ENS - Carta Mensal 344 - Abril/1999

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°344 • Abril/1999

EDITORIAL .. .. .... ........... .. ............... .. O1 Quando a Gente Ama, Deus Inventa! .. ............................ 01 Carta do Conselheiro Espi ritual ... 02

Pa rtilha ................................ ... .. .. 24 A Importância da Escuta no Deve r d e Sentar-se .. .... 25

ECIR .... .. ....... .. ... .. .. ....... .. ....... .......... 03

FORMAÇÃO .................................... 28

A ECIR Conversa com Vocês .... ...................... .. ..... . 03 Página das ENS na Internet .. ...... . 06

Re sponsáveis de Equipe .... .. ...... .. 28

PCE'S E PARTILHA ...... .. ...... .. .... ...... .. 24

MARIA ............................................. 29

Maria , Mãe de Jesus C ri sto ......... 29

CORREIO DA ERI ............................ . 07

PÁSCOA ..... ... ... .. .. .... .. .. ...... .. .... ... ... . 30

Compostela : a Caminho para o Mar Aberto! ..................... 07 Carta do Conselheiro Internacional ........... 09 Notícias Inte rnaciona is .. .. .. .. .. .. .. .. 11 "A Deus", Pe.Tandonnet ............... 11 Santiago 2000 ............. .. ............. 1 2

E Cantaremos : Alelu ia ................ 30

VIDA NO MOVIMENTO .. .. .. ............. 13

25 Anos de Cam inhada .. ............ Pilotagem : Nossa Senhora do Silêncio .......... '~té Lá ... 2000!" .......... .. ............. Sessão de Formação ........ ...... .....

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TESTEMUNHO .. .......... .. ................... 18

Quando os Extremos se Encontram .. ......... .. .. .. ............. 18 Gestos Concretos .................... .. .. 20 Vocês Guardaram o Melhor Vinho até Ago ra .. .. .... .. .... 22

DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO .......... 32

Fel icidade: O Que É? ................. 32 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ........... 34 CURIOSIDADES ............................... 37

A Personalidade do Milênio ......... 37 "Te rceiriza r" não é tão Moderno como se Pensa ... .......... 3 7 PALAVRA DO LEITOR ....................... 38 REFLEXÃO .......... .. ........................... 40 O Pão e o Perdão .... ... .. .. ...... ...... 40 O Grande Desafio .. .. .. .. .... ...... .... 42 A Misericórdia de Deus ...... . ........ 44 ENCONTROS INTERNACIONAIS .... 45

A Caminho de Santiago ........... ... 45 EACRE .... .. .... .. .... .......... .... ...... ........ . 47

Flashes dos EACREs .. .. .... .. .... ...... 4 7

Carta Mensal é uma publicação me/ISal das Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (cons. espiritual)

Capa: Ta /ma Serra

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jomalista Responsável: Catherin e E. Nadas (MTb 19835)

Fotolitos e Impressão: Edições Loyola R. 1822, 347 Fone: (011 ) 6914. 1922

Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sa fes

Editoração Eletrô11ica e flustrações: F & V Editora Ltda. R. Venâncio Ayres, 931 - SP Fone: (011 ) 3873. 1956

Tiragem desta edição: 13.000 exemplares

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar· conj. 53 01309-000 • S<io Paulo - SP Fone: (011 ) 256.1212 FtLr: (011 ) 257.3599 cartamensa l @ens.org .br

A/C Silvia e Chico


Quando a Gente Ama, Deus Inventa! Olá, gente amiga! Quando estivermos recebendo esta edição, estaremos celebrando o acontecimento mais importante para nossa vida: Cristo ressuscitou! Jesus ressuscita evidentemente glorioso em sua divindade, mas deixa ainda suas marcas nos rostos de tantos nossos irmãos marginalizados e excluídos, oprimidos e descartados por uma sociedade que teima em viver distante de Deus e distante dos irmãos. O Projeto Rumo ao Novo Milênio quer destacar, neste ano, a virtude da Caridade, a figura do Pai e do seu amor sem limite. Aliás, os acontecimentos que precederam a ressurreição de Jesus, ou seja, toda sua vida, paixão e morte, são o supremo gesto de solidariedade de um Deus que se doou gratuitamente para redimir o homem. Certamente, nos corações dos equipistas do Brasil inteiro, devem estar germinando as sementes da solidariedade lançadas nos EACRES -Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe, solidariedade esta que avulta como o único caminho capaz de assegurar a convivência social fraterna e justa, segundo os desígnios do Criador. Foi pensando em lhes reforçar visualmente a força dessa idéia que nossa equipe decidiu por lhes apresentar a capa desta revista com os braços e mãos frágeis, como fracos somos todos nós diante de nossas limitações, mas braços entrelaçados para se tornarem fortes, mãos aber-

tas para serem serviço e doação. Diante da gravidade dos problemas sociais que assolam este Brasil de milhões de desempregados, em que a dignidade humana é subserviente à idolatria do lucro, em que as pessoas são simplesmente descartadas do acesso às mais básicas necessidades, cometemos o disparate de deixar todas as soluções nas mãos dos nossos governantes e nos assustamos diante da nossa impotência. Na esteira da frase que intitula este editorial, e que ouvimos da boca do querido Sacerdote Conselheiro Espiritual de Caraguatatuba, Pe. Nino, somos todos convocados apenas a amar, pois, quando assim fazemos, Deus inventa as maneiras para que nosso agir seja eficaz em favor dos irmãos. Basta estender os braços e as mãos, ainda que trêmulos pelo medo e desconfiança, ainda que frágeis como os dos idosos ou das crianças. Foi este o testamento de Jesus na noite da Santa Ceia: "deixo-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei!" Os desafios para este ano da caridade-solidariedade e da vivência do amor infinito do Pai são enormes. Esta Carta Mensal ousa repetir a palavra: queridos irmãos equipistas, "quando a gente ama - fiquemos tranqüilos- Deus inventa!'' Com nosso sempre fraterno e caloroso abraço,

Silvia e Chico, CR da CM


Carta· do Conselheiro Espiritual Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Quero parabenizar todos os setores e regiões pela realização dos EACRES. Neste ano, pelo que pudemos observar, foram verdadeiros encontros de bênçãos, graças, perdão, unidade e oração. Acredito que todos se empenharam ao máximo para assegurar um ano cheio do amor do Pai. Neste nosso papo mensal, quero aproveitar a oportunidade para retomar o nosso tema do Projeto Rumo ao Novo Milênio. Como anda a caridade entre vocês "casal"? Como vocês têm exercido a solidariedade na fanu1ia, na equipe, na Igreja, na sociedade? Quais os momentos que em suas vidas precisam de "reconciliação"? Os temas propostos para este ano nos dão a possibilidade de desenvolver e vivenciar um excelente "DEVER DE SENTAR-SE", pois é através dele que cada um vai aprofundando o conhecimento mútuo, encontrando as verdades fundamentais de cada um, chegando a uma profunda comunhão. Celebramos neste mês a Ressurreição do Senhor. Meditamos em todo o mistério salvífico e continuamos nossa caminhada na busca da conversão. Cada vez que travamos em nossos corações a batalha de nos transformar, fazemos a passagem para a Ressurreição, para a vida nova, na qual alicerçamos nossa fé. Que durante este mês tenhamos em nossos corações e nossas mentes a idéia de que somos criaturas novas, sempre na busca da santidade. Abraços e orações,

Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A ECIR Conversa com Vocês Estamos a Caminho••• através do testemunho, do anúncio, do diálogo e do serviço. Que aqueça os de fé tíbia, que se coloque a serviço do irmão excluído, que seja presença ativa e solidária no mundo.

amos a caminho, com toda Igreja, rumo ao novo miléo.E,quandosecaminha,de vez em quando, é bom parar e pensar um pouco no porque de estarmos fazendo esta viagem, de onde partimos, que caminho já fizemos, para onde vamos. O Projeto Rumo ao Novo Milénio nasceu como resposta, da Igreja no Brasil, ao apelo do Papa para que nos empenhássemos na celebração do grande Jubileu do ano 2000. Festa, não simplesmente do mistério da encarnação, ocorrido em Nazaré, mas da presença de Jesus no meio de nós nestes 2000 anos de história. Trata-se de uma celebração no sentido litúrgico, que faz memória, que atualiza o evento de nossa salvação. Toda festa requer preparação. E é o que estamos fazendo através do Projeto Rumo ao Novo Milénio, que quer envolver a todos nesta preparação. Todos estão chamados a estarem prontos, com "roupa de festa", na celebração do Jubileu. Pensemos um pouco mais sobre isso. Que todos estejam na festa ... Que ninguém seja excluído, seja pela sua acomodação ou desinteresse, seja pela sua condição sócio-econômica ou cultural. Por isso, a preparação vem marcada por intensa proposta evangelizadora, feita com novo ardor, novos métodos e expressões. Evangelização feita 3


E que todos estejam com "roupa de festa" , quer dizer, com um coração novo, preparado para acolher, uma vez mais, a Jesus. Não se trata somente de despertar a fé daqueles que estão afastados da Igreja. Pretende-se, muito especialmente, a renovação dos que já estão envolvidos com a "preparação da festa". Que os membros da Igreja renovem sua fé, que superem os grandes e pequenos pecados, que intensifiquem sua conversão. Que se engajem na construÇão deste novo milênio que vem, em que todos possam participar do banquete da vida. Como já sabemos, nossa Igreja lançou este projeto em 1996 e, desde este primeiro momento, as Equipes de Nossa Senhora estão engajadas na caminhada. Em 1997, vi vemos o ano dedicado à Pessoa de Jesus Cristo, renovando nossa fé e adesão ao seu projeto. Tivemos oportunidade de intensificar a vivência de nosso Batismo. Nas Equipes, utilizamos de nossos "instrumentos" - com especial ênfase na Escuta da Palavra, na Meditação, na Oração Conjugal e no Retiro - para renovar nossa fé e para alcançarmos uma coerência entre a fé e a vida. No ano seguinte, 1998, centramos nossa caminhada no Espírito Santo, que presente e atuante em nosso meio, renova nossa esperança e faz crescer nossa fé. Foi enfatizado o sacramento do Crisma. Buscamos, nas ENS - dando especial destaque à Regra de Vida, à Oração Conjugal e ao Dever de

Sentar-se - realizar um tempo de forte ascese para alcançar a maturidade de nossa fé. Estamos, enfim, em 1999, o último ano deste tríduo de preparação. É o ano dedicado a Deus Pai. Estamos sendo convidados a viver plenamente o amor do Pai, que se expressa em gestos concretos de caridade e solidariedade. O sacramento em destaque este ano é o da Reconciliação, que nos ajuda a superar nossas fraquezas e nos traz de volta à comunhão com o outro .

Que os membros da Igreja renovem sua fé, que superem os grandes e pequenos pecados, que intensifiquem sua conversão na construção deste novo milênio.

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Como nos anos anteriores, Maria é nosso modelo: antes, da fé e da esperança; neste ano, do amor que se faz presença junto do outro, como ela fez junto a Isabel. No Movimento, procuraremos também desenvolver este amor. Nós, casais, somos especialistas em amor, não?! Estamos sendo convidados a renovar, ainda mais uma vez, nosso amor conjugal, tornando-o fonte de felicidade e santidade. No entanto, não pensemos que se trate apenas de alimentar nosso mundo íntimo e familiar. Somos chamados a um amor maior, que se extravase além das paredes de nosso lar, que se empenhe na construção do Reino. É, sem dúvida, este amor presente e atuante na história que vai trazer todos para a grande festa na chegada do novo milénio. É esse amor, expresso em gestos concretos, que vai renovar todas as coisas. Neste ano, daremos especial ênfase ao Dever de Sentar-se, como especialíssimo espaço para exercício do amor conjugal. Momento de aproximação e construção do casal, de acolhimento ao outro, de palavras e gestos de ajuda mútua e solidariedade. Também, momento de nos abrirmos às necessidades dos outros e de nos colocarmos como presença atuante junto deles. No âmbito das equipes de base, vi ver o amor solidário significará desenvolvermos ainda mais nossa capacidade de partilha, entre-ajuda e correção fraterna. Ainda temos quase um ano inteiro pela frente... Animados pelo

Nós, casais, somos especialistas - .?1 em amor, nao .

