ENS - Carta Mensal 428 - Agosto/2008

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SEGUI-ME E EU VOS FAREI PESCADORES DE HOMENS

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Equipes de Nossa Senhora

EDITORIAL Da Carta Mensal .... ... .... .. ..... ... ....... 0 1 SUPER-REGIÃO Escutei uma voz! .. .... ...... ..... .. ........ 02 Compartilhar a vida .... .. ........ .. ....... 03 Preparação dos casais ao casamento cristão .... .. ...... ........ 04 CORREIO DA ERI Viver as ENS como um " serviço dos casa is aos casa is" .... . 06 Equipe, comunidade de Igrej a, aberta ao mundo ........................... 09 A Síria, país de ecumenismo .... .. ... 12 VI DA NO MOVIMENTO Encontro das fam ílias com o Papa .............. .... .... .. .. .......... 14 Sessões de forma ção .. ............ .. ..... 1 5 Demonstrações financeiras 2007 .. .. 17 FLORIANÓPOLIS 2009 Florianópolis nos espera ............... 1 9 TEMA DE ESTUDO Realidade cultural do mundo ...... . 20 A exemplo de Cristo ...................... 21

VOCAÇÕES Fam ília - Igreja doméstica ...... .... .. 22 Meu velho pai .. ..... .... ... .... .. ........ .. .. 23 Ser Jesus na vida dos casais! ..... .. .. 24 Uma experiência que enriquece ... 25 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ..... 26 MARIA Maria : testemunho a serviço ......... 33 PARTI LHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Correção fraterna .......... .. .......... .. .. 34 Sobre o ouvir .. ...... ...... .. ................. 35 Retiros ............................................ 37 TESTEMUNHOS As sand álias do pescador .......... .. .. Uma multidão de santos ............... Frutos do espírito ...... .. .. .. .... .. .... .... Mística em ações ........................... Check-li st para viagem ..................

REFLEXÃO Agápe ............................................. 44 Em defesa da vida .......... .... ........... 45 Silêncio de Cristo .. ......................... 47

Avani e Carlos IUI

Registro "Lei de Imprensa '' n' 219.336 livro B de 09.10.2002

Equipe da Carta Mensal

Clélia e Dom ingos Sola e Serg io Pe. Geraldo Luiz B.

Hackmann Catherine E. Nadas (mtb 19835)

(responsáveis)

Nova Bandeira Prod. Ed . R. Turiassu, 390 · 11° anda r,

cj. 115 • Perdizes • São Paulo Fone: (Oxx1 1) 3473.1282 Roberta S. Gambim ~

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Graciete e Gambim Alessandra Carig nani

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21 .300 exemplares

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar • conj. 53 01309·902 • São Paulo· SP Fone: (Oxx1 1) 3256.1212 Fax: (Oxx11) 3257.3599 cartamensal@ens.org.br A/C Gra :1ete e G41mt 1m


Queridos Irmãos e Irmãs:

Temos a alegria de lhes apresentar mais uma edição da Carta Mensal, fruto do esforço de irmãos que de todo o Brasil enviaram artigos, ricos testemunhos de vivência cristã e de participação na caminhada no Movimento. Graça e Roberto, CR da SuperRegião, falam sobre a Partilha, momento muito importante da Reunião Mensal e que está voltada para o crescimento do casal na espiritualidade conjugal, em busca da santificação. Refletem conosco que as dificuldades em fazer a partilha desaparecerão se, em vez de nos fixarmos no passado, olharmos para o futuro, para os objetivos a alcançar. Sheila e Francisco, referindo-se ao sexto capítulo do livro tema deste ano, trazem um belo exemplo de engajamento na pastoral de preparação ao casamento. Agosto é mês dedicado à oração pelas vocações e à reflexão sobre elas. E Frei Avelino medita conosco sobre a vocação fundamental dos cristãos, "escolhidos antes da criação do mundo para serem santos". A vocação da pessoa à santidade já está presente na decisão divina de criar o ser humano: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança ... {Gn 1,26) , e na criação Homem e mulher são chamados a juntos serem "à imagem e semelhança" de Deus, casal sinal visível do amor de Deus no munCM 428

do. Da unidade e amor em Deus nasce para o casal humano a vocação de serem os dois "uma só carne", em unidade indissolúvel. Do amor na unidade brota a vocação à paternidade. Em Jesus Cristo, entende-se o casal como chamado a ser sinal da união de Cristo com a Igreja e , como Cristo santifica a Igreja, ao longo da história, também marido e mulher são chamados a buscar a santificação do seu cônjuge, dia após dia, numa celebração permanente do sacramento do Matrimônio. Por fim , o casal é vocacionado à alegria e à felicidade, na esperança de ouvir o convite: "Alegremonos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão para se realizar as núpcias do Cordeiro ... Felizes aqueles que foram convidados para o banquete de núpcias do Cordeird' {Ap 19,7-9). À vocação corresponde a missão de perfazer em santidade um caminho próprio, tendo o olhar voltado para aquele que chama: "Vinde, reuni-vos para o grande banquete de Deus" {Ap 19,17). Padre Epis, em Correio da ERI, nos incentiva a levar a todos os casais a boa nova da nossa vocação, cujo segredo está em viver na conjugalidade o mandamento de Cristo: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei". A todos uma boa leitura. Carinhosamente! • Graciete e Avelino Gambim CR Carta Mensal


ESCUT EI UMA VOZ! Caríssimos casais e conselheiros! muitos responCreio não ser supérfluo voltar dem e muitos mais uma vez ao tema vocação. permanecem Encontramos o conceito de vocação surdos (cf. Me em muitas passagens da Sagrada 10,21-22). A viEscritura: "Nele nos escolheu an- da de quem escuta e responde e a tes da fundação do mundo para ser- de quem não escuta o chamado tem mos santos e irrepreensíveis diante seus reflexos. Aos surdos ao chamadele, no amor" (Ef 1,4). "Ele nos . do, a vida se torna sem sentido e predestinou para sermos seus fi- vazia; mas, quando a vida se torna lhos adotivos, por Cristo, conforme resposta, é rica e cheia de sentido. Todas as vocações têm seu pona decisão de sua vontade" (Ef 1,5). "Chamados a viver em comunhão to de partida no chamado à fé, à com o Pai e o Filho e o Espírito San- santidade, à missão e à glória fututo, o homem é renovado no seu ser ra. Este é o chamado comum a toe no agir. Com sua livre coopera- dos. O homem, criado à imagem ção, o germe da vida nova pode de Deus, está chamado a se torcrescer até à perfeição da caridade" nar, de maneira cada vez mais ní(Catecismo de Adultos 799) . tida , imagem e semelhança de Deus entra na história da vida Deus. A voz do chamado de Deus humana de forma inesperada, mis- está gravada no coração do hoteriosamente e de muitas formas mem. Antes de serem concebidos, (cf. Is 6,1-8; Ex 3,1-12). Não cami- Deus conhecia e chamava cada um nhamos apenas movidos pelas pró- pelo nome. Nascemos do Amor e prias forças! A vida é resposta, é por amor daquele que é o Amor. Acreditamos na voz do chamadiálogo, é dom que precisa tornarse compromisso. do, percutindo sem parar aos ouviA vocação, em seu mistério, es- dos do coração: "Torna-te o que conde o plano que Deus tem para és!". Por que não trabalhamos para cada um, a missão. Deus alimenta vestir esta imagem de Deus que está um plano de amor para cada pes- dentro de nós? Por que fazemos de soa e, por isso, a vida deve tornar- nossos atos um esconderijo para se resposta a este plano de amor. ocultar a face de Deus? É desta voPara que esta resposta seja fiel, exi- cação, ser imagem de Deus, que brotam os compromissos de um esge um estilo de vida específico. No Novo Testamento, a vocação tilo particular de viver, quer dizer, se apresenta como chamado. Deus as vocações específicas. Só é feliz chama os Doze, chama Pedro e cha- quem vive em plenitude a própria ma todos os cristãos (cf. Rm 1,7; vocação! Tens tudo para ser feliz! • Pe. Frei Avelino Pertile SCE!S R 1Cor 1,2). Diante do chamado, 2

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COMPARTILHAR A VI DA Amados irmãos equipistas: Certo dia, ao passarmos pelo centro de São Paulo, vimos uma pessoa atravessando do topo de um arranha-céu para outro numa bicicleta. Como anoitecia, não víamos o fio sobre o qual ela se deslocava para o seu objetivo no outro lado da rua. Para quem olhava à distância, o equilibrista parecia flutuar, ou voar. O fato de não vermos o fio, nada significava para ele. O importante era a consciência que ele tinha de que se equilibrava num fio, que dependia do fio e que só ligado a ele chegaria ao seu destino. Esta situação levou-nos a pensar nas dificuldades enfrentadas pelos casais na partilha da reunião de equipe. Por que a partilha é a parte da reunião mensal menos compreendida, menos valorizada e, por isso, menos vivida? (Essas são as palavras iniciais do manual Os pontos concretos de esforço e a partilha, 1988). Por que tantos casais sentem dificuldades em partilhar? Para alguns casais, ao contrário do que ocorre com o equilibrista, o problema está na falta de clareza dos fins a alcançar. (Buscam nas ENS um auxílio que elas não podem oferecer). Para outros, a partilha não é promessa de vida, não é abandono nas mãos de Deus, não é luz para a vida futura, pois tem o seu foco voltado para o passado. A partilha sobre os pontos conCM 428

cretos de esforço é dom de Deus. É graça. É ajuda espiritual para os casais. Reunimo-nos em equipe porque somos fracos isoladamente . Partilhamos porque temos necessidade e, por isso, constituímos uma pequena comunidade. Na vivência dos PCE e na partilha tomamos consciência da nossa identidade pessoal e conjugal e nos tornamos mais aptos a participar da presença de Cristo que está entre os que se reúnem em seu nome (Cf. Mt 18, 20). A partilha é também um patrimônio da equipe . Através dela aprendemos a "amar como Cristo amou " (Jo 13,34). Nela nossas vidas são compartilhadas e, nesse compartilhar, se estabelece uma experiência única de intercomunicação, que faz cada casal e a própria equipe transcenderem as suas próprias fronteiras. Assim , gradativamente, adquirimos uma dimensão nova da vida, aproximando-nos mais de Deus, do cônjuge e dos outros. Só Ele pode dar êxito aos nossos esforços, sentido aos nossos fracassos e perdão às nossas fraquezas. (Manual dos PCE e da partilha, 1996. p 22). Roguemos a Deus, por intercessão da Santa Mãe, Maria, para que o dom da partilha seja para cada uma das nossas equipes sinal de comunidade viva de casais, expressão do amor generoso e gratuito de Cristo. • Graça e Roberto - CRSR 3


PALAVRA DO PROVINCIAL

PREPARAÇÃO DOS CASAIS AO CASAMENTO CRISTÃO Queridos irmãos Equipistas: Nossa palavra será um testemunho: Na década .de 70, fizemos o Curso de Preparação ao Matrimônio. Foi uma surpresa positiva, pois nos deparamos com palestras proferidas por casais, que falavam como casal, e, em vez de obrigações impositivas do casamento, diziam da felicidade a ser buscada e vivida no caminho que tínhamos escolhido e que iríamos começar. A formação que ali recebemos sexualidade , responsabilidade , amor entre os cônjuges, paternidade etc. - foi transmitida a nós com muito carinho e zelo, como vivência pessoal desses casais. No final , o sacerdote conversou particularmente com os noivos, dizendo-lhes da importância da fé e da confiança em Deus para viver o Matrimônio. Nosso casamento foi presidido por esse padre. Sentimo-nos confiantes, pois, mesmo não convidados por nós, os casais que ministraram o curso estavam ajudando na cerimônia. Bem mais tarde, descobrimos que aqueles casais eram equipistas e o padre, um SCE. Indo morar em outra cidade, longe dos familiares, os ensinamentos do Curso de Noivos muito nos ajudaram na vida conjugal. Frutos do nosso amor, chegaram nossas filhas. A Eucaristia e as orações diárias alimentavam nossa fé , entretanto sentíamos que faltava algo. Procuramos uma comunidade e 4

nos engajamos na Pastoral Familiar e começamos a trabalhar no Encontro de Noivos. Mais tarde, já equipistas, coordenando a Pastoral Familiar da paróquia, enfatizávamos a formação dos noivos. Acreditávamos que deveríamos fazer mais por quem só procurava o curso por obrigação. Mudamos a dinâmica do Curso de Noivos , transformando-o em encontro de casais que se preparavam para uma vida a dois (a três - na presença de Deus) e, como nas Bodas de Caná, com a intercessão de Nossa Senhora. O conteúdo era o mesmo do curso, mas a dinâmica era diferente. O carisma e a mística das ENS serviam-nos de apoio nesse serviço. Aos noivos passava-se a mensagem de que deveriam testemunhar, principalmente para seus filhos, a vivência do amor-doação e CM 428


da alegria, mesmo nas dificuldades, para que a felicidade e a graça de Deus fossem sentidas na família. Acentuava-se que o amor deve ser descoberto e vivido todos os dias. Mesmo assim, era preciso fazer mais: Na Paróquia, os postulantes ao Crisma passaram a ser acompanhados individualmente por um adulto (mulher por mulher, homem por homem, casal por um casal). Nós acompanhamos casais. Durante um ano, num estudo dirigido, se faz uma caminhada de descobertas. Ali conseguimos dar nosso testemunho com mais intimidade aos jovens. Todos nós recebemos muitas graças e dons e não podemos guardá-los em nossos "silos". O compromisso cristão nos compromete a reparti-los aos outros. Temos tantas oportunidades de colaborar, aqui e agora, com a construção da "igreja doméstica", e não podemos ficar passivos, assistindo a tempestades e terremotos contra o casal e contra a família, em ofertas de facilidades que sabemos não serem amor verdadeiro. Precisamos refletir em casal, reconhecer nossos talentos como dom de Deus, para, apoiados na vivência da espiritualidade conjugal, nosso carisma, colaborarmos na preparação remota dos jovens ao casamento, a começar por nossos filhos e pelos adolescentes e jovens da sua relação. Disponibilizemos nossos serviços à comunidade, nos serviços de preparação ao casamento. Coloquemo-nos em oposição ao que se divulga erradamenCM 428

te sobre casamento e família, mormente pelo nosso testemunho de vida conjugal. Peçamos ao Espírito Santo que, em todo ambiente onde estivermos, Ele nos conduza a demonstrar nosso amor, sem soberba, antes com humildade sincera e contagiante. Que testemunhemos a importância do diálogo ao transmitir a Palavra de Deus e os valores do Matrimônio cristão. A atitude mais verdadeira mostra-se na própria família. Nossas filhas nos dão feedback da nossa vida sacramental. Elas percebem que, através do diálogo, reconhecemos nossas falhas e nos dispomos a corrigi-las (Regra de Vida), sem esconder-lhes nossos progressos. Nesse sentido, elas também se tornam exemplos para nós. Todos nós, a partir de nossa vivência conjugal e familiar, com nossos talentos pequenos ou grandes, mas com vida orante, podemos testemunhar, como um serviço aos outros, a nossa vida unida a Cristo e à sua Igreja. Que as nossas vidas possam dar respostas a alguns modelos atuais de união de casais, tipo: "Vamos tentar, se não der certo, nos separamos ... " Outros, somente passam a morar juntos, sem compromisso... Que nós possamos ser casais perseverantes e atuantes nas ENS, na sociedade e na Igreja. Levantemos a bandeira do sacramento do Matrimônio, como celebração do amor e fonte de vida. Com carinho! • Sheila e Fra 1CISCO CR Província Sul I 5


VIVERAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA COMO UM "SERVIÇO DOS CASAIS AOS CASAIS" Eu sou freqüentemente interpelado por casais e por equipes a tomar posição sobre presumíveis heresias que se encontrariam em nossos textos. É certamente um dos deveres do Conselheiro Espiritual. Contudo, muitas vezes tenho a impressão de me encontrar, por um lado, diante da dificuldade de conciliar os tempos da pesquisa, da fidelidade, da confrontação com o mundo, e, por outroJ diante da proposta da salvação. E quase preferível refugiar-se na certeza de verdades que presumimos irrefutáveis. A obediência à Igreja e ao Magistério não nos priva, no entanto, do dever de buscar caminhos de verdade, olhando para o homem de hoje. Encontramos na Carta de Lourdes: "A orientação de Vida dada em Santiago de Compostela no ano de 2000 - Ser casal hoje na Igreja e no mundo- convida-nos a participar na obra da evangelização, atravé~ nosso engajamento na Igreja, nos seus movimentos, nas nossas paróquias, nas nossas dioceses etc. .. Devemos, juntos, procurar métodos novos para que as equipes e os equipistas se comprometam ainda mais na Igreja". Vivemos tempos de profundas transformações. Nossa fé e o modo como nos sentimos cristãos tocamnos profundamente. Em nossas comunidades paroquiais já modifica6

mos consideravelmente nossos modos de agir e de pensar. Apesar disso, parece-nos que não compreendemos ainda para onde vamos, ou para onde nos leva esta evolução histórica, sempre mais inédita e surpreendente, em que somos solicitados a dar nosso testemunho às pessoas de hoje. É preciso sempre recolocarmo-nos em diálogo, reavaliar, experimentar novos caminhos. É necessário sempre que comuniquemos uns aos outros, sem desanimar, aquilo que nos parece vislumbrar ·e o que nos parece dever escolher. Nós saímos de uma época religiosa onde o cristianismo tinha um papel preponderante. Na atual sociedade emancipada e secularizada, somos obrigados, nós cristãos, a sair do nosso castelo religioso e a caminhar pelos caminhos dos homens, para escutar suas perguntas e descobrir nelas os caminhos do Evangelho. Essa mudança de perspectiva obriga-nos a uma reformulação de toda a mensagem cristã. Pe. Caffarel pressentia esta mudança e sublinhava que seria necessário compreender a situação das equipes nas quais haveria cristãos praticantes e não praticantes. Na escolha dos temas de estudo, por exemplo, esta dificuldade aparece. Passa-se de temas sociológicos a temas de um espiritualismo, CM 428


às vezes, de má qualidade, sem urri verdadeiro discernimento para a caminhada dos equipistas. Esquece-se que o objetivo não é fazer equipe, mas a transf6imação continuada de pessoas em santos. Mais que um itinerário formativo, muitas vezes, seguimos a onda que nos leva para a praia ou para o meio do mar. É certo que não se pode pensar em temas que possam ser tratados da mesma maneira em todos os países. É verdade, também , que não podemos pensar em soluções artesanais , que não vivem o gosto do Evangelho, da procura e do bem das pessoas. Não é suficiente tratar um tema apenas para cumprir um .dos pontos de esforço. Faz~se necessário escolher temas que nos introduzam no caminho do mundo de hoje. A Carta de Lourdes não nos incita simplesmente a faze r quaisquer coisas, mas a "participar na obra de evangelização, através de nosso compromisso na Igreja ... Devemos juntos procurar métodos novos para que as equipes e os equipistas sejam mais ativos na Igreja." Nós devemos partir em missão, isto é, ao sairmos de nossos encontros, levar aos nossos irmãos a boa nova que nos é confiada. Não poCM 428

demos manter o Evangelho parado dentro de nossos muros e ficar pensando, perturbados e apavorados, sobre o que se passa lá fora, onde nossa mensagem interessa sempre menos. O Evangelho nos pede para irmos ao encontro dos homens e, mais precisamente, dos homens desta sociedade. Temos um tesouro - uma boa nova para o homem- mas , quando queremos comunicá-lo a nossos amigos, temos dificuldades: o tesouro parece embrulhado em idéias complicadas, por instituições pesadas, que o mantêm prisioneiro. Assim, a mensagem cristã parece inaudível a muitos de nossos amigos . O que eles entendem não é o que nós pensamos dizer. Nossas formulações cristãs parecem distantes do quotidiano das pessoas, de seus modos de pensar, de suas preocupações de cada dia. Nossas palavras parecem uma língua estranha. A proposta cristã não entendida parece mais ainda inaceitável, assemelhando-se a um discurso já feito, que pretende querer impor a verdade e ditar comportamentos anacrónicos. O sentido das palavras e seu valor devem ser procurados a partir das pessoas. É possível repensar e reformular a 7


fé cristã, de maneira que seu conteúdo seja compreensível às pessoas de nossa época? Isto será possível, se nos remetermos à escola de Jesus de Naiaré, à sua maneira de ser homem. Como Jesus nos falou de Deus? Pela sua maneira de ser homem. A natureza da tentação está bem clara em Gênesis 3,5: "sereis como deuses". Querer identificar-se com Deus é o eixo diabólico sobre o qual os homens são tentados a construir sua humanidade . A tentação é um corolário de uma mentira sobre Deus. Há em nós uma falsa representação de Deus, que está na base de nossas maneiras incorretas de construir nossa humanidade. O homem de Nazaré comporta-se de maneira diametralmente oposta. Ele faz uma escolha contrária àquela de Adão. Esta escolha é claramente descrita na Carta aos Ftlipenses: ele não considerou a igualdade com Deus como um poder do qual deveria apossar-se; ao contrário, ele renunciou voluntariamente a este poder, humilhou-se. Nele nós temos um servidor, um homem no meio dos homens. Abaixou-se, tornando-se obediente até à morte e morte sobre uma cruz. É por isso que Deus o fez Senhor: fez dele um caminho e um guia para todos os homens, seus irmãos. Como devemos nós viver o engajamento na Igreja? Como testemunhar Deus? A Igreja é constituída pelo povo do5"6atiiadõs, que caminham na história. É ~ p~vo espalhado pelo mundo, forman o comuõícíades, que segue o caminho de Jesus Cristo e que, vivendo em meio 8

aos outros homens, segue a maneira de viver de .Jesus Cristo. Este ca.minho coloca o cristão no coração da história e no esforço comum de salvar o homem. É uma escolha dra. mática, que se inscreve na luta contra o mal e o pecado, na luta entre a palavra pervertida, que nos fala de poder e dominação, e a palavra "justa", que nos propõe doarmos a vida e colocarmo-nos a serviço dos irmãos, até o ponto de lhes lavarmos os pés. O povo cristão é sentinela e testemunha desta nova vida, recuperada, salva. Sentinela que reconhece a presença de Deus, lá onde as pessoas se amam e se entreajudam. Testemunha que, por sua maneira de ser, é um humilde sinal de que pelo serviço à causa humana passa o caminho da vida. O primeiro dever da Igreja e dos cristãos é o de reconhecer e testemunhar a ação de Deus em meio aos homens. Os cristãos não são os detentores do caminho de salvacão. que é o amor ao próximo, mas são os servidores da salvação. Antes de pretender anunciar a boa nova, eles devem receber esta boa nova lá onde ela se encontra, onde ela se manifesta na história dos homens, isto é, quando ela testemunha o amor de Deus. Meditar a palavra e o Evangelho que Jesus nos confiou permite-nos decifrar a ação de Deus na história quotidiana. Principalmente, os cristãos não se devem sentir portadores de um sentido pré-estabelecido da vida, mas descobridores e servidores de um sentido que nasce, muitas vezes, como o Reino de Deus, onde menos se CM 428


espera. Disto a Igreja rende graças. O culto que ela celebra é uma ação de graças pela obra que Deus realiza no mundo e um poço, uma fonte de serviço e de humanização. Esta é a verdadeira glória de Deus. O segundo dever da Igreja é o de reunir em uma só unidade os filhos de Deus dispersos. Ela é o sinal, o sacramento desta unidade, desta reunião de todas as pessoas em Deus. Nesta reunião, cada pessoa, sobretudo a mais frágil e desamparada, sente-se valorizada em sua dignidade e singularidade, graças à ligação e à relação com os outros. Os cristãos são os homens da paz, da concórdia, do diálogo, da solidariedade e da caridade. - um terceiro dever que~e ser indicado é o de que nossas comunidades se tornem, sempre mais, laboratórios de humanidade: lugares onde, de certa maneira, se en-

saie , se experimente o tornar-se homem, recriando a humanidade cultivada em nossa sociedade à luz do Evangelho. Nesta sociedade secularizada, estamos preocupados em manter nossa identidade, nossos sinais distintivos. Não é, porém, apresentando-se como um povo à parte, um mundo fechado em si mesmo, como uma instituição que tem seus objetivos e seus valores, que os cristãos testemunharão o Evangelho, mas é vivendo no mundo, em plena solidariedade com a a~1v1dade ~uman~;ada ~~ ~ue e es serãQ]dentifi(;}d()s, se 5011:;õm-:portamento, inspirado na mensagem que trazem, se manifestar com um "pouco mais de humanidade". "Nisto vos reconhecerão: se vos amardes uns ~s Outros". O ~­ conjugãl contém este segredo.• Pe. Angelo Epis

SCE da ERI

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EQUIPE, COMUNIDADE DE IGREJA, ABERTA AO MUNDO No final do Encontro de Lourdes, em 2006, todos os casais equipistas foram convidados a se tornarem mensageiros do Movimento "... nos quatro cantos do mundo". A orientação geral adotada para os anos seguintes e que nos foi dada naquele momento é "Equipes de Nossa Senhora, comunidades de casais, reflexos do amor de Cristo". CM 428

Enquanto avançamos pelo caminho para onde esta orientação nos conduz, é oportuno reexaminarmos nosso papel, como comunidadeequipe, e nossa capacidade, como casal e como equipe, de estarmos realmente abertos ao mundo. Que uma equipe é uma comunidade, é um fato por definição incontestável. Que as equipes são comu9


nidades de Igreja também está bem explícito, não somente na Carta das Equipes de Nossa Senhora, de 1947, como também no Decreto de Reconhecimento do Conselho Pontifício Pro Laicis, de 2002. Nós sugerimos, entretanto, que a compreensão de que as equipes devam estar abertas ao mundo seja objeto de um exame mais minucioso. No editorial de junho de 1948, Pe. Caffarel desafiou as equipes com a pergunta: "Nossas equipes são apenas de camarins? " Sessenta anos depois, podemos fazer-nos a mesma pergunta. Embora muitos equipistas participem ativamente hoje em vários setores da Igreja e da sociedade , como faziam em 1948, o desafio lançado por Pe . Caffarel é este: ".. .Em cada equipe... casais se perguntam se não é possível ir ainda mais adiante no engajamento pessoal e no dom de si". Graças à nossa participação nas 10

equipes, temos a chance de ter mais consciência da noção de espiritualidade conjugal. Não nos limitamos ao desenvolvimento de uma espiritualidade individual, embora isto seja um aspecto importante de nosso desenvolvimento pessoal e como casal. O casal é formado por duas personalidades distintas, aptas a se expressarem livremente . Quando, porém, elas se unem e formam um casal, são capazes de uma sabedoria maior. Cada casal traz à equipe sua individualidade e sua experiência comum. Ao partilhar essas experiências com os outros membros da equipe, criamse no grupo compreensão e aceitação mútuas mais profundas, fazendo acontecer, assim, o desenvolvimento da sua equipe. Este é o carisma das equipes que nós devemos demonstrar ao mundo. Não somos uma associação secreta, ou, como dizia Pe. Caffarel, CM 428


