ENS - Carta Mensal 395 - Novembro/2004

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°395 • Novembro

2004

EDITORIAL

ENCONTRO DE LOURDES

Da Carta Mensal ......... .... ............... 01

Vamos a Lourdes! ....................... .. . 24

SUPER-REGIÃO

MARIA

Balanço, um momento de graça ... 02 É tempo de "rever a vida" ........ .... 03 O amor conjugal, prelúdio para o amor eterno ........ 04

O Papa reza em Lourdes .. .. .... .... ... 26

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

CORREIO DA ERI

A oração conjugal ............ .. .. .. ........ 27 Pontos Concretos de Esforço .. ..... . 32

Equipistas de todos os países ....... 06 Meditemos sobre nossa unidade .. 07

ATUALIDADE

VIDA NO MOVIMENTO Balanço .. ............ .... ... ................ ..... 09 Oração do filho mais velho .......... . 11 Retiros ............................................ 1 2 Sessão de Formação Nível 11 .......... 13

REFLEXÃO O cesto e a água .......................... .. 38 .. .Se o amanhã não vier.. . ..... ......... 39

FORMAÇÃO Balanço: tempo de rever........... .... Balanço - por que fazê-lo? ........ ... Santificação do amor conjugal ..... Matrimônio é coisa séria .... ...... .....

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TEMPOS DA IGREJA Mensagem para o Dia Nacional dos Cristãos Leigos ......... 19 Ação de graças .............................. 21

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .. .. ... 22

Registro "Lei de Imprensa" n• 219.336 livro B de 09. 10. 2002

Avani e Carlos Clélia e Domingos Helena e Tomaz Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz B. Hackman n

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (m<b 19835)

Graciete e Gambim (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Carta Mensal é w1lll publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

Equipes Jovens Agradecem ........... 33 Um sonho e um desejo quase alcançado ............................ 34 A hora da paz interior ................... 36

TESTEMUNHOS Manhã de formação em família ..... 40 Mãos à obra .................................. . 41 Uma experiência de amor ... .... ...... 42 Experiência comunitária .. .............. 44 A palavra age onde e quando o pai quer ........ .. ........... .. .. 45 Um final de semana em equipe .. .... 47 O senhor fez em mim maravilhas .. ........................... 48

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bande ira Prod. Ed. R. Turiassu, 390- ll " andar. cj. 115 - Perdizes - Stlo Paulo Fone: (Oxx l/ ) 3873. 1956 Foto de capa: Avelino Gambim Impressão: Laborprint Tiragem desta edição: 17.200 exe1t1plares

Cartas, colaborações, notfcias,

testemunhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar. conj. 53 O1309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. 12 12 Fax: (O.xx /1 ) 3257.3599 cartamensa/@ens.org.br NC Graciete e Gambim


Queridos Irmãos Equipistas: Apresentaii!o-lhes mais uma edição da Carta Mensal. Natal e Páscoa centralizam dois grandes ciclos litúrgicos, mas também no Tempo Comum é celebrada a vida cristã. Assim é esta edição: ela se coloca no dia-a-dia do Movimento. Nesse "tempo comum" das equipes, novembro nos é posto como o "mês do balanço". Pe. Frei Avelino, Conselheiro Espiritual da Equipe da Super-Região, nos convida a avaliar se estamos sendo "sinais do casamento como caminho de santidade e de plena realização humana". Graça e Roberto, Casal Responsável pela Super-Região, desejam que "a 'revisão de vida' se transforme numa grande ação de graças a Deus pelas oportunidades de fortalecimento da nossa aliança conjugal". Três casais provinciais também dizem da importância do balanço na caminhada em busca da santidade. Josefma e Roque, em "A Palavra do Provincial", refletem conosco sobre o mistério do amor conjugal, reflexo integral do amor de Deus e prelúdio do amor eterno. Lembrando Finados, Pe. Geraldo, em "Meditando em Equipe", nos ajuda a refletir sobre a realidade morte, a partir do paradigma Jesus Cristo. Lendo as mensagens do Casal da Equipe Responsável Internacional, Marie Christine e Gérard, e do SCE da ERI, nos sentiremos unidos a todos os equipistas do mundo: O Casal de Roberty nos conclama a "buscar a unidade na Igreja, no Movimento, na farm1ia, na intimidade do casal...", vendo no rosto de cada pessoa o rosto de Jesus, enquanto Mons. Fleischmann nos conduz em meditação teológica sobre a mesma unidade. E mais: Um escrito do Pe. Caffarel nos faz perceber o sentido da oração conjugal, "momento solene do culto do casal", pois é Cristo que reza ao Pai na oração do casal cristão. Podemos conferir, com alegria, eventos nas regiões e setores e a riqueza dos testemunhos de casais e de equipes, estímulos para ações criativas dos casais cristãos. Algumas matérias nos levam à reflexão, outras lembram para nós os pontos concretos de esforço ou reforçam o conhecimento sobre o Matrimônio. Também vamos ler consistente mensagem da CNBB para o Leigo. Em "Vamos a Lourdes", o Casal Coordenador para o X Encontro Internacional das ENS nos prepara para a peregrinação com um resumo do que foram os 9 Encontros anteriores. E falando em Lourdes, rezemos com o Papa a oração que ele dirigiu a Maria, no dia 15 de agosto último. Na sessão Notícias nos solidarizamos, na alegria ou na dor, com muitos irmãos. Uma boa leitura a todos, com o abraço e o carinho de cada integrante da

Equipe da Carta Mensal


BAlANÇO, UM MOMENTO DE GRAÇA , •

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Caríssimos Casais e Conselheiros Espirituais: Que a paz do Senhor esteja em cada um, como fruto de quem caminha na luz. Meu abraço amigo e fraterno. O andar desgasta e cansa. Desgaste e cansaço nos deixam lentos e com baixo rendimento. Isto nos obriga a parar e analisar a caminhada. A isto chamamos de balanço. Não seríamos pessoas sérias e nem estaríamos assumindo com seriedade a vida se não parássemos para uma revisão. O balanço é para quem sabe o que quer e para onde vai. Seria uma leviandade, e ninguém quer ser leviano, não parar para examinar o rendimento, ver os sucessos e os fracassos. Nós somos privilegiados, queridos casais, por termos como tarefa, cada ano, o compromisso de um balanço. Eu gostaria que nós víssemos esta oportunidade como uma graça de Deus. Um balanço bem feito pode ser o ponto de partida para grandes decisões e para podermos render o máximo na caminhada, cuja meta é a plena realização humana e cristã: a santidade. Sim, necessitamos de decisões. E as decisões nascem destes momentos chamados "balanço". Podemos, nesta marcha, perder velocidade e entusiasmo. É o balanço que nos permite não deixar enfraquecer nem o ardor e nem o brilho do que buscamos. Tenho certeza de que ninguém de nós está arrependido de 2

ser filho da Igreja fundada por Cristo, onde Ele mesmo é a pedra angular. Tenho certeza de que ninguém de nós está arrependido de pertencer às ENS, que tanto bem já nos têm feito e muito mais nos podem ajudar, se formos fiéis aos seus princípios e métodos. É justamente para sermos fiéis a estes meios e instrumentos de comprovada eficácia que nos é proposto, anualmente, um balanço. Sejamos maduros e tenhamos a corajosa audácia de nos olhar por dentro, tendo como parâmetros estes instrumentos tão sabiamente propostos para todos os seus membros. Digamos com o Papa: "não tenhamos medo" de nos deixar medir e avaliar através desta medida e deste termômetro. "Conheço tua conduta: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, nem frio e nem quente, estou para te vomitar de minha boca" (Ap 3, 15-16). Que esta reflexão nos ajude a realizar, em nossa equipe e em todas as equipes do Brasil, um balanço diferente e que seja útil para uma retomada de nossas decisões de ser de verdade o que somos de nome: membros vivos das ENS, sinais para o mundo, que necessita dos sinais do casamento como um caminho de santidade e de plena realização humana. Pe. Frei Avelino Pertile OCD SCE da Super-Região CM 395


É TEMPO DE "REVER A VlDA" Prezados irmãos equipistas: Ao lermos esta Carta, as nossas equipes já terão o seu novo casal responsável e estarão prontas para mergulhar nas águas puras das inspirações originais do Movimento, através da oportunidade de reflexão que o balanço anual oferece. Já teremos vivido quase todas as experiências previstas para 2004, em resposta ao convite de "aprofun-

darmos o papel missionário do casal, como conseqüência de uma vivência mais autêntica da espiritualidade conjugal". Em 2004, percorremos um itinerário de amor bem preciso. Buscamos a perfeição cristã no amor conjugal, pois aí está, como diz o Pe. Flávio, o eixo principal da espiritualidade do casal. Vivemos esta busca no convívio fraterno do lar, na vida familiar, na vida comunitária. Oramos, celebramos, estudamos, refletimos, partilhamos em casal e em equipe. É hora de "coroarmos" essa caminhada. Para tal, é importante não nos deixarmos seduzir pelas tentações das velhas leis do coração, que impedem avaliar. Lancemos um olhar de amor sobre a nossa própria vida conjugal. Aproveitemos para verificar, à luz do Espírito, se de fato progredimos na partilha dos nossos bens naturais e pessoais. Alegremo-nos com as conquistas que Deus nos permitiu e, ao mesmo tempo, retomemos corajosamente os esforços em direção aos objetivos ainda não pleCM 395

namente alcançados, confiantes em que Deus sempre estará conosco. Deus nos colocou numa comunidade onde somos desafiados a sair de nós para partilharmos o amor e vivermos a entre-ajuda, o perdão e a correção fraterna. Nessa comunidade Jesus manifesta-se de forma muito sensível a nós (" ... Onde dois ou

três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." - Mt 18, 20), ajudando-nos a melhor compreender e realizar, por sua graça e poder, o plano que Ele tem para nossas vidas. Desejamos que a "revisão de vida" proporcionada pelo balanço anual transforme-se numa grande ação de graças a Deus pelas oportunidades de fortalecimento da nossa aliança conjugal. Que o exemplo sempre fiel de Maria nos ajude a perceber que Deus deve ser a motivação única de tudo o que fizermos, dissermos ou pensarmos.

Graça e Roberto CR Sup er-Região Brasil 3


Palavra ào Provincial

O AMOR CONJUGAL, PRELÚDlO PARA O AMOR ETERNO "Pai Santo, Tu criaste o homem e a mulher para que eles formassem juntos tua imagem na unidade da carne e do coração, e cumprissem, assim, sua missão no mundo" (Da Bênção Nupcial N° 1). Nós, os cristãos de fé, temos a esperança de um dia estar junto de Deus, face a face, na vida eterna. E temos a natural curiosidade sobre como será o amor eterno do qual teremos a graça de participar de forma definitiva após a morte. Sabemos ser impossível durante nossa vida humana compreender sequer ligeiramente a grandiosidade e a beleza do amor de Deus e da vida eterna junto dele e de todos os santos. Sabemos, porém, que todo amor provém de Deus, que é o próprio amor de Deus captado por nossa limitada capacidade de absorção, que tentamos passar para o objeto de nosso amor humano. Feitos à imagem e semelhança de Deus, que é amor, todo amor sincero que conseguirmos demonstrar e oferecer é um lampejo do amor de Deus, é uma introdução ao amor eterno. Neste sentido, todas as múltiplas formas de amores humanos, como o amor entre amigos, o amor de filhos para com os pais, o amor de pais para com os filhos, o amor à comunidade, o amor à Igreja e, é claro, também o amor conjugal, são sem dúvida um exercício prévio para aquele amor eterno, que esperamos com a certeza da esperança cristã. 4

O amor do casal, imagem do amor de Deus, é uma introdução ao amoretemo.

Jesus Cristo nos disse, e nos mostrou com seu próprio exemplo, quais são as características do amor de Deus. Ele amou servindo, se doando aos outros. Ele nos amou até a morte, e morte de cruz. Ele continua sempre fiel, e tudo perdoa. Ele pediu que nos amemos uns aos outros como a nós mesmos, que nos amemos como Ele ama sua Igreja. Dessa forma nós estaremos também manifestando nosso amor a Deus sobre todas as coisas, conforme Cristo ama o Pai. CM 395


Levando em consideração as características do tamanho infinito do amor de Cristo e de sua fidelidade eterna e incondicional, parecenos que dois amores se destacam como anúncios do amor eterno: o celibato voluntário por causa do reino dos céus, com sua entrega de maneira total ao Senhor e à sua causa, e o amor entre esposo e esposa. Vamos nos concentrar neste momento no amor conjugal como prelúdio, ou seja, como antecipação do amor eterno. São Paulo, na Carta aos Efésios (5, 24-25), recorre ao mistério do amor de Cristo pela Igreja, para exortar maridos e esposas a se amarem. Manifesta assim, de forma sublime, a dignidade e a bênção do amor de um casal que realmente se ama, que se compromete a construir essa relação amorosa por toda a vida, que jura e demonstra fidelidade ao cônjuge, e que compreende e aceita totalmente a presença e a vontade de Deus na vida do casal. Por sua vez, Santo Agostinho escreveu: "As pessoas divinas são três: a primeira, o Pai, que ama o que nasce dele; a segunda, o Filho, que ama a pessoa da qual ele nasceu; a terceira, o Espírito, que é o próprio amor". E o livro "Ser Casal", em sua página 46, nos pergunta se esta frase não poderia ser aplicada ao que vivem os esposos, pois se Deus Pai e Filho são só amor, não pode haver entre eles o menor egoísmo. Esta parábola do Amor de Deus Trinitário (você, eu, nosso amor) prepara os homens para que compreendam a Trindade de Deus. CM 395

Falemos um pouco da fidelidade: O amor conjugal, assim como o ser cristão, não pode ser vivido apenas num instante. Quando se ama de verdade se deseja a perenidade desse amor. Só a fidelidade ao longo do tempo é garantia de um amor eterno: Deus é sempre fiel. Não há amor verdadeiro sem fidelidade. "Eu amo Você, e amo para sempre, porque confio em Você" teria que ser a linguagem de um casal que se ama com um amor maduro. Isto é um vislumbre e um cintilar da eternidade. O Padre jesuíta Enrique Fabbri nos lembra, em seu livro "Casamento, entre a promessa e a fragilidade", que "a distância entre o divino e o humano é infinita, que o amor conjugal não é o amor de Deus, mas um reflexo integral desse amor. No Matrimónio existe o risco do pecado e dos fracassos. Mas a aliança conjugal é uma encantadora audácia: Se a promessa vai vencendo as peripécias de cada dia, o casamento é uma admirável escola de um amor que sabe superar-se. É uma escola de santidade que continuamente vivifica o próprio amor de Deus. Em decorrência disso, gera uma misteriosa fecundidade que alimenta o casal para chegar à plenitude do amor em Deus, ou seja, ao céu" (pág. 63). Por tudo isto é que afirmamos que o amor conjugal é sem dúvida prelúdio para o amor eterno, e pedimos a Deus que o nosso matrimónio seja um testemunho desta afirmação.

