ENS - Carta Mensal 412 - Outubro/2006

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°41 2 • Outubro 2oo6

EDITORIAL Da Carta ensal ... ...... .... ..... ....... ... 01 SUPER-REGIÃO

MARIA O poder do Rosário .. .... .. ............... 26 Devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda .. .... ........... 27

As duas chaves ..... ....... ..... ... .......... 02 Há mais ~legria em dar do que em receber ... .... ...... ... .. .. .. .. 03 Não é um fardo, é meu irmão ...... 04 TEMA DE ESTUDO Contemplando a face de Cristo .... 06 VIDA NO MOVIMENTO Avaliar o ontem, planejar o amanhã ....... ................. 07 Sessão de Formação Nível III ... .... .. 09 Retiros .... ......... ...... ....... .......... ........ 1O FORMAÇÃO Domingo é dia de Deus ....... ......... . 11 TEMPO DA IGREJA Espiritualidade missionária ...... .... . 13 A caridade, alma da missão .... .... .. 15 DIA DA CRIANÇA Te amo até o fim ..... ........ .. ...... ... ... 18 E a história se repete ... ..... ..... ..... .. 19 Limites para jovens ou para adu ltos? ........................... 20 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ..... .. 22

CariiJ Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de lmprrmsa " n• 219.336/ivro B de 09.10.2002

Avani e Carlos Clélia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Sergio Pe. Geraldo Lai: B. Hackmann

Edição: Equipe da CariiJ Mensal

JomalisiiJ Responsável: Calherine E. Nadas (mtb /98.15)

Graciere e Gumbim (responsáveis)

Projeto Gráfu:o: Alessandra Carignani

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Meditação ........ .... .... .... .. .......... .. .... 29 Escuta da palavra ...... ................ .. .. 30 Dever de sentar-se .... ...... .. .. ........... 32 A importãncia dos PCE .. .. .. ........ .. .. 33 Encontro marcado com Deus .. ...... 34 Unidos pela oração .. ...................... 36 Criatividade para realizar os PCE .............................. . 37 TESTEMUNHOS Balanço de caminhada ............ .. .... Teu amor me transformou .... ........ As maravilhas das equipes em nós ...... .... ............. Crescendo na missão .....................

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ATUALIDADE Amor, força criativa .. ...... .. ............. 43 Casamento sem filhos ............ ....... 44 REFLEXÃO

As colheres de cabo comprido .... . 45 O alicerce e a parede ...... ...... ........ 46 Lição de sabedoria ........ ...... ...... .. .. 48

Ediloração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390- /I " andar. cj. 115 - Perdizes - São Paulo Fone: (O:u/1) 3677.3388

Cartas. colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coe/loo, 308

FotomoniiJgem da copa: Roberto Silva Gambim

5" andar . conj. 53 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 3256.12 12 Fax: (Oxx /1 ) 3257.3599

I mpressiio: C/y

carlamensal@ens.org.br NC Graciere e Gambim


Queridos Irmãos Equipistas: Quando esta edição chegar às suas e às nossas mãos, já terão acontecido o X Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora e a peregrinação a Lourdes, cuja preparação, por dois anos, ocupou páginas da Carta Mensal, e o Espírito Santo terá derramado abundantes graças sobre os casais equipistas, para que testemunhem sempre mais o amor de Deus em sua vida matrimonial. Frei Avelino lembra o sagrado dever da escolha do Casal Responsável de Equipe para o próximo ano. Os membros da equipe emprestam seu voto a Cristo, que convida o novo CRE a amar mais, para servir mais. Não importam as imperfeições dos eleitos, mas "o contrapeso do amor" colocado ao serviço da animação dos irmãos de equipe. Ser CRE é estar ungido para urna missão, a cujo chamado responde: "Eis-me aqui, Senhor!" No dia das Missões, Bento XVI anima a Igreja, dizendo que a alma da missão é a caridade. Todo cristão é chamado a amar, e sua atividade missionária deve "brotar de um profundo ato de amor divino", para testemunhar ao mundo o amor infinito de Deus a cada pessoa humana. Cida e Raimundo, igualmente, nos falam de amor. Amor que, vindo de Deus, nós manifestaremos no acolhimento mútuo de esposo e esposa, de pais e filhos, em nossas relações na Equipe, na comunidade paroquial, no relacionamento

acolhedor e solidário com os mais necessitados ... Dia das Crianças: Elas são bênção e compromisso para os pais e também aos avós ... Doze de outubro: Festa da Padroeira do Brasil e da Super-Região Brasil, Nossa Senhora Aparecida. É ocasião para relermos João Paulo II e aprofundarmos nossa devoção a Maria, Mãe de Deus, modelo da Igreja, Estrela da Evangelização. Dois acontecimentos marcaram o Movimento em agosto: -Nos dias 18 a 21, o Encontro do Colegiado Nacional, onde foram refleti das as orientações para 2007, e quando tornaram posse um novo Casal Provincial e onze novos Regionais, do que se ocupará a Carta Mensal de novembro. - No dia 15, solenidade da Assunção de Maria, o Pai entendeu que sua querida filha Nancy já havia cumprido sua missão entre nós e a chamou para a morada que lhe havia preparado, certamente junto ao seu Pedro. Tristeza? - Não! Saudade! E a esperança alegre na ressurreição. Resta em nós um sentimento de compromisso de fidelidade ao carisma fundador, do que ela sempre foi exemplo. Sobre o significado dela para o Movimento também vamos ler na edição de novembro de 2006. Carinhosamente!

Graciete e Avelino Gambim CR Eq. da Carta Mensal


AS DUAS CHAVES Caríssimos Casais e Conselhei.fos: "Eis que estou à porta e bato!" (Ap 3,20). Quem bate à porta chama à missão. A Igreja, pensando em renovar-se, foi em busca da chave que abre a porta da renovação. Encontrou-a voltando às Escrituras; nela descobriu a própria identidade e missão. O cristão verdadeiro é aquele que assume a mesma identidade e missão da Igreja. É convicção nossa de que precisamos primeiro ser e depois fazer. Quando não fazemos, é porque não somos o que devemos ser. O não fazer coloca em cheque o nosso ser. O movimento das ENS pede aos casais o compromisso de ser e viver em plenitude a vida cristã. Por isso, é chamado Movimento de Espiritualidade. Sabemos, contudo, que toda vocação é missão. A missão consiste nisto: colocar a vida à disposição do outro. A vida tornase testemunho, e o testemunho é serviço. Ser testemunho equivale a fazer da vida um serviço em favor dos outros. A disponibilidade em servir é o selo de garantia da maturidade espiritual e humana. A vida é dom, e os dons são para a utilidade de todos. É nossa a expressão "Vida de Equipe!"; e como devemos repensála, valorizá-la e cultivá-la mais e mais, com muito carinho! A Equipe, como a família, é uma "pequena Igreja", portanto, chamada a servir. O serviço começa em casa! É ur2

gente criar uma sensibilidade mais afinada para que o chamado ao serviço seja visto como um apelo do Senhor. A chave do sim ao chamado abre a porta aos que batem, não fecha a porta, deixando fora os que batem e impedindo a luz do sol entrar! A disposição em servir é o grau de amor que consagro à Equipe! Quantas vezes fugimos do apelo ao serviço no Movimento! Quantas vezes já driblamos convites para um serviço necessário ao enriquecimento e fortalecimento espiritual da Equipe, da qual tanto recebemos! Membro vivo da Igreja, do Movimento é aquele sempre disposto a responder: "Eis-me aqui!" Deus não escolhe capacitados para servir; mas, simplesmente, tira do meio do povo os que hão de servir este povo. O escolhido é ungido pelo Senhor. A unção capacita. O valor do que fazemos não se mede por contrapesos de ações, mas pelo contrapeso do amor que colocamos nas ações. Acolher um chamado é acolher o convite do Espírito Santo. O plano de Deus, sem respostas humanas, não se cumpre. Outubro é o mês do teste da sensibilidade e generosidade aos apelos do Senhor. O sim constrói e engrandece. O não enfraquece, entristece e empobrece. Se chamado, diga com Maria: Fiat!

Pe. Frei Avelino Perfile , SCE/SR CM 412


HÁ MAlS AlEGRlA EM DAR DO QUE EM RECEBER <At

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Amados irmãos equipistas: Desde 15 de agosto de 2006, quando comemoramos a Assunção de Nossa Senhora, vivemos sem a presença terrena de Nancy Cajado Moncau, Mãe das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, que foi para junto do Senhor aos 97 anos de idade. Como não manifestarmos a nossa gratidão a Deus por Da Nancy, cuja presença marcante sempre foi impulso teologal vigoroso a nos impulsionar pelo caminho? Da Nancy partilhou conosco um amor incansável e uma profunda generosidade. A sua oferta de vida foi um testemunho fecundo de que o amor é dom e compromisso. Compromisso com o ser humano; compromisso com o cônjuge, com a vida conjugal, com a família; compromisso com a construção do Reino de Deus. Ela e o esposo, Pedro Moncau Júnior, como Maria e José, foram capazes de escutar o inaudível e perceber na obra do Pe. Caffarel, iniciada na França, uma missão que Cristo lhes confiava. Assim, eles protagonizaram no Brasil o despertar de consciência para o caminho de santidade presente na vida matrimonial, um árduo empreendimento de busca da união com Deus. Tudo flui com suavidade e paz em Da Nancy. Sua vida é expressão de um SER profundamente espiritual, humilde, solidário, fraterno e fiel. Sua vida manifesta ao mundo, CM 412

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o interior de quem viveu intensamente como filha de Deus e fez dela (vida) uma permanente entrega amorosa, fruto da abertura e do acolhimento de quem é sensível à ação do Espírito que sopra onde quer. Nada fazia sem preparar cuidadosamente. Suas palestras sempre eram precedidas de longos momentos de oração. Sabia buscar no silêncio do coração a mensagem que deveria transmitir para insuflar a alma dos seus ouvintes. Assim, vivia na prática uma orientação do Pe. Caffarel aos casais que exerciam responsabilidade de equipe: para ajudar os outros a encontrar Deus, a santificar-se e a viver integralmente o seu cristianismo, é certamente indispensável que nós mesmos o procuremos. (Um homem arrebatado por Deus, p. 99). Para que as ENS continuem a ser para as gerações futuras um sinal de esperança, fonte de irradiação da espiritualidade conjugal e de difusão da cultura do matrimônio, os convocamos a homenagear Da Nancy da mesma maneira com que ela homenageou a Pedro Moncau: E que melhor homenagem podemos prestar à memória dos nossos ausentes, senão procurar compreender, viver, continuar a obra a que ele se dedicou com tanto ardor? (O sentido de uma vida, 3a ed., p. 199)

Graça e Roberto - CRSR 3


Palavra do Provincial

NÃO É UM FARDO, ÉMEUlRMÃO Como eu vos amei, amai-vos uns aos outros (Jo 13,34).

O título deste artigo não é nosso, tomamo-lo emprestado da historinha que vamos lhes contar e que nos fará ruminar sobre nossas atitudes perante o outro. "Num caminho áspero e pedregoso, encontrei uma menininha que carregava nas costas o irmãozinho. Minha criança - eu lhe disse - carregas um pesado fardo: Ela me olha e diz: - Não é um fardo, senhor; é meu irmão". Para compreender o significado desta historinha, vamos recordar o que disse Jesus aos discípulos em sua despedida: Filhinhos, por pou-

co tempo ainda estou convosco... Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros (lo 13,33.34). Essa é uma situação que, para muitos de nós, consiste em um "beco sem saída", ou seja, o desafio de amar o próximo irrestrita e incondicionalmente - amor por quem não temos nenhuma simpatia; por quem nos ofendeu ou magoou; por quem está ferido ou preso; por quem não tem comida, nem te to ... O desejo de Deus é que vejamos o rosto de seu Filho no outro, como ressalta a letra da música: "Seu nome é Jesus Cris4

to e passa fome e grita pela boca dos famintos, ... ./ Entre nós está e não o conhecemos./ Entre nós está e nós o desprezamos". Eis o caminho por onde passa a nossa conversão: acolher Cristo no outro. É a caridade fraterna de que fala o Pe. Caffarel. É a rrústica do auxílio mútuo. Nós estamos no mundo. Nossa vida é uma teia de relacionamentos: cônjuge, filhos, familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, de lazer, irmãos de equipe e da paróquia, desconhecidos, "flanelinhas", pedintes etc. Como nos relacionamos com todos eles? Tratamo-los de forma igual? O nosso acolhimento é o mesmo para todos? Temos coragem de ir ao encontro do desfigurado ou diferente? Somos sempre coerentes em nossas atitudes, qualquer que seja a ocasião? Reflitamos! CM 412


Jesus é o mestre da acolhida, da solidariedade. Os evangelhos estão repletos de exemplos de desprendimento, tolerância, perdão, amorosidade, doação ... Quem não conhece os episódios do Bom Samaritano, de Zaqueu, o cobrador de impostos, de Maria Madalena, a adúltera, da samaritana do poço, do homem leproso? Conforme Sebastiani, "a solidariedade tem seu fundamento no mistério de amor de um Deus que é solidário com as suas criaturas até o ponto mais extremo, superando limites que vão muito além do que possam ser nossas esperas e esperanças. Importa, pois, viver de modo solidário, reconhecendo no outro um ser que é precioso aos olhos de Deus, que é amado e escolhido por Ele" (Sebastiani, 1998), reconhecendo sua dignidade e unicidade. Diante disso, é recomendável e saudável viver relacionamentos profundos e cheios de amor para descobrir no outro o mistério divino, um mistério que tudo ultrapassa. Afinal, nada aproxima mais os homens de Deus do que fazer bem a seu próximo (Grün, 2003). Um dos aspectos essenciais da vocação das Equipes de Nossa Senhora em relação aos outros, e da mesma maneira, em relação ao amor dos esposos e ao amor dos filhos, é, exatamente, a prática do Mandamento Novo, o que significa ver Jesus Cristo no irmão equipista, no cônjuge e nos filhos. Segundo nosso fundador, "uma Equipe de Nossa Senhora não é só um grupo de casais onde se pratica CM 412

o amor fraterno, mas onde, em primeiro lugar, as pessoas se iniciam no amor fraterno. A senha para a felicidade conjugal é o auxílio mútuo entre os esposos; o amarem-se um ao outro para, juntos, amarem a Deus. Segundo Pe. Caffarel, "a grande tarefa para os esposos cristãos é, primeiramente, tomar consciência de que o 'mandamento novo' lhes diz respeito e, depois, trabalhar para converter o seu amor conjugal em caridade conjugal", e poder dizer um ao outro, com toda a verdade: "No teu amor por mim, vejo o amor de Deus que vem ao meu encontro; no meu amor por ti, uno-me ao amor de Deus, que pede meu coração emprestado para te amar". E o ápice do amor do casal se dá na instauração da caridade entre pais e filhos. É urgente, pois, ter a audácia de ir ao encontro do outro para encontrar Jesus; até porque "as rosas que você leva para a vida dos outros não exalam seu perfume só para eles, mas também para você. Elas enchem também seu coração de amor e alegria" ( Grün, 2003). Queridas irmãs e irmãos, nesse momento ímpar na vida do Movimento, em que equipistas do mundo inteiro, física ou espiritualmente, têm um encontro marcado com a Mãe de Jesus em Lourdes, ousemos dizer: Não é um fardo, Senhor, é meu irmão!

