ENS - Carta Mensal 382 - Junho e Julho/2003

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°382 • Junho -Julho I 2003

EDITORIAL

MARIA

Da Carta Mensal .... ... .... ....... .... .... ... .. 01

O Espírito Santo e Maria ....... ........... 22

SUPER-REGIÃO BRASIL

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . .. .. ..... 24

Somos chamados por Deus .............. 02 Pra Vida Ser Sempre Mais ................ 03 Exigências para o Cumprimento da Missão do Casal ........................... 04

ATUALIDADE Encontro de Movimentos Eclesiais .. 27

TESTEMUNHO

CORREIO DA ERI Henri Caffarel - Sacerdote ...... .. ....... 06 Aniversário ... Para Avançar para Águas Mais Profundas .. ... ... ..... 08

Quero Ser Santo ... ...... ...... .... ..... ...... . 2 9 Pelo Amor ou pela Dor? .... ......... ... ... 31

PALAVRA DO LEITOR ..................... 32 ENCONTRO NACIONAL DE BRASÍLIA O Encontro de Brasíl ia está Chegando ... ............................... Tríduo - 2a Celebração ..... .......... ... ... Tríduo - 3a Celebração ............. ........ I Encontro Nacional das ENS ..... .......

1O 12 14 16

Carta Me11sal é LU11ll publicaçiifJ mensal das Equipes de Nossa Senhora

Idosos, Vida, Dignidade e Esperança ...... ... ...... .. ... . 34

REFLEXÃO A Mesma Face ....... .............. ... ........ ... 3 5 A Li ção do Fogo .... .... ................... .... . 36

VIDA NO MOVIMENTO Girando em Torno da Terra ... ........... Jubileu de Prata ...... ...... .... ... ... .. .. ...... Formação Nível 11 .... .... ... .. ................. Implantação da Coordenação Lagos ......... .. .. ............ .

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

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Wílma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Registro "Lei de Imprensa·· Janete e Nélio Pe. Emani J. Angelini 09./0.2002 (Conselheiro Espiritual)

n•· 219.336 li•·ro 8 de

Edição: Equipe da Carta Me11sal

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (nub 198351

Cecília e José Carlos (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

ENCARTE ESPECIAL:

O Casal Cristão e a Esperança que o Anima Pe. Flávio Cavalca de Castro

Editoração Eletrôtlica, Fotolitos e 1/ustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Ltda. R. Venâncio Ayres, 931 - SP Fone: (Oxxll) 3873.1956 Foto de Capa: J. C. Soles Sacramemo. MG Impressão: Gráfica Roma Tiragem desta edição: 16. /00 exemplares

Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5D andar · conj. 53

01309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxx !l ) 3256. 1212 Fax: (Oxxl I) 3257.3599 ca rtamensal@ens. o rg.br A/C Cecília e José Ca rlos


Amigos queridos: No dia4 de maio de 1970, diante de dois mil casais das Equipes de Nossa Senhora, reunidos em Roma, o Papa Paulo VI, emocionado, disse algumas palavras inesquecíveis: "Lares provados, lares felizes, preparais para a Igreja e o mundo uma nova primavera, cujos rebentos nos fazem estremecer de alegria". Acreditamos que os que estiverem no Encontro Nacional de Brasília, nos dias 17 a 20 do próximo mês, experimentarão essa alegria tão grande, contemplando mais de 4000 equipistas e se sentirão, como Paulo VI, "cheios de uma irrepremível esperança". Vamos todos, nesse evento tão importante, mostrar a nossa cara e a força que representamos como casais cristãos, porque temos fé e ousamos percorrer, em casal, o caminho que nos leva à santidade. Que aqueles que não puderem ir se deixem contaminar pelo entusiasmo e se unam no Brasil inteiro, numa maravilhosa corrente de oração e celebrações. Que aqueles que estiverem lá tenham o coração aberto para dar e receber, conscientes da riqueza, que não podem perder e da missão que têm de levar, na volta, às suas equipes o que viveram e aprenderam. Nesta edição está incluído um artigo de Mariola e Eliseu, o simpático casal Coordenador do Encontro em Brasília, que nos fala da preocupação e do amor das equipes de trabalho e da boa vontade que cada participante precisa ter, para que o

Encontro transcorra com tranqüilidade e dê os frutos que dele se esperam. Além disso, eles nos dão, ainda, muitas "dicas" importantes. É também de Esperança que nos fala o terceiro capítulo do nosso tema deste ano, "A missão do casal cristão". E, nas páginas centrais da Carta, vocês encontrarão um trabalho do Pe. Flávio Cavalca, Conselheiro Espiritual da Super-Região, que, com sua sabedoria, trata do assunto de maneira a nos fazer pensar de onde vem a Esperança que nos anima e do que ela representa na nossa vida. Algo imperdível para os nossos queridos leitores ... Mas temos ainda muita coisa interessante que, nós, novidadeiros que somos, não temos o espaço necessário para abordar aqui. Só vamos falar de um artigo gostoso de se ler do equipista que "queria ser santo"; de outro, que mostra como a mãe de Jesus, humilde serva a quem Deus dirigiu seu olhar amoroso, pôde resistir, de pé, nos momentos difíceis que viveu; outro, ainda, sobre o que são as "Equipes Satélites", além de belos testemunhos sobre o acolhimento e algumas reflexões bem interessantes. Mas o melhor mesmo é que vocês comecem, já, a ler, e que essa leitura possa nutrir a esperança e o entusiasmo que Deus pôs no coração de cada um. Com um grande abraço fraterno,

Equipe da Carta Mensal


SOMOSCHA~DOSPORDEUS Hoje, quando ouvimos falar de

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:~i ~:1 · l vocação, não pensamos apenas na

vocação para o sacerdócio ou para o convento. Sabemos que, pelo simples fato da criação, todos, homens e mu.... ,.,,.., ......,,,., lheres somos chamados para uma vida que Deus quer abundante e baseada no amor. Mais ainda: pelo batismo, pela nossa união a Cristo, à Igreja e à Trindade, recebemos um novo chamado e uma nova responsabilidade. Pela nossa união com o Cristo temos novas possibilidades de vida e de felicidade, novas capacidades para levar vida e felicidade a outros. Somos chamados a viver a salvação e a fazer a salvação dos outros. Estamos convencidos que, antes de tomar um rumo na vida, temos de procurar escutar a proposta pessoal de vida que o Senhor nos faz. Não apenas para decidir o rumo central de nossa vida, matrimônio ou celibato, o modo que será o nosso para fazer da vida um serviço, um ministério para a Igreja e o Mundo, mas também para escolher o que normalmente chamamos de profissão. Todas essas decisões devem ser tomadas levando em conta nossas possibilidades- humanas e divinas -de fazer a felicidade, a salvação de todos que o Senhor nos confiar. Tudo isso hoje faz parte de nossas convicções cristãs. Mas talvez não tenha feito ou ainda não faça parte de nossa vida. Parece que, a maior parte das vezes, somos guiados por outros critérios, se é que procuramos critérios, 2

princípios válidos antes de escolher. Na escolha da profissão, para nós e para nossos filhos, dentro do possível, procuramos sempre as que oferecem maiores esperanças de ganhos e prestígio social. As carências da sociedade, principalmente dos mais pobres, não são consideradas, porque não vemos em nossa profissão um serviço a ser prestado. Talvez a maioria de nós- será que estou exagerando?- nem chegou a se perguntar se sua vocação não estaria noutra estrada que não o casamento, noutras estradas perdidas por esse mundo, de algum modo como Cirineus de gente sem ninguém. Da mesma maneira como outros tantos, por medo, nem quiseram imaginar que talvez para eles a proposta de Deus fosse o amor conjugal assumido em sua plenitude. Poucos de nós- será que estou enganado? -cogitam na possibilidade de estarem sendo chamado por Deus para um serviço desinteressado à comunidade cristã e à sociedade humana. No Brasil, 2003 é o Ano Vocacional, um convite para começar a pensar nossa vida como resposta coerente a um chamado, a uma proposta de Deus a cada um de nós. Boa oportunidade para perceber que vocação não é uma questão apenas para adolescentes e jovens. E uma questão de "escuta da Palavra" levada a sério ate o fim.

Pe. Flávio Cavaka de Castro, cssr SCE da Super-Região CM 382


PRA VlDA SER SEMPRE MAlS Olá, gente amiga! Esta Carta Mensal abrange dois meses: quantos acontecimentos, quantos ensinamentos, quanta graça de Deus podemos encontrar num tempo determinado. Recém saídos das alegrias da Páscoa, eis que nos vêm as graças renovadoras do Pentecostes, que nos permitem enxergar além dos curtos horizontes da visão humana, que nos abrem o coração para entender os mistérios de Deus. Pertencemos a um Movimento que nos constitui em equipes - pequenas comunidades eclesiais - para aí, tocados pelo Espírito do Ressuscitado, fazer a experiência do encontro e da comunhão com Deus, com o cônjuge, com o próximo, Homens e mulheres, reunidos como casais através das graças do Matrimônio cristão, mas todos homens e mulheres do pós-Pentecostes, movidos por essa força que vai além dos limites, além das nossas capacidades, além do que podemos imaginar. Era assim que Pe. Caffarel sonhava o contingente dos casais que optaram por caminhar numa Equipe de Nossa Senhora. Casais sacudidos por um sopro interior, casais dotados de um dinamismo transformador, que acreditam sempre no mais, no melhor, no impossível! Numa comunidade assim imaginada ou assim vivida, não há lugar para o desânimo, para a acomodação, para a rotina. Não há tempo para ser perdido nas encruzilhadas da vida, pois sempre se terá o rumo certo; não há tempo para ser desperdiçado criticando nossas diferenças, quando teCM 382

mos tanto em comum - marido e mulher, casais equipistas entre si. Tristeza é perder a esperança que o cônjuge poderá melhorar, tristeza é numa equipe perder-se a confiança que o irmão equipista poderá transformar aqueles erros de sempre numa atitude nova de ressurreição; tristeza é desconsiderar que sempre é tempo de criar, que o amor não envelhece e que pode permanecer temo e agitado, apesar da calmaria que nos retarda e nos cansa. Deus criou o infinito pra vida ser sempre mais! Não há limites para aqueles que amam. Marido e mulher - casal cristão - não terão nunca atingido a perfeição do seu amor, é sempre possível um passo além. Por que, então, acomodar-se? Numa equipe, a amizade é forte, a ajuda mútua fraterna se faz presente, a vivência dos pontos concretos de esforço é fonte de conversão? Não se dêem por satisfeitos. Há muito a realizar, há uma missão a cumprir, há muita gente a nos esperar. Demos uma olhadinha em nosso redor: na nossa vida conjugal, na nossa comunidade de equipe. Qual a conclusão a que chegamos: contentes conosco mesmo? Satisfeitos pelo que até aqui conseguimos? Gratificados pelo que já realizamos? Cuidemo-nos: Deus criou o infinito pra vida ser sempre mais! Com o nosso caloroso e fraterno abraço.

Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 3


Pa1avra do Provincia1

EXlGÊNClAS PARA O CUMPRlMENTO - DO CASAl DA MlSSAO Este ano, o Movimento sugere o estudo da Missão do Casal Cristão na Igreja e no Mundo, dando continuidade à trilogia de temas propostos desde Santiago de Compostela. Como casal, estivemos refletindo longamente sobre quais seriam as exigências e as etapas para bem cumprir esta proposta de vida lançada. Chegamos à conclusão de que será necessário fazermos algumas retomadas essenciais para clarear os aspectos de nossa missão . Nessa caminhada, a vivência dos temas anteriores: "Ser Pessoa", "Ser Casal" e o tema atual "Ser Casal Missionário", são fundamentais. O dicionário Aurélio define missão como função ou poder que se confere a alguém para fazer algo; encargo, obrigação ou dever. Para que possamos compreender nossa responsabilidade diante da Igreja e do mundo e puxando esta definição para uma visão equipista, conforme diz o Guia das Equipes de Nossa Senhora: "Os membros do Movimento devem pôr os dons que recebem de Deus a serviço; os casais são chamados a ser fermento de renovação, não somente na Igreja, mas também no mundo e a mostrar, através do seu testemunho, que o casamento está a serviço do amor, da felicidade e da santidade". Durante a preparação para par4

ticiparmos dos EACRES - 2003, buscamos conhecer as dimensões da missionaridade para nossa realidade de casais e percebemos que não só como casais, mas, sobretudo como pessoas e como cristãos assumimos o compromisso de sermos missionários em nosso batismo. Hoje, vivemos um novo tempo, em que a família clama por uma retomada dos valores da sociedade e nós como casais cristãos, pertencentes às Equipes de Nossa Senhora, sabemos que devemos atender este clamor. Já em 1970, Pe. Caffarel, nosso fundador, alertava sobre a urgência de exortação dos casais equipistas em abrirem seus corações e conscientizarem-se sobre a sua missão no mundo. Também o Papa João Paulo II, em 2000, exortava os movimentos e as comunidades a darem à Igreja e ao mundo "frutos maduros de comunhão e engajamento". Recentemente, em janeiro último, durante a audiência privada que concedeu aos responsáveis pelo Movimento em nível mundial, o Santo Padre voltou a ressaltar em seu discurso a importância das Equipes por estarem à serviço da evangelização do mundo e da necessidade dos casais equipistas serem sinal transformador, sendo sal e luz para o mundo. CM 382


Já em

1970,

Pe. Caffarel, nosso fundador, alertava sobre a urqência de exortação dos casais equipistas em abrirem seus corações e conscientizarem-se sobre a sua missão no mundo.

