ENS - Carta Mensal 340 - Outubro 1998

Page 1


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°340 • Outubro/1998

EDITORIAL ......... ..... ............... .. ... 01

Experiência Comun itária ............. 26

Não Sei Se ... Mas Sei Que ..... .. ... O1 Conselheiro da ECIR ........... ... ... .. 02

Presença no Mundo O Direito dos Pob res .... ....... ....... . 27

ECIR .... ... .... ....... ... ........ ....... ....... 03 Dever de Sentar-se ....... .. ............ 03

Os sete Dons do Espírito ....... .... .. 29

11 Encontro do Colegiado Nacional (1998) ......... 05

FORMAÇÃO .......... ... ........ ... .... ... 29

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 31

A Alegria de Ser

MARIA ......... .... ....... ........ .. ... .... ... 33

o Novo Responsável ...... .... ........ .. 07

Mãe dos Brasilei ros ... ... .... .. ..... .... 33 Vim Apenas Te Ver ... ...... .... ... ...... 34

VIDA NO MOVIMENTO .... .......... 09 Responsáveis? Nós? ... .. .. ... ... .. ... .. 09 Barrancas do Rio Amazonas ........ 1 O Sessão de Formação .. ...... .... ... .. .. 1 1 CORREIO DA ERI .. ...................... O Sentido da Fidelidade ............. Palavra do CE Internacional ........ Notícias Internacionais ....... ... ......

12 12 14 16

MISSÃO ............. ......................... 18 Os Missionários das ENS ... .... .. ... 18 Famíla Missioná ria ........ .............. 19 União de Forças em Torno da Famíl ia ................... 21 PRIORIDADES ........ ... ............ ... ... 23 8 2 Congresso Nacion al de Pastoral Famil ia r .................... 23

ATUALIDADE .... .... .................... .. . 35 O ração e Política ........... ... ...... .... 35 TESTEMUNHO ... ... ... ...... ... ..... ... .. 37 Um Dia Foi Assim ................... .... 37 Uma História Sobre Gansos e Equipes ............ .. ..... .... 39 Providência .................. ....... ...... .. 41 PALAVRA DO LEITOR ........... ...... .. 43 ORAÇÃ0 ... ....... .......................... 44 O ração da Equ ipe ... ............ ....... 44 REFLEXÃO ... .. .................. .. ... ... ... 45 Tempo e Vida ....... ............ ........... 45 O Sentido do Existir e da Vida .................. .... .... 46 A Con strução do Pla no , ...... ..... .. . 48

Carta Mensal é uma publicação me/ISal das Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Castro. CSsR (con s. espiritual)

Capa: Maria Regina Heise

Edição: Equipe da Ca rta Mensal

Jomalista Resp onsável: Catherine E. Nadas (MTb 19835)

Fotolitos e Impressão: Edições Loyola R. 1822. 347 Fone: (011) 6914.1922

Silvia e Chico Pontes (resp onsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sales

Editoração Eletrônica e Ilustrações: F & V Editora Lida. R. Venâncio Ayres, 931 - SP Fone: (011) 3873.1956

Tiragem desta edição: 12.300 exemplares

Cartas, colaborações. notícias. testemunhos e imagens devem ser enviatlas ptlra:

Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5° andar· conj. 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1 212 Fax: (011) 257.3599 A/C Silvia e Chico


Não Sei Se••• / Mas Sei Que••• No último Encontro do ColegiaNão sei se podemos ser criando, cuja resenha é apresentada nesta ças ... mas sei que Jesus nos propõe edição, tivemos um momento que é que nos assemelhemos a elas. sempre difícil: depois de quatro anos Mês Missionário, Mês do Rode profunda convivência, nada mais sário e da Mãe Aparecida, Mês das do que cinco Casais Regionais fize- Eleições dos Casais Responsáveis ram sua despedida. As distâncias, de Equipes, Mês das Eleições Civis as tarefas agora diferentes, o curso no Brasil. Não sei se em outubro há da vida ... quando será que nos ve- muito mais, mas sei que vocês acharemos novamente?! Mas na conver- rão estes temas logo adiante!. sa com um deles, Clemene e AfonNão sei se na missão que comso, da nossa querida Região Santa pete a cada um os resultados serão Catarina, ouvimos esta expressão: os melhores, mas sei que é preciso Não sei se realizamos o melhor, mas dar tudo de si .. sei que demos o melhor que estava Não sei se na vivência das proao nosso alcance! postas e dos métodos do MovimenÉ na trilha desta expressão que to acolhemos e partilhamos o amor segue este Editorial. de Deus como Maria o fez, mas sei Não sei se em Mateus (cap. que ela é o nosso melhor modelo. 18), o Reino de Deus é uma proNão sei se elejo este ou aquele posta muito difícil, mas sei que Je- casal para a responsabilidade de anisus apresenta a criança como por- mar minha equipe, mas sei que o tadora das condições para se con- Espírito Santo poderá conduzir esta quistar esse Reino. Aí vem o "Dia opção. das Crianças" e, apesar disso, afoNão sei se esta edição atendera a nossa capa, nada mais foi es- rá a todas as aspirações, mas sei crito sobre elas. que, se buscarmos os mesmos ideNão sei se erramos ao assim ais, seremos capazes de encontrar fazer, mas sei que ser como crian- todas as respostas. ça é um estado de espírito que se Enfim, no entremeado destes entende a partir da observação da- "não sei se ... mas sei que", este caquilo que elas vivem e de como vi- sal responsável e toda sua equipe vem: despreocupadas, despreveni- de redação também não sabem se das, sem preconceitos, simplesmen- vocês percebem, mas nós sabemos te abertas a aprender e a vi ver. e afirmamos que é muito bom e gosPor isso, não é preciso falar-se toso este encontro com vocês, a muito. Elas estão por toda a parte: cada mês, nas páginas da Carta nos lares bem constituídos ou não, Mensal. nas escolas, nas favelas, até jogadas Boa leitura!. nas ruas e debaixo das pontes ... Basta prestar-lhes atenção! Silvia e Chico, CR da CM


Conselheiro da ECIR Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! / Paz e Bem! / Mais uma vez nos encontramos para, na alegria de estar a caminho da Construção do Reino, buscar refletir sobre tudo aquilo que nos une. Somos continuadores da Missão que Jesus iniciou. Impulsionados pela ação do Espírito Santo, queremos ser geradores de luz no mundo, queremos trabalhar pela edificação do Reino. A idéia de "Missão" aponta-nos duas perspectivas, uma interna e outra externa. Qual a nossa missão interna? É, sem dúvida, responder: quais meios estamos vivendo ou utilizando para deixar a graça de Deus agir em nós. Como estamos percebendo o "amor de Deus" em nossa vida pessoal, conjugal familiar e social? A missão externa é sermos instrumentos de evangelização, sermos missionários. Nosso querido e amado Papa João Paulo li diz: "É a família que evangelizará a fanu1ia". Estamos sendo esses evangelizadores? Somos farru1ias testemunhas do "amor de Deus"? Que tal, neste mês, o Dever de Sentar-se começar por aí? A Igreja é chamada por Deus a realizar uma missão no mundo. Tal missão, prosseguimento da prática de Jesus que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos" (Me 10,45), é o serviço que ela deve prestar. Nós, do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, como membros dessa Igreja, precisamos estar atentos aos "sinais dos tempos" e às mudanças na história humana para sermos verdadeiros missionários e realizar, como protagonistas, os gestos concretos que levem à instauração do Reino de Deus nos vários planos da vida em sociedade. Lembrando a festa da Padroeira do Brasil, em 12 de outubro, sob o título de Nossa Senhora Aparecida, peçamos à Mãe de todos nós que sua delicada intercessão nos leve a entender e a vivenciar, em crescente plenitude, a tarefa de evangelizar o homem e o mundo.