Josefina e Roque CR Província Leste 5


EQUIPISTAS DE TODOS OS PAÍSES ... De todas as lfnquas ... De todas as raças ... Somos irmãos em Cristo! Queridos amigos equipistas: No momento em que nós pegamos a caneta para escrever para vocês sobre o tema da unidade no nosso Movimento, nossos pensamentos ficam repletos de rostos que encontramos cá e lá em nossas viagens por todos os países do mundo e que nos são tão caros. Porque esses encontros, ricos e profundos, únicos e diversos, sempre fortes seja na alegria ou no sofrimento são um milagre das Equipes de Nossa Senhora. Tantos rostos e vozes que se misturam em nossa memória e que nos enchem os corações. Tantas preces e confidências partilhadas, tantas experiências vividas em tantos lugares, mas sempre com uma só fé em Cristo, um só desejo: viver melhor, cada dia, nosso sacramento do Matrimônio, por meio da espiritualidade conjugal, com a ajuda dos ensinamentos do nosso Movimento. Toda essa diversidade de culturas, de línguas, de raças, tudo que pode separar os homens nós o vivemos num só coração. E no convívio com vocês, estampado no rosto de Chrétien e de Charlotte, de Athanase e de Hermine e de tantos outros ... na África, vocês nos fizeram encontrar a prece verdadeira, a oração silenciosa, a alegria da partilha e o cuidado com a missão, mesmo com risco da própria vida. Todas estas práticas religiosas nós reencontramos na simplicidade da acolhida de Bob e Elaine, de Jane de Peter, 6

de Pat e Margarita, sempre preocupados em estar abertos às realidades de um mundo novo, eclético e diversificado, na prática da fé, mas sempre prontos a dar para melhor servir. Todo esse entusiasmo, essa alegria e essa fé de remover montanhas nós encontramos no Brasil e na América Espanhola. Lá onde a imensidão geográfica só tem medida na dificuldade de viajar, lá onde as distâncias são tão grandes e os meios para as ultrapassar tão frágeis. Luís e Márcia, Eugênia e Dino, vocês podem fazer milhares de quilômetros em barcos, em ônibus e se unir com os irmãos e irmãs das equipes em Brasília ou em Bogotá. Toda a organização e planejamento que só tem medida na extrema generosidade de vocês nós a encontramos no seu país de 51 Estados, Joe e Mary, Carolin e Edward. Vocês sabem o que quer dizer entraide (auxílio-mútuo) e vocês estão prontos a dar do seu essencial para o outro lado do mundo, para que Cherian e Janet CM 395


ou Youssef e Hala possam se unir e criar novas equipes. E vocês, Robert e Jacqueline, Luigi e Verônica, Fernando e Clélia, Esther e Hans, dos países da velha Europa, vocês sabem dar de seu conhecimento, de seu patrimônio de fé para que outros se enriqueçam e construam com vocês uma civilização na qual o amor de Cristo terá a primazia. Porque o amor dos esposos será indefectível, livre, duradouro e fecundo. Porque suas famílias serão missionárias do Evangelho e serão motivo para que smjam vocações sacerdotais, religiosas e conjugais.

Buscar a unidade na Igreja, no Movimento, na família, em nós, como casal, é buscar no rosto de cada um o rosto de Jesus, ele que nos reúne num só povo de Deus: "Pai, como tu estás em mim e eu estou em ti, que eles também sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste( .. .). Eu lhes revelei teu nome e lhes revelarei, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles" (Jo 17,21 e 26).

Gérard e Marie Christine de Roberty Eq. Resp. Internacional - ERI

MEDITEMOS SOBRE NOSSA UNIDADE Nós formamos um Movimento de caráter internacional, um único Movimento, de Ruanda ao Canadá, do Líbano a Trinidad y Tobago, do Brasil à Polônia, das Ilhas Maurício à Austrália, de Portugal à Inglaterra. É bom recordar a solidariedade de casais e lares tão diversos e, no entanto, tão unidos. Escrevo esta carta após o nosso Encontro do Colegiada Internacional do Rio de Janeiro, uma bela demonstração concreta de nossa unidade. Outros retomarão o tema do caráter internacional das Equipes de Nossa Senhora. Eu os convido, hoje, a se perguntarem sobre em que se fundamenta esta unidade, às vezes surCM 395

preendente aos olhos dos que vêem de fora, talvez também para mais de um equipista. Eu então proponho para vocês alguns temas. Inicialmente, a unidade do próprio casal: uma fonte primordial. De tempos em tempos, é bom reencontrar o encantamento da unidade realizada por um homem e uma mulher, diferentes entre si, mas unidos na realização de sua vocação de ser uma só carne. Unidade na doação mútua e no dom da vida. Casamento, este grande Sacramento, para retomar um título caro ao Pe. Caffarel. O laço de unidade de um homem e de uma mulher batizados está associado à união 7


de Cristo com a humanidade, na sua Encarnação. Está assim tão ancorado na realidade humana dos cristãos, que a Igreja levo].l certo tempo antes de definir a natureza sacramental desta união na nova e eterna Aliança selada por Cristo, vivo reflexo do amor trinitário. Unidade aberta, não somente do casal aos filhos, mas do casal em todo o seu envolvimento humano. O casal unido pelo grande sacramento do Matrimônio se integra naturalmente na grande família do Povo de Deus. Nós sabíamos que nossos irmãos africanos preferem freqüentemente a palavra família para designar a própria Igreja? Células de base da Igreja, os casais e as suas equipes formam, junto com os ministros ordenados, com as pessoas, consagradas ou não, que assumem o celibato, o Corpo de Cristo. Unidade da comunhão eclesial do Povo de Deus, que o Concílio Vaticano II nos lembrou estar aberto também aos que não estão integrados nele visível ou conscientemente. Unidade na diversidade de tarefas a serviço da missão comum de anunciar o Evangelho. 8

Na Eucaristia, a unidade se manifesta da maneira mais forte: o Cristo Cabeça leva consigo todos os membros de seu Corpo no oferecimento ao Pai de sua vida e de nossa vida, na ação de graças por todos os dons recebidos, a partir de nossa existência como criaturas e pela realidade da salvação, do perdão e da reconciliação, na intercessão compartilhada pelo mundo. A comunhão dos santos em Cristo liga os homens e as mulheres de todos os tempos, os santos e os pecadores. Temos sempre que construir esta unidade, que se funda na fé, na busca espiritual e até mesmo no combate espiritual. E nas Equipes de Nossa Senhora, especialmente, nós partilhamos uma mesma esperança: a de ver sempre um maior número de casais descobrindo quanto a sua união manifesta neles a imagem de Deus. Partilhamos a esperança de viver o próprio amor a Deus e aos outros numa diversidade que se conjuga com uma grande solidariedade. Quando nós pensamos a unidade internacional das Equipes de Nossa Senhora, ousamos meditar sobre estas palavras de São Paulo: "Do mesmo modo que nosso corpo, em sua unidade, possui muitos membros e estes membros não têm todos a mesma função, assim nós, mesmo muitos, não formamos senão um só corpo em Cristo, sendo todos, por sua parte, membros uns dos outros" (Rm 12,4-5).

François Fleischmann Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERI CM 395


BAlANÇO A oportunidade de renovar o révellion equipista Refletindo sobre a reunião de balanço, fizemos, como de costume, um apanhado nos documentos do Movimento, o que foi um privilégio, pois tivemos a oportunidade de crescer muito com as riquezas encontradas em antigas cartas mensais. Podemos afirmar que esse já foi o primeiro passo para a preparação da nossa reunião de balanço, porém foi inevitável comparar grotescamente esse momento privilegiado, reservado ao Movimento das Equipes, às festas de révellion. Vejamos a razão disso: ambos ocorrem no final do ano, exigem uma preparação especial e muita expectativa, geralmente é o momento de estabelecer metas ousadas e heróicas, que no calor das emoções nos fazem esquecer de nossa condição humana de pecadores do século XXI. Qual equipe, durante o balanço, não fez compromissos como: agora buscaremos verdadeiramente a conversão pela vivência dos pontos concretos de esforço; viveremos fielmente a fé, a esperança e a caridade; participaremos efetivamente das formações e eventos do Movimento; a carta mensal será nosso livro de cabeceira e seremos realmente testemunhas vivas do sacramento do Matrimônio. Tais compromissos são semelhantes àqueles que verbalmente pronunciamos ou mentalizamos à meia noite, quando o céu fica iluminado pelos fogos, anunciando a virada do ano. Doravante acordarei semCM 395

pre bem humorado, serei uma pessoa calma, feliz, fraterna, cumprirei as recomendações médicas rigorosamente, farei a dieta e, sobretudo, serei paciente e compreensivo com meu cônjuge. Pena que na grande maioria das vezes todas essas boas intenções evaporam no dia seguinte, simplesmente porque descuidamos de detalhes fundamentais. Todas as mudanças e renovações necessitam de esforço, convicção e muita perseverança, devendo sempre ser registrados, para que possamos mantê-los "fresquinho" em nossa memória. É necessário treino, pois no mundo de hoje todos somos arrebatados pelas turbulências e ativismo. Padre Caffarel nos recomenda no livro "A Missão do Casal Cristão" que na reunião de balanço, com franqueza e boa vontade, façamos em equipe a reflexão sobre as reformas que conviria adotar, quais os passos para frente deveriam ser dados para que a vida da equipe pudesse progredir nos planos da oração, do estudo e da amizade fraterna. É também ele que nos recomenda que busquemos a santidade, nem mais nem menos. No Guia das Equipes, encontramos que esta reunião de balanço proporciona a todos os componentes do grupo a oportunidade de refletir e dar, abertamente, com espírito cristão, sua opinião sobre a situação da equipe, preparando o ano seguinte sem esquecer, sobretudo, 9


Sejam as decisões do balanço singelas e duradouras como a chama das velas. que o mais importante é buscar a vontade de Deus para o casal e para a equipe, vivendo autenticamente o amor e a caridade. Para contribuir com este momento privilegiado do Movimento, além da proposta das regiões e setores, assessorados por seus conselheiros espirituais, gostaríamos de sugerir a leitura da conferência de Pe. Caffarel, "O Ideal das Equipes de Nossa Senhora", que segundo nossas descobertas tem cerca de 40 anos e, dentre outros locais, pode ser encontrado em carta mensal de 1963 ou, alguns fragmentos, na Carta Mensal de novembro de 1995 (CM 314, pág. 41). Embora pareça ser um documento antigo, vocês poderão verificar que as colocações e sugestões são de imensa validade e, sobretudo, bem adequadas aos nossos tempos modernos. Padre Avelino, atual Conselheiro Espiritual da Super Região Brasil, em seu artigo também referente ao balanço, na Carta Mensal de novembro de 2001, nos lembra que "Deus tem um projeto para todos nós que é fantástico. Um projeto digno apenas do seu amor por nós, que ultrapassa todos os limites que 10

poderíamos imaginar". Com esse amor criativo, chamou-nos a pertencer às Equipes de Nossa Senhora e nos deu Maria como guia e modelo. Motivados e renovados pelo amor fraterno que reina em cada equipe, vamos viver o balanço "para corrigir os possíveis desvios e confiar na graça e misericórdia divinas, que sempre serão o remédio das nossas fraquezas" (CM 368, pág. 12-13). Grãos de areia nas engrenagens? Vamos ser francos! Alguns de vocês estão saturados? ... alguns falam em sair da equipe, outros chegam a pensar em dissolvê-la ... fala-se em decepção? Já pensaram de onde provém tal decepção? Este é o primeiro passo para combater o verdadeiro obstáculo. Afinal, quem de nós não possui dificuldades e limites. Não é justamente por esta razão que nos unimos para, com a ajuda mútua e a correção fraterna, sermos capazes de buscar a santidade e o crescimento conjugal e espiritual? Que o balanço possa provocar crises de humildade e não de desânimo. A sociedade necessita de nosso trabalho e testemunho para tornar o mundo melhor. Não permitamos que nossas convicções e propostas sejam lindas e ardentes como os fogos do révellion, que apesar do esplendor e barulho são temporários. Sejamos mais modestos, como a chama das velas que, embora singelas, são perseverantes, resistentes e mais duradouras. Tenham um bom balanço.

