ENS - Carta Mensal 410 - Agosto/2006

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensa l • n °410 • Agosto 2.oo6 DIA DOS PAIS Exemplos de pai ....................... ..... 23 Ser pai, dom de Deus .......... ... ....... 24 Gratidão ...... .......... .. ........ .... ... ....... . 2 5 0 .......... .. .. .... ... .. ...

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do encont ro .. .. ...... .. .... 03 da Vocação Conjugal . 04

NOT(CIAS E INFORMAÇÕES . .... .. 26 ENCONTRO DE LOURDES

universal da fé .... .. .... .. .. 06 do casal .... .... .. ............... 07 a viver a vocação .... . 08

Vamos a Lourdesl ... ... .... ....... ........ . 31 A saga de João de Boneville .... .. ... . 3 2 Peregrinação .... .... ..... .. ......... .. .. .. .... 33

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Movimento .................. ipe .. .. ...... .. ...... .... ...... .. formação nível 111 .. .... .. .. especial. .. ...... .. .. .. ....... ~'Sii!MiliiN formação nível I ............

1O 1O 11 12 13

Encontrar-se com Deus ............... .. 34 Retiro Espiritual .. ...... ........ .... .. ...... . 3 5 A necessidade da oração .. .... .. .... .. 36

TESTEMUNHOS Contra o aborto ! .. .. ........ .. .. .. .... .. .. . 37 Moment os confli t ant es .. .. .. .... .. .. .. . 38 Testemunhando os retiros ...... .. .. ... 39 Unidade .... ...... .. .... .. .... .. .. .. .... .. .... ... 41 EJNS celebram 15 anos no Brasil .. 42 Onde moram os anjos? .. ...... .. .. .. .. . 43

ATUALIDADE Ele está no meio de nós! .... .. .. .. .. ... 44

VOCAÇÕES 5acet::d otes Conselheiros .. .... .. 19 munidade de amor .. .... . 21 lugar de fel icidade ..... 21 CIUI4 MMIIII AVGIIi e Corlol ~- pllblit:orikllltlllllllldtlr Clllia e Domingos Eqvlpu dtl Nos• Smlrom L»ciaM e Marr:elo Regi#ro "Üitk l'nlpmw" Sola , Sergio na 219.3J6 IMo B ú Pe. Gero/do LM!z B. 09.10.2002 Hoclarumn

Ulfb: Eqqu • Orilll•ru•l Grocilte e Gambllll ( resf'(J1184wls}

Jorrrlllillfl lt.qoru4Hl: CotlwriM E. NIMIAr r•lMDI Projm Gr4{ko: Alessandra CarlgrtDni

REFLEXÃO Ouço um grilo ! .. .... .... .... ...... .. .... .... 46 Os três leões ...... ............................ 47 A serpente e o vaga lu me .... .. .... .. .. 48

E41111,.,.. Elrlrlllift,

Cartas, colaborações, notil'Oiolilol• ~ cias, testemunJws e itnllgens NoVG 114rukltv Prod. Ed. devem ser enviadas para: R. 7lrrlal.tu. 390 - 11" tllltiaJ: Carta Mensal c}. 115 • Penltra- Silo PIMIID Fone:~ll}3617.3388

l'Oio ~ Awlillo Gtullbllll l_,tarllo: Cly

TtraJaam• ~: 18.800 umJplores

R. Luis Coelho, 308 s· andar • conj. 53

01 3(Y}-902 • São Paulo - SP

Fone: (Oxxll) 3256. 1212 Fax: (Oxxll ) 3257.3599 cartamensal@ens.org.br A/C Graciete e Gambim


Queridos irmãos e irmãs: Novamente a Carta Mensal está chegando às casas equipistas, com orientações do Movimento e contribuições de irmãos de diversas partes do Brasil. Aproximando-se o Encontro Internacional, Graça e Roberto animam os que irão a Lourdes a estarem conscientes de que são enviados da sua equipe para aquela peregrinação, também imbuídos da mesma expectativa do Padre Caffarel e dos casais iniciadores do Movimento: que "o amor santificado pelo sacramento do Matrimónio seja um louvor a Deus ..." No Mês das Vocações, Frei Avelino exorta-nos a sempre ter presente que a vocação das vocações é o chamado à santidade: "Sede santos, porque eu o Senhor sou santo" (Lv 19,2). "Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48). Ser santo é absorver o amor de Deus. O chamado à santidade decorre do sermos criados à imagem e semelhança de Deus. E para os casais esta vocação se realiza na dinâmica da relação de amor entre os esposos, a exemplo do amor de Cristo pela Igreja. Da vocação conjugal resulta para marido e mulher a missão de buscarem juntos a realização da vocação à santidade, para se santificarem como pessoas e como casal, para santificarem a família, a comunidade e o mundo, como refletem Nazira e João Paulo, em "A palavra do Provincial".

Uma homenagem aos Sacerdotes Conselheiros Espirituais e também às religiosas e aos religiosos que nos acompanham. Aos presbíteros a gratidão por estarem conosco, como "Cristo Cabeça". Pelos religiosos e religiosas o louvor a Deus pelo seu testemunho de vida consagrada, profecia das bodas eternas do Cordeiro com a "Esposa". Alguns artigos nos motivam a rever o sentido do Retiro anual como Ponto Concreto de Esforço. Mais do que o esforço para ficar em deserto interior num final de semana, faz-se necessário um esforço, dia após dia, para levar à prática as meditações e as decisões tomadas no Retiro. Poderemos nos delongar, meditar até, na leitura da homilia do Papa Bento XVI sobre o significado da Assunção de Maria para o ser e o viver cristãos. Também podemos nos nutrir com as reflexões sobre temas de estudo, estudos sobre conjugalidade, belos e modelares testemunhos e outros. Pela passagem do Dia dos Pais, a homenagem e a gratidão prestadas de maneira testemunhal a alguns pais, mas dirigida a todos os pais equipistas, pois cada um tem uma história rica em dons e graças do Pai para os seus filhos. Feliz Dia dos Pais! Parabéns a todas as farru1ias!

Graciete e Avelino Gambim CR Equipe da Carta Mensal


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A GRANDE VOCAÇAO Caríssimos Casais e Conselheiros! Chegando ao término da reflexão sobre Jesus Cristo, retomo um pensamento do Pe. Caffarel, que, sempre firme, objetivo e claro, dizia: "As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos". A única pessoa que no fim da vida pode cantar vitória e subir ao "podium" é o santo. Só ele é feliz de verdade. O segredo da vitória está em descobrir a vocação. Ser santo é a primeira e mais sublime vocação (GS 19). As outras são caminhos. Grande é o compromisso, longo o caminho, mas, se o homem se convencesse de que Deus é Pai e origem de tudo, que nascemos e vivemos de Deus, teríamos um conceito mais elevado de nós mesmos e o chamado à santidade soaria de outra forma aos ouvidos do coração! "Assimilar Deus" é um convitecompromisso claro na Bíblia. Deus é Pai, somos filhos seus, participamos da natureza e santidade divinas (cf. 2Pd 1,4; Jo 1,16). Paulo, após dizer que "nele vivemos, nos movemos e existimos", acrescentou: "Somos de sua raça" (At 17,28). O homem que assimila Deus transforma-se e Deus resplandece nele. Por isso, o esforço ascético tem como objetivo imitar Jesus Cristo, "imagem e substância do Pai", não por imitação exterior, mas pela configuração interior, alimentando e 2

cultivando os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2,5). Para S. João, assimilar Deus, configurar-se a Cristo é um processo de amor. Amar é assimilar o Amor. Jesus Cristo é a medida plena do amor do Pai. Assimilar esse Amor é configurar-se com quem só vivia para o Pai. S. João da Cruz fala do processo de transformação pelo amor com o símbolo do lenho verde, que se transforma em fogo pela ação do fogo. O mesmo fogo se encarrega de transformá-lo em brasa viva. O caminho da santidade será sempre um trabalho duro e penoso: despojar-se do velho, (a umidade do lenho verde) e revestir-se do novo, (a brasa viva). Quando o Amor começa a ser assimilado, inicia-se o processo de purificação, que nós chamamos de ascese: começa o esvaziamento de tudo o que impede o brilho da imagem de Deus que em nós se revela quando temos os mesmos sentimentos e pensamentos de Cristo. "Importa que ele cresça e eu diminua". Santidade é Cristo vivendo e agindo em mim. "Para mim, viver é Cristo". "Não sou eu que vivo", dizia Paulo, e gloriava-se em dizer: "Eu trago em meu corpo as marcas de Jesus" crucificado, origem da purificação, transformação e santificação. Deixe Cristo agir! Amém!

Pe. Frei Avelino Pertile , SCE/SR CM 4 10


A CAMINHO DO ENCONTRO Amados irmãos: Alguns milhares de quilômetros e pouco mais de 30 dias nos separam de Lo urdes! Superando todos os prognósticos feitos há dois anos, ao abrirmos as inscrições, anunciamos que o Brasil enviará a Lourdes 1.770 equipistas. São muitos? Pouco importa! O amor que temos no coração é que fará a diferença. Importa que cada casal, cada conselheiro, cada pessoa vá ao encontro dos equipistas de outros países consciente de que é o enviado da sua Equipe. Importa que cada um leve consigo, para enriquecer a partilha de vida com os irmãos, as intenções e preocupações de quem o envia. Muitas razões nos levam a Lourdes. Para os que buscam a verdade do Reino, o peregrinar sempre é uma confirmação da fé, uma resposta a um apelo interior que impulsiona e atrai. Deus é uma profunda aspiração do ser humano. Milhares de homens e mulheres de todas as raças, línguas e nações, ao longo da história, têm feito de suas vidas um permanente louvor a Deus. A promessa da glória que virá enche-nos de esperança e nos anima a repetir com São Paulo: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (lCor 2,9) Cremos no amor de Deus (cf Carta Encíclica Deus Caritas est, CM 410

1) e, por isso, aspiramos a nos unir a Ele, pela graça, na esperança de nos deleitarmos na Sua perfeição, que supera todo o bem que podemos compreender e alcançar por nós mesmos nesta vida. Foi esse desejo intenso de viver no Amor e de testemunhar Cristo no lar e pelo lar que inspirou alguns casais e o Padre Caffarel a formarem a primeira Equipe, na expectativa de que "o seu amor santificado pelo sacramento do Matrimônio fosse um louvor a Deus, um testemunho aos homens de que Cristo salvou o amor e também uma reparação dos pecados contra o Matrimônio". (Razões de ser das ENS, ln: Carta das ENS, 1947). Lourdes convoca-nos a renovarmos os anseios de amor que herdamos dos nossos antecessores. Para ajudarnos a buscar a graça na profundeza da nossa união, o Movimento, como preparação para o Encontro, abriu-nos a perspectiva de aprofundarmos a descoberta do Cristo no tema "Quem dizem os homens que Eu sou?". Confiemos a N. S. de Lourdes a beleza do nosso amor, as intenções e necessidades que levaremos para o Encontro, rezando com Santa Bemadete à Mãe do Amor: "Ó minha Mãe, ao vosso coração eu confio as angústias do meu coração e nele venho buscar ânimo e fortaleza." Amém!

Graça e Roberto CR da Super-Região 3


Palavra ào Provincial

CONSClÊNClA DA VOCAÇÃO CONJUGAl Terminada a obra da criação, Deus contemplou a harmonia da natureza. Era um momento sublime de paz, beleza e êxtase. Quem poderia cuidar de tão belo jardim, com tantas flores e tão inebriante perfume? Com coloridos e saborosos frutos? Com diversos e espantosos seres vivos? Com tanto amor quanto o que lhe dera origem? Então, Deus projetou um ser à sua imagem e semelhança, isto é, um ser dotado de inteligência, liberdade e vontade, para continuar criando, trabalhando e realizando. E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, e criou-os varão e fêmea (Gn 1,27). Assim, do nada veio a criatura humana à existência. Deus, uma comunidade de pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, fez o ser humano à imagem e semelhança da comunidade divina. A relação entre as três pessoas divinas é amor. À semelhança das três pessoas de Deus, homem e mulher receberam do próprio Deus uma vocação, um chamado à vida comunitária, feita de relações de amor. É por vocação que a criatura humana 4

é uma comunidade de pessoas: homem e mulher, de cuja relação de amor os filhos são conseqüência natural. A comunidade conjugal adquire uma nova dimensão na comunidade familiar: pai, mãe e filhos. Há em Deus uma comunhão perfeita, uma comunicação plena, uma satisfação amorosa de doação, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Em Deus tudo é pleno e completo. Na criatura humana- homem e mulher - pai, mãe e filhos - tudo está a se fazer. É uma busca contínua, uma luta sem tréguas, uma determinação perseverante. Homem CM 410


e mulher são duas pessoas, subsis- cação conjugal: missão de santificar tentes e independentes. Não são a si mesmo, santificar o cônjuge, duas partes que se encaixam, mas santificar a farm1ia, santificar a cosão dois seres que receberam a vo- munidade e o mundo. É a realizacação de se tornarem um novo ser, ção plena da vida a dois que homem o ser casal, "uma só carne", um no e mulher vão descobrindo e consoutro, para, numa relação livre e truindo, como criação sublime e dom amorosa de duas pessoas, cresce- precioso de Deus, no caminhar diárem no amor e darem frutos de rio rumo à eternidade. É necessário que o casal tenha amor, como instrumentos de Deus consciência de que a vocação mapara multiplicar no mundo as criatrimonial é uma vocação à conjugaturas humanas. O casal é um ser cujo rosto vai lidade e que esta é caminho de sansendo lentamente esculpido, a par- tidade. É a consciência que nos dá tir da comunhão das vontades. O se- o sentido da responsabilidade na nosgredo da vocação do homem e da sa vocação, num espírito de dever e mulher para se tornarem comunida- temor, mas também de fé e esperande de amor reside na descoberta de ça, vivendo já no agora o entusiasmo um no outro. Na doação total e in- da alegria celeste. Somos chamacondicional de um ao outro, alicer- dos a uma relação de amor, nascida çados no amor trinitário. Da conjun- de Deus, fonte de todo amor. Ao tomar consciência do sentido ção voluntária das vontades resulta como que uma alma comum. Cres- da vocação conjugal, o equipista ascerá assim uma criatura humana em sume o compromisso de cumprir os busca de se tornar semelhante ao Pontos Concretos de Esforço, todos Criador, dotada de sentimentos no- eles, não como imposição, mas conbres, capaz de amar, perdoar e se vencido de serem meios colocados à doar ao outro, por isso sensível às nossa disposição para nos ajudar no necessidades do outro, capaz de dar caminho da santidade conjugal. O mundo precisa de cristãos coe receber carinho, respeitando as inrajosos, de casais autênticos, coedividualidades e as diferenças. Marido e mulher realizam a sua rentes e entusiastas. As dificuldavocação enquanto buscam aperfei- des e sofrimentos são muitos, mas çoar a obra divina, esculpindo o pró- vale a pena enfrentá-los e superáprio rosto através das virtudes e vi- los com alegria e esperança. Tratacissitudes do casal, das alegrias e se da realização plena da nossa votristezas na farm1ia, ao acompanhar cação conjugal, da nossa missão o nascer, o crescer e o realizar-se equipista, pela vivência da espiridos filhos. É da doação desse en- tualidade conjugal, o carisma fundacontro que a criatura emerge para dor das Equipes de Nossa Senhora. o divino, como num parto, pela doaNazira e João Paulo ção generosa de si mesmo. CR Província Norte Tudo isso nós chamamos de voCM 410

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O ALCANCE , UNlVERSAl DA FE '~ fé é uma posse antecipada do que se espera, demonstração de realidades que não se vêem" (Hb 11, 1).

