ENS - Carta Mensal 429 - Setembro/2008

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Equipes de Nossa Senhora

EDITORIAL Da Carta Mensal ... .. ... ......... ... .. .. .... 01 SUPER-REGIÃO A primavera matrimonial ... ... ... .. ... 02 Colégio Internacional de Fátima ... 03 A partilha dos Pontos Concretos de Esforço e as três atitudes de conversão .... ....... ......... .. .. .. .... .... 05 VI DA NO MOVIMENTO Abertos ao chamado .. ....... ............ 07 Vida de equipe ...... .......... ...... ........ 08 Fé e vida .. .. ... .................. ..... .. .. .. ..... 09 FLOR IANÓPOLIS 2009 2° Encontro Nacional O povo de deus reun ido ........ .. .. ... . 1 O ESPIRITUALIDADE CONJUGAL Pa lavras que transformam .... .. ... ... Superação pela fé .. ................ ........ Abnegação no matrimônio .... ...... . Uma escola de amor ......... .. ... .. .....

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MÊS DA BÍBLIA Pa lavra de deus na vida e na missão da igreja .... ...... .. ... ..... Mobilização bíblica, nosso futuro .... Pa lavra do Senhor! ............... .. .... ... A tv e a bíblia ..... .. ......... ... .. .. ....... ..

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Carta Mensal

e uma publtcaçao mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "lei de Imprensa" n" 219.336 l ivro B de 09.10.2002 Edição· Equ ipe da Carta Mensal Graciete e Gambim

(responsáveis)

Avani e Carlos Clélia e Domingos Sola e Sergio Pe. Geraldo luiz B. Hackmann

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . .... 24 MARIA O poderoso Deus de Maria .. .. ....... 28 PARTI LHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Oração conjugal : um privilégio .. .. . 30 Correção fraterna ..... .. .. ......... .. ..... . 33 Retiros .. .... .. .. ..... ....... ... ....... .. ... .. ... .. 34 TESTEMUNHOS Nunca falávamos em Deus ..... .. .. ... 36 Era uma vez ....... .. .. .. .... .................. 36 O cêntuplo ....... .. ........ ... ... ........ .. .... 37 Um sim conjugal ... .. .. ........ ........ ..... 39 Deus, onde estás? .................... .. ... 40 Gesto concreto ......... .. .... ............ .. . 41 ATUALIDADE Responder à vontade e ao amor de Deus .. ......... ... .. ... ........ 42 Comunidades Nossa Senhora da Esperança ........ ..... ...... .. .. ... .. ..... 43 REFLE X ÃO Ipê amarelo .. ... .. ... .. .. .. ... ....... .......... Deixe a raiva secar ........... ......... ..... Saber perdoar .. .... .. .......... ... ...... .. ... Pensamento Positivo! .. ... .. ............. Editoração Eletrômca e Produção Gráfica: Nova Bandeira Prod. Ed.

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Cartas, colaborações. notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

R. Turiassu, 390- 11 o andar,

cj. 115 • Perdizes • São Paulo Fone: (Oxx11) 3473 .1282

Jornalista Responsáve l: Catherine E. Nadas (mtb 19835)

Foto de capa:

Projeto Gráfico: Alessandra Carig nani

Tiragem desta edição: 21.300 exemplares

Marcus Quint Impressão: Prol

Carta Mensal R. Luis Co elho, 308 5° andar • conj . 53 01 309-902 • São Paulo · SP Fon e: (Oxx11) 3256 .1212 Fax: (Oxx11) 3257 .3599 cartamensal @ ens.org.br NC Graciete e Gambim


Queridos Irmãos e Irmãs: Frei Avelino, em sua palavra editorial desta edição, anima nosso matrimónio com as cores da primavera, sinais da vida que se renova. A vida cristã é um contínuo renovar-se em Cristo e este é o objetivo das Equipes: estimular os casais a "tender para a santidade", como insiste Pe. Caffarel. E a Carta Mensal deseja ser um instrumento de animação nesta caminhada em busca da santificação. É, pois, na alegria da vida se renovando que apresentamos a edição de setembro de 2008. Graça e Roberto falam sobre o Colégio Internacional da ERI, realizado de 20 a 26-7-2008, em Fátima/Portugal. Além da vivência da comunhão internacional, ressaltam as reflexões sobre a profecia e o chamado a sermos profetas para os casais e as famílias. Angela e Luiz, em Palavra do Provincial, refletem conosco sobre os Pontos Concretos de Esforço, cuja prática adquire sentido se, através dos PCE, buscarmos fazer a vontade de Deus, segundo a sua verdade, aceitando a verdade da nossa realidade como pessoas limitadas e pecadoras, mas que buscamos, pela docilidade à ação do Espírito Santo em nós, atingir a comunhão com os irmãos e com o próprio Deus. Já estamos a menos de um ano do nosso 2° Encontro Nacional, lembram Silvia e Glauco. Eles nos falam da alegria que anima os irCM 429

mãos de Florianópolis, servindo nas diversas comissões de preparação deste Encontro, ocasião de comunhão dos equipistas de todo o Brasil e um reavivamento do nosso carisma. (Quem deseja participar do Encontro e ainda não se inscreveu , convém apressar-se em fazê-lo, para não acumular o valor das prestações) . Lembrando o mês da Bíblia, três artigos de bispos da CNBB nos alinham com o esforço evangelizador da Igreja. A Escuta da Palavra, que fortalece diariamente a nossa vida de casal, também nos impulsionará a fazer da Bíblia o instrumento mais importante nos trabalhos pastorais e de evangelização que exercemos. No intuito de servir o Movimento, os casais da Equipe da Carta Mensal escrevem sobre Vida de Equipe, preparação para a escolha do novo CRE em outubro, Óração Conjugal e uma reflexão sobre a poderosa ação de Deus em Maria, visando à redenção da humanidade, maravilha que ela canta em seu Magnificat. Leremos, ainda, encorajadores artigos sobre espiritualidade conjugal, edificantes testemunhos de vivência equipista e a alegria de ser Sacerdote Conselheiro Espiritual. Também as notícias expressam a celebração da vivência cristã e equipista. Boa leitura e um carinhoso abraço.• Graciete e Gambtm Eq. Carta Mensal


A PRIMAVERA MATRIMONIAL Caríssimos casais e conselheiros! A esperança é para quem planta, trabalha e ama. Há esperanças que nascem todos os dias. A esperança da primavera nasce todos os anos. Esperamos a primavera para ver a natureza com vestes novas, preparadas pelo Criador. Até os olhos mais distraídos deixam-se cativar pela formosura da primavera. A contemplação da natureza vestida de cores desperta a adormecida e fria idéia da solene passagem do Criador entre os homens que vivem à margem do sagrado. Anualmente, repete-se este milagroso espetáculo para que os homens vejam com os olhos o que não vêem com a razão. Vale o dito de Jesus: "Se os homens se calam, estas pedras falarão". Deus fala do trono da Cruz, da montanha, da barca e do alto e espetacular trono da florida primavera. Todos são alfabetizados para ler a linguagem da natureza. Mas eu quero falar de outra primavera. O casal cristão é obra da criação de Deus! O casal e a família, como a Igreja e as ENS, são o solo mais prometedor, para que o milagre da primavera não desmereça o poder do Criador. Por estes lugares (casal - família - Igreja - ENS) Deus quer passar e deixar a marca do espetáculo da primavera. Se a flor e a fonte são sinais da passagem de Deus pelo mundo (João da Cruz) , quanto mais serão sinais dos passos de 2

Deus as palavras de amor, os olhares e toques de carinho entre esposo e esposa! É primavera no coração dos esposos cada vez que se olham e se falam com amor. cada vez que se p rocuram e se esperam E primavera sempre que qualquer distância entre eles lhes parece infinita. É primavera todas as vezes que uma hora de separação parece uma semana e todas as vezes que as saudades são doloridas. É primavera no coração do casal cada vez que marido e mulher renovam a sagrada promessa: "Quero amar-te para sempre", sem importar-se em que condições cada um possa estar. Um casal feliz é uma eterna primavera. Queremos primaveras eternas nas ENS! A primavera nasce da semente da Palavra. Esta semente está naquela gaveta onde se coloca o que se usa pouco, a Bíblia. Abra esta gaveta e retire cada dia um punhadinho daquilo que lá encontrar e espalhe carinhosamente no coração, como o semeador espalha a semente na terra. Regue esta semente com a oraçãomeditação, coloque o fertilizante da Eucaristia, proteja o que dela nascer com a Regra de Vida e cerque este jardim com o milagroso Dever de Sentar-se. Façam da vida conjugal, como a primavera, um milagroso e encantador espetáculo. rh

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COLÉGIO INTERNACIONAL DE FÁTIMA Amados irmãos: Retornar ao Santuário de Fátima é sempre uma graça. Desta vez, o motivo foi o Colégio Internacional, seguido de uma reunião por zonas de ligação, realizados de 20 a 26 de julho deste ano. Participaram do evento os membros da Equipe Responsável Internacional (ERI) , os casais responsáveis (CR) pelas super-regiões : África Francófona; Bélgica; Brasil; Espanha; Estados Unidos ; França/ Luxemburgo/ Suíça ; Hispano-América; Itália; Oceania; Portugal e Transatlântica. Também estiveram presentes os CR pelas regiões ligadas diretamente à ERI: Canadá; Ilhas Maurício; Líbano; Polônia; Região Germânica e Síria. Contamos ainda com a presença dos SCE da ERI, das Equipes Satélites, da Síria, das SR Portugal e Hispano-América. O Colégio de Fátima foi um momento especial na vida de todos nós, seus membros. Primeiro, porque nos reuniu durante seis dias há poucos metros da Capelinha das Aparições. Tal proximidade nos permitiu participar do Colégio e de algumas celebrações eucarísticas (e procissões) programadas pelo Santuário. A reunião marcou-nos pelo acoCM 419

lhimento recebido da Super-Região Portugal. Esta ofereceu-nos a sua total disponibilidade na pessoa de numerosos casais que se colocaram afetuosamente a serviço do Colégio, fazendo-nos vivenciar, uma vez mais, o "mistério do grão de trigo" que morre para a vida nova florescer. O Colégio foi também importante pela ousadia e coragem da ERI em querer revigorar o espírito de serviço, em aprofundar a formação dos quadros e promover a troca de experiências entre os seus membros, na perspectiva fecunda da profecia. As palavras da samaritana ao reconhecer Jesus como um profeta, "Senhor, vejo que és um profeta" (Jo4,19), foram o fio condutor das reflexões realizadas. Coube ao Pe. Angelo Epis introduzir-nos no espírito de reflexão que norteou a vida do Colégio, através de uma conferência acerca do significado da palavra profecia. A cada dia, um momento de oração dava início às atividades, vindo a seguir, sob a animação de um dos membros da ERI, uma reflexão sobre o espírito profético de um personagem bíblico e outro do nosso tempo. A Zona América maravilhou-nos com o poder do espírito profético de São Pedro e com


as profecias do Padre Caffarel acerca do matrimônio e da pedagogia do Movimento. Durante quatro dias, pudemos nos comprazer no espírito e na graça de Deus presentes nas manifestações desses profetas. O CR pelas Equipes Satélites fez um balanço dos trabalhos das suas equipes (Formação, Pedagogia, Casais Jovens, Casais Antigos e Pe. Caffarel). Apresentou os resultados da 1a fase da pesquisa sobre Casais Jovens e o projeto de um livro sobre o pensamento do nosso fundador, a ser lançado brevemente. Já os Amigos do Pe. Caffarel, por sua vez, mostraram-nos as ações em andamento para atender as exigências do processo de beatificação e a colaboração que necessitam para tal. Há uma expectativa de que possamos: difundir aos equipistas o pensamento e a obra do Pe. Caffarel; rezar em casal, diariamente, a oração pela sua beatificação; e, continuar o esforço pela conquista de novas adesões à Associação. O Colégio nos permitiu refletir sobre profecia como capacidade de vér no coraçao do outro, de entrar na sua reahdade, de ser resposta às suas necessidades e de nos pormos ao serviço, a parhr de uma maior intimidade com Deus. Vivemos essa experiência na: • Abertura de coração às realidades culturais dos países onde as ENS estão presentes. Dom Manuel Clemente, Bispo do Porto, com a sua ampla leitura da realidade da Igreja em Portugal e os testemunhos dos CR pela SR França, Estados Unidos, Austrá4

lia e Portugal, mostrando-nos sinais de presença do Espírito de Deus em seus países que podem ser profecias para a humanidade. • Síntese das reflexões do Congresso de Massabielle, realizado no aniversário de 60 anos dos Estatutos das ENS, ocasião em que os antigos dirigentes do Movimento puderam refletir e fazer memória do sentido profético das ENS. • Conferência "O casal, lugar de profecia", proferida por Carla e Cario Volpini, abordando a reahdade conjugal como resposta a necessidade de ser acolhido na diversidade reciproca. Completando a sua proposta formativa , o Colégio propiciou-nos grupos de reflexão, constituídos por critérios lingüísticos, e reuniões por zona de ligação. Na Zona América, participamos com os CR do Canadá, EEUU e Hispano-América, sob a responsabilidade de Sílvia e Chico. A novidade foi a presença de dois novos CR: Ginette e Martin (Canadá) e Clarita e Edgardo (Colômbia - SR Hispano-América). Diante da alegria que sentimos pela experiência pentecostal vivida no Colégio, manifestamos a nossa gratidão a Deus pelo que lá pudemos ver, sentir e experimentar. Por fim, rogamos a Nossa Senhora de Fátima para que nos ajude a viver na esperança a sua mensagem profética, acolhendo sua exortação à oração, o apelo à penitência e à conversao para melhor ánunCiarmos o Evangelho face aos desãfios do nosso tempo.ti C· /~r 1 '~·· R CM 429


