ENS - Carta Mensal 363 - Maio/2001

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°363 • Maio I

2001

EDITORIJ L Da Corte Mensal ....... .......... ....... O1

O Preto do Coração: Que Saudade !. ............ ......... .. .... 28

SUPER-Rf GIÃO BRASIL Para as ~ ães ............... .... .. .... ..... 02 Foi Precim Mas .. . É Preciso .......... 03 A Pessoa De Maria ......... ............. 04

CONJUGALIDADE A G raça do Sacramento do Matri mônio ... ..... .. ......... ......... 30

ERI Duc ln AI um ....... ............. ... ........ 06 Carta do Conselheiro Espiritual ... 09 Notícias nternaciona is .... ............ 1O VIDA NC MOVIMENTO Meus Arr igos das "Primeirq ~ Horas" ... ..... .... ..... ... ... 1 2 Rastros e Pegadas .................... ... 1 3 Correçãq Fraterna .... ...... ...... ... ... 1 5 EACRE 2D01 Eacre 2001 ........ ..... .... .............. .. 16 PASTOIU L FAMILIAR Políticas amil iares ........ .... ......... . 23 DIA DO RABALHO O Trabal[lo ................... ........... ... 24 O Trabal [lo e Bênção ....... ........... 2 5 DIA DAS MÃES Palavras RUe Toda Mãe Gosta ri a de Dizer os seus Filhos ...... ........ 27

CarltJ Mensal i uma publiroção mmsal das Equipes de Nossa Senhora Edição: Eququ d4 Ctulll Mensal Cec flia e José Carlos (respons6veis) Wilma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marr:o

Janete e Ntlio Pe. Ernani J. Angelini (cons. espiritual) Jomalislll Re:rpons6nl: Catherine E. Nadas I""" I9111SJ EdilorafiJo Eletr8nka, Follllitos el~lla: Nova Bandeira ProduçiJes Editoriais Ltda. R. Vendncio Ayres, 931 - SP Fone: (Oxxll) 3873.1956

CAMPANHA DA FRATERNIDADE Testemunho ................ ... ... .... .... .. 32 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .... ... 33 ORAÇÃO A G raça de Comunicar-se .. ...... .. . 35 PARTILHA E PCE Reg ra de Vida ...... .. ........... ......... . 36 Meditação .... .. .. ........... ............. .. 38 ATUALIDADE 14° Cong resso Eucarístico Nacional ... ........ ... ...... 39 A Amazônia para Todos .......... .... 40 Fa mília, Âncora para Superar a Violência ........ ..... .. ........ .. ......... 42 Não Tenho Tempo! ............. ......... 44 NOSSA BIBLIOTECA .. .... ... .......... 45 REFLEXÃO O Sentido da Vida .. ... .. ... ........ .. .. 46 Perdão ................... ....... ..... ... .. .... 47

Projeto Gr6fu:o: Alessandra Carignani Capa: Carlos Wimmer lmpnss4o: Ediç{Jes l.nyolo R. 1822, 347 FOM: (011) 6914.1922 77rage• deslll edifllo: 15.000 exemplares

Canas, colaborações, twtfcias, testemunhos e inuJgens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 se andar . conj. 53

01309·000 • São Paulo . SP Fone: (Oxx ll ) 256.12 12 F(IJC: (Oxx ll ) 257.3599 cartamensal @ens.org.br

A/C Cecilia e José Carlos


Queridos equipistas:

É com grande alegria que estamos enviando esta Carta para vocês. Esperamos que, quando ela chegar às suas mãos, estejam, todos, vivendo este tempo pascal com a energia, o entusiasmo e a caridade que devem caracterizar o cristão. A Carta Mensal é nosso ponto de encontro. Ela quer ser o lugar onde os equipistas, de todas as regiões do Brasil, sintamse à vontade para falar das suas dificuldades e inquietações e também das lutas e descobertas de sua caminhada. É uma preocupação nossa que a Carta promova a unidade do Movimento, indispensável para que continuemos fiéis ao método e ao carisma fundador e acreditamos que uma leitura mais atenta pode demonstrar o seu valor como um instrumento útil, que deve ser aproveitado por todos os equipistas. Estamos em maio, mês de céu azul e temperatura amena, mês de nossa Mãe, Maria, a mulher corajosa que foi até o fim na sua missão e que nossa Carta homenageia. É o mês de todas as mãezinhas, quase sempre muito queridas, que lutam, no dia a dia, para que seus filhos sejam felizes. Que Deus as abençoe! Mês também em que comemoramos o Dia do Trabalho, trabalho que é bênção divina e que ajuda o homem a realizar os planos de Deus. Temos, neste mês muita coisa interessante. Por exemplo, mo-

mentos dos vanos EACRE que aconteceram por todo o Brasil e que mostram a unidade e o vigor do nosso Movimento. Vocês vão gostar, também, do artigo de dona Nancy, sempre ativa e preocupada em descobrir caminhos de atuação dos equipistas, presentes e colaboradores em todas as fases de sua vida. V árias artigos podem nos ajudar na reflexão, alguns testemunhos edificantes podem nos inspirar a dar passos mais largos. Temos também a contribuição inteligente de um humanista brasileiro sobre a internacionalização da Amazônia e um delicioso artigo, escrito com bom humor, que nos faz rir das peripécias de uma das equipes das Primeiras Horas ... Para terminar, a palavra edificante e terna do padre Ernani, nosso conselheiro espiritual, amigo e mestre, que nos conduz, como em todos os meses, à meditação em Equipe. Esperamos, confiantes, um retorno. Todos os comentários são sempre bem-vindos e objeto de nossas reflexões. As colaborações são preciosas, lidas com carinho e consideradas como um estímulo e um aprendizado, mesmo quando não podem ser publicadas, geralmente, por falta de espaço. A nossa Carta não pode existir sem vocês. Com nosso maior abraço, Equipe da Carta Mensal


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PARAASMAES encobrem a coroa de espinhos de muitos anos e tantas dores? - Se a vida eterna dareis por um copo d'água oferecido ... Que dareis, Senhor, àquela que me deu a beber a taça da vida e do amor, que dia a dia se fez para mim fonte inesgotável? - Se dais a vida eterna por um copo d'água dado por amor, que dareis em recompensa a minha mãe? - Senhor, não posso nem sequer imaginar, e por isso ao vosso amor confio meu desejo nesta oração. Olhai, Senhor, por minha mãe, por todas as mães, que elas sejam para nós a imagem contínua de vosso amor compreensivo e generoso. ~Dai- lhes a coragem e a paciência, a sabedoria, a firmeza e o carinho. Lembrai-vos das que aprendem a ser mães com o primeiro filho. Lembrai-vos das que vos podem apresentar uma farm1ia grande, tão grande como o seu coração. -Consolai as que choram seus filhos ausentes, as que os perderam nos campos de batalha ou nos caminhos do mundo. As que vêem seus filhos minados pela fome e doença, e não os podem socorrer. Senhor, nós vos pedimos pelas mães, por todas as mães. Que elas encontrem em vossa mãe, a Virgem Maria, o amparo e o modelo.

Prezados casais e Conselheiros Espirituais. Em vez de refletir sobre o dia das mães, preferi repetir uma prece: -Senhor, hoje é o dia das mães. Abraços, lágrimas, sorrisos e flores, poesias, presentes e prestações. Filhos que se reúnem ou que de longe escrevem. Flores para as mães que já se foram e flores para as mães que ainda vivem. - Neste dia me lembro que prometestes a vida eterna para quem, por vosso amor, der um copo de água ao irmão. Se a vida eterna dareis por um copo de água, o que dareis, Senhor, àquela que a vida me deu e me amou quando eu era apenas uma promessa? - Por um copo de água ... E qual será a paga para os braços que me embalaram, para as horas de vigília orquestradas pelo choro impertinente? - Se a vida eterna dareis ... Qual será a recompensa para aquela que me ensinou a sorrir, e juntando minhas mãos dentro das suas me ensinou a rezar, ao mesmo tempo que era para mim a presença de vosso amor? -Por um copo d'água, a vida eterna ... E que dareis, Senhor em paga pelos anos todos de cuidados por mim, que nem sempre era o que ela esperava? Que dareis, qual a recompensa pelas rugas que ajudei a cavar, pela grinalda de cabelos prateados que

Pe. Flávio Cavaka de Castro, cssr SCE da Super-Região 2


FOl PREClSO MAS... É PREClSO Olá, gente amiga,

É preciso manter-se atento e vigilante para os nossos desafios, para estar sempre disposto a dar à sociedade em que vivemos as razões profundas de nossa esperança. É preciso descobrir que mesmo sem festas, no comum do passar dos dias e dos meses, continua Deus na sua incansável maratona de oferecer o seu amor por nós, de continuar realizando outros tantos prodígios que se escondem atrás das pequenas coisas, na fragilidade das relações humanas, na alegria das pequenas vitórias, nos mistérios da nossa vida. É preciso não perder a sensibilidade para continuar buscando e curtindo as maravilhas do Senhor no comum do cotidiano e que só os corações voltados a ele conseguem enxergar. Foi preciso comemorar os acontecimentos importantes de 2000 e cremos que todos o fizemos em grande estilo. Que em grande estilo, com renovada coragem e determinação, ouvindo as orientações do Movimento para os próximos anos, sintonizados às preocupações da Igreja no Brasil e atenciosos ao apelo do Papa aos cristãos deste terceiro milênio, sejamos capazes de nos aventurar em águas mais profundas, sem temer os desafios dos ventos contrários, ousando e confiando no poder do amor a Deus e aos homens.

Antes de lhes escrever, lembrávamos ainda dos festejos do Jubileu de Ouro das ENS no Brasil, justamente há um ano, neste igual13 de maio. Quanto envolvimento, quanta agitação, quanto entusiasmo se viu de norte a sul do país. Afmal não é qualquer um que faz Jubileu de Ouro. Juntam-se a isso os festejos de toda a Igreja pelos 2000 anos do nascimento de Jesus. E, por fim, os preparativos para o Encontro de Santiago. Convenhamos, foi uma montanha de festejos, de acontecimentos felizes, onde a alegria era a nota principal. Mas foi preciso. Foi preciso fazer o coração vibrar, encher-se de ternura, quando pudemos refletir a presença sempre marcante de Jesus na vida do Movimento, na nossa vida comum, enfim, na história dos homens. Foi preciso nos darmos mais a conhecer, não para aparecer nos jornais, na rrúdia, mas para anunciar que há homens e mulheres que acreditam na força do amor conjugal e vêem no matrimônio cristão um lampejo do amor de Deus. Foi preciso abrir nossa boca para fazer a louvação, dizer obrigado ao Senhor, exaltar o seu nome. Tudo foi preciso mas ... Passada a euforia de tantos momentos mágicos, é preciso que as ENS, como brincava o Casal Provincial Sul I, Altimira e Paulo, não façam de 2001 "o ano da ressaca". É preciso não baixar as guardas.

