ENS - Carta Mensal 392 - Agosto/2004

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n °392 • Aqosto

EDITORIAL Da Carta Mensal .............. .... .. .. ... .. . 01 SUPER· REGIAO Redescobrindo o Outro e a Alegri a de Ser Casal ... ......... .. ... 02 0 Primeiro Passo E Sempre Dificil! ... ... .... ...... ... .. ....... 03 Abnega<;ao no Am or Conj ugal .... .. 04 DEMONSTRA<;OES FINACEIRAS DE 2003 - ENS . .... . 06 CORREIO DA ERI " Luz para Aqueles que Buscam a Verdade" .. ......... ... ......... 10 Cora<;6es Abertos para Amar .... .... 12 Noticias lnternacionais ....... .. ....... .. 14 VIDA NO MOVIMENTO Aniversario do Movimento ...... ...... Peregrina<;ao a Aparecida .... .... ..... "Demorou mas Chegou" ... ....... ..... 0 Nosso Mutirao 2004 ..... .... .. .. ... .. Jubileu de Prata ENS ... ....... ........ ...

15 16 18 19 20

COMEMORA<;OES DE AGOSTO Mae de um Sacerdote! .......... .... .... 21 0 Padre ... ....................................... 22

Carta Mensa/ tf wna publica~;ao mensa/ das Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando Lucinda e Marco Janete e Ntflio

Registro '·Lei de lmprensa ·~ Pe. Ernan i J. Angelini n• 219.336 livro 8 de (Conselheiro £spiritual) 09.10.2002 }omalista Respo11stive/: E difiiO : Catherine E. Nadas (mtb 19835) Equipe da Carta Me11sa/ Cecilia e Jose Carlos (respon s6veis )

Projeto Grtifico: Alessandro Carignani

2004

Os Conselheiros, Nossos Am ig os e lrmaos .. .......................... 0 Sacerdote e as Equipes de Nossa Senhora ............ A Emo<;ao de Ser Pai .... .. .... .. .... .. .. .. Somos Vocacionados ........ .. ...........

23 24 25 27

NOTiCIAS E INFORMA<;OES . ...... 28 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFOR<;O Ora <;ao Conjugal .. ................ .. ........ 32 NOSSA BIBLIOTECA . .. ......... ........ 33 TESTEMUNHO Uma Equipe Diferente ................... 34 Participand o de um EACRE ........ ... 35 REFLExAO Aprofu ndar o Chamado ou Ficar a Marge m ........................ 36

Encarte: A CARIDADE Pe . Flavio Cavalca de Castro

Editora fiiO Eletr{itrica, Fotolitos e Ilustrafoes: Nova Bandei ra Prod. Ed. R. Turiassu , 390- 11" andar, cj. JJ 5 - Perdizes - Sao Paulo Fone: (Oxxl1) 3873. 1956 Capa : J.C. Sales Cramado, RS lmpressiio: Cr6fica Roma Tiragem desta edifiio: 16. 700 exemplares

Canas, colabo ra~Oes, notfcias,

testemunhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Me nsa/

R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53 01309-000 • Sao Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. 1212 Fax: (Oxx II ) 3257.3599 ca rtamensal @ens.org. br A/C Cecilia e Jose Carlos


Uma serie de dias escuros, uma chuvinha teimosa e urn friozinho cortante que fizeram reaparecer as capas, as botas e a pregui~a de sair de casa. Na quinta manha, urn verdadeiro milagre: ceu de urn azul encantador, urn sol sorridente, o verde limpo do pos-chuva, as cores enchendo nossos olhos ainda sonolentos. As camelias cor-de-rosa sacudiram a agua revigorante e se mostram, em pleno inverno, vaidosas, na sua beleza mais pura. Isso nos faz pensar em transforma~ao, rejuvenescimento, ressurrei~ao. Nosso cora~ao se alegra no Senhor: paga a pena estar vivo e fazer parte da historia desse mundo que Deus fez com tanto carinho; esquecer os dias escuros de violencia, injusti~as e desamor e nos enchermos de esperan~a. Paga a pena cumprirmos nossa missao de casal cristao, abertos para o sofrimento dos irmaos, confiantes no Pai que nos ampara e ilumina. Nossa Carta Mensalleva isso muito a serio. Por isso, todos os meses, ela visita fielmente nossas casas, trazendo para nos os frutos do trabalho dos equipistas do Brasil inteiro, no seu trabalho de liga~ao e unidade. Se voces se derem o trabalho de observar de onde vieram os artigos publicados nesta edi~ao, ficarao admirados: 9 Estados e o Distrito Federal estao aqui representados E, convenhamos, nao podemos perder os ensinamentos, as reflexoes, os testemunhos de fe e de coragem, as declarayoes de amor ao nosso Movimento e as belas historias que os equipistas nos con tam naquele jeito bonito de quem e aproxima cada vez mais de Deus. Ne te mes de agosto, mes das voca~oes e de muitas comemora~oes, destacamos o dia do padre e o dia dos pais e nossa Carta quer agradecer de cora~ao por tudo que essa gente boa tern feito para que nosso mundo cres~a na vivencia dos verdadeiros valores que nos levam e nos ajudam na constru~ao de urn mundo mais solidario e cheio de compaixao. Alem disso, muita coisa interessante pode ser encontrada nesta edi~ao. Continuem enviando seus artigos. Todos nos temos muito que aprender com a experiencia de cada urn. Nos dias 27 a 29 de agosto, acontecera o Colegiado Nacional, que contara com a presen~a da Equipe da Super-Regiao, dos Casais Responsaveis Regionais e seus SCEs. E urn evento muito especial, pois, neste ano, teremos a posse do novo casal responsavel da Super-Regiao e sua equipe e de 11 Casais Responsaveis Regionais. Rezemos para que os novos casais que assumem essa missao sejam tambem iluminados pelo Espfrito Santo e os que estao terminando recebam muitas ben~aos do Senhor e for~as para enfrentar novos desafios. Boa leitura para todos. Urn abra~o carinhoso da

Equipe da Carta Mensa[


~ ;~ '

REDESCOBRlNDO 0 OUTRO E A ALEGRlA DE SER CASAL

~~

Num dos capftulos de "Nas Encruzilhadas do Am or", Pe. Caffarel fala das atualidades do corac;:ao. Aflrma que para a estabilidade do casal e de maxima importancia 0 conhecimento mutua. Mas urn conhecimento atual, ou melhor, uma redescoberta renovada a cada dia. 0 moti vo e uma realidade que nao podemos esquecer: 0 amor nao e conquista deflnitiva, nem eimutavel a pessoa amada. 0 amor e decisao, escolha de cada instante, nao por ele, que por si seria definitivo, mas por n6s, que somas tao voluveis. A pessoa amada hoje nao e exatarnente o que era ontem; tern de se revelar hoje de novo, tern de ser reconhecida e aceita hoje, na sua realidade atual. Nao e real o amor preso a sombras do passado e cego para o brilho do agora; nem e possfvel 0 amor, a menos que se continue olhando com os olhos do corac;:ao. E preciso que ambos continuem a se revelar mutuarnente, sem nunca dar por garantido que o outro ja sabe tudo. Nao sabe. Sabe como voce era antes. Revele agora sua atualidade, use linguagem e c6digos que o outro possa captar. Nao seja esfinge envolta em enigmas. E preciso que ambos estejam sempre atentos urn ao outro, prontos a perceber as menores variac;:oes e os indfcios mais leves. A linguagem do amor e da revelac;:ao pessoal nao e estatica. Como a linguagem co mum, esta sempre a mudar, a inventar no2

vas palavras, porque as antigas ja nao parecem adequadas. E nao se esquec;:a: se parece que o outro mudou tanto, pare urn pouco e examine se quem mudou nao foi voce, se nao e0 seu amor que anda meio reticente, se nao e0 seu egofsmo que anda meio solto, se nao esta na bora de mudar as lentes que condicionam seu olhar, se nao esta na bora de voltar ao encantamento de antigarnente. Encantamento que nao e ilusao, mas aguc;:amento do olhar, como o que leva o fot6grafo a perceber detalhes que para outros nao dizem nada. Encantarnento que nao e ilusao, mas percepc;:ao alegre da realidade, acolhida agradecida do que o outro pode realmente dar, sem sonhos de uma perfeic;:ao impossfvel, tanto para ele como para voce. Preste atenc;:ao, veja bern o que lhe esta sendo oferecido generosarnente: alegre-se com 0 dom, apenas porque e dom; nao espere no verao os frutos do outono, nem no invemo as flares da primavera. Tanto mais que, se pensamos bern, os dons que do arnor recebemos sao sempre muito maiores e muito melhores do que merecemos. Nao epossfvel o amor, a menos que continue olhando com os olhos do corac;:ao. Com os olhos do corac;:ao, curiosos sempre como os olhos de namorados. Pe. Fhivio Cavalca de Castro, cssr

SCE da Super-Regiiio CM 392


0 PRlMElRO PASSO E SEMPRE DlFfCll! 0 Ultimo

E Mais Aincla!

Ola, gente amiga, Ouve-se freqi.ientemente alguem dizer que 0 primeiro passo e sempre o mais diffcil. Ao nos depararmos com o chamado para uma missao no Movimento, por exemplo, a de ser convocado para assumir alguma fun<;ao nos quadros ou mesmo para tentar cumprir nossa missao de casal cristao, de alguma forma todos nos sentimos as afli<;6es do primeiro passo. Inseguran<;a, medo de nao dar conta do recado e aqueles inevitaveis questionamentos: por que eu? Tern tanta gente melhor preparada! Por que nao aquele casal? Tern muito mais experiencia; tern mais tempo sobrando. E assirn, nao e? Sem ainda nos darmos conta de que o Senhor nao nos chama pelos nossos meritos, mas simplesmente porque Ele assim o quis, vamos sofrendo as agruras das naturais dificuldades do inicio de qualquer missao. Mesmo depois de algum tempo e ate de algum sucesso, custamos a perceber que, desde o infcio, houve a mao de Deus a nos conduzir, a colocar ao nosso lado as pessoas certas, a dar pistas para o caminho e que bastou aceitarmos ser instrumento nas maos do Senhor, para que as coisas fossem acontecendo. E os passos incertos e inseguros do come<;o acabaram nos levando a enfrentar riscos, a aceitar desafios, a fazer acontecer coisas que nunca imaginamos. Corremos o risco de ate nos dar por satisfeitos com aquilo que atraves do nosso trabalho foi produzido, CM 392

ate que se comece a pensar no ultimo passo. 0 ultimo e ainda mais diffcil! Edificil porque o Ultimo passo nos acorda para a realidade do que nao conseguimos produzir, das nossas etemas omiss6es. 0 ultimo passo coloca-nos na dimensao da nossa pequenez diante da grandiosidade da seara do Senhor: tanta coisa a ceifar, tanto trabalho a fazer. E se for 0 ultimo passo, seni que poderemos dizer que fizemos o suficiente? 0 ultimo passo e diffcil pois, por ser o ultimo, teria de recompor todas as lacunas, encontrar todas as solu<;6es, realizar todos os sonhos, todo o bern. Para nossa sorte, porem, o Senhor s6 nos pede os primeiros passos, e nem nos deixa conhecer qual sera o nosso ultimo. Por isso somos convidados a nao parar. Deus nos da a oportunidade de outros primeiros passos, fracos, tfbios, medrosos, incertos, mas que nao serao OS nOSSOS ultimos. Os primeiros passos sao sempre dificeis, mas estes estao ao nosso alcance, neles poderemos nos deparar com a mao estendida de Deus. Quando Deus chama, chama por amor e para o amor. Por isso, ao ser chamado, nao diga nao, nao se esconda, nao vista a armadura do medo. Arrisque na incerteza dos primeiros passos. Com nosso carinhoso abra<;o,

Silvia e Chico CR Super-Regiiio Brasil 3


- NO ABNEGA<;AO AMOR CONJUGAl Caminho Para Missdo A reflexao sobre o tema "amor conjugal, amor abnegado" fez ressurgir em nos antigas indaga96es e inquieta96es sobre a missionariedade dos casais. Lembramos da propasta do Movimento para 2004: "Assumir a missiio a partir do aprofundamento dos valores do Sacramento do Matrimonio e da espiritualidade conjugal ". Lembramos que Deus escolheu urn casal, Maria e Jose, para mostrar ao mundo a sua onipotente vontade de purificar a farru1ia humana, perrnitindo que o Salvador iniciasse nela a sua obra de salva9ao. Urn texto evangelico conhecido dos cristaos trouxe-nos a luz: num dos momentos em que Jesus dava o seu adeus e despedia-se dos apostolos, Judas, irmao de Tiago, lhe pergunta: "Senhor, par que raziio has de manifestar-te a nos e niio ao mundo ?" Jesus responde prontamente ao apostolo, dizendo: "Se alguem me ama, guardard minha palavra e meu Pai o amard, enos viremos a ele e nele faremos a nossa morada " (Jo 14, 22-23). 4

