ENS - Carta Mensal 391 - Junho e Julho/2004

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°391 • Junho - Julho

2004

EDITORIAL Da Carta Mensal ......... ..... .......... .... 01

MARIA O Espirita Santo e Maria ............... 26

SUPER-REGIÃO Amor experiente e Experimentado ........ ... .. ... ...... .. ...... 02 Fazer a Diferença ........................... 03 O Amor Conjugal que Leva à Doação ........................ 04

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Dever de Sentar-se Versus Dificuldades .......... .... ..... .... 28

VISITA PASTORAL Visita Pastoral à Província Sul III ....... .......... .... ...... .... 06 Acolhendo a Super-Região ............ 1O A Alegria do Encontro ................... 12 A Super-Região Visita o CTG Tiarayu ..................... . 13 A Bênção Episcopal ....................... 16 Visita à Região Santa Catarina I ............................. 17 CORREIO DA ERI Casais Chamados por Cristo à Nova Aliança ............ .. 1 8 Vós Sois Sinais da Aliança ............. 20 VIDA NO MOVIMENTO Experiência Comunitária .. ........ ..... 22 TEMPOS DA IGREJA Os Discípulos Após Pentecostes ........................... 23 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ...... 24 Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

\Vi/ma e Orlando Lucinda e Marco Jan ere e Nélio

Registro "Lei de Imprensa" Pe. Ernani J. Angelirú n" 219.336 livro B de (Conselheira Espiritual) 09.10.2002 Jomalista Responsável: Edição: Catherine E. Nadas tmth J9H35) Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

PASTORAL FAMILIAR A Mulher e a sua Participação na Vida da Igreja ...... 31 Acreditar na Família é Construir o Futuro ... ...................... 34 ATUALIDADE Conselho de um Velho Apaixonado ... Mudanças ...... ................................ Raízes Profundas ........................... Ministério do Casal Cristão ........... Campanha da Fraternidade ........... O Casal, Imagem Viva da Trindade ............................ A Verdadeira Juventude ................

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TESTEMUNHO Uma Receita Especial de "Sonhos" .................... 43 Uma Surpresa Agradável! ............. 44 A Resposta de Deus .. ..................... 45 Espiritualidade Conjugal : Fruto de uma Missão .................... . 46 REFLEXÃO Tem a Ver, Sim! .............................. 48 Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 · 11 " andar, <j. 115 - Perdizes - Seio Paulo Fone: (Oxxll) 3873.1956 Capa: Catedral de Porto Alegre impressão: Gráfica Roma Tiragem desta edição: 16.700 exemplares

Canas, colaborações, notfcias, testemunhos e imagens de\'em ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar . conj. 53

01309-000 • Seio Paulo- SP Fone: (Oxx l i) 3256.1212 Fax: (Oxx 11) 3257.3599 cartamensa/@ens.org.br

A/C Cecilia e José Carlos


Queridos amigos: Aqui estamos nós outra vez, pedindo licença para entrar na sua casa, com o coração cheio de saudade e uma porção de notícias boas para contar a vocês. Nossa Carta Mensal, neste mês, trata, entre outras coisas, da visita da equipe responsável da SuperRegião à Província Sul III. Com palavras magníficas, carregadas de alegria e sensibilidade, o casal Sílvia e Chico fala da emoção de estar lá e nos revela uma coisa muito importante. "A província Sul III será o primeiro local, fora do estado de São Paulo, a receber a responsabilidade de conduzir nossos destinos". Dos pampas gaúchos, saiu o casal que tem a missão de levar adiante o nosso Movimento. Essa missão foi dada a Graça e Roberto, de Porto Alegre. Parabéns, amigos! Sabemos que vocês são incansáveis trabalhadores, conhecemos a sua fé e a sua coragem. Que Deus os ilumine e sustente em todos os momentos. Por conseqüência, nossa Carta Mental vai estar, daqui a alguns meses, sob o comando de Graciete e Gambim, com certeza ainda mais bonita e, se prestarem atenção, com um adorável sotaque gaúcho ... A equipe será diferente, mas a fé e o entusiasmo serão os mesmos. Decididamente, o Pe. Flávio não se corrige. Escreve poemas com a facilidade do músico famoso que parecesse dedilhar, distraidamente, o teclado, mas tira dele sons maravilhosos. Vocês vão gostar do seu

artigo sobre o amor experiente e experimentado e certamente poderão fazer, baseados nele, uma meditação muito fecunda. Para as nossas irmãs equipistas, que já são famosas pelo belo trabalho que realizam no Movimento e também pelos quitutes saborosos que preparam, a Carta traz uma receita especial de sonhos, cedida pelo casal Graça e Eduardo, de Porto Alegre. É tri-legal, Tche! Junho é o mês dos namorados e nada melhor, nessa data, do que ler o "Conselho de um velho apaixonado", uma pequena jóia do inesquecível Carlos Drumond de Andrade. Ele nos convida a "amar muitíssimo" e está certo. Nós, casais equipistas, que conhecemos o amor de Deus, com o passar do tempo, vamos percebendo que podemos aperfeiçoar a cada dia o nosso amor de casal. O Pe. Emani, guia e companheiro nosso na equipe da Carta Mensal, por sua vez, lembra-nos do calendário litúrgico do mês de junho (festas da Santíssima Trindade, do Corpo e Sangue do Senhor, do Sagrado Coração de Jesus) e nos faz uma proposta que vale a pena aceitar. Além de tudo isso, temos vários testemunhos importantes, coisas interessantes sobre a vida das Equipes, enftm, urna leitura agradável que ajuda a unir a nossa farru1ia equipista. Que tal começarmos agora mesmo? Com nosso carinho,

Equipe da Carta Mensal


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AMOR EXPERIENTE E EXPERIMENTADO O amor experiente e experimentado ensina a mais amar. A vida matrimonial ou ensina a mais amar, ou sepulta sonhos de amor. Teimo em pensar que, apesar de tudo, mais numerosos sejam os casais que aprendem a mais amar, que os tristes que choram amores finados. O amor de namoro ou de noivado, por mais intenso que seja, ainda não é amor provado. É amor festivo, de encontros preparados, banho tomado, roupa escolhida, espelho longamente consultado, atitudes bem estudadas. Se em pequenas coisas não se entendem, se o enfado se mostra, o beijo de boa-noite cria um parêntesis, e cada um se vai a pensar se paga a pena voltar. O amor de casamento é amor de aprendizado exigente, minucioso, sem férias nem diplomação. A convivência continuada, nas mais variadas situações, vai removendo os vernizes e os artifícios do toucador, e deixa à vista o rosto da pessoa real com seus valores e defeitos, uns e outros nem muito grandes nem muito pequenos. A rotina acentua cacoetes e defeitos, e atenua qualidades antes admiradas. O avançar da idade vai mostrando, além das rugas, irritantes limitações. Tudo leva a fazer uma opção crucial: ou amar essa pessoa por ela mesma e assim encontrar razão para amar sempre mais, ou deixar que o amor viva à mingua com as migalhas das 2

qualidades que restam. O amor de casamento é boa escola de amor. Nada ensina tanto a amar como ser amado, aceito, acolhido pelo outro e pelos filhos. Difícil não aprender a mais amar vendo as renovadas provas de paciência, tolerância, perdão e generosidade. Mais de uma vez lembra o Pe. Caffarel que o amor conjugal é caminho para se descobrir o amor de Deus e a Deus. Se uma criatura humana tanto nos ama e nos pode dar tanta felicidade, que não será quando quem nos ama é Deus? Se podemos amar tanto uma criatura, quanto mais não podemos e devemos amar o Criador? Se crescer no amor conjugal é o mesmo que crescer na espiritualidade e na santidade conjugal, então basta que o casal esteja atento para aproveitar as oportunidades de crescer no amor. Oportunidades que se renovam conforme as novas situações que se apresentam, trazendo sempre novos desafios e novos ensinamentos. Nenhum casal pode dizer que já sabe amar; o mais que pode é ser aprendiz atento do amor, a descobrir sempre novos jeitos, tentando sempre novos caminhos. Como também jamais poderá dizer que já ama o suficiente. Quando muito poderá dizer que aprendeu a amar com vontade de amar sempre mais.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr

SCE da Super-Região CM 391


FAZERA DlFERENÇA Olá, gente amiga! Neste ano equipista, nosso Movimento no Brasil, ainda perseguindo os objetivos de despertar os seus casais para o compromisso missionário, vem incentivando forte um olhar sobre a vivência da espiritualidade conjugal. Esta proposta foi amplamente anunciada e refletida nos nossos EACREs e, no decorrer deste ano, a palavra do Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região e dos Casais Responsáveis Provinciais irá procurar alavancar esse aprofundamento. Tudo porque estamos convencidos que seremos mais eficazes e mais engajados na missão se isso provier do transbordar de uma vivência autêntica da santidade, no cotidiano da vida conjugal. Na medida em que os casais equipistas, nos seus relacionamentos humanos, no seu modo dê pensar e agir, nos sentimentos e emoções da vida a dois, na expressão da sexualidade, no ser pai/mãe, no seu círculo de trabalho e no lazer, nos momentos de oração em comum e demais práticas religiosas, enfim, no corriqueiro das vicissitudes comuns a cada casal, procurarem integrar esse conjunto de atos e fatos ao plano de Deus para o casal, e deixarem-se conduzir por seu Espírito, teremos a conseqüência natural de casais mais comprometidos com o mundo e com a Igreja. É para fazer a diferença diante das pessoas, é para influir na cultuCM 391

ra do amor (que a mídia insiste em distorcer), que nosso testemunho missionário é convocado. É para dizer à cidade, aos outros casais, aos jovens, a todas as gentes, que não estamos cansados de lutar pelo amor, não perdemos o brilho do olhar enamorado, que os sonhos do nosso amor permanecem intocados, que a felicidade, podemos construíla, e que continuamos de mãos dadas guiando-nos mutuamente ao encontro do amor perfeito de Deus. Estamos sendo convocados a fazer essa diferença que falta na sociedade, a plantar no coração do mundo os valores perenes do matrimônio que nos une. Convocados a dar notícia concreta da aventura de ser feliz, provocar a irradiação sedutora da descoberta de saber partilhar a vida com alegria, da gratuita entrega ao cônjuge do que cada um tem de melhor em si, para ser útil, servir, fazer-se oblação. Este desafio de mergulhar nas águas profundas da espiritualidade conjugal e tirar dela todas as possibilidades de ser santo e feliz, é o chamado primeiro para quem se dispõe a ser equipista. Fazer a diferença. Isto é o que o Senhor espera de seus amigos. A isto nos exorta o Movimento. Com nosso carinhoso e fraternal abraço,

Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 3


Pa1avra do Provincia1

O AMOR CONJUGAL QUE LEVA À DOAÇÃO O Senhor Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada" (Gn 2,18) Deus em seu infinito amor pensou em cada detalhe ao criar sua obra prima e, ingenuamente teimamos em acreditar que somos gestores das maravilhas que Ele faz por nós. Desde o Encontro Nacional realizado em Brasília, temos refletido sobre os frutos que ele produziu e continuará produzindo em cada um de nós. Dentre tantos momentos, um em especial, contribuiu inclusive em nossas falas durante os EACREs. Em alguns trechos da palestra do Pe. Flávio, ele nos fez voltar ao inicio de nossa história de amor, quando fizemos a escolha pelo matrimônio, dizendo mais ou menos assim: "quem se casa é levado por um encantamento, não por projetas e planos ... quer casar-se com esse homem e com essa mulher, quer viver com esse homem e com essa mulher pura e simplesmente porque quer. .. " Acreditamos que com muitos de vocês deve ter ocorrido exatamente dessa forma. Na maioria das vezes, não temos consciência da verdadeira dimensão e do compromisso que estamos assumindo. É inclusive comum ouvir dos noivos a seguinte afirmação: "Vou casar para ser feliz". A expectativa inconsciente é de satisfação e realização pessoal. Que bom! Abençoados pelo amor de Deus, fazemos parte das 4

Nosso casamento tem tudo para dar certo e ser exemplo concreto na sociedade, se nosso projeto conjugal, estiver na dependência de Deus.

