola e laboratório onde se aprende a sublime e apaixonante arte de amar e onde se faz a experiência do amor". Com Maria, aprendemos a viver as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do nosso dia a dia através dos olhos de Deus . Maria nos ensinou o quanto é possível fazer o mundo diferente a par27


tir de nós mesmos e dos nossos testemunhos. Ela nunca nos faltou . Muitos são os testemunhos que podemos dar. Estarmos juntos (nestes tempos de falência amorosa) é uma benção e uma graça. Por isso,

humildemente nos unimos a Maria, dizendo e testemunhando: O Senhor fez em nós maravilhas e santo é seu nome. Equipe Imaculada Conceição Setor Serra - Caxias do Su l/SR

JUBILEUS DE DIAMANTE E DE OURO Os Setores A e B de Olinda estão em festa: Monsenhor Valdenito Laureano de Oliveira, no dia de 05 de dezembro de 2008, completará 60 anos de vida sacerdotal, sendo SCE da Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do Setor Olinda A, desde seu início. Homem incansável, apesar dos seus 83 anos, está sempre presente na vida dos equipistas, ajudando-os no seu crescimento espiritual. Padre Geraldo de Souza Moura, no dia 14 de dezembro de 2008, completará 50 anos de ordenação presbiteral. É SCE desde o início do Movimento em Olinda, em 1994. Aos 73 anos, apesar da saúde frágil , é muito dedicado às ENS: Além de SCE do Setor Olinda A, o é também de nove equipes: três no Setor Olinda A, cinco no Setor Olinda B, e uma no Setor B de Recife. Ambos os sacerdotes são pastores cuidadosos com os rebanhos a eles confiados. São mais que irmãos no sacerdócio, caminham juntos na fé e na amizade. Que Deus derrame abundantes bênçãos sobre o Monsenhor Valdenito e Padre Geraldo e que Nossa Senhora Mãe de Deus e nossa mãe, de quem são filhos prediletos, os proteja na caminhada. Toinha e George, CRS Olinda A - Região PE 1

EQUIPISTAS ENGAJADOS

Na solenidade de Corpus Christi deste ano, na Paróquia N. S. da Conceição de Itabaiana/BA, realizou-se a investidura de 12 novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, 9 deles membros das Equipes de Nossa Senhora, todos desejosos de evangelizar e trabalhar pela comunidade. 28

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SESSÃO DE FORMAÇÃO

RENOVANDO O SIM Sob a invocação de N. S. de Guadalupe, a Equipe 13, Setor B, Região Norte II, de Belém do Pará, completa 25 anos. Ao longo desta história, com a assistência do Espírito Santo, houve uma grande renovação de casais, permanecendo da equipe original o casal Conceição e Batista, aos quais hoje juntam-se Dilma e Sérgio, Francisca e Nascimento, Graça e Carvalho, Lea e Alberto, Onélia e Teixeira, Rita e Fernando, Vera. Além do Casal Piloto inicial, Melânia e Alberto, em dois momentos de reestruturação, a Equipe foi também pilotada por Nazaré e José e Nazaré e Oliveira. Foram SCE Frei Ângelo, Frei Aligi, Pe. Estevão e Cônego José Maria. Hoje , nosso SCE é o Pe. Lenilson. Com humildade , como fez Maria ao pronunciar seu sim, nós reafirmamos a nossa adesão às ENS. Equipe 13 - N. S. de Guadalupe Setor B - Belém/PA

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A Região Minas IV promoveu nos dias 6 e 7 de Setembro de 2008 uma Sessão de Formação Nível I. O dirigente foi o Seminarista Carlos Henrique, do 4° Ano de Teologia do Seminário Diocesano de Pouso Alegre. De forma criativa e profunda , sensibilizou os casais a viverem uma fé madura e coerente com o Evangelho de Jesus Cristo. Nas reflexões em grupo, os casais tiveram a oportunidade de trocar experiências, num ambiente de muito amor e fraternidade. Neuza e Hélio CR da Região Minas IV

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1)

Padre Sérgio de Souza Neres, CSS, em longa mensagem enviada à Carta Mensal, demonstra o seu entusiasmo e alegria pela experiência de estar conhecendo as Equipes de Nossa Senhora, movimento do qual ouvira falar, mas não conhecia. Tem firme esperança de que a presença das Equipes em Palmas será oportunidade para os casais conhecerem melhor o sacramento do Matrimônio e de se tornarem missionários deste sacramento para outros casais e famílias. 29


BODAS DE OURO Maria Thereza e Luiz Sérgio, da Equipe 20 A, da Região Rio I, completaram 50 anos de vida matrimonial, no dia 10 de julho de 2008. Muitos amigos se uniram à família na celebração de uma união que se dedicou a atrair muitas pessoas para o caminho da santidade. Participam do Movimento há 40 anos e já o serviram de várias formas, sempre estimulando os casais a crescer na fé de forma coerente e compromissada Deus lhes deu 4 filhos e, nas Equipes, outros tantos que foram por eles pilotados ou que se inspiraram no seu testemunho de vida. Os irmãos de equipe festejam e pedem ao Pai que os fortaleça na fé e lhes dê constância na alegria.

• •• Regina e Ruy festejaram suas bodas de ouro na missa mensal das ENS, em outubro de 2008, com a presença de seus filhos , filhas , noras, genros, netos, seus irmãos de Equipe e outros equipistas. A Eucaristia foi presidida pelo Padre Pedro Sallet e concelebrada pelo Pe. Alberto Santiago. Pertencem à Equipe 4 B, uma das primeiras de Curitiba. Testemunharam ser uma graça terem ingressado nas ENS com apenas 6 meses de casados, o que muito os ajudou na vivência da conjugalidade. Dedicando muito amor e carinho pelas ENS, onde exerceram diversos serviços e ainda hoje são exemplo para todos. Com quase 50 anos de equipe, estão presentes em todas as atividades que o Movimento realiza. Na bênção das alianças, Pe. Sallet perguntou ao Ruy qual a mensagem que gostaria de deixar aos presentes. Com simplicidade, disse apenas uma frase que fez todos nós refletirmos: "que todas estas comemorações não sirvam para aumentar nossas vaidades, mas sim para a glória do Senhor", enquanto Regina comentava : "Lembro até hoje com muito carinho do casal piloto, Zila e Francisco, que disse 30