Abraços e orações,

Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


"Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo" (autor desconhecido)

Gostaríamos de externar nossa pequena reflexão sobre este Ponto Concreto de Esforço nem sempre bem compreendido, e que tantas dificuldades apresenta para uma boa parte de nossos casais. Parece-nos que, muitas vezes, ele é encarado como um verdadeiro tabu: fala-se em Dever de Sentarse e muitos "tremem nas bases". Afinal, já falamos tanto com nosso marido (ou esposa) no nosso diaa-dia que não entendemos porque o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos propõe algo tão complicado. Pois uma das grandes riquezas das Equipes de Nossa Senhora é

justamente o Dever de Sentar-se: o diálogo de coração a coração, que é o que une as pessoas e consolida um casamento. Diálogo não é simplesmente conversar, mas sim o encontro de pessoas. Algumas vezes, com um simples olhar nos encontramos com alguém; outras vezes, olhamos o dia todo para esse alguém e não nos encontramos. Achamos isso muito bonito, pois há ocasiões em que uma simples palavra diz muitas coisas. Não é necessário falar muito para haver este encontro de alma e de coração. Para vivenciar o Dever de Sentar-se não existem receitas pron3


tas (se bem que possamos encontrar muitas "pistas" que nos ajudem). Mas é preciso, antes de mais nada, que cada casal descubra o seu jeito de um encontrar-se com o outro. O que é preciso para essa descoberta é abrir-se verdadeiramente para o outro, dar-se realmente a conhecer, tentar compreendê-lo, conhecê-lo e tomar consciência de suas limitações. Quando não soubermos como fazer, o amor é a receita. Muitas vezes (poderíamos dizer, na maioria das vezes) queremos mudar o outro, quando na realidade nós é que precisamos de transformações . Quando o nosso coração está aberto para acolher o outro estaremos prontos para dialogar. O diálogo é um encontro amoroso e pessoal. Diz a psicologia que se deve reforçar o positivo. Quanto mais coisas positivas se descobrem na pessoa do outro, mais coisas boas vão aparecendo . O momento do Dever de Sentar-se é uma ocasião propícia para reforçar a comunhão fraterna, que é uma opção evangélica. Essa comunhão fraterna tem sentido evangélico quando nos abrimos para o outro como vontade e amor de Deus e procuramos melhor conhecer o outro no íntimo de seu coração, nos dando igualmente a conhecer. Essa abertura deve ser libertadora como é o amor de Deus. O Dever de Sentar-se é muito mais do que simplesmente "aparar arestas". Um Dever de Sentar-se para um casal amadu-

recido deve ser um momento sacramental. Nele celebramos o ser uma só carne, um só coração, uma só vida. Escutar o outro como se fosse a gente mesmo é um mistério presente, e, às vezes, não considerado na prática, tão presente quanto Jesus ressuscitado. O diferente se torna um na conjugalidade. No Dever de Sentar-se temos a chance de nos conhecer melhor a cada dia, pois não somos o mesmo de ontem, como não seremos o mesmo amanhã. Os acontecimentos da vida fazem-nos pessoas diferentes, novas a cada dia. Portanto, o espírito que norteia o Dever de Sentar-se deve ser o da comunicação de vida, pois sem ela não iremos crescer. A mesma coisa acontece com uma planta, suas flores, folhas e frutos, que estão ligados à raiz : se não há uma relação entre a raiz e as flores, os frutos não aparecem ou não vingam, murcham e desaparecem. Na nossa vida precisamos recomeçar sempre, a cada momento, e o Dever de Sentar-se maduro, cheio da graça de Deus, dá-nos essa chama nova do recomeçar. "Que nos dirá Deus se chegarmos a Ele, uns sem os outros?". Para chegarmos juntos não basta aprender fórmulas, técnicas, fazer convites, nem mesmo companhia. É preciso conviver (viver juntos) e compartilhar. (Frei José Carlos Pedroso) ; Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R 4


11 Encontro do Colegiado Nacional Sexta-feira, à tarde. Pouco a pouco, naquele 21 de agosto, chegavam os Casais Responsáveis Regionais. Junto com eles, chegavam os Casais Ligação da ECIR, o Padre Mário, D. Nancy Moncau e Sacerdotes-Conselheiros Espirituais de algumas regiões. A alegria de reencontrar casais amigos, de tantas partes do Brasil, aquecia os corações para os trabalhos do fim de semana. Ocupamos apenas uma ala da casa, já que a outra estava reservada para um retiro de casais. Aquela casa jesuíta, em São Paulo, teria, realmente, um fim de semana bem familiar. À noite, nos reunimos no auditório. Após a liturgia de abertura, Maria Regina e Carlos Eduardo, responsáveis pelo Movimento no Brasil, fazendo as honras da casa, apresentaram os novos membros do Colegiado Nacional. Ao todo, somos agora 32

(199&)

regiões. Em seguida, lembraram a todos que o Brasil é o país com maior número de equipistas e que isto aumenta a responsabilidade dos membros do Colegiado Nacional em promover e manter a unidade do Movimento, em todas as regiões. Nosso encontro foi programado para perseguir 4 objetivos : oração, formação, unidade e planejamento para 1999. O Sábado começou cedo, às 07:00 horas, com uma celebração eucarística, na qual foram empossados sete novos Casais Responsáveis Regionais. Após o café, Maria Regina e Carlos Eduardo apresentaram a síntese dos balanços das equipes, referente a 1997. Em seguida, Padre Mário, Sacerdote-Conselheiro Espiritual Nacional das Equipes de Nossa Senhora, apresentou uma reflexão sobre Solidariedade. Questionou-nos sobre : 5


ram a análise da síntese dos balanços e o estudo da encíclica Solicitude Social. Cada grupo, antes de propor ações para compor o Projeto Rumo ao Novo Milênio das ENS para 1999, trabalhou com uma das seis prioridades, associando-a às exigências de Anúncio, Serviço, Testemunho e Diálogo. Fechando os trabalhos, participamos de uma liturgia centrada na unidade da Trindade Santa. No Domingo, logo cedo, foram homenageados os Casais Responsáveis Regionais que encerravam a sua missão. Depois, foram equacionados os pontos a serem abordados no Encontro Nacional de novembro de 1998. A seguir, cada Casal Ligação da ECIR reuniu-se com os "seus" Casais Responsáveis Regionais para tratar de assuntos específicos de cada região. Nos grupos foi anunciado que já está sendo elaborada a "Home-page" das ENS no Brasil, a única autorizada pela ECIR para apresentar e representar oficialmente o movimento. À tarde, motivados após uma simples e bela celebração eucarística, todos deixaram a casa jesuíta. Tomamos, cada qual, o seu caminho, "levados pelo sopro do Espírito" para a messe que Deus nos reservou.

Como as ENS podem, efetivamente, viver o "Amai-vos uns aos outros", dentro das diferentes realidades em que estão inseridas, tanto no Brasil, como no mundo? Como amar aos irmãos que não gostam da gente? Como recuperar a caridade, nos dias de hoje? O que se pode implementar no Projeto Rumo ao Novo Milênio das Equipes de Nossa Senhora para vivermos mais a caridade com espírito de solidariedade? Padre Mário, continuando sua reflexão, tomando por base trechos da Encíclica Solicitude Social, do Papa João Paulo li, levou-nos a refletir sobre os impactos que uma vida calcada em "coisas descartáveis" pode causar nas relações humanas e familiares. Após o almoço, um casal da ECIR motivou os presentes a analisar a situação atual de suas regiões. Lembraram a todos que devem buscar, com freqüência, confrontar os resultados, de cada análise, com os objetivos de promover e manter a unidade do Movimento. Todos foram , em seguida, para os grupos de trabalho, onde retoma-

Lourdes e Sobral ECIR 6


A Alegria de Ser o Novo Responsávey' Não podemos fazer nada sem recorrer à fonte, sem nos pormos à escuta de nosso único Mestre, no silêncio, pela prática assídua da oração: "Dai-nos Senhor um coração que escuta". (A Responsabilidade nas ENS)

Queridas irmãs e irmãos, Outubro chegou e já estamos novamente no momento de escolher o novo responsável pela nossa equipe, aquele casal que irá animála de uma maneira toda especial durante este próximo ano. E bem verdade que responsável somos todos nós; mas, durante o ano em que Deus nos escolhe e nos chama para esta função dentro do Movimento, devemos nos sentir e nos colocar mais a serviço dos nossos irmãos de equipe. Ser responsável de uma equipe é, sem dúvida alguma, uma graça de Deus. Podemos sentir que durante o ano em que o somos, as graças e os dons de Deus "jorram" em nossas vidas e sentimos o que é a verdadeira alegria do servir. E agora então, que estamos nos preparando para o grande jubileu do ano 2000, a exigência do

serviço parece-nos um dever ainda maior, para o qual deveremos estar abertos com toda a nossa disponibilidade e alegria. Servir na gratuidade foi um ensinamento de Jesus. Ele sempre


chamou a atenção do povo justamente pela sua gratuidade. Assim, também, os nossos serviços no Movimento das Equipes de Nossa Senhora se caracterizam pelo fato de serem transitórios e gratuitos. Bem, como vamos escolher o nosso novo Casal Responsável da nossa equipe? É claro que deverá ser um casal de oração e de vida interior. Aquele que procura viver o evangelho que diz: "limpa primeiro o copo por dentro para que também por fora fique limpo" (Mt 23, 26). O casal não deve ter preocupação com o exterior, mas sim com o que está no seu coração. Deverá ainda ser um casal que ame o Movimento, ou seja, que ame cada um de seus membros, sendo fraterno e irmão de todos. Não nos esqueçamos que a nossa mística é o testemunho e a ajuda mútua; portanto esse casal deverá estar vivendo a mística das equipes, assim como o seu carisma fundacional, ou seja, procurando viver a espiritualidade conjugal. Outras características desejáveis para um casal responsável seriam a prudência, a paciência, a disponibilidade e a solidariedade, entre tantas outras, a fim de que ele possa ajudar no sentido de que nossa equipe se torne cada vez mais uma verdadeira comunidade como nos ensina São Lucas nos Atos dos Apóstolos: "Eles se mostravam assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações" (At 2, 42). Para bem escolher deveremos, em vez de falar um com o outro, rezar e rezar muito. Pedir ao Espírito Santo que nos ilumine, para po-

der escolher aquele casal que neste próximo ano será o melhor para a nossa equipe. Em princípio, todos os casais da nossa equipe deverão estar aptos a atender este apelo de Deus. Mas para o presente momento e circunstâncias da nossa caminhada, um casal poderá ser mais indicado do que outro. Que Deus nos ajude a discernir nesta escolha do nosso novo Casal Responsável da nossa equipe. Boa escolha e bom responsável. Paz e Bem.