Estamos sendo convidados a renovar, ainda mais uma vez, nosso amor conjugal, tornando-o fonte de felicidade e santidade.

amor do Pai, que nos acolhe e perdoa, nos alimenta e fortalece, coloquemo-nos a passos firmes nesta caminhada. Estendamos nossas mãos, caminhemos juntos com os irmãos. E quando o Novo Milénio chegar, poderemos todos estar preparados para a festa.

Lourdes e Sobral ECIR 5


Página das ENS na Internet

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ueridas irmãs e irmãos equi- ja passaram a se utilizar deste meio pistas. Talvez muitos de vo- para divulgar suas idéias e proposcês já tenham visto nossa "pá- tas de evangelização. gina" na Internet e outros ainda irão A ECIR, depois de refletir e "visitá-la". Porém, uma pergunta se ponderar sobre o assunto, e tomanfaz presente: por que uma página (ou do como base a montagem da ERI, um "site" no jargão da Internet) do passou a desenvolver sua própria Movimento das Equipes de Nossa página, com os seguintes objetivos: Senhora nesta rede de comunicação ser um documento de divulgação do globalizad(l? Sempre fomos de opi- Movimento, de formato singelo e nião de que a rede da Internet, além sem ostentações, como deve ser próde ser um poderosísprio de um movi-:-~ · - ~..~r. • rt • .a • "' -: simo meio de comunicamento que espera de ção, continha aspectos seus casais uma vida simples e sóbastante delicados, no que diz respeito à ética bria. Ela contém as da sua utilização. É fáinformações básicas WWW'. ens.org.br para aquelas pessocil verificar que muitos as interessadas em têm se aproveitado deste recurso para os mais disaber um mínimo soversos fins, sejam eles os mais lou- bre a proposta do Movimento, não váveis (na educação, na arte, na pró- dispensando todavia uma apresenpria evangelização, etc), para ativi- tação pessoal caso haja interesse por dades profissionais, mas também de parte delas em virem a participar do modo totalmente abominável (porno- mesmo. Procurou-se, portanto, "dografia, tráficos ilegais e outros mais), sar" a medida mais próxima do ralembrando-se que estes materiais zoável para que tivesse um mínimo são veiculados de maneira totalmen- de conteúdo, suficiente para se ter te livre e aleatória, ficando ao alcan- uma idéia razoável da finalidade, ce de qualquer indivíduo, seja ado- seus objetivos, propósitos e métodos lescente, jovem ou adulto, diretamen- de trabalho com os casais, sem por outro lado exorbitar em detalhes e te ligado ao assunto ou não. Após várias trocas de idéias minúcias desnecessários nesta sua com nossos responsáveis da ERI, apresentação. Para aqueles que ainda não tiverificamos que tornou-se intenção deles também levar ao ar uma pági- veram a oportunidade de visitar na relativa ao Movimento. Este tipo nossa página, seu endereço é: de comunicação se tornou mais con- www.ens.org.br. sistente para nós ao constatarmos que outros segmentos da nossa Igre- Maria Regina e Carlos Eduardo 6


Compostela: a Caminho para o Mar Aberto! sdejá, preparemos esta vigem, pois Deus nos chamaá para outras margens. Partir. Com grande entusiasmo de busca espiritual, deixar, sem remorsos e sem medo, a margem de nossas certezas atuais de vida. Com confiança, ousar chegar ao alto mar de todos os perigos, de todas as tempestades, pois Cristo está presente entre nós, mesmo que esteja dormindo na nossa barca. Enfim, depois de uma longa travessia, atingir outras margens para encontrar aqueles que são ainda estrangeiros para nós e que, entretanto, esperam com impaciência o caminho de uma mudança que leve à verdadeira vida. Partir. Não foi por ousadia que saímos deste longo espaço de nossa vida em que fomos protegidos, onde nossa consciência cristã foi sendo esclarecida a cada etapa im-

portante de nossa busca e onde o "o bom caminho" nos era definido através de regras estritas. Com efeito, brutalmente, sem estarmos preparados para isso, entramos em um mundo novo onde a liberdade individual é privilegiada e onde o acesso à informação tornou-se universal. Sob estes ventos de liberdade atual, nós bem sabemos, tudo leva à autonomia das pessoas e cada um pode livremente definir a rota de sua vida. Mas, nessas águas, os ventos podem ser violentos e mudar bruscamente de direção. Não é aí que devemos navegar, humildemente, como equipistas de Nossa Senhora? Não devemos estar presentes para partilhar a experiência de outros movimentos que já aí navegam, para guiar aqueles que se perdem, para abrir e propor itinerários novos, para estar prontos, a qualquer

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momento, a levar socorro àqueles que não podem mais ver o caminho claramente, àqueles que ficam girando sem rumo e devolver a vida aos náufragos do amor? Como declarava firmemente o Cardeal Godfried Daneels, primado da Bélgica, aos responsáveis do Movimento das Equipes de Nossa Senhora: "Vocês são, aonde estiverem, no domínio particular da vida familiar e dos casais, as mãos e os pés, a língua e a boca da Igreja". Para exercer esse ministério, e atingir as novas fronteiras de nossa realidade de hoje, não podemos mais trabalhar sozinhos, temos que equipar nossa embarcação com a experiência e a riqueza dos outros movimentos, com uma grande preocupação de abertura e sobretudo com muito mais compaixão! Tudo isso vai exigir de vocês discernimento, paciência, coragem e ... muita bondade. ... Discernimento, porque é difícil perceber as linhas de verdade num oceano de informações e iniciativas muitas vezes deformadas por múltiplas correntes de idéias. Precisaremos, com coragem e determinação, refletir, pessoalmente e em casal, sobre as questões importantes que são discutidas no nosso tempo . .. .Paciência e coragem que serão muito necessárias para segurar firmemente o leme na direção de nosso ideal de santidade, quando tantos cristãos se contentam de ficar, molemente, pulando de um caminho para outro, recolhendo aqui e ali o que lhes agrada ou o que lhes convém.

... E muita bondade pois temos que nos abrir cada vez mais à misericórdia e ao perdão, nós que somos privilegiados por ter recebido tanto. E se nós recebemos muito, não é para guardar para nós, mas para repartir. "Se somos cristãos", lembra-nos São Paulo, "não é para nós mesmos que o somos, mas para os outros". É importante que reflitamos a "que outros" essa frase se refere nos dias de hoje! Muita bondade, também, porque (cada vez mais estamos conscientes disso) é na bondade que se encontra uma das chaves da credibilidade do testemunho. "Jesus", nos diz São Paulo, "andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo diabo" (At 10, 38). Felizmente, não estaremos sozinhos nesta barca que nos conduzirá a Compostela. Ali estará o Cristo, ali estarão também os membros de nossa equipe, ali estarão todos os equipistas do mundo. Nas ENS , aprendemos a rezar juntos, a refletir juntos, a juntos exercer a ajuda mútua, a caminhar juntos, a juntos viver o engajamento. Então chegaremos à outra margem, como dizia de maneira tão bela o Pe. François Varillon: "com uma das mãos na beleza do mundo, com a outra mão no sofrimento dos homens e com os dois pés no dever do tempo presente."

Gabriel e Marie Peeters Eq. Responsável Internacional 8


Carta do Conselheiro Internacional Santiago 99, um Caminho

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s velhas tradições nos contam como os peregrinos faziam seu caminho para Santiago. Elas nos falam das atitudes preliminares, que incluíam o conhecimento dos itinerários e a necessária preparação de uma vida interior capaz de sustentá-los durante os longos dias que se seguiriam. Antes de tudo, havia uma fé profunda, talvez simples mas poderosa que os impelia na direção do país longínquo, às fronteiras da Terra desconhecida. O "Finisterrae" da misteriosa península ibérica era certamente o ponto final de um caminho perigoso, cheio de emboscadas, através de países muitas vezes em guerra, traspassados pelas epidemias, cheios de armadilhas de toda espécie e com todos os tipos de desconforto, mas também com a possibilidade de encontrar pontos de descanso, após as longas marchas cotidianas. Mas, nesse mundo antigo, difícil de ser lembrado sem que se sinta um arrepio, havia pessoas com um ímpeto tão grande que deixavam tudo para caminhar em direção ao lugar, onde esperavam encontrar a graça de uma conversão pessoal, e de uma maneira diferente de viver, mais cristã, graças à força transformadora da conversão. Tudo isso supunha, portanto, uma grande dose de entusiasmo. Entusiasmo no sentido da palavra gre-

ga de origem, que é abertura generosa e sem limites à ação de Deus na vida dos homens e das mulheres. Esse entusiasmo lhes oferecia a oportunidade de descobrir a presença do Deus vivo, que iam conhecendo cada vez mais, através das etapas vividas na esperança e de encontrar o verdadeiro senso do 9


engajamento cristão, que havia feito com que eles se pusessem a caminho, como peregrinos, em busca do Absoluto, talvez mesmo sem saber disso nos primeiros instantes de sua viagem. E a verdade é que nós temos necessidade de vi ver essa mesma atitude dos antigos peregrinos. A escolha de Santiago pelas Equipes de Nossa Senhora como lugar de Encontro, deve nos convidar, em primeiro lugar, a estudar muito bem a variedade de nossas situações pessoais e sociais; a tratar de conhecer a linguagem dos homens e das mulheres que iremos encontrar, as ciladas de uma travessia difícil, a travessia da vida cotidiana de nossos casais, de nossa vida de casal. Santiago deve ser uma ocasião única para rever o nível de nossa capacidade de fé, de amor, e de entusiasmo adulto e sereno, confiantes na radical dimensão cristã do ideal evangélico na nossa vida de casais cristãos. Somos chamados a ser capazes de renovar nossa capacidade de amor no casamento e na famflia, de maneira dinâmica e, talvez, surpreendente. Caminhar no espírito de Santiago deve ser como um derivativo que nos ajude a aceitar, na peregrinação, o amadurecimento da vida a dois e a encontrar a vontade de uma fidelidade criativa e absoluta e de um perdão sem limites, necessários ao casamento cristão onde cada um deve procurar amar sem exigir ser amado, até chegar, marido e mulher, ao ponto de se amarem na harmonia de um dom total e recíproco, através dos

dias e das noites do caminho, longo ou curto, da união conjugal. Na vida de um casal e da comunidade da equipe e do Movimento, devem existir sempre momentos de calma, tempos de renovação e de revisão, tempos de "dever de sentar-se", depois dos longos caminhos percorridos, e de tantas oportunidades talvez perdidas, devido a nossa espantosa incapacidade de contemplação da beleza e da bondade do outro. É preciso que vivamos a decisão de ir em busca de uma conversão, através das longas etapas dos cristãos da antiga Europa, à nossa maneira, simbólica, é claro, mas dentro do mesmo espírito. É preciso começar ainda hoje nossa peregrinação de um ano, através da variedade de nossas realidades, no correr dos dias e dos meses, aproveitando momentos de repouso e de reuniões de equipe, como nossos antepassados que retomavam força nas abadias ao longo do caminho. Caminhemos desde já para Santiago com esse espírito de conversão, com um entusiasmo e uma fé sempre renovadas que nos dá a esperança. Viver a dois no sacramento do matrimônio é caminhar com Jesus, e o fim do percurso, nos dias intensos do Encontro, deve ser o momento de fazer com que os casais das ENS sejam renovados pela força de um engajamento com mais convicção, um engajamento que nos torna mais capazes de testemunhar nosso amor e nossa fé neste mundo do novo milênio.

