ENS - Carta Mensal 374 - Agosto/2002

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • l1° 374 • Aqosto I

EDITORIAL Da Carta Mensal ................ ... ............ 01

2002

Pais: Eduquem seus Filhos na Fé ... ... 29 Pedido de um Adolescente a seus Pais ... .. ...... .... ..... 31

SUPER-REGIÃO Padre Flavio SCE ........................ .... ... 02 A Mística da Ajuda-Mútua ........ .. ..... 03 Regra de Vida ........... .. ...................... 04 VIDA NO MOVIMENTO Equipe Satélite .. ................................ Nós e Nossos Sacerdotes .. ................ 52 Anos do Movimento no Brasil .... Jubileu de Prata de Equipe ....... .... .. . Mutirão .............. ... .... .................. ......

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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ......... 21 DIA DO SACERDOTE Um Testemunho :

PASTORAL FAMILIAR A Família nos Planos de Deus .... .. .... Harmonia Conjuga l ...... .. .......... .. ....... O Amor Conjugal ....... ... .. .... ... .. .. ..... .. Semana da Fam ília .......... .. ....... ........

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ATUALIDADE A Igreja Católica e as Eleições de 2002 .. ... .. ... .. .... ..... .. ... 38 Santa Pauli na ...... ... ............. .. ......... .. . 40 O Criador e a Natureza Amazônica ... ..... ......... .... 41 TESTEMUNHO Multipl icando os Talentos .. .. .. .......... 43 Projeto Ser Igreja no Novo Milênio .. 45

Ser Conselheiro Espiritual ........ .. .... .. 26 Homenagem ao Conselheiro Espiritual ........... ..... ... .. .. 27

NOSSA BIBLIOTECA. ...... .... .... .. .. .. .. 47

DIA DOS PAIS De Pai para Filha .. .. ............ .... ....... .. .. 28

REFLEXÃO Jardineiros ....... .............. .. .. ..... ... .... .. . 48

Carta M en sal é uma publicaçiio mensal das Equipes de Nossa Senhora

Jane/e e Nélio Pe. Ernani J. Angelini (cons. espiritual)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignan i

Edição: Equipe da Carta M ensal

}omalista R esponsável: Carherine E. Nadas (mrb 19815!

Cecília e José Carlos (responsáveis)

E ditoração Eletrônica, Fotolitos e T/ustrações: Nova Bandeira Produções Ediloriais Lrda. R. Venâncio Ayres, 93/ - SP Fone: (Oxxll) 3873. 1956

Foto de Capa: Leonardo Kaneko Manaus. AM

Wilnw e Orlando Soef.v e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Impressão: Gráfica Roma Tiragem desta edição: 15.600 exemplares

Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5" andar . conj. 53 O1309-000 • S<io Paulo - SP Fone: (Oxx/J) 3256.1212 Fax: (Oxx /1) 3257.3599 cartamensa/@ens.org.br A/C Cecília e José Carlos


Queridos irmãos equipistas! Como vão vocês? Já estávamos com saudades ... Lá se foi o mês de julho, as férias (repousantes ou cansativas?) já terminaram, e aqui estamos nós, vivendo a volta às aulas, retomando nossos trabalhos e respirando o friozinho edificante do nosso inverno tropical. E este mês de agosto é um tempo cheio de comemorações importantes, que destacamos nesta Carta Mensal, como, por exemplo, o dia do Sacerdote, o dia dos Pais, a Semana da Família. O nosso Movimento, desde o seu início, com o padre Caffarel, em 1939, se alicerçou na união dos dois sacramentos: o do matrimônio e o da ordem. A todo momento, nós damos uma atenção especial para os nossos Conselheiros Espirituais. Porém, no dia 4 de agosto, dediquemos a eles uma maior atenção, com nossas orações e nosso incentivo. É neste dia que comemoramos o dia do Sacerdote. Dentro do espírito de oração, temos um artigo da D. Nancy, onde ela se mostra preocupada com o momento atual, diante das várias denúncias envolvendo os sacerdotes. Aceitemos o pedido dela e rezemos também por todos os integrantes do clero que estão envolvidos em denúncias de todo tipo de abuso sexual, para que não se cometam injustiças, e para que todos se empenhem, na busca da verdade, um caminho para diminuir essa mancha que está envolvendo a Igreja em todo mundo. Para ajudar no nosso conhecimento desse assunto, apresentamos, na seção "Nossa Biblioteca", uma sugestão de leitura: o livro "Um Espinho na Carne". Outra homenagem é feita para os pais. Ser pai, nos dias de hoje, representa um desafio enorme, em função dos apelos e dificuldades que o mundo nos apresenta. Apesar disso tudo, o nosso Pai está sempre ao lado de todos os pais, a fim de que os mesmos possam ser capazes de transmitir a seus filhos os ensinamentos de Deus, de forma que a família, a sociedade e o mundo possam mudar para melhor. E (isto é muito importante!) não deixem de ler os relatos dos vários mutirões realizados este ano. Podemos perceber que foram, sem dúvida, um tempo de redescoberta das riquezas e da atualidade de nosso Movimento. Que esta Carta Mensal que pretende chegar até vocês trazendo boas novas do nosso Movimento e testemunhos edificantes de vida equipista, possa nos abastecer na nossa trilha de busca da espiritualidade conjugal e de abertura à vontade de Deus. Uma boa leitura e um mês alegre para todos!

Equipe da Carta Mensal


Prezados casais equipistase conselheiros espirituais. Quinze de agosto celebramos a festa da Assunção de Maria. Renovamos nossa alegria sabendo que a mãe de Jesus, terminada a vida terrestre, foi glorificada na sua plenitude humana, em corpo e alma, junto de seu Filho. A comemoração leva-nos a algumas reflexões - entre as muita possíveis - que me parecem importantes para a vida. Se acreditamos que o corpo de Maria foi transfigurado pela participação na glória de seu Filho, assumido na realidade definitiva que todos esperamos, não podemos desconhecer o valor de nosso corpo, ou melhor, de nossa corporeidade. Porque somos ao mesmo tempo seres corpóreos e espirituais - e o seremos para sempre, mesmo depois da morte - podemos ser, na grande liturgia da criação, a ponte que liga o mundo da matéria e dos sentidos ao mundo espiritual. Somos o laço entre dois mundos, entre os dois coros que cantam o louvor de Deus; pelo Cristo somos sacerdotes que erguem para Deus a hóstia de todos os átomos, de todas as células, de todos os músculos, de todas as idéias, afetos e opções. Em nossa corporeidade é que vivemos o dom da vida nova, que transfigura toda a nossa maneira de ser e não apenas o nosso ser espiritual. Toda a nossa realidade espiritual - inteligência, vontade, afeto, graça - é vivida ao ritmo da corporeidade, num arco de ascensão e declínio, que nos leva da in2

fância à velhice. Viver humanamente é saber colher e provar os frutos de todas as estações, vivendo, amando, orando e cantando todas as idades. E a grande esperança cristã é saber que, quando parece estar chegando ao fim, esgotado e fenecido, é que nosso corpo está para germinar na alegre floração da eternidade. Quando toda a opacidade removida, seremos plenamente humanos, plenamente corpo e espírito. Se acreditamos que Maria foi glorificada em corpo e alma, afirmamos nossa certeza na perenização de todos os valores humanos também os do corpo- não absorvidos mas transfigurados pela vida definitiva. Esperamos tranqüilamente a realização perfeita, o sentido final para todas as nossas buscas e todos os nossos esforços. Se de fato esperamos um dia louvar o Senhor pela glorificação final de nosso ser em Cristo, temos de aprender a louvá-lo, desde agora, pelo corpo que somos.

Pe. Fúívio Cavalca de Castro, cssr CM 374


A MÍSTICA DA AJUDA-MÚTUA Olá, gente amiga! Cremos que todos já escutamos a frase "na prática, a teoria é outra". Onde queremos chegar com tal citação? Trata-se de não permitir que a "mística" das Equipes de Nossa Senhora seja apenas um conceito, uma idéia que assimilamos como teoria, mas que na hora da prática é incapaz de sair do intelectualismo. A mística das ENS repousa num tripé: Reunidos em nome de Cristo, Ajuda-Mútua e Testemunho. Fiquemos agora com a ajudamútua. Todos nós desejamos pertencer a uma comunidade cristã de casais, porque nos consideramos fracos, falíveis, conscientes de que sem a ajuda-mútua fraterna não vamos muito longe. Somos precisados uns dos outros. O Guia das ENS nos ensina que "é normal, útil e motivador pedir a ajuda de seus amigos; é por isso que os casais de uma equipe se ajudam material e espiritualmente". Pensamos não estar errados ao afirmar que em cada equipe de base já vivenciamos essas oportunidades de ~uda-mútua espiritual e material. E o conselho de um, o incentivo na vivência de um Ponto Concreto de Esforço, um "puxão de orelha" merecido na coragem respeitosa de uma correção fraterna. É ainda a ajuda no momento de aperto financeiro, de um desemprego, de um auxílio nas tarefas domésticas por ocasião de uma doença etc. Mas essa mística não pode parar dentro apenas de cada equipe. CM 374

Ela é patrimônio comum de todo o Movimento, das equipes entre si, dos Setores entre si, das Regiões entre si, de todos entre todos. É neste particular que "na prática, a teoria é outra". Vivemos ainda fechados entre os limites de nossa própria equipe. O que acontece com as outras equipes não é problema nosso. Quando se pede para ajudar um Setor que precisa de seu serviço como piloto, ligação, ou até responsável desse Setor, esquece-se a teoria que, na prática, é outra, e vêm as desculpas, os medos, as justificativas ... Esta dimensão maior da ajudamútua que não pode faltar ao Movimento como um todo vemos acontecer na disposição ao serviço e na prática da solidariedade. É este espírito que atesta e consolida a comunidade, que celebra a fraternidade, que nos torna responsáveis uns pelos outros, que garante o acesso de todos aos mesmos benefícios que o Movimento propõe a todos os casais equipistas. "Carreguem os fardos uns dos outros", dizia Paulo aos Gálatas. A ajuda-mútua é um dos três pilares que representam a força-motriz que deve impulsionar o nosso Movimento a uma contínua busca de comunhão com Deus e com os irmãos. Que sejamos ousados na arte da ajuda-mútua. Com o nosso caloroso e fraterno abraço.

Silvia e Chico C. Responsável Super-Região 3


Palavra do Provincial

REGRA DE VlDA "Dar um passo mais além Não se trata de teorizar. Trata-se de viver; Viver, para fazer viver".

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é diferente dos outros movimentos, porque possui uma característica própria que são os Pontos Concretos de Esforço. O equipista que vive os Pontos Concretos de Esforço, vai se transformando, pouco a pouco, e assim o casal vai desenvolvendo uma vida espiritual conjugal que os aproximará cada vez mais de Deus, de seu cônjuge e dos outros. Hoje, vamos refletir sobre a Regra de Vida. Parece simples e fácil se a Regra de Vida for confundida com

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atos de gentileza ou boa educação. É comum ouvirmos alguém dizer: "Minha regra de vida é tratar bem meus empregados!" Isso lá é regra de vida? Isso é ser bem educado. A regra de vida ajuda a cada um de nós a aderir pessoalmente e de maneira concreta ao projeto que Deus tem para a nossa pessoa e para o casal. É uma atitude ou várias atitudes práticas que tomamos, para progredir na direção do crescimento espiritual e humano. Ela nos abre horizontes pessoais, ajudando-nos a dar um passo mais além, para res-

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ponder ao amor e ao apelo de Deus. Deve ser uma escolha pessoal, livre e assumida como compromisso. E em nossa missão de dar testemunho cristão no mundo de hoje, a regra de vida nos ajuda a "ser" antes de "fazer", pois a fonte inspiradora é o próprio Evangelho. Na Escuta da Palavra é que encontramos o verdadeiro modelo de vida cristã do casal. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora oferece algumas sugestões na escolha de uma regra de vida: • Antes de fazermos a escolha de uma regra de vida, o ideal é nos abrirmos ao amor de Deus pela oração. Quando a oração e a leitura da Palavra de Deus é diária em nossa vida, fica muito mais fácil saber e entender o que Ele quer de cada um de nós. Quando nos sentimos amados e protegidos pelo seu amor, nos esforçamos cada vez mais para agradá-lo, vamos nos transformando com humildade e abertura de coração. • Cada um de nós é convidado a assumir uma regra de vida pessoal. Não uma regra de vida que vise somente o nosso progresso individual, mas um esforço que ajude também o crescimento da vida do casal, da família e da sociedade em que vivemos. A escolha da regra de vida deve ser feita com o fim de melhorar e ajudar a desenvolver o que temos de melhor em nós mesmos, isto é, nos tornarmos pessoas melhores, mais coerentes na vida conjugal e familiar, tanto no plaCM 374

A regra de vida não é um objetivo a ser atingido. Ela deve ser . sempre um me10, uma ferramenta para progredirmos cada vez mais.