A resposta amorosa de Jesus e uma espantosa e desafiante revela9ao. Deus vern ate o homem. Deus quer habitar no cora9ao dos fieis, fazendo de cada urn lugar de sua presen9a divina. Seu amor gratuito, que salva, quer contar com os fieis como portadores da Boa Nova a ser comunicada ao mundo. Ninguem esta exclufdo desse desejo de Deus. Essa Boa Nova deve ser comunicada ao mundo que, por afastar-se de Deus, torna suas famflias incapazes de resistir as pressoes decorrentes de uma conjuntura moral que rebaixa a dignidade do amor. Esse e o desafio. Sera ele demasiado grande para nos? Sera que cuidamos para nao agiganta-lo, a exemplo dos israelitas exploradores da terra de Canaa (Nm 13, 27-33)? Ou sera que nao queremos ser as sementes que fazem nascer o futuro? Transformar a cultura do casamento na sociedade implica, antes, transforma-la em nossos proprios lares. Alerta-nos Pe. Flavio Cavalca que, para tal, necessitamos aceitar CM 392


a todo custo uma nova escalade valores, diferente da que percebemos intuitivamente ou da que domina o ambiente em que vivemos. Para mudarmos, e preciso querer mudar. Mudar por dentro. Tentar fazer isso sozinho e incorrer no mesmo erro do espelho que pensa ser ele proprio a fonte da imagem que reflete. 0 amor conjugal, reflexo do amor de Deus, pode levar-nos aplenitude de vida, desde que estejamos abertos e atentos para acolhermos a ajuda que a Providencia Divina alcanr;a. No nosso convfvio, existem muitos casais equipistas que vi vern uma fecunda relar;ao matrimonial, que comunicarn, para ah~m dos umbrais de suas casas, a disposir;ao de arnar e a alegria da sua vida conjugal. Esses casais, invariavelmente, vi vern uma conjugalidade alicerr;ada numa atitude de quem faz de suas vidas "dom para o outro". Alem desses testemunhos de abnegar;ao, Deus nos oferece a propria comunhao de vida conjugal como escola de dom e desapego para nos conduzir ate Ele. Nessa escola de dome desapego cotidiano aprende-se que o amor nao e urn modo de auto-realizar;ao, nem significa troca de favores. Descobre-se que o abandono de si tern urn prer;o. Vale exatamente o valor que atribufmos ao amor-proprio. A vida matrimonial assim compartilhada abre aos conjuges a perspectiva da solidariedade mutua e da fraternidade. E anirnador constatar que a generosidade de Deus fortalece nos CM 392

esposos, como premio ao esquecimento de si, o desejo de lutar decididamente pela santificar;ao do conjuge. 0 empenho na vivencia dos Pontos Concretos de Esforr;o tern se revelado urn auxilio valioso na reversao do foco das preocupar;oes para fora de si. A Regra de Vida, mesmo exigindo urn esforr;o pessoal, via de regra expressa uma vertente originada na pessoa do conjuge. A experiencia do Dever de Sentar-se permite afirmarmos que ele sempre reordena os interesses e impulsos divergentes em beneffcio da felicidade e da necessidade comum. A vida conjugal alicerr;ada na abnegar;ao mantem viva a alegre lucidez do amor, que concede ao olhar o poder de ir alem das aparencias, para descobrir no conjuge ou num filho os dons que Deus colocou em seus corar;oes. Desperta, tambem, o desejo de fazer esses dons florescerem, sem nada querer em troca, alem da plena realizar;ao da pessoa amada. 0 amor conjugal vivido na abnegar;ao e o itinenirio de santificar;ao de todos os esposos. Esse peregrinar os torna parecidos com Jesus, que viveu para os outros e doou ate a ultima gota de sangue para a redenr;ao do mundo. A experiencia espiritual vi vida na conjugalidade transforma os esposos em "casais-esperanr;a -de- vida", que levam no corar;ao, a urn mundo que necessita de Deus, a alegria da salvar;ao eterna.

Grafa e Roberto Super-Regiiio Brasil 5


EQUlPES DE NOSSA SENHORA Demonstra<;oes financeiras Caros equipistas: Com a gra9a de Deus, apresentamos abaixo o Balan9o Patrimonial e a Demonstra9ao de Resultado do Exercicio de 2003, das Equipes de Nossa Senhora. Os numeros confirmam que o ano de 2003 foi especial para o nosso Movimento, principalmente pelo que destacamos abaixo: • ] Q Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora Brasflia: Ravia uma expectativa para a realiza9ao deste Encontro, que pela sua grandeza movirnentaria urn grande volume de recursos financeiros. Seguros pelas proje96es realizadas que demonstravam haver equilibria entre as receitas e despesas e, confiantes na Providencia Divina, fomos aluta. E pudemos testemunhar novamente a multipli-

BALAN~O

2003

ca9ao dos 5 paes e 2 peixes (Me 6,38): todas as necessidades foram atendidas e houve sobras que foram partilhadas com os participantes. • Evolutivo das Despesas - Contribui96es: Com a consolida9ao do planejamento financeiro realizado pelas Provincias, sem prejuizo das atividades essenciais do Movirnento (Sessoes de Forma9ao, etc.), colhemos bons frutos: as contribui96es aumentaram e as despesas dirninuiram. Damos gra9as a Deus, por suas delicadezas em fazer acontecer nossos planejamentos. Com carinho,

Vera Lucia e Jose Renato, Casal Secretario/Tesoureiro Silvia e Chico, CR Super-Regiiio

PATRIMONIAL (em R$)

31.12.03

31.12.02

31.12.01

717.612 17 .031 734.643

809 .996 16.631 826.628

329 .788 14. 544 344.332

501 2 .789 731 .353 734.643

21.895 4 .067 800 .666 826.628

1.766 4 .362 338.204 344.332

Ativo Circulante Permanente Total Ativo Passivo Circulante Provisoes Patrimonio liquido Total Passivo

6

CM 392


DEMONSTRAc;A.o DO RESULTADO (em R$)

31.12.03

s/Rec.

31.12.02

s/Rec.

31.12.01

s/Rec.

1.025.091 Contribuic;6es 837.642 Enc. Brasilia (inscric;oes) lnscric;6es Enc. Roma Reembolso Enc. Roma (ERI) 35.978 Receitas Diversas 133.659 198.403 Receitas Financeiras

46,0% 37,5%

954.828 632.425 39.584

52,8% 34,9% 2,2% -% 8,4% 1,7%

908 .115

87,9%

124.660

12,1%

Receitas

Total das Receita s

2. 2 3 0 .773

1,6% 6,0% 8,9%

151.933 30.988

100, 0 % 1.809 .758 1 00, 0 % 1.032 . 776 100,0%

Despesas

Despesas c/ Encontros Desp. c/ Enc. Roma Desp. c/ Enc. Brasilia Despesas c/ Adm. Equipes Despesas c/ Pessoal Despesas Gerais

367.854

16,0%

1.303.962 219.920 94.317 314.032

56,7% 9,6% 4,1% 13,7%

Total das Despesas

2.3 00.085

429.535 237.185 27.137 271.476 88.010 293.953

31,9% 17,6% 2,0% 20,1% 6,5% 21,8%

398.624

38,7%

230.465 81.547 318 .721

22,4% 7,9% 31,0%

100 , 0 % 1.3 4 7.2 96 1 00, 0% 1 .029.356 100 ,0 %

Resultado

Resultado do Exercicio Fundo Patrimonial

(69.313) 800.666

Resultado Acumulado

73 1 .353

462.462 338.204 3 2 ,8%

Notas ex plicativas 1)Reembolso Enc. de Roma: R$ 35.978,20 0 total reembolsado do Encontro de Roma, em fun.yiio do rateio foi de R$ 81.204,00 sendo efetuado de duas maneiras, ou seja: a) R$ 35.978,20 recebidos de outras SuperRegi6es do mundo; b) R$ 45 .225,80 credito efetuado por conta da Super-Regiiio Brasil diretamente a Coordena<yiio Internacional, por outras Super-Regi6es. 2) Receita Diversas - R$ 133.658,68 Esta conta contempla o reembolso com as vendas de documentos do Movimento R$ 81.725,73 e vendas do material do Encontro Brasflia - R$ 51.932,95 3) Receitas Financeiras = R$ 198.402,79 Movimento = R$ 84.152,09 Enc. Brasflia = R$ 114.250,70 Obs.: no total das receitas financeiras de 2002 esta inclusa a receita do Enc. Brasflia = R$ 18.170,65 4) Despesas com Encontros - R$ 367.854,37 4 Encontros da Super-Regiao = R$ 43.438,56 I Colegiado Nacional = R$ 122.401,42 7 Enc. Provinciais e 14 Colegiados Pro-

CM 392

8 00 .6 6 6

3.419 334.785 4 4 , 2%

3 3 8 .204

3 2 ,7%

vinciais = R$ 202.013,95 5) Despesas c/ Administra.yao das Equipes R$ 219.920,21 Edi.yao de 08 Cartas Mensais = R$ 156.519,30 Obs.: a Carta Mensa! de setembro/03 (edi<yao especial) foi subsidiada pelo Enc. de Brasflia Edi.yao de documentos do Movimento = R$ 63.400,91 6) Despesas Gerais - R$ 314.032,00 Esta conta contempla as seguintes despesas: correio, telefone, alugueis, manuten.yiio do imobilizado, tributarias, financeiras , materiais de escrit6rio e de expediente, correio Carta Mensa!, contribui.y6es vocacionais e outras entidades. Destacamos as principais: Correio Carta Mensa!= R$ 100.909,16 Contribui.y6es vocacionais e outras entidades = R$ 75.375,00 7) Resultado acumulado: Contempla o saldo positivo do 1 Encontro Nacional das ENS em Brasflia no valor de R$ 323.320,38. A partir janeiro/ 2004 esta sendo devolvido aos participantes/desistentes do Encontro, proporcionalmente as suas contribui<y6es.

7


GAAFICO 1 - Evolutivo das Despesas - Contribui~oes e Receitas Totais

2003

2002

2001

Este grafico nao contempla: a) as receitas dos Encontros de Brasilia e Roma; b) as despesas do Encontro de Brasilia.

•

Despesas

0

Contribui~ao Receitas Totais

2001 1029 908 1033

2003 996 1025 1191

2002 1320 955 1119

GAAFICO 2 - Distribuir;ao das Despesas 2003 Encontros: 7 Provincia is 14 Colegiado Provincial 8,8%

Encontro: 1 Colegiado Nacional

+ Encargos Socia is 4,1 %

8

1,9%

En contra Nacional das ENS-Brasilia

11,2%

Pessoal

Encontros: 4 Super Regiao

56,7%

Administrativas 5,1 %

Obs: o Encontro de Brasilia foi custeado pelos pr6prios participantes.

CM 392


Demonstra~oes

Financeiras -

Caros irmaos equipistas, antes de mais nada pedimos desculpas pela falha cometida com a publica9ao de nosso Balan9o Anual e Errata, em nossa Carta Mensal de nov/2003 pagina 33 e dez/2003 pagina 8, respectivamente. Voltamos a este assunto, pois em fun91io de diversos ajustes ocorridos em nossos dados contabeis e por termos trabalhado com o balan9o nao corrigido, as

2002

publica96es foram incorretas, sendo assim apresentamos abaixo, oficialmente, o Balan9o e a Demonstra9ao de Resultados do Exercicio de 2002, arquivados e assinados pelo contador responsavel. Com carinho,

Vera Lucia e Jose Renato, Casal Secrettirio/Tesoureiro Silvia e Chico, CR Super-Regiiio

BALAN<;O PATRIMONIAL (em R$) Ativo Circulante Permanente Total Ativo Passivo Circulante Provisoes Patrimonio Liquido Total Passivo

31.12.02

31.12.01

809 .996 16.631

329 .788 14.544

826.628

344.332

21 .895 4 .067 800.666

1.766 4 .362 338 .204

826.628

344.332

DEMONSTRAc;:AO DO RESULTADO (em R$)

31.12.02

s/Rec.

31.12.01

s/Rec.

954 .828 En c. Brasilia (inscri~oes e outras) 63 2.42 5 lnscri~6es Enc. Roma 39.584 Reembolso Enc. Roma (ERI) Cotiza~ao p/ERI (Enc. Roma) Receitas Diversas 151 .933 Receitas Financeiras 30 .988 Total das Receitas 1.809.758

52,8% 34,9% 2,2%

908.115

87,9%

8,4% 1,7%

124.660

12, 1%

100,0%

1.032.776

100,0%

31,9 % 17,6% 2,0% 20,1% 6,5 % 21,8%

398.624

38,7%

230 .465 81.547 318 .721

22,4% 7,9% 31,0%

100,0%

1.029.356

100,0%

44,2%

3.419 334.785 338 .204

32,7%

Receitas Contribui~6es

DESPESAS Despesas c/ Encontros 429 .535 Desp. c/Encontro Roma 237 . 185 Desp . c/Encontro Brasilia 27.H7 Despesas c/ Adm . Equipes 271 .476 Despesas c/ Pessoal 88.010 Despesas Gerais 293 .953 Total das Despesas 1.347.296 RESULTADO Resultado do Exercicio Fundo Patrimonial Resultado Acumulado

CM 392

462 .462 338 .204 800.666

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"lUZ PARA AQUElES QUE BUSCAM A VERDADE" Queridos amigos: Continuamos no nosso esfor~o de fazer urn trabalho de reflexao sobre o discurso de Sua Santidade o Papa Joao Paulo II aos Responsaveis Regionais reunidos em Roma, em janeiro de 2003. Hoje, queremos tratar do quarto e ultimo ponto de sua alocu~ao: "luz para aqueles que buscam a verdade". 0 Papa termina seu discurso exortando-nos vivamente a nos engajar na missao. Ele come~a citando o nosso fundador: "A inspirar;ao do Pe. Caffarel era tal, que nao queria que alguem entrasse numa equipe para se isolar, mas para aprender a se doar a todos" (Carta Mensal, fevereiro 1948, pag. 9). Uma das mais fortes tenta~6es, quando entramos para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, quando descobrimos seu espirito e sua pedagogia e encontramos verdadeiros arnigos, e de nos acomodarmos, de nos isolarmos, sem que nada nos preocupe. E urn pouco daquilo que aconteceu com os discipulos no momento da transfigura~ao do Senhor e Pedro disse: "Mestre, e bom ficarmos aqui. Vamos fazer tres tendas: uma para ti, outra para Moises e outra para Elias". Eo evangelista acrescenta: "Ele nem sabia o que estava dizendo" (Lc 9, 33). E a tenta~ao de se instalar! 0 Papa, entao, vern nos encorajar para que nao permane~a10

mos na imobilidade, mas aprendamos com Jesus como nos doar aos outros, como sair do isolamento da nossa equipe para responder as necessidades dos outros. 0 Santo Padre propoe aos equipistas tres campos de a~ao para miss6es especfficas: no seio da farm1ia, da sociedade e da Igreja:

No seio da familia Em primeiro lugar, ele nos convida a nos ocuparmos de nossos filhos, que nos sao diretamente confiados , e a forma-los na fe. Falando nisso, freqtientemente ouvimos as queixas de pais infelizes como afastamento de seus filhos da pratica religiosa. Pensamos que a educa~ao religiosa dos filhos, no seio da familia, e algo bern delicado. :E preciso sempre guardar o equilibria entre duas atitudes que se opoem: nao estimular os filhos ou for~a-los a viver a pratica religiosa. Se a primeira e muito nefasta, a segunda tambern e, pois corremos o risco de CM 392


torna-los avessos a fe. Na nossa opiniao, 0 mais importante e 0 testemunho, ao lado de uma dose equilibrada de aprendizado. Sobre esse assunto, nos voltam a memoria as sabias palavras de Santo Ambrosio a Santa Monica, mae de Santo Agostinho: "Nao fale muito de Deus a seu filho: fale de seu filho a Deus". E foi dessa maneira que Agostinho se converteu. De acordo com nossa experiencia, a forrnac;ao religiosa dos filhos e muito importante quando eles sao pequenos, mas, quando eles crescem, o testemunho e a orac;ao sao mais importantes. De outro lado, nao podemos esquecer da famflia no seu sentido mais amplo, quando se fala em evangelizac;ao. Muitas vezes, nao percebemos que todos os membros da farm1ia nos observam com atenc;ao. Nesse campo, o testemunho e decisivo, mas deve ser acompanhado de urn relacionamento amavel, de alegria de viver, de solidariedade, principalmente para aqueles que estao mais necessitados.

