ENS - Carta Mensal 377 - Novembro/2002

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°377 • Novembro I

EDITORIAL Da Carta \tlensal ..... ... ... ... ... ... ........ ... 01 SUPER-REGIÃO Balanço .. ...... .. ..... .. .. .. ... ..................... 02 A Reunião de Balanço .. ... ................. 03 ENCONTRO PROVÍNCIA SUL I Com os Olhos da Fé ........ .. ... .. ........ ... Mensage do Pe. Flávio .. .. ... ..... ...... Mensagem da Dona Nancy .............. Uma Experiência Gratificante .......... Região Centro 11 .. .. .. .. . .. . .. . .. . .. . .. .. .. .. .. .

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VIDA NO MOVIMENTO Encontro de Conselheiros ...... ... .. .. .. . Manaus e Brasília 30 Anos< as ENS ..... .......... .. .. ............ Os Desigr i os de Deus em Nossa Vida de Equipista ............ Jubileu de Prata de Equipe ... .. .. ... .... Experiênc a Comunitária : Uma Retrospectiva ... ... .... ...... .. ...... ... Experiência Comunitária, uma Benção .. .. . .. .. . .. . .. .. . .. . .. . .. .. . .. .. .. .. . I Encontro Nacional das ENS .. .. ... ..... Mutirão .. ......... .... .. .............. ...... ... ....

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TEMPOS DA IGREJA Finados .

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Ed~ão:

Equipe da Cartll MeiiSal Cecflia e José Carlos (responsdveis) Wilma e Orlmulo Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ..... .. ... 29 PASTORAL FAMILIAR Amar É... Valorizar a Família ........... . 31 ATUALIDADE Censo 2000 - O Brasil Ficou Menos Religioso? .. .... ... .................... A Fé ............................... ....... .. ... ... ... .. Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas ...... .... .. ........ Refletir a Natureza! ............. ........ .. ... Caminhos da Tolerância .. ............ .....

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TESTEMUNHO Ser Casal Cristão É Ser Perseverante ... ........ ................. 38 Ser Casal : Um Testemunho ........ ... .... 39 Memórias que não se Apagam .. .. .. ... ... ... ... ... .. ... .. .... . 40 Alegria de Servir ............................... 41 Hospitalidade .. .. ... .. ... .. ..................... 42

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PALAVRA DO LEITOR . .................... 45

.f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... ..

Cartll MeiiStú é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

2002

Janete e Nl/io Pe. Enumi J. Angelini (cons. espiritual) Jornalista RespoiiSdvel: Catherine E. Nadas f'""' 1983.SJ Editorllfilo Eletrônica, Fotolitos e llustrllfões: Nova Bandeira Produções Editoriais Lt<la. R. Ventlnclo Ayres, 931 - SP Fone: (Oxxll) 3873.1956

REFLEXÃO Tem Pão Velho? ... ............................. O Bambu Chinês .......... .. ..... ... ....... .. .. Você Consegue me Ouvir? ............ ... Sabedoria Indígena ................ .. ........ Projeto Gráfteo: Alessandra Carignani Foto de Copa: Pdtio do Colégio · SP

lmprenão: Grdfica Roma. Tiragem tksta edição: 16.()()() exemplares

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-Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 s• andar . conj. 53 0/309-000 • São Paulo- SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. / 212 Fax: (Oxx /1 ) 3257.3599 cartamensal @ens.org.br A/C Cecília e José Carlos


Queridos amigos: Vocês, por acaso, prestaram atenção no número desta Carta? Pois então olhem na capa. Isso mesmo: 377, um número impressionante, se considerarmos que essa numeração começou nos anos 60, sendo que as cartas mensais começaram a partir de 1952, embora não aparecessem com. regularidade. Portanto, a nossa Carta já entrou no lar dos equipistas bem mais do que 377 vezes, sempre novidadeira, com um conteúdo onde se unem coisas sérias e profundas a temas leves e divertidos, sempre numa atmosfera de fraterna solidariedade. Como meio de comunicação no Movimento, ela foi acolhida, manuseada, lida e se sentiu confortável num cantinho de nossa casa. Sem dúvida, muitos foram os frutos que dela saboreamos na nossa caminhada de equipista. E ela continua flrme. Desta vez (é novembro), ela nos fala de Balanço. Todos nós deveríamos ler o que escreveu o nosso querido Pe. Flávio Cavalca, que propõe um Balanço otimista e mostra o que, aflnal de contas, é importante, na no sa avaliação. Façamos desse momento um tempo que nos una como equipe e nos fortifique no caminho que escolhemos. Nesta edição, falamos também do dia de Finados, em que homenageamos os que se foram e deixaram saudades. Mas essa homenagem tem de ser também um louvor a Deus por essas pessoas que exis· tiram e que nos ensinaram tanta coisa; uma homenagem feita de recor-

dações agradáveis, de amor e de agradecimento. Dona Nancy, a sempre jovem, foi a "estrela" de um vídeo, feito com amadorismo amoroso, que todos teremos oportunidade de ver. Nele, conta coisas interessantes sobre as Equipes de Nossa Senhora, que só ela, com a graça que lhe é peculiar, poderia transmitir. Esta mesma senhora também "falou bonito" na visita que a Equipe da Super-Região fez à Região Sul L A Carta Mensal não poderia deixar de publicar suas palavras. Vocês vão gostar... Nessa visita, realizada num lugar histórico encantador, o Pátio do Colégio, onde nasceu a cidade gigante, tivemos a grande alegria de contar com a presença do casal Maria Regina e Carlos Eduardo, integrante da Equipe Responsável Internacional, acompanhado de Jean Louis Simonis (belga), que também faz parte da ERI. Contamos também, neste mês, com relatos surpreendentes sobre os Mutirões e com exemplos significativos de acolhimento, fé e coragem que podem alimentar nossa esperança, apesar das coisas negativas que todos os dias são colocadas na nossa cabeça. Então, pessoal, vamos à leitura! Não vamos perder toda essa riqueza. Depende de cada um de nós que a Carta Mensal cumpra seu papel.

Com um imenso abraço, Equipe da Carta Mensal


Pa1avra do SCE da Super-Região

BAlANÇO

Prezados Casais e Conselheiros Espirituais. Em nossa vida pessoal, familiar ou de equipe, a avaliação ou o balanço de um ano que chega ao fim pode ser experiência agradável ou duro tormento. Não depende do ano transcorrido, mas da maneira como olhamos para ele. Facilmente podemos deixar-nos levar por meticulosidade contabilista, perdendo-nos em pormenores geralmente negativos, sem visão do conjunto que nos permita fazer avaliação realista. O importante é se de modo geral avançamos ou regredimos em nossa união com Deus e com os outros. E quanto a isso, muitas vezes o que nos leva para a frente e para o alto são os fracassos que lamentamos, e que por isso mesmo são fracassos apenas aparentes. São as tais linhas tortas, pelas quais Deus vai escrevendo direito nossa vida, ou as voltas do caminho e os desvios escondidos onde nos espera. Por isso mesmo nossa avaliação riunca deve ser pessimista, pois o pessimismo é a atitude menos realista de todas, uma vez que Deus decidiu estar sempre ao nosso lado e do nosso lado. Ele é divinamente parcial. Sempre e apesar de tudo continua apostando em nós; se não fosse falta de respeito, diria que vive trapaceando por nós, que teimosamente continua confiando em nós quando todos prudentemente já tomaram suas distâncias. Só falta que nós também continuemos fazendo como ele, vi2

vendo a força-virtude que chamam de esperança. Por causa dele podemos confiar em nós. E se temos coragem de confiar em nós, não há porque não confiar nos outros; o que muitas vezes é menos arriscado. Os momentos ou reuniões de avaliação e balanço devem ser principalmente ocasiões de agradecimento. Em primeiro lugar a Deus que nos suporta (nos dois sentidos!), ajuda, ilumina, atrai, empurra, seduz. O bem que conseguimos fazer nem sempre é muito vistoso, mas é sempre espantoso que o tenhamos conseguido; é sempre um sinal do poder e da misericórdia de Deus. Mas agradecimento também aos outros pelo que fizeram de bom. Por nos terem suportado (também nos dois sentidos!), ajudado, orientado, corrigido e principalmente por nos terem amado. Depois desse agradecimento alegre ao Senhor e aos outros, se so~ brar tempo, poderemos também pedir-lhes perdão de falhas nossas. E perdoar aos outros suas falhas reais ou imaginárias, o que não conseguiram fazer melhor apesar de toda a sua boa vontade. E, é claro, de modo algum podemos esquecer de nos perdoar a nós mesmos. Sem nos espantar com nossas misérias, mas até admirando que, tudo por tudo, Deus ainda continua tirando tanta melodia dessa flauta de bambu rachado que somos. Deus nos ajude. Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr CM377


- DE BALANÇO A REUNlAO Damos graças a Deus pela honra de escrevermos este artigo na Carta Mensal, pela primeira vez como integrantes da Equipe de Super-Região Brasil. Antes de focalizarmos o tema, queremos dar um abraço fraterno a todos os leitores, em particular aos casais e conselheiros equipistas, mas também para os outros leigos e religiosos que nos prestigiam com sua atenção. O assunto sobre o qual queremos falar é a tradicional Reunião de Balanço, que todas as equipes de base realizam no mês de novembro. Em nossa Equipe 33 da Coordenação Barra-Recreio, Região Rio V, como em muitas outras, esta reunião é sempre um momento de muita expectativa, e através dos anos tem gerado excelentes oportunidades de reflexão, de ação de graças, de correção de rumos e de estabelecimento de objetivos de melhoria para o próximo período. É um momento importante para todas as equipes, e por isso precisa ser muito bem preparado e executado. Vemos em Ef 5-15 : "Portanto, vede prudentemente como andais, não como insensatos, mas como sábio". O objetivo da Reunião de Balanço é uma avaliação sincera, à luz da vontade de Deus, do ano que se encerra, nas diversas camadas em que nós equipistas atuamos: a) como cristão católico, membro das Equipes de Nossa Senhora, CM377

comprometido com a santidade de seu cônjuge, e com a própria santidade; b) como casal unido pelo Sacramento do Matrimônio, comprometido com a espiritualidade conjugal, com o crescimento da equipe, e com a colaboração nas funções de serviço do Movimento; c) como equipe de casais que quer dar testemunho de vida em comunidade a outras equipes e ao mundo. Tudo conforme o carisma do Movimento; vivendo a mística de auxílio fraterno, e a disciplina dos Pontos Concretos de Esforço e da vida de equipe no dia a dia. O Balanço na realidade precisa começar a ser exercitado antes da Reunião. A análise da qualidade de nossa atuação propicia valiosas medita3


ções e orações pessoais durante o adicionais sugeridas pelo Setor, pela mês antes da reunião. Como decor- Região ou pela Super-Região, sobre rência, teremos temas ótimos para diversos assuntos. Porém, é preciso que a Reunião de Balanço se concenum ou mais Dever de Sentar-se. Não podem faltar momentos for- tre no seu objetivo principal de uma tes de Oração Conjugal para pedir- avaliação profunda da equipe pela prómos perdão pelas faltas ou omissões . pria equipe, e que seja reservado para cometidas e louvarmos a Deus por isto o maior tempo possível. O Livro do Gênesis nos conta que tantas graças recebidas no período que está se completando e também du- Deus criou todas as coisas, o univerrante todo o tempo de vida de equipe. so, as pedras, as águas, as plantas, Na reunião propriamente dita, os animais, o homem e a mulher, tudo haverá um partilhar de depoimentos em seis dias. E que no sétimo dia ele sobre os progressos e retrocessos, descansou, olhou para sua obra e viu uma colocação amorosa de incenti- que tudo que tinha feito era bom. Nós equipistas procuramos fazer vos e de correções fraternas, e a sugestão de determinações firmes muitas coisas durante os últimos para o próximo ano. Nas orações doze meses. No tempo de Balanço em equipe, pediremos a Deus que queremos saber se nossa obra foi abra nossos corações, e lhe ofere- boa. Não somos Deus, somos seus ceremos nosso trabalho e nossos filhos, feitos à sua imagem e semelhança, capazes de boas obras sim, compromissos. Quantas Regras de Vida oportu- mas sujeitos a falhas e fracassos. nas podem ser definidas como resul- Encontraremos coisas boas, mas tado desta reunião! E quantos subsí- também erros e omissões que podios vão ficar para o novo Casal Res- deriam ter sido evitados, e ações que devem ser objeto de nosso esforço ponsável eleito na reunião anterior. Algumas perguntas devem ser de melhoria para o futuro. Deus está conosco em todos os formuladas para resposta prévia por momentos de nossa vida, e sua preescrito e para servirem como trilhas de apoio para as reflexões e para o sença nos motiva, nos empurra a diálogo antes e durante a reunião. continuarmos tentando ser um pouOs Casais Responsáveis de Setor co melhores a cada passo que derformulam duas ou três indagações, mos na caminhada cristã. Vamos pois, para a Reunião de e a própria equipe de base pode adicionar outras perguntas. Todas es- Balanço de 2002 com alegria, coratas perguntas devem propiciar uma gem, humildade, caridade e responavaliação meditada, e uma discus- sabilidade, inspirados pelo Espírito são objetiva, mas misericordiosa, Santo, e sob a proteção de Nossa Sesobre como está indo a equipe e nhora, padroeira de todas as Equipes. como está indo cada um de seus ]osefina e Roque membros. CR Província Leste Podem ser incluídas perguntas 4

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Palavra da Silvia e Chico

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COM OS OLHOS DA FE Olá gente amiga!

