ENS - Carta Mensal 362 - Abril/2001

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°362 • Abril I 2001

EDITORIAL Da Carta Mensal ... O1 Palavra do SCE da SR .. ..... .. .... ..... 02 00

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PALAVRA DA SUPER-REGIÃO .... ... 03 Feliz Reunião! .... ............... ..... .. .. .. 03 Conversão Pessoal .. .......... .. ........ 04

CORREIO DA ERI ... .. ........ ... ...... ... 06 As Prioridades no Coração do Movimento ........ ... .... 06 Carta do SCE da ERI ...... ... .... ..... .. 09 Notícias nternacionais ..... .... ....... 11

VIDA NO MOVIMENTO ........... .. .. EACRE ... ............... ...... .. ............... Jubileu de Prata de Equipes ...... ... Ser Pessoa ....... ..... ....... ....... ... ......

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TEMPOS FORTES DA IGREJA ....... 20 Páscoa ............... .. ............. .. .. ...... 20 Páscoa: UJm Acontecimento de Salvação ............... .. ..... .......... 21

NOTÍCIA

E INFORMAÇÕES ....... 24

Carta Me11sal é uma publicação mensal das Equipe.,· de Nossa Se11hora Edição: Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos (responsáveis) Wilma e Orlando Soely e Lui:.Augustn Lucinda e Marco

Janete e Né/io

Pe. Enum i.!. Angelini (COIIS. espiritual) Jomalista Respo11sál'el: Cotherine E. Nadas

PCE .... ... ........ .. ... .... ... ..... .... ........ . 27 Retiro ........... ...... .......... ..... ......... . 27

MARIA ... .... .. ...... .......... .... ..... ..... .. 28 Ó Maria, Roga Por Nós! ......... .. ... 28

CONJUGALIDADE ........... .......... .. 30 Celebrar a Vida a Dois ........ ..... ... 30 O Matrimônio e as Equipes ......... 32

ATUALIDADE ............ .. ................. 35 Ser ou Não Ser...... ... ....... ............ 35 Cultura da Globalização X Dignidade Humana .... ......... ..... 37

TESTEMUNHO ............. ......... .. .... 39 Uma Experiência Marcante ....... ... 39 Confiança no Senhor .................. . 43

NOSSA BIBLIOTECA .... ..... ........... 45

REFLEXÃO ... ........ ..... ......... .......... 46 A Grande G raça .. .... ..... ......... .... . 46 Dando Sentido A Vida! ............. ... 48

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani Capa: Alessandra Carignani

(mrb 19835)

Editoração Eletrô11ica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produçries Editoria is Lula. R Venâncio Ayres, 931 · SP Fone: (Oxx II ) 3873. /956

Impressão : &lições Lovola R. 1822, 347 Fone: (011) 6914.1922

Tiragem desta edição: 15.000 exemplares

Ca11as. colaborações, twtícias. testemunhos e imagens devem ser enviatlas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5° andar · conj. 53

OI 309-000 • S<io Paulo · SP Fone: (Oxxll ) 256. 1212 Fax: (Oxx /1 ) 257.3599 carwm ensa / @ens.o rg. br N C Cecflia e José Ca rlos


Queridos irmãos e irmãs equipistas! Continuamos vivendo, neste mês, a quaresma, período de preparação para a Páscoa do Senhor Jesus, ponto culminante da nossa fé cristã. A quaresma é um tempo de reflexão, conversão e reconciliação, e antecede a celebração da vitória de Jesus sobre a morte. É uma oportunidade de mudança e de passagem alegre para que a Páscoa possa também ocorrer dentro de nós, transformando-nos e ajudando-nos a transformar o lugar em que vivemos .. Estaremos também refletindo, com toda a Igreja do Brasil, sobre o tema da Campanha da Fraternidade - "Vida sim, Drogas não" - que além do seu sentido explícito, também nos leva a pensar em todos os outros males que, hoje, afetam a nossa sociedade: desemprego, desesperança, desregramento moral e ético, busca incessante do ter e muitas outros, que cada um de nós poderia enumerar. No artigo "Uma Experiência Marcante", temos o testemunho de uma equipista, mostrando-nos que, com fé e boa vontade, poderemos conseguir muito. Diversas equipes já iniciaram ou iniciarão o estudo do tema proposto pelo Movimento, "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo", que, para este ano equipista, foca o "Ser Pessoa", uma reflexão aprofundada sobre o mistério da pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus; um momento em que poderemos nos conhecer melhor, na

busca por um aprimoramento pessoal, com reflexos na nossa vida conjugal, familiar, pastoral, profissional, etc ... Nesta Carta Mensal, a ERI (Equipe Responsável Internacional), procura mostrar um pouco do que vai ser a nossa caminhada nos próximos anos, na busca contínua da nossa salvação a dois, refletindo o tema proposto em Santiago de Compostela e o Pe. Sàrrias nos faz um convite comovente a viver a compaixão. Temos também dois artigos que vão nos ajudar a lançar um olhar mais profundo sobre a nossa vida de casal: Celebrar a Vida a Dois e o Matrimónio e as Equipes. Esperamos que esta edição da Carta Mensal possa contribuir para a formação de todos nós e nos faça pessoas melhores e mais fraternas. Após muito tempo de dedicação à nossa equipe, colaborando com os trabalhos envolvendo a preparação da Carta Mensal, o casal Rita e Gilberto (de São Paulo, Capital) está nos deixando. A eles, o nosso muito obrigado. Que Deus lhes pague pela fé, entusiasmo e simpatia demonstrados nestes anos todos. O novo casal que irá participar da nossa Equipe é Soely e Luiz Augusto Morales Netto, também de São Paulo, a quem desde já agradecemos, pelo sim que deram ao Movimento. Boa leitura! Boa Páscoa a todos!

Equipe da Carta Mensal


PALAVRA DO SCE DA SR Prezados casais e Conselheiros

de despedida, deixa claro que vai às últimas conseqüências e aceita até mesmo a morte para manter fidelidade a sua missão. Essa ·coerência lúcida e fiel até o fim é o que aprendemos com a Paixão do Senhor; não o dolorismo, a passividade no sofrimento. Cristo espera de nós que continuemos sua fidelidade por maior que seja o preço (Lc 9, 23-24), não que derramemos sentidas lágrimas por suas chagas. Nem a dramaticidade das cerimônias tradicionais, nem a ênfase dos pregadores devem fixar-nos apenas no Crucificado e no Senhor Morto. Não podemos fazer da vida Sexta-Feira Santa. Domingo de Páscoa é que deve ser. Vida firmada na certeza da vida vitoriosa de Cristo que, vencido, derrubado, deitado no túmulo, novamente se levanta vivo, não com a mesma vida de antes, sujeita às mesmas limitações, mas com a vida definitiva. Ressuscitar e fazer que alguém novamente se erga. Cristo não é apenas ressuscitado. Ele se ergueu, ressurgiu por seu poder: "O Pai me ama porque eu dou minha vida para reassumi-la de novo. Ninguém pode tirá-la de mim; eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de a reassumir". (Jo 9, 17-18) Talvez fidelidade e esperança possam ser idéias dominantes para a nossa Semana Santa. Deus nos ajude.

De 8 a 15 de abril estaremos vivendo a Semana Santa. Nossa tradição religiosa popular pode levar-nos a concentrar a atenção no sofrimento de Cristo, na sua morte, com fortes conotações emocionais. Sem falar que às vezes nos deixamos condicionar por uma teologia da redenção marcada por idéias de justiça do Pai que exige que o Filho assuma o castigo devido ao homem, ou de preço a ser pago para nos libertar. O que percebemos, pelos Evangelhos, é que a morte se apresentou a Jesus como conseqüência de sua fidelidade ao Pai e à humanidade. Em Lucas, por exemplo, temos as palavras de Jesus que deixa a adole cência afumando que deve ocupar-se com as coisas do Pai. Suas propostas de relacionamento com Deus, com os outros, com as tradições religiosas e as normas geralmente aceitas colocam-no em confronto sempre mais áspero com os poderosos do tempo. O resultado não lhe escapa: "O Filho do homem deve sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos ... ser entregue à morte e levantar-se de novo após três dias" (Lc 9, 22). Decide ir a Jerusalém para enfrentar as conseqüências de suas opções (9, 51); aos discípulos que se apavoram lembra: "Eu vim trazer o fogo à terra ... Devo receber um batismo, e qual não é minha angústia, até que seja consumado! Pensam que vim trazer paz à terra? Não; vim trazer a divisão" (12, 49-51). Na ceia

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr 2


FEllZ REUNlAO! menta espiritual. Ele asseverava que esse mistério de estar ali reunida uma "pequena igreja" era uma realidade que deveria acontecer, mas que, infelizmente, não é o que sempre acontece. Felizes seremos nós se pudermos, em cada reunião, viver o seu verdadeiro espírito, acolher com renovada intensidade o amor que Deus oferece. Felizes seremos ao celebrar a experiência desse amor, e por causa desse encontro amoroso ser capaz de sair do nosso pequeno mundo e ganhar forças para ousar realizar nossa missão diante da sociedade. Felizes seremos se não deixarmos que se instale a rotina. Que a alegria não se canse de vibrar no encontro com os irmãos e na busca de Deus. Que ainda, sob os influxos dos EACREs , possamos rever a quantas anda nossa reunião mensal , e o que será possível fazer para orná-la de renovado entusiasmo e vida. Que possamos, numa união de forças , abrir, respeitar e cumprir o testamento tão zelosamente legado a todos nós, equipistas de Nossa Senhora.

Olá, gente amiga!

Quando participamos de um EACRE, representando a nossa equipe, talvez não nos damos conta da importância desse evento para a vida do nosso Movimento. Para nos convencermos disso basta considerar alguns aspectos: Constituímos hoje 37 Regiões e formamos cerca de 2.080 equipes. Considerando que 2.080 Casais Responsáveis de Equipe participaram dos EACREs, e que cada um tem ligação direta com os membros de sua equipe, podemos perceber que os assuntos refletidos nos EACREs atingem a totalidade dos 12.800 casais e 1.469 Sacerdotes Conselheiros Espirituais, formando uma rede poderosa de transmissão das orientações do Movimento para o novo ano equipista. É confiando na eficácia dessa comunicação direta e imediata, que a Equipe da Super-Região propôs uma retomada da Reunião Mensal, para revitalizá-la, para possibilitar que seja mais sentida a riqueza desse momento misterioso em que 5, 6 ou 7 casais e um conselheiro, se reúnem como comunidade eclesial, sob a presença viva e fundamental de Jesus em seu meio. Não foi à toa que o Pe. Caffarel elegeu a reflexão sobre o sentido cristão de uma reunião de equipe como o ponto mais importante, deixando-o como se fosse o seu testa-

Com nosso carinhoso abraço, Silvia e Chico Casal Responsável da Super-Região Brasil 3


