ENS - Carta Mensal 380 - Abril/2003

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°38o • Abril/

2003

EDITORIAL

ENCONTRO NACIONAL DE BRASÍLIA

Da Carta Mensal ..... .. .... .................... O1

Escolha do Hino do Encontro Nacional das ENS .. ............ 28 Encontro de Brasília ......................... 31

SUPER-REGIÃO É fácil.. .............................................. 02 Destinatários da Missão .................. . 03

Quaresma e Campanha da Fraternidade .............. 32

ENCONTRO DE ROMA Casais Chamados por Cristo à Nova Aliança ....................... Nova e Eterna Aliança ........ ........ .. .. .. Apresentação das Equipes de Nossa Senhora ao Santo Padre ........ Discurso do Papa João Paulo 11 ......... Testemunhos ..................................... Missa pela Unidade dos Cristãos - Ofertório .................... Visita à Catacumba de São Sebastião .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . "E a Festa Rolou ... " .... .. .....................

05 07

VIDA NO MOVIMENTO

09 1O 13

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .......... 34

17 18 20

25 anos de Equipe .. .......................... 33

REFLEXÃO Cuidado com o que Planta ............... 35 A Plantinha na Calçada .... .. .......... .... 36 Casados .......... ..... ....... ... .. ....... ... .. ... ... 36

ENCARTE ESPECIAL:

CORREIO DA ERI Avançar para águas mais profundas ..... 23 Duc in AI 'um! .......................... ......... 2 5 Notícias Internacionais ..................... 2 6

Carla Mensal é uma pubücaçlio mensal dns Equipes de Nossa Senhora

TEMPOS DA IGREJA

Wtlma e Orlando Soely e Lu i:. Augusto Lucinda e Marco

Registro "Lei de Imprensa " Janete e Nélio n• 219.336 livro 8 de Pe. Emani J. Angelini 09.10.2002 (Conselheiro Espiritual) Edição: Equipe da Carta Mensal

Jornalista Responsável: CatheritU? E. Nadns tmlh 191135}

Cecília e José Carlos (respo11sáveis)

Projeto Grtífico: Alessatuira Carignani

O CASAL CRISTÃO por Pe. Flávio Cavalca de Castro

EditoraçiiD Eletrônica, Fotolitos e lluslrafões: Nova Bandeira Produções Editoriais Lida. R. Venâncio Ayn?s, 931 - SP Fone: (Ox.xll) 3873.1956 Foto de Capa: Sala Clementina - Vaticano lmpressiiD: Gráfica Roma Tiragem desta ediçiiD: 16./00 exemplares

Cartas, colaborações, noticias, testemunhos e imagens devem ser envillflils para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar . conj. 53 01309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxxll ) 3256. 1212 Fax: (Oxxll ) 3257.3599

cartamensal@ens.org.br A/C Cecflia e José Carlos


Queridos amigos! Os tempos estão difíceis. Os desafios são muitos. A loucura parece geral. Mas Deus não desiste de nós e está sempre pronto a perdoar e a nos incentivar no caminho que escolhemos. São muitas as razões para que tenhamos, então, uma inabalável esperança. A vida corre em nossas veias! O mundo continua lindo e, em toda parte, podemos sentir a presença do Criador. É Páscoa novamente. Podemos ressuscitar com Cristo, a cada dia, para amar, consolar e partilhar. E, na busca da postura forte e atuante de discípulos de Cristo, nesse mundo cheio de gente preocupada e sofredora, nada mais apropriado do que o tema que vamos estudar este ano: a terceira e última parte do "Ser casal hoje na Igreja e no mundo". Depois de falar da Pessoa Humana (200 1) e do Ser casal (2002), nosso tema entra firme, em 2003, pelo caminho da missão do casal, essa missão especial e gratificante que nosso Pai reservou para o casal cristão e que deve levá-lo, de mãos dadas, acolhedor, a se abrir para o mundo e a repartir com ele o verdadeiro amor. Vamos fazer melhor, neste ano, o estudo do tema. Vamos aproveitar sua riqueza e juntar a ele as experiências de cada um de nós. Vale a pena! Aprenderemos muito e estaremos em condições de ajudar muita gente neste tempo em que a depressão afasta a alegria, o medo faz com que as pessoas se fechem e o ego-

ísmo impede que aliviemos os que sofrem tão perto de nós. Para nos ajudar ainda mais, temos um encarte, neste mês, com a palestra do Pe. Flávio, que reforça e completa o tema, com sua visão lúcida, sua humanidade e entusiasmo. Não deixem de ler! Mudando de assunto: minha gente, o Encontro dos Responsáveis do Movimento no mundo, em Roma, foi muito bom ... Foram dias de intenso trabalho, muita formação, muita espiritualidade e amizade. Temos certeza de que os que lerem os discursos do Papa e do Responsável pela ERI, os artigos e os testemunhos, repassados de fé e de alegria, publicados nesta Carta, vão sentir uma pontinha de inveja por não ter estado lá. "Santas invejas!", como diz o nosso querido Igar, da Cidinha. Vocês vão encontrar, também, nesta edição, o resultado do concurso realizado para a escolha do hino do Encontro de Brasília que está sendo preparado, com coragem e competência, pela turma da Capital Federal. Temos, aliás, sobre esse Encontro um artigo que tira várias dúvidas e que pode nos ajudar para que estejamos bem preparados e possamos participar do evento com fé e entusiasmo. Uma boa leitura e um mês feliz para todos vocês. Com o nosso carinho,

Equipe da Carta Mensal


É FÁCll... Sei que foi um escultor, não me lembro se Michelangelo ou Rodin. Alguém lhe perguntou como conseguia fazer estátuas tão perfeitas. A resposta foi ao mesmo tempo desconcertante e precisa: "É fácil, é só ir tirando o que está sobrando". Talvez aí esteja uma das boas receitas para a nossa vida espiritual. Se queremos crescer - e as Equipes de Nossa Senhora ão comunidades de casais que querem, como casados e como casais, chegar à perfeição da vida cristã- talvez a empreitada não seja tão difícil se a encaramos como o artista. Podemos começar, com a ajuda de Deus e muita perseverança, a tirar o que está sobrando. Seria uma boa maneira de pôr em prática a oração, a escuta e a regra de vida. Senão vejamos. Certo que não será possível fazer uma lista completa de tudo quanto está sobrando, mas uma lista inicial já será mais que suficiente para o trabalho, quem sabe, de uma vida. Trabalho lento, com cinzel de bom aço e golpes fortes e precisos do macete, corajosamente fazendo saltar lascas. Podemos começar desbastando o que sobra em nossa personalidade, o que há de orgulho, de confi ança excessiva, de comodismo, de certezas absolutas, de rigidez, de medos e coragem pretensiosa, de camadas muitas de pedra inerte, a esconder a imagem que o Senhor sonhou em nós. Algumas pancadas precisas e firmes , um tanto impiedosas, e iremos tirar o que está sobrando em nossa maneira de agir lenta ou precipitada demais, imprevisível e arbitrária, rude e prepotente, esperta e tortuosa, interesseira e - você sabe o que mais. Lascas já estão cobrindo o chão, mas o trabalho avançou apenas um pouco. Há muita coisa sobrando ao nosso redor. E quem sabe, antes de continuar o trabalho, seria bom enxugar o suor do rosto e reler algumas frases do Evangelho. E, com essas frases diante dos olhos, ver o que está sobrando em nossos supérfluos espalhados pela casa, amontoados nos armários e roupeiros; o que há de dispensável em nossos gastos pessoais, no tempo e dinheiro gastos com lazeres, em pequenos luxos e futilidades. Finalmente, temos de dar os golpes mais definitivos de buril, para tirar tudo quanto nos impede de estar totalmente disponíveis nas mãos do Senhor, sem apegos, de todo entregues pelo bem dos outros. Se acreditamos no artista, é fácil chegar à santidade: basta tirar o que está sobrando e das asperezas da pedra que somos surgirá a imagem de Cristo.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE da Super-Região 2

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Palavra do Provincial

DESTINATÁRlOS DA MlSSÃO O casal unido pelo sacramento do matrimônio, participa do mistério da Igreja e tem a missão de irradiar sua influência santificadora. O sacramento é sinal da união de Cristo e da Igreja, fonte de graça para os esposos e irradia essa graça para todos que o cercam. Aceitando o Evangelho, deixa-se iluminar pela sua mensagem e, inevitavelmente tem, como compromisso, tomar-se testemunha. "Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde brilha para todos os que estão em casa" (Mt 5, 15). Portanto o casal que aceita Cristo toma-se testemunha do amor de Cristo, é chamado a ser luz do mundo e fazer de seu lar uma verdadeira igreja doméstica, onde reina a doação, a entrega, a ajuda mútua, a compreensão e o acolhimento dos filhos. Num lar cristão, os pais são pastores que têm a missão de conduzir os filhos "pelos retas caminhos" e às "fontes da vida". O sacramento do matrirnônio é o sinal da Aliança e da comunhão entre Deus e o homem, entre Cristo e a Igreja. O casal, vivendo o saCM 380

cramento do matrimônio ao longo de sua existência conjugal, testemunha perante a comunidade cristã que o seu projeto de vida é declarar e viver o mistério de unidade e de amor fecundo entre Cristo e a sua Igreja. Assim, o laço de amor que une os esposos é transformado em imagem e símbolo da aliança que une Deus ao seu povo. O lar cristão é um lugar privilegiado, pois, tem habilitação e delegação para o culto a Deus. Aí os filhos descobrem a Igreja orante e participam de sua ação pastoral, antes mesmo de poderem participar da missa e 3


O laço àe amor

que une os esposos é transformado em imagem e sim bolo àa aliança que une Deus

ao seu povo.

da vida paroquial. Os pais e mães têm uma missão especial que consiste em anunciar a seus filhos a boa nova da salvação e do plano de Deus. Todavia, o casal cristão não visa somente os filhos, mas a todos aqueles que vivem no lar e em volta dele. O casal cristão é presença alegre, um raio de esperança para o futuro e tem de edificar as farm1ias não através de pregação, mas através do testemunho. Primeiramente, os casais devem ser luz para seus filhos e depois transbordar os limites de seu lar, ser fermento, cooperar no meio social, profissional. Aju4

dar os outros casais a redescobrirem o valor do matrimónio, o caminho de santidade para os casais irregulares, o equilíbrio de poder entre o homem e a mulher e mostrar aos jovens a mensagem cristã sobre o amor humano, o valor moral e religioso do casamento. O casal é enviado para desempenhar sua missão de construir um mundo mais cristão, de um mundo em que o casamento retoma toda a sua dimensão profunda, em que o casal cristão é sinal e presença concreta do amor de Deus. E nós, casais cristãos equipistas que tanto recebemos do Movimento, está mais do que na hora (diríamos até que já está passando da hora) de arregaçarmos as mangas e neste ano, em que comemoramos o centenário do nascimento do nosso fundador Pe. Caffarel , deixar que a semente plantada por ele em nosso coração, não permaneça somente entre os casais das Equipes de Nossa Senhora. É necessário que saiamos pelo mundo afora como casal amado e querido por Deus, partilhando com todos os irmãos as riquezas que descobrimos através da vivência dos Pontos Concretos de Esforço, do estudo do tema, da partilha nas reuniões de equipe e da convivência e acompanhamento dos nossos queridos Conselheiros Espirituais. "A quem muito se deu, muito será pedido". Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Teresinha e Agostinho CR Província Sul II CM 380


Olá, gente amiga, Era um sonho e uma convocação da Equipe Responsável Internacional. Era a primeira experiência de um encontro deste nível, reunindo Casais Regionais e seus respectivos Conselheiros Espirituais de diversos países onde o Movimento está instalado. Brasil e França, únicos países que, em virtude do grande número de equipes, possuem um nível intermediário de responsabilidade denominado PROVINCIAS, ali se fizeram representar também por esses Casais Responsáveis Provinciais. Assim o Brasil esteve presente com uma comitiva de 20 casais e 5 sacerdotes conselheiros espirituais, eis que não havia condições de levar os CRR das nossas 41 Regiões. Foram também convocados os Casais Responsáveis pelas Cartas Mensais de seus respectivos países e respectivos Conselheiros Espirituais, como também os Casais Secretários/Tesoureiros. Somados aos membros da ERI éramos em tomo de 300 pessoas, reunidos sob o lema que intitula este artigo. Importante frisar que, aplicandoCM 380

se o espírito da solidariedade e da ajuda mútua fraterna, o custo de participação neste encontro foi compartilhado, no sistema de preço médio. Os casais italianos, sem gastar quase nada em viagem, e os casais europeus dos países vizinhos gastando pequena importância, deram a demonstração da verdadeira partilha, pagando ao final o mesmo preço-médio desembolsado pelos brasileiros, africanos, australianos, americanos, canadenses. Este gesto fraterno possibilitou sobremaneira o barateamento dos custos de todos os casais vindos de locais mais distantes, como o nosso caso. Gostaríamos de testemunhar, ainda, dois outros gestos de solidariedade. Os equipistas dos Estados Unidos praticamente custearam as despesas de Casais Regionais de diversos países em dificuldades; nossos irmãos portugueses custearam as despesas dos equipistas de diversos países africanos. O outro gesto de generosidade fica a nível interno de Brasil. Vários dos casais e conselheiros espirituais que para lá foram, pagaram integralmente do próprio bolso a sua passa5


gem e a maioria dos demais, que não pôde fazê-lo por inteiro, ingressou com recursos próprios na medida das possibilidades pessoais, colaborando sobremaneira para não onerar as finanças do nosso Movimento local. Aproveitamos o ensejo desta Carta Mensal para agradecer a todos por este desprendimento e demonstração de amor às Equipes de Nossa Senhora. Sem este tipo qe colaboração financeira, e diante do elevado custo do dólar ou do euro, não teríamos tido a oportunidade de ir a Roma com um representativo grupo do Brasil. Assim, agradecemos os irmãos equipistas europeus, e os nossos casais brasileiros. Mas, voltando ao Encontro, seu grande objetivo, além de permitir a troca de experiência entre casais das mais diversas partes do mundo, era o de colher subsídios para determinar os rumos da nossa caminhada a partir do próximo Encontro Internacional do ano de 2006. E para atingir esses objetivos, os que lá estiveram sentiram o peso dos trabalhos. A programação foi intensa e não havia tempo livre para nada. Para podermos preparar a liturgia de nossa celebração eucarística, tínhamos de fazer os trabalhos após o término da programação do dia, o que sempre ia até 22 ou 23 horas. Resultado: nos três primeiros dias sobraram apenas 4 horas para o sono. E se não fosse a tradicional criatividade e improvisação da nossa gente para preparar a apresentação da festa brasileira em pleno ônibus, enquanto íamos e voltávamos da cerimônia na Catacumba de São Sebastião, cer6

tamente teríamos passado dificuldades para ajeitar as coisas. O lema do encontro "Casais Chamados por Cristo à Nova Aliança" foi grandemente vivenciado nas palestras e nos grupos mistos de co-participação e evidentemente nos vários momentos de celebrações eucarísticas ou de orações. A verdade é que todo esse esforço de reflexão e busca da vontade de Deus resultou em farto material, sobre o qual o Colégio lnternacional continuou trabalhando por mais dois dias, após o término do Encontro dos Regionais. Pistas importantíssimas foram o resultado concreto de todo este trabalho que, seguramente, coloca desde já os fundamentos e as diretrizes gerais para a continuidade de nossa caminhada a partir da preparação do próximo Encontro Internacional das Equipes em 2006, que aliás, noticiamos a todos, será ou em Assis, na Itália, ou em Lourdes, na França, conforme decidido pelo Colégio Internacional. Para terminar, queremos deixar registrado que nós dois nos sentimos abençoados por Deus e imensamente agradecidos pelo empenho de toda a delegação brasileira em transmitir aos participantes do Encontro de Roma um testemunho de alegria, dedicação, responsabilidade, unidade e de amor pela causa do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Nosso obrigado a todos os queridos companheiros desta jornada em Roma/2003. Com o nosso caloroso e fraternal abraço,