Não faltou nem mesmo a garoa paulistana, que ultimamente anda meio tímida e escondida, mas que se fez presente no avançado da noite, quando voltamos à Lareira São José, após a esperada visita da Super-Região aos irmãos da Província Sul I. Se não faltou nem a garoa, é claro que sobrou alegria, acolhida, organização, calor humano. Cumprindo um de seus objetivos, a Equipe da Super-Região foi em busca do aconchego do berço do Movimento no Brasil, onde há 52 anos o sopro do Espírito insuflara no coração de casais generosos o anseio da vivência da espiritualidade conjugal.

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A Província Sul I ostentando o papel da paternidade/maternidade do Movimento das ENS no Brasil, ainda mantém a posição de maior província em número de equipes e de casais. Mas, maior do que tal grandeza numérica, mantém a condição de pais que souberam ser fecundos gerando os núcleos equipistas que se espalharam hoje por 20 Estados da Federação. E não foram só fecundos na arte de gerar novas equipes. Foram fecundos na arte de educá-las, de deixá-las crescer, ocupar os espaços, e se tornarem como se fossem filhos que amadureceram à sombra do exemplo de seus pais. A história está aí para atestar os fatos. A generosidade dos casais fundadores da primeira equipe, dos que se preocuparam com a expansão, dos dirigentes que traçaram as linhas estruturais para o nosso crescimento, dos que saíram de suas casas tais como bandeirantes do amor conjugal, todos dão um colorido especial ao cenário de nossas equipes. Precisávamos vir à Província Sul I não apenas para aqui realizar as nossas reuniões de costume, nesta terra acolhedora que sempre nos recebe com entusiasmo. Precisávamos pagar uma dívida de gratidão, dizer de viva voz que somos reconhecidos por termos sido herdeiros deste bem maravilhoso chamado Equipes de Nossa Senhora, que nos traz sentido para a vida 5


conjugal, que é sinal de esperança, que é manifestação do amor de Deus através da fragilidade do casal humano unido sacramentalmente em Cristo. Precisávamos nos encontrar com esta história de muitos feitos, de duras lutas, de busca incessante, de trabalhos sem fronteiras. Precisávamos vir somar as características herdadas por cada uma das outras seis Províncias para mostrar a beleza da nossa unidade, construída na diversidade, na pluralidade das diferentes culturas regionais deste país-continente. Dizia o Pe. Oscar Melanson, já falecido, querido Sacerdote Conselheiro Espiritual do Movimento em São Paulo, que "toda história humana aos olhos da fé é uma história sagrada, onde aparece o dedo de Deus". Com os olhos da fé podemos nos maravilhar com a nossa história construída por Deus através das mãos frágeis daqueles que um dia disseram seu "SIM". Com os olhos da fé podemos dizer obrigado porque somos capazes de reconhecer que o Movimento é obra santa do Espírito para renovar

diante da sociedade a possibilidade da vivência do amor conjugal. Com os olhos da fé podemos nos abraçar como irmãos bem amados porque, novos ou velhos, buscamos os mesmos ideais na estrada da santidade, num caminho onde a experiência se une ao entusiasmo, o forte estende a mão ao fraco; onde o peso dos anos se renova na alegria do amor que não envelhece, num caminho onde a ajuda-mútua constrói atalhos, onde a graça de Deus toma real a felicidade. No amálgama de toda a diversidade de nossas características, das nossas diferenças culturais, no arcabouço e no recheio da nossa história, os olhos da fé nos colocam em contato direto com o sagrado, pois o dedo de Deus traçou as linhas de um quadro que a generosidade de inúmeros casais coloriu com a tinta do entusiasmo, da doação, do serviço e do testemunho. Que esta visita da Super-Região à Província Sul I, terra-berço do Movimento das ENS seja um marco a estreitar nossa unidade, seja renovada fonte de compromisso para, tal qual novos bandeirantes, continuarmos


empunhando a bandeira do amor conjugal. Que cada casal equipista possa acreditar na força do nosso ideal e fazer de sua vida um compromisso de testemunho para influenciar na transformação da cultura do amor e do sacramento do matrimônio como lugar de amor, lugar de felicidade e caminho para a santidade. Que juntos estejamos unidos, ainda distantes da perfeição da santidade, não importa, mas sempre a caminho! Obrigado, gente amiga da Província Sul I, por este nosso maravilhoso encontro, pela receptividade fraterna, por tudo o que vocês representam para o Movimento no

Brasil, e obrigado pelo muito que vocês ainda farão. Com o nosso carinhoso e fraternal abraço, Silvia e Chico Super-Região Brasil

MENSAGEM DOPE. RÁV10 Tenho, durante esses últimos anos, o privilégio de todo mês entrar em seus lares. É um privilégio, mas tirou-me qualquer novidade que eu pudesse dizer agora. Já disse tudo. Estou no Movimento há 18 anos e meio, tenho uma equipe em Aparecida, a Equipe 3. Tenho a Equipe 10 e 11 em Guaratinguetá e ultimamente o Setor de Guaratinguetá. Neste trabalho com as equipes de casais tenho um cuidado muito grande. Tomo um cuidado muito CM 377

grande que esses casais, com os quais trabalho, não percebam que o grande beneficiado estou sendo eu. Deixo-os no engano, e assim eles, volta e meia, agradecem o pouco que faço. Mas, hoje, aqui diante de vocês, quero dizer para todos os casais equipistas: "muito obrigado", e deixar apenas uma mensagem: Deus quer bem vocês! Querem uma prova? Olhem para a mulher que está a seu lado. Olhem para o homem que está ao seu lado. Deus os ajude.

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MENSAGEM DA DONA NANCY Vocês representam hoje, aqui, uma parte desses 13000 casais equipistas que estão no Brasil, que são do Brasil e aqui vivem e se esforçam em difundir esta espiritualidade conjugal que nos anima e que nos une. Eu penso que Deus, olhando para esses 13000 casais, dos quais vocês são uma parte, dirá aos seus missionários, aos seus sacerdotes, aos seus enviados: "Vão, por que lá eu tenho um povo numeroso". Esse povo numeroso é formado por mais de 13000 casais brasileiros que se unem através de uma grande fidelidade a esta espiritualidade conjugal. Esse povo fala ao coração de Deus, fala muito também ao meu coração. Se algum dia, lá nos idos de 1950, alguém nos dissesse que um dia o Brasil teria mais de 13000 casais vivenciando aquela espiritualidade que nos encantava, ninguém acreditaria. No entanto, eles estão aí, e eles serão os continuadores da missão que nós recebemos e que vocês receberam, a missão de difundir por esse país, toda essa espiritua8

lidade que nos santifica, que nos une, que nos coloca diante de Deus, como servo seus, para o que Ele quiser utilizar de nós, para o que Ele quiser nos pedir, para o que ele quiser nos dar. E, hoje aqui, viúva, com a saúde um pouco desgastada pela idade, pela doença, eu posso dizer, como Cristo disse ao Pai: "Pai nas tuas mãos eu entrego o meu Espírito". Então, hoje, também eu posso dizer ao Pai: Pai, nas tuas mãos eu entrego todo o trabalho realizado. Aqui estão os continuadores dessa missão. Abençoa-os Pai, protege-os para que eles cumpram com fidelidade a vocação que lhe destes, para que eles sejam felizes e contribuam para a glória, para a tua glória, a glória de teu reino. CM377


UMA EXPERIÊNCIA GRATIACANTE Receber a Equipe da Super-Região Brasil, na cidade de São Paulo, foi uma experiência muito gratificante em todos os sentidos, desde a divisão dos trabalhos pelas sete regiões da Província Sul I, até a acolhida de nossos irmãos equipistas que foram ao Pátio do Colégio no dia 14 de setembro. Nas faixas , nos bótons, nas bandeirinhas, na pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida que foi oferecida a cada um dos visitantes, mais do que o espírito e as cores de nossa província, deveriam estar refletidos o espírito e as cores de todas as equipes de nosso querido Brasil, representadas ali, pela Equipe da Super-Região. Eram mais de 400 bandeirinhas brasileiras saudando a Jesus, a Maria, saudando nossos irmãos que vieram nos visitar. Preparamo-nos para esta visita, como se prepara para receber um amigo muito querido. Deveria ser

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um evento campal, mas Deus providenciou a chuva para que São Paulo, a terra da garoa, vestida a caráter desse também seu abraço. Uma série de cancelamentos e a mudança nos planos nos levou para dentro da igreja. Gentileza de Deus ao nos colocar em um espaço menor para que ficássemos mais próximos, mais íntimos como uma grande família numa data especial. A noite chegou, a confraternização no pátio sob frondosas árvores, à luz de lampiões a gás em meio à alegria de irmãos que se abraçaram e partilharam; a alegria do encontro foi singela e romântica. Fotos com Sílvia e Chico, com Dona Nancy e com nossos irmãos das províncias, de nossas regiões, de 9


nossos setores ao redor daquelas mesas fartas e o bolo enorme que lá estava. lembravam também aquelas bodas, lá em Caná da Galiléia. Foi um "encher as talhas" através de muitas mãos e muito

amor para que ao final da festa todos pudéssemos saborear o melhor dos vinhos.

Osmarina e Toninho CR Região SP - Sul I

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- CENTRO 11 REGlAO

No dia 14 de setembro, a Região Centro li, esteve participando do Encontro da Equipe da Super-Região Brasil, com os equipistas da Província Sul I, em São Paulo. A nossa região foi representada por casais equipistas e Sacerdotes Conselheiros Espirituais das cidades de Rio Claro e Piracicaba. A confraternização foi iniciada no ônibus. A viagem foi uma verdadeira festa. Festa de irmãos equipistas imbuídos por um mesmo sentimento, sentimento de amor por um Deus misericordioso que remove obstáculos para aqueles que realmente desejam seguir suas pegadas. O local do encontro, Pátio do Colégio, era um misto de beleza e mistério. Beleza por sua arquitetura, suas imagens, estátuas e tantos outros detalhes que saltaram aos nossos olhos.

Mistério do marco de uma cidade, que abriga tantos corações e tantas raças diferentes, numa mistura de paz, esperança e expectativas. A Celebração Eucarística lembrou-nos da importância de perdoarmos, de vivermos na graça de Deus e do quanto o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos ensina a amar mais, sempre mais e, portanto, nos ensina a perdoar mais. A benção final, pela imposição das mãos a todos os presentes, foi um momento muito especial dentro da celebração. A apresentação da equipe da Super-Região, deu-nos uma idéia do quanto o nosso Movimento é ativo e crescente neste país tropical, miscigenado por cores, línguas e raças que se misturam no mesmo ideal, o ideal da espiritualidade conjugal. A grata surpresa para nós foi, sem dúvida, a presença e as palavras de dona Nancy Cajado Moncau. Essa senhora doce e meiga demonstrou em poucas palavras o entusiasmo e a satisfação por fazer parte da história do Movimento no Brasil. Sua presença neste encontro foi para nós, uma graça de Deus.

Região São Paulo Centro li CM 377


No último dia 26 de agosto (segunda-feira), a Região São Paulo Centro I foi agraciada com a presença do padre Flávio Cavalca, que possibilitou ao Casal Responsável Regional, aos Casais Responsáveis de Setor, Casais Ligação e Conselheiros Espirituais uma manhã de formação muito especial. Conseguimos reunir para esse encontro 76 participantes. Padre Flávio dividiu o Encontro em três momentos. Em primeiro lugar, falou-nos sobre a Mística e o Carisma do Movimento desde a sua criação em 1939 quando padre Caffarel se reuniu com os primeiros quatro casais na França, passando pela Carta das Equipes (Estatuto), pela 2J! Inspiração, em 1988 e, finalmente, levando-nos a questionamentos de como estamos vi vendo o Movimento nos dias de hoje e como as equipes estão inseridas no mundo. No segundo momento padre Flávio direcionou suas colocações com muita clareza para o tema: ConseCM377

lheiro Espiritual dentro e fora das equipes. E, para encerrar, promoveu uma reunião de grupo sob sua animação entre todos os Conselheiros Espirituais presentes e outro grupo, este orientado pelo padre Inácio, SCE da Região, entre Casais Responsá- - - -• veis de Setor e Casais Ligação. Esse encontro foi realmente um momento forte de formação e unidade, onde pudemos sentir como é bom participar de um Movimento que está sempre preocupado e atento às necessidades de seus membros. Realmente somos um grupo privilegiado, pois o Movimento das Equipes de Nossa Senhora está sempre nos proporcionando momentos de grande riqueza espiritual e prática de vida cristã. Ao padre Flávio que tão gentilmente atendeu ao convite para estar conosco o nosso muito obrigado e que Maria nossa Mãe o ilumine e proteja sempre.