Com o nosso carinhoso abraço, Silvia e Chico CR da Super-R egião Brasil 3


Palavra do Provincial

A PESSOA DE MARIA MÊS DE MA10, MÊS DE MARlA, MÊS DAS MÃES! " ... o Sacrossanto Sínodo, ao expor a doutrina sobre a Igreja, na qual o divino Redentor opera a salvação, quer esclarecer com empenho, tanto a missão da Bem-aventurada Virgem ao mistério do Verbo Encarnado e a do Corpo Místico, como os deveres dos homens remidos para com a Mãe de Deus, Mãe de Cristo e Mãe dos homens, mormente dos fiéis". (LG 54). Com estas palavras o Concílio Vaticano II coloca a reflexão sobre Maria dentro da Igreja como ela deve ser vista no seio da nossa Igreja. Olhando Maria, a comunidade eclesial entende melhor sua identidade e sua missão, através de Maria, Deus revela como quer a pessoa humana e como quer a Igreja. Revela ainda, seu modo de agir no mundo para que o reino se realize, o destino de todo ser humano e do mundo. "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e adescendência dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". (Gn 15). Estas palavras são dirigidas por Deus à serpente, símbolo do mal, em contraposição à mulher, símbolo do bem. Maria é a promessa e a esperança. O Evangelho de São Lucas é o que mais fala sobre a pessoa de Maria. "Eis aqui e escrava do Senhor. Faça-se em mim se~undo a tua palavra". (Lc 1,38). E a resposta de

Maria ao anjo; é a resposta do povo fiel. Maria é símbolo do povo que acredita, mulher de fé e perfeita discípula. O filósofo francês Emmanuel Mounier, filósofo do personalismo, escreveu que "uma pessoa só atin-

ge a plena maturidade no momento em que opta por fidelidades que valem mais do que a vida". Maria optou pela fidelidade a Deus, acima de qualquer outro projeto Ela foi coerente consigo mesma, com o que assumiu; ela foi responsável. Que 4


O milagre da transformação da água em vinho aconteceu porque Maria estimulou o seu filho Jesus e orientou os serventes. Grandeza da pessoa de Maria! Existe um paralelismo entre Caná e a Cruz. Caná mostra a presença de Maria no inicio da vida pública de Jesus; a cena no pé da cruz está inserida no final, na plenificação de sua missão (Jo 19,25-27). A verdadeira mãe está sempre onde os filhos se alegram, onde os filhos sofrem. Na cruz, Maria se toma membro constitutivo da Igreja, representada por João. Maria é mãe da comunidade, da Igreja, por desejo de Jesus. A história da Igreja destes vinte séculos comprova quanto Maria esteve presente na vida da Igreja. Quantas graças, quantas inspirações, quantos estímulos para o bem, em nome e com a força da mãe Maria. Num dos diversos documentos do Concílio Vaticano II, está escrito que a pessoa que segue a Cristo, pessoa perfeita, se toma mais pessoa. Realmente a pessoa é um sistema de relações fundamentais que se abre necessariamente para os outros e para Deus. A pessoa de Maria está intimamente ligada à pessoa de seu filho, Jesus Cristo, filho de Deus. Ela é uma pessoa perfeita, isto é, profundamente mulher, geradora da vida, profundamente santa: crendo, lutando, esperando e amando, em meio a conflitos e tribulações, porque ela é "CHEIA DE GRAÇA"

lição belíssima de fidelidade para a nossa pessoa! O encontro entre Maria e Isabel (Lc 1,39-56) é de extraordinária ri~ queza simbólica, espelho de uma realidade sempre atual. O velho e o novo se encontram. Isabel representa o velho, e Maria o novo. O velho se alegra e o novo também. É a Igreja, povo de Deus a caminho, que sempre se renova, através principalmente da ação de mulheres criativas, entusiastas, cheias de fé e esperança, como Maria. "Meu filho, porque agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" foram palavras que Maria dirigiu ao filho Jesus encontrado no templo, depois de três dias de procura (Lc 2,41-52). Profunda responsabilidade de uma mãe, chamando a atenção do filho com equilíbrio, com firmeza, com amor. Neste episódio percebemos claramente que Maria se sente responsável pelo filho porque O ama. O amor é a fonte da responsabilidade. O amor é que convence, educa; não são palavras vazias. Na festa das bodas de Caná funciona a grande função pedagógica da pessoa de Maria: estimuladora e orientadora. "Eles não têm mais vinho". Sua mãe disse aos serventes: "Fazei tudo o que vos disser". (Jo 2, 3;5). O verdadeiro educador é aquele que está atento às reais necessidades dos educandos, aquele que se antecipa, que toma iniciativa, aquele que dialoga, que sabe dizer a palavra certa no momento certo, aquele que estimula o agir.

Graça e Encarnação CR Província Norte 5


DUClNALTUM FAZER-SE AO lARGO

N

a sua Carta Apostólica "Novo Millennio lneunte" [No início do Novo Milênio], João Paulo II convida-nos, como Jesus, a fazermo-nos ao largo para a pesca em águas profundas. "Duc in altum". Estas palavras ressoam hoje aos nossos ouvidos, convidando-nos a lembrar com gratidão o passado, a viver com paixão o presente, a abrirmo-nos com confiança ao futuro: "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre" (Hbl3,8). Este convite da Igreja para redescobrir o essencial deve servirnos de guia para melhor situarmos a orientação das Equipes de Nossa Senhora para o início deste terceiro rnilênio. "Ser Casal Cristão hoje na Igreja e no Mundo" apresenta-se efetivamente como uma série de questões relacionadas com as grandes realidades do nosso tempo. Questões para as quais todos os equipistas, membros das Equipes de Nossa Senhora estão convocados a colocar-se, hoje, quer como batizados, quer como casais cristãos, quer como casais que formam a Igreja de Cristo. Como viver realmente as Bemaventuranças? Como anunciar apresença viva de Cristo na nossa realidade atual? Como viver concretamente os nossos compromissos do Batismo, da Confirmação, do Matrimônio, no mundo de hoje?

Como propor e sobretudo como dar a todos aqueles que encontramos no nosso caminho na Igreja e no mundo, aquilo que recebemos,

Num mundo cada vez mais "inóspito e hostil ao homem", devemos apostar na caridade, no diálogo e na missão, para sermos, nós mesmos, sinais concretos da obra de Cristo em cada um de nós.

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reunir em equipe, foi por isso que decidimos ousar sair de nós mesmos, abrindo-nos e pondo de lado as nossas opiniões pré-concebidas. Decidimos deixar as nossas verdades bem estabelecidas, para nos aproximarmos dos outros, para os contemplar, para os escutar, para partilhar com eles a Boa Nova e, juntos, darmos conta da esperança que possuímos. Na nossa sociedade universal, em profunda mutação, é urgente que façamos uma reflexão adulta, consciente e concreta, coerente e honesta sobre a nossa missão de casal e sobre o nosso compromisso na Igreja e no mundo. A orientação proposta ao nosso Movimento em Santiago de Compostela é exatamente a resposta ao apelo de Cristo, transmitido pelo

aquilo que continuamos a receber e aquilo que receberemos de Deus nas Equipes de Nossa Senhora? As Equipes de Nossa Senhora são uma comunidade de casais que querem viver todos os aspectos da sua vida sob o olhar de Deus. Todos os aspectos da sua vida, isto é: • vida pessoal • vida de casal • vida de farm1ia • compromissos na Igreja e na sociedade. A nossa espiritualidade conjugal incita-nos a procurar uma autêntica vitalidade de vida conjugal que incide no plano espiritual e humano. Esse ideal de vida não pode ser assumido sozinho. Restringir a sua fé e o seu projeto de vida conjugal à sua própria vida privada é insustentável. Foi por isso que decidimos nos 7


Papa João Paulo II no final do ano jubilar. Como batizados, como casais, membros das Equipes de Nossa Senhora, somos chamados a encontrar Cristo. A nossa época está em movimento contínuo, arriscandose facilmente ao "fazer por fazer". Precisamos resistir a esta tentação procurançlo "ser em vez de fazer''. Recordemos a recomendação de Jesus a Marta: "Andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária" (Lc10,41-42). É com este espírito que, todos juntos, devemos abordar esta orientação que nos fará descobrir a nossa riqueza em partilhar, num grande impulso missionário, com os nossos irmãos de todas as raças, povos e nações. Somos convidados a contemplar o rosto de Cristo, através do testemunho dos Evangelhos. São eles que nos conduzem no caminho da verdade, fazendo-nos descobrir a profundidade do mistério de Cristo "O Verbo fez-se carne" (Jo 1,14). Esta contemplação do rosto de Cristo leva-nos a sermos mais "filhos no Filho" para abordar, com Jesus, o aspecto mais paradoxal do seu mistério, que se revela no momento da cruz. Rosto de sofrimento, depois rosto de ressuscitado, são estes rostos sucessivos que somos levados a refletir no cotidiano das nossas vidas. Também somos convidados a partilhar com Cristo. E, com Ele, obteremos um impulso renovado para a nossa vida cristã, de modo que, a cada dia, possamos caminhar para a santidade.

A oração, a leitura da Palavra, a Eucaristia, o sacramento da Reconciliação e a graça que nos é dada na partilha conjugal do Dever de Sentar-se ou na partilha em equipe, são algumas das etapas no caminho da santidade, que farão de nós testemunhas do amor. Este testemunho passa por uma verdadeira e autêntica espiritualidade de comunhão, que se exprime na diversidade da nossa pessoa, do nosso casal e da nossa equipe. Num mundo cada vez mais "inóspito e hostil ao homem", devemos apostar na caridade, no diálogo e na missão, para sermos, nós mesmos, sinais concretos da obra de Cristo em cada um de nós. João Paulo II diz-nos: "Sigamos em frente, com esperança! Diante da Igreja abre-se um novo milênio, como um vasto oceano onde podemos nos aventurar com a ajuda de Cristo". [58] "No princípio deste novo século, o nosso passo tem que fazer-se mais ágil para percorrer as estradas do mundo". [58] A nova orientação "Ser casal

cristão hoje na Igreja e no Mundo" abre-se nesta perspectiva. Propõe ajudar-nos a sermos fermento e sal da terra, plenos de sabor. Reflitamos juntos, para assumir compromissos como cristãos adultos e responsáveis neste novo milênio. Não tenhamos medo de nos fazer ao largo.

Marie-Christine e Gérard de Roberty Casal Responsável da ERI 8


CARTA DO CONSELHElRO ESPlRlTUAL ELOGlO DA FlDEUDADE

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alando aos casais numa das suas bem recentes reflexões, o Papa João Paulo II insistiu, uma vez mais, em dois elementos que para ele são fundamentais na vida dos casais: a fidelidade e o perdão. A experiência nos ensina, freqüentemente, que, com base nesta idéia, se pode construir um casal estável, pois existe o amor que é capaz de cobrir uma imensidão de pecados (lPe 4, 8). A fidelidade e o perdão têm as suas raízes na força dada pelo Espírito: é o mistério do encontro de dois seres chamados ao amor, na realidade de uma vida que se quer duradoura, mas que, certamente, é submetida ao tempo e às circunstâncias mutáveis do cotidiano. O povo fala "de amor cego", que certamente está ligado à utopia de duas pessoas humanas que se fazem promessas de amor. Mas esta utopia, para ser válida na duração, exige que estejamos conscientes e lúcidos, pois o caminho iniciado juntos nem sempre é fácil: muitas vezes há o risco do nevoeiro, que impede discernir o caminho a seguir; há os salteadores, que tentam roubar e violar a intimidade, enfim as falsas luzes que cegam, muitas vezes, os nossos olhos. Mas avançar, contando um com o outro, é o segredo do sucesso apesar dos altos e baixos da vida em

comum. E o valor do sacramento do Matrimônio é a presença da fidelidade de Cristo, que se comprometeu permanentemente a ser o apoio e o guia no caminho do casal. Estes são os benefícios da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora. Esta pedagogia ajuda-nos a conhecer-nos à luz do Espírito, pois convida-nos a estar sempre à escuta da Palavra daquele que é "cAMINHO, VERDADE e VIDA" (Jo 14,6); além disso, faz-nos avançar no conhecimento mútuo, gra_ças aos diálogos sob o seu olhar. E esta pedagogia que nos une a outros casais que, como nós, desejam avançar na mesma direção, para serem fiéis à vocação cristã. E faz-nos refletir sobre o nosso mundo, para sermos capazes de o compreender e difundir os benefícios que recebemos desde o primeiro dia do nosso compromisso como equipistas. Se olharmos frente a frente para a realidade dos nossos dias, toma9


remos consciência da distância que existe entre o ideal evangélico que tentamos viver e os estereótipos que abundam à nossa volta. Temos consciência da nossa responsabilidade como testemunhas, que têm a missão urgente de estar presentes, como fonte de transformação para um mundo que precisa da salvação dada por Cristo. A fidelidade à nossa união sacramental, vivida sem quebras, enraizada na caridade paciente, benigna (1Co13,4ss) pressupõe atitudes adultas. Não se trata de ser esposos modelos, apenas quando a vida avança sem sobressaltos. A fidelidade deve ser vivida em todos os momentos, em todas as circunstâncias, apesar das feridas do tempo, dos fracassos ou dos sucessos, sem hipocrisia, com toda a sinceridade. Aprofundar o sentido da nossa união, a partir da nossa vida interior, reforçada pela nossa espiritualidade conjugal, seguindo seriamente o compasso da pedagogia em que acreditamos, comprometendo-nos nas Equipes. Infelizmente, o nosso mundo não leva a sério o Matrimónio. Basta lermos os jornais, ver um

filme, folhear as revistas. A frivolidade de que Cristo falava como um dos maiores males que desonram o homem, também pode entrar nas nossas vidas (Me 7,22). Não sejamos frívolos na nossa vida de casal e também não o sejamos na nossa vida de equipe. Não deixemos cair facilmente os pontos de apoio que nos são oferecidos pelas Equipes de Nossa Senhora, bem testados há muitos anos pela experiência de tanta história e tantos esforços. Ofereçamos a nossa criatividade à fidelidade, sem falsear o verdadeiro sentido do nosso carisma. Se mantivermos a fidelidade, não só como muralha, mas também como fonte de energia, para manter viva e sempre nova a nossa vida de casal e a nossa vida de equipe, seremos capazes de difundir a grande mensagem de esperança trazida ao mundo por Cristo, fiéis ao apelo que Deus nos fez um dia para vivermos juntos, com Ele (lCor 1,9), nesta sociedade de amor dos nossos lares "de casais cristãos, hoje, na Igreja e Mundo".

