ENS - Carta Mensal 366 - Setembro/2001

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°366 • Setembro/

Fazer a "Escuta da Palavra"

É Apena "Ler a Bíblia"? .............. 02 Reunião o Colegiada Internacional .............. 04 Palavra o Provincial a", com Muitos Fatos ... 06 MOVIMENTO A História de uma Equipe ............ 08 A Arte de Viver em Equipe .......... . 1O São Paul , Modelo dos Cas is Ligação ..................... 12 Pilotagem Água Boa, MT .. ........... 13 Mutirão ............. ...................... .... 14 Sessão d Formação: Quanta iqueza ...... ... ..... ........ .... 16 Criação ma Coordenação de Vitóri , Es ................. ....... ... ... . 1 7

2001

ATUALIDADE 14° Congresso Eucarístico Nacional .................... 26 A Igreja Comprometida com os Pobres ... ................. ... ..... . 2 8 Quando Vamos Entender? .. ......... 30 Vamos Envelhecer? .... ............ ..... . 32 COMUNICAÇÃO Programa "Momento da Família" .. ......... ... .. 34 Rede Milícia Sat ........... .. ... ... .. ...... 35 TESTEMUNHO Um Milagre de Santo Antônio ......................... 36 Um Anjo no meu Caminho .......... 39 Toda Fam ília Equipista Deveria Ter uma Guguinha .......... 40 Quando Deus nos Dá uma Missão ..... ... ............... .... 42 PALAVRA DO LEITOR ............. ...... 44

MÊS DA BÍBLIA A Bíblia ....................................... 18 E INFORMAÇÕES .. ..... 20 PARTILHA E PCE Retiro: A Propósito dos Retiros .. .. . 25

Carta Mensal

é Lmw publicaç&' memal diJS Equipei de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos

(n•sponsáveis) Wilmu e Orlando Soely e Luiz Augusto

Lucinda e Marco Janete e N<'lio Pe. Ernani J. Angelini (com. espiriwaiJ Jornalista Responsável: Catherine E. Nada5 (mtb J9RJ5J Editoração E/etrôuica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Lula.

REFLEXÃO A Parábola do Sapo Fervido ... ... .. .. ...... ............... 46 Eu ......... ...... ... ... ................ .. ........ 47 Uma História de Ursos, Onças e Morangos ...................... 48

R. Venâncw Ayres, 931 · SP Fone: (0xx11) 3873.1956 Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° anda r . conj. 53

Impressão:

Quebecur \Von/ São Paulo Tiragem desta edição: 15.300 exemplure.1·

0/309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxxll) 256. 12 12 Fax: (Oxxll ) 257.3599 cartamensal @ens.org.br A/C Cecília e José Carlos


Queridos irmãos equipistas: Os primeiros sinais da Primavera estão no ar. A natureza, sempre fiel, já se prepara para uma renovação e se enfeita com uma veste nova. Por toda parte, vão surgindo os mais lindos tons de verde e as flores coloridas, que embelezam nosso mundo atribulado. Se olharmos à nossa volta, veremos quanta beleza que nos cerca ainda, apesar dos inúmeros problemas que o nosso país está vivendo. Será que não poderíamos melhorar um pouco as coisas se, como parte da Natureza, como filhos amados do Deus Criador, aproveitássemos este tempo para louvar e agradecer ao Pai, renovar nosso entusiasmo e esperança e pôr mais cor na nossa vida e mais calor no nosso coração e nas nossas relações com os outros? Para nos ajudar nisso, a nossa Carta Mensal chega neste mês de setembro, cheia de muita coisa boa que vocês gostarão de ler. Nosso querido casal Responsável pela Super-Região Brasil, Sílvia e Chico voltou dos Estados Unidos, onde participou da reunião do Colégio Internacional, tinindo de entusiasmo, encantado com o acolhimento com que foram recebidos pelos equipistas de lá e cheios de notícias "quentes" para todos nós. Essa mesma força e garra vamos sentir num excelente artigo que, a partir de uma análise séria de nossa realidade, vem nos lembrar do compromisso que nossa Igreja tem com os pobres, pois o nosso Deus, o Deus da vida, "op-

tou, explicitamente, pela erradicação da pobreza". Temos também uma reflexão sobre o mês da Bíblia e uma visão completa e enriquecedora do que é a Escuta da Palavra (padre Flávio Cavalca), um dos nossos pontos concretos de esforço. Um artigo sobre o Casal Ligação vem tirar as dúvidas sobre a importância do papel que ele desempenha na vida das Equipes. Um dos tesouros de nossa Carta são os testemunhos. Por isso, são sempre muito apreciados por todos os leitores. Não tenham dúvida em nos enviar suas experiências de equipistas conscientes e atuantes. Entre os publicados neste mês, temos testemunhos jovens de pessoas maduras, gente admirável que nos ajuda a levar com mais alegria a nossa própria vida e a história da Guguinha, relatada, com ternura paternal, por um conselheiro espiritual. Para terminar, gostaríamos de pedir a todos que nos escrevam, não só para nos enviar artigos, mas também para nos dar idéias novas e conselhos que nos ajudem a fazer melhor as coisas que já fazemos. A Carta Mensal é feita por equipistas, para os equipistas. Ela conta nossa história, os tropeços e as vitórias de nossa caminhada. A sua contribuição é muito importante. Boa leitura para todos! Com o nosso grande abraço fraternal,

Equipe da Carta Mensal


FAZERA "ESCUTA DA PAlAVRA" , , E APENAS "LER A BlBllA"? icipando de reuniões rniss, ou de retiros, quase semp e ouvimos falar da "escuta da Palavra", como se consistisse apenas nurria leitura, ou simplesmente numa leitura da Bíblia. Até que ponto isso corresponde à "tradição" das Equipes? Antes de responder, temos de começar olhando os textos oficiais do Movimento. Temos em primeiro lugar a "Carta" das ENS (a partir de 1970) que diz assim ao falar das obrigações: "proceder assiduamente à leitura da Palavra de Deus, cada qual tendo a liberdade de escolher a maneira de fazê-lo durante o mês" (veja: Documentos Básicos, p. 12). No texto seguinte, "O que é uma Equipe de Nossa Senhora" (Documentos Básicos, p. 24), fala-se apenas em "escutar assiduamente a Palavra de Deus"; o mesmo podemos ler na "Segunda Inspiração" (Documentos Básicos, p. 39). Nos dois últimos textos, a leitura foi substituída por escuta. No "Guia das Equipes de Nossa Senhora" que está para ser publicado em português (uso ainda o tex-to francês de setembro de 2000) conserva-se o termo escutar. Implicitamente, ali se explica porque falar em escuta mais do que em leitura: é que estamos diante da palavra de Deus . Deus fala por amor, para se manifestar a nós; manifestação que é gesto de quem quer estabelecer um relacionamen-

A escuta da Palavra deve levar-nos a uma atenção continua para sempre fazer o bem, escolher o certo, descobrir as exigências do amor.

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isso às vezes não será suficiente recorrer à Escritura; será preciso ampliar nossa busca. Teremos também de refletir, pesar, meditar, pedir conselho a alguém, ler algum texto onde possamos encontrar a resposta que procuramos, ouvir uma gravação, ver um vídeo, procurando uma resposta concreta para uma pergunta concreta. A escuta cotidiana da palavra (pelo contato diário com a Escritura) irá desenvolver em nós essa atitude contínua de discernimento, de maneira que nossa vida toda seja sempre orientada pela vontade de Deus; que estejamos sempre atentos para perceber os acenos de Deus, mesmo os mais ligeiros e disfarçados. A escuta da Palavra deve levar-nos a uma atenção contínua para sempre fazer o bem, escolher o certo, descobrir as exigências do amor. Se não temos, de momento, um problema concreto, mesmo assim freqüentemente, durante o dia, temos de nos colocar diante de Deus, dispostos a escutá-lo (escuta que é obediência) de maneira que continuamente estejamos controlando o rumo de nossa vida, sempre na direção dele. Só para não esquecer: a escuta e o discernirnento podem e, às vezes, devem ser de cada um ou do casal. Isso andei pensando ao reler alguns textos das Equipes de Nossa Senhora. Gostaria de saber qual sua opinião, ou da sua equipe.

to pessoal de amor com alguém. E Deus quer, fundamentalmente, falar-nos sobre si mesmo e sobre nós, sobre suas propostas de amor para o nosso bem. Das outras coisas, do mundo, dos acontecimentos e de tudo o mais, fala apenas enquanto isso tem alguma relação com nossa felicidade. Logo em seguida se diz como Deus nos fala: "pela criação, pelas Escrituras, pelas intervenções na história humana, pelos profetas e principalmente por seu filho Jesus". O "Guia", porém, ao falar do PCE escuta, deixa claro que se está propondo uma leitura atenta, com ouvidos abertos, da palavra de Deus na Bíblia: "É por isso que as ENS convidam todos a freqüentar cada dia a Palavra de Deus, consagrando algum tempo a ler uma passagem da Bíblia, especialmente dos Evangelhos, meditando-a em silêncio, para compreender mais o que Deus lhes diz através das Escrituras". É normal que essa escuta leve a alguma forma de oração interior, de pedido, louvor, etc., mas nem por isso se confunde com a meditação ou oração interior, que pode ser feita de muitas maneiras ou seguindo muitos "métodos", o que não vem ao caso repetir no momento. Falando do PCE da escuta, podemos lembrar uma outra atitude importante que precisa ser desenvolvida no caminho de procura da perfeição: o discernimento. Há situações na vida que exigem uma decisão especial, quando precisamos discernir a vontade de Deus num caso concreto e especifico: para

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE da Super-Região 3


REUNlÃODO COlEGlADO lNTERNAClONAl Olá, gente amiga!

trocarmos palavras incompreensíveis para uns e outros, mas traduzidas em gestos de carinho e ternura de irmãos. Que alegria, na pluralidade das línguas ouvir, o nosso familiar "bom dia", através do nosso querido casal responsável super-regional português Tó e Zé. Além dos 6 casais que compõem a ERI- Equipe Responsável Internacional - e dos Casais Responsáveis das 9 Super-Regiões do mundo, tinham sido convidados os casais Regionais, da Síria, do Canadá e da África francofônica (países que falam a língua francesa). Tivemos a oportunidade de conhecer o Padre Fleischmann, Conselheiro Espiritual da ERI, e outros três sacerdotes conselheiros espirituais. Não podemos esquecer, naturalmente, da equipe de apoio constitu-

Desta vez foi em terras da América, pertinho de Houston, a terra dos foguetes. Primando pela acolhida, os irmãos equipistas americanos demonstraram toda a sua hospitalidade. Fomos recepcionados no aeroporto por Dana e suas duas filhas que nos conduziram até o local do encontro, na cidade de Dickinson, num colégio dos padres oblatas. Como esta foi nossa terceira particip~ção no Colegiada Internacional? sentuno-nos em casa, reencontrando grandes e velhos amigos, vindo de países distantes, mas com os quais se pode compartilhar aquela velha amizade, marca registrada das Equipes de Nossa Senhora. Que gostoso ouvir os "ça va?", "bon giorno", "how are you?", "bienvenido" e 4


mente indicado, irá compor a equipe satélite encarregada do tema Missão. Espera-se que essa mudança na forma de trabalho possa trazer um maior dinamismo às atividades do Movimento em nível mundial. Com isso, o Casal Responsável Internacional, Marie-Christine e Gérard, terá mais oportunidade de atuar no contato com os conselhos pontifícios do Vaticano e também junto aos dirigentes mundiais de outros Movimentos leigos, com os quais se anseia um maior entrosamento. A parte formativa da reunião foi muito produtiva, tendo sido apresentadas reflexões por cada um dos 9 Casais Super-Regionais, cabendo a nós o tema: "Casal Humano: Imagem de Deus Trinitário". Os demais assuntos, inclusive novos documentos aprovados, serão oportunamente trazidos ao conhecimento de todos vocês. Não poderia ter faltado uma tarde de folga, onde fomos convidados pela Super Região Estados Unidos a uma visita à NASA e depois a uma missa e gostosa confraternização com os equipistas americanos e toda a equipe daquela Super-Região. Aqui de longe, deixamos o nosso agradecimento aos irmãos equipistas dos Estados Unidos pelo elevado senso de fraternidade e hospitalidade que não pouparam em demonstrar a todos nós. Finalizando, deixamos a vocês, o nosso sempre fraterno e caloroso abraço.