Silvia e Chico CR Super-Região CM 380


NOVA E ETERNAAllANÇA O 1o Encontro Internacional de Casais Responsáveis Regionais das Equipes de Nossa Senhora, realizado na Cidade Eterna - Roma, no Hotel Domus Mariae, no período de 18 a 23 de janeiro de 2003, e que reuniu aproximadamente 300 equipistas de mais de 20 países, constituiu-se em mais uma graça preciosa que o Senhor concedeu ao Movimento, por intercessão de sua mãe, Maria. Durante seis dias, equipistas de línguas e culturas diferentes e de experiências distintas, rezaram e refletiram sobre as orientações do Movimento para os próximos anos. Nem a diversidade da língua e da cultura ou das experiências, no entanto, limitaram a participação de todos. Ao contrário, estimularam, nos breves intervalos e nas reuniões dos Grupos de Trabalho, o contato direto e o esforço para a compreensão, através da linguagem dos olhos e dos gestos, do significado de palavras e expressões pouco usuais para uns e outros. A ansiedade que cada um de nós brasileiros carregava em seu coração se transformou em grande alegria, quando, vindos das diferentes regiões do país, nos encontramos, alguns no aeroporto, outros já no avião e outros, ainda, em Roma. Sem poder conter a alegria, não paramos de cantar durante o trajeto do aeroporto ao local do Encontro. Desde o primeiro dia, sentimos que estávamos vivendo um momento CM 380

forte e singular do Movimento. A nossa presença não era fruto do acaso. Ao chamado para o Encontro, cuidadosamente preparado desde o Colégio de Huston, em julho de 2001 , a delegação brasileira respondeu com uma participação alegre, intensa, vibrante e altiva. A ausência de apenas um de nós certamente faria falta, pelo testemunho que não seria dado, pelo abraço que não seria transmitido, pela oração que não seria feita ou pelo serviço que deixaria de ser prestado. Cada programação do Encontro teve uma particularidade especial. As orações de todas as manhãs nos preparavam para um duro e longo dia de trabalho. A celebração na Catacumba de São Sebastião, fez7


nos reviver e admirar ainda mais o santo martírio dos primeiros cristãos, revigorando a nossa fé. As missas, na Igreja em Santa Sabina e no Hotel Domus Mariae, nas quais vivemos momentos intensos de oferta e louvor, fortaleciam a nossa intimidade com Jesus na Eucaristia. As palestras renovavam os nossos conceitos sobre o amor, "vocação fundamental e inata do ser humano" (Papa João Paulo II). As reuniões dos Grupos de Trabalho, nos aproximavam de equipistas de outras partes do mundo e seus testemunhos de vida, feitos de coração, nos lembravam que precisamos ser melhores, para o mundo e para o Movimento. Em toda a programação, a presença inspiradora do Pe. Caffarel, a quem o Papa atribuiu o dom profético de se antecipar às orientações do Concílio Vaticano II, pois, "valorizou o chamado à santidade, ligado com a vida conjugal e familiar" (Discurso aos Responsáveis Regionais das ENS, 20/01/03). O encontro com o Papa, na manhã fria de 20 de janeiro, aqueceu os nossos corações, tocados por suas atenciosas palavras em relação aos casais, ao Pe. Caffarel e ao nosso Movimento. Segundo o Papa, "os esposos cristãos recebem a missão de manifestar, de modo visível, a aliança indefectível de Deus com o mundo". Para os casais equipistas, o Papa dirigiu uma exortação especial: para nos amarmos realmente, devemos viver os Pontos Concretos de Esforço com atenção e perseverança e convidou-nos " ... sobretudo, 8

a desenvolver a oração pessoal, conjugal e familiar" . Na quarta-feira, dia22, véspera do encerramento do Encontro, coube ao Brasil apresentar, para um plenário repleto e empolgado, o esperado show da noite de confraternização. Com a apresentação da dança da quadrilha e de samba com ginga no pé e som muito maneiro do conjunto comandado por Chico, músicas e letras selecionadas por Graça e Roberto (incluindo a de vários países presentes) e distribuição de balões vermelhos, em forma de coração, a empolgação tomou conta de todos e não houve quem não caísse na dança. Na quinta-feira de uma manhã de muito trabalho ainda, já era visível a tristeza de todos pelo encerramento, naquela tarde, do Encontro. No final, aos abraços emocionados, seguiramse algumas lágrimas. Nada diferente do que acontece nas fanu1ias e entre irmãos que se amam. Em todos, a certeza de um grande avanço nas discussões e reflexões sobre os rumos do Movimento a partir de 2006. A unidade, os métodos e o crescimento na diversidade foram aprofundados. A fidelidade do Movimento à Igreja foi reforçada. Todos nos sentimos, de fato, "Casais chamados por Cristo à nova Aliança". Saímos de Roma renovados, com a missão de partilhar com os irmãos equipistas de nossas Regiões a eterna boa nova de que a espiritualidade conjugal continua sendo a força que assegura a nossa felicidade.

Silvia e Glauco CR Região SC I CM 380


- DAS APRESENTAÇAO EQUlPES DE NOSSA SENHO AO SANTO PADRE Santíssimo Padre: Em 1982 vós acolhestes 5000 membros das Equipes de Nossa Senhora em peregrinação à Roma, que representavam 25000 casais e seus respectivos conselheiros espirituais, pertencentes a 33 países dos 5 continentes. Hoje, vós nos destes a grande alegria de acolher, em número bem menor, os Responsáveis pelo nosso Movimento nos 62 países onde, hoje, ele está atuando. Estes responsáveis que aqui estão representam os 50000 casais que vivem em equipe. Em 20 anos, nosso movimento de espiritual idade conjugal se expandiu consideravelmente e se consolidou, ao mesmo tempo, no serviço aos casais na Igreja e no mundo. Vós aceitastes aprovar definitivamente, na festa de Santa Ana e São Joaquim, no ano de 2002, nosso estatuto canônico e nós vos agradecemos pela confiança que demonstrastes no nosso Movimento de fiéis leigos. Nosso fundador, Padre Henri Caffarel, cujo centenário de nascimento celebramos neste ano, teve a intuição fantástica de que o casal poderia ser chamado à santidade, desde que recebesse uma formação e aprofundasse a espiritualidade conjugal entre marido e mulher e em equipe, na oração e no estudo. Nisso, ele foi, como o denominava o CM 380

Cardeal Lustiger no dia de sua morte, "um profeta do século XX". Nesse espírito, as Equipes de Nossa Senhora querem mostrar seu reconhecimento por tudo aquilo que fazeis pelo casal e pela farm1ia. Elas esperam, filialmente, deste encontro, um entusiasmo renovado para a missão de serviço ao casal casado, centro e vitalidade das farm1ias. Nós nos permitimos trazer-vos esta coletânea dos números especiais da revista "l' Anneau d'Or, fundada pelo padre Caffarel, e cujo primeiro número apareceu no dia 19 de fevereiro de 1945, seis anos após a primeira reunião de equipe. Fazemos votos de que estes textos, sempre de uma evidente atualidade, sirvam de guia para os casais do século XXI.

Gérard e Marie de Roberty Casal Responsável da Equipe Internacional 9


DlSCURSODO PAPA JOAO PAULO 11

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Aos Responsáveis Regionais das Equipes de Nossa Senhora Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2003 Queridos amigos 1. Sinto-me feliz por vos receber, vós que sois os Responsáveis regionais das Equipes de Nossa Senhora, com o vosso conselheiro espiritual internacional, Pe. Fleischmann e outros sacerdotes, neste encontro mundial em Roma. Agradeço ao casal Gérard e Marie-Christine de Roberty, responsáveis internacionais do Movimento, pelas palavras tão cordiais que nos dirigiram. 2. Como não recordar, antes de mais nada, a figura do Pe. Henri Caffarel, vosso fundador, que acompanhou numerosos casais e iniciou-

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os na oração e na meditação? Por ocasião do centenário do seu nascimento, sinto-me feliz por poder me unir à vossa ação de graças. O Pe. Caffarel mostrou a beleza e a magnitude da vocação para o matrimônio e, antecipando as orientações fecundas do Concílio Vaticano II, valorizou o chamado à santidade, ligado com a vida conjugal e farniliar (cf Lumen gentium, 11); ele soube desenvolver os grandes eixos de uma espiritualidade específica, que brota do Batismo, realçando a dignidade do amor humano no projeto de Deus. A atenção que ele dedicava às pessoas comprometidas no sacramento do matrimônio levou-o também a pôr os seus dons a serviço do "Movimento espiritual das viúvas de guerra", que hoje se chama

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"Esperança e Vida", e a dar impulso à criação dos primeiros Centros de Preparação para o Matrimônio, atualmente muito difundidos. Em seguida, surgiram também as

Equipes Jovens de Nossa Senhora, que evidenciavam o cuidado dedicado à proposta de um caminho de fé à juventude. 3. Face às ameaças que pesam sobre a faml1ia e aos fatores que a enfraquecem, o tema dos trabalhos deste encontro, "Casais chamados por Cristo à nova Aliança", é particularmente oportuno. De fato, para os cristãos, o matrimônio, que foi elevado à dignidade de sacramento, é por natureza sinal da Aliança e da comunhão entre Deus e o homem, entre Cristo e a Igreja. Assim, durante toda a vida, os esposos cristãos recebem a missão de manifestar, de modo visível, a aliança indefectível de Deus com o mundo. A fé cristã apresenta o matrimônio como uma Boa Nova: relação recíproca e total, única e indissolúvel, entre um homem e uma mulher chamados a dar a vida. O Espírito do Senhor dá aos esposos um coração novo e os torna capazes de se amarem, como Cristo nos amou, e de servirem a vida no prolongamento do mistério cristão, pois, na sua união

"é o mistério pascal de morte e ressurreição que se realiza" (Paulo VI, Alocução às Equipes de Nossa Senhora, 4 de Março de 1970, n. 16). 4. Mistério de aliança e de comunhão, o compromisso dos esposos CM 380

convida-os a encontrar a força na Eucaristia, "fonte do matrimônio cristão" (Farniliaris Consortio, 57) e modelo para o seu amor. Com efeito, as diferentes fases da liturgia eucarística convidam os cônjuges a viver a sua vida conjugal e familiar a exemplo da vida de Cristo, que se doa aos homens por amor. Eles encontrarão neste sacramento a ousadia necessária para o acolhimento, o perdão, o diálogo e a comunhão dos corações. Será também uma ajuda preciosa para enfrentar as inevitáveis dificuldades de qualquer vida familiar. Que os membros das Equipes sejam as primeiras testemunhas da graça, que leva a uma participação regular na vida sacramental e na Missa do domingo, "celebração da

presença viva, entre os seus, do Ressuscitado" (Carta apostólica Dies Domini, 31 de Maio de 1998, n° 31; cf. também n°. 81) e "antídoto para enfrentar e vencer obstáculos e tensões" (Discurso aos membros da XV Assembléia plenária do Pontifício Conselho para a Família, 18 de Outubro de 2002, n° 2)! 5. Alimentados pelo Pão de Vida e chamados a tornar-se "luz para

os que procuram a verdade" (Lumen Gentium, 35), em particular para os seus filhos, os esposos poderão, então, manifestar plenamente a graça do seu Batismo nas suas missões específicas no seio da faml1ia, na sociedade e na Igreja. Esta foi a intuição do Pe.Caffarel, que não queria que se entrasse

"numa Equipe para se isolar ( ... ), mas para aprender a doar11


se a todos" (Carta Mensal, fevereiro de 1984, pág. 9). Ao alegrarme com os compromissos já assumidos, exorto todos os membros das Equipes a participar cada vez mais ativamente na vida eclesial, sobretudo entre os jovens, que esperam a mensagem cristã sobre o amor humano, ao mesmo tempo elevada e exigente. Nesta perspectiva, os membros das Equipes podem ajudá-los a viver a fase da juventude e do namoro na fidelidade aos mandamentos de Cristo e da Igreja, permitindo-lhes encontrar a verdadeira felicidade no amadurecimento da sua vida afetiva. 6. O vosso Movimento dispõe de uma pedagogia própria, baseada sobre "pontos concretos de esforço", que vos ajudam a crescer juntos na santidade. Encorajo-vos a vivê-los com atenção e perseverança, para que vosso amor seja verdadeiro. Convido-vos, sobretudo, a desenvolver a oração pessoal, conjugal e familiar, sem a qual um cristão corre o risco de esmorecer, como dizia o Pe. Caffarel (cf. L'Anneau d'Or, Março-Abril de 1953, pág. 136). Longe de afastar os cônjuges do compromisso com o mundo, uma oração autêntica santifica os membros do casal e da farru1ia, abre o coração ao amor de Deus e dos irmãos. Ela os toma capazes também de construir a história segundo o desígnio de Deus (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta sobre alguns aspectos da meditação cristã Orationis formas, 15 de Outubro de 1989). 12

