ENS - Carta Mensal 357 - Setembro/2000

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°357 • Setembro I 2ooo

EDITORIAL ...... .............. .............. O1 Da Carta Mens al ... .............. .. ..... O1 Conselhei ro Esp iritual da SR ........ 02 SUPER-REGIÃO ....... ......... ....... .... 03 Palavra do Respon sável da Super Região ....... .... .. .. .......... 03 Que Sejamos Um em Santiago! .... 04 ENCONTROS INTERNACIONAIS ..... .... .. .. .......... 07 Fátima, 1994 .. .... .... ........ .... ........ 07 SANTIAGO 2000 ........ .... .. ..... ..... 1 1 O Caminho da Fé e da Pe rseveran ça .............. ........ . 1 1 Apoiar-se no Amo r do Deus Trin itá ri o ......... ............... 13 A Espe ran ç~ ....... ..... .... ............ ... 1 5 HISTÓRIA DO MOVIMENTO .... ... 16 Província Norte .. .... ... .. .. .. .. ... ....... 1 6 JUBILEU DAS ENS ..... ... ............ ... 19 Peregrina ção À Apa recida ..... ...... 1 9 VIDA NO MOVIMENTO .... .......... 21 Relatório da Reuni ão Mensal de Equ ipe ........ .. ....... ...... 21 Jubileu de Prata ........ .................. 23 Sessão de Formação N íve l I ........ 24 Visita ao Santu ári o de N. S. da Penha ...... ..... .. ....... .. . 25

Carta M ensal é uma publicaçiio mensal das Equipes de Nossa Senhora

Janere e Nélio Pe. En um i 1. Angelini (cons. espiritual)

Edição: E quipe da Carta M eusal

Jornalista R espon sável: Catherine E. Nadas (rmb 19835J

Cecília e José Carlos (respunsâveis)

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Lula. R. Venâncio Ayres, 931 - SP Fone: (Oxx/1) 3873.1956

Wilma e Orlando Rira e Gilberto Lucinda e Marco

MÊS DA BÍBLIA ... .. ........ ... .. .. .. .... .. 26 A Palavra de Deus É Vida se Soubermos Interpretá - La ........ . 26 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ... .... 27 MARIA .... ... .... .. ... .. .... .. .. ... ... ....... . 29 Maria, Mãe de Deus ... ... ... .. ... .. ... 29 O ração À Virgem do Silêncio ... ... 30 PCE ... .... .... .. .. .... ... ...................... 31 Retiro : Não Esqueça .. . É Muito Importante ......... .. .. .. ... ... 31 Retiro - Um Convite ................... .. 33 Pa ra Que Fazer o Dever de Sentar-Se ........ ...... .... 34 ATUALIDADE .............. ........... ..... . 36 A Que Espécie Pertence o Feto? ................ ........ 36 Política e Religião ....... ......... .... .... 37 Uma Nova Primavera ................. 38 TESTEMUNHO .. .. ... ... .. .... .. ... .. ... .. 39 Foi Tudo Uma Festa ................ .... 39 Perseverar Sempre ... .. ... .. .. .. ... .. ... 40 Nossa Elei ção - CRE .... ....... ......... 41 Pastoral da Vida ............. ......... .. .. 42 PALAVRA DO LEITOR .... ... ... .. .. .... . 43 ORAÇÃO ....... ............ .. ..... .... ..... . 45 Oração Persevera nte .. ... .. ........ ... 45 REFLEXÃO ... ............................... 4 7 O Ferreiro ........... ................. ... .. . 47

Diagramação: Alessandra Ca rigna ni Capa: Ta/ma Se rra

Canas, colaborações. notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Impressão: Edições l..t>yola R. 1822, 347 Fone: (011) 69 14. 1922

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5Q a11dar . couj. 53 OI 309·000 • Selo Paulo · SP Fone: (Oxx/1 ) 256. 1212 Fax: (Oxx /1 ) 257.3599 ca rta meusal @ens. org. br

Tirag em desta edição: 14.500 exemplares

NC Cecília e José Ca rlos


Queridos amigos equipistas! Setembro, mês do Encontro Internacional de Santiago de Compostela, mês da Bíblia, início da Primavera. Neste mês teremos um acontecimento muito importante para o nosso Movimento: o Encontro Internacional de Santiago de Compostela, que se realiza a cada 6 anos. Neste ano, aproximadamente 7000 equipistas e Sacerdotes Conselheiros Espirituais estarão reunidos, durante os dias 18 a 23 de setembro de 2000. Do nosso país, quase mil equipistas participarão deste evento. Sabemos que a grande maioria dos equipistas permanecerá na sua rotina, na luta do dia a dia. É importante para todos nós que, juntos, numa só oração, num só pensamento, peçamos ao Espírito Santo que ilumine, oriente e conduza os trabalhos que acontecerão durante o Encontro de Santiago, pois, certamente haverá reflexos positivos na nossa caminhada equipista. Nesta Carta Mensal, continuamos a contar um pouco da nossa história, através das primeiras equipes de cada região, destacando as duas primeiras equipes das Regiões da Província Norte, onde os casais enfrentam grandes dificuldades para participarem das programações do Movimento (EACREs, Sessão de Formação, Colegiada, Pilotagem, etc .. ), viajando muitas vezes mais de 12 horas de barco, em aviões pequenos e outros meios de transportes precários. Tudo isso não impe-

de, porém, que eles participem intensamente das ENS. Embora as eleições para prefeitos e vereadores aconteçam no dia 01110, publicamos nesta edição um artigo para ajudar na nossa reflexão, na hora de votar. Por falar em votar, também é muito importante começarmos a pensar na eleição do Casal Responsável de Equipe que acontecerá durante o mês de outubro, pois este serviço é muito importante não só para a Equipe de base, como para o Movimento. Comecemos a refletir desde já! Retiro - um importante Ponto Concreto de Esforço, ao qual damos destaque neste mês. Por uma feliz coincidência, tivemos a graça de participarmos de um Retiro, no mês de agosto, preparado com muito carinho pelo Setor de Limeira!Araras, SP, contando com casais dessas duas cidades, juntamente com os 5 casais da Equipe 2- Nossa Senhora de Nazaré, de São Paulo, que é a equipe mais antiga do mundo. Nem mesmo na França existe uma equipe cujos casais fundadores estejam no Movimento há 48 anos! Para nós foi um grande testemunho que eles deram a todos os participantes. Não importa o tempo de equipe, os compromissos assumidos com o Movimento devem ser vivenciados. Desejamos uma boa leitura a todos. Com carinho

Cect1ia e Zé Carlos CR da CM


SCE DA SUPER-REGlÃO

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m setembro, equipistas de todo o mundo estarão em Santiago de Compostela. Entre todos os significados e as muitas razões que justificam o evento e o tomam importante, mesmo para quem lá não poderá estar, chamo sua atenção para o mais imediato significado e a mais óbvia das razões: é um encontro. Encontro de casais que vêm de muitos países, de variadíssimas culturas, de situações bem distintas, com experiências conjugais e espirituais diversificadas. Mas ao mesmo tempo muito identificados entre si: são casais católicos unidos pelo Sacramento do Matrimónio, querendo, como casais, viver ao máximo as possibilidades de santificação oferecidas pela vida conjugal cristã, comprometidos com a partilha de vida numa comunidade de casais. Numa palavra, apesar de todas as diferenças são todos casais que vivem a proposta das Equipes de Nossa Senhora. Encontro, pois, de casais irmãos que querem, durante alguns dias, viver mais intensamente, partilhando a fraternidade que os une e a diversidade que os enriquece. Vão partilhar alojamentos, refeições, novidades e saudades, descobertas, felicidades e revezes, reflexões, estudos, orações, o pão e o vinho na comunhão com o Senhor. Conviver: isso é o mais importante que irão fazer em Compostela. O sacramento do contato pessoal, que vivem em suas equipes de base, também ali será fonte de graça, de enriquecimento e de re-

novação. Sacramento que se festeja e celebra não apenas nos momentos de liturgia ou de encontros formais, mas também - e quase diria principalmente- nos momentos de pura, simples e alegre convivência da vida nova que o Senhor nos deu. Isso quer dizer que o mais importante de Compostela poderá ser vivido por todos os equipistas, estejam onde estiverem. Cada Equipe, ou cada Setor, bem que poderia, para essa oportunidade, programar um encontro. Simplesmente um encontro, um dia totalmente reservado para a convivência dos casais e dos filhos . Programado com a máxima liberdade criadora, podendo até contar com momentos de oração e reflexão. Mas que seja principalmente um dia de convivência, do estar junto, do jogar tempo fora em longas conversas de sonhos e saudades, de confidências fraternas, de consolos e conselhos, de alegres risadas e de algumas lágrimas que não precisam ser tristes. Que tal se todos nós, Equipistas, marcássemos, no mesmo dia do Encontro em Compostela, um encontro que anulasse distâncias e diferenças, que de todos fizesse uma só equipe, uma só farru1ia? Se dois ou três reunidos mostram que o Cristo está presente, certamente nesse encontro mais amplo sua presença será ainda mais clara. Ah, sim, e sem dúvida Maria estará entre nós, para que bom seja o vinho. Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr 2


PAlAVRA DO RESPONSÁVEL DA SUPER REGIÃO Olá, gente amiga,

Deus, se não formos capazes de perceber que somos particularmente amados, teremos maior dificuldade para realizar a nossa conversão. A partir do momento em que nos sentimos amados, seguramente é muito mais simples fazer a passagem para levar esse amor adiante. Neste mês, que a liturgia da Igreja dedica à Palavra de Deus, pensamos que é importante salientar que a pedagogia do Movimento, a reunião de equipe, os pontos concretos de esforço, os encontros, são oportunidades singulares para acolher, re-

Ao falar com os equipistas de todo o Brasil, surge o desejo de dizer tanta coisa, de partilhar tantas alegrias e bênçãos que vivemos neste serviço de responsabilidade perante o Movimento. São tantas as informações recebidas por força desta função, é tão constante a lida com as coisas do Movimento que a gente tem a oportunidade de perceber com mais vigor o conjunto das necessidades, das grandezas e, por que não dizer, das misérias das nossas equipes. Depois de muitas, um dia adotamos para nós próprios uma regra de vida que consiste em dar maior valor aos aspectos positivos, aos dons das pessoas, e usar desse enfoque para motivar, para restabelecer a autoconfiança, o desabrochar para cada uma de suas potencialidades. Essa regra de vida foi-nos inspirada na Palavra de Deus, que é sempre manifestação de amor para conosco. O Senhor não presta muita atenção nas limitações, nos erros, em nossos medos. Se prestasse atenção, evidentemente, não nos convocaria para nada. Ele, no entanto, só se revela para nos contar o seu amor, para nos olhar de um jeito especial, para nos tocar naquilo que temos de melhor, para nos inspirar confiança. Se não passarmos por esta "experiência pessoal" com o amor de

velar e repartir o amor de Deus . Ansiamos que cada equipe possa sair do restrito limite de si mesma para se sentir membro do Movimento e, sobretudo, para ser Igreja. Que bom se pudéssemos ser capazes de agir como verdadeira família, preocupados e solidários uns com os outros, não apenas unidos em torno dos mesmos ideais, do mesmo carisma, dos mesmos Estatutos mas porque, entendendo o sentido da santidade, descobrimos que é preciso abrir as portas, escancarar as janelas do coração para partilhar o Amor de Deus com a imensa multidão que está à nossa espera. Deus, em sua Palavra, revelanos o seu amor e, sem dúvida, pedenos para fazer o mesmo!

Com nosso carinhoso abraço, Silvia e Chico CR da Super-Região 3


QUE SEJAMOS UM EM SANTIAGO!

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á anos atrás, quando o Movimento editava uma Carta Mensal para equipes novas, foi reproduzido, no editorial (do n° 18), um apelo feito pelo Pe. Caffarel em 1959, alusivo ao Encontro Internacional de Roma, em que ele exortava os casais equipistas a viverem a unidade e a fraternidade, com uma indagação inquietante para aquele tempo, mas bem mais aguda para os nosso dias: "Nesta época de 'universalização do mundo', não deverão ser os cristãos os primeiros a desejá-la?" Ao mesmo tempo, mostrava a decepção que experimentara, ao ouvir um casal declarar que não lhe interessava ler na Carta Mensal que fora lançada uma nova equipe na Califórnia. E, decisivo, comentava: "Mesmo que este casal cumpra perfeitamente as obrigações do Estatuto, posso garantir que não compreendeu nada das Equipes de Nossa Senhora". Realmente, as Equipes nasceram de um encontro de quatro casais, que aspiravam unir seus esforços para alcançarem a comunhão do seu amor conjugal com o amor de Deus, e, depois, se expandiram animadas por esta mesma atitude de desenvolver o encontro e a comunhão. Segundo um conhecido texto do Pe. Vaumas, "as ENS são uma equipe de Equipes" (Caderno 5, Reunidos em Nome de Cristo, p.17). O que significa isto?

