ENS - Carta Mensal 368 - Novembro/2001

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°368 • Novembro/

EDITORIAL Da Carta Mensal ........ .. ...... .. .. ...... ..... O1

2001

O Direito de Bem Morrer .. .... .. .. ....... 26

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ......... 28 SUPER-REGIÃO BRASIL Casuarinas de Novembro .... ...... ..... .. 02 Novo x Velho? Ou Velho

+ Novo?

MARIA Um Caminho de Fé ..... .... ..... ....... ..... . 32

.... ... ............ .... .... 03

Um Dom de Deus ...... .. .... .. .. ... ... .... ... 04

PCE Dever de Sentar-se .. .. .. .. ..... .. .. ..... ... .. 33

VIDA NO MOVIMENTO Colegiada Nacional da Super-Região ... ... .. ..... ... ........... ... . 07 Balanço nas ENS .. ........ .... ........ ... ... ... 12

ATUALIDADE Atrevida e Confiante .. .. .. .. ... .. ... ........ 35 Brincando de Deus .. .. .... ..... .. .... .. .. .. .. 37

Que Balanço Bom Que Você Tem! ... ...... .......... .... ... .... ... 13

Assistência Religiosa ... .... ... ..... ... .. .. ... 38

Sessão de Formação - Nível 11 .. ......... 15

Ensino Religioso ..... .. ... ..... .......... .. .. ... 40

1° Encontro dos Sacerdotes CE .... ... . 1 6

Manifesto pela

Uma Feliz Experiência ... ... .... ........ ..... 18

Concórdia e pela Paz .. .. .... .. .... ...... .. .. 42 A Virgindade em Questão .. .... .. ..... ... 43

O Espírito Santo Envia para Onde Quer ......... ..... ... .. ... 20 Equipistas que Abandonaram o Barco ...... .... ... .. .... .. 21

Seminário de

TESTEMUNHO Na Aflição, a Paz! ... .. .... .. ... .. .. ...... .. ... 45 Um Dia Especial e

FORMAÇÃO Matrimônio e Eucaristia .. .. .. .. .. .. ...... . 23

uma Reun ião Diferente .. .... .... .. .. ...... 46

FINADOS Morte e Ressurreição .... .. ... .... ... ..... ... 2 5

REFLEXÃO As Ped ras Grandes ..... .. ... ... .... .. .... .... . 48

Carta Mensal é wna publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos (responsáveis ) Wilma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Jane/e e Nélio Pe. Emani J. Angelini ( cons. espiritual) Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835) Editoração E/etrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Ltda . R. Venllncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (Oxxll ) 3873. 1956

Missões Populares .. .... .. ... .. .. ..... ... ..... 47

Projeto Gráfico: A/essandra Ca rignani Capa: José Ca rlos Sales

Cartas, colaborações, notícias, testemw lhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53

Impressão: Quebecor Word São Paulo

01309-000 • São Paulo · SP Fone: (Oxxll ) 256. 1212 Fax: (0xx11) 257.3599 cartamensal @ens.org. b r

Tiragem desta edição: 15.300 exemplares

A/C Cecília e José Ca rlos


Queridos irmãos: No dia 11 de setembro, estávamos, todos nós, estarrecidos diante da televisão. Não podia ser verdade! Não podíamos crer nas imagens que ela nos mostrava, no momento mesmo em que aquilo tudo acontecia .. . E um sentimento de dor imensa foi enchendo o nosso coração, ao pensar em todas as pessoas que perdiam a vida, naquele instante, no horror das chamas e nos desabamentos .. . Que mundo, o nosso, meu Deus, que tempo selvagem este em que vivemos! E depois, o desânimo inevitável que nos invade, a tentação de não acreditar mais nos homens, o vazio que fica em nós, quando perdemos a fé e a coragem de lutar, nossos ombros se curvam, nosso coração se contrai ... Mas (Deus é grande!) devagar, como por encanto, surge em nosso espírito, aquela passagem do Evangelho que fala da mulher que, há anos, estava encurvada e que, diante das palavras de Cristo, o Deus da vida, endireitou-se e começou a louvar a Deus (Lc 13, 10-13). E uma pontinha de calor começa a esquentar nosso peito. Ainda estamos vivos! Ainda podemos fazer alguma coisa. Podemos continuar na nossa caminhada de fé, com a certeza de que Jesus nos precede. Por isso, a nossa Carta Mensal continua a vir cheia de esperança, como um antídoto eficaz, pregando o amor e a solidariedade, cheia de testemunhos concretos que continu-

am a acontecer, mensagens que chegam como a brisa fresca que nos alivia e recupera. Assim, temos um belíssimo artigo sobre o dia dos "sempre-vivos", escrito por um padre com alma de poeta; uma reflexão serena e repassada de sabedoria, feita por quem conhece o Movimento como ninguém; artigos que nos falam da paz, mesmo em tempo de aflição; do exemplo de Maria com sua atitude de quem crê no Absoluto; da oração confiante e atrevida; de propósitos coletivos e humanitários que podem fazer com que o dia 11 de setembro "seja lembrado como o dia da grande transformação no estado de consciência da humanidade". Temos também notícias importantes da reunião do Colegiado, e artigos que podem nos ajudar muito a fazer um balanço sério, sincero da nossa vida e da vida da nossa equipe, um balanço que nos leve a um crescimento verdadeiro. Antes de terminar, gostaríamos de abraçar os novos casais responsáveis que receberam a graça de ter sido escolhidos por sua equipe e pela magnífica oportunidade que se abre à sua frente para tecer uma rede forte de amor e de espiritualidade ativa. É tão bom falar com vocês, que esquecemos de parar... Não faz mal; estaremos juntos na leitura da Carta e nas nossas orações diárias. Um grande abraço da

Equipe da Carta Mensal


CASUARlNAS DE NOVEMB

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nentes, até a grande festa de ~.,...,,.., ,,.. menta que o rei preparou para eu lho. É a vida sempre mutante. Mas a equipe deve continuar arando o presente e semeando o futuro. É preciso que seja equipe comprometida com a aventura e a descoberta, tirando novas riquezas de antigos tesouros, sempre jovem na sua maturidade. Mas não apenas isso. Sejamos realistas. Se não queremos que nossa equipe envelheça, é preciso antes que seja tarde acolher casais mais jovens, um ou dois, para que, quando alguém se for, o rio possa continuar fluindo, sem se formarem as poças melancólicas dos rios que secam. Será preciso, quem sabe, que ao formar novas equipes mudemos nossa preocupação de as formar com casais da mesma faixa etária. Essa a velha sabedoria do homem do campo, que sabe como ter frutos o ano inteiro. Voltando ao dois de novembro e pensando bem, não gosto do nome "Dia de Finados", dia dos que se acabaram, dos que chegara,m ao ftm. Não é nome que se dê a coisa cristã. Por que não mudá-lo e falar em "Dia dos Sempre-vivos", ou "Dia da Vida", ou "Dia do Agora" ... Sei lá, mas nada de morte ou de ftm, que para os que acreditam no Ressuscitado isso não existe. Para eles, até as casuarinas, que cantam sobre os túmulos, cantam um canto de vitória e vida. E que a nossa equipe continue sendo corno as casuarinas de minha infância, que ainda lá continuam como se fossem de ontem.

ão sei por que, ou talvez saiba, minhas mais antigas lembranças do Dia de Finados estão ligadas às casuarinas altas cantando ao vento. Ficava olhando para elas, meio sonhando, e talvez por isso mesmo não eram tristes os Finados de minha infância. Mas, também, conhecia tão pouca gente que já se tivesse ido. Hoje não. Já nem sei de que lado estão mais numerosos meus conhecidos. Nem por isso meus dois de novembro agora são tristes, porque ao lado de lembranças e saudades trazem esperanças. Não me sinto à margem, mas em meio à corrente de um rio que flui, continuando os que passaram antes e sendo elo para os que estão chegando. De mão em mão vamos passando idéias e ideais, esperanças, lutas, fé, amor, de tal modo que essas realidades de fato nunca passam, presentes sempre no rio que continua, o grande rio da vida, em busca do abismo da eternidade que não é ftrn, mas eterna descoberta de um eterno presente. Da minha equipe 10, um já se foi com o Senhor; da sua, não sei. Mas isso nos obriga a pensar que nossas equipes estão avançando sempre, e devem continuar avançando, vivas sempre, deixando cruzes plantadas ao longo da estrada, não para falar do passado, mas para apontar o futuro. Nossa equipe não pode morrer. Por isso mesmo não pode envelhecer, cada l'lez mais lenta, cada vez falando mais do assado. Não pode envelhecer nem em anos, nem em idéias. Inevitável que os casais vão acumulhndQ bodas cada vez mais impo-

Pe. Flávio Cava/ca de Castro, cssr 2


NOVO x VELHO? OU VELHO + NOVO?

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a sociedade modema levada pelo neo-liberalismo e pelo pensamento pouco humanista, vemos que o velho é sinônimo de ultrapassado, decadente ou algo sujeito a exclusão. Nesse sentido, o novo quase sempre vem obscurecer o antigo, ou deixá-lo de lado, ou até mesmo se opor a ele. Não deve ser assim para nós, como nos lembra o Papa João Paulo ll, pois que "na história da Igreja,

nossa razão de ser: " ... ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos", como costumava dizer nosso fundador, o Pe. Henri Caffarel. Há uma forte intuição de que a solidez e a vitalidade de uma ordem religiosa ou de um Movimento como o nosso repousa na existência de uma REGRA, no nosso caso "o velho" ESTATUTO de 1947. Olhando a nossa história, vemos que os grupos que se insurgiram contra a REGRA acabaram no nada. O Estatuto contém a essência da "regra" do nosso Movimento, e por isso, ainda que "velho" constitui-se no patrimônio que cabe a cada equipista, que passados tantos anos, ainda pode saciar-se na fonte. Mas o certo é que neste mundo, sujeitos a constantes desafios, somos convocados a discernir os sinais dos tempos, a ir adiante. Vocacionadas a ser "fermento na massa" as ENS trazem um sinal de esperança aos casais na Igreja e no mundo. Se nosso Estatuto guarda a fidelidade à inspiração original, documentos mais novos como "O que é uma Equipe de Nossa Senhora" e a "Segunda Inspiração", redefinem aspectos não perfeitamente compreendidos ou assimilados, e nessa maravilhosa junção do NOVO + O VELHO acabam por nos dar, a todos, novos motivos de encorajamento e de vitalidade.

o 'velho' e o 'novo ' aparecem mesclados. O 'novo' cresce do 'velho'; o 'velho' encontra no 'novo' uma explicitação mais plena". Assim deverá ser acolhido na comunidade equipista o "novo" documento, recém lançado no Colegiada Nacional, e agora disponível a todos os equipistas, denominado "GUIA DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA", elaborado pela Equipe Responsável Internacional, que pretende fazer a unidade entre "o velho + o novo".

"Os casais cristãos, unidos pelo Sacramento do Matrimônio, são chamados a seguir o Cristo no caminho do Amor, da Felicidade e da Santidade. As Equipes de Nossa Senhora, dom do Espírito Santo, são oferecidas aos casais do mundo inteiro para ajudá-los a desenvolver e viver a sua espiritualidade conjugal" Assim abre-se o GUIA DAS ENS para exprimir com clareza a 3


Deixamos a vocês a grande oportunidade de, na leitura e reflexão sobre o GUIA DAS ENS, encontrar renovados motivos para dar a quem lhes perguntar as razões da nossa esperança. Que em tomo do GUIA sejamos mais EQUIPE DE NOSSA SENHORA. Com nosso caloroso e fraterno abraço,

O GUIA DAS ENS vem nesta mesma toada. O ESTATUTO permanece como "documento vital de referência e pedra angular do Movimento" e este "novo" documento que ora lhes apresentamos quer tornar mais perceptíveis as riquezas desses documentos anteriores, atualizando sua linguagem às necessidades e exigências deste tempo.