Cida e Raimundo Casal Provincial Nordeste Eq. N. S. do Perpétuo Socorro 5


CONTEMPlANDO A FACE DE CRlSTO Quando eu era criança, muitas vezes ficava imaginando como seria o rosto de Jesus Cristo. Imaginava várias possibilidades, mas eu nunca conseguia focalizar o seu rosto. Mas o tema de estudo deste ano me fez relembrar momentos da minha vida, então me dei conta de que tinha visto o rosto de Cristo inúmeras vezes e em muitas situações de minha vida, tanto nas horas boas quanto nas ruins. Eu vi o rosto de Cristo refletido nos olhos de meu esposo, no dia do nosso casamento. Senti sua presença, envolvendo-nos durante o momento difícil em que perdemos nossos dois bebês, antes de eles nascerem. Mais tarde, vi o delicado sorriso de Jesus quando olhei para os rostinhos de nossos filhinhos pela primeira vez. Vi sua glória na criação e sua majestade no dia ensolarado de nas tempestades e nas noites

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estreladas. Vi a alegria de Cristo nas ações daqueles que procuravam servir. Senti seu carinho no amor dos irmãos equipistas que choraram comigo nos momentos tristes e difíceis. As vezes que não consegui vêlo foram aquelas em que me recusei a abrir os olhos da fé. Todos nós já vimos Cristo em nossas experiências diárias, nas montanhas e vales de nossas vida. Quando abrimos os olhos do nosso coração, enxergamos a face de Jesus Cristo. Que possamos abrir melhor os olhos do coração para que nos tornemos mais conscientes da presença de Cristo em todas as coisas e a contemplar sua face no rosto de nossos irmãos.

Dalva do Jorge Eq 08- CR Setor D Juiz de F

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AVAllAR O ONTEM, PlANEJAR O AMANHA Consta no Guia das Equipes de Nossa Senhora: "A última reunião do ano equipista é uma reunião de balanço. Ela proporciona a todos os componentes do grupo a oportunidade de refletir e dar sua opinião, abertamente e com espírito cristão, sobre a situação da equipe, (sua caminhada, seus progressos ao longo do ano que termina) e preparar o ano seguinte. Não se pode esquecer que o mais importante é buscar a vontade de Deus para o casal e para a equipe e discernir seu apelo para viver, mais autenticamente, o amor caridade, que é a alma de toda a comunidade cristã" (Guia, VI.C.c). Ultimamente, no Brasil, é costume fazer-se a Reunião de Balanço no mês de novembro. Para o balanço anual, são colocadas algumas questões a serem respondidas para a Super-Região, para a Província, Região ou para o Setor, as quais dizem respeito a um balanço do Movimento. Entretanto, a principal avaliação deve ser a da própria vida e da vida de equipe, para que cada pessoa, cada casal e cada equipe faça um planejamento da sua vida para o ano seguinte. Nenhum balanço tem sentido em si, mas recebe o seu valor em vista do que, a partir dele, se decide fazer. Não é um balanço contábil, em que basta somar ou diminuir os dados dos livros e fazer uma conta de projeção para o futuro . Trata-se, sim, de uma revisão avaliadora de uma CM 412

vida caminhada nos últimos doze meses, a qual carrega marcas profundas de anos anteriores. Neste nosso balanço, não basta reunir notas, mas é necessário colocar-se na presença de Deus e, num exame interior, em honestidade consigo mesmo, conferir os progressos e/ou regressos acontecidos e, mais importante que estes resultados, ver o esforço que fizemos, a atitude interna de crescimento que buscamos. Um balanço assim o prepararemos com oração, em diálogo com Deus e com o cônjuge. "Se vocês quiserem encontrarse com o Senhor, é preciso que se preparem para o encontro. Toda revisão de vida supõe o recolhimento. Ele deve originar-se na humildade da oração e da súplica e perfazerse em ação de graças. Sua revisão de vida em equipe situa-se na linha 7


da revisão de vida pessoal, mas desabrocha em uma tomada comum de responsabilidade dos companheiros ... [ ... ] Reveja, em primeiro lugar, a sua atitude e só depois a dos outros. [... ] Se você diz: 'essas reuniões não me dão nada' é porque você também não dá nada. Não venha a elas para receber e sim para dar". (Michel Quoist, Carta Mensal. Junho 1976, p.18) Sob a ótica do carisma e da mística do Movimento, "o objetivo da reunião de Balanço é uma avaliação sincera, à luz da vontade de Deus, do ano que se encerra, nos diversos campos em que nós equipistas atuamos: a) como cristão católico, membro das Equipes de Nossa Senhora, comprometido com a santidade do seu cônjuge e com a própria santidade; b) como casal unido pelo sacramento do Matrimónio, comprometido com a espiritualidade conjugal, com o crescimento da equipe e com a colaboração nas funções de serviço do Movimento; c) como equipe de casais que quer dar testemunho de vida em comunidade a outras equipes e ao mundo". (Josefina e Roque, Carta Mensal. Novembro 2002, p. 3) Nossa vaidade natural gostaria de notas dez em todos os itens da nossa avaliação. É oportuno, então, lembrar que o pecado de Adão consistiu em querer ser igual a Deus. Nós somos chamados a ser santos, mas ainda não o somos. Tomando consciência da nossa condição 8

de imperfeitos e partindo dessa realidade, ao avaliarmos a nossa caminhada, é bom que haja em nós sincero desejo de responder ao convite de Deus para sermos santos. Colocar-nos-emos, então, em atitude interior de cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus; de desenvolver

a capacidade para a verdade, e de aumentar a capacidade de en-

contro e comunhão. Talvez o que nos assusta no balanço não seja ver o que fizemos ou deixamos de fazer, mas a decisão que a consciência nos impele a tomar a partir dele. Conforta-nos, então, ter presente que é Deus quem nos chama à santidade e que este mesmo Deus nos ama com um amor de infinita misericórdia. Ele conhece a nossa fragilidade e as dificuldades que temos em levar a cabo o que nós próprios decidimos fazer. Temos medo de assumir um compromisso e, depois, sermos infiéis a nós mesmos, à nossa própria decisão. É a hora, então, de pôr a confiança em Deus, não para relaxarmos no esforço, mas, numa resposta amorosa, exercitarmos em nós o dom do temor de Deus. Nossa esperança diz que Ele nos olhará através da Cruz redentora, onde seu Filho, que se fez um de nós, amou-nos em extremo, para que na abundância da graça sejamos justificados por meio dele e, pela sua obediência, todos nos tornemos justos (cf Rm 5,12-21) .

Graciete e Gambim CR Eq. da Carta Mensal CM 412


SESSÃO "QE FORMAÇÃO NlVEllll Nos dias 3 e 4 de junho de 2006, a Região São Paulo Leste I novamente se reuniu, desta vez para realizar a Sessão de Formação Nível III. No início de nosso encontro, o nosso Casal Regional foi informado de um problema de saúde na farru1ia e teve de se ausentar durante o sábado. Os CRS assumiram a responsabilidade de dar continuidade à Sessão de Formação. Ressaltamos a importância do trabalho em colegiado, pois, mesmo com o CRR ausente no sábado, tudo transcorreu normalmente. Outro testemunho importante foi a presença de três casais de Porto Feliz, pertencentes ao Setor A de Sorocaba, demonstrando ajuda mútua entre as regiões. O encontro iniciou no sábado pela manhã com uma missa, após a qual o Casal Responsável da Província Sul I, procedeu à abertura do Encontro, seguido-se palestra do Pe Lobato sobre o Carisma e a Mística

do Movimento, as alavancas que impulsionam os casais na difícil estrada rumo à santidade. Numa das palestras, foi destacado que é preciso fazer como Jesus, nunca pedindo aos irmãos de caminhada fazer qualquer coisa que nós mesmos a não tenhamos feito antes. Nos dois dias, sucederam-se palestras, reflexões em grupos, convivência fraterna e oração. Os assuntos abordados foram os próprios da Sessão de Formação Nível ill, conforme o Manual da Formação, destacando-se a importância da Unidade do Movimento e o espírito de serviço que deve animar quem exerce responsabilidade nas Equipes. Finalizando o encontro, Frei Mario Nunes presidiu a Celebração Eucarística, com o envio dos casais presentes em missão no Movimento.

Cristiane e Brito, CRS D São José dos Campos/SP

A Sessão de Formação Nível/li é uma preparação mais voltada para a compreensão do Movimento e das funções de responsabilidade na sua estrutura, na perspectiva de uma espiritualidade conjugal, em resposta á missão evangelizadora do casal equipista. Aprofunda o conhecimento das equipes de Nossa Senhora, formando casais para a missão tanto no Movimento quanto no mundo. É o ser Movimento missionário. ENS- Manual da Formação, 2.2.2.h

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RETIROS Dentro de um clima fraterno de oração e reflexão, foi realizado em Natal/RN, nos dias 15 e 16 de julho de 2006, o Retiro Anual do Setor "A" de Natal. Participaram 34 casais com grande motivação. O tema central "A pessoa de Jesus, sua palavra e sua missão", desenvolvido através de várias palestras, levou os participantes ao espírito de reflexão durante todo o retiro. Um momento marcante foi a celebração penitencial. O Retiro foi encerrado com uma Celebração Eucarística, abrilhantada com belos cantos. Os casais que participaram fizeram bastante silêncio, com muito recolhimento, oração e meditação. Foi sem dúvida uma experiência concreta de Jesus em nossas vidas. Nilza e Luiz, CR do Setor A Natal/RN

A religião existe para que nos tomemos melhores. É preciso conversão.

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... As Equipes de Nossa Senhora do Setor B, de Três Corações/MG, participaram do Retiro Anual das Equipes, nos dias 24 e 25/06/2006. O pregador proporcionou-nos momentos diversos de Escuta da Palavra e Meditação, com profundos temas a serem refletidos individualmente e, em certos momentos, também em casal. Quarenta casais se mantiveram em clima de silêncio adequado. Sob o tema: "E vós, quem dizeis que Eu sou? ... " (Me 8,29), o pregador falou-nos sobre a vida de Jesus Cristo. Enfatizou a importância da perseverança na fidelidade, que se origina da palavra Fé: "A fidelidade cria compromisso. A Fé cria comprometimento com Jesus homem e com o Cristo Deus ... Ser cristão é ser um outro Cristo, o que é difícil para nós, que é assumir nossa humanidade por inteiro ... " Ao enfatizar a preciosidade do saber ouvir, mostrou-nos o quanto somos egoístas e às vezes até impertinentes, quando jogamos a culpa no cônjuge por não fazermos os PCE. É preciso desapego e conversão ... A religião existe para que nos tomemos melhores. Que todos nós façamos como o apóstolo André: anunciar Cristo às nossas fanu1ias e comunidades. Patrícia e Valdir, Eq. N. S. das Graças - Setor B Três Corações/MG CM 412