Rita e José Adolfo CRP- Centro Oeste CM 395


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ORAÇAODO ALHO MAlS VELHO Nossa Equipe está trabalhando, ao longo deste ano, o livro "A Volta do Filho Pródigo", de Henri J.M. Nouwen. Em nossa última reunião no mês de agosto, estudando o capítulo da atitude do filho mais velho perante a acolhida do filho mais novo pelo Pai, elaboramos uma oração. As frases foram tiradas das respostas que os sete casais da nossa equipe deram ao tema. Sim, a volta do filho mais velho é um liberar de queixas, ressentimentos e ciúmes. Muitas vezes sentimos revolta, perdemos a confiança e a gratidão, sentimos que nossas atitudes não são recompensadas e nos afastamos do Pai. Sabemos que Deus está vindo ao nosso encontro todos os dias, todas as horas, com seu amor incondicional, sem preferências e sem julgamentos. Nunca sentimos, ao retornar, termos sido mal recebidos. O amor do Pai é igual para todos os filhos, sem distinção. Nós, como filhos mais velhos, precisamos nos conscientizar de que "na casa de meu Pai há muitas moradas" e de que cada filho de Deus tem lá seu lugar reservado e todos são amados da mesma forma e intensidade. O Pai ama cada filho e dá a cada um liberdade. Que tenhamos consciência de que precisamos voltar ao Pai, nos certificando de que quanto mais criticamos o próximo, mais mergulhamos na escuridão. Que Deus nos ilumine para que nesses momentos possamos sempre acreditar, ter fé, para buscar o caminho de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Maria de Lourdes e Paulo e a Equipe N. S. das Graças - Setor A - Santos, SP CM 395

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RETIROS Equipes de Natal fazem retiro

D. Ceslau Stanula

Nos dias 28 e 29 de agosto de 2004, reuniram-se os Setores B e C de Natal, Região do Rio Grande do Norte, com cerca de 120 casais, para realizar o retiro espiritual anual, tendo como pregador o SCE da Equipe do Setor B, Pe. Aerton Sales da Cunha. O tema central do retiro foi "A missão do casal cristão no carisma das ENS". Iniciamos o evento com votos de boas vindas e oração inicial, em seguida a palestra Oração Conjugal. As atividades de sábado foram encerradas com a recitação do terço e adoração do Santíssimo. No domingo, iniciamos com a oração da manhã, seguindo-se palestra sobre o dever de sentar-se. Uma santa missa marcou o encerramento. Agradecemos a Deus o esforço de cada casal para participar do retiro. "O melhor repouso é gastar tempo para estar com Jesus, viver na graça, no amor, deixando-se modelar e orientar pela sua Palavra". Léo (da Aninha) CRS Setor C - Natal, RN

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Retiro anual As equipes localizadas em !tabu12

na/BA realizaram seu retiro anual nos dias 24 e 25 de julho, com grande motivação e participação dos casais equipistas, sobressaindo-se o clima de oração. Além das meditações, houve adoração ao Santíssimo Sacramento, celebração do sacramento da penitência e terço meditado. Contou com a presença de D. Ceslau Stanula, bispo da diocese de Itabuna. Clara e Tavares Eq. N. S. da Rosa Mística Itabuna, BA

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Retiro da providência divina Estava tudo preparado para o retiro dos equipistas de Bady Bassit, quando o casal organizador do retiro, na véspera, recebe um recado de que o pregador havia sido internado no hospital. Lembrou-se, então, aquele casal do que lera há insCM 395


tantes numa lousa: "Não vos preocupeis com o dia de amanhã... A cada dia basta o seu cuidado" (Mt 6,34 ). Confiaram na Palavra de Deus e, com a ajuda do Casal Regional Wilza e Aluísio, de Rosinha e Anésio, da Irmã Rose e o socorro do Pe. Manoel, o retiro foi realizado com muito proveito. Algumas mães

levaram seus filhinhos de colo, parecendo aos participantes que estavam a dizer ser preciso receber o reino de Deus como uma criancinha. Deus é amor e afasta de nós o medo. Arrisquemos viver por amor! Abigail e Alcir, Eq. 1, N. S. Mãe da Sagrada Famz1ia - Bady Bassit, SP

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SESSAO ~E FORMAÇAO

NlVElll Foi realizada, em junho de 2004, no Seminário Santo Antônio, a Sessão de Formação Nível II da nossa Região Minas I, Província Leste, que teve a participação de 43 casais de Juiz de Fora e Barbacena. Contamos com a presença integral do Pe. Márcio Vinícius, que aceitou nos ajudar nesse evento. Foi uma experiência de estudo e aprofundamento. Os documentos da Igreja foram divididos e distribuídos aos casais inscritos, que, por setor, se prepararam anteriormente, estudando a sua parte. Foi um trabalho árduo, que requereu muito empenho e reuniões, mas valeu a pena, porque permitiu que todos se aprofundassem no assunto que lhes fora atribuído, para bem apresentá-lo no Encontro. Embora tenha sido um tempo limitado, considerando-se a profundidade do assunto, foi muito gratificante, permitindo-nos ter uma visão geral do ensinamento do Magistério da Igreja. CM 395

O Encontro iniciou-se com a missa. Os temas foram apresentados em seis painéis ilustrativos, num áudio-visual muito bem montado. Padre Márcio, após cada apresentação, colocava-se disponível para esclarecimentos e complementações muito enriquecedoras. O seminarista Denílson, demonstrando muito conhecimento, falou por um dos setores. A experiência foi rica e válida. Talvez tivesse sido mais proveitosa se um tempo maior houvesse sido dado para o estudo preparatório. Fazer as pessoas se manifestarem foi um grande incentivo para despertar as potencialidades de cada um. O espírito de equipe e a participação de todos se tomaram os pontos fortes desta experiência.

Margarida e Agostinho Casal Formação da Região Minas I 13


BALANÇO: TEMPO DE REVER ... O homem é matéria e espírito. Não podemos separar o material do espiritual: formamos uma unidade indivisível. Infelizmente nós ainda não temos a consciência dessa unidade. Costumamos fazer nossos projetos materiais enriquecidos de planos e artifícios para garantir nossos sucessos ou fazemos cronogramas físico-fmanceiros com períodos de avaliação (balanço) e com ferramentas de correção de rumos bem definidas e eficientes. Ao passo que nada planejamos em prol do nosso projeto espiritual. O verdadeiro cristão também faz seu cronograma espiritual com períodos de avaliação definidos. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil escolheu a reunião de novembro para ser a reunião de BALANÇO, no qual o equipista, que preza por sua conversão, coloca-se diante de determinados questionamentos que o desinstalam e o ajudam a corrigir seus rumos, colocando seu carro espiritual nos trilhos da conversão. Temos a oportunidade de avaliar nosso projeto de equipistas e corrigir rotas quando necessário. Temos a oportunidade de avaliar nosso comportamento como marido/esposa; pai/mãe; profissional e cristão. Levando nosso balanço a sério, não temos dúvida de que o principal objetivo do Criador com a criatura se realiza, ou seja, que nos tomemos seres perfeitos, como diz o man14

damento de Jesus: "sejam perfeitos como o vosso Pai que está nos céus é perfeito" (Mt 5, 48). E este é o objetivo das Equipes de Nossa Senhora, ajudar-nos a "tender para a santidade, nem mais nem menos". E estaremos na direção da santidade se nos mantivermos atentos e vigilantes. Se em cada balanço corrigirmos nossos rumos, com certeza, após vários balanços, seremos cristãos melhores, com possibilidades de um dia vermos Deus face a face. Este é o nosso objetivo último. Que o Espírito Santo nos toque e a Virgem Maria abra nossos corações.

Cida e Raimundo CR Província No rdeste CM 395


BAlANÇO- POR QUE FAZÊ-LO? "Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amaivos uns aos outros, assim como eu vos amei" (Jo 15.9-12).

O Movimento nos convida, a cada ano, mais especificamente no mês de novembro, a fazer uma reflexão sobre a nossa caminhada equipista. Por quê? A resposta é muito simples e clara. A razão de ser das Equipes de Nossa Senhora é ajudar os casais e os conselheiros que dela fazem parte a viver como Cristo nos ensinou; a nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou e nos ama. É humano, e até certo ponto compreensível, que nos deixemos levar pelas coisas do mundo, que em algumas ocasiões desanimemos diante das dificuldades e que nos acomodemos em um patamar falsamente ideal, contentando-nos com uma vida morna, desviando-nos do verdadeiro objetivo de nossa pertença ao Movimento. Por isso a necessidade de realizarmos uma reunião específica para ver em que ponto nos encontramos, como casal e como equipe, e para onde desejamos ir. É preciso rever e relembrar a vocação para a qual fomos chamados por Deus, para que nossos esforços se dirijam para arealização plena do nosso ser casal com a ajuda de uma equipe. O Movimento nos oferece métodos, peCM 395

dagogia, exercícios, formação, subsídios, momentos fortes de oração etc., para que possamos caminhar em direção à perfeição, e não podemos permitir que os empecilhos do dia-a-dia nos desencorajem. Jesus passou sua vida ensinando seus discípulos e seguidores a amarem-se mutuamente e também a amar aqueles que não faziam parte de suas comunidades, os inimigos, os indesejáveis, os excluídos, os marginalizados. Só amando assim, amaremos a Deus com toda nossa força ou, melhor, com toda nossa fragilidade. Se desejamos seguir Jesus por toda a vida, sermos fiéis ao que Ele nos ensinou e ao que Ele fez, precisamos nos esforçar sempre mais para tornar visível aos olhos do mundo o amor infinito do Pai e o amor vivido entre nós. Torna-se imprescindível em nossa Reunião de Balanço revermos a verdadeira razão de nossos encontros, em nome de quem ou por quem nos encontramos e que examinemos nossas consciências para ver se estamos nos esforçando para alcançar a santidade à qual todos fomos chamados. Colocar em prática o amor de Deus entre nós é tarefa para toda a vida e exige esforços 15


contínuos, auxílio mútuo e, às vezes, correção fraterna. Percebemos que ainda não estamos maduros o suficiente na experiência do amor fraterno , pois, por excesso de respeito humano ou pudores exagerados, temos muitas reservas em chamar a atenção de nosso irmão que se desvia do caminho traçado ou , por alguma razão, se sente desestimulado . É preciso recordar, constantemente, que o sacramento do Matrimônio é fonte de graças permanen-

tes e que nunca estaremos sozinhos, pois o Senhor prometeu que estaria conosco através do seu Espírito - o Espírito da Verdade, o Espírito de Sabedoria, o Espírito de Discernimento- nos impulsionando, nos iluminando e nos fortalecendo. Que Nossa Senhora de todas as Equipes nos guie para que a Reunião de Balanço de nossa equipe dê frutos abundantes. Amém!

Angela e Luiz CR Província Sul III

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SANTIACAÇAO DO AMOR CONJUGAL As Equipes de Nossa Senhora são, sem dúvida alguma, o mais eficiente movimento eclesial que se dedica à santificação da fallll1ia, a começar pelo casal. Posso afirmar isso, pela minha experiência com esse Movimento, que conheci ainda quando seminarista em São Paulo, em 1960 e ao qual me dediquei como o segundo conselheiro espiritual, quando ele foi introduzido pelo barnabita, Pe. Giovanni Incampo, na Arquidiocese de Belém. A espiritualidade conjugal, adotada pelas Equipes, leva o casal a viver sua vida conjugal de um modo novo e santo, de maneira a evitar certos pecados contra o Matrimônio. Podemos dizer que há uma con16

versão autêntica, embora às vezes com alguma resistência por parte de casais que antes de aderirem ao Movimento não tinham de fato uma vida cristã. Entretanto - aqui entra a minha experiência como conselheiro de muitos anos - às vezes encontramos casais que não têm compreensão da necessidade da Graça e da Eucaristia para que suas vidas, seja no âmbito pessoal de cada cônjuge, seja no conjugal, possam ter um crescimento ascético santificador. Mesmo se esforçando na observância de normas da vida matrimonial cristã, encontrei certos casais que não davam o necessário valor à Graça, como vivência habitual com a CM 395


Trindade Santíssima, vivência essa santificante, não só de suas almas, mas também de seus corpos. A missa dominical, por exemplo, não era levada a sério, assim como a Eucaristia, da qual não compreendiam a necessidade de recebê-la assiduamente. O Pe. Henri Caffarel, em seu "Discurso de Chantilly", reporta-se a esse problema quando diz: "Formam-se agora muitos casais que não tiveram uma verdadeira catequese, ignoram muito a vida cristã e satisfazem muito mal suas exigências. Conheço atualmente algumas equipes onde o esforço é conseguir que todos os casais vão à missa de domingo. Esse problema não se poria há quarenta anos. É um fato. Trata-se de uma questão de prática religiosa, mas é sobretudo uma questão de formação religiosa. A deficiência da catequese explica que haja casais que, não obstante terem uma formação cristã insuficiente, desejam todavia entrar nas ENS". Gosto muito de falar e até insistir sobre a realidade da presença de Deus em nós, pela Graça, que torna santos todos os atos comuns, também os da vida conjugal, também os sexuais, que podem ser oferecidos a Deus como oração. "Quando se diz que a pessoa que está na Graça de Deus faz da sua vida uma contínua oração, entendemos que também o corpo reza, pois igualmente ele abriga o Senhor. Por isso, nosso corpo merece um respeito especial como morada santa. O mesmo apóstolo Paulo nos adverte que não podemos fazer dele um objeto de prosCM 395

tituição. O sexo tem que ser exercido como algo puro e santo e oferecido ao Senhor como oração. Quando dois se unem sexualmente, na Graça, é Deus quem ama na pessoa de seus filhos". Pela Graça, Deus convive conosco a nossa vida e a vida dele. Ele vive a nossa vida humana, nós vivemos a sua vida divina. É isto o principal substrato da nossa santificação. Certa vez encontrei uma jovem senhora que, depois de um retiro que orientei, levou a sério, com o esposo, esse sentido novo da vida conjugal e, na oração que faziam juntos à noite, acrescentavam um ato de oferecimento do amplexo íntimo. A vivência da Graça, em todos os atas da vida, chamo-a de oração-vida. É a vida, toda ela, transformada em oração. É, de fato, viver com Deus e em Deus. Repito: é conviver com Ele. É autêntica e continuada Comunhão, inclusive, como disse, nos atas de doação corporal, que também compõem o amor conjugal. Sobre a Eucaristia nem é necessário qualquer comentário. Ela é o cimo do monte da vida cristã, na expressão do Concílio Vaticano II. O mesmo se poderá dizer para os que, pelo matrimônio cristão bem vivenciado, chegam à comunhão plena do Amor, precisamente porque tudo é feito em Deus que é o próprio Amor.