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na primeira reunião de pilotagem, que ali estávamos iniciando uma caminhada de aprendizado rumo à santidade conjugal, mas que o diploma só iríamos receber no céu, das mãos do Senhor" , completan-

do que eles "ainda têm muitas coisas a aprender para que possam receber o diploma". Parabéns, querido Casal, "testemunhas vivas a serviço dos casais"! Colegiada da Região Paraná Sul

PROJETO VOCACIONAL Como acontece anualmente, a Super-Região Brasil, através do Projeto Vocacional, faz uma doação a um dos Seminários de cada Província. Para o ano de 2008 , o Seminário Arquidiocesano São José, na cidade do Rio de Janeiro, foi o escolhido pelo Colegiada da Província Leste para receber a importância de R$ 7.000,00 (sete mil reais) , que foi entregue ao Reitor, Pe . Hélio, no dia 25 de setembro. O nosso Movimento estava representado por nós, Casal Pro-

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vincial, e os três Casais Responsáveis das Regiões Rio I, Rio III e Rio V. Coincidentemente, no momento de fazermos a entrega, realizava-se uma reunião da Obra das Vocações Sacerdotais, e Pe. Hélio fez questão de que a contribuição fosse entregue na presença de padres, seminaristas e dos colaboradores voluntários, os quais ficaram bastante felizes, pois sabem das reais necessidades da maioria dos Seminários. Graça e Jua •z CR da Provmcia Leste

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PARTIRAM PARAACASA DO PAI Gelcimar (do Reinaldo) , da Equipe Maria Mãe da Graça e da Misericórdia, do setor O da Região Rio III. Leônidas Ramos (Dinha) , da Zilda, no dia 12 de julho de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora do Amor, de Lages/SC. Elisa Márcia dos Santos Augusto, do José Carlos, no dia 22 de julho de 2008. Integrava a Equipe 13 do setor A de Niterói/RJ. Edson Menezes, no dia 6 de outubro de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Conceição, do Setor A de Belo Horizonte/MG . Maria do Céu, do Hélio, no dia 4 de outubro de 2008. Era membro da Equipe Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, do Setor C, da Região Norte I. Margarida Maria Bandeira dos Santos Melo, do Chico, no dia 11 de setembro de 2008. Integrava a Equipe Nossa senhora de Fátima de Teresina/PI. Pe. Paolo Bortolazzo (Carlista Scalabrini), no dia 5 de Outubro de 2008. Foi SCE por 6 anos das Equipes Nossa Senhora das Graças e Imaculada Conceição, do Setor F de Porto Alegre/RS. Foi sempre um sacerdote entusiasmado pelo Movimento e especialmente incentivador da vivência da sua mística dentro de suas equipes de base, colaborando fraternalmente na busca da santidade conjugal de todos os seus integrantes. Pe. Joaquim Marques Pascoal, no dia 3 de outubro de 2008. Nasceu em Jaguarauna, em 1938. Foi ordenado presbítero em 29 de junho de 1963. Auxiliou em várias paróquias, depois foi pároco sucessivamente nas Igrejas N. S. de Fátima Rainha de Todos os Santos (1969 a 1975), N. S. do Perpétuo Socorro (1975 a 1981) e N. S. da Glória do Largo do Machado (1981 a 2008) . Entrou para o Movimento das ENS em 1975, como SCE da Equipe 22 do Setor B - Região Rio I, e fez com ela uma caminhada de crescimento, ajudando-a a ser testemunha viva do Matrimônio. Sempre zelou pela unidade do Movimento e pela fidelidade a seus objetivos. Foi SCE do Setor B de 2003 a 2005.

EQUIPES NOVAS Equipe Nossa Senhora de Fátima, no Setor Feira de Santana/BA

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Correção em notida: Na Carta Mensal N° 430, edição de outubro de 2008, na página 27, onde consta Pe. Almir Borges da Silva, leia-se Pe. Almtr Roberto Borges, CMF. CM 432


HÁ MUITAS MANEIRAS DE REZAR Muitos cristãos se preocupam com a oração. Sabem que devem fazê-la e não sabem como. Dom Albino Luciani , então bispo de Vittorio Veneto, mais tarde o Papa João Paulo I - o Papa Sorriso - em uma palestra aos sacerdotes de sua diocese , no ano de 1965, conta uma pequena história que, indiretamente, descreve as diversas formas de oração e mostra como todas agradam a Deus, cada uma correspondendo a determinada idade ou determinado nível de formação religiosa. Eis essa história: "Um pai festeja seu aniversário. Organizaram uma pequena festa em sua casa. 'Vamos ver as coisas bonitas que vão me mostrar! ' Primeiro vem o seu filho caçula: ensinaram-lhe uma poesia, que ele deco-

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rou. Pobre menino! Lá, na frente do pai, recita a sua poesia. De cor. 'Parabéns! ', diz o pai, 'gostei muito, você foi muito bem, querido'. Sai o caçula, apresenta-se o segundo filho, que já está no ginásio. Ah, ele não se contentou em aprender uma poesiazinha de cor, preparou um pequeno discurso, coisa sua, farinha do seu saco. Mesmo sendo breve, ele posa de orador. 'Eu nunca poderia acreditar' diz o pai, 'que você fosse tão bom para fazer discursos, querido!' O pai está contente: veja só, que belos pensamentos!. .. Não é uma obra prima, mas ... Terceira, a senhorita, a filhinha. Ela preparou simplesmente um ramalhete de cravos vermelhos. Não diz nada. Vai até o pai, não solta um pio: mas está comovida, fica tão vermelha que não se sabe quem é mais vermelho, ela ou os cravos. E o pai diz: 'Dá para ver como você gosta de mim, está tão emocionada' . E nem sequer uma palavra. Mas ele agradece as flores , especialmente porque a vê tão comovida e tão cheia de afeição. Depois vem a mãe , a esposa. Ela olha para o seu marido e ele olha para ela: simplesmente um olhar. São tantas coisas. Aquele olhar traz de volta todo o passado, toda uma vida. O bem, o mal, as alegrias, as dores da família. Não há mais nada. São os quatro tipos de oração. O primeiro é a oração vocal, quando rezo o rosário com atenção, quando rezo o Pai Nosso, a Ave 33