DOMlNGO É DlA DE DEUS Cada vez mais, o domingo perde seu significado religioso e vai se tornando apenas um dia de lazer, de comércio e até de trabalho regular. Estranho! Justamente quando os filhos das grandes religiões do Oriente mostram entre nós grande apreço pelo seu dia sagrado semanal, a sociedade ocidental, por vezes identificada impropriamente como "Ocidente cristão", descaracteriza mais e mais o dia sagrado semanal dos cristãos. Cada domingo lembra aquele "primeiro dia da semana", no qual os discípulos reunidos tiveram seus encontros marcantes com o Senhor Jesus ressuscitado dos mortos (cf Jo 20,19.26). Por isso mesmo o primeiro dia da semana judaica passou a ser chamado pelos cristãos "dia do Senhor" - domingo. Ainda hoje, é o dia da Páscoa semanal dos cristãos; dia de encontro com o Senhor vivo e presente no meio dos seus, e tarnCM 412

bém de encontro com os irmãos na comunidade de fé; dia de manifestar a alegria de crer, de ouvir a Palavra de Deus e celebrar a Eucaristia. O domingo é dia sagrado, dia de Deus. A participação na Missa dominical foi sempre um dos sinais identificadores mais fortes da vida cristã. Não participar na Missa ou, de alguma forma, da celebração dominical, denota distanciamento da Igreja e pouca identificação com a vida cristã. Católico praticante vai à Missa aos domingos. Sem Missa e sem a celebração comunitária da fé, o domingo fica vazio de significado religioso. Transformado apenas em dia de descanso, de lazer e desafogo para as tensões da semana de trabalhos, o domingo acaba entrando na sucessão monótona do tempo, dos projetos e iniciativas humanas. Santificado, como a Igreja sempre propôs, o do11


mingo ajuda o homem a sair da esfera da imanência e do narcisismo de suas próprias realizações, para contemplar a obra de Deus, à espera do "dia sem ocaso", quando Deus manifestará toda a beleza de sua obra (cf Ap 21,1-8). Quem participa da celebração dominical com a comunidade de fé descobre o horizonte transcendente da existência. A vida não é só trabalhar, produzir, entesourar, consumir; o tempo não é nosso, nele entramos de graça e por graça de Deus. O domingo é tempo de contemplar, com alma reconhecida, a obra de Deus e de pensar que Ele tem mais para nos dar; muito mais que nossos melhores esforços poderiam assegurar. Domingo é dia de sonhos bons e de partilha da esperança com os irmãos. A celebração da eucaristia dominical é o eixo central da vida da Igreja e seu momento mais elevado; a eucaristia é fonte e ápice da vida da Igreja e de cada cristão. Quem nunca, ou quase nunca participa da Missa dominical, tende a ficar distante da Igreja e vai se sentindo estranho dentro dela; é inevitável que surjam as dificuldades para acompanhar a comunidade de fé e para continuar aceitando as propostas cristãs para a vida moral. A santa Missa dominical é também o momento essencial da evangelização. A própria celebração litúrgica é evangelizadora. O anúncio sistemático da Palavra de Deus, através das leituras bíblicas e da homilia, oferece o alimento espiritual indispensável para perseverar na fé e no se12

guimento de Jesus Cristo. A maioria dos católicos tem na celebração dominical o único alimento da sua fé. Quem perde também esse momento, acaba desnutrido espiritualmente, se expõe a perder a fé e até a sensibilidade religiosa e moral. Em nossos dias, tudo é medido pela eficiência, a vantagem, a utilidade e o lucro. O domingo também acaba sendo uma oportunidade a mais para fazer negócios: Não se pode perder tempo, tempo é dinheiro! No entanto, a perda do sentido religioso do domingo seria um dano irreparável para o ser humano e sua cultura; significaria, na prática, que não há mais tempo nem espaço para Deus e, com isso, também o ser humano perde suas referências. O domingo é o principal dia de manifestação da fé, de exercício da caridade e de alimentação da esperança. Foi por esse motivo que o papa João Paulo II enumerou a santificação do domingo, através da celebração eucarística, como um dos pontos referenciais da vida cristã a serem especialmente zelados pela Igreja no terceiro milênio do Cristianismo. Não terá chegado a hora de uma intensa valorização do domingo e da celebração dominical? Domingo é dia de Deus e lhe deve ser consagrado. Sendo dia de Deus, bem por isso também é, por excelência, dia do ser humano, para retomar fôlego, levantar a cabeça e pensar na vida e viver melhor.

D. Odilo Pedro Scherer Bispo auxiliar de São Paulo Secretário-geral da CNBB CM 412


ESPlRlTUAllDADE MlSSlONÁRlA O tema missão merece sempre uma profunda reflexão. Muitas vezes, temos a concepção de que a tarefa missionária é reservada somente àqueles que têm este carisma, ou seja, as congregações, institutos e leigos missionários. Recordo-me da preparação do projeto "Rumo ao Novo Milênio", onde a dimensão missionária foi bem utilizada pela Igreja. Quem não se lembra das famosas "missões populares", onde o projeto nos convidava a fazermos um movimento de "irmos ao encontro do outro"? Esta atitude nos marcou fortemente: Na preparação e avaliação das missões populares, via-se a alegria e o entusiasmo dos missionários. Num primeiro momento, observava-se o medo ou talvez a apreensão de visitar as famílias . E nas avaliações, notavase em cada rosto a alegria e a satisfação do movimento de ir ao encontro, cada casa visitada era um novo impulso em direção ao amor de Cristo. Desta experiência ainda podemos tirar muitos exemplos. Toda espiritualidade exige uma atitude concreta, é um movimento de contemplação e ação. PoCM 412

de-se dizer que a atitude missionária exige deslocamento, um movimento de sair de si. O missionário geralmente é alguém desapegado, ou seja, desgrudado, ou ainda, deslocado. Nunca é tarde lembrar que os apegos tomam as pessoas doentes, intransigentes. É difícil desapegarse, pois requer de nossa parte abrir mão de nossas coisas. E daqui surge uma outra exigência: a leveza missionária. O verdadeiro missionário é aquele( a) que tem o "olhar solto diante das coisas". São pessoas abertas ao espírito. Não nos esque-

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O verdadeiro missionário é aqlAele Cf1Ae tem o olhar solto diante das coisas. São pessoas

abertas ao espírito. çamos que "o espírito sopra para quem está com a vela aberta". O verdadeiro missionário é aquele que vê outras realidades e se entusiasma ao ver outros rostos. O tema missão bem refletido na vida do equipista pode trazer transformações profundas. Quantas vezes ficamos fechados em tomo de nós mesmos, assistindo o circo pegar fogo? Quantas vezes nós nos negamos a fazer uma experiência além fronteiras? Certa vez, numa reunião de colegiado, senti-me provocado pelo nosso Casal Provincial. Alegrei-me porque senti que o Casal Provincial tem espírito missionário. Depois disso aceitei mais uma equipe de base e neste ano orientei um retiro no Rio, em Teresópolis, e estou preparando uma Sessão de Formação em Valença-RI. Sem dúvida, fazendo experiência missionária ln ter-Regional. Vendo outras realidades, deparo-me com verdadeiras riquezas . Emociono-me com a experiência, a 14

perseverança e a consistência de casais antigos. Entusiasmo-me com a alegria do sangue novo dos casais que chegam. Num dos retiros, alegrei-me com o testemunho de dois casais idosos que diziam estar no retiro porque sentiam que a presença deles estimulava os novos casais. E os olhos deles encheram-se de lágrimas quando indaguei a respeito dos novos casais. Senti que a emoção tinha a ver com a responsabilidade do pai e da mãe que geram, educam, cuidam e vêem os filhos assumirem novas realidades e muitas vezes aperfeiçoando os seus sonhos. Isto é movimento missionário, pois nos fazem ter novas atitudes. Por fim, deixemo-nos contagiar e tocar pela ação do Jesus Missionário. Que o Reino seja constituído da nossa atitude missionária. Que suas palavras: "Ide por todo mundo e anunciai a boa nova para toda humanidade" (Me 16, 15) nos façam ir ao encontro daqueles de quem precisamos estar próximos, sobretudo, as pessoas que habitam os porões da humanidade. Que Maria, a primeira discípula (todo discípulo é missionário), nos faça enxergar as maravilhas da experiência missionária, reforçando no nosso movimento a expansão sustentada. Quem sabe, à luz da missão, buscaremos na experiência comunitária um bom lugar para fazermos profundas vivências missionárias. Que a missão possa fazer nosso coração arder, como o fez aos discípulos de Emaús.

Pe. Gilberto Escamti MSC SCE Região Minas I CM 412


ACARlDADEl AlMA DA MlSSÃO Vaticano, 29 de abril de 2006. Amados irmãos e irmãs: 1. O Dia Missionário Mundial, que celebraremos no domingo, dia 22 do próximo mês de outubro, oferece a oportunidade para refletir neste ano sobre o tema: "A caridade, alma da missão". Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tomamse suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste. Então, a mensagem salvífica poderia ser oportunamente resumida com as palavras do evangelista João: "E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho unigênito para que, por Ele, tivéssemos a vida" (lJo 4,9). O mandamento de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos apóstolos depois da sua ressurreição, e os apóstolos, interiormente transformados no dia do Pentecostes pelo poder do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. A partir de então, a Igreja continua esta mesma missão, que consCM 412

titui para todos os fiéis um compromisso irrenunciável e permanente. 2. Por conseguinte, cada comunidade cristã é chamada a fazer conhecer Deus, que é Amor. Foi sobre este mistério da nossa fé que desejei deter-me para refletir na Encíclica Deus Caritas Est. Com o seu amor, Deus permeia toda a criação e a história humana. Nas origens, o homem saiu das mãos do Criador como fruto de uma iniciativa de amor. Depois, o pecado ofuscou nele a marca divina. Enganados pelo Maligno, os progenitores Adão e Eva faltaram ao relacionamento de confiança com o seu Senhor, cedendo à tentação do Maligno, que neles infundiu a suspeita de que Ele era um rival e queria limitar a sua liberdade. Assim, ao amor divino gratuito eles pre-

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feriram-se a si mesmos, persuadidos de que deste modo confirmavam o seu livre arbítrio. Conseqüentemente, terminaram por perder a felicidade original e experimentaram a amargura da tristeza do pecado e da morte. Mas Deus não os abandonou e prometeu-lhes, bem como aos seus descendentes, a salvação, preanunciando o envio do seu Filho unigênito, Jesus, que teria revelado na plenitude dos tempos o seu amor de Pai, um amor capaz de resgatar toda a criatura humana da escravidão do mal e da morte. Por conseguinte, em Cristo foi-nos comunicada a vida imortal, a própria vida da Trindade. Graças a Cristo, Bom Pastor que não abandona a ovelha perdida, aos homens de todos os tempos é conferida a possibilidade de entrar em comunhão com Deus, Pai misericordioso, pronto a acolher novamente em casa o filho pródigo. Um sinal surpreendente deste amor é a Cruz. Na morte de Cristo na cruz, escrevi na Encíclica Deus Caritas Est, "cumpre-se aquele virar-se de Deus contra si próprio, com o qual Ele se entrega para levantar o ser humano e salvá-lo- o amor na sua forma mais radical[ ... ] É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se, agora, definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e do seu amar" (12). 3. Na vigília da sua Paixão, Jesus deixou como testamento aos discípulos, reunidos no Cenáculo para celebrar a Páscoa, o "novo mandamento do amor- mandatum novum": 16

"É isto que vos mando: que vos ameis uns aos outros" (Jo 15,17). O amor fraterno que o Senhor pede aos seus "amigos" tem a sua fonte no amor paterno de Deus. O apóstolo João observa: "Quem ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus" (lJo 4,7). Portanto, para amar segundo Deus é necessário viver nele e dele: Deus é a primeira "casa" do homem, e somente quem nele habita arde com o fogo da caridade divina, capaz de "incendiar" o mundo. Não é talvez esta a missão da Igreja de todos os tempos? Então, não é difícil compreender que a autêntica solicitude missionária, compromisso primordial da comunidade eclesial, está vinculada à fidelidade ao amor divino, e isto vale para cada um dos cristãos, para cada comunidade local, para as Igrejas particulares e para todo o Povo de Deus. Precisamente da consciência desta missão conjunta haure vigor a generosa disponibilidade dos discípulos de Cristo, para realizar obras de promoção humana e espiritual que dão testemunho, como escrevia o amado João Paulo II na Encíclica Redemptoris Missio, "da alma de toda a atividade missionária: o amor, que é e permanece o verdadeiro motor da missão", constituindo também "o único critério pelo qual tudo deve ser feito ou deixado de fazer, mudado ou mantido. É o princípio que deve dirigir cada ação, e o fim para o qual deve tender. Agindo na perspectiva da caridade ou inspirado pela caridade, nada é impróprio e tudo é bom" (60). Deste modo, ser missionário quer dizer CM 412


amar a Deus com todo o seu ser, a ponto de entregar, se for necessário, a vida por Ele. Quantos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, também nesta nossa época, deram o supremo testemunho do seu amor com o martírio! Ser missionário significa debruçar-se, como o bom Samaritano, sobre as adversidades de todos, de forma especial dos mais pobres e necessitados, porque quem ama com o Coração de Cristo não busca o seu próprio interesse, mas unicamente a glória do Pai e o bem do próximo. Aqui está o segredo da fecundidade apostólica da ação missionária, que ultrapassa as fronteiras e as culturas, alcança os povos e se espalha até aos extremos confins do mundo. 4. Estimados irmãos e irmãs, que o Dia Missionário Mundial constitua uma ocasião útil para compreender cada vez melhor que o testemunho do amor, alma da missão, diz respeito a todos. Com efeito, servir o Evangelho não deve ser considerado uma aventura solitária, mas um compromisso compartilhado por todas as comunidades. Ao lado daqueles que se encontram na linha de vanguarda nas fronteiras da evangelização, e aqui penso com reconhecimento nos muitos outros missionários e missionárias, crianças, jovens e adultos, que, com a sua oração e a sua cooperação, contribuem de várias maneiras para a propagação do Reino de Deus na terra. Formulo bons votos a fim de que esta partilha aumente cada vez mais, graças à contribuição de todos. Aproveito de bom grado esta circunstânCM 412

Se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social.

cia para manifestar o meu agradecimento à Congregação para a Evangelização dos Povos e às Pontifícias Obras Missionárias (P.O.M.) que, com dedicação, coordenam os esforços envidados em todas as regiões do mundo, em favor da ação de quantos se encontram na primeira linha nas fronteiras missionárias. A Virgem Maria, que com a sua presença aos pés da Cruz e a sua oração no Cenáculo, colaborou ati vamente nos primórdios da missão eclesial, sustente a sua ação e ajude os crentes em Cristo a serem cada vez mais capazes do amor verdadeiro, para que num mundo espiritualmente sequioso se tornem nascente de água viva. Formulo de coração estes votos, enquanto concedo a todos a minha Bênção.