A nossa fé fundamenta o amor fraterno, que brota do amor trinitário de Deus, que nos foi manifestado em Jesus Cristo. Como lemos no Evangelho, Ele nos dá o mandamento do amor, para amarmos o semelhante como Ele nos amou. Isso significa colocarmo-nos a serviço do outro, principalmente dos mais humildes e necessitados, renovando o perdão e a reconciliação, sem discriminar as pessoas por crerem diferente de nós, mas vendo em cada pessoa a face de Cristo, que deu a vida por todas e cada uma das pessoas humanas.

A razão de amarmos todas as pessoas está em que elas são amadas por Deus, e porque em cada pessoa amaremos o Cristo.

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Em lCor 13,1-13, o apóstolo Paulo nos fala do amor fraterno, exaltando a fé, a esperança e o amor, mas das três virtudes só o amor permanecerá para sempre, pois a fé e a esperança são dons que Deus nos dá para esta vida, para que creiamos que somente Ele é Deus e caminhemos confiantes, na esperança de vencer o mal e chegar à ressurreição em Cristo. A fé e a esperança nos são dadas para que vivamos o verdadeiro amor, que vem de Deus. E porque Deus ama o pecador antes de ele se tomar crente, também nós vamos amar cada ser humano. Porque Jesus Cristo morreu e ressuscitou por todos, também nós vamos amar as pessoas, sejam muçulmanos, cristãos, judeus, ortodoxos, espíritas, budistas ... Não se trata de aceitar a religião do outro como verdadeira. A razão de amarmos todas as pessoas está em que elas são amadas por Deus, e porque em cada pessoa amaremos o Cristo. "Jesus está misteriosamente unido a toda criatura", nos ensina o Papa João Paulo II. Somos encorajados por nosso Deus a sermos, cada dia, agentes da reconciliação, a fim de reduzir as divisões em nosso quotidiano. Não aguçar as diferenças, mas aceitar as pessoas pelo que elas são, valoCM 410


rizando-as. É importante reconhecer os dons espirituais das diferentes igrejas cristãs e aprender uns com os outros. Qualquer que seja a religião, escutar, perdoar, auxiliar gratuitamente os irmãos, com desapego, deve ser um esforço de todos, pois a recompensa virá do Céu. Somente pela fé acreditamos num Deus onipotente, onipresente e onisciente, amoroso, bondoso, paternal e misericordioso. Pela fé entendemos que o universo foi formado pela Palavra de Deus. É na fé viva onde encontramos força e coragem para sermos hábeis na caminhada, sem nos deixarmos impressionar pelos obstáculos e dificuldades. "Se envelhecer na terra sua raiz e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como

planta nova" (Jó 14,7-9). Tenhamos confiança na Palavra de Deus: seremos como árvores plantadas junto a corrente de água, que no devido tempo dará o seu fruto (cf. Sl1,3). Deus aumentará em nós a fé se formos assíduos à oração. E o Movimento nos oferece ajuda, pela pedagogia dos PCE. Fortalecidos pela Oração Conjugal, Escuta da Palavra e Meditação diárias, pelo Dever de Sentar-se e a Regra e Vida, com a ajuda do Retiro anual, testemunharemos sem medo a nossa fé, vivendo o verdadeiro amor fraterno . Assim permaneceremos no amor de Deus, porque Ele é Amor.

Edna e José Carlos Ribeiro dos Santos Eq. 1O, N. S. da Vitória Salvador/BA

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FORMAÇAO DO CASAL Quando nos casamos, não tínhamos ainda noção exata da responsabilidade que iríamos assumir, não tínhamos a dimensão dessa vocação do casal. Essa compreensão foi sendo assimilada por nós durante a caminhada, nesse tornar-se casal em formação permanente. Quando nos preparávamos para a missão matrimonial, sonhávamos maravilhas. Depois, muito aprendemos, crescemos e amadurecemos na vida a dois e, em seguida, com a chegada dos filhos . Hoje, vemos quão importante é CM 410

a formação trazida de berço, a formação cristã recebida de nossos pais, através de suas atitudes, ações e testemunhos. Deles recebemos o alicerce da nossa caminhada matrimonial e familiar. Nossos pais lançaram os fundamentos, sobre os quais estamos construindo o nosso matrirnônio, alimentados pela Palavra de Deus, pela Eucaristia, auxiliados pelas Equipes de Nossa Senhora.

Léia Aparecida e José Luiz Eq. N. S. das Vitórias Setor Ituiutara/MG 7


APRENDEMOS A VIVERA VOCAÇAO Respondendo às questões pro_(>OStas para troca de idéias na quinta reunião do livro A Descoberta de Cristo: • De modo geral, foi nas Equipes de Nossa Senhora que tivemos a contribuição para o aprofundamento e tomada de consciência de nossa vocação conjugal, seja na equipe de base, seja na equipe regional. Foi na equipe de base que, através dos PCE, experimentamos parar para rezar, dialogar, conhecermo-nos melhor. E foi no trabalho no setor que consolidamos e descobrimos o sentido, a importância e a responsabilidade que envolve a vivência conjugal. Nossa equipe é capaz de colocar as pessoas à vontade, acolher, analisar as dificuldades de um e outro, de respeitar pontos de vista diferentes, de sugerir soluções, questionar e ser solidária. É importante destacar o conhecimento e as exigências que o nosso o SCE tem em relação a esse tema, desafiando-nos em cada encontro, contribuindo assim para a harmonia e crescimento de todos. • Com certeza, a vida de equipe modificou e enriqueceu a nossa relação conjugal, considerando que ela foi responsável, em parte, pelas experiências positivas que, saindo da teoria, tomaram-se realidade, tais como: rezar o terço em casal e em equipe, ir à missa aos domingos, participar de retiros, maior conhecimento da religião, vivenciar momentos em casal e em fanu1ia, inesquecíveis. A vida de equipe nos enriqueceu, porque passamos de casal equipista a casal amigo. Hoje, é impossível não pensar, não rezar, não participar da vida de um e outro. Mal comparando, é como o momento em que Cristo, na cruz, entregou sua mãe, Maria, a João. Assim ocorre conosco, pois Maria, agora, convida-nos a descobrir e vivenciar as palavras e atitudes de Jesus, como que dizendo: "Eis aqui a equipe de vocês"!

• É muito difícil apontar estratégias que efetivem o caminhar da formação dos jovens à vocação matrimonial, uma vez que não há uma receita padrão a seguir. O que podemos sugerir é o testemunho de vida conjugal, mostrando que permanecer casados, como uma aliança feita e vivida no Senhor, é bom, que a dois é mais fácil superar dificuldades e que o casamento nos faz felizes.

Carmen Lúcia e Paulo Rubens Equipe Nossa Senhora do Carmo Setor E- RS I 8

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A MAlS NOVA REGlÃO DA PROVÍNCIA NORDESTE Diz a sabedoria popular: Para se chegar ao objetivo tem que se dar o primeiro passo. Para nós, esse passo foi dado há cerca de 8 anos, quando o nosso Conselheiro Pe. Pascal Prosper conheceu as Equipes no Recife e encantou-se, trazendo o Movimento para Alagoas e iniciando a nossa Experiência Comunitária, coordenada por casais vindos do Recife. Dura foi a realidade, os percalços, a luta diária daqueles casais que com a melhor boa vontade e disponibilidade saíam a evangelizar, cumprindo assim o chamado de Deus. Ao longo desta caminhada, tivemos o privilégio de sermos instrumentos de Deus para plantar sementes, que desabrocharam em grandes amizades fraternas, respeito mútuo e crescimento espiritual conjugal. É agradável fazer novos amigos, criar novos laços, viver, conviver e crescer espiritualmente, e estar agradecidos a Deus. Agradecidos por esta obra, por nos proporcionar a alegria de vivermos na companhia de criaturas abençoadas pelo Senhor, que procuram de fato viver o sacramento do Matrimônio como um só coração, uma só alma e uma só carne. Nosso agradecimento, ainda, por sermos orientados, aconselhados por aqueles que também vivem o chamado do Senhor, os nossos conselheiros e conselheiras espirituais. "Comecemos fazendo o que é CM 410

Com a graça tudo é possível, pois foi Deus quem nos chamou a percorrer juntos este caminho de fidelidade e amor. necessário, depois, o que é possível, e de repente estamos fazendo o impossível!" (São Francisco de Assis). Isto acontece hoje em Alagoas. Fomos perseverantes, com carinho, dedicação, amor. Crescemos, aprendemos a lutar e enfrentar obstáculos, amadurecemos e acreditamos que a nossa missão era vontade e chamado do Senhor. Frutos desta confiança, mergulhamos em águas profundas, iniciamos experiências mais distantes e formamos uma Região. Tudo no início parecia tão distante, estávamos em busca do desconhecido ... Como pessoas tão distantes, de lugares diversos, puderam num curto período de tempo formar a farru1ia que somos? Com a graça tudo é possível, pois foi Deus quem nos chamou a percorrer juntos este caminho de fidelidade, amor e completa doação mútua. Obrigado, Senhor!

Edileusa e Espedito CR Região Alagoas 9


VlDA DE EQUlPE No dia 13 de Março o Pré-Setor N. S. Aparecida foi agraciado com a visita doCasal Responsável pela Super-Região, Graça e Roberto, e do CR da Região Bahia/Sergipe, Lourdinha e Manoel. Reunidos, os casais equipistas do Pré-Setor e o SCE Pe. Jadilson, ouviram Graça e Roberto falar sobre o tema Vida de Equipe. Foi um momento maravilhoso da nossa caminhada. Agradecemos a Deus por ter-nos contemplado com esta oportunidade, e pedimos que Ele os abençoe e nos abençoe a todos.

Luciene e Ataíde CR do Pré-Setor N. S. Aparecida/SE

.. . .. ..... . .. ..... . . ............ . .. ..... AMOR PELO MOVlMENTO Ingressamos no Movimento em Itumbiara/GO, na Equipe Nossa Senhora do Rosário. Em 2001 mudamos para Rio Verde/GO, e todo mês íamos a Itumbiara para participar da reunião mensal da equipe, pois não existia equipe em nossa cidade, situação que se tornou difícil para nós. Pensamos em trazer o Movimento para Rio Verde, pois sentíamos necessidade e tínhamos vontade de continuar equipistas. Com o apoio doCa10

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sal Setor, fizemos vários convites para conselheiros espirituais, recebemos vários "não", mas a nossa vontade era maior. Convidamos, então, nossa querida irmã Denize, que já de início disse o seu "sim". Precisávamos, porém, também de um padre. Com perseverança, conseguimos Pe. Olavo. Convidamos casais para começar duas equipes, mas à reunião de apresentação só compareceram casais

para urna. Ficamos tristes e desanimados, mas o amor pelo Movimento foi maior e nos fez reagir, corremos atrás e conseguimos casais para a segunda equipe. Hoje somos quatro equipes, sendo duas em pilotagem.

Nilia e Omar Eq. 1 N. S. de Fátima Setor A - Rio Verde/GO omarteixeira@uol.com.br

- QE FORMAÇAO SESSAO NlVEllll Participamos da Sessão de Formação Nível ill, nos dias 27 e 28 de Maio de 2006, em Osório/RS. Pe. Sallet, com simplicidade e motivação, acendeu, dentro de cada um, uma chama forte e vigorosa pela vida em equipe e pelo desejo de viver nosso amor conjugal, santificado pelo sacramento do Matrimónio.

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Cada Sessão de Formação, além de nos enriquecer com o conhecimento de documentos importantes da Igreja e do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, leva-nos a refletir. Precisamos pegar nossa vida nas mãos e cotejá-la com o projeto de Deus, numa busca incessan-

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te de aperfeiçoar nossa espiritualidade conjugal, "deixar-nos conduzir pelo espírito", valorizando a ajuda mútua como um precioso eixo da vida em equipe. O mundo nos faz enfrentar imensos desafios, que põem à prova a confiança e o entusiasmo dos anunciadores do Evangelho. Justamente por isso, devemos, cada vez mais, fortalecer-nos como cristãos, como casais, como família, como equipes, como comunidades que querem e podem dar testemunho de que é possível ser feliz, basta que tentemos fazer de nossas vidas uma "perfeita colaboração com o plano de Deus".