Padre Cristobal Sàrrias, s.j.

NOlÍClAS lNTERNAClONAlS LESTE EUROPEU

UTUÂNlA Damos graças ao Senhor pelo bem que Ele nos dá em conhecer e viver com as Equipes nos países da Europa de Leste.

Um casal francês, chamado pelo Monsenhor Backis, Bispo de Viln ius, recentemente nomeado Cardeal pelo Papa João Paulo II, partiu em missão para apresen tar as Equipes de Nossa Se1o


El SALVADOR

nhora na Lituânia. Esta missão deu os seus frutos e um casal franco-lituano, que fez parte de uma equipe francesa, acaba de reunir alguns casais para fundar a primeira equipe lituana. Iniciaram a tradução dos Cadernos Verdes e de outros documentos na sua língua. Aliás, um casal lituano participou do Encontro Internacional de Santiago de Compostela.

Um violento tremor de terra arrasou El Salvador no início do mês de janeiro. Um outro, acaba de acontecer nestes últimos dias. As duas equipes salvadorenhas estão incólumes mas o país confronta-se com graves dificuldades. Se a nossa ajuda material pode ser bem-vinda, as nossas orações são necessárias para apoiar, através do Espírito e na comunhão, os nossos irmãos equipistas ou não, em El Salvador.

HUNGRIA E NA ROMÊNIA

O CONGO DEMOCRÁTICO:

Nasceu um Setor: o casal responsável é Cathy e Andras Sergõ. Participaram da Sessão Internacional que se seguiu ao Encontro Internacional de Santiago de Compostela. Pilotam equipes fundadas em Déva, no Norte da Romênia. Os equipistas confrontam-se com os problemas comuns dos seus países. As pessoas procuram a esperança e estão cheias de boa vontade, mas isso requer muito tempo. A vida quotidiana exige muitos esforços e por isso, sobra pouco tempo para outras atividades. Os casais das equipes sabem que, se puderem melhorar a vida dos seus filhos e das suas fam11ias, isso seria benéfico para a Romênia e para a Igreja Romena. No mês de novembro, foi organizado um retiro num mosteiro parcialmente renovado. As famílias apreciam muito esses dias que passam juntos, pois permitem-lhes contornar as dificuldades da vida quotidiana.

45 equipes vivem nesse país, mais precisamente em Bukavu, Kalérnié e Lubumbashi, a leste do Congo Democrático. A situação política só pode agravar a situação econôrnica e moral dos nossos amigos equipistas. Onze deles estavam inscritos no Encontro Internacional e, apesar dos esforços diplomáticos, não conseguiram juntar-se a nós. Que as nossas orações sejam para eles um apoio!

••• Obviamente, todos estes países, que enfrentam dificuldades, precisam de ajuda material que vocês podem, solidariamente e em comunhão, remeter a seu favor para o Secretariado Internacional: 49, rue de la Glaciere, em Paris. Mas é também, e sobretudo, das nossas orações que eles precisam. Não tenhamos medo de rezar uns pelos outros. 11


MEUS AMlGOS DAS "PRlMElRAS HORAS"

H

oje, revendo a Carta Mensal de Outubro de 1982, encontrei à página 20, um artigo do Pe. Roque Schneider, S.J. sobre o "Jardineiro Invisível". O artigo tocou-me. Lembrei-me de todos os casais que, no Movimento há trinta, quarenta ou cinqüenta anos, alegres, generosos, vibrantes de entusiasmo, cheios daquele ardor missionário que o Papa hoje nos recomenda, levaram a semente da espiritualidade conjugal pelo Brasil afora. Como é gratificante levar a semente: levá-la e vê-la frutificar em

todos os lugares por onde passamos! Não pensem que lhes escrevo como alguém que agora se deixa envolver apenas pelo passado. Não. Muitos de nós ainda estão na ativa. Mas olhamos o passado como aqueles esportistas que contemplam as medalhas e troféus conquistados. Deus nos chamou a colaborar e dando-lhe o nosso "sim" fomos acolhidos e recompensados. Os quase 13.000 casais do Movimento aí estão como frutos abençoados das sementes lançadas, sendo, por sua vez, os semeadores de hoje.

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A vida continuou e o Movimento cresceu e Deus acolhe e abençoa os casais de hoje, como ainda faz com os seus colaboradores de ontem. Porém, a nossa missão não está terminada. As sementes lançadas precisam ser regadas para crescerem e se multiplicarem. O "Jardineiro Invisível", silencioso e perseverante, cuida delas. O Pe. Schneider nos diz "se não fores o semeador que atira a semente ao solo, sê pela oração, sofrimento, e caridade, o "Jardineiro Invisível" que rega a semente. Uns têm saúde e tempo disponível, outros se acham doentes e enfraquecidos pela idade. Mas todos podem assumir o gesto redentor do "Jardineiro Invisível". Quanta coisa ainda podemos fazer: acompanhar com muita simpatia e entusiasmo a atu~ção dos mais jovens que nos subst1tuem na linha de frente. Rezar por eles, encorajá-los nas dificuldades e apoiá-los com o nosso amor e experiência. Sem críticas. Tempos novos exigem caminhos novos, contanto que nos mantenham fiéis às nossas raízes. Precisamos ter a certeza de que o "Jardineiro Invisível" que rega a semente é tão necessário e tão importante como aqueles que semeiam. Unamo-nos a eles e lhes emprestemos de todo o coração tudo o que ainda lhes pudermos dar. E, fraternalmente, iremos juntos procurar construir a glória de Deus nesse terceiro milênio.

D. Nancy Moncau Equipe JD - São Paulo 13

RASTROS E PEGADAS

C

om salutar ansiedade humana e cristã, o grupo espera por aquele encontro que se repete a cada mês, com o misto de inquietação de que possa ser o último e com o otimismo e entusiasmo como se fosse o primeiro. Os dias, os meses, os anos, e até gerações se sucedem e aquele encontro continua mágico. Alcruém se atrasa. Pudera, já b . ' tem lapsos de memória. F01 so um esquecimento. Esqueceu a .companheira em casa, mas é claro, voltou para apanhá-la. O casal anfitrião, muito prudente, preparou um local para que sejam guardados: bengalas, muletas, bombas de oxigênio; um box para cada casal. E se explica essa preocupação, pois já houve casos de trocas de bengalas. Também, alguns estão com catarata, problema de retina ou com óculos que já não estão mais dan?o conta de tanta miopia e outros dJstúrbios de visão. Tudo em ordem. Vamos começar. Porém, um pequeno problema: alguém está "travado'' e não consegue se levantar do sofá, porém nada que não possa ser contornado. Providenciam-se almofadas grandes para melhor apoio, após alguns "ais", ele se levanta. ...


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ALELUIA! Enfim vamos iniciar. Epa! Outro irmão que já estava em pé por longos três minutos pede licença para se sentar, já que o problema da coluna o submete a ficar a maior parte do tempo sentado. Tudo bem, então vamos ficar todos sentados, pois o que vale é o respeito que guardamos para a ocasião, postura não é fundamental. "É, não é para você", alertou aquele que não pode ficar sentado numa posição só. "Vocês yiram a notícia no 'Estadão' da passageira inglesa que veio a óbito por ter ficado sentada na mesma posição?" Pois é, o problema dele é o mesmo. Solução: ele fica liberado para sentar e levantar quando quiser, afinal sua calça já está amarrotada ... E assim fomos indo e chegamos ao final de mais um compromisso cumprido. Com alegria o anfitrião nos conduziu a uma mesa posta, para uma confraternização. Tudo correu bem, mesmo levando-se em conta que a comida quase não chegou à mesa pelo fato de ele estar

mancando. Mas isso não teve nenhuma importância, afinal, rapidez é importante para o Barrichello e o Schumacher. Foi bom, ótimo, tanto que já estamos ansiosos porque no mês que vem teremos novo encontro. Um detalhe: foi sugerido que se veja a possibilidade de acrescentar ao nome da nossa equipe "dos AIS", ou melhor, "das DORES". Em tempo: Existem vagas em nossa equipe para vocês. O único pré-requisito é ter o nosso perfil! Caros irmãos das Equipes de Nossa Senhora: brincar é preciso. A ENS 01 -Nossa Senhora Mãe da Igreja, tem orgulho do seu nome e que não por acaso foi, e será sempre a Mãe do Movimento em Catanduva. Não foi importante deixar rastros e pegadas, mas ver que hoje o Movimento está adulto, sadio, consciente, enraizado e caminhando. De bengala ou muleta, de pé ou sentados, surdos, coxos, míopes ou nada disso, somos gratos a Deus por ter-nos escolhido para pertencer ao Movimento das ENS e poder nele permanecer até então. Então, até ...

Marlene e Antonio Carlos Equipe 01- Catanduva, SP (do Boletim "Entre Nós"dez/2000 - Catanduva)

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CORREÇAO FRATERNA - Como é possível uma pessoa tão simples, com uma voz tão suave, gestos tão comedidos, nos envolver plenamente? Era o que nós nos perguntávamos ao ouvir Dona Nancy Moncau falar-nos sobre a "Correção Fraterna" no dia 19 de fevereiro de 1999, no Colégio Auxiliadora. Devagar, como é do seu feitio, foi nos colocando a necessidade de entendermos a correção fraterna como algo que deve ser feito com o objeti vo de ajudarmos uns aos outros como equipistas. E as dúvidas de sempre iam aflorando, enquanto ouvíamos sua voz suave, mas firme, fluente como a de uma jovem: " ... e se eu falar e ele (ela) não gostar, ficar ofendido, zangar-se comigo, ficar magoado, etc." Devagarinho, dona Nancy foi nos mostrando que ninguém sabe onde Deus pode nos conduzir; Abraão saiu deU r e acabou conduzido à terra prometida. Assim, também nós devemos nos colocar nas mãos de Deus, pedindo a Ele que nos transforme, que nós saibamos ser seus instrumentos; devemos orar e nos entregarmos a Deus para que ele tenha a oportunidade de nos transformar. Nesse sentido, a responsabilidade de todos nós, equipistas, de zelarmos uns pelos outros, é muito grande. Devemos entender e usar a correção fraterna como um instrumento de Deus. Não se trata, portanto, de pensar: - "Pronto, vou falar, fiz a minha obrigação ... " Como instrumento de Deus, a cor-

reção fraterna não deve ser um "lavamãos", mas um trabalho amoroso, devendo ser feito na hora certa e com as palavras certas. E questionamos: "Como eu vou saber a hora certa e as palavras mais apropriadas?" Com certeza nós não saberemos, mas orando a Deus, nos colocando nas mãos dele para sermos seus instrumentos, o Espírito Santo que está em nós, nos soprará tudo o que for preciso. Para que isso aconteça é imprescindível, segundo dona Nancy, apresença de um fator importantíssimoa humildade de quem fala e também de quem ouve. Realmente, ouvir alguém que pretensiosamente vem corrigir sem nenhuma fraternidade, não vai ser fácil, não é mesmo? Mas, se esse alguém vem misericordiosamente e passa o braço pelo ombro do irmão e olha carinhosamente, e lhe diz, com suavidade, alguma coisa que no fundo, no fundo, já estava perturbando, como resistir? Assim, dona Nancy, do alto dos seus muito bem vividos noventa anos nos ensinou que a correção fraterna não é difícil se for baseada no amor, no querer "o bem do outro", nosso irmão. Ao final, a tarefa não pareceu mais tão difícil a todos que a ouviram, e era evidente, no ar, entre os presentes, a proposta do: "Vamos tentar?"

Filhinha e Maffeis Equipe 04 - Ribeirão Preto, SP (Boi. das ENS, Ribeirão Preto) 15


EACRE2oo1

N

a reunião da Super-Região do mês de dezembro/2000 foram escolhidos os pontos de unidade que deveriam ser comuns em todos os EACRE que se realizaram no início do ano 2001. Esses pontos foram: • Reunião de Equipe - Partilha, com ênfase na Regra de Vida. • Campanha da Fraternidade • Encontro de Santiago: "Ser casal cristão hoje, na Igreja e no mundo", tendo como prioridade de reflexão para o ano 2001 o

"Ser Pessoa". • Contribuição - Enfoque do exercício da solidariedade.