"de camarins". Somos de fatoª hªse do Movimento, dando-lhes testemuda sociedade cristã, da família e da nho da existência e das vantagens Igreja. ~ por esta razão que temos da vida de equipe? Quando conviãe estar .Prontos a dar testemunho damos outros casais a participar e a servir os outros casais, em espí- conosco do caminho das Equipes? ~ito de missão. Devemos ter sempre Não deveríamos jamais permitir que diante de nós as palavras do Papa acontecesse o que aconteceu a um João Paulo II que, ao falar do tema casal que, ao ouvir falar das Equida espiritualidade missionária, em pes, suspirou e disse: "Sim, queríasua encíclica Redemptoris Missio, de mos pertencer a uma equipe, mas 1990, observava que "a vocação nunca fomos convidados." "A sociedade contemporânea universal à santidade está estreitamente ligada à vocação universal à tem particular necessidade do tesmissão: todo o fiel é chamado à san- temunho de casais que perseveram tidade e à missão." (Cap. VIII, 90) em seu casamento, como um sinal O Guia das Equipes (XI, Bc), fa- eloqüente (difícil, às vezes, de fazendo referência à missão, diz: "Os zer aparecer) de nossa condição hucasais são chamados a ser fermento mana e do constante amor de de renovação, não somente na Igre- Deus." (João Paulo II- Agenda para ja, mas também no mundo, e a mos- o 3° Milênio) Nós somos chamados, pois, a trar, através do seu testemunho, que: • o casamento está a serviço do ser testemunhas de que o cas~ amor; l:o e uma fonte de amor, de felici• ~sarnento está a serviço da dade e de santidade, bem como de felicidade; · reahzaçao humana. Devemos pro• o casamento está a serviço da por-nos o desaho de sermos missiosantidade. nários das Equipes , para outros numeráveis casais ser-vos-ão casais e para a sociedade. Aquilo reconhecidos pela ajuda que le- que nós recebemos graças à partivareis a eles; com efeito, em sua cipação nas Equipes é um dom que maioria, os casais têm hoje neces- deve ser partilhado, e não recolhisidade de ser ajudados' (Paulo VI do e guardado para nós mesmos. às ENS- 1976)". Mais particularmente, é um dom Um dos mais importantes pon- que devemos partilhar com os catos concretos para nossa vida sais jovens, que estão começando equipista é a Regra de Vida. Ela nos a "aventura" da sua vida de casal. chama a buscar um tipo de vida que É um dom que não somente pernos leva mais perto de Deus e que mite aos cônjuges desenvolveremé, com efeito, um caminho de santi- se juntos na espiritualidade e no dade. Podemos acrescentar um ape- apoio mútuo, mas, sobretudo, que lo a deixarmos nossa vida de con- lhes dá meios de viver em plenituforto? Quando foi a última vez em de seu matrimônio sacramental. que falamos a outros casais de fora Deveríamos também tentar desenCM 428

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volver as técnicas que aprendemos para apresentar a alegria do casamento à sociedade em geral. Em 2007, o Papa Bento XVI, dirigindo-se a um grupo de jovens que faziam parte de uma Missão de Jovens, em Roma, organizada pela Arquidiocese de Madri, disse: "Não cessem de cultivar o encontro pessoal com Cristo e de mantê-lo sempre no centro de vosso coração, porque assim toda a vida tornarse-á missão e vocês deixarão transparecer o Cristo que vive em vocês". Seria bom que nós, membros das Equipes, enquanto estendemos nossos braços aos outros, também carregássemos no coração estas palavras do papa, individualmente e em casal. Para que estejamos realmente abertos ao mundo, como testemunhas, devemos estar prontos a as-

sumir esta responsabilidade. Não é suficiente dizer "que os outros façam". Devemos assumir a responsabilidade, com os outros membros das Equipes e na Igreja, de sermos testemunhas da importância do casal como base da família. "A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, então, ao Senhor da messe que envie operários à sua messe." (Lc 10,2) Concluindo: Enquanto pensamos, individualmente e em casal, como podemos ir ao mundo e partilhar eficazmente o carisma das Equipes, reflitamos sobre estas palavras de Santa Terezinha de Lisieux, uma das padroeiras das missões: "Não sabemos o que o futuro nos reservará - mas sabemos que reservará." • Jan e Peter Ralton Membro da ERI - CR Zona Eurásia

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A SÍRIA, PAÍS DE ECUMENISMO A presença das ENS na Síria é uma prova de que nosso Movimento é universal e está aberto a todas as sociedades e culturas, à semelhança da Igreja, levando a mensagem de Cristo ao mundo inteiro. A Região da Síria contava, ao final de 2007, com 5 setores, 50 equipes, 275 casais e 42 conselheiros espirituais de ritos diversos. Na Síria vive-se o ecumenismo naturalmente. Há 6 Igrejas Católicas de diferentes ritos (gre12

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go melquita , maronita, armênio, sírio, caldaico e latino). Todos celebram a mesma missa, com palavras um pouco diferentes e, às vezes, utilizando a língua de origem (síria, armênia, etc ... ). Há também as Igrejas Ortodoxas (grega bizantina, síria, armênia) e as Protestantes. A expansão do Movimento, tanto no meio católico como ortodoxo, e a presença em nossas equipes de membros de todas as igrejas consoliCM 428


da esta dimensão ecumênica na Síria e no Oriente Médio. A título de exemplo, as equipes do Setor de Alep celebram juntas a missa do primeiro domingo do mês, cada mês em uma igreja diferente . Isto abre o Movimento a todas as paróquias e torna-se um meio indireto de informação sobre o que as Equipes de Nossa Senhora vivem concretamente. Há pouco, por ocasião do 60° aniversário da Carta das Equipes, nós celebramos uma missa na Igreja Síria Católica, em que o padre celebrante era do rito latino, com a presença de 12 padres de diferentes ritos. O coral para esta ocasião foi organizado por um equipista protestante e dirigido por um ortodoxo armênio. O canto do ofertório foi em língua armênia e os demais, em língua árabe. Em nossa vida de Movimento, as equipes reúnem-se duas vezes por mês, sempre com a presença do conselheiro espiritual. A primeira reunião é a que chamamos de "reunião oficial", que se desenrola como é previsto na Carta (refeição, cc-participação, oração, partilha, tema de estudo) . A segunda é um encontro social, quando melhoramos as relações de amizade, cc-participando sobre assuntos diversos, sociais, intelectuais, religiosos ... Para nosso país, essas comunidades diferentes são, ao mesmo CM 428

tempo, uma riqueza, uma originalidade, uma abertura. Nesse contexto, nossa Igreja considera ser o que Cristo lhe confiou como missão específica, de ser "fermento na massa" , "sal da terra" e "luz do rfitmdo". Ela está decidida a levar adiante esta missão, em fidelidade a Cristo e ao Evangelho. Ela quer ser, sempre, a lgre- • ja da Esperança, "esperança que não decepciona", e a Igreja do testemunho da caridade que não conhece limites. Ela espera manter seu papel de farol no meio do mundo árabe e muçulmano, levando até o fim sua missão religiosa, cultural, social e económica. Nossa Igreja considera positiva esta realidade e acredita poder levar sua missão específica ao seio da Igreja Universal. Nós cremos, enfim, que as Equipes de Nossa Senhora em nosso país têm a mesma missão que a Igreja e fixam para elas os mesmos objetivos para seu futuro. • Fares e Caro/e Kassabj CR Região da Síria, ligada à ERI 13


ENCONTRO DAS FAMÍLIAS COM o PAPA- MÉXICO 2009 A Igreja oferece-nos uma oportunidade de participarmos da comitiva brasileira que irá ao Encontro Mundial das Famílias com o Papa, a ser realizado na cidade do México, de 16 a 18 de janeiro de 2009. De 13 a 16 de janeiro haverá um Congresso Teológico-Pastoral. Os equipistas que desejarem inscrever-se deverão enviar seus nomes completos, telefone e e-mail ao Secretariado Nacional, para serem incluídos na comitiva junto à Comissão Organizadora. As despesas de viagem correrão por conta do próprio pretendente. Segue ofício sobre o evento recebido de Dom Rafael Uano Cifuentes. Graça e Santos Roberto - CRSR

CONVITE Nova Friburgo, 18 de abril de 2008. Queridos Santos e Graça: Depois de um encontro com D. Orlando, por ocasião da Assembléia Nacional dos Bispos do Brasil, em ltaici, ao Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a FamUia e a Vida, pareceu-lhe conveniente designar-me para presidir a Delegação Oficial que irá representar o Brasil no Encontro Mundial das FamUias com o Papa que se realizará, no México, em janeiro de 2009. Recebi, pessoalmente, uma carta do nosso saudoso Cardeal D. Alfonso Lopez Trujillo, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, datada de 11 de março, que destacava a importância da colaboração das Comissões Nacionais e que seria oportuno que estivessem representados todos os movimentos e organizações que trabalham no campo da promoção da família e da vida, incluindo os especialistas 14

(médicos, sociólogos, filósofos, teólogos etc). Escreveu-me, também, pessoalmente o Cardeal Primaz do México, D. Norberto Rivera, manifestando a importância da participação do Brasil, país de dimensões continentais, na realização desse grande Encontro. Respondi as duas cartas comprometendo-me de que nos empenharíamos a fundo e que esperávamos não decepcioná-los. O tema do Encontro será "A Família formadora nos valores humanos e cristãos" e a data marcada para a sua realização vai do 16 ao 18 de janeiro de 2009. Como em outras ocasiões, o programa incluirá três momentos: a) Um Congresso teológico-pastoral, do 13 ao 16 de janeiro, b) uma celebração festiva de testemunhos no dia 17 de janeiro, c) a Celebração Eucarística conclusiva no 18 de janeiro. É evidente que um Encontro de tal magnitude exigirá de nós um empenho muito superior ao que já CM 428


colocamos normalmente no nosso trabalho. Vamos precisar de uma mobilização nacional para divulgar a realização do Encontro e motivar a participação de um número significativo de famílias para esse magno Evento. Para tanto pediria que se empenhassem em participar das reuniões com os coordenadores da pastoral familiar, das associações, dos movimentos e serviços para a vida e a família e, igualmente, com pessoas que são especialistas na matéria, a nível do seu Regional e divulgassem esse trabalho no âmbito do Movimento Equipes de Nossa Senhora que representam, mantendo-me informado do resultado, a fim de que possamos fazer um trabalho integrado e uniforme. Deste modo facilitaria a composição de um grupo consistente que pudesse vir a integrarse à Delegação Oficial do Brasil. Seria bom que pelo menos um casal de cada Regional viesse a integrar essa Delegação. Estamos já em contato com algumas agências de viagem para preparar o pacote que resulte mais barato. Vale levar em consideração que o México está oferecendo certa di-

ficuldade em conceder o visto para brasileiros. Depois de saber os casais que vão participar poderíamos, talvez, e se necessário, entrar em contato com o Consulado Geral do México que está no Rio, para sabermos qual a melhor forma de conseguirmos os vistos. Talvez o Congresso Nacional da Pastoral familiar que acontecerá no Rio de Janeiro, em setembro, seria uma ótima oportunidade para reunir-nos e tratarmos desse assunto, não para organizar a viagem porque já seria muito tarde, mas para chegarmos a soluções conclusivas. Nesse sentido seria muito conveniente que já trouxessem decisões concretas do Movimento Equipes de Nossa Senhora. No que se refere a este tema, agradeceria que não deixassem de entrar em contato comigo. Abaixo indico minha direção e e-mail. Recordando de vocês com muito carinho, envio, com as minhas orações, urna afetuosa saudação fraterna. • Dom Rafael Lhano Cífuentes Presidente do Regional Leste I da CNBB Bispo Responsável pela Pastoral Familiar do Regional Leste I Bispo da Diocese de Nova Friburgo/RJ

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SESSÕES DE FORMAÇÃO Fazer parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora é como estar sempre com uma caixa surpresa na mão... algo surpreendente sai CM 428

de lá. E foi bem assim, quando nosso casal Regional nos falou da possível realização de uma Sessão de Formação Nível III em nossa cidade. 15


Em apenas dois dias, numa Sessão de Formação que reuniu cerca de 60 casais, experimentamos a hospitalidade ao abrir nossas casas para acolher os irmãos que vieram dos municípios vizinhos; a revitalização da pedagogia do Movimento; momentos de oração e meditação fortíssimos; a alegria de termos presentes vários Conselheiros Espirituais e a visita do bispo de nossa Diocese. Fica então um desejo: Que em cada Setor ou Região possa existir uma caixa surpresa e casais desejosos de abrir essa caixa. Silvia do Vanir Eq. N. S. Aparecida Santo Antônio da Patrul/ha!RS

••• A vida cristã para ser plenamente vivida, deve ter como tripé: Formação, Espiritualidade e Ação. As Equipes de Nossa Senhora nos oferecem Sessões de Formação em três etapas, cujo objetivo geral é possibilitar aos casais equipistas aprofundamento na fé cristã, engajamento na vida da Igreja e participação no Movimento. Foi com essa finalidade, que nos reunimos nos dias 16 e 17 de maio para participarmos da Sessão de Formação Nível II. Sem a formação, o cristão ficará vulnerável aos perigos dos contra valores tão divulgados pelos meios de comunicação, do secularismo que afasta o homem de Deus. Dirce e Mourão Eq. N. S. da Glória - Setor A BelémPA 16

••• Nos dias 12 e 13 de abril aconteceu, na Região Paraíba, a Sessão de Formação Nível I. Muito bons os estudos e reflexões realizados em grupos, onde pudemos refletir sobre os temas abordados nas palestras e trocar experiências com equipistas de outros setores da Região. Foram dois dias em clima de oração, de estudo e de celebração, o que nos fortaleceu para continuar a caminhada ... Robertha e Marcondes Eq. N. S. da Chama do Amor Setor B Santa Luzia/PB

••• A Região Paraná Sul realizou, nos dias 11 a 13 de abril, uma Sessão de Formação Nível III, objetivando formar casais para a missão no Movimento e no mundo. Uma oportunidade para conhecermos melhor o Movimento e o compromisso de vivermos o ser casal cristão hoje, na Igreja e no mundo. A caminhada para Deus vai até o fim de nossas vidas, portanto todos nós sempre temos algo a aprender, viver ou partilhar. O Senhor nos chama e envia para um serviço, cujo espírito é servir por amor, com gratuidade. O caminho é imitar Jesus Cristo, é crescer mais no amor. Estar em constante formação é uma necessidade e uma oportunidade de melhor conhecermos aquilo que buscamos para nossas vidas. • Colegiada da Região Paraná Sul CM 428


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS2007 EQUIPES DE NOSSA SENHORA Estimados irmãos: Agradecidos a Deus pelas bênçãos concedidas, especialmente em nossa missão na Secretaria-Tesouraria do Movimento no ano de 2007, mais uma vez estamos prestando contas do nosso trabalho. Apresentamos, para conhecimento e apreciação, a Demonstração Financeira do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2007, composta pelo Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e Notas Explicativas. Eunice e 'v1 on Casal Secretário-Tesoureiro BALANÇO PATRIMONIAL (em R$) 31.12.07

31.12.06

31.12.0S 1.133.972

ATIVO Circulante

636.009

779.328

Permanente

29.846

19.453

18.432

Total Ativo

66S.8SS

798.781

1.1S2.404

Circulante

4.962

19.792

5.409

Provisões

7.259

3.800

4.537 831.560

PASSIVO

Outras Obrig.-Encontros

76 .450

268.456

Patrimõnio Líquido

577 183

506.733

310.898

Total Passivo

66S.8SS

798.781

1.1S2.404

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (em RS) RECEITAS Contribuições Receitas Diversas Receitas Financeiras