Mensagem do Papa Bento XVI para o LXXX Dia Missionário Mundial 17


TE AMO ATÉ O AM ... Nós não podemos perder a capacidade de aprender a amar com as crianças ... Inúmeras vezes escrevemos artigos, falamos para casais, jovens, seminaristas e religiosos sobre a experiência do amor sob diversos aspectos e situações, mas sempre nos surpreendemos com algum testemunho ou situação que nos fazem pensar de novo sobre a forma de amar e sempre acrescentar algo à idéia inacabável que é a arte de amar. Achamos que não há algo mais importante no mundo que o Mestre nos ensinou que seja maior que o amor. Tudo passa pelo amor. Via de regra, como o amor é complexo, quando queremos explicá-lo, e como é simples ao olhar de uma criança. Temos três netos, de cinco, três e um aninhos. Contamos com o presente de Deus em tê-los morando numa casa próxima à nossa, propiciando-nos a oportunidade de aprender diariamente alguma coisa com eles, quer nos jogos de baralhos chineses (ou japoneses), quer nos vídeo-games de complicados comandos, ou assistindo aos filmes e desenhos infantis, quando sempre nos surpreendemos com as mensagens obtidas por eles ... No final sempre o bem vence o mal. Outro dia, ao chegar da escola, o neto mais velho, depois de uma aula de matemática, encontrando-nos em casa nos disse... "Vovô, vovó, eu te amo até o infinito .. ." Achamos a declaração de amor 18

muito bonita, profunda e repetimos a frase para ele inúmeras vezes, sempre que possível, dizendo-lhe que nós também o amávamos até o infinito (uma grandeza ainda desconhecida) ... Isto levou-nos a refletir na profunda dimensão do amor. O amor que nos surpreende sempre e que, às vezes, depende de nós fazê-lo surpreender o outro, e isto nos lembrou Pe. Charboneau, nas Escolas de Pais, na década de 80, em Itaici/SP, quando nos recomendava : "Não podemos perder a capacidade de surpreender o outro ..." Passados alguns dias, o nosso neto do meio nos surpreendeu, não sabemos se foi para criar uma frase sua, fazendo frente àquela que fora criada pelo seu irmão mais velho ou se foi por outro motivo, mas certamente foi também para expressar o seu sentimento: "Vovô, vovó, eu te amo até o flm ... " O que será amar até o fim? (Cf Jo 13,1)

11erenice e A/arcos Eq. 5 - N. S. do Sagrado Coração de Jesus - ]acarei/SP CM 412


E A HlSTÓRlA SE REPETE ... Ainda ontem estava meditando sobre a nossa caminhada como casal equipista, e lembrando do que nos levou a ingressar nesta farm1ia. Lembrei da minha infância, quase adolescência, quando minha mãe, já equipista, vinha nos avisar que o seu conselheiro espiritual ia jantar lá em casa. E nessas noites, sempre ficava na memória a preparação e o zelo para esperar o padre. Tudo era muito caprichado! Durante o jantar, o padre conversava com os meus pais e perguntava sempre como estávamos. Cresci vendo minha casa freqüentada por ilustres representantes de Deus, Pe. Felipe Mallet e Pe. Barros Gá na casa do Pai). Além deles, meus pais tinham participação na paróquia de Casa Forte e eu acabei me engajando nas atividades junto com Pe. Edwaldo, figura que influenciou muito a minha formação, desde a minha primeira Comunhão até o Batismo dos nossos filhos. Hoje, percebo que Deus, em seus desígnios, já me preparava para as Equipes, pois conheci

Augusto na igreja, no grupo jovem. Desde aquela época, já partilhávamos do mesmo ideal. Apesar de perder o pai aos três anos, ele teve na pessoa de minha sogra o conhecimento de verdadeiros valores cristãos. Para nós, vivermos na fé o nosso matrimónio e a possibilidade de oferecer um mundo melhor para os nossos filhos é o que mais nos motiva nessa caminhada. Agradecemos muito aos nossos pais por nos terem oferecido este caminho. Em sua sabedoria, deixaram que nós fizéssemos as nossas descobertas nos oferecendo apenas o exemplo. Sabemos que estamos longe da santidade desejada, mas estamos a caminho, pela adesão ao plano de Deus, com o apoio do nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual, oferecendo também para os nossos filhos o exemplo e a possibilidade de conhecerem a fé cristã.

Ana Cláudia do Augusto Eq. 20 A, N. S. dos Impossíveis Recife/PE

A família, como a Igreja, deve ser um lugar onde se transmite o Evangelho e donde o Evangelho irradia. Portanto, no interior de uma família consciente desta missão, todos os componentes evangelizam e são evangelizados. Os pais não só comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem também receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido. Evangelii Nuntiandi 71

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llMlTES PARA JOVENS OU PARA ADUlTOS? Muito se fala dos limites entre os jovens. Em geral, nossos filhos e filhas querem passar mais tempo do que podem ou devem na frente do computador (Internet, games, salas de bate papo ... ), querem comer mais do que lhes faz bem (basta ver os rodízios de pizzas ... onde muitas vezes há campeonatos entre os adolescentes para ver quem come mais), ou dormirem até o meio da manhã e assim por diante. Poder-se-ia enumerar várias situações onde não existem limites em suas atitudes. Está claro que é dever de nós pais e mães colocar estes limites. Mas fica uma questão: os adultos também não estão precisando de limites? Aparentemente somos crescidos, maduros, experientes, donos de nossas próprias vidas ou outras características que nos damos para justificar nossos atos. Mas vejamos nossas atitudes: Vivemos numa sociedade pluralista do ponto de vista ideológico, cultural e religioso, que nos apresenta, conforme estudamos no primeiro capítulo de nosso tema de estudo deste ano, alguns modos de viver: A corrente tecnológica, onde a humanidade se submete à racionalidade científica, onde tudo pode ser previsto, analisado e resolvido pela ciência. O homem se torna soberano sobre seu destino, até mesmo para dar a vida (clonagem) ou acabar com ela (aborto e eutanásia), ou seja, busca o supremo poder, querendo ser o deus de si e do mundo que o rodeia. Outra 20

corrente, a consumista, para quem o ser humano tem necessidades crescentes, as quais precisa satisfazê-las a qualquer custo. O sucesso financeiro e profissional está acima de tudo, inclusive da família, da ética e do respeito ao próximo. A pessoa vale pelo que tem e não pelo que ela é. A corrente libertária, onde o ser humano possui vontades reprimidas pelas leis, pela moral da sociedade e, principalmente, da Igreja. Prega que o homem deve libertar-se de toda esta opressão para gozar o seu direito à felicidade. Para justificar este modo de vida, nos damos o direito a uma falsa liberdade, na qual buscamos nossas verdades, mesmo com atitudes que vão contra a natureza humana, desde que nos seja no momento conveniente. Ora, poderiam dizer os partidários destes tipos de vida, a Igreja precisa se modernizar, evoluir junto com a sociedade, não podemos viver da mesma maneira eternamente. Mas será que nossas atitudes são novas ou a humanidade age da mesma maneira há tempos? Analisemos como Jesus foi tentado durante seu retiro no deserto (Mt 4,1-13). Foi pedido a Jesus que transformasse pedra em pão para comprovar seu poder, assim como na corrente tecnológica somos tentados a brincar de deuses. Foram oferecidos a Ele também todos os reinos do mundo, assim como, às vezes, queremos acumular bens, sem nenhuma meCM 412


dida, através do consumismo. Jesus se recusou a se atirar do alto do templo de maneira que os anjos de Deus viessem socorrê-lo, pois esta atitude não estava no plano de Deus, apesar de ter liberdade e poder para fazê-lo. Assim pode-se concluir de onde vêm estas idéias de poder, ter e querer tão cultuadas atualmente! A evolução tecnológica deve servir para o bem da humanidade e não como instrumento de poder e opressão, assim como os bens materiais devem ser adquiridos de forma a garantir uma vida digna às faffi11ias, e não para satisfazer a ganância do

homem. Deus nos fez livres e esta liberdade deve ser utilizada para a felicidade do ser humano. Mas esta busca pela felicidade deve ser baseada na Verdade de Deus, que vem plantada em nosso coração e que esclarecer-se pela educação religiosa e moral que recebemos. Portanto, nós adultos, devemos, sim, colocar vários limites em nossas vidas e atitudes, para que não nos afastemos da Verdade de Deus.

Cristiane e Brito CR Setor D, S. José dos Campos Região SP Leste I

CAMlNHO NO AMOR Caros filhos e filhas, disso estais bem convencidos: é vivendo as graças do sacramento do Matrimônio que caminhais "com um amor incansável e generoso" (Lumen Gentium 41) para esta santidade a que todos somos chamados por bondade (cf. Mt 5,48; I Ts 4,3; Ef I ,4) e não por exigência arbitrária, mas por amor de um Pai que quer o pleno desenvolvimento e a felicidade total dos seus filhos. De mais a mais, para tanto não estais entregues a vós próprios. pois Cristo e o Espírito Santo. "estas duas mãos de Deus", segundo expressão de St. Irineu, incessantemente trabalham para vós. Não vos deixeis, portanto, desorientar pelas tentações, dificuldades, provações que surjam no caminho, sem medo de ir, quando preciso, contra a corrente do que se pensa e diz no mundo de comportamentos paganizados. [... ]Não desanimeis nunca na hora das fraquezas: O nosso Deus é um Pai cheio de ternura e bondade, repleto de solicitude e transbordante de amor pelos seus filhos a quem atligem as penas da jornada. E a Igreja é uma mãe que procura ajudar-vos a viver em plena vida este ideal do casamento cristão de que vos recorda, com beleza, todas as exigências. Paulo VI, Discurso às ENS. 1970. ln a Missão do casal cristão, p. 95.

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Jubileu Presbiteral

Bodas de Ouro

Pe. Luiz de Oliveira Campos

Maria de Lourdes e Estefano,

é um sacerdote vicentino. Foi ordenado presbítero em 14 de outubro de 1956. Completa agora seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. Seus primeiros anos de vida sacerdotal foram vividos corno professor em diversos seminários e colégios. A partir de 1975, foi pároco em Belo Horizonte e São Paulo. Foi diretor espiritual das Filhas da Caridade, retomando novamente às funções de Pároco. Chegou a Brasília em julho de 2.003, onde assumiu a Paróquia N. S. das Graças da Medalha Milagrosa. No dia 14 de outubro, paroquianos e movimentos louvarão a Deus com urna missa de ação de graças pelos cinqüenta anos de sua dedicada vida sacerdotal. Todos os membros da nossa equipe manifestam sua imensa alegria e desejam toda a felicidade para o nosso queridíssirno Padre Luiz, urna benção toda especial que Deus mandou para nós. Lucinha e Sérgio Eq. 30 - N. S. da Guia - Setor B Região Centro-Oeste I

da Equipe Nossa Senhora da Saúde, do Setor C de Porto r Alegre/RS, celebraram 50 anos de abençoada vida conjugal, no dia 17 de junho de 2006. O casal foi abençoado com cinco filhos, um já falecido. Além dos filhos, netos e familiares, também a comunidade e os seus irmãos de equipe partilharam da alegria e ação de graças do casal. Na mesma festa, a Equipe comemorou seu jubileu de prata de fundação.

••• Terezinha e Joaquim, da Equipe 111, Nossa Senhora da Glória, do Setor E da Região Rio de Janeiro III, no dia 9 de setembro de 2006, comemoraram 50 anos de abençoada vida matrimonial. Da celebração de ......-~"""~o-7' Ação de Graças participaram, além de seus quatro filhos e familiares, os irmãos da Equipe e amigos.

lubileu de vida consagrada A Equipe Cinco de Votorantim/SP, unida à sua comunidade religiosa, celebrou urna Ação de Graças ao Senhor pela vida de Innã Cecília, Conselheira Espiritual da Equipe, pela passa~em no mês de julho dos seus 50 anos de vida consagrada. A Irmã Cecília o agradecimento pelo sua dedicação carinhosa às Equipes de Nossa Senhom. 22

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Ordenação Presbiteral As Equipes de Nossa Senhora de Cascavel/PR estão em festa, louvando a Deus pelas graças recebidas, pois, no dia 15 de julho de 2006, pela imposição das mãos de Dom Lúcio Ignácio Baumgaertner (Conselheiro Espiritual do Pré-Setor), foi ordenado presbítero o então Diácono Josemar José Weizenmann, na paróquia São Sebastião, em Catanduvas/PR. Seu lema: "Eis o meu servo, a quem escolhi" (Mt 12,18). Pe. Josemar é SCE das Equipes Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora Auxiliadora. Rogamos a Deus para que derrame muitas bênçãos sobre ele e o conserve fiel aos seus propósitos, servindo a Igreja e, na Igreja, também as Equipes de Nossa Senhora. Rosa e Erotides W. da Conceição, CRS Pré-Setor de Cascavel PR

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Semana da Familia

Em 1973, o então Casal Responsável do Setor de Santos, Elza e Oswaldo Aly, com mais alguns casais, lançou a idéia de realizar uma semana da família. Esta aconteceu em outubro daquele ano, na qual foram desenvolvidos vários eventos em promoção da família. Por convite de D. David Picão, então Bispo de Santos, no ano seguinte, os casais Elzae Oswaldo e Marceline e Ézio, apresentaram a idéia aos bispos da CNBB Regional, reunidos em Itaici. Entusiasmados, estes implantaram a Semana da Fanu1ia em suas dioceses. Pouco tempo depois, a CNBB a oficializou para todo o Brasil. No dia 15 de agosto deste ano, a Câmara Municipal de Santos/SP, em sessão solene, prestou homena_gem ao casal equipista Marceline e Ezio, cofundadores da Semana da Família há 33 anos.