7. Queridos amigos, agradeço a Deus os frutos produzidos pelo vosso Movimento no mundo todo, encorajando-vos a testemunhar incessantemente, de maneira explícita, a beleza e a magnitude do amor humano, do matrimônio e da família. No final desta audiência, a minha oração quer ser também pelos casais que vivem em dificuldade. Que eles encontrem, ao longo do seu caminho, testemunhas da ternura e da misericórdia de Deus! Desejo reafirmar a minha proximidade espiritual com as pessoas separadas, divorciadas ou divorciadas que voltaram a casar, que, como batizadas, são chamadas, no respeito das regras da Igreja, a participar da vida cristã (cf. Exortação apostólica Familiaris Consortio, 84). Por fim, quero expressar minha gratidão aos Conselheiros Espirituais que vos acompanham com disponibilidade. Eles põem à disposição do vosso Movimento de leigos a sua competência e experiência. Através desta colaboração, sacerdotes e farru1ias aprendem a se compreender, a se estimar e a se apoiar. Possais vós, que conheceis a graça de uma presença sacerdotal, rezar pelas vocações e transmitir, sem receio, aos vossos filhos o chamado do Senhor! Confiando-vos, assim como todas as Equipes e as suas farru1ias, à intercessão de Nossa Senhora do Magnificat, invocada todos os dias pelos seus membros e aos Beatos esposos Luís e Maria Quattrocchi, concedo a todos uma afetuosa bênção apostólica. CM 380


TESTEMUNHOS 1. Visitando o Papa Estamos em Roma- Itália, participando do 1o Encontro Internacional de Casais Regionais. Um evento que se estendeu do dia 18 a 23 de janeiro de 2003. Foi um encontro recheado de muito trabalho (conferências, grupos de reflexão) e oração, além de visitas a lugares inimagináveis, como, por exemplo, a Catacumba de São Sebastião, a Igreja de Santa Sabina, onde foi celebrada uma missa na ocasião. Mas, a visita mais importante para nós, foi a ida de todos os participantes à cidade do Vaticano, à casa do sucessor de Pedro. Estar na praça de São Pedro, olhando para o alto e vendo a cúpula daquela santa casa

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mexeu conosco. Ficávamos correndo de um lado para outro, querendo registrar nossa passagem por ali, tirando fotos em todos os lugares e de todos os ângulos. A nossa satisfação era visível, apesar do frio e do vento gélido que penetrava até os ossos. A emoção maior, todavia, estava por vir. Passear pelo Vaticano era "nada" comparado ao que nos aguardava: uma audiência com o Santo Padre João Paulo II. Imaginem quanta graça! Só mesmo Deus, em sua bondade infinita, seria capaz de nos presentear com semelhante delicadeza. E assim fomos todos ver o presente! Não foi tão simples. Era preciso passar antes pela guarda de inspeção e esperarmos a ordem para entrar. Finalmente, foi-nos dada esta ordem e iniciamos a subida de inúmeras escadas. Enfim, chegamos na Sala Clementina, onde seríamos recebidos pelo Papa. Iríamos vê-lo face a face. Um silêncio profundo reinava naquele lugar, embora, dentro de cada um de nós, a agitação fosse imensa; um frenesi tomava conta de nosso corpo. Afinal, seria um momento ímpar na vida de tantos que ali estavam; sobretudo, para mim, que me perguntava a todo ins13


tante: isto é realidade ou sonho? Quando entramos na sala, composta de cadeiras de um lado e de outro, com passagem livre ao meio, foi uma correria para se conseguir um lugar em que se pudesse ver o Papa bem de perto. Compreendemos. Quem não quer ver seu ídolo de perto? Passado o momento das acomodações, ficamos em silêncio a esperar aquele que é maior de todos os representantes de Jesus na terra. Quase não respirávamos, tamanha era nossa ansiedade. Finalmente, ele veio vindo, devagarinho, sobre um carrinho levado pelos seguranças e, de repente, estava passando entre nós. Todas as mãos se esforçavam para tocálo; nem todos conseguiram. O seu sorriso é tímido, já não tem a vivacidade de alguns anos atrás. Mas o seu rosto era um sorriso só, parecia uma rosa cor de rosa, tal a singeleza e delicadeza de suas faces finas e rosadas, tal a pureza e a ternura do seu olhar. É impossível descrever esta experiência; é preciso senti-la. Após atravessar a sala, João Paulo II sentou-se à nossa frente. O Casal Responsável Internacional das ENS dirigiu-se a ele, e, em linhas gerais, falou sobre os caminhos das ENS e do centenário de nascimento do Pe. Caffarel. Também o Santo Padre a nós se dirigiu, dizendo de sua felicidade em nos acolher. Em suas palavras, enalteceu a pessoa do Pe. Caffarel por ter percebido a grandeza e a beleza da vocação ao matrimônio; falou da importância da Eucaristia na 14

qual os esposos encontrarão "a ousadia necessária para o acolhimento, o perdão, o diálogo e a comunhão dos corações"; exortando "todos os membros das equipes a participar cada vez mais ativamente na vida eclesial, sobretudo entre os jovens"; e "agradeço a Deus os frutos produzidos pelo vosso Movimento no mundo todo, encorajando-vos a testemunhar incessantemente, de maneira explícita, a beleza e a magnitude do amor humano, do matrimónio e da família". E deu-nos "uma afetuosa bênção apostólica". Por fim, os casais da Equipe Responsável Internacional (ERI) chegaram-se ao Santo Padre e beijaram-lhe as mãos. E, da mesma forma que entrou, silencioso, mas atento aos presentes, veio vindo no meio de nós, sempre saudando a todos e deixando-se carinhosamente tocar pelas pessoas. Sempre auxiliado por "guardiães", foi se afastando de nós e ... sumiu por entre as portas de uma sala. Saímos da sala, lentamente, como que querendo repetir a emoção. Estávamos leves, flutuando. Tínhamos deixado, naquela sala, nossas angústias e medos. Amém!

Cida e Raimundo CR Província Nordeste

11. lmpressões da Audiência com o Papa João Paulo 1l Vinte de janeiro de 2003! Um dia CM 380


especial para as ENS e para nós, em particular. · Os caminhos do Senhor nos levaram a participar de uma audiência com o Santo Paqre, Papa João Paulo II, no Vaticano, como parte do Encontro de Roma. Participamos, sem dúvida, de uma experiência sem igual em nossas vidas. Seguimos o protocolo cuidadosamente. Minutos antes da audiência, lá estávamos todos, ansiosos, na Sala Clementina. Na hora aprazada, o Santo Padre surge à nossa retaguarda, deslocando-se lentamente no seu carro, pelo pequeno corredor central que ligava o fundo da sala à sua cátedra O silêncio é quebrado pela movimentação de alguns fiéis que procuram aproximar-se dele. Ao vê-lo acenando e estendendo generosamente a sua mão aos que estavam próximos, veio-nos à mente a diferença entre o Papa que está diante de nós e o que vemos normalmente nos meios de comunicação. Mais do que a aparência, que o estado físico ou idade, vimos e sentimos a autoridade pessoal de um homem totalmente devotado a Deus e conduzido por Ele pelos caminhos da vida apostólica. Vimos e sentimos a fé superando as limitações humanas. Vimos as pessoas vibrando de alegria pelo amor que irradia de um coração capaz CM 380

de doar-se totalmente. Vimos pessoas chorando emocionadas. Vimos mãos estendidas sendo acolhidas por um gesto simples de uma outra mão, trêmula, que ao mesmo tempo acolhia e abençoava. Nós, perplexos, ficamos hirtos onde estávamos, vendo-o passar bem pertinho de nós, pensando também em tocá-lo, abraçá-lo ... O quadro lembra-nos um texto do Evangelho de Marcos, conhecido de todos nós, em que Jesus passava no meio de uma numerosa multidão que o acompanhava e comprimia. No meio daquela multidão, uma mulher que sofria de uma hemorragia há doze anos, esperançosa, desejava pelo menos tocar em sua roupa para curar-se. E o consegue. Mas, Jesus, ao ser tocado, sente que uma força saiu dele e, identificando a mulher, lhe diz: "Filha, a tua fé te curou". (Me 5, 21-43) 15


O Espírito fez, então, brotar do nosso coração uma pequena prece de gratidão: Senhor, nós vos damos graças pelo Santo Padre, pela força que fazes chegar até nós através dele para curar as nossas feridas e males ... Obrigado pelo novo ânimo que recebemos. Vencido o impacto inicial do encontro com o legítimo sucessor de Pedro, chega o momento da mensagem pastoral do Santo Padre às ENS , a quem ouvimos com atenção filial. Surpreende-nos a sua humildade! " ...Sinto-me feliz por poder unir-me à vossa ação de graças pelos cem anos de nascimento do Pe. Caffarel... nos diz ele. Surpreende-nos mais ainda, a clareza com que exalta a pessoa do nosso fundador que " ... antecipando as orientações fecundas do Concílio Vaticano II, valorizou o chamado à santidade, ligado com a vida conjugal e familiar". Ficamos felizes pelo reconhecimento público feito pelo nosso Papa. Não nos surpreende a sua objetividade, nem o seu poder de encorajar-nos na busca da santificação. É impossível não nos comprometermos, depois de ouvi-lo reafirmar que, "durante toda a vida os esposos cristãos recebem, a missão de manifestar de modo visível, a aliança indefectível de Deus com o mundo ". É impossível não desejarmos fazer da nossa própria história de amor uma oferta permanente a Deus depois de ouvi-lo dizer-nos que " ... o Espírito do Senhor dá 16

aos esposos um coração novo e os torna capazes de se amarem como Cristo nos amou e de servirem a vida no prolongamento do mistério cristão, pois, na sua união 'é o mistério pascal da morte e ressurreição que se realiza " ' (aqui cita Paulo VI em Audiência às ENS em 1970). É impossível deixarmos de atender a sua exortação de buscarmos na sagrada Eucaristia, fonte do matrimônio cristão, " ... a ousadia necessária para o acolhimento, o perdão, o diálogo e a comunhão dos corações". O Santo Padre convoca-nos a "manifestar plenamente a graça do nosso Batismo nas missões especificas no seio da família, na sociedade e na Igreja" e, em particular "a participar cada vez mais ativamente na vida eclesial, sobretudo entre os jovens" que necessitam do nosso auxílio para viverem na fidelidade os mandamentos de Cristo na conquista da verdadeira felicidade. Por tudo isso, exultando de alegria, animados com a bênção apostólica recebida, retomamos do Encontro de Roma cheios de esperança. A exemplo de Maria, colocamonos nas mãos de Deus, para que faça de nós testemunhas vivas da Sua Aliança indefectível com o homem e que, se for do seu agrado, transforme as nossas atitudes em respostas aos anseios das farm1ias do nosso tempo.

Graça e Roberto CR Província Sul III CM 380


MlSSA PElA UNlDADE DOS CRlSTÃOS - OFERTÓRl Quando dos preparativos, ainda no Brasil, para o Encontro dos Regionais em Roma, no mês de janeiro 2003, recebemos a notícia de que na missa de responsabilidade da Zona de Ligação das Américas, o ofertório seria organizado pelo Brasil e a celebração teria como tema "A Unidade dos Cristãos". O que preparar? Que símbolos? O que lembra unidade? Finalmente a idéia ... Arcos de papel unidos um a um com as cores dos cinco continentes ... Bandeiras representando os países participantes. Bandeiras! Onde fixá-las? De que tamanho confeccioná-las? Nos dias que antecederam a viagem, muito se conversou e as tarefas foram divididas. Josefma e Ro-

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que comprariam os rolos de papel crepom nas cores dos continentes; Teresinha e Agostinho a confecção das bandeiras dos países participantes e, para fixá-las, bolas da isopor de bom tamanho, representando os continentes pintados pela Vera e José Renato, nas cinco cores. A montagem seria feita no local. Apelamos à temática "A informática em prol da Fé". Pesquisamos em vários sites e imprimimos as 22 bandeiras dos países participantes no tamanho de uma folha de papel sulfite e coladas a um palito de espeto. Chegou o dia da montagem. Como se faria a procissão do ofertório? Não dispúnhamos de muito tempo, pois a missa seria celebrada em 45 minutos devido a audiên-

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cia que os casais equipistas teriam logo mais com o Papa João Paulo II. Resolvido os detalhes, todos os casais da Super-Região Brasil se puseram a trabalhar. As bandeiras foram separadas de acordo com os continentes e espetadas nas respectivas bolas que os representavam Seguindo o mesmo raciocínio, confeccionamos anéis de papel crepom nas cinco cores e montamos uma enorme corrente. O momento do ofertório foi emocionante, a colaboração do Espírito Santo, a calma que é característica dos cristãos neste momento foi sentido por todos. As bolas de isopor com

as bandeiras foram levadas à frente do altar, ladeadas pela corrente, sendo que as extremidades foram presas em cada lado do altar e em seguida entrelaçaram as bolas e bandeiras. Um momento de fé inesquecível. A comoção foi geral, verdadeira unidade dos povos cristãos nos símbolos e na assembléia. Para nós, equipistas, mais um momento de verdadeira unidade e orgulho de sermos filhos deste maravilhoso país, que é o nosso Brasil e que ficará registrado na nossa história.