Total das Receitas

1.503 .046

83,9%

1.356.959

81,2%

1.243.531

79,6%

250.507

14,0%

161.481

9,7%

203.172

13,0%

38.591

2,2%

153.476

9,2%

115.229

7.4%

1.792.14S

100,0%

489.862

30,2%

1.671.917 100,0%

1.S61.931 100,0%

DESPESAS Despesas com Encontros Desp.Enc.Lourdes-2006 Desp.c/Adm.EqUipes

478.359

29,5%

460.362

31,2%

492.514

14.717

1,0%

9.632

0,6%

417 .907

28,3%

412.774

27,0%

32,3%

Despesas com Pessoal

186.855

11,5%

129.028

8,7%

127.131

8,3%

Despesas Gerais

466 .512

28,8%

454.067

30,8%

484.049

31,7%

1.621.S88

100,0%

Total das Despesas

1.476.081 1 00,0%

1.S26.100 100,0%

RESULTADO Resultado do Exercício

170.557

195.836

35 .831

Fundo Patrimonial

406.626

310.898

275.067

RESULTADO ACUMULADO

S77.183

S06.733

310.898

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NOTAS EXPLICATIVAS EXERCÍCIO 2007 ATIVO

1. No Ativo Circulante estão incluídos R$ 76.826,80, correspondentes à taxa de inscrição para o Encontro Nacional 2009 em Rorianópolis. RECEITAS

2. Contribuições- as contribuições espontâneas no ano de 2007 somam R$1.503.046,24, significando um aumento de 10,7% em relação a 2006. 3. Receitas Diversas- R$250.507, referem-se a ressarcimento de livros e documentos do Movimento, entre eles o Livro-Tema, bem como reembolsos diversos. DESPESAS

4. Despesas com Encontros R$489.862,00. Estão incluídos os seguintes eventos: • as Reuniões da Super-Região R$ 67.052,00; • o Encontro do Colegiada Nacional- R$ 77.317,00; • as Sessões de Formação R$120.162 ,00; • os Encontros Provinciais e dos Colegiados Provinciais R$225.331,00 . 5. Despesas com Administração das Equipes- R$ 478.358,66, incluem: • As edições da Carta Mensal , sem despesas de pastagem R$306.700,00; • Confecção de Livros, documen18

tos, impressos e outros R$171.658,66. 6 . Despesa com Pessoal R$186.855, inclui: • os salários e ordenados, férias, 13° salário e benefícios dos três funcionários do Secretariado Nacional , no valor de - R$ 93.559,95; • Serviços de Terceiros no valor de- R$ 68.291,70; • Encargos Sociais- INSS, SAT, PISe FGTS em - R$ 25.003,52. 7. Despesas Gerais, abrange os gastos gerais administrativos, entre os quais destacamos: • Despesas de Correio da Carta Mensal e outros- R$156.652,42; • Contribuições ao Projeto Vocacional e a outras entidades - R$ 57.600,00; • Despesas Bancárias, financeiras e tributárias- R$ 74.479,37, • Aluguéis, água, luz, telefone e despesas patrimoniais - R$ 93.219,58; • Impressos e materiais de escritório- R$ 18.341,24; • Xérox, material exped. e outras despesas do Secretariado - R$ 9.928,22; • outras despesas gerais - R$ 56.291,17. RE<;ULTI\DO

8. Superávit apurado no exercício de 2007, R$170.557,01. CM 428


FLORIANÓPOLIS NOS ESPERA Você já se inscreveu para o Encontro de Florianópolis? -Se você soubesse o que o Senhor nos está preparando para os dias 16 a 19 de julho de 2009! Alguns dos equipistas que viveram a experiência de colaborar na realização do último Congresso Eucarístico Nacional, em Florianópolis, agora estão a serviço das ENS. As equipes de trabalho (casais de Florianópolis e alguns de outras cidades do Estado), como a da acolhida, hospedagem, alimentação, transporte, liturgia e outras, estão cuidando de todos os detalhes para concretizar o desejo que trazemos no coração: a grande família equipista reunida para adorar, louvar a Deus e ouvir o que Ele quer nos dizer. Você pode antever a beleza que viveremos, refletindo o tema Casal, fecundidade evangélica, com o fio de ouro do lema Eu e minha casa serviremos ao Senhor tecendo os nossos dias? Vemos pessoas tão carentes de amor desinteressado, de esperança cristã. Acreditamos que os frutos desses dias em Florianópolis serão alimentos sagrados para renovar as forças dos casais, das famílias, da Igreja e do mundo. A participação no 2° Encontro Nacional das ENS será como uma pedra jogada no lago: logo perdemos de vista os círculos que se formam, mas eles continuam repercutindo o encontro da pequena peCM 428

dra com a imensidão das águas. Assim também, onde quer que estivermos, seremos a repercussão do amor de Deus que já se manifesta em Florianópolis. Ainda é tempo de providenciar a sua inscrição. Lembramos que a ficha de inscrição (ver Carta Mensal de abriV2008) traz todas as informações necessárias. Recebemos diariamente fichas de inscrições vindas dos coordenadores das províncias, os quais nos dão notícias da solidariedade de equipes e setores que ofereceram a inscrição aos seus SCE e CE, para estes conhecerem melhor as ENS; de casais impossibilitados de participar que ofertaram a inscrição a outros; de confiantes idosos e pessoas sós. É dos lugares mais distantes que chegam mais inscrições. Que estes fatos sejam o estímulo que o leve a participar. Estamos quase chegando ao número esperado! A quem esteja deixando para se inscrever mais proximamente ao evento, prevenimos que o limite das inscrições será o da acomodação no Centro de Convenções Centro Sul. Assim , aconselhamos a inscrever-se já, para garantir a sua participação. É o Deus Trindade que nos espera no 2° Encontro. Que a proteção de Maria, Mãe de Deus, torne possível a nossa resposta de amor a esse chamado. Até lá. • Vera e Renato Casal Coordenador Geral das Inscrições 19


REALIDADE CULTURAL DO MUNDO Notamos sensibilidade , percepção e fidelidade muito grandes do primeiro capítulo de nosso livro tema deste ano, ao selecionar as 7 correntes mais representativas do nosso mundo atual e que verdadeiramente destoam dos princípios evangélicos orientadores do nosso pensamento e atitudes de cristãos. E como estão na ordem do dia! Não conseguimos nos sentir isentos da influência de nenhum deles. Graças a Deus, principalmente por tudo o que Deus nos tem permitido ao longo de nossa caminhada, em termos de agregação de valores absolutos, de princípios cristãos, de nossa condição de filhos de Deus que nos dá um horizonte de eternidade, não temos sucumbido, não de forma permanente, aos "encantos" e "apelos" dessas correntes que nos afastam da san-

tidade para a qual fomos criados. Algumas delas, realmente, nos castigam e exigem uma permanente vigilância, através da busca sempre renovada da verdade que Cristo nos apresenta, para o que, em nossa condição de equipistas, muito nos auxilia a vivência dos PCE. São Paulo, em sua Carta aos Efésios, mostra-nos que o caminho, para suportarmos as investidas do mal que nos rodeia e nos ameaça, é sermos perseverantes na imitação de Cristo, cada um exercendo bem a sua missão, de tal forma que formemos um bloco cada vez mais compacto, resistente e influente, pautado no amor de Cristo, para que possamos ir mostrando, pelo testemunho, pelo jeito de ser casal, ser pai e mãe , ser família , ser equipista, pelo jeito de ser fiel à Igreja e ser feliz, que as regras egoístas, que o ateísmo, o hedonismo, o relativismo, o materialismo, que a vida vivida restrita ao ser matéria, com início e fim, não podem ser a referência ou caminho para a humanidade. Isto porque nós temos esperança e, pela fé , a certeza de que não somos efêmeros, que não nos limitamos a essa finitude , mas que existimos para alcançar a eternidade. Em nossa realidade familiar, já percebemos como o nosso testemunho está sempre sendo uma referência para nossos filhos , que assim conseguem manter-se caCM 428


pazes de se levantar, de retomar o caminho do diálogo, de estar conosco, mesmo que alguns tenham quedas mais freqüentes e até preocupantes. As armadilhas são muito bem articuladas e vão se sobrepondo, tipo bola de neve, corroendo os valores cristãos e criando uma idéia de facilidades aparentes para alcançar uma felicidade que não se sustenta na primeira dificuldade, não

resiste ao mínimo desencontro de opiniões, enfim, está edificada sobre a areia, areia movediça. Que Maria continue nos levando a Cristo, para que sejamos sempre transformados, a partir da turva água de nossas limitações, fraquezas e misérias, em vinho de perseverança, fidelidade e santidade.• Maria Emília e Vensel de Souza Eq. N. S. Rainha da Paz - Setor A Florianópolis!SC

A EXEMPLO DE CRISTO A cada reunião de estudo nos deparamos com situações que estão presentes em nossa vida cotidiana, e aprendemos, à luz dos ensinamentos de Cristo, como minimizar seus efeitos em nosso dia-a-dia. Quando chegamos à quarta reunião, ficamos maravilhados com os textos que embasam o relacionar-se com os outros: As ENS a serviço do mandamento novo (Pe. Caffarel); Os misericordiosos alcançarão misericórdia (Cardeal Cario M. Martini); e Falar hoje de caridade é falar de solidariedade (Silvia e Chico). Todos nos tocaram profundamente, em especial a primeira reflexão, onde Pe. Caffarel chama a atenção para o Mandamento Novo, enfatizando que Cristo não só nos deu esse mandamento, como nos mostrou o caminho, a forma de concretizá-lo. "Amai-vos CM 428

uns aos outros como eu vos amei". E para amar o próximo como o Senhor nos ama, é preciso, muitas vezes, renunciar a nós mesmos, para nos colocarmos a serviço do outro. Precisamos pôr em prática o Mandamento Novo, e essa prática, para nós, casais equipistas, inicia-se no lar, com nosso cônjuge e nossos filhos. Nesse sentido, pôr-se a serviço do Mandamento Novo significa perpassar também pelas outras reflexões desse estudo: precisamos ser misericordiosos, saber perdoar e nos pautar pela caridade solidária, aceitando na unidade as diferenças que existem entre nós, para que sejamos para o mundo um sinal convincente da aliança de Deus com a humanidade. f q N S da Ch ma do A Setor B ae Santa Luz10 F

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FAMÍLIA- IGREJA DOMÉSTICA Se ela é considerada como agenA família já foi e ainda é vista como igreja doméstica. Pequena te transformador da vida social, decomunidade em que se vivem os vemos reconhecer, por outro lado, valores humanos e evangélicos. que também sofre as conseqüências Assim como acontece com as co- da sociedade, por ser fruto da sua munidades cristãs, a família tam- época. A família autônoma, ambém passa por altos e baixos. A biente fechado em uma sociedade fechada, pertence ao instituição familiar passado. Vivemos num precisa constantemente ser revitalizada momento e num munpara que não caia no do em que já não podescrédito, o que ledemos isolar a família Ao invés de varia o corpo a perder e seus membros para os valores fraternos . preservá-la da coletividade. Os pais que queO papa João Pause fecharem rem criar seus filhos em lo II reconheceu a imuma "redoma familiar" portância dela para a si mesma, a podem, mais cedo ou construção da sociemais tarde, ter uma dedade, ao dizer que "o cepção. futuro da humanidade família é passa pela família! É, Queiramos ou não, a família está jogada pois, indispensável e convidada a no mundo social com urgente que cada hosuas influências benémem de boa vontade ficas e maléficas . Ao se empenhe em salvar se integrar na invés de se fechar em e promover os valores e as exigências da fasi mesma, ela é convicomunidade. dada a se integrar na mília". E dizia mais: comunidade, abrir-se "Compete ainda aos para as necessidades cristãos a tarefa de do bairro e dispor-se a anunciar com alegria e convicção a boa nova acerca da colaborar com as outras comunidafamília, que tem necessidade abso- des e com a sociedade. Na família cristã, todos os memluta de ouvir e de compreender sempre mais profundamente as bros devem procurar ser bons uns palavras autênticas que lhe revelam para com os outros, transformana sua identidade, os seus recursos do-se numa verdadeira comunidainteriores, a importância da sua de de Deus.• Lúcia e Rubson missão na cidade dos homens e na Eq. B2 - Ribeirão Preto/SP de Deus". 22

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MEU VELHO PAI Meu querido, meu velho, meu amigo. Nada há de melhor para mim do que falar do meu pai. Homem corajoso, quando ainda adolescente, apenas quatorze anos, deslocouse de Pernambuco para Paulo Afonso/BA, em busca de emprego. Simples, semi-analfabeto, sem nenhuma condição financeira, mas logo arranjou trabalho na construção da Hidrelétrica do São Francisco. Muito novo, casou-se e fez da sua vida uma contínua doação de amor. Quando preciso, esquecia de si para satisfazer o bem estar da família, para que nada faltasse a seus onze filhos, a ponto de trabalhar de domingo a domingo. Lembro-me de que antes de ir para o trabalho deixava nosso café pronto. Lembrar dele, da sua bondade, coragem e

do sacrifício que fez por todos nós, deixa-me bastante emocionada, pois sempre encontrei nele o meu porto seguro e o meu refúgio. Estava sempre preocupado com todos e tinha palavras de carinho e estímulo para que pudéssemos superar os obstáculos da vida. Nossa gratidão a Deus pelo seu exemplo. Hoje um pouco fragilizado pela idade, está consciente e feliz por ter renunciado a muitos dos sonhos pessoais, pois o seu sonho maior era que os filhos realizassem os seus. Como meu pai, muitos outros pais foram fiéis à vocação de pai e são ou foram luz na caminhada dos filhos. A todos o carinho dos filhos e os votos de um feliz Dia dos Pais. • Lucicleide de Ansergio Eq. N. S . do Perpétuo Socorro Aracaju!SE