no religioso como no plano humano. Trata-se de melhorar nossa capacidade de encontro, de diálogo e de comunhão com Deus, com o nosso cônjuge, com nossa família e com os outros com quem convivemos. Por isso, ela tem que vir de nós mesmos, nós temos que escolher livremente sem imposição, embora nada impeça que peçamos a ajuda e conselho de nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual, de nosso cônjuge ou de um amigo. • A regra de vida não é um objetivo a ser atingido. Ela deve ser sempre um meio, uma ferramenta para progredirmos cada vez mais. Não pode, de maneira alguma, nos provocar angústia; por isso, deve ser razoável e acessível, e também flexível e exigente. Flexível, para poder ser adap5


tada ou mesmo mudada de acordo com a situação; exigente, pois ela diz respeito ao essencial na nossa vida. Porém, não podemos nos deixar levar pela facilidade. A regra de vida deve permitir uma atualização progressiva e, por todas essas razões, ela deve ser simples, precisa e escrita. • Devemos revisar a regra de vida uma vez por mês e substituí-la por outra, quando conseguimos alcançá-la ou quando uma nova necessidade aparecer. Cada um de nós, como membros do casal, terá a sua regra de vida. Ela pode abranger campos diferentes. Quando for pessoal e íntima, podemos guardá-la só para nós mesmos; a discrição pode e deve ser preservada. Agora, quando se relacionar aos aspectos mais práticos da vida conjugal e familiar, é evidente que a aj uda mútua e a cumplicidade entre esposos podem se tomar uma ajuda muito eficaz. A personalidade e a evolução humana e espiritual de cada um deve ser respeitada. Não é preciso que se relate na reunião, durante a partilha, nossa intimidade. É bom saber, na reunião de equipe, se cada membro possui sua

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regra de vida e se ele se esforça para segui-la. Entretanto, não é necessário que os outros conheçam a nossa regra de vida pessoal, nem a maneira pela qual a seguimos. O essencial é nos encor<úarmos mutuamente e nos ajudarmos, rezando uns pelos outros. A vivência dos Pontos Concretos de Esforço nos ajudou e continua nos ajudando em nossa vida e na vida de nossos filhos . Fomos assumindo de mansinho e, assim, o crescimento de nossa vida espiritual cada vez mais nos aproxima de Deus e de todos que nos rodeiam. Decidimos aderir de corpo e alma ao projeto de Deus quando entramos para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora e fomos nos deixando levar pela ação do Espírito Santo. Ele foi agindo interiormente e nos fazendo crescer, e esse crescimento não terá fim, se permitirmos que Ele continue agindo. Portanto, decidimos concentrar nossos esforços a fim de melhor responder com alegria ao chamado de amor que Deus nos dirige. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Teresinha e Agostinho CR Província Sul II

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"Se o casamento é sacramento da Aliança do Cristo com a Igreja, deve ter a mesma permanência. Quando Cristo faz aliança, é para sempre. Ele não retoma o seu amor. Ele continua a amar mesmo aquele que o abandonou (. ..). A indissolubilidade faz parte da semelhança." do livro "Ser Casal"

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EQUlPE SATÉllTE Primeira Reunião Tudo era novo: a função, o trabalho, a equipe e o local da reunião. Além da tensão normal da responsabilidade por uma ati vidade importante, sentíamos aquele arrepio gelado de encarar o desconhecido. Foi assim que, a 17 de abril de 2002, embarcamos em Porto Alegre com destino a Baltimore, para uma reunião que aconteceria em Leonardtown, Maryland, nos Estados Unidos. Na programação de viagem, teríamos conexões em São Paulo e em Nova Iorque. Na bagagem de mão, incluímos o dicionário de inglês, como garantia de uma comunicação que precisava acontecer, já que a língua oficial da equipe seria a do casal norte-americano, Anne e Claude Lanctot, responsável pela coordenação dos trabalhos. Confiávamos mesmo era na ação do Espírito Santo, pois de nossa parte o que pudemos fazer foi um breve curso intensivo de inglês que não chegou bem a dois meses . Depois dos percalços dos aeroportos estrangeiros, finalmente encontramos a pessoa que deveria estar a nossa espera em Baltimore, mas que chegou depois de nós, já que nosso vôo adiantou um pouco, deixando-nos em uma angustiante expectativa que parecia interminável. Era o Ray Wach (da Kay), casal CM 374

que nos hospedaria durante o tempo da reunião. Muito amável, logo nos deixou bem serenos em sua agradável companhia. Em seguida, chegou outro casal, dos quatro que deveriam viajar para o encontro: Lise e Gérald Tremblay, vinham do Canadá. Com alegria e simpatia inigualáveis, abraçaram-nos como se fôssemos velhos companheiros da mesma equipe de base. Como é reconfortante este carinho de acolhimento que se encontra em casais equipistas das mais diversas nacionalidades! Viajamos aproximadamente duas horas do aeroporto BWI até a residência dos Lanctot, à margens do Potomac, onde aconteceria o encontro. Devido a atrasos nos vôos, a equipe não pôde se reunir inteira naquela noite. Aproveitamos para descansar da longa viagem. Dia seguinte, sexta-feira pela manhã, encontramos Gabrielle e John Toman (de New York) e Olga Lucia e Antonio Arango (de Bogotá), que chegaram durante a madru7


gada e se hospedaram na mesma casa. Com muita alegria, fomos para a morada de Anne e Claude, onde já estavam Lise e Gérald, então tomamos o café da manhã juntos, no local de trabalho. Éramos já uma família. A boa convivência e a empatia mútua foram os instrumentos chaves que o Espírito Santo providenciou para favorecer o entendimento e bom fluxo dos trabalhos. Em volta da mesa de trabalho, ouviamse três idiomas, quase concomitantemente, durante as discussões e trocas de idéias: o inglês, o espanhol e o francês. Com algum esforço, praticamente todos já nos compreendíamos direto nesses três idiomas, embora não fossem os de origem. Nós tínhamos facilidade de entender Li se e Gérald, no seu francês, assim como eles também entendiam o nosso espanhol. Claude e Antonio procuravam ser os tradutores do grupo: Claude passava em francês para os Tremblay e Antonio em espanhol para nós aquelas partes em que necessitávamos de maior compreensão. Mas era comum, naquela "Torre de Babel", que algumas vezes misturássemos vocábulos de línguas diferentes numa mesma fala . Ainda no início da manhã, reuniu-se a nós o Pe. Edwin - antigo conselheiro da equipe de base de Anne e Claude - que acompanhou com muito interesse os trabalhos, teve boas participações, e presidiu as Celebrações Eucarísticas sexta e sábado ao fim da tarde. Os temas básicos tratados, durante os dois dias de reunião, foram 8

A boa convivência e a empatia mútua foram os instn.Amentos chaves que o Espírito Santo providenciou para favorecer o entendimento. I

aqueles destacados pela ERI como prioritários para a Equipe Satélite da Formação: orientação e formação para Casais Responsáveis de Setor, orientação e formação para Casais Regionais e orientação e formação para jovens casais de equipe. Houve uma divisão de tarefas, combinada antes da reunião, para que cada assunto fosse coordenado e apresentado por determinados casais, como forma de facilitar a discussão. Assim, a formação de Casais de Setor ficou ao encargo de Lise e Gérald, formação de Casais Regionais tocou para Olga Lucia e Antonio e a formação de casais jovens - que é um tema novo no Movimento - coube a nós com Gabrielle e John. Cada casal teve seu tempo reservado para fazer a explanação do assunto, suscitar questionamentos e CM 374


coordenar os debates. Anne e Claude ficaram de moderadores e redatores das conclusões. Graça e eu ficamos com o último espaço da pauta, com direito de ocupar as três horas finais da tarde de sábado. Ainda que estivéssemos no final da reunião, o interesse dos participantes foi subitamente despertado, sobretudo por dois documentos que lhes apresentamos, a respeito dos quais sentiram particular animação: a Experiência Comunitária e as Sessões de Formação em três níveis, que utilizamos aqui no Brasil. Maravilharam-se com a criatividade e a tenacidade dos brasileiros para enfrentar os novos desafios que se apresentam. Aprovaram com entusiasmo os conteúdos das sessões de formação e consideraram oportuno que se trabalhasse um projeto de acrescentar um quarto nível ou uma sessão extra para orientação específica da missão do casal equipista no mundo de hoje, ante os desafios para ocupar a mídia, os meios de comunicação, falar em público. Sábado à noite, tivemos uma

bonita confraternização com a presença do Casal Super-Regional Ralph e J ackie Tygielski, o Casal Regional Carol e Bob Stovenour, o de Setor Kacky e Mark Leslie, além de outros equipistas locais, que montaram um jantar comunitário, com vinho californiano e comidas típicas, com direito a música e dança. Apareceu um violão e terminamos a noite cantando músicas brasileiras pedidas por todos. Domingo pela manhã, despedimo-nos e partimos para o aeroporto, já sentindo saudades uns dos outros , como acontece sempre que amigos fraternos convivem e trabalham juntos pelo Reino de Deus. Sabemos que há muito serviço pela frente, trabalho que está sendo definido pela Equipe Responsável Internacional, para dar um novo vigor à caminhada do Movimento e, desta forma, precisamos e contamos com as orações de todos.

Graça e Eduardo Eq. Satélite - Formação - ERI -

"Outro grande auxílio oferecido pelas Equipes : o auxílio mútuo. A mística do auxílio mútuo, as obrigações de auxílio mútuo : entre esposos, entre casais, entre equipes. O auxílio mútuo é um dos nomes próprios da caridade . 'Carrega i os fardos uns dos outros, escrevia São Paulo aos Gálatas, e assim cumprireis a lei de Cristo '. " do livro Ser Casal

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NÓS E NOSSOS SACERDOTES Estamos em agosto, mês das vocações. Hoje, gostaria de tecer algumas considerações sobre a Vocação Sacerdotal. De us, já o lemos no Antigo Testamento, escolhe entre os seus filhos aqueles a quem confia a missão de dirigir espiritualmente o seu povo. Assim, a tribo de Levi e os seus descendentes foram os escolhidos para aquele período da História. No Novo Testamento o dia de Pentecostes marca a fundação da Igreja e os seus primeiros escolhidos para a missão sacerdotal foram os apóstolos. Essa escolha se renovará até o fim dos tempos, pois, até lá o povo cristão necessitará sempre de apoio e de direção espiritual. Diante da grandeza desta vocação, do respeito que lhe é devido, vi com tristeza, no mês de maio passado, tudo o que a imprensa e a televisão noticiaram sobre pedofilia. Embora esse desvio sempre existisse nos mais diversos meios e épocas, só agora veio a público. Para muitos que esperam uma oportunidade para se voltarem contra a Igreja, a notícia de alguns sacerdotes envolvidos naquela prática foi um prato cheio e bem explorado. Isso me entristece, mas, não me surpreende. Reconheçamos com humildade que somos humanos e fracos; de quando em vez nossa fraqueza vem à tona como um grito de socorro e um pedido de orações. Há momentos em nossa vida 1

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Reconheçamos com humildade que somos humanos e fracos; de quando em vez nossa fraqueza vem à tona como um grito de SOCOYYO

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pedido de orações. CM 374


que exigem de nós uma reflexão padre Caffarel, também não nos mais profunda e penso que o mo- podemos perguntar: rezamos pelos mento que estamos vivendo é um nossos Conselheiros? As Equipes de Nossa Senhora deles e exige de todos, a quem a não existiriam sem eles, pois, emIgreja chama de "fiéis", uma reflebora sendo um Movimento de leixão mais profunda. gos casados, conta com a presença Rezamos pelos nossos sacerdodo sacerdote em todas as fases de tes? Esta pergunta poderia ser feita sua vivência, organização e desena todos os que freqüentam nossas Igrejas. Afinal, o que seríamos sem volvimento. Convido-os a fazer essa reflexão. eles? O que seríamos se não tivéssemos alguém que consagrasse o Creio no poder da oração para pepão que comungamos, que tranqüi- dir a Deus que envie o seu Espírilizasse nossas consciências com o to Santificador sobre aqueles que perdão de Deus, que nos desse sua se consagram a seu serviço e aos presença amiga e confortadora nas que, nos seminários, preparam-se horas difíceis? O que seríamos sem para tal. Dar-lhes o nosso respeieles que, por suas palavras e ora- to, nossa amizade e nossas orações ajudam-nos em nossa caminha- ções é nosso dever. Vamos cumda para Deus? Devemo-lhes muito pri-lo com muita seriedade e muito amor fraterno. e agradecemos tão pouco! E nós, equipistas, acostumados à Nancy Caj ado Mo ncau presença valiosa do sacerdote em Equipe ID nossas reuniões de equipe, na vida N. Sra. das Graças do nosso Movimento desde a sua São Paulo, Capital inspiração fundadora na pessoa do

"O ato de fé que nos parece essencial para hoje é crer que Deus criou o homem (homem e mulher Ele os criou) bom, muito bom mesmo. Isto significa que todas as catástrofes e todos os pecados da história não poderão jamais diminuir a bondade da criação do homem e do casal. É, portanto, indispensável continuar a acreditar na bondade, tendo sempre um olhar que procura encontrar o essencial muitas vezes invisível ... " do livro "Ser Casal"

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52 ANOS DO MOVIMENTO NO BRASIL

a. Região Rio 111 No dia 11 de maio de 2002, a Região Rio III comemorou os 52 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, com uma peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Penha, famosa pelos seus 365 degraus entalhados na rocha. O evento teve início às 8:00 horas com a concentração no pátio dos romeiros onde foi iniciada a reza do terço que terminou após a subida dos degraus da Igreja. A celebração eucarística foi presidida pelo padre Nelson Dendena, que falou sobre a caminhada do Movimento no Brasil, a partir do casal Nancy e Pedro Moncau e des-

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tacou a possibilidade de ser vivida a santidade do casal, nos dias de hoje. Após a celebração, os equipistas e familiares, participaram de um fraternal e animado café da manhã, onde todos puderam partilhar as emoções vividas e os momentos de alegria. Agradecemos a Deus a oportunidade que nos deu de vivenciar mais este momento do nosso Movimento, aos Conselheiros Espirituais presentes e ao padre Serafim que disponibilizou o Santuário de Nossa Senhora da Penha ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Janete e Jorge CR Região Rio III

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b. Região Mato Grosso elo Su1 No dia 10 de maio de 2002, em Campo Grande, MS, foi celebrada uma missa para agradecer os 52 anos da vinda do Movimento ao Brasil , celebrada pelo padre Jayme Aguiar, SCE do Setor B. No dia do aniversário do Movimento, 13 de maio, os equipistas se reuniram numa praça central, para rezar o terço comemorando também os 16 anos do Movimento em Campo Grande.

