ENS - Carta Mensal 385 - Outubro/2003

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • t1° 385 • Outubro/ 2003

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 21

Editorial Da Carta Mensal ... ........ .. .... ..... .. .... 01

REFLEXÃO

SUPER-REGIÀO

Lamparinas Acesas ..................... .. . 26

Façam a Escolha

Conversão ...... ........ .. ...... .. .............. 2 7

Iluminados pela Fé! ....... ............. .. . 02 Servir, Amar, Orar ...... ...... .. ... .... .... . 03

MEDITANDO EM EQUIPE .. .. ........ 28

O Casal Missioná rio e a Juventude ...... .. .... .. .. .. .. .. ... .. .... . 04

CORREIO DA ERI

ENCARTE: Encontro Nacional de Brasília Que Aventura! .. ......................... I

Pela Tua Palavra , Lançarei as Redes .. .. ...... .. .... .. .. ..... . 06

Quando o Amor Inventa .......... 11

Pelo Espírito que nos foi Dado .. .. .. 09

Glóooria ... O Nosso Boizinho Chegou em Brasília! ................ IV

VIDA NO MOVIMENTO A ERI Visita o Nordeste .. ... ............ 11

Liturgia .......... ....... .................... V

Eleição de Casal

Ganhamos Flores ................... VIII

Responsável de Equipe ........ ... ...... . 13

Palavra do Leitor ..................... XI

Encontros com o Padre Caffarel - Parte 11 .. .. .. ...... .. 15

Homilias do Encontro

Sessão de Formação Nível li - Juruti, PA .. .... ............ .... ... 1 8

• No Cume da Criação Está o Casal ......................... XII

Sessão de Formação

• Vão e Sejam Minha Presença XV

Nível I .... .. ........ .. .. ...... .. .. ...... .... ..... .. 19

Avaliação do Encontro Nacional ................ XVI

Comemoraçoes do Centenário de Nascimento do Pe. Caffarel .. ......... 20

Carta Mensal é uma publicaçc7o mensal das Equipes de Nossa Senhora

Wi/ma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Registro "Lei de Imprensa " Janete e Nélio n• 219.336 livro 8 de Pe. Emani J. Angelini 09. 10.2002 (Conselheiro Espiritual) E dição: Equipe da Carta Mensal

}omalista Responsável: Catherine E. Nadas (mob 19835!

Cecília e José Carlos (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu , 390 - 11• andar. cj. 115 - Perdizes - Seio Paulo Fone: (Ox.x /1) 3873. 1956 Foto de Capa: Cataratas do Rio lguaçu, PR- JC Sales lmpress<io: Gráfica Roma Tiragem desta ediçüo: 16.100 exemplares

Cartas, colaborações, 110tícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carla Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53 O/ 309·000 • S<io Paulo - SP

Fone: (Ox.x /1 ) 3256. 12 12 Fax: (Ox.x/1 ) 3257.3599 ca rtamensa/@ ens. org. br

A/C Cecília e José Carlos


Oi, amigos queridos! Como é gostoso encontrar qual for a nossa idade, e mostra o vocês de novo e ter tanta coisa valor do casal missionário junto à juventude. para contar! Vocês encontrarão coisas interesÉ lógico que nesta Carta continuaremos a falar do Encontro Na- santes também sobre a visita do cacional de Brasília, por dois motivos. sal responsável da Equipe InternaciO primeiro é que os que participa- onal, Gérard e Marie-Christine de ram desse evento têm prazer em Roberty, que conquistaram a todos relatar suas experiências e dão tes- com sua simpatia e acolhimento, apetemunhos que não podemos perder. sar das dificuldades da língua. Além do mais, a coragem da O segundo, é que o Encontro ainda não terminou. Temos certeza de que turma de Santarém numa Sessão de ele continua a realizar seus milagres Formação e a alegria imensa de sade fé e solidariedade nas mais dife- ber que mais um filho de equipistas recebeu o sacramento da Ordem rentes regiões do Brasil. Mas já estamos no mês de ou- Presbiterial. E, para uma meditação profuntubro, o mês missionário, neste ano vocacional. E é em outubro que es- da e frutuosa, a delicadeza do Pe. colhemos nossos casais responsá- Emani nos faz duas perguntas, de veis. Um assunto importante que grande importância, que podem muocupa um bom espaço desta Car- dar a nossa vida. E um privilégio, num tempo de ta. Começa com o querido Pe. Flávio, "abrindo o jogo" e falando em tanta violência, desânimo e preocutermos claros, que não deixam a pação poder fortalecer nosso espímenor dúvida, como fazer uma es- rito com esses testemunhos de cocolha responsável de um casal que ragem, de solidariedade e de espeterá muitas alegrias e oportunida- rança cristã. Que aqueles que não des de crescimento enquanto esti- perdem um só artigo da Carta Menver a serviço de sua equipe, dan- sal consigam levar outros equipistas do um pouco do muito que rece- a saborear esta leitura, construída por casais que querem ser sinal de beu do Movimento. Temos também, no Correio da amor no mundo e por Conselheiros ERI, um artigo muito bom do casal Espirituais preocupados e cheios de italiano Carlo e Maria Carla Volpini, boa vontade. Agora, vamos nos despedindo, que, refletindo sobre "Pela Tua Palavra, lançarei as redes" (Lc 5, 5) desejando aos nossos irmãos um trata do tema da esperança e da li- mês vivido com coragem, muita fé e alegria. berdade cristã. Abraços nossos para a família toda. A Palavra do Provincial nos incentiva a responder ao apelo de nosEquipe da Carta Mensal sa Igreja que nos quer "jovens", seja

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FAÇAM A ESCOLHA, llUMlNADOS PElA FE! Mais uma vez as Equipes irão fazer a escolha do seu Casal Responsável. Afinal, na tradição equipista encontramos duas idéias importantes: as responsabilidades são temporárias e todos devem estar disponíveis para assumir essas responsabilidades. Parece-me que seja raro algum casal se manter agarrado a uma responsabilidade. Talvez mais comum seja a tentação da fuga. É tão fácil encontrar um pretexto: não temos jeito, não temos tempo, fomos responsáveis há pouco tempo, agora estamos numa fase meio difícil, nossa espiritualidade anda em baixa. Aproveitando mais ou menos a idéia de um antigo escritor (se não me engano, Santo Agostinho) temos de dizer para nós e para todos na Equipe: "Se não tem jeito, arranje

jeito; se não tem tempo, arranje tempo; se a espiritualidade está em baixa, levante-a; se os tempos estão difíceis, pensa mais em Deus e nos outros; se foi responsável há pouco tempo, vai mandar Deus voltar mais tarde?" Para o casal essa é sempre uma oportunidade de renovação, de vivência mais aprofundada, de dedicação maior. Sem dizer que é uma oportunidade ótima para conhecer mais o Movimento, participar de encontros de formação, assumir a co-responsabilidade no colegiado, ampliar os contatos fraternos também fora da Equipe. Ah, sim, é claro. É também uma ótima ocasião 2

para dar um pouco depois de ter recebido tanto, desenvolver a capacidade de compreensão e de diálogo, crescer tendo de tentar fazer os outros crescer. Não perca a oportunidade por preguiçosa falta de coragem disfarçada de modéstia. E mesmo a Equipe não pode perder a oportunidade oferecida pela escolha do Casal Responsável. Podem começar fazendo uma revisão da vida da equipe: quais são as falhas que precisam ser corrigidas? Quais são os pontos positivos que precisam ser desenvolvidos? Qual o casal mais indicado para isso? Não procurem o mais desocupado, nem o mais tolerante, nem o mais manso, nem o mais inodoro. Procurem quem os possa desafiar, trazer idéias novas, esporear, animar. Não procurem um casal santo demais- porque ou não o acharão, ou não o suportarão - nem imaginem que a função de Casal Responsável seja posto de recuperação para casais em crise, ou prêmio de consolação para desiludidos. Façam a escolha iluminados pela fé, movidos pelo amor, na esperança certa de quem confia que Deus nos salva e santifica atravé de nossos irmãos e irmãs. E não façam do Casal Responsável cabide de responsabilidades que são de toda a Equipe. Deus ajude nossa Equipes e os novos Casais Responsáveis.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE da Super-Região CM 385


SERVIR, AMAR, ORAR Olá gente amiga! A Equipe da Super-Região definiu para o ano de 2003, como ponto de unidade, a formação para a Equipe de Setor, este nível de responsabilidade fundamental para a caminhada das Equipes de Nossa Senhora. Temos, no Brasil, 217 Setores/ Coordenações (dados de junho) e, a cada ano, são dezenas de casais que encerram seu mandato e transferem esse serviço a outros. Pensamos, assim, que seria importante dirigir uma palavra aos Casais Responsáveis de Setor, na esperança de ajudá-los a perceber a grandeza de sua missão e a sutileza de algumas predisposições interiores necessárias ao seu exercício. Vamos deter-nos em três aspectos. Qualquer nível de responsabilidade nada tem a ver com poder, com autoridade ou com o saber, mas apenas com o serviço. Serviço não é a arte de cumprir tarefas, mas sim a arte de descobrir o que é necessário ser feito, de colocar alma naquilo que se faz, como se quiséssemos dar vida a tudo que realizamos. Sem essa alma o serviço tomase pesado e corre o risco de não produzir frutos. A segunda predisposição indispensável está no dispor-se a um amor maior. Quem tem amor não se entusiasma com a autoridade, não se fundamenta em seu próprio saber, pois quem ama já descobriu a maior parte do segredo. O restante é só dispor-se a fazer. Mas o amor tem uma fonte, e aqui CM 385

está o terceiro requisito essencial: a força do amor está na oração. Estar à frente de uma equipe de Setor não é parecido com o dirigir uma empresa ou um negócio. Não se busca outro sucesso senão o revelar aos irmãos o amor de Deus. É na oração que se pode estabelecer a intimidade necessária, o encontro indispensável, onde o amor desabrocha suas potencialidades. Quem reza tudo faz e tudo espera, tudo crê e tudo desculpa, nada tem de si, tudo partilha, tudo entrega nas mãos do Senhor. O Guia das ENS, pág. 40, lembranos que "uma responsabilidade espiritual só pode ser recebida do Senhor e ninguém pode se apropriar dela. Isto quer dizer que é preciso manter-se em união com Aquele que nos confiou a responsabilidade". Atentos a estes pressupostos, a missão de conduzir um Setor será fonte de contínuas graças. O Senhor disporá ao Casal Responsável de Setor os meios necessários, colocará as pessoas certas para compor a Equipe de Setor e não faltará com a sua força para suprir as deficiências humanas daqueles que Ele convoca a uma missão. Servir, amar, orar: eis o caminho desta responsabilidade. Que Nossa Senhora abençoe os responsáveis de todos os Setores e Coordenações. Com nosso caloroso e fraternal abraço

Silvia e Chico 3


Pa1avra do Provincia1

O CASAL M1SS10NÁR10

E A JUVENTUDE ':4 Igreja tem tantas coisas para dizer aos jovens e os jovens têm tantas coisas a dizer à Igreja". João Paulo 11

Lemos, certa ocasião, uma apreciação do Pe. Caffarel sobre o papel dos casais cristãos em países em que havia perseguição religiosa. Dizia ele que os casais tornavam-se nesses países as últimas trincheiras do Corpo Místico, pois as igrej as eram fechadas arbitrariamente, impedia-se a ação do clero e proibiam-se as celebrações públicas. Esta não é evidentemente a nossa situação. Mas, nem por isso, vivemos um quadro menos inquietante. Em boa hora, atendendo o clamor da Igreja, o Movimento convocou-nos a refletir sobre o "Ser casal cristão hoje na Igreja e no mundo" e, neste ano em particular, convida-nos a estudar e discernir a respeito da nossa missionaridade como casais. É altamente desafiadora a missão de evangelizar os jovens num mundo em contínua transformação. Os valores cristãos são, em nossos dias, alvos de permanente assédio e a farrn1ia é pressionada por uma mentalidade geradora de atitudes contrárias a qualquer tipo de matrimônio estável. Emerge neste quadro uma juventude capaz de manifestar com agudeza e fidelidade suas virtudes e defeitos, seus desejos e desilusões, suas esperanças e angústias. 4

Como ponto de partida desta reflexão, destacamos a mensagem do Papa João Paulo II dirigida às ENS no Encontro de Roma (janeiro de 2003), através da qual exorta-nos " ... a participar cada vez mais ativamente na vida eclesial, sobretudo entre os jovens, que esperam a mensagem cristã sobre o amor humano, ao mesmo tempo exigente e exaltante. Nesta perspectiva, os membros das Equipes podem ajudá-los a viver a fase da juventude e do namoro na fidelidade aos mandamentos de Cristo e da Igreja, permitindo-lhes encontrar a verdadeira felicidade no amadurecimento da sua vida afetiva". Tal missão nos parece grande demais? Falta-nos tempo e compeCM 385


tência? Apressamo-nos a dizer-lhes que tais questões não são novas. Remontam, no Movimento, aos anos 70. Aproveitando o ano do centenário de nascimento do Pe. Caffarel, recordamos a resposta que dera a essas indagações no Encontro Internacional de Roma realizado naquele ano: "E eu vos respondo: estais particularmente aptos para o cumprimento desta missão, precisamente porque sois casais. Tendes um carisma próprio .... " (Missão do casal cristão, 8a ed. Loyola, pág. 113) Depois de 64 anos de história (cinqüenta e três no Brasil) vivendo a vocação de "ajudar os casais a tenderem para a santidade", as ENS descobriram, em sua experiência ímpar na Igreja, a importância da abertura à missão, bem como dos seus membros serem, no cerne da família, instrumentos da transformação iniciada por Cristo com a sua morte e ressurreição. Lembremos também alguns aspectos da nossa própria história. Todos vivemos a bela experiência da juventude. Alguns em outras épocas, quando outros eram os anseios e as inquietações. Mas, independentemente da idade, a Igreja nos quer "jovens", por isso nos conduz para aquele que é o "Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6). Todos recebemos a graça do sacramento do matrimónio que nos faz viver o amor humano numa vida conjugal estável, alicerçada na fidelidade, tendo como motivação profunda a própria fidelidade de Deus à sua aliança e de Cristo à sua Igreja. Por fim, CM 385

Deus concedeu à maioria de nós uma participação especial na sua obra criadora, na qual somos insubstituíveis. Através dos filhos confiou-nos a tarefa de contribuir para o crescimento do Corpo Místico e fez do nosso lar um caminho de conversão e de recebimento dos sacramentos. Vejam que carregamos em nossa bagagem um tesouro incomensurável: a espiritualidade conjugal. Poucos cristãos receberam, como nós, tantos bens necessários à juventude para que tenham um consórcio mais eficaz na sua vida a dois; poucos casais, como nós, dispõem de tantos recursos úteis aos jovens para superar as dificuldades que os impedem de assumir compromissos de longo prazo ou mesmo de entender a natureza da aliança matrimonial cristã. É chegada a hora de respondermos ao apelo da Igreja e do Santo Padre, levando no coração a certeza de que, para além das lutas e mesmo das derrotas que tenhamos tido no plano conjugal e familiar, a esperança nos assegura a vitória final do Reino. Por isso não tenhamos medo de gritar aos "quatro ventos", que o desafio de evangelizar a juventude, mesmo transcendendo às nossas forças humanas, é incapaz de superar a esperança dos filhos de Deus, daqueles que de fato crêem na perspectiva evangélica da ressurreição e da vida na morada eterna para nós preparada pelo próprio Cristo (Jo 4, 2-4).