Silvia e Chico

UM DOM DE DEUS "Não vos deixarei órfãos". (Jo 14, 18) "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos". (Mt 28,20)

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to, surge, então, esse caminho novo a que chamamos Espiritualidade Conjugal. É um dom de Deus à Igreja do século XX. É também uma resposta à inquietação que já há alguns anos vinha germinando no seio da Igreja em relação ao casamento cristão. Essa espiritualidade surge discreta, mas, firmemente. Deus a sustenta. Pouco a pouco, firmam-se as suas raízes, alargam-se os seus caminhos e ela se impõe à consideração dos maiores cristãos. É uma renovação. Quando compreendida, aceita e vivida essa espiritualidade une, salva e santifica o casal. Dá-lhe meios e condições de se manter fiel à sua fé, de proteger

uando nos voltamos para a história da Igreja, percebe mos que Jesus não falta às suas promessas. Suscita em cada época grandes pensadores , ordens religiosas, enfim, os seus santos que balizam o caminho certo para os fiéis. No início do século passado, mais uma vez o amor e a misericórdia de Deus se manifestam na vida dos cristãos, agora, em favor da família ameaçada na sua estrutura e na sua vivência como nunca antes o fora .. É preciso apontar-lhe um caminho novo. Padre Henri Caffarel e quatro casais são escolhidos pelo Senhor para essa missão. Sob a inspiração do Espírito San4


a si e à sua farru1ia de todos os perigos que os cercam. Toma-o feliz e dá-lhes a paz que o Cristo promete. "Eu vos dou a minha paz", disse Jesus. Essa espiritualidade conjugal que une o casal é o caminho por onde lhe chega a paz de Cristo. Os meios que nos fazem crescer nessa espiritualidade e que as Equipes nos propõem, geram e alimentam a paz conjugal, ajudam os casais a planejar e a traçar os caminhos que juntos percorrerão. Um Dever de Sentar-se feito dentro desse espírito de oração e de abertura, esse procurar juntos a vontade de Deus sobre nossas vidas é um grande promotor de entendimento entre os cônjuges, entre pais e filhos, que nos leva à paz. Uma paz que não exclui as preocupações com o mundo em que vivemos, mas, que mantém estas preocupações na periferia de nossa alma, porque dentro dela, no fundo de nossos corações está a confiança em Deus e nas luzes do Espírito que nos guia. Fortalecendo o casal, base e eixo em tomo do qual a farru1ia cresce e se desenvolve, é a própria existência familiar que a espiritualidade conjugal beneficia com novos valores. Transforma também o casal em agente de uma renovação que, transpondo os limites da vida familiar, o insere na vida da Igreja como servidor do Reino. No entanto, essa espiritualidade é, a princípio, na vida de cada casal, uma frágil semente que exige cuidado e proteção. Para isso formase em tomo dela um conjunto de

Que um sim generoso, eficaz e sincero seja a nossa resposta diária ao chamado do Senhor e um agradedmento por tudo o que dele temos recebido. meios que dão aos cônjuges a possibilidade de vivê-la integralmente. As Equipes de Nossa Senhora lhes oferecem esses meios: Pontos Concretos de Esforço, Vida de Equipe, Orientações de Vida e outros convergem para o desenvolvimento da 5


Conselheiro, com a presença do Casal Regional daquela região. A solidariedade do grupo, sua fraternidade, a seriedade das missas celebradas sábado e domingo, a alegria do encontro, tudo isso chamou a atenção dos funcionários do hotel que, admirados, perguntaram a um deles: "Mas, a que religião vocês pertencem?" Eles nunca tinham visto nada igual! Esse fato recorda-me o "Vede como eles se amam" dos pagãos da Palestina, diante das primeiras comunidades cristãs. Penso que o padre Caffarel quando pressentiu a possibilidade de formar essas pequenas comunidades que são as Equipes, inspirou-se naquelas comunidades dos primeiros tempos do cristianismo, desejando que as Equipes de Nossa Senhora dessem testemunho de fé e vida ao mundo paganizado de nossos dias. E isso depende de cada um de nós, de cada uma de nossas Equipes, porque teremos os meios e as graças necessárias se formos verdadeiramente fiéis ao seu ideal, aos seus meios e às suas raízes. Em uma de suas palestras padre Caffarel nos disse: "Mais valem 500 equipes fortes do que 5000 medíocres". Num exame de consciência coletivo, perguntemos à nossa Equipe em que categoria ela se inclui. E rezemos para estarmos entre as 500 equipes fiéis.

Espiritualidade Conjugal. Não fazer delas um trampolim que a cada dia nos projeta com mais intensidade ao encontro de Deus, é faltar com o compromisso moral de dizer sim ao chamado do Senhor. A história do Reino de Deus é feita de "sins" sucessivos, desde o sim de Abraão, ao sim de Maria, na anunciação, o sim de Jesus, na sua cruz, até o sim humilde e pequenino, mas também valioso, de nossas vidas. Que um sim generoso, eficaz e sincero seja a nossa resposta diária ao chamado do Senhor e um agradecimento por tudo o que dele temos recebido.

TESTEMUNHO Não posso deixar de ilustrar este artigo com um fato muito recente. Um equipista de São Paulo dirigiuse ao Centro Médico do Rio Grande do Sul, procurando realizar um transplante de pulmão. Feitas as consultas necessárias, o casal mudou-se para Porto Alegre. Naquela cidade continua o tratamento enquanto aguarda a possibilidade do transplante. Foi carinhosamente recebido pelos equipistas de lá. No mês seguinte, sua equipe iria comemorar 30 anos de fundação. Todos os casais e o Conselheiro foram comemorálos em Porto Alegre, no hotel em que eles estavam hospedados e para lá se dirigiram numa sexta-feira, 22 de junho. Sábado, pela manhã, numa sala cedida pelo hotel, iniciaram sua reunião com uma missa celebrada pelo

Nancy Cajado Moncau Super-Região 6


COlEGlADO NAClONAl DA SUPER-REGlAO 28, 29 e 30 de setembro de 2001 Centro Pastoral Santa Fé • Perus, SP

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Encontro do Colegiado Nacional é um acontecimento muito importante dentro do calendário das Equipes de Nossa Senhora. Durante o ano, essa é a única oportunidade dos Casais Regionais e seus respectivos Sacerdotes Conselheiros Espirituais se encontrarem com a Equipe da Super-Região. Nesse Colegiado de 2001, em especial, aconteceram muitos momentos fortes de oração, de formação específica, de muita troca de experiências e de confraternização entre os casais vindos de todo Brasil. Todo esse Encontro foi também oferecido pela paz mundial.

O casal Silvia e Chico, responsáveis pela Super-Região Brasil, deu-nos uma visão panorâmica do Movimento em nosso país, nos anos 2000/2001 falando sobre os objetivos alcançados e sobre as metas a serem trabalhadas daqui para frente: incentivar a realização em 2002 de Mutirões em todo o Brasil; divulgação do "Guia das Equipes de Nossa Senhora" e do Tema de Estudo "Ser Casal"; do 1o Encontro Nacional em 2003 em Brasília etc. Padre Flávio, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região, fez da sua palestra "O casal ideal, limites e esperança", um tempo de 7


zação de Mutirões em todo o Brasil. Esses Mutirões que, tradicionalmente, são oferecidos às equipes recém-saídas da Pilotagem, desta vez serão oferecidos a todas as equipes, indistintamente, com a finalidade de corrigir certos erros; reavivar vários aspectos da vida de Equipe; atualizar e entusiasmar os casais desmotivados e finalmente despertar em todos os equipistas a exata noção de sua vocação cristã e de pertença ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Vera e Zé Renato - Casal Responsável pela Secretaria!fesouraria fez uma colocação sobre os livros e documentos publicados pelo Movimento e que não são adquiridos pelos equipistas, talvez por falta de divulgação ou mesmo descaso. Procurando agilizar o atendimento aos equipistas, o Secretariado das ENS, juntamente com o casal Vera e Zé Renato, estão trabalhando na padronização e normatização dos impressos utilizados pelo Movimento e pelos equipistas. O casal Rosinha e Anésio, fez uma belíssima motivação para o estudo do tema sugerido para 2002: "Ser Casal". Eles, com aquele jeitinho especial, foram muito felizes nas colocações e muito inspirados pelo Espírito Santo e mostraram a importância em se dar continuidade ao tema "Ser Pessoa". Nós, Cecília e Zé Carlos, responsáveis pela Carta Mensal, passamos algumas orientações sobre o funcionamento da Carta Mensal e sobre sua importância como veículo de unidade do Movimento.

muita reflexão. Os casais equipistas tiveram a graça de escutar palavras que encheram seus corações de esperança. Como disse um participante, "não foi uma palestra, foi um poema". Contamos também com a presença do Casal Ligação da Equipe Responsável Internacional (ERI), Maria Regina e Carlos Eduardo, que nos falou de seu trabalho ligando as 3 Américas, compreendendo 3 Super-Regiões: Estados Unidos, Hispano-América e Brasil, além da Região Canadá. Suas experiências foram muito importantes para mostrar aos equipistas como podemos servir ao Movimento em todos os níveis, mas, nunca nos esquecendo da importância da equipe de base, onde realmente acontece o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. O Casal Responsável pela Província Leste, Regina e Cleber falou que em 2002 vai ser proposto um trabalho muito grande para a reali-

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A partir da esquerda: Anésio e Rosinha, Graça e Eduardo.

Silvia e Chico, fizeram uma reflexão sobre a expansão sustentada, que é um assunto muito importante de reflexão pela equipe da Super-Região. Padre Caffarel dizia que é preferível um pequeno número de equipes bem formadas a um grande contingente de equipes mal formadas. Em outras palavras, prefere-se a qualidade à quantidade. Foram mostradas as dificuldades da expansão desenfreada, algumas estratégias para bem realizá-la e propostas para o futuro. A reunião de grupo, após essas colocações, foi muito proveitosa. Nesse Encontro, foi feita a apresentação de um novo documento das ENS, elaborado pela ERI, para as

equipes do mundo todo, que é o "Guia das Equipes de Nossa Senhora". O casal Márcia e Lulinha, responsáveis pela Província Nordeste, com muito entusiasmo, conseguiu despertar, em todos os equipistas presentes, o desejo de conhecer e estudar esse novo documento, escrito em linguagem atualizada e bem agradável de se ler. Para os equipistas brasileiros, 2003 será um ano muito especial. Sentindo a necessidade de proporcionar a todos os equipistas de base momentos fortes de oração, de formação, de vivência em equipe, de congraçamento e de testemunho, a Super-Região Brasil, resolveu programar o I Encontro Nacional, em julho de 2003, em Brasília. 9


A partir da esquerda: Carlos e Marlene, Egi ldo e lgnácia, Alcindo e Lúcia

A partir da esquerda : Osmarina e Toninha, Sheila e Francisco, Dalci e João Carlos

Roberto

A partir da esquerda : Eduardo e Angélica, Lili e Constantino, Jussara e Daniel, Lourdes e Eithel

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Regionais

Wilma e Orlando, de Jundiaí, SP, serão os coordenadores desse evento e, em breve, todos os equipistas tomarão conhecimento de sua organização, inscrição, preços etc. Aguardem com muito entusiasmo. A Província Sul I, cujo Casal Provincial é Altimira e Paulo, apresentou uma dramatização sobre a Contribuição. Foi um momento muito alegre, divertido, mas, também questionador: será que estamos sendo justos com a nossa contribuição na Reunião de Equipe? No sábado à noite, após o término dos trabalhos, tivemos a nossa confraternização, onde pudemos saborear as frutas, os doces e salgados típicos de cada região do Brasil, trazidos pelos casais participantes deste Colegiado. A parte litúrgica foi realmente um tempo muito forte dentro desse Colegiado. O tema que norteou todas as liturgias foi "Homem e mulher Ele os criou". (Gn 1, 27). Foram momentos de fundamental importância para nossos provinciais e regionais, pois todos buscamos um crescimento espiritual. Na celebração litúrgica de sexta-feira, à noite, foi realizada a cerimônia de posse de 2 Casais Provinciais e de 10 casais regionais, que são:

Provinciais •

CR - Província Sul II: Terezinha e Agostinho Garzin • CR - Província Sul III: Graça e Roberto Rocha 11

• Norte II - Maria do Livramento (Lili) e Constantino Guerreiro • Pernambuco IIAlagoas - Lúcia e Alcindo M. Mota • Pernambuco II- Ignácia e Egildo Miranda • Paraíba - Jussara e Daniel Chacon • Rio de Janeiro I - Maria de Lourdes e Eithel Sá • São Paulo Sul I- Osmarina e Benedito A. Baldon (Toninho) • São Paulo Centro I - Sheila e Francisco Bassotelli • São Paulo Norte I- Maria Angélica e Antonio E. Rosa • São Paulo Oeste II- Dalci e João C. Beluzzo • Paraná Norte - Marlene e Carlos Juck Na cerimônia do Envio aconteceu a despedida de dois casais da Super-Região: Rosinha e Anésio (Província Sul II) e Graça e Eduardo (Província Sul III), que estão deixando a responsabilidade das respectivas províncias. O Movimento agradece aos dois casais toda a dedicação e responsabilidade que sempre demonstraram em seus trabalhos. Deus os abençoe sempre! Esse Colegiado Nacional foi realmente muito especial, pois, pudemos sentir a harmonia, a união, o amor que existe entre as regiões das mais diversas partes do Brasil. Que alegria poder abraçar todos esses irmãos e desejarlhes a paz e as bênçãos de Cristo.