• Projeto "Ser Igreja no Novo Milênio" Além desses assuntos, as regiões tinham a liberdade de escolher outros temas conforme as particularidades de cada região.

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Encontro Anual de Casais Responsáveis - EACRE. Num clima de muito amor, pudemos jogar as sementes que o Movimento recomendou e as que se faziam necessárias na Região, apontadas no nosso balanço de final de ano. Assim os equipistas puderam perceber logo que não fazem balanço em vão, o que não era percebido antes. Quais os frutos de nosso EACRE? Foi um Encontro vivido na graça de Deus, atestado por todos os presentes, e cujos frutos, eles mesmos nos contaram na avaliação do Encontro: • Visão ampla das Equipes de Nossa Senhora e melhor compreensão da importância de cada momento da reunião de equipe, bem como um aprofundamento da dinâmica do Movimento como um todo, inclusive sua mística e seu carisma; • maior fortalecimento como casais, como cristãos e como equi-

Alguns destaques dos EACRES: PRÉ-REGIÃO SÃO PAULOCENTRO IV O nosso ano equipista começou recebendo ainda as graças trazidas do Encontro de Santiago de Compostela e que se fizeram sentir na preparação e na realização do nosso 1.

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• consciência de uma contribuição (em dinheiro) mensal mais justa; • admiração diante do testemunho de solidariedade dos equipistas que trabalharam na cozinha. Esses são alguns frutos que puderam ser observados durante o EACRE, por quem dele participou e quis testemunhá-los. Esperamos em Deus que eles permaneçam e se multipliquem no decorrer do ano e para sempre. Por ocasião do balanço do final do ano poderemos avaliar o quanto representaram de mudança na vida das equipes e dos casais equipistas de nossa Região. Lenice e Luiz CR Regional - Pré-Região São Paulo Centro IV

pistas para a missão de Casal Responsável de Equipe - CRE; empenho e mais vontade de servir e crescer através das Equipes; segurança para iniciar o serviço de CRE; incentivo para a formação do CRE e do Casal Ligação; compreensão da razão do balanço, como redirecionamento da caminhada, através do planejamento e de temas abordados neste encontro (correção fraterna); despertar para a necessidade de planejamento e de seu acompanhamento; desejo de crescimento da espiritualidade conjugal, tendo em vista um planejamento voltado para esse objetivo; um estímulo muito grande da busca da coerência entre fé e vida; compreensão da necessidade de se manter a unidade; a consciência de ser pessoa amada por Deus, expandida para a fanu1ia, a equipe, a comunidade a que pertencemos, como Igreja e como membros de uma sociedade, no trabalho de todos os dias; a abordagem do tema "Ser Pessoa", direcionada para nossa vivência; a liturgia do amor conjugal fortaleceu o vínculo do matrimônio; ajuda mútua, na troca de idéias durante os grupos; estímulo para a conversão; motivação para integrar a Regra de Vida à vivência e para conhecer o documento por causa da dinâmica muito original da apresentação do documento "Regra de vida";

2. REGlÃO MlNAS 11 16 A 18/o2/2oo1 Além dos participantes do colegiado da Região Minas II, este EACRE contou com a presença de dona Nancy Moncau. Tendo como pano de fundo a motivação de Santiago de Compostela, o tema central foi SER PESSOA, mostrando a responsabilidade que temos diante da Igreja e do mundo. O nosso compromisso é o de sermos construtores do Reino. Dentro deste grande tema algumas palestras foram assim construídas: • "Ser Pessoa Humana" - a respeito da natureza da pessoa como um ser que se relaciona. • "Ser Pessoa criada por Deus", ressaltou ser a pessoa humana obra maravilhosa de Deus, a maior de todas as obras, pois é 17


dotada de alma, de entendimento, capaz de sentir, de amar e captar Deus em sua vida. • "Ser pessoa resgatada por Cristo", salientou a obra salvífica de Cristo, realizada no ser pessoa, através de sua fé. • "Ser pessoa construtora do Reino", foi falado sobre a dignidade do ser humano, insistindo que precisamos mudar os paradigmas do mundo de hoje, transformando-os em um novo: a solidariedade. • D. Nancy falou sobre a "Correção Fraterna", sua amplitude e responsabilidade, enfocando o pensamento de Pedro Moncau: "Ninguém sabe onde Deus pode conduzir uma alma que se deixa modelar por Ele". E Deus nos modela pela palavra, pelos acontecimentos, pelos seus dons. Beth e Scalzo Equipe 3 Nossa Senhora da Glória Belo Hori zonte, MG

3· REGlÃO NORTE 1 Cerca de 60 casais participaram do EACRE, realizado nos dias 17 e 18/02/2001, em Manaus, AM. Além dos representantes de todos os setores, estiveram presentes equipistas de Maués e Parintins, juntamente com o SCE padre Benjamin (Maués). Com o lema "Ser Casal Cristão hoje na Igreja e no Mundo" e o tema "De Janelas e Portas abertas para o Mundo", teve como objetivo ser uma resposta de evangelização àqueles que não tiveram e não tem o privilégio de pertencer a um movimento que lhes propõe meios para sermos fiéis aos valores do evangelho e a nossa vocação de leigos casados. O Bispo Auxiliar de Manaus, Dom Mário Pasqualotto, falou sobre "O casal, a imagem de Deus Trinitário; padre Cânio Grimaldi falou sobre o "Ser Pessoa", fazendo

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nos sentir responsáveis um pela vida do outro, e fez descobrir também que nossos preconceitos precisam ser eliminados, só assim, passaremos a valorizar a pessoa do outro. Este ano a Campanha da Fraternidade aborda um tema muito polêrnico, o combate às drogas e para este assunto foi convidado um policial da Delegacia de Entorpecentes, que atua neste ramo como agente de Pastoral da Igreja na prevenção e combate às drogas. Em sua palestra foi bem claro em dizer que todo vício, seja ele qual for, leva o homem à escravidão; neste caso a prevenção deve ser constante. Os meios de comunicação afetam os lares, fazem com que nossos filhos se envolvam de tal forma que esquecem os valores da farru1ia. Finalizou a palestra dizendo: "Nossa vida é o reflexo de nossas ações". A cerimônia do envio foi marcante para todos, sendo enviados para o nosso cotidiano com o pro,. pósito de abrir as janelas e portas de nossos corações e nossos lares para o mundo. Nazira e João Paulo CRR- Norte I

4· REGlÃO SÃO PAULO - CAPlTAL Nos dias 17 e 18 de fevereiro último, no Colégio Santo Américo, foi realizado o EACRE da Região 19

São Paulo- Capital que contou com a presença de aproximadamente 350 pessoas. Iniciamos com a celebração litúrgica que foi presidida pelo Conselheiro da Região Pe. Dalton Sebastião Brandão e concelebrada por 8 sacerdotes conselheiros de equipe. Seguindo orientações do movimento foram apresentados os temas Ser pessoa e O casal imagem da Trindade. Também foi apresentado pelo casal Cleide e Valentim Giansante, os cinco momentos da Reunião de Equipe. Ainda na manhã de sábado, tivemos uma reunião com os sacerdotes conselheiros de equipes, onde o casal Monique e Gerard Duchene procurou mostrar aos Conselheiros Espirituais, como devem auxiliar os CRE e como deveriam se posicionar nos vários momentos da Reunião. A seguir foi o momento dos Conselheiros se colocarem fazendo perguntas e pedindo esclarecimentos. Acreditamos que o encontro foi bastante interessante pois esten-


deu-se por mais de 40 minutos do tempo destinado. · Tivemos a alegria de contar com a presença do casal Rita e Armando de Melo, da Região Leste I, que estavam representando o Casal Provincial, e muito nos honraram com a sua presença. No domingo contamos com a presença de Mons. Pedro Luiz Stringhini (que foi sagrado Bispo em 10/03) conselheiro do Setor Feda equipe 2B, que nos falou sobre Ser Igreja no novo Milênio. Pe. Ubirajara Vieira de Melo da equipe 9C, falou sobre o tema da Campanha da Fraternidade e agitou a platéia com seu dinamismo. Encerramos o EACRE com a Santa Missa num ambiente alegre e festivo. Rose e José Luiz CR Região São Paulo - Capital

5· REGIÃO SÃO PAULO - SUL 11 24 e 25 de março de 2001 Que alegria! Mais uma vez sentimos o quanto somos amados por Deus ao ser-

mos chamados a um amor maior para servir, ligar, animar e fazer com que nossa equipe de base cresça na graça e no amor de Deus . Neste EACRE, em Itaici, tivemos momentos fmtes de formação, de evangelização, de reflexão e discernimento, de troca de experiências e de belíssimas liturgias. O plenário com os Conselheiros Espirituais, que responderam, com muita propriedade, clareza e lucidez, as questões formuladas pelas equipes de base, à luz do texto "A imagem de Deus", homilia do Mons. Michael L. Fitzgerald da Carta Mensal n° 360, foi muito frutuoso. Através do nosso amor, da nossa vida, podemos chegar mais perto da contemplação da Trindade, e, assim, nos tomarmos um e valorizarmos, ainda mais, o nosso amor conjugal que é tão bonito e intenso. Nosso amor tem o rosto de Deus Trinitário. Na certeza desse amor, temos a graça de amar mais, de aprender mais , para viver como Deus vive em nós. O Casal Provincial Altirnira e Paulo, promoveu um momento de animação dos CRE, quando discorreu sobre o tema "Reunião de Equipe", e o CRS Sorocaba-B, Neise e Clóvis, sobre a "Regra de Vida". Tivemos a presença do Bispo de Jundiaí, Dom Amaury Casta-

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nho, que apresentou a Campanha da Fraternidade de 2001 e nos ensinou como "Ser Igreja no Novo Milêniq". Em todos os momentos, refletimos na vida do Movimento e na vida de nossa equipe. O quanto recebemos, o quanto aprendemos e o quanto temos que melhorar. Nossa caminhada deve ser diária, fazer sempre o melhor, buscar sempre mais, e nunca desanimar. Pudemos sentir o abraço do Pai e como é bom perceber que não estamos sozinhos, pois temos nossos irmãos de equipe e nosso Conselheiro Espiritual para abraçarmos e percorrermos juntos o caminho da santidade. Sentimos que todos saíram animados para a missão que assumiram.

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Um grande e terno abraço do Pai aos que tornaram nosso EACRE um verdadeiro encontro para aprendermos a viver e refletir a Imagem de Deus Trinitário. Brasília e Armando Equipe 4B - Nossa Senhora de Fátima Sorocaba, SP

6. REGIÃO RJO GRANDE DO SUL 1 Conforme orientação do Movimento, o EACRE da Região RS I, realizado nos dia 9, 10 e 11 de março, teve como tema principal e norteador o Ser Pessoa, sem deixar


de trabalhar também a Campanha da Fraternidade e a vida de equipe. Sexta-feira à noite, fomos sensibilizados por breve colocação do Pe. Cirineu (SCE do Setor A), sobre "Vida sim, drogas não!", seguida da via-sacra com o mesmo tema. No sábado, foi lembrada a caminhada do Movimento, com a Igreja, no estudo e vivência do sacramento do matrimônio. A oração lembrou a criação do homem por Deus, que na intimidade Trinitária "modelou" o homem, enquanto construía o universo. O homem e a mulher, ápice da criação, recebem um sopro divino e são feitos pessoas, à própria semelhança do Criador. Durante o jantar, os dez grupos de trabalho receberam cada qual um tema para uma apresentação descontraída à noite, na confraternização. Foi ótima a idéia. Todos se apresentaram, com no máximo 5 minutos por grupo, uns fazendo teatro sério, outro humor, outros fazendo trovas e na alegria da participação se fez fixação do Ser Pessoa, da Regra de Vida, Correção Fraterna e dos PCE Após as atividades normais do domingo, no encerramento, tivemos o envio: abrir as portas e janelas do nosso ser pessoa para que o mundo veja em nós, uma imagem semelhante ao Criador.