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR 8


·~N'~ , R esponsave1s. os ....

/

Não esperávamos ser eleitos CRE (Casal Responsável de Equipe). Achávamos que havia, em nossa Equipe, casais com maior espiritualidade e disponibilidade de tempo para animar a Equipe neste período. Ao deparar-nos com o resultado da eleição, que quase por unanimidade nos elegeu, sentimos uma reação dúbia dentro de nós, porque realmente não esperávamos que os casais fossem nos incumbir desta responsabilidade, sabendo das nossas dificuldades e pouca disponibilidade de tempo. Fomos para casa naquela noite, cabisbaixos, pensando até em não aceitar e nem assumir como CRE. Porém, no dia seguinte, na escola em que trabalho havia uma palestra que foi aberta com a seguinte mensagem: "Antes do compromisso, há hesitação, a oportunidade de recuar, uma ineficácia permanente. Em todo ato de iniciativa (e de criação), há uma verdade elementar cujo desconhecimento destrói muitas idéias e planos esplêndidos. No momento em que nos comprometemos de fato, a Providência também age. Ocorre toda espécie de coisas para nos ajudar, coisas que de outro modo nunca ocorreriam. Toda uma cadeia de eventos emana da decisão, fazendo vir em nosso favor todo tipo de encontros, de incidentes e de apoio material imprevistos, que ninguém poderia sonhar que surgiriam em seu caminho. Começa tudo o que possas fazer. A ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia." Goethe Voltando para casa, relemos a mensagem, refletimos e chegamos à conclusão que só Deus transforma os corações ... e o poder de sua graça opera mudanças profundas.

Arlete (do Aldo)- Equipe 3- Blumenau, SC (do Jornal Magnificat- ]an/fev/98) 9


Barrancas do Rio / Amazonas tro, ouvindo roncos, "puns" e levando chutes dos outros passageiros que superlotam as embarcações. Deus do céu! Que maravilha! Vocês sabem que nós nem nos sentimos mais incomodados? Até entramos no "embalo". Pois tudo isto é recompensado pela sensação do dever cumprido, de sentir-se útil aos irmãos que nos aguardam com tanto carinho e animação. Recepcionam-nos como velhos conhecidos (na verdade já o somos, pois passamos um ano como Experiência Comunitária). Sotaques caboclos, mãos calejadas e ásperas pelo uso das enxadas e pás ou pelo cabo dos remos que ajudam a mover as canoas (pequenas embarcações de madeira, principal meio de locomoção desta imensa Amazônia), em que alguns de nossos novos irmãos pescam para ganhar o sustento da família.

Não sei por qual motivo nos inspiramos neste título para comunicar aos irmãos equipistas deste imenso Brasil o lançamento de três novas Equipes de Nossa Senhora na cidade de Juriti, localizada à margem direita do Rio Amazonas, divisa do Estado do Pará com o Amazonas. Foi uma bonita celebração presidida por Pe. Fernando. Ao trocar experiências, no Encontro N acionai passado, verificamos que nossas dificuldades de locomoção são imensas, comparadas com a facilidade de transporte que existe no "resto" do Brasil. Só para vocês terem uma idéia, de Santarém, onde nos localizamos, até Juriti, temos de viajar por 15 horas de barco, subindo o Rio Amazonas. Vocês não imaginam o "sufoco" que é viajar espremido em redes atadas com dois palmos de distância de um armador para ou10


Tudo isso, misturado ao desejo de conhecer cada vez mais a Jesus Cristo e de crescer como casal e família, foi e continua sendo motivo para que enfrentemos todas as dificuldades: as barrancas que ameaçam os ribeirinhos, pois, quando caem, muitas vezes arrastam as casas e as plantações, ameaçando até suas vidas. Rezem, queridos irmãos, rezem muito por estes novos casais equipistas, por Olga e Gilberto, casal Expansão do nosso Setor, que todos os meses fazem este percurso para levar a Boa Nova, sem medir es-

forças e dificuldades. Barrancas caem (dificuldades acontecem), mas as terras arrastadas pela correnteza do rio irão formar novas ilhas. Equipista amazônida sofre, mas somos levados pelo sopro do divino Espírito Santo a formar novos irmãos de caminhada. MAGNIFICAT! No coração da Amazônia pulsam muitos corações equipistas!

Paula e Quaresma Casal Responsável de Setor Santarém, PA

Sessão de Forma~ão/ Nível li Dias 5, 6 e 7 de Junho/98, a Região São Paulo Centro I promoveu a primeira Sessão de Formação Nível 11, na mística e aconchegante Casa de Siloé, em Vinhedo. Participaram 25 casais dos Setores de Campinas (7), Vinhedo/ Valinhos (7), Americana (2), Limeira/ Araras (5) e Coordenação de Bragança (4). Esta Sessão foi conduzida pelo Pe. João Bosco, que soube envolver todos os participantes, com grande dinamismo (foram estudados os documentos da Igreja: Concílio Vaticano 11, Familiares Consortio, Christifidelis Laici, O Catecismo da Igreja Católica e Carta às Fanu1ias), com muita propriedade e clareza, não deixando de responder as nossas dúvidas, dandonos pistas para nos aprofundar nestes documentos tão ricos. Sem ex11

ceção, todos os casais saíram muito satisfeitos. O Movimento das ENS abastece-nos de conteúdo e deixa-nos marcas para a vida de casal. Cabe a cada um de nós, através da coerência entre fé e vida, viver no dia a dia o compromisso de casal equipista. Transcrevendo as palavras da equipista Maria Inês (Limeira) e fazendo-as nossas: "ganhamos um fim de semana". Sheila e Francisco Equipe 11 - Campinas, SP


O Sentido da Fidelidade/ Deus é a rocha de Israel. (cf. e fidelidade que mantém a sua graça até a milésima geração ..." (Sl119, 90). Dt 32, 4) E o que é mais extraordinário, é Este nome simboliza a sua fidelidade imutável, a verdade das suas que também nós podemos contar Palavras, a firmeza das suas pro- com a fidelidade de Deus. Estes dois atributos de Deus messas. MISERICÓRDIA e As suas palavras FIDELIDADE - estão jamais passarão (Is 40, 8), as suas promessas certamente na base da serão mantidas (Tb Aliança. São sobretuNão nos é 14,4), o seu plano exedo estes dois atributos suficiente que nos fazem acredicutado pelo poder da tar que a Aliança é siPalavra que sai de sua louvara boca e só retoma demultaneamente um fidelidade Dom gratuito e um elo pois de dar fruto. (ls 55, 11). cuja solidez é para de Deus. A fidelidade que sempre. Precisamos caracteriza Deus está MISERICÓRIA e FIDELIDADE - estas muitas vezes associaorar para que duas atitudes resumem da à sua bondade paEle nos ajude ternal pelo povo da Alios caminhos de Deus. ança, isto é, o povo O nosso amor filia ser fiéis, hebreu com o qual Ele al para com Deus torpois só Deus estabeleceu um alianna-se mais visível em ça. Ele os livrou da esnós na medida em que pode modificar cravidão imposta pelo a MISERICÓRDIA e o nosso coração Egito: Ele os assumiu a FIDELIDADE são como seu povo e Ele incorporadas por nós. e aí fazer tornou-se o seu Deus A nossa misericórdia e germinar (Ex 6, 6-7). a nossa fidelidade para E Deus tomou com nossos irmãos são a fidelidade. conta do seu povo porum sinal do nosso que tinha feito uma aliamor e da nossa fideliança com ele. Ele os dade a Deus. tomou pela mão, abriu o mar para Não nos é suficiente louvar a que eles pudessem atravessar, Ele fidelidade de Deus. Precisamos orar fez cair o maná para os alimentar... para que Ele nos ajude a ser fiéis, "Enquanto o Senhor passava em pois só Deus pode modificar o nosfrente dele, Moisés exclamou: 'Se- so coração e aí fazer germinar a finhor! Senhor! Deus misericordioso e delidade. clemente, paciente, cheio de bondade A fidelidade de Deus é plena12


mente manifestada em Jesus Cristo. Jesus Cristo - o filho de Deus foi o único ser humano totalmente fiel à Sua missão. Por Ele, as promessas são mantidas (2Cor 1, 20); com Ele somos chamados pelo Pai a viver em comunhão (lCor 1, 8ss); n'Ele permanecem a Salvação e a Glória dos escolhidos (2Tim 2, 10). Também nós queremos ser fiéis a Deus, queremos viver o mais plenamente possível, em conformidade com o Seu projeto de vida para nós, isto é, queremos ser fiéis aos fundamentos da nossa Fé, fiéis à nossa Igreja. Queremos ser fiéis às promessas que decorrem de nosso Batismo e às promessas que pronunciamos no momento do nosso Matrimônio. Queremos também ser fiéis às promessa que fizemos na Igreja e na sociedade. Mas reconhecemos as nossas fraquezas . Somos impotentes face ao mundo que é mais forte que nós. Graças a Deus, somos membros

das Equipes de Nossa Senhor.a, que nos propõem um caminho de vida alicerçado no conhecimento dos fundamentos da nossa fé, no Sacramento do nosso Matrimônio, na ajuda mútua, na oração comunitária e sobretudo na presença de Cristo na comunidade cristã, conforme Sua promessa: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20). Este caminho de vida nos é proposto pelo nosso Movimento com a finalidade de nos ajudar a viver esta fidelidade. Mas ... é preciso, então, sermos fiéis à proposta de vida que nos é apresentada pelas Equipes de Nossa Senhora, o que exige um conhecimento aprofundado do verdadeiro sentido de cada ponto desse caminho de vida. Rezemos, uns pelos outros, com este objetivo.

