ENS - Carta Mensal 403 - Outubro/2005

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de Nossa Senhora


EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°403

EDITORIAL Da Carta Mensal ....... .... ... ..... ......... O1 SUPER-REGIÃO Responsabil idade ............ ..... ........ . 02 Casal, chamado a contemplar a face de Cristo .... .... ..... ....... ... ... ... . 03 Um amor aberto à vida .. .... ...... ..... 06 TEMA DE ESTUDO A fidelidad e .. ... ..... ......... ........ .... .... 09 Fidelidade conjugal ....... ..... .... ....... 1 O VIDA NO MOVIMENTO Escolha do Casal Responsável de Equipe ... .... ..... ...... .. ........ ....... ... . 12 As graças de uma Sessão de Formação .... .. ..... ... ............ ........ 1 3 Encontro do Colegiada Nacional .. 1 5 TEMPO DA IGREJA Eucaristia e Matrimônio .. ... ...... ..... 30 MÊS DAS MISSÕES Frutos da Missão ... ............ .. ... ....... 32 SOS, missão em favor da família .... .... .. .... ......... ...... 33

Outubro 2005

DIA DA CRIANÇA Sonho de viver..... ... ......... ........ ...... 34 Família, um território Sagrado ...... 3 5 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . .... .. 37 MARIA Mãe Aparecida ... .. ... ... .. ......... .... .. .. 40 ENCONTRO DE LOURDES Vamos a Lourdes! ...... ........... ......... 41 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Os PCE E o sentid o da vida .... ....... 42 TESTEMUNHOS Perder para reconhecer? ..... ...... .... 44 ATUALIDADE Declaração sobre exigências éti cas em defesa da vida ... ... .... ..... 45 O Nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual ........... ... ...... 39 REFLEXÃO Os olhos de quem vê .... .. ... ....... ... .. 48

Editoração Eletrônica, F otolilos e Ilustrações: No1•a Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 - I 1• andar. cj. 115 - Perdizes · São Paulo Fone: (Oxxll) 3677.3388

Registro "Lei de Imprensa " n• 219.336 livro B de 09.10.2002

Avani e Carlos Clélia e Domingos Helena e Toma z Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz B. Hackmann

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jarnalista Responsável: Catherine E. Nados t""b 19835!

Impressão: Prol Ed. Gráfica

Graciete e Gambim (responsáveis)

Projeto Gráfuo: Alessandra Carignani

Tiragem desta edição: 17.900 exemplares

Carta Mensal é uma publicação mensal da.• Equipes de Nossa Senhora

Foto capa: A. Gambim

Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem

ser enviadas para: Carta Men sal R. Luis Coelho, 308 5° andar . conj. 53 0 1309-902 • São Paulo· SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. 1212 Fax: (Oxx 11 ) 3257.3599 cartamensal@ens.org.br AIC Graciete e Gambim


Queridos Irmãos: Eis mais uma edição do nosso se processo leva-nos a valorizar "veículo de comunicação da Super- ainda mais o Encontro de Lourdes, Região e instrumento de circula- onde será conhecido e aprofunção da seiva do Movimento ... " A dado o grande projeto para o períoSuper-Região já anuncia ao Brasil do 2006/2012. os passos para 2006. Como perA vida, porém, continua em 2005. cebemos pelos artigos do Correio Frei Avelino fala da fundamenda ERI publicados em 2004 e tal missão do casal responsável de 2005, o Movimento planeja, sob a equipe. Como delegados de Deus, luz do Espírito Santo, as linhas vamos eleger e chamar o casal que mestras pelas quais se orientarão animará a nossa equipe em 2006. as Equipes. O projeto iniciado no Lendo o artigo de Avani e Carlos, ano 2000, com o Encontro Inter- podemos esclarecer-nos sobre como nacional de Santiago de Com- proceder à eleição. postella, continua até 2006. Cada Dando seqüência à reflexão sobre ano é preparado com bastante an- o tema sexualidade e abnegação, Cida tecedência pela ERI e seu Cole- e Raimundo falam de amor aberto à giado Internacional. As grandes li- vida, a fecundidade do casal. nhas apresentadas pela ERI foram Um artigo, relacionando Eucarisestudadas pela Equipe da Super- tia e Matrimônio, lembra o ano esRegião Brasil e trazidas à realida- pecialmente dedicado à Eucaristia. de brasileira no Colegiado Nacio- No SOS Farru1ia, um serviço de canal congregado em Itaici, nos dias sais para casais, testemunhos de 26 a 28 de agosto último. Deste responsabilidade missionária, tema encontro, Graça e Roberto apre- também proposto pelo Pe. Geraldo sentam o tema e o lema das refle- à meditação na reunião de equipe xões e da vivência equipista no pró- neste mês das missões. ximo ano. Destacamos, em reseDia da Criança, dia de repensar nha, os principais pontos a serem a educação em família, de escutar vivenciados em 2006, os quais se- o anseio de vida dos nascituros, ourão aprofundados nos encontros vindo a orientação de nossos bispos. provinciais e nos EACRE. A sim, Virgem Mãe Aparecida, conserchegarão mais detalhados às equi- vai vosso olhar sobre os brasileiros, pes, através dos respectivos Ca- em especial os necessitados e os sais Responsáveis de Equipe. Ilu- equipistas a vós consagrados. minados pelo Espírito Santo, todos A todos boa leitura. possam viver esse espírito de uniCom carinho! dade e serviço prestado à comunidade inteira das Equipes de NosGraciete e Avelino Gambim sa Senhora. O conhecimento desEquipe da Carta Mensal


RESPONSABlllDADE Caríssimos casais e conselheiros! Deus fala e se revela através de pessoas escolhidas e tiradas do meio do próprio povo (cf Ez 2, 25). A missão de falar em nome de alguém exige absoluta fidelidade àquele que se representa. O escolhido é humano e marcado pela fraqueza como todos. Estamos às vésperas da escolha do CRE. Temos que escolher o casal que assumirá a responsabilidade pela vida da Equipe. Preparemo-nos para esse momento. Em primeiro lugar, reavivando a fé e a convicção de que a escolha vem do alto. Por isso acolhemos com fé e alegria o casal eleito. Em segundo lugar, ajudando-o a desempenhar a missão com generosidade. Responsabilidade na eleição e co-responsabilidade no exercício da missão. Maria, quando chamada à missão e dignidade de mãe, sentiu sua pequenez; após aceitar o chamado mostrou-se generosa e corajosa. Deus servese de instrumentos pequenos e simples para fazer-se presente; usa o que é frágil para as grandes obras. "Sabe trabalhar com instrumentos insuficientes" (Papa). A palavra "responsável" amedronta. O temor assalta os chamados à responsabilidade; é bom sinal, porque revela consciência de responsabilidade, mas também revela imperfeição. É preciso superar o temor para exercê-la de forma amadurecida. 2

O temor é vencido acolhendo a chamada vinda da boca de Deus. Maria teve medo ao escutar o Anjo. "Não tenhas medo, disse o Anjo, pois achaste graça diante de Deus". Ao escolhido Deus repete: "Achaste graça diante de mim". Os casais são portadores do chamado divino. O Sim é fruto da fusão de dois elementos: o divino, a graça de Deus e o humano, a disponibilidade do escolhido que colocará a boa vontade e os talentos à disposição da graça. A graça é a semente, o casal responsável é o semeador, a equipe é o terreno. Conjugue, misture e amasse o seu esforço com a graça de Deus e sua equipe será uma vinha florida, verdadeira Igreja, reunida em nome de Cristo para orar, escutar a Palavra e partilhar a vida e o pão ao redor da Mesa da Fraternidade, onde formamos um só corpo e um só coração. A graça, como o fermento, mostra sua força na massa que a acolhe e se deixa invadir por ela. A graça é luz. A luz de cada um é sinal da fecundidade da graça, e juntos como equipe formam um belo lustre. Para a equipe, o Sim é fonte de alegria e paz, sinal de esperança, ponto de unidade e solidariedade. Um Sim é uma bênção de Deus para a equipe. Não negue esta bênção à equipe que tu amas e que te ama! Pe. Frei Avelino Pértile SCE/SR, Brasil CM 403


CASAl, CHAMADO A CONTEMPlARA FACE DE CRISTO Queridos e amados irmãos: Acabamos de retomar do Encontro do Colegiado Nacional. A nossa alegria é imensa. O Encontro do Colegiado Nacional é de fato um momento forte da presença viva de Deus e do acolhimento a Seus filhos. É uma experiência que nasce da partilha da vida trinitária presente nos inúmeros atos que compõem o evento, formando uma rede de relações comunitárias que só o amor de Deus pode construir. As "Orientações para 2006" foram propostas aos membros do Colegiado Nacional num ambiente de profunda amizade e de abertura à ação do Espírito. Nesta edição da Carta, enfatizaremos o tema e o para rememorar, citamos os temas lema dessas orientações por consti- de reflexão dos últimos anos: "Ser tuírem o suporte básico para a com- pessoa; Ser casal; Ser casal missiopreensão da caminhada a ser reali- nário; e, Missão do casal, fruto da zada no próximo ano equipista. Em espiritualidade conjugal". Em 2005, publicação futura, retomaremos a o nosso esforço de reflexão foi temática para tratar dos objetivos e direcionado à "Sexualidade e abneações a realizar. gação, caminho do amor conjugal". A ERI propôs para o próximo É impossível preparar um Enconano o tema, "Quem dizem os ho- tro do Colegiado Nacional, ou mesmens que eu sou?" (Me 8, 27), ten- mo refletir sobre ele, sem considerar do em vista a preparação para o a influência da história de vida de Encontro de Lourdes. A prioridade cada um dos seus membros na cade reflexão oriunda de Santiago de minhada do Movimento e vice-verCompostela "Ser casal cristão sa. Como não levar em conta as alehoje na Igreja e no mundo" ainda grias, a disponibilidade, o devotabalizará em 2006 as reflexões que mento, a vida de oração, os frutos de realizaremos na certeza-esperança santidade que Deus oferece ao Mode que Deus sempre nos oferece vimento através do Colegiado. gratuitamente os dons necessários Temos consciência da escolha para iluminar o nosso caminhar. Só pessoal e gratuita da parte de Deus, CM403

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que quis contar especificamente com esses casais e sacerdotes para realizar um serviço. Cremos profundamente na unção que lhes foi dada para o exercício da responsabilidade. Só a graça permite que os casais responsáveis e sacerdotes levem no coração o tesouro da Unidade e só ela também os auxilia a aplicar os dons recebidos na animação da caminhada, a exemplo dos servos bons e fiéis da Parábola dos Talentos, depois convidados a regozijarem-se com o seu senhor (CfMt 25, 14-30). Regozijemos-nos com o nosso Deus, manifestando a nossa gratidão pelas "maravilhas" que Ele fez e faz em nossas vidas, pela Sua generosidade em nos confiar um carisma que nos orienta para a santidade conjugal e por nos permitir colher, já neste ano, os frutos da "vida nova" através da reflexão "Sexualidade e abnegação".

Jesus Cristo é sempre a resposta O relato da história singela de um senhor de meia idade, recém convertido, que entra tardiamente numa universidade, nos ajudará a perceber a alegria interior e o júbilo íntimo presentes num coração conquistado por Cristo. Num determinado dia, antes de sair para aproveitar o intervalo da aulas , ele resolveu escrever no quadro a seguinte frase: Jesus é

a resposta. Ao retornar, percebeu que abaixo da sua frase estava escrita uma outra. Será? Mas, qual é a pergunta? 4

Esse senhor foi para casa intrigado e reflexivo. Naquela noite, ele não dormiu bem. Pensou, pensou ... Orou durante dias, até que num determinado dia veio-lhe à mente a solução. No dia seguinte, altivo, vibrante, no primeiro intervalo de aulas, foi ao quadro e escreveu: Qualquer que seja a pergunta, Jesus é a resposta! E sai da aula para curtir alegremente o seu intervalo. Essa história singela destaca a alegria interior e o júbilo íntimo presentes num coração conquistado por Cristo. Apresenta uma tomada de posição. Mostra-nos uma resposta engajada nas circunstâncias da vida, decorrente da fé que o encontro com Cristo provoca.