"Uma certa participação do homem no domínio de Deus manifesta-se também na específica responsabilidade que lhe está confiada no referente à vida humana propriamente. (... ) Ao falar de 'uma participação especial' do homem e da mulher na obra criadora de Deus, o Concílio Vaticano 11 pretende pôr em relevo como a geração do filho não é só profundamente humano, mas também altamente religioso, enquanto implica os cônjuges que formam 'uma só carne' e simultaneamente o próprio Deus que se faz presente. (... ) Ao afirmarmos que os cônjuges. enquanto pais, são colaboradores de Deus Criador na concepção e criação de um novo ser humano, não nos referimos apenas às leis biológicas; pretendemos sobretudo sublinhar que na paternidade e maternidade humana o próprio Deus está presente (... ) Só de Deus pode provir aquela 'imagem e semelhança' ... tal como aconteceu na Criação." (João Paulo /1. Evangelium vitae, 43)

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SER JESUS NA VI DA DOS CASAl S! Há algum tempo tinha ouvido falar das Equipes de Nossa Senhora. No ano passado fui enviado para o estágio pastoral em Bandeirantes/PR, onde fu i convidado pelo CR da Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz para acompanhar a equipe . A resposta, antes de estar "na ponta de língua", já estava no fundo do coração: um sim do qual jamais poderia prever suas conseqüências. Nossa equipe reúne seis na equipe e "ditar as regras", mas, casais e desde a primeira reunião pelo contrário, seria a via do sermensal percebi a grandeza daque- viço e do amor. Antes de ser sole momento, a sublime vocação de mente aquele que fala , seria a via da escuta e da caridacada casal , os quais de; antes de ser o que juntos buscam, com o apenas ensina, seria a auxílio de Deus e sua virtuosa via da aprenamada Mãe , através Ser Jesus... dizagem e da esperandesse movimento eclesial , responder ça. Ser Jesus! Eis o deseria a via safio que o Senhor me com fidelidade ao propôs como Conseconvite do Senhor: a lheiro Espiritual. santidade conjugal. do serviço Pessoalmente estou Então comecei a convicto de que a imame questionar: qual a e do amor. gem do Bom Pastor função do Conselheiro (Jo 10,10) é a imagem Espiritual? A pergunta do Conselheiro. Ao era sempre: o que esSenhor peço a luz do ses casais esperam de mim? Discerni que uma pergunta Espírito Santo para que possa reaanterior, mais profunda e verdadei- lizar segundo a sua vontade essa ra era: o que Jesus quer de mim na sublime missão e que Maria, mãe generosa, me inspire na vocação. • caminhada desses casais? Seminarsita Anderson Marchiori A partir de então não foi difícil Acompanhante Espiritual da perceber que a missão é esta mesEquipe N. S. Rainha da Paz ma: ser Jesus na vida dos casais. Bandeirantes/PR Ser Jesus não significaria chegar 24

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UMA EXPERIÊNCIA QUE ENRIQUECE A experiência como Sacerdote comecei a aprofundar a mística do Conselheiro Espiritual da Equipe Movimento através das leituras, Nossa Senhora Mãe Rainha tem deparei-me com uma espiritualidasido muito enríquecedora para de muito similar à nossa maneira mim, sobretudo no tocante à mi- de viver, em alguns pontos, sobrenha vida religiosa. O contato que tudo no que diz respeito à escuta venho mantendo com os casais da da Palavra. O contato díreto com casais é minha equipe cada vez mais me convence de que a aproximação algo que eu não tinha vívido anentre a vida celibatátes. Entrar na casa de ria e a vida matrimouma família e sentar para, à luz da Palavra nial se complementa, Como tenho ao invés de entrarem de Deus, partilhar exaprendido em choque. periências de vida é Tenho percebido algo inexprimível com cada junto aos casais que as para mim. Como tenho aprenalegrias, dores e espemembro. dido com cada memranças são universais Quantas bro. Quantas vezes me no ser humano, apesar de elas se manifestavi no drama de alguns vezes me vi rem de modos diferendeles! E quantas fortates em cada pessoa. A lezas receberam de no drama de vida matrimonial é toda Equipe, mesmo alguns deles! uma verdadeira escoque muitos nem tenham consciência disla de santidade, pois é na vida conjugal que so. Acredito que o o amor a Deus sobre todas as coi- crescimento está sendo recíproco. Agradeço a Deus por estar, messas e ao próximo como a si mesmo pode ser vivido de maneira inten- mo com minhas limitações, contrisa, já que, no dizer de Paulo VI, a buindo para que cada casal seja no vida matrimonial é comunidade mundo um apóstolo, como diz Henri alicerçada sobre um sacramento. Caffarel: "É preciso que cada equipe Identifiquei-me muito com a es- seja um viveiro de apóstolos. Formar piritualidade do movimento das equipes não é abandonar a massa. Equipes de Nossa Senhora. A sua É suscitar os apóstolos que irão proorganização estrutural é impecável. longar a ação do sacerdote." • Nós, monges, temos um apreço esDom Emanuel pecial pela leitura da Sagrada Es- SCE Eq. N. S . Mãe Rainha - Setor A critura (Lectio Divina) e, quando Pouso Alegre/MG CM 428

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50 ANOS DE EQUIPE O casal Maria Helena e José Eduardo Outra Oliveira mudara-se de São Paulo, vindo morar no Campus da USP em Ribeirão Preto. Como eles pertenciam à JUC, sentiram falta das reuniões, dos encontros e de alguma ação comunitária, às quais estavam acostumados em São Paulo. Decidiram convidar alguns casais amigos para formarem um grupo de reflexão e de ação comunitária. O então Bispo de Ribeirão Preto, D. Luis do Amaral Mousinho, amigo do casal, às vezes participava destes encontros, sempre estimulando e orientando os casais, dentro de um clima de espiritualidade. A irmã de Maria Helena, Darcy, do Dagmar Vellutini, equipistas em São Paulo, incentivava-os a formarem uma equipe de Nossa Senhora. Em Fevereiro de 1958, o casal acolhe em sua casa o Pe. Lionel Corbeil, SCE de uma equipe na Capital, e dessa visita resultou a decisão de fundar a primeira equipe em Ribeirão Preto. Em agosto de 1958, vieram de São Paulo Nancy e Pedro Moncau Jr e Monique e Gerard, da Coordenação Brasil, para oficializar o nascimento da primeira equipe de Nossa Senhora na cidade. Por sugestão de Dom Luis, solidário ao Movimento, o recém ordenado Pe. Diógenes da Silva Mathes (mais tarde bispo de Franca/SP) tornou-se SCE da equipe recém fundada, cujo primeiro CRE eleito foi o 26

Maria Helena e José Eduardo

casal Norma e Geraldo Duarte. A equipe era constituída pelos casais Amália e Álvaro Magalhães, Irma e Walter Hadler, Maria Helena e José Eduardo Outra Oliveira, Maria e Renato Godoi, Mariinha e Carlos Diniz, Norma e Geraldo Duarte, Rose e Piero Castelfranchi, Sônia e José Bento Faria Ferraz e Walquíria e Francisco Lara. Maria Helena e José Eduardo continuam na Equipe e são atuantes no Movimento em Ribeirão Preto. A semente lançada caiu em seus corações férteis, cheios de amor, fé e esperança, por isso germinou e deu muitos frutos . Ribeirão Preto, 50 anos após a fundação da primeira equipe, tem 38 equipes distribuídas em três setores, duas equipes em pilotagem e uma Experiência Comunitária, cerca de 231 equipistas, 21 Sacerdotes Conselheiros Espirituais e uma Irmã Acompanhante Espiritual.• Lúcia e Rubson Antônio Januário Secretário dos Setores Ribeirão Preto A, B. C CM 428


40ANOS DA EQUIPE Há quarenta anos realizávamos a primeira reunião da Equipe 4-B e que na época era a Equipe 10 do Movimento no Brasil, sob a invocação de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Éramos cinco casais: Maria Tereza e Tico, Valquíria e Rônei , Maria Inez e Archippo, Maria Emília e Álvaro Gut e Oscar Panizza e sua esposa. Foi nosso casal piloto Cida e Adhemar Fernandes. O Conselheiro Espiritual que nos acompanhava era o Pe . André , recém ordenado. Começava uma grande caminhada, da qual não se descortinava o seu fim . Depois de um ano, o nosso SCE teve que deixar a equipe e foi substituído pelo Pe. Osvaldo Giuntini, hoje bispo da Diocese de Marília. Após, veio Pe. Osvaldo e, em 1971 , Pe. Divo P. Binoto, que há trinta e sete anos está conosco. Os tempos se sucederam . Muitos casais experimentaram a força do Movimento, mas, por motivos vários, nos deixaram. Outros entraram . Num determinado momento, sendo Pe . Divo SCE também da Equipe N. Senhora do Carmo, as duas equipes com 4 casais cada, propôs que nos reuníssemos em apenas uma equipe, o que ocorreu, passando a equipe a ter como invocação Nossa Senhora do Carmo e Imaculada Conceição. Os temas de estudos eram profundos e de grande ressonância em CM 428

nossa vida. As reuniões eram realizadas em clima de verdadeira Equipe de Nossa Senhora. Lembramos de Cleuza do Dirceu, que, vítima de pertinaz moléstia, veio a falecer. O tempo passava. Alguns faleceram, outros deixaram a Equipe, e alguns a ela retornaram com o valioso testemunho da importância da equipe em suas vidas. Houve momentos difíceis, que podemos chamar de escuridão, mas a força da fé e da perseverança nos fizeram caminhar até hoje, sustentados, principalmente pela mística do Movimento e seu carisma fundador. Pe. Divo, mesmo quando residindo em São Paulo, sempre foi presença encorajadora. Deu-nos base religiosa, com fulcro nos seus conhecimentos teológicos. Por sua proposição, estudamos temas que nos levaram a conhecer melhor a história da salvação e a experimentar a misericórdia de Deus, que em sua bondade infinita quer salvar a todos. Aos temas do Movimento ele dava especial atenção. Nunca comparecia a uma reunião sem a haver preparado. "Nós, com efeito, afirma Pe. Ângelo Epis, SCE da ERI, não apenas fazemos parte da Igreja, mas somos também os guardiões de um carisma que nos foi doado pelo Espírito Santo." É preciso que estejamos sempre conscientes de que o nosso carisma - a espiritualidade conjugal - nos sustenta principalmente no 27


auxílio mútuo entre os casais. Devemos sempre rezar uns pelos outros e ficar atentos às necessidades dos outros casais de nossa equipe. A espiritualidade conjugal se fez nossa companheira em todo esse percurso, não sem dizer dos percalços que surgiram. Os altos e baixos, da montanha à planície, que experimentamos sempre foram desafios

enfrentados com o auxilio do Espírito Santo, que jamais nos faltou. Procuramos, nestes 40 anos, ser testemunhas do sacramento do Matrimônio e, como equipe, testemunhas de uma comunidade eclesial no amor do Pai. • Equipe N. S. do Carmo e Imaculada Conceição Jundia í/SP

JUBILEU DE OURO PRESBITERAL Padre Giusepe Perona ,

mais conhecido como Pe. José, é sacerdote da Pia Sociedade Turinesa de São José. Nasceu no dia 1° de janeiro de 1931 , na Itália. Iniciou o curso de Filosofia aos 16 anos em Ponte de Piave. Estudou Teologia em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul , e em Viterbo, e foi ordenado presbítero em Alba/Itália, na data de 28 de junho de 1958. Radicou-se no Brasil, sempre retornando à Europa para estudos. Professor licenciado em vários cursos pela Universidade de Caxias do SuVRS (onde também foi professor) , especializou-se em Língua e Literatura Francesa na Universidade de Nancy/França e fez Aprofundamento Bíblico em Roma. Foi professor em seminários e colégios gaúchos e catarinenses. Atualmente é professor de Sagrada Escritura no Curso Superior de Teologia, matéria que já ministrou no Seminário N. S. de Fátima, ambos em Brasíla/DF. Desde 1987 é SCE das Equipes Nossa Senhora da Piedade e Nossa Senhora Virgem e Mãe do Setor B da Região Centro-Oeste II. Na paróquia, está à frente de várias pastorais e é, também, diretor da Comunidade '~osefina de Murialdo". Marcando o jubileu, foi recebido pelo Papa, no dia 23 de abril último. É com imensa alegria que parabenizamos o Pe. José e agradecemos a Deus por nos ter dado pastor tão dedicado.• Suas equipes

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SCE É NOMEADO BISPO Padre Guido, nosso SCE desde 2006, foi nomeado Bispo da Diocese de Paulo Afonso/BA, e sua sua ordenação episcopal realizou-se na Catedral desta cidade, no dia 17 de maio de 2008. Dom Guido Zendron, nasceu em 1954, em Lisignago (Itália) e foi ordenado presbítero em Trento, no dia 26.06. 78. Chegou ao Brasil no dia 5 de janeiro de 1994, para trabalhar em Salvador. Sempre deu grande atenção à evangelização e à educação. Sobre as equipes, testemunhou: "A experiência vivida nas ENS foi um grande dom: em primeiro lugar como ajuda no crescimento espiritual diante do testemunho dos casais da equipe, depois pelos laços de amizade que se fortaleceram com o passar do tempo. A seriedade com a qual os casais encaram a experiência, também quando não conseguem realizar tudo o que é proposto, é motivo de esperança e possibilidade de grande renovação para muitas famílias e paróquias. A riqueza dos textos, a beleza da Carta Mensal, a simplicidade dos encontros ajudam a aprofundar novamente o essencial da proposta cristã. Ao movimento das ENS eu posso desejar que continue no caminho traçado pelo Pe. Caffarel, procurando realizar na vida cotidiana toda a espiritualidade do Movimento. As dificuldades que encontramos nunca nos façam desistir desse caminho que a misericórdia do Senhor nos proporcionou." Com ele sua equipe viveu experiências maravilhosas de partilha, disciplina, aprendizado... Desejamos a Dom Guido, muitas bênçãos, sucesso e vitórias em sua nova missão. ' do

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Setor A CM 428

Sacr me t Sa 1uador B 29


ORDENAÇÃO DIACONAL Gonise Portugal da Rocha, Tiago José Sibula da Silva e Sidcley Alves Machado foram ordenados diáconos no dia 31 de maio de 2008, pelas mãos de Dom Nelson Westrupp, na Paróquia Nossa Senhora de Boa Viagem , em São Bernardo do Campo/SP. O Diácono Gonise acompanha a Equipe Imaculada Conceição e o Diácono Tiago a Equipe Imaculada Aparecida, ambas do Setor ABC III, enquanto o Diácono Sidcley acompanhará a Equipe Nossa Senhora da Assunção, do Setor ABC I. Parabéns aos novos diáconos. Que cada um deles, com seus dons, possa bem realizar sua missão. •

58 ANOS DAS ENS COMEMORADOS EM APARECI DA No dia 04 de ...;;.-maio de 2008, a Região Rio II esteve em peregrinação em Aparecida do Norte/SP, com cerca de 150 integrantes (na sua maioria equipistas da RIO III). No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e da Super-Região Brasil, comemorou o 58° aniversário das Equipes no Brasil com uma solene celebração eucarística, previamente marcada. A animação dos equipistas chamou a atenção dos presentes e da TV Aparecida, que nos convidou a uma pequena entrevista, na qual tivemos a oportunidade de falar sobre o Movimento e o motivo de comemorarmos esta data tão especial. • Emília e Luiz CR Região Rio III

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EQUIPES NOVAS • Equipe Nossa Senhora da Alegria, do Setor A de Belém/PA • Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Santo André/SP - Setor ABC III. • Equipe Nossa Senhora Rosa Mística - Setor B - Divinópolis/MG. • Equipe Nossa Senhora Mãe da Divina Providência - Setor B Divinópolis/MG.