Assim como uma equipe não é um mero ajuntamento de casais, mas sim, casais fortemente unidos uns aos outros pela oração, auxílio mútuo, amizade, adesão às mesmas normas, etc. assim, também, o Movimento não é um mero ajuntamento de grupos de casais, nem uma "federaçãozinha" qualquer, sob a chefia de um casal ilustre, apoiado por um conselheiro "venerável". O Movimento é uma equipe de equipes, unidas pelo Cristo, presente em todas elas, vivendo juntas o acolhimento, o auxílio mútuo e o testemunho fraterno, num espírito que constitui a seiva da "vida de equipe", e perpassa todos os níveis e estruturas. Um só Movimento, animado pelo mesmo espírito, onde cada equipe ocupa um lugar definido, dentro de uma equipe maior (de Setor, de Região, de Província ou de Super-Região), conservando a sua personalidade, da mesma forma que cada homem e cada mulher conserva a sua personalidade ao fazer parte de uma equipe. A vida e a pedagogia do Movimento não nivelam a personalidade dos casais, mas, ao contrário, desenvolvem a originalidade de cada um, em benefício de todos. Porém, ao entrarmos no Movimento, a tendência é pensar só na nossa equipe: ela só nos basta. É possível, então, que não tenhamos penetrado ainda no espírito do Movimento. Por isso, insis4


Pensemos, por exemplo, o que seria do Movimento, se Nancy e Pedro Moncau, ao invés de serem fiéis e manterem unidade com o Centro que estava em França, tivessem preferido fazer as "adaptações" particulares que, por sua conta, entendessem convenientes para a realidade de sua época. Teríamos, hoje, as Equipes de Nossa Senhora no Brasil, ou apenas um arremedo qualquer, sem o vigor e os frutos que conhecemos? Pois esta unidade e fraternidade, que mantêm vivo o espírito das Equipes de Nossa Senhora e que sentimos em todos os níveis e eventos, seja na reunião da equipe, na noite de oração do Setor, na sessão de formação da Região ou no encontro da Província, revelam-se de uma riqueza, ainda mais encantadora, nos encontros internacionais. Dizia o Pe. Caffarel: "Parece que nossa alma se abre maravilhosamente, sempre que passamos uma fronteira". E são inúmeras as fronteiras geográficas e interpessoais que ultrapassamos para participar de um encontro internacional. De fato, o nosso coração se dilata, na ânsia de conhecer os no-

tia o Pe. Caffarel: "Queremos, isto sim, que casais de todos os meios sociais, de todas as nações, de todos os graus de cultura e qualquer que seja a cor que tenham, se sintam bem integrados, entrosados dentro das Equipes. É, pois , com este mesmo espírito que nos opomos aos que queiram modificar as estruturas, os métodos, para assim corresponder melhor, segundo pensam, à mentalidade da sua região ou de seu país". E ilustrava este pensamento com a frase evangélica: "Que sejam um!". 5


vos irmãos, de diversos países, de hábitos e culturas tão diferentes da nossa, mas que agem de modo tão semelhante no momento de se porem na presença do Senhor, ao recitarem o Pai Nosso e o Magnificat, ao partilharem seus progressos e dificuldades na vivência dos pontos concretos de esforço. O nosso coração se dilata quando põem em comum a sua vida e o seu matrimônio, perante a equipe mista, que acabou de se formar, movidos pela esperança de experimentar o auxílio-mútuo. Trata-se da busca e do desejo do universal, que faz parte da natureza de todo o cristão. Toda a pessoa batizada é Igreja e, como tal, recebe do Espírito de Deus a sede e a capacidade para o diálogo, para reunir-se, para agregar homens e mulheres de todas as raças, línguas e condições. Que sejam um, como nós somos um ... é a oração de Cristo ao Pai, no momento tão solene de sua vida(Jo 17,22). Tambémnós,nas Equipes de Nossa Senhora, pertencentes à Igreja de Cristo que somos, temos o dom- que Jesus nos conferiu através daquela oração - de sermos agentes de encontro e comunhão. "A ambição do nosso Movimento é ajudar os seus membros a viverem esta grande fraternidade em Cristo e na Igreja", dizia o Pe. Caffarel. Ao participarmos do Encontro Internacional de Santiago de Compostela, não percamos esta oportunidade de dar vazão a este espírito de fraternidade que aprendemos a exercitar e valorizar nas Equipes.

Saboreemos cada reunião de grupo, aproveitemos todas as conferências de plenário, coloquemos vida nas diversas celebrações, gozemos intensamente dos momentos de confraternização e lazer, façamos boas amizades e reforcemos as antigas. Como somos uma equipe de equipes e vivemos a mística das Equipes de Nossa Senhora, que permeia toda a vida do Movimento, contando com a presença do Cristo e o auxílio mútuo, onde quer que estejamos, nos aprontemos para dar testemunho de unidade. Participando intensamente deste grande Encontro, em todos os lugares onde estivermos, mesmo que não estejamos em viagem pela Europa: não estar em viagem para Santiago não quer dizer que não estejamos a caminho do Encontro. Estamos sempre a caminho do irmão e da irmã, e com esta consciência podemos ser peregrinos de Santiago, sem precisar sair de nossa cidade. Basta estender a mão, dar um abraço, promover um gesto de acolhida, orar juntos, cantar e vibrar como membros de uma comunidade que não se sente divida pelas distâncias, que tem a capacidade de reunir e celebrar a vida e o amor aqui e lá, ao mesmo tempo, na certeza de que é o mesmo Cristo que está presente, tanto aqui quanto lá, e, graças a este mistério, somos e seremos UM, com o Pai e o Espírito Santo. Maria da Graça e Eduardo Casal Provincial Sul III 6


FÁTIMA,1994 CONVIDADOS ÀS BODAS DE CANÁ

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como o "Ano Internacional da Fanu1ia", o que levou o Movimento a escolher a Família como tema central do Encontro, bem como do ano de preparação que o antecedeu, tendo sido estudado o tema "Ser Fanu1ia, Hoje, na Igreja e no Mundo" pelas equipes do mundo todo. Na chegada, no dia 18, di rigimo-nos aos locais de hospedagem onde já encontramos todo o material do Encontro, cada um na sua língua respectiva e os pequenos chapéus brancos que usaríamos durante todo o evento. À noite (ainda clara) dirigimo-nos à esplanada do Santuário para o Acolhimento, Terço e Procissão, presididos por D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima. Após as palavras de acolhimento, a recitação do Terço, com o 1o mistério em alemão, o 2° em inglês, o 3° em italiano, o 4° em espanhol e o 5° em francês. Após cada mistério entoava-se o cântico do Encontro: "Reatam me dicent omnes generationes" e ao final do Terço o "Salve Regina". Encerrando a cerimônia, palavras de exortação de D. Serafim e a procissão de velas com a imagem de Nossa Senhora e cânticos de Fátima. Manhã de 3a feira, dia 19. Concentrados na Cruz Alta (extremidade oposta à Basílica, na grande esplanada), a impressionante procissão das bandeiras de todos os países presentes ao Encontro, até

ncontro, comunhão, co-participação, oração. Difícil traduzir em palavras o que foi o VIII Encontro Internacional das ENS realizado em Fátima, Portugal, de 18 a 23 de julho de 1994, reunindo cerca de 5500 participantes (dos quais 508 do Brasil). Por uma feliz coincidência, o ano de 1994 fora promulgado pela ONU

É o Senhor que pode fazer o vinho da Eternidade. Mas nós devemos trazer a água, quer dizer, a nossa vida humilde e fiel, de todos os dias. A vida de casal, de famflia, de trabalho. Trazemos o pouco de que somos capazes, mas este pouco o Senhor transforma-o, ilumina-o pela Sua Graça e pelo Seu Amor.

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a área defronte à Basílica, para a cerimônia de abertura e celebração da Santa Missa pelos mais de 300 sacerdotes conselheiros espirituais presentes e presidida por Sua Eminência D. Antonio Ribeiro, Cardeal Patriarca de Lisboa. Após a celebração, tivemos a conferência do Pe. Manuel Iceta (ex-Conselheiro da Super-Região Espanha) sobre o tema "Para uma Espiritualidade da Farm1ia". Em seguida ao almoço e preparação, em casal, a primeira "Reunião de Equipe", agrupando os casais e conselheiros conforme o local de hospedagem. Co-participa-

ção, oração, partilha e troca de idéias sobre o tema proposto para o 1o dia, "O Projeto de Deus para oCasal e a Farm1ia". À noite, após orientação de Cidinha e Igar, o "Dever de Sentar-se", realizado pelos casais participantes. Iniciou-se a 4" feira (20/07) com a Celebração Penitencial realizada na Esplanada do Santuário, seguindo-se a Mesa Redonda sobre "Desafios à Farm1ia na Sociedade Contemporânea" coordenada pelo Pe. Victor Feytor Pinto (CE da SuperRegião Portugal), com a participação dos casais: Mary e Anthony

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Borba (EUA), Mariola e Elizeu Calsing (Brasil), Maria Carolina e Manoel Nazareth (Portugal), Isabel e Michel Renaud (ela portuguesa e ele belga), respectivamente nas área de psicologia, humanismo e direitos humanos, sociologia e filosofia. Após o almoço, mais uma Reunião de Equipe, seguida de missa no Santuário às 19 horas. Jantar e uma animação nas casas encerraram o programa do dia em clima de confraternização e amizade. A sa feira (dia 21) foi iniciada com a celebração da Santa Missa, presidida por Mons. Caries, Arce-

bispo de Barcelona, seguida da palestra "Vocação e Missão das ENS no mundo de hoje", proferida por Mercedes e Álvaro Gomez-Ferrer (até então CR da ERI). Em seguida ao almoço, a apresentação do projeto "Evangelizar a Sexualidade" cuja preparação fora objeto de extensa pesquisa junto a casais equipistas do mundo todo. No final da tarde, a abertura da "Expo", onde os países presentes ao Encontro montaram seus "stands". Após o jantar, o dia foi encerrado com noite de oração e vigília que se estendeu até a manhã do dia seguinte, com revezamento dos participantes do Encontro. O penúltimo dia (6a feira) foi iniciado com a celebração da Missa da Família, presidida por Mons. Keith O'Brien, Arcebispo de St. Andrews e Edinburgo, Escócia. Emocionantes a procissão do ofertório e as orações (intenções) feitas pelos jovens, filhos de equipistas, que se encontravam em Fátima 1 • No final da manhã, a conferência do Pe. Olivier (até então SCE da ERI), "A Família no Centro da Missão da Igreja". No período da tarde, a última Reunião de Equipe, num clima de muita comunhão e já com um "início de saudades", pois no dia seguinte iríamos nos separar "novos irmãos" tão queridos e com quem tão fraternalmente havíamos convivido durante aqueles dias. A noite foi reservada para uma grande festa, com apresentações de músicas e folclore pelos vários países representados no 9


Encontro. O frio e a garoa (inesperados, pois era pleno verão em Portugal) não conseguiram esfriar a alegria e o calor humano reinantes. Manhã de sábado, 23 de julho. Para proteger-se do frio e da garoa (que teimavam em persistir), um "mar de chapeuzinhos brancos" estendia-se por toda a imensa esplanada do Santuário. Cerimônia de encerramento e posse dos nossos queridíssimos irmãos brasileiros Cidinha e Igar Fehr, como novo Casal Responsável da ERI. Ao ser anunciado o seu nome, os brasileiros agrupados num canto da esplanada, irromperam numa entusiástica manifestação acenando com as fitas verde-amarelo que traziam consigo e, "quebrando o protocolo", cantaram um trecho da música "Mãe do Céu Morena", a preferida de Cidinha e Igar. Seguiu-se a Celebração Eucarística, presidida por Pe. Oli vier e a comovente procissão do adeus, tendo à frente a imagem de Nossa Senhora de Fátima, seguida pelas bandeiras de todos os países presentes ao Encontro Internacional. Pe. Olivier encerrava sua "homüia de envio" com as seguintes palavras: "[ ... ] É o Senhor que pode fazer o vinho da Eternidade. Mas nós devemos trazer a água, quer dizer, a nossa vida humilde e fiel, de to-

dos os dias. A vida de casal, de família, de trabalho. Trazemos o pouco de que somos capazes, mas este pouco o Senhor transformao, ilumina-o pela Sua Graça e pelo Seu Amor. Então, irmãos e irmãs, metei mãos à obra: enchei de água as vossas talhas para que o Senhor a transforme no vinho do Reino!"