Retiro para os filhos Nos dias 12. 13 e 14 de maio. o Setor Pará-Nordeste promoveu, em Castanhal, o 1.0 Retiro dos filhos de equipistas. A iniciativa é inédita na Região e contou com a participação de 28 jovens com idade acima de 13 anos, incluindo alguns convidados. O tema do retiro, acompanhando o estudo das equipes do Setor, foi "E tu, quem dizes que eu sou?" Ge e Moacir, Eq. 4 - N. S. do Carmo - Castanhal/PA CM 412

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Partiram para a casa do pai • Júlio José de Azevedo Neto, da Dagá, no dia 30 de janeiro de 2006. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Assunção, do Setor Lagos, Região Rio de Janeiro N. • Albino Esteves de Moura, da Beth, no dia 19 de abril de 2006. Pertencia à Equipe Nossa Senhora daDivinaProvidência, do Setor Lagos, Região Rio de Janeiro IV. • Edson José Bom, da Aparecida (Cida), no dia 17 de agosto de 2006. Era membro da Equipe 11 - Nossa Senhora de Fátima, do Setor de Araçatuba/SP. • Walter J. Winkler, da Lourdes, no dia 20 de junho de 2006. Pertencia à Equipe Nossa Senhora de Fátima, do Setor G de Porto Alegre/RS. • Dora Costa Vaz, do Osvaldo, no dia 21 de junho de 2006. Integrava a Equipe Nossa Senhora da Saúde, do Setor C de Porto Alegre/RS. • Nancy Cajado Moncau, do Pedro, no dia 15 de agosto de 2006. Era membro da Equipe N. Senhora do Desterro.

Errata I. Na Carta Mensal no 410, ao tina] da pág. 7, onde está escrito ltuiitara. leia-se ltuiutaba, '? Na C. Mensal no 411, em Meditando em Equipe. o texto bíblico sugerido é At 8, 26-35.

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Faleceu em São Paulo, no último dia 15 de agosto, aos 97 anos. Viúva de Pedro Moncau Junior, era filha de Armando Rodrigues Cajado e Maria Zilda do Amparo Cajado. Deixou os filhos Pedro Carlos, Armandinho (falecido), Luiz Arnaldo, Maria Lucia, José Eduardo (falecido), Álvaro e Newton (falecido). Deixou os irmãos Nildemar e Nelson (falecidos) e Nilza. Deixou 22 netos e bisnetos. Nascida em Dourados, SP, em 22 de março de 1909, casou-se com Pedro em 1936. Em 1950, fundaram as Equipes de Nossa Senhora (ENS), movimento de espiritualidade conjugal trazido da França, ao qual dedicaram suas vidas. Viúva desde 1982, continuou incansavelmente a obra iniciada com Pedro. Hoje o Brasil tem mais de 2.750 Equipes, congregando cerca de 16.500 casais e 1.800 sacerdotes. Em 2003, aos 94 anos, iniciou outro movimento de espiritualidade, dedicado a viúvas, CM 412


viúvos e pessoas sós, a "Comunidade Nossa Senhora da Esperança" (CNSE), que já conta com 50 grupos. Publicou dois livros sobre a obra e reflexões de Pedro Moncau Júnior e outro sobre a história das ENS no Brasil. Somos testemunhas de sua firmeza e determinação, da agudez de sua lógica, da objetividade de suas palavras, de sua certeza e fé inesgotáveis,

de sua vontade calma e incontornável. Os familiares e os amigos, as ENS e a CNSE convidam para a Missa de 7° dia a celebrar-se em São Paulo, na Igreja S. Gabriel Jardim Paulista, dia 21, segunda-feira, às 19:30 horas.

Equipes de Nossa Senhora (publicado em Folha de S. Paulo, C4, de 21-8-2006)

ERl se une a nós na dor e na esperança Soubemos hoje do falecimento de D. Nancy Moncau e ficamos sensibilizados com a notícia. Passamos a admirá-la muito durante o Encontro Nacional de Brasília, especialmente por sua fidelidade ao nosso querido Pe. Caffarel. Sua ação fundadora e sua presença de animação dentro do Movimento no Brasil sobreviverão como marcos maiores da história das Equipes. Ao mesmo tempo que intercedemos ao Senhor para que acolha na sua Luz a ela e a seu esposo, nós rendemos graças por tudo o que ela foi e por tudo quanto ela significa para os dias atuais no Reino de Deus, onde ela estará em oração por todos nós. Com minha amizade, no Senhor. François Fleisc/unann - SCEIERI

••• Queridos Amigos Graça e Roberto: Nós recebemos a triste notícia do retorno ao Senhor de Dona Nancy, que amamos muito. É para nós uma grande tristeza, misturada de alegria, por ela ter sido chamada pelo Senhor nesta linda festa de Maria, que ela tanto amava. Neste momento, ela está reunida a Pedro e, seguramente, na grande bem-aventurança do paraíso, ao qual podem ter acesso aqueles que, do mesmo modo que ela, doaram sua vida pelos outros. Nós pedimos a Carlos Eduardo e Maria Regina que se fizessem presentes junto da sua família e das Equipes do Brasil, para transmitirlhes nos a afeição e nossas condolências. Celebraremos amanhã uma Eucaristia na sua intenção. Nós pedimos a vocês, que estão mais próximos, que sejam também nossos intérpretes junto a todos. Com nossa amizade e unidos em oração, Gérard et Marie Christine de Roberty - CR ERI CM 412

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O PODER DOROSÁRlO Na fazenda onde morávamos, começamos a sentir necessidade da Palavra de Deus. Então começamos a fazer novenas de Natal, viasacras na semana santa, novenas a Nossa Senhora Aparecida. Sempre pedíamos um padre para celebrar missas e foi em uma dessas celebrações que percebemos que o povo não sabia rezar o Rosário de Nossa Senhora. Então, compramos vários terços e saímos distribuindo-os. No meio dos trabalhadores tinha um jovem apelidado Maresia, que usava drogas e roubava dos colegas da fazenda e também da cidade onde morava. Presenteamos a ele um terço. Ele o colocou no pescoço, fazendo gozação, com o seu jeito malandro. Não nos importamos com o seu deboche e sempre o convidamos para que ele participasse conosco das orações, sempre feitas em nossa casa e com a presença da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Continuamos fazendo as orações, agora também nas casas dos trabalhadores e foi crescendo mais e mais, graças aos trabalhadores que tinham sede da Palavra de Deus. Mas o jovem Maresia foi embora para a cidade, por motivo de roubo. Passados alguns anos, meu marido o encontrou num ônibus em Itabuna. Ele o dirigia e perguntou ao meu marido: "O senhor é esposo da professora Terezinha que me deu o terço?" Diga a ela que aquele terço 26

me transformou. Hoje casei, tenho filhos e sou um homem de bem, deixei aquela vida para traz. Esse testemunho revela que Nossa Senhora o transformou com carinho de mãe que ela tem por todos seus filhos. A oração do rosário de Nossa Senhora tem força de remover montanhas. Muitas outras graças para nossa família nos vieram ainda, por isso, dizemos: Obrigado Jesus, que nos deu sua mãe Maria!

Terezinha e Gonçalves Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Itabuna/BA CM 412


DEVOÇÃO A ~RlA É FONTE DE VlDA CRlSTA PROFUNDA "Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Vzva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida!" Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na inocência e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe. Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, toma-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça. Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo "em seu coração e em seu seio" o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com uma fé livre e total obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as CM 412

vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora. Maria leva-nos a Cristo, como afirma com muita clareza o Concílio Vaticano II: "A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece". Mãe da Igreja, a Virgem Santís-

Nossa Senhora Aparecida

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Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Ela nos orienta para Jesus.

sima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a "Estrela da Evangelização", como a chamou o meu predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio de Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bemestar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana, coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos 28

homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica. Por tudo isso, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos. A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a "Mãe de Deus e nossa".

João Paulo II Homilia da dedicação da Basllica N. Sra. Aparecida Aparecida/SP - 1980 CM 412


MEDlTAÇAO "Se quiseres chegar ao conhecimento de Deus, procura antes conhecer-te a ti mesmo" (Evágrio Pôntico) Dentre os Pontos Concretos de Esforço indicados para serem vivenciados com maior intensidade pelos casais das Equipes de Nossa Senhora, neste ano de 2006, achase a Meditação. A palavra meditar, etimologicamente, significa "ditar a mim", isto é, conhecer-me a mim mesmo, conversar comigo mesmo (falar sozinho) para poder dialogar com meu Deus. "A Meditação cotidiana desenvolve em nós a capacidade de escuta e de diálogo com Deus" (Guia das ENS). Só o Espírito Santo nos dá o verdadeiro autoconhecirnento. Sem Ele, nem o mais sábio dos homens é capaz de conhecer-se como deve, ou de perceber o estado íntimo de sua alma. Ele nos faz descobrir os verdadeiros motivos do nosso agir e as causas dos nossos pensamentos e dos nossos estados de ânimo. É através da Meditação que ruminamos a Palavra de Deus, ingerida nas leituras bíblicas, palestras, retiros, momentos de reflexão ... , pois tudo isto fornece subsídios para o nosso autoconhecimento, gerando em nós forças transformadoras. Diz Santo Agostinho que em nosso intelecto convivem três fatos que são a razão do nosso agir: o fato presente das coisas passadas, a memória; o fato presente das coisas presentes, a ação; e o fato presente das coisas futuras, a perspectiva de ação. Quando absorCM 412

A Meditação cotidiana desenvolve em nós a capacidade de escuta e de diálogo com Deus. vemos a Palavra de Deus e nos pomos em Meditação, vem à tona uma série de conhecimentos adormecidos em nosso subconsciente que, iluminados pelo Espírito Santo, irão nos ajudar a moldar as nossas ações em novas atitudes de vida: fazer a Vontade de Deus, viver a Verdade e viver o Encontro e a Comunhão. É através destas atitudes que julgamos o nosso agir, que nos modificamos e que damos o rumo certo ao nosso existir. A Meditação é a sinergia que desperta o nosso ser para uma renovação de vida, de acordo com as primícias evangélicas. É pela Meditação que somos iluminados pela luz do Espírito Santo.

Anselmo Grünn Adaptação de Lourdinha e Fa/cão CR REGIÃO Pernambuco I lourdes.falcao@uol.com.br 29


ESCUTA DA PALAVRA O que vem a ser escutar a Palavra de Deus? Esta pergunta nos leva a outros questionamentos: Será ouvir as leituras bíblicas e a homilia do sacerdote nas celebrações eucarísticas? Será abrirmos a Bíblia esporadicamente e lermos algum trecho da Escritura Sagrada? Será, ao retomar do trabalho, ligar o rádio do carro e ouvi-la através de algum programa religioso? Ou será, ainda, a leitura da Palavra no afã de cumprir um dos nossos PCE? Segundo nosso modesto entendimento, a verdadeira Escuta da Palavra só acontecerá na medida em que nos abrirmos à transformação, quando permitirmos que essa Palavra nos leve "a um novo modo de viver: um modo de viver mais cristão" (Vem e Segue-me, Unidade VI). Enfim, acontecerá, quando a encarnarmos em nossa vida a ponto de nos capacitar para o encontro com o Outro e com os outros. Encontro e comunhão não somente com o outro cônjuge, com os filhos ou com os irmãos equipistas, mas também com todos os filhos de Deus que encontrarmos em nossa peregrinação por este mundo. Às vezes, ao ouvirmos uma homilia ou a pregação de um retiro, nos emocionamos, chegamos até às lágrimas. Entretanto, ao voltarmos ao nosso cotidiano, continuamos aferrados a velhos paradigmas, velhos conceitos e preconceitos que impedem a nossa abertura à ação 30

do Espírito Santo. Rejeitamos as transformações, resistimos a qualquer modificação, não queremos desinstalar-nos. Isto porque não escutamos, apenas ouvimos a Palavra. A propósito de encontro e comunhão, atitude de vida que consubstancia o novo mandamento do Cristo e que, por isso mesmo, consideramos o ápice de nossa caminhada aqui na terra, vários são os ensinamentos do Mestre a esse respeito. Citaremos aqui, tão somente, aquele que está em Lc 6,27-36, por considerá-lo um dos mais contundentes e o que talvez exija de nós maior disposição para a mudança, para a conversão: "A vós, porém, que me escutais, eu digo: amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e orai por aqueles que vos caluniam. Se alguém vos bater numa face, oferecei também a outra. E se alguém tomar o vosso manto, deixai levar também a túnica. Dai a quem vos pedir e, se alguém tirar do que é vosso, não peçais de volta. Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo. Se amais somente aqueles que vos amam, que generosidade é essa? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que generosidade é essa? Os pecadores também agem assim. E se prestais ajuda àqueles de quem esperais receber, que generosidade é essa? Até os pecadores prestam ajuda aos pecadores, para CM 412

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receberem o equivalente. Amai os vossos inimigos, fazei o bem e prestai ajuda sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande. Sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso também para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso". Como se vê, o amor de que Jesus nos deu o exemplo é um amor exigente. Sua Palavra às vezes escandaliza. Certa feita, "Muitos discípulos que o ouviram disseram então: 'Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?" (Jo 6,60). Por isso mesmo, "A partir daquele momento, muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com ele" (Jo 6,66). Como casal, em nossa busca de conhecer a vontade de Deus, temos lido, ouvido e até mesmo refletido e meditado a Palavra Sagrada, porém, nem sempre a temos escutado. Todavia, podemos testemunhar, somente quando a escutamos em verdade e a colocamos em nosso coração é que nos sentimos transformados.