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'S CHEGAMACAPANEMA

O tesouro da Espiritualidade Conjugal continua sendo distribuído em terra paraense. Novas cidades vão sendo alcançadas pela valorização do Sacramento do Matrimônio e em defesa da família e da vida. No dia 30 de março de 2008, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora chegou a Capanema/PA. Os protagonistas deste grande acontecimento são casais abnegados do Setor Pará-Nordeste, com Frei Gilson Baldez, SCE que acredita na proposta das ENS para o bem dos casais, das famílias e da Igreja. Eles conduziram três grupos bem sucedidos de Experiências Comunitárias, motivadas pela voz do Espírito Santo. Apoiados na sólida formação adquirida, eles se integram ao nosso Movimento, constituindo as três primeiras equipes da "Terra do Cimento". Com a mensagem que o Pe. Caffarel nos deixou e a caridade em Cristo ("cimento que o cristão utiliza na construção da cidade do homem"- Tema de Estudo 2008, pág. 22), eles vão dar o testemunho do amor conjugal a serviço dos casais. Sãos as Equipes: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora de Nazaré, cujos casais pilotos estão confiantes na missão junto a essas equipes. Essas três novas equipes fazem parte do Setor Pará-Nordeste. Que os casais pilotos continuem a missão com humildade e sabedoria, navegando com fé em Jesus, amparados pela intercessão de Nossa Senhora. Seguins

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PARTIRAM PARAACASA DO PAI • Pe. Giancarlo Villa (PIME), no dia 25 de abril de 2008. Foi o incentivador da implantação das Equipes de Nossa Senhora na Diocese de Assis/SP, bem como de outros movimentos, sempre com amor e dedicação. Foi o primeiro SCE da Equipe Nossa Senhora das Graças/SP. • Teresinha, do Leon, no dia 10 de fevereiro de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Natividade do Setor B de Juiz de Fora/MG. • Canuto, da Penha, no dia 21 de março de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora Mãe de Deus do Setor D de Juiz de Fora/MG. • Maria Helena, do Horácio, no dia 16 de maio de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora Auxiliadora do Setor B de São Carlos/SP. • Jésen, da Darcy, no dia 22 de maio de 2008. Fazia parte da Equipe Nossa Senhora da Penha do Setor E - Região Rio V. • Padre Argemiro Gorgiano de Sá, nascido aos 19 de maio de 1944 e faleceu em 4 de março de 2008. Era SCE das Equipes Nossa Senhora do Amor Divino e Nazaré. Será sempre lembrado pela sua alegria e disposição em participar de todos eventos do Movimento a que era convidado. • José de Ribamar Seguins Gomes, da Adriana, no dia 19/05/ 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Coragem do Setor B de Belém (PA) e exercia a responsabilidade do seu Setor. • Adalgisa (Gisa) , do Ailton, no dia 21/de abril de 2008. Integrava a Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz, do Setor São Miguel do Guamá/PA. • Valdir, da Olga, no dia 22 de maio de 2008. Pertenceu a Equipe Nossa Senhora da Salete do Setor A de Porto Alegre/RS. • Odoilson Coppini, da Catarina, no dia 3 de abril de 2008. Fazia parte da Equipe Nossa Senhora da Boa Viagem, do Setor ABC II, de São Bernardo do Campo/SP. • Pe. Lauro Sigrist no dia 8 de maio de 2008. Padre Laura nasceu aos 11 de abril de 1927. Foi ordenado presbítero no dia 8 de dezembro de 1952. Era pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo da cidade de Campinas/SP. Dirigiu a comunidade com muito zelo apostólico e extraordinária afabilidade, dedicando seus magníficos dons ao pastoreio da sua comunidade. Participou das Equipes de Nossa Senhora em Campinas desde o início da década de 1960. Os equipistas testemunham sua profunda espiritualidade e constantes ensinamentos. 32

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MARIA: TESTEMUNHO A SERVIÇO Os evangelhos se referem pouco a Maria. Ela desempenhou sua missão dentro da maior humildade, como fermento. No meio social em que vivia, mostrou o que era, não por palavras, mas por atas. Para ela, ser mãe de Jesus não era um privilégio que a colocaria em situação de destaque ou de tranqüilidade. Ela tinha a percepção de que ser mãe de Jesus era entregarse ao serviço de Deus e dos homens, pois quem encontra Deus encontra serviço e sai do comodismo, por isso todas as vezes que ela é referida nos Evangelhos a vemos numa atitude de testemunho e serviço. Na anunciação ela testemunha sua fé e sua esperança no Messias e, em seguida ao seu sim a Deus, vemos nela uma decisão de serviço ao próximo, na pessoa de sua prima Isabel. Nas Bodas de Caná presenciamos Maria empenhando-se em resolver o problema dos nubentes. No calvário, Ela testemunha a decisão de estar com Cristo em qualquer situação (São João nos diz que ela "estava de pé" diante da cruz). No cenáculo, ela se fazia presente nos primeiros passos da Igreja. Tudo isso traz para nós uma lição: todo testemunho e serviço nascem de um despojamento. Na cruz, Jesus se despoja da sua vida pela salvação da humanidade e, diante da cruz, Maria, como que entendendo seu serviço no Reino, despoja-se do seu Filho. O testemunho de Maria foi verdadeiro, ela não fiCM 428

cou querendo saber dos pormenores do plano de Deus, buscando explicações ou arrumando desculpas para não assumir. Sua decisão e seu despojamento foram completos. Ela viveu, anunciou e testemunhou sua fé de modo admirável. Maria foi o meio que Deus usou para que seu Filho entrasse em nosso meio. Maria continua gerando o Cristo no coração das pessoas, e esta missão não é só dela, é da Igreja, é nossa também. Se quisermos honrar a Mãe de Deus, a Patrona das Equipes, procuraremos continuar a missão dela, colocarmo-nos de pé, saindo do nosso comodismo e, pelo testemunho e serviço, fazendo Cristo nascer nos outros, para que com Maria possamos também dizer: "O Senhor fez em mim maravilhas". • Dalva e Jorge CR do Setor D - Juiz de Fora/MG

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CORREÇÃO FRATERNA Eu não me canso de elogiar as maravilhas que as ENS fazem para nós equipistas, mas também devemos ficar sempre alertas. Digo isso porque como humanos e pecadores que somos, eventualmente podemos ter alguns problemas em nossas equipes. É claro que, às vezes, temos muito mais problemas imaginários do que reais. Entretanto, em algum momento de nossas vidas teremos decepções, inclusive com nossos melhores amigos. A convivência entre pessoas, às vezes, gera atritos, e o antídoto para isso é o diálogo, numa correção fraterna. A correção fraterna não é uma invenção, nem dos homens nem das ENS , mas ensinamento de Deus desde o Antigo Testamento, como no livro de Samuel, quando o profeta Natã corrigiu o Rei David. A correção fraterna é uma bênção de Deus, pois a fazemos para o bem , para ajudar pessoas que muito amamos. Em contrapartida, quem recebe a correção, deve estar de coração aberto, pois quem não consegue receber uma correção fraterna ainda não entendeu o espírito cristão. "O que odeia a repreensão segue as pegadas do pecador" (Eclo 21 ,6) . Quem ama a Deus recebe com alegria a correção. "Aquele que teme ao Senhor aceita a correçãd' (Eclo 32,14). Na prática, como fazer a correção fraterna: 34

• Em particular, quando o erro for cometido em particular: "Vai e corrige-o a sós" (Mt 18,15). • Pública, se a atitude errada for pública. • Com caridade, com calma, sem ira, antes com suavidade. • Com compreensão e delicadeza, com conhecimento das limitações da pessoa. • Com humildade, falar sem ofender, sem humilhar, pois também nós precisamos de ajuda. • Com prudência, procurar um momento propício, verificar as circunstâncias pelas quais a pessoa está passando. Por outro lado, quem recebe uma correção fraterna deve ter a humildade de aceitar com serenidade as palavras do irmão que o corrige, e ser-lhe-á agradecido, porque ele deseja o seu bem . Receberá a correção em silêncio, sem retrucar, com alegria de coração, pois a pessoa que nos diz nossos erros é alguém que se interessa por nós e se preocupa conosco, uma dádiva de Deus para nós, lembrando que ele cumpre um preceito evangélico: "Se teu irmão pecar, repreende-o" (Lc 17,3) . Como equipistas, preferencialmente, resolveremos os problemas dentro da própria equipe. Nunca esquecer, como nos recomendam os textos sagrados (Cf. Eclo 19,17;Gl2 ,11;6,1;1Ts 5,14;1Tm 5,1-2) , que toda palavra corretiva dirigida a um irmão deve vir carregada de bondade. CM 428


Contudo, a melhor correção fraterna é o nosso testemunho, a exigência de atitudes que fazemos a nós mesmos, tendo presentes as palavras de Jesus Cristo que lemos em Mt 7,1-5. A correção fraterna só é admitida na caridade e, para nós, na mística da ajuda mútua. É fácil derrubar uma árvore. Fazer germinar a

semente e crescer a árvore exige cuidados e leva tempo. Mais importante que apontar defeitos é indicar caminhos, ajudar o irmão a crescer, sinalizando-lhe maneiras de conquistar virtudes. • Donizeti da Silvia Eq. Madre de DEUS - Setor B Mogi das Cruzes!SP

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SOBRE O OUVI R Há algum tempo, um sacerdote, ajudando-nos a discernir sobre o Dever de Sentar-se, foi construindo sua definição: Não é algo que me permita estar pronto para acusar o outro, nisto ou naquilo que este me tenha feito, mas estar pronto para despir-me. Sim, isso mesmo, confrontar minha nudez com a do outro, sem me envergonhar (Gn 2,25) . Um momento em que, sob a inspiração do Espírito Santo, posso deixar um pouco a objetividade, a certeza, a convicção de tudo aquilo em que acredito e entrar na subjetividade do outro, ou seja, naquilo que ele pensa. Para isso, preciso em primeiro lugar ouvir, e sobre ouvir, magistralmente, Rubem Alves contemplou: "O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça, mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que soCM 428

mos meio cegos ... Vemos pouco, vemos torto, vemos errado." Mas se para ouvir certo, o autor disse devermos admitir que somos meio cegos, tenho que me lembrar de tantos anos de Dever de Sentar-se. Um baita esforço, mas não há problema, isto é inerente a minha vida cristã, difícil, na minha pequenez, mas gratificante para minha perseverança e vontade de mudança. Enfim, se esta é minha história, escuto Jesus Cristo ao curar um cego (Me 8,22-24): "O que você vê? - Vejo os homens como árvores que andam" . Talvez seja isso o que Rubem Alves diz para o meu Dever de Sentar-se: ainda não vejo o que deveria ver. Para ver as coisas realmente como elas são, deveria antes perceber o que ele percebeu: que não somos o umbigo do mundo. E isso é muito difícil! Preciso mais do que nunca reconhecer Jesus no outro e colher os benefícios da alteridade. Não me basta apenas o silêncio que pode ser uma fuga, ou eu querendo di35


zer para o outro que o que ele diz não me importa, ou ainda, durante este silêncio, estar apenas elaborando um resposta rápida, certeira e totalmente racional , objetiva, como uma flecha , para que eu possa ganhar mais uma vez e demonstrar que eu tinha razão. Para finalizar, novamente com Rubem Alves : "Para se ouvir de verdade, isto é , para nos colocarmos dentro do mundo do outro, é preciso colocar entre parêntesis, 36

ainda que provisoriamente, as nossas opiniões. Minhas opiniões! " Mas isso somente será possível quando eu abrir verdadeiramente meu coração e escutar Jesus no meu Dever de Sentar-se: "Éfeta! que quer dizer abre-te . No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente ." (Me, 7,34-35) .• Rui e Tati Eq. N. S. da Santíssima Trindade Dourados/MS CM 428


RETIROS No retiro do qual participamos ficou claro para nós que precisamos plantar sementes de amor nos corações das pessoas ... É preciso acreditar no sacramento do Matrimônio, resgatar valores, respeito e solidariedade ... Ser testemunha do amor de Deus não é fácil. Defrontamo-nos com muitos obstáculos, por isso precisamos nos abastecer constantemente da Palavra de Deus, meditar a cada instante sobre a humildade e sobre o amor divino. São necessárias Regras de Vida constantes para melhorarmos continuadamente ... Mônica e Joviamar. Eq N S . da Rosa Mística - Setor A de ltumbiara!GO

... Frei Emane, que pregou o retiro, enfatizou que se o nosso corpo deve ser um templo vivo de Deus, então a Santíssima Trindade tem que morar dentro de nossos corações - Pai, Filho e o Espírito Santo, e para isso é preciso trocar o coração de pedra por um coração de carne. Em nossa caminhada a dois em busca da santificação, não podemos jamais perder o foco do sacramento do Matrimônio. Luc•a e Rubson Antônio Januário Secretário dos Setores ABC de Ribeirão Preto!SP