Marli (do Marcos) CR Setor Valinhos, SP 11


MANAUS E BRASÍllA 30 ANOS DAS ENS MancHAs

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora teve o seu início no Brasil no dia 13 de maio de 1950, há 52 anos. O início da formação das equipes deu-se na cidade de São Paulo e pouco a pouco foi se estendendo, primeiramente no interior do Estado e depois passou para outros estados. Em 1954, iniciou-se em Porto Alegre; em 1959, no Rio de Janeiro e, em 1972, nas cidades de Manaus e Brasília. Assim é que em 20 de junho de 2002, as equipes de Manaus estiveram em festa, principalmente a Equipe 1, Nossa Senhora de Nazaré, aniversariante, para celebrar tão importante data. Louvaram e agradeceram a Deus por esses 30 anos, tendo em vista as imensas dificuldades encontradas para a implantação e o fortalecimento do Movimento naquela região, pela distância de Manaus com São Paulo, berço do Movimento. Atualmente a Região Norte I (Amazonas) conta com 6 setores, 59 equipes, 374 casais equipistas e 46 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Esse crescimento à primeira vista pode parecer pequeno, mas, se considerarmos as enormes distâncias entre os locais onde está implantado o Movimento, bem como a dificuldade de locomoção, 12

pois o meio de transporte mais comum na região é o fluvial, concluímos que somente com a ação do Espírito Santo é que foi possível essa expansão.

Kaneko (da Nazareth) extratos Eq. 1 - N. Sra. de Nazaré

••• Brasilia

Sob a invocação de N. Sra. Medianeira (Equipe 1) e N. Sra. das Vitórias (Equipe 2), iniciou-se em Brasília, em 15 de outubro de 1972, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Conforme relato de Joaquim (da Germana, Equipe 1), em artigo no Boletim no 64 das ENS de Brasília, já houvera anteriormente uma tentativa de implantação do Movimento no Distrito Federal, por iniciativa do próprio casal Germana e Joaquim, que chegou a ser designado Casal Piloto de uma primeira equipe, lançada em 24 de maio de 1961, sob a invocação de N. Sra. Auxiliadora. A reunião de lançamento 'foi na Granja do Riacho Fundo, residência do Prefeito de Brasília, Paulo de Tarso Santos, que estimulou a iniciativa, pois já havia participado das Equipes de Nossa Senhora, em CM 377


São Paulo. A equipe teve vida efêmera, já que os seus casais, todos membros da administração do Distrito Federal, sem residência definitiva em Brasília, retornaram às suas cidades de origem, em virtude da renúncia do Presidente Jânio Quadros, três meses após o lançamento da equipe. Frei Jamaria, Sacerdote Conselheiro Espiritual de equipes do Rio de Janeiro, transferido para Brasília no grupo de funcionários da Nunciatura Apostólica, foi o grande entusiasta da implantação do Movimento no Distrito Federal, em 1972. Ele conseguiu trazer do Rio de Janeiro o casal Malvina e Edgard, que fez a informação e o lançamento das Equipes 1 e 2, ambas pilotadas pelo casal Maria Alice e Adelson que, mensalmente, se deslocava do Rio para Brasília, a fim de realizar as reuniões formais. O lançamento dessas duas pri-

meiras equipes deu-se na residência de D. Edinha, genitora da Lícia do Artur (Equipe 2) que, assim, é considerada a madrinha do Movimento em Brasília. Brasília, em termos de Movimento das ENS, fazia então parte do Setor da Zona Norte do Rio de Janeiro, coordenado por Maria Alice e Adelson, nosso primeiro Casal Piloto, e integrava a região compreendida pelo antigo Estado da Guanabara e pelos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nossos primeiros conselheiros espirituais foram frades capuchinhos: Frei Venâncio Pivatto (Equipe 1) e Frei Jamaria Vicente La Pila (Equipe 2). Atualmente existem em Brasília 2 Regiões, com 13 setores, 135 equipes, 908 casais equipistas e 117 SCE.

Extraído, com adaptações, de "O Equipista" no 96

"Qual não seria o futuro que se poderia esperar para a Igreja, se a luminosa mensagem cristã sobre

o matrimônio chegasse aos quatro cantos do mundo, se seduzisse os jovens casais, se animasse famílias cada vez em maior número, nas quais Deus fosse amado por todos e acima de tudo!" Pe. Caffarel

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OS DESÍGNIOS DE DEUS EM NOSSA VlDA DE EQUlPlSTA Quando se perde um Sacerdote Conselheiro Espiritual, porque foi transferido para uma paróquia distante, sente-se uma enorme lacuna, principalmente quando esse Conselheiro está na equipe há muitos anos, participando dos nossos sucessos, das nossas alegrias, mas, também dos nossos momentos difíceis. Foi exatamente assim que se sentiu a equipe 3B, de Niterói, quando o padre José Júlio, foi designado para cumprir sua missão em Cabo Frio, uma cidade de veraneio, a 150 km de Niterói. Ele era SCE de duas Equipes, acompanhando essas equipes há 27 anos, continua sendo SCE em nossa cidade, somente da equipe 4A. Sempre foi um entusiasta do Movimento, incentivando os casais e sacerdotes a ingressarem em uma equipe. A providência divina, porém, encarregou-se de fazer do padre José Júlio, não só um mensageiro da boa-nova, para o rebanho daquela cidade, como também de semear no meio dos casais, de outras cidades, o Movimento das ENS. Foi assim que, num encontro casual, nós tivemos a grande alegria de receber desse sacerdote o convite para visitar Cabo Frio, onde já havia organizado sete grupos para iniciar a Experiência Comunitária. Nessa ocasião o padre José Júlio nos relatou que já estava em contato com outros sacerdotes das cidades vizinhas e que eles também abraça14

ram a idéia de indicar casais de suas comunidades para formarem outros grupos de Experiência Comunitária. Com isso, exultantes de alegria, anunciamos que o resultado desse maravilhoso trabalho, que teve como pioneiro o querido e sábio sacerdote e a adesão de 12 casais equipistas, para coordenarem as Experiências Comunitárias, casais voluntários e entusiastas, dos Setores A e B de Niterói e de São Gonçalo, tivemos o início em agosto de 12 grupos de Experiência Comunitária, num total de 86 casais, abrangendo as cidades de Cabo Frio, São Pedro d' Aldeia e Iguaba Grande. Para nós, da Região Rio N, era necessária uma expansão que cobrisse o longo caminho de abrangência atual de nossa Região, de Niterói a Vitória, no Espírito Santo. A região dos Lagos vem, então, dar início a esse tão sonhado trabalho, aproximando as distâncias e facilitando a comunicação, evitando que as equipes de Vitória fiquem isoladas. Se tudo caminhar como esperamos, sob as bênçãos de Deus e o olhar terno de Maria, em breve teremos na Região Rio IV mais um Setor. Parabéns, padre José Júlio! Obrigado equipistas voluntários! O Senhor fez e fará por nós maravilhas. Santo é o seu nome!

Graça e Juarez CR Região Rio IV CM 377


JUBllEU DE PRATA DE EQUlPE São 25 anos de caminhada, inici- que nos faz crescer. .. Mas, Nossa ada no dia 19 de novembro de 1977. Senhora não deixou que a equipe se Nos reunimos pela primeira vez dissolvesse e nos manteve unidos, como equipe, na casa do Casal Pi- não faltando com seu amor. Da nossa equipe atual, Luiza e loto, Man1ia e Ariovaldo, da Eq. 1 de Santo André, tendo como primei- Cecil, Nilza e Caldeira, Lairce e Leoro Sacerdote Conselheiro Espiritu- cádio, Cidinha e José Carlos, Caal, o padre Adelino Carlos de Carli, tarina e Coppini, Hilda e Oswaldo, pároco da Igreja Matriz de São somente os três primeiros casais é que são os fundadores da equipe 3 Bernardo do Campo, SP. Padre Toninho, atualmente vem (antes era a n° 6), N. Sra. da Boa exercendo o seu ministério na cidade Viagem, um grupo que se apoia e se de Santos, SP, e apesar dos seus 83 aceita sempre, tanto nos momentos anos de idade, continua nosso Conse- de alegria, como nos momentos de lheiro Espiritual, participando mensal- dificuldades. Cada um de nós sente uma ponmente da nossa reunião de Equipe. Desde a fundação, quando éra- ta de orgulho por ter participado mos em 7 casais, a maioria já conhe- como longínquos co-autores desta cidos, nosso amor mútuo foi cres- obra edificada no silêncio, por isso cendo, e ao passar do tempo nossos mesmo gigantesca. Chama-se aprofilhos foram se integrando à vida de priadamente Equipe de Nossa Senhora da Boa Viagem. todos os casais. Obrigado Senhor! Obrigado NosNossos casais se engajaram no Movimento assumindo muitas fun- sa Senhora da Boa Viagem ções. Durante a nossa caminhada Eq. 3 -N. Sra. da Boa Viagem sentimos como é difícil seguir a CrisSão Bernardo do Campo, SP to; como é doloroso praticar o amor


EXPER1ÊNC1A COMUNlTÁRlA: UMA RETROSPECTIVA Atenção: As palavras em letras maiúsculas referem-se aos assuntos tratados durante as reuniões da Experiência Comunitária Vivenciamos o término da primeira parte da nossa caminhada, que só foi possível iniciar com a presença envolvente e a luz do Espírito Santo, que nos conquistou e nos fez dar esse primeiro passo. Foi em comunhão com o mesmo Espírito que Margarida e Nerisvaldo nos convidaram a ser evangelizados, portanto, fizeram alicerces firmes e preparados para a edificação. Durante esse primeiro passo, vimos que tínhamos perdido o sentido da comunidade; por isso, hoje, floresce em tantos pequenos grupos como o nosso, tentando reencontrar o que estava perdido, o sentido da vida em comum, "O SER COMUNIDADE". No entanto, muito freqüentemente, o dia a dia nos engole, deixamos muitas vezes de ser gente e viramos engrenagem da máquina e o nosso projeto de vida fica distante, esquecido, abandonado. Mas, o amor humano é um mis16

tério, porque a cada dia o casal vai se descobrindo no mais profundo de si mesmo e constata com o passar do tempo, que há mais a se revelar, a se descobrir no "PROJETO DE UM CASAMENTO". E, continuando a navegar no oceano do espírito, sabendo que o amor conjugal é dos amores o mais complexo, porque ele nunca está definitivamente construído e por isso mesmo deve ser cultivado ao longo de toda vida a dois, vamos "REDESCOBRINDO O AMOR", com equilíbrio emocional, maturidade, respeito mútuo, abrindo o coração com humildade, tendo disponibilidade de tempo e atenção na "ARTE DE DIALOGAR". Buscamos na vida a dois a tão cobiçada harmonia conjugal que compreende a harmonia sexual, mas, ela só acontece através do comportamento afetivo, isto é, do carinho, da ternura, do "DIÁLOGO DOS CORPOS". CM 377


Essa "Experiência" nos transformou, mas, é preciso mais, precisamos ter sede insaciável de Deus. Ninguém jamais o viu, afirma São João. Mais ainda, nenhum instrumento, nenhum microscópio eletrônico, nenhum radar especial jamais detectou sua presença, pois, Deus é um Deus oculto, para além de todas as nossas palavras, fórmulas, imagens e comparações. Por isso, devemos apreciar "O MISTÉ~IO INSONDAVEL DA EXISTENCIA DE DEUS". Estamos, nós, maravilhados por sermos imagem e semelhança desse Deus que nos criou superiores às outras criaturas da natureza e que nos conduz como parte principal de seu plano, transformando-nos de homem velho para homem novo. Reconheçamos nossa pequenez diante do seu mistério, para que possamos crescer no "PROJETO DE DEUS E A CONDIÇÃO HUMANA". Queremos ouvir teu apelo Senhor, e ao teu chamado de amor responder, e a partir daí, transmitir essa palavra aos menos esclarecidos, tornando real o sonho de viver melhor, sempre com um objetivo comum, procurando as respostas para todas as perguntas no grande dicionário da fé, que é a "BÍBLIA, UMA HISTÓRIA DE AVENTURA ENTRE DEUS E OS HOMENS" Então mergulhamos nesse mar de ensinamentos e sabedoria e nos aprofundamos no Gêneses onde refletimos os temas "Deus escolhe Abraão e o chama para ser o rei do seu povo". "O povo de Deus no deserto andava, mas à sua frente alguém caCM377

minhava" e a nossa caminhada sempre com a presença de Jesus, que solidifica a relação "MATRIMÔNIO E FAMÍLIA À LUZ DA ALIANÇA". E este homem, "COMO CONHECER JESUS?" Vimos que a resposta encontra-se na Bíblia, onde encontramos também o discurso inaugural de Jesus no "SERMÃO DA MONTANHA", que nos foi revelado por partes. Mais adiante, vimos a ação milagrosa de Jesus, que atinge os mais variados setores da realidade: doenças, cegueira, natureza, pecado, morte etc, todos vencidos por quem tem fé com "OS MILAGRES DE JESUS". A vida de Cristo se fez toda ela de decisões. Ele viveu numa época apaixonante e desnorteante. Diante disso "COMO JESUS SE REVELA", é preciso buscá-lo insaciavelmente para que possamos "SER IGREJA, POVO DE DEUS EM MARCHA", e colocar em comum o esforço para uma melhor vivência como cristãos, aceitando "OS GESTOS DE DEUS - OS SACRAMENTOS". Tudo isso meus irmãos, vimos durante esse nosso primeiro passo, mas, já que nossa resposta ao chamado de Deus foi e será sempre sim, então, é preciso mais. Vamos continuar nossa caminhada, firmes na fé e perseverantes no projeto de Deus para que possamos transmitir a boa nova a todo "homem velho" que quer se tornar "homem novo".