Diante de tantas expectativas e apelos da sociedade, da Igreja e do mundo, devemos nos perguntar: quais as exigências para que, como casais, possamos cumprir nossa missão? Elie Wiesel nos inspira ao questionamento e aqui transcrevemos um de seus pensamentos, fazendo uma pequena adaptação para nossa realidade: "Mas por onde eu devo começar? O mundo é tão vasto! Começarei com o meu país, que é o que eu conheço melhor. Meu país, porém, é tão grande! Seria melhor começar com minha cidade. Mas minha cidade também é grande. Seria melhor começar com minha equipe. Não, minha casa. Não, minha fanu1ia. Não importa, começarei comigo". Portanto é urgente que comecemos a agir, não podemos perder mais tempo. Disse-nos um conselheiro espiritual de Mato Grosso do Sul, que não precisamos pensar em ações mirabolantes, nem tão pouco reinventar a roda. Se conseguirmos ser coerentes entre nossa vivência de fé e vida, se conseguirmos passar aos outros que vale a pena ser casal, casado, que recebeu o sacramento do matrimônio e que amar vale a pena, já estaremos contribuindo muito. Certamente, concordamos com as sábias palavras do conselheiro, porém não podemos deixar de propor o que o próprio Movimento nos orienta a fazer: precisamos transbordar, buscando lançar nossas redes em águas mais profundas.

Rita e José Adolfo CR Província Leste CM 382

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HENruCAFFAREl-SACERDOTE "Vem e segue-me" Essas palavras simples, seguidas das datas do batismo, da ordenação e da morte de nosso fundador, testemunham, mais do que grandes discursos, a vida do Pe. Caffarel. "Um profeta do séculoXX", dizia o Cardeal Lustiger, "pois foi, desde a sua juventude, um homem arrebatado por Deus e que disse Sim à ascendência divina". Um homem de quem João Paulo n falava, no dia 20 de janeiro de 2003: "Ele mostrou a grandeza e a beleza da vocação para o casamento e, antecipando as orientações fecundas do Concílio Vaticano ll, salientou o chamado à santidade ligado à vida conjugal e familiar (cf. Lumen Gentium, no 11). Ele soube resgatar os grandes eixos de uma espiritualidade específica, que decorre do Batismo, sublinhando a dignidade do amor humano no projeto de Deus". O Papa lembrava nessa ocasião "a atenção que o Pe. Caffarel dispensava às pessoas unidas pelo sacramento do matrirnônio, levando-as também a pôr seus dons a serviço do Movimento espiritual das viúvas de guerra , que se tornou hoje Esperança e Vida , e a conservar o entusiasmo que esteve presente na criação dos primeiros Centros de preparação para o Matrimônio, largamente difundidos. Como conseqüência, surgiram as Equipes de Nossa Senhora Jovens, que mostravam o cuidado que o sacerdote tinha ao propor um caminho de fé à juventude". Hoje, todos nós, membros das 6

Equipes de Nossa Senhora, somos depositários de sua herança; temos que tornar essa herança conhecida, fazer com que ela frutifique no mundo todo, e realizar, com palavras e costumes, de nosso tempo, seus projetas inacabados para as Equipes de Nossa Senhora. Na sua conferência aos Responsáveis Regionais das ENS, em Roma, no mês de janeiro de 2003, Monsenhor Fleischrnann salientava, na herança do Pe. Caffarel, "quatro pontos de vista essenciais sobre os quais nós ainda não acabamos de refletir, se quisermos ser, ao mesmo tempo, fiéis ao 'carisma fundador' das Equipes e fazer viver, num contexto muitas vezes diferente, aquilo que a primeira geração viveu". A espiritualidade que não é mais, como na época em que começou o Movimento, reservada só aos consagrados, tornou-se, de maneira bem ampla, um caminho de construção no quotidiano da relação do casal cristão com Deus. Essa orientação de vida cristã deve hoje encontrar sua plena significação em todos os atos da vida dos esposos, desde o seu casamento até à morte, e o campo da sua sexualidade é um dos primeiros envolvidos. • Nós não descobrimos ainda todas as riquezas do sacramento do matrimônio. Os ataques que ele recebe na sociedade moderna devem fortificar no sa bu ca •

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- testemunho da caridade fraterna, no espírito da palavra de Jesus.

de uma teologia moderna adaptada ao nosso tempo, à cultura dos diferentes países do mundo e aos costumes de nossos contemporâneos. • A oração-meditação: Pe. Caffarel retoma o caráter vital da oração. Ela é indispensável à vida sacramental. Na Carta de novembro de 1952, ele escreve: "A Eucaristia, numa alma que não reza, é semente em terra não trabalhada; ela não JXXle produzir seus frutos". (Conferência do Monsenhor Fleischmann 0112003). • As exigências das Equipes de Nossa Senhora: - uma escola de vida cristã; - um laboratório para uma espiritualidade do cristão leigo casado; - um centro de difusão. Um dos objetivos é o de contribuir para a preparação dos jovens para o casamento; CM 382

Monsenhor Fleischmann lembra ainda que, em 1987, trinta e cinco anos mais tarde, o Pe. Caffarel esboça um balanço. Ele se alegra por tudo que foi bem compreendido do carisma fundador, a começar pela " reconciliação do amor e do matrimônio", a descoberta do pensamento de Deus sobre o casal e sobre todas as realidades da vida do casal e da família. Ele louva a Deus "pelo casamento dos dois sacramentos" - o do matrimônio e o da ordem -; vocês conhecem a importância que o Movimento confere à presença ativa do padre nas Equipes. O Pe. Caffarel percebe também o que foi menos refletido: ao lado do amor, felizmente valorizado, a abnegação, com o dom de si, o esquecimento de si próprio, nós não nos aprofundamos suficientemente no sentido cristão da sexualidade. Ele diz: "Seria necessário guiar os casais na direção da perfeição da vida sexual". Ele espera que a missão das Equipes de Nossa Senhora na Igreja leve uma renovação da antropologia; que não se desconheça mais a complementaridade dos sexos, rejeitando o maniqueísmo corpo-alma.· Desenvolver a ajuda mútua para caminhar para a santidade, santidade dinâmica, ativa, participante da evolução da criação. O Pe. Caffarel menciona alguns pontos que não podiam ser vistos nas primeiras gerações: é preciso

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levar em conta os casais que não receberam uma catequese, cuja prática dominical não é evidente. Há toda uma questão das regras morais defendidas pela Igreja e mal vividas. De outro lado, é melhor pensar naqueles que desejam ir mais longe, depois de vinte ou trinta anos de vida em Equipe. Ajudar os casais a envelhecer com naturalidade, a viver a sua aposentadoria a se aproximar de sua morte. Como complemento .destas poucas notas sobre o sentido da fundação das Equipes, é preciso mencionar ainda uma decisão de grande importância. Como o Movimento se desenvolveu em muitos países, a decisão está tomada, com a Equipe dirigente, de continuar como um só Movimento, sem fronteiras. O salto das Equipes de Nossa Senhora além das fronteiras e dos oceanos coloca para nós um problema novo. Seria preciso suscitar em cada país uma direção nacional au-

tônoma ou conceber um grande Movimento com uma só direção? A questão foi debatida e finalmente optamos pela fórmula do Movimento único, não por facilidade. No "plano da espiritualidade não existem fronteiras" (Vocação e itinerário, 1959). O Pe. Caffarel insistirá sobre a internacionalidade da Equipe dirigente, mas também sobre a submissão ftlial à hierarquia da Igreja local, em cada país, em cada diocese. 100 anos após o seu nascimento e somente 7 anos após a sua morte, o pensamento e a obra do Pe. Caffarel continuam sendo de uma atualidade viva e incitam o Movimento a se voltar para o futuro para responder, como o Pe. Caffarel fez , ao apelo do Senhor: "Vem e segue-me".

Gérard e Marie-Christine de Roberty Casal Responsável Internacional das ENS

. ...... ... .. . . ... .. ...... .... ..... ..... . Palavra do Conselheiro Espiritual da ERl

AN1VERSÁR10 ... PARAAVANÇAR PARA AGUAS MAlS PROFUNDAS 2003: nós estamos, portanto, no ano do centenário do nascimento do Pe. Henri Caffarel. A Carta tem agora mais de cinqüenta anos e este aniversário tem sido devidamente celebrado. Regiões como a Catalunha festejam os cinqüenta anos de 8

sua fundação. Outras, também. Mas, vamos ficar só nas comemorações? Devemos nos felicitar e nos satisfazer com essas dezenas de anos, com essas centenas de equipes, com esses milhares de equipistas? Se pudéssemos interrogar o Pe. CM 382


Caffarel, é bem provável que ele reagiria e não nos deixaria ficar na contemplação do passado pelo que ele representa. Quando se aproximava das Equipes, nos seus últimos anos, ele fazia um balanço para se lançar em direção ao futuro. Em Roma, com os responsáveis regionais, quisemos ser herdeiros verdadeiros. Gérard e Marie-Christine de Roberty lembram, neste mesmo Correio Internacional, as grandes linhas que guardamos. Guardemos também a ordem de Cristo e do Papa, que nos encoraja: duc in altum! Avançar para águas mais profundas: no mundo. O Movimento tornou-se internacional e continua assim, cada vez melhor; seu dinamismo se manifesta em países cada vez mais numerosos. Continua crescendo sempre. Avançar para águas mais profundas: na vocação das ENS. A espiritualidade do casal casado na Igreja e no mundo está sempre se construindo. Na fidelidade ao amor de Deus, cada geração deve encontrar a sua maneira de responder pela sua própria fidelidade à graça dosacramento do matrimónio. Avançar para águas mais profundas: na Igreja. O lugar dos leigos na Igreja se afirma cada vez mais; os leigos casados - observava o Pe. Caffarel, são os mais numerosos. Sua missão de células de base torna-se cada vez mais importante diante da evolução divergente nas sociedades onde vivemos. O Senhor se faz Servidor e todos os seus discípulos; os casais em particular, recebem sempre a missão de ser CM 382

Mas, vamos ficar só nas comemorações? Devemos nos felicitar e nos satisfazer com essas dezenas de anos, com essas centenas de equipes, com esses milhares de equipistas? suas testemunhas, de ser os servidores de seus filhos, de seus irmãos e irmãs, quer sejam cristãos ou não. Avançar para as águas profundas: na vida espiritual. Precisamos continuar na escuta da Palavra de Deus, para conhecê-la e assimilála mais profundamente; ela é uma fonte da qual bebemos, para fecundar a meditação, para motivar a prática do que mandam os nossos estatutos, para nutrir a partilha. Avançar para águas mais profundas: na Aliança sempre nova, a Aliança que Deus estabeleceu e à qual responde a Aliança, o compromisso selado pelos esposos. Lembremo-nos do Pe. Caffarel como de um fundador, isto é, alguém que constrói um Movimento para que ele viva, cresça e avance para águas mais profundas ...

François Fleischmann Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERI 9


O ENCONTRO DE BRASÍliA ESTÁ CHEGANDO Queridos amigos equipistas, O I Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora está se aproximando. Para nós, de Brasília, que estamos com a gratificante missão de preparar a infra-estrutura necessária para recebê-los, o "frio na barriga" aumenta quando pensamos que ainda temos algumas coisas que precisam ser resolvidas. Mas, o fundamental do Encontro serão nossos momentos de oração, reflexão, troca de experiências e conhecimento de novos amigos vindos de todos os lugares deste imenso Brasil. Como já foi dito em comunicações anteriores, a preparação prévia nas equipes de base, nos setores e nas regiões deverá exercer um papel importante, para que cada um venha com o coração aberto para receber todas as graças e bênçãos que Deus irá derramar sobre os casais e conselheiros espirituais do Movimento. O espírito de peregrino já começou e deverá imperar durante todo o Encontro. No sa Senhora está à frente de tudo e apontando, como nas Bodas de Caná, o que ainda falta para que os objetivos do Encontro ejam plenamente alcançados. Vale lembrar que, num evento que estará reunindo cerca de 4200 pessoas, a disciplina e a boa vontade de cada um para o cumprimento da programação exercerão um papel vital. Por isto, todos serão infor10

mados, assim que receberem o material relativo ao Encontro, na sua chegada, de como podem colaborar efetivamente para o sucesso das atividades estabelecidas. É bom lembrar que a participação no Encontro está condicionada à inscrição prévia, cujo prazo já se esgotou após a realização dos EACREs. Portanto, não está previsto receber novas inscrições no dia do Encontro. Mas, a partir das 12:00 horas do dia 17 de julho já estaremos a postos no ExpoBrasília (Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade), local de realização das atividades do Encontro, para recebê-los. A entrega do material tem dois procedimentos: a) Quem não está hospedado em hotéis reservados pela organização do Encontro deverá apanhálo no ExpoBrasília; b) Quem está hospedado em hotéis, independentemente do meio de transporte que utilizar, receberá seu material no próprio hotel. A abertura está marcada para às 20:30 horas com a presença de diversas autoridades. Por isso, o jantar será servido no horário de 18:30 às 20:00 horas impreterivelmente. Quanto ao horário de entrada nos hotéis, ele está marcado a partir das 14:00 horas do dia 17/07. A saída, até às 15:00 horas do dia 20/07. Fora deste esquema, a organização do Encontro não pode assumir quaisquer responsabilidades com reserCM 382


vas ou pagamentos extras. Para quem chegar antes do dia ou horário combinado, sugere-se fazer contato com equipistas de Brasília ou fazer um city tour pela cidade, pois existem monumentos históricos imperdíveis. Nesta época do ano, aqui em Brasília, a umidade do ar costuma estar em tomo de 40 a 50%, podendo baixar um pouco mais no período da tarde. Os dias e noites apresentam temperaturas entre 13° (mínima) e 24° (máxima). Portanto, é bom se prevenir com roupas adequadas e mesmo com bonés (ou chapéus) para atividades externas na parte da tarde, pois a insolação costuma ser alta. Mas não existe previsão de chuvas. Brasília está localizada a 1000 metros de altura em relação ao nível do mar. Portanto, é uma altitude elevada e o ar poderá estar ligeiramente rarefeito. A associação da altura com baixa umidade e temperaturas elevadas deve ser considerada por todos, mas principalmente por quem

apresenta algum probleminha de saúde. Estes, em particular, não podem esquecer seus medicamentos, quando prescritos por médicos. Vamos colocar no site das ENS, a partir de junho, uma série de informações úteis para todos os participantes do Encontro Nacional. Também, estamos disponibilizando um email (elizeucalsing@brturbo.com) para tirar outras dúvidas, trocar experiências e nos animar mutuamente, para que nossa participação no Encontro Nacional seja benéfica para nossas equipes de base, para o Movimento, para toda a Igreja e mesmo para a sociedade brasileira. A título de reajuste, como já tinha sido informado anteriormente, será cobrada uma parcela adicional no valor constante no "box" abaixo, o que se faz necessário para manter nosso Encontro Nacional autosustentável. Todas as equipes de trabalho estão fazendo o possível para oferecer serviços de qualidade, e com muito amor!