Graciete e Gambim CRR - Região RS I 1· REGlÃO SANTA CATARlNA 1

onde os casais rezaram, conviveram, partilharam e receberam as orientações para animar as suas equipes. Destacamos, alguns aspectos do EACRE, sumamente importantes para o Casal Responsável de equipe - CRE: a formação, a informação, a oração, o entrosamento e a amizade, a descontração e o lazer. Palestras sobre a "CF 2001, o Projeto Ser Igreja no Novo Milênio, a Sacramentalidade Conjugal, Ser casal cristão na Igreja e no mundo, a Reunião de Equipe, a Contribuição": temas que oferecem fundamentos teóricos ao CRE para coordenar e conduzir a sua equipe e uma visão ampla do Movimento, da Igreja no Brasil e na Diocese. O EACRE é um grande momento anual que prepara os casais responsáveis e os entrosa com os demais. Ele é uma bênção. É o fortalecimento do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. O casal Silvia e Chico, responsável pela Super-Região Brasil, participou do nosso EACRE. Durante os três dias do evento, eles nos enriqueceram com palestras e depoimentos, ricas em conteúdo e em motivação. Sua simplicidade e disponibilidade ao serviço foram pontos fortes que eles nos transmitiram, motivando-nos nesta caminhada como membros das Equipes de Nossa Senhora.

do jornal "Magnificat! março/2001

Aconteceu em Florianópolis, dias 16 a 18 de março, o EACRE 2001,

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POLÍTICAS FAMlllARES

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egundo o papa João Paulo II Os conferencistas com muita "A Política Familiar deve habilidade, conduziram as reflexões constituir-se o ponto central e do grupo, sobre: O significado da o motor de todas as Políticas sociais" Família para a Pessoa e a Socie(O Evangelho da Vida). " ... as famí- dade; A Família na Lei; Políticas lias devem crescer na consciência de Familiares; A Relação entre a serem "protagonistas" da chamada Família e os Poderes Públicos. política familiar e assumir a responUma das propostas, deste Semisabilidade de transformar a socieda- nário, é oferecer no decorrer do ano, de: De outra forma as fanu1ias serão mais encontros, cursos e seminárias primeiras vítimas daqueles males, os relativos ao tema. que limitaram a observar com indifePara nós ficaram a certeza e a rença" (João Paulo II, FC 44). confiança de que esta iniciativa será Foi com este pano de fundo que o embrião de uma nova posição da aconteceu no último dia 24 de mar- Pastoral Familiar, preocupada com ço, na sede da Secretaria Executi- os rumos da fanu1ia e da sociedade va Nacional da Pastoral Familiar, em no terceiro milênio. Brasília, o primeiro Seminário soEm Brasília, a exemplo de outras bre Políticas Familiares, do qual regiões do Brasil, já contamos com nós tivemos a oportunidade de par- um número significativo de equipistas ticipar, representando o Movimento atuantes em seguimentos da Pastoral das Equipes de Nossa Senhora. Familiar. Sem dúvida isso é um granO evento teve como principal obje- de referencial para nosso Movimentivo reunir membros da Pastoral Fami- to. Certamente teremos com o Setor liar e dos diversos movimentos a ela Família da CNBB e com estes casais ligados, oportunizando ampliar conhe- equipistas engajados por todo o Brasil cimentos, suscitar debates que possi- muitos subsídios para trabalhar uma bilitassem o aprofundamento dos par- das prioridades do nosso Movimento ticipantes, que, como cristãos, mem- que é a Pastoral Familiar. bros de uma família, devem ser atuanDessa forma, cada um com seu tes na Pastoral Familiar, pois assim es- carisma, tendo sempre em mente que, tarão melhor preparados para os desa- apesar de não sermos um movimento fios, para as tendências e perspectivas de ação, mas de gente ativa, devemos do povo de Deus diante das transfor- ser protagonistas da Política Familiar, mações sociais do mundo atual. assumindo assim a responsabilidade de O grupo participante, do evento foi transformar a sociedade como nos pede formado poraproxirnadamentecinqüen- ·o Santo Padre João Paulo II. ta pessoas, dentre elas cinco eram membros das Equipes de Nossa Senhora, perRita e José Adolfo tencentes à Província Centro Oeste. CR Província Centro Oeste

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O TRABALHO

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iz a Bíblia que Deus trabalhou seis dias para criar o mundo, esmerando-se em dar vida ao homem. Poderia fazê-lo por um simples ato de vontade. Mas preferiu método do trabalho. Imaginemos Deus caprichando em separar o dia da noite, fixar estrelas e planetas pelo céu, mover as ondas do mar, plantar a floresta. Não admira que haja reservado o sétimo dia para descansar. Esta primeira lição divina- a nada se chega sem trabalho está presente na mística de todos os povos, como se tivesse ocorrido um único episódio da Criação. Tudo pois, é trabalho, do ordenar o caos ao partir o pão; do deflagrar a bomba ao escorrer a semente para o sulco; do reger a Nona Sinfonia ao tentar consolar o doentinho que chora; do expedir uma sonda rumo aos confins tenebrosos do cosmo ao colocar o lápis entre os dedos trémulos do ancião dese24


joso de distinguir o "a" do "b"; do levar a unção dos enfermos ao que agoniza; ao fazer sorrir a criança levada à loja para conhecer Papai Noel. Será trabalho, com certeza, preparar o cenário para o sol que iluminará o derradeiro entardecer do nosso mundo.

SÉCULO XXl: DESAFlO. ESPERANÇA O esforço mais fascinante a ser realizado neste século que apenas inicia é o de imaginar, nele, o homem e o seu trabalho. Haverá limite para a ousadia humana no rasgar o mistério do futuro e no revelar horizontes? Esse é o desafio que insita a criatura. De certo, mudará o que fazer e o como fazer. E o homem, mudará

para tirar proveito dos avanços? Nessa mudança, a esperança. A inteligência tornará desnecessária a força física? O senso de responsabilidade banirá o abuso do poder? Novos serviços e produtos criarão emprego para os que o desejarem? A harmonia dispensará reivindicações? O poder político será exercido para realizar o bem comum? O poder econômico será usado para que todos, finalmente, sejam iguais no produzir e no fruir? Os brasileiros chegarão ao ano 2100 podendo afirmar que o século foi o da paz e o do proveito no mundo do trabalho? Amém.

texto extraído do livro O Trabalho no Brasil: SOO Anos Hernâni Donato

... . . .... . . .... . . ... .. . ... . . . . . . O TRABAlHO É BÊNÇÃO

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do há cinqüenta anos? O que será o mundo daqui a cinqüenta anos? Ontem julgava-se impossível ir à lua. Hoje, já se fala em ir além da lua. É só dar tempo ao tempo. Hoje muito se fala em espiritualidade do trabalho. Isto significa que o homem deve trabalhar com a inteligência e com o coração. Mas isto, na prática, é difícil. Por quê? Dois motivos: há homens que não gostam de trabalhar, e há homens que não gostam de pagar. Os primeiros querem viver às custas dos que trabalham, e os que não gostam de pagar não querem ver quanto

o dia 1o de maio o mundo celebra o dia do trabalho. O trabalho é fruto da atividade humana. Todo o progresso está aí, é fruto do trabalho do homem. Deus é que dispôs assim. Ele poderia ter criado o mundo do jeito que nós o vemos, e até mil vezes melhor. Mas, não. Em seus planos o homem é que deveria através dos tempos aperfeiçoar a criação. Cada século deu a sua contribuição, e, à medida que o tempo passa, aparecem coisas mais estupendas. Ninguém sabe com certeza a idade do mundo. O que era o mun-

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custa o trabalho dos que trabalham. Para os dois tipos de pessoas a Escritura tem uma recomendação: "quem não trabalha, não tem direito de comer", e, "o operário é digno de seu salário". Muitos dizem que o trabalho é castigo. Não é. Antes, o trabalho é uma bênção. A Bíblia diz que Deus trabalhou para criar o mundo e descansou no sétimo dia. Isto significa que o homem deve trabalhar sem pensar em castigo, mas pensando em realizar-se e realizar os planos de Deus. Há dois males que devem ser evitados: ser escravo do trabalho e escravizar quem trabalha. A estafa, o stress, o infarto e outros males físicos e psíquicos são frutos do excesso de trabalho. Muitos morrem antes do tempo, porque não encontram tempo para descansar.

Escravizar o trabalhador senão é o maior mal de nossos dias, é o mais comum. Milhões vivem com um salário de fome, isto é, não recebem o que merecem pelo trabalho que fazem. Têm de se conformar com o mínimo para viver sem o mínimo de dignidade. Isto é coisa que Deus não quer. "Não deixes que o sol se deite, antes de pagares o que é justo e o que deves a quem trabalha para ti". Pagar o que é justo não é dar apenas o que manda a lei. É pagar o que mandam a justiça e o amor. Cristo não falou brincando quando censurou os fariseus por causa de sua ganância nem quis saber de seus jejuns e orações vendo que eles eram exploradores do povo!

Pe. Orlando Gambi, C.Ss. R Jornal Santuário de Aparecida 26


PAlAVRAS QUE TODA MÃE GOSTARlA DE DlZERAOS SEUS ALHOS

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eu filho, eu lhe dei a vida, mas não posso vivê-la por você.

Eu posso mostrar-lhe caminhos, mas não posso estar neles para liderar você. Eu posso levá-lo à igreja, mas não posso fazer com que tenha fé. Eu posso mostrar-lhe a diferença entre o certo e o errado, mas não posso sempre decidir por você. Eu posso lhe comprar roupas bonitas, mas não posso fazê-lo bonito por dentro. Eu posso lhe dar conselhos, mas não posso segui-los por você. Eu posso ensiná-lo a partilhar, mas não posso fazêlo generoso. Eu posso aconselhá-lo sobre amigos, mas não posso escolhê-los por você. Eu posso informá-lo sobre álcool e drogas, mas . não posso dizer "NÃO" por você. Eu posso falar-lhe sobre o sucesso, mas não posso alcançá-lo por você. Eu posso orar por você, mas não posso impor-lhe Deus. Eu posso falar-lhe da vida, mas não posso darlhe vida eterna. Eu posso alertá-lo sobre sexo seguro, mas não posso mantê-lo puro. Eu posso ensinar-lhe o respeito, mas não posso forçá-lo a ser respeitoso. Eu posso dar-lhe amor incondicional, por toda a minha existência e isso eu farei.

Talma e Serra Equipe 03 - Limeira, SP 27


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O PRETO DO CORAÇAO: QUE SAUDADE!. ..

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ue saudade daquele dia em que saímos do hospital após uma nternação de dois meses e meio. Que saudade da tua alegria, ao sair pelas ruas de Porto Alegre, agarradinho na mão da tia, de boné, carregando aquela pequena sacola - que era tudo o que tu tinhas. Que saudade dos teus olhos arregalados encantados com os carros, com a viagem até em casa que, sem sabermos, já era a casa da tua nova farru1ia. Que saudade da criança de cor preta, da tua voz baixinha ... saudade das pessoas perguntando: "De quem é este guri tão bonitinho?" Ah!. .. Que saudade de quando eu respondia, com o coração batendo mais forte: "É meu ... ", ou "É o meu ... ", ou ainda "É o nosso preto do coração!" Que saudade daqueles primeiros dias quando arrumávamos as tuas poucas roupas, a tua cama, o teu quartinho, as coisas da tua escola. Que saudade da bagunça durante a adaptação, pois os teus irmãos adotivos, adolescentes, demoraram um pouco para compreender e aceitar. Que saudade das idas e vindas do hospital, das cirurgias, das doses de iodo, das noites ao teu lado. Saudade da sala de isolamento, da medicina nuclear, dos médicos e enfermeiras que lutaram juntos na corrida desesperada por desejarem a tua cura. Quanta saudade! Saudade daquele tempo em que, aparentemente, a doença estava controlada. Jogavas futebol, corrias, brincavas, ajudavas nas tarefas da casa ... até tua voz havia melhorado! Que saudade do dia em que descobrimos que não eras batizado e, mais que depressa, providenciamos o acontecimento deste maravilhoso sacramento juntamente com teus padrinhos. Saudade também do tempo da tua catequese e do dia em que recebeste tua primeira eucaristia. Que saudade de quando Deus nos abençoou com mais um filho, o nosso "temporão", e de ti, em nossa volta, faceiro ao saber que era outro menino. E que saudade de ver que crescias, e chamando de "Dedê", apelido carinhoso que todos acabamos por adotar. Que saudade de te ver correndo na beira da praia, brincando com os guris e com o tio, construindo castelos de areia e vendo o mar derrubar.