ída por equipistas americanos que cuidavam da casa, sempre prontos a atender as nossas necessidades, das quatro tradutoras, e do casal responsável pelo Secretariado Internacional do Movimento. De 20 a 25 de julho último, foram dias de trabalho: formação, convivência, oração e discernimento sobre as coisas do Movimento. Impossível, no curto espaço deste artigo, falar de todos os acontecimentos, mas algumas coisas importantes não podemos deixar de comunicar. Ocorreram mudanças na forma de trabalhar da ERI, com uma redistribuição das ligações, que anteriormente eram baseadas no aspecto lingüístico, e agora passaram a ter mais um cunho geográfico. Assim, as três Américas, compreendendo três Super-Regiões: Estados Unidos, Hispano-América e Brasil, além da Região Canadá, passam a ser uma nova região de ligação. E sabem quem é o nosso casal ligação da ERI? Nada mais, nada menos que nosso querido casal brasileiro, Maria Regina e Carlos Eduardo, a quem damos as boas vindas em nome da Super-Região Brasil. Outra novidade muito interessante foi a criação de 5 (cinco) Equipes Satélites, que não correspondem a qualquer nível hierárquico intermediário, mas apenas equipes de reflexão e apoio para assessorar a ERI nas áreas de Formação, Pedagogia, Pesquisa/Reflexão, Missão, Comunicação. Essas equipes satélites terão uma composição internacional, abrangendo o maior número possível de países. Um casal brasileiro, a ser breve-

Silvia e Chico CR da Super-Região 5


PALAVRA DO PROVlNCJAL

"SER PESSOA", COM MUITOS FATOS

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oube-nos, neste mês, continuar a série de artigos sobre "Ser pessoa", primeira etapa de reflexão da Prioridade "Ser casal cristão hoje na Igreja e no mundo". Este é o mês da Bíblia no qual celebramos, também, a festa da Natividade de Nossa Senhora, a festa de São Mateus e a memória de Nossa Senhora das Dores. Fatos mais do que suficientes para se escrever um livro. O desafio a que nos propomos é, de maneira resumida, costurá-los ordenadamente, a fim de nos fazermos entender. Acontece que, além dos fatos acima, estamos sugestionados por dois livros que lemos recentemente: "O livro das virtudes II - O compasso moral" de William J. Bennett e "Einstein e a Religião" de Max Jarnrner. Aí, Deus nos ajude! O livro de J. Bennett, logo nas suas primeiras páginas, reproduz o antigo e sempre belo "Meus oito anos" (Casimiro de Abreu): Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, Da minha infância querida que os anos não trazem mais. Naqueles tempos ditosos ia colher as pitangas, trepava a tirar as mangas, brincava à beira mar; Rezava às Ave-Marias, achava o céu sempre lindo; adormecia sorrindo e despertava a cantar!

cia querjda, pois não está para adormecer sorrindo e spertar cantando. Vivemos uma época de crise generalizada. Somos uns desvalidos de segurança, de atenção, de consideração. Os poderosos representam nos picadeiros dos seus circos, travestidos de lobos, abusando das mentiras e falsidades, oprimindo e usurpando a todos, cordeiros indefesos, sem voz, sem vez. A vontade que temos é de pedir a Deus que realize, hoje, o Magnificat, abatendo os poderosos dos seus tronos, ou, pelo menos, iluminando-os para que, num repente de lucidez, leiam e reflitam o livro de William Bennett, ou quem sabe, curados por Sua misericórdia, miremse no exemplo do cobrador de impostos, que deixou o dinheiro para seguir o Senhor, tomando-se o apóstolo e evangelista Mateus, homenageado neste mês. Diante de tantos desatinos no nosso mundo de hoje, neste 15 de setembro, além de oferecermos nossa devota e afetuosa meditação sobre a dor 6


de Maria, aceita na Redenção mediante a cruz, seria bom refletirmos, também, que Nossa Senhora das Dores continua em lágrimas pelos sofrimentos dos seus filhos mais carentes. O que fazer para superar esta crise? A saída nos é dada pelo Pe. Bartolomeo Sorge sj: "Para voltar a subir o declive da crise, é preciso recomeçar do reconhecimento da pessoa como imagem de Deus, e sobre isso fundamentar a família e construir a sociedade. Tudo o que fizermos para afirmar e defender a concepção transcendente do homem e os seus direitos, encaminha-se rumo ao futuro. Trata-se, portanto, de intensificar aquilo que vós - Equipes de Nossa Senhora -já fazeis, persistindo ainda mais sobre a formação das consciências, sobre a vida de oração e sacramental, sobre a escuta da Palavra de Deus, até chegar, com a sua graça, ao conhecimento e encontro pessoal com Deus Vivo, à conversão da vida na fé." Setembro, mês da Bíblia, mês da Palavra de Deus. Esta Palavra faz a diferença: Albert Einstein, possivelmente o maior físico teórico de todos os tempos, embora se julgasse profundamente religioso por acreditar num espírito manifesto nas leis do universo, negava a existência de um Deus pessoal, que, para ele, parecia um conceito antropomórfico que não podia levar a sério. Pensamos que, por extensão, nos negava, também, esta condição de ser pessoa criada à imagem de Deus, de onde emana toda a nossa dignidade. A filosofia da re-

ligião de Einstein nunca transcendeu o âmbito do racional. Em outro extremo, um rude pescador da Galiléia, que por física só entendia o esforço a ser despendido no jogar e recolher as redes, em busca de peixe. Pedro, de filosofia, nada entendia. Em várias situações encontramo-lo atónito, não entendendo nada do que se passava; rendiase à sua ignorância e abandonavase ao magnetismo de quem tinha palavras de vida eterna: "Mestre, por causa da tua palavra... " Esta Palavra faz a diferença: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus." (Mt 16, 17) Dia 8 de setembro, festa da natividade de Nossa Senhora. Porém o verdadeiro significado e o fim deste evento é a encarnação do Verbo. Esta foi a missão de Maria. Talvez a nossa vocação nas equipes nos leve a identificar-nos com ela: Tomar possível a encarnação de Jesus no nosso sacramento para, em seguida, O oferecermos a outras famílias. É urgente voltar a lançar os fundamentos da fanu1ia sobre o valor absoluto de que ela é querida por Deus. De que todos somos amados e queridos pelo Senhor. Isto é tomar consciência do "ser pessoa", sujeito de uma dignidade transcendente e com direitos inalienáveis. Conhece ó criatura humana, a tua grandeza! O Senhor fêz por nós maravilhas, santo é o seu nome!

Márcia e Luiz Carlos CR Província Nordeste 7


A HlSTÓRlA DE UMA EQUIPE/

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é poderíamos começar como omeçavam as histórias do osso tempo de criança: era uma vez ... Pois foi assim mesmo. Era uma vez um grupo de casais desejosos de viver o melhor possível, na sua vida conjugal, tudo o que o Cristo nos ensina no seu Evangelho. Meu marido e eu pertencíamos a esse grupo. Um vento bom soprou sobre nós e o Espírito Santo pôs em nosso caminho a notícia das reuniões que alguns grupos de casais realizavam na França, sob o nome de Equipes de Nossa Senhora. Cheios de ardor e de esperança, confiando o presente e o futuro à Maria Santíssima, demos corajosamente os primeiros passos. Procurávamos seguir os casais franceses na vivência do que para nós era um caminho novo há muitos anos procurado. No começo foi difícil. Nunca podíamos dizer exatamente quantos casais éramos, pois muitos entravam e saíam tentando experimentar. Após um ano, ou mais, nossa equipe fixou-se em seis casais, auxiliados por um jovem sacerdote canadense, padre Oscar Melanson, c.s.c., que a Providência nos enviou, como outrora enviara o anjo Rafael para acompanhar o jovem Tobias. Sofremos. Caímos e nos levantamos lutando com os fatores negativos que o mundo semeia no caminho dos que desejam seguir a Cristo mais de perto. No entanto, per-

~~ll,rrlós

e vencemos. Em 1954, numa união ~~Iili ta dos casais respon áveis das qua tro equipes da cidade de São Paulo, um deles sugeriu que, além da designação numérica, cada equipe acrescentasse ao seu nome uma invocação de Nossa Senhora. A idéia foi aceita e a nossa equipe passou a chamar-se Equipe 1 -Nossa Senhora das Graças. O tempo foi passando e, pouco a pouco, esta equipe que a certa altura contava com um número maior de casais, foi encolhendo. Morte de dois equipistas. As viúvas não quiseram continuar sozinhas no Movimento. Doenças, reduziram-nos, ao cabo de alguns anos, a quatro casais. Era muito pouco para ocupar a atenção de um Conselheiro Espiritual, num país com tanta falta de sacerdotes. Fundimo-nos, então, com a Equipe 5 - Nossa Senhora do Rosário, que também estava com quatro casais, mas possuía um Conselheiro Espiritual, o que no momento nos faltava. 8


Nesse ínterim, contávamos também com um casal português, dos muitos que procuraram o Brasil, entre eles vários equipistas, quando o regime político mudou em Portugal. Maria da Piedade e Antônio Ascensão trouxeram para nossa equipe uma contribuição de valor por sua cultura, sua fé e seu amor ao Movimento. Alguns anos depois, voltaram à sua pátria mas a amizade começada no Brasil ainda continua. Visitamo-nos sempre que há oportunidade. Porém, o tempo continuou sua marcha. Alguns anos depois, pelas mesmas razões já citadas, éramos novamente quatro casais e um Conselheiro. Recebemos, então, com muita alegria e abertura, dois casais oriundos de uma equipe que se desfizera. Foi assim que llvaíta e Aly, Carmen e Cícero rodearam-nos com seu apoio e dedicação e o exemplo de uma vivência que nos edificava. Podemos dizer que a sua ajuda a nós, idosos, estimula-nos a continuar perseverantes e fiéis nesse caminho começado há 51 anos. Somos hoje 3 casais, um viúvo e uma viúva idosos e os dois casais que têm quase a idade de nossos filhos. Desejamos muito a adesão de mais um casal. Alguém se habilita? As mudanças de Conselheiros Espirituais chamados a levar seu zelo apostólico a outras paragens, embora nos deixassem um tanto desamparados na ocasião, também nos traziam um enriquecimento. Em todos eles sentíamos a presença de Cristo que continuava a nos conduzir utilizando-se das diferentes personalidades de cada um.

Devemos essa facilidade em acolher novos membros e novos conselheiros ao fato de sempre pensarmos em termos de Movimento. Não pertencíamos a uma equipe, mas a um Movimento onde todos sentíamo-nos como irmãos e era como irmãos que os acolhíamos. A bem da justiça e da verdade, é preciso dizer que, ao longo desses 51 anos, nossa equipe sempre deu ao Movimento sua colaboração. No passado, a organização dos Círculos Familiares, precursores das atuais Experiências Comunitárias, por Conceição e Pacheco. Lourdes e Naclério que os fundaram e dirigiram por mais de 15 anos. Iniciamos os Retiros em silêncio para casais, dirigidos pelo casal Volpi durante os primeiros dois anos e depois pelo casal Villac por mais de 12 anos. Além disso, havia os vários trabalhos assistenciais em nossas paróquias e em outras obras, incluindo a catequese. A participação na Assistência Vicentina e em reuniões de espiritualidade continuam até hoje. Enquanto nós, mais idosos, procuramos ser o "Jardineiro Invisível" que rega a semente, pelas suas orações e as suas vidas, os dois casais mais novos trabalham no curso prématrimônio, colaboram em uma creche e na sua comunidade. Assim, aquele impulso apostólico continua e, por tudo isso e pelas graças recebidas, agradecemos e louvamos o Senhor.