ENS, que vai nos levando a descobrir o que também foi dito por Pe. Flávio na mesma palestra: "O casamento foi e continua sendo no plano de Deus, projeto de salvação e de felicidade". A mesma idéia é reforçada pelo nosso fundaCM 391


dor Pe. Caffarel no "Discurso de Chantilly", quando ele diz que "os casados estão comprometidos com a realidade da vida, na sua totalidade. São salvos e salvam, encontram felicidade e dão felicidade pela vida concreta de partilha vivida em plenitude". Quantos de nós imaginaram a dimensão do compromisso que assumiam diante do altar ao prometer "amar e respeitar. .. na alegria e na tristeza, na saúde e na doença ... todos os dias de sua vida." Quantos naquele momento interpretaram ao pé da letra a linda poesia de Vinícius de Morais: "De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo, que mesmo em face ao maior encanto dele se encante mais o meu pensamento ... " Certamente paramos por aí e jamais imaginávamos como seriam contraditórios nossos primeiros tempos. A adaptação ao casamento requer cuidado, pois é um laboratório de experimentação da evolução e do aperfeiçoamento humano onde passamos a reconhecer as imperfeições um do outro, exercitando a difícil tarefa de doação, de reconhecimento das necessidades um do outro num aprendizado de que aquela felicidade tão sonhada só será possível com a felicidade do outro. Segundo Ivone Boechat "O casamento é uma construção inacabada que necessita de retoques diários, porém devemos estar abertos a criamzos um propósito de vida harmoniosa, onde amadurecer é fundamental". Manter as lembranças gostosas do tempo de namoro, do CM 391

ardor dos primeiros anos farão sémpre parte da história de amor, que vamos construindo juntos no dia a dia. Porém, devemos ter consciência de que, felizmente somos seres humanos, portanto capazes de mudar, porque crescemos e evoluímos. Uma boa experiência para balizarmos nossa evolução em relação ao processo de aprendizagem na arte de doar-se, é lermos Efésios (5, 21-29), e fazermos uma avaliação sobre o processo de aceitação e entendimento quando ele nos diz: "sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo. Mulheres sejam submissas a seus maridos... maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificála, purificando-a ... " Como já discutimos sobre essa passagem! Como temos aprendido a entendê-la aos olhos de Deus, pois acreditamos que nós, casais equipistas, somos sementes lançadas em terreno fértil. Temos um Movimento e toda a sua pedagogia para contribuir para nosso crescimento espiritual e conjugal. Nosso casamento tem tudo para dar certo e ser exemplo concreto na sociedade, se nosso projeto conjugal, estiver na dependência de Deus, se nos esforçarmos para reconhecer o tempo certo de calar/falar, ir/ficar, perdoar, concordar/discordar e se estivermos dispostos a renunciar em prol do bem estar do outro, atentos aos pequenos detalhes e na busca constante de doar... doar e doar cada vez mais.

Rita e José Adolfo CR Província Centro-Oeste 5


VISlTA PASTORAl À PROVÍNCIA SUllll O Dedo de Deus Olá, gente amiga! Precisamos iniciar agradecendo a presença de vocês, e a calorosa acolhida que nos foi dada. Nestes anos, como Casal Responsável pela Equipe da Super-Região, tivemos de converter e muito o nosso coração. E uma das coisas que nós perseguimos com afinco, e que aprendemos ao menos um pouco, foi perceber o dedo de Deus, agindo nos acontecimentos e nas pessoas. Vamos explicar o porque disso, um pouquinho mais a frente. Em 1999, na então recém formada Equipe da Super-Região, decidimos estabelecer alguns objetivos para o nosso trabalho. Um deles era tentar aproximar a Equipe da Super-Região das equipe de base. Além das estratégias decorrentes das mudanças da estrutura, com a criação das nossas 7 Províncias, pensamos em ir ao encontro do Equipistas, fazendo uma reunião por ano em uma Província diferente. Decidimos que essas visitas seriam realizadas como parte de uma das reuniões ordinárias da SuperRegião. Nosso pessoal faria um esforço de começar essa reunião mais cedo, na tarde de sexta-feira, e de prolongá-la até domingo à noite. E nós dedicaríamos a parte da tarde e noite do sábado para estabelecer um contato com os equipistas do local. 6

E assim foi . Pela primeira vez na história do nosso Movimento, a Equipe da Super-Região foi à Província Leste, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2000. Pela nossa avaliação e também dos equipistas locais isso produziu muitos frutos e decidimos continuar em frente. Em 2001 fomos até a Província Norte. Em 2002 ficamos em São Paulo e pudemos fazer contato com os equipistas da Província Sul I. No ano passado, em face do 1o Encontro Nacional das ENS em Brasília, consideramos que se realizou uma visita da Super-Região e de todo o Brasil aos equipistas da Província Centro-Oeste. Quando a gente definia o local CM 391


de cada visita pastoral, isso acontecia de forma mais ou menos aleatória. A partir daqui devemos retomar o que dizíamos de início: as marcas do dedo de Deus. Acreditamos que diante de Deus não existe coincidência e nós vamos sempre sendo conduzidos por sua mão maravilhosa. No ano passado, quando nós fazíamos a nossa programação, faltavam três Províncias para serem visitadas: Província Nordeste, Sul II e Sul III. Como escolher, como definir? Eis que Graça e Roberto, representando esta Província Sul III, solicitaram que o encontro fosse aqui. Vejam as felizes "coincidências". Visitar a Província Sul III não foi um jogo de cartas marcadas. Nessa época, nós nem imaginávamos um acontecimento que viria tornar esta visita muito especial. Não estávamos ainda tratando da substituição da nossa responsabilidade. Não tinha sido feito nem estudo, nem o discernimento. Mas por algum motivo éramos conduzidos para cá. E tem mais: quando Graça e Roberto lançaram seu convite propuseram que a visita se desse em Florianópolis, porque essa cidade estaria mais eqüidistante para possibilitar a participação, tanto do pessoal da Região Rio Grande do Sul I e II, quanto o pessoal do Paraná. Mais uma vez, a mão de Deus veio e mudou a localidade. E, nesse meio de tempo o que aconteceu? A Super-Região fez o seu discernimento para a escolha do nosso substituto e Graça e Roberto foram escolhidos para levar adiante o barco das Equipes de Nossa Senhora. CM 391

Então, é uma alegria muito grande podermos, em caráter oficial e de viva voz, anunciar a essa Província, que um filho desta terra, assumirá a partir de agosto a responsabilidade junto a Super-Região. Esse encontro, para nós da Equipe da Super-Região e cremos que, de modo também especial para essa Província Sul III, reveste-se de um caráter especial, de muita alegria e de muita responsabilidade. A Província Sul III entrará na história como o primeiro local fora do Estado de São Paulo, o berço do Movimento no Brasil, a receber a responsabilidade de conduzir os nossos destinos. Deus seja louvado por tudo. Estamos todos convencidos que este

A Província Sull11 entrará na história como o primeiro local fora do Estado de São Paulo, o berço do Movimento no Brasil, a receber a responsabilidade de conduzir os nossos destinos.

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é um evento importante, sobretudo porque marcado pela mão do Senhor. É assim, um acontecimento sagrado e que representará um passo fundamental para o prosseguimento da caminhada das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil. Temos de acreditar sim: foi da vontade de Deus determinar que era chegada a hora da direção do Movimento transpor as fronteiras do Estado de São Paulo. Era chegada a hora sim, de se perceber com maior força a universalidade que somos nós. *Um Movimento grande, um Movimento num país que é um continente, instalado em 23 Estados da Federação, com tantas características que nos fazem diferentes, mas, que ao mesmo tempo, nos tomam tão irmãos. Dos pampas gaúchos saiu ocasal que tem a missão de se dispor a amar de uma maneira muito especial o nosso Movimento, de zelar pela nossa unidade, de levar adiante a inspiração do Movimento neste querido Brasil. Mas, há um segundo fato no qual podemos mais uma vez perceber a mão de Deus. Quando marcamos a reunião em Porto Alegre, nós não nos demos conta de que aqui se realizava o Jubileu de Ouro de fundação das Equipes de Nossa Senhora. Nós nos congratulamos com vocês e em nome de todas as equipes do Brasil queremos abraçar a cada um desta grande e esperançosa Região Rio Grande do Sul I. O dedo de Deus fez-se também presente na história da instalação das equipes neste Estado. Está registra8

do no livro escrito por D. Nancy "Ensaio sobre seu histórico", que a primeira equipe que acolheu a semente do Movimento nesta cidade, viveu sob o signo do silêncio, escondida tal como nas catacumbas que escondiam os primeiros cristãos. E hoje vemos que aqui se repete o triunfo da fé e do amor. Foi um silêncio de quase uma década, que se transformou num grito, diríamos melhor, num canto de louvor de tantas vozes que e uniram e que hoje nesta terra entoam o seu Magnificat. Por estes dois fatos fundamentais já teria valido a pena estarmos presentes junto a vocês. Mas, a verdade, é que viemos também para nos encontrar todos, apenas como irmãos que buscam o mesmo ideal de santidade no estado de casados. Caminho este no qual também somos abraçados por outro sacramento que caminha junto, muito próximo de nós, o sacramento da Ordem, pela convivência não menos fraterna com nossos queridos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, a quem saudamos com um carinhoso abraço. Se hoje vivemos com as facilidades da Internet, dos meios de comunicação, se podemos nos servir da tecnologia para fazer apresentações, é sempre oportuno recordar que o padre Caffarel nos dizia que nada substitui um contato no corpo a corpo. Nada substitui o olhar nos olhos, um abraço caloroso, um aperto de mão. Nada é tão bom como estar juntos. O salmo 132 diz, "como é bom e agradável aos irmãos estarem reuCM 391


nidos ". Nós estamos então reunidos através de muitos meios: a Internet, a Carta Mensal que nos leva a suas casas, o ideal comum, mas, seria diferente se não pudéssemos estar aqui hoje abraçando pessoalmente cada um de vocês. Estar juntos, ser presença viva um para o outro, viver um pouco a experiência concreta da fraternidade, eis um bem que não tem preço, eis um desafio que paga a pena perseguir. Aqueles que estiveram no 1o Encontro Nacional de Brasília, puderam sentir o ânimo que isso produziu na alma de cada um de nós, pelo simples fato de estarmos juntos. Nós recebemos muitas demonstrações de equipistas de todo país dizendo o que isso mudou em suas vidas, o sentido de pertença, uma vontade de ir além, de navegar por águas mais profundas e de adotar uma nova postura de compromisso com a Igreja e o mundo. São esses mesmos ideais, esses mesmos valores que nós esperamos despertar aqui, nessa visita. Que todos nos sinCM 391

tamos necessitados uns dos outros. Nós não somos só a nossa equipe, um Setor, uma Região ou uma Província. Somos um Movimento só, uma equipe formada de milhares de equipes, que acreditam na força do amor conjugal, esse amor frágil, mas que está inserido no plano da salvação e através do qual o Pai vai nos brindar com a santidade. Que possamos renovar nossa fé na força da comunidade equipista de norte a sul, com tantas diferenças, mas diferenças que não nos afastam. Pelo contrário, elas nos permitem viver concretamente a experiência da fraternidade e da caridade. Desejamos que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora de todo o Brasil possa, de mãos dadas e fortemente enlaçadas, renovar seu louvor a Deus pelas constantes maravilhas que Ele continua realizando em nosso meio. Deus seja louvado!

Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 9


ACOLHENDO A SUPER-REGlÃO As Regiões Rio Grande do Sul I e II, em especial as suas equipes com base em Porto Alegre, sentiram-se muito honradas por acolher os casais e SCE da Super-Região Brasil, em visita Pastoral à Província Sul III. A reunião ordinária da SuperRegião aconteceu nos dias 16 a 18 de abril. Um intervalo nesse encontro, no sábado, 17, à tarde, possibilitou à Equipe da Super-Região celebrar e confraternizar com os casais e SCEs das Regiões RS I, II e representante da Região Santa Catarina II. Às 16 horas, na Igreja Santuário Santa Rita de Cássia, em cuja paróquia residem casais de sete equipes, uma Eucaristia, presidida por Pe. Pedro Sallet, SCE da Equipe da Província Sul III, e concelebrada por vários SCE, entre eles, Pe. Flávio Cavalca, fazia o ponto alto do Encontro. Quis o desígnio do Senhor que no dia em que a Liturgia comemorava a divina Misericórdia, numa mesma Ação de Graças, fossem também festejados a presença dos casais e SCE da Super-Região e o 10

aniversário de 50 anos das Equipes de Nossa Senhora, no Rio Grande do Sul, sinal da bondade de Deus para tantos casais. Enquanto se cantava "O Ressuscitado vive entre nós ... ", uma procissão de entrada lembrava a história das ENS no Estado: à frente, remanescentes da Equipe N° 8 doBrasil e primeira do Rio Grande do Sul, secundados pelos casais que foram CRR nas duas Regiões das ENS/ RS. A seguir fizeram entrada oCasal da Província anfitriã, Graça e Roberto e os representantes de suas Regiões, os Casais Provinciais, o Casal Secretárioffesoureiro, o Casal da Carta Mensal e o CR da Super-Região, Sílvia e Chico. Por fim os Sacerdotes. Foi uma procissão significativa da caminhada de fidelidade ao carisma fundador e unidade do Movimento. A homilia do Pe. Sallet ressaltou os motivos para tanta gratidão ao Senhor. Após a Santa Missa, os equipistas que lotavam o templo foram brindados com um multishow, montado a partir do material enviado pelos casais visitantes e Pe. Flávio. EnCM 391


quanto os casais se apresentavam, imagens de nosso imenso Brasil eram mostradas, ressaltando as características principais de cada Província, bem como do núcleo das responsabilidades do Casal Responsável da Super-Região, Casal Secretáriorfesoureiro, Casal Carta Mensal e SCE da Equipe da SR. Nessa ocasião, Altimira e Paulo, CR da Província Sul I, lembravam com emoção que eles foram o primeiro Casal Ligação da primeira Equipe do Rio Grande do Sul. Após essa apresentação, Sílvia e Chico dirigiram aos presentes sábias e animadoras palavras, como sempre o fazem, e anunciaram oficialmente o próximo Casal Responsável pela Super-Região Brasil, Graça e Roberto. Estes, dizendo emocionados do quanto as Equipes lhes proporcionaram de crescimento espiritual, tornaram públicos os nomes do próximo SCE da SuperRegião e dos futuros Casais Secretáriorfesoureiro e Responsável pela Carta Mensal. Por fim, o esperado momento para um corpo-a-corpo com os visitantes. No salão paroquial, um casal "pilchado" saudou os irmãos equipistas do Brasil inteiro com urna poesia "gaudéria". Enquanto salgadinhos e docinhos eram mastigados, a simplicidade irmanava a todos numa conversa descontraída, às vezes curiosa, mas sempre amiga. Foi quase um Tabor. Mas não há tempo para armar tendas. É preciso partir em missão ... Obrigado, amigos, pela visita de pastores, servidores e irmãos! CM 391