Cecília e Zé Carlos Carta Mensal


BAlANÇO NAS ENS Meu irmão e minha irmã: levante, olhe e escute! No primeiro capítulo do livro do Génesis, encontramos o relato da criação. "E Deus viu que isso era bom". Irmãos e irmãs da nossa querida farru1ia das Equipes de Nossa Senhora! Como Deus, ao terminar sua obra da criação, parou, olhou, e concluiu que tudo isso era bom, nós também, ao término deste ano, queremos parar e olhar. É o nosso exame de consciência, nossa avaliação, nosso balanço. Deus tem um projeto para todos nós que é fantástico. Um projeto digno apenas do seu amor por nós. Amor que ultrapassa todos os limites do que poderíamos imaginar. Ele me quer santo, porque me quer semelhante a Ele mesmo. Ele me deu tudo o que necessito para poder realizar este ideal. E, como o amor é sempre criativo, colocou-me num caminho, onde mostrou mais uma vez que me ama e que tem uma esperança, um sonho realizável. Chamou-me a entrar na farru1ia das ENS, onde Maria seria nossa guia e modelo. E Deus mesmo encarregou-se de suscitar quem acolhesse a voz do Espírito Santo e se tornasse o instrumento, para que o mesmo Espírito Santo nos traçasse o Caminho, nos fornecesse os instrumentos próprios para que pudéssemos atingir o ideal traçado e querido por Deus: a santidade.

As Equipes de Nossa Senhora, fann1ia a qual pertencemos, e não por acaso, nos mostram o caminho e colocam em nossas mãos as ferramentas, para que, bem usadas, a imagem de Deus possa ser cada dia mais nítida e visível aos olhos do mundo. Ao chegar o fim do ano, precisamos parar e olhar. Estamos no Caminho ou nos traçamos outro caminho? U sarnas com fidelidade criativa os Pontos Concretos de Esforço, que nos foram propostos, ou criamos outros, invalidando os originais? Podemos e devemos ser criativos, mas fiéis à essência, ao espírito dos pontos traçados, confirmados e reafirmados pelo movimento das Equipes de Nossa Senhora por uma tradição já cinqüentenária no nosso país. 12


Sim, precisamos de balanço, de parar e olhar. Para quem caminha e quer crescer na perfeição, para estes, é indispensável esse momento de balanço. E devemos encará-lo com seriedade e com objetividade, com consciência reta e com coragem. "Errar é humano, mas permanecer no erro é diabólico". Não encarar o balanço como uma necessidade, é ignorar nossa fraqueza ou não aceitá-la, e isto seria o pior tipo de orgulho. Enfrentar o balanço para corrigir os possíveis desvios, é confiar na graça e na misericórdia divina, que sempre serão o remédio das nossas fraquezas. Tudo pode ser remediado enquanto estamos a caminho. Basta apenas detectar e sentir a doença; e depois acreditar no remédio, o remédio divino, infalível, sempre eficaz e sem nenhuma contra-indicação. Caríssimos irmãos da querida família equipista do Brasil inteiro! O

balanço anual é mais uma graça de Deus e mais um reforço ou mais uma prova que Deus me ama e que me quer ver plenamente realizado, segundo o seu amoroso plano. Não menosprezemos este momento de graça. A doença do desvio do caminho, do abandono dos Pontos Concretos de Esforço e da visão das três atitudes, pode se tomar incurável e nos pode tomar mornos: nem frios e nem quentes. Isto esfriaria nosso ideal e nos levaria à morte. O balanço não permite que nenhuma doença se tome grave. O balanço permite que a esperança de Deus, o sonho de Deus sobre nós, a santidade, seja sempre vivo. Não desiludamos o Senhor que nos chama. Não sejamos os que passam a vida ignorando as riquezas desta nossa querida farru1ia das Equipes de Nossa Senhora.

Pe. Avelino Pertile SCE Região SCII

QUE BAlANÇO BOM QUE VOCE TEM!

N

ovembro, mês da graça do balanço. Mexer, revirar, consertar e acertar os passos da nossa caminhada nas Equipes de Nossa Senhora, na Igreja e no mundo. Balançar - movimento gostoso de ir e voltar, mas que às vezes nos traz mal-estar. Gostoso, porque nos permite voltar às origens, traz-nos 13

boas recordações, fortalece-nos e nos dá sentido para prosseguirmos a caminhada tão difícil de cristão batizado e equipista. Gostoso, porque nos faz lembrar de como éramos antes de sermos equipistas (quão fútil era a vida!) e ver agora o quanto é bom descobrir que a felicidade só é encontrada no


amor, no amor que vem de Deus. Esse amor, descobrimos ao longo desses anos de caminhada nas Equipes de Nossa Senhora, com a vivência dos Pontos Concretos de Esforço, com o auxílio da nossa equipe e com a bondade e paciência do nosso Conselheiro Espiritual. Mas, às vezes, nos traz mal estar porque, aP.esar de tudo que descobrimos, deixamos passar as graças e não aproveitamos para sermos mais felizes e para fazermos mais a vontade do Pai. Quantas vezes na meditação dizemos: "Meu Deus! Por que fiz isso, ou porque não fiz aquilo? Por que faço o que não quero fazer e não faço o que quero? Por que às vezes nos sentimos infelizes se temos você?" O que nos impede de sermos cristãos nota dez? A nossa pouca fé, a nossa falta de humildade, ou o amor que dizemos sentir por você ainda é um embrião? Se conhecemos o teu amor e sabemos do que ele é capaz, por que não conseguimos amar como você nos ama? Por que deixamos que o egoísmo, às vezes, seja maior que o amor? Remexer no íntimo do nosso ser, também questiona nossa vida de equipistas: • Renovamos com o mesmo ardor, o amor que sentimos pelo Movimento? • O que podemos fazer para ajudar nossos irmãos mais carentes, equipistas e não equipistas? • Nas Equipes de Nossa Senhora, temos oferecido nosso serviço com gratuidade, ou estamos querendo elogios?

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Somos conscientes de que no Movimento somos todos co-responsáveis? Ou ficamos esperando que tudo caia do céu?

Aceitamos, com humildade, os dons dos nossos irmãos para ajudar no nosso crescimento ou nos sentimos auto-suficientes? • Ajudamos aqueles que se encontram afastados de Deus e do Movimento a reencontrar-se, ou apenas criticamos? • Somos conscientes de que no Movimento somos todos co-responsáveis? Ou ficamos à sombra dos responsáveis de equipe, setor e região, esperando que tudo caia do céu? Essa reflexão nos leva a concluir que jamais mudaremos coisa alguma, se antes não mudarmos a nós mesmos. E, depois, que balançar nos braços de Jesus é a melhor coisa do mundo. Que balanço bom que você tem, Jesus!

Ledijane e João Pereira Equipe 3A - João Pessoa, PB 14


SESSÃO ~E FORMAÇÃO

NlVEl 11 Região São Paulo Centro 1J alizamos nos dias 15 e 16 de setembro de 001, em Piracicaba - SP, a nossa Sessão de ormação Nível II, que contou com a presença do pregador Pe. João Bosco, da Região São Paulo Centro I e a participação de 22 casais e 1 viúva. Pe. João Bosco, abordou os assuntos com sabedoria e simplicidade, conseguindo manter a atenção e o interesse de todos nós. Sua pregação desenvolveu-se em 6 grandes momentos:- Igreja das origens até Trento; de Trento até Vaticano II; A explosão do Vaticano II; Conferências do CELAM (A Igreja na América Latina); Documento 62 CNBB - Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas; A Espiritualidade nas ENS. A cada dois momentos desenvolvidos, usou-se a dinâmica de grupos, com questionamentos colocados pelo pregador, o que muito contribuiu para a assimilação dos assuntos, sendo os mesmos, concluídos em plenário. O ponto alto da liturgia foi a adoração ao Santíssimo Sacramento feita no sábado à noite, com a evocação dos 7 dons do Espírito Santo pelos casais. A Sessão transcorreu num clima de amor, fraternidade e serviço, ressaltando a unidade do nosso Movimento e a presença de Cristo e de Nossa Senhora, nossa mãe e padroeira. Obrigado Senhor, por mais esta oportunidade de conhecer melhor a história de nossa Igreja, que é santa e pecadora. Obrigado por todos estes casais que, dando o seu sim, fazendo ou trabalhando nesta Sessão, nos ajudaram a crescer mais na espiritualidade e a cumprir nossa missão. Quantas bênçãos! Amém!

Eliana e A ldo CR Região SP Centro II 15


ENCONTRO DOS SACERDOTES CE

1o

àa Regido Minas 11

D

ia 13 de agosto de 2001, aconteceu o 1o Encontro dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais da Região, com a participação muito especial do padre Flávio Cavalca de Castro, SCE da Super-Região. O Encontro, ocorrido durante todo o dia, contou com a participação de 20 sacerdotes de Belo Horizonte, Contagem, ltabirito, Lagoa

Santa, Pará de Minas e Divinópolis. Entre eles o padre Moacir Tavares, SCE da Região e os quatro SCE dos Setores. Num clima de muito interesse, participação e alegria, os sacerdotes puderam ouvir três exposições do padre Flávio, seguidas de troca de idéias, cujos temas foram os seguintes: • O que se espera hoje das Equi16


pes de Nossa Senhora à luz da Carta Apostólica "Novo Millennio lneunte"? • O papel do SCE na formação da comunidade equipista • O sentido da pertença ao movimento das Equipes de Nossa Senhora (para os Conselheiros). A maneira tranqüila, segura e didática do padre Flávio muito ajudou os nossos sacerdotes a compreender ainda melhor a missão do conselheiro espiritual, numa linguagem atualizada e caridosa. Na noite do mesmo dia, o padre Flávio concelebrou a missa mensal das equipes de Divinópolis, que coincidia com a abertura da Semana da Farm1ia, na paróquia e com o início das comemorações dos 1O anos das equipes em Divinópolis e 25 anos em Belo Horizonte. Padre Flávio fez belíssima e profunda homilia sobre afarru1ia. A seguir, para mais de 200 equipistas de Divinópolis e de outras cidades, ele voltou a falar sobre "O sentido da pertença ao movimento das Equipes de Nossa Senhora, com o enfoque para os equipistas, levando-nos a sérias reflexões sobre a

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nossa vida de equipe. As atividades do padre Flávio entre nós foi muito intensa, começando no domingo, quando concelebrou a missa das 19:30 horas na catedral, juntamente com o padre Moacir, trabalhou toda segunda-feira e ainda participou da confraternização dos equipistas, após a palestra. No domingo, à noite, tivemos o prazer de recebê-lo em nossa residência, juntamente com a nossa equipe da Região e os casais da nossa equipe de base. Impressionou a todos a disponibilidade e a simplicidade do padre Flávio, que inclusive veio, ele próprio dirigindo seu carro, num percurso de cerca de 6 horas de Aparecida até Divinópolis. Foram momentos de muita fraternidade e amizade, que ficarão sempre marcados na memória e no coração dos equipistas e dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais da nossa região. Ao padre Flávio, o nosso Deus lhe pague.

