ENS - Carta Mensal 388 - Fevereiro e Março/2004

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°388 • Fevereiro I Março

2004

EDITORIAL

PARTILHA E PCE

Da Carta Mensal ....................... ... .. O1

O Dever de Sentar-se ...... .. .... ....... .. 28

SUPER-REGIÃO Bênção Desde o Começo ............... 02

ATUALIDADE Homenagem ao Santo Padre,

Presentes .................... .... ...... .. ........ 03

o Papa João Paulo 11 ... .. .. .. .............. 31

Santidade e Perfeiçao é Viver o Amor

Campanha da

em Plenitude .. .. ............ .. ...... .... .. .... 05

Fraternidade 2004 .......... .. .. ...... .. .... 32

ENCONTRO NACIONAL DE BRASÍLIA Prestando Contas ...................... .. ... 07

TESTEMUNHO Dia da Família Equipist a ............... . 33 Do Outro Lado do Mundo .. .. ...... ... 34

VIDA NO MOVIMENTO O Valor do Testemunho .. ............... 08 Nosso Conselheiro Espiritual

REFLEXÃO A Parábola do Mar da Galiléia

Mais Antigo Volta ao Pai ............... 1 O

e do Mar Morto .... ..................... ... . 35

Sessão de Formação .. .................... 11 Casais à Beira do Caminho ............ 13 Casal Piloto ............ .. .......... .... ........ 14 ENCONTROS PROVINCIAIS . .. .... . 1 5

Encarte: ABNEGAÇÃO

Pe. Flávio

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ...... 24

Carta Mensal é uma publicação mensal dns Equipes de Nossa Se1úwra

Wilma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Registro .. Lei de Imprensa" Janete e Nélio n• 219.336 livro B de Pe. Emani J. Angelini 09.10.2002 (Conselheiro Espiritual) Edição: Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos (responsáveis)

Jornalista Responsável: Catherine E. Ntulns (mw 198J5J Projeto Grá.f~eo: Alessandra Carignani

Editoração Eletrônica, Canas, colaborações, rwtícias, Fotolitos e Ilustrações: testemunhos e imagens devem Nova Bandeira Prod. Ed. ser enviadas {Xlra: R. Turiassu, 390- JJ• andar, Carta Mensal cj. 115 - Perdizes - São Paulo R. Luis Coelho, 308 Fone: (Oxxll) 3873.1956 5° andar • conj. 53 0 1309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 3256.1212 Impressão: Gráfica Roma Tiragem desta edição: 16.700 exemplares

Fax: (Oxx/1 ) 3257.3599 ca rtamensal@ens.org.br

lo/C Cecflia e José Carlns


Irmãos queridos: Sejam todos bem-vindos ao ano 2004! É sempre estimulante iniciar um novo ano. A idéia de recomeçar tudo com a experiência adquirida no ano que passou, a quase certeza de não cometer os mesmos erros, a esperança de ver alguns sonhos transformados em realidade, a coragem de mudar, de "virar a mesa", se for necessário ... Temos muitos dias à nossa frente, que serão felizes ou infelizes, dependendo, em grande parte da nossa abertura ao Espírito, da nossa maneira de viver cada um deles, de nossa fé, de nossa perseverança, de nossa esperança cristã, do olhar solidário que dirigirmos aos nossos irmãos, dos nossos atos concretos de amor e doação. Vivamos este ano como filhos confiantes em um Pai amoroso, mas conscientes de que Ele espera que usemos o melhor de nós mesmos para construir na terra uma paz atenta, ativa e redentora. A primeira Carta Mensal deste ano nos traz uma presença importante: uma reflexão do Pe. Flávio Cavalca, Conselheiro Espiritual da Equipe da Super-Região, sobre a Abnegação, um tema que o Pe. Caffarel considerou não ter sido suficientemente desenvolvido na caminhada do Movimento. É uma oportunidade de meditação e de discernimento para todos os casais. O casal Maria Regina e Carlos Eduardo que enriquece a Equipe Internacional com seu entusiasmo e sabedoria, num artigo muito interessante, nos fala um pouco de como são feitas as reuniões dessa equipe, do efeito produzido pelo nosso Encontro de Brasília no casal Roberty e no Mons. Fleischmann e da admiração deles diante da dedicação, da alegria e do acolhimento dos casais brasileiros. Temos ainda as "reportagens" sobre os Encontros Provinciais, que traçaram os próximos passos do Movimento. As palavras-chave foram alegria, responsabilidade e missão. As avaliações, muito positivas, consideraram, de uma maneira geral, que esses encontros foram enxutos e bastante produtivos. E, para terminar, além de todas as notícias e outros artigos de interesse geral, uma colaboração comovente, que vem "do outro lado do mundo" e mostra a importância da Carta Mensal, como elo de ligação entre os equipistas. Estejam onde estiverem, eles podem "devorar cada palavrinha com avidez, saciando sua sede de boas novas". É por isso que o trabalho que fazemos, com tanto amor, na nossa Carta, é uma bênção para todos nós. Um abraço bem grande a todos e o nosso carinho especial para o casal Maísa e Claudemir Borázio. Nós estamos rezando por vocês.

Equipe da Carta Mensal

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BÊNÇÃO DESDE O COMEÇO A espiritualidade conjugal, como todas, é gradual. Seu ponto inicial está no primeiro namoro. Creio que não estamos muito habituados a ver uma bênção e um desafio de Deus nesse turbilhão que se levanta no coração quando se descobre alguém como especial e diferente. Não creio que Deus perca a oportunidade, e por isso mesmo penso que, inicialmente todo amor é dom que vem do alto, com toda a sua força, complexidade, impulsos e ambigüidades. Ainda que muitas vezes depois desfigurado, é sempre desafio divino para a abertura ao outro. De mais a mais, esse primeiro amor poderá chegar ao compromisso definitivo do amor no matrimónio. E o matrimónio é um sacramento e, portanto, desde o início certamente será bênção de Deus, e não flor a desabrochar de raiz espúria. O namoro é o começo de uma caminhada, primeiros passos no longo aprendizado do amor. Pode e deve ser nova porta de entrada para encontro mais profundo com Cristo, compromisso com a generosidade que vai removendo o egoísmo, treino para a fidelidade leal, desvendar do mistério do outro, não apenas outro mas diferente, homem ou mulher, com características que só agora se manifestam mais claramente. Com o namoro, e mais ainda ·com o noivado, nasce novo olhar sobre a vida, mais sério e comprometedor, por2

que agora está em jogo também o destino de mais alguém, e até de muitos outros. Não seria difícil trazer outras provas que o início do amor entre dois jovens é bênção e dom de Deus. Mas, de momento, estou mais preocupado em imaginar como você, casal equipista, poderá levar uma alegre e sólida mensagem para os namorados e os jovens que estão à espera do primeiro amor. Comece, talvez, redescobrindo como dom divino sua própria descoberta primeira do amor. A riqueza e a felicidade que isso lhe trouxe, e também o quanto mais rica poderia ter sido a experiência, se alguém lhe tivesse mostrado algumas perspectivas mais desafiadoras. Reafirme sua confiança no amor, que vem de Deus, e na sua capacidade de plantar generosidade sincera nos corações. Passando por sobre os anos, volte aos seus primeiros anseios, e reacenda as chamas de seu amor. Viva-o alegre, generosa, esperançosamente como dom divino, como desafio para o crescimento. Faça que o amor brilhe em seus olhos, transpire por todos os seus poros, seja a marca de sua vida, seu louvor a Deus. E depois, bem, se ainda for preciso, diga alguma coisa aos namorados.

Pe. Fló.vio Cavalca de Castro,. cssr SCE da Super-Região CM 388


PRESENTES Olá, gente amiga! Estivemos lá, fizemo-nos presentes. E que alegria poder constatar que naquela 27a Assembléia Nacional da Pastoral Familiar encontravam-se equipistas de vários locais do Brasil, comprometidos com funções de representantes regionais na Pastoral Familiar, e não só casais, como também sacerdotes, numa prova inequívoca da articulação entre Pastoral Familiar e ENS. Gostaríamos de lhes mostrar a foto com os integrantes da Secretaria Nacional da Pastoral Familiar, capitaneados pela Irmã Fernanda, pessoal sempre atento e pronto a dar o suporte aos trabalhos da Pastoral Familiar em todo o país. Nesse operoso grupo de trabalho fazem-se presentes pessoas que também são nossos irmãos equipistas. Pois bem, esta Assembléia Geral aconteceu nos dias 8 e 9 de Novembro de 2003, na cidade de Brasília. Aproveitando a viagem até a capital federal e tendo em vista que nas noites de sexta-feira e sábado não havia trabalho na Assembléia da Pastoral Familiar, utilizamos o tempo livre para uma reunião, na casa de Mariola e Elizeu, com a equipe que coordenou o nosso 1o Encontro Nacional das ENS, a fim de fechar os últimos levantamentos CM 388

e levarmos também o agradecimento de todos os equipistas do Brasil aos casais equipistas brasilienses. E no sábado, à noite, pudemos participar de alguns momentos do Encontro Provincial Centro-Oeste. Mas voltando à Pastoral Familiar, foi uma assembléia que permitiu uma revisão dos trabalhos de todo o ano de 2003: as realizações, os grandes encontros e uma perspectiva para a caminhada em 2004. Discutiu-se assim o 3° Plano Estratégico Plurianual de Evangelização Familiar, numa visão que procura contemplar uma atualização dos planos anteriores, aperfeiçoando seus acertos e podando os seus aspectos menos positivos. Esse planejamento estratégico é o conjunto de ações a serem desenvolvidas num determinado período, apresentando as metas sugeridas, de forma a permitir o seu acompanhamento e realização. Nesse plano buscou-se enxugar, 3


para atingir mais eficácia, o conjunto de 10 prioridades da Pastoral Familiar, procurando focá-las apenas em três: a) Formação de Agentes; b) Implantação da Pastoral Familiar nas bases (paróquias) e na zona rural; c) Realização conjunta e articulada de ações sociais. Visando a melhor definir essas metas, reunimo-nos em grupos e em plenário, alavancados pelos momentos de oração e de celebração da Eucaristia, fonte primeira do dinamismo de todo e qualquer trabalho de evangelização. Presente e de mãos estendidas. É assim que o nosso Movimento precisa estar cada vez mais articulado com a Pastoral Familiar, nas diversas regiões, setores e paróquias . Nosso Movimento, apesar de seu carisma estar centrado no casal, tem estreita afinidade com o mundo da família, e temos condições de oferecer nossas descobertas e nos-

sas experiências concretas sobre o amor conjugal a tantas situações de carências que se constatam ao nosso redor. A Pastoral Familiar continua sendo uma prioridade de ação das Equipes de Nossa Senhora e, na reflexão que vimos fazendo em torno do papel missionário do casal cristão, descortinam-se imensas possibilidades de ações concretas que estão a esperar por nós. Especialmente neste ano de 2004, em que somos impulsionados a compreender que a missão do casal equipista é fruto da vivência da sua própria santidade conjugal, possamos estar lado a lado, presentes, anunciando aos casais jovens, aos casais e falll11ias em situações de dificuldades, que haverá sempre uma esperança quando se busca o verdadeiro amor. Com nosso carinhoso abraço,

Silvia e Chico CR Super-Região

AMOR E ABNEGAÇÃO "O amor e a abnegação são as duas faces da medalha. Não há amor sem abnegação, e uma abnegação que não seja uma abnegação de amor é uma abnegação impossível de se praticar. Refletindo sobre isso, compreendi que o Senhor inventou o matrimônio como grande meio de desenvolver o amor, e como grande meio de favorecer a abnegação" .

Do "Discurso de Chantilly"- Pe. Caffarel

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SANTIDADE E PERFElÇAO É VIVER O AMOR EM PlENlTUDE O Terceiro Milénio, que almejamos cheio de paz e fraternidade, exigirá um cristianismo vivo e dinâmico, da Igreja Povo de Deus, onde todo cristão é chamado a assumir um papel ativo na vida e na missão da Igreja. O leigo, em especial, é convocado - e tem respondido cada vez mais - a alimentar uma vida interior e impregnar com o sabor do Reino todas as dimensões da sua vida pessoal, familiar e social. Para tanto, o Papa João Paulo II convidou a Igreja a "avançar para águas mais profundas. Que havemos de fazer (At 2,37) para dar um novo impulso para a vida cristã? E aponta o próprio Cristo, como a força inspiradora do nosso caminho, e a santidade como uma urgência pastoral". Somos todos chamados à perfeição. Sem qualquer esforço ou merecimento de nossa parte, unicamente pela graça recebida no batismo. Em Jesus Cristo- o único santo, que amou a Igreja, por ela se entregou para santificá-la, cumulou-a com o dom do Espírito Santo, somos todos chamados à santidade. "A santidade é um dom oferecido a cada batizado, para que viva conforme a vontade de Deus" (cf. lTs 4, 3-8). A vida nova que recebemos de Deus consiste principalmente em podermos amar a Ele e aos irmãos. Deus nos fez à sua imaCM 388

gem, livres, inteligentes e capazes de amar. É só pela graça de Deus que podemos começar a amar. No batismo é o seu Espírito que nos transforma, nos santifica, nos dá um coração novo, para podermos amar como Ele. O teólogo Leonardo Boff diz: "O amor é energia, é efusão, é relação. Deus é um vulcão que se irradia por todos os Lados e reclama companheiros no amor". E mais: "num continuo estado de conversão a Cristo, podemos viver a santidade no dia a dia, na família, no trabalho, na escola. Como Jesus, podemos ser santos cercados dos amigos, passeando pelas ruas, cidades, tocando a vida das pessoas de várias maneiras, perdoando, curando, criticando o legalismo e os fardos pesados colocados nos ombros dos outros". Pe. Flávio, refletindo com a equipe da Super-Região sobre a virtude da caridade, advertiu: "Pensamos que precisamos Jazer força para amar a Deus e o próximo. É o contrario, não precisamos Jazer força nenhuma, porque Deus está agindo. Nós é que fazemos força contrária, para não amarmos como Deus". Como consolo, o ensino do Pe. Caffarel: "O Senhor já ama em nós, o santo que um dia iremos ser". Crescer no Amor. Só existe um caminho para crescer no amor: 5


é vivenciá-lo e praticá-lo em plenitude, em abundância. O Senhor chama seu povo à santidade e lhe dá condições para fazer a sua vontade. "A capacidade de crescer em santidade depende da capacidade em nos abrirmos à ação do Espírito Santo". A graça de Deus nos faz ver que os pecados, nossos e do mundo, são obstáculos à ação do Espírito de Deus e à realização do seu plano de amor. Podem ser apelos e oportunidades para crescer na espiritualidade, fazendo brotar o amor que nos leva a ofertar a Deus Pai, em Jesus Cristo, tudo o que Ele nos deu - nosso ser, nossas energias, talentos e projetas, para que Ele disponha segundo a sua vontade. Amando, assumimos com Cristo, "uma espiritualidade do serviço, que não poupará esforços para participar da construção de uma sociedade mais justa e fraterna". Para crescer no amor. Conforme Pe. Flávio, "procurar crescer no amor é o nosso primeiro dever, não vem dos nossos exercícios ou das nossas ginásticas espirituais. É em primeiro lugar dom de Deus. Por isso temos que pedir sempre e da nossa parte cultivar uma entrega generosa, uma abertura generosa ao amor de Deus". Mais do que nos oferecermos para fazer alguma coisa, trata-se de ofertar a própria vida para que o Senhor a guie, segundo a sua vontade. Quem deseja sinceramente que o Amor de Deus seja espalhado pelo mundo para a felicidade de seus irmãos e irmãs, não 6

pode deixar de empenhar-se para crescer no amor.

