ENS - Carta Mensal 343 - Fevereiro e Março/1999

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°343 • Fevereiro -Mar~o/1999

EDITO RIAL ........ .......... .. .............. O1

TESTEMUNHO ... ......... ...... ..... ..... 35

"E a lu z foi para semp re e

Vid a às ma rgens do Corda ......... 35

o amor foi para tod os" ............ .. . 01

Deus Não Escolh e

Carta do Con selh eiro da ECIR .... . 02

os Capacita dos .... .. .. .. ................. 3 7

ECIR ...... ........... ..... ...... ........ .. .... . 03 A EC IR Con versa com Vocês .. .. .. .. 03 Uma Equipi sta Muito Especial .. .. .. 05 ENCONTRO NACIONAL .. ...... .. .. 07

CORREIO DA ERI .... ........... .. .... ... 38 A Multidão dos Fi éis Era um Só Coração e uma Só Alma .... 38 Carta do Conselhei ro Internacio nal .... .. ................ ...... ... 40 N otícia s Internac iona is .... .. .. .. ...... 41

Um Pano rama do Encontro Naci o nal .... .. .. .. ...... .. .... 07 Abrindo o Enco ntro .. ..... .. .. .. ........ 1 O

VIDA NO MOVIMENTO .. .. .. .. .... .. 42 Sob o In fl uxo do Espírito Santo .... 42

Liturgia .............. .. .. ...... .... ..... ... ... 12 Campan ha da

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .. .. ... 44

Fraternidad e 1999 .... .... .... .......... l 4 Conto de Natal ...... .... .... .... ......... l 9 Solidariedade x Carida de .. .... .. .... 21

NOSSA BIBLIOTECA ... .. .. .. .. ...... .. 46 PALAVRA DO LEITOR ............ .... .. . 47

ENS Rumo ao N ovo Mil êni o .. .. .... 24 Reconcilia çã o .. .......... .... .... ... .. .. .. . 29

MARIA .. ..... .... .... ..... .... ..... ... ...... .. 48

Homilia : Festa do C risto Rei .... .. .. 33

Mari a, Filha Predil eta ....... .. .... .. ... 48

Carta M ensal é tutm pttblicaçao tt leJlsa/ das Equipes de Nossa Senhora

\Vi/ma e Orlando S. Mendes Pe. Flá1·io Cm •alca de Castm, CSsR (co us. espiritual)

Edição: Equipe da Ca n a Mensa l

J ornalista Resp onsá vel: Cath erine E. Nada s (MTb / 9835)

Silvia e Chico Pomes (responsáveis)

Rira e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Safes

E ditoração Eletrônica e Ilustrações: F & V Editora Lida. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (0 11 ) 3873.1 956

Capa: Painel dos Reg ionais Encontro Nacional

testemunho.\' e imagens de\·em ser etll'iadtl.\" para:

Fotolitos e lmpressiio: Ediçties Loyo/a R. 1822, 3-17 Ftme: (0 11) 69 14./ 922

R. Luis Coelho. 308 5" andar · conj. 53 0 1309-000 • Stio Paulo - SP Fone: (011 ) 256. 1212 Fax: (0 11 ) 257.3599

Tiragem desta edição: 12.300 exemplares

Canas. culaboraçües. notícias.

Cll rta Al ensa l

ca rtnm en.wl @em;.o rg. br A/C Silvia e C!tico


''E a luz foi para sempre e o amor foi para todos'' nda sob os influxos do Naai, possam todos se sentir enovados na esperança e alegria para enfrentar os desafios de 1999. Para nós, da Carta Mensal, o primeiro desafio é o de transmitir as linhas básicas que o Movimento refletiu a partir do Encontro Nacional e, assim, já iluminar os EACRES e, a partir destes, a caminhada equipista neste ano dedicado à figura de Deus Pai. É uma Carta Mensal especial, centrada sobre os temas, os objetivos e as grandes propostas que o Movimento das ENS lança como desafios a serem perseguidos, neste último ano de preparação ao Jubileu do Ano 2000. Somos diferentes, graças a Deus! Vivemos num Brasil de realidades próprias e distintas. Focalizamos as questões de diversas maneiras, mas perseguimos um só e único objetivo: a santidade do amor conjugal, ligados por um vínculo fundamental: o da unidade. O exemplo vem na nossa capa. Convidados a colocar num quadrilátero de pano alguma coisa que simbolizasse o Movimento em suarespectiva região, os Casais Regionais transmitiram a sua expressão que, alinhavada a outras tantas, formou um grande e único panô, que muito mais do que as diferenças, revela a riqueza do que somos quando estamos juntos. Nesta edição vai a crença de

gente que acredita que vale a pena continuar acendendo uma luz na escuridão do mundo. Luz da luz que é Jesus, luz infinita, que foi para sempre e sempre será. Vai o entusiasmo de gente que anuncia que o amor de Deus foi para todos e sempre será. Vai a proposta de que o amor de Deus não nos obriga a gostar de todos da mesma forma, mas nos obriga a exercitar igual justiça, seja com aqueles que nos enchem o coração de alegria, seja com aqueles que nos decepcionam ou nos arranham a alma. Ser fraterno, mesmo diante dos interesseiros; ser verdadeiro, correndo o risco do mal entendido; anunciar a paz aos ofensores; ser perene na gratuidade e universal na acolhida. É desta maneira que a luz foi para sempre e o amor foi para todos! Enquanto os agourentas profetizam dificuldades e incertezas, somos desafiados a anunciar a esperança de um amor sem restrições, porque emana de Deus; desafiados a hastear a bandeira da solidariedade como fruto da nossa conversão; desafiados a propor a experiência do encontro de amor com Deus, na realidade do cotidiano. Possa a leitura desta primeira Carta Mensal de 1999 trazer ao seu coração uma boa dose de confiança e fé. Com o renovado carinho da nossa Equipe,

Silvia e Chico, CR da CM


Carta do Conselheiro Espiritual Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Ao iniciar mais um ano de trabalhos, de esperanças e de vida, quero desejar a todos muita paz e bênçãos de Deus. Nosso Movimento tem sido agraciado por esse Deus bondoso que a cada dia nos envia mais operários para trabalhar em sua vinha. Neste mês de fevereiro e no .mês de março estaremos realizando os nossos EACRES (Encontro anual de Casais Responsáveis de Equipe). São ao todo 34 EACRES por esse Brasil imenso, nos quais estaremos desenvolvendo a unidade, aprofundando a formação, planejando as atividades, rezando juntos, agradecendo, pedindo e também confraternizando. Quero, neste pequeno recado, lembrar a passagem de Lucas 2, 52 que diz:" E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens". Ao meditar esse versículo, fico pensando que muitas vezes nos preocupamos com o nosso crescimento em sabedoria (pois hoje há curso para tudo) e também no crescimento em estatura, não só na dimensão da alimentação, mas também no culto ao corpo, seja nos SPAS da vida seja nos outros recursos que existem. Mas como anda nosso crescimento na graça de Deus? Temos aberto nossos corações para que o Senhor "SEJA" em nossas vidas? Qual tem sido nossa preocupação com a graça do Senhor perante os homens? Temos sido testemunhas vivas desta "ETERNA ALIANÇA"? Certamente 1999 promete muito, pois é o ano da "Graça". Através da misericórdia do Pai viveremos intensamente o sacramento da Reconciliação, que nos envia à prática da caridade. Que bom podermos estar sempre alimentados pelagraça do Senhor! Que todos tenhamos um ano cheio do amor do Pai. Abraços e orações,

Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A ECIR Conversa com Vocês "É urgente promover uma cultura e uma política de solidariedade, que iniciem no íntimo de cada um, a capacidade de se deixar interpelar por quem se encontra em necessidade." João Paulo II Queridas irmãs e irmãos, queremos fraternalmente desejar muita Paz e muito Bem. Esta ECIR Conversa com Vocês é a primeira do último ano de preparação para o novo milênio. Portanto, é com certa emoção que começamos a escrever e, ao mesmo tempo, refletir que somos uma comunidade de irmãos, filhos de Deus Pai, o que nos faz questionar em como estamos vivendo esse nosso compromisso para a construção do Reino. Este ano, estaremos refletindo em nossas reuniões sobre o evangelho de Mateus e a pessoa de Deus Pai. Deus, Pai de todos nós, o que nos leva a ter, todos, os mesmos direitos de filhos, bem como os mesmos deveres de uns para com os outros. Acreditamos que o nosso papa João Paulo II estava mesmo pleno do Espírito Santo quando nos convocou, neste último ano de preparação ao novo rnilênio, para uma séria e profunda reflexão sobre Deus Pai. Pai misericordioso que nos perdoa sempre e nos convoca a viver como irmãos na imensa comunidade do povo de Deus.

Um outro tema para refletir nesse começo do ano é a Campanha da Fraternidade de 99. A propósito, algumas vezes temos sido interpelados sobre o que teria a Campanha da Fraternidade a ver com o nosso carisma, ou seja, a Espiritualidade Conjugal. Seria bom que procurássemos reler o que nos diz sobre 3


sociedade justa e solidária e a favor do meio ambiente preservado. Esta cultura, além de possibilitar um projeto político democrático e solidário, coloca em primazia o ser humano em suas relações fraternas, e coloca a economia e o mercado voltados para a superação da pobreza. Ela reestrutura as prioridades na geração e distribuição da renda e cria uma nova relação com o meio ambiente. Ou seja, o que se quer é uma árvore boa que dê bons frutos." (Campanha da Fraternidade no 132- Critérios éticos e teológicos para uma cultura a favor da vida.). Assim sendo, toma-se urgente não só uma profunda reflexão, mas também uma ação efetiva de nossa parte, com relação à Campanha da Fraternidade deste ano. Ao nos depararmos com a atual situação de desemprego, afetando diretamente a milhares de famílias brasileiras, será que podemos acreditar que estamos vivendo numa sociedade justa e fraterna? Será que a solidariedade e a caridade são práticas vividas por nós, casais, que queremos viver a espiritualidade conjugal proposta pelo nosso Movimento? Estes são questionamentos para refletirmos neste tempo, começando, quem sabe, no nosso próximo Dever de Sentar-se. Queremos, neste ano, deixar entrar um ar novo em nosso coração e perceber a misericórdia de Deus na graça de viver o amor.

Espiritualidade e Conjugalidade o documento lançado no ano passado - Carisma, Mística e Espiritualidade Conjugal do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Somos, como diz Mateus em seu evangelho, o novo Povo de Deus, ou o novo Israel. Membros das Equipes de Nossa Senhora, queremos viver o evangelho como verdadeiros seguidores de Jesus Cristo. Portanto, os assuntos propostos pela Igreja instituição são assuntos nossos, que somos um Movimento de e da Igreja. Além do mais, para vivenciarmos a espiritualidade conjugal não podemos nos bastar os dois, ou nos fecharmos em nossa família: se um dos nossos Pontos Concretos de Esforço é escutar e viver a Palavra de Deus, isto significa que queremos e devemos estar abertos ao mundo, a fim de colaborar na implantação do Reino de Deus, que é a prática da justiça baseada na misericórdia e no amor. Este ano, em especial, a Campanha da Fraternidade está diretamente ligada a nós, casais, pois trata-se de um assunto que afeta diretamente nossa realidade e mais especificamente nossas famílias. "A esta cultura de egoísmo e consumismo desenfreado, que produz paraíso para uns poucos, desespero e morte para a maioria, e um duvidoso horizonte positivo para o futuro da humanidade, é preciso contrapor uma outra cultura. Estamos falando da cultura da solidariedade, da sobriedade e da subsidiaridade, que é a favor da vida e da dignidade humana, de uma

Maria Regina e Carlos Eduardo CR da ECIR 4


Uma Equipista Muito Especial

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m 1909, nasce uma linda menina, fora dos grandes centros, numa fazenda próxima da cidade de Dourado, Estado de São Paulo. Filha mais velha de quatro irmãos, gostava muito de ler e estudar, cresceu em ambiente católico e de muita espiritualidade. Nossa homenageada especial é Da. Nancy que completa 90 anos no dia 22 de março de 1999. Pessoa admirável como esposa, mãe e equipista. Ao lado do esposo, Dr. Pedro Moncau, iniciou o Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil e, após a morte dele, assumiu, sem alarde, a missão de nutrir o Movimento, permitindo a sua continuidade e aprimoramento. Filha de Maria, conheceu Pedro, Congregado Mariano. Constituíram um casal Mariano. Esposa e mãe exemplar, criou com muita luta seus seis fi5


e está muito empenhada neste trabalho. Para Maria e José Aquino, Da. Nancy é modelo, exemplo e incentivo para ir em frente. Contam que Pedro encontrou José Aquino na Igreja de São Domingos, em São Paulo, e falou do Movimento das ENS, convidando-os a aderirem, o que fizeram ... Com orgulho falam da freqüência com que hospedam Da. Nancy. José Aquino lembra da passagem (Hb 13, 2) "Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela alguns, sem o saber, hospedaram anjos", referindo-se a Da. Nancy. Na equipe atual, não falta às reuniões e não é "dona" da reunião! Sempre intervém com humildade, sem ser dona da verdade. Faz o Dever de Sentar-se, ainda hoje, pensando no Pedro, como se ele ainda ali estivesse ... Baseia o Dever de Sentar-se nas Bem Aventuranças (Mt 5, 3-12).

lhos e mais um primo. Teve vida simples, não deixava fal tar nada aos filhos, dava atenção igual a todos. Cuidou também do pai, quando velhinho. Humilde, seguia Pedro, não se extravasava, era exemplo de esposa. Eram muito unidos, buscavam a espiritualidade do casal. Sente até hoje uma grande união com Pedro, que lhe dá força. É atenciosa e disponível, sempre diz SIM. O seu SIM é muito importante ... A primeira coisa que faz ao acordar é meditar, põe Deus em primeiro lugar. As dificuldades de sua vida foram a sua escola. É culta, bondosa, tem muita vitalidade, está sempre alegre, dentro da simplicidade, com espírito de sacrifício e doação. Elogia os outros e não põe louvor a ela própria. E fervorosa, mas sem beatice, tem um relacionamento simples com Deus, simples mas profundo! Sua primeira equipe invocava Nossa Senhora das Graças e foi constituída na Igreja de Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. É muito atuante no Movimento das ENS, faz conferências, dá palestras, recebe homenagens, mas não conta para ninguém ... Tem um grande carisma na comunicação! Recentemente, abraçou a empreitada de escrever um livro sobre o Movimento das ENS,

NA VÉSPERA DO NATAL DE 1998, ENTREVISTAMOS MARIA E JOSÉ (família AQUINO de São Paulo e que pertencem à mesma equipe de Da. Nancy) SOBRE UM ANJO EM VIDA: Da. NANCY MONCAU. Foi uma graça de Deus.