CONVERSÃO PESSOAl

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onforme as diretrizes do 9° Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora em Santiago de Compostela, nestes próximos anos, iremos refletir sobre a missão do equipista de "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo". A proposta é que a reflexão seja realmente profunda. Sabiamente, sugere-se a caminhada gradativa, fazendo no tema recortes que facilitem sua melhor vivência. Neste primeiro ano, nossa busca será de conhecer melhor o que é ser pessoa, conhecendo quem somos, qual nossa verdadeira capacidade, limitações e responsabilidades diante da sociedade e do mundo. Realmente essa não será uma tarefa tão fácil; requer de cada um de nós, muita introspecção e um esforço enorme. Aliás, a busca de suas origens e do autoconhecimento tem sido, ao longo dos tempos, motivo de estudos para filósofos , teólogos, psicólogos e cientistas, que, incessantemente, se dedicam a conhecer melhor a pessoa humana. Um exemplo disso é o filósofo grego Sócrates, que viveu no século V a.C. e já propagava que não valeria a pena viver se não houvesse um exame na própria vida. É ele o grande autor da máxima "conhece-te a ti mesmo". É ainda de Sócrates a sugestão de que para sabermos o que é ser pessoa, faz-se necessário que cada um de nós conheça antes a si próprio. Pois, este autoconhecimento é

o fator inicial para nosso crescimento emocional, intelectual e espiritual. É fundamental que, com a proposta de reflexão sobre este tema, tenhamos a oportunidade de nos conhecer melhor: os aspectos físicos, psicológicos, sociais, emocionais e principalmente nossa espiritualidade. Nós, especialmente, que temos a graça de pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, devemos ter bem claro, quais são nossos reais valores e, com a ajuda dos PCE, buscar o nosso crescimento espiritual e conjugal, sendo sinal do amor transformador em nossa farru1ia na comunidade e no mundo. Para facilitar a reflexão, sem dúvida, encontramos uma diversidade de subsídios para nortear nossa 4


caminhada. Vejamos alguns exemplos: a Bíblia nos pode oferecer já no início do Velho Testamento, em Génesis, como refletir à luz da Palavra de Deus sobre a criação, "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança". É ali também que conseguimos subsídios para compreender a razão pela qual, mesmo tendo sido criados por Deus, que é só amor, vivemos hoje em um mundo tão cheio de ódio e sofrimento. Talvez a explicação possa ser encontrada ainda nesse livro, no relato da culpa original. Com o pecado cometido por Adão e Eva, o ser humano passou a ter liberdade de escolha e teve a consciência entre o bem e o mal, razão de tantas diferenças na humanidade. O Movimento preparou especialmente para cada um de nós, após o Encontro Internacional de Santiago, o tema "Ser Pessoa", que, como o próprio documento diz em sua proposta, "deve ser um convite insistente a um questionamento pessoal, de casal e mesmo de equipe, tendo em vista uma mudança de vida" . A proposta sugerida pelo colegiado da Super Região é que esse material seja apreciado por cada um de nós, como uma fonte que, numa perspectiva bem direcionada, voltada para o carisma de nosso Movimento, possamos, não apenas usar como tema, mas onde, de forma criativa, possamos mergulhar, alcançando grande crescimento pessoal, espiritual e conjugal. Outra grande contribuição é a Campanha da Fraternidade 2001, que propõe ser uma porta de entra-

da do Projeto Ser Igreja no Novo Milénio. A Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como lema "Vida Sim, Drogas Não!", está nos convocando a transformar o mundo, começando pela nossa vida pessoal e comunitária. A Campanha vem-nos chamar a perceber as nossas fraquezas, dependências e identifica as "drogas" como uma das formas de fuga que oprimem, danificam, escravizam e destroem a dignidade humana. Viver, refletir e debater sobre este grande problema atual, certamente, irá nos preparar e fortalecer para que possamos lutar contra sua influência em nossa sociedade. E até mesmo irá possibilitar que possamos praticar o que Jesus nos ensinou com seu amor infinito, despertando, em cada um, atitudes de acolhida, solidariedade e misericórdia para com os irmãos vítimas das diversas dependências. Certamente, você, sua equipe de base, seu Setor, Região, Província já encontraram a melhor forma de percorrer a caminhada para o autoconhecimento, para reflexão prioritária sobre o "Ser Pessoa" no mundo atual, onde a globalização, a valorização do ter sobre o ser, a troca de valores transformam as pessoas em seres individualistas e egoístas. Vamos aproveitar o tempo de conversão desta quaresma para lapidar as pequenas falhas de nosso comportamento. Assim, certamente, estaremos contribuindo para um mundo melhor.

Rita e José Adolfo CR Província Centro-Oeste 5


AS PRlORlDADES NO CORAÇÃO DO MOVIMENTO Queridos amigos do mundo inteiro:

Nações Unidas, ou em relação aos valores das Bem-aventuranças? Seja qual for o ponto de vista sobre esta questão, não se pode esquecer que cada "direito" implica uma "responsabilidade". Sejam quais forem os critérios da sociedade, cada pessoa humana tem a sua dignidade e o seu valor.

Durante cada Encontro Internacional, que marca uma etapa importante na vida das Equipes de Nossa Senhora e que é fonte de inspiração e coragem, é oferecida uma nova orientação aos equipistas. Essa orientação propõe as prioridades do Movimento para os anos vindouros. Essas "prioridades", estabelecidas depois de consideradas as realidades da vida de casal e os sinais dos tempos, são apresentadas a todos os membros das Equipes como orientação comum. O esquema desta nova reflexão, "Ser Casal Cristão hoje na Igreja e no mundo", foi confiado a equipes de trabalho em cada região e superregião para que estas fizessem um discernimento sobre as necessidades e os questionamentos dos casais cristãos nos seus respectivos países. A riqueza das informações fornecidas por estas equipes constitui uma base importante para o desenvolvimento deste projeto, que é apresentado em três etapas de reflexão:

O casal hoje: 'Não é conveniente que o homem esteja só' . (Gn 2,18) Vi vemos numa época em que reina a confusão e na qual se colocam questões que nos interpelam. O casamento é essencial? O que é essencial no casamento? Como podem os casais enriquecer a sua relação mútua, tão essencial para o êxito do seu casamento? Como podemos ajudar os outros a reconhecer que a fidelidade não é um valor "temporário" mas "para toda a vida?" "O que Deus uniu, o homem não deve separar". (Mt 19, 6)

A missão na Igreja e no mundo: ' Vocês são o sal da terra'. (Mt 5,13) Existe uma nova conscientização da responsabilidade dos casais cristãos: a de proclamar, não só as verdades teológicas, mas também a beleza do matrimónio. Muitos matrimónios são bem sucedidos e a maioria das pessoas vive uma vida

A pessoa humana ... 'criada à imagem de Deus'. (Gn 1, 27) Deverá a pessoa humana ser considerada em relação à Declaração dos Direitos do Homem, das 6


"Da mesma forma que não pode haver vida cristã sem uma fé viva, também não pode haver uma fé viva e eficaz sem reflexão nem meditação... Os casais de uma Equipe de Nossa Senhora tentam aprofundar os seus conhecimentos religiosos e perseguir este objetivo com os outros membros da equipe e com a ajuda de um conselheiro espiritual". (Guia das Equipes de N. Senhora - Documento a ser publicado) A troca de idéias sobre o tema de estudo escolhido é uma oportunidade privilegiada para progredir na nossa caminhada espiritual e para formar a nossa consciência pessoal. Esta nova orientação tem um conteúdo que estimula essa troca

familiar feliz. Em contrapartida, poucos são os casais que conhecem o sentido de sua missão. É, então, muito importante lembrar constantemente, às pequenas comunidades, que elas têm a missão de dar testemunho positivo aos outros, através de sua vida conjugal e do apoio que dão aos seus membros. Ter um tempo para estudar e refletir em conjunto é muito importante. Apesar de todos os conhecimentos que o mundo nos apresenta e de todo o progresso da sociedade, é importante procurar compreender os mistérios de Deus e o seu amor por nós. As Equipes de Nossa Senhora têm consciência da importância desse estudo e dessa reflexão: 7


em casal e em equipe. Refletir em casal é fundamental; é uma oportunidade para cada cônjuge pôr em comum a sua fragilidade, a sua fé, os seus conhecimentos e as suas experiências individuais. Chamados a seguir um caminho específico para Deus, dada a nossa pertença às Equipes de Nossa Senhora, procuramos um maior conhecimento do Senhor e da sua vontade sobre nós, bem como uma vida cristã individual e conjugal mais autêntica. O que descobrimos é incontestavelmente o mais importante para nós, mas é também partilhado com a nossa equipe num espírito de ajuda mútua. Nesta pequena comunidade, onde cada um está num estágio diferente da sua vida espiritual, esforçamo-nos por nos ajudarmos mutuamente. O ponto de vista de cada um deve, por isso, ser acolhido e apreciado. Na nossa forma de "escutar", devemos mostrar sempre que estamos conscientes de que Deus nos fala através dos outros. Quantas vezes nos surpreendemos ao perceber que "as coisas preciosas" da nossa fé nos chegam através das poucas palavras daquele que menos fala? Refletir juntos é um procedimento essencial de construção, um procedimento que nos dá confiança para falar da nossa fé e partilhá-la com os outros. Esta parte da reunião aumenta muito a vitalidade e o crescimento da nossa fé e da nossa vida de equipe. Seria lamentável não lhe dar a prioridade que merece. Da mesma maneira, uma preparação insufici-

ente da reunião, ou um mau controle do desenvolvimento da troca de idéias durante a reunião, resultaria em perda de grande parte das riquezas e das graças desse debate para a equipe. Será que o estudo honesto e sério desta nova orientação nos levará a definir novas prioridades para a nossa vida? Quais serão as novas iniciativas que vão nascer do nosso discernimento individual e conjugal do projeto de Deus sobre nós? Vamos decidir dar testemunho de uma forma mais concreta da santidade do casamento e dos valores do Evangelho, onde quer que estejamos: no nosso lar e fora dele? Em setembro último, em Santiago de Compostela, mais de 7000 equipistas deram um testemunho muito importante e positivo do matrimónio cristão. Sentiram-se muito encorajados com as palavras do Dr. Jack Dorninian, um dos conferencistas, que lhes disse: "Num Movimento como as Equipes de Nossa Senhora, vocês devem estar conscientes de que fazem bem mais do que desenvolver a sua vida pessoal para vocês mesmos. Os equipistas estão na vanguarda da Igreja, que procura se compreender, que toma consciência de que o matrimônio está no coração da sua vida e da evangelização do mundo de hoje."

Maureen e Tom Hoban Equipe Responsável Internacional 8


CARTA DO SCE DA ERl VlVER A COMPAlXÃO

E

melhor, ouvir melhor, partilhar melhor e avançar humildemente no nosso itinerário de casais cristãos, hoje, na Igreja e no mundo. Uma vontade clara de fidelidade e sintonia face ao próximo nos nossos lares, na nossa comunidade cristã e na sociedade civil onde estamos inseridos. "Compaixão" evoca, talvez, em nós a reação que sentimos, como o samaritano da parábola, perante os problemas, as misérias e os sofrimentos do outro. E, com certeza, esta atitude nos é exigida pelo simples fato de querermos ser coerentes com o nosso estilo de vida como cristãos.

is a palavra que nos é dita no nosso primeiro tema do ano: COMPAIXÃO. Uma palavra que nos faz pensar na parábola de Jesus, e que nos convida a viver com outros, na atitude do Bom Samaritano diante do homem assaltado e espancado pelos bandidos a caminho de Jericó: "vendoo, encheu-se de compaixão". (Lc

10,27-37) E nós queremos descobrir a Palavra para mudar o coração. Assim, seremos capazes de enxergar

O Evangelho nos é dado como um verdadeiro caminho de vida, não como uma ilusão ou uma mzragem.

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Mas a compaixão, no sentido mais íntimo da palavra, significa muito mais. Há, na sua estrutura linguística, um apelo à busca da har'\nonia com o outro em todos os domínios e, ao mesmo tempo, a viver a tensão de uma atitude que não é apenas a de um momento ou de um encontro ocasional. A nossa fé convida-nos a não sermos heróis de vez em quando, mas constantes e corajosos. Quando partilhamos o verdadeiro amor em casal, há sempre um desejo- ainda que utópico por vezes - de identificação com o outro, para saber, não apenas sofrer juntos, mas também para ser feliz; não só para chorar, mas também para sorrir; não só para angustiarse, mas também para sonhar; falar

Quando partilhamos o verdadeiro amor em casal, há sempre um desejo de identificação com o outro, para saber, não apenas sofrer juntos, mas também para ser feliz.

e escutar... Ser homens e mulheres que desejam ir em frente no caminho na vida, esforçando-se por encontrar sempre o ponto de encontro necessário para que possam avançar em conjunto, apesar das diferenças , das contrariedades e dos obstáculos. É verdade que este quadro parece bonito demais para se tornar realidade, mas o Evangelho nos é dado como um verdadeiro caminho de vida, não como uma ilusão ou uma miragem. E o cristão, na sua vida de casal, na Igreja e na sociedade, é a testemunha do possível, descrito por Cristo como uma realidade a procurar e um mundo a construir. A compaixão de que nos fala o tema sobre a pessoa humana, hoje, deve ser adquirida partindo da nossa capacidade de " viver com os outros" . Não podemos aceitar a afirmação: "o inferno são os outros". Mesmo que o mundo real em que vivemos, neste momento histórico de princípio do rnilênio, com as suas ameaças e contradições, pareça nos convidar a um fechamento conservador em nós mesmos, devemos, pelo contrário, ser testemunhas da coragem de ser "compadecidos" com os outros. Talvez tenhamos medo, mas não é o medo que nos guia, e sim a nossa vocação de cristãos , homens e mulheres que têm o dever de transformar nosso mündo, tão carente de pessoas capazes de abrir as comportas da Esperança. Pe. Cristobal Sàrrias. s.j. 1o


NOlÍClAS lNTERNAClONAlS A SESSÃO 1NTERNAC10NAL

na cidade de David, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor". (Lc 2,10-11) Decididamente, o nascimento do Salvador liberou esta grande alegria. Mas, no Natal, o sentido pleno de todo o nascimento humano, encontra-se igualmente revelado, é o sentimento de alegria que acompanha o nascimento de qualquer criança. Se é verdade que uma criança representa, não apenas a alegria dos pais, mas da Igreja e de toda a sociedade, é também verdade que, hoje em dia, muitas crianças, em diversas partes do mundo, sofrem e são ameaçadas. Durante este Jubileu das Fanu1ias, pudemos descobrir como as crianças são a primavera da fanu1ia e da sociedade. Porque são dom da vida, sinal e fruto do amor conjugal, as crianças representam o futuro do mundo. Durante este Jubileu, encontramos muitos casais das Equipes de Nossa Senhora. As Equipes estavam representadas por Marie-Christine et Gérard de Roberty, responsáveis da Equipe Internacional.