Nancy C. Moncau Equipe JD - N. Sra. das Graças São Paulo, Capital 9


A ARTE DE VlVER EM EQU1PE

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"Rogo-vos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais de pleno acordo, e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito, e no mesmo sent imento". (1Cor, 10)

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estatutos das Equipes de ossa Senhora exemplificam muito bem o idealismo da vivência em Equipe: "Porque co-

nhecem a própria fraqueza e a limitação das próprias forças, como também da boa vontade que os anima; e porque depositam uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraternal, decidiram unir-se em Equipe". Complementando, o documento de nossa reflexão "Ser Casal Cristão hoje na Igreja e no Mundo" nos ensina que

"jazer parte de uma Equipe, é pois, ousar sair de si mesmo, abrir-se, pôr de lado suas opiniões já prontas, deixar sua segurança bem estabelecida para se aproximar dos outros, para observá-los, para ouvi-los, para partilhar com eles uma boa nova, para levar em conta suas esperanças e seus sofrimentos e nunca se esquivar diante dos apelos e das necessidades que cada um pode descobrir no seu caminho". Acreditamos que o caminho que Deus apresenta às Equipes é uma estrada de mão única que leva ao amor e à conversão. Já os caminhos da vivência dentro de uma comunidade são estradas de mão dupla, onde trafegam a reciprocidade, o perdão, a compreensão, a doação ao próximo. E é certo que nesse cami-

nho sempre aparecerão obstáculos. Para alguns, a caminhada pode parecer compromisso, mas com certeza para muitos ela será constantemente um encontro, uma descoberta, uma bênção. Entendamos que não é só com os pés que caminhamos; com o pensamento, atingimos qualquer lugar e com o coração podemos ir a todos os irmãos do mundo. Não se vive a fé apenas individualmente. A fé só será plena e crescerá mais, na medida em que se caminha com a comunidade, na busca e no cumprimento da vontade de Deus. Observe os dons que o Senhor colocou em suas mãos, o local que Ele escolheu para você viver e as pessoas no meio das quais Ele fez você caminhar, e você descobrirá a missão que Deus lhe destinou. O valor de seus atos não decorre de sua importância humana, mas sim, do grau de presença, de disponibilidade e de amor que você coloca nessas ações. Em algumas ocasiões, nas Equipes, cria-se um clima enganoso de tranqüilidade que, na realidade é de apatia, de indolência, de indiferença. Nós, cristãos, que deveríamos buscar uma santidade de vida, deixamos, às vezes, a vida correr morna e sem motivação. É normal a experiência humana de fragilidade. A nossa vida é feita de vôos altos, e, ao mesmo tempo, do rastejar de nossos problemas diários. 1o


Nesses momentos é que devemos colocar nossas vidas nas mãos do Senhor. Ele é força, amparo e vem nos fortalecer em nossa humana fragilidade, mostrando-nos que o caminho do nosso crescimento está no diálogo, no perdão, no verdadeiro desejo de fazer os outros felizes, e de ser ajudado por pessoas amigas que nos mostram novos caminhos. Uma equipe feliz é aquela em que se respira alegria, e a alegria é resultado da maneira simples de se viver a vida. Procuremos criar sempre, dentro de nossas equipes, a alegria da solidariedade e de uma profunda amizade cristã. A amizade é a linguagem comunicada pelo coração de Deus e a solidariedade é o jeito humano de se viver o mandamento do amor. Sejamos amigos que apontam a realidade, mas que acreditam na verdade dos outros. Amigos que falam com o olhar, que partilham todos os momentos, que se esquecem de si mesmos para não se esquecer dos outros; amigos que vivem na verdade, que têm sempre um tempo reservado para ouvir seu irmão. Se qualquer vento é o bastante para derrubar uma árvore que não tem raízes, criemos com nosso próximo , raízes sustentadas em Deus, no amor e no perdão. Sejamos, responsáveis, solidários, presentes. E sejamos tolerantes. Tolerância é a capacidade de aceitar o diferente. Intolerância é não suportar a pluralidade de opiniões, de posições e de idéias, como se a verdade fizesse morada somente em nós e todos devessem buscar a luz sobre nosso teto. Alguns são intolerantes a

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O valor de seus atos não decorre de sua importância humana, mas sim, do qrau de presença, de disponibilidade e de amor que você coloca nessas ações.

ponto de enxergar o outro como um potencial discípulo, que deve sempre acatar suas opiniões, e não enxergam que a verdade só pode ser alcançada pelo esforço comunitário. Só o amor pode tomar um coração verdadeiramente tolerante, porque quem ama não contabiliza ações e reações do seu próximo e faz da sua vida um gesto de doação. Para desenvolver a arte de viver em equipe vale como regra o perfil descrito por São Paulo no seu "Hino ao Amor" (lCor 13, 4-7). Tem bom convívio cristão aquele que é "paciente e prestativo, não é invejoso nem ostenta, não se incha de orgulho e nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita nem guarda rancor. Não se alegra com a injustiça e rejubila-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

Edna e Renato Eq. 7 - N. Sra. Aparecida José Bonifácio, SP (Boletim Mensageira, abril 2001) 11


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SAO PAULO, MODELO DOS CASAlS LlGAÇÃO "E

xortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão", escreveu à "Equi-

pe Corinto 1" o seu Ligação, anos atrás. Ele tinha fundado e pilotado essa equipe, e continuava a orientála de longe, respondendo aos relatórios que, periodicamente, dela recebia. Não sabemos se era solteiro ou viúvo, pois não encontramos referência à sua mulher. Ele é, entretanto, o modelo de todos os Casais Ligação. O Casal Ligação é o grande desconhecido nas nossas equipes. Perguntem a muitos equipistas: Quem é o seu Casal Ligação? Qual é a sua missão? Muitas vezes, grande parte deles não saberá responder. Entretanto, o Casal Ligação, figura imaginada e criada pelo próprio Pe. Caffarel, logo no início do Movimento, deve ser entendido e valorizado. A inspiração que levou a criar o Casal Ligação vem provavelmente da experiência de ordens ou congregações religiosas, das quais o Pe. Caffarel sempre esteve próximo. Em algumas delas, ao ser admitido um religioso ou uma religiosa, indica-se um religioso ou religiosa de maior experiência, denominado orientador, acompanhador, que o acompanhará durante algum tempo, responsabilizando-se por orientar os seus progressos na vida espiritual e na vivência dos carismas da Ordem ou Congregação em que entrou. Pois o Casal Ligação é justamen-

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te o orientador, o acompanhador, incumbido de orientar e acompanhar durante algum tempo o progresso espiritual de uma equipe e a sua vivência do carisma do Movimento e dos meios que ele oferece para que os seus membros cresçam na sua vida cristã de casal unido pelo Sacramento do Matrimônio, buscando a meta indicada pelo Pe. Caffarel:

"As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a tender para a santidade. Nem mais, nem menos". A diferença é que o orientador de um religioso está geralmente, mas não obrigatoriamente, próximo dele, morando na mesma comunidade, enquanto o Casal Ligação pertence a outra comunidade. A sua

O Casa1ligação é justamente o orientador, o acompanhador, incumbido de orientar e acompanhar durante a1gum tempo o progresso espiritua1 de uma eCflAipe e a sua vivência do carisma do Movimento. 12


missão, a sua responsabilidade espiritual é, contudo, muito parecid.a e de igual importância. O Casal LIgação é responsável pelo progresso no caminho da santidade da equipe que liga, devendo para isso preparar-se adequadam~nte, rez~r muito e orientar a eqmpe, atraves do seu Casal Responsável, com estímulos e, quando necessário admoestações, em cada resposta escrita que lhe envia ao receber o seu relatório mensal. Para isso, o Casal Ligação conta com o modelo e inspiração do apóstolo São Paulo, que foi o "Ligação" de numerosas "equipes", as comunidades que fundara ou que tinham si?o fundadas em muitas cidades por discípulos ou apóstolos, e por cuja fidelidade na fé cristã e progresso no caminho da santidade zelava sem cessar escrevendo-lhes regularmente, nu~a época em que não hav~a correio, e muito menos fax ou e-mail, dependendo de eventuais portadores, e visitando-os de quando em vez, não obstante as dificuldades de transporte então existentes. Ensina o apóstolo ao Casal Ligação: "Prega a Palavra, ins~ste a tempo e contratempo, corrzge, adverte, exorta, mas sempre com paciência e sem ' deixar de instruir". (2 Tim 4,2) E esse nosso Casal Ligação, que procura caminhar nos passos de São Paulo, o nosso "Anjo"; procuremos conhecê-lo, amá-lo e ouvi-lo, e rezemos por ele, como ele reza por nós.

PllOTAGEM ÁGUA BOA, MT

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cidade de Água Boa, no leste mato-grossense, viweu um dia especial, na data de 21 de abril, quando dois casais de Brasília, DF- Áurea! Boros e Sônia!Eiht, saíram da capital federal e se deslocaram para repassar o curso de Pilotagem, uma vez que estão para ser iniciadas algumas novas equipes, fruto das Experiências Comunitárias. Para os equipistas de Água Boa, foi uma bênção. E a surpresa foi geral, uma vez que a grande maioria d~s membros do Movimento de Agua Boa, participaram do curso de Pilotagem. Mesmo que muitos não tivessem a intenção de ser Casal Piloto, a experiência foi muito interessante, uma vez que muitos debates levaram a um aprofundamento e melhor conhecimento sobre as Equipes de Nossa Senhora. No domingo dia 22/04, foi feita uma reunião de informação aos casais das Experiências Comunitárias. Valeu muito mesmo. Foi a dedicação e o testemunho de amor ao Movimento, que os casais de Brasília deixaram no coração de cada aguaboense.

Monique e Gerard Duchêne Equipe IA - São Paulo, Capital 13

Lucia e Luiz Equipe 1 - Água Boa, MT IL---------~~~


MUTIRÃO/ a)

OBJETJVOS

Como o Manual da Formação das Equipes de Nossa Senhora define muito bem, o Mutirão tem como objetivo recordar a pilotagem, sistematizando os pontos básicos introduzidos naquele período. Os Mutirões devem ser realizados periodicamente pelas Regiões, atualizando e aprimorando a formação de casais equipistas. As Equipes de Nossa Senhora são uma escola de formação para nós, casais . Não se trata tão somente de aprofundar o conhecimento da nossa fé, mas de praticar o discernimento humano e cristão, que move tanto a razão quanto o coração na busca de uma mais estreita coerência entre a fé e a vida ... E esta coerência entre fé e vida, que o mutirão vai nos relembrar com muita ênfase, deveria ser a nossa obsessão cotidiana: tornarmo-nos verdadeiros. Se a nossa oração na Reunião Mensal é mais do que uma boa dissertação, e se traduz em algumas palavras despidas de eloqüência, de literatura, como se estivéssemos sozinhos perante Deus, um pensamento, um desejo, um sentimento profundo da alma, tornar-nos-emos Verdadeiros, como nos ensina o padre Caffarel. Se cada um fizer lealmente aquilo a que chamamos partilha (cada casal diz com toda a franqueza, se durante o mês decorrido, viveu os PCE), os membros da Equipe não

tardarão a se tornarem Verdadeiros. Parece tão natural que casais que se submeteram livremente a uma regra, juntos, e num espírito de ajuda fraterna, mantenham-se a par dos esforços e dificuldades de cada um! O mutirão está impregnado do auxílio-mútuo fraterno, para valorizar os esforços e procurar resolver as dificuldades, num ambiente muito alegre e acolhedor. Quando os casais de uma Equipe se esforçam por eliminar todas as mentiras, por se manter numa sinceridade total, então, como dizia um deles: "A comunhão dos santos entre cristãos que se tornaram transparentes uns aos outros, não é apenas um dogma em que se acredita, mas uma experiência que se vive".

Gilda e Gigi Eq. lA - Juiz de Fora, MG (do Boletim ReEncoNtroS Região Minas I)

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b) Mutirão 2001 REGIÕES CENTRO-OESTE 1 e 11 No dia 20 de maio de 2001, ocorreu mais um Mutirão das regiões Centro-Oeste I e II. Como sabemos, o Mutirão é uma grande oportunidade para nos atualizarmos com as atividades, as normas e as diretrizes das ENS, tendo por objetivo permitir que todos os casais possam se 14


manter afinados com os princípios do Movimento. Deste Mutirão participaram 56 casais, tendo como palestrnntes Rita e José Adolfo, padre Manoel e Lícia e Artur. O evento, como não poderia deixar de ser, transcorreu num clima de grande descontração e aprofundamento, tendo as palestras, as reuniões de grupos, o plenário e as reuniões de equipes sido bastante participativas, levando os casais a refletirem sobre sua participação nas equipes, na Igreja e no Mundo.

do Boletim "O Equipista" Regiões Centro-Oeste I e II Brast1ia, DF

c) Mutirão: MATO GROSSO DO SUl

Foram abordados os temas: A Responsabilidade nas ENS, em seus diversos níveis, a Reunião de Equipe e a Partilha. O evento serviu para que nós equipistas, recordássemos as principais premissas e pudéssemos levantar problemas e revisar conceitos e procedimentos e, assim, redirecionar esforços para um melhor aproveitamento e crescimento individual (Ser Pessoa), do casal, da equipe, do Movimento e da Igreja. Foram trabalhados os conceitos de auto-estima, responsabilidade e co-responsabilidade. Lembramo-nos que estamos sempre à serviço de Deus e de seu Reino, voltados para o nosso Movimento e para nossa farm1ia. Ficounos uma grande lição: Não podemos mudar primeiramente o mundo, sem mudarmos antes a nós mesmos.