Crescendo no Amor e na Graça, assumimos a missão de difundir a fraternidade e mostrar ao mundo que Deus nos ama. Diante do individualismo e do consumismo que abafam a justiça e a paz, o desinteresse de tantos pela mensagem de Jesus, pela vida religiosa e sacramental, podemos ser atraídos a uma espiritualidade mais intimista e distante dos problemas do mundo e dos desafios da missão evangelizadora, ou então sermos tentados a cair no conformismo. Hoje, o papa convida toda a Igreja "a caminhar com ouvidos atentos, olhar perspicaz, pernas desentorpecidas, passo lépido e coração grande para sermos instrumentos do Amor". Como membros da Igreja, todas equipes estão sendo chamadas a aprofundar sua união com a Igreja e sua missão. Na condição de leigos casados, nossa santificação é no e pelo casamento, e nossa missão é dar frutos da espiritualidade conjugal para responder às indagações dos homens e das mulheres do nosso tempo que aspiram por justiça, paz, fraternidade e valorização da vida em todas as dimensões. Rogamos a Maria, que nos alcance a graça de nos abrirmos mais ao Amor para que tenhamos mais santos leigos, operários, camponeses, industriais, políticos, artistas , como desejava o Pe. Caffarel. Fraternalmente,

Vera Lúcia e José Renato Casal Secretário Tesoureiro CM 388


PRESTANDO CONTAS Quando iniciamos os preparativos do nosso 1o Encontro Nacional das ENS em Brasília, tínhamos um horizonte bastante complicado em termos econômicos, mercê da época eleitoral e subseqüente troca no Governo Federal. Num cenário de incertezas e turbulências, as previsões feitas pela organização do Encontro eram bastante justas e apertadas. No entanto, graças ao empenho dos nossos coordenadores, e a inegável providência de Deus, diversas situações começaram a se reverter. Nos acertos finais dos contratos e pagamentos das contas, além de obtenção de descontos, foram obtidos preços excepcionais, gratuidades diversas, isto tudo sem contar inúmeras doações de terceiros e das próprias equipes de trabalho de Brasília As contribuições mensais, também estiverem, o tempo todo aplicadas, gerando ganhos financeiros que ajudaram a aliviar as pressões da inflação. Portanto, somados os descontos, doações, gratuidades e receitas financeiras, foi alcançada uma grande economia nos custos, de forma que o resultado financeiro deste 1o Encontro Nacional, apresentou um saldo credor da ordem de R$ 323.320,38 (trezentos e vinte e três mil, trezentos e vinte reais e trinta e oito centavos). Uma carta explicativa dessas receitas e despesas estará sendo encaminhada aos participantes, através de sua respectiva equipe, e a CM 388

documentação estará à disposição para eventual verificação. Como esse saldo positivo pertence de direito a todos os pagantes, a equipe da Super-Região decidiu devolvê-los a cada participante do nosso Encontro de Brasília, respeitada a proporcionalidade dos pagamentos feitos, conforme tenham sido com hospedagem ou sem hospedagem. Assim, para cada pessoa que pagou sua inscrição com hospedagem, está sendo feita a devolução da quantia de R$ 95,44 (noventa e cinco reais e quarenta e quatro centavos), e para os sem hospedagem, a quantia de R$ 38,19 (trinta e oito reais e dezenove centavos) Queremos mais uma vez agradecer a sua presença ao nosso 1o Encontro Nacional de Brasília. Com esta prestação de contas e devolução das sobras, ficam encerrados os trabalhos que competiram às Comissões Nacional e Local, a quem mais uma vez manifestamos nosso mais profundo agradecimento por toda a generosa dedicação a este importante evento, cujos frutos vêm sendo colhidos de norte a sul do Brasil. Com o nosso carinhoso e fraternal abraço,

Equipe da Super-Região 7


O VALOR DO TESTEMUNHO Diz o ditado que as palavras comovem e o testemunho arrasta! Nada mais verdadeiro pudemos sentir e vivenciar em meados do ano findo. Tivemos a oportunidade de presenciar testemunhos tanto de indivíduos, como de casais e mesmo comunitário. Ao se reunirem em Brasília mais de quatro mil pessoas, pudemos presenciar o valor e a força do verdadeiro testemunho, mística do nosso querido Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Com o intuito de transmitir a nossa experiência pessoal, gostaríamos de colocar para vocês um pouco da nossa percepção de fatos ocorridos em relação ao 1o Encontro Nacional das Equi1---'-.... pes de Nossa Senhora, realizado em Brasília no último mês de julho. Reunião da ERI de novembro de 2003. Estávamos no início do mês de novembro, quando tivemos nossa última reunião da ERI do ano de 2003. Como de costume, tivemos uma reunião com uma pauta bastante extensa, que nos tomou praticamente cinco dias de trabalho. Mas também, como sempre, chegamos ao final da mesma com o sentimento da realização de mais uma reunião de trabalho extremamente profícua para o nosso Movimento. Para que esta nossa convivência de trabalho possa nos levar igualmente a uma construção de uma verdadeira comunidade de equipe, no primeiro dia, após a oração da manhã, temos um momento dedicado a nossa partilha de vida espiritual 8

Os olhos se voltam para nós. Precisamos dar ao mundo, mais do que nunca, o nosso testemunho de unidade e fidelidade. Como nos propõe a nossa Super-Região: "avancemos com fidelidade". e uma co-participação de nossas vidas, particulares e de serviço, relativo ao período decorrido desde a nossa reunião anterior. Esta reunião nos tocou profundamente já, desde esse momento inicial. O nosso Conselheiro Espiritual, Mons. Fleischmann, pediu para ser o primeiro a nos relatar sua experiCM 388


ência de vida. E podemos dizer, sem exagero, que a maior parte de sua co-participação versou sobre sua visita ao Brasil e ao nosso Encontro Nacional. O rrúnimo que poderíamos dizer é que ele realmente vibrou com tudo o que viu e sentiu em nosso país. Foi como se fora uma verdadeira descoberta de uma outra realidade em relação à Europa, inclusive em termos de Igreja. Para dar um pequeno testemunho de seu entusiasmo, vamos lhes contar o seguinte: diariamente celebramos uma Eucaristia na pequena capela existente no Secretariado da França, celebração essa presidida pelo Mons. Fleischmann e com a participação dos seis casais da ERI e o casal secretário. Pois bem, com exceção da missa de domingo, em todas as outras celebrações o Mons. Fleischmann fez questão de usar a estola e as alfaias que ganhou aqui no Brasil, durante o Encontro Nacional. E fez questão igualmente de mostrar o álbum de fotografias tão carinhosamente preparado pela Cecília e José Carlos, casal responsável pela nossa Carta Mensal, os quais presentearam tanto os Roberty como o Mons. Fleischmann com esta significativa lembrança. Os Roberty também não economizaram elogios por tudo o que viram e sentiram, tanto em relação ao nosso país como em relação ao nosso povo. No decorrer de nossa reunião, por diversas vezes, retomavam a um ou outro aspecto sobre determinado ponto visto ou ouvido por aqui. Pudemos sentir claramente que, realmente a visita dos três ficou indeCM 388

levelmente marcada em suas pessoas. Nos comentários deles, alguns aspectos que fizeram questão de sublinhar, foram a alegria, a espontaneidade, a hospitalidade, a seriedade e a responsabilidade de nossos equipistas. Também os marcou profundamente a formação e o conhecimento dos nossos equipistas com respeito ao Movimento, além da marcante deferência pelo nosso fundador, Padre Caffarel. No momento de vivenciarmos a nossa co-participação, para melhor exprimir o nosso sentimento com relação ao Encontro de Brasília, lemos o artigo (devidamente vertido para o francês, é lógico) "Que Aventura!", dos nossos irmãos Régis e Claudionor, de Santarém. O testemunho foi tão marcante que se resolveu publicá-lo no próximo Correio Internacional da ERI. Também os italianos nos pediram uma cópia para publicá-lo na Carta Mensal italiana. Queridas irmãs e irmãos equipistas; se tudo isso são notícias mais do que auspiciosas, não podemos deixar de refletir sobre o que isto representa para nós em termos de responsabilidade perante o Movimento Internacional. Os olhos se voltam para nós. Precisamos dar ao mundo, mais do que nunca, o nosso testemunho de unidade e fidelidade. Como nos propõe a nossa Super-Região: "avancemos com fidelidade". Com todo nosso carinho

Maria Regina e Carlos Eduardo Heise Equipe Responsável Internacional 9


NOSSO CONSELHEIRO ESPlRlTUAl MAlS ANTIGO VOlTAAOPAl Em 1955 alguns casais procuraram o Cônego Pedro Rodrigues Branco para estudar alguma coisa a mais que o evangelho para casais. Estava em Jaú na época uma pessoa de São Paulo de nome Clóvis Garcia, que já conhecia um movimento que supria a vontade dos casais. Ele fazia parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Assim reuniram-se em Jaú, pela primeira vez, no dia 3 de outubro de 1955 quatro casais, mais cônego Pedro, fundando a primeira equipe no interior do Estado de São Paulo: Equipe 1 - Nossa Senhora do Patrocínio. Desde o seu início em Jaú, cônego Pedro esteve a frente do Movimento. Durante muitos anos sempre participou de todos os eventos do Movimento, em São Paulo e outros locais onde o Brasil todo se reunia. Nascido; em Santana do Parnaiba em 7 de abril de 1914, e já com 89 anos, sua saúde foi definhando e nos últimos tempos, isto é, até setembro de 2003, ele estava assistindo 3 equipes: lOA- N. Sra. Mãe da Igreja, 1B- N. Sra. do Patrocínio e 8B- N. Sra. do Carmo. Já um pouco fraco de saúde, continuava firme com as equipes, tanto nas prévias como nas reuniões. E no seu trabalho na Abadia de São Norberto, atendia casais e pessoas que estavam em dificuldades. Infelizmente tudo na vida tem um 10

fim, e como ele mesmo dizia, estava preparado quando o Senhor o chamou no dia 12 de dezembro, dia de N. Sra. de Guadalupe. À noite, todas as equipes de Jaú se reuniram na Abadia de São Norberto onde Cônego Pedro foi velado. Foi celebrada uma missa pelo atual SCE do Setor, Cônego Rubens Oliboni. No dia seguinte foi sepultado no local reservado aos Premonstratenses. Que Deus possa recompensá-lo por tudo que fez pelas equipes e pelas pessoas que se aconselhavam com ele. Olga e Heidir Eq. lB- N. Sra. do Patrocínio Jaú, SP CM 388


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SESSAO DE FORMAÇAO a) Nfvell Santarém, PA - Nos dias 4 e 5 de outubro de 2003, realizou-se a Sessão de Formação Nível I, em Santarém. Essa Sessão nos convida a sermos cristãos comprometidos com as causas do Reino de Deus. Foram dois dias de intensa formação, especialmente para as Equipe mais novas. Fomos acolhidos, como sempre com muito carinho no Seminário São Pio X, e o Conselheiro Espiritual das equipes 9 e 13, Pe. Antônio Jorge, mostrou-nos a importância do povo de Deus e a Historia de salvação em nossa vida hoje, ressaltando as dificuldades, as diversas alianças que Deus fez com seu povo, o medo de Moisés quando foi chamado para assumir a missão de libertar o povo da escravidão no Egito (Êxodo 3, 7-9. 10,2). As palestras foram desenvolvidas de maneira criativa, por casais equipistas e pelo SCE, ajudando-nos na assimilação dos temas. Os trabalhos de grupos e plenários foram momentos de intensa descontração e criatividade, mostrando o quanto foi assimilado. Temos que confiar que Deus estará conosco quando nos chamar para uma missão. Temos que acabar de uma vez por toda com o medo de assumir uma missão ou função no CM 388

Movimento, na comunidade ou na sociedade. Saímos renovados e mais comprometidos com nossa maneira de ser Igreja. Pe. Antônio Jorge nos falou, na celebração final, da alegria de pertencer ao Movimento, que tem como objetivo ajudar os casais a caminharem para a santidade. Registela e Claudionor Rocha CR - Pré-Região - Santarém, PA

Região Bahia/Sergipe BAHIA: NQs dias 29 e 30 de agosto de 2003, realizou-se a Sessão de Formação - Nível I para os Setores A e B de Salvador, no auditório do Colégio Estadual Pedro Calmon, tendo como pregador o Pe. Lázaro Muniz, SCE do Setor B, que trabalhou o ternário específico para este nível de formação. Na homilia da Celebração Eucarística, o Pe. Lázaro falou ainda do "Compromisso Cristão", ensejando aos presentes participarem com perguntas e intervenções para maior clareza do

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tema. Pela avaliação dos participantes, a Sessão produziu bons frutos, capacitandoos a prosseguir com mais firmeza na caminhada em busca da santificação.