Maria : então somos crianças . O segundo, o pequeno discurso, é a meditação. Sou eu que penso e faço o meu discurso ao Senhor: belos pensamentos e até sentimentos profundos . O terceiro, o maço de cravos, é a oração afetiva. A menina, tão emocionada e tão afetuosa. Aqui não são necessários muitos pensamentos, basta deixar falar o coração. 'Meu Deus, te amd . Mesmo que alguém só faça cinco minutos de oração afetiva, é melhor do que a meditação. A quarta, a esposa, é a oração da simplicidade e do simples olhar, como se diz. Ponho-me diante do Senhor e não digo nada. Olho para ele, da maneira como puder. Essa oração parece valer pouco, mas pode ser superior às outras.

Considerem cada uma dessas formas de oração. A primeira também. Costuma-se dizer: é uma criança, está apenas começando. Mas Santa Teresa escreve: a pessoa pode se tornar santa com a primeira oração; determinadas pessoas, mesmo humildes, não aprenderam a meditar, mas rezam bem as orações vocais, com o coração. Santa Bernadete só se tornou santa por causa disso. Rezava bem o rosário, obedecia à sua mãe. E se tornava santa. "* Assim podemos ver que é bem simples rezar e que oração implica em amar. • Gerard Duchêne, da Monique Eq. 1, Setor A, São Paulo/SP *Reproduzida do no 718, 2003, da revista 30 Dias

. . . . . . . . .... ..... .. . . . . . .. . . . . . . REFLEXÃO SOBRE OS PCE Fizemos breve reflexão sobre cada um dos Pontos Concretos de Esforço, o que não quer ser a compreensão de cada um deles, mas uma observação de que os compromissos que assumimos ao ingressar nas ENS apenas explicitam, de forma adequada para cristãos casados, o que todo batizado deve fazer para caminhar em busca da santidade. A explicação do que seja cada PCE a encontramos no Guia das ENS, VI, B e os seus itens. • Escuta da Palavra é - depois de ler e reler um texto bíblico, especialmente os Evangelhos - fazer silêncio no coração para ouvir o 34

que o Senhor tem a me dizer. Se eu não escuto, não saberei o que o Senhor a cada dia tem para me falar. Ouvir e escutar a Palavra é obrigação de todo cristão! • Meditação é prestar atenção ao que o Senhor fala, para entender corretamente o que Ele diz. É ficar um tempo a pensar na Palavra escutada, falar com o Senhor e comparar o meu viver com a mensagem da sua palavra. Conhecer para entender e vivenciar o que Deus nos fala é obrigação de todo cristão! • Oração Conjugal é o casal rezar junto. É louvar e agradecer a Deus CM 432


pelo dom das próprias vidas, do próprio casamento, pelo dom dos filhos e tantas outras graças. É apresentar a Deus as coisas boas vivenciadas pelo casal e também as dificuldades e fraquezas. O Senhor nos dá tudo gratuitamente, nos dá a vida, nos dá um ao outro, nos dá sermos mães, pais, sermos família. Segurar um na mão do outro e agradecer é o mínimo que podemos fazer. E gratidão a Deus é obrigação de todo casal cristão! • Regra de Vida é o esforço de corrigir-se progressivamente. Se não estou agindo corretamente no falar, no fazer ou no agir, com o cônjuge, com os filhos, com aqueles que estão ao meu redor, ou comigo mesmo, ou em relação a Deus e a Igreja, eu preciso mudar, converter-me, mudar o comportamento para o rumo certo. E conversão é obrigação de todo cristão! • Retiro anual é um encontrar-se profundamente com o Senhor. É sentar-me aos seus pés, ouvir e permitir que seu Espírito aja no mais íntimo do meu ser, fazendo em mim uma limpeza, purificando-me, renovando-me e me dando forças para propósitos firmes, que me levem a trilhar caminhos novos. E isto é obrigação de todo cristão. • Dever de Sentar-se é o necessário e indispensável diálogo do casal. Marido e mulher colocarse-ão com toda a humildade, com todo o amor, com todo carinho, com todo o respeito, um diante do outro e os dois diante do Senhor, para falar da sua vida a dois, CM 432

das alegrias e das dificuldades que estão encontrando no seu relacionamento, das necessidades e também tristezas. Falar das expectativas um em relação ao outro, pedir ajuda e compreensão ao cônjuge, pedir desculpas e perdão, dizer um ao outro como são importantes um para o ouro. E dentro desse momento único, comprometer-se em esforçar-se por dar o melhor para fazer o outro feliz. Se tudo está bem entre eles, sentar-se da mesma maneira diante do Senhor, pegar um na mão do outro e relembrar o tempo de namoro, de noivado, o dia do casamento, os sonhos concretizados, os obstáculos que serviram e servem de degraus para a caminhada a dois. Viajar juntos ao passado e agradecer ao Senhor por Ele ser o grande Amor que une os dois, pela sua presença viva no casal, na família e no lar. No final, sem perceber, se fez um balanço da vida de casados, renovou-se o sacramento do Matrimônio e o amor mútuo se fortaleceu. Acontece então uma atualização do compromisso sacramental do homem e da mulher, o que deve ser feito por todo casal cristão. Propondo-nos os PCE, as Equipes de Nossa Senhora se constituem numa escola onde aprendemos a ser verdadeira e simplesmente casais cristãos, que assumem com responsabilidade e alegria a boa nova do amor de Jesus Cristo! • v 1a e Manoel Eq N. S. Rainha das Famílias ABC II - Regrao SP Sul I 35


