ENS - Carta Mensal 405 - Dezembro/2005

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°405 • Dezembro 2005

EDITORIAL

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 1 7

Da Carta Mensal .... .. ... ................... 01

ENCONTRO DE LOURDES SUPER-REGIÃO Descobrir o Natal ........................... "Não priveis o mundo da sua única esperança" ...... .. ... .. .. Natal de po rtas abertas .. .. .. ........... Tema de Estudo 2006 ....................

02 03 04 06

Vamos à Lourdes! .................... .. .. .. 22 Concurso ............................ .. .......... 23 Coral do Encontro Internacional em Lourdes ...... .. .... . 24

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Deve r de sentar-se .. ....................... 2 5

CORREIO DA ERI Pequena em extensão, mas grand e pelo Espírito .. ........ .... 08 ... De todas as nações .. . para Lourdes ................ ............. .. .. . 09 Lourdes: L = Luz .......... ... .. ............. 1 O

TESTEMUNHOS Instrumento de transforma çã o ..... 27 Minha experiência nas ENS ........ .. . 28

TEMA DE ESTUDO Sexo e amo r ................................... 1 2

VIDA NO MOVIMENTO Ser Cristão ................................ ... ... 1 4 Casal Mission ário ...... .. ...... ..... .... .... 14

TEMPO DA IGREJA Um sim que se fez milagre: da esperan ça à chegada .... ...... ...... 1 5 Tempo de es perança ...................... 1 6

Ca rta Men sal é IIIIUI publicação mensal dLIS Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de lmprellSa" n• 219.336 livro B de 09.10.2002

Avani e Carlos C/élia e Domingos Helena e Toma;z. Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz B. Hackmann

ENCARTES DESTA EDIÇÃO

Palestra: Afetividade - Frei Avelino lndíce Geral da Carta Mensal 2005

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: No va Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu , 390 - 11" andw; cj. 115 - Perdizes - São Paulo Fone: (Oxx 11 ) 3677.3388 Foto capa: A. Gambim

Edição: Equipe da Carta Me nsal

J ornalista Responsável: Catherine E. N(l(/as (mtb J98J5J

Impressão: Prol Ed. Gráfica

Graciete e Gambim (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Tiragem desta edição: 17.900 exemplares

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas JXlra:

Carta Mensa l R. Luis Coelho, 308 5" anda r . conj. 53

01309-902 • São Paulo- SP Fone: (Ox.x /1 ) 3256. 121 2 Fax: (Oxx /1 ) 3257.3599 carramensa l @ens.o rg.b r

NC Graciete e Gambim


Irmãs e irmãos Equipistas: O tempo inexoravelmente vai escrevendo a história dos homens e já se vão apagando as luzes de 2005. Liturgicamente, o novo ano já começou com o Advento, celebrando a esperança de Israel na vinda do messias libertador, iniciada no ato de fé de Abraão no Deus que ele não conhecia, mas com quem ele sela uma aliança. Esperança que se concretiza no sim de Maria, que acreditou na Palavra, sem saber como aconteceria o ser mãe do Filho do Altíssimo. Esperança que nós atualizamos no tempo da Igreja peregrina, preparando o nascimento do Filho de Deus e a sua vinda no final dos tempos. Somos convidados a abrir as portas do coração para acolher o mistério de Jesus Cristo, o recémnascido adorado pelos anjos e pastores, o Mestre que revelou a vontade do Pai de salvar os pecadores, ensinou o perdão e condenou o orgulho, e disse "amai-vos como eu vos amei" ... "tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fazeis". O mistério de um Deus crucificado e de um Homem ressuscitado. Jesus nasce "hoje", no Natal. Quem é este Menino? Que mistério é este? Com um coração sedento e com o intelecto iluminado pelo Espírito, "realizaremos em 2006 um esforço

de reflexão e de oração que ajude os casais a penetrar mais profundamente no mistério de Cristo e a identificar-se mais intimamente à Sua pessoa". Leremos também, nesta Carta, o Correio da ERI, com notícias do Colegiada Internacional em Ilha Maurício, e importantes reflexões sobre o Encontro de Lourdes. Também interessantes testemunhos sobre o Dever de Sentar-se e sobre a vida equipista, reflexões do tema de estudo, orientações sobre as inscrições para Lourdes/2006 ... Para a reunião mensal, Pe. Geraldo propõe meditar sobre o sentido do Natal em nossa farru1ia. Arrematando o tema Sexualidade e Abnegação, Frei Avelino brinda-nos com um belo estudo sobre Afetividade. Vale a pena ler o encarte. A Equipe da Carta Mensal deseja a todos um feliz Natal e um abençoado 2006.

Graciete e Avelino Gambim Equipe da Carta Mensal


DESCOBRIR O NATAl Caríssimos Casais e Conselheiros! Natal mais uma vez! Vamos reviver este mistério festivamente, mas também como ponto de partida para um caminho de vida espiritual. O presépio nos faz dobrar os joelhos se na Criança conseguirmos ver o Filho de Deus! Neste estábulo começa o Mistério da Salvação e renasce a esperança. O Natal tem um sentido e um significado que precisamos redescobrir; tem um segredo descoberto apenas por quem procura. Maria ensina o caminho desta aventura. Ao descobrir o mistério de sua maternidade virginal, percebendo o que nela e em torno dela estava acontecendo, começou a "guardar e meditar" em seu coração. Doze anos depois, quando encontrou o Filho entre os doutores, questiona o Filho, que responde: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?" Maria, mais uma vez, guardava e meditava todas essas coisas em seu coração. Começou assim o primeiro capítulo da vida contemplativa do Evangelho: Guardar no coração as palavras de Jesus. Jesus veio ao mundo para ser luz. Revela o mistério, que no entanto precisa ser descoberto. O mistério exige o esforço da busca, da atenção interior, da contemplação. A Revelação é um fato sensível, mas envolto no mistério, percebido por quem vive caminhando pelas suas vias escuras, contemplan2

do e "guardando no coração" a Palavra de Deus. Quem a conserva no coração para um dia ver compreenderá até mesmo antes de imaginar. A este Jesus dirá: "Bem-aventurados os olhos porque vêem e os ouvidos porque ouvem!" A segunda lição vem dos pastores, primeiras testemunhas do nascimento de Jesus. Os humildes pastores, convocados pela voz dos Anjos, acreditaram no anúncio e partiram para buscar e para ver. Foram os primeiros a ver e os primeiros a anunciar o que viram com os próprios olhos. Encontrar am e viram porque acreditaram e procuraram! Com os pastores Jesus começou a ser a "Boa Notícia". Foi um começo humilde e discreto, secreto e noturno. Precisamos começar acreditando. O ver vem depois do acreditar e depois do buscar. "O Filho de Deus se fez homem!" Eis a grande verdade! O Natal é a fonte das verdades da nossa fé. "Para os que crêem, o nascimento de Jesus é uma verdade e uma força transfigurante", mais que um fato passado. O presépio é a escola de Maria e José. Os pastores foram os primeiros discípulos que se tornaram mestres. A vida espiritual começa diante do mistério do presépio que somente os simples compreenderão. Descubra o Natal e a vida cristã terá outro sabor! Feliz N atai! Pe. Frei Avelino Perfile , SCE/SR CM 405


"NÃO PRlVElS O MUNDO DA SUA ÚNlCA ESPERANÇA" Anuncio-vos uma grande alegria, que será para todo o povo. Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. (L c 2, 10-11)

Amados irmãos das ENS: O sentimento que tomou conta da Igreja no Brasil na luta em favor da vida é parte desta mensagem. É impossível antevermos o que ocorrerá nesse campo até a publicação deste artigo. Milhares de pessoas, a exemplo dos pastores de Belém e dos Reis Magos, animadas pelo desejo irresistível de caminhar para onde aponta a estrela, manifestam-se pelo direito de nascer, pelo direito de cumprir o destino que Deus quis dar ao homem. O "sim", que se opõe à liberalização do aborto, mantém vivos o direito inalienável à vida e a esperança de que todos poderão um dia ver a Luz. A Luz nasceu no silêncio da noite em Belém de Judá. Nenhum decreto poderia impedi-lo, pois o Natal é manifestação da vontade do Pai. O Filho de Deus assume a natureza humana e se toma companheiro de caminhada do homem de todos os tempos. Hoje, há toda uma sinfonia de símbolos, cores, luzes, canções, alegria ... em tomo do Na tal. Mas, é no coração da noite, sem o menor ruído, sem qualquer ostentação, na singeleza de uma gruta que nasceu Jesus, pois não havia lugar para Ele na estalagem. Deus mostra-nos assim que a felicidade não se encontra necessariamente na abundância CM 405

de bens materiais. É a presença do Amor-Menino que encanta e faz cantar: "Noite feliz, noite feliz! O Senhor, Deus de amor. .. " O Natal lembra-nos que Deus quis que o seu Filho nascesse, como as outras crianças, no seio de uma farru1ia e no aconchego amoroso de um lar. Maria e José, cuja união Ele selara para que juntos cuidassem da vida do Messias, puderam contemplar por primeiro o esplendor e a grandeza do mistério de Deus presente na fragilidade do recém-nascido. Não lhes pareceu oportuno privá-Lo da experiência de um pai e de uma mãe e, muito menos, privar o mundo da esperança da Salvação. Permita-nos Deus que a esperança concedida à humanidade na Encarnação do Filho esteja sempre em nossos corações, nos impulsione a viver mais perfeitamente o amor conjugal e fortaleça o nosso desejo de adorar o Pai em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23). Que a espiritualidade conjugal, além de ajudar-nos a caminhar em casal no rumo apontado pela estrela de Belém, nos tome sinais luminosos que indicam o caminho que leva a Jesus, Salvador. Um feliz Natal !

Graça e Roberto, CRSR 3


Palavra do Provincial

NATALDEPORTASABERTAS Estamos, mais uma vez, no tempo de preparação para o Na tal, a chegada de Jesus. O caminho de uma boa preparação para o Natal começa pela conscientização da importância desse acontecimento. Isto se conseguirá, abrindo as portas à tolerância, exercitandose na paciência, praticando a virtude da mansidão, perdoando as fraquezas e limitações daqueles que partilham a vida conosco, dando mais atenção à prática do acolhimento mútuo, da abnegação. Natal é a lição viva e flagrante da importância da pobreza e da simplicidade na vivência de nosso diaa-dia, face ao materialismo que vem dizimando sentimentos, pervertendo atitudes, tomando as pessoas cada vez menos humanas. Primeiramente, toma-se necessário que nos coloquemos na condição de quem quer acolhê-Lo, conhecê-Lo profundamente, de quem deseja aceitá-Lo como o enviado de Deus Pai, de quem O espera em sua casa, em seu coração. Nestes tempos de tantos corações com "portas fechadas", queremos fazer a opção clara, livre, consciente e incondicional pelo mandamento do amor. É chegada a hora de escancarar a porta do coração 4

para o acolhimento do Cristo, na pessoa do irmão, de dizer sim eu creio, sim estou aqui para Te servir, de assumir com coragem a missão, o serviço do Reino. O Menino que virá espera ser "gestado" no ventre de novas Marias, que o acolham no calor de seus seios, dispostas a lhe dar abrigo, ternura, segurança. Jesus deseja mães que lhe ensinem os primeiros passos, que lhe tratem as feridas e chorem silenciosas por suas dores. Jesus espera ser "adotado" por novos Josés, humildes, trabalhadores, honestos, que lhe ensinem uma profissão, que lhe dêem de comer, que o ajudem nos estudos e a mantê-lo longe das drogas. Jesus procura um lar onde reine a paz, a fidelidade, onde o respeito mútuo e o amor sejam abundantes, uma fanu1ia que reza, dialoga, um lar comprometido com a vida e com a comunidade. CM 405


O Salvador não quer nascer nas manjedouras dos presépios de palha, pedra, papel ou nas vitrines ricamente decoradas, mas no calor do seu abraço, na franqueza do seu sorriso aberto, na sua partilha justa dos alimentos e do conhecimento, na sua oração humilde e sincera, na sua compaixão sentida, no seu sim quando convidado a servir. Jesus quer ser colocado no berço aconchegante das tuas obras, no fervor do teu compromisso com a defesa da vida, na tua busca incansável de justiça e solidariedade. Ele quer renascer, pequeno, pobre, anunciado por todos, reis e pastores, homens e mulheres, leigos e ordenados, casados e solteiros. Espera que sejamos sua estrela, sua voz, abnegados anjos a anunciar: "Bendito o que vem em nome do Senhor". Jesus quer nascer num coração convertido, disposto a reconhecê-Lo no necessitado, não somente neste tempo de festas, pois soaria falso, pequeno, incoerente, pobre de amor. Este é um tempo de perdão, de dar e pedir, de busca da paz, de convite para uma boa conversa em casal, de querer estar com, de ir ao encontro, de aceitar e conviver com as diferenças dos nossos familiares e irmãos de equipe, de dar graças pelos progressos alcançados. "Abramos bem as portas dos nossos corações e deixemos a luz do céu entrar". Assim, teremos entendido que Natal não é só presentes, propagandas, festas, mas é acolhimento do Cristo dentro de si, todos os dias, é tornar-se "sal da terra", semeaCM405

dor de estrelas nas noites escuras de sofrimento do homem; que Natal é o exercício do amor continuado, num renascimento constante. Natal é trabalho diário a serviço do Cristo. Natal é acolher, amparar, compreender, perdoar, amar como o Ele amou. Com Maria, a "cheia de graça", vamos a Belém! Sigamos a estrela! Levemos nossos presentes. Com as mãos cheias de pérolas cultivadas ao longo do ano, em casal e em equipe. Então, " ... O Verbo se fará carne, e habitará entre nós, cheio de graça e de verdade; e veremos a sua glória ... " (Jo 1,14) Viver a espiritualidade do Natal é viver num clima de vida constantemente revigorada pelo sopro esperançoso da Graça de Quem nos disse: "Eu vim para que tenhais vida e a tenhais em abundância" (Jo 10,10). Natal é isto e muito mais e tudo isto a Equipe da Super-Região, carinhosamente, deseja a todos os irmãos equipistas e a todos os nossos leitores. Feliz e Santo Natal!