Cristobal Sàrrias, s.j. 10


Notícias Internacionais ~~Deus'',

Pe.Tandonnet

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Senhor chamou para junto e si o Pe. Tandonnet no dia 7 de fevereiro de 1999, após uma curta enfermidade. Lembremo-nos que ele foi Sacerdote Conselheiro Espiritual do Movimento de 1973 a 1986, sucedendo ao Pe. Caffarel. Louis e Marie d' Amonville, antigos Responsáveis do Movimento, enviam-lhe, em nome de todos nós, um último adeus. Querido Pe. Tandonnet: Discretamente, o senhor nos deixou; e, nisso, percebemos, mais uma vez, aquilo que mais amávamos no senhor. De um lado, a sua grande discrição, a preocupação constante em não incomodar, enquanto que, de sua parte, estava sempre disponível, pronto a responder a todo e qualquer apelo, vindo de onde viesse. E quanta coisa o senhor deu ao nosso Movimento durante aqueles treze anos que lhe consagrou? De um lado, a sua profunda humildade, não se colocando nunca à frente, apesar de sua tão grande competência. Do outro, sabendo pôr essa competência a serviço de nossa equipe de leigos, para nos ajudar a assumir as nossas responsabilidades, continuando, o senhor mesmo o "conselheiro espiritual". Como conselheiro espiritual, jamais renunciou à sua responsabilidade de padre e pastor, não somente no ensino, mas também- e talvez

sobretudo - nos seus contatos pessoais. Quantos entre nós lhe devem hoje um profundo reconhecimento porque o senhor os ajudou, individualmente ou em casal, a atravessar um momento difícil, a tomar uma decisão importante? E com uma fé indefectível no nosso Movimento. Quando o Pe. Caffarel deixou o Movimento, aconselhou-nos a prosseguir na caminhada "com fidelidade à graça das origens e atenção às necessidades do tempo presente". O senhor não parou de trabalhar conosco nesse sentido. As Equipes de Nossa lhe devem muito por terem transposto, não somente sem muita dificuldade, mas com grande desenvolvimento, o tempo difícil para a Igreja e para o mundo dos anos 1 970-1 980. 11


em viver durante toda a sua vida. E essa é a mensagem que nos dirige ainda hoje. De agora em diante o senhor estará atento, ao lado do Pe. Caffarel para que sejamos todos fiéis. Por tudo isso, queremos dizer, mais uma vez, "obrigado" e com o senhor queremos entoar o "Magnificat".

Quando deixou sua responsabilidade, em 1 986, o senhor nos dizia: "Tudo o que vocês têm que construir, sua personalidade humana e cristã, seu casal, sua família, sua equipe e seu setor, sua comunidade paroquial e diocesana e essa Igreja da qual vocês fazem parte, tudo isso não pode crescer e se realizar senão em união radical com o Cristo Jesus". Foi isso que o senhor se esforçou

Louis e Marie d'Amonville

Santiago 2000 ontinuamos nosso caminho para Santiago, e podemos agora dizer que no próximo ano, se Deus quiser, nós nos encontraremos em Santiago de Compostela (Espanha), para celebrar o IX Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Há já alguns meses, a ERI designou um casal das Equipes de Nossa Senhora da Espanha, para começar os trabalhos de preparação desse encontro e, por sua vez, esse responsável constituiu uma equipe de base de organização (EBO), delegando responsabilidades às equipes chamadas funcionais, que se encarregam, com entusiasmo, de toda a preparação dos múltiplos aspectos de um encontro como esse. Há muito trabalho ainda por fazer, mas estamos certos que, com a ajuda de Deus, vamos conseguir ter tudo pronto para recebê-los em Setembro de 2000. Essa data parece ainda longínqua,

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mas temos a alegria de ver que em certos países, o começo da pré-inscrição recebeu um número importante de respostas. Nas próximas Cartas Mensais, nos lhes daremos fatos concretos sobre o Encontro, assim como tudo o que concerne à sua organização e à vinda dos casais à Espanha. Falaremos também mais sobre Santiago de Compostela, sua catedral, a cidade e o caminho de peregrinação. Todos aqueles que já participaram de um encontro o consideram como uma graça na sua vida. Eles sabem que não voltarão para suas casas de mãos vazias, mas com um coração novo, tendo recebido um novo alento para a sua vida de casal cristão e para seu trabalho na Igreja. Que Deus os abençoe e os conduza para Santiago.

A equipe delegada pela ERI para a organização do Encontro 12


25Anos de Caminhada

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ueremos dar graças a Deus por pertencermos a este Movimento das Equipes de Nossa Senhora. São 25 anos de caminhada, iniciada no dia 8 de novembro de 1973, tendo o piedoso padre Gil como nosso primeiro Conselheiro Es_piritual. E um privilégio, uma verdadeira bênção, pertencer a um Movimento que tem a Mãe do Filho de Deus, a nossa Mãe, como padroeira. Nossa equipe é uma família, composta por seis casais, e o nosso Conselheiro Espiritual é o querido padre Armindo, que nos acompanha há quase 19 anos. Devemos lembrar também de outros padres que nos assistiram nesta caminhada, como Pe. Floriano, Pe. Laura e Pe. Serginho.

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Compartilhamos momentos de alegrias e tristezas. Nas alegrias comemoramos, festejamos; nas tristezas, dividimos e ajudamo-nos mutuamente a su_perar as angústias, as dificuldades. E na tristeza que sentimos como é bom ter amigos sinceros, verdadeiros irmãos, como é bom pertencer a uma equipe de casais, que na verdade passam a formar uma só família.

Homenageamos a Virgem Maria através de nosso Movimento, nas reuniões mensais, nos terços semanais; através do apostolado de casais e individuais, pois Jesus disse que onde dois ou mais estiverem reunidos em seu nome, Ele estará presente. Por isso rezamos em equipe, e na homenagem à Mãe, está um jeito especial de venerá-Lo. Queremos agradecer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora pela sua existência e pela nossa aceitação em seu meio. Agradecemos ao Setor B, representado pelo casal responsável Teruo e Jurnko. Agradecemos aos nossos amigos que compõem a nossa Equipe pelos 25 anos de convivência amiga, fraterna, tolerante, disponível. Agradecemos às demais Equipes pelo apoio e compreensão. Agradecemos especialmente ao nosso Conselheiro Espiritual, Pe. Armindo, por todo esse tempo de convivência, pelas suas orações, pela sua compreensão, pela renúncia aos momentos de descanso e conforto, em prol de nossa equipe e de cada casal. Obrigado, Nossa Senhora Mãe da Igreja, pelas inúmeras vezes que intercedeu por nós junto ao seu Filho. Obrigado, Jesus, pelas vezes que atendeu aos pedidos de sua Mãe Maria Santíssima. OBRIGADO, MEU DEUS, PORQUE PERMITISTE QUE TUDO ISSO ACONTECESSE.

Equipe 6 N. Sra. Mãe da Igreja Setor B Taubaté, SP 14


Pilotagem: Nossa Senhora do Silêncio Equipe 7Nossa Senha ra do Silêncio Manaus, AM, formada por casais deficiente auditivos, encontrase na fase de pilotagem. Por se tratar de uma experiência inédita tem requerido muita dedicação da parte do casal piloto, Stella e Alencar e do sacerdote conselheiro espiritual Pe. Carlos. A dificuldade da comunicação é o maior desafio e para se fazer entender são usados todos os recursos disponíveis. A comunicação é feita através da linguagem dos sinais, ainda não dominada pelo casal piloto, sendo necessária a ajuda de uma tradutora Yara (ouvinte), esposa do Silvio (deficiente auditivo) casal integrante dessa equipe, que leva, através da linguagem gestual ou dos sinais, o conteúdo da reunião para o completo entendimento dos demais casais. A reunião preparatória é feita com muito carinho pelo casal piloto e S.C.E., que procuram simplificar a linguagem dos textos a serem utilizados, de forma que não se perca a essência, mas que possam ser repassados com mais clareza. O deficiente auditivo encon-

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tra muita dificuldade em seguir pensamentos longos. Tudo deve ser fracionado em frases curtas e objetivas, para que haja compreensão, e esta é a grande preocupação na reunião preparatória. Os textos são escolhidos e após uma primeira leitura, relemos e trabalhamos na simplificação, mudando palavras, corrigindo, até que esteja simplificado e fracionado de forma a ser entendido pelos casais. No início da pilotagem era ainda muito difícil a oração espontânea, mas agora todos já conseguem fazer seus pedidos, agradecimentos e louvores com muita profundidade. Com relação ao tema de estudos, ele é feito dentro da própria reunião formal com a ajuda do 15


conselheiro. e do casal piloto, pois ainda é difícil para eles estudarem em casa. Todos já estão praticando os Pontos Concretos de Esforço, embora com muitas dificuldades, principalmente com a leitura da Bíblia e com a oração conjugal. De todos os PCEs, o que foi melhor entendido e o mais praticado até agora foi o Dever de Sentar-se. Assim, vamos aprendendo com eles e melhorando a cada dia

liA,,, ~e

na certeza de que o Espírito Santo nos dará sempre as luzes necessárias para continuarmos a nossa missão e para que, como em Pentecostes, eles possam "ouvir" a mensagem em sua "própria língua".

Stella e Alencar Casal Piloto - Equipe 7 Nossa Senhora do Silêncio Manaus, AM

L, a ••. 2000!''

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E

sempre bom estarmos junos. Uma festa, um evento rogramado pelas Equipes são sempre recebidos com entusiasmo, pois partilhar com os irmãos as nossas experiências de vida, as nossas opiniões, as nossas dúvidas, nos levam a crescer na fraternidade. Foi pensando assim que surgiu o "Até lá ... 2000!" Casais que trabalharam juntos em algum momento da história do Movimento e que agora procuram permanecer juntos, se reúnem periodicamente nos momentos de lazer. Nosso grupo é grande. Casais que um dia assumiram responsabilidades nas ENS e os que agora estão na "ativa". Somos trinta e cinco casais, alguns com participação constante em nossos encontros, outros com presença ocasional.

O primeiro encontro foi um jantar em fevereiro de 1992. Temos programado fins de semana fora do Rio, em cidades próximas como Penedo, Teresópolis, Conservatóra, Itamonte, Barra do Piraí, além de jantares e churrascos. Há uma contribuição semestral para cobrir eventuais despesas: correio, cópias xerox, sinal para reserva de local. Pretendemos festejar o Ano 2000, com algo especial. Como alguns de nós estarão em Santiago de Compostela para o Encontro Internacional das Equipes, talvez possamos nos encontrar dois dias antes, em outra cidade da Espanha e confraternizar. Passado o ano 2000 ... nosso grupo será apenas "Até lá ... "

Daisy e Adolpho Equipe 9 - Setor A Rio de Janeiro, RJ 16


Sessão de

Forma~ão

os dias 31/10 e 01/11 o CEPAS (Santos, SP) acolheu alguns casais do grande ABCD, Mogi das Cruzes, Arujá e Santos para uma Sessão de Formação- Nível I, sob a coordenação de Eunice e Sidnei, que junto aos responsáveis de setores, organizaram este evento de forma magnífica. Agradecemos a Deus por termos sido convidados e atendido ao chamado, chamado este que nos proporcionou uma grande bênção. Todas as atividades se desenvolveram num clima de muita espiritualidade como também foram muito proveitosas as reuniões de trabalho realizadas pelos grupos de casais. Os temas extraídos do Antigo Testamento foram colocados para os presentes de maneira muito positiva e abrangente, e o resultado foi que, no plenário os painéis apresentados foram muito sugestivos. Queremos destacar também as intervenções, por sinal muito felizes e elucidativas, do padre Carlito, Conselheiro Espiritual de algumas equipes da diocese de Santo André,

que, esclarecendo muitas dúvidas, proporcionou aos casais segurança no entendimento de várias mensagens contidas nos textos. Muito alegres foram também os momentos de descontração proporcionadas pela Equipe de Animação, com um belíssimo repertório musical. Poderíamos ainda ressaltar a forma, por sinal muito feliz, com que foi abordado o tema "Voluntários ou Chamados", quando todos os casais tiveram oportunidade de apresentar vários testemunhos de apostolado, tanto na farru1ia como no Movimento e na "Igreja". Aliás, esta é uma das formas de estarmos nos preparando para a chegada do Novo Milênio que se aproxima. Nossa Senhora do Monte Serrat nos acolheu e nos acompanhou durante a nossa estada no CEPAS, e com ela pudemos sentir a força do Espírito Santo em cada um de nós.

