ENS - Carta Mensal 370 - Fevereiro e Março/2002

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°370 • Fevereiro e Março/ 2002

EDITORIAL

TEMPOS DA IGREJA

Da Carta Mensal .. .. ... ..... .. .. ........ ...... . 01

Quaresma : Tempo de Humanizar-se ........... ... ... .. 26 Por uma Terra sem Males .. ... .... ... ..... 28

SUPER-REGIÃO

... Do Bom para o Melhor .. .... ..... ...... 02 Atraídos ao Amor ..... ... .... .... ...... ....... 03 Ser Casal : Casado .... .... .... ... .... .... .. .. .. 04

ATUALIDADE

ERI

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ... ....... .... 33

Cristão .. ..... ............ .. ....... .... ..... ...... .... 06 Batizados, Confirmados e Inseridos no Mundo .. ..... .... .... ... .... 09 Colégio Internacional das ENS - Houston ... ... .. .... .... .......... .. 11

Passagem de Ano ... .... ... .. .... ........ .... . 31

MARIA

Maria, Mãe de Jesus ..... ... .. .. ...... .... ... 36

PARTILHA E PCE

Dever de Sentar-se .. .. ..... ....... .......... . 39 ENCONTROS PROVINCIAIS

Província Norte ........ .... .. .. .. .... ... .. ...... Provín cia Nordeste .... ..... .. ..... ... .... .. .. Província Centro-Oeste .. ..... .... ... .. ..... Província Leste ... .. ...... ......... ...... ..... ... Províncias Sul I e Sul 11 .... ... .... ... .... .... Província Sul III ....... ... .... .......... .. ...... .

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VIDA NO MOVIMENTO

Jubileu de Prata de Equipe .... ...... .... 22 A Graça da Responsab ilidade .......... 24 Sessão de Formação Nível III - Região Norte 1 ... . . .. . .. ...... .. . 25

Carta M ensal é wntt publicação mensal das Equ ipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta M emal Cecília e José Carlos (responsáveis) \Vi/ma e Orlando Soely e Lui<. Aug11sto Lucinda e Marco

Jane/e e Nélio Pe. Emani J. Angelini ( cons. espiritual) Jornalista Responsá vel: Catherille E. Nadas (mr/J 19835} Editora ção Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nol'a Bandeira Produções Editoriais Ltda. R. Venâncio Ayres. 93 1 - SP Fone: (Oxx/1) 3873. 1956

PASTORAL FAMILIAR

Falando da Pastoral Familiar ... .... ..... 40 Família, Espaço de Amor e Perdão .. ... 42 TESTEMUNHO

Um Natal Diferente! ..... .. .. .... .. ... ..... .. 45 Declaração de Amor à Equipe ... ....... 46 REFLEXÃO

Um Copo de Leite ......... .... .. .. ... ....... .. 47 Milho Premiado ... .... ... ....... ... ...... ...... 48

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Foto de Capa : Daniel Chacon

Carta Mensa l R. Luis Coelho, 308

Impressão: Gráfica Benfica

O1309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxx ll ) 256. 1212 Fax: (Oxx 11 ) 257.3599

5° andar · conj. 53

cartamensa/ @ens.o rg.br

Tiragem desta edição: 15.500 exemplares

NC Cecília e José Carlos


Olá pessoal!

Tudo bem? Então, como foram de Natal? E a passagem para o novo ano? Estamos todos cheios de alegria e de novos planos para 2002, não é verdade? Pois bem, a Carta que hoje vocês estão recebendo começou a ser gestada em 6 de janeiro, dia da Epifania. E começamos bem, pois a nossa alegre reunião da Carta Mensal foi também a nossa festiva. Além de conhecer os artigos, que foram bem lidos e selecionados, nós fomos presenteados com a Eucaristia, carinhosamente celebrada pelo Pe. Ernani. E tivemos, também, um gostoso almoço onde a "mamma" Cecília deslumbrou a turma com a sua famosa lasanha. Bom, e por falar em lasanha, vamos, de fato, começar a pôr a mão na massa? É hora de fazer com que nossos planos se tornem realidade . Então, vamos para Brasília em 2003? Como está a animação da sua equipe para o nosso grande Encontro Nacional? Será que já tivemos tempo de pensar o que pode representar para nós um encontro desse tipo? Temos consciência de que se trata de um encontro que pode nos dar a real dimensão do nosso Movimento e da força que representamos, se resolvermos aceitar nossa missão de construtores de nossa família e de um mundo melhor? Será, também, sem dúvida, uma excelente oportunidade de conhecer equi~:úsras de todas as partes do Brasil e de par-

tilhar com eles nossas alegrias, descobertas e dificuldades,. E você, Casal Responsável, já mandou a FICHA DE INSCRIÇÃO da sua equipe? Vocês sabem que um casal italiano, lendo a nossa Carta, lá em Roma, já está pedindo autorização para vir ao Brasil participar do nosso Encontro e conosco comemorar as suas bodas de ouro? Animadinhos "os garotos", vocês não acham? E nós, vamos também nos colocar em marcha? Nesta Carta, atendendo a todos os gostos, vocês vão encontrar, entre outras, as colocações do Pe. Flávio que nos convida a, rasgando os nossos horizontes, estudar o tema "Ser Casal"; poderão ainda ler reflexões interessantes como a do Copo de Leite e a do Milho, saber o que acontece nos Encontros Provinciais e muito mais ainda. Temos certeza de que, se deixarmos a Carta Mensal bem à nossa mão, todos os dias descobriremos alguma coisa para enriquecer nossa caminhada. E que, a cada noite, possamos, olhando as estrelas, sentir o Deus do Universo e, a cada manhã, abrindo a janela do nosso quarto, possamos, respirando fundo, sentir o sol e a luz desse mesmo Deus, que nos presenteia com um novo dia e com a Vida. Vamos prá frente!

Equipe da Carta Mensal


...DO BOM PARA O MELHOR Prezados casais e·quipistas e conselheiros espirituais. Durante o ano de 2002 vocês casais são convidados a refletir sobre o ser casal, ou seja, sobre sua vida de casal. É inegável que essa seja uma característica primeira e fundamental de sua vida, logo depois de sua identidade pessoal e cristã. Antes de mais nada vocês são pessoas casadas, cristãs casadas, cristãos casado . É fácil, porém, perceber, que nem sempre se dá a devida importância a essa centralidade do casamento na vida de quem escolheu partilhar com alguém toda a sua vida por toda a vida. Não é raro ver o primeiro plano ocupado pela profissão e outros valores. Por isso a importância do tema "Ser Casal" que, se bem aproveitado, levará a novas descobertas e ao aprofundamento de convicções há muito assumidas. Ajudará a perceber mais claramente a grandeza e a relatividade da vida conjugal, enquanto realidade ao mesmo tempo divina e humana. Divina e humanamente grande, a vida de casal abre imensas possibilidades para o crescimento pessoal e conjugal do par. Mas, nem por isso, deixa de ser uma realidade de valor relativo. Abre possibilidades, mas também cria limitações e impõe restrições. Nisso é como todas as realidades humanas, mesmo quando assumidas por Deus no seu plano de salvação. Uma séria reflexão sobre a vida de casal possibilitará uma tomada de consciência lúcida dos perigos de to2

dos os tipos que a ameaçam. Perigos para os quais se devem procurar as salvaguardas adequadas, sem cair na ilusão de querer solucionar tudo recorrendo apenas aos meios espirituais, ou apenas as ajudas naturais da psicologia e semelhantes. Certamente que entre esses perigos destacam-se o desamor, a rotina e a infidelidade. É impossível pensar um pouco e não perceber que vida de casal não é caminho para pessoas imaturas, dominadas ainda pelo egocentrismo adolescente ou pelo egoísmo assumido como norma de vida. É caminho para quem é capaz de amar não apenas com um amor geral, mas com um amor particular, generoso bastante para levar à plena comunhão de vida com outra pessoa. É vida que exige mais amor, e, por isso mesmo, mais capacidade de confiar e de perdoar. Durante este ano, os casais equipistas são convidados a fazer uma revisão de suas idéias sobre a vida de casal, dos ideais que os levaram a assumir o amor conjugal, do como puseram em prática essas idéias e esses ideais, dos avanços e recuos, dos de afios atuais, dos caminhos a serem seguidos para o futuro . Estão convidados a um grande trabalho da inteligência, do coração, da fantasia e do senso prático. Convidados finalmente a uma grande conversão, pelo menos do bom para o melhor. Quem sabe se nós, conselheiros espirituais, poderemos ajudar um pouco vocês. Pelo menos poderemos tentar.

Pe. Flávio Cavalca de Casto, cssr CM 370


Palavra da Silvia e do Chico

ATRAÍDOS AO AMOR Olá gente amiga, Ainda ecoando em nossos corações os bons propósitos dos balanços, começamos mais um ano, cheios de esperança para ir adiante, cheios do entusiasmo que vem de Deus. É essencial que sejamos equipes fortes, com vitalidade, com qualidade para enfrentar os desafios dos novos dias .. Ultimamente, a cada ano, juntam-se a nós centenas de novos casais irmãos, atraídos pelo mesmo ideal de descobrir em seu amor matrimonial o caminho da felicidade desejada por Deus. Não podemos fraquejar no binómio crescimento + qualidade. Sem o primeiro corremos o risco da estagnação, da não renovação, do envelhecimento. Sem a qualidade corremos risco de inchaço, de perda da identidade, do enfraquecimento. Um dos pilares que imprimem qualidade chama-se fidelidade ao dom de Deus, ao carisma fundador: a espiritualidade conjugal. Tender à perfeição cristã através da sua vida conjugal é a grande proposta do Movimento das ENS a seus membros. "O amor conjugal e o amor de Deus se completam. É no cerne da união desses dois amores que nasce a espiritualidade conjugal" (Guia das ENS, pág. 14). O desafio de se deparar com o amor de Deus na singeleza dos gestos e das virtudes cotidianas, do respeito de um cônjuge para o outro, na solicitude da atenção dispensada, na CM 370

busca da harmonia do corpo e da alma, eis alguns dos segredos da nossa espiritualidade. Experimentar a vontade de Deus e nos deixar conduzir por ela em nossos trabalhos, em nossos fracassos, em nossos desejos mais íntimos, eis o modo de fazer da espiritualidade um fato concreto. Pois bem, queridos amigos, neste ano, o II tema pós-Santiago, SER CASAL, vem aí para nos ajudar a descortinar estes horizontes incríveis e fascinantes daquilo que, pela união consciente e livre, sacramental e santa, nos faz ser casal. Se, graças ao esforço conjunto de cada casal equipista, pudermos, ao final deste 2002, ter descoberto ou aprofundado os reais matizes da espiritualidade conjugal, teremos atingido os objetivos de fortalecer o nosso Movimento, porque cada casal será um pouco mais santo e muito mais feliz. E não tenhamos dúvida: um casal santo e feliz dará os frutos inerentes a esta conquista, será garantia da qualidade esperada, será profeta no mundo e missionário do amor. Por estas razões desejamos a todos que o estudo do tema SER CASAL colocado à disposição de todos seja transformador, permita a cada cônjuge descobrir no coração do seu amado o mistério infinito do amor de Deus. Com nosso carinhoso e fraternal abraço,

Silvia e Chico CR da Super-Região Brasil 3


Palavra do Provincial

SER CASAl: CASADO "Não é bom que o homem esteja só. Vou fa z er-lhe uma auxiliar que lhe corresponda" (Gn 2,18). Alguém traduz a expressão "auxiliar que lhe corresponda" por "aquela que lhe está faltando". De fato está na natureza do homem e na naturezà da mulher, o sentido de "relação", de complementaridade, que no casamento se expressa na união entre homem e mulher. Mesmo assim, é um mistério, porque o ser humano é um mistério, cheio de tantas riquezas que vão sendo descobertas ao longo da vida, se a motivação desta união for o amor, amor este que vem de Deus, da carne e da alma. Se, ao contrário esta união desmorona é porque não é suficiente a mera paixão, a vontade de suprir carências, o desejo de fuga. Não conseguimos definir o amor e enquadrá-lo dentro de palavras. O amor é encantamento, é doação e posse, é privilégio. Amor não é tanto olhar um nos olhos do outro, mas olhar junto para amesma direção, o mesmo ideal, o mesmo projeto de vida. Justamente "projeto de vida a dois", porque o casal casado tem uma vocação de amor que se desdobra na vida a dois, na determinação de ser pai e 4

mãe e na construção de sua fisionomia espiritual. Tudo na vida precisa ser projetado. Está escrito no Evangelho: "Quem de vós, ao construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos para ver se tem como terminar ?" (Lc 14,28). Jesus alerta para a consciência da missão a ser realizada, do projeto a ser percorrido. Quem projeta, estuda, arma estratégias, busca meios e delineia os passos do projeto. O projeto conjugal começa com a decisão de formar uma comunidade de vida: colocar suas vidas em comum, sua interioridade, as energias mais profundas da pessoa, ter uma direção comum, viver a ajuda mútua, sem aviltar o outro, sem nivelamentos e uniformidades, conjugar dons para uma comunhão de vidas, dentro da diversidade das pessoas . CM 370