Realizou-se em abril/2001, sob a coordenação dos Setores A e B de Campo Grande, o 1o Mutirão da Região Mato Grosso do Sul, das Equipes de Nossa Senhora, em Campo Grande, MS . Participaram 107 equipistas e 2 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. O encontro teve como pregador o padre Geomar A. dos Santos, SCE de Equipes de São José do Rio Preto, SP, que além de matar as saudades, veio trazer o seu vasto conhecimento sobre o nosso Movimento.

Nilza e Nivaldo CRR- MTIMS Campo Grande, MS

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SESSÃO DE FORMAÇÃO: QUANTA RlQUEZA!

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á alguns dias, tivemos a oportunidade de participar da Sessão de Formação- Nível I, juntamente com casais pertencentes às várias equipes de nosso Estado do Pará. Gostaria de confessar a vocês que, ao ser convidada a participar deste evento, senti-me mais uma vez fortemente tentada a não aceitar, até porque havia retomado recentemente do Cursilho, Movimento do qual também participo e como ser humano frágil que sou, fiz um pré-julgamento de tudo o que eu iria viver durante a realização desta Sessão de Formação. Na recepção, encontramos um ambiente acolhedor, juntamente com nosso amigo e conselheiro Monsenhor Marcelino Ferreira que, com sabedoria, dedicação e amor ao Movimento, falou-nos de forma brilhante sobre o "Plano de Deus na História da Salvação". Sua presença contribuiu sobremaneira para que no dia seguinte, logo cedo, estivéssemos novamente ali, ávidos de novos ensinamentos sobre nossa doutrina, participando e questionando sobre nossos anseios, dúvidas e (por que não dizer?) nossas discordâncias. Como já dizia alguém, "a fé supõe dúvidas" que certamente nos conduzirão a estudos cada vez mais profundos dos documentos da Igreja, a fim de que tenhamos subsídios suficientemente fortes e coerentes, argumentos convincentes no momento em que formos colocados à prova. Gostaríamos de parabenizar a coordenação do evento pela escolha dos sacerdotes que, de forma brilhante, conduziram os assuntos tratados. Durante todos esses anos de caminhada, queremos reconhecer nossa ignorância em relação à doutrina cristã. Portanto, sejamos humildes, pois, só assim assimilaremos de forma positiva as informações recebidas e estaremos sempre atentos aos acontecimentos e manifestações de Deus em nossas vidas.

Dirce e Mourão Eq. 15 - N. Sra. da Glória Belém, PA 16


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CRlAÇAO DA C,OORD DE VlTORlA, ES

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oi uma experiência inesquecível a nossa estada em Vitória durante 4 dias no mês de julho. Desde a acolhida carinhosa no aeroporto, nossa permanência em casa de casais equipistas, tudo foi cuidadosamente preparado para aquele momento. O ponto alto foi, sem dúvida, a instalação da Coordenação de Vitória, no dia 12 de julho de 2001, com a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Tarcísio, SCE da Província Leste, e concelebrada pelos dois SCE que acompanham as equipes do Espírito Santo, Pe. Guida e Pe. Luis. Na homilia, Pe. Tarcísio enfatizou aspectos do carisma e da mística das Equipes, assim dando a conhecer um pouco do nosso Movimento a outras pessoas presentes, pois se tratava de uma missa comunitária. Durante a missa, o casal Nélia e Romário assumiu a responsabilidade da Coordenação de Vitória, sendo abençoado por todos os presentes por esse sim que, certamente, muito representará para o engrandecimento das equipes locais. Após a Celebração, tivemos um encontro com os equipistas, quando pudemos esclarecer dúvidas e comentar alguns pontos importantes. 17

Atualmente, o Estado do Espírito Santo conta com duas equipes em Vitória e 2 equipes na cidade de Serra (município vizinho de Vitória). O Movimento foi implantado no estado há três anos, por casais de Belo Horizonte. No sábado, pela manhã, Ieda e George, casal Responsável Regional da região Rio IV, à qual estão ligadas as equipes de Vitória, falaram sobre a unidade nas ENS e a nós coube a colocação sobre Reunião de Equipe. Foi, sem dúvida, muito enriquecedor para nós, pois pudemos estar com vários casais em ocasiões de confraternização e convívio. Agradecemos a Deus por mais esta oportunidade que Ele nos deu e, no nosso Magnificat diário, quando rezamos por todos os nossos irmãos equipistas, mais alguns rostos queridos vêm se juntar àqueles que já conhecemos. Vocês souberam, queridos equipistas do Espírito Santo, colocar em prática a arte da hospitalidade; sentimo-nos, realmente, em casa. Que o amor de Deus e a ternura de Maria sempre os acompanhem.

Regina Lúcia e Cleber CR Província Leste


A BÍBLIA

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mês de setembro tornouse na Igreja Católica, no Brasil, o mês da Bíblia. Isso não significa que devemos ler a Bíblia apenas em setembro, mas procurar, principalmente neste mês, tomar consciência de que devemos lêla todos os dias. A Bíblia é fonte de esperança, antes de tudo. A vida, obra, paixão e morte de Jesus Cristo, amplamente descritos na Bíblia, nos dão a certeza de que Deus ama a humanidade loucamente, a ponto de dar a vida de seu único filho em favor da nossa salvação. Ler estas passagens, torna este amor mais forte dentro de nós. Fortalecidos pelo amor de Deus, nós podemos nos transformar, cada vez mais, em seguidores fiéis e renovados de Jesus Cristo. A Bíblia, então, passa a ser fonte da nossa força, luz da nossa caminhada e objetivo do nosso trabalho. Conhecendo a realidade que Jesus Cristo viveu, a obra que teceu, os caminhos que percorreu, as mensagens que deixou, principalmente o legado da sua morte na cruz, tomaremos contato com o mistério de Deus. Este mistério, tão inexplicável para nós, traduz-se no corpo e sangue de Cristo. As palavras estão na Bíblia. Coloque-as em sua vida e, mentalmente, lembre-se do sofrimento de Cristo por nós. Com o passar do tempo, estas lembranças tornar-se-ão tão vivas dentro de nós, tão fortes em nossos corações, que seremos impelidos a ver em cada ser humano,

em cada irmão, um outro Cristo, o Jesus que nos mostra a Bíblia. Amor e misericórdia confundemse neste homem. Na Bíblia, suas palavras soam mais atuais do que nunca. É hoje crescente a necessidade de promover a revolução que pregava Jesus Cristo em sua época. A revolução do amor. "Se alguém te der um tapa, ofereça a outra face", disse Jesus. Essa mensagem questiona, provoca e nos leva a refletir sobre nossas atitudes. Como agir assim numa sociedade globalizada Ttlrtificada), que prega a competição selvagem entre seus membros? Como enfrentar o discurso de que só os melhores vencerão? Como mostrar aos pobres e humilhados que eles são amados por Deus, mesmo que a sociedade os renegue? A Bíblia tem as respostas. Procurá-las não é tarefa fácil. Assim como a mensagem de Jesus questiona, a busca por ela é um desafio. Quem hoje tem tempo para sentar em volta da mesa, reunir familiares e amigos, e refletir a Palavra de Deus? Falta tempo, coragem e disposição. Somos escravos do tempo. Se não conseguirmos tempo para o diálogo, para a partilha, para a comunhão, provavelmente estaremos caminhando contra nós mesmos. Seremos como agricultores que plantam em terreno pedregoso. A semente não germinará. O que crescer, será como erva daninha, que vai se tornando amarga com o tempo. 18


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BIBLIA SAGRAD~

O mês de setembro propõe uma reflexão profunda sobre este tema. Na sua paróquia, comunidade e na sua farm1ia, especialmente, procure encontrar meios para alimentar-se da Bíblia. As palavras estão lá, a mensagem de Deus está lá, também a vida de Cristo. Não deixe isso servir de decoração para a sua casa.

A Bíblia deve deixar as gavetas, os armários e as estantes - onde muitas vezes faz parte (apenas) da decoração - para ocupar a nossa vida. Ela faz parte da nossa vida. Não como decoração, mas como alimento. A Bíblia deve ser participada. Transformar a mensagem de Jesus Cristo em atos concretos, diários, é o nosso maior desafio. A Bíblia é o alimento que devemos consumir para vencer este desafio.

(do jornal Santuário de Aparecida) 19


Notícias da CNBB / • 39a Assembléia Geral Dia 21 de julho encerrou-se a 39" Assembléia Geral da CNBB em Indaiatuba, Itaici (SP), com uma entrevista coletiva às II horas com a presidência: dom Jayme Henrique Chemello, presidente; dom Raymundo Damasceno Assis, secretário-geral, sobre as conclusões da Assembléia Geral. Participaram da 39" Assembléia Geral da CNBB 445 pessoas, entre bispos, assessores, funcionários e convidados.

• Bíblia Sagrada tradução da CNBB Foi lançada no dia 20 de julho, durante a celebração eucarística, no 14° Congresso Eucarístico Nacional, em Campinas (SP), a Bíblia traduzida pela CNBB. A nova edição é um projeto da CNBB realizado com sete editoras católicas - Vozes, Loyola, Paulinas, Paulus, Santuário, Salesiana e Ave Maria. Procura ser fiel aos originais cNu e visa valorizar as leituras comunitárias na liturgia e na catequese. Desde 1991 a Igreja no Brasil procurou fazer uma tradução própria da Bíblia. Segundo o arcebispo de Juiz de Fora (MG) e revisor dos Evangelhos, dom Clóvis Frainer, "é uma linguagem que sem ser trivial, quer ser popular". Tem o formato de 13,7 x 21. Na capa traz um vitral da catedral de Cha.rtres intitulado "A Bíblia dos pobres". Saiu ao preço de 21 reais (capa plastificada) e 29 reais a capa com zíper. A Bíblia Sagrada pode ser encontrada em todas as livrarias católicas. (Fonte: "Notícias"- CNBB- 2610712001)

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Jubileu de Prata de Equipe Equipe 4 7 - Rio de Janeiro / Vinte e cinco anos de pertença ao Movimento das ENS, desde 16.07.1976, vivendo a espiritualidade conjugal e buscando, na ajuda mútua, a partilha dos Pontos Concretos de Esforço. A Equipe 47, juntamente com os dois setores da Ilha do Governador, RJ, comemorou o seu Jubileu de Prata, com uma belíssima missa celebrada pelo nosso sacerdote conselhei.ro espiritual, padre Márcio Luiz Ferreira. Três casais fundadores, permanecem até hoje, compondo, com outros dois casais, a equipe. Marlene e Derik, Eq. 47 - N. Sra. da Glória, Rio de Janeiro

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Encontros Do Boletim "A Mensageira", informativo do Setor "B" de Belo Horizonte Uulho/2001 ), extraímos duas notícias:

a) Encontro de jovens Com o objetivo de criar, em Belo Horizonte, a Equipe de Jovens de Nossa Senhora, foi realizado, em 29.04.2001, o Encontro de Jovens, com apresença de 48 filhos de equipistas e de seus amigos. Marcelo e Guilherme, das Equipes Jovens, de Juiz de Fora, coordenaram o evento com o apoio de equipistas desta cidade e de Sorocaba, SP Foi cumprida uma agenda bastante cheia, iniciando com a parte de evangelização, depois uma palestra muito profunda proferida por um casal de terapeutas, Ana Luiza e Ronaldo, abordando o problema das drogas. O restante do tempo foi destinado a informações específicas sobre a Equipe de Jovens de Nossa Senhora. Os coordenadores saíram muito entusiasmados do encontro, pensando em formar de imediato, pelo menos, três equipes em Belo Horizonte. b) Encontro das crianças Foi realizado no dia 24 de junho de 2001, no centro de Espiritualidade e Missão da Paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz, o Encontro das Crianças, com filhos, netos, parentes e amigos de equipistas. Tivemos a presença de 26 crianças que, sob a animação de quatro componentes do Grupo de Evangelização "Talita Cume", puderam, num ambiente de muita alegria e descontração, passar uma tarde participando de várias dinâmicas recreativas, mas tendo sempre presente a Palavra de Deus, na linguagem infantil.