Tema e lema A temática proposta pela ERI, vislumbrando a preparação para o Encontro Internacional de Lourdes, lança-nos, em casal, "À descoberta do Cristo", na certeza-esperança de que o Seu olhar amoroso sempre suscita nas almas que O acolhem um dinamismo novo, pois Ele cria santidade e comunica vida divina. A proposta fundamenta-se no espírito da Carta Apostólica Novo Millennio lneunte, que impulsiona a Igreja para "águas mais profundas" (Duc in a/tum), tendo Cristo como fonte inspiradora para o caminho. A esse respeito, o saudoso Papa João Paulo II manifesta que "não se trata de inventar um 'programa novo', pois o programa já existe expresso no Evangelho e na Tradição viva". Toda a vida cristã CM 403


concentra-se no Cristo que devemos conhecer, amar e aderir para nele viver a vida trinitária e com Ele transformar a história.' Vivemos no Brasil essa experiência em nossas dioceses, paróquias e mesmo no Movimento, através do projeto Queremos ver Jesus, proposto pela CNBB, que vige desde 2004. O cerne da busca desejada tem como ponto de partida a pergunta feita pelo próprio Cristo aos apóstolos há dois mil anos e, hoje, dirigida a todos os batizados: Quem dizem os homens que eu sou? (Me 8, 27) À primeira vista, estamos diante de uma questão simples. Bastaria perguntarmos à nossa volta e teríamos nas mãos o que as pessoas pensam hoje a respeito de Jesus. Entretanto, muitos sequer O conhecem. Outros tantos não têm interesse ai-

gum em conhecê-Lo. Lembramos aqui palavras do Mons. Fleischmann, em artigo recentemente publicado na Carta Mensal: "muitos contemporâneos nossos não sentem necessidade de serem salvos ... e não esperam receber um outro, mesmo que este outro seja Deus". 2 Sabemos também que poucas pessoas expressam a sua verdade interior e, mesmo entre nós, cristãos, não são muitos os que confessam abertamente a sua adesão a Jesus Cristo. Sentimo-nos constrangidos, quase que sufocados, face ao secularismo que nos cerca e pressiona. Por isso, Cristo nos interpela ainda de uma forma mais instigante e radical. Ele quer saber de nós, da mesma forma que quis saber dos apóstolos, qual é a nossa posição pessoal diante do secularismo: E vós quem dizeis que eu sou? (Mt 16, 15) Vivemos numa época em que se fala pouco de Deus, diz-nos o Pe. Caffarel. Fala-se pouco porque pouco se conhece dEle e só poderá falar bem de Deus quem O ama profundamente.3 Por isso, necessitamos tomar consciência da fé. Dela não podemos nem devemos fugir, se quisermos viver a nossa identidade de seres humanos e de pessoas que crêem. Cristo quer ouvir a nossa resposta, a resposta de cada casal. "Para vós ca-

sais, quem eu souT' "Quem sou Eu na vossa vida conjugal?" Só a fé nos permitirá reconhecer, como Pedro, que Jesus é "o Cristo, o Filho de Deus vivo!" (Mt 16, 16). Preparemo-nos para acolher a oferta de vida que vem de Deus, deixanCM403

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do o Espírito falar em nós. " ... Não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus" (Mt 16,17). A fé constitui o primeiro passo para chegarmos a Jesus e a viver o seu mistério. O lema proposto pela Equipe da Super-Região para animar essa busca não poderia ser mais significativo e desafiante: Casãl, amado a contemplar a face de Cristo. Este chamado está profundamente impregnado do espírito de oração que caracterizou a vida do Pe. Caffarel. É impossível progredir no amor de Deus sem uma busca perseverante da Sua face, alerta-nos. Também não podemos contemplá-la como quem contempla um quadro. Não há distância entre nós e o Deus que contemplamos. Ele habita o coração do nosso ser e é aí, no mais íntimo da alma, que poderemos experimentar a Sua presença, o Seu amor e a Sua luz. 4 Este será o desafio para 2006.

Cristo nos convoca à comunhão e a quebrarmos o silêncio. É necessário aprendermos a falar bem de Deus. O apelo Casal, chamado a contemplar a face de Cristo é o ponto de partida para nos abrirmos maravilhados ao conhecimento do inconcebível amor humano e divino que o convívio íntimo com Cristo proporciona.

Graça e Roberto CR Super-Região Brasil Notas bibliográficas deste texto I. JOÃO PAULO II. Novo Millennio Jneunte . 4" Ed. Paulinas, São Paulo, 2001. P. 44 2. FLEISCHMANN, François. Como Cristo é o nosso SalvaiUJr? ln: Carta Mensal 0° 397, fev/ mar 2005. Nova Bandeira. São Paulo - Brasil. P. 6. 3. CAFFAREL, Henry. Presença de Deus: cem cartas de oração. Loyola, São Paulo, 1976. P. 162. 4.

Idem ibidem. P.l2

.. .. .. ........ .... . .. . . ... . ... .. .. ... . . . Palavra do Provincial

UM AMOR ABERTO À VlDA "Sede fecundos, multiplicaivos, enchei a terra e submeteia; (Gn 1, 28). Eis a orientação do Criador a todo homem que, seguindo sua vocação, "deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e se tornam uma só carne " (Gn 1, 24). O desejo de Deus com esta exortação é envolver o casal no seu 6

projeto de amor, dando-lhes o poder de realizar a nobre missão de povoar a terra. Ou seja, aos casais Ele confiou seu dom mais precioso: a vida de novos seres humanos. Assim, pai e mãe contribuem para a transmissão de nova imagem e semelhança de Deus. Na celebração do matrimônio, CM403


pergunta-se ao homem e à mulher se estão dispostos a receber com amor os filhos que Deus lhes confiar, educando-os na lei de Cristo. Esta é uma pergunta que direciona para a fecundidade, porque os filhos representam o prolongamento da comunhão e do amor conjugal maduro e abnegado, conseqüência de uma sexualidade humana e cristã. No exercício de sua vocação, o casal é chamado a vivenciar um amor total, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas; um amor singularmente humano, "de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem a sua perfeição humana"; um amor fiel e exclusivo, até a morte; e um amor fecundo "que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas v idas" (H umanae Vitae, 9). Os filhos são, pois, a expressão maior da fecundidade do casal, ou seja, o fruto de um amor que não se fecha em si, mas se abre como o fluxo de amor da comunidade trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo ou Jesus, Maria e José ou pai, mãe e filho. Por isso, a fanu1ia é denominada "santuário de vida" (documento de Santo Domingo). Segundo Frei Antônio Moser, uma conclusão a que se chega acerca da teologia do matrimônio, centrada na procriação, é muito unilateral. Na realidade, deve-se atentar para a fecundidade dos esposos; porque, antes de gerar filhos, é preciso que eles se gerem CM403

como casal, no sentido de crescerem juntos, descobrindo-se, ajudando-se mutuamente, confrontando-se, caminhando de mãos dadas para a realização de seus sonhos e planos. Só assim eles se abrem para a vida. Trata-se de um amor unitivo e procriativo, como traduz a encíclica Humanae Vitae. Outra conclusão é a de que "o casal verdadeiramente fecundo vê nos filhos um dom de Deus e uma manifestação viva de seu amor". Além desses sentidos do que seja "ser fecundo", vamos um pouco mais longe. Como casais, somos fecundos sempre que levamos vida a outras pessoas, fazemos renascer a esperança em corações despedaçados, somos sinal da presença do Pai Misericordioso da pará7


bola O Filho Pródigo, um lugar de encontro com Deus. Dessa forma, o amor do casal deve gerar vida onde quer que ele esteja: em casa, no trabalho, na equipe, na Igreja, no lazer; deve gerar uma fecundidade humano-espiritual. Certa vez um sacerdote, durante a celebração de um matrimônio, dizia o seguinte: todo casal, quando decide unir suas vidas, inicia o processo de construção de sua história. Com o material de que dispõe, ele pode construir o que quiser: alguns casais, a fim de não fazerem muito esforço, vão levantando, aos poucos, apenas um muro; é divertido, cada um de um lado diferente, olhando-se, beijando-se, chegará o dia, porém, em que não mais se verão; o muro os separará e cada um seguirá seu caminho, pois aprenderam a viver sem partilhar suas vidas; outros, querendo viver só para si, têm medo do que possa atrapalhar sua vida de amor, decidem construir sua casa, levantando só paredes, sem abertura, até ficarem completamente isolados do mundo; estes tenderão a morrer por falta de alimento, de ar, de luz, de amigos ... Um terceiro grupo de casais, de posse do seu material de construção, decide construir uma grande casa rodeada de janelas e portas; eles querem partilhar sua história com a comunidade, parentes, amigos, vizinhos; eles querem dar e receber. A partir dessa ilustração podemos concluir que "o casal não é fecundo porque gera filhos e filhas, e sim, na medida em que se ama; e em se amando apresenta espírito de 8

acolhida para a vida" (Moser). Acolher a vida, para nós casais equipistas, é também assumir uma paternidade e maternidade espiritual. O nosso amor fecundo espiritual é desafiado constantemente pelas urgências que se nos apresentam. Quantos casais e famílias choram por um alento, uma orientação, uma escuta ! Quantos recém-casados e noivos carecem de nossas orientações de agentes de pastoral para bem viverem seu casamento! Por isso, ousamos parafrasear o saudoso Papa João Paulo II, afirmando que a nenhum casal das Equipes de Nossa Senhora é permitido guardar só para si as graças e os frutos maravilhosos da vida matrimonial, nem pensar unicamente em seu bem-estar. .. E, nessa linha de pensamento, que tal relembrar o terceiro aspecto do carisma fundador? A missão das ENS, as quais têm uma vocação: ajudar os casais a se santificarem. Mas têm também uma missão na Igreja (Pe. Caffarel) e no Movimento. Sob esse ponto de vista, endo mais enfáticos, "a ninguém é permitido ser estéril". Ser fecundo, por conseguinte, não é fechar-se em si, mas é viver o amor e a abnegação dentro e fora do casamento. Que, como Maria, a mulher fecunda por excelência, digamos sim à vida, abrindo-nos e aceitando o desejo do nosso Pai.

Cida e Raimundo CR Província Nordeste CM403


A ADEllDADE Um dos aspectos mais valorizados, quando se fala em casamento nos dias de hoje, sem dúvida, é o que se refere à fidelidade, focando esta a visão de fidelidade como apenas a não existência de relação afetiva e sexual com outra pessoa que não o cônjuge. Este é o aspecto que mais sobressai, inclusive sendo alvo da maioria das piadas e histórias sobre o casamento. Achamos, porém, que fidelidade no casamento vai muito além da fidelidade de corpos, avançando em outras direções, como a fidelidade de coração e mente, ou seja, "delidade afetiva, emocional e espiritual. A fidelidade dos corpos talvez seja até a mais fácil de ser atingida e mantida no casamento. O que percebemos na meditação do assunto do tema de estudos é que nossos esforços estão mais centrados na busca da fidelidade de vida. Nesta nos reconhecemos a caminho. Fidelidade de vida, como entendemos, significa a busca constante daquilo que faz a realização e felicidade do outro. Aí entramos nas pequenas coisas do dia a dia, às vezes detalhes quase despercebidos, mas cheios de significado e importância. É o dom da vida para o outro, é a renúncia da comodidade própria em favor do outro. É o café na cama que o outro adora, é a compra da comida predileta do outro, é o passeio que o outro gostaria de fazer, é a preocupação com a saúde do outro, ou seja, é colocar o cônjuge como o destinatário do que fazemos e pensamos a cada momento. Achamos que estamos na caminhada porque não é uma conquista definitiva. A fidelidade nessas atitudes tem que ser conquistada a cada dia, vencendo o egoísmo e a tendência à acomodação, consoante as palavras que o poema coloca na boca de Deus: Como se um dia eles se casassem ... Como se bastasse darem-se uma só vez, uma vez por todas; Como se eu mesmo tivesse feito o mundo em um só dia; Como se não fosse preciso, a todo o custo, por simples bom senso, casar-se todos os dias que eu faço ... Duas metades tem tanto a casar!. .. Descobrimos que a fidelidade deve ser buscada e vivida como um caminho para a felicidade e realização do casal, porque a fidelidade é condição inerente a quem ama - "amor e fidelidade andam de mãos dadas". (Reflexão sobre O que Deus uniu o homem não separe- unidos para sempre: a fidelidade) Cleide e Osvaldo, Eq. N. S. de Guadalupe - Setor D , Porto Alegre/RS CM403

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ADEllDADE CONJUGAL Como equipistas, somos chamados a testemunhar nossa fidelidade conjugal. Esta missão começa no dia-a-dia, sendo fiéis um para com o outro, em cumprimento à livre opção que por amor fizemos, informalmente, por ocasião do noivado e, de modo sacramental, no dia do nosso casamento. iluminados pela fidelidade divina e tendo Cristo como parâmetro e guia, procuramos construir cotidianamente, com firmeza e energia, gestos concretos para solidificar esta opção, alicerçados no amor, no diálogo, na compreensão e no perdão, visando sempre ao crescimento de nossa espiritualidade conjugal. Desta forma, poderemos servir de referência para nossa ftlba e nosso genro. Se não formos capazes de testemunhar fidelidade mútua, como casal, será impossível testemunhá-la em qualquer lugar, como na família, no trabalho, no lazer e na comunidade.

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Vivemos numa sociedade que desencoraja a fidelidade conjugal. Como casal fiel, somos chamados a ser sinal de alegria e felicidade, mesmo inseridos nesse contexto. Conseguiremos isso tomando consciência de que, ao pronunciarmos o "SIM" no dia do casamento, não só nos doamos totalmente um ao outro, como juramos fidelidade para sempre. A mútua fidelidade permite-nos dialogar abertamente um com o outro, escutar, ser escutado, perdoar sem limites, partilhar alegrias, dores, vitórias, derrotas, tomar decisões conjuntas para construir ou recompor projetos de vida e, por fim, torna-nos sinal da fidelidade de Deus à sua Aliança e de Cristo à sua Igreja. Por isso, estamos felizes pelo juramento que fizemos e procuramos cumpri-lo, agradecemos a Deus por este privilégio e queremos ser sinal e testemunho, com alegria e sem medo, desta experiência em meio a

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uma cultura extremamente antagônica a qualquer tipo de fidelidade. O contato freqüente com as ENS está contribuindo muito para nossa fidelidade, apontando-nos novos valores e um sentido mais amplo e profundo desta prática. Os testemunhos que recebemos dos equipistas, pessoais ou através da Carta Mensal, nos levam a refletir e avaliar nossa vivência da opção de fidelidade e a tomarmos atitudes inovadoras, revisando princípios, trocando conceitos, descobrindo novos caminhos e aumentando sensivelmente nossa consciência da fidelidade em nossa vida conjugal. Verdadeiramente as ENS nos levam a constantes descobertas das inesgotáveis riquezas do sacramento matrimonial e da profundidade da comunhão do casal. Ao celebrarmos o sacramento do Matrimônio, por um ato de vontade livre e consciente, constituímos entre nós uma íntima comunidade de vida, doando-nos, mútua e definitivamente, um ao outro, para vivermos uma aliança de amor fiel e fecundo, como se fôssemos uma só pessoa na maneira de ser, pensar, agir e amar. No momento em que pronunciamos nosso "SIM", jurando um ao outro amor eterno, implicitamente também juramos eterna fidelidade, pois amor e fidelidade andam sempre juntos. Por isso, no manancial inesgotável de graças, cuja fonte é Jesus Cristo, colocadas à nossa disposição no dia do casamento, também estão incluídas aquelas necessárias para mantermos e reconstruirmos, no dia-a-dia de nossa vida, a fidelidade que assumimos. CM403

Ao celebrarmos o sacramento do Matrimônio, constituímos uma íntima comunidade de vida, doando-nos definitivamente um ao outro, para viver uma aliança fiel e ferunda.