PALAVRA DO PROVINCIAL

A PARTI LHA DOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO EAS TRÊS ATITUDES DE CONVERSÃO Olá, irmãos queridos! A paz de Cristo esteja com vocês! Nosso amado Pe. Caffarel, na obra O amor e a Graça, diz: "Há um tipo de relações humanas que são especificamente cristãs. O que faz a sua excepcional qualidade é o valor do que é posto em comum: pensamentos, gostos, sentimentos humanos, mas sobretudo a vida espiritual. Homens que amam a Cristo, possuídos de uma prodigiosa confiança mútua, revelam uns aos outros a vida deste amor que vive neles. (... )Há mais. Realiza-se a promessa de Cristo: 'Onde dois vivência dos Pontos Concretos de ou três estiverem reunidos em meu Esforço. Eles são os meios que o nome, estarei eu no meio deles' . Movimento nos oferece para cres(... ) Oração em comum , auxílio cermos no amor a Deus e no amor mútuo, espírito comunitário, troca ao próximo. Eles formam a "discide opiniões e tantos outros meios plina" que devemos incorporar postos à vossa disposição para vos durante toda nossa existência, para permitir um encontro, uma união que possamos chegar cada vez no nível espiritual em nome de Cris- mais perto da santidade na vivência to, em Cristo. " do sacramento do Matrimónio. A Partilha deve se realizar num Esse é o esp írito que deve permear toda a Reunião de Equi- clima de oração, de silêncio, de respe , mas mais profundamente o . peito, de amor-caridade, de sigilo. momento da Partilha. Partilhar, Deve ser feita com humildade, verpartir, participar, doar a própria dade, confiança, sem julgamentos vida aos irmãos da equipe para ou críticas. Quando um casal está que todos se enriqueçam, se for- partilhando, os demais devem prestaleçam e se auxiliem na caminha- tar muita atenção, com o coração da da espiritualidade conjugal. Na aberto para acolher e aceitar as riPartilha dividimos os fracassos , os quezas e as deficiências de seus irsucessos, o cansaço, o progresso, mãos. Dar-se a conhecer, revelar-se, as dificuldades e os avanços na e ser acolhido, para criar comunhão. CM 429

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Esse partilhar tem um significado como o "partir o pão", a Eucaristia. Na Eucaristia se consolidam os fundamentos da construção espiritual e de doação plena de cada participante. Na Eucaristia, Jesus se dá como alimento num dom total de si. Ao partir o pão, Jesus confere aos discípulos a missão de restaurar a união que Deus deseja para o seu povo (cf. Lc 22 ,19-20) . Participar da Eucaristia é disporse a viver a experiência humana do amor de Deus. Nela Jesus vive e revela o amor de Deus Pai pela humanidade. A Eucaristia centraliza a vida cristã e motiva o amor solidário entre as pessoas. Ela nos dá a oportunidade de vivenciar a verdadeira vida, que é compartilhar da mesma mesa, buscando alcançar a comunhão em Cristo. O encontro com Cristo na Eucaristia, o partir o pão, é uma experiência única. É o encontro pleno de corações que se amam. Exige transformação, conversão, mudança de atitudes. Dele nasce o compromisso! Assim é a Partilha que realizamos a cada mês, com dia e hora marcados. Nela apresentamos a vida que conseguimos alcançar através dos Pontos Concretos de Esforço, visando assimilar as três atitudes propostas pelas Equipes de Nossa Senhora: a abertura à vontade e ao amor de Deus, a capacidade de viver a verdade e a vivência do encontro e da comunhão. Vamos conhecendo a vontade de Deus à medida que ouvimos o que Ele nos diz, através das Escrituras, dos acontecimentos, das pes6

soas; nos momentos íntimos de oração, de meditação, no diálogo conjugal, especialmente no retiro. Viver a verdade significa conhecer-se, assumir-se , reconhecer-se limitado, pequeno e necessitado. Saberemos mais sobre nós mesmos pela Escuta da Palavra, na Meditação, na Oração Conjugal, no Dever de Sentarse, no esforço de realizar uma Regra de Vida, no fazer um Retiro. Para viver o encontro e a comunhão necessitamos despojar-nos de nós mesmos e partir em direção ao outro, sustentados nos mesmos pontos concretos de esforço. Os meios que o Movimento nos oferece devem ser compreendidos e vividos como caminho de recriação e renovação do amor conjugal, e como resgate da união profunda e verdadeira com Deus e com os irmãos. Por essa razão, a Partilha não pode ser uma planilha contábil, uma prestação de contas, um aliviar de consciências. Seria reduzir o dom da vida conjugal e comunitária que recebemos de Deus, o grande projeto que o Senhor sonhou para nós, em rotinas sem sentido. Nunca é demais dizer que o amor presente no coração dos cônjuges unidos pelo sacramento do Matrimónio é a fonte das graças que necessitamos para alcançar os objetivos propostos pelas Equipes de Nossa Senhora. Que o Espírito de Deus Uno e Trino nos ilumine, nos guie e trabalhe em nós, para que possamos ser perseverantes na busca da santidade conjugal. Amém! Ar 1da e I w; H Pro11m la ui III CM 429


ABERTOS AO CHAMADO "Conhecer a J sus Cristo pela fé noss I gria; segui lo e uma graça, e tr. nsm1tir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher." {Equipe da Super-Re01 o contr c oa do L1vro Tema 2008}

Todos nós equipistas, ao aderirmos ao Movimento das ENS , estamos atendendo ao chamado doSenhor, para sermos discípulos missionários de Cristo. Mas alguns de nós, além de sermos missionários no mundo, de tempos em tempos, somos escolhidos para servirmos de forma muito especial aos casais da nossa equipe de base, assumindo por um ano a responsabilidade de Casal Responsável de Equipe. Faltando um mês para a eleição do novo CRE, cabe ao casal se preparar, com muita oração e reflexão, buscando discernir em qual casal da equipe vai depositar sua confiança para este serviço de amor a Deus e ao Próximo. O casal deve (pode) conversar entre si, o voto, porém, será individual e sigiloso, portanto marido e mulher não precisam votar em consenso, nem igual. Por outro lado, é importante que o casal converse sobre a possibilidade de a escolha recair sobre si próprio, preparando-se espiritualmente para abrir-se ao chamado e para acolhê-lo com muita alegria e disponibilidade. ''A ninguém é permitido permanecer inativo", já dizia o Papa João Paulo II, na Christifidelis Laici. Na vida conjugal, a Escuta da Palavra, este importante PCE, sempre nos ajuda a escolher os caminhos conforme os desígnios de

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Deus. Quantas vezes procuramos na Bíblia uma palavra que nos ilumine para uma decisão importante. Assim, com muita humildade, preparemo-nos para este serviço de responsabilidade , animando-nos com a palavra de Jesus Cristo: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus." "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas." ( Mt 5,14-16 e Mt 7,12) Na hora da escolha, na reunião da equipe, invoquemos o Espírito Santo e estejamos preparados para eleger aquele casal que nossa consctência diz ter melhores - condições para animar a nossa equipe no próximo ano e, se formos nos os escolhidos, acolhamos com alegria o serviço, sem medo e com muita confiança. Muitos serão eleitos pela primeira vez. Não tenham receio de não dar conta, de não estar à altura das expectativas dos irmãos e do Movimento. Basta que tenham 7

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boa vontade e esforcem-se para fazer o seu melhor, não esquecendo da oração diária, para que o Espírito Santo os ilumine e capacite no exercício dessa missão. O CRE sempre contará com o apoio do seu Casal Ligação e do CRS e o Movimento oportunizará toda a orientação necessária. Nas equipes mais antigas, casais serão eleitos pela segunda, terceira ou quarta vez, já possuindo experiência e conhecimento das responsabilidades do CRE, mas o esforço continua, pois sempre devemos nos aprimorar e conhecer mais

os documentos do Movimento. A oração é o canal de união do CRE com Deus. Mantendo uma postura de humildade, confiança e perseverança na oração, obteremos o auxílio divino, concedido a todos, principalmente aos que o pedirem. "Uma responsabilidade espiritual só pode ser recebida do Senhor e ninguém pode se apropriar dela. Isso quer dizer que é preciso manter-se em união com Aquele que nos confiou essa responsabilidade". (Pe. Reger Tandonnet) • Avani e Carlos Eq. Carta Mensal

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VIDA DE EQUIPE A palavra "equipe", preferida a qualquer outra, implica na idéia de um fim preciso, procurado ativamente e em comum. (Carta Fundadora) Ao falarmos sobre Vida em Equipe, temos presente que a equipe não é um fim em si mesma, mas ela está a serviço de seus membros, que nesta "pequena igreja" poderão praticar uma ajuda mútua eficaz na caminhada para o Senhor e tornar-se testemunhas do amor. Embora saibamos que a Reunião Mensal de equipe é o ponto mais alto da vida dessa pequena comunidade, impõe-se afirmar que essa vida em equipe não termina quando se encerra a reunião mensal, mas continua durante todo o mês. Se resumirmos a vida da equipe à reunião mensal, não haverá conversão nem transformação de seus mem8

bros. Assim, quando são partilhadas vivências, dificuldades etc. essa partilha não pode cair no vazio, mas estará presente durante todo o mês, fortalecendo a ajuda mútua. É importante que haja iniciativa e criatividade para manter vivo o espírito comunitário : orar em união com os outros e pelos outros; estar atentos às necessidades de cada um, exercitando a ajuda mútua;. participar das atividades do Movimento, quer organizados pelo Setor ou pela Região, tais como mutirões, tardes/noites de estudos, sessões de formação (N. I, II e III) e outras que estejam de acordo com os objetivos das Equipes de Nossa Senhora. É bom a equipe celebrar as datas importantes da vida dos seus membros. De maneira especial, é relevante a ajuda mútua enCM 429


tre os membros da equipe em situações de dificuldades, de doenças ... Tudo isso faz parte da vida em equipe. Quanto mais freqüentes forem os encontros, num clima de solidariedade e fraternidade, mais viveremos como comunidade cristã. É necessário saber aceitar com alegria as nossas diferenças, com um esforço constante de humildade criativa que nos ajude a respeitar o outro, mesmo quando divergimos de sua maneira de pensar e agir. Nesse sentido, lemos em At 4,32: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era posto em comum entre eles" . Com toda certeza, a vida da equipe só frutifica realmente quando é capaz de transformar os seus membros em agentes de evangelização junto aos casais e famílias e instrumentos da missão da Igreja no mundo. Atravessando dificuldades e sucessos na vivência dos PCE, os casais buscam viver em coerência

com a fé cristã que professam. Finalmente, é importante recordar trechos da palestra do casal Conchas e Zé Guerra Tavares, no Encontro Nacional de Casais Responsáveis, realizado em Fátima/Portugal (11/1996): "Na equipe, os casais são a ueles ·Uê nos ajudam a subir mais alto para ver o en or. num espírito de entreajuda, para sermos capazes de superar os nossos limites ... Não tenhamos ilusões: -a riquez;-da vida em equipe não vai . depender do CRS, do SCE; também / não vai depender do CRE. Irá depender exclusivamente de cada um, pois, tratando-se de uma comunidade, nela, como em qualquer outra, cada um tem as suas responsabilidades e o seu papel específico". "Só existe comunidade quando seus componentes se conhecem, se interessam uns pelos outros, se entreajudam e se amam". (Pe. Mário J. Filho - CM agosto/95) • C/é/ia e Dommgos Eq. Carta Mensal

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FÉ E VIDA Podemos conhecer a Deus pela oração, pela escuta da Palavra e meditação, quando nos abandonamos à luz do Espírito Santo. De alguma maneira O podemos conhecer observando a natureza. Entretanto, · considerando as nossas limitações, para conhecer seus ensinamentos e vontade, precisamos estudar, necessitamos seguir uma pedagogia. Ele próprio nos oferece as oportunidades e os meios para conhecê-Lo. Por CM 429

isso, a Região Centro-Oeste I disponibilizou às suas equipes mais uma Sessão de Formação Nível I. O encontro seguiu o roteiro de assuntos constante no Manual da Formação. A riqueza das palestras foram sedimentadas nos trabalhos de grupo e nas dinâmicas, colaborando para o crescimento espiritual dos casais. • Graça e Ció .s Equipe 44 - Setor D Região CO II 9


· 2° ENCONTRO NACIONAL ·o POVO DE DEUS REUNIDO ':4 disponibilidade ao serviço nasce da vida espiritual. " (Frei Avelino, EACRE 2006, Florianópolis}

Estamos a menos de um ano do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, a se realizar em Florianópolis/SC, de 16 a 19 de julho/2009. Sustentados pelas graças derramadas por Nossa Senhora, os trabalhos das Comissões de Serviço prosseguem em ritmo intenso e as dificuldades estão sendo vencidas. Todos os integrantes das Comissões , independentemente de suas idades e do tempo de pertença ao Movimento ou do tempo que podem dedicar a esse serviço, estão empenhados em praticar, com alegria e fervor, o melhor de seus dons, para que tudo se encaminhe em sintonia com os planos do Senhor. Para todos nós, escolhidos e chamados por Deus, o 2° Encontro Nacional já começou. As bênçãos de Deus, também! Porque estamos conseguindo realizar a experiência da entreajuda e, portanto, do seu amor, nas pequenas comunidades formadas pelas Comissões de Serviço. Estamos muito animados com a expectativa de reunir em nossa cidade mais de 5 mil equipistas de todo o Brasil. Florianópolis, cujo primeiro nome foi Desterro, em homenagem a Nossa Senhora do Desterro, é a capital com a melhor qualidade de vida do País. Quase todo o seu território fica na Ilha de Santa Catarina, constituída por, aproximadamente, 50% de área de preser10

vação permanente. A sua população, de cerca de 400 mil habitantes, é hospitaleira e generosa. Praias (cerca de 100) , morros cobertos por Mata Atlântica, ilhas, dunas e lagoas compõem a sua natureza, uma verdadeira dádiva de Deus. Tal como aconteceu no 1° Encontro Nacional, em Brasília (2003) , o Movimento deposita suas esperanças nos frutos do 2° Encontro. O tema do Encontro trata justamente da "fecundidade evangélica dos casais", lembrando-nos da missão por nós recebida de sermos sinais e testemunhas ardorosas da presença do Criador no mundo: "Recebereis uma força , a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis as minhas testemunhas " (At 1 ,8) . Essa graça a alcançamos somente quando servimos. É quando nos tornamos fermento. Fermento de renovação, como bem referiu o Pe. Caffarel em conferência pronunciada no Brasil, em 1972. No 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora teremos nova oportunidade de atualização e fortalecimento do carisma e da .mística do Movimento. Reunidos em nome de Cristo, em Florianópolis, seremos suas testemunhas e formaremos, na unidade, um só povo: o povo de Deus. Silvia e Glauco Casal Coordenador do Evento CM 429