COERÊNCIA ENTRE FÉ E VI DA Estivemos reunidos, recentemente, com outros casais, na Cidade de Itacoatiara/AM (cerca de 250 km de Manaus), para conversarmos com nossos irmãos equipistas daquele Setor em torno de um Mutirão. Dentre as palestras ali proferidas , uma, particularmente , nos chamou a atenção. Diz respeito à coerência entre fé e vida . Sempre tivemos especial cuidado com o tema. No Encontro de Noivos da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, do qual participamos, num dos chamados "círculos", onde os noivos são instados a se pronunciarem sobre um determinado tema, havia uma pergunta sobre a qual nós tínhamos especial apreço. O questionamento era: "Há compatibilidade entre religião e vida quotidiana? " As respostas eram as mais diversas. Algumas positivas, outras nem tanto. O que percebíamos , quase sempre, era o estado de confusão comportamental dos noivos presentes. Via de regra, reconheciam o valor da religião em suas vidas e exaltavam a figura de Deus, mas tinham dificuldade de pôr em prática os ensinamentos de Jesus Cristo no dia-a-dia. Diante de um mundo secularizado, muitos estão confusos. Não sabem qual caminho seguir. Alguns diziam que o ser cristão-católico resumia-se a freqüentar a igreja. Ao sair dali o 36

comportamento era outro, como se uma veste tivesse sido tirada, e, pronto, era outra pessoa. Convém lembrar que o Concílio Vaticano II , na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, 43 , diz: "Este divórcio entre a fé professada e a vida quotidiana de muitos deve ser enumerado entre os erros mais graves do nosso tempo". (333) Se alguém diz ter fé , é porque aceita incondicionalmente a pessoa de Jesus Cristo, sua mensagem, seu Evangelho, sua Igreja. Se alguém diz ter fé , é porque se compromete com o Plano de Deus para nós e passa a trabalhar para a construção do Reino de Deus. Como bem menciona o trecho do livro "Coerência entre fé e Vida", publicado pelas ENS: "Fé e vida não são duas realidades distintas e contrárias. Antes, são correspondentes entre si , pois onde existe uma autêntica vida, é porque se vive uma fé também autêntica. A pessoa vai alcançando a coerência entre fé e vida quando desenvolve a capacidade de viver a verdade. E qual verdade? A verdade de Deus, queimediatamente induz à prática de atitudes de conversão e de busca de uma grande intimidade com tudo aquilo que transforma, que aperfeiçoa a vida". Lembro de uma história envolvendo o tema: Certa vez, na Índia, um casal preocupado com o CM 432


comportamento de seu filho menor, foi se aconselhar com o sábio Mahatma Gandhi. Em lá chegando, expuseram ao líder hindu que seu filho menor tinha o mau hábito de comer muito açúcar. E queriam saber o que Gandhi poderia fazer sobre o assunto. Gandhi pensou por um instante e disse aos pais do garoto que o trouxessem a sua presença dali a um mês. Passado o tempo aprazado, os pais compareceram à presença de Gandhi. Antes de tudo manifestaram curiosidade em saber por que o sábio tinha pedido um tempo longo para poder recebê-los novamente . Gandhi disse, então, aos pais do garoto: "Eu também vinha consumindo bastante açúcar nas minhas refeições. Nesse meio tempo procurei diminuir consideravelmente o consumo de açúcar para poder aconselhar o seu filho". O evangelista Lucas, referindose à autenticidade de vida, diz: "Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será à luz do dia e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados" (Lc 12,1-3). É importante, pois, que nós católicos e equipistas possamos atuar como luz e de forma misericordiosa em nossa vida quotidiana. É importante sermos bons, de alma, com sinceridade, respeitando o CM 432

próximo e sendo solidários. Entendemos que a bondade reside no fato de não só dar a assistência que as pessoas merecem por dever de justiça, mas sermos a elas dedicados, dispostos a dar o exemplo de respeito e consideração, além de lhes transmitir, também , a necessidade de elas serem boas. Outra qualidade que consideramos importante no trato com os irmãos é a generosidade. Lembramos sempre daquela música : "Sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, que sabem ser generosas ... " Ser generoso é estar sempre pronto a colaborar, a auxiliar, a ajudar a todos que nos procuram. Desses atributos decorre um outro que entendemos ser a síntese dos demais: ser justo! Os israelitas, desde sempre, davam particular relevo à expressão "justo", que compreendia o homem pleno. No entendimento deles, era justo quem , interior e exteriormente, não se deixava levar pelo orgulho, pela soberba e tratava todas as pessoas com a devida justiça. Procuremos, pois, viver com coerência entre a fé que professamos e a vida que levamos. Procuremos ser justos, como o foi José, filho de Jacó, que não obstante a traição dos irmãos, salvou seus familiares e seu povo, porque a busca de um ideal supera qualquer espécie de ressentimento. • Pedro CR do Setor C

Wangraj

ManausAM

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SOMOS EQUIPISTAS Quando fomos convidados para entrar nas ENS, não sabíamos quase nada a respeito do movimento. Uma pessoa da famUia nos perguntou: - Vocês foram convidados a participar da Equipes de Nossa Senhora? A surpresa dela nos deixou intrigados! Mas já nas primeiras reuniôes percebemos que seria aquilo de que precisávamos. A cada encontro que acontecia, podíamos notar que nossas vidas começavam a mudar. Nossas filhas constataram que tudo estava ficando diferente em nossa casa: o nosso relacionamento, o diálogo, o carinho, a alegria. Nosso tempo de equipista ainda é curto, estamos engatinhando, mas temos consciência de que que-

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remos crescer em nossa espiritualidade conjugal. Já participamos da Sessão de Formação Nível 1, uma experiência indizível. O encontro com os outros casais deu-nos a certeza de que daqui para frente nossas vidas estarão ligadas às ENS. Foi-nos possível compreender com mais clareza o significado de vivermos o matrimônio apoiados em Jesus Cristo e Nossa Senhora e na ajuda de novos amigos. Dá prazer em saber que, em um mundo com tantas coisas erradas, ainda há muitas pessoas que procuram seguir os ensinamentos de Jesus. Fazer parte das ENS é trilhar este caminho.• Leda e Pedro Eq. Mãe Rainha - Setor Alfenas/MG