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Edna e Nico Eq. 3- N. Sra. de Fátima Neusa e José Equipe 2, N. Sra. Aparecida Mogi das Cruzes, SP 17


Quando os Extremos o mês de janeiro, época em que normalmente as pessoas se ausentam para as merecidas férias, 14 casais se reuniram por 4 vezes, na maioria com presença integral, em busca de um ideal comum. Estamos nos referindo às reuniões efetuadas pela Equipe 1 -Nossa Senhora da Ponte com a Equipe 28- Nossa Senhora da Divina Graça. Tais reuniões foram efetuadas com o intuito de se preparar a Noite de Oração do mês de fevereiro de 1999, que os Setores de Sorocaba programam mensalmente, cuja responsabilidade coube a estas equipes. Foram reuniões excelentes, extremamente participativas, realizadas num clima de muita amorização onde em nenhum momento se percebeu qualquer eventual manifestação de inibição ou insegurança por parte da equipe mais nova. Se a primeira equipe de Sorocaba obviamente transmitia sua maior vivência em relação ao Movimento, a equipe mais jovem extrapolava em entusiasmo, participação e vivência cristã, revelando ser uma equipe determinada e cônscia do seu papel dentro do Movimento. Observou-se durante a preparação cuidadosa dos textos e dos cantos um empenho de todos para que tudo saísse da melhor forma, não para satisfação pessoal de cada um, mas para que os casais presentes

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se Encontram ••• na referida noite pudessem de alguma forma colher mais alguns subsídios para o seu crescimento espiritual. As diferenças cronológicas e da faixa etária dos casais das duas equipes fez-nos lembrar a passagem do Evangelho dos trabalhadores da vinha (Mt 20, 1-16) onde Jesus nos mostra que a recompensa que nos espera pela tarefa realizada independe da hora em que somos chamados mas da forma como procuramos cumpri-la; pelo nosso empenho, carinho e amor ao desempenhá-la. Ficamos bastante gratificados com esta oportunidade que nos foi concedida; temos plena convicção de que para nós, uma equipe com quase 25 anos de existência, tal experiência foi uma nova injeção de ânimo para continuarmos nossa caminhada. Que Deus abençoe a todos nós e que Nossa Santíssima Mãe, padroeira e inspiradora do nosso Movimento, continue a nos proteger e nos dê forças para que nos conscientizemos da nossa responsabilidade no Anúncio, Testemunho, Diálogo e Serviço na preparação do novo milénio que se aproxima. Vera e Bayard Equipe 1 N. Sra. da Ponte Setor A Sorocaba, SP 19


Gestos Concretos

Q

uando Deus criou o homem e o deixou só entre os ani mais e vegetais, viu que era necessário dar-lhe uma companheira. Refletindo sobre esse projeto do Pai para a humanidade, entendemos que o seu desejo foi, é e será o de que pessoa alguma se sinta só, desamparada, esquecida. Para isso deverá haver sempre alguém presente, amigo ou não, em nossa vida. Pessoa essa que, de alguma forma, estará pronta a nos dar algo de si ou a nos solicitar alguma coisa, seja lá o que for (ouvindo, pedindo, aconselhando .. .) Isto significa que nós precisamos estar alerta para entendermos qualquer que seja a mensagem, principalmente hoje, com a realidade em que vivemos, pois o que vemos são famílias e mais famílias que, vítimas da seca, das enchentes, da situação sócio-político-econômica do país, estão necessitando de nossa ajuda, de nossa presença, de nossas orações. Em maio de 1998, uma fann1ia equipista de João Pessoa, PB, estava assistindo televisão quando, durante a programação, foi apresentada uma reportagem sobre a fome no Nordeste. Um dos filhos docasal questionou a desigualdade entre os povos, e perguntou aos pais o que as Equipes de Nossa Senhora estavam fazendo para amenizar tal situação. Os pais do jovem entraram 20

em ação e conseguiram que quinze casais do Setor de João Pessoa se comprometessem em alimentar por seis meses (até outubro) dez famílias atingidas pela seca, que residissem na zona rural. Durante este período, a Equipe N.S. de Nazaré, no 1 do Setor Florianópolis C, Região Santa Catarina, passou a mandar uma quantia mensal, aos cuidados do CR da Região Nordeste III, para atender pessoas da área atingida pela seca. Com o valor mandado por esta equipe, foi possível não só "engordar" a contribuição para as dez famílias do Município de Canto Alegre, PB, mas também continuar a ajuda, tendo em vista o término da contribuição feita pelos quinze casais de João Pessoa. Soma-se a essa ajuda a participação dos casais da Coordenação de Salgado de São Félix e de um casal de João Pessoa. A continuidade deste trabalho está sob a supervisão do Casal Responsável Regional e a execução por conta da Coordenação de Salgado de São Félix, por se encontrar esta mais próxima da área das famílias escolhidas. Além da distribuição dos alimentos, os casais equipistas da Coordenação de Salgado de São Félix realizam também um trabalho de catequese junto às referidas famílias que, por sua vez, demonstram interesse em continuar com os encontros de evange-


lização após a suspensão da ajuda material. Outro gesto concreto ocorreu durante a Missa de Envio do Encontro Nacional de 1998. Na ocasião, foi feita uma coleta com a finalidade de ajudar os irmãos do Nordeste atingidos pela seca. A coleta rendeu R$ 3 121,00 e a ECIR juntou a esta quantia R$ 4 879,00, totalizando R$ 8 000,00, que foram divididos pelas quatro regiões do Nordeste, tocando a cada uma o valor de R$ 2 000,00. Após ouvir o Colegiada da Região, o CRR assim distribuiu o valor recebido: Coordenação Salgado de São Félix R$ 700,00; Coordenação de Santa Luzia R$ 500,00 e ao Setor de Parelhas R$ 800,00. Este dinheiro foi entregue aos Casais Responsáveis de Seter/Coordenação e aos Sacerdotes Conselheiros Espirituais respectivos. No momento da entrega, foi lembrado que se tratava de uma poupança Divina destinada exclusivamente à compra de alimentos e foi pedido que fosse dada atenção especial às famílias equipistas e a outras famílias reconhecidamente não equipistas. Diante dessa ajuda e presença junto a estes irmãos necessitados, queremos de todo coração agradecer a todos os irmãos equipistas e especialmente aos da equipe 1 N.S. de Nazaré, Florianópolis, Setor C, por este ato de solidariedade.

Cida e Raimundo Casal Responsável Regional NE III 21


Vocês Guardaram o Nlelhor Vinho até Agora tamente naquela bela passagem que nos relata o evangelista João. As Bodas de Caná, acima de tudo, são uma festa! E na festa se dá o milagre da abundância em tudo. É abundante a alegria de todos os convidados; abundante é o vinho servido naquele dia. Ao lado de Jesus, convidado central, encontramos a mãe dele e também muitos discípulos, entre os quais pude distinguir os equipistas da região de

z cinco anos me senti convi ado às bodas daquela cida dezinha "insignificante" da Galiléia da qual comenta o EvangelhodeJoão(2, 1-11). Em seu tamanho a cidade é pequena, mas, para nós cristãos, ela é grande, porque foi ali que Jesus fez o seu primeiro milagre, manifestou a sua glória e os seus discípulos acreditaram nele. Esta realidade aconteceu comigo no ano de 1994, quando a Companhia de São Suplício (comunidade à qual pertenço) enviou-me a trabalhar no Seminário Maior de Londrina, como formador dos futuros sacerdotes. Lembro-me bem de que , logo que cheguei, no outro dia, apareceu um casal de equipistas que veio para cumprimentar-me, dar as boas vindas e fazer sala, como bons anfitriões londrinenses. Devo dizer que o ministério da acolhida, neste momento da minha nova missão, se realizou pelas Equipes de Nossa Senhora. Com o transcorrer do tempo, fui descobrindo, nas entrelinhas, que as ENS - Londrina eram verdadeiras convidadas das Bodas de Caná, até porque, no mundo inteiro, as Equipes pós Fátima 94 estão vivendo o texto inspiracional das suas vidas jus-

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Londrina. Todos eles "tomando do melhor vinho até agora". Equipistas que estão trabalhando e servindo na festa. Enquanto uns ajudam a repartir o bom vinho, outros vão enchendo os tonéis a pedido de J esus e enchendo-os de uma maneira particular: quer participando dos EACRES, das reuniões mensais, das Sessões de Formação e dos Retiros, quer através da Escuta da Palavra, da Meditação, da Oração Conjugal, do Dever de Sentar-se e da Regra de Vida, deixando a cada dia os tonéis transbordantes do bom vinho:

• o novo vinho que transparece a santidade do casal; • o novo vinho da família como celeiro do amor e do perdão; • o novo vinho do protagonismo cristão rumo ao novo milênio; • o novo vinho que às vezes falta na mesa dos pobres e excluídos; • o novo vinho que os equipistas vão "guardando até agora". Como Conselheiro, pude provar deste vinho através do testemunho das equipes de Londrina. Agora, tenho de sair no meio da "festa das Bodas de Caná", não para deixá-la, mas para continuála na França, berço das Equipes. É simplesmente um mudar de sala, dentro da mesma festa. Obrigado, prezados casais, pelo seu testemunho de vida, por viver a vontade de Deus durante estes anos, por comunicar a verdade a todos os homens e pelo esforço de cada dia em favor da comunhão a dois. De modo especial, por terem lutado conosco ao longo destes anos pelas vocações sacerdotais e religiosas. Que Nossa Senhora de Caná esteja sempre intercedendo diante do Filho para que as ENS -Londrina continuem a servir o melhor vinho até agora".

Pe. Gustavo Angel Sánches Suarez, ss Sac. Conselheiro Espiritual Setor C e da Equipe 3C Londrina, PR 23


Partilha Partilha fica sempre uma ta diálogo mais íntimo porque todos se efa c~mplicada na ~e~ni~o reconhecem "servos do Senhor". e eqmpe porque a v1venc1a Onde se notar necessidade de cordos Pontos Concretos de Esforço reção, ou intensificação de conduta, ficou complicada durante o mês. já ocasiona a regra de vida. Existe alguma dica para facilitar? Outro exemplo: o casal escolhe Recordemos que os PCEs são o PCE dever de sentar-se. Pode ser precedido por uma leiMEIOS para a santificação pessoal (leitura tura comentada da Pada Palavra, meditação, lavra, que introduz a O que regra de vida, retiro) e oração e cria o ambido casal (oração conjuente para a serena coimporta gal e familiar, dever de municação do casal, não é fazer sentar-se). Não são fins para o estímulo e a cora si próprios. Lembrereção fraterna (não a a prática mos, também, que um correção interesseira). O que importa não PCE bem vivenciado dosPCEs. facilita e puxa a vié fazer a prática dos Importa vência dos outros. EnPCEs. Importa santifitão, em lugar de fragpor meio dos car-se santificar-se mentar o esforço em PCEs. Se o apoio de muitas frentes, não seum PCE bem vivenpor meio ria útil concentrar a ciado ajuda a santificadosPCEs. ção do casal e da favivência num único PCE com intensidade? mília mais do que adisPor exemplo: o casal persão no cuidado de decide aplicar-se na leitura da Pala- todos os PCEs, é melhor concenvra. Pode ser feita em conjunto, co- trar-se naquilo que ajuda. Depois, a mentar a mensagem recebida na pró- partilha na reunião de equipe se torpria consciência, provinda daquela na mais vibrante, consistente e de Palavra. Daí brota a meditação que estímulo para os demais casais. Parevolui para a oração: colocar-se dis- tilhar um relatório "fiz, não fiz" não poníveis na presença de Deus. O ensina tanto quanto a comunicação comentário em conjunto abre a veri- vivenciada de um momento vibranficação dos ideais, convicções, obje- te no mês. tivos, atitudes do casal. Já está ali o dever de sentar-se. Se alguma vez Pe. Ervino Luiz Vivian Sac. Conselheiro Espiritual na semana a leitura é feita com toda Eq. 10 A- N. Sra. das Graças a farrn1ia, já nasce a oração familiar São Paulo, SP e a evangelização dos filhos com o 24


A Importância da Escuta no Dever de Sentar-se sto de abordar temas que igam respeito ao casal. E esta vez escrevo sozinho, ao contrário do habitual, ousando dispensar o toque especial da colaboração da Graça. Isto por uma razão muito simples: aproxima-se o mês das noivas e já se vê, pouco mais adiante, no calendário, o dia dos namorados e eu quero, através desta mensagem, homenagear de modo especial a minha namoradinha, com esta pequena surpresa na Carta