Aparecida e Saléh CR Região Minas II


UMA FEllZ EXPERlÊNClA "O Poderoso Fez em Mim Maravilhas"

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le fez e faz a cada dia maravilhas em n?ssas vidas e, de~­ sa vez, qms operar em nos através de um grupo de casais que se conheceu trabalhando num ECC (Encontro de Casais com Cristo) e que foi incentivado por um equipista a conhecer o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Acelerando um pouco a história, fomos então chamados a coordenar a Experiência Comunitária que eles iniciariam. Vivíamos nosso terceiro ano como equipistas e havíamos sido eleitos Casal Responsável de Equipe. Com tão pouca experiência, nosso coração se assustou diante da tarefa de tanta responsabilidade. Só que um sim meio acanhado, temendo ser pretensioso, tomou coragem e levou-nos a aceitar o desafio. E assim iniciamos a caminhada, rezando por nós, pelos casais, para que o Espírito Santo iluminasse a todos e nos conduzisse segundo a vontade do Senhor

Durante os primeiros encontros, experimentamos a insegurança, as surpresas de ver casais que mal se apresentavam e já se despediam da Experiência pelos mais variados motivos. Assim, vimos sumindo da nossa frente o belo grupo, inicialmente tão promissor e determinado. Entretanto, o plano de Deus acenava com dois novos casais que há muito aguardavam a oportunidade de ingressar numa Experiência Comunitária e também com um casal que havia deixado a Experiência Comunitária para morar em outra cidade e que retomando mostrou interesse em reintegrar o grupo. Isso muito nos alegrou. Mais uma vez ganhávamos vida nova. Eram agora sete casais que partilhavam da caminhada e se encantavam a cada reunião, com os momentos de oração, com os temas sugeridos pelo Movimento, enfim diante da indescritível troca de idéi18


as, de experiências e sentimentos. Tomavam-se aos poucos, cada vez mais transparentes, fraternos e nem se davam conta de que estavam formando uma equipe de casais irmãos que crescia no amor e em espírito. A alegria, a descontração e as brincadeiras seriam características de cada encontro vivido. Conversavam muito, contavam muitas histórias no momento da reunião, e os assuntos de que falavam (às vezes todos de uma vez) viajavam para bem distante dos temas que levávamos para reflexão. Ficávamos a nos questionar: Como aquietar sem constranger? Como fazer silenciar sem tirar a espontaneidade de cada um? E como sempre, o Senhor agiu, atendendo nossas preces. Fomos contornando ali, ajeitando acolá, e o grupo calou, aprendeu a ouvir, aprendeu a falar, discerniu os momentos, e sem deixar a sua alegria passou a aproveitar melhor cada instante, cresceu ... mergulhou ... Foram meses preciosos, encontros de grandes descobertas. Ao longo desse período, nós não estivemos imunes a problemas pessoais, familiares, profissionais. Mas a felicidade de encontrar aqueles casais a cada 15 dias, o sentimento de tranqüilidade ao final de cada reunião, as palavras que ouvíamos dos seus lábios, os testemunhos de como suas vidas estavam se modificando para melhor, a partir daqueles encontros, o reflexo daquela vida nova sobre os filhos, cada sorriso, cada rosto, tudo nos preenchia de tanto amor, que aquelas coisas do mundo, aqueles problemas que todo mundo en19

frenta na vida, ficavam pequenos e eram suavizados por todas essas bênçãos que o Senhor nos concedia, através dessa convivência. Por todo esse tempo, eles sofreram perdas, viveram dificuldades, experimentaram também momentos de tensão e angústia na batalha do dia a dia, mas temos certeza de que para eles fez diferença enfrentar essas situações certos do abraço, da amizade dos outros. Em julho de 2000 havíamos iniciado esta Experiência Comunitária e em agosto de 2001 eles passaram para a pilotagem, sob a orientação de um outro casal. Aliás, orientação, apoio, acompanhamento não nos faltaram também do Casal Expansão do nosso Setor, com quem nos reuníamos freqüentemente para conversar sobre a caminhada, para nos abastecer de coragem e ânimo. É com muita felicidade, e também uma gostosa saudade, que passamos a incentivar outros casais equipistas para que aceitem conhecer novos grupos, trabalhar para que outros casais vivam as mesmas maravilhas que o Senhor faz em nós, através das Equipes de Nossa Senhora. Que abracem os casais que lhes são enviados. Não os escolha, acolha-os, ame-os. Ao final de um ano de convivência, vocês não saberão mais rezar sem pedir por eles, vocês não conseguirão falar da grandeza do Movimento sem citar experiências como essa. A gente se apega, é verdade. Fica difícil se desligar deles. Carregamos um pouquinho de cada um e fica um pedaço enorme do nossõ coração preso por lá. Não


dá para ser diferente, faz parte da história dos que se dispõem a amar. No nosso íntimo, um grande desejo: que aquele grupo de casais, hoje Equipe Nossa Senhora da Porta do Céu, seja perseverante, fiel, feliz em sua estrada e conheça também a alegria de abrir a porta do seu coração para o serviço ao próximo. Que possa ser luz para outros

irmãos e testemunhos do infinito amor de Deus em suas vidas. Nós os levaremos para sempre conosco, pedindo que Nossa Senhora os abençoe.

Mônica e Caio C. Coordenador da Exp. Com. Eq. 30D - N. Sra. Peregrina Fortaleza, CE

O ESPÍRITO SANTO ENVlA PARA ONDE QUER

N

uma tarde de domingo, de cidimos dar um passeio sem rumo certo, quando vimos uma placa que indicava a cidade de Palmares do Sul e resolvemos conhecê-la. Dois dias depois, o casal responsável do nosso Setor, nos convidou para coordenar uma Experiência Comunitária, e vejam só ... em Palmares do Sul. Se tivessem nos convidado antes, provavelmente daríamos algumas desculpas, dizendo que Palmares não pertencia ao nosso Setor, que ficava um pouco longe, essas desculpas que se costuma dar por comodismo. Mas, pelo contrário, aceitamos na mesma hora. Começamos a Experiência em abril/2000 e hoje estamos em plena pilotagem, com sete casais já engajados nas paróquias e o pa-

dre Jair, SCE muito entusiasmado, tem dado todo apoio. Acreditamos que sempre que nos colocamos à disposição do Pai, no nosso dia a dia, no nosso trabalho e no nosso lazer, Ele manda seu Espírito Santo que nos prepara e envia para a missão. Assim, caros amigos, está nascendo a Equipe Nossa Senhora de Lourdes, em Palmares do Sul, da Coordenação Costa da Lagoa, RS

Méri (do Wanderlen) Eq. N. Senhora Aparecida Tramandaí, RS

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EQUlPlSTAS QUE

ABANDONARAM O BARCO

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erguntaram-nos: -Por que os equipistas, alguns com vários anos de caminhada, deixam o Movimento? Respondemos com outra pergunta: será que esses casais entraram de fato no Movimento ou já não nos teriam deixado há vários anos? A resposta não nos satisfez e isto ficou questionando a nossa consciência. É óbvio que não haverá uma só resposta, mas o assunto é instigante e desafiador. Giuseppe Colombero no seu livro "Caminho de Cura Interior" faz a seguinte colocação: "A pior infelicidade: não ter sido amado no devido tempo". No texto ele diz: "É necessário lembrar-se de ter sido feliz para imaginar que ainda é possível sê-lo ". A questão que se apresenta agora é: Amamos no tempo certo esses casais? Demonstramos esse amor? Teremos sido omissos? Amar não significa compactuar com descaminhos. Amamos nossos filhos, mas os repreendemos, se necessário. Não poderemos jamais perder de vista a graça de Deus, o sopro do Espírito Santo. Não podemos prescindir da razão de ser do Movimento: conduzir os casais à santidade. Livre arbítrio. Se Deus respeita e não impõe sua vontade, não seremos nós que teremos o direito de fazê-lo. Os casais tem plena e total liberdade de estar ou não conosco. 21

Nosso Movimento "é muito exigente, muito burocratizado". Esta é a ótica de alguns que nos deixam. Deveríamos responder com seriedade e responsabilidade a nós mesmos, algumas questões, quando ingressamos nas Equipes: a. Estamos dispostos a manter aberta a janela da nossa alma à ação do Espírito Santo? b. Que patamar nos interessa: terrestre ou celeste, mortal ou imortal? c. Temos consciência das dificuldades do caminho que conduz à santidade? d. Compreendemos e aceitamos a metodologia das Equipes? No livro "Missão do Casal Cristão", do Pe. Caffarel, encontramos esta citação: • Não queremos que nosso Movimento seja um jardim da infância para menores eternos, para fracos espirituais, ou uma associação de capitalistas da vida espiritual. • Mas, é importante que os casais ... tomem a sua cruz e se entreguem às exigências do amor, caminhando cada vez mais em direção à doação total. O remédio, ainda que amargo, nós o usamos porque sabemos que irá nos ajudar a recuperar a saúde. São Paulo dizia: "Não faço o bem que quero e sim o mal que não quero". Confiar apenas em nossas forças, nos nossos sentidos, para buscar a felicidade conjugal é ilusó-


rio. Não viver os Pontos Concretos de Esforço e não vê-los como graça de Deus em nossas vidas é manter-nos fechados à ação do Espírito Santo, é querer permanecer no terrestre, na mortalidade. Os casais pilotos precisam se entregar ao Espírito Santo, pedir suas luzes, para que consigamos plantar a semente dos PCE justamente com o fertilizante da aceitação, da compreensão, do amor, no coração de cada pessoa da equipe. E que eles se transformem em algo prazeroso e ao mesmo tempo o arco que irá

Não queremos que nosso Movimento seja um jardim da infdncia para menores eternos, para fracos espirituais, ou uma associação de capitalistas da vida espiritual.

nos arremessar para a vivência da espiritualidade conjugal, para o infinito, para o sonho, ainda que utópico, de podermos um dia, dizer com Paulo: "Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim". Temos ainda outra situação a considerar: nós, casais equipistas e Sacerdotes Conselheiros Espirituais, seguimos as orientações do Movimento no que concerne à fidelidade ao mesmo, carisma, mística, animação, correção fraterna, entre outros. Nossos Casais Ligações e Responsáveis estão identificando os problemas de adaptação à nossa metodologia e levando-os à apreciação dos setores ou não estamos querendo enfrentá-los? ... Estamos solicitando em nossas orações o amu1io divino para termos discernimento e sabedoria para lidar com eles? Como dizíamos no início do texto, é impossível obter apenas uma resposta. A questão é muito complexa e não pode ser equacionada num simples artigo, sem a profundidade e o conhecimento religioso e psicológico que o caso requer. Contudo vale a pena repensar o assunto em nível pessoal e nos setores e, sem abrir mão da firmeza necessária, manter as portas abertas e a possibilidade dos laços serem reatados a qualquer tempo, pois somos a Igreja da misericórdia e do perdão. Que Deus ilumine e acompanhe esses amigos, mantendo-os na fé e no amor. Elisa e Hélio Equipe 2 - Salvador, BA

J

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1\1ATR1MÔN10 E EUCARlSTIA

A

s Equipes de Nossa Senhora não são um ministério pastoral, não se inscrevem no âmbito funcional do agir humano, mas atingem o próprio ser ou a essência sacramental dos casais cristãos. O rnatrirnônio cristão nasce de um sacramento; é urna aliança esponsalícia, que significa eficazmente a Aliança de Cristo com a Igreja. Há urna inter-relação profunda entre a Eucaristia, sacramento da Nova Aliança, e o sacramento do matrirnônio, sinal da Aliança de Cristo com a Igreja (Ef 5, 32).

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Urna reflexão sobre o sacramento central de nossa fé, que é a Eucaristia, ajudar-nos-á a entender o mistério do sacramento do rnatrimônio. Na celebração eucarística há três momentos: oblação, consagração e comunhão. • A oblação: os fiéis oferecem pão e vinho, fruto da terra e do trabalho do homem. • A consagração: o ministro pronuncia a fórmula da consagração. Há urna transubstanciação: o pão deixa de ser um alimento biológico e torna-se um alimento divino que nos dá ressurreição. • A comunhão: a consagração dura apenas um momento, mas no sacrário fica o corpo ressuscitado de Cristo que nos enseja comungar a qualquer momento com sua ressurreição. Na celebração sacramental do matrimônio há também três momentos: oblação, consagração e comunhão. • Oblação: os noivos trazem diante do altar o que eles têm de mais pessoal: o seu próprio ser, corpo e alma. • Consagração: os noivos, corno ministros de Cristo, pronunciam um sim, que dura apenas um segundo, mas surge daí uma transubstanciação. O amor humano que os une se transforma num amor sagrado. Cristo


entra no coração dos esposos para nunca mais sair. Surge um vínculo indestrutível entre ambos . • Comunhão : o sim dura um segundo, mas surge daí uma realidade nova sacramental que permanece para sempre, expressa pelo vínculo indissolúvel. Realidade permanente que realiza não apenas a unidade de um só corpo, mas também de um só coração, uma só alma, uma só pessoa conjugal. A graça sacramental do matrimônio é dinâmica e perene para santificar todos os momentos alegres e tristes do casal. Em cada sacramento, Cristo é o único sacerdote, o único agente. O padre é apenas um ministro de Cristo, único sacerdote. Em cada batizado, é Cristo quem batiza; em cada reconciliação sacramental, é Cristo quem perdoa; em cada missa, é Cristo quem consagra. O padre é apenas ministro de Jesus Cristo. Ora, no sacramento do matrimônio, o ministro não é o padre, mas os nubentes. É Cristo que, na pessoa dos noivos, realiza o sacramento. O noivo é Cristo que comunica à noiva a graça sacramental; a noiva é Cristo para seu noivo, comunicando-lhe a graça sacramental do matrimônio.