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DE DOR E DE AMOR Em alguns encontros de nossa equipe foi dito que "amar dói" e "quem ama sofre". A experiência e compreensão da dor foi vivida por nós no dia 1° de agosto de 2008. A Cláudia e nossa filha tinham programado passarem o dia juntas, um dia que seria inteiramente delas. Enquanto isso, porém, Jéferson, sofreu um acidente de trabalho que lhe causava muita dor. Embora ele tentasse esconder delas o ocorrido, para não frustrar o que tinham programado fazer naquele dia, a Cláudia percebeu que ele sofria ... Foram juntos para o hospital. Ele chorava de dor e ela derramava lágri38

mas solidárias. Compreenderam naquele momento que ali estavam sendo "uma só carne". Graças a Deus, três dias depois foi possível realizar a cirurgia. Retornando para o quarto, o Jefferson pôde contemplar o sorriso e receber um beijo carinhoso de sua amada, o mesmo beijo confiante que havia recebido quando fora levado para o centro cirúrgico, daquela que por duas horas ficou a lhe esperar, orando .. . Quem achava impossível quebrar a rotina, que ouvia constante reclamação da família sobre a longa jornada de trabalho, poucos dias CM 432


de férias , de repente se via obrigado a passar pelo menos dois meses em repouso. Percebemos que Deus se utilizou de linhas tortas para reescrever nossa vida. Utilizou-se da dor para nos revelar nosso mais profundo sentimento; utilizou-se do tempo para que refletíssemos sobre o que é mais importante; utilizou-se da incapacidade para vivermos seu espírito de caridade e fraternidade; e do acidente para que reencontrássemos os caminhos da santidade, já que é tão fácil nos deixar seduzir pelas vias que não levam a ela.

Louvamos a Deus por nos haver inserido nas ENS. Vemos o quanto crescemos em nossa espiritualidade ao longo desses últimos seis anos. Antes, em uma situação como esta, o mais provável teria sido questionar e, quem sabe, culpar Deus por não nos ter protegido. No entanto, nos surpreendemos por não termos reclamado em nenhum momento. Ao contrário, agradecemos-Lhe por nos conduzir, pela dor, a encontrar a essência do nosso amor. • Cláudia e Jefferson Eq. 6 - Setor E - Florianópolis!SC

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VIDA DE EQUIPE "É importante que os casais da equipe se beneficiem com a amizade profunda que caracteriza uma equipe de Nossa Senhora e que, fora da reunião mensal, eles se sintam ligados à equipe, como uma grande família" (Guia das ENS). No final do ano de 2007, foi-nos apresentado o casal Sílvia e Firmo, com a filha , Juliana, vindo de Campo Grande e que recompletaria a nossa equipe. Já conhecíamos a situação nada fácil que lhes sobreveio e foi uma alegria imensa acolhê-los. Logo a Juliana começou a se aproximar da Belinha, da Camila e da Alice, que tinham idades próximas. Foram nove meses de "gestação". Na primeira reunião do ano, eles não puderam participar, pois o Firmo apresentou os sintomas da doença e passou mal. Mas nossa equipe já rezava por eles. Quando ele sentiu-se seguro para trabalhar, Luzia e o Eugênio já CM 432

estavam se programando para darlhe o trabalho de representante comercial em sua empresa. Mas o tempo de Deus não é o nosso tempo. No dia 29/08 aconteceu o transplante de rins. Tudo correu bem a nossos leigos olhos. Mas logo vieram complicações, a dor e a insegurança. Foram 13 dias de calvário, e nossa equipe sempre unida no apoio a eles. Quantos exemplos de fé e humildade a família nos passou. Como o Firmo sempre dizia em nossas reuniões, que agora ele estava encontrando Cristo em sua vida, em casal e em família ... Sílvia e Juliana, vocês vão ser sempre nossas. A confiança que vocês depositaram em nós foi um gesto de irmãs. Trilharemos a vida juntos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, com muito amor. • Ju e Vítor CRE Equipe 26/B - Paraná Sul 39


MAIS UM CASAL BEATIFICADO "Não fosse eu tão ruim, bastaria ter pais virtuosos e tementes a Deus como favor do Senhor para que fosse boa". São palavras de Santa Teresa d ' Ávila, 450 anos atrás. Ela nos escreve isto, enfatizando suas atitudes e respostas negativas frente à generosidade de Deus. No domingo, 19 de outubro, foram beatificados os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus (Teresa de Lisieux), em cerimônia presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, prelado pontifício: tratava-se de Zélie Guérin e Louis Martin. Era o domingo dedicado às Missões, das quais Santa Teresinha é padroeira. O Papa Bento XVI, que se encontrava em Pompéia, recordava: "Estes novos beatos acompanharam e compartilharam, com sua oração e seu testemunho evangélico, o caminho de sua filha chamada pelo Senhor a consagrar-se a Ele sem reservas entre as paredes do Carmelo". "Com sua vida de casal exemplar, anunciaram o Evangelho de Cristo. Viveram ardentemente sua fé e a transmitiram em sua família e ao seu redor". "Que sua oração seja fonte de alegria e de esperança para todos os pais e todas as famílias", desejou o Papa. Louis Martin recebeu sua cultura de sua própria dedicação. Profundamente contemplativo, buscou sempre caminhos de interioridade. Não deixou de viajar quanto podia. Numa das viagens, se dirigiu à Suíça. Além de conhecer essa ter40

ra, quis aprender a arte de relojoeiro, que seria mais adiante sua vocação. Alegre, mas não expansivo. Tinha nascido em 1823. Em 1845, solicita em Mont-Joux a entrada para o convento de são Bernardo, dos cônegos regulares de Santo Agostinho. Mas não sabe latim, indispensável para a oração e a liturgia daquele convento. E Louis volta para o mundo, querendo aprender latim ... Zélie nasce em 1831 e é educada entre o rigor da mãe e as transferências contínuas do pai (que era militar) . Ela, resumindo, nos dirá: "minha infância, minha juventude foram tristes feito mortalha, pois, se minha mãe te mimava, comigo, bem sabes , era severa demais ; embora fosse tão boa, ela não sabia tratar-me, por isso sofri muito em meu coração". São palavras dirigidas a seu irmão Isidoro. Também se sente chamada à vida religiosa e pede para entrar nas Irmãs Vicentinas. Também a resposta é negativa: "Tua vocação não é a vida religiosa", lhe diz a superiora. Muito CM 432