Na sociedade "Exorto todos os equipistas a participarem sempre mais ativamente na vida eclesial, em particular junto aos jovens, que esperam uma mensagem crista sabre o amor humano, ao mesmo tempo exigente e apaixonante ", foram as palavra do Papa aos equipistas em Roma. Numa audiencia recente com os Bispos franceses , Joao Paulo desenvolveu ainda mais essa ideia: "o CM 392

contexto bern complexo e dificil no qual os jovens vivem ... Seu universo cultural e marcado par novas tecnologias da comunica~ao que perturbam sua rela~ao com o mundo, com o tempo e com os outros e que determinam o seu comportamento ... /sso criou uma cultura do ejemero e do imediato nem sempre favordvel a possibilidade de um aprofundamento, a matura~ao interior ou ao discernimento moral..."; e, em seguida, ele se pergunta: "Como nao pensar nas crian~as e nos jovens que sofrem terrivelmente com essa desintegra~ao da celula familiar ou naqueles que experimentam situa~oes de precariedade que os conduzem a se considerar exclufdos da sociedade?" Nesse novo contexto social, o Papa nos lanc;a o desafio de encontrar novos metodos para anunciar a fe ... Ele sugere ate a utilizac;ao da informatica como urn meio apropriado para que os jovens possam se informar, forrnar-se e descobrir as diferentes propostas da Igreja. E insiste que outra oportunidade de evangelizac;ao dos jovens e a preparac;ao para o casamento. Sera que os membros das Equipes de Nossa Senhora tern a coragem de aceitar o desafio lanc;ado pelo Santo Padre?

Na lgreja "Caros amigos", proclama o Papa, "eu vos exalta a testemunhar sempre e de maneira explfcita a grandiosidade e a beleza do amor humano, do casamento 11


e da fam(/ia". Esse e o objetivo fundamental de nossa missao. Do mesmo jeito que Sao Paulo, o Santo Padre nos encoraja a proclamar a boa nova do casamento cristao:

separadas, divorciadas e divorciadas recasadas, que, como batizadas, sao chamadas, no respeito as regras da lgreja, a participar da vida crista". Existem mi-

"proclama a palavra, insiste, oportuna ou importunamente, convence, repreende, exorta, com toda a paciencia e com a preocupa~ao de ensinar" (II Tm 4, 2).

lhares de catolicos que vi vern nessa condic;:ao. Como na parabola do Born Samaritano, eles estao feridos, a beira do caminho, esperando que alguem venha em seu auxflio para que sejam curados. 0 Papa nos convida vivamente a ser, para esses nossos irmaos, testemunhas da ternura e da misericordia de Deus. Unidos em ora<;:ao, abra<;:amos todos voces.

Sua Santidade Joao Paulo II termina seu discurso lanc;:ando-nos urn apelo que vern do mais profunda do seu corac;:ao. "No fim desta audi-

encia, minha ora~ao se dirige tambem aos casais em dificuldade. Que eles possam encontrar, no seu caminho, testemunhos da ternura e da misericordia de Deus! Quero reafirmar a minha proximidade espiritual com as pessoas

Constanza e Alberto Alvarado Casal membro da Equipe Responsdvel Internacional (ERI)

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CORA~OES ABERTOS

PARAAMAR Fazendo uma nova leitura do discurso do Papa Joao Paulo II no encontro dos Casais Responsaveis Regionais em Roma, em janeiro de 2003, guardamos no corac;:ao sua exortac;:ao a que vivamos os elementos da pedagogia propria do Movirnento das Equipes de Nossa Senhora "com aten~ao e perseveran~a,

para amar verdadeiramente ". Ele insiste, particularmente, sobre "ora~ao pessoal, conjugal e familiar, sem a qual um cristao se arrisca a ir perdendo sua coragem, como dizia oPe. Caffarel". 12

E nos, sera que temos sido fieis na ora<;:ao pessoal silenciosa, meditativa? Seguramente, muitas pessoas enfrentam reais dificuldades: dizemos que nos falta tempo ou liberdade de espfrito, pois vivemos uma vida tensa; esbarramos tambem, sem ousar confessa-lo, em uma aridez que nos leva a pensar que a ora<;:ao nao e tao importante ... Cada urn sabe quais os sentimentos que experimenta. Aqueles que tern dificuldade em fazer a orac;:ao pessoal devern entao se resignar a nao ir alem CM 392


de urn rninimo de prece oral no dia-a-dia, de urn tempo de orac;ao em equipe e da participac;ao na missa do domingo? Isso significaria deixar enfraquecer nossa vida de fe e, de alguma maneira, urn fechar o caminho da santidade que e a vocac;ao de todos nos ... 0 encorajamento de J oao Paulo II - como tam bern o seu testemunho pessoal- nos convida a uma retomada: sera que temos a coragem de renovar nossa maneira de rezar? Procuremos alimenta-la pela escuta da Palavra de Deus que e, nos Pontos Concretos de Esforc;o, uma fonte essencial. Sera que temos a coragem de nos deixar penetrar pela Palavra de Cristo com os gritos de alegria ou as lamentac;oes dos salmistas, com as fulgurantes aberturas espirituais de Paulo e Joao? Pensamos em voltar as grandes orac;oes da liturgia? Sabemos passar da hurnilde prece do penitente ao louvor a beleza e a fidelidade de Deus e as maravilhas que Ele realiza; da ac;ao de grac;as pelos dons recebidos a urn pedido confiante? Nao foi Jesus que nos disse: "Pedi e VOS sera dado! Procurai e encontrareis!" (Mt 7,7-11)? Por que sera que a orac;ao conjugal parece tao dificil a muitos casais? Voces nao sao capazes de por em comum o que tern de mais precioso? Sera que nao podem dar, urn ao outro, o testemunho daquilo que CM 392

a Palavra e o Espfrito de Deus fazem ressoar em seus corac;oes? E, quando se toma dificil orar, nao deve ser justamente do conjuge que pode vir o apoio mais pessoal e mais estirnulante? E preciso sempre reaprender a rezar como filhos de Deus. Isso e particularmente importante na fam11ia. A experiencia espiritual dos pais valoriza a orac;ao em familia: os filhos sentern isso muito bern e entram com mais vontade na orac;ao quando sentem no pai e na mae uma verdadeira fonte de vida. Podemos ir urn pouco mais longÂŤ! pelas palavras deJoao Paulo ll: "Longe de nos afastar de nosso engajamento no mundo, uma ora9iio autentica santifica o casal e a fam{/ia, abre o cora9iio ao amor de Deus e dos irmiios. Ela nos toma tambem capazes de construir a hist6ria segundo a vontade de Deus". Assim, com o corac;ao aberto "ao amor de Deus e dos irmiios", nos saberemos testemunhar melhor, na nossa sociedade, "a grandiosidade e a beleza do amor humano, do casamento e da famflia ", cujo sentido, tantas vezes obscurecido, precisa ser reencontrado pela nossa sociedade. Mais proximos do amor que vern de Deus, poderemos mostrar ao mundo "a sua ternura e a sua misericordia". Que a Mae de Jesus sustente nossa busca espiritual, que ela nos 13


fa~a

progredir no amor de Deus e dos irmaos. A sua ora~ao nos inspira: "Minha alma engrandece o

mintos ... Ele

efiel ao seu amor".

Franfois Fleischmann Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERI

Senhor. .. o Poderoso fez em mim maravilhas... Sacia de bens os fa-

NOliClAS 1NTERNAC10NA1S As Ectuipes de Nossa Senhora no Campo de Refuqiados de Mwanqa, na Zambia Queremos partilhar com voces as impress6es de alguns casais africanos recentemente engajados no Movimento. Suas equipes foram formadas no campo de refugiados Mwanga, na Zambia, onde eles vivern. Sao, atualmente, 28 casais, divididos em 5 equipes. Que possamos, atraves desses extratos, reencontrar a simplicidade de corac;:ao que eles demonstram. A vida nos deixava abalados, sem apoio, sem sustento; precisavamos sair dessa situac;:ao e encontrar o carninho certo. As Equipes de Nossa Senhora sao esse suporte para n6s. As mensagens e os temas das Equipes sao feitos para OS casais; marido e mulher sao alimentados. Tern, entao, a possibilidade de crescer juntos. • No caminho das Equipes de Nossa Senhora temos exemplos edificantes: as boas ac;:oes, a ajuda mutua e a partilha tanto nos acontecimentos felizes como nos momentos de tristeza ... Nos adrniramos a uniao dos casais nos lares dos equipistas. • Os ensinamentos que recebemos durante o periodo de formac;:ao

•

sao verdades de vida; isso alimenta, vivifica o amor do casal. Nas Equipes de Nossa Senhora, recebemos as raizes, o fundamento da Palavra de Deus para a indissolubilidade de nosso casamento cristao. As mensagens, os temas desenvolvidos nos encontros nos dao uma linha de conduta como, por exemplo, a importancia do amor conjugal, a necessidade de sermos pais compreensi vos ... Os frutos das Equipes nos trazem felicidade, sao construtivos em todos os lugares onde elas existem. A programac;:ao regular de encontros da a todos, cada vez mais, urn novo ela de orientac;:ao de vida crista. Os que exercem uma responsabilidade no Movimento sabem como reforc;:ar os exemplos de boa atuac;:ao dos equipistas, mostrando o seu entusiasmo aos novos casais. N6s, sendo o que somos e como fomos criados e tambem com nossos defeitos, gostariamos de ver melhorados os ensinamentos sobre a orac;:ao. Ela e a base da vida dos equipistas. I

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AN1VERSAR10 DO MOVlMENTO Pequena grande mulher... Comemorando os 54 anos de existencia do Movirnento das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil, no dia 3 de maio de 2004, os equipistas de Sorocaba ganharam urn maravilhoso presente. Na nossa Noite de Ora~ao, tivemos a alegria recompensadora de ter entre n6s Dona Nancy Moncau, que, com seu marido Ga falecido ), Dr. Pedro Moncau, trouxe para o Brasil o nosso Movimento. Eu nao a conhecia pessoalmente, mas ja adrnirava seus passos. Quando me deparei com aquela senhora de 95 anos, pequenininha, fragil, precisando de amparo pensei: coitadinha! De repente, ela come~ou a falar e sua lucidez, temperan~a, equilfbrio e clareza me contagiaram e ela foi crescendo, crescendo ... e eu me }embrei de urn certo brasileiro em Haia ... Dona Nancy sabe como bater! Esgrima muito melhor que os grandes campeoes! Paz gol de letra sem sair do Iugar! Atinge todos os indices olfmpicos e com certeza sabe como ganhar ouros ... , muitos ouros! Cada palavra penetrava em meu cora~ao como uma translucida catequese evangelica, conjugando vida e testemunhos, tornando-me responsavel por todos OS paSSOS que Uffi dia decidi dar. Sua voz, que a principia parecia longfnqua, foi pouco a pouco se tornando urn som inten o e continuo, chamando-me para a verdadeira responsabilidade de cristao batizado. CM 392

Nao fez uma palestra como ela mesma afurnou, mas quis meditar conosco e, nessa objetiva medita~ao, operou verdadeiros rnilagres. Aqueles que s6 conseguimos perceber com o tempo! Ou com os quais nos permitimos conviver sem profana-los! Dona Nancy, na verdade, colocou o cora~ao nas maos e ofereceu-nos de presente o verdadeiro carisma das Equipes de Nossa Senhora! Poi clara e objetiva! Sensfvel e perspicaz! Terna e textual! Colocou-se e colocou-nos ... Senti-me marido e irmao. Pilho e pai. Senti-me, na verdade, responsavel pelo simja dado!

Ze Vi (da Maiza) CR Setor A - Sorocaba, SP 15


Tivemos, no dia 22 de maio de 2004, a tradicional peregrinac;:ao a Aparecida, que antes era feita somente pelas equipes de Taubate, SP. Ao longo dos anos, outros setores das ENS do Vale do Paraiba aderiram, sendo que, ultimamente, a coordenac;:ao passou para a responsa-

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bilidade da Regiao Sao Paulo Leste II, a quem coube a organizac;:ao deste evento de 2004. Neste ano, por solicitac;:ao de Altimira e Paulo, Casal Provincial, foram convidadas todas a demais Regi6es que comp6em a Provincia Sul I. Esta solicita9ao foi feita publicamente ao final do Colegiado Provincial de 2003. Altimira e Paulo, no comec;:o de sua gestao como Casal Provincial, estiveram em Aparecida, no ano de 2000, na peregrina9ao comemorativa dos 50 anos das Equipes no Brasil. Como neste ano estao terminando esse compromisso, fizeram questao de participar desta peregrina9ao, para louvar e agradecer estes anos de servic;:o. Assim como come9aram, querem terminar aos pes de Nossa Senhora Aparecida. Estiveram presentes, entre equipistas e familiares, mais de 400 pessoas da Provincia Sul I. Todos estes nossos irmaos foram acolhidos, por equipistas de Aparecida e GuaCM 392


ratinguet:a, no patio da Basilica, onde houve uma concentra~ao bastante animada. As 11 h30min, nos deslocamos em procissao para o interior da Basilica, onde procuramos ficar todos juntos para participarmos da rnissa das 12:00 horas. Altirnira e Paulo vieram a frente, na procissao de entrada, com o estandarte das ENS, seguidos pelos casais Regionais Sheila e Francisco, Leda e Marcos, Luzia e Paulo, Lygia e Carlos e o casal Cecilia e Jose Carlos, da Carta Mensal. Encerrando a procissao, tivemos os Sacerdotes Conselheiros Espirituais de Equipe: Pe. Brandao e Padre Reginaldo (Aparecida), Padre Narci Braga (Guaratinguet:a) e Padre Flavio Cavalca (Aparecida, Guaratingueta e da Super-Regiao), que foi o celebrante. Pe. Luis Claudio, que foi o comentarista, durante a rnissa, citou as ENS

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e assinalou a presen~a dos equipistas. Nao podemos deixar de enaltecer a homilia do Padre Flavio, que mais uma vez falou diretamente aos casais. 0 coral formado por pessoas presentes cantou o Magnificat, no momento da A~ao de Gra~as, enquanto a imagem de Nossa Senhora era conduzida pelo Casal Sheila e Francisco, que em breve assurnirao a responsabilidade pela Provincia Sui I, acompanhados dos demais Casais Regionais da Provincia. Seguiu-se a consagrayao a Nossa Senhora. Ap6s a missa, os equipistas se reuniram no subsolo da Basilica para urn congrayamento muito animado, numa grande partilha dos quitutes colocados em comum pelos participantes da peregrinayao.