Depois do nosso Encontro, realizou-se em Santiago de Compostela uma Sessão Internacional, animada pela ERI, que reuniu mais de duzentos participantes - casais e padres - vindos de quase todas as regiões do mundo. Este momento de formação foi rico em troca de idéias, orações, celebrações e amizade partilhada além fronteiras. Durante essa Sessão, o conjunto dos participantes pôde refletir sobre o que é a vocação e a missão das Equipes de Nossa Senhora, a sua mística e a sua riqueza. Essas sessões internacionais, que se realizam de seis em seis anos, são o viveiro dos futuros responsáveis do Movimento e a fonte de um dinamismo renovado em todos os setores e em todas as regiões do mundo.

••• O JUBllEU DAS FAMlUAS Organizado pelo Conselho Pontifício para a Fanu1ia, O Jubileu das Fanu1ias realizou-se em dois tempos: primeiro, um congresso teológico e pastoral e, em seguida, o terceiro encontro mundial do Santo Padre com as fanu1ias. O tema destes dois momentos fortes do Jubileu foi: "Os filhos, primavera da fanu1ia e da sociedade". No princípio da salvação, está uma criança, proclamada como uma alegre notícia: "Eu anuncio a vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje,

CONGRESSO E JUBllEU DO LAlCATO CATÓUCO "Testemunhas de Cristo para o novo milénio". Este foi o tema deste importante Congresso, em que tivemos a celebração do Jubileu dos Leigos na presença do Papa João Paulo II. Domingo, 26 de novembro, durante a sua homilia, João Paulo II 11


lançou esta mensagem: "Com achegada do novo milênio, chegou também a hora dos leigos". Na celebração, o Papa começou por encorajar os leigos a relerem os documentos do Concílio Vaticano II que ajudaram "tantos homens e mulheres" a compreender melhor a sua vocação cristã, que, por natureza, é uma vocação para o apostolado. Para sublinhar a importância desta redescoberta, o Papa entregou os documentos do Concílio a dez represental_ltes leigos, vindos de diferentes partes do mundo. Exortou-nos a ser as testemunhas da transmissão, às novas gerações, da riqueza de seus engajamentos. Durante o Congresso, fizemos o balanço de um século e traçamos as perspectivas de uma nova fase histórica: o desafio para um testemunho cristão. As diferentes conferências versaram sobre o batismo, fonte da identidade dos fiéis a Cristo, e, depois, tentamos refletir como ser testemunhas de uma vida nova, pois "os cristãos são neste mundo o que a alma é para o corpo". Não podemos ser testemunhas de Cristo e apóstolos no mundo se não formos formados, nós que somos chamados, como cristãos leigos, a dar prova de uma maturidade humana e cristã. O Congresso terminou com a abertura para o Terceiro Milênio. Quais os leigos de amanhã? Quais os leigos chamados à missão de evangelizar o mundo? Durante este Congresso, do qual participavam todos os responsáveis de

todas as Associações e Movimentos Internacionais, vindos de 159 países, pudemos viver na oração e na celebração dos tempos de encontro e tocar de perto a universalidade da Igreja. O que ficará gravado, é o apelo urgente à missão de evangelização que é dirigido ao conjunto dos leigos e a nós, equipistas de Nossa Senhora, como prioridade.

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ENCONTROS Nas nossas diversas andanças, durante este trimestre, encontramos muitos responsáveis internacionais e também o Cardeal Lopez Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a· Farm1ia, o Cardeal Stafford, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, e seus colaboradores mais próximos. De alguns anos para cá, o movimento das Equipes de Nossa Senhora tem criado relações de amizade com outros movimentos familiares e conjugais. O Congresso do Apostolado para os Leigos foi uma ocasião de encontro fraterno com Chiara Lubich, fundadora dos Focolari, e com responsáveis do movimentofamiliar''FamilleNouvelle", que nos deram a alegria de estar representados no nosso Encontro de Santiago de Compostela. Nessa oportunidade, decidimos prosseguir, juntos, neste caminho de comunhão e fraternidade com os outros movimentos que vivem uma espiritualidade parecida com a nossa.

Marie Christine e Gérard de Roberty Respons. da Eq. Internacional 12


EACRE turgia de abertura com a entrada dos CR de Setores e de Coordenação e representantes das Equipes distantes conduzindo, cada casal, o símbolo de nossas praias nordestinas: o coqueiro. Em seguida acolhemos nossa intercessora, Maria Santíssima, levada pelos braços do CR Regional Eneida e Álvaro e coroando a abertura o CR da Super-Região, Sílvia e Chico conduzindo o estandarte das ENS. Pe. Tomás Feliu, SCER presidiu a celebração eucarística, que tão bem enfocou o casal cristão como imagem de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Um momento muito especial

DA REGlÃO NORDESTE 11

1.

Nos dias 10 e 11 de fevereiro aconteceu o EACRE da Região Nordeste II, na cidade de Fortaleza,CE tendo como tema central: O CASAL, IMAGEM DE DEUS TRINITÁRIO. Participaram do evento 104 casais equipistas das cidades de Fortaleza, Sobral, Quixadá, Banabuiu, Cruz, Forquilha, Baturité, Limoeiro, Morrinhos, Pindoretama, Teresina e São Luís. Contamos ainda com a presença de 1O Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Sábado, pela manhã, houve a li-

EACRE 2001 REGIÃO NE2 FORTALEZA 10 e 11 de FEV.de

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aconteceu quando o Casal da SuperRegião nos falou sobre a Reunião de Equipe e Partilha. Com muita simplicidade e amor ao Movimento, conseguiram transmitir a importância deste momento para a vida de equipe, mostrando a sua razão de ser, o cuidado na sua preparação e a motivação necessária para o bom êxito em cada uma de suas partes. Fomos ainda premiados com a voz e o violão do Chico, que cantando "Deixa-te modelar", abrilhantou ainda mais este momento. A palestra "Ser Pessoa", proferida pelo nosso querido Pe. Tomás, nos marcou por suas pontuações e reflexões sobre "ser criatura humana" e "ser pessoa", a importância de "ser pessoa" para ser "casal cristão e missionário" e o "ser pessoa" nos planos do Reino de Cristo de acordo com as Bem-aventuranças. Ser Igreja no Novo Milénio foi o tema abordado pelo SCE Pe. João Jorge, que, com muita lucidez, nos apresentou a proposta de um novo Projeto de Evangelização, com a finalidade de renovar a consciência da identidade e da missão da Igreja no Brasil, num contexto de rápidas mudanças. A Igreja volta-se para a evangelização, procurando a docilidade ao Espírito e o discernimento dos sinais de sua vontade, que aponta os caminhos aos anunciadores do Evangelho de Jesus Cristo. A palestra, com enfoque na Campanha da Fraternidade, foi abordada de maneira singular e cativante, trabalhando, não os efeitos das drogas, ma sim como os pais devem educar e preparar seus filhos para

que não cheguem à dependência. Ao longo do evento foram realizados flashes sobre as Prioridades do Movimento, Contribuição Financeira e Documentos das ENS. Na riqueza das celebrações, foi marcante a adoração ao Santíssimo Sacramento, diante do qual os casais participantes renovaram seus compromissos matrimoniais. Um outro ponto forte deste EACRE foi a vigília que transcorreu no próprio local, com a participação de casais equipistas durante todo o transcorrer do evento. Enfim, o EACRE 2001 transcorreu num clima de paz espiritual, alegria, amor, fraternidade e solidariedade. Belíssimas celebrações, trabalhos em grupo para troca de experiências e ajuda mútua, e muitos cânticos animaram os dois dias de EACRE. Em nossa lembrança ficará marcado o refrão da música "Mandacaru", adaptada especialmente para a ocasião: Todo casal que vem para o EACRE É sinal que já está pronto pra servir o seu irmão Não tem cansaço, empecilho ou barreira Que o possa impedir de cumprir sua missão Ele só quer servir o seu irmão Ele só quer servir o seu irmão A celebração do envio, presidida pelo SCE Pe. Tomás Feliu e concelebrada pelos Sacerdotes Conselheiros Espirituais presentes, foi de uma beleza ímpar. No final, cada casal recebeu um mandacaru, planta característica do semi-árido nor14


destino, simbolizando a fortaleza que os casais responsáveis de equipe deverão manter, enfrentando com bravura as dificuldades que, por ventura sobrevenham. Mas, ensina-nos, ainda, o mandacaru a bela lição de reter e guardar dentro de nossas equipes a Água Viva que é Jesus. Agradecemos a Deus e a Maria Santíssima as graças derramadas, pois certamente saímos todos mais fortalecidos e comprometidos para a missão e a vivência de casais cristãos das Equipes de Nossa Senhora.

Irineide e Belino CRS- C- Fortaleza, CE

••• 2.

BELÉM, PA

Nordeste, seguindo o casal Regional Norte II, trazendo a casinha, simbolizando a casa do Pai, que está sempre de janelas e portas abertas para nos receber. Na cerimônia do envio, dirigimo-nos para o salão com a Palavra de Deus e a imagem de Nossa Senhora e lá, reunidos em um grande círculo, vimos aquela casinha sendo trazida pelos casais da liturgia com as janelas abertas, porém, a porta estava fechada. Ficamos curiosos! Chegando no meio do salão a porta foi aberta saindo um casal de pombinhos brancos que voou bem alto mostrando que nós, casais, devemos alçar vôo, prontos para servir a Deus. Assim atenderemos ao seu apelo de ser Casal Cristão na Igreja e no Mundo.

Sandra e Jaime CRR Norte II

Num clima de muita espiritualidade, alegria e entusiasmo, aconteceu nos dias 1O e 11 de fevereiro o EACRE da Região Norte II. Setenta e três casais entre responsáveis, ligações, pilotos e SCE participaram deste encontro de amor, pedindo a Jesus e Maria muitas bênçãos para o exercício da missão. A celebração de abertura teve início com a montagem do painel "Ser Casal Cristão Hoje na Igreja e no Mundo" , pelos casais responsáveis dos setores A, B, C, e Pará15


JUBJLEU DE PRATA DE EQUJPES 1.