D. João E. M. Terra, sj do livro Equipes de Nossa Senhora no Brasil Ensaio sobre seu histórico, pg. 2141215 de Nancy C. Moncau 24


MORTE E RESSURREIÇÃO

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este mês somos sempre cha mados a estes pensamentos, estas meditações. Pensemos, um pouco, juntos, sobre eles.

Desde sempre o homem pensa - questiona-se sobre a morte. Conceitos diversos foram transmitidos, idéias várias foram "encucadas", por gerações. O nosso medo da morte nos vem dos conceitos errôneos sobre Deus - de teorias, como crime e castigo. Apesar das reincidências históricas, vençamos o temor. Amorte arranca o ser humano do isolamento e do enclausuramento e proporciona-lhe novas e imprevisíveis chances. Morte não é um fim, mas uma passagem. Passagem desta vida terrestre para uma vida em plenitude. Foi por um parto as vezes doloroso que chegamos a esta vida. Fomos dados á luz. A morte será um segundo parto, doloroso ou não, que nos levará à luz. Aqui é transitório. Lá será definitivo. Como foi? Como é? Como será? Cada qual terá sua morte. Vivêla-á como viveu a sua vida. Amorte está intimamente ligada à vida vivida aqui. O homem cria a sua história. Morte não é um fim, mas início de vida nova. 25

A passagem pouco importa, achegada sim. Na morte o homem é colocado diante de uma radical decisão. É uma chance final. É a chance única. Apresenta-se ante Deus e tem que aceitá-lo ou negá-lo. É como se estivesse num compartimento fechado e tivesse que ver através do buraco da fechadura. Nem todos o reconhecerão. O homem exterior desmorona para deixar emergir, cristalina ou confusamente, o homem interior que foi nascendo. Num momento, vê-se a si mesmo: o que foi, o que não foi. É como se ele se visse num espelho, no qual a imagem refletida é o seu eu verdadeiro. E é este eu que vai aceitar ou negar Deus. Quem crê será transportado da morte para a vida. Nesse momento de total desmascaramento do homem, pode dar-se, também, uma total conversão. A decisão final é a floração daquilo que o homem semeou e deixou crescer na vida. As opções parciais são uma preparação e educação para a decisão derradeira.

Pe. Mauro Ziati Pereira SCE Setor José Bonifácio, SP (Extraído do boletim "Mensageira" - nov/99)


O DlRElTO DE BEM MORRER

O

rtotanásia é a síntese ética entre o morrer com dignidade e o respeito à vida humana, que se caracteriza pela negação da eutanásia (abreviação da vida) e a distanásia (prolongamento da agonia e do processo de morrer). A ortotanásia permite ao doente que se encontra diante da morte iminente e inevitável, bem como àqueles que estão ao seu redor - sejam familiares, amigos e profissionais de saúde -, enfrentar com naturalidade a realidade dos fatos, encarando o fim da vida não como uma doença para qual se deva

achar a cura a todo custo, mas sim como condição que faz parte do nosso ciclo natural. A cultura ocidental esconde e nega a morte. Essa atitude acaba marginalizando os doentes terminais. Estes estão aí para nos lembrar de algo que não gostamos nem de pensar: do nosso fim, pois simplesmente somos mortais. A perspectiva da ortotanásia é a de integrar na vida a dimensão da mortalidade e de distinguir o que significa curar e cuidar. Em outras palavras, manter a vida e lutar pelo restabelecimento do doente, quando isto for uma inter-

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venção que traga esperança de saúde, e permitir que a pessoa morra, quando a cura não é mais possível e a hora de dizer adeus se aproxima. Em termos de Brasil, é importante ressaltar o ante-projeto de lei que altera o Código Penal. Na parte que trata dos crimes contra a vida, o texto diz que "não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja consentimento do paciente ou, na sua impossibilidade, de ascendente, descendente, cônjuge, companheiro ou irmão". Este texto rejeita a distanásia e endossa a ortotanásia, perspectiva defendida pela ética cristã.

Que seja ouvido e respeitado em seus medos, pensamentos, sentimentos

Não se trata, em absoluto, da aprovação da eutanásia, como muita gente apressadamente denunciou. Pode-se dizer que um doente em estado terminal teve sua integridade de ser humano respeitada, quando: • Tenha sua dor e sofrimento cuidados com tratamentos adequados. • Receba cuidados contínuos e não seja abandonado quando os objetivos da medicina mudam da "cura" para o "cuidado". • Seja o protagonista, e não mero objeto, do processo de cuidados de saúde. • Tenha controle, tanto quanto for possível, das decisões a respeito de sua vida. • Seja-lhe dada a possibilidade de recusar a obstinação terapêutica (distanásia). • Seja ouvido e respeitado em seus medos, pensamentos, sentimentos e valores. • Possa optar, quando possível, por se despedir da vida no local que deseja. No fundo, a ortotanásia é morrer saudavelmente, cercado de amor e carinho. Lembramos um adágio francês do século 15, muito atual por sinal, que vê a missão da medicina como sendo "curar às vezes, aliviar freqüentemente, confortar sempre".

Padre Léo Pessini (Camiliano - coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética - São Paulo extraído da "Faml1ia Cristã"agosto/2001)

e valores.

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Novo Pastor Com o lema "Deus é bom", inspirado no Salmo 34, 9, assumiu, no dia 22 de setembro, o rebanho da cidade do Rio de Janeiro, nosso novo pastor, Dom Eusébio Oscar Scheid, que recebeu o báculo das mãos de Dom Eugênio Salles, há 30 anos à frente da arquidiocese. A catedral de São Sebastião, repleta de fiéis leigos e religiosos, esteve em festa para dizer seu obrigado a Dom Eugênio (foto abaixo) e para dar as boasvindas a Dom Eusébio (foto acima), nosso novo arcebispo, no início de sua missão pastoral. Nós, cariocas das Equipes de Nossa Senhora, estamos particularmente felizes, pois, sabemos do carinho que Dom Eusébio sempre demonstrou às Equipes durante sua permanência no Arcebispado de Florianópolis, se. Seja bem-vindo, Dom Eusébio, as ENS precisam de seu apoio. Conte conosco, com nosso apostolado junto aos casais e às famílias e com as nossas orações. Regina e Cleber CR Província Leste

• No dia 29 de junho de 2001, no Santuário das Almas, em lcaraí, Niterói, RJ, foi ordenado presbítero, odiácono Helcimar Sardinha da Silva, Conselheiro Espiritual da Equipe 12, do Seto r São Gonçalo, Região Rio IV. A equipe 12 cumprimenta o neo-sacerdote, pedindo que Maria o abençoe nesta caminhada. • No dia 30 de setembro de 2001, na Igreja São Paulo Apóstolo, em Sumaré, SP, foi ordenado presbítero, o diácono Demetrius dos Santos Silva, em cerimônia presidida por Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo metropolitano da cidade de Campinas, SP. Padre Demetrius é Conselheiro Espiritual da Equipe 1OA N . Sra. da Anunciação Campinas.

-.----IICIIM

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Bodas de

Ouro de Equipista

Jubileu de Ouro Sacerdotal Padre Mário Revolti Padre Mário Revolti, foi ordenado em 29.06.1951 na Catedral de Trento na Itália. Estudou 2 anos de Teologia na Universidade Gregoriana de Roma. Veio para o Brasil em Fevereiro de 1981, para a cidade de Marília, na Paróquia de São Sebastião, onde ficou 3 anos, tendo em 1982, entrado para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, como Conselheiro Espiritual Também foi pároco em Barretos por 11 anos. Em Fevereiro de 1995, veio para Osasco, na Paróquia do Senhor do Bonfim. Em seu trabalho de ajuda aos sacerdotes, começou a celebrar missas na capela de Alphaville, onde nossa equipe o conheceu e atendendo ao nosso pedido, concordou em ser o nosso Conselheiro Espiritual. Desde 1997, temos o privilégio de ter a sua companhia amiga e amável e os seus preciosos ensinamentos do Evangelho e da vida cristã. Foi com muita alegria que participamo da sua festa de 50 anos de sacerdócio, na missa celebrada em 10.06.2001, na Paróquia do Senhor do Bonfim, por vários padres seus amigos, incluindo o Bispo Dom Francisco, da Diocese de Osasco. É maravilhoso ver o Padre Mário dedicar-se de corpo e alma aos propósitos da sua Congregação de Jesus Sacerdote, rezando e trabalhando pela santificação dos padres. Equipe 7 C - Alphaville - São Paulo

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• No dia 25 de dezembro de 200 I, o casal Maria de Lourdes e Benedito G. Rocha (foto ao lado), da Equipe I N. Sra. da Vitória, de Teresina, PI celebrará sua Bodas de Ouro. • Consuelo e Ruy Carramaschi, ceie braram suas Bodas de Ouro no dia S de setembro de 2001. Pertencem a Eq. 3 - N. Sra. de Lourdes São Paulo.

Internet Alguns mtigos publicados pela Cu·tn Mensal. estão à disposição de todos na Internet. no site das ENS:

www.ens.org.br/

cartamensal. inclusive o encarte publicado no mês de junho de 200 I. sobre a FÉ. do padre Flávio Cavalca de Castro. SCE da SuperRegião Brasil.


1a

Conferência Nacional dos leiqos(as)

Católicos do Brasil A Conferência Nacional dos Cristãos Leigos( as) do Brasil acontece pela primeira vez em Fortaleza, de 23 a 25 de novembro de 200 l , no Centro de Convenções, concretizando uma caminhada de 25 anos como Conselho Nacional de Leigos. Uma organização que quer ser uma presença mais visível da ação evangelizadora e organizativa como povo de Deus na Igreja e na sociedade. Para a realização desta Conferência, um evento histórico e eclesial, está sendo organizado um esquema para acolher os mil delegados vindos de todas as dioceses do Brasil. O bom êxito deste evento darse-á com a colaboração de todos, de modo especial, dos que fazem a arquidiocese de Fortaleza, responsáveis pela recepção, acolhida e hospedagem de todos os que vêm participar deste evento tão significativo para a vida Igreja, povo de Deus. Esta Conferência tem por objetivos: Ser amplo processo de discussão sobre a identidade, vocação, missão, organização e representatividade dos leigos e leigas católicos do Brasil, na Igreja e na sociedade; Promover uma profunda análise da realidade brasileira, sob a ótica da Palavra Encarnada, à luz do Magistério da Igreja, com os subsídios das Ciências Humanas;

Elaborar as Diretrizes da Ação dos Leigos e Leigas Católicos do

Brasil; Estabelecer as diretrizes e condições para a organização dos leigos e leigas católicos do Brasil como Conferência- Organismo. O Conselho de Leigos(as) se dá pelos representantes das diversas pastorais, movimentos, obras, instituições, associações, CEBs e leigos e leigas convidados pela sua contribuição e testemunho pessoal. "É essa pluralidade e diversidade de modalidades de participação que freqüentemente tem feito sentir a necessidade de lugares de encontro, de formas institucionais de convocação e diálogo, de consenso e colaboração entre as forças da Igreja no mundo". Os cristãos batizados e crismados, denominados também cristãos leigos, são por demais importantes para a Igreja e para o mundo. Santo Domingo acentuando o protagonismo dos leigos, de modo especial dos Jovens, no processo da Nova Evangelização dos nossos povos, lança um enorme desafio para que todos se sintam Igreja e assumam o seu lugar e função, sempre na comunhão eclesial total. A família, a educação, a saúde, as comunicações sociais, a política, a ciência tecnológica, o campo do lazer, aguardam os seus profetas e os seus dirigentes. Fonte: Documento de Estudos CNL- Subsídios à la Conferência.