Sílvia e Lima Eq. N. S. Rainha da Paz Região RS II

... [... ] Como é bom perceber que fazemos parte de um movimento que tem a receita para sermos felizes. Como é bom percebermos que os

PCE são ações que nos desafiam a sermos melhores como pessoas e que, apesar do nosso esforço, o que eles realmente nos exigem é amor. Os conteúdos trabalhados nos fizeram renovar em todos os aspectos: na motivação a pertencer às Equipes; na alegria de sermos membros da Igreja de Cristo; na certeza de que o caminho à santidade docasal passa pela espiritualidade conjugal, nosso carisma. Mas, acima de tudo, renovamo-nos pela ação do Espírito Santo, aquele que faz novas todas as coisas, pois somente por sua ação é que as Sessões de Formação acontecem e fazem acontecer dentro de nós revoluções silenciosas, onde o amor de Jesus faz os seus milagres. "Nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar a vossa formação, a ação vos perderá." (Pe. Caffarel)

Joice e ]erson Garcia Eq. N. S. de Guadalupe Setor F - Região RS I

UM CONVlTE ESPEClAL... Atendendo à orientação da Super-Região, a Região Goiás-Sul promoveu uma Sessão de Formação de Casal Responsável de Setor. Quando recebemos o convite para participar dela, no primeiro momento nos veio a dúvida, depois o questionamento: se o trabalho nos 12

permitiria participar, se poderia nos comprometer com alguma missão ... Entregamos a Deus a decisão e esperamos confiantes. Em clima de oração aceitamos o convite. Que alegria revermos tantos amigos-irmãos equipistas! Quanta coisa que de conhecíaCM 410


mos e aprendemos nesse dia. Esta Sessão de Formação nos capacita, nos forma e nos alerta em nossa ação de amar e servir. Ouvimos com atenção todas as palestras que abordaram a missão, o papel e as atitudes do CRS e a vida da Equipe de Setor, e fizemos tudo que nos foi proposto com interesse e participação dentro dos grupos de assimilação. Sabemos que o Movimento nos oferece documentos importantes, que devem ser estudados, observando as diretrizes e prioridades, onde foi destacado o novo Manual do Casal Responsável de Setor.

Quando dizemos que amamos o Movimento, devemos mostrar esse amor, sendo cristãos autênticos, dinâmicos e orantes, cristãos que não desistem nunca de continuar a se formar. Esta nova Sessão de Formação com certeza trará muitos frutos de unidade e de fidelidade para todos os casais que estão com ou receberão responsabilidades no Movimento, principalmente dentro do Setor.

Eliene e Degmar Eq. 02 - N. S. Aparecida Centralina/MG

SESSÃO DF FORMAÇÃO

NlVEll

Objetivando aprofundar a formação permanente de seus membros, proporcionando-lhes maior conhecimento sobre a fé que professam, para melhor vivê-la e testemunhála, a Região Pernambuco I reuniu quarenta e três casais sob a orientação de Frei Walden de Oliveira, SCE do Colegiado da Região, que com propriedade, competência e simplicidade ministrou as palestras do encontro, cujo conteúdo geral foi a Fé Cristã e Ser Cristão. A parte litúrgica - oração da manhã, oração da noite, missa e oração final/envio - se constituiu num dos destaques da Sessão, envolvendo e sensibilizando a todos. CM 410

O Casal Responsável pela Região Pernambuco I, Lourdinha e Falcão, coordenou os trabalhos, que se desenvolveram em clima fraterno e alegre. Os Casais Responsáveis pelos Setores foram incansáveis e muito contribuíram para que a Sessão de Formação se concretizasse nos núnimos detalhes. Uma prova do êxito do encontro foi o interesse dos participantes com relação à próxima Sessão de Formação Nível II.

Glória e Bartolomeu do Nascimento Eq. 11/A • N. S. de Guadalupe Jaboatão dos Guararapes/PE 13


SOBRE O AMOR CRlSTAO DO CASAl O Papa Bento XVI, em sua Carta Encíclica Sobre o Amor Cristão, fala do amor de Deus por nós como uma dimensão fundamental para a vida e a salvação do homem, ao mesmo tempo em que "coloca questões decisivas sobre quem é Deus e quem somos nós". O Papa destaca que o amor entre homem e mulher "não nasce da inteligência e da vontade, mas de certa forma impõe-se ao ser humano". No âmbito da vida humana, o amor do homem e da mulher é a expressão suprema do amor. Na I Parte da Carta Encíclica, são expostos todos os fundamentos para se entender o que é o amor a Deus e o amor ao próximo, que são inseparáveis e constituem um único mandamento. Na II Parte, o Papa trata da caridade, como práticas de amor. Queremos fixar esta reflexão apenas na primeira parte, que nos pode ajudar a entender melhor nossa relação conjugal e, a partir daí, procurar a vivência mais profunda da espiritualidade conjugal. Ao distinguir as três palavras gregas - Eros, Philia e Agape - o documento papal oferece conceitos e os interpreta, e atualiza seu significado à luz da Sagrada Escritura e da Tradição da Igreja. Philia se refere ao amor de amizade. Eros indica o amor erótico entre homem e mulher, o instinto, o amor natural, a atração sexual, o 14

amor mundano (deste mundo), que brota da própria natureza do ser humano. Agape é o termo característico para a concepção bíblica do amor, como transcendência e preferência. É o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado. A Carta Encíclica lembra que "a fé cristã sempre considerou o ser humano como um ser unidual, em que espírito e matéria se compenetram mutuamente, experimentando ambos, precisamente dessa forma, uma nova nobreza". Eros e agape não devem ser separados e entendidos como concepções contrapostas. Pelo contrário, "quanto mais os dois encontrarem a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral". O amor cresce pela prática e pela vivência do amor! O eros não pode ser entendido como exaltação do corpo e puro sexo. Desse modo tornar-se-ia "coisa" que se pode comprar e vender, transformando o ser humano em mercadoria. O eros, portanto, não pode ser entendido como o prazer de um instante, pois isso privaria o homem de sua dignidade e o desumanizaria. Para que o eros não seja uma simples subjugação ao instinto e mostre a relação entre o amor e o Divino deve "conduzir-nos para CM 4 10


além de nós próprios". Isso "requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos", de modo que possa fundirse com o agape. Como o ser humano é composto de corpo e alma, para que ele se torne, realmente, ele mesmo, é fundamental que corpo e alma se encontrem em íntima unidade. Pois "nem o espírito ama sozinho, nem o corpo: é o ser humano, a pessoa, que ama como criatura unitária, de que fazem parte o corpo e a alma. Somente quando ambas se fundem, verdadeiramente, numa unidade, é que o ser humano se torna ele próprio plenamente. Só assim é que o amor - o eros - pode amadurecer até a sua verdadeira grandeza". O amor conjugal, na perspectiva do agape, significa: • Amor que se torna, verdadeiramente, descoberta do outro; • Amor que se torna cuidado do outro e pelo outro; • Amor que não busca a felicidade de si próprio, mas a felicidade e o bem do amado; • Amor que visa a eternidade e a salvação do outro; • Amor que se transforma em dom pelo outro e faz de tudo para que as necessidades do outro se tornem suas; • Amor que busca no outro o que falta para a sua totalidade como ser humano. Portanto, "o amor não é um sentimento apenas. Os sentimentos vão e vêm". O amor ao próximo, conseqüentemente ao próprio cônjuge, é uma estrada, um caminho contínuo CM 410

e um processo permanente para encontrar também a Deus. O amor nunca está concluído e completado. Transforma-se ao longo da vida, amadurece e, além da vontade própria, exige intelecto e sentimento. Não pode prescindir da interação necessária e imprescindível entre o amor a Deus e o amor ao próximo. O Papa Bento XVI enfatiza que "o matrirnônio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano". Deus é amor. Por isso, homem e mulher precisam se amar segundo esse amor de Deus, para que possam provar a verdadeira felicidade que vem de Deus. Esse é o arquétipo de amor por excelência, "de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista, todos os demais tipos de amor se ofuscam", diz o Papa. É a partir desse entendimento que a espiritualidade conjugal se fortalece e ganha pleno sentido. O amor entre os cônjuges se diviniza, porque vem de Deus e os une a Deus, de modo que esse processo unificador transforma-os em uma única realidade, apesar da diversidade do homem e da mulher, capaz de superar todas as divisões e produzir os frutos do sacramento do Matrimônio, sendo um testemunho atraente do Deus que é amor.

Mariola e Elizeu Calsing Eq. 19 - E - N. S. das Famz1ias COI- Brasl1ia!DF 15


A FESTA DAASSUNÇAO É um dia de alegria. Deus venceu. O amor venceu. Venceu a vida. Mostrou-se que o amor é mais forte do que a morte. Que Deus tem a verdadeira força e a sua força é bondade e amor. Maria foi elevada ao céu em corpo e alma: também para o corpo existe um lugar em Deus. Para nós o céu já não é uma esfera muito distante e desconhecida. No céu temos uma mãe. E a Mãe de Deus, a Mãe do Filho de Deus, é a nossa Mãe. Ele mesmo o disse. Ele constituiua nossa Mãe, quando disse ao discípulo e a todos nós: "Eis a tua Mãe!" No céu temos uma Mãe. O céu está aberto, o céu tem um coração. No Evangelho ouvimos o Magnificar, esta grande poesia pronunciada pelos lábios, aliás, pelo coração de Maria, inspirada pelo Espírito Santo. Neste cântico maravilhoso reflete-se toda a alma, toda a personalidade de Maria. Podemos dizer que este seu cântico é um retrato, é um verdadeiro ícone de Maria, no qual podemos vê-la precisamente como é. Gostaria de realçar somente dois pontos deste 16

grande cântico. Ele inicia com a palavra Magnificat: a minha alma "engrandece" o Senhor, ou seja, "proclama grande" o Senhor. Maria deseja que Deus seja grande no mundo, seja grande na sua vida, esteja presente entre todos nós. Não teme que Deus possa ser um concorrente na nossa vida, que nos possa tirar algo da nossa liberdade, do nosso espaço vital com a sua grandeza. Ela sabe que, se Deus é grande, também nós soCM 410


mos grandes. A nossa vida não é oprimida, mas elevada e alargada: justamente então torna-se grande no esplendor de Deus. O fato de que os nossos antepassados pensassem o contrário foi o núcleo do pecado original. Temiam que se Deus tivesse sido grande demais teria tirado algo da sua vida. Pensavam que deveriam pôr Deus de lado, a fim de ter espaço para eles mesmos. Esta foi também a maior tentação da época moderna, dos últimos três ou quatro séculos. Sempre mais se pensou e também se disse: "Mas este Deus não nos deixa a nossa liberdade, torna estreito o espaço da nossa vida com todos os seus mandamentos. Portanto, Deus deve desaparecer; queremos ser autônomos, independentes. Sem este Deus nós mesmos seremos deuses, fazendo o que queremos nós" . Este também era o pensamento do filho pródigo, o qual não entendeu que, precisamente pelo fato de estar na casa do pai, era "livre". Foi-se embora para cidades longínquas e consumiu o patrimônio da sua vida. No final compreendeu que, justamente por se ter distanciado do pai, em vez de ser livre, tornou-se escravo; entendeu que somente retornando à casa do pai seria possível ser livre verdadeiramente, em toda a beleza da vida. Assim é também na época moderna. Antes, pensava-se e acreditava-se que, afastando Deus e sendo autônomos, seguindo somente as nossas idéias, a nossa vontade, tomar-nos-íamos realmente livres, podendo fazer quanto quiCM 410

séssemos sem que ninguém pudesse dar-nos alguma ordem. Mas, onde desaparece Deus, o homem não se torna grande; ao contrário, perde a dignidade divina, perde o esplendor de Deus no seu rosto. No fim resulta somente o produto de uma evolução cega e, como tal, pode ser usado e abusado. Foi precisamente quanto a experiência desta nossa época confirmou. Somente se Deus é grande, o homem também é grande. Com Maria devemos começar a entender que é assim. Não devemos distanciar-nos de Deus, mas tornar Deus presente; fazer com que Ele seja grande na nossa vida; assim também nós nos tomamos divinos; todo o esplendor da dignidade divina então é nosso. Apliquemos isto à nossa vida. É importante que Deus seja grande entre nós, na vida pública e na vida privada. Na vida pública é importante que Deus esteja presente, por exemplo, através da Cruz nos edifícios públicos, que Deus esteja presente na nossa vida comum, porque somente se Deus está presente temos uma orientação, uma estrada comum; se não, os contrastes tomam-se inconciliáveis, deixando de existir o reconhecimento da dignidade comum. Tomemos grande Deus na vida pública e na vida privada. Isto quer dizer, dar espaço todos os dias a Deus na nossa vida, começando de manhã com a oração, e depois dando tempo a Deus, dando o domingo a Deus. Não perdemos o nosso tempo livre se o oferecermos a Deus. Se Deus entra no nosso tem17


po, todo o tempo se toma maior, mais amplo, mais rico. Segunda observação. Esta poesia de Maria o Magnificat é toda original; contudo, ao mesmo tempo, é um "tecido" feito totalmente com "fios" do Antigo Testamento, feito de palavra de Deus. Dessa maneira, vemos que Maria, por assim dizer, "estava em casa" na palavra de Deus, vivia da palavra de Deus, estava imbuída da palavra de Deus. Na medida em que falava com as palavras de Deus, pensava com as palavras de Deus, os seus pensamentos eram os pensamentos de Deus, as suas palavras as palavras de Deus. Era invadida pela luz divina e por isso era tão esplêndida, tão bondosa, tão radiante de amor e de bondade. Maria vive da palavra de Deus, é inundada pela palavra de Deus. E este estar imersa na palavra de Deus, este ser totalmente familiar com a palavra de Deus dá-lhe também a luz interior da sabedoria. Quem pensa com Deus pensa bem, e quem fala com Deus fala bem. Tem critérios de juízo válidos para todas as coisas do mundo. Toma-se sábio, prudente e, ao mesmo tempo, bom: toma-se também forte e corajoso, com a força de Deus que resiste ao mal e promove o bem no mundo. E, assim, Maria fala conosco, fala para nós, convida-nos a conhecer a palavra de Deus, a amar a palavra de Deus, a viver com a palavra de Deus, a pensar com a palavra de Deus. E podemos fazê-lo de diversíssimos modos: lendo aSagrada Escritura, sobretudo partici18

pando na Liturgia, na qual no decurso do ano a Santa Igreja nos abre diante todo o livro da Sagrada Escritura. Abre-o para a nossa vida e torna-o presente na nossa vida. [... ] Desse modo, a vida torna-se luminosa e temos o critério como base para julgar, recebemos bondade e força no mesmo momento. Maria é elevada em corpo e alma à glória do céu e com Deus e em Deus é rainha do céu e da terra. Porventura, está tão distante de nós? É verdadeiro o contrário. Precisamente porque está com Deus e em Deus, está pertíssimo de cada um de nós. Quando estava na terra podia somente estar perto de algumas pessoas. Estando em Deus, que está próximo de nós, que está no interior de todos nós, Maria participa nesta aproximação de Deus. Estando em Deus e com Deus, está perto de cada um de nós, conhece o nosso coração, pode ouvir as nossas orações, pode ajudar-nos com a sua bondade materna e é-nos dada como disse o Senhor como "mãe", à qual podemos dirigir-nos em todos os momentos. Ela escuta-nos sempre, está sempre perto, e sendo Mãe do Filho, participa no poder do Filho, na sua bondade. Podemos confiar sempre toda a nossa vida a esta Mãe, que não está longe de nós. Demos graças ao Senhor pelo dom da Mãe e rezemos a Maria, a fim de que nos ajude a encontrar o caminho justo todos os dias. Amém.