Rosa e Paulo Casal Comuniação 5


TEMA DE ESTUDO 2006 As duas últimas edições da Carta Mensal colocaram ao nosso alcance a proposta do Movimento no Brasil para 2006. Aqui aprofundaremos um aspecto particular dessa proposta: o tema de estudo. Já na pilotagem descobrimos que o tema de estudo está presente na vida equipista desde o princípio. "Não há vida cristã sem fé viva. Não há fé viva sem reflexão", dizem os Estatutos de 1947, referindo-se a renúncia ao esforço de estudo e reflexão da parte da maioria dos cristãos casados, na época. Seria isso ainda verdadeiro em nossos dias? Refletir sobre o conteúdo da fé é exigência da própria fé, dizia o Pe. Caffarel. O Guia, quando trata do tema, diz que é essencial para o casal cristão reforçar e aprofundar seu conhecimento da fé. Assim, a reflexão sobre o tema deve favorecer a abertura dos casais à luz que emana da Verdade. Cristo é a causa essencial da existência do tema mensal. Ele é o ponto de partida e de chegada da nossa existência e, como Ele próprio afirma "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14, 6). A Sua mensagem penetra e transforma todas as dimensões da vida (farm1ia, Igreja, amizade, estudo, trabalho, aspirações, doenças), ajudando os cônjuges a viver a caridade na realidade da própria existência conjugal. Nesse quadro, o tema leva os casais a responderem ao convite de co6

nhecer, de procurar, de amar e de encontrar Deus, pois quem O conhece, quem ama a Deus guarda os seus mandamentos. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada" (Jo 14, 23). A "exigência" de estudo é um traço característico da pedagogia do nosso Movimento. Beneficia os equipistas, tanto individualmente como em casal. Desperta-os para a necessidade do conhecimento mútuo e faz com que eles se habituem à troca de impressões sobre as descobertas alcançadas na vida conjugal. Por fim, leva-os a assumir juntos os desafios que a vida lhes apresenta. Como é impossível construir muros capazes de confinar os frutos do amor, essas riquezas passam também a beneficiar toda a Equipe. Primeiro, por preparar os casais para a prática do auxílio-mútuo entre si. Depois, por abri-los a novos enriquecimentos. O conhecimento dos outros amplia os seus e o confronto de reflexões transforma a vida de todos. Lentamente, reunião a reunião, dia a dia, aumenta a presença de Cristo na vida dos casais. O conhecimento mútuo (vínculo profundo de união) se fortalece, fundando uma relação amorosa semelhante à que Ele tinha com os seus discípulos: "Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10, 14). A busca desse conhecimento mútuo, em 2006, apresenta-nos um CM405


desafio especial. A Equipe Responsável Internacional (ERI), desejando que estreitemos ainda mais os laços amorosos no seio das Equipes, convoca-nos para uma caminhada de preparação para o Encontro Internacional de Lourdes em comunhão com todas as equipes do mundo. Oferece-nos um tema que nos conduzirá, em casal e em equipe, "à descoberta do Cristo", na certeza-esperança de que o Seu olhar transformador suscitará em nossas almas um dinamismo novo que nos tome mais participantes da obra de Deus no mundo. Fiéis a essa proposta, nós, no Brasil, "realizaremos em 2006 um

esforço de reflexão e de oração que ajude os casais a penetrar mais profundamente no mistério de Cristo e a identificar-se mais intimamente à Sua pessoa". Para ajudar neste propósito, traduzimos e editamos a obra indicada:

"A descoberta de Cristo: quem dizem os homens que Eu sou?". Mesmo havendo uma convocação especial da ERI e a indicação de uma obra específica, apresentaremos, como nos últimos anos, uma lista complementar de obras capazes de ajudar os casais que queiram aprofundar a sua reflexão na linha do tema do ano. Para as equipes saídas de Pilotagem, continua vigindo o tema "Amor, felicidade e santidade". Sugerimos aos casais que se encontram nesta etapa da caminhada no Movimento, que tenham disponibilidade para fazer um esforço adicional de reflexão sem desviar-se do seu tema especíCM 405

fico, que aproveitem para acompanhar o tema comum do ano a fim de inserir-se no espírito que animará a peregrinação a Lourdes. Possa a nossa Santa Mãe Maria interceder para que nos seja dada a graça de acolher a presença que Deus nos concede e para que a espiritualidade nos faça crescer na caridade conjugal até nos tomarmos sacramento do Amor do Pai e do Filho.

Graça e Roberto, CRSR Indicações Bibliográficas 1. ARIAS, Juan. Jesus esse grande desconhecido. Rio de Janeiro: Objeti va, 200 I. 2. ARREIRO, Álvaro. Contemplar a vida de Jesus. Loyola, 2002 3. CHARPENTIER, Etienne. Cristo ressuscitou. Paulus, 1984. 4. GNILKA,.J .Jesus de Nazaré. Mensagem e história. Vozes, 2000. 5. GONZALEZ, Carlos I. Ele é a nossa salvação. Cristologia e soteriologia (CELAM). Loyola, 1992. 6. DUQUESNE, Jacques. Jesus. A verdadeira história. São Paulo: Geração Editorial, 1995. 7. GRENIER, Brian. Jesus, o Mestre. Paulus. 8. HACKMANN, Geraldo L. B.. Jesus Cristo nosso Redentor. Iniciação à Cristologia como Soteriologia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999. 9. MIEN, Aleksandr. Jesus mestre de Nazaré. Cidade Nova, 1998. 10. OLIVEIRA, J. Fernando. O incômodo e magnifico Jesus de Nazaré. Paulus. 11. SÃO FRANCISCO de Sales. Introdução à vida devota. Vozes, 2004 7


PEQUENA EM EXTENSÃO, MAS GRANDE PELO ESPÍRlTO llha Mauricio acolheu o X Colegiado lnternacional das Equipes de Nossa Senhora Como ocorre todos os anos, a ERI e o Colegiada reuniram-se em julho. Neste ano foi em Quatre Bornes, centro de Ilha Maurício. Foi um momento de graça este encontro dos responsáveis pelas Equipes do nosso Movimento, para ler e reler juntos as "linhas" escritas por todos os casais e conselheiros espirituais durante o ano que está por escoar-se. Momento de discernimento, para perscrutar os sinais dos tempos e definir orientações espirituais e ações que convém sejam postas em prática no ano ou anos próximos. Foi também um momento de encontro privilegiado com as equipes e os equipistas do país que nos acolheu, possibilitando adescoberta de realidades vividas em outros lugares diferentes daqueles que estamos habituados a freqüentar, uma descoberta da Igreja. Em Ilha Maurício pudemos apreciar a qualidade de nosso relacionamento com os padres e os leigos engajados, em especial com Dom Piat, Bispo local, que nos pôs a par da experiência ímpar realizada em seu país em matéria de Pastoral Familiar. Neste ano se fez uma reflexão sobre o sacramento do Matrimônio e a espiritualidade conjugal. Tam8

bém foram realizados trabalhos sobre os Conselheiros Espirituais - sacerdotes, religiosos ou leigos - e ainda sobre a missão dos Responsáveis por Região e por Setor. O Encontro de Lourdes e sua preparação estiveram no centro de nossas reflexões e foi-nos possível, em colegiado, consolidar as orientações do Movimento e os temas para após Lourdes. Foi também examinada a questão do melhor aproveitamento deste tempo forte, em que estaremos reunidos em tão grande número em Lourdes (8800 préinscrições de todo o mundo), de 16 a 21 de setembro de 2006. Que graça seria se todas estas inscrições prévias e a vontade de participar de todos os países do mundo se concretizassem. Os membros do Colegiada, uniCM405


dos, estão engajados na oração pelo bom êxito deste grande encontro, que será o 10° desde a criação das Equipes de Nossa Senhora, no decorrer do qual teremos ocasião de celebrar o 10° aniversário do cha-

mado para Deus de nosso fundador, Pe. Henri Caffarel. Com a nossa fraterna amizade.

Gérard e Marie-Christine de Roberty, CRIERI

.. .DE TODAS AS NAÇÕES ... PARA LOURDES No momento em que nosso desejo de participar do Encontro de Lourdes começa a delinear-se com precisão, poderemos parar um instante e nos perguntar qual o sentido que este acontecimento tem para nós. Como movimento internacional, presente em mais de 60 países, vamos poder manifestar concretamente nossa unidade, na diversidade de línguas e culturas. Exatamente 10 anos após a morte do nosso fundador, Pe. Henry Caffarel, evocaremos sua figura e seu patrocínio. Ousamos dizer que nossa unidade na diversidade será como um eco de Pentecostes, do qual o mundo tem hoje necessidade. Cada qual em sua língua encontrará seus irmãos e irmãs no mesmo Espírito de Cristo, na mesma Igreja de Cristo. Iremos a Lourdes fazer intercâmbio de nossas experiências, de nossas maneiras de acolher e exercitar as intuições fundadoras de nosso Movimento, as quais conduzem os casais a desenvolverem juntos a sua vocação batismal e a ocupar plenamente seu lugar na comunidade cristã. Partilharemos nossa alegria de CM 405

batizados que se uniram pelo casamento, enriquecidos pelos dons do amor redentor. Movimento de casais unidos pelo sacramento do Matrimônio, devemos ser um peculiar reflexo da união de Cristo com seu Corpo que é a Igreja, da qual o sacramento do Matrimônio é imagem e expressão privilegiada na realidade humana. Seremos fortalecidos em nossa vocação de testemunhas da magnitude do amor com o qual fomos amados e da beleza de nosso amor partilhado. Nós nos encorajaremos mutuamente nos caminhos, por vezes difíceis, da construção da espiritualidade conjugal, caminho de santidade permanentemente aberto, porque fundado na fidelidade de Cristo. 9


A presença fraterna de casais vindos de todos os cantos do mundo é algo insubstituível: possivelmente estejamos informados da presença das Equipes em muitos lugares, mas conviver com eles, partilhar a oração na amizade é uma experiência de uma força inavaliável. Os numerosos Bispos que estiveram no Concílio Vaticano II não teriam podido percorrer o mesmo caminho e acolhido, com a mesma intensidade, os dons do Espírito, se não tivessem estado presentes em um mesmo lugar. Guardadas as devidas proporções, nossa presença em Lourdes, em assembléia, será uma etapa importante na caminhada do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Na Eucaristia, a cada dia do encontro, viveremos profundamente a comunhão de nosso Movimento, fundado na presença viva de Cristo, que por nós entrega a sua vida e nos une em seu amor.

Como em meio aos discípulos no Cenáculo, Maria, Mãe do Senhor e Mãe das Equipes - ela que está tão presente em Lourdes - nos conduzirá incansavelmente a seu Filho, ela que disse em Caná: "Fazei tudo o que ele vos disser". Ousamos crer que nossa multidão, de toda nação, raça, povo e língua (Ap 7,9) será uma concretização da presença de Deus entre os homens ... eles serão seu povo, e Ele, Deus-com-eles, será seu Deus (Ap 21,3). E, como é o Senhor que nos reúne, nós repetiremos que as nações caminharão à sua luz (Ap 21,24). Com Nossa Senhora cantaremos: O Poderoso fez em mim maravilhas ... seu amor se estende de geração em geração (Lc 1,49-50).