Em razão dos custos das casas de retiro, decidiu-se que o valor da inscrição seria pago 50% no ato da inscrição e partilhar os outros 50% por ocasião do retiro, que deveria CM 428

ser de 48 horas: das 18h de sexta até às 18h de domingo, seguindo a recomendação de Pe. Caffarel. A expectativa quanto à presença dos equipistas em razão das 48 horas foi superada. Mas quanto à partilha financeira, o que aconteceria? No domingo pela manhã, foi explicado que no envelope cada casal colocaria um valor para completar o pagamento da sua inscrição, de tal forma que aqueles que pudessem doar além do necessário colaborassem com os que não tivessem condições de cobrir todo o custo.... O auxt1io mútuo manifestou-se de verdade e a Providência Divina fez com que nada faltasse. Como diz o Papa Bento XVI: ''A solidariedade é a virtude que permite à famuia humana compartilhar em plenitude o tesouro dos bens materiais e espirituais"! San a e Maio CR Região SC I

O pregador do nosso Retiro, falando da importância do amor humano para Deus, trouxe como exemplo a presença de Jesus nas Bodas de Caná, um sinal do amor de Deus para a humanidade. Levou-nos a aprofundar o conhecimento mútuo e a valorizar o outro no seu todo: corpo, coração e alma. A atitude de Maria nas Bodas de Caná nos motiva a confiar nela como intercessora de nosso matrimônio. • Luciene e Ari Eq. N. S . do Parto - Setor B ·· Varginha!MG 37


AS SANDÁLIAS DO PESCADOR Em uma noite serena, ao findar de novembro de 2007, na ante-sala da casa paroquial, lá estavam os casais de nossa equipe, reunidos para nos despedir de Pe . Madrigal, espanhol de nascimento, mas brasileiro de corpo e alma (devido a grave doença, voltava para a sua terra natal) . Nas paredes da memória, ainda o vemos chegando com sua pequena moto para mais uma de nossas reuniões, tão atarefado com tantos compromissos na paróquia e em duas capelas, mas vinha oferecendo aquele sorriso amoroso e, no carinho de seus gestos , demo nstrava o quanto estava feliz por ali estar. Ministrou-nos a primeira grande lição de altruísmo, amor puro de bondade, caridade e abnegação. O tempo foi passando e os ventos do cotidiano nos jogavam ora para cima, ora para baixo, assim também acontecendo em nossa vida de equipista, mas algo impressionante acontecia todos os meses, naquele bendito e esperado dia . Deus encaminhava seu mensageiro para aliviar os nossos fardos , suas palavras de incentivo, de orientação, de esclarecimentos e de otimismo ecoam até hoje em nosso espírito, revitalizando-nos, a fim de tocarmos em frente nossa missão. No testemunho de um de nossos casais que estivera próximo de desistir não somente das Equipes, mas do próprio matrimônio, fica claro a força com que o 38

Espírito Santo agia através deste discípulo de Cristo. Por intercessão de Maria e orientados por este SCE, aí está o casal, cada vez mais fortalecido e unido, e a família assim resistiu às adversidades da vida moderna. E aí, mais outra grande lição, a de que somos instrumentos para a realização das obras do Senhor, instrumentos para a defesa do sagrado. O homem forte e vigoroso, atingido pela própria natureza, adentra a sala, devagar e sereno, agora sustentado pelas muletas insustentáveis, com o mesmo sorriso de sempre, coparticipa tranqüilamente tudo o que se está passando em sua vida, e quase como se quisesse nos proteger de algum sofrimento, esboça suas esperanças e seu otimismo. Mais parecia que éramos o paciente e ele o médico, e assim, entre tantas lições que aprendemos com ele ao longo destes nove anos de convivência, nos deixa, ali naquela sala, a principal: a de aceitarmos que precisamos respeitar a natureza como ela é, que Deus está sempre conosco em todos os momentos e que é a fé neste Deus bondoso e misericordioso que nos dará a força necessária para continuarmos acreditando na vida, no amor e na caridade , e, mesmo na dor, ainda termos um sorriso sereno para oferecer ao nosso próximo. • Equipe N. S. Mãe da Igreja São José do Rio Preto/SP CM 428


UMA MULTIDÃO DE SANTOS Até os 13 anos , eu sempre acompanhava minha mãe e minha avó materna às missas. Só muitos anos depois pude perceber que um grão vigoroso havia sido semeado. Naquela época, dois cantos marcaram-me muito: Prova de Amor, quando todos na igreja entoavam o refrão: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!" (Eu achava realmente uma proeza muito grande alguém doar sua vida pelo seu irmão, não conseguia me imaginar tendo tamanha coragem.). O outro canto era a Oração de São Francisco, quando todos pediam "fazei-me instrumento de vossa paz" e para cada situação negativa, havia uma alternativa positiva: ao ódio, o amor; à ofensa, o perdão; ao desespero, a esperança. .. Foi ainda naquela época, aos quatorze anos que conheci uma menina, primeira namorada, e outro grão duro foi semeado. Mas eu precisava ser provado. Aos 15 anos comecei a trabalhar e a partir daí afastei-me totalmente da Igreja, tornando-me um alguém preocupado consigo mesmo, priorizando o ter, estabelecendo metas para vencer... Mas Deus agiu e um grão semeado, de repente, inesperadamente, arrebentou e germinou: quase dez anos passados, reencontrei aquela menina, agora uma bela moça e descobrimos o amor, quatro anos entre namoro e noivado e nos casávamos. Mas, o coração ainda persistia enCM 428

durecido, afastado das coisas de Deus. Saí testando outras religiões, tendo inclusive freqüentado o espiritismo. Mas, como está escrito: "Ele fortaleceu o que cada um tem de bom .. " (Eclo 42,26). Graças a Nosso Senhor Jesus Cristo e ao amor e perseverança da minha esposa, o primeiro grão finalmente arrebentou e germinou. Como nos disse Samuel: " ... porque o Senhor é um Deus que tudo sabe" (1Sm 2,3). Eu recebia a graça de que Ezequiel nos fala: "eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne" (Ez 11 ,19). Já com mais de trinta anos, recomecei a freqüentar as missas e fomos sendo tomados como por um fogo, tal qual na sarça ardente , quanto mais ardia, não se consumia e aumentava em nós o desejo

É motivo de grande feliddade descobrirmos que podemos perseverar na busca da santidade, juntos, mutuamente nos apoiando. 39


de trabalhar na messe. Logo estávamos engajados na Pastoral Familiar, Encontro de Noivos, ECC. .. E a partir daí foram muitas bênçãos e graças. Mas ainda nos faltava algo que não sabíamos o quê , havia uma sensação de que deveríamos persistir: certamente quando o encontrássemos, logo o perceberíamos. Surgiu, então, em nossas vidas o movimento das Equipes de Nossa Senhora, com toda sua mística, sua pedagogia e tudo o que transformou as nossas vidas, a equipe , a prática dos PCE, reuniões formais , eventos, formações ...

Hoje temos certeza de que encontramos o caminho. Sabemos que é árduo e que é preciso passar pela porta estreita, mas é motivo de grande felicidade descobrirmos que podemos perseverar na busca da santidade, juntos, mutuamente nos apoiando e que tal não é algo possível apenas para nós dois. Todos os nossos queridos amigos e irmãos equipistas também estão nesta caminhada, uma multidão a caminho da santidade! • Marcos de Lucinha Eq. N. S. dos Pastores de Fátima Setor B de 0/inda/PE

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FRUTOS DO ESPÍRITO Há 10 anos nas Equipes, a cada retiro que fazíamos, ficava maravilhada com as graças que este PCE nos proporciona e me intrigava pensando na multidão de casais lá fora que não têm oportunidade de experimentá-las. Neste ano, foi participando do EACRE que o Espírito Santo enviou o que considero um chamado. Os momentos que vivemos foram ricos em formação, amor e fraternidade. A cada palestra e mensagem, sentia a presença do Espírito Santo a me mostrar o pouco que fazemos e o muito que podemos fazer por todos esses casais que não fazem parte desta famflia das Equipes de Nossa Senhora. À medida que ficava inquieta, vinha em minha memória as imagens de casais que conhecemos e que estavam como que 40

sentados à beira do caminho, esperando a oportunidade, sedentos, famintos do amor de Deus. Após o término do EACRE, falei para o Ronaldo que tínhamos uma missão importante a realizar e não podíamos esperar mais. Na mesma semana iniciamos visitas àqueles queridos casais. Sempre colocamos nossa Mãezinha à frente, para que nos ajudasse a saber falar e mostrar as maravilhas que o Movimento proporciona à cada um de nós. Com a graça de Deus, todos os casais que visitamos aceitaram o convite de nossa Mãe Maria e hoje estão fazendo a Experiência Comunitária. • Terezinha do Ronaldo Eq. N. S. das Graças - Setor A Manaus/AM CM 428


MÍSTICA EM AÇÕES Era o ano de 2000. Tínhamos acabado de ser eleitos casal responsável. Animados com a missão, pois sabíamos que estaríamos à frente da equipe, que já era para nós sinal de amor e unidade, confiávamos em que seríamos guiados pelo Espírito Santo e que teríamos a bênção de Nossa Senhora. Chegou dezembro: missa de posse, pré-EACRE. Fevereiro: EACRE. E começamos a missão. E desde então, rezando mais, participando mais da Eucaristia, estudando mais sobre as ENS, PCE, partilha, motivações para o crescimento e unidade da equipe. O Espírito Santo tomava conta de nós. E foi então que chegou o momento da provação. Por diversos motivos, nosso lado profissional foi complicando por demais ... Perdemos tudo o que tínhamos conquistado, materialmente falando, ao longo de nossos 13 anos de casados (na época) , inclusive a casa em que morávamos. Então, reunimo-nos com a nossa equipe e nossos pais, em nossa casa. Foi uma ecc/esia perfeita. Jesus e Maria com certeza estavam ali. Tínhamos seis anos de equipe. Um a um fomos coparticipando vitórias e derrotas ao longo de nossas vidas. Pedacinhos de vida, suores, lágrimas e sorrisos que valiam ouro... Alguns haviam atingido o "fundo do poço". Outros, nem tanto. Mas o que valia, naquele momento, era a garra, a fé e a uni~aCM 428

de do matrimónio. Todos se tornaram vitoriosos e agora estavam ali, cada um oferecendo, colocando à nossa disposição o fruto de suas vitórias. Depois que todos falaram, meu pai (que agora já está nas moradas eternas) disse algo que jamais esquecerei: "É, minha filha, ao longo de todos estes quase 70 anos, sempre aprendi que amigos são aves de arribação, no tempo bom eles vem, no tempo mau eles vão. Mas vejo que estes não são aves de arribação, são verdadeiros amigos." A partir daí entendemos o que são amigos, o que é a verdadeira ajuda mútua, o verdadeiro amor de um amigo/irmão: Todos colocaram em prática o que Jesus nos ensina em Lc 6,36-39 ("Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a medida com que medirdes, sereis medidos vós também."). Eles não nos julgaram nem nos condenaram. Eles simplesmente nos amaram. Com uma medida boa, cheia, recalcada e transbordante. Naquele momento, lembramos de nosso casal piloto que, entre tantos ensinamentos, nos deixou bem claro que a ajuda mútua é para ser vivida não somente no espírito, mas também na maté41


ria, pois somos corpo e espírito. Fomos, por um tempo, sustentados por eles. Cada casal nos ajudava de um jeito: um nos cedeu um apto para morar, outro nos ajudava com a feira, outros com dinheiro, e teve até ajuda de trabalho em nossa empresa. Quando deixamos nossa casa, ao fechar o portão, lembrei-me de duas coisas: de uma palavra de meu pai que dizia: "entregue-a, minha filha, e não olhe para trás" ; e do Pai celeste que, através da Escuta da Palavra, me fez lembrar de quando Abraão foi entregar seu filho para ser sacrificado. Foi um tempo difícil. Nosso SCE nos deu de presente um vaso de flores vermelhas e nos disse: " ... é para vocês lembrarem que estão vivendo tempo de martírio". Mas, cada manhã, não saíamos da cama sem antes louvar e agradecer a Deus por cada dificuldade, mesmo que fosse em lágrimas. Sabíamos que algo muito melhor ainda nos aguardava. Na primeira noite que fomos passar no novo lar, nossa equipe estava lá. Até no colocar as coisas no lugar, também estavam lá . Uma irmã

equipista falou: "coloque as melhores roupas de cama que você tem". Outra trouxe flores, outra, salgados, outra, bebidas. Então, rezamos e depois festejamos, porque sabíamos que fechávamos uma porta onde Deus estaria escancarando janelas. Recebemos muitas orações. A Palavra de Deus como que se materializava. Era (e é) tão viva que ficávamos espantados. Fomos a cada dia vivendo-a. Aumentava, assim , em todos a confiança, ou melhor, a certeza da realização dos desígnios de Deus para nós e para nossa equipe, que bebia conosco do mesmo cálice. Somos realmente agraciados por Deus. Hoje, com 14 anos de caminhada, somos os mesmos 7 casais, todos trabalhando em pastorais. A equipe é prioridade em nossas vidas, porque dentro de nós temos como um mandamento aquilo que Jesus nos ensina em Mt 5,16: "Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos céus".• Hesse e Miguel Eq. N. S. de Fátima - Setor C Divinópolis/ MG