Mons. Aderson Neder SCE do Setor Pará-Nordeste Castanhal, Pará 17


1V1ATR1MÔN10 É COlSA SÉRlA Debruçando-nos sobre o texto "O desígnio de Deus sobre o matrimónio e a família" (Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de sua santidade João Paulo II), refrescamos a nossa memória e aumentamos a nossa compreensão de que o matrimónio e a farm1ia são os valores mais preciosos da humanidade, e a Igreja nos deu a oportunidade de conhecer toda a verdade sobre o valor do matrimónio e da farm1ia no seu significado mais profundo. Agradecemos a Deus por termos acesso a esse tesouro. Sabemos da quantidade imensa de casais que, infelizmente, não tiveram essa oportunidade e por quem o sacramento do Matrimónio não é valorizado como deveria ser. Muitos casais participam dos cursos de preparação para o casamento apenas para cumprir exigência da paróquia. O papa João Paulo II, fundando-se em Efésios 5, 31-32, afirma: "O matrimónio dos batizados torna-se assim o símbolo real da nova e eterna aliança, decretada no sangue de Cristo "(Familiaris Consortio, 13 ). "A farm1ia humana, desagregada pelo pecado, é reconstituída na sua unidade pela força redentora da morte e ressurreição de Cristo. O matrimónio cristão, partícipe da eficácia salvífica deste acontecimento, constitui o lugar natural onde se cumpre a inserção da pessoa humana na grande farm1ia da Igreja ... E a 18

Igreja encontra na farm1ia, nascida do sacramento, o seu berço e o lugar onde pode atuar a própria inserção nas gerações humanas, e estas, reciprocamente, na Igreja" (Familiaris Consortio, 15). Sentimos a grande responsabilidade de corresponder a este apelo de fidelidade a Cristo e à Igreja, através do nosso "sim" diário, e as Equipes de Nossa Senhora têm nos ajudado nesta caminhada.

Betinha e Josias Equipe 4 N. Sra. de Fátima Setor Pesqueira, PE CM 395


MENSAGEM PARA- O DlA NAClONAl DOS CRlSTAOS lElGOS Solenidade de Cristo Rei do Universo Ao fechar a edição, ainda não se tinha uma mensagem deste ano da CNBB para os Leigos, por ocasião do "Dia do Leigo", comemorado na solenidade de Cristo Rei. O texto abaixo, embora de 2003, pela profundidade e abrangência do seu conteúdo, conserva toda atualidade e pertinência para nosso engajamento cristão. (Nota da Equipe da Carta Mensal)

••• Ao celebrar o dia nacional dos cristãos leigos, a Igreja Católica quer reafirmar a identidade própria do leigo. Aqueles que foram regenerados pela água e pelo Espírito e acreditam em Jesus Cristo "são transformados em 'cristãos' . Graças ao Espírito, eles pertencem a Cristo, o Ungido por excelência, tomam-se filhos de Deus e irmãos entre si, na Igreja". Aí está a novidade do cristianismo. O leigo é o "homo christianus": "Reconhece, ó cristão, a tua dignidade!", afirma S. Leão Magno. Ela define a identidade do cristão leigo e o diferencia dialeticamente do mundo. (cf. Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas, doe. 62 da CNBB , n. 96, 1999). Não temos dúvida da importância do laicato para a vida da Igreja: não existe Igreja sem leigos. É importante que se conheça cada vez mais CM 395

e melhor o papel do leigo dentro da Igreja, para que todo fiel batizado saiba realmente qual o seu papel e exerça a sua missão específica de transformar as realidades temporais. Dirigindo-se aos cristãos leigos, o Papa João Paulo II faz um veemente apelo para que estejam atentos ao que o Concílio Vaticano II propõe para eles, ao apresentar-lhes extraordinárias perspectivas de envolvimento e de compromisso na missão da Igreja. O Concílio recorda a participação deles na função sacerdotal, profética e real de Cristo, que lhes é confiada, e de modo especial, a missão de "procurar o reino de Deus, tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus" (Lumen Gentium, 31). O apostolado dos cristãos leigos vem assumindo uma importância determinante para fazer aproximarse de Deus, tanto homens e mulheres, pois, é no ambiente que lhes é familiar - no trabalho, no lar e na sociedade em geral - onde o papel do leigo se toma imprescindível e, muitas vezes, insubstituível. Às portas do 3o. Milênio, Deus chama os crentes, de modo especial os cristãos leigos, a um renovado impulso. A missão não é acrescentada à vocação cristã. Pelo contrário, afirma o Concílio Vaticano II, a vocação cristã é por sua natureza vocação ao apostolado (cfr. Apostolicam 19


Actuositatem, 2). Cristo deve ser anunciado com o testemunho de vida e com a palavra, e, antes de ser um empenho estratégico e organizado, o apostolado comporta a gratificante e alegre comunicação a todos do dom do encontro com Cristo. Uma pessoa ou uma comunidade, madura do ponto de vista evangélico, é animada por uma intensa paixão missionária que a impele a dar testemunho de Cristo em cada circunstância e situação, em cada contexto social, cultural e político. Na celebração de Cristo Rei do Universo reafirmamos a nossa fé em Cristo nosso Senhor e nossa disposição em trabalhar para que o Reino de Deus aconteça no nosso mundo. Nessa missão universal os cristãos leigos têm a vocação de "procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus" e, assim, possam "contribuir, a modo de fermento, por dentro, para a santificação do mundo" (doe. 62 da CNBB , n. 99) . Relembro aqui as palavras de João Paulo II aos bispos: "A ação dos leigos é indispensável para que a Igreja possa ser considerada realmente constituída, viva e operante em todos os seus setores, tomando-se plenamente sinal da presença de Cristo entre os homens" (cf. Diretrizes gerais da ação evangelizadora no Brasil, n. 104). É muito importante que os cristãos leigos assumam mais e mais o compromisso de serem sujeitos da evangelização na construção do Reino de Deus, reino de justiça e de paz, de solidariedade e de fraternidade. Com alegria e muita esperança saúdo todos os 20

A ação dos leigos é indispensável para que a lqreja possa ser considerada realmente constituída, viva e operante em todos os seus setores, tomando-se plenamente sinal da presença de Cristo entre os homens.

cristãos leigos nesta solenidade de Cristo Rei do Universo e envio-lhes o meu abraço fraterno, em nome da CNBB e da Comissão episcopal para o Laicato.

Dom Mau ro Mo ntagnoli, Bispo de Ilhéus - Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB 23 de novembro de 2003 CM 395


AÇÃO DE GRAÇAS Contam os Evangelhos que certa vez Cristo curou dez leprosos. Pediu apenas que eles se apresentassem ao sacerdote na cidade. Eles foram. A caminho, surpresos, todos se viram limpos de suas feridas. Um deles, às pressas, voltou atrás para agradecer. Vendo-o, Cristo disse aos presentes: "Não foram dez os curados? Onde estão os outros nove"? Pena que sejam poucos os que sabem agradecer! É de Santo Ambrósio esta expressão: "Não há dever mais urgente do que o de agradecer". Agradecer não é apenas um sinal de educação. É, sobretudo, um ato de religião. Tudo o que temos foi-nos dado. São Paulo diz: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para com todos vós". É comum ver que até pessoas rudes sabem agradecer. Contam de Tamerlão, conquistador bárbaro, que, por um mimo que lhe deram, poupou a vida de mil prisioneiros. As crianças pagam com mil beijos o carinho que lhes fazem! O coração de um ingrato assemelha-se ao deserto que sorve com avidez a água do céu e não produz coisa alguma! Se não é normal não agradecer aos homens por favores recebidos, que é que se pode dizer de quem não agradece a Deus? Eis uma verdade: Quem não sabe agradecer a Deus pelas alegrias que tem, não se lembrará de confiar nele em momentos de aflição, e se desesperam. Se há muitas vidas falidas por aí, não é CM 395

por falta de bênçãos de Deus, mas pelas vezes que não agradeceram! Sempre nos queixamos quando nos falta alguma coisa; sempre nos queixamos quando muitos nos falham; sempre achamos que temos o direito de nos fechar e de não servir quando não nos dizem: "muito obrigado". Agradecemos a quem nos dá um copo d'água. Como agradecemos a Deus que faz jorrar as fontes? Agradecemos a quem nos dá o pão. Como agradecemos a Deus que faz amadurecer os trigais? Agradecemos a quem nos acende a luz de uma vela. Como agradecemos a Deus que acende a luz do sol todos os dias? Agradecemos a quem nos diz uma boa palavra. Como agradecemos a Deus que nos dá a inspiração? São um sinal de muita espiritualidade, as palavras de um amigo meu , que diz: "Acostumei-me a agradecer a Deus até pelas dores que padeço"!

Pe. Orlando Gambi (do jornal "Santuário de Aparecida") 21


Ordenação Presbiteral •

Aconteceu no dia 03/07/2004, na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, a ordenação sacerdotal de Pe. I vanir Pedrosa, SCE da Equipe 37, N. S. Imaculada Esposa do Espírito Santo, Setor Região Minas I. Todos os equipistas de Juiz de Fora se alegram com o Pe. Ivanir, desejando-lhe uma feliz vida sacerdotal, repleta das bênçãos do Senhor. No dia 17 de julho de 2004, foi ordenado presbítero o Pe. Marcos Roberto Souza Oliveira, SAC, na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Camamu-BA. Toda e Equipe 18-B deCuritiba, da qual foi Conselheiro, estava presente à celebração da ordenação.

A Região Minas ll realizou com muito proveito uma Sessão de Formação Nível II, no Colégio São José Operário, na Pampulha. As palestras foram conduzidas com amor e competência pelo Padre Mundinho, SCE da Equipe daRegião Minas II.

Nova Equipe Equipe N. S. Imaculada Conceição N°470407 - Setor D - SC I

Contribuição para a formação de sacerdotes No dia 8 de julho de 2004, Graça e Juarez, Casal Regional da Região Rio IV, acompanhados de outros casais, fizeram entrega de um cheque no valor de R$ 5000,00, oferecido pelas Equipes ao Seminário São José de Niterói/RJ. Foram recebidos por Dom Alano, arcebispo de Niterói, e pelo Pe. José Otácio, reitor do Seminário, os quais agradeceram ao Movimento pela valiosa doação e o parabenizaram pela iniciativa, pois naquele estabelecimento as dificuldades financeiras são diárias. D. Alano conheceu Pe. Caffarel pessoalmente, é um entusiasta pelas Equipes e conclamou os equipistas à missão que lhes é própria, ou seja, mostrar aos casais a beleza do sacramento do Matrimônio. 22


Conselheiro Arcebispo No dia 12 de agosto, Dom Bruno Gamberini, novo Arcebispo de Campinas, foi homenageado pelos equipistas do Setor São Carlos, Região Minas I, onde por 26 anos foi sacerdote conselheiro

falecimentos Vicente Demarchi (da Dirce), da Equipe 9. N. S. de Lourdes- Setor A- Rio Claro/SP, no dia 25 de fevereiro de 2004, em Rio Claro/SP. Tércio (da Jane), da Equipe 145 - Setor B -Região Rio V, no dia 7 de junho de 2004, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Mário Ferraro (da Marilena +),no dia 24 de junho de 2004, da Equipe 8, Petrópolis/RJ. Célia (do Adriano), no diaS de março de 2004, daEquipe46D (210406), Rio l. Sérgio de Azevedo Meyer (da Dulce), no dia 9 de julho de 2004, da Equipe N. S. do Carmo- Jacareí/SP. DanteNardelli (da Adelina), no dia 26 de julho de 2004, da Equipe 4- N. S. de Fátima, Setor D, Centro Oeste I- Brasília/DE Israel (da Maria do Carmo), no dia 2 de agosto de 2004- Equipe 1, N. S. da Paz- Belo J ardim/PE. Luiz Roberto Jabali (da Mariana), no dia 8 de agosto de 2004, em Ribeirão Preto/SP. Vera Maria Duailibi (do Victor), no dia 19 de agosto de 2004, da equipe 5-A - N. S. Imaculada Conceição, São Paulo/SP. João Paulo Ribeiro do Vai (da Maria Celina), Equipe 1 de Jundiaí, no dia 1O de setembro de 2004, em Jundiaí/SP. Gildo ManoelMaciel (daMariliana), da Equipe no 470110- N. S. Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schéienstatt, no dia 17 de setembro de 2004, em Aorianópolis/SC. Pe. Jaime Kohmetscher, da congregação Missionários Oblatos de Maria Imaculada (OMI), no dia 23 de abril de 2004, no Estado de Goiás e sepultado em Recife/PE. Nesta cidade foi Sacerdote Conselheiro de Equipe.

CM 395

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VAMOS A lOURDES!