Mons. François Fleischmann, SCEIER I

LOURDES: L = LUZ A luz é símbolo de vida. Não é por acaso que, no nascimento de uma criança, se diz que ela "veio à luz". Vir à luz implica uma dinâmica, uma direção, um caminho a percorrer. Com efeito, ao final de nossos dias poderemos dizer que estamos "na luz", isto é, totalmente abandonados nos braços de Deus, que é a Luz e a Vida. A luz acompanha toda nossa jornada: a luz suave da manhã que se 10

levanta, a luz resplandecente do meio dia, a luz velada do entardecer, a luminosidade que se estende pela noite. Nossos atos parecem seguir o ritmo da luz do dia. São mais lentos pela manhã, quando os gestos do despertar são tímidos e parecem querer reencontrar cada vez o deslumbramento de um novo dia. A luz viva do meio dia nos estimula, nos dá energia para realizarmos as tarefas a que somos chamados. A luz CM 405


do crepúsculo ao fim do dia nos convida a voltar para casa, a reencontrar os sentimentos secretos e familiares, a largar o frenesi da ação e a reencontrar o sabor dos gestos mais íntimos, comuns e cotidianos, vividos em nossa família. A luz do entardecer, que se estende pouco a pouco pela noite, nos faz tomar consciência de que todas as nossas palavras, todos os nossos gestos, todas as nossas ações se completam no final do dia, da mesma maneira que no fim de nossa vida. A luz do entardecer nos recorda que somos criaturas, crianças diante do Pai, que desejam, como todas as crianças do mundo, sentirse amadas e protegidas pelo amor de seus pais, pelo amor infinito de quem nos deu a vida. Podemos interpretar da mesma maneira nossa história conjugal. Há momentos de luz forte que iluminam e reforçam nosso amor, que nos fazem ver claramente um caminho aberto e livre de todo obstáculo. Há momentos sem luz, quando o sofrimento, o egoísmo, a infidelidade e o pecado tomam nosso horizonte escuro e a nossa caminhada incerta. A alternância entre dia e noite, como entre a luz e a obscuridade, marca a vida que evolui dia após dia. A oração segue igualmente o ritmo da luz. Com efeito, as laudes, pela manhã, e as vésperas, à tarde, se compõem de palavras e imagens diferentes. Exprimem nosso encantamento diante da criação que nos é dada cada dia, o louvor e a aclamação a Deus Todo-poderoso em sua misericórdia e ternura. Expressam também nossa humilde ação de graCM405

ças quando tomamos consciência de tudo o que nos vem de Deus, através de nossos irmãos, no decorrer do dia. Os momentos de nossa reunião de equipe seguem, de algum modo, as fases da luz. A oração, que abre e conclui nossos encontros, tem a tonalidade luminosa, ou mais velada, do louvor, da ação de graças ou de nossa confiança em Deus Pai. Em contrapartida, o pôr em comum, ou o tema de estudo, parecem refletir a tonalidade mais forte de uma luz vital que dá sentido às nossas escolhas. É bom saber que a luz, com suas nuances múltiplas, acompanha nossa vida cotidiana. É bom saber que a luz da vida eterna, no começo e no final de cada jornada, nos prepara para a experiência da luz eterna que nos espera. É bom saber que a luz que encontraremos em Lourdes será uma experiência forte de luz interior, que renovará nossos engajamentos como pessoas, como crentes, como equipistas. Procuremos, pois, viver este ano como uma caminhada contínua e progressiva para Lourdes, no aprofundamento da fé. A luz de Lourdes nos espera!

Cario e Maria Carla Volpini 11


SEXO E AMOR Participei recentemente, como médico ginecologista, de congresso médico em S. Paulo, de grande repercussão. Presença de mais de 3.500 médicos ginecologistas. Chamou-me a atenção uma mesa redonda, patrocinada por renomado laboratório farmacêutico , abordando "Anticoncepção com Prazer". Coordenador e membros da mesa eram eminentes e famosos professores, conhecidos e aclamados pela rnidia. Auditório cheio e grande audiência. Didaticamente, o tema foi dividido por um dos membros da mesa, relacionando: 1. Sexo com Amor. 2. Sexo com Prazer. 3. Sexo com Fecundação. 4. Sexo com Doença. O apresentador foi brilhante, demonstrando e provando a correlação apresentada e existente. O enfoque chave e chamativo era 'o prazer', secundado pelo produto do patrocinador, que promete maior liberdade para o ato sexual com alterações dos níveis hormonais para melhorar a libido feminina. Tudo muito correto se há benefício físico-emocional, ético e consentido. Mas, o que achei intrigante é que os três últimos itens foram abordados com competência e desenvoltura, por serem da esfera médica, pela possibilidade de derivarem em doenças, necessitando abordagem e controle da medicina; o primeiro item, porém, relacionando 'Sexo com 12

Sexo com prazer só tem sentido e solução se estiver relacionado com amor. ... A nós, casais equipistas, cabe alardear para o mundo a possibilidade de ser feliz no casamento, com plena realização sexual. CM 405


Amor', o palestrante não desenvolveu, só comentou: "esta é uma realidade possível, mas, que talvez só possamos alcançar no futuro". Daí esta reflexão. Quem irá falar sobre isto? Quem está preocupado com o assunto? Quem irá pronunciar-se neste mundo em que vivemos, com suas modernas filosofias, modismos e tendências em que os valores essenciais dos indivíduos não contam? Médicos, doutores, filósofos, educadores, fabricantes de panacéias, a mídia? Com todo orespeito que estes profissionais merecem e entre os quais nos encontramos, penso que não. E me justifico: não por acaso, no mesmo mês participamos de retiro espiritual das Equipes, onde, sob orientação de Pe. Flávio Cavalca, meditamos sobre o sentido da espiritualidade conjugal, do sacramento do Matrimônio, da sexualidade e do amor. A conclusão do Dever de Sentar-se feito no retiro é exatamente contrária à abordagem do congresso médico: sexo com prazer, relacionado com fecundação e não se tornando uma doença, só tem sentido e solução se estiver relacionado com amor. Estas conclusões não são inéditas, pois nós, casais equipistas, temos um tesouro nas mãos, que nos foi legado por Pe. Caffarel e pelos casais que nos precederam. Temos os meios para atingir essa harmonia que chamamos espiritualidade conjugal. Reunimo-nos em grupo, formamos equipes de casais, somos uma comunidade, na verdade uma legião de homens e mulheres casados que pensam e anseiam da mesCM405

ma forma. Exercitamos pontos concretos de esforços e o estudo (como fazemos neste ano com o tema da Sexualidade e Abnegação), tudo visando a esta espiritualidade conjugal, o desafio do prazer do sexo com amor, no que ele tem e clama de mais íntimo e profundo para o homem, para a mulher, para o casal, e isto para agora, para já. O futuro já começou aqui. Só concordamos com o palestrante que lá 'na frente' será sumamente melhor. E isto se deve principalmente pela graça de quem é o responsável pela possibilidade de um amor especial na relação homem/mulher: Deus, que revelamos em nosso Matrimônio, encarnando o amor herdado e alimentado pelo mesmo Pai Criador. E a resposta à pergunta colocada acima sobre quem falará ao mundo, a esta sociedade que construímos, é que seremos nós, casais comuns que se devotam um ao outro, que constroem este amor especial e prazeroso todo dia, na intimidade de nossos lares, corações, almas e espíritos. A nós, casais equipistas, cabe sair alardeando para o mundo a possibilidade de ser feliz no casamento, com plena realização sexual. Não nos deixemos influenciar pelas coisas modernas e transitórias como nos são apresentadas, e que, na maioria das vezes acarretam desilusões, tristezas e frustrações, tudo contrário ao Senhor da vida e nosso Deus. Aquele que é todo amor e todo prazer.

Paulo da Salma Equipe lB- N. S. da Esperança São José dos Campos, SP 13


SERCRlSTÃO Fomos convidados pelo casal responsável do nosso Setor para participarmos da Sessão de Formação Nível I. Já havíamos feito as SF Níveis II e III. O tema era "Ser Cristão". O que será que queriam de nós? Não somos cristãos? Não participamos das outras sessões de formação? Qual não foi a nossa surpresa! Os temas, que nos pareciam tão comuns, trouxeram-nos muitas surpresas, alegrias e um novo renascer. Pudemos concluir que temos fé, somos cristãos, mas devemos estar sempre prontos para um novo "despertar" e buscar cada vez mais nos aprofundar para uma melhor formação e maior conhecimento. Encontramos casais novos que nos transmitiram "novos" valores e acreditamos que passamos para eles alguns "velhos" valores. É tão gratificante "reencontrar o ideal" e superar os "desânimos". Após a aula de Cristologia, pudemos nos certificar que, sob a luz de Deus, vivemos urna tríplice dimensão, em nossos 36 anos de matrimônio: perdão, Palavra de Deus (luz que nos ilumina) e Eucaristia (alimento que nos dá força). Que alegria sermos iluminados pela ação do Espírito Santo e abençoados pela Santíssima Trindade. Que outros casais possam partilhar conosco essa graça.

Beth e Pedro Paulo Eq. 49, N. S. de Nazaré, Setor B Região Rio I 14

CASAL

MlSSlONÁRlO Quando formos convidados a assumir uma missão no Movimento das Equipes, não temamos, digamos sim, pois com certeza é o bom Deus que nos está chamando. Ele próprio é quem nos dá força e coragem para seguir em frente. Precisamos dar a nossa contribuição para o crescimento espiritual das famílias e também da comunidade, precisamos criar unidade e superar as diferenças e dificuldades que surgem em nossas vidas, é preciso colocar Jesus no coração dos casais e das pessoas que, em nosso caminho, vivem distanciadas de Deus e Nossa Senhora. Há muito trabalho de evangelização a fazer. Precisamos testemunhar, transbordar amor, para que sejamos exemplos para os nossos filhos e para a sociedade. Que não nos limitemos apenas a reuniões mensais ou quinzenais. Que busquemos cada um ser um casal missionário, unidos como faffil1ia e verdadeiros irmãos, conscientes de que é necessário e urgente dar a nossa contribuição para um mundo melhor, ondeJesus Cristo seja o centro de nossas vidas e o amor seja constante no nosso dia-a-dia. Ser missionário é testemunhar o amor de Deus, onde quer que estejamos.

Meiry e Raimundinho Eq. 01 - N. S. das Graças Cruz/C E CM 405


Equipes de Nossa Senhora

AFETIVlDADE Frei Avelino, SCE/SR

Dezembro

2005


O saudoso João Paulo II, na Carta às Farru1ias, dizia: "A nossa civilização, com tantos aspectos positivos que possui, quer no plano material quer no cultural, deveria dar-se conta de ser, sob diversos pontos de vista, uma civilização doente que gera profundas alterações no ser humano". (CF 20) Continua o Papa, dizendo que nossa sociedade ignora a verdade plena sobre o homem, a verdade daquilo que são o homem e a mulher como pessoas. A pessoa humana é muito mais do que vem sendo proclamado pelos Meios de Comunicação Social, pelo que é como pessoa e pela vocação ao amor. (cf, CF 20) O filósofo espanhol Quintás Alfonso Lopes afirma: "O antídoto perante a onda de frivolidade, de erotismo, de superficialidade e de tantas visões falsas da realidade e da vida que afetam jovens e adultos deve ser a profundidade, não fraquejarmos até penetrar nas raízes últimas do nosso ser de homens e clarearmos a exigências que ele acarreta". "Não há outro caminho senão aprofundar-nos no que somos como pessoas e no que podemos e devemos chegar a ser". Considerando que o amor é a vocação originária e fundamental do ser humano (cf FC 11), o importante será ajudar a descobrir o verdadeiro significado da palavra e da realidade "amor".

"Andamos por tantos caminhos errados porque não sabemos amar. Se não aprendermos a amar, nunca seremos pessoas autênticas" (Pe Kentinich). Batista Borsato justifica a necessidade de educar para o amor com estas palavras: "Amar é tarefa difícil. No entanto se está difundindo a convicção de que amar é fácil. O amor é uma realidade viva e como toda realidade viva pode crescer e pode morrer". João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, em duas passagens, introduz a expressão "educação para o amor": • "A educação para o amor, como dom de si, constitui também a premissa indispen ável para os pais, chamados a oferecer aos filhos uma clara e delicada educação sexual". (FC, 37) • "Só a educação para o amor, radicada na fé, pode levar a adquirir a capacidade de interpretar os sinais dos tempos". (FC 6)

Afetividade e sexualidade O amor tem um começo, um pequeno sinal inicial que podemos chamar afeti vidade. O que é a afetividade? É um argumento que pode ser abordado desde os mais diferentes pontos de vista sem que se esgote o seu conteúdo. O conteúdo não se

li


for sou levado por ele. Assim como os corpos se movem levados pelo peso da sua gravidade, fonte de seu dinamismo, o homem tem, por força ou peso de gravidade própria e natural, o amor, força para todas as suas ações. Quando o homem empreende uma atividade, sempre há algo apetecível ou amável. Sob este ponto de vista, o amor está presente em todas as coisas. Em sua origem chama-se afetividade. Erich Fromm, psicanalista, define: "Afetividade é a capacidade de entrar em relação com alguém, mas com coragem". Aliás, a afetividade é uma das quatro dimensões do ser humano, juntamente com a racional, física e sobrenatural. Nessas quatro dimensões ele precisa encontrar-se com os outros, tendo como base o amor. A palavra coragem, no seu significado mais preciso, significa "com o coração". A compreensão deste conceito nos obriga a manter certa distância de uma possível intelectualização dos sentimentos, especialmente da afetividade. Podemos entrar em relação com as pessoas de muitas maneiras diferentes: delicada, violenta, reservada e íntima, arrogante, gentil e cortês, bruta, construtiva ou destrutiva. Nem precisamos dizer que o normal e melhor modo de relacionar-se é o da ternura do amor.

esgota porque a afetividade é um mistério e, como tal, nunca poderemos compreendê-la plenamente. Vivemos e sentimos o gozo do mistério da afetividade, mas nunca chegaremos ao fundo deste poço cheio de riquezas misteriosas. ~'A afetividade é um pedaço de eternidade confiada ao ser humano, homem e mulher, para ser condividida durante a vida temporal". O desejo de entender o que é permanece vivo em cada pessoa humana.