Rita e Gilberto da Equipe da Carta Mensal 6


Um Panorama do Encontro Nacional

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ais uma vez, em Itaici (Indaiatuaba/SP), Vila Kostka, dos Padres Jesuítas ... Era quase um fim da tarde de 20 de novembro de 1998. No "hall" de entrada, carregando suas bagagens, pegando as chaves dos aposentos e material do encontro, ouviam-se os efusivos cumprimentos nos mais diferentes sotaques da língua pátria. Alguns chegaram de perto, outros já tinham enfrentado longas horas de viagem, mas na alegria do encontro somente se percebia o entusiasmo de irmãos reunidos em confraternização. Era gente que não tinha fim: mais de 500 pessoas, ou seja, 211 casais e 87 sacerdotes conselheiros espirituais. Uma terça parte desse contingente ali estava pela primeira vez. Para estes dois dias e meio de Encontro Nacional estavam previstas muitas atividades, muito trabalho, e as horas têm sempre de ser aproveitadas ao máximo. Assim, logo após o jantar, abre-se oficial-

mente o Encontro Nacional com a celebração litúrgica e acolhida dos participantes. Aliás, toda a liturgia do encontro, dividida em vários momentos, fundamentou-se na Parábola do Filho Pródigo, preparando o terreno do nosso coração para celebrar e assimilar as propostas dos três temas fundamentais que seriam aqui discutidos: Reconciliação, Solidariedade e Campanha da Fraternidade/99. Para que todos pudessem se situar no contexto e tirar o máximo de proveito, o Casal Responsável da Ecir, Carlos Eduardo/Maria Regina, pincelou os objetivos básicos de um encontro como este, fazendo uma retrospectivo da caminhada do Movimento, apontando os rumos que se pretende sejam alcançados e destacando o grande desenvolvimento do Movimento no Brasil e os cuidados na preservação da unidade em torno dos valores, da mística e do carisma que constituem a nossa identidade. 7


No sábado, despertando às 6,30 horas, para desconforto dos irmãos da Região Norte e Nordeste, que estavam com o fuso horário adiantado, reunimo-nos para a celebração eucarística: "Levantar-me-ei e irei para meu Pai". Na parte da manhã tivemos as apresentações dos temas básicos. O Bispo Dom Angélico, com o seu já conhecido vigor, introduziu a proposta da Campanha da Fraternidade para 1999, cuidando do problema que atinge a cada um de nós, em nossas famílias, em nosso círculo de amizade, que é o desemprego. FRATERNIDADE e DESEMPREGADOS é o desafio que a Igreja nos propõe para que construamos urna sociedade mais justa e mais fraterna, onde todos tenham trabalho, onde todos tenham a oportunidade de suprir o sustento de sua família Na esteira deixada pelos questionamentos concretos da crise do emprego, Maria Regina/Carlos Eduardo e Pe. Mário, trouxeram profundos subsídios para o discernimento do tema sobre SOLIDARIEDADE, conseqüência direta do fato de sermos filhos de um único Pai e, portanto, irmãos revestidos da mesma dignidade humana, convocados a produzir frutos da caridade. Finalmente, ainda sob o comando do Pe. Mário, foi apresentada uma palestra sobre a RECONCILIAÇÃO, retomando a abertura para uma verdadeira conversão de vida, para que encontrando-nos em amor e em verdade com Deus, possamos ser sinal-sacramento-testemunho para todos os irmãos. A parte da tarde, entremeada

com algumas comunicações breves sobre a Carta Mensal e a revisão do Manual de Pilotagem, foi basicamente dedicada ao trabalho em grupos de reflexão, para troca de experiências e aprofundamento dos três temas acima referidos. Em grupo à parte, reuniram-se todos os Conselheiros Espirituais para tratar de questões mais específicas de sua própria função. Após o jantar, tivemos o privilégio de ouvir o Casal Responsável Internacional, Cidinha/Igar, questionando os motivos de parte dos casais se sentirem profundamente engajados nas ENS e outros não, salientando a necessidade de que se faça a descoberta da verdadeira proposta do nosso Movimento e de nos mantermos fiéis a ela. Encerrando os trabalhos do sábado, a celebração litúrgica deu mais um passo no contexto da parábola: "estava ainda longe, quando o pai o viu e correu-lhe apressadamente ao encontro" . Celebrando a alegria desse reencontro, e na certeza do amor sem ressalvas que vem de Deus, tivemos ainda um momento de confraternização, antes do repouso merecido após tantas horas de trabalho. O domingo, que no calendário da Igreja assinalava o dia do leigo e a festa de Cristo Rei, foi motivado pela equipe de liturgia com o sentido de nossa participação e missão na construção do Reino de Deus. Os preparativos para o grande Encontro Internacional em Santiago de Compostela (Espanha) em setembro do ano 2 000 foi um dos assuntos abordados por Orlando/

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Wilma, casal especialmente convidado pela ECIR para coordenar, no Brasil, as inscrições. Outra presença marcante neste Encontro Nacional foi a de Dona Nancy, que fez uma explanação sobre o livro da História das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, que está sob sua direta coordenação, e que pretende ser a fiel memória da caminhada no nosso Movimento desde o seu nascimento em nosso País, para o que se faz necessária a colaboração no envio de informações, fatos, e testemunhos. O Projeto Rumo ao Novo Milênio das ENS foi apresentado por Lourdes/Sobral, lembrando principalmente a necessidade de cada Região e c'ada Setor fazer o seu planejamento e buscar atingir o que for planejado. Em seguida, foram realizados os grupos, agora agrupados por Regiões, para traçarem as linhas básicas do planejamento de seus trabalhos em 1999. Após o almoço, enfim, numa grande celebração eucarística de en-

cerramento e de envio, na panorâmica do Reino de Jesus Cristo e retomando a advertência do pai ao irmão mais velho - "este teu irmão estava morto e reviveu", todos fomos motivados a rever nossa atitude de misericórdia e de solidariedade diante de tantas e tantos necessitados de acolhida, de amor e de fraternidade. É de se salientar, também, que como gesto concreto, a partir do tema da Campanha da Fraternidade, e sugerido por D . Angélico, foi feita uma coleta durante o ofertório, cujo resultado se destinou às vitimas da seca no Nordeste brasileiro. O valor arrecadado foi de R$ 3.121 ,00, ao que também se juntou a verba que, naquele mês, seria destinada aos seminários, tudo perfazendo o montante de R$ 8.000,00 que o Movimento encaminhou às quatro regiões, cabendo R$ 2.000,00 para cada uma. Enviados a ser testemunhas do amor de Deus ao mundo, encerrouse o Encontro Nacional de 1998, com o grande abraço da paz.

Lourdes e Sobral - ECIR 9


Abrindo o Encontro a abertura de mais este Encontro Nacional, algumas informações nos foram dadas, tanto com relação ao Movimento em si, como ao encontro propriamente dito. Em relação ao Movimento, foram apresentados alguns dados estatísticos, a seguir relacionados:

De que forma se esperava atingir estes objetivos, principalmente no que dizia respeito diretamente ao encontro:

ENS no Brasil

Nos momentos de Liturgia

as, envolvendo casais responsáveis de Setor, Região, ECIR e respectivos Conselheiros Espirituais"

N

Regiões= 32 Setores/Coordenações = 169 Equipes= 1.724 Equipistas = 21.053 Conselheiros= 1.154

· Como momentos de ação de graças e celebração da vida e da unidade do Movimento.

No nosso Compromisso: Através de nossa conversão, vivenciando a unidade do Movimento e vivendo a unidade com a hierarquia da Igreja

Com relação ao encontro propriamente dito, foram apresentados inicialmente os objetivos a serem atingidos, assim explicitados:

Nos momentos de Formação: Objetivo das ENS no Brasil:

Como tempo forte de formação e de evangelização

"Como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a Vontade de Deus, a Verdade, o Encontro e a Comunhão, na vida em Comunidade"

E a fraternidade e troca de experiências: Durante nossos trabalhos em grupos, durante as refeições e nos tempos livres.

Objetivo do Colegiado Nacional: "Consolidar e promover a assimilação, por parte dos equipistas, dos pontos já desenvolvidos nos últimos anos para a concretização dos objetivos do Movimento"

Lembrou-se igualmente que deveremos estar constantemente atentos às três atitudes, que permeiam não somente a vivência dos nossos Pontos Concretos de Esforço, mas também em momentos como este do nosso Encontro Nacional. As três atitudes são: • Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao Amor de Deus

Objetivo do Encontro Nacional: "Proporcionar oportunidade de vivenciar momentos fortes de liturgia, compromisso, aprofundamento, fraternidade e troca de experiênci10


• Desenvolver a capacidade para a Verdade • Aumentar a capacidade de Encontro e Comunhão Outro tópico importante relembrado foi o referente às Prioridades eleitas de há muito tempo, como pontos marcantes em nossa caminhada enquanto Movimento, a saber: • Vida de Equipe • Formação • Comunicação • Presença no Mundo • Pastoral Familiar • Experiência Comunitária Assim como devemos estar permanentemente alertas para estas seis prioridades, não podemos nos esquecer que também temos uma Orientação de Vida proposta pelo Movimento, renovada, esta última, durante o Encontro Internacional de Fátima, em Portugal. São as Bodas de Caná, com seus três versículos: • "Eles não têm mais vinho" Discernimento sobre a realidade • "Fazei tudo o que Ele vos disser" - A escuta da Palavra • "Enchei de água as talhas"- Nossa missão, agir com a água que temos (nossos dons) Finalmente, recordou-se que estávamos em pleno andamento com o nosso Projeto Rumo ao Novo Milênio das Equipes de Nossa Senhora. Iríamos rememorar as etapas dos anos de 1996, 1997 e 1998 e planejar o ano de 1999.