Graça e Roberto CR Província Sul III 5


"PELA TUA PALAVRA,

lANÇAREl AS REDES" (Lc

O tempo em que vivemos faz com que nós, muitas vezes, nos sintamos desorientados diante de certas contradições da história. Temos medo também de estarmos, nós mesmos, perdidos e incapazes de ver claramente a rota certa a tomar, os caminhos mais coerentes que nossa fé deve percorrer. E, ao mesmo tempo que sentimos medo diante das coisas que não compreendemos, experimentamos, todos, também, um grande desejo de estar tranqüilos, de poder acreditar que Alguém vela por nossas vidas e guia nossos passos. Nós temos, acima de tudo, uma necessidade de ter esperança. Ter esperança de que o Bem vencerá o Mal; ter esperança de que a Vida

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s.s> triunfará sobre a Morte; ter esperança de que o Amor preencherá todos os cantos da Terra. E essas palavras de Pedro parecem responder às nossas necessidades mais profundas: são as palavras de alguém que escolheu firmemente a esperança, de alguém que sabe que não vai se decepcionar, que afirma uma esperança que se toma certeza, pois é uma esperança que se apoia sobre o Pai. Seria, portanto fácil dizer a vocês: "Façam como Pedro, lancem as suas redes, confiando no Senhor, nos momentos em que a esperança os abandona". Mas, hoje, desejamos, usando essas palavras de Pedro, partilhar

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com vocês nossa reflexão, não abandonando o tema da esperança e lhes propondo outras reflexões. Nós queremos falar de relação, da relação entre Pedro e Cristo, da relação entre nós e Cristo, da relação entre nós, homens de uma humanidade desunida. "Pela tua Palavra": Pedro está fatigado e decepcionado; as horas passadas no mar não trouxeram nada para suas redes vazias. Por que lançar mais uma vez as redes? Mas, podemos nós dizer "não" ao Senhor que nos manda, mais uma vez, refazer o mesmo gesto repetido inutilmente tantas vezes? Não há esperança em Pedro, mas algo parecido com resignação, o sentido de dever, a expressão de uma obediência que nasce de seu amor pelo Mestre. "Tua Palavra" convida Pedro a uma ação; quantas vezes, Senhor, tua Palavra "eu", "nós", nos convida à ação? E quantas de "nossas" palavras encontram mil justificações para não fazer essa ação: a fadiga, a decepção, a desconfiança. Tu falas, Senhor, e nós respondemos por outras palavras, que quase sempre não passam de uma tentativa infantil de justificar nossa incapacidade de crer e de dar vida concretamente à nossa fé. "Tua Palavra", clara e transparente, pura como o céu de verão depois de uma chuva, quer penetrar no nosso espírito, encher os corações, eliminar a desconfiança. Nós, porém, somos, quase sempre, capazes de deixá-la de lado, não te escutando, ou sufocando tua Palavra pela abundância de nossas próprias palavras. CM 385

Façam como

Pedro, lancem as suas redes, confiando no Senhor, nos momentos em que a esperança os abandona.

Tua Palavra exige, talvez, o nosso silêncio. É o silêncio que dá espaço, que abre um lugar para a tua Palavra; é o silêncio que permite à tua Palavra colocar-se no centro de nossa escuta. Só o nosso silêncio permite que a tua Palavra penetre em nós. E se, à nossa volta houver barulho, confusão, distração, o silêncio permitirá que a tua Palavra nos atinja. Nosso silêncio se toma um lugar de hospitalidade e de acolhimento para a voz do outro: a voz do Senhor, é claro... mas também as vozes de tantos outros, que também não ouvimos, pois são abafadas pelas nossas palavras, pela nossa própria voz. 7


''Eu lançarei": Pedro age, responde por uma ação: ele não quer ficar discutindo sobre a validade ou não de repetir uma ação que parece inútil. Pensemos um pouco: quantos são os gestos que deixamos de fazer? Quantas são as ações que consideramos inúteis no plano humano e que, por isso, deixamos de concretizar? Quantos atos de desconfiança realizamos em relação ao Senhor? Tua Palavra, minha ação; Tu e eu ligados. Minha ação. Tu falas, Senhor, mas tu me deixas a liberdade de acolher ou não a tua Palavra. Tu falas, Senhor, mas Tu me dás a liberdade de fazer ressoar tua voz na minha alma. Tu falas, esposa ou marido, colega ou amigo, mas tenho sempre a liberdade de uma escuta autêntica que seja uma atenção às tuas necessidades, acolhimento dos teus limites e de tuas fraquezas, resposta aos teus desejos. Tu falas, irmão e irmã da rua, homem e mulher que passas por mim ou que está longe de mim; tu me convidas tu me suplicas, tu gritas na minha direção. Tua voz me fala das tuas dores, exprime tuas aflições, manifesta teus sentimentos. Mas deixas para mim a liberdade de levar alívio aos teus sofrimentos, de adivinhar tuas necessidades, de partilhar dos teus sentimentos. " ... as redes": uma rede não é somente um receptáculo onde se joga, de qualquer jeito, as coisas que recolhemos e tudo o que a vida nos dá de bom e de bonito ou de feio e doloroso. A rede é um tecido, uma 8

trama de fios e de nós, criada pouco a pouco, que permite levar todos os fardos , tódas as alegrias e todas as dores do homem, todas as ações que respondem à Palavra do Outro e do outro. A rede é o resultado dessa relação "eu-tu", sinal da relação de Pedro com Cristo, sinal de minha relação com Cristo, sinal da relação entre os homens.

"Pela tua Palavra, eu lançarei as redes": não é somente a decepção que eu quero vencer; não é só a esperança que eu procuro, Senhor; não é somente a confiança que eu quero te testemunhar. É a rede das relações que eu quero construir contigo, Senhor, fazendo com que a tua voz ressoe em mim; é a rede de relações que eu quero construir com meu cônjuge, para construir a cada dia um casamento que seja sacramento, sinal e testemunho do amor mútuo, reflexo do amor de Deus; é a rede de relações que quero construir com os irmãos de equipe, aqueles que partilham a fadiga de meu caminho, aqueles que me ajudam a carregar o peso da minha fadiga e que partilham da minha alegria nos momentos felizes; é a rede das relações que eu quero construir com todos os homens do mundo, para me sentir parte apaixonada dessa comunidade que caminha e para ser Igreja na sua universalidade. "Pela tua Palavra, eu lançarei as redes": e não será uma pesca inútil; não será uma noite inútil; não será uma vida inútil.

Cario e Maria Carla Volpini CM 385


PELO ESPlRlTO QUE NOS FOl DADO O convite que me foi feito para o Encontro Nacional das Equipes do Brasil, levou-me a meditar sobre a missão dos casais cristãos e das Equipes, a partir da presença do Espírito Santo em Maria na Visitação e também na Igreja que nascera no Pentecostes. Trago, hoje, para vocês, algumas das minhas reflexões. No Evangelho da Visitação, vemos Maria um dia depois da Anunciação. Ela havia recebido e aceitado a missão de ser mãe de Cristo. O Espírito Santo desceu sobre ela e Maria ficou muito unida a Ele, pois carregava em seu ventre uma criança, o Filho de Deus. Então, Maria já se põe a caminho. Serva do Senhor, corre para Isabel para partilhar com ela a sua felicidade. Reconhecida por Isabel como Mãe do meu Senhor, Maria expressa a sua fé na alegria do Magnificat, que se tornou a oração das Equipes. Casais cristãos, o Espírito habita em vós desde o seu batismo e de sua confmnação, o Espírito de amor de Deus que une vosso amor ao amor criador e salvador do Deus vivo; felizes são vocês, por serem por sua vez, servidores do Senhor! Um pelo outro, um e outro pelos filhos, vocês têm a missão de comunicar a alegria da fé - a fé em Deus, a fé do compromisso do Sacramento do Matrimônio, a fé no mistério da união do Cristo com a humanidade, que vocês refletem através de sua vida. Vocês recebem a Palavra CM 385

Casais cristãos, o Espfrito habita em vós desde o seu batismo e de sua confirmação.

de Deus, meditam sobre ela acolhendo-a no mais profundo do coração e da inteligência. Pelo dom de vocês mesmos, tornam-se parte importante da obra do Redentor que, sem cessar, pelo Espírito, purifica e renova a natureza humana. Humildes e confiantes, acreditam no ideal do casamento cristão; como podemos ler no Guia das Equipes, vocês desejam basear sua vida 9


conjugal e familiar no Evangelho; testemunhar, pela sua vida, o amor de Deus, dar testemunho dos valores cristãos na sua vida social e profissional. Vocês buscam a santidade, na simplicidade da vida quotidiana. Sabem que a santidade é dom de Deus, que nada tem a ver com nossos méritos. O Senhor olhou para a humildade de sua serva... O TodoPoderoso fez por mim maravilhas. Os Estatutos expressam bem a aspiração dos esposos cristãos: "eles querem que o seu amor, santificado pelo sacramento do matrimônio, seja um louvor a Deus, um testemunho aos homens - demonstrando-lhes, com toda ~vidência, que Cristo salvou o amor". Os Atas dos Apóstolos nos mostram os discípulos, depois da Ressurreição e Ascensão de Jesus, fiéis na oração com Maria. Eles continuavam juntos, embora um pouco amendrontados, quando o Espírito Santo os arrebatou ... Tomam-se, então os portadores intrépidos da boa nova: pelo Cristo sempre vivo, a Nova Aliança é, daí por diante, eterna. Pela manifestação do Espírito de Pentecostes, uma unidade nova foi inaugurada, na diversidade das culturas, mas também na diversidade das situações das pessoas casadas ou não, jovens ou idosos, pobres ou ricos, simples ou sábios, frágeis ou fortes ... Aqueles homens não são os mais bri~ lhantes. Eles não estão lá para proclamar as próprias descobertas, mas as maravilhas de Deus. Um grande ânimo para a Igreja que surgia, como também para as Equipes de hoje. A sua missão, casais das Equi10

pes, vocês realizam juntos, graça à ajuda mútua: no dia-a-dia e, principalmente nos tempos de provação, a ajuda mútua espiritual, para sustentálos na fé, e também, muitas vezes, a ajuda-mútua material. Vocês realizam sua missão porque o Espírito de Cristo está presente em toda a vida da Igreja. Vocês sabem muito bem que o casal já é uma pequena Ecclesia, como também a Equipe, estreitamente ligada à Igreja toda. O Pe. Caffarel disse: "É preciso que, na pequena Ecclesia, esteja vibrante a alma da grande Igreja". A ajuda mútua entres os equipistas, longe de separá-los de sua paróquia ou de sua diocese, encoraja os casais a trabalhar a serviço da Igreja toda. Os Estatutos inscrevem esse sentido da Igreja entre as razões que justificam a própria existência das Equipes: "os casais devotados à Igreja, querem estar sempre prontos para responder aos apelos de seu bispo e de seus sacerdotes". Sejam testemunhas e defensores do bem comum, sejam um sustento para os casais e as farm1ias, contribuam para a qualidade da educação, sejam construtores da paz na justiça, que caminha ao lado da solidariedade em relação aos mais necessitados e a autêntica caridade que dá toda a qualidade à vida da sociedade. Assim, sereis fiéis ao amor de Deus que foi derramado nos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5).