dinâmica, dedica sua vida ao bordado: famoso bordado de Alençon. E surge a ponte de São Leonardo e o mistério de Deus. Atravessando essa ponte se encontram , se olham e se conhecem. Vozes interiores revelam que a mão de Deus está no meio deles para criar uma nova família. E a criam. Relógios e bordados já têm. Filhos? Louis diz não querer filhos e quer levar uma vida no matrimônio como se fossem irmãos. Zélie, ao contrário, quer muitos e todos consagrados ao Senhor. É o confessor que decide a favor da maternidade. Das cinco filhas, quatro foram carmelitas e uma visitandina. É toda uma história familiar. Morrem os dois filhos homens, Zélie, a mãe, morre quando Teresinha (a caçula) tem pouco mais de quatro anos. O pai como que um tanto perdido começa a exercer o papel de pai-mãe. E o faz com uma dedicação e atenção que não deixa nada sem oferecêla ao Senhor. E vai entregando suas fllhas a Deus, uma depois da outra, no Carmelo de Lisieux. E o faz sempre com uma grande serenidade.

Este o segundo casal beatificado na Igreja. Outros tempos e outra história? Talvez. A mensagem que, principalmente, nos deixam é a sua atitude de responder, a partir das circunstâncias e das necessidades de seu tempo, aos desafios que hoje se nos apresentam. Apreender, com o silêncio contemplativo e o encontro com o Senhor, individual e como casal, o projeto misterioso desse Deus que nos lança ao mundo a partir da nossa própria família. Por aquilo que nos dizia João da Cruz: "A alma que vive no amor não cansa nem se cansa". A santidade não é outra coisa: testemunhar com a vida nossa experiência de Deus. Anunciar o Evangelho com a vida. De cada um. De cada casal. Com o casal Louis e Zélie temos uma nova luz. Procuremos tê-los sempre perto, para que nossas vidas sejam o testemunho daquilo que buscamos ser, nós e nossa família. • Fr. Miguel Ánge/ Fdez Eq. N. S . do Carmo - Setor E Porto Alegre!RS

"Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; fazemo -lo ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna. Pois assim como a comunhão entre os cristãos da terra aproxima de Cristo, da mesma forma o consórcio com os santos nos une a Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça promana toda a graça e a vida do próprio Povo de Deus". "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles intercedem por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos Homens, Cristo Jesus ... " CIC, 957. 956.

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RESGATAR A DIGNIDADE I NTER-RELACIONAL Se eu disser que sou avessa a televisão, estarei mentindo. Infelizmente nas últimas décadas ela tem sido cada vez mais o centro de atração das familias. Se compararmos os dias de hoje com os de há trinta anos atrás, podemos perceber a diferença até na disposição dos móveis da sala de visitas de todas as casas. Então, formava-se um círculo de modo que todas as pessoas ficassem de frente umas às outras, a fim de participar das conversas, das trocas de opiniões, dos comentários sobre tudo que se passava e, principalmente, das orientações que eram passadas aos mais jovens. Recordava-se o passado, contavam-se histórias sobre a famflia , que eram passadas de pais para filhos. Usava-se escrever livros sobre a história familiar, árvore genealógica, para que todos os seus membros se inteirassem das suas raízes. As famílias davam muita importância à ascendência, aos patriarcas, aos que iniciaram toda uma história de vida e aos valores passados de geração em geração. Hoje, nossas salas possuem um móvel a mais, que ocupa um lugar de destaque, cuja disposição centraliza a atenção de todas as pessoas que estão presentes. Colocam-se as cadeiras não mais umas diante das outras, mas em semicírculo, onde a atração central é ela, a soberana, a formadora de opiniões. Além de a TV transformar a sala, substituir a fala, ela ainda faz algo muito mais 42

determinante: "elabora", isto é, cria novos valores e conceitos. Para se entender isso é preciso um pouco de reflexão: Vamos falar um pouco das novelas. Por que será que elas têm grande audiência? Porque tratam do dia a dia das pessoas, abordam o cotidiano de qualquer ser humano, por isso as pessoas se identificam tanto com elas, falam das famílias e das relações afetivas, do trabalho, do relacionamento com os pais, com amigos; falam da religião, da política etc. Enfim é o arroz com feijão da nossa vida, com a diferença que o tempero é feito com sutileza e cuidado para prender a atenção dos telespectadores. Aos poucos ela vai conduzindo as mentes e os corações das pessoas para onde a autora quer. Devagarzinho, como quem não quer nada, em pequenas doses, toda noite um pouquinho, ela vai pintando a amante muito mais interessante que a esposa, o colega de trabalho especial que sabe ouvir os problemas da esposa incompreendida e sofredora nas mãos do marido, quase sempre mostram os sacerdotes como aproveitadores, manipulados pelos coronéis, e via de regra uns comilões. As mulheres que freqüentam a Igreja são beatas fofoqueiras, que só sabem cuidar da vida dos outros. Quando percebemos, estamos todos torcendo para que o protagonista se separe da chata da esposa e fique com a amada, que quase sempre é perfeita. CM 432


Vamos aceitando tudo que nos é apresentado com naturalidade e sem ao menos analisarmos o que isso pode causar na cabeça de nossos filhos. É um tal de casa, separa, trai, faz mal ao outro... Sempre existe um vilão, uma vilã, a praticar as maiores barbaridades, as tramas mais diabólicas, com o fim de prejudicar os protagonistas, coisas que a gente não vê no nosso dia a dia, mas que servem de sugestão para cabeças mal orientadas. Os noticiários exploram a mais não poder toda tragédia e catástrofe que acontece. A gente liga a 1V e lá está aquela manchete, há uma comoção geral inflamada pela mídia, fazendo até que muitas pessoas se arvorem em justiceiras, ao ponto de achar que têm o direito de se postar diante da casa dos supostos criminosos, pichando as paredes e fazendo ameaças das mais variadas, atirando pedras e julgando. E nós ficamos diante da 1V sem piscar, envenenan-