SOROCABA, SP

les com quem convivemos nessa caminhada e que foram chamados por Deus. Neste particular não poderíamos nos esquecer do Milton (da Regina), que depois do casal Vera e Leosmar, responsáveis pela vinda das ENS para Sorocaba, foi sem dúvida o seu maior entusiasta e teve uma contribuição decisiva na expansão do Movimento em nossa cidade. Sensação do dever cumprido por sentirmos que, apesar das nossas limitações e da nossa pequenez, quis a vontade de Deus que a nossa equipe fosse a iniciadora do Movimento em Sorocaba. Tivemos a oportunidade de pilotar umas 10 equipes do Setor e a graça de gerar um sacerdote maravilhoso, padre Flávio Jr., através de

Com os corações transbordando de muita emoção, nós, integrantes da Equipe 1- Nossa Senhora da Ponte, recebemos as homenagens dos setores, na missa das Equipes do mês de novembro, pela passagem do nosso jubileu de prata. Um misto de alegria, tristeza e de certa forma uma sensação do dever cumprido nos envolveu naquele momento. Alegria, por termos recebido as graças de Deus, por estarmos juntos há 25 anos (desde 22.11.1975), num clima de muito amor e respeito, num Movimento maravilhoso que muito tem contribuído para nossa santificação como casal, como família. Tristeza, por lembrarmos daque-

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luz de velas, os casais foram chegando. Éramos seis casais: Açueli e Olídio, Marli e Lindomar, Lo urdes e Dino, Dilma e Djalma, Valdir e Thamar, Cylésia e Hélcio. O objetivo era bastante desconhecido por nós. Tínhamos sido convidados para participarmos de uma Equipe de Nossa Senhora. Presentes na reunião Zélia e Cesconeto - CRS, Maria Aparecida e Manoel Cardoso, que iriam ser os Pilotos desta futura equipe, padre Arcângelo Bússola, que seria o Conselheiro Espiritual. Nós nos sentíamos estranhos, onde nem todos se conheciam. Ali, iniciou-se a Equipe 5 - Nossa Senhora Aparecida. A semente que foi plantada, cresceu, floresceu e deu frutos, pois inclusive já temos filhos que pertencem ao Movimento. Caminhamos com altos e baixos tentando palmilhar os caminhos do Senhor e realizar seu Reino entre nós. Mas, apesar de, naquela longínqua noite do dia 23 de novembro, a luz ter se apagado e termos feito a reunião à luz de velas, a Luz nos acompanha até hoje. É a Luz da fé. E as dificuldades que muitas vezes enfrentamos em nossas vidas e na própria Equipe, não apagam esta Luz, pois, ao nosso lado está nosso irmão, nossa Equipe de base que nos ajuda a ir em frente. Sozinhos não podemos caminhar, juntos somos mais fortes e mais entusiasmados com nossa caminhada.

um casal não menos maravilhoso, Vicentina e Flávio. Nesta trajetória não poderíamos nos esquecer do casal Ana Maria e Osmar, de Jundiaí, que com tanta caridade e amor nos pilotou; dos nossos conselheiros espirituais dom Castanho, dom José Lambert, padre Ledo e finalmente padre Lecy e dos casais que por circunstâncias várias nos deixaram nesta trajetória. Com relação ao padre Lecy, há 12 anos conosco, mesmo nos anos em que foi transferido para Cruzeiro ou Campos do Jordão, por amor à equipe não nos deixou, não medindo esforços e sacrifícios para estar presente em todas as reuniões. Queremos nesta oportunidade nos penitenciar por falhas e omissões que tivemos e mais uma vez manifestar a nossa gratidão a Deus por tantas graças recebidas e a todos os nossos irmãos das outras equipes com que pudemos conviver e amar em nossa caminhada.

Vera e Bayard Eq. lA - N. Sra. da Ponte Sorocaba, SP

••• 2.

CRlClÚMA, SC

Parece que foi ontem! Nós nos reunimos em uma noite chuvosa, há 25 anos, no dia 23 de novembro de 1975, na residência do casal Thamar e Valdir, em Criciúma. Aconteceu um temporal, as luzes se apagaram, e apenas com a

Cylésia e Hélcio Eq. 5 - N. Senhora Aparecida Criciuma, SC 17


SER PESSOA

O

uvindo a poucos dias atrás uma entrevista com o Professor Miguel Reale, um renomado jurista brasileiro, que na oportunidade estava comemorando 90 anos de existência, ficamos maravilhados com uma das respostas dadas por ele. O entrevistador lhe perguntou qual era a análise que ele fazia dos seus noventa anos de vida. A sua resposta foi a de que, "vivi até agora noventa anos, olho para trás e não me arrependo de nada que fiz, e faria tudo de novo. Sou feliz porque fiz outras pessoas felizes, mas isso só foi possível porque nasci pessoa humana". Pessoa Humana. A personalidade é inerente ao ser humano. É ela-

Num mundo de profundas transformações sociais, tenho combatido as injustiças e as aberrações que tentam desfigurar a pessoa humana idealizada e realizada pela Criador?

ro que existem as pessoas inanimadas, as chamadas pessoas jurídicas, públicas e privadas, (Estados, municípios, empresas, etc.), mas, nada mais são do que aglomerados de pessoas físicas, humanas. Somos privilegiados por sermos pessoas humanas. Não nascemos animal irracional, vegetal ou mineral. Este atributo pessoal é dom de Deus. Mas o que tenho feito para retribuir a este presente divino? Tenho ao menos refletido que sou gente? Tenho agido procurando me realizar plenamente como "o principal modelo da criação de Deus? Tenho seguido as suas orientações de vida? Tenho ajudado a outras pessoas a se sentirem filhos de Deus? Num mundo de profundas transformações sociais, tenho combatido as inj ustiças e as aberrações que tentam desfigurar a pessoa humana idealizada e realizada pela Criador? Para ajudar a nossa presente reflexão lançamos mão de alguns pressupostos encontrados pela ontologia, que é a ciência que estuda o ser, para caracterizar a pessoa humana: • Individualidade -Na individualidade vemos as pessoas, cada uma com suas características próprias. Ninguém é igual a ninguém. Mais de seis bilhões de pessoas no planeta possuem carga genética diferente. Por isso é que quando se fala na possibilidade de se fazer clonagens em humanos, se cogita um "ir de encontro" à própria natureza hu18


tença a uma farru1ia, a um trabalho, a uma comunidade, a uma nação, a um país. Esta característica nos dá a responsabilidade de irmos mais além e nos identificarmos como verdadeiros "filhos de Deus", "povo escolhido", marcados pela fé, pois até mesmo, "os nossos cabelos estão contados". • Organicidade - Possuímos órgãos distintos, cada um com sua função diferente, mas que formam um todo, um conjunto. Isto nos leva a mantermos uma disciplina em relação à vida comunitária. Somos membros individuais de uma comunidade maior. Somos Igreja, Corpo de Deus. Devemos assumir o nosso papel na messe. • Espiritualidade - Somos matéria e Espírito. Corpo e Alma. Esta característica faz com que nos desliguemos, no sentido de desapego, das coisas materiais. A matéria é essencial para nós humanos, mas um dia ela se toma pó, retoma ao pó. O espírito sobe a Deus. Não adiantaria nada se tivéssemos todos os apetrechos humanos, materiais e não procurássemos exercitar a nossa espiritualidade. Diante de tudo isso, terminamos com as palavras de João Paulo II que diz: "O ser humano sem Deus não pode compreender a si mesmo, como também não poderá realizarse sem Deus".

mana. Esta característica nos remete a saber respeitar os outros como eles são e não como gostaríamos que fossem. Temporalidade - Todos nós temos um tempo determinado nesta vida. Ninguém ainda descobriu, por mais que tente, a fórmula da vida eterna (isto, aqui na terra, pois nós cristãos já sabemos como encontrar a vida eterna). Este atributo nos leva ao imediatismo, que é "não deixar para amanhã, o que se pode fazer hoje", pois "não sabemos o dia nem a hora em que iremos prestar contas ao Criador". Mutabilidade - Somos mutáveis. Nossos conceitos e preconceitos mudam. Só não evolui quem não vive. Porém esta mudança é gradativa, sistemática, não ocorre do dia para a noite. Este aspecto nos leva a realizar o nosso processo de conversão pessoal com paciência, disciplina, zelo e muita fé e esperança. Mudar um coração de pedra, para um coração de amor e perdão. Limitação - Somos limitados. Um cachorrinho quando quer atravessar uma rua, não para, não pensa, não olha para o lado. Nós, todavia, não podemos fazer o que queremos. Temos a obrigação de agirmos dentro dos padrões éticos e morais. "Tudo posso, mais nem tudo me convém". Identidade - Cada um de nós recebe um número que nos identifica para a vida civil, é o RG o CPF, etc. Mas o que nos identifica como pessoa é a nossa per-

]ussara e Daniel Chacon Eq. 03-B - João Pessoa, PB 19


PÁSCOA

C

erto dia eu estava aplicando uma prova, os alunos, em silêncio tentavam responder as perguntas com ansiedade. Faltavam uns quinze minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço, se dirigiu a mim e disse: "Professor, pode me dar uma folha em branco?" Levei a folha até a sua carteira e perguntei porque queria mais um folha em branco. Ele respondeu: "Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo e fiz uma confusão danada e queria começar outra vez". Apesar do pouco tempo que faltava, confiei no rapaz, dei-lhe a folha em branco e fiquei torcendo por ele. Aquela atitude causou-me simpatia. Hoje, lembrando aquele episódio simples, comecei a pensar quantas pessoas receberam uma folha em branco que foi a vida que Deus lhe deu até agora, e só têm feito rabiscos, confusões, tentativas frustradas e uma confusão danada ... Agora que se aproxima a Páscoa, seria um bom momento para se pedir a Deus uma folha em branco, uma nova oportunidade para ser feliz. Assim como tirar uma boa nota depende exclusivamente da atenção e esforço do aluno, uma vida boa também depende da atenção que demos aos ensinamentos do professor, nosso Deus. Não importa qual seja sua idade, raça, condição financeira etc. Levante o braço, peça uma folha em branco, passe sua vida a limpo. Não se preocupe em tirar dez, ser o melhor, preocupe-se em viver o que o Senhor nos ensinou. Ele está mais interessado em quem pede ajuda, portanto, só depende de você. Que o Senhor o abençoe e o guarde para sempre.

(Autor desconhecido) Colaboração de Tânia e Jorge, Equipe 117C Rio de Janeiro, RJ 20


PÁSCOA: UM ACONTEClMENTO DESALVAÇAO festa da Páscoa é um aconecimento que tem ~uas oriens nos tempos mrus remotos da humanidade. Era certamente uma festa dos povos pagãos do oriente, tendo como ponto principal o ato de celebrar uma refeição entre pessoas que faziam parte do mesmo clã, da mesma tribo. Comiam um cordeiro, porque o cordeiro era um animal considerado sagrado pela sua limpeza e pela sua mansidão. Quem comia do cordeiro, também adquiria o espírito dos deuses das diversas mitologias. O cordeiro devia serescolhido e tratado com muito carinho e em pastagens cuidadas. O cordeiro devia ser macho e não ser marcado por nenhum defeito. As liturgias pagãs da Mesopotâmia estabeleciam não somente o sexo do cordeiro, mas até seu tamanho e sua genealogia. O povo de Israel, como vivia em um mundo onde dominava a religião dos pagãos, também assumiu os costumes pagãos e até mesmo o nome de Deus na forma plural "Elohim"; mas, a partir de Abraão, houve uma mudança significativa na expressão religiosa do povo. Conservando a forma plural dos deuses pagãos, deu um sentido absolutamente novo ao nome de Deus. "Elohim" não é mais um plural numérico, mas um plural de plenitude de Deus. Como Ele é o Absoluto, o 21

Senhor de todos os deuses, seu nome conserva a forma plural, mas o sentido de absoluta singularidade, o que se chama "plural majestático". Assim a Páscoa, de festa pagã na qual celebravam as festas terminais do trigo e da cevada, passou a ser uma celebração rigorosamente religiosa com um ritual próprio e um memorial riquíssimo. O cordeiro não era mais um simples animal, mas um símbolo de libertação e da intervenção divina em favor de um povo que vivia sob o regime de escravidão no Egito.