Integrantes da primeira equipe de Porto Alegre

Graciete e Avelino Gambim CR Região RS I Porto Alegre, RS avgambim@terra.com.br 11


A AlEGRlA DO ENCONTRO Esta foi a vez dos equipistas da Província Sul III receberem a visita Pastoral daqueles que, hoje, dedicam seu tempo, seus talentos e energias, num exemplo de serviço gratuito e desinteressado, para coordenar nosso Movimento no Brasil. A capital gaúcha foi a cidade eleita para sediar a 1•. reunião do Colegiada da Super-Região, neste ano. Foi gratificante acolher em nosso Estado toda a Equipe da SuperRegião, nomes já conhecidos nossos, que, como discípulos do Senhor, retiraram-se alguns dias, para juntos e sob a inspiração do Espírito Santo, discernirem a vontade do Pai para com nosso Movimento. Foi gratificante receber a visita dos nossos responsáveis maiores, justamente quando comemoramos os 50 anos da presença do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no Estado do Rio Grande do Sul. Foi gratificante sentir a alegria e a emoção dos casais presentes ao ouvir Sílvia e Chico anunciarem Graça e Roberto, da nossa terra, como casal que exercerá a responsabilidade pelo nosso Movimento no Brasil, nos próximos anos. Também gratificante foi a res12

posta dada pelos equipistas locais (quase 500) que, pela sua participação no ato de Ação de Graças missa seguida de confraternização - nesta missão Pastoral, acabaram protagonizando um histórico Encontro Regional que reuniu os equipistas de primeira hora- aqueles que trouxeram o Movimento para o Rio Grande do Sul - e os equipistas e SCEs das duas Regiões deste Estado e membros das Regiões SC II e Paraná-Sul. Por tudo isso, a visita e o acolhimento da Equipe da Super-Região é, para nós, sinal de esperança e de força, capaz de nos sustentar na difícil tarefa de testemunhas de Cristo. Fica-nos a certeza de que cabe a nós todos, casais. equipistas, que buscam um mundo melhor, não apenas viver de sonhos e de esperas, mas de empenharmos todos os esforços para renovar a dignidade do matrimônio cristão e reconquistar aqueles que se sentem perdidos, vencidos pelas tentações de um mundo cada vez mais pagão.

Regina e Mazzotti CR - Setor E - Região RS I Porto Alegre, RS CM 391


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A SUPER-REGlAO VlSlTA O CTG TIARAVU* A visita pastoral à Província Sul III foi uma dádiva de Deus. Aos visitados e aos visitantes. Aprofundamos laços de amizade, percebemos melhor a amplitude do Movimento e nos encontramos com Deus. Os acolhedores esmeraramse para apresentar o melhor de si e a Equipe da Super-Região também deu-se a conhecer. Depois dos momentos que passamos juntos, saímos mais alegres e animados. Como a Visita Pastoral ocorreu em Porto Alegre, RS, não poderia a Província Sul III permitir que a Equipe da Super-Região deixasse a Ca-

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pi tal gaúcha sem conhecer um CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Pois, no dia 17 de abril, o Patrão João F. Dias da Silva (Presidente) e sua diretoria abriram as portas do CTG Tiarayu para um evento inédito: acolher as Equipes de Nossa Senhora. Realizamos um jantar simples, à moda gaúcha, ouvimos uma breve exposição sobre o funcionamento da entidade e assistimos a apresentação da Invernada dos Xirus (adultos). A Invernada artística dos Xirus nos brindou com uma peça alegórica "Enterro do Tenório" e danças

TI ARAYU vem de Se pé Tiarayu. lendário cacique guarani morto em 1756. cm combate contra portugueses e espanhóis, na defesa da sua terra, na chamada Guerra das Missões ou Guaranítica.

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típicas do folclore nativo como a "chimarrita", "anu", "tatu", "balaio", "cana-verde". No final, pudemos ensaiar alguns passos de dança gauchesca de salão. Nessas alturas, o leitor deve estar com o espírito aguçado para desvendar melhor o que é um CTG, o que ele faz e a quem serve. É o que explicaremos a seguir. Um Centro de Tradições Gaúchas é uma espécie de clube social privado. Melhor dizendo, trata-se de um pólo sócio-cultural em que os associados (tradicionalistas) cultuam, vivenciam, preservam e divulgam o patrimônio sócio-cultural do povo gaúcho. Há cerca de 1500 CTG's espalhados pelo Rio Grande do Sul, filiados ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, entidade que orienta e coordena a estrutura organizacional e administrativa do movimento. O tradicionalismo envolve cerca de 1 milhão de pessoas no Rio Grande do Sul e se estende por outros estados brasileiros e outros países. Um CTG diferencia-se de qual14

quer outra entidade social. As atividades desenvolvidas pelas suas Invernadas (departamentos) abrangem necessariamente o plano cultural, cívico e recreativo. Distingue-se também de qualquer outra instituição pela sua estrutura e pela nomenclatura dos eus cargos e fimções. Só para exemplificar, o presidente denomina-se Patrão, O vice-presidente chamase 1o Capataz, o Tesoureiro Agregado das Pilchas ou Guaiaca. Os departamentos são chamados de Invernadas. Suas sedes são, normalmente, "galpões", cuja construção atende requisitos próprios do regionalismo gaúcho, além de permitir o acolhimento dos associados e a realização das atividades promovidas pelo Centro. Descobrimos que um CTG não possui empregados. Os próprios associados desenvolvem todas as atividades necessárias ao funcionamento do Centro. Isto inclui a preparação do jantar e a apresentação do grupo de danças. Achamos importante destacar que a apresentação das danças gauchescas não foi realizada por um grupo de profissionais, mas por casais e famOias participantes da Invernada artística. Aqui está o motivo de incluirmos esse encontro na agenda da visita pastoral. Assim como buscamos a santificação em casal através da CM 391


espiritualidade conjugal, o foco do tradicionalismo gaúcho está centrado na família. A vida num Centro de Tradições. integra e fortalece as famílias, pois a diversidade de atividades que oferece se destinam a todos os seus membros: avós, pais, filhos, etc. Ele dá identidade às famílias que migram para os centros urbanos maiores, mantendo os laços de amizade aos moldes das culturas locais das cidades do interior. Educa as crianças, os jovens e os adultos para o convívio homem e mulher num ambiente sadio e de respeito mútuo no âmbito das invernadas artísticas, culturais e cívicas. Após as palavras de agradecimento e de explicação do que são as Equipes de Nossa Senhora por Sílvia e Chico, enceramos a visita com um momento de oração. Levamos conosco a marca indelével da presença de Deus no coração humano que se manifestou a nós na alegria, na humildade e no acolhimento de que fomos alvos. De nossa parte, deixamos também a marca da presença de Deus e a certeza de que o CTG Tiarayu não será mais o mesmo, pois como nos disse o Patrão João, posteriormente, "o nosso grupo considera-se a partir de agora como 'Vigilantes de Nossa Senhora' ". Somos, uma vez mais, CM 391

gratos a Deus pela oportunidade do encontro com os membros do CTG Tiarayu. Retornamos aos nossos lares alegres e esperançosos, pois pudemos trocar experiências com outras famílias que, como nós, buscam fortalecê-la como meio de aperfeiçoamento da sociedade. Saímos felizes por encontrarmos entre os nossos acolhedores muitos casais cristãos conscientes do seu compromisso com a história e profundamente engajados em fazer novas todas as criaturas em Cristo nosso Senhor. Por tudo, louvado seja Deus, nosso Senhor! Graça e Roberto CR Província Sul III

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A BÊNÇÃO EPlSCOPAl Eram 26 de abril, oito horas. Dona Zulma, a Secretária do Arcebispo, nos vê entrar na Cúria e pergunta: "São só vocês? Dom Da-

deus já está descendo ". Infelizmente um motorista faltoso ocasionou o atraso do microônibus. Com vinte minutos de defasagem na hora marcada, chegavam os Casais da Super-Região e Padre Sallet e Frei Rafael. Acolhidos em uma sala ampla, aguardaram a entrada de Sua Excelência, então sendo entrevistado por um repórter, via telefone. Todos, no entanto, extravasavam alegria, talvez pelos frutos de uma reunião de três dias ... Entra, finalmente, Dom Dadeus e, com simplicidade, cumprimenta individualmente a cada um. Graça e Roberto, Casal Provincial acolhedor, faz as apresentações e diz da honra que os representantes do Movimento têm em ser recebidos pelo Senhor Arcebispo e dos motivos principais da visita, quais sejam: 16

agradecer a disponibilidade dos Sacerdotes Conselheiros de equipes e manifestar o desejo do Movimento de sempre caminhar com a Igreja e o seu Magistério. Dom Dadeus, com palavras amigas, disse que a família sempre foi alvo das atenções pastorais da Igreja, especialmente nos dias atuais. Hoje a farru1ia passa por processos sociais de deterioração e, por isso, louvou o Movimento que tanto faz pelos casais e pelas famílias. Lembrou, porém, que há muitas farru1ias desfeitas, e que muitos casais que tentam refazer a família em um novo casamento, quando, na maioria das vezes, os problemas anteriores se multiplicam. Citou o caso de um senhor, casado em segunda união, que pretendia dar palestras para casais, para dizerlhes que, se no casamento tiverem cruzes a carregar, não desistam, pois numa segunda união as cruzes seriam 500 vezes mais pesadas. EnCM 391


fatizou que a Igreja não pode abandonar aqueles cujos casamentos fracassaram, como não se abandona alguém que tenha perdido um membro do corpo. E conclamou as Equipes a prestarem sua colaboração para esta pastoral. Ressaltou, porém, que não é porque a Igreja cuida dos recasados que não deva fazer um esforço maior na evangelização para um matrimónio santo e indissolúvel, sinal do amor fiel de Cristo pela sua Igreja, e elogiou as Equipes pelo seu trabalho com os casais. Distribuindo para todos uma sua cartilha que escreveu sobre controle da natalidade, disse que os casados já fazem planejamento familiar. O controle deve ser dirigido para aqueles que não são casados, a fim de evitar que

filhos sejam concebidos sem amor, cujas conseqüências, em grande parte, são o aborto ou uma vida sem dignidade. Como o Cristo foi gerado, não criado, pelo Pai, também as crianças devem ser geradas, não "feitas". Por isso é preciso investir na família, como lugar de amor, onde marido e mulher sejam um, e filhos e pais partilhem a felicidade e a vida. Após um saboroso cafezinho servido por Dona Zulma, Sílvia e Chico agradeceram o Arcebispo pela acolhida, reforçaram a disposição do Movimento de ser e estar com a Igreja, disponibilizando-o aos senhores bispos para o serviço às famílias.

Graciete e Avelino Gambim CRR Região RS I Avgambim@terra.com.br

VISlTAÀ REGlÃO SANTA CATARlNA 1 Gostaríamos de registrar também a amável acolhida que o Colegiado da Região Santa Catarina I proporcionou a alguns casais da equipe da Super-Região, que visitaram Florianópolis, após a visita à Porto Alegre. Que Deus abençoe o Casal Regional Silvia e Glauco, os Casais Responsáveis de Setor, e os equipistas da Região Santa Catarina I.