Shirley e Gerson Eq. N. Sra. do Perp. Socorro Campo Grande, MS

••• c. Região São Paulo Centro 11 A Região São Paulo Centro II, comemorou no dia 11 de maio a grande graça dos 52 anos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil. Felizes são os casais que se encontraram espiritualmente e conjugalmente com Deus através das ENS, e este é um dos principais motivos que levaram muitos casais, residentes em Piracicaba, Rio Claro e Santa Bárbara do Oeste, à peregrinação até Tanquinho (bairro existente no limite entre Piracicaba e Rio Claro), para um grande encontro com Jesus Eucarístico. Um encontro com sabor de festa. Além dos casais, estiveram presentes Conselheiros Espirituais, familiares de equipistas e pessoas da comunidade local. O evento foi preCM 374

parado com muito entusiasmo pelos setores A e B de Rio Claro e Piracicaba. A celebração foi presidida pelo Frei Carlos, Conselheiro Espiritual do Setor A de Piracicaba e Conselheiro de Equipe e, concelebrada por Frei Joaquim, Conselheiro Espiritual do Setor B de Piracicaba e Pe. Devanir, Conselheiro Espiritual do Setor A de Rio Claro, ambos também, Conselheiros de Equipe. O centro principal da festa foi Jesus, Senhor da Vida mas, este Senhor da vida esteve cercado pelo sorriso, pelo afago, pela ternura da Mãe- Nossa Senhora. Assim comemoramos, nesta região, o aniversário das ENS, no Brasil. Comemoramos lembrando a grande importância de Deus na vida conjugal. Comemoramos refletindo sobre a coragem de ser equipista pois, disse-nos Frei Carlos "Para ser equipista é preciso ter coragem". Sim! Precisamos ter: • coragem de vencer os obstáculos; • coragem de se entregar ao amor misericordioso de Deus e de se transformar; • coragem de ir ao encontro; • coragem de ser encontro; • coragem de amar, amar e amar. Maria nos ensina tudo isso. Ela, como patrona das ENS, nos impulsiona a ter coragem. Seus diversos títulos demonstram a sua coragem de fazer-se presente, de nos envolver com seu amor de mãe e de interceder, por nós, junto do Pai. O texto escolhido para essa festa foi Lc 1, 39-56 contagiando os presentes quando o trecho do Mag13


nificat foi cantado pelo coral e por todos . Era a grande festa! A festa do aniversário, embalada pelo hino da oração dos equipistas, que nos reporta às grandes maravilhas que Deus tem operado neste imenso Brasil, através das ENS, desde que inspirou Pedro Moncau a trazer o Movimento para o nosso país. As mães presentes receberam flores. As mães ausentes, orações.

A festa foi completa. O bolo trouxe os parabéns. O ambiente foi de encontro, paz, alegria, confraternização e agradecimento. Parabéns a todos nós, equipistas, nos quais Deus opera grandes maravilhas e grandes graças!

Rute (do Vilson) Eq. N. Sra. da Rosa Mística Setor A - Piracicaba, SP

JUBllEU DE PRATA DE EQUlPE Com nússa de Ação de Graças, seguida de uma reunião festiva, a Equipe 52A- N. Sra. da Penha, da Região Rio ID comemorou, no dia 24 de maio de 2002, o Jubileu de Prata de seu lançamento, cercada do carinho daqueles que de alguma fonna foram pilares que nos apoiaram para atinginnos, nesta data, um bom crescimento de conjugalidade. Também ali estavam os casais que passaram algum tempo na equipe e que, por algum motivo, não puderam continuar conosco, além dos filhos, genros, noras e netos dos casais que formam a Equipe hoje, Leonor e Herberto, Assunção e João e 3 casais fundadores: Penha e Viriato, Neide e Jurandy, Zina e Jayme. O SCE padre Florêncio, está há 17 anos na Equipe. Temos muito que agradecer a Deus e a Maria, nossa padroeira, por terem inspirado padre Caffarel a fundar o nosso Movimento que tantos benefícios tem trazido para todos nós.

Penha e Viriato Eq. 52A - N. Sra. da Penha Rio de Janeiro 14

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MUTIRÃO a. MutiYão em foytaleza

fevereiro de 1939. Os personagens foram representados pelo SCE Pe. Augusto e quatro casais do Setor D e encerrada com as palavras do Pe. Cavalca na CM de abril/2002: Irmãos "vivamos como ressuscitados unidos em tomo do Ressuscitado. Voltados sempre para mais vida, mais amor, mais justiça, mais verdade e mais perdão".

Com a presença de mais de 170 pessoas, incluindo 3 Conselheiros Espirituais, realizou-se nos dias 20 e 21 de abril, na sede da ESMEC- Escola de Magistratura do Estado do Ceará, em Fortaleza, o I Mutirão de 2002 da Região Ceará. Este tradicional evento das Equipes de Nossa Senhora, que até 2001 destinava-se às equipes recém-saídas da Pilotagem, desLili e Ademir ta feita, por orientação do Colegiada CR Setor DFortaleza, CE Nacional da Super-Região, foi solicitado a todas as equipes indistintamente, com a fmalidade de "recordar a pilotagem, sistematizando os pontos b. Um MutiYão Especial básicos introduzidos naquele períoNo dia 21 de abril de 2002, acondo". O evento procurou ser formativo desde a primeira carta-con- teceu em Canoas, RS, um Mutirão vite, objetivando desde então do Setor A, da Região do Rio Gran"reavivar vários aspectos da vida de do Sul I, onde tivemos a graça de equipe, atualizar e entusias- de podermos recordar os pontos mar os casais desmotivados, cor- importantes do nosso Movimento, rigir certos erros, e finalmente reestudando-os, fortalecendo-os e despertar em todos os equipistas analisando-os tais como: o Carisma, a exata noção de sua vocação a Mística, a Reunião Preparatória, cristã e de pertença às Equipes o Tema de Estudo, a Vida de Equipe, todos com um toque especial de de Nossa Senhora". O Evento contou com momen- orientação de vida. O Mutirão foi também, um meio tos de formação muito ricos em seus de encontrar muitos casais equipisconteúdos. As palestras, em númetas que colaboraram na cozinha e ro de seis, foram proferidas com ficamos contentes em ver os filhos muito carinho, tendo todas elas o cuijovens, dos nossos equipistas, cuidado de destacar "O Guia das Equidando daqueles que ainda são crianpes de Nossa Senhora", como ponto de referência a ser utilizado de ças. Sentimos o carinho que os caforma permanente pelos equipistas. sais do Setor tiveram na preparaA programação foi aberta com um ção e no desenrolar deste evento. sócio-drama simulando a Primeira Foi muito bem escolhida a "dinâmiReunião de Equipe ocorrida em 25 de ca do chimarrão", pois, conseguimos

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fazer uma relação da equipe com a roda de chimarrão. Ao final do encontro saímos com a certeza e a convicção de que podemos realizar os Pontos Concretos de Esforços, com um só esforço, o esforço do amor.

]ussanete e Paulo Eq. N. Sra. do Trabalho Canoas, RS

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c. Vitória, ES Com a presença da maioria dos casais das 4 equipes que compõem a Coordenação de Vitória, ES, foi realizado no dia 5 de maio de 2002, o Mutirão, conforme solicitação da Super-Região Brasil, para uma renovação, uma retomada de ânimo e uma revisão de rumos na nossa caminhada de equipista, em busca da santificação do casal. Os casais

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Iêda e George, CR Região Rio IV e Graça e Juarez, participaram proferindo palestras sobre ENS - Ideal, Carisma e Missão, Reunião de Equipe, Experiência Comunitária e Unidade no Movimento das ENS .

••• d. Mutirão - Região Pernambuco 1 I Alaqoas No dia 21 de abril de 2002, domingo, aconteceu o 1o Mutirão da Região PE 11AL, realizado pelo Seto r A de Recife. Na recepção, a alegria nos convidava a participar de um dia que seria realmente diferente. Fomos conduzidos até o auditório do Colégio Atual, onde Frei Geraldo Dantas foi convidado a dirigir a oração da manhã, com cantos e a leitura da Bíblia (Mt 19, 3-12), exaltando a coerência sobre a fidelidade entre o homem e a mulher, os cristãos e a Igreja, os equipistas e as Equipes de Nossa Senhora, e acima de tudo, a fidelidade, de todos, a Deus. Em seguida Diva e Aristides, CRS fez uma explanação sobre o sentido do Mutirão, o seu objetivo e os assuntos que seriam abordados. O primeiro flash foi sobre "A graça do Sacramento do Matrimônio". Os assuntos foram vividos num clima de muito amor, alegria e fraternidade, onde todos puderam aproveitar os bons momentos proporcionados pelos equipistas do Setor A. Foi feita uma encenação sobre a história do Movimento, e foram comentados Os 1O Pontos Fundamentais para a Unidade das ENS, CM 374

a Contribuição Mensal, Casal Ligação, Reunião Preparatória. Ainda foram vividos momentos sobre a Vida de Equipe, Responsabilidades no Movimento, os Pontos Concretos de Esforço, terminando com o Magnificat e o Envio dos casais. Lúcia e A/cindo CR Regional PE-1/AL

••• e. Mutirão: Uma Graça de Deus! Dia 9 de junho de 2002 vai ficar marcado em nossa memória e em nosso coração. Fizemos a experiência de um Mutirão com os três setores de Curitiba, o pré-setor de Paranaguá e as equipes de Campo Largo. Logo após o Eacre, o colegiado começou a pensar na melhor forma 17


de realizá-lo. Pedimos ao nosso querido conselheiro, Pe. Pedro Sallet, que fizesse uma reflexão com todos os casais e conselheiros presentes, sobre o nosso "Ser Cristão". Por sugestão dos próprios Casais Responsáveis de Equipes, durante o EACRE, foi decidido que os temas seriam apresentados através de oficinas. Convidamos algumas equipes para assumirem a dinâmica de cada uma delas e, decidimos os temas que priorizaríamos nesse evento: "Carisma e Mística", "O Sentido da Reunião de Equipe", "Os Pontos Concretos de Esforço, com ênfase no Dever de Sentar-se e Regra de Vida", "A Reunião Preparatória". O objetivo das oficinas era aprofundar os assuntos acima e permitir que todos os casais recordassem os ensinamentos desses temas, bem como testemunhassem a sua vivência. Numa reunião, com os casais responsáveis das equipes convidadas, ficou decidido que os casais equipistas presentes ao Mutirão passariam por todas as oficinas, num sistema de rodízio. Portanto, os temas seriam apresentados quatro vezes. Para colocar em prática essas idéias e fazer tudo acontecer da melhor forma possível, os crachás de identificação continham uma fita com a cor da primeira oficina que o casal deveria participar e cartazes 18

fixados nas salas, ajudavam a todos a visualizar a seqüência delas. Além disso, as equipes responsáveis pela animação, ajudaram nos deslocamentos para que pudéssemos cumprir, satisfatoriamente, nosso horário. A programação criada para nossos filhos, crianças, adolescentes e jovens, foi espetacular. Dava gosto de ver os monitores, casais equipistas jovens, circulando por todos os lados, de forma bem organizada e, ao mesmo tempo, alegre e descontraída. E deu tudo muito certo. Sentimos um clima harmonioso e muito gostoso durante todo o dia. Havia cumplicidade, dedicação, esforço e amor para que todos tirassem o melhor proveito. Movimentamos, para se ter uma idéia, 15 equipes na logística do Mutirão. Participaram 105 casais, 59 crianças, 30 adolescentes e jovens, o que nos parece muito bom para um primeiro Mutirão em nossa Região. Desde a recepção calorosa e festiva, até o final do dia, o CM 374


retorno que tivemos com relação aos frutos e objetivos do Mutirão, foi uma unanimidade. O Casal Responsável do Setor Mafra/Rio Negro veio participar, para poder conhecer melhor o Mutirão e ter subsídios para coordenar os trabalhos no seu Setor. Encerramos nosso Mutirão com a celebração da Santa Missa, presidida pelo SCE Pe. Diniz Mikosz, concelebrada pelo Pe. Estevão Vanyo e a presença de nossos conselheiros Marcos Roberto Oliveira e Elmar Neri Rubira, seminaristas da congregação dos Palatinas. Queremos agradecer, primeiramente, ao bom Deus por ter-nos permitido passar este dia juntos, como farru1ia que somos, aprendendo a sermos melhores cristãos e equipistas. Agradecer por ter-nos presenteado com equipes tão disponíveis, solidárias e comprometidas, através do serviço e testemunho, com o Reino que sonhamos e desejamos construir. Deus abençoe e fortaleça todos nós casais, que nos esforçamos para São Paulo, SP

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sermos fiéis à vocação a que fomos chamados. Nossa Senhora de todas as Equipes ilumine e guie os nossos passos para que nosso amor conjugal revele, cada vez mais intensamente ao mundo, o amor de Deus por nós.