Cidinha e lgar Fehr CR da ERI 13


Palavra do CE · Internacional / A diferen~a: U111trunfo A unidade é, para nós todos, um desafio. Queremos ser fiéis, de uma maneira dinâmica e coerente ao nosso espírito inicial e tentamos todos conservar a unidade, num espírito de comunhão e de fraternidade, uma vez que participamos da mesma filiação, segundo as palavras de São Paulo: "Não há distinção entre judeu e grego, pois Ele é o Senhor de todos, rico para com todos aqueles que o invocam. Porque todo aquele que invoca o nome do Senhor, será salvo" (Rom 10, 12). E desta unidade fazemos uma premissa da nossa vitalidade como Movimento, dado que ela se encontra na base da nossa identidade nos cinco continentes em que estamos presentes. Mas seria ingênuo acreditar que esta evidente vontade de manter a unidade fosse um desafio fácil de sustentar. Já falamos disso na nossa última carta às Equipes: atualmente somos mais de sete mil equipes, pertencemos a muitos países e disso também somos humildemente orgulhosos, pois trata-se de um sinal claro da nossa catolicidade e da eficácia dos nossos métodos para ajudar os casais a viverem uma espiritualidade conjugal enriquecedora. A intuição dos casais reunidos com o Padre Caffarel foi sendo

confirmada através dos anos. Mas esta diversidade é a grande cartada do nosso trunfo; pois se queremos a unidade é porque estamos conscientes das nossas diferenças. Não apenas devido ao idioma, mas também às diversas culturas em que as Equipes estão inseridas. Podemos utilizar as mesmas palavras, já fizemos esta experiência, e muitas vezes os seus significados são bastante diferentes, digamos até, opostos. E as nossas mentalidades participam no que há de mais profundo, na evolução da nossa história, na evolução de cada uma das nossas sociedades e no nível social ou religioso dos nossos países ou das nossas famílias de origem ... Mas 14


aceitamos as diferenças, respeitamo-las e não as tememos, pois esta diversidade está na origem da nossa grande riqueza. A grande vantagem dos nossos encontros freqüentes, das nossas ligações, da comunicação através das nossas cartas, é que isso faz com que possamos nos conhecer e reconhecer, pois afinal é com palavras e sotaques diferentes que perseguimos os mesmos objetivos e temos o mesmo desejo de servir aos casais e à Igreja. Mas devemos também refletir constantemente sobre a nossa caminhada, fazendo um verdadeiro esforço de adaptação e vi vendo honestamente o sentido profundo da nossa espiritualidade, bem definido na nossa CARTA e nos nossos documentos; precisamos estar em revisão constante, a fim de não trair a mensagem inicial das Equipes de Nossa Senhora, mas também para não nos tornarmos estranhos, nos meios que precisam de uma tradução clara do conteúdo e dos métodos. É evidente que não queremos ficar congelados no tempo, nem mesmo na visão talvez demasiado voluntarista de cinqüenta anos atrás ... os tempos mudaram e nós todos com eles. Mas isto não quer dizer que podemos constantemente reinventar as Equipes, criando iniciativas talvez até válidas, mas num contexto diferente do nosso Movimento. Esta é claramente a nossa aposta: aceitar as nossas diferenças e, mais ainda, contar com elas para

delas fazermos um enriquecimento autêntico no nosso desejo de catolicidade, mas cuidando sempre, com amor e esperança para que tais diferenças não estejam na origem das divergências que possam desviar-nos do nosso espírito. Como fazer isso? O grande trunfo está na possibilidade de partilhar e na comunhão constante dos espíritos. A nossa vontade de diálogo é importante, pois na reflexão e no discernimento dos nossos valores e das nossas linhas de força, há sempre a vontade de procurar a unidade na verdade. Só assim, seremos capazes de nos manter fiéis ao nosso Movimento, pois procuraremos colocar na mesa as nossas opiniões diferentes , talvez mesmo discordantes, mas sempre procurando encontrar a comunhão que nos une. E conseguiremos assim "levar uma vida digna da vocação que recebemos: com toda humildade, mansidão e paciência" (Ef 4, 1) "Cada um de nós, entretanto, recebeu a graça na medida que Cristo a concedeu" (Ef 4, 7). " ... vivendo o amor autêntico, cresceremos sob todos os aspectos em direção a Cristo que é a Cabeça . Ele organiza, dá coesão ao corpo inteiro, através de uma rede de articulações, que são os membros, cada um com sua atividade própria, para que o corpo cresça e construa a si próprio no amor" (Ef 4, 15-16).

Cristobal Sàrrias. s.j. 15


Notícias Internacionais Estatística sobre o Movimento no mundo A partir das informações solicitadas aos diversos países, o Secretariado Internacional estabelece, de agora em diante, estatísticas não

tn

w

tn

---<C

a.

>< tn

w

a.

-:::» G

w

EUROPA Alemanha Áustria Bélgica Espanha França Grã-Bretanha Hungria Irlanda Itália Luxemburgo Mônaco Polônia Portugal Romênia Suíça

Papua-Nova Guiné

53 1% 14 420 5% 909 12% 2 014 26% 128 2% 7 41 1% 504 7% 18 1 1 699 9% 2 66 1%

AMÉRICA DO SUL E CENTRAL Argentina 48 Bolívia 1 Brasil 1 587 Chile 2 Colômbia 141 Costa Rica 18 República Dominicana 16 Equador 17 França Guadalupe 6 França Guiana 3 França Martinica 11 Guatemala 14 México 36 Paraguai 4 Peru 21 Porto Rico 51 Salvador 1 Trinidad e Tobago 20 AMÉRICA DO NORTE Canadá Estados Unidos AUSTRÁLIA E OCEANIA Austrália Fiji França-Nova Caledônia França-Polinésia Nova Zelândia

somente sobre as equipes mas também sobre os membros do Movimenta: o número e distribuição por país e por língua, das equipes, dos

62 351 179 2 1 1 7

ÁFRICA E OCEANO ÍNDICO África do Sul Angola Benin Burkina Fasso Camarões Rep. Centro Africana Rep. Dem. do Congo França-Reunião Gabão Mali Maurício Ruanda Senegal Togo ORIENTE MÉDIO E ÁSIA Índia Indonésia Líbano Macau Cingapura Síria

1%

21% 2%

TOTAL

12 4 1 4 14 5 30 3 10 4 45 1 7 12

1%

20 1 12 1

1 37 7702

DIVISÃO POR CONTINENTES Europa 4 877 63% Am. do Sul e Central 1 997 26% Am. do Norte 413 6% Autrália e Oceania 191 2% Africa 152 2% Oriente Médio e Ásia 72 1% TOTAL 7702 100%

1%

1%

5%

DIVISÃO POR IDIOMA Português Francês Espanhol Inglês Italiano Alemão Total

2%

16

2 793 36% 2 349 31 % 1 278 17% 706 9% 493 6% 1% 83 7702 100%


casais, dos viúvos e viúvas e dos conselheiros espirituais. Em 1° de janeiro de 1998, recenseamos 7 702 equipes no mundo (contra 7 144 no começo de 1997, ou seja, um crescimento de 7,8%). O número de membros é de

tn

EUROPA Alemanha Áustria Bélgica Espanha França Grã-Bretanha Hungria Irlanda Itália Luxemburgo Mônaco Polônia Portugal Romênia Suíça

w

tn ~-

<I

a.

>< tn

o D::

m :E

w

:E

11

Papua-Nova Guiné

507 1% 131 4180 5% 9 525 11% 19 809 23% 1 209 1% 65 403 5 740 7% 151 13 11 8455 10% 17 622 1%

AMÉRICA DO SUL E CENTRAL Argentina 574 Bolívia 13 Brasil 20 424 Chile 22 Colômbia 1 516 Costa Rica 211 República Dominicana 169 Equador 182 França Guadalupe 69 França Guiana 33 França Martinica 127 Guatemala 182 México 489 Paraguai 48 Peru 221 Porto Rico 589 Salvador 11 Trinidad e Tobago 183

AMÉRICA DO NORTE Canadá Estados Unidos

85 127, sendo 38 976 casais. 260 viúvos, 1 128 viúvas e 5 787 conselheiros espirituais. Vocês encontrarão, anexo, a distribuição das Equipes e dos seus membros por país, continente e idiomas principais.