Parcela de junho/2003 (ajuste final) 1. Inscritos COM hospedagem em hotel- R$ 25,00 por pessoa 2. Inscritos SEM hospedagem em hotel- R$ 10,00 por pessoa No verso da Ficha de Inscrição por equipe, consta que a parcela de junho seria o ajuste da correção do preço da inscrição pelo IGPM-FGV. Este índice, de abril/02 a maio /2003, variou em tomo de 33% (trinta e três por cento). No entanto, graças ao esforço da Comissão Organizadora, buscando reduzir os custos, não foi necessário aplicar a totalidade do índice IGPM-FGV, ficando definido como reajuste apenas os valores acima, que valem para todos os participantes, independentemente da data em que se fez a inscrição.

Mariola e Elizeu Calsing, pela Coordenação Local CM 382

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TRÍDUO em Preparação ao 1 Encontro Nacional das ENS no Brasil 2a

Celebração (mês de junho)

Reunir-se em Equipe e preparar uma mesinha com a imagem de Nossa Senhora, vela, flores e Bíblia. Dirigente: Nesta segunda celebração do Tríduo em preparação ao I Encontro Nacional das ENS no Brasil, peçamos a presença do Espírito Santo entre nós, rezando:

Oração ao Espírito Santo das ENS Todos: Espírito Santo, vós sois o alento do Pai e do Filho, Na plenitude da eternidade, Vós nos fostes enviado por Jesus, Para nos fazer compreender tudo o que Ele nos diz E nos conduzir à verdade completa. Vós sois, para nós, Sopro de Vida, Sopro Criador, Sopro Santificador, Vós sois quem renova todas as coisas. Nós vos pedimos, humildemente, que nos deis vida, E que habiteis em cada um de nós, Em cada um de nossos lares, Em cada uma de nossas Equipes, Para que possamos viver o Sacramento do Matrimônio Como um lugar de amor, um projeto de felicidade, E um caminho de santidade. Amém! Dirigente: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém. Dirigente: Que o I Encontro Nacional das ENS no Brasil produza abundantes frutos e faça de nós, casais equipistas, um testemunho do matrimônio como o "sacramento do amanhã". Preparemo-nos para esta celebração, invocando a misericórdia de Deus. Todos: Obrigado, Senhor, por derramar sobre nós o vosso amor misericordioso. Esposas: Apesar do meu propósito de emenda, perdão, Senhor, por to12

das as vezes que não fui boa esposa e boa mãe. Todos: Senhor, tende piedade de nós. Maridos: Senhor, mesmo procurando melhorar, ainda pequei. Por isso, peço perdão por todas as vezes que falhei com minha esposa e meus filhos. Todos: Perdoai-nos, Senhor. Todos: Perdão, Jesus amado, pelas vezes em que não aproveitei as maravilhas que resultam da adequada vivência dos PCE's. CM 382


Todos: Senhor, perdoai-nos , e encorajai-nos a viver os PCE's, em busca da espiritualidade conjugal. Todos: Obrigado, Senhor, pela oportunidade que temos de, purificados, voltar às nossas casas, e viver com mais fervor a Igreja Doméstica, a família de Deus, a comunidade que formamos como batizados. SCE ou Dirigente: Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos, capítulo 16, versículos 15-18. Leitor: Fazer a leitura do Evangelho. SCE ou Dirigente: Palavra da salvação. Todos: Glória a vós, Senhor. Dirigente: Vamos refletir: Somos casais que cremos em Jesus Cristo. Quais são os sinais que nos acompanham, pelos quais demonstramos ser casal cristão, testemunhas do Matrimônio como o "sacramento do amanhã"? (Cada casal coloca, em voz alta, a sua reflexão).

Orações: Casal 1: Senhor, aumentai a nossa fé , para que nossas obras testemunhem a adesão incondicional que temos a vós. Todos: Senhor, aumentai a nossa fé. Casal 2: Obrigado, Senhor, por nos fazer membros da ENS. Vivenciando o sacramento do matrimônio, queremos crescer em santidade. Todos: Obrigado, Senhor, e ajudainos a crescer em santidade. Casal3: Dai força e perseverança aos Conselheiros Espirituais, para o cumprimento de sua missão. Todos: Fortalecei-os, Senhor. Casal 4: Nós vos damos graças, SeCM 382

nhor, pelo padre Caffarel neste seu centenário de nascimento e Pedro Moncau, nossos precursores, que já chamastes para vossa morada e que dedicaram sua vida ao bem do nosso Movimento. Pedimos também por Dona Nancy Moncau, cuja presença atuante em nosso meio é um testemunho vivo do vosso amor, e estímulo para a nossa caminhada equipista. Todos: Abençoai-os, Senhor. Casal 5: Pelo I Encontro Nacional das ENS no Brasil, para que seja um encontro de casais unidos no amor a Jesus. Todos: Senhor, ouvi-nos. SCE: Por todos os equipistas e pelo mundo inteiro, para que entendamos que a PAZ e o AMOR são o verdadeiro sentido da nossa existência. Todos: Senhor, atendei-nos.

(Orações espontâneas) Dirigente: Recebei, Senhor, as nossas preces, e atendei os vossos filhos. Amém. Dirigente: Unidos, rezemos a Oração do Encontro (pg. 15). Final: Oração do Magnificat Dirigente: Demos a todos o nosso abraço de paz, desejando que a Paz de Cristo reine no mundo inteiro! • 13


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TRlDUO 3a Celebração (mês de julho) Reunidos em Equipe, em torno de uma mesinha com a imagem de Nossa Senhora, vela, flores e Bíblia, iniciemos a nossa celebração. Dirigente: Já tão próximos do I Encontro Nacional das ENS no Brasil, peçamos a presença do Espírito Santo entre nós, rezando: Oração ao Espírito Santo das ENS (pg. 13) Dirigente: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém. Dirigente: Novamente em Equipe, peçamos perdão a Deus por nossas faltas, para que, purificados, recebamos as bênçãos e graças de Deus. Que nossa participação no I Encontro Nacional das ENS no Brasil nos faça mais irmãos e nos permita crescer no amor de Cristo Jesus, pela vivência do sacramento do Matrimônio. Todos: Obrigado, Senhor, nós vos amamos e pedimos a vossa misericórdia. Maridos: Senhor, tende piedade pelas vezes que deixei de cumprir, com amor, meus deveres de esposo e pai. Todos: Senhor, tende piedade de nós. Esposas: Senhor, piedade pelas minhas falhas na Igreja Doméstica, por todas as vezes que não pratiquei os vossos ensinamentos para com meu esposo e meus filhos. Todos: Senhor, tende piedade de nós. Todos: Perdão, Jesus amado, pelas vezes em que sobrecarreguei a minha Equipe, deixando de cumprir os meus deveres de equipista. Todos: Senhor, perdoai-nos por todas as vezes que somos peso para nossos irmãos. SCE ou dirigente: Obrigado, Senhor, pela oportunidade de, mais uma vez reunidos em Equipe, vivenciar a comunidade que formamos como membros da Igreja. Recebei as nos14

sas preces e atendei-nos, Senhor. SCE ou Dirigente: Leitura do Evangelho de São Marcos, capítulo 8, versículos 34-35. Leitor: Fazer a leitura do Evangelho. SCE ou Dirigente: Palavra da salvação. Todos: Glória a vós, Senhor. Dirigente: Vamos refletir: • O Papa pede, no começo do rnilênio, e o I Encontro Nacional das ENS no Brasil reitera: "Ide para águas mais profundas!" Com base nas palavras de Jesus, que acabamos de ouvir, o que nos propomos a fazer para "pescar em águas mais profundas"? (Cada participante coloca, em voz alta, a sua reflexão).

Orações: Leitor: Rezemos para pedir os doze frutos do Espírito Santo, para que possamos ser "casais cristãos, testemunhas do sacramento do amanhã". Homens: Vinde, Espírito Santo, transformai o nosso coração. Leitor: O fruto da caridade, que nos faça amar a Deus de todo o coração. Todos: Dai-nos o fruto da caridade e do amor. Leitor: O fruto da alegria, que nos faça viver intimamente consolados, sem nunca desanimar, por mais que estejamos sofrendo. CM 382


Todos: Dai-nos o fruto da alegria. Leitor: O fruto da paz, que nos faça viver espiritualmente serenos, ainda que estejamos passando as maiores tribulações internas ou externas. Todos: Dai-nos o fruto da paz. Leitor: O fruto da paciência, que nos faça enfrentar qualquer coisa por amor a Deus. Todos: Dai-nos o fruto da paciência. Leitor: O fruto da benignidade, que nos faça solidários e amigos. Todos: Dai-nos o fruto da benignidade. Leitor: O fruto da bondade, que nos torne atenciosos para com todos. Todos: Dai-nos o fruto da bondade. Leitor: O fruto da longanimidade, que nos faça esperar por momentos melhores com otimismo, sem ficar aflitos. Todos: Dai-nos o fruto da longanimidade. Leitor: O fruto da mansidão, que nos faça suportar as ofensas e a ingratidão, sem perder a calma. Todos. Dai-nos o fruto da mansidão. Leitor: O fruto da fé, que nos faça crer na Palavra revelada, na história, na Bíblia, na Igreja. Todos: Dai-nos o fruto da fé. Leitor: O fruto da modéstia, que nos faça respeitar os outros como esperamos ser respeitados. Todos: Dai-nos o fruto da modéstia. Leitor: O fruto da pureza, que conserve o nosso Espírito sempre bem e inocente, sem maldade nem malícia. Todos: Dai-nos o fruto da pureza. Leitor: O fruto da castidade, para que respeitemos o nosso corpo, e o dos nossos irmãos, como templos sagrados onde vós quereis habitar para sempre. Todos: Dai-nos o fruto da castidade. Dirigente: Rezemos a Oração do Encontro. CM 382

Todos: Inspirados no SIM de Maria, entregamos o I Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, como um grande acontecimento para todos os equipistas do Brasil. Movidos pelo Espírito Santo. queremos oferecer nossas equipes de base a ela, Mãe da Igreja, para que, juntos, possamos experimentar a graça de Deus na espiritualidade conjugal, enraizada no amor e na doação total ao Cristo, modelo e Senhor da história. É com esta graça que os esposos cumprem sua missão e compromisso, desenvolvendo sua união e seu amor, permanecendo na fidelidade e na entrega um ao outro. O casal cristão: sacramento do amanhã, "imagem de Deus'', é símbolo vivo do amor de Cristo, templo do Espírito Santo na Igreja doméstica e revela, à Igreja e ao mundo, a nova comunhão do amor total e fecundo. Pedimos pelos nossos Conselheiros Espirituais, para que, inspirados na espiritualidade do nosso fundador, Padre Caffarel, e guiados por Maria, sintam sua presença renovadora neste novo milênio, e ajudem a construir a civilização do amor. Possamos, todos, enviados para águas mais profundas, transmitir a mensagem de Cristo. Amém. Final: Oração do Magnificat Dirigente: Demos a todos o nosso abraço de paz, desejando que "a Paz de Cristo permaneça conosco e com o mundo inteiro!".• 15


1ENCONTRO NACIONAL DAS ENS Brasília: àias

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a

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àe Julho àe

2003

1. Temática a) O Encontro faz parte dos eventos comemorativos do centenário de nascimento do Pe. Henri Caffarel, nosso fundador. b) Lema: "CASAL CRISTÃO: SACRAMENTO DO AMANHÃ" c) Reforçar o sentido da missão do casal cristão, coroando a grande prioridade de reflexão que o Movimento está fazendo neste terceiro ano após Santiago de Compostela. O desenvolvimento do lema e da temática se dará nas palestras, nos flashs , nas celebrações eucarísticas, no ato público e nas reuniões mistas

11. Programação a) b) c) d) e) f) g) h) i) j)

As atividades deste Encontro Nacional prevêem a realização de: Cerimônia de Abertura com a presença de Autoridades Três Palestras Temáticas Duas Palestras TestemunhaisNivenciais Três Celebrações Eucarísticas Duas Reuniões de Grupos Mistos Um Ato Público Um city-tour Uma Festa de Confraternização Momentos de Convivência Geral Cerimônia de Encerramento e Envio

1H. Peàiào 1m portante Pede-se a cada casal ou participante individual que leve para este Encontro: a) 7 cartões postais, já preenchidos com seu nome e endereço, para serem trocados na Reunião Mista. b) Algum docinho típico de sua cidade, região ou preparado por si próprio (em pequena quantidade, não perecível, já cortado em pedaços e que não necessite de prato ou talheres para ser servido) para ser posto em comum na "pequena refeição fraterna" por ocasião da segunda reunião mista. lV. Fundamental • Vir de coração aberto e de espírito desarmado, • Com alegria e disposto a dar o melhor de si. • Confiante na presença de Jesus em nosso meio, • Todos sob o manto protetor de Nossa Senhora de todas as Equipes, • Para celebrar a nossa unidade • E honrar o nome do Senhor! • 16

CM 382


GlRANDOEM TORNO DA TERRA Depois de longos anos servindo em cargos de responsabilidade às Equipes de Nossa Senhora, eis que finalmente estávamos quietos e tranqüilos na condição de equipistas de base na nossa São Paulo 3/D. Nesses 43 anos de Movimento, havíamos sido responsáveis por duas Regiões, fizemos parte da ECIR e fomos, por sete anos, responsáveis por esta Carta Mensal. Foi quando pensávamos que já havíamos sido encaminhados para uma justa aposentadoria, que veio, em fins de 2001, o telefonema de Sílvia e Francisco, nosso querido casal Responsável da Super-Região Brasil. Contaram que a Equipe Responsável Internacional havia criado umas tais de "equipes satélites" e nos convidaram para sermos um dos dois casais que representariam o Brasil nessas equipes. Na época, não entendemos muito bem em que órbita estávamos sendo lançados e, mesmo depois do envio de alguns documentos a respeito, continuamos por um bom tempo sem compreender bem de que se tratava. Hoje, depois de dezenas de e-mails trocados com nossos companheiros de equipe satélite (dois casais australianos, um casal inglês e um sacerdote que morava nos Estados Unidos) e depois de uma reunião em Liverpool, na Grã-Bretanha, estamos começando a entender melhor. Existem cinco dessas equipes satélites (EqSat's) que giram em volta CM 382

à ERI e ao mundo, cada uma tratando de um tema de fundamental importância para o Movimento. Existe a EqSat "Pesquisa e Reflexão", que se dedica ao melhor conhecimento do Movimento e aos temas de estudo; a EqSat ''Pedagogia", voltada basicamente à iniciação no Movimento; a EqSat "Comunicação" que visa o aprimoramento das formas de entrarmos em contato uns com os outros; EqSat ''Formação", que cuida da forma de se transmitir os fundamentos básicos das diversas responsabilidades no Movimento aos que as exercem e, finalmente, aquela de que fazemos parte, a EqSat ''Missão", que busca aprofundar o senso de ação missionária dos casais e do próprio Movimento.