Tem sido assim, ao longo da nossa vida, especialmente a partir do nosso ingresso nas Equipes de Nossa Senhora. Reconhecemos, entretanto, que necessitamos ser mais assíduos não apenas em ler, mas, sobretudo, em escutar a Palavra, pois há muito ainda a percorrer para alcançarmos o caminho que nos leva à santidade. Há muito ainda a aperfeiçoar para sermos verdadeiras testemunhas do amor conjugal cristão. Testemunhas pelo exemplo, pois, segundo Vieira, "Para falar ao vento, bastam as palavras; para falar ao coração, são necessárias obras", porque [... ] "as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e a nossa alma rende-se muito mais pelos olhos que pelos ouvidos". Escutemos, pois, a Palavra do Senhor e busquemos ser "perfeitos, como o nosso Pai celeste é perfeito" (cf Mt 5,48).

Lourdinha e Manoel Eq. 03/A- N. S. Rainha da Paz Salvador!BA

É necessário que toda pregação eclesiástica, como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Nos Livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro dos seus filhos e com eles fala. E é tão grande o poder e a eficácia que se encerra na palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza na fé, alimento da alma, pura e perene fonte de vida espiritual. Concílio Vaticano Segundo. Dei Verbum 21

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DEVER DE SENTAR-SE O "Dever de Sentar-se", na rrústica dos PCE, é um meio que o casal se propõe para - em responsabilidade mútua, numa atitude de abrir-se à vontade e ao amor de Deus e de capacitar-se para a verdade e para o encontro e a comunhão buscar a santidade. Quando se fala em dever, logo se pensa em disciplina, crescimento, transparência. No cotidiano de nossas vidas se processam vários afazeres. Constantemente nas reuniões mensais ouvimos os casais se queixarem das dificuldades de "fazerem" o Dever de Sentar-se. Então fico me questionando a respeito disso e chego à conclusão que a não realização do Dever de Sentar-se está ligado a vários fatores: à falta de disciplina do casal em estabelecer um momento no mês ou uma periodicidade para essa celebração, à necessidade de rever o significado dos PCE e decidir-se pela melhor parte, e à importância de conscientizar-se de que o diálogo maduro é parte da vida conjugal e que o Dever de Sentar-se não é obrigação, mas encontro, renovação, festa do amor partilhado. Para isso, é preciso que ambos dêem sua contribuição e se disponham a olhar nos olhos do outro e caminhar na mesma direção, sendo cada um responsável pela sua própria história. Quando marido e mulher decidem pelo amor a viver juntos, é sinal de que estão dispostos a entregarem-se ao amor e não fugir dele. Não se podem perder as oportunidades de amadurecimento. O movimento das ENS não obriga nin32

guém a viver os PCE, apenas indica um caminho de unidade e transformação. A vivência concreta é sinal de que encarnamos o Movimento como sinal de unidade com o Corpo Místico de Cristo na vida conjugal. Assim, o Dever de Sentar-se é uma atitude de escuta do outro. Uma atitude de exercitar o silêncio para ouvir a voz do amor. O casal deve estar disposto a um diálogo de corações. Sentir o pulsar da vida que nasce do amor para seguir amando no amor. A partilha sincera dos sentimentos pode começar com um gesto simples de acolhida que leva a uma rrústica. Talvez seja necessário, no Dever de Sentarse, dialogar através destas perguntas, para facilitar o encontro e tomá-lo o menos formal possível: "como você está meu amor? Quais suas conquistas? Partilhe seus sentimentos". Se houver algum pedido de perdão, é necessário que se o peça com liberdade e disposição, sem agressões ou cobranças, pois quem cobra do outro nunca muda sua vida. Pode-se terminar este momento com a renovação do sacramento do Matrimónio: ''Eu te amo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida". Que esta celebração da vida conjugal tenha a marca do Altíssimo e a proteção de Maria, que ouviu e respondeu os apelos do Senhor: ''Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra" (Lc 1,38).

Pe. Nilton César Boni cmf SCE- Curitiba/PR CM 412


A lMPORTANClA DOS PCE Jesus disse: "Sede santos" (Mt 5,48). Através desta passagem, percebemos o porquê de os casais cristãos buscarem um modelo de vida diferente, direcionado à vivência da vontade de Deus. É o próprio Deus que os inspira neste anseio e as Equipes possuem um método muito especial para auxiliar os casais nessa busca. Fazem parte da pedagogia das ENS os Pontos Concretos de Esforço, que foram cuidadosamente desenvolvidos para que os casais tenham as ferramentas necessárias para viver essa busca da verdade que é Deus. Os PCE visam a desenvolver nos casais três atitudes, que os levarão, gradativamente, a um modo cristão de viver. São elas: • Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus; • Desenvolver a capacidade para a verdade; • Aumentar a capacidade de encontro e comunhão. Cada um dos PCE direciona-nos a fazer crescer em nós essas atitudes. Por exemplo: • Na Escuta da Palavra e na Meditação, o casal aprende a conhecer e a viver a verdade e se deixa transformar por ela. Descobre que ela é força, por ela nos vêm coragem e fé para a nossa caminhada cristã de esposos e pais. Ela revela a vontade de Deus e dá a graça e a abertura de acolher e viver o que o Senhor nos pede. • Na Oração Conjugal, o casal descobre a riqueza de um encontro CM 412

com o Senhor e com o cônjuge. Ela é esse encontro diário que se deve ter, como um impulso na caminhada de santificação. Através dela também se descobre a verdade sobre si e a verdade do outro, perante a verdade maior que é Deus. Ela aumenta a capacidade de encontro e comunhão. Ela é verdadeira fonte de energia para o casal. Ela mantém viva e atuante a presença de Cristo no casal e no seio da família. Ela os eleva a um alto grau de dignidade e grandeza diante da presença de Deus. A Meditação ajuda a acolher no mais profundo do ser a Palavra do Senhor, como caminho, verdade e vida, para nos transformar em pessoas melhores. Ela é um encontro íntimo e cheio de alegria com o Pai, através do Filho e iluminado pelo Espírito Santo.

Cíntia e Alex Eq. 91, N. S. Imaculada Conceição Setor Bragança/Morungaba/SP 33


ENCONTRO MARCADO COM DEUS Se oras somente quando tens vontade, acabarás desistindo, resolvendo, uma vez por todas, que a oração interior (meditação) pode ser ótima para os outros, mas não para ti ... Antes de mais nada, precisas decidir quanto tempo vais dedicar à oração interior todos os dias. A tua decisão é livre e tu a assumes na fé . Crês que Deus está presente e te ama. O Seu silêncio te chama. Não podes viver como se Ele não existisse. Então respondes: "eis-me aqui". Estás diante dEle. Dizes "eisme, Senhor", com a decisão do teu coração, a tua presença, a tua fé toda oferecida à Sua Presença. Quanto tempo "queimarás" assim para Deus a cada dia? Somente tu podes responder. Cinco minutos? dez? meia hora? Não digas que não tens tempo: arranja-o! Não te deves fixar uma meta muito difícil de atingir. Deus não espera proezas de ti. Não és tu que vais a Ele, é Ele que vem a ti. É teu coração que Ele vê. O que importa é começares, e depois continuares fiel ao que tiveres decidido. Começa com alguns minutos todo dia. Alguns minutos? Parece pouca coisa. No entanto, este tempo queimado para Deus não tem preço. Antes de ser obra tua, a tua oração é obra de Outro. Deixa com Ele. Quanto a ti, apenas mantém fielmente esse momento diário de oração silenciosa. Bate à porta... Descobrirás que Deus estava ali, na soleira da tua alma, esperando por ti desde sempre. Ele te 34

convida na tua própria casa: é por dentro que Ele te abre a porta. Está tudo pronto para a festa ... Não importa se teu espírito vagueia, se tua imaginação te prega peças, se olhas para o relógio a toda hora. A única coisa que importa é que estejas ali. Deus olha apenas a tua boa vontade. Tuas distrações não o incomodam nem um pouco, para Ele são o de menos. Teu único esforço consiste em deixar-te amar. Deus te ama como só Ele sabe amar, Ele que é o Amor, o Amor infinito, o Amor misericordioso. Ele estava à espera desse momento desde todo o sempre. Ele te ama com Amor eterno e eis que, finalmente, te dás conta de Sua Presença no silêncio da tua alma. Basta-Lhe que estejas ali, só para Ele. Com ou sem fervor, não importa. CM 412


És tu que contas aos seus olhos. Tu és o filho que Ele ama, não o teu fervor. Para amar-te, Deus não espera que sejas diferente daquilo que és. Ele é que irá transformar-te aos poucos. Deixa-o agir. Ele vai fazê-lo sem que percebas. Ele irá te preenchendo devagarinho com o Seu Amor, até ocupar todo o lugar. Th, somente sê fiel ao tempo que decidiste dedicar todo dia ao encontro com Ele. Deus precisa de tua fidelidade para te despojar de ti mesmo. Pouco a pouco, sem que o notes, tua oração tornar-se-á mais simples. Deus falar-te-á, sem palavras. Ele te dirá o que Ele esconde dos sábios e entendidos. Ele falará de si ao dar-Se a ti. E tu só poderás calar-te para ouvir o seu murmúrio no mais íntimo da tua alma ... Um dia descobrirás com surpresa que o tempo passou sem que te desses conta Foi Deus que te conduziu um pouco mais longe. Sem que percebesses, Ele agiu em ti, transformou-te. Para além da oração, a tua vida toda está sendo transformada. Nem sempre o notas. Mesmo que constates as conseqüências, com surpresa e gratidão, continuas o mesmo os que te conhecem provavelmente dirão que pouco ou nada mudaste. O que mudou foi a tua maneira de ver as pessoas e as coisas. Foi o teu coração que mudou. É o que importa para Deus. Ele não se detém na superfície. Sem sabêlo, irradiarás a Sua Presença nos gestos mais simples da tua vida cotidiana. Isto é, na medida em que Lhe tiveres dado, todos os dias, o tempo necessário para preencher-te dEle. CM 412

Assim é que serás um apóstolo. Ser apóstolo não é fazer belos discursos ou percorrer muitos quilômetros. É viver de Jesus, onde quer que se esteja. O que Deus faz em ti, Ele também o fará por meio de ti. Se vives dEle, O irradiarás em volta de ti, onde quer que te encontres e o que quer que faças, sem que o percebas sequer. Queres levar Jesus aos teus amigos, aos teus vizinhos, aos teus colegas de trabalho? Achega-te a Ele na oração interior. Queres levar Jesus para dentro do teu lar, da tua vida de casado, de pai cristão? Achega-te a Ele na oração interior. Queres levar Jesus nas labutas por um mundo mais justo e mais fraterno, nas lutas contra todas as misérias, a dor, a solidão? Achega-te a Ele na oração interior. Deus te ama. Deixar-te-ás amar? Tua oração será o teu sim. Nem precisas verbalizá-lo. Deus está aí, e tu puseste tudo de lado para estar aí, somente para Ele. Ele não precisa de mais nada. As distrações? Esquece-as. Deixa-te amar, só isto! A oração interior insere na tua vida momentos de eternidade. Ela dá à tua vida o seu peso de amor. Tua vida tem o preço da tua oração. Pela oração interior, tu te abres ao infinito de Deus. Nela, a graça se manifesta em vista da missão que Deus te confia.

D. Louis Sankale, Bispo de Cayenne (Guiana Francesa) (Da Carta das E.N.D. N° 139, nov. dez. 2000) Traduções de Cartas Francesas Colab. de Monique do Gerard Eq. N. S. do Sim - SP Capital I 35


UNlDOS PELA ORAÇAO O Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos guia, pela vivência dos PCE, por uma vida calcada na oração. Pretendem nortear nosso caminho ao Pai. O próprio Jesus diz: "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram" (Mt 7,1314). Assim, temos que fazer nossa parte através do compromisso responsável de nos colocar à disposição de Deus, buscando a todo instante, trilhar esse caminho e entrar por essa porta. Oração que é o remédio capaz de curar toda espécie de mal e enfermidade, tanto física como, principalmente, espiritual. Mas sua real eficácia depende da sua constância diária e intensa, com muita fé . Nós nos propusemos a todos os dias rezar uma parte do Ro-

sário de Maria, pedindo todos os dias pela Paz nas Farm1ias e pela unidade cada vez mais consolidada de todos os casais que, espalhados pelo país inteiro, compõem a nossa querida Super-Região Brasil. A exemplo das primeiras comunidades cristãs, possamos ser cada vez mais um só corpo e uma só alma, unidos pela oração.

Vanusa e Adriano, CR do Setor A - Santa Luzia/PB

Uma vez que Deus é nosso Pai, temos a ousadia de nos aproximar dele com ternura e confiança filial par expor-lhe nossas necessidades. Com tanto maior ousadia porque nós lhe pedimos "em nome de Cristo" (Jo 14, 13) e o próprio Cristo está orando por nós (veja Jô 14, 16). Nós lhe pedimos os bens materiais- nosso pão cotidiano -mas principalmente os bens espirituais e esse dom por excelência que é o Espírito Santo (veja Lc 11, 13). Nós o fazemos com a segurança filial de sermos atendidos.

Orar 15 Dias com Henri Caffarel, p. 78.