PALAVRAS QUE TRANSFORMAM . - Amor, meditação, oração, r~mance, quatro palavras que indi cam ações que transformam a vid adais. O Amor é a mola mestra que rege nossas vidas, para vivermos a plenitude da realização a dois. Permite-nos a fé para crescermos na vida espiritual e é a pedra basilar para transformar nosso lar em uma verdadeira igreja doméstica. A Meditação nos permite revisar de forma comedida nossos atas diários, nossas atitudes , nosso desempenho perante nosso cônjuge, nossos filhos , perante Deus! Questiona nossa coerência entre fé e vida e nos arremete para nossa destinação, a descoberta de Deus! A Oração, esse falar com Deus, através de fórmulas pré-estabelecidas ou não, é um momento de graça, onde nos aconchegamos no colo do Pai para, como filhos amados, sentir o seu calor, o seu afago, a sua proteção, enlevados numa sensação de bem-estar, de troca de amor! Como é importante orarmos com nosso cônjuge, com nossos filhos, comungando com o Pai nossos objetivos de união e fé! O Romance , este não pode acabar sob hipótese alguma. Precisamos namorar o tempo todo, com o

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brilho da juventude e a jovialidade que deve existir entre os parceiros. O romance tempera o amor e faz acender a brasa, que não devemos deixar apagar-se ao longo da trajetória do nosso relacionamento. O interesse renovado pelo cônjuge configura-se numa atitude de amadurecimento, de compreensão do quanto é importante mantermos vivo o amor, que nasceu e cresceu num romance, embalado por sonhos de felicidade que devemos tornar realidade perene. Conservar esse amor sob as graças de Deus, através da fé, do amor e da prática das atitudes coerentes, na confiança inabalável num Deus que é todo bondade. E é pela bondade de Deus e de Nossa Senhora que fomos escolhidos para fazer parte das Equipes, as quais nos propiciam tantos subsídios para crescermos como casais cristãos. Não desperdicemos, pois, essa graça para crescermos também em família, na união com os irmãos equipistas e na comunhão com Cristo e nossa Mãe Santíssima! Com amor venceremos todas as dificuldades, porque Deus é amor e nós seus filhos diletos! l n• 1 e Terxe,ra Eq. N. S . Aparecida Setor L Porto Alegre RS 11


SUPERAÇÃO PELA FÉ Existem ocasiões difíceis na vida, as quais tentamos resolver à nossa maneira e, por mais que tenhamos boa vontade, em determinadas situações, muitas vezes acabamos agravando-as. Situações difíceis e problemas complexos existem e acontecem com todos nós. Já o resultado, o desfecho dado a essas dificuldades e problemas, depende muito da forma como os conduzimos superamos. Problemas acontecem nos mais variados níveis e áreas: dificuldades de relacionamento na família, na vizinhança, no trabalho, na comunidade eclesial; dificuldades financeiras e administrativas; falta de motivação para o trabalho, para a oração, para a vivência dos nossos pontos concretos de esforço, para a prática da caridade e até falta de motivação espiritual para a nossa vida. A nossa caminhada aqui neste mundo é recheada de obstáculos, por isso temos necessidade de aprender a arte da superação. Aprender que as dificuldades na vida são escola de superação, 12

para, com disciplina, nos mantermos fiéis na fé . É preciso manter viva a fé em Deus através da oração constante, de profícua e assídua escuta da Palavra, seja qual for o problema. Se a dificuldade parecer enorme, convém dividi-la em partes e procurar superar cada uma a seu tempo, valendo-nos também da ajuda mútua dos irmãos. As dificuldades superadas são problemas resolvidos e exemplos a serem dados. Deus é Pai e nos olha permanentemente, com misericordioso amor, sempre disposto a nos ajudar. Basta fazer uma pequena abertura em nosso coração para que Ele entre. Disse Jesus: "Vinde a mim, vós todos que estais cansados sob o peso do vosso fardo, e eu vos darei descanso." (Mt 11 ,28). Dificuldades existirão sempre, mas a superação delas é obra da perseverança na fé , pela força do Espírito Santo impulsionando-nos na caminhada em busca da santificação. • Vanusa e 1\dnano Eq. N. S. Au. iliadora - Setor A Santa I.uzia!PB CM 429


ABNEGAÇÃO NO MATRIMÔNIO O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso! Embora fôssemos uma família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois bife com pão... Tudo feito com simplicidade. Quando acordei para ir ao trabalho, naquela manhã, após retornarmos da viagem de núpcias, pen, sei que encontraria a mesa posta, o café da manhã pre- Disse para mim mesmo: O Senhor parado. Como estava acostuma- não precisa dizer mais nada. Lá do com a casa da mamãe, pensei pelas nove horas da manhã, horáque acordaria com aquele gosto- rio em se podia tirar alguns minuso cheirinho que vinha sempre da tos para o café, dei um jeito de ir cozinha lá de casa. Olhei para o até o apartamento, não sem antes lado e vi minha esposa, Neusa, passar em uma padaria e comprar dormindo profundamente . Feito algumas guloseimas. Preparei o um anjinho ... de pedra! Raspei a café da manhã e levei na cama garganta, fiz barulho, tentando para Neusa . Ela acordou com aquele sorriso tão lindo! acordá-la. Nada! Estamos para completar Bodas Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia. O local do trabalho de Prata. Nesses quase vinte e cinficava a uns cinco minutos do apar- co anos de casamento, continuo retamento que alugávamos. Ao sen- petindo esse gesto todos os dias. E tar-me à mesa de trabalho, sentin- . com muito amor! Estou longe de do o estômago roncar, abri a Bí- ser um bom marido, mas a cada dia blia no seguinte trecho: "O que me esforço ao máximo. Tenho muiquereis que os homens vos façam , to a melhorar, tenho de ser mais sanfazei-o também a eles" (Lc 6,31) . to, mais paciente, mais carinhoso. C\11 429

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Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estot,~ mirando é o preconizado por Paulo em sua Carta aos Efésios: "Maridos, amai a vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (Ef 5,25). O matrimónio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão. A cada dia temos que buscar forças em Jesus, pois sem Ele nada podemos fazer (cf. Jo 15,5). Quando Paulo sedespedia dos cristãos em Éfeso, citou uma afirmação de Jesus: "Há mais felicidade em dar que em receber" (At 20 ,35). Quando se descobre isso no matrimónio, encontra-se o princípio da felicidade . Por que muitos casamentos não têm ido adiante? Porque. o egoísmo tomou conta do casal. É o "cada um por si" que vigora. Estamos na sociedade do descartável : copo descartável, prato descartável etc. Pessoas não são descartáveis, porém . E o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável. O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimónio vale a pena! E, para que isso aconteça, é necessário um cuida-

do amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa . Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão, diariamente. É preciso declarar, todos os dias, o amor, em gestos e em palavras. A primeira palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é: Eu amo você . Não é fácil dizer isso, às vezes, pois em muitas ocasiões acordo de mal comigo mesmo. Então, faço uma oração, pedindo o Espírito Santo, e Ele me dá a força do amor para amar naquele dia. Recebo de Deus a força do perdão. Faça isso agora também. Declare seu amor! Se você casou pensando somente em ser feliz, mude de pensamento rapidamente! Mas, se você casou para fazer alguém feliz , seja a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da felicidade é fazer o outro feliz! Quem disse isso foi Aquele que mais entende de felicidade, Jesus. • Autor desconhecido Enviado por Li/iam e Walter Eq. N. S. Aparecida Setor B Belo Horizonte/MG

O cristão que ama a Igreja lembra-me um homem que ama a sua esposa. Que outros louvem os encantos e as virtudes dessa mulher, que observem suas falhas e erros, nada pode atingir os liames de ternura que o prendem a ela . Esses outros só vêem qualidades ou defeitos; ele, porém, conhece bem mais profundamente o mistério desse ser, sua fisionomia de eternidade. Por isso, cada vez que se fala dela, é como se ele se contentasse em silêncio em apertar mais t ernamente a mão querida.

Pe. Caffarel, in O amor e a graça 14

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UMA ESCOlA DE AMOR A vida conjugal (e também a familiar) é uma escola de amor, pois que a convivência diária obriga a acolher o outro com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Esse exercício forte de vivência das virtudes faz cada um crescer como pessoa humana. No dia após dia do casal e da família , na convivência das virtudes e dos defeitos de um e de outros, Deus ensina marido e mulher a amar e lhes dá a oportunidade de serem amados. A harmonia conjugal é atingida quando marido e mulher, indo além do seu "eu", buscam harmonizar as suas qualidades numa união sólida e profunda, fundada na doação mútua . Quando isso ocorre, cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas, para isso é preciso que o casal busque a unidade, superando as infantilidades, suplantando as mentiras e falsidades do coração.

É preciso que marido e mulher sejam fiéis , nas pequenas coisas, ao amor e respeito mutuamente prometido. É preciso, ainda, que eles tenham consciência de que não são perfeitos, mas juntos buscam fazer crescer a aliança matrimonial que os une . Ninguém é obrigado a casar e a constituir uma família, mas quem toma esta decisão deve "casar para valer", com toda responsabilidade. A pessoa com quem alguém decide casar é a escolhida entre todos os homens ou mulheres. Portanto, esta pessoa "eleita" precisa ter toda a estima de quem a escolheu, como a pessoa especial na sua vida, merecedora de toda atenção e carinho. É lamentável que para muitos casais, com o passar do tempo e a rotina do dia-a-dia, a atenção de um para com o outro e, pior ainda; o respeito mútuo vão acabando. E um contra-senso à aliança de amor e respeito perpétuos feita no dia do casamento, tendo Deus como tes-


temunha, que , por exemplo, um ofenda o outro com palavras pesadas, ou coisa pior. .. Não tem cabimento o marido ficar falando mal da esposa - ou a esposa do marido - para os outros, criticando-a (o) para terceiros. Isso também é infidelidade. Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho mútuo não diminuam , cada um dos cônjuges assumindo a responsabilidade de manter aceso o desejo de agradar o outro, nos pequenos e diários detalhes. Os grandes gestos de amor são alimentados com muitas pequenas manifestações de carinho. A preocupação em alegrar e agradar o outro, com responsabilidade cristã , é fator importante para fazer crescer a comunhão de vidas. É preciso cuidar, porém , para que a vida conjugal não se torne um egoísmo a dois. O egoísmo a dois cansa, porque é troca de falso amor e acaba levando cada "eu" para o seu lado. Como dizia Exupéry: ''Amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direçãd'. Isto é, o casal não pode ~ar:r em si mesmo, ele te gmndestarefas pela frente: os filhos , a ajuda aos outros, a vida na Igreja. entre outros. Importa olhar na mesma direÇ~o e cammhar 1untos. ?ara que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Não haverá dois iguais na face da terra e na história dos homens, mesmo que se chegue ao 16

absurdo da clonagem do ser humano. Cada um de nós é insubstituível, e isso mostra o quanto somos importantes para Deus. Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da família , como um presente ímpar, singular, sem igual, para que o amemos incondicionalmente até o fim da caminhada neste mundo, sendo-lhe apoio e ajuda para que realize a sua vocação à santidade. É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio etc. Não para alimentar preconceitos, mas simplesmente porque ninguém ama a quem não conhece. Por isso é importante o casal conhecer-se bem, para evitar de cometer dois erros: antes do casamento, não encontrar nenhum defeito na noiva ou noivo; depois do casamento, acabar vendo só os defeitos do cônjuge. Ao buscarmos conhecer o mistério que é o outro com quem casamos, teremos melhores condições de, aceitando-o como ele é, poder compreendê-lo, ajudá-lo, perdoá-lo, enfim, amá-lo, e juntos crescermos em santidade , tornando-nos, assim, casais cuja vida testemunha o amor de Cristo pela sua Esposa, a Igreja. • Adaptação de texto de Felipe Aquino, do livro Família, santuário da vida Enviado por Donizeti da Silvia Eq. Madre de DEUS - Setor B Mogi das Cruzes/SP CM 429


PALAVRA DE DEUS NA VI DA E NA MISSÃO DA IGREJA A Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB publicou um artigo discorrendo sobre a origem e o sentido do mês da Bíblia, comemorado em setembro. A Comissão chama atenção, ainda, (.. . ) para o próximo Sínodo dos Bispos sobre a Palavra e Deus, convocado pelo papa Bento XVI para outubro de 2008. Abaixo, a íntegra do texto. "Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme ajustiça" ( 2Tm 3 ,16) . Setembro é o mês da Bíblia. Este mês foi escolhido pela Igreja porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerónimo (ele nasceu no ano de 340 e faleceu em 420dC) . São Jerónimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada e usada na liturgia da Igreja. (...) A Bíblia é hoje um dos livros que está traduzido em todas as línguas e está em quase todas as famílias. Serve de alimento espiritual para a Igreja e para as pessoas e ajuda o povo de Deus na sua caminhada em busca de construir um mundo melhor. É uma Palavra eficaz que alimenta a mística da nossa ação evangelizadora e, como diz o autor da Carta aos Hebreus, é Palavra sempre viva: "Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante CM 429

que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coraçãd' (Hb 4,12) . Para o ano de 2008, o Papa Bento XVI convocou um Sínodo sobre a Palavra de Deus. O Sínodo é eminentemente pastoral e tem por finalidade: "Apresentar brevemente o estado da questão sobre o importante tema da Palavra de Deus; Reforçar a prática de encontro com a Palavra de Deus como fonte de vida; Esclarecer os aspectos fundamentais da Verdade sobre a revelação. Acender a estima e o amor pela Sagrada Escritura. Renovar a prática da Palavra de Deus na Liturgia e catequese; Indicar aspectos positivos na vida e na missão da Igreja. Oferecer ao mundo dos pobres uma palavra de consolação e de esperança. Promover um correto exercício hermenêutico da Escritura; Favorecer o confronto e o diálogo judeucristão; Encorajar o diálogo ecumênico, inter-religioso e inter-cultural; Estimular a leitura Orante da Palavra (Lectio Divina); Orientar a 17


evangelização e a inculturação; Ressaltar o lado experiencial e doutrinário (fé e vida) ". (... )