Monsenhor François Fleischmann SCE da ERI CM 385


A ERl VlSlTA O NORDESTE O 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, que aconteceu nos dias 17, 18, 19 e 20 de julho próximo passado, em Brasília, representou para todos os equipistas do Brasil um momento ímpar em nossa vida conjugal; foi um período de muitas graças. Uma dessas graças foi a presença do casal Marie Christine e Gerard de Roberty e do Mons. Fleischmann, responsáveis pelas Equipes de Nossa Senhora no mundo, neste tão maravilhoso evento. Para nós, do Recife, PE e de João Pessoa, PB, entretanto, a graça veio acompanhada de bênçãos especiais: o casal da Equipe Responsável Internacional (ERI) e seu SCE demonstraram interesse em conhecer a cidade de Recife. E, aí, no dia 11 de julho, desembarcaram nesta cidade, que fica a apenas uma hora e meia de viagem para João Pessoa. Considerando esta distância, não podíamos perder a oportunidade de ter entre nós tão ilustres hóspedes! Assim, no dia 13 fomos buscá-los em Recife; eles ficariam conosco até o dia 15. No início, confessamos que tivemos um pouco de medo. Como seria acolher em nossa residência, nos nossos setores, nossos chefes maiores? Pessoas com língua diferente, costumes diferentes! Tudo era inédito para nós! Porém, não hesitamos. A equipe regional, juntamente com os seCM 385

tores de João Pessoa, assumiram com entusiasmo a visita jamais planejada por nós. Afinal, quem ousaria sonhar tão alto? Mas, como os planos de Deus, não raro, nos surpreendem, o sonho nunca sonhado se realizou. O receio e o medo ficaram para trás quando, enfim, nos deparamos com Marie Christine, Gerard e Mons. Fleischmann. A simplicidade, a alegria, o sorriso estampado em seus rostos nos deixaram tranqüilos e apaixonados. O idioma diferente não foi empecilho para falarmos sobre as equipes do Brasil em geral e das equipes da Província Nordeste em particular. Enquanto os acolhíamos, oCasal Responsável Regional e os Casais Responsáveis de Setores pareciam formiguinhas, preparando a missa mensal, que fora programada especialmente para receber o casal e o monsenhor. À noite, fomos participar da Celebração Eucarística. Foi simplesmente maravilhoso ver, praticamente, todos os casais de João Pessoa e alguns outros da Coordenação de Itabaiana (cidade que fica a 100 km de João Pessoa). A Igreja foi pequena para tanta gente. Víamos no olhar de cada um o brilho de alegria e, ao mesmo tempo, de curiosidade. Afinal, quem poderia imaginar receber tal "delicadeza" de Deus: ficar face a face com os dirigentes interna11


cionais das Equipes de Nossa Senhora! Foi muita bênção ! Os três eram um só sorriso e a todos tratavam como irmãos, mesmo! A simpatia deles era contagiante! Tudo era euforia! E, para coroar o acontecimento, a missa foi simplesmente maravilhosa, bela! O celebrante, Pe. Antônio Kemps, SCE de uma equipe, foi o nosso tradutor por ocasião das palavras carinhosas de agradecimento e de alegria de Marie Christine, Gerard e Mons . Fleischmann. Ao final da celebração, houve uma linda festa de confraternização. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora de João Pessoa estava em festa! Em meio a tanta descontração e felicidade, algo de muito sublime ocorreu. A presença dessas três "pessoas especiais" fez todos os equipistas irem à Igreja, inclusive o Zé Bento, da Anne. Por que ele é diferente dos outros? Bem, Zé Bento sofre de enfermidade renal e, pelo menos duas vezes por semana, precisa fazer hemodiálise. O pior de tudo, porém, é que essa fanu1ia passa por sérias dificuldades financeiras. Com muita dificuldade, ele chegou silencioso, ficou em um dos últimos bancos, onde, dificilmente, seria notado. Mas, como para Deus não há obstáculos, o encontro de Zé Bento (que não tinha como se levantar) com os dirigentes da ERI aconteceu. Não dá para esquecer a imagem de vê-lo com os olhos cheios de lágrimas, segurando a mão de Marie Christine que, por sua vez, 12

também teve seus olhos com lágrimas. O olhar de Gérard era de uma grande ternura. Por fim, Mons. Fleischmann colocou a mão sobre a cabeça de Zé Bento e abençoou-o. Foi emocionante! Gestos dignos de representantes internacionais. Meus irmãos, essa linda história de sensibilidade e ternura não acabou. Na mesma noite, fomos solicitados por Gérard para escrever o nome do equipista em um papel, já que ele não conhece o nosso idioma. Depois entendi o porquê. O casal tomou um ícorte belíssimo da Sagrada Família, 30x30, e o ofereceu a Zé Bento. No dia seguinte, pediram para entregar o "souvenir" pessoalmente, indo até a casa de Anne e Zé Bento. Depois , fizeram um "tour" pela cidade de João Pessoa e, à noite, participaram de uma Reunião de Equipe, com direito a tradutor e tudo. Infelizmente, tiveram de retomar a Recife, onde tinham compromissos com os casais equipistas daquela cidade, os quais os aguardavam para a Celebração de Envio dos casais que participariam do 1o Encontro Nacional das ENS e para comemoração das Bodas de Marie Christine e Gérard. Não temos palavras para agradecer a Deus tamanha generosidade para conosco. Foi um presente inigualável! Louvado seja Deus! Cida e Raimundo CR da Província Nordeste CM 385


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ELElÇft,O DE CASAL RESPONSAVEL DE EQUlPE Como Proceder? Outubro está chegando; é hora de eleger o Casal Responsável de Equipe do próximo ano. Lembramo-nos do saudoso Padre José Carlos de Mambro, ex-Conselheiro de várias Equipes e do Setor de São Carlos, que escreveu o seguinte: "se há momento de responsabilidade na vida de uma Equipe é o da escolha do Casal Responsável.

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Quais os critérios? Acredito que muito se tem errado. Em algumas Equipes se elege por rodízio, por que chegou a sua vez. Noutras por que um casal não vai bem, então, se elege para corrigi-lo. Em outras de acomodados, por que não se quer nada com nada, se elege o último casal que entrou na Equipe. Será que são estes mesmos os critérios para a escolha do Casal Responsável de uma Equipe de Nossa Senhora? Vejamos no documento "O Casal Responsável de Equipe", os critérios de escolha: a) Todo ano se escolhe um Responsável pela sua Equipe, podendo permanecer o mesmo casal por dois anos consecutivos no máximo, mas é desejável que todos se beneficiem desse serviço. No entanto, nem todos estão aptos para exercer esta função em todos os momentos de sua vida. Portanto, para o bem da Equipe, devese escolher o que reúne melhores condições para exercer o serviço nesse momento; 13


b) A escolha é feita pelos próprios casais da Equipe, de preferência antes da reunião de balanço, de modo que o novo Responsável possa se inteirar melhor das resoluções da Equipe. É uma escolha muito séria, que não se deve permear de interesses ou preferências pessoais, mas com orações e com a intervenção do Espírito Santo. É um ato de fé. c) Não são critérios de escolha o sorteio e a rotatividade. d) A escolha se faz por voto secreto, individual, isto é, não de casal. O Conselheiro Espiritual faz a apuração e anuncia o casal escolhido. Se houver empate, o Conselheiro dá o seu voto de Minerva, sem dar esse fato a conhecer. Aliás, o Conselheiro deve anunciar o casal escolhido sem anunciar o número de votos atingidos. e) Cada membro da Equipe deve escolher o casal que se acha mais disponível e mais apto no momento, mas deve acolher o casal voluntário que se achar em boas condições. f) Nesse processo de escolha deve considerar valores como: coerência entre fé e vida, formação cristã e equipista, apostolado, boa comunicação, amor e entusiasmo pelo Movimento. E deve-se evitar casais que passam por crises conjugal, emocional, etc.

Então, pensem bem: - Qual é o casal da sua equipe, neste momento, que preenche bem esses requisitos? Eleja-o! O Casal Responsável de Equipe é chamado para trabalhar na Vinha do Senhor. E quem escolhe para o serviço não é a Equipe ou em nome próprio que o faz, mas é o próprio Senhor quem escolhe. Do mesmo modo que Deus o escolhe, a responsabilidade que dela decorre é inteira e pessoal diante do Senhor. É também um chamado à conversão e a um amor maior. O Casal Responsável precisa amar a sua Equipe mais do que os outros. Assim como Jesus indagou a Pedro se ele o amava, mas amava mais que os outros, o Senhor também lhe perguntahoje: - Você casal responsável me ama mais que os outros? Se às vezes você não se sente capacitado para o serviço, é bom lembrar-se que Deus não chama os capacitados, mas capacita os escolhidos. Então, é preciso colocar-se nas mãos do Senhor e deixar guiar-se por Ele de maneira abnegada. E, de mais a mais, o Responsável de Equipe exerce o seu serviço com a entre-ajuda do Conselheiro Espiritual e dos seus irmãos de Equipe que são seus coresponsáveis. Boas eleições. O Senhor está com todos vocês!

É bom também que o casal esteja disponível, seja desprendido, tenha esperança, seja otimista, entusiasta e ame a sua Equipe.

Lourdes e José Benedito de Faria CR Setor B - São Carlos, SP jfariascarlos@uol.com.br

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Ainda sobre Brasília ...

QUE A VENTURA! No início, quando surgiu a proposta de inscrição para o 1o Encontro Nacional das ENS, 24 pessoas aceitaram a idéia e entusiasmadas começaram os preparativos. No entanto, foi-se medindo as dificuldades e problemas de saúde; isso levou à desistência de 14 pessoas. Restaram então 1O pessoas, com muita coragem para chegar a Brasília, e representar a PréRegião Santarém. Fizemos os cálculos e marcamos nossa saída de Santarém para o dia 11 de julho, com destino a Belém, de barco. E, assim aconteceu. Cerca de 48 horas depois, chegamos à Belém e fomos acolhidos e hospedados por irmãos equipistas e farniliares. Seguindo o planejado, saímos de Belém de ônibus, às 20:00 horas, do dia 15/07, com destino ao nosso objetivo: participar do 1o Encontro das ENS, em Brasília. As rodovias que percorremos estão em péssimo estado de conservação, com imensos buracos, não nos deixando dormir direito, sendo que muitos nem conseguiram dormir. Às 10:00 horas do dia 16, tivemos um problema mecânico com o ônibus, que foi resolvido cerca de 6 horas depois. Com fome, caminhamos 500 metros, procurando alimentação. En-

contramos uma comida caseira muito boa. Agradecemos muito a acolhida dos irmãos da localidade de São Salvador, TO. Seguimos viagem e ao anoitecer deparamos com um acidente trágico de capotamento de um veículo, sendo que o motorista faleceu no local. Maria caminhava conosco, pois, nos livrou de um assalto, já que paramos para trocar um pneu na localidade de Natividade, e, o ônibus que vinha atrás do nosso nos passou e foi assaltado. No final da madrugada, na divisa do Estado de Tocantins com Goiás, um outro ônibus que vinha em sentido contrário ao nosso, bateu em uma pedra e caiu no precipício. Sem condições de ajudar, o nosso motorista avisou a polícia rodoviária, pois, tudo indicava que não havia sobreviventes. Amanheceu, rezamos o Magnificat, confiantes que chegaríamos cedo para descansar e nos prepararmos para a abertura do tão aguardado evento. Ficamos desapontados, quando o


ônibus foi parando lentamente e o motorista nos avisou que havia caído a correia do motor. Faltava mais ou menos 90 quilómetros para chegarmos à Brasília. Nós nos afastamos um pouco do ônibus, demos as mãos e rezamos novamente o Magnificat, pedindo a Maria que nos ajudasse a chegar a tempo de participarmos do início do Encontro. O motorista se comunicou com a empresa, dizendo que muitas pessoas tinham um compromisso sério em Brasília. Ele mesmo deu um jeito e conseguiu consertar o ônibus. Só que andamos alguns quilómetros e o problema se repetiu. Dizíamos: Rezem, gente! Pensávamos em pedir ajuda aos irmãos equipistas de Brasília, mas, sabíamos que eles estavam muito ocupados. Graças a Deus, mandaram socorro

e confiando sempre em Maria, chegamos ao nosso destino, após viajarmos mais de 1500 quilómetros de barco e mais de 2100 quilómetros de ônibus e muitas noites sem dormir. Ah! Que alegria sermos recepcionados pelos irmãos equipistas na rodoferroviária. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo. Nós nos sentimos como se estivéssemos em nossa cidade, em nossa casa. Enfim, como equipistas realmente estamos em casa. Chegamos em Brasília às 13:30 horas do dia 17, a tempo de partic iparmos da cerimônia de abertura do tão aguardado Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora.