O livro do Êxodo, no capítulo 12, versículos de 1 a 28, apresenta o ritual da Páscoa relacionada com os Ázimos. Os judeus começavam o ano com a imolação do cordeiro que deveria ser do rebanho, isto é, criado em casa com muito cuidado para se saber que se tratava de um animal cuja origem e linhagem eram conhecidas para que a farm1ia tivesse garantia da qualidade e da história do animal. Deveria ter um ano, não poderia ter nenhum defeito. Alguns comentaristas dizem que a prescrição de um ano é para simbolizar a unidade de Deus. Deus é um só e absoluto, acima de todos os deuses. Se a família fosse pequena e o cordeiro fosse grande, deviam convidar o vizinho mais próximo, conforme o número de pessoas. O ato de comer o cordeiro se enquadrava dentro de algumas prescrições. O cordeiro deveria ser assado no fogo e não cozido em água. Tudo devia ser consumido no mesmo dia, isto é, todos deviam ficar bem alimentados e assim fazer do cordeiro um verdadeiro holocausto. Além de tudo, deviam comer o cordeiro com o cinto na cintura, as sandálias aos pés e bastão na mão, como quem parte para uma grande viagem e está apressado. A refeição encaminhava as pessoas para uma missão que tinha urgência. Aquele que come o cordeiro, no caso, o cordeiro pascal, Jesus na Eucaristia, tem pressa de ir anunciar a grandeza e a eficacidade do alimento que nos impulsiona para a missão e para a realização plena na

casa do Pai. O cordeiro era sinal de salvação para os filhos de Israel que estavam no Egito. Naquela noite o Senhor passaria pelo Egito e mataria todos os primogênitos dos egípcios, desde os homens até os animais, e faria justiça contra todos os deuses do Egito e mostraria seu poder. "Eu sou o Senhor". Outro sinal de libertação era o sangue passado nas portas dos Israelitas. O Anjo exterminador ao ver o sangue nas portas pouparia o primogênito dos hebreus. Aquele dia ficaria para os hebreus um dia de memorial. A celebração da Páscoa ficou prevista para os hebreus em todos os tempos: "de idade em idade, como uma lei perene". Arefeição pascal envolvia o ato de comer pães sem fermento e ervas amargas, todos os lances da celebração pascal se revestiam de significados que constituíam elementos da história da vida do povo. Quem celebra a vida, revive a história e a torna cheia de significado, mas a história do homem só tem pleno sentido quando está profundamente vinculada à história de Deus. Assim, para o povo judeu, a Páscoa é o "Zicaron", isto é, o memorial de acontecimentos realizados pelo povo mas com uma profunda consciência profética. Deus se manifesta nos gestos que o povo realiza celebrando uma verdadeira liturgia existencial. O pão ázimo, isto é, sem fermento , quer significar para o povo um alimento de pobre perseguido, que tem pressa para ir buscar uma outra situação. As ervas significavam o amargor da es-

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Messias, o Cordeiro imolado, está de pé. Estar de pé não é normal a um cordeiro que foi imolado; como imolado, sacrificado, morto, ele não pode estar de pé. Entretanto o Cordeiro está realmente de "pé", porque fora imolado, e está vivo. Ele alcançou a vitória.

cravidão e da despersonalização e o "harosset" lembrava a dura situação de quem vivia esmagado por trabalhos forçados na fabricação de tijolos para outros construírem. Ainda o povo trabalhando no barro mantém sua lembrança arquétipa de suas origens. O homem foi feito da terra: "Adam", e como tal, ele traz em si os estímulos da fragilidade, mas ao mesmo tempo ele se concebe como obra artesanal de Deus. Deus é o oleiro divino que imprime no barro sua imagem e semelhança, criando o homem e a mulher.

SENTlDO MÍSTlCO DA PÁSCOA

A PÁSCOA CRlSTÃ Toda riqueza da Páscoa judaica serve de sustentáculo para a Páscoa Cristã que acontece celebrando, não mais as realidades prefigurativas e proféticas das Escrituras, mas realiza uma coisa totalmente nova. O cordeiro é o único capaz de abrir o livro (Ap 5,9) porque Ele se deixou imolar pela nossa salvação. Entregou-se à morte e morte de cruz. Sua obediência ao Pai Celestial é um holocausto perfeito. Jesus, o Messias, o Cordeiro imolado, se faz refeição para a humanidade toda em todos os tempos. Ele é o Cordeiro imenso, cuja grandeza não tem limites. Para comer tal cordeiro, toda humanidade é chamada para realizar o banquete que na expressão de São João é o "Ágape", isto é, uma refeição de pessoas irmanadas pela mesma fome de Deus. O 23

Por tudo o que vimos, a Páscoa não é uma festa comum que se celebra todos os anos com um certo aparato e uma preparação mais prolongada com o tempo da quaresma. A Páscoa continua sendo sempre um mistério arcano, uma oportunidade totalmente nova todos os anos para uma renovação integral do cristão, do católico. Com a Páscoa inaugura-se um mundo renovado que renasce como uma fonte de água viva. A Páscoa é a passagem que não passa, mas permanece como uma realidade dinâmica. A Páscoa é a própria vida de Deus que brota do túmulo vazio como uma semente de eternidade que germina e cresce no tempo. A Páscoa é o segurar firme na mão de Deus que se prolonga de eternidade, na aliança com o povo de Israel e com o mundo atual. É preciso conhecer todas estas realidades para não se ficar à margem destas maravilhas que Deus faz e continua fazendo por nós e em nós. A Páscoa nos integra em Deus.

Pe. Vicente Pinto Ribeiro, NDS SCE Equipe 6 - Setor A - SP


NOVAS EQUlPES Setor de Barra do Corda, MA Eq. 07 -N. Sra. Auxiliadora (foto à esquerda) Eq. 09- N. Sra. da Rosa Mística (foto abaixo)

FAlEClMENTOS As ENS agradecem a Deus pela vida destes equipistas e renova, neste momento, com toda a Igreja, a certeza da ressurreição. Antonio Alves da Silva (da Creuza), ocorrido em 31.01.2000- Equipe 113 - Nossa Senhora Aparecida - ruo de Janeiro. Nelson Prado (da Maria da Conceição), ocorrido em 16.06.2000Equipe 70 - Nossa Senhora da Penha - Rio de Janeiro. José Joaquim Ayres (da Yolanda), ocorrido em 28.11.2000- Equipe I - Nossa Senhora das Dores - Limeira, SP Fernando Régis Dantas (da Diva), ocorrido em 06.12.2000- Equipe I - Nossa Senhora das Dores - Limeira, SP Lúcia Adélia Aparecida Silva Vicari (do Roberto), ocorrido em 28.12.2000- Equipe 5- Nossa Senhora Auxiliadora- Assis, SP Rui Damico (da Terezinha), ocorrido em 29.01.2001 -Equipe 10ANossa Senhora Mãe da Igreja- Jaú, SP Cida (do Alberto), ocorrido em 05.02.2001 -Equipe 2 -Nossa Senhora das Graças- Pitangueiras, PR Ginetlil Calliari, faleceu no dia 08 de março de 2001. Ela foi co-fundadora do Movimento Focolari, fundado por Chiara Lubich, trazendo o Movimento para o Brasil, em 1959, na cidade de Recife, PE.

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ORDENAÇÃO PRESBlTERAL

SAGRAÇÃO EPlSCOPAL

No dia 18 de fevereiro de 2001, no Colégio Nossa Senhora Medianeira, em Curitiba, PR, o diácono Rogério Mosimann da Silva, recebeu a ordenação presbiteral em cerimônia presidida pelo Arcebispo Dom Pedro Fedalto e concelebrada por vários sacerdotes, sendo alguns conselheiros espirituais das ENS. O agora padre jesuíta Rogério é filho do casal Ita e José, da Equipe 4B, um dos casais iniciadores do Movimento no Paraná.

O padre Pedro Luiz Stringhini, foi sagrado Bispo no dia 10 de março, sendo um dos bispos auxiliares do Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Claudio Humes. Com muita humildade, sempre procurou proporcionar aos necessitados, favelados e excluídos, o melhor de si, na vasta região Leste de São Paulo. Continuará sendo SCE da Equipe 2B - Nossa Senhora do Rosário, de São Paulo, Capital.

SCE ELElTO ABADE Com muita alegria a Equipe 4A Nossa Senhora do Silêncio, de Jaú, SP comunica que o estimado SCE padre Bonifácio (joto ), que já exercia as funções de Prior, foi eleito Abade da primeira Abadia da Ordem Religiosa Premonstratense, na América Latina. A Ordem foi criada por São Norberto, no ano de 1121, tendo chegado ao Brasil em 1896, através de um trabalho missionário dos padres da Bélgica, e em Jaú, SP, existe desde 1914, tendo sido promovida de Priorado para Abadia, numa cerimônia realizada em 23 de outubro de 2000, celebrada na Abadia de São Norberto. Sob as bênçãos abacial do Bispo Diocesano de São Carlos, SP, dom Joviano de Lima Júnior, o eleito Dom Abade Bonifácio José Hartmann, recebeu o seu cajado para responder nacionalmente pela Ordem.

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AGRADEC1MENTO Aproveitando sua estada em Fortaleza, CE, quando darealização do EACRE, o CR da Super-Região, Silvia e Chico, juntamente com Eneida e Álvaro, CR Regional Nordeste II, estiveram em visita ao arcebispo Dom José Antonio Tosi, agradecendo, em nome do Movimento, o prefácio feito por ele para o livro escrito por D. Nancy- "Equipes de Nossa Senhora - Ensaio sobre seu histórico" -, orno tamb m o apoio que tem dado às ENS.

D1ÁCONOS PERMANENTES O dia 16 de dezembro de 2000, foi muito especial para a Região Rio IV. Neste dia, em cerimônia realizada no Ginásio Caio Martins e presidida pelo Arcebispo de Niterói, dom Carlos Alberto Navarro, (quando comemorou 25 anos de ordenação episcopal), foram ordenados Diáconos permanentes Carlos Alberto Marques e Antonio Ge tinari, dois equipistas da Região. Carlos Alberto, da Sueli, pertence a Equipe 1 - Nossa Senhora das Graças (Setor São Gonçalo) e o Toninho, da Alexandrina, pertence a Equipe 10 (Setor Niterói B). Um fato marcante foi a presença de mais de 100 equipistas, vestidos com a camisa da Província Leste (cor laranja). 26


RETlRO

. V

O S1LÊNC10

vemos no meio da agitação, do barulho. Estamos tão acostumados com eles que só imaginar estar longe deles nos assusta. Silêncio, nem pensar. Entretanto, silêncio é ausência de barulho, não ausência de ruídos. O mundo que nos cerca, a natureza, estão repletos de ruídos, de rumores, de manifestações que não ouvimos, que não vemos, que não saboreamos, porque estamos ensurdecidos pelo barulho: barulho do trânsito, barulho da música em alto som, barulho de telefonemas, barulho de fogos, barulho de conversas, barulho do rádio, barulho da televisão, barulho ... E não ouvimos os passarinhos que cantam, as folhas que balançam ao vento, um sino que toca ao longe, Deus que nos fala. E se não ouvimos a Deus, não podemos segui-lo, não podemos amá-lo, não podemos ouvi-lo no sussurro do irmão que precisa de nós. O profeta Elias procurava a Deus, queria ouvi-lo. Caminhou quarenta dias e quarenta noites pelo deserto até chegar ao Horeb, a montanha de Deus. Lá, entrou numa caverna para passar a noite e ouviu uma voz que lhe disse: "Sai, põe-te na montanha na presença do Senhor: ele vai passar". E eis que se abateu uma violenta tempestade que ressoava e arrastava rochedos. O Senhor não estava nela. Depois, houve forte terremoto, rompendo o solo com estrondo e acendendo chamas. O Senhor não estava nele. Depois, o murmúrio sutil de uma brisa. Ouvindo-o, Elias reconheceu que era o Senhor e cobriu o seu rosto com o manto. Pois bem, nós também, se queremos ouvir a Deus, precisamos esquecer por algumas horas o barulho e a agitação e nos colocar como Elias à escuta do sussurro da brisa. Esse é o silêncio que nos é oferecido no retiro que o Movimento nos pede que façamos anualmente. Quem já o fez sabe a alegria, a tranqüilidade, a paz que ele nos traz, e como nele recuperamos as forças para enfrentar o dia a dia e caminharmos na estrada que o Senhor nos aponta. Neste início de ano, lembremo-nos de marcar o nosso retiro, e busquemos nele, Deus no silêncio, como nos ensinou o Pe. Caffarel.

Monique e Gerard Duchêne Equipe lA - São Paulo 27


Ó MARlA,, ROGA POR NOS!