Luzia e Paulo Meirelles CR - Regiiio Siio Paulo Leste II

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"DEMOROU MAS CHEGOU" Tivemos em Macei6, nos dias 22 e 23 de maio de 2004, a Sessao de Formac;ao Nfvel I, no Colegio Santa Madalena Sofia, sob a organizac;ao do Casal Responsavel pela Regiao Pemambuco-11Alagoas, o SCE da Regiao, Frei Evilasio e coordenado pelos Setores A e B. Contamos com a participac;ao de tres casais da cidade de Cha Grande, PE. Foram momentos de aprofundamento da fe cristae, inegavelmente uma oportunidade de crescimento para os casais que responderam ao chamado do Movimento. De forma muito simples e proxima, Frei Evilasio nos levou a refletir sobre o verdadeiro papel do casal cristao equipista e o sentido da rnissao de esposo(a). Ap6s a Sessao de Formac;ao, fi-

camos em casal, partilhando os momentos vividos naqueles dois dias e lembramos a pergunta que fizemos urn ao outro ha 4 anos, quando comec;amos nossa Experiencia Comunitana, em agosto de 2000. Para que irao servir estas reunic>es? Para onde nos querem levar? A estas perguntas encontramos respastas. Serviu para ajudar-nos a veneer o desafio de viver os valores perenes do matrimonio. Levaram-nos a sair do anonimato e arregac;ar as mangas para o trabalho na equipe, na par6quia e na comunidade em que estamos inseridos.

Socorro e Rodolfo Eq. SB - N. Sra. Aparecida Macei6, AL

MUDAR 0 MUNDO Quando eu era jovem e minha imaginac;ao nao tinha limites, sonhava mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais sabio, descobri que o mundo nao mudaria. En tao restringi urn pouco minhas ambic;6es, e resolvi mudar apenas meu pafs. Mas o pafs tambem me parecia imutavel. No ocaso da vida, em uma ultima e desesperada tentativa, quis mudar minha famflia. Mas eles nao se interessavam nem urn pouco, dizendo que eu sempre repeti os mesmos erros. Em meu leito de morte, enfim descobri: se eu tivesse comec;ado por corrigir me us erros e mudar a mim mesmo, meu exemplo poderia transformar rninha farm1ia. 0 exemplo de rninha farm1ia talvez contagiasse a vizinhanc;a, e assim eu teria sido capaz de melhorar meu bairro, minha cidade, o pais, e, quem sabe, mudar o mundo ... Colabora~ii.o: Lia e Guilherme Eq. 4A- N. Sra. de Fatima- Blumenau, SC

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0 NOSSO MUTIRAO 2004 Parecia mais uma confratemiza0 local estava lotado e faltaram cadeiras para tanta gente: Dia de Mutirao. Os casais chegavam, trazendo muita anima~ao e, tambem, aquela expectativa que este tipo de evento normalmente produz nas pessoas. Os casais mais novos trouxeram ainda como novidade, as crian~as, que tambem ganharam o seu espa~o naquele dia de estudos. 0 Padre Nelson, paroco da Igreja Santa Maria Goretti, como anfitriao, deu as boas vindas a todos, enfatizando a importancia do tema "Diretrizes gerais da a~ao evangelizadora da Igreja no Brasil", Documento 71 da CNBB, e desejou sucesso no desenvolvimento dos trabalhos. Os Casais Responsaveis dos Setores ABC I, ABC II e ABC ill se encarregaram de viabilizar a apresenta~ao preparada pelas 34 equipes que compoem estes setores, obedecendo algumas regras preestabelecidas entre elas, como a li~ao.

mita~ao

de tempo por apresenta~ao, em dez minutos. Foi uma verdadeira li~ao de colegialidade e ajuda mutua, quando equipes de setores diferentes conseguiram compartilhar experiencias e esfor~os para chegar a urn resultado tao bonito e tao proveitoso. 0 ponto alto deste evento, ah~m de inegavelmente se terem atingido os objetivos propostos, foi, sem duvida, a participa~ao das crian~as, filhos de equipistas, nas apresenta~oes, mostrando desta forma urn jeito diferente de evangeliza~ao e conscientiza~ao dos nossos filhos, que, atraves de dinamicas descontrafdas, puderam conhecer a preocupa~ao da nossa Igreja com a caminhada do povo de Deus. Ao final das apresenta~oes, nove ao todo, que cobriram o Documento 71 na integra, o Padre Romeu, Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor ABC III, fez a conclusao dos trabalhos, conclamando os casais a ocuparem o lugar que lhes pertence na grande obra do anuncio da Palavra de Deus, caminhando sem medo para aguas mais profundas.

Setores ABC I, II e III Regiiio Siio Paulo Sul I 19


JUBllEU DE PRATA ENS Pouso Alegre "Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das miseric6rdias e Deus de toda consolar;iio" (2Cor 1, 3), que nos permite celebrar no louvor e na ac;:ao de grac;:as, 25 anos de existencia das Equipes de Nossa Senhora, em nossa Arquidiocese de Pouso Alegre. 0 tempo, que nose dado par grac;:a, nos permite recordar tirnidamente a primeira equipe, primeira semente, que produziu frutos , nao par esforc;:o meramente humano, mas par bondade de Deus. Assim, ap6s 25 anos, contamos com 30 equipes em Pouso Alegre, divididas em 2 Setores, mais o Setor de Santa Rita do Sapucaf, com 4 equipes e a Coordenac;:ao de Borda da Mata, tambem com 4 equipes. Em nossa pequena carninhada, com os olhos fixos naquele que ha de vir (Fp 3, 20), com simplicidade e hurnildade, agradecemos a Deus

Pai, a presenc;:a das Equipes de Nossa Senhora, cantando como a Virgem Mae: "Minha alma glorifica o Senhor, e meu esp{rito exulta em Deus meu Salvador" (Lc 1, 46-47). Nossos corac;:oes se alegram par tantas grac;:as recebidas, pela Palavra de Deus que nos foi proclamada, pelo crescimento espiritual de tantos casais, pelo esforc;:o desses mesmos casais em corresponder ao espfrito do Movimento, pela intercessao materna da Virgem Maria. Que este jubileu prepare as ENS de nossa Arquidiocese de Pouso Alegre para o grande testemunho que devemos dar a farru1ia, querida par Deus, que e a primeira Igreja domestica, lugar de santidade e sinal da presenc;:a de Cristo em seu amor.

Pe. Jose Dimas de Lima SCE- Setor B Pouso Alegre, MG

Coleqio lnternacional - Rio

2004

No periodo de 21 a 31 de julho p.p., os membros da Equipe Responsavel lnternacional (ERI) juntamente com os casais que compoem o Colegiado Internacional, reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro. Esse Encontro desenvolveu-se em 3 etapas distintas: a) No periodo de 21 a 25/07- Participaram os casais da Equipe Responsavel Internacional e o SCE; b) No periodo de 25 a 30/07 - Os membros da ERIe os casais do Colegiado Internacional e SCEs; c) Nos dias 30 e 31107 - Reuniao par Zona de Ligac;:ao. Na edic;:ao da Carta Mensa! de setembro/2004, serao divulgados os principais acontecimentos desse importante evento. Aguardem.

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- DE UM SACERDOTE! MAE Em 16 de abril proximo passado, faleceu a Sra. Veronica Mikosz, mae do nosso querido Conselheiro Espiritual Mons. Diniz Mikosz. Ela estava com 93 anos e sofria desde bastante jovem com as seqtielas deixadas pela gripe espanhola. A historia de sua vida certamente daria uma cronica muito rica sobre fe, perseveran9a e enfrentamento do sofrimento, da dor e das priva96es, que envolveram nao somente a ela, mas a toda sua fam11ia. Nao sera, porem, esse o assunto principal deste artigo. Algo ainda mais importante do que essa maravilhosa historia chamou minha aten9ao: uma cena emocionante que presenciei, logo que cheguei a capela mortuaria para prestar solidariedade ao no so estimado Sacerdote Conselheiro Espiritual. Naquela sexta-feira, diversos contratempos fizeram com que eu precisasse ficar ate mais tarde no meu trabalho. Apesar de, a princfpio, ficar descontente com a situa9ao, percebi depois que foi uma gra9a de Deus, proporcionando a mim sedimentar melhor uma convic9ao que eu ja havia adquirido desde muito jovem, a de valorizar as voca96es sacerdotais e religiosas. Lamentavelmente, muitas pessoas, ao escutarem de seus filhos a inten9ao de se tornarem sacerdotes, respondem algo como "Tire isso da cabe9a" ou "Deus me livre disso! Voce nao leva jeito para essas coisas" ou, ainda, tantas outras frases CM 392

de desencorajamento. So Deus sabe quantas voca96es sacerdotais e religiosas foram sufocadas por atitudes como essas, de pais que nunca pararam para pensar na grandiosidade da gra9a de ter urn filho presbftero ou uma filha religiosa. Logo que o corpo de D. Veronica chegou a capela, para que a faml1ia e os amigos pudessem fazer ainda uma noite de vigflia e ora9ao em sua memoria, eu pude ver o Mons. Diniz tirar do bolso urn pequeno envelope, que continha uma faixa branca envelhecida pelo tempo, em que estava escrito "Pe. Diniz Mikosz- 19XII-1959- Roma". Havia tambem urn bilhete, redigido logo apos a ordena9ao, destinado a sua irma mais velha, Beatriz, hoje ja falecida, com os seguintes dizeres: "Beatriz: esta e a faixa que enrolou as minhas maos recem ungidas, na minha ordena9ao sacerdotal, ocorrida em Roma. E a lembran9a mais preciosa que tenho dela. E para a mamae. Guarde-a voce, com todo o cuidado. Quando a mamae morrer, ela sera amarrada em suas maos, para que se apresente ao tribunal de Deus como mae de urn sacerdote". Entao, ele a amarrou nas maos de sua mae e colocou junto delas tambern urn ter9o seu, de rara beleza. Essa cena fez com que eu meditasse, entre varias li96es implfcitas neste gesto, em duas, de maneira especial. A primeira, sobre o desprendimento das coisas. Quantos de nos se despojariam de bens tao precio21


sos, de tao forte apelo emocional? Certamente, a maioria de n6s pensaria em guardar esses objetos como recorda9ao. Mas, naquele gesto, ficou expresso todo o amor e reconhecimento de urn filho pelo esfor90 e sacriffcio de sua mae. Em segundo Iugar, meditei muito sobre o texto do evangelho em que o proprio Cristo deixa claro que ninguem ficara sem recompensa "ao dar um copo de agua a um desses pequeninos" (Mt 10, 42). Quanto mais, en tao, aos que incentivam seus filhos para se consagrarem ao servi90 da Igreja!

Como seria born se todos os pais pudessem entender essa grande gra9a concedida por Deus, de ver nascer uma voca9ao sacerdotal ou religiosa em seu lar! E que grande merito sera, diante de Deus, ter incenti vado urn filho a prosseguir em sua voca9ao! E nao nos esque9amos da ora9ao, pois, como diz o Documento de Puebla, a voca9ao "e a resposta de Deus a uma comunidade orante".

Marino Gabardo Pereira (da Rozeli) Eq. 1 - N. Sra. da Piedade Campo Largo, PR

OPADRE ... Gente de carne e osso, como o comum dos mortais; sujeito a alegrias e tristezas, a altos e baixos. Cristao como os comuns, santo e pecador. Alguem que foi tocado amorosamente pela Palavra; gostou, se entregou, respondendo ao toque; amou. Optou por seguir a Pessoa Amada na comunhao de vida; entusiasmou-se pelo projeto apresentado, o Reino, justi9a, verdade, bondade, servi9o, vida, amor, paz. Desejou vive-lo em si, optou ser arauto deste Reino. Renunciou ter uma famflia propria, so para si; acreditou que pode ter, pode abra9ar todas as farm1ias; vive intensamente a paternidade, a maternidade universal; saboreia no dia a dia a alegria de ser filho, irmao universal. Colocou em plano secundario a posse de bens moveis ou imoveis. 0 importante e a liberdade e disponibilidade do ir e vir para o servi9o, nao se importa com onde trabalhar ou com quem, com o que fazer ou com a quem servir. Tern a certeza e a experiencia de que Deus da a seu tempo o necessaria, e centenas de vezes mais em casas, irmaos, maes, filhos e terras. Tern a consciencia de que carrega este tesouro em pote de barro, que pode perde-lo por urn nada. Sabe que, apesar de idealista, a for9a do seu ideal nao vern de si proprio. E carente da gra9a de Deus, necessita da ora9ao dos irmaos na fe. A Equipe 21A, verdadeiramente meu momento sacramental.

Pe. Waldyr dos Santos, S.l. - SCE - Eq. 21A - Belim, PA 22

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OS CONSELHElROS,_ NOSSOS AMlGOS E lRMAOS Os casais equipistas sabem, como ninguem, valorizar e acolher os seus Sacerdotes Conselheiros Espirituais, nao s6 por aquilo que deles fala o Movimento, mas pelo servi9o de Igreja que eles prestam as Equipes de Nossa Senhora. Nos Conselheiros sobressai a arnizade que eles oferecem, sempre iluminada do desejo que eles demonstram de ver casais mergulhados na santifica9ao de suas vidas e de suas farru1ias. Eles sabem, tambern, como ninguem, despertar com caridade, nos casais equipistas empolgados com a Mfstica das ENS, o auxflio mtituo, o amadurecimento espiritual e o espfrito rnissiomirio, imprescindfveis para a sua experiencia de fe crista. Neles sobressai, tambem, a caridade de aprender, com casais equipistas que se iniciam na espiritualidade conjugal, os fundamentos de uma pastoral familiar de que se tornam, mais tarde, especialistas e mentores de uma atividade tao importante nas comunidades paroquiais. Quantos casais equipistas que reconheceram nos seus Conselheiros os responsaveis pela sua consciencia missionaria e pelos seus comprornissos com a evangeliza9ao. Que os equipistas tenham para com os seus SCEs o acolhimento de irmaos e arnigos, para que eles sejam fieis ao servi9o eclesial a que se consagram, ultrapassando seus lirnites de amor e servi9o junto aos caCM 392

Os sacerdotes sabem, como ninguem, despertar nos equipistas o QUX11io mutuo, o amadurecimento espiritual e o espfrito missioncirio. sais equipistas que buscam, de fato, a santifica9ao de suas vidas.