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Jubileu de Ouro de Vida Religiosa Os mistérios e desígnios de Deus às vezes nos são revelados através das pessoas que, em seu testemunho de vivência, carregam os sinais da presença do altíssimo. Estamos falando ou tentando transmitir a grandeza de uma estimada mulher que atende pelo nome de Irmã Maria lgnez Mazzero. Em 1951, ingressou na vida religiosa na Casa das Irmãs, em Campinas, na "Congregação Franciscana do Coração de Maria". Irmã Maria Ignez está em Votuporanga há mais de IOanos. Tem um fôlego admirável, atuando em varias pastorais e, nas Equipes de Nossa Senhora, tem prestado valiosos trabalhos. O dia II de agosto de 200 I foi um dia festivo para o Setor de Votuporanga, porque celebrou o Jubileu de Ouro de vida religiosa da Irmã Maria Ignez, na Paróquia i'lossa Senhora Aparecida, presidida pelo Pe. Edemur José Alves e contou com a presença de muitos equipistas, bem como da comunidade. Irmã Maria Ignez é o bem pelo prazer de fazer o bem.

Falecimentos As Equipes de Nossa Senhora agradecem a Deus pela vida destes equipistas e renovam. neste momento, com toda a Igreja, a certeza da ressurreição: Valderi (da Aldacir), ocorrido em I o de julho de 2000 - Eq. 28B - Brasília, DF

José Joaquim Gisbert Vinals (da Claudina), ocorrido no dia 16 de julho de 2001- Eq. lN. Sra. Mãe do Belo Amor Pederneiras, SP ' Carlos Oliveira Gonzaga (viúvo de Terezinha), ocorrido no dia 23.08.2001- Eq. 3B- N. Sra. Aparecida - Jaú, SP Nemézio Martins (da Geny), ocorrido no dia 06.09.2001 Eq. 5- N. Sra. do CarmoMogi das Cruzes, SP João Payão Luz (viúvo da Glória), ocorrido no dia 22 de setembro de 200 l - Payão e Glória, foram responsáveis pela ECIR, no período de 1965 a 1969, sucedendo ao casal Nancy e Pedro Moncau Jr. Vitória (do Eustáquio), ocorrido no dia 22 de setembro de 200 I - Eq. 4B - Brasília, DF Padre Luiz Bertolotti, ocorrido no dia 6 de outubro de 200 I - SCE do Setor B - São José dos Campos, SP e de mais 4 equipes.

Lenice e José Carlos CR- Setor Votuporanga, SP

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UM CAMlNHO DE FÉ

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fé é um arriscar-se numa aventura cujo caminho é desconhecido; é dar um salto no escuro, acreditando que alguém estará embaixo com os braços abertos nos esperando; é um buscar, com decisão, respostas capazes de provocar mudanças de atitude, visando a conversão. É acreditar, mesmo quando não se tem esperança. E Maria acreditou: "Feliz aquela que acreditou" (Lc 1,45). Que mulher extraordinária! Fez uma travessia de fé, regada de heroísmo, penumbras e de confiança absoluta. Muito heroísmo viveu Maria no momento de seu "Fiat". Só a fé teria levado aquela jovem a mergulhar em águas tão profundas, sem saber para onde tal decisão a levaria. Ela, simplesmente, acreditou, abrindo-se ao novo: Deus. É o ponto culminante da fé de Maria. E, a partir daí, inicia-se um caminho de obediência e de fé. Maria, a primeira entre os pequenos, pela fé, aceitou, "plenamente, com o coração aberto, tudo o que está disposto no desígnio de Deus". Em seu itinerário de fé, Maria também provou do "cálice". As trevas se fizeram presentes na vida da fiel mulher. Quantas dúvidas! Quantas atitudes que deixavam a mãe perplexa, sem nada entender!

Mas, humildemente, guardava tudo em seu coração e meditava. Como deve ter sido difícil para a mãe ouvir do Filho perguntas como: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu Pai?" (Lc 2, 49) e "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?" (Me 3, 33) As palavras de Jesus foram para Maria uma espada cortante. A mãe, todavia, dá um grande salto na fé: corrige sua rota e, humildemente, renuncia ao seu lugar de mãe biológica e se torna a primeira discípula entre os seguidores do filho. De evangelizadora passa a evangelizada. Uma bela travessia na fé! Mais uma penumbra escurece a vida desta admirável mulher: a cruz. Naquele momento, a espada mais uma vez traspassa o coração de Maria. Mas, tendo a atitude de quem confia no Absoluto, "consentiu, com amor, na imolação da vítima gerada por ela mesma" (Lumen Gentium, 58), participando, assim, da mais profunda "Kénosis" que já aconteceu na história da humanidade. É por esse itinerário de fé que Maria é proclamada bem-aventurada.

Cida (do Raimundo) Equipe 2B - João Pessoa, PB 32


DEVER DE SENTAR-SE ialogo não é si~plesmente conversa, mas s1m o encontro de pessoas. Algumas vezes, com um simples olhar nos encontramos com alguém. Achamos isso muito bonito, pois há ocasiões em que uma simples palavra diz muitas coisas. Não é necessário falar muito para haver este encontro de alma e de coração. Para vivenciar o Dever de Sentar-se não existem receitas prontas (se bem que possamos encontrar muitas "pistas" que nos ajudem). Mas é preciso, antes de mais nada, que cada casal descubra o seu jeito

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de um encontrar-se com o outro. O que é preciso para essa descoberta é abrir-se verdadeiramente para o outro, dar-se realmente a conhecer, tentar compreende-lo, conhecê-lo e tomar consciência de suas limitações. Quando não soubermos como fazer, o amor é a receita. Muitas vezes queremos mudar o outro, quando na realidade nós é que precisamos de transformações. Quando o nosso coração se abrir para acolher o outro, estaremos prontos para dialogar. O diálogo é um encontro amoroso e pessoal. Diz a psicologia, que se deve re-


f orçar o positivo. Quanto mais coisas positivas se descobrem na pessoa do outro, mais coisas boas vão aparecendo. O momento do Dever de Sentar-se é uma ocasião propícia para reforçar a comunhão fraterna, que é uma opção evangélica. Essa comunhão fraterna tem sido evangélica quando nos abrimos para o outro como vontade e amor de Deus e procuramos melhor conhecer o outro no íntimo do seu coração, dando-nos igualmente a conhecer. Essa abertura deve ser libertadora como é o amor de Deus. O Dever de Sentar-se é muito mais do que simplesmente "aparar arestas". Um Dever de Sentar-se, para um casal amadurecido, deve ser um momento sacramental. Nele celebramos o ser uma só carne, um só coração, uma só vida. Escutar o outro como se fosse a gente mesmo é um mistério presente e, às vezes, não considerado na prática, tão presente quanto Jesus ressuscitado. O diferente se torna um na conjugalidade. No Dever de Sentar-se, temos a chance de nos conhecer melhor a cada dia, pois não somos os mesmos de ontem, como não seremos os mesmos amanhã. Os acontecimentos da vida fazem-nos pessoas diferentes, novas a cada dia. Portanto, o espírito que norteia o Dever de Sentar-se deve ser o da comunicação de vida, pois sem ela não iremos crescer. A mesma coisa acontece com uma planta, suas flores, folhas e frutos, que estão ligadas à raiz: se não existir uma

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Quando o nosso coração se abrir para acolher o outro, estaremos prontos para dialoqar. O diáloqoé um encontro amoroso e pessoal.

I relação entre a raiz e as flores, os frutos não aparecem ou não vingam, murcham e desaparecem. Na nossa vida precisamos recomeçar sempre, a cada momento, e o Dever de Sentar-se maduro, cheio da graça de Deus, dá-nos essa chama nova do recomeçar. "Que nos dirá Deus se chegarmos a Ele, uns sem os outros?" (Frei José Carlos Pedroso) Para chegarmos juntos, não basta aprender fórmulas, técnicas, fazer convites, nem mesmo companhia. É preciso conviver (viver juntos) e compartilhar. Tagliane (do José) Setor Maceió, AL 34


ATREVlDA E CONAANTE mero de pessoas, que querem aprender como orar. É comum a indagação sobre qual é a oração certa nesta ou naquela situação. Preocupadas com as formas exteriores da oração, as pessoas, inadvertidamente, afastam-se do essencial. Ora, na oração, o essencial é colocar-se na presença de Deus, ou, para ser mais preciso, abrir o coração e a vida para Deus. Pois, quando se põe em oração, na verdade, não é o homem que chama por Deus, mas é Deus quem o visita. E este Deus é pai e que, alem de conhecer profundamente as necessidades de cada ser humano, é sempre pródigo em bênçãos. A primeira, e a mais fundamental atitude, na oração, pois, é colo-

em 25 anos e estuda medicina. P.rocurou-~e aflit_? porque quena uma onentaçao a respeito da oração. Disse-me, angustiado, que estava decidido a não pedir mais nada a Deus para si. Só ia rezar pelos outros, uma vez que quando pede em seu favor dá tudo ao contrário. A sua oração só tem êxito quando ora pelos outros. "Acho que Deus não gosta de mim ou não quer me ajudar", desabafou desconsolado. "Será que não sei falar as palavras certas? Por que Deus não atende nenhum dos meus pedidos? Por que vira o rosto quando estou pedindo por mim?" Na verdade, estas aflições não são somente do jovem acadêmico. São, sim, angústias de um bom nú-

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car-se confiante na presença de Deus, sem afligir-se com o que se vai falar. A oração é, essencialmente, um ato de repouso em Deus. Orase não para dizer a Deus o que Ele deve fazer, mas para colocar, com confiança, todas as necessidades em suas mãos e sob o seu paternal cuidado. O simples fato de se colocar sob o olhar divino já é urna bênção. Quem se dispõe a orar já está ganhando, pois nunca, ninguém encontrou-se com Deus e ficou de mãos vazias. É preciso deixar de lado, pois, a preocupação com as palavras, com as fórmulas ou com os rituais. E, para entender isso, basta reparar no cotidiano da vida. Qual é o pai ou a mãe que exige dos filhos fórmulas predeterminadas para pedir comida quando estão com fome?

Na oração, o essencial é colocar-se na presença de Deus, ou,

para ser mais preciso, abrir o coração e avida para Deus.

Antes do filho pedir, a comida já está sendo preparada, e com alegria! Ora, se os pais, mesmo sendo imperfeitos, e que, às vezes, chegam até a irritar-se com certas atitudes do filho, são capazes de adivinhar e atender o seu desejo, quando julgam ser benéfico para ele, quanto mais Deus que é bondade pura e amor perfeito! O ser humano precisa acreditar que Deus o ama de paixão. É esta confiança na ternura de Deus que dá vida e vibração a oração. Preces sem fé são uma mera tagarelice. Da mesma forma, o pedinte que põe sua confiança em predeterminadas palavras, fórmulas ou ritos está mais para a superstição e para a magia do que para a fé. A força da oração não está nas palavras, mas no amor de quem a ouve. Deus não se prende a palavras. Deus capta sonhos. E como Ele ama e enxerga longe, proporciona sempre aos seus filhos aquilo que lhes faz bem, de verdade. O jovem estudante ouviu tudo com atenção e observou que, sendo assim, não é preciso fazer pedidos a Deus. É preciso, sim, porque é uma exigência humana exteriorizar os próprios sentimentos. Confiante ainda de que para Deus tudo é possível, o homem deve aprender a ser ousado nos pedidos. Toda oração deve ser atrevida e confiante. E agradecida, pois Deus sempre dá muito mais do que se ousa pedir!