Na verdade, o Sínodo nos dará a oportunidade de perceber que a Palavra de Deus deve ser o nosso alimento de cada dia e buscar nela o sustento para a nossa vida. A Igreja, Povo de Deus, é convocada a buscar sempre na Palavra a inspiração para o florescimento dos ministérios, a saber, o ministério da Palavra, a pregação pastoral, a catequese e toda instrução cristã (DV 24). É bom recordar também aspalavras do Papa Bento XVI, na abertura da V Conferência em Aparecida, que diz: "Cristo nos dá a conhecer sua pessoa e sua doutrina por meio da Palavra de Deus ... Nossa tarefa é a de educar o povo na leitura e meditação da Palavra de Deus: que ela se converta em

alimento para que, por sua própria experiência, vejam que as Palavras de Jesus são Espírito e Verdade (Jo 6,63) . E lembrou também que: "a Igreja tem a grande tarefa de alimentar a fé do povo de Deus e recordar aos fiéis do continente que, em virtude de seu batismo, estão todos chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo" . A cond ição indispensável para o discipulado é o conhecimento profundo da Palavra de Deus. Na Palavra de Deus encontramos a razão da nossa existência e, como diz São Paulo: "Tudo o que outrora foi escrito, foi escrito para a nossa instrução, para que, pela constância e consolação que nos dão as Escrituras, sejamos firmes na esperança" (Rm 15,4) .• Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bfblico-Catequética Site da CNBB- 12J9!2007

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MOBILIZAÇÃO BÍBLICA, NOSSO FUTURO A V Conferência realizada em Aparecida nos impele a ser discípulos missionários para que , em Jesus, nossos povos tenham vida. O discípulo é aquele que escuta, compreende, vive e anuncia a Palavra de Deus. Todavia, o primeiro passo a ser dado, pastoralmente falando, é colocar a Bíblia nas mãos do povo. Este é o início da mobilização bíblica a ser implantada. 18

"Bíblia na mão, no coração e pés para a missão". Sem a Palavra, a missão enfraquece e desaparece. O ardor e a perseverança na missão vêm da Palavra. O anjo do Apocalipse tem o livro aberto em suas mãos (Ap 10,8) . A mobilização bíblica consiste em: a . Colocar a Bíblia na mão do povo, proporcionar uma iniciação bíblica a partir de um estudo e CM 429


pedagogia de "Introdução à Bíblia". Ter a Bíblia na mão, saber manuseá-la, ou, como dizem os internautas, "Navegar na Bíblia" é o que devemos oferecer a nossos fiéis. Nossas crianças sabem como abrir e lidar com o computador, o celular, a televisão, mas não sabem abrir a Bíblia. b. Oferecer cursos bíblicos, escolas bíblicas e formar círculos bíbli~ cos para que a Palavra seja interpretada e compreendida corretamente. Ter a Bíblia na mão e saber lê-la, interpretá-la corretamente é o que devemos oferecer aos nossos fiéis . c. A porta de entrada no mundo bíblico é a leitura orante da Bíblia, a /ectio divina . O povo adquire gosto, sabor e desejo da Palavra pela meditação, pela leitura orante, que tem a finalidade de enamorar o coração pelas Sagradas Escrituras.

PORQUE UMA J'AOBI LI?AçAO BÍBLICA? Primeiro: O nosso povo não tem acesso à Palavra e nossas homilias dominicais são insuficientes. Colocamos nas mãos do povo catecismos, livros, cartilhas; devemos também dar-lhe a Bíblia. O Concílio Vaticano II diz: "Tenham todos os dias nas mãos a Palavra de Deus" (Perfectae Caritatis, n° 6) . O Papa Bento XVI dizia aos Bispos brasileiros na Catedral de São Paulo: "É preciso trabalhar com o Evangelho nas mãos" (n° 5) . Em diversas passagens bíblicas encontramos a expressão: "Toma o livro" , ou CNI 42':1

seja, "pega o livro". Pegar com a mão para comê-lo. Segundo: O catolicismo devocional e sacrametalizador deve tornar-se um "catolicismo bíblico". A Bíblia trará sabor e vigor para nossa vida sacramental, pastoral, social e espiritual. A realidade mostra que a Sagrada Escritura é o trunfo e o triunfo das seitas e movimentos religiosos. Terceiro: A Conferência de Aparecida nos convida a ser discípulos. Como ser discípulo, desconhecendo a "Escola da Palavra"? A condição para o discipulado é o conhecimento e o encantamento pela Palavra de Deus. Dizia o Papa no discurso inaugural da V Conferência: "É preciso educar o povo na leitura e meditação da Palavra de Deus" (n.0 3). Quarto: Nossa Igreja será mais atraente e santa pela iluminação que vem da Sagrada Escritura. A 19


Igreja deve refletir o rosto de Je- o livro do encantamento e do comsus, ter olhos fixos em Jesus. Sabe- promisso dos cristãos. mos que o verdadeiro rosto do SeUma mobilização bíblica tem nhor nós o encontramos nos San- um grande preço. Antes de tudo, a tos Evangelhos. Cristo vive e fala propaganda, a motivação do povo, na Palavra. o incentivo. Depois, é preciso deQuinto: O Sínodo dos Bispos cidir por uma tradução da Bíblia de 2008 será sobre a Palavra de que não tenha preço muito alto. O Deus. Vemos que o Papa e a Santa ideal é a Paróquia oferecer gratuiSé entendem que chegou a "Hora tamente a Bíblia aos fiéis. É precida Bíblia". Portanto, o Concílio Va- .so criar uma comissão paroquial ticano II , a Conferência de Apa- que assuma e organize os estudos recida e o Sínodo de 2008 estão e os exercícios de leitura orante. indicando que o rumo do futuro da O ensino da leitura orante deve Igreja e do Catolicismo passa pela ser anterior aos cursos bíblicos, pois Sagrada Escritura. A mobilização a leitura orante desenvolverá o gosbíblica é um sinal dos tempos nes- to pelo estudo. Requer-se uma "fante início do novo milênio. tasia de criatividade bíblica" neste Sexto: O conhecimento da Pa- assunto, como: escolas dominicais, lavra de Deus facilitará o diálogo escolas bíblicas, panfletos, vídeos, com outras religiões cristãs e impul- ·revistas em quadrinhos, maratonas sionará o ecumenismo. Os frutos de bíblicas. É necessário usar o livro uma mobilização bíblica são palpá- dos Grupos de Reflexão e os livros veis. Cresce o discipulado, o profe- de catequese para o ensino bíblitismo e a missão. Os sacramentos co; oferecer retiros bíblicos, semarecobram vigor e sabor. A ação pas- nas bíblicas, programar um ano toral evangelizadora recobrará o temático: "Ano Bíblico". As homiencantamento, o fascínio e a intre- lias, os cursos de teologia para leipidez dos inícios da Igreja. gos, os movimentos eclesiais, a meSétimo: As crianças, jovens e ditação diária e a simples leitura da adultos, a partir do conhecimento Bíblia são meios adequados para bíblico, abrirão as portas do cora- implantar a mobilização bíblica. Ter ção para Deus, para a comunida- a Bíblia na mão como temos o terde e a transformação do mundo. A ço, a Liturgia das Horas e tantos iniciação cristã começa com um outros livros e catecismos. Ir de casa encontro, uma experiência pessoal, em casa, ensinar o povo a abrir a uma atração por Alguém. A Bíblia Sagrada Escritura, meditar e comé o lugar certo para este encontro preender a mensagem divina. A e fascinação. A vida cristã não co- Bíblia é o Livro da Vida. "Toma-o meça com normas, leis, obrigações, e come" (Ap 10, 9) .• mas com a descoberta de uma Dom Orlando Brandes amizade, um amor verdadeiro, um Arcebispo de LondrinalPR Site da CNBB- 7!9!2007 enamoramento pessoal. A Bíblia é 20

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PALAVRA DO SENHOR! Em outubro de 2008 será realizada em Roma a 123 Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema: "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja". (.. .)A última assembléia geral do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2005, foi sobre o tema "a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja" e resultou na pre~ ciosa Exortação Apostólica póssinodal Sacramentum caritatis. Palavra de Deus e Eucaristia estão no centro da vida e da missão da Igreja e de cada cristão. É interessante observar como os dois temas se completam: A Igreja é convocada e reunida pela Palavra de Deus e existe em função do seu anúncio e testemunho; ao mesmo tempo, a Igreja vive da Eucaristia, nutre-se dela e tem na comunidade eucarística a sua melhor imagem e manifestação. Em nossas comunidades católicas e na vida pessoal de cada cristão não podem faltar esses dois "mistérios da fé ", que nos introduzem no mistério de Deus e nos envolvem de vida e de bênção. A Conferência de Aparecida valoriza muito a leitura e o estudo da Palavra de Deus, como parte da formação dos católicos, "discípulosmissionários de Jesus Cristd' (cf. no 243-258). O discipulado tem origem num encontro vivo e pessoal com Jesus Cristo e traz uma orientação nova para a existência. Um dos "lugares" mais importantes para esse CM 429

encontro é a Palavra de Deus; a Igreja ensina que o próprio Deus nos fala através da Sagrada Escritura. Lida e acolhida com fé, a Palavra sagrada deixa de ser apenas "texto" e se torna palavra viva e atual "palavra para mim, para nós". Isso vale para a leitura individual e também comunitária, como acontece nas celebrações litúrgicas. O papa Bento XVI ensinou, no início da V Conferência, que a nova etapa missionária da Igreja na América Latina e no Caribe depende do conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. "Por isso é necessário educar o povo na leitura e na meditação da Palavra; que ela se converta em seu alimento para 21


que , por experiência própria, as pessoas vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (cf. Jo 6,63). Do contrário, como vão anunciar uma mensagem cujo espírito e conteúdo não conhecem profundamente? É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus" (cf. n° 247) . A desejada renovação da vida cristã em nossas comunidades poderá acontecer somente mediante o encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo. Para isso, é necessário acolher com alegria e fé a Palavra de Deus; nela, encontramos Jesus Cristo vivo e o caminho para uma autêntica conversão, para uma profunda comunhão com Deus e para uma intensa solidariedade social. Não são apenas palavras do passado, mas é a Palavra viva e sempre atual e eficaz, que pode falar também ao coração das pessoas do nosso tempo. O encontro autêntico com a Palavra é encontro com a própria pessoa de Jesus Cristo. A Igreja, comunidade de discípulos-missionários de Jesus Cristo e primeira depositária desta santa Palavra, tem a missão de anunciála de maneira abundante e com fidelidade, para saciar os corações "famintos da Palavra do Senhor" (cf. Am 8,11). Ela o faz na celebração da Liturgia e na pregação, mas também através da formação cristã do povo e da catequese. A Bíblia precisa fazer parte da nossa vida. A leitura diária de um trecho ajudará, aos poucos, a "entrar na Palavra" e a conhecer os 22

segredos de Deus. Melhor ainda se isso puder ser feito em família ou com outras pessoas. Hoje é muito recomendado o exercício da "leitura orante" da Bíblia, um método útil para passar da leitura apenas intelectual à leitura vivencial da Palavra; de fato, a leitura das Sagradas Escrituras só atinge o seu objetivo quando suscita uma resposta de nossa parte, através da oração, do diálogo com Deus e da conversão da vida. No mês de setembro, aqui no Brasil, destacamos de modo especial a leitura da Palavra de Deus e a pastoral bíblica. Conhecer a Bíblia é tomar consciência do desígnio de Deus a nosso respeito: Desígnio de amor e salvação, que pode saciar plenamente nosso coração. Dá para ser bom cristão católico sem conhecer e amar a Palavra de Deus? São Jerônimo dizia que "ignorar as Escrituras é desconhecer a Cristo" e isso significaria ignorar "o caminho, a verdade e a vida". Por isso, a Igreja incentiva a leitura e o estudo da Bíblia; graças a Deus, hoje isso é plenamente possível e facilitado de muitas maneiras . A Sagrada Escritura está ao alcance de todos os interessados. No final das Leituras, durante a Missa, nós aclamamos: Graças a Deus! Glória a vós, Senhor! Sim, porque a Palavra de Deus é um dom precioso do próprio Deus ao seu povo e nós o acolhemos com grande fé e alegria. • Dom Odilo P. Scherer Site da CNBB - 5-9-2007 CM 429


A 1V E A BÍBLIA Estive pensando e analisando como a 1V ocupa um lugar especial em nossos lares. Ao acordarmos já estamos lá diante dela. Telejornais e novelas invadem todo o espaço. O pior é que isso realmente nos agrada. Queremos saber o último capítulo da novela, a última notícia local , a manchete que desperta curiosidade em todo o mundo, o último lançamento da moda, tudo muito atrativo e que chama a atenção de forma espetacular e nos prende diante da tela, de tal modo que , mesmo a presença de tanta asquerosidade escancarada em horário nobre , nós sabemos tudo que vai acontecer na semana seguinte, sabemos o desenrolar das novelas ... É impressionante , mas nós nos deixamos evolver, não adianta fingir, pois tem sempre algo na TV a nos chamar a atenção. A Bíblia, que disponibiliza a palavra de um Deus ansioso por ser ouvido por nós, está lá, muitas vezes ainda plastificada, porque temos o conceito de que ler e entender as Sagradas Escrituras é coisa muito difícil e, talvez por isso, não buscamos estudá-la e nos aprofundar no seu conhecimento. Se eu procuro em revistas, jornais, internet saber o desenrolar das novelas, por que não posso usar dos mesmos subsídios para entender a C\11 429

palavra de Deus, que nos conduz ao caminho do bem? O que fazemos com freqüência e entusiasmo acaba sendo interessante. É preciso buscar o gosto pela leitura, procurar fazer uma leitura orante da Palavra de Deus, ter a Bíblia sempre ao nosso lado, no lugar mais especial da casa, onde, ao invés de recorrer à T\1, sejamos convidados a ler um pouco e deixar que a semente da Palavra brote em nosso coração e produza bons frutos. Com certeza, não temos mais vergonha de sair de casa com a Bíblia na mão, sentindo-nos felizes de levá-la para o serviço da evangelização, porque nela está revelada a salvação. Ela nos comunica o verdadeiro sentido da vida, e ilumina o caminho que conduz ao Pai. Eq. N. S. das Graças - Cruz CE