SERGIPE: A Sessão de Formação- Nível I para a Coordenação de Aracaju e o Setor de Itabaiana foi realizada nesta última cidade, nos dias 13 e 14 de setembro de 2003, no Centro de Treinamento de Pastoral, tendo como pregador o Pe. Francisco Carlos, SCE da Região Bahia/Sergipe. Ele trabalhou o tema com vistas à espiritualidade conjugal. No encerramento tivemos uma bonita Celebração Eucarística, em cuja homilia o Pe. Francisco ressaltou pontos do ternário apresentado. Na opinião de vários participantes, a Sessão de Formação ensejou maior conhecimento a respeito da fé e da doutrina da Igreja. Lourdinha e Manoel CR Região Bahia/Sergipe

b ) Nivel 11 - Regiões Rio 1 11 1V e V Os ensinamentos do Pe. Caffarel nos deixam certos de que os casais cristãos devem estar preparados para suas funções evangelizadoras. Isso, evidentemente, há de ser feito como uma constante formação dos casais. Foi diante dessa necessidade e I

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I

Sergipe

exigência que, a Província Leste reuniu 56 casais das quatro Regiões: Rio I, III, IV e V, e realizou a Sessão de Formação- Nível II (Ser Igreja), nos dias 4 e 5 de outubro de 2003, no Hotel Fazenda São José das Paineiras (antigo Centro Marista), em Mendes, RJ. Os trabalhos, nesses dois dias, seguiram uma dinâmica sadia e profícua, despertando nos casais presentes um entusiasmo alegre, consciente, compenetrado. A ênfase dos trabalhos esteve vinculada à História da Igreja, de Cristo até nossos dias, tudo isso, evidentemente, direcionado aos momentos atuais pelos quais transitam os equipistas: o casal cristão e a sua significação e presença no mundo. Aí há que destacar-se o extraordinário trabalho de busca e pesquisa que desenvolveu Padre Tarcísio, SCE da Província Leste, conduzindo os temas dessa Sessão de Formação de uma maneira muito rica e objetiva. Mais uma missão cumprida com alegria, felicidade e empenho, pelos CM 388


coordenadores e pelos equipistas participantes, na busca da espiritualidade conjugal, a ser usada como ferramenta indispensável na sustentação das comunidades que reivindicam o labor dos Equipistas de Nossa Senhora. Lília e Varzea Eq. 33FRegião Rio V Rio de Janeiro

Casais à Beira do Caminho Josefa Batista e Maurício Olenhoki, casados no civil há 10 anos e Ana Seocina e Divino Sebastião, casados no civil há 33 anós, finalmente viram seus sonhos se realizarem recebendo o sacramento do matrimônio. Os dois casais embora felizes, sentiam-se incompletos, pois, os sacramentos da penitência e da eucaristia. não faziam parte de suas vidas. Esses dois casos chegaram ao conhecimento dos casais da Eq. N. Sra. Aparecida e tomados pelo espírito de serviço que nos ensina Maria, abraçaram essa missão e cercaram os dois casais de atenção. Eles os conscientizaram, orientaram e encaminharam, providenciando todo o necessário, para a realização dos casamentos. Tudo foi preparado conforme o sonho de toda noiva. A cerimônia religiosa foi realizada no dia 21 de junho de 2003, para o casal Josefa e Maurício e, no dia 19 de julho de 2003 para o casal Ana e Divino. A equipe sentiu-se feliz e honrada por ter ajudado esses casais, que estavam à beira do caminho. a se aproximarem mais de Jesus Cristo Eucarístico. Nilza e José, Eq. N. Sra. Aparecida, Paraguaçu Paulista, SP

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CASAl PILOTO

No dia 15 de novembro de 2003 foi realizado, em São José dos Campos, o II Encontro Regional para formação de Casais Piloto, no Campus Aquarius da UNIVAP (Universidade do Vale do Parafba). Este Encontro foi promovido pelo Setor B de São José dos Campos e contou com a participação de cerca de 50 casais da Região São Paulo Leste I (setores de Caraguatatuba, Jacaref, Caçapava, A e B de São José dos Campos), além do nosso casal Responsável pela Região SP Leste I, Lêda e Marcos. A abertura do Encontro foi feita pelo CR do Setor Hermelinda e Arturo que, citando as palavras do Padre Flávio Cavalca, nos disseram que todas as vezes que procuramos melhorar, aprender e nos aperfeiçoar, estamos buscando a santidade. E que estávamos ali para sermos mais santos. O encontro teve como objetivo principal a preparação de casais para pilotarem novas equipes e constou de três partes: o Casal Piloto, o Manual da Pilotagem, e a Prática da Pilotagem, que foram muito bem abordados pelos casais Yara e Pau14

lo José (Equipe 1B), Lúcia e Ary (Equipe 7B) e Tharcilla e Alcindo (Equipe lB), todos com grande experiência em pilotagem, que se revezaram e se desdobraram nas apresentações. Após as palestras sempre abríamos para perguntas, debates e troca de experiências entre os palestrantes e os casais participantes, o que enriqueceu muito o Encontro. Para o encerramento de um dia de muito aprendizado, onde a animação e o entusiasmo foram uma constante durante todo o evento, foi celebrada uma missa pelo padre Reinaldo Barbosa de Oliveira, SCE do Setor B de São José dos Campos que, na homilia nos falou sobre a missão do casal cristão e nos estimulou a crescermos nela e com ela. Para encerrar, uma frase que foi uma constatação do nosso dia de trabalho: "Os que põem sua esperança em Deus, renovam suas forças" (Is 40, 31).

]oanita e Péricles Eq. 2B - S. José dos Campos, SP CM 388


Província Norte Os encontros das Equipes de Nossa Senhora muito nos lembram a vivência das primeiras comunidades cristãs. É uma alegria total o reencontro dos que já se conhecem ou que participam pela primeira vez. Foi neste espírito de alegria que nos encontramos na casa de retiro Monsenhor Giordano, em Manaus, nos dias 14 a 16 de novembro de 2003, para o Encontro da Província Norte. Queremos destacar a presença de Pe. Flávio Cavalca, SCE da Super-Região Brasil, que mais uma vez veio abrilhantar nosso encontro com suas sábias palavras que transformam nossos corações. O Casal Provincial, Graça e Encarnação, coordenou o Encontro, fazendo com que todos estivessem bem à vontade, destacando na abertura a importância de estarmos reunidos como lideranças das Equipes de Nossa Senhora, da Província Norte. Somos chamados a ser instrumento de renovação das famílias, sendo verdadeira Igrejas domésticas.

Província Norte

CM 388

Nas celebrações eucarísticas foi desenvolvido o tema central: "Casal, face alegre da Igreja doméstica", abordando os seguintes lemas: "Que o amor seja um louvor a Deus"; "Casal, alegria do serviço e da hospitalidade"; "Casal, mensageiro da alegria cristã". As liturgias foram momentos fortes para que pudéssemos compreender o verdadeiro sentido de nos entregarmos alegremente ao chamado de Deus para servirmos aos irmãos. Pe. Geraldo falou-nos sobre a Campanha da Fraternidade de 2004 que tem como tema: "Fraternidade e Água", e lema: "Água Fonte de Vida". Frisou que a água é um direito da pessoa humana, como também é um valor sagrado. Como Igreja, temos que fazer alguma coisa para que nossos filhos tenham água potável daqui alguns anos. Tivemos o privilégio de ouvir as sábias palavras de Dom Luís, Bispo auxiliar de Manaus, que nos falou da situação da Igreja local. Destacando a situação da cidade, onde muitas pessoas passam necessidades enquanto outros têm pão com fartura. Finalizou dizendo: "Ai de mim se não evangelizar". Graça e Encarnação fizeram uma explanação sobre o "Setor Formação e substituição", ressaltando a leitura bíblica do lava-pés (Jo 13, 12-17), onde Jesus nos convida à missão, ao serviço aos 15


irmãos. A responsabilidade não deve ser sinônimo de força e poder. Significa serviço. Nos grupos de reflexão percebeuse que quase todos os setores e equipes têm as mesmas dificuldades, com a falta de compromisso dos equipistas, a falha na comunicação, problemas para conciliar o horário dos equipistas com o horário do conselheiro, a necessidade de reestruturação de equipes. Porém, o espírito de boa vontade é marca forte dos casais responsáveis, que pensam em dar a volta por cima e transformar os setores e dar vida nova às equipes. Nos momentos de reuniões dos grupos Pe. Flávio coordenou a reunião com os Conselheiros Espirituais. Graça e Encarnação passaram as orientações para 2004, fazendo uma retrospectiva do desenvolvimento e das atividades do Movimento na região amazônica, frisando os objetivos de animar, zelar e aproximar-se das bases. Deram um flash sobre o Estudo do Tema que tem um papel importante para a formação dos equipistas. Salientou que a Super-Região Brasil não apresentou nenhum tema especifico ou pronto, que cada equipe terá a liberdade de escolher o tema; no entanto, deve ser feita a escolha com coerência e responsabilidade, dentro das orientações do Movimento. O Conselheiro Espiritual da préRegião Santarém, Pe. Ronaldo, depois de ouvir os testemunhos dos casais dizia: "uma coisa é impres-

sionante nas ENS os testemunhos dos casais, seja aqui ou em São Paulo, todos destacam a impor16

tância da oração em suas vidas ". Para fechar com chave de ouro as palestras, Pe. Flávio Cavalca nos falou com seu jeito carismático e profundo, sobre a espiritualidade conjugal, lembrando que "a vida

conjugal traz consigo grandes riquezas mas, também, dificuldades. E o casal tem que desenvolver a caridade, como meio de percorrer o caminho para chegar à santidade. Jamais serão casais santos, se não forem casais comprometidos". Registe/a e Claudionor Rocha CR - Pré-Região Santarém Santarém, PA

•••

Província Nordeste Os dias: 7, 8 e 9 de Novembro. O local: a Colônia dos Salesianos, na histórica cidade de Jaboatão dos Guararapes. A cor predominante: o vermelho. Cor de sangue novo. Do coração. Do Fogo. Aliás, a ordem do nosso Casal Provincial, Cida e Raimundo, era para que saíssemos todos "incendiados" pela chama do Espírito Santo, renovando o ardor de casal missionário. E todos, num sentimento de comunhão e alegria, se deliciaram com as palestras e flashs proporcionados pelos Casais Regionais e pelos Sacerdotes Conselheiros Espirituais. O nosso SCE Provincial, Pe. Carlos Maurício exortou-nos para o enfoque central de 2004: promover a espiritualidade conjugal, reforçanCM 388


do que a missão do casal é fruto dessa espiritualidade conjugal. As celebrações foram muito ricas, seguindo o tema central do Encontro do Colegiada: "Casal, face alegre da Igreja doméstica". Os Casais Regionais juntamente com o Bispo Emérito de Fortaleza, Dom Edmilson, foram responsáveis por alguns momentos de formação. Vários casais tomaram posse como novos Casais Responsáveis de Setor, e todos pediram as luzes do Espírito Santo para que eles animem e conduzam os seus setores dentro da pedagogia do Movimento. Um destaque especial foi dado, pelo Pe. Marconi, SCE da Região Pernambuco II, à Campanha da Fraternidade 2004, cujo tema é: "Fraternidade e a Água". E o lema: "Água, Fonte da Vida". Um outro ponto abordado, de grande importância para as ENS como Igreja, foi a apresentação das novas "Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil", o documento 71 da CNBB, pelo Pe. Miguel, SCE da Região Paraíba. Este documento traz muitas pistas para a missão do casal equipista nos próximos anos. Como não podia faltar, houve uma grande confraternização, um momento festivo, onde todos partilharam, doces, frutas e salgados regionais, tudo isso ao som de cantos, músicas regionais e a indispensável CM 388

"Muvuca" de Irmã Terezinha, da cidade de Santa Luzia, PB. Enfim, todos saíram comprometidos com o desejo maior do Movimento, como serviço na Igreja e no mundo, que é valorizar e revigorar a espiritualidade conjugal, nosso carisma. Vamos lembrar as palavras de Cida e Raimundo, e vamqs "tocar fogo", "incendiar", as nossas regiões, setores e equipes para assim "avançarmos com fidelidade às águas mais profundas".

]ussara e Daniel Chacon CR Região Paraíba

••• Província Centro-Oeste Falar do Encontro Provincial, realizado em Brasília, DF, de 7 a 9 de novembro de 2003, é relembrar momentos indescritíveis. Estivemos reunidos num clima de alegria, trabalho e fraternidade. A abertura foi realizada pelo Casal Provincial Rita e José Adolfo. 17


Vê-los na coordenação do evento era vislumbrar fervor e zelo, contagiando todo o colegiado de ardente entusiasmo. Em uma de suas apresentações deram-nos um testemunho emocionante, revelando que as dificuldades da vida nunca serviram de escudo para não assumirem missões no Movimento. Preparamo-nos para entrar em 2004 como apóstolos da conjugalidade, levando aos nossos setores e equipes de base a "Missão do Casal: Fruto da Espiritualidade Conjugal", cujo objetivo é "Avançar com fidelidade". Neste contexto, surgiu a necessidade de se dar ênfase à Oração Conjugal e ao Dever de Sentar-se durante todo o ano. As celebrações eucarísticas , por sua vez, davam exemplo de profunda espiritualidade. Nossos Conselheiros, ali pregando com empenho e amor, pareciam competir no quesito capricho . Padre Norbey, Conselheiro da Província Centro-Oeste, provocou-nos com a seguinte reflexão: "A perfeita

Província Centro-Oeste 18

unidade é caminhar a dois a serviço do Pai. Fora disso, não há como atingir a perfeição". A exposição da Campanha da Fraternidade, com o lema "Água, Fonte de Vida", mostrou-nos a preocupação da Igreja com as nossas riquezas naturais e essenciais . "Fraternidade e Água" será transformada em convite de engajamento na defesa do nosso próprio destino. Na confraternização de sábado, a felicidade estava visível no rosto de cada um. De forma teatral e cômica, cada região transmitiu a sua mensagem positiva. O casal responsável da Super-Região Brasil, Silvia e Chico, que estava participando de um encontro da Pastoral Familiar, esteve presente conosco por alguns momentos, abrilhantando ainda mais a nossa festa. Do conteúdo programado, destacar os pontos relevantes é tarefa difícil, pois foi um Encontro Provincial muito rico em todos os aspectos. Em suma, reunidos em Cristo, tivemos a graça de viver um fim de semana iluminados pelo Espírito Santo. Nas reuniões de grupos, por exemplo, a troca de experiências foi maravilhosa. Do Encontro Provincial saímos convictos: Deus é que nos escolhe para uma missão. Basta amá-lo na pessoa dos irmãos.