Afetividade é "capacidade de amar" Desde que nascemos, recebemos uma infinidade de dons, capacidades ou potencialidades. São qualidades que enriquecem a pessoa humana. Como todos os dons recebidos, não podem ser guardados intactos, mas devem ser trabalhados, para que produzam frutos. Entre estes dons está a afetividade, a capacidade de amar. É o dom mais nobre e sublime com o qual Deus enriqueceu a pessoa humana. Deus é amor e só pode amar. Para nós, porém, poder amar é dom. A palavra amor é um conceito tão central na vida cristã que tudo pode se reduzir a ele. Deus é amor, e sua mensagem aos homens é "que se amem". Santo Agostinho dizia: "Meu amor é meu peso". Por onde eu III


Aprender a relacionar-se com amor, com ternura é o melhor caminho para chegar à maturidade no amor. O saber relacionar-se com ternura, desde os primeiros anos da vida, pode ser o segredo que leva à maturidade afetiva, es encial para uma vida matrimonial feliz. Ser tratado com ternura é a forma de marcar os passos certos para uma vida de an;wr maduro.

Santo Agostinho, esperto nesta matéria de amor, descreve a evolução do amor em três etapas: a) Infância: ama ser amado (quer ser amado) b) Adolescência: ama amar (amor de troca). c) Maturidade: simplesmente quer amar, sem esperar troca. Para Freud: "Amor maduro é a capacidade de criar uma relação afetiva duradoura e estável". Com isto, deduzimos que o amor imaturo se reconhece pelas relações de tempos breves, pelas oscilações contínuas entre o sentirse amado e o medo de não mais ser amado. Muitos dizem que só é possível um amor duradouro, quando, desde o princípio a pessoa é capaz de dar e sustentar uma dimensão de eternidade à escolha feita: "Quero amar-te para sempre". "O que faz o casal é a vontade de dizer: é para sempre" (Jean Lemaire). "O amor nunca morre de morte natural". Só a peste da doença ou a violência pode dar flm ao amor. Para confirmar isto, lembramos a raiz etimológica latina da palavra amor, que significa não

A afetividade mostra a capacidade, mas ainda não é a maturidade Entre a capacidade afetiva e a maturidade afetiva há um grande abismo, um caminho a ser feito. A identidade de pessoa madura, afetivamente falando, adquire-se vagarosamente. Aliás, a maturidade nunca será plena nesta vida. A afeti vidade é um modo de ser, de se relacionar que cresce dia após dia com muita paciência e humildade. Erich Fromm apresenta a diferença entre capacidade e maturidade, distinguindo amor imaturo e amor maduro, com estas frases: a) O amor imaturo diz: "Eu te amo porque preciso de ti". O acento vem colocado na minha necessidade. b) O amor maduro diz: "Tenho necessidade de ti porque te amo". O acento vem colocado no outro. O outro precede a minha necessidade.

morte, a-mors. Resumindo, a capacidade afetiva é a capacidade de entrar em relação com uma pessoa e cultivar com delicadeza estarelação no cotidiano da vida. Amor

IV


turidade afetiva, capaz de darse inteiro pelo bem de outros.

é o encontro de duas pessoas, ou mais, abrindo-as para urna unidade efetiva e para viverem essa unidade. A capacidade de nos relacionarmos com os outros depende de corno nos relacionamos conosco mesmos, valorizando-nos corno obras divinas, pensadas, queridas e amadas por Deus. Quem tem urna boa relação consigo mesmo, um correto e elevado conceito de si mesmo, também saberá ter boas relações com os outros, considerando que cada um é amado por Deus, corno único. Está aqui o segredo para um relacionamento que pode durar para sempre. Se faltar esta dimensão sagrada da pessoa humana, toma-se difícil chegar a essas conclusões.

É no período do crescimento da afetividade que aparecem os sentimentos: a) Solidão: é a primeira emoção forte do adolescente, um medo de não encontrar ninguém para amar ou ninguém que o ame. Quando crianças, somos amados gratuitamente. Agora precisamos merecer sermos amados. É um sofrimento, porque aqui se exige empenho para amar para merecer amor. b) Desejo: inicialmente é um desejo indefinido no que diz respeito ao outro sexo. É uma atração generalizada, que aos poucos se vai especificando em direção a urna pessoa. É o primeiro vôo para fora de si. O desejo amadurecido chama-se projeto. c) Projeto: é o desejo amadurecido. Exige tempo para realizar-se. d) Estímulo: se somos estimulados, queremos saber quem nos estimula e por que nos estimula. Ser empurrados no escuro é perigoso e também o é se em plena luz do sol. Todo estímulo deve amadurecer e transformar-se em opção. Os estímulos devem ser administrados e direcionados rumo ao bem integral. Pode

Semente - Aor - Fruto A capacidade afetiva pode ser comparada à semente que é plantada, nasce, cresce, floresce e amadurece corno fruto. Mas existem flores e flores. Nem todas produzem frutos . • À semente corresponde a capacidade de amar, é dom de Deus desde o nascimento. • Na flor vemos a capacidade de amar que nasce, cresce e se toma adolescente, abrindose para a vida além de si. • O fruto corresponde à capacidade de amar já desenvolvida, é o fruto maduro, a ma-

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ocorrer também que surjam na pessoa estímulos que estejam em conflito entre si, como o estímulo a casar ou a consagrarse a Deus exclusivamente. e) Desejos: são os desejos do corpo, do instinto, desejos de posse física do corpo do outro. Se cada um só quer possuir, o resultado será que nenhum quer ser possuído. Qual a expressão cativaria um(a) jovem: ouvir do outro "eu te desejo" ou, "eu te quero bem"? f) Sentimento: Se gostamos de uma música, uma coisa boa que fazemos é escutá-la, mas não ficaremos todo o tempo escutando a mesma música. O sentimento é coisa boa, mas não podemos nos ater somente ao sentimento. O sentimento tem uma vida breve. Para manter vivo o sentimento é necessário fazer com que se tome compromisso, empenho. g) Enamoramento: é o sentimento que perdura. O enamoramento é involuntário. Quando percebemos, estamos enamorados. É irracional, nem sabemos como e nem porque. Mas o amor é algo voluntário, é uma escolha voluntária eracional. O enamoramento caracteriza-se principalmente por ser atraído por algo de que gostamos. O amor aceita realisticamente tudo aquilo que a vida lhe oferece.

Freud vem ao nosso encontro, dizendo que passamos da fase da infância à fase da maturidade quando substituímos o princípio do prazer pelo princípio da realidade. Tomamo-nos adultos quando, nos pensamentos e nas opções pessoais, deixamos de ser governados pela obsessão do prazer para ser guiados pelo princípio da realidade: fazer aquilo que livremente nos decidimos fazer, gostemos ou não gostemos. Antoine de Saint Exupéry afirmava: "Enamorar-se é olhar-se nos olhos, amar é olhar juntos na mesma direção". O primeiro comportamento é romântico e o segundo é realístico.

Sentir-se enamorados e cleciclir amar-se Qual a diferença entre o enamoramento e o amor? O enamorar-se é um sinal de que a pessoa é capaz de amar. Como mostramos sermos capazes de aprender um ofício, um esporte, também mostramos sermos capazes de amar. Quem se enamora ainda está longe de receber ou mostrar o diploma de maturidade. Como a capacidade profissional está sempre em crescimento, também a capacidade de amar tem um começo, que é o enamorar-se, mas restalhe ainda um longo caminho a percorrer. O enamoramento ainda não é o amor, assim como o prazer de estar com alguém ainda não é opção de viver juntos para sempre.

VI


ÍNDICE GERAL DAS PUBLICAÇÕES DA CARTA MENSAL EM 2005 Este índice compreende as edições de número 397 a 405

ATUALIDADE A graça de pertencer às Equipes Jovens de Nossa Senhora ......... Assembléia geral do CNLB ............................................................. Assembléia Nacional da Pastoral Familiar ..................................... Bento XVI ...................................................................................... 50 Anos das equipes portuguesas ................................................ Conhecendo as EJNS .................................................................... Dando frutos ................................................................................ Declaração sobre exigências éticas em defesa da vida ................. EJNS vão à Jornada Mundial da Juventude com o Papa .............. Intercessores ................................................................................. Marcas do Pontificado de João Paulo 11 ........................................ O Nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual .................................... O Sentido Cristão do Trabalho ..................................................... Uma cruz em Auschwitz ............................................................... Ut unum sint: que sejam um ........................................................ XX Jornada Mundial da Juventude ..............................................

402-40 401-47 397-47 401-46 397-44 400-48 397-46 403-45 404-42 402-41 400-46 403-39 402-44 398-45 404-38 404-40

CARTA MENSAL 400 EDIÇÕES "Alguns" Anos na Carta Mensal .................................................... Aposentados? ............................................................................... "Bem Simplinha" ........................................................................... Carta Mensal chega ao número 400 ............................................. Graça do Chamado ....................................................................... Passos Novos nas Mãos do Senhor ...............................................

400-23 400-26 400-28 400-22 400-30 400-25

CAMPANHA DA FRATERNIDADE Solidariedade e Paz ...................................................................... 397-28 Solidariedade e Paz ...................................................................... 398-21


CORREIO DA ERI As Equipes de Nossa Senhora e os Movimentos da Igreja ............ 398-07 As equipes satélites ....................................................................... 400-07 A vida do Colégio Internacional ................................................... 397-08 A Zona Eurásia ............................................................................. 398-09 Como Cristo é o nosso Salvador? ................................................. 397-06 De todas as Nações ... para Lo urdes .............................................. 405-09 Em memória de João Paulo 11 ....................................................... 402-07 ERI chama ao 10°. Encontro ......................................................... 398-11 Jesus, o filho de Deus ................................................................... 398-06 Lourdes: L = Luz ........................................................................... 405-1 O Notícias da Zona América ............................................................. 397-1 O O Secretariado Internacional ........................................................ 402-08 Pequena em Extensão, mas ... Ilha Maurício ................................. 405-08 Por que um Encontro Internacional das ENS? .............................. 400-10 Sendo Igreja, precisamos conhecer sempre melhor o Cristo! ....... 400-06 Uma experiência de vida dentro da ERI ........................................ 402-1 O

DIA DA CRIANÇA Família, um território Sagrado ...................................................... 403-35 Sonho de viver ............................................................................. 403-34 DIA DAS MÃES Mãe adotiva ................................................................................. 399-34 Preciso de você, mamãe! .............................................................. 399-33 Santa Gianna Beretta Molla ......................................................... 399-35 DIA DOS NAMORADOS À minha namorada ....................................................................... 400-32 Dever de sentar-se dos namorados .............................................. 400-33 EACRE 2005 Província Norte ............................................................................. Província Nordeste ........................................................................ Província Centro-oeste .................................................................. Província Leste .............................................................................. Província Sul I ............................................................................... Província Sulll ............................................................................... Província Sullll .............................................................................. 2

399-19 399-21 399-22 399-25 399-28 399-29 399-30

Índice Geral 2005


ENCARTES Afetividade ........................................................................................ 405

ENCONTRO INTERNACIONAL- LOURDES Estaremos lá! ................................................................................ Concurso Estandarte SR Encontro de Lourdes ............................. Uma grande Família ...................................................................... Vamos a Lourdes! ......................................................................... Vamos a Lourdes? Vamos a Lourdes! ............................................ Vamos a Lourdes .............. ... ... ........................................... ............ Vamos a Lourdes! ......................................................................... Vamos a Lourdes! ......................................................................... Vamos a Lourdes! ......................................................................... Vamos a Lourdes! ......................................................................... Vamos a Lourdes! .........................................................................

401-37 405-23 402-31 398-30 399-41 400-39 401-36 402-30 403-41 404-25 405-22

FAMÍLIA A missão do pai ............................................................................ Ação de graças .......... ....................... .................. ............... .. ......... Feliz imitação ................................... .............. ............................... Nossas regrinhas de ouro ............................................................. Vivendo em família .................... ......... ... .......................................

401-20 401-23 401-21 401-24 401-22

FORMAÇÃO A relação entre a paróquia e os movimentos Eclesiais ................. 398-15 O que faz a diferença ................................................................... 402-17 Conhecendo a Carta Mensal ........................................................ 404-11 MARIA A mãe de Deus morreu? ............................................................... A oração de Maria, a nossa oração .............................................. Ave, cheia de graça! ..................................................................... Mãe Aparecida .............. ...... ... ...................................................... Magnificat .................................................................................... Maria, modelo da maternidade da Igreja ..................................... Presença de Maria ....... ........................ .... ..................................... Sobre a Santíssima Virgem .................. ................... ...................... Vamos a Lourdes! .........................................................................

401-35 400-40 402-29 403-40 404-23 398-28 402-28 397-34 397-36 3


MEMÓRIA DOS 55 ANOS DAS ENS NO BRASIL Comemorando 55 anos das ENS no Brasil .................................... O apoio dos Papas e o chamado à missão ......... ........................... Obrigado Senhor! ........................................................................ Vinte anos das equipes no Brasil ..................................................