Pelo sacramento matrimonial, Cristo vem ao nosso encontro, fica conosco, concede-nos as forças necessárias, principalmente pela Eucaristia, para que conservemos a fidelidade cotidiana e para que carreguemos o fardo um do outro, em todas as atitudes e circunstâncias de nossa vida. O Sacramento do Matrimônio é, em suma, a rocha sobre a qual construímos a nossa fidelidade conjugal e a Eucaristia o alimento para que a conservemos ao longo de nossa existência.

(Reflexão do casal partilhada sobre o cap. 5 de Homem e Mulher Ele os Criou)

Armélia e Hermínio (em pilotagem) Eq. N. S. das Graças - Setor E Porto A legre/RS 11


ESCOLHA DO CASAl RESPONSÁVEl DE EQUIPE Todo ser humano é dom, graça divina, e quando nos descobrimos como dom, damo-nos conta de que temos uma missão, uma tarefa neste mundo e nesta história. Está se aproximando o momento de escolhermos o novo CRE para o exercício de 2006. Para uma escolha acertada, é importante que todos os casais orem ao Espírito Santo, pedindo sua intercessão tanto para decidir qual casal escolher, quanto para colocar-se à disposição no caso de ser o casal escolhido pela equipe. Para nos prepararmos no espírito de responsabilidade, lembremo-no da parábola do Evangelho: "O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha" (Mt 20,1 ). A imensa vinha do Senhor é o mundo inteiro e nós todos somos responsáveis pela construção do seu Reino. Vez por outra, assim como na parábola, Deus nos chama nominalmente atravé dos irmãos equipistas, para assumirmos mais de perto esta responsabilidade. O Casal escolhido deve sentirse chamado por Deus, para amar "mais": Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja. Vamos encarar esse chamado à responsabilidade como uma oportunidade de conversão, na medida em que somos convidados a nos conhe12

cermos verdadeiramente, a estarmos constantemente atento à sua Vontade, a desenvolvermo e fortificarmos as capacidades que nos ajudam a ir ao encontro da comunhão com o outro: a escutarmos os outros e a aprendermos com eles; a nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e a deixarmos brotar, sem medo, a fonte que existe em nós. Dar o nosso "Sim" para a equipe, sem vacilações e com entusiasmo, é de certa forma mostrar a Deus nossa gratidão por sua bondade em nos distinguir com este convite para o amor. E é claro que nunca nos sentiremos prontos para o serviço. Se, porém, nos abandonarmos à ação do Espírito Santo, o Senhor se manifestará, fazendo crescer em nós os "dons" que nos confiou - cada casal tem os seus e que serão aqueles que nos serão necessários no momento certo, para o nível de responsabilidade que será o nosso. "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos" (Ap. 3,20). O que devemos observar na eleição do novo CRE: a) Procurar sempre o bem da equiCM403


b)

c) d)

e)

pe, escolhendo o casal que naquele ano tem melhores condições de exercer esse serviço. Preparar-se com orações ao Espírito Santo, deixando de lado as preferências pessoais. A escolha não deve seguir o critério do rodízio ou do sorteio. Escolher o casal mais apto do ponto de vista espiritual e humano. O voto é secreto e individual, não do casal. A apuração é confiada ao SCE. Cada membro da equipe precisa discernir que casal está mais disponível naquele momento da caminhada, de modo a contribuir para o crescimento comunitário da equipe, devendo aco-

lher-se com alegria o voluntariado daqueles que se julgarem em boas condições. f) Nesse discernimento, é preciso considerar valores como: coerência entre fé e vida, formação cristã e equipista, apostolado, boa comunicação, amor e entusiasmo pelo Movimento. (ENS - O Casal Responsável de Equipe. Pág. 13 e 14). "Amar-te a ti, Senhor, em todas as coisas e a todas as coisas e a todos em ti. Em tudo amar e servir"

Avani e Carlos Eq. N. S. do Rosário - Setor E Porto Alegre/RS

AS GRAÇAS DEU~ SESSAO DE FORMAÇAO Gostaríamos de partilhar com os irmãos algumas riquezas proporcionadas pela Sessão de Formação Nível I, da qual participamos, em Florianópolis, nos dias 5 a 7 de agosto. Em nosso grupo refletimos sobre espiritualidade conjugal. Compreendemos que a espiritualidade é fundamental, pois o casal não consegue se manter sem a presença de Deus. Os cônjuges sozinhos são incapazes de sustentar o amor na medida de suas necessidades ao longo da caminhada da vida. É importante buscar a vivência da CM403

espiritualidade também individualmente, para viabilizá-la na vida de casal. A espiritualidade individual é uma exigência da espiritualidade conjugal, pois ambos os cônjuges, embora dois numa só carne, continuam sendo duas pessoas. E quando um dos dois fraquejar e passar por dificuldades, o outro estará a seu lado, forte e capaz para o levantar, motivar e puxar. Percebemos que não devemos esperar surgir as dificuldades para buscar a Deus e vivê-lo, através da oração, da escuta, e do seu segui13


mento de Cristo em ações. Se nos deixarmos dominar pela auto-suficiência, não estaremos dando espaço para a graça de Deus atuar em nós. Se é como casal que somos a imagem de Deus, precisamos querer sempre a plena realização de ambos, mesmo quando apenas um esteja assumindo determinadas tarefas ou responsabilidades, tanto a nível profissional como familiar, mesmo quando apenas um esteja motivado e capaz de exercer com maior vigor as atitudes em prol da espiritualidade individual e do casal.

A espiritualidade individual é uma exigência da espiritualidade conjugal, pois ambos os cônjuges, embora dois numa só carne, continuam sendo duas pessoas. E Cf1Aando um dos dois fra'flAejar e passar por dificuldades, o ot.rtro estará a seu lado, para o levantar e motivar.

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Cm humildade, não vamos nos omitir de assumir gestos em prol da propagação da espiritualidade conjugal em nossos ambientes (casa, trabalho, ENS, Comunidade, Igreja), de preferência com o nosso testemunho e exemplo. Entendemos que é preciso estar atentos para as coisas simples da vida que Deus nos oferece, transformando-as em meios de felicidade e vivência de uma espiritualidade que nos leve à santidade; Que é preciso, a cada dia, ter as atitudes como se ainda tivéssemos que conquistar o nosso cônjuge, tanto mais quanto há mais tempo formos casados. Sejamos capazes dos gestos simples do carinho diário, da entrega de uma flor, de um bilhetinho amoroso. Numa relação harmoniosa e que sinceramente busca a felicidade do outro, consegue-se o clima favorável ao amor e à graça de Deus em nossas vidas. Percebamos nossa responsabilidade como equipistas, pelo muito que temos recebido ao partilharmos da convivência de casais generosos, tanto por nos ajudarem como por se deixarem ajudar. Ao repartir essas maravilhas, já estaremos divulgando e testemunhando a espiritualidade que estamos procurando viver, tornando-nos capazes de buscar e encontrar a felicidade como casal e como família. Nada disso acontece, porém, sem que nos esforcemos sempre mais par ter a presença de Deus em nossos lares.

Maria Em flia e Vensel Eq. 13 - N. S. Rainha da Paz Setor A - Florianópolis/SC CM403


ENCONTRO DO COLEGlADO NAClONAl (Resenha)

ACOLHIDA Itaici, 26 de agosto de 2005. A Casa Estanislau Kotska, que dias antes abrigara os bispos para reflexão dos rumos da Igreja no Brasil, está preparada para acolher o Colegiado Nacional das Equipes de Nossa Senhora para preparar o ano equipista de 2006. Quem chegou antes recebe com abraços e sorrisos os irmãos que vão chegando, de perto e de longe, alguns pela primeira vez. No ambiente, a alegria do encontro, a expectativa, a confiança ... À noite, a Equipe da Super-Região se apresenta e, em seguida, numa dinâmica bem conduzida, todos os participantes, estampando as cores das províncias, formam um grande elo, simbolizando a unidade do Movimento no Brasil. Está aberto o Encontro do Colegiado Nacional de 2005. Graça e Roberto, Casal Responsável pela Super-Região Brasil, anunciam os grandes temas e objetivos desse encontro, que, além das palestras sobre assuntos específicos, deCM403

veria ser a celebração da comunhão, pela convivência fraterna dos presentes, pela ajuda mútua nos trabalhos em grupo e, como ápice, pelas celebrações eucarísticas. E foi. Ao apresentar o roteiro das atividades dos três dias, informam que Dona Nancy Cajado Moncau, fundadora do Movimento no Brasil, por motivo de saúde, não se fará presente, acrescentando que ela desejou a todos um

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feliz encontro. Dona Nancy, carinhosamente, teria avisado a eles que já é hora de "cortar o cordão umbilical" ( ou seja, o Movimento no Brasil já deve caminhar sem a sua tutela de mãe). A seguir, apresentaram o novo Casal Responsável pela Província Centro-Oeste e os nove casais regionais novos bem como os seus respectivos sacerdotes conselheiros espirituais e também aqueles sacerdotes que pela primeira vez participavam do Encontro. Em nome do Movimento, agradeceram a disponibilidade de serviço e espírito de doação docasal Rita e José Adolfo, por cinco anos à frente da referida Província. Estes foram o Casal Animador do Encontro, zelando pelo bom andamento dos trabalhos e promovendo alegres dinâmicas nos momentos de descontração.

POSSE Durante a celebração da Eucaristia que se seguiu à sessão de abertura, os novos casais responsáveis professaram compromisso formal e foram empossados pelo Casal Responsável da Super-Região, com a bênção sobre eles invocada pelo Pe. Frei Avelino Pertile, SCE/SR. •

Na Província Centro-Oeste, tomou posse o novo Casal Provincial, Nilza e Nivaldo, de Campo Grande/MS. O Sacerdote Conselheiro Espiritual é o Pe. Geraldo Grendene. Na Província Norte, foi empossado o casal Fátima e Canejo como Casal Responsável pela Região

Norte II. Seu Sacerdote Conselheiro Espiritual é o Pe. Wagner Fernandes Marques da Silva. • Na Província Nordeste, tomaram posse, na Região Pernambuco I, o casal Maria de Lourdes e Francisco, tendo Frei José Walden como SCE; na Região Pernambuco II, o casal Miriam e Mário, cujo SCE é Pe. José Tadeu; na Região Paraíba, o casal Lúcia Helena e Marialvo, que tem Pe. Miguel Batista de Moraes Neto como seu SCE; e, como primeiro Casal Responsável pela recém-criada Região Alagoas, Edileusa e Expedito, que elegeram Pe. Pascal Prosper Singaryan como seu SCE. • Na Província Leste, tomaram posse o casal Ieda e Dantas como CRR da Região Rio II, tendo como SCE o Monsenhor Paulo Daher e, na recentemente criada Região Minas IV, o seu primeiro CRR, casal Neuza e Hélio, cujo SCE é Pe. Sebastião Oliveira Silva. • Na Província Sul I, tomou posse o casal Ruth e Luiz Walter como CRR da Região São Paulo Sul I, tendo como SCE o Pe. Julian Quintero. • Na Província Sul II, a Região Norte I tem Maria e Adélcio como novo Casal Regional e seu SCE é o Pe. Edmilson Pereira Alves. Nas preces da comunidade, foram pedidas graças especiai para os empossados e seus sacerdotes conselheiros para que sejam abençoados no exercício da missão assumida. CM403


OsnovosCR (Casais Responsáveis) Província Centro-Oeste: Nilza e Nivaldo

Província Centro-Oeste Pe. Geraldo, SCE e o CR

Província Nordeste: M. de lourdes e Franc1sco (CRR Pernambuco I)

Província Nordeste: Lúcia Helena e Marialvo (CRR Paraíba)

Província Norte: Fátima e Canejo (CRR Norte 11)

Província Nordeste: Miriam

e Mário (CRR Pernambuco 11)

Província Nordeste: Edileuza e Expedito (CRR Alagoas)


Província Leste: Ieda e José Carlos (CRR Rio 11)

Província Leste: Neuza e Hélio (CRR Minas IV)

Província Sul I: Ruth e Luiz Walter (CRR São Paulo Sul I)

Província Sul li: Maria e Adélcio (CRR São Paulo Norte I)

· · · Orientações para 2006 • · · Graça e Roberto, Casal Responsável pela Super-Região, abrindo os trabalhos de sábado, apresentam as Orientações para 2006. No seu artigo à folha 3, eles já nos falaram do grande objetivo das reflexões em 2006: Conhecer Jesus. Disseram também que é preciso assumir com clareza e fé o mistério de Jesus Cristo e saber cada casal harmonizar o seu projeto conjugal com o projeto de Deus. Para aprofundar o conhecimento do mistério de Cristo em nossas vidas, muito contribuirão a oração do rosário meditado e a prática da Via-Sacra. 18

Dessa harmonia, com certeza haverá de ser despertada a consciência missionária do casal, no sentido de difundir a cultura do matrimónio cristão e o valor da Eucaristia para a vida pessoal, do casal e da comunidade. O livro tema preparado pela ERI será instrumento para que redescubramos sempre de novo o Cristo, em nossas reflexões durante o ano, a fim de podermos responder à pergunta: Quem dizem os homens que eu sou ? Ou, o que cada casal diz que é o Cristo para a sua vida e o seu casamento? CM403


Enfatizaram que o estudo faz parte da pedagogia do Movimento. Nas Equipes é necessário estudar, mas é preciso ir além do aprendizado intelectual: É preciso refletir e acrescentar oração à reflexão, só assim o que se aprendeu passará à prática da vida. E esse estudo, essa reflexão e essa oração são feitos em casal e em equipe. É uma busca em comum, como faziam os primeiros casais que foram ao Padre Caffarel. Somente o estudo acompanhado da

reflexão e da oração levará os casais a penetrar profundamente no mistério de Cristo e a identificar-se mais profundamente com a sua pessoa.