591 3 914

AUSTRÁLIA E OCEANIA Austrália 2 013 Fiji 20 França-Nova Caledônia 13 França-Polinésia 13 Nova Zelândia 143

ÁFRICA E OCEANO ÍNDICO África do Sul 111 Angola 45 Benin 13 Burkina Fasso 55 Camarões 156 Rep. Centro Africana 50 Rep. Dem. do Gongo 248 França-Reunião 69 Gabão 111 Mali 61 Maurício 488 Ruanda 13 Senegal 69 Togo 154

1%

ORIENTE MÉDIO E ÁSIA Índia Indonésia Líbano Macau Cingapura Síria

24% 2%

TOTAL

1% 1%

1% 5% 2%

17

251 11 162 9 17 415

85127

1%


Os Missionár7io

dasENS

O mês de outubro, para nós católicos, lembra missão. À moda antiga, missionários eram somente aqueles desprendidos que, correndo risco de vida e de martírio, muitas vezes realizado, tentavam levar o Cristo aos povos pagãos que viviam em comunidades quase tribais, longe das civilizações. No mundo moderno, a Igreja redescobriu a vocação evangelizadora que cada cristão recebe com o Batismo, a qual está intimamente relacionada com a missão de evangelizar, tanto os que vivem em locais distantes, como os que moram na vizinhança ou na própria casa do evangelizador. No decorrer da história do nosso Movimento, marcou sua presença um grande contingente desses missionários modernos. Estamos nos referindo a cada casal equipista que, ao comunicar a outros a existência do Movimento, dando-o a conhecer e levando-o à expansão, é um verdadeiro missionário das Equipes e do Cristo. Não falamos apenas daqueles que contribuem para o nascimento de uma equipe nova em seu próprio bairro ou na cidade em que vive, nem também nos referimos somente àqueles que fundam o Movimento nas novas cidades em que passam a residir, em função de alguma mudança definitiva por qualquer motivo. Impressiona-nos mais a dispo-

nibilidade daqueles equipistas que, sem transferir seu domicílio, afastaram-se de suas ocupações habituais para levar o Movimento a locais distantes onde as Equipes ainda não se haviam instalado. Casos assim se multiplicam nas ENS, sendo difícil relatar todos eles sem incorrer na injustiça da omissão. Não importa, também, citar-lhes os nomes porque, certamente, não os moveu a vaidade, mas o desejo de verdadeiramente levar o Cristo e as Equipes de Nossa Senhora a todo o nosso vasto mundo. Neste mês de outubro, cada um de nós, equipistas, deve lembrar-se destes entusiasmados casais que saíram de seu sossego e sacrificaram tempo de trabalho ou lazer para, fora de seu domicílio habitual, "pilotar" equipes distantes ou coordenar as Experiências Comunitárias que se estão a expandir nas mais remotas regiões brasileiras. A todos eles- os missionários modernos das Equipes de Nossa Senhora, que com seu testemunho são para nós exemplo e força- dedicaremos nossas orações, pedindo ao Espírito Santo que os abençoe e os ilumine sempre. Nossos agradecimentos são perenes, como eternas nossas homenagens. ]unia e Mauro Equipe 28 • B · Rio I, R] 18


Família Missionária/ Pelo batismo somos enviados para fazer irmãos e formar comunidade. A missão de cada cristão é evangelizar, anunciar Jesus Cristo, fazer das pessoas discípulos dele. Proclamar o Reino de Deus é testemunhar a presença do Deus vivo na história de cada um de nós; é construir uma sociedade justa, fraterna, solidária, de irmãs e irmãos. Costumamos dizer que a família é Igreja doméstica. Esposos, esposas, filhos unidos formam a comunidade base da sociedade.

19

Assim como a missão primeira da Igreja é evangelizar, a missão da família também é evangelizar. A Igreja deixa de viver seu ministério se ela não evangeliza; a família como Igreja, comunidade de irmãos e irmãs, deixa de cumprir a sua missão se não evangelizar. Como a família pode tornarse missionária? No mundo em que vivemos, a família está sendo agredida por todos os lados. Os valores da vida matrimonial estão sendo esquecidos, abandonados por homens e mulheres. A sacie-


criador. A constituição "Gaudium et Spes" 49, ressalta que: "o autêntico amor conjugal será tido em melhor estima e ganhará um sadio conceito na opinião pública se os cônjuges cristãos se distinguirem em dar testemunho da fidelidade e harmonia nesse amor e no cuidado pela educação dos filhos e se participarem ativamente na imprescindível renovação cultural, psicológica e social em favor do matrimônio e da família". Cada família é convidada pelo próprio Cristo a anunciar ao mundo que a verdadeira paz só vai acontecer quando as famílias tiverem as condições necessárias para sobreviver e progredir como filhos e filhas de Deus, quando o amor de Deus for acolhido e experienciado por cada um, quando todos os povos viverem o mandamento de Cristo: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei...". Como diz o Concílio Vaticano II: "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar" (OS 47).

dade motiva a infidelidade conjugal, o amor-livre, o aborto, a peste do divórcio; favorece a miséria que atinge muitas famílias, que são obrigadas a viver em condições subumanas onde há falta de alimentos, saúde, educação, filhos morrendo de fome, que usam drogas e se prostituem; pais e mães abandonando a família. A família torna-se missionária, testemunhando os valores evangélicos. Mesmo em meio a tantos problemas, cada família é convidada a viver a fidelidade na comunhão conjugal. É vivenciar junto aos filhos os valores ensinados e vividos pelo próprio Cristo, o amor ao próximo, a justiça, o perdão, o acolhimento, a solidariedade com famílias que vivem marginalizadas, excluídas e na pobreza. Cumprir o mandato de Cristo é comungar os ideais evangélicos. É missão da família "Promover e salvaguardar a dignidade original e o singular valor sagrado do estado matrimonial" (Gaudium et Spes 47). Ser família missionária é viver e testemunhar a comunhão entre esposo e esposa, pais e filhos ... é viver o amor, o perdão, a fidelidade; é educar os filhos para Deus, enfatizando o amor, a solidariedade, o acolhimento; é viver a solidariedade, sobretudo com as famílias mais pobres e excluídas de nossa sociedade. A família, vivendo a indissolúvel unidade, a mútua doação e a responsabilidade na sublime missão de pai e mãe, tornase cooperadora do amor de Deus

Fr. Mário Marcelo Coelho, scj SCE Equipe 17 Nossa Senhora de Nazaré Taubaté, SP

* F r.- abreviatura da palavra latina "frater" irmão, que é o título dado nas congregrações religiosas para clérigo não sacerdote.

=

20


União de For~as em Torno da Família No paraíso terrestre, não obstante a perfeição de tudo o que foi criado, as coisas não estavam bem! Adão sentia-se só! Então, Deus lhe disse: "Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante". Então o homem exclamou: "Essa, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem. Por isso, um homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua mulher, e eles dois se tornam uma só carne "(Gn 2,18 ss) E assim surgiu o primeiro casal, constituído pelo próprio Deus: "Sejam fecundos, multipliquemse, encham e submetam a terra "(Gn 1,28) Hoje em dia se tende a banalizar a união matrimonial. Fala-se brincando sobre a indissolubilidade. "O amor é eterno enquanto dura". Não é brincadeira de bom

A Igreja de todos os tempos mostrou o maior apreço pelo matrimônio e o defendeu contra todas as correntes do pensamento que tendessem a menosprezá-lo.

21

gosto! Cristo não pensava assim. O homem não separe o que Deus uniu. Lendo a Bíblia, descobrimos qual o plano de Deus sobre o matrimônio. A união entre o homem e a mulher é sagrada, porque manifesta algo de profundo e divino. No Antigo Testamento, o amor de Deus pelo seu povo era apresentado sob a figura esponsal: Deus era o esposo da virgem de Israel. No Novo Testamento, São Paulo diz que o matrimônio é um sacramento porque manifesta e torna presente o amor de Cristo pela sua Igreja. É por estes motivos que a Igreja de todos os tempos mostrou o maior apreço pelo matrimônio e o defendeu contra todas as correntes do pensamento que tendessem a menosprezá-lo. No passado tomou distância dos maniqueus e, na Idade Média, dos cátaros, porque o condenavam. Hoje, con-


dena a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, tentam solapar os fundamentos desta instituição. Ninguém desconhece os esforços que os pastores da Igreja vieram fazendo nos últimos tempos em favor do matrimônio . São igualmente conhecidos os documentos que foram publicados sobre o assunto, entre os quais se destacam a "Familiaris Consortio", de João Paulo li e os documentos de Medelin, Puebla e Santo Domingo, Em todos estes documentos transparece o empenho de propor linhas pastorais que permitam consolidar a família como "Igreja Doméstica" e salvaguardar sua missão com integridade. Vê-se que, em quase todas as paróquias e dioceses , se assume como prioridade a Pastoral Familiar. Este é um dos objetivos das Equipes de Nossa Senhora. Isto mostra que estas prioridades não são simplesmente dos homens mas também de Deus. É interessante, to-

AsENSde nossa Paróquia vivemo aspecto missionário: chegar à família através de um programa missionário de visitas, para tornar as famílias

davia, sublinhar o enfoque sob o qual as Equipes de Nossa Senhora de nossa Paróquia vivem o aspecto missionário: chegar à família através de um programa missionário de visitas, para tornar as famílias centro de irradiação missionária. É essa a preocupação que eu gostaria de sublinhar: O enfoque missionário. E para viabilizar estas prioridades, nada melhor que uma grande junção de forças. Padres, religiosos, ministros leigos, catequistas, integrantes de Movimentos e as Equipes de Nossa Senhora, vamos unir forças e trabalhar numa atividade integrada! Somente assim poderemos chegar às famílias, conscientizá-las da grandeza de sua missão e tomá-las centros irradiadores da Boa Nova.

centro de irradiação missionária.