Teresinha e Agostinho CR Província Sul II

VlSlTAÀ CATACUMBA DE SAO SEBASTIAO

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No dia 21 de janeiro, durante o nosso Encontro de Roma, visitamos a Catacumba de São Sebastião, lugar onde permaneceu por algum tempo os restos mortais de São Pedro e São Paulo, ali ocultados para evitar saques de invasores bárbaros. Para a visitação, fomos distribuídos em grupos de 35 pessoas, todos sempre acompanhados por um guia. A expectativa entre os visitantes era marcante. Todos ansiosos por viver esta experiência que significa descer, literalmente, aos "porões" do cristianismo. As catacumbas são antigos cemitérios subterrâneos, usados por algum tempo pelas comunidades 18

cristãs e judaicas. As catacumbas cristãs originaram-se na metade do segundo século como conseqüência de várias concessões e doações, graças às quais os cristãos começaram a sepultar os seus mortos abaixo da terra, e a escavação continuou até à primeira metade do quinto século. Elas foram, na origem, apenas lugares de sepultura. Aqui os cristãos reuniam-se para celebrar os ritos fúnebres, os aniversários dos mártires e dos defuntos. Em casos excepcionais, durante as perseguições, serviram também como lugar de refúgio momentâneo para a celebração da Eucaristia. Mas elas CM 380


Equipes de Nossa Senhora

Temas de Formação

O CASAL CRlSTAO Sinal do amor de Deus, enviado para a lqreja e o mundo Pe. Flávio Cavalca de Castro

Abril

200 ~


O CASAl CRlSTAO Introdução O terceiro ano do projeto "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo" propõe a reflexão sobre o casal como sinal do amor de Deus e enviado para uma missão especial na Igreja e no mundo. Temos, pois, duas idéias: o casal sinal e o casal enviado. De início, parece importante recuperar essas noções de sinal e de missão para não ficarmos apenas na idéia mais superficial. Sinal: normalmente é para nós alguma coisa que indica outra. Pode ser um sinal meramente convencional como, por exemplo, uma palavra. Tanto que a palavra pode ter vários sentidos em uma mesma língua, ou até sentido totalmente diverso em outras línguas. Um gesto também é um sinal convencional. Há, porém, outros sinais que são sinais por sua própria natureza, e carregam em si um conteúdo maior não sendo simples sinais convencionais. O desenho de uma flor imediatamente sugere a idéia de flor em qualquer cultura e para pessoas de qualquer língua, não importando como se diz "flor'' nessa língua. Mas, se em vez do desenho de uma rosa tomo uma rosa real e a ofereço a alguém, essa rosa, exalamente por ser uma rosa, é um sinal muito mais forte, trazendo consigo toda uma carga de emoção. Quando falamos do casamento como sinal, não estamos dizendo que o casal deve preocupar-se em transmitir alguma mensagem, em representar alguma coisa, em tentar des-

pertar uma imagem. Estamos dizendo que o casal deve ser e sendo, estando presente, por si mesmo irá apresentar e não representar uma realidade a todos. Apresentar-se-á como um valor em si, que deve ser levado em conta, que deve ser colocado no conjunto dos valores a serem avaliados. No Evangelho de João, os milagres de Jesus são chamados de sinais. Cada milagre é um bloco concreto de realidade que. por si mesmo, dá a conhecer algo a respeito dele. Esse é o sentido que temos de dar à palavra sinal quando dizemos que o casal é um sinal. Missão: é a outra palavra em questão. Na linguagem comum, missão é pura e simplesmente envio de alguém, ou confiar a alguém uma incumbência. Missus é aquele que foi enviado para levar um recado ou alguma coisa. No sentido teológico, a palavra missão tem um peso maior, como a palavra apóstolo, que no grego, corresponde à palavra latina missus, enviado. Apóstolo não é apenas enviado para transmitir uma mensagem. É enviado, recebe uma missão no sentido mais profundo, é enviado com a capacidade de agir em nome de quem o envia. Como que torna presente e atuante quem o enviou; é, como diríamos hoje. seu procurador. O enviado bíblico é enviado como procurador de Deus, como procurador de Cristo; vai agir em nome de Deus e de Cristo. É o procurador bastante. Nesse sentido é que os apóstolos e todos os cristãos recebem uma mis-


sao· não apenas devem ir e anunciar, mas devem ir e ser pre ença do Cri sto. fazendo, unidos a ele, acontecer a salvação. Devem continuar seu trabalho, sua ação. Não substituem o Cnsto, mas são, de certo modo, a manifestação do seu agir salvífico. Qpem age neles é o Cristo, a ação dele(\ ec;tá unida à ação do Cristo. E<;se o <>entido forte da palavra de Jesus: "Como o Pat me enviou, a <;im eu vos envio" (Jo 20,21 ). Essas duas palavras, esses dois conceitos de sinal e missão precisam ser entendidos nesse sentido para que possamos dar todo o valor à proposição: O casal cristão é para o mundo sinal do anwr de Deus, é enviado para continuar a ação e a obra de Cristo. Missão à qual não podem fugir' 1 • O casa1 cristão é sina1 do amor de Deus na 1greja e no mundo

Jesus, o sacramento-sinal do amor que salva. Jesus, Filho encarnado, é sinal do amor de Deu c; que salva. É na pessoa uele, nJ !'-ua vida, na sua maneira de -;er, na <.;Ua maneira de falar, na sua maneira de relacionar-se que se ma-

nifesta o poder de Deus que salva. Não apenas anuncia que Deus quer salvar. mas anuncia: em mim que está presente a força de Deus salva. Jesus de Nazaré, através de sua realidade humana, com toda~ as conotações culturais que a caracterizam, manifesta, torna presente, torna atuante o amor poderoso da Trindade que recupera. eleva e plemfica a criatura humana.: Não apenas ensina um caminho, não apenas propõe uma doutrina. Ao mesmo tempo que faiJ, ele age interiormente nas pessoas, conquistando os corações que não se lhe fecham, de tal maneira que ele age por fora e por dentro. Ele é o poder de Deus, e nem pre · cisa falar; basta estar, basta estar como criança nos braços de Maria e ela, vendo nessa criança manifestaçõe& de alegria e ternura. está sendo objeto da ação salvífica de Deus. É esse Cristo. esse Jesus de 1\lazaré, que continua presente hoje no mundo. É com suil humanidade, unida à sua divindade, que continua agindo sobre nós, fazendo de nós uma só realidade. uma só vide1ra com ele.' A ação dessa humanidade de Cristo não terminou com a sua morte. Continua agindo depois de sua ressurreição

I. "L es chrétiens doivent <<prendre consc.icnce du caructerc trremplaçable du rôle qm leJr cst dévolu d •.ms le' aléas de la soc1été qui les entoure. Car les chrétiens ont u'1e importante miss10n ~ y remphr. Aucune société ... n'est en effet à couvert de déviations et d'égarerrents. [ .] Aussi !e rôlc des chrétiens dans la sodété n'est-il pas du tout arrivé a son terme. [... ] Le Christianisme occupe en effet une place centrale dans le développeme'lt de l'homme et de la société. Sans complexe. ii peut partiC!per à l'évolutiOn Car une bonne partie de la dynamique intelleclllellc et pratique de Ll sociéte modeme appartient au patrimmne chrétien "(Card. G. DANNEELS- Chrét1en · meil. t.rs ou d1fférents? - message de Noel 2001.) 2. 'Quem me v u, v.u o Pm!" (Jo 13.9), " ... o Pai que está em mtm, ele é quem realiza estas obras ... Eu estou '10 Pai e o Pai em mtm .. (Jo 14. I 0-11)

1. Jo 1'5

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gloriosa, sendo presença, manifestando a força de Deus que salva.

apenas anuncia e promete mas, pelo poder de Jesus, realiza a regeneração, faz acontecer a reconciliação, promove o crescimento da vida nova.

A Igreja, sinal-sacramento de Cristo 4 A Igreja também é sinal. Sinal e sacramento do Cristo. Ou seja, a comunidade que se forma em torno dele, a comunidade que continua vivendo depois que ele morreu e depois que deixou de estar presente visivelmente, essa comunidade existe enquanto é comunidade reunida em torno de Cristo e por ele mantida na unidade. Ele, o Filho encarnado, ressuscitado e glorificado, continua agindo através dessa comunidade sempre que ela anuncia, ora, vive os sacramentos e age no mundo para fazer acontecer o mundo novo que ele anunciou. Não vemos a ação do Cristo; o que vemos é a vida dessa comunidade que, na sua maneira de ser, deixa transparecer valores de justiça, liberdade e fraternidade, todos os valores afinal que ele trouxe. Sendo e vivendo assim é que a Igreja é no mundo poder de Deus que salva. A Igreja é, pois, sinal e mistério. Mistério, outra palavra tradicional da teologia, e significa que, numa realidade que vemos. no caso, a Igreja, está presente e manifesta-se o poder de Deus que salva. Corresponde também ao conceito de sacramento. O sacramento, mais que um gesto que se faz, é um momento que se vive na comunidade, um momento no qual se manifesta a presença salvífica de Cristo. A Igreja é assim sinal, mistério, sacramento de salvação. Não

O casal cristão, sinal-sacramento do amor de Cristo para a Igreja e para o mundo Nessa Igreja há diversas missões, tarefas, encargos e carismas; mas em todos manifesta-se e age o mesmo poder, que é o poder de Cristo. Nessa Igreja, que é sinal da presença salvífica de Cristo, o casal cristão é também sinal, sacramento do amor de Cristo para a Igreja e para o mundo. Na Igreja, o casal cristão, pelo sacramento do matrimônio, tem características e funções próprias e, portanto vai poder tornar o Cristo presente de uma maneira que lhe é própria. Em primeiro lugar porque ele e ela tornam presente o Cristo através da sua realidade de homem e de mulher; não apenas na sua realidade de homem e de mulher, mas na sua realidade de homem e de mulher unidos pela vida conjugal. Tomam presente o Cristo não apenas enquanto amam fraternalmente. mas enquanto estabelecem com outra pessoa um relacionamento de amor especial, que é o amor conjugal. O casaL na Igreja e no mundo. reflete de maneira especial a presença de Cristo, com um toque próprio, enquanto torna o Cristo presente e ativo para a salvação na paternidade e na maternidade, realidades que marcam profundamente homem e mulher, dan-

4. Lumen Gentium, 7: 8: " ... constituiu e incessantemente sustenta aqui na terra sua santa Igreja, comunidade de fé ... como organismo visível pelo qual difunda a verdade e a graça a todos": J. Paulo II, Redemptoris Missio,20;43:91.

IV


do-lhes uma característica única. uma possibilidade única de tomar presente o amor paterno-matemo de Deus. Toda a pessoa humana é sinal do amor de Deus. Aliás, a pessoa humana é, neste mundo, o único ser capaz de amar, capaz de se preocupar pelas outras criaturas. O casal é, mais ainda do que a pessoa, sinal desse amor de Deus, porque o amor que os une é um amor especial e mais exigente do que o amor fraterno e universal. É um amor que cobra mais, oferece mais. promete mab. 5 O casal é imagem de Deus não apenas enquanto pessoa, mas enquanto casal que vive a sexualidade conjugal6 e, vivendo essa sexualidade. toma presente no mundo o amor salvífico de Deus de uma maneira que lhe é própria. O casal torna presente a força salvífica de

Deus. que faz a felicidade, a <;a\vação e a plenificação das pessoas, através da sua vida familiar, criando ambiente onde filhos e outros podem descobrir a presença da bondade, da compreensão, da felicidade. Nesse mesmo sentido forte o casal cristão é sinal do amor de Deus, pela sua presença conjugal, ou seJa, pela sua presença enquanto casal, na vida política e social. O casal, não apenas o marido, não apenas a mulher. é que deve assumir e!-lsa ação polít1ca e social. É o casal, como um todo, que tem de jogar todo o seu peso, sabendo que assim está jogando, dentro da realidade social e política. o peso da presença do Cristo. Sem dúvida, essa sua presença, como casal, na política e na atividade social, vai trazer, necessariamente, uma ma-

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"A comunh.io de amor entre Deus e os homens. conteúdo fundamental da Revelação e da expenência de fé de Israel, encontra uma -;ua significativa expressão na aliança nupcial, que se instaura entre o homem e a mulher. É por isto que a palavra central da Revelação, «Deus ama o seu povo», é também pronunciada através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal. O seu vínculo de amor toma-se a imagem e o sunbolo da Aliança que une Deus e o seu povo. E o mesmo pecado, que pode ferir o pacto conJugal, toma-se imagem da infidelidade do povo para com o seu Deus: a idolatna é prostituição, a infidelidade é adultério. a desobediência à lei é abandono do amor nupc.al para com o Senhor. Mas a in11delidade de Israel não destrói a fidelidade eterna do Senhor e, portanto. o amor sempre fiel de Deus põe-se como exemplar das relações do amor fiel que devem existir entre os esposos." (FC 12) 6. "a sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com os atos próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente biológico, mas d1z respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal. Esta realiza-se de maneira verdadeiramente humana. somente se é parte integral do amor com o qual homem e mulher se empenham totalmente um para com o outro até à morte. A doaçao física total seria falsa se não fosse sinal e fruto da doação pessoal total. na qual toda a pessoa, mesmo na sua dimensão temporal, está presente: se a pessoa se reservasse alguma coisa ou a possibilidade de decidir de modo diferente para o futuro, sô por isto já não se doaria totalmente." (FC 11) "Esta totalidade, pedida pelo amor conjugal, corresponde também às exigências de uma fecundidade responsável, que, orientada corno está para a geração de um ~er humano, supera, por sua própria natureza. a ordem puramente biológica, e abarca um conjunto de valores pessoais. para cujo crescimento harmonioso é necessário o c~tá­ vel e concorde contributo dos pais." (FC 11)

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neira nova de enfrentar muitos problemas. Porque, pela sua presença como casaL vão promover de maneira forte e definitiva os valores do casamento, que englobam também os valores familiares, de tal maneira que a sociedade não seja dominada pelo poder e pelo dinheiro, mas seja formada. orientada e ordenada em vista das pessoas e da família. E assim que o casal cristão, sendo presença da Igreja e do Cristo, será sinal no mundo e na Igreja de hoje.

O casaJ cristão e sua missão especifica na igreja e no mundo 2.