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Mensal. Só que pretendo aproveitar também outras datas, que são de aniversário: o dela em abril, e do nosso casamento, em março. Afinal, a Gracinha merece! Quero refletir brevemente sobre este Ponto Concreto de Esforço, sobre o qual muito se fala, muitos palpitam, mas não muitos o experimentam de modo rico e pleno de vida (segundo nos apontava a pesquisa que o Movimento realizou recentemente): o dever de sentarse. Não podemos nos considerar, absolutamente, formados no assunto - não é Graça?- embora tenhamos um gosto muito especial pela vivência deste ponto. Mas como é destaque deste ano, no projeto das Equipes de Nossa Senhora rumo ao Novo Milénio, atrevo-me ao menos a recolher o que o Movimento nos propõe, partilhando outras breves reflexões colaterais, fruto também de nossa vivência, que espero sejam aproveitáveis. Por que alguns de nós têm dificuldades para viver esta conversa amiga na presença do Senhor? Será que o


difícil é a presença do Senhor? ... Ou se desenvolve em duas principais a causa é a ausência dos demais direções: fidelidade à diferença do "senhores", enquanto estamos a sós outro; e fidelidade ao vir-a-ser do com o cônjuge? (Sim, nós sofremos, outro. Na verdade, a maioria de nós até inconscientemente, a influência de muitos "senhores", que lutam por foi educada para a uniformidade. ocuparem o lugar de honra em nos- Nos anos mais recentes, a nossa so coração, tais como o sr. dinheiro, sociedade chegou ao ponto de cono sr. trabalho-ativismo, o sr. televi- siderar como um desvio de cultura sor, o sr. comodismo, o sr. respeito- até mesmo a diferença sexual. Põese em cheque os limihumano ... etc.) Atrevo-me, ainda, tes da feminilidade e da masculinidade. Diante a apostar em mais ouCasar é desposar da diversidade do outra causa. No diálogo com o cônjuge pode tro, defendemo-nos o passado do surgir a intolerância e hostilizando-o, ou com um distanciamento oso incômodo de um concônjuge, o seu tra o outro. Isto acontensivo, ou com uma presente, mas sufocante aproximatece quando falta uma atitude indispensável ção, para fazê-lo idêntambém o seu tico a nós e, portanto, ao encontro de duas tornando impossível a pessoas, a atitude da futuro. Significa escuta. É comum, na relação (que não pode desposar a sua relação marido/mulher, haver entre dois idênticos). Um tanto disso termos a certeza de surpresa e compreender o outro, nós enfrentamos no caou pior, partirmos da imprevisibilidade. samento. Temos difipresunção de já o terculdade de assimilar algumas diversidades mos compreendido. Julgamos que o conhecemos com- que nos são básicas. Daí que a fipletamente, da cabeça aos pés, do delidade ao outro é respeito à sua direito ao avesso. Tão bem o conhe- alteridade e diferença. Uma pessoa cemos que, pelo modo como abre a é fiel à outra se a estimula a ser ela boca, já sabemos tudo o que irá di- mesma. Casar-se não é mutilar-se, zer e , como não gostamos de como diz Batista Borsato em suas reprises, atalhamos imediatamente obras sobre espiritualidade conjugal com aquelas respostas agudíssimas, e familiar. que o outro já devia "estar careca Casar é desposar o passado do de conhecer". Pronto. Lá se vai por cônjuge, o seu presente, mas tamágua abaixo mais uma tenta ti va de bém o seu futuro . Significa despodiálogo. Na verdade falta-nos fidesar a sua surpresa e imprevisibilidade à novidade do companheiro lidade. O passado e o presente soou da companheira. Esta fidelidade mados são a menor parte, pois o


futuro de um ser humano é grandio- nos apresenta. Tenhamos os ouviso. Se somos a imagem e semelhan- dos atentos - principalmente os do ça de Deus, isso nos remete a uma coração - para escutarmos os "têriqueza infinita, também expressa- nues rumores" de mudança do nosda no tempo. Todos temos possibili- so cônjuge, e nos maravilhemos com dades de descobertas e de modifi- as novidades que tanto nos animacações para libertar. Estas mudan- vam no tempo de namoro. Vencer ças - precisamos estar conscientes barreiras nos traz êxtases de felici-não acontecem de repente nem rui- dade. "Não poderás tocar uma estrela com tua mão, sem dosamente, mas paulaestremecer teus sotina e silenciosamente. nhos", diz Neruda. Sou grato a ti, E essas diminutas Não tenhamos medo transformações, como Graça, de sonhar. Precisamos que pequenos "murminha querida estar abertos às surmúrios", à semelhança presas e dispostos a namorada, de brevíssimos "cochirenovar nossas idéias, chos", muitas vezes porque me dás se queremos, de fato, não são percebidas espaço para alcançar a verdadeira pelo cônjuge, porque pessoa com quem caser novo, e te não há a atitude de essamos e contribuir para cuta: escuta que se surpreendes o seu crescimento. opera pelo receptor da ainda, nestes Sou grato a ti, Gracaridade, diretamente ça, minha querida navinte anos no coração. É esta atimorada, porque me tude importantíssima, de casados, dás espaço para ser que o Movimento nos com as minhas novo, e te surpreendes propõe que exercitemudanças, ainda, nestes vinte anos mos freqüentemente de casados, com as mino dever de sentar-se. por mais nhas mudanças, por Quando queremos minúsculas mais minúsculas que enquadrar o outro denque sejam. sejam. Que bons ouvitro de conceitos prédos Deus te deu! Posestabelecidos, ou sa eu também ter os encaixá-lo no rótulo que para ele já preparamos, mata- meus bem atentos para não perder mos o mistério que o envolve como nenhum "sussurro" do teu permapessoa única que é, criação exclu- nente desabrochar. Com amor. siva do Deus artista, e fechamos a porta para a admiração e a surpreEduardo (da Maria da Graça) sa que temperam o amor. Equipe Nossa Senhora A vida é uma aventura e, se do Bom Conselho queremos saboreá-la verdadeiraSetor B-RS mente, devemos correr os riscos que

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Responsáveis de Equipe

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o mês de outubro último, alguns casais devem ter pensado: "Oh não, responsáveis de novo?" Todos temos um potencial dentro de nós, aguardando para ser usado. Somos instrumentos. Não temos o direito de ver passivamente atrofiar-se em nós mesmos nossa capacidade de liderança e serviço, inata em cada um. Passamos a empreender uma nova viagem, que consiste em não buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos para observar essas paisagens. Isso significa ajudar os casais a descobrir a riqueza espiritual que cada um tem dentro de si e que, às vezes, está adormecida. O responsável de equipe deve ser um líder de uma equipe que caminhajunto, com os mesmos ideais. O líder é aquele que, acima de tudo, sabe ouvir pacientemente, humildemente, com interesse e muito amor. Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e irmãs, amar mais a Igreja, amar mais o próximo. O casal Responsável de Equipe tem a graça de poder desfrutar um ano, na alegria da gratuidade aos demais participantes da equipe, motivando os casais a viver os Pontos Concretos de Esforço, animando a Reunião de Equipe, preparando sobremaneira a Partilha com seu Conselheiro Espiritual. Para o êxito de sua missão, que é ao mesmo tempo motivo de cres-

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O trabalho do Casal Responsável é uma caminhada,

não uma corrida.

É um misto de trabalho e recompensas. Não há pressa nessa caminhada. cimento espiritual do casal, ele deve ter uma esperança, ser apostólico e participar do EACRE, momento forte de unidade do Movimento. O trabalho do Casal Responsável é uma caminhada, não uma corrida. É um misto de trabalho e recompensas. Não há pressa nessa caminhada. "Os moinhos de Deus moem os grãos vagarosamente, nem por isso deixam de moer de modo perfeito os menores grãos". "Lance seu coração sobre a barra que o seu corpo o acompanhará" (lançar a fé sobre as dificuldades e vencer possíveis barreiras e obstáculos).

Orlando (da Neusa) Equipe 6B do Boletim Caminho Bauru, SP


Maria, Mãe de Jesus Cristo

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Mãe de Jesus, que é o Cristo filho de Deus: isso deu uma característica única ao seu relacionamento com o filho: relacionamento marcado pela fé, pela entrega total de quem se confia à graça misericordiosa de Deus. Mãe de Jesus, filho de Deus e salvador enviado. Jesus Cristo que é razão de ser do uni verso, ponto mais alto da criação e da humanidade. Mãe do Salvador, não apenas porque o deu à luz, mas porque se deixou totalmente envolver e absorver por ele, send;o salva e tornando-se também - com ele, nele e por ele- salvação para outros. Exatamente como todos os remidos, ainda que de maneira privilegiada, sendo a mais amada pela Trindade e, por isso mesmo, a mais plenamente agraciada e a mais capaz de ser bênção de Deus para os irmãos. Olhando para Maria, a Mãe de Jesus Cristo, vamos aprender com ela o valor de salvação que podemos dar à nossa vida. Vamos compreender que o importante é estarmos unidos a Jesus pela fé, na vida da graça. Vamos lembrar que Maria ocupa um lugar central entre todos os irmãos e irmãs que, pela graça, são também salvação para nós, e quanto podemos ser bênção de salvação para todos.

tantos títulos dados a Maria, a mãe de Jesus. Alguns e cunho bíblico, outros com referências históricas, ou ligados a lendas, ou poéticos, ou com referência comovente à vida doméstica, como Nossa Senhora das Galinhas, venerada nos arredores de N ápoles. Títulos que demonstram o carinho de tanto tempo do povo cristão para com Maria. Não, porém, carinho apenas. Demonstram ainda a longa caminhada na compreensão da fé, a gradual penetração no mistério da salvação. Quando reconhecemos Maria de Nazaré como "Mãe de Jesus Cristo", lembramos alguns aspectos fundamentais para a compreensão da figura da Virgem. Em primeiro lugar, a mãe de Jesus, o nazareno, é filha de nossa humanidade, não um ser vindo do céu, mas uma mulher das nossas mulheres. Mulher que participou dos anseios, fraquezas, alegrias e tristezas nossas. Criatura humana que também precisou ser remida e libertada pelo poder divino de salvação, mesmo tendo sido remida de maneira exímia, preservada de todo o mal desde o primeiro instante de sua vida. Vamos repetir: preservada de qualquer mancha, porque também foi salva. Mãe de Jesus, mulher que viveu a experiência da gravidez, do dar à luz, do amamentar, do lavar e do embalar; do ver crescer, do sentir-se aos poucos menos necessária. Mãe de um adolescente, de um jovem, de um homem.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, C.Ss.R. - SCE da Carta Mensal Santuário de Aparecida 27.09 a 3.10 de 1997 29


E Cantaremos: Aleluia esde a Quarta-feira de Cinzas até a Vigília de Páscoa, silencia na Igreja o canto do "Aleluia" para aclamação do Evangelho, assim como nas antífonas aos salmos da Liturgia das Horas e nas demais ações litúrgicas. Faz parte da celebração da Vigília Pascal, o momento em que o Aleluia deve ser entoado com solenidade e com grande alegria. Foi percorrido um grande caminho para se chegar ao Aleluia Pascal. Além dos sinais exteriores da parcimônia na liturgia - menos cantos, sem flores no altar etc ... alguns sinais interiores procuram preparar esse grande momento da celebra-

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ção da Páscoa: a oração, o jejum e a esmola. Assim, Santo Agostinho oferece esta comparação: Cantemos o Aleluia em meio às nossas preocupações para que possamos cantá-lo um dia em meio à toda paz. Cantemos o Aleluia em meio aos perigos e às tentações, nossas e dos outros. Aqui na terra, o cantor é destinado a morrer, lá em cima viverá para sempre. Aqui canta a esperança, lá o possuir: Aqui é o Aleluia do caminho, lá, o da Pátria. Canta como canta o viandante, canta mas caminha. (Sermão 256) A palavra Aleluia significa "Louvado seja Deus". Gramaticalmente é formado por duas pala30


vras. A primeira o verbo halal (louvar), num piei imperativo na segunda pessoa masculina do plural seguida da palavra Yah (posteriormente, de Iahweh mas primitivamente simplesmente Yah), nome de Deus. Assim, o que era um grito de vitória do exército do Senhor se tornou canto de aclamação da Assembléia cristã. Interessante ainda notar que no Novo Testamento o termo não aparece senão numa seqüência de quatro vezes no capítulo 19 do Apocalipse (versos: 1, 3, 4 e 6). Presente em alguns Salmos se tornou fórmula litúrgica j udaica (cfTb 13, 18; 3Mac7). Mesmo São Bento, no capítulo 15 de sua Regra dos Mosteiros, determina o acréscimo do canto do Aleluia após os salmos e nos responsórios durante o tempo Pascal. Nas catedrais e mosteiros, o diácono dirige ao superior, no momento específico da celebração, uma saudação particularmente expressiva. Está no número 352 do Cerimonial dos Bispos: Terminada a Epístola, conforme as conveniências e os costumes locais, um dos diáconos ou um leitor dirigese ao Bispo e lhe diz: Reverendíssimo Pai, eu vos anuncio uma grande alegria: o Aleluia. Nesse momento todos se levantam, o celebrante e os corais entoam o versículo que será repetido pela comunidade, por três vezes, sempre de meio tom em meio tom acima. Essa "grande alegria" que é o Aleluia, ficou silenciada por quarenta dias. A quaresma preparou

esse momento com a oração, o jejum e a esmola. E o Aleluia deve ser entendido com a máxima expressão da alegria pascal. Por isso deve ser guardado no coração de tal modo, durante a quaresma que na Vigília Pascal ele seja valorizado dentro da liturgia com a alegria que lhe é devida. O Aleluia vai ainda além. A partir das Completas (oração da noite da Liturgia das Horas) do Domingo de Páscoa, a Igreja passará a entoar a antífona mariana "Regina Coeli", com seus Aleluias em cada verso:

Rainha do céu, alegrai-vos! Aleluia Pois aquele que merecestes trazer em vosso ventre. Aleluia Ressuscitou como disse. Aleluia Rogai a Deus por nós. Aleluia Mais do que cantar e entoar o Aleluia, ele deve ser entendido como a oração do coração. E é a mais perfeita, pois sai do coração. É Santo Agostinho quem ensina: A palavra Aleluia é hebraica e em latim quer dizer Louvai ao Senhor. Louvemos portanto ao Senhor nosso Deus, não apenas com a voz mas também com o coração pois quem louva com o coração, louva com a voz do homem interior. A voz para os homens, é apenas um som; a voz para Deus é um afeto (Sermão 257).