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra Eq. 04-E, N. S. Luz dos Povos São Paulo, Capital

N. AA.: É óbvio que, no espaço deste artigo, seria impossível sequer tentar relatar tudo o que aconteceu em Fátima e sobretudo o clima presente ao Encontro. Para os interessados, recomendamos a leitura da Carta Mensal de setembro de 1994 (Ano XXXIV, no 303) que foi inteiramente dedicada ao evento e que traz, com riqueza de detalhes tudo o que lá aconteceu, inclusive a íntegra dos textos das palestras e homilias, além de riquíssimos depoimentos de alguns dos participantes.

I. O evento teve uma programação especial para os jovens , filhos de equipistas, os quais também participaram do Encontro de Jovens das ENS, realizado em paralelo ao encontro principal.

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O CAMlNHO DA FÉ E DA PERSEVERANÇA ões de trabalho em Madrid e em Las Palmas de Gran Canaria. O sonho de irmos a Santiago, ainda mais neste ano do Jubileu, em que a Igreja tanto incentiva as peregrinações, tornar-se-ia realidade. Tínhamos algumas economias e empreendemos essa caminhada a Santiago de Compostela, rezando, cantando e agradecendo à Virgem Maria, a São Tiago e principalmente a Jesus, Nosso Senhor muito amado, a realização desse sonho. Como toda boa reunião é produto de uma boa preparação, desde janeiro iniciamos um longo treinamento, com as mesmas botas e mochilas que usaríamos. Tivemos o cuidado de colocar nas mesmas o peso aproximado que carregaríamos, em treinos de 10 a 15 Km por dia, duas vezes por semana, percorrendo no 200Km. algo

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oris e Nelson Gomes Teixeira, um dos casais pioneiros do Movimento, relatam especialmente para a Carta Mensal, a caminhada que fi zeram em abril/2000 rumo a Santiago de Compostela. Sempre guardamos em nossos corações e mentes o desejo de não só conhecer Santiago de Compostela, como fazer o seu Caminho. Fazer os 800 km, impossível, só com muito tempo disponível; mas caminhar algum de seus trechos sempre esteve em nossos projetos. Em abril, surgiu a oportunidade de irmos à Espanha. Nelson teria reuni-

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Tal treinamento foi de grande valia e mostrou-se absolutamente imprescindível. Enfim, partimos. Trazemos ainda fortemente, dentro de nós, a recordação de todos os lugares pelos quais passamos. Fizemos de carro o caminho desde Roncesvalles até Sarria. E, fomos parando e admirando a paisagem magnífica. Existe um local nos montes Irago, em Foncebadon, a Cruz de Hierro (A Cruz de Ferro), fincada numa montanha de pedras que vêm sendo deixadas há mil anos pelos peregrinos. São milhares delas. Levamos daqui e lá deixamos pedras com os nomes de nossos filhos, netos e amigos. É um lugar digno de se ver e sentir. Outro local é a Ermida de Nossa Senhora de Eunate, do século X, construída pelos Templários. Eunate em celta quer dizer Cem Portas (que são os arcos que a circundam). Puente de la Reina, construída pela Rainha de Castella para facilitar a travessia dos peregrinos pelo Rio Arga. Santo Domingo de La Calzada, lugar lindo, de mais de mil anos. O nome vem de uma série de calçadas que o Santo construiu para os peregrinos. Carrion de Los Condes possui uma igreja, claustro e sacristia que datam de 1100. Sahagum é um encanto. A Catedral de Leon é belíssima. Passamos também por Astorga e Villafranca del Bierzo e Astorga. Para não nos estendermos muito, porque muito mais se poderia contar, chegamos até O Cebreiro, um povoado celta, conhecido pelos ro-

manos como via de acesso ao centro da Galícia. Os peregrinos mais tarde seguiram esse caminho e o fazem até hoje. É um lugar mágico e emocionante! Aí a gente chora mesmo - ver o cálice e a patena à vista, porém muito bem guardados, onde houve o milagre da transformação do pão e do vinho em carne e sangue- é indescritível a emoção. A partir de Palas de Rei, já com o carro guardado em Sarria, com muita fé, mochilas às costas, vieiras já bentas no peito, botas nos pés e cajado nas mãos, iniciamos o nosso Caminho a pé. Segundo os mapas, a distância entre Palas e Compostela seria de 80 Km; mas no total foram cerca de 100 Km com todos os desvios e hostais distantes dos pueblos. Alguns trechos do caminho são mais difíceis que outros, têm lama e muitas subidas. Quando soubemos que um dos trechos, o mais longo deles, seria difícil, pedimos à Nossa Senhora do Caminho que nos facilitasse e, creiam, foi o trecho mais leve, lindo e fácil que fizemos. Foram dias magníficos no meio de plantações de eucaliptos e pinheiros, de relíquias formadas por capelas de pedras, pontes romanas, restos de aldeias celtas, "pueblos" extremamente simpáticos, riachos de água límpidas, nos enchendo de emoção e grande alegria. E quando, depois de seis dias de caminhada, entramos cantando (só os dois) e chorando, na Catedral de Santiago, para participar da Missa do Peregrino, ao meio-dia, os nossos corações quase não agüentaram! O júbilo e a emoção ... para nós foi muito, muito forte! 12


APOlAR-SE NO AMOR DO DEUS TRlNlTÁRlO Queridos amigos casais e padres conselheiros das Equipes de Nossa Senhora.

Nós todos, membros das Equipes de Nossa Senhora, iremos viver um tempo de amizade, de trocas de idéias e de experiências, um tempo de celebração, de oração e de reflexão a partir do tema central "O casal, imagem do Deus Trinitário". Santiago de Compostela deverá ser um ponto de partida, uma plataforma de lançamento de um novo impulso, que deverá nos ajudar a bem viver a vida conjugal e familiar neste novo milênio, a participar de forma ainda mais intensa da vida e das preocupações da Igreja, a melhor assumir nossas responsabilidades apostólicas e a estar mais inseridos no mundo em que vivemos. Para nos apoiar e nos guiar nesta missão, será proposto ao final do Encontro, a prioridade do Movimento para os próximos anos. Peçamos ao Senhor que nos ajude, a nós todos casais das Equipes, a fazer uma séria e profunda reflexão a partir da proposição de cada capítulo desse tema, que lá nos será proposto, tema cuidadosamente preparado para ser um apoio à solidariedade e uma fonte de enriquecimento do amor e da amizade entre os cônjuges. Peçamos ao Senhor de nos ajudar também a melhor viver como casal cristão na Igreja e no mundo. Queridos irmãos e irmãs, nós chegamos ao final de nosso serviço como casal responsável da Equipe Responsável Internacional, responsabilidade que terminará no encer-

Certamente o espírito de cada um de nós, membros das Equipes de Nossa Senhora, está voltado para Santiago de Compostela, onde se realizará, no neste mês de setembro, o Nono Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Como vocês devem saber, Santiago de Compostela é considerada um lugar privilegiado de conversão e nós todos que lá estaremos, certamente iremos orar em intenção de nossa própria conversão e também pela conversão dos casais que não estarão presentes por uma razão ou outra. A semana do Encontro será certamente um tempo rico, onde o Amor estará presente, uma vez que estaremos reunidos, em nome de Cristo, na busca de melhor viver no amor do Pai, sob o impulso do Espírito Santo. E se nós estivermos reunidos em nome de Cristo, isto é, em nome daquele que é o amor do Pai encarnado, o amor estará presente em todos os atos do Encontro e nós iremos viver neste amor, impulsionados pelo Espírito Santo. E o amor que nos irá guiar durante esse tempo, como ele nos guia durante todo o tempo de nossa vida. E como iremos manifestar nosso amor aos outros durante o Encontro? Pelo nosso apoio e nossa solidariedade.

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ramento do Encontro de Santiago. São Paulo nos lembra ser um o que planta, outro o que rega, mas é Deus que faz crescer. Nas Equipes também é assim. Como um sinal de reconhecimento, por esse dom de Deus, que são as Equipes, a nós casais do mundo inteiro, a transmissão da responsabilidade, ao novo casal, acontecerá diante da grande assembléia reunida em nome de Cristo, no final do Encontro que, com a Graça do Senhor, deverá ser, como os anteriores, um tempo rico da vida no nosso Movimento. Ao todo, vivemos mais de trinta anos ininterruptas de responsabilidades ao serviço de nosso Movimento. Nós agradecemos ao Senhor por esta oportunidade, que nos foi muito enriquecedora, e que nos aproximou mais d'Ele. Uma nova etapa de nossa vida vai começar e nós continuaremos disponíveis para servir ao Povo de Deus, lá onde Ele nos indicar. Nós nos lembraremos sempre desses anos de serviço às Equipes, durante os quais

vivemos tempos fortes e também tempos serenos, tempos de alegria, de crescimento, de encontro e comunhão com nossos irmãos e irmãs. Houve também momentos difíceis, porque não o dizer, mas eles certamente colaboraram com o nosso crescimento como filhos de Deus. Lembraremos também dos membros da Equipe Responsável, com os quais partilhamos o trabalho num espírito de fraternidade, durante todos esses últimos tempos de serviço. Conhecemos muitos irmãos e irmãs, cuja amizade fraterna guardamos em nossas memórias e em nossos corações e cujas orações nos ajudaram muito. Não iremos dizer adeus, porque estamos certos de que continuaremos junto a vocês pelo pensamento e pela oração. Nós lhes dizemos até amanhã, quando estaremos novamente juntos, em espírito, ao rezarmos o Magnificat! Amém, Aleluia!

Cidinha e lgar Fehr

BÊNÇÃO DO PEREGRINO Que o caminho seja brando aos teus pés. O vento sopre leve em teus ombros. Que o sol brilhe cálido sobre a tua face E as chuvas caiam serenas em teus campos. E, até que de novo eu te veja, Que Deus te guarde na palma de sua mão. (Antiga hênçào irlandesa)

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A ESPERANÇA ENS RUMO AO TERCEIRO MllÊNlO

Q

uem tem esperança vive à espera de todos os bens: bem-~star, prosperidade, felicidade, tudo de bom ... E sinal da presença de Deus. Quem tem esperança, que é uma atitude de vida, uma maneira de ser, perde o medo e faz voltar a alegria. Ter esperança é passar do tempo fechado para o tempo aberto, da fugacidade do ter para a plenitude do ser. Quem está pleno de esperança nunca se sente diminuído, mas vê o futuro como uma infinitude de possibilidades. Para quem está pleno de esperança, as dificuldades não são obstáculos, mas, desafios a serem superados. Na visão cristã, quem tem esperança encontra coragem, força, dinamismo, entusiasmo, criatividade, e se torna um anunciador de paz, esperança e felicidade. Por isso, nós equipistas, devemos ser um sinal de esperança, alegria. O casal equipista deve testemunhar a alegria do matrimônio, a felicidade em ter acertado na vocação.

Oração: Dá-me, Senhor, a graça de experimentar a alegria, a paz e a esperança que brotam da Tua Ressurreição. Dá-me o dom do teu Espírito. Que eu seja um anunciador, uma anunciadora de paz, esperança, felicidade e justiça, em minha família, no meu trabalho e na minha cidade. Frei Nolvi Dalla Costa, SCE Eq. 2 e 11 - Sorocaba, SP

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PROvfNClA NORTE PR1ME1RAS EQUlPES DAS REGlÕES

N

esta edição, continuamos contando a história das pri meiras equipes nas regiões, destacando o início do Movimento na Província Norte.