Angela e Luiz Casal Responsável Regional Paraná- Sul

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f. 1 ° Mutirão da Região São Paulo - Capital No dia 20 de abril de 2002, ocorreu o primeiro Mutirão da Região São Paulo - Capital, coordenado pelo Casal Regional Rose e José Luiz. Nosso objetivo foi o de proporcionar aos participantes, uma reflexão mais ampla da vida de Equipe e, para isso, contamos com a competência e disponibilidade do Frei Bernardino Schreiber. O dia iniciouse com a Santa Missa e, logo a seguir, frei Bernardino falou-nos sobre a responsabilidade e fé adulta, que nos levam a agir, procurar, vencer obstáculos, diferenciando-as da responsabilidade e fé infantil, que nos deixam sempre na mesmice, impedindo-nos, inclusive, de participar e inovar em nossas vidas e equipes. O Chico da Silvia (mesmo nome do CR da Super-Região Brasil!), relembrou a 19


Mística e o Carisma das Equipes de Nossa Senhora, de forma que todos compreendessem e distinguissem um conceito do outro. Cleide e Valentim falaram sobre os Pontos Concretos de Esforço e as Três atitudes de Vida, como só pessoas que conhecem e os vivenciam, podem fazê-lo. Seguiu-se o almoço comunitário (todos os participantes esmeraram-

se no preparo dos pratos) e, após, reunião em grupo, para troca de experiências e sanar dúvidas dos assuntos tratados nas palestras. Foi um ótimo dia que passamos juntos com irmãos de Equipe que professam a mesma fé.

Carmen Silvia e Antonio Prete CR Setor - A - São Paulo !

ENCONTRO NACIONAL DE BRASÍLIA Novas Adesões

Equipistas Cadastrados Até 30/04 Até 16/06

Equipes cadastradas: 786 Participantes: 4.658, sendo 203 CE Equipes cadastradas: 863 Participantes: 4.822, sendo 227 CE

ATENÇÃO: As equipes cadastradas que tiveram inclusões ou exclusões de participantes do Encontro Nacional de Brasília, receberão brevemente um novo relatório para conferência .

••• Valores a serem pagos para novas adesões de equipistas: meses de SETEMBRO e OUTUBR0/2002

1. COM hospedagem em Brasília 0 Inscrições ll Parcelas Valor até 05/09 9 R$ 44,37 e a 10a parcela com os ajustes necessários até 05110 8 R$ 49,92 e a 9a parcela com os ajustes necessários

2. SEM hospedagem em Brasília Inscrições no Parcelas

I 20

até 05/09

10

até 05/10

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I

Valor R$17 ,75 e a ll 3 parcelamais os ajustes necessários R$ 19,97 e a 12a parcela mais os ajustes necessários

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Carta do Pastor Em 2001, o Casal Regional de Minas II, Aparecida e Saléh, fizeram uma visita de cortesia ao Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, MG, para falarem do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Nesse encontro, D. Serafim (foto) se comprometeu a enviar uma correspondência pessoal aos sacerdotes da sua Arquidiocese, tecendo comentários sobre o nosso Movimento e incentivando-os também a conhecerem as Equipes de Nossa Senhora. Dessa correspondência de D. Serafim, extraímos algumas colocações:

"São Paulo, na magnifica seqüência que vai do capítulo 12 a 15 da Primeira Carta aos Coríntios, sobre a ação do Espírito Santo e seus dons, nos adverte a que não fiquemos na ignorância "a respeito das manifestações do Espírito". (lCor 12,1) Essa presença contínua do Espírito na edificação e na animação da Igreja, que é o Corpo de Cristo, tem manifestado, através dos séculos, na floração de santidade e na eclosão de Congregações e Ordens Religiosas, bem como de Movimentos de Leigos, que revitalizam a caminhada eclesial e revigoram o ímpeto missionário e evangelizador da Igreja, segundo as necessidades de cada tempo. Podemos dizer que uma das manifestações mais vigorosas dessa presença do Espírito na Igreja de CM 374

Deus, no pós-Concílio, se tem caracterizado pelo surgimento de novas e variadas formas de Vida Religiosa e Consagrada (ao lado da refundação das tradicionais), e pelo aparecimento de inúmeras modalidades de organização dos leigos, para o exercício do seu protagonismo na obra de Evangelização, através de Movimentos Apostólicos e de Espiritualidade, cada qual com seu carisma e com sua graça peculiar. Entre esses, gostaria de comentar sobre as Equipes de Nossa Senhora e pedir o favor de sua atenção pastoral sobre esse Movimento, que tem prestado excelentes serviços em favor da família e da sociedade conjugal". A seguir, D. Serafim relata um pouco da história do nosso Movimento e conclui: "Assim, permito-me fa-

zer-lhe um apelo de Pastor, que é este: se em seu coração sacerdotal a vocação para o serviço à família -a grande prioridade do nosso tempo - estiver clamando por uma ação mais efetiva e eficaz, gostaria de recomendar-lhe que buscasse contatos com as Equipes de Nossa Senhora. Elas têm todo o nosso apoio e simpatia, como o têm tido também da parte do Santo Padre que, as tem recomendado, repetidas vezes, à atenção e cuidados pastorais dos Sacerdotes". Carta Mensal 21


Jubileu de Ouro de Profissão Religiosa

Volta ao Pai Rita Dair Genari (do Aldo), ocorrido no dia 9 de abril de 2002- Eq. 2- N. Sra. da Boa Viagem - Santo Antônio da Patrulha, RS

Jaime Aparecido Monzani (da J acir), ocorrido no dia 16 de abril de 2002 - Eq. 5 N. Sra. de Fátima - São Caetano do Sul, SP

Fernando Antônio Gaivão Pereira (da Miriam), ocorrido no dia 26 de abril de 2002 - Eq. 2 - N. Sra. Aparecida - Valença, RJ Hilda (do Fernando), ocorrido no dia 29 de abril de 2002 Eq. 59B -Rio de Janeiro Fernando Arvelos (da Lourdinha), ocorrido no dia 24 de maio de 2002- Equipe 6- N. Sra. do Carmo - Bauru, SP

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Completou 50 anos de profissão religiosa, no dia 16 de fevereiro de 2002, o padre Devanir da Silva, SCE do SetorA, da cidade de Rio Claro, SP. Padre Devanir está atualmente na paróquia Santa Cruz, de Rio Claro e começou sua caminhada religiosa no Seminário Estigmatino, no ano de 1943. Em 1952, começou sua profissão religiosa e em seguida foi estudar em Verona na ltál ia. Retornou ao BrasiL passando por várias cidades até voltar a Rio Claro. Ao nosso querido padre Devanir, toda nossa gratidão pelo esforço dispensado às Equipes de Nossa Senhora e que Deus continue a iluminá-lo nessa caminhada presbiteral.

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Ordenação Diacona1 •

No dia 22 de fevereiro de 2002, foi realizada, no Seminário Diocesano de Campina Grande, a ordenação diaconal de Josandro José de Macedo Félix (esquerda), Conselheiro Espiritual da Equipe 02. No dia 28 de fevereiro de 2002, foi realizada na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Campina Grande, PB, a ordenação diaconal de Carlos Antônio Araújo (direita), Conselheiro Espiritual da Eq SA, de João Pessoa, PB

No dia 19 de março de 2002, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Ribeirão Preto, foi realizada a Celebração Eucarística, na qual foi ordenado diácono, Robson Fernando Corrêa Leite, pela imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano Dom Arnaldo Ribeiro. O diácono Robson é Conselheiro Espiritual da Equipe 8 - N. Sra. das Graças, de Ribeirão Preto.

Ordenação Presbiteral Em celebração realizada na Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro no dia 1o de maio de 2002 e presidida por dom Eusébio, foram ordenados presbíteros os diáconos Gustavo Ribeiro, Jefferson Araújo de Oliveira e José Carlos da Silva. Padre Gustavo é Conselheiro Espiritual da Equipe 117C, padre Jefferson da Equipe 139E e padre José Carlos, da Equipe 95E, do Rio de Janeiro. CM 374

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Jubileu de Brilhante No dia 12 de maio de 2002, na Igreja Matriz de N. Sra. de Lourdes, em Capão da Canoa, RS, foi celebrado com muita alegria, o jubileu de brilhante, (60 anos) de vida sacerdotal do padre Mário Tarani, nascido em Roma, Itália, em 1916. Foi ordenado Sacerdote na cidade do Como, Itália, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Veio ao Brasil em 1960 trabalhando inicialmente na cidade de Santa Maria, RS, por cinco anos. Em Porto Alegre, foi pároco durante quatorze anos. Em São Paulo, foi pároco e diretor da creche Dom Guanella por sete anos e Conselheiro Espiritual das ENS por cinco anos. Retornou a Porto alegre e foi supervisor do centro de Estudos Guanellianos. No dia 03 de junho de 2000, chegou a Capão da Canoa para exercer a função de Pároco na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e Conselheiro Espiritual da Equipe 2- N. Sra. da Divina Providência, de Capão da Canoa. Padre Mário é uma pessoa fantástica: alegre, dinâmica, jovial, otimista e transmite sua vitalidade contagiante a todos os irmãos. É presença viva nas pastorais e movimentos da comunidade. Padre Mário é exemplo de vida religiosa consagrada e nos diz: "O dom de Deus me impulsionou a fazer o bem. Andei sempre em um mar relativamente tranqüilo, o barco também era bom, e o leme seguro, Avante! Força e coragem!"

Ludovina e Oribaldo Equipe 2 - N. Sra. da Divina Providência Capão da Canoa, RS 24

Felicitações Com minhas saudações fraternas, tenho a alegria de acusar e agradecer o recebimento do exemplar da revista Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora, a qual recebo regularmente ... Felicito aos colaboradores desta revista. onde constam reflexões, ati vidades e outras informações relativas às Equipes de Nossa Senhora. Que a edição desta Revista Mensal ajude os casais na sua vivência matrimonial e que possa assim atrair muitos casais para fazer parte das Equipes de Nossa Senhora, usufruindo da espiritualidade específica que é transmitida pela Coordenação e Equipistas. Dom Pedro Feda/to Arcebispo de Curitiba, PR

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Movimento Chegou a ltabuna Após a caminhada da Experiência Comunitária. em dezembro de 2001, reunidos na capela de N. Sra. do Perpétuo Socorro, contando com a presença de Dom Ceslau foi iniciada a 1• Equipe de Nossa Senhora, da Diocese de ltabuna, BA, com a invocação de N. Sra. da Rosa Mística. Dom Ceslau, Bispo da nossa Diocese é o nosso Conselheiro Espiritual. Assumimos um grande compromisso e vamos nos esforçar para sermos exemplos para as futuras equipes, que por certo serão criadas em ltabuna.

Novas Equipes Eq. 2 - N. Sra. AparecidaPocinhos, PB (Equipes Distantes) Eq. 3 - N. Sra. do Carmo Surubim, PE (Equipes Distantes) Eq. 93B - N. Sra. AparecidaLagoa Santa, MG Setor Divinópolis, MG Equipe 17 - N. Sra. Mãe Rainha Equipe 18- N. Sra. da SagradaFamília Equipe 19- N. Sra. das Dores

Encontro dos Conselheiros Espirituais No dia 15 de abril de 2002, foi realizado o lo Encontro com os Conselheiros Espirituais da Região Paraíba, na Casa São Dimas, em João Pessoa, com a participação de 10 Conselheiros. Entre os assuntos tratados, destacamos a colocação de Jussara e Daniel, CR Região Paraíba. que teceram comentários sobre a estrutura do Movimento, e uma exposição feita pelo padre Miguel sobre alguns pontos do documento "O Sacerdote Conselheiro Espiritual".