22

Frei Clair Zampieron Sacerdote Conselheiro Espiritual Tramandaí, RS


8° Congresso Nacional de Pastoral Familiar Aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 6 de setembro próximo passado. Contando com uma presença acima de mil pessoas, entre elas diversos bispos, sacerdotes e religiosas. O mesmo foi realizado no magnífico anfiteatro do Colégio Santa Marcelina, no Alto da Boa Vista. Coordenado por dom Rafael Cifuentes, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, e dirigido por dom Claudio Hummes, arcebispo de São Paulo e responsável pela Pastoral Familiar na CNBB, o congresso se desenrolou entre palestras e painéis, contando com um momento próprio para discussões em grupos. Um ponto marcante foi a constatação da presença maciça de casais equipistas tanto participando do Congresso como nas diversas equipes de trabalho. É por aí que se pode dizer que, se o Movimento das Equipes de Nossa Senhora não é um Movimento de ação, ele é, isto sim, um Movimento ativo, pois seus membros são de ação. Encontramos casais do Norte/Nordeste ao Sul, de Oeste a Leste, demonstrando uma presença marcante dos membros das equipes dentro desta que é uma das nossas grandes prioridades, a Pastoral Familiar. Significativo igualmente foi o número de casais equipistas que se dedicaram da Liturgia à Hospedagem, coorde-

nando grupos e auxiliando nos serviços de alimentação, e assim por diante. Com relação ao conteúdo do Congresso, este teve por finalidade primeira dar continuidade ao acontecimento marcante ocorrido no ano passado, que foi o encontro do Papa com as famílias. O Lema deste Congresso foi: "Família, Fidelidade e Felicidade", e com os seguintes objetivos: a) Reanimar e aprofundar, em nível nacional, as experiências do li Encontro Mundial do Papa com as famílias; b) Continuar a desenvolver maior consciência de todos os que estão ligados à Pastoral Familiar, na evangelização da Família Rumo ao Novo Milênio, dentro do

23


vos do Congresso. O dia seguinte iniciou-se com uma colocação feita por dom Rafael Cifuentes, sobre a "Família: Fidelidade e Felicidade". Com sua capacidade de comunicação, encantou o plenário pela maneira da sua exposição bem como pelo conteúdo da palestra. Alguns pontos que nos chamaram mais a atenção poderiam ser assim resumidos: a família é uma instituição natural, e como tal ela não está em crise, como se tornou costume falar; deve-se pois, ter fidelidade às leis da vida; o natural é o amor, que o homem ame sua esposa e vive-versa, e assim se conseguirá a felicidade; a felicidade encontrase na doação, em fazer o outro feliz, e não em procurá-la para si; sair de si para se doar ao outro, procurar o bem do outro, a começar pelo marido/esposa. Na seqüência tivemos alguns painéis, onde talvez o mais signficativo tenha sido a participação do jovem padre José Luiz J ansen, ou padre Zéca como é conhecido no Rio. A sua colocação versou sobre a Pastoral Familiar e as crianças, os adolescentes e os jovens. Além de seu interessante testemunho de vida, a tônica de sua colocação recaiu sobre a questão fundamental da comunicação: como comunicar Deus, como comunicar Jesus e seu evangelho aos pequenos, adolescentes e jovens. Ele baseou sua colocação no evangelho de São Lucas 9,51, e enfatizou sobre o valor do real testemunho, relem-

binômio: "Fidelidade e Felicidade"; c) Animar e aprofundar a integração dos agentes que trabalham no campo da Pastoral Famililar; d) Criar momentos significativos de unidade, de celebração, de aprofundamento, de intercâmbios dos regionais, de experiências e vivências de comunhão participativa no âmbito da Pastoral Familiar e da sua organização; e) Despertar maior amor e ardor missionário quanto à evangelização de todas as famílias; f) Crescer no conhecimento da realidade pós-moderna que atinge os lares, o matrimônio e as famílias no Brasil, tendo em vista os desafios pastorais colocados pela Nova Evangelização neste final de milênio; g) Ajudar as famílias, nesta "hora de turbulências", a redescobrir, com alegria e esperança, a identidade e a sua missão, conforme o projeto de Deus, em prol de uma nova ordem social cristã. Portanto, como se pode verificar, o objetivo estabelecido para este Congresso foi bastante ambicioso. Para não nos alongarmos por demais, daremos uma rápida visão daqueles momentos que, a nosso ver, foram os mais marcantes. No final da tarde do dia 4 tivemos a abertura oficial do evento feita por dom Eugênio Araújo Sales, arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro, seguida de uma liturgia denominada de Amor/Lucernário, em celebração ao ano do Espírito Santo. Finalizando as atividades do dia, dom Claudio Hummes fez uma breve apreciação sobre os objeti24


brando as propostas do Projeto Rumo ao Novo Milênio. Mencionaríamos ainda a palestra proferida no domingo pela manhã, por dom Cláudio Hummes, sobre a evangelização da família conforme as exigências do Projeto Rumo ao Novo Milênio. Ele reforçou bastante alguns aspectos tais como: que as famílias devem ser evangelizadoras e missionárias; que a missionariedade está em sair em busca de outras famílias que ainda não foram alcançadas por Jesus Cristo, principalmente as mais jovens, formadas há pouco tempo (aqui está um campo fértil para a nossa Experiência Comunitária). O anúncio deve ser o de Jesus Cristo, o centro da evangelização. O serviço deve ser à dignidade humana, ao bem comum. Dom Cláudio enfatizou que o próximo milênio deverá ser marcado pelo serviço. Mencionou também que a evangelização é dialogante, isto é, Deus não impõe, Ele se propõe. Registra-se a colocação feita por dom João Bosco Oliver de Faria, bispo de Patos de Minas, o qual focou basicamente a questão da Pastoral Familiar e a Pastoral Orgânica. Ele comentou sobre as seis linhas pastorais, que fazem as dimensões da evangelização e que devem estar presentes em todas as pastorais: dimensão comunitária e participativa, bíblico-catequética, litúrgica, missionária, ecumêmica do diálogo religioso e finalmente a dimensão sóciotransformadora. Dentro de sua

colocação, ficou um alerta bastante forte, qual seja o do risco do poder. Qualquer que seja nossa contribuição para a evangelização, esta deverá estar sempre na linha do serviço e da gratuidade, e jamais na linha do poder. Rezemos ao Espírito Santo para que os casais e religiosos que deste Congresso participaram possam levar adiante com mais ardor ainda, com novos métodos e novas expressões, as idéias e propostas aqui refletidas e estudadas em mais este Congresso de Pastoral Familiar.

Maria Regina e Carlos Eduardo

25


Elqleriência Comunitária Iniciamos uma Experiência Comunitária com três casais casados e sete casais de noivos. No decorrer da Experiência casaram-se cinco dos sete casais de noivos. Terminada a Experiência, oito casais fizeram opção para continuar trabalhando em casal e foi formada a Equipe Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, do Setor A de Natal, pilotada por Acidália e Machado. Curiosidades sobre os participantes: idade máxima- 29 anos; idade mínima- 25 anos. Tempo máximo de casados - 3 anos. Quando a Experiência Comunitária terminou, foi feita uma pesquisa com estes casais e constatou-se o seguinte: • A Experiência Comunitária propiciou uma melhor formação dos noivos do que os Encontros/Cursos de Noivos feitos por eles nas paróquias; • Foi descoberto o verdadeiro valor do diálogo na vida do casal; • Aprenderam a esquecer o eu para construir o nós; • Foi descoberta a verdadeira

importância da farru1ia; • Passaram a perceber que todos os casais enfrentam problemas e que, no caso deles, era diferente, pois seus problemas eram partilhados com todo o grupo; • Através dos testemunhos dos casais casados, inclusive dos que se casaram no decorrer da Experiência Comunitária, os noivos tiveram uma visão mais real da vida conjugal, proporcionando-lhes uma oportunidade de uma opção consciente pelo Sacramento do Matrimônio; • Durante a Experiência, os noivos puderam descobrir o verdadeiro comportamento um do outro e estas descobertas, muitas vezes, foram surpreendentes. A conclusão tirada por eles foi que as Equipes de Nossa Senhora devem promover Experiências Comunitárias com noivos, dando-lhes a oportunidade de poder construir uma verdadeira família cristã.