399-06 399-15 399-18 399-09

MÊS DAS MISSÕES Frutos da Missão ........ : .................•..... : .......... ...... :.......................... :·· 403-32 SOS, missão em favor da família .................. ...... ...... ..................... 403-33

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO A Regra de Vida ............... ...... .... .......... ........ ......... ........................ Bicho de sete cabeças? ................................................................. Como escolher uma Regra de Vida ............................................... Correção fraterna ............. ... ........ ... .............................................. Dever de Sentar-se ................... ..... ... ... .. .... ................................... Dever de Sentar-se .. ..................... .............. ........ ......... ............ ..... Dever de Sentar-se ........ ........ ..... ............. ......................... .. ...... .... O Dever de Sentar-se e a Regra de Vida ........ ................. .............. Maria e os PCE ................................................. ....... .. .... .... .......... .. Os PCE e o sentido da vida .... .... .. ...... ........................................... Oração Conjugal de um casal agradecido ....... ........ ... .. ................ O Dever de Sentar-se e a Regra de Vida ............ ... ............ .. .......... Regra de Vida ............... .......... ... ... ........ ..... ........... .. .... .. ....... ......... Regra de Vida .................... ......................................... ...... .. ... .... ... Regra de Vida ............................................................................... Partilha ............. ............. ....... ........ .... .. ... ... ...... ........ ...................... Vivência dos PCE .......... ... ........ .. ... ... ........ ...... .. .............. .. ..............

399-43 402-32 399-44 398-35 398-33 402-33 405-25 401-41 404-30 403-42 397-39 401-41 397-38 401-39 404-28 401-42 404-27

REFLEXÃO A arte do matrimônio! ................................................................. A pedra ......................................................................................... Amigo não tem defeito ................................................................ Carvão ou brasa ...... ...... .. .. ................. ... ... .... .. .... ......... ................. É como açúcar .............................................................................. Jogar diamantes ao mar ................ ... ........ ........ ... .. ........ .. ..... .... .... O caminho lá de casa ................................................................... O menino e o lápis .. ........ ... ........ ........ ... ............. ... ........... ........ .... 4

404-45 402-48 397-48 401-48 402-48 399-48 402-46 404-46


Os olhos de quem vê .................................................................... Ser feliz ou ter razão .................................................................... Tsunamis da vida ........................................................................... Uma coerência necessária .............................................................

403-48 399-48 398-47 404-44

SACERDOTES CONSELHEIROS Nossos conselheiros ...................................................................... 401-26 SCE- Presente Divino às Equipes ................................................. 401-27

SECRETARIA TESOURARIA Demonstrações Financeiras 2004 .................................................. 401-18 Demonstrações Financeiras 2004- Errata ..................................... 402-16

SUPER-REGIÃO A consciência ................................................................................ 402-05 Bíblia fonte de oração .................................................................. 402-02 Buscando luzes sobre a Sexualidade ............................................. 398-02 Cartas na mesa- balanço ............................................................. 404-02 Casados para sempre .................................................................... 401-04 Casal, chamado a contemplar a face de Cristo ............................. 403-03 Colégio da Ilha Maurício ............................................................... 402-03 Construir juntos uma sexualidade harmoniosa ............................. 400-04 Deixai-vos surpreender por Cristo! ............................................... 404-03 Desafio da unidade ...................................................................... 400-03 Descobrir o Natal .......................................................................... 405-02 Do carnal ao espiritual .................................................................. 398-04 ENS: uma profecia inacabada ....................................................... 399-03 É preciso viver a esperança dos filhos de Deus ............................. 398-03 Frei Avelino ................................................................................... 400-02 Glorificai a Deus no vosso corpo .................................................. 403-05 O Encontro nos cria ...................................................................... 397-04 Maria e a Eucaristia ...................................................................... 399-02 Não Priveis o Mundo da sua Única Esperança .............................. 405-03 Natal de Portas Abertas ................................................................ 405-04 Quaresma- primavera da alma .................................................... 397-02 Responsabilidade .......................................................................... 403-02 Sexo é bom .................................................................................. 399-04 5


Sexualidade e abnegação: caminho para o amor ........................ Tema de estudo 2006 .................................................................... Um amor aberto à vida ................................................................. Vocação ........................................................................................ Vocação ao amor ..........................................................................

397-03 405-06 403-06 401-02 401-03

TEMA DE ESTUDO A fidelidade .................................................................................. A Fidelidade se aperfeiçoa ............................................................ A palavra do Papa ........................................................................ Fidelidade conjugal ....................................................................... Fidelidade conjugal, uma aliança ................ .................................. Muito bom ......... .......................................................................... Oração ................ .......................................................................... Reflexões de Uma Viúva ................................................................ Sexo e Amor ....... .......................................................................... Sexualidade .................................................................................. Sexualidade caminho para a santidade ........................................ Sexualidade do casal ..................................................................... Sexualidade e missão dos pais ......................................................

403-09 404-09 401-06 403-1 O 404-08 401-12 401-13 397-12 405-12 401-08 400-21 401-06 401-1 O

TEMPOS DA IGREJA A Eucaristia e o Magnificat ........................................................... A Páscoa do Senhor ..................................................................... Bíblia palavra de Deus ................................................................... Cristo Rei ...................................................................................... Dar Graças a Deus ........................................................................ Eucaristia e Matrimônio ................................................................ Jesus Tirou o Manto ..................................................................... Maria, mãe da eucaristia .............................................................. O ano eucarístico e a Páscoa ........................................................ Tempo de Esperança ..................................................................... O que é a Eucaristia? .................................................................... Todos os Santos ............................................................................ Um sim que se fez Milagre: da Esperança à Chegada .................. Vida para além da morte .............................................................. 6

lnd•c

399-31 397-22 402-20 404-12 404-16 403-30 397-26 399-32 398-19 405-16 402-22 404-17 405-15 404-14

G ral 2005


TESTEMUNHOS A Alegria de Servir ........................................................................ 397-40 A ajuda mútua conjugal ............................................................... 404-36 A família se evangeliza .................................................................. 39843 Ajuda-mútua ................................................................................ 40045 Alegria de ser equipista ................................................................ 402-39 As grandes obras do Senhor ........................................................ 404-34 Calor fraterno da ERI .................................................................... 39946 Casais em Missão .......................................................................... 397-41 Dedicação à missão ....................................................................... 400-43 E Deus nos deu de volta ............................................................... 404-32 Entusiasmo na caminhada ............................................................ 399-47 Era Uma Vez em Taubaté .............................................................. 397-42 Esperança, amizade e fidelidade .................................................. 399-45 Exemplo de fé ............................................................................... 398-44 Experiências Comunitárias e Evangelização .................................. 398-41 Família, torna-te o que és! ........................................................... 398-39 Graça de ser equipista .................................................................. 404-35 Grupos de Noivos ......................................................................... 400-44 Instrumento de transformação .................................................... 405-27 O Casal Piloto ............................................................................... 402-38 Minha Experiência nas ENS ........................................................... 405-28 O nascer de Natália ...................................................................... 398-42 O SCE e o seminarista ................................................................... 404-35 O silêncio inimigo do amor ........................................................... 398-37 Oração conjugal ........................................................................... 398-38 Para quem confia a graça acontece ............................................. 400-42 Perdão .......................................................................................... 401-43 Perder para reconhecer? .............................................................. 403-44 Ponto Concreto de Graça ............................................................. 402-37 Reconstruída sobre a rocha .......................................................... 404-33 Sem preconceitos ......................................................................... 404-37 Semana da família ........................................................................ 401-45 Um Casal da Terceira Idade ........................................................... 39743 Uma família feliz? ......................................................................... 404-31 Valor da palavra ............................................................................ 402-36 7


VIDA NO MOVIMENTO As graças de uma Sessão de formação ......................................... 403-13 Casal Missionário .......................................................................... 405-14 55 anos de presença das ENS no Brasil ......................................... 401-15 Encontro do Colegiada Nacional. ................................................. 403-15 Encontros Provinciais .................................................................... 397-13 Encontro Regional de Conselheiros Espirituais ......... ... ................. 397-21 Escolha do Casal Responsável de Equipe ...................................... 403-12 Estatísticas .................................................................................... 398-14 Fidelidade ao carisma ................................................................... 402-12 Marcas de vida .. ......................... ........... ... .................................... 404-48 Muito por amar ... ..... .. ... ... .... .... ..... .. ....... ................. ............. .... .. .. 402-13 Mutirão Atualiza Equipistas ............... .... ......... ......... ........... .. ........ 397-20 Presentes de Maria ....... ........... .. .. ..... .... .. .. ............ ... ..................... 404-1 O Que passo! .............. ..... .... ........... ... ........ .... ... ...................... ... ...... 402-13 Retiro ............................................................................................ 398-13 Retiro ............................................................................................ 401-17 Retiro em Belém ...... .. ... ........ ..... ... .. ... .... ... .... ..... ....... ......... ............ 402-14 Ser Cristão .................................................................................... 405-14 Sexualidade e Abnegação ............................................................ 402-15 Um domingo diferente ........ ... ................................ ...................... 398-13 Vamos procurar juntos? ................................................................ 404-10

VIDA DE EQUIPE Vida de Equipe ................. ............ ............... ... .. ............................ 404-47 Marcas de vida ............................................................................. 404-48

VISITA PASTORAL Visita Pastoral à Provfncia Nordeste .............................................. "Como são belos os pés dos mensageiros ... " ............................... Flashes de um grande evento ....................................................... Perdão .......................................................................................... Província Nordeste em festa ......... .. .... ...................... ... .... ............. Semana da família ........................................................................ Super-Região visita a Região Rio Grande do Norte ...... ....... .... .... ..

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O enamoramento é o "reino dos desejos" e o amor é "o reino dos projetas". O caminho do enamorar-se ao amor para sempre. O desejo é uma resposta interior de alguma coisa exterior que nos agrada e atrai. Quando escutamos uma música da qual gostamos, queremos ouvi-la mais vezes. Quando um jovem vê uma jovem e se sente atraído por ela, gostaria vê-la outra vez- e viceversa. Quando essa atração, iniciada por estímulos externos à pessoa, se transforma numa sucessão dinâmica e quase automática de desejos de rever-se e persiste reciprocamente nele e nela, então acontece um verdadeiro enamoramento. O que caracteriza o desejo é o prazer. Não nos enamoramos daquilo de que não gostamos e que não nos dá prazer. Tal seria uma anomalia. O enamoramento é "o reino do Eras" do qual deriva o erotismo. O amor não é só "Eras", só flores e rosas. As rosas sem espinhos só na primavera da eternidade. Aqui temos que contar com as rosas e com os espinhos, porque o amor humano faz parte das opções e escolhas terrenas. O enamoramento é comparado ao desejo aprazível de um tempo limitado. Mas o amor o é a um projeto de escalar verdadeiramente uma montanha. Subir uma montanha é diferente do que ter apenas um desejo de escalá-la.

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Quem quer subir deve partir realmente, colocar-se a caminho de verdade cada dia. E quem se coloca a caminho para escalar a montanha deve ter em conta tanto as ações que ele deverá fazer como ter em mente fatos que possam acontecer: • Cada manhã deverá levantarse para partir. • Deve prevenir-se, porque as temperaturas podem alterar-se. • As forças podem diminuir e as pernas enfraquecer e cansar. • O desânimo, o desejo de voltar atrás podem apagar a decisão de ter partido. • Precisa deixar de lado desilusões, conservar o respeito e as esperanças, não se desapontar se não encontrar tudo o que esperava ver no alto da montanha. • Ser tolerante com o ritmo do caminhar e com a falta de estímulo do companheiro. Quem parte sabe que irá encontrar a noite iluminada pelas quatro fases da lua e irá encontrar o calor do dia, as quatro estações do ano, tempestade e bonança. Caminhar sem se queixar de tudo o que acontece é sinal de um amor autêntico pela montanha que está galgando e conhecendo: a pessoa que está ao nosso lado. Saber dizer em muitos momentos um para o outro: es-


tou contente de ter partido! Valeu a pena partir! Sou feliz. O enamorado sente dificuldade em crer que o amor tem suas dificuldades, ou se as imagina possíveis, pensa superá-las com facilidade. O amor é um constante exercício de acolhimento da realidade, mesmo quando não agradável, sem dramatizar, sem sentirse mártir. Os santos, maduros no amor, conseguem dizer: "O sofrimento não é mais sofrimento". A alegria do amor tem seu preço que se paga com o sorriso nos lábios. O enamoramento diante do amor é como o fósforo que acendeu a fogueira, um dom gratuito e imprevisto. O amor é um empenho querido e vivido na gratuidade por aquele ou por aquilo que se ama. A maturidade do amor consiste justamente em saber conservar o frescor, a alegria festiva do enamoramento. O verdadeiro adulto é uma criança crescida, como o verdadeiro amor é um enamoramento que se tornou adulto. Para que isto aconteça é preciso alimentá-lo, dando-lhe consistência com a inteligência, com a vontade e com o coração. Para o amor não é suficiente o instinto e a emotividade. É necessário defendê-lo das formas culturais e dos inimigos ocultos. Saber distinguir o que era próprio

dos 20 anos das coisas que o são dos 50 ou mais anos. A última nota do amor maduro é o humorismo que está muito presente no enamoramento. O humorismo nasce de uma verdadeira auto-estima, onde há lugar para as sombras e as luzes da pessoa. Saber rir até dos limites e defeitos. Um sadio humorismo é uma garantia de um amor verdadeiro e de uma vida feliz. Para isso, não pode faltar a humildade. Humorismo e humildade têm a mesma raiz etimológica: húmus = terra. Para que o enamoramento se torne amor é necessário estar com os pés no chão, na terra. Há quem leva a vida excessivamente séria e há quem a toma excessivamente leviana. Um pouco de equilibrio faz a diferença. Levar a sério, mas com o sorriso nos lábios. "O sorriso é a música da alma". (Teresa de Calcutá).