Resumo da exposição inicial feita por Maria Regina e Carlos Eduardo na Abertura do Encontro Nacional 11


Liturgia Reconciliados com o Pai, VIVemos Solidários na Caridade

A

saída com a herança (Lc 15,11-18) - "Pai, dá-me a parte da herança que me cabe" - o distanciamento e a amargura de quem se afasta de Deus. Depois, teve lugar, na Celebração Eucarística, a reflexão sobre a segunda parte da parábola (Lc 15,17-21) - "Levantar-me-ei e irei a meu pai" - marcando o estado de arrependimento de quem, reconhecendo o erro cometido, toma a deliberação de retornar para casa, para a comunidade, com sede e fome da misericórdia de Deus. No seguimento, celebrou-se o tão esperado momento do reencontro do filho arrependido com o pai acolhedor, baseado no terceiro momento da parábola (Lc 15,20-24)- "Estava ainda longe, quando seu pai o viu e correu-lhe ao encontro"- propiciando

liturgia do Encontro Nacional de 1998 teve como temas ondutores a solidariedade e o sacramento da Reconciliação, no enfoque muito forte da pessoa de Deus Pai, como preparação do último ano do triênio rumo ao Novo Milênio. Um panô composto de 32 estampas, confeccionadas por cada uma das 32 Regiões das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, fazia o cenário do auditório, sobre o palco, mostrando a unidade e o espírito de serviço próprio da responsabilidade. A parábola do Filho Pródigo, do Evangelho de São Lucas, foi o pano de fundo das cinco celebrações litúrgicas. Com divisão da parábola em três grandes blocos, foram trabalhados três momentos fortes do filho em relação ao pai. Primeiro, a 12


um paralelo com a versão moderna do Filho Pródigo, na qual também apareceram a sua mãe e seus irmãos, em uma recepção muito peculiar, transbordante de alegria e carinho. Os Sacerdotes Conselheiros Espirituais representaram a figura do pai, ficando a mãe representada pela imagem de Nossa Senhora Aparecida, enquanto nós todos nos colocamos no papel de irmãos do Filho Pródigo. O panô da unidade, então, inspirou um outro símbolo, muito utilizado nos momentos de reconciliação: a "bandeira branca", o lenço branco, o pano branco, de quem perdoa e de quem pede perdão, de todos os que precisam e querem ser solidários na paz. Foi a bonita celebração da festa, do novilho gordo, do anel no dedo, da roupa digna de filho, que "estava morto e reviveu". A festa da volta, da conversão, da reconciliação, levou naturalmente todos os participantes a uma fraterna confraternização, estimulando o encontro e a comunhão. A cruz foi utilizada como símbolo, para o pedido de perdão, sendo caminho da verdade para chegar à reconciliação. A meditação sobre a oração do Pai Nosso, em momento próprio, serviu de reforço para a busca da vontade e do amor do Pai.

Aproveitando que domingo era o dia do leigo e da leiga, a liturgia abordou o protagonismo de mulheres e homens na missão evangelizadora no mundo, destacando a vocação primeira dos casais equipistas ao matrimônio. O Encontro culminou com a Celebração Eucarística do domingo, que coincidiu com a Festa do Cristo Rei, encerrando com o envio. A parábola do Filho Pródigo, que não tinha sido ainda toda refletida, voltou às celebrações com a última parte, uma passagem difícil, do irmão mais velho que volta do campo e se surpreende com o regresso do caçula rebelde e com a festa para ele preparada. A liturgia tomou-a para trazer à reflexão a necessidade de termos misericórdia, na parábola da vida, com os nossos irmãos que erram, que sofrem, que necessitam de uma mão amiga e solidária, a exemplo do Senhor do Universo, que se entregou na cruz, com humildade, para nos reconciliar com o Pai. No envio, antes da bênção final, rezamos como Madre Teresa de Calcutá e pedimos ao Pai: "daime alguém para amar". Por tudo, louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Maria da Graça e Eduardo ECIR

NOTA: A ECIR contou, em Itaici, com alguns casais que colaboraram nos trabalhos e preparativos das celebrações litúrgicas. Também, com muitos dias de antecedência, uma outra equipe de serviço trabalhou com extrema dedicação e carinho, em Porto Alegre, para tomar realidade a liturgia do Encontro Nacional. Três casais equipistas que vêm doando seu tempo a serviço do Movimento, no anonimato, contribuindo com seu trabalho gratuito e orações para o bom êxito dos eventos. A estes solidários irmãos, que nos dão testemunho de Jesus com espírito de doação, expressamos nosso singelo agradecimento.

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Campanha da Fraternidade 1999

A

CF nos seus 35 anos de exisência, é um privilegiado insrumento de evangelização da Igreja no Brasil. A CF é colocada nas mãos e no coração de cada um de nós. Somos os grandes e privilegiados agentes da CF. Ela terá êxito na medida em que cada um se empolgar por ela. Os destinatários da CF não são somente os desempregados, mas os sem trabalho. O tema da CF é "Fraternidade e os Desempregados", mas o lema é: "Sem trabalho por quê?" Mais do que a relação de empregador e empregado nós lutamos por uma sociedade em que realmente todos tenham trabalho. O clamor que esta CF faz e o convite é para que todos nós sejamos agentes construtores de uma sociedade justa e fraterna onde o primado não seja dado ao capital, à ciranda financeira, e sim ao trabalho para todos. O contexto da CF é da caminhada evangelizadora da Igreja rumo ao Novo Milênio. O ano de 1999 é o terceiro ano do Projeto e é dedicado ao Pai, à virtude da caridade, da fraternidade, do amor fraterno. É dedicado ao Sacramento da Reconciliação e aos Direitos Econômicos e coloca Maria como modelo de fraternidade, de amor e de caridade. O tempo em que a CF acontece é o tempo quaresmal, é um tempo de convite à mudança. Somos

aqueles que num mundo, muitas vezes nocauteado, com imensas dificuldades, nós anunciamos a esperança. Aquela chamada de atenção do apóstolo Paulo: "Sede alegres na esperança, firmes na tribulação, perseverantes na oração" (Romanos 12, 12), é a bandeira que levantamos num mundo que tem motivo de sobra para a desesperança, nós anunciamos a vida. É a notícia "louca" que nós damos num mundo de que o Cristo, o Senhor, é o vencedor na força do seu Espírito. Devemos fazer a CF de cabeça levantada. Somos aqueles que teimosamente plantam no mundo de hoje a esperança. A CF acontece num tempo restrito, e, por isso, é campanha, é convite a um mutirão. E o seu espírito se espraia durante todo o ano. Espírito de trabalho para que todos tenham trabalho, para que realmente tenhamos uma nova sociedade, onde reine ajustiça. Numa pátria que diz que a maioria é católica, e cristã até que faz com que nos sintamos meio envergonhados de ter de fazer uma CF. E nós a fazemos sob o prisma religioso. Por isso, a CNBB enfoca esse problema não como políticos, não como economistas, mas como pastores, sob o prisma religioso, o que não quer dizer que seja prisma alienado. Somos discípulos e discípulas de Alguém, que é Filho de Deus, que não julgou ser um roubo essa condição, como diz Paulo aos 14


Filipenses, capítulo 2, mas que se esvaziou, assumiu a nossa condição e em tudo se fez igual a nós, menos no pecado. O Filho de Deus que se faz carne, e carne quer dizer coisa. Ele é coisificado. E na Eucaristia, diante da qual nós dobramos os joelhos, se faz coisa: pão e vinho, porque somente o amor faz coisas assim. Filho de Deus que nos incomoda, nos interpela, que se faz pobre: "Eu estava com fome, e você me deu de comer; com sede, sem roupa. Eu estava desempregado, e você se mexeu, fez alguma coisa por mim". É sobre esse prisma que a nossa CF acontece. Ela não é uma campanha angelical, ela é bem encarnada, porque o nosso Deus e Senhor se encarna na nossa condição para nos libertar. O sinal do cristão não é a cruz. A cruz é um sinal religioso. O sinal do cristão é o AMOR: "Nisto conhecerão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem". Todos sabemos como é difícil amar no dia a dia (e vocês, que são uma só carne, sabem o quanto é difícil no âmbito familiar) e se a gente se espraia, então, pelo mundo, como a gente precisa carregar a cruz, muitas vezes a cruz de nós mesmos, das nossas contradições, dos nossos pecados, das nossas negatividades, das nossas vertigens pessoais. Eu era padre jovem, em Ribeirão Preto, e fui à casa de um vicentino. Ele me falou que havia 120 casas abandonadas. Fui ver aquilo e fizemos a operação mudança: 110 favelados foram para lá. 15


Hoje é a Vila Fraternidade. Era o fogo novo, o primado da caridade, início da CF no Brasil. Mas quando do amor fraterno em nossas relaacabei de conversar com o meu ções, na vida da nossa sociedade. É amigo vicentino, peguei o carro. a plenitude da lei. Começava a chover. Um homem ia Diz João: "Deus é Amor". Ele pela calçada e eu perguntei se ele escolheu a palavra grega Ágape queria carona. Ele disse que sim. para se referir a Amor. É um jantar, Quando entrou, perguntei a ele: "O é um congraçamento de amigos em senhor vai aonde?" Ele me disse: volta da mesa. O nosso Deus é Co"Vou à estação da munidade, é Família. Mogiana". Devo dizer Diz João Paulo II "A que a minha caridade essência íntima de É isso que arrefeceu, porque eu ia Deus é Comunhão". ao Centro e a estação Diz São João: "FiqueraCF: da Mogiana era lá no lhinhos, amai-vos não trazer um fim da cidade. Mas ele de palavra, mas de fato já estava dentro do e de verdade". fogo novo, carro e eu fui indo. É este fogo que a Nem deu tempo de lhe o primado CF vem trazer para dizer que eu era padre, nós. E ela segue o méda caridade, porque o homem foi todo tradicional: Ver, dizendo que viera de Julgar e Agir. do amor Uberaba para internar fraterno em a filha no Hospital das Ver Clínicas. E aquela conO texto da CF vai nossas relações, versa foi até que chefalar das causas do na vida guei lá na estação e me desemprego, as conperguntei: "Será que seqüências; vai dizer da nossa este homem comeu que o desemprego, a durante o dia?" Colosociedade. falta de trabalho é um quei um dinheirinho na problema mundial. É É a plenitude mão dele e essa frase fruto do modelo ecoque ele me disse semnômico que privilegia da lei. pre está viva na minha o capital, o mercado vida: "Moço, obrigado. sem limites, a ciranda Deus existe!" financeira, a concentração econô"Onde reina o Amor e a Cari- mica. Vai falar do escândalo do tradade, Deus aí está". Mesmo que balho infantil, da problemática do invocado ou não invocado, Deus aí negro (no nosso país as crianças está. E não está, mesmo que cerca- negras têm cinco vezes menos posdo de ícones, se não estivermos pe- sibilidade de sobrevivência do que netrados do verdadeiro amor. as crianças brancas), das crianças É isso que quer a CF: trazer um que se prostituem. 16


O texto vai nos dizer que esse socorreu". É toda uma visão ampla. sistema mundial não é inexorável, Precisamos ler e estudar o texto. não veio para ficar; ele é um ídolo que tem pés de barro. Quem haveAgir ria de dizer que os Tigres Asiáticos "A fé sem ação é morta" diz perderiam as "unhas" em tão pou- São Tiago. Se a fé não me empurra co tempo? para o agir, para o amor é uma fé O texto básico vai nos colocar morta. É muito importante que nos frente a frente com o escândalo da examinemos. O fundamental é que miséria, com a nossa nossa oração nos leve insensibilidade. Dizepara o compromisso limos "a responsabilidabertador do irmão. Tede é do Governo, o mos duas pernas: uma Toda vez que nós podemos faé do louvor, da adorazer?" E, muitas vezes, ção que nós caminhaque nasce dizemos isso diante de mos para o Pai; a ouuma mesa farta e fium pequeno tra, que caminhamos camos compensados para o irmão. Se não, com a nossa discusnão há cristianismo. gesto de são. Temos belas idéiAlgumas sugesas. Depois dormimos solidariedade tões: devemos lutar por tranqüilos. uma nova ordem ecoé como nômica no mundo. DeJulgar vemos dizer que não O nosso julgamense estivesse estamos satisfeitos e to deve ser um julgaque essa ordem econômento de Deus sobre mka vigente tem os acontecendo a realidade. Somos pés de barro. Assim cristãos que invocamos como ontem tivemos a novamente a Deus como Pai, alegria de ver o Leste como NOSSO Pai. Europeu caindo, tama criação Este ano, como o pão bém é preciso derrubar nosso, o trabalho nosdo mundo. essa idolatria do merso, a terra nossa, os cado sem limites. bens nossos . Nós Uma sugestão que acreditamos na possibilidade de uma o Papa nos dá para o Novo Milênio nova humanidade. Colocamos no é o perdão das dívidas. Os jornais centro não o ídolo da moeda, mas noticiaram que a França perdoou a confiamos num Deus que faz a re- dívida da Nicarágua por causa do volução do amor e da fraternidade, flagelo do furacão que matou mais todos filhos e filhas de Deus, de dez mil pessoas. redimidos pelo Sangue imaculado. Nesta semana os jornais aqui do "Eu estava sem trabalho e você me Brasil também disseram que o Bra17


sil (que está endividado) também decide perdoar a dívida da Nicarágua. Então devemos lutar para que as dívidas contraídas pelos países mais pobres sejam revertidas para projetas sociais. Nosso texto-base vai lembrar também as propostas dos Movimentos Sociais: redução da jornada de trabalho, o fim das horas extras, gerar novos empregos, a agricultura familiar modernizada, as agro-indústrias pequenas e médias, a Reforma Agrária. No campo do Agir é possível ter muita coisa diferente do que temos no momento atual: apoio ao pequeno e médio empresário tanto na cidade quanto no campo; uma economia solidária de auto-gestão. Gostaria de apresentar o PES E MÃOS À OBRA, que é um jornalzinho da região Brasilândia, da qual eu sou bispo. Esse jornalzinho é o boletim do projeto de economia de solidariedade. Aqui dizemos o seguinte: "Compre produtos de qualidade com preços baixos, produzidos pelos grupos que integram o PES". ( PES =Projeto Economia de Solidariedade) São anunciados abaixo os artigos produzidos e vendidos por eles: velas artesanais decorativas, quadros com motivos religiosos, brinquedos pedagógicos, artigos de utilidade doméstica e uma dezena de outros produtos e prestação de serviços. Devemos, pois, lutar com as influências que temos para mudança de legislação no Brasil. Para que haja novas aberturas de linha de crédito.