• · • Jesus Cristo • • • Frei Avelino, SCFJSR, numa longa palestra, fala com profundidade sobre Jesus Cristo. Inicia lendo trecho do Evangelho de Lucas em que Jesus se apresenta como aquele que veio para dar cumprimento às Escrituras (Is 61, 1-2; Lc 4, 18-21). Aquele foi um momento de graça para os que O escutaram. Todos os momentos da vida são oportunidades oferecidas por Deus para podermos vê-lo e descobrir sua presença. O cristianismo é um acontecimento cujo centro é a pessoa de Jesus Cristo, que pede uma tomada de posição contra ou a favor dele. É um encontro com Ele, com o Espírito Santo e com o Pai. Um encontro que compromete a vida e no qual o homem descobre a sua verdadeira voCM403

cação: tomar-se filho de Deus. Somente os Evangelhos falam de Jesus Cristo com fundamento. Mas é necessário crer, pois "o justo vive da fé" (Rm 1, 7; Gl3, 11). A fé define o nosso relacionamento pessoal com Jesus Cristo, cria convicções profundas sobre quem é Ele, transforma a vida e capacita-a para amar. Jesus Cristo é o centro da fé, da Frei Avelino

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vida e da experiência cristã. Neste mundo indiferente e secularizado, precisamos descobrir as exigências de uma fé mais profunda, mais pessoal e com maior convencimento sobre quem é o Jesus Cristo histórico. Diz, ainda, que é ação do Espírito Santo que se manifesta em Jesus, o Mestre e Senhor (cf Jo 13, 1-15). É o Espírito Santo que dirige a vida do cristão para Cristo, para que seja testemunha de Cristo. "Vós Sereis minhas testemunhas" (At 1,8). Testemunhá-lo significa reconhecê-lo Deus verdadeiro, reconhecimento do seu extraordinário poder, da força que ele comunica aos homens para o crescimento da vida cristã. A pergunta "E vós quem dizeis que eu sou?", que Jesus faz aos Doze, é dirigida a cada pessoa em todos os tempos. Muitos foram os escritos sobre Jesus, mas em cada tempo refletiram a mentalidade da época. Os estudos teológicos são muito importantes para compreender a vida de Jesus, mas o verdadeiro Jesus é encontrado nos Evangelhos, onde ele continua se revelando à Igreja e a cada pessoa como mistério de salvação, só entendido pelos simples, pelos que crêem. Para nós que o conhecemos pela sua doutrina, recebida na farru1ia e na catequese, a pergunta de Jesus continua nos deixando inquietos, porque uma resposta verdadeira é comprometedora: uma resposta consciente e sincera marca o rumo da vida. A resposta verdadeira é profunda, inefável. Conhecer Jesus e defini-lo exige conhecer e definir a própria conduta. O modo como

vivemos é a nossa resposta sobre o que pensamos de Jesus Cristo. Nossa fé não é apenas crer numa doutrina, em conceitos, em programas, sujeitos à livre elaboração e alteração, mas, acima de tudo, é crer muna Pessoa que tem um rosto e um nome: Jesus de Nazaré, imagem do Deus invisível (cf. Redemptor Hominis, 18). A base da fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está no testemunho dos Apóstolos, transmitido através do Novo Testamento, especialmente Evangelhos e Atos dos Apóstolos, fé que a santa mãe Igreja sempre confessou e transmite às gerações futuras, até o fim dos tempos. Frei Avelino, citando os Evangelhos, apresentou as múltiplas virtudes deste homem fascinante, chamado Jesus: sua inteligência, sua humildade, sua autoridade, sua sabedoria, seu olhar, a clareza de suas idéias, o conhecimento que ele tinha da cultura e dos problemas sociais do seu tempo. Sua sensibilidade frente aos problemas das pessoas, sua liberdade e independência no agir. Era um mestre, um irmão, um amigo. O grande problema de hoje é que se aceita Jesus como um grande homem, mas não se quer admitir a sua divindade. Os Evangelhos atestam, porém, que Jesus é Deus. Em várias passagens dos Evangelhos a ação de Jesus é ação de Deus: Ele se coloca acima da Lei de Moisés, se diz Senhor do sábado (o descanso semanal pertence a Deus Criador e Jesus se coloca como o dono desse descanso). Ensina sobre o

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reino de Deus com autoridade própria. O reino de Deus é o seu reino. Dá ordens à natureza, perdoa pecados, faz milagres em seu próprio nome, se diz igual e um com o Pai. Porque Jesus, o Filho de Deus, igual ao Pai, se fez igual a nós, ele é o Caminho para o Pai. Somente Ele é o Caminho, somente Ele é o Salvador. Por isso, para chegar ao Pai é preciso conversão e andar por esse Caminho. Também se referiu à Igreja, nascida do Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição e sustentada pelo Espírito Santo. Quem diz crer em Cristo e não crê no seu Corpo, que é a Igreja, não tem verdadeira fé. "Eu te digo, tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16, 18). O Cristo que queremos conhecer é o Cristo testemunhado e anuncia-

do pela Igreja, porque, a salvação antes de ser vocação pessoal é dom gratuito que gera um povo, a Igreja, a comunhão dos remidos pelo sangue de Cristo. Por isso o próprio Cristo nos adverte: "Atenção, para que ninguém vos engane" (Mt 24, 4). Na Igreja e com a Igreja, Jesus Cristo continua realizando suas promessas. "Eu estarei convosco até o fim do mundo" (Mt 28, 20). Que se fortifiquem em nós a fé simples e o amor verdadeiro, a fim de que se realizem em nós as palavras de Paulo: "tereis condições para compreender com todos os santos, qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para q ue sejais plenificados com toda plenitude de Deus" (Ef3, 14-19). Descobrir o rosto e o coração de Jesus Cristo é a aventura que nos é proposta fazer.

· · · Um esforço m aior · · · As Equipes de Nossa Senhora propõem para os casais equipistas os pontos concretos de esforço como um meio pedagógico para a ascese em busca da santificação. São esforços que, ao entrar para o Movimento, o casal se propõe a fazer. A cada ano o Movimento reforça a compreensão de um ou mais PCE, animando os casais a não arrefecerem nem caírem na rotina, e sim, encontrarem motivos novos para a prática dos esforços concretos. No ano de 2006, a Super-Região CM403

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Brasil estimula os equipistas a um maior encontro pessoal e do casal com Deus, intensificando os esforços para fazer melhor a Escuta da Palavra, a Meditação e o Retiro.

Escu ta àa Palavra Sheila e Francisco, Casal Responsável pela Província Sul I, num flash sobre este PCE, enfatizaram que escutar a Palavra não é simplesmente fazer a leitura de um texto bíblico, nem tampouco refletir sobre o texto ou dele fazer um estu-

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Sheila e Francisco

do. Isso é muito bom, mas não é escutar a Palavra. Fazer Escuta da Palavra exige parar e deixar o coração atento para ouvir o que Deus quer particularmente para a pessoa. E no silêncio interior que Deus fala, só no silêncio é possível escutar o Espírito Santo dizer o que, concretamente, o orante deve fazer naquele dia, naquela situação, a partir da Palavra lida e escutada. Escutar a Palavra é entregar-se de corpo e alma à voz do Espírito e dizer com Maria: "Faça-se em mim segundo a tua Palavra", para que Cristo possa viver em nós.

Meditação A partir da pergunta "qual a real importância que damos à oração em nossa vida?", Eunice e Milton, Casal Secretáriotresoureiro, conduziram uma reflexão sobre meditação. Com exemplos da história e da Bíblia, mostraram a importância da oração para a vida pessoal e também para a história de um povo. Citando Pe. Caffarel, apresentam Jesus como alguém que passava noites inteiras em oração, num diálogo familiar com o Pai, o que fazia principalmente antes de tomar

alguma decisão mais importante. A oração de Jesus é manancial de toda a oração cristã. Continuando ainda com as orientações do Pe. Caffarel, ensinam que para rezar é preciso fazer um esforço leal e corajoso para purificar o coração, ouvir o Senhor que nos fala através da Bíblia Sagrada e meditar. Para encontrar Deus não basta escutá-Lo, é preciso responder-lhe, abrindo e entregando à sua Palavra o mais íntimo do nosso ser. A meditação é o colóquio do homem com Deus. É escutar o Senhor que nos fala através da Sua Palavra e responder-lhe, abrindo o nosso coração e entregando o mais íntimo do nosso ser. "Não sabíeis que sois o

templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (lCor 3, 16). Acolhido pelo Deus que está dentro de nós, perguntamos: Senhor, o que queres de nós? Mas para isso é preciso que nós mesmos entremos dentro de nós, dando livremente um tempo para a meditação, em local e horário adequados e, acima de tudo, sendo autênticos conosco mesmos, com humildade do filho pequeno que deseja se encontrar com o Pai.


Concluem desejando que todos possam, contemplando a face de Cristo, responder-lhe a pergunta: E vós, quem dizeis que eu sou?

Retiro Cida e Raimundo, CR da Província Nordeste, fizeram uma reflexão sobre o PCE Retiro. Nós somos pessoas humanas, corpo e espírito. Se como corpo precisamos de descanso, como espírito necessitamos que o nosso corpo faça silêncio para entrarmos em nosso interior e encontrarmo-nos conosco mesmos, para então buscar Deus. É preciso que nos retiremos da vida agitada, a fim de nos encontrarmos com Deus de uma maneira mais intensa! Citando vários documentos, ocasal alertou para que as orientações do Movimento sejam cumpridas. Nesse sentido, frizaram a importância da participação de todos no retiro anual, um retiro "fechado", com pelo menos 48 horas. São inegáveis as dificuldades em relação a espaço, disponibilidade e finanças, mas é necessário o esforço, é necessário dar prioridade à vida espiritual. Neste ano, o tema do retiro deve coincidir com a temática das reflexões: Conhecer Jesus Cristo, saber responder à sua pergunta: E vós quem dizeis que eu sou? (Me 8, 27). O retiro é um lugar propício para realizar este encontro com Jesus, para conhecê-lo e, através do silêncio e da oração, poder contemplálo, vivendo o lema do ano que é Casal chamado a contemplar a face de Cristo. CM 403

Cida e Raimundo insistiram nesse ponto: o Movimento pede um retiro em clima de silêncio. Por isso, não são admissíveis trabalhos de grupo, dinâmicas etc, ótimos para encontros de formação e de estudo, mas inadequados para retiros, pois não conduzem ao silêncio interior. É preciso calar, esvaziar-se, para poder "beber" a presença do Pai. E preciso abrir os ouvidos apenas para a voz interior. A cada novo retiro, aperfeiçoamos mais nossa prática de oração. E, de volta ao mundo, à planície, experimentamos integrar ao nosso cotidiano o que aprendemos. Como diz Thomas Merton: "Deixe-me procurar o dom do silêncio ... onde tudo que toco vira oração ... onde o céu é minha oração, os pássaros são minha oração, o vento nas árvores é minha oração, pois Deus é tudo em tudo". Precisamos encontrar Deus em todos os momentos da nossa vida e o retiro nos ajuda a que isso aconteça naturalmente. Afinal, o silêncio do retiro toma mais fácil o encontro profundo e íntimo com o Senhor. Pouco a pouco, essa profunda intimidade com Ele passa a fazer parte da nossa vida. 23


O Casal Responsável de Setor O Manual do Casal Responsável de Setor, elaborado pela ERI, foi lançado no Encontro. Josefina e Roque, Angela e Luiz e Nazira e João Paulo, respectivamente CR das Províncias Leste, Sul ill e Norte, fizeram minuciosa explanação do conteúdo do manual, ressaltando os seus aspectos mais importantes. Vários são os documentos que falam do exercício da responsabilidade no Movimento. Sem abolir os anteriores, o presente vem confirmar que o setor deve ter vida própria, com quadros suficientes para formar um colegiado de setor, que seja capaz de fazer a formação de seus casais, a fim de cuidar da expansão (casais pilotos e casais coordenadores de EC) e formar casais que possam assumir as responsabilidades do e no setor. O casal responsável de setor res-

ponde a um chamado de Deus para crescer no amor a Deus e no amor ao próximo e prestar um serviço desapegado em favor dos irmãos equipistas, do Movimento e da Igreja. Com certeza, este manual será muito útil aos casais responsáveis de setor e sua equipe de setor na animação da vida do setor e da suas equipes, bem como proporcionará aos casais regionais melhor discernimento nos seus colegiados.