O projeto conjugal inclui o projeto dos filhos e a educação deles. O Pontifício Conselho para a Família realizou no ano jubilar de 2000, em Roma, um Congresso teológico que teve como tema: "Os filhos, primavera da Igreja e da sociedade". Neste congresso foi lembrado, mais uma vez, que o casal deve ter filhos e educálos, conforme o compromisso assumido no dia do casamento na Igreja. O projeto da aceitação e acolhida dos filhos se faz com responsabilidade mútua. O casal deve descobrir o modo de fazer com que eles se despertem para a vida, sejam edu-

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Amor não é tanto olhar um nos olhos do outro,

mas olhar junto para a mesma direção, o mesmo ideal, o mesmo projeto de vida.

cados, possam constituir-se em cidadãos do mundo a pleno direito. O casal procurará mostrar por gestos e atitudes a beleza da vida cristã: os pais são os primeiros catequistas de seus filhos. A espiritualidade conjugal é parte integrante do projeto conjugal, ela consiste numa vivência da fé, em todas as suas dimensões. Não se trata somente de algumas práticas comuns realizadas a dois, mas de todo um empenho de fazer com que a fé penetre na vida dos dois e da família. Somos todos chamados à santidade, nos lembra o nosso querido Papa João Paulo II no documento "Tertio millennio ineunte". Nós casais equipistas sabemos muito bem quais os Pontos necessários para uma vivência de espiritualidade conjugal. Trata-se de assumir estes Pontos com coragem e compromisso. Nós casais casados não somos mais solteiros, mas casados, comprometidos um para o outro, num projeto comum. Aqui está a realização e a felicidade do nosso casamento. A nossa felicidade é o fruto desta troca de doação, de amor. É necessário comprometermos pela nossa felicidade, só assim seremos sinal do amor de Deus , que é amor, que é entrega total.

Graça e Encarnação Casal Responsável Província Norte CM 370

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CRlSTAO: Refletir Sobre Nossos Sacramentos do Batismo e da Confirmação Queridos amigos: Nesta oportunidade, gostaríamos de convidá-los a fazer uma reflexão simples, mas, ao mesmo tempo profunda, que nos conduza a rever nossos sacramentos do Batismo e da Confirmação.

a) O sacramento do Batismo Segundo os ensinamentos da Igreja, somos libertados dos pecados pelo batismo e tornados filhos de Deus e discípulos de Cristo. Além disso, somos incorporados à Igreja e portadores da sua missão. Ser perdoado, regenerado e incorporado em Cristo é um dom que só podemos compreender pela fé. Mas a fé é também um presente de Deus que, certamente, recebemos pela graça do Batismo. Entretanto, a fé não se limita ao ato de "crer", e isso não podemos compreender. A fé nos leva mais longe: "crer" e "agir" em coerência total com o que acreditamos. Esse é o grande problema do cristão de todos os tempos e muito particularmente do cristão de nossos dias: chegar à coerência entre fé e vida. E é exatamente isso que nos ensina Jesus, pelo exemplo de toda uma 6

vida vivida em plena coerência e selada com a morte na cruz. Porém, Jesus nos ensina alguma coisa a mais: chegar a uma plena coerência entre aquilo em que acreditamos e o que fazemos não é possível sem a ajuda explícita de Deus. No mesmo momento em que Jesus deu ao mundo o testemunho solene de coerência e aceitou livremente a própria morte, em total acordo com a vontade de seu Pai, teve necessidade de se apoiar no seu amor: "Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua!". Já, alguns minutos antes, Ele havia prevenido seus discípulos, dizendo: "Orai para não cairdes em tentação", como se lhes houvesse dito: "Orai, para conseguir a coerência e agir de acordo com aquilo que acreditais". CM 370


Ser "incorporados na Igreja e ser portadores de sua missão" é a conseqüência lógica de tudo aquilo que aconteceu antes de nós. Não somos batizados apenas para receber o dom inapreciável de nos tornarmos filhos de Deus e de fazer parte do Cristo e de sua Igreja. Mais do que isso, assumimos a obrigação de participar da sua missão: proclamar o Evangelho a todas as nações. E, o que nos compete, como casais das Equipes de Nossa Senhora, o Papa nos assinala claramente: "Responder ao apelo da Igreja por uma nova evangelização baseada no amor humano e na vida de família. Hoje, a Igreja tem mais necessidade de leigos casados e com uma boa formação , na qual fé e vida se alimentem mutuamente. Os casais cristãos têm também o dever de ajudar aos outros casais, aos quais eles desejam legitimamente comunicar sua experiência e demonstrar que o Cristo é a fonte de toda vida conjugal". (João Paulo II - 50° aniversário da Carta das ENS) - (O Guia das ENS - Cap. XI, A Missão; b) Missão na Igreja). Por conseqüência, um cristão que se limita a "acreditar" e que se recusa a "agir" de uma maneira coerente, não é um cristão completo. Da mesma maneira, um casal das Equipes de Nossa Senhora que "faz parte" do Movimento, mas que se recusa a se tornar um "membro ativo, quer dizer, missionário" acaba se tornando um membro atrofiado. CM 370

Precisamos também tornar ativo esse Espírito que temos em nós, pois o Espírito nãoagesem a colaboração humana. Eis, uma vez mais, a importância da oração pessoal e da oração conjugal para nós, casais das Equipes de Nossa Senhora.

b) O sacramento da Confirmação O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica? Ele cita a Lumen Gentium, a constituição conciliar sobre a Igreja, que declara: "Pelo sacramento da Confirmação, os batizados são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enrique7


cidos de especial força do Espírito Santo e, assim, mais estritamente obrigados à jé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir tanto por palavras como por obras" . (LG, Catecismo da Igreja Católica. No 1285). O tema é então o Espírito Santo. Outro dia mesmo ouvimos a pergunta inocente e ao mesmo tempo profunda que uma criança de três anos fazia aos pais: "Papai, mamãe, o que é o ar... ?" Uma pergunta difícil de responder de uma maneira simples e clara. "Meu filho, quando o vento sopra , você pode escutá-lo mesmo que não possa vêlo. É o ar que todos nós temos necessidade de respirar para viver". Em seguida, nós nos lembramos da resposta que Jesus deu a Nicodemos para lhe explicar o que é o Espírito: "Não te admires do

Jesus nos ensina alguma coisa a mais: chegar a uma plena coerência entre aquilo em que acreditamos e o que fazemos não é possível sem a ajuda explicita de Deus.

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que eu te disse: é necessário, para todos, nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito" (Jo 3, 7 -8) O Espírito Santo é então uma realidade, como o ar que respiramos e que nós, cristãos ativos, precisamos compreender, aceitar e sobretudo viver, caso contrário, nosso cristianismo não passaria de aparência e assim nós seríamos, sempre, cristãos sem energia, sem oxigênio. Mas precisamos também tornar ativo esse Espírito que temos em nós, pois o Espírito não age sem a colaboração humana. Eis, uma vez mais, a importância da oração pessoal e da oração conjugal para nós , casais das Equipes de Nossa Senhora. Caros amigos, o mundo de hoje se encontra à beira de uma nova crise de civilização, como aquela que viveram os primeiros cristãos. Entretanto, isso não deve ser motivo de desânimo, mas sim de otimismo cristão. É a nossa vez! É o momento de nos pormos de pé! É o momento de revitalizar nossos sacramentos do Batismo e da Confirmação e de assumir com decisão o papel que o Senhor nos pede que desempenhemos nesta hora, no mundo em que vivemos. Unidos em oração, nós os abraçamos carinhosamente.

Constanza e Alberto A/varado Casal membro da Equipe Responsável Internacional CM 370


BATIZADOS, CONARMADOS E lNSERlDOS NO MUNDO Queridos amigos das Equipes de Nossa Senhora: Será oportuno refletir tranqüilamente sobre nosso Batismo e nossa Confirmação, quando ainda estamos, de certa forma, marcados por acontecimentos tão dolorosos? Sentimos toda a infelicidade que se abateu sobre os Estados Unidos. Na França, a cidade de Toulouse viveu também um drama terrível com a explosão de uma usina química. No Oriente Próximo, continuam as tensões assassinas. Em vários lugares do mundo, os conflitos se sucedem pois o sacramento de entrada na e as crises econômicas trazem con- comunidade cristã consagra nossa sigo grande sofrimento. condição de filhos de Deus e de Com as mãos vazias e com o membros do corpo de Cristo. Pelo coração perturbado, poderemos en- Cristo e pelo seu Espírito, somos incontrar em nosso batismo um ponto corporados ao povo de Deus, a esse de apoio? E quais são as perspecti- Corpo único que é a Igreja que Jevas que vocês abrem para seus fisus amou ao ponto de se entregar lhos quando os apresentam para se- por ela (cf. Ef. 5, 25). rem batizados? Unidos a Ele, nós estamos unidos A água do batismo purifica. A a todos esses homens que Deus água do batismo dá vida. E o mer- ama, como proclamava a mensagem gulho batismal faz com que atraves- dos anjos no dia da Natividade (cf. semos as águas da morte. Mas não Lc 2, 14). Esses homens sofredores, fazemos isso sozinhos; também não próximos ou afastados: os homens o fazemos graças à comunidade que que crêem ou os que se dizem cétiacolhe o batizado. É o próprio Cris- cos, os que se conservam fiéis ou os to que nos abre o caminho. Com Ele, desligados; todos eles, sem exceção, afrontamos - no batismo e durante são chamados a receber os dons da toda nossa vida- os perigos do mal misericórdia divina, a avançar em disob todas as formas. Com Cristo res- reção aos caminhos da luz eterna. suscitado, somos elevados para a É verdade que, mesmo sendo vida nova. batizados, temos um caminho a perDizemos bem "nosso batismo", correr, as etapas podem ser difíceis CM 370

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Temos CftAe nos interrogar sobre os sinais da vida, sobre o valor do amor, mesmo na dificuldade mais profunda. e o·mundo pode parecer, muitas vezes, mais um mundo de morte e de divisões do que um mundo de harmonia e vida. Mas, renascer tem um sentido e nós somos testemunhas disso, não é mesmo? Não ficamos emocionados pelo testemunho de João Paulo II, esse senhor idoso e fragilizado, que vai até a Ucrânia, ao Kasakistão ou a Armênia para encorajar as Igrejas reprimidas, reduzidas ao silêncio ou consagradas ao martírio e que vemos hoje reviver generosas e fecundas numa verdadeira ressurreição? Batizados, temos que nos interrogar sobre os sinais da vida, sobre o valor do amor, mesmo na dificuldade mais profunda; sobre o sorriso e a dignidade de um deficiente e sobre a solidariedade corajosa que o sofrimento faz surgir... Confirmados no Espírito, já presente em nós desde o batismo, somos fortificados para a coragem da esperança, para o amor fraternal e para aprofundar sempre mais a verdade última do homem; somos teste10

munhas dos dons recebidos; reconhecemos nossa capacidade de nos doar, na vida de casal, de farru1ia, de igreja: nós não somos poupados pelas dificuldades; mas podemos avançar firmes, abertos aos outros, fraternos com os pobres e pequeninos, graças à presença fiel do Cristo Salvador e do Espírito de santidade. No Espírito, nós estamos em missão como casal, Igreja de nossa casa. Quando vocês lerem esta mensagem, o Papa João Paulo II terá celebrado a beatificação de Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, um casal de nossos dias. Marido e mulher, eles são propostos como modelos para a Igreja, pela santidade de sua vida nas condições normais da vida de família. Que o exemplo deles os encorajem na esperança, mesmo nas mais árduas situações. Que seja dado aos esposos batizados e confirmados desenvolver os dons de seu batismo e de sua confmnação, postos em comum no sacramento da Aliança, pela ação de graças, pela esperança, pelo brilho no seio da comunidade humana do esplendor e da fidelidade de Deus, manifestada em Jesus Cristo! Estejamos todos juntos na prece da Igreja: que o Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida, santifique a oferenda de nossas pessoas para nos unir sempre melhor ao Cristo que se entregou pela human idade e que o Espírito Santo nos conceda ser um só corpo e um só espírito no Cristo!