Pe. Ricardo Dias Neto Sac. Conselheiro Espiritual Equipes 04 e 24 Sorocaba B, SP 31


Felicidade: O Que É?

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licidade é algo sobre o qual pensamos bastante e em muitos momentos da vida desejamos uns aos outros, na esperança de que os nossos entes queridos tenham muitos motivos de felicidade. Mas o que é felicidade? Definir felicidade é quase impossível. Procuremos, então, uma definição negativa. Em primeiro lugar, felicidade não é possuir uma porção de coisas. Nós vivemos numa sociedade impregnada de um espírito exagerado de competição no que tange à aquisição de bens. Quanto mais, quanto maior, melhor. A felicidade não resulta de casas faraônicas ou carros importados ou peles ou jóias. Pelo contrário; como lemos no "Talmud" 1, "quem aumenta suas posses, aumenta suas preocupações". A felicidade não depende de uma multiplicidade de bens; quem possui dois automóveis não tem o dobro da felicidade de quem tem um carro. Em segundo lugar, a felicidade é freqüentemente confundida com divertimento. Quem viaja a lugares distantes e exóticos na esperança de encontrar a felicidade está fadado à decepção. Porque, ao chegar a 1

Tiberíades, ou Tanzânia, ou Tibete, ou Taiti descobre que levou consigo toda sua bagagem de loucura, que o torna infeliz. Fugir dos problemas não traz felicidade. Tampouco provém a felicidade do prestígio, do sucesso ou da reputação. Podemos ser famosos

Talmud: em hebraico significa "doutrina, ensino". O Talmud é um conjunto de livros dos judeus onde está condensada a tradição pós-bíblica, nos ensinos dos rabinos. É uma vasta compilação de leis e normas morais (incluindo e comentando a Mishná2 - séc.II-III). O Talmud formou-se a partir do século III, em língua aramaica. Há o Talmud Babilônico e o Palestino, conforme seu lugar de origem.

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e conceituados e, mesmo assim, continuar frustrados, insatisfeitos, infelizes. Bem, então já sabemos o que a felicidade não é. Mas o que é felicidade? Qual é o seu segredo? O que podemos fazer para sermos felizes? Algumas sugestões. Primeiro, g_arar de correr atrás da felicidade. Quanto mais caçamos a felicidade, mais ela foge do nosso alcance. Buscá-la é inútil. Vejam bem, não há nada de errado em querer ser feliz; errado é nossa insistência, a idéia fixa de que temos que ser felizes. Quem disse que temos que ser? Muita gente acredita que a felicidade resulta da ausência de sofrimento e que uma pessoa feliz é aquela que não tem problemas. Não é verdade! Somente os mortos não têm problemas. A vida machuca todos nós: perdemos entes queridos, sofremos mágoas em nossos relacionamentos, fracassamos em nossos objetivos profissionais. A ausência de dor não é uma condição necessária para a felicidade. Feliz não é aquele que se levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. É preciso ter fé e coragem para ser feliz. Esse é o segundo prérequisito. A última sugestão para ser feliz: não é ficar se perguntando "será que eu sou feliz?". Mantenha-se ocupado, na loja ou em casa, no escritório ou na cozinha,

em sua profissão, no trabalho voluntário, na sinagoga, na igreja ou na comunidade. A felicidade é um subproduto da realização, um es a o oe espírito que resulta de erce er seu próprio valor. Experimentem se dedicar inteiramente às suas tarefas cotidianas. É bem provável que vocês descubram que se sentem imensamente felizes. Um jornal de Londres ofereceu um prêmio à pessoa mais feliz da cidade. Foram três os vencedores: um artesão que trabalhava assobiando, uma jovem mãe que cantarolava à noite, depois de dar banho em seu bebê, e um cirurgião que sorria ao terminar uma operação bem-sucedida. Esses três indivíduos não estavam buscando a felicidade; estavam totalmente absortos em suas tarefas. Por fazer com amor seu trabalho cotidiano, eles abriram a porta para a felicidade, e ela entrou de mansinho. Amigos: em vez de pedirmos a Deus uma vida feliz, vamos tomar a decisão de tornar nossa vida compensadora. Vamos viver com a certeza de que vi ver vale a pena.

Henry I. Sobel Presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista do "Jornal de OPINIÃO" nov/98, MG Colaboração de D. Nancy Moncau

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Mishná: palavra derivada do verbo hebraico que significa "repetir". É coletânea de leis e regras formuladas pelos rabinos para adaptar e aplicar a lei de Moisés. Conservada oralmente, foi escrita a partir do século II d.C.

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Bispo Auxil.•ardeSalv d Arcebispo d a or Nomead Comunicamos ue D Fortaleza CE o da Equipe 1 de Salq om !ase Antônio Tossi C , . assumir a ArqU d. vador, fm designado pelo Espiritual

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JubileU de Prata sacerdotal "Fui feito Ministro do Evangelho por Dom da Graça de Deus que me foi conferida pela força do seu Poder" (Ef 3, 7) Janeiro foi um mês particularmente importante para o Pe. Luizinho (Luiz Eustáquio do Nascimento), SCE do Setor A e das Equipes 1 e 41 de Juiz de Fora, pois celebrou o JUBILEU DE PRATA de sua Ordenação Sacerdotal. Festejado com carinho nas cidades de Andrelândia, São Vicente de Minas, Belmiro Braga e Lavras, onde deixou marcas de seu trabalho, reviveu em sua cidade natal- Piedade do Rio Grande- as emoções daquele 25 de janeiro de 1 974, refazendo também, em procissão, o trajeto de sua casa paterna até a Igreja onde recebera a ordenação de D. Delfim Moreira. Em Juiz de fora, onde agora exerce seu ministério, recebeu calorosa homenagem de seus paroquianos e dos equipistas, que vêem nele o sacerdote frrme, coerente, empreendedor. Agradecemos a Deus a fidelidade do nosso SCE e a graça de podermos participar de uma celebração tão gratificante. Leda e Edson

Equipe 1 - Juiz de Fora, MG 34


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Expansão: Equ· •pes Nova

qutpe Nossa S h s Blumenau SC en ora do Sagrado Coração d J • Eq · N ' e esus . ~tpe .ossa Senhora da Lu . nit~ta, Ptracicaba SP z, onunda de Experiência C • Eqm N ' omupe ossa Senhora das AI" RE ta~ças - Araçatuba/SP • Equipe 7A - Nossa ~IA~ PARANA NORTE : Equ~pe 9B - Nossa s:~h~:: ~as ~~ílias - Londrina • :qu~pe 6C - Nossa Senhora A~~tidno Pranto - Londrina qmpe 9C - Nossa Se h 1 Ia ora- Londrina • E · n ora da B v • E qu~pe 1 - Nossa Senhora da p oa tagem - Londrina qmpe 1 - Nossa Se h az - Toledo n ora das Graças- Band . e1rantes

Falecimentos Agradeçamos pela vida destes nossos irmãos e louvemos a Deus pela graça de sua ressurreição. a) Gisel Pereira Caldas (da Babi), ocorrido em 20/05/98 da Equipe 10- Nossa Sra. do Lar- São José dos Campos, SP. b) ]eanne Pompeu de Vasconcelos Barsi (do Dionísio), ocorrido em 12/02/99- da Eq.16 -N.Sra. Mãe de Deus- Setor A, Fortaleza, CE. c) Maria do Carmo Garcia Paiva Pires (do Geraldo), ocorrido em 27/12/98 da Equipe 9 do Setor C, Brasília, DF. d) NeUy Elisa Piragine dos Santos (do Francisco), ocorrido em 03/02/99 da Equipe 6- Nossa Senhora da Consolata, Jaú, SP. e) Lucilia Pinto e Silva (do Eduardo) ocorrido em 12/02/99 da Equipe SE Mater et Magistra, São Paulo, SP. f) Vítor Pessamilio (da Maria Alice), ocorrido em 08/02/99 da Equipe 6 de Louveira, SP. g) Pe. Edmundo de Ciccio, ocorrido em 06/02/99- Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 8 - N. Sra. da Assunção, Barbacena, MG. h) Cônego Francisco Buck Ferreira, ocorrido em 19/02/99- Sacerdote Conselheiro Espiritual de duas equipes do Setor A e de duas do Setor B, São Carlos, SP. 35


A ONU Declara 1999 1

••.Ano dos ldosos"

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 1999 como o Ano Internacional dos Idosos, com o tema "Rumo a uma sociedade para todas as idades" Segundo o Secretário Geral da ONU, Kifi Annan, "tratase de promover uma sociedade que, ao invés de apresentar os anciãos como doentes e aposentados, os considere agentes e beneficiários de desenvolvimento". O Papa João Paulo ll, aderindo a essa iniciativa, pediu ao Pontifício Conselho dos Leigos, do Vaticano, que elaborasse um documento sobre o assunto. O documento, de 52 páginas e até agora publicado apenas em italiano, tem como título "A dignidade do ancião e sua missão na Igreja e no mundo". Começa enfrentando os desafios que apresenta a "revolução silenciosa": média de vida mais longa, por um lado, e queda vertiginosa de natalidade, por outro. Isso gera uma transição demográfica sem precedentes, que modifica completamente a pirâmide da idade nos últimos cinqüenta anos: o número de idosos está em constante crescimento, enquanto os jovens estão diminuindo. Após uma série de reflexões, inclusive sobre a figura do ancião na Bíblia, o documento oferece orientações para a atenção da Igreja aos "mestres da vida".

Boletim Semanal da CNBB - 07 de janeiro de 1999


A revista "Times" fez uma pesquisa para saber qual teria sido a personalidade mais importante deste milénio. Foram sugeridos milhares de gênios, artistas, papas, presidentes ... Eis os dez mais votados: JOOlugar: o cientista da Teoria da Relatividade, Albert Einstein. 9o lugar: o gênio da música, Wolfgang Amadeus Mozart. 8° lugar: o herói da independência dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. r lugar: o grande escritor e dramaturgo inglês, William Shakespeare. 6° lugar: o cientista que provou que a terra gira em torno do sol, GaWeuGalilei 5° lugar: o fundador do protestantismo, Martinho Lutero. 4 o lugar: o escultor e pintor Miguelângelo Buonarroti. 1

3° lugar: o navegante, Cristóvão Colombo. 2 o lugar: o inventor da imprensa, João Gutemberg 1 o lugar: a personalidade escolhida como a mais importante destes mil anos foi o meigo e humilde Francisco, que nasceu em Assis, na Itália, no ano de 1182 . Fundador da ordem franciscana, pelo seu extraordinário amor às criaturas e à natureza, foi proclamado patrono do movimento ecológico.

do jornal "Missão Jovem" outubro/98

1'ferceirizar" não é tão Moderno como se Pensa

Começou faz tempo. Javé chamou o homem: "Onde estás?" E o homem: "Ouvi teu passo no jardim, e tive medo e me escondi". Então, Deus: "E quem te fez ver que estavas nu? Então, comeste do fruto da árvore que te proibi de comer!" Novamente o homem: "A mulher que puseste junto a mim me deu da árvore, e eu comi". Javé dirigiu-se à mulher: "Que fizeste?" A mulher: "A serpente me seduziu e eu comi ... " Pronto. A humanidade tinha inventado o "jogo do empurra" ou, em linguagem mais moderna- tinha inventado a "terceirização" do

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pecado. E daí para diante não parou mais de "terceirizar" ... Como andamos cheios de culpas e ... desculpas! Os antigos hebreus depositavam simbolicamente seus pecados num bode e o mandavam para morrer de fome no deserto - o velho "bode expiatório".. . Viu como a terceirização que começou com nossos primeiros pais resistiu ao tempo? E hoje, hein? Como se "terceiriza" o pecado?