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Ah !. .. Quanta saudade da tua presença quando perguntavas: "Precisa de alguma coisa, tia? Quer que eu faça isto ou aquilo?" Que saudade da tua humildade, da tua aceitação de tudo, da tua calma, da paz que nos passavas, do teu carinho, do teu exemplo. Que saudade, mas que saudade tão doída, daquele dia em que o médico me disse: "Minha filha, ele tem pouco tempo de vida". Que saudade de quando falei ao médico que eu tinha medo que tumorresses e que eu não pudesse fazer nada, e de quando ele me respondeu: "Tu e tua farm1iajá fizeram o que podiam fazer... mas a medicina não venceu ... " Que saudade machucada de quando as pessoas perguntavam como tu estavas, e eu, com um aperto no coração, dizia que estavas bem, que tua doença havia estacionado. Ah, meu Deus! Que saudade de sentir a preocupação das pessoas, o carinho que os familiares, os vizinhos, os equipistas, os teus colegas tinham por ti. Que saudade das orações que todos fizemos pela tua cura. Que saudade de ti em nossa mesa, em nossa casa, na Igreja onde estavas todos os domingos ao nosso lado. Saudade do teu jeito envergonhado que conquistou toda a cidade. Quanta saudade! Saudade da maravilha infinita de poder conviver contigo, de quando estávamos juntos naquela caminhada tão difícil e, ao mesmo tempo, tão gratificante. Ah, Senhor! Que saudade do dia em que ganhaste alta do hospital depois daquela longa semana. Que saudade da gente chegando em casa e de ti olhando o teu boletim de notas do colégio, conferindo tuas roupas, cuidando da loja ... Apenas um dia para tua despedida. Que saudade do momento em que disseste: "Que luz é esta que eu tô vendo na parede?" E, naquele instante, com certeza, Nossa Senhora te envolveu e te levou para junto de Deus. Que saudade ... Que saudade do "pretinho" que chegou com oito anos em nossas vidas e que, com apenas treze, partiu, de mansinho, no silêncio da madrugada, para a viagem de volta ao Pai. Obrigado, Edivilson. Fostes uma pedra preciosa encontrada em meio à turbulência da vida que guardamos, com muito carinho e saudade, no fundo de nossos corações. Obrigado, Senhor, pelas maravilhas que fizestes em nossas vidas! Dedê, que saudade de ti!. ..

Rejani (do Cacau) Equipe Nossa Senhora da Boa Viagem Santo Antônio da Patrulha, RS 29


A GRAÇA DO SAC~MENTO DO MATR1MON10

E

m seu estado de vida e função, os esposos têm um dom especial dentro do povo de Deus. Esta graça própria do sacramento do matrimônio se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a fortificar sua unidade indissolúvel. Por esta graça "eles se ajudam mutuamente a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos filhos". Cristo é a fonte da graça. Como outrora Deus tomou a iniciativa do pacto de amor e fidelidade com seu povo, assim agora o Salvador e o Esposo da Igreja vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do matrimônio. Permanece com eles, concede-lhes a força de seguí-lo levando sua cruz e de levantar-se uns aos outros, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros, submeter-se uns aos outros no temor de Cristo e amarse com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor e de sua vida familiar, ele lhes dá, aqui na terra, o privilégio de começar a sentir a felicidade do festim de núpcias do Cordeiro. O amor conjugal comporta uma totalidade na qual entram todos os componentes da pessoa - chamada do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade, aspiração do espírito e da vontade; o amor conjugal dirige-se a uma unidade profundamente pessoal, aquela que para além da união numa só carne, não conduz senão a um só coração

e a uma só alma; exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca definitiva e abre-se à fecundidade. Numa palavra, tratase de características normais do amor conjugal natural, mas com significado novo que não só as purifica e as consolida, mas eleva-as a ponto de tomá-las a expressão dos valores propriamente cristãos. O amor dos esposos exige, por sua própria natureza, a unidade e a indissolubilidade de sua comunidade de pessoas que engloba toda a sua vida: "De modo que já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). Eles são chamados a crescer continuamente nesta comunhão da fidelidade cotidiana à promessa matrimonial do recíproco dom total. Esta comunhão humana é confirmada, purificada e arrematada pela comunhão em Jesus Cristo, concedida pelo sacramento do matrimônio. E aprofundada pela vida da fé comum e pela eucaristia recebida em comum. A unidade do matrimônio é também claramente confirmada pelo Senhor mediante a igual dignidade do homem e da mulher enquanto pessoas, a qual deve ser reconhecida no amor mútuo e perfeito. Pode parecer difícil e até impossível ligar-se por toda a vida a um ser humano. Por isso é de suma importância anunciar a Boa-Nova de que Deus nos ama com um amor definitivo e irrevogável, que os es30


posos participam deste amor, que ele os apoia e mantém, e que através de sua fidelidade podem ser testemunhas do amor fiel de Deus. Os esposos que, com a graça de Deus, dão esse testemunho, não raro em condições bem difíceis, merecem a gratidão e o apoio da comunidade eclesial! Nós, casais equipistas de Nossa Senhora, desfrutamos a graça de pertencermos a um grupo privilegiado pela ação do Espírito Santo, · onde, com essa graça santificante, podemos e certamente devemos construir nosso matrimônio e nossa vida familiar, com a ajuda de cada casal, do Conselheiro Espiritual e da formação que nos oferece nosso Movimento. Através da prática dos Pontos Concretos de Esforço crescemos em nossa capacidade de nos conhecer e conhecer o outro, de aplainar as arestas do cotidiano, levando a bom termo nossa conjugalidade, sob as bênçãos de Cristo e de Nossa Senhora! Viver é conviver! Aprender a relacionar-se serenamente com o outro, integrar-se e superar as dificuldades e problemas, mesmo nos conflitos maiores, é prova de grande maturidade. Feliz quem aprende fazer dos obstáculos, degraus para subir e jamais tropeços para desanimar na vida. Mais do que comemorações solenes, celebrações sociais, que também promovem, importa à família o exemplo e testemunho de vida familiar, a proteção aos seus direitos e deveres, o amor inventivo e a proteção divina da prece! 31

Feliz quem aprende fazer dos obstáculos, degraus para subir e jamais tropeços para desanimar na vida.

Os mais belos e gratos momentos da falll11ia coincidem com o conhecimento mútuo do marido, esposa e filhos, em seu modo de ser pessoal, acolhendo e promovendo a personalidade do outro. Nosso desafio, em vista de nossas realidades positivas e negativas, as virtudes e defeitos, modo e jeito de ser, inerentes a cada pessoa, é transformá-las, através do amor, em fatores de crescimento, experiências, alegrias e realização familiar!

lo/anda e Teixeira Equipe Nossa Senhora Aparecida Setor E - Poá, RS


TESTEMUNHO

T

enho 23 anos e iniciei o uso de drogas aos 7, cheirando gasolina e acetona. Aos 11 anos, comecei a beber e fumar e cabulava aula para ir ao fliperama. Com 12 anos, conheci a maconha e a cocaína e minha vida foi ficando um tormento, sempre correndo da polícia, mentindo e não confiando nem em mim mesmo. Entrei de cabeça, então, na cocaína, ecstasy, cocaína injetável, chá de lírio, cogumelo e até crack. Com a droga perdi minha infância, minha farru1ia, minha dignidade e respeito. Eu usava a química para viver e vivia para usá-la. Quando a droga é tirada de um dependente, fica um buraco enorme e vem a insatisfação e a angústia. Nesta situação procurei a ajuda de um grupo de Narcóticos Anônimos. Consegui ficar um ano e um mês limpo, mas fui traído por mim mesmo, achando que já era uma pessoa normal e não reconhecendo a minha impotência, voltei a usá-la. Só então pedi ajuda à minha esposa, que me indicou uma clínica. Lá fiquei internado seis meses e aprendi a dar valor às pequenas coisas e a viver sóbrio. Faz mais de cinco meses que não estou internado. Sinto-me cada vez melhor, porém, nunca me esqueço de que sou um dependente químico em tratamento. Agradeço a Deus por ter me dado esta segu nda chance. Continuarei lutando por uma vida normal. Aprendi a ser filho, esposo e pai, graças a um poder Superior.

NOTA: Este depoimento foi escrito por um jovem, filho de um casal que pertence ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A intenção dele é levar um alerta aos jovens, para que fujam da droga.

Colaboração de Leonor (do Sílvio) CR Setor F - São Paulo

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JUBllEU DE OURO SACERDOTAL O dia 8 de dezembro de 2000, foi um dia festivo para as Equipes de Nossa Senhora, de Florianópolis. Nesta data, Monsenhor Francisco de Salles Bianchini festejou seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. Juntamente com a atual Equipe 1 do Setor A de Florianópolis, que foi fundada em 8 de março de 1955, e da qual é Conselheiro até hoje, deu origem ao Movimento das ENS no sul do Brasil. As comemorações culminaram com missa festiva na Igreja de Santa Catarina de Alexandria dos Padres Jesuítas. Presentes altas autoridades do Estado e do Município, e elevado número de amigos e admiradores. A Liturgia foi presidida pelo jubilar e concelebrada pelo Arcebispo de Florianópolis, seu Bispo auxiliar e um grande número de sacerdotes. Mons. Bianchini introduziu vários movimentos de leigos em Santa Catarina.

FALEClMENTOS Júlia Santana de Camargo (viúva do Orlando), ocorrido no dia 09.10.1999 - Eq. IA- N. Sra. do Corpo Místico- Taubaté, SP Gaivão (da Roseli), ocorrido no dia 27.11.2000- Eq. 1- N. Sra. do Bom Sucesso - Pindamonhangaba, SP Marinete (do Walmir), ocorrido no dia 23.12.2000- Eq. 2- N. Sra. de Fátima- Maceió, AL Walter Herzer (da Dirce), ocorrido no dia 03.01.2001 - Eq. 5A - N. Sra. da Salete- Taubaté, SP Jayme Antonio Paez (da Ana Maria), ocorrido no dia 15.01.2001- Eq. 5N. Sra. de Fátima- Araraquara, SP Yolita Meirelles Rowley (viúva), ocorrido em 20.01.2001 - Eq. lA- N. Sra. do Corpo Místico - Taubaté, SP William Moyses (da Maria Laura), ocorrido em 29.01.2001 - Eq. 5- Niterói, RJ Nelson do Rêgo Pires (da Sônia), ocorrido em 02.02.2001 - Eq. JOAPetrópolis, RJ Cônego Constantino W. M. van Veghel, ocorrido no dia 16.02.2001. Foi Conselheiro Espiritual em Jaú, SP; e São Paulo, Capital do Setor A, e das Equipes 4A, 38A, e 6A,- São Paulo Pe. Francisco de Oliveira Barros Leal, ocorrido no dia 23.02.200 I. Foi SCE da Eq. 32C- N. Sra. da Luz, de Fortaleza, CE. Foi um dos pioneiros do Movimento em Recife, PE. Norberto (da Adelaide), ocorrido no dia 03.03.2001 - Eq. I - N. Sra. do Bom Sucesso - Pindamonhangaba, SP José Roberto Santos (da Denice), ocorrido no dia 17.03.2001 - Eq. 91 N. Sra. da Boa Viagem - Itabirito, MG 33


ORDENAÇÃO DIACONAL •

No dia 25.11.2000, na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Santo André, SP, aconteceu a cerimônia do diaconato do Frei Josemar Bertes Machado, da Ordem dos Frades Menores Conventuais. A cerimônia foi presidida por Dom Paulo Evaristo Aros, Cardeal Emérito de São Paulo, e teve grande participação da comunidade. Frei Josemar é Conselheiro Espiritual da Equipe 1 -Nossa Senhora das Fanu1ias, do Setor ABC, de Santo André, SP

No dia 18 de março de 2001, Fábio Renato foi ordenado Diácono, na cidade de Brodosqui, pelas mãos de dom Arnaldo, Bispo de Ribeirão Preto, SP. Fábio é filho docasal Célia e Norberto, da Equipe 12B- Nossa Senhora do Pilar- São José do Rio Preto, SP

NOVAS EQUIPES Equipe 32B - Nossa Senhora da Santíssima Trindade- Sorocaba, SP.

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS 27 de maio de 2001 Da mensagem do papa João Paulo II para celebrar esta data, extraímos: "O tema que escolhi para o Dia Mundial das Comunicações de 200 I reflete as palavras do próprio Jesus. Não podia ser de outra forma, dado que é Jesus mesmo que anunciamos. Recordamos as suas palavras aos seus primeiros discípulos: "O que vos digo na escuridão, repito-o à luz do dia, e o que escutais em segredo, proclamai-o sobre os telhados" (Mt I 0,27). No segredo do nosso coração, escutamos a verdade de Jesus; agora, devemos proclamar esta verdade sobre os telhados. No mundo moderno, os telhados são quase sempre caracterizados por uma floresta de transmissores e de antenas que enviam e recebem mensagens de todos os tipos, para e dos quatro recantos da terra. É vitalmente importante assegurar que entre estas inúmeras mensagens a palavra de Deus seja escutada. Proclamar hoje a fé sobre os telhados significa anunciar a palavra de Jesus no e através do mundo dinâmico das comunicações".