••• A Carta Mensal Graciete e Gambim, numa breve explanação, falaram do espírito que anima a Carta Mensal de de a sua origem e transmitiram algumas orientações sobre as matérias a serem enviadas para publicação e também critérios de avaliação dos artigos. A Carta Mensal não é feita se-

Da esquerda para a direita: Nazira e João Paulo, Angela e Luiz, Josefina e Roque

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gundo a imaginação e engenho do casal responsável por ela, nem da Equipe da Carta Mensal ou do Casal Responsável pela Super-Região, seu responsável maior. A Carta Mensal é do Movimento e seu objetivos gerais são os mesmos das Equipes, definidos no artigo 3° dos Estatutos Canônicos, que assim são lidos: ajudar os seus membros a progredirem no amor de Deus e no amor do próximo; fazer apelo ao auxílio mútuo fraternal, para que eles possam assumir, pessoalmente e em casal, as condições concretas de sua vida conjugal, familiar, profissional e social segundo a vontade de Deus; estimulá-los a tomarem consciência de sua missão evangelizadora na Igreja e no mundo pelo testemunho de seu amor conjugal e por outras formas de ação que queiram escolher. Além disso, o Movimento tem documentos que orientam sobre a Carta Mensal. Percebe-se melhor o espírito que deve nortear as publicações da Carta Mensal, conhecendo os motivos que na sua origem levaram o Movimento a ter não uma revista, mas uma carta para as comunicações da "equipe dirigente" e a troca de experiências entre os membros do Movimento.

••• Comunicação Externa Comunicação Externa é um serviço da Super-Região, em implantação. Entre as suas várias atribuições, CM403

está a da comunicação via Internet. Rosa e Paulo estão entusiasmados com a ampliação do espaço do site das Equipes de Nossa Senhora. Foi desenvolvida uma nova interface do site, que dará acesso a diversas pastas e assuntos. Deverá ser utilizado como meio de evangelização interna e externa e também como comunicação utilitária aos equipistas sobre as coisas do Movimento. Toda comunicação deverá passar por uma triagem para que seja respeitada a fidelidade ao carisma e aos documentos do Movimento e também à Igreja e ao Evangelho de Cristo.

• •• Nosso Casal àa ERl O Colegiado Nacional recebeu a visita do Casal Membro da Equipe Responsável Internacional - ERI e Casal Ligação da Zona América, nossos queridos Maria Regina e Carlos Eduardo. A Zona América compreende as equipes situadas nas três Américas e corresponde a 40% dos integrantes do Movimento. Destes, a maior parte se encontra no Brasil, onde estão um terço dos 25


equipistas do mundo. Essa constatação entusiasma os equipistas de todos os países, é uma graça de Deus para os brasileiros e, em contrapartida, representa grande responsabilidade nossa perante o Movimento no mundo. Referindo-se à universalidade do Movimento, nosso Casal Ligação da ERI disse do quanto é importante participar de um Encontro Internacional e animou a todos à participação no Encontro de Lourdes. Falou da prática da solidariedade, citando o exemplo da França, onde os casais contribuem solidariamente, todos pagando a ida de uma casal da equipe para que os represente no Encontro. Acentuou que é necessário viver o Movimento. Mais do queregras, é preciso captar e viver o espírito das Equipes de Nossa Senhora, compreensão que vem do Espírito Santo. Maria Regina e Carlos Eduardo ainda fizeram três comunicações: A primeira, então já anunciada por Graça e Roberto e enfatizada por eles, o lançamento do processo de beatificação do Pe. Henry Caffarel no encontro de Lourdes; A segunda, a criação de mais uma superregião no Movimento, a África de Língua Francesa, durante a reunião do Colegiado Internacional de Ilhas Maurício; Por fim, lembrando que, em cumprimento ao instituto da transitoriedade no exercício da responsabilidade, eles deixarão a ERI no próximo ano, disseram os nomes do casal que os substituirá como membro da ERI. Para alegria e

M. Regina e C. Eduardo

aplauso de todos, anunciaram os queridos Sílvia e Chico, que se encontravam presentes para o lançamento do livro O Casamento, resposta de Deus.

••• Um livro para os casais Uma solenidade singela. Graça e Roberto falam de sonhos. Há sonhos que só são sonhos. Eles, porém, referem-se a outros sonhos que, ao serem sonhados, realizam desígnios de Deus. Durante cinco anos, Cecília e José Carlos, tiveram o cuidado de gravar e depois transcrever as palavras que Padre Flávio Cavalca de Castro dirigia aos membros da Equipe da Super-Região, nos momentos de formação das reuniões trimestrais. E eles começaram a sonhar e acreditaram em sonhos. Às palestras acrescentaram encartes e artigos, também do Padre Flávio, publicados na Carta Mensal, pela qual eram responsáveis. Com o estímulo e apoio da atual Equipe da SuperRegião, juntamente com Sílvia e Chico, organizaram tudo num livro. O sonho virou realidade. A CM403


Super-Região Brasil propõe à leitura dos equipistas este presente que lhes dá Padre Flavio, O Casamento, Resposta de Deus, resultado de pesquisas e estudos teológicos e da experiência do querido sacerdote convivida com os casais das suas equipes de base e da Equipe da Super-Região. Padre Flávio, na sua humildade característica, agradece como presente para si o livro que ele nos oferece. Seguiu-se uma sessão de autógrafos, que se prolongou durante a confraternização.

••• Encontro de lourdes Regina e Cleber, Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes, CM403

fizeram breve retrospecto dos passos dados desde o lançamento e início das pré-inscrições até hoje. Muitas pré-inscrições no começo, depois, muitas desistências, estando agora um número estável de préinscritos, embora alguns continuem desistindo, com igual ou maior número de equipistas ainda se inscrevendo. Enquanto não houver sinalização dos organizadores em Lourdes de que estejam encerradas as inscrições, ainda é possível fazer novas admissões. Estamos atualmente com 2350 pré-inscrições, para as quais apenas se está esperando condições técnicas dos organizadores para se tomarem inscrições efetivas. Entretanto, sempre é possível desistir, com devolução das entradas pagas, descontando-se os gastos com os serviços diversos das transações, como explicado desde o início. Regina e Cleber esclarecem que a coordenação do encontro não se envolverá com a organização da compra de passagens e possíveis pacotes turísticos, o que deverá ser articulado regionalmente. Por fim, conclama a todos a fazerem um esforço extra para não desistirem da inscrição feita. Graça e Roberto, complementando a explanação sobre Lourdes, falaram ao Colegiada dos critérios da distribuição dos benefícios da solidariedade, feita de modo equânime para todas as províncias e a Super-Região. Por outro lado, conclama todos os equipistas a participarem do Encontro Internacional. Antes da partida dos peregrinos, que 27


Regina e Cleber

se faça uma celebração de envio em cada setor. Quem for ao Encontro tem a obrigação de, no retorno, coparticipar sua experiência com quem ficou. Estes, por sua vez, poderão praticar a solidariedade monetária, para que alguém do setor ou da equipe possa ir, mas deverão participar principalmente através da oração, organizando vigílias e outros momentos de oração, pedindo pelo êxito do Encontro, que é uma graça de Deus para o Movimento, lembrando que um Encontro Internacional é momento de troca de experiências e conhecimento-mútuo entre irmãos, além de celebrar a unidade do Movimento.

••• Outras participações Dona Nancy deveria se fazer presente ao Encontro para falar da Comunidade Nossa Senhora da Esperança, movimento fundado por ela em favor das viúvas, viúvos e pessoas sós. Ela não pode comparecer. Cleide e Valentim, casal equipista que agora está à frente dessa Comunidade, juntamente com duas senho-

ras membros de equipes desse movimento, expu eram sobre a importância desse movimento e como, sempre com o apoio de equipistas de Nossa Senhora, ele se vai firmando e expandindo. Ao mesmo tempo que agradecem, também pedem o apoio das Equipes de Nossa Senhora, pois, em razão da idade e condição da maioria dos seus integrantes, a Comunidade sozinha não subsiste. O Casal Coordenador da Pastoral Familiar no Brasil, Maria Célia e Vanderley explanaram sobre o Congresso da Pastoral Familiar a realizar-se (foi realizado) nos dias 9, 10 e 11 de setembro, em São Paulo/SP, com a participação de 800 representantes da Pastoral em todo o Brasil, entre casais e sacerdotes. O objetivo da pastoral familiar é promover e ajudar as farru1ias e nisto se unem todas os movimentos familiares e de casais. Apresentou também o Diretório da Pastoral Familiar no Brasil, um documento da CNBB, lançado no ano passado e que recebeu aprovação da Santa Sé.

• •• Celebrando Em todos os encontros das Equipes de Nossa Senhora, os momentos mais fortes são as celebrações eucarísticas. Neste também. Tivemos cinco grandes celebrações: Três Eucaristias, uma celebração de vésperas e a celebração de Envio. O tema central foi Jesus Cristo. Cada celebração estava a cargo de uma província, que previamente a CM 403


preparou, sob a coordenação geral de Ângela e Luiz, CR pela Província SUL Ill. Todos se preocuparam não com a beleza exterior, e sim com a melhor participação da assembléia litúrgica. Foi comovente ver a participação de mais de 40 presbíteros concelebrando e o entusiasmo de toda a comunidade. As homilias aprofundaram a reflexão sobre o conhecimento da pessoa de Jesus, o Filho de Deus enviado ao mundo, feito pessoa humana como nós para trazer a salvação aos pecadores. Mas os homens não reconheceram em Jesus de Nazaré a Palavra que fez o mundo existir. A Luz veio iluminar as trevas, mas estas não se deixaram iluminar. O Verbo se fez carne e veio para o que era seu, mas os seus não o reconheceram! A pergunta que Jesus fez aos discípulos ainda ressoa para nós: Quem é Jesus! Fabricamos um Cristo ao nosso modo ou buscamos conhecer o Cristo do Evangelho? CM403

E o Cristo do Evangelho é Deus e é homem. O mundo não aceita a divindade de Jesus. Os cristãos, por sua vez, custam reconhecer a sua humanidade. O filho de Deus se fez homem para nos ensinar como caminhar em busca da santidade. Aceitar Jesus como o Messias, como o Salvador, é aceitar o Jesus homem, aceitar a sua cruz e seguir os seus ensinamentos. Só assim será possível alcançar a ressurreição. Conhece Jesus quem o segue, quem aceita os seus fracassos, carrega a sua cruz, toma-se profeta como Ele e já se alegra na esperança da vida eterna. Conhece Jesus quem o aceita como o Caminho que leva à Verdade do Pai, onde está a Vida. Somos enviados a conhecer Jesus - o Filho do Homem e o Filho de Deus - e, conhecendo-o, testemunhar a sua pessoa ao mundo, aos casais e, pela fé, levar a todos a esperança e o verdadeiro amor, e nesse amor permanecer em Cristo e Ele em nós. 29


EUCARlSTIA E MATR1MÔN10 Com o n. o 57 da Exortação Apostólica sobre a função da família no mundo de hoje (cf. Familiaris Consortio, de 22 de novembro de 1981), o Papa João Paulo II dá início à reflexão mais recente sobre a relação que há entre estes dois sacramentos. Referindo-se ao Concílio Vaticano II, assim se expressa o Pontífice: "O dever de santificação da família tem sua primeira raiz no batismo e sua máxima expressão na Eucaristia, a qual está intimamente ligado o matrimónio cristão. O Concílio Vaticano II quis chamar a atenção para a relação especial que existe entre Eucaristia e Matrimónio, pedindo que "o matrimónio se celebre usualmente dentro da Missa". É absolutamente necessário redescobrir e aprofundar tal relação, se 30

se quiser compreender e viver com maior intensidade as graças e as responsabilidades do matrimónio da farru1ia cristã. A Eucaristia é a fonte mesma do matrimónio cristão. O sacrifício eucarístico, de fato, representa a aliança de amor de Cristo com a Igreja, enquanto selada com o sangue da Cruz.