do nossa alma de revolta e indignação. Quanto mais a mídia divulga, mais o ódio e a comoção crescem no coração das pessoas. Eu estive analisando tudo isso e cheguei à conclusão de que o ser humano piorou muito nestes últimos anos, principalmente após o advento da 1V Ficamos muito mais cruéis, muito mais céticos e, principalmente, convivemos muito menos com nossa família. Se perguntarmos aos jovens de hoje sobre a história de seus antepassados, duvido que algum saiba qualquer coisa, os pais já não falam sobre isso, não contam mais nada aos filhos , falta tempo e oportunidade, porque quando chegam em casa, antes de qualquer outra coisa, ligam a 1V e nela todos se concentram, e às vezes somos até impedidos de falar para não atrapalhar a atenção deles ao que está passando no momento. Com certeza, precisamos rever nossas atitudes perante a família, principalmente em relação à influência maléfica da 1V na formação do caráter dos nossos filhos. Deveríamos filtrar a programação a que nossas crianças assistem, e nós também, porque por vezes passamos uma semana amargurados, infelizes de tanto presenciarmos desgraças e atrocidades cometidas por pessoas aparentemente iguais a nós, que tinham tudo para ter uma família feliz. Não gosto da sensação de revolta que se apossa de mim, gostaria de só ter sentimentos positivos em relação aos meus irmãos, mas como, se nos impõem essas barbáries a 43


toda hora? Sei que ajustiça deve ser feita, mas não por nós, deixemos que os órgãos competentes se preocupem com isso, procuremos suavizar nossas vidas e, principalmente, nossos corações para não nos tornarmos como eles. Deixemos que Deus se encarregue de fazer justiça, sabendo que sua justiça é antes de

tudo misericórdia, e tenhamos também nós compaixão das pessoas que cometem tamanhas atrocidades. Tenhamos postura cristã diante dos acontecimentos. Como Cristo nos ensinou, quem não tiver pecado que atire a primeira pedra. • Maria Helena e José Carlos CR Setor de Paraguaçu PaulistOJSP

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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS PARTICIPANTES DO ENCONTRO INTERNACIONAL DO MOVIMENTO RETROUVAI LLE No dia 26 de setembro o Papa dirigiu o discurso transcrito a seguir ao Movimento Retrouvaille, o qual tem como objetivo principal trabalhar com casais em dificuldade, trazendo-os ao diálogo e de volta à convivência sacramental do casamento. Este objetivo é também um dos serviços a que são chamados os casais das ENS. Não se trata de trazer casais em crise para dentro das ENS, mas de levar a eles a excelência da espiritualidade conjugal, para cuja vi vência ·O diálogo conjugal é imprescindível. Observação da Equipe da Carta Mensal

••• É com alegria que vos recebo no dia de hoje, por ocasião do encontro mundial do movimento Retrouvaille. Saúdo a todos vós , cônjuges e presbíteros, juntamente com os res44

pensáveis internacionais desta associação, que há mais de trinta anos trabalha com grande dedicação ao serviço dos casais em dificuldade. Saúdo de modo particular o Cardeal Ennio Antonelli, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, e estou-lhe grato pelas suas amáveis expressões, assim como por me ter explicado as finalidades do vosso Movimento. Prezados amigos, fiquei impressionado com a vossa experiência, que vos põe em contacto com famílias marcadas pela crise do matrimónio. Refletindo sobre a vossa atividade, mais uma vez reconheci o dedo de Deus, ou seja, a obra do Espírito Santo, que suscita na Igreja respostas adequadas às necessidades e às emergências de todas as épocas. Sem dúvida, nos nossos dias, uma emergência muito sentida é a das separações e dos divórcios. Portanto, foi providencial a CM 432


intuição dos cônjuges canadenses Guy e Jeannine Beland, em 1977, de ajudar os casais em crise grave a enfrentá-la através de um programa específico, que visa à reconstrução das suas relações, não em alternativa às terapias psicológicas, mas com um percurso distinto e complementar. Com efeito, vós não sois profissionais, sois esposos que muitas vezes viveram pessoalmente as mesmas dificuldades, que as superaram com a graça de Deus e o auxílio do Retrouvaille e sentiram o desejo e a alegria de colocar, por sua vez, a própria experiência ao serviço do próximo. Entre vós há diversos sacerdotes que acompanham os esposos no seu caminho, partindo para eles a Palavra e o Pão da vida. "Recebestes de graça, dai também vós de graça! " (Mt 10,8) : é nestas palavras de Jesus, dirigidas aos seus discípulos, que vos inspirais constantemente. Como a vossa experiência demonstra, a crise conjugal- falamos aqui de crises sérias e graves- constitui uma realidade de duas faces . Por um lado apresenta-se, especialmente na sua fase aguda e mais dolorosa, como uma falência, como a prova de que o sonho terminou ou se transformou num pesadelo e, infelizmente, "já não há nada a fazer". Este é o aspecto negativo. Mas existe outro aspecto, que nos é muitas vezes desconhecido, mas que Deus vê. Com efeito, cada crise, ensina-nos a natureza, é a passagem para uma nova fase de vida. Porém, se nas criaturas inferiores isto acontece automaticamente, no CM 432

homem implica a liberdade, a vontade e, portanto, uma "esperança maior" que o desespero. Nos momentos mais obscuros, os cônjuges perderam a esperança; então, há necessidade de outros que a conservem, de um "nós", de uma companhia de verdadeiros amigos que, com o máximo respeito, mas também com o desejo sincero do bem, estejam prontos a compartilhar um pouco da sua esperança com quem a perdeu. Não de modo sentimental ou volúvel, mas organizado e realista. É assim que vos tornais, no momento da ruptura, a possibilidade concreta para o casal de ter uma referência positiva, na qual confiar na hora do desespero. Com efeito, quando o relacionamento degenera, os cônjuges caem na solidão, tanto individual como conjugal. Perdem o horizonte da comunhão com Deus, com o próximo e com a Igreja. Então, os vossos encontros oferecem o "pretexto" para não se perderem completamente e para se restabelecerem de forma gradual. Apraz-me pensar em vós como em 45