Padre François Fleischman Conselheiro Espiritual da Eq. Responsável Internacional CM 370


Noticias Internacionais

COLÉGIO lNTERNAClONAl DAS ENS - HOUSTON No mês de julho de 2001, foi realizada em Houston, nos Estados Unidos, a reunião do Colégio Internacional, na qual são tomadas as orientações e decisões que concernem ao nosso Movimento no mundo inteiro. O Colégio reúne, com os membros da Equipe Responsável Internacional (ERI), os responsáveis de todas as Super-Regiões do mundo, às quais se juntou, pela primeira vez, a metade dos responsáveis das regiões ligadas diretamente à ERI. Nessa ocasião, tivemos portanto a oportunidade de contar, no Colégio, com os Responsáveis da África, do Canadá e da Síria. Essa reunião foi feita à luz da orientação recebida em Santiago de Compostela: "Casal cristão na Igreja e no Mundo". Cada Super-Região levou sua contribuição para a reflexão sobre um dos temas que compõem essa Orientação. Um documento agrupando todas as colocações, entre elas a do Pe. Fleischmann sobre "O casal à luz do Vaticano lf', será editado nos próximos quatro meses em quatro línguas e poderá enriquecer nossa pesquisa. Durante esse Encontro, pudemos também melhorar a organização da ligação das equipes do mundo, estabelecendo 4 zonas de ligação, e a responsabilidade de cada uma delas foi confiada a um memCM 370

bro da ERI. Foram criadas 5 equipes satélites para permitir à Equipe Responsável trabalhar mais profundamente sobre os temas que são hoje nossas prioridades: • a pesquisa sobre o casal e o Sacramento do Matrimónio; • a missão na Igreja e no mundo; • a formação dos equipistas; • os métodos e a pedagogia do Movimento • a comunicação. Essas equipes satélites estão colocadas sob a responsabilidade de Carlo e Maria Carla Volpini, da Itália, que fazem agora parte da ERI, como o casal John e Elaine Cogavin, da Irlanda. Philippe e Brigitte Deney, casal responsável pelo Secretariado Geral do Movimento, é também responsável pela equipe de comunicação. Nossos amigos equipistas dos Estados Unidos nos acolheram calorosamente e isso foi, para muitos, a oportunidade de encontrar os responsáveis de diferentes regiões. Hoje, é, também para nós, o momento propício para falar a esses irmãos de nossa amizade sincera e para lhes assegurar nossas orações, nesses dias que se seguem aos acontecimentos que abalaram o seu país. -

Ver mapa na página seguinte.

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Mapa Mundi

11 Zona

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Alberto e Constanza Alvarado

Zona 2 Jean Louis e Priscilla Simonis Zona 3 John e Elaine Cogavin

11 Zona 4

Carlos Eduardo e Maria Regina Heise

GĂŠrard e Marie Christine de Roberty ResponsĂĄveis da Eq. Internacional 12

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PROVÍNClA NORTE Nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2001, participamos do Encontro Provincial Norte, realizado no "Centro de Exercícios Espirituais Nossa Senhora de Lourdes", em Ananindeua, PA. Local aprazível e confortável, gentilmente cedido pelos jesuítas, na pessoa do Pe. Luciano Ciman, grande amigo do nosso Movimento. Na missa de abertura, presidida pelo Pe. Cânio, Sacerdote Conselheiro Espiritual (SCE) da Província, foram empossados os casais: Lili e Constantino, Regional Norte II, Nazaré e Reginaldo, Casal Responsável pelo Setor C de Belém e Mar-

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ta e Simão Pedro, CR Setor D de Manaus, AM. As celebrações litúrgicas, presididas pelo Mons. Marcelino, SCE da Região Norte II, Pe. Shaji, do Setor Santarém e Pe. Flávio, do Setor A de Manaus, muito bem preparadas e participadas, nos conduziram a reflexões intensas sobre o nosso ser casal humano, ameaçado pela cultura de morte do mundo atual, mas que, orientados pela Palavra, guiados por Maria e fortificados pela oração e Eucaristia, nos remetem a voar nas asas de Deus, no caminho da nossa santificação e salvação. As palestras e "flashes" nos propiciaram uma reciclagem do que já era "velho" e esclarecimento do que é "novo", firmando e confirmando

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assim, a complementariedade entre as propostas e objetivos do Movimento e a atualização dos meios para que seu carisma e mística sejam cada vez mais e melhor entendidos e vi venciados pelos casais. Foram dias maravilhosos e produtivos, que nos proporcionaram crescimento espiritual e humano, através da troca de experiência, da ajuda mútua e do amor fraterno entre os casais e os nossos queridos Conselheiros que lá estiveram. Acreditamos que todos sentiram a mesma alegria e a mesma felicidade que sentimos, por pertencermos às Equipes de Nossa Senhora e podermos desfrutar de momentos tão especiais de conhecimento e aprofundamento das orientações e propostas do Movimento. No sábado à noite, o congraçamento foi abrilhantado pela apresentação do Coral das Equipes, e pela animação do Setor Pará-Nordeste, que envolveram os presentes, em momentos de descontração e alegria. Deixamos o nosso testemunho de louvor e gratidão a Deus, para que outros casais não deixem passar a graça, negando-se a assumir responsabilidade no Movimento e também na Igreja. Tenham todos a certeza de que, quando o Senhor nos chama, é para operar maravilhas em cada um de nós. Ele só precisa do nosso sim.

PROVÍNClA NORDESTE Dias 09, 10 e 11 de Novembro de 2001 • Santuário/Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora Jaboatão dos Guararapes, PE

Dentro da nova estrutura do Movimento, este foi o II Encontro Provincial (que é realizado uma vez por ano), daí sua importância pois é neste momento em que estão presentes todos os Casais Responsáveis Regionais, Casais Responsáveis de Setor, além dos respectivos Sacerdotes Conselheiros Espirituais. A Província Nordeste cresceu muito e hoje fazem parte dela 7 Regiões. O Encontro foi muito proveitoso. Além da formação e informação que recebemos, um fator de grande importância é a da troca de experiências entre os casais das diversas Regiões. A liturgia ficou sob a responsabilidade dos Casais Responsáveis Regionais e seus Sacerdotes Conselheiros Espirituais, tendo cada Região preparado uma parte e, todas elas foram revestidas de momentos fortes de oração e simbolismo. Não podemos deixar de citar a palestra do Pe. Rui, SCE da Província, que nos falou tão bem sobre "O Casal- Ideal, Limites, Esperança". Aliás, a presença dos sacerdotes foi marcante e em grande número, e todas as Regiões se fizeram presentes. Desta vez tivemos a Vera e Roberto felicidade da presença de um bispo, CR Setor B - Belém, PA Dom Edmilson Cruz, do Ceará.

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Província Nordeste

Outro momento importante foi a nossa confraternização, em que demonstramos o nosso contentamento de estarmos juntos, unidos pelo mesmo ideal e o prazer de celebrar a vida. A partilha da comida regional, a criatividade dos "artistas" com seus versos e prosas, garantiram a animação desta noite. Por último, queremos registrar a presença do nosso CR da SuperRegião, Silvia e Chico, que por si só foi motivo de satisfação para todos. O casal além de nos falar sobre "Expansão Sustentada", assunto de grande importância para o crescimento (com qualidade) do Movimento, sempre se mostrou solícito às indagações e ao atendimento dos participantes. Enfim o Encontro foi revestido CM 370

de momentos de muita alegria, e as equipes da Província tiveram a oportunidade de mostrar a grandeza e a efervescência do nosso Movimento no Nordeste.

Eneida e Álvaro CR - Região Ceará

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PROVÍNCIA CENTROOESTE Aconteceu nos dias 09, 10 e 11 de novembro de 2001, no Mosteiro de São Bento em Brasília, o II Encontro Provincial da Província Centro Oeste, onde estiveram reunidos 15


o Casal Provincial, os Padres Flávio Cavalca e D imas, SCE da Super-Região e da Província, respectivamente, os Casais Regionais, juntamente com todos os Casais Responsáveis dos respectivos setores, bem como alguns Conselheiros Espirituais. Foram dias de estudo, reflexão, oração e muita troca de experiências. Tudo transcorreu na mais harmoniosa ordem, num clima de muita fraternidade. Tivemos a oportunidade de nos conhecer mais, criando laços de grande amizade. As palestras foram conduzidas pelos membros do Colegiada Provincial e pelo Pe. Flávio, contando com a participação de alguns equipistas das Regiões Centro Oeste I e II. O pon16

to alto foi a palestra do Pe. Flávio, "O Casal- Ideal, Limites, Esperança". Novamente, como aconteceu no Encontro do Colegiada Nacional, em São Paulo, foi um verdadeiro poema. Outros fatos que merecem destaque foram a reunião com os Conselheiros Espirituais, com nove participantes, a visita do Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom José Freire Falcão, e a homenagem do bispo Auxiliar Dom Evangelista Terra ao Pe. Flávio no encerramento do encontro. O clima de alegria foi constante. As alvoradas eram feitas ao som do berrante pelo regional MT/MS. Na noite de sábado tivemos uma confraternização ficando a cargo de cada região, uma apresentação CM 370


artística. Foi um sucesso!!! Pe. Dimas com seu acordeão, comandou a festa. Agradecemos a Deus por mais esta oportunidade que tivemos de estar reunidos em nome de Cristo, buscando a unidade do Movimento. Amém!

Nilza e Nivaldo CR - Região MTIMS

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PROVÍNClA

lESTE

Um evento simples, mas cheio de conteúdo e de amor ao Movimento.