O triângulo do amor J. Sternberg chegou cientificamente à conclusão de que nas relações afetivas entram em jogo três fatores essenciais: paixão, intimidade e empenho ou compromisso. Em se tratando, porém, de amor, o científico não pode ser matematicamente levado em conta em cada pessoa e da mesma forma. Disse C. G. Jung: "A chamada compreensão científica é o manto

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com o qual o Ocidente cobre o próprio coração para si mesmo". Os três fatores constitutivos de um amor completo (não perfeito) são assim explicitados: 1. Paixão: Esta inclui a atração física sexual (o corpo); 2. Intimidade: Abrange todo o campo sentimental, que vai da ternura à confiança, do diálogo à condivisão (do coração). 3. Empenho ou compromisso: Este compreende o consentimento e a vontade de um projeto feito a dois e que deve ser levado adiante (a mente).

2. Não estando presentes nenhum dos elementos constitutivos, está claro que não há amor. A

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\ I \ L-------~ 3. Se há paixão e intimidade, e falta o empenho para que a relação perdure, têm-se apenas um amor romântico. O que cada um sente pelo outro está apenas ligado ao corpo e à ternura afetiva, sem ser ainda uma decisão. Não se fez a opção de vida e menos ainda se compromete Deus na relação.

O triângulo do amor completo: 1. Paixão (corpo) - atração física. 2. Intimidade (coração)- sentimentos. 3. Empenho (mente-vontade)consciência, decisão. 1. O amor humano completo compreende o corpo, o coração e a mente. Não pode faltar a alma, como o lugar profundo onde se vem formando o agradecimento a quem permitiu o encontro do casal.

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4. Se estiverem presentes a paixão (corpo) e o empenho, faltando, porém, a intimidade, a atenção pelo outro, o diálogo, não há clima propício para o amor. Escrevia K. Woytyla: "O amor é

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mais um fato de clima interior do que de sentimentos".

7. Uma relação feita só de paixão é um amor que vive da fantasia. Limita-se apenas à esfera física. É o "fogo de palha" que logo se apaga.

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5. Havendo intimidade e empenho, mas faltando paixão, temse o amor de amizade, sem a atração erótica. Uma ausência perigosa para quem quer se casar.

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8. É um amor de fachada e vazio, só de nome, uma relação que se fundasse só no empenho.

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------~ 6. Se houver apenas intimidade, a relação defme-se como amor de simpatia, uma relação baseada na afeição, que subsiste enquanto dura a simpatia.

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A vida humana tem seu começo com a história de um casa1 Deus começou a história do mundo criando um casal. Deus não criou problemas, mas sim realidades. E Deus sentiu-se feliz com a sua criação. Os problemas existem, mas nas criaturas, causados pelas reações interiores e pessoais, oriun-

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dos do mau uso da liberdade. "O modo no qual escolhemos ver o mundo cria o mundo que vemos". (Kaufmann, psicólogo) O problema começou quando o homem não quis reconhecer o autor do dom do amor. É maravilhoso escutar Deus dizendo: "Não é bom que o homem fique só ... ". (Gn 2,18) Ainda vibrando com a criação do homem, Adão, aparece Eva. É o começo da história da humanidade. Este primeiro encontro do primeiro homem com a primeira mulher da história aconteceu sob o olhar de Deus e nele encontramos a essência do amor. O projeto de Deus é permanecer sempre em relação de amor, fugindo de todo isolamento e fechamento. O começo do mundo foi um encontro de amor. Um encontro que pode perdurar e, perdurando, pode encher a terra de amor. É isto que nos ensina a narração bíblica da criação. Para os casais que permanecem em relação de amor não existem perigos. Uma relação de amor só se rompe quando não mais se reconhece Deus como fonte de amor, quando se faz com que Deus nada tenha a ver com a vida dos dois . Quantos encontros de amor terminam porque Deus é colocado de escanteio, colocado fora da relação! O amor é um dom que não se faz sob medida. É antes

um dom vivo, oferecido para frutificar, um dom que se toma "projeto de amor". Ela se chamará "mulher", disse Adão, porque foi tirada do homem (Gn 2,23). O verbo se chamará, no futuro, exprime a vontade de Deus de fazer com que a vida dos dois seja um projeto de caminhar juntos, fazendo história juntos, porque partiram abençoados por Deus. O sonho de Deus é dar vida a estas histórias de amor dos casais e que podem ser vidas reais de amor, vividas sem traumas ou dificuldades. Pede-se, para isso, uma condição apenas: saber desligar-se do útero de tantas histórias precedentes. Primeiro o homem deixa pai e mãe para os dois formarem "uma só carne" (Gn 2, 24). Essa é a primeira condição. A palavra desligar-se não significa abandonar. No fundo , a vida é uma sucessão de passos de desligamento, de deixar. O amor pleno acontece quando Deus é tudo em todos os momentos da vida do casal. No mundo, quando o amor é sincero e verdadeiro, esse desligamento é natural, as renúncias são naturais, as abnegações são espontâneas.

As t rês dimensões da sexualidade: 1. Criativa (sexo). 2. Recriativa (amor). 3. Procriativa (vida).

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ou mostrar a beleza da cores mostrando uma única cor. Assim é o sexo dividido, sem o amor. • Sexo separado da vida. O sexo separado do amor leva a fazer ou a dar a vida sem o sexo, sem o uso da faculdade geradora natural. É uma estranha transgressão da lei da natureza. É o caso da vida buscada em laboratório. A vida natural só pode nascer do laboratório natural do amor que exige a união sexual. • O amor separado da vida. O medo de gerar vidas. Um casal que teme ter filhos é comparado ao homem da parábola dos talentos que só recebeu um talento e o enterrou por medo do patrão. (cfMt25, 1430) O único antídoto contra o medo é a confiança realista, que tudo espera da Providência, mas consciente também que a Providência espera alguma coisa do nosso amor. Uma confiança humilde que sabe pedir: Senhor aumentai a minha confiança!

São três dimensões inseparáveis da vida de amor nos casais. Somente unidas podem garantir uma vida sadia na relação de homem e mulher. Se uma delas falhar, temos a sexualidade dividida. Vividas separadamente, geram uma vida sem harmonia e marcada pelo egoísmo. Uma sexualidade dividida representa deformação da autêntica sexualidade. A cultura moderna tenta separar: 1) a sexualidade do amor, 2) o amor da fecundidade 3) e a fecundidade da sexualidade. • Separar o sexo do amor, o sexo da vida e o amor do sexo, na vida conjugal, significa criar vidas ou viver uma vida fora dos padrões da normalidade e da verdade. O sexo só é concebido e entendido quando as duas pessoas estão unidas pelo amor. Buscar um ato sexual sem sentir e cultivar amor é buscar o prazer no nada. Seria como tocar um instrumento com uma única nota musical

Nota: Além dos documentos citados no texto, foram consultadas as seguintes obras: 1. TOALDO, Olindo e Marlene. Educação para o Amor; 2. AVANTI, Gigi. Non Solo Sesso; 3. SCOLA, Ângelo. !L Mistero Nuziale; 4. COMUNITÀ DI CARESTO: Quando Due Saranno Uno. -

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UM SlM QUE SE FEZ MllAGRE: DA ESPERANÇA À CHEGADA O Advento e Natal se juntam. Às vezes, Advento é reduzido a "espera". Porém é a presença começada, é a chegada. É o desejo profético e secular de um Deus no meio de nós. É um Reino já experimentado em processo de crescimento. "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua Palavra". E Maria foi a pioneira na hora da escuta, da aceitação do mistério, do "faça-se em mim conforme a tua Palavra". E Maria começou a olhar, a perguntar-se, a meditar... E "a Palavra se fez carne, e acampou entre nós". E a "luz do mundo" foi acesa sobre a noite de Belém, que era a noite da humanidade. Quantas vezes Maria se perguntava sobre o significado dos acontecimentos! Ela gerou a oferta do Pai anunciada pelos profetas. Foi o sim do abandono a uma grande esperança. E na realidade humana de uma mulher, a quem chamamos a "cheia de graça", a "escrava do Senhor", "a filha de Sião", a "Virgem fecunda", começa essa história nova, onde Deus começa a caminhar com os homens com uma manifestação nova, uma história nova, o novo compromisso do "eu vos digo". E nos deixa o desafio do "sim". Desse nosso sim tão frágil e contraditório. É o desafio de fazê-lo presente no mundo. Em nossa fé, nossa esperança e nosso amor somos convidados a gerar, da mesma maneira CM405

que Maria, o próprio Cristo. São os gestos concretos que fazem com que seja possível oferecer ao mundo o Jesus Cristo que habita dentro de nós. Neste tempo de Advento, adentrando-nos na Palavra de Deus, somos convidados a mostrar a alegria a que nos convida São Paulo: "Alegrai-vos sempre no Senhor". Alegrar-se no Senhor significa, sobretudo, ter consciência de nossa fidelidade. Resposta ao dom da fé, ao nosso sim sacramental, a nossa resposta nesse dia-a-dia que nos desafia e nos surpreende. Esse é o nosso "sim" ao Pai, um sim alegre e simples. Mas exigente e generoso. Advento significa colocar-se de pé, sacudir-se do sono. Esse despertar-se do sono significa sublevar-se contra o conformismo do mundo e de nossa época. Nadarmos contra a correnteza de um mundo deslocado em seus valores. Desumanizado. O Advento nos convida à transcendência. Passar dessa longa espera na história da salvação, como um mistério que se revela em cada página do Antigo Testamento, para uma realidade onde cada um se incorpora a essa história, assumindo seu papel de protagonista e passa, através do convite de Maria "fazei o que Ele vos disser", a colaborar no projeto misterioso de Deus sobre cada um de nós. As Equipes de Nossa Senhora deverão encontrar tempos e espaços para contemplar o mistério. Para 15


fazer realidade a presença do Jesus esperado por tantos de nossos irmãos. Para ser a presença enviada pelo Pai. Para atravessar desertos e percorrer caminhos desconhecidos. Para dar razão de nossa esperança. Para ser essa Igreja peregrina, missionária, que é capaz de chegar à "terra prometida" que é cada

um de nossos irmãos. Que o anúncio do anjo suponha para cada um de nós, como para Maria, a aceitação da vontade do Pai, nosso bom Pai, de sermos presença de fidelidade em nosso sim.

Fr. Miguel Angel Fernandez OCD SCE do Setor E - Porto Alegre/RS

TEMPO DE ESPERANÇA O homem chega ao final do ano com sua bateria quase se esgotando, pelas dificuldades, barreiras e tribulações. A nossa esperança em Cristo Jesus, porém, faz-nos viver o tempo do Advento, momento tão importante em nossa caminhada, pedindo a cada dia que o Espírito Santo prepare os nossos corações e os transforme em verdadeiras manjedouras: simples, humildes, acolhedoras, para que no dia 25 possamos não apenas comemorar o nascimento de Jesus, mas permitir que Ele nasça em nossa "manjedoura", fortalecendo a esperança, para assim recomeçarmos o ano com ânimo e fé. "Esperança esta que seguramos qual âncora de nossa alma, firme e sólida" (Hb. 6.19). Ela nos garante que nos momentos mais difíceis nem tudo está perdido. A esperança nos assegura sem16

pre novos horizontes, faz-nos vislumbrar um amanhã melhor, antever portas que se abrem, ter a certeza de chegarmos à terra firme. Ela imprime em nós uma perspectiva de algo novo, que é o reconhecimento deste Jesus no próximo, no cônjuge e na equipe. Por isso louvamos a Deus porque outros irmãos, antes de nós, conservaram e nos transmitiram a esperança.