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UM TESTEMUNHO: SER CONSElHElRO ESPlRlTUAl •

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Sempre ouvi falar das Equipes de Nossa Senhora. Padre Rolando Jalbert, antes de sua morte, sonhou em me colocar no Movimento de casais. Estava em outra área de pastoral: catequese e juventude. Depoi de 23 anos de serviços à Arquidiocese de Campinas, assumi uma paróquia. Eis a oportunidade. A Escola de Pais foi um caminho que encontrei para atrair e motivar os casais para uma experiência de vida em comum. Mais de 120 casais responderam ao convite. O sonho se tornou realidade com a ajuda do casal amigo Ailton e Cecília. Após dois anos de Experiência Comunitária, com duas equipes, eis que uma delas decide entrar no barco de Maria e assumir o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Hoje somos cinco casais alegres e felizes. Na verdade, aprendizes do Movimento, inclusive o Conselheiro Espiritual. É notável o crescimento de cada um, do casal entre si e da Equipe. Os temas que estudamos, refletimos, rezamos e debatemos trazem subsídios fabulosos para uma troca, uma partilha. Tudo é levado bem a sério. Da reunião prévia ao compromisso da Regra de Vida. Não há dúvida que também eu, como conselheiro, estou crescendo bastante com essa convivência, partilha, abertura de coração e escuta de opiniões. A Teresa e o Tiago estão há mais tempo no Movimento e dão segurança à nossa caminhada. 26

A Ana Maria e Eduardo não permitem que o grupo se acomode, com suas inquietações, perguntas e alegria contagiante. O Salvador e a Rosângela dão o tempero para o grupo, com suas ponderações equilibradas, controlando tempo e disciplina. A Rosângela e o Waltinho chegaram há pouco tempo para ajudar a Equipe a sair da rotina, apresentando pontos importantes para uma avaliação da caminhada. Esse grupo tem uma característica especial: é uma Equipe de Nossa Senhora composta por casais da nossa paroquia. Os casais se encontram no final de semana para a celebração eucarística da paróquia e assumiram com dedicação e carinho a preparação dos noivos para o casamento. E agora, a animação da missa do segundo domingo do mês, a missa dos jovens. Valeu a pena refletir, no ano passado, como é importante cada um ter consciência do "Ser Pessoa" e conhecer as luzes e sombras da nossa realidade. Só assim é possível descobrir uma nova dimensão para o casal: a pedagogia da compaixão e a vivência das bem-aventuranças. Sendo também uma Equipe composta por casais da nossa comunidade, o estudo do tema está ajudando os casais a ampliaram sua consciência da missão como "Casal Cristão", atendendo ao pedido do Anjo Mensageiro que, na época da Ascensão de Jesus, acordava os CM 374


apóstolos, saudosos e entristecidos: "Por que vocês estão aí parados, olhando para o céu?" Sem perder sua característica de Equipe de Nossa Senhora, esses casais encontraram um caminho para viver com os pés na realidade, aprofundar sua vivência como casal, dentro do espírito do Movimento, e superar dificuldades pessoais, familiares e profissionais, a fim de "ser casal cristão hoje na Igreja e no mundo".

Que Nossa Senhora da Paz nos ajude a ouvir sempre a sua palavra, dirigida aos servidores naquela memorável festa de casamento, quando faltou vinho: "Façam tudo o que Ele disser". Nós nos esforçamos para ouvir e praticar, para que não falte vinho também em nosso coração, na vida dos casais e no serviço à comunidade.

Cônego Luiz Carlos Magalhães SCE Eq. 7A - Campinas, SP

HOMENAGEM AO CONSELHElRO ESP1R1TUAL Dia de reunião, lá está nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual, Con. José Eugênio, animado, preocupado e, acima de tudo, cheio de amor e iluminado pelo Espírito Santo. A cada encontro aprendemos a amá-lo mais. Ele, com seu jeito sempre manso, sempre nos anima, nos corrige, e ensina como caminhar sempre lado a lado com Jesus. Podemos dizer da grande mudança benéfica que aconteceu em nossa equipe, graças à presença deste nosso conselheiro. Os temas de estudo ganharam mais vida e simplicidade mediante suas explicações, sem contar que está sempre presente em todos os momentos importantes das nossas vidas: aniversários, batizados, perda de entes queridos. Ele é presença constante, iluminando nossa casa e tomando estes encontros abenCM 374

çoados. Ele sempre nos incentivou a dar o melhor de nós em tudo, suscitando em nós dons que até então estavam esquecidos, e sempre, nas pequenas coisas, ansiávamos por suas palavras "quanto mimo, meus anjos ... " É por essas e por outras que queremos prestar-lhe esta homenagem, e queremos dar-lhe de presente todo nosso amor, carinho e respeito. Ele também é SCE da Equipe 1 e do Setor de Caçapava. Fica aqui nossa homenagem e também nossa gratidão. Através dele, queremos homenagear todos os Conselheiros Espirituais. Que Deus os abençoe e Maria os fortaleça na fé.

Edemara e Marcos Eq. 5 - N. Sra. da Esperança Caçapava, SP 27


DE PAI PARA ALHA •

Publicamos uma carta que foi enviada para a fj1ha, há muito tempo, por um pai equipista .

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I~

"Minha filha muito querida Vejo com satisfação que você anda pensando seriamente em se casar com o ......... Como pai acho que tenho a obrigação de fornecer algumas pistas, buscadas na minha vivência de mais de 40 anos com sua encantadora mãe, para que você possa dar, maduramente, o passo que pretende. É claro que podemos e devemos conversar sobre o assunto. Mas, como ontem falávamos sobre a "arte de pensar" que o velho Sócrates chamou, como bom filho de uma parteira, de "emaiêutica" (=a arte de partejar), porque o pensar bem e corretamente é difícil e árduo como parir um filho. Acho, assim, que colocar algumas observações por escrito ajuda a melhor refletir e meditar. Há um primeiro aspecto que sempre intrigou os homens: o matrimônio e o seu fruto, a farnilia. A atração de um homem por uma mulher é algo tão forte que, desde cedo, foi visto como uma força que toca e remexe com o que de mais profundo existe dentro do ser humano. Embasbacada com a prazero a energia que leva o ser masculino a procurar o sexo feminino para unirse a ele, não foi à-toa que a espécie humana, desde a mais tenra idade, considerou o casamento como um "mysterion ". Veja que, propositadamente, uso a palavra grega porque, no original, ela significa muito mais que a nossa banal palavra mis28

tério que serve até para caracterizar uma intrincada história policial. Para os gregos ela significava, literalmente, "de boca fechada", expressão que em nossa língua fica melhor traduzida por "de queixo caído". Por quê? Diante do que e passava no impenetrável e maravilhoso mundo dos deuses, ao homem não restava outra atitude senão ficar de "boca fechada", incapaz de exprimir qualquer coisa que explicasse os "segredos dos deuses". "Mysterion" passou, então, a significar o que se relaciona aos segredos divinos, ao que é próprio da divindade. Ai está uma primeira ob ervação que merece ser meditada. Aliás, isso foi uma coisa que sempre me impressionou muito. Afinal de contas, porque me apaixonei por sua mãe que, como você sabe, conheci toda vida, desde pequeno, por causa da amizade estreita que ligava nossas famL1ias. Eu conheci outras moças. Sua mãe, então, como assídua freqüentadora de bailes e festinhas, verdadeira "pé-de-valsa" como se dizia no tempo, teve uma legião de admiradores. Por que ela acabou gostando de um "pé-de-chumbo" como eu? E eu dela? Por mais que procure uma explicação, não logro descobrir outra senão a dos velhos pensadores da Grécia: é um "mysterion". Diria melhor, já agora em linguagem cristã: foi o dedo de Deus, como bom Pai, CM 374


que desde toda a eternidade, pensou em mim e em sua mãe, colocando um no caminho do outro para que, um dia, lá pelos idos de 1946, surgisse, bem no fundo do meu ser e no recôndito mais profundo dela, um fogo, uma energia, uma paixão que pedia, que clamava por uma só coisa: que nos encontrássemos, que nos uníssemos, que nos "tornássemos uma só carne", um só ser, como quer exprimir essa famosa frase que se encontra logo no comecinho da Bíblia, o livro do Gênesis.

É este, minha filha o mais fantástico, maravilhoso e grandioso de todos os mistérios, o amor. E é somente ele, o amor, que pode levar um homem e uma mulher, unidos, a serem felizes. Mas não esquecer nunca que o amor é um "mysterion" porque "Deus é amor", como nos revelou Jesus pela boca de seu amigo preferido, o apóstolo João. Esta é a primeira pista que, com muito amor, deixo para você e o seu "príncipe encantado" meditarem. Papai"

.. ...... .... . . ... .. . .. .. ... ...... .. .. ... PAlS: EDUQUEM SEUS ALHOS NA FÉ "Se o Senhor não constrói a casa, em vão trabalham os seus construtores. Os filhos são herança do Senhor, os filhos da juventude são flechas na mão de um guerreiro ... feliz o homem que enche sua aljava com elas... "(salmo 127, 1.3-5)

Os pais cristãos encontram-se na dependência da misericordiosa providência de Deus, quanto à criação de seus filhos. O Salmo 127 é um lindo pensamento: "Os filhos são dons do Senhor e enchem de alegria o coração dos pais. Mas, se o Senhor não guardálos e não edificar devidamente as suas vidas, os esforços dos pais serão em vão". Mas, como educar os filhos numa direção do Plano de Deus? Com o Espírito Santo, a oração, a Palavra de Deus e o exemplo de cristãos totalmente entregues a Cristo. CM 374

O Espírito Santo: É o Espírito de Deus que alcança o âmago de uma pessoa e a motiva a agir. Ele pode modificar o senso de valores e a perspectiva dessa pessoa. Peça o Espírito de sabedoria, de conselho, de ciência, de fortaleza, de piedade, de discernimento e de temor de Deus para cada um de seus filhos. Eles precisam ser modelados pelo Espírito Santo. Aos pais, cabe rezar. A ora~ão realmente modifica as pessoas. A medida que os pais chamam pelos filhos, o Espírito Santo faz o seu trabalho nos seus corações. Reze para os filhos e com os 29


filhos. Comece a orar, continue a orar e acabe orando. As Equipes de Nossa Senhora mostram a importância de uma Oração Conjugal e se possível familiar. Rezem todos os dias, com seu cônjuge, por todos os filhos e apresente suas necessidades perante o Pai Celestial. Rezem com os filhos ... mesmo que a oração seja rápida e simples. Rezem para que os filhos cresçam no conhecimento de Deus e o amem para sempre. Rezem para saberem ajudar ·os seus filhos a discernir a vontade de Deus para a vida deles, o plano de Deus para eles. A Palavra de Deus. Os pais costumam argumentar que não sabem educar os filhos pois, os mesmos não vêm com "manual de instrução ... " Costumo refutar essa colocação, dizendo que existe um "manual de instrução" que é a Palavra de Deus. São Paulo diz: "As Sagra-

das Escrituras, têm o poder de lhe comunicar sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra". (2Tm. 3, 15-17). Assim sendo, o casal equipista faz a Escuta da Palavra e a Meditação todos os dias, porque sabe que as Escrituras têm um profundo impacto sobre as pessoas. Ao aconselhar um filho, consegue referir-se constantemente à Palavra. Ao corrigir, consegue se referir à Palavra perguntando: "O 30

que Deus diz?" O casal equipista sabe ajudar o filho a perceber através da Palavra, a grandeza de Deus e a importância de dar a vida em troca daquilo que é eterno. Sabe desafiar o filho a entrar no espírito da Palavra. Testemunha a importância de uma vida pautada pela Palavra de Deus. O Testemunho. "O exemplo

não é uma maneira de ensinar; é a única maneira de ensinar". São Paulo diz: " ... criem os filhos, educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor". (Ef 6,4) Como quer o Senhor que eu fale? Como quer o Senhor que eu silencie? Como quer o Senhor que eu não irrite meus filhos, mas, também não os abandone à própria sorte com pretexto de sermos pai e mãe modernos e liberais? Se os pais seguirem o exemplo do Senhor, saberão ser exemplo para os filhos. É observando o relacionamento entre os pais, que os filhos adquirem certa atitude diante da vida. O que somos comunica muito mais do que aquilo que falamos. Os pais ensinam santidade aos filhos quando reagem às diversas circunstância de modo santo. É preciso agir com os filhos da mesma maneira que Deus age conosco.