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Sob a coordenação geral de Regina e Cleber, Casal Responsável pela Província, foi realizado entre os dias 2 e 4 de novembro o II Encontro Provincial Leste, no Centro de Estudos da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no morro do Sumaré. Contamos neste Encontro com a presença de um convidado muito especial: Padre Flávio Cavalca, Conselheiro Espiritual da Super-Região Brasil. Houve a presença maciça dos 8 Casais Responsáveis de Região, e dos 38 Casais Responsáveis de Setores e Coordenações. Acompanharam o evento em tempo integral, 1O Conselheiros Espirituais. Outros Conselheiros participaram em tempo parcial. Além disso 25 Conselheiros de Setores e Equipes das Regi-

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ões do Rio de Janeiro que foram ao Sumaré especificamente para a reunião de Conselheiros Espirituais que foi presidida pelo Padre Flávio, e com a participação de Regina e Cleber. A presença recorde de mais de 40 Conselheiros Espirituais, foi sem dúvida um dos destaques do evento. As liturgias foram ricas e profundas, focalizando o tema "O Casal" em vários aspectos. Os temas centrais para o Movimento em 2002 foram devidamente cobertos por meio das seguintes apresentações. No sábado: • "O Casal e as Bem-Aventuranças", Pe. Flávio Cavalca. • ''Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora em 2003", "Normatização nas Equipes de Nossa Senhora", Apresentação do Tema 2002 - "Ser Casal", Regina e Cleber. • "Mutirão", Fátima e Jerson, CRR Rio II. • "Campanha da Fraternidade: Uma visão histórica", por Janete e Jorge, CRR Rio III. • Apresentação do novo "Guia das Equipes de Nossa Senhora", por Vera e Messias, CRR Minas III. • "Contribuição", em forma de dramatização muito engraçada e contundente, pelo Colegiada da Região Rio IV. À noite foi realizada uma reunião de congraçamento, singela, mas cheia de alegria e de amizade. Encerramos com todos cantando juntos, abraçados, em grande coral, com destaque para o "Hino às Farm1ias" e o "Magnificat". 18

E no domingo: "Expansão Sustentada", por Aparecida e Saleh, CRR Minas II. • Reuniões de Casais e padres, agrupados por Região. O tema central foi "O Mutirão", mas outros assuntos importantes também foram abordados. Chegando ao fim da programação, foi realizada uma interessante sessão de perguntas e respostas, em que um painel formado pelo Casal Provincial, os Casais Regionais, e os Conselheiros Nacional e Provincial, responderam as francas e oportunas perguntas formuladas pelos participantes. Saímos do Encontro com a confiança de que as Equipes de Base receberão todos os benefícios deste evento, na forma de orientações e apoio adequados, e na promoção da unidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora em toda a Província Leste. •

Josefina e Roque CR Região Rio V

... PROvlNClAS SUll E SUL 11 Temos a certeza, que foi "um sopro, uma brisa suave, um vento forte, uma chama ardente", ou qualquer outra manifestação do Espírito Santo que sentimos e que ainda está impregnada em nós, no Encontro Provincial de 26 a 28 de outubro de 2001, no Centro Pastoral Santa Fé, em Perus, SP. CM 370


Fomos calorosamente recebidos na sexta-feira à noite, pelos responsáveis das duas Províncias, iniciando-se o Encontro, com a Celebração Eucarística de Abertura: "Ser casal - Uma comunhão indissolúvel". Nova Celebração Eucarística abriu os trabalhos do sábado, com o tema: "Ser casal - Produzindo frutos de amor". Começando os trabalhos práticos, Maria Tereza e Odir nos informaram sobre o I Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, que ocorrerá em Brasília em Julho de 2003, frisando bem, que "no Encontro Nacional todos terão a oportunidade de participar, para sentir com maior intensidade o pulsar do Movimento". A palestra de formação foi dada

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pelo Pe. Airton José dos Santos, "O casal - ideal, limites, esperança", mostrando-nos, que ser casal é conseqüência do ser pessoa, e para anunciarmos o Evangelho como casal, temos que partir do Sacramento do Matrimônio. Isto supõe um homem e uma mulher, que continuam com sua individualidade, porém vivida a dois, complementando-se. "Neste ser diferente de mim, eu me completo". Só assim, o casal terá condições de ser farm1ia - marido, mulher e os filhos, a partir da penetração do amor divino, implantando o Reino de Deus, já aqui na terra. Esta é a base da formação do casal cristão, como vocação e resposta ao chamado de Deus que só ocorrerá com pessoas maduras, que buscam a felicidade juntos, encontrando-se

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consigo mesmo e com o outro, para então transformar o mundo, a começar pelo casal e depois, pela geração de filhos. Não esquecer que o amor de Deus é a essência da lei, e, como casal, agir como Deus quer, procurando promover e divulgar esta novidade de ser casal cristão, que é uma opção de pessoas de fé. Isto só será possível se: a) encontrar-se com Deus na pessoa do outro; b) encontrar-se com Deus na comunidade de fé (a Equipe faz parte da Igreja); c) encontrar-se com Deus presente na vida (encontrar Deus no irmão); d) testemunhar os valores do casamento cristão na Igreja e no mundo; e) testemunhar os valores do Sacramento do Matrimônio. Finalmente, ser casal cristão na Igreja e no mundo, sendo casal cristão inicialmente na Equipe e no Movimento, através da vida de equipe, da vivência dos PCE, e da vida eclesial, não esquecendo que a Oração Conjugal, o Dever de Sentar-se e o Retiro, são Pontos Concretos fundamentais da vida do casal equipista. Encerrando a manhã, Sílvia e Chico, Casal Responsável da Super-Região Brasil, fizeram algumas reflexões, a respeito da expansão do Movimento, mostrando a preocupação por qualidade e não quantidade, pois nunca seremos Movimento de massa, nossa vocação é ser fermento. Tivemos reunião em grupo, quando discutimos as propostas do Pe. Air20

too sobre o casal. O Casal Provincial Sul I, Altimira e Paulo, apresentou o documento "Guia das Equipes de Nossa Senhora". O Casal Provincial Sul II, Teresinha e Agostinho, fizeram colocações importantes sobre o Mutirão. A reunião em grupo, discutiu como fazer o Mutirão em cada Setor. Posteriormente, houve uma divertida e profunda dramatização a respeito da contribuição mensal. Rosinha e o Anésio, deram seu testemunho sobre o tema de 2002: "Ser Casal". O tema da celebração da noite foi: "Ser Casal - Renovando as promessas do Matrimônio". Das 22:00 horas até às 6:00 horas da manhã tivemos a Vigília. O tema da Celebração Eucarística do domingo foi: "Ser CasalVivenciando a oração conjugal". Tivemos reunião em grupo por Regiões, quando foram discutidos vários assuntos de interesse dos Setores, e foi realizada uma avaliação do Encontro. A Vera e o Zé Renato, Casal tesoureiro e secretaria da Super-Região, apresentaram o documento "Normas Administrativas 2002", válido para toda Super-Região Brasil, e a Cecília e o José Carlos, Casal Responsável pela Carta Mensal, deram informações importantes e úteis, a respeito da Carta Mensal. Encerrouse o Encontro, com a Celebração do Envio: "Ser Casal - Enviado a ser Aliança com Deus".

Neise e Clóvis I Waldeana e Diney Resp. Setores A e B Sorocaba, SP CM 370


PROvfNClA SUllll O II Encontro Provincial Sul III aconteceu durante os dias 16, 17 e 18 de novembro de 2001, na Vila Betânia, em Porto Alegre, RS. A equipe responsável pelo acolhimento caprichou, recebendo os participantes com belos trajes típicos da região. Os temas foram tratados de maneira objetiva, clara, simples, procurando evidenciar sempre a unidade do Movimento e dentro dos objetivos propostos pelas Equipes de Nossa Senhora e pela Igreja. Como ponto alto deste II Encontro Provincial, registramos a presença sempre marcante da Dona Nancy, falando sobre três livros publicados pelo Movimento: "Equipes de Nossa Senhora no Brasil - Ensaio sobre seu histórico" - "Henry Caffarel Um homem arrebatado por Deus" e "O Sentido de uma Vida". Enriqueceu a todos, testemunhando com humildade e simplicidade.

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JUBllEU DE PRATA DE EQUlPE Equipe 4A- N. Sra. das Graças - )undiai É um tempo de louvar e agradecer a Deus por tudo que recebemos, por tudo que nos foi dado . É um momento de agradecer a Maria por tantas graças recebidas. É inevitável um olhar sobre o passado, uma reflexão sobre o caminho percorrido. É hora de ação de graças! Conhecemos nossos limites pessoais e, sabemos que, se não tivéssemos o auxílio que veio do alto, não teríamos conseguido perseverar. Refletindo sobre esses 25 anos de construção de nossas vidas, iniciados em agosto de 1976 não podemos deixar de relembrar a nossa história, quando oito jovens casais, no início de sua vida matrimonial, receberam o chamado de Deus, para conhecerem uma proposta de viver "a espiritualidade conjugal", através de um caminho chamado Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Thdo era novidade para os jovens casais, tanto no casamento, como na espiritualidade que estava sendo proposta. Alguns desses casais já tinham seu primeiro filho, outros 22

estavam no aguardo de sua chegada e outros ainda não tinham filhos. A história continua também como tantas outras. Os filhos foram nascendo, crescendo, os problemas foram surgindo, alguns banais, outros mais sérios, alguns casais se afastaram, outros perseveraram, e o grupo foi se fortalecendo e Deus se fazendo presente cada dia mais forte e intensamente na vida dessa eqmpe. Tivemos vários Conselheiros Espirituais e, atualmente, Monsenhor Joaquim. É a ele que devemos nosso estado de compromisso com a Igreja e com o Movimento. Foi ele que, com um carinho exigente, ajudou-nos a descobrir a importância da oração diária, através da liturgia das horas, da freqüência à Eucaristia e do serviço. É, nossos filhos cresceram, al-

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guns já são profissionais, outros estão em formação. Perdemos entes queridos, ganhamos cabelos brancos, alguns de nós acumularam barrigas, outros perderam cabelos, mas estamos amadurecendo física e espiritualmente e continuamos perseverantes no caminho proposto pelo Movimento. Queremos agradecer ao Pai pelo passado, pelo presente e pela esperança do futuro em nossas vidas. Ele sempre foi providente, sempre nos acompanhou e muitas vezes nos carregou no colo.

Lígia e Carlos Bestetti Eq. 4A - N. Sra. das Graças Jundiaí, SP

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Equipe 5A- N. Sra. das Graças - Sorocaba A equipe 05, um grupo de casais, juntamente com um Conselheiro Espiritual encontraram-se para iniciar uma caminhada, a partir de 26 de fevereiro de 1977. De lá para cá, já se foram quase 25 anos de trabalho, convivência, amorosidade, espiritualidade, não faltando também as dificuldades, os obstáculos, esfriamento de alguns casais, culminando com as saídas de alguns e entradas de outros casais que deram novo ânimo à Equipe. Mas nunca faltou a vontade de progredir, vencer e caminhar na missão de Jesus Cristo. Muitos casais passaram por ela deixando muitas recordações de amizade e fraternidade, contribuindo para CM 370

o crescimento espiritual da equipe. Atualmente temos um casal fundador, Maria e João e o Conselheiro Espiritual, Pe. Lívio, que hoje tem 87 anos. A equipe procura caminhar unida, comparecendo aos eventos do Movimento, sendo fiéis às normas e orientações. Semanalmente, nós nos encontramos para rezar o terço, debater o tema e aproveitamos para co-participar as alegrias, as dores e os sofrimentos que naturalmente nos atingem. A equipe já chegou ao estágio da maturidade, e o compromisso e a responsabilidade são partilhados com todos. Essa caminhada foi um aprendizado, onde os casais descobriram como viver cada vez melhor a fraternidade, e ser um para o outro o verdadeiro irmão em Cristo. A equipe sempre procurou trabalhar a espiritualidade com muita seriedade, aliando a vida espiritual com a material, vivendo o evangelho, procurando ser sinal no mundo. A cada ano que passa, agradecemos a Deus a oportunidade de estarmos juntos, de ter o Pe. Lívio como Conselheiro Espiritual, portador de um entusiasmo contagiante pelas coisas de Deus. Um dos pilares da equipe, é o Conselheiro Espiritual, e graças a ele a equipe tem uma vida dinâmica de espiritualidade. Pe. Lívio, sacerdote comprometido com o Reino, procura pregar a Palavra de Deus, de modo conciso e direto. Nossa Senhora das Graças, rogai por nós.

Marlene e Acir Equipe SA - Sorocaba, SP 23


A GRAÇA DA RESPONSABlllDADE Somos equipistas há 3 anos e qual não foi a nossa surpresa quando fomos indicados para ser o casal responsável de equipe (CRE) do ano passado! Afinal, éramos o casal mais novo do grupo ... E as atribuições que do cargo advinham? Será que conseguiríamos realizá-las a contento, juntamente com o nosso cotidiano, já tão corrido? Mas o chamado foi feito, e não iríamos "fugir da raia" de uma convocação feita pelo Pai. Daí em diante, com o compromisso aceito, começamos a nos interessar mais pelo Movimento como um todo, como instituição- adquirimos os documentos e manuais, preparamo-nos com mais esmero para as reuniões e participamos de todos, ou quase todos, os eventos que o movimento promovia (Pré-EACRE, EACRE, Momento de aprofundamento, Mutirão, Confraternizações, Adoração ao Santíssimo Sacramento, Interequipes ... ) E, de repente, o bicho-de-sete-cabeças tornouse uma agradabilíssima atividade, pois quanto mais engajados estávamos, mais motivados nos sentíamos e encantados com a grandeza do Movimento e a enxurrada de graças que dele podia advir. Toda essa maravilhosa experiência era partilhada intensamente com nossos irmãos de Equipe, e dessa forma, a nossa vivência também se aprimorava. Assim, o ano passou, e pasmem ... saudades ficaram! Com o nosso testemunho, queremos estimular os novos CRE, para essa nobre missão cristã, e também, convocar, os demais casais equipistas, a exercer plenamente a co-responsabilidade e assim partilhar as emoções e alegrias vividas nas Equipes de Nossa Senhora.