Rose e Rinaldo - C. Coord. da Experiência Comunitária, Setor A - Natal, RN - Região NE III


Presen~a

no Nlundo / O Direito dos Pobres Glória Augusta Marchi é negra, tem 74 anos, mora num barraco, na favela Sacadura Cabral, em Santo André, SP. Sua aparência é humilde, muito pobre. O sofrimento marca o seu corpo. Tem forte cheiro de bebida alcoólica. Sua simplicidade chega ao ponto de não saber usar o telefone. Ela e seu filho bebiam juntos. Antes de sofrer de cirrose e hidropisia, ele trabalhava na construção civil. Aos poucos, a bebida foi acabando com ele. Glória foi marcar a missa de sétimo dia e, durante a missa, chorou o tempo todo. Para as mães pobres os filhos são a línica riqueza. Ela foi falando de sua experi-

ência materna, lutando com o seu filho, o Nelson, agonizante. Estava sozinha com ele quando vomitou, praticamente, todo o seu sangue. Logo que foi possível, ela foi para a rua ver se arrumava um carro. Não conseguiu. Não que não houvesse. Há bastante carros na favela. O que não há é muita solidariedade. Há gente solidária e gente que não se importa com os outros. Na favela, tudo é igual às outras regiões da grande cidade. A sociedade ali se reproduz com seu individualismo e sua indiferença. Mas, como Jesus, no caminho da cruz, encontrou Verônica, que lhe enxugou o rosto ensangüentado, também Glória encon27


trou um homem de nome Jair que se dispôs a ajudá-la. Ele chamou o resgate (a ambulância do Corpo de Bombeiros). Daí por diante, a história vai se desenrolando. Ainda a caminho da Santa Casa, o Nelson despede-se do mundo. São muito eloqüentes as palavras que vêm direto do coração de Glória, acompanhadas do gesto de levantar para o céu as mãos postas em prece: "a vida do pobre só tem solução na caridade de Deus, só por Ele!" Nestas palavras está a confissão de fé e esperança, a grande verdade dos pobres. Ouvindo-as, vieram à lembrança as palavras do Pe. Virgínio Bressanelli, ditas no Congo, a respeito dos pobres de lá: "a corrupção dos pobres, antes de ser considerada um problema moral, deve ser vista como uma forma de sobrevivência". São poucas as melhorias que as pessoas, na condição de Glória, podem esperar. A declaração dos direitos humanos que a ONU (Organização das Nações Unidas)

fez no dia 10/12/1948, tem 30 artigos declarando o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à dignidade. Todos têm direito ao trabalho e à proteção contra o desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice e outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora do seu controle. Estes e outros direitos já existem no papel. Quando se trata, porém, de aplicá-los à realidade dos pobres, há ainda um longo caminho, cheio de obstáculos. Por isso, a luta pelo direito dos pobres precisa continuar. As armas necessárias são: a confiança, a paciência, a ajuda mútua e o discernimento. A base destas armas é o amor, porque este é o nome de Deus. Então vem o papel dos Movimentos Sociais. Eles são os instrumentos que abrem o caminho para as mudanças. Pe. Belmiro Rauber, SCJ - SCE da Equipe 14 Nossa Senhora Auxiliadora Grande ABC

28


Os Sete Dons do Espírito Santo Este segundo ano de preparação para o novo milênio, é dedicado ao divino Espírito Santo. Nunca se falará ou escreverá demais sobre a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ele é o amor eterno que une, desde sempre, o Pai e o Filho. Dante, o poeta italiano, chama-o "il primo amore". Os outros amores vieram depois. O profeta Isaías (11, 2) prediz que o Messias ficará repleto com

os mais seletos dotes e enumera sete, número que para os judeus, designa: totalidade, plenüude e perfeição. Nós também os recebemos por ocasião do Batismo e da Crisma. São chamados dons porque são dados de graça. Ei-los:

SABEDORIA Para entender esta graça do Espírito Santo devemos buscar a origem etimológica, não do verbo 29


saber, mas do substantivo latino "sapientia" que significa sentir sabor, gosto. Portanto é o dom pelo qual a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito Santo, contempla as verdades da fé e nos faz experimentar um indizível prazer, um gosto extraordinário pelas coisas de Deus. É o que escrevia o salmista: "Quão doces são ao meu paladar as vossas palavras: mais doces do que o mel à minha boca" (Sl 118, 103).

Estevão (At 7, 54), os mártires.

CIÊNCIA É uma luz sobrenatural que o divino Espírito Santo infunde em nossas almas e que nos faz conhecer e aceitar as verdades reveladas, como dignas de fé. Exemplo: os três mil que se fizeram batizar após o discurso de São Pedro no dia de Pentecostes (At 2, 41).

PIEDADE É a inspiração divina que nos leva a honrar, amar e servir a Deus como nosso Pai e esperar nele com amor e confiança de filhos. "Portanto, se vós (comparados aDeus), que sois maus, sabeis dar a vossos filhos, só as coisas que são boas, quanto mais vosso Pai que está nos céus estará pronto a dar boas dádivas àqueles que lhe pedem"(Mt 7, 11). "Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de pedirdes" (Mt 6, 8).

INTELIGÊNCIA É a graça divina que nos faz penetrar em todas as verdades reveladas e entender o seu verdadeiro sentido, discernindo o certo do errado. "Eu te dou graças, Pai ... porque ocultastes estas coisas aos sábios e prudentes, mas as revelastes aos pequenos" (Lc 10, 21).

CONSELHO É uma luz do Espírito Santo que ilumina a nossa razão para que possamos examinar e julgar, com prudência e em cada ocasião, o que devemos fazer e aconselhar. Gamaliel chama a atenção dos judeus no tocante à perseguição que estão fazendo aos apóstolos (At 5, 33-39).

TEMOR DE DEUS Não é medo de Deus, mas receio de ofender a Deus pelo pecado; conhecemos as tentações e a nossa fraqueza. São Filipe Néri costumava exclamar: "Meu Deus, cuidado com o Filipe. Ele pode te ofender!" A promessa de Jesus na última ceia está valendo: "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará o Espírito Santo, que permanecerá convosco eternamente" (Jo 14, 16).

FORTALEZA É uma força vinda do alto, pela qual fica robustecida a nossa vontade, de modo que possamos derrubar e vencer os obstáculos que nos poderiam impedir de praticar o bem. O velho Eleazar tem força para morrer em vez de pecar (2Mac 6, 18ss), o martírio de S.

Pe. Antonio D. Lorenzatto SCE Região Rio Grande do Sul 30


Falecimentos ela vida deste Agradeçamos P Deus so irmão e louvemos a . - . n~~a graça de sua ressurretçao.

~ Enildo

(da Rose)

/

Expansão do

E uipe 19- Setor A . q d Sagrada Farru1ta N Sra. a R~cife/ PE - NE I.

Movi111ento Novas Equipes / a) Parelhas/RN Eq. n° 8 - N. Sra. do Desterro Eq. n° 9 - N. Sra. das Dores Eq. n° 1 O - N. Sra. Santana Eq. n° 11 - N. Sra. de Lourdes (Equador- cidade vizinha) b) Natai/RN- Setor A Eq. n° 8 - N. Sra. das Graças da Medalha Milagrosa c) Santa Luzia/PB (Coordenação) Eq. n° 4 - N. Sra. de Fátima d) João Pessoa/PB Eq. n° 9 - N. Sra. de Guadalupe Eq. n°1 O - N. Sra . da Conceição Eq. n° 11 - N. Sra . de Fátima e) Pocinhos/PB (Equipes Isoladas) Eq . n° 1 - N. Sra . da Conceição Eq. n° 2 - N. Sra. de Fátima

f) Salgado de São Félix/PB (Equipe Isolada) Eq . n° 1 - Eq . N. Sra. do Carmo g) ltabaiana/PB (Eq . Isolada) Eq . n° 1 - N. Sra . da Conceição h) Assis/SP Eq . N. Sra. Aparecida Eq . N. Sra. de Medjugore Eq . N. Sra . da Ressurreição Eq. N. Sra . do Sagrado Coração i) Paraguaçu Paulista/SP Eq. N. Sra . da Paz

j) Rio de Janeiro/RJ Eq . 131 - N. Sra. do Perpétuo Socorro - Fruto da Experiência Comunitária - Setor B - Região Rio 111.