M

aria cheia de graça, coração em que o Senhor fez maravilhas. Mãe de Deus, Mãe de todas as criaturas. Mãe nossa, roga por nós. Senhora, que guardaste em teu coração a humildade, a ternura e a alegria, além do cansaço e das preocupações, roga por nós. Maria cheia de graça, enquanto muitos dividem, discutem e desanimam, nós te pedimos, dá-nos um coração cheio de esperança, alegria, certeza absoluta que para Deus nada é impossível e roga por nós. Tu, que soubestes ser paciente e feliz enquanto se cumpriram as promessas de Deus, que foste mãe, esposa, amiga e parenta, ensina-nos todos os dias a refazer, recomeçar as mesmas tarefas com amor e pa-

Maria, tu que sabias acolher e ouvir, abre os nossos corações e as portas das nossas casas.

ciência e roga por nós. Maria, tua pr esença serena, relembrada no Magnificat, nos conforta. Tu, que guardavas no coração todas as lembranças de vida simples, da casa de Nazaré, da carpintaria de José, respeitando e aceitando a vida de teu Filho, ajuda-nos a lembrar sempre dessas passagens do Evangelho e roga por nós. Tu, que te alegravas ou te preocupavas com os problemas e a felicidade dos outros que te rodeavam, choravas pelas tristezas e acolhias os visitantes, pedias a teu Filho, quando Dele os homens precisavam, faze com que nos lembremos do nosso papel intercessor na farru1ia, na comunidade e na sociedade, roga por nós. Senhora dos tempos difíceis, dos desamparados, excluídos, dos famintos de alimento de Deus, mostra-nos os caminhos da justiça, da verdade e roga por nós. Maria, tu que sabias acolher e ouvir, abre os nossos corações e as portas das nossas casas, ensina-nos a ter tempo com aqueles que precisam de nosso tempo e a rezar por aqueles por quem nada podemos fazer, devido às nossas limitações. Dános um coração sensível e cheio de atenção às necessidades de nossos irmãos e roga por nós. Senhora, é difícil dizer sim, porém tu o disseste todos os dias. Sim, à gravidez não prevista, a uma vida instável, a Belém, ao Egito, que não

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Ensina-nos o silêncio e dá-nos percepção para ouvirmos nas palavras, nos gestos e nos dias que se passam o que o Senhor quer de nós como pais, profissionais, irmãos e principalmente como cristãos. Ó Maria e Senhora nossa, roga por nós!

era certamente aquilo com que sonhavas, a um Filho que muitas e muitas vezes não entendias, mas que seguias assim mesmo, guardando tudo em silêncio no seu coração, até o sofrimento e a plenitude da morte. Maria, bendita sejas pelo "sim" que nos mostra tantos caminhos, pelo teu silêncio e tuas orações onde percebias a voz do Senhor. Por isso és a rainha dos céus.

Yara e Paulo Eq. lB - N. Sra. da Esperança São José dos Campos, SP 29


CElEBRARA VlDA A 0015

M

uitas pessoas sozinhas sonham em estabelecer uniões estáveis, porém não encontram parceiros. Não é mesmo fácil achar o companheiro adequado. Mas, pode facilitar o estabelecimento de uma união amorosa equilibrada, o momento favorável em que o casal se encontrou, sua predisposição interna para a relação, uma vida financeira organizada, o entrosamento de cada um com amigos e parentes do outro, a aceitação das próprias deficiências pelos amantes. A maneira como esses fatores se combinam determina a possibili-

dade de haver união estável ou não. Lidar com eles e obter um resultado em que o somatório dessas variáveis resulte em relacionamento estável não é fácil e constitui um mérito que deve ser relembrado sempre e comemorado pelos companheiros. Mas, casais que vivem uniões duradouras às vezes as valorizam pouco. Até as colocam em risco, reclamando demais do parceiro e da própria relação. Eles têm vida amorosa estável, porém, incapazes de superar com humor os problemas do dia-a-dia, se esquecem de celebrar o prazer de poder contar um com o outro. Dormir na mesma cama, compartilhar intimidades e sair juntos, por exemplo, tornam-se atos sem encanto e os parceiros não se lembram de que no passado sonharam com isso. Situações muito desejadas por solteiros, como viagens e jantares a dois, filhos, farru1ia, casa cheia, companheiro estável, às vezes passam a ser comuns e perdem o caráter de especial. Em contrapartida, os parceiros valorizam demais simples brigas cotidianas, reclamaçõe e defeitos do outro. Existem até aqueles que, mal alcançam a união desejada, logo a desvalorizam: eram motivados internamente apenas pela conquista, pelo relacionamento em si. Viver com o outro, tendo o vínculo duradouro como proposta básica, é uma das atitudes mais maduras que duas pessoas adultas podem tomar, porque implicará constantes 30


mudanças interiores em favor da relação. Nesse ponto, o relacionamento passa a ser como que um terceiro sujeito, e é por ele que os parceiros se sacrificam: o empenho diário é benefício da união, colocada acima de interesses particulares. O detalhe curioso, mas importante, é que, se, de um lado, todos os esforços são pela manutenção e o crescimento da relação, de outro, as recompensas são individuais e direcionadas a cada um: tem-se com quem compartilhar intimidade, vivese em um lar, constrói-se uma família, existe a certeza de que é possível contar com o outro; enfim, sabese que não se está sozinho. E, enquanto avós e pais vão se despedindo da vida, o casal começa a tomar consciência de que, pouco a pouco, passará a ser o referencial da família, dos filhos e dos futuros netos. Ele se tomará o provedor oficial, pois dele dependerá o surgimento das novas gerações. Isso ajuda a fortalecer a união. Para manter estável uma relação é necessário promover sua constante manutenção, o que inclui a celebração de quem ganhou algo importante e cresceu individual e socialmente com a união. Ou seja, é fundamental agradecer ao parceiro pela oportunidade da relação. Celebrar a vida a dois deve ser atitude constante na vida de casais estáveis - afinal, nem sempre se encontram parceiros dispostos à convivência e não é com freqüência que o outro desperta a vontade e a disposição para conviver. Há casais que só após perdas e sepa31

Celebrar não é apenas fazer festa, sair para jantar e namorar, mas também ter uma atitude de gratidão, pois ela é o

reconhecimento de que se é feliz a dois.

rações percebem que eram felizes. Celebrar não é apenas fazer festa, sair para jantar e namorar, mas também ter uma atitude de gratidão, pois ela é o reconhecimento de que se é feliz a dois.

Luciana Cleto Diniz Psicóloga Colaboração de Vera e José Renato Eq. 1O - N. Sra. de Nazaré Itu, SP


O MATRlMÔNlO EAS EQUIPES

Q

uem não experimentou a sensação de ver uma rosa, contendo ainda partículas de orvalho, abrir-se para acolher os primeiros raios de sol? No frescor da manhã, na beleza e perfume da flor sentimos se materializar o mistério da vida. Quem também, notadamente na juventude, não teve o prazer de colher uma fruta no ponto ideal de maturação, tocá-la, sentir seu perfume e sabor? É algo inesquecível e que faz parte das nossas lembranças envoltas na névoa do tempo, mas que embalam a criança existente dentro de cada um de nós. Em ambos os casos aquilo que nos dá prazer é a manifestação da vida, mas, ao mesmo tempo é o fruto que morre para renascer na semente que há de brotar perpetuando a espécie. No casamento, sentimos, de igual modo, o prazer do frescor dos primeiros momentos. Textura da pele, beleza estética, paixão, atração que mais fortemente se manifesta quando somos jovens. Encantamo-nos com nosso cônjuge. Só nele pensamos, nele nos completamos. A natureza nos proporciona praticamente os mesmos atributos que à flor e ao fruto. Culmina na nossa co-participação com Deus na concepção da vida. A união não se esgota na procriação, pois transcende o plano físico. À paixão, adiciona-se o

amor que percorre o caminho da estima, da amizade, do companheirismo, caminho este pavimentado pelo carinho e afeto e permeado pela espiritualidade que emana da fé vivenciada nas alegrias e tristezas, dificuldades e realizações da vida a dois. Um casal, certo dia, estava vendo televisão, quando o marido percebeu que sua companheira havia adormecido. No silêncio da noite, olhando-a dormindo, constatou, meio surpreso, as cicatrizes do tempo em sua face. Sem que ele quisesse, pas-

Quantos atos e palavras que não deveriam ter acontecido, quantos gestos de carinho, perdão e amor deveriam ser multiplicados amiudamente e não o foram.

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saram a ser exibidos em sua mente momentos comuns de ambos: a menina moça de treze anos metamorfoseando-se em mulher, namoro, noivado, casamento, filhos. Dificuldades e decepções. Quantos momentos bons, felizes, quanta renúncia, quanta dedicação. Lágrimas vieram-lhe aos olhos, sem motivo aparente. Quantos atos e palavras que não deveriam ter acontecido, quantos gestos de carinho, perdão e amor deveriam ser multiplicados amiudamente e não o foram. No íntimo do seu coração, disse a si mesmo:" Após décadas, como ainda a amo! Obrigado meu Deus". Esta é, acreditamos, a história de vida de muitos de nós casais das

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Equipes de Nossa Senhora. Refletindo na vida matrimonial e na vida em equipe, verificamos muita similaridade. Nelas, ao encantamento dos noivos, ao prazer de se conhecer, à comunhão de objetivos, planos e obstáculos, quer no plano individual quer no família/equipe, adiciona-se, após alguns anos, o desgaste da relação, do vigor físico, do comprometimento, que provocam o esgarçar do tecido do sentimen.to e da adesão ao grupo, ao Movimento. Nosso eu, nossos interesses são modificados ao longo do tempo. Aquilo que desafiava, que nos instigava ontem, já não tem a mesma força atrativa hoje.


uma vida ao longo de dez, vinte, trinta anos ou mais é algo que requer um profundo sentimento de identificação com a Equipe. Requer, como no casamento, a determinação que emana da fé no auxílio divino, de que nosso casamento vai dar certo, de que nossa equipe vai dar certo. Isto se materializa em famílias cristãs que se amam, aptas a enfrentar a secularização do mundo, em equipes onde a graça de Deus se manifesta através de um converter-se cotidiano, num evangelizar constante levando a palavra de Deus e a didática e metodologia do Movimento aos cônjuges . O simples reunir-se de amigos, por mais amigos que sejam, não forma os laços que nos particularizam e nos identificam como uma Equipe de Nossa Senhora. A presença do Cristo em nossos corações, acrescida da nossa amizade, do nosso companheirismo - carisma e rnistica - é que irão moldar a Equipe como Deus a quer. Não percamos, portanto, jamais o estímulo, a motivação para viver nosso casamento e nossas equipes. Ajudemo-nos mutuamente. Façamos de ambos - casamento e equipe - a concretização do ideal cristão do amor exercido em plenitude, produzindo frutos e sinalizando para o mundo nosso trabalho e nossa esperança num futuro de amor e paz para a humanidade, não importa quão longínquo ele pareça.

Advém o desencanto, nossa fé se torna morna, por vezes gélida. Que fazer? Existe amizade, companheirismo entre os participantes? Acreditam eles, firmemente, que estão reunidos em nome de Cristo. Têm isto marcado com o fogo da fé em seus corações? Viver a comunidade, partilhar

A presença do Cristo em nossos corações, acrescida da nossa amizade, do nosso companheirismo - cansma e mística - é que irão moldar a Equipe como Deus a quer.

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Elisa e Hélio Equipe 2 - Salvador, BA


SER OU NÃO SER...