"Deus corrige para o nosso bem, a fim de que sejamos participantes da sua própria santidade". (Heb 12, 10)

Pe. José Roberto SCE Região São Paulo Sul II SCE Setor B - fundia~ SP CM 374


PEDlDODEUM ADOLESCENTE A SEUS PAlS "Não tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim. Isto faz com que eu me sinta mais seguro. Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que quero. Só estou experimentando vocês. Não deixem que eu adquira maus hábitos. Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado. Não me corrijam com raiva e nem na presença de estranhos. Aprenderei muito se me falarem com calma e em particular. Não me protejam das conseqüências dos meus erros. Às vezes eu prefiro aprender pelo caminho mais áspero. Não levem a sério as minhas pequenas dores. Necessito delas para obter a atenção que desejo. Não sejam irritantes ao me corrigir. Se assim fizerem, eu poderei fazer o contrário do que me pedem. Não me façam promessas que não poderão cumprir depois. Lembremse que isto me deixará profundamente desapontado. Não ponham à prova a minha honestidade. Sou tentado facilmente a dizer mentiras. Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo. Isto me afastará dele. Nãp desconversem quando faço perguntas, senão procurarei na rua as respostas que não tive em casa. Não se mostrem para mim como pessoas perfeitas. Ficarei extremamente chocado quando descobrir alguns erros seus. Não digam que meus temores são bobos, mas, sim, CM 374

ajudem-me a compreendê-los. Não digam que não conseguem me controlar. Eu julgarei que sou mais forte que vocês. Não me tratem como uma pessoa sem personalidade. Lembrem-se que eu tenho o meu modo de ser. Não vivam me apontando os defeitos das pessoas que me cercam. Isto criará em mim, um espírito intolerante. Não se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo. Não queiram me ensinar tudo. Sempre me ensinem o bem, mesmo que eu pareça não estar aprendendo. No FUTURO vocês verão em mim o FRUTO daquilo que PLANTARAM!".

Colaboração de Maria Aparecida e Ademir Eq. 05 - N. Sra. Mãe Aparecida Bady Bassitt, SP 31


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A FAMlllA NOS PLANOS DE DEUS

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Quando se pensa na família do ponto de vista pastoral, é necessário avaliá-la, antes de tudo, assim como o próprio Deus a planejou. Se examinarmos com atenção o Evangelho, e mesmo as Escrituras do Antigo Testamento, notaremos que Deus pôs os olhos, com particular afeto, sobre a farru1ia e sobre a própria vida conjugal. Jesus Cristo quis nascer no seio de uma família. Prendeu-se, pelos laços de sangue, à família real de Davi. Tanto assim que dois evangelistas lhe descrevem a genealogia (cf. Mt 1, 1-17 e Lc 3,23-38). E, sobretudo, quis nascer numa verdadeira farru1ia, humanamente constituída, muito embora sua mãe fosse virgem e devesse permanecer sempre virgem. (Mt 1, 18-24 e Lc 2,1-13) Mais ainda: vê-se Jesus vivendo, durante 30 anos, uma vida exclusivamente familiar (Lc 2, 50-52) e, mais tarde, seus familiares com ele preocupados, e sua mãe que o busca, e depois o acompanha até o Calvário. (Mt 12, 46-49; Me 3, 2135; Lc 8, 19-22; Jo 19, 25-27) Por que Jesus teve tanto apreço à vida familiar e escolheu para si uma família? Porque ele quis assumir a vida humana em sua totalidade. Muito embora não lhe conviesse, futuramente, ele mesmo constituir uma farru1ia pelo casamento, foi de seu agrado escolher uma fanu1ia, nela viver, para santificar, pessoalmente, 32

as relações familiares. Mais tarde, a gente vê que Jesus queria abençoar tudo o que é natural na vida humana. Ao início de sua vida pública, quis estar pre ente, com sua mãe e seus discípulos, numa festa de casamento em Caná da Galiléia. E ali operou o seu primeiro milagre. ( Jo 2, 1-12) A vida familiar é natural ao homem. Mas não é simplesmente exigência do instinto sexual. Este é passível de domínio à luz de ideais superiores. É antes, exigência mesma da constituição antropológica, que se consubstancia em dois sexos diferentes com correspondentes propriedades intrínsecas masculinidade e feminilidade- as quais se ordenam uma para a outra e se complementam no matrimônio para gerar filhos. Quem foi que instituiu tão sabiamente essa ordenação vital e irresistível? "Foi a natureza"- respondem os naturalistas. "Foi Deus" responde a fé . Deus é o autor da natureza. E a natureza exprime a ordenação de Deus. "Foi Deus" - nos conta também, na linguagem inspirada, a Bíblia. O livro do Gênesis, respondendo a indagações, certamente, de primitivas farru1ias , descreve Deus criando o homem e de sua costela, fazendo a mulher da mesma natureza, e unindo-os por um vínculo que foi o berço da farru1ia. "Deus criou o ser humano à sua imagem, à imaCM 374


gem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: 'Sede fecundos e multiplicai- vos, enchei a terra e submetei-a!' "(Gn 1, 2728). "Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne". (Gn 2, 24) E vem mais tarde à terra o mesmo Deus Criador, que se faz carne em nossa carne, e diz: "O que

Deus uniu, o homem não separe". (Me 10,9) Tal é o matrimônio e a família, na perspectiva do plano divino. Tal é também para a Igreja na perspectiva de sua obra evangelizadora e nos planos de sua ação pastoral. Dentro do plano de Deus, a Igreja vê, relativamente ao matrimônio, e sobretudo a Ele, que o homem e a mulher foram criados por amor e para o amor. Ensina a "Familiaris Consortio":

"Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano". (no 11) É à luz desta vocação para o amor que se devem entender tanto a união do homem e da mulher que se casam, quanto a vida celibatária ou virginal dos que optam por não se casar. Ambas estas modalidades CM 374

de vida só têm sentido, de acordo com o plano de Deus, se tendem ao amor, que, em última análise, deve elevar a criatura humana até Deus. Tanto o matrimônio quanto a virgindade ou celibato, Deus os aceita como realização de amor.

"Por conseqüência a sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com os atas próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente biológico, mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal. Esta se realiza de maneira verdadeiramente humana, somente se é parte integral do amor com o qual o homem e a mulher se empenham totalmente um para com o outro até à morte". (Familiaris Consortio, n° 11 ) Resulta deste ensino que a união do homem e da mulher com os atos sexuais a que são levados só têm sentido, no plano de Deus, quando esta união é responsável, una, indissolúvel, e sem exclusão da fecundidade em que, ordinariamente, o ato sexual termina. Somente assim esta união pode dizer-se matrimonial e sacramental. "A instituição matrimonial não é

uma ingerência indevida da sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas uma exigência interior do pacto de amor conjugal que publicamente se afirma com o único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena fidelidade ao desígnio de Deus Criador" - expõe ainda a mesma Exortação. 33


Só na luz da fé em Cristo e pela infusão do seu Espírito entende- e o amor matrimonial por essa forma, que é o que e chama Sacramento. "O Espírito, que o Senhor infunde, doa um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem, como Cristo nos amou. O amor conjugal atinge aquela plenitude para a qual está inteiramente ordenado: a carida-

de conjugal, que é o modo próprio e especifico com que os esposos participam e são chamados a viver a mesma caridade de Cristo que se doa sobre a Cruz". (Familiaris Consortio, no 13 )

Dom Antônio Afonso de Miranda S.D.N. Bispo Emérito de Taubaté SCE da Equipe 7 - Taubaté, SP

HARMONIA CONJUGAl Um casal bem ajustado não é aquele que tem menos problemas, mas aquele em que o homem e a mulher vivem num clima de valorização mútua, em que um procura desenvolver o outro como pessoa e juntos chegam a formar uma família e, a partir dela, uma comunidade. Não se pode esquecer, porém, que o casamento é a união de dois seres que pensam e sentem de forma diferente. E só podem chegar a uma verdadeira harmonia conjugal, através de um trabalho mútuo e contínuo de reconhecimento, pois, o homem e a mulher precisam conhecer-se cada vez mais para alcançarem a felicidade. Para que haja compreensão e aceitação da personalidade de cada um, dentro do ca amento, é importantíssimo o diálogo maduro, respeito o e constante, onde cada qual possa abrir seu interior, certo 34

de ser compreendido pelo outro. Mas, este diálogo só poderá er realizado com amor verdadeiro e sincero; amor ligado à luta contínua em busca do aperfeiçoamento a dois, onde não existam egoísmo, ciúme, individualismo e prepotência, mas, respeito à liberdade pessoal e confiança recíproca. Somente com base em um ajustamento conjugal maduro, com pais responsáveis e carinhosos, pode-se chegar a um crescimento familiar, onde os filhos se tomem úteis a si próprios, à sociedade e a Deus. Aí então, estaremos realizando a nossa vocação e constituindo uma farm1ia ajustada, ponto de partida para um mundo melhor. Este é um dos principais objetivos das Equipes de Nossa Senhora.

Gilda e Davi Equipe N. Sra. de Fátima Cruz das Almas, BA CM 374


O AMOR CONJUGAL Todos nós sabemos bem que a espiritualidade conjugal é o carisma, a finalidade do Movimento das ENS. Sabemos também que a espiritualidade conjugal realiza-se através da prática dos seis Pontos Concretos de Esforço. Mas, é possível praticar bem os Pontos Concretos de Esforços? Sim, é possível, com uma condição, a meu ver: que entre o casal exista um verdadeiro amor. Sem ele é impossível viver fiel e eficazmente a espiritualidade conjugal, porque o amor é a força, é a vida do casal cristão. "Maridos, amai as vossas esposas, como Cristo amou a Igreja", escreveu São Paulo. Amar como Jesus amou, eis o segredo. Mas, como Jesus amou e ama a Igreja, para que fôssemos todos nós salvos por Ele? Quero lembrar três maneiras principais com que Cristo nos amou e que podem ser praticadas pelo casal cristão, na sua vida conjugal, e não só pelo casal, mas por todo cristão. 1° Encarnação. Jesus se tornou um de nós, melhor dizendo: Jesus entrou na nossa vida, assumiu a nossa vida, despojou-se por nosso amor. Ele nos entende bem, porque nos conhece bem. O casal cristão pode imitar Jesus, um deve assumir a vida do outro. Isso só é possível, se entre os dois houver diálogo verdadeiro, que significa deixar falar o outro, querer ouvir o outro, procurar entender o que o outro quer diCM 374

zer, com espírito de despojamento, como fez Jesus. 2° Acolhida e partilha. Jesus acolheu todos com muito amor. Acolheu e deu muita atenção aos doze apóstolos, em primeiro lugar, e os valorizou muito, apesar das falhas que eles apresentavam. A eles confiava todos os seus sentimentos. No Evangelho está escrito que Jesus, mais de uma vez, ficava com os apóstolos e se abria a eles. Estes sentiam segurança com Jesus e cresceram muito espiritualmente. Na vida conjugal cada um dos dois, deveria poder dizer ao 35


outro: "Eu estou na tua vida". Aqui podemos entender quanto é importante o Dever de Sentar-se no Movimento das ENS. 3° Sofrimento. O próprio Jesus falou: "Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos". E Ele sofreu e deu a vida por nós. O seu sofrimento foi um ato de amor. Na vida do casal, o sofrimento, um pelo outro, é a prova do verdadeiro amor. Não foi isso que os dois prometeram no dia do matrimônio? Saber sofrer é saber amar. São muitas as ocasiões de sofrimento na vida do casal! O importante é aceitá-lo, com muita fé, com muito amor. Graças a Deus, existem casais que procuram viver este amor, Imitando o amor de Jesus. Que Deus abençoe estes casais e que se possam multiplicar cada vez mais. Em outubro de 2001, o papa João Paulo II declarou santo um casal: Luiz e Teresa Quattrocchi, um casal de classe média que, vivendo profundamente a espiritualidade conjugal, realizou diversas obras de bem na cidade de Roma. Três filhos , ainda vivos, estavam presentes na cerimônia de beatificação de seus pais em Roma. Um deles , sacerdote, declarou: "Nós filhos percebíamos que os nossos pais se amavam verdadeiramente; isso nos contagiou muito". . . Que todos os filhos dos eqmpistas possam dizer a mesma coisa!