Homilia do Papa Bento XVI na Solenidade da Assunção Castel Gandolfo, 15 -08- 2005 CM 410


AOS SACERDOTES CONSELHElROS Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria". (Jr 3, 15)

Não sendo possível publicar cada uma das várias homenagens a Sacerdotes Conselheiros Espirituais, com origem em diversas partes do Brasil, a Equipe da Carta, no mês em que se comemora o "Dia do Padre" e, no Mês das Vocações, são lembrados os religiosos e as religiosas, reúne num único texto o pensamento presente naquelas mensagens, para louvar a Deus por todos os SCE, diocesanos ou religiosos, e também pelos acompanhadores espirituais de equipe, certos de que todos os membros do Movimento desejam homenagear seus Conselheiros. Deus chamou do seio das famílias alguns para serem a sua presença no meio do povo. A vocação toma corpo com um sim, dado uma vez e respondido a cada dia. E muitos sacerdotes dão ainda um plus ao seu ministério: Como não agradecer a Deus pelos Sacerdotes Conselheiros Espirituais que abraçam o serviço junto às Equipes, de maneira voluntária e gratuita, porque amam os casais, querem sua felicidade e acreditam no valor da espiritualidade conjugal para o casal e para a Igreja, convencendo-se de que vale a pena "perder tempo" com um pequeno grupo de casais? Com amor, dedicação e carinho eles fazem um "furo" na agenda lotada de compromissos para estar junto de uma experiência comunitária, acomCM 410

panhar uma pilotagem, para aconselhar uma equipe. Muitos são de perto, alguns fazem até viagens interestaduais para participar das reuniões mensais. E se estas se prolongam, estão eles ali, com sua presença incansável, amigos de todas as horas. Normalmente, onde está o sacerdote, ele dirige, determina, lidera ... Nas Equipes está dispensado disso. E talvez aí esteja algo muito significativo: Ele se torna o conselheiro, pelo dom do Espírito e, então, suas palavras são ansiosamente esperadas e ouvidas, não como solução de problemas e dificuldades, mas como encorajamento para superá-los, ânimo contra o desânimo, uma voz interpretando a Palavra de Deus ao concreto das vidas dos casais e das farru1ias. Há sacerdotes novos e outros mais andados nas sendas da vida e do Evangelho. Trazemos o testemunho dos casais de quanto todos e cada um são importantes para sua caminhada conjugal. Os equipistas agradecem a Deus pelos seus Sacerdotes Conselheiros e dizem obrigado a cada um, aos Pe. Eriberto, Augusto, Ailton, Alex, Mário, Estêvão, Pedro, Geraldo, João, Vanildo, Tarcísio, Boaventura, Avelino ... Obrigado por acreditarem e confiarem no Movimento das Equipes de Nossa Senhora! Obrigado pela dedi19


cação, carinho, doação! Obrigado por priorizarem as reuniões de equipe! Obrigado pelo otimismo que semeiam! Obrigado por acreditarem na bondade do casamento e por entusiasmarem os casais a buscar a felicidade e a santidade no e através do Matrimônio! Obrigado quando foram frrmes e fortes na defesa da Doutrina e no correto balizamento moral! Obrigado pelo cansaço físico e também pelo sono perdido nas reuniões adentradas na madrugada! Obrigado pelo incentivo! Obrigado pelo testemunho! Obrigado por partilharem alegrias e dificuldades! Obrigado por serem sacerdotes! Obrigado por serem o Cristo Cabeça entre os casais!

Obrigado pelo seu amor! Queridos Sacerdotes Conselheiros Espirituais: Os equipistas pedem que não tenham medo de alertá-los com firmeza, para que sejam fiéis ao Movimento, fiéis à Igreja, fiéis a Cristo. Os casais rezam a Deus, pedindo pela saúde de cada um dos sacerdotes, para que as graças do Alto lhes sejam abundantes, para que o Espírito Santo os assista e conduza em seus trabalhos a serviço do Evangelho, para que perseverem na sublime vocação e para que o Pai lhes reserve um lugar especial na mesa do banquete celeste.

Equipe da Carta Mensal

TESTEMUNHO DE U1V1A CONSElHElRA Caríssimos amigos e amigas das Equipes de Nossa Senhora: Neste momento tão irnp01tante para mim que estou assumindo uma nova missão em Manaus/AM, queria agradecer de coração a todos vocês, casais das Equipes de Nossa Senhora do Setor Maués, pela caminhada de 5 anos que fizemos juntos. Muitos foram os momentos de alegria, de dificuldades e de partilha. Foram nestes momentos que aprendi a amar e lutar em favor do Matrimônio. Participar das Reuniões de Equipe, escutar as vossas dificuldades e alegrias, visitar as famílias dos equipistas, conhecendo os filhos e netos de cada um de vocês, foi como 20

participar da vida de uma grande família, de onde se aprende um com o outro a lutar para o bem comum, e se acredita no potencial do ser humano e na graça de Deus, que age através do sacramento do Matrimônio. Amando a vocação matrimonial, amei e escolhi com mais consciência a minha vocação religiosa missionária, que pede fidelidade, doação e sacrifício, exatamente como a vossa. Como é bonito perceber a riqueza das vocações que, mesmo sendo diferentes, se espelham uma na outra!

Ir. Rosanna Marchete Eqs. N. S. de Fátima e N. S. das Dores - Maués/AM CM 410


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FAMlllA COMUNIDADE DE AMOR No mundo de hoje, parece estar cada vez mais difícil construir uma fanu1ia feliz, onde os seus membros, embora sejam convidados a viver em espírito comunitário, crescer, compreender, compartilhar, apoiar e ajudar, não têm consciência dos grandes valores da farru1ia e vão deixando para trás coisas tão bonitas, puras e significativas. Todo mundo vive numa correria e nós mesmos nos permitimos tantos desencontros. Estamos na mesma casa, mas cada um no seu quarto, com a sua TV e seu programa predileto, ninguém quer ser incomodado de forma alguma. Não existe mais aquele contato físico de beijos e abraços, expressando ternura e carinho. Um ponto de referência para construir e manter uma fanu1ia unida é o diálogo franco e honesto, onde haja compreensão e dedicação, respeito e carinho entre pais e filhos. É preciso ter consciência de que os defeitos dos pais serão as

imperfeições dos filhos, e que também as virtudes dos pais serão as qualidades dos filhos. Por isso é necessário investir cada vez mais em nossas vidas. Se a vida do casal for uma união de amor, a fanu1ia será uma comunidade que se ama.

Meiry e Raimundinho Eq. N. S. das Graças - Cruz/CE

FAMlllA UM LUGAR DE FEllClDADE Nesta vida não existe felicidade completa. A existência é cheia de surpresas e percalços e nosso coração é por demais irriquieto e não se sacia com nada. Normalmente falando, no entanto, a fanu1ia deveCM 410

ria e poderia ser um espaço de felicidade. Digamos que os membros de uma fanu1ia poderiam criar em casa um clima de contentamento. Será que estamos pedindo demais? Felicidade talvez seja uma pala21


vra muito altissonante. Talvez bastasse o empenho de se criar em família um clima sem constantes tensões que permitisse uma convivência simplesmente humana: um céu claro e não sempre com nuvens carregadas. Isso se torna possível quando são evitados longos inquisitórios, questionamentos a respeito de bagatelas, quando não existem manifestações de agressividade, de menosprezo ou de pouco caso de uns para com os outros. É sinal de sabedoria não exagerar a gravidade das coisas. Regra de ouro para a convivência serena entre as pessoas é saber desdramatizar! Deve-se relativizar aquilo que pode e deve ocupar lugar secundário em nosso universo existencial. Na medida em que tudo se quer, em que se cria apego por tudo, a vida familiar vai ficando cheia de dispensáveis exigências e anunciam-se, então, chuvas e trovoadas! Há famílias em que se vive um espírito lú-

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dico. As coisas são levadas a sério quando se faz necessário que assim sejam encaradas. Certa pontinha de ironia, algumas brincadeiras, um pouco mais de encontros festivos aliviam a atmosfera. Para que a convivência familiar seja boa é preciso deixar de lado os pequenos e grandes problemas e ser capaz de sorrir, de começar uma conversa com alguém, simplesmente de brincar. Isso significa ter um espírito lúdico. Uma farru1ia feliz é aquela em que se respira alegria, e alegria é resultado de um estilo de vida. Em farru1ia, e fora dela, será preciso saber acolher a beleza da natureza, fazer uma leitura saborosa, partilhar uma alegria ou um fato curioso que se viveu. A alegria vem das coisas simples do dia-a-dia. E a família deveria ser esse lugar das coisas simples e simplesmente felizes.

Frei Almir Guimarães Extraído do Boletim Informativo Mensageira Setor José Bonifácio!SP

CM 4 10


EXEMPLOS DE PAl A felicidade da paternidade é um dom de Deus. É compromisso, responsabilidade, amor, preocupação, medo, carinho, ternura, paciência, doação, fé. Lembro-me de meu pai Waldemar. Ao perder a mãe, com 12 anos, assumiu sua vida, sem o apoio do próprio pai. Trabalhou desde menino e com muita luta e esforço conseguiu vencer e ser alguém na vida. Muito humilde, morando num pequeno espaço, seguiu com firmeza e determinação seu caminho. Todos gostavam daquele rapaz sério, trabalhador, dedicado ao serviço e com uma enorme vontade de aprender. Escolaridade não teve muita, mas a determinação fez dele um autodidata. Quanta sabedoria, quanta habilidade! Casou-se com a "italiana" que ele tanto queria. Tiveram seis filhos e em todos os partos esteve presente, ajudando. Parecia que nós só estávamos esperando que ele chegasse, para aí, na segurança do seio familiar nascermos. Sua vida foi voltada para a família. Tudo fez para dar o necessário a nós, principalmente a educação e os valores de Deus. A seu pai dedicou carinho e atenção até o momento de sua morte. Ele foi além do que imaginava. É um exemplo de homem, cidadão, marido e pai. Pai, o senhor cumpriu sua missão com grandeza e dedicação. CM 410

Deus estava em você e com você. Obrigado Deus, por esse pai maravilhoso, que só nos deixou excelentes lembranças e exemplos de vida. Com certeza, com esse exemplo de pai, não poderia deixar de querer um companheiro tão pai quanto o meu. E Deus me premiou mais uma vez. Dário, que pai maravilhoso você é! A todos os pais equipistas, que com suas esposas dividem a responsabilidade e o trabalho de criar seus filhos, participando de todos os momentos de suas vidas, conduzindo-os ao caminho de Deus, com muita alegria, amor e fé, nossos parabéns! Que emoção sente toda mulher, recordando o semblante do esposo vendo os filhos recém nascidos. Que alegria!. .. as lágrimas nos olhos! E quando as crianças não já não são tão crianças, quando entra no quarto delas e verifica se estão respirando e as beija, à noite e pela manhã! Seu rosto de preocupação quando algo lhes acontece ... O amor se lê em seus olhos. Não há tempo ruim, problemas, ou qualquer outro motivo que o impeça de ir ao encontro dos filhos. Ser pai é algo maravilhoso. Nenhum pai consegue explicar-se totalmente. É o mistério da criação!

Cect1ia do Dário Eq. 33 - Setor C Região Minas I 23


SER PAl, DOM DE DEUS Seguramente é mais fácil ser pai de um especial do que falar sobre ser pai, mas aceitando o desafio imposto, quero dividir minha experiência de vida confiada por Deus. Tomei-me pai quando ainda muito jovem, e de uma forma diferente da esperada. Ao saber que Thiago era portador da síndrome de Down, o médico me falou que tudo ia depender da família, não podíamos tratá-lo de maneira diferente e nem mesmo escondê-lo. Ao meu lado uma mulher firme e determinada, disposta a enfrentar e vencer todos os desafios da vida. Quando Thiago nasceu, eu tinha 26 anos, estava apenas começando a minha vida familiar, não tinha experiência de ser pai. Thiago nasceu em 22/04/79, foi um presente maravilhoso que Deus me deu, só que ele me deu uma pedra bruta para amar, trabalhar e lapidar ao longo da vida. Nunca podia imaginar que essa criança fosse representar tanto na minha vida de pai e de homem. Realmente foi um grande presente. A alegria de ser pai de Thiago foi maior do que os preconceitos e as dificuldades que tive que enfrentar. Mas Deus, no seu infinito amor, não parou por ai. Para nos auxiliar na formação de Thiago, nos deu a graça do nascimento de Matheus. Companheiro, amigo e fiel, um escudeiro do Thiago, que soube compreender e amar cada gesto de atenção redobrada a ele dedicada, pois 24

entendia ser seu irmão especial, um presente que Deus lhe enviou, antes mesmo que viesse ao mundo. Vivemos em comunidade de Igreja, onde temos muitos amigos, que foram e são essenciais em minha missão, dando ao Thiago a oportunidade para que outros especiais se abram e conquistem os espaços que o Thiago conquistou. Esta é a nossa luta, onde muito nos conforta o apelo da Campanha da Fraternidade: "Levanta-te e vem para o meio". Hoje, ao se passarem os anos, vejo que Deus confiou a mim uma missão muito importante. Quanta coisa aprendi e pude passar para as pessoas. Fala-se tanto em inclusão e eu a fiz sem saber que estava fazendo; quando vejo as propagandas, me sinto muito feliz por ter contribuído para o crescimento do meu filho. Sou um homem totalmente realizado como pai, pois a alegria que Thiago trouxe para nossa família foi de grande importância, seu temperaCM 410


mento e sua alegria são características marcantes de sua personalidade. Como foi e é gratificante olhar para ele e ver que é uma pessoa respeitada, amada, querida por todos e independente. Sei também que apresença de Deus foi muito importante em nossa vida familiar, foi o alicerce,

junto com a intercessão de nossa preciosa Mãe Maria. Como podem ver, ser pai não é difícil quando se tem uma farru1ia e a presença de Deus.