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BODAS DE OURO 1. Carolina e Alérçon, no dia 20 de dezembro de 2007, celebraram seus 50 anos de vida conjugal. "Louvai ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o! " "Sem limites é o seu amor para convosco" ( SI. 116/117). Assim este casal busca pautar sua vida, festejando sem limites o amor a Deus com aqueles que têm o privilégio de com ele conviver. Quando a vida de graça se torna uma opção, a beleza vai pouco a pouco SC?ndo fortalecida e os momentos de incerteza corrigidos com a plena consciência do amor maior, Deus. Foi neste clima de emoção que participamos da missa de bodas, celebrada pelo SCE Pe . Tarcisio, ocasião em que o casal, perante os familiares e os amigos, confirmou o compromisso de amor e fidelidade recíprocas, comunicando aos presentes a sua firme convicção em continuar a fecundidade do Matrimônio. Esse amor, que leva à santidade conjugal, irradia-se a todos e , principalmente, à nossa equipe. O casal, por mais de trinta anos, esteve à frente de várias pastorais ligadas à Paróquia do Santuário das Almas, por isso lá estava toda a comunidade presente. Como equipistas, exerceram diversos serviços do Movimento: Casal Setor, Ligação, Expansão e outras, sempre muito disponíveis. O casal atuou também na pastoral familiar, em especial na Pastoral de Casais em Segunda União. 24

O seu maior tesouro é mostrar aos novos casais que tudo é possível onde o desprendimento do servir estiver sempre presente. Nós da Equipe 6, Setor A de NiterÓi, só temos a agradecer a Deus por nos ter colocado junto deste casal tão querido e amado, sempre disponível para as coisas de Deus. Equipe 6 do Setor A Niterói/RJ

2. Maria e Osvaldo Trevisol, no dia 19 de abril de 2008, celebraram suas Bodas de Ouro. "O CM 429


amor verdadeiro é ambicioso, o amor verdadeiro é exigente", diz Pe. Caffarel. Essa citação nos motiva a querer ir sempre ao encontro do outro, caminhar juntos, lado a lado, buscando a santificação. Deixa-nos muito alegres constatar que os 50 anos de vida conjugal deste casal são fruto do amor mútuo vivido no dia a dia, do carinho, cuidados, afeição, respeito, perdão e abnegação, e da carida-

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de para com os filhos; do esforço contínuo de perseverança no amor. Integrantes da Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Pitangueiras/PR, Maria e Osvaldo encarnam o lema "Testemunhas a serviço dos casais". Parabéns querido casal! O amor jamais acabará. Vivian e Marcelo, CR do Setor D Astorga/Munhoz de Mel/o/ Pitangueiras!PR

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I?DOTAL

Pe. Spírito Sevega, IMC, no dia 20 de junho de 2008, completou 60 anos de ordenação presbiteral. Nasceu em 24 de Maio de 1924, em Margarita/Cúneo/Itália. No ano de 1940 entrou para o Seminário dos Missionários da Consolata, vindo a ser ordenado em 20 de Junho de 1948, em Rosignano Monferrato. Chegou ao Brasil em 26 de abril de 1949. Sempre como humilde trabalhador da vinha do Senhor, esteve prestando serviços em diversas localidades nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No período de 1953 a 1966, exerceu várias funções na cidade de Jaú/SP, onde foi o SCE da primeira equipe dessa cidade. Também conheceu pessoalmente o Pe. Cafarel. Depois de outras tantas atividades, foi finalmente transferido, em 2001, para a Comunidade São Marcos, como vigário paroquial. É Sacerdote Conselheiro Espiritual de duas equipes, cujos casais agradecem a Deus a oportunidade de desfrutar do conhecimento, da humildade e do carinho que Pe. Spírito lhes transmite. Que Deus derrame abundantes bênçãos sobre o Pe. Spirito e que Nossa Senhora, sob as invocações de Aparecida e da Alegria, lhe dê sempre proteção em seu caminho. o Setor [J SP Cap.ta/11 ..)

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JUBILEU DE PRATA DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL Padre Gustavo Angel Sanchez Suarez comemorou seus 25 anos de ordenação presbiteral no dia 29 de maio de 2008. Na ocasião, presidiu Celebração Eucarística na capela do Seminário Maior N. S. de Fátima, em Brasuia/DF, concelebrada pelos sacerdotes do Seminário. Estavam presentes os seminaristas, a Equipe 6 e o casal Graça e Tibúrcio, Diretores da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasllia, onde Pe. Gustavo leciona. Após a Santa Missa, foi servido um delicioso jantar. Manifestações de carinho, intercaladas com discursos, salientaram as virtudes do homenageado. Padre Gustavo é sacerdote sulpiciano. Nasceu em Saboyá/Colômbia; em 20 de dezembro de 1953. E o 5° filho de Julio Vicente Sanchez e Eva Suárez, de um total

de 10, três deles sacerdotes. Licenciou-se em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e doutorou-se pela Faculdade Jesuíta Centre Sevres de Paris. Atualmente, é professor de Teologia Fundamental no Seminário Maior N. S. de Fátima, na Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília e no Seminário Arquidiocesano Redemptoris Mater de Brasuia. É Sacerdote Conselheiro Espiritual desde 1985, em Brasllia/DF e em Londrina/PR. Atualmente é SCE da Equipe 6 e do Setor E da Região CO I, Brasília/DF. • Parabéns , Padre Gustavo! Que, pela intercessão de Nossa Senhora, Deus continue abençoando-o em sua santa missão! Ce1 sa e Andral Eqr.. ipe · S. Imaculada Conceição -Brasília DF

Padre Agostinho Teotônio de Almeida foi ordenado presbítero no dia 12 de abril de 2008, pela imposição das mãos de D. Osvino José Both, Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil. Nasceu em Miraí/MG , em 28 de agosto de 1930. Foi militar durante 33 anos, viveu um casamento feliz por 36 anos e teve 3 filhos . Após ficar viú--....IIE'::F''"1 vo, dedicou-se à vida religiosa, sendo diácono por 21 anos, recebendo agora o presbiterato. É o SCE da Equipe 81 , em pilotagem, do Setor E da Região Centro-Oeste I. Parabéns, Padre Agostinho! Que Deus ilumine sua caminhada com muitas bênçãos. do Leite

Bras lza,Df26

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CONTRIBUINDO PARAA FORMAÇÃO DE SACERDOTES PARAAAMAZÔNIA Os equipistas de Manaus participaram ativamente na preparação, venda de ingressos e organização de um jantar beneficente realizado no dia 31 de maio de 2008, nos jardins do Seminário São José de Manaus, com o intuito de arrecadar recursos financeiros para ajudar na formação dos seminaristas. Na ocasião, foram lembrados os 160 anos de funcionamento do Seminário. Martha e Szmao Pedro Eq. N S da Vitória - Setor D - Manaus/AM

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• Renato Salgueiro de Melo, da Ana Dulce, no dia 29 de março de /2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora das Graças do Setor São Luis - Região MNPI. • Rosa, do Maurício, no dia 19 de julho de 2008. Fazia parte da Equipe Nossa Senhora dos Anjos do Setor E- Juiz de Fora/MG. • Dom José Carlos de Lima Vaz, SJ, no dia 11 de julho de 2008. Era SCE das Equipes N. de Guadalupe e N. Senhora Aparecida do Setor Santa Rita do Sapucaí/Região Minas III. Dom Vaz nasceu em Ouro Preto/MG, aos 26 de agosto de 1928. Em 1944, entrou para a Companhia de Jesus. Em 1954 iniciou o curso de teologia na Universidade Pontifícia de Comillas (Espanha), onde foi ordenado presbítero em 15 de julho de 1957. De 1963 a 1973 foi Diretor e o construtor da Escola Técnica de Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí/MG. De 1973 a 1979 foi o Reitor da Universidade Católica de Goiás e, de 1980 a 1984, Vicereitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. De 1984 a 1986, em São Paulo, foi incumbido de várias e grandes atividades administrativas e pastorais. Foi ordenado Bispo no Rio de Janeiro, em 7 de março de 1987, onde esteve 9 anos como Bispo Auxiliar. Aos 13 de janeiro de 1996, tomou pose como Bispo Diocesano de Petrópolis/RJ. Em 11 de julho de 2004, por limite de idade, teve aceita pelo Papa a sua renúncia como Bispo Diocesano de Petrópolis. Como Bispo emérito, voltou a viver nas suas comunidades jesuítas, exercendo ainda várias atividades, em especial, como Diretor Espiritual das Congregações Marianas do Brasil. CM 429

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O PODEROSO DEUS DE MARIA Maria é uma jovem de Nazaré . Humilde , sua única aspiração é ser fiel ao seu Deus. Com todo o povo de Israel, ela espera o Messias prometido. A esta jovem o anjo Gabriel fala: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigd' (Lc 1,28). Esta saudação expressa um significado profundo de eleição de Deus: Maria é escolhida de Deus . A saudação do anjo faz ressoar em seu coração a profecia de Sofonias: "Alegra-te, filha de Sião... O rei de Israel é Senhor no teu meid' (Sf 3,14.15- cf. Zc 3,14)). A garantia da presença do Senhor confirma a predileção divina e é motivo de alegria e esperança de uma ação generosa de Deus. Diante da perplexidade de Maria, o anjo continua: " ... darás à luz um filho e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo ... " ((Lc 1,31). A mente de Maria perpassa toda a história de Israel: A promessa de Deus a Abraão, a libertação da escravidão no Egito, passando pelo Rei Davi, pelas profecias, lembrando a ação de Deus em favor do seu povo e a promessa do Deus conosco, o . Senhor que vem salvar. Dá-se conta de que ela está sendo envolvida · 28

diretamente com a chegada do Rei Messias, que o anjo lhe afirma ser Filho do Deus Altíssimo. Mas como se fará isso, se ela é tão pequena, que nem tem marido? Maria coloca a sua pobreza radical, inclusive a sua virgindade, em disponibilidade plena à ação do poder criador e salvador de Deus. Como que explicando, o anjo confirma: "O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra: Por isso, o Santo que nascer será chamado Filho de Deus". A presença do Espírito Santo evoca a potência de Deus, a força criadora de Deus, a sua misteriosa presença na história de Israel, em especial nos lugares sagrados, como no templo de Jerusalém . Este poder de Deus agora se faz eminentemente presente em Maria. Quanta maravilha para o coração humilde da jovem de Nazaré! Como que para acalmar o susto de Maria, que não absorvera ainda o significado de tamanha missão, o anjo lhe informa: "Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice ... Para Deus, com efeito, nada é impossível" (Lc 1,36-37). A este Deus que tudo pode , Maria se dispõe a servir, fazendo CM 429


de si uma entrega total: "Eis aqui a serva ... faça-se ... " (cf. Lc 1,38). Cheia de alegria pela notícia de que Deus começava a cumprir a promessa de salvar o seu povo, Maria corre a servir a prima, grávida de seis meses. À saudação de Maria, Isabel responde, exclamando: "Bendita és tu entre as mulheres ... Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite .. .?" (Lc 1,42-43). Maria, parece, vai tomando consciência do grande acontecimento: Deus estava enviando seu Filho ao mundo e ela era a mulher escolhida para que este mistério se realizasse: O filho que ela gestava é o Filho de Deus, o Senhor. Dando-se conta da grandiosidade da obra de Deus nela , pobre e humilde menina , "Maria, então, disse: A minha alma engrandece o Senhor... " (Lc. 1,46) Ela tem consciência de não ser por seus méritos que é a escolhida, mas por graça especial reservada àquela que vai realizar uma missão única, preanunciada pelos profetas. A ação de Deus em favor do seu povo é manifestação da bondade misericordiosa do poder de Deus, para quem "nada é impossível". Por isso ela canta: "... Sim, doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim. Santo é o seu Nome" (Lc 1,48-49). Ela reconhece que o Senhor, o Santo - como Santo é o filho que ela traz no útero (Lc 1,35)- é o Poderoso, pois somente Deus tem poder de realizar nela a encarnação do seu Filho, o Verbo eterno. CM 429

Ela então lembra os motivos do seu Magnificat: A vitória da misericórdia de Deus, conforme promessa feita a Abraão. Maria exalta o Deus Poderoso, em contraposição aos poderosos da terra, os quais buscam o poder pela força e dominação. Deus é o Poderoso, em contraposição ao poder do Diabo, porque este é mau e só deseja a morte eterna do homem. O poder de Deus que vencerá esses "poderosos", que vencerá a morte, é o poder da bondade e da misericórdia, poder que realiza a salvação dos pobres e pecadores humildes. Somente Deus pode realizar a salvação, por isso Maria canta "o Poderoso fez em mim maravilhas". A versão do Magnificat que a Carta Mensal publica na contracapa, desde a edição N° 284, de agosto de 1992, é a versão da Igreja encontrada no Lecionário Litúrgico e ~ como tal, é o texto recomendado para a oração das Equipes a ser feita diariamente por todos os seus membros, uns pelos outros. Nas versões musicadas aparecem letras diferentes. Mas tanto quem diz "O Poderoso.. ." como quem canta "O Senhor fez em mim maravilhas" deseja expressar a ação maravilhosa e misericordiosa do pbder de Deus em Maria e na Igreja. Exultemos e alegremo-nos, porque Deus é Todo-Poderoso para nos amar (a nós que o ofendemos!) e nos dar a salvação, pela encarnação, paixão e morte e ressurreição de Jesus Cristo- Deus filho de Maria.• Graciete e Avelino G01 Eq. Carta Mensal 29


ORAÇÃO CONJUGAL: UM PRIVILÉGIO Moisés conversava com Deus "como um homem fala com outro homem", num diálogo de amigos (cf Ex 33,11) . Jesus, porém, nos revelou que Deus é Pai e que podemos nos dirigir a Ele como filhos. A única oração que nos ensinou começa por chamá-lo de Pai. Podemos imaginar os belos e longos diál.ogos entre este Filho perfeito e este Pai maravilhoso .. . sobretudo à noite, após um dia de caminhadas, de pregações, de curas, de atenções aos pobres e pequenos. Nossa oração, portanto, é um diálogo, uma conversa com nosso Pai, um Pai amoroso, que sente seu coração "dar voltas" dentro de si (Os 11 ,8), que está ansioso por nos abraçar, a ponto de não se conter, como o pai da parábola, que sà i correndo ao encontro do filho esbanjador que vem voltando. Se é um diálogo, não pode ser um monólogo em que só nós falamos e a Deus só resta escutar e nos obedecer. Em se tratando de um Pai tão querido, é mais importante escutar, mesmo porque Deus já conhece todas as nossas necessidades. Por isso, não precisamos multiplicar palavras. "Deus olha o coração" (15m 16,7). Este Pai sente-se feliz quando vê seus filhos se aproximarem e abrirem seus corações, manifestando seu amor, sua gratidão, suas necessidades. O que o Pai deseja ouvir é 30

o nosso coração. Vai ficar feliz com nosso louvor, nosso agradecimento, nossa adoração, com a nossa confiança nele. É claro que podemos sempre e em toda a parte dialogar individualmente com este Pai amoroso, porque Ele não está longe de nós, mas fez em nós a sua morada (Jo 14,23) . Seu Espírito fez de nós o seu templo (1 Cor 6, 19) . "Com_9_9 Vir em Maria , vocês são o tabernáculo de carne em que Jesus gosta de morar, re ousar, reve ar-se Dom Mario Russotto - Homilia da Missa de abertura do Encontro de Lourdes) . Jesus prometeu estar sempre conosco (Mt 28,20) . Podemos e devemos fazer sempre nossa oração pessoal como Jesus fazia. "O homem que reza não põe em jogo seu próprio poder, mas o de Deus. (... ) Pela prece , o homem abre-se e sé entrega ao poder dtvtno, que vai realizar nele a obra de Deus e, por ele, a obra de Deus no mundo" (Pe. Caffarel). CM 429