Pe. Charles SCE de 3 equipes de Araçatuba, SP 36


BRlNCANDO DE DEUS

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"Pouca ciência afasta de Deus. Muita ciência reconduz a Deus". (De Bonald)

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o que parece estar acontecendo em nossos dias. Os grandes sábios, como Louis Pasteur, o genial inventor da vacina contra varíola, que dizia "querer ter a fé do camponês bretão, ou melhor, da camponesa bretã", eram na sua maioria, homens profundamente religiosos, porque aliavam a ciência à fé. Parece que a tecnologia anda falhando em muitas ocasiões, principalmente quando o homem desafia Deus. Lembramos o caso do Titanic (o navio insubmersível que diziam "nem Deus poder afundá-lo"), os tristes acontecimentos com o supersônico Concorde, o submarino Kursk, a torre de televisão mais alta da Rússia, culminando com a satânica pretensão das clonagem humana, lamentada pelo Papa, diante de centenas de cientistas reunidos em Roma. Dir-se-ia que o homem está extrapolando de suas limitações naturais, para se arvorar a sósia de Deus, imitando o demônio, a quem Santo Tomás chamava de "macaco de Deus" (Sirnia Dei) Com razão dizia São Paulo na 1· Carta aos Coríntios, 1,19-20, citando Isaías 29,14 e o Salmo 33,10: "Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o homem culto? Acaso Deus não mostrou a insensatez da sabedoria do mundo?" Não que Deus e a ciência se contradigam, pois Deus é a própria fonte da Verdade. Lembramos aqui um trecho da mensagem dirigida aos cientistas, no fecho do concílio Vaticano II (1965) "nunca como hoje surgiu a possibilidade de um acordo profundo entre a verdadeira ciência e a fé verdadeira, serva, uma e outra, da única verdade. Não impeçais esse encontro precioso. Tende confiança na fé, grande amiga da inteligência. Deixai-vos iluminar por seu brilho, para descobrir a verdade, toda a verdade. Assim agem os verdadeiros cientistas e não andando às tontas, inutilmente brincando de Deus.

Mons. Geraldo Menezes SCE Equipes 2 e 5 - Belém, PA 37


SEMlNÁRlO DE ASSlSTÊNClA REllGlOSA ao Adole s cente Privado de liberdade Tema: "E a Missão da Igreja no Resgate da Dignidade da Juventude Privada de Liberdade?"

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dia 27 de agosto de 2001 foi para nós dois, em especial, um dia cheio das graças do Senhor, como tantos outros que Ele nos tem dado. Naquele dia se concretizou um sonho acalentado por quatro longos anos. Foi o dia da abertura do Seminário de Assistência Religiosa aos Adolescentes Privados de Liberdade nas Unidades do DEGASE (Departamento Geral de Ações Sócio Educativas, da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário), promovido pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Foi o Espírito Santo que uniu vários segmentos da Igreja Católica no Rio de Janeiro e desejou que esse Seminário fosse possível. Uma comissão formada por representantes da Pastoral do Menor, do Projeto "A Caminho da Cidadania", da União dos Juristas Católicos, do Departamento Arquidiocesano de Ensino Religioso e das Equipes de Nossa Senhora elaborou e organizou o Seminário que teve a duração de 5 dias e a participação de mais de 200 pessoas na sua abertura. Com a sua realização foi obtido o compromisso dos poderes Executivo e Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, de que, ao lado da Arquidiocese do Rio de Janeiro, será

implementada a assistência religiosa católica em todas as unidades de internação e de semiliberdade do DEGASE. Destacamos alguns aspectos importantes que aconteceram durante o Seminário, a saber: • apoio irrestrito do nosso Administrador Apostólico Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales. • A afirmação do MM Juiz Dr. Guaraci de Campos Vianna, da 23 Vara da Infância e da Juventude, de que a recuperação não só dos adolescentes privados de liberdade, mas de todos aqueles em conflito com a lei, somente se dará através do incentivo aos adolescentes da prática da religiosidade e da infusão de uma espiritualidade libertadora. O compromisso assumido pelo Dr. Sérgio Gomes Novo, Diretor Geral do DEGASE, de promover a integração, com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, da Escola Sócioeducativa, recém-inaugurada no dia 22/ 08/2001, a primeira do Brasil, para a atualização e capacitação dos profissionais no melhor trato com os adolescentes privados de liberdade, em aspectos como: direitos humanos, questões jurídicas, histórico das políticas sociais, dinâmica psíquica da adolescência e da família e evolução social do conceito de educação. 38


Tivemos a inscrição de 51 voluntários para prestar Assistência Religiosa Católica aos adolescentes privados de liberdade e sua participação durante os 5 dias do Seminário. Um novo horizonte estará sendo aberto para esses adolescentes através da amorização e da evangelização que estará sendo levada a eles. A Palavra de Deus é transformadora, e a essência de bondade do ser humano será capaz de desabrochar em seus jovens corações. Juntos, sociedade, estado e Igreja, podemos percorrer os novos caminhos propostos por um Evangelho cheio de desafios, para a construção de um mundo de justiça, de paz, de igualdade e de prosperidade. É com um misto de alegria e de satisfação que relembramos o começo de nossas atividades com os adolescentes privados de liberdade. Foi em 1997 que quatro casais das Equipes de Nossa Senhora (Setor B - Região Rio I), Lúcia e José Carlos e Tânia e Armando, da Equipe 11, Myriam e Paulo, e nós, da Equipe 49, com a assistência do Pe. Bruno Trombetta e a pedido do nosso Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales, iniciamos um trabalho de amorização e de evangelização com esses adolescentes, internos no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador, uma das unidades do DEGASE. Temos visitado aqueles que a sociedade discrimina e rejeita. Muitos, desde o seio matemo! E, numa sucessão do desamparo da fanu1ia, da sociedade e, principalmente, do Estado, esse jovem se desconsertou 39

pelo mau exemplo, desiludiu-se pela falta de perspectiva, desestimulouse pelos sonhos podados. À essa presa fácil logo se juntaram os erros de mulheres e homens, da sociedade. Então, chegaram a reclusão, o abandono e a solidão. A eles precisamos oferecer a mensagem de esperança em um Deus que nos criou livres para construir, aqui na terra, o seu Reino. Para eles, temos levado e vamos continuar levando, o amor de mãe, o amor de pai, enfim, um amor de irmãos; e a crença de que serão suficientemente fortes para superar desafios e se tomarem cidadãos do bem. Diz uma música que cantamos com eles: "Você é alguém tão importante para Deus. Eu venho falar do valor que você tem. Ele está em você, o Espírito Santo se move em você ... " Ao seu lado, temos o mesmo sentimento que o Papa João Paulo II descreveu como um dos momentos mais tocantes, para ele, no Ano Jubilar: o encontro com as pessoas privadas de liberdade no Estabelecimento Prisional Regina Coeli, em Roma. O Santo Padre viu nos olhos daquelas pessoas, além de amargura e arrependimento, a esperança da misericórdia. É esta esperança de misericórdia que nós, e todos aqueles 51 voluntários que vão se dedicar a este trabalho, precisamos e vamos levar. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Marisa e Elio Eq. 49B - Rio de Janeiro


ENSlNO REllGlOSO

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partir do próximo ano, o ensino religioso passará a fazer parte do currículo das escolas de ensino fundamental da rede estadual paulista. Após uma longa tramitação, o projeto de lei que institui a disciplina, de iniciativa do deputado José Carlos Stangarlini, foi aprovado pela Assembléia Legislativa em dezembro do ano passado e transformado na Lei 10.783, sancionada em março de 2001 pelo governador Geraldo Alckmin. A lei vai ao encontro do que determina a Constituição Federal, e a Lei de Diretrizes de Bases

(LDB). Esses dois dispositivos legais asseguram o ensino religioso na rede oficial do ensino fundamental e definem a matéria como disciplina integrante da formação para a cidadania. São Paulo era o único Estado da Federação que ainda não havia tomado providências para aplicar a determinação constitucional.

Valores Éticos Em 1999 , por orientação da CNBB, o deputado Stangarlini apresentou na Assembléia Legislativa o projeto de lei 1036/99, que

Da esquerda para a direita: José Carlos Stangarlini - Deputado Estadual (SP); Rose Neubauer - Secretaria de Estado da Educação (SP); Geraldo Alckmin Governador do Estado (SP); Dom Fernando Antonio Figueiredo - Bispo da Diocese de Santo Amaro e Presidente do Regional Sul I da CNBB; Dom Cláudio Cardeal Hummes- Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

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deu origem à lei, concluindo o processo iniciado no primeiro governo Covas, em 1994, pelos bispos da Representativa da CNBB Sul I, que vinham mantendo contato com o governador visando o cumprimento desse dispositivo da Constituição. A Deliberação do Conselho Estadual de Educação no 26, de 27 de julho último, prevê que as aulas devem levar os alunos a refletir sobre valores éticos, ensinar história das religiões e fundamentar-se nos princípios da cidadania. Pelo texto da lei, a matrícula é facultativa e ficam vedados o proselitismo e o estabelecimento de qualquer primazia entre as várias doutrinas religiosas, embora se discipline a possibilidade de ensino religioso confessional fora da grade, ministrado pelas diferentes religiões, a partir da opção da família do aluno.

Aspectos Controversos

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As aulas devem levar os alunos a refletir sobre

valores éticos, ensinar história

das religiões e fundamentar-se nos prindpios

da cidadania.

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Para Stangarlini, apesar de significar um avanço, a nova legislação apresenta algumas questões que merecem reflexão e devem ser reanalisadas oportunamente. Uma delas é a redução do ensino religioso à série final do ciclo fundamental (8 8 ) , além das quatro iniciais, onde será tratado de maneira polivalente e interdisciplinar. "Essa decisão demonstra uma visão equivocada, pois tanto a Constituição quanto a LDB prevêem que a disciplina seja ministrada em todas as séries", afirma o deputado. Outro aspecto controverso, na 41

opinião do parlamentar, é o da habilitação profissional. Na ausência de um profissional com licenciatura específica, as aulas podem ser dadas por professores formados em filosofia, história ou estudos sociais. Stangarlini sustenta que a existência de profissionais formados em ciências da religião é uma meta a ser buscada: "São Paulo, a exemplo de Santa Catarina, deveria criar um curso com essa finalidade".

da Assessoria


MAN1FESTO PELA CONCÓRD1A E PELA PAZ

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enhum ser humano é uma ilha ... por isso, não perguntem por quem os sinos dobram. Eles dobram por cada um, por cada uma, por toda a humanidade. Se grandes são as trevas que se abatem sobre nossos espíritos, maiores ainda são as nossas ânsias por luz. Assistimos há dias, com estupor e indignação, o irromper da demência humana. Não deixemos que essa demência detenha a última palavra. A palavra maior e última que clama em nós e nos une a toda a humanidade é por solidariedade e compaixão pelas vítimas, é por paz e sensatez nas relações internacionais. As tragédias dão-nos a dimensão da inumanidade de que somos capazes. Mas também deixam vir à tona o verdadeiramente humano que habita em nós, para além das diferenças de raça, de ideologia e de religião. E esse humano em nós faz com que juntos choremos, juntos nos enxuguemos as lágrimas, juntos oremos, juntos busquemos ajustiça, juntos construamos a paz e juntos renunciemos à vingança. A sabedoria dos povos e a voz de nosso coração nos testemunham: não é terrorismo que vence terrorismo, nem é ódio que vence ódio. É o amor que vence o ódio. É o diálogo incansável, a negociação aberta e o acordo justo que tiram as ba-

ses de qualquer terrorismo e fundam a paz. A tragédia, que nos atingiu no mais fundo de nosso coração, nos convida a repensarmos os rumos das políticas mundiais, o sentido da globalização dominante, a definição do futuro da humanidade e a salvaguarda da casa comum, a Terra. O tempo é urgente. Desta vez não haverá uma arca de Noé que salve alguns e deixe perecer os demais. Temos que nos salvar todos, a comunidade de vida de humanos e não-humanos. Para isso precisamos abolir a palavra inimigo. É o medo que cria o inimigo. E exorcizamos o medo quando fazemos do distante um próximo e do próximo, um irmão e uma irmã. Afastamos o medo e o inimigo quando começamos a dialogar .. . a nos conhecer. .. a nos aceitar ... a nos respeitar ... a nos amar. .. enfim, numa palavra, a nos cuidar. Cuidar de nossas formas de convívio na paz, na solidariedade e na j ustiça. Cuidar de nosso meio ambiente para que seja um ambiente inteiro, no qual seja possível o convívio entre os diferentes. Cuidar de nossa querida e generosa mãe Terra. Se nos cuidamos como irmãos e irmãs desaparecem as causas do medo. Ninguém precisa ameaçar ninguém. Podemos voar em nossos aviões, sem medo de que se transformem em bombas para des-

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truir edifícios e dizimar vidas. Que o dia 11 de setembro de 2001 seja menos recordado como o dia da tragédia americana e mundial e mais como o dia da grande transformação no estado de consciência da humanidade, rumo a relações mais inclusivas entre todos, na direção de mais compaixão e solidariedade entre os seres vivos, humanos e não-humanos, no caminho da reverência diante da vida, do compromisso pela justiça, pelo cuidado e pela paz, na alegre celebração da existência. Cada um é chamado a colocar o seu tijolo na construção

deste santuário da paz, da benquerença e da cooperação mundial e planetária. Que o Espírito Criador, que nos habita e que conduz misteriosamente os caminhos da história, nos acompanhe com sua luz e com seu calor para realizarmos esses propósitos coletivos e humanitários. Amém. Assim seja.