Sandrinha e Júnior Eq. 9 - N. Sra. de Guadalupe Santa Luzia, PB 17


EXPERlÊNClA COMUNlT ÁRlA, UMABENÇAO De varias formas, tentamos justificar nossa recusa, quando o nosso Casal Responsável de Setor nos colocou à prova, convidando-nos para acompanharmos uma Experiência Comunitária de casais recém casados. Ah, e quando um mês depois fomos escolhidos como Casal Responsável de nossa Equipe de base, afastamos completamente a possibilidade, pois seriam muitas reuniões, muitos compromissos além de nossa vida agitada. E a Carol? Nossa filha de 7 anos que nos exige ainda cuidados especiais? Não, não dessa vez era impossível. Mas, conversa vai, conversa vem, fomos apresentados aos novos casais com a garantia que teríamos todo o apoio do Setor, inclusive lá em casa. Encurtando a história, hoje já estamos com 9 meses de trabalho

com este grupo e apaixonados por eles. O Movimento nos deu um grande presente, pois pudemos relembrar nosso início nas Equipes, já que somos filhos de uma Experiência Comunitária. A cada encontro nos emocionamos mais, ao ver 8 casais com sede de amadurecer e ter a chance de repensar sua vida matrimonial, iluminados pelo plano inicial que Deus tinha quando criou o homem e a mulher. E para encerrar, o maior presente: nossa filha está cada dia melhor. Cristo realmente se manifesta em cada momento de nossa vida; basta que tenhamos coragem de reconhecê-lo. Obrigado Senhor, por esta bênção!

Silvia (do Vanir) Eq. 4 - N. Sra. Aparecida. Sto. Antônio da Patrulha, RS

"Eu vos cone/amo a empreender, a levar avante, uma ação sístemátíca, organízada - fundar uma equípe em todos os pontos príncípaís do Brasíl, lançar sobre vossa Pátría uma ímensa rede de que as equípes sejam os nós". Pe. Caffarel

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Vamos a Brasf1ia? Aproxima-se o grande momento da história das Equipes de Nossa Senhora no Brasil: O I Encontro Nacional, que acontecerá no período de 17 a 20 de julho de 2003. É uma sensação muito boa saber que vamos encontrar casais e conselheiros com quem já estivemos em outras oportunidades, casais e conselheiros com quem já trabalhamos e tivemos a oportunidade de partilhar sucessos e dificuldades inerentes à nossa vida de casal, de pais, inerentes também a nossa ação pastoral dentro e fora do Movimento. Cada um de vocês que nos lê agora poderá ter vivo na memória os retiros, encontros, sessões de formação, EACREs, interequipes, e até Encontros Internacionais participados ao longo de sua vida equipista. Certamente se sentem, como nós, agraciados por Deus por terem sido CM 377

chamados, além de considerarem estas oportunidades verdadeiras alavancas caídas do céu para combater o desânimo, a rotina, a preguiça de rezar, o cansaço. Sempre que retomamos de qualquer um desses encontros nossa fé está mais viva, nosso coração mais ardente, nosso empenho em acertar mais firme, nossa vida em Deus muito mais dinâmica e nós, muito mais felizes. Muitas outras razões poderiam aqui ser enumeradas, e cada um de nós guarda, além dessas, uma bem no fundo do coração. Por isso, queridos casais, queridos conselheiros, se ainda não se inscreveram para este nosso grande Encontro, ainda há tempo. Esperamos por vocês. E quando lhes perguntarem "Vamos a Brasília?", respondam com alegria: Vamos a Brasília!

Regina Lucia e Cleber P/ Comissão Organizadora 19


MUTIRAO Setor Pesqueira, PE "Crescer no amor de Deus é tarefa para toda a vida"

O Mutirão é um dos momentos privilegiados das Equipes de Nossa Senhora. O nosso foi realizado no dia 25 de agosto de 2002, quando tivemos a oportunidade de aprofundarmos como está a nossa vida de equipe, a vida de equipe fora da reunião formal e o nosso compromisso com a missão, ou seja, o nosso engajamento. Iniciamos o Mutirão às 7:30 horas com a Santa Missa celebrada pelo nosso Bispo Dom Bernardino

Marchió que também é Conselheiro Espiritual da Equipe 4- N. Sra. de Fátima. Durante todo o dia tivemos a oportunidade de vivenciar momentos de oração, cantos, apresentação de sociodrama da vivência dos PCEs, grupos de estudo sobre a vida de equipe e funções dentro do Movimento. Além de tudo foi um dia de aproximação, fraternidade e fortalecimento da amizade entre os casais do Setor. Simone e Flávio CR Setor Pesqueira, PE

••• Região São Paulo Centro 1 Os Setores da Região São Paulo Centro I, assumiram com muita garra e entusiasmo a realização dos

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Mutirões, com o objetivo de atualizar, revitalizar e aprofundar os pontos básicos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, na vida das Equipes. Os Casais Responsáveis de Setor (CRS) coordenaram os eventos, motivaram as equipes, distribuíram os temas e tarefas. A animação e criatividade de apresentação dos temas ficaram com as equipes. No primeiro semestre, os Setores de Limeira/ Araras, Valinhos, Vtnhedo, Bragança Paulista/ Morungaba e Campinas B/Indaiatuba, realizaram os Mutirões, e nas avaliações e depoimentos dos casais e conselheiros, foi marcante a alegria, o entusiasmo e a integração dos equipistas. Todos foram unânimes em afirmar que esse Mutirão veio no momento certo, e parabenizaram os Responsáveis da Super-Região, pela inclusão como uma das prioridades deste ano. No planejamento, os CRS junto com o CR Regional estavam preocupados com a resposta dos equipistas nesse chamado ao Mutirão. A convocação foi feita, a semente CM 377

foi lançada, e nossos equipistas responderam positivamente e, com muito entusiasmo e vontade, foram às fontes, utilizaram muito o Guia das ENS, refletiram bastante e o resultado superou todas as expectativas. Houve muita criatividade, unidade, e percepção do real sentido de ser equipista, nossa Mística, nossa missão, ser sinal e testemunhar nossa conjugalidade. A confiança dos CRS nas suas equipes foi recompensadora. Depois do Mutirão, vamos continuar trabalhando para que o equipista viva o Movimento com responsabilidade, amor, carinho e engajamento. Tivemos praticamente 100% de adesão e participação. Neste semestre, está prevista a realização de Mutirões nos Setores de Campinas A e Americana. In21


clusive Limeira/Araras decidiram repetir a experiência. Estamos certos de que os equipistas de nossa Região saíram revigorados, reabastecidos, atualizados e sentindo-se fortalecidos para continuar a caminhada proposta pelo Movimento.

Sheila e Francisco CR Região São Paulo Centro I Campinas, SP

••• Salvador, BA No dia 28 de abril de 2002, ocorreu o Mutirão promovido pelos Setores A e B. Na opinião de seus participantes foi, na verdade, um momento de formação, partilha e alegre confraternização. O temário, organizado a partir das necessidades de ambos os setores, foi muito bem apresentado, alcançando os objetivos desejados.

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Jesus Passou por Florianópolis Primeiro, Ele esteve na pessoa do padre Pedro Sallet. Deixou uma mensagem plena de sabedoria e de amor. Na era da globalização, sugeriu que os irmãos e irmãs equipistas de sua mãe Maria introduzissem a arte participativa global nos eventos do Movimento das ENS. Os quatro Setores, mesmo havendo desconfiança por parte de algumas pessoas sobre o sucesso, entenderam o grande significado da voz do Senhor e viveram a primeira experiência sugerida por Jesus, nos Mutirões de junho, 2002. A programação contemplou oito momentos: As Três Atitudes, A Escuta da Palavra, O que é uma Equipe de Nossa Senhora, Partilha, Retiro, Dever de Sentar-se, Oração Conjugal, Contribuição, e a missa de encerramento. Os temas foram sorteados entre as 9 Equipes. Como Equipe, todos os membros partiram para a pesqui-

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sa e estudo apurado, além de cria- Tivemos 120 equipistas no primeiro rem a metodologia da apresentação. Mutirão e 98, no segundo. ObrigaNenhum casal se omitiu. O que se do, Senhor! viu, o que se ouviu e o que se assiZélia e Victurino milou, como cristão e como Igreja, Equipe N. Sra. de Lourdes foi o maior presente de vida equiCR Setor C Florianópolis, SC pista, de vida espiritual e de carinho do Senhor Deus. Todos, sem exceção, tanto equipistas com muitos ••• anos no Movimento, como equipistas mais novos, foram conduzidos pelo Espírito Santo. Todos sentiram a Brasilia força salvífica do ato de abrir-se à vontade e ao amor de Deus; da verAlguém nos disse certa vez, dade sobre si mesmo; do encontro e quando ouvimos falar em Mutirão, comunhão com os irmãos. Nossa alma se encheu de felici- que se tratava de um encontro mais dade porque aprendeu melhor como adequado para casais debutantes no Escutar a Palavra e como falar com Movimento, com o objetivo de reintimidade com Deus, nosso Abba, forçar a informação, sobretudo a Paizinho. Vivemos momentos de pilotagem desses casais. Ora, o Mutirão é muito mais do satisfação espiritual por pertencerque isso, conforme tivemos oportumos às Equipes de Nossa Senhora. nidade de verificar no dia 8 de seFomos convencidos de que partilhar tembro, ao participar do li Mutirão é a tarefa mais santa e salvadora 2002 Regiões Centro-Oeste I e li, de nossa vida conjugal e familiar. em Brasília, junto com cerca de 50 Fomos despertados e motivados a casais, de Brasília, Goiânia, Anápolis participar de um Retiro para sentir no Colégio Salesiano e Água Boa, o amor de Deus cnm muito mais indo Núcleo Bandeirante. tensidade. Como Rita (do José Adolfo- CR Os cônjuges sentiram que o Dever de Sentar-se é a ocasião de vi- Província Centro-Oeste) enfatizou ver o prazer do diálogo a dois. En- na primeira palestra, Mutirão não é fim, na missa de encerramento, só reciclagem porque não somos papel tínhamos o coração nas mãos para nem coisas, mas gente. Mutirão é entregá-lo a Deus, através de Je- renovação, e disso certamente desus, em gesto de gratidão por tanto vem precisar até alguns dos nossos bem e tanto prazer pela participa- mais valorosos veteranos. Os casais ção deste momento de alta espiritua- participantes desse Mutirão foram lidade e de comprovação de que as recebidos com um café da manhã Equipes são ricas pela ação do Es- planejado com carinho pelas Equipírito Santo e capazes, por isso mes- pes 19 e 41 do Setor E/li. A primeira palestra, de Rita e mo, de levar a Luz para os cristãos. CM 377

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José Adolfo, versou sobre o "Guia das Equipes de Nossa Senhora". Objetivo: "apresentar o Guia das ENS e motivar a todos para que o mesmo seja conhecido através do estudo, da reflexão, do debate e posto em prática em cada equipe". Pela dinâmica que empregou, o casal mostrou como podemos utilizar o "Guia" de maneira eficiente para responder a perguntas e esclarecer dúvidas. Podemos dizer, com justiça, que Rita e José Adolfo saíram-se muito bem na tarefa que lhes coube de enfatizar a importância desse documento, como instrumento de consulta e de orientação para o equipista. Em seguida, tivemos o painel "PCEs e as Três Atitudes", apresentado pelo Casal Terezinha e Célio. Pontos que anotamos: fazer os PCEs com o coração, não por obrigação. Viver os PCEs é dar testemunho de que mudamos para melhor. Não temos que mudar o mundo, nem sequer o( a) outro (a). A preocupação deve ser conhecer-se a si mesmo e então mudar a própria pessoa. E fazer disso uma regra de vida, foi a sugestão da Terezinha. O casal Lícia e Artur falou sobre a Reunião de Equipe. Ao contrário dos casais que falaram antes, Artur, com descontração e bom humor, contrariando a idéia de que as mulheres falam mais, praticamente monopolizou a palavra e destrinchou a "Reunião de Equipe" mostrando a importância de cada um dos seus momentos. Foi uma palestra agradável, e tão à vontade estava o casal que parecia estar conversando conosco na casa deles. 24

Tivemos reuniões de grupo para uma troca de experiências, oportunidade também de conhecer outros casais do Movimento. A última palestra foi do Pe. Dimas que falou sobre "Carisma, Mística e Espiritualidade". Ele manteve o interesse dos ouvintes, os quais tiveram mais uma oportunidade de entender o tema. Podemos dizer, mais uma vez fazendo justiça, que a organização do Mutirão foi perfeita. As palestras não cansaram, pelo contrário, foram objetivas e destacaram pontos importantes. A missa celebrada pelo Pe. Dimas encerrou o Mutirão.