Aldo e Cristina Eq. N. S. Aparecida - Três Lagoas!MS CM 405


No dia 03 de outubro de 2005, graças e mais graças o Senhor Deus, através de nossa Mãe Maria, derramou em Jau pelos 50 anos das Equipes. Em 1955 alguns casais de vivência cristã, juntamente com Cônego Pedro, tomaram conhecimento de um Movimento em São Paulo, coordenado por Da Nancy e Dr. Pedro Moncau, que buscava a vivência espiritual do casal e o caminho da santidade a dois. Fizeram contatos. Entusiasmaram-se com os informes sobre as ENS. É necessário lembrar que, somente com informações o "vírus ENS" instalou-se no coração do Cônego Pedro, Sacerdote que já naquela época levantava a bandeira em defesa do sacramento do Matrimônio e da farru1ia. Acontece no dia 03 de outubro de 1955 a primeira Reunião de Equipe em J aú, tendo como SCE o Cônego Pedro, casal ligação Monique e Gerard e os casais da primeira hora: Lucila e José Luiz Gladys e CM405

Adonis Terezinha e Carlos Gabos, Inês e Orozimbo, Walda e Ciro, Terezinha e Roberto, Maria Helena e José Braga Sublinhamos que em Jaú instalou-se uma das primeiras Equipes fora da cidade de São Paulo. O Movimento cresce solidificado em Jaú, de onde é levado para outras cidades como Bauru, Pederneiras, Araçatuba, Marília, Lins, São João da Boa Vista, Limeira, Dois Córregos e Ribeirão Preto. A consolidação das Equipes em Jaú deve-se muito ao engajamento de sacerdotes de várias ordens e congregações, em especial da Ordem Premonstratense. As Equipes, através de seus casais, tornaram-se árvore frondosa, com muitos frutos de testemunho do amor conjugal e inserção em muitas Pastorais (Familiar, Curso de Noivos, Namorados, Ministros da Eucaristia, Carcerária, Menor, Catequese, Batismo, Crisma, além de comporem a mesa administrativa de várias Paróquias). 17


Para comemorar, foi realizada no dia 06 de outubro missa em Ação de Graças na Matriz N.S. Patrocínio, celebrada por Dom Joviano de Lima Junior, Bispo da Diocese, com maciço comparecimento dos Casais de Jaú, da Região e da Província Sul II. Nesta celebração tivemos a primeira participação do Coral das ENS de Jaú (foi lindo) e, no dia 20 de outubro, Missa celebrada e transmitida pela Rede Vida de TV, quando casais equipistas de Jaú participaram em comemoração ao Jubileu. Para coroar toda a festividade

realizou-se no dia 06 de novembro um jantar dançante com a fallll1ia equipista. Louvado seja Deus pelos 50 anos. Que através de nossa Mãe Maria bênçãos continuem a ser derramadas nas Equipes de Jaú, para que sejam perseverantes na Mística e no Carisma do Movimento, e assim possam testemunhar que o casamento vale a pena sim, pois é como uma estrada que leva o casal à santidade a dois, na vivência do amor. Glacy e Silvino CRR SP Centro III

Jubileu de ouro No dia 08 de dezembro de 2005 a Paróquia de N.S. do Carmo, em Paraguaçu/MG, vai estar em festa. Padre Pedro Meloni, vigário há 38 anos estará comemorando 50 anos de vida sacerdotal. Em festa também estaremos nós, casais da Equipe Nossa Senhora do Carmo, por tê-lo como Sacerdote Conselheiro Espiritual há 7 anos. Que Deus o abençoe e dê força para continuar a caminhar conosco, estimulando-nos a buscar nossa santificação. Deus seja louvado por este tempo de permanência de Pe. Pedro junto a nossa comunidade. Eq. 03 - N.S do Carmo Paraguaçu/MG 18

Ordenação Presbiteral Com muita alegria e agradecendo a Deus, informamos a Ordenação Presbiteral dos di<lconos Adenilson Mo-

reira Coelho e William Moreira Coelho, conselheiros espirituais das equipes 290502 e 290504, respectivamente, do Setor E - Região Rio V. Aconteceu no dia OII I 0/2005, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, sendo presidida pelo Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid. Que o Senhor derrame suas bênçãos sobre estes seus servos, que Ele chamou à Ordem dos Presbíteros. Ltíci(l e Célio CR Setor E - Região Rio V

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Padre Ottorino Assolari será ordenado Bispo em 25 de novembro próximo, na Catedral de São José, na Cidade de Campo Mourão/ PR. Ele foi nomeado para a Diocese de Serrinha/BA, onde mais de 500 mil habitantes aguardam seu primeiro bispo, que tomará posse dia 18 de dezembro de 2005. Padre Ottorino é natural de Scanzo, Bérgamo, Itália, onde aos 13 anos ingressou no Seminário da Congregação da Sagrada Família. Após a graduação em Filosofia e Teologia, foi ordenado presbítero no dia 08 de setembro de 1973. Completou seus estudos iniciais, especializando-se sobretudo na área de Teologia Pastoral, na Pontifícia Uni ver-

sidade Lateranense em Roma. Nosso movimento contou, durante alguns anos, com a participação de Dom Ottorino como SCE. A par de seu profundo conhecimento das coisas espirituais, tornou-se nosso grande amigo, ligando-se às nossas farru1ias como se fosse nosso pai e nosso irmão. Muito do nosso crescimento espiritual devemos a ele. Desejamo-lhe sucesso. Que Deus esteja com ele e que consiga sempre crescer em Deus. Dom Ottorino adotará o Lema: "A CRUZ DE CRISTO EM NOSSOS CORAÇÕES" Heloisa e Fabiano Eq. 1, em nome das Equipes do Setor C - Alphaville/SP

Ordenação Diaconal Marcelo Luiz Santos Rocha, Conselheiro Espiritual das Equipes Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Paz, Setor Contagem/MG, recebeu o sacramento da Ordem, no grau de diácono.

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JUBllEU DE Pro\TA DE EQUlPE A Equipe Nossa Senhora Mãe dos Migrantes, na data de 4

de dezembro de 2004, comemorou seus 25 anos de fundação. Uma equipe sui generis, toda especial, por ter um tempo de caminhada, de crescimento, de treinamento e de experiência. Pela foto, podemos ver as características de cada um e a beleza de todos. Temos a mesma disposição para tudo: no refletir, na oração, na mesa e na sobremesa ... Sempre buscamos aquele algo

mais que nos ensina a ser Igreja, como irmãos e irmãs fazendo comunhão. Pedimos a Deus que nos abençoe e abençoe todo o Movimento. E agradecemos. Que o amor do casal e entre nós ajude-nos a testemunhar o melhor modo de ser família, comunidade e Igreja. Pe. Carlito SCE da Equipe - Setor ABC II São Paulo, Sul I

Bodas de Ouro Adalgisa e Hipólito Camur-

ça, no dia 23 de setembro de 2005, celebraram 50 anos de união conjugal, numa comunhão do casal com Deus e com a familia. Estiveram presentes sua farru1ia e muitos amigos. Como testemunho da felicidade que Deus lhes permitiu construir, deixam-nos uma mensagem: O diálogo gera entendimento. Abnegação e partilha promovem a paz e o amor alça para o infinito. Pertencem à Equipe Nossa Senhora de Nazaré, Setor C- Região Centro-Oeste I. 20

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UM PASTOR Quando alguns casais de Itabunal BA, há mais de cinco anos, após assistir a uma entrevista na televisão sobre as Equipes de Nossa Senhora, tiveram interesse em fundar o Movimento na cidade, foram ao bispo da Diocese, Dom Ceslau Stanula, e dele receberam todo o apoio e entusiasmo. Como já havia sido Sacerdote Conselheiro de Equipe, em Salvador, ele orientou os casais sobre os passos a serem dados até a escolha dos casais para a experiência comunitária. Depois da primeira, outras equipes foram formadas, sempre com o apoio e a presença de Dom Ceslau, que não cansa de incentivar os sacerdotes a também apoiarem o Movimento, alertando, porém, que primeiro deve vir a qualidade, depois a quantidade. O Bispo, pastor que conhece as

suas ovelhas, também busca nos casais equipistas agentes para as pastorais da diocese e das paróquias, inclusive levando alguns para participar com ele de programas de rádio. Os equipistas de Itabuna são gratos ao seu Pastor, por sua bondade, interesse e amor. Extraído de carta de Clara e Tavares Eq. N. S. da Rosa Mística Itabuna/BA

Partiram para a casa do Pai • Elmo, da Leninha, no dia 31 de julho de 2005. Integrava a Equipe Nossa Senhora do Carmo, de Batatais/SP.

• Reginaldo Pereira do Nascimento, da Beroniza Vaz da Costa •

Pereira, da Equipe Nossa Senhora Aparecida, Setor Palmares/PE, na data de 24 de setembro de 2005. Laura Bugnotti Barone, viúva de Plínio Barone, da Equipe 6-BN. S. do Carmo, Setor Bauru B, na data de 25 de Outubro de 2005. -.-:-•--,.r~·."'"':'~/~~~~''1.>, .... · ·. ~ -·---:;;.._"_·: ._T · ~- :-:'. _.· ~::·· --,·l_

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Na edição 403, págirià 16, seg_uild~,cqJ~JP.a. cpngao nome de Pe. Julian, como SCE do col~gi~q<;> :cJil; ~egit!9;.~ã,p~P~.ulq ,Su! f.;O correto é Dom Airton José dt~~ s~1nto,\~· B .i&l~ü·~ghJ.c~~<;liÍ/Y d~ ·:M~gi . das Cruzes (SP) . • - ............ __ ._,_..,J.:.l,;.~~-~..-·f~....

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VAMOS À lOURDES! Repassando mais algumas informações: 1. Inscrições oficiais Como podem verificar em seu cadastro na Internet, já foi feita a inscrição oficial junto à Organização Internacional. Se não estão enquadrados no "status" "INSCRITO" é porque existe alguma pendência em sua inscrição. Nesse caso sua inscrição poderá estar "BLOQUEADA" por falta do pagamento de alguma(s) parcela(s) ou por outra razão qualquer que deverá ser resolvida sem demora. Você poderá também estar na situação de "PRÉ-INSCRITO", isto é, no aguardo do envio de seu cadastro para a Organização Internacional na França por ter feito sua inscrição recentemente. 2. Consulta à página do Encontro de Lourdes através do site das ENS O que o equipista inscrito encontra atualmente nessa página? • Informações sobre o Encontro. • Informações sobre seu cadastro e seus pagamentos. • Formulário a ser preenchido com os dados complementares para seu cadastro junto à Organização Internacional do Encontro. • Ficha de inscrição para o Coral. Como acessar suas informações pessoais? • Entrar no SITE das ENS: www.ens.org.br; 22

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clicar em "Eventos" ou nos seus sub-títulos; selecionar o Evento (Lourdes 2006);e entrar com o número de sua inscrição e senha pessoal (encontrados na folha de rosto de seu carnê de pagamento da taxa de inscrição do Encontro de Lourdes).

3. Situação geral das inscrições Até a data de 24 de outubro de 2005, o Brasil tinha inscritos oficialmente para o Encontro de Lourdes 1014 casais, 88 conselheiros, 4 conselheiras, 6 viúvos, 26 viúvas e 3 homens e 26 mulheres sem seus cônjuges, totalizando 2181 pessoas. Aproveitamos para desejar a todos um Santo Natal e um novo ano repleto de realizações. Até 2006. Fiquem com Deus, irmãos. Com nosso carinho,

Regina Lucia e Cleber Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes CM 405


CONCURSO Criação do Estandarte da Super-Região Brasi1 para o Encontro de lourdes- Regulamento 1. Objetivo do Concurso Envolver equipistas brasileiros na criação de um "modelo" que sirva de subsídio para confecção de um estandarte a ser usado pela SuperRegião Brasil na abertura do Encontro Internacional de Lourdes.

2. Características do Estandarte a) O estandarte terá o formato de um trapézio (os dois lados verticais serão paralelos entre si e perpendiculares ao lado superior; o lado inferior é oblíquo - ver anexo). Suas dimensões são: • Largura: 60cm. • Altura do lado maior: 150cm. • Altura do lado menor: 130cm.

b) A imagem de Nossa Senhora Aparecida deverá ser apresentada com as suas cores tradicionais. c) O do "modelo" poderá ter no máximo duas cores, sendo uma delas o azul do manto da Nossa Senhora Aparecida. (Pode ser utilizado o degradê).

4. Habilitação a) O Concurso está aberto à participação de todos os membros do Movimento (casais, viúvos, conselheiros espirituais). b) A habilitação do candidato se dará mediante a entrada de dois envelopes, lacrados, no Secretaf - - - - 60 CIR

b) No centro do estandarte deverá ser colocada uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, cuja altura deve estar entre 65 e 80cm. c) Na parte superior do estandarte deve constar, em letras maiúscu- ""~~;.:.­ las, a palavra BRASIL e, abaixo da imagem, também em maiúscu150tm las, NOSSA SENHORA APARECIDA .

3. Características do "modelo" de estandarte a ser apresentado no Concurso a) O "modelo" será apresentado numa folha de papel tamanho A3 ou A4 com medidas proporcionais às dimensões reais do estandarte. CM 405

1

BRASIL

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1'\'0SSA SENHORA APARl'!ClDA

23


riado Nacional, em São Paulo, até 28 de março de 2006, atendendo às seguintes especificações: I. O primeiro envelope conterá o "modelo proposto" e será identificado somente com o pseudónimo do autor e a expressão "MODELO". II. O segundo envelope, também subscrito com o pseudónimo do autor, conterá os seus dados de inscrição: nome, endereço, telefone, e-mail e identificação da equipe a que pertence (Região, Setor, invocação da equipe).

S. Julgamento e Premiação a) Os "modelos" serão avaliados pela Equipe da Super-Região na reunião de abril de 2006. b) O resultado será publicado no si te das ENS e na Carta Mensal de junho de 2006. c) Serão premiados os autores (casal, viúvo(a) ou conselheiro es-

piritual) dos dois "modelos" melhores classificados. d) O Movimento oferecerá como prêmio dois "kitLourdes", um por trabalho selecionado, independentemente do autor ser uma única pessoa ou um casal. e) O "kit Lo urdes" será constituído de um livro de viagem (preparação para o Encontro), duas camisetas com o logo do evento e a bonificação de 50% da inscrição de uma pessoa no Encontro Internacional de Lourdes.