Tatiana e Rubens Coimbra Equipe SSA - Brasília, DF 24

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~ESSAO

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DE FQRMAÇAO NlVEllll - REGlAO NORTE 1 Com a participação de 20 casais, aconteceu nos dias 17 e 18 de novembro de 2001, na cidade de Manaus. Foi aprofundado o conhecimento do carisma fundador das Equipes de Nossa Senhora, sua pedagogia, bem como a estrutura atual das ENS. Esses enfoques nos ajudaram a tomar uma consciência maior da nossa missão, tanto no Movimento, como na Igreja. As palestras foram ministradas pelos dirigentes da Província, usando muita dinâmica de grupos, com questionamentos dos temas que muito contribuíram para a assimilação dos assuntos, sendo as mesmas concluídas em plenário. O envio nos mostrou que devemos "queimar" tudo aquilo que atrapalha a nossa unidade no nosso Movimento. Úrsula e Carminé Equipe 3A - Manaus, AM CM 370

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QUARESMA: TEMPO DE HUMANIZAR-SE O sagrado passa a fazer parte de nossa vida por meio do tempo que constitui a história. Quando Deus cria, quando a criação encontra seu início, o gesto criador faz do caos, a ordem. Na liturgia, nas festas e celebrações da Igreja, no quotidiano da vida celebrada, o tempo não é apenas um momento corrente de horas; ele é mais que isso, é um tempo que a todo ano se renova, é um tempo cíclico. Imaginem se nossa casa ficasse sem limpar por uns 10 anos, a quantidade de pó que juntaria? Por isso, é importante a renovação; imaginem se as árvores não depusessem suas folhas no inverno? Como seria feia a primavera! Neste sentido, o tempo da liturgia também é um tempo que se renova, para que o Eterno se faça presente com toda a · sua vitalidade e força. A quaresma é um tempo de preparo para a festa maior de nossa fé cristã: a Páscoa da Ressurreição do Senhor. Como parte de um tempo cíclico, a quaresma nos permite vivenciar um tempo mais forte de perdão, de penitência, de contemplação do mistério divino presente naquilo que existe de mais humano em nós, ou seja, nossa dependência da natureza. Um tempo exercitado por meio do jejum, a co-responsabilidade com o outro (quando partilhamos nossos bens, a esmola) e nossa preocupação com o divino (a oração). É um tempo que nos prepara para sermos mais humanos. Cada vez que 26

agimos de maneira preocupada e caridosa em relação à natureza e ao outro, tornamo-nos- mais humanos; ao contrário, se o outro, se a natureza estiverem longe de nossa realidade, seremos menos humanos. Quaresma é um período para nos harmonizarmos. Quaresma, cujo conceito sugere um período de quarenta, como aos moldes das Escrituras, quarenta dias ou quarenta anos, como, a história de Noé e o dilúvio, Moisés e o êxodo do Egito, Elias no monte Horeb etc. São histórias sempre referentes aos períodos de preparação e renovação da Aliança entre Deus e seu povo, cujo acontecimento sempre estava ligado à libertação. A Páscoa cristã, a glorificação do Senhor Jesus, significa, não só a libertação, mas a redenção de todo o gênero criado. Esta Páscoa é precedida por este tempo renovável, tempo em que o pó de nossa casa é aspirado, em que as árvores são podadas, para que a Ressurreição seja a vinda de uma nova Vida. Nesta quarentena, somos acompanhados por dois acontecimentos pedagógicos: a presença do Batista pregando o batismo de conversão para a chegada do Messias, e, apresença do Messias em seus quarenta dias de luta contra o mal. Ambas as passagens têm um único sentido que se completa com a Ressurreição do Senhor. Deste modo, os quarenta dias de espera da RessurreiCM 370


ção se plenificam na medida em que a conversão, em que a configuração de cada pessoa ao projeto de Deus, sustenta uma fé consciente. Num de seus sermões, o papa São Leão Magno no século V, exorta: "Em todo tempo a 'terra está repleta da misericórdia do Senhor' (SI 32,5) (. .. ) o retorno, porém, destes dias em que os mistérios da salvação humana marcaram de modo mais especial e que precedem imediatamente a festa da Páscoa, exige que nos preparemos com maior cuidado ... " Este tempo de vigilância, de preparação para o mistério salvífico é um tempo propriamente batismal. Por isso, a figura de São João Batista e seu anúncio "convertei-vos porque o Reino dos céus está próximo" (Mt 3,2), devem permanecer gravados em todo coração humano, como um convite a vivermos e ou nos revestirmos com o manto da dignidade humana. Todo batizado adentra uma comunidade de fiéis, que vive o mistério de Cristo, que o segue como discípulo, que ressuscita para a plenitude da vida. Por isso, a quaresma, na Igreja primitiva era o momento da preparação próxima dos catecúmenos, era o momento em que os candidatos à comunidade cristã eram apresentados, analisados quanto à sua conversão e adesão ao projeto de Cristo, para definitivamente adentrarem à comunidade dos fiéis nas celebrações pascais. Quando o papa S. Leão Magno afirma a necessidade de um cuidado na preparação pascal, ele releva CM 370

A quaresma nos permite vivenciar um tempo mais forte de perdão, de penitência, de contemplação do mistério divino presente naquilo que existe de mais humano em nós.

o tempo quaresmal como um tempo de graça, onde toda a nossa humanidade pode ser exercitada, por meio de nossa associação ao mais sofridos, ele diz: "São inúmeras as obras de misericórdia, o que permite aos verdadeiros cristãos tomar parte na distribuição de esmolas, sejam eles ricos, possuidores de grandes bens, ou pobres, sem muitos recursos". Cada vez que formos capazes de nos aproximar do outro como irmão, sem reservas e com caridade, estaremos menos indignos da mesa do Reino dos céus porque seremos mais humanos. Pe Fernando Rocha Sapaterro SCE Setor ABC-I Eq. 14 N. Sra. do Carmo Santo A ndré, SP 27


Campanha da Fraternidade

2002

POR UMA TERRA SEM MALES A Igreja Católica dedicará a Campanha da Fraternidade de 2002 aos povos indígenas do Brasil. Nada mais justo, nada mais merecido. Afinal, eles são os primeiros habitantes de nosso país e os mais violentados pelas imposições dos colonizadores, do Estado e da Igreja. Eles eram mais de 5 milhões, antes da chegada das caravelas de Cabral, em 1500. E se calcula que eram mais de 900 povos diferentes que habitavam estas terras, cada um vivendo a seu modo, em seu território. Até hoje, o que aprendemos na escola, o que lemos nos livros, ou o que ouvimos na televisão fala de "descobrimento do Brasil". Mas os povos indígenas já viviam aqui há mais de 40 mil anos e, para eles, a chegada dos portugueses foi o começo de uma grande invasão e de urna história de dor e sofrimento. Foram quase dizimados, mas resistiram. Na história destes SOO anos do Brasil, a maior lição que podemos aprender é a da resistência dos povos indígenas, dos negros, dos movimentos populares. E, por causa da luta pela vida e para defender o que era seu, os povos indígenas foram considerados violentos, bárbaros, vingativos, selvagens. Mas é graças a esta resistência corajosa de tantos povos, que nosso país pode orgulhar-se de uma grande diversidade cultural. Atualmente, temos notícia da existência de 235 povos 28

~CIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASU.

indígenas, falando cerca de 185 línguas diferentes. A população indígena é de 350 mil pessoas, vivendo em áreas indígenas e 192 mil em periferias dos centros urbanos. A sociedade brasileira, como um todo, tem uma dívida histórica com os povos indígenas. Dívida pelas políticas de integração forçada à "comunhão nacional". Dívida pela escravização e pela imposição religiosa, pelos massacres sucessivos. Dívidas pelas invasões constantes em suas terras, pelas perseguições e assassinatos de suas lideranças. Neste início de novo milênio e novo século, renasce a esperança de construirmos coletivamente um CM 370


mundo solidário, mais justo e cidadão. Um mundo onde a terra sem mal prevaleça e seja a grande utopia. Com a esperança renovada num amanhã solidário, a Igreja propõe que toda a sociedade reflita, reze e se comprometa com a causa indígena. E esta reflexão não é isolada, mas propõe a articulação entre a causa indígena e outros setores oprimidos, desrespeitados e marginalizados da sociedade. Propõe a revisão deste sistema político-econômico que ignora o ser humano e sua dignidade para assegurar o poder e o lucro. Para os povos indígenas, os efeitos deste sistema são devastadores, a violência se intensifica e a expioração sem limites dos recursos naturais traz repercussões desastrosas para as futuras gerações. Somos convidados, à luz da sabedoria indígena, a dizer não à vi olência, à lei do mais forte, ao individualismo, à competição, à ganância, à desigualdade e à discriminação, para construir a "terra sem males". Como jovens, temos a possibilidade de ajudar a repensar a lógica de nossa sociedade, que renega seus velhos, que abandona suas crianças, que renega sua identidade, que desvaloriza e destrói sua riqueza cultural, que permite que a terra e os recursos naturais sejam reféns nas mãos de poucos, e que condena à morte, ao desemprego e à marginalidade a grande maioria da população. Também somos convidados a romper o silêncio e a recontar a nosCM 370

-Com a esperança renovada num amanhã solidário, a lgreja propõe que toda a sociedade reflita, reze e se comprometa com a causa indígena. E esta reflexão não é isolada, mas propõe a articulação entre a causa indígena e outros setores oprimidos, desrespeitados e marginalizados da sociedade. Propõe a revisão deste sistema politicoeconômico que ignora o ser humano e sua dignidade para assegurar o poder e o lucro. 29


sa história, valorizando a diversidade, a sabedoria e a cultura das comunidades indígenas, dos povos negros, dos trabalhadores do campo e da cidade, dos movimentos populares, enfim, de todos aqueles que tecem a verdadeira história deste país. A busca da "terra sem males" é a busca da vida nova, de uma terra onde não haja dor, sofrimento ou morte. Uma terra livre e farta onde "jorre leite e mel" (Exôdo 3,8). O mito da "terra sem mal" do povo Guarani corresponde à utopia cristã de construção do Reino, profetizado por Jesus Cristo. Esta Campanha da Fraternidade é um desafio a todos nós, para o apoio solidário e comprometido com a causa dos povos indígenas. E, entre suas reivindicações, a mais forte é a garantia da terra. A terra mãe para os povos indígenas continua sendo um direito negado. O governo federal, a quem cabe o dever constitucional de demarcar as terras indígenas, assegurando, portanto, um direito tradicional dos índios, nega-se em fazê-lo para atender a interesses de rnineradoras, madeireiras e grandes latifundiários, invasores de terras indígenas. A terra para os povos indígenas é sagrada, fonte de vida, de sabedoria, de esperança. O cacique Xicão Xukuru, assassinado em maio de 1998 por pistoleiros, em Pernambuco, dizia: "a gente tem a terra como nossa mãe. Então, se ela é nossa mãe, é ela quem nos dá todo fruto de sobrevivência, e deve ser zelada e preservada, a partir das pedras, das águas e das matas". 30

A terra é ocupada pelo povos indígenas de maneira comunitária, e sua utilização é definida coletivamente. A produção tem por base o bem-estar do povo e não o lucro, visando resguardar os direitos de todos e não, os privilégios de poucos. Para a sociedade capitalista, a terra é mercadoria que pode ser ocupada, vendida, arrendada, espoliada. Quem acumula terra neste sistema acumula poder. Pen ar a terra como mercadoria é estabelecer com ela e com a natureza uma relação exploratória. Felizmente, essa não é a única lógica de relacionamento com a terra. As experiências dos povos indígenas nos ensinam a valorizar e a respeitar a terra mãe, a terra viva, lugar da existência, espaço de ser gente, onde se reencontram as forças dos ancestrais e onde se realizam os rituais e o contato com Deus. Das muitas coisas que podemos aprender com os povos indígenas, talvez a mais evidente seja essa: que a terra, os seres vivos e todas as coisas criadas por Deus fazem parte do tecido da vida. E, como nos ensina o cacique Seatle, do povo Duwarnish: "não foi o homem quem teceu o tecido da vida, ele é apenas um de seus fios , e tudo que fizer ao tecido fará a si mesmo".