Pe. ]oaquim M. Pascoal SCE Setor B Rio I- Rio de Janeiro 23


0 SACERDOTE E AS EQUlPES DE NOSSA SENHORA Em dezembro de 1963, fui ordenado padre secular em Sorocaba. Logo em seguida, em princfpios de 1964, iniciei o ministerio em Itapetininga. Dediquei-me a varios trabalhos: jovens, comunidades rurais, Movimento Familiar Cristao, Legiao de Maria. Tive a felicidade de encontrar uma Equipe de Nossa Senhora. Tal o entusiasmo que me despertou o contato com os casais equipistas que em menos de urn ano tfnhamos mais duas Equipes. Foi uma experiencia de muito proveito pastoral, de ressonancia profunda em minha vida pessoal. Embora muito jovem aepoca, sentia o afeto enorme que nos unia, casais equipistas e o padre. Ao mesmo tempo, sentia a dedica9ao e o amor que OS casais dedicavam a lgreja. 0 mundo se transformou muito ao longo das ultimas decadas. A Igreja tambem evoluiu. Durante uns bons anos, nao tive contato com as 24

Equipes. Ha doze anos, porem, com urn grupo de casais, iniciamos aqui em Porto Feliz, a Equipe Nossa Senhora de Lourdes. Como foi born! Quanto animo tenho recebido dos casais! Sei que, em todas as iniciativas pastorais, posso contar como trabalho e a simpatia dos casais. Mesmo em areas em que tantas vezes somos ornissos, como na atividade politica, posso contar com a compreensao de todos e ate com a participa9ao de vanos. 0 sacerdote equipista, se quiser, pouco experimenta do inegavel peso da solidao. Os casais sao, em regra, excelentes companhias para o padre. As Equipes de Nossa Senhora sao urn Movimento benefico para a Igreja, para os casais e muito seguramente para os sacerdotes, principalmente para n6s, padres do clero diocesano.

Pe. Chico Moraes Eq. 3A - Porto Feliz, SP CM 392


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A EMOc;AO DE SER PAl Ser pai e receber com alegria incontida a notfcia de que aquela que amamos esta a espera de urn filho nosso. Ap6s o ultra-som que vern confirmar a gravidez, o pai ja imagina o rostinho do nenem que vai nascer. Fica tentando adivinhar a cor do cabelo, dos olhos, as manias e virtudes que aquele novo ser tera. Ser pai e ter que esperar, pacientemente, os nove meses para conhece-lo. No entanto, desde a confirma9ao da gravidez ja sente urn amor tao grande como se os dois fossem arnigos de muitos anos. Ser pai e acompanhar, durante nove meses, o estado de gra9a da mulher. Ser pai e partilhar as idas ao medico e estar presente no momento do parto. Todos dizem que e a mulher gravida quem espera o filho. Na verdade a espera e do pai. Por mais participativo que o homem seja, por mais que ele anseie pelo filho, durante a gesta9ao s6 lhe resta o papel de coadjuvante,ja que nao pode experimentar em si mesmo as sensa96es e transforma96es da gravidez. Embora menos atuante, nao significa menos importante. Alguem ja disse certa vez que a verdadeira diferen9a entre as pessoas e que umas tern filhos, outras nao. CM 392

S6 mesmo quem ja teve ou vai ter urn filho sabe expressar bern a emo9ao da paternidade, uma rotina feita de momentos de preocupa96es e alegrias . Se e assim, ninguem melhor do que nos para tentar traduzir em palavras a felicidade de ser pai. Quantas noites sao passadas em claro, enquanto aquele bebe insiste em chorar com c6licas. Quantos momentos alternando sono e vigilia no ber9o. Tudo sem falar nas vezes em que, por falta de experiencia, se corre para o hospital quando ha uma tosse ou febre. Ser pai e mudar fraldas e dar banho na crian9a. Ser pai e dar a mao nos primeiros passos para transmitir confian9a e seguran9a. Ser pai e ver brotar urn sorriso, o pronunciar das primeiras palavras,


estar presente no primeiro aniversario, no primeiro dia de aula, ou quando a queda da bicicleta resultou num bra9o quebrado, levalo ao ortopedista. Sao esses momentos de contato e de reconhecimento que, naturalmente, propiciam a ligac;ao entre pai e filho. Ser pai e uma infinidade de coisas que nao cabem em palavras e frases feitas. Ser pai e estar presente nos momentos ludicos das crian9as. Ser pai e castigar 0 filho por haver brigado na rua. Ser pai e saber respeitar para ensinar a ser respeitado. Ser pai e ter a certeza de que, mesmo nao estando presente, alguem nunca se esquece de n6s. Em que pese sabermos tudo isso, a tendencia natural e barganhar nossas ausencias por bens materiais, enquanto nosso maior tesouro vai se esvaindo com a passagem dos anos. Para compensar a culpa, o pai da presentes e prefere nao dizer tantos "naos" aos filhos. Sem saber, cometem o maior dos erros: ajudam a criar crianc;as e adolescentes sem quaisquer limites, fazendo com que eles vejam nos pais apenas urn caixa eletronico 24 horas. Buscamos ser admirados pelos outros, mostrando a todos o quanto fomos capazes de preencher as paredes com diplomas ou ate mesmo possuir coisas. Essa postura, porem, nos priva de compartilhar da riqueza que nao pode ser aferida, o tesouro que se perpetuara por gera96es, o legado que nunca deixara o Iugar onde as coisas nao 26

podem fazer diferenc;a: o cora9ao dos nossos filhos. No distanciamento dos pais em rela9ao aos filhos e possfvel ver a causa da imaturidade dos jovens e adolescentes no que se refere a relacionamentos e valores perenes de vida. Falta-lhes a figura do pai que oriente e que compartilhe a vida. A omissao paterna e, sem duvida, uma das portas para filhos desajustados. No Dia dos Pais, somos obrigados a reconhecer que buscamos educar o pafs e nao sabemos educar aos nossos pr6prios filhos. Valorizamos em demasia o desempenho profissional e pouco o afetivo. Edoloroso descobrir que nossos filhos sao, por vezes, vftimas de nossa propria imaturidade. Ser pai nao e ato natural, mas urn aprendizado permanente. Deixo aqui apenas uma sugestao: Pare tudo que estiver fazendo e nao se deixe levar pelos trabalhos inconclusos ou pelo tempo despendido. Convide seus filhos menores para urn dia somente de brincadeiras ou, mesmo os casados, para urn batepapo sem compromisso. Pode ate ser diffcil para voce, mas certamente ninguem havera de se esquecer. Com a ajuda de Deus, voce podera reordenar sua vida para que o tempo perdido seja recuperado rapidamente. Feliz Dia dos Pais!

Gilberto ]achstet (da Edna) CR Setor B - Londrina, PR jachstet@calcweb.com.br CM 392


SOMOS VOCAClONADOS Temos o Batismo como fonte de todas as voca~oes. As pessoas batizadas sao chamadas para a missao. Pelo batismo somos mergulhados na fonte com Cristo, na sua morte, para sermos pessoas ressuscitadas, plenas de vida (Rm 6, 1-11). Pela agua da fonte batismal, todas as pessoas sao enxertadas em Cristo (Rm 6, 3), inseridas no seu Corpo (!Cor 12, 13) para, na diversidade de carismas (!Cor 12, 4-31), servirem a comunidade e a humanidade. 0 batismo e a fonte da comum dignidade e da legftima diversidade. A gra~a recebida no batismo faz-nos pertencer a Cristo, rompendo com qualquer pretensao de desigualdade. 0 que importa, em primeiro Iugar, nao e ser bispo, padre, freira, diacono, leigo(a), mas discfpulo ou discfpula de Jesus. A voca~ao e, antes de tudo, chamado para o seguimento de Cristo, mas, ao mesmo tempo, esta gra~a batismal perrnite e exige a diferen~a e a diversidade de carismas, rninisterios e fun~oes, evitando a confusao eo nivelamento no interior das comunidades. Todas as voca~oes devem avan~ar, ir alem, respondendo com prontidao ao chamado da Trindade. Eurn convite a viver o momento presente com paixao, mas tendo a coragem de abrir-se para o futuro, para o novo, para o diferente, para as surpresas do Espfrito. Nos, batizados e batizadas, devemos ser perseverantes, dar tesCM 392

temunho de fee viver a propria voca~ao, na fidelidade, ate que atinjamos a plena maturidade em Cristo (Ef 4, 13). Nos, equipistas, somos vocacionados ao matrimonio, estamos nesta rnissao de cora~ao aberto, tentando experimentar nossas vidas em Cristo, no lar e na comunidade, arriscando, ousando, errando, as vezes, mas sentindo a presen~a de Deus em nos, nos fortalecendo dia a dia. Mas, para que tenhamos urn crescimento ainda maior, devemos estar cientes de que, qualquer que seja a voca~ao, esta deve conter a voca~ao amar. A pessoa humana e urn ser no amor e para o amor. E preciso recuperar o sentido de voca~ao amar. Quem ama nao se sente auto-suficiente, mas livre para amar sem retorno, porque o impulso vern de dentro: Deus despejou em nos o seu amor e a sua for~a; nao precisamos impor aos outros os nossos pre~os. 0 proprio Jesus nos ama, a ponto de dar a sua vida por nos, porque ele fez a extraordimiria experiencia de ser o Filho amado do Pai. Devemos tambem ter a voca~ao a vida, a existencia. Deus nos chama antes de tudo a sermos pessoas humanas, realizadas e felizes. Isso diz respeito a todos nos, nao deixando de lado nenhum irmao ou irma.

Maria Luiza e Valdeires Eq. 5 - N. Sra. da Rosa Mistica ltumbiara, GO 27


Ordenac;do Presbitera1 •

As Equipes de Nossa Senhora, da cidade de Sao Jose dos Campos, muito se alegraram com a ordena9ao presbiteral de tres de seus Conselheiros. A ordena9ao ocorreu no dia 20 de mar9o de 2004 e realizou-se no Gim1sio de Esportes da Associa9ao Esportiva Sao Jose, sendo presidida par Dam Nelson Westrupp, Bispo Diocesano do ABC paulista e ex-titular de nossa Diocese. Foram ordenados os Diaconos Celso Jose, Lindomar e Paulo Renato, respectivamente Conselheiros Espirituais das equipes 3A, 3B e 13B. Estiveram presentes cerca de 3000 pessoas. Tanta gente presente mostrou nao s6 a irnportancia que a comunidade deu a ordena9ao dos novas presbfteros, como o born trabalho realizado nas par6quias onde fizeram a experiencia pastoral e, tambem, junto as Equipes de Nossa Senhora. Esta ordena9ao e uma dadiva, ja que nem sempre foi facil garantir Conselheiros Espirituais para a expansao do Movirnento em nossa Diocese.

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No dia 2 de maio de 2004, pela imposi9ao das maos do Arcebispo Metropolitan a de Ribeirao Preto, aconteceu a ordena9ao presbiteral dos Diaconos Marcelo Pereira Andrade e Francisco Leomagno Lima dos Santos. Padre Marcelo e Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora de Fatima, de Jardin6polis e padre Francisco da Equipe Nossa Senhora de Jardin6polis, SP.

Diacono Marcelo

Diacono Francisco

Novas Equipes Eq. 2 - Nossa Senhora do Rocio - Cascavel, PR I

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Ordena<;do Diaconal No dia 28 de mar~o de 2004, pela imposi~ao das maos do Arcebispo Metropolitano de Sorocaba, D. Jose Lambert, recebeu a Ordena~ao Diaconal Acir de Souza, na Igreja Nos sa Senhora do Povo, do bairro de Brigadeiro Tobias, em Sorocaba, SP. Acir, casado com Marlene, e da Equipe 2A- N. Sra. das Gra~as - Sorocaba, SP.

falecimentos Padre Hermilo Eduardo Prietto, ocorrido no dia 25 de janeiro de 2004 - SCE da Eq. 4- N. Sra. do Perpetuo Socorro- Santo Andre, SP. Delacy (da Lucia), ocorrido no dia 15 de abril de 2004- Eq. 8- N. Sra. de Fatima - Cabo Frio, RJ. Wilson (da Atilana), ocorrido no dia 2 de maio de 2004- Eq. N. Sra. do Sim - Santos, SP. Constabilile Francisco Rubens Guercio (da Janet), ocorrido no dia 3 de maio de 2004- Eq. 2D- N. Sra. do Born Conselho -Sao Paulo. Moacyr Lopes Dutra (da Doracy), ocorrido no dia 16 de maio de 2004 - Equipe 5B - Votuporanga, SP. Gleison Vieira Leite (da Ligia), ocorrido no dia 21 de maio de 2004 - Eq. 5- N. Sra. Auxiliadora- Pindamonhangaba, SP. Padre Jose Sanz Urdiales, falecido no dia 13 de junho de 2004 SCE da Eq. N. Sra. do Carmo- Mogi das Cruzes, SP. Alceu Zarpellon (da Zenidia), ocorrido no dia 15 de junho da 2004 - Eq. 2C- Londrina, PR.

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Aniversario de Equipe •

Parabens aos casais da Eq. 5C- N. Sra. da Anuncia9ao, de Juiz de Fora, MG que, no ultimo dia 25 de mar90, comemoram 30 anos de dedica9ao ao Movimento e perseveran9a nas Equipes de Nossa Senhora. 0 SCE Pe. Nei Angelo conduziu a reuniao formal, adaptando-a a uma celebra9ao eucaristica, onde as partes da reuniao foram voltadas para esta comemora9ao. Os casais, atraves de suas ora96es, sensibilizaramse pelos momentos que vivenciaram junto com casais que ja passaram por esta equipe, Conselheiros Espirituais que se tomaram amigos e aqueles que ja partiram. Demonstraram que ajuntaram seus esfor9os, seus sonhos, frustra96es e desanimos para construir, ao longo deste caminho, uma linda hist6ria de equipistas de Nossa Senhora.