Rosária e Hudson CR Setor B ltumbiara, GO CM 388


Equipes de Nossa Senhora

Temas de Formação

,.,

ABNEGAÇAO Pe. Aávio Cavalca de Castro, cssr

Janeiro

2004


ABNEGAÇÃO lntrodução O tema nasceu de uma leitura da palestra do Pe. Henri Caffarel, em Chantilly (1987). Tenho a impressão que era a primeira vez que se aprofundava o tema nas reflexões das Equipes de Nossa Senhora. A certa altura diz o texto: "Agora quero dizer-vos o que, em minha opinião, foi menos bem visto. Em primeiro lugar: entusiasmado com esses jovens casais tão ricos de amor, eu tinha pensado que o amor fosse o grande fator de perfeição, e que era preciso dizer-lhes: 'Sejam fiéis ao amor!' Não me tinha lembrado que Cristo oferece dois meios aos que querem tender para a perfeição: o amor e a abnegação. Deus quer perfeição do cristão, quer a perfeição do casal, quer que o ser humano se torne perfeito, e essa perfeição só poderá ser obtida pela fidelidade ao amor e à abnegação; ou seja: ao dom de si e ao esquecimento de si. O amor e a abnegação são as duas faces da mesma medalha. Não há amor sem abnegação, e uma abnegação que não seja uma abnegação de amor é uma abne-

gação impossível de se praticar. Refletindo sobre isso, compreendi que o Senhor inventou o matrimônio como grande meio de desenvolver o amor, e como grande meio de desenvolver a abnegação. Compreendi que a abnegação não deve estar ao lado do amor, mas que a verdadeira abnegação é precisamente impor-nos o compromisso de nunca deixar de amar, de viver sempre na atitude do "para ti" e nunca na atitude do "para mim". Para caminharmos nas estradas da terra, o Senhor deu-nos duas pernas. Para caminharmos nas estradas da santidade, o Senhor deu-nos dois meios: o amor e a abnegação. Percebi, então, que eu tinha incitado os casais a caminhar com apenas um pé para chegarem ao termo. E não se vai longe caminhando com apenas um pé, sendo necessário avançar com os dois pés, um após outro. E quanto a isto não estou muito certo de que tenha entrado bem no espírito das ENS. O matrimônio é, pois, um grande meio de amor e um grande meio de abnegação. Grande meio de abnegação, precisamente para permitir o amor".

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1. O Sentido Esse o texto que está na palesdas Palavras tra de Chantilly, no início da segunda parte "O que foi menos bem Na tradição da espiritualidade visto do carisma fundador". Apesar de eu ter afirmado que, cristã encontramos três termos ao que parecia, essa era a primei- muito usados: abnegação, renúnra vez que o tema era enfrentado cia e desapego. Os dois últimos, renúncia e na reflexão das equipes, depois encontrei um texto escrito pelo desapego, referem-se mais à atiPe. Caffarel em 1959. Quando da tude diante dos bens exteriores à preparação do Encontro de Roma, pessoa. Renunciar a isto, renunmandou para 1oão XXIII uma ciar àquilo, desapegar-se deste apresentação das equipes, e ali di- ou daquele outro bem, ao passo zia: "Há outro equivoco perigo- que o primeiro termo, abnegação, so; os leigos correm o risco de se refere mais à própria pessoa e imaginar que poderão atingir a aos seus bens interiores. Podeperfeição na caridade sem pas- mos dizer que a palavra abnegasar pelo caminho da abnegação. ção tem na tradição cristã uma Sobre este ponto é também impor- variedade muito grande de sentante que a mensagem do Evan- tidos. Por isso, mais do que uma gelho lhes seja proclamada na definição, podemos dar apenas sua integridade. 'Se alguém qui- uma descrição. A palavra abnegação prendeser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e se ao verbo negar, com o reforço siga-me' (Lc 9, 23). É uma exi- da partícula ab que indica afastagência que eles estão preparados mento. O verbo é reflexivo: abpara entender, se lhes for bem negar-se, significando negar-se, mostrado que a renúncia e a cruz recusar-se, colocar-se em segunserão - como a oração e os sa- do plano. É assim que temos, na cramentos - os grandes meios linguagem comum, a abnegação para o seu crescimento na cari- de uma mãe, de uma esposa, de dade". (A Missão do Casal Cris- um pai de família, de um missionário, que se entregam totalmentão, pg. 41-42) O tema, pois, é abnegação. Vou te à sua tarefa, sem levar em contentar apresentar apenas uma re- ta muitos de seus interesses. Teflexão inicial, à espera que alguém mos sempre a atitude de alguém que põe em segundo lugar seus a complete.


interesses e valores, enquanto considerados inferiores aos interesses e valores que o motivam. Abnegação é a atitude de quem não se coloca em primeiro lugar, mas sempre abaixo de Deus; de quem não se preocupa em primeiro lugar consigo mesmo, não se deixa levar pelo egoísmo, é capaz de abandonar tendências e instintos que tendem à auto-satisfação, à procura desenfreada do prazer, do poder, do luxo, do prestígio. A idéia de abnegação traz consigo, pois, a negação do egoísmo fundamental que nos quer dominar. Abnegar-se é reconhecer-se incapaz de dar sentido à própria vida sem referência aos outros e a Deus. Note-se bem, a pessoa não deixa de levar em conta seus interesses e seus valores, mas aceita colocar esses interesses e esses valores dentro de uma escala onde, possivelmente, há valores e interesses maiores. Na linguagem comum, renúncia indica principalmente o abandono de bens exteriores em função de um bem maior. É bom notar que, no pensamento cristão, a renúncia não é um valor em si. Abandonar alguma coisa, abandonar alguma vantagem pura e simplesmente não faz ninguém melhor do que era antes. O decisivo é sempre o motivo pelo qual se renun-

cia alguma coisa. Se esse motivo for suficientemente grande para justificar a renúncia, ela é aceitável do ponto de vista cristão. Caso contrário, estamos diante de uma atitude meramente filosófica que nada resolve. Para o cristão, a renúncia a bens materiais, ou culturais, ou pessoais, tem sentido se for em função de um bem maior. Desapego, por outro lado, caracteriza a atitude de quem sabe dar aos bens exteriores o valor relativo que lhes compete. Sabe usar os bens e sabe amar as pessoas sem se escravizar.

2. A Abnegação no Novo Testamento

Se olharmos para o Novo Testamento, vamos encontrar algumas passagens que será bom recordar. Temos em primeiro lugar Lucas 9, 23-24: "E Ele dizia a todos, se alguém quiser seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a cruz de cada dia e me siga, pois, quem quiser salvar a vida vai perdê-la, mas, quem perder a vida por amor de mim, esse a salvará". Note-se que, segundo Lucas, Jesus apresentava essa exigência a todos. Não era uma doutrina reservada só para os doze ou para um grupo privilegiado. Dirige-se a todos. E usa essa


expressão forte "tome a sua cruz". Andei informando-me, e parece que na época a expressão era bastante comum, porque era também muito comum o suplício da cruz. Normal que na linguagem comum houvesse muitas expressões como: "vou aceitar a minha cruz", no sentido de "vou enfrentar essa dificuldade", ou "estou pronto a tudo para conseguir isso ou aquilo". Sendo assim, "tome sua cruz" significa: quem quiser seguirme deve estar pronto para tudo, até mesmo para aceitar a morte, e até mesmo para aceitar morte terrível como a morte do suplício da cruz. Lucas dá uma indicação que precisa um pouco mais o sentido desse "tomar a cruz". Ele diz: "tome a sua cruz cada dia". Então, não se trata de aceitar a morte uma vez. Tratase de, a cada dia, a cada nova situação, estar pronto a renovar essa aceitação. Ele evidentemente dá um sentido espiritual para a expressão "pegar a cruz" e "carregar a cruz". Na segunda parte da frase, Jesus vai trabalhar com uma oposição, uma antítese. A vida é o supremo valor, a suprema felicidade. Se alguém acha que, por si mesmo é capaz de garantir sua vida e sua felicidade, esse já perdeu vida e felicidade. Quem estiver disposto a perder, isto é, quem estiver disposto a reconhecer que,

por si mesmo, não é capaz de chegar à plena felicidade, esse vai encontrá-la. Com isso temos a descrição de uma atitude que já nos dá uma compreensão maior do que vem a ser a abnegação cristã. É a atitude de quem, sem se procurar em primeiro lugar, coloca-se totalmente nas mãos de Deus, e faz essa opção, pronto a aceitar todas as conseqüências. Não é, pois, uma solução de meio termo, ou de compromisso. É decisão de escolha total e irrevogável. Ainda em Lucas (14, 25-27), temos outra passagem característica: "acompanhado de numerosa multidão" (não estava, portanto, só com os doze; estava no meio do povo), "Jesus dizia voltando-se para ela" (para a multidão): "Se alguém vem a mim" (se alguém me procura, se alguém quer aceitar-me como mestre) "e tem mais amor ao pai, à mãe, à mulher; aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e mesmo à própria vida, não pode ser meu discípulo". De novo, coloca como exigência para o seguimento a abnegação, o estar disposto a colocar tudo em segundo lugar, pondo em primeiro o comprometimento pessoal com ele. Repete a mesma afrrmação de antes: "Quem não toma a cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo".

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Nesta passagem e na anterior fica bem claro que a abnegação não é uma atitude pontual, não é pura e simplesmente um ato, não é apenas uma espécie de exercício de renúncia que se faz. É uma tomada de posição, de decisão que orienta e condiciona toda vida. Mateus (10, 37-39) repete em parte o que Lucas diz: "Quem amar pai e mãe mais do que a mim, não me merece e quem amar filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim e quem não tomar a cruz e me seguir, não me merece. Quem procurar sua vida há de perdê-la e quem esquecer a vida por amor de mim, há de encontrála". De novo Ele se coloca, digamos assim, em uma posição de somente se pode acreditar na boca de um Deus. Vocês têm de me preferir a seu pai, a sua mãe, a seu filho, a sua filha, a sua esposa, a seu marido. Qualquer pessoa que apresentasse essa pretensão teria que ser afastada como louca. Mas, vejam bem, a posição é característica do cristianismo, do conceito de abnegação: deixar tudo por tudo, ou melhor, deixar tudo pelo todo. Ou seja: colocar todos os valores, ainda os maiores, em segundo plano, abaixo de Cristo ou somente abaixo de Cristo. Em 16, 24-25, Mateus dá uma guinada e coloca Jesus falando

mais para os discípulos: "Disse Jesus aos discípulos: Se alguém me quiser seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga ". Aqui apareceu uma característica nova. Antes, ele falou em colocar em segundo lugar pai e mãe, tudo mais. Aqui ele diz: coloque-se você em segundo lugar, renuncie a si mesmo. Aí talvez é que a coisa se toma mais difícil. A abnegação não consiste apenas em colocar bens e valores em segundo plano. Consiste em a pessoa, ela própria colocar-se em segundo plano. "Tome a sua cruz e me siga, pois, aquele que pretender salvar a sua vida, há de perdê-la". Finalmente temos ainda Marcos (8, 34-38) que junta Mateus e Lucas: "Convocando a multidão juntamente com os discípulos, Jesus disse: Se alguém me quiser seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga ... Que vantagem terá o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a si mesmo?" Como não adianta ganhar tudo e perder a vida, também não adianta procurar tudo e preferir tudo a Cristo, porque o prejuízo será completo. "Se alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras diante desta geração adúltera e pecadora, também o Filho do homem se envergonhará dele. "


Temos finalmente o texto de João (12, 24): "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, ficará só, mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida, vai perdê-la; mas quem odeia sua vida neste mundo, vai guardála para a vida eterna. Se alguém me quiser servir, siga-me. Onde eu estiver estará também meu servo. Se alguém me quiser servir, o Pai o honrará". Aqui temos outro aspecto da abnegação. A abnegação é atitude de quem aceita seguir o Cristo, aceitando todo o aparente absurdo do que Ele nos ensina: se o trigo não morre, não se toma vida. Se não aceitamos nem assumimos o menor valor das honras, o menor valor do prazer, o menor valor do poder, se não aceitamos que a salvação e a felicidade não vêm de nossos bens, mas apenas da bondade e da misericórdia de Deus, se não aceitamos essa abnegação, essa renúncia a todos os pretensos valores humanos, se não renunciamos, não deixamos, não nos afastamos da absolutização dos bens humanos, então não podemos ser discípulo de Cristo. Temos de aceitar, a todo o custo, uma nova escala de valores, diferente daquela que percebemos instintivamente, diferente daquela que domina o ambiente em que vivemos.