Lutar para que haja cortes de obras faraônicas. Nosso país tem jeito e tem saída, na medida em que haja inversão nas prioridades, que seja pensado a partir do pequeno e do médio. É preciso que cada família tenha uma renda mínima. A CF termina com a coleta da Fraternidade. É preciso "pôr a mão no bolso". Finalizando, que o Espírito Santo de Deus realmente faça de cada um de nós agentes dessa Campanha da Fraternidade. Que cada equipe, na sua simplicidade de Igreja que se reúne, responda à solicitação do Espírito: o que a minha equipe pode e vai fazer em 99 nesse campo do trabalho? A partir de pequenos gestos, poderemos iluminar este mundo. Quando Deus quis libertar a humanidade Ele não convocou os banqueiros nem os chefe de Estado. Convocou um humilde e obscuro casal: Maria e José. E foi nessa família de trabalhadores, no seio bendito de Maria, que o Verbo de Deus se fez carne. É preciso que tenhamos uma aberta crença no pequeno. "Toda criança que nasce é sinal que Deus confia na humanidade" , como dizia Tagore. Toda vez que nasce um pequeno gesto de solidariedade é como se estivesse acontecendo novamente a criação do mundo.

Extratos da palestra de D. Angélico S. Bernardino 18


Conto de Natal

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a uma noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família ica e falou para a dona da

casa: - Estou te trazendo uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa! Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar uma excelente ceia para receber a Jesus. Encomendou frangos, conservas e vinhos importados. De repente tocou a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito e com a barriga bem grande, indicando uma gravidez bastante adiantada. - Senhora, será que não teria algum serviço para eu pegar? Estou grávida e tenho muita necessidade de trabalhar. -Ora bolas, isto são horas de vir incomodar os outros? Volte outro dia- respondeu a dona da casa Agora estou muito atarefada com a ceia para uma visita importante. Pouco depois, um homem, todo sujo de

graxa, veio bater à porta. - Senhora - falou ele - o meu caminhão pifou bem aqui na esquina. Não teria a senhora, por acaso, uma caixa de ferramentas que pudesse me emprestar? A senhora, como estava ocupada em limpar as taças de cristal e os pratos de porcelana, ficou muito irritada: - Você pensa que a minha casa é uma oficina mecânica? Onde se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não


sujar a entrada da minha casa com eles se esquecessem dos frangos e dos outros pratos saborosos preesses pés imundos! E a anfitriã continuou a prepa- parados. Na manhã seguinrar a ceia: abriu latas te, ao acordar, a senhode caviar, colocou a ra se viu, com grande champanha no refrigeespanto, na presença rador, escolheu na adede um anjo. ga os melhores vinhos e preparou alguns co- Será que um anjo é capaz de menquetéis. Jesus tir?- gritou ela- Eu Nesse meio-tempreparei tudo esmerapo alguém lá fora badamente, aguardei a teu palmas. - "Será por três vezes que agora está chenoite inteira e Jesus não apareceu. Por que gando Jesus?"- pené que você fez comigo sou ela emocionada. esteve aqui. essa brincadeira? E, com o coração ba- Não fui eu que tendo acelerado, foi menti, foi você que não abrir a porta. Mas não Mas você teve olhos para enxerera Jesus. Era uma gar! - explicou o menino de rua, todo anjo. -Jesus por três esfarrapado. não foi vezes esteve aqui: na -Senhora, dê-me pessoa da mulher gráum prato de comida, vida, na pessoa do capor favor! capaz de o minhoneiro, e na pes- Como é que eu soa do menino faminvou te dar comida, se to. Mas você não foi nós ainda não ceamos? reconhecer capaz de o reconhecer Volta amanhã, porque e de o acolher! esta noite eu estou muito atarefada. e de o acolher! Finalmente a ceia Frei Betto, estava pronta. Toda a em A Comunidade família esperava, de fé, Catecismo emocionada, o ilustre popular, São Paulo, visitante. Entretanto, 1989, pp. 50-52 as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais, que, Nota da Redação: Este conto foi apresentado por Carlos Eduardo e Maria Regina pouco a pouco, já começaram a fa- como motivação e introdução à Palestra zer efeito naqueles estômagos va- Solidariedade X Caridade cujo resumo sezios, até que o sono fez com que gue adiante. 20


Solidariedade xCaridade a caminhada para o Terceiro Milénio, é chegada a hora de uma reflexão mais radical que nos remete como portadores de PAZ e de ESPERANÇA. Não queremos teorizar, mas apresentar subsídios para crescermos na vida cristã e na proposta do nosso Movimento, assumindo a espiritualidade conjugal como "arte de viver no estado do casamento a vida cristã conforme os desígnios de Deus". Estamos reunidos em nome de Cristo e o Evangelho é sempre o ponto de partida para os nossos trabalhos. Viemos de diferentes lugares, e como discípulos, queremos identificar nossa vida com a de Jesus. No último grande encontro com eles, Jesus lhes deixou a recomendação: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" (Jo 15,12) Os primeiros discípulos, assim como as primeiras comunidades cristãs, tinham muita consciência dessa ordem, e a aceitavam como um desafio. Faço questão de salientar a diversidade daqueles que cercaram os discípulos na sua primeira saída em apostolado. E o mandamento não era para eles se amarem apenas entre si, mas a todos: aqueles que iriam se tornar cristãos, aqueles que não iriam se converter, e até aqueles que claramente não gostavam deles ... O Concílio Vaticano II, no documento sobre a Formação Pasto-

ral dos Presbíteros, enfatiza a "sublimidade da vocação dos fiéis em Cristo e sua obrigação de produzir frutos de caridade para a vida do mundo". Mas hoje a palavra CARIDADE é guardada no armário das sacristias. No mundo moderno, quando se faz alusão às necessidades dos menos favorecidos, emprega-se a palavra SOLIDARIEDADE. Fica mais fácil falar de solidariedade do que de caridade. Em certos tratados, emprega-se hoje a palavra solidariedade em relação a temas da comunhão dos santos, da fraternidade e do povo de Deus, que sublinham as ligações no interior de uma comunidade, e especialmente na Igreja. Imaginem um cartaz "Sejamos caridosos" e comparem com outro "Sejamos solidários". O que vocês acham? Penso que nos encontramos diante de uma palavra recente, da linguagem moderna, que na mentalidade de hoje tem um significado maior que a palavra Caridade. Pio XII já havia atribuído urna grande importância à solidariedade, como expressão mundana da caridade. Na sua encíclica Summi Pontificatus, ele escreveu: " ... 0 primeiro desses erros perniciosos, hoje largamente espalhado, é o esquecimento dessa lei de solidariedade humana e de caridade imposta tanto pela comunidade de origem e pela natureza pensante,

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como pelo sacrifício de Redenção ofe- ensinou aos fiéis de Corinto quando fala de amor recíproco, que supõe recido por Jesus Cristo ... " Podemos observar que o texto todo um programa prévio de amor e une estreitamente os dois termos que leva a um engajamento mútuo. SOLIDARIEDADE e CARIDA- "A caridade é paciente ... presDE, como se referindo a uma única tativa ... não é invejosa, não se ene mesma "lei de solidariedade hu- che de orgulho ... nada faz de inconmana e de caridade". veniente ... não procura seu próprio Entretanto, a perfeita compre- interesse ... não se irrita ... não guarensão da caridade supõe fé em Je- da rancor... não se alegra com a insus e adesão ao Evangelho. A soli- justiça ... mas se regozija com a verdariedade, entretanto, pode ser acei- dade". (Cor. 13, 4-7) ta por todo homem de Penso que essa boa vontade, quaisquer caridade é o amor da solidariedade, que é o sejam suas opiniões fiamor da identificação, losóficas ou religiosas. A solidariedade que supõe a nossa caPode-se pensar que pacidade de vi ver de solidariedade é uma tradução "secular" da uma maneira intensa é ao mesmo palavra caridade, ainessa relação de doação mútua, acima do da que deixando de tempo uma lado a plenitude do seu egoísmo e da passivisignificado. dade ... filoso.{iil e No entanto, a paPor sua vez, em sentido inverso, os lavra solidariedade permite transmitir, no quacristãos podem utilizar uma teologia. dro do diálogo inter-hua palavra solidariedade mano, pelo menos uma de forma a melhor compreender as impliparte da prodigiosa caridade evangélica. cações concretas da caridade evanO inesquecível Papa João XXIII gélica. A origem da palavra SOLIDA- também fala no dever de solidarieRIEDADE encontra-se no voca- dade e de caridade com relação aos bulário empregado nos contratos ju- povos menos privilegiados. "Nós somos todos solidariarídicos e ela indica que as obrigações previstas no documentos são mente responsáveis pelas populatomadas "in solidum", portanto, to- ções subalimentadas. Por isso é predos são responsáveis pelo seu cum- ciso acordar as consciências no senprimento, sem possibilidade de es- tido da responsabilidade que pesa sobre todos e sobre cada um, e escapatória. Para os cristãos, a palavra ca- pecialmente sobre os mais ridade (ágape) comporta um senti- favorecidos"(Mater et Magistra). Nos dicionários encontramos do mais profundo, como São Paulo

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estas definições: Caridade: "amor ao próximo e também serviço aos pobres"; e como sinônimo encontramos: "altruísmo, assistência, humanidade, misericórdia". Segundo Aurélio: "no vocabulário cristão, o amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus; ágape, o amor-caridade". Como sinônimo encontramos: benevolência, complacência, compaixão. Ao contrário, ao definir solidariedade, entra-se na definição das atitudes e do "modus operandi". Solidariedade: "fato de ser solidário, relação entre pessoas que têm consciência de uma comunhão de interesses, que compreende uma obrigação moral de assistência mútua". E também: "pessoas que se sentem ligadas por uma responsabilidade e por interesses comuns". Segundo o dicionário Aurélio: "qualidade de solidário; laço ou vínculo recíproco de pessoas ou coisas independentes; adesão ou apoio à causa de outrem". Reparem que, falando da caridade, no mundo moderno pensa-se numa passividade da parte daquele que recebe. E de fato, me pergunto, se <ií não existe um eco das palavras de Jesus sobre amar sem esperar recompensa. A solidariedade acrescenta alguma coisa a mais à dinâmica existencial da caridade. Numa comunidade como a nossa procuramos viver a caridade. Estamos conscientes da nossa pertença a uma grande comunidade, mas também de que

essa comunidade é fraternal. A solidariedade é um dos grandes temas da constituição Gaudium et Spes, quando se constata a contradição que vive atualmente o gênero humano: "enquanto o mundo percebe tão vivamente sua unidade e mútua dependência de todos numa necessária solidariedade, hei-lo dividido em partidos opostos por forças que lutam entre si. Com efeito, agudas dissensões políticas, sociais, econômicas, raciais e ideológicas, ainda continuam". Pode-se dizer que a Gaudium et Spes é o mais substancial documento da Igreja em favor da solidariedade. E a ele se acrescenta a Populorum Progressio de Paulo VI que pugna por um desenvolvimento integral do homem e pelo desenvolvimento solidário da humanidade. A base dessa argumentação é que "no desígnio de Deus, cada homem é chamado a se desenvolver, pois toda vida é vocação". Mas, não há desenvolvimento integral autêntico para uma pessoa humana, sem que ela tenha, ao mesmo tempo, um desenvolvimento solidário. Somos todos irmãos, na única espécie humana, e irmãos em Deus no plano da fé. A solidariedade universal é para nós não só um benefício, mas também um dever, um imperativo ético. A solidariedade pede uma harmonia fundamental nos planos humanista e cristão e é preciso pensar nisto, de hoje em diante, em nível planetário.

continua na página 26

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ENSRumoao Servi~o • Incentivar a participação dos casais no Sacramento da Reconciliação • Fazer dos Retiros momentos fortes para viver o Sacramento da Reconciliação • Promover mutirões para Confissões • No Movimento, em casal, assumir responsabilidades voltadas para a expansão • Estimular e realizar a formação de quadros (Casais Responsáveis de Setor, Casais Regionais, Casais Pilotos e coordenadores de Experiências Comunitárias) • Realizar a evangelização de casais através das Experiências Comunitárias, ajudando outros casais a desenvolverem relações novas • Conhecer as orientações da CNBB e da própria diocese sobre a Pastoral Familiar • Estimular a participação dos casais nas Pastorais Familiar e Vocacional • Testemunhar a solidariedade com a Pastoral Familiar, oferecendo subsídios • No mundo, em casal: investir na compreensão e assimilação da prioridade Presença no Mundo (evangelização das realidades temporais e da política; justiça social; trabalho de acolhimento e apoio a desempregados) • Incentivar ou engajar-se em obras assistenciais • Engajamento nos programas já existentes de solidariedade/caridade • Promover intercâmbio entre filhos de equipistas (estudo-passeio) • Promover assimilação dos temas cen-. trais do PRNM/99 • Preparar para a paternidade, para a educação dos filhos • Estimular a entre-ajuda, na equipe, para a vivência do Dever de Sentar-se