guardiães de uma esperança maior para os esposos que a perderam. Por conseguinte, a crise como fase de crescimento. É nesta perspectiva que se pode ler a narração das bodas de Caná (cf. Jo 2,1-11). A Virgem Maria dá-se conta de que os esposos "não têm mais vinho" e di-lo a Jesus. Esta falta de vinho faz pensar no momento em que, na vida do casal, termina o amor, se esgota a alegria e diminui bruscamente o entusiasmo do matrimônio. Depois de Jesus ter transformado a água em vinho, felicitaram o esposo porque diziam tinha conservado até àquele momento "o vinho bom". Isto significa que o vinho de Jesus era melhor que o precedente. Sabemos que este "vinho bom" é símbolo da salvação, da nova aliança nupcial que Jesus veio realizar com a humanidade . Mas precisamente dela é sacramento todo o matrimônio cristão, mesmo o mais miserável e vacilante, e portanto pode encontrar na humildade a coragem de pedir ajuda ao Senhor. Quando um casal em dificuldade ou, como a vossa experiência demonstra, até já separado se confia a Maria e se dirige Àquele que dos dois fez "uma só carne", pode estar certo de que essa crise se tornará, com a ajuda do Senhor, uma passagem de crescimento, e que assim o amor será purificado, amadurecido e revigorado. Isto só pode ser realizado por Deus, que deseja servir-se dos seus discípulos como de válidos colaboradores , para se aproximar dos casais, para os ouvir e ajudar a descobrir o te46

souro escondido do matrimônio, o fogo que permaneceu sepultado debaixo das cinzas. É Ele quem reaviva e volta a fazer arder a chama; sem dúvida, não da mesma forma que o namoro, mas de maneira diferente, mais intensa e profunda: porém, sempre a mesma chama. Caros amigos, que quisestes pôrvos ao serviço dos outros num campo tão delicado, asseguro-vos a minha oração para que este vosso compromisso não se torne uma mera atividade , mas permaneça sempre, em última análise, testemunho do amor de Deus. O vosso é um serviço "contra a corrente". Com efeito, hoje quando um casal entra em crise encontra muitas pessoas prontas a aconselhar a separação. Até aos cônjuges unidos em nome do Senhor é proposto com facilidade o divórcio, esquecendo que o homem não pode separar aquilo que Deus uniu (cf. Mt 19,6; Me 10,9). Para cumprir esta vossa missão, também vós tendes necessidade de alimentar continuamente a vossa vida espiritual, de pôr amor naquilo que realizais para que, em contacto com realidades difíceis, a vossa esperança não se esgote ou não se reduza a uma fórmula. Que vos ajude nesta delicada obra apostólica a Sagrada Famuia de Nazaré, à qual confio o vosso serviço, especialmente os casos mais difíceis. Permaneça ao vosso lado Maria, Rainha da Famllia, enquanto de coração concedo a Bênção apostólica a vós e a todos os membros do movimento Retrouvail/e.• Extraído do site do Vaticano. CM 432


EXPERIMENTE VOAR Neste mês, quando todos desejariam estar de férias , é bom parar para em outra espécie de vôo: Conta uma lenda que Deus, ao criar os pássaros, criou-os sem asas. Passado algum tempo, criou as asas, chamou os pássaros e disse-lhes: "tomem esses pesos nos ombros e os carreguem". Com a ajuda do bico, eles colocaram aqueles fardos nos ombros e saíram desequilibrados ... Passado o primeiro momento, as pontas das asas lhes tocaram a altura do coração e ali se fixaram ... Que surpresa! Aquele fardo insuportável, preso agora ao coração, ajudava-os no andar e, mais, ensinava-os a voar.. . Os pássaros experimentaram um novo modo de viver e alçaram vôo rumo às alturas ... É uma parábola. O fardo das provações, o fardo das dificuldades financeiras, da fal-

ta de saúde, da saudade daquele ente querido que partiu são asas que Deus colocou em mim e em você. Como demorei a entender isso e como pedi para Ele aliviar o meu fardo! Parecia que minhas forças iam se extinguir. Aos poucos o Senhor me foi disciplinando, me lapidando e, mesmo ao meio do fogo cruzado, sentia a mão amorosa do Senhor a me ensinar a fixar as asas. Tomemos as nossas asas e as fixemos junto ao coração. O Senhor que nos deu asas nos ensinará a ascender às maiores alturas, em direção a Ele. Um dia bendiremos o peso que Ele colocou bondosamente atado em nossos ombros. Experimentemos voar! • Ernando da Maiza Eq. N. S. Mãe de Deus - Setor A Fortaleza! CE


CARROÇA VAZIA Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou: -Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: -Estou ouvindo um barulho de carroça. - Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia. Perguntei ao meu pai: - Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos? 48

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz. Tornei-me adulto, e até hoje , quando vejo uma pessoa falando demais, gritando para intimidar, tratando o próximo com grossura, de forma inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e , querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz". • Autor desconhecido Colaboração de Mariza e Jorge Eq. 91 - Setor B - Rio V CM 432


MEDITANDO EM EQUIPE Mais uma vez o ano chega ao fim . Dádiva de Deus! E, quase no término de 2008, se celebra a festa do Natal. É o momento de refletir sobre o dom da vida e, principalmente, na perspectiva da esperança em um novo porvir, pois quem nasce na gruta de Belém transformou a vida humana por completo, tornando-a semente de um novo Reino . Escuta da Palavra em 2 Samuel 7,5-16

SUGESTÕES PARA A MEDITAÇÃO: 1 . Como a família cristã preparar-se-á para celebrar a festa do Natal? 2 . Como percebo as palavras de Deus se cumprindo a seu tempo em minha vida pessoal e familiar? 3 . Como cultivar a virtude da esperança cristã? Pe. Geraldo

ORAÇÃO LITÚRGICA (SI 128) Felizes todos os que amam a Javé e andam em seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, tranqüilo e feliz : tua esposa será vinha fecunda, no recesso de teu lar; teus filhos, rebentos de oliveira, ao redor de tua mesa. Assim vai ser abençoado o homem que teme a Javé. Que Javé te abençoe de Sião, e verás a prosperidade de Jerusalém todos os dias de tua vida; E verás os filhos de teus filhos . Paz para Israel!



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