Novas Equipes • • •

Equipe 16- N. Sra. de Brotas- Salvador. BA Equipe 30- N. Sra. do Perpétuo Socorro- Curitiba. PR Equipe 31 - N. Sra. da Esperança- Sorocaba. SP 21


Ordenação Diaconal

Novas Equipes: Movimento chega em ltabuna, BA

• O dia 20 de maio de 2001, foi um dia festivo para o se to r "A" da Região Rio III, 1 porque marcou a ordenação diaconal de Frei Euclides

Iniciado em 2 de outubro de 1999, com uma reunião de Informação, e tendo a primeira reunião como Experiência Comunitária, no dia 20 de novembro de 1999, começava a caminhada do Movimento em Itabuna, BA, tendo como coordenador o casal Zélia e Francisco, da cidade de Salvador, distante 450 km deltabuna. A Experiência Comunitária terminou no dia 21 de junho de 2000, ocasião em que foi apresentado o casal Regina e Bueno, de Ilhéus, para coordenar a Pilotagem. No dia 22 de julho de 2000. na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Dom Ceslau Stanulla, celebrou missa festiva, com a presença dos casais Zélia/ Francisco e Regina/Bueno juntamente com os dez casais das ENS em formação. As duas equipes em pilotagem têm como patrona Nossa Senhora da Rosa Mística e Nossa Senhora de Fátima. Clara e Tavares Equipe 01 N. Sra. da Rosa Mística Ttabuna, BA

Geraldo M. Faller (foto), da Ordem dos Agostinianos Descalços, Conselheiro Espiritual da Equipe 137. A celebração aconteceu na Igreja de Santa Rita dos Impossíveis, presidida por D. Luiz Vicente Bernetti, OAD e contou com apresença de muitos equipistas que foram levar um abraço ao Frei Euclides. que falou muito emocionado da importância das ENS em sua formação. • No dia 16dejunhode2001, na I!!Teja Maria Imaculada, em Santo André, SP, o frei Alessandro Graciano e o frei Deonir Antônio Piovezam foram ordenados. Frei Alessandro é Conselheiro Espiritual da Equipe 2- Nossa Senhora Maria Imaculada e Equipe 12 - Nossa Senhora Rainha da Paz, de Santo André, SP.

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Ordenação Sacerdotal •

No dia 12 de maio de 2001, aconteceu a ordenação sacerdotal do Conselheiro Espiritual da Equipe 1, de Santo André, SP, frei Josemar Bertes Machado (foto), OFM Conventuais. A cerimônia foi presidida por Dom Fernando Mason, bispo de Caraguatatuba, SP, e realizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Guaraniaçu, PR. A Equipe 1 se fez representar no importante acontecimento.

No dia 9 de junho de 2001, na catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, receberam a ordem presbiteral 14 diáconos da Arquidiocese. Dentre eles, muitos que atuam como Conselheiros Espirituais das Equipes de Nossa Senhora. Receberam o sacramento da Ordem, os diáconos Conselheiros Espirituais: Adilson José de Almeida, da Equipe 810, Alexandre Cortizo de Freitas, da Equipe 82D e Silmar Alves Fernandes, da Equipe 84D. Foi uma solenidade muito marcante, principalmente para as Equipes, em face do número elevado de novos Conselheiros Espnituais sagrados num mesmo dia (três deles já noticiamos na Carta Mensal de Agosto), como também pela numerosa presença de equipistas de diversos Setores e Regiões. No semblante de todos, resplandecia uma alegria incontida por contarmos com mais padres para nossa Igreja e pela conquista, para as equipes, de novos sacerdotes. Agora, temos de rezar muito por eles e também pelos seminaristas que ainda se preparam para um dia ser nossos pastores. É nosso dever rezar e ajudar as obras das vocações sacerdotais.

No dia 3 de agosto de 2001, realizou-se a ordenação presbiteral do diácono Jayme Aguiar Costa, na catedral metropolitana de Campo Grande, MS, Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora Aparecida, do Setor B.

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Sinodo dos Bispos

Equipes distantes

Realizar-se-á no período de 30 de setembro a 27 de outubro de 2001, a 10a Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, por ordem do Santo Papa João Paulo ll, tendo como tema "O Bispo, Ministro do Evangelho de Jesus Cristo para a Esperança do Mundo". Rezemos pelo êxito dos trabalhos desta assembléia.

A Região Rio Grande do Sul I tem a alegria de anunciar o surgimento de duas novas equipes distantes. Trata-se da Equipe 1 - Nossa Senhora de Fátima, nascida em Santa Rosa, a 500 quilômetros de Porto Alegre, e a Equipe 3 Nossa Senhora das Graças, em Pântano Grande (a terceira equipe nessa localidade), a 120 quilômetros de Porto Alegre.

Falecimentos A/do Sinisgalli (da Cecília), ocorrido no dia 06 de junho 2001 Equipe 1E- São Paulo. Aldo Sinisgalli, foi um dos pioneiros do Movimento, colaborou com Dr. Pedro Moncau, ajudando-o na preparação da Carta Mensal, e pouco tempo depois assumiu completamente a responsabilidade pela mesma, contando com a participação dos casais de sua equipe. Ivone Ramos (do Deolindo), ocorrido no dia 9 de junho de 2001 - Eq. 6F- N. Sra. das Graças Infinitas- São Paulo, Capital Ana (do Nácler), ocorrido no dia 21 de junho de 2001 - Eq. 3N. Sra. do Carmo - Paraguaçu, MG Basz1io (da Ivone), ocorrido no dia 22 de junho de 2001 - Eq. 16D - Brasília, DF Irene Tukamoto Rodrigues (do Darei), ocorrido no dia 1° de agosto de 2001- Eq. 30- N. Sra. Mãe e Rainha da Paz- São José do Rio Preto, SP Claudete Secanha de Andrade Telles (do Jayme), ocorrido no dia 11 de julho de 2001 - Eq. 1 - N. Sra. Mãe da Igreja Catanduva, SP

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RETIRO: A PROPÓSITO DOS RETIROS

E

ssas considerações decorrem da necessidade cada vez maior que estamos sentido de diferenciarmos retiro de encontro, cursos, seminários. Tudo isso é bom para as Equipes de Nossa Senhora, mas cada qual tem sua especificidade. O retiro é uma oportunidade diferenciada que temos de fazer a experiência de Deus em nossa vida. O que segue, são apenas algumas pistas. 1. É fundamental que haja silêncio interior e exterior. Deus nos fala também no barulho do dia-a-dia, no aconchego do lar, junto com os filhos, mas o retiro é sempre momento propício para sair da rotina e explorar outras formas de encontro com Deus. 2. O local deve favorecer o silêncio e a oração. 3. Favorecer o exercício da ruptura para que haja concentração, introspeção, ao máximo. 4. É bastante proveitoso que a organização do retiro favoreça um tempo razoável de oração pessoal. 5. Evitar palestras longas. 6. Os cantos devem estar em sintonia com o tema do retiro e não devem ser barulhentos. Devem ser cantados somente nos momentos comunitários. 7. Evitar reuniões ou tarefas de grupo. No máximo, criar dinâmicas que envolvam o casal, não os casais. 8. Bastante oportuno, o método milenar da leitura orante da Bíblia. Eis os passos: 25

iniciar, invocando o Espírito Santo; 'Z' leitura lenta e atenta do texto; 3° momento de silêncio interior, lembrando o que leu; 4° ver bem o sentido de cada frase; 5° atualizar e ruminar a Palavra, lendo-a com a vida; 6° ampliar a visão, ligar o texto com outros textos bíblicos; T ler de novo, rezando o texto e respondendo a Deus; SO formular um compromisso de vida; g> rezar um salmo apropriado; 10" escolher uma frase como resumo para memorizar.

Pe. Manoel Godoy SCE Região - Centro Oeste II Brast1ia, DF


14°,CONGRESSO EUCARlSTICO NAClONAl Tema: "Eucar istia: font e da m issão e vida solidária lema: "Venham para a ceia do Senhor"

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sde que eu soube que seria um dos 13 congressistas delegados da Arquidiocese de Sorocaba, participantes do 14° Congresso Eucarístico, que ocorreria em Campinas, de 19 a 22 de julho de 2001, procurei me aprofundar nos temas, principalmente através do texto-base, que trazia muitos dados, sobre os sete assuntos temáticos, em que se baseou o Congresso. Fiz minha inscrição para participar do tema "Eucaristia e Igreja", que contou com 247leigos, 80 padres, 35 religiosas, 11 seminaristas e 9 diáconos, pertencentes a 107 dioceses das 260 existentes no Brasil. O Encontro Temático foi realizado no Colégio Ave Maria, das 8:30 às 18:30 horas do dia 20, com a coordenação geral do Pe. Cláudio, de Campinas. Tivemos, de início, uma belíssima oração litúrgica, de aber-

tura dos trabalhos, e a seguir as orientações, para o dia todo. Para servir de subsídio para nossas discussões, Pe. Antonio Aparecido da Silva (Pe. Toninho), falou-nos sobre Eucaristia e Igreja, de modo bastante coloquial, colocando toda sua enorme vivência pelo mundo todo, dando-nos uma visão da dimensão cósmica que a Eucaristia faz a Igreja, e que a Igreja faz a Eucaristia- "O mundo todo deve estar em profunda comunhão". Infelizmente, neste momento, segundo a ONU, há 58 guerras, em curso, no mundo. A Igreja, tem que ser comunhão de idéias, sentimentos, coração, sonhos etc. Para a Eucaristia fazer a Igreja, nós verdadeiramente temos que comungar o próprio Deus, e transformar nossa casa, nossa sociedade, enfim o mundo. Somente somos Igreja, se estivermos a ser26


viço do reino de Deus, que não é uma obra acabada, mas depende de nós para sua real implantação. Maior exemplo nos deu Jesus que, sendo judeu, se abriu ao universo todo, e é isso que Ele nos pede, que saibamos nos abrir a todas as culturas, raças, povos. As culturas são uma grande "sementeira" de Deus, e Ele é o jardineiro. A Eucaristia é a plenitude das comunhões, não podendo permitir que continue a marginalização de tantos, ou seja, mais de 50 milhões de brasileiros passando fome, abaixo da linha de pobreza, miséria absoluta, mostrando que a nossa sociedade não é eucarística. Após essa exposição, fomos divididos em 25 grupos, com no máximo 15 componentes, quando começamos a discutir duas perguntas sobre o tema Eucaristia e Igreja: 1 - Que obstáculos impedem a Igreja de ser presença eucarística

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na sociedade de hoje? 2- Como viver a comunhão fraterna, tão sonhada por Jesus, numa sociedade cada vez mais individualista? Após o almoço, cada conjunto de 5 grupos, fez um "mini plenário", sobre as mesmas questões, aprofundando ainda mais as discussões. Em seguida, os 25 grupos se reuniram no auditório, para as conclusões finais, e, novamente, Pe. Toninho, baseado no que foi falado, fez a conclusão. A seguir, foram escolhidos 2 representantes de cada grupo para, sob a forma de dramatização, apresentarem as conclusões, no "plenadão", dos 7 Encontros Temáticos, na manhã de 21107. Estas apresentações foram belíssimas, mostrando a criatividade do povo de Deus.