Testemunho • Fortalecer a vivência do carisma do Movimento na vida de equipe • Aprofundar a vivência da espiritualidade conjugal, beneficiando, na perspectiva da caridade/solidariedade, o cônjuge, a família, a Igreja e o mundo. • Testemunhar a nossa conjugalidade • Incentivar à participação nos eventos do Movimento e da Igreja, em especial os Retiros. • Enfatizar a coerência entre fé e vida • Valorizar a vivência do Sacramento da Reconciliação • Incentivar a presença dos equipistas na Pastoral Familiar • Enviar para a Carta Mensal fatos vivenciais da Pastoral Familiar nas Regiões • Recuperar a dimensão da caridade • Praticar gestos concretos de solidariedade • Incentivar as equipes a acolher e testemunhar o amor do Pai através do auxilio mútuo e da correção fraterna na vida em comunidade (vida de equipe) • Testemunhar austeridade de vida • Combater a mentalidade consumista • Ter como Tema de Estudo sobre o Evangelho de Mateus (texto da CNBB) 24


- . . 1999. Oquefazer? ovo M ·l I eniO

Anúncio • Iniciar ou intensificar a utilização dos Meios de Comunicação Social • Divulgar nos Meios de Comunicação Social as experiências obtidas nas atividades da Pastoral Familiar • Denunciar as agressões contra os valores da farru1ia, aproveitando os espaços oferecidos pela própria mídia • Divulgar, nos Meios de Comunicação Social, as relações novas baseadas na caridade, na vivência do amor ao próximo • Criar pequenos grupos de discussão (Internet) sobre a caridade e testemunhos de caridade • Anunciar Deus Pai, através de adesivos nos carros, out-doors e Internet • Realizar palestras sobre a caridade e solidariedade • Incrementar as Experiências Comunitárias como anúncio do Reino de Deus, com novo ardor, métodos e expressões • Divulgar os temas caridade, perdão e reconciliação • Divulgar, nos Meios de Comunicação das ENS, artigos com ênfase no exercício da caridade e testemunhos de solidariedade • Ter a caridade e a solidariedade como temas nos EACREs 1999 • Atuar como palestrantes em encontros de outros movimentos

Diálogo • Estimular a realização do Dever de Sentar-se como forma de exercitar a caridade, a solidariedade e a reconciliação; • estimular o aprofundamento das relações de caridade e solidariedade entre as equipes, entre casais das ENS e destes com seus Sacerdotes Conselheiros Espirituais • Praticar a correção fraterna • Dar à vivência de todos os PCE a dimensão conjugal • Participação dos casais no PRNM de sua paróquia e diocese • Promover e intensificar o diálogo do Movimento com as dioceses e paróquias, assim como com outros movimentos, para favorecer a unidade • Manter contato com famílias de outras denominações cristãs para troca de experiências dos valores familiares • Favorecer a realização de encontros ecuménicos • Dar ênfase aos temas caridade, perdão e reconciliação no relacionamento com os outros • Desenvolver o sentido de direção espiritual pelo Sacerdotes Conselheiros Espirituais

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continuação da página 23

reza como nesse texto, onde o princípio ético da solidariedade social é apresentado como o princípio fundamental da vida em sociedade. A ética depende da nossa concepção do homem e da vida, e o fundamento disso é que nós formamos uma só família humana. Disso resulta que somos chamados a reconhecer a solidariedade fundamental da família humana como condição essencial de nossa vida sobre a Terra. Trata-se de uma solidariedade pessoal e que se concretiza nas relações interpessoais. "Cruzar o olhar com o de outra pessoa e perceber nela as esperanças e as angústias de um irmão e de uma irmã, é descobrir o sentido da solidariedade". "O desafio subjacente para nós todos é o de adotar uma atitude de solidariedade social com toda a família humana e abordar, nessa mesma atitude, todas as situações sociais e políticas". Embora estas palavras sejam antes de tudo dirigidas aos homens de Governo, ela desemboca numa verdadeira teologia em Jesus Cristo, cuja morte na cruz é o ato supremo de solidariedade que o mundo jamais conheceu, e a sua vitória sobre a morte é a última garantia de que a justiça, necessária à solidariedade e ao desenvolvimento, conduzirá à paz durável. Esta concepção, na continuidade dos demais documentos papais já citados, renova o discurso social da Igreja. E continuar avançando nessa direção é corresponder aos apelos que surgem, de to-

No segundo documento da Congregação para a Doutrina da Fé, concernente à teologia da libertação, a doutrina social da Igreja é apresentada como prática cristã da libertação e é nesse sentido que fala da promoção da solidariedade: "a solidariedade é uma exigência direta da fraternidade humana e sobrenatural. Os graves problemas sócio-econômicos que hoje se apresentam só poderão ser resolvidos se novas frentes de solidariedade forem criadas. As instituições e organizações sociais, em diferentes níveis, como também o Estado, devem participar de um movimento geral de solidariedade. Ao fazer este apelo, a Igreja sabe que também ela está envolvida de um modo todo particular". Sublinha-se, assim, a solidariedade a serviço daquilo que o documento chama "amor preferencial pelos pobres", ou, seguindo o pensamento de alguns, "a opção prioritária pelos pobres". Entre os textos de João Paulo II, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz em 1987, tomemos por primeiro o que atribui papel primordial ao princípio ético da solidariedade social. Embora apresentando "desenvolvimento e solidariedade" como as "duas chaves para a paz" é o tema solidariedade que serve de base para as exigências do desenvolvimento Embora seja clara a insistência sobre a solidariedade no ensino social da Igreja, parece que jamais ela foi marcada com tanta força e ela26


das as partes, como por exemplo, os movimentos pelos direitos do homem e pela paz. O certo é que o princípio ético da solidariedade social é agora mais fundamental e de maior porte; é ele que dá o fundamento mais sólido e permite ir mais longe. Pede-nos que façamos tudo o que for possível para ajudar os que estejam em situação de carência e, com eles, pela discussão dos problemas comuns, encontrar as soluções. Assim, o discurso social da Igreja desde há muito tempo, já abriu espaço ao princípio e às exigência da solidariedade inter-humana. Sobre a experiência polonesa do sindicato SOLIDARNOSC e mesmo a ultrapassando, João Paulo II, numa homilia em Gdansk assim ensinava: "Levai os fardos uns dos outros". Esta frase concisa do Apóstolo é o programa de solidariedade humana e social. Solidariedade quer dizer um e outro e, se há fardo, ele é levado por todos em comunidade. Não pode haver luta mais eficaz do que a solidariedade. Senão os fardos se tomam muito pesados e a partilha desses fardos aumenta de maneira desequilibrada". Para concluir, eis um ex trato da Gaudium et Spes sobre a solidariedade, o mais rico teologicamente. É aquele intitulado "O Verbo encarnado e a solidariedade" que parte da constatação de que Deus quis que os homens vivessem em comunidade, não só no plano humano, mas também no plano da salvação. Tomemos a frase-chave: "Esta índole comunitária por obra de Jesus Cris-

to é aperfeiçoada e consumada. O próprio Verbo encarnado quis participar da comunidade humana". Jesus santificou as relações humanas sobretudo as familiares, das quais derivam as relações sociais. Voluntariamente, submeteu-se às leis de sua pátria. Quis levar a vida de operário do seu tempo e de sua região. E Jesus quis a sua Igreja como "comunhão fraternal". "Nesse corpo, todos, membros uns dos outros, segundo a diversidade dos dons, devem ajudar-se mutuamente". E conclui: "Essa solidariedade deverá crescer sempre, até o dia da consumação. Neste dia os homens, salvos pela graça, como família amada por Deus e por Cristo Irmão, darão perfeita glória a Deus". A solidariedade, portanto, é ao mesmo tempo uma filosofia e uma teologia. Como filosofia e como ética humana, ela pode ser reconhecida por todos os homens de boa vontade. Mas os cristãos não podem esquecer que ela deve também ser pensada e vivida à luz de sua fé. Então ela se toma uma teologia e uma espiritualidade da própria caridade.

Solidariedade Concreta dos Cristãos Numerosos cristãos, buscando concretizar esses ensinamentos, desenvolveram uma forma renovada de espiritualidade. Essas iniciativas comportam habitualmente uma colaboração entre diversas confissões cristãs e não cristãs, pois trata-se de promover a solidariedade de to27


dos em relação a todos. Como viver a solidariedade no grande conjunto das Equipes de Nossa Senhora? Há, em princípio, a solidariedade familiar, aquela que necessitamos vivenciar em nossos próprios lares. Uma solidariedade que deve informar todos os nossos atos e que deve ser vivida pelos esposos e pelos filhos. Os filhos também devem sentir que são responsáveis por construir uma casa comum, todos devem colaborar, e isto é uma exigência do fato de viverem juntos debaixo do mesmo teto, de serem filhos, e irmãos. Penso que é fundamental viver e fazer viver este espírito de ajuda mútua na vida familiar e comunitária. Uma ajuda mútua na vida espiritual através da oração, pela busca da vontade de Deus na partilha, no pôr em comum, na troca de idéias à luz do Evangelho. E se nós fazemos um apelo à solidariedade numa vida de equipe, há muitos elementos materiais em jogo. Podemos viver a solidariedade concreta no acolhimento dos casais de outras equipes, na generosidade e na lealdade da nossa contribuição financeira ao Movimento, através da qual se pode promover e ajudar equipes em muitos locais sem recursos, no espírito de solidariedade inter-humana. Eu lhes digo claramente: sou a favor da ajuda e da colaboração de toda espécie, por parte de todos os equipistas. É esta a riqueza das Equipes. Quando comecei a servir no Movimento, nas várias reuniões, nas sessões de formação, como

Conselheiro Espiritual, fiquei logo impressionado pela capacidade de doação de todos. Doação espiritual, com uma presença ativa em todo tipo de situação; doação material, com esse espírito de ajuda mútua, onde todos colaboram na medida de suas possibilidades. Vocês conhecem a passagem que deixou Marcos e Lucas chocados, quando Jesus salientou aos discípulo o valor da doação da viúva pobre, que depositou duas pequenas moedas, e, no entanto, depositou mais do que todos, pois deu tudo o que tinha, tirou da sua própria necessidade. (Me 12, 41-44). Estamos aqui reunidos e muitos vieram de longe. A presença de vocês é estimulante, porque é um sinal de que, como casais, aceitaram a sua responsabilidade, com todos os sacrifícios e toda a generosidade que ela supõe. Somente gostaria de questionar: se o Mestre nos olhasse, não de forma simbólica, mas autêntica (e Ele nos olha), mereceríamos, todos nós, sem exceção, ouvir de seus próprios lábios que, na nossa comunidade, os ricos dão algo mais do que o supérfluo, e que os pobres, também fazem sua pequena doação, talvez com muito mais sacrifício? Eu vejo nisso um sinal de vida de solidariedade cristã e de uma vida que nos convida a não perder, jamais, a oportunidade de fazer do Evangelho o estatuto da nossa vida.