Roberto da Vanda Equipe 01- N. S. d'AssunçãoSetor Lagos - Rio IV

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GRATIDAO Num clima de festividade, o maior sentimento que pode existir é o da gratidão. É muito bom, Senhor, celebrar esta caminhada, pois me deste um pai que procurou seguir o caminho da retidão e que nem de longe buscou a lógica do mundo. Que caminhou com simplicidade por esta vida, tendo como maior preceito o respeito ao outro, independente de quem fosse. Quero Te agradecer porque os talentos que deste a ele foram multiplicados (Mt 25,14-30). Não acumulou riquezas da terra, onde a traça e a ferrugem corroem (Mt 6,21), mas semeou amigos. Procurou ser sempre para os filhos um exemplo de dignidade e amor, cultivando sempre os laços familiares e a crença em um mundo mais humano. Quero Te agradecer pela sua integridade. Por ter a honestidade como sua bandeira e não seguir o que o mundo determina. Agradeço-Te também pela fé que ele tem em todo e qualquer homem, chegando muitas vezes a se decepcionar, mas acima de tudo esperando o melhor de cada um. Quero Te agradecer pelo homem que construiu sua casa sobre a rocha (Lc 6, 48-49). Pelo pai atento que, apesar de mostrar uma certa rigidez nos momentos em que caímos, foi amoroso e nos esperou com os braços abertos na estrada e nos ofereceu o banquete da vida. Que nos perdoou não apenas sete vezes ... (Mt 18,21-22) e caminha conosco e com nossos filho s. Quero Te agradecer pela sua saúde, pela sua vitalidade, por continuar semeando amigos, por ter o braço forte para o trabalho, sem esmorecer. Por tudo, Senhor, e acima de tudo pela vida do meu pai, muito obrigado!

Ana Cláudia, de Augusto Eq.20-A, N. S. dos Impossíveis - Recife!PE Enviada por Leva/do, de Nelly Eq. 1-A, N. S. das Graças- Recife!PE CM 410

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RECEBERAM O SACRAMENTO DA ORDEM Pe. Samuel Rogério dos S. Briano, no dia 24 de maio de 2006, na Paróquia Nossa Senhora do Livramento, em Arcoverde/ PE, pela imposição das mãos de nosso Bispo Francesco Biasin, para alegria e festa do Setor Pesqueira, da Região Pernambuco II. Padre Samuel Rogério já era Conselheiro da Equipe N. Senhora Rainha da Paz desde quando seminarista. Seu lema: Secundum Verbum Tuum (segundo a Tua Palavra). Agradecemos a Deus por esta graça. Que Maria seja-lhe sempre intercessora. Retinha e Josias, Eq. 4 - N. S. de Fátima, Setor Pesqueira/PE

••• Pe. Cleber Eduardo Koch. A Equipe Nossa Senhora dos Anjos, 7-B de Taubaté/SP, louva e agradece a Deus pela ordenação presbiteral do amigo Pe. Cleber, celebrada no dia 4 de fe26

vereiro de 2006, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em São José dos Campos/SP, pela imposição das mãos de Dom Carmo João Rhodem. Ao nosso querido Conselheiro Espiritual os votos de gratidão e carinho pela sua sabedoria, paciência e conselhos amigos, e de felicidades em sua nova missão na Paróquia São José, em Americanópolis/SP.

••• Pe. Emerson Sandro de Azevedo foi ordenado presbítero no dia 21 de abril de 2006, pela imposição das mãos de Dom Sérgio Arthur Braski, Bispo da diocese de Ponta Grossa/PR. Começou sua caminhada no Movimento como CE da primeira equipe de Matinhos/PR, em 2003, ainda estudante de Teologia. Auxilia-nos muito na interpretação das Escrituras, tendo sempre uma palavra de sabedoria, incentivo e compromisso. Ao Pe. Emerson todo nosso amor e carinho. As bênçãos de Deus sempre estejam sobre ele e que Nossa Senhora seja-lhe apoio em toda sua caminhada. Valdira e Zago, Eq. N. S. Aparecida, Matinhos!PR CM 410


••• Antônio Adonias Paiva de Sena e Gilvan André da Silva receberam o sacramento da Ordem no grau do diaconato, no dia 1o de maio de 2006, na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, em celebração presidida pelo Cardeal Dom Euzébio Oscar Scheid, Arcebispo do Rio de Janeiro, o qual comemorava nesse mesmo dia 25 anos de ordenação episcopal. O Diácono Adonias é Conselheiro Espiritual da Equipe 42,

Nossa Senhora da Sagrada Família, e o Diácono Gilvan (foto à dir.), da Equipe 48, Nossa Senhora do Amparo- Setor B da Região Rio I. Aos queridos diáconos as parabenizações das suas equipes e da Região. Marlene e Fernando, CR da Região Rio I

PRESBÍTERO HÁ 6o ANOS Cônego Carlos Menegazzi, completou 60 anos de ordenação presbiteral, no dia 8 de dezembro de 2005. Nasei do em 9 de outubro de 1921, foi ordenado em 1945. Já passou por diversas cidades, como Mogi Mirim e Indaiatuba. Na paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Campinas, ficou por 30 anos e hoje é juiz do Tribunal Eclesiástico de Campinas. Implantou o encontro de noivos do modo participativo na diocese de Campinas em 1993, e até hoje se dedica aos encontros de preparação para noivos. É conselheiro da Equipe 5, Nossa Senhora das Graças, do Setor B de Campinas. Não perde nenhuma reunião e se faz presente em todos os eventos do Movimento. Celina e Enio, Eq. N. S. das Graças, Setor B, Campinas/SP

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Bodas de Ouro Ervina e Américo, no dia 9 de maio de 2006. Deste matrimônio nasceram quatro filhos e três netos. Pertencem à Equipe Nossa Senhora da Glória, Setor B de Porto Alegre, desde agosto de 1967. Ressalte-se a constante presença do casal em todas os eventos do Setor. Desde muito tempo dedicam-se a trabalhos pastorais junto ao Santuário Nossa Senhora Aparecida, nesta cidade. Deus seja louvado por este casal tão especial e querido por todos. Helena e Tomaz, CR Setor B - Porto Alegre/RS

PARTIRAM PA • Wagner Lombardi, da Sônia, no dia 26 de abril de 2006. Participava da Eq. N. S.ra. do Bom Conselho, do Setor B de Marília/SP. • Maurício Lopes, da Rejane - no dia23 de outubro de 2005. Era membro da Eq. 03, N. Sra. Auxiliadora, do Setor Olinda, da Região PE I. • Álvaro Rogério Souza e Silva, da Doraci, no dia 19 de maio de 2006. Era integrante da Eq. 3 - N. Sra. Mãe da Igreja, do Setor C de Taubaté/SP. • Wladimir, da Giselda, no dia 16 de abril de 2006. Pertencia à Eq. 05- N. S. do Bom ConselhoSetor C de Ribeirão Preto - Região São Paulo Nordeste. • Pedro Gilberto de Lima, da Joana (Jane), no dia 24 de março de 2006. Integrou desde o início a Eq. 1 de Dois Córregos/SP, N. Sra. de Fátima da Consolação. 28

• Riovaldo Vieira de Moraes, da Cleuza. no dia 03/06/06. Integrava a Eq. 19 de Vargem Grande Paulista, Setor C da Região São Paulo Capítal 1. • Francisco Humberto Caruso Urban (Beto da Lúcia), no dia 5 de março de 2006. Pertencia à Eq. 8 do Setor D da Região São Paulo Capital I. • George Ricardo Farias, da Tereza, no dia 20 de junho de 2006. Pertencia à Eq. 9- N. Sra. da Apresentação do Setor A de Natal/RN. • Mons. Mário Negro, no dia 16 de maio de 2006. Era SCE da Eq. 8, N. Sra. do Monte Serrat de Salto/SP. Mons. Mário tinha 83 anos. Uma vida totalmente dedicada à Igreja. Uma figura de personalidade forte e que não escondia a fiel alegria da sua vocação sacerdotal. CM 410


... ....................... Equipes Novas Em São José do Sabugy/PB: • Equipe Nossa Senhora das Graças • Equipe Nossa Senhora Aparecida. Em Brasília. Setor E. Região Centro-Oeste 1: • Equipe Nossa Senhora de Fátima

Comunidades · N. Sra. da Esperança · Uma notícia boa: Com as luzes do Espírito e a dedicação de pessoas que se doam, as Comunidades Nossa Senhora da Esperança para viúvas e pessoas sós, entidade fundada por Dona Nancy C. Moncau, já conta com 37 grupos em atividade e outros em formação em • várias cidades do Brasil. • • • • • •

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. ....................... . CASA DO PAl

Chegou a Salto no ano de 1968. Como pároco, teve muitas iniciativas pastorais. No ano de 1975, trouxe para Salto as diretrizes para a realização do ECC. Desenvolveu programas de Catequese Familiar, Cursos de Liderança Cristã, Teologia e outros. A lista de serviços prestados à Igreja é ampla, mas alcança seu nível mais alto nas iniciativas em favor das famílias. Como disse Dom Gil, Bispo Diocesano, na missa de corpo presente, "Deus o chamou para participar da festa da eternidade". (Ditinha, do Getúlio. Eq. 10, N. S. de Nazaré - Itu/SP) Pe. Severino Bordignon, IMC, no dia 5 de abril de 2006. Era SCE da Eq. l do Setor D - São Paulo Capital II. Nascido em 1940, em Rosá/JtáCM 410

lia, foi ordenado sacerdote em 20 de setembro de 1969, na Congregação dos Missionários da Consolata. Além da Itália, trabalhou em Moçambique e Portugal. chegando ao Brasil em 1981. Aqui exerceu seu ministério no Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e novamente em São Paulo, como formador de novos presbíteros e pároco, desenvolvendo ainda diversos serviços pastorais, destacando-se a pastoral da juventude. Com câncer há vários anos, aguardava paciente um transplante de fígado. Faleceu com 65 anos, 36 de padre. O Bispo da Região Episcopal Sant' Ana- Dom Joaquim Justino Carreira - esteve presente no velório, celebrando em sufrágio do missionário falecido. (Eq.l do Setor D - São Paulo Capital li) 29


JUB1lEU DE EQU1PE A Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição, a primeira de Bragança Paulista/ SP, em julho completou 25 anos de existência. No ano de 1981, pelo empenho de equipistas de Jundiaí, foi plantada a primeira semente das Equipes de Nossa Senhora em Bragança Paulista. Nossa primeira reunião, com resposta ao tema, aconteceu a 22/07/81. Com seis casais, iniciamos a pilotagem acompanhados pelo casal Shirley e Paulo que, com carinho e segurança e guiados pelo Espírito Santo, vinham mensalmente de Jundiaí. A eles e ao Frei Constâncio Nogara, nosso primeiro SCE, que nos acompanhou até o ano de 1999, quando adoeceu, devemos a base, a solidificação e a firmeza na caminhada, o que nos permite estarmos juntos até hoje. Nesses longos 25 anos, passaram por nossa equipe 13 casais. No momento, continuamos com cinco ca-

sais, dois dos quais são da primeira hora. Estamos preparando a entrada de mais um. Com a doença de Frei Constâncio, D. Bruno Gamberini atual Bispo de Campinas, foi nosso SCE até 2004. A partir de então, acompanha-nos Pe. Cláudio Müller. Hoje, Bragança é setor, com 7 equipes em Bragança e mais três na cidade vizinha de Morungaba, somando 56 casais. Ao lembrar os 25 anos de caminhada, a nós só resta agradecer todos os dons com que o Senhor Deus nos agraciou, por meio de tantas pessoas que entraram em nossas vidas. Apenas pedimos ao mesmo Deus que continue a nos acompanhar.

SCE NOMEADO B1SPO O papa Bento XVI, acolhendo a solicitação de Dom Luiz Mancilha Vilela, SSCC, no dia 31 de maio nomeou Frei Mário Márquez Bispo titular de "Nasai" e Bispo Auxiliar na Arquidiocese de Vitória/ES. Frei Mário Márquez é da Ordem dos Franciscanos Menores Capuchinhos, atualmente Capelão do VI Comando Aéreo Regional e Pároco da Catedral do Ordinariado Militar do Brasil, em Brasília/DE Era SCE da Equipe 02, Setor B, Região Centro-Oeste I.