A) REGlÃO NORTE 1 Graças à insistência e à determinação do casal Cybele e Antônio Augusto que aqui chegou em 1970, procedente do Rio de Janeiro, onde conheceu o Movimento de Espiritualidade Conjugal, denominado Equipes de Nossa Senhora, comemoramos em 20 de junho de 2000, os 28 anos de fundação das ENS em Manaus, AM. No Rio de Janeiro, o casal Cybele e Augusto ingressou no Movimento, tendo participado da Equipe 16, juntamente com Malvina e Edgard. Interessado em introduzir o Movimento em Manaus, conseguiu o casal congregar, inicialmente, cerca de 12 casais, todos paroquianos da Igreja Nossa Senhora dos Remédios que, na Semana Santa de 1972, rezava a Via Sacra e, posteriormente o terço, na residência de cada casal. Quando conseguiu de Malvina e Edgard a confirmação de que poderiam vir a Manaus para pilotar, embora de forma relâmpago, as primeiras equipes em nossa cidade, Cybele e Antônio levaram aos casais a idéia de transformar aquele grupo, que já vinha se reunindo para rezar, nas

Equipes 1 e 2, cada uma composta por 6 casais. A idéia lançada por eles, não agradou a todos os casais, de forma que 3 deles desistiram de continuar com o grupo e, conseqüentemente, para formar a Equipe 2, tiveram que convidar novos casais. Malvina e Edgard chegaram a Manaus no dia 10 de junho de 1972 e, na mesma noite, começaram a reunir-se com todos os casais para iniciar a pilotagem das equipes em formação. No dia 20 de junho de 1972, aconteceu a última reunião pilotada por Malvina e Edgard, ocasião em

A Província Norte é composta de 2 Regiões: a Norte I com 4 setores e a Norte II, com 4 Setores, com 95 equipes, 606 casais equipistas e 75 Conselheiros Espirituais. (dados de 30/06/2000)

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que se considerou fundadas as Equipes de no 1 e 2, respectivamente Nossa Senhora dos Remédios, que tinha como SCE Monsenhor Peixoto, e Nossa Senhora de Nazaré, tendo como SCE o padre Luiz Kirchner. Alguns meses depois a Equipe 1 foi desfeita, uma vez que os casais que a compunham foram se afastando do Movimento, passando o casal Cybele e Antônio a participar da Equipe 2 que, por motivos óbvios, passou a ser a nova Equipe 1, constituída pelos casais Maria de Nazareth e Leonardo Kaneko (Casal Responsável), Maria Nice e Luiz Carlos, Bernice e Alberto, Aparecida e Jeová, Socorro e Borba Leal e Cybele e Antônio Augusto. Foram surgindo novas equipes, a princípio, muito lentamente, porém, depois, com maior vigor, conforme se pode ver hoje, quando 17

completamos 28 anos de existência e podemos contatar que já somos 31 equipes em plena atividade em Manaus, além de algumas Experiências Comunitárias; 14 equipes em Santarém, PA, que inclusive já é Setor, além de 2 em Itacoatiara e 2 em Maués, AM. O Movimento hoje mostra a sua pujança, através da participação ativa dos casais que atuam tanto nas Pastorais da Arquidiocese, quanto nas suas próprias Paróquias, além da atividade individual de diversos casais. É com satisfação que registramos também os frutos produzidos pela Equipe 1, pois, além de novas Equipes, temos também a presença de 1 sacerdote, o padre Adelson, filho do casal Terezinha e João Batista (CM fev/mar/98) O primeiro Casal Responsável pela Coordenação e, depois pelo Setor foi Neuza e


Antônio Martins da Equipe 1. Dos casais fundadores, permanecem na equipe Maria de Nazareth e Leonardo Kaneko, Maria Nice e Luiz Carlos e Bernice, viúva de Alberto Mousse.

Maria Nazareth e Leonardo Kaneko Eq. 1 - N. Sra. de Nazareh Manaus, AM

••• B) NORTE 11 Corria o ano de 1972. Um casal pertencente ao Movimento, Monica e Plínio Hans, são transferidos para Belém, vindos de Brusque, em Santa Catarina. Freqüentando a Basílica de Nazaré, conversando com o vigário, Padre Giovani

Incampo, fazem comentários sobre a existência, a mística e os objetivos das Equipes de Nossa Senhora. Padre Giovani se interessa muito pela idéia. E ele se toma o promotor da primeira Reunião de Informação , convidando os casais a participarem da mesma: Odete e José Carvalho, Maria e Miguel Coelho, Celeste e Nelson Ribeiro, Cely e Gelson Silva, Carmen e José Maia, Terezinha e Geraldo Guimarães e Mônica e Plínio, que pilotaram a Equipe n° 1 de Belém do Pará, sob a invocação de Nossa Senhora de Nazaré, no ano de 1972. O Conselheiro Espiritual é o padre Giovani lncampo, barnabita. A ligação foi feita à distância. E quanta distância! O primeiro Casal Ligação era de Brusque, SC.

Sandra e Jaime CRR - Região Norte II

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-

PÇREGRlNAÇAO AAPAREClDA aminho, oração, amigos ... Ao longe, a Basílica imensa, maravilhosa ... é para lá que vamos. A casa de nossa Mãe, Maria, com o nome especial de Conceição Aparecida. Ansiedade, quanta gente, quanto entusiasmo e alegria! Chegada ... A igreja? Um mundo!!! Começa a Missa e vamos colocando as nossas intenções: família, amigos, sacerdotes, Equipes de Teresópolis e principalmente a Equipe 8- Nos-

C

sa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil e nossa. Colocamos também nossos trabalhos nas intenções. Cantamos, louvamos e agradecemos a Deus e a Nossa Senhora aquele instante, todo especial, de amor e doação. Terminada a missa, palestras e apresentações. D. Nancy, uma pessoa especial que fala com ocoração. Troca de cartões. Mas, que difícil foi sairmos de nós para ir19


mos ao encontro do irmão! Quanta gente bonita que formam as Equipes e que, aos poucos transformam este mundo num mundo de amor e esperança. Passeio, almoço. Descanso no gramado, alguns relaxam e querem dormir. Mas, chega a hora da oração. Na Basílica todos estão espalhados. Entramos. Mas, falta um casal da nossa equipe, onde estaria? No meio daquela multidão ... Que surpresa! Estavam sentados atrás de nós com outros casais de Teresópolis. Que bom estamos todos juntos! Providência Divina, pois a Basílica é imensa. O altar é central, e os corredores formam uma cruz e achar alguém perdido, é muito difícil... Terminam as orações. E agora uma foto. Preparação para a foto oficial. Ah! E a Porta? De frente para a porta. A Porta do Jubileu! Que bonita! Precisamos passar por ela e pedir perdão por nossos pecados e do mundo inteiro. E nós entramos pela Porta do Jubileu. E quem está de frente nos olhando? Maria! Que nos diz: Venham filhinhos! Venham mais perto, para eu os acariciar. E fomos nós e ... Subimos a rampa. E de frente para Maria ... Contemplação, momento único e especial! Só nós e ela. Silêncio, oração, pedidos e muitos agradecimentos que cada um de nós traz no coração e que Maria conhece muito bem. Muito obrigada Maria! Saímos ... Silêncio , alegria e paz ...

Chegou a hora. Vamos voltar para nossa cidade, nossa casa e nossos filhos. E quem vai conosco? Maria, nossa Mãe. Viagem linda, boa, motorista sensacional. Orações, amigos, cantos e até uma rádio. Rádio Sabadão do Amor. Que mandou Mensagens e músicas ... Momento de abertura. Pois, nesta rádio falou-se daquilo de que mais gostamos, da importância da Peregrinação até Aparecida. Histórias foram contadas para nos edificar espiritualmente. Como é bom ouvir o nosso irmão falar da graça que o Senhor Jesus nos dá! Aprendemos e ensinamos. Estamos cansados. Mas, que importância isto tem? Jesus nos amou e ama tanto que por nós morreu numa cruz e ressuscitou ao 3° dia. Obrigado Senhor! Não é uma Peregrinação? Então sacrifício e cansaço fazem parte. Como é bom! Faz bem à alma e ao coração. Sabemos que Maria e José, junto com Jesus menino todo ano saiam de Nazaré e iam a Jerusalém e caminhavam por vários dias para a festa da Páscoa. Por que tudo que é feito com amor a Deus nos fortalece, pois Jesus está conosco, incondicionalmente. Obrigado, Senhor, por esta oportunidade que nos deu de participar desta peregrinação tão linda. AMÉM!

Rosângela e Antonio Carlos Eq. 8- N. Sra. Aparecida Teresópolis, RJ 20


RElATÓRlO DARE MENSAl DE EQUlP "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, repreender, corrigir e educar para uma vida justa. Seguindo-a o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda obra boa". (11 Tim. 3, 16-17)

A

intervenção de Deus na história do homem é o que relata a Bíblia, com palavras simples e claras, às vezes um pouco duras. Contém toda a manifestação do amor de Deus, que criou o homem livre, inteligente, e capaz de amar. É resultado de muitos relatos, manuscritos, rascunhos, livros, que foram redigidos para que os ensinamentos não ficassem esquecidos. Caros irmãos, uma boa reunião mensal é importante, mas a vida de equipista não se esgota naquelas horas em que os casais ficam reunidos. Ela se prolonga transforman21

do as meditações e reflexões em vida cristã, e o relatório da reunião de equipe registra essa vivência, com amor e fraternidade.

TÓPlCOS QUE O RELATÓRlO DEVE CONTER • Qual o local e a data da reunião? Como foi o comparecimento (ausência, justificativa)? • Como foram os momentos litúrgicos (meditação, orações pessoais, oração litúrgica, intenções)? Como foi a participação dos equipistas e do SCE?


• Como foi a Partilha? Quais as atitudes despertadas? Aspectos nos quais a equipe fez progressos ou encontrou dificuldades. Conclusões ou ações para solidificar e/ou desenvolver a partilha. • Houve abertura naCo-Participação? Como se exerceu a ajuda mútua? (sem citar fatos e nomes) • Qual o tema estudado? Qual a dinâmica utilizada? Como foi a participação? • Como foi a vivência em equipe durante o mês? Houve algum encontro informal ou de oração? • Avaliação geral da reunião e do progresso da equipe, no mês, por parte do CRE. • Relato da contribuição financeira da equipe ao Movimento.

lMPORTÂNClA DO RElATÓRIO

1.

estudo já tinha respostas por escrito. Graças às cartas, relatos e relatórios temos hoje preservada a identidade do Movimento.

3· DIFUSÃO DA VIVÊNCIA DOS PCE Os relatórios têm ainda como objetivo, difundir a vivência, os testemunhos e a maneira criativa que os casais encontraram para realizar os PCE, revelando o crescimento espiritual dos casais na busca da santidade.

4· RESPOSTA DO ClAO CRE

É dever do Casal Ligação responder ao relatório do CRE, fazendo os seus comentários, indicando, aprendendo, conhecendo melhor os casais daquela equipe, fazendo-se elo de ligação cada vez mais forte.

O Relatório Mensal é uma forma de pôr em comum, partilhar, com o Setor e com o Movimento, a vivência dos casais, tornando possível a troca de experiências entre equipes, o que traz benefícios a todos equipistas e também permite ao Movimento identificar eventual esmorecimento ou necessidade de ajuda. Serve, ainda, de tempo forte para o CRE pois, em casal, avalia e pondera a caminhada de sua equipe.

5· CONClUSÃO O relatório deve espelhar o que realmente aconteceu na Reunião Mensal de Equipe. É gratificante verificar com que cuidado, discrição, sigilo, objetividade e caridade são feitos estes relatórios mensais, porque sem dúvida, a maior parte dos casais invoca o Espírito Santo antes de redigi-los. O relatório não deve ficar preso à formas. Deve isso sim, transmitir a vida e o espírito da Equipe.