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CASAlS CHAMADOS POR CRlSTO À NOVAAllANÇA "É justamente a experiência maior do amor do casal que pode representar o amor de Deus por seu povo e por toda a humanidade: tal revelação encontrou, com efeito, sua experiência mais plena e eficaz na imagem de Aliança e do amor nupcial". (L'amore e ii matrimonio - ENS da Itália)

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Queridas irmãs e queridos irmãos das Equipes de Nossa Senhora de todo o mundo! É para nós uma alegria estar de novo com vocês, e, nesta nossa conversa, queremos retomar ainda um pouco do nosso inesquecível encontro, em janeiro de 2003. Ainda estão vivas, em nossos corações, as emoções vividas durante o nosso Encontro Internacional com os Casais Regionais, em Roma, por ocasião da celebração do centenário de nascimento do nosso querido padre Caffarel. Sem dúvida alguma, um dos pontos altos deste encontro foi a audiência particular com nosso Papa João Paulo II, o Papa da paz e do perdão. Em sua preleção aos casais, entre outras coisas, ele falou: "De fato, para os cristãos, o matrimônio, que foi elevado à dignidade de Sacramento, é por sua natureza sinal da Aliança e da comunhão entre Deus e o homem, entre Cristo e a Igreja. Por conseguinte, durante toda a vida, os esposos cristãos recebem a missão de manifestar, de modo visível, a Aliança indefectível de Deus com o mundo". É justamente sobre este tema da Aliança, que nos é tão caro, que gostaríamos de 18

refletir um pouco mais com vocês. A relação de Aliança entre Deus e o homem é situada pela tradição hebraica no início da história humana. O profeta Jeremias, tempos depois, nos profetiza que, com a vinda de Jesus, a Aliança que Deus fez desde sempre seria uma Nova Aliança. "Eis que chegarão dias oráculo de ]avé - em que farei uma Aliança nova com Israel e Judá: não será uma Aliança como fiz com seus antepassados, quando os peguei pela mão para tirálos da terra do Egito: Aliança que eles quebraram embora eu fosse o Senhor deles - oráculo de ]avé. A Aliança que eu farei com Israel, depois destes dias, é a seguinte - oráculo de Javé: colocarei minha Lei em seu peito e escreverei em seu coração; eu serei o Deus deles e eles serão o meu povo". (Jr 31, 31-33) Com a vinda de Jesus, Deus renova esta Aliança de uma maneira muito especial. Trata-se de uma Aliança de amor que Deus, através de seu Filho Jesus Cristo, nos deixa com a Eucaristia. Na noite da instituição da Eucaristia Jesus disse: "Este cálice é a Nova Aliança do meu sangue, que é derramado por vocês". (Lc 22, 20). PorCM 391


tanto, a Eucaristia é para nós o grande sinal da Nova e Eterna Aliança. Todos os batizados são chamados a viver esta Nova Aliança. No entanto nós, como casais, temos um apelo mais forte. Jesus chama a cada um pelo nome para sair e anunciar o Evangelho a todos. Quando Jesus nos diz: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis a meu Pai. Desde agora o conheceis e o vistes". (Jo 14, 6-7) é justamente porque somente através do Evangelho é que conheceremos qual é o caminho. Por estas palavras de Jesus é que devemos testemunhar o Evangelho em casal. Para nós, casais cristãos, neste novo milênio, o chamado é ainda mais forte para viver a Nova e Eterna Aliança. O mundo, neste terceiro milênio, está carente de valores, de testemunhos e de esperança; portanto, cabe a nós, anunciar a boa nova e também instaurar a nova "civilização do amor". João Paulo II diz: "Nesta hora magnifica e dramática da história, novas situações, tanto eclesiais como sociais, econômicas, políticas e culturais, reclamam hoje, com uma força toda particular, a ação dos fiéis leigos. Se o desinteresse foi sempre inaceitável, o tempo presente torna-o ainda mais culpável. Não é lícito a ninguém ficar inativo ". (Christifideles Laici, n° 3). Isso equivale a afirmar que, sem um laicato maduro e comprometido, não é mais possível, hoje, à Igreja tornar-se realmente presente no munCM 391

do, de modo adequado às necessidades da nova evangelização e implantação da civilização do amor. A Nova Aliança é salvífica, é divina, onde nós, os filhos de Deus, gozamos da liberdade que Ele nos deu, diferente da antiga Aliança, que gerava, nas pessoas, o medo. A Nova Aliança à qual nós casais cristãos somos chamados a viver é uma Aliança de amor, solidariedade e fraternidade. Bem por isso é que o sinal do cristão é o amor. A gratuidade faz parte do amor, pela qual nós, casais cristãos, somos convocados a vivê-la, criando a nova civilização do amor. Amar é querer fazer o outro feliz e realizado. Começando no lar e se alargando para o mundo, fora do nosso "pequeno mundo". "Quanto a nós, amemos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: 'Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar"'. (lJo 4, 19-20) Para viver esta Nova e Eterna Aliança de amor, as Equipes de Nossa Senhora nos propõem os Pontos Concretos de Esforço, vivenciados à luz das três atitudes. Portanto nós, casais cristãos e participantes das Equipes, se por um lado temos um respaldo fantástico em nossas equipes de base, no aconselhamento de nossos Conselheiros Espirituais, na ajuda mútua, temos, por outro lado, uma responsabilidade maior em testemunhar ao mundo esta aliança de amor. Como nos lembrava o Papa em seu discurso, Deus ama tanto, ho19


mem e mulher, que fez uma Aliança matrimonial conosco, elevando o matrimônio à dignidade de Sacramento, sinal vivo do Amor. A Aliança que Deus faz conosco, homem e mulher, no matrimônio, é uma comunhão de vida a dois, em uma só carne, que é feita para a vida toda. É como se as alianças que nós trazemos no dedo estivessem em um só cadeado, trancado, cuja chave só Deus tem. Portanto, se um dos dois quiser tirar esta aliança, precisaria romper o cadeado, e com certeza sairiam machucados. Gostaríamos de finalizar esta nossa conversa, retornando a uma citação que o Papa nos fez por ocasião do nosso encontro: "Mistério

de Aliança e de comunhão, o compromisso dos esposos convida-os a encontrar sua força da Eucaristia, fonte do matrimônio cristão e modelo para o seu amor". Por isso, a Eucaristia deve ser, para nós, o alimento, o remédio, a vida de que necessitamos. A cada dia, precisamos valorizar este grande dom que Deus nos deixou, através de seu querido Filho Jesus Cristo. Queridas irmãs e irmãos em Cristo Jesus, tenham todos sempre muita "Pax et Bonnun!" Dos seus irmãos que muito os estimam e que os têm em suas orações diárias,

Maria Regina e Carlos Eduardo Heise

VÓS 5015 SlNAlS DAAllANÇA ... Temos tratado, durante vários meses, do discurso que o Papa João Paulo ll fez em Roma, no mês de janeiro de 2003. Maria Regina e Carlos Eduardo, nesta edição do Correio da ERI, escrevem sobre o tema principal de nosso encontro que o Papa fez questão de realçar.Quanto a mim, eu gostaria, em primeiro lugar, de falar sobre a alegria que experimentei ouvindo o Santo Papa evocar o centenário do nascimento do Pe. Caffarel. Com algumas frases simples e amigas, ele se uniu a nossa ação de graças pelo incomparável ministério do Pe. Caffarel, infatigável mestre de oração, arauto da "grandeza e da be20

leza da vocação do casamento", guia que soube "destacar as grandes linhas de uma espiritualidade específica, que decorre do Batismo, sublinhando a dignidade do amor humano no projeto de Deus". Sim, continuemos fiéis às intuições sempre fecUndas do Pe. Caffarel. Muitos de nós sentimos, realmente, a presença espiritual de nosso fundador, que, no Reino de Deus, onde se realiza a Aliança selada por Cristo, permanece em comunhão com as Equipes de Nossa Senhora. Quando o Papa abordou nosso tema de reflexão com os casais responsáveis regionais - Casais chaCM 391


mados pelo Cristo à nova Aliança - ele falou, em primeiro lugar e, no momento certo, sobre "as ameaças que são feitas contra a família" (n.3 ), o que não pode seresquecido. Sem nos demorarmos sobre os questionamentos que são feitos freqüentemente à família, tenhamos consciência de que uma espiritualidade consciente e aprofundada do casamento sacramental é cada vez mais necessária. E não se trata somente de proteger os casais que se colocam ao abrigo das Equipes; trata-se de ser testemunhas esclarecidas da felicidade de viver as exigências do casamento, pois elas estão a serviço da dignidade do casal e de seus filhos e os levam à felicidade graças à capacidade de amar cuja fonte é Deus. Outra palavra forte do Papa que eu gostaria de salientar: "O casamento é, por natureza, sinal da Aliança e da comunhão entre Deus e o homem". O Papa caracteriza, assim, a Boa Nova que é o casamento: "relação recíproca e total, única e indissolúvel, entre um hornem e uma mulher, chamados a doar a vida" Por natureza, significa que é na vida do casal que podemos ter uma idéia do que pode ser a união de amor do homem com Deus; o casal vive com generosidade o amor que lhe é dado, em que cada um se abre ao outro, no respeito mútuo e

na gratidão, para alegria do cônjuge, que conhece a felicidade da fecundidade sob toda as formas; esse casal é, por natureza, um sinal - imperfeito, é claro, mas realda Aliança e da comunhão prometidas, por Cristo, à humanidade inteira. A natureza do casamento é um sinal da Aliança generosa oferecida por Deus, no Cristo, para a felicidade dos homens. João Paulo II termina sua breve mensagem, lembrando uma fra e de Paulo VI no memorável discurso dirigido às Equipes de Nossa Senhora, em 1970: "É o mistério pascal da morte e da ressurreição que se realiza" na união dos esposos, animado pelo Espírito do Senhor que lhes dá um coração novo. O chamado à nova Aliança é o apelo a que amemos como Cristo nos amou. Não há medida melhor do que o amor de Cristo: amar, como Ele, até o mais radical dom de si; mas amar, também, enriquecido pelos dons de seu amor salvador que purifica e renova nosso próprio amor. Pode haver um testemunho mais digno de crédito do que o de viver e oferecer o amor que toma essa dimensão infinita na intimidade de Cristo ressuscitado?

François Fleischmann Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERI

Noticias Internacionais Que Aventura! -Este artigo foi publicado na Carta Mensal do mês de outubro/2003 -Encarte sobre o Encontro Nacional de Brasília. página I

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EXPERlÊNClA COMUNlTÁRlA A Experiência Comunitária é um instrumento de evangelização que aproveita a vivência e o conhecimento acumulados pelos casais das Equipes de Nossa Senhora quanto à vida cristã, conjugal, familiar e em comunidade. A Experiência Comunitária das ENS concretiza-se pela reunião de um grupo de casais que procuram desenvolver seu matrimônio e vida familiar e que, para isso aceitam experimentar a vida em comunidade e participar de uma iniciação catequética que lhes anunciará a Boa Nova vivida no casamento. Sua proposta pedagógica prevê um tempo limitado para que essa experiência seja feita. Ao final, são colocadas ao grupo múltiplas opções para dar continuidade à vida comunitária cristã. Dentre as opções, é especialmente lembrado o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Cada casal faz parte de um grupo por um período de alguns meses, participando das reuniões quinzenais, partilhando os temas propostos pelo livro "Experiência Comunitária das Equipes de Nossa Senhora", trocando idéias com os outros casais que compõem o grupo. Durante as reuniões, temos algumas dinâmica para incentivar e dinamizar: leitura da Bíblia e Meditação da Palavra e abordamos temas sobre os Sacramentos, bem como outros temas voltados para a vivência conjugal, familiar e cristã. O grupo é formado no mínimo com 7 e no máximo 10 casais. As 22

reuniões proporcionam um envolvimento maior dos casais, criando vínculo entre eles. O processo de formação desses grupos parte dos próprios equipistas em suas paróquias que observam os casais e incentivam a formação dos grupos. Comunicam ao Setor e convidam os responsáveis para as devidas informações e formação oficial dos grupos. Um casal indicado pelo Casal Responsável do Setor acompanha esses grupos, seguindo os passos citados acima. Lembramos que a participação dos casais equipistas é fundamental, como coordenadores da Experiência Comunitária, com testemunhos e vivências, a fim de estimular outros casais a participarem. Primeiro, pensamos na formação do casal cristão e depois, no final da Experiência, nós os convidamos, a participar da grande farru1ia equipista. A garantia da existência e sustentação da Experiência Comunitária depende do envolvimento de todos que fazem parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Nós, equipistas precisamos ter dedicação, empenho, doação e vontade em repassar o que temos de melhor em relação à vivência conjugal, familiar e cristã a outros casais, testemunhando o que realmente é ser membro do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, dando nova vida a outros casais e a outras famílias.

Maria José e Geraldo CR Setor B - Região Rio III CM 391


OS DlSClPUlOS APÓS PENTECOSTES Cristo escolheu doze discípulos já no início de sua vida pública. É com eles que Jesus quis dar continuidade à sua obra salvífica, de remir a humanidade. Com paciência, preparou-os durante três anos. Ensinou-lhes com palavras e exemplos o que dizer e o que fazer. Eis o que Jesus lhes disse ao enviá-los: "Ide e pregai a Boa Nova do Evangelho". Que Boa Nova? A que ele mesmo era. Falar dele como? Eles eram gente simples. Não tinham nenhum preparo nem posição social para influenciar. Na verdade, os planos de Deus são admiráveis. Em nosso modo humano de pensar achamos que Cristo deveria ter mudado os discípulo em pessoas aptas e idôneas logo que os chamou. Mas, não. Não foi isso que aconteceu. Jesus havia prometido de lhes enviar o seu Espírito. Por isso, antes de voltar ao Pai, Jesus recomendou-lhes que permanecessem na cidade, em Jerusalém. Até a ressurreição e até mesmo depois dela, os discípulos acreditaram em Jesus com temor. Tanto isso é verdade que depois de sua morte eles fugiram, pensando: Que será de nós? Se mataram o Mestre, certamente nós também não teremos sorte diferente! Pentecostes é a maior festa da Igreja, e a liturgia a celebra com todas as pompas. É a festa da vinda do Espírito Santo sobre os discípulos no cenáculo, em Jerusalém. Aconteceu 50 dias depois da Ressurreição do CM 391

Senhor. No livro dos Atos, está dito como se deu o acontecimento de Pentecostes, e como foi estupenda e maravilhosa a imediata transformação que se operou neles (At 2, 1-4). Foi depois de Pentecostes que os discípulos acreditaram em Jesus não mais com temor, mas com amor. Acreditar com amor significa não ter mais medo de nada e de ninguém, nem do sofrimento nem da morte. Foi a partir de Pentecostes que os doze saíram falando de Jesus com uma coragem incrível. Então, nada e ninguém pôde mais contê-los e detê-los. A Igreja celebra com Pentecostes o seu nascimento. Com os discípulos, começaram a nascer as primeiras comunidades dos cristãos. Eles se espalharam logo pelos quatro cantos do mundo levados, todos eles, pelo sopro do Espírito. Os resultados de sua pregação só se explicam pela fé que tinham nas palavras de Cristo: "O Espírito falará por vós". Ainda hoje o Espírito Santo atua na vida da Igreja. Continua agindo sem cessar através de todos os que se fazem disponíveis e fiéis à graça do amor que ele é. Que seu Penteco tes seja de bênçãos, e que a maior bênção lhe seja a de testemunhar Cristo por uma vida de fé e por uma fé que se faz serviço aos irmãos. Pe. Orlando Gambi (do jornal "Santuário"

de Aparecida) 23


Ordenação Diaconal No dia 19 de fevereiro de 2004. na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora. MG, foi ordenado Diácono, lvanir Pedrosa Pereira. Ele é Conselheiro Espiritual daEq. 37C-Juiz de Fora. A equipe ficou muito alegre com este acontecimento e aguarda ansiosa sua breve ordenação presbiteral.