A nós, casais cristãos, porém , foi-nos concedido um precioso privilégio: podemos orar a dois, dois que são "uma só carne". Não ficará ainda mais feliz o Pai ao ver ·esses seus dois filhos , que Ele uniu com um sacramento - "o que Deus uniu, o homem não separe" - virem a Ele, com toda a confiança e amor, para escutá-lo, para lhe abrir seus corações? No meio deles, o Pai verá apresença de seu Filho (cf. Mt 18,20). O Pai lembrar-se-á também da promessa feita por Jesus: "Se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus" (Mt 18, 19). Quem mais unidos que os cônjuges cristãos, que Ele próprio uniu? Poderá Ele desmentir seu Filho, que também disse: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará"? (Jo 16,23) Poderá Ele negar-se a manifestar-lhes seu amor, sua vontade, seus planos, suas graças? "Se vós , que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial..." (Lc 11 ,13). A oracão conjugal, portanto, não substitui a oração pessoal, mas deixar de fazê-la é não usufruir de um pnv!leg1o muito especiaL um aom maravilhoso que o Pai nos .cconcede.

COMO DFVE SER NOSSA \ - 0 O"! \.Ju ._) Não há fórmulas nem roteiros, mas, em primeiro lugar, nossa oração conjugal será um colocarmonos à disposição de Deus, um CM 429

abrirmo-nos à sua Palavra, um buscar discernir a sua Vontade a nosso respeito. Como "não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém", contamos com a presença e a luz do Espírito Santo, "que intercede por nós com gemidos inefáveis" (Rm 8 ,26) . Para conhecermos a vontade de Deus, pedimos ajuda ao Espírito Santo, "que sonda tudo, também as coisas profundas de Deus" (1Cor 2,10) . Podemos unir à nossa oração conjugal a escuta diária da Palavra, que o Espírito Santo nos fará compreender e viver. "A oração é escuta da Palavra de Deus. Longe de ser passiva, essa escuta é obed1ência da fé . Acoih1aa mcond!c!onal do servo e adesão amorosa do filho. Participa do "Sim" do Filho que se tornou Servo e do "Fiat'' da sua humilde serva" (Catecismo da Igreja Católica, 2716). Não esqueçamos, em nossa ora- . ção conjugal, de louvar, agradecer, bendizer ao Pai por todo o dom perfeito que nos faz, inclusive por nosso amor conjugal que Ele abençoa. Podemos louvar com Maria, com a Igreja, com os irmãos do mundo inteiro, através do Magnificat. Pode ser que, no momento de nossa oração conjugal, não estejamos tão unidos como deveríamos e que algo esteja atrapalhando nossa unidade conjugal. É momento, então, de nos darmos as mãos e sentir, entre as nossas, as mãos do Senhor e nele nos reconciliarmos e nos concedermos mutuamente o perdão, para, na caridade vivida na 31


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realidade do casal, sermos ouvidos pelo Pai (cf. Mt 5,23-24) . A confiança filial também nos leva a pedir, como fazem as crianças que confiam nos seus pais. Iluminados pelo Espírito Santo, pediremos ao Pai, em primeiro lugar, as coisas do Reino, que seu plano de amor se realize em nossa vida, que sua vontade seja feita por nós, que Ele nos sustente em nossa fraqueza, que perdoe nossas faltas, que nos dê sempre a força de seu Espírito. Pediremos pelas necessidades da Igreja, do nosso Movimento, dos nossos Conselheiros, de nossos casais responsáveis. Pediremos pelos casais, em especial os que enfrentam maiores dificuldades. Pediremos, enfim, por nós e nossa família . Deus conhece tudo, mas nós mesmos talvez precisamos reavivar em nossa oração aquilo de que estamos necessitando, para quais problemas nós ou nossos filhos mais precisam da ajuda do Pai. Parece-nos, às vezes, que o Pai não nos escuta. Mas em Jesus Ele sempre nos ouve (cf. Jo 11,42) . Entretanto, precisamos aprender a "sofrer as demoras de Deus" (Eclo 2,13) , pois o tempo de Deus não é o nosso, nem seus pensamentos e seu modo de agir são como os nossos (cf. Is 55,8) . Ele agirá "a seu tempo" (cf. Is 60,22). Com um coração cheio de confiança filial, confiemos-lhe todas as nossas necessidades e a de nossos irmãos e irmãs, "porque Ele tem cuidado de vós" (1Pd 5,7) . Acima de tudo, peÇamos-lhe as graças de que precisamos para que 32

nossa vida seja sempre uma resposta à sua vontade , a exemplo de Jesus: "eis que venho para fazer, ó Deus , a vossa vontade " (Hb 9, 7); a exemplo de Maria: "façase em mim segundo a tua palavra" ( Lc 1,38); a exemplo de Paulo: "Senhor, que queres que eu faça? " (At 9,6) ; ou como Francisco de Assis: "Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz! " Um instrumento, para ser bom, deixar-se-á manusear inteiramente por quem o usa. Lembremo-nos que "Nem todo o que diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21). Que não tenhamos que ouvir do Senhor esta queixa: "Este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim! " (Mt 15,8). Entretanto, mesmo para que tenhamos coerência entre o que fazemos e o que cremos é preciso rezar e pedir a ajuda do Espírito Santo.

PARECE COMPLICADO O CASAL ORAR JUNTO? - Não, não é difícil! Basta começar. Talvez no início consigamos dizer apenas: "Oi , Jesus , aqui estamos, a Sola e o Sérgio". Com esforço, porém, iremos aumentando o tempo da nossa conversa com o Senhor e, na intimidade do casal que mutuamente se vai revelando na oração dirigida ao Pai, iremos percebendo que também Deus é muito íntimo ao nosso coração. • Sola e Sérgio Eq. Carta Mensal CM 429


CORREÇÃO FRATERNA Será que anda esquecida a correção fraterna? Num momento difícil da minha vida pessoal e de casal, ela muito me ajudou. Meus irmãos tiveram a caridade de aplicar, com a energia necessária para aquele momento, a correção que julgavam na medida. Um jovem casal questionou-me há poucos dias: ainda existe a tal correção no Movimento? Que pena que não seja tão comum quanto todos os PCE! Ela existe nos corações de quem tem amor e é capaz de exigir de nós uma correção de rumo. Existe, como esteve presente no coração dos meus irmãos de equipe, faz 11 anos. Eles mostraram não um novo rumo, mas apontaram-me o caminho que eu havia perdido numa destas encruzilhadas com o mal. Corrigir, apontar, mas ter a caridade de usar a medida certa. Aceitá-la, porque sabemos que quem nos corrige quer o melhor para nós. O movimento das ENS só cresce porque ao longo do caminho, em verdadeira ajuda mútua, um vai apontando ao outro aquilo que acha melhor para nossa caminhada de santidade. Isto porque trocamos e aceita-

mos idéias, exercemos um caminhar lado a lado e exercitamos a paciência, não de olhar para trás, mas de esperar ao lado por aquele que tropeçou. Não é gigante só o que não cai, agiganta-se também aquele que sabe levantar-se, com a ajuda de todas as bem-vindas correções. Precisamos, porém, parar para ouvir e meditar em nossos corações aquilo que nossa consciência aponta como melhor para a busca da santidade . Lembrar sempre que corrigir não é levar pela mão, mas apontar rumos. Cabe àquele que recebe a correção fraterna decidir por aquilo que lhe parecer melhor, segundo sua reta consciência. A correção fraterna existe, sim, e graças a Deus um dia eu a aceitei pelo bem do meu caminho e da minha família . Jesus Cristo não se cansou de fazer correção fraterna , em especial com seus discípulos. Os evangelhos estão repletos de exemplos. Também Maria a fez , como quando se dirigiu aos serventes, nas bodas de Caná: "Façam tudo o que ele vos disser". • Wander/en da Méri Eq N. S. Aparecida - Tramandaí;RS

Um dos mais graves pecados contra o amor é a recusa de se explicar. Na maioria dos lares não há um muro entre os esposos, mas simplesmente uma leve camada de verniz isolante: e como é difícil explicar-se para fazê-la quebrar! .. . exige que se tire a máscara, que se revele o próprio coração. E revelar o próprio coração já é dá-lo, já é amar. Pe. Caffarel, in O amor e a graça C'\1 429

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RETIROS A nossa Região nos proporciona fazer retiros "fechados". Pudemos perceber a profunda diferença entre um retiro no qual se vai dormir em casa e estes, quando você, ao sair de casa, já se abandona nas mãos de Deus e, assim, vai tranqüilo para esse encontro profundo com o Senhor. Por mais espirituais que sejam as reflexões do pregador, por mais disponíveis que estejamos para nos entregar ao silêncio e à interiorização, a interrupção para voltarmos às nossas casas, onde reencontramos as nossas realidades e somos devolvidos às nossas inquietações, truncamos de vez a nossa paz e a nossa entrega. Para fazer silenciar o nosso coração de todos os ruídos que enchem as nossas vidas, é necessário tempo e disposição interior. Como nos alertou o pregador, retiro é silêncio e encontro, umverdadeiro encontro com o Senhor. No retiro, mais importante que qualquer pregação é o silêncio, por que somente assim é possível escutar a voz de Deus, para estabelecermos com Ele um verdadeiro diálogo. E assim foi. Somente voltamos a conversar após a bênção final do retiro. Foram momentos difíceis, pois estávamos procurando a verdade em nossas reflexões, mas também, momentos de encontro com Deus, em que pudemos refletir muito sobre nossas vidas, nossos propósitos, infidelidades e inconstâncias e 34

nos reconhecermos inteiramente dependentes desse Deus misericordioso, que sempre nos acolhe, nos perdoa e muito nos ama. Esse Deus que nos criou únicos e com projetas definidos a nosso respeito. Retiro é momento pessoal de conversão, de diálogo com Deus, para nos encontrarmos a nós mesmos e revermos o nosso compromisso com o projeto original que o Criador estabeleceu para nossas vidas. Por isso, o silêncio no retiro é necessário, mesmo entre marido e mulher. Na vigília, em que se revezaram os casais na noite de sábado para domingo, pudemos perceber as mudanças que já estavam ocorrendo em nosso interior. Também refletimos sobre a necessidade de participação na Eucaristia, na qual somos levados a nos transformar em outros Cristas. Se a Eucaristia não nos conduzir à transformação, seremos invólucros sem significado. A procura diária da Eucaristia nos dará forças para os embates do dia a dia, por que Jesus nos alimenta com o seu corpo e com seu sangue. C a e Wanderlei Eq.

. S. Mãe da Igreja - Sctor de Araraquara SP

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Tivemos a oportunidade de participar do Retiro Anual, momento de oração e recolhimento, forma CM 429


necessária de reabastecimento para se poder continuar a missão apostólica do casal. Fomos levados a meditar sobre a verdadeira missão do casal cristão e seu testemunho na família, no trabalho, no dia-adia, neste mundo cheio de violências, onde falta o "Amor ágape de Cristo". Que bom seria se todos os casais tivessem oportunidade de momentos de intimidade profunda com Jesus. Conceiçao e Nelson Eq N. S. de Fátima Setor B

TaubatéSP

••• O Setor B de Três Corações viveu no Retiro Anual, com certeza, um momento de transformação e conversão. Foi um período de deserto, onde todas as vozes se calam e apenas a voz de Deus fala. É importante que o casal se retire para buscar o silêncio interior e escutar a voz do Senhor. Ao retornar ao seu dia a dia, o casal traz consigo a força vivificadora deste período em que esteve exclusivamente diante do Senhor. O Guia das Equipes de Nossa Senhora prega que "O retiro é um tempo privilegiado de parada, de escuta, de oração e uma oportunidade de renovação espiritual. É também um tempo forte para voltar-se para dentro de si mesmo e fazer um exame geral de vida, sobretudo sobre o nosso caminho de crescimento." Na presença de Deus, pudemos renovar nossas vidas e restaurar 429

nossas forças . Escutamos a Deus e entendemos o plano que Ele tem para nós: Crescermos na espiritualidade conjugal. Foi uma experiência de Amor, em que nos foi permitido um encontro com Deus e um encontro com o que há de mais profundo em nós mesmos. Tivemos, assim , acesso ao mistério de cada um de nós diante do mistério do Pai. Foi, sem dúvida, um instante em que nos enxergamos com as lentes da Fé. Uma graça de sermos conduzidos pelo Espírito Santo e de nos sentirmos amados e capazes de amar. Longe de nos alienarmos do mundo real no qual vivemos e do qual fazemos parte, a experiência do encontro com Cristo no Retiro nos fez mais ativos e mais criativos, mais responsáveis e mais comprometidos com a mística do nosso Movimento. Ao nos retirarmos para orar, ao fazermos a experiência de Deus na oração, nos aproximamos também mais dos homens que Deus ama. Neste encontro pessoal com o Senhor, feito na oração e no silêncio, descobrimos horizontes novos, respiramos o ar puro do Espírito, bebemos na fonte da vida. Esta parada tornou-se essencial para a vitalidade do nosso matrimónio. Foi possível rever paradigmas, analisando nosso passado e projetando nosso futuro nos moldes de Maria, nossa mãe: "Eis aqui a serva do Senhor". la