Régis e Claudionor p/ casais da pré-Região Santarém, PA

QUANDO O AMOR INVENTA: a História de um Cirio Era por volta das 17:45 horas, da quinta-feira, quando o pessoal da Região Paraíba e várias outras Regiões do Brasil, juntamente com a equipe da Super-Região, todos hospedados no Hotel San Marco, preparavam-se para sair em direção ao Expo-Brasília para a grande noite de abertura. Eis que no ônibus vimos Silvia e Chico abraçando uma caixa de papelão fina, mas alta, como se levassem um tesouro. Nossa curiosidade logo nos fez perguntar: o que é isso? Mas a resposta veio meio evasiva: "é um presente que ga-

nhamos de um casal equipista lá de Santa Luzia, interior da Paraíba. Estamos tentando cumprir seu desejo, vocês serão informados oportunamente". Na euforia em que vivíamos o assunto ficou esquecido. Eis que na caminhada da programação, já na sexta ou sábado, nem nos lembramos bem, o casal animador do Encontro, chama a atenção de todos: "olhem para o palco, para este grande Círio, todo caprichado e alusivo ao nosso Encontro, que está aqui à frente desde a ceri-


mônia de abertura, em lugar de destaque. É um testemunho vivo de participação e entusiasmo. Quando o casal mandou este presente havia dentro uma cartinha. Eles queriam demais participar deste Encontro, mas não tinham condições de fazê-lo". Vamos ler o que eles dizem: "Então pensamos: porque não participamos de uma outra maneira? Veio-nos a idéia de corifeccionar algo que tivesse uma utilidade e um significado e que desse um sentido de presença nesse Encontro. Foi aí que começamos a pedir a alguns irmãos equipistas restos de velas, ou até mesmo velas virgens, para que pudéssemos confeccionar um círio para o Encontro das Equipes de Nossa Senhora. Juntamos aqui, ali e conseguimos com a graça de Deus realizar o nosso sonho. Com isso acreditamos que de certa maneira, nós também estaremos presentes através de nosso desejo expresso e concretizado nessa simples lembrança. Pedimos que, se possível acendam este círio nas celebrações eucarísticas desse Encontro, pois, assim estaremos representados e participando com o mesmo entusiasmo que envolverá os demais equipistas presentes. E em nome da Província Nordeste, da Região Paratôa e em especial do Setor Santa Luzia que ofertamos esta pequena lembrança. Esperamos que o entusiasmo e as graças alcançadas nesse Encontro, possam tornar-se contagiantes em toda a Super-Região Brasil - Sandri-

nha e Júnior - CRE 9 - N. Sra. de Guadalupe -Santa Luzia, PB" Esta é a prova de que quando se ama, o amor inventa. Nas estatísticas deste Encontro some-se ao número dos presentes o nome deste nosso querido casal equipista, que com seu jeito singelo deu seu testemunho de entusiasmo, de pertença e de participação, ainda que distante milhares de quilômetros. Deus seja louvado.

Equipe da Carta Mensal


GlÓOORJA ... O NOSSO BOlZlNHO CHEGOU EM BRASlllA! Queridos casais equipistas do nosso imenso Brasil! Que a alegria e o entusiasmo vivenciado no Encontro Nacional, permaneça vivo e contagiando o nosso ser equipista e nos impulsione ainda mais para a missão que o Movimento nos aponta. Querendo externar a nossa satisfação por tantas maravilhas vivenciadas, gostaríamos em particular de retratar a materialização de uma idéia que a princípio nos pareceu um tanto estranha às nossas "aparentes habilidades": fazer acontecer a brincadeira do bumba-meuboi, festa tradicional do Maranhão, no 1o Encontro Nacional. Idéia a princípio levantada por lvanilde e Araújo, CR da Eq. 03- N. Sra. das Graças, de São Luís e incentivada por Diquinha e Aldy, na ocasião Casal Piloto desta Equipe e membro da Eq. 1 de Barra do Corda. O primeiro casal, conhecedor e brincante contumaz, com o apoio da sua comunidade de bairro , procurou mais que depressa confeccionar o "Boi". Na tarefa de confecção do mesmo, recebemos a dedicada colaboração do artesão Dário. No EACRE deste ano, tivemos a oportunidade de realizar um primeiro ensaio. Con-

fesso que fiquei mais temeroso ainda, pois constatei que a timidez e a falta de jeito se manifestou mais claramente. O tempo foi passando, a confecção do "Boi" avançava e nós, ficávamos preocupados com a idéia de não conseguir realizar a nossa tarefa (fazer com que o nosso Setor imitasse em parte os passos da dança). Sentimo-nos mais aliviados, quando Deus providenciou a ajuda do Durans, que coordena o "Boi Brilho da Barra", para que nos ajudasse a materializar esta idéia. Foi através dele, que após alguns ensaios, conseguimos "arranhar os passos da dança". E para nossa imensa alegria, conseguimos ainda com ele, os trajes dos índios e cunhãs (componentes do boi). Tendo encaminhado esta parte, começamos a pensar como poderíamos utilizar esta cultura para expressar a nossa gratidão ao Movi-


mento e àqueles que o trouxeram até nós. Combinamos então que na primeira toada, saudaríamos a todos e invocaríamos a bênção de Deus e a proteção de Nossa Senhora para o nosso boizinho. Em seguida agradeceríamos à Região Ceará que, por intermédio de Vanda e Bosco, lançou a semente das ENS no centro geográfico do Maranhão (Barra do Corda). Declararíamos o nosso amor à nossa querida Barra do Corda. Entoaríamos São Luís do Maranhão, que como uma sereia, encanta e seduz a todos que de suas praias se aproximam. Por fim, o nosso boizinho foi se despedindo de Brasília, lamentando ter que partir e deixando seu telefone na esperança de que essa "menina linda" um dia o chame de volta.

Foi assim que o nosso boizinho partiu de São Luis, passou em Barra do Corda, ganhou o Planalto Central e brilhou na noite cultural do nosso Encontro de Brasília. Hoje, fica em nós uma grata lembrança de sua passagem em nossas vidas e o compromisso de ajudar concretamente ao Durans, nosso amigo colaborador, que utiliza dessa cultura popular, para resgatar jovens do mundo das drogas e da prostituição. Agradecemos imensamente a Deus e a todos que direta e indiretamente nos ajudaram, e que a brincadeira do bumba-meu-boi continue sendo para nós, uma abençoada desculpa para "salvar vidas".

Vilma e Adelman CR Setor Barra do Corda, MA

A llTURGlA DO 1 o ENCONTRO NACIONAl Um dos objetivos do 1o Encontro Nacional era proporcionar "momentos de oração e celebração em comum". E vivemos lá, em Brasília, durante os quatro dias do Encontro, atos e celebrações litúrgicas que nos colocaram em clima de profunda espiritualidade. Procurando abordar aspectos do grande tema do Encontro- CASAL CRISTÃO: SACRAMENTO DO AMANHÃ - as celebrações eucarísticas nos levaram a uma reflexão sobre a nossa missão de casal cri tão, a começar com

a de sexta-feira, sob o tema "No cume da criação está o casal". Fomos convidados a aprofundar a consciência de que "somos enviados para desempenhar a missão de construir um mundo mais cristão, um mundo em que o casal cristão é sinal de presença concreta do amor de Deus". Da leitura e reflexão de Gn.2, 1822, ficou para nós a enorme responsabilidade de sermos parceiros da criação. Deus criou o homem, o nosso ser, à sua imagem e semelhança,


com a Trindade refletida na sua obra. Segundo Santo Irineu, "já a semelhança com o Criador é um processo". E a sua vontade, o seu projeto é que possamos cada vez mais estar conformes com o projeto da criação. O tema do encontro aponta para o casal como "sacramento do amanhã". Ele apela justamente para o princípio: "os dois serão uma só carne". Jesus declara a dignidade do casamento por causa da própria criação. Por isso, nos dizia Pe. Dimas Lara Barbosa, "temos de ser profetas alegres dos valores da família. Vale a pena viver do jeito que Jesus propõe. Vale a pena acreditar na família". Na celebração eucarística de sábado louvamos a Nossa Senhora, "que, da mesma forma como esteve com os apóstolos em Pentecostes, reúne e guia as comunidades das equipes para se abrirem à força do Espírito Santo" para nos ajudar a cumprir a nossa missão diante das necessidades da Igreja e do mundo. O Presidente da celebração foi Pe. Flávio Cavalca e a homilia foi feita por Monsenhor François Fleischmann, Conselheiro Espiritual da ERI, o qual nos lembrou que Maria é nosso modelo e protetora e está sempre a serviço de Deus e da comunidade. "Maria aceitou a missão de ser mãe de

Cristo e age como serva do Senhor. Logo, foi até Isabel para ajudá-la e comunicou-lhe a alegria da concepção. O Espírito animou o encontro das duas e Isabel fica repleta do Espírito Santo. Surge, então, na boca e no coração de Maria, a oração que foi adorada como a oração das equipes, Magnificar! No ofertório dessa celebração, foi introduzido o quadro do Pe. Caffarel, simbolizando o eu papel profético na propagação dos valores do matrimônio cristão, "fazendo dos equipistas pessoas comprometidas com a transformação da cultura do casamento". A presença do quadro com a foto do fundador representava também a oferta de todo o Movimento a Deus. No domingo, a celebração eucarística que, seguida da celebração do envio, encerrou os trabalhos do Encontro teve como tema "Vão e sejam minha presença". Na homilia da Santa Missa, o Pe. Mário José Filho, explorando as figuras do pastor e do deserto, contidas nas três leituras, levou-nos a aprofundar a re-


flexão sobre a nossa missão de casal cristão equipista: "temos que ser pastores: guardar, proteger, amar, dar sustentação e segurança a nosso cônjuge, aos nossos filhos, às nossas equipes, às nossas comunidades. Pastores das realidades sociais!" As orações da manhã, nos três dias, ajudaram-nos a entrar mais profundamente no clima de espiritualidade que vivemos no

transcorrer dos trabalhos e nos colocaram também, pelos textos das..,..

A Liturgia do 1° Encontro Nacional foi fruto de um longo tempo de preparação em que estiveram envolvidos muitos casais das equipes de Brasília, liderados por Leila e Antônio Carlos, da Eq. 29B - N. Sra. do Pilar, da Região Centro-Oeste I, e teve como Conselheiro Espiritual o Pe Norbey Londofio Buitrago, SCE das equipes 290 e 470, Região Centro-Oeste I, que passa neste momento a SCE da Província. Muito ajudou o casal Fernando e Esmeralda (Mera), da equipe 2, da Região Centro-Oeste II, na animação e na regência do coral. O coral foi formado por equipistas das duas regiões de Brasília, mais Káthia Valéria, cantora da Catedral das Assembléias de Deus de Brasília e Marcelo, filho do cantor Jessé, também evangélico. Os membros do coral trabalharam durante dois meses em perfeita integração, trazendo frutos importantes para a espiritualidade de todos. Káthia Valéria, além de se incorporar ao coral, preparou todos na técnica vocal. "A troca de conhecimentos nos levará a nos assentar na mesa das bodas do Cordeiro", disse-nos ela. Marcelo foi o responsável pelo teclado e responsável pela concretização do "Hino do Encontro", cuja letra é de autoria de Olga Batista (do Adalberto), da Equipe Nossa Senhora Aparecida, setor E, de Cascavel, PR.

Lenice e Luiz, CR da Região SP Centro IV


~ orações,

em comunhão com toda a Igreja. Na celebração do envio, Pe. Flávio nos disse: " É o momento de repensar nossas posições frente à missão... Tenhamos a mesma resposta de Simão: 'Trabalhamos em vão durante toda a noite, sem nada apanharmos, mas sob tua palavra, Senhor, lançaremos as redes' ... 'Nós vos pedimos, Deus de misericórdia, vossa fortaleza e vossa graça, para que sejamos fiéis à pesca, tornando-nos sinais de vossa amorosa presença entre nós'". Precisamos ressaltar ainda a importância do canto durante as celebrações. Os cânticos estavam perfeitamente integrados ao conjunto das celebrações. O coral, formado

de equipistas de Brasília, ajudou a enfatizar os temas de cada celebração e incentivou a participação dos presentes na liturgia. A equipe de liturgia procurou envolver casais de todo o Brasil, que participaram das leituras e das procissões litúrgicas e da celebração do envio. Queremos destacar a presença de 181 SCEs do Brasil todo na concelebração das missas. A participação dos sacerdotes nas celebrações, bem como em todo o Encontro, foi a manifestação da inserção do Movimento na Igreja e do anseio de todos em ajudar a construir a civilização do amor.

Lenice e Luiz CR da Região SP Centro IV

GANHAMOS FLORES Quando, silenciosamente, adentrávamos à Esplanada dos Ministérios com o firme propósito de sermos sinais visíveis da Boa Nova do Sacramento do Matrimônio, não esperávamos pelo que estava por vir. Uma seqüência de cenas marcantes, únicas e indescritíveis com que Deus, em sua imensa bondade e perfeição, nos presenteava naquele entardecer róseo, a catedral iluminada e, como fundo musical, a "Utopia" do Pe. Zezinho. Era um pouco do paraíso que um dia Ele idealizara para todos nós, naquele casal do Éden.