O trabalho profético das Equipes Satélites visa, assim, dar mais solidez e mais autenticidade à nossa vocação conjuqal, ao mesmo tempo em que busca tornar mais profunda e mais consciente a nossa fé. 17


Cada EqSat tem seu Casal Responsável, e são todas ligadas à ERI através de um dos casais que fazem parte desta última, Maria Carla e Carlo Volpini de Roma, na Itália. São no total mais de vinte casais e cinco sacerdotes, provenientes de 15 países diferentes. Cada equipe tem a sua programação independente, dentro de algumas prioridades distribuídas ao longo dos próximos 4-5 anos, que elas mesmas estabeleceram e que foram submetidas e aprovadas pela ERI. Esta última não tem aí uma função de autoridade suprema, mas é a que, em última análise, garante a unidade do Movimento no mundo. Qual foi a idéia que gerou essas equipes satélites? O grande desenvolvimento e a expansão atual do Movimento não permite mais que uma única equipe, como a ERI, ou mesmo o Colegiada Internacional, consigam ter em conta, no seu trabalho, a grande diversidade de culturas, de maneiras de vivenciar a fé e os métodos das ENS no mundo e que possam, em seu ambiente restrito, buscar a permanente atualidade e sintonia das Equipes com um mundo cada vez mais globalizado, transformando-se velozmente e, ao mesmo tempo, cada vez mais fracionado. Assim, não se trata de Equipes que, mais uma vez, procurem dar um diagnóstico, um levantamento ou um balanço da situação atual. "As Equi-

pes Satélites têm o dever de perscrutar os sinais dos tempos e de torná-los presentes na vida do Movimento, ao mesmo tempo em que devem cuidar para manter vivo o carisma profeticamente in18

tuído pelo Padre Caffarel, para o aprofundamento da espiritualidade conjugal e sacramental ", como disseram os Volpini em recente reunião do Colegiada Internacional em Roma. Elas têm o compromisso de ampliar o olhar para detectar os horizontes mais largos em vista da vida futura do Movimento. Elas estão aí para "pro-vocar", literalmente chamar para frente, os equipistas, para que sua fé e sua vivência não fiquem estagnadas e o Movimento não se tome, nas palavras do Pe. Caffarel, "um abrigo para adultos bem intencionados". O trabalho profético das Equipes Satélites visa, assim, dar mais solidez e mais autenticidade à nossa vocação conjugal, ao mesmo tempo em que busca tomar mais profunda e mais consciente a nossa fé. A EqSat Missão, à qual pertencemos, passou seu primeiro ano a produzir um documento sobre "O Casal Missionário", tentando definir o que o mundo espera de nós nesses tempos futuros. Agora, nossa prioridade seguinte vai consistir em elaborar um documento concreto de formação dos casais em missão, ligado aos diversos campos onde atuam. E, para abril de 2004, somos chamados a preparar um documento de reflexão e de propostas sobre a diferença entre casamento sacramental e não-sacramental. Devemos dizer que, para nós, o trabalho tem sido de uma riqueza extraordinária, mesmo que seja apenas pela descoberta das imensas diferenças culturais que há, por exemplo, entre o Brasil e a Austrália. Basta dizer que o sincretismo religiCM 382


Equipes de Nossa Senhora

Temas de Formação

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O CASAL CRlSTAO E A ESPERANÇA QUE O AN11V\A Pe. Aávio Cavalca de Castro, cssr

Junho

2003


I ~

O CASAl CRJSTAO lntrodução Esperança é tema sempre do Advento também e, mais ainda, esperança é o tema do terceiro capítulo do "Ser Casal Missionário ... ", o tema de reflexão desse ano de 2003. O terceiro capítulo intitulase "O casal cristão pronto sempre a dar razão da sua esperança". Por mote e inspiração desta reflexão poderíamos tomar o Salmo 119 (118), versículos 49 e 50: "Lembrai-vos da promessa a vosso servo, pela qual me cumulastes de esperança. O que me anima na aflição: é a certeza que vossa palavra me dá a vida, ó Senhor". Aí encontramos muito bem expresso o conteúdo da esperança, que nasce de uma promessa que nos enche de coragem, que se baseia na palavra de Deus, que nos dá vida e certeza, mesmo no meio da aflição. Esperar, esperança, essas palavras podem ter um sentido muito comum, e até certo ponto fraco, de desejo, expectativa, veleidade, possibilidade, anseio, "espero que eu consiga" ... Mas, no sentido cristão, essa palavra esperança tem, como veremos logo depois, um sentido muito forte, que poderia ser antes traduzido por confiança, certeza, ou seja, certeza de quem espera alguma coisa a

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partir da confiança que merece quem fez a promessa. Esperar faz parte da nossa maneira humana de ser; vivemos esperando, vivemos no tempo; tempo que é contínua sucessão; nunca temos as coisas, as coisas estão apenas passando pela nossa mão, e vivemos o momento atual, lembramos do momento passado e esperamos o momento seguinte. De certa maneira podemos dizer que vivemos em função do futuro; tanto que nunca estamos plenamente satisfeitos do que temos. Estamos sempre a esperar algo melhor. Mas, por outro lado, não temos garantia desse futuro. Essa expectativa do futuro vem sempre temperada pelo medo, pelo receio, pela possibilidade do mal que nos prive do bem que já temos ou es. peramos. Podemos dizer que o nosso viver humano é, mesmo no presente, um viver sempre marcado pelo passado, e um presente vivido em função do futuro. A idéia bíblica cristã de esperança é muito mais que isso, vai muito além dessa experiência. É uma atitude que assumimos diante do futuro, uma atitude que só é possível para quem sabe que, enquanto depender da bondade e da promessa divina, infalivelmente encontrará a felicidade, o bem que


deseja mas ainda não tem. É adestruição da incerteza inerente ao modo humano de viver. Porque Deus é bom, porque Deus prometeu e temos certeza que, se não atrapalharmos, seremos infalivelmente felizes. Na linguagem bíblica, essa expectativa confiante é descrita por diversas palavras, por diversos verbos traduzidos em português como esperar, não só no sentido de ter esperança, mas também de ter paciência, esperando que chegue o momento, não querendo tudo ao mesmo tempo. Esperar no sentido de saber que, no momento certo e apropriado, Deus haverá de nos dar o que necessitamos. Confiar, apoiar-se em alguém, na promessa, na fidelidade de alguém. Há também um outro aspecto traduzido por: continuar firme. Esperar é permanecer firme apesar das dificuldades, apesar das aparentes derrotas, das aparentes dificuldades. Finalmente, aguardar sabendo que para tudo há seu tempo; que há o momento certo e que nem sempre somos nós os melhores juizes quanto à oportunidade ou não de alguma coisa. Aguardar no sentido de ter paciência; afinal, "ter esperança é saber ter paciência, e ter paciência é dar tempo ao tempo de ser tempo". Ou seja, aguardar é deixar que as coisas vão amadurecendo de acordo com o seu ritmo, de acordo com o planejamento de Deus.

O motivo dessa esperança é sempre a promessa divina; promessa que muitas vezes, na linguagem da Escritura, se apresenta até como um juramento. Deus jura por si mesmo que vai fazer a nossa felicidade. Exclui, essa esperança cristã, a confiança em nós mesmos, exclui a confiança nas forças naturais e humanas; ou, melhor, não exclui, relativiza toda e qualquer confiança que possamos ter em nós mesmos, nos outros ou nas forças da natureza.

Esperança, força que vem de Deus

1.

A esperança é uma força que vem de Deus. Eu prefiro essa palavraforça, em vez da palavra virtude, que significa originariamente força, mas para nós já perdeu esse sentido. A esperança é uma força que vem de Deus. Para entender isso temos de levar em conta que, como sabemos, somos transformados pela graça de Deus. O poder de Deus bondoso transforma-nos e faz-nos participantes da sua natureza divina. O poder divino incorpora-nos, enxerta-nos em uma nova realidade. Estabelece entre nós e Cristo uma só vida, de tal maneira que ele pode dizer que é a videira e nós somos os ramos. É dessa participação na vida divina, é desta inserção, é dessa incorporação em Cristo que vai surgir toda uma série de conseqüên-


cias para nós. Essa vida nova, que Deus nos concede, traz consigo capacidades novas, forças novas ou, se quiserem, virtudes novas. Capacidades que, na linguagem tradicional da teologia desde São Paulo, são infundidas em nós, derramadas em nós pelo poder de Deus, pelo Espírito de Deus. No princípio está urna ação divina que nos conforma, que nos dá aforma da vida de Deus, que nos dá a forma da vida do Cristo. Dessa vida nascem as faculdades, as capacidades. Em primeiro lugar nasce a fé, que nos faz participantes do modo de conhecer Cristo. Nasce a caridade, capacidade de amar; urna capacidade de amar que supera todas as nossas possibilidades, capacidade de amar que nasce da nossa união com Deus. Finalmente nasce em nós a capacidade da esperança, que é força, faculdade que nos possibilita encarár o presente e principalmente o futuro à maneira de Cristo, corno ele o fazia. Essas forças, essas capacidades, essas virtudes, são o que chamamos de virtudes infusas, que surgem, que existem em nós pelo poder de Deus e não por nosso esforço ou merecimento. Urna rápida reflexão poderia ajudar-nos a perceber a diferença entre essas forças-virtudes sobrenaturais e as virtudes naturais. Virtude natural é, por exemplo, a tolerância, a paciência, a prudên-

cia, essas e outras boas qualidades que nos ajudam a nos relacionar bem com as pessoas. Essas virtudes são hábitos, qualidades estáveis ou habilidades que vamos adquirindo. Corno adquirimos habilidade para dirigir o carro, ou digitar um texto, assim também pela repetição e pelo esforço conseguimos essas "virtudes", que nascem da própria natureza humana e que se adquirem pelo exercício. Transformam-se em hábitos, e exatarnente porque são hábitos tomam fácil e agradável a prática do bem. Da mesma maneira que o vício toma fácil e mais atraente a prática do mal. As virtudes sobrenaturais não se adquirem; por mais esforço ou exercício que alguém faça jamais poderá adquirir a virtude da fé, da esperança ou da caridade. Essas virtudes vêm de Deus, são faculdades da vida sobrenatural que Deus nos concede, conseqüências da nossa participação na vida divina. Se não podemos adquirir pelo exercício, também não podemos aumentar, pelo exercício, essas virtudes. Não adianta você ficar dizendo eu creio, eu creio, eu creio, corno se isso aumentasse a sua fé. Sua fé, sua esperança e sua caridade vão crescer na medida em que Deus lhe der esse aumento, na medida em que você opuser menos resistência à ação de Deus e ele assumir cada vez mais o domínio da sua vida, dan-

a

IV


do-lhe cada vez mais a possibilidade de pensar e conhecer, amar e querer como ele ama, quer e tem certeza da felicidade. Transformados pelas virtudes que vêm de Deus, virtudes teologais infusas, podemos agir como o próprio Cristo, participando da natureza de Deus. É verdade que essas virtudes causam em nós certa inclinação para o bem; mas, ao contrário das virtudes naturais, não tornam fácil a prática do bem. Você pode ter uma fé muito grande, uma caridade muito ardente, uma esperança imensa, mas isso não diminui sua necessidade de lutar continuamente para crer, amar e esperar. Essas virtudes não têm reflexo direto na sua psicologia, na sua psiqué; são realidades sobrenaturais que não podemos perceber diretamente. Estamos diante de uma ação sobrenatural de Deus em nós. Essas virtudes não afastam as dificuldades que se opõem a esse agir sobrenatural. Até o fim da vida teremos de nos esforçar para crer, esperar e amar.

A esperança condiciona nosso olhar o futuro 2.