Leonardo Boff Teólogo Colaboração de Maria Alice (do Quininha) Equipe lA - João Pessoa, PB

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A VlRGlNDADE EM QUESTAO ')!\ adolescência não é o tempo das relações sexuais, mas a idade na qual, crescendo o corpo, a mente e o coração, nos preparamos para viver a própria sexualidade adulta."

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avés dos tempos, o conceio de virgindade se modifiou, regido por interesses diversos, sejam sociais, morais ou religiosos. Não nos cabe analisar essa questão. Cabe-nos refletir sobre a vivência atual naquilo que foi um grande valor para o ser humano, tanto do lado masculino como feminino. Teoricamente, deixar de ser virgem é ter tido relação sexual ou ter transado. Virgem é a pessoa que não vivenciou uma certa situação, seja em relação ao corpo ou a um fato qualquer. Mas, quando falamos em virgindade, todos remetem seu pen43

sarnento para o corpo. Ainda hoje, a perda da virgindade dos rapazes é comemoração. Os pais e adultos acham que com isso estará garantida a virilidade do jovem, mesmo que ele fique com traumas emocionais. Ledo engano. A perda da virgindade da moça é lamentação ... Vivemos hoje num mundo erotizado. As próprias mães enfeitam as menininhas, desenvolvem a sedução, a provocação. A moda seguida à risca pela juventude não foge disso. As músicas preferidas pelos jovens não dizem nada que não seja malicioso ou provocativo.


Com a puberdade, o derrame hormonal coloca os jovens desarmados frente a um corpo que pede. Novas sensações. Medo. Desejo de experimentar. Invasão sexual e sensual. O prazer é o script dos seus sonhos. Provar o novo: por que não? Aí é que entra o problema: estão prontos biologicamente. Mas o emocional e psicológico não acompanham o desenvolvimento físico. Leituras,

conversas, diálogos fazem com que a turma amadureça, se prepare, aprenda a ter paciência e esperar. A hora certa? A aptidão para o coito acontecerá quando temos identidade sexual resolvida, sistema de valores estabelecido, capacidade anátoma-fisiológica e capacidade de estabelecer intimidade real com o par. Toda relação efetiva é trabalhosa e não acontece de uma hora para outra. Para uma boa iniciação sexual será necessário uma escolha livre e responsável, lugar adequado, tempo disponível, privacidade, afeto, confiança e tolerância consigo e com o outro, pois nem tudo dará certo na primeira vez. Também pensar na anticoncepção e proteção com a saúde. Deixar de ser virgem quando "se tem maturidade e consciência não é perder". Este é um momento que, geralmente acontece quando o par está apto a tornar sua união oficial ou matrimonial, tornando-a fecunda. É o momento de ganhar prazer, afeto, descoberta, aprendizagem, auto-estima, experiência ... por essa razão a virgindade deve ser pensada e amadurecida para que não haja arrependimentos, mágoas e decepções.

Hália Pauliv de Souza Docente em curso de capacitação de professores em Orientação Sexual Escolar, Curitiba, PR (Jornal Mundo Jovem julho/2001)

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- PAZ! NAAFllÇAO,A

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or ocasião da festa da Assunção de Nossa Senhora e do encerramento da Semana da Fanu1ia, fomos chamados a testemunhar as maravilhas que o Senhor faz em nós e por nós e nossa fanu1ia. Esta situação foi motivo de muita reflexão, Dever de sentar-se, muitas e muitas orações. Como proclamar as maravilhas do Senhor, como entender a vontade de Deus em nossa vida, depois de tantas mudanças que viraram a nossa vida pelo avesso? Ao mesmo tempo, já vínhamos rezando há muitos anos para que nossa vida se transformasse, que pudéssemos entender se da forma que nós estávamos vivendo estávamos cumprindo os desígnios de Deus. Será que gastar 16 horas do dia só para o trabalho, viajar diariamente, desgastar-se no trânsito e acabar com a saúde era o caminho? Não ter tempo e saúde para a família e os irmãos depois dessa correria, não ter tempo para Deus já que estávamos sendo consumidos pelo cansaço? Rezávamos e pedíamos para que Deus nos ajudasse a mudar de vida. Uma mudança grave e drástica ocorreu em janeiro deste ano. Após o Carlos sofrer a quinta cirurgia de fístula e abcesso perianal, veio o diagnóstico de um câncer de ânus e reto. Outra cirurgia, amputação do tumor, a colostomia, agora, a quimioterapia, a radioterapia diária, a fraqueza e o mal-estar. A grande mudança de nossa situação finan-

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ceira, o parar (talvez momentâneo) de trabalhar, a dependência da previdência social e todos os problemas que decorrem desta virada, as contas não param, as crianças precisam continuar na escola, os tratamentos caríssimos, os remédios, o plano de saúde ... Esta situação nos deixou nos primeiros momentos em choque, sem chão, sem parâmetros. O que fazer agora, como superar e aceitar? Aí, neste ponto, entram as maravilhosas obras que Deus faz em nossas vidas. A união e a coragem que conseguimos ter um com o outro (nosso cônjuge) nos faz continuar, nos faz ainda neste momento esperar o dia seguinte, a força de nossos filhos adolescentes, tentando esconder seus medos e suas revoltas, as idéias que têm para que os dias sejam melhores, as vendas na faculdade para não precisar pedir dinheiro, tudo isso nos faz ver o dedo de Deus nos apontando que o amanhã será melhor. A força de nossos familiares, de nossos irmãos de equipe adotando nossos filhos como seus, cuidando e consolando-os e o amor tão especial de alguns que nos adotaram como filhos, cuidando diariamente de nós. Outros menos conhecidos, porém agora também muito amados que nos trouxeram junto com seu sorriso e sua presença, a presença confortante, o Alimento, Cristo Eucarístico, semanalmente em nossa casa. Estes sinais de Deus em nossas vidas nos fazem diariamente levan-


tar, lembram-nos que Deus é Pai e nos ama muito, que tem um plano para nós, que dia a dia iremos desvendando. E a cada dia, nas horas que a tristeza está presente e o desânimo quer tomar conta de nós, Nossa Senhora, nossa Mãe, cobrenos com seu manto e ajuda-nos a continuar.

Por tudo isso, devemos, juntos com Ela, proclamar as maravilhas que o Senhor faz por todos nós. Amém!

Carlos e Helô Equipe 28 N. Sra. da Divina Graça Sorocaba, SP

UM OlA ESPEC1Al E UMA REUNlAO DlFERENTE

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Equipe 4, Nossa Senhora de Fátima- Setor Pesqueira, PE, realizou uma reunião diferente, em Garanhuns PE, na casa do seu Sacerdote Conselheiro Espiritual, Dom Bernardino Marchió - Bispo de Pesqueira. Até aí, nada de muito especial. Acontece, que esta casa fica na Fazenda da Esperança local onde vivem jovens dependentes que querem se livrar do álcool ou outras drogas. Ao chegarmos na Fazenda participamos da Santa Missa, em que ouvimos alguns depoimentos e testemunhos de recuperandos. Naquele domingo, dia 19 de agosto, celebrávamos a Assunção de Nossa Senhora, momento oportuno para mergulhar na vida de Maria. Após o almoço, realizamos a reunião formal em que houve a partilha e a coparticipação.

A fazenda nos inspira e nos convida a refletir sobre a vida: lá encontramos espiritualidade, trabalho e convivência fraterna. A vida na fazenda é fundamentada nas frases do Evangelho, sobretudo naquelas que se referem ao amor de Deus e ao próximo.

Betinha e ]osias Eq. 4- N. Sra. de Fátima Setor Pesqueira, PE betinha.pires @bol.com.br

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MlSSOES POPUlARES

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o período de 18 a 25 de no- bro de 2001, regressando no final vembro de 2001, na Prelazia do mês. de Cametá, PA, acontecerá Heloisa e Toninho a semana das "santas missões poEq. 6A - N. Sra. da Piedade pulares". Belo Horizonte, MG O projeto de Igrejas irmãs, é uma proposta de testemunho de solidariedade entre as dioceses do sul/sudeste e as dioceses do norte/nordeste. Assim, fazendo parte deste projeto, é que a Arquidiocese de Belo Horizonte e a Diocese de Luz, MG, têm, como Igreja irmã, a Prelazia de Cametá, no Pará. Em 1998, nós estivemos fazendo parte dessa "semana" e, neste ano, retornaremos para mais uma vez tomar parte deste serviço missionário. A nossa alegria é maior ainda, pois, o nosso objetivo de ser um casal missionário é iluminado pela nossa participação nas Equipes de Nossa Senhora e, em cada lugar que vamos, falamos muito do nosso Movimento. DE AR.QUJDiocEse Sabemos que em Belém, BELO HOD•~~ ·~NTE PA, há muitas equipes e cheDIOCESE ~E LUZ - MG gamos até a nos encontrar com alguns casais dessa cidade. PRELAZIA DE CAl'f.E A nossa viagem misPARA TA sionária está marcada para o dia 5 de novem-

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AS PEDRAS GRANDES

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m professor de ciências de um colégio queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Ele pegou um vaso de boca larga e colocou algumas pedras dentro. Então perguntou a classe: - Está cheio? Unanimemente, responderam: -Sim! O Professor então pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos se alojaram nos espaços entre as pedras grandes. Então, perguntou aos alunos: - E agora, está cheio? Desta vez alguns estavam um tanto cépticos, mas a maioria respondeu: -Sim! O professor então levantou uma lata de areia e começou a derramá-la dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre os pedregulhos. Pela terceira vez o professor perguntou: -Então, está cheio? A maioria dos alunos estava receosa, mas novamente muitos responderam: -Sim! O professor então mandou buscar um jarro de água e jogou-a dentro do vaso. A água saturou a areia. Neste ponto, o professor perguntou

para a classe: -Qual o objetivo desta demonstração? Um jovem e brilhante aluno levantou a mão e respondeu : - Não importa o quanto a "agenda" da vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá "espremer" dentro mais coisas! - Não, respondeu o professor. O ponto é o seguinte: a menos que você coloque as pedras grandes em primeiro lugar dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. As pedras grandes são as coisas importantes de sua vida: sua família, seus amigos , seu crescimento espiritual e pessoal. Se você preencher sua vida somente com coisas pequenas, como demonstrei com os pedregulhos, com a areia e com a água, as coisas realmente importantes nunca terão tempo nem espaço em sua vida. Quando estiver incomodado com a falta de tempo para fazer suas coisas, lembre-se da história sobre as pedras grandes e o vaso.

Colaboração de Vera Lúcia e Edson Equipe 3 N. Sra. Mãe do Bom Conselho Bady Bassitt, SP

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Meditando en1 Equipe Neste mês de novembro, as equipes do nosso Movimento estão convidadas a fazer o balanço do ano. Precisamos olhar a história não como um amontoado de problemas e falhas, mas com realismo. Vamos saber enxergar a mão de Deus nos acontecimentos. Vamos tirar lições de nossas fraquezas . Vamos reconhecer a força de Deus em nossas limitações.

Mediten1os un1 pouco Leitura : Lucas 14, 28-33

Sugestões para a Meditação Jesus nos convida a parar, rever a caminhada . Você acha importante fazer isso com os membros de sua equipe? Devemos ter um ponto de referência . Para Jesus era o Reino do Pai. E para nós das Equipes de Nossa Senhora? Neste ano nós construímos o Reino em nossa família, em nosso Movimento, em volta de nós? Padre Ernani

Oração Litúrgica Salmo 34, 1-7

Bendirei o Senhor em todo tempo, seu louvor estará sempre na minha boca . Eu me glorio no Senhor, ouçam os humildes e se alegrem . Celebrai comigo o Senhor, exaltemos juntos o seu nome. Busquei o Senhor e ele respondeu-me e de todo temor me livrou . Olha i para ele e ficareis radiantes, vossas faces não ficarão envergonhadas. Este pobre pediu socorro e o Senhor o ouviu, livrou-o de suas angústias todas.


Guia das Equipes de Nossa Senhora Este documento encontra-se à disposição no Secretariado.

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Preço

R$ 4,00

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal

R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 E-mail: secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br Home page: www.ens.org.br


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