2. FlDEUDADE À METODOlOGlA DAS ENS

Baseado no artigo enviado por Rosana e Eduardo Equipe 3A N. Sra. da Fraternidade São José dos Campos, SP

Desde a primeira reunião em 25 de fevereiro de 1939, em Paris, o Pe. Caffarel foi exigente quanto a estes relatórios. Em 1941 o tema de

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JUBllEU DE PRATA EQUlPE

DE MANAUS

2

A

Equipe 2, de Manaus, AM, estejou, em 22 de junho, 25 nos de caminhada humana com a Graça de Deus. Dos casais que nela embarcaram, desde o começo, alguns saíram por razões diversas e outros entraram por um motivo único- o carisma e o objetivo do Movimento. Conselheiro Espiritual, o de sempre: o incansável e fraterno amigo Pe. Carlos Steiner. Atualmente, somos seis casais e uma viúva, mãe de 18 filhos. Nossa grande família é formada por 37 filhos, 63 netos e 3 bisnetos. A construção de uma Equipe repete a realidade e a história da vida conjugal de seus membros - unidade na diversidade, persistência e esforço de santidade. Como no Matrimônio, momentos de luzes e de trevas, fraquezas e desmesuradas forças . Pecados - quanto pecado - e virtudes, quanta virtude. Muita ofensa e muito perdão dado e pedido. Em Equipe, como no Matrimônio, uma vez que não é bom que nos separemos, temos a obrigação de nos entender. E a Graça, acima de tudo e de todos, o sustento da Graça de Deus - como no Matrimônio. Todos exercem atividades pastorais na Igreja, além de servirem no Movimento. No seu balanço constam 9 equipes pilotadas, contatos para a expansão em Santarém e 5 Experiências Comunitárias. 23

Fez-se incalculável o número de pessoas -jovens, adultos, seminaristas, namorados, noivos e casais, doentes e catecúmenos - atingidas pela força da evangelização de seus membros ao longo do tempo. São trabalhos nossos a instalação em Manaus do DICA (Dia dos Casais), Casais Amigos, Encontro do Diálogo, Centro de Planejamento Natural da Família (CENPLAFAM) e o Instituto Filippo Smaldone (para deficientes auditivos), todos construídos sobre a rocha. Há, no entanto, em nosso pomar, um fruto extraordinário. Foi da nossa Equipe que brotou uma experiência, senão única no mundo, pelo menos inusitada: a partir de Sílvio e esposa, ele filho deficiente auditivo de Stela e Alencar, nasceu uma Equipe de surdos-mudos depois do laborioso parto de uma Experiência Comunitária. É um fermento especialíssimo no meio de uma massa sedenta de levedura. Cada um de nós sente uma ponta de orgulho por ter participado como longínquos co-autores desta obra edificada no silêncio, por isso mesmo gigantesca. Chama-se, apropriadamente, Equipe N.S. do Silêncio. Obrigado Senhor! Obrigado Senhora Nossa Aparecida! Equipe 2A

Manaus, AM


SESSAO DE FORMAÇÃO NÍVEll REGlÃO SÃO PAUlO CENTRO 1

N

os dias 10 e 11 de junho de 2000, realizamos na Casa de Siloé, do Mosteiro de São Bento, em Vinhedo-SP, a Sessão de Formação Nível I, com a colaboração dos sete Setores de nossa região e a participação de quarenta e cinco casais. Iniciamos no sábado pela manhã, às 7,30 horas, com a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. João Bôsco Dubot (SCE da região), o qual também dirigiu os trabalhos, com eloqüência, do começo ao fim, com alegria e a disposição que lhe é peculiar, colocando os temas de forma clara e objetiva, despertando em cada casal o dom do entendimento e, assim, facilitando os trabalhos em grupo. Enfim, parecia que os casais estavam em uma reunião de equipe! À noite, realizamos a Vigília de Pentecostes e este foi mais um momento forte da nossa Sessão de Formação, em que tivemos a bênção da água e a bênção do fogo. Naquele instante, acendemos as velas,

que nos levou a imaginar que estávamos naquela noite em que Jesus entrou no Cenáculo, deixando a sua PAZ e a força do Espírito Santo sobre seus discípulos. Sentimos então, a alegria daqueles primeiros cristãos escolhidos para o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo. Assim, encerramos, no domingo por volta das 16h, com a Celebração Eucarística de Pentecostes, onde foram apresentados cartazes dos sete dons do Espírito Santo. No final, despedimo-nos emocionados, com sabor da saudade daquela feliz convivência, levando no nosso coração a alegria, por fazer parte dessa grande farru1ia equipista. Este nosso depoimento não tem como objetivo apenas informar o sucesso da Sessão de Formação, mas também compartilhar com outros casais que vale a pena dizer SIM às propostas do Movimento.

Maria Lúcia e Pedro CR da Reg. São Paulo Centro I


VlSlTAAO SANTUÁRlO DE N. S. DA PENHA

N

o dia 15 de julho, um sába- ado pelo grupo que subira pela esdo radioso de sol, nós, da cada e depois, formando um círcuEquipe 106A - Rio de Ja- lo em frente à porta da Igreja rezaneiro, fomos visitar a Igrejinha da mos um ato de contrição e fomos, Penha, tendo como motivação a um a um, abençoados e perdoados antiquíssima tradição da passagem de nossos pecados "pelo poder de dos fiéis pela "Porta Santa", ga- Deus", conforme disse o Pe. rantia de obtenção da "Indulgên- D'Elboux a cada um de nós, impondo, sucessivamente, suas mãos cia Plenária". Neste ano jubilar de 2000 o Papa sobre nossas cabeças. A seguir entramos na Igreja para João Paulo II, estabeleceu como "Portas Santas" as de várias igrejas uma oração silenciosa individual e nas diversas dioceses, sendo que recebemos das mãos do Pe. aqui, no Rio de Janeiro, foram de- D'Elboux a Sagrada Eucaristia e a signadas como tal, uma porta na sua benção. A emoção era muito grande em Catedral Metropolitana e outra na todos os nossos corações e perceIgreja de N. S. da Penha. bemos lágrimas correndo dos olhos A "van" nos conduziu até o iníde muitos de nós ... cio da famosa escada de 382 deAntes de descermos, ao rezargraus (mais, portanto, do que os mos o Ângelus quando os sinos co365 de que todo mundo fala), sumeçaram a anunciar o meio dia, porte das penitências de irmãos que têm uma fé maior do que a nossa. curtimos uma belíssima interpretaMuitos sobem os degraus de joe- ção da Ave Maria de Gounod. Eslhos! Ali nos lembramos das apari- távamos todos em verdadeiro esções de Nossa Senhora em Fátima tado de graça ... Depois, dirigimos o nosso olhar que, segundo os pastorinhos videntes, recomendara que "se orasse para a nossa cidade e, estendendo pelos pecadores e que se fizesse as mãos, pedimos a Deus por nossas famílias, nossos amigos e, fipenitência". Lá no alto, primeiro ficamos nalmente, por todo o povo do Rio extasiados pela amplidão dos 360 de Janeiro, tanto nos locais de tragraus da vista que se tem sobre a balho como nos de lazer De fato, foi um dia glorioso! cidade e, além disto, nos sentimos envolvidos pela atmosfera mística do local. Nice e Julio Palhares Caminhando em torno da IgreEquipe 106A- Rio de Janeiro ja, acabamos de rezar o terço inici-

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A PALAVRA DE DEUS É VlDA SE SOUBERMOS lNTERPRETÁ-lA

N

as últimas décadas, a Bíblia, que em grego significa "os livros", continua sendo um "best seller". Durante todo o ano, todos os dias, nas celebrações e encontros, milhões de pessoas lêem trechos da Sagrada Escritura. Nos tempos bíblicos, os fatos e a história do povo eram passados de geração em geração de forma oral. Posteriormente, foi redigida. Muitos são os autores desta coleção histórica, pessoas inspiradas por Deus. A Bíblia divide-se em 73livros (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento). São livros históricos, doutrinários e proféticos. A Igreja exige o estudo e a celebração da Palavra. Dedica-se o mês de setembro à Bíblia. Durante esse período, com mais intensidade, dedicação e disponibilidade, as pessoas lêem, estudam, meditam e interpretam os escritos bíblicos. Cada cristão, cada equipista é motivado, neste mês, a expor o Livro Sagrado, a deixar a Palavra de Deus aberta sobre a mesa ou estante, num lugar bem visível. Aproveitar também para ler pequenos textos todos os dias. Seus textos contemplam narrações fascinantes. Apresenta história de reis, profetas, o povo eleito, guerras e perseguições. Esboça as grandes batalhas entre povos e nações que buscavam o domínio e expansão. O primeiro personagem é

Abraão (1800a.C.) Desenvolve trechos de sabedoria, provérbios, poemas de amor, meditações, morte, vitória e ressurreição. Finaliza com cartas e escritos enigmáticos, apocalípticos, linguagem dos primeiros cristãos, aproximadamente no ano lOOd.C. A Bíblia, para ter sentido, deve ser vista, analisada e lida num sentido global. Não ler fatos isolados, mas dentro do conjunto. Evitar de fragmentar os fatos bíblicos. Eles teriam seu sentido deturpado. Faríamos uma falsa interpretação dos acontecimentos. Não prender-se demasiadamente às palavras. Muito mais, deve-se interpretar os fatos. A Palavra de Deus é vida se soubermos interpretá-la verdadeiramente. "O que lhes digo na escuridão, repitam-no à luz do dia; o que lhes é dito em segredo, proclamem-no sobre os telhados". (Mt 10,27).

Frei Clair Zampieron 26


JUBllEU DE OURO PRESBlTERAl PE. JOSÉ RAD1C1 Padre José Radiei, missionário da Consolata no Brasil, comemorou no dia 25 de junho de 2000, o seu Jubileu de Ouro de Ordenação Presbiteral e completará 50 anos de sua vinda ao Brasil, no dia 04 de outubro de 2000. É SCE da Equipe 15E- Nossa Senhora da Consolata em São Paulo, há 5 anos. Filho de camponeses italianos, chegou a nossa terra em 1950 e começou o seu trabalho no sul do país. Tanto em Santa Catarina, como no Rio Grande do Sul, andando a pé ou a cavalo, conviveu com gente da lavoura e outros trabalhadores, sempre cheio de fé e entusiasmo, ajudando-os nos seus problemas e fazendo crescer, entre eles a solidariedade. Depois, foi para São Paulo, a princípio no interior, em meio às plantações de cana e de café dividindo seu tempo entre as creches, comunidades dos bóias frias e asilos de idosos. A seguir, na Capital, fez trabalhos administrativos e assessorou padres de Jaú, cidade que fica a 300 km de distância. Anos depois, lá está ele, de volta ao sul, agora no seu Fusca, que substitui o velho cavalo. Reencontra velhos amigos e, sempre dinâmico, constrói mais creches e um Centro Pastoral. Sofre desafios e provações, tem a saúde abalada, mas não esmorece. Em 1989 volta para a capital de São Paulo e dirige o centro de Animação Missionária- Castelinho- Pedra Branca e colabora com a Irmã Temis na construção de uma casa para crianças abandonadas.

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.,. Em 1994, ainda na Capital, começa um trabalho árduo, a divisão da grande Comunidade São Marcos em Comunidades Eclesiais de Base para estimular uma catequese mais rigorosa, com um critério de evangelização que arrebanhasse melhor as pessoas, subdividindo o bairro em pequenas comunidades para atingir maior número de famílias. Incansável, visitou todas as comunidades, com seu carinho especial de padre, amigo e missionário. Enfim, as andanças do Pe. José Radiei se assemelham às de Jesus Cristo, pela autenticidade, pela vocação, pela dedicação em dar continuidade à obra do Senhor. Em 1999, o missionário tão querido enfrentou grandes dificuldades de saúde. Todos os amigos que ele fez no seu caminho, juntaram-se em oração fraterna e fervorosa, pedindo ao Pai que o protegesse e curasse. Hoje, no ano 2000, continuamos nossa caminhada, na certeza de conviver ainda por muito tempo com esse nosso companheiro de todas as horas, com quem muito temos aprendido e pelo qual queremos dar graças a Deus.

Equipe ISE - N. Sra. Consolata São Paulo

••• PE. NlNO CARTA SE DESPEDE DO BRASll Padre Nino Carta voltou para a Itália no dia 28 de julho, depois de permanecer 27 anos no Brasil. Ele foi Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor de Caraguatatuba, SP.

A ENS NA lNTERNET Nossa página na Internet www.ens.org.br.- Carta Mensal -vocês encontrarão o pronunciamento que a D. Nancy fez por ocasião do Jubileu de Ouro das ENS, em Aparecida, SP. Encontrarão também em Logotipos a silhueta de Nossa Senhora.

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MARlA, MAE DE DEUS MÃE DOS HOMENS, MÃE DA lGREJA

M

aria foi um presente de Deus à humanidade, pois foi sua a especial e grandiosa missão de gerar o Filho de Deus feito Homem. É através dela que Jesus Cristo entra na história dos homens e ao seu lado inicia sua ação salvífica. . Maria concebeu, gerou e nutriu Cristo. Apresentou-o ao Pai no templo e participou de sua vida pública até a crucificação. Sem dúvida, ela cooperou na obra do Salvador, por isso tornou-se, para nós, Mãe na ordem da graça. Em Maria podemos distinguir três "maternidades": a corpórea, porque foi a mulher Mãe de Jesus, o Verbo Encarnado, fonte de vida e santidade; a espiritual, porque é Mãe de todos os remidos por seu Filho Jesus; a mística, porque é Mãe da Igreja, que é o Corpo Místico de Cristo. Porém, dentro de sua simplicidade, Maria se destaca como um modelo de fé adulta, consciente e ativa. Por isso mesmo, tudo enfrentou e superou. Sendo aparentemente frágil, foi na realidade muito forte e atuante e, sempre obediente a Deus, colocou-se constantemente a serviço dos irmãos. Quando foi escolhida para a missão de ser Mãe do Redentor, ela se entregou incondicionalmente para que, através dela, fosse realizada a vontade do Pai: "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade". (Lc 1, 18) Com esta resposta, fica bem claro

que Maria não se julgou superior por ser a escolhida, mas antes, admitiu ser a humilde serva destinada a trazer ao mundo o Salvador, por ordem de Deus, Seu "sim" foi por toda vida, total, eficaz e assumido e seu exemplo revela uma fé viva e vivenciada. O nosso Papa João Paulo II, quando esteve em Aparecida, aconselhou paternalmente: "Permanecei na escola de Maria, escutai sua voz, segui os seus exemplos". Obedientes a esta recomendação, vamos colocar Maria em nossa vida diária, cultuá-la em nossos lares e, com nossas fanu1ias, orar com ela para usufruir melhor e mais intensamente de sua maternal proteção. É bom lembrar que ainda hoje, preocupada com a nossa salvação, em suas aparições, Maria sempre pede através de suas mensagens: paz, reconciliação, conversão, oração, jejum e penitência. Que a nossa devoção à Maria, Nossa Senhora, nos estimule a viver mais intensamente em união com Cristo; que a sua atitude de aceitação e confiança em Deus nos torne mais pacientes, perseverantes, generosos e justos; e que o exemplo do seu imenso amor nos faça crescer na doação e no serviço aos nossos irmãos.