Extrato da Palestra proferida em conjunto por Pe. Mário, Maria Regina e Carlos Eduardo 28


Reconcilia~ão lntroclu~ão

sas vidas numa linha de relação interpessoal, deixar de pôr confiança nas coisas para descobrir a pessoa. No caso de Cristo, descobrir a relação com a pessoa de Cristo, que não é urna relação abstrata nem invisível, mas que se concretiza na relação entre pessoas. "A conversão, em certo sentido, vem sempre do alto; é urna espécie de força interior que nos obriga a entrar por um certo caminho. Mas a conversão começa com um despertar, um dar-se conta que se exprime assim: aqui, devo mudar a minha vida. Porque enquanto não houver esta decisão, ficarei oscilando à procura de soluções parciais que me impedem urna decisão total. Um dos meios necessários para a conversão é a oração" (Paoli, 1.976, p. 86)

A celebração do Jubileu do Ano 2000, neste terceiro ano de preparação, propõe-nos o aprofundamento dos ternas: Deus-Pai, Caridade, Reconciliação e o Evangelho de Mateus. Este terna da Reconciliação que será desenvolvido está apoiado na Sagrada Escritura, no Magistério da Igreja e na Práxis da Comunidade Cristã. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina (n° 1421) que o sacramento da Reconciliação é, juntamente com a Unção dos Enfermos, um sacramento de cura. Esta é a finalidade destes dois sacramentos. Reconcilia~ão,

um caminho de conversão

Conversão, Penitência, Confissão, Perdão e

A reconciliação está ligada ao processo de conversão. Conversão significa: a) mudança, reviravolta, mudança na maneira de encarar as coisas (do grego rnetanóia) b) concentração de forças para convergir, oposto à dispersão c) mudança de direção Qual o sentido dessa conversão? O homem é convidado por Deus a viver a sua vocação humana, aberto ao projeto de felicidade que ele destinou a todos . Muitas vezes , na busca desenfreada do TER, os homens esquecem de SER. Não podemos falar em conversão se não tivermos colocado nos-

Reconcilia~ão

Todos estes termos indicam e realizam sacramentalmente o convite de Jesus, a segui-Lo. Um está ligado ao outro. Jesus nos mostra um Pai misericordioso e acolhedor. O Catecismo nos ensina que se chama Sacramento da Conversão, pois realiza sacramentalmente o convite de Jesus à conversão, o caminho de volta ao Pai, do qual a pessoa se afastou pelo pecado. Chama-se Sacramento da Penitência porque consagra um esforço pessoal e eclesial de arrependimento. Cha-

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ma-se Sacramento da Confissão porque a declaração dos pecados ao sacerdote é essencial. Há também o sentido de ser confissão, ou seja, reconhecimento da Santidade de Deus e de sua misericórdia. Chama-se Sacramento do Perdão porque pela absolvição dos pecados o homem recebe o perdão e a paz. E, por fim, chama-se Sacramento da Reconciliação porque devolve ao pecador o amor de Deus que reconcilia. Assim, conversão exige penitência, a qual nos permite reconhecer nossas limitações. Ao confessarmos somos perdoados por Deus, reconciliando-nos conosco, com os outros e com Deus.

A conversão, em certo sentido, vem sempre do alto; é uma espécie de força interior que nos obriga a entrar por

Reconcilia~ão:

Encontro decisivo que compromete

um certo caminho.

Uma fé adulta e esclarecida sobre o Sacramento da Reconciliação revela o seu compromisso com a pessoa de Cristo e sua Igreja. É um encontro que ajuda a viver sempre mais a vida nova da graça. Receber o sacramento da Reconciliação só tem sentido na medida em que Cristo tem sentido em nossa vida. Só guardamos e estimamos um presente, na medida em que temos estima por quem nos deu. Ora, os sacramentos são sinais de amor e da presença de Cristo em nossa vida. E essa presença não é só ritual, no momento da celebração do sacramento, mas deve se expressar no dia-a-dia, nas nossas realidades temporais. Só tem sentido receber os sa-

Mas a conversão começa com um despertar, um dar-se conta que se exprime assim: aqui, devo mudar a minha vida.

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OCaráter Comunitário da

cramentos se realmente amamos quem o sinal-sacramento representa e visibiliza. O sacramento da Reconciliação, assim como a oração, dá-nos a força necessária para anunciar o Plano de Deus ao mundo, e denunciar o que se opõe a esse Projeto de Felicidade do Homem. Oração-Evangelho-Sacramentos vão delineando nosso estilo de vida, nossa espiritualidade. Recebemos os sacramentos ocasionalmente para sermos, não ocasionalmente, mas diariamente: Sinal-Sacramento-Testemunho.

Reconcilia~ão

A primeira idéia é de que seja um sacramento pessoal: o penitente e o padre, a absolvição dada no segredo da privacidade, nada pode ser revelado do que foi confessado. Isto, porém, não lhe retira o caráter comunitário, pois o sacramento é uma ação de Cristo que traz vida aos membros todos de seu Corpo Místico. O pecado tem um efeito individual e um efeito social. Na Igreja primitiva havia ocostume da reconciliação pública dos penitentes, e hoje, sem existir tal tipo de cerimônia, permanece válido o fato de que o pecado torna enfermo todo o corpo da Igreja e o sacramento traz graça a todos os seus membros.

Efeitos d o Sacra mento da Reconcilia~ão

Ele tem um duplo efeito: perdoa e aumenta a graça. O ser humano é sempre pecador, e a vivência e a celebração deste sacramento ajuda-nos a entender a nossa natureza de pecador e dá-nos a graça para superá-la.

Para que o Padre? Há pessoas que dizem que, sendo o padre uma pessoa como qualquer outra, mais cômodo seria confessar-se diretamente com Deus. Porém, se o pecado não é puramente individual, mas atinge a santidade de toda a Igreja, também o perdão deve ser dado mediante um gesto da Igreja, através de um seu ministro. É assim que Jesus ordenou este sacramento, através dos apóstolos e de seus sucessores. Há também o aspecto sensível: através do padre ouvimos o perdão, vemos o gesto, percebemos o sinal de que fomos perdoados. Não há dúvidas. O sacerdote é, pois, o represen-

O Sentido do Sacramento Penitência Toda reconciliação é "Quaresma" e "Páscoa", pois o tempo litúrgico da Quaresma é penitencial, e a Páscoa é a grande alegria de ser reintegrado, pelo sangue de Cristo, à comunidade de seu Corpo Místico. Neste sacramento passamos por três etapas: a) reconhecemo-nos pecadores; b) decidimos nos converter, c) ressuscitamos com Cristo. 31


Conclusões:

tante de Cristo e confirma aquilo que o penitente arrependido já traz como uma realidade interior. O sacerdote cumpre o gesto do bom pastor que busca a ovelha perdida; do bom samaritano que cura as feridas; do Pai que acolhe o filho pródigo. É o instrumento e o sinal do amor misericordioso de Deus ao pecador. O confessor é o servo do perdão de Deus (Catecismo n°

O valor fundamental na prática e na teologia deste sacramento é a CONVERSÃO. Somos fracos e limitados e necessitamos de conversão e reconciliação. Precisamos tomar consciência da dimensão social e eclesial do nosso pecado, da dimensão política de cada gesto, de cada opção do homem, e na nossa responsabilidade perante as situações de exploração e injustiça a que são submetidos tantos nossos irmãos. A nossa confissão e nossa procura de reconciliação com Deus e com a comunidade eclesial será tanto mais autêntica quanto for expressão de um esforço de mudança nas nossas atitudes diante de Deus e dos homens. A confissão individual é encontro, diálogo, experimentada como evento salvífico eclesial de conversão e de reconciliação. Confessar é proclamar a misericórdia de Deus, é reconhecer-se limitado e frágil, é acreditar no poder de Deus em perdoar, é louvar a Deus por sua santidade. Nessa atitude, o pecador pode ser reconciliado com Deus através da Igreja, através de um sinal sensível de reconciliação. É importante concluir que tudo não se esgota nestas páginas, pois o amor e a misericórdia de Deus são infinitos e outros aspectos devem ser aprofundados para enriquecer o estudo sobre a Reconciliação.

1465/66)

Formas de celebrar a Reconcilia~ão As normas eclesiásticas situam basicamente três formas de celebrar o sacramento: Reconciliação Individual dos Penitentes, Reconciliação de Vários Penitentes com Confissão e Absolvição Geral, e a última forma, Reconciliação de Vários Penitentes com a Confissão e Absolvição Individual. Mas os elementos básicos de uma boa confissão repousam num exame de consciência após a leitura de um texto bíblico que inspire a conversão. Em seguida vem o indispensável arrependimento de ter ofendido a Deus, seguido da acusação de nossos pecados. O sacerdote dar-nos-á uma orientação e indicará uma penitência a ser cumprida (orações, obras de caridade etc) e dará a absolvição. Que fique claro que a procura a este Sacramento deve ser para confessar os próprios pecados, nunca para simplesmente fazer um desabafo, falar do pecado dos outros, dizer as coisas boas que fez.

Extrato da palestra proferida por Pe. Mário José Filho, SCE da Ecir

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Homilia: Festa de Cristo Rei mados Casais Equipistas, acerdotes, Religiosos e eligiosas Hoje o Universo todo levantase jubiloso, pois o seu Rei é exaltado na grandeza da sua simplicidade. Um rei que passou pelo mundo e os seus não o reconheceram. Ficou no mundo e nós o rejeitamos. Esta meditação que hoje a Palavra nos propõe, ou melhor, a Palavra nos anuncia, oferece-nos três dimensões: 1- "Salvou outros, que se salve a si mesmo"- no meio do escárnio e do desrespeito infame dos doutores e Sacerdotes, o Rei ficou em silêncio. Hoje são muitos os barulhos, brigas, ofensas, calúnias, infidelidades e mentiras. O Reino do Silêncio fala mais alto. O Cristo não pronuncia nenhuma palavra. Já crucificado não apela para a violência. Nós, muitas vezes, apelamos, mesmo na hora da dor, da angústia, da morte! Lutamos para que a nossa voz seja ouvida. Jesus escuta todas as ofensas, recebe pancadas, mas permanece no Reino do Silêncio. No nosso Movimento, o Reino do Silêncio chama-se Dever de Sentar-se. 2- "Jesus, lembra-te de mim quando tiveres entrado no teu Reino" -do lado do crucificado, encontravam-se dois "malfeitores". Sem33


pre me pergunto: Será que os dois que estavam do lado de Jesus também foram injustamente julgados? Quantos juízos a priori, quantas pessoas que sofrem os nossos preconceitos, os nossos excessivos comentários! 3- "Em verdade, hoje estarás comigo no Paraíso" - esta manifestação solidária e abrangente, dá-nos a chave certa para abrirmos as portas do Reino. Jesus revela toda a grandeza da sua pregação. Aquele homem crucificado junto com Ele, que, seguramente, O conheceu na última hora, reconhece-O como Salvador. Equipistas, vamonos deixar atrair e cativar por este Reino. Ele, como nos diz uma das orações Eucarísticas, "também é nosso". Este Reino não está sediado nos palácios. Este Reino não tem sua força nas armas, nem nos títulos. Ele não é majestoso; é simples e pequeno como um grão de mostarda. Não tem príncipes nem duques, nem barões. Tem servido-

Equipistas, vamo-nos deixar atrair e cativar por este Reino. Ele, como nos diz uma das orações Eucarísticas, "também é nosso".

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res, construtores e um só Rei. Algumas vezes somos "safados" e dizemos: "Se és o Cristo, o Rei, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós". Sei que alguém poderia me dizer: "Mas na hora H, na situação limite, que outra coisa podemos esperar? Na hora do desespero, não fica mais do que expressa nossa inconformidade, nossa revolta?" Na hora do desemprego, na hora do filho(a) perdido, nas horas da infidelidade conjugal e sacerdotal, geralmente, lançamos este grito: "Salvanos, se verdadeiramente és Deus!" Diante deste desespero, fica a doce e terna expressão: "Lembra-te de mim no teu Reino". Seu nome é Jesus Cristo. O mesmo ontem, hoje, sempre.

Ex tratos da homilia do Pe. José Rafael Duran durante a Celebração Eucarística de Encerramento e Envio do Encontro Nacional


Vida às Margens do Corda 'O

i gente! Mas, como? Então vocês não me conhecem?"

Era a voz amiga do Chico da Dina (equipe 6, Jundiaí), o rosto aberto num sorriso acolhedor, que saudava a chegada do casal Aldy e Raimunda. Na realidade, entre as preocupações e os afazeres de responsável pela equipe de serviço, no Encontro Nacional, aquele era um momento muito especial para o Chico. Ao vê-los, gratas recorda-

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ções esquentaram o seu coração. Ele se lembrava bem do dia em que respondera a uma carta do frei Leonardo Protta, de uma cidadezinha longínqua, a 450 km de São Luís, no Maranhão, interessado em lançar, na sua terra, as sementes das Equipes de Nossa Senhora. Foram meses de uma correspondência cordial, em que se traçaram os caminhos para que se acendesse, no Brasil, mais um ponto de luz do Movimento que o Espírito Santo havia inspirado ao Pe.


Caffarel, nas distantes terras francesas. Depois, foi o trabalho pessoal e dedicado de Vanda e Bosco que, durante um ano inteiro, deixavam uma vez por mês a sua bela Fortaleza. Entusiasmados, incansáveis missionários do fim do segundo milénio, completaram brilhantemente o que se iniciara por correspondência. Desse tempo, Bosco fala ainda cheio de ternura: -Foi uma experiência fabulosa. Eu me sentia um pouco como São Paulo, viajando aqueles 2 000 km (ida e volta) para falar das Equipes, para falar do Evangelho. (Ri, como que medesculpando.) Eles eram pessoas verdadeiramente cristãs, engajados e com um desejo muito grande de perfeição ... Agora estavam ali, diante de nós, Aldy e Raimunda (Diquinha para os amigos), responsáveis do setor de Barra do Corda. Ela, educadora, ainda trabalhando; ele, aposentado, mas mais ativo do que nunca no serviço do Senhor. Haviam deixado sua cidade querida, situada na confluência dos rios Corda e Mearim. Vinham para aprender e ensinaram muito a todos que se aproximaram deles. Não era a primeira vez: em 1994, tinham sido indicados, bem como o frei Leonardo, para participarem do Encontro Internacional de Fátima, sob o patrocínio do Movimento no Brasil. Também daquela vez, tinham levado na bagagem um tesouro de sabedoria.