A Aliança A palavra de Deus proclama que a novidade absoluta da história consiste numa aliança gratuita de amor e de vida entre Deus e os homens. É este o desígnio eterno nascido da sabedoria e do amor divinos: "Aprove a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e manifestar o mistério da sua vontade, mediante o qual, os homens, por CM403


meio de Cristo, Verbo feito homem, no Espírito Santo, têm acesso ao Pai e são tornados participantes da natureza divina" (Dei Verbum, 2). A aliança e a comunhão entre Deus e os homens são o conteúdo central da revelação divina e constituem a experiência fundamental da fé do povo de Israel no seu itinerário de libertação e de experiência messiânica. Ao longo desta caminhada, Deus propõe-se à sua comunidade, isto é, ao povo de Israel, como esposo que ama e quer voltar a ser amado: escolhe-o com amor gratuito, libertao e salva-o, o faz seu povo na aliança, guia-o com fidelidade esponsal que nunca desfalecerá. Em Jesus Cristo, a aliança entre Deus e os homens é restaurada e torna-se plena e definitiva. Ele próprio, Filho de Deus feito homem (cf. Jo 1,14), é a nova e eterna aliança, é o esposo que ama e se dá como salvador à humanidade (cf. Ef 5, 2325). Com Ele também o matrimônio é renovado: Jesus o reconduz à perfeição, com a superação de toda a decadência moral (cf. Mateus 19, 8); e mais ainda, faz do matrimônio uma forma de seguimento e de imitação dele, de serviço ao reino de Deus. Em Cristo, Deus comprometeuse totalmente com o homem. Para sempre. O sinal insigne deste compromisso é a Eucaristia. Comprometeu-se com todos os homens e mulheres e, muito particularmente, com os fiéis unidos pelos laços matrimoniais e com a farm1ia. A Eucaristia é a celebração da nova e eterna aliança. "Este é o CM 403

A Eucaristia é a fonte mesma do matrimônio cristão. O sacrifício eucarístico, de fato, representa a aliança de amor de Cristo com a lqreja, enquanto selada com o sanque da Cruz.

cálice do meu sangue, sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos", diz o sacerdote ao pronunciar as palavras da consagração. No Antigo Testamento os profetas referiam-se ao casamento como imagem da aliança que Deus estabeleceu com o povo de Israel. O Novo Testamento retomou essa noção: "Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher, e os dois serão uma só carne. Este mistério é grande: eu refiro-me a Cristo e à Igreja" (Ef. 5, 31-32).

Dom Hugo Cavalcante, OSB SCE das Equipes 16 e 37 e RCO I - Brasilia/DF Extraído de "0 Equipista" Boletim da Reg. Centro-Oeste I 31


FRUTOS DA MISSÃO Algo muito importante para nossas vidas é a amizade. Aninha, minha esposa, tem uma grande amiga e esta vivia comentando que a Rádio Aliança divulgava um serviço de atendimento a casais, chamado "SOS Família", o qual talvez fosse interessante para nós, pois éramos um casal que estava em crise, por muitas divergências, ciúmes e muito mais ... a ponto de pensarmos em separação. Resolvemos, então, procurar o SOS Família, onde conhecemos o casal que procedeu ao nosso atendimento. Eles se propuseram nos "adotar" a partir daquele dia, dando-nos todo apoio ao alcance deles. E ajudaram de verdade, dedicando-nos muito amor e atenção até hoje. Já se passaram dois anos e três meses e eles se tornaram grandes amigos nossos. Aceitamos o convite para partid par da Experiência Comunitária que eles coordenavam e, no embalo de tantas bênçãos, marcamos a data para a celebração do nosso Matrimônio, que aconteceu dia 29 de maio de 2004, sempre acompanhados pelo casal. Após o término da Experiência Comunitária, ingressamos nas Equipes de Nossa Senhora e hoje fazemos parte da Equipe Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças. É impor32

tante salientar que esse casal do SOS Família muito nos ajudou também no processo da celebração do nosso casamento. São pessoas queridas, tocadas profundamente pelo amor de Deus. A nossa vida, depois de passar pela Experiência Comunitária, muito se transformou e o ingresso na nossa Equipe nos direcionou, nos iluminou. A cada dia Ana está mais fervorosa e sinto-a verdadeira missionária. Realmente temos muito chão para palmilhar, mas também a certeza de que vai ser maravilhoso continuar a caminhada, porque são de nosso convívio pessoas, digo, anjos disfarçados em gente! A paz de Cristo.

Valmir da Ana Paula Eq. N. S. Medianeira de Todas as Graças, Setor E Porto Alegre/RS CM 403


- EM SOS, MlSSAO FAVOR DA FAMlllA Já faz alguns anos. Motivados pela asmo missionário, deslocavam-se participação num EACRE, Anda e para várias cidades, a fim de explaJosé Omar Abdo, da Equipe N. S. da nar sobre o serviço, no estado de São Paz, do Setor B de Bauru, sentiram- Paulo e também noutros estados. Hoje o SOS Farru1ia é um dos se inspirados a ajudar famílias e casais com problemas. Impulsionados serviços que o Movimento presta a pelo amor, puseram-se a trabalhar em casais ou pessoas em dificuldades favor dos casais com problemas de conjugais. Está implantado em várirelacionamento conjugal e familiar. as cidades do Brasil. Embora sendo Pediram o apoio das Equipes, a apro- um serviço assumido pelas Equipes vação do então bispo diocesano, Dom como seu, é feito também por pessoas não equipistas, em Aloysio, e ao Clero e locais onde o Movisetores da comunidade mento não se faz prea divulgação. ApresenCaiu a chuva, sente. taram-lhes os objetivos vieram Como dizia o casal e a filosofia do empreas enxurradas, fundador: "O SOS Faendimento. Tornaram mília é a oportunidade mas a casa claros os aspectos reque Deus nos dá de levantes do projeto, que não ruiu, dispensar aos casais têm na Igreja, particuporque fora necessitados o nosso larmente nas Equipes amor, nosso exemplo e construída de Nossa Senhora, o nossa esperança". seu berço. sobre a rocha. Omar faleceu no dia As palavras de Ma24 de maio de 2005. teus 7, 5 serviram de incentivo à estruturação do serviço: Anda, contudo, ficará feliz em pres"Caiu a chuva, vieram as enxurradas, tar esclarecimentos sobre este seros ventos sopraram com força contra viço. Do casal herdamos essa obra a casa, mas a casa não ruiu, porque magnífica, que, iniciada por inspiração do Espírito Santo, agora pertenfora construída sobre a rocha". Estrutura pronta, estatutos apro- ce às Equipes e à Igreja. E aqui ficamos nós com as palavados, casais motivados, o sonho se vras do poeta: "O ideal que um dia concretizou no dia 3 de agosto de nos acalentou renascerá em outros 1992, com o início das atividades do corações". SOS Família. Concomitantemente, equipistas e Marilene e Arnaldo não equipistas de várias cidades soliEq. 8 - N. S. da Paz citavam detalhes do funcionamento Setor B Bauru!SP do projeto. Ana e Omar, com entusiCM403

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SONHO DE VlVER... Olá, amigos! É sempre muito bom estar com vocês. O carinho dispensado à mamãe me faz um bem enorme. Aqui no meu mundinho fechado, tudo é muito seguro e tranqüilo. A cada dia estou crescendo e aprendendo coisas novas que me fortalecerão para vi ver aí fora. Já conheço o toque da mamãe, do papai e do meu irmão Tiago e, quando ouço suas vozes, ah!. .. tudo se transforma, sinto-me a pessoa mais importante desse mundo. Às vezes fico agitado, mas quando eles acariciam a barriga da mamãe e sussurram palavras de carinho, então me acalmo e me acomodo. Vocês também têm uma participação especial e importante na minha gestação, pois o amor, o carinho, o cuidado e a atenção que têm com a mamãe, fazem com que eu me desenvolva com segurança. Cada palavra de carinho que vocês transmitem à minha família é um tijolinho para o alicerce da minha vida. Deus em sua infinita bondade e sabedoria escolheu esta família maravilhosa para me dar e também essas pessoas tão especiais que são vocês, para encher meus dias de amor, alegria e encantamento. Obrigado pelo carinho, pelo amor, pelo cuidado! Obrigado por cada gesto de ternura, por cada palavra de otimismo, pela presença grandiosa em minha vida através da minha farru1ia. Hoje estou me comunicando com vocês de forma indireta, mas em breve nos veremos frente a frente e então por meio de "buás! buás!" e sorrisos lhes direi o quanto vocês são importantes para mim. Beijos! Luiz Eduardo

Cristina do Luiz Eq. 2 - N. S. de Nazaré - Luziânia/GO 34

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FAMÍllA, UM TERR1TÓR10 SAGRADO ''Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando é um lugar sagrado". Com este sentimento queremos partilhar as maravilhas que Deus tem feito em nossa vida familiar. Percebemos que, a cada aniversário de casamento, a imagem do conjugue se torna mais a imagem de Deus para nós, que a cada dia, com as experiências e opções feitas juntos, crescemos para um amor maior. É uma casa modesta onde se faz o nosso lar. Temos aquilo que é realmente essencial para nossas vidas e procuramos mantê-la sempre aberta a todos que passam, sentimos nela um ambiente propício à experiência de Deus, seja no convívio familiar, seja na acolhida dos que chegam. Uma das grandes experiências que temos no nosso dia-a-dia é "o dia da visitação", aos sábados. Neste dia esperamos por nossos amigos, para partilharmos aquilo que temos de melhor, um prato de comida e um refresco acompanhado de uma boa conversa. Quando toca a campainha, as filhas - 2 e 4 anos - correm para ver quem consegue levar primeiro o alimento mais gostoso. São muitos os que chegam, muitos já carregados com mais de lOOKg de papelão, latas, lixo. Outros vêm de mãos soltas, estendidas para receber e para dar um belo aperto de mão. Aos sábados, começamos a nossa celebração da Eucaristia, ouvimos claramente o que Deus tem CM403

para nós, compartilhamos com Cristo em nossa casa. Muitas vezes dormimos com as portas destrancadas, porque realmente esquecemos, mas nos sentimos muito bem protegidos, podendo comungar a dor daqueles que foram agredidos e assaltados. Dias atrás, o Ângelo foi ao banco receber nosso pagamento do mês, retirou tudo e saiu. Logo depois dois rapazes o assaltaram e levaram tudo que tínhamos para passar o mês. No momento foi um grande susto e vieram os "porquês". Mas hoje, depois de uma semana rezando pela situação, percebemos o tamanho da graça que recebemos. A Providência não se cansa de derramar suas bênçãos, Ela é realmente uma pessoa em nossa casa, nada nos faltou. Estamos mais fortalecidos, pois o ocorrido levou-nos a aumentar a nossa oração conjugal e a fazermos uma novena pelos rapazes assaltantes. É como um irmão visitante disse: ''Tem mais Deus pra dá do que o diabo pra carregá". Louvamos a Deus pelas maravilhas que Ele vem fazendo em nossa vida. Experimentando a felicidade dos pobres em espírito, sentimos que a pobreza é nossa maior riqueza. Deus nos tem mostrado que a simplicidade é uma expressão muito forte da Sua presença, fica mais fácil enxergá-lo, sem nada para atrapalhar, livres. As filhas são provas fiéis dessa experiência: Quando festejamos o 35


aniversário de batismo de cada um lá em casa, elas mesmas correm para ver em seu guarda-roupa ou em seus brinquedos o que há para levarem a seus "irmãozinhos pobrezinhos", e fazemos um lindo passeio às casas de acolhimento a crianças abandonadas, leprosário, aldeia dos índios, enfim, a todos os cantos onde sabemos que Deus está, inclusive na porta de nossa casa. Não estamos alimentando uma ação assistencialista, porque o Ângelo, formado em Serviço Social, não no-lo permitiria. Mas a Bíblia é clara quanto à entrega de esmolas, ou sobre a partilha (Cf. Pr 3, 27ss; 14, 21; Eclo 4, 2). Não dá para sublimar! E Jesus, referindo-se ao juízo fmal , dei-

xa claro: ''Tive fome e me deste de comer.. Tive frio e me vestiste ... " Cf. Mt 25, 35ss). Percebemos que a farru1ia tem um potencial enorme para a formação do ser humano, logo para um mundo melhor, uma grande capacidade de ser centro de formação e de amor, tomando-se assim um território sagrado. Louvado seja o Senhor, pelos subsídios que as ENS nos dão para manutenção e formação de nossa família, assim como um lugar de partilha e troca de experiência como é a Carta Mensal.

Vivian e Ângelo Rinaldi Eq. 21 B - Curitiba/PR

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NOSSA SENHORA DA FÉ Nos seus oito anos de existência, os casais da equipe 19 vinham procurando uma imagem da sua padroeira, Nossa Senhora da Fé, pois só tinham dela estampas. Leandro Rogério Campos, membro da equipe, após diversas pesquisas e através de indicações de um padre amigo, conseguiu chegar ao artista Paulo, em Santa Bárbara do Monte Verde, cidade próxima a Juiz de Fora. Ao ver as estampas da santa, o artista sacro aceitou esculpi-la, como um desafio, executando o trabalho em dois meses. Nos a Senhora da Fé tem uma história muito bonita. Este fato merece registro, pois só possuíam imagem desta invocação de Maria as cidades de Salvador/BA e Serra da Mantiqueira/MG. Agora Juiz de Fora também a tem, na Equipe 19, que viu coroada de êxito a sua busca.