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A GRAÇA DE

COMUNICAR-SE

S

enhor Jesus, chamaste de "amigos" aos discípulos porque abriste para eles a tua intimidade. Mas, como é difícil abrir-se, Senhor! Como custa rasgar o véu do próprio mistério, como há impedimentos no caminho! Mas eu sei bem, Senhor, que sem comunicação não há amor, e que o mistério essencial da fraternidade consiste nesse jogo de abrir-se e acolher uns aos outros. Faze-me compreender, Senhor, que fui criado não como um ser acabado e fechado, mas como uma tensão e movimento para os outros; que devo participar da riqueza dos outros e deixar que os outros participem de minha riqueza; e que fechar-se é morte e abrir-se é vida, liberdade, maturidade. Senhor Jesus Cristo, rei da fraternidade, dá-me a convicção e coragem de abrir-me, ensina-me a arte de abrir-me. Arrebenta meus retraimentos e medos, blóqueios e timidez, que impedem a corrente da comunicação. Dá-me a generosidade para me lançar sem medo nesse jogo enriquecedor de abrirme e acolher. Dá-nos a graça da comunicação, Senhor Jesus. Amém!

Autor desconhecido 35


REGRA DE VlDA

O

s Pontos Concretos de Esforço são meios propostos pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora, visando a nossa transformação, a nossa conversão. Os PCE são seis, a saber:1. Escutar assiduamente a Palavra de Deus (Escuta da Palavra); 2. Reservar, todos os dias, algum tempo para um verdadeiro encontro com o Senhor (Meditação); 3. Encontrar-se cada dia juntos, marido e mulher em uma oração conjugal (e se possível, em uma oração familiar); 4. Dedicar-se cada mês, o tempo que seja necessário, para um verdadeiro diálogo conjugal sob o olhar de Deus (Dever de Sentar-se); 5. Fixar-se uma Regra de Vida e revisá-la todos os meses (Regra de Vida); 6. Por-se cada ano ante o Senhor, em casal, durante um retiro de 48 horas no mínimo, para refletir e planejar a vida em sua presença (Retiro). Observa-se, aqui, que a ordem em que foram numerados esses pontos não reflete a diferenciação entre eles em grau de importância, mas implica um conjunto de ações que se completam em si mesmas. Se refizermos a lista dos Pontos Concretos, colocando-os em ordem de dificuldades para executá-los, haveria individualmente uma série de combinações, e se

realmente compreendemos o significado de cada um deles, certamente, um que apresentaria grande dificuldade para a maioria seria a REGRA DE VIDA. E o por quê disto? Segundo o documento "A Regra de Vida" o conceito deste PCE é: " ... o ou os pontos sobre os quais cada membro do casal decide pessoalmente concentrar seus esforços a fim de melhor seguir sua direção de crescimento e responder com alegria ao chamado de amor que Deus lhe dirige". (pg. 12- edição 2000) A Regra de Vida é uma tarefa árdua e contínua, pois significa estar mudando a si mesmo constantemente. A dificuldade reside no fato ·de que: • Ninguém conhece você mais ou melhor do que você mesmo. • Ninguém muda ninguém, apenas orienta para o melhor. • Achar que conhece o cônjuge é pura presunção, pois a vida individual e conjugal nos ensina que posturas e atitudes dependem do momento. • Conhecemos os hábitos das pessoas, mas não conhecemos o seu interior. Regra de Vida significa olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer as nossas próprias deficiências, analisarmos o que pensamos ser virtudes e ter a coragem e ousadia de modificar o valores que nos foram impostos e que aceitamos passivamente. 36


Dizer que "sou assim", "estou velho Equ de Nosso Senhorct para mudar", "a vida me fez o que eu sou" ou "eu não consigo ..." é aceitar a vitória da intolerância, do comodismo, da passividade e a descrença na humanidade, é não acreditar que, se vivemos em constantes provações, é para que façamos as mudanças necessárias, não só para com os outros mas também para nós mesmos. Quando Jesus soube de seu futuro, pediu ao Pai que afastasse aquele cálice, porém aceitou os desígnios de Deus, sem alterar a mudança que deveria fazer nos homens e no mundo. A Regra de Vida, portanto, se torna o início do ciclo do que a mim mesmo? dinâmico dos Pontos Concretos • A palavra "sempre" está sendo como se fosse o cimento da consbem empregada por mim? trução de um muro. Como construi- • Você sabia que a maior vitória lo, se não existem tijolos para serem de um homem não é sobre os outros, mas sobre si mesmo? assentados? E como iríamos assentá-los, sem a fixação? Escutar, reservar um tempo para conversar, rezar juntos, dedicar-se Questionamentos: • Que ponto de minha personali- e pôr-se diante do Senhor é antes dade tenho trabalhado na Regra de tudo modificar seus paradigmas, de Vida? sem medo de ser feliz. • Como o escolhi? • Que pistas me levaram a detectáLilia e Jorge lo? Eq. I - N. Sra. Aparecida • Será mais fácil mudar os outros Americana, SP 37


MEDlTAÇAO QUANDO CHEGA A HORA DA MEDITAÇÃO - Entra, fecha a porta atrás de ti, é hora de orar no segredo do teu coração. -Fechar a porta, Senhor, de que adianta, se há tanto barulho lá fora? - Procura fazer silêncio na tua morada interior, ainda cheia da agitação do mundo à tua volta. Liberta a tua alma ... Ela foi feita para os espaços infinitos do meu Amor. -Não consigo ... São tantas as preocupações, elas se atropelam na minha cabeça como num filme ! - Deposita-as aos meus pés, oferece-as aos meus cuidados. Depois, esquece-as ... - E o que restará, Senhor, no meu espírito? -Nada. Não preciso de tua plenitude, mas do teu vazio, para preenchê-lo! -Senhor, o cansaço é demais, sinto-me diante de Vós como um pedaço de pau ... - Aceita permanecer diante de mim nesse estado de impotência, como eu mesmo estive prostrado em Getsêmani .. . -Bem que eu gostaria, Senhor, mas não tenho tempo .. . - Se, em vez de dizer "eu gostaria", disseres "eu quero", encontrarás uma fatia de tempo virgem para me dar. - Não sinto alegria nenhuma, encanto algum em permanecer diante de Vós, Senhor... bem vedes que não sei orar! - Queres orar como um santo, mas eu quero que ores como um pobre! - E o que é orar como um pobre? - É orar pobremente ... do jeito que se consegue ... na fé, na confiança, no amor pela minha vontade. É dar-te a mim tal como és, hoje, neste minuto, e não como gostarias de ser.

Colaboração de Monique e Gerard Equipe lA - São Paulo (Adaptado da CM francesa no 138- Set/out/2000) 38


14°, CONGRESSO

EUCARlSTICO NAClONAL

dária", e o lema, "Venham para a Ceia do Senhor ". O que é um Congresso Eucarístico? Um Congresso Eucarístico é um grande encontro de pessoas que professam a fé católica, reunidas por vários dias, a fim de dar testemunho público de sua fé, a partir da Eucaristia. O primeiro Congresso Eucarístico realizou-se em 1881, em Lille, na França. A iniciativa partiu de uma cristã leiga e foi assumida pelo arcebispo local. Contou com o apoio de dioceses de seis países europeus, inclusive com a bênção do Papa Leão Xlll. Geralmente a programação de um congresso compreende sessões de estudo e grandes celebrações litúrgicas, procurando também manifestar a universalidade e unidade da Igreja Católica. O Papa João Paulo II bem sintetizou o que é um Congresso Eucarístico:"0 grande evento eclesial que é o Congresso Eucarístico, deve envolver cada Igreja Particular, cada paróquia, cada comunidade religiosa e cada movimento eclesial. Todos devem sentir-se chamados a tomar parte no Congresso mediante uma catequese mais intensa sobre a Eucaristia, uma participação 39

mais consciente e ativa na Liturgia Eucarística e um sentido de adoração capaz de interiorizar a celebração do Mistério Pascal, com uma oração que transforma a vida toda numa oferta pela vida do mundo, segundo o exemplo de Cristo". Um Congresso Eucarístico pode ser internacional, nacional ou mesmo diocesano. No Brasil o primeiro Congresso Eucarístico Nacional aconteceu em Salvador, BA, em 1933. Ultimamente em nosso país o Congresso Eucarístico tem acontecido a cada 5 anos. A Comissão de Hospedagem e Recepção desse Congresso, continua firme na missão de cadastrar os 4 mil leitos, a fim de hospedar os delegados representantes das dioceses. Os equipistas de Nossa Senhora em Campinas, estão engajados neste evento, colaborando e, inclusive, oferecendo suas residências. Se por acaso algum equipista de Campinas ainda não está colaborando com as diversas comissões organizadoras, deve procurar o casal Sheila e Francisco (CRS A de Campinas), oferecendo a sua ajuda. A home page do Congresso Eucarístico é: www.congressoeucaristico. puc-campinas. br Colaboração Sheila e Francisco CRS - A - Campinas, SP (fonte principal "CEN Notícias" - Campinas, SP)


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urante debate recente, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro, eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, dão o direito de queimar esse imenso património da Humanidade. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desem-

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internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa. Cristovam Buarque É professor da UNB. Artigo publicado no jornal "O Globo " de 23.10.2000

prego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas á França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres , Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros,

Colaboração de Lourdes e Sobral Eq. 37A - N. Sra. de Guadalupe Brasz1ia, DF 41


FAMÍllA, ÂNCORA PARA SUPERAR·A VlOLÊNClA

O

tema da violência preocupa demais a sociedade de hoje. Notícias sobre violência se repetem todo dia: chacinas, acertos de conta, assassinatos, por banalidades, por vingança, massacres em escolas praticados por adolescentes que passam a circular armados. Para conter tudo isso, propõese mais segurança, mais polícia na rua, aplicação de penas severíssimas, inclusive a menores de idade. É minha convicção de que isso é necessário, sim, mas não passa de uma ajuda, uma emergência. Não pode ser a normalidade da vida. As pessoas não devem precisar do controle externo para conduzir sua vida com dignidade e grandeza de ideais. Isso elas aprendem, inicialmente, na farru1ia. De fato, o ser humano é o que mais tempo leva para se tornar adulto e independente. Leva mais de 20 anos. Normalmente, passa esse tempo com a família. Da família, ele recebe os valores básicos e fundamentais da existência humana. Na família, ele é amado, acolhido, educado. Nela, participa de experiências vitais como a própria fé, o gosto pela arte, o sentido do lazer e da vida em comum. Os meios de comunicação social têm uma influência enorme na educação das crianças, porque eles entram dentro de casa, às vezes ajudam os pais nesta tarefa, mas,

em muitos casos, atrapalham, e, em outros, competem. Além deles, há outras interferências, como a escola (também muito importante na formação das pessoas), parentes, amigos, brinquedos. Acredito que a família, é, entre

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qualquer forma o amor é incondicional; sente-se segura. Pratica a religião, reza, recebe exemplos, estabelece amizades; presta serviços, colabora. Em tudo isso, julgo que o elemento mais decisivo é o amor. Primeiro, o amor recebido: fazer a experiência de ser amado! Quem faz experiência de ser amado, aprende a amar. E quando uma geração aprende a amar, temos a garantia de uma sociedade que se funda no entendimento, no respeito, na justiça, no perdão e na paz. Quem não aprende a amar, se arma. Tenta se impor. Como também, provavelmente, quem nunca foi amado, cobra isso dos outros, e nunca dá nada em troca. Quem não aprendeu com a família a dar sentido à vida e a se preparar para ela, passa a viver por si e para si, pode se tornar vítima da droga e do egoísmo, uma vez que nunca aprendeu a partilhar. A vida para ele não faz o menor sentido. É o início e a gênese da violência. Pelo contrário, as pessoas que nascem e crescem em famílias sadias e generosas, aprendem a amar e a partilhar. Abrem-se para os grandes ideais da humanidade: a solidariedade, a justiça e a paz. Reconheçamos o verdadeiro valor da família, pois o próprio Deus viveu numa família humana.

todos os fatores de educação, o mais decisivo, porque é na família que a criança tem o contato mais íntimo: nasce nela, recebe a vida, é amada, acolhida, acompanhada; ali ela aprende a linguagem do afeto, as primeiras palavras, os primeiros passos, os valores mais sinceros; na família, ela aprende a vencer as pequenas teimosias, a superar os pequenos conflitos, a vencer e a perder, a perdoar, sabendo que de

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Dom ]acyr Francisco Braido Bispo de Santos, SP (do Informativo das ENSSetor de Santos - set/2000) 43


NÃO TENHO TEMPO!