De lá, voltaram revigorados pela grandiosidade do Movimento e pela missão que tinham à sua frente. A missão de transmitir o que haviam aprendido e de continuar firmes no caminho de casais cristãos que acreditam na família e notestemunho do amor transformador de um homem e uma mulher. Os que tiveram, como nós, a oportunidade de conversar com eles, mesmo rapidamente, nos pequenos intervalos do Nacional (que são sempre momentos extraordinários de encontro e de enriquecimento), perceberam a força interna e a coragem contagiante do casal de fala mansa e aparência frágil. Estão orgulhosos: agora existem 7 equipes em Barra do Corda e 8 experiências comunitárias, incluindo as das cidades de Governador Archer e Jenipapo. Falaram do trabalho bonito que o Movimento fez na Semana da Família, com uma passeata que envolveu cerca de 3 000 pessoas. Diquinha conta que a cada ponte do rio Corda (um rio tranqüilo, um rio bom), aumentava o número de participantes, aumentava a beleza do encontro de pessoas que eram "um só coração e uma só alma". Quando eles saíram para a capela, fiquei ainda, por alguns instantes, saboreando o que ouvira e aprendera. Lembrei-me de Dom Angélico e falei baixinho: -Obrigada Diquinha e Aldy. Deus existe!

Wilma e Orlando Equipe da Carta Mensal 36


Deus não Escolhe o s Capacitados mas capacita os escolhidos ta foi a resposta que Deus nos deu referente a uma situaão inesperada na nossa vida. Ele nos escolheu para um trabalho (missão) nunca imaginada por nós: ser responsável de um Setor. Mas, como nós, todos os dias, entregamos a nossa vida a Deus, pedindo em oração que se faça sempre Sua vontade em nossa vida, Ele resolveu pregar-nos uma surpresa, como não dizer, um susto. Vimo-nos no meio de um vendaval sem saber onde iríamos parar e como iniciar este trabalho. O medo, a falta de experiência, a aparência jovem poderia não trazer confiança aos casais mais velhos, mais velhos não só na idade como também no tempo de equipe. Vimo-nos sem saber o que fazer, pois não fomos escolhidos por vontade humana mas sim fruto de um momento de oração, no qual prevaleceu a vontade do Espírito Santo. Vivemos também uma ordem de Deus através da palavra de Josué 1, 8-9 que nos diz: "traze sempre na boca as palavras deste livro da lei; medite-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás em teus caminhos e serás bem sucedido. Isto é uma ordem: sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer lugar para onde fores" Só temos que responder, Amém. Peçamos a todos os casais

E

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equipistas do Setor B, bem como dos setores A e C, que não parem na nossa aparência, mas que procurem ver e conhecer o nosso coração, pois, o Senhor nosso Deus está conosco. Amém.

Renata e Mário CRS "B" - Itumbiara-GO Nota da Redação: O jovem casal, não medindo sacrifícios, esteve presente no Encontro Nacional levando junto o filhinho de apenas 2 meses, o qual foi considerado como o mais jovem membro do Movimento das ENS. Seu nome é Mário José.


A Multidão dos Fiéis Era um Só Cora~ão e uma Só Alma (AI 4,32) Queridos amigos: Durante estes últimos meses, vocês devem ter notado que as cartas dos membros da ERI falaram de unidade. Alguns equipistas nos perguntaram, recentemente, a razão da escolha desse tema. Nenhuma preocupação particular nos levou a essa escolha, a não ser a necessidade de sublinhar os diferentes aspectos da unidade na vida do Movimento. A unidade não passaria de uma palavra vazia de qualquer sentido, se nós não lhe consagrássemos um tempo para refletir sobre ela. Por que a unidade é tão necessária? Qual o sentido para vocês da unidade no Movimento? Como vocês vivem a unidade no seio de sua equipe, de seu setor, de sua região ou super-região? O esforço de vocês está ajudando a manter a unidade? Uma das primeiras responsabilidades da ERI é assegurar a unidade do Movimento: uma unidade na diversidade. Hoje, apesar das diferenças de cultura, de raça, de língua, a unidade é mantida no mundo todo. Os métodos e as estruturas do Movimento nos dão um enquadramento de valor inestimável, para estabelecer a comunhão entre nossos membros, mas somos nós, os equipistas, que devemos dar vida a essa comunhão. Cada membro, cada casal, que toma parte ativa na vida do Movimento é fator impor-

tante para o vigor dessa comunhão. É a sua pertença às Equipes de Nossa Senhora que, em primeiro lugar, constitui o mais importante elemento de unidade, mas disso resulta uma necessidade mais profunda: é necessário desenvolver um espírito de equipe que não pode nascer senão de uma preocupação autêntica com o bem dos outros, apreocupação com sua equipe e com os outros equipistas. É esse espírito que deve vibrar no coração do nosso Movimento e se exprimir na ajuda mútua fraterna. Nosso engajamento na ajuda mútua fraterna , ao mesmo tempo material e espiritual, é como um fio tecido na trama de toda a nossa vida de equipe que faz com que todos sejam um. Essa caminhada que, de boa vontade, empreendemos com os outros, a fim de nos tornarmos, aos poucos, mais conscientes da presença de Deus nas nossas vidas, é um grande ato de fé. É uma vida comunitária na qual a ajuda mútua se exprime através da amizade, do engajamento, da benevolência, do serviço, e que faz crescer nossa relação com Deus e com os nossos irmãos equipistas. A oração e a partilha nos ajudam na nossa caminhada de fé, no decorrer de nossa vida, uma vida que nos traz numerosos benefícios mas também dificulda38


des. Se dermos e recebermos num espírito de entreajuda, viveremos mais a nossa vida segundo os valores evangélicos. Pelo seu serviço no Movimento, a ERI quer assegurar que cada equipe receba a ajuda e o encorajamento de que tem necessidade para aprofundar sua vida cristã. Mas ela não pode realizar essa tarefa sozinha. Ela precisa de ajuda e se apoia na cooperação e na generosidade de outras pessoas. Se, nos vários escalões do Movimento, todos colaboram plenamente, então, sim, é possível para a ERI dar esse suporte aos equipistas e às suas equipes. Vocês podem pensar que a ERI não tem nenhuma ligação com a sua equipe. Algumas vezes, devem se perguntar o que a ERI sabe sobre as equipes em geral e sobre a situação dos equipistas no mundo ... Pois nós acreditamos que, se tivessem uma idéia daquilo que nós conhecemos do Movimento, vocês ficariam espantados! Esse conhecimento é o resultado de uma excelente ligação entre os membros da ERI e os responsáveis das super-regiões e regiões isoladas Para nós, o Movimento é como uma grande fanu1ia e, como no caso de nossa própria fanu1ia, tudo o que nele acontece nos interessa e nos esforçamos para reforçar os laços que nos unem. Nossa comunicação é muito bem feita por cartas, mas fax e e-mail nos têm ajudado enormemente a reduzir o tempo de espera por notícias e informações. Nosso "mundo-Equipe" nos parece, agora, consideravelmente menor. 39

Porém, apesar das vantagens desses meios modernos, eles jamais substituirão os cantatas pessoais. Nossas visitas aos seus países nos ajudam no nosso esforço para manter a unidade É nessas ocasiões que podemos compreender melhor as suas necessidades, conhecer melhor a cultura de seus países e as situações que vocês têm de enfrentar, no seu esforço para manter e desenvolver as Equipes de Nossa Senhora. Essas viagens estão geralmente ligadas a encontros ou sessões de formação. São momentos passados juntos, na alegria de uma verdadeira amizade e numa atmosfera em que sopra o Espírito Santo. As ENS são um dom do Espírito à Igreja e ao mundo, um dom que devemos guardar zelosamente, a fim de poder oferecê-lo a outros casais. Numa época em que a vida familiar tem, de maneira especial 1 necessidade de ajuda, nosso Movimento tem uma especificidade: fortificar os casais unidos pelo sacramento da matrimônio. Quando os conselheiros matrimoniais falam de união, é de uma relação de partes iguais que estão falando; e, talvez, certos casais não possam ir além disso. Mas Deus fala de ser "um". Nossas vidas, unidas pelo sacramento do matrimônio, devem ser uma imagem dessa unidade, uma fusão de duas vidas - em presença de Deus. Essa unidade deve ser a nossa preocupação mais valiosa.

Tom e Maureen


Carta do Conselheiro Internacional Por que Compostela?

A

escolha de Santiago, durante a reunião do Colégio em Dublin, em 1995 , como lugar de encontro de todas as equipes do mundo, no ano 2 000, não é sem significação. O "caminho das estrelas" tem sido, há séculos, o guia que ajudou milhares de peregrinos do Ocidente a chegar ao lugar onde a tradição coloca o túmulo do apóstolo São Tiago e de seus discípulos Teodoro e Anacleto. Toda a velha Europa está sinalizada por centenas de estradas chamadas "o caminho Santiago" , e pessoas de todos os países têm feito esse caminho, guiados pelas nuvens de estrelas longínquas, espalhadas no céu. O que buscava essa multidão de homens e mulheres, dirigindo seus passos para esse "finisterrae" (fim da terra) da Península Ibérica? Na verdade, em Santiago de Compostela não se fala de milagres exteriores, nem de curas extraordinárias das doenças do corpo. Lá não há fontes de água para mergulhar os corpos enfermos, nem rochedos onde a pessoa possa se sentir protegida pelo mistério da bondade de Deus, sob a proteção de Maria. Há, apenas, um túmulo, e, sobre ele, uma imensa basílica de pedra dourada, austera e flamejante ao mesmo tem-

po, que protege aqueles que buscam as relíquias do discípulo de Jesus ... A multidão de crentes, caminhando para Compostela, tem sentido, há séculos, um chamado interior que lhes faz desejar o milagre mais importante que pode somente ser obtido com a graça do Senhor: a conversão do coração. Uma conversão sempre necessária, pois é preciso nascer de novo para ver o Reino de Deus (Jo 3, 3). Eis porque ficou decidido que todos os equipistas do mundo caminhem para Compostela. No limiar do ano 2 000, todas as Equipes de Nossa Senhora desejam se sentir num caminho de conversão. Elas aspiram entrar no novo milênio abrindo suas vidas à ação transformadora de Deus. Desejam ir para Compostela com a confiança do filho pródigo que voltou para a casa do Pai, e, lá chegando, orar com a humildade do publicano no templo. Têm vontade de poder encontrar, nessa velha muralha de fé, o sicômoro de que Zaqueu se serviu para ver Jesus de passagem, em Jericó, e sentir a força assombrosa de seu olhar, chamando-o à conversão e à generosidade. Queremos, nas ENS, que Jesus nos fale uma vez mais e como recomendação para os próximos anos: hoje, a salvação entrou nesta casa (Lc 19, 9). Sabemos que sem Jesus nada

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podemos fazer, e, nos nossos lares, precisamos dessa misteriosa presença do Filho do homem que veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19, 10) O encontro de Compostela, no ano 2 000, deve ser, para as ENS, o ponto de partida para uma vida cada vez mais enraizada no Evangelho, mais engajada na comunidade da Igreja. Queremos revigorar nosso dinamismo espiritual num espírito criativo e de releitura da maneira de ser fiéis a nossos carismas como equipistas, em sintonia crescente com a letra e o espírito de nossos Estatutos, e como cidadãos deste mundo, onde queremos marcàr nossa presença.

Os dias de Compostela devem ser o ponto de partida do milagre de nossa conversão pessoal, de casal, de membros das ENS, de Igreja viva que somos. Como os milhares de peregrinos que têm percorrido a estrada que leva ao túmulo do apóstolo, nós, também, queremos reencontrar as raízes de nossa fé. Queremos viver mais corajosamente, para irradiar essa esperança, que nos faz olhar o mundo que há de vir com plena confiança em Jesus Cristo, que nos chamou a segui-lo, através das Equipes de Nossa Senhora, para poder dar frutos que conduzam à santificação (Rm 6, 22).

Cristobal Sàrrias, sJ.

Notícias Internacionais

Santiago 2 000 Quando vocês receberem esta carta, estarão faltando, aproximadamente, um ano e meio para o nosso Encontro Internacional de Santiago; um ano e meio para descobrir a vontade de Deus sobre todos nós, membros das Equipes de Nossa Senhora, neste começo do terceiro milênio. Nos próximos meses, vocês receberão as informações necessárias, por intermédio de seus Super-Regionais e através de nossas Cartas, para que possam se preparar para o Encontro. Durante esse tempo, queremos lhes recomendar que implorem a Deus, Nosso Pai, que nos ilumine a todos: que sejamos capazes de organizar um encontro de acordo com a vontade dele, de acordo com o que Ele espera de nós. Rezemos também a Nossa Senhora, pedindo-lhe que interceda para que comecemos um caminho de conversão, numa atitude aberta, e que, no caminho de Santiago, ela ajude todos os membros das ENS a ser, para os outros, luz nas trevas e fermento na massa. Como a Abraão, Deus nos diz também: "Saía da sua terra e da casa de seu pai e vá para a terra que eu lhe mostrarei" (Gn12, 1).