Em poucas palavras: nessas passagens podemos notar que Jesus se dirige a todos, não apenas aos apóstolos. Não apresenta um convite para alguém que queira chegar à perfeição: está apresentando a exigência para quem quer o mínimo, para quem quer começar a viver dentro da sua proposta. É uma exigência para todos. É fácil tirar a conclusão: se para todo o cristão essa é uma exigência fundamental, uma condição indispensável para a aceitação do Evangelho, tanto mais o será para quem quer desenvolver de maneira mais intensa as possibilidades oferecidas pela vida nova da graça. Quem o quer seguir não deve apenas dar-lhe preferência acima de pai, mãe e mulher, mas tem de lhe dar preferência acima de si mesmo, pronto a perder a vida, pronto a aceitar a morte, se esse for o preço da coerência. Jesus, nessas suas palavras, exige lealdade total, amor preferencial e ilimitado. A abnegação tem essa característica: exige abandono de tudo. Somente apelando para um amor absoluto é que Jesus pode exigir dos seus uma entrega completa de si mesmos. Somente se apresentando como o único que pode dar sentido à vida humana é que pode exigir para si o primeiro lugar. Se pensarmos um pouco


mais, podemos chegar à conclusão que a abnegação é questão de amor. Somente pelo amor se pode compreender.

3. A Abnegação É Questão de Amor Jesus propõe uma opção: vocês têm de escolher, vocês tem de me escolher, e vocês vão me escolher se vocês me amam. Todo e qualquer amor traz em si uma opção. Antes de amar, nós nos decidimos: quero ou não quero amar, quero ou não quero amar essa pessoa. Santo Agostinho diz que a vida cristã se decide diante dessa necessidade de escolher entre dois amores. E aí temos dele essa frase celebre que aparece no livro "A cidade de Deus": "Dois amores ergueram duas cidades, o amor próprio levado até o desprezo de Deus ergueu a cidade do mundo. O amor de Deus levado até o desprezo de si mesmo ergueu a cidade de Deus". Ou seja: diante da proposta do Cristo, ou o colocamos em primeiro lugar, ou nos colocamos em primeiro lugar. Nem levem em conta a possibilidade de podermos colocar outros ou outras coisas em primeiro lugar. Se nos colocamos em primeiro lugar, antes de Cristo, até que é compreensível; mas

colocar outras pessoas ou outras coisas antes de Cristo, esse é absurdo ainda maior. Se aceitamos essa escolha, esse amor preferencial a Cristo, então vamos necessariamente recolocar tudo dentro de uma nova escala de valores. Não nos podemos esquecer, porém, que essa escolha do Cristo só é possível se Deus nos infundir a caridade. A iniciativa é dele. Só ele pode levar-nos a essa aceitação totalizante de Cristo. Por isso, tanto mais cresceremos na união com Cristo, quanto mais crescermos no amor para com ele. Como diz Karl Rahner, a perfeição consiste na perfeição da caridade infusa. Isso leva-nos a destacar dois aspectos. Primeiro: a perfeição da vida cristã consiste na perfeição da caridade. Somos perfeitos na medida de nosso amor. Segundo: esse amor não é resultado de um esforço nosso, nem qualidade inata em nós. Esse amor é amor que Deus derrama, infunde em nós, é qualidade e capacidade que Ele nos dá. Na medida em que essa ação de Deus nos transforma, nessa medida podemos dizer que estamos chegando à perfeição. O Pe. Caffarel, no texto citado de 1959, repete que "a essência da perfeição consiste no amor" (A missão ... , p. 41). E com isso po-

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demos dar mais um passo: A perfeição do amor a Deus consiste na conformidade com a sua vontade. A perfeição do amor de Deus consiste na submissão da nossa vontade à sua. Consiste em colocarmos toda a nossa vida em função dele. Isso é abnegação: aceitar plenamente a vontade de Deus. Sem essa atitude de abnegação, não é possível chegar à perfeição cristã. Essa idéia é de uma forma ou de outra repetida por todos os mestres da vida espiritual. Trago apenas dois exemplos. O primeiro é frase de um teólogo que escreve sobre vida espiritual: ''Quem quer chegar à perfeita união com Deus, nada deve temer tanto como esse miserável amor próprio que se infiltra sutilmente até nas coisas mais santas. Temos de examinar o verdadeiro móvel de nossas ações, retificando continuamente nossa intenção e não colocando como alvo de nossas atividades e esforços se não a glória de Deus e o perfeito cumprimento de sua divina vontade". Ou seja: abnegação não é atitude negativa. É uma opção pelo amor de Deus, colocando-o em primeiro lugar. A segunda frase que eu gostaria de lembrar é de Santo Afonso de Ligório. Ele tem um pequeno livro, que paga a pena procurar e

ler, sobre a nossa uniformidade com a vontade de Deus. E ele começa esse texto dizendo o seguinte: "Toda a nossa perfeição consiste em amar nosso amabilíssimo Deus (Cl 3,14). Mas toda a perfeição do amor consiste em unir a nossa à sua santíssima vontade. Aliás, esse é o principal efeito do amor: unir as vontades dos amantes, assim que tenham o mesmo querer (Dionísio Areopagita). Por isso, quanto mais alguém estiver unido à vontade divina, tanto maior será o seu amor.[... ] Quem quer agir segundo sua própria vontade, sem se importar com a de Deus, comete uma espécie de idolatria, pois em vez de adorar a vontade divina adora a sua própria" (Uniforrnità aliá volontà di Dio; veja em DE BEM COM DEUS, Vontade de Deus - Conversa com Deus - Amor de Deus Editora Santuário).

4· Nem o Amor Conjugal Vive sem Abnegação Com isso podemos chegar à última parte e dizer: se o amor de Deus não existe sem abnegação, nem tampouco existe, sem abnegação, o amor conjugal. E o amor conjugal nós o poderíamos analisar inicialmente ape-


nas do ponto de vista do amor puro e simplesmente humano. Vamos olhar para a atração entre homem e mulher, para a procura de harmonia, a tentativa de partilhar a vida, sem nenhum pensamento sobrenatural. Basta analisar um pouco e vamos perceber imediatamente que esse amor necessariamente irá exigir abnegação de lado a lado. A menos que haja abnegação, não há união que dure. Muito mais ainda, esse amor conjugal exige abnegação se é amor nascido da caridade infundida por Deus no coração de um homem e de uma mulher. Exatamente porque esse amor nascido da caridade é mais exigente, ele vai exigir maior abnegação de um e de outro. Sendo amor conjugal que é caridade infundida por Deus, sua perfeição faz parte da perfeição cristã para os casados. Esse é uma primeira conclusão que me parece importante: se o casado quiser chegar à perfeição cristã, o primeiro passo que tem de dar é chegar à perfeição no amor a seu cônjuge. Através da perfeição do amor conjugal, vai chegar à perfeição do amor de Deus e da vida cristã. E o casado jamais poderá chegar à perfeição do amor conjugal sem chegar à união plena de vontades com o seu cônjuge. Não existe perfeição no amor conjugal a menos que

ambos tenham um só coração, uma só alma e um só pensamento, ou seja, que haja neles uma só vontade. E isso exige não que um renuncie em favor da vontade do outro, mas que ambos renunciem à suas vontades para chegar à vontade do casal, para chegar a essa unidade de vontades que nasce do amor e da plena doação. Não poderá nenhum casado chegar a essa união de vontades sem que ambos saibam abnegar-se, sem que ambos igualmente saibam sair de si mesmos, abandonar seus próprios interesses e colocar em primeiro lugar o interesse, o bem do próprio casal. Deixar, porém, a própria vontade para aderir à vontade do outro, isso por si não resolve. É preciso que ambos saiam de si para se encontrar num terceiro ângulo do triângulo. É preciso que ambos, juntos, sejam capazes de abnegação. Abnegação conjugal onde não é apenas um que toma decisão, mas, ambos, colocando o casal em segundo plano diante do Cristo, subordinando os interesses, os bens do casal às propostas do Cristo. Em outras palavras: a abnegação do casal consiste em ambos deixarem de seguir suas próprias vontades, seus próprios interesses, para aderirem ambos plenamente à vontade de Deus.


No seu comentário final aos textos que andaram coligindo no livro "A Missão do Casal Cristão", Jean e Annick Allemand fazem uma observação: "Assim, com o passar dos anos, verificouse que dois aspectos da vida do casal não tinham sido suficientemente percebidos e, em conseqüência, não foram bastante explorados no seio das Equipes: a insubstituível importância da abnegação para que o amor possa crescer, e o papel essencial de uma vida sexual bem compreendida e bem vivida". Chamou-me a atenção o fato de colocarem na mesma frase os dois aspectos, dizendo que as ENS estão precisando redescobrir o papel da abnegação e o valor da vida sexual. De minha parte, continuaria o pensamento dizendo que, sem abnegação, não existe harmonia sexual na vida do casal. E que uma vida sexual bem compreendida e bem vivida é necessariamente um ótimo aprendizado da abnegação. Talvez aí esteja um campo a exigir madura reflexão dos casais equipistas. Não será, por acaso, exatamente a vivência plena da sexualidade conjugal que irá levar vocês, pelos caminhos da abnegação, mais para a frente, até descobrirem formas mais altas de abnegação?

Conclusão Vou tentar a conclusão também com palavras do Pe. Caffarel. É também um texto um tanto longo, mas que, acho eu, paga a pena pelo jeito tão característico que ele tem de falar: "Um pouco ingenuamente eu imaginava, há 30 anos, ante aqueles jovens casais que viviam um amor cristão alegre e fervoroso, que o impulso que os animava seria suficiente para levá-los até a santidade. Depois de ter acompanhado a sua evolução, depois de ter aprofundado o pensamento de Cristo, compreendo hoje que falta em muitos deles o conhecimento das exigências evangélicas. Sem um esforço leal e corajoso de purificação do coração, seria vão pretender conhecer a Deus, viver de Deus, dar testemunho de Deus. Cristo disse: 'Bem-aventurados os corações puros, eles verão a Deus'. Disse também: 'Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me' (Lc 9,23). Quando se fala em ascese, alguns pensam em não sei que espécie de penitências dignas dos padres do deserto. Na realidade, trata-se de coisa bem mais simples, mais profunda, mais alegre. Em todos nós, habitam ao mesmo tempo duas forças incompa-


tíveis: o que as Escrituras chamam de 'concupiscência' ou, se preferirdes, egoísmo, e a caridade, que é amor de Deus e de nossos irmãos para Deus. No decorrer de vinte séculos de vida cristã,foram elaboradas uma ciência e uma arte que ensinam os meios de fazer triunfar a caridade sobre a concupiscência, o 'homem novo' sobre o 'homem velho', sobre o pecador que nós todos somos. É impensável que nas Equipes de Nossa Senhora, Movimento de espiritualidade, os casais não se iniciem lealmente nesta ciência do progresso espiritual, que é a ascese cristã. Mas a ascese cristã tem modalidades diferentes, de acordo com os estados de vida: a ascese do leigo casado não tomará as mesmas formas que a dos religiosos. Infelizmente, se as regras e os meios da ascese religiosa têm sido amplamente estudados, se no decorrer dos séculos, e graças a agrupamentos de leigos esboçouse pouco a pouco uma ascese da

vida leiga, no que diz respeito à ascese própria dos cristãos casados, quase tudo está por fazer. Seria um imenso serviço que as Equipes de Nossa Senhora prestariam à Igreja e, em primeiro lugar, aos seus próprios membros, se prosseguissem nesta pesquisa apenas esboçada. Para esta realização temos agora uma luz incomparável: o discurso que Paulo VI acaba de pronunciar." (A Missão ... , p. 119-120) E, afinal, um traço de melancolia esperançosa; ao se despedir, em 1973, ele assim escrevia: "Quero acrescentar, todavia: rezem por mim. Ao deixá-los, tenho uma aguda consciência de tudo o que não fiz, de tudo o que não fui. Não os incitei com vigor suficiente a seguir o Cristo no caminho de amor sem condições. A oração leva-me a compreender um pouco melhor a exigência deste amor de Cristo, amor terno e intransigente, amor zeloso" (Em 1973, num artigo de despedida na Carta Mensal; veja A Missão ... , p. 127)


Provinda leste O encontro da Província Leste, foi realizado nos dias 7 a 9 de novembro de 2003, no Hotel Fazenda São José das Paineiras, localizado no bucólico município de Mendes, RJ. Pensamos como é difícil colocar em palavras todos os sentimentos que vivemos e percebemos em cada casal nestes dias. Temos a certeza de que o Espírito Santo esteve sempre presente, pois com o tema da Liturgia, "Casal, face alegre da Igreja doméstica", todo o clima do evento pode se resumir nesta mensagem. Sim, alegria no serviço, principalmente dos 8 Casais Regionais e do Casal Provincial, que trabalharam com amor para que tudo fosse realizado conforme planejado. Sim, alegria no louvor a Deus, através das liturgias tão bem preparadas e vivenciadas por todos e presididas por nossos queridos SCE. Sim, alegria na mensagem cristã, através do desenvolvimento das palestras, dos testemunhos vivenciais e da troca de experiências nos grupos. Sim, alegria de ser portadores das orientações para a missão em 2004 de nossos 44 queridos Casais Responsáveis de Setores e Coordenações. Sem dúvida, podemos esperar CM 388

que os nossos próximos EACREs sejam muito bem realizados. Neles, teremos a transmissão da seiva do Movimento a todos os nossos casais responsáveis de equipe, certos de que estamos realizando também a unidade entre os nossos casais. Destaques? Vários, graças a Deus: • O clima de fraternidade e união entre todos. • O comparecimento de 3 Conselheiros Regionais, e mais 9 Conselheiros de Setor, que propiciou uma interessante reunião com o Casal Provincial Josefina e Roque e o Conselheiro Provincial, Padre Tarcísio. 19


• A bela seqüência de liturgias, englobando simbologia muito rica como as telas pintadas, trazidas pelos participantes e convertidas na toalha do altar e a da preparação e distribuição do pão. • As mensagens essenciais para 2004, transmitidas com objetividade e entusiasmo, através de palestras, flashs, testemunhos, encenação teatral e das reuniões de grupos de assimilação. • A animada festa de confraternização, que incluiu até dança de salão. • E a posse de 19 novos Casais Responsáveis de Setor ou Coordenação. Agradecemos a Deus por todo este amor que Ele tem por seus filhos que trabalham na sua vinha.