Depois da chuva de pétalas de ro as, ao som da Ave Maria, dois a dois, com as velas acesas nas mãos, Nossa Senhora nos colocava em uma grande equipe para realizar um Dever de Sentar-se público, em praça aberta, sobre banquinhos de papelão carinhosamente idealizados, para um dever gostoso de conversarmos sobre as maravilhas que Deus fez por nós ao nos chamar para caminhar em equipe, por permitir que participássemos deste 1o Encontro Nacional. Nas palestras, nas homilias e nos testemunhos sempre o mesmo amor de um Deus trinitário pelo casal humano. Uma aliança de um Pai para com seus filhos queridos. Um caminho de felicidade em casal. Não para fechar-se em seu mundo, mas para realizar o grande projeto divino para toda a humanidade. Para estar sempre em missão, para ir ao encontro do outro, dos outros, com os outros, pelos outros, avançando sempre para águas mais profundas. Enfrentando tempestades e superando desafios sempre com a certeza de que não caminhamos sozinho, porque Cristo caminha conosco e Maria, nossa mãe santíssima, vai à frente intercedendo por nós. Pe. Flávio, na manhã daquele mesmo dia, havia falado sobre "O Matrimônio Sacramental, resposta de Deus a anseios de homens e mulheres". Não fora uma palestra, mas um lindo poema a respeito do casamento, para o qual os casais são levados por um encantamento e não por um projeto de vida puro e simplesmente. Pelo encantamento de

quem busca a felicidade, a companhia, a maternidade/paternidade, a sexualidade com o desejo de uma realização plena, de maneira exclusiva e total com uma pessoa especial, partilhando tudo e sempre. Esta realização plena é possível somente em Deus, para o qual caminham os casais das Equipes de Nossa Senhora. Eles têm, em sua vocação e sua mística a proposta de um caminho de santidade, de perfeição que faça acontecer a felicidade trazida por Cristo, que pode e deve manifestar em sua vida o amor de Deus para com todos. Saímos de lá com a certeza de que "O Casamento Sacramental" é resposta de Deus a anseios de homens e mulheres, bem como a resposta de homens e mulheres aos anseios de Deus. Marie-Christine e Gerard, Casal Responsável pela ERI, em sua palestra sobre "A Boa Nova do Casamento", cuja riqueza e profundidade devemos ir absorvendo aos poucos, mostraram que o Pe. Caffarel e os casais que o acompanharam no início, lendo os sinais do tempo, viram que o casamento cristão segue três eixos distintos, porém complementares que decorrem do mistério, da mística e da missão do matrimônio cristão. O Mistério evocado pelo matrimônio é o de Cristo e da Igreja, do qual São Paulo, em sua Carta aos Efésios, fez a fonte, o modelo e o fim de todo casamento cristão. Se o mistério do matrimônio cristão consiste na união de Cristo e da Igreja, sua "mística" é a vivência do misté-


rio. Essa mística do matrimônio nada será, se não for encarnada numa vivência concreta que encontra sua fonte no lar cristão, comunidade de fé, de esperança e de amor. Enfim, a missão de "Ser casal cristão na Igreja e no mundo" é sair de nossa tranqüilidade, de nossa indiferença, para combater o único combate possível: o combate espiritual a serviço do amor, com as armas do amor, para que a civilização do amor se tome enfim realidade na terra. As palestras e as homilias proferidas em Brasília, certamente, constituem material de estudo e reflexão para diversas situações dentro e fora do Movimento. Seus conteúdos não se esgotam. São verdadeiros tratados de vida cristã sobre os quais nos debruçaremos com mais tempo e atenção. São propostas de vida, cujos testemunhos dados por gente nossa, por casais equipistas (Márcia e Lulinha, Graça e Eduardo e D. Nancy) são indicadores de pessoas que, incondicionalmente, disseram "sim" ao projeto de Deus. Pessoas que, animadas pelo Espírito Santo, vão até as últimas conseqüências. Os pés firmes no chão e o olhar voltado para o alto. Foi assim que D. Nancy, calorosamente aplaudida e insistentemente fotografada, majestosamente, em seus noventa e quatro anos, subiu as escadas para mais uma vez partilhar conosco - com a voz emocionada - a aventura de um dia ter trazido, juntamente com nosso querido e saudoso Pedro Moncau, a semente das Equipes

de Nossa Senhora, da França para o Brasil. Sua presença já seria um dos mais eloqüentes testemunhos, mas D. Nancy, mais uma vez tinha muito a nos dizer da orientações do Pe. Caffarel. Falou da responsabilidade da expansão das ENS em território brasileiro, aconselhando-os e aconselhando-nos a começar somente com casais muito desejosos de "compreender as exigências de suafé e de vivê-las melhor", e que as equipes querem ajudar os casais a tender para a santidade, "nem mais, nem menos". Os testemunhos calaram muito fortes em nossos corações, pois estes nossos irmãos, dia a dia, através dos Pontos Concretos de Esforço (principalmente da oração, escuta da palavra e da meditação) ouviram os apelos de Deus e se colocaram a serviço com entusiasmo pela causa do Pai. A veemência de suas palavras, bem como seus exemplos de vida, ecoarão através dos tempos e auxiliarão muitos irmãos a viverem sua vocação de batizados no Sacramento do Matrimônio. O buquê de rosas, símbolo da palestra de Graça e Eduardo, ofertado a D. Nancy, expressam o sentimento que trouxemos de Brasília. Fomos presenteados com pétalas e flores. Que possamos ser dignos e merecedores de tudo isso, pois o Senhor fez e fará maravilhas por todos nós.

Osmarina e Toninho CR Região São Paulo Sul I


• • • Palavra do leitor

Ao Pe. Flávio Cavalca! Louvamos e agradecemos ao Senhor pela nosso 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora e cumprimentamos o Colegiada da Super-Região por essa inspirada iniciativa. Também cumprimentamos e parabenizamos o padre Flávio pela maravilhosa palestra- um verdadeiro poema- uma maravilhosa música para os nossos ouvidos e um bálsamo para o nosso coração de casal. O Senhor o abençoe e o guarde empre. Abraços carinhosos, Alba e Braz Eq. N. Sra. da Paz, Bauru, SP

Feliz iniciativa! O 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora proporcionou a todos equipistas presentes momentos fortes de oração, riqueza espiritual, testemunho, convivência e confraternização. Momentos de unidade e responsabilidade perante o Movimento, na caminhada à santidade e missionária do casal, para a solidificação da instituição familiar pela graça do sacramento do matrimônio. Terezinha e Nero, CR Setor A - Bauru, SP

Com a Ajuda de Vocês, o Encontro foi Maravilhoso Podemos afirmar, com toda segurança, que nos sentimos bem acolhidos e tranqüilos para participar do 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. Nos acordes finais desta inesquecível sinfonia, concluímos que foi a graça de Deus que nos envolveu, mas, também foram os instrumentos, os mais variados, dessa orquestra brasiliense que no ajudaram a vibrar de emoção e fé. Estamos nos referindo às várias equipes de serviço, muito bem coordenadas, que nos ajudaram a celebrar e vivenciar este Encontro Nacional. Nós vos louvamos ó Pai, pelas maravilhas de vossas graças que aconteceram em nossas vidas e em nosso Movimento! Nós vos agradecemos, equipistas de Brasília e região, pela organização, acolhida e tranqüilidade que nos oferecestes para que pudéssemos usufruir melhor do conteúdo do acontecimento! Sem esse trabalho não daria certo o 1o Encontro Nacional do nosso Movimento. O Todo Poderoso fez em nós maravilhas, com a vossa ajuda! Pe. Emani, SCE da Carta Mensal


Homilias do Encontro Naciona1 de Brasf1ia • • •

NO CUM~ DA CRIAÇÃO ESTA O CASAl 1a

leitura Gn

Sexta-feira Evanqe1ho, Mt

2, 18-22;

Caríssimos irmãos e irmãs! Nós sabemos que existem dois relatos da criação do universo e particularmente da criação do homem e da mulher. O capítulo 2° do Gênesis, mais antigo, fala da criação, como se fossem os nossos avós contando as histórias edificantes, para transmitir verdades profundas de fé. Então, Deus cria primeiro os animais, as plantas e no final cria o homem e depois, da sua costela, a mulher. Uma narração bastante clássica. Deus, que é uma espécie de oleiro, ou de escultor, a partir do barro da terra forma a sua criação mais perfeita e essa criação é deixada para o final, justamente para mostrar a dignidade do ser humano, como ápice da criação.

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3-6

A outra narrativa coloca a criação do ser humano no começo. As duas querendo mostrar a dignidade do ser humano. Para nós, fica essa enorme responsabilidade de sermos parceiros na criação. Parceiros de Deus. E o primeiro capítulo do Gênesis diz que "Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança". Criar à imagem de Deus. Trazemos em nós impressa a marca da nossa criação divina, do nosso ser como a Trindade refletida na sua obra. Nós não perdemos jamais o nosso ser imagem de Deus. Dizia Santo Irineu que já a semelhança com o Criador é um processo. Nós vamos nos assemelhando cada vez mais ao Criador na medida em que assumirmos como nossa a sua vontade, o seu projeto.


Nós queremos nesta Eucaristia pedir isso: que possamos ser cada vez mais conforme o projeto do Criador para conosco. No cume da criação, o tema que a liturgia de hoje nos apresenta, está o casal, homem e mulher. O tema desse nosso Encontro todo quer apontar para o "Casal cristão como sacramento do amanhã". É interessante a gente observar que, no Evangelho, Jesus, ao falar da dignidade do matrimónio e da sua indissolubilidade, apela justamente ao princípio: "ouvistes como está dito, no princípio Deus criou o homem e a mulher, e Deus disse: 'deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e serão os dois uma só carne; por isso não separe o homem o que Deus uniu ' ". Vejam, antes mesmo de uma consideração sobre a dimensão sacramental do matrimónio, portanto, apelando para o princípio, Jesus já declara a dignidade dessa união entre o homem e a mulher. Por isso, nós podemos dizer que o casamento, bem como a farru1ia, são projetos de Deus e são projetos anteriores à própria vinda do Salvador. Mesmo para aqueles que não tiveram o seu casamento elevado à dignidade de sacramento como nós o consideramos para o casamento cristão, Jesus, apelando ao princípio, já declara a dignidade do casamento e da farru1ia por causa da própria criação. Naturalmente que o casal cristão traz algo a mais. O casal cristão traz a dimensão do mistério da rela-

ção entre Cristo e a sua Igreja, como dirá na Carta aos Efésios. Em outras palavras, o amor do marido pela esposa e da esposa pelo marido quer ser, no mundo, um sinal; daí sacramento, do mesmo amor que Deus tem para com a humanidade e particularmente manifestado na sua Igreja, no amor de Cristo que se doa até o flm por ela. De muitas maneiras Deus manifestou o seu amor para com a humanidade, fazendo as diversas alianças de que nós temos a narrativa na Bíblia, já desde a aliança com Adão e Eva, mesmo depois da queda. Depois, a aliança com Noé, que abarca toda a criação; a aliança com Abraão, que vai se afunilando, a aliança com Moisés, as diversas alianças anunciadas através dos profetas e particularmente a nova e eterna aliança que se dá no mistério da encarnação, quando a humanidade e divindade para sempre estão unidas na pessoa de Jesus de Nazaré. Essa unidade não se perdeu depois da glorificação de Jesus, porque Jesus é para sempre Deus e homem, de modo que, com a encarnação, a nossa humanidade glorificada nele passa a fazer parte da própria dinâmica da Santíssima Trindade, mais ainda, essa aliança que se sela com o sacrifício de Cristo na cruz. Pois bem, todas essas alianças têm a sua dimensão esponsal. De muitas maneiras, no Antigo Testamento, a aliança de Deus com seu povo é comparada a uma aliança esponsal, de modo que trair a aliança com Deus é comparada com um adultério. A idolatria é chamada no


Antigo Testamento de adultério. Mais uma vez, espera-se de um casal a dignidade e a conseqüente vivência, particularmente de um casal cristão que é chamado a ser sinal no seu modo de viver, no seu modo de construir o reino de Deus na terra. É chamado a ser diante de todos, inclusive daqueles que não crêem, um sinal desse amor esponsal de Deus para com a humanidade e de Deus para com a sua Igreja. Concluindo, a gente está cansado de ouvir falar de crise na farru1ia: "a situação está mal"! Quantas vezes a gente vê os profetas da desgraça se lamentando: "a família não tem mais jeito", "tempo bom não volta mais"; "parece que tudo está perdido"; "a briga que nós temos hoje é maior do que o desafio com Golias ". Eu acho que está na hora de nós pararmos com esse enfoque negativo e assumirmos a missão de sermos testemunhas alegres, joviais, porque Deus é sempre jovial e o céu será sempre a eterna jovialidade de Deus . Se tentarmos tirar um osso velho de um cachorro ele vai rosnar, vai brigar, vai agredir a gente, porque é a única coisa que ele tem. Se

colocarmos do lado dele um bife suculento, cheiroso, temperado, ele vai deixar aquele osso de lado e virá com toda amizade saltitando ao nosso encontro. A mesma coisa vale quando nós queremos denunciar os males dos nossos tempos e criticamos a nossa juventude, os meios de comunicação e só criticamos, e dá a impressão que queremos arrancar aquele pouco de diversão, de busca de sentido que aquelas pessoas têm, inclusive as que estão na droga, que estão na prostituição. Não adianta, não será essa a metodologia que vai produzir os frutos. Se nós queremos ser, como casais, e para nós, também, como padres, sinais do reino que é do amanhã, mas, que começa aqui e agora, nós temos de ser profetas alegres, joviais, repito, dos valores do matrimônio, dos valores da família, mostrando a partir da própria vida que vale a pena acreditar e viver do jeito que Jesus propõe no seu ideal do Reino que começa aqui e que se consumirá na eternidade. Que o Senhor nos dê a graça da fidelidade. Amém.

Pe. Dimas L. Barbosa

Nota da Carta Mensal No dia 2 de agosto de 2003, na Basílica de N. Sra. das Dores, na cidade de Boa Esperança, MG, padre Dimas Lara Barbosa recebeu a ordenação episcopal, sendo Bispos Ordenantes Dom Eusébio Oscar Scheid, Dom Nelson Westrupp e Dom Raymundo Damasceno de Assis. D. Dimas foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.