Novas Equipes Eq. 4- N. Sra. do Equilíbrio- Campo Largo, PR Eq. 13 - N. Sra. Desatadora dos nós - Santa Luzia, PB Eq. 14- N. Sra. da Boa ViagemSanta Luzia, PB

Bodas de Ouro No dia 9 de janeiro de 2004, Iracema e Veriato. comemoraram 50 anos de casados, em Porto Alegre, na Capela São Paulo. A missa de ação de graças foi celebrada pelo padre Vítor Borges, SCE da Eq. N. Sra. das Graças. Compartilharam desta alegre celebração os seus filhos, sobrinhos. netos, familiares. amigos. equipistas e a comunidade.

Comissão lnternacional de Teologia - Vaticano Pe. Geraldo Luiz Borges Hachmann, no dia 6 de março, foi nomeado pelo Papa João Paulo TI para integrar a Comissão Teológica Internacional, que aconselha a Santa Sé em assuntos de teologia e doutrina. O grupo tem 30 membros, dos quais só três latino-americanos. sendo Pe. Geraldo o único brasileiro. O mandato do cargo será por 5 anos e significa participar de reuniões anuais em Roma. Nascido há 53 anos na capital gaúcha. Pe. Geraldo. é SCE da Eq. 6E - N. Sra. do Rosário. pároco da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, diretor e professor da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e está com 29 anos de presbitério e 24 anos como professor de Teologia. Esta escolha foi recebida, por ele, com surpresa e alegria, mas principalmente com muita responsabilidade, pois lhe permitirá continuar servindo a Igreja, agora de forma mais ampla. Avani e Carlos, Eq. 6E - N. Sro. do Rosário, Porto Alegre, RS

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falecimentos Best Seller Lendo o Editorial da Carta Mensal do mês de abril de 2004, chamou nossa atenção a seguinte frase: ''Talvez. não tenhamos idéia de como ela é importante". Realmente custamos a crer na importância da leitura da Carta Mensal (um segredinho, nós também resistimos). Hoje criamos o hábito dessa leitura; ela é fonte de conhecimento, nos dá subsídios para trabalharmos em nossa comunidade. Podemos auxiliar o nosso próximo com palavras de esclarecimento, porque estamos sempre atualizados, pois, ela passa a informação das mais variadas formas (a vida do Movimento, história, texto bíblico. informações gerais), daí, podermos partilhar desse aprendizado. O conteúdo da Carta Mensal bem vivido, ajuda na nossa caminhada dentro do Movimento, pois, a gratuidade da colaboração é que faz dele um "Best Seller". Que este pequeno relato possa estimular, ainda mais os equipistas a fazer um esforço maior para a leitura da Carta Mensal, valorizando o seu conteúdo e colocando-o em prática. Não deixe essa dificuldade acontecer, crie o hábito de ler. seja um descobridor, tire dela o melhor proveito para sua vida. Basta começar! Rita e Oscar. Eq. 72C - Rio III, Rio de Janeiro CM 391

Hipérides Barbosa (da Dulcemar), ocorrido no dia 26 de setembro de 2003 - Eq 25C - Rio I Anna Cláudia Palma Coelho Nogueira (do Egydio), ocorrido no dia 12 de janeiro de 2004- Eq. 11- N. Sra. da Alegria- Guaratinguetá, SP. Carlos Clinto (da Gilda), ocorrido no dia 23 de fevereiro de 2004 Eq. 7C- Rio I Thereza (do Nogueira), ocorrido no dia 6 de abril de 2004- Eq. 89CRio I José Góes (da Norma), ocorrido no dia 20 de abril de 2004- Eq. 18C- Rio I Osvaldo Cruz (viúvo de Marina), ocorrido no dia 22 de abril de 2004- Eq. 4B- Curitiba, PR. Antônio Pinheiro da Silva (da Celma), ocorrido no dia 28 de abril de 2004- Eq. llB- N. Sra. da Piedade - Sorocaba, SP

Ordenação Presbiteral No dia 13 de fevereiro de 2004, ocorreu a ordenação presbiteral de Jonacir Francisco Alessi, SCE da Eq. 4- N. Sra. do Equilíbrio, de Campo Largo, PR. O bispo que o ordenou foi Dom Pedro Fedalto, Arcebispo Metropolitano de Curitiba. Todos os equipistas de Campo Largo e da Região Paraná-Sul alegram-se com o Pe. Jonacir e lhe desejam uma feliz vida presbiteral, repleta das bênçãos do Senhor e com a proteção de Nossa Senhora do Carmo, por quem ele tem uma devoção profunda. 25


O ESPlRlTO SANTO EMARlA

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Meditando sobre o Espírito San- de Deus. Na gruta em Belém, foi to, tomamos consciência de que sua ele que ajudou a ver que em Jesus maior obra foi a encarnação do Fi- cumpriam-se as promessas feitas ao lho de Deus. Para que ela aconte- povo escolhido. Jesus crescia sob o cesse, foi necessária - necessária olhar de Maria, e o Espirita Santo por vontade do Senhor - a colabo- levava-a a guardar em seu coração ração de uma criatura: Maria. o que não entendia. Somente assim, Jesus teve a plenitude do Espíri- interiorizando tudo, poderia penetrar to Santo desde que assumiu nossa sempre mais nos mistérios de Deus natureza humana. Foi ungido por ele (Lc 2, 19.49-51). A Igreja estava recolhida no em momentos especiais: por ocasião do batismo, no Rio Jordão (Lc 3, 22); cenáculo de Jerusalém. Obedecia a ao ir para o deserto, a fim de rezar Jesus: "Eu vos mandarei o promee jejuar (Lc 4, 1); ao voltar para a tido de meu Pai; .entretanto, Galiléia, dando início à sua prega- permanecei na cidade, até que ção (Lc 4, 14-15.21); quando, cheio sejais revestidos da força do de alegria deu graças ao Pai que alto" (Lc 24, 49). Os apóstolos e reservava seus segredos aos peque- discípulos perseveravam na oração. ninos (Lc 10, 21); e, finalmente, ao Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, ressalta: perseveravam "com ser "exaltado à direita de Deus: tendo recebido do Pai o Espírito Maria, a mãe de Jesus" (1, 14). Quem, como ela, podia dizer aos Santo prometido, o derramou sobre nós (At 2, 33). Se Jesus teve apóstolos do que é capaz o Espírito necessidade dessas unções do Es- Santo quando encontra um coração pírito Santo, o que dizer daquela que aberto à sua ação? Em sua própria a Santíssima Trindade escolheu para vida, a experiência de Pentecostes a mais nobre missão que poderia ser começara, de certa forma, na Anunciação. Se, durante a permanência proposta a uma criatura? no cenáculo, algum apóstolo lhe O Espírito Santo, que aperfeiçoa a fé mediante seus dons, inspirou e perguntasse: "Por que a senhora? sustentou Maria em seu sim por oca- Por que Deus a escolheu para sião da Anunciação. Ela descobriu ser mãe de nosso Salvador?", que não pode haver presença visí- certamente a ouvia repetir: "O Sevel do Verbo sem a prévia descida nhor viu a pequenez de sua serva" (Lc 1, 48). e atividade do Espirita Santo. Jesus nos garantiu que o Espírito Por ocasião da visita a Isabel, inspirada por ele, cantou as maravi- Santo permaneceria conosco (Jo 14, lhas do Senhor e interpretou a his- · 17). Ele, nosso Advogado e Consotória da salvação do ponto de vista lador, intercede incessantemente por 26

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nós (Rm 8, 15-16). Maria, repleta do Espírito Santo, participa dessa prece. Como a Igreja continua no cenáculo, sua presença entre os irmãos de Jesus é necessária. Em sua oração, pede que o Pai envie o E pírito Santo, a fim de que Cristo seja formado em nós e, então, possamos CM 391

dizer: "Eu vivo; mas não sou eu que vivo: é Cristo que vive em mim" (Gl2, 20).

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ Arcebispo de Florianópolis, SC 27


DEVER DE SENTAR-SE VERSUS DJACULDADES Inúmeras são as causas que fazem com que os casais sintam dificuldades em realizar o Dever de Sentar-se- "dedicar, cada mês, o tempo necessário para um verdadeiro diálogo conjugal, sob o olhar do Senhor". Foi com o intuito de sentirmos como andam as equipes de base de nossa Região, em relação a este importante PCE, que resolvemos verificar quais as barreiras existentes. Inicialmente, nos reportamos à origem do Dever de Sentar-se quando, em 1945, o Pe. Caffarel já animava, há alguns anos, vários grupos de casais - as futuras Equipes de Nossa Senhora. Ele percebe as dificuldades desses casais em estender sua comunhão de vida, também ao plano espiritual. Faz-se necessário ressaltar que, para a época, essas dificuldades eram, de certa forma, compreensíveis haja vista que vivíamos, ainda, numa sociedade patriarcal onde homens e mulheres eram diferentes, mesmo em dignidade. Marido e mulher levavam vidas cristãs paralelas que podiam até ser fervoro as, mas eram assuntos privados de que não falavam entre si . E hoje, decorridos 59 anos, como estamos vi venciando o Dever de Sentar-se? Tivemos a idéia de realizar uma pesquisa com casais da Região e nos foram apresentados os resultados a seguir decorrentes dos seguintes questionamentos: 28

• Com que freqüência o Dever de Sentar-se é realizado? todos os meses - 43%; algumas vezes 40%; pouquíssimas vezes -14%; nenhuma - 3%. • Qual o grau de dificuldade? é fácil - 65 %; é difícil - 35%. Ninguém respondeu que é impossível. • Quais as causas das dificuldades? dificuldade em iniciar o diálogo - 34%; falta de tempo 25%; desinteresse - 24%; medo de começar uma briga- 8%; vergonha- 3%; outras causas- 6%. • Estão cientes de que este PCE contribui para o bom relacionamento do casal? Analisando as respostas deste questionamento observamos que 57% (percentual preocupante) dos casais ainda não descobriram a riqueza do Dever de Sentar-se, o que nos leva a concluir que esses casais não vivem, na íntegra, um verdadeiro encontro conjugal.

Por que esses desencontros? Na era em que vivemos- a da comunicação - as pessoas se conhecem muito pouco. Raras as oportunidades de falarem de si, principalmente de sua intimidade, de seu interior. Quando se falam, normalmente, preocupam-se em projetar uma boa imagem de si ou de atrair a atenção, de parecerem sábias, engraçadas, trabalhadoras, sérias, CM 391


responsáveis, enfim, de estar em foco, de serem aceitas. Via de regra, nem mesmo nós, os casais, que vivem próximos, não nos conhecemos íntima e profundamente. É comum os casais se iludirem mutuamente, pensando que se conhecem bem, porque conseguem antecipar o que o outro está pensando ou vai dizer. As pessoas não são necessariamente o que falam. A verbalização freqüentemente não retrata o interior da pessoa. Um exemplo: na pesquisa realizada, alguns poucos casais apontaram não existir necessidade na realização do Dever de Sentar-se, pois, eles falam, conversam todos os dias. A fala é um instrumento para comunicar o que o tempo permite, para colocar em destaque um conhecimento, para atrair atenção, para tentar uma receptividade do cônjuge etc. A fala, neste caso, não reflete o interior da pessoa, como deve ser no Dever de Sentar-se. Para que a fala reflita o interior da pessoa são necessários alguns requisitos tais como: confiança mútua, caridade no falar, humildade no escutar, respeito à dignidade do outro, ausência de cobranças e finalmente, tempo disponível. CM 391

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O silêncio, a indiferença, a agressão e a fuga são mecanismos de defesa utilizados para evitar o encontro.