Maria Helena e Victor Equipe 59 - Rio de Janeiro (do Boletim "ComunicAção",RJ) 29


ORAÇÃO À VlRGEMDO

, SllÊNClO

O

Virgem Santa Maria, modelo das almas contemplativas, ensinai-nos a guardar o recolhimento no meio das agitações da vida. Preservai-nos, tanto da febre da atividade excessiva, como dos retraimentos do egoísmo. Que jamais o ruído das coisas que passam nos faça esquecer a silenciosa presença daquele que mora em nós. Que jamais a fascinação das coisas visíveis afaste o nosso coração dos esplendores escondidos do mundo invisível. Desenvolvei em nós o gosto do silêncio e ensinai-nos, a vosso exemplo, a fazer da nossa ação uma comunhão fiel com a vontade do Pai, para o humilde serviço de Jesus nas almas. Amém.

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RÇTIRO: NÃO ESQUEÇA ... E MUlTO lMPORTANTE "Quem de vós, com efeito, querendo construir uma torre, primeiro não se senta para calcular e ponderar se tem com que terminar?! .. .Ou ainda, qual o rei que, partindo para guerrear com outro rei, primeiro não se senta para examinar. .. " (Lc 14, 28-33).

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ão basta começar. É necessário terminar. É necessário calcular as forças. Nossa missão é muito mais nobre do que construir uma torre ou enfrentar uma guerra. Nossa missão e vocação é construir o castelo da santidade. Ser santo não é ambição opcional; é obrigação vocacional. Não atingir esse ideal é como não construir a torre, é fracassar. É uma tarefa pedida pelo nosso Criador e Redentor, porque fomos feitos à sua imagem e semelhança. Ele nos fornece todo "material", mas exige de nós a mão-de-obra, o construir essa imagem. Para isso, um instrumento é o Retiro. É essencial, para quem sente a responsabilidade de se santificar. Retiro, é colocar-se junto ao Mestre Jesus, modelo de santidade para todos. A vida, com tudo o que nos envolve, nos dispersa e faz com que enfraqueçamos em qualquer ideal que nos propomos. Jesus, como fez aos apóstolos após uma jornada de trabalho, nos convida a estar um pouco com ele, para que nossas forças espirituais e físicas sejam repostas (cf. Me. 6,31). O caminhar cansa e as lutas con-

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tra os inimigos desgastam. Por isso, o Senhor nos chama junto a si, para descansar um pouco com Ele. As forças e os desgastes se repõem no repouso, em companhia do Se.\1hor. O ambiente para esse encontro de repouso restaurador chamase silêncio. Retiro é sinônimo de silêncio. Não há Retiro sem silêncio. É característica essencial. Retiro é para escutar a voz de Deus e para me escutar a mim mesmo. Precisamos 31


nos exercitar para escutar. É um exercício, exige esforço. O exercício do silêncio não é tarefa fácil. O exército contrário está dentro de nós. Os nossos defeitos são inimigos do silêncio; não querem ser descobertos, fogem, escondem-se. Muita gente não faz o Retiro, não por não acreditar nele, mas porque tem medo de se encontrar consigo mesmo, medo de si mesmo, não quer verse por dentro. O silêncio do Retiro projeta luz, luz que vem de Deus nas horas de silêncio, nas horas em que escutamos sua Palavra e sua voz. Retiro, silêncio, é estar de frente com Deus, onde eu me vejo como sou, sem nenhuma máscara, sem artifícios. Depois de pecarem, Adão e Eva se esconderam e tiveram medo ao escutarem os passos de Deus (cf. Gn. 3, 7-12). Escondidos, escutaram o ruído dos passos de Iahweh e escutaram a voz que chamava Adão. A vida diária atribulada, os trabalhos, os pecados deveriam aumentar o desejo e nos fazer sentir ainda mais a necessidade do Retiro marcado pelo silêncio. Eu preciso me ver como sou, sem máscaras, o lado bom e o ruim. Isto só acontece diante da luz de Deus. Só Ele é a luz que ilumina toda verdade. Retiro é para quem quer ser sincero, para quem não quer viver nem enganado, nem iludido. O homem sábio não teme e nem foge do silêncio do Retiro. Levar a sério a vocação à santidade implica em levar a sério os meios e instrumentos que nos são fornecidos. Retiro é escola de verdade, de profundidade. Ele é a sina-

lização do caminho certo. Ele mantém acesa a luz da meta. Ele nos mostra as fraquezas . Ele nos diz quais são os dons que Deus colocou em nós e nos encoraja para colocálos a serviço dos outros. Dons são responsabilidades, de cuja administração Deus nos vai pedir conta. Oportunidade de Retiro é uma graça singular, um carinho especial de Deus. Aceite este gesto de especial amor que Deus quer manifestar. Retiro não se impõe. Deve ser sentido pela própria pessoa como uma necessidade. É como a fome ou como a dor; só sente a pessoa que tem fome ou que tem a dor. Só quem tem sensibilidade espiritual sente a necessidade. Ninguém nasce para ser sempre criança; ninguém parte para ficar no meio do caminho. Todos queremos ser adultos e chegar ao fim do caminho. O Retiro é para estes. Ninguém ainda chegou à estatura de Cristo e por isso todos precisamos do retiro. Só conhece o seu valor quem já o fez. É o melhor momento da vida espiritual. É um tesouro. Faça tudo para encontrá-lo. Encontrando, ninguém mais vai ter que recomendar. Obrigado aos que me deram oportunidade de fazer o Retiro. Obrigado, ao Movimento das ENS, que não esqueceu de colocar este prato no cardápio espiritual para que goze sempre de uma perfeita saúde e para um crescimento sadio.

Frei Avelino Perfile SCE da Província Sul III SCE da Região SCII e SCE de Equipe - Florianópolis, SC

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RETIRO- UM CONVITE

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sta é uma carta carinhosa enviada pelo padre Sallet, aos casais equipistas, mostrando a importância do Retiro, um dos Pontos Concretos do nosso Movimento. Queridos casais! Que bom que vocês se decidiram fazer um retiro! É uma graça a oportunidade de realizar esse ponto concreto do nosso Movimento. É bom lembrar que retiro é "retirar-se" (da casa, dos negócios, dos afazeres, das preocupações, etc ... ) para fazer exercícios espirituais. Assim como existem exercícios físicos (caminhar, dormir, comer, etc ... ), existem exercícios espirituais (rezar, meditar, examinar a consciência, confrontar a própria vida com a Palavra de Deus, etc ... ). Retiro são exercícios; portanto é "fazer"! Não é escutar palestras. O retiro não é curso, não é encontro, não é mero dia de oração, não é ficar "passivo" deixando o tempo passar... O retiro exige "querer de fato" fazer uma experiência de "tornar-se adulto em Cristo" (Ef 4, 11-16). O retiro é um tempo de um confronto pessoal com a Revelação. Para favorecer esse "encontro pessoal com Cristo" é muito importante deixar de lado toda a comunicação com os outros; daí a importância do silêncio-interior e para favorecer esse silêncio interior, muito ajuda o silêncioexterior. Vamos, por isso, dispor o nosso coração, preparando-o para acolher as graças que o Senhor deseja nos comunicar. É importante que cada pessoa que vá ao retiro tenha sua Bíblia, para acolher sempre mais a Palavra de Deus; por isso, a mulher tenha uma Bíblia e o marido tenha outra. Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a preparar o coração para tirarmos os melhores frutos do retiro. Um abraço. Com minha benção sacerdotal,

Pe. Pedro Sallet SCE da Região Paraná-Sul

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PARA QUE FAZER O DEVER DE SENTAR-SE "Eu vos declaro ainda: Se dois dentre vós, na terra, se puserem de acordo para pedir seja o que for, isto lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles". (Mt 18, 19-20)

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ejamos por que é tão importante fazermos o DEVER DE SENTAR-SE mensalmente. Toda construção (uma casa), precisa de reformas, retoques na pintura, adaptações, redistribuição de espaços, limpeza, manutenção, etc. Do contrário essa construção aos poucos vai -se transformar num lugar onde ninguém almejaria morar ou pior ainda, inabitável. Já imaginou a nossa casa (o

nosso lar, a nossa família), como precisa de retoques, tantas coisas a serem melhoradas a cada dia, tantas adaptações e reformas a serem feitas: "vigiai e orai porque o espírito do mal quer destruir as famílias" (João Paulo II). A razão para fazer este DEVER é justamente a vontade, e o "compromisso" de sermos melhores a cada dia, de progredir, de confrontar nossas limitações e jamais

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claudicar diante delas, de buscar uma saída, uma solução, seguindo o Evangelho e os ensinamentos do magistério da Igreja; mas existe outra razão teologicamente lícita e válida, para fazermos este DEVER: é a dimensão humana-espiritual, o desejo, a preocupação, para que, a nossa vida de uma forma individual e conjugal, seja um colóquio, uma verdadeira fonte do amor Divino, a exemplo da família de Nazaré. Devemos buscar o nosso crescimento cristão-espiritual, não de uma forma individual, até egoísta, mas lembrando sempre que somos uma farru1ia, que não somos dois, senão "uma só carne", somos felizes porque estamos juntos, porque somos unidos e nos amamos, por tudo isso queremos chegar à santificação em grupo, quer dizer, nós dois e nossos filhos. O DEVER DE SENTAR-SE, não é uma imposição, muito ao contrário, é um convite amoroso que o Pai do céu e a Mãe de Jesus e nossa Mãe nos fazem, para que a cada dia nos amemos mais, e a nossa família seja um verdadeiro tabernáculo de perdão, de diálogo, de escuta, de ajuda mútua, e principalmente do AMOR, desse amor que tem a Jesus como fonte e cume, como ápice. Este DEVER nos leva a um crescimento paulatino, contínuo e

nos conduz ao verdadeiro entendimento e à verdadeira felicidade. Quando se faz, na realidade, eu não estou dando nada, só estou recebendo dádivas e graças divinas, porque estou aproximando-me mais de Deus e estou buscando "crescer e amadurecer" como homem ou mulher, como esposo ou esposa, como pai ou mãe, como uma autêntica família cristã. Fazer o Dever de Sentar-se "É um convite a colocar Deus em primeiro lugar, no vértice de todos os nossos pensamentos, de todos os nossos afetos, porque tudo na vida deve convergir para Ele, e dele tudo deve provir". (Chiara Lubich). É sabermos renunciar a nós mesmos, é deixar para trás os nossos ídolos de orgulho, egoísmo, dúvida, insegurança, insatisfação, sentimentos negativos ou mal resolvidos; é colocar Jesus no meio, colocá-lo como pedra angular das nossas vidas e da nossa farru1ia.

Padre Olmer Guerrero Garcia SCE Equipe 53A Brasilia, DF 35


A QUE ESPÉCIE PERTENCE O FETO?