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CRlATIVlDADE PARA REAllZAR OS PCE Na vida dos equipistas de Nossa Senhora, é consenso que a fidelidade no cumprimento dos PCE é muito importante para a vivência de urna espiritualidade conjugal que propicie avanço dos casais no caminho da santidade. Mais do que sermos capazes de executá-los regularmente, é preciso despender esforços para crescer, para buscar fazê-los sempre melhor em vista da nossa santificação. Ao longo dos quase 5 anos de nossa equipe, acompanhamos os altos e baixos de uns e outros, em termos de vivência dos seis PCE, por impedimentos ou dificuldades que o dia a dia vai colocando em nossas vidas. Mas existe uma realidade muito bonita que vem se consolidando em nossa equipe, que é a preocupação, ou mesmo incómodo que quase sempre os casais manifestam, quando ficam em débito com o cumprimento de algum PCE, seja apesar de terem tentado e se esforçado, seja por eventual desleixo ou pouco esforço. Um outro ponto que tem sido interessante e que tem produzido bons frutos é a criatividade dos casais, buscando formas de superar obstáculos que estão dificultando o cumprimento dos PCE. Na realidade são buscados artifícios, muito simples, para facilitar o empenho e a disciplina na vivência desses pontos de esforço. Para firmar o hábito da Escuta CM 412

da Palavra, um casal colocava sua Bíblia em locais estratégicos, para que um ou outro lembrasse de realizar o PCE. Um casal adotou uma planilha para acompanhar como faz mensalmente os PCE . As lacunas na planilha produziam neles tal inquietação que os impulsionava a um maior esforço. Outros casais estabeleceram um horário certo. Chegada a hora, todos os dias, tudo é interrompido para que o casal junto possa fazer a Escuta da Palavra e a Meditação. Foi urna decisão para superar a falta de coincidência nas prioridades dos dois. Nosso Conselheiro Espiritual nos falou de um casal de uma outra equipe que, para conseguir realizar esses PCE, em vez de levantar às 6 horas, passou a levantar às 5h30min, para fazer a Escuta da Palavra e Meditação. Antes marido e mulher as faziam separadamente. Essa criatividade em buscar horários e locais mais adequados ao casal para realizar os PCE é importante, embora os truques não sejam suficientes. É sempre necessário o esforço, não para cumprir um compromisso, mas no intuito de nos colocarmos em atitude de quem, por esses meios, busca a santidade conjugal.

Maria Emt1ia e Vensel Eq. 13 - N. S. Rainha da Paz, Setor A - Florianópolis/SC 37


BAlANÇO DE CAMINHADA Após alguns anos de caminhada, resolvemos fazer uma retrospectiva da nossa equipe, colocando em algumas páginas a nossa história. Pensamos em transformar o trabalho em reflexão para todos. O primeiro passo foi recordar as estampas de nossas camisas, que, por si só, já contam uma boa parte dessa história. Entre uma estampa e outra inserimos um pequeno relatório das atividades das quais participamos juntos; ao longo de cada ano, desde o nosso primeiro encontro no lançamento da equipe, reuniões formais, informais, atividades do Movimento, familiares, paroquiais e diocesanas .. . Tudo enfim, que pudesse trazer-nos à lembrança os momentos que contam a nossa vida, a vida da nossa equipe. Elaboramos esse trabalho, fazendo alusão aos momentos que vivemos. A cada ano relatado, muitas foram as nossas reflexões. Ao final do trabalho podemos dizer que fizemos um verdadeiro balanço de nossa caminhada. O resultado: comparamos a uma grande construção. A cada ano, precisamos rever as necessidades de nossa obra. Algumas instalações talvez precisem ser revisadas até em seus alicerces, pois vão ficando desgastadas pelo tempo. Novas corrosões podem ter aparecido, ou reformas anteriores podem ter sido superficiais ... Materiais mais resistentes e ferramentas eficazes precisam ser utilizados para que a obra apre38

sente a imponência que merece o seu Idealizador. Muitas pessoas reunidas em torno do mesmo objetivo foram e são importantes nesta construção, erguida através do auXIlio mútuo e do esforço pessoal e do casal. Mais uma vez, no mês de novembro, faremos novo levantamento da situação em que se encontra a nossa construção. Duas perguntas apenas poderão ser de grande importância neste momento: Como estou fazendo a minha parte? Visto a camisa de construtor da equipe?

Tina e Augusto Eq. N. S. Auxiliadora - Setor C Niterói/RJ CM 412


TEU AMOR ME TRANSFORMOU No estudo de nosso tema mensal, vimo-nos diante da pergunta: "Que apoio recebo de ti para crescer na minha caminhada espiritual? E que ajuda posso te oferecer"? De imediato pudemos perceber a importância do "outro" - nossa esposa ou marido - em nosso crescimento na espiritualidade, realidade que ficou ainda mais evidente, quando fizemos uma leitura cuidadosa do tema proposto, o qual nos chama a atenção para o quanto crescemos para Deus, no dia-a-dia, como uma conseqüência não apenas de nossa situação de casal, mas resultante também dos múltiplos contatos humanos que vivenciamos ao longo de nossa existência. A afirmação "cabe-nos somente acolher o dom do amor e da vida que constantemente recebemos dos outros, por meio de experiências significativas e encontros que contribuem, aos poucos, para desenhar os traços de nossa identidade" nos dá a medida real da importância da convivência que tivemos com pessoas que nos enriqueceram a existência, desde nosso nascimento: nossos pais, irmãos, parentes, catequistas, professores, padres de nossas paróquias, amigos, colegas de profissão e de trabalho. Somos um pouquinho de cada um deles, que em nós deixaram sua marca indelével. "Deus está sempre presente em nossa vida pela atenção e pelo bem que nos transmite, por intermédio CM 412

das pessoas que nos acolhem, nos perdoam, nos amparam, nos escutam", diz o tema. E poderíamos acrescentar, que nos corrigem, que nos chamam a atenção pela nossa conduta, que nos elogiam, que nos incentivam, que nos amam, que nos dão atenção, que nos acariciam, que nos afagam, que nos alegram a existência, que nos entusiasmam, que têm paciência para conosco, que nos cuidam, que querem o nosso bem, que puxam nossa orelha quando necessário, que enxugam nossas lágrimas quando sofremos, que sofrem solidariamente conosco, que se alegram quando nos alegramos, que vibram com nossos sucessos, que nos seguram quando ameaçamos cair, que nos detém no chão quando queremos voar alto demais em mundos que nada acrescentam à nossa existência, que nos aconselham, que iluminam nossos caminhos para evitar que tropecemos, que nos aceitam como somos, que nos respeitam e outros tantos "quês", por trás dos quais pode-se ler a palavra amor. O tema mostra a pobreza de espírito daquele que se recusa a aceitar esse apoio para o crescimento: "É assim que eu sou, não mudarei as minhas convicções nem minhas atitudes". E acrescenta, é "a recusa de me deixar servir pelo outro, do serviço prestado por alguém que me ama, do que poderia me mudar e me levar a novos caminhos". Bem-aventurados aqueles de nós 39


que acreditamos que somos frutos de tantas pessoas que passaram por nossas vidas; quanto precisamos dizer cada dia ao Pai, "Obrigado, Pai, porque colocaste em nossos caminhos estas pessoas queridas e maravilhosas que me fizeram crescer". Foram contatos fugazes ou convívios de maior duração, mas foram mais que tudo puro e gratuito dom de Deus. E agora estamos prontos a dar nossa resposta ao tema de estudo do mês: pensamos que foi tudo isto que encontramos um no outro, em nossa vida como casal. Foi a graça de Deus que um dia nos aproximou, nos revelou, pouco a pouco, o quanto cada um tinha de bom dentro de si, que fez brotar e crescer nosso amor, que nos levou ao casamento e a este convívio que já dura 46 anos, dos quais 37 anos casados.

Somos um para o outro, exemplo, testemunho de vida, de disponibilidade para a Igreja e para as coisas de Deus. Somos mutuamente exigentes quanto à conduta, corrigimo-nos, rezamos juntos e também um pelo outro, escutamos e refletimos juntos a Palavra, estamos sempre atentos em escutar o que o outro tem a nos dizer, somos mutuamente pacientes, disponíveis, fiéis. Respeitamo-nos e aceitamo-nos um ao outro, com a riqueza interior que porventura temos e também com nossas limitações. Amamo-nos e queremos o melhor um para o outro, e o melhor é um dia estarmos juntos na eternidade. Lourdes e Fernando Eq. 5 - N. S. Auxiliadora Setor A - Florianópolis!SC

Não deixa de ser verdade que converter o amor conjugal em caridade conjugal não é pequena tarefa. Os esposos pressentem que é necessário estabelecer a comunhão ao nível das almas. Mas é tão mais fácil o convívio em níveis inferiores [ ... ] Comprometer a nossa personalidade íntima é particularmente mais difícil. [. .. ] Como é belo o casal em que cada um pode dizer ao outro, com toda a verdade: "No teu amor por mim, vejo o amor de Deus que vem ao meu encontro; no meu amor por ti, uno-me ao amor de Deus que pede o meu coração emprestado para te amar." Os esposos que convivem neste nível já não têm necessidade de que lhes lembre a grande exigência da caridade, a saber: que é preciso trabalhar incansavelmente pela santidade do ser amado.

Pe. Caffarel, A Serviço do mandamento novo. ln a Missão do casal cristão, p. 76.

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AS Tv1ARAVllHAS DAS EQUIPES EM NÓS É uma história longa, porém, vou resumi-la ao máximo. Em 11 de fevereiro de 1996, perdemos nosso filho mais velho, Marco Aurélio, com 23 anos, em acidente automobilístico. No dia 07 de dezembro do mesmo ano, às 7 horas, nós perdemos a D. Laura (mãe de minha esposa) vítima de enfarte e, às 16 horas, do mesmo dia, perdemos o nosso último filho, Murilo, com 21 anos, também em acidente automobilístico. Como foi traumático! Quanto sofrimento! Quando recebemos a notícia do acidente do filho que nos restava, minha esposa, entre lágrimas, abraçou-me e disse: Agora estamos sozinhos ... Teremos de ser a muleta um do outro. Nesse momento tão difícil de nossa vida, recebemos muito apoio de nossa família, de nossos amigos, de nosso pároco Frei Beniarnino, enfim, de toda comunidade Montealegrense. Embora católico, nas minhas buscas e questionamentos, comecei a ler livros espíritas, que nos foram fornecidos por pessoas amigas e, pouco a pouco, fui me envolvendo, passando a iludir-me com a reencarnação. Graças a Deus, minha esposa se manteve firme na fé, mas sem jamais contestar-me. Pedia apenas que eu aceitasse o mistério. Ela sabia que eu não duvidava da ressurreição de Cristo. E dessa verCM 412

dade, realmente, eu não tinha a menor dúvida. Em 2001, um casal equipista, Graça e Chico, de ltumbiara-GO, falou-nos das Equipes de Nossa Senhora. Reunimo-nos, então, com nosso pároco e, pouco tempo depois, surgiu a 1a Experiência Comunitária em nossa cidade e, posteriormente, a Equipe 1, Nossa Senhora da Guia, da qual fazemos parte. Apesar de termos somente um padre em nossa paróquia, já contamos com cinco equipes. No nosso 2° Retiro, em 2002, tive a oportunidade de conversar com o pregador, D. Antônio, Bispo de ltumbiara/GO. Após longa conversa, a ovelha perdida foi encontrada. Aproveitei para confessar-me. Minha esposa, também se confessou e, juntos, recebemos a Eucaristia. Meu Deus, quanta alegria! Após comungarmos, nossos irmãos de equipe, vieram ao nosso encontro e radiantes de alegria nos abraçaram, numa verdadeira atitude fraterna. Sentimo-nos acolhidos como o filho pródigo do evangelho ... Quanta riqueza as ENS trouxeram para a nossa vida, que antes estava tão vazia ... E hoje eu digo: Obrigado, meu Deus, pelos filhos maravilhosos que nos foram confiados e, também, pelas nossas queridas netinhas, Jéssica e Maíssa, que tanto nos alegram. Mil vezes obrigado pelo Movimento das ENS em nossa vida. Mas, obrigado, 41


sobretudo, por ter aberto os meus olhos para esta tão grande verdade: Cristo ressuscitou e nós também ressuscitaremos. E nesse grande dia haveremos de nos reencontrar, todos, na morada que o Senhor nos preparou. Onde não

mais haverá despedida, onde não mais haverá separação.

Chico da Chica Eq. 1 - N. S. da Guia Monte Alegre de Minas!MG fdvieira@bol.com.br

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CRESCENDO NA MlSSAO "Confia os teus cuidados ao Senhor e ele te sustentará" (SI 55, 23).

Quem pertence às Equipes de Nossa Senhora e acredita no Evangelho, procurando tomá-lo vivo em sua vida, estará sempre pronto para dizer sim, como Maria, por maiores que sejam as dificuldades que possam surgir ou serem vislumbradas na missão. Foi imbuídos deste espírito e inspirados no salmo 55 que aceitamos ser Casal Ligação, Casal Setor, Casal Regional. Encaramos esses chamados como uma oportunidade de crescer como casal e como Igreja e, principalmente, de conhecer e amar mais o nosso Movimento. Dedicamonos ao trabalho com alegria e rezamos com amor, pudemos estar mais perto um do outro e tivemos sempre o propósito de não desanimar, cientes de que para chegar às rosas necessita-se passar pelos espinhos. Aprendemos muito, conhecemos verdadeiramente o nosso Movimento, hoje já não somos mais os mesmos. Participamos de Encontros, Sessões de Formação e inúmeras reuniões. Acolhemos e fomos acolhidos! O Senhor entrou em nossa 42

vida pelas portas, janelas e por todos os espaços que abrimos. Foi muito gratificante! Conhecemos muita gente, fomos acolhidos por casais que nunca havíamos visto, acolhemos em nossa casa casais, sacerdotes e pessoas que também não conhecíamos. Tivemos muitos compromissos é verdade, mas podemos dizer que de cada um deles saíamos mais fortalecidos e animados e amando cada vez mais o nosso Movimento. [... ] A nossa vida de equipista continua, e vibrante, com a expectativa do Encontro Internacional de Lourdes em setembro próximo, quando com representantes das equipes do mundo inteiro estaremos irmanados, celebrando a unidade deste tão querido movimento das Equipes de Nossa Senhora. Bendigamos ao Senhor por sua infinita misericórdia e peçamos à Senhora de Lourdes que permita que onde quer que estejamos, possamos sempre testemunhar a Espiritualidade Conjugal!