"Ser

Igreja no Novo Milênio" (SINM): eis o nome do novo projeto que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende implantar em todas as dioceses, a partir da Páscoa deste ano. O projeto deve ter a duração de dois anos, concluindo-se com a Assembléia Geral dos Bispos, em abril de 2003, quando serão aprovadas as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. A programação prevê encontros semanais ou, para algumas realidades em nosso país, encontros mensais, que serão realizados em pequenos grupos (grupos de rua, quarteirões, círculos bíblicos, associações, movimentos ...), durante o período que vai da Páscoa à Festa de Cristo Rei (final do Ano Litúrgico) de 2001 e 2002. O projeto deixa de fora os

À luz dos Atos dos Apóstolos, nós somos convidados a rever a nossa identidade cristã e eclesial.

períodos em que normalmente já se desenvolvem outras programações tais como: janeiro e fevereiro (tempo para atividades opcionais como estudos, planejamentos e revisões); quaresma, com a Campanha da Fraternidade; tempo do Advento e Natal, com a novena de Natal e a Campanha para a Evangelização. Depois de termos sido preparados para a celebração do Grande Jubileu através do "Projeto Rumo ao Novo Milênio" (PRNM), os Bispos do Brasil sugerem às nossas Igrejas locais uma profunda revisão sobre a sua identidade e missão. Este é o eixo principal que deverá nortear todo o novo projeto. Na linguagem teológica, chamaríamos de "eixo eclesiológico", pois centralizará suas forças na vida e missão da Igreja. Certamente não se trata de ficarmos olhando para o nosso umbigo eclesial, mas para termos melhor clareza de nossa identidade e assumirmos com renovado ardor a nossa missão no limiar deste novo rnilênio. Para tanto, escolheu-se o livro dos Atos dos Apóstolos como texto iluminador de todo o projeto. Primeiramente porque os Atos são o prolongamento natural dos Evangelhos, que estudamos no PRNM. Também porque o contexto dos Atos dos Apóstolos parece se assemelhar, de algum modo, com a situação que estamos vivendo atualmente. Por fim, os Atos nos apresentam os elementos fundamentais que dão a 35


identidade teológica para a vida da Igreja e nos colocam em contato com a sua vitalidade apostólica conduzida pelo Espírito Santo, protagonista da missão evangelizadora. Portanto, à luz dos Atos dos Apóstolos, nós somos convidados a rever a nossa identidade cristã e eclesial e, em meio aos desafios dos tempos atuais, compreender e assumir a missão conferida por Nosso Senhor Jesus Cristo aos cristãos e à Igreja. Já se encontra à nossa disposição o subsídio que oferece uma visão geral do livro dos A tos dos Apóstolos intitulado "Que novidade é essa?; o subsídio litúrgico para o tempo da quaresma e tríduo pascal e o primeiro bloco de temas para os encontros. Todo o material poderá ser pedido ao Centro de Pastoral Popular, em Brasília, pelo telefone 0800 61 2226. Nesta mesma perspectiva, o 14° Congresso Eucarístico Nacional, que se realizará neste ano, de 19 a 22 de julho, em Campinas; colocará no centro deste projeto a Eucaristia como "fonte da missão e vida solidária". É a eucaristia que realiza a identidade da Igreja e faz com que ela seja a comunidade de Jesus e se sinta enviada por Ele. O Congresso Eucarístico certamente revigorará nossas forças e nos impulsionará para a missão. O Irmão Carlos de Foucauld, já em seu tempo, dizia: "Não temos o direito de sermos sentinelas adormecidas, cães mudos ou pastores indiferentes". É hora de despertarmos e, confiantes na ação do Espírito, lançarmo-nos alegremente à missão

O 14° Congresso Eucarístico Nacional, que se realizará neste ano em Campinas, colocará no centro deste projeto a Eucaristia como "fonte da missão e vida solidária".

evangelizadora, reacendendo no mundo a chama da esperança. A Pastoral da Criança acaba de ser indicada pelo governo brasileiro para o Nobel da Paz. Testemunhos como este precisam gritar o Evangelho da vida e transformar pelo poder do amor esta sociedade excludente e fratricida. "Perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações" (At 2,42) somos chamados a ser cristãos e a ser Igreja no novo milênio, com a missão de sermos sinais do Reino de Deus e uajustiça e de levar a todos a viver uma verdadeira comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.

Pe. Paulo Crozera SCE - Equipe llA Nossa Senhora das Graças Campinas, SP 36


CUlTURA DA GlOBAllZAÇAO X DlGNlDADE HUMANA

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mundo globalizado ficou menor, as distâncias encurtaram, mas o "tempo" também se contraiu, como conseqüência dos avanços tecnológicos nas telecomunicações. Somos saturados com uma enorme quantidade de informações, vinda de todos os lugares do planeta: os conflitos étnicos, os atentados terroristas, a miséria e a riqueza, a fome e o consumo, as catástrofes naturais, a crise ecológica, as crises políticas e religiosas, a nova tecnologia, o desemprego em massa, as migrações - tudo entra em nossa casa, quotidianamente, via televisão, computador, jornal, etc ... São tantas as informações que, muitas vezes, sentimos uma sensação de impotência diante da impossibilidade de compreender tudo o que está acontecendo ao nosso redor e no mundo. Essas informações surgem e desaparecem de repente, como se viessem do nada. Quando começamos a entender determinado acontecimento, ele cai no esquecimento, como se deixasse de existir; então, a mídia elege um outro fato para destaque. Tal é a rapidez dos acontecimentos que nos parece que não existe passado nem continuidade his-

Estamos diante de paradoxos: quanto mais a tecnologia facilita o contato, mais ela afasta as pessoas; quanto mais aumenta a produtividade, menos sobra tempo


tórica; parece que vivemos aprisionados num eterno e incompreendido presente, sem passado e sem futuro. Por outro lado, a cultura da globalização, com o impacto dessa nova tecnologia no quotidiano das pessoas, leva cada vez mais as relações interpessoais a serem virtuais, ou seja, mediadas pela tecnologia: o "pai" do bebê de proveta, os "amigos" que se conhecem via Internet, o "relacionamento amoroso" via telefone e fax, o "trabalho" via computador, desenvolvido sem sair de casa, etc. Estamos diante de paradoxos: quanto mais a tecnologia facilita o contato, mais ela afasta as pessoas; quanto mais aumenta a produtividade, menos sobra tempo para o homem. O nosso Movimento apresenta a cada um de nós equipistas, neste ano de 2001, um itinerário de interrogação e reflexão que nos conduza a uma conversão de coração e esta conversão só se consegue através de um processo dinâmico, a cada dia; assim sendo, com o otimismo na busca de soluções, temos que ter esperança no futuro, pois devemos considerar os seres humanos educáveis e nunca é demais lembrar que o homem não é apenas um animal político, mas é, antes de tudo, um indivíduo criado à imagem e semelhança de Deus e, por isso mesmo tem que ter a sua dignidade (de Ser Pessoa) respeitada por seus pares. Assim, acreditamos que a solução para despertar em cada ser humano o seu potencial interior,

sua individualidade, enfim, sua cidadania plena, exige um esforço de aprendizagem que possa capacitá-lo a pensar em sua missão terrena, ou seja seu compromisso para consigo, para com seus semelhantes e para com Deus. Com isso, deixará de ser mais um "carneirinho" partícipe do rebanho das el ites perversas. Não resta dúvida de que esse processo de aperfeiçoamento individual despertará as consciências para a importância de uma vida comunitária.._ onde todos participam com seus pontos de vista, sem prescindir da presença de Cristo, princípio e fim de toda a existência. Acrescente-se a tudo isso que a busca assídua da verdade - atitude de vida cristã - tem que ser um costume, uma constante no convívio comunitário e o resultado dessa busca está na qualidade em proporcionar o bem comum, em relacionar-se diretamente com seus semelhantes, nos diversos ambientes que atua: "família, equipe, igreja, mundo". Como nos diz São Tomás de Aquino: "É postulado da própria dignidade que os homens todos, por serem pessoas ... se sintam por natureza impelidos e obrigados a procurar a verdade, sobretudo no que concerne à religião. São obrigados também a aderir à verdade conhecida e a ordenar toda a vida segundo as exigências da verdade". (Dignitatis humanae 2)

Graça e ]uarez CRS São Gonçalo Região Rio IV 38


UMA EXPERlÊNClA MARCANTE

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m primeiro lugar quero agradecer a Deus pela oportunidade de poder contar um pouco da minha experiência como integrante de uma equipe multiprofissional, atuando como psicopedagoga no PAISA - Programa de Atendimento Integral à Saúde do Adolescente, pertencente a Secretaria Municipal de Saúde de Araraquara, SP. É com imensa alegria que vou partilhar com meu s irmãos equipistas o quanto Nossa Senhora tem nos ajudado e iluminado nossas mentes na estruturação de nossos programas. No ano de 2000, pudemos colher muitos resultados positivos nos trabalhos com adolescentes, que desenvolvemos nas Escolas Públicas, em parceria com a Diretoria Regional de Ensino de Araraquara. O nosso trabalho tem fundamentalmente um caráter preventivo. O programa que desenvolvemos nas escolas é denominado : "Prevenção: de olho no mundo ". Todos nós, profissionais do PAISA, sempre acreditamos que é preciso saber pinçar os desejos positivos dos jovens, até mesmo, em meio a ações aparentemente provocativas. A rebeldia é muitas vezes um confuso pedido de socorro. Porém, não podemos confundir esses atos de rebeldia com falta de respeito ao próximo e à própria vida. A adolescência é um momento 39

Adolescer fazef\da Arte= um olhar dtferef\fe .para a adalescef\fe

PROGRAMA OE ATENDIMENTO INTEGRAl À SAÚDE 00 ADOLESCENTE

· PAISA 2000

em que os jovens enfrentam verdadeiros desafios, tanto do seu mundo interior, quanto do mundo exterior. Temos que agir. Atuando como mediadores e elementos multiplicadores, seremos agentes ativos no desenvolvimento saudável desses jovens. Nossa contribuição será voltada a propiciar a reflexão e a mostrar caminhos onde é possível sonhar. No entanto, sempre terão que fazer escolhas: entre caminhos que os levam à paz, à felicidade e a realização ou caminhos que os levam a destruição. Sempre acreditamos no potencial criativo dos adolescentes. E foi com esta crença que arrega-


çamos as mangas e adentramos nas escolas . Trabalhamos a prevenção no mais amplo sentido, prevenção contra drogas, doenças sexualmente transmissíveis (DST), Aids, enfim contra todos os perigos que podem comprometer a vida, este dom tão precioso que Deus nos concedeu. Todo o nosso trabalho é dedicado aos adolescentes, pois sabemos "( ... ) que a adolescência é um período extremamente relevante para a construção de um sujeito individual e social e que devemos considerá-la como uma fase vulnerável e de risco" Bem sabemos que os nossos jovens, em sua grande maioria, estão largados a sua própria sorte sem um norte, sem projetos de vida, vivendo sem perspectivas que favoreçam a construção de um futuro promissor. Defrontamo-nos com um quadro deprimente, no qual a cultura da droga consome cada vez mais a energia desses indivíduos. Buscam eles na droga um sentido para a vida. Também temos observado o quanto os jovens têm sido influenciados pela rnídia de forma negativa, principalmente pela televisão, que tem cultuado de forma exacerbada as questões relativas ao sexo, como se todos os prazeres da vida devessem estar canalizados para ele. Durante o nosso trabalho nas escolas fica evidenciado o quanto os jovens redu1

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zem a sexualidade apenas à relação sexual. Assim, um dos nossos grandes desafios é dar oportunidade para os adolescentes ampliarem esse conceito, entendendo que "Sexualidade: é a maneira como vivemos e expressamos os prazeres corporais. Não se reduz unicamente a pratica sexual, às áreas genitais e ao sexo. Mas é a expressão de um estado interior que impulsiona o indivíduo para a vida, para estabelecer relações que propiciem suprir os desconfortos, vencer a solidão, e estabelecer relações afetivas com as pessoas. Está presente desde que nascemos e nos acompanha por toda a vida. Dependendo do nosso momento de vida pode se expressar de diferentes formas " 2• O nosso maior objetivo é favorecer a conscientização dos adolescentes em relação importância de assumirem os cuidados com a própria saúde, permitindo assim que os jovens identifiquem os fatores de risco, bem como as formas que podem escolher para protegerem-se e atuarem ao mesmo tempo como elementos multiplicadores na prevenção das - DST-AIDS e drogas. O programa é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar com atuação interdisciplinar, dentro de uma metodologia interativa, com a

Saito, M. Inês. - Adolescênci a, Família e Drogas in Livro Congresso Psicopedagogia, S.P. Yetor,2000 . Fala Educadora!Educador!Organon.Programa DST/AIDS. Secretaria Est. S.P.GTPOS (Grupo Trabalho Orientação Sexual).NEPAIDS(Núcleo Estudos para prevenção AIDS-USP)

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gas, destruição da natureza, enfim na preservação da vida. E para que os professores e pais pudessem analisar as situações problemas e buscar novos caminhos na solução dos mesmos, levamos para a escola um grande parceiro, o AMOR EXIGENTE, que é uma ferramenta barata, porém eficaz, pois através da formação de grupos de apoio para pais e professores, permite a reflexão, fazendo o exercício do ver, julgar e agir, propondo assim ações concretas diante das reais necessidades.

utilização de dinâmicas de grupo, as quais favorecem o exercício da reflexão e a construção de novos conceitos. Os resultados por nós alcançados neste ano de 2000 foram muito gratificantes. Tais resultados podem ser avaliados através das produções dos alunos que construíram verdadeiras obras de arte dentro das temáticas propostas. A partir dessas produções foi possível confeccionar o livro "Adolescer fa z endo Arte: um olhar diferente para o adolescente"3, relatando nossa experiência e reunindo as obras dos jovens que retrataram a possibilidade de reflexão e mudanças de comportamento nas diversas relações (aluno x aluno; aluno x professor; aluno x sexualidade; aluno x drogas) permitindo, assim, aos educadores um olhar diferente para o adolescente. Através desse treinamento e sensibilização realizado com os alunos e professores, procuramos mostrar que é possível e é preciso trabalhar comportamentos inadequados na prevenção da violência, uso de dro3

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Equipe PAISA. Adolescer fazendo Arte, Editor: Secretaria Municipal de Saúde-Programa de Atendimento Integ ral à Saúde do Adolescente, Araraquara, 2000.