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Quatro de maio de 1974 foi a data da primeira reuniao da Equipe 6, da cidade de Sao Carlos, que teve como invoca9ao Nossa Senhora de Lourdes, indicada pelo Padre Joao Carlos Bonilha, prirneiro Sacerdote Conselheiro Espiritual. Nao foram 30 anos de aguas mansas. Tivemos algumas dificuldades, pois ate ficamos durante alguns meses, no infcio da equipe, sem a indispensavel presen9a do Conselheiro Espiritual e foi gra9as ao Casal Piloto, Olga e Otavio de Nobrega, que a nossa equipe nao ficou a deri va. Hoje somos 5 casais, sendo que os casais Aiko e Mario, Idalina e Carlos sao os fundadores que estao ate hoje na equipe. Foi celebrada uma Santa Missa para agradecermos as grac;as que recebemos durante todo esse tempo.

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Bodas de Ouro •

0 casal Solange e Jose celebraram suas Bodas de Ouro no dia 12 de abril de 2004. Eles pertencem a Eq. 8- N. Sra. da Ajuda, Itabaiana, SE.

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No dia 8 de maio de 2004, Celia e Essio Maduro celebraram suas Bodas de Ouro. Ha 39 anos pertencem a Eq. 3- N. Sra. do Rosario, Limeira, SP. Esta data tao especial foi comemorada no mesmo dia da confraterniza9ao do Dia das Maes, juntamente com seus familiares e as equipes de Limeira e Araras. A miss a foi celebrada pelo Monsenhor Gustavo Mantovani, padres Arlinda e Alquermes. Foi feita uma homenagem pelo coral "Mater Dei", do qual o casal faz parte.

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0 casal Olga e Heidir A. Volpato comemorou suas Bodas de Ouro, no dia 30 de maio de 2004. Eles sao da Eq. 1B - N. Sra. do Patrocinio, Jau, SP. 0 Abade Dom Bonifacio Hartmann celebrou a missa em agradecimento pelas gra9as recebidas durante esses 50 anos de vida conjugal, contando com a presen9a dos filhos, nora, amigos e equipistas.

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ORAc;Ao CONJUGAL A hist6ria e linear, por mais que as aparencias confmnem o contrario, ou seja, nao se repete, parte de urn ponto ou tenta encontrar o ponto que e a origem de tudo e dai vai se desenrolando, sempre com vistas ao futuro. Todo homem ou mulher prudente "sabe" do barro que foi feito, igualmente "sabe" das limita~oes e potencialidades que isso encerra, ou seja, no agora de nossas vidas dependemos do passado, e nosso futuro carregara marcas de nosso tempo presente, assim e a vida. 0 que isso tern a ver com Ora~ao Conjugal? Diretamente nada, uai! Mas, para mirn e urn gancho, e esta e 0 que 0 alicerce e para a casa. Quando falava para os participantes de urn EACRE, e dizia de urn friozinho que a gente sente na pri-

Orac;ao Conjugal e, pois, ndo s6 os dois rezarem juntos, mas um conjuqe rezar pela santidade do outro.

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meira viagem e que eu era "Conselheiro de primeira viagem", en tao pedi licen~a aos demais casais para me dirigir preferencialmente a todos os "casais de primeira viagem", e o mesmo fa~o agora. 0 texto abaixo e de Conselheiro ... para casais ... , no en tanto e born que Conselheiras (OS) e casais que singram para aguas mais profundas nos ajudem, pois a hist6ria e linear... A Orac;:ao Conjugal nos faz lembrar o inicio da hist6ria da humanidade de maneira poetica, como e descrita no Genesis, e confirmado por Cristo: o que Deus fez o homem nao deve desmontar. Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhanc;:a (Gn 1, 27), isso supoe uma similitude entre Deus e o casal humano. Podemos entao dizer que Deus o criou para ser eternamente feliz. A isso precisamos acrescentar: "o homem se une a sua mulher e eles se tornam uma s6 carne" (Gn 2, 24). A hist6ria e linear: Jesus vern e por sua grac;:a nos revela quem e Deus e quem somos n6s, e acrescenta: "0 que Deus uniu o homem nao separe" (Mt 19, 6). Com isso Jesus esta instituindo o Sacramento do Matrimonio de maneira indissohivel e, como nao nos pede nada impossivel, enriquece o casal com a grac;:a santificante que este Sacramento contem. Por isso, o casal unido pelo vinculo do matrimonio conta sempre com especial aten9ao de Deus, perCM 392


mitindo-lhe e ate exigindo-lhe: esteja onde estiver o conjuge, o proximo mais proximo sera sempre seu proprio conjuge, a quem deve santificar e ser por ele santificado e, a partir dai, este amor se estende aos filhos e ao mundo. Enti'io, podemos dizer que a fanu1ia humana participa e reflete o amor da Santfssima Trindade. Af temos, embora de forma ainda imperfeita, a mais perfeita imagem do amor, pois na alian~a conjugal Cristo quis simbolizar a alian~a de Deus com a humanidade. 0 casal so podera cumprir essa nobre missao, usufruindo a gra~a especial que Deus tern para OS conjuges. E na Ora~ao Conjugal que

estes buscarao e encontrarao a gra~a para se perdoarem, recome~a­ rem e amarem reciprocamente ... A Ora~ao Conjugal e o porto seguro de onde partira e para onde voltara o barco que colabora com o plano divino da salva~ao. Ora~ao Conjugal e, pois, nao so OS dois rezaremjuntos, mas urn conjuge rezar pela santidade do outro e juntamente com a ora~ao fazer a li~ao de casa. Assim sendo, podemos dizer: conjuge que reza por seu conjuge salva o mundo.

Frei VICente de Paula Macie~ 0. C Eq. 2Bil - ISD/ll e SCE Regiiio l Brasaia, DF

Nossa Bib1ioteca Uma 56 Carne - A aventura mistica do casal Michel Philippe Laroche • Editora Santuario

"Uma so carne" e urn livro teorico e pratico. Mostra toda a dimensao da vida fntima do casal, sem omitir sua dimensao mfstica. 0 tema foi enriquecido com a tradi~ao dos padres da Igreja. mas sem modismos nem conven~oes. Vai direto ao essencial, mostrando-nos, no casamento vivido em todas as suas dimensoes, urn caminho de perfei~ao, com os mesmos tftulos da vida monastica. 0 autor sabe transmitir toda a for~a de sua fe, a originalidade e a profundeza da ortodoxia. Corrigindo as falhas existentes nessa area, tira toda a sua for~a da vida concreta de esposo e crente. Este livro impressiona e nao deixa ninguem indiferente, porque foi idealizado a partir de inumeras entrevistas que o autor fez, no trabalho pastoral, nao so com cristaos, mas com pessoas de todas as cren~as, a procura de urn Jar, da ora~ao, da Igreja.

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UMA EQUlPE DlFERENTE Cada vez que leio o texto do va a nossa fe, aprimora o dom da Evangelho de Sao Mateus, 19, 13- paciencia, questiona as tentac;:6es de 15 ("deixai vir a mim as crianci- entrar no ritmo frenetico da vida, nhas"), eu valorizo mais ainda a nos- ensina a aceitar as limitac;:6es do sa Equipe. Talvez seja por ser dife- outro, enfim, altera a escala de varente que ela se mantem por mais lores de cada urn. 0 valor do dinheiro de 30 anos. 0 valor que dou a ela passa a ser relativo, o orgulho cai nao se restringe apenas a amizade por terra, o poder toma-se despreolida que existe entre nos, nem ao zfvel e a vida ganha outro sentido. nosso crescimento espiritual e nem Tomamo-nos mais flexfveis, comaos beneffcios que ela proporcionou preensivos, resignados e passamos a ver o mundo com a nossa fanu1ia. outros olhos. Ela e uma equipe Nao tenho duvida de diferente, mas creio Aco1her estes que a equipe se enriqueque nao e a unica exispequeninos, ceu com a presenc;:a da tente em todo Pais. CerRaquel. La ela encontamente outras existem especia1mente trou seu ambiente. Ela pelo Brasil afora com a ouve, opina, da palpites, •----' mesma peculiaridade, os especiais, participa, reza a seu 0 que nao e impossfvel. deve ser modo e, como seu jeitiA nossa equipe abriu nho amoroso, delicado e espac;:o para conviver uma marca meigo, certamente influcom uma pessoa exenciou a maneira com cepcional. Esta pessoa das ENS. que cada urn passou a e nossa filha Raquel _ compreender a vida. que, por longos anos, "Deixai vir a mim as crianparticipa das reuni6es mensais e de boa parte das programac;:oes do Mo- cinhas " nao e apenas uma exigenvimento. Foi urn beneficio para nos, cia de Jesus Cristo. Acolher estes casal, que sempre nos esforc;:amos pequeninos, especialmente os espepara integni-la na comunidade, tam- ciais, deve ser uma marca das Equibern para o grupo, que usufrui as pes de Nossa Senhora, que, alem de vantagens de conviver com uma aprimorar a espiritualidade conjugal pessoa tao especial, e para ela, que dos casais, passa a abrigar urn esvi bra com entusiasmo de poder com- pecial que nem sempre encontra, partilhar sua alegria com os arnigos durante a sua vida, urn grupo tao acolhedor. da equipe. Para quem tern formac;:ao cri ta Ruy e Maria Lucia e sensibilidade humana, a convivenEq. l - Valinhos, SP cia com pessoa especial poe a pro34

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PARTIClPANDO DEUMEACRE Ao abrir a "Carta Mensal" domes de maio de 2004, fiquei muito emocionada quando vi estampada na capa a foto de uma das celebray6es do EACRE deste ano. Nao me contentei e ja fui lendo os artigos e, principalmente, as informay6es sobre os EACREs realizados em todas as Regi6es do Brasil. Vieram as lembranyas dos dois dias que passamos nesse encontro maravilhoso e o que mais me chamou a atenyao, no decorrer da leitura, foi a forma pela qual acontecem esses Encontros. As mesmas mensagens que o Provincial recebe da Super-Regiao passa para a Regiao e seqi.iencialmente para os setores e para os Responsaveis de Equipe, pois, observei que as telas, o sal, ayucar, fermento na massa nos trazem uma mensagem: unidade e colegialidade. N6s participamos pela primeira vez de urn EACRE, e ficamos apaixonados por tudo que vimos e ouvimos sobre o Movimento, sem contar as alegrias que observamos no rosto de cada urn. As celebray6es foram emocionantes, a formayao muito profunda. Mas o que mais nos animou a vivenciarmos esse MoviCM 392

mento, com testemunhos e muito amor, foi a acolhida. Pessoas que nunca nos viram pareciam que nos conheciam ha muito tempo, como, no caso, o casal que nos acolheu em sua casa, a Zeza e o Ado e seus familiares. Nos sentimos em casa, apesar da distancia. Falamos aos casais que serao eleitos neste ano, como Casal Responsavel de Equipe, que nao tenham medo! "Deus niio escolhe os capacitados, mas capacita-os". Nao percam a oportunidade de participar, ou melhor, de vivenciar o EACRE. E maravilhoso e serao derramadas muitas grayas durante esta missao.

Luciene (do Silvinho) Eq. 6 - N. Sra. do Carmo Chii Grande, PE 35


APROFUNDAR 0 CHAMADO OU ACARA MARGEM

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Ola, irmaos Equipistas! Os desafios sao muitos, mas Deus nunca desiste da gente. Somos instrumentos do Espirito Santo para anunciar a cada urn, como pombo-correio, que nossa Carta Mensal e urn maravilhoso instrumento de conversao, forma~ao e dire~ao. Devemos nos aprofundar na essencia do Movimento ou viver a margem deste chamado? Ser equipista e uma ben~ao de Deus, e urn sinal, uma oportunidade, uma ajuda desse amor infinito e sem cobran~as. Mas, quando damos o sim pela propria necessidade, somos cobrados para mantermos vivo dentro de nos o chamado de Deus, que nos envolveu e nos atraiu para as Equipes de Nossa Senhora. Vamos avan~ar para as aguas mais profundas do Movimento, vivenciando os Pontos Concretos de Esfor~o, foote de sustenta~ao para manter-nos fmnes na missao de casal cristao, mediante a pratica da justi~a, da misericordia e da fidelidade a Deus. A justi~a e urn dom e uma promessa de Deus. Assim, devemos praticar a justi~a do Senhor e nao a dos homens, que muitas vezes, regem-se por interesses proprios. Partanto, ela tern que ser aplicada sem discrirnina~ao de pessoas, com a dignidade de urn cristao por sua postura e alian~a com o Pai. A misericordia vern ao lado da justi~a. Deus e misericordia e a usa pelos carninhos mais diflceis, para 36

dar testemunho e nos chamar a este amor infinito pelo proximo, a exemplo das parabolas do "Devedor Impiedoso", do "Filho Prodigo" e do "Born Samaritano". Em rela~ao a esta ultima, notem que a atitude do samaritano nao se limita a socorrer o ferido, mas a cuidar dele. Atitudes assirn de vern ser por nos absorvidas, a fim de sermos como o samaritano. Estas sao as marcas do am or dos filhos de Deus para com o proximo. A fidelidade eo vinculo do amor. Ela acontece na firmeza de escolhermos uma pessoa ou urn objetivo, a exemplo das ENS e o chamado de Deus. Na atitude de homem e de mulher casados, a fidelidade inclui orisco da confian~a e da vulnerabilidade e poe em pratica o nosso compromisso. Porque "o que Deus uniu o homem niio separe ". Por conseguinte, irmaos, vamos cada vez mais aprofundar o chamado, com olhos de aguia ver mais Ionge, nos abastecendo dos PCEs. Atraves deles, vivemos melhor nosso dia-a-dia da missao, para sermos sinais da obra de Cristo e, em casal, podermos chegar ao nosso objetivo: carninhar para a santifica~ao , "nem mais, nem menos", como deixou dito o nosso querido Pe. Caffarel, este anjo misericordioso de Deus. Gltiucia e Toinho CR de Setor Santa Luzia, PB CM 392


Equipes de Nossa Senhora

Temas de Forma<;do

A CARlDADE Pe. Ravio Cavalcade Castro, cssr

Agosto

2004


A CARlDADE Caridade e o nome cristao para o amor

1.