Ligia e Carlos Eq. 4 A -- Jundiaí /SP CM 412


AMOR, FORÇA CRIATIVA Um professor universitário levou seus alunos de sociologia a uma área muito pobre de Baltimore, para que fizessem um trabalho de avaliação sobre o futuro de duzentos meninos carentes. Em todos os casos, os alunos escreveram: "Ele não tem nenhuma chance". Vinte e cinco anos depois, um outro professor de sociologia deparou-se com o estudo e propôs a seus alunos que pesquisassem para saber o que acontecera aos menores avaliados. Com exceção de vinte deles, que tinham morrido ou se mudado, os estudantes descobriram que cento e setenta e seis dos cento e oitenta restantes eram bem-sucedidos advogados, médicos e homens de negócio. O professor, surpreso, resolveu aprofundar a pesquisa. Felizmente, todos habitavam na região,

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e ele pôde perguntar a cada um a razão de seu sucesso. Em todos os casos, a resposta imediata e emocionada foi: "Havia uma professora". Essa senhora ainda estava viva e, embora idosa, era absolutamente lúcida. O professor perguntou-lhe qual a fórmula mágica que usara para arrancar os meninos da vida miserável e lançá-los num caminho de realização e sucesso. Os olhos da mestra cintilaram e, com um sorriso delicado, ela disse: "Na verdade, foi muito simples. Eu amava aqueles meninos". Parabéns a todos os professores, no seu dia!

Colaboração de Marisalva do Emerson Eq. N. S. Aparecida Capão da Canoa/RS

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CASAMENTO SEM AlHOS "Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, crescei e multiplicaivos ... " Esta frase bíblica nem sempre foi bem entendida, de modo que, ainda hoje, casais sem filhos enfrentam muitos preconceitos. Há muitos casais que não têm filhos, por vários motivos. Um deles é a infertilidade. Há casais que descobrem isso após muitas tentativas frustradas. O desejo pelo filho é grande, mas a natureza, por motivos nem sempre explicáveis, dificulta ou impede que aquele casal tenha filhos. E é comum ouvirem: ''Deus não abençoou seu casamento". Quanta tristeza, quanto sofrimento em não poder gerar um filho, e ainda ter de ouvir isso! Será verdade que o casamento sem filhos não é abençoado por Deus? É claro que não é verdade! O próprio ato de entrega mútua que marido e mulher fazem na celebração do matrimônio já é a bênção de Deus em suas vidas. Marido e mulher são bênção um para o outro quando se dão e se recebem em casamento. A maior bênção na vida do esposo é a esposa e vice-versa. Essa é a síntese do sacramento do Matrimônio. Os filhos que nascem dessa entrega mútua são frutos do amor do casal. Com certeza o casamento se destina a continuar a obra criadora de Deus e os filhos são bênção para o casal. Mas a primeira bênção de Deus é dirigida ao casal. Também os casamentos fisicamente estéreis são abençoados 44

pelo amor de Deus vivido no sacramento do Matrimônio e os filhos não são o único fruto possível desse amor. Há várias maneiras de o casal que se ama ser fecundo e realizar sua vocação maior, que é a vida, amando-se com amor santo, cuidando de filhos que porventura adotem ou cuidando dos próprios pais ... E podem ainda ser fecundos em tantos serviços à comunidade de fé, à sociedade etc. A maior bênção é o amor, pois Deus é Amor.

Revista Elevando, in jornal O Domingo Adaptação de Laudicéia e José Lima Eq. N. S. Aparecida Nossa Senhora Aparecida/SE CM 412


AS COLHERES DE CABO COMPRIDO Conta uma lenda, que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno. Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem a porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa e cheirosa sopa, e a sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não lhes permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era muito grande ... Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: Havia o mesmo caldeirão, pessoas em volta e as mesmas colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome e nem sofrimento. Eu não compreendo, disse o homem a Deus, porque aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual? Deus sorriu e respondeu: Você não percebeu? Porque aqui seus corações não são duros e eles aprenderam a servir uns aos outros. Temos três situações que merecem profunda reflexão: • Egoísmo: As pessoas no inferno estavam só preocupadas com a sua própria fome, impedindo CM 412

que pensassem em alternativas para resolver a situação. • Criatividade: Como todos estavam querendo se safar da situação caótica em que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema. • Equipe: Se tivesse havido espírito solidário e ajuda mútua, a situação teria sido rapidamente resolvida.

Conclusão: • Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. • O espírito de equipe é essencial para o alcance do sucesso. • Uma equipe participativa, coesa, vale muito mais do que um batalhão de pessoas com idéias e posicionamentos isolados.

lembre-se sempre: Isso vale para qualquer área de sua vida, familiar ou profissional, especialmente para a vida de uma equipe de Nossa Senhora. Não esqueça: Sua presença sempre engrandece as reuniões e alegra a todos, quando você não comparece, fica um vazio muito grande na equipe.

Fábula: Autor desconhecido Reflexão: Nalú e Carlos Eq. 1 - Setor Votorantim/SP 45


OAllCERCE EAPAREDE Nas mãos tenho Guilherme Davoli e seu livro "Vítimas e Aprendizes da própria história". E ele tem razão ao dizer que o tema mais constante e, creio, mais desafiante é a disciplina ou a falta dela, em nossas crianças e jovens, tanto na escola como nas casas, quer em âmbito privado como no convívio social. Este é um dos temas de que trata Davoli, no capítulo "O alicerce e a parede". Pinça alguns parágrafos: "Disciplinado não é aquele que simplesmente obedece às regras e aos limites estabelecidos, afinal de contas, qualquer presidiário, contrariadamente, também "respeita" as grades de sua cela. Disciplinado é aquele que consegue sentir-se confortável e, apesar das limitações sociais, bem como a partir delas, descobre e se reconhece com competência para administrar-se dentro das mais diferentes e inusitadas situações. Em uma primeira vista, podemos estranhar o uso da expressão disciplinar-se, dentro do tema de educação de filhos, pois costumeiramente temos a falsa impressão de que são sempre os pais e posteriormente as escolas, igrejas e outras instituições que devem transmitir a disciplina a seus membros. Na realidade, aos pais e a essas instituições cabe o estabelecimento dos limites, o incentivo às iniciativas, o mostrar-se como parâmetro e luta na busca de um equilíbrio e, principalmente, o acre46

ditar em tudo aquilo que se pretende transmitir. Só é possível imaginar que jovens sigam as orientações transmitidas por seus pais ou mestres, se forem rigorosamente percebidos como sinônimos de felicidade. O problema é como encontrar sinônimo de felicidade em pessoas que costumeiramente tendem a se esquecer de quem são, evitando ou optando por não pensar em suas próprias vidas e na vida a dois, com todos os seus necessários projetas e esperanças, colocando o trabalho, o dinheiro, e até mesmo os próprios filhos como sendo o centro de suas preocupações e de seus interesses. Infelizmente, o que temos assistido, cada vez com mais freqüência, são casais que se esquecem dessa vida a dois e, pelo excesso de amor ou de preocupação com os filhos, na tentativa de se descobrirem como superheróis do sucesso desses, ignoram que proteger não é carregar nas costas, mas essencialmente estar presente, se e quando necessário. Casamento é algo que existe em si, e é a coerência da linguagem entre as duas partes em busca de objetivos comuns que viabiliza os sonhos, inclusive de outras pessoas que naturalmente estejam próximas. Filhos são como plantas que precisam confiar em suas próprias raízes e na qualidade das sementes de onde foram geradas. Filho tem vida própria e a prioridade sempre deve ser a CM 412


forma autônoma como cada um irá desabrochar, para depois buscar o seu caminho. Quando os pais priorizam a existência dos filhos, correm o risco de estar colocando a união do casamento em segundo lugar, ou seja, o alicerce troca de posição com a parede, desestabilizando toda a estrutura familiar. Já o casamento naturalmente colocado em primeiro lugar vai garantindo o ninho e o nicho de referência para todos. O primeiro afago e o primeiro beijo é para quem está ao nosso lado, para depois podermos distribuir carinho às outras pessoas que convivem nessa estrutura. A exemplo dos alicerces, as relações precisam ter raízes e valores profundos para não se trincar, e interligações reais de amizade para balançar e se segurar diante das dificuldades. Não se esqueça destas observações: • Filhos devem ser conseqüência. • O futuro guarda suas próprias histórias. • É muito melhor se atirar, sabendo onde a corda está amarrada! • Procure viver e enfrentar dificuldades, sabendo onde estão fincados seus próprios pés. A educação dos filhos sempre se inicia no beijo honesto entre o marido e a mulher.

Extraído do Boletim O Equipista, de Ribeirão Preto Colaboração de Maria Auxiliadora do Juba Eq. B 4 - Ribeirão Preto!SP CM 412

COMUNHÃO CONJUGAL A família tem início na comunhão conjugal. [... ] O livro do Gênesis abre-nos a esta verdade quando, referindo-se à constituição da família mediante o matrimônio, afirma que "o homem deixará o pai e a mãe para se unir à ua mulher; e os dois serão uma só carne" (Gn 2,24). No Evangelho, Cristo enuncia as mesmas palavras e acrescenta: ''Portanto, já não são dois, mas uma só carne. Pois bem, o que Deus uniu, o homem não o separe" (Mt 19,6). Ele revela novamente o conteúdo normativo que existe já "no princípio" (Mt 19 ,8). Quando. juntamente com o Apóstolo, dobramos os joelhos diante do Pai, do qual toda a paternidade e maternidade recebe o nome (cfEf3.14-14), tomamos consciência de que o fato de se tomarem pais faz com que a família, já constituída pela aliança conjugal do matrimônio. se realize ''em sentido pleno e específico". A fan1ília, comunidade de pessoas, é, pois, a primeira "sociedade" humana. Ela surge no momento em que se realiza a aliança do matrimônio, que abre os cônjuges a uma perene comunhão de amor e de vida, e completa-se plenamente e de modo específico com a geração dos filhos: a comunhão dos cônjuges dá início à comunidade familiar. João Paulo II, Carta às famílias, 7 47


- DE SABEDORIA llÇAO Gandhi, em seu tempo, foi o homem mais admirado e respeitado da Índia. Certa vez, uma senhora levou seu filho até ele e pediu: - Gandhi, por favor, fale com meu filho para ele parar de comer doces, ele tem um grande respeito por você e com certeza vai escutá-lo. Gandhi pediu então, que a mãe trouxesse o menino na próxima semana. Assim, na semana seguinte, Já estava a mulher com seu filho. Quando chegou Gandhi disse: - Esta semana ainda não, volte na próxima. Então, na semana seguinte, mãe e filho voltaram até Gandhi. Desta vez, o menino ouviu:

- Seria interessante que você pensasse em diminuir a quantidade de doces que come. A mulher, intrigada, perguntou a Gandhi: -Por que o senhor não fez isso logo na primeira semana, quando lhe pedi? · Gandhi respondeu-lhe: - Eu sempre adorei doces, não achei justo pedir ao menino algo que um homem como eu não consegue fazer. Na primeira semana, eu não consegui e não me senti preparado para conversar com ele. Somente quando controlei a quantidade de doces que comia é que me senti forte para falar com seu filho. Um Casal Responsável de Equipe deve ter essa postura. Ter coerência entre suas palavras e ações. Deve receber a responsabilidade de animar a equipe naquele ano, buscando modificar atitudes não exemplares, procurando dar seu testemunho de casal, não só para a sua equipe de base, mas também para sua família e toda a comunidade. Claro que ninguém é perfeito. Todos temos nossas limitações. Mas devemos estar dispostos a aprender e a estimular o crescimento dos nossos semelhantes, através de nosso exemplo. Essa é a nossa missão como casal cristão.

Sonia e Zezinho. Eq. 1O - N. S. Aparecida - S. José do Sabugi/PB 48

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Meditando en1 Equipe Em outubro, unem-se duas celebrações: as Missões e o Rosário . Pode-se perceber, nestas duas celebrações, a presença de uma mesma pessoa: Nossa Senhora . Por ser missionária, ela foi visitar a sua prima Isabel , não por curiosidade, mas por caridade, a fim de ajudar aquela que necessitava, manifestando a alegria por Deus ter operado seu desígnio salvífico por meio dela .

. . . . . . . Escuta . . . . .da . .Palavra . . . . . em . . .lc. .1,39-45 ... ..... .... ..... Sugestões para a meditação: 1. Qual é o lugar que a caridade ocupa em nossa família? 2. O Rosário é rezado em nossa casa, mesmo em família? 3. Quais as lições que a Mãe de Deus nos oferece como missionária e serva de Deus? Pe. Geraldo

Oração litúrqica (SI 75) 1. Nós te celebramos, ó Deus, nós te celebramos, invocando teu nome, contando as tuas maravilhas.

2. "No momento que eu tiver decidido, eu próprio vou julgar com retidão; trema a terra e seus habitantes todos; eu mesmo firmei suas colunas . 3. Eu disse aos arrogantes: Não sejais arrogantes! e aos ímpios: Não levanteis a fronte! não levanteis altivamente a vossa fronte, não faleis retesando a nuca ". 4. Porque não é do nascente nem do poente, nem do deserto das montanhas que Deus vem como juiz. A um ele se abaixa, a outro se eleva, pois na mão de Javé há uma taça cujo vinho espuma, cheio de mistura; ele o derramará, até às escórias o sugarão, e todos os ímpios da terra o sorverão. 5. Quanto a mim, vou anunciar para sempre, vou tocar para o Deus de Jacó. Vou quebrar a fronte de todos os ímpios e a fronte do justo se levantará .


Missa de abertura do Encontro do Colegiada Nacional e Posse dos Novos Casais Responsáveis Provincial e Regionais

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-902 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 E-mail: secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br Home page: www.ens.org .br


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