Mônica e ]ulinho CR Região Rio II

••• Provinda Sul 1 Alegrai-vos, alegrai-vos! Foi com este espírito de alegria que aconteceu, nos dias 7 a 9 de novembro, o nosso Encontro Provincial. Um dos pontos fortes do Encontro foram as Liturgias, cujo tema, "Casal, face alegre da Igreja doméstica", convocou-nos a não fugir do ideal e levar a alegria, a es20

perança e o entusiasmo para todas as pessoas. Tivemos também pontos fortes nas palestras e testemunhos. Lígia e Carlos nos falaram sobre "Formação de Setores" e apresentaram reflexões como: "nossa missão é manter a mística, com forte disciplina e fidelidade ao nosso fundador, mantendo a unidade, sendo fundamental que sejamos guardiões dos Estatutos e das orientações do Movimento, na parte em que somos responsáveis". Padre Flávio nos deixou a mensagem de que é na caridade fraterna que se concretiza a vivência da caridade cristã, conseqüência imediata de Cristo no meio de nós. Sendo assim, a espiritualidade conjugal que vem de Deus, através do sacramento do matrimônio, caracteriza-se nas situações concretas da vivência conjugal, transformando em santidade para o casal, a oração, a caridade fraterna, a fidelidade, a reconciliação, o perdão, a sexualidade, a abnegação, enfim, tudo vivido nas várias fases do amor, desde nosso batismo, CM 388


namoro, casamento, filhos, netos, até nossa viuvez. Frei Carlos, disse que a água é força que arrasa, é sacramento da presença divina. Buscamos água para matar a nossa sede, porém buscamos água parada e não a água corrente, que nos faz viver e ficar saciados, que é dom de Deus e preenche nossas faltas. Altimira e Paulo nos orientaram sobre o Estudo do Tema, que nos faz crescer e que deve ser escolhido conforme o carisma do Movimento ou ligado à Igreja. Marcos e Virgínia, Neusinha e Manoel apresentaram seus Testemunhos de Missão: Pilotagem Paralela, Mutirão e Sessão de Formação, afirmando que temos que descobrir as riquezas para entender a missão, aprofundando-nos e nos deixando penetrar pelo carisma do Movimento, e sendo sal e luz na faIlll1ia, na Igreja e no mundo. Não poderíamos deixar de salientar outro testemunho, o de Vera e Clóvis, Hidely e Marcos que nos apoiaram o tempo todo, demonstrando amor e gratuidade no serviço. Mais uma delicadeza de Deus. Rose e José Luiz nos emocionaram, falando sobre Padre Caffarel e nos deixaram esta mensagem de seu discurso, quando veio ao Brasil em 1962: "Nada podemos fa zer sem Cristo. Mas, também Ele, nada poderá fazer por nós, se encontrar inércia de nossa parte ". Saímos deste Encontro, com a certeza de que quando abrimos nosso coração, a missão, nada mais é do que graça e gesto de amor, que Deus tem CM 388

para conosco, pedindo a nossa colaboração na construção de seu Reino.

Leda e Marcos CR Região SP - Leste I

••• Provinda Sul 11 Os casais das ENS são marcados por uma vocação e por um carisma, porque a vida matrimonial deve ser assunúda como caminho de perfeição cristã. E foi nesse clima, juntamente com a alegria de todos os casais equipistas, que aconteceu de 24 a 26 de outubro de 2003 no seminário Santo Antônio da cidade de Agudos, SP, o Encontro da Província Sul ll, tendo como tema "Casal, a face alegre da Igreja doméstica". Estavam presentes todos os casais regionais que compõem a Província Sul ll e tivemos a satisfação de conviver esses dias com o Casal Responsável da Super-Região Brasil, Silvia e Chico, que nos passou as orientações do Movimento para 2004. Tivemos na sexta-feira a cerimônia de posse dos novos Casais Responsáveis de Setor, cada um deles recebeu uma bênção especial do seu SCE. As palestras, com assuntos bem elaborados, nos trouxeram criatividade, informação e orientação, além de mostrar que o casal tem que ser missionário e levar a boa nova do casamento para todos os casais que necessitam, sejam eles casados ou não na Igreja. 21


Tivemos mais dois momentos ricos de celebrações eucarísticas, enfocando que o casal é sinal de alegria, hospitalidade e mensageiro da alegria e salvação. Os trabalhos nos grupos sempre são de suma importância, principalmente para os novos casais, que assumem o Setor. Ali, eles relatam seus êxitos, dificuldades, expectativas e aspirações. É momento de crescimento, porque a troca de experiências é feita num clima de humildade e muita informação. Entre uma colocação e outra, aconteceu o testemunho de alguns casais, que puderam expor um pouco de suas vidas e experiências, tudo isso recheado de muito humor e alegria. Com muito encantamento e alegria, realizou-se no sábado a confraternização, com partilha dos "comes e bebes" de cada região. Finalizando, tivemos a cerimônia do Envio. A nossa missão é levar alegria ao mundo que está triste, porque afastou-se de Deus; com a retomada da missão de devolver a esperança da felicidade eterna, transformando e encorajando os casais a serem mensageiros alegres da verdade cristã.

Norma e Luiz CR - Setor Pederneiras, SP 22

Província Sul li

••• Provinda Sul 111 Foi em ambiente de grande alegria e de compenetração em relação às responsabilidades de que se encontram investidos, que os Casais Responsáveis de Setor, os Casais Responsáveis Regionais e o Casal Responsável Provincial, acompanhados de 13 Sacerdotes Conselheiros Espirituais, reuniram-se no período de 7 a 9 de novembro, no Recanto Champagnat, nos altos da belíssima Lagoa da Conceição, em Florianópolis, no CM 388


esperado IV Encontro Provincial da Província Sul III. Os temas abordados durante o Encontro despertaram vivo interesse. O Casal Provincial Graça e Roberto passaram as orientações do Movimento para 2004 e desenvolveram importantes questões relacionadas com a formação e colegialidade dos Setores e com o tema de estudos para o próximo ano. Pe. Sallet, SCE da Província, apresentou, com entusiasmo e firme domínio, o tema "Espiritualidade Conjugal", palestra que foi complementada com a apresentação da visão do casal. Outras palestras acentuaram o papel e a importância do Casal Ligação e a Missão do Casal Equipista. Também foi feita encenação sobre o Dever de Sentarse e dinâmica sobre a Oração Conjugal. Os grupos de trabalho, com a graça do Espírito Santo, propiciaram uma proveitosa troca de idéias e de experiências e aproximaram, ainda mais, os seus integrantes. O Encontro foi animado por apresentações artísticas alegres, culminando, na noite de confraternização, com a apresentação do "boi de mamão", festejada tradição do folclore ilhéu. As Celebrações Eucarísticas, muito bem preparadas e realizadas em torno do tema "Casal, face alegre da Igreja doméstica", deram a todos a certeza de que CM 388

os casais são, de fato, portadores da alegria da salvação. As telas trazidas pelos casais formaram uma única e graciosa toalha colorida, que cobriu com dignidade a mesa do altar. Prova de que, quando se está sintonizado em torno de um objetivo comum, é possível realizar com sucesso um trabalho de unidade, mesmo quando nos encontramos a centenas de quilômetros uns dos outros. Na cerimônia do Envio, a toalha foi partilhada com os casais e sacerdotes, que levaram para as suas casas uma parte do resultado desse trabalho. Ao final do Encontro, a face feliz dos casais antecipava a certeza de que, em 2004, a nossa missão e os nossos serviços serão prestados com muita alegria, fruto de nossa espiritualidade conjugal.

Silvia e Glauco CR Região Santa Catarina I

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Retiro das ENS em Dourados,

Tivemos, nos dias 11 e 12 de outubro, o 1o Retiro Espiritual das ENS de Dourados, MS. Esse foi, sem dúvida, um marco histórico para nós (4 equipes de base e 2 experiências comunitárias) e para todos os equipistas do Mato Grosso do Sul. De Campo Grande vieram o Casal Regional Nilza e Nivaldo, o Casal Ligação Nancy e Santos e o CR Setor B Olga e Nei. Pe. Geomar Alves dos Santos, SCE de São José do Rio Preto, SP, com muito lff•l:ii~~M dinamismo, motivou os casais a refletirem sobre o ministério do casal cristão, a analisar o matrimônio na mais profun.,.....___. da intimidade, nos mostrando uma visão mais ampla da realidade, para que

"UM", sem perder sua individualidade, conheça mais o "OUTRO" e se realizem no amor de Deus. Percebemos que, para lançarmos as redes, temos que enxergar o mar mais profundo que há dentro de nós e assim continuarmos aprimorando nosso relacionamento conjugal, testemunhando o valor do matrimônio. Ao final, tivemos a cerimônia de Envio, em que o casal Débora e Celso, da Equipe Nossa Senhora do Bom Parto, foi agraciado com a missão de Casal Responsável da pré-Coordenação de Dourados, uma nova etapa para as ENS desta cidade. Solange e Kleber, Eq. N. Sra. da Santíssima Trindade, Dourados, MS

Falecimentos Edith Manzano (do José Roberto), ocorrido no dia 11 de agosto de 2003 - Eq. 8- N. Sra. da<; GraçasCatanduva, SP José Jucá Neto (da Terezinha), ocorrido no dia 17 de agosto de 2003 e Antônio José Marques (da Helena) ocorrido no dia 18 de outubro de 2003. Membros da Eq. 8B- N. Sra. da Imaculada Conceição Fortaleza, CE Pe. Olivo Binotto, ocorrido no dia 4 de setembro de 2003- SCE da Eq. 1A - J undiaí, SP Dom Frei Daniel Tomasella (Bispo Emérito da Diocese de Marília), ocorrido no dia 20 de setembro de 2003- SCE da Eq. 5A- N. Sra. Auxiliadora- Marília. SP Ana Maria Piovesana (do José Eduar24

do), ocorrido no dia 4 de outubro de2003-Eq. 7A-N. Sra. da PazCampinas, SP Mons. Hilário Pandolfo, ocorrido no dia 13 de outubro de 2003 - SCE da Eq. N. Sra. Imaculada Conceição - Caxias do Sul. RS. Mons. Hilário iniciou o Movimento das ENS em Caxias do Sul, RS. Jonas Maurício Prust (da Juciléia ), ocorrido no dia 14 de novembro de 2003- Eq. 19B- Curitiba, PR. Edson A. Gomes (da Norma Teima), ocorrido no dia 16 de novembro de 2003 - Eq. 17D- N. Sra. Auxiliadora- Rio de Janeiro Fernando Notari Gonçalves (da Vera), ocorrido no dia 30 de novembro de 2003- Eq. 4B- N. Sra. da Penha - Sorocaba. SP CM 388


)ubi1eu Presbitera1 àe Diamante Pe. Ghibaudo Orestes Pe. Ghibaudo Orestes é Sacerdote Conselheiro Espiritual das Equipes 1D- N. Sra. Medianeira e 32D- N. Sra. da Rosa Mística, Região COI, Brasília. A festa dos 60 anos de vida religiosa, à qual se aliou o Pe. Heitor, de Botucatu, que com o Pe. Orestes no mesmo dia e local, também pronunciou seus votos de religioso, foi solenemente celebrada no domingo dia 26 de outubro de 2003, na missa das 19:00 horas, pre·idida por Dom Raymundo Damasceno de Assis. Na ocasião, na igreja repleta, Pe. Orestes, autêntico precursor do Pe. Marcelo Rossi, realizou seu "espetáculo" costumeiro, como há muitos anos vem fazendo nas celebrações; microfone em punho, animando os fiéis, cantando e dirigindo os cânticos, pedindo ao povo para acenar e dando nota "dez" para o entusiasmo da assistência. Só parou o suficiente para a cerimônia da renovação dos votos, junto com o Pe. Heitor. O querido Pe. Orestes, aos 85 anos. é um espanto de "juventude", energia e dinamismo. Todos que com ele convivem têm essa felicidade de ver nesse nosso irmão brasileiro, que a Itália nos deu, e que ama tanto, a nossa capital, Brasília, um verdadeiro amigo.

Frei Amadeu Antônio Semin No dia 26 de dezembro de 2003. completou 60 anos de ordenação presbiteral, Frei Amadeu Antônio Semin. Como Conselheiro Espiritual das Equipes 7, 8 e 46, da Região Centro-Oeste I. de Brasília, deseja em tudo assemelhar-se aos irmãos com quem convive, nas condições cotidianas de vida familiar e social. Entre as farru1ias, a modo de fermento, contribui para santificação de seus membros, chamando-os a viver a vida espiritual no mundo, sem perder sua transcendência e sua identidade. Como equipistas, temos oportunidade de apreciar suas qualidades humanas e sacerdotais, os dons de hábil evangelizador e, sobretudo, seu devotamento à Igreja, ao Santo Padre e fidelidade ao serviço do reino de Deus, cumprindo, perfeitamente, sua missão, seus encargos, dando tudo de si para conquistar as almas. Parabéns, Frei Amadeu: fique sempre conosco! Zelma, Equipe 7A - Brwília

Novas Equipes • Eq. 3- N. Sra. das Graças- llabuna. BA • Eq. 40- N. Sra. Rosa Mística- Florianópolis. SC CM 388

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Jubileu Presbiteral de Ouro Com muita alegria a comunidade da Paróquia de São Sebastião, da cidade de Jaú, SP, comemorou, no dia 9 de agosto de 2003, os 50 anos de vida presbiteral de Dom Abade Bonifácio Hartmann, da ordem Premonstratense. Nasceu em Antuérpia, Bélgica, e recebeu o hábito Premonstratense na Abadia de Averbode na Bélgica, em 12 de setembro de 1947. Foi ordenado presbítero em 9 de agosto de 1953. Em Jaú, foi eleito o primeiro Abade da recente Abadia da ordem Premonstratense no Brasil. Em 1995 assumiu a Equipe N. Sra. do Silencio, onde permanece até hoje. Pedimos a Deus que o conserve por muitos anos e o recompense pela fidelidade à Santa Igreja Católica. Cleusa e Nereu - Eq. 4A - N. Sra. do Silêncio, Jaú, SP

Ordenação Presbiteral • Frei Sérgio Max Pinto Manhães - No dia 2 de agosto de 2003, foi realizada a cerimônia de Ordenação Presbiteral de Frei Sérgio, na Paróquia São Francisco das Chagas, em Monte Alegre de Minas, MG. Frei Sérgio é SCE das Equipes N. Sra. Aparecida e N. Sra. das Graças, em Monte Alegre de Minas. • Aparecido Carlos dos Passos (direita)- No dia 7 de dezembro de 2003, foi realizada a cerimônia de Ordenação Presbiteral do Diácono Aparecido Carlos (Carlinhos), pela imposição das mãos do Arcebispo de Sorocaba, D. José Lambert, no Clube União Recreativo. Padre Carlinhos é SCE da Eq. llB- N. Sra. da Piedade - Sorocaba, SP • Adilson Corrêa Da Fonseca (esquerda) - No dia 19 de dezembro de 2003, foi realizada a cerimônia de Ordenação Presbiteral do Diácono Adilson, na Igreja São José Operário, em Alvorada, RS. Pe. Adilson é filho do casal equipista Olindina e Getúlio.