-

VAOESEJAM MlNHA PRESENÇA Domingo: Missa do Envio leituras: )r 23, 1-6; Ef. 2, 13-18; Me 6, 30-34 Queridos equipistas e prezados irmãos de sacerdócio. Refletir com vocês a palavra que Deus tem para nós, hoje, aponta para duas figuras que embasam as leituras desta celebração. A figura do Pastor e a imagem do deserto. O pastor nômade é uma das figuras mais antigas do Oriente Médio; a tradição hebraica o reconhece e coloca Abel, o pastor, no começo de sua história de homem primitivo, embora saibamos hoje que, culturalmente, o pastor é uma figura muito mais recente. O tipo de pastagem disponível nas regiões bíblicas impõe ao pastor a necessidade da vida nômade. Ele deve deslocar-se com seu rebanho de acordo com a estação, para poder ter sempre pastagem e água. O pastor conserva o rebanho unido, protege, cuida. No antigo oriente médio, o título de pastor era aplicado também aos reis, ou a quem tinha autoridade sobre o povo. Por isso, inúmeras vezes, o Antigo Testamento (Jeremias) censura os maus pastores por não enfrentarem suas responsabilidades; os maus pastores dispersam o rebanho. A imagem de Iahweh, que é o verdadeiro pastor de Israel, é um motivo messiânico importante, pois Ele restaura, guarda, reúne, e prote-

ge Israel em suas pastagens. A figura de pastor é aplicada a Jesus quer por Ele mesmo, quer por outros. Sua própria missão, bem como a primeira missão de seus discípulos, referese às ovelhas perdidas. A imagem de Jesus como "Bom Pastor" foi uma das favoritas dos primeiros séculos cristãos. O título de pastor é também aplicado a Pedro e posteriormente aos ministros da Igreja. Vejamos agora a imagem do deserto. Na teologia bíblica, o "deserto" pode ser o lugar simbólico, privilegiado de preparação para uma missão, propicia um período intensivo de germinação vocacional, de preparação para o exercício de uma missão-chave. Outro enfoque que pode ser dado é local de contato e intimidade com Deus. Segundo os Evangelhos, Jesus para dedicar-se livremente à oração tinha dois lugares prediletos: "a montanha e o deserto". O deserto é uma maravilhosa ambivalência da vida espiritual e da vida, simplesmente. É uma ameaça, pois, pode levar à desidratação, à perda de direção, ao desencorajamento. É uma fascinação, em razão do incomparável banho de luz que a pessoa experimenta. Não existe, na superfície do planeta, outro tipo de paisagem que seja tão inundado de sol (símbolo da presença salvífica de Deus) e no qual


nada faz sombra, a não ser aquele que caminha nela .. . Com estas duas imagens: PASTOR e DESERTO, gostaria de ousar partilhar alguma coisa com vocês. Há muito tempo, nós, equipistas estamos nos preparando para este Encontro. Desde o primeiro dia (quinta-feira) que aqui chegamos, é tanta gente que vem, que vai, que não deu quase para comer, tamanha era nossa vontade de nos abraçar. Todos nós buscávamos o Senhor neste "deserto" (só na umidade do ar), mas um deserto que se transformou em fonte de água viva graças aos nossos irmãos e irmãs de Brasília. Cansados de tantas ideologias e maquinações de nosso sistema neoliberal, sendo sinal de contradição, aqui nos reunimos na Capital do Poder para mostrar que poder é serviço. Serviço a Deus, aos irmãos, à Igreja, à sociedade. Aqui, fomos vendo que Deus na sua infinita bondade nos encheu de esperança, como outrora entregando seu próprio fi-

lho para nos reunir e reconciliar. V árias colocações, testemunhos vivenciais, orações, homilias nos enchem de esperança para que possamos ser: • Pastores, não só nós, os Sacerdotes Conselheiros Espirituais, mas, também vocês, casais, pastores de suas famílias, de suas equipes, de seus Conselheiros, de suas comunidades paroquiais, de suas cidades, etc. • Pastores das realidades sociais que exigem nosso compromisso e nossa presença. • Pastores do Movimento da s Equipes de Nossa Senhora, que exigem de nós a fidelidade na vivência dos Pontos Concretos de Esforço. • Pastores de nossas equipes que nos ensinam o auxílio-mútuo e a correção fraterna. Pastores que andam pelo deserto: • Deserto da intimidade com Deus em nossa Escuta da Palavra, Meditação, Oração Conjugal,

SERtASAl MISSIOMÁRlO


Regra de Vida, Dever de Sentar-se e Retiro. • Deserto de estar despojados de tudo para partilhar nossos lares, nossos alimentos, nossa espiritualidade. • Deserto de nos deixar envolver plenamente pelo "Sol" da Eucaristia, que não deixa sombras. Enfim, mostrar no deserto, no rebanho, no campo, na cidade, que somos felizes e alegres pelo estado de vida que escolhemos. Por último, queridos irmãos e irmãs, não posso deixar de dizer-lhes: Amem os seus Conselheiros Espirituais, pois vocês fazem parte do nos-

so amor. Continuem na formaçã que as Equipes de Nossa Senhora propõe, isso qualifica os cristãos. Deixem que o plano da salvação de Deus passe por seus lares. Rezem pelas vocações sacerdotais e religiosas. Testemunhem a alegria de sermos de Jesus Cristo, pois, "é graças a Ele que uns e outros, em um só Espírito, temos acesso junto do Pai". Sejam felizes, que Deus os abençoe sempre. Paz e Bem!

Pe. Mário José Filho, css SCE Eq. SA - Piracicaba, SP e Eq. 16 - Ribeirão Preto, SP

- DO AVAllAÇAO ENCONTRO NACIONAl Foram respondidos 1.841 questionários de avaliação, sendo que 63,5% por casais, 29,7% por apenas um dos cônjuges, 4,6% por conselheiros espirituais e 22,2% por viúvos( as). Isto representa uma resposta de 73,4% do total de participantes inscritos no I Encontro Nacional, que foi de 4.100 pessoas aproximadamente. Para 99,4% dos que responderam o questionário, este tipo de Encontro deve ser repetido nos próximos anos, tendo sido sugeridas as seguintes freqüências: a cada dois anos (28,1%); a cada três anos (34,8%) e a cada quatro anos (19,3%). Quanto aos locais, 43,4% suge-

riram lugares diferentes, mas sempre em capitais. Mas há um número significativo (17 ,6%) que sugeriu o eixo Rio de Janeiro - São PauloMinas Gerais. Brasília foi sugerida por 14,8% dos avaliadores. Os participantes puderam dar sua opinião sobre diferentes aspectos relacionados ao I Encontro Nacional, conferindo pesos que iam de muito bom (valor 5) a muito ruim (valor 1). Os cinco aspectos melhor avaliados foram: celebrações litúrgicas, ato público, palestras, testemunhos vivenciais e cerimônia do envio, com notas acima de 9,5. A alimentação, principalmente do almoço, e o city tour


panorâmico foram os aspectos mais criticados. Cerca de 41% dos participantes afirmaram que as refeições servidas no almoço chegaram a comprometer sua participação no Encontro. O city tour foi objeto de comentários por 18,5% dos participantes, pois pouco puderam conhecer de Brasília. Cerca de 77% dos equipistas que responderam a avaliação afumaram que nada prejudicou sua participação, uma vez que o mais importante era estar presente no Encontro, recebendo todas as graças e bênçãos que o Senhor Deus estava derramando sobre todos os participantes. Naturalmente que isto não significava que estivessem achando tudo · perfeito. Reconheciam erros e a necessidade de introduzir melhorias nos próximos encontros. Contudo, muitos consideravam o Encontro como parte de um exercício espiritual, que os fazia crescer no amor conjugal, como também fazia crescer o próprio Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Algumas colocações merecem um registro especial: • Este Encontro foi uma benção muito especial para nós; • Encontro foi um momento inesquecível para nossa vida de casal e para nosso crescimento na espiritualidade conjugal; • Em todos os momentos deste En-

• •

contro nos sentimos felizes e emocionados, pois foi tudo maravilhoso; Nossas expectativas foram superadas. Por i to, nada temos a criticar; Temos que agradecer por todas as maravilhas que nos foram proporcionadas; Encontros como este devem ser repetidos com freqüência, pois mostram a força e a vitalidade do Movimento no Brasil; Nada do que vimos e ouvimos será esquecido; Foi um Encontro muito abençoado, um verdadeiro presente que nos marcou profundamente; Saímos agradecidos e satisfeitos, pois sentimos em tudo a presença de Nossa Senhora e de seu Filho Jesus, operando milagres em muitos casais e conselheiros espirituais; Estamos convictos, depois deste Encontro, da importância do Movimento das ENS para nós como casal, para a Igreja e para


a sociedade, em especial na vida conjugal e na vida dos conselheiros espirituais. • Vale registrar o fato de que pelo menos uma centena de participantes disse: "é muito difícil agradar a mais de 4000 pessoas deste imenso Brasil". No geral, a organização do I Encontro Nacional teve 78,7 de respostas "muito bom" e 20,5% "bom", significando uma nota 9,5. Como coordenadores locais do Encontro, podemos afirmar que a generosidade na avaliação é marcante. Daí, certamente as notas tão elevadas na maioria dos aspectos relacionados à organização deste 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. Foram feitas muitas críticas, observações e sugestões de melhorias. No dizer da maioria, valem para aperfeiçoar os próximos encontros, e as falhas devem ser creditadas às limitações humanas e à própria terceirização de certos serviços, sob os quais não se possui total controle no momento de sua execução. Contudo, é muito sintomático escutar referências do seguinte tipo: • Temos que parabenizar os organizadores da Super-Região e de Brasília pela coragem de realizar um Encontro de tamanha envergadura num momento relativamente difícil para o país e para a maioria dos brasileiros; • São vitoriosos os que decidiram realizar este 1o Encontro Nacional e que acreditaram que era possível reunir mais de quatro mil pessoas vindas de 22 Unidades

da Federação, onde tudo funcionou muito bem; • Foi uma organização de alto nível para um primeiro Encontro Nacional, tanto na parte religiosa ou litúrgica, quanto nas demais. O Encontro foi muito abençoado e renderá muitos frutos para o Movimento e para toda a Igreja do Brasil. Na verdade, em muitas avaliações percebia-se o desejo de um próximo Encontro Nacional das ENS. Contudo, as palavras de Dona Nancy, em sua avaliação, traduzem com certeza o sentimento da maioria dos participantes: "Quando fizerem o próximo Encontro, estarei com 100 anos. Mas, se estiver viva e puder andar, já estou inscrita". Alguém disse em sua avaliação: "Dona Nancy é uma verdadeira profetiza, uma santa, que fala aos corações sedentos de informação e de coerência de vida". Este exemplo, certamente, impulsiona a acreditar que os próximos Encontros serão ainda melhores, mais bem organizados e com a presença de mais equipistas (casais e conselheiros espirituais). "Se nos colocarmos como discípulos de Emaús, não devemos nos preocupar com as comodidades, mas sim em sentir e viver a presença de Jesus conosco ", concluiu um casal participante.

Mariola e Elizeu Calsing Pela Coordenação Local do Encontro Nacional


Aspectos avaliados

Muito Bom

Bom

Nota Média

1. Acolhimento dado na chegada: no aeroporto, na rodoferroviária, no hotel e no local do Encontro

71,1

19,8

9,4

Tema e participação de todos na Oração da Manhã

70,6

28,1

9,4

3. Tema das palestras e oportunidade de aprofundamento do tema de estudo das ENS em 2003

81,4

17,7

9,6

4. Testemunhos vivenciais

82,4

16,4

9,6

85,9

13,4

9,7

2.

5.

Celebrações Eucarísticas (aprofundamento de um tema central, participação de todos, homilia, etc)

6.

Cerimônia de abertura

65,5

28,3

9,2

7.

Cerimônia de Envio (motivação para " lançar as redes em águas mais profundas")

77,4

21,4

9,5

8. Tríduo (roteiro publicado na Carta Mensal)

71,3

27,0

9,4

9.

Ato Público: oportunidade de manifestação do que é o Movimento e a qualidade do dever de sentar-se

88,3

10,3

9,7

10. Reuniões Mistas (roteiro proposto, participação dos irmãos, momento de troca de experiências)

79,7

18,4

9,5

11. City Tour panorâmico (oportunidade de ver um pouco de Brasília e conhecer o significado de seus monumentos históricos, descritos no Caderno de Atividades)

23,8

41,0

7,6

12. Traslados em geral (qualidade dos ônibus, tempo de percurso, embarques e desembarques)

50,2

41,1

8,8

13. ExpoBrasília (local do Encontro)

61,3

34,1

9,1

14. Hospedagem (acolhimento)

81,7

16,0

9,4

15. Alimentação (qualidade, variedade, quantidade, etc.)

10,9

38,1

6,9

16. Serviços de Saúde disponíveis no ExpoBrasília

53,5

42,7

9,0

17. Confraternização (no sábado à noite)

60,9

31,6

9,0

85,3

14,3

9,5

19. Cumprimento dos horários ou da programação

54,9

40,1

9,0

20. Informações da Carta Mensal sobre o Encontra Nacional

75,6

22,7

9,5

18. Caderno de Liturgia e outros materiais distribuídos para o Encontro

21. Tempo de duração do Encontro (três dias)

Organização Geral do Encontro

65,8

31,6

9,3

78,7

20,5

9,5

Obs.: Foram consideradas apenas as respostas válidas. As "não-respostas" estão excluídas dos resultados apresentados.