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CM 410


VAMOS A LOURDES! Esta é a última vez que os exortamos ao Encontro, então gostaríamos de partilhar com vocês um tempo de nossa vida. Após alguns meses de doença de uma de nossas filhas, finalmente havíamos recebido a notícia de que tudo estava sob controle; ela estava reagindo muito bem, os remédios cumpriam seu papel e o prognóstico nos trouxe grande alento. Havíamos passado tempos difíceis, confusos, dolorosos e sofridos, mas sem jamais abandonar a esperança de que nossa filha encontrasse novamente a saúde, que naquele momento parecia tão distante. Foram dias que se tornaram meses em que constatamos, algumas vezes, que os médicos que se sucediam realmente estavam perdidos quanto ao diagnóstico. Até hoje, relembrando esses momentos, confesso que o sofrimento tenta tomar conta de mim, mas, por outro lado, também é muito forte na minha lembrança que a dor nunca chegou sozinha. Era uma dor doída, mas serena, de quem crê, como os discípulos de Emaús, que aquele que tem a Deus como Pai nunca está só no caminho. Era setembro de 1996. Ali estávamos nós, aos pés da Senhora de Lourdes, com toda a gratidão que nosso coração podia comportar. Não sabíamos como CM 410

nos expressar, tamanha era nossa alegria, tão grande nosso muito obrigado! Numa prece silenciosa do coração de uma mãe, eu prometi à Senhora de Massabielle que Ela poderia contar conosco para qualquer missão que quisesse nos confiar. Amigos, quando recebemos o convite de Graça e Roberto para esta responsabilidade, no fundo do coração agradeci, pois sei que foi Ela quem quis contar conosco, com nossas deficiências e limites, mas também com nossa oferta e nossa vontade de colaborar. Ela nos chamou porque sabe de nossa necessidade de melhorar em tantos aspectos de nossa vida de cristãos, superar tantos obstáculos a uma vida plenamente eucarística: receber uma missão não é mérito nem motivo para vanglória, é ser chamado a colocar os dons a serviço. Setembro de 2006. Dez anos se passaram. Nossa filha é hoje casada e mãe de dois filhos lindos e saudáveis. Estaremos lá, novamente, aos pés da Virgem, com o coração transbordando de alegria e gratidão. Até Lourdes, amigos! Com nosso carinho,

Regina e Cleber Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes 31


- DE BONEVlllE A SAGA DE JOAO Em junho de 1965 fomos, minha mulher e eu, pela primeira vez à Europa, a fim de participar da grande peregrinação dos membros do Movimento das Equipes de Nossa Senhora ao Santuário de Lourdes. Encontro memorável. Éramos 3.000 casais de diferentes países. Partimos todos, em trens fretados, de 5 capitais diferentes da Europa. A nós dois e a Glória e João Paião Luz, os únicos brasileiros, foi-nos dado escolher o ponto de embarque. Claro que escolhemos Lisboa. Era ali e dos 4 outros pontos de partida que começava a grande peregrinação, diga-se de passagem, muito bem organizada. Como os "comboios", na Europa, estão divididos em compartimentos, fomos encontrar no de n° 1, logo no 1o vagão, os casais portugueses que, durante toda a peregrinação, constituíram a nossa "equipa", juntamente com outra metade que estava na cabine de um outro trem, partindo de outro lugar. Ali seguimos o roteiro, previamente indicado, de orações, apresentações e troca de idéias sobre um tema ligado ao encontro. Cerca de meia hora depois da partida, um aviso correu, célere e inquietante, de cabine em cabine: entre os peregrinos havia um com grave câncer. Ia a Lourdes em busca de um milagre. Todos passamos a rezar penalizados por ele. Ao chegar a hora do almoço, fomos ao restaurante. Sentamo-nos na primeira mesa. Logo depois um casal pediu licença para sentar-se 32

conosco. Eram a Ana Maria e o João de Boneville. Ela, dona de casa e ele, agrônomo. Tinham uma quinta nas cercanias de Lisboa. Enquanto almoçávamos, fomos colocando em comum um pouco de nos as vidas. Logo depois da sobremesa, tirei do bolso uma caixinha de remédio. Expliquei que o comprimido era para facilitar a digestão, pois as lulas, os camarões e outros frutos do mar servidos em Cascais acabaram fazendo mal ao aparelho digestivo "made in Brazil". Notei, porém, que João lançou um olhar intrigante para o "remedito". Perguntei-lhe o porquê daquele olhar. Respondeu-me, quase em tom de inocente pedido: "este remédio me faz um bem!" Foi neste instante que tive a certeza: era ele o canceroso! [... ] No segundo dia, durante a solene missa, concelebrada por dezenas de sacerdotes, logo em seu início, o sistema de som pediu que rezássemos, de modo especial, por um peregrino, recolhido ao hospital em estado grave e que iria empreender a viagem de volta, pois desejava morrer em Portugal. Era, sem dúvida, o amigo que almoçou conosco, o João. Depois de Lourdes, fomos a Paris tratar de assuntos das Equipes brasileiras com o inspirador do Movimento, Pe. Henri Caffarel e o Centro Diretor Internacional. Aproveitamos, é claro, para conhecer as belezas da Cidade Luz. Após passar uns dias em Madrid, voltamos a Lisboa, de onde regressaríamos ao Brasil. Ali soubemos do CM 410


falecimento do João. Fomos visitar Ana Maria. A certa altura da conversa, perguntou-nos: Sabem por que o João, apesar da saúde debilitada, insistiu na sua ida a Lourdes? -Nossa resposta foi imediata: pedir a cura. Não, retomou Ana Maria. E contou-nos que um dos filhos, convocado para serviço militar, foi mandado para a "guerra d 'África", a qual Salazar sustentava para não perder o domínio português sobre as colônias africanas. Ali o rapaz viu tantas atrocidades e cenas de horror que perdeu a fé. Pois o João,

esclareceu Ana Maria, quis participar da peregrinação para pedir, não a sua cura, mas que o filho superasse a crise e voltasse à fé. Na missa de 7° dia, quando chegou o momento da Comunhão, ela levantou-se para se dirigir ao altar. Sentiu, nesse instante, que alguém segurou-lhe o braço. Era o filho dizendo "eu também vou, mãe, recuperei a fé".

L. Marcello M. de Azevedo, da Esther Eq. N. S. do Sim - Setor A São Paulo Capital I

PEREGRINAÇÃO O mês de maio, dedicado à devoção a Maria Santíssima, é muito especial para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora e, de um modo especial, para a Região Rio III, onde já vem programada a tradicional peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Penha. Este ano em que o Movimento comemora os 56 anos no Brasil e se prepara para o Encontro Internacional em Lourdes, os equipistas dos 5 setores, inclusive com a presença dos casais Provincial e Regional, subiram os 365 degraus da escadaria da Igreja da Penha, rezando o Rosário, movidos pela intenção de pedir a Nossa Senhora que interceda a seu Filho Jesus, para que durante o evento tudo se realize sob a moção do Espírito Santo. Era 13 de maio. O Rio de Janeiro amanheceu num clima ameaçador de chuva, mas que não foi suficiente para CM 410

afastar os equipistas desta jornada. O Santuário ficou repleto de casais. A celebração foi presidida por Frei Doriano que, na homilia, lembrou-nos o ano de 1917, quando Nossa Senhora de Fátima enviou ao mundo a mensagem: "Oração, sacrifício e conversão", fazendo um paralelo desta mensagem de Fátima com os nossos PCE.

Penha e Viriato Eq. 52, Setor A, Região Rio III 33


ENCONTRAR-SE COM DEUS Encontrar-se profundamente consigo e com Deus é uma exigência profunda da alma humana. Para isso, o retirar-se do cotidiano é uma necessidade para nós. Poderíamos dizer que sempre dentro do coração da humanidade cresceu e se desenvolveu a necessidade de parar diante dos compromissos, especialmente aqueles pesados e cheios de responsabilidades ... parar para recarregar as baterias e poder refazer o tecido profundo da relação que nos une a Deus e às pessoas humanas que nos rodeiam. Encontramos isso em todas as culturas. Fala-se que também os egípcios, os gregos e até os romanos, que prezavam a guerra, o domínio e o direito, possuíam lugares dedicados à reflexão e à oração, para fortalecer na própria religiosidade o vínculo que os unia ao cosmo. Também aqui na América Latina há vestígios de lugares próprios para a reflexão, para um "retirar-se" do mundo e da vida do dia a dia. Jesus testemunhou a seus discípulos como é importante afastar-se temporariamente das atividades diárias para estar só com o Pai. Os Evangelhos salientam a atitude constante de Jesus em subir ao monte, onde passava a noite em oração, em diálogo com o seu Abba. Antes de iniciar a sua vida pública, Ele passa 40 dias no deserto, preparando a humanidade do seu corpo e da sua mente para anunciar a boa nova do reino. Se Jesus Cristo amava tanto o 34

Somente num convívio maior com Jesus poderemos dizer por nós mesmos que Ele é o Cristo de Deus, o nosso Salvador.

deserto, zelava tanto por encontrar em sua vida estes momentos de intimidade e familiaridade com o Pai, nós, que nos deixamos constantemente roubar e despojar pelas coisas materiais, também nos preocuparemos em buscar o deserto de um Retiro, a fim de nos abastecer de Deus, encontráLo a sós no silêncio interior, escutando-O na Palavra e na meditação. Os discípulos ouviram de Jesus Cristo, o Mestre, estas carinhosas palavras: "Vamos sozinhos para algum lugar deserto, para que vocês descansem um pouco" (Me 6,31). Como não priorizar o Retiro das Equipes de Nossa Senhora, nós que buscamos em casal a santidade? Neste ano, queremos descobrir melhor quem é Jesus. Somente num convívio maior com Ele poderemos dizer por nós mesmos, de coração, com São Pedro, que Ele é o Cristo de Deus, o nosso Salvador, aquele que nos ama e deseja ardentemente que correspondamos ao seu amor. CM 41 0


Ele é o Esposo apaixonado pela sua Igreja, por quem dá a vida. O Retiro é também, e disso temos necessidade, um tempo propício para avaliar a nossa caminhada, ver como estamos vivenciando os demais Pontos Concretos de Esforço, fazer uma revisão da vida, para aparar as arestas, recompor cami-

nhos, renovar nosso casamento na graça do Senhor. Que a experiência viva de Deus perpasse as veias de cada um no retiro deste ano.

Martha e Simão Pedro CR Região Norte I, Eq. 22D Manaus!AM

RETIRO ESPlRlTUAl Nós somos convidados este ano a fazer a descoberta do Cristo, de modo novo e em casal. Para conhecer Cristo é preciso tomar a decisão de segui-lo. O jovem rico está pronto para seguir Jesus, mas as coisas materiais são mais importantes para ele. Quando entramos para o Movimento, aceitamos fazer o Retiro espiritual anual, como meio para a santificação que buscamos. Entretanto, muitos dizem não ter tempo para fazer retiro. O tempo quem faz somos nós. Apresenta-se-nos agora a oportunidade para fazê-lo. No retiro somos convidados a nos fortalecer para a caminhada. "Eu sou o caminho a verdade e a vida" (Jo 14,6). Somos pessoas humanas, corpo e espírito. Se como corpo precisamos de descanso, como espírito necessitamos do silêncio do corpo. É preciso que nos retiremos da vida agitada e, entrando em nosso interior, busquemos um encontro futimo com Deu , escutando a sua voz. Quando queremos fazer uma coisa, achamos CM 410

meios, mas quando não queremos, inventamos mil desculpas. O Retiro anual é um PCE que o Movimento nos propõe como um meio de crescimento. Sobre isso nos alerta Pe. Cafarell: "Sede exigentes hoje, para não vos arrependerdes amanhã". O Retiro é tempo propício para realizar o encontro com Jesus, para conhecê-lo melhor e, no silêncio e na oração, contemplá-lo, vivendo o lema do ano: Casal chamado a contemplar a face de Cristo. O Retiro anual não é e não pode ser a simples escuta de um bom pregador. Ele nos leva a pôr toda a nossa vida sob o olhar de Deus. Nele exercitamos o desenvolvimento da capacidade de viver na verdade, a nossa capacidade de tomar consciência de nós mesmos, de assumir nossa verdade, de construir e trabalhar a partir dela e não a partir da imaginação. "Que alegria quando me vieram dizer: vamos subir à casa do Senhor" (Sl121,1).

Registela e Claudionor Rocha CR Região Norte III 35


A NECESSIDADE DA ORAÇAO "Sem oração não pode haver consciência da própria fraqueza." "A oração é a chave que abre a porta da manhã e fecha a da noite." "Só de Deus, por meio da oração, vem toda a nossa força." "Rezar não é pedir. Rezar é a respiração da alma." "Encontrei gente que inveja minha paz. Esta paz vem-me da oração". ''Não sou um homem de cultura, mas penso humildemente ser um homem de oração. A oração não foi parte da minha vida como o foi a verdade; A oração desabrochou simplesmente da necessidade, quando me encontrava em situações nas quais não poderia, absolutamente, ser feliz sem ela." "Com o passar do tempo, a minha fé em Deus aumentou, o desejo de rezar tomou-se irreversível." "A comida não é tão indispensável ao corpo como a oração à alma, pois o jejum físico é por vezes necessário para conservar a saúde do corpo, enquanto que o jejum de oração não existe." "Para viver no meio dos homens é necessária uma força eficaz, absoluta: a da oração." "Rezar é estar com Deus!"

(Ghandi) Assim se pode fazer um juízo de valor a respeito da oração na vida do cristão, fiel seguidor de Jesus Cristo. A oração se toma imprescindível para a sobrevivência do ser 36

que deseja viver bem, equilibrado, feliz, realizado, completo. O contato com Deus, o absoluto, supre as carências da contingência humana. "Só de Deus, por meio da oração, vem toda a nossa força". Nossa visão a respeito da vida é curta! A razão não é capaz de suprir as necessidades humanas no que diz respeito à vida espiritual. A auto-suficiência não assegura a plenitude humana. A verdade isolada é fria, não oferece o calor da intimidade, da amizade, do afeto, do amor. Deuséamor(1Jo4,16), é plenitude, é presença, é sensibilidade, é coragem, é estímulo, é calor, é certeza de vida, é energia, é docilidade, é a realização. O Retiro anual é o espaço reservado para a intensificação da vida espiritual, para se buscar e se deliciar, de modo mais intenso, esta realidade. É um tempo que se constitui numa espécie de abastecimento de energia para o consumo da práxis do compromisso cristão. Não se pode viver sem a oração. Não se vive sem a intimidade, não sobrevive o coração de quem ama sem o contato ardente, vigoroso, próximo e salutar com o Senhor. O Retiro é imprescindível. "Rezar é a respiração da alma".