Equipe 19- Nossa Senhora da Fé- Juiz de Fora/MG I

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Ordenação de Presbítero • No dia 28 de julho de 2005, pela imposição das mãos e prece de ordenação de Dom Frei Luiz Gonzaga da Silva Pepeu, OFMCap, Bispo de Afogados da Ingazeira!PE, foi ordenado presbítero a serviço da Igreja de Jesus Cristo o Diácono Islan Alves Gonçalves, nosso Conselheiro Espiritual. Que Deus o abençoe e proteja, Padre lslan. Eq. 16- N. S. da boa Viagem- Setor C- Recife/PE • No dia 25 de Junho de 2005, em Natividade da Serra/SP, foi ordenado presbítero pelas mãos de Dom Carmo João Rhoden, Pe. Alan Rudz de Carvalho Rebelo, Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição, de Taubaté/SP. Ao Pe. Alan nossos parabéns e agradecimentos pela luz que irradia em nosso meio. Que o Espírito Santo e a Imaculada Conceição o conduzam e protejam sempre. • No dia 6 de agosto de 2005, na Universidade Católica do Salvador - Federação, aconteceu a ordenação sacerdotal do Pe. José Carlos Ferreira Santana (Pe. Zeca). Foi uma celebração muito bonita e um momento de muita alegria para os seus familiares, amigos e nós da Equipe Nossa Senhora Educadora, da qual o Pe. Zeca é SCE. Sentimo-nos abençoados por Deus, por nos ter dado um conselheiro de muita profundidade, oração e dedicação. Ao ato estiveram presentes todos os casais da Equipe 1/B, além de casais de outras equipes, inclusive o CRS/B, Lígia e Joaquim e o CRR Lourdinha e Manoel. Madalena e longa Eq. 01/B - N. S. Educadora - Salvador/BA

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Ordenação Diaconal Anderlan Lima Fernandes foi ordenado diácono no dia 29 de junho de 2005, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju/SE, pelo Arcebispo Dom José Palmeira Lessa, e será ordenado presbítero no dia 17/de setembro de 2005, em Nossa Senhora Aparecida/SE. Naquele dia estaremos em festa, porque Deus olhou para nós e nos deu um representante seu na terra, filho do casal equipista Delúcia e Manoel. Anderlan foi presidente do grupo de jovens, estudou no Colégio Agrícola, depois, atendendo ao chamado do Senhor, ingressou no seminário em Aracaju, onde foi conselheiro de uma equipe. Depois foi concluir seus estudos em Roma. Estamos felizes. Deus o abençoe! Luciene e Ataíde, CRE - Nossa Senhora Aparecida/SE

Nasce uma nova Regido É com imensa alegria que anunciamos a todos os nossos irmãos e irmãs que Minas Gerais foi contemplada com o nascimento da Região Minas IV, resultado da multiplicação da Região Minas m. Na tarde do dia 02/07, recebemos a visita do Casal Provincial Josefina e Roque, para a solenidade da criação da Região, que tem como seu primeiro Casal Responsável Regional o casal Neuza e Hélio, cu~a posse aconteceu no encontro do Colegiado Nacional, em Itaici/SP. A noite, após a Missa das 19:00, celebrada na Matriz do Divino Espírito Santo, tivemos a realização de uma mesa redonda, com a presença de Casais Equipistas de diversas cidades, do Casal Regional Maria Rosa e Luiz, da Região Minas m, com sede em Pouso Alegre, ocasião em que o Casal Provincial falou aos Equipistas sobre o calendário anual dos eventos programados, prestou esclarecimentos e tirou dúvidas dos presentes sobre assuntos de interesse das Equipes de Nossa Senhora. A Região Minas IV compõe-se de 5 Setores: Setores A e B de Varginha, Setores A e B de Três Corações e Setor de Alfenas. A Região Minas IV está em festa e agradece ao Casal Provincial Josefina e Roque a confiança nos equipistas mineiros, na certeza de que estes levarão avante a bandeira da unidade do Movimento e difundirão com orgulho a espiritualidade conjugal às fanu1ias equipistas, como meio de santificação. Neuza e Hélio - Casal Regional Minas N 38

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• • • Atualidade • • •

O NOSSO SACERDOTE CONSElHElRO ESPlRlTUAl É antes de mais nada aquele irmão que nos acolhe, convive conosco, divide seu tempo, sua vida, para junto de nós partilhar desta caminhada de luz, desta caminhada de fé. Mesmo em meio a tantos compromissos, nunca nos nega uma palavra de incentivo, de carinho e de ânimo. Partilha conosco nossas emoções, segura nossas "barras", se encaixa em nossas vidas e nos encaixa dentro de sua vida, fazendo-nos acreditar que somos todos integrantes da grande família de Deus. Pastores fiéis que caminham conosco, os nossos Sacerdotes Conselheiros Espirituais nos ajudam a renovar o ardor missionário, fazendo-nos entender e acreditar que, como casal cristão, temos o dever de participar da construção do Reino de Deus, através do testemunho de vida, testemunho que, para muitos casais e famílias ainda "à beira do caminho", é com certeza a "Boa Nova" de Jesus. Um gesto de carinho, um telefonema, um convite, mesmo fora de data, para um almoço ou jantar conosco, um passeio, sei lá, é muito pouco em relação a tanto privilégio, a tanta doação, a tanta disponibilidade que todos os nossos Sacerdotes Conselheiros Espirituais têm para conosco.

Arlete e Osvaldir CR Setor ABC II

Partiram para a casa do pai • Antonio Ermínio Maratão, da Cerci. no dia 27 de junho de 2005. Pertencia à Equipe 03- Nossa Senhora das Rores. de José Bonifácio/SP. • Plácido Lopes Gaspar, da Maria. no dia 13 de abril_ de 2005. Pertencia à Equipe I. Nossa Senhora Aparecida - Grandes Rios/PR. • Julieta, do João Carlos Naveiros, no ·dia 15 de agosto de 2005. Pertencia à Equipe ,N ossa§enhorade Fátima. Grandes Rios/PR.

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MÃE APAREClDA Fazer uma romaria é sempre uma experiência de vida. Com os equipistas do Setor Palmares/PE, organizamos uma peregrinação a Aparecida do Norte, em São Paulo. Éramos 96 pessoas em dois ônibus. Dois sacerdotes nos acompanharam. Não é necessário dizer como foi agradável passar por várias cidades, no caminho, e conhecer algumas igrejas. Chegando a Aparecida, visitamos a Basílica e tivemos a emoção de um de nossos Sacerdotes conselheiros ser convidado a concelebrar no altar. Conforme contatos mantidos dias antes, à noite fomos nos encontrar com equipistas de Aparecida. Que maravilha! Participamos da celebração na Basílica Velha, vestindo camisas nas cores das províncias: Nós de vermelho (cor do fogo do Nordeste) e os de Aparecida de azul. No momento da ação de graças, um casal de Aparecida nos entregou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Todo o nosso Setor participou da procissão de entronização da imagem, que foi conduzida por um casal de Palmares. A emoção foi tanta que ninguém conseguia conter as lágrimas. A pedido do celebrante, falamos um pouco sobre a nossa experiência e sobre o Movimento. Depois fomos acolhidos para uma confraternização no salão paroquial, onde tivemos a oportunidade de conviver 40

mais de perto com o Pe. Flávio Cavalca, que ficou conosco todo o tempo e ainda nos acompanhou de volta até o nosso hotel. No último dia, recebemos a visita dos casais da Equipe Seis de Aparecida que nos trouxeram cartões e presentes. Como é bom saber o quanto a nossa mãe nos ama e sentirmo-nos em seus braços! Quantas maravilhas o Senhor faz em nossas vidas! O nosso muito obrigado aos irmãos de Aparecida. É mais um testemunho de como a unidade existe no Movimento.

Miriam do Mário Eq. 01 - N. S. da Conceição Palmares/PE CM403


VAMOS A LOURDES! Irmãos queridos, estamos cada vez mais próximos de nosso X Encontro Internacional! Estaremos lá, em Lourdes, aos pés da Virgem da gruta, agradecendo a ela sua intercessão matema junto a seu Filho por todos nós. Este será o 4o encontro das Equipes de Nossa Senhora na cidade santuário da França. O primeiro foi em 1954, durante o Ano Mariano anunciado pelo Papa Pio XII, quando se celebrou o centenário da definição do dogma da Imaculada Conceição. No Brasil, primeiro país de língua não francesa, as equipes começavam a surgir trazidas pelo casal iniciador D. Nancy e Dr. Pedro Moncau. A esse encontro compareceram mais ou menos 500 casais da própria Europa, mas os equipistas brasileiros se fizeram presentes através de suas orações por ocasião de uma romaria ao Santuário de Aparecida, em outubro de 1954. A marca desse encontro em Lourdes em 1954 foi a afirmação de clara pertença e firme inserção das Equipes de Nossa Senhora na Igreja Católica: equipistas são católicos de verdade! O segundo Encontro em Lourdes aconteceu onze anos depois, desta feita no Pentecostes de 1965. Foi escolhido o tema da caridade como central do Encontro; a proposta para os casais era a de viver uma vida mais evangélica, "fazendo do Evangelho o estatuto de seu lar" (Carta). A esse Encontro compareceram 7000 equipistas, que foram convidados a refletir sobre a qualidade de sua participação nas ENS e se a pertença ao Movimento havia contribuído para o CM403

engrandecimento e aprofundamento do seu amor conjugal. Retomam as equipes a Lourdes em 1988, para um novo sopro do Espírito: a Segunda Inspiração. Apesar de não termos estado lá, os ecos desse Encontro até hoje ressoam em todos os casais e Conselheiros Espirituais. Eram 150 brasileiros participantes, que, embora um pequeno grupo, foi certamente "fermento na massa" para as equipes no Brasil. Buscamos intensamente a partir daí testemunhar ao mundo a beleza do Sacramento do Matrimônio a serviço do amor, lugar de felicidade e caminho de santidade. Se antes já sentíamos toda essa maravilha, agora para nós ela tinha um nome e uma conseqüência: compromisso. Setembro de 2006: Lourdes, uma vez mais, representa o objetivo para o qual todas as equipes do mundo estão se dirigindo. Nem todos poderão estar presentes, mas todos são convidados a, onde quer que estejam, unir suas orações pelo encontro, preparar-se através do tema de reflexão e, quando necessário, oferecer ajuda que viabilize a presença de outros (cf. Vamos a Lo urdes! CM junho/julho 2006). Como nos afirmava Pe. Bernard Olivier (CM março 1988). "Eis porque devemos todos preparar Lourdes e caminhar juntos em direção a este objetivo preciso, acessível, próximo de nós, como urna baliza em nossa estrada para a santidade". Demos graças a Deus por tudo isso!

Regina e Cleber Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes 41


OSPCEE O SENTIDO DA VlDA Médico neurologista, muitas vezes confundido como psiquiatra, de formação religiosa desde a infância, afastado por vários anos da Igreja, recebido prodigamente pelo Pai, após ECC há mais de 25 anos, e inundado pela graça de pertencer a uma equipe de Nossa Senhora desde 1980, tomei conhecimento dos PCE, procurando em casal vivenciálos da melhor maneira possível. Desde pequeno, perguntava o porquê da dor, do sofrimento, das guerras, da morte, também não entendia as razões de tantas diferenças sociais, econôrnicas, educativas, e me esforçava para compreender as explicações dos mais velhos. Posso aftrmar com certeza que o Movimento foi fundamental para o entendimento dessas questões e, também, para o crescimento da graça sacramental da união conjugal, pois a partir de então eu e a Neise sentimos que o Cristo sempre esteve conosco, mas nós não percebíamos. A vivência dos PCE, em casal e com a ajuda do SCE e dos membros da equipe, foi decisiva em nossa vida de casal, familiar, profissional e religiosa. Há cerca de cinco anos, coloquei em equipe que fazia algum tempo eu utilizava em meu consultório algumas "ferramentas" das Equipes, os PCE, principalmente o Dever de Sentar-se, para ajudar no ajuste de casais com problemas de relacionamento. Também falei que minha 42

Regra de Vida primordial, a partir daquele momento, seria me esforçar ao máximo no crescimento espiritual dos pacientes, ajudá-los a encontrar, com o auxílio de Cristo, uma regra de vida que desse sentido às suas vidas. A vida humana, segundo o psiquiatra e sociólogo Fernando Régis Dantas, em artigo de setembro de 1992 no jornal O Lutador, "é um processo dinâmico do nascimento à morte, seqüência natural que ocorre com todos, estejam ou não preparados. É o resultado de uma história biológica, psicológica, social, cultural, espiritual, nem sempre nessa ordem, e muitas vezes com preponderância de uma sobre a outra. O ser humano é único, o que do ponto de vista bioético impede a clonagem em seu nascedouro. Ele é livre, com dimensão espiritual em conflito constante com certas condições básicas da existência humana, como a liberdade, a falta de sentido para a vida, a morte". Exaltamos muito a existência de vida após a morte, esquecendo muitas vezes que faz parte do crescimento do ser humano na vida terrena a prática das virtudes da fé, caridade e esperança. A vida tem que ser crescimento para Deus, e Ele nos pede que a vivamos em plenitude. Pela fé e esperança, a morte não é o ftm e sim o início, o nascimento para Deus o "face a face", que dá sentido especial para a vida. CM403


Assim, diante da morte, a fé nos dará consolo. O sofrimento faz parte integrante da vida na terra, tendo sentido a partir do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Para quem não crê, a morte não tem sentido. Nos acontecimentos de qualquer natureza haverá a tendência à depressão, angústia e ansiedade, pois a pessoa só poderá contar consigo mesma ou com especialistas, que dispõem apenas das forças da ciência humana. Já para o crente, as limitações e a morte física até podem ser incompreensíveis. Através da fé, porém, e aceitando a morte, ele a percebe não como o fim, mas como passagem libertadora, por mais dolorosa que seja. O sentido da vida humana é uma missão intransferível que cada um de nós tem de assumir, com liberdade e responsabilidade, pois é a nossa própria vida. Se não encontramos sentido em nossas vidas, adoecemos com mais facilidade, não conseguimos amar como Deus nos amou, e não fazemos o que ele nos pede em João: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". Confesso que demorei a entender o verdadeiro sentido da Regra de Vida, pois muitas das que adotei, nesses vinte e cinco anos de vida equipista, se relacionavam muito mais aos problemas do dia a dia, nada tendo a ver com crescimento espiritual, ou seja, me preocupava muito mais com a regra do que com a vida, vida em abundância como Ele nos prometeu e que dá sentido a nossas vidas. CM 403

O sentido da vida humana é uma missão intransferível que cada um de nós tem de assumir, com liberdade e responsabilidade, pois é a nossa própria vida. Senão encontramos sentido em nossas vidas, não consequimos amar como Deus nos amou.