Pe. Cânio Grimaldi SCE da Província Norte e SCE Eq. 17 e 21 Alanaus, AAI 36

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O livro "Hora da Farru1ia" volume 6, de 2002, traz como tema central "Acreditar na Família é Construir o Futuro" e como objetivo pastoral: "Evangelizar pela Família para a Vida!" Há comprovados dados que mostram o nexo existente entre os problemas sociais e a família (repetência, evasão escolar: drogas, maternidade e patermda~e precoce, agressividade, etc.). Trus situações dependem em grande parte do ambiente familiar. Os pais são os primeiros e insubstituíveis evangelizadores de seus filhos. Esta é uma missão intransferível. Ontem, hoje e sempre a família é e será o principal lugar e o indispensável núcleo evangelizador dos filhos, escola de humanização, de cidadania e de pessoas equilibradas. O Setor Família e Vida da CNBB coordenou os trabalhos desta Hora da Família. Os textos foram elaborados por uma equipe especializada de casais_. O empenho pela promoção da VIda. do matrimônio e da família nos anima, conforme nos convoca o Papa João Paulo II, a "avançarmos mar adentro!" Que a Sagrada Família nos anime, portanto! Conduza-nos e nos abençoe sempre na corajosa aventura de lu-

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EMANA DA FAMlllA 11

a 1 8 de agosto de

2002

tarmos para que a família e a vida humana sejam reconhecidas e respeitadas em toda a sociedade como aquilo que realmente são: imagem e semelhança do DeusAmor! E que num futuro não muito distante, a Hora da Família seja presença marcante em cada lar e em cada família deste nosso imenso Brasil. No conjunto, os temas e celebrações nos convidam a aprofundar a reflexão sobre as palavras

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do Papa João Paulo II, em discurso na festa das famílias italianas, no dia 20 de outubro de 2001, por ocasião das festividades dos 20 anos do documento ''Familiaris Consortio" (A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje): "Acreditar na família é construir o futuro!'' Essa mesma frase é o lema do 10° Congresso Nacional de Pastoral Familiar, que ocorrerá em Recife, PE, e que tem como tema: ''Evangelizar çela família para construir a vida". Nas reflexões propostas, buscamos sintonia e unidade com a Igreja no Brasil, partilhando os desafios de renovar a consciência de identidade e missão de Igreja e da redescoberta do poder contagiante dos primeiros cristãos. Unimo-nos no "mutirão da superação dos males, da miséria e da fome" que geram a exclusão, especialmente dos Povos Indígenas (CF 2002 ). Com a Igreja no mundo, lembramos o convite do Papa João Paulo II à conversão, a uma ação decidida pastoral e a uma espiritualidade de comunhão e santidade.

texto extraído da "Hora da Famz1ia volume 6

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A lGREJA CATOllCA E AS ElElÇOES DE 2002

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A Conferência Nacional dos Bispos doBra il (CNBB) publicou um documento com orientações para suas comunidades a respeito do processo eleitoral deste ano. Esse texto quer servir de base e fonte de consulta às comunidades para que elas elaborem suas cartilhas, que ajudarão os eleitores na hora da escolha do candidato que governará o país ou o servirá, por

' Metas bem concretas a serem cobradas dos candidatos, tais como: comportamento ético, compromisso com a distribuição de renda, reforma agrária, geração de empregos, superação da fome e da miséria, auditoria das dividas externa e interna, revisão dos acordos com o FMI, enfrentamento da questão do semi-árido e outras.

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meio do legislativo, no senado, nas câmaras federal, estadual e, no caso de Brasília, distrital. A CNBB destaca alguns pontos chaves, organizados em tomo a três eixos, que deverão ser assumidos pelos candidatos: 1. Erradicação da fome; 2. Respeito aos direitos humanos; 3. Desenvolvimento sustentável. Destes eixos emergem algumas metas bem concretas a serem cobradas dos candidatos, tais como: comportamento ético, compromisso com a distribuição de renda, reforma agrária, geração de empregos, superação da fome e da miséria, auditoria das dívidas externa e interna, revisão dos acordos com o FMI, enfrentamento da questão do serni-árido e outras. Na perspectiva de alerta, a CNBB enfatiza que orientará os eleitores no sentido de rejeitar não só os candidatos corruptos e corruptores, bem como os partidos que os ~ndicarem. Afirma, nesse sentido: "E oportuno exercer a vigilância com relação aos partidos que continuam indicando como seus candidatos, pessoas comprovadamente inescrupulosas. Os eleitores devem ser orientados a não apoiar tais candidatos, e até recusar qualquer candidato de um partido que acoberte tais pessoas." O documento da CNBB rejeita também a volta ao poder público daqueles candidatos que foram cassados ou fugiram da cassação, quando CM 374


perceberam que ela era iminente. "Há quem se aproveite das brechas da lei para não perder a elegibilidade, mesmo quando condenado." A CNBB diz, ainda, que se compromete a "estimular para que a escolha do candidato se faça a partir do seu programa, do seu respeito ao pluralismo cultural e religioso, do seu comportamento ético e de suas qualidades (como honestidade, competência, liderança, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada pela atuação anterior... ), do seu compromisso com a justiça e com a causa dos marginalizados, com e pecial atenção a um programa de ação consoante com aquele proposto neste Documento". CM 374

E, em forma de conselho, diz que recomendará aos eleitores católicos que tomem cuidado com os "partidos que incluem em suas listas líderes católicos, com a única função de somar votos para a sigla. Os votos dados a tais candidatos contribuem para a eleição de políticos, nem sempre merecedores de apoio." O documento termina apresentando um cronograma mínimo que prevê ampla divulgação do texto e uma articulação com uma campanha que a CNBB empreenderá, proximamente, sobre as "Exigências Éticas e Evangélicas de Superação da Fome e da Miséria".

Pe. Manoel Godoy SCE Região Centro-Oeste II Brasília, DF 39


SANTA PAULJNA A primeira santa do Brasil Santa Paulina, a primeira santa do Brasil, foi canonizada pelo Papa João Paulo II, no dia 19 de maio de 2002. O nome de batismo de Santa Paulina era Amabile Lúcia Visintainer, e nasceu em 16 de dezembro de 1865, na cidade trentina de Vigo lo Vattaro, no Tirol, sob o domínio austríaco. Santa PauJina foi a segunda dentre 14 irmãos, nove homens e cinco mulheres, nove deles nascidos no Brasil. Seus pais foram Antônio Napoleão Visintainer e Anna Pianezer. Pauli na já tinha 9 anos de idade quando seus pais emigraram da Itália para o Brasil, onde chegaram em 1875, estabelecendo-se em Santa Catarina, na cidade de Nova Trento, a 80 km de Florianópolis, hoje com mais de 10 mil habitantes e muito visitada por peregrinos e devotos da Santa.

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A trajetória da santidade em grau heróico da jovem Paulina começou com uma corajosa opção cristã: uma generosa auto-entrega de amor a Deus e ao próximo. Com efeito, em 1890, aos 25 anos de idade, a jovem Paulina, juntamente com uma companheira, Virgínia Nicolodi, vai morar num casebre distante, para cuidar de uma pobre senhora doente de câncer. Essa atitude inspiraria, mais tarde, o surgimento de uma congregação de mulheres totalmente dedicadas à assistência cristã de pessoas pobres, enfermas e abandonadas. Esse grupo de dedicadas jovens adotou, em 1909, o nome de Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a qual foi dirigida pessoalmente pela santa fundadora, Santa Paulina, até o ano de 1938, quando ela foi gravemente acometida de diabetes, teve depois amputado obraço direito, e acabou ficando cega. Em 9 de julho de 1942, repetindo sempre "seja feita a santíssima vontade de Deus!", Santa Paulina faleceu em São Paulo, no bairro do Ipiranga, onde hoje repousam seus restos mortais. Solenemente proclamada Santa no dia 19 de maio de 2002 CM 374


pelo mesmo Papa João Paulo II, que a beatificou em Florianópolis em 18 de outubro de 1991, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus poderá ser venerada em milhares de altares no Brasil e no mundo, e invocada como nossa intercessora diante de Deus. Suas filhas espirituais, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição,

hoje se acham presentes em vários Estados do Brasil, num total de mais de 600 religiosas, evangelizando a sociedade, mediante um perseverante testemunho de transbordante amor a Cristo, constante fidelidade à Igreja e generosa dedicação às pessoas mais necessitadas.

Carta Mensal

... .... .. ... . .. .. . .. . . . .. OCRlADOREA NATUREZAAMAZÔNlCA Graças a Deus podemos afirmar que somos pessoas privilegiadas. Pelo menos, por duas razões. A primeira é porque amamos a natureza e tudo o que ela nos dá. A segunda, porque, residindo em Manaus, temos todas as possibilidades de estar sempre perto dela e em contato direto com ela. E uma vez que Manaus é uma cidade rodeada por florestas e rios, temos a certeza de que respiramos um ar relativamente puro. O Estado do Amazonas é cortado por diversos rios de grandes extensões que proporcionam aos que aqui residem tudo o que é necessário para a sobrevivência, além de servirem de via natural para a locomoção daqueles que precisam se deslocar de um lugar para outro. Os nossos rios oferecem uma variedade muito grande de peixes - aliás, os mais saborosos-, que servem de alimento para CM 374

os que moram tanto na capital, como nas cidades do interior e, especialmente, para os que vivem às suas margens. As nossas florestas também nos oferecem uma grande variedade de animais e frutos silvestres, dos quais, muitos, também servem de alimento para os ribeirinhos. Por diversas vezes, já tivemos a oportunidade de percorrer grande parte da extensão do rio Amazonas (desde o encontro das águas até a sua foz, no Oceano Atlântico), ao viajarmos de barco, de Manaus para Belém, e vice-versa. Até hoje não cansamos de admirar e contemplar extasiados as belezas que a natureza nos oferece, especialmente a floresta misteriosa que margeia o rio, ou o belo espetácuJo que nos proporciona o pôr-dosol de todas as tardes, com formas e matizes diferentes a cada instante, quando o astro rei vai desapare41


Por diversas vezes, já tivemos a oportunidade de percorrer grande parte da extensão do rio Amazonas. Até hoje não cansamos de admirar e contemplar extasiados as belezas que a natureza nos oferece.

cendo, preguiçosamente, por detrás da floresta, deixando, entretanto, o seu rastro dourado, na superfície do rio, como se fosse a cauda de um cometa. É um espetáculo deslumbrante, que extasia tanto os olhos como a própria alma de qualquer er humano. E es e momento mágico, faz-nos lembrar do Criador. Nossos pensamentos vão até o livro do Gênesis, quando da origem de tudo, da criação (Gen 1, l-31; 2, 1-25), e constatamos a grandeza e a genero ida42

de do Criador. No Amazonas a natureza parece provar o capricho do Senhor, quando os rios Solimões e o Negro se encontram para formar o maior de todos os rios, o Rio Amazonas, e na beleza exuberante e exótica de nossa floresta e na singeleza e fragilidade de nossas flores, podemos sentir o indizível amor do Criador para com as suas criaturas.

Nazareth e Leonardo Kaneko Eq. 1 - N. Sra. de Nazaré Manaus, AM CM 374


MULTIPllCANDO OS TALENTOS Um dia, refletindo junto com nosso pároco sobre a crise na educação, pensamos nos jovens que, pouca ou nenhuma chance, terão de realizar seu sonho: conseguir aprovação no vestibular da Universidade Federal da Paraíba. Mas, por quê? Porque são carentes, porque estudam em escolas da rede pública, porque não podem pagar um "cursinho" pré-vestibular, porque perderam a esperança. Dessa reflexão, uma idéia surgiu: por que não criar um "cursinho" pré-vestibular para alunos carentes?

Aconteceu o inesperado! Nosso telefone não parava de tocar. Era professor de todo "titulo": de estudantes universitários, professores da UFPB, na ativa, aposentados e outros profissionais igualmente qualificados.

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A idéia estava lançada. Era só pôr em prática. Como Raimundo e eu somos professores, o padre de imediato entregou-nos essa missão: montar o "cursinho". A princípio ficamos temerosos, era muita coisa a ser feita. Muitas perguntas começaram a povoar nossas mentes: Por onde começar? Como fazer? Onde e como conseguir professores para todas as matérias? Como conseguir material didático sem dinheiro? A disposição, porém, somada ao entusiasmo do padre fizeram-nos ir em frente. Apostamos na ajuda divina e dos irmãos em Cristo. Acreditamos no projeto e então mergu- , _ lhamos, mesmo sabendo que poderíamos nos afogar. O mais difícil era conquistar professores voluntários que doassem um pouco de seu tempo para essa missão. Difícil para nós, não para Deus. Aconteceu o inesperado: quando o padre e nós começamos a divulgar nas missas o "cursinho" e pedir professores, foi fantástico! Nosso telefone não parava de tocar. Era professor de todo "título": de estudantes universitários, professores da UFPB, na ativa, aposentados e outros profissionais igualmente qualificados. O mesmo procedimento foi feito em relação ao pedido de material didático (livros didáticos, apostilas, revistas, papel para xerox) Tudo doação da comunidade. 43


Daí passamos à divulgação do "cursinho" o qual teve início em março de 2001, funcionando na próprio Igreja - em salas de aula. Em março deste ano demos início ao 2° ano do projeto com 70 alunos. Alunos esses que vêm de toda a periferia da cidade e de outros municípios vizinhos. O mais importante de tudo isso é que: 1°. depois dessa iniciativa, outras estão surgindo em outros bairros; 2°. estamos acendendo uma luz em muitos túneis, acendendo a esperança de realização de um sonho de muitos jovens: fazer um curso superior numa universidade pública.

Ah, é bom saber que alguns dos professores são equipistas e que também temos alunos filhos de equipistas. No vestibular realizado neste ano, 8 alunos participaram da 1a fase, sendo que 4 foram aprovados para a 2" fase. Desses quatro, dois conseguiram entrar na faculdade. Se desejarem fazer essa experiência e quiserem detalhes de como funciona, entrem em contato conosco.