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Todos estamos sendo convidados para o X Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, de 16 a 21 de setembro de 2006, na cidadesantuário de Lourdes, na França. Muitos, dentre os mais novos, têm apresentado esta curiosidade: é o décimo? E os outros? Devemos nos lembrar, queridos irmãos equipistas e conselheiros espirituais, que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora muito tem crescido neste nosso fértil solo brasileiro e que muitos casais e conselheiros vieram se juntar a nós, mais antigos, e passaram a integrar a grande farm1ia das Equipes de Nossa Senhora. Hoje é sabido que somos o país não só com o maior número de equipes, mas também com o maior número de equipistas, tendo inclusive ultrapassado a França, berço do Movimento. Assim, buscaremos fazer um breve relato dos Encontros Internacionais anteriores, baseando-nos em Cartas Mensais da época e em informações passadas pela Thereza (do Seabra), que gentilmente se dispôs a colaborar conosco. O I Encontro Internacional aconteceu em Lourdes, em 1954, com a participação de cerca de 500 casais, vindos da própria França e de países vizinhos. Lembremo-nos que aqui no Brasil o Movimento, iniciado por Nancy e Pedro Moncau Jr., só tinha 4 anos. Esse Encontro foi marcado pela consagração das Equipes de Nossa Senhora à Virgem e à Igreja. 24

Cinco anos depois, em 1959, em Roma, acontecia o II Encontro Internacional, com a presença de mil casais vindos de 14 países diferentes. Durante esse Encontro os equipistas foram recebidos por Sua Santidade o Papa João XXill que, apresentado às Equipes pelo Pe. Caffarel, outorgou ao Movimento o "direito de cidadania". D. Nancy e Pedro Moncau estavam lá, representando as equipes do Brasil. Seis anos mais tarde, no Pentecostes de 1965, acontece o m Encontro Internacional, mais uma vez na cidade de Lourdes, na França, com uma mensagem precisa: " O Movimento e cada um de seus casais devem viver uma vida mais evangélica, ou seja, fazer do Evangelho o estatuto de seu lar". Esse Encontro contou com a participação de 7.000 equipistas vindos de diversos países. Novamente em Roma aconteceu o IV Encontro Internacional, em 1970, com a participação de 2.000 casais dos cinco continentes. Dessa vez participam da peregrinação 15 casais brasileiros e todos são recebidos pelo Santo Padre, agora Paulo VI, e participam da Santa Missa concelebrada por 160 padres. O V Encontro acontece novamente em Roma, em 1976, com aproximadamente 3.000 pessoas, das quais 46 brasileiros. Sua Santidade o Papa Paulo VI recebeu em audiência especial as Equipes de Nossa Senhora, salientando o papel CM 395


do nosso Movimento como "escola de espiritualidade para os casais". Quem acolhe o VI Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, em 1982, é a cidade de Roma, escolha justificada pelo início do pontificado de João Paulo II. Desta vez, 400 equipistas brasileiros se achavam no meio de 5.000 participantes vindos de várias partes do mundo. Como aconteceu nos Encontros anteriores, também o Santo Padre recebeu as Equipes, dirigiu-se aos equipistas e, ao despedir-se, disse: "venham de novo ... sempre mais numerosos! ... E digam aos vossos filhos que o Papa lhes manda um abraço". Cidade de Lo urdes, 1988, local e ano do VII Encontro Internacional, que contou com a presença de 2.660 casais e 337 Conselheiros Espirituais, sendo 150 equipistas brasileiros. Esse Encontro foi marcado pelo lançamento de Segunda Inspiração, momento em que o Movimento pode parar, avaliar sua caminhada, discernir seu rumo, retomar o fôlego e dar Ação de Graças a Deus pelo "ser casal". É chegada a vez de Fátima, cidade-santuário em Portugal, onde, em 1994, os equipistas foram "convidados às bodas de Caná" . Esse foi o VIII Encontro Internacional, que reuniu cerca de 5.500 participantes, sendo 508 do Brasil. Esse Encontro para nós brasileiros tem um quê de especial: nele, pela primeira vez na história das ENS, assume a responsabilidade pela Equipe Responsável Internacional- ERI- um casal brasileiro: Cidinha e Igar, de São Paulo. CM 395

Padre Oli vier, Conselheiro Espiritual da ERI na época, encerrou sua homilia de envio conclamando assim os casais: "enchei de água as vossas talhas para que o Senhor a transforme no vinho do Reino"! Pela primeira vez em Santiago de Compostela, Espanha, aconteceu um Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Esse foi o IX Encontro, com 7.000 participantes, sendo 927 brasileiros ou "amarelinhos", como ficamos conhecidos pelas nossas camisas. Com o tema "O Casal Imagem do Deus Trinitário", cada um foi exortado a "SER CASAL CRISTÃO HOJE NA IGREJA E NO MUNDO", isto é, a caminhar sempre rumo à perfeição cristã. Queridos irmãos, aproxima-se agora o X Encontro Internacional. É hora de nos animarmos uns aos outros, de nos solidarizarmos dentro de nossas equipes e de nossos setores, de fazermos aquele grande mutirão da fraternidade, de caminharmos juntos, qualquer que seja nossa condição, pois é a Palavra que prepara nossos corações, nos une e nos torna irmãos. Nós os convidamos a cada um, casais e conselheiros, a que se juntem a nós e rezemos desde hoje, pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Lourdes pelo nosso X Encontro Internacional: "Ó Virgem puríssima, Nossa Senhora de Lo urdes, que vos dignastes a aparecer a Bernadette no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no silêncio e recolhimento que Deus nos fala e nós falamos com Ele, ajudai-nos a encontrar o 25


sossego e a paz de espírito para nos conservarmos sempre mais unidos a Deus. Nossa Senhora da Gruta, dai-nos a graça que vos pedimos e tanto precisamos! Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós !"

Santa Maria, Mãe dos crentes, intercede por nós" Ave Maria, mulher pobre e humilde, abençoada do Altíssimo! Virgem da esperança, Profecia dos novos tempos Nós nos associamos ao teu hino de louvor para celebrar as misericórdias do Senhor, para anunciar a vinda do Reino e a libertação integral do homem. Ave Maria, humilde serva do Senhor, Gloriosa Mãe de Cristo! VIrgem fiel, santa morada do Verbo, ensina-nos a perseverar na escuta da Palavra, a ser dóceis a voz do Espírito, atentos aos seus apelos, na intimidade da nossa consciência, às suas manifestações nos acontecimentos da História. Ave Maria, Mulher da dor, Mãe dos viventes! Virgem esposa junto da cruz, nova Eva, seja nossa guia pelos caminhos do mundo, ensina-nos a permanecer contigo, 26

Um abraço fraterno e nosso carinho!

Regina e Cleber Coordenadores para o X Encontro Internacional das ENS

junto das numerosas cruzes nas quais teu Filho ainda é crucificado. Ave Maria, Mulher de fé, primeira entre os discípulos! Virgem, Mãe da Igreja, ajuda-nos a dizer sempre a razão da esperança que nos anima, tendo confiança na bondade do homem e no Amor do Pai. Ensina-nos a construir o mundo a partir do interior: Na profundidade do silêncio e da oração, da alegria do amor fraterno, na fecundidade insubstituível da cruz. Santa Maria, Mãe dos crentes Nossa Senhora de Lourdes, Intercedei por nós. Amém.

••• Oração do Papa em Lourdes, nos dias 14 e 15 -08-2004. Colaboração de Helena e Tomaz Eq. N. S. Bom Conselho Setor B - Porto Alegre, RS CM 395


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A ORAÇAO CONJUGAL Pe. Henri Caffarel

Sua razão àe Ser Quando casais jovens fazem a oração conjugal é, muitas vezes, por uma espécie de exigência do seu amor, exigência aliás pouco refletida e analisada. Talvez seja na esperança de que facilitará mais perfeita intimidade entre eles, em todos os planos. Motivo legítimo, evidentemente, mas insuficiente e é por isso que depressa se sentem decepcionados. Uma das nossas correspondentes dá uma explicação disso: "Fiquei logo decepcionada com a nossa oração conjugal: esperava sentir mais intimidade com meu marido, achava que era um meio de me dar a conhecer, de lhe revelar a minha vida interior; estava aí o meu erro. Tinha idéia errada da oração conjugal. Minha decepção provinha da nossa oração ser para nós e não para Deus. Ora, trata-se, sobretudo, de louvar a Deus juntos, de procurar juntos a sua vontade acerca da fanu1ia e não aprofundar a nossa intimidade conjugal, de nos conhecermos melhor. Se forem esses os efeitos da nossa oração, tanto melhor, mas não é esse o seu objetivo". Também não basta evocar, como fazem alguns sem ir mais longe, o direito que Deus tem ao culto das suas criaturas. É verdade que o casal, como qualquer outra comunidade, deve oferecer a Deus a homenagem da sua oração, mas este argumento é também válido para os CM 395

casais muçulmanos, judeus ou pagãos. Não é essa a razão de ser específica da oração conjugal do casal cristão. Partamos da noção de matrimônio cristão. Não é apenas o dom recíproco do homem e da mulher; é também o dom, a consagração do casal a Cristo. Daqui por diante, Cristo está presente nesse casal que, entregando-se, se abriu a Ele; e é por isso que S. João Crisóstomo lhe chama "igreja em miniatura". É verdade que esta presença já se verifica quando dois ou três se reúnem em nome de Cristo (Mt 18,20), mas tratando-se do casal há mais e melhor: um pacto, uma aliança, no sentido bíblico da palavra, entre Cristo e o Casal. O que já o Pai dizia outrora, "Serei o Vosso Deus e vós sereis o meu povo", repete-o Cristo ao casal. Assim, ligado e presente no casal, Cristo aspira a dar graças ao Pai, a interceder com e através dos esposos, pelo mundo inteiro. Aliás, não é apenas no momento da oração conjugal, mas em todos os momentos que Cristo, presente na vida do casal, quer louvar o Pai: "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, dizia São Paulo, fazei tudo para a glória de Deus" (1Cor 10,31). Precisamente o "momento solene" deste culto do casal é a oração conjugal. E à noite, quando este homem e esta mulher rezam juntos do leito, é a oração do seu Filho bem27


amado que o Pai dos céus ouve, porque o Espírito Santo inspira os sentimentos do seu coração. Enquanto não se atinge este ní-

vel, não se pode compreender nem realizar bem a oração conjugal. A sua necessidade e grandeza só se explicam na perspectiva do sacramento do Matrimônio. Numa palavra, quando Cristo une pelo seu sacramento um homem e uma mulher, é para fundar um santuário, este santuário que é um casal cristão, onde Ele, Cristo, poderá celebrar com este casal, através deste casal, o grande culto filial de louvor, de adoração e de intercessão que veio instalar na terra. Antes de examinar quando e como o casal deve rezar, as dificuldades que encontra, os benefícios que tira, vejamos em primeiro lugar que disposição de alma deve ter, para que a sua oração conjugal seja verdadeiramente culto de Cristo.

Disposições Necessárias

Na oração

conjugal trata-se, sobretudo, de louvar a Deus juntos, de procurar juntos a sua vontade.

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É preciso, em primeiro lugar, como é evidente, que o casal seja um casal, quer dizer, um homem e uma mulher unidos não só materialmente, mas também espiritualmente. Que a sua união visível seja o sinal da sua união de alma. "Que sejam um!" À hora da oração é preciso que acabem todas as discordâncias, que haja paz mais perfeita entre eles. Num casal que respondeu ao nosso inquérito, os esposos começam a oração conjugal dizendo três vezes, como na santa missa: "Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, dai-nos a paz". E como o Padre e o Diácono na missa solene, dão o beijo da paz. CM 395


Segunda disposição: que marido e mulher renovem a sua fé nesse pacto que Cristo celebrou com eles, na sua presença entre eles. Que tomem consciência de que Cristo está impaciente por louvar o Pai através deles, que se colocaram ao seu serviço. Terceira disposição: que juntos, escutem Cristo. Efetivamente, como será possível rezar como Cristo e em união com Ele, se não se procurou compreender primeiro os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas intenções, para os fazer seus e os exprimir a Deus? Que quer dizer escutar Cristo? Em primeiro lugar, começarem a oração por uma leitura da Bíblia, em seguida, calarem-se e meditarem juntos. Depois, procurarem o pensamento do Senhor sobre o dia que passou e sobre o que virá. Então, e só então, falarem a Deus, falarem espontaneamente, sem fórmulas já feitas, para lhe dizerem o que pensam. Rezarem também aproveitando as orações litúrgicas da Igreja. Se tudo isto, teoricamente, parece fácil, porque então tantos casais descuidam a oração conjugal? Não deixará de ser útil examinar as suas objeções e dificuldades.

Dificuldades Mesmo nos casais cristãos, encontram-se individualistas impenitentes. Escreve um marido: "Nunca senti necessidade de me associar à minha mulher para orar ao Senhor, nem depois de me casar, nem quando estive prisioneiro durante a guerra, nem quando regressei, nem agoCM 395

ra". Penso que é preciso explicar a estes casais, o motivo profundo da oração conjugal, tal como acabamos de fazer. Muitos só se opõem a esta oração porque não sabem o que significa. Contudo é verdade que certos temperamentos sentem mais dificuldades do que outros, em exprimirem os seus sentimentos religiosos. "Pudor de sentimentos, jardim secreto no marido, receio inconfessado de perder o seu prestígio masculino", explicam certas resistências. É evidente que isto não justificaria a falta da oração conjugal, mas acentua os obstáculos que por vezes é necessário ultrapassar. Alguns dos que se opõem invocam divergência de espiritualidade entre os esposos. Ouçam um casal que esteve prestes a deixar de fazer a oração conjugal por esse motivo. "O meu marido - escreve a esposa - tinha sido educado pelos jesuítas e eu pelas dominicanas. Achávamos que, por conseqüência, não podíamos ter uma autêntica união espiritual". Sabem o que lhes aconteceu? Filhos! "Obrigaram-nos - escrevem eles - a voltar a descobrir Deus e, desta vez, não um Deus dominicano, ou um Deus Jesuíta, mas apenas - Deus". Estas divergências espirituais, provenientes de formação diferente, têm de ser vencidas e ultrapassadas. Mas ultrapassar não significa tentar nivelar. Espiritualidades diferentes que se associam, podem formar harmonia mais rica do que identidade absoluta de visão espiritual nos esposos. 29