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feto é ou não um ser humano? A questão é crucial, pois o fato de ser uma pessoa humana traz consigo uma série de direitos, em primeiro lugar o direito à vida. Não há como duvidar de que o feto seja um ser vivo. Tem todas as características da vida, como metabolismo e reprodução de suas células, aliás em enorme intensidade (cresce muito mais depressa do que uma criança já nascida). É um ser individualizado. Não é "parte" da mãe, embora se aloje em seu interior. O batido refrão abortista de que "a mulher tem direito ao seu próprio corpo" está claramente errado. Qualquer teste imunológico ou genético pode mostrar isso. Se me desculpam a comparação um tanto grosseira, um feto é parte da mãe tanto quanto uma lombriga que ela tenha no intestino. Depende dela para a sua nutrição, mas não lhe pertence. Agora, o ponto mais questionado: é humano? Aqueles que dizem não, alegam que ainda não está formado, ou que não tem consciência. Entretanto, não chegam a um acordo sobre quando ele se tomaria humano. Por isso, os limites estabelecidos para o aborto variam entre os diferentes países que o permitem, mostrando que esse limite é arbitrário e não apoiado em evidências científicas. Nunca ouvi falar de nenhum ser vivo que não pertença a alguma es-

pécie. Qualquer animalzinho, plantinha ou microorganismo pode ser classificado entre as espécies existentes ou será colocado como uma espécie nova. Em muitas espécies temos ciclos complexos de vida, com considerável metamorfose. Para citar um exemplo bastante conhecido, as borboletas primeiro são lagartas, depois viram pupa e finalmente saem do casulo com as asas resplandecentes. Convenhamos que, entre a lagarta e a borboleta, aparentemente, não há muita semelhança; entretanto, não temos dúvida de que se trata do mesmo animal e ele é classificado como uma única espécie. Ninguém coloca isso em questão. Do mesmo modo, desde a sua geração, o embriãozinho humano é homo sapiens. Não é primeiro um protozoário que depois se transfor36


ma num vermezinho que, estranha criatura, de repente começa a desenvolver bracinhos, perninhas e ... um sofisticado cérebro. Se tudo isso, com o tempo, se manifesta é porque, desde o início, estava inscrito no genoma daquele minúsculo ser. Ainda não sabe nada, do ponto de vista cognitivo, mas já é, sim, sapiens, porque o seu DNA "sabe" que aquele pequeno ser é humano. Um CD do Caetano Veloso não precisa estar tocando para ser do Caetano. A música está ali impres-

sa. Do mesmo modo, a humanidade está impressa no embrião ou no feto, mesmo que ainda não esteja totalmente manifesta. E mais que uma pura potencialidade. Ele é homo sapiens. E tem todos os direitos inerentes à espécie humana.

Lenise Aparecida Martins Garcia, Chefe do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brast1ia - UnB Colaboração de Lourdes e Sobral

POLÍTICA E REL1G1ÃO NA HORA DE DECIDIR, VOTE COM CONSCIÊNCIA "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo."

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u próximo não é coisa, e amáo é não deixá-lo desempregado, prostituído, violento, violentado, injustiçado, excluído, coisificado, mas, com o seu voto, você pode mudar esse quadro tão humilhante ao ser humano. Portanto, participe, discuta, se envolva, demonstre o seu amor a Deus e ao seu próximo. A política é coisa maravilhosa, é coisa de Deus, pois é por meio dela que acontecem as transformações terrenas, a solidificação do Reino de Deus já, aqui. Você sabe quem são os candidatos? Você os conhece? Já os escolheu?

Caso você conheça o seu passado, o seu discurso, as suas promessas, o programa do seu partido, a sua fidelidade, então analise se este candidato poderá colaborar nas mudanças tão necessárias para o bem comum. Caso contrário, mude urgentemente, não estrague o seu voto. Não troque o seu voto, por nada que não seja a competência e honestidade do candidato. Se você ainda não escolheu, em quem votar, estude com profundidade, reuna-se em grupo, em comunidade, para uma escolha que seja boa para a sua cidade, pois, é nela que você vive e precisa ser feliz. Veja como você é importante!

do Jornal Terceiro Mi/ênio Sorocaba : 37


UMA NOVA PRlMAVE

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enho nas mãos o odor da Primavera; Toquei as flores, ó beleza pura. Tenho nas mãos o odor da Primavera E, no peito, um sopro novo de doçura. Tenho nos olhos as cores vibrantes, Que enchem a terra e enfeitam o mundo. Tenho nos olhos as cores vibrantes E o coração em êxtase profundo. Ao meu redor, a vida vibra inteira; Quero sorrir e abraçar toda a gente. Ao meu redor a vida vibra inteira. Em toda a parte, sinto Deus presente.

É bom participar, intensamente, Do momento que vive a natureza. É bom participar, intensamente, Crescer no amor, varrendo a tristeza ... Que esta mensagem forte e inspiradora Não passe entre nós, despercebida, Que essa mensagem forte e inspiradora Produza frutos bons em nossa vida. Este é o momento que a nós foi dado: Ter vida plena, não desanimar. Esse é o momento que a nós foi dado Pra construir, amar, pra consolar... Deixemos para trás o desencanto. Se é tempo de florir, o que se espera? Deixemos para trás o desencanto. Em nós, também, floresça a Primavera! Wilma (do Orlando) Equipe 2A - ]undiaí 38


FOl TUDO UMA FESTA

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E certamente, 12 mil casais que neste país caminham sob a bandeira, que um dia o padre Caffarellevantou não podem passar despercebidos. É grande a responsabilidade deles, nossa, de todos que têm fé e amor. Dona Nancy disse também que "os equipistas vão rumo ao Pai". Nenhuma novidade, sei, mas quem não precisa lembrar que isso tem a ver com a gente? Também eu estou indo ao encontro do Pai, eu e minha mulher, você e os outros, todos os que Ele colocou neste mundo. É grande a minha, a sua, a nossa responsabilidade. Se estamos caminhando em direção à mansão do Pai, certamente convém ter isso bem presente, lembrando também que a nosso lado estão outros, muitos outros, cujo destino não nos pode ser indiferente. Que nada, ninguém, nunca, jamais, em tempo algum, nos faça desviar a atenção. Isso é, deve ser, extremamente importante. Não foi isso que você, querida Nancy, quis nos dizer? Se na tarde daquele Sábado, 10 de junho, nada mais houvesse a tirar da visita que nos fez a Equipe da Super-Região Brasil, já tinha valido o pequeno sacrifício que fiz em me deslocar até nosso Zaccaria para meditar nisso. Obrigado, Nancy. Obrigado, Sílvia e Chico. Obrigado, provinciais todos que vieram até nós.

oi bonito, foi! Tantas vezes tive ocasião de assistir a encontros de equipistas e, este foi um dos mais significativos. Os casais que lideram o Movimento nos confins da Amazônia e na terra dos pampas, no pantanal e no chão dos bandeirantes, no litoral e no interior, com dona Nancy à frente, talvez nem desconfiem, mas eles fizeram a festa. No dia 10 de junho, quando Sílvia e Chico vieram ao Rio trazendo pela primeira vez a equipe da Super-Região, no auditório do Colégio Zaccaria, nos contaram um pouco do que fazem por essas lonjuras afora, a gente não sabia o que mais curtir: se a missa, a palavra do padre Flávio Cavalca, os testemunhos, o convívio com os casais. Foi tudo uma festa, uma festa com jeito de quem anima quem está cansado e confirma ou fortalece, mais ainda, quem já caminha. Deus seja louvado! À medida que os casais provinciais me davam a perceber a real extensão de árvore que brotou da semente trazida da França, há 50 anos pelo doutor Pedro Moncau, mais orgulho me vinha por pertencer às ENS. Viver à sombra dessa árvore me dá mais segurança, mas pensar que de mim também dependem a seiva que alimenta e os frutos que dela é lícito esperar, isso me faz baixar a cabeça. Dona Nancy disse que as equipes no Brasil já são uma multidão.

Manuel, da Dulce- Equipe 9A Rio de Janeiro 39


PERSEVERAR SEMPRE

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ossa equipe de base, Nossa Senhora das Graças, foi "criada" em 1992, vinda da Experiência Comunitária. Éramos, então, sete casais cheios de indagações e vontade de caminhar em nossa fé. A cada reunião mensal, nós percebíamos que nossa amizade estreitava-se cada vez mais. Nossa vivência nos PCE, o estudo dos Temas propostos, a Partilha na reunião mensal, as orientações de nosso SCE, tudo isto nos enriquecia. Reconhecíamos a beleza e a força de um Movimento que nos ajudava em nossa caminhada, em nossa busca do conhecimento de Deus e do que Ele quer para nós. Quanta informação e formação tivemos nas participações de Retiros e Sessões de Formação, Mutirões, etc. Já não éramos os mesmos do início da caminhada ... Entretanto, por motivos vários, ao longo dos anos, alguns casais foram nos deixando. Aquela vitalidade inicial parece que deixara de existir nos corações daqueles casais. Eu, particularmente, não entendia o porque deste abandono. A verdade é que, em 1997, nossa equipe ficou constituída de dois casais: eu e Carrninha, Maria Elvira e Wilson, além de nosso SCE, Frei Martinho. Naquele ano não houve um Casal Responsável de Equipe. Apesar disto, nosso SCE acreditou em nossa capacidade de superar tal situação. Além disto, tivemos o apoio do

CRS da época, como também da Equipe do Setor. Todos eles se dispuseram a buscar casais para compor nossa equipe. Fizemos, em nossas reuniões de equipe, orações especiais pedindo a Maria que nos ajudasse na composição desta. O ano passou ... Finalmente, encontramos o primeiro casal para nossa equipe: Rosângela e Horácio. A partir daí, novos casais apareceram; Hoje somos seis casais unidos no mesmo ideal. Estamos, cada vez mais, vivenciando tudo aquilo que este maravilhoso Movimento nos oferece. Eu tenho, dentro de mim, muito forte, este sentimento de ter sido agraciado pelo Senhor por fazer parte deste Movimento. Gente, caso vocês estejam passando por esta mesma situação, de poucos casais em suas equipes de base, peçam a Maria que os ajudem a encontrar novos casais. Orem constantemente. Busquem estes novos casais. Não deixem morrer ou cair na rotina, suas equipes. Antes, façam desta situação um trampolim para a melhoria do "ser equipista". Não podemos deixar de reconhecer a beleza e grandeza de um Movimento que nos faz mais santos na vivência de nosso matrimônio.

Rubinho (da Carminha) Eq. N. Sra. das Graças Mogi das Cruzes, SP 40


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NOSSA ElElÇAO - CRE

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nicialmente dissemos SIM, movidos pelo desejo de atender a um chamado que vem do Pai, seguindo o exemplo de Maria, que, disponível a Deus, também deu o seu sim. Certamente, Maria não era uma moça sem afazeres. Era pobre e simples, deveria ter as ocupações e os projetos de vida de uma jovem da sua condição, da sua época. Ou seja, não se diz sim apenas quando não se tem nada para fazer. É opção! Maria confiou, mas não teria sido ingênua de imaginar que não enfrentaria dificuldades diante da nova realidade com a qual se comprometia. Ou seja, confiar em Deus não é acreditar na inexistência de problemas, mas ter certeza de que Ele nos sustentará e nos guiará quando eles surgirem. É entrega! E assim, Ele também nos foi fiel, foi força e ânimo para nós em todos os momentos necessários. O senhor sempre está ao nosso lado!

queremos, acima de tudo, é crescer como casal, como comunidade. Tempo precioso de doação, de todos os lados: do Casal Ligação, de cada casal da equipe e do nosso incansável Pe. Dourado. O tempo revela muitas coisas!

AS LIÇÕES - Bons frutos são obtidos quando conseguimos ser menos "indivíduos" para sermos mais equipe, quando nos despimos do orgulho e somos mais caridade e perdão. Preocupações, dilemas, acontecem ao longo do ano. E quem disse que não haveria pedras? Amadurecer no amor é afastá-las tendo em vista o próprio amor. E o mais importante, Deus sempre providenciou as soluções para cada dificuldade. Sempre sentimos a presença e o apoio de alguém para cada situação. Ele providencia ... VALEU- Enfim, pessoal, para nós foi um ano de crescimento conjugal, amadurecimento espiritual e um ano de bênçãos. Não nos sentíamos "preparados" naquela ocasião de eleição, mas sentimos que o Senhor nos abraçou e caminhou todo o tempo conosco, e o certo é que nunca nos faltou coragem para prosseguir. Nossa dívida com vocês é imensa. Somos muito gratos a todos que nos aceitaram, nas vezes que nos seguiram e naquelas que nos guiaram, por tanto que nos amaram e nos perdoaram.

O TEMPO - Casal Responsável por um ano! Um ano é muito tempo! ... E tem sido ... Muito tempo de alegria por saber que nossa estrada busca um encontro com o Senhor. Muito tempo gratificante para experimentar a convivência com cada um que trabalhou com carinho no seu mês de Casal Animador, tentando fazer o melhor pela equipe. Muito tempo percebendo que sabemos ser solidários, sabemos ser irmãos e o que 41


Queremos colocar, no altar do Senhor, nosso pedido de perdão pelas vezes em que não fomos dignos de tal missão, mas também o nosso agradecimento pela confiança de vocês e pela oportunidade de amar

mais a nossa Equipe, nosso Movimento e nossa Igreja.