Pe. Mundinho, sdn SCE Região Minas II Belo Horizonte/MG CM 410


CONTRA O ABORTO! Quando li a matéria "Você é contra ou a favor do aborto?", publicada na Carta Mensal de abril/ 2006, recordei de um episódio que aconteceu conosco e resolvi partilhar com todos. Tínhamos um filho de cinco anos (Thiago), quando surgiu o desejo do segundo filho. Programamo-nos e eu engravidei. No segundo mês de gestação, um fato nos abalou: Jadson e Thiago contraíram rubéola e, conseqüentemente, eu também. O médico que me acompanhava no prénatal estava em um congresso no Rio, então procuramos outro, que de imediato nos aconselhou a fazer o aborto, alegando grande chance de o bebê nascer com seqüelas (cego, surdo ou mudo). Quando o médico que me acompanhava regressou, fomos a ele e relatamos o nosso problema. Ele parou, fixou o olhar em nós dois, e nos indagou: -Vocês acreditam em Deus? Respondemos positivamente. Então ele nos pediu: "Esqueçam a rubéola". Marcelo nasceu no dia 12 de maio de 1989, com 52cm e 4 quilos. Lindo! Sem nenhuma seqüela da rubéola. Quando Marcelo estava com seus dois aninhos, passei a contar histórias para ele dormir, entre elas a história da sementinha, que os médicos diziam estar doentinha e seria melhor tirá-la, mas eu já amava demais aquela semente e não permiti que ninguém a tirasse de CM 410

mim, mesmo doentinha. A sementinha foi crescendo e se transformou num bebê lindo que mamãe e papai chamaram de Marcelo. Quando Marcelo estava com nove anos, a professora no colégio pediu que seus alunos escrevessem uma carta para suas mães, expressando seus sentimentos por ela. Marcelo escreveu: "Mamãe, gosto muito da senhora e sei que você me ama, mas também não é assim, gosto do papai do mesmo jeito que eu gosto da senhora. Gosto tanto da senhora que até queria faltar aula para ficar com você mamãe. Mamãe, aquilo que você me disse eu nunca vou esquecer: porque quando eu era uma sementinha, os médicos queriam me tirar porque a senhora, papai e Thiago estavam com rubéola, mas você não queria tirar a minha vida. Por isso eu amo muito a senhora. Beijos de Marcelo. Maio I 1998". No último dia 12, Marcelo completou 17 anos, e contínua sendo um filho carinhoso, um menino excelente! E eu contínuo dizendo: "O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome". Ser a favor do aborto é bloquear o caminho do encontro com Deus. Se eu tivesse optado pelo aborto, estaria interrompendo o presente que Deus estava me enviando: Marcelo.

Gracinha (do ]adson) Equipe 3, N. S. da Conceição Setor A - João Pessoa!PB 37


MOMENTOS CONFllTANTES O Evangelho de Lucas (10,38-42) sobre Marta e Maria me incomodava porque, juntamente com a afirmação "Maria ficou com a melhor parte", vinha-me sempre à memória também a imagem dos lírios do campo. Compreendia-o, pois, unilateralmente e me mortificava por ser levada pela vida, como a mais absoluta maioria das pessoas, a ser muito mais Marta, embora com a atitude de escuta de Maria, moldada pelos PCE e pela vivência de 25 anos nas Equipes de Nossa Senhora. Lendo, um pouco antes, em Lc 10,29-37, o episódio do Bom Samaritano, percebemos mais profundamente aonde a didática de Jesus quer nos levar. Aqueles que iam orarsacerdote e levita - estavam tão empenhados em chegar ao local para cumprir a obrigação, que não deram a devida importância ao assaltado, ferido e abandonado. Eram corretos, porém não agiram na oportunidade que se lhes apresentou. Jesus enfatiza então a ação do estrangeiro, mostrando-o como um "inimigo" em atitude cristã, concreta, afetiva e material. Logo em seguida, como a querer clarificar seu ensinamento, em Marta e Maria, Ele faz o inverso, pregando o valor da escuta e do silêncio orante. Grande, inimitável e sábio professor! Portanto, apenas artificialmente poderíamos separar os momentos de ser Maria e os de ser Marta. Foi-nos ensinado, mais precisamente pelo Vaticano II, que a forma de o leigo agradecer a Deus, seguir 38

sua vontade e estar a serviço do próximo é ter espírito cristão e atitude de doação em todas as atividades cotidianas, começando em casa. É certo que a oração prepara a ação, mas não é possível separá-las. Atualmente, não julgo relevante quantificar o tempo dedicado à dimensão Marta/Maria, pois como mulher, viúva, mãe, avó, sogra e profissional, são muitos os momentos de escuta e meditação, traduzidos em silêncio, aceitação, reflexão e compreensão. Até se estende à Regra de Vida, muitas vezes. Foi pela formação equipista que me fortaleci nesse auto-julgamento, visto que a Escuta da Palavra fazme ouvir e conduz-me a agir. Já não se valoriza ao extremo a pessoa viciada em trabalho, que se constrange quando descansa e renuncia a todo lazer, ao convívio familiar e, conseqüentemente, à formação dos filhos, para obter sucesso profissional e dar mais e mais bens materiais aos seus. Não ter pressa não é incompatível com não perder tempo. Posso andar no mesmo caminho de quem corre em velocidade máxima, no entanto, a sabedoria da idade, o aprendizado do valor da oração e a não urgência de afazeres, já que os filhos estão criados e casados, deixa-me ver a paisagem da estrada, a beleza do dia e até "ouvir estrelas". Permito-me, inclusive, significativas paradas, a fim de saborear os frutos do caminho: a graça da saúde, a felicidade equilibrada da família, os carinhos de Deus para CM 41 0


comigo, sem me entregar a lamúrias e sem me perder em idealizações, pois todo fruto é resultado da semente que precisou morrer... Se Jesus viesse me visitar, como fez no trecho citado, Ele me encontraria sozinha, como uma equipista que procura manter-se fiel a seu chamado, tentando unir o amor a Ele ao amor ao próximo. Encontrar-me-ia andando muito ainda, como Marta, mas sabendo parar para refletir, meditar e compreender as diferenças. Já assumi, por força das circunstâncias, a coragem de ficar em silêncio, quando imprescindível, perscrutar minha verdade interior e louvar a Deus por

tudo que tenho e por tudo que sou. E imaginando o Luís a meu lado, grande companheiro de viagem, apaixonado pelas ENS, poderia valorizar muito mais o que ele dizia, sentia e usufruía da vida, mesmo com toda a certeza de uma morte prematura. Tinha ele presente que, além desta estrada que percorremos alucinadamente, existe, sendo Maria/Marta, uma caminhada conjunta a desfrutar e uma vida de Amor a viver para aqui o Amor deixar.

Maria Inês (do Luís +) Eq. N. S. Aparecida Limeira/SP mimarini@uol.com.br

TESTEMUNHANDO OS RETIROS "Fica conosco, Senhor, é tarde e a noite já vem! Fica conosco, Senhor, somos teus seguidores também!" [... ] Participamos do 1o Retiro de 2006 realizado em Belém/PA, cujo tema foi: "A presença do ressuscitado na vida e espiritualidade do casal equipista". Pe. Thimóteo insistiu que o silêncio era necessário para o bom êxito do nosso retirarse para um encontro espiritual. Utilizando o texto de Lc 24,1335, num paralalelo com as atitudes dos dois "discípulos de Emaús", ele conduziu as meditações, aplicando o Evangelho aos casais, relacionando ao texto o aperfeiçoamento pela vivência dos PCE. Assim sucederam-se as meditações com títulos como "Jesus caminha com o 'caCM 410

sal' de Emaús" (versos 13-24); "Jesus ajuda o casal de Emaús a fazer a Escuta da Palavra", (25-27) "O casal de Emaús pede a Jesus: Fica conosco Senhor!" (28,29); "O casal de Emaús reconheceu Jesus ressuscitado ao partir o pão"(32); "O casal de Emaús volta a Jerusalém e confirma o anúncio de que Cristo ressuscitado vive para sempre no meio de sua Igreja" (33-35). O sacerdote deu ênfase especial à Regra de Vida, comparando-a com a poda de uma planta, que renasce a cada dia. Dirce e Mourão, Eq.15 A, N. S. da Glória, Belém/PA 39


[... } É muito bom experimentar a paz, a tranqüilidade, a serenidade encontradas nas orações dos retiros e chegamos a falar como Pedro: "Senhor, é muito bom estar aqui, vamos fazer três tendas, uma para Ti, uma para Moisés e uma para Elias" ((Mt 17,4) ... ah, e uma para nós também, Senhor... Mas logo ouvimos o Senhor dizer: "Não, não! A realidade é aquela lá em baixo". Viemos aqui para nos fortalecer, para nos retirar da agitação do dia-a-dia, para nos aproximar um pouco mais do Pai, porém, logo devemos estar de volta [... } Agora vamos viver o dia-a-dia, dando testemunho com nossa própria vida e assim os que nos virem, dirão: "Vejam como eles se amam!" e, querendo encontrar o mesmo amor, virão beber da mesma fonte onde nós saciamos nossa sede. Edilma e Edílson Eq 139 D, Maria, Mãe da Graça e da Misericórdia, Rio III

••• [.. . }Irnpossível traduzir em palavras o que significou o retiro, para os que dele participaram, nos dias 20 e 21 de maio, em São Carlos/SP. Foi uma experiência com Deus. Tendo como tema central a oração, momento de nossa intimidade com Deus, Criador, Redentor e Paráclito, fomos ensinados e orientados pelo Pe. Fernando a perceber que o Retiro, longe de ser uma obrigação a ser cumprida, é um gesto de quem ama, para quem e por quem é infinitamente amado. [... ] No retiro priorizamos a alma, para viver no coração de Deus e ser morada do 40

amor eterno e misericordioso do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Toninha e Roberto Eq. 7 - N. S. das Graças São Carlos/SP

••• [... ] Nosso Retiro ocorreu nos dias 6 e 7 de maio, na cidade de Jaboatão dos Guararapes/PE. Após a missa de abertura, foi-nos apresentado, pelo orientador espiritual do Retiro, Frei Rinaldo O.F.M. cap- SCE Eq. 05, o tema "E vós, quem dizeis que Eu sou?" Na primeira meditação, à luz de Lucas 24,13-35, fomos orientados a refletir individualmente sobre a pergunta: como é que eu estou? E depois, quais os sinais da presença do Senhor no meio do casal? Uma vela foi acesa, simbolizando a presença de Cristo durante todo o retiro. O pregador também nos fez meditar sobre a Palavra, quando nos colocou a importância de sabermos distinguir fé e sentimentos. Fomos introduzidos na leitura orante da Palavra, para descobrir nela a presença criativa de Deus, que nos impele a "avançar para águas mais profundas!" (Lc 5,4). Depois de muita oração e meditação, retomamos ao lar, como os discípulos de Emaús retomaram a Jerusalém, alegres por termos encontrado Cristo e cheios de entusiasmo, para continuar nossa missão no matrimônio, na farm1ia e no mundo. Regina e Stenio Eq. 20-A - N. S. dos Impossíveis Recife/PE menezesm@ hotlink. com. br CM 41 0


UNlDADE Mara e Fernando, Eq. N. S. Rainha da Paz do Setor E de Porto Alegre, moraram dois anos na Itália. Assim que lá chegaram, foram acolhidos em uma equipe, de onde veio a mensagem abaixo: "Caros amigos de nossos amigos Mara e Fernando: Somos Anna e Pasquale Petron, de Florença (Itália); temos 3 filhos e uma netinha ... Somos equipistas desde 1982. Anna sempre fez o papel de esposa e mãe (e continua a fazê-lo), Pasquale era bancário (agora aposentado). Nas equipes atendemos todas as solicitações que recebemos: responsáveis de equipe, casal ligação, responsável de setor, membros da equipe Itália. Somos verdadeiramente agradecidos ao Movimento que nos deu a oportunidade de aprofundar nossa fé, de nos haver feito compreender a beleza do sacramento do Matrimônio, de ser casal unido em Cristo e à Igreja, alimentados pelo sopro do Espírito Santo, que realmente se move livre por este mundo, e de nos haver feito respirar a universalidade de nossas idéias. Tivemos o prazer de acolher Mara e Fernando na nossa equipe e imediatamente apreciamos a espiritualidade de uma e a racionalidade do outro. São como dois pólos que se atraem continuamente. O Movimento nos educa (nos faz crescer no espírito e no amor) com pequenos passos de cada vez, nos faz superar formas eventuais de racismo e nos abre à acolhida recíproca. CM 410

Justamente isto é a universalidade das ENS: sentirmo-nos em casa, mesmo quando estamos distantes milhares de quilômetros. Como experimentar esta sensação? Enquanto cada equipe permanece fechada em si mesma, não se dá conta de ser um golfinho que nada em um oceano maravilhoso, mas pensa (e se contenta) em ser um sapo que se banha na lama. Nós dois havíamos entrado nas Equipes há pouco tempo, e tivemos a felicidade de participar do Encontro Internacional de Roma (com a visita ao papa). Ficamos maravilhados ao ver a alegria e a intensidade da aclamação de vocês brasileiros à passagem do Pontífice na sala Nervi, mas ficamos ainda mais surpresos quando, durante o almoço, trocávamos nossas impressões com franceses, americanos, espanhóis e alemães. Compreendíamo-nos mesmo sem falar a mesma língua. Estava entre nós o Espírito do Senhor, que nos unia verdadeiramente, dava-nos a coragem e a oportunidade de abrirmo-nos a desconhecidos, mas que sentíamos serem vizinhos no coração e nas intenções. Sentíamos no ar a vontade de caminhar juntos, com a mesma fé, os mesmos ideais e a mesma esperança: sentíamo-nos como em nossa equipe de base. Mas podíamos 41


enriquecer-nos com nova espiritualidade, muito diversa da nossa. Ocorreu o mesmo também quando Mara e Fernando vieram para cá e conviveram conosco: um instante de curiosidade, depois as portas de nossas casas se abriram, até mesmo se escancararam para acolher estes nossos irmãos, distantes de seu país, com todas suas preocupações, mas também com toda sua alegria de viver a beleza do seu matrimónio. Quando estivemos em Lourdes e Fátima, nos encontros internacionais, revivemos as mesmas sensações: sentíamo-nos em casa, mas com irmãos e amigos novos e com a alegria de estarmos juntos. Re-

gressamos sempre renovados no espírito e com muitas intenções de melhorar a nossa vida. A oração do Magnificat, recitada cada noite, é um sinal da nossa união espiritual a nível mundial e nos aproxima também em nossas atribulações e esperanças. Saudações a todos, com o desejo de poder respirar profundamente o espírito da universalidade do nosso movimento, de acolhida, de coodivisão e do amor recíproco. Um beijo particular a Mara e Fernando e a seus filhos de Anna e Pasquale (e de toda nossa equipe)".

Anna e Pasquale Petroni Florença/Itália

EJNS CELEBRAM 1 5 ANOS NO BRASll As Equipes de Jovens de Nossa Senhora celebraram em Aparecida seus 15 anos de presença no Brasil, durante a 6" peregrinação, realizada nos dias 19 e 20 de novembro de 2005. Na ocasião, assumiu a responsabilidade nacional do Movimento a jovem Ediluci Cristiane Silva, de Recife/PE, que sucedeu Marisa Gomes da Fonseca, de Niterói/RJ. Para Marisa ficará guardado o aprendizado espiritual obtido nesses dois anos de trabalho. "Quando Deus chama para uma missão, pelo menos eu tinha a pretensão de que ele me chamava porque precisava de mim. E, logo no começo, percebi que é justamente o contrário. Deus não precisava de mim

para fazer aquilo, ele me deu aquele presente para eu poder crescer." As Equipes de Jovens de Nossa Senhora realizam duas reuniões mensais: uma considerada formal (estudos) e a outra, informal (confraternização). A espiritualidade está baseada em quatro pontos: oração, estudo do tema, partilha e ponto de esforço. As equipes são formadas de 12 moças e moços, acompanhados por um casal e um sacerdote. As EJNS existem há mais de 25 anos, tendo surgido de dentro da ENS, na França, e estão presentes em vários países.