Beatriz e Hugo Eq lD- N. Sra. Medianeira Brast1ia, DF

••• Região Norte A Região Norte I, realizou no dia 18 de agosto de 2002, o ill Mutirão, no Centro de Treinamento Padre José de Anchieta, em Manaus, AM. Cerca de 20 casais compareceram ao encontro, o que somando aos outros dois anteriores chega-se ao total de 90 casais participantes, com a adesão de 50% dos equipistas de nossa Região. O Encontro foi bastante animado e proveitoso. Os palestrantes procuraram criar dinâmicas novas e interessantes, agradando a todos os CM 377


presentes. Principais temas abordados: Vida de Equipe, Carisma e Mística, Unidade no Movimento e outros documentos que norteiam as diretrizes do Movimento, com destaque para o "Guia das Equipes de Nossa Senhora". Destacamos o trabalho apresentado para "Os Pontos de Unidade das ENS", que foi apresentada sob a forma de uma gincana, onde os grupos procuraram participar de uma maneira rápida, buscando atingir o objetivo principal que foi de passar a mensagem exata de cada ponto de unidade, a fim de obter pontos e sair vencedor da gincana. Mas, no final todos nós ganhamos. Os Setores realizaram com amor e dedicação, esses Encontros que foram "Uma luz para quem participou e uma satisfação para quem realizou".

Nazira e João Paulo CR Região Norte I

••• Observações sobre os Mutirões Em 2002 O Colegiado da Região Rio Grande do Sul I, ao planejar e programar a animação do Movimento CM 377

no ano de 2002, decidiu pôr em prática a prioridade sugerida pela Super-Região: os Mutirões. Todos os setores decidiram fazê-lo. Alguns até programaram dois mutirões. Assim, nos seis setores e no présetor da Região, aconteceram nove mutirões neste ano, sendo que os dois últimos foram realizados nos dias 14 e 15de setembro, no Setor Serra e no Setor A - Porto Alegre. Na última reunião mensal do Colegiado, fizemos uma avaliação dos Mutirões, constatando-se que, no geral, houve grande aceitação por parte dos equipistas e alguns frutos já podem ser notados, principalmente com a integração dos casais no Setor. Cada Setor planejou e executou seu Mutirão, buscando atender ao que parecia ser mais necessário e oportuno. Assim, uns priorizaram palestras, outros trabalhos práticos, outros depoimentos testemunhais. 25


Os Mutirões tiveram palestras como: "Vida Cristã e PCEs", "Construindo a Base para o Dever de Sentar-se" (Psicologia), "O Dever de Sentar-se como Proposta das ENS", "Santificação", "Correção Fraterna", "Reunião Preparatória", "Vida de Equipe", "A Maturidade da Fé Cristã Vivenciada pelo Casal no Matrimônio", "Formação", "Regra de Vida", "Carisma e Mística das ENS", "Unidade do Movimento", "Sentido da Responsabilidade no Movimento" etc. Nos depoimentos e testemunhos, foram enfatizados a oração conjugal, o dever de sentarse, a correção fraterna, onde aconteceram algumas dinâmicas e trabalhos de grupo. Em todos os Mutirões tivemos práticas da reunião preparatória, da reunião mensal, da vida de equipe e do papel do casal animador durante o mês. Houve setores onde o Mutirão começou um mês antes da sua efetivação, pois a cada equipe foi atribuída a tarefa de apresentar ou um tema, ou um trabalho prático, um testemunho, preparação da liturgia, animação etc .. Nesses casos, o Mutirão foi primeiro praticado na equipe. Interessante o testemunho de uma equipe, a qual recebera a missão de apresentar o tema "Mística das ENS". Ao estudar o assunto, os casais se deram conta de que não estavam sendo verdadeira equipe, pois não viviam a Mística do Movimento, e por isso houve uma crise. Mas, com oração e diálogo, conseguiram preparar o assunto para o Mutirão e, entendendo o que é Mís26

tica, reiniciaram a caminhada, tendo mais consciência da presença de Cristo em suas vidas, que os faz ajudarem-se mutuamente e testemunharem o casamento cristão. O testemunho dos casais do Setor diz que a maior receptividade por parte dos casais foi para com as demonstrações práticas apresentadas por equipes, pois, por elas houve maior aprendizagem e, também, porque, se algo foi mal colocado, foi possível fazer as devidas correções. As refeições foram momentos de comunhão. Em quase todos os mutirões, o almoço e os lanches foram feitos de forma comunitária, onde cada casal trazia algo para partilhar. Também a animação com cantos, alguns com letras criadas pelos equipistas, serviu para tomar os Mutirões momentos de alegria e vida. Em todos os mutirões se deu destaque à celebração eucarística. Sublinhe-se, também, que, à medida que os Mutirões iam acontecendo, os setores que ainda não tinham realizado buscavam a ajuda e a experiência dos que já haviam efetuado. Na palavra de um Casal Responsável de Setor, se fez também um Mutirão dos setores. Esperamos que, no próximo ano, o Espírito Santo ilumine a todos para que novos Mutirões aconteçam, para fortalecer a vida do Movimento, fazendo uma verdadeira expansão sustentada, com o crescimento das ENS "por dentro".

Graciete e Avelino Gambim CR Região RS I Porto Alegre, RS CM377


A NADOS Faz alguns anos, estando em visita no Amazonas, em companhia de dois outros padres, fomos levados por uma farm1ia amiga a uma pousada dentro da floresta, bem longe de qualquer cidade. Ali ficamos por um dia, maravilhados diante da pujança lendária da mata equatorial. Um rio corria junto à pousada, de forma que pudemos passear de barco e ensaiar uma pescaria. A pousada, realmente bem modesta, contava com certo número de funcionários, todos originários da região. À parte, estava construída uma pequena capela, semidestruída. Conversando com os funcionários, perguntamos por que a capela estava tão descuidada. Responderam que o motivo era a falta de padre. Não havia sacerdote responsável e toda a redondeza não tinha assistência religiosa. Mas todos se diziam católicos. Perguntamos como faziam para se casarem na Igreja. Disseram que ali ninguém era casado na Igreja, com exceção de um deles, e por isso esse homem era sempre chamado quando alguém falecia, porque só ele podia acender a vela para o morto. O mistério que envolve a morte, em todas as antigas culturas, levou sempre o ser humano a gestos rituais, que procuram desvendar o véu que encobre esse momento supremo e terminal da vida. De um lado, o respeito e o temor diante do desconhecido e, por outro, a intuição profunda de que existe algo superior ao CM 377

perceptível neste mundo e um além da vida terrena. As religiões apontam para a divindade eterna e uma sobrevivência humana para além da morte corporal, no horizonte do divino, ao qual se tem acesso mediante uma purificação necessária. Aqueles homens, no fundo da floresta amazônica, elaboraram a partir de sua cultura católica o seu ritual diante da morte. Eles crêem em Deus e na vida após a morte. Mas percebem que é preciso de alguma forma ajudar o morto a chegar purificado e abençoado diante de Deus, para ser bem recebido na outra vida. A vela acesa faz parte da cultura católica como símbolo de Cristo, que é a luz do mundo, e símbolo da nossa fé e devoção. Aqueles homens rudes talvez soubessem muito pouco rezar, mas acender uma vela junto ao morto era, ao mesmo tempo, uma prece por ele como também um passaporte para a viagem que o levaria definitivamente a Deus. A vela iluminaria o caminho do morto, não deixaria que se perdesse na escuridão do mal e do erro, e assim pudesse, iluminado, chegar à luz eterna. Para esse gesto último e determinante de ajuda religiosa ao morto, só um homem que estivesse bem com Deus, o homem casado na Igreja, era digno, nessa circunstância de falta de sacerdote. "É na morte que o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto", disse o Concílio Vaticano 11 em seu documento 27


Gaudium et Spes (n° 18). O filósofo alemão, Martin Heidegger pensou o homem como um-ser-para-a-morte e sobre essa conotação elaborou toda uma reflexão sobre o sentido ou não-sentido da existência humana. Outros apresentaram o homem como "uma paixão inútil", um ser malogrado que, devido à morte, fracassa nas suas aspirações mais profundas. A fé católica, porém, não é pessimista diante da morte. Ao contrário, proclama esperança segura de que a última palavra será da vida, e não da morte. O texto já citado do Concílio Vaticano TI continua, dizendo: "O homem não se aflige somente com a dor e a progressiva dissolução do corpo, mas também, e muito mais, com o temor da destruição perpétua. Mas, é por uma inspiração acertada do seu coração que afasta com horror e repele a ruína total e a morte definitiva de sua pessoa". Acrescenta ainda que Deus chamou o homem para um ftm feliz, além dos limites da miséria terrestre, e, para tanto, a morte corporal será um dia vencida por Cristo, que já a venceu em seu corpo pela ressurreição. De fato, se Cristo não tivesse ressuscitado dos mortos, a nossa fé seria vazia e não teria havido salvação para o homem, diz, com razão, o apóstolo Paulo. Mas Ele ressuscitou, conforme está registrado o testemunho histórico dos discípulos, nos Evangelhos. Se Ele ressuscitou, então a morte está vencida e também nós, por força dele, um dia ressuscitaremos dos mortos, no fim dos tempos. Jesus ensinou que Ele é a videi28

ra e nós, que nele cremos, somos os seus ramos. Os ramos seguem o destino do tronco e possuem a mesma vida do tronco. Por essa razão, se Jesus ressuscitou, também nós ressuscitaremos, por força dele. A fé católica ainda diz mais. Não só afirma claramente a ressurreição dos mortos, mas também entrevê que o mundo, a terra e todo o universo não serão simplesmente aniquilados, mas sofrerão uma transformação misteriosa e renovadora. O apóstolo Pedro fala de "novos céus e nova terra": "O que nós esperamos, conforme a sua (de Deus) promessa, são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça" (2 Ped 3,13). O documento Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano ll, ensina, portanto: "Nós ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara morada nova e nova terra. Nela habita a justiça e sua felicidade irá satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem dos corações humanos. Então, vencida a morte, os filhos de Deus ressuscitarão em Cristo, e o que foi semeado na fraqueza e na corrupção se revestirá de incorrupção. Permanecerão o amor e sua obra" (n° 39).

Dom Cláudio H ummes Cardeal-arcebispo de São Paulo, SP (do jornal "O Estado de S. Paulo") CM 377


Falecimentos Adão Júlio Rocha (da Maria), ocorrido no dia 31 de maio de 2002- Eq. N. Sra. Caravaggio- Criciúma, SC Antonio Drago (da Edna), ocorrido no dia lo de setembro de 2002- Eq. llB - N. Sra. da Família- Jaú, SP José Apparecido Buschinelli (da Maria Enid), ocorrido no dia 09 de novembro de 2001 - Eq. N. Sra. da Santíssima Trindade - São Paulo, Capital

Bodas de Brilhante Esméria e Irineu Lomar celebraram no dia 8 de abril de 2002, 60 anos de vida conjugal, estando há 32 anos no Movimento. Equipistas fiéis, participam de todas as atividades programadas pelo Movimento (Noite de Oração, Encontros, Retiros etc .. ). Com que carinho cuidam um do outro, agora que o peso dos 89 anos já não permite que exerçam tantas atividades como antes. Eles seguem com fidelidade um pensamento de D. Hélder Câmara: "Não, não pares. É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Manter o ritmo ... Mas, a graça das graças é não desistir. Podendo ou não podendo, chegar até o fim". Leda e Edson Porto Eq. lA - N. Sra. do Sagrado Coração Juiz de Fora, MG

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Jubileu Presbiteral Mons. José Neiva No dia 6 de abril de 2002, o Mons. José Neiva, SCE da Equipe 1 - N. Sra. de Fátima, da cidade de Cruz das Almas, BA, completou 85 anos de vida e 60 anos de sacerdócio. As festividades constaram de um tríduo de celebrações e homenagens. Na foto, Mons. José Neiva abençoa a imagem patrona da Equipe, numa reunião da Pilotagem.

••• Padre ]acques P. Zwaanenburg No dia 2 de setembro de 2002, o padre Jacques completou 40 anos de sacerdócio. Ele foi SCE da Região Rio V e atualmente é o SCE das Equipes 102 N. Sra. do Sagrado Coração e 33 - N. Sra. do Amor, da Coordenação BarraRecreio.