A equipe delegada pela ERI para a organização do Encontro 41


Sob o Influxo do Espírito Santo

T

udo começou com Frei Baruel que fez um levantamento em suas equipes e observou que alguns equipistas, a despeito da idade, ainda não tinham sido crismados. Teve a idéia de, caminhando com a Igreja no Projeto Rumo ao Novo Milênio, celebrar, no ano dedicado ao Espírito Santo, o sacramento da Crisma. Essa idéia pegou fogo. Os casais fo ram avisados no EACRE que em 1 998 haveria crisma para aqueles que o desejassem e as adesões foram surgindo, com os Conselheiros Espirituais de Equipe se encarregando da preparação dos seus equipistas. Pe. Elísio de Oliveira, substituindo Frei Baruel como conselheiro da Região, aceitou o desafio, e começamos a pensar em como e onde celebrar o Sacramento da Confirmação. Surgiu, então, a oportunidade de o Mo-

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vimento ser apresentado oficialmente ao novo Arcebispo de São Paulo, Dom Claúdio Hummes, o qual manifestou desejo de "conhecer as bases do Movimento", saber quantas equipes há em São Paulo, quantas pessoas compõem a Região, mostrando assim conhecer bem as ENS, pois recebe a Carta Mensal e a lê com muita atenção. Informado de que o evento que reunia maior número de equipistas era a missa de troca de Responsáveis, aceitou essa oportunidade para conhecer todo mundo e fez questão de dizer que queria ver a Igreja lotada. E por que não juntar Crisma e Passagem? Ele aceitou a idéia e nós exultamos.

Arregaçamos as mangas, os Setores fizeram o levantamento dos crismandos que somaram 47 pessoas. Providências, convites, preparação da liturgia, equipes de trabalho, di visão de tarefas etc Chega o grande dia. Que beleza! 24 Sacerdotes Conselheiros Espirituais concelebram com Dom Cláudio. Igreja lotada com mais de 800 pessoas. Dom Claúdio de túnica vermelha, é festa do Espírito Santo, é dia da Crisma, é dia da Passagem, mitra, báculo, procissão de entrada, Nossa Senhora vem na frente conduzindo seu povo ... que lindo! Os crismandos e seus padrinhos, em fila, aguardam a vez de receberem o Dom de Deus. Marido é padrinho da mulher, CRS padrinho de Casal Ligação, sogra equipista madrinha de genro equipista, Sacerdote Conselheiro Espiritual padrinho de seu equipista. Dom Cláudio diz coisas lindas. Diz que a grande maioria das pessoas são casadas, e que se Deus as chamou para o casamento é porque lhes deu a oportunidade de serem felizes. Diz que o sacramento do matrimônio é sacramento de santificação e que é na fidelidade que se constrói a felicidade. Pede que as ENS ajudem a evangelizar a cidade de São Paulo e que é preciso dizer à cidade que a felicidade existe tanto no casamento como na família.

Dom Cláudio pede que as ENS ajudem a evangelizar a cidade de São Paulo e que é preciso dizer

à cidade que a felicidade existe tanto no casamento como na família.

Altimira e Paulo CRR São Paulo, SP

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- d Movilllento ExPansao o . Novas Equ•pes . sa Senhora de Guadalupe • Eqmpe Nrvol (Vinhedo!Valinhos-SP) . d paz Setor V . 8 Nossa Senhora Ramha a • Eqmpe Pitangueiras-PR . 3 -Nossa Senhora das Graças • Eqmpe Quixadá!CE . e Fáuma d h . 4 - Nossa Sen ora • Eqmpe Quixadá!CE ora da Salette · 17 _Nossa Senh • Equ1pe /SP São José dos Campos . . d Todas as Graças . N Sra. Med1ane1ra e • Eqmpe 8 - · Osório, RS · . N Senhora da Saúde, • Equlpe assa Barra do Ouro, RS

Falecimentos Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos:

a) Monsenhor Feliciano Castelo Branco, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 19 D, Rio de Janeiro/RJ, ocorrido em 21/10/98

b) Padre Joathan Carvalho Rocha, Sacerdote Conselheiro Espiritual das Equipes 1 e 21, Fortaleza!CE, ocorrido em 17/10/98

c) José Meneguci (da Carmen), da Equipe 8- Nossa Senhora Auxiliadora, do Setor Santana, Varginha/MG, ocorrido em 30/10/98

d) João Pereira Neto (da Verônica), da Equipe 5 - Nossa Senhora Aparecida, Contagem/MO, ocorrido em 24/10/98

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Jubileu de Ouro Sacerdotal No dia 07 de dezembro de 1.998 o Padre Silvino Arnhold, sj, sacerdote conselheiro espiritual de equipes e do Setor A de Londrina/PR, comemorou seus 50 anos de vida sacerdotal, em uma festiva missa de Ação de Graças. O ilustre sacerdote é um grande entusiasta do Movimento, dedicando considerável parcela de seu trabalho pastoral em prol dos equipistas e das farru1ias. A ele os cumprimentos de todo o Movimento, com as orações para que Deus o cumule de bênçãos e graças no seu ministério.

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Orcfe1111 ,11o D· a) Osmar L . ICicoiiCII da Equipe 6 ~zz Guedes, de Iundiaí/Sp oNrd. Sra. Aparecida P erm ' enad D · - ' anente em 06112!9 o Iacono h) João Fláv" J1 8 da Equipe 15-~o d endr~scoto, ordenado Diá , e FlonanópoJisJSC 19112198 cono Permanente e~

Errata Na edição da Carta Mensal de novembro/98, pág. 18, sob o título BODAS DE PRATA, referente à Equipe 2- Nossa Senhora das Vitórias, de Niterói/RJ, ocmTeram algumas incorreções que ora ficam retificadas, a saber: a) A equipe se reuniu para comemorar as Bodas de Prata em Campos do Jordão, com seu Sacerdote Conselheiro Espiritual, após um retiro fechado (não foi feito lá, nem pregado pelo SCE da Equipe); b) Graça e Brady não são o casal responsável da Equipe 2, mas o Casal Responsável do Setor B/Niterói, que recebeu a matéria e a enviou para a Carta Mensal. 45


ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS! O SEMEADOR DO REINO O Evangelho segundo Mateus CNBB

SEM TRABALHO ... POR QUÊ?A Fraternidade e os Desempregados Texto- Base CF-99

Este subsídio pre....,. tende aj udar as co- 01 m munidades de hoje a osc,-~'lnoocN6 51 00 refazer o caminho //['No de aprofundamento l~~· da fé no Senhor que J!l."-:~ conduz a história. Jesus, no Evangelho de Mateus, é aquele que propõe a vida comunitária como uma das maneiras privilegiadas de perpetuar sua memória-presença na caminhada do povo fiel. Este subsídio quer também ajudar as comunidades a, cada vez mais, aumentar seu amor e interesse pela Palavra de Deus . Palavra para ser entendida, mas também para ser rezada, cultivada e assumida na vida.

I

Para enfrentar o angustiante problema do desemprego que atinge tantas famílias em várias partes do mundo, incluindo nosso País, a Campanha da Fraternidade 99 deseja levar- nos arefletir sobre o que podemos e devemos fazer para que homens e mulheres tenham trabalho garantido. Isto desejamos fazer dentro do espírito da Quaresma, buscando ouvir a Palavra iluminadora das Sagradas Escrituras, orando a Deus-Pai-Trabalhador e agindo na defesa e promoção dos direitos do desempregado e desempregada.

A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO A história de um retorno para casa Henri J.M. Nouwen - Paulinas

Um encontro com uma reprodução da pintura A volta do filho pródigo, de Rembrandt, projetou Henri Nouwen numa longa aventura espiritual. Seguindo a inspiração que teve diante da obra em que Rembrandt retrata a impressionante história do Evangelho, o autor examina os diversos movimentos da parábola: a volta do filho mais jovem, o restabelecimento da filiação, o espírito vindicativo do filho mais velho e a misericórdia do pai. O desafio de amar como o pai e ser amado como o filho será mostrado como a revelação final da parábola, conhecida pelos cristãos ao longo dos tempos e aqui descrita com um vigor e força novos para os dias de hoje. 46


I -=-"lnentre as boas reflexões que I -=-"INo mundo dos nossos dias, tenossa CM traz, quero destacar, na de novembro/98 p. 43/45, "O LEITE AZEDO" que o Gabriel (da Daisy) escreveu. Acho importante a lembrança que ele nos faz com este seu artigo de fundo tão caseiro - do dia a dia mesmo. É bom saber que duas coisas tão distintas e até contrárias estão tão próximas uma da outra. Portanto, irmão equipista, comece procurando e encontrarás tudo o que for azedo e terás muito doce pela frente. 181 João (da Leda) Equipe 15-A Florianópolis, SC

mos constatado que os nossos meios de comunicação parecem só estar preocupados com notícias como: "Câmara vota a necessidade de oficializar o aborto" ou "É necessário que se estabilize a situação dos casais do mesmo sexo" etc, etc ... Precisamos de notícias como as que dou agora: "Na equipe 7, de Teresópolis/RJ, em 1997, nasceram 4 bebês, numa equipe já de muitas crianças. Recentemente, em outubro de 1998, nasceu Lara, filha de Luciane e Arnaldo, para completar o significativo número de 16 crianças, numa Equipe de nove casais, em plena idade fértil, onde nem todos começaram ainda a expandir suas famílias !" Esta, sim, uma notícia que gostaríamos fosse difundida. [8:] Maria Laura (do Oscar) Equipe 1 Te resópolis, RI

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Maria, Filha Predileta untamente com Maria, peregrinamos nestes anos de jubileu, participando no seu Advento materno e na sua condição filial. Veneramo-la como "Mãe de Deus", no ano dedicado a Jesus Cristo, e como mulher "dócil à voz do Espírito, mulher de silêncio e de escuta, mulher de esperança", no ano doEspírito Santo.

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Hoje, saudamo-la como "filha predileta do Pai ... exemplo perfeito de amor, tanto a Deus como ao próximo" (Tertio milennio adveniente, 54). Neste ano quer-se ressaltar também a sua " missão única na história da salvação: ser a Mãe do próprio Salvador". A Virgem que respondeu à chamada de Deus com plena disponibilidade: "Faça-se em mim segundo a tua palavra", exercerá neste ano a sua maternidade "iniciada em Nazaré e vivida em plenitude em Jerusalém junto da Cruz". Dela receberemos o "afetuoso e insistente convite" para que retornemos à "casa do Pai, escutando da sua voz materna: "Fazei o que Ele vos disser". Maria, mãe amável, mulher plena, irmã muito afetuosa. Maria, filha predileta, tem uma enorme ressonância de afeto e devoção no coração da América Latina e do Caribe. Honramo-la com diferentes títulos e veneramola especialmente no Santuário de Guadalupe. Ela nos mostrou o rosto materno do Pai, dando à luz o seu Filho unigênito e fazendo-se presente com a sua proteção nas encruzilhadas da história. Neste tempo tão sensível à dignidade feminina, encontramos nela um exemplo, um estímulo e uma imagem de mulher que podemos indicar com orgulho e gratidão: "Ecce mullier". Eis aí a mulher!

L'Osservatore Romano 29 de Agosto de 1998 48


MEDITANDO EM EQUIPE Mateus inicia seu evangelho mostrando que Jesus é o Sa lvador que vem realizar as promessas divinas, mas é ao mesmo tempo um Messias que realmente faz parte da família humana. Tanto que é filho de santos e de pecadores, tendo entre seus antepassados mulheres que não faziam parte do povo hebreu, uma prostituta e uma adúltera . Veio assumir nossa humanidade para nos fazer participantes de sua divindade.

Leitura: Evange lho de Mateus 1, 1 8 -2 5 • Maria ficou grávida por obra de Deus. Oue conseqüências isso teve para ela? • José aceitou Maria como esposa. Ou e conseqüências isso teve para ele? • Oue você pode aprender das atitudes de Maria e de José? • Adore, louve, alegre-se, decida e peça.

Ora~ão

litúrgica:

Pura Mãe do Redentor Santa Mãe do Redentor, Porta do céu sempre aberta, Estrela do mar, socorrei o povo dos caídos que se quer erguer. Vós gerastes, ó maravilha, aquele que vos criou e permanecestes sempre virgem. Recebendo a saudação de Gabriel arcanjo, tende piedade de nós, pecadores I (Oração das H oras)



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