A) Jesus enviado pelo Pai; a Igreja enviada pelo Cristo 7 Jesus foi enviado (missus, missão) pelo Pai, e a Igreja é enviada pelo Cristo. Essa missão, esse envio devem ser tomados no sentido forte que examinamos no início. Jesus é a presença do poder do Pai que faz a salvação. Não é simples mensageiro: quem me vê, vê o Pai (Jo 14,9); o

que o Pai faz, eu faço (Jo 5.19-30). A Igreja igualmente é enviada pelo Cristo nesse mesmo sentido; não apenas como mensageira, mas como procuradora, como aquela que age em nome do Cristo. Quem vos ouve, a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza (Lc 1O, 16). A Igreja é presença de Cristo e, nessa Igreja, cada cristão, unido a Cristo pelo batismo, é enviado para continuar a presença salvífica de Cristo no mundo. com toda a sua força. Quando um cristão age, quando tenta ajudar em alguma coisa, não está agindo sozinho, é o Cristo que age nele. Quando dizemos que é preciso "ver o Cristo presente no irmão'', muitas vezes estamos apenas usando uma figura de linguagem. Não. É num sentido forte e real que o Cristo está presente em cada batizado; esse homem e essa mulher estão unidos a Cristo pela participação na mesma vida. Ele e ela são com Cristo uma só videira. um só organismo, um só corpo. O que eles fazem para a salvação é ação deles e do Cristo. A ação de Cristo

7. LG. 17. "Assim como fora enviado pelo Pai, assim também o Filho enviou os apóstolos (cfr. Jo 20,21)( ... ) Este mandamento solene de Cristo, de anunciar a verdade da salvação. recebeu-o a Igreja dos apóstolos para lhe dar cumprimento até aos confins da terra (cfr. At I ,8); por isso faz suas as palavras do Apóstolo: Ai de mim se não evangelizar!" (I Cor 9.16), e continua. sem descanso, a enviar arautos do Evangelho (... ) Cada discípulo de Cristo participa na responsabilidade de propagar a fé ... LG, 33: "Os leigos. congregados no povo de Deus e constituídos no único corpo de Cristo sob uma só cabeça, quaisquer que sejam, são chamados a contribuir para o incremento e para a santificação perene da Igreja. como membros vivos. aplicando todas as forças recebidas de Deus e de Clisto Redentor. O apostolado dos leigos é participação na própria missão salvífica da Igreja; a este apostolado são destinados todos pelo Senhor ao receberem o batismo e a confirmação. ( ... )Mas os leigos são chamados de modo especial a tomar presente e operante a Igreja naqueles lugares e circunstâncias, onde ela só por meio deles pode vir a ser sal da terra. (2) Assim todo o leigo, por virtude dos dons que recebeu, é testemunha e ao mesmo tempo instrumento vivo da própria missão da Igreja segundo a medida do dom de Cristo" (Ef 4,7).

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to casal, recebe uma missão específica e característica. O Vaticano II diz que todos os batizados participam do sacerdócio de Cristo. de tal manerra que, pela sua vida. fazem a consa gração de toda a realidade a Deus, colocando tudo diante de Deus como hóstia e sacrifício de louvor. Pois bem, o casal além desse sacerdócio universal, que vem pelo batismo, vive também um sacerdócio universal, qualificado pelo sacramento do matrimônio. Seu poder de apresentar a natureza e a humanidade diante de Deus, como hóstia e sacrifício, recebe, pelo sacramento do matrimônio, uma qualificação especial,S

dhsocia-<;e da ação deles somente quando optam pelo pecado. Em cada gesto bom, em cada ato bom de um batizado está presente a força do Cristo que faz a salvação das pessoas. É o Cristo que trabalha, é o Cristo que se diverte, é o Cristo que ama, é o Cristo que escuta, é o Cristo que faz poesia, é o Cristo que faz música, é o Cristo que cria técnica. Tudo is5o para fazer o bem e a felicidade de todos. porque a salvação, que o Cristo anuncia e traz. não é apenas salvação da alma e na outra vida; enquanto possível na presente situação, é a plena realização da pessoa humana Já, agora. O Cristo age através, ou melhor, na ação de cada cristão. Se cada batizado é assim enviado em nome do Cristo para a salvação, o casal cristão também, enquan-

B) Em que consiste essa missão específica do casal cristão9 O casal, pela sua vida matrimo-

8. LG 10; 11: "os esposos cristãos, pela virtude do sacramento do matrimónio, que faz com que ele~ sejam ~ímbolos do mistério de unidade e de amor fecundo entre Oisto e a IgreJa, e que do mesmo nustérío partiCipem (cfr. Ef 5.32), aJudam-se mutuamente a consegmr a santid"de na vida conjugal e na aceitação e educação dos filhos, e gozam, para isso, no estado e na função que lhes são próprios, de um dom característico dentro do povo de Deus (cfr. !Cor 7,7). (7) (..)É necessário que nesta, que bem pode chamar-se Igreja doméstica, os pais sejam para os filhos, através da palavra e do exemplo, os primeiros arautos da fé. e fomentem a vocação própria de cada um. com especial cuidado a vocação sagrada." LG, 34· ''Cristo Jesus ( .. ) Àqueles que une intimamente à sua vida e missão, dá-lhes também parte no seu múnus sacerdotal em ordem a exercerem um culto espiritual. para glória de Deus e salvação dos homens. Por este motivo os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são dot"dos de capacidade para que o Espírito produza neles frutos sempre mais abun dantes. Todas as suas obras, orações e miciativas apostólicas, a \ida familiar e conJugal, o trabalho cotidiano, o descanso do espírito e do corpo. se forem realizados no Espínto, e ate mesmo as contrariedades da vida, se levadas com paciência, convertem- se em sacrif1cios espintuais. agradáveis a Deus (... ) Assim também os leigos, procedendo santamente em toda a parte como adoradores. consagram a Deus o própno mundo.' 9. rC(13)r.m tal sentido, partindo do amor e em permanente referência a ele, o recente 'iínodo pôs em evidência quatro deveres gerais da família: I a formação de uma comunidade de pessoas; 2 O serviÇO à vida, 3 participaç.__o no desenvolvimento da socied<.de; 4 a participação na vida e na missão da IgreJa.

VIl


nial e pela sua vida familiar, exerce um sacerdócio e pode, de um modo que lhe é próprio, consagrar ao Senhor como hóstia de louvor toda a realidade do amor humano, toda a realidade do relacionamento entre homem e mulher, sua sexualidade conjugal, sua maternidade, sua paternidade, sua presença no meio de uma família como centro gerador de amor. São os casados também que, sacerdotes pelo batismo e qualificados pelo matrimônio, poderão exercer uma ação característica de salvação e de transformação entre outros casais e outras famílias. Pelo sacramento do matrimônio, podem tornar o Cristo presente de uma maneira que é própria deles, e sua presença jamais poderá ser substituída pela de um celibatário, seja leigo ou clérigo. Nesse meio têm a possibilidade de agir de uma maneira especial, desempenhando uma função característica, porque dispõem de meios e de maneiras de se comunicar de que outros não dispõem. São enviados para serem presença da bondade salvífica de Deus, mostrando-a pura e simplesmente pela sua vivência cativante do amor. Coloquei essa palavra "cativante" de propósito, para salientar que eles, vivendo seu amor conjugal, com isso necessariamente irão cativar, conquistar outros para que assumam também a vivência do amor nas suas várias formas. O casal torna presente a salvação de Deus através da sua sexualidade conjugal. Em primeiro lugar, um para o outro, de tal maneira que essa vivência seja salvação para ambos. Mas também para o mundo, assim que sua vivência da sexualidade con-

VIII

jugal seja cura e recuperação para a humanidade, afogada mais que nunca no empobrecimento do sexo. Uma das possibilidades de o casal assumir a missão recebida de Deus é tornar presente a salvação de Cristo através da domesticidade da sua vida. Isto é, através da vivência dos valores da família, desde o início assumida por Deus como fator ou, se quiserem sacramento de salvação. Isso é tanto mais necessário quando uma boa parte da humanidade perdeu sua referência a esse núcleo fundamental, passando a organizar sua vida em torno de outros interesses. O casal deve tornar presente a força salvífica de Cristo através de sua imersão na vida comum. Os casados, mais do que qualquer celibatário, por mais dedicado que seja, estão comprometidos com a realidade da vida humana na sua totalidade. São salvos e salvam (encontram felicidade e dão felicidade) pela vida concreta partilhada - pão de cada dia, fraldas, encontros de amor, noites insones ao lado de berços, ajustes no orçamento, e tantas outras coisas que parecem não importantes - fazendo de sua vida hóstia de louvor ao Pai (lPd 2,5). Numa palavra, o casal cristão é chamado a desempenhar uma função específica na Igreja e no mundo através do sacramento do matrimônio, ou seja: porque se assumiram mutuamente no sacramento da vida matrimonial, podem ser um para o outro santificação, purificação, crescimento, realização. Pelo sacramento do matrimônio, ambos vão poder procurar sua plena realização humana e


bispos podem insistir. mas o que mais nos pode ajudar a compreender a profundidade da unidade do amor entre Cristo e a Igreja é o casal que vive plenamente seu matrimónio. 11 O casal na Igreja, além de procurar a santidade através do casamento, tem a missão específica de promover a santidade de todos os casais; não tanto pela atividade. pela pregação, pelas propostas, mas principalmente pela sua presença. Sendo presença do Cristo na realidade conjugal é que eles vão poder também promover a santificação das famílms e dos casais. Se a primeira missão do casal no mundo é. como já vimos, consagrar o mundo, 12 deve então tomar toda a realidade do mundo e da humanida-

cristã exatamente através da conjugahdade, não apesar da conjugalidade. Deverão ser "mais pessoa'' porque casados. Pelo sacramento do matrimónio, esse homem e essa mulher têm na Igreja e na humanidade uma função específica que podemos chamar de "sacerdócio familiar". Ou seja, para esse pequeno grupo humano, que é a família, eles são apresença santificante do Cristo. Através deles <;e dá na família a manifestação do poder, da vontade salvífica de Deus. 1r Analisando um pouco mais: Missão específica do casal na Igreja será mostrar na prática, na realidade concreta, a unidade e o amor fecundo entre Cristo e a Igreja. Os teólogos podem falar, o papa pode ensinar, os

lO. FC I' " .. Os esposos são portanto para a Igreja o chamamento permanente daquilo que aconteceu sobre a Cruz; sao um para o outro. e para os filhos, testemunhas da salvação da qual o sacramento os faz participar. Deste acontecimento de salvação, o matnmônio como cada sacramento, é memorial, atualização e profecia: «Enquanto memonaL o sacramento dá-lhes a graça e o dever de recordar as grandes obras de Deus c de as testemunhar aos filhos; enquanto atualização, dá-lhes a graça e o dever de realizar no presente, um para com o outro e para com os filhos. as exigências de um amor que perdoa e que redime; enquanto profecia. dá-lhes a graça e o dever de viver c de testemunhar a esperança do futuro encontro com Cristo>> ... II. LG. II " .. finalmente os esposos cristãos. pela virtude do sacramento do matrimónio, que faz com que eles sejam símbolos do mistério de unidade e de amor fecundo entre Cristo e i.l Igreja, e que do mesmo mistério participem (cfr. Ef 5,32), ajudam-se mutuamente a conseguir a santidade na vida conjugal e na aceitação e educação dos filhos. e gozam, para isso, no estado e na função que lhes são próprios. de um dom característico dentro do povo de Deus (cfr. !Cor 7,7). 12. LG, 34: "Cristo Jesus( ... ) Àqueles que une tntimamente à sua vida e missão, dá-lhes também parte no seu múnus sacerdotal em ordem a exercerem um culto espmtuaL para gl6ria de Deus e salvação dos homens. Por este motivo os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são dotados de capacidade para que o Espírito produza neles frutos sempre mms abund~ntes. Tod~s as suas obras, orações e iniciativas apostólicas. a vida familiar e conJugal, o trabalho cotidiano. o descanso do espfrito e do corpo, se forem realizados no Espmto, e <1té mesmo as contrariedades da v1da, se levadas com paciência, convertem se em ~acrifícios espirituais, agradáveis a Deus (... ) Assim também os leigos, procedendo santamente em toda a parte como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo."

IX


de e colocá-la diante de Deus como hóstia, de tal maneira que essa realidade seja realização do plano divino. O casal cristão, porque está unido a Cristo, tem de ser presença de uma esperança alegre, num mundo cheio de dúvidas e de tristezas, não apenas falando, mas vivendo. 13 Não é, repito, através de pregações, que vai acontecer a salvação da família. Será através da vivência de casais cristãos que se irá espalhando a realidade da presença do Cristo. O casal cristão tem no mundo uma responsabilidade especial. É enviado pelo poder de Cristo para dar solução a tantas dificuldades que aí estão. 14 O casal cristão deve ajudar o mundo a vencer sua alergia pelo cristianismo. esse mundo ao mesmo tempo tão tolerante com todas as idéias, com todas as correntes, e tremendamente refratário à presença cristã. O casal cristão tem de dar resposta para os problemas que ainda caracterizam a situação da mulher nas diversas culturas. Deve saber apresentar a vida matrimonial como caminho de santidade, mesmo para os casais irregulares, tanto mais que hoje muitos desses casais irregulares, apesar da situação que vivem, estão ansiosos a procurar um sentido espiritual para sua relação. O casal cristão tem de ajudar esses sofredores à beira do caminho. Deve

ser fermento no mundo em que a fidelidade não é valorizada; mundo que, quando fala de igualdade entre homem e mulher, de fato está pensando em equilíbrio de poder entre o homem e a mulher. e não propriamente em igualdade e parceria. O casal cristão, mais do que qualquer papa, poderá ajudar casais e jovens na redescoberta do valor moral e religioso do casamento, não só do casamento cristão, mas do casamento em si mesmo, realidade vivida por bilhões de pessoas fora da visibilidade da Igreja, pessoas que também estão esperando a possibilidade de. através do matrimônio, chegar à sua plena realização. O casal tem missão especial para com os que sofrem, os deficientes, os que vivem sem amor e sem carinho. O casal cristão é enviado para junto dos casais fracassados. Não para a condenação farisaica, mas na compaixão de quem sabe compreender. Afinal, parece que nada faz sofrer tanto como o fracasso no casamento, que foi imaginado como felicidade. como caminho de realização. O casal cristão tem a missão de ser "samaritano'' para o mundo. Ou seja, deve ser presença do Cristo que salva. resolvendo problemas concretos, não apenas com doutrinas e conselhos, mas com ação que diminua a dor, a fome, a ignorância, o medo. O casal cristão tem a missão de,

13. FC 52 "A família cristã, sobretudo hoje, tem uma especial vocação para ser testemunha da aliança pascal de Cristo, mediante a irradiação constante da alegria do amor e da certeza da esperança, da qual deve tornar-se reflexo: «A família cristã proclama em alta voz as virtudes presentes do Reino de Deus e a esperança na vida bem-aventurada»". 14. Cfr. Ser Casal.. III. pg 10:7-110.

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pela ua presença, anunciar o Evangelho com todas as suas Implicações, também as saciai<> e econômicas. Segundo Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi''. evangelizar significa fazer acontecer o Evangelho. Fazer acontecer a felicidade do homem por todos os meios lícitos e eficaze<;. Geralmente usamos meios lícitos, ma<; raramente usamos meios eficazes para transformar a realidade. Finalmente, o casal cri!-itão tem, no mundo. a mtssão de oferecer a todos, -.;olteiros e casados, gente de todas as idade<>, uma esperança fundada: exi!>te saída e existe caminho para a telicidade.