Levando isso em conta, podemos dar um passo e examinar mais detalhadamente a questão da esperança. A esperança é uma força, uma faculdade criada por Deus em nós, que nos possibilita olhar para

o presente e principalmente para o futuro de uma determinada maneira: à maneira do Cristo. Pela esperança, por essa capacidade nova, podemos viver, como dizem teólogos, o já agora e o ainda não. Ou seja, somos capazes de viver uma aparente contradição. Temos certeza, pela fé, que o Cristo nos libertou do pecado, que o Cristo nos deu a vida nova, que o Cristo nos divinizou, nos fez filhos e filhas de Deus. Mas, tudo isso não vemos, não percebemos claramente. Nada disso tem repercussão direta e evidente em nossa vida. A vida continua como se nada disso tivesse acontecido. Recebemos essa salvação, temos essa realidade sobrenatural em nós, mas como se fosse apenas uma semente que ainda não germinou, como uma promessa que ainda não se concretizou. É uma realidade invisível; mesmo quando "sentimos alguma coisa no coração" estamos sentindo apenas uma realidade humana, psicológica. Não estamos sentindo nem a graça, nem a fé, nem a esperança, nem a caridade. É exatamente a esperança que nos ajuda a viver nessa situação de aparente incerteza: crendo mas sem ver; crendo mas vi vendo ainda numa realidade coberta de neblina; crendo mas como vendo apenas através de um reflexo imperfeito sem clareza, sem plena compreensão. É exatamente a esperança que vai ajudar-nos a vi-


ver nessa realidade em que estamos continuamente sob a ameaça do pecado, porque somos fracos e porque os outros são fracos. Fé e esperança, virtudes que nos ajudam a esperar, como nos diz o Senhor, que nos fazem acreditar e ter certeza que o Cristo venceu o mal e o mundo, que sua vitória já é definitiva ainda que não pareça. Até certo ponto podemos dizer que a esperança é apenas um aspecto da própria fé, ou da própria caridade. Porque amamos e sabemos que somos amados por Deus, temos tranqüilidade para viver. Porque cremos e sabemos que o Senhor é fiel, e aceitamos em nós essa capacidade, essa força da fé, temos confiança e acreditamos, mesmo em promessas que ainda não compreendemos nem vemos claramente realizadas. A esperança é que nos dá, pois, estabilidade na situação presente que vivemos. A esperança é uma característica do cristão. Na Carta aos Hebreus, temos uma passagem interessante, no capítulo 6, versículos 18-20: "encontramos um refúgio, por isso agarramo-nos firmes a essa esperança que nos é oferecida. Nessa esperança temos como que uma âncora para nossa alma, uma âncora tão segura quanto sólida, porque é âncora jogada lá do outro lado da realidade, jogada para além do véu, lá onde Jesus já entrou por nós, como aquele que vai à nossa frente". VI

É pela esperança que podemos aguardar, esperar um futuro sem desanimar, com paciência, sem pressa, nem angústia. Confiamos na bondade de Deus, por isso sabemos que mais cedo ou mais tarde o nosso reino acontecerá. Acreditamos na providência, na sabedoria de Deus que vai dispondo as coisas, os acontecimentos e por isso confiamos nessa sabedoria, e não queremos apressar os acontecimentos. Esse esperar, esse aguardar da esperança cristã, não é pois uma vaga esperança que o futuro vai ser melhor; não, é certeza. O nosso futuro definitivo será plena e total felicidade. Não por nós, por nossa força, por nosso merecimento, mas, pelo poder do Senhor. Aguardar, esperar: isso não significa assumir uma posição de irrealidade ou de ilusão, como se as coisas fossem se ajeitar por si mesmas. As coisas não se ajeitam por si mesmas. Deus não faz mágicas, Deus não tem varinha de condão. Não esperamos romanticamente uma mudança. Sabemos que essa mudança, que essa nossa felicidade em todos os setores, vai ser obra do nosso esforço e do esforço de Deus, se assim o pudermos dizer. Deus não faz tudo. Nossa ação por si não resolve, mas Deus exige o nosso trabalho e o nosso esforço. É a partir da nossa vida de hoje que será melhor a vida que vier depois. Isso é esperança cristã, isso é


esperança bíblica. Esperança é força que nos leva em direção aos bens futuros, é força que nos leva à ação para que vá acontecendo a proposta de Deus. É força que nos leva à ação para que se vá manifestando cada vez mais claramente a salvação que o Cristo veio realizar. É força que nos leva a procurar para nós e para os outros a felicidade, mesmo a felicidade parcial, de tal maneira que essa felicidade parcial, essa salvação parcial que conseguirmos agora, possa depois ser transformada na salvação e na felicidade definitivas. Pela esperança esperamos, ou seja, temos certeza absoluta dos bens divinos. Esperamos de maneira absoluta os bens divinos e esperamos de maneira relativa os bens terrestres. Esperamos de maneira absoluta a graça de Deus, o perdão dos pecados, a felicidade do céu, tudo quanto for necessário para esse reino de Deus. Isso procuramos incondicionalmente, isso esperamos com absoluta certeza. Os outros bens, os bens relativos desta terra e desta vida nós esperamos condicionalmente. Sabemos que Deus nos quer com saúde, tranqüilos, felizes, desfrutando a amizade das pessoas. Deus o quer, mas pela nossa limitação esses bens não são definitivos nem absolutos. E, além do mais, sabemos que, pelo poder de Deus, podemos ser felizes mesmo na doença, mesmo na perseguição,

mesmo no abandono, mesmo no momento da morte e da separação. Sabemos que só na vida eterna é que teremos tudo na sua forma definitiva. Esperamos, pois, esses bens terrenos com confiança, mas sem colocar neles nossa felicidade, e também sem assumir aquela posição de quem ainda é capaz de dizer ingenuamente "invoque o nome do Senhor Jesus e sua cólica e seu câncer vão desaparecer". Isso não é esperança cristã; isso, aliás, na tradição cristã tem até um nome diferente: é tentar a Deus, é presunção. Esperamos os bens da terra, sabendo que Deus acabará fazendo que tudo, até o que chamamos de mal e infelicidade, se converta em bem para nós. Mas não pretendemos nem queremos, nem esperamos que Deus, com um toque de mágica, resolva as dificuldades inerentes a esta vida. A esperança não é fé em contos de fada, em um mundo de milagres; esperança não é fuga para um mundo irreal. Não. É força que nos dá coragem nas dores e nos trabalhos, nos desastres e nos infortúnios. É força que nos faz olhar com confiança para o futuro, mesmo sabendo que nesse futuro haverá morte, doença, separação, desencontros e um punhado de misérias que nos enchem de tristeza e nos fazem sofrer. Essa idéia pode ser retomada com uma passagem um tanto lon-

IVII I


ga de São Paulo, na segunda Carta aos Coríntios 4, 8-18. Vou pinçar umas frases dessa passagem: "estamos sendo pressionados de todos os lados, mas, não somos esmagados; não sabemos o que esperar mas, não somos desesperados, somos perseguidos, mas, não somos abandonados, muitas vezes estamos abatidos, mas nem por isso somos aniquilados. Trazemos por toda parte, sempre em nosso corpo, os sofrimentos mortais de Jesus, que também assumiu as limitações da natureza humana. Carregamos tudo isso para que a vida de Jesus esteja também manifestada em nosso corpo, agora de maneira parcial, depois de maneira total. Sabemos bem que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará perto dele, junto com todos vocês. Na ressurreição de Cristo se fundamenta a esperança da nossa união para sempre, da plena paz e da plena compreensão". Por isso conclui São Paulo: "não desanimamos; pelo contrário, embora o homem exterior em nós caminhe para a ruína, a morte, o homem interior renova-se dia a dia, nasce dia a dia; sim, a leve tribulação passageira de agora nos obtém, além de toda medida, um peso eterno de glória". Glória, na linguagem bíblica, é o esplendor da vida de Deus. As misérias, as limitações de ·agora, gaVIII

rantem-nos plena participação no esplendor da vida de Deus, pois não olhamos para as coisas visíveis, não é nelas que temos fixados os nossos olhos, mas olhamos para as coisas invisíveis. Com efeito as coisas visíveis duram pouco e as invisíveis são eternas.

3· Se temos esperança ... Essa é a idéia de esperança. Bem, se temos esperança, se temos em nós essa força que vem de Cristo, então teremos paz, sossego, segurança, confiança, alegria, mesmo nas dificuldades. Se temos esperança, seremos capazes de encarar a morte, que cada dia se faz mais próxima do horizonte. Não vivemos na ilusão. Como diz São Paulo, "não temos aqui morada permanente". Sabemos disso, aceitamos isso, assumimos isso, por um lado como peso, mas por outro lado como esperança. Se São Paulo usou essa expressão "não temos aqui uma morada permanente", podemos lembrar uma frase atribuída a Jesus, que provavelmente é dele apesar de não estar no Evangelho. Jesus uma vez teria afirmado na pregação: "a vida é uma ponte e ninguém faz sua casa em cima da ponte". Se temos esperança, sabemos encarar amorte, somos capazes de encaixar essa realidade em nossa vida, fazendo dela uma contínua experiência de

I


vida. É exatamente essa certeza de um fim próximo que se toma sal e tempero para cada momento que vivemos. Se temos esperança, somos capazes de olhar para a morte e, olhando para a morte, dar seriedade à nossa vida e à nossa esperança. Afinal, nossa esperança não é séria se não conseguir também assimilar essa certeza do fim, da morte, na esperança do que continua depois. Se nós temos esperança, haveremos de valorizar o presente, o momento atual que estamos vivendo; esse mundo que sabemos transitório, mas que é o mundo real no qual vivemos aqui e agora, e do qual não podemos abrir mão. É esse nosso relacionamento com as pessoas e com as coisas que nos toma possível preparar uma vida futura, onde esses valores não serão destruídos, mas levados à sua plena realização. Aceitamos o mo-

mento presente, as coisas do mundo, mas sabemos que tudo isso é realidade de valor relativo. É valor relativo, mas é valor real o valor do trabalho, do esforço, do descanso, da arte, do amor, da ética, da poesia. Tudo isso passa, mas são valores que têm de ser assumidos como valores, e é pela esperança que o fazemos. É pela esperança que aceitamos esses valores, por menores que sejam, por mais relativos que sejam, e tentamos transformá-los à luz do Evangelho. Essa é tarefa que Deus nos confere, esse é o nosso trabalho humano, essa é a nossa colaboração para essa obra grandiosa de criação de Deus, na qual ele nos colocou como participantes. É a esperança que nos dá coragem de criar. Agora, no momento, eu me lembro uma passagem de um poema do poeta inglês Milton, "O Paraíso Perdido" 1: Adão e Eva,

I. Livro 10: If care of our descent perplex us most,

Wbicb must be bom to certain woe, devourd [ 980 ] By Deatb at last, and miserable it is To be to otbers cause of misery, Our own begotten, and of our Loines to bring Into tbis cursed World a woful Race, Tbat after wretcbed Life must be at last [ 985 ] Food for so foule a Monster, in tby power It Iies, yet ere Conception to prevent Tbe Race unblest, to being yet unbegot. Cbildless tbou art, Cbildless remaine: So Deatb sball be deceav'd bis glut, and witb us two [ 990] Be forc'd to satisfie bis Rav'nous Maw.


depois do pecado, no maior deA esperança afinal traz para sespero, imagino que ao cair da nossa vida otimismo, não o ingétarde, quando as coisas se tomam nuo otimismo, mas o otimismo da mais tristes, estão a discutir se realidade, otirnismo que sabe pecontinuarão vivendo ou procura- sar prós e contras, otimismo que rão a morte, se irão ou não ter sabe ser prudente, mas que tamfilhos, passar ou não para frente bém sabe ser audaz. A esperança a pobre vida, miserável que lhes trará para nossa vida o humor, resta. É uma longa triste medita- aquela capacidade de rir de nós ção, mas, no fim chegam à con- mesmos, das nossas fraquezas, clusão: apesar de tudo, devem das nossas limitações, e rir tampassar para outros o dom da vida, bém dos outros. É a esperança que confiados na promessa do Se- nos dá o humor que nos impede nhor, pois essa será sua única de levar a vida a sério demais. E possibilidade de ter a vitória fi- levar a vida a sério demais signinal sobre Satã, dando a outros a fica imaginar que nós é que sopossibilidade da aventura da mos o centro do mundo e os sevida, a possibilidade de, se qui- nhores de todas as decisões. A serem, poder participar da bon- maior prova do humor sadio é dade de Deus. Mais ou menos deixar espaço para que Deus tamnessa linha, pois faz tanto tempo bém possa agir. que li essa passagem. A esperança traz para a nossa Isso é esperança. Isso é a espe- vida o ímpeto, não o marasmo da rança que pode levar o casal, num vida, mas o ímpeto, aqueles rommomento de crise, a encarar com pantes de coragem, aquelas deciconfiança o futuro. Também nes- sões de vez em quando um tanto sa parte transitória e relativa dos imprevistas, aparentemente convalores humanos. Os valores atu- tra toda a prudência. Cria em nós ais, sabemos, são relativos, mas esse gatilho que faz disparar a não são inúteis nem serão destruí- ação necessária no momento exados pela salvação futura. Serão to. É a coragem, é a iniciativa, é a transfigurados, potencializados ao perseverança em nossa vida. Demáximo. Se tivermos esperança, sa- sanimar é desesperar, desanimar beremos viver os valores do mun- é perder a coragem, é já não ter do sem nos tomar escravos deles. força para continuar porque se Saberemos colocar nossa vida a ser- perdeu o objetivo. A esperança viço de Cristo e dos irmãos, por- garante-nos o objetivo, e esse obque tudo quanto fizermos, terá sen- jetivo vai infalivelmente mantertido para nós, sentido de felicidade nos firmes na ação e sempre prone salvação eterna. tos a novas iniciativas. X