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Esses requisitos, que englobam virtudes e atitudes, não são os valores mais difundidos nos dias de hoje; e por outro lado, a falta de tempo faz com que as palavras não reflitam a pessoa que fala e isto faz com que a escuta seja incompleta. Para quem escuta efetivamente, com humildade, o silêncio, o tom de voz, os olhos e a expressão da face, tudo é significativo. Escutar o outro é escutar de uma maneira cristã. Abrindo um parênteses: no Encontro Internacional das ENS em Santiago de Compostela, um dos conferencistas, o Dr. Jack Dominian, dizia: "um dos fatores de suporte do amor conjugal é a comunicação e é indispensável a esse amor, quer na sua forma verbal ou não-verbal (linguagem do corpo: os olhares, os sorrisos e os gestos que trocamos)". Ele dizia ainda: "o que acontece, e sabemos isso por experiência, é que esta comunicação é um fenômeno extremamente complexo. Homens e mulheres se expressam de modos diferentes. Os homens privilegiam o objeto, a eficácia e, a descrição é baseada em fatos. As mulheres são mais subjetivas, se comunicam para estabelecer laços e implicações pessoais. Esta diferença de linguagem provoca inúmeras dificuldades. Por sua vez, as mulheres falam mais, falam melhor e se comunicam melhor do que os homens, a ponto de os homens acharem, por vezes, provocante este dom maravilhoso que elas receberam " . 30

É freqüente a falta de comunicação entre marido e mulher, como já verificamos. O silêncio, a indiferença, a agressão e a fuga são mecanismos de defesa utilizados para evitar o encontro. O medo dificulta a constru9ão de um relacionamento melhor. E a falta de coragem e de firmeza na decisão de amar, de confiar, de perdoar, de ser aberto e transparente. É a falta de comprometimento com a verdade. É o distanciamento de Deus. Concluindo. Existe solução para essas dificuldades? Não há receitas puramente humanas. Nossa resposta será tanto mais segura e efetiva quanto mais ligados estivermos com Deus. A exemplo do Pe. Caffarel, quando obteve no Evangelho de Lucas ( 14, 28-32), a resposta do seu próprio questionamento de como favorecer esta comunicação indispensável para um casal; também nós, casais , deixemos que o Senhor nos responda, elegendo como valores a Escuta da Palavra, a Meditação, buscando a Verdade e a Vontade de Deus. Sabemos que a comunidade de maior intimidade é a comunidade conjugal e ela deve estar fundamentada nos valores evangélicos, onde é possível se estabelecer e se experimentar o significado de ser uma só carne. Fora destes valores, a conjugalidade torna-se frágil, não cumpre seu imprescindível papel religioso, político e social. Graça e Juarez CR Região Rio IV CM 391


A MULHER E A SUA - NA VlDA DA lGREJA PARTICJPAÇAO Questionada se houve avanços em relação à participação da mulher na Igreja nos últimos anos, considerei ... Nota-se, nos tempos atuais, que a influência da mulher e a sua presença na esfera mundial avançam a largos passos, atingem âmbitos até então desconsiderados pela reinante discriminação sócio-cultural e religiosa. A polêmica, no entanto, é ainda forte e aguda. A nebulosidade em tomo da questão é bastante densa. Há um longo caminho a percorrer. Em certos países e até no Brasil, a marginalização e o desprezo pela mulher revelam, em termos de humanidade, o que se poderia antropologicamente classificar como "ignorância imperdoável". A nova consciência histórica da igual dignidade e presença da mulher na vida da Igreja, a modema concepção teológica, tem se enriquecido, não apenas porque a teologia começou a realçar os conceitos de igualdade humana e parcerias, não somente pelos pobres conceitos de complementaridade, mas também porque a própria mulher passou, cada vez mais, a participar na reflexão teológica eclesial. A igualdade da dignidade da vida humana, do homem e da mulher, é o eixo e o fio condutor de toda a Bíblia. O conhecimento racional da questão até já é bem abordado, oficialmente, em vários documentos da Igreja, como constatamos, por CM 391

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exemplo, na "Mulieris Dignitatem", no 6: " ... da citação bíblica (Gn 2,1825) emerge a verdade sobre o caráter pessoal do ser humano. O homem é uma pessoa, em igual medida o homem e a mulher: os dois, na verdade, foram criados à imagem e semelhança do Deus pessoal ... A mulher é criada por Deus "da costela" do homem e é colocada como um outro "eu", como interlocutor junto ao homem, o qual, no mundo circunstante das criaturas animadas, está só e não encontra em nenhuma delas um "auxiliar" que lhe seja conforme ... O texto bíblico fornece bases suficientes para reconhecer a igualdade essencial do homem e da mulher do ponto de vista da humanidade ... a mulher é um outro "eu" na comum humanidade" (João Paulo II). Portanto, hoje, não se trata de isolar a mulher como uma personagem a ser estudada, pois ambos os sexos estão inseridos e envolvidos sempre em alguma situação sócioeclesial concreta. Contudo, na prática eclesial, geralmente, essa participação ainda não se dá conforme deve ser, mas depende do convite e das circunstâncias que o envolvem. A chave, porém, não é tanto apenas a participação qualificada, mas de comunhão, de reciprocidade, de luta conjunta, de presença no processo de gestação e decisão dos projetos. A questão de avanços, aqui, não se refere ao sacerdócio ordenado, mas alude ao enriquecimento da teologia com o pensamento, a sensibilidade e a intuição feminina. Trata32

se do ser e do agir indispensável da mulher como "discípula do Mestre Jesus", a quem ela segue, olha, serve, escuta, percebe, ama, colabora e permanece fiel. Assim sendo, ela livremente, prontifica-se a ser enviada para a missão a que é chamada pelo Senhor. Que, de fato, esse seja e é o projeto de Deus, descobrimos na pessoa de Maria. Ela é presença feminina marcante, associada vitalmente à vida e ao ministério de Jesus, mesmo dos discípulos e também dos apóstolos. Não é apenas companheira da caminhada, é intermediária mesmo. Tem influência e autoridade, por meio do seu testemunho coerente e pleno do "Eis-me aqui", atitude fundamental do ser humano, e não o "penso, logo existo". Mulher da escuta, sempre em ação, Maria demonstra, filialmente, na riqueza do seu "Magnificat" o que significa a memória afetiva, feliz e libertadora da fé e do amordoação. Exulta na sua maternidade, na amorosa atitude de serviço e de solidariedade, no horizonte da plenitude dos tempos que se inicia com Jesus, nela encarnado, e por ela dado ao mundo. Mesmo reconhecendo os limites do saber humano sobre a dignidade do homem e da mulher, condicionados pela cultura e pelo tempo, podese dizer que a moderna teologia apenas começa a se preocupar efetivamente com essa temática específica da mulher. A Igreja do Vaticano II deu certos avanços quanto à participação da CM 391


mulher na Igreja. Alguns destaques: • Descoberta, de forma nova, da igualdade criacional entre homem e mulher, segundo o projeto de Deus-Criador; • Definição das relações entre ambos como relações de parceria e de reciprocidade; • Conscientização explícita de que também a mulher é mediação da revelação divina. Na Bíblia, a sabedoria divina é personificada pelo feminino (Cf. Pr 8, 22; 1Cor 14, 30-31); • Maria, como sujeito da fé, coopera para a salvação do gênero humano com a livre obediência da fé; • Reconhecimento de que a plena realização da mulher não está no homem (e vice-versa), mas em Deus. Encontramos, hoje, a mulher a ocupar sempre mais espaços eclesiais. Ela lidera retiros espirituais, também para o clero; há teólogas falando ao episcopado; professoras que atuam nos seminários, na formação presbiteral. Há ministras extraordinárias da Eucaristia, da Palavra; vigárias paroquiais; coordenadoras de diversos setores e pastorais; líderes de movimentos religiosos; assessoras nacionais de algumas pastorais ou dimensões na própria CNBB; diretoras espirituais; membros ou representantes de cargos ou tarefas importantes na própria Cúria Romana, nos Organismos das Pontifícias Academias etc. Conforme exorta São Paulo, o objetivo é chegar lá onde "não existe nenhuma discriminação", pois em CM 391

A igualdade da dignidade da vida humana, do homem e da mulher, é o eixo e o fio condutor de toda a Bfblia.

Cristo, "não há diferença entre homens e mulheres: todos são um só por estarem unidos com Cristo Jesus" (Gl 3,28). Concluo dizendo que tanto a Igreja quanto a mulher (o homem também) podemos ainda crescer na consciência sadia e libertadora de comunhão-reciprocidade, parceria entre o homem e a mulher pela causa do Reino. Percebe-se que, onde a madura presença feminina é apreciada e levada em consideração, existe, nitidamente, uma diferença de profunda vitalidade, de harmonia e de plenitude teológico-pastoral. De fato, quando o projeto de Deus é levado em conta, reconhecido e realizado, constrói-se, então, um humanismo realmente formoso e feliz.

I r. Maria Fernanda Luiza Balan Assessora Nacional do Setor Famz1ia e Vida - CNBB (da revista "Pastoral Familiar") 33


ACREDITAR NA FAMÍLIA É CONSTRUIR O FUTURO O magistério de João Paulo II é marcado fortemente por contínuos ensinamentos sobre a família. Muitas vezes, sua voz se fez ouvir como no II Encontro Mundial com as farru1ias: "Pais, das farru1ias do mundo inteiro ( ... ) 'Deus vos chama à santidade"'. Encorajaos, afirmando que

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....,

Deus os ama e quer que as farru1ias sejam felizes. Coloca as condições com firmeza: unir a fidelidade com a santidade, porque uma não pode existir sem a outra (homilia no Aterro do Flamengo, RJ). Indica a Sagrada Família como modelo para a farru1ia. Como originária Igreja doméstica, mostra claramente a inserção da fanu1ia na missão do verbo encarnado e redentor. E exorta a que vivam eanunciem o "Evangelho da Família", o qual Cristo anunciou com a própria vida em Nazaré. (Revista "Pastoral Familiar" - CNBB, out/ dez 2003) Em 22 de outubro de 2001, o papa beatificou o casal Luigi e Maria Corsini Bel trame Quattrocchi, que viveram 50 anos casados, tiveram quatro fiihos e, segundo o papa "viveram à luz do Evangelho e com grande intensidade humana o amor conjugal e o serviço da vida". Dois dos três filhos ainda vivos do mais novo CM 391


casal de beatos, Monsenhor Tarcisio e Padre Paolino, concelebraram com o Santo Padre na cerimônia de beatificação, onde se reuniram mais de 50 mil pessoas na imensa Basílica de São Pedro. O papa quis mostrar ao mundo, com isso, que a santidade não está restrita à vida religiosa nem é privilégio dos celibatários. Mais que isto, a vida dos casados estabelece uma relação favorável ao amor, um ambiente de felicidade justamente por causa do amor e da abnegação, e, via de conseqüência, um caminho para a santidade. É por isso que na Paróquia Nossa Senhora do Carmo , em São Carlos, SP, com o apoio e incentivo pastoral do Padre José Antônio Pachielli e a colaboração de casais da comunidade, estamos investindo fortemente na Pastoral Familiar. Iniciado esse trabalho com as famílias há poucos meses, já somos cerca de sessenta casais participantes, organizados em oito pequenas comunidades de até sete casais cada uma. O interessante é que são casais evangelizados, mas que até então não eram engajados e não tinham lugar na comunidade; apenas freqüentavam as celebrações semanais. A grande "sacada" pastoral do Pe. Pachielli foi perceber e aproveitar esse contingente disponível de casais carentes de um lugar dentro da Igreja e abertos ao serviço. O Espírito Santo foi conduzindo os trabalhos e as coisas foram acontecendo: convites, visitas, reuniões, dois encontros de um dia para despertar, a colaboração CM 391

Apostamos nafamilia,

porque sabemos que ela sustenta o amor e é lugar privilegiado das relações humanas.

I de casais Equipistas e Encontristas, e aqui estamos alegres e motivados ao serviço desta pastoral com as fanu1ias. Planejamos agora engajar os casais nos di versos serviços e pastorais, na medida das necessidades da paróquia e dos dons de cada um. Apostamos na família, porque sabemos que ela sustenta o amor e é lugar privilegiado das relações humanas; logo, é a construtora e artífice duma sociedade com valores e com futuro. Por isso, dizemos que o futuro da humanidade passa pela fanu1ia. Vamos, então, cuidar bem das nossas famílias! Lourdes e José Benedito de Faria Eq. 18 - N. Sra. Mãe das Graças São Carlos, SP jfariascarlos@uol.com.br 35


CONSElHO DE UM VElHO APAIXONADO "'~

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça, algo do céu te mandou um presente divino: o amor. Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue- se: vocês foram feitos um para o outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida lhe deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida. Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pes36

soa como se ela estivesse ali do seu lado ... Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados ... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite ... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado ... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela ... Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais. Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR ! ! ! Ame muito ... muitíssimo ...