Portanto, o casal equipi'ita precisa romper o pequeno círculo da equi · pe e começar a ser fator de contágiO e de inoculação na grande Igreja e no vasto mundo. Se as equipes <,e fecharem e deixarem de assumir essa missão. vão transformar-se em gueto piedosinho. mas sem maior eficácia transformadora. É preciso que o casal equipista, tendo vivido a cxpenência da vida de equipe, mo tre o casamento como caminho de perfeição cristã. Não estou falando em nada de extraordinário: se hoJe hone lamente você pode dizer que. porque se casou com ele ou com ela, você é melhor do que era 20 anos atrás, hoje é melhor do que era há um mês atrás, você está mostrando com sua vida que o casamento é caminho de perfeição cnstã. Mostrar e propagar. Propagar significa espalhar: vamos esquecer a palavra "propaganda'', mas vamos ficar com a idéia de espalhar sementes, espalhar germes de vida, fazer avançar a mata atlântica. de tal maneira que, pouco a pouco, novas regiões sejam conquistadas. Essa é a missão do casal equipista, pelo fato de er equipista. Penso que nem será preciso argumentar muito. A missão do ca. ai equipista é mostrar, para a Igreja e para o mundo dor, casats, a utilidade de uma comunidade fraterna de casais. Não pretendemos que todos ~ejam equipistas: mas o que devemos querer, se estamos contentes com a nossa vida de equtpe, é que muitos e muitos outros casais descubram o valor dessa vida de comunidade fratemct de

3. A missão específica do casal equipista e seu modo específico de ser sinal Até agora falamos do casal cristão. E o casal equtpista, qual sua mis<>ão específica, qual sua maneira própria de 5er sinal? Inicialmente, podemos dizer que, mais do que os outros casais cristãos, o casal equipista tem a missão de mostrar e propagar o valor do amor humano e do sacramento do matrimônio. Isso não é privilégio, mas obrigação, porque mai-.; que a maioria dos casdis cristãos. o casal equipista tem tido oportunidade de refletir sobre isso. Já são 64 anos que as Equipes de ~ossa Senhora estão refletindo <>obre a vida conjugal como caminho de perfeição. Está na hora de detxar isso extravasar. Receberam um carisma que as obriga à missão. ~

s

o . 9,30.34

XI


casais, e vão formando também seus pequenos núcleos comunitários de casais cristãos, espíritas, maometanos, budistas. Através da vida, dos cantatas, da influência, colocandonos à disposição de dois ou três casais que estão procurando orientação, tornando-nos, de certa forma, pólos de atração e de conquista. Há condições para que um casal cristão, e equipista de maneira especial, possa desempenhar essa missão na Igreja e no mundo, sendo força de transformação e sendo ao mesmo tempo manifestação da presença salvífica de Deus: • Próprio texto ''Ser Casal...lll" lembra ser preciso que os casais cristãos tenham uma consciência bem formada, tenham clareza do que é bom, do que leva à felicidade, do que leva à realização. Que saibam distinguir entre as propostas válidas e as inválidas. ou seja, que tenham rumo na vida. • Para ser sinal e desempenhar sua missão, é preciso que o casal equipista seja um casal compreparação adequada e competência necessária. Já não é suficiente a boa vontade. É preciso saber, ter clareza; e saber não apenas as coisas da Igreja e da revelação, mas saber também quais são os mecanismos psicológicos que funcionam na vida do casal, no relacionamento entre as pessoas. Não é preciso ter formação universitária, mas é preciso saber. É preciso que o casal seja competente em conjugalidade cristã. • É preciso que os casais, para maior eficiência, se organizem e aper-

feiçoem sua organização, seus métodos de ação; é preciso que desenvolvam ao máximo um sistema de cooperação mútua entre todas as forças cristãs em ação no mundo.

Conclusão A Igreja, o Mundo e o Movimento precisam do sinaL da presença do casal cristão; e não só do casal cristão, mas de todo casal sincero, de qualquer fé. de qualquer cultura, que tenta viver o seu amor conjugal, que vem de Deus e os deve levar para Deus. A Igreja e o Mundo precisam disso. É através desse esforço para ser sinal de salvação, é através desse esforço para ser presença de uma força que traz felicidade para as pessoas, é exatamente através disso que o casal cristão atinge sua realização e a felicidade que procura. Felicidade e realização que jamais conseguirá enquanto for casalzinho fechado sobre si mesmo, ostra impenetrável a esconder uma pérola egoísta. É preciso permitir que a concha se abra para o mar da humanidade, e deixar à disposição de todos a riqueza que lhe foi dada. Somente assim o casal não irá murchar com o passar dos anos, mas será como grande árvore, a expandir sempre seus ramos, sem definhar, até que um dia, quem sabe, uma grande tempestade a derrube na plenitude de seu vigor, a caminho da sua realização plena. Pe. Flávio Cavalca de Castro SCE da Super-Região Brasil


nunca foram usadas como esconderijos secretos dos cristãos, sendo isso pura lenda, ficção, proposta por romances e filmes. Acabadas as perseguições, sobretudo no tempo do papa São Damaso (366-384), as catacumbas tornaram-se verdadeiros e próprios santuários dos mártires, centros de devoção e de peregrinação de cristãos de todas as partes do império romano. Nas catacumbas, as sepulturas dos primeiros cristãos eram extremamente simples e pobres. Como Cristo, os cristãos eram envolvidos num lençol ou sudário, sem caixão. As cavidades eram fechadas em seguida com placas de mármore ou, na maioria dos casos, com telhas fixadas por argamassa. Sobre a placa, escrevia-se às vezes o nome do defunto, com um símbolo cristão ou os votos de paz no céu. Com freqüência eram colocadas junto aos sepulcros lamparinas a óleo ou pequenos vasos com perfume. Pela sua colocação em filas sobrepostas umas sobre as outras, as sepulturas davam a idéia de um vasto dormitório, chamado cemitério, termo de origem grega que significa "lugar de repouso". Os cristãos queriam afirmar dessa forma a própria fé na ressurreição dos corpos. Quando os bárbaros (Godos e Longobardos) invadiram a Itália e desceram até Roma, destruíram e saquearam muitos monumentos, inclusive as catacumbas. Pelo final do oitavo e início do nono século, os papas fizeram transferir, por razões de segurança, as relíquias dos mártires e dos santos às igrejas da cidade. CM 380

Os cristãos serviam-se de símbolos, como sinal concreto de uma idéia ou realidade espiritual. O símbolos mais utilizados são: o Bom Pastor (Cristo salvador e a alma salva por Ele); o orante (a alma que já vive na paz divina); o monograma de Cristo (indicava que o defunto era cristão); o peixe (emblema e compêndio da fé cristã); a pomba (a alma na paz divina); o Alfa e o Ômega (Cristo é o início e o fim de todas as coisas); a âncora (salvação); ·a fênix (ressurreição). Os símbolos e afrescos são como um Evangelho em miniatura, um sumário da fé cristã. Devido ao precioso patrirnônio de pinturas, inscrições, esculturas etc. as catacumbas são consideradas autênticos arquivos da Igreja primi-

Nas catacumbas, tudo fala de vida mais do que de morte. Cada galeria percorrida, oferece uma clara mensagem deféede testemunho cristão.

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tiva, que documentam os usos ecostumes, os ritos e a doutrina cristã, como era então entendida, ensinada e praticada. Apesar de as catacumbas serem, depois de tudo, apenas cemitérios, elas falam à mente e ao coração dos visitantes com uma linguagem silenciosa e eficaz. Nas catacumbas, tudo fala de vida mais do que de morte. Cada galeria percorrida, cada símbolo ou pintura encontrada cada inscrição lida faz reviver o passado e oferece uma clara mensagem de fé e de testemunho cristão. As catacumbas são a prova histórica de que a Igreja das origens foi uma Igreja de mártires, e uma Igreja de Cristãos autênticos que, na vida de todos os dias, testemunharam a fé e o amor a Cristo. "Hoje, a Igreja tomou-se novamente Igreja de mártires" (João Paulo II). A memória das origens e a visita às catacumbas fazem-nos compre-

ender melhor o significado e o valor do testemunho do martírio, que a Igreja dá ao mundo. Foi comovedor andar por aqueles corredores por onde passaram tantos mártires. Acreditamos que esta peregrinação à Roma, fez um grande bem às nossas almas. Pudemos, de certo modo, apalpar a unidade, a santidade, a catolicidade, a apostolicidade da Igreja de Nosso Senhor. Nossa Santa I&reja é de origem divina, é eterna. As vezes, ela pode passar por fases difíceis, como naqueles primeiros séculos de perseguição, mas Nosso Senhor nunca a abandona. Hoje, dois mil anos depois, todos estes templos, monumentos e relíquias que veneramos em Roma, testemunham que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (D. Eugênio de Araújo Sales). Nilza e Nivaldo Araújo CR Regüio Mato Grosso do Sul

"EA FESTA ROLOU ... " Na noite do penúltimo dia do Encontro de Roma, houve um grande momento de congraçamento. Foi uma verdadeira confraternização, onde todos os equipistas e conselheiros espirituais esqueceram as diferenças de língua e de costumes e adotaram a linguagem universal da alegria e da descontração. Também, pudera! A animação da noite ficou a cargo de quem? 20

Quem? Da nossa Super-Região Brasil! E foi com um repertório de músicas do cancioneiro popular dos países presentes que nós, brasileiros homenageamos a todos. Como o nosso país é imenso e não tínhamos tempo para preparar a festa da unidade, os equipistas brasileiros eram convocados para os ensaios, após o término dos trabalhos, ou seja, depoi da 23:00 horas. Para CM 380


não quebrar a surpresa, procuramos um lugar onde fosse possível ensaiar, sem atrapalhar os demais participantes ou hóspedes do hotel. Também aproveitamos o tempo que tivemos, enquanto o ônibus nos levava para a visita às catacumbas. Com o tempo que era utilizado para os ensaios, os brasileiros iam para os quartos, por volta da 1:00 da manhã. Mas, todo sacrifício valeu a pena. Iniciamos ao som do samba "Aquarela do Brasil", acompanhado pelo violão (Chico, da Sílvia), cavaquinho (Daniel, da Jussara), TanTan (Macedo, da Conceição), afoxé (Ál-

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varo, da Eneida), e ganzá (Eduardo, da Angélica), além do coral de vozes regidos pelo casal provincial Sul ill, Graça e Roberto. Ninguém ficou parado, e as nações dançavam ao ouvir suas músicas tradicionais como: Volare; Funiculí, Funiculá; Arrivederci Roma; Y viva la Espafía; Cielito Lindo; Adelita; La Vie en Rose; Yesterday; Coimbra; Lisboa Velha Cidade e outras tantas. Um dos pontos altos da festa foi quando a Província Norte, liderada por Graça e Encarnação e o Padre Genaro, comandaram a coreografia do Boi de Parintins, embalados pela toada "Meu coração é Vermelho" que contagiou o público. Toda a platéia aderiu aos passos da-dança indígena do Boi, enquanto recebiam das mãos dos coreógrafos, balões vermelhos em forma de coração, simbolizando o calor humano levado por nós brasileiros ao frio de Roma. A Província.Nordes21


te com seus casais liderados por seu casal Provincial, Cida e Raimundo, apresentou uma tradicional quadrilha junina e, ao final, convidou a todos a formarem uma grande roda para dançarem juntos o forró. Todos os outros provinciais e regionais encerraram juntos, cantando as nossas tradicionais marchinhas de carnaval (Cidade Maravilhosa; Jardineira; Me dá um dinheiro (Euro) aí; Chiquita Bacana e outras). Também destacamos os nossos tradutores oficiais naquela noite: O Roque, da Josefma (Inglês); o Carlos Eduardo, da Maria Regina (Francês); O Chico, da Sílvia (Espanhol) e o Pedro, filho de Maria Regina e Carlos Eduardo (Italiano). Pois bem irmãos, o país tropical, abençoado por Deus, deu conta direitinho do recado e mostrou lá fora, naquela noite de paz abençoada por Nossa Senhora, porque dizem que "Deus é brasileiro". 22

]ussara e Daniel CR Região Paraíba CM 380


, AVANÇARPARA AGUAS MAlS PROFUNDAS Queridos casais e sacerdotes conselheiros espirituais: Como membros da Igreja, nós, das Equipes de Nossa Senhora, devemos estar muito atentos às linhas diretrizes traçadas pelo Santo Padre. Nesse sentido, na sua recente Carta apostólica, "Novo Millennio Ineunte", ele faz um apelo muito claro a todos os cristãos para "avançar para águas mais profundas". Devemos compreender esse apelo como um convite insistente a ir mais longe ... , a sair da rotina espiritual, em busca de horizontes novos dentro de nós mesmos e do ambiente em que vivemos. Aproveitando esta oportunidade de falar com vocês, nós nos propusemos a lhes sugerir algumas pistas que, podem nos ajudar, como membros das Equipes, a responder, de maneira eficaz, ao convite de João Paulo ll.

Dentro de cada um de nós Se quisermos progredir em algum campo de nossa vida, temos necessidade de aprofundar o conhecimento de nós mesmos. À primeira vista, isso parece fácil, mas, na verdade, trata-se de um dos mais árduos desafios que nos são propostos, mas que precisamos, verdadeiramente enfrentar. Num retiro espiritual do qual participamos recentemente, o padre que o dirigia nos convidou a fazer, individualmente, um exercício que paCM 380

recia simples: fazer uma lista de nossas "fraquezas", e também de nossos "pontos fortes"; das "oportunidades" que o nosso meio nos oferece para nos realizarmos como pessoas e também das "ameaças" ou dos obstáculos que encontramos. O exercício deveria ser feito num diálogo íntimo com o Senhor e com a ajuda do Espírito, tendo em mente nos aceitarmos como somos ("sem mim, nadapodeisfazer", Jo 15,15). Mas é claro que não é fácil reconhecer nossas fraquezas e nossos defeitos assim como os talentos que Deus nos deu. O exercício se reve• lou muito interessante do ponto de vista pessoal, mas tornou-se apaixonante quando confrontamos, em casal, nossos diagnósticos pessoais, através de um diálogo conjugal fecundo (Dever de Sentar-se) na presença de Deus. Isso nos permitiu tomar algumas decisões para tentar corrigir nossos próprios defe1tos ou 23


fraquezas e cultivar nossos pontos fortes. Esse exercício favoreceu também a escolha de regras de vida concretas para cada um de nós.