ENCONTROS COM O PADRE CAFFAREL- Parte 11 Como prometido na Carta Mensal de agosto deste ano, aqui estamos de volta, com novos testemunhos sobre os nossos encontros com o Pe. Caffarel, todos eles muito ricos e marcantes. Por isso estamos voltando. Afinal não é justo que só nós dois aproveitemos, o muito que aprendemos com ele. É forçoso, pois, partilhar os frutos de tão fecundos encontros. Comecemos recordando, entre outras coisas, o olhar vivo e penetrante do padre. Sempre nos impressionou. Parecia dirigir-se ao âmago da pessoa. Não era só isso, porém. Esther faz questão de rememorar uma sua lembrança, ainda que eminentemente pessoal. O olhar dele também sabia fixarse no exterior da pessoa. Lá nos idos de 1957, ela era muito magra e pálida. Quando ele aqui chegou, ela esperava o quinto filho, enjoando muito em seu começo de gravidez. Um dia, olhando no fundo dos olhos dela, ele perguntou: "Esther você tem boa saúde? Estou achando você tão magra e abatida! Esther procurou sossegá-lo dizendo: "Não padre. Tenho boa saúde apesar de minha magreza. Não se preocupe ... " Quando voltou, em 1962, pareceu aliviado ao vê-la e foi logo exclamando: "estou satisfeito ao encontrá-la tão bem. Na ultima vez eu a achei tão magra e abatida " . Ao que ela replicou: "não lhe disse que tinha boa saúde ? A paliCM 385

dez e o abatimento eram por conta da gravidez e os seus enjôos!" Na deliciosa noite em que esteve lá em casa, falou com muito entusiasmo de um livro recém lançado na França. Depois de vários elogios à obra disse-nos: "vocês deviam conhecê-lo. Vou mandar-lhes assim que chegar a Paris. E de fato, pouco tempo depois, o correio nos entregava o "Vocabulaire de theologie biblique", (hoje já traduzido para o português). que nos tem, desde então, sido de grande utilidade. Em 1965 o Movimento organizou uma grande peregrinação a Lo urdes. Se não nos enganamos compareceram uns 3000 casais, vindos em trens especiais que partiram de 5 pontos diferentes. Gloria e João Payão Luz e nós dois fomos representando o Brasil. Tínhamos muita vontade de reencontrá-lo o quanto antes. Sabíamos que seria muito difícil, em meio a tanta gente. Mormente em uma basílica imensa, construída para comportar mais de 20000 pessoas. Alem dos milhares de equipistas, lá estavam delegações de peregrinos vindos dos diferentes cantos da Europa. Vários usavam trajes típicos como os alemães da Boêmia ou dos cantões da Suíça ou da Catalunha. Ou até mesmo mineiros com seus uniformes de trabalho e portando seus capacetes-lanterna à cabeça A Igreja, construída em forma de um barco emborcado, tem o seu im15


ponente altar situado sobre um enorme quadrilátero. Chega-se até ele, lá no alto, através de larga escadaria, formada por mais de 12 degraus. Ao final da solene missa de abertura, depois do povaréu abrir espaço, lá fomos nós nos colocar ao pé do primeiro degrau. Havíamos visto, lá em cima, o Pe. Caffarel em meio aos vários celebrantes. Esperançosos, contávamos apesar da distância, que ele nos visse e nos reconhecesse em meio a tanta gente. De repente, olhou para baixo e nos enxergou, abrindo um sorriso de satisfação desceu rápido a escadaria, de braços abertos, acolhedores, para exclamar, antes de pisar o último lance, "oh! Esther et Marcelô quelle joie!" (Que alegria!) E, virando-se para Esther, foi dizendolhe: "eu a vi no momento de dar a comunhão". O detalhe é pequeno, singelo, mas, para os que não o conheceram, ilustra bem a sua feição bem simples e humana, assim como a exuberância de seu coração, cheio de amizade e solicitude. A providência, porém, nos reservou um outro inesquecível e riquíssimo presente. Após a peregrinação - por sinal belíssima e enriquecedora - 40 casais dos vários países em que havia o Movimento, foram selecionados para participar de uma Sessão de 16

O olhar dele também sabia

fixar-seno exterior da pessoa.

Formação. Esta seria realizada, não em Lourdes, mas, sim, em Roma. Por isso, acabado o Encontro, meteram-nos em um avião fretado que nos levou à cidade Eterna. Lá ficamos hospedados na "Domus Marie", casa que hospedava, durante o Concílio, boa parte dos bispos do Brasil. A sessão durou sete inesquecíveis dias. As conferências, na sua maioria, ficaram a cargo do Pe. Caffarel; outras foram proferidas por casais CM 385


do Centro Diretor. Deram-nos uma visão em profundidade, não só do verdadeiro espirito e a real feição das equipes, como das diversas partes da reunião mensal. Para colocar em prática o que estávamos aprendendo, fomos divididos em 6 ou 7 equipes que se reuniam para fazer uma reunião normal. Cada uma tinha o seu Casal Responsável de Equipe e o seu SCE. A nossa tinha um casal português, um francês, um espanhol e um americano. Nós fomos designados ocasal responsável. E o nosso conselheiro era ninguém mais do que o próprio Pe. Caffarel. Algumas horas antes da reunião, batemos na porta do quarto dele. Perguntou-nos o que queríamos: "Fazer a preparatória". "A h! Não precisa ..." foi a resposta. Ao que retrucamos: "no Brasil ninguém faz reunião de equipe sem preparatória" (será verdade?). Sorrindo - talvez pelo atrevimento de querer dar lição ao vigário - sentou-se à mesa e pusemo-nos a prever ponto por ponto da reunião. Metódico como era foi dizendo que uma boa reunião não devia durar mais de duas horas. Fomos, então, distribuindo o tempo para a oração, a partilha, a co-participação, etc. tudo bem programado, tempo por tempo. Na hora aprazada fomos para a reunião. A oração pessoal, as intenções, a partilha ficaram direitinho nos tempos estipulados. No momento da co-participação, depois de dois ou três falarem, chegou a vez dos americanos. A abertura do casal nos embasbacou. Puseram em comum CM 385

as suas vidas até ali, cheia de duros problemas, vividos com um espirito de fé que nos empolgou. Estávamos nos sentindo profundamente tocados. Sentíamos que estávamos sendo levados pelo Espirita. Mas o tempo ia passando. Como "bons responsáveis", fiéis à preparatória, olhamos para o relógio e o mostramos ao conselheiro. Este, absorvido na participação, esqueceu a sua mania de horários e, com gesto discreto, mostrou que os "gringos" deviam continuar falando! Curvou-se ao Espirito que soprava. Foi um dos mais profundos exemplos de pôr em comum de que participamos. Era algo que provinha lá de dentro, do âmago da vida de Jack e Gerrie! Num dos dias tivemos audiência com o papa Paulo VI que nos fez um belo e animado discurso, depois dissecado, ponto por ponto, pelo Pe. Caffarel na nossa Assembléia (o discurso e os comentários foram, posteriormente, traduzidos e publicados pela ECIR). De Roma fomos a Paris onde nos reunimos com o nosso fundador para tratar da situação do Movimento no Brasil. Além de nós dois, lá estavam Glória, Payão e Marcel Delpont, nosso casal ligação, junto ao Centro Diretor. Para terminar, é preciso dizer que, na Sessão de Formação de Roma, descobrimos, em profundidade maior, o que são as Equipes de Nossa Senhora, em seu espírito e em suas exigências.

Esther e Luiz Marcel/o Eq. IA - São Paulo 17


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SE~SAO

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DE FORMAÇAO

NlVElll- JURUTI, PA Neste recanto do Brasil, as comunidades católicas, principalmente do interior, quando se encontram, cantam esta canção; "sempre encontrando, sempre encontrando nosso irmão, viva a nossa bela união". E com este espírito é como nos sentimos, após dezoito horas de viagem de barco de Santarém a Juruti, distante mais ou menos 195 quilômetros. Saímos às 15:30 horas do dia 6 de junho e chegamos às 9:40 horas do dia 7. E ao avistarmos os irmãos no cais nos esperando, com aquele jeito acolhedor e hospitaleiro que é próprio das Equipes de Nossa Senhora, esquecemos até mesmo a noite mal dormida. No abraço aconchegante dos irmãos, relaxamos um pouco. As pessoas presentes no cais ficam admiradas e provavelmente comentem "vede como eles se amam". Já que viemos em missão, tivemos uma reunião às onze horas com os CREs e Casal Ligação com a finalidade de apresentar o novo Casal Responsável do Setor A, Gilma e João Antônio. E logo após o almoço iniciamos a Sessão de Formação Nível II, com a participação de noventa e oito por cento dos equipistas locais. Após a abertura, fizemos uma retomada da Sessão de Formação Nível I e, em seguida, nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual da Pré-Região, Pe. Ronaldo com os dons que Deus lhe deu, de maneira criativa, desenvolveu as palestras sobre os documentos do Concilio Vaticano II, Catecismo da Igreja, encíclicas papais, documentos da Igreja da América Latina e Diretrizes da CNBB. O tema Vocação e Missão do Leigo ficou a cargo do CR Setor A Gilma e João e do casal Ligação de Juruti, Ana e Djalma. Pe. Adlin, nos falou sobre os documentos da Igreja particular, ou seja, a Prelazia de Óbidos. O domingo, dia 8, amanheceu cheio de alegria, pois era festa de pentecostes e fomos convidados a celebrar a eucaristia com a comunidade do Bom Pastor que nos acolheu com muito entusiasmo. Foi um dia de muito trabalho, e encerramos às 13:00 horas com o almoço. Às pressas corremos, para o cais para apanhar o primeiro barco que passa às 15:00 horas com destino a Santarém. Chegamos em casa tranqüilos, com mais uma missão cumprida.

Registela e Claudionor Casal Responsável da Pré-Região Santarém, PA 18

CM 385


SESSÃO DF FORMAÇÃO NlVEll Na preparação da Sessão de Formação, vivemos a festa de Pentecostes, encontro com o colegiado, partilha de Vida. O Espírito suscita uma diversidade de dons e carismas entre nós, o que demonstra as diferenças pessoais, existentes em cada membro das equipes. Somos convidados a viver e na ação do Espírito, o nosso verdadeiro ideal de ser comunidade, formando com isso o corpo místico de Cristo. Que as sementes da vida, da alegria, da esperança, da coragem, do testemunho e do envolvimento comunitário, lançadas em nossos co-

CM 385

rações na Páscoa, e que outrora foram força para a caminhada do povo Hebreu, sejam fecundadas pela ação do Espírito de Pentecostes. Neste clima que o Espírito Santo nos sopra, vivemos a Sessão de Formação com entusiasmo, alegria, responsabilidade e amor. Pe. Mário, como sempre, uma pessoa carinhosa, dedicado e com uma postura didática transmite-nos o carisma das ENS e profunda clareza da pessoa de Jesus Cristo. Foram temas que nos motivaram a continuar a nossa caminhada como equipista. Procuramos transmitir aos casais convidados a importância de participar da Sessão de Formação

19


Nível I e a responsabilidade desta formação que o Movimento nos oferece. Pela graça de Deus em nossas lutas do cotidiano, podemos vencer o frio e o calor do tempo para que os nossos frutos amadureçam e assim possamos compreender e viver intensamente em nossos relacionamentos a linguagem do amor e da festa que o Espírito Santo nos sopra.

Vivemos na unidade do colegiado Região São Paulo-Centro I, a presença viva do Espírito Santo nos irradiando e fortalecendo a todos. O fogo do Espírito Santo nos fortalece nesta caminhada de amor, carinho e dedicação.

Sheila e Francisco CR - Região São Paulo Centro I

- DO COMEMORAÇOES CENTENARlO DE NASClMENTO DO PE. CAFFAREL Os equipistas de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, pertencentes à Região Nordeste/Pernambuco I, participaram, no dia 15 de julho passado, da celebração eucarística em ação de graças pelo centenário de nascimento do padre Henri Caffarel, pelos 25 anos da chegada das ENS em Recife, pelo envio dos equipistas desta Região ao 1o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, em Brasília e, também, pela passagem do 31 o aniversário matrimonial do Casal Responsável da ERI, MarieChristine de Roberty e Gerard, presente à celebração. A missa, celebrada na igreja do Colégio Nóbrega, foi presidida pelo Conselheiro Espiritual do Setor B, Pe. Cleomar Rebelo e concelebrada pelos padres Paulo Amando, Evilásío Campeio, Geraldo Moura e Monsenhor François Fleischmann, SCE da ERI. Um grande número de equipis20

tas participou da celebração. Antes da bênção final, Monsenhor François Fleischmann e o casal da ERI agradeceram a acolhida e encorajaram os presentes a perseverarem no Movimento. O CR do Setor A, Inês e Ramos, prestou a homenagem ao padre Caffarel. Maria Lúcia e Plínio relembraram o início do Movimento das Equipes no Recife, implantado por eles, há 25 anos. Os equipistas que iriam a Brasília, participar do Encontro Nacional, receberam a bênção do Envio. A missa terminou com todos cantando o Magnificat. Em seguida, equipistas, conselheiros e os ilustres visitantes se confraternizaram saboreando doces e salgados no próprio Colégio Nóbrega.