Roberto Antonio Liebgott Secretário Adjunto do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) (do jornal "Porantim dezembro/2001) CM 370


PASSAGEM DE ANO Os fogos de artifício começaram a subir rápidos para o céu, retornando à terra numa maravilhosa cascata de brilho e de cores. Os vultos brancos que enchiam a praia, banhada pela luz da lua cheia, erguiam as cabeças, soltando exclamações entusiastas de admiração e alegria. Passagem de ano ... Mais alguns minutos e seria 2002. E, de repente, naquele momento mágico, eu me vi, menina, na casa de minha tia, irmã de meu pai: uma casa simples mas grande e acolhedora, acostumada com o som dos passos de meu avô, um português sério e respeitado, que eu amava muito e que sabia valorizar os momentos bons da vida. Meu pai e todos os meus tios, ainda jovens e vigorosos naquele tempo, haviam deixado suas cadeiras e o jogo de tômbola que fazia parte da espera do ano-novo, e se agrupavam ao redor do rádio (quem poderia pensar em televisão nessa época?). Era o momento da chegada dos atletas da famosa corrida de São Silvestre. Naquele tempo, a corrida era realizada na noite do dia 31 e acabava nos primeiros minutos do ano novo ... Para o meu coração, era uma festa. Só no fim de ano, aquela gente quieta e trabalhadora podia relaxar. E isso era tão bom! Normalmente, todos se davam muito bem, mas, no Natal e no fim de ano era diferente. Havia sorrisos, gargalhadas alegres, abraços que CM 370

haviam sido contidos durante todo um ano. O tio mais falante podia, finalmente, soltar a corda toda e fazer a família rir de suas histórias espirituosas. Afinal era o tempo "das Festas" e todos perdoavam facilmente alguma palavra mais arrojada ou uma situação mais ou menos marota. E lá estava eu, circulando entre eles, encantada, absorvendo a alegria geral, contemplando a mesa tão linda, que minha tia sabia arrumar como ninguém e as mulheres, que pareciam mais bonitas do que nunca, pois tinham caprichado, colocando um lenço colorido, um broche ou um cinto dourado que eu não havia visto ainda, sobre o vestido que todos tinham visto muitas vezes ... Eram tempos diferentes aqueles ... Mas acredito que a sensação 31


que tomava conta de todos era a mesma: vontade de pensar no ano que passou, de lamentar o tempo perdido com coisas sem importância, vontade de mudar e, no ano novo, que parecia promissor, fazer o passo que nos levaria a realizar nossos sonhos. Mas, ao mesmo tempo, a preocupação do futuro, da vida que não pára, o medo de nossas limitações, a consciência de que nossa

Haverá sempre muitas flores para colher, haverá sempre um bom amigo a descobrir, haverá sempre um jeito de partilhar, com os seres que amamos, uma porção de momentos especiais. Enfim, sempre haverá oportunidade de aprender, na caminhada para a qual Jesus nos convidou. I

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passagem pela terra tem que ser forte e corajosa, e de que temos de enfrentar os desafios, se quisermos deixar um sinal construtivo de nossa tão rápida presença, nessa aventura maravilhosa que é a vida. ... 3 ... , 2 ... , 1..., zero!! Feliz 2002! Deixo a minha farru1ia lá atrás, nos anos quarenta, com seus cumprimentos sinceros e formais e aterrisso na praia, no segundo ano do século XXI, pois me chamam para os abraços e estou feliz como naquele tempo. Uma vozinha linda grita no meu ouvido: - Ei, vó? O que você está esperando? Vamos pular as ondinhas! Pois é isso mesmo. Vamos juntos pular as ondinhas , sentindo nas pernas a sensação boa da água fria ; amanhã, andaremos pelos campos, alegres com a natureza sempre renovada, respirando o ar gostoso que nos garante a vida; haverá sempre muitas flores para colher, haverá sempre um bom amigo a descobrir, haverá sempre um jeito de partilhar, com os seres que amamos , uma porção de momentos especiais. Enfim, sempre haverá oportunidade de aprender, na caminhada para a qual Jesus nos convidou. Sem dúvida, enfrentaremos dificuldades, sofrimentos, mas contamos com o amor infinito do Senhor. Afinal não foi Ele que nos disse: "Não tenhais medo, eu estou com vocês" ?

Wilma (do Orlando) Equipe 2 A - ]undiaí, SP CM 370


Jubileu àe Prata Presbiteral No dia 5 de dezembro de 2001, foi celebrado o jubileu de prata de ordenação presbiteral do padre José Ailton Teixeira, SCE da Eq. 8 - Nossa Senhora da Rosa Mística- Santo André, SP.

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Jubileu àe Ouro Presbiteral No dia 1O de dezembro de 2001, no Santuário de Santa Terezinha, em Taubaté, SP, com uma missa de Ação de Graças, foi comemorado o jubileu de Ouro Presbiteral do cônego Pedro Lopes. Cônego Pedro é SCE da Região São Paulo- Leste II, dos setores B e C de Taubaté e de equipes de base.

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Ordenação Presbiteral do Conselheiro Espiritual • No dia 08 de dezembro de 2001 às 8:30 horas, aconteceu na Catedral Metropolitana de Brasília a ordenação presbiteral do nosso diácono Francisco Carlos Martins Silva, Conselheiro Espiritual da Equipe 35C- Nossa Senhora de Fátima, Taguatinga, DF. Ao nosso querido Conselheiro todas as bênçãos em sua nova missão que Deus lhe confiou, e que nossa padroeira Nossa Senhora de Fátima seja seu escudo em todo seu trabalho sacerdotal. • No dia 15 de dezembro de 2001, foi consagrado padre o jovem Hamiltom Barbosa, na Catedral de Nossa Senhora do Rosário, prelazia de Itacoatiara, AM. Padre Hamilton assume a Equipe 1 - N. Sra. do Perpétuo Socorro como SCE. • Nós da Equipe 7 A - Nossa Senhora das Famílias, estamos em festa, pois no dia 22 de dezembro de 2001 às 19:00 horas na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Londrina, PR nosso Conselheiro Espiritual, Diácono Silvio César Pinto, pela imposição das mãos de Dom Albano, recebeu sua ordenação presbiteral. Estamos louvando a Deus por esta graça e pedindo que a Luz do Espírito Santo o ilumine em todos os momentos de sua vida para que com alegria persevere e seja sempre fiel na sua caminhada pastoral. Que Nossa Senhora sempre o inspire e conduza no caminho do bem.

Falecimentos Em nossas orações, lembremos sempre dos nossos irmãos falecidos:

José Panzarin Filho, da (Nenê), oconido no dia 20 de maio de 200 I -Equipe I A- Jundiaí, SP Padre Lionel Corbeil. ocorrido no dia 23 de dezembro de 200 I - Foi SCE da Equipe I B- N. Sra. Rainha ela Paz- São Paulo ele 1957 até 1999. Foi também o primeiro Conselheiro Espiritual do primeiro Setor das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, em 1957. Ver breve biografia na Carta Mensal ele maio/2000, pg. 23.

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Pereqrinar É Desinstalar-se Os equipistas de Nossa Senhora das cidades de Recife e Olinda, PE, subiram até o Santuário da Mãe Rainha, em Olinda, para participarem da missa celebrada pelo padre Geraldo, SCE Setor Olinda e também realizarem uma via-sacra com o tema "um grito pela vida". Os ônibus partiram de Recife com destino a Olinda já em clima de peregrinação, onde todos rezaram um terço meditado. Chegando a Olinda, houve a recepção calorosa por parte dos equipistas olindenses. Ao final, a confraternização com lanche para os peregrinos. As EJNS também participaram e vivenciaram os bons momentos de peregrinação, vividos no mês das missões e de Nossa Mãe Aparecida. Lúcia e Alcindo, CR Região Pernambuco 1, Alagoas

Novas Equipes Setores de ]alÍ, SP 12A 13A 14A ISA 16A 138 148 158 CM 370

N. Sra. N. Sra. N. Sra. N. Sra. N. Sra. N. Sra. N. Sra. N. Sra.

Imaculada Conceição da Luz do Rosário da Esperança das Dores- em 8ariri. SP da Rosa Mística Rainha dos Anjos da Glória 35


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MARIA, MAE DE JESUS ... Quando se pára para refletir sobre o significado da palavra Maria na vida dos cristãos, por diversas formas pode-se entendê-la: seja como a Mãe do Deus feito Homem- Jesus Cristo, Mãe da Igreja ou ainda na mãe por adoção filial dos batizados em Cristo Jesus. Pode-se ainda vê-la de outras formas: é a cheia de graça (Lc 1,28); a bendita entre as mulheres (Lc 1,42); mãe do Messias, Servo Sofredor (Jo 19,25-27); ou ainda a Serva do Senhor (Lc 1,47-53). Maria a Mãe de Deus ... Lê- e em Lc 1, 41-42: "Aconte: ceu que, mal Isabel ouviu a sau.-- - dação de Maria, a criança saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou em voz alta: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!' " Por que então Isabel saudou Maria com tanto entusiasmo? É que o Espírito lhe abriu a mente para captar o mistério que Maria escondia, mistério que a faz efetivamente a mais bendita entre todas a mulheres da terra. Por Maria passam e se cruzam todos os caminhos. Com efeito, nela se encontram as duas Pessoa divinas que foram enviadas pelo Pai, o Filho e o Espírito. Primeiro o Espírito. Este desce sobre ela e arma nela a sua tenda, quer dizer, mora definitivamente em Maria. É o que o texto de Lc 1,35 deixa em 36

luz cristalina. Estabelece-se uma relação única entre o Espírito e Maria. Ela é assumida pelo Espírito de forma tão radical que é elevada à altura do Divino. Por esta razão Lucas diz: "por causa disso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus" (1,35). Maria, portanto é o templo vivo do Espírito. Esse Espírito em Maria faz com que dela nasça o Filho de Deus. Maria empresta a sua carne. O Espírito vai gestando a santa humanidade de Deus a partir de Maria. Num momento preciso da história, quando ela diz ao anjo: "Sim", estão presentes nela o Espírito que nela mora e o Filho eterno que começa a crescer como o seu filho. Dignidade maior não existe. Por isso Isabel tem razão em seu júbilo: Maria é bendita entre todas as mulheres do universo. Pode-se ainda perguntar: Qual o papel de Maria Santíssima na historia da salvação? O próprio Cristo, na cruz, colocou-a como colaboradora íntima da obra salvadora por ele vivificada na cruz, como podemos ler em Jo 19, 26-27: "Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: 'Mulher, aí está o teu filho ' . Depois disse para o discípulo: 'Aí está a tua mãe'". Ela sempre vivia em união com seu Filho, acompanhava-o passo a passo, associando-se a Ele, amando sempre aquele que Ele CM 370


amava. Em João 2,5 está explicitado todo o serviço que Maria presta aos homens e que consiste em abri-los ao Evangelho de Cristo e convidá-los a obedecer-lhe: "Fazei tudo o que ele vos disser". Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de

um povo, constituiu centro da história. Maria é o ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria, desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se em ideologia, em racionalismo espiritualista. "ou seja em alegoria". (Cf. Puebla 301)

Maria, mesmo estando na q1ória do Pai, aqe na terra, pois o seu coração de mãe é tão qrande quanto o mundo e intercede sem cessar pelos povos junto a seu Filho Jesus.