4· O casal precisa da esperança que dê sentido à vida Último passo da nossa reflexão. Se o que vimos se aplica à vida de cada um, essa esperança ganha uma importância e um sentido particular na vida do casal. Não pode deixar de ser uma das riquezas partilhadas pelo casal. E poderíamos até dizer: ninguém será capaz de casar sem esperança. Ninguém será capaz de continuar casado sem esperança, ninguém será capaz de ser feliz sem esperança no casamento. Afinal, para assumir o casamento, essa espécie de loteria em que arriscamos toda a nossa vida num homem ou numa mulher, para isso é preciso muita coragem, muita esperança. Para isso não basta a ilusão romântica. É preciso que haja a coragem de assumir uma aliança de vida, a partir de uma esperança mais sólida e mais acima. Para alguém assumir o casamento é preciso que possa assumi-lo confiando em Deus, confiando nas suas promessas, confiando no poder de Deus que lhe vai dar fidelidade, e ao outro, que lhes vai dar capacidade de amar. É preciso a esperança para cultivar a aliança matrimonial. Sem a esperança de alguma coisa maior ou melhor para a frente, instala-se a rotina, o relacionamento programado e medido. Só a esperança faz o casal procurar sempre

alguma coisa nova e lhe dá a coragem de assumir a fecundidade, somente pode dar-lhe todo o sentido da paternidade e da maternidade. Dela somente nasce a força para ir atravessando as etapas de vida do casal e dos filhos. Toda a vida humana é uma sucessão contínua de surpresas. Mais ainda a vida do casal. Se na vida de uma pessoa é possível uma sucessão tão grande de altos e baixos, de sins e de nãos, quando temos um casal não apenas multiplicamos por dois, mas multiplicamos pelo divino as possibilidades de surpresa. É a esperança que dará ao casal a possibilidade de ir atravessando essas surpresas, sabendo que no futuro poderão ser sempre melhores, a partir de uma entrega mais generosa a Deus. Pela esperança será possível para o casal a plena vivência cristã das diversas etapas da sexualidade, de maneira que isso tenha sentido e não seja apenas fonte de desilusões. Dará ao casal a coragem para um trabalho criativo, para o progresso, o crescimento em todos os sentidos. E a certeza que, em qualquer idade, o amor é possível, sendo também sempre possível fazer bem e espalhar a felicidade. É a esperança cristã que pode dar ao casal a capacidade de acolher generosamente as pessoas que se vão juntando ao seu redor: primeiro as crianças, depois amigos e amigas dos filhos, depois


genros e noras, depois netos e bis- tão grandes, para sacrifícios que netos e amigos de netos e bisne- parecem tão duros, para concestos ... Não apenas acolhendo, mas sões que parecem impossíveis. Só sendo para todos fonte de espe- a esperança pode ajudar o casal a vi ver sua vida com esse tempero rança e felicidade. Pela esperança cristã o casal sa- da lembrança da morte e da possiberá viver a idade. Notem bem: vi- bilidade da viuvez, de tal modo ver a idade. Não apenas passar pela que a vida de casal seja preparaidade, mas ir vivendo, cada dia, ção, sementeira para uma vida plepasso a passo, as diversas possibi- na, para a colheita imensa lá do lidades do amadurecimento psico- outro lado, quando e onde haverá lógico e físico, as idades da vida plena realização do amor. espiritual, não como peso, não O casal precisa da esperança, como caminhada de descida da dessa força que vem de Deus e que montanha, mas como caminhada ajuda a olhar o futuro como o próde subida, para atingir a plenitude prio Jesus o fez. Somente assim poe não apenas o fim melancólico. derá ele ser sinal para nós todos, deNa esperança é que o casal pode- monstração da salvação que é posrá viver não apenas a aceitação re- sível pelo poder de Deus. Somente signada, mas a vivência, a aceita- cheio de esperança o casal poderá ção positiva até mesmo da morte mostrar para a humanidade que, apecomo transfiguração e realização sar de tudo, a felicidade é possível. plena de tudo quanto esperou en- É somente pela esperança que o cacontrar no amor. É a esperança sal assumirá sua missão na Igreja e cristã que poderá ajudar o casal, no mundo. Missão que não se limidesde o começo, a se preparar ta a gerar os filhos, a cuidar dos netambém para a viuvez; viuvez tos e fechar tranqüilamente os olhos. que, colocada lá adiante, deve ser .É missão de transformação que atindesde agora motivo de relativi- ge a humanidade toda, o passado e zação para problemas que parecem o futuro.


oso, tão comum entre nós, é por eles desconhecido, enquanto os casamentos mistos é que são comuns, com conseqüências importantes sobre a vida de equipe. E muito diferente viver num país onde os católicos são uma pequena minoria ... E, evidentemente, os documentos produzidos devem levar em consideração essas diferenças, pois devem atender as necessidades futuras dos equipistas no mundo inteiro. Nessa primeira fase dos trabalhos, alguns casais do Brasil nos ajudaram com suas reflexões e sugestões. Agora, gostaríamos de aproveitar a oportunidade para pedir a ajuda de todos vocês, que nos lêem. Este ano há um tema de estudo que muitas equipes adotaram, "A Missão do Casal Cristão, hoje, na Igreja e no mundo". Apesar das abor-

dagens bem distintas entre o que o tema busca e o que a EqSat Missão é chamada a aprofundar, seria muito importante que as idéias do Brasil tivessem um peso maior nos documentos que elaboramos. Seria muito bom recebermos de vocês idéias e sugestões, para podermos inserir nos nossos trabalhos. Agradecemos desde já. E agradecemos também de antemão as suas orações para que saibamos discernir melhor a vontade de Deus sobre o nosso Movimento, nessa época tão perturbada e difícil. Contamos muito com todos!

Hélene e Peter Nadas hpnadas@terra.com.br Tel!fax: (Oxxll) 3021-4211 Rua Guilherme Moura 104 05449-010 São Paulo, SP

JUBILEU DE PRATA Equipe

1 -

São Gonçalo, RJ

Até 1982, havia em São Gonçalo duas equipes, ligadas ao Setor Niterói. A equipe 1, lançada em setembro de 1977, e a equipe 2, em 4

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de abril de 1978, sendo Conselheiro Espiritual, de ambas, Pe. Luiz Gusmão. A equipe 1, entretanto, foi extinta em 1982. Quiseram os casais da equipe 2 - Nossa Senhora das Graças, continuar na caminhada, buscando a santidade, como equipistas. Mas, com o decorrer do tempo, por diversos motivos, os casais foram saindo do Movimento, sendo substituídos por outros, 19


permanecendo somente Sueli e Carlos Alberto, até que, a partir de 1991, se juntaram a este casal: Marli e Milton, Rosângela e Geraldo, Ana Regina e Paulo César, Rita e Luiz Cláudio, Brenda e Mazzini, que retomaram, pois pertenciam à equipe 1. Hoje, pertencemos à Região Rio IV, da Província Leste, e, com a criação do Setor São Gonçalo, passamos a ser equipe 1- Nossa Senhora das Graças. Pe. Luiz Gusmão, devido a seus afazeres como pároco, está há algum tempo sem parti-

cipar das reuniões da equipe, mas cede, freqüentemente, as dependências da paróquia para realizarmos diversos eventos patrocinados pelo Movimento. No dia 4 de abril presidiu à missa de ação de graças pelos 25 anos de lançamento da equipe 1, com a participação de todos os casais da equipe, bem como de outros casais e filhos de equipistas.

Sueli e Diácono Carlos Alberto Eq. 01 - N. Sra. das Graças São Gonçalo, RI

FORMAÇÃO NÍVEL H Barra clo Corda Esta Formação realizou-se nos dias 28 e 29 de setembro de 2002, e dela participaram trinta casais de Barra do Corda e mais um de Tuntum/Gov. Archer. Frei Leonardo Trotta, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Pré-Região Maranhão/Piauí e do Setor Barra do Corda, com muita sabedoria e objetividade colocou os temas propostos pelo Movimento: O Catecismo da Igreja Católica, Familiaris Consortio, Christifideles Laici e o Projeto Ser Igreja no Novo Milênio. Tudo correu na maior tranqüilidade graças ao apoio que o CRS Wilma e Adelmam deu, incentivando os casais a participarem, como também pela colaboração nos trabalhos e o 20

caloroso acolhimento com que nos receberam. Só nos resta agradecer a Deus por este tempo de oração, reflexão e aprofundamento destes documentos que nos iluminaram e despertaram ainda mais para a nossa missão de casais cristãos equipistas, comprometidos com a causa do reino de Deus.

Maria e Souza CR Pré-Região MA/PJ CM 382


- DA lMPlANTAÇAO COORDENAÇAO lAGOS A vida dos seres humanos no mundo em que habitamos é influenciada por duas diferentes atitudes ou maneiras de agir: a divina, que sempre oferece e a humana, que deve dar uma resposta. E foi com esse intuito, ou seja, o de respondermos a Deus com um ato generoso de reconhecimento e agradecimento que, na noite do dia 28 de março de 2003, encontravam-se reunidos, na Matriz de Nossa Senhora d' Assunção, em Cabo Frio, RJ, aproximadamente 100 casais da Região Rio IV, dentre esses, 57 novos casais da também nova Coordenação Lagos. Foi um momento muito importante para o Movimento em nossa Região e, em especial, para os casais que, direta ou indiretamente, estão empenhados nessa expansão sustentada. Com a presença do Casal Provincial Josefina e Roque, participamos da Missa em Ação de Graças pela implantação da Coordenação, ocorrida no dia 14 de fevereiro de 2003 e da abertura das atividades para o corrente ano. Nessa celebração, presidida pelo Monsenhor João Alves Guedes, SCE da Região Rio IV, concelebrada pelo Pe. José Júlio de Souza, SCE da Coordenação Lagos, auxiliados pelo Diácono Permanente Arley Rangel da Silva, louvamos e agradecemos a Deus pelo Pe. José Júlio, que semeou o Movimento na Região dos Lagos, reunindo casais e motivando-os a fazerem parte das Equipes; pelos casais equipistas CM 382

pertencentes aos Setores de Niterói e São Gonçalo, que se colocaram à disposição do Senhor no serviço de evangelização (Experiência Comunitária) e na Pilotagem das oito equipes formadas; enfim, por todos que colaboraram para que as ENS sejam uma realidade nessa Região. Na homilia, monsenhor Guedes enfatizou os aspectos da Mística e do Carisma do Movimento, realçando os Pontos Concretos de Esforço como principais meios de conversão, necessários à santificação dos casais. Em seguida foi realizada a cerimônia em que o casal Ieda e George (Setor B Niterói), em face da ausência de quadros na Região, assumiu a responsabilidade da Coordenação Lagos e, em seqüência, ocorreram os compromissos dos casais pilotos e dos novos casais equipistas. Ao final da celebração, o casal Josefina e Roque dirigiu-se aos casais presentes com palavras incentivadoras, seguindo-se a oração do Magnificat e a bênção final.

Graça e Juarez CR Região - Rio IV 21


O ESPÍRlTO SANTO E MARlA Meditando sobre o Espírito Santo, tomamos consciência de que sua maior obra foi a encarnação do Filho de Deus. Para que ela acontecesse, foi necessária - necessária por vontade do Senhor - a colaboração de uma criatura: Maria. Jesus teve a plenitude do Espírito Santo desde que assumiu nossa natureza humana. Foi ungido por ele em momentos especiais: por ocasião do batismo, no rio Jordão (cf. Lc 3,22); ao ir para o deserto, a fim de rezar e jejuar (cf. Lc 4,1 ); ao voltar do deserto para a Galiléia, dando início à sua pregação (cf. Lc 4,14-15; 21); quando, cheio de alegria, deu graças ao Pai que reservava seus segredos aos pequeninos (cf. Lc 10,21 ), e, finalmente, ao ser exaltado à direita de Deus: tendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, o derramou sobre nós (cf. At 2,33). Se Jesus teve necessidade dessas unções do Espírito Santo, o que dizer daquela que a Santíssima Trindade escolheu para a mais nobre missão que poderia ser proposta a uma criatura? O Espírito Santo, que aperfeiçoa a fé mediante seus dons, inspirou e sustentou Maria em seu "sim" por ocasião da Anunciação. Ela descobriu que não pode haver presença visível do Verbo sem a prévia descida e atividade do Espírito Santo. Por ocasião da visita a Isabel, inspirada por ele, cantou as maravilhas do Senhor e interpretou a bis22

tória da salvação do ponto de vista de Deus. Na gruta de Belém, foi ele quem a ajudou a ver que em Jesus cumpriam-se as promessas feitas ao povo escolhido. Jesus crescia sob o olhar de Maria, e o Espírito Santo levava-a a guardar em seu coração o que não entendia. Somente assim, interiorizando tudo, poderia penetrar sempre mais nos mistérios de Deus (cf. Lc 2,19.49-51). Aos pés da cruz, segundo o testemunho do apóstolo e evangelista São João, ela estava de pé (cf. Jo 19,25). Quem lhe dava condições de estar ali, participando com seu silêncio e amor do momento máximo da redenção? "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra" (Lc 1,35), dissera-lhe o anjo Gabriel. Somente quando o Espírito Santo envolve uma pessoa com sua força é que ela tem condições de - mesmo nos momentos mais difíceis resistir de pé. A Igreja estava recolhida no cenáculo de Jerusalém. Obedecia a Jesus: "Eu vos mandarei o prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto" (Lc 24,49). Os apóstolos e discípulos perseveravam na oração. Lucas, autor dos Atas dos Apóstolos, ressalta: perseveravam "com Maria, a mãe de Jesus" (At 1,14). Quem, como ela, podia dizer aos apóstolos do que é capaz o Espírito Santo CM 382


quando encontra um coração aberto à sua ação? Em sua própria vida, a experiência de Pentecostes começara, de certa forma, na Anunciação. Se, durante a permanência no cenáculo, algum apóstolo lhe perguntasse: "Por que a senhora? Por que Deus a escolheu para ser mãe de nosso Salvador?", certamente a ouviria repetir: "O Senhor viu a pequenez de sua serva" (Lc 1,48). Dias depois, repletos do Espírito Santo, eles compreenderiam que em nenhum momento da história houve um tal envolvimento entre uma criatura e o Espírito Santo como aconteceu com Maria. Criatura alguma lhe foi tão disponível como ela. Jesus nos garantiu que o Espírito Santo permaneceria conosco (cf. Jo 14,17). Ele, nosso Advogado e Consolador, intercede incessantemente por nós (cf. Rm 8,15-16). Maria, repleta do Espírito Santo, participa dessa prece. Como a Igreja continua no cenáculo, sua presença entre os irmãos de Jesus é necessária. Em sua oração, pede que o Pai envie o Espírito Santo a fim de que Cristo seja formado em nós e, então, possamos dizer; "Eu vivo, mas não sou eu que vivo: é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Sabe que essa é a obra mais importante do Espírito Santo. Sabe CM 382

porque aprendeu isso de Jesus. Sabe por experiência própria.