Benefícios Deixemos as dificuldades e consideremos os benefícios da oração conjugal apontados em numerosos testemunhos. Dizíamos que seria erro justificar a oração conjugal pelos seus bons efeitos. Quando os cristãos rezam é, em primeiro lugar, para honrar Deus. Mas não impede que sejam muitos e preciosos os benefícios da oração conjugal. Benefícios que, aliás, nem sempre se podem sentir e registrar, mas que existem apesar disso e que o inquérito enumera com facilidade. Não é de admirar. Não nos disse Cristo que se procurássemos o Reino de Deus, todo o resto seria dado por acréscimo? E eis alguns desses "acréscimos": • Um casal escreve: "Rezamos para honrar a Deus e Deus deuno um magnífico presente: ao dizermos em voz alta a nossa oração íntima, comunicamos um ao outro o íntimo da nossa alma e o mais secreto impulso da nossa vida interior. Basta ter feito a oração conjugal, mesmo poucas vezes, para poder dizer que se descobriu, mesmo depois de muitos anos de casados, a alma do seu cônjuge, assim como os movimentos e as aspirações profundas da sua vida interior. Avalia-se esta descoberta quando se parte do princípio de que o conhecimento verdadeiro e profundo de um ser é a primeira condição de estima e do verdadeiro amor". Referindo-se a este conhecimento recíproco, um casal recorda a lenda segundo a qual, se dois na30

morados beberem da mesma taça, ficam a conhecer os pensamentos um do outro. E acrescenta: "A oração conjugal é ainda mais eficaz. Quando rezarem juntos, as duas almas deixam de parecer impenetráveis uma à outra". • Outro benefício, muito próximo do precedente: a oração conjugal parece ser um dos grandes fatores da união espiritual e mesmo da união entre os esposos. Um jovem casal escreve: "Foi a oração conjugal que criou a nossa alma comum". Muitos casados já há bastante tempo poderão dizer a mesma coisa, e eu creio que há mesmo uma certa qualidade de união, de intimidade entre os esposos, que só pode ser alcançada pelos que a praticam. • Não se pode conseguir união sem acabar com as discórdias: novo benefício da oração conjugal. Mas é melhor ouvirmos: "Íamos ficar separados durante várias semanas e tivemos um desentendimento pouco antes da partida. A atmosfera era carregada e sentíamos que esta hora iria ser irremediavelmente estragada pelo nosso orgulho, que nos impedia de dar o primeiro passo. Contudo um de nós propôs que ajoelhássemos. Então, diante de Deus, tivemos de afastar o orgulho e o desejo de ser o mais forte. Na sua presença, pedimos perdão um ao outro e, através da oração pessoal em voz alta, tivemos, nessa noite, uma comunicação de verdade e de intensidade nunca esperada". CM 395


• J\crescentarnos que a oração conjugal é o grande estímulo da vida cristã própria do casal. Sem dúvida por modéstia, os que nos mandaram os seus testemunhos não falam noutro benefício que, contudo, é fácil de verificar. Refiro-me ao benefício da fecundidade espiritual. Existem casais extraordinariamente irradiantes; a sua vida espiritual atinge os que rodeiam e às vezes sentem a alegria de ver um descrente ir-lhes confiar o seu desejo de conhecer melhor o Cristo que descobriu na casa deles. Estou convencido de que a oração conjugal tem grande papel nessa fecundidade espiritual do casal. • J\queles que nos falam dos benefícios da oração conjugal perguntam a si próprios corno explicálos. Ouçamos as suas respostas, porque são excelentes: "E corno se voltássemos a casar". "i\ oração conjugal", diz outro, "é um prolongamento do nosso sacramento do rnatrirnônio". "Urna das razões da oração conjugal é cultivar em nós a graça do Matrirnônio". E mais: "É como se todas as noites voltássemos a dizer o sim sacramental". É verdade, a oração conjugal é o momento solene do sacramento do Matrimônio. Os cristãos casados perguntam, às vezes, corno haurir as graças do sacramento. Quanto à Penitência e à Eucaristia, sabem o que hão de fazer para recorrer à graça própria, mas no CM 395

I

O "momento solene" do culto do casal é a oração conjugal. Quando este homem e esta mulher rezam juntos, é a oração do seu filho bem-amado que o Pai dos céus ouve.

Matrimônio? Não se pode hesitar em lhes dizer que a oração conjugal é o meio privilegiado para ir buscar no sacramento do matrirnônio, as graças que guarda em reserva para os esposos. Se todos os casais cristãos estivessem convencidos da importância da oração conjugal, se em todos esses casais a oração conjugal fosse viva, haveria no mundo um prodigioso aumento de alegria, amor e graça.

Extraído da Carta Mensal Equipes Novas- N° 8- 1963 31


PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Os pontos concretos de esforço são a água que nutre o nosso Movimento, concebido pelo nosso fundador Pe. Caffarel sob a inspiração do Espírito Santo. Eles são a água da vida das Equipes de Nossa Senhora. Que tal, se adotarmos para a nossa vida de casal equipista o uso adequado dessa água, como nos pede a Campanha da Fraternidade? •

A escuta da Palavra e a meditação são como a irrigação por gotejamento: torna os casais férteis e produtivos através de uma sintonia diária com os ensinamentos de Cristo.

• O não comprometer-se com a participação, com o trabalho ou com a disponibilidade para o serviço no Movimento é como a água que deixamos fluir, sem nenhuma utilidade, pelo ralo de nossa vida de cristão equipista. Uma regra de vida, neste sentido, seria a melhor forma de aproveitamento adequado desta água: os dons que recebemos de Deus, ao sermos agraciados e abençoados com o principal deles, o dom da vida. • A prática da oração conjugal nos transporta para um lago de águas mansas, frescas , cristalinas e serenas, que nos conduzem à harmonia conjugal. Façamos, portanto, o uso abundante dessa água. • Às vezes, na nossa vida de casados, deparamos com um grande rio de intrépidas águas, corredeiras fortes, pedras salientes, obstáculos diversos, tornando sua travessia muito difícil, chegamos a acreditar impossível. É o momento de recorrermos a um boté salva-vidas, que no Movimento é o dever de sentar-se. Sua prática nos fortifica como casais e nos ensina como lidar com águas turbulentas. • Ao longo da nossa caminhada, encontramos, todos os anos, um grande oceano de riquezas inestimáveis: peixes, aves, animais diversos, algas que nos alimentam e nos curam: é o retiro espiritual. Sugerimos às nossas equipes ainda um mergulho profundo na mística da proposta da Campanha da Fraternidade de 2004 - Água, Fonte de Vida, usando constantemente o nosso grande recurso, que são os pontos concretos de esforço.

Auta e Nei N. S. de Guadalupe - Equipe 2 - Setor D Belo Horizonte, MG 32

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EQUlPES JOVENS AGRADECEM Querido Casal Acompanhador: Vocês um dia acreditaram nas Equipes Jovens de Nossa Senhora e deram um "sim", participando do começo de tudo, e continuam renovando esse "sim" já há mais de dez anos. Não foi apenas um sim, pois dizê-lo é muito fácil. Fazer jus a ele, com amor e participação, é bem mais difícil, porém muito prazeroso, temos certeza. Tivemos e temos divergências de idéias e atitudes e dificuldades imensas: despesas financeiras, eventos que não foram realizados, decepções particulares etc ... Sabemos que trabalhar com jovens nem sempre é fácil. Somos indecisos em quase tudo na vida. Há momentos em que vibramos com o Movimento das EJNS, em outros, até esquecemos que somos equipistas. Mas os bons momentos, certamente, foram mais numerosos e intensos e não serão esquecidos jamais, pois estão nos nossos corações e também no cora-

ção de vocês. Como é bom recordar as partilhas cheias de cumplicidade, as risadas incontroladas nas reuniões, os retiros, os tão esperados lanches, almoços ou jantares, os nossos cantos desafinados, as centenas de caronas emocionantes no carro de vocês. Quantas vezes vocês deixaram de lado seus filhos, amigos e até o seu próprio Movimento, para estarem com as ENJS. Lúcia e Alcindo, obrigado por tudo. Vocês são para nós um grande exemplo de mulher e homem, de mãe e pai, de filhos de Deus e evangelizadores. Deus permita gozarmos sempre da presença de vocês. Possam outros casais, inspirados no seu testemunho, caminhar conosco, contribuindo com as EJNS.

Elíude Duarte Jovem Responsável pelo Setor Pernambuco - EJNS

Queridos Irmãos Equipistas: 1. Agradecemos a todosquantos enviaram matérias para publicação. 2. Pedimos desculpas, porque não foi possível publicar todas as matérias e, às vezes, não integralmente como as recebemos. 3. Como já é dito há tempo, mesmo não sendo publicado, tudo o que chega contribui para uma Carta melhor. 4. Continuem enviando testemunhos de vivência dos PCEs, vida de equipe, atividades pastorais, eventos ... Eles fazem "circular a seiva do Movimento". 5. Para a edição de fevereiro/março, preferencialmente artigos sobre dever de sentar-se, quaresma, páscoa ... 6. Lembramos que a Carta Mensal não é uma revista, mas uma "carta" de comunicação da SR/Brasil, com a missão de ajudar na formação dos equipistas, buscando a unidade na Trindade, em fidelidade a Cristo, à Igreja e ao carisma do Movimento. Com carinho: Equipe da Carta Mensal

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UM SONHO E UM DESEJO QUASE ALCANÇADO Comunidades Nossa Senhora da Esperança Para Viúvas, Viúvos e Pessoas Sós Sem ignorar os aspectos formais, psicológicos e de tantas formas de entretenimento hoje existentes, Dona Nancy Moncau, ao lançar o seu projeto "Comunidades Nossa Senhora da Esperança", voltado, exclusivamente, para viúvas, viúvos e pessoas sós, pensava basicamente no sentido cristão desse estado de vida. Inspirou-se, como não poderia ser diferente, no Pe. Henri Caffarel, fundador do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Muitos apelos já haviam sido feitos nesses últimos quinze anos e sempre, por uma razão ou por outra, essa iniciativa era postergada. Todavia, chegou o momento que o Espírito Santo tomou a dianteira e talvez lhe tenha dito: "Nancy, vamos, já é passada a hora das nossas viúvas", como se quisesse dizer "leve às viúvas não apenas

morte não encerra o matrimônio, que não fecha a fonte sacramental das graças, que não destrói o precioso símile da união entre Jesus e a Igreja. O estado de viuvez prolonga a bênção de Deus sobre o amor, amplia as latitudes desse amor, "projetando-o na eternidade". Desperta no coração que ficou uma capacidade recrescida de amor aos frutos da união, que são os filhos, e o propósito de encaminhá-los nas veredas seguras da virtude e da vida digna. O nosso querido Pe. Caffarel, que dedicou parte do seu tempo à assistência espiritual e religiosa das viúvas, também disse, inúmeras vezes, que não ignorava a profundeza do sacrifício que lhes havia sido pedido, nem a solidão, nem a vida difícil que estavam vivendo. Porém, dizia-lhes: "não fiquem enterradas

consolação piedosa e vazia, mas o verdadeiro sentido da viuvez no mistério da redenção". Tarefa

na dor. Atirem longe, se ainda não o tiverem Jeito, a mortalha da tristeza. Deixem surgir em suas vidas a alegria de Cristo".

nada fácil, temos que convir. E por essas coisas que apenas o Senhor conhece a razão, incluiu-se nesse trabalho, também por sua iniciativa, as pessoas "sós", entendendo-se como tal as que nunca se casaram, ou que, rompido o casamento, permanecem fiéis ao vínculo inicial. Não podemos ignorar, como nos ensinava o nosso fundador, que a 34

Assim, impulsionada por esse sábio conselho "caffareliano", ela, que sentiu, como tantas outras, as agruras da viuvez e as consagrou a Cristo, arregaçou as mangas, chamou meia dúzia de incrédulos e inexperientes para ajudá-la nesse seu propósito de transformar alegrias esquecidas em grandes braseiCM 395


ros de vida. Dizia-nos Dona Nancy: "Se a alegria que estamos vivendo agora, por iniciarmos esse trabalho, elimina até as nossas tristezas (referindo-se às viúvas), podem estar certos que nada nos desliga do nosso passado". De fato, São Paulo, a esse propósito, dizia: "Estou cheio de alegrias nas minhas tribulações". Assim nasceu, já ungido pelos nossos Bispos, de mãos hábeis e abençoadas, mais um trabalho, que pode ser literalmente incluído como missão do casal cristão equipista, de todos os cantos de nosso País, de tornar realidade essa proposta de espiritualidade e religiosidade para as nossas viúvas, viúvos e pessoas sós, numa espécie de resgate daquilo que sempre foi preocupação da nossa Igreja Primitiva, ou seja, o cuidado, o carinho e o zelo amigo e pastoral pelas nossas viúvas. De maneira tranqüila e perseverante, as Comunidades Nossa Senhora da Esperança têm por objeti-

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vo três coisas extremamente simples, mas muito significativas sob o ponto de vista teológico desse estado de vida, que são: 1) Vivenciar uma espiritualidade adequada às Viúvas, Viúvos e Pessoas Sós; 2) Mostrar, ao longo do caminho, que a solidão, o isolamento e a angústia não são queridos por Deus; 3) Formar pequenas comunidades (igrejas) de vida, de fé, esperança e oração.

Cleide e Valentim Giansante Equipe 05/A Região São Paulo, Capital - I Membros da Equipe Dirigente andnat@itelefonica.com.br Nota : Viúvas e viúvos equipistas que desejarem integrar as Comunidades Nossa Senhora da Esperança, até como um serviço a outros irmãos "sós", podem fazê-lo sem deixar a sua equipe de base das ENS.