Clóvis (da Neise) Eq. 06 - N. Sra. Mãe da Igreja Sorocaba, SP


A lGREJA COMPROMETIDA COM OS POBRES pobreza, fundamentalmente, a privação de ser pessoa umana de um modo normal, com dignidade, com liberdade, satisfazendo as necessidades básicas. Quando você pensa que na África há 180 milhões de famintos, na Ásia, 525 milhões, na América Latina, 53 milhões, que nem sequer comem, você entende perfeitamente que há um tipo de pobreza, digamos, visceral no pleno sentido da palavra. Quando um bilhão de pessoas no mundo não tem água potável, você entende que necessidades básicas, como beber, de uma pessoa humana, não são satisfeitas. Agora, além disso, podemos citar uma triste e longa ladainha, de sem-terra, semteta, sem-escola, sem-assistência médica, sem-segurança, cada vez mais sem-pátria, por causa do drama da migração crescente, que os analistas consideram o desafio máximo deste início de século e de milênio. Estávamos habituados a ver a pobreza situada. Hoje ela é móvel também. Essa onda, essa maré de refugiados, de deslocados, migração interna, externa, pressupõe perder as raízes do chão, perder as raízes culturais, com freqüência perder as raízes familiares e, com muita freqüência também, perder as própria raízes religiosas. Somente no Brasil, em 30 anos, saíram pelo menos 2 milhões de pessoas. Opção necessária "Eu vim para que todos tenham vida, e vida em

abundância", disse Jesus. O nosso Deus é o Deus da vida. Deus optou explicitamente e opta pela erradicação da pobreza e pela dignidade dos pobres. Não é uma opção arbitrária ou livre, é uma opção radicalmente necessária. É uma opção divina. Não é a Igreja que opta pelos pobres. É o Deus em quem a Igreja acredita que opta pelos pobres. "Eu vi a aflição do meu povo ... " que não é apenas o povo de Israel, mas a humanidade. A sua grande filha é a humanidade inteira. É a expressão mais especial e poderíamos até dizer que é a forma estruturada do mandamento novo. Eu não posso amar somente com amor de esmola. A esmola

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A fé cristã sobretudo, deve ser uma fé politica, econômica, social e cultural. Atin9e o ser humano inteiro, como pessoa individual e como coletividade.

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será necessária, sim, mas também com um tipo de amor estrutural e estruturante, que vá ao fundo das raízes, das causas e das soluções mais radicais, contra a pobreza, a miséria, a exclusão. E também contra o privilégio, o luxo, o consumismo, porque quem luta também contra a pobreza, não se espante, luta também contra a riqueza. Não contra o bem-estar. Todos queremos bemestar para todos. A fé cristã sobretudo, deve ser uma fé política, econômica, social e cultural. Atinge o ser humano inteiro, como pessoa individual e como coletividade. Então tem que tocar necessariamente, as estruturas da sociedade. Por isso, digo sempre que o ressuscitado fez questão de permanecer com as chagas abertas para que nós tivéssemos sensibilidade para seguir olhando as outras chagas abertas, e não simplesmente nos habituarmos. Infelizmente, até às vezes os próprios meios de comunicação ajudam a nos acostumarmos e acharmos normal conviver com a miséria dos pobres: as imagens passam rapidamente. Eu penso numa imagem de tragédia na África, genocídio em Ruanda, por exemplo, terremoto em El Salvador... e aí vem uma imagem de beleza, uma imagem de futebol, uma ou outra pequena ou grande frivolidade, e esquecemos: acabam sendo imagens. A opção pelos pobres significa, em termos práticos, em primeiro lugar, conhecer esta realidade. Se informar. Em segundo lugar, participar, na cidadania, nas organizações,

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Devemos lutar cooperativamente, associadamente. Eu digo sempre que o cristão consciente se engaja em um tipo de organismo, de atividade social, politica, econômica, cultural.

associações, movimentos, do próprio sindicato, dos partidos verdadeiramente populares. Ninguém poderá lutar sozinho, isolado, contra a pobreza. Devemos lutar cooperativamente, associadamente. Eu digo sempre que o cristão consciente se engaja em um tipo de organismo, de atividade social, política, econômica, cultural. Não podemos viver a fé privativamente. E sobretudo no que se refere à luta contra a injustiça, contra a pobreza, contra a marginalização. E pela justiça, pela equidade, pela liberdade e pela vida.

Dom Pedro Casaldáliga ("Jornal Mundo ]ovem"julho/2001)


QUANDO VAMOS ENTENDER?

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ivemos mergulhados num mar de angústias, de ansiedades_e de sofrimen~os: mas não buscamos as razoes; e o que e pwr, queremos respostas conforme nossa maneira de pensar. Insistimos na possibilidade de mudar as coisas, os acontecimentos, porém, contando unicamente com as nossas falíveis e precárias forças.

São muitas as situações e fatos que nos envolvem constantemente, que nos afetam e mexem com o nosso ser de um modo geral. Somos testados e sacudidos diariamente, semanalmente e no transcorrer de cada ano, pois fazemos parte de um contexto complexo e insondável. Hoje, enfatiza-se bastante a violência, o desemprego, os desmoronamentos dos valores morais, a falta de solidariedade, o desamor, etc.; contudo, esquecemos de nos incluir como fonte e agentes motivadores desses desastres, quer de uma forma ou de outra. Somos apenas indicadores dos males, mas dificilmente reconhecemos as causas ou apresentamos uma solução concreta, palpável e saneadora. Passamos, realmente, por momentos difíceis e até mesmo considerados insolúveis, onde a esperança parece ser sinônimo de ponto final e de nada mais a se esperar. E vejam a que ponto chegamos, quando nem mesmo a força do alto significa o instrumento básico e seguro para nos conduzir. Parece que perdemos os referenciais religiosos e que estamos cedendo terreno para os conceitos globalizantes da atualidade, que nos abraçam e nos cobrem de "riquezas mil," mas que nos levam a destinos ignorados.

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E nós, que fazemos parte de um movimento de profunda espiritualidade, que fomos chamados por uma ação do Espírito Santo e que, embora sem entendermos bem, no início, demos um sim à intermediação de Maria e prosseguimos em busca do sentido desse chamado? Como agimos? E agora, o que fazer com tanta preciosidade colocada em nossas mãos, através da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora? Como justificar os ensinamentos, os Pontos Concretos de Esforço, que alimentam o nosso caminhar para uma disciplina, exercício e conversão? Não vamos continuar fazendo o que fazem os políticos: muitos discursos e poucas obras. Não vamos imitar os fariseus: mostrar os erros, enaltecer os feitos, mas ser vazios nas atitudes. É preciso ser diferente e partir para outra conduta. É preciso fazer um esforço para entender o chamado e a missão que nos foi confiada. Temos a vantagem de estarmos juntos, de sermos equipes e de comungarmos as mesmas orientações; e, além disso, temos o Cristo no centro de tudo e a sua mãe como intercessora atenta, tal qual foi em Caná da Galiléia. Portanto, façamos a nossa parte, ainda que aparentemente não represente muita coisa, pois o julgamento de Deus leva em conta apenas as boas e verdadeiras intenções e ações. Ajudemos, pois, a construir um mundo novo, com uma nova história de amor, justiça e fraternidade.

Justino (da Zélia) Equipe OSC - Recife, PE

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VAMOS ENVELHECER? Envelhecer não significa amadurecer!

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o primeiro dia na universidade, nosso professor se apresentou e nos pediu que procurássemos conhecer alguém que não conhecíamos ainda. Fiquei de pé e olhei ao meu redor, quando uma mão me tocou suavemente no ombro. Era uma velhinha enrugada cujo sorriso iluminava todo seu ser. - Oi gato, meu nome é Rose. Tenho oitenta e sete anos. Posso te dar um abraço? Ri e lhe respondi com entusiasmo: - Claro que pode! Ela me deu um abraço muito forte. - Por que a senhora está na universidade numa idade tão jovem, tão inocente? perguntei. Rindo respondeu: - Estou aqui para encontrar um marido rico, casar-me, ter uns dois filhos, e logo aposentar-me e viajar. -Eu falo sério, disse-lhe. Queria saber o que a tinha motivado a afrontar esse desafio na sua idade. - Sempre sonhei em ter uma educação universitária e agora vou ter! Depois da aula, caminhamos ao edifício da associação de estudantes e compartilhamos uma batida de chocolate. Fizemo-nos amigos em seguida. Todos os dias, durante os três meses seguintes, saíamos juntos da classe e falávamos sem parar. Fascinava-me escutar a esta "máquina do tempo". Ela compartilhava sua sabedoria e experiência comigo.

Durante esse ano, Rose se fez muito popular na universidade: fazia amizades aonde ia. Gostava de vestir-se bem e se deleitava com a atenção que recebia dos outros estudantes. Desfrutava muito. Ao terminar o semestre convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Não esquecerei nunca o que ela nos ensinou nessa oportunidade. Logo que a apresentaram, subiu ao pódio. Quando começou a pronunciar o discurso que tinha preparado de antemão, caíram no chão os cartões aonde tinha os apontamentos. Frustrada e um pouco envergonhada se inclinou sobre o mi-

"Não esqueçam que envelheceT

é obrigatório;

é opcional".

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crofone e disse simplesmente: -Desculpem que eu esteja tão nervosa. Deixei de tomar cerveja pela quaresma e este whisky está me matando! Não vou poder voltar a colocar meu discurso em ordem, assim permitam-me simplesmente dizer-lhes o que sei. Enquanto nós ríamos, ela aclarou a garganta e começou: - Não deixemos de brincar porque estamos velhos; ficamos velhos porque deixamos de brincar. Há só quatro segredos para manter-se jovem, ser feliz e triunfar. Temos que rir e encontrar o bom humor todos os dias. Temos que ter um ideal. Quando perdemos de vista nosso ideal, começamos a morrer. Há tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem sequer sabem! Há uma grande diferença entre estar velho e amadurecer. Se vocês têm dezenove anos e ficam na cama um ano inteiro, sem fazer nada produtivo se converterão em pessoas de vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e fico na cama por um ano sem fazer nada terei oitenta e oito anos. Todos podemos envelhecer. Não requer talento nem habilidade para isso. O importante é que amadurecemos, encontrando sempre a oportunidade na mudança. Não me arrependo de nada. Nós, velhos, geralmente, não nos arrependemos do que fizemos, senão do que não fizemos. Os 33

únicos que temem a morte são os que têm remorso. Terminou seu discurso cantando 'A Rosa'. Pediu-nos que estudássemos a letra da canção e a colocássemos em prática em nossa vida diária. Rose terminou seus estudos. Uma semana depois da formatura, Rose morreu tranqüilamente enquanto dormia. Mais de dois mil estudantes universitários assistiram às honras fúnebres para render tributo à maravilhosa mulher que lhes ensinou, com seu exemplo, que nunca é demasiado tarde para chegar a ser tudo o que se pode ser. "Não esqueçam que envelhecer é obrigatório; amadurecer é opcional".

Colaboração de Beth e Scalzo Equipe 3 - N. Sra. da Glória Belo Horizonte, BH


PROGRAMA "MOMENTO DA FAMÍllA"

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Palavra que é o próprio JeAqui em Brasília, os desafios sus: preci_sa alcançar os c~­ estão sendo enfrentados, copiosaaçoes ate mesmo nos mms mente, e as ENS contam com um distantes lares, pois ela, verdadei- programa semanal na Rádio Nova ramente, contempla a todos sem ex- Aliança intitulado Momento da Facluir ninguém da salvação eterna. rm1ia que é transmitido toda quartaO papa João Paulo II tem enfatiza- , feira das 20:00 às 21:30 horas, consdo esta missão, assim como as tituindo-se em um importante meio Equipes de Nossa Senhora que têm de divulgação dos valores evangélicomo duas de suas prioridades de cos e familiares, do carisma de nosação: a Presença no Mundo e a Co- so Movimento, testemunhos dos camunicação. sais equipistas e sacerdotes conseNeste sentido, temos observado lheiros espirituais, história das paum despertar dos católicos, especi- droeiras das equipes, informações e almente em relação à comunicação intercâmbios entre regiões equipisde massa (inclusive com novas con- tas, etc. cessões de rádio e televisão). É isso aí, queridos equipistas! Os 34


meios estão sendo apresentados e as sementes lançadas. Cabe agora, a cada um de nós, abraçar esta causa e aproveitar cada oportunidade. Vamos dar passos largos, firmes e com mais ardor "proclamando sobre os telhados o que ouvimos e aprendemos de Nosso Senhor Jesus Cristo". Que Nossa Senhora nos guie e

que o Espírito Santo nos encoraje! Precisamos e queremos contar com a sua ajuda. Ajude-nos a realizar este programa, que é nosso! Contatos por e-mail: fe rnandajcarlos@ boi. com. br e belaeronaldo@bol.com.br

Fernanda e José Carlos Equipe 6 - Brasz1ia, DF

REDE MlllClA SAT A Rede Milícia SAT, a maior rede de Rádios Católicas, transmite sua programação para li O emissoras espalhadas em 20 estados do nosso país, entre as 20h e as 5h. A programação da Rede Milícia SAT é gerada pela Rádio Imaculada Conceição 1490 AM, localizada em Santo André-SP, que está 24 horas no ar, sem comerciais. Toda a programação gerada para a Rede Milícia SAT é bastante variada, assim como os carismas que o Espírito Santo suscita na Igreja. Sendo esta uma obra de Nossa Senhora, as Equipes de Nossa Senhora não poderiam estar de fora desta programação. Através de Vera Luciani, as Equipes de Nossa Senhora também contribuem para enriquecer a programação da Rede Milícia SAT, todas as terças-feiras às 2lh45, com um programa de reflexões sobre o Movimento das ENS, com duração de 1 minuto e meio, dirigido principalmente aos adultos e casais. Unidos, conquistaremos muitos corações para o Amor, pois como afirmava São Maximiliano Kolbe em seus escritos: "Só o amor constrói"; "Ama! Isto é tudo".