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CH ECK- LI ST PARA VI AG EM Somos casados há dois anos e meio e há um estamos nas Equipes. Sempre achei que tínhamos um bom relacionamento com Deus , vivíamos bem individual42

mente nossa espiritualidade e procurávamos vivê-la em nosso Matrimônio. Quando entramos nas Equipes e fomos iniciando os PCE, as dificuldades surgiram e CM 428


pudemos perceber que caminhávamos com passos diferentes, cada um no seu ritmo. Isso no início me angustiava muito, porque eu queria que já iniciássemos com a mesma vontade, ao mesmo tempo. Foi então que decidi que faria a minha parte , que me esforçaria, que rezaria muito para Deus me dar paciência de saber esperar o Seu momento de desabrochar no nosso coração as vontades e as atitudes que Ele pedia. Comecei a , de joelhos, pedir-Lhe que nos ajudasse a entregar-Lhe esse relacionamento e que minhas atitudes também inspirassem o André. A resposta veio aos poucos, em pequenas coisas do dia-a-dia. Mas aquela sexta-feira foi especial... Eu chegava em casa após ter levado o André ao aeroporto para mais uma viagem a serviço. Ficaríamos afastados por 20 dias. Em casa, sobre a escrivaninha, percebi uma folha branca com alguns dizeres. A letra eu conhecia, e com uma lista enumerada de 1 a 6, que logo me fez pensar: "Ele não muda mesmo. Como da outra vez, deve ter deixado a lista das coisas que preciso fazer neste período: as contas a pagar, o número da conta, a senha e o acesso à Internet do banco. Sem contar as instruções já ditas: tirar o lixo, fechar as janelas e até mesmo como programar a máquina de lavar roupas ... " Para minha surpresa, no entanto, na folha estava escrito: ''Agora que estou partindo para mais um desafio e nós ficaremos alguns dias separados, quero peCM 428

dir-te algumas coisas: 1- Cuide bem de ti, principalmente da alimentação; 2- Aproveita bastante teu trabalho, tu és muito competente e eu tenho certeza que vais poder mostrar isso lá no posto (sou médica); 3- Lembra-te de mim, pois eu me lembrarei muito de ti. Isso é que vai me dar forças, especialmente diante dos desafios; 4- Reza por mim, pois tu és um exemplo de fé e amor a Deus e isso com certeza vai chegar até mim; 5- Não te esqueças de que eu te amo e que vou, mas querendo logo voltar, porque sinto muito tua ausência; 6- Por fim, fica com Deus, em paz. Te amo e já sinto saudades , André." Com lágrimas nos olhos, coloquei a folha no mural à minha frente e cumpri cada tópico. Participei das missas e comunguei. De joelhos rezei agradecida pelo marido que tenho, pelas bênçãos que temos recebido e pela maneira como Ele escolhe nos tocar. O check-list de coisas materiais havia se transformado no check-list do Amor! • Maria Eduarda do André Eq. Mãe da Divina Graça Florianópolis. SC 43


AGÁPE Amor verdadeiro é amor total. vez que se fala do amor de Deus Deve-se à filosofia grega a defini- para com a humanidade deve-se ção precisa das várias manifesta- entender um amor incondicional, ções de amor. Observando com um amor que não se regula por perspicácia os vários tipos de rela- contingências, limitações ou desercionamento afetivo entre os huma- ções. Na cultura latina este amornos, os filósofos gregos diferencia- doação recebe a denominação de ram e precisaram cada um desses amor eterno , evocando uma relacionamentos. Ao relacionamen- atenção sempre atual e plena. to marcado por desejos ardentes, Amor eterno é amor gratuito, normalmente circunsamor não pautado crito ao ímpeto sexual, por reconhecimentos deram o nome de e retribuições , se eras. De onde advém, Nenhuma bem que não as exevidentemente, o eróclua, evidentemente. outra tico, sinalizando todo Apropriadamente, o relacionamento que apóstolo João identifidisposição gira em torno do insca Deus com ágape , quando escreve que tinto sexual. Uma oué tão tra categoria de amor Deus é amor, amor toé o storgé, que indica tal. Presença total! condizente o afeto presente entre Atenção total! coma familiares. Há ainda o Significativamente, os cristãos dos primeiphi/os que destaca o celebração afeto entre amigos ou ros séculos recorreram ao termo ágape para a afeição a determinada Eucaristia dos hábitos. Por fim , a designar a Eucaristia! filosofia grega recoEntenderam que esta quanto a nhece o agápe, que reé , primordialmente, de doar-se presenta o amor doauma celebração de ção, o amor incondiamor, e de amor-doaintegralmente. cional. O amor que ção. A Eucaristia faz ama por amar. O amor memória do infinito e total. O sublime amor! espontâneo amor de Os autores sagrados do Novo Deus pela humanidade, manifestaTestamento, fazendo uso do idio- do na pessoa e na vida de Jesus ma grego, recorrem ao termo agápe Cristo, mas de uma maneira espequando reportam Jesus falando do cial nos derradeiros eventos da amor de Deus. Recurso este que paixão, morte e ressurreição. Vivesinaliza, evidentemente, que toda se e agradece-s~ na Missa o misté44

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rio do amor de Jesus Cristo que fez doação da sua vida para a salvação dos pecadores. Celebra-se na Missa o amor total, o agápe de Jesus Cristo. Presença real é presença total, amor total, entrega total! Atinge o ápice a Eucaristia no ato de repartir e consumir o Pão da Vida, o próprio Corpo e Sangue do Senhor Jesus. Receber e consumir a hóstia consagrada, comungar, na costumeira linguagem, é um gesto intrinsecamente inserido em todo contexto eucarístico e representa, portanto, o encontro íntimo e sublime entre duas pessoas que se querem amar incondicionalmente. Nenhuma outra disposição é tão condizente com a celebração da Eucaristia quanto a de doar-se integralmente. Esta configuração de amor total não envolve somente os fiéis em sua condição individual, mas também em sua condição comunitária, eclesial. A assembléia reunida para celebrar a Eucaristia deve estar marcada também pela dimensão do ágape. Este é o clima

da Eucaristia, inspirado e sustentado, evidente, pela pessoa e pelos gestos do Senhor Jesus. Sem caridade não há Eucaristia verdadeira. Sem ágape não há comunhão revitalizadora e renovadora. Entende-se a razão porque o evangelista João reproduz, e com insistência, o mandamento do amor fraterno no contexto da Ceia Pascal, a primeira Eucaristia celebrada por Jesus e seus apóstolos. É por amor que Jesus se faz pão. É somente por amor que pode ser frutuosamente consumido. Sempre cientes de que amar é um ato de vontade, uma escolha livre e decidida de doar-se. O amor ágape renova-se e robustece-se toda vez que os amados se encontram! Os desdobramentos da Eucaristia não se esgotam na missa, mas estendem-se e marcam todas as situações do cotidiano. Celebrar a Eucaristia é viver o amor ágape! • Pe. Charles Borg SCE Eq. N. S. do Caminho Araçatuba!SP

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EM DEFESA DA VI DA Continuamente somos ameaçados por uma cultura de morte, gerando falta de confiança em nós e nos outros, demonstrando comportamentos egoístas, com atitudes hedonistas, retirando do foco principal a visão bio-psíquica-espiritual da pessoa humana. Com este CM 428

posicionamento fragmentamos a pessoa e geramos sofrimentos. Nossos pensamentos são violentamente bombardeados e maculados pela forma utilitarista de enxergar o outro, desaparecendo do relacionamento interpessoal o amor doação (o amor ágape). 45


Com o avançar tecnológico e com a frenética modernização científica, os fins passam a justificar todos os meios, mesmo que em detrimento da dignidade intrínseca à pessoa, desde a fecundação (início da vida) ao último suspiro. Esta dignidade transpõe fronteiras, raça, cor, cultura e sexo. Atrelar razão (entenda-se ciência) e fé é ato de corajosos, como também é a maneira mais simples de contemplar a verdade, como tão bem nos ensinou João Paulo II (Fides et Ratio -1998). Vislumbrar melhora da qualidade de vida ou a cura de doenças incapacitantes por meio do uso de células tronco é algo mais que fenomenal, contanto que não cause a destruição de uma vida em seus primórdios, como é o caso das células tronco embrionárias. A fusão dos 23 cromossomas maternos com os 23 cromossomas paternos, momento em que se consolida a fecundação, resulta em um genoma com um patrimônio genético único, novo, autônomo e contínuo, representando um novo ser vivente da espécie humana, com um enorme potencial de desenvolvimento, que da genitora precisa apenas do ambiente e dos nutrientes para que isto ocorra, portanto não sendo parte inerente do seu 46

corpo! A facilidade de obtenção somada à totipotencialidade das células tronco embrionárias atrai interesses científicos e de multinacionais da indústria farmacêutica , porém são enormes as implicações éticas e de segurança ligadas à oncogenicidade (capacidade de gerar tumores). Ao ser utilizada a célula tronco embrionária, há a destruição do embrião que teria, se não fosse interrompido, todo o seu desenvolvimento até a fase adulta do ser humano, por este motivo somos contrários à utilização das mesmas, sejam quais forem os seus fins. Com grande capacidade de diferenciação em várias células do organismo humano, sem problemas éticos ou de segurança, a ciência médica tem publicado estudos sobre a utilização de células tronco adultas, as quais têm mostrado eficácia sem, entretanto, destruírem a vida embrionária, sendo esta opção de célula tronco apoiada pela Igreja Católica. Carregamos conosco uma grande responsabilidade de defender a vida. Quanto mais conscientes somos, mais responsáveis nos tornamos. • Ana Aécia do Franzé Eq. 31 - Fortaleza/CE CM 428


SILÊNCIO DE CRISTO Uma antiga lenda norueguesa narra este episódio sobre um homem chamado Haakon, que cuidava de uma ermida à qual muita gente vinha orar com devoção. Nesta ermida havia uma cruz muito antiga, e muitos vinham ali para pedir a Cristo que fizesse algum milagre. Certo dia, o eremita Haakon quis também pedir-lhe um favor. Impulsionava-o um sentimento generoso. Ajoelhou-se diante da cruz e disse: - Senhor, quero padecer por vós. Deixai-me ocupar o vosso lugar. Quero substituir-vos na Cruz. E permaneceu com o olhar penden-

te da cruz, como quem espera uma resposta. O Senhor abriu os lábios e falou. As suas palavras caíam do alto, sussurrantes e admQestadoras: - Meu servo, cedo ao teu desejo, mas com uma condição. - Qual é, Senhor? perguntou com acento suplicante Haakon. É uma condição difícil? Estou disposto a cumpri-la com a tua ajuda! - Escuta-me: Aconteça o que acontecer, vejas tu o que vires, deves guardar sempre o silêncio. Haakon respondeu: -Prometo-o, Senhor! E fizeram a troca, sem que ninguém o percebessé. Ninguém reconheceu o eremita pendente da cruz. Quanto ao Senhor, ocupava o lugar de Haakon. Durante muito tempo, este conseguiu cumprir o seu compromisso e não disse nada a ninguém. Certo dia, porém, chegou um rico. Depois de orar, deixou ali esquecida a sua bolsa. Haakon viu-o e calou. Também não disse nada quando um pobre, que veio duas horas mais tarde, se apropriou da bolsa do rico. E também não, quando um rapaz se prostrou diante dele, pou47


co depois, para pedir-lhe a sua graça, antes de empreender uma longa viagem. Nesse momento, porém, o rico tornou a entrar em busca da bolsa. Como não encontrasse, pensou que o rapaz se teria apropriadQ dela. Voltou-se para ele e interpelou com raiva: - Dá-me a bolsa que me roubaste! O jovem, surpreso, replicou-lhe: - Não roubei nenhuma bolsa! - Não mintas; devolve-me já! - Repito que não apanhei nenhuma bolsa! O rico arremeteu furioso contra ele. Soou então uma voz forte : -Pára! O rico olhou para cima e viu que a imagem lhe falava . Haakon, que não conseguira permanecer em silêncio diante daquela injustiça , gritou, defendendo o jovem e censurando o rico pela falsa acusação. Este ficou aniquilado e saiu da ermida. O jovem saiu também , porque tinha pressa para empreender a sua viagem. Quando a ermida ficou vazia, Cristo dirigiu-se ao seu servo e disse-lhe: - Desce da cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não soubeste guardar silêncio. 48

-Mas, Senhor, como podia eu permitir essa injustiça? Cristo voltou a ocupar a cruz e o eremita permaneceu diante dela. O Senhor continuou a falar-lhe: -Tu não sabias que era conveniente para o rico perder a bolsa, pois trazia nela o preço da virgindade de uma jovem. Quanto ao rapaz que iria receber os golpes, as suas feridas o teriam impedido de fazer a viagem que, para ele, foi fatal: faz uns minutos que o seu barco acaba de soçobrar e que ele se afogou. Tu também não sabias isto, mas eu sim. E por isso me calo. E o Senhor tornou a guardar silêncio. Muitas vezes nos perguntamos por que Deus não nos responde. Por que Deus se cala? Muitos de nós quereríamos que Deus nos respondesse o que desejamos ouvir, mas Ele não o faz. Respondenos com o silêncio. Deveríamos aprender a escutar esse silêncio. O divino silêncio é uma palavra destinada a convencer-nos de que Ele, sim, sabe o que faz. Com o seu silêncio, diz-nos carinhosamente: "Confia em mim, sei o que é preciso fazer! ". • Contribuição de Wilson de Soraia Eq. N. S . do Bom Conselho Arapiraca 1AL CM 428


MEDITANDO EM EQUIPE No decorrer do mês de agosto, lembramos o Dia dos Pais. O nosso pensamento se dirige à origem da paternidade, Deus Pai . Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, a paternidade divina também é identificada com a sua providência, manifestada ao longo da história de Israel. Deus cuida de seu povo como um pai amoroso, não lhe deixando faltar nada . Daí a confiança em Deus é a resposta da pessoa à sua paternidade.

ESCUTA DA PALAVRA EM MT 6,25-34 Sugestões para a meditação 1. Como acolhemos a paternidade de Deus em nossa vida? 2. O que significa para a vida de casal abandonar-se à providência divina? 3. Como educar a si e aos filhos para uma sã preocupação com o bem-estar?

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(SI 103) Bendize a Javé, ó minha alma, e tudo o que há em mim ao seu nome santo! Bendize a Javé, ó minha alma, e não esqueças nenhum de seus benefícios. É ele quem perdoa todas as tuas faltas E cura todos os teus males. É ele quem redime tua vida da cova e te coroa de amor e compaixão . É ele quem sacia teus anos de bens e, como a da águia, tua juventude se renova. Javé realiza atas justos, fazendo justiça a todos os oprimidos; revelou seus caminhos a Moisés e suas façanhas aos israelitas. Javé é compaixão e piedade, lento para a cólera e cheio de amor, ele não vai disputar perpetuamente, e seu rancor não dura para sempre. Nunca nos trata conforme nossos pecados, nem nos devolve segundo nossas faltas.


MAGNIFICAT O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! A minh'alma engrandece o Senhor exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita . O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende, sobre aqueles que o temem; Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; Sacia de bens os fam intos, despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor; Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém

O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome!

Equipes de Nossa Senhora

Movimento de Espiritualidade Co njugal R. Luis Coelho. 308 • 5° andar. cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone : (O xx11} 3256 .1212 • Fax : (Oxx1 1} 3257 .3599 secreta riado@ens org.br • cartamensal@ens .org .b r • www.ens .o rg .br


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