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AMAR É... , VALORIZARA FAMlllA A vida em família é natural ao ser humano, criado à imagem e à semelhança de Deus. Homem e mulher, Ele os criou iguais, por amor e para o amor, para serem fecundos, dandolhes a nobre missão de serem multiplicadores da espécie e senhores da humanidade, tendo como tarefa fimdamental o serviço à vida. Ser pai e ser mãe não é apenas ter filhos, é muito mais: é saber transmitir valores. É uma arte feita de pequenos atos de humildade, é descer ao nível dos filhos, é ensiná-los a importância da fé, dos princípios morais e do respeito a todos os seres humanos, sem distinção de raça, posição social, política ou religiosa. Ser pai é muito mais uma questão de testemunho de vida exemplar, objetivando formar cidadãos de caráter. A reflexão que fazemos e que propomos, não poderia ser mais oportuna num mundo onde a violência e os vícios malignos tentam predominar, conforme comprovam os noticiários divulgados pelos meios de comunicação de massa. As estatísticas confirmam, também, a ligação existente entre os problemas sociais e o ambiente familiar. É preciso que tenhamos visão de longo prazo e saibamos entender que a vida conjugal e familiar devem ser edificadas sobre bases sólidas, apoiadas na doutrina de Jesus Cristo, "o caminho, a verdade e a vida". "Acreditar na família é construir o futuro!" foi o tema central da Semana Nacional da Família, comemoCM 377

rada de 11 a 18 de agosto. Inspirado nesta frase de autoria do Papa João Paulo II, que também nos lembra que o futuro da humanidade passa pela família, instituição que, nos tempos atuais tem sido questionada pelas profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Valorizar a família é ter consciência de sua importância como fundamento da sociedade e um dos bens mais preciosos ·da humanidade que deve ser preservado com maturidade, doação, união, equilíbrio, diálogo, perdão e amor. Sendo o ambiente natural de toda formação e vivência cristã, como tal, a sua harmonia favorece a educação integral dos filhos, quando crescem em lar estável, saudável e feliz, fator influente na geração da paz interior das pessoas que se propaga criando a paz mundial. O empenho pela promoção da vida, do matrimônio e da família deve nos incentivar a lutar para que a vida humana, o casal e a família sejam reconhecidos e respeitados em toda a sociedade, como aquilo que realmente são: imagem e semelhança do DeusAmor. Cremos na vida, cremos no valor da família, nosso maior patrimônio, como alicerce de uma sociedade justa, democrática, solidária e fraterna, imprescindível para a construção de um mundo melhor. Que o Espírito de Deus nos ilumine.

Sandra e Calil Ahouagi Equipe 2A- Juiz de Fora, MG 31


CENSO 2000- O BRASll ACOU MENOS REllGlOSO? Foram divulgados recentemente os resultados preliminares do Censo 2000. Os dados são muitos e apontam para mudanças complexas na sociedade brasileira. É natural destacar, entre muitos números, alguns que mais impressionam. Um segundo passo, quase inevitável, é construir sobre esses poucos dados, selecionados sem muito cuidado, uma imagem distorcida da realidade. Um grande jornal carioca, um dia depois da divulgação do Censo, es- · tampou na primeira página: "País fica menos religioso". O redator do título ficou impressionado porque a porcentagem dos que se declaram "sem religião" pulou de 4,8% (censo de 1991) para 7,3% (2000), com um avanço relativo de 52% em nove anos. O fenômeno é mais evidente no Estado do Rio de Janeiro, onde os "sem religião", contudo, cresceram pouco: de 13,9% (1991) para 15,5% (2000). Este dado basta para declarar o Brasil "menos religioso", quando a religião enche a mídia, e analistas de peso apontam para um "retomo da religião"? Quem tem razão? É preciso ir além do Censo, que não diz quem são os "sem religião". São os que não acreditam na existência de Deus? Mas outras pesquisas dizem que, no Brasil, os ateus que se declaram como tais são entre 1 e 2% da população. Outras 32

pesquisas revelam que os "sem religião" oram ou rezam freqüentemente ou, ao menos, ocasionalmente. Outros "sem religião" conservam crenças tipicamente cristãs ou desposam crenças da "nova era", como a fé em anjos. Talvez seja mais próxima da verdade a hipótese de que os "sem religião" são um grupo heterogêneo, mas que converge num ponto: a recusa de se ligar formal ou explicitamente a uma religião, a uma igreja. O próprio Censo não prevê a possibilidade de contar as pessoas que, em lugar de se declararem católicos (ou evangélicos, ou kardecistas, ou budistas ... ), deveriam dizer, como plasticamente me falou alguém num momento de sinceridade: "minha religião sou eu". Uma recente pesquisa sobre a religiosidade nas principais regiões metropolitanas do Brasil, constatou que 25% dos entrevistados diziam freqüentar mais de uma religião e metade deles dizia fazê-lo assiduamente ou sempre. A tradição judaico-cristã pensa a religião como única e o Deus-Javé é ciumento. Mas outras tradições religiosas admitem sincretismo ou pertença a muitos deuses e cultos. O certo é que, na atualidade, indivíduos e grupos criam novas religiões com um ritmo impressionante. A "World Christian Encyclopedia" levantou cerca de 10000 religiões diferentes no mundo. O próprio IBGE, para a pergunta do Censo CM 377


2000 "Qual é a sua religião?", encontrou cerca de 35000 respostas diversas, que foram reduzidas a cerca de 5000 eliminando repetições e equívocos, e finalmente agrupadas em 144 respostas. É evidente que a classificação "religião evangélica" abrange centenas de igrejas diferentes, desde anglicanos, luteranos, presbiterianos e batistas, até inúmeras igrejas pentecostais e neopentecostais. O próprio catolicismo, no qual se reconhecem quase 75% dos brasileiros, inclui um amplo leque de crenças, práticas e experiências diversas, como mostra essa pesquisa. Pode-se então concluir que a grande tendência das últimas décadas ou da modernidade, no campo religioso, é a diversificação e a fragmentação. V árias fatores e mecanismos interagem nesse processo. No fim, os indivíduos tendem a escolher sua religião (ou a formar suas convicções religiosas, não necessariamente ortodoxas nem dependentes de uma só Igreja) segundo cri-

térios pessoais, subjetivos, e num leque sempre mais amplo de possíveis escolhas. Com isso, a religião tradicional, o catolicismo, no Brasil, outras, em outros países, sofre um processo ao mesmo tempo de desgaste numérico (perde fiéis) e de seleção qualitativa (retém fiéis mais convictos e mais ativos, mais engajados). Este processo não envolve apenas a religião, mas todas as instituições. Mas, ficando dentro do tema religião: é um mal passar da adesão tradicional à adesão pessoal? Creio que não. O pior que a sociedade atual pode trazer não é uma religião personalizada, convicta, mas uma religião "de massa", onde as pessoas sejam seduzidas e arrastadas pela manipulação de pretensos messias ou profetas e não ajam com liberdade, mas por conformismo.

Pe. Alberto Antoniazzi (Professor de História do Cristianismo na PUC-Minas) Colaboração pe. Manoel Godoy

AFÉ "Senhor, nós confiamos em vós" (SI 115).

A fé é, primeiramente, uma adesão pessoal do homem a Deus; é ao mesmo tempo, e inseparavelmente, o assentimento livre a toda verdade que Deus revelou. O poder da fé não tem limites, porque a fé nos faz aliados de Deus; e esta nossa aliança com Ele nos CM 377

proporciona compromissos de ambas as partes: da parte de Deus e também da nossa. E se Deus é sempre fiel a suas promessas, nós nem sempre o somos. Por isso, não adianta crer e depois cruzar os braços. Nem tampouco convém proclamar a fé e depois fugir da raia. Não ser33


ve invocar o nome de Deus e depois esquecer as próprias obrigações. Não tem sentido deixar tudo com o poder de Deus e depois não pôr em ação o poder que Deus depositou em nossos braços, em nossa mente e em nosso coração. Quem crê em Deus de verdade, não fica culpando os outros pelas desgraças, mas, busca promover a paz, o amor e a justiça, uma atitude capaz de levar o ser humano à fraternidade. Mas, a fé é também um abandono, uma confiança ilimitada em Deus. É uma entrega plena e pessoal ao mistério que fundamenta a existência do homem. Como Maria, mesmo não entendendo, confiou. Ela se perturba, tem medo. Não duvida, pergunta. Ouve e aceita coisas que não se vêem. A fé é exatamente isso: confiar como que vendo coisas invisíveis (Hb 11, 7). A fé, porém, não é mero sentimentalismo, nem emoção, nem paixão ou entrega irracional. A fé é, ao mesmo tempo, razão e amor. Compromisso e compreensão. Confiar e ser confiança para um outro. Entregar-se e arriscar-se na esperança. É, sobretudo, um encontro de amor entre duas pessoas: eu e Deus, eu e Jesus Cristo. Só quem ama crê. Só crê quem é amado. A fé fortalecida pela palavra e alimentada pela oração suscita o testemunho. O encontro pessoal com Cristo permite experimentar a ressurreição. Cristo ressuscitado é o fundamento da nossa fé. Uma vida não se sustenta sem alimento. O mistério de Cristo, sua vida, seus ensinamentos são o alimento 34

para que todo homem encontre o sentido da existência, pois, Cristo é o pão da vida. É preciso que Ele seja visto como o enviado pelo Pai, como fonte inesgotável de vida: "Aquele que vem a mim nunca terá fome, aquele que acredita em mim nunca terá sede". Para quem crê, não é difícil descobrir a misteriosa, mas, real presença de Cristo entre nós, revelado na sua vida invisível. Jesus nos diz que a fé deve ser atentada e que precisamos crer em Deus não só nos momentos de alegria, mas, também nos tempos de tristeza. Ter fé não significa ficar imune às provações, dificuldades ou lutas. A exortação para quem crê é coragem. "Coragem, eu venci o mundo". O ideal da fé cristã é seguir a Jesus Cristo sem medo, em todas as circunstâncias, quando experimentamos o seu poder ou quando experimentamos a sua cruz. Um dos efeitos da palavra de Cristo é a alegria que nasce da fé, da certeza do amor de Deus por nós, que se revela continuamente na pessoa de Jesus Cristo. Tempestades na vida devem nos fortalecer na fé. Sabemos que não existe um instrumento nem método para medir a nossa fé, mas, nós como equipistas devemos fazer, através de nossa meditação diária, uma avaliação de como está e de como podemos aumentar a nossa fé em Deus. Só temos que confiar nele, pois, a nossa fé é uma resposta de fidelidade e reciprocidade a Ele.

Lídia e Dehon Eq. 1 - João Pessoa, PB CM 377


DlA NAClONAL DOS CRlSTÃOS LElGOS E LElGAS "Somos muitos testemunhando Cristo Rei" Somos criados à imagem e semelhança de nosso Deus, como nos ensina sua Palavra. Somos feitos para viver em comunhão. Cultivamos a espiritualidade que leva a aprofundar a relação conosco mesmo, com os demais irmãos, com a natureza e com Deus. Relações que vêm de Deus e a Deus retomam, e nos humanizam ainda mais. Para construirmos novas relações, em uma sociedade complexa e cheia de contradições como esta em que vivemos, é preciso nos organizarmos num espaço comunitário de reflexão e atuação. Nós, laicato brasileiro, estamos organizados no Brasil em forma de Conselho Nacional de Leigos e Leigas há 26 anos. Desde novembro de 2001, optamos pela organização em forma de Conferência Nacional, da qual eu, você, nós todos somos participantes. Este é um dos grandes objetivos que norteiam nossa Conferência: ser um espaço permanente para vivermos juntos a espiritualidade encarnada e de comunhão, que constrói relações mais humanas. Buscamos novos caminhos para uma espiritualidade comunitária, relaciona!, ecológica, gratuita e trinitária. Todos somos seguidoras e seguidores de Jesus Cristo. Mas, você já pensou no que isto significou para os discípulos nos tempos históricos CM 377

de Jesus e o que isto significa para nós nos dias de hoje? Como podemos atualizar, para o tempo presente, o seguimento de Jesus? Quais são as formas de vivenciar, hoje a nossa vocação batismal como discípulos de Jesus? Hoje, como cristãos, somos chamados a ocupar e assumir os espaços e os desafios da comunidade e da sociedade, com clareza, firmeza e profecia. Assim verão em nós a presença libertadora de Jesus, o fermento do Reino transformando a realidade, o Evangelho que gera dignidade e constrói a vida.