Túlia Savela Associação Milícia da Imaculada 35


UM MILAGRE DE SANTO ANTÔN10

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esde que escrevemos a pequena crónica "Um Pesca dor de Homens" para a Carta Mensal de agosto de 1999, sobre o bom amigo Pe. Silvino Arnholdque já foi Conselheiro de Região algumas mudanças ocorreram na vida desse sacerdote. Naquela ocasião, comentávamos que, embora sendo um amante da pescaria, Pe. Silvino, então com seus 80 anos, não dava muita sorte com os peixes, pois no tempo que passava conosco na praia de São Simão (em Mostardas, RS), durante o verão, com freqüência não tirava uma só "pampinha" das águas do mar. Em compensação, longe das linhas, anzóis e varas de pesca, encantava o povo do lugar, praticando a autêntica "espiritualidade da comunhão", que acentua a doação de si, a presença que se expressa em ajuda, que escuta, que valoriza as diferenças do outro, que partilha, que mantém o diálogo, que tece relações, que enxerga a luz da Trindade no rosto do irmão. Em razão disso, fazia com que muitas pessoas, já afastadas da Igreja e esfriadas na fé, voltassem ao convívio comunitário e se sentissem encorajadas a buscar novamente os sacramentos. A sua receita é muito simples: valoriza a pessoa que está à sua frente, de modo incondicional, "pescando" nela os seus anseios e necessidades, como também toda a

Santo Antônio, o senhor pregava

para os peixes, quando os homens

não queriam escutar, e eles botavam as

cabeças para fora d'água para ouvi-lo. Eu também gostaria de ver dois olhinhos de um peixe me olhando.

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Finalmente ... o padre Silvino e seu peixe! beleza e bondade, que muitas vezes se escondem no mais profundo da alma. Qual a "isca" que utiliza? A que pode ser encontrada em todo o lugar em que haja a presença humana: o companheirismo. Entre aquele povo carente ele passeia, participa de todas as rodas de chimarrão, proseia, brinca, ouve e conta histórias, reza, celebra a reconciliação, preside missas, explica as escrituras com seu estilo aberto, renovador e simples, abençoa as casas, visita as fruru1ias, presta aux11io e conselhos a quem os pede, ouve com humildade a todos que lhe querem falar e os escuta com a maior paciência e consideração. Nunca 37

recusa um aperitivo, e aceita os convites que lhe fazem para a partilha do alimento e do vinho. Por isso dizemos: é um "companheirão", com o qual todos gostam de conviver. Assim, concluímos aquela matéria pedindo a Deus que o abençoasse nessa "pescaria" de homens e mulheres e, de lambuja, concedesse-lhe um pouco mais de sorte também com os peixes. Pois, não é que as preces de fato foram atendidas? Primeiro, transferiu residência de Londrina para Porto Alegre, ficando mais perto de seus familiares, já que é gaúcho, de Bom Princípio. Depois, pediu mais serviço e foi para São Leopoldo,


onde existe o seminário e um santuário jesuítas. Tudo corria bem, mas, em se tratando de pescarias, continuava à míngua. Até que, transferido (com muito gosto), acabou voltando para o Paraná, no início deste ano, para Foz do Iguaçu, onde aconteceu o grande feito. Então, no dia 13 de junho- dia de Santo Antônio - tendo combinado uma pescaria de barco pelo "Paranazão", jogou a linha na água, com material para peixe de pequeno porte. Andaram de um lado para o outro e ... nada. Já no fmal da manhã, quase ao ponto de desistir, lembrouse do santo do dia, e disse consigo mesmo: " Santo Antônio, o senhor

pregava para os peixes, quando os homens não queriam escutar, e eles botavam as cabeças para fora d'água para ouvi-lo. Eu também gostaria de ver dois olhinhos de um peixe me olhando". Meu irmão, acredite se quiser. Em seguida, a linha esticou, o caniço vergou, a carretilha vibrou a catraca. De tão brusca a fisgada, pensou que tivesse até trancado o anzol em alguma pedra do fundo do rio .. . Deu linha, mas manteve firme o tirão ... e foi puxando, puxando. Pediu ajuda; os companheiros o auxiliaram. Até que o mistério se revelou: emergindo da água agitada, o peixe se jogou contra a pequena embarcação e quase a virou. A linha, ainda por cima, entrou por bai-

xo do carretel e por pouco não rebentou. Linha fma, para peixe pequeno. O peixe, debatendo-se, passou por baixo da lancha. A tensão era grande, mas a força de vontade venceu o desafio. Ao cabo de mais algum tempo de luta entre o peixe e o homem, aquele veio, derrotado, parar dentro do barco. Vitória! Que emoção! Mal podia acreditar no que tinha diante dos olhos. Era um magnífico surubim, o couro pintado, cabeça e lombo cobreados, refletindo ao sol do meio-dia. Tão logo chegaram à cidade, providenciou em tirar fotografias, para comprovar a façanha. Uma pescaria destas precisava ficar registrada para a posteridade. E que pescaria, tchê! O surubim pesou trinta e sete quilos e media a altura de seu pescador. Não estão acreditando? Olhem a fotografia, e se convençam. Está aí para ninguém duvidar. Parabéns, Pe. Silvino! Que Deus continue a abençoálo, nesta nova fase, com a captura de grandes peixes por esses rios, mas não tantos que possam prejudicar a outra - a mais importante que é a pescaria de homens e mulheres para o Reino de Deus, em cuja arte - esta sim - o senhor é imbatível.

Maria da Graça e Eduardo Eq. N. Sra. do Bom Conselho Porto Alegre, RS

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UM ANJO NO MEU CAMlNHO ... Marília, 23 de maio de 2001 Na manhã de hoje, fomos acordados pela Rose de nossa equipe, que estava desesperada pois seu pai, que é caminhoneiro, havia sofrido um acidente no Rio de Janeiro, estava em um hospital e ela não conseguia ter notícias dele. Acalmei-a e imediatamente entrei em contato com a Sônia e o Ailton, responsáveis pelo nosso setor. A Sônia então me forneceu quatro telefones no Rio, um do casal responsável regional e três de casais responsáveis de setores de Niterói (onde seu Antonio estava internado). Tentei falar nos três primeiros e nenhum deles atendeu, o quarto número era do casal Maria da Graça e Juarez e consegui falar com o Juarez. Qual não foi minha surpresa e também a certeza da intervenção e do pronto socorro de Nossa Senhora, quando ele, gentilmente, me informou que conhecia o hospital e que sua filha e genro trabalhavam lá! Minutos depois, retomou minha ligação, dizendo que seu genro estivera de plantão naquela noite e atendera ele próprio o pai da Rose que estava fora de perigo. Confesso que nesse momento me senti arrepiar, pois imaginei o tamanho do nosso Brasil, o tamanho de Niterói, a distância daqui até lá e eu ligando na casa do pai do médico que atendera seu Antônio ... Não acredito em coincidências; acredito que Nossa Mãe, muitas vezes, nos carrega no colo e essa foi uma delas ... e ainda colocou um anjo no meu caminho, que foi o Juarez! Obrigada!

Wania (do Carlinhos) Equipe 4A - Maraia, SP 39


TODA FAMÍllA EQU1P1STA DEVERlA TER UMA GUGUlNHA

A

eunião dos dirigentes e Conselheiros Espirituais dos Seores A e B de Sorocaba, no dia 23 de junho, me fez lembrar da Guginha, no início do meu relacionamento com as ENS. Já são passados 20 anos ... Tudo começou assim: Fui para a sacristia para a missa das 19:30 horas, de sábado. A equipe de liturgia estava grande: diversos casais combinando e repartindo suas funções. Não eram das ENS. Vi, zanzando entre os adultos, uma garotinha linda, 3 aninhas ... uma loirinha mais linda do que Xuxa, Eliana e Angélica juntas. E não era de nenhum dos casais presentes. Uma intrusa que corria o risco de ser pisada pelos grandes. Tomei-a no colo e perguntei por seus pais; tive de carregá-la até a porta que dava acesso à igreja e, então, com o braço direito agarrado em meu pescoço, com o dedinho indicador canhoto ela apontou para um casal nos primeiros bancos; o casal deu sinal de assentimento e eu perguntei à garotinha se ela queria ficar ali comigo. Ela quis. Coloquei-a no chão, no canto do altar e recomendei que não saísse dali. Fui me paramentar e com toda a equipe iniciamos a missa. O anjinho loiro ficou ao meu lado. Na liturgia da palavra, todos tinham seu assento e não sobrou lugar para minha amiguinha. Ela olhou para mim como quem

diz "e eu"? Chamei-a para o meu colo. Ficou bonito: o presidente da celebração com uma criança no colo ... Quando fui proclamar o evangelho, deixei-a sozinha na cadeira presidencial. Depois, durante o ofertório, furtiva e discretamente, ela deslizou para perto de seus pais e, pelos cantos de meus olhos, eu descobri que ela estava dormindo no colo da mãe. Dias depois, fui almoçar na casa dela e, passadas mais algumas semanas, estava constituída a primeira Equipe de Nossa Senhora, na cidade de Curitibanos, SC, graças ao empenho dos pais da Guguinha, que fazia gato e sapato do Conselheiro Espiritual. Ela "simplificou" o meu nome (Frei Félix) para Feliquéliques ... Três momentos que merecem destaque: discernimento litúrgico, sagacidade na educação e dengo ... 1) Eu concelebrei com 3 padres visitantes e a família dela estava presente. Após a missa, ela veio à sacristia pedir explicação: "Pra que tantos Feliquéliques para uma missa só?!" Não me lembro da explicação que consegui inventar para satisfazer sua curiosidade. Em todo caso, descobri que para ela Feliquéliques não era só seu amigo, mas era o homem que rezava a missa. 2) Num programa de rádio, não sei mais a troco de quê, contei que em minha infância, eu levara uma

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surra de meu pai. Ainda destaquei que meu pai agira corretamente porque eu desobedecera. Minutos depois do programa, a Guguinha me telefonou: -Feliquéliques, você levou uma surra de seu pai?!. .. Mas que vergonha, Feliquéliques !. .. 3) Agora ela já estava com 6 aninhas e eu recebera ordens de transferência. Quando ela soube, manifestou sua não conformidade: "O Feliquéliques não pode ir embora ... um dia ele vai ter de fazer meu casamento!. .. " 41

Nos atropelos da vida profissional, a família dela acabou saindo de lá antes que eu. O que terá sido feito da Guilhermina? Cadê você, Guguinha? A Guguinha foi responsável pela formação daquela ENS? Não. Foi Fruto? Não. Mas, foi bom conhecer as ENS? Com certeza!