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Numa árvore, nós admiramos sua ramagem e suas flores, e esperamos pelos seus frutos; mas também existem as raízes, das quais a árvore recebe a vida. O mesmo acontece com cada um de nós. Somos chamados a doar, a amar, a servir, a criar relacionamentos fraternos, a trabalhar para construir um mundo mais justo, mas para isso são necessárias as raízes, ou seja, a vida interior da união com Deus, a nossa relação pessoal de amor com Ele, relação que motiva e alimenta a vida de comunhão fraterna e o engajamento social. Também é verdade que o amor aos outros, por sua vez, alimenta o 36

amor a Deus e o torna mais vivo e concreto, da mesma forma como é verdade que a luz e o calor, por meio das folhas, fortalecem as raízes. Amor a Deus e amor ao próximo são expressões de um único amor. Vida íntima e vida externa são as raízes uma da outra. Mas a palavra de vida escolhida nos convida a cultivar com dedicação especial a vida íntima, sobretudo por meio do recolhimento, da solidão, do silêncio, de modo a crescermos em profundidade no relacionamento com Deus. Também a nós, Jesus repete aquilo que um dia Ele disse aos seus discípulos, quando os viu CM 395


exaustos, devido à intensa doação aos outros: "Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!" (Me 6,31). O próprio Jesus, vez por outra, se afastava das suas muitas ocupações. Havia doentes para curar, multidões para instruir e saciar, pecadores para converter, pobres para ajudar e consolar, discípulos para orientar... E, no entanto, embora todos o procurassem, Ele sabia retirar-se sobre o monte, fora do povoado, para ficar a sós com o Pai. Era como se Ele voltasse para o seu lar. Nesse diálogo pessoal e silencioso, Jesus encontrava as palavras que depois diria ao seu povo, compreendia melhor a sua missão, recuperava as forças para enfrentar o novo dia. É isso que ele quer que também nós façamos: "Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!" Não é fácil parar. Às vezes, somos envolvidos pelo redemoinho do trabalho e das atividades, como numa roda-viva da qual perdemos o controle. A sociedade muitas vezes nos impõe um ritmo de vida frenético: produzir cada vez mais, progredir na carreira, distinguir-se ... Não é fácil enfrentar a solidão e o silêncio fora e dentro de nós; no entanto, estas são condições necessárias para escutar a voz de Deus, para confrontar a nossa vida com a sua Palavra, para cultivar e aprofundar o relacionamento de amor com Ele. Sem essa seiva interior, nós nos arriscamos a "ficar patinando" e a nossa excessiva labuta pode permanecer sem frutos. CM 395

Daí, a necessidade de períodos, ainda que breves, de repouso físico e mental, inclusive para evitar o estresse. Às vezes teremos a impressão de estar perdendo tempo; no entanto, também nesses momentos devemos confiar no convite de Jesus: "Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!" Jesus levou consigo os discípulos para que ficassem a sós com ele e nele encontrassem repouso: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso ( ... ) e encontrarei descanso para vós". O melhor repouso é gastar tempo para "estar" com Jesus, viver na graça, no amor, deixando-se modelar e orientar pela sua Palavra. Sobretudo antes da oração, momento privilegiado do "estar com Ele", convém desligar-se de tudo, repousar um pouco, recolher-se, entrar no segredo e no silêncio do nosso "quarto" interior. Não devemos ficar medindo o tempo da oração. Nela, quanto mais tempo perdemos, tanto mais ganharemos. Será como mergulhar na união com Deus. E encontraremos a paz. Assim poderemos chegar ao diálogo permanente com ele, a um recolhimento constante, inclusive para além do tempo reservado à oração.

Chiara Lubich Suplemento mensal da Revista "Cidade Nova" Colaboração do Léo (da Aninha) Eq. 3 - N. S. da Saúde Natal, RN 37


O CESTO E A ÁGUA Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou: - Mestre, por que devemos ler e decorar a Palavra de Deus se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já esquecemos. O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo: -Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui. O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre, mas, mesmo assim, obedeceu. Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir. Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada. O mestre perguntou-lhe: - Então, meu filho, o que você aprendeu? O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente: -Aprendi que cesto de junco não segura água. O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo. Quando o discípulo voltou com o cesto vazio novamente, o mestre perguntou-lhe: - Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu? O discípulo novamente respondeu com sarcasmo: - Que cesto furado não segura água. O mestre, então, continuou or38

denando que o discípulo repetisse a tarefa. Depois da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias. Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo: - Então, meu filho, o que você aprendeu? O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado: - O cesto está limpo! Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo. O mestre, por fim, concluiu. - Não importa que você não consiga decorar todas passagens da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é que, no processo, a sua mente e a sua vida ficam limpas diante de Deus.

Extraído do Jornal Missão Jovem Colab. do Jair (da Monike) Equipe 99, N. Sra. da Penha Setor E - Região Rio V CM 395


... SE O AMANHANÃOVlER ... Se eu soubesse que esta seria a última vez que eu veria você dormir, eu aconchegaria você mais apertado, e rogaria ao Senhor Deus que protegesse você ... (Oração Conjugal). Se eu soubesse que esta seria a última vez em que veria você sair pela porta, eu abraçaria, traria você de volta, para beijar você uma vez mais ... Se eu soubesse que esta seria a última vez em que ouviria sua voz em meu coração, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua, para que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia ... (Regra de Vida). Se eu soubesse que esta seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer: "eu te amo", ao invés de presumir que você já sabe disso. Se eu soubesse que esta seria a última vez, eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, ao invés de pensar: "Bem, eu tenho certeza de que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar outro dia". É claro que haverá um amanhã para se fazer uma revisão, e nós teremos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta ... (Retiro). É claro que haverá um outro dia para dizermos um ao outro: "eu te amo" ... Ou ainda: "posso te ajudar?" ... Mas, no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos, eu gostaria de dizer o quanto CM 395

eu amo você ... e espero que nunca nos esqueçamos disso. O dia de amanhã não está prometido para ninguém, jovens ouvelhos, ricos ou pobres, e hoje pode ser a última chance de segurar bem apertado a pessoa que você ama ... (Leitura da Bíblia). Se você está esperando pelo amanhã, por que não fazer hoje? Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida de não ter gastado aquele tempo extra num sorriso, numa palavra sincera, num abraço apertado, num beijo ... num carinho ... (Meditação). Porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa aquilo que acabou sendo o seu último desejo ... Então, abrace hoje mesmo o seu amado, a sua amada, bem apertado ... Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o( a) ama e o quanto o( a) quer junto de você ... Gaste um tempo para dizer: "me desculpe", "me perdoe", "obrigado por você existir", "não foi nada", "está tudo bem" ... (dever de sentar-se). Porque, se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje ...

Autor desconhecido. Adaptado por Malú e Guilherme Eq.JO - N.S. de Fátima Valença, Rio II 39


MANHA- DE FORMAÇÃO EM FAMlllA Quando Wanda e Joaquim, Casal Responsável da Equipe 8- N. Sra. Auxiliadora, convidou-nos para participar de uma reunião informal da equipe, ficamos muito felizes. Pensamos: "Será uma ótima oportunidade de convivência com outros casais equipistas"! No dia marcado, dirigimo-nos para o local indicado. Qual foi a nossa surpresa! Tudo estava preparado minuciosamente, com muito carinho, para um grande encontro em família! A alegria se refletia no olhar das pessoas. Ali estavam reunidos não só os casais equipistas, mas também filhos, filhas , namorados, namoradas, genros, noras e netos para uma manhã de formação em família, visando difundir para eles os fundamentos das Equipes de Nossa Senhora e despertá-los para uma vida mais cristã. Com a participação de 23 jovens e casais equipistas, teve início o encontro, coordenado pelo casal Diva e Jesus, com a apresentação da fita de vídeo de Daniel Godrin sobre "Motivação", seguindo-se a palestra da Irmã Maria Ignez, a qual discorreu sobre os valores de uma farru1ia cristã. O casal Wanda e Joaquim abordou o tema "Desafios do Mundo Moderno", enfatizando que o extraordinário progresso das ciências e das técnicas tem levado o homem, esmagado pela massificação promovida pelos meios de comunicação, a um distanciamento de Deus. Neste contexto, o ser humano está perdendo a identidade e a dignidade, passando a ser cifra, dado estatístico. Concluíram ser necessário resgatar os valores éticos, morais e cristãos, buscando sempre a vontade de Deus, a verdade e a vivência em comunhão, vencendo os desafios e desvios do ter, poder e prazer. No encerramento do encontro, fomos convidados a transmitir aos jovens uma mensagem de otimismo, destacando os valores de uma farru1ia equipista e enfatizando que no Movimento das Equipes de Nossa Senhora também há lugar para eles, citando a existência das equipes jovens em algumas cidades. Após as colocações, deu-se abertura para os jovens manifestarem suas opiniões, que foram unânimes: a iniciativa do encontro foi muito válida! Ressaltaram que foi uma oportunidade de ficarem sabendo o porquê de seus pais, parentes e amigos gostarem tanto das Equipes de Nossa Senhora! Em seguida fomos para um delicioso almoço!

Lenice e José Carlos CR Setor - Votuporanga, SP 40

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MÃOS À OBRA A Equipe Nossa Senhora Desatadora dos Nós terminou a fase de pilotagem e em uma de nossas reuniões a equipe expressou a necessidade de aprofundar e trabalhar dois pontos considerados importantes: O primeiro deles, fazermos um estudo dos complementos (páginas coloridas) que acompanham o tema de estudo "Vem e Segue-me", onde se explicita de forma objetiva o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. O segundo, que seria importante a equipe iniciar um trabalho concreto, que viesse a fazer jus ao chamado de Deus para servir ao próximo. Por indicação de um dos membros da equipe, ficou decidido que iríamos fazer uma visita à comunidade Guarapes, pertencente ao município de Macaíba, vizinho a Natal. Para isso, foi agendada uma reunião com alguns líderes comunitários, objetivando identificar as necessidades da comunidade, segundo a visão dela própria. Decidimos fazer um encontro, num final de semana, na chácara pertencente a um dos casais da equipe situada perto da comunidade a ser visitada. No horário e local combinados, nós nos reunimos e fomos em caravana até a localidade, onde algumas pessoas nos aguardavam na sede da associação dos moradores. Nesse encontro, ouvimos dessas pessoas os trabalhos que já vinham sendo realizados e quais as necessidades da comunidade. Eles apontaram a CM 395

necessidade da construção de uma igreja e de desenvolver atividades de formação religiosa e de integração das pessoas na comunidade. A equipe decidiu assumir essa tarefa e constituir uma Pastoral Missionária para trabalhar junto à Comunidade Guarapes. Claro que isso demanda ações junto à nossa paróquia e junto à paróquia à qual pertence a comunidade "Sítio Guarapes", para a formalização deste trabalho. Importante acrescentar que um dos integrantes da equipe ofereceu um terreno de 800 m2 para construir a igreja e as instalações necessárias. Após essa nossa visita, dirigimo-nos para a chácara, onde fizemos a nossa reunião de aprofundamento e estudos. Segundo a programação previamente estabelecida, cada casal ficou encarregado de ler e estudar um complemento dos temas de estudo "Vem e Segue-me" e preparar uma apresentação para toda a equipe. Foram utilizados cartazes, encenações, dinâmicas para descontrair e exposições orais. As apresentações duraram cerca de 3 horas e, ao final, na avaliação da equipe, o resultado foi extremamente positivo, por termos coberto uma lacuna que havia ficado na caminhada da equipe ao longo de nossas reuniões mensais, nas quais não foi possível realizar esses estudos. Entre outras coisas, essa foi uma oportunidade para cada casal exer41


citar a sua criatividade e espírito de equipe. No domingo, durante o almoço, houve um dos momentos mais importantes desse nosso encontro. De uma forma espontânea, houve uma co-participação muito valiosa onde, iniciando pelo Casal Piloto, cada um externou seus sentimentos em relação à participação nas Equipes de Nossa Senhora, manifestando suas preocupações, dúvidas, alegrias e, principalmente, dizendo da importância de pertencer ao Movimento e das mu-

danças ocorridas na vida de cada um, pelo fato de estar integrado a uma equipe. Foi um momento muito forte de união e pertença na equipe. Nessa oportunidade, ficou também estabelecido quais seriam as funções de cada casal na futura Pastoral Missionária. Voltamos aos lares com a certeza de terem sido alcançados os objetivos e sentindo a equipe fortalecida.

Eq. JOA

N. Sra. Desatadora dos Nós Natal, RN

UMA EXPERlÊNClA DE AMOR Maio de 2000, mês das Mães, de Maria e mês em que teve início minha mais bela experiência de Amor. Faço minhas neste momento as palavras de D. Jacson Damasceno, Bispo auxiliar de Manaus, que faleceu no ano de 1998 e que até hoje é muito amado pelo povo manauense: "Ele permitiu que essa doença me acontecesse, Ele me mostrou o seu afeto, a sua bondade, a sua ternura ... através das pessoas e da oração: quantos telefonemas, cartas e cartões, gestos concretos... Realmente Ele me cercou de carinho" I Após uma semana, percorrendo todo tipo de especialidade médica, guiados pelo Espírito Santo, chegamos ao profissional que deu o diagnóstico: Síndrome de Guillan Barret. Não tínhamos ouvido falar antes de 42

tal doença, mas confiantes no Pai que nos ama muito, enfrentamos com coragem o que estava por vir. A síndrome de Guillan Barret ataca inicialmente o sistema nervoso e rapidamente vai atacando os outros sistemas, que vão perdendo suas funções. É uma doença rara. Se não for tratada imediatamente, pode levar à morte. Sou feliz por ter uma família enorme, irmãos que nos amam muito e um esposo maravilhoso. A perseverança e a esperança foram constantes no Ronaldo, que fez o possível e o impossível para buscar alternativas que pudessem amenizar meu sofrimento. Nossos familiares não deixaram, por um minuto, de rezar e fazer vigília no hospital ou em nossa residência, tentando suprir a falta de CM 395


uma mãe para três lindos filhos: Jhully, 14 anos, Matheus, 2 anos e Bárbara, apenas seis meses. Também os vizinhos e amigos faziam parte do exército de irmãos de diversas religiões que se somaram aos cristãos das Equipes de Nossa Senhora. Nos quinze dias que passei na CTI, a única certeza era de que meu espírito não podia ficar fraco. O corpo sim, mas o espírito não. Comecei a pedir a todos que me visitavam para não deixarem de rezar por mim, pois sabia ser este o único remédio que os médicos não podiam me dar. Por ironia, fui internada em um hospital adventista. Não deixei, porém, de fazer os PCEs: pedia à enfermeira chefe que fizesse a leitura diária para mim, pois além de estar tetraplégicajá não conseguia enxergar muito bem. Após uma semana, com muita dificuldade consegui comer uma colher de arroz e antes da refeição fazia minha oração. Quando o Ronaldo chegava, fazíamos a nossa oração conjugal, sempre o Magnificat. Aos poucos, todos no hospital me conheciam e me aceitavam com o terço na cabeceira do leito e a Bíblia. Sacerdotes ministraram-me a Unção dos Enfermos e muitos irmãos visitavam-me constantemente. Mesmo com o corpo debilitado, sentia que Deus espera-

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va mais de mim. Mas sempre acreditei na força do Espírito Santo e, aos poucos, Ele mostrava o que devia ser feito para que eu pudesse cumprir com o meu papel de cristã: Nos leitos paralelos ao meu, irmãos desconhecidos, sofriam igualmente ou mais do que eu. Quando pude observar isto, pedi à enfermeira os nomes deles, especialmente de um senhor que gritava a noite inteira. Passei a pedir orações por todos e, a partir daí, os irmãos que me visitavam tinham a obrigação de orar também por quantos se encontravam naquela CTI. Sentia a presença e o amor de Jesus e, nos momentos mais difíceis, sentia-me embalada nos braços de Nossa Senhora. Para espanto de toda equipe médica, minha recuperação foi acelerada a partir do momento em que saí da CTI e fui para o apartamento. E, para quem pensava que eu deixaria o hospital em cadeira de rodas, outra surpresa: saí andando com dificuldade, mas com minhas próprias pernas. Louvo e agradeço a Deus por mais esta experiência de amor. Posso dizer que sou um milagre vivo de Deus.