Paul n/->0

Eq. N. S. das Graças Setor B Três Coraçoes MG


ERA UMA VEZ ... Nos idos de 1984, iniciou-se em Teresópolis, cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, o anseio por um movimento eclesial que, depois, descobriríamos ser o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Até aí, nada de mais, pois o Movimento já se fazia presente em muitos países. O interessante é que os casais que alimentavam tal desejo eram, na maioria, desconhecidos uns dos outros, entretanto estavam à procura de algo, uma espiritualidade mais profunda e própria para o casal, algo mais para o casal do que só o engajamento e participação em trabalhos nas suas paróquias. Mas Deus continuou a agir em nosso favor. Ao visitarmos um casal que havia sofrido uma grande perda, na falta de assunto, como ocorre nesses momentos, com ele falamos sobre aquela nossa procura. O casal, então, nos contou que pertencia, em Niterói, a um movimento que

bem se encaixava em nosso anseio. Nosso desejo começava a se tornar realidade. Com a ajuda de Frei Ubiratan, ofm, hoje Dom Fr. José Ubiratan Lopes, Bispo da Diocese de Itaguaí/RJ, partimos para o encontro dos outros casais que tinham o mesmo desejo. Com a participação do Frei "Bira" e de dois casais que já pertenciam às Equipes de Nossa Senhora, um de Niterói e o outro do Rio, o grupo então, durante um ano, estudou os objetivos e o carisma das Equipes de Nossa Senhora. Em 28/09/1985 nascia a Equipe 1 de Teresópolis, sob a proteção de Nossa Senhora do Imaculado Coração, que invocamos. À exceção de dois, por motivo de falecimento, todos os casais que iniciaram a equipe nela perseveram. Podemos afirmar aos nossos irmãos que vale a pena o esforço em perseverar.• Maria L aura e Oscar Eq. N. S. do Imaculado Coração Teresópo/is!RJ

l JNéA FALÁVAMOS EM

DEUS

Agradeço a Deus, porque Ele, por meio de pessoas amigas, nos chamou a fazer parte das Equipes de Nossa Senhora. Deus queria nos fazer conhecer melhor o sacramento do Matrimônio. Foi uma mudança muito grande em nossas vidas desde quando começamos a realizar os PCE, em especial o Dever de Sentar-se e a Oração Conjugal. Nunca falávamos em Deus antes de fazer parte do Movimento. Hoje , é com muita alegria que falamos juntos de Deus e de Nossa Senhora. r da Rostnercl L q. N S da Gu•a 36

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O CÊNTUPLO A primeira notícia que tive das Equipes de Nossa Senhora não me entusiasmou muito (... ) Eu pensei tratar-se de algo parecido com o Rotary. Mas quando, alguns anos depois, um casal procurou-me para fundar a segunda equipe de Porto Alegre, dando-me melhores explicações, eu mudei de idéia ... As ENS são especificamente um movimento de espiritualidade conjugal. Eu acrescentaria: e também sacerdotal, ao menos em alguns casos. Antes de participar das Equipes, por causa das inúmeras e absorventes atividades paroquiais, por estar à testa de uma paróquia nova, extensa, populosa e com tudo por fazer, andei negligenciando e até omitindo alguns dos meios de aperfeiçoamento, próprios do meu estado sacerdotal. Ao entrar em contato com as Equipes, eu percebi que deveria retomar e aperfeiçoar essas práticas espirituais. (.. . ) Também na parte humana devo muito às Equipes de Nossa Senhora, pois me arrancaram do isolamento em que me encontrava. Eu, que por amor do Reino de Deus abandonei a minha família e um lar próprio, encontrei nas Equipes o cêntuplo que promete o Evangelho, em pais, mães, irmãos e irmãs. Tenho certeza de que padres que abandonaram o sacerdócio não o teriam feito, ao menos diversos, se tivessem tido a graça de conhecer e fazer parte das ENS . Meus caros equipistas, vocês não (l'v1 429

sabem o bem imenso que estão fazendo aos seus conselheiros espirituais quando cumprem fielmente os meios de aperfeiçoamento, quando procuram progredir espiritualmente, porque assim estarão ajudando também os conselheiros a crescer. Os tições, quando unidos, se abrasam mutuamente e fazem crescer as chamas, e suas brasas brilham fulvamente . Separados, se transformam em carvões frios. Quando cheguei a conhecer profundamente a mística das ENS, delirei com a fantástica realidade do Cristo presente na equipe, fa-

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zendo acontecer nela uma comunidade eclesial. Nas equipes se pode viver a promessa da presença de Cristo: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20) . Eu voú, com muita alegria, para as reuniões das minhas cinco equipes, porque creio nessa misteriosa presença de Cristo. Gostaria de tranqüilizar consciências porventura inquietas com a possível suposição e tentação de acreditar que, estando em reunião de equipe, estamos perdendo tantas horas com meia dúzia de casais, quando há inúmeros outros que precisam, mais do que os equipistas, de nossa presença e ajuda, quando há incalculáveis e inadiáveis outros trabalhos paroquiais! Vejamos o exemplo de nosso divino Mestre: Ele tinha não uma paróquia, mas o mundo todo para atender, converter e salvar... nem tinha tempo para comer e descansar. Sem abandonar os fiéis que o seguiam , soube "perder" muito tempo para estar com a sua equipe, que não era de 14 ou 16 pessoas, mas de apenas 12, os Apóstolos, que passaram a formar a sua família, que eram seu pai, sua mãe, seus irmãos. Eram os que iam continuar e multiplicar sua obra. O Papa Paulo VI, na peregrinação das Equipes a Roma, em 22 de setembro de 1976, dizia: "Aos sacerdotes capelães das Equipes, rogo eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que se há de manifestar - não hesiteis em dar 38

o melhor de vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo apostólico. Nele encontrareis uma parcela da Igreja de que vós sois pastores. Não cedais à tentação de crer que o vosso trabalho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. A vossa ação multiplicarse-á mediante a irradiação de tantos lares". (... ) Nós somos conselheiros espirituais. A espiritualidade é nossa especialidade. Devemos ser mestres na difícil arte da santificação dos casais. No entanto, não podemos pensar que sabemos tudo, que temos a fórmula para resolver todos os problemas, que em qualquer momento tiramos do bolso do colete a receita para tudo. Quem sabe, um equipista presente à reunião e unido ao Cristo, um equipista que também recebeu o Espírito Santo, saiba, melhor do que nós, ajudar, orientar e aconselhar outro equipista, que está com dificuldades de relacionamento com a esposa, uma situação económica difícil ou preocupações com o namoro da filha. Antes de orientar a espiritualidade dos equipistas, temos a missão de , como representantes da Igreja, preservar e zelar pela ortodoxia da fé e da moral. Temos que ser os mestres da religião, a luz que ilumina os equipistas em meio a este mundo de trevas. (... ) Temos que ser o fogo, a chama que incendeia os tições reunidos. • F An nrr Lorenzatto E::xcertos de artigo publicado na Carta Mensal de novembro de 1981 CM 429


UM SIM CONJUGAL Ao recebermos o convite para fazer a Sessão de Formação Nível III, relutei bastante para então decidir e dizer o sim. Como sempre , o medo e a desculpa da falta de tempo ... Meu marido teve papel importante neste sim, sempre me incentivando, enquanto os dias se aproximavam . Mostrava-me com seu entusiasmo e expectativa que, para marido e mulher partilharem a salvação, ambos devem viver juntos a espiritualidade conjugal , na vivência do amor mútuo, no dia a dia, em atos e gestos concretos, e a formação era um gesto concreto. Graças à ação do Espírito Santo, decidi ir e hoje vejo que teria perdido uma chuva de bênçãos e graças. Foi uma oportunidade para conhecer novos irmãos equipistas, perceber a unidade do Movimento e conhecer melhor o seu carisma.

Mostrou-me que somos equipistas e missionários. A herança deixada por Jesus aos discípulos é a nossa missão. Somos casais equipistas e missionários quando damos testemunho da transformação que a graça de Deus opera em nós pelo sacramento do Matrimônio e pela Palavra ouvida e meditada. Esta transformação é pessoal, mas também conjugal. A partir do serviço e do testemunho, anunciamos explicitamente Jesus Cristo e, como casais, não poderíamos deixar de anunciar a ação do Espírito Santo em nossas vidas, após esta sessão de formação, e agradecer a Deus pela ajuda mútua dos irmãos de equipe que cuidaram de nossos filhos para que pudéssemos participar do evento formativo. • E/is b e ~ :Igner Eq. N. S. Aparecida - Setor B RJ

As graças do matrimônio serão estéreis sem a cooperação dos esposos. A fé que Cristo exige der nós não é uma simples efusão do coração, nem uma vaga adesão de princípio: é uma vontade de agir. Essa cooperação não é só e simplesmente a resposta de cada instante às graças de cada instante. Ela engloba antecipadamente e para sempre a vida inteira. Não é somente em nossos atos voluntários, em nossos atos santos, que se acha impresso o sinal de Cristo; é em nossa vida; é em nosso ser, mesmo que vivamos em pecado. Enquanto durar o vínculo conjugal, isto é, durante toda a sua vida, permanece de pé o compromisso do casal com Cristo, e nada em sua existência pode escapar a essa graça e a essa responsabilidade. Pe. Caffarel, Grande é este mistério, in O amor e a graça. CM 429

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DEUS, ONDE ESTÁS? Num dia, anos atrás, num curso o ter sempre mais coisas e no prade formação cristã, meditando pro- zer a qualquer preço. Lamentavelmente, assim como fundamente sobre a presença de Deus e como aprender a amá-lo, fi- eu, ainda hoje há muitas pessoas quei como que perdido, mas, ao que continuam a procurar Deus em contemplar a Santíssima Eucaristia, lugares errados, sem se darem conexpressão máxima da Sua presen- ta de que Deus está dentro de nós, ça no meio de nós, cheguei a dese- no nosso coração ... Finalmente, após alguns anos e jar poder dizer como o Profeta Isaias: de vários tombos na ''Ah, Senhor, lembra-te vida, sem vivência de de que tenho andado O cerco que o na tua presença com fifé, frustrado por decepções ocasionadas pelo delidade e de coração Senhor me fazia egoísmo pessoal, pasinteiro, fiz o que é agraera muito antigo. sei a analisar o tempo dável aos Teus olhos" perdido. Com a memó(Is. 38,3) . Só que eu não ria reanimada, descuEntretanto, em vez percebia, porque bro em minhas reflede dizer como Isaias, xões que o cerco de camuitas vezes eu esqueestava cego rinho que o Senhor me ci Deus, caminhando pelas coisas do fazia era muito antigo. por atalhos , perseSó que eu não perceguindo prazeres vãos, mundo. bia, porque estava cedesprezando os seus go, influenciado pelas caminhos e a convicoisas do mundo, e não notava a vência afetuosa dos irmãos. Era quando, pertinazmente, Ele sua presença dentro de mim e, de me tocava e me mostrava passo a maneira inconseqüente, rompia a passo o sentido do verdadeiro amor barreira do desvelo divino. Foi aí que a bem aventurada e da sua presença. Aqui, mostrava-se um verdadeiro amigo que me Virgem Mãe de Deus e nossa, como instruía pacientemente; ali, outro amparo dos que a invocam, entrou me falava dele, estimulando-me a em ação e concedeu-me a graça de procurá-lo em nome do Amor maior, ingressar no movimento das Equique ilumina e aquece como o sol pes de Nossa Senhora, verdadeira que brilha e gradualmente oferece escola de espiritualidade conjugal. a todos o seu calor e a sua luz . Hoje sei onde Deus está e onde Mesmo assim, eu continuava a pro- posso encontrá-lo.• Aurélio da Alice curar Deus onde Ele não poderia Eq. N. S. da Conceição - Setor C ser encontrado, nas coisas deste Manaus/AM mundo, como o dinheiro, o poder, 40

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GESTO CONCRETO Costumo dizer para os meus filhos e para meus alunos que, se ontem fizemos algo de bom, de bem feito, hoje não devemos fazer igual, pois temos o dever de sempre melhorar, procurar fazer o melhor para nos aperfeiçoarmos, pois assim estaremos agradando a Deus. Em nossa Equipe, como deve acontecer em todas as equipes, temos as nossas dificuldades e limitações, entretanto, não as vemos como empecilhos para realizarmos outras atividades além das formais. No ano de 2007 , através de uma aluna, fiquei sabendo da crítica situação em que vivia uma família. Levei o caso para a Equipe e abraçamos a causa. Ficamos, entre cestas básicas, roupas, tratamento médico e outros, sustentando seis filhos semanalmente com o leite (a mãe é portadora de deficiência física, não mora com o pai das crianças, não tinha nenhuma renda, seu barraco havia caído e com os filhos se abrigava num galpão) . Quanto mais fazíamos por essa família, mais achávamos que era insuficiente. Fizemos, então, o Dia da Criança, e quase toda a comunidade foi contemplada com preCM 429

sentes , roupas para crianças e adultos, bolos, refrigerantes etc. Continuamos assistindo a mesma família, e no mês de novembro, após fazermos contato com a assistente social do município, a mãe recuperou a vida cidadã e voltou a receber o beneficio que havia perdido. Por fim , preparamos o Natal, distribuindo presentes para toda a comunidade. Antes, porém, houve um momento de evangelização e, na seqüência, várias brincadeiras. Nossos filhos, genros e noras foram também envolvidos nesta ação de caridade fraterna. E já estamos nos organizando para neste ano fazer melhor. • Nilza de O valdo Eq. N. S. das Graças Palmare PE 41


RESPONDER À VONTADE EAO AMOR DE DEUS A nossa consciência cristã e equipista nos chama a viver a vontade e o amor de Deus. Para isso precisamos estar unidos a Ele e aos irmãos. Estar em comunhão de vida com Deus é seguir Jesus, pondo em prática o seu Evangelho de libertação, amor e vida, quando partilhamos fraternidade , justiça e paz. Deus nos dá tudo gratuitamente. Mas Ele espera de cada um de nós uma resposta. Em sua bondade e misericórdia, Ele ama a todos, mesmo os que lhe são ingratos . Contudo, isto não nos deve levar a não assumirmos a responsabilidade pelo mal que praticamos, e sim a nos aceitarmos como fracos e pecadores. Tal discernimento nos deve conduzir não a um julgamento e condenação, mas a um pedido de perdão para revigorar, acima de tudo, nossa resposta de amor ao amor de Deus. Se Deus nos ama tanto, com um amor misericordioso, devemos responder a esse amor fazendo a sua vontade, pois "nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino do céu , mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21) . O empenho em fazer a vontade de Deus não é impor-se um cum42

primento coagido de obras ou a obediência como que a uma ordem tirana. Nosso agir cristão se faz na liberdade e na alegria, buscando levar o amor humano à plenitude do amor divino. É importante, portanto meditar nos dons recebidos de Deus, nas suas graças e no amor que Ele nos prodigaliza com gratuidade. É preciso cotejar nossas atitudes com tão grande amor e verificar qual a resposta que lhe estamos dando. Que lugar ocupa a Palavra de Deus e a sua vontade em nossa vida? Conscientes de que a vida nesta terra é passageira, coloquemonos a serviço da vinha do Senhor, busquemos viver a Palavra de Deus e, como casais, seguir as orientações das ENS, para que, pela ação do Espírito Santo em nós, nossas vidas sejam transformadas e possamos ser testemunhas de vida cristã a outros casais.