As palavras humanas para amor Caridade e o nome crisUio para o amor. As palavras humanas para o amor em portugues, como em todas as outras linguas, tern uma infinidade de sentidos, de coloridos, de gradac;ao. Uma primeira palavra para o amor e a palavra grega "eros". Essa palavra tnis em si a ideia de atrac;ao por alguma coisa ou por alguma pessoa. Nao e, pois, uma simples contemplac;ao; e o amor que exige, e 0 amor atrac;ao, e 0 amor que leva aprocura da posse. Normalmente em nossa linguagem atual a palavra "eros" nao tern sentido muito born, pois lembra logo er6tico e tudo mais que associa, mos a esse adjetivo. Mas a ideia original e essa mais ampla, de atrac;ao, de carninhada, de ir em direc;ao de outra pessoa. Mesmo "eros" ja fala de certo modo em comunhao, em encontro, em partilha. Outra palavra grega, que destaca urn aspecto diferente, e "filia", que poderiamos traduzir por arnizade. E amor entre pessoas fundamentalmente iguais, que leva a

partilha dos mesmos bens, das ideias, dos sentimentos. 0 latim usa uma palavra caracteristica para amor: "dilectio". A "dilectio", substantivo do verbo "diligere", poderia ser traduzida dilec;ao. Indica urn amor que vern de uma escolha. Nao e, pois, urn amor geral e que atinja a todos. Atinge uma pessoa, porque ela foi escolhida de uma maneira especial. A "dilectio" supoe urn amor que nao e simplesmente espontaneo, como pode ser muitas vezes a arnizade. Nao e sirnplesmente amor mais instintivo, quase como o "eros", que nos leva necessariamente a procurar em alguem o que nos complete. E amor de preferencia. Existe ainda outra palavra, por sinal tambem grega, que nos vai trazer outro aspecto dessa paixao humana que e o amor. :E a palavra "agape", raramente usada na lingua grega fora da Bfblia. Essa palavra indica tambem certa preferencia. Mas, se na "dilectio" temos uma preferencia mais pensada, mais raciocinada, no "agape" temos uma preferencia, digamos assim, mais por afinidade, por simpatia; ainda que seja tambem urn amor dado e acolhido por livre e


espontanea vontade. Eo amor gratuito que se da a quem a gente quer. Temos finalmente a palavra amor e semelhantes, usadas em todas as lfnguas com uma infinidade de grada96es em seu sentido.

Temos ainda a palavra hebraica "rahamin", que poderia ser bern traduzida por carinho. E o interessante e que essa palavra "rahamin" e derivada de uma raiz que significa seio, utero. E pois urn amor marcado por esse aspecto de carinho, do carinho materno, do carinho propriamente feminino. E Deus, na Biblia, de vez em quando e apresentado como amando dessa maneira a humanidade.

As palavras biblicas para amor No texto hebraico

NaBibliaencontramos tambem diversas palavras para amor. Dizem os entendidos que, no Antigo Testamento hebraico, a palavra mais comum e "ahab". Indica o amor num sentido bern amplo; pode ser o amor entre homem e mulher, pode ser amor entre pais e filhos, ou o amor entre amigos. Essa palavra traz em si tambem o conceito de fidelidade, de apego a justi9a, uma vez que a justi9a e fundamental no relacionamento de amor entre pessoas. A palavra "ahab" e aplicada tambem ao amor de Deus para com a humanidade, e da humanidade para Deus. Outra palavra que aparece na Biblia e "hesed". E palavra usada principalmente para indicar a liga9ao entre amigos e parentes, amizade marcada pela lealdade. Quando aplicada ao amor do homem para com Deus, normalmente tern o sentido de piedade. Nao piedade compaixao, mas piedade enquanto liga9ao afetiva com a divindade.

No texto grego E claro que, quando se tratou de fazer a tradu9ao do hebraico para o grego, nao era muito facil achar palavras para esses conceitos hebraicos. Os tradutores gregos tiveram de fazer op96es. Em vez de usar a palavra mais comum que seria "eros", preferiram a palavra "agape", a mais comum na tradu9ao grega da Sagrada Escritura. Quiseram com isso marcar uma diferen9a. Achar, digamos assim, urn nome novo, biblico para o amor. Nao quiseram nem "eros", nem "filia", mas "agape'', dan do a essa palavra o sentido de urn movimento livre e espontaneo, do homem para Deus e de Deus para o homem. Incluindo tambem o aspecto de doa9a0, de entrega mutua de Deus para a humanidade e da humanidade para Deus, entrega caracterizada pela fidelidade. Deus ama, isto e, Deus e fie! a esIll


calha que fez; n6s amamos se somas fieis aescolha que fizemos.

184 vezes; a palavra "amor", amor, aparece apenas 28 vezes em toda a Bfblia latina.

No texto Iatino Falta ainda, porem, urn passo para o conceito e a palavra chegar ate n6s: a passagem pelo latim. Novamente os tradutores ficaram diante da necessidade de uma opc;ao; e a palavra preferida nao foi a palavra latina "amor", como seria o mais natural, nem "dilectio". Os tradutores latin as da Bfblia grega e hebraica foram buscar uma palavra que era muito pouco usada nesse sentido: a palavra "caritas", que veio dar em caridade. "Caritas", em latim, tern uma caracterfstica interessante. Vern da palavra "carus", de onde o nosso caro, que em latim e em portugues tern duplo sentido: e caro porque custa muito e e caro porque e querido. Por isso, em latim "caritas" significa em primeiro lugar carestia. Quando as coisas faltam e sobern de prec;o, temos a situac;ao de "caritas"; mas ao mesmo tempo "caritas" indica o afeto que liga duas pessoas, que sao queridas entre si, que sao caras entre si. A palavra "caritas" aparece 103 vezes no texto latina da Bfblia. Ja a palavra "dilectio" aparece 211 vezes no texto bfblico, apesar de nao ter ficado marcante na linguagem crista. "Amicus" e "arnicftia", amigo e arnizade, aparecem

Conclusiio Parece que os tradutores gregos e Iatinos fizeram questao de espiritualizar o conceito amor, evitando qualquer confusao com o amor humano. Penso que hoje poderfamos perguntar: Sera que isso foi born? Sera que foi uma opc;ao certa? Sera que isso nao acabou dificultando a vida para n6s, estabelecendo uma especie de oposic;ao quase necessaria entre caridade, para usar a terrninologia escolhida, e o amor, o amor humano, de tal maneira que para n6s e tantas vezes tao diffcil perceber como a caridade, que Deus infunde em n6s, se encarna na amizade, se encarna na simpatia, se encarna na convivencia pacifica e na compreensao, se encarna tambem no amor conjugal e no amor paterna? Pessoalmente fico em duvida, e me inclino a dizer que foi pena eles nao terem assumido pura e simplesmente a palavra amor ou arnizade, em vez de recorrer a essa palavra abstrusa, que e a palavra caridade, que acaba tendo urn sentido tao longfnquo da nossa linguagem usual. Mas, talvez nem tenha sido opc;ao errada deles, mas esperteza nossa que, quando temos medo de certas ideias, damos a

IV


essas ideias, a esses conceitos, urn nome que as coloca de certa maneira numa vitrine, onde as podemos observar sem nos comprometer demais com elas. Num texto em portugues A palavra caridade, pois, tern a sua hist6ria. S6 para terminar: na tradw;ao da Bfblia Pastoral, da Editora Paulus, a palavra caridade aparece apenas 2 vezes: nolivro do Eclesiastico, 3, 14 e na 1a Carta de Pedro 5, 14. A Bfblia Pastoral preferiu a palavra amor e semelhantes; tanto que nessa tradu~ao a palavra amor aparece 369 vezes; amar, 14 vezes; amantes, 22 vezes; variantes dessas palavras, 66 vezes; amado, 68 vezes; amada, 23 vezes; amados, 27 vezes; amizade, 34 vezes; amigo, 109 vezes; amigos, 102 vezes; amiga, 4 vezes. 2. Amor e forc;a e fraqueza humana

Podemos dar agora urn segundo passo e procurar olhar para o amor enquanto e for~a e fraqueza humana. Em primeiro lugar, o amor, nao vou usar a palavra caridade, e for~a transformadora e unitiva, mesmo do ponto de vista meramente humano. 0 amore a grande for~ a na vida

humana. Tudo quanto a pessoa faz, ela o faz pelo amor; ou pelo amor de si mesma, ou pelo amor de outros, ou pelo amor da patria, ou por qualquer tipo de amor. Mesmo quem odeia, no fundo esta amando, nao esse objeto que odeia, mas o objeto que ama e que o faz odiar uma pessoa, uma ideia, uma situa~ao. Toda a vida humana e inspirada pelo amor, por essa tendencia de procurar 0 que e born, 0 que nos traz valores, o que nos traz verdade. Por si ninguem corre atras do erro, nem do mal; corre sempre atras do que lhe parece bern, do que lhe parece verdade. E o amor, de uma maneira ou de outra, que sempre inspira os grandes atos humanos de generosidade, de sacriffcio, de trabalho. Eo amor que inspira tambem todas as cria~oes artfsticas. E impossfvel ser artista sem amar, sem sentir-se atrafdo e sem querer levar uma mensagem de simpatia e de amor a todos. 0 amor e for~a transformadora e unitiva. E impossfvel duas pessoas se unirem a nao ser pelo amor. Seja do amor de uma pela outra, seja pelo amor do dinheiro, pelo amor de urna ideia. E certo que essa for~a unitiva e criadora, em nossa presente situa~ao humana, e uma for~a corrompida pelo pecado e, por isso mesmo, muitas vezes e urn amor perverso e pervertido. V I


Amor perverse, que se chama egofsmo, que se chama procura utilitana de outra pessoa. Mas, de qualquer maneira, e amor, eaterminologia antiga sempre o qualificava como paixao. Hoje a palavra paixao traz-nos a ideia de sofrimento. Ao dizer que o amor e paixao, os filosofos antigos diziam que o amor e uma realidade humana da qual de maneira nenhuma podemos escapar; de uma maneira ou de outra temos de sofrela, ou seja, e realidade insepanivel de nossa vida. Na visao crista sabemos que, sem a gra<;a de Deus, que vern sanar essa ansia que e nossa capacidade de amar, nosso amor sera sempre manifesta<;ao de egofsmo, de dornfnio, de prepotencia. Ainda que venha mascarado com palavras de carinho e de do<;ura, no fundo e sempre apenas a tentativa de escravizar alguem, aos nossos interesses. E somente a partir de urn dom de Deus, e so atraves da transforma<;ao operada em nos pela gra<;a que nos podemos, de fato, come<;ar a amar. Tanto no senti do de nos sentirmos atraidos pela bondade legitima que descobrimos na outra pessoa, "eros", como tambem no sentido de sermos capazes de escolher o objeto do nosso amor, "dilectio". Saberemos escolher a pessoa que e boa e justa; se e rna e pecadora, vamos ama-la nao pelo

fa to de ser pecadora, mas pelo fato de ser irma nossa, filha de Deus, que por isso Lambem merece nosso amor. Essa nossa inata capacidade de amar, que e a for<;a basica e central da realidade humana, e elevada, transformada pelo poder de Deus, mas nao destruida nem substitufda. Deus assume nossa capacidade de amar e transforma-a, dando-nos uma participa<;ao na sua propria maneira de amar, de tal modo que amando estamos amando com o cora<;ao de Deus, e em nosso amor manifesta-se o amor de Deus. Esse dom inicial do amor, que recebemos pela gra<;a, e 0 fundamental, e 0 alicerce de onde vai poder surgir toda nossa realiza<;ao espiritual. Crescer em santidade, crescer em perfei<;ao crista, crescer na uniao com Deus e a mesma coisa que crescer na capacidade de amar. E, por outro lado, para crescer na capacidade de amar os outros, so nos resta procurar, cada vez mais, aumentar nossa uniao com Deus. E uma so a realidade que se manifesta sob esses dois aspectos; de tal maneira que, se toda vida humana vale pelo amor que a anima, tam bern nossa vida crista vale pelo amor que vivemos. Nossa vida vale tanto quanto vale nosso amor fundamental. Nossa vida vale tanto quanto valem nossos amores . E


justamente por isso que o Cristo diz que seremos julgados conforme a medida de nosso amor. Amara Deus (eros) e atirar-nos na dire9aO de Deus, e deixar-nos atrair totalmente por ele, e nele encontrar a plena realiza9ao de todos os nossos anseios. Amar a Deus (agape) significa escolher, preferi-lo e dedicar-lhe toda a nossa vontade de amar, toda a nossa vontade de uniao. Alias, Santo Afonso, num de seus li vros diz claramente que, "quem ama quer unir-se ". Portanto, se amamos a Deus, esse nosso amor nao se vai traduzir em outras procuras, a nao ser nessa procura de uniao. Da mesma maneira que nosso amor para com o proximo tambem nos leva a procura-lo, a inclinar-nos para ele, a sermos atrafdos para ele e a aceitar essa atra9ao do bern que nele descobrimos. A escolha, o amar, o amar pelo que a pessoa e, pelo que tern de valor em si mesma, amar desejando para ela o bern, desejando para ela a felicidade, isso o que da valor a vida. Nossa vida vale tanto quanto nos so am or fundamental; ou seja, nossa vida vale tanto quanto vale nossa escolha fundamental. Se colocamos Deus em primeiro lugar, se amamos as pessoas na sua devida ordem, e em fun9ao disso organizamos nossa vida, ela vale tudo; apesar de fazermos I

muito pouca coisa que pare9a ter valor. Se nos amamos de forma desordenada, se colocamos todo nosso amor nas coisas, nossa vida nada vale, por mais que pare9a ter sucesso.