Ruth (do Mário) - Equipe 16 do boletim "O Equipista" Ribeirão Preto, SP


\ ="\vimos relatar uma belíssima experiência que nós vivenciamos. Somos casados há 17 anos, temos quatro filhos maravilhosos e participamos da Equipe 4 - Nossa Senhora do Bom Conselho, há 16 anos, com a graça de Deus. Há pouco mais de um mês fomos convidados a participar como palestristas do Primeiro Encontro de Casais Recasados da Paróquia do Divino Espírito Santo, em Varginha, MG. Atordoados, tontos, confusos. Foi assim que nos sentimos num primeiro momento. Dissemos o "Sim, seja feita sua vontade". E então, o que falar? Como falar? Acreditávamos que "Deus providenciará ... ". BOMBA! Tínhamos apenas 15 dias para preparar mas, sabíamos, "as coisas de Deus são atemporais". Começamos uma busca louca de textos, livros, orientações da Igreja e em pouco tempo percebemos que o material existente era mínimo. Reiniciamos nova busca, agora nas Cartas Mensais. Descobrimos que o tema que desenvolveríamos seria "A construção da Conjugalidade", além de descobrir também como trabalharíamos o tema escolhido. Estávamos na véspera do dia D. Sentamo-nos, rezamos e em qua-

renta minutos estávamos com tudo pronto. Chegou o dia. Percebemos a esperança e a alegria nos olhos de cada casal que ali estava. Todos convidados a participar ativamente na construção da história do povo de Deus. Sentimos a certeza de que estávamos sendo usados como instrumentos pelas mãos de Deus e então ... "Seja tudo pelo amor de Deus" . Esse relato tem também o objetivo de parabenizar a Equipe Responsável pela Carta Mensal: estimular os casais equipistas a "navegarem" por entre as páginas das Cartas Mensais e principalmente parabenizar nosso pároco, o padre João Shelrost pela coragem de incentivar e orientar esse momento tão especial da Santa Igreja. São momentos como esse que confirmam a ação e a presença do Espírito Santo para transformar o mundo num lugar semelhante ao paraíso, que nosso Pai Santíssimo deseja para nós. !EJValéria e Cesário Eq. 4 - N. Sra. do Bom Conselho Varginha, MG

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I ="IHá mais de 5 anos, a Diocese de Jundiaí, SP, vem realizando um trabalho junto aos casais em 2" união, com o objetivo de seu acolhimento na Igreja. A proposta foi a de formar pequenas comunidades desses casais para percorrerem juntos uma caminhada de evangelização, de vida em comunidade, de conjugalidade e de inserção na Igreja, através da participação em grupos paroquiais. Os primeiros grupos foram formados. Foi o ponto de partida. Esses grupos de casais em 2" união passaram a se reunir, periodicamente, nos mesmos moldes da Experiência Comunitária, adaptada às suas realidades e necessidades (mais uma vez observamos, concretamente, a contribuição do Movimento das ENS para com a Igreja). Foi então criada a Pastoral de Casais em 2" União da Diocese de Jundiaí, que conta, hoje, com 20 Grupos Paroquiais em caminhada. Não é uma Pastoral que objetiva a Sacramentalização, mas, fiel ao Magistério da Igreja e aos apelos do Santo Padre João Paulo II, em sua Exortação Apostólica "Familiaris Consortio" número 84, constitui-se em uma Pastoral de Acolhimento, Misericórdia e Evangelização. O casal em 2" união rompe com o Sacramento do Matrimônio, mas não rompe com o seu Batismo. Con-

tinua a ser um cristão e, como tal, membro da Igreja como nós, e por nós deve ser acolhido. São casais que viveram momentos de frustrações e rejeições e precisam saber que Deus os ama, que podem viver em comunhão com Deus, mesmo sem a participação na Eucaristia, na relação com o cônjuge, com os filhos, na comunidade e, principalmente, na Palavra, na Comunhão Espiritual e na visita ao Santíssimo Sacramento. Precisam ainda sentir que podem ser também instrumentos na vida da Igreja. O objetivo desta carta é despertá-los para essa realidade e oferecer a nossa experiência. Estamos disponíveis para maiores esclarecimentos e para apresentação do material que temos em mãos, inclusive o livro sobre a Experiência Comunitária da Pastoral de Casais em 2" União da Diocese deJundiaí. Conforme o adágio latino "Nihil sine Episcopo", queremos alertar que qualquer iniciativa com o trabalho com os casais em 2" união nas suas dioceses, deverá ter sempre a autorização do seu Bispo. !BJDina e Chico Eq. 6 - N. Sra. Aparecida Jundiaí, SP

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O Pão e o Perdão ra inverno e meu pai largara o trabalho da vinha para almoçar em casa, certo de que logo voltaria ao batente. Mas naquela tarde nem ele, nem mamãe, nem nenhum de nós, seus oito filhos, tivemos coragem de pôr os pés fora da porta. Um vento descabriolado levantou-se de repente e tão forte começou a soprar nas frinchas das portas e janelas que o medo se apossou de todos nós e só restava aguardar a melhora do tempo para sair. Foi o que tão depressa não aconteceu. A chuva começou a cair impiedosa e o vento não apenas deixou de fustigar as paredes da casa como virou ventania, a ventania virou furacão e não tardou que, a menos de 300 metros de onde estávamos, tombasse o velho cipreste do cemitério- espécie de austero e imponente símbolo da paz, sob o qual repousavam os mortos da aldeia. Foi apenas uma amostra da fú-

ria incontida da mãe Natureza, certamente o dia mais terrível na vida de meus pais, mas ocasião marcante também para dar mostra da sua fé. Receavam eles que a qualquer momento uma rajada mais forte levasse pelos ares o telhado da casa, mas ao mesmo tempo, eu me lembro, prostravam-se diante de um crucifixo que havia na parede mais nobre da cozinha para pedir, confiantes, que Deus tivesse compaixão de nós. A casa tremia e o perigo de uma tragédia não estava de todo afastado, mas o Senhor deve ter escutado as preces. Nem uma telha saiu do lugar e, quando a noite chegou, o furacão já tinha deixado de açoitar o povoado e cercanias. A fé que meus pais demonstraram nesse dia era a mesma que, toda noite, junto com os filhos, os fazia dobrar os joelhos diante do crucifixo. Mesmo extenuados, rezavam e meditavam o terço, muitas vezes de-

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eu o absorvia com um pedacinho de pão ou batata amassada, antes que levasse a louça para lavar. Miséria? Graças a Deus, não, até porque meus pais tinham azeite para consumir, dar e vender. Então, indício de alguma pontinha de detestada sovinice? Meu Deus, aos mendigos que batiam à porta, quantas vezes vi minha mãe dar um pratinho de comida, uma regaçada de peras, um punhado de feijão, dinheiro, dormida, o que fosse de mais necessário e disponível houvesse. Mas deixar no prato e jogar depois no lixo comida, pouca que fosse, isso nunca! O que caía no prato devia ser na medida certa, apenas o necessário para satisfazer o estômago e agradar o paladar, mas não para encher os olhos, que são muito gulosos e insaciáveis. Quando leio e escuto sobre as toneladas de alimento que todo dia são desperdiçadas Brasil afora, sempre me vem a lembrança dos meus pais. Agora junto de Deus e com Lázaro a seu lado, que eles peçam para que as migalhas que ainda hoje caem das mesas dos ricos e dos outros, não levem sumiço, antes possam mitigar um pouco a fome dos muitos que gemem nos descarninhos deste mundo. Que Deus não nos falte com o pão de cada dia e dê o seu perdão e muita luz àqueles que não sabem aproveitar e multiplicar as migalhas que sobram em suas mesas.

pois da leitura da vida de santos ou de trechos de autores versados em coisas espirituais. Beleza de testemunho! E olhem que nesse tempo ainda não existiam as Equipes de Nossa Senhora, nem se falava muito em oração em farrn1ia, muito menos em Escuta da Palavra. Meus pais tinham a fé simples de um carvoeiro, mas sabiam também que não pode um cristão acomodar-se como se Deus estivesse aí para suprir nossas incúrias e irresponsabilidades. Anos depois do furacão, veio a II Guerra Mundial e, embora fosse dela poupado, Portugal não deixou de sofrer as conseqüências. Também meus pais sentiram na pele a escassez de alimentos. Garoto ainda e senha na mão, algumas vezes coube a mim ir para a fila do pão. Depois via com que cuidado minha mãe repartia esse pão entre os filhos , para que ninguém ficasse sem o seu pedaço. Com minha mãe -digo não com vergonha, mas com muito orgulho- aprendi nesse tempo a rapar o prato. Deixar nele um grão de arroz ou a menor fibra de carne era um desperdício. E desperdício de uma dádiva do Criador, por menor que fosse, era desperdício, uma desfeita, talvez um sacrilégio, coisa feia sem dúvida. O alimento era coisa sagrada. Talvez por isso, se acontecia cair um pãozinho no chão, era ele beijado como quem pedia perdão. Nem mesmo um pingo de azeite podia ser desperdiçado. Se houvesse no fundo do meu prato vestígio do abençoado óleo, quando chegava ao fim da refeição,

Manuel (da Dulce) Equipe 9A Rio de Janeiro, RJ 41


O Grande Desafio

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uem vive uma espiritualidade verdadeira e quem tem Maria como modelo de vida não se acomoda. E por que será que somos tão acomodados? Somos equipistas e recebemos muito do Movimento. A sua pedagogia nos oferece muitos meios de formação. Não podemos dizer que não somos preparados. Durante o ano todo somos convidados a participar de Sessões de Formação, Cursos de Pilotagem e Experiência Comunitária, Mutirão, etc ... Temos ainda a Carta Mensal e outros documentos. Tudo isto são ferramentas para construirmos o Reino de Deus. Como equipistas e pertencentes a um Movimento de casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar devemos ser conscientes de que a Farm1ia é chamada a: . Anunciar o Evangelho (que deve começar em nossa própria fa-

os operários para a messe. Fica difícil de acreditar que em nosso Movimento, poucos estejam abertos a este chamado. Colocar Deus em primeiro lugar deveria ser a nossa maior prioridade. Sabemos que estamos aqui provisoriamente, pois temos algumas décadas aqui na terra para: trabalhar por este reino e consequentemente pela nossa santificação. Na eternidade, viveremos a plenitude da convivência de amor com Deus e com os irmãos que tivermos iniciado aqui na terra. No banco dos homens, quanto mais se junta, capitaliza, mais se é poderoso; enquanto que, no banco de Deus, quanto mais se distribui mais se tem. Não podemos guardar tanta riqueza que recebemos do nosso Movimento. "Aquele a quem muito se deu, muito será pedido" (Lc 12, 48) . O tempo que se "perde" com alguém, é tempo que se ganha para a eternidade. Saber "perder tempo" é lucrar para a eternidade . Quando nós começarmos a aprender a "perder tempo" com os corações sofredores, com as famílias marginalizadas, com as farm1ias carentes da palavra de Deus, teremos encontrado o caminho da realização. Nós somos responsáveis por nosso irmão de luta. Somos responsáveis pelos irmãos que Deus colocou em nosso caminho. Sabemos que isto não é fácil,

mília)

. Celebrar o Evangelho (fazer da nossa vida uma oração) . Servir o Evangelho (nossas atitudes concretas) E o que temos feito concretamente para a construção deste Reino de Deus? Quais são nossas atitudes quando somos chamados a Evangelizar? Os Casais Responsáveis pela Expansão do Movimento, recebem solicitação das mais diversas para que sejam implantadas as Experiências Comunitárias e não encontram 42


Quando nós começarmos a aprender a "perder tempo" com os corações sofredores, com as famflias marginalizadas, com as famflias carentes da palavra de Deus, teremos encontrado o caminho da realização. custa-nos muito sair de nossas acomodações, das nossas horas de sono, mas tudo que tem valor, custa. O amor verdadeiro se faz apreço de muitos sacrifícios. Esta é a vivência concreta do amor e é vivendo esta dimensão do amor que os outros perceberão que realmen-

te vivemos a mensagem de Jesus Cristo. Onde está a nossa missão apostólica? Não é exatamente esta de levarmos a vida onde ela não está, qualificar e melhorar a vida dos nossos irmãos carentes? Todos somos conscientes de ser Igreja. Pelo Batismo nascemos para esta Igreja, pelo Batismo nos tornamos cristãos. "Somos convidados a uma sensibilidade eclesial. A Igreja é Anunciadora, Instrumento, Sinal do Reino. Portanto as ENS que caminham junto com a Igreja também deveriam ser" (Pe. Mário José SCE, ECIR). Somos um Movimento puramente Cristológico. Temos um objetivo e um propósito de seguir a Jesus Cristo. Se a missão de Jesus era vida e serviço, por conseguinte a nossa missão é a mesma. Em deconência da nossa vida de equipista nós temos que ir mais adiante. Por força do nosso carisma somos convocados a sermos Protagonistas, servir a Deus através do serviço aos homens. "De graça recebestes, de graça dai" (Mt 10, 8). Ter espírito missionário: este é o grande desafio.