Mônica e Caio CRE Nossa Senhora Peregrina Fortaleza, CE

PASTORAL DA VlDA

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m 1997, por iniciativa do Pe. Jorge Eldo Lira Andrade, pároco da Paróquia Maria Imaculada, situada no Guará II, Brasília, DF, deu-se início a uma nova pastoral: a Pastoral da Vida. Esta pastoral é voltada à evangelização das gestantes de nossa comunidade para que, recebendo instrução na fé, possam também educar seus filhos na mesma fé. São muitas as dificuldades para educar os filhos hoje em dia; os meios de comunicação não valorizam a farru1ia, mostram aos nossos jovens valores falsos que os tornam afastados de Deus e das verdades contidas no evangelho. É mais fácil acreditar em seitas mágicas, capazes de dar ao homem poderes e revelações fantásticas, a crer no Cristo ressuscitado, único com autoridade para revelar o mistério da vida. Assim pensando, a Pastoral da Vida vem contribuir com a família na educação dos filhos desde a gestação. Na ocasião em que a pastoral iniciou seu trabalho evangelizador, toda Equipe 36 tornou-se atuante e motivada a trabalhar em prol do próximo, num serviço de amor e doação.

Nosso testemunho é de que nos unimos muito mais como irmãos em Cristo e família equipista, através do trabalho pastoral. Iniciamos o nosso terceiro ano de atividade pastoral e é o nosso quarto ano equipista. Acreditamos que o nosso serviço de dedicação ao próximo contribuiu sem medidas para a união da nossa família equipista, uma vez que alguns de nossos filhos já se engajaram no mesmo movimento pastoral. O amor e o carinho que dedicamos ao nosso trabalho pastoral é a nossa regra de vida de equipe, unida e perseverante no trabalho ao próximo; trazendo a luz do evangelho para aqueles irmãos que ainda vivem as dúvidas e as incertezas das trevas.

Neide (do Pedro) Eq. 36A - Reg. Centro Oeste II Brasflia, DF

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@Há um ano ... - A começar pela capa a Carta Mensal de setembro/ 99 está borbulhando no amor, na sinceridade e na partilha dos dons. O desenho da capa nos transporta para um bosque onde a natureza nos fala muito de Deus. O verde das folhas misturado com o amarelo nos dá a sensação de liberdade e de muita esperança; cada detalhe das folhas, uma diferente da outra nos lembra a sabedoria divina que não faz duas coisas iguais. As bolhinhas de água, então, nem se fala, estão tão cheinhas, não demora muito vão escorrer formando uma cachoeira por entre as pedrinhas e cascalhos trazidos pelo vento. Então eu começo a leitura e a cada artigo lido, a graça de Deus vai fluindo como se fosse uma bolhinha que furada vai escorrendo e transportando ao espírito a alegria de cada irmão expressa em cada testemunho de vida, de perdão, de auxílio mútuo e de sugestões práticas que podemos aplicar na vida conjugal, familiar, na Equipe e na Igreja. A Carta Mensal é para provar que a Palavra de Deus não passa sem deixar um sinal: "Quem crê em mim, do seu interior emanarão rios de água viva. Quem tiver sede, venha e beba". E eu sempre fico imaginando como será a próxima capa. Tento adivinhar pelos assuntos e eventos de cada mês, mas nunca acerto. É que o pessoal da Carta Mensal é

muito criativo mesmo! ~ Delônia (do Oli) Equipe I - Tramandaí, RS

••• @ Eleições - A ação política adquire uma nova dimensão, quando impulsionada pelos princípios do Evangelho. Às vésperas das eleições municipais em todo o país, nós equipistas, devemos nos preocupar em escolher candidatos que estejam integrados à vida do município e que sejam imbuídos dos ideais cristãos de cidadania. Direcionemo-nos pois, nossas atenções aos candidatos que disputarão estas eleições. Quais suas histórias de vida na cidade? Participa, o candidato, ativamente da nossa Igreja? É comprometido com as causas sociais? Você acha que ele tem o perfil de vir a promover o Reino de Deus no meio político? Estas e outras perguntas, você deve fazer e discutir com pessoas do seu relacionamento, a fim devotar conscientemente, e de acordo com os preceitos da Igreja. ~ Equipe 5 São José do Rio Preto - SP •••

@ Peregrinação à Caravaggio No dia 15 de abril de 2000, o Setor Serra, da Região do Rio Grande do Sul, promoveu uma peregrinação ao 43


Santuário de Nossa Senhora de Caravággio. O Pe. José Mussoi, Conselheiro do Setor Serra, Maria da Graça e Eduardo, da Super-Região, Graça e Roberto Casal Regional, Carmem e Pedro, Casal Responsável pelo Setor Serra e aproximadamente 50 casais, e muitos com seus filhos, das cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Carlos Barbosa, Nova Prata, participaram da caminhada numa extensão de 5 quilómetros, entre Farroupilha e o Santuário. A Diocese de Caxias do Sul, neste ano de Ação de Graças pelos 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo e dos 500 anos do Brasil, programou peregrinações de modo que todas as paróquias façam este gesto tendo por objetivo o arrependimento pelas faltas humanas, a vigilância sobre a própria fragilidade, a preparação interior para a conversão do coração e a tomada de consciência de que somos filhos a caminho. Está no coração e na devoção de nosso povo o amor a Nossa Senhora, a fé e o carinho por seu santuário. Neste sentido, as Equipes uniram-se com a Igreja local, rezando principalmente pela farm1ia, primeira célula da sociedade, para que se possa construir um mundo a partir de lares sólidos e comprometidos com o bem de todos. Foi uma linda demonstração de fé e de amor à vida! Durante a caminhada houve muita oração e a celebração da Via

Sacra. Foram momentos de reflexão de textos bíblicos, comentários lembrando os temas da Campanha da Fraternidade e sobre a vivência e compromisso de equipista. À frente da romaria uma cruz de madeira, o estandarte do Movimento e um carro de som. O encerramento aconteceu no Santuário, na missa da comunidade, às 17:00 horas, comentada e dirigida pelos equipistas. A celebração foi presidida pelo Pe. Ernesto Roman, que já teve sua caminhada nas Equipes, como Conselheiro de equipe, e pelo Conselheiro do Setor e de duas Equipes de Nova Prata, Pe. José Mussoi. Os celebrantes comentaram os grandes benefícios que as Equipes de Nossa Senhora estão dando às farm1ias , num trabalho de oração e de dedicação. Os textos foram elaborados de forma que fossem aprofundados os temas que dizem respeito à formação dos pais e filhos, em busca de farm1ias verdadeiramente comprometidas com uma sociedade muito exigente. O amor é exigente e cobra dos pais respostas autênticas. Pela avaliação feita junto aos casais, notou-se o quanto foi boa a romaria pois propiciou momentos altos de oração e aprofundamento de temas básicos de vida familiar e equipista. 12llnês e Paulo Poletto Equipe 02 - N.Sra. da Paz Caxias do Sul - RS Setor Serra

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ORAÇÃO PERSEVERANTE ORAÇÃO lNÍQUA E ORAÇÃO lNOCENTE

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odos temos direito de rezar, de dobrar os joelhos, de levantar os olhos e as mãos para o céu, para Deus, pedindo que Ele nos faça justiça, que multiplique para nós o pão de cada dia, que nos conceda a paz e que nos livre de todo tipo de escravidão. Mas Deus também tem todo direito de cobrar de nós alguma dívida. Por exemplo: o que é que estamos dando a fim de que a justiça seja feita, para que o pão seja multiplicado, para que a paz venha e para que nossa libertação se cumpra? Quanta coisa poderíamos realizar com nossas próprias mãos, porém preferimos deixar tudo por conta de Deus! Nesses casos estaríamos dirigindo para o céu uma oração iníqua, e não uma oração inocente. Quando acorremos à igreja, ou mesmo em nossa casa para recitar intermináveis ladainhas, a fim de apressar o advento da justiça, porém permanecemos calados perante a prepotência dos mais fortes , nós estamos dirigindo ao céu uma oração iníqua, e não uma oração inocente. Quando promovemos novenas, com o intuito de fazer o pão aparecer na mesa de todas as fanu1ias, porém não trabalhamos a fim de que a terra produza seu fruto, nem estamos disposto a repartir o que temos de sobra em nossas despensas, nós estamos dirigindo para o céu uma oração iníqua, não uma oração inocente. E quando nos reunimos para pedir a Deus, que disperse nossos inimigos e nos liberte do pecado pessoal, bem como do pecado social, porém não colaboramos a

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fim de quebrarmos nossas correntes, também nesses momentos estamos dirigindo a Deus uma oração iníqua, não uma oração inocente ... A oração iníqua é filha da nossa preguiça e irmã do nosso comodismo; a oração inocente é filha da nossa fé e irmã do nosso amor. A perseverança é, sem dúvida, uma das condições essenciais da oração, além da fé, da confiança e da humildade. Mas, se bem analisarmos, não se trata de uma insistência para dobrar a vontade de Deus para nosso lado. É antes um esclarecer de nossa vontade à luz da vontade de Deus. Quem reza aproxima-se de Deus. E Ele é a luz do nosso caminho. Essa luz nos vai mostrando, cada vez mais, o que está faltando em nossa vida para merecermos ser atendidos por Deus. O Pai jamais fecha os ouvidos à nossa prece. O que acontece é que nem sempre sabemos sintonizar nossa vontade com a sua divina vontade. E, muitas vezes, pedimos aquilo que não é bom para nossa verdadeira felicidade. Se insistirmos na oração bem feita, a sabedoria de Deus penetrará pouco a pouco, até descobrirmos o que é realmente bom para nós. Isso vale sobretudo para descobrirmos o caminho da vida que devemos seguir. Enfim, nem tudo depende das nossas estratégias opcionais. Porém, tudo depende de nossa ação conjunta com a ação de Deus ...

Beth e Scalzo Equipe OS - Belo Horizonte, MG

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OFERRElRO

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ra uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua

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situação difícil, comentou: -É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado. O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida.


Entretanto, como não queria deixar o anúgo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro : -Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e apli-

co golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente. O ferreiro deu uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou: - Às vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lânúna de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: - Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser- mas jamais mecoloque no monte de ferro velho das almas. (Lynell Waterman)

Colaboração de Tânia e Jorge Eq. 117C- Rio de Janeiro, RJ Vanda e Wilson Eq. 15 - Mogi das Cruzes, SP 48


Meditando en1 Equipe zooo • Ano da Eucari stia Com toda a Igreja no Brasil, celebramos o mês da Bíblia . Não é um livro e sim uma biblioteca : vários livros, variedade de estilos e experiências . Há um eixo vital que une todos eles : é a Palavra de Deus . Na celebração de todos os sacramentos, sua proclamação é obrigatória . E, de uma maneira especial, na celebração da missa. Somos uma comunidade que se reúne para a escuta da Palavra. "A Palavra de Cristo não é menos do que o Corpo de Cristo" diziam os padres da Igreja nos primeiros séculos.

Leitura: z Trn 3, 14-17 •

A Equipe de Nossa Senhora tem como ponto importante de sua espiritualidade a "Escuta da Palavra ". Fazemos individualmente ou com o cônjuge. Como podemos compreendê-la mais e sermos mais comprometidos com ela? A Liturgia da Palavra já é comunhão com a Palavra, que é Jesus . É tão eficaz e necessária quanto a comunhão eucarística . Como você entende esta colocação de Santo Agostinho : "Bebe-se o Cristo no cálice das Escrituras, como no cálice eucarístico"?

Oração Litúrgic a : Ó Trindade,

vos louvamos, vos louvamos pela vossa comunhão! Oue esta mesa favoreça, favoreça nossa comunicação!

3 . Deus nos fala na história e nos chama à conversão : vamos ser palavras vivas proclamando a salvação .

1 . Contra todos tentação da ganância e do poder, nossas bocas gritem juntas a Palavra do viver.

4 . Vamos juntos festejar cada volta de um irmão e o amor que nos acolhe. restaurando a comunhão!

2. Na montanha, com Jesus, no encontro com o Pai, recebemos a mensagem: Ide ao mundo e o transformai .

1 Comunica quem transmite a verdade e a paz, quem semeia a esperança e o perdão que nos refaz. Pe . José Ernani Angelini


1950.2000

Objetivo Gera1 do Movimento das Equipes de Nossa Senhora "Como lqreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade".

• EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal

R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 256 .1212 • Fax: (Oxx11) 257.3599 E-mail: secretariado@ens.org .br • cartamensal@ens.org.br Home page: www.ens.org .br


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