Cida e Raimundo Equipe 02 N. Sra. do Perpétuo Socorro João Pessoa, PB (83) 226 6584

rnaa@openline.com.br

TEMA DE ESTUDO Errata Na página 74, na 8" linha do 3° capítulo do Tema "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo" Ano 2: Ser Casal, há uma citação da "Familiaris Consortio", no 13. o trecho foi tomado da tradução oficiaJ do Vaticano, a qual contém um erro. Conforme o texto latino original, o texto deve ser lido assim: " ... a tal ponto que o efeito primeiro e imediato do matrimônio (res et sacramentum) não é a graça sobrenatural propriamente ... "

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Missão:

"PROJETO SER lGREJA NO NOVO M1LÊN10" A grande missão da Igreja é ça do pároco, Padre Antônio Dezan, evangelizar, tornar conhecida a ver- também Conselheiro Espiritual das Equipes (há mais de 30 anos). Predade de Deus. E dando continuidade a um pro- sença importantíssima. Assim, fograma de evangelização que se ini- mos conhecendo e entendendo e, ciou com a preparação para o novo principalmente, vivendo em comumilénio, o "Projeto Ser Igreja no nidade o Projeto SINM. Depois da Páscoa, começaram Novo Milénio" (SINM) veio introduzir a novidade do "núcleo", isto os "encontros" dos vários núcleos é, a pequena comunidade, formada formados nos quarteirões, nos prépor pe soas que moram na mesma . dios. As pessoas, que participaram rua, no mesmo quarteirão, no mes- das reuniões de estudo, puderam desempenhar um papel muito impormo prédio. Aqui, quero abrir um pequeno tante na vida do núcleo. Alguns faparênteses para falar, para elogiar tores favoreceram a formação dos o Padre Caffarel: há mais de ses- núcleos: as novenas de Natal, a senta anos iniciou as Equipes de Campanha da Fraternidade, que reuNossa Senhora, para que os casais nia pessoas vizinhas. Então, nós saímos em grupos de equipistas formassem pequenas comunidades, motivadas pela acolhi- 2 ou 3 pessoas, "batendo" de porta da, pela escuta da Palavra, pela par- em porta, anunciando o projeto e titilha, pela hospitalidade, pela corre- vemos agradáveis surpresas neste ção fraterna. Por isso tenho a espe- serviço (o núcleo é para pessoas rança da participação do equipista afastadas). Pessoas que se diziam nesse projeto da Igreja, pois seria necessitadas de um estímulo para uma contribuição generosa, porque retornar à casa do Pai. Mas, tamos equipistas já conhecem a vida em bém, recebemos "pedradas", pessocomunidade e têm a experiência de as mal-humoradas, sem disposição para nos ouvir. Houve quem se esreuniõe em suas casas. Desde o ano 2000, nosso bispo, pantasse de me ver: "O senhor não Dom Joviano, em visita pastoral à é aquele médico que me atendeu no nossa comunidade de Nossa Senho- hospital? No INSS?" Como funciona o núcleo? A reura das Graças, em Araraquara, deixou clara a importância de se de- nião do núcleo é semanal, com dusenvolver o Projeto Ser Igreja. Em ração de uma hora, realizada nas janeiro de 2001, começamos o estu- casas, em rodízio. A casa poderá ser do necessário à implantação. Todas o quintal, a garagem, a frente da as segundas-feiras, um grupo de 40 casa, em baixo da luz do poste etc. pessoas se reúnem, com a presen- Há um "tema de estudo" baseado CM 374

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nos Atos dos Apóstolos, um roteiro pronto do qual todos têm conhecimento prévio. Faz-se uma oração, a leitura da Palavra e a troca de idéias e de vivências. E quais as dificuldades que estamos enfrentando? Apenas dez por cento dos católicos vivem a verdadeira fé cristã, estão disponíveis e participam da vida da comunidade. Quer dizer que noventa por cento estão adormecidos, anestesiados pela TV, novelas, e alguns programas que atraem muitos dos católicos, desinteressados das coisas de Deus. Todos se desculpam. E como fica a nossa fé? Temos humildade evangélica? Nós, os batizados, precisamos viver o nosso compromisso, porque somos "carimbados" por Cristo, para Cristo, em Cristo. Nós assumimos a nossa missão convidando os irmãos afastados para a vida do núcleo. Acolhemos com muito amor e festa aquele que se aproxima, dizendo "você não imagina como é importante a sua presença entre nós". É evangélico: "Haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por 99 justos que fazem penitência". Depois do convite e da acolhida, vem a terceira etapa: a partilha. No início, escutamos e falamos pouco. Todo irmão afastado tem incontáveis queixas contra a Igreja, contra os padres, contra os carolas, contra aqueles que falam em nome do padre sem este saber. No início da vida do núcleo, exige-se muita paciência. "Deus ama todos e tem um plano para cada um". 46

Depois de 3 reuniões, a 4" é celebração festiva, reunindo as pessoas de todos os núcleos. Então, na nossa Igreja de Nossa Senhora das Graças, essa reunião tem sido feita no salão de festas. Participamos de uma missa às 19 horas e vamos para a 4" reunião do mês, que é de oração, de canto, de partilha e de confraternização. E também de testemunhos. Assim aconteceu em todos os meses do ano. O Padre Antônio está sempre presente, orienta-nos e nos abençoa. E a comunidade maior se conhece e se alegra. E se abraça! E os laços vão crescendo! Assim conseguimos a volta de muitos irmãos, e percebemos que eles ficaram felizes por retornarem à vida da Igreja. No ano de 2002 o projeto continua com um núcleo central, que na nossa comunidade se reune toda 3" feira para aprofundamento e oração, adoração ao Santíssimo, além de encararmos os desafios surgidos na vida desses núcleos: resistências e dificuldades. Teremos também uma missão evangelizadora na formação de novos núcleos. O Padre Antônio tem dedicado uma atenção especial a es e projeto e o tem divulgado empre nas missas. Essa divulgação facilita o nosso trabalho mas, mesmo assim, continuaremos indo de porta em porta falar sobre o projeto. Que Deus nos dê coragem, força, disposição e disponibilidade para sermos Igreja do Novo Milênio!

Rafael (da Maísa) Equipe 3 - Araraquara, SP CM 374


Concha e Cajado O Caminho das Pedras • Antônio Carlos Guerra da Cunha Publicação: Editco Comercial Ltda. O autor desse livro, Antônio Carlos Guerra da Cunha, é equipista, médico, professor da Faculdade de Medicina da PUC e advogado. No ano de 2000 fez a pé, juntamente com sua esposa Lourdes e o casal Estela e Alfredo (também equipistas), a peregrinação a Santiago de Compostella, partindo de Saint Jean, na França, aos 3 de setembro e chegando a Santiago em 5 de outubro, percorrendo aproximadamente 800 km. As fotos e as notas tomadas pelos quatro "concheiros", serviram de inspiração e sub-

sídios para essa narrativa. "Duas pessoas chegam a Santiago: aquela que você trouxe da sua história e da sua casa, e aquela que você deveria ter sido, se pudesse crescer sem nada trazer consigo, a não ser sua concha e seu cajado ..." "Para mudar de vida não é necessário percorrer o caminho de Santiago. Mas, para bem percorrê-lo, é preciso mudar de vida ... o importante do Caminho, não é o quanto se andou, mas, o quanto se cresceu no tempo em que se andou". O autor realmente consegue, com suas narrativas, nos emocionar e nos levar a um contato íntimo com Deus, através de nossos irmãos.

Um Espinho na Carne - Má conduta e abuso sexual por parte de clérigos da Igreja Católica do Brasil

de Gino Nasini, 2ª edição, 286 pgs, Ed. Santuário. Desde o começo do ano intensificaram-se muito as denúncias de abusos sexuais cometidos por membros do clero. Ainda que a tempestade maior esteja nos Estados Unidos da América, não faltam casos no Brasil. Já no ano passado, porém, ainda em abril, a Editora Santuário lançou um livro corajoso e, de certo modo, profético: "UM ESPINHO NA CARNE - má conduta e abuso sexual por parte de clérigos da Igreja Católica do Brasil", do Pe. Gino Nasini. O autor faz uma apresentação honesta e sincera do problema criado pela má conduta sexual de membros do clero, também do ponto de vista das vítimas, suas causas e suas implicações pastorais. Analisa as questões referentes ao celibato e também a maneira como as autoridades eclesiásticas têm tratado o assunto, e aponta caminhos para o futuro. Diante do alarido perturbador que se vai avolumando, esse é um texto sereno, sincero, honesto, corajoso e construtivo. CM 374

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JARDlNElROS Um casal equipista perguntou-me: - Por que a caminhada das Equipes de Nossa Senhora, às vezes parece ser lenta? Respondi que Deus pôs à disposição de sua Igreja dois tipos de ervas: o pedreiros e os jardineiros. O dois são importantes para o crescimento e a fecundidade da Igreja. Os pedreiros lançam alicerces, levantam paredes e telhados e os frutos de seu importante trabalho logo são notados. Os jardineiros executam um trabalho que exige. paciência e é justamente a esta segunda classe de servos que as ENS pertencem. O jardineiro prepara a terra retirando o mato, mistura o adubo e planta as sementes, depois tem que regar na medida certa para que as sementes não morram por falta d'água ou apodreçam, pelo excesso dela. Mas o trabalho do jardineiro não pára por aí, tem de exercer constante vigilância para evitar que as ervas daninhas, as formigas, os pulgões e a geada não destruam o que foi plantado, cabe a ele escorar com uma vara as plantas que estão crescendo tortas e podar os galhos para que dêem mais flores. 48

O trabalho de um jardineiro não tem fim, são ciclos que se repetem no mister de plantar e fazer florir, estando aí também inserido o sofrimento de saber que uma planta ou uma semente não vingou. Depois desta explicação, o casal indagou ainda: - Então, o que devemos fazer para sermos bons jardineiros? Eu disse que bastava amar o Movimento e seus casais, e se comportar como co-responsáveis em sua equipe de base, pois o jardim das ENS não dá mais flores, porque, muitas vezes, um jardineiro só, tem que cuidar de tudo, enquanto os outros jardinei ros estão ocupados em desfruta r do perfume das flores. Apó a explicação eles me agradeceram. Disseram que estavam satisfeitos, que iriam exercitar a paciência e se esforçar para serem bon jardineiros do jardim das ENS e, sorrindo, saíram abraçados.

Léa (do Esmeraldino) Equipe N. Sra. de Mediugórie Belo Horizonte, MG CM 374


Meditando em Equipe Julho de

2002

Meditemos, após a leitura atenta de Efésios, 5, 25-33. Sugestões: Reflita como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Lembre alguns fatos do Evangelho. Reflita também sobre "como nosso amor ternura , sexual, misericórdia" se manifesta na vida conjugal. (Para ajudar, leia antes os textos de Mons. Tomazeau e de Pe. Bonnet no livro "Ser Casal. .. " pg . 81 e 82)

Agosto de

2002

Meditemos, após a leitura atenta de Mateus 5, 3-12. Sugestões: Em quais bem-aventuranças se encaixa sua prática cristã? Quais as dificuldades práticas para você vivenciar as outras bem-aventuranças? Peça a ajuda do Espírito Santo para você compreender e viver as propostas de felicidade de Jesus.

. ........ ... ... ... .... ............... .... Oração em Comum "Tentar as bem-aventuranças" Senhor, Tu te dás a nós no Sacramento Do Matrimônio para que nós sejamos sinais do Amor com que Tu nos amas. Dá-nos a bem-aventurada esperança, a fé e a caridade. Que, pela bondade que testemunhamos um em relação ao outro, Nós recebamos a terra por herança . Que, por nossa compaixão mútua, sejamos consolados. Que, por nossa sede de ser justos um para o outro, nós Possamos ser saciados . Que, pelo perdão que nós nos concedemos Diariamente, nós obtenhamos misericórdia. Que, na nossa transparência um para o outro, nós Vejamos a Deus. Que, pelo dom mútuo de nossa vida até a morte, Nós possuamos o Reino dos Céus. Concede-nos, Senhor, viver agora teu amor, No nosso lar, para que a Carta do Reino, As bem-aventuranças, não permaneça como letra morta . Que elas falem ao mundo, enviando-nos Para aqueles dos quais nós nos fazemos os próximos, E que tu colocas no nosso caminho, A começar pelos filhos que nos confias. Martine e Jean-Louis Bavoux (do Tema de Estudo : "Ser Casal. .. ")


1 O I'VlANDAMENTOS PARA A PAZ NA FAMÍUA 1.

Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo.

2.

Ame-se, confie em si mesmo, em sua famíl ia e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor.

3.

Reserve momentos para brincar e se diverti r com sua famíl ia, pois a criança aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas.

4.

Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado : quem bate para ensinar está ensinando a bater.

S.

Participe com sua família da vida da comun idade, evitando as más companhias e diversões que incentivam a violência .

6.

Procure resolver os problemas com ca lma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo o seu lado positivo.

7.

Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que você pensa e ouvindo o que os outros t êm para dizer.

8.

Respeite as pessoas que pensam diferente de você, pois as diferenças são uma verdadeira riqueza para cada um e para o grupo.

9.

Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser.

1O. Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe de coração quando se sentir ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar.

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de Casais por uma Espirit ualidade Conj ugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11 ) 3257 .35 99 E-mail : secretariado@ens .org .br • cartamensa l@ens.org .br Home page: www.ens.org.br


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