Dom Murilo Krieger, SCJ (da revista "Mensageiro do Coração de Jesus")

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Jubileu de Ouro Presbiteral Pe. João Bonetto nasceu na cidade de Caxias do Sul. no dia 1o de março de 1923 e foi ordenado Padre em 4 de janeiro de 1953 na cidade de Galopoles, RS. Descobriu sua vocação por volta de 1945, quando cuidou de meninos órfãos na Argentina. Pe. João entrou para o seminário em São Leopoldo. Fundou o Seminário Menor de Orleans, depois se transferiu como pároco em Jaçanã, SP; fundou a Escola do Menor em Londrina, PR e por fim veio para Brasília, ainda como pároco, para ajudar na fundação da Paróquia São Paulo Apóstolo - Guará I, onde permanece até hoje. No último dia 4 de janeiro, Pe. João foi agraciado pela ENS e sua comunidade com uma bonita celebração e uma festa em comemoração aos seus 50 anos de sacerdócio. É Conselheiro Espiritual da Eq. 30B-II, desde a sua fundação, há 8 anos. Ao Pe. João Bonetto nossos votos de paz, felicidade e saúde para continuar conosco por muitos anos. Eq.30 - Região Centro-Oeste II - Brasília, DF

...

Padre Luiz Gusmão dos Santos. Juntamente com a comunidade da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, do Patronato, em São Gonçalo, os equipistas da Região Rio IV comemoraram, com grande alegria, no dia 19 de março de 2003, o Jubileu de Ouro do Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 1 de São Gonçalo. Padre Luiz Gusmão escolheu ser missionário, tendo passado 12 anos em Gana na África e, na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em São Gonçalo- RJ. Há 30 anos, ocupa grande parte de seu tempo visitando os doentes, dando-lhes conforto espiritual. No Movimento, desde a fundação da equipe 1 de São Gonçalo, no dia 4 de abril de 1978, empre foi presença marcante como Conselheiro. É importante lembrar que a criação do Setor de São Gonçalo, RJ, em julho de 1998, muito deve ao apoio e estímulo que o Pe. Luiz deu à maioria dos casais que a ele pertence, oferecendo, inclusive, todos os espaços de sua Paróquia para a realização das atividades. Rogamos a Deus pela sua saúde, para que ele possa, ainda por muito tempo, ser exemplo de serviço, humildade, disponibilidade e testemunho de vida para todos nós. Graça e Juarez - CR Região - Rio IV 24


Votos Perpétuos No dia 26 de janeiro de 2003, profes ou os votos perpétuos Marcelo Luís Fernandes, seminarista salesiano, filho do casal Maristela e Luiz Ricardo, da Eq. N. Sra. da Conceição, do Setor B de Araçatuba, SP

Ordenação Presbiteral Rafael Capelato e Wilson E. Maximiano. Pelo gesto sacramental de imposição das mãos de Dom Gilberto Pereira Lopes. Arcebispo Metropolitano de Campinas foram ordenados presbíteros, os diáconos valinhenses, em 14 de fevereiro de 2003 na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição. Padre Rafael é Conselheiro Espiritual das equipes 7 e 11 de Valinhos e equipe 6 de Vinhedo e Padre Wilson, da equipe 10 de Valinhos, SP.

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Falecimentos Hilton Amaral (da Yo1anda), ocorrido no dia 6 de dezembro de 2002 - Eq. 3A Florianópolis, SC Dirce Silva Almeida Lima (do Suei), ocorrido no dia 27 de março de 2003- Eq. 9A- N. Sra. do Perpétuo Socorro Jaú, SP Rosalina (do Adilson Rodrigues), ocorrido no dia 8 de maio de 2003 (Casal Responsável pela Região Minas l)

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Novas Equipes Região São Paulo Capital Eq. 15A- N. Sra. Mãe Admirável Eq. 13B - N. Sra. da Justiça Eq. 14C- N. Sra. de Fátima Eq. 15C - N. Sra. Rainha da Paz Eq. 16F- N. Sra. de Todas as Graças Eq. 13G- N. Sra. Desatadora dos Nós Eq. 14G- N. Sra. de Fátima II Setor - Florianópolis, SC Eq. 12- N. Sra. do Bom Conselho Eq. 13 - N. Sra. Rainha da Paz Eq. 14- N. Sra. do Coração Aberto Setor B - Florianópolis, SC Equipe 11 - N. Sra. do Magnificat Equipe 12- N. Sra. da Paz.

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I

Sacramento do Crisma Foi com muita alegria e emoção que participamos no dia 17 de dezembro de 2002, na Igreja Sagrado Coração de Jesus (mais conhecida como Igreja dos Frades, que tanto apoiam as ENS em nossa cidade), da Celebração do Crisma de 40 equipistas de nossa Região. A idéia de crismarmos os equipistas de nossa Região que ainda não tinham recebido o esse sacramento era antiga, mas até então não tinha dado certo. Não fosse pela insistência de nosso Casal Regional, Sônia e Luís Cláudio, pela boa vontade e colaboração das equipes de Setor e demais membros das equipes, talvez não tivéssemos conseguido. O que vimos foi maravilhoso: nosso Bispo Diocesano Dom Moacyr José Vitti, ungindo e abençoando os crismandos. Muitos deles nem conseguiam responder a saudação de nosso Pastor, tamanha era a emoção que sentiam no coração. Para nós foi uma experiência sem igual, onde vimos esposas e esposos serem madrinhas e padrinhos de seus amados, numa cumplicidade santa, testemunhando a riqueza do matrimónio cristão em proporcionar aos cônjuges um meio de santificação. Felizes são todos aqueles que participam das ENS e que entendem e vivenciam sua proposta de busca da santidade a dois e em equipe. Angela e Marcos - CRS A - Piracicaba, SP 26

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ENCONTRO DE MOVIMENTOS ECLES1A1S Aconteceu no período de 7 a 9 de fevereiro último, em Brasília, o Encontro de Movimentos Eclesiais. O evento foi preparado pela Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e contou com a participação de oito Movimentos considerados de maior repercussão junto a comunidade católica de nosso País (Caminho Neo-Catecumenal, Comunhão e Libertação, Cursilhos de Cristandade, Equipes de Nossa Senhora, Focolares, Movimento Apostólico de Schünstatt, Renovação Carismática Católica e Sociedade São Vicente de Paulo). Para alegria de todos nós, membros das ENS, fomos um dos movimentos escolhidos e convidados a participar do evento. As ENS deveriam ser representadas por Silvia e Chico e Pe. Flávio,

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Casal Responsável e Conselheiro Espiritual responsáveis pela SuperRegião Brasil, respectivamente. Devido à impossibilidade da participação deles em função de coincidência com outros compromissos agendados anteriormente, fomos solicitados a representar o casal e o Movimento, tendo em vista a facilidade de residirmos em Brasília e fazermos parte da Equipe da Super-Região. Contamos com o apoio de Dom Hugo, Conselheiro Espiritual do Setor "A", da região Centro Oeste L A abertura do encontro foi feita por Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre e Presidente da Comissão Episcopal de Doutrina, que agradeceu à participação dos Movimentos e relatou que o objetivo principal do encontro era dar mais um passo na direção do diálogo que a CNBB vem tentando tra-

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var com os Movimentos. A participação neste encontro foi para nós, sem dúvida, uma oportunidade impar como casal, como membros das ENS e sobretudo neste ano em que temos como tema de estudo a busca de sermos casais missionários na Igreja e no Mundo. A dinâmica do Encontro contribuiu para ampliar nossa visão sobre outros movimentos e, sobretudo, para despertar ainda mais nossa sensibilidade em relação à necessidade de integração e partilha entre todos os cristãos católicos, independentemente da linha de atuação. Estamos todos buscando o objetivo comum de sermos instrumento de evangelização e de transformação da sociedade atual. O encontro contou com a participação efetiva de cinco Bispos. Durante o evento, tivemos ainda a oportunidade de ouvir e refletir com o Pe. Antônio José de Almeida, sobre a "Missão Evangelizadora da Igreja Particular" e sobre a visão teológica dos Carismas, com a Maria Clara Bingemer, que durante suas colocações enfatizou alguns riscos para os Movimentos tais como a autofagia de formas nos próprios grupos, a transnacionalidade que pode comprometer a relação com a Igreja local e o carismatismo deslocado do cristocentrismo. Foram ainda apontados por Maria Clara alguns desafios, como: compromisso em transformar a realidade, perder o medo, mediações históricas e colocar em diálogo a fé e a cultura. Certamente isso foi uma iniciativa embrionária, mas que demonstrou a preocupação de nossa Igreja com 28

a caminhada de seu rebanho, principalmente mostrando que nossa colaboração como leigos é fundamental para assegurar a evangelização. Porém, apesar de todo o nosso compromisso e boas intenções, necessitamos manter viva e clara as diretrizes de nossa Igreja local. Participar, poder aprender mais, trocar experiências certamente nos trouxe enorme crescimento, porém, o mais gratificante foi perceber que as Equipes de Nossa Senhora contribuem com a transformação do mundo, sendo exemplo e dando testemunho da graça de ser casal, de buscar a santidade pelo sacramento do matrimônio e sobretudo de estar caminhando em sintonia com a Igreja e com seus anseios. Exemplo disso é o que pudemos presenciar durante o Encontro Internacional ocorrido em Roma, em janeiro passado, para os casais Responsáveis Regionais do mundo todo, onde a Equipe Internacional, responsável pela organização, abriu espaço dentro da programação para que os casais e conselheiros participantes tivessem a oportunidade de conhecer outros movimentos. A participação nesse encontro mostrou-nos a importância de caminharmos lado a lado com a Igreja particular, a qual estamos inseridos, mostrando-nos o risco que correm os movimentos de formar estruturas paralelas dentro da mesma Igreja, se não observarem os critérios da eclesiologia.

Rita e José Adolfo CR Província Centro-Oeste CM 382


QUERO SER SANTO Fiz minha primeira comunhão aos sete anos de idade. Na ocasião, alguém da farru1ia fez-me a pergunta habitual: "O que você quer ser, quando crescer?" Imbuído do espírito da Eucaristia, respondi, sem hesitação: "Quero ser Santo". Ainda criança, não tinha muita segurança sobre o conceito de santidade e, em minha mente infantil, deslumbrava-me a idéia de ver-me um dia transformado em imagem e posto num altar para receber a admiração e as orações dos fiéis. Cresci e o desejo antigo foi colocado num canto escuro da memória, ali estagnando. Já adulto, minha vida passou a ser animada pelo ideal da imortalidade. Não que desejasse livrar-me da morte corporal que sempre tive como certa, mas, pensava, então, que um homem só podia sentir-se realizado, caso sua lembrança permanecesse viva, mesmo depois da morte, na memória das gerações que o sucedessem. Os especialistas aconselharam-me: escreva um livro, plante uma árvore, tenha filhos. Casei-me, tive filhos maravilhosos que já me brindaram com magníficos netos. Plantei árvores na fazenda de minhd família , na bela Cristina, em Minas Gerais. Se bem que não possam ser chamados de livros, meus escritos foram freqüentes e volumosos, eis que, como advogado, passei mais de quarenta anos de muito fazer tal coisa. Ainda assim, continuei longe da sensação de imortalidade. CM 382

Entrei para as Equipes de Nossa Senhora e, a partir de então, revivi mais intensamente o chamado à santidade. Passei a compreender melhor o significado desta vocação. William James ensinou-me que os santos, qualquer que seja a religião por eles professadas, têm algumas características comuns que são: a) o sentimento de que sua vida tem limites mais amplos do que os deste mundo terreno de egoísticos interesses menores; b) a convicção, não apenas intelectual, de que sua existência é comandada por um Ser Superior Deus ; c) o desejo de se render absolutamente ao controle ou comando deste Ser Superior - Deus; d) uma imensa sensação de liberdade, à medida em que se esvaem os limites do egoísmo; e) a conversão do seu centro emocional na direção do amor, com afeições voltadas para o "sim", "sim", que se distancia do defensivo "não", no que concerne aos clamores dos outros. Por isto, os santos, segundo W. James, são ascetas, têm enorme força espiritual, são puros e caridosos ("The Varieties of Religious Experience", Longmans, Green and Co., 1925, págs. 272/274). Quão longe me senti e ainda me sinto da santidade. Tentei confortarme com a idéia de que só uns poucos privilegiados conseguem atingir tal perfeição, mas, outro inglês, G. K. 29


Chesterton, mostrou-me a verdade, quando biografando São Tomás de Aquino, afirmou que "qualquer santo é homem antes de ser santo e um santo pode fazer-se de qualquer espécie de homem" ("Santo Thomás de Aquino", Edições Co-Redentora, 2002, pág. 30). No relato de Chesterton, o dominicano Tomás rezava em Nápoles, quando Jesus Cristo, no Crucifixo diante dele, abriu os olhos e, tal qual um gênio saído de maravilhosa lâmpada, disse-lhe: "Resolvi recompensar-te pelos teus escritos, Tomás, pede-me o que quiseres". O monge não precisava imitar Salomão porque sabedoria já lhe fora dada bastante e, não se interessando por qualquer dom terreno, revelou toda a sua santidade, respondendo hu-

mildemente: "Quero a Ti, Senhor". Até hoje, tenho limitado minhas orações a pedidos egoísta que visam, quase sempre, as necessidades passageiras, como saúde, paz, bem estar etc., para mim ou para minha farru1ia ou meus amigos que representam, apenas, um prolongamento de meu egoísmo. Talvez seja por isto que nunca consegui ver Jesus de olhos abertos na sua imagem de Crucificado. Se um dia tiver força ecoragem para pedir de verdade "Quero a Ti, Senhor'', tenho certeza de que Jesus abrir-me-á seus olhos e atenderá meu antigo desejo de criança. Alcançarei a imortalidade e serei verdadeiramente Santo.