Carlos Drummond de Andrade Colaboração Maria Emília e Genaro Eq. 3B - N. Sra. Mãe da Igreja Sorocaba, SP CM 391


MUDANÇAS Tudo é uma constante mudança. As pessoas mudam, o mundo muda ... Tudo se transforma com o tempo, e nada permanece igual. O que nos resta são os bons momentos que foram vividos e que ficam guardados para sempre em nossa lembrança. Devemos viver cada segundo intensamente. Nada é perfeito e em nossa vida surgem obstáculos e, muitas vezes, nos vemos sem saída e sem solução para nossos problemas. Aí, pensamos e surge a dúvida: será que existe luz no "fim do túnel"? Para tudo existe uma solução e o maior e principal problema está em nós mesmos, em nossa dificuldade de encarar os fatos e lutarmos por aquilo que realmente desejamos. Toda pessoa possui dentro de si um certo medo, uma insegurança de não con eguir e de ser um perdedor; mas a vida é uma intensa provocação, e devemos encará-la de "peito aberto", para poder vencer e mostrar a nó mesmos que somos capazes de lutar e sermos melhores. Devemos sempre seguir a voz de nosso coração e seguir, sem medo_ de viver. A palavra nunca não existe no vocabulário da vida, pois nós podemos tudo o que quisermos. A autoconfiança e a segurança devem ser as principais armas nessa batalha que se chama vida. Mas o que a vida representa? A vida é feita de momentos muitas vezes ruins e bons, tristes e alegres e, de pre ente, passado e futuro. O pasCM 391

sado foi vivido e as recordações restam para, no futuro, termos esperanças de uma vida feliz. Mas e o presente? Devemos vivê-lo ao máximo, para podermos fazer desses momentos os melhores de nossas vidas. Um conselho: viva e aprenda com a vida. A cada dia, aprendemos novas lições e com elas tiramos proveito para não errar novamente, não tropeçar no mesmo erro. Todos os dias, acordamos e fazemos praticamente a mesma coisa, e, às vezes o cotidiano cansa. Mas mesmo assim, olhe para o céu e para o sol. Enquanto ele brilhar para nós, existirá esperança. Podemos ser felizes com pequenas coisas. Sempre faça de sua vida uma eterna primavera com flores sempre a nascer. Vida é renovação, é esperança e temos que ter força para lutar. Não importa que tipo de vida você tenha, apenas viva e tente ser feliz, lute até o fim, busque seus sonhos e ideais com toda a força que puder, pois, com certeza, os alcançará e, no fim de sua vida, você poderá olhar para ·trás e dizer com orgulho: "Eu lutei, eu vivi, eu busquei, eu venci". E os pequenos e grandes obstáculos que enfrentou, você perceberá que foram como espinhos que se foram e se perderam com o tempo.

Niedja e Junio Eq. 7B - N. Sra. de Nazaré Natal, RN junioperesg@bol.com.br 37


RAÍZES PROFUNDAS "Memória para nossos filhos" "Avançando para águas mais profundas", conforme o tema do Retiro, que fizemos em 2003, nesta cidade de Catanduva. Com a agradável pregação do Frei Carlos, pudemos perceber o quanto fomos privilegiados desde o inicio de nosso namoro. Refletindo sobre a "construção da árvore de nossas vidas", mergulhamos em busca das raízes que dão sustentação à nossa fé. Assim descobrimos raízes tão profundas ... Tão profundas que ainda não nos demos conta por completo da imensidão dessa profundidade. Com o passar dos dias e aplicando os ensinamentos do Retiro, relembramos momentos; e temos certeza ... lá estava o dedo de Deus! Na busca de ascensão profissional, mudei-me de minha querida Irapuã para Catanduva e aqui conheci o Paulo César. Após cerca de um mês de namoro, ele quis conhecer minha farru1ia, e lá fomos nós, numa fria tarde de sexta-feira, para a casa de meus pais em Irapuã, na expectativa de uma bela recepção, acompanhada de um delicioso jantar. A recepção foi uma decepção, pÓis só havia alguns petiscos para lambiscar e a fome era grande. Mas, a acolhida foi ótima, pois lá estava minha mãe, ansiosa por nossa chegada. Lembro-me de suas palavras: "Tomem um lanche rápido para não chegarmos atrasados!" "Atrasa. "E' , hOJe . te mos dos.?" , pergun tet... 38

um Cenáculo, Encontro com Maria". E lá fomos nós, com fome e com frio nos "dar a conhecer e conhecer", numa noite com Maria. Foi agora, na construção da árvore de nossas vidas, que pudemos perceber que naquela noite havia muito mais do que um lanche rápido à nossa espera. Minha mãe nem quis saber qual a religião ou filosofia de vida do recém namorado Paulo César. Ela semeou o amor de Maria em nossas vidas; e eu pensava: "Deus, ele nunca mais volta aqui! Perdi o namorado". Hoje podemos testemunhar: "vale a pena construir Igreja em nosso lar"; pois este é um legado que jamais será apagado. Façamos do Sacramento do Matrimônio, instrumento de santificação; certamente, essas raízes ficarão na memória de nossos filhos.

Sonali e Paulo César Eq. 16 - N. Sra. da Ressurreição Catanduva, SP CM 391


MlNlSTÉRlO DO CASAl CRlSTAO

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Temos consciência de que o casal é a peça essencial e fundamental dentro da Igreja. É como casal que começamos uma fanu1ia 1 célula inicial da Igreja. Hoje, com 1O anos de casados, nossa consciência sobre o papel do casal cristão é muito maior do que quando nos casamos. Não que não soubéssemos da importância do compromisso que assumíamos perante Deus; mas, com o nosso amadurecimento como pessoa e casal, no aprofundamento na Palavra de Deus e na fé, entendemos melhor a responsabilidade que temos, tanto perante a Igreja quanto para um mundo mais fraterno e cristão. A caminhada que temos feito e a forma como fizemos até agora se deve primeiramente aos valores e exemplos que cada um trouxe de sua família e depois às escolhas que fizemos e fazemos a cada dia. Escolhas que fazemos, barreiras que transpomos juntos, pois assim dever ser: um apoiando o outro, as dificuldades devem unir o casal e a farru1ia e não separá-los. Com Deus caminhando conosco, tudo se desenvolve e acontece naturalmente em nossas vidas, como casal cristão e em família. É claro que essa convivência e a espiritualidade devem ser cultivadas todos os dias com compreensão, humildade, carinho, amizade, cumplicidade, perdão, perseverança e fé. Esse cultivo não pode ser feito CM 391

só dentro da farru1ia, mas também com todos aqueles com quem nos relacionamos. Que Nossa Senhora nos ajude nessa caminhada.

Denise e Pedro Eq. 8 - N. Sra. do Sagrado Coração Piracicaba, SP 39


CAMPANHA DA FRATERNlDADE Água, que no útero de nossa mãe nos conservou vivos provocando temperatura ambiente de suave caloria. Salve, água amiga, que se deixou oferecer para nos dar o primeiro banho no nosso primeiro encontro depois que saímos de nossa mãe. A senhora, amiga água, lavou nossas roupinhas de recém-nascidos deixandonos sempre bem perfumados. Obrigado, você, água pura que tocou o corpo sagrado de Jesus, Já no rio Jordão, e tomou-se elemento indispensável de nossa vida nova: o Batismo. Aliás, na mãe Igreja estava um segundo útero: a pia batismal onde você, água querida, lavando nossos pecados, nos fez filhos de Deus. Que momento sublime aquele quando, chorando, estávamos abandonando nosso antigo estado de herdeiros do pecado para assumirmos nossa condição de cidadãos do céu! Saúdo você que faz vivas as nossas matas e conserva vivos os nossos animais. Perdão, irmã água, pelas criaturas que não deixam você viver; não deixam você seguir para os oceanos e destroem seu brilho e a poluem. Que absurdo! Você quer nos lavar, e sujam você; quer nos matar a sede e nos fazer viver, e é assassinada; quer chegar ao seu destino, e secam você. Se acabarem com você, nossa história chega ao fim, nossa cidade não existirá mais; não haverá mundo, não haverá planeta terra. Você, água querida, quando sairmos desta 40

vida para morarmos no céu, você, pela última vez, quer banhar nossos corpos, para que, um dia, ressuscitados, possamos nos apresentar na festa que não terá fim. Água querida, que nos leva à compreensão do próprio Senhor que é água viva e perene, hoje, ao tocar-nos, lava todo projeto de ódio, de tristeza, de inimizades, de desunião e de toda cultura de morte. Salve, mãe água, salve, geradora da vida, salve, mantenedora dos campos de nossa existência, dos oceanos, das chuvas, do mundo. Purifique toda sujeira do nosso pecado e perfuma-nos das graças do céu. Receba nossa gratidão, nosso amor e nossa saudação, caindo sobre nós em forma de gotas de bênção, de céu, de vida eterna. Água, fonte de vida, nós a saudamos carinhosamente.

Monsenhor Guedes SCE Rio IV Rio de Janeiro CM 391


O CASAl, 11\llAGEM VlVA DA TRJNDADE Contam - não sei se é lenda ou história - que Santo Agostinho, de certa feita, andando pela praia, encontrou um menino, agachado, com uma concha na mão, tirando a água do mar, para, em seguida, derramála em um pequeno buraco aberto na areia. Intrigado, Agostinho indagou à criança o que ele pretendia fazer. O menino foi logo esclarecendo: "quero colocar toda a

água do mar neste buraco". Agostinho, com um sorriso de pena, retrucou: "mas isso que você pre-

tende é uma loucura, um verdadeiro absurdo!" Ao que o outro, de imediato, re pondeu: "é tanta loucura e tão absurdo como você querer, racionalmente, com seus raciocínios, entender o mistério da Santíssima Trindade". O menino era um anjo. Fica ai registrada a passagem, bem ilustrativa para mostrar como a pobreza do intelecto humano, em sua limitação, não é apta para explicar uma noção que, "de per si", é de dimensão infinita. Dela, pode o homem apenas aproximar-se, de alguma maneira, através de imagens e comparações, para abismar-se com a eloqüente grandiosidade de tão sublime mistério. Outro dia, ao ler uma revista, encontrei a abordagem com que Frei Raniero Cantalanessa, capuchinho, trata o assunto. Ei-la : "As 3 pesso-

as da Santíssima Trindade amamse mutuamente e são absolutaCM 391

mente dom uma para outra e absolutamente acolhida, uma pela outra, de tal forma que fonnam a unidade perfeita: são três pessoas em um só Deus". O texto formulado pelo capuchinho é, sem duvida, profundo e belo. Merece uma boa reflexão. Mais do que isso, uma verdadeira meditação. Ao meditá-lo, seria bom recordar, junto com outro frade, este gaúcho e franciscano, Hildo Conte, que "o casal humano é a profecia

do mistério do Deus Trinitário". Vale dizer: o próprio Deus, para dar idéia à pobreza da inteligência do homem do que Ele é, preferiu, ao revés de palavras, dar-lhe uma imagem bem viva, ao alcance de todos os homens, mesmo aos iletrados. Para isso criou o ser humano "à sua imagem e semelhança", isto é, capaz de amar, tanto que "homem e mulher ele os criou" (Gn 1, 27) para que, pela atração ditada pelo amor, "os dois se tornassem uma só carne =pessoa". (Gn 2, 24) Ao se unirem, um se entrega ao outro, mas ao mesmo tempo, acolhe o outro, de tal maneira que um já não pertence integralmente a si mesmo mas ao outro. Um é dom para o outro porque, entre eles, existe o amor que faz com que os dois se tomem um só. O casal é, assim, ele e ela unidos pelo Amor: três pessoas que formam uma só, a pessoa conjugal. É um grande engano, portanto, 41


pensar, como alerta Frei Raniero, que o casamento "acontece a dois'. E o engano ocorre porque, na verdade, "por sua própria natureza, acontece a três e não só no altar da igreja - e isso é o importante - porém no altar da vida" (cf. Revista O.C.D "Orar" no 32. OutDez, 2003) Como símbolo exemplar da afirmação, um autor medieval vai apelar para algo que, todo o dia e tantas vezes, une o casal, o encantamento do abraço: "este deleite mútuo, este doce gesto de amor, esta unidade

inseparável, este fa zer de dois um só, este reencontrar do ser nesta unidade singular, tudo o que podemos chamar de bom e cheio de alegria e doçura, tudo isso é o Espírito Santo". (id.ib.) Pode-se assim dizer que o matrimônio é a imagem viva que permite ao ser humano vislumbrar, não de maneira abstrata, mas, na existência concreta, a essência do mistério da Santíssima Trindade. Esther e Luiz Marcel/o Eq. IA - São Paulo

A VERDADElRA JUVENTUDE Por mais longa que seja, a vida é curta, já que está sujeita ao correr das horas e ao passar dos anos. Ser idoso é deixar predominar a coragem sobre a timidez, o amor sobre o desamor, as eternas lembranças que enriquecem uma vida. Ninguém envelhece apenas por ter vivido um certo número de anos, envelhece quando abandona os seus ideais e não renovam o seu espírito. A verdadeira jovialidade está no colorido da mente, no brilho que do íntimo se estampa no semblante do rosto, pelo sorriso, no porte leve do corpo, na modernidade e renovação do espúito. É importante que deixemos para o mundo, qualquer que seja,

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por mais íntima ou mínima que seja, a nossa contribuição, a marca de nossa existência, a prestação de contas de nossa vida, num gesto de gratidão a Deus, por ter nascido e vivido para servir. Acreditar na força criativa da terceira idade é gratificante, aí está a memória viva deste país. E está entre nós. membros das Equipes de Nossa Senhora a verdadeira juventude: Dona Nancy Moncau, que nos tem passado lições de vida com simplicidade e humildade, fazendo tanto bem a todos que fazem parte das famílias equipistas.