31


VI Encontro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora "Ser sal da terra e luz do mundo". Este foi o lema do VI Encontro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS), que aconteceu entre os dias 09 e 12 de julho, em São Paulo. O Encontro contou com a presença de quase 170 jovens, além de Conselheiros Espirituais e alguns casais das Equipes de Nossa Senhora, que acompanh':lffi os jovens. Foram quatro dias de muita alegria e integração entre jovens de várias partes do Brasil : paraenses, nordestinos, mineiros, cariocas, paulistas, goianos e gaúchos. Cada região com seus costumes e seu "sotaque", mas todos reunidos por um mesmo objetivo: "Como Maria, aprender a ser sal e luz para o mundo". Durante as várias palestras, dinâmicas e reflexões, aprendemos que Maria é, depois de Cristo, o maior exemplo de sal e luz para nós, cristãos. Ela soube doar-se totalmente ao próximo, sem pensar em si. Ao aceitar ser a mãe do Salvador, Maria não exigiu privilégios ou confortos para si. Ao contrário, mesmo grávida, quando soube da gravidez de sua prima, já em idade avançada, deslocou-se vários quilômetros e foi servi-la. Dentro deste contexto, também nós, jovens, fomos desafiados a ser como Maria: dar nossa vida a serviço do Reino de Deus, bus-

cando jovens para o Movimento, levando um ombro amigo a quem precisa, acolhendo ao próximo com amor e carinho etc ... O ponto máximo do Encontro aconteceu no sábado. Durante a oração da noite, houve a adoração do Santíssimo e a maioria dos jovens, com certeza, sentiu a presença do Espírito Santo. Cada abraço, cada lágrima, cada oração serviu para unir ainda mais os equipistas de todo Brasil. No domingo, a missa de encerramento fechou com chave de ouro o Encontro. O celebrante foi o frei Clair, Conselheiro Espiritual do Setor Sul. Houve muita emoção durante a troca de responsáveis de Setor e a troca do Secretariado Nacional, que saiu de Santos, SP e foi para Sorocaba, SP. No final do Encontro, todos queríamos continuar ali, reunidos numa grande família. Mas o compromisso com Cristo é mais urgente. Precisamos levar a Boa Nova de Jesus a outras pessoas, criando novas equipes, evangelizando os jovens do Brasil e, com a bênção de Maria, daqui a dois anos, seremos muito mais de 170 e aí poderemos dizer: "NÓS FOMOS SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO".

José Gabriel (Zéca) - EJNS Mãe dos Jovens Tramandaí, RS - Setor Sul 32


Mãe dos Brasileiros; Senhora Aparecida, Mãe dos vas formas de governar e de serBrasileiros! Vem socorrer estes teus vir, de viver a vida familiar e de filhos, nesta hora em que eles bus- · praticar o cristianismo, de acolher cam uma saída para a libertação os deserdados e de pôr fim à viodefinitiva! lência. Tu que tens sempre um cariPrecisas pedir, conosco, ao teu nho para a infância inocente e Filho que empreste nova fordesprotegida; tu que sabes ça à nossa fé, que dê novas animar a juventude em luta asas à nossa esperança, que pelo seu futuro; tu que cofortaleça os fundamentos nheces as fontes da energia do nosso amor. e da luz para o homem que Senhora Aparecida, aqui trabalha pelo pão de seus fientre nós ainda há muita lhos; tu que aprendeste a água para ser transformaconfortar a velhice no lida em vinho, muita treva miar da eternidade - vem para ser transformada trazer a todos o Fruto em luz, muita guerra bendito do teu ventre, para ser transformaJesus! da em paz, muita Tudo está envetristeza para ser lhecendo: as estrutransformada em turas sociais, afealegria, muita estadas pelo egoíscravidão para mo dos grupos ser transforprivilegiados; as mada em liestruturas polítibertação, muicas, minadas ta velhice papela cobiça do ra ser transpoder; as estruformada em juturas familiares, ventude, muita comprometidas morte para ser pela libertinagem e pelo fantasma do transformada em vida ... divórcio. Por isso, queremos apostar em E até nossa fé, a nossa espe- teu amor de Mãe, sempre pronta a rança e o nosso amor estão dando interceder por nós junto a teu Filho, sinais de cansaço, de velhice, de a fim de que se cumpra, também decadência. Estão virando aquela para nós, o milagre de Caná! água que tu, Mãe dos Brasileiros, precisas ajudar-nos a transformar em vinho ... Pe. Virgflio, ssp Precisas apontar para nós noExtraído de "0 Domingo" 33


Vim Apenas Te Ver/ Mãe, não quero nada

nos corações em desespero,

Vim apenas te ver...

à beira do abismo, do irremediável, do fim!

Em nome de todos os homens que vivem te suplicando, Em nome de todos os irmãos

Bendito seja o Criador

que já se aproximam de ti

de tuas mãos sem mancha

de mãos estendidas, deixa que eu esqueça um momento

por onde passa toda a luz que tomba sobre a escuridão dos

o vale de lágrimas,

homens!

a terra das tristezas, nossa miséria de mendigos,

Bendito seja o Criador

nossa pobreza de criaturas,

de tua sombra suavíssima,

nossa tristeza de pecadores,

pois já notei,

para saudar-te,

Mãe querida,

Rainha dos Anjos

que basta a tua lembrança,

Virgem-Mãe de Deus!

o teu perfume Para encher a solidão da vida

Bendito seja o Criador

a solidão do homem.

de teu olhar boníssimo que tem o dom

Mãe, não quero nada.

de acender a esperança

Vim apenas te ver.

nas almas desalentadas,

Dom Helder Câmara 34


Ora~ão

e Política

Na preparação do terceiro milênio, o papa João Paulo li dedica o ano de 1998 ao divino Espírito Santo. É ele quem nos ajuda a rezar, tomando-nos capazes de nos dirigir a Deus com sentimentos filiais e fazendo nossas as palavras do "Pai Nosso", que Jesus nos transmitiu. No recurso confiante a Deus alcançamos as luzes e energias espirituais para viver conforme o Evangelho. Desde crianças aprendemos a acreditar no amor que Deus nos tem, a adorá-lo na sua infinita bondade, a agradecer o dom da vida e os benefícios que nos concede. A experiência de nossa fragilidade e das quedas coloca-nos diante de Deus numa atitude de arrependimento e no anseio de recebermos o perdão. Há, no entanto, um aspecto peculiar da oração que não podemos esquecer. É o auxílio para discernir a vontade de Deus e cumpri-la com amor. Pela ação do Espírito Santo, conhecemos os critérios que o Evangelho nos oferece para esclarecer as situações concretas em que vivemos. Quem reza com humildade percebe o que é justo e encontra forças para praticá-lo. O esquecimento do recurso a Deus deixa-nos sob a atração do egoísmo e vulneráveis à tentação de ter sempre mais, do prazer descontrolado e da vontade de dominar os outros. Ficamos, assim, incapazes de tomar a decisão certa para nosso

35


proveito e do próximo. ofuscada, incapaz de Isso acontece também discernir valores e de nas questões sociopoagir honestamente. líticas e em especial Confunde-se a promoConfunde-se nas deliberações neção do bem comum com a busca de privicessárias para o bem a promoção légios e vantagens pescomum. soais. Diante da breNum exame sincevidade desta vida, de ro diante de Deus, podo bem que adiantam as riquedemos nos perguntar zas e terras acumulase não é por falta de comum com das e não partilhadas? oração que os graves Enquanto isso o desafios pessoais e do a busca povo mais pobre fica país permanecem sem a conveniente solução. numa situação de abandono e de miséQuem não ilumina a esde privilégios ria endêmica, desatrada como poderá acertar o caminho? No brigado, sem terra e e vantagens sem trabalho. O claplano pessoal há situamor dos irmãos que ções nas quais constapessoais. sofrem é impotente tamos essa impotência quando nos recusamos diante do mal e a proa ouvi-lo. clividade ao pecado: o Volta sempre a descontrole diante da necessidade da conbebida alcoólica, a dependência dos tóxicos, o desprezo versão interior para percebermos pela vida e pela família e o desmando em cada pessoa a dignidade de fino relacionamento sexual que atin- lhos de Deus e a urgência de uma ge níveis de crescente perversão. A ordem social marcada pela justiça desordem no uso da liberdade re- e solidariedade. quer uma profunda conversão inteRezemos uns pelos outros para rior e a necessidade da oração hu- que os corações se abram à luz do milde e confiante em Deus. É a au- Espírito Santo e possamos discernir sência dessa oração e do respeito a a verdade, vencer as resistências do Deus que faz acontecer, no nível egoísmo e viver, nos anos que tesocial e político, uma série de des- mos de vida, a alegria de uma socivarios que causam detrimento sem- edade cada vez mais fraterna. O pre maior ao nosso país. No perío- reto exercício da política requer do das eleições aumentam a cor- muita oração. rupção política, a ambição do poder, D. Luciano Mendes de Almeida as promessas vazias, a compra de Folha de São Paulo votos, explorando a miséria do povo. 01108/98 Tudo isso revela a consciência 36


"Enquanto tiver, pode comer, meu filho. Amanhã Deus providenciará mais". Tinha eu uns oito anos de idade, e era lá pela década de 50, mais seguramente o ano de 1959. Férias, ou melhor, dias no sítio do vovô, escondido e encravado nas brenhas da Serra de Baturité. Não eram férias, por quê? Porque criança pobre do sertão nordestino não tinha férias naqueles idos. Nem escola ... Mas havia uma só grande Escola e uma sábia professora, e todos conviviam pacificamente com as duas.

37

A Escola era a da vida. Com portas escancaradas, mas que lhe dava opção de escolha: a larga ou a estreita. A professora do sítio era minha avó. Certamente, uma das poucas criaturas alfabetizadas