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Jubileu de Prata Equipe 60C - Região Rio V

No dia 18 de novembro de 2003, a Eq. 60C - N. Sra. da Água Santa, Região Rio V - Rio de Janeiro, comemorou seu Jubileu de Prata. Nosso SCE, Pe. Nelson Dendena, celebrou a missa em ação de graças. Odentados pelo Padre Raimundo Queiroga, Conselheiro Espiritual, e por Regina e Cleber, Casal Piloto, iniciamos a nossa caminhada: um grande aprendizado de espidtualidade conjugal e de auxílio mútuo, destinado a nos permitir fazer a travessia do amor para a santidade, que outra coisa não é senão o amor na sua verdadeira dimensão. A Celebração Eucarística foi de festa, de muita alegda e de profunda felicidade. É a expressão da nossa gratidão ao Pai, pela sua infinita ternura e bondade de continuamente nos chamar à vida, ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, através das equipes de casais, dos casais responsáveis, conselheiros espirituais, casais ligação, braços visíveis do Bom Pastor a guiar o seu rebanho. Eq. 60C - Rio V, Rio de Janeim

Coletânea: "Oração Diária do Casal" Esta coletânea de orações, escrita para ser rezada a cada dia pelos cônjuges, foi elaborada para facilitar a oração em comum do casal. Partindo da leitura e da reflexão de um texto bíblico, o casal faz sua oração para elevar a Deus seus louvores, anseios, pedidos de perdão e agradecimentos, como também para viver cada vez melhor seu sacramento à luz dos ensinamentos divinos. Esta proposta de orações quer servir de orientação e luz para que os casais busquem fazer suas próprias orações de forma espontânea, fundamentadas nos acontecimentos do dia-a-dia e sobre aquilo que os textos bíblicos lhes dizem ao coração. Esta coletânea foi preparada pelo casal equipista Cecília e Jaime Boing, de Florianópolis. Pedido pode ser feito a "Missão Jovem",

Tel: (48) 222 9572, ou www.missaojovem.com.br 27


O DEVER DE SENTAR-SE Para entender a razão profunda do Dever de Sentar-se é preciso refletir o mistério do ser huma~~~ no no qual importa discernir o ser e o agir, isto é, a pessoa humana e suas ações ou funções. A dimensão existencial e a dimensão pro•"'·1;:~~<,:..~ fissional. O ser humano, enquanto pessoa, tem um valor absoluto; enquanto profissional é relativo e é valorizado segundo o grau de sua eficácia profissional. Na ordem sobrenatural, o ser humano está sujeito a essa mesma dicotomia. Pelo batismo, somos renascidos. Pela graça batismal, adquirimos uma filiação divina. Somos configurados a Jesus Cristo: "Eu vivo, não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20). Somos um novo "ser" sobrenatural. E somos capazes, por causa de nosso batismo, de exercer várias funções e atividades na Igreja. Essas atividades também são relativas; têm vários graus de eficácia e de realizações ! O Vaticano II diz: "Todo cristão, tem o direito e o dever de exercer o apostolado" (Apostolicam Actuositatem n° 3) de acordo com sua capacidade. Este agir, ou essa funcionalidade do apostolado do cristão tem vários graus de eficiência. O cristão pode sentir-se mais ou menos realizado de acordo com a rentabilidade de seu agir apostólico. É aqui que se impõe uma diferença radical entre as Equipes de Nossa Senhora e os demais movi28

mentos eclesiais. Todos os movimentos apostólicos visam a funcionalidade ou o agir e a operosidade de cada cristão. As Equipes de Nossa Senhora visam diretamente o ser ou a santificação do cristão. Ela se fundamenta também num outro sacramento. O sacramento do matrimônio que transubstancia o conúbio de duas pessoas humanas numa aliança divina, fazendo de dois seres uma só pessoa conjugal. No matrimônio, os cônjuges exercem uma mística ação sacerdotal. Um confere para o outro a graça da aliança matrimonial. A esposa é Cristo para seu esposo e este, por sua vez, é Cristo para sua esposa. Pelo sacramento, Cristo entra no coração do casal cristão para nunca mais sair. A mística das Equipes de Nossa Senhora é vivenciar a graça do sacramento do matrimônio. Atinge diretamente a pessoa conjugal e não apenas o agir profissional dos demais apostolados. As Equipes de Nossa Senhora têm por finalidade colaborar intensamente para que cada pessoa conjugal, cada casal, desenvolva ao máximo a sua vida de santidade. Para isso, os seis Pontos Concretos de Esforço visam diretamente o crescimento do ser cristão. É aqui que se torna evidente a diferença entre a Partilha dos Pontos Concretos de Esforço e a Coparticipação. A Co-participação versa sobre o agir ou a funcionalidade de nossos compromissos apostóliCM 388


cos, profissionais, familiares, cívicos, eclesiais, paroquiais. Trata de nossos êxitos e fracassos, descobertas, tristezas e alegrias. A partilha, ao contrário, resulta da fidelidade àquilo que somos. Temos que ser o que somos. Tomar consciência da própria identidade. A partilha é o lugar onde cada um assume o outro para partilhar nosso projeto cristão, tomando-se assim um sacramento no qual cada um é Cristo para o outro. A partilha quer ser uma comunicação profunda sobre a vivência cristã, centrada sobre os Pontos Concretos de Esforço que resumem toda a mística das Equipes de Nossa Senhora. A partilha procura assimilar, em comunidade e em cada reunião, as três atitudes que estão na base dos Pontos Concretos de Esforço: a) a procura assídua da 'ontade de Deus, b) a procura da verdade, c) a vivência do encontro e comunhão.

O Dever de Sentar-se O Dever de Sentar-se está na linha da partilha. O que é a partilha para os casais da equipe, é analogicamente o Dever de Sentar-se para cada casal da equipe. O Dever de Sentar-se não está na linha funcional da co-participação, mas na linha existencial da partilha. O Dever de Sentar-se é uma partilha mútua de marido e mulher que procuram viver a graça da sua personalidade conjugal nascida do sacramento do matrimônio. CM 388

O Dever de Sentar-se é a realização mais profunda da espiritualidade conjugal e tem por fundamento três partes: a procura constante da vontade de Deus; a procura da verdade e a comunhão conjugal. O Dever de Sentar-se é uma conseqüência do hábito de procurar a vontade de Deus que cada casal foi desenvolvendo. Esse hábito nasce de uma atitude de amor que leva em conta os dons e as deficiências do próprio cônjuge e procura ser infinitamente respeitoso para com a vocação de cada um. É um amor corajoso que progride apesar de todos os contratempos e revela uma força: Deus está aí. Deus não nos quer apenas como somos. Ele nos quer progredindo sempre, quer que modifiquemos nossas atitudes.

Procura da verdade Amar exige o conhecer. Quanto mais conhecemos uma pessoa, tanto mais podemos amá-la e, quanto mais a amamos, tanto mais procuramos conhecê-la. O amor só se realiza na verdade, não resiste à mentira. O Dever de Sentar-se obriga aqueles que se reúnem, em nome de Cristo, a revelar a verdade sem procurar escapatórias e sem subterfúgios. E preciso reconhecer diante do próprio cônjuge as vitórias e conquistas sobre si mesmo, e também as deficiências, inconstâncias e covardias na busca da santidade conjugal. É um exame de consciência, feito em voz alta. Não se trata de 29


uma confissão de pecador, que só pode ser feita a Deus. Evidentemente há limites nessa partilha conjugal. Devemos ter nosso santuário interior, onde só Deus é testemunha de nossos mistérios mais íntimos de graça e do mistério de iniquidade. Mas é preciso partilhar nossos fracassos em relação às atitudes que nos propusemos vivenciar. Isso pode ser doloroso, mas é preciso coragem e humildade. Mas, a compreensão e solidariedade do próprio cônjuge dará força para renovar nossa esperança de crescimento. Suportamos as fraquezas recíprocas. É o momento de um apoiar-se nos pontos fortes do outro. A verdade não é uma admiração recíproca, nem uma desculpa automática. Começa por se conhecer a si mesmo, avaliar suas possibilidades, assumir sua própria vida confiando na fidelidade e amor infinito de Cristo. Um Dever de Sentar-se bem feito não nos culpabiliza psicologicamente, mas nos dá espiritualmente uma confiança maior no Senhor.

Vivência da comunhão conjugal O primeiro encontro que fazemos no Dever de Sentar-se é com o amor de Deus. Devemos saborear esse amor. Em sua oração sacerdotal (Jo 17), Cristo insiste em nossa união com Ele e com o Pai, como Ele e o Pai são um. Cristo pede uma relação de amor com Ele e entre nós. O amor é uma virtude teologal. Dirige-se sem30

pre a Deus. Não há duas virtudes da caridade, uma relativa a Deus, outra ao próximo. O amor com que amamos a Deus é o mesmo com que amamos nosso próximo. Mas, freqüentemente, o amor conjugal ou o amor ao próximo sofre muitos condicionamentos. Por isso, é tão difícil sentir esse amor incondicional de Deus para conosco. É um amor assim que o casal deve 1r cultivando para com o próprio cônjuge. Vivenciar o amor conjugal, no Dever de Sentar-se é sair de si mesmo, escutar com a mente e com o coração, compreender e respeitar o próprio cônjuge, ir ao seu encontro, responder na verdade e permitir no amor. Viver esse encontro exige um dinamismo. Viver é crescer, atravessar crises, amadurecer, superar situações, aproximando-se mutuamente, escutando, acolhendo, amando, sofrendo. Para viver esse diálogo conjugal é preciso que haja equilíbrio entre aceitação e exigência. Só podemos ser radicais conosco mesmos. Mas devemos convidar-nos reciprocamente a ir mais longe, sugerindo, estimulando e animando. Viver a comunhão conjugal é viver no amor, aprender a olhar o outro com amor. Quando vivemos a comunhão, no Dever de Sentar-se, vivemos esse tempo com intensidade e aceitamos nosso cônjuge com amor, desfrutamos esse encontro e contamos o que ele despertou em nós.

Dom João Evangelista Terra SCE Setor F - Brasz1ia, DF CM 388


HOMENAGEM AO SANTO PADRE, O PAPA JOAO PAULO 11

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Na véspera do 146° aniversário da cidade de São Carlos, SP, ocorrido em 4 de novembro de 2003, a cidade homenageou o Papa com o título de cidadão emérito de São Carlos que foi entregue a Dom Joviano, bispo diocesano, representando sua santidade, o Papa João Paulo II. Na oportunidade, estiveram presentes na Câmara Municipal de São Carlos autoridades, padres, religiosos, leigos, seminaristas e movimentos, entre eles as Equipes de Nossa Senhora por nós representada. Presenteamos o Santo Padre com uma caixa contendo mensagens dos equipistas de São Carlos, que serão levadas ao Vaticano pelo nosso Bispo, Dom Joviniano. O Casal Responsável pela Super-Região, Silvia e Chico, juntouse a nós nessa homenagem assim se manifestando: "Queremos apresentar ao nosso querido Sumo Pontífice nossas congratulações não só pelo título ora conferido,. como nos associar ainda aos festejos de seu Jubileu de Prata de Pontificado à frente da nossa Igreja. Unimo-nos, sobretudo, em profundas orações para que o Senhor Jesus lhe conceda melhorias em sua saúde e sempre renovadas forças e sabedoria para continuar seu ministério de pastor máxiCM388

mo da comunidade católica em todo o mundo. Como pequena célula da Igreja, voltada para a vivência da espiritualidade conjugal, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora reafirma, aqui no Brasil, sua lealdade e obediência ao Papa e o compromisso de lutar pelos valores dos sagrados vínculos do matrimônio cristão como caminho de santidade para os casais, segundo os planos de Deus". E os equipistas de São Carlos, seus filhos e familiares enviaram-lhe homenagens, felicitações, orações, súplicas, e desejo de louvar a Deus pelo jubileu de seu pontificado, tão rico de frutos de unidade, fraternidade e amor. Lourdes e José Benedito de Faria Eq. 18- N. Sra. Mãe das Graças São Carlos, SP 31


CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2004 A Campanha da Fraternidade tomou-se especial manifestação de evangelização libertadora, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do projeto de Deus. Nesse sentido, o tema da água é conseqüência natural. A água é, por excelência, bem de destinação universal. A primazia da vida se estabelece sobre todos os outros possíveis usos da água. Nenhum outro uso da água, nenhuma decisão de ordem política, de mercado ou de poder, pode se sobrepor às leis básicas da vida. Não são apenas os seres humanos os destinatários da água, mas também todos os outros seres vivos. Todas as formas de vida dependem da água, e não existe vida onde não há água. Por isso, não se pode separar água e vida. O tema "Fraternidade e Água" e o lema "Água, Fonte de Vida" da Campanha da Fraternidade de 2004 se justificam principalmente por causa dos gigantescos problemas que o Brasil e o mundo enfrentam nessa área. A saúde depende da água. A cada ano dois milhões de crianças morrem por doenças causadas por água contaminada. No Brasil, 20% da população não tem acesso a água potável, 40% da água das torneiras não tem confiabilidade, 50% das casas não têm coleta de esgotos e 80% do esgoto coletado é lançado diretamente nos