Somente o amor nos liberta, transforma, salva, ressuscita. Nós equipistas temos toda a retaguarda de um movimento com mais de 60 anos, 55 de Brasil, com milhares de equipes, conselheiros espirituais e contamos principalmente com os PCE, vivenciados em casal, em equipe e na vida da farm1ia e da comunidade, para vivermos o aqui e agora, já deleitando as primícias do que realmente dá sentido às nossas vidas: buscar viver em casal o mistério da eternidade.

Clóvis da Neise Equipe 38 - N. S. "Mãe da Igreja" - Sorocaba/SP 43


PERDER PARA RECONHECER? Escrevo para partilhar com os irmãos equipistas a experiência vivida ao participar da comemoração de mais um aniversário da Equipe Nossa Senhora do Sagrado Coração, de Pouso Alegre/MG, da qual Maurício e eu fizemos parte durante sete anos e da qual nos afastamos por motivos alheios à nossa vontade. Moramos agora em Montes Claros e meu marido não pode se fazer presente. Eu fiquei muito emocionada ao rever os amigos e pela acolhida que eles me deram. No início da celebração eucarística procurei pela imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração, mas não a vi. Depois, porém, ela foi entronizada e colocada em lugar de destaque. Então fiquei de frente para ela. Um filme começou a passar em minha cabeça. Eu pensava: Quantas vezes Você esteve lá em casa? Quantas vezes Você me viu sorrir ou chorar? Quantas vezes eu A escondi no armário, com desculpas de que era para evitar que as crianças quebrassem a imagem? Quantas veze eu A abandonei no mesmo lugar, até a próxima reunião? Diante desse questionamento, fui ficando envergonhada do quão tola eu fui. Fiquei triste por não ter vivido com intensidade aqueles encontros mensais, por não ter amado nossa Mãe da forma merecida, por não ter amado

as Equipes como devia. Hoje não tenho mais essa família, não disponho de um padre exclusivamente para mim, dando-me a mão sempre que eu caia, não tenho mais as visitas mensais da nossa Mãezinha. Então fiquei pensando: Será que sou tão limitada para o amor? Será que eu preciso perder tudo para descobri-lo? Será que eu preciso perder meu marido para perceber quanto o amo? Será que preciso perder um filho para eu ver quanto amo os outros? Pois foi preciso a minha saída do Movimento das Equipes de Nossa Senhora para eu descobrir quanto o amo e quanto me faz falta. Esses sentimentos tomaram conta de mim. Mas Maria reservou-me uma surpresa: Meus amigos, agradecendo minha presença, cantaram para mim e me entregaram uma camiseta das Equipes e eu pude ouvir Maria sussurrando em meus ouvidos: "Você sempre fará parte do meu time". Meus amigos, quero alertá-los a que não cometam os mesmos erros que cometi. Amem sem medidas. Não esperem perder para reconhecer.

Neire do Maurício Enviado por Maria José e Carlos Eq. N. S. do Sagrado Coração Setor B - Pouso Alegre/MG CM403


DEC"lARAÇÃO SOBRE EX1GENC1AS ETICAS EM DEFESA DA VlDA Deus é o Senhor da vida. O mandamento "Não matarás!" (Ex 20,13) é revelação da vontade divina e expressão de uma lei inscrita na própria natureza humana. A Igreja Católica, consciente de sua missão evangelizadora, jamais poderá abrir mão do empenho de valorizar, promover e defender a vida humana. O direito à vida precede quaisquer outros direitos. O caráter sagrado da vida é reconhecido em todas as culturas. De modo particular, nós, cristãos, assim compreendemos, ainda mais que a encarnação do Verbo, Cristo Jesus, selou para o ser humano uma dignidade superior ao se fazer um de nós (cf. Jo 1,14) e ao declarar: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10, 10). Firmamos nossa posição com o saudoso Papa João Paulo II que sempre defendeu a vida e a dignidade da pessoa humana em qualquer fase ou condição em que se encontre; a pessoa humana como medida central de toda a ciência; os mais fracos e desprotegidos como opção preferencial da Igreja; o juízo ético como referencial para a pesquisa científica. A vida humana é sempre um dom gratuito para quem a possui e cada pessoa é um dom valioso para a humanidade, não obstante a variedade das suas condições sociais, de idade ou de saúde. CM403

Embora de fundamental importância, a ciência não pode ser considerada a única forma válida de saber, nem detém as respostas para todos os anseios da humanidade. A Igreja tem procurado um diálogo convergente com cientistas, pesquisadores, médicos, juristas, legisladores e formadores de opinião pública, a fim de articular todos os conhecimentos referentes à defesa da vida humana, nos campos das biotecnologias, da ecologia e da inclusão social. A Igreja Católica, segundo o censo de 2000, é o grupo religioso mais numeroso do povo brasileiro. É inadmis ível que, numa sociedade pluralista como a nossa, ela seja cer45


ceada no seu direito de participar dos debates, comissões e outros mecanismos usados pelos Poderes Públicos para consulta à população, sobretudo em temas que afetam a vida e a dignidade da pessoa humana. Quando os Poderes Públicos, com quem a Igreja deseja contribuir, estiverem limitados por visões reducionistas da dignidade humana e da ética, o homem e a mulher passam a ser considerados como simples objetos de interesses políticos e econômicos e não um fim em si mesmos. Causa-nos repúdio e inquietude uma série de iniciativas do Executivo (distribuição maciça de preservativos, além de produtos abortivos como o DIU e as assim chamadas "pílulas do dia seguinte"); de decisões do Judiciário (como foi o caso da cautelar concedida na Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 54, no Supremo Tribunal Federal, permitindo o aborto de fetos portadores de anencefalia) e de projetes do Legislativo tais como Lei de Biossegurança, já aprovada, que permite a utilização de embriões para a pesquisa com células-tronco e várias tentativas de revisão da Legislação Punitiva sobre o aborto, propondo a sua descriminalização e ampliando os prazos e condições para sua prática. Nós, bispos da Igreja Católica no Brasil, em virtude da nossa responsabilidade na formação ética e moral do nosso povo, vimos manifestar publicamente nossa discordância com essas posições dos Poderes Públicos e também das ideologias, lobbies e 46

eventual manipulação de estatísticas que desviam a própria ciência da verdade integral sobre o ser humano. "O desenvolvimento é o novo nome da paz" (Paulo VI). Fazemos votos de que a pesquisa científica voltada para o bem comum e guiada por princípios éticos seja incentivada em nosso país. Para tanto, podemos contribuir diretamente, através das Universidades e outras instituições ligadas à Igreja Católica. Todos os que têm uma responsabilidade política e, de modo especial o Estado, à luz da ética e obedecendo à Constituição Brasileira, empenhem-se para que todos os brasileiros, desde a sua concepção até a sua morte natural, tenham os meios necessários para uma vida digna, saúde, trabalho, moradia, segurança e, principalmente, todo o respeito que merecem. Reivindicamos dos Poderes Constituídos em todos os níveis, que recusem quaisquer projetes que atentem contra a dignidade da vida humana e da família, particularmente no que diz respeito à descriminalização ou legalização do aborto e da eutanásia. Recordamos a carta do Sr. Presidente da República ao Presidente da CNBB e a nós bispos reunidos em Assembléia, na qual reafirma sua "posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance" e assume o compromisso de que seu Governo "não tomará nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos". Conseqüentemente, confiamos que tais propósitos sejam traCM403


defesa da vida desde a concepduzidos em gestos concretos, inclução até a morte natural; sive quando isso exigir o exercício de seu poder de veto, seja de proje- b) fortalecer a Pastoral Farniliar e as Pastorais Sociais, em particular, tos de lei, seja de destinação de rea Pastoral da Criança, e criá-las cursos fmanceiros. onde não existam, para um efetiPedimos ao Congresso Nacional vo acolhimento e acompanhaque reveja a referida Lei de Biossemento de gestantes e crianças e gurança. Apoiamos a Ação Direta apoio a mães e farru1ias em difide Inconstitucionalidade (ADIN), culdades ou situação de risco; contra essa Lei, protocolada pela c) sensibilizar as farm1ias para o Procuradoria Geral da República apadrinhamento à distância, com junto ao Supremo Tribunal Federal. visitas periódicas, mantendo a criExigimos respeito pelos médicos, ança com sua farru1ia biológica. enfermeiros, cientistas, legisladores Conforme a necessidade, estimue aqueles que em nível pessoal e lar para a adoção efetiva, espeorganizado exercem seu direito à cialmente de crianças abandonaobjeção de consciência, recusandodas, ou que morem em orfanase a colaborar com leis contrárias à tos e similares; vida. Eles merecem nosso louvor. Conclamamos nossas Paróquias d) constituir, onde ainda não houver, Comissões Diocesanas de Defee Comunidades a refletirem, em prosa da Vida e incentivar a particifundidade, através de cursos, enconpação de leigos nos Conselhos de tros e seminários sobre temas de Saúde e outros Conselhos de Dibioética, e a se manifestarem, semreitos; pre que necessário, sobre o valor da vida em todas as suas dimensões. e) mobilizar as famílias e comunidades, para que estimulem os verePara isso, o documento intitulado adores, deputados e senadores de "Evangelização e Missão Profética sua base eleitoral a que defendam da Igreja. Novos desafios", aprovae promovam a vida e a família. do nesta 43a Assembléia Geral da CNBB, bem como outros DocuQue o Deus Uno e Trino, Senhor mentos do Magistério da Igreja, ofeda Vida, por intercessão da Imacurecem subsídios preciosos. lada Conceição Aparecida, Mãe de Para que nossas reflexões levem Deus e nossa Mãe, abençoe o povo a um compromisso concreto em fabrasileiro, particularmente neste vor da vida, propomo-nos a: momento difícil de sua história, e nos a) celebrar, anualmente, o Dia do proteja em nossa luta pela vida. Nascituro, aos oito de outubro, com a Semana de Defesa e Proltaici, 16 de agosto de 2005. moção da Vida, enriquecida por Conferência Nacional dos uma intensa e criativa atividade, Bispos do Brasil que inclua debates, reflexões e 43a Assembléia Geral CNBB propostas concretas de ações em CM403

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OS OlHOS DE QUEM VÊ Certo dia, um grande empresário levou seu filho até um lugarejo, com o propósito de mostrar quanto as pessoas podem ser pobres. O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestigio social; queria desde cedo passar esses valores para o herdeiro. Ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo ... • Quando retornavam, o pai perguntou ao filho: - E aí, filhão, como foi a viagem para você? - Muito boa, papai, respondeu o pequeno. -Você viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza? -Sim pai! Retrucou o filho, pensativamente. - E o que você aprendeu, com tudo o que viu nesses dias, naquele lugar tão paupérrimo? - É pai! Eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim . Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu. Nosso quintal vai até o portão e eles têm uma floresta inteirinha. Nós temos alguns canários na gaiola, eles têm todas as aves que a natureza lhes oferece, soltas! O filho su pirou e continuou: -Além do mais, papai, observei que eles rezam antes de qual48

quer refeição, enquanto nós sentamos à mesa falando de negócios, dólares, eventos sociais, comemos, empurramos o prato e pronto! No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive pela nossa visita. Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos televisão e dormimos. Outra coisa, papai, dormi na rede do Tonho, e ele dormiu no chão, pois não havia duas redes. Na nossa casa colocamos a empregada para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos, sem nenhum conforto, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando. Conforme o pequeno garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem graça e envergonhado. O filho, na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou: -Obrigado papai, por me mostrar o quanto nós somos pobres! Não é o tatus social que irá determinar a nossa felicidade, ma o modo como valorizamos o que somos e o que possuímos. Se temos amor e vivemos com dignidade, cultivamos atitudes positivas e partilhamos com benevolência nossas coisas, então temos tudo!

Ana Flávia e José Maria Eq. 09- N. S. da Medalha Milagrosa - Casa Branca!SP CM403


Meditando em Equipe Outubro é o mês dedicado às Missões. É o momento de recordar a missão da Igreja, e, como conseqüência, de cada cristão: a evangelização. Evangelizar é uma tarefa que compete a todos . Por isso, cada um poderá se perguntar o quanto está desempenhando sua missão evangelizadora . Cada casal, em inúmeros momentos, tem oportunidade de testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. A família é um lugar desafiador para a evangelização.

Escuta da Palavra em Mt 28,18-20 Sugestões para a meditação: 1. Em que consiste a missão evangelizadora do cristão? 2. Quais são os desafios atuais para a missão evangelizadora? 3 . Como o casal pode evangelizar na família e na comunidade? Pe. Geraldo

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Oração litúrgica (SI 63 , 1-6)

Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te procuro . Minha alma tem sede de ti , minha carne te deseja com ardor, como terra seca , esgotada , sem água . Sim, eu te contemplava no santuário, vendo teu poder e tua glória . Valendo teu amor mais do que a vida, meus lábios te glorificarão. Assim, vou-te bendizer em toda a minha vida, e em teu nome levantar as minhas mãos; eu me saciarei como de óleo e gordura, e com alegria nos lábios minha boca te louvará .



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