3¡ Sa1va~ao do amor pe1o amor A salva9ao, para nos, vern pelo amor, ou melhor, poderfamos ate dizer, o amor e salvo pelo amor, porque o que nos salva e nos transforma e o amor que vern da Trindade. Tambem na Trindade, o amor e fonte e vinculo de uniao. Amor enquanto atras;ao, uniao, alians;a; e isso que constitui a propria maneira de ser do Pai, do Filho e do Espfrito Santo. Lemos na Escritura que Deus e amor, porque Deus e caracterizado em primeiro Iugar pelo amor. Deus e aquele que ama. Deus e aquele que e uno e trino porque ama. Deus e aquele que nos cria porque nos ama, Deus e aquele que nos chama a si porque nos ama. E esse amor, que e a propria maneira de ser de Deus, que o leva a se comunicar. A criar fora de si outros seres que ele possa amar, outros seres capazes de amar. E neste ponto sera born lembrar que o am or de Deus e constitutivo, quer

VII '


dizer, Deus faz e:xistir o que Ele ama, confere ao ser a bondade que nele quer amar. Nao e como nosso pobre amor, que apenas pode amar o que ja e:xiste e e born. Deus ama, e porque ama, nos existirnos, e porque ama, podemos ser bons, e porque ama, podemos crescer. 0 amor de Deus e constitutive, e criador. Esse amor de Deus e amor gratuito, totalmente imerecido por nos. E amor irreversfvel. Deus nos ama e ama para sempre, e ama-nos incondicionalmente. Somente nos mesmos, por nossa livre op~ao, por amor a outras realidades, e que podemos colocar-nos contra esse amor, fora de seu alcance. Mas, enquanto de nossa parte e possfvel uma mudan~a, Deus continua tentando incansavelmente nos seduzir. Dos seres humanos ele quer fazer filhos e filhas. Por amor, ele nos transforma, por amor ele nos eleva, por amor ele nos une. E essa participa~ao na vida divina, pelo amor, e a salva~ao. Essa a~ao divina que nos leva para o amor e que nos coloca numa situa~ao nova; de nao povo que eramos, come~amos a ser seu povo; de separados passamos a ser unidos; de adulteros, a fieis e reconciliados. E essa transforma~ao que, como diz o profeta Ezequiel no capitulo 36, 26, cria em nos urn cora~ao novo, depois de nos ter arrancado o cora~ao de pedra, empedernido pelo egoismo, endu-

recido pelo odio e por todas as maldades. Amando-nos, coloca em seu lugar urn cora~ao de carne, urn cora~ao macio, urn cora~ao terno, urn cora~ao quente, urn cora~ao capaz de amar. Capaz de amar a ele e aos outros. 0 amor e a nova for~a vital derramada em nos pelo poder de Deus. 0 amor ou, se quiserem, a caridade e for~a vital; nao e uma obriga~ao, nao e urn mandamento, nao e uma imposi~ao . .E for~a vital derramada em nos pelo poder de Deus, que nos possibilita viver de uma maneira nova, da maneira divina, como divinizados. 0 mandamento e convite, ou exigencia, a sermos coerentes com o dom recebido. Encontramos essas ideias em Joao 3, 16; lJo 4, 19; 2Cor 13, 11; Ef2, 4; 1Ts 1, 4. Sao apenas algumas indica~oes desse tema, recorrente em toda a Escritura. Como for~a, esse amor novo e divino impele-nos. Quando uso essa palavra impele, estou querendo dizer: e o motor, e uma for~a colocada dentro de nos, que invariavelmente nos leva numa dire~ao; so nao iremos nessa dire~ao se resistirmos. Geralmente pensamos que temos de fazer for~ a para amar a Deus e ao proximo. Na verdade, temos de fazer for~a para t.!!g amar a Deus nem ao proximo, porque Deus esta agindo dentro de nos. VIII


4¡ Os objetos do amor novo Quais sao OS objetos desse amor novo? Sao, em primeiro lugar, Deus e os outros. Com eles, com Deus e com os outros, procuramos uniao. Movidos pelo amor, pela caridade, queremos estar com Deus, queremos estar com os outros, queremos ter partilha recfproca com Deus e com os outros, partilha na fidelidade, na compreensao, na intirnidade, na doac;ao e na posse. Podemos lembrar aquela frase do padre Caffarel no seu livro "Nas Encruzilhadas do Amor": "o amor conjugal pode ajudar-nos a compreender um pouco mais o amor de Deus". Po is bern, se querem saber como procurar a Deus, olhem para o amor que os leva a procurar uniao, partilha, fidelidade, compreensao, intirnidade, doac;ao e posse. 0 amor e dinfu:nico, e forc;a que nos arrasta. E, por isso mesmo, de certa maneira tambem nos leva a abrac;ar, respeitar e amar todas as criaturas, enquanto manifestac;oes do amor de Deus. Deus ama cada flor que desabrocha, e cada flor que fenece. Deus ama cada semente, as que gerrninam, mas tambem as que acabam servindo de alimento. Deus ama cada passarinho, cada animal. N6s nos unimos a esse amor de Deus, tambern do ponto de vista sobrenatu-

ral, sendo levados a esse respeito pela filiac;ao divina e nao apenas por ideias ecol6gicas.

5. As possibilidades e as exigencias do amor novo Esse amor novo que Deus nos da traz possibilidades e exigencias novas. E em primeiro lugar urn amor que deve levar-nos a alegria e ao entusiasmo. Urn amor triste e urn triste amor. 0 amor faz a alegria, mesmo no meio das lagrimas. Tantas vezes, as lagrimas correm exatamente porque estamos satisfeitos, como se fossem uma especie de transbordamento. 0 amor oferece-nos a possibilidade e o dever da alegria, do entusiasmo, da generosidade, da confianc;a e do perdao. Porque amamos, estamos dispostos a perdoar, porque amamos, estaremos sempre confiantes no perdao. E pelo amor que vern de Deus que n6s vivemos no entusiasmo e, ao mesmo tempo, numa tranqiiila inquietac;ao. Nunca estamos totalmente satisfeitos conosco, nem com os outros, e tambern nunca estamos satisfeitos com o amor que temos a Deus. Queremos mais. Esse amor novo que Deus nos traz, essa caridade nova, leva-nos ao que podemos chamar de ciume. Ciume que nos faz temer que qualquer coisa ou alguem


ordenado que nao nos permite deixar filhos para assumir outros interesses ou preocupa~6es, ainda que religiosas, por exemplo. E mais, esse amor que vern de Deus, que nos transforma, por maior que seja, por mais que cres~a ate o ultimo instante de nossa vida, sera sempre apenas urn amor inicial, urn amor prepara~ao, urn amor em germina~ao. Somente quando Deus tomar plenamente conta de nos na vida futura, somente entao e que esse amor atingira sua plena realiza~ao, sera para nos plena felicidade, sera plena uniao com a Trindade e plena uniao com os outros, tambem com o marido e com a mulher. Pois, alem do amor fraterno que nos une, e que vern de Deus, existe o amor nupcial, a caridade nupciaL .E o ultimo passo de nossa reflexao.

nos separe de Deus. Chime que nos faz amar de fato as pessoas ao nosso redor com o medo tremendo de transformar esse amor em opressao, em usufruto, em falso amor. Nosso amor como o amor de Deus tern de ser urn amor ciumento. 0 amor que Deus infunde em nos e amor que necessariamente nos leva ao agir. Nao e amor passiva que leva a inatividade; pelo contnirio, provoca inquieta~ao. "Niio venho trazer paz, venho trazer fogo e venho trazer espada ". Se livremente aderimos ao amor que vern de Deus, tambem nos transformamos em agentes ativos desse amor. Atraves de nos, o bern chegara aos outros. 0 amor, o amor que vern de Deus, acaridade, se quiserem, por si nao conhece limites. 0 amor ou a amizade que diz, "ja amei demais", deixou de ser amor e deixou de ser amizade. 0 amor medido, o amor em conta-gotas, o amor a presta~6es, ou o amor no varejo, nao e amor. A amizade ou o amor conjugal somente sao amor, somente sao caridade, que vern de Deus, se levam a entrega, a doa~ao total e sem limites. Mas, e claro que esse amor tambern e urn amor ordenado, que sabe colocar as pessoas na ordem justa, que impede, por exemplo, de que coloquemos alguem antes do marido ou da mulher. Amor bern

6. Alem do amor

fraterno, o amor nupcial 0 amor conjugal, nupcial, vern de Deus e traz caracterfsticas novas, para a caridade fraterna. Para salientar que vern de Deus, mesmo com o perigo de chocar, podemos chama-lo de caridade conjugal ou nupcial. Certamente se lembram daquela passagem do Cantico dos CantiX


cos, em que ele a chama de minha irma, e ela o chama de meu irmao. Irma e irmao, mas irmao e irma amados de uma maneira especial, de tal maneira que urn comec;:a a ser esposo e a outra comec;:a a ser esposa, de tal maneira que essa caridade entre irmaos passa a ser caridade nupcial. Nupcial, porque alianc;:a plena e total de vida. Alianc;:a da vida toda, por toda vida, com todas as exigencias que isso possa trazer consigo. A caridade, amor que foi infundido pelo poder de Deus, esta presente nesse amor, e esse amor, essa caridade conjugal, essa caridade nupcial, que nao e realidade apenas natural e apenas humana, mas tambem realidade sobrenatural. De tal maneira que, nessa vida de comunhao conjugal, o amor de Deus vai encamar-se no amor de uma mulher, vai ser urn amor feminino, e vai encarnar-se no am or de urn homem; vai ser o amor conjugal que torna possfvel plena e total comunhao, numa s6 pessoa, num s6 corac;:ao, numa s6 came. Essa caridade, esse amor nupcial que vern de Deus, que e uma expansao ou uma concentrac;:ao maior do amor fratemo, e tambem caridade mais exigente do que o amor simplesmente fraterno, vai levar mais Ionge, tern exigencias de totalidade. 0 amor conjugal exige tudo, ate "deixar pai emile".

Exige o entregar-se completo, sem limites, sem limites tambem no perdao, na compreensao, no apoio, no carregar-se mutuamente. E a caridade conjugal, que inclui compromisso de fidelidade preferencial, total, ate a morte. Compromisso ate a morte que nao e peso, mas apenas a leve e alegre expectativa de continuidade para sempre, de tal modo que nao seja compromisso para o tempo, mas para a eternidade. A caridade conjugal, vinda de Deus, assume e transfigura o relacionamento sexual em todas as suas tonalidades, em todas as suas particularidades, em toda a sua concretude, em toda a sua carnalidade e em toda a sua espiritualidade. Finalmente, a caridade conjugal, que vern de Deus, crescendo e expandindo-se, leva acaridade paterna e materna. E amor que se torna semelhanc;:a do amor da Trindade, gerador de vida, gerador de novas relacionamentos, de novas possibilidades, de destinos que se orientam para uma felicidade etema.

7. Condusao

A perfeic;:ao da vida crista esta na perfeic;:ao do am or. Estamos tanto mais pr6ximos de Deus quanta mais o amamos, e tanto mais o XI


amamos quanto mais ele nos atrai a si, quanto mais ele nos afoga nessa fonte de amor. A perfei~ao da vida crista mede-se nao pela freqtiencia ou pelo fervor das ora~6es, nao pela dureza das penitencias ou das vigilias, mas pela generosidade do nosso servi~o, da nossa dedica~ao, da nossa entrega em favor dos outros, principalmente daqueles que estao mais proximos de nos. Para voces, casais, a perfei~ao da vida crista mede-se pela sua dedica~ao a esse homem, a essa mulher. Por isso, temos de procurar o amor, procurar crescer no amor. Esse e o nos so primeiro dever, esse tern de ser o nosso maior cuidado, lembrados sempre que o Crescimento no amor nao vern dos nossos exercfcios, ou das nossas gimisticas espirituais. 0 crescimento no amor e, em primeiro lugar, dom de Deus. Por isso temos de o pedir, pedir sempre. E esse e urn pedido que Ele nunca deixa de atender. Sempre que o pedirmos, incondicionalmente, Deus nos dara mais amor a ele e ao proximo. 0 crescimento no amor e dom de Deus; por isso e preciso que, de nossa parte, haja entrega generosa ou, se quiserem, abertura generosa, colocando-nos diante de Deus na disponibilidade, para que aconte~a o que Ele bern quiser, mesmo que va contra nossos pia-

nos e nossos medos. Essa entrega generosa sup6e, por urn lado, que Deus continuamente esta a nos atrair; temos, pois, de ser barco que se deixa levar pela correnteza, ou de velas ao vento contra a correnteza. Mas, de uma maneira ou de outra levados, porque desamarrados e desprendidos. Esse crescimento no amor vai exigir luta contfnua para ouvir os convites do amor; vai exigir discemimento, esfor~o para corresponder, passo a passo, aos desafios que a gra~a nos apresenta, esfor~o para crescer na abnega~ao. Alias, essa procura da abnega~ao nao sera tanto decisao nossa, mas resultado de urn convite amoroso que vern de Deus. 0 "Dever de Sentar-se" tern muitos temas, mas 0 principal e 0 amor. 0 amor a Deus e o amor ao conjuge. Crescer no amor, afinal, alem da nossa ora~ao vai exigir que saibamos olhar ao nosso redor e perceber como as pessoas, transformadas pela gra~a de Deus, sao boas, sabem amar enos amam. Assim, animados com o exemplo dos outros, vamos ter urn pouco mais de coragem para mergulhar nessa fonte que e Deus, que nos quer afogar no seu amor para nos fazer renascer. Pe. Fldvio Cavalca de Castro, cssr SCE da Super-Regiiio Brasil

XII


Meditctndo em Equipe Neste mes de agosto, celebramos o mes vocacional. Mas no dia 15, celebramos tambem a testa da Assun~ao de Nossa Senhora. A liturgia coloca para nossa medita~ao a visita de Maria a Isabel. A Palavra de Deus mostra continuamente o Senhor visitando o seu povo. Recomenda que fa~amos esse gesto fraterno entre n6s.

Leia atentamente: Lucas 1, 39-45 Sugest6es para med i ta~ao : Ao contemplar esta atitude de Maria vindo visitar e Isabel acolhendo carinhosamente sua prima, quais os apelos que nos tocam? Entre n6s equipistas, quais as experiencias de visitas que temos? 0 que nos atrapalha na pratica desta virtude crista? Pe. Ernani

Ora<;ao Lirurqica (lucas 1, 68-75)

Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou; e fez surgir um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, os profetas, desde os tempos mais antigos, para salvar-nos do poder dos inimigos e da mao de todos quantos nos odeiam . Assim mostrou misericordia a nossos pais, recordando a sua santa Alian~a e o juramenta a Abraao, o nosso pai , de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele n6s sirvamos sem temor em santidade e em justi~a diante dele, enquanto perdurarem nossos dias.


MAGN1F1CAT Antffona : 0 Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo o seu nome!

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- A minh ' alma engrandece o Senhor exulta meu espfrito em Deus, meu Salvador; - Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerac;6es hao de chamar-me de bendita. - 0 Poderoso fez em mim maravi lhas, e Santo e o seu nome! - Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem ; - Manifesta o poder de seu brac;o, dispersa os soberbos; - Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; - Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada . - Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, - Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraao e de seus filhos para sempre. Gloria ao Pai e ao Filho e ao Espfrito Santo, como era no prindpio, agora e sempre. Amem . Ant ffona : 0 Poderoso fez em mim maravilhas, E Santo o seu nome.

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