Dentro do casal Da mesma maneira que para cada pessoa, o conhecimento aprofundado do casal é fundamental para o progresso espiritual; o método descrito acima pode também ser útil para avançar para "águas mais profundas" num maior conhecimento do casal. O objetivo que o Movimento nos propõe é o de progredir na espiritualidade conjugal, que não é outra coisa senão tentar viver os valores evangélicos, começando pelo amor doação, como o amor de Cristo. Mas, como poderemos viver seguindo o exemplo de Cristo se não nos aprofundarmos na "escuta assídua de sua Palavra"? Essa escuta deve ser o momento para se fazer, em casal, um profundo exame de consciência e avaliar com que seriedade assumimos esse Ponto Concreto de Esforço.

Na nossa equipe Como avançar na direção das águas profundas? Lembremo-nos simplesmente da razão de ser da Equipe: "Porque conhecem a própria fraqueza e a limitação das próprias forças, porque a experiência de todos os dias prova-lhes o quanto é difícil viver como cristãos num mundo pagão ... e porque têm uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraternal, decidiram unir-se em equipe" (A Carta). Isso quer dizer que o auxílio 24

mútuo é a razão última da vida em equipe. Achamos que a reunião de balanço no flm de cada ano, ou uma reunião especial podem ser um tempo propício para aprofundar o conhecimento de nossa equipe: fraquezas, pontos fortes, oportunidades, ameaças. À luz desta análise, podemos rever como se manifesta o auxílio mútuo na nossa equipe e a importância que damos aos diferentes momentos da reunião da equipe, procurando caprichar na Partilha dos Pontos Concretos de Esforço como ferramentas privilegiadas para ir mais longe na espiritualidade conjugal.

Na missão As Equipes de Nossa Senhora não são "abrigos para adultos bem intencionados, mas sim grupos de voluntários, generosos e ati vos" (A Carta). Aceitemos, portanto, o convite do Papa para rever nosso engajamento missionário em nível pessoal, de casal e de equipe. Quais são as necessidades de apostolado do ambiente em que vivemos e, sobretudo, no que se refere ao casal e da família? Nós gostaríamos de convidá-los a ler mais uma vez a "Segunda Inspiração" (Documentos Básicos), que nos sugere espaços concretos de apostolado. Não nos esqueçamos, também, do apelo preciso que nos fez João Paulo II por ocasião da celebração dos 50 anos da Carta: "Respondam ao apelo da Igreja para uma nova evangelização, fundada no amor e na vida de família. Hoje, a Igreja tem mais necessidade de leigos casados, com uma CM 380


boa formação, em que fé e vida se nutrem mutuamente. Os casais cristãos têm também um dever missionário e um dever de ajuda em relação aos outros casais, aos quais desejam transmitir sua experiência e manifestar que Cristo é a fonte de toda a vida conjugal" (João

Paulo II- 50° aniversário da CartaGuia das ENS, XI- A Missão). Unidos em oração, nós lhes enviamos um grande e forte abraço. Seus amigos,

Constanza e Alberto Alvarado Casal membro da ERI

Palavra do Conselheiro Espiritual da ERl

DUC lN AlTUM! João Paulo II lembrou vigorosamente a palavra de Jesus (Lc 5, 4), na sua Carta para o começo deste milênio. Continuemos atentos a essa palavra: o que ela ensina é sempre válido para as Equipes, como também para todos os cristãos. Lembrem-se: Jesus pede a Pedro de ir para águas mais profundas e aí jogar suas redes de pesca, uma vez que ele ainda não havia pescado nada. Na verdade, o que Jesus aconselhara a Pedro? Ele lhe dissera para ir mais longe, para uma

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parte mais funda, avançar, confiando na sua palavra. E as redes ficaram cheias. Equipes de Nossa Senhora, seremos capazes de ir mais longe e mais fundo nas exigências espirituais da Carta, na prática dos Pontos Concretos de Esforço, na confiança na Palavra de Jesus que alimenta a oração? Equipes de Nossa Senhora, saberemos tomar a iniciativa de lançar as redes de nossos convites a outros casais, para reuni-los em equipes que os sustentem e para que desenvolvam a sua espiritualidade conjugal, um longo caminho a percorrer? Equipes de Nossa Senhora, temos nós, verdadeiramente, apoiando-nos uns nos outros, a vontade de enfrentar os desafios que a sociedade apresenta para o casamento e a farru1ia, para a salvaguarda da criação, para o paz entre os povos, para o respeito aos direitos humanos? Equipes de Nossa Senhora, desejamos realmente avançar nos caminhos da santidade, tanto pela nos25


sa vida pessoal e conjugal, como também pela participação ativa nas inúmeras formas que se apresentam na missão da Igreja, sem negligenciar o acolhimento, sempre mais lúcido e fiel, da graça da Eucaristia ou da reconciliação? Equipes de Nossa Senhora, quando as tempestades nos abalam, aquelas que vêm do nosso mundo tão vasto, ou aquelas que resultam de nossos tormentos interiores e de nossa infideHdade, temos nós a ousadia de enfrentá-las, com uma confiança inabalável no Cristo presente na sua Igreja? Equipes de Nossa Senhora, escutemos ainda estes apelos do Papa: "Deus nos pede uma colaboração real com a sua graça, convidando-nos, por conseguinte, a investir, no serviço pela causa do Reino, todos os nossos recursos de inteligência e ação; mas ai de nós se nos esquecermos que 'sem Cristo, nada podemos fazer' (Jo 15, 15)" (Novo Millennio, no 38).

João Paulo II nos diz: "Não se trata de inventar um 'programa novo'. O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Concentra-se, em última aruílise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar, imitar. .. " (Novo Millenio, n° 29). A Carta das Equipes de Nossa Senhora, não está ela centrada sobre o Cristo? Toda a vida do Movimento tende a nos levar, juntos, a "avançar para águas mais profundas", deixando-nos estimular pela Palavra de Jesus. Para os próximos anos - os responsáveis regionais refletiram sobre isso em Roma- teremos que dirigir nossos barcos para mais longe, sob o vento do Espírito, para levar aos que nos cercam o testemunho humilde e fiel da graça de sermos casais membros do Corpo de Cristo.

Pe. François Fleischmann Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERI

.. ... . . . . .... .... .. ..... . .. .... . .. . NOlÍClAS lNTERNAClONAlS 1. Polónia Como temos noticiado muitas vezes no Correio da Equipe Internacional, alguns casais, desejando aprofundar sua espiritualidade conjugal no espírito da Carta das Equipes de Nossa Senhora, decidiram criar esse movimento internacional na Polônia. Essas equipes foram acolhidas no seio das Equipes de Nossa Senhora 26

e formaram o setor polonês. Várias desses casais tinham sido membros da Igreja Doméstica, um ramo do movimento "Lumiere-vie". A Igreja Doméstica foi criada em 1974, a partir daquilo que faziam as Equipes de Nossa Senhora. Eles adotaram quase toda a nossa pedagogia, continuando, por razões históricas, separadas das ENS. Com o CM 380


tempo, porém, esse movimento evoluiu de uma forma diferente, levando alguns de seus membros a voltarem para o carisma profundo e fundamental das Equipes de Nossa Senhora. Os responsáveis do movimento internacional das Equipes de Nossa Senhora e da Igreja Doméstica da Lumiere-vie encontraram-se recentemente na França a fim de afirmar sua vontade fraternal de promover a espiritualidade conjugal e familiar no respeito às diferenças próprias de cada um dos movimentos. Essas diferenças, não são uma desvantagem, mas, ao contrário tornam-se um meio que lhes permite servir melhor o Evangelho e fazer crescer os casais ou as fanu1ias no seu aprofundamento do Amor, da Felicidade e da Santidade, tendo em vista a construção do Reino de Deus.

11. Os Encontros Mundiais àos Responsáveis àas ENS "O casal chamado pelo Cristo à Nova Aliança" Durante o mês de janeiro de 2003, foram realizados, em Roma, os primeiros Encontros Mundiais dos Responsáveis de Regiões e Super-Regiões do mundo. Eles tinham como finalidade preparar as grandes orientações para os próximos anos. Nesses dias tivemos inúmeros tempos fortes de celebração: em Santa Sabina e São Pedro, na Catacumba de São Sebastião ou ainda na Casa Domus Mariae que nos acolhia. Esse tempo de oração sustentou, juntamente com as palestras, CM 380

a reflexão dos 300 participantes que tratava dos seguintes temas: • O casal no Evangelho - Quais os métodos nas ENS? • Situação dos casais na Igreja Qual pode ser a contribuição das ENS, hoje, e de que maneira elas podem agir? • Mistério do amor humano- Diante das situações em que se encontram os casais, hoje, qual é ou deveria ser o acolhimento das ENS? • O sacramento do Matrimônio na missão da Igreja- Qual a orientação espiritual para os casais do Movimento? • A vida espiritual dos casais - O que as ENS podem levar, hoje, à vida dos casais? O que pode se fazer para o futuro? Sobre quais pontos insistir? Como podemos melhorar tudo aquilo que está no campo de ação das ENS? • Herança do Pe. Caffarel - Carisma fundador do Movimento A missão dos regionais e dos responsáveis do Movimento. • A missão dos leigos na IgrejaQuais as pistas que podem orientar as ENS durante os anos 2006 a2012? Nessa ocasião, tivemos a oportunidade de celebrar o 100° aniversário de nascimento do Pe. Henri Caffarel, nosso fundador, e de lhe pedir que intercedesse junto ao Pai pelo Movimento. O Colégio Internacional, que aconteceu a seguir, permitiu a tomada de decisões sobre as orientações que foram dadas aos equipistas no Encontro Mundial de Roma, deste ano. 27


ESCOLHA DO HlNO DO ENCONTRO NAClONAl DAS ENS No dia 22 de janeiro reuniu-se a Comissão Julgadora do Hino, formada por músicos, compositores e participantes de grupos de música. Depois de um momento de oração, seguido da leitura do Regulamento do Concurso, as oito composições inscritas foram avaliadas inicialmente quanto ao atendimento dos requisitos estabelecidos pelo Regulamento. Todas as melodias foram então ouvidas repetidas vezes, com o objetivo de avaliar a musicalidade e a letra, a fim de escolher aquela que melhor se adequaria aos objetivos do 1o Encontro Nacional. As três classificadas foram: Lugar: Pseudônimo de ESPERANÇA. Composta por Olga Zdebski Batista (do Adalberto), Equipe Nossa Senhora Aparecida, Setor E - Cascavel, Região Paraná Norte; • 2° Lugar: Pseudônimo de MABRAG. Composta por Maria Bueno da Silva (do Elias), Equipe Nossa Senhora de Fátima, Setor Bragança Paulista - Região São Paulo Centro I; • 3° Lugar: Pseudônimo TUNICA. Composta por Glória Bastos Geronimo (do José Fiorini), Equipe Nossa Senhora Mãe do Lar, Setor Man1ia- São Paulo.

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Como foi publicado na Carta Mensal de junho/julho de 2002, o Hino vencedor foi premiado com uma inscrição integral no 1o Encontro Nacional, cabendo ao segundo e terceiro colocados uma inscrição com desconto de 50 e 30% respectivamente. Gostaríamos de agradecer a todos que enviaram suas contribuições, e dizer que foi uma tarefa muito difícil essa escolha. Esperamos que, pela publicação da letra e da música, todos possam preparar melhor sua participação no Encontro. Sugerimos que esse Hino seja cantado em momentos de oração, em preparação ao Encontro e pela realização do Encontro. Mariola e Elizeu Coordenadores Locais do Encontro Confira nas páginas seguintes, letra e partitura da música vencedora 28

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Hino do Primeiro Encontro Nacional das ENS Tom: D-Ré maior - Introd: DGADA O h o um d.1a nos un1u .G. 1. Um gran d e son A

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E com Maria decidimos cam inhar E às Eq!frpes de Nossa

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A7, . d .d. O Nossas f am1 11as eCI 1mos consagrar. O 07

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Maria protegei-nos!

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ex~~plo da família de ~~zaré,

A7. b d .f. O_ {A) Somos casa1s uscan o a sant1 1caçao.

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2. Nosso carisma é buscar em Jesus Cristo .A .dGd . 0 a espmtua 11 a e conjuga 1

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Na plenitude de viver o matrimônio

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Maria protegei-nos! A . d os pe Ia tua O mao ser gUla Queremos

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ex~~ pio da família de ~~zaré,

A7. b d .f. O_ {A) Somos casa1s uscan o a sant1 1caçao.

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3. Como equipistas a cumprir nossa missão Os Pontos Concfetos de Esfgrço

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partilh~r ~m

O Evangelho, a comunhão na Eucaristia

A7 I , . f . .O Sen do exemp o no conv1v1o am1 11ar.

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Maria protegei-nos! A . d os pe Ia tua O mao ser gUla Queremos

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E a exemplo da família de Nazaré,

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Somos casa1s uscan o a sant1 1caçao.