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rios, sem qualquer tipo de tratamento. A ONU afirma que a situação vai piorar e vê um futuro assustador. Até 2025, 40% da humanidade terá problemas de água. Poluir as águas, danificar os rios, os lençóis subterrâneos, destruir as nascentes, depredar os mangues significa atentar contra todas as formas de vida. Nesse sentido, a água tem uma dimensão vital e sagrada que precisa ser cultivada e não J>odemos permitir que ela se perca. E da responsabilidade de cada pessoa zelar pela qualidade de nossas águas e pelo acesso de todos a ela. O Texto-base apresenta como objetivo geral "conscientizar a so-

ciedade de que a água é fonte da vida, uma necessidade de todos os seres vivos e um direito da pessoa humana, e mobilizá-la para que esse direito da água com qualidade seja efetivado para as gerações presentes e futuras". Como objetivos específicos, a Campanha da Fraternidade propõe: a) conhecer a realidade hídrica do Brasil a partir da realidade local; b) desenvolver uma mística ecológica que resgate o valor da água nos seus fundamentos mais profundos; c) apoiar e valorizar as iniciativas já existentes no tocante ao cuidado com a água, preservação CM 388


das águas, captação de água de chuva e recuperação de mananciais degradados; d) provocar e alimentar a solidariedade entre quem tem água e quem não tem; e) defender a participação popular na elaboração de uma política

hídrica, para que a água seja, de fato, de domínio público e seja gerenciada pelo poder público com participação da sociedade civil e da comunidade local.

da revista "Vida Pastoral" (extratos)

• • • Testemunho • • •

DlA DA FAMlllA EQUlPlSTA Desde o ano de 2002, temos amadurecido uma idéia que hoje compartilhamos. Como muito de nossos filhos, sejam pequenos ou grandes, têm nos cobrado pelas inúmeras reuniões que temos feito, resolvemos planejar um dia para ficar com eles. Logo, também lembramos das pessoas que por amor, estão sempre dispostas a nos ajudar, principalmente, no cuidado de nossos filhos e de nosso lar. A concretização realizou-se no dia 19 de outubro de 2003, o qual intitulamos como "O Dia da Família Equipista". Não foi somente para os equipistas e seus filhos, mas também para aqueles que nos cercam e aos quais, de algum modo, queríamos agradecer pela colaboração em nossas ausências, para servir ao Movimento. O lugar escolhido para esse evento era muito bonito. Tinha uma imensa praça, onde as crianças se divertiram muito; espaços para correr e andar de bicicleta e, é claro uma quadra para jogar futebol e vôlei. O mais bonito era observar os pais jogando (e, pelo jogo, fazia muiCM 388

to tempo que eles não jogavam!) juntamente com os filhos, inclusive aqueles que mal tinham forças para segurar a bola, mas que estavam se sentindo importantes por colaborarem. Também houve passeio a cavalo. O almoço, o lanche e o chimarrão foram comunitários. Cada ....... -.... farru1ia trouxe um prato diferente. E, como farm1ia equipista que somos, começamos o dia com a participação na missa matinal, na comunidade mais próxima- Capela São Brás - um lugar para pescarmos mais fundo. Ao longo do dia, cantamos, rezamos e agradecemos a intercessão de nossa mãe Maria, pela presença de Deus no meio de nós. As crianças, entretanto, adoraram poder brincar livres; elas pediram para fazer todo domingo o "dia da farm1ia equipista". Queremos agradecer a todos que trabalharam conosco por esta idéia, viabilizando este dia maravilhoso e a todos os presentes, inclusive familiares, que viveram essa confraternização ou por lá passaram, aumentando assim nossa alegria: avós, 33


avôs, primos, amigos, sogras, sogros, noras e genros. Que nossa co-participação sirva como estímulo aos demais equipistas deste imenso Brasil, para que, juntos, sejamos criativos na valorização e na qualida-

de do nosso tempo com a família.

Meri e Renato Ketty e Alexandre CR Setor B Porto Alegre, RS ketty.rosa@brde.com.br

DO OUTRO lADO DO MUNDO Estamos a milhares de quilômetros de casa, exatamente do outro lado do mundo, procurando, nessa tarde chuvosa de domingo, inspiração pelo Divino Espírito para partilhar um pouco da nossa caminhada como equipistas. Faz um ano que deixamos oBrasil e a nossa equipe de base, Eq. 2N. Sra. das Farm1ias, da cidade de Assis, SP. Por cinco anos, tivemos a graça de vivenciar o carisma do Movimento, buscando nos PCEs um novo caminhar como casal e como cristãos. Em nenhum momento cogitávamos a possibilidade de uma ruptura, de uma poda na nossa caminhada e nas nossas aspirações. Mas, como toda boa história tem sempre um "de repente", a nossa não poderia ser diferente. Eis que surge não mais que "de repente" a necessidade imperiosa de tudo deixar: família, amigos, pastorais, movimentos, trabalho, casa e se lançar rumo ao desconhecido, somente nós, nossos dois filhos, Mariane e Arthur, e algumas malas a tiracolo. Na nossa última noite no Brasil, os amigos da nossa equipe, assim como os da nossa paróquia, proporciona34

ram-nos uma das mais belas e memoráveis noites das nossas vidas. Na nossa sala de estar, ora despojada de quaisquer móveis ou objetos que ilustrassem a nossa história de vida, reunimo-nos numa singela e significativa oração de envio. Em cada rosto, em cada abraço, em cada prece ali proferida tínhamos a certeza da presença do Altíssimo nos abençoando e nos agraciando por tamanha dádiva de carinho e amizade. Aquela imagem, que congelamos em nossas mentes, nos anima nessa nova fase de deserto e provações, uma vez que não tem sido nada fácil aceitar e suportar essa nova realidade tão distante daquela que vivíamos com nossos irmãos. Aqui não temos Igreja, Jesus Eucarístico, não temos padre, conselheiro espiritual, muito menos casais que acreditam na boa nova e vestem a camisa de Cristo. O que temos então? Uma Torre de Babel com rostos anônimos, histórias de vidas alquebradas, corações endurecidos. Como não poderia deixar de ser, a clássica pergunta "O que Deus quer ainda de nós"? ecoa incessantemente em nossos ouvidos e as palavras CM 388


"confiança e perseverança" também ecoam como sopro de resposta do Divino Espírito. Se não fosse pela nossa caminhada na equipe e na paróquia, talvez não entendêssemos os sinais que o Senhor tem nos enviado e são esses sinais que nos fortalecem e animam o nosso dia-a-dia. E hoje, mais uma vez fomos contemplados com um desses sinais, que não poderíamos deixar de partilhar com vocês. Para nossa felicidade, achamos, por acaso, depois de um ano, entre os nossos pertences, um exemplar da Carta Mensal, que nossa filha tinha separado sem sabermos. Depois de relê-la, resolvemos acionar o site das ENS, que por sinal está bem prático e funcional. Com alegria e avidez devoramos cada palavrinha ali impressa, saciando nossa "sede" de boas novas. As sábias palavras do Pe. Flávio Cavalca, na Carta Mensal de junho de 2003 "O Casal Cristão e a Esperança que o Anima", que tomamos conhecimento somente agora, pelo site das ENS, vieram iluminar as trevas que nos rodeavam e

abrir um leque de possibilidades. Enfim, não poderíamos deixar de testemunhar o que vocês das ENS estão fazendo por nós e por tantas outras pessoas, que se encontram longe de tudo e de todos. Daqui d9 outro lado do mundo, estamos sendo abastecidos, alimentando nossa alma com palavras de fé e entusiasmo. Em contrapartida, estamos tentando também plantar no meio onde atualmente vivemos um pouquinho dessa semente. Nesse tempo de globalização e modernidade, o site do Movimento é mais um canal de graça a serviço da grande obra do Senhor. Por tudo isso e muito mais, não poderíamos deixar de parabenizá-los por tamanho empenho e comprometimento. Fiquem com Deus, fiquem com nosso abraço sincero, fiquem com a certeza da grandeza e da importân- ..._,___., cia das Equipes de Nossa Senhora, em tantos lares e corações. Com carinho,

Maísa e Claudemir Borázio Santo-cho -.Japão

••• Reflexão •••

A PARÁBOlA DO MAR DA GAlllÉlA E DO MAR MORTO Na Terra Santa encontramos dois mares bem conhecidos. Embora alimentados pelo mesmo Rio Jordão, eles são, no entanto, totalmente distintos um do outro. O Mar da Galiléia é de água doce e contém muitos peixes. Seu litoral é salCM 388

picado por cidades e aldeias lindas. As colinas que rodeiam o mar são férteis e verdejantes. O outro mar é o Mar Morto. É célebre pela sua densidade de sais minerais. Não tem peixe e nem os vegetais têm condições de vida. Seus arre35


dores são desertos. Não existe área verde. O Mar Morto apresenta aspecto desolador. De onde vem esta diferença? A explicação é simples e simbólica. O Mar da Galiléia recebe pelo norte as águas do Rio Jordão, com toda sua carga de vida e fertilidade. Porém não guarda para si esta fertilidade. As águas seguem seu curso para o sul. É um mar que recebe a água do Monte Herman e das colinas de Golan. Riquíssimo em águas e em vegetação, o Mar da Galiléia não vive para si; reparte tudo aquilo que recebe de cima. No entanto, o Mar Morto é totalmente diferente. Recebe igualmente a água do Rio Jordão, mas retém esta água para si. Não possui saída. Enquanto as águas se evaporam, todos os sais minerais se acumulam no enorme recipiente fechado. A excessiva saturação é estéril, não permite vegetação alguma, não tem vida. É um mar que mata. É o Mar Morto. Existem igualmente duas classes de pessoas. E para começar, encontramos pessoas que nada guardam para si mesmas, nem seus dons e nem seus talentos. Colocam tudo à disposição dos outros. Tais pessoas são "vivificadoras". Seu calor humano, sua caridade, sua disponibilidade e o seu dom de partilhar com os outros irradiam ao redor delas confiança, alegria e vida. É gratificante colaborar com estas almas generosas. E tudo isto porque elas possuem a arte de nada conservar para si mesmas. ·Sabem parti36

lhar os dons que o Senhor lhes concedeu. Infelizmente, encontramos pessoas totalmente diferentes. São aquelas que vivem mais para si mesmas. Acumulam, porém, somente para si. Sofrem de uma tríplice enfermidade: ambição, avidez e dominação. Ignoram sua enfermidade, porém sofrem e fazem sofrer. E esta doença as leva à morte. Não se tornam simpáticas ou atraentes. Isolam-se. Não irradiam luz nem calor humano. Deterioram, pelo contrário, o clima e o ambiente. Tudo o que é vida, desaparece ao redor delas. Formam, realmente ... um Mar Morto. Compete, portanto, a cada pessoa se esforçar para se tornar um fecundo e enriquecedor Mar da Galiléia, rico em bondade, caridade, alegria, paz e fraternidade. Somente assim o Senhor gostará de passear ao longo de suas praias como o fez tantas vezes, para abençoar, frutificar, ensinar, curar, e chamar novos apóstolos. E, ainda assim, o Senhor acalmará a tempestade que pode ocorrer. Andará sobre as águas para sustentar nossa fraqueza e pouca fé, a nossa falta de fraternidade. Com ele e através dele seremos cada vez mais humanos e cristãos, sinais de fraternidade, do Reino de Deus já acontecido. E deixaremos de ser ou parecer um ... mar morto.

Padre Leandro Padilha Colaboração Avelino Gambin (da Graciete) CR Região RS I CM 388


Meditando en1 Equipe Fevereiro

2004

A Campanha da Fraternidade deste ano vem nos alertar sobre o valor da água. A realidade presente mostra o homem omisso diante desta necessidade vital. Leia o Evangelho de João 4, 1-15 - Sugerimos estas pistas para a meditação pessoal e em equipe: Contemple e partilhe as maravilhas da água. Da água nasce a vida. A água é fonte de vida. "Quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá sede". O que Jesus quer dizer com isso?

Março

2004

Quaresma é tempo de maior escuta da Palavra . É preciso deixar-se questionar pela Palavra. Leia Isaías 55, 6-11- Pistas para reflexão pessoal e partilha com a equipe: Isaías mostra como Deus avalia nossa vida nos versículos 8 e 9. É uma fatalidade ou um apelo de conversão? A partir da comparação da água (versículos 1O e 11 ), que lições tiramos para nossa vida? Pe. Ernani

Oração em comum Campanha da Fraternidade 2004 Bendito sejais, ó Deus criador, pela água, criatura vossa, fonte de vida para a Terra e os seres que a povoam. Bendito sejais, ó Pai previdente, pelos rios e mares imensos, pela benção das chuvas, pelas fontes refrescantes e pelas águas secretas do seio da terra. Bendito sejais, ó Deus salvador, pela água feita vinho em Caná, pela bacia ·:lo lava-pés e pela fonte regeneradora do batismo. Perdoai-nos, Senhor misericordioso, pela contaminação das águas, pelo desperdício e pelo egoísmo que privam os irmãos desse bem. tão necessário à vida . Dai-nos, ó Espírito de Deus, um coração fraterno e solidário, para usarmos a água com sabedoria e prudência e para não deixar que ela falte a nenhuma de vossas criaturas.

Ó Cristo, vós que também tivestes sede, beber a quem tem sede. ensinai-nos a dar E concedei-nos com fartura a água viva que brota de vosso coração e jorra para a vida eterna .

qe

Amém.


PROVÍNCIAS

NORTE NORDESTE CENTRO -OESTE LESTE SUL I SUL 11 SUL III TOTAL

Regiões

Setor/ Coord

Equipes

3 7 4 8 8 7 6

12 45 20 44

35 36

105 399 226 424 535 373 327

43

236

2.389

44

Casais Equipistas

633 2.478 1.488 2.653 3.113 2.192 1.734 14.291

SCE

77

262 165 282 396 204 231 1.617

Dados de 31.12.2003


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