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COMUNIDADES NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA Caros irmãos e irmãs de caminhada: Informamos, com muita alegria, que no dia 16/ 07/09 - Festa de Nossa Senhora do Carmo - o nosso Movimento atingiu a marca de 100 grupos, graças à colaboração estreita de todos os que estão envolvidos, de uma forma ou de outra, com esse trabalho. Abaixo, segue um demonstrativo de sua distribuição no País. Ajudem-nos a divulgar e a imI

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plantar este novo Movimento, considerado pela Da. Nancy Moncau, como "um irradiar-se das Equipes", em sua cidade ou nos locais onde você está inserido (Paróquias, Pastorais etc.). "Os que lançam a semente entre lágrimas, ceifarão com alegria" (SI126,5) . Abraços fraternos! (I c e Valent1m Coordenadores Gera1

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• São Paulo - Capital e Região ABC: 15 grupos em funcionamento e 3 em formação; • Em outras 22 cidades do estado de São Paulo: 59 grupos e 4 em formação; • Rio de Janeiro: 12 grupos e 6 em formação; • Ceará: 2 grupos e 2 em formação; • Pará: 3 grupos; • Pernambuco: 14 grupos e 3 em formação; • Amazonas: 1grupo; • Minas Gerais: 3 grupos e 2 em formação; • Rio Grande do Sul: 2 grupos; • Rio Grande do Norte: 1 grupo e 1 em formação. TOTAL GERAL: 100 grupos em funcionamento e 16 grupos em formação. r

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• Rio de Janeiro/RJ - Vera e Paulo Roberto (pvportugal@globo.com) • Belém /PA - Lilí e Constantino (tinoconsta@ig.com.br) M 429

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• Manaus/AM - Graça e Encarnação (graenc@hotmail.com) • Recife/PE - Luiza e Epaminondas (epafeitosa@ hotmail. com) • São Paulo/Capital - Odete e José Monteiro (odete.monteiro@uol.com .br) • Campinas/SP - Nancy e Benjamin (benjamintannus@uol.com.br) • São José do Rio Preto/SP - Wilza e Aluisio A. Silveira (aluisio.silveira@ig.com. br) • Vale do Paraíba/SP - Leda e Marcos Lisboa (ledaemarcos@terra. com. br) • Jundiaí (São Paulo Sul II) - Lígia e Carlos A. Bestetti (calitita@terra.com.br) • São Paulo/ABCD - Zilda e Wagner Panzarini (zildawagner@hotmail.com) • Santos/SP - Rosa Maria e Eloy (eloyprieto@terra.com.br)

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Coordenadores Nacionais • Cleide e Valentim Giansante (Cleide.valentim@terra.com.br) • Tereza Pitarello Shoshima (famshoshima@kbonet.com.br)•

2°ENCONTRO NACIONAL DAS ENS 16 a 19 de julho de 2009 Florianóoolis -

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Já estamos preparando as malas do coração para participarmos deste grande congraçamento dos casais e conselheiros das ENS do Brasil. Faltam só dez meses.

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!PÊ AMARELO Apesar de morar numa área rural em meio à natureza, com animaizinhos e pássaros silvestres sempre por perto, raras vezes eu havia desfrutado contemplar essa beleza. Num dia ensolarado do mês de setembro de 2005, céu azul e completamente sem nuvens, voltando de carro no trajeto Belo HorizonteSão Paulo, pude fazer a experiência de contemplar a natureza, junto com meu esposo, através da beleza exuberante dos imensos ipês amarelos floridos que avistamos pelo caminho. A vegetação verde e o céu azul contrastavam com as

flores amarelas que fez do nosso caminho uma imensa paisagem de pintura a óleo que ficou profundamente gravada dentro de nós. Um ano depois, no mesmo mês de setembro, realizando o mesmo trajeto, tive outra experiência de contemplação dos ipês amarelos floridos: era mais um dia ensolarado e de céu muito azul, mas desta vez a vegetação havia se queimado. A paisagem havia mudado. Os tons agora eram sombrios, azul e preto. Mas quanta alegria ao avistar ao longe novamente, durante todo o percurso, as lindas flores amarelas do ipê. Estavam lá, todas, apesar de os troncos das árvores estarem total ou parcialmente queimados, pretos como carvão, mas elas floriram , intactas. Tanto as árvores frondosas como as mais frágeis nascidas à beira da estrada por sementes lançadas ao vento, todas queimadas, mas diferenciadas do resto da vegetação pelas flores amarelas vibrantes em cada galho. Essa paisagem me levou à reflexão. Por instantes rolaram algumas lágrimas dos meus olhos, chorei no 5


inicio pela natureza devastada pelo ser humano, depois por mim. Quantas flores eu havia renunciado florir para meu esposo e meus filhos por causa do meu egoísmo. Quantas vezes eu não permiti que o perdão e o amor florescesse em minha casa. Seca e sem vida, me fechei e não fui sinal de Deus no mundo e na minha família . Mas Deus, que é bom para os ingratos e maus , nos concede o dom de perceber sua presença

nas coisas simples. E nas flores do ipê amarelo eu encontrei Deus falando comigo e é assim que eu quero ser até o final da minha jornada: florir, quer sendo frágil ou forte ; florir, mesmo quando tudo parecer sem vida; florir na fragilidade ou na fortaleza, florir em louvor pelo dom da vida e florir para ser sinal da presença de Deus na minha história e no mundo.

Isabel do Luiz Eq N. S. da Luz Jundwi!SP

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DEIXE A RAIVA SECAR Certa vez, uma menina ganhou um brinquedo no dia do seu aniversário. Na manhã seguinte, uma amiguinha foi até sua casa lhe fazer companhia e brincar com ela, mas a menina não podia ficar com a amiga, pois tinha que sair com a mãe. A amiga, então, pediu que a menina a deixasse ficar brincando com seu brinquedo novo. Ela não gostou muito da idéia, mas por insistência da mãe acabou concordando. Quando retornou para casa, a amiguinha não estava mais lá: tinha deixado o brinquedo fora da caixa, todo espalhado e. quebrado. Ela ficou muito brava e queria porque queria ir até a casa da amiga para brigar com ela . Mas a mãe ponderou: Você se lembra daquela vez que um carro jogou lama no seu sapato? Ao chegar em casa você queria limpar imediatamente aquela sujeira, mas sua avó não d~ixou. 46

Ela falou que você devia primeiro deixar o barro secar, pois depois ficaria mais fácil limpar. Com a raiva é a mesma coisa. Deixe-a secar primeiro, depois fica bem mais fácil resolver tudo! Mais tarde, a campainha tocou: era a amiga trazendo um brinquedo novo. Disse que não tinha sido culpa dela, e sim de um menino invejoso que, por maldade, havia quebrado o brinquedo quando ela brincava no jardim. E a menina respondeu: - Não faz mal, minha raiva já secou! Discussões no dia a dia, nos relacionamentos e no trabalho podem levar as pessoas a ter sentimentos de raiva. Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para depois limpá-lo. Assim você não corre o risco de cometer injustiças. .N

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SABER PERDOAR A Palavra de Deus nos propõe a necessidade de nos perdoarmos uns aos outros, sem limites de vezes. Falamos de paz e fazemos a guerra. Quantas vezes somos intolerantes com as pessoas que nos circundam. O rancor e a ira são pecados que destroem a coexistência entre os homens. A intervenção salvífica de Deus comporta a proibição da vingança. O temor de Deus implica o perdão e quem perdoa põe em prática a Lei. Somos intolerantes também como cristãos, carregando certo sentimento de superioridade , o que nos leva a nos acharmos donos da verdade . A verdade é coisa que todos devemos procurar com humildade e fé . Outrora, excomungávamos os considerados hereges; hoje , deles temos compaixão. A unidade na caridade não é um nivelamento, mas a consciência de sermos todos filhos de Deus e de nos estarmos esforçando por servi-Lo. Em nosso viver cotidiano existe uma pavorosa falta de coerência e de fidelidade ao nosso Credo. Como poderemos ir à igreja no domingo e nos sentir cristãos? Como não perceber a contradição entre o que dizemos crer e o nosso C.M 4l9

modo de agir? Esquecemo-nos que todos são agraciados, todos amados. Jesus leva a sério cada pessoa assim como ela é e lhe oferece a possibilidade de recuperar o sentido da própria vida e de se abrir a promissores horizontes. O pensamento de Deus não é igual ao nosso. A sua lógica não é como a nossa, a exigir, quándo se trata de cobrar o pequeno débito do outro. É sim a loucura do amor que toma a iniciativa de oferecer o perdão na infinita misericórdia de seu amor. O Evangelho tem uma característica essencial: O amor e o perdão. É preciso perdoar sempre . Assim, nosso coração encontrará a paz e repousará tranqüilo e livre. III I,, L da do H L lo - Eq

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PENSAMENTO POSITIVO! Nossa reflexão tem como inspiração uma novena, durante a qual vamos aprendendo e nos habituando a pensar sempre de maneira positiva e a nos colocar nas mãos de Deus. São conceitos e verdades que sabemos, conhecemos, mas que às vezes precisam ser reavivadas em nossos corações e mentes. Quando depositamos nossas necessidades, medos, aflições e dores nas mãos de Deus, devemos nos lembrar que estamos confiando na maior força existente: o próprio Criador de todas as coisas. Jesus Cristo afirmou em diferentes situações que não devemos ter medo, mas sempre confiar Nele: se batermos à porta, ela nos será aberta; onde dois ou mais estiverem reunidos em Seu Nome, Ele estará no meio deles; o que pedirmos em oração em Seu nome Ele nos atenderá e assim será feito; tudo é possível para aquele que tem fé. São Paulo nos diz: se Deus é por nós, quem será contra nós? Tudo posso naquele em quem confio. Quando iniciamos um empreendimento difícil, é nossa fé que assegura o bom êxito dele. Quando Jesus curava alguém, dizia: tua fé te salvou. Em nossas orações, pensemos sempre positivamente, assim fortaleceremos nossa fé e nossa esperança. Pela oração e pela fé em Jesus uma situação que parecia irremediável encontra uma solução que nem imaginávamos e que nos tranqüiliza. Em Deus, nossa derrota se trans48

forma em vitória. Não alimentemos dúvidas em nossos corações, pois elas vedam o caminho da graça. Concebamos Deus ao nosso lado, no trabalho, em casa, em todos os lugares onde estejamos e em todas as circunstâncias de nossas vidas. Sempre como um companheiro íntimo e inseparável. Oremos sem cessar; falemos com Deus e, principalmente, aprendamos a ouvi-Lo. Aprendamos a esperar o tempo de Deus. Se nosso objetivo for justo e bom, seremos atendidos a seu tempo. Com Cristo, é necessário "crer para ver". Ter fé é esforçar-se em crer; é passar do esforço para a confiança, mudando a base de nossas vidas: de nós mesmos para Deus, a rocha que nos sustenta. Manter a calma ajuda a manter o fluxo do pensamento e o espírito tranqüilo. Deus nos fala na "brisa suave". É preciso fazer silêncio dentro de nós para ouvi-Lo. O modo mais fácil de encontrar Deus é dentro do nosso coração e com o coração. Deus cede à fé que não se cansa, àquele que não desiste Dele. Crescemos quando alimentamos uma fé madura, que procura cada vez mais conhecer a Deus e amar seus ensinamentos com sabedoria. Enfim, em qualquer situação, oremos sempre, com confiança, coragem, otimismo e entrega total a Deus. • Fátima e Gil, C'RR SP Capital I CM 429


MEDITANDO EM EQUIPE A leitura da Bíblia é formadora de uma alma cristã . Ela fa vo rece o con hecimento de Deus e a apreensão de sua vo ntad e. Po r isso, não pode f altar à f amília de um casal cristão a escuta da Palavra de Deus, que propo rci o na um am biente de verdadeiro temor de Deus.

LER 1CORÍNTIOS 2.1 -16 Sugestões para a meditação: 1. Co mo podemos aprender de Paul o a ter um discurso impregnado da Palavra de Deus e não de nós mesmos? 2. Como é possível , enquanto casal e família, aprender a sa bed oria de Deus? 3. Co mo o Espírito Santo pode ajudar na leitura e na meditaçã o da Palavra de Deus? Pe. Geraldo

ORAÇÃO LITÚRGICA (Salmo 119,1 -10) Felizes os íntegros em seu caminho, os que andam conforme a lei de Javé! Felizes os que guardam seus testemunhos, procurando-o de todo o coração, e, que, sem praticar a iniqüidade, andam em seus caminhos! Tu promulgaste teus preceitos para serem observados à risca. Que meus caminhos sejam firmes para eu observar teus estatutos. Então eu não terei vergonha ao considerar todos os teus mandamentos. Eu te celebrarei com um coração reto, aprendendo tuas justas normas. Vou observar teus estatutos, não me abandones completamente. Como um jovem conservará puro o seu caminho? Observando a tua palavra . Eu te busco de todo o coração, não me deixes afastar dos teus mandamentos.


MAGNI FICAT O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! A minh'alma engrandece o Senhor exul ta meu espírito em Deus, meu Salvador; Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita . O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende, sobre aqueles que o temem; Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor; Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Sant o, como era no princípio, agora e sempre. Amém

O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome!

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Espiritualidade Conjugal

R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens .org .br • cartamensal @ens .org br • www.ens .org .br


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