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autora Olga Zdebski Batista (do Adalberto) Eq. N. Sra. Aparecida - Setor E - Cascavel, Região Paraná Norte 30

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ENCONTRO DE BRASÍllA Olá, pessoal! E aí? Está tudo pronto para embarcar rumo a Brasília? Quanto a nós, estamos mergulhados na preparação do evento para receber vocês de braços abertos e com aquele sorriso amigo e carinhoso que marca todos os nossos encontros. Na certa, vocês já devem estar se organizando nos seus setores ou regiões para, juntos, em clima de festa e oração, se dirigirem para cá. Quem ainda não se organizou, já está atrasado. Gostaríamos de pedir-lhes que leiam esta carta com muita atenção, porque aconteceram algumas modificações importantes, que trouxeram benefícios para o nosso Encontro. 1. A principal modificação foi a mudança do local. Todas as atividades do Encontro, (liturgia, palestras, grupos, refeições etc.) serão realizadas no Pavilhão de Exposições, no PARQUE DA CIDADE (EXPOBRASÍLIA). 2. CONFIRMAÇÃO DE INSCRIÇÃO - Vocês estarão recebendo agora uma ficha de Confirmação de Inscrição que deverá ser preenchida corretamente e devolvida logo após o seu recebimento. 3. CARfADEAPRESENTAÇÃO-até 1O de maio todas as parcelas (inclusive a de abril) devem estar pagas. Depois disso, vocês receberão uma Carta de Apresentação, com o nome e o endereço do hotel onde ficarão hospedados. Essa CARTA deve ser entregue na recepção do hotel, no momento da chegada. CM 380

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Todos os equipistas de uma mesma região ficarão hospedados, preferencialmente, no mesmo hotel. Os ônibus fretados devem ir diretamente para os hotéis. Os que vierem por avião ou ônibus regular serão recepcionados, a partir das 12 horas, no aeroporto ou na rodoferroviária. Quem vier de carro deve se dirigir aos hotéis. Aí, a partir das 14 horas, haverá um casal para receber os participantes e lhes entregar todo o material e as instruções do Encontro. Os que ficarem hospedados em residências de parentes ou amigos receberão esse material, a partir das 12 horas, na SECRETARIA do Pavilhão de Exposições. O jantar começará a ser servido, na EXPO às 18,30 h, com término às 20 horas. A abertura está marcada para as 20,30 h. TRASLADOS- Todos os traslados para o Parque ou para os hotéis serão realizados por ônibus especiais, nos horários fixados no quadro de avisos dos hotéis. Pedimos, desde já, a colaboração de todos na locomoção de um lugar para outro. Assim, os horários de todas as atividades serão cumpridos com tranqüilidade. Como vocês já sabem, as inscrições foram encerradas no dia 28/ 02; portanto não haverá possibilidade de inscrições de última hora. Com um grande abraço,

Wilma e Orlando 31


QUARES1V1A E CAMPANHA DA FRATERNIDADE Aconteceu na longínqua Grécia, segundo narram as crônicas. Arguias, rei dos Tebanos, rico e poderoso, organizou um banquete sem precedentes para seus amigos e súditos. No meio da festa, enquanto o povo dançava e bebia, um jovem se aproxima de Arguias, entregando um bilhete: -Majestade, não deixe de ler o recado. É algo muito importante. Arguias, já meio estonteado pela bebida, amarrotou o bilhete, guardando-o distraidamente sob as dobras do manto real. E a festa prosseguiu em Tebas, louca, delirante, madrugada adentro. Ao clarear o dia, Tebas estremeceu: O rei Arguias foi encontrado morto em seu leito, com a lâmina fria de um punhal encravado no coração. Junto à arma homicida, sob. as vestes reais, um bilhete embebido em sangue, onde se lia: "Majestade, tenha muita cautela, esta noite. Dentro do Palácio esconde-se um inimigo traiçoeiro. Sua vida, majestade, corre perigo". O recado, chegara a tempo, mas o rei não lhe deu atenção. E a tragédia aconteceu. Deus também envia recados, sinais. Muitos atendem, escutam. Outros nem ligam. Por desinteresse, falta de tempo ou falta de motivação. 32

A campanha da fraternidade nos propõe o quê? A cada ano, a Campanha da Fraternidade nos propõe um tema para ser assumido com seriedade e atenção especial. Louvável iniciativa da Igreja, dos nossos pastores e guias espirituais. O grande perigo é a displicência, o descaso, nossos mil afazeres e preocupações. Vemos com os olhos. Cantamos os cânticos da respectiva Campanha, escutamos palestras, lemos artigos, as revistas católicas falam, abordando o assunto. Um coro de vozes se une tentando nos conscientizar. Distraídos, apressados, reticentes, desligados, nem sempre traduzimos em gestos concretos a proposta que a Igreja nos faz. As verdadeiras conversões são sempre penosas, difíceis. Sem querer ser pessimista, penso às vezes que muitas Campanhas da Fraternidade ficam na periferia, meio perdida ou amarrotada, como aquele bilhete importante que o rei Arguias não leu ... É uma pena, porque no fundo é o próprio Evangelho que a gente termina mutilando. A voz de Cristo perdendo força, clamando no deserto.

Pe. Lucas de Paula Almeida, CM Belo Horizonte, MG padrelucas @aol.com NOTA: Pe. Lucas é autor de várias músicas da Campanha da Fraternidade. CM 380


2 5 ANOS DE EQUlPE "O mais fácil é ouvir falar de Deus. O mais difícil é fazer dele uma experiência viva", encontrá-lo no meio do caminho da vida e juntamente com Maria, caminhar 25 anos, assumindo-o como amigo e aceitar com totalidade e perseverança a sua aliança de amor. É isso que a nossa Eq. 6 - N. Sra. Mãe da Igreja, celebra em seu jubileu. Quantas graças e louvores damos ao Senhor por pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora e especialmente nesta equipe, nesses 25 anos. Os casais que hoje fazem parte dela, como os que passaram desde sua criação, sentem a necessidade de transbordar e comunicar a todos que Deus é amor, é vida e, sobretudo, as maravilhas operadas por Ele, em nós. Durante esta caminhada fomos agraciados por Conselheiros Espirituais que muito fizeram para tornar a nossa Equipe, uma comunidade de amor, onde todos têm o mesmo ideal de santidade. Frei Fernando, Frei Benjamim e padre Emani, através deles tomamos consciência da importância da espiritualidade conjugal que o Movimento nos propõe, ajudando-nos a aprofundar, a viver e a espalhar ao nosso redor as maravilhas de sermos equipistas. Tivemos, também, membros que hoje não se encontram mais em nosso meio, como Lenita, Toni, Amélia, Orlando, Kalil, Fausto, que nos enCM 380

sinaram a viver na unidade, no amor, na ajuda mútua, fazendo da Equipe 6 uma comunidade, onde todos procuram assumir suas responsabilidades e a se comprometer na busca de nossa santidade. Podemos nos orgulhar também dos casais que não só tornaram nossa Equipe "grande", como também deram e continuam dando suas contribuições para o Movimento: Cecília e Zé Carlos que foram respon- .____, sáveis pelo Setor B e que hoje são os responsáveis pela Carta Mensal; Neise e Clóvis, que no momento são os responsáveis pelo Setor B e padre Ernani que é o Conselheiro Espiritual da Carta Mensal, do Setor B e de mais duas equipes. Por todas essas maravilhas, como deixar de comemora o Jubileu de Prata da Equipe 6, no dia 1O de fevereiro de 2003? Rezemos para agradecer a Deus por nos ter dado este magnífico presente e podermos dizer em voz alta e com muito orgulho: pertencemos à Equipe 6- N. Sra. Mãe da Igreja. A Jesus por Maria!

Isa e Guy Eq. 6B - N. Sra. Mãe da Igreja Sorocaba, SP 33


Falecimentos Neuradir Martins Pereira (da Hadjine), ocorrido no dia 21 de maio de 1999- Equipe 8 - Campinas, SP. Antônio (da Dauria), ocorrido no dia 7 de novembro de 2002 - Eq. 1B - N. Sra. Auxiliadora- Niterói, RJ. Luíz Corbani (da Darcília), ocorrido no dia 17 de novembro de 2002- Eq. 4- N. Sra. do Bom Conselho- Jacareí, SP Maura Echternacht (do Sérgio), ocorrido no dia 18 de novembro de 2002 - Eq. 16 , Maria Mãe da Igreja- Rio de Janeiro. Alvaro Kühne Soares (da Selma), ocorrido no dia 1° de dezembro de 2002- Eq. 09B - N. Sra. da Natividade- Juiz de Fora, MG. !vete Lorenzon Molleri (do Marcos), ocorrido no dia 1o de dezembro de 2002- Eq. 1 - Imaculada Conceição - Itajaí, SC. Abimar Salles de Moraes (da Marli), ocorrido no dia 9 de dezembro de 2002- Eq. 16 -Maria Mãe da Igreja- Rio de Janeiro. Neide (do Adroaldo), ocorrido no dia 22 de dezembro de 2002- Eq. 11 - N. Sra. Rainha da Paz - Santarém, PA Valdir (da Lídia), ocorrido no dia 16 de janeiro de 2003 - Eq. 5A - Nossa Senhora da Conceição -Belo Horizonte, MG. Wilson Ferreira dos Santos (da Maria Elvira), ocorrido no dia 16 de janeiro de 2003- Eq. N. Sra. das Graças- Mogi das Cruzes- SP. Aparecido Fajardo (da Neusa), ocorrido no dia 23 de fevereiro de 2003- Eq. N. Sra. Mãe do Rosário - São José do Rio Preto, SP.

Novas Equipes

Ordenação Presbiteral No dia 21 de dezembro de 2002, foi realizada a ordenação presbiteral do

Diácono José Carlos Brum, na Catedral-Santuário Sagrada Família, Diocese de Campo Limpo. A cerimônia foi presidida pelo Bispo Diocesano Dom Emílio Pignoli e contou com a presença de vários casais equipistas da Diocese. O Padre José Carlos é Conselheiro Espiritual da Equipe de Nossa Senhom da Sagrada Família, em fase de pilotagem. Desejamos ao neo-sacerdote muito sucesso na sua missão de pastor da Igreja e na administração da Paróquia São Marcos, na cidade de Embu, a ele confiada.

lvani e Milton Equipe 7G São Paulo - Capital

Eq. N. Sra. do Rosário de Pompéia Setor A - Piracicaba, SP

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CUlDADO COM O QUE PlANTA Há muito tempo, uma menina chamada Lili se casou e foi viver com o marido e a sogra. Depois de algum tempo, passou a não se entender com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes. Meses.se passaram e Lili e sua sogra cada vez mais discutiam e brigavam. De acordo com a antiga tradição chinesa a nora tinha que se curvar à sogra e obedecê-la em tudo. Lili, já não suportando mais conviver com a sogra, decidiu tomar uma atitude, envenenando-a. Foi visitar um amigo de seu pai. Depois de ouvi-la, ele pegou um pacote de ervas e lhe disse: -Você não poderá usá-las de uma só vez para se libertar de sua sogra porque isso causaria suspeitas. Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando sua sogra. A cada dois dias ponha um pouco destas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, você deve ter muito cuidado e agir de forma muito amigável. Não di cutà! Ajudarei a resolver seu problema, mas você tem que me escutar e seguir todas as instruções que eu lhe der. Lili concordou, ficou muito contente, agradeceu ao Sr. Huang e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra. Semanas se passaram e a cada dois dias Lili servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava do que o Sr. CM 380

Huang tinha recomendado sobre evitar suspeitas e, assim, controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe. Depois de seis meses, a casa inteira estava com outro astral. Lili tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses, não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de lidar. As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha. Um dia, Lili foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e disse: -Querido Sr. Huang, por favor, me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei. Sr. Huang sorriu e acenou com a cabeça. - Lili, não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituído pelo amor que você passou a dar a ela. Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada".

Colab. de Eliane e Toniasso Eq. N. Sra. Abadia - Setor B Campo Grande, MS 35

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A PlANTINHA NA CALÇADA Numa manhã, andando pela rua, chamou-me a atenção uma plantinha que crescia entre as pedras do calçamento. Meditando sobre a condição daquela plantinha, associei-a ao Evangelho, que cresce mesmo nos corações mais empedernidos. É certo que, como a plantinha, a palavra de Deus sobrevive nesses corações com muita dificuldade, chegando muitas vezes a morrer por falta de condições para desenvolver-se. Esta é uma verdade que Jesus observou na parábola do semeador (Lucas 8, 6). Que solução teríamos para a semente do evangelho e para a plantinha na calçada? É o próprio Evangelho que nos indica qual atitude tomar, já que Jesus "não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega" (Mateus 12, 20). No caso da plantinha, se prepararmos um canteiro com terra boa e a regarmos freqüentemente, com cer-

teza a planta crescerá a ponto de tornar-se uma árvore e suas raízes se desenvolverão a ponto de quebrar e absorver as pedras. Semelhante é a solução para o coração endurecido: Se forem usadas a escuta da palavra, a regra de vida, a oração, a meditação e a comunhão como fertilizantes e regarmos periodicamente com amor, certamente o Evangelho crescerá e mudará o coração de pedra em coração de carne (Ez. 36, 26) e aquela vida transformar-seá, a ponto de não haver mais sinais de que havia ali um coração de pedra. Nunca devemos nos esquecer de que para Deus não existem "casos perdidos". Ele é misericordioso e trata a todos como filhos; mesmo aqueles que não crêem nele, e nós que dizemos acreditar e, às vezes, agimos como se não crêssemos.

Esmeraldino (da Léa) Eq. 08-B- Na sa de Mediugórie Belo Horizonte - MG

CASADOS O amor não nos faz dizer "a culpa é sua'', mas ·'me perdoe". Não é "onde você está?", mas "estou aqui". Não é "como pode fazer isso?", mas "eu o compreendo". Não é "eu gostaria que você fosse", mas de "eu o amo, pelo que você é". Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons "perdoa-

dores". A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos; mas sim de quanto, nesses anos, vocês foram bons um para o outro.

Elenice e Eduardo Eq. 7 - N. Sra. de Lo urdes Valinhos, SP eleniceferrari@aol.com

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Meditando em Equipe Acompanhando o estudo do livro "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo", no seu 3° volume: "A Missão do Casal Cristão", propomos para meditação em equipe, dois textos bíblicos. Neste mês de abril celebraremos a Páscoa do Senhor. Esta meditação pode nos ajudar a viver em nossa vida, esse mistério pascal.

leia o Evangelho de Mateus, 11, 28-30. leia também na Carta aos Gálatas, 6, 1-5. Sugestões para ajudá-los a meditar: Nós, muitas vezes, arrumamos tantas desculpas para não acolher os .outros. Jesus convida todos a procurá-lo. Venham, pois, eu sou "humilde e manso de coração". São Paulo nos convida a tirar lições para nossa vida, na medida que participamos da vida dos irmãos. Com esse "espírito humilde e manso", somos capazes de "carregar o peso uns dos outros". Pe. Ernani

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... Oração litúrgica Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação, dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Pai misericordioso e Deus fiel. Vós nos destes vosso Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. Ele sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como fi lhos e filhas. (Prefácio da Oração Eucarística IV, para diversas circunstâncias)


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Mov1mento de Casais por uma Espintualrdade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 Sao Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • F-ax (Oxx11) 3257 3599 E-mail: secretanado@ens.org.br • cartamensal á'>ens.org.br Home page: www ens.org.br


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