(do "Roteiro de Celebrações do Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas"- CNLB) 35


REFLETIR A NATUREZA! Refletir sobre a natureza faz parte da caminhada das ENS, inspiranos a escrever e contribuir de alguma forma com nossos conhecimentos e nossas experiências. Desde a carta mensal de Outubro de 2001,quando saiu a foto do encontro das águas dos Rios Negro e Solimões, e a contemplação do casal Silvia e Chico que fiquei com uma imensa vontade de escrever este artigo. Quando eles dizem: "Fomos impulsionados a meditar na lição da natureza", eu penso o quanto apreciamos esta maravilhosa natureza e qual o nosso papel como seres humanos. Que contribuição podemos dar enquanto casal cristão no compromisso, com palavras e obras, de preservar os ambientes da terra, com toda a coragem necessária. "Deus contemplou a sua obra e viu que tudo era bom" (Gn 1,31). As maciças alterações ambientais realizadas pelo homem, cujas conseqüências biológicas e ecológicas de longa duração ainda desconhecemos, nos levam a refletir sobre o planeta que nos serve de lar, é sagrado e merece ser tratado com muita atenção e respeito. O Padre Thomas Berry, ecologista, em seu livro "Dream of the earth", cap. 13, diz: "Nós alteramos a própria química do planeta; alteramos o biossistema, a topografia e até mesmo a estrutura geológica; estruturas e funções que levaram cerca de milhões de anos para serem formadas. Essa espécie de alteração da natu36

reza em tal ordem de magnitude jamais fez parte da história da Terra ou da consciência humana". Proponho então neste mês de junho/2002, quando o mundo comemora dia 5 o "Dia Internacional do Meio Ambiente", impulsionar uma reflexão sobre a nossa marca, nossa impressão por todo o planeta em nossa breve passagem por ele. Afirmamos encontrar a presença de Deus em todas as coisas, ele habita nos elementos conferindo-lhes a existência; nas plantas permitindo-lhes o crescimento; nos animais dando-lhes os sentidos. Enfim, vamos nos colocar no rol daqueles que defendem o solo, a água, o ar e a combinação de recursos genéticos das florestas tropicais. Destruindo a Terra, somos omissos com a qualidade e a presença divina. Este ano, tivemos em nossa liturgia, a figura do índio que tanto expressa a "mãe-terra" como sagrada (CF/2002), como sagrada também é a vida. Teremos ainda este ano em setembro, a se realizar em Johannesburg, África do Sul, a Rio+ 10, que reunirá a cúpula mundial ecológica, com a finalidade de avaliar estes 10 anos de compromissos assumidos em documentos oficiais. Neste grande encontro, esperamos que o destino do nosso amado planeta terra seja tratado com responsabilidade e boa vontade e que as políticas adotadas sejam sábias e promovam a possibilidade de nos redimirmos perante ele. A mãeCM 377


natureza planejou, concebeu e tramou a nossa existência, e nós, que tanta abundância e riquezas recebemos dela, precisamos retribuir livremente, cada um fazendo a parte que lhe cabe. Somos a grande opor-

tunidade da natureza tomar-se viva!

]aneide (do Genilson) Eq. 41A - ]aboatão dos Guararapes, PE janeide.lopes@ig.com.br

CAMlNHOS DA TOLERÂNClA Como é possível aceitar, até com simpatia, o amigo que adora uma picanha, mesmo quando somos vegetarianos convictos? Ou apreciar o ponto de vista de um budista, mesmo quando somos católicos fervorosos? Considerar que a ioga pode ser tão agradável quanto uma aula de aeróbica ou que a música pode ser tão bem-vinda quanto o silêncio? Com mais compreensão, até a briga entre marido e mulher por causa do futebol pode chegar a uma boa solução. Respeite o gosto dos outros e observe como sua vida se modifica. Isso não significa concordar incondicionalmente com o que está sendo dito, anular sua opinião ou se submeter ao que nos violente ou faz mal. A tolerância nos permite considerar que existem diversas maneiras de olhar para a vida, outras maneiras de ser ou vários tipos de ideal, e que opiniões diferentes das nossas não significam, necessariamente, uma afronta pessoal. Admitimos que há uma multiplicidade de escolhas. "Ser tolerante é perceber, entender e aceitar as

diferenças sem renunciar a prinCM377

cípios e valores pessoais". Para desenvolver essa habilidade é necessário enxergar o mundo com os olhos dos outros. Ser tolerante é requisito fundamental para ter mais tranqüilidade e paz de espírito. Importante também é aceitar a si próprio. O perfeccionismo é um sintoma de que não aceitamos nossas próprias imperfeições. A prática da tolerância propõe muita compreensão e paciência, primeiro com nós mesmos e depois nos relacionamentos, no casamento, no trabalho, na escola. Em síntese: "A prática da tolerância significa que cada pessoa é livre para escolher suas convic-

ções e aceitar que seu semelhante possa usufruir da mesma liberdade". (Unesco,1995). A Chave da Felicidade... "A felicidade e a liberdade começam com a clara compreensão de um princípio: algumas coisas estão sob nosso controle e outras não. Tentar controlar ou mudar o que não podemos só resulta em angústia e aflição". (Epicteto, filósofo grego, 55-135).

Colaboração de Carla e Sidney Eq. 01 - N. Sra. Rosa Mística José Bonifácio, SP 37


SER CASAl CRlSTÃO É SER PERSEVERANTE

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No ensejo do tema do ano, "Ser Casal Cristão", inúmeras são as reflexões para obter proveito do seu objetivo e, neste sentido, as buscas ao melhor entendimento foram disseminadas. Desta forma, chegamos à conclusão de que diante das diferentes características de nossa própria natureza humana, encontramos a premissa de que a perseverança, dentre outras, se constitui na ·mais importante qualidade, sem desmerecer as demais. A perseverança nas bem-aventuranças suplanta as dificuldades, alimenta a paz, a fé e a esperança e ainda fecha as portas ao inimigo. A perseverança, sem exemplo vivo, pode se tornar aparentemente inócua. Desta forma, gostaríamos de levar ao conhecimento dos irmãos equipistas exemplos vivos de perseverar. No dia 22 de novembro de 1973, um sacerdote e um grupo de seis casais participaram do lançamento de uma Equipe de Nossa Senhora, dando, portanto, o primeiro passo para o engajamento no Movimento das Equipes. Naquela data nascia a Equipe 39 que a partir de 4 de abril de 1974 passou a invocar o nome de N. Sra. do Loreto. As dificuldades encontradas ao longo de quase 29 anos de caminhada não são muito diferentes das equipes que atingem muito tempo de formação. Entrada e saída de casais, falecimentos, o envelhecimento normal de todos, as circunstânci38

as particulares de cada um, enfim, são os paradigmas de nossa vida de cada dia. Entretanto, o fermento que semeia a força para sobreviver à inconstância da fragilidade de nosso espírito é encontrado nos Pontos Concretos de Esforços, que sem dúvida alguma, torna os caminhos menos espinhosos, menos agressivos, mais confortantes e acima de tudo com a fé e a perseverança tão necessária a cada um de nós. Um dos exemplos vivos que temos o prazer de citar é o casal Dora e Luiz, casal remanescente dos 6 casais que participaram do lançamento da equipe. Hoje, este mesmo casal participa ativamente de todas as atividades, com ar sempre jovial, alegre e participativo e, ao longo de aproximadamente 48 anos de matrimônio, mantém a serenidade de um semblante que transmite a espiritualidade adquirida ao longo dos 29 anos de vivência em equipe, conseguindo entender e compreender as circunstâncias dos objetivos espirituais do Movimento. O tempo passa, os casais se renovam, e o casal Dora e Luiz, perseverantes e verdadeiros faróis a iluminar os caminhos para sua Equipe, vencendo as dificuldades do dia a dia, numa caminhada digna de exemplo aos demais equipistas. Outro casal remanescente da equipe pioneira é o casal Pedro e Tereza, que deixou esta equipe em agosto de 1999 por ter se mudado CM 377


para a cidade de Fortaleza, CE, onde, continua como equipista, sendo atualmente integrante da Equipe 1 - N. Sra. Auxiliadora e Casal Responsável pelo Setor B. Atualmente, a nossa equipe tem como Conselheiro Espiritual, o Padre Pancrácio Pinho Dutra, com 89 anos de idade, 65 anos de ordenação, e 14 anos nesta Equipe. Opadre Dutra é outro exemplo pela longa caminhada de seu sacerdócio, transmitindo à equipe a serenidade e a perseverança como alavanca fundamental ao crescimento espiri-

tual dos seus integrantes. Que a perseverança desses casais e do Conselheiro Espiritual sirva de exemplos àqueles casais que ainda suscitam dúvidas na busca do crescimento espiritual. Que eles façam dos Pontos Concretos de Esforços o seu suporte espiritual e que no fluxo do tema "Ser Casal" encontrem o verdadeiro caminho das bem-aventuranças.

Rosa e Daniel CRE 39A Rio de janeiro

SER CASAL: UM TESTEMUNHO Temos na nossa equipe, um casal (Zinha e Lúcio) que por diversos motivos estão morando, por tempo indeterminado, em Paracatu, MG, distante 235 quilômetros de Brasília. Este casal continua fazendo parte da Equipe e vem a Brasília todos os meses, para a nossa reunião mensal. Uma vez por ano, nos dois últimos anos, a reunião de julho aconteceu em Paracatu na fazenda da farm1ia de Zinha e Lúcio. Neste ano, na sexta feira dia 19 de julho, aconteceu a reunião e no sábado, às 11 :00 horas da manhã, a equipe promoveu a celebração do casamento de trabalhadores da fazenda CM 377

com a participação do nosso Conselheiro Espiritual, padre Domingos. Os dois casais, pais e filha celebraram o casamento religioso após, respectivamente, 40 e 10 anos de união civil. A Equipe 19 com esta celebração testemunhou o "Ser Casal".

Maria Luiza e Neniomar Equipe 19E- Brasilia, DF

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UE

;. ~J-\J vJ Se pudéssemos viveríamos tudo de novo! Menina de colégio, apaixonada, querendo acertar um casamento duradouro e feliz. Moço bom, com boas intenções, correto e trabalhador: assim éramos nós dois. Procuramos um confessor, depois que fizemos o Curso de Noivos. E qual foi o seu conselho? "Casem-se e entrem para as Equipes de Nossa Senhora da qual eu sou um dos Conselheiros". Assim procuramos o Movimento em Campinas, no ano de 1962. Ele já existia aqui há 5 anos e nós fomos convidando cada casal. Formamos a Equipe 8 (hoje Eq. IB). Para nós, exemplo, farol e guia foram os casais da Equipe 1 (da época): Pérola e Cícero, Nininha e Armando, Man1ia e Gastão, que foram os fundadores e baluartes daquela época. Assumiam tudo com idealismo e garra. A mística do Movimento foi seguida à risca e vivemos nossos primeiros anos de casados, numa verdadeira comunidade de vida e auxílio mútuo. Naquela época a família era assumida com heroísmo. Cada casal tinha de 6 a 8 filhos . A mulher era a rainha do lar, dona de casa e mãe, e o marido o único provedor e tinha que arcar com 40

a responsabilidade de ser bem sucedido, senão a família perecia. Deus esteve muito presente nestes lares. Pois é minha gente! Passaramse 43 anos. Esses casais continuam juntos e mesmo depois de afastados do Movimento, pela idade, pela saúde ou pela exigência dos compromissos, eles não conseguem mais viver sem se encontrar mensalmente numa Reunião de Equipe. Seguem o mesmo esquema: uma oração em comum, uma meditação, estudam um tema e o debatem com um sacerdote presente. Continuam fazendo suas orações diárias e põem tudo em comum. Já passaram todos pelas bodas de ouro e continuam juntos porque sentem-se uma mesma família: a dos eleitos. Convidados para assistir a uma reunião desse grupo, fomos com o maior prazer. Ouvimos tanta sabedoria, vimos tanta luz e sentimos até um suave perfume como se estivéssemos orando num templo, contemplando as coisas do alto. Essa gente semeou a boa semente e hoje já colhe frutos para a eternidade.

Leyla e Mário Eq. lB- N. Sra. Rainha da Paz Campinas, SP CM 377


ALEGRIA DE SERVIR "Já está chegando a hora de ir.. . Venho aqui me despedir e dizer... " Quantos de nós já não cantamos esses versos em vários momentos de nossa vida; todos eles tinham em comum a despedida. Este é para nós um momento desses em que estamos nos despedindo da responsabilidade pela Província Leste, e isse é motivo dareflexão. Queremos refletir sobre o serviço, sobre a missão, sobre os talentos que nos foram concedidos, sobre as graças recebidas em abundância, sobre a generosidade de Deus que nunca nos faltou durante esse tempo. Foi muito forte, queridos irmãos, a experiência que tivemos do amor de Deus; quanto mais nos abrimos ao serviço, quanto mais nos dispomos a viver o encontro e a comunhão, quanto mais nos esforçamos para nos esvaziarmos de nossas próprias vaidades e convicções, mais nos sentimos inundados das bênçãos do céu. Foi um tempo rico, em que nós, a princípio, achávamos que poderíamos contribuir com algum conhecimento ou experiência, mas não era só isso o que Ele queria de nós. Quando Ele nos chama, é porque quer por inteiro, é um sim sem reservas, incondicional. E fomos caminhando, tropeçando, errando, mas recebendo muito e, sobretudo, conscientes de que queríamos estar ali: aquele era o nosso lugar. Estávamos felizes por isso. Agradecemos a Deus pela oporCM377

tunidade de servir, agradecemos aos irmãos a paciência e o carinho para com nossas dificuldades. Agradecemos por tudo que aprendemos e experimentamos durante esse tempo. Somos testemunhas das maravilhas que o Senhor realiza em nós, de como nos transfigura quando toca nossas limitações e através de nós realiza sua obra. Somos gratos a Deus porque nos chamou e porque nos sustentou no nosso sim quando aceitamos a responsabilidade. Nós vos louvamos e bendizemos, ó Deus de misericórdia infinita a quem podemos chamar de Pai.