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esculpe, mas, não tenho tempo. Não posso esperar, não tenho tempo. Eu gostaria de ficar com vocês, mas não tenho tempo. Ler este livro? Mas, não tenho tempo. Gostaria muito de rezar, mas não tenho tempo. Por toda a parte os homens correm. Os automóveis andam, em disparada. A cidade inteira não para, corre. Todo mundo corre para não perder tempo, todo mundo corre para ganhar tempo. Assim nós todos passamos a vida toda sempre correndo atrás do tempo. Stop! Vamos dar uma boa parada! Vamos parar, para sonhar com um tempo, em que, ele também, vai parar de correr. Vamos parar para sonhar com um tempo, tempo em que possamos achar tempo, tempo para nos amar, para dizer, um ao outro, com palavras doces, que nos amamos. Tempo para nos encontrarmos a nós mesmos, para nos relacionarmos com o nosso cônjuge, com a nossa farru1ia, com nossos amigos, com os nossos vizinhos. Vamos parar e almejar um tempo em que nos seja possível perder nosso próprio tempo com Deus, senhor do tempo.

Alain e Anne-Laure Tridon (Traduzido de "Lettre des Equipes Notre-Dame" n° 140) Colaboração de Luiz Marcello (da Esther) Eq. lA - São Paulo, Capital 44


* '* (MUA,_..u<~

NOVO

MILLENN!O JNEUNTE

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NOVO MlllENNlO lNEUNTE

Carta Apostólica do sumo pontífice João Paulo II Editora Paulus e Loyola "Ao longo do ano jubilar, foi grande a alegria da Igreja, que se ~=~-::::dedicou a contemplar o rosto de seu esposo e Senhor. Ela .:? ~ tomou-se mais intensamente povo peregrino, guiado por aqueL - - - - - leque é 'o grande pastor das ovelhas' (Hb 13,20). Sobretudo, é nossa obrigação, amados irmãos e irmãs, lançar-nos para o futuro que nos espera. Nestes meses, olhamos freqüentemente para o novo rnilênio que começa, vivendo o Jubileu não só como lembrança do passado, mas também como profecia do futuro. Agora é preciso guardar o tesouro da graça recebida, traduzindo-a em ardentes propósitos e diretrizes concretas de ação".

HORA DA FAMÍUA Vol. 5 - Subsídios para a Semana Nacional da Família CNBB- Setor Família e Vida A SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA, que vai de 13 a 19 de agosto, é um momento forte no qual a Pastoral Familiar, em articulação com as demais pastorais, movimentos, serviços e a sociedade em geral, intensifica seus esforços no sentido de evangelizar a fanu1ia na globalidade de seus diversos aspectos e realidades. Informações e pedidos: Centro de Pastoral Popular (CPP)- telefones 0800 61 2226 I (Oxx61) 248 4166- fax (61) 364 1948- e-mail é cpp@cpp.cóm.br

MEU FILHO SE DROGA? - Um processo de ajuda Padre José Sometti - Ed. Paulinas Meu ftlho se droga? É muito mais que um alerta sobre o trágico problema da droga. É um guia prático, oferecido com muito carinho e competência aos pais, para ajudá-los na prevenção da droga e acompanhar os ftlhos caídos em suas malhas. O autor tira de sua experiência, neste campo, reflexões e indicações teóricas e práticas, que ajudam o leitor a posicionarse diante desse problema com esperança, porque a vida não é uma droga. Padre Sometti é psicólogo, parapsicólogo e pedagogo. Atualmente se dedica às crianças abandonadas, para as quais fundou um centro de acolhimento familiar, em Itapetininga (SP), e um centroyara a recuperação de adolescentes e jovens drogados, em Boituva (SP). E SCE das Equipes de Nossa Senhora. 45


O SENTIDO DA VlDA

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ual é o verdadeiro sentido da vida? A busca da felicidade ou a busca da infelicidade, da desgraça? Eu creio que só um louco poderia correr atrás da desgraça. E o que é a felicidade? O Salmo 127 nos diz: "Felizes os que temem ao Senhor, os que andam em seus caminhos". Felizes são aqueles que andam nos caminhos de Deus, aqueles que cumprem a vontade de Deus, aqueles que vivem o plano que Deus traçou para eles. Porque Deus nos fez totalmente diferentes uns dos outros e, para cada um de nós, Ele criou um plano diferente, que só pode ser executado por nós mesmos. Se nós não executarmos esse plano divino, ninguém o fará por nós. Eu nasci escritor. Deus me deu o dom da palavra escrita. Se eu não escrever tudo aquilo que Deus espera que eu escreva, quem o fará por mim? Ninguém. E você, meu bom irmão, já pensou nos talentos que Deus lhe confiou? Já pensou no profundo sentido da sua vida? Você é feliz? Nós procuramos a felicidade fora de nós mesmos e, na realidade, ela está dentro de nós, no fundo mais profundo de nossas almas. A felicidade está na nossa ligação, na nossa sintonia com a vontade de Deus , porque Deus é Pai, Deus é Amor e quer a nossa felicidade eterna, ao contrário do poder do mal, que quer a nossa infelicida-

de eterna, a nossa desgraça eterna. Uma vez concebidos, somos eternos. E é nessa alma eterna que estão nossa imagem e nossa semelhança com Deus. Quando Deus criou os anjos, Ele os fez perfeitos e felizes. Mas alguns anjos ambiciosos rebelaram-se contra o amor de Deus e foram condenados ao castigo eterno. Quando Deus criou o homem e a mulher, Ele os fez perfeitos e felizes e os colocou no paraíso terrestre. O homem e a mulher conheciam apenas o bem. Mas as forças do mal levaram a mulher e o homem à desobediência a Deus, ao pecado. E, em razão dessa desobediência, o homem e a mulher foram expulsos do paraíso e conheceram o mal e suas terríveis conseqüências, como a fome, as doenças, a guerra, a inveja, o medo, a ambição, o ódio, a morte. Mas a morte não é o fim de tudo, porque Deus nos deu almas eternas. Por conhecermos o bem e o mal, nossa vida é uma constante opção entre o caminho do bem e o caminho do mal. Se seguirmos o caminho do bem, o caminho de Deus, iremos para a felicidade eterna, reconquistaremos o paraíso, que os nossos primeiros pais perderam em conseqüência da desobediência aos planos de Deus, em conseqüência do pecado. Mas, se seguirmos o caminho do mal, iremos para a infelicidade eterna, o sofrimento eterno junto ao poder do mal. Jesus disse certa vez: "Quem 46


bom pai fez com seu filho pródigo. Não nos esqueceremos nunca do que disse Jesus ao bom ladrão, que morreu ao seu lado: "Em verdade, te digo, hoje estarás comigo no paraíso". (Lc, 23, 43) Meu bom irmão, qual é a sua escolha, a sua opção?

não está a meu favor, está contra mim ... " (Mt, 12, 30). Só há dois caminhos: o do bem e o do mal. Não há uma terceira opção. Quem não está com Jesus, está contra Jesus. Mas nós temos de lembrar sempre que o amor de Deus é infinito e está, a todo momento, à nossa disposição. Se nós nos arrependermos do mal que fizemos e pedirmos perdão a Deus, Ele nos perdoará e nos receberá de braços abertos, como o

Milton (da Luiza) Equipe 12 - Nossa Senhora das Graças - Setor B Belém, PA

PERDA-O hegando a uma cidade, certo nobre, que vivia viajando de um lugar para outro, mandou que fosse amplamente divulgado o seguinte anúncio: "Pagarei as dívidas de qualquer pessoa que venha me ver amanhã, entre as oito e as doze horas da manhã" . Já se aproximava das onze horas, sem que nada houvesse acontecido; entretanto, algum tempo depois foi chegando timidamente um pobre homem. Ao entrar tirou da cabeça o velho chapéu e um tanto acabrunhado disse: - Senhor, é verdade que prometeu saldar as dívidas em geral de qualquer pessoa que nessa manhã procurasse avistá-lo? - Sim. Efetivamente está correta a notícia. Veio me procurar para esse fim? Estou pronto a atendê-lo já.

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Quanto deve você?, falou o nobre. O homem, ainda que meio confuso com tamanha generosidade, disse do quanto era a sua dívida e o nobre preencheu e entregou-lhe um cheque, contendo o valor correspondente ao montante da dívida. Ordenou-lhe em seguida que permanecesse ali sentado, até que soassem as doze horas. Meia hora mais tarde chegou outra pessoa, que foi recebida e tratada da mesma maneira. Ao badalar do grande relógio da praça, anunciando as doze horas, o nobre despediu-se dos dois, dispensando-os. Ao chegarem à rua, encontraram-se com muita gente já preparada para zombar deles, por haverem sido tão ingénuos e tão crédulos, ao ponto de caírem naquela armadilha ridícula. Essa era a opinião da gran-


de massa. Mas qual não foi a surpresa de todos, quando viram, nas mãos daqueles dois homens, os cheques que receberam para quitar suas dívidas. Correram então apressadamente até a porta da casa, onde se hospedava o cavalheiro; mas, era tarde demais! A hora determinada por ele já havia se escoado e a porta se encontrava agora fechada. Voltaram tristes e envergonhados, por não haverem confiado na promessa do nobre. Esse conto ilustra as condições estabelecidas para se obter o perdão dos pecados. E essa atitude simboliza também um dom da graça divina. Há um tempo específico, durante o qual se encontra aberta a porta da graça. Mas esta porta não se conservará aberta para sempre. Chegará um tempo, quando será demasiado tarde para se alcançar a salvação de Deus. O único tempo considerado oportuno e disponível, podendo portanto ser chamado nosso, é agora - o tempo que se chama hoje. A proclamação divina amplamente divulgada é: "Se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações" (Hebreus 3, 15). Por endurecerem os seus corações, desprezando a oportunidade de um encontro com Deus, é que muita gente tem partido sem Cristo e sem o conforto da salvação.

Colaboração de Rita e Gilberto Equipe 6B - Nossa Senhora Busca da Verdade São Paulo - Capital


Meditando em Equipe Durante este mês, a Liturgia nos convida a refletir e celebrar a vida ressuscitada em Cristo Jesus . Purificados de nossas malícias e maldades (Quaresma), celebramos a vida nova conforme o exemplo de Jesus (Tríduo pascal), para, no dia a dia, testemunharmos a caminhada renovada de discípulos do Senhor (Tempo pascal) . Não podemos ser o fermento da mentira, da desonestidade e sim o fermento da vida nova, orientada e fortalecida pelo Espírito Santo .

.. .. ... ..... .. . .. ... .. .. .. .. ... . .. . . .. ... .. . Meditemos um pouco Leia o Evangelho de João, cap. 1 4, versículos de 2 3 a 2 7

Sugestões para meditação

A Trindade Santa habita em nós, em nossa família, em nossa comunidade. Contemple essa maravilha e agradeça essa pres~nça . Essa presença nos leva a uma vida santa. Deixemos o Espírito de Deus agir em nós . Experimentemos essa verdadeira paz . Padre Ernani

. . ... . ... . . .. .. . .. . .. . .. . .. .. . . ........ ... . . Oração Litúrgica Jesus, eu irei te louvar pela vida, Jesus, eu irei te anunciar para sempre aos irmãos, pois só tu és a paz e o amor dos cristãos, Jesus, eu irei te louvar pela vida . Jesus, eu irei te cantar pela vida, Jesus, eu quisera meu amor fosse o eco de meu Deus e vivendo na terra e crescendo teu reino, Jesus, eu irei te cantar pela vida . Jesus, eu irei te servir pela vida, Jesus dando a ti meu viver, meu sofrer, meu amor. Pela luta em favor da justiça e da paz, Jesus, eu irei te servir pela vida. Jesus, eu irei te levar pela vida, Jesus, a viver teu mistério pascal que é amor. Pois teu corpo e teu sangue por mim entregaste, Jesus, eu irei te levar pela vida .



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