Eneida e Álvaro Correia Eq. 1 B - N. Sra. Auxiliadora Fortaleza, CE

Pensamento "Dar a vida não significa necessariamente moner para ou por alguém. Viver para os outros, dar de si mesmo, às vezes pode ser ainda mais exigente"'. 43


A Misericórdia de Deus

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Parábola do Filho Pródigo é um dos testes mais inquietantes do nosso "ser cristão". Estamos diante de um comportamento mais ou menos singular, o do pai com relação ao filho que retorna após ter "dissipado seus bens". "Estava ainda longe quando seu pai o avistou e comoveu-se, correu ao seu encontro, atirou-se-lhe ao pescoço e beijou-o repetidamente" (Lc 15,20). Nosso cristianismo deve ser medido por aqueles braços abertos. O mais empenhativo exame de fé cristã consiste em medir a grandeza do coração. Em colocar-nos em contato com o amor de Deus para verificar se não ficamos escandalizados. O filho mais velho descobre com espanto e despeito, que o mais importante da casa não é o regulamento, mas o coração do pai. Quem se considera justo, quem pertence ao clube da "gente de bem", acha muito fácil aceitar um Deus justo. A fé do cristão, porém, consiste em aceitar um Deus que é amor. O pródigo sente na própria carne que é um pobre homem. Descobre que é um pobre de pai, pobre de liberdade, de verdade, de dignidade, de amor. E procura preencher o vazio abissal que leva dentro de si. Tem a coragem de confessar a própria pobreza constitucional. Na casa do Pai há um lugar para todos. Há até um lugar privile-

giado para o filho que volta em petição de miséria. Se tivermos essa confiança de filhos amados por Deus, o mal acaba por ser eliminado diretamente em sua raiz.

Frei Clair Zampieron Sac. Conselheiro Espiritual Setor Litoral, RS

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A Caminho de Santiago

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cada seis anos, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora vem promovendo um Encontro Internacional, ao qual comparecem equipistas e Conselheiros Espirituais provenientes de, praticamente, todos os países nos quais o Movimento acha-se implantado. São ocasiões fortíssimas de oração, de riquíssima liturgia, de vivência espiritual na mística das equipes, de reflexão e de formação na pedagogia do Movimento, e onde também acontecem momentos de intensa convivência fraterna. Os equipistas que comparecem a esses Encontros devem procurar fazê-lo num espírito de verdadeira "peregrinação", tendo em mente que não se trata de uma simples "convenção de equipistas", nem, muito

menos de uma "excursão turística", nem ainda, devem encará-lo como, simplesmente, uma "parada a mais" no roteiro de um giro pelo exterior. O próximo e 9° Encontro Internacional das ENS, conforme já vem sendo divulgado, ocorrerá no mês de setembro do ano 2000, na cidade de Santiago de Compostela, na região da Galícia, norte da Espanha. Como aconteceu no período que antecedeu aos Encontros anteriores, a Coordenação do Movimento, tanto em nível internacional quanto nacional, deverá, em breve, propor uma preparação para o Encontro através de algumas práticas, sugerindo o engajamento de todos os equipistas do mundo, seja daqueles que lá estarão presentes, seja dos que não comparecerão, mas que dessa for-

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ma estarão também dando a sua colaboração e participando, espiritualmente, da peregrinação. Nunca é demais lembrar, também, que o Ano 2000 reveste-se de características singulares para toda a humanidade (final de século e de milênio) e, de modo especial, para a Cristandade que estará comemorando os 2000 anos de nascimento de nosso Salvador, tendo sido declarado pela Igreja Católica, um Ano Jubilar. Trata-se também de um ano muito especial para os brasileiros em geral (500 anos da descoberta do Brasil), e para os equipistas brasileiros, de modo particular, pois estaremos comemorando os 50 anos de introdução do Movimento em nosso país. No intuito de começar a entrar, desde já, nesse "clima de peregrinação", propusemos à ECIR a publicação, na Carta Mensal, de uma série de artigos abordando os Encontros Internacionais das ENS anteriormente realizados, os quais foram marcos importantes na própria caminhada do Movimento ao longo de todos esses anos. Uma de nossas fontes de consulta foi o livro "A Missão do Casal Cristão - Surgimento e Caminhada das Equipes de Nossa Senhora", baseado em textos do Pe. Henri Caffarel e compilado por Jean e Annick Allemand, equipistas da França com muitos anos de Movimento. O livro foi publicado, naquele país em fevereiro de 1988, como parte das comemorações dos 40 anos de promulgação dos Estatutos (Carta) das ENS acontecido em dezembro de 1987. A tradução para

o português do Brasil, foi editada pelo Movimento em nosso país em conjunto com as Edições Loyola, em 1990 e foi reimpressa recentemente, estando à disposição dos interessados no Secretariado Nacional. Utilizamo-nos, também, de pesquisa no extenso material existente nos arquivos do Movimento no Brasil, inclusive de números antigos da nossa Carta Mensal. Até o presente já foram realizados 8 (oito) Encontros Internacionais das ENS, a saber: ANO 1954 1959 1965 1970 1976 1982 1988 1994

LOCAL Lourdes Roma Lou rdes Roma Roma Roma Lourdes Fátima

Esperamos que esta despretensiosa série de artigos possa vir a interessar os equipistas mais antigos, até como rememoração daqueles eventos e, dado ao grande crescimento do número de equipes no Brasil nos anos mais recentes, que tais textos possam ajudar os mais novos num maior conhecimento da história e da trajetória das Equipes de Nossa Senhora e do clima que antecedeu e presidiu os encontros anteriores, e que possa servir como uma motivação a mais para todos os que, pelo menos espiritualmente, estão ... a caminho de Santiago.

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra Equipe 04-E São Paulo, SP

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Flashes dos E 4 CREs

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a impossibilidade de publicar as matérias referente aos 36 EACRES - Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe, destacamos trechos das notícias daqueles que chegaram primeiro:

EACRE da Região Minas I Ótimas palestras sobre o sacramento da Reconciliação, sobre Caridade e Solidariedade, bem como sobre a Campanha da Fraternidade. Os grupos de assimilação foram dinâmicos e produtivos, onde as trocas de idéias proporcionaram entre-ajuda, esclarecendo o entendimento e o modo de pôr em prática o Carisma, a Mística e a Espiritualidade das ENS, bem como a missão do casal Responsável de Equipe. Quando no domingo fomos enviados de regresso a nossos lares, depois de uma liturgia rica em símbolos do amor-doação, além de idéias novas e de bons propósitos, levamos a certeza de que a mão de Deus estará conosco, através dos irmãos, como no refrão do canto final:

Aconteceu no Seminário Santo Antonio em Juiz de Fora, nos dias 6 e 7 de fevereiro, tendo como motivação o projeto do Movimento rumo ao novo rnilênio, 1999, ano de Deus Pai, centrado no sacramento da Reconciliação, e nas atitudes de perdão, caridade e solidariedade. Belíssimas celebrações, grande ênfase na parábola do Filho Pródigo, lindas canções exaltando o perdão, a caridade e gestos solidários. Ainda guardamos na memória os últimos versos do canto Viajante: "Eu vi a vida como a vida era E vi que a vida às vezes dói demais Viver sem ter amor é uma quimera Eu volto a ser teu filho pra ter paz ... Aos poucos eu ensaio aquele abraço Que um filho arrependido dá no Pai Na hora em que eu voltar ao teu regaço Te juro que eu não saio nunca mais ... "

"Por esta mão que diz pra eu seguir em frente Porque você não cala nunca e não consente, Pela pureza do seu sentimento, Pela presença em todos os momentos, Hei, amigo, hei, meu amigo, aceita minha gratidão"

Toda uma liturgia lembrando a misericórdia do Pai que precisa ser imitada pelos casais responsáveis, que especialmente necessitam exercê-la junto às suas equipes, visando ajudá-las a transformarem-se em comunidades de amor e de solidariedade.

Astrid e Ribeiro Eq. 8-D - Juiz de Fora, MG

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EACRE da Região São Paulo Oeste 11

Lins, SP • 06 e 07.02.99 (foto)

A unidade com o Movimento foi alcançada com as palestras sobre Caridade, Solidariedade e Espiritualidade Conjugal, Campanha da Fraternidade e Reconciliação. Destaca-se a presença marcante do casal responsável pela Ecir, Maria Regina e Carlos Eduardo, que acumula a função de ligação desta Região, de diversos sacerdotes conselheiros espirituais e do Bispo Diocesano Dom Joviano de Lima Júnior que encerrou o Encontro com a celebração Eucarística. Um outro ponto forte deste EACRE foi a vigília, com a participação de quase a totalidade dos equipistas de Araraquara que, enquanto durou o Encontro, estiveram orando em grupo de 3 ou 4 casais, a cada hora.

A liturgia foi muito bem trabalhada pelo Pe. Guarabira (sacerdote conselheiro espiritual da Região). A parábola do Filho Pródigo foi dividida em três etapas e trabalhada na missa de abertura, na oração da noite e na oração da manhã, fechando-se com a celebração de envio com a convocação dos equipistas para serem "Sal da Terra e Luz do Mundo". Destacamos neste EACRE a participação do casal Bina e Mauro, do Setor de Valparaíso, com um bebê de apenas 16 dias e, apesar de todas as dificuldades, estavam firmes, participantes e deram seu exemplo de responsabilidade edisponibilidade, de amor ao Movimento, de amor aos irmãos e principalmente de amor a Deus. O EACREJ99 transcorreu num clima de paz espiritual, de alegria, amor, fraternidade e solidariedade. Temos certeza que os dois dias ali vividos servirão de base para os trabalhos de todo o ano de 1999.

Leonor e Danilo CRR São Paulo Centro IV

Maria Tereza e Laerte CRR São Paulo Oeste II

EACRE da Região São Paulo Centro IV Araraquara, SP 20 e 21.02.99

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MEDITANDO EM EQUIPE João no deserto anunciava a chegada do Reinado dos Céus (Mt 3,2). Como bom judeu não podia faltar com o respeito ao Senhor falando em Reinado "de Javé" . Jesus começa a evangelizar anunciando também a chegada do Reinado dos Céus . Ambos estão anunciando uma nova intervenção de Deus para a salvação de todos. Intervenção gratuita e por amor. Mas que exige resposta de nossa parte : uma mudança de mentalidade, da maneira de ver e julgar. A aceitação de novas certezas e novos critérios .

Leitura: Evangelho de Mateus 3, 1 -1 O • O que mais faz você perceber que precisa de salvação? • Oual a idéia que mais fortemente influencia sua vida? • Oual a mudança mais urgente em sua vida? •

Reconheça sua situação, peça ajuda, louve o Senhor por sua bondade.

Ora~ão

litúrgica:

Senhor, se queres .. . (Mt 8, 1-4) Ao pé da montanha, Senhor, no meio dos olhares desconfiados de tantos, fiquei esperando que afinal viesses para baixo e mais ao meu alcance . Agora que quase tocar-te poderia, posso apenas te dizer: "Senhor, se quiseres poderás curar-me da mortalha da lepra que me cobre, marca, separa, desgraça e mata." ... Mas como, Senhor, se me perdoas poderei calar-me e não gritar a todos que és apenas amor e compaixão? (FI. Castro) Em lugar desse texto poderiam também colocar: Salmo 50, versículos : 3-6, 9-12


1999 Proieto PRNM-ENS • Deus Pai e a Caridade • Sacramento da Reconcilia~ão • Ênfase: Dever de Sentar-se • Maria: Exemplo do Amor

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail : secretariado@ens.org .br cartamensal@ens .org .br


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