Maria José e José Peixoto Eq. N. Sra. do Bom Parto ltabaiana, SE

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UMA RECElTA ESPEClAL DE "SONHOS" Partilhamos com os amigos a nossa receita, nossa receita de sonhos. Não pensem que basta misturar uma boa quantidade de paixão com outra boa dose de sexo, ainda que seja de boa qualidade, e regar com suco de amabilidades. Não é suficiente para fazer a liga. Pode ficar enjoativo e certamente desandará. Mas atenção: esta é uma mistura básica e necessária, porém não é tudo. Há outros ingredientes e temperos indispen áveis. Para auxiliar a liga da massa, acrescentem duas medidas generosas de abnegação, afinal "alguém tem que ceder". Passem o orgulho pelo ralador e salpiquem tudo com a farinha da humildade. Triturem bem o egoísmo, coloquem no moedor junto com o que tiverem de intolerância e reservem em um recipiente, ao molho de bastante paciência. Em seguida, juntem à massa um fio constante de diálogo, enquanto mexem os ingredientes, até que a mistura esteja harmônica. Procurem o que acharem de perdão e compreensão e agreguem a esta pasta para dar maciez e textura à massa. Para levedar, ponham uma colher transbordante de boa formação e esperem fermentar. Não esqueçam que sempre faz falta uma pitada de exigência, para dar aquele toque especial. Adocem tudo com bom humor a gosto. Batam bem a massa, sovando-a sempre com muito esforço: recomendamos que utilizem os Pontos Concretos de Esforço, que se encontram com facilidade no Movimento das ENS. Antes do cozimento, partam a massa em tantos pedaços quantos sejam apropriados para satisfazer os que necessitam de vocês e dêem aos bolinhos o formato que preferirem, borrifando sobre eles uns confeitas de cuidados pessoais e boa aparência, que sempre estimulam o apetite. E o mais importante: levem a receita ao forno da Igreja, untando a forma com bastante oração. Assem no fogo do amor de Deus. Dependendo dos gostos e das necessidades, a massa pode ser enriquecida com recheios variados. E, assim, terão sonhos realmente saborosos e nutritivos, por toda uma vida.

Maria da Graça e Eduardo Barbosa Eq. N. Sra. do Bom Conselho Membro da Eq. Satélite da Formação- ERI Porto Alegre, RS CM 391

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UMA SURPRESA AGRADÁVEL! Era uma quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004, quando me preparei para sair do trabalho para o almoço, e subitamente aparece um senhor, que me aborda da seguinte forma: "Você é o Daniel?" Eu respondi, confirmando que sim, e pedi para que ele se identificasse. E, ao identificar-se, foi me apresentando a Carta Mensal mais recente (fev/mar 2004), e dizia ser desta grande família que são as Equipes de Nossa Senhora. Pude perceber nitidamente, a alegria estampada no rosto daquele homem. Por diversas vezes vindo a nossa cidade para tratar de negócios com seu filho, desejava ardentemente encontrar alguém das ENS, pois, no ano passado a Carta Mensal divulgou um artigo sobre o nosso EACRE. E, desta vez, ele vai até a Igreja de Santo Antônio (primeira paróquia da nossa cidade) e lá pede informação ao pároco Pe. Almir que, por sua vez indica o nosso local de trabalho. Assim, ele veio ao nosso encontro. Confesso que naquele momento, uma mistura de alegria e emoção, fez-me sentir na pele, a felicidade de ser equipista. E, naquele papo sadio, convidei-o a visitar meu irmão Veríssimo, da Genilde, (Equipe 6), onde conversamos por alguns minutos. E aí convidei-o também para almoçar conosco, na nossa casa. Ele recusou o convite, alegando que seu filho o esperava no hotel. 44

Por coincidência, aquele era o dia da reunião formal da nossa equipe e lhe fiz o convite para participar da reunião. Que feliz coincidência! Éramos, eu e minha esposa, o casal animador do mês. Lembro-me muito bem que, à noite, ao me aproximar do portão da rua com o desejo de receber os casais que deveriam chegar para a reunião, lá estava aquele senhor do outro lado da rua, com a Bíblia e a Carta Mensal, pronto para estar conosco. E aí o fui apresentando à minha esposa e aos casais que chegavam. Durante a reunião, e principalmente no momento da co-participação, este homem pôde demonstrar o amor que sente pelo Movimento, e testemunhou que, mesmo viajando, ele e sua esposa, rezam simultaneamente o Magnificat, em horário previamente combinado. Todos os casais, inclusive o SCE Pe. Luciano, ficaram surpresos e felizes, por mais este presente que as ENS, nos ofereceu. Pois é, estamos falando do Sebastião, da Margarida, que fazem parte da equipe N. Sra. Rainha da Paz, da cidade de Belo Jardim, PE. Que Nossa Senhora continue a providenciar momentos como estes, na vida de todos nós.

Daniel (da Genailde) Eq. 2 - N. Sra. Aparecida ltabaiana, SE CM 391


A RESPOSTA DE DEUS Na terceira gravidez da minha nora Letícia, o médico que fez a ultra-sonografia, logo no início da gestação, aconselhou-a a abortar, pois a criança nasceria com problemas mentais e talvez também físicos. Naturalmente, ela recusou e decidiu, com meu filho Paulo, receber com mais amor ainda a criança, viesse como viesse. Até escolheram o nome: se fosse menina, seria Clara, se menino, Davi. Como somos vizinhos, sugeri fazermos em família a novena da Medalha Milagrosa. Diariamente, depois do almoço, vinham eles com Pedro e Thiago (que tinham 8 e 6 anos) e todos nós rezávamos em frente à imagem de Nossa Senhora das Graças. No 5° dia da novena, acordei de madrugada e não pude mais dormir. Resolvi então fazer as leituras litúrgicas do dia. Antes, rezei pedindo pela nova criança da família e roguei a Deus, que tudo pode, que a formasse perfeita e contrariasse o prognóstico médico. Abri então a Bíblia e logo na primeira Leitura estava a resposta de Deus para mim. Por intermédio do profeta Amós(9, ll)Elemeprometeu: "Na-

quele dia, levantarei a cabana arruinada de Davi, repararei as suas brechas, levantarei as suas ruínas, e a reconstruirei como nos dias antigos". Claro que nem pude mais dormir. E antes que meu filho saísse para o trabalho, corri à casa dele e CM 391

disse aos dois que, embora quisessem uma menina depois dos dois meninos, era o Davi quem iria chegar! E li para eles o que eu acabara de ler na profecia de Amós. A emoção foi grande. Não me surpreendi quando meses depois os exames mostraram que viria um menino. Nem quando, em 7 de janeiro de 2003 Davi nasceu perfeito e sadio, conforme Deus prometera. Em janeiro deste ano, na festa do 1o aniversário de Davi, adivinhem qual foi o bolo que a Letícia fez? Uma Bíblia aberta, e o versículo 11 do capítulo 9 de Amós, escrito sobre o glacê para todos poderem ler. .. Ah! E o Davi agora já caminha e mexe em tudo, é o mais sapeca da casa ... Nas maravilhas que faz, Deus surpreende, às vezes, até nos detalhes das respostas que nos dá ...

Mafalda (do Álbio) Eq. 3B - N. Sra. do Carmo Florianópolis, SC 45


ESPlRlTUAllDADE CONJUGAl: FRUTO DE UMA MlSSÃO Depois de ter participado durante algum tempo em missões da Igreja, entramos para as Equipes de Nossa Senhora. Como já tínhamos alguma experiência catequética, tentamos entender o carisma do Movimento e começamos a caminhar conforme as orientações recebidas. Tempos depois, fomos convidados a trabalhar na Equipe do Setor pois, por impossibilidade do então Casal Responsável continuar desempenhando seus trabalhos, o convite para substituí-lo recaiu sobre nós. Trabalhávamos muito nessa época em nossas profissões. Nossos filhos eram adolescentes, tínhamos muitos gastos e pouco tempo para outros compromissos. Resolvemos, então que não daríamos o nosso sim, àquele convite. Houve uma reunião de Setor em nossa casa e estávamos bem decididos e à vontade para dizer não. Após a leitura da Palavra, escolhida para aquela oportunidade, o padre José Roberto, nosso Conselheiro do Setor, ao fazer a ressonância da mesma, deixou evidente qual seria a vontade do Senhor, para nós. Olhamos um para o outro e dissemos que, diante daquelas colocações, não podíamos deixar de dar o nosso sim. Por isso, aceitamos, mas ficamos com muito medo, pois não conhecíamos a contento nem os documentos do nosso Movimento. Tínhamos até então coordenado uma Experiência Comunitária e acompa46

nhado os trabalhos da Equipe do Setor, durante dois anos, mas isso era muito pouco ... Reunimo-nos com o padre José Roberto e traçamos um plano de trabalho para o ano: de nós três visitarmos todas as equipes de base. Sentimos que, para isso, deveríamos ler os Documentos Básicos, para ficar melhor preparados. Quanta riqueza! Quanta sabedoria! Discutíamos cada um deles, depois de lidos e fomos inserindo no Setor algumas orientações que haviam se perdido no tempo. A cada riqueza encontrada, nova inserção. Continuamos com os Mutirões, Formações, Experiências Comunitárias, Pilotagens e novas equipes surgiram: eram 12 e passaram a ser 19. Pudemos explicar ao Reitor do nosso Seminário Diocesano o que eram as ENS e surgiram então alguns seminaristas para acompanhar essas novas equipes. Que maravilha! Mas, a maravilha maior foi o que aconteceu conosco paralelamente a esses acontecimentos. Quando começamos a trabalhar juntos, o padre José Roberto nos alertou da necessidade diária de oração e da leitura da Palavra, ou melhor, da Oração Conjugal. Que pedíssemos a Deus por todos os que nos orientavam dentro do Movimento, por todas as equipes e, principalmente, por nossa Equipe de Base. Aconselhou-nos a participar, mensalmente, do Sacramento da Reconciliação; dessa participação passamos a tirar a nossa Regra de CM 391


Vida, juntamente com ele. Passamos também a participar da "missa a mais' e começamos a fazer o nosso Dever de Sentar-se, de uma maneira mais consciente. Mas, um dia, durante uma viagem, ressurgiu um problema antigo, entre nós, casal, que gerou um conflito muito grande. Discutimos, choramos e alteramos nossas vozes, não sabendo como resolvê-lo. Estávamos muito mal e não havia clima para sair do hotel onde estávamos hospedados. Os dois juntos, naquela situação constrangedora, sem saber o que fazer. Recomeçamos a discutir e finalmente vimos que não chegaríamos a lugar algum. Então, caímos de joelhos diante do Senhor e pedimos que Ele nos desse uma luz. Ficamos rezando, chorando e pedindo insistentemente, até que nos acalmamo , conseguindo conversar de novo, desta vez, num outro tom, certamente inspirado por Deus. Com a graça Dele, nos entendemos. Naquele dia, começamos verdadeiramente o nosso casamento. Era o ano das nossas Bodas de Prata. Tivemos uma celebração lindíssima, presidida pelo nosso querido amigo e conselheiro, aqui tantas vezes já mencionado. o padre José Roberto. O coral das ENS, de J undiaí, nos presenteou nessa liturgia com músicas devidamente preparadas para as Bodas; tivemos, depois, um almoço de congraçamento, preparado por alguns estimados equipistas. A partir de então, fizemos outras experiências de entrega ao Senhor e Ele sempre nos concedeu a graça CM 391

Aconselhou-nos a participar, mensalmente, do Sacramento da Reconciliação; dessa participação passamos a tirar a nossa Reqra de Vida.

da sua presença em no sas vidas. Entendemos que o Espírito Santo só pode agir em nosso casamento, se abrirmos nosso coração a uma entrega total a Ele, com toda a nossa força, com toda a nossa inteligência, enfim, com todo o nosso amor. Hoje, continuamos a viver na certeza de uma total dependência ao Senhor. No sa preocupação é de não perdermos a consciência de sempre nos colocarmos como instrumentos seus. O resultado dessa entrega é, certamente, o mesmo constatado pela nossa Mãe Maria Santíssima: o Senhor fez e continuará a fazer, em nós, maravilhas! Santo é o seu nome!

Maria Clara e Antonio Luiz Equipe 6A- ]undiaí, SP 47


TEM A VER, SlM! Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda, advertindo a todos: -Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha disse: - Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, portanto não me incomode. O rato foi até o carneiro e repetiu: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira! -Desculpe-me Sr. Rato, disse o carneiro. Não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. O roedor dirigiu-se, então, à vaca. Ela foi categórica: -Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar o seu triste destino. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira tinha prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou ... O fazendeiro levou-a imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre nada melhor que uma canja de galinha. O marido pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal para a refeição. Como a doença da mulher avançava, os amigos e vizinhos vieram visitála. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o carneiro. A mulher não melhorava e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro, então, sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo. Moral da história: Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que ele não lhe diz respeito, lembre-se de que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos. Assim acontece nas Equipes, vamos nos ajudar! Pense! Alguma coisa pode ser feita!

Eliane e Toniasso, Eq. 6B - N. Sra. Abadia, Campo Grande, MS elianetoniasso@correios.com.br 48

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Meditando en1 Equipe Estamos no mês de junho, e o calendário litúrgico indica para nossas celebrações as festas da Santíssima Trindade, do Corpo e Sangue do Senhor, do Sagrado Coração de Jesus ... Proponho que meditemos no amor que nos envolve profundamente: o amor da Trindade Santa manifestado na nossa harmonia de vida .

leia atentamente: zCor

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Sugestões para meditação: A partir destas saudações de Paulo aos Coríntios, o que você deseja às famílias dos seus amigos de equipe ? Viver nessa harmonia, é garantir, a graça, o amor e a comunhão com a Trindade Santa. Comente com os equipistas esse intercâmbio entre o céu e a terra . Pe. Ernani

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Oração litúrgica Salmo 147 1. Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou . 2. A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo . Ele envia suas ordens para a terra, E a palavra que ele diz corre veloz . 3. Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos e suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 E-mail : secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org .br Home page: www.ens .org.br


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