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Maria a Mãe da Igreja ... e nossa Mãe Ora, se a Igreja é o Corpo místico de Cristo, e Maria é colaboradora íntima da obra salvadora de seu Filho, sendo a co-redentora, podese então indagar por que Ela é também chamada Mãe da Igreja? A Igreja, instruída pelo Espirita Santo, venera Maria, a Mãe muito amada, e foi nesta fé que através de Paulo VI proclamou-se Maria a Mãe da Igreja. Ela, que já era sem sombra de dúvidas a Mãe de Deus, Mãe de Cristo, quando o Espírito Santo a cobriu com sua sombra, seria também a Mãe da Igreja, porque é Mãe de Cristo, cabeça do corpo místico da Igreja. Pode-se ainda dizer, que é Mãe da Igreja porque no momento que a lgrej a nasceu do coração de Cristo, ela colaborou com o seu amor, sofreu e se sacrificou com o seu Filho para a redenção do mundo. A Igreja, gerando sempre sua obra evangelizadora através de novos filhos batizados em nome da trindade, que pela conversão aceita o Evangelho de Jesus Cristo, passa a ter um significado de transformação e renovação para uma vida nova. Torna-se pois, a Igreja, um outro Cristo no verdadeiro renascer para uma nova vida, e nesse parto Maria é a grande Mãe da Igreja e dos novos filhos- os cristãos pelo batismo. Maria, mesmo estando na glória do Pai, age na terra, pois o seu coração de mãe é tão grande quanto o mundo e intercede sem 38

cessar pelos povos junto a seu Filho Jesus. A Igreja hoje, na renovação espiritual do povo de Deus, deve ter em Maria, o Evangelho encarnado, seja pelo modelo ideal da ternura do seu coração de Mãe, seja pelo acompanhamento e proteção que Ela representa, para que a Igreja tenha um novo caminho de peregrinação rumo ao Pai. Por tudo isso é que os cristãos devem, após refletir sobre sua Igreja, na sua origem, na sua missão e no seu destino, voltar o olhar para Maria, a fim de contemplar nela o que é a Igreja e o seu mistério, na "sua peregrinação da fé", e o que ela será na pátria celeste ao termo final de sua caminhada, onde a espera, "na glória da Santíssima e indizível Trindade", "na comunhão de todos os santos", aquela que a Igreja deve venerar como a Mãe do seu Senhor e como a sua própria Mãe: "Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja na sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o Povo de Deus em peregrinação". (Catecismo da Igreja Católica no 972)

Colaboração de Beth e Scalzo Eq. 3 - N. Sra. da Glória bethscalzo @zipmail. com. br Belo Horizonte, MG CM 370


DEVER DE SENTAR-SE Um diálogo conjugal mensal na presença do Se nhor O Dever de Sentar-se é descrito pelo Padre Caffarel como o dever desconhecido ... mas este deverdesconhecido assume grande relevo. Hoje, o seu valor pode ser apreciado por todos os casais que o praticam e nele reconhecem uma ocasião para se amarem mais. Em cada mês, o Dever de Sentarse, é um momento passado sob o olhar do Senhor para se dialogar com franqueza. É um tempo de, em casal, exprimir sentimentos e refletir, o que permite a ajuda e o conhecimento mútuos. É ainda o momento de escolher ou modificar a própria regra de vida, na escuta do seu cônjuge. É conveniente começar o Dever de Sentar-se por um tempo de oração, de silêncio, a fim de se tomar consciência da presença de Deus. O silêncio aprofunda o nosso olhar sobre nós próprios e sobre o outro e reaproxima-nos de Deus, criando uma atmosfera onde a troca de opiniões é natural e livre. Para os cônjuges que estão sós, o Dever de Sentar-se poderá ser um momento de oração e de reflexão em união com aqueles(as) que estão presentes no seu coração e com seus filhos . Na Carta de São Paulo aos Colossenses 3, 12-14, refletimos que nossos sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, de perdão, de amor, devem superar qualquer outro sentimento que prejudique o nosso cônjuge. CM 370

Será que está sendo fácil para nós? As transformações que estão ocorrendo estão distanciando muito os cônjuges entre si, pais e filhos? Será falta de diálogo? Sabemos que é compreensível e perfeitamente humano que ambos não apreciem a critica feita por um ou por outro, por aquele que ama e por quem tem certeza de que é amado. A surpresa de ver descoberto o seu íntimo, de ver censurado o defeito que pensa desconhecido e que vem lutando por vencer, gera decepção, intranqüilidade. Não é, entretanto, com essa finalidade que se faz o Dever de Sentar-se. Ele é um balanço da vida em comum, da vida a dois na presença de Cristo. Há coisas maravilhosas a recordar. O que é bom deve ser dito primeiro e ser valorizado, enquanto as fraquezas do bem querer, mostradas depois, serão compreendidas. Dever de Sentar-se não existe para revelar o desamor, mas para fortalecer o que existe, para engrandecer os cônjuges, para nos dar meios de aprofundar e elevar a nossa fé em Cristo, compartilhando com nossos filhos, de uma maneira significativa, evangelizando-os pelo nosso testemunho de vida, dando-lhes, exemplos pelo nosso serviço na equipe, no trabalho e na sociedade.

Edircélia (do Luiz Antônio) Equipe 03 - N. Sra. das Flores José Bonifácio, SP 39


FAlANDO DA PASTORAL FAMlllAR Nosso Movimento é membro da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, e lá o estivemos representando na 25 3 Assembléia que aconteceu nos dias 15, 16, 17 e 18 de novembro de 2001 em Brasília. Conosco esteve o casal brasiliense Anilda e Nascimento, especialmente convocado a acompanhar esta assembléia, visto que razões de força maior nos impediriam de permanecer até o fim, e este casal irmão concluiu nosso trabalho. Foi muito gratificante encontrar ali outros equipistas que se faziam presentes, seja como representantes da pastoral familiar regional , 40

como foi o caso da Janeide (de Manaus), do Pe. Edésio, seja como membros da própria equipe que trabalha diretamente com a Irmã Fernanda, como é o caso do Ivahy (de São Paulo) Ivan e Cleide (de Brasília) entre outros. Além do reencontro com vários dirigentes de outros Movimentos Familiares e dos amigos da Coordenação Nacional ou Regional, tivemos o grato prazer de conhecer e manter um contato muito cordial com Dom Rafael Cifuentes, que nos falou do apreço que tem pelo trabalho das equipes do Rio de Janeiro em favor da Pastoral Familiar. CM 370


Assim, nesses quatro dias, num programa de atividades, compreendendo palestras, celebrações litúrgicas, trabalhos em grupo, apresentações etc, foram sendo encaminhados os vários temas previstos no programa, tais como as conclusões dos 7 Congressos Macro-Regionais, Revisão/Elaboração do 2° Plano da Pastoral Familiar e planejamento do 10° Congresso Nacional da Pastoral Familiar. Queremos destacar, nesta oportunidade, um importante tema tratado: a celebração dos 20 Anos do documento pontifício "Familiaris Consortio", apresentado em elucidativa palestra do Frei Antonio Moser. Destacou-se nessa apresentação que, após 20 anos, pode-se dizer que tal documento teve algumas intuições fundamentais que iluminaram a caminhada da Pastoral Familiar. Estas intuições podem ser sintetizadas em três pontos: a) foram percebidas as luzes e as sombras que recaem sobre a farru1ia, mas a Igreja nunca perdeu de vista o ideal para a qual a farru1ia é convocada; b) a função social e política da farru1ia como agente de participação no desenvolvimento da sociedade humana; c) a pastoral familiar aberta aos casos difíceis, ou seja, uma abertura acolhedora e fraterna, sem abdicar da essência da verdade revelada por Deus sobre o casal e a farru1ia. Este documento é de vital importância para os agentes da Pastoral CM 370

Familiar, para que possam perceber a abrangência do campo de atuação que têm pela frente e sobretudo para marcar com entusiasmo que o grande mandamento dessa Pastoral é educar para o amor. Outro instrumento apresentado nesta assembléia e que pode ser de muita valia aos equipistas que trabalham na preparação dos jovens para o matrimônio é o denominado ENCONTRO PARA NOIVOS GUIA DE PREPARAÇÃO PARA A VIDA MATRIMONIAL (edição especial em estudo). Este é um subsídio precioso-,que condensa uma gama de orientações, sugestões temáticas e uma proposta metodológica para bem se trabalhar este segmento da preparação próxima ao casamento. Que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, cujo carisma está centrado no casal cristão unido pelo sacramento do matrimônio e que elegeu a PASTORAL FAMILIAR como uma das prioridades de atuação proposta aos seus casais, possa ter uma participação sempre ativa e, pelo testemunho vivo de seus casais, ser também agente de transformação da realidade do amor conjugal na sociedade, para que muitos casais e famílias sintam-se atraídos a uma vivência profunda do maravilhoso mistério que Deus sonhou para cada casal e para cada farru1ia. Com o nosso carinhoso abraço, Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 41


FAMÍLIA, ESPAÇQ DE AMOR E PERDAO Vive-se hoje o tempo dos direitos. Defende-se o direito de todos: são os direitos humanos, os direitos da pessoa, os direitos da criança e do adolescente, o direito do consumidor, os direitos da mulher, o direito à liberdade religiosa, o direito à liberdade de expressão, o direito à liberdade de ... A liberdade da pessoa é um direito tão sagrado que o próprio Criador a respeita. Entretanto, é do

uso incorreto da liberdade que advêm todos os males do mundo. Quando a pessoa humana, criatura de Deus, quer fazer uso da liberdade como se fosse Deus, agindo como o deus de si mesmo, gera o mal, porque se acha dono de todos os direitos, sem considerar os direitos dos outros. Talvez por se acentuar os direitos sem associá-los aos correspondentes deve res, temos hoje uma sociedade egoísta. Busca-se "o meu", sem importar-se com "o teu". Esses condicionamentos sociocultura i s no modo de pensar e agir são levados para o casamento. Então, uma mul her e um homem se casam e, mesmo que, teoricamente, saibam que casar é "viver com", esquecem o "comum", e cada qual se volta para o seu direito, sem perceber o direito daquele ou daquela a quem prometeu amor para sempre. Assim, qualquer direito individual ofendido pode gerar uma guerra conjugal e, para a sobrevivência do egoísmo hedonista, a solução (falsa) aparece CM 370


logo: separação. Até casais que vivem cristãmente caem nesta armadilha. Estamos errados nessa análise? Acreditamos que, sem se dar conta, muitos casais partem de uma premissa errónea, tratando o casamento como se ele fosse um contrato para salvaguardar direitos individuais de homem e mulher. Uma vez quebradas as cláusulas contratuais, não se vê, então, porque manter as promessas feitas um ao outro, mesmo que de forma solene e tendo Deus como testemunha. O casamento, porém, não é um contrato, é uma aliança. Após se prometerem amor perene, na cerimônia de casamento, os novos cônjuges trocam alianças, símbolo de uma vida em comum que ambos querem construir. No contrato, cada um faz a sua parte, e os objetivos podem até ser diferentes. Na aliança, ao contrário, os aliados têm objetivo comum; por isso, unem esforços, se ajudam, não importa se um é mais fraco, ou se um faz mais do que o outro: unem-se na fraqueza para serem fortes juntos. Pensávamos sobre isso e nos lembramos do profeta Oséias: Na época dos reis, Israel se entregou à idolatria do deus Baal dos cananeus. O profeta Oséias, inspirado por Deus, casa-se com uma prostituta sagrada e com ela tem filhos. Mas ela o abandona e volta à prostituição sagrada, no culto a Baal. Oséias, porém, volta a casar com a sua mulher adúlCM 370

tera, atendendo à palavra de Deus que lhe diz: "Vai amar de novo aquela mulher adúltera, amada por outro. É dessa forma que o Senhor ama os filhos de Israel, apesar de o terem trocado por outros deuses" (Os 3, 1). Deus fez uma aliança com seu povo, Israel, a quem chama de "a sua esposa", apesar de Israel ser uma esposa infiel. Deus, porém, é sempre fiel ao seu casamento com Israel. Por isso o profeta insiste: "Volta, Israel, para o Senhor teu Deus, pois tropeçaste em teu próprio pecado!. .. dizei-lhe: tira o peso da culpa" (Os 14, 2.3). O amor de Deus para com seu povo o torna misericordioso, não só perdoando os pecados, mas indo em busca do povo infiel, para que ele seja curado: "Vou curar sua desobediência, vou amá-los de coração" (Os 14, 5). Muitas outras passagens dos livros proféticos mostram que Deus, se dizendo esposo de Israel, promete cura e perdão para o seu povo, porque ele é fiel, apesar da infidelidade da "esposa". Foi para realizar e completar a promessa da fidelidade de Deus que Jesus deu a vida numa cruz, manifestando o seu infinito amor por toda pessoa humana, porque "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15, 13). E Cristo dá a vida não por aqueles que já eram seus amigos, mas por aqueles que, por sua morte, se tornarão seus amigos. Jesus dá a vida para perdoar seus ofensores, per43