Mauro (da }unia) Equipe 28B - Rio de Janeiro

Não adianta você ficar dizendo eu creio, eu creio, eu creio, como se isso aumentasse a sua fé. Sua fé, sua esperança e sua caridade vão crescer na medida em que Deus lhe der esse aumento, na medida em que você opuser menos resistência à ação de Deus e ele assumir cada vez mais o domínio da sua vida, dandolhe cada vez mais a possibilidade de pensar e conhecer, amar e querer como ele ama, quer e tem certeza da felicidade. Leia o texto completo no encarte desta edição

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PELO AMOR OU PElA DOR? ficou hospitalizado por um mês em Queridos Casais Equipistas, Tenho uma experiência para con- Unidade de Tratamento Intensivo. Acho que o fato de ter acontecitar a vocês, que talvez possa servir do com uma de criança tão pequede alerta a outras equipes que por na (ele tinha apenas 1 ano e 8 meventura estejam passando por algo ses) e nós todos temos filhos na 1• parecido. Nossa equipe tem hoje 8 anos de infância, fez com que acordássemos existência. Durante esses anos, al- do nosso sono, do nosso egoísmo. guns casais saíram (começamos com Mmal não passava pela nossa cabe7 casais) e outros chegaram. Como. ça a remota possibilidade de perder um filho e nos vimos nanossa equipe foi formaquele momento com da por casais praticaaquele fato e nos sentimente recém-casados, mos impotentes. Era tínhamos dificuldades época de Natal e ano em estar nos relacionovo e não tínhamos nando com os outros nenhuma alegria para casais da equipe para só pedíamos a festejar, um maior vínculo de Deus que desse forças amizade e interação, para aquele casal suporpois ainda estávamos tar a dor por que passamuito atrelados às nosvam e que a não deixassas farru1ias (pais) e amisem desestruturar porgos dos tempos de solteique tinham outro filho, ros. Ocorre que então ainda pequeno também, nossa relação com a equie que iriam precisar da força mútua pe se resumia às reuniões mensais e a para continuar sua missão de pais. um ou outro evento do Movimento. Infelizmente, Deus levou o Ficamos assim (pasmem), por 7 anos. Neste meio tempo, acontece- Vinícius, e nós aqui depois de tanto ram coisas de todo tipo com cada um nos unirmos em oração passamos a dos casais da equipe: problemas de ter mais amizade, solidariedade e saúde, crises de relacionamento en- atenção um para com o outro da tre familiares de equipistas, dificul- equipe. Hoje nossos pais têm até um dades financeiras, perdas ... e nossa certo ciúme dos nossos amigos de equipe continuava adormecida, sem equipe, pois a qualquer oportunidade estamos reunidos. muita atitude de solidariedade. No ano passado, um casal da nosMagali (do Luís Antônio) sa equipe passou por uma experiênEq. N. Sra. Mãe de Deus e da cia dolorosa, pois o filhinho caçula Amizade, Setor B - Araçatuba, SP deles teve complicações de saúde e CM 382

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O Dom de Acolher Meu nome é Cristiane, tenho 17 anos e sou filha de casal equipista. •::""~ ,, Este ano comecei a prestar vestibular, e sendo assim, fiz minha inscrição em Curitiba, na UFPR, para o curso de Medicina. Como moro em Minas Gerais, e lá era um lugar desconhecido para mim, meus pais, fizeram contato naquela cidade, perguntando por um casal que tivesse disponibilidade de me hospedar em sua casa durante os dias do vestibular. E foi assim que começou uma nova amizade. O casal Rosmari e Robério (Setor C) se ofereceram prontamente, sem ao menos me conhecer, para me acolher em sua casa. Fui muito bem recebida, desde a chegada na Rodoviária, a permanência em seu lar, as idas para o local das provas, os passeios que fizemos, as pessoas que conheci, familiares e amigos. Nunca mais os esquecerei! Hoje fazem parte da história de minha vida. Adorei conhecê-los, são urna família maravilhosa, muito especial e me fizeram sentir em casa. Eu sou muito agradecida à eles por tudo isso. É nessas horas que percebo como é bom conhecer pessoas boas e equipistas, pois elas formam um casal muito feliz e assim me fizeram sentir tão bem. Valeu à pena ter vivido essa experiência e ter conhecido pessoas tão generosas e acolhedoras que me muito me ensinaram. Cristiane, filha do casal Solemar e Luiz da Eq. 2 - N. Sra. das Graças, Borda da Mata, MG 32

Acolhimento É com muita alegria que queremos partilhar com todos vocês a felicidade que sentimos em termos conhecido irmãos equipistas que com tanto carinho nos receberam. Fomos a Florianópolis, SC, para um passeio no qual estávamos comemorando nossos 25 anos de casados. Tivemos a feliz idéia de procurar no catálogo, o telefone de algumas paróquias e por sorte fomos atendidos pelo simpático padre Cardoso que é SCE da equipe 3- N. Sra. da Paz. Através dele, entramos em contato com o casal Dorinha e Júlio que muito carinhosamente nos atendeu e se colocou à nossa disposição, mostrando alguns pontos turísticos de Florianópolis. Depois, como havíamos combinado, fomos para a Igreja N. Sra. da Glória que fica localizada no bairro Estreito, onde já nos esperava o Pe. Cardoso e toda a equipe e pudemos participar de uma missa maravilhosa. Ao fmal fomos convidados a participar de um jantar (jota acima) de encerramento do ano equipista e lá pudemos nos confraternizar. É imCM 382


pressionante como nos sentimos bem, parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Claro que a acolhida e o carinho foi muito grande por parte dos nossos irmãos equipistas. Agradecemos mais esta gentileza de Jesus e Maria por dias tão maravilhosos e a alegria de termos conhecido irmãos de equipe tão atenciosos e que, com certeza, sentiremos muitas saudades. Luciana e Afonso, Eq. 27B- N. Sra. de Guadalupe, Juiz de Fora, MG

Um Gesto Concreto As Equipes de Nossa Senhora e as Equipes Jovens de Nossa Senhora (foto abaixo) da cidade de Paraguaçu Paulista, SP, casais e seus familiares, jovens equipistas e Conselheiros Espirituais reuniram-se no domingo, dia 1Ode novembro, no Lar do Menor "Cel. Juventino Pereira" com o objetivo de participar, com os menores desse Lar, de um dia de confraternização, alegria e muita brincadeira. Iniciou-se a confraternização com

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a Celebração da Palavra dirigida por um Conselheiro Espiritual e depois iniciaram-se as brincadeiras. Houve o almoço preparado pelas Equipes que repartiram as tarefas culinárias entre si. Após o almoço os equipistas, jovens e casais, montaram com os meninos e jovens do Lar, equipes para disputar a gincana que foi constituída de diversas brincadeiras. À medida que essas brincadeiras iam se desenvolvendo, os vencedores, principalmente os jovens e meninos do Lar recebiam pequenas lembranças como prêmio. Ao fmal da gincana, as lembranças que restaram, foram distribuídas também para os menores do Lar. Foi um dia de muita alegria e todos os participantes sentiram como é bom desfrutar e repartir o calor humano. Odette e Edilberto, Eq. - N. Sra. de Nazaré, Paraguaçu Paulista, SP

Carta Mensal Em primeiro lugar, queremos mais uma vez cumprimentá-los pela Carta Mensal, está excelente. Os artigos são verdadeiras bênçãos! É difícil dizer qual o melhor. Temos no Setor, todas as cartas encadernadas por ano. Trabalho artesanal feito por um equipista já falecido ao qual estamos dando continuidade, para fazer parte do acervo histórico do nosso Movimento. Virginia e Sidney Grecco, CRS de Jacareí, SP 33


100505, VlDA, DlGNlDADE E ESPERANÇA ... Neste ano a Campanha da Fraternidade faz a gente olhar para os idosos de maneira muito especial. Eles são muitos . Fazem parte de nossas famílias e de nossa vizinhança. São a maioria em muitas comunidades cristãs. A idade avançada é tempo de viver, tempo de curtir amizades, filhos, netos ... e por que não - tempo de contemplar e reverenciar o Criador. É desejo de todos poder envelhecer com a garantia de moradia, alimento, remédio, e também sossego e companhia. A idade avançada é tempo de fazer valer a vida. Acima de qualquer "fazer". A Campanha da Fraternidade pede da gente um novo olhar para reconhecer a velhice como dom do 34

amor de Deus e sinal da participação na páscoa do Senhor Jesus. Este novo olhar requer um movimento interior de conversão. A pessoa idosa esta diante de nós como um ícone. Revela a caminhada da vida, longa, cheia de desafios, combativa, prazerosa, sustentada por Deus. A pessoa idosa está diante de nós como um espelho. Revela o caminho que estamos fazendo e a possibilidade de vencer, apesar de tudo. Aquele que já pas ou pelos anos faz o olhar da gente ser portador de vida e esperança. O mundo novo, plenamente humano, pode ser construído. Afinal, o Espírito foi derramado sobre a humanidade. (fonte: Agenda BíblicoLiturgica - Paulus) CM 382


A MESMA FACE Diz uma lenda referente à pintura da Santa Ceia, ou "Última Ceia de Jesus com seus Apóstolos". Ao conceber este quadro, Leonardo da Vinci deparou-se com uma grande dificuldade: precisava pintar o bem, na imagem de Jesus e o mal, na figura de Judas, o amigo que resolvera traí-lo durante o jantar. Interrompeu o trabalho no meio, até que conseguisse encontrar os modelos ideais. Certo dia, enquanto assistia um coral, viu em um dos cantores a imagem perfeita de Cristo. Convidou-o para ir ao seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços. Passaram-se três anos. A "Última Ceia" estava quase pronta, mas, Da Vinci ainda não havia encontrado o modelo ideal de Judas. O cardeal, responsável pela igreja, começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo o mural. Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta. Imediatamente pe-

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diu aos seus assistentes para que o levassem até a igreja. Da Vinci, copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé. Quando terminou, o jovem, já um pouco refeito da bebedeira, abriu os olhos e notou a pintura à sua frente, e disse, numa mistura de espanto e tristeza: -Eu já vi este quadro antes! Quando? perguntou um surpreso Da Vinci. -Há três anos, antes de eu perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos e o artista me convidou para posar como modelo para a face de Jesus. "O Bem e o Mal têm a mesma face; tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano".

Colaboração de Maria Regina e Carlos Eduardo Piracicaba, SP

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A llÇAO DO FOGO Um membro de um determinado grupo ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar de suas atividades. Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodouse conforta v e lmente no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno da lenha ardente. Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, 36

agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse: - Obrigado por sua visita e pelo belíssimo sermão . Estou voltando ao convívio do grupo. Deus o abençoe! Reflexão : Aos membros de um grupo, vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho. Aos líderes, vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

Colaboração de Isabel e Ademir Sertori Equipe I 4A - São Carlos, SP CM 382


Meditando em Equipe Somos um povo que caminha na esperança, Jesus ressuscitado nos abriu o horizonte da vida eterna. Não estamos por aqui como se fosse nossa morada definitiva. Somos chamados à experiência da fé aqui e agora, mas com vistas à casa do Pai. Sugestões para as meditações:

JUNHO- 2003 Leia a Carta aos Romanos, 8, 19-21 e 24-25 O que significa em nosso dia a dia viver na esperança? É acomodação ou uma força que nos leva a caminhar? Medite também Lucas I, 45 : Maria foi saudada por Isabel como pessoa de esperança .

JULHO- 2003 Leia a 1• Carta de Pedro, I, 3-9 É possível ser cristão vivendo só o momento presente? É possível ser cristão olhando só para o céu? A esperança cristã nos ajuda a viver equilibrados. Reflita e partilhe com os irmãos equipistas sua meditação. Pe. Ernani

Oração em Comum Maria, nossa esperança Vós sois, Maria, nossa esperança, porque vós conhecestes todos os sofrimentos do ser humano.

Vós sois nossa esperança, porque o próprio Jesus, na cruz, nos confiou a vós.

Vós conhecestes a angústia da pobreza em Belém, as ameaças da perseguição e da fuga para o Egito; a aflição da peregrinação a Jerusalém, a angústia da noite da Quinta-feira Santa.

Porque vós sois verdadeiramente, a nossa mãe.

Os tormentos do caminho da cruz, a solidão ao pé da cruz. Vós sois nossa esperança, porque em todas as circunstâncias vós correspondestes plenamente à vontade do Senhor; cheia de graça, o pecado não foi, para vós, o freio poderoso que apaga nosso entusiasmo, quando nós tentamos responder ao apelo de Deus.

Vós vos preocupais com todos os vossos filhos como vos preocupastes com o menino Jesus. Nós contamos convosco como um filho conta com sua mãe. Conduzi-nos a Jesus, vosso filho; ajudai-nos a segui-lo até o fim para que não percamos nossa esperança. Th. Suavet (do Tema de Estudo 2003, pg. 92)


EQUIPES DE NOSSA SENHORA BRASIL

17 a 20 de julho de 2003

OBJETJVOS DO ENCONTRO DE BRASÍLIA

a) Reafirmar o sentido de nossa unidade e de pertença ao Movimento; b) Possibilitar a experiência de encontro fraterno e a troca de experiência; c) Formação;

d) Momentos de Oração e Celebração em comum; e) Testemunho público da vivência matrimonial.

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casa1s por uma Espintual1dade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • q 53 cep 01309-000 Sao Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax (Oxx11) 3257.3599 E-mail· secretanado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br Home page: www.ens.org.br


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