Glória e Bartolomeu Eq. SSA - N. Sra. de Guadalupe ]aboatão dos Guararapes, PE CM 385


Ordenação Presbiteral No dia 11 de maio de 2003, pelo gesto sacramental de imposição das mãos de D. Arnaldo Ribeiro, Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, foi ordenado presbítero, o diácono Robson Fernando Correa Leite, Conselheiro Espiritual da Equipe 8 - Ribeirão Preto. Neste ano, a nossa Equipe celebra seu Jubileu de Prata, e no dia 31 de maio, na residência de Maria Célia e Toninho, que celebraram Bodas de Prata, padre Robson presidiu a Santa Missa, para comemorar esses acontecimentos. Maria Célia e To ninho CR Eq. 8 - Ribeirão Preto, SP

••• No dia 17 maio de 2003, na Igreja Matriz de Santa Terezinha do Menino Jesus, na cidade de Juru, PB, realizou-se a cerimônia de ordenação presbiteral do Frei Paulo Sérgio Wissoto Feitosa, da Ordem Carmelitana. Ela foi presidida pelo Bispo da Diocese de Guarabira, PB , Dom Fr. Antônio Muniz, juntamente com vários membros dessa ordem, a comunidade Juruense e alguns membros das ENS que viajaram de Recife, e nós assistimos em clima de oração, esse belo evento que foi tão desejado e esperado, principalmente, pelo próprio ordenado, cujo bem maior, foi a sua entrega total aos desígnios de Deus pelo serviço humilde ao Reino. Nós da Equipe 23D- N. Sra. da Guia, de Recife, da qual ele foi Conselheiro Espiritual durante três anos, desejamos muitas felicidades. Um grandioso abraço dos Setores de Recife, onde é conhecido e em particular de toda a Equipe 23D. Sônia e Everton Eq. 23D - N. Sra. da Guia Recife, PE

••• No dia 28 de junho de 2003, na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, tivemos a graça de participar, da ordenação presbiteral do Diácono Leonardo José de Souza Pinheiro, Conselheiro Espiritual de nossa Equipe. Sua caminhada no Movimento começou em 2001 , ainda seminarista, quando nossa Equipe estava sendo repilotada. Tínhamos àquela época na EquiCM 385

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pe, 4 casais já em caminhada dentro das ENS, acrescidos por mais 3 casais e ele próprio, que acabavam de chegar. Pe. Leonardo José (foto à direita) , além de Sacerdote Conselheiro Espiritual da nossa equipe, abraçou também, o serviço de SCE do Setor C e, está exercendo sua vida presbiteral na vizinha cidade de Matias Barbosa, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Pe. Leonardo José, que Deus o abençoe sempre e que Nossa Senhora guie seus caminhos. Andréa e José Quintão Eq. 13C - N. Sra. do Caminho Juiz de Fora, MG

••• A Equipe 93C, Rio de Janeiro, está muito feliz, pois, no dia 28 de junho de 2003, pela imposição das mãos de D. Euzébio Scheid, Márcio Marrocos de Araújo, filho do casal Humberto e Wanda, recebeu o sacramento da Ordem Presbiteral, em companhia de nove ordenandos. O lema de sua ordenação foi: "O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas ". Que Márcio e seus companheiros de ordenação, a exemplo do Bom Pastor, estejam sempre prontos para atender seu rebanho, mesmo que, para tal, tenham que dar a vida.

••• No dia 9 de julho nosso Conselheiro Espiritual Diácono Sandro de Souza Portela (foto à esquerda)foi ordenado Presbítero. Juntamente com toda comunidade brotense participamos com muito entusiasmo e fé da celebração de Ordenação Presbiteral na Igreja de Santa Madre Cabrini, em São Carlos, presidida pelo Bispo Diocesano Dom Joviano de Lima Júnior. No ano de 2001, veio servir em nossa comunidade como seminarista, aceitando ser Conselheiro Espiritual de várias Equipes de Nossa Senhora. Em nossas reuniões auxilia-nos na interpretação das Escrituras, tendo sempre uma palavra de sabedoria e também de compromisso. Setor BrotasíForrinha, SP 22

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Bodas de Ouro

Ordenação Diaconal No dia 16 de agosto de 2003, pela imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Sorocaba, D. José Lambert, recebeu o Sacramento da Ordem no grau de Diácono, Aparecido Carlos dos Passos (Carlinhos), na Paróquia N. Sra. da Piedade, em Sorocaba. Carlinhos é Conselheiro Espiritual da Eq. 24B- N. Sra. da Piedade, de Sorocaba, SP.

Celebraram Bodas de Ouro os casais: • Maria das Dores (Dorinha) e José Júlio da Silva, da Eq. N. Sra. da Paz, Setor C de Florianópolis, no dia 5 de julho de 2003. • Antoninha e Amaury Soares Vieira, da Eq. N. Sra. das Graças, Setor B de Florianópolis, no dia 26 de julho de 2003. Clemene e Afonso Buss Região SC I

Falecimentos • Célia (do José Antonio), ocorrido no dia 23 de março de 2003Eq. N. Sra. Aparecida- Setor D- Natal, RN • Laly (viúva de Jaime M. Passos), ocorrido no dia 18 de maio de 2003 - Eq. 2E- São Paulo, Capital • Alice Mafra (do Aurélio), ocorrido no dia 5 de junho de 2003Eq. 5- N. Sra. da Conceição- Manaus, AM • !ara (do Gonzaga), ocorrido no dia 9 de junho de 2003- Eq. liA - N. Sra. da Caridade- São José dos Campos- SP • Manoel Roberto (da Alderi), ocorrido no dia 7 de julho de 2003 - Eq. N. Sra. do Perpétuo Socorro- Setor B- Natal, RN • Orlando Chevitarese, ocorrido no dia 23 de julho de 2003- Eq. 290- Rio de Janeiro, Região Rio I CM 385

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Jubileu de Prata de Equipe Eq. 3 - Araraquara A Equipe 3 teve sua primeira reunião no dia 13 de maio de 1978, pilotada por Adhair e Waldir Garlipp, da cidade de São Carlos. Hoje, estamos em seis casais: lride e João, Maria José e Décio, Maria Luiza e Rafael, Taís e Max, Fátima e Geraldo, Cristina e Renato, e o Pe. Antônio Dezan que é o nosso Conselheiro Espiritual há 14 anos. Antes do Pe. Antônio, foram Sacerdotes Conselheiros Espirituais os Padres Batistella, João Carvalho e José Geraldo Rodrigues, todos Redentoristas. A Graça de Deus e a proteção de Maria sempre estiveram presentes na vida da equipe. Para comemorar os 25 anos da equipe 3, o Pe. Dezan e o diácono João celebraram missa em ação de graças, com a participação dos casais da equipe, dos filhos, do Casal Responsável do Setor, Casal Regional, e a presença de outros casais do Movimento. Após a missa, nos reunimos para um almoço de confraternização. !ride e Diácono João O. Tognolli Equipe 3 - N. Sra. do Perpétuo Socorro Araraquara, SP

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Eq. 5 - N. Sra. da Conceição - Manaus

No dia 3 de agosto de 2003, comemorou seu Jubileu de Prata de fundação a Equipe 5- N. Sra. da Conceição, da cidade de Manaus, AM Terezinha e Francisco Eq. 5- N. Sra. da Conceição- Manaus, AM

••• Eq.

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N. Sra. das Dores - Brotas

A comemoração aconteceu com a missa em ação de graças na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, da cidade de Brotas, concelebrada pelos Conselheiros Espirituais que acompanharam durante vários anos as equipes, os Padres Agostinianos Jaime Sória e Pedro Garcia Terã, que atualmente estão em São Paulo e Padre Jesus Caballero Fernandez que está no Paraná. Logo após a celebração, houve um jantar de confraternização que reuniu todas as equipes e familiares. Dos sete casais que iniciaram a nossa equipe em 15 de setembro de 1977, tendo como Sacerdote Conselheiro Espiritual o Padre Carmelo Manzanari, continuam até hoje três casais e uma viúva que perseveram na graça de Nossa Senhora das Dores. Este encontro, muito além da comemoração, nos revitalizou, nos deu novas forças para continuarmos a proposta estabelecida há 25 anos, de buscar formas de proteger a família, levando-a à plenitude da espiritualidade conjugal em prol de um mundo melhor. Bernardete e Hilário Setor Brotasírorrinha, SP CM 385

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lAMPARlNAS ACESAS O falecido Cardeal FrançoisXavier Ngujen Van Thuan, vietnamita, conta em seus livros como conseguiu suportar a agonia e a aflição de nove anos de isolamento ao qual foi submetido quando ficou preso pelos comunistas em sua terra natal. Nove anos sem conversar com ninguém, sem nada para se distrair. Nem a Bíblia permitiram que lesse. Tortura cruel e infame! Descreve o prelado como, com o passar dos dias, começou, primeiro, a recitar as orações que tinha aprendido com sua mãe quando criança. Recitando-as vagarosamente sentia-se imensamente consolado, e ainda, como confessa, foi descobrindo a riqueza e a profundidade dessas rezas simples, que muitas vezes são recitadas sem a devida atenção. Mais tarde, recorreu a um novo exercício. Buscava recordar e repetir para si mesmo trechos e frases bíblicas, e sobre elas meditava. E agradecia a Deus por possuir, sem imaginar, uma reserva tão fecunda e tão preciosa de alimento espiritual. Sem este estoque espiritual, confessa o Cardeal, certamente teria desmoronado e enlouquecido. Ninguém imagina, claro, passar por uma provação dessa natureza, apesar da vida estar sempre nos 26

confrontando com situações inesperadas e, não raramente, também dolorosas. E o que a gente observa é que quando a pessoa defronta-se com um súbito revés, mas não pos ui esta reserva espiritual, fatalmente entra em parafuso, como diz a meninada, e, desconcertada e desesperada, sai em busca de soluções e socorros imediatos. Nestas circunstâncias, a pessoa perde a serenidade e a tranqüilidade, condições vitais para suportar essas crises. Desequilibrada, fala e age desordenadamente. Apela para tudo, correntes de oração, promessas descabidas. E alguns chegam até a mudar de religião, em busca de uma solução rápida. Agarra-se a qualquer promessa de alívio, sem se importar com a origem ou com o conteúdo. Tudo no desespero, na aflição, no impulso cego. É deveras, necessário preparar a alma para situações inesperadas ou difíceis. Igual ao trabalho de musculação e preparo físico aos quais os esportistas ão obrigados a se submeter. Pouco atletas acham graça nesses exercícios. Entendem, porém, que sem estes fundamentos, certamente sofrerão lesões que os impedirão de atingir o pico do desempenho esportivo. CM 385


A alma também precisa de uma academia particular para enfrentar com serenidade e vigor os desafios e os contratempos, alguns bastante dolorosos. Fazem parte desta academia os exercícios de renúncia, voluntários e periódicos. As orações decoradas e repetidas, embora alguns insistam em criticar ou menosprezar, estes exercícios de piedade, ajudam sobremaneira a compor o estoque espiritual, as regulares leituras bíblicas e espirituais. Quando tudo caminha bem, a

pessoa acha, normalmente, que estes exercícios são dispensáveis. Podem ficar para uma outra hora. O sábio e o previdente, porém, não espera a hora chegar. Ele se antecipa. E, como as virgens prudentes da história de Jesus (Mt 25, 1-13), cuida de ter sempre à mão a reserva de azeite, de modo que a lamparina permaneça sempre acesa, mesmo que a noite seja longa e solitária.

Pe. Charles SCE- Araçatuba, SP

CONVERSÃO Certo dia, ao entardecer, eu estava sentado num rochedo perto da praia, observando as ondas. Elas vinham com força e morriam na praia. No vai e vem das ondas, uma cena me chamou atenção. Uma onda pequena veio na frente de uma grande e quando chegaram na praia, a onda grande sufocou a pequena, esfregando-a na areia. Logo em seguida aconteceu o contrário, a onda grande veio na frente e a pequena atrás. Quando chegaram na praia, a onda grande foi limpando tudo e abrindo caminho para a pequena passar. Analisando aquelas duas situações, cheguei à conclusão de que aquelas ondas representavam a minha vida. Na primeira situação, eu era a onda pequena antes da conversão e do encontro com Deus e a onda grande era o caminho das desavenças, do egoísmo, o caminho que destrói. Na segunda situação, eu continuava sendo a onda pequena, porém, já convertido, com Deus no coração; e a onda grande era o próprio Deus que vinha na minha frente, abrindo e mostrando o caminho que devo sempre seguir.

Julimar e Toninho Eq. 7 - N. Sra. do Perpétuo Socorro Três Corações, MG

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Meditando em Equipe Outubro é considerando pela Igreja como o mês missionário. É uma boa oportunidade para revermos a nossa missão batismal. Eu sou cristão para os outros. Como Jesus, devemos ser servidores dos outros .

leia 1Cor 12,4-11 Sugestões para meditação: Paulo cataloga os dons, as atividades, as diversas funções existentes na Igreja de Corinto. Quais as necessidades que temos hoje e que poderiam ser atendidas por pessoas escolhidas, preparadas e investidas para o exercício de um ministério? Qual o ministério que poderíamos assumir em favor da família e da sociedade? Pe. Ernani

Oração Deste Ano Vocacional Ó Trindade Amada, Pai, Filho e Espírito Santo, vós chamais os homens e as mulheres para serem santos e santas, no amor. Fazei brotar, em nossas comunidades aquela variedade de vocações, de serviços e de ministérios, segundo a riqueza da graça recebida do Batismo. Que a vossa Igreja, povo de Deus, assembléia dos chamados, seja fiel à sua vocação . Animai os jovens vocacionados e vocacionadas. Dai, aos cristãos leigos e leigas coragem, audácia e firmeza, para que, no cotidiano da vida, construam a justiça, a solidariedade e a paz. Às irmãs e irmãos de vida consagrada, Dai coerência e transparência, para serem, nesta terra, Sinal do amor e da ternura da Trindade . Olhai para os nossos diáconos: sejam eles imagens vivas do Cristo servo . Que os nossos padres e bispos, segundo o exemplo de Cristo, Bom Pastor, cuidem, com carinho e amor, de todas as pessoas a eles confiadas . Fazei, enfim, que todos os batizados, sob o olhar carinhoso da mãe Aparecida, a vocacionada do Pai, com renovado ardor missionário, avancem, sem medo, pelos cam inhos da justiça e da solida riedade, a serviço da vida e da esperança, na busca do reino definitivo. Amém .

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Foto 1: Pe. Norbey, SCE da Equipe de Liturgia do 1° Encontro Fotos 2, 4 e 5 : Cerimônia do Envio

• Foto 3: A ERI visita o Nordeste



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