Terezinha (do Ronaldo) Eq. 04 - N. S. das Graças Manaus, AM

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EXPER1ÊNC1A COMUNlTÁRlA As mudanças que ocorrem em nossa sociedade acabam refletindo, principalmente, nas famílias, tornando-as, em muitos casos, desestruturadas, incapazes de se constituírem em igreja doméstica, que é a principal missão dos pais, conforme enfatiza a exortação apostólica "Familiaris Consortio". A ação transformadora da nossa pre ença no mundo como casais equipistas poderá contribuir para modificar essa realidade que nos cerca, através da ação evangelizadora proporcionada pela Experiência Comunitária. Mostra-se servidor aquele casal que irradia a luz de Cristo, para que outros casais trilhem o caminho da verdade, do amor e da justiça. Essa luz deve chegar a todos os casais, sem distinção, de modo a fazê-los encontrar o caminho para Deus. Esta responsabilidade dos casais equipistas diz respeito à missão de pregar a outros casais a Boa Nova da salvação, testemunhando-a por meio de gestos concretos de amor, compromisso com a justiça e a igualdade pela vida em comunidade. Com este pensamento, estamos desenvolvendo na nossa Região um trabalho de evangelização de casais, empregando a metodologia da Experiência Comunitária. Estabelecemos como prioridade a evangelização de casais católicos, independentemente de sua situação civil ou canônica (casamento religioso). Não se retiram 44

os casais da sua caminhada nos serviços, nas pastorais e ministérios da Igreja, podendo optar por fazerem parte dos movimentos familiares, entre estes as Equipes de Nossa Senhora, se "unidos pelo sacramento do Matrimônio". Estes poderão vir a recompletar equipes com número insuficiente de casais, evidentemente que passando pela necessária pilotagem. Superando algumas dificuldades e aproveitando o estudo de "Ser Casal Cristão hoje na Igreja e no Mundo", nos seus três temas e em especial no referente à "A Missão do Casal Cristão", procuramos estimular os casais equipistas a exercerem esta importante missão de evangelização, para atuarem como agentes de transformação e modificarem essa realidade das farru1ias. Àqueles que se engajam no trabalho, apresentamos o material a ser usado e os principais objetivos a serem alcançados, alertando-os para que não criem grandes expectativas quanto ao resultado imediato. Sabemos que a ação de transformação pertence a Deus, mas que nosso trabalho deve ser contínuo e persistente e que, em muitos casos, os resultados não aparecem aos olhos humanos. Mesmo que consigamos evangelizar apenas um casal, terá sido válido o esforço. Como resultado da implantação deste projeto na Região Minas I, contamos atualmente com cerca de 9 grupos de casais, sendo um constiCM 395


tuído por casais de segunda união e outro de recém casados. Outros grupos encontram-se em formação, porque o projeto é permanente e contínuo e a necessidade de evange-

lização cada vez mais se toma necessária.

Carmen Lúcia e Antônio CR Região Minas I

A PAlAVRA AGE ONDE E QUANDO O PAl QUER Nós os católicos somos, via de regra, um pouco envergonhados, ou quem sabe despreocupados, ou talvez ficaria melhor dizer, omissos, quando se trata de exercitarmos o ministério de evangelizadores, que a Igreja está a pedir de todos os seus fiéis. É minha intenção passar aos queridos irmãos equipistas de todo oBrasil uma experiência que vivemos já há quatro anos, e que deu certo, de como se pode evangelizar por caminhos simples e que não exigem muito esforço de nós. Implantou-se há alguns anos, em um bairro de nossa bela Florianópolis, um parque construído e mantido com os recursos da comunidade. Nesse parque, existe uma excelente pista para caminhada; ali, res-

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pirando o ar puro do mar vizinho, todos os dias, pessoas das mais variadas idades, exercitam-se, melhorando sua saúde e humor. Adotamos também a idéia, e desse modo, todas as manhãs bem cedinho, algumas vezes antes mesmo do sol nascer, fazemos nossa caminhada como casal, e aproveitamos esse tempo precioso, para planejarmos nosso dia, bater papo com amigos

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que encontramos, para "namorar" - por que não? - e fazer também nossa Oração Conjugal. Não poderia haver ambiente mais perfeito para nos colocarmos diante do Criador para louvá-lo, agradecer, trazer-lhe nossos problemas e dificuldades e, com confiança de filhos, nos entregarmos à sua infinita misericórdia. O céu azul, o mar próximo e as luzes da cidade refletindo nas águas calmas da baía, nos convidam a esse encontro com o Pai. Nesse ambiente, propício à reflexão, nasceu certa manhã a idéia de partilharmos nossa Escuta da Palavra com tantos amigos e conhecidos e outras pessoas que por lá andam depois de nós. Da palavra à sua execução não houve demora. Passamos a alimentar nosso computador com versículos bíblicos; iniciando pelas cartas paulinas e a seguir os Evangelhos e os livros sapienciais, escolhemos mensagens que poderiam marcar a vida de muitos irmãos. Multiplicávamos a cada dia um determinado versículo, para obter um bom número de cópias. As recortávamos com estilete transformando-as em tiras pequenas, perfurávamos e levávamos para deixá-las dependuradas em um gancho de arame, estrategicamente fixado no galho de uma das árvores do parque, bem à vista das pessoas que dele chegavam e saíam. Desta nossa experiência resultaram alguns fatos interessantes que partilhamos com vocês. Logo de início, quando alguns dos caminhantes nos "flagrava" na tarefa de colocar a mensagem bíblica saía-se, invariavelmente, com o co46

mentário: "Pensei que fosse coisa de evangélicos". Isso demonstra bem como, no geral, nós os católicos somos tidos como cristãos tímidos em anunciar a Palavra. Com o tempo, freqüentemente, pessoas nos abordavam na caminhada ou nas ruas do bairro, para nos dizer que haviam apanhado a mensagem e que lhes havia feito muito bem, particularmente em ocasiões de tristeza, ou quando estavam enfrentando algum problema. Em outras oportunidades, quando por motivo de alguma viagem tivemos que ficar ausentes de Florianópolis, ao nosso retomo, vinha o comentário: "Estiveram viajando? Sentimos falta da mensagem bíblica." Entretanto, o fato, de longe o mais interessante e que demonstra que a Palavra de Deus age quando e onde o Pai quer, aconteceu quando uma pessoa conhecida nossa participava de uma viagem turística, em visita às ruínas históricas de Machu Pichu. Um dos componentes do grupo tirou do bolso uma de nossas mensagens, leu-a em voz alta e convidou o grupo a refletir sobre o seu significado. E comentou: "Apanho estas mensagens todos os dias, quando faço minha caminhada no Parque dos Coqueiros." Vejam queridos irmãos, não é tão difícil assim divulgar a Palavra. Os homens estão ávidos de ouvi-la. Para fazê-la chegar aos nossos irmãos, basta nossa boa vontade e a decisão de difundi-la.

Lourdes e Fernando Boing Equipe N. S. Auxiliadora Setor A - Florianópolis, SC CM 395


UM ANAl DE SEMANA EM EQUlPE No final de semana de 22 e 23 de maio próximo passado, em um lugar onde a beleza e a exuberância da natureza nos fazem lembrar a todo instante a presença do Criador, reunimonos todos os casais da nossa equipe, juntamente com os filhos, para comemorar uma data especial de caminhada. Nosso SCE Monsenhor Eustáquio, por problemas de saúde, infelizmente não pode participar. Dentre os momentos fortes vividos, destacamos a reunião formal do mês e também o dever de sentar-se realizado antes da confraternização, relembrando o primeiro feito pela equipe. Os filhos também tiveram seu momento de espiritualidade: Em uma sala previamente preparada, reuniram-se e partilharam esta magnífica caminhada como jovens equipistas, onde a amizade entre eles CM 395

merece ser exaltada. Foi um final de semana de muita paz e alegria para todos nós. Agradecemos e louvamos a Deus, pelo nosso chamado, a Aparecida e Saléh, nosso Casal Piloto, ao Padre Mariano e Monsenhor Eustáquio, nossos conselheiros espirituais, pela dedicação e acompanhamento, e por todos nós, pelo testemunho de crescimento como pessoa, como casal e como família. Deus seja louvado pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que nos proporciona receber estes dons. Que Cristo e Maria Santíssima, sempre presentes em nosso meio, continuem orientando nosso caminho a seguir.

Silvana e ]aciel CRE equipe2 -N. S. de Fátima - Setor B - Divinópolis, MG 47


O SENHOR FEZ EM MlM MARAVllHAS . Nosso irmão equipista João Paulo Ribeiro do Vai - da Maria Celina- recentemente falecido, deixa-nos um testemunho forte de cristão equipista. Graças à iniciativa e empenho deste casal, foi iniciado o movimento das ENS em Jundiaí, em 1962. Relembrar tal fato é importante para percebermos quanto o Senhor faz em nós maravilhas I Eles acabavam de mudar-se para Jundiaí quando conheceram, em São José dos Campos, as Equipes de Nossa Senhora. Encantados com o Movimento, apesar de todas as dificuldades, saíram de porta em porta convidando 20 casais, a maioria desconhecidos para eles, para começar esta experiência tão nova para a época: equipes de casais que buscavam a santificação através do Matrimônio. Desses 20 casais, apenas 3 compareceram, mas a semente lançada frutificou e daí resultou a primeira equipe de urna série de ótimas equipes, que assimilaram tão bem o espírito e a mística das ENS, que fizeram de J undiaí um setor especialmente fecundo em lideranças cristãs em nossa cidade e dentro do Movimento. Movimento pioneiro dos grupos de casais em nossa cidade, as Equipes ainda ajudaram a aqui iniciar os 'Cursilhos de Cristandade', 'Cursos de Noivos', 'Movimento Familiar Cristão', 'Escola de Pais' , 'Equipinhas de Nossa Senhora' , 'Pastoral Familiar ' , 'Treinamento 48

de Liderança Cristã' para jovens, entre muitos outros. E o que falar da contribuição que nossos casais deram ao Movimento no Brasil e no mundo? Desde 1968, quando Dirce e Rubens foram convidados para a ECIR (Equipe de Coordenação Inter Regional), casais de Jundiaí foram chamados a trabalhar ativamente pela expansão do Movimento, participando de quase todas as Sessões de Formação e EACREs naqueles primeiros tempos e, ainda, como casais regionais (9 casais), dois casais responsáveis pela ECIR e um casal responsável pela ERI (Equipe Responsável Internacional). Como vêem, graças ao "sim" deste casal, tão simples e humilde, quantos casais e quantas famílias foram e são beneficiadas pela graça de Deus. Hoje só nos resta louvar e agradecer por termos tido a felicidade de conviver com João Paulo e Cetina nesses 42 anos e pedimos a ele que, de onde estiver, continue a interceder por nós junto a Deus Pai, para que tenhamos a coragem de dizer sempre sim aos seus convites, por mais difíceis que se nos pareçam a princípio. João Paulo, você combateu o bom combate! Que seu exemplo seja incentivo à iniciativa missionária de todos nós.

Marisa Fleury (do Gustavo) Equipe 1-N. S. do Desterro, Setor A - Jundiaí, SP CM 395


Meditando em Equipe O mês de novembro é um mês com muitas celebrações. Contudo, vamos deter nossa atenção ao dia de finados, quando recordamos os falecidos. A morte, apesar de tudo, não deixa de ser um mistério insondável, que pode causar maior ou menor ansiedade. A fé cristã apresenta uma interpretação original sobre a vida e a morte, a partir do paradigma, que é Jesus Cristo. Ele é o critério não só para o viver, mas também para o morrer.

leia o texto àe Paulo aos Romanos 14,7-1 2 Sugestões para a meditação: 1. A vida e a morte não se explicam por si mesmas, mas em Jesus Cristo. Como integramos a morte na dinâmica de pertença a Ele? 2. Até que ponto a experiência da morte e da ressurreição de Jesus Cristo estão presentes em nossa vida, quando pensamos na vida e na morte? 3. Encaramos com fé a morte de familiares e a nossa morte futura? Pe. Geraldo

Oração litúrqica (Hino do Ofício dos Defuntos - Liturgia das Horas) 1.

Cristo, rei de poder infinito, Para dar toda a glória a Deus Pai, E honra a nós, os perdidos outrora, As cadeias da morte quebrais.

2.

Assumindo dos homens as dores, Enfrentastes a dor derradeira E, morrendo, vencestes a morte, Pela qual a serpente vencera.

3.

Do sepulcro surgindo mais forte No fulgor do mistério pascal, Para a vida chamais novamente Quem morreu para a culpa fatal.

5.

Recebei-nos, sereno Juiz, No descanso e na luz da verdade Nós, que a fé,o amor, a esperança Sempre uniram à Santa Trindade.

4.

Concedei-nos a vida da graça, Para que, ao voltar como esposo, Nos acheis com a lâmpada acesa, Prontos para o festim glorioso.

6.

Estes servos libertos do corpo, Que suspiram por vós, Sumo Bem, Recebei nas celestes moradas Para sempre a louvar-vos.

7.

Ó princípio e fim de tudo, Ao chegar a nossa hora, Conduzi-nos para o Reino, Onde brilha a eterna aurora. Amém.



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