doar quem era infiel ao seu Pai, para torná-los a sua "Esposa", a Igreja. Em Jesus Cristo, se realiza a nova aliança, um casamento que parte do amor infinito de Deus Trindade e passa pelo namoro do ir ao encontro da "esposa pecadora", para perdoar seus pecados, reconciliá-la consigo, para que ela participe do seu amor. O casamento, pela força do sacramento, deve ser para o mundo sinal desse amor de Cristo pela Igreja, pela Humanidade, pois "a pertença recíproca dos esposos é a representação real da mesma relação de Cristo com a Igreja" (Farniliaris Consortio, 13). O amor conjugal não é simples comparação ao amor de Cristo pela Igreja, mas seu sinal real, que de alguma forma realiza o mesmo amor de Cristo, porque é aliança de amor entre dois batizado s, que querem ser uma unidade, assim como Cristo e seu Corpo, a Igreja. Se Cristo dá a vida para salvar os pecadores , também os cônjuges, sinais vivos desse amor, deverão dar um ao outro as suas vidas, naquela doação diária de pequenas e grandes coisas, juntos, para os filhos. Quando Cristo nos diz: "amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amfi" (lo 15, 12), ele sabia que éramos pecadores e que nos ofenderamos uns aos outros. Assim mesmo ele pede que amemos como Ele ama: Amor que supera o ódio, que supera o pecado, que supera as desavenças, que supera a infidelidade. Amor que 44

perdoa, reconcilia, que faz crescer juntas as duas pessoas unidas na busca da perfeição. O perdão é essencial ao relacionamento com Deus e com as pessoas humanas. Quanto mais, então, se faz necessário o perdão entre os cônjuges e na família. O amor verdadeiro inclui o perdão. Se não há perdão, não há amor no casamento, e este deixa de ser uma aliança de ajuda mútua, de esforços, para ser a soma de egoísmos. No casamento e na família é preciso renunciar a certos direitos individuais para que o amor vença. E o amor vencerá se houver capacidade de perdão, porque, como nos alerta o Cristo, ao ensinar-nos o Pai Nosso: " ... se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas" (Mt 6, 14-15). Que os casais cristãos, hoje, possam testemunhar o amor a um mundo que se norteia pela concorrência egoísta e hedonista. Que o perdão seja maior que todas as pequenas e grandes mágoas entre o casal, e que o egoísmo seja vencido pelo amor verdadeiro, amor serviço, com a liberdade de filhos de Deus, pois quem ama o irmão que vê, ama a Deus a quem não vê (cf. lJo 4, 20).

Graciete e Avelino Gambim CR - Região RS I Porto Alegre, RS CM 370


UM NATAl DIFERENTE! "Aquilo que fazes para aliviar concretamente, o sofrimento dos seus irmãos garante a autenticidade de seu amor para com Deus .. ."

Petrópolis , RJ, como todo o mundo cristão , preparava-se na véspera de Natal para comemorar, mais uma vez, o nascimento de Jesus. Mas as chuvas trouxeram um presente diferente e inesperado: lama, casas destruídas, mortes e desabrigados. Quanto sofrimento! Famílias inteiras soterradas, mais de 40 pessoas mortas, quase 1000 desabrigados, alguns ainda na esperança improvável de encontrar com vida algum parente cuja casa desabou. A primeira reação é de revolta. Porque essas coisas acontecem? Como Deus permitiu isso justamente no Natal? Será que o culpado é Deus? A Fé, porém, logo responde mais alto: NÃO, nosso Deus não é o Deus da morte, mas da vida, e tudo concorre para o bem daqueles que o amam, até as mais duras adversidades. Há, entretanto, que se somar ação à Fé, pois sabemos que a Fé sem obras está morta! Esse sentimento logo brotou em todos os equipistas de Petrópolis. Uma filha de equipistas, impedida de passar o Natal com a fanulia, ao invés de se revoltar com a sua solidão na noite do nascimento de JeCM 370

sus, encaminhou uma doação para os desabrigados. Esse foi um dos elos de uma longa corrente de solidariedade na cidade que vem trabalhando para aliviar o sofrimento de tantos e tantos irmãos. Casais equipistas estão trabalhando intensamente para ajudar. É bonito ver também casais das experiências comunitárias unidos no desejo fraterno de socorrer os necessitados. A farnilia equipista demons- - - -• trou e certamente demonstrará ainda as obras da sua fé. Há tanto ainda por fazer, e nos próximos meses, quando tudo estiver já sendo esquecido, as necessidades dessas farnilias ainda se farão sentir. Equipistas de outras cidades estão ligando também para dizer com o coração cheio de preocupação: "Amigos, como podemos ajudar?" É amigos, essa noite de Natal feznos sentir de novo a pobreza do Filho de Deus ao nascer há 2001 anos, a sua pobreza e a de seus pais também desabrigados ... e a esperança de um futuro melhor, cheio de paz, amor e solidariedade como Ele sonhou, ensinou e praticou!

ENS- Setor B Petrópolis, RJ 45


DECLA~ÇÃO DE AMOR A EQUlPE Para começar, já dissemos muitas vezes que amamos a cada um de nossos irmãos. Mas por que esse amor tão evidente, tão profundo e tão família? Temos aresposta quando nos reunimos em nome de Cristo, seu Espírito alimenta nossa fé e a faz crescer, onde nós cônjuges somos chamados a encontrar Deus no coração de seu amor conjugal. A equipe nos inspira, pois ela é mais do que uma comunidade cristã humana. Assim como Cristo apareceu aos discípulos depois da ressurreição, e suas palavras os levaram a compreender as Escrituras e conhecer sua mensagem, assim também está presente nas reuniões, nas realizações dos PCE, onde o casal amadurece na relação conjugal. Na Escuta da Palavra Deus nos fala através das Escrituras porque Ele nos ama; na Meditação, somos chamados a dar nosso tempo a nosso Deus para uma conversa com Ele e viver sua presença; na Oração Conjugal, Cristo esta presente de uma maneira muito especial quando os esposos rezam juntos; no Dever de Sentar-se, nós nos colocamos sob o olhar do Senhor para dialogar com sinceridade; na Regra de Vida, observamos os nossos pontos fracos e também melhoramos algumas qualidades; o Retiro é um tempo de parada de 46

nossa correria diária, nossa renovação espiritual. Uma vida de Equipe não é um fim em si mesma, ela é um meio a serviço de seus membros. Existem tempos fortes de oração, e temos certeza que a oração e a partilha nos dão forças e nos surpreendem em momentos difíceis, pois sentimos no olhar de cada membro da equipe o amor transparente de irmãos de família. A Deus, agradecemos a todo instante por nos dar um presente tão precioso que é percebido pelas pessoas que nos cercam; todos vêem que nós somos um casal feliz. Sentimos isso na pele quando nos colocamos frente a um retiro para jovens e observamos seus olhares atentos, e isso nos faz cada vez mais discípulos de Jesus , transmitindo a mensagem de como ser cristão, mas cristão que não é "morno" e sim com ardor no coração e sempre prontos a dizer o mesmo "sim" de nossa Mãe Maria. Nós escolhemos viver com Cristo, onde a equipe se volta para o Pai para acolher o amor. Nosso amor pela ENS vai muito além do que tentamos passar nesse texto.

Marinez e Marcelo Equipe 10 N. Sra. Mãe da Igreja Garça, SP CM 370


UM COPO DE lElTE Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram quando uma encantadora jovem mulher lhe abriu a porta. Em vez de comida pediu um copo de água. Ela pensou que o jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de leite. Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou: -Quanto lhe devo? -Não me deves nada - respondeu ela. Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa. Ele disse: - Pois te agradeço de todo coração. Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele já estava resignado a se render e deixar tudo. Anos depois essa mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente a enviaram à cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade. Chamaram ao Dr. Howard Kelly para examiná-la. Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos. Imediatamente subiu do vestíbulo do CM 370

hospital a seu quarto. Vestido com a sua bata de doutor foi ver a paciente. Reconheceu-a imediatamente. Retornou ao quarto de observação determinado a fazer o melhor para salvar aquela vida. À partir daquele dia dedicou atenção especial àquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha. O Dr. Kelly pediu a administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprovála. Ele a conferiu e depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente Ela tinha medo de abrila, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. Mas, finalmente, abriu a fatura ....___1 e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte:

" Pago, totalmente, faz muitos anos, com um copo de leite". Dr. Howard Kelfy

Lágrimas de alegria correram de seus olhos e seu coração feliz rezou assim: "Graças meu Deus porque teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos".

Colaboração de Ana Maria e João Luiz Eq. N. Sra. da Paz Bragança Paulista, SP 47


MllHO PREMlADO Esta é a história de um fazendeiro bem sucedido. Ano após ano, ele ganhava o troféu "Milho Gigante" da feira da agricultura do município. Entrava com seu milho na feira e saía com a faixa azul recobrindo seu peito. E o seu milho era cada vez melhor. Numa dessas ocasiões, um repórter de jornal, ao abordá-lo após a já tradicional colocação da faixa, ficou intrigado com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar seu qualificado e valioso produto. O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho gigante com os vizinhos. "Como pode o Senhor dispor-se a compartilhar sua melhor semente com seus vizinhos quando eles estão competindo com o seu em cada ano?" -indagou o repórter. O fazendeiro pensou por um instante, e respondeu: "Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva através do vento de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meus vizinhos a cultivar milho bom". Ele era atento às conectividades da vida. O milho dele não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade melhorada. Assim é também em outras dimensões da nossa vida. Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. E aqueles que querem ser feliz têm que ajudar os outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos. Que todos vocês consigam ajudar seus vizinhos a cultivar milho cada vez melhor!

Autor desconhecido Colaboração de ]unko e Teruo matsuda@matsudaseguros.com CR Região - São Paulo Leste II 48

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Meditando en1 Equipe Iniciando um novo ano equipista, começamos também com o estudo proposto pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora sobre o "Ser Casal" . Aproveitamos o próprio tema de estudos para nossa reflexão bíblica.

Fevereiro 2002 Meditemos após a leitura atenta de Gn.

2, 21-24

Sugestões para a meditação : Qual a ajuda que essa leitura trouxe para nossa compreensão e vivência do "Ser Casal"? Diante do leque de opções de como ser casal na sociedade de hoje, como nós testemunhamos a nossa maneira cristã de união conjugal?

Março 2002 Meditemos, após a leitura atenta de )o

2, 1-10

Sugestões para a meditação: Muitas vezes pode faltar o vinho no casamento . O que significa para nós esse vinho que está faltando? Muitas vezes guardamos o vinho bom . O que significa para nós guardar o vinho bom? Até que ponto podemos esconder do nosso cônjuge, no fundo de nós mesmos, partes importantes de nossa vida? Padre Ernani

Oração em Comum Sê bendito, Deus, nosso Pai , por todos os séculos dos séculos . Fostes Tu que nos criastes, homem e mulher, para que um seja apoio do outro, para que nossos filhos nasçam de nosso amor, e para que nossa união seja reflexo da união de teu Filho e da Igreja . Nós dois, em casal, e segundo o ensinamento de Jesus, te pedimos nosso pão de cada dia, alimento para o corpo ,

e graça para a alma, para nós dois, nossos filhos e os filhos de nossos filhos. Conserva-nos e a eles no teu amor. Tem piedade de nossas faltas e de nossas insuficiências. Inspira-nos ? mesmo perdão para os outros . Tem piedade de nós dois, protege o nosso amor e leva-nos juntos à nossa velhice.

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O tema e o lema da Campanha da Fraternidade lançam novamente o desafio a todos nós bras ileiros: construir uma sociedade onde todos e cada um, criados à imagem de Deus e com destino eterno, sejam respeitados em seus direitos, tendo condições de vida conforme sua dignidade de filhos de Deus e irmãos em Jesus Cristo.

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256 .1212 • Fax: (Oxx11) 3257 .3599 E-mail : secretariado@ens .org .br • cartamensal @ens .org .br Home page: www. ens.org .br


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