Regina e Cleber Eq 138 - Rio de Janeiro 41


HOSPlTAllDADE O encontro através de nosso filho "Quem espera no Senhor, sua misericórdia o envolve" Foi o que aconteceu conosco. Temos dois filhos: Luís Fernando e Luís Henrique. O primeiro cursando direito, resolveu através de informações e contatos, ir para os Estados Unidos, a fim de aperfeiçoar seu inglês e adquirir novas experiências de vida. Foi para Ames, no Estado de Iowa, com sua coragem, nossas bênçãos e orações; não paramos de rezar, pedindo que Maria o cobrisse com seu manto protetor. Arrumou emprego, escola e começou a luta. Preocupados por ele estar em terra distante e estranha, pedimos a Deus, luzes para que pudéssemos ajudá-lo. Entramos em contato com alguns amigos equi-

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pistas, para ver se era possível localizar algum equipista que estivesse nas proximidades do local, onde se encontrava nosso filho. Graças a Deus, conseguimos, e por e-mail, nos comunicamos com um alegre casal: Joe e Lois, pais de numerosa farm1ia. Eles são responsáveis regionais das ENS. São atuantes na comunidade de Ames, sendo fundadores da "Arca de Noé", que prepara e acompanha jovens especiais, para uma vida mais independente. Quando estive visitando meu filho, eu e Luís Fernando fomos recebidos com muita alegria e entusiasmo, em sua acolhedora residência, pelo casal e seu filho mais novo: Joel, um jovem muito especial que impulsionou os pais para trabalho tão relevante na comunidade. Fomos à missa juntos, conhecemos seu padre assistente e fomos apresentados para sua comunidade. Conversamos muito e trocamos experiências sobre o nosso Movimento. Levamos daqui doBrasil, lembranças diversas com o logotipo das ENS. Quem sabe um dia, eles possam aceitar o nosso convite e venham nos visitar no Brasil. Nosso filho, continua na sua escola, em-

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prego e residência, mas sabemos que onde ele se encontra tão distante, existe um casal que comunga os mesmos princípios cristãos e que considera nosso filho como mais um da família. Agradecemos sempre a Deus pela grande graça recebida.

Talma (do Serra) Equipe 3 - Limeira, SP

••• Unidos pelas ENS "Através do seu exemplo, os casais das Equipes de Nossa Senhora querem ser um testemunho do casal cristão na Igreja e no mundo". (Guia das ENS, pg.12) Mas, no mundo inteiro? Claro! O que une o Movimento é a fidelidade à sua razão de ser e ao seu objetivo. Com o coraÇão docilmente aberto a este pensamento e precisando ir à Inglaterra, conseguimos o e-mail das ENS em Londres. Lá, escrevemos ao secretariado e recebemos uma resposta muito calorosa. O casal secretário Michael e Nora Courtney responsáveis pela Regional Newsletter nos convidaram para um jantar em sua residência, segundo eles, para "seguir o espírito das ENS". Na Inglaterra ela é intitulada ''Teams of Our Lady". CM 377

Nora nos esperou no local combinado. No jantar, o responsável pela implantação do Movimento na Inglaterra, Leonard, também estava presente. A alegria do encontro brilhou no olhar de cada um. Um clima de união em Cristo atingiu o silêncio de nossas almas. Conversamos muito. Nosso filho era o intérprete. As coisas foram acontecendo. Eles nos mostraram alguns roteiros em português que iriam mandar para Moçambique. Perguntaram sobre a tradução. Cooperamos. Precisavam do Salmo 50 em português. Nossos amigos de equipe em Belo Horizonte enviaram-no prontamente. Eles comentaram sobre suas profissões e os progressos do Movimento na Inglaterra. Falamos da nossa viagem, das Bodas de Prata, da formatura do filho, das peculiaridades do Movimento aqui. Ao final do jantar, tiramos fotos. A despedida foi calorosa dando evidências do início de uma amizade duradoura. E concluímos: a docilidade de 43


Maria ao Espírito Santo orienta-nos para que, mesmo havendo grandes barreiras geográficas, possamos caminhar na ajuda mútua em busca da santidade.

Valdinéa e João E. Natividade Eq. 4A - N. Sra. de Guadalupe Belo Horizonte, MG

••• Marca ào Equipista Ao lermos o texto "Uma Verdadeira Equipe", na Carta Mensal de junho/julho/2002, na página 43, lembramos de nossa equipe, a qual amamos e sentimos imensa saudade. Estamos morando em Campo Novo do Parecis, MT, desde janeiro deste ano, a 2500 km de Lages, SC, onde residíamos e participávamos da Equipe Nossa Senhora das Graças. Nossa vida se completou ao entrarmos nas ENS. Quantas bênçãos e enriquecimento espiritual compar-

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tilhamos com nossos irmãos equipistas e o Conselheiro Espiritual! Apesar da distância, nossos corações permanecem unidos. Afinal, foram sete anos de muita união e aprendizado. Estamos felizes por ter tido a graça de, durante esses anos, conviver com casais encantadores, que contribuíram para o nosso crescimento conjugal e familiar, fazendo assim, com que nos aproximássemos um pouquinho mais de Deus. Queridos casais, e querido Frei Günther! Vocês estarão sempre presentes em nossa vida. Nós os amamos muito. Obrigado por tanto carinho durante estes anos. Deus os abençoe. Na foto o casal Mareei e Débora, juntamente com seus filhos Thaís e Martin, quando nos visitaram, (viajando 2500 km) em julho de 2002 e foram conhecer a Aldeia do Parecis, MT.

Marcelo e Luciana Campo Novo do Parecis, MT

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A sempre presente necessidade da ajuda-mútua Lendo o excelente artigo do Casal Responsável da Super-Região, Silvia e Chico, na Carta Mensal de agosto/2002: "A mística da ajudamútua", aproveitando o "gancho" do tema, animei-me a escrever e a convidar a todos os equipistas a se tornarem solidários com todos os nossos irmãos que estão desempregados. A realidade do desemprego está aí e não podemos disfarçar. Realidade também presente dentro do nosso Movimento. Na nossa equipe, há um chefe de farru1ia desempregado já há algum tempo! Sei de outros, em outras equipes. Todos os casos que conheço são de profissionais de valor reconhecido no mercado, de riquíssimas experiências de vida e de trabalhos diversos, mas que, pela faixa etária em que se encontram, dificilmente receberão respostas afirmativas aos seus respeitáveis currículos. E aí? Vão passar necessidade? Não! Está na hora de nos ajudarmos! "Carreguem os fardos uns dos outros", como bem citou Silvia e Chico! Os problemas de uma equipe não podem ficar estanques à equipe. São muitas as formas de ajudarmos os outros, mas, neste caso, estou lembrando que temos que partir para uma ação concreta: conseguir tra-

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balho para os nossos equipistas desempregados. Apelamos para aqueles nossos irmãos que são empresários: antes de contratar alguém, vejam se em seu setor, em sua cidade, não existe um equipista desempregado, com o perfil requerido, para o posto que, possivelmente, esteja vago ou vá vagar em suas empresas. Uma coisa é certa: antes dos requisitos técnicos terão a certeza que empregando um equipista o quesito personalidade, honra e honestidade já foi preenchido. É mais fácil adequar o lado profissional que este, não é mesmo? Portanto renovo o apelo da Silvia e do Chico: sejamos ousados na arte da ajuda-mútua! Deus lhes pague! Salvador (da Valéria) Eq. 24 - N. Sra. da Piedade Sorocaba, SP

••• Carta Mensal Todo mês espero a Carta Mensal, com aquela expectativa boa e a leio inteirinha. Jesus Cristo quer que o sigamos por caminhos simples, "Vem e segue-me". Vocês, a partir da escolha da capa de cada edição, até o conteúdo que forma e informa, vão dando seu recado, abrindo as veredas, as trilhas do caminho para que Jesus e sua e nossa mãe Maria percorram conosco a estrada da espiritualidade conjugal e familiar. Norma (do Wellington) Fortaleza, CE

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TEM PÃO VELHO? Vou contar um fato corriqueiro que, inesperadamente, foi para mim uma grande lição de vida. Era um fim de tarde de sábado, eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo: -Dona, tem pão velho? Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança. Olhei para aquele garoto tão nostálgico e perguntei: - Onde você mora? -Depois do zoológico. - Bem longe, hein! - É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer. - Você está na escola? - Não. Minha mãe não pode comprar material.

-Seu pai mora com vocês? -Ele sumiu. E o papo prosseguiu, até que eu disse: - Vou buscar o pão. Serve pão novo? - Não precisa não, a senhora já conversou comigo, isso é suficiente. Esta resposta caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança, daquele menino de apenas 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga. Caros amigos, quantas lições podemos tirar desta resposta "Não precisa não, a senhora já conversou comigo, isso é suficiente!" Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor! Alguns anos já se passaram e continuam pedindo "pão velho" na minha casa e eu dando "pão novo", mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem. Este pão de amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita naquele que disse: "eu sou o pão da vida"

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Colaboração Vitalina e Paulo Eq 9 - N. Sra. das Graças Pederneiras, SP Niedja e ]unio Eq. 7B - Natal CM 377


O BAMBU CHlNÊS Você conhece a estória do bambu chinês? Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto o lento desabrochar de um diminuto broto, a partir do bulbo. Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, ao final do quinto ano, o bambu chinês, cresce até atingir a altura de 25 metros. Um escritor de nome Covey escreveu: "Muitas coisas, na vida pessoal e profissional, são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e, às vezes não vê nada por semanas; meses, ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu quinto ano chegará, e, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava". O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos, de nossos sonhos. Em nosso trabalho, especialmente, que é um projeto fabuloso que envolve mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização. Para nossas ações devemos sempre lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão ao longo do caminho. Portanto, cultive sempre dois hábitos: persistência e paciência, para alcançar todos os seus sonhos! É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão ...

Colaboração de Claudia e ]andir Eq. N. Sra. do Rosário Porto Alegre, RS jandir.faria@globo.com CM377

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VOCÊ CONSEGUE ME OUVlR? Um homem estava com muitas dificuldades para se comunicar com a esposa e começou a desconfiar que ela estava ficando surda. Uma noite, eles estavam sentados na sala de visitas e ele resolveu fazer um teste. Sentado em uma cadeira, o mais longe possível de sua esposa ele sussurrou: - Você consegue me ouvir? Nenhuma resposta. Então levantou-se e foi um pouco mais perto e voltou a sussurrar: - Você consegue me ouvir? Mesmo assim não ouviu resposta. Sem fazer barulho, ele então foi para mais perto e sussurrou: - Você consegue me ouvir? E mais uma vez nenhuma resposta. Finalmente, colocou-se bem atrás da esposa e sussurrou:

- Você consegue me ouvir? Para a sua surpresa, ele ouviu uma resposta irritada: - Pela quarta vez, é claro que estou ouvindo você! Na verdade ele é quem estava com problemas de audição e por isto não se comunicava bem com a esposa. Este texto nos alerta para a facilidade com que julgamos os outros. Em geral, consideramos que a falha é do outro e, com isto, encobrimos nossos erros e não encaramos a realidade do pecado em nossas vidas. Fazemos isto com as pessoas e com Deus!

Colaboração Rita e Gilberto São Paulo

SABEDORlA lNDÍGENA Um velho índio descreveu certa vez seus conflitos internos : - Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu : - Aquele que eu alimento.

Colaboração de Padre Manoel Godoy SCE Região Centro-Oeste li

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Meditando en1 Equipe Estamos chegando no tempo litúrgico do Advento e do Natal. Em nossa volta o comércio está vibrante na oferta de seus .artigos. Muitas pessoas amigas estão agendando encontros. Busquemos nós, com toda a Igreja, a vivência deste tempo de graça e reconciliação.

Meàitanào Após a leitura atenta da 1a Carta aos Tessalonicenses, capítulo 3, vers. 12 e 13 até o capítulo 4, vers . 1 e 2, reflitamos: "O Senhor vos f aça crescer abundantemente no amor de uns para com os outros". Além do que fazemos, podemos crescer mais no amor fraterno . "Exortamos que progridais mais no modo de proceder para agradar a Deus" . Já caminhamos bastante no amor para com Deus. Podemos, porém, progredir mais. Padre Ernani

........... ........................... ..... Oração em Comum "Liturgia das Horas - Advento pg . 1458-1459" Quando o dia}da paz renascer, Quando o sol da esperança brilhar, Eu vou cantar!

Quando as armas da destruição, Destruídas em cada nação, Eu vou cantar!

Quando o povo nas ruas sorrir E a roseira de novo florir, Eu vou cantar!

E o decreto que encerra a opressão, Assinado só no coração, Vai triunfar!

Quando as cercas caírem no chão, Quando as mesas se encherem de pão, Eu vou cantar! Quando os muros que cercam os jardins, Destruídos, então, os jasmins Vão perfumar!

Quando a voz da verdade se ouvir, E a mentira não mais existir, Será, enfim, Tempo novo de eterna justiça, Sem mais ódio, sem sangue Ou cobiça, Vai ser assim!

Vai ser tão bonito se ouvir a canção, Cantada, de novo, No olhar do homem a certeza do irmão, Reinado do povo!

Vai ser tão bonito se ouvir a canção, Cantada, de novo, No olhar do homem a certeza do irmão, Reinado do povo!


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casa1s por uma Esp1rituahdade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone· (Oxx11) 3256.1212 • Fax. (Oxx11) 3257.3599 E-mail: secretanado@ens.org.br • cartamensal@ens org br Home page· www.ens.org.br


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