Andresa Custódio

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ONDE MORAM OS ANJOS? Nossa filha Soraia prestou um concurso público e foi chamada para trabalhar. Era tudo o que ela esperava. Só que, por estar há três meses do seu casamento, com casa construída em Gaspar, perto de nós, não imaginava que o chamado seria para trabalhar em Criciúma, distante 300 km, a umas 5 horas de viagem. E nós pais, apesar dos filhos crescidos, logo nos preocupamos. Onde ela vai morar? Com quem vai ficar? Recorremos aos irmãos equipistas. Clemene e Afonso de Florianópolis nos referendaram casais de Criciúma, sendo que o primeiro a quem ligamos foi Goretti e Moacir. Apresentei-me por telefone e relatei a situação, pedindo ajuda, pois não conhecíamos ninguém na cidade. Prontamente Goretti se colocou à disposição e já disse: estamos felizes em receber aqui uma filha de equipistas. Como Moacir passaria nos próximos dias por uma cirurgia em Porto Alegre, ela pediu que aguardássemos o retorno. Qual foi a nossa surpresa quando no telefone ela nos falou: Moacir e eu oferecemos nossa casa para que a Soraia fique conosco o tempo que quiser. Não esperávamos tanto. Buscávamos apenas uma ajuda para encontrar um lugar onde ela pudesse se hospedar. Era mais um passo para conhecermos a grandeza dos seus corações. No domingo de Páscoa, Soraia CM 410

e eu viajamos ao final da tarde, pois na segunda-feira ela começaria a trabalhar. Apesar de insistirmos que tomaríamos um táxi, eles se prontificaram em nos buscar na rodoviária. Chegando após a meia-noite, estava no saguão apenas um casal e não foi difícil de identificá-lo. Nos apresentamos. Em sua casa estava a mesa posta para o lanche e um quarto todo preparado para a Soraia, como se estivessem recebendo uma filha, até com toalha do banho personalizada. Na cômoda uma caixa com todo o necessário para qualquer eventualidade, desde a linha até o algodão e a piranha para o cabelo, enfim, Soraia acabava de ganhar novos pais. Diante de tanta delicadeza na hospitalidade, pude retomar com a certeza de que os anjos não moram só no céu, eles também estão no meio de nós. Só nos resta fazer uma oração de louvor e agradecimento por pertencermos a um movimento que transforma as pessoas em anjos aqui na terra. Que nossa Mãe Maria os cubra de infinitas bênçãos e que o seu exemplo sirva para todos nós: abrir nossa casa e acima de tudo nossos corações àqueles que a nós recorrem.

Denise do Laércio Moritz Equipe 91 - Setor A Blumenau-Gaspar!SC 43


ElE ESTÁ NO MElO DE NÓS! Dia 21 de maio passado, encerrou-se o 15° Congresso Eucarístico Nacional. Ao longo dos últimos anos, havíamos nos preparado para transformar Florianópolis no grande altar do Brasil. Nessa preparação, cresceu em nosso coração uma certeza: "Ele está no meio de nós!" Sim, Jesus Cristo, o grande dom do Pai, está presente no mundo e na Igreja, de diversas formas, mas está presente de modo especial na Eucaristia. Trata-se não de um dom a mais, embora precioso, mas daquele que é "o dom" por excelência, porque dom de Jesus Cristo mesmo, de sua pessoa. "Vinde e vede". Milhares de pessoas aceitaram o convite de Jesus Cristo e vieram a Florianópolis para participar deste momento especial na vida da Igreja no Brasil. Terminado o Congresso, cada qual voltou para sua casa com mil lembranças na mente e muitas saudades no coração. E o que levaram? Que conseqüências o 15° CEN poderá ter

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em suas vidas? Qual sua contribuição para a vida da Igreja no Brasil? Dentre as iniciativas que, espero, nasçam desse Congresso Eucarístico, destaco algumas: 1°. Que saibamos testemunhar com mais entusiasmo a presença de Deus no mundo. Há grupos e forças poderosas que, abertamente, tentam destruir toda e qualquer idéia de Jesus Cristo- e isso quando não tentam destruir a própria pessoa de nosso Mestre e Senhor, mesmo que precisem, para atingir tais objetivos, atacar, caluniar e mentir. De nossa parte, não podemos ter medo ou vergonha de falar de Deus e de defender os valores do Evangelho. 2°. Que nossa espiritualidade seja profundamente eucarística. Como Cristo, devemos aprender a nos doar aos outros, indo especialmente ao encontro dos que sofrem privações, dos famintos, doentes e solitários, dos desempregados, migrantes, abandonados.

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3°. Que redescubramos o valor do domingo como dia do Senhor e da Igreja, dando nele uma atenção ainda maior à participação na santa Missa. É preciso que sintamos necessidade do Pão "descido do céu", para enfrentar o cansaço da caminhada diária. "Participar na celebração dominical e alimentar-se do Pão eucarístico é uma necessidade para o cristão, que deste modo pode encontrar a energia necessária para o caminho que deve percorrer" (Bento XVI, 29.05.05). 4°. Que seja mais valorizada, em nossas paróquias, a adoração eucarística fora da Missa. Será importante que se multipliquem esses momentos em que, prostrados diante de Jesus presente na hóstia consagrada, reparemos com fé e amor a indiferença e os ultrajes cometidos contra esse sacramento. 5°. Que saibamos dar o devido valor às equipes litúrgicas de nossas comunidades e acreditemos na necessidade de uma adequada preparação de nossas celebrações. Da CM 410

fidelidade às prescrições litúrgicas, da escolha de cantos adequados, de leitores bem preparados etc. depende uma maior participação por parte do povo, que perceberá melhor a grandeza do mistério que estará celebrando. Muitos outros frutos poderão nascer do Congresso Eucarístico de Florianópolis. O amor e a criatividade de cada congressista ou de quem acompanhou o Congresso pelos meios de comunicação poderão fazer surgir outras iniciativas. Quando os bispos, os sacerdotes e diáconos, os religiosos e as religiosas, os cristãos leigos e leigas vindos de todo o Brasil retomaram para suas cidades, um pouco de Florianópolis e muito de Santa Catarina foi com eles. O compromisso que todos levaram no coração é o mesmo: testemunhar que "a Igreja vive da Eucaristia". Para os que ainda não descobriram isso, é apropriado renovar o convite: "Vinde e vede!".

Dom Murilo Krieger, scj Arcebispo de Florianópolis/SC 45


OUÇO UM GRllO! Nenhum equipista sem retiro! O slogan para este ano é um chamado para silenciarmos, orarmos e ouvirmos este Jesus nos sussurrar o que devemos fazer. Esta história nos faz refletir: Conta-se que um amigo levou um índio para passear no centro de São Paulo. Seus olhos não conseguiam acreditar na altura dos edifícios e ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético das pessoas indo e vindo. Espantava-se com o barulho ensurdecedor das sirenes, dos automóveis, as pessoas falando em voz alta ... De repente o índio falou: - Ouço um grilo ... O amigo espantado retrucou: -Impossível ouvir um inseto tão pequeno nessa confusão! O índio insistiu que ouvia o estridular de um grilo. Tomando o seu cicerone pela mão, levou-o até um canteiro de plantas. Afastando as folhas, apontou para o pequeno inseto: - Como? Perguntou o amigo, ainda sem crer. O índio pediu-lhe algumas moedas, e então jogou-as na calçada. Quando elas caíram e se ouviu o tilintar do metal, muita gente se voltou:

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-Escutei o grilo porque o meu ouvido está acostumado com este tipo de barulho. As pessoas aqui ouvem o dinheiro caindo no chão, porque foram condicionadas a reagirem a esse tipo de estímulo. Depois arrematou: -A gente ouve o que está acostumado ou treinado a ouvir. Vivemos em um mundo materialista. A vida nos impõe que sejamos muitas vezes duros. Acabamos nos tomando céticos. A voz de Deus não é ouvida senão por aqueles que tem o ouvido sensível. Muitas vezes a correria da vida e as agitações da nossa alma inquieta não nos permitem perceber o divino. Treinamos os nossos sentidos para reagir apenas aos impulsos da sobrevivência, mas há realidades que só se percebem com o espírito. Aqueles que aquietam o coração e se deixam tocar pelo Eterno, escutam o sussurro de Deu .

Colaboração de Lia e Guilherme Equipe N. S. de Fátima, 4-A Blumenau/SC

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OS TRÊS lEÕES Numa floresta havia 3 leões. Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse: -Nós sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há uma dúvida: existem três leões fortes. A qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei? Os três leões souberam da reunião e comentaram entre si: -A preocupação da bicharada faz sentido. Uma floresta não pode ter três reis, precisamos saber qual de nós será o escolhido. Como descobrir? Lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. Depois de muito tempo, eles tiveram uma idéia excelente. O macaco se encontrou com os três felinos e lhes contou a decisão: - Senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil. -Montanha Difícil? Como assim? - É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês três deverão escalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis. A Montanha Difícil era a mais alta de todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha para assistir à grande escalada. O primeiCM 410

ro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. Os animais estavam curiosos e impacientes: qual deles seria o rei, já que os três tinham sido derrotados? Uma águia idosa e sábia pediu a palavra: -Eu sei quem deve ser o rei. Todos os animais fizeram silêncio, em grande expectativa. Depois gritaram para a águia: -A senhora sabe, mas como sabe? - É simples ... eu estava voando bem perto deles e, quando eles voltaram fracassados para o vale, escutei o que cada um disse para a montanha. O primeiro leão disse: - Montanha, você me venceu! O segundo repetiu:- Montanha, você me venceu! O terceiro leão também disse que foi vencido, mas com uma diferença. Ele olhou para sua difi47


culdade e disse: Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final e eu ainda estou crescendo. E calmamente a águia completou: - A diferença é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema, é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros! Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente o terceiro leão, que foi coroado rei entre os reis. Esta fábula ensina que não impor-

ta o tamanho dos problemas ou das dificuldades ... Nós somos maiores que todos os problemas juntos e ainda não chagamos ao limite do nosso potencial. A Montanha das Dificuldades tem tamanho limitado, mas cada um de nós está aberto para o infinito. Vale lembrar a sábia sentença: "Não mostre a Deus o tamanho de seu problema e sim ao seu problema, o tamanho do seu Deus!"

Niedja e Junio Eq. 7B - N. S. de Nazaré Natal/RN

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A SERPENTE E O VAGALUME Umacobraperseguiaumvaga-lume. O vaga-lume fugia rápido com medo de sua perigosa perseguidora que não pensava em desistir dele. O vaga-lume fugiu um dia, dois dias, mais outro. No terceiro dia, já sem forças , o vaga-lume parou e disse à cobra: -Posso fazer-lhe três perguntas? -Pode. Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou devorá-lo, pode perguntar. -Pertenço a sua cadeia alimentar? -Não. -Fiz-lhe alguma coisa? -Não. - Então, por que você quer me devorar? - Porque não suporto ver você brilhar... Muitas vezes, não aceitamos o sucesso do outro, ficamos até angustiados pelo seu crescimento e 48

perguntamos a nós mesmos, por que não acontece o mesmo conosco. O sucesso pode acontecer a qualquer um. Faz bem reconhecer e admirar o esforço e o bom desempenho do outro e alegrar-se com o seu sucesso. Quando chegar a nossa vez será gratificante saber que temos alguém para partilhar esta alegria conosco. O brilho é dom de Deus para todos nós. Para que esse brilho aconteça, porém, é preciso que haja esforço, doação e amor aos irmãos, pois é no amor e no serviço aos irmãos que revelamos nosso amor a Deus, lembrando que Deus vê brilho onde os homens talvez enxerguem escuridão.

(autor desconhecido) Glória e Wilton Equipe 03 Setor A João Pessoa/PB willfrann@yahoo.com.br CM 410


Meditando en1 Equipe Agosto é o mês dedicado ·às vocações. É uma bela oportunidade para cada casal e sua família refletir sobre a importância da edutação para a opção vocacional. Em situações diversas, João ~aulo 11 falou da "toltuta votational", como um meio necessário pata ajudar a tomada de decisão sobre a própria vocação junto com Deus e tornar toda a tamunidade e toda a família togares de promoção vocacional, tornando-as uma dimensão da vida ttistã e da pastoral. Escuta da Palavra em Jeremias 1;4-1 O

Sugestões para a meditação: 1. 2.

3.

Qual é a tarefa dos pais para tom a decisão Vt>tational de seus filht>s? Há incentivo nas familias para a vtltéÇão êt> sãterdótio e à vidã religiosa? Como o casal pode tornar viva em sua família a "tultuta vt>tadt>nal"? Pe. Geraldo

........................................... Oração litúrgica (Is 12, 1-6)

"E dirás naquele dia: Louvo-te, 6 Javé, porque, embora tivesses estado encolerizado contra mim, a tua ira cessou e agora me deste o teu consolo. Ei-lo, o Deus da minha salvação: sinto-me inteiramente confiante, de nada tenho medo, porque Javé é a minha força e o meu canto. Ele é a minha salvação. Com alegria tirareis água das fontes da salvação. E direis naquele dia: Louvai a Javé, invocai o seu nome; proclamai entre os povos os seus feitos, fazei saber que o seu nome é excelso. Salmodiai a Javé, porque ele fez coisas sublimes; seja isto sabido no mundo inteiro. Erguei alegres gritos, exultai, ó habitantes de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti".


O Décimo Encontro 1nternacional das Equipes de Nossa Senhora é um evento dos equipistas do mundo inteiro. Todos participam dele e da peregrinação a lourdes. Quem vai fisicamente, irá como representante dos que ficam e será enviado oficialmente numa cerimônia. levará consigo as intenções e as orações dos membros da sua equipe ou setor.


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