6. Esclarecimento de dúvidas As dúvidas relativas ao concurso poderão ser esclarecidas através do email p.majra@terra.com.br ou pelo telefone do Secretariado Nacional. 7. Propriedade Os "modelos" apresentados no Concurso serão propriedades do Movimento que poderá utilizá-los ou modificá-los segundo a sua necessidade.

CORAl DO ENCONTRO lNTERNAClONAl EM lOURDES Um coral de equipistas do mundo inteiro animará o Encontro Internacional de Lourdes, em setembro de 2006. Se Você vai participar do Encontro e deseja integrar o coral, preencha a ficha de inscrição para o coral, disponível na página Encontro de Lourdes do Site das ENS (www.ens.orp.br) ou 24

com o seu Casal Regional, e envie-a até o dia 31 de dezembro de 2005 para o endereço constante ao final da mesma ficha, ao regente Bertrand de Gauléjac, o qual fará a seleção dos candidatos, .. Os equipistas escolhidos pelo regente receberão as partituras e um CD dos cantos, para que possam se preparar. CM 405


EVER DE SENTAR-SE

Quando decidimos nos casar, após um ano de namoro, sentávamos para elaborar planos para o nosso casamento e para a nossa vida depois de casados: educação dos filhos, finanças, como seria o nosso lar, que lugar Deus ocuparia nesse novo lar e sempre com o aconselhamento de nosso querido Frei Cirilo. Após 31 anos de casados, notamos que fazíamos de nossos encontros um verdadeiro Dever de Sentar-se. Entretanto, depois que demos início a esse plano, esquecemos de nos encontrar para examinar juntos, como andava o plano que estabelecêramos no namoro. Esquecemos de um ir ao encontro do outro (como Aurélio define a palavra encontro), esquecemos de nos colocar face a face, para corriCM405

gir ou mudar alguns pontos de nosso plano. Tínhamos sempre desculpas: filhos, festas e trabalho, e odiálogo ficava sempre nos pequenos momentos que tínhamos livres. Entramos para as Equipes de Nossa Senhora e descobrimos os PCE, e o que mais nos chamou a atenção foi o Dever de Sentar-se. Começamos a ler e pesquisar o muito que se falou e que se escreveu sobre o Dever de Sentar-se. Pedindo que o Divino Espírito Santo nos ilumine, estamos passando a vocês, caros casais e irmãos equipistas, o que colocamos em prática para realizar o Dever de Sentar-se. Marquem um encontro com vocês mesmos e não desmarquem por nada este encontro. Marquem na agenda. Saiam da rotina neste 25


Dialogar não é reclamar. É sorrir e perdoar. É colocar na mesa problemas, sucessos, alegrias, preocupações e trocar idéias. dia. Não tenham pressa para acabar o encontro, mudem de ambiente, esqueçam as preocupações. Coloquem-se na presença do Senhor. Cada um, se possível, faça uma oração em voz alta, pessoal e espontânea, para unir os corações. Cada coração na presença e paz do Senhor coloque as mágoas, os pensamentos, as confidências, e, também, o que não é aconselhável falar no meio dos burburinhas do dia a dia, mas não é aconselhável deixar quietinho no fundo do coração, porque há silêncios que são inimigos do amor. Interroguem-se acerca do que o Senhor quer de vocês como casal! Enfim, travem um bom diálogo (dia = através + logo = palavra). Sentamos para trocar idéias, para avaliar, lembrando que no casamento o diálogo é o encontro do masculino com o feminino. O Dever de Sentar-se deve sempre ser a três: o casal e Deus. Para esse diálogo sob o olhar de Deus temos condições: Respeito ao outro, saber escutar e compreender as necessidades do outro. Dialogar 26

não é reclamar, dialogar é sorrir e perdoar. É colocar na mesa problemas, sucessos, alegrias, preocupações e trocar idéias. No casamento e no diálogo, marido e mulher são companheiros (aquele que come o pão comigo [co + panis ]. A oração é um diálogo, o passeio a dois é um diálogo, o passeio com os filhos é um dialogo). Caros casais, escolham a melhor hora para conversar, procurem definir o problema básico, onde há acordo, onde há desacordo, primeiro ouvir e só depois responder, e orem juntos. Notamos que quem se senta fica à disposição do outro, por isso não tenham pressa que esse momento acabe. Como diz São Paulo aos Coríntios (cf. lCor 13): Quem ama é paciente, quem ama é bondoso, não é orgulhoso, não é arrogante ... não se irrita facilmente, não guarda rancor... quem ama tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor jamais acabará. Como é agradável e frutuoso fazer um respeitoso diálogo - como nos tempos de namoro ou do noivado para buscarmos mudar ou corrigir os rumos dos planos feitos quando felizes iniciávamos a vida conjugal e avaliar, como nos falava o nosso querido Frei Cirilo, o lugar que Deus está ocupando em nosso lar. Como é bom usar todo o tempo reservado para o Dever de Sentar-se, mesmo se sobrar tempo, para apenas ficar juntos, fazendo o que mais nos agrada.

Helena e Cleuzo CR Setor Assis!SP CM 40 5


..

INSTRUMENTO DE TRANSFORJ\IlAÇAO Há 10 anos iniciamos nossa caminhada equipista numa equipe especial... Dos sete casais atuais, cinco a integram desde a fundação, há 30 anos. Foi nela que tomamos conhecimento dos PCE e do seu valor. A convivência com os irmãos da equipe e a vivência dos PCE transformaram qualitativamente nosso relacionamento conjugal. Os filhos, familiares e amigos freqüentemente fazem comentários sobre o crescimento de nossa espiritualidade conjugal. O amor esteve sempre presente de modo intenso em nossas vidas. Entretanto, não seríamos verdadeiros se afirmássemos que a harmonia de que desfrutamos hoje sempre foi a mesma. Quando olhamos para trás, buscando identificar o que nos ajudou, fica evidente que o Dever de Sentar-se foi um instrumento valioso, embora sempre estivéssemos abertos ao diálogo, colocando acontecimentos diários e as percepções próprias sem receio algum. A verdade, porém, é que achávamos que a nossa reflexão não estava completa e não nos contentávamos com uma resposta fácil e rápida. E queríamos identificar porque o Dever de Sentar-se era tão importante para nós. As orientações do Movimento contêm muita sabedoria e precisamos, com humildade, curvar-nos diante delas, rejeitando formas simplistas apresentadas por nosso comodismo. CM 405

• ~ e

Ao iniciarmos o exercício do Dever de Sentar-se rezando ao Es- ir. pírito Santo, imediatamente tomamos ~ consciência da real presença de Deus entre nós, naquele diálogo que vai se iniciar. Pois foi esta tomada de consciência que mudou a qualidade de nosso diálogo. A presença de Deus faz a diferença. O Dever de Sentar-se tal como é preconizado pelo Movimento é uma celebração. Nela nos despimos de nossos subterfúgios, conscientes ou não, e ficamos livres para revelar todos os sentimentos que estão dentro de nós. Rejeitamos qualquer sofisma que possa nos ajudar a ganhar uma discussão. A mentira, então, está completamente afastada. Acreditando nesses pressupostos, ouvimos nosso cônjuge, convencidos de que aquela é sua verdade, é aquilo que ele sente. Podemos até discordar do que é dito, mas acreditamos plenamente no que ouvimos e ganhamos confiança para revelar nossas verdades, sentimentos e fraquezas, sem qualquer receio de nos sentirmos diminuídos diante do outro. Dificilmente, esses condicionamentos favoráveis a um diálogo profundo, estão presentes na rotina dos nossos dias. Foi precisamente esta forma de fazer o Dever de Sentar-se que transformou a nossa vida

L

Sônia e João de Deus Eq. N. S. do Bom Parto Setor C - RCO I 27


MlNHA EXPERlÊNClA NAS EQUlPES DE NOSSA SENHORA Conheci as ENS em 2001. É verdade que ouvia falar desse movimento há muito tempo, mas conhecer é muito diferente de ouvir falar. Fui convidado neste início de milénio a acompanhar a equipe N. S. de Nazaré, que terminara recentemente a pilotagem e estava animada a prosseguir na caminhada. O entusiasmo do casal responsável era contagiante, dava a impressão de ser a referencia mundial do Movimento, dada a maneira como conduzia os demais casais em seus deveres de equipistas. O primeiro problema era que, se os casais tinham acabado a pilotagem, eu nem a tinha feito. Não tinha muita noção do específico do Movimento. As primeiras reuniões foram mais para os casais me informarem sobre as Equipes do que propriamente uma ajuda de minha parte, e ostratava como o fazia com casais de outros movimentos cristãos. Pouco a pouco fui entrando na dinâmica das Equipes e vendo que não era apenas um grupo de cristãos casados que se reuniam para partilhar a fé. Fui percebendo que a proposta é uma verdadeira espiritualidade do Matrimônio e que os que entram nessa dinâmica vivem melhor o compromisso desse sacramento e conseqüentemente são mais felizes. Comecei a ler algo a respeito e vi que a intenção dos fundadores das ENS era trabalhar a base de todo cristianismo, que é a famí28

Jja, aliás, trabalhar a própria base da família, que é o casal. Proposta muito bonita, e que se concretiza em casais concretos. Outro ponto bonito das Equipes é que todos são casais "a caminho". Ninguém ainda está formado nela. Uns mais, outros menos, mas todos estamos a caminho de vi ver essa espiritualidade e a esperança de um dia vivê-la em plenitude é o que compensa o esforço de tentá-lo. Conviver com casais que passam por dificuldades e que tentam ser melhores, mais farm1ia, mais cristãos, mais igreja, é um auxilio também para minha vocação de consagrado a Deus pelo ministério sacerdotal. Foi muito bom ter feito amigos nas ENS. Amigos que partilham a vida, as inquietações e os problemas e também as esperanças e as alegrias. Participar dessas vidas é um ministério necessário e gratificante, porque nos coloca ao serviço da grande fanu1ia, que é a Igreja, a partir da pequena igreja, que é a fanu1ia. Eu comecei dizendo que conhecer é mais que ouvir dizer. Na verdade conhecer é uma coisa muito profunda e eu devo dizer que estou conhecendo as ENS a cada dia. E quanto mais conheço, mais apoio e incentivo, pois vejo que é uma obra de Deus.

Pe. Elcio José de Toledo SJ SCE Eq. 12 - N. S. Nazaré Setor Valinhos/SP CM 405


Meditando en1 Equipe A chegada do mês de dezembro traz a lembrança do Natal. Cada vez mais, o nascimento do Salvador torna-se uma festa comercial. É preciso superar o consumismo e a ganância próprios dos tempos atuais e seguir o impulso de ternura, generosidade e bondade presentes no ato de amor de um Deus que se faz carne, pois o "Verbo se fez carne" (Jo 1, 14) para a nossa salvação.

Escuta da Palavra em Lucas 2,8-20 Sugestões para a meditação: 1. Como a família poderá viver o verdadeiro sentido da festa do Natal? 2 . Como o casal, também doador de vida, poderá defender a vida humana? 3. Que inspiração a celebração do Natal traz para a família cristã? Pe. Geraldo

Oração Litúrgica (Lc 1,68-79)

"Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e suscitou-nos uma força d•: salvação na casa de Davi, seu servo, como prometera desde tem ::>os remotos pela boca de seus santos p ·ofetas, salvação que nos liberta dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam; para fazer misericórdia com nossos pais, lembrado de sua aliança sagrada, do juramento que fez ao nosso pai Abraão, de nos conceder que - sem temor, libertos da mão dos nossos inimigos nós o sirvamos com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias.

E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo; pois irás à frente do Senhor, para preparar-lhe os caminhos, para transmitir ao seu povo o conhecimento da salvação, pela remissão de seus pecados. Graças ao misericordioso coração do nosso Deus, pelo qual nos visita o Astro das alturas, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, para guiar nossos passos no caminho da paz".


Tema de estudos para o ano de preparação ao Encontro Internacional de Lourdes 2006 "Quem dizem os homens que eu sou?"

À DESCOBERTADO CRISTO (Me 8, 27)

À do

Crist'?_

Hoje, como há dois mil anos, muita gente sabe mu ito pouco sobre Jesus Cristo. E nós equipistas, como respondemos à pergunta de Jesus : "E vós, quem dizeis que eu sou? "

Para dizer com fé e consciência quem é Jesus Cristo precisamos antes responder à pergunta "Quem sou eu? " De onde vim? " "Qual o meu fim?" Cristo quer uma resposta madura, a Igreja precisa de fé esclarecida, as pessoas do mundo esperam de nós uma fé coerente, cons istente. Como é que nós cremos? O tema de estudo de 2006 nos quer ajudar a conhecer Jesus com profundidade, a responder com Pedro: "Tu és o Messias, o Filho de Deus", e escutar o que Ele nos ensina : "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Temos consciência da responsbilidade da nossa resposta? De maneira pedagógica e progressiva , o livro conduz nosso estudo e reflexão sobre este tema tão importante.

Preço unitário: R$ 4,00

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-902 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 E-mail: secretariado @ens.org.br • cartamensal @ens.org .br Home page : www.ens .org.br


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