Frei Félix SCE Equipe 20 N. Sra. Rosa Mística Sorocaba, SP


QUANDO DEUS NOS DÁ UMA MlSSÃO Podemos dizer hoje que Deus tem um propósito para nós. Pois ser equipista, ser cristão vivendo economicamente bem e tendo boa saúde, efetivamente, é muito fácil. Porém, quando em 15 de fevereiro de 1996 recebemos de Deus nosso segundo filho e ouvimos do médico que ele não era normal, que tinha uma síndrome raríssima, que não podia nem ao menos estimar quais eram suas reais chances de sobreviver, não é nada fácil. Tal síndrome só tinha registro de trinta e quatro casos no mundo. Levando-se em consideração a imensidão de pessoas existentes em todo o mundo, seria mais fácil pensar que fomos castigados do que abençoados. Tivemos a sensação de estarmos indo ao encontro de Jesus, sendo que estávamos caminhando sobre o mar, e, assim como o apóstolo Pedro, sentimos que a nossa fé também não resistia a tantas dúvidas e incertezas. Todavia, procuramos compreender de que forma Deus nos chamava, e agarramo-nos à certeza de que Ele jamais nos daria um obstáculo que não pudéssemos transpor, e retrocedemos no tempo, bem antes do bebê nascer, e ficamos analisando que algo havia nos tocado na escolha de seu nome, e assim pensamos: por que Gabriel? A partir daí reunimos forças para suportarmos firmes, quando antes mesmo de dois anos nosso filho foi acometido de pneumonia, e, devido a sua patologia, o seu quadro era mais delicado que os demais pacientes; porém, com a graça de Deus esse

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primeiro episódio foi superado. Mas, ao longo dos anos, Gabriel sempre foi alvo de atenção especial, tendo em vista as necessidades inerentes à sua patologia. Há um ano Gabriel foi submetido a uma cirurgia para colocação de uma válvula para dreno de hidrocefalia, uma cirurgia simples, se tudo tivesse dado certo; mas para o seu e o nosso sofrimento, como conseqüência de infecção hospitalar, ele contraiu meningite bacteriana, e novamente fomos colocados à prova, pois ao longo de cinqüenta e oito dias vivemos a angústia de perdê-lo, visto que a infecção não cedia aos medicamentos. Com ajuda mútua tentávamos nos fortalecer, e foi daí que tiramos uma grande lição de vida, que somente se ouve uma resposta quando efetivamente se quer ouvi-la, e que só é possível quando estivermos em consonância com o plano espiritual. Enfim, hoje com a saúde de Gabriel restabelecida, com o seu desenvolvimento físico normal, com atividades terapêuticas que visam aproximá-lo da "normalidade", com sua integração com as pessoas normais, podemos dizer que o que foi dito pelos médicos não condiziam com os planos de Deus, porque o nosso Gabriel tem a missão de anunciar e de nos aproximar e manter bem perto de Deus.

Leila e Zacarias Equipe OS - Castanhal, PA

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Refletindo sobre o tema "Ser Pessoa", que é a prioridade deste ano, acreditamos que o mesmo está trazendo, para todos nós, inúmeras oportunidades de rever os passos dados, e abrir os olhos para alternativas que favoreçam seguir novos rumos. É um tema belíssimo, que poderá e deverá ser explorado de forma ampla, criativa e profunda em cada equipe. É preciso, porém, que o equipista individualmente tenha a disposição para enfrentar o desafio. Desinstalar-se do comodismo, abandonando hábitos, conceitos que, enraigados, tiram a visão da essência do Ser Pessoa. Cada um, independentemente do cônjuge, deve revirar a terra para que cada semente lançada possa brotar, regando-a com a água fresca do amor, para conservar e fazer crescer os novos brotos que forem nascendo nessa planta. A Meditação e a Regra de Vida, além dos outros Pontos Concretos de Esforço, irão contribuir no processo da transformação, no que precisa ser mudado, em resposta à ação da vontade de Deus na vida de cada um.

Rosalina e Adilson, CR Região Minas I, Juíz de Fora, MG

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&'IIAOM/tkêtv~ Lendo e relendo a Carta Mensal de maio de 2000 (comemorativa do Jubileu de Ouro do Movimento), senti vontade de recordar. Em 1997, não me lembro exatamente a data, mas sei que deve ter sido no início do ano, na reunião do Colegiada do Setor "F', então coordenado pelo CRS Rita e José Adolfo, a Rita disse: "Tivemos reunião do Colegiada Regional e decidimos que vamos precisar de um Casal Piloto para Água Boa, MT." Eu brinquei: "Se tivéssemos folgados de dinheiro, eu topava. Eu e o Batista somos aposentados e temos tempo." A Rita retrucou: "Não seja por isso! O Movimento paga as passagens." Eu então perguntei" ... de avião?" Ela respondeu: "Gracinha, de avião, eu iria. É de ônibus mesmo. "Só" 900 km." A idéia foi levada a sério. O Batista topou e começamos os preparativos. Conhecemos dois casais de outros setores - Layse e Jorge (Casal Informação) e Marina e(+) Vargas {Casal Piloto). No mesmo ano, no dia 21 de setembro fizemos duas reuniões, uma de informação e outra de lançamento. Foi uma semente que está produzindo bons frutos. Lá estão 3 equipes caminhando e trabalhando pelo Movimento (veja pg 36/37 da Carta Mensal de maio/2000). Estão para se formar outras equipes, fruto de 4 Experiências Comunitárias. Para dar continuidade ao trabalho de pilotagem, conhecemos mais um casal (+) Socorro e Vicente. O ano de 1998 foi de grande aprendizado para todos nós. Tivemos momentos fortes de reflexão, alegria, tristeza e dor. Mas, temos certeza que o Reino de Deus ficou maior.

Dalva (do Batista), CR Setor D - Taguatinga - Brasília (Boletim "O Equipista" -Brasília) Nota da Carta Mensal: (+) Falecidos em acidente de carro quando estavam indo para participarem da última reunião da pilotagem.

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A PARÁBOlA DO SAPO FERVIDO

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ários estudos biológicos provaram que um sapo colocado num recipiente, com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo enquanto se aquece a água, até que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento da temperatura (mudança de ambiente), e morre quando a água ferve: inchado e feliz! Por outro lado, outro sapo que seja jogado no recipiente já com água fervendo, salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, porém vivo. Algumas pessoas têm comportamento similar ao do "sapo fervido". Não percebem as mudanças, acham que está tudo bem e que tudo passa ... é só dar um tempo. E ficam obsoletos, "morrendo" sem ter percebido as mudanças. Outros, vendo as transformações, pulam, saltam, em ações que representam as ações necessárias. Vários "sapos fervidos" estão por aí, vivendo a "Síndrome da Gabriela" (eu nasci assim, eu cresci assim ... ). Prestes a morrer, porém boiando, estáveis na água que se aquece a cada minuto. Não podemos ser "sapos fervidos" . Precisamos, juntos, criar, na nossa equipe um clima interno que seja favorável ao crescimento espiritual, com espaço para o diálogo, para a comunicação clara e verdadeira, para o compartilhamento, para o engajamento co-

munitário, e para uma relação adulta. O desafio ainda maior está na humildade de atu ar em casal e de forma coletiva. A mudança exige como resposta o esforço coletivo. Tornar as ações coletivas exige muita competência interpessoal e interior para o desenvolvimento do espírito de equipe, exige saber: ouvir, partilhar, doar, acreditar no amor e no elo de amizade e de fé que nos une. Os "sapos fervidos", acomodados no seu "habitat", boiarão no mundo do Terceiro Milênio. Acordemos! Nós, que nos enquadramos neste perfil de "sapo fervido", procuremos, como equipistas, estar atentos aos objetivos do Movimento:- "Como Igreja, partici-

par e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimónio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade". (texto adaptado) Dulce e Cármine Eq. 09 - N. Sra. da Glória Valença- RJ

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EU Eu! Quem sou eu!? Sou uma incógnita!? Na verdade é difícil deflnir quem sou eu. Sou uma pessoa com vários "eus" dentro de mim. Ora, sobressai um "eu" forte. Ora, a fragilidade e a fraqueza me dominam. Ora, sou decidida, flrme. Ora, sou insegura e medrosa. Tenho um "eu" romântico e um eu "prático". Tenho um "eu" meigo, doce e compreensivo. Mas, se me deparo com situações que me aborrecem, um "eu" rancorosa toma conta de todo meu ser. Até aparece o "eu" culpa, acompanhado do "eu" perdão. Mas, ao mesmo tempo, um "eu" cheio de mágoas e ressentimentos quer dar o "ar da graça", para dar força ao "eu" rancoroso. É quando peço socorro para o meu "eu" AMOR. Como me faz tão bem! É neste "eu" que me aconchego para me proteger de todos outros "eus", que tanto me fazem mal. E é no "eu" AMOR, que compreendo os desígnios de Deus em cada ser humano. É no "eu" AMOR, que conheço o Deus Amor e encontro a paz!

Anunciação (do Renato) Eq. 9 - N. Sra. de Belém Guaratinguetá, SP

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UMA HlSTÓRlA DE URSOS, ONÇAS E MORANGOS

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á um trecho de um livro que eu li e reli várias vezes e nunca vou me esquecer. Nesse trecho do livro: "O Sucesso é Ser Feliz", o autor Roberto Shinyashiki conta a história de um homem que estava caindo de um barranco e se agarrou numas raízes. Em cima do barranco havia um urso enorme querendo devorá-lo, e, embaixo, quando ele caísse, havia seis onças famintas para engoli-lo. Ele olhava para cima e via o urso, olhava para baixo e via as onças. Em determinado momento ele olhou para o lado e viu um morango vermelho, lindo, refletindo dourado por causa do sol. Num esforço grande apoiou seu corpo com a mão direita e com a esquerda apanhou o morango e se deliciou com o sabor doce e suculento do melhor morango de sua vida. Conosco acontece muitas vezes de deixarmos de saborear bons momentos, de vermos tantas coisas maravilhosas no nosso cônjuge porque damos mais importância às coisas que nos desagradam, que nos magoam e nos deixam tristes. Como o autor do livro diz: "Sempre existirão ursos, onças e morangos. Eles fazem parte da nossa vida. Mas o importante é saber aproveitar o morango, porque o urso e a onça não dá para aproveitar". Saboreemos, então, cada momento que passamos ao lado do marido, da esposa e dos filhos. Não deixemos que mágoas e rancores (ursos e onças) nos impeçam de saborear as alegrias (morangos) de estarmos juntos, de nos amarmos e de testemunhar a presença de Deus na nossa vida.

Colaboração de Vera ·(do Tinti) Equipe 33 - N. Sra. Mãe das Graças São José Rio Preto, SP

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Meditando en1 Equipe Antes, comemorávamos no domingo próximo à festa de São Jerônimo (30 de setembro), o dia da Bíblia . O amor que o povo tem pela Pa lavra de Deus, levou os Bispos do Brasil a reconhecerem o mês de setem bro como o mês da Bíblia. Nós, das Equipes de Nossa Senhora somos também parte deste povo que acolhe a Palavra e a põe em prática.

Meditemos um pouco Leia Isaías 55 , 10- 11

Sugestões para a Meditação • • •

A Palavra é eficaz em nossa vida , quando abrimos a mente e o coração, "tornando -a fecunda e fazendo-a germina r". A Palavra deve volta r a Deus com frutos . Nosso anúncio da Palavra e nossa o raçã o a Deus, devem ser acompanhados de frutos . Partilhe co m os equipistas a sua maneira de fazer d ia riamente a Escuta da Palavra. Podre Ernani

. ... ..... . . ... . . . . . .. . .. .. .. ... ..... . .... Oração Litúrgica Salmo 119, .12-19 Bendito és tu, Senhor; ensina-me teus estatutos. Com meus lábios enumerei todos os decretos de tua boca. Eu me alegro em seguir teus testemunhos, mais do que em todas as riquezas. Quero meditar teus mandamentos e considerar teus caminhos. Nos teus estatutos me deleito; não esquecerei tua palavra. Sê bondoso com teu servo; faze que eu viva e observe tua palavra. Abre-me os olhos paro eu contemplar as maravilhas de tua lei. Sou estrangeiro sobre a terra, não escondas de mim teus mandamentos.


Objetivo Geral do Movimento das Equipes de Nossa Senhora

"Como lqreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade".

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal

R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 256.1212 • Fax: (Oxx11) 257.3599 E-ma i I: secretariado@ens.org. br • ca rtamensa l@ens.org . br Home page: www.ens.org.br


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