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Gostaria de registrar aqui que a Escola Estadual Lysanias de Oliveira Campos adotou esta ferramenta e já está colhendo frutos. Tanto o grupo de professores como o de pais sentem-se fortalecidos com o Amor Exigente na tomada de atitudes diante dos comportamentos inadequados. Importante dizer que são integrantes desse grupo duas professoras equipistas, a Ledail, equipe 8 e a Hilda, equipe 12. Gostaria ainda de convidar todos vocês, equipistas, para conhecer o Amor Exigente, um recurso fantástico que podemos e devemos lançar mão para a nossa vida. Tive o privilégio de conhecê-lo como mãe em 1997, a convite da escola de meus filhos. Fiz parte do grupo de apoio e depois assumi a coorde-

A forma como os princípios do Amor Exigente estão organizados é muito sábia, favorece o autoconhecimento, a revisão de nossos valores

nação do mesmo. A partir de então sugeri o Amor Exigente para o PAISA, porque desde o momento em que tive a oportunidade de vivenciar seus princípios, adotei-os para minha vida pessoal e profissional, vendo-os como algo prático e viável. Ou seja, algo que nos possibilita sair do plano teórico, tão conhecido por nós educadores e adentrar na prática. A forma como os princípios do Amor Exigente estão organizados é muito sábia, favorece o autoconhecimento, a revisão de nossos valores e mudanças de atitudes frente aos problemas, propiciando a busca de ações efetivas, melhorando assim nossa qualidade de vida. Trata-se também de uma excelente ferramenta preventiva, sintonizada com o tema da Campanha da Fraternidade de 2001: VIDA SIM, DROGAS NÃO! Por falar em campanha, quero aproveitar e convidar todos os irmãos equipistas para colaborar nesta campanha, atuando junto às suas paróquias, fazendo dessa participação uma regra de vida. Para encerrar quero também agradecer ao meu querido esposo e companheiro, Antonio Roberto, que tanto me incentiva e ajuda nos meus trabalhos. Obrigada "Maria" por tudo que tenho aprendido dentro do Movimento!

e mudanças de atitudes

Sônia Maria (do Antonio Roberto) Eq. 14 - N. Sra. das Dores Araraquara, SP

frente aos problemas.

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CONAANÇA NO SENHOR

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evido ao acontecido com o meu esposo Floriano, uma crise de asma brônquica, seguida de parada respiratória, durante a primeira reunião de confraternização da nossa equipe, nosso Casal Piloto, Regina e Cleber, perguntou se eu queria dar testemunho para a Carta Mensal desta experiência vivida. Esta solicitação me foi feita numa segundafeira e na quarta-feira seguinte, em oração, perguntei ao Senhor se esse testemunho seria vontade dele. Abri a Bíblia em Eclesiástico, capítulo 51, que logo no versículo 1o diz assim: "Eu te glorificarei, ó Senhor, ó Rei, e te louvarei, ó Deus meu Salvador. Glorificarei o teu Nome". Senti na hora como um sinal positivo para escrever. Peguei papel e caneta e pedi ao Senhor para conduzir-me na escrita e, sem parar e sem pensar, assim veio: Senhor, diante de minha pequenez, perante a Ti não queria ter a pretensão de escrever sobre a graça que me concedeste. Peço-te, Senhor, dirige minha mão para que eu só escreva o que for para tua glória. Somente quem presenciou o fato, minha farru1ia e os membros da equipe 138, pOdem melhor entender o que vou relatar. Meu esposo Floriano, após a crise de asma seguida da parada respiratória, por alguns minutos parecia estar sem vida. Aí, Senhor eu te invoquei com toda a fé que colocaste em mim e disse: Jesus, sei que Tu podes tudo, deixa o Floriano por mais um tempo comigo, se essa for a tua vontade. A partir desse momento confiei no Senhor. Quando o Floriano foi para o CTI do Hospital de Joari em Campo Grande algumas pessoas preo43


cupadas diziam: "Tire-o desse hospital e leve-o para um melhor!" Mas ele não podia ser removido e, novamente, a minha fé se manifestou: Senhor, se eu te pedi para o salvares e ele foi colocado nesse hospital, foi o Senhor que o quis aí. E, é neste CTI que Tu vais curá-lo. Como já apresentasse uma melhora, com três dias foi removido para outro hospital quando surgiu uma pneumonia. A cada quadro ruim eu dizia: Senhor, Tu já o salvaste, agora Tu o estás curando e me entreguei totalmente à vontade de Deus. Louvo ao Senhor, por essa experiência maravilhosa de fé. Obrigada Senhor por esse dom !

Maria José (do Floriano) Equipe 138, Setor B, Região Rio V

... NOTA: Isto aconteceu durante a primeira reunião de confraternização da equipe 138 em agosto. Os casais, junto com o SCE, deram-se as mãos em volta da ambulância onde os médicos tentavam reanimar o Floriano e cheios de fé, rezaram um Pai Nosso; ao final da oração, o médico, de dentro da ambulância, fez a eles um sinal de que Floriano recomeçara a respirar. E agora, durante a reunião de outubro, Maria José e Floriano foram eleitos o primeiro CR da equipe. Obrigado, irmãos, pelo testemunho de fé e exemplo de vida de oração que vocês nos deram.

Regina Lucia e Cleber Casal Piloto da Eq. 138B Região Rio V

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PÁGINAS PARA REFLEXÃO Coletânea • Miguel Tavares Editora Valença S/A Valença • Rio de Janeiro Esta coletânea, em linguagem simples, têm um direcionamento popular, com a finalidade de induzir à reflexão. Nestas páginas, o autor dá "corda" aos seus pensamentos e coloca no papel idéias, críticas e conclusões de assuntos profundos e polêmicos. Miguel Tavares é equipista.

DESEJO DE AMAR (O caminho do amor na relação homem-mulher) Edições Paulinas • Hildo Conte "Somos homens e mulheres, iguais, diferentes e recíprocos para suscitar o amor e nele vivermos em liberdade ecomunhão. Mas, onde se aprende amar? Quem ensina a arte do Espírito que faz brotar o amor de um encontro humano, 'à imagem e semelhança de Deus'? Esta obra é uma manifestação da indignação diante dos fracassos da mailP_ oria das relações, que geram tantas decepções e sofrimentos, e a intuição do caminho para realizar a vocação fundamental ao amor de toda pessoa humana. Como amar? Por que Deus fez o ser humano sempre e somente como homem e mulher? O projeto de Deus, confirmado por Jesus e ensaiado por Francisco e Clara de Assis, é experimentado em nós como 'desejo de amar' O caminho do amor na relação homem-mulher, como se relacionam e como interagem os recursos, as dinâmicas e as mediações do amor: corpo, sexo, eras, masculino, feminino, afetividade, amizade, alteridade, reciprocidade, conjugalidade, esponsalidade, celibato e amor". O autor é frade capuchinho, SCE Setor C- Porto Alegre, RS 45


A GRANDE GRAÇA

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m bispo da Escócia percorria, a pé, as montanhas da sua diocese, quando foi surpreendido pela noite. Achava-se ele no meio duma densa floresta e, por mais que se esforçasse, não conseguia atinar com o caminho que desse para a estrada. Após vagar por muito tempo, divisou ao longe, à luz frouxa da lua, uma cabana. Correu para lá, onde encontrou caridosa hospedagem, mas sem ser reconhecido, pois ele estava envolvido num amplo manto de inverno. Notou o bispo, que membros da farru1ia estavam muito tristes, e arriscou-se a perguntar-lhes:

- Os senhores foram muitos gentis comigo, mas parece-me que algo desagradável está ocorrendo nesta casa. Posso sabê-lo? Uma senhora ainda jovem respondeu-lhe: - É que temos nosso pai velhinho e muito doente, e não quer aceitar a morte. Está convencido de que não há de morrer. -Posso vê-lo? Perguntou o bispo interessado. - Pois não, foi a resposta. Introduzido no quarto do doente, o bispo falou-lhe, animando-o a aceitar a morte. Mas o velho parecia obcecado pela idéia de viver. O bispo, entretanto, insistia: - Mas, veja amigo, a sua idade, a doença grave, tudo leva a crer que sua vida não irá longe. É preciso aceitar a morte das mãos de Nosso Senhor. -

Mas eu lhe asseguro que não morrerei já.

O bispó teve uma inspiração: - E qual o motivo dessa tão grande certeza de que não morrerá? O velho respondeu: - Veja, desde criança eu rezava a Nossa Senhora, pedindo-lhe que não me deixasse morrer sem um sacerdote à minha cabeceira. E o senhor acha que ela vai consentir que

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eu morra aqui no meio da floresta, sem atender ao meu pedido, deixando-me terminar meus dias como um pagão, sem um sacerdote que me auxilie nos últimos momentos da vida? O bispo sentiu os olhos marejarem-se-lhe de lágrimas. E mostrando ao velhinho a sua cruz peitoral, disse, comovido: -Pois Nossa Senhora ouviu-o, meu bom velho. Saiba que eu sou um bispo, e aqui estou para assisti-lo. Foi Nossa Senhora quem permitiu que eu me perdesse na floresta a fim de vir receber seu último suspiro. - Ó Maria, minha Mãe, eu vos agradeço, disse o velhinho chorando. E compenetrado fez sua última confissão e preparou-se para a morte, que não tardou muitas horas.

Morreu como um santo, cheio de alegria, agradecendo incessantemente a Nossa Senhora, que tão cabalmente ouviu o seu pedido de infância.

Colaboração de Cristina e Sérgio Equipe 19- Nossa Senhora Mãe Rosa Mística Setor A - São José do Rio Preto (Doutrina Cristã - Livro do Mestre)

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DANDO SENTIDO A VlDA!

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á alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar". E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes ... mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade ... Por quê? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho. O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso ... Pensem nisso.

Colaboração de Maria Regina e Carlos Eduardo Equipe 5 - Nossa Senhora do Rosário Piracicaba, SP

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Meditando em Equipe Celebrel"Ylos a Páscoa do Sen hor el"Yl nossa vida A Ouaresma deve ser tempo da experiência da morte e ressurreição em nossa vida . Essa mudança de mentalidade, de modo de pensar, de agir, consiste na conversão proposta pela Pa lavra de Deus . É um processo de morte e ressurreição . Ser batizado é viver essa luta e também essa vitória . Páscoa é a passagem de Deus em nossa caminhada . A presença do Senhor nos transforma .

M editel"Ylos Ul"Yl pouco Leia Rom 6, 4-1 O

Pistas para r eflexão •

Partilhe conosco sua experiência de morte ao pecado e de ressurreição pa ra uma vida nova .

A sua "regra de vida " tem levado a ser uma pessoa nova em Cristo? Padre Ernani

Oração Litúrgica T- Cristo ressuscitou e nós com Ele, Aleluia, aleluia! Bendito seja o Pai de Jesus, que nos cobriu de bênçãos celestes .

Nós vos louvamos e bendizemos, pela fé que se vive nas co muni d ad es.

Nós vos louvamos e bendizemos, porque a luz de Jesus dissipou nossas trevas .

Nós vos louvamos e bendizemos, por tantos heróis que doaram sua vida.

Nós vos louvamos e bendizemos, porque em nós derramastes o Espírito Santo

Nós vos louvamos e bendizemos, por tantos que lutam, para haver mais justiça.

Nós vos louvamos e bendizemos, nesta celebração da vitória de Cristo .

Nós vos louvamos e bendizemos, Pelos que promovem a paz e a unidade.

Nós vos louvamos e bendizemos, por tudo q ue em nós, por Jesus, operastes.

Nós vos louvamos e bendizemos, Vem, Senhor Jesus, Amém, A lel ui a !

Nós vos louvamos e bendizemos, por nós sermos os membros do Corpo de Cristo .


SUPER-REGIÃO BRASll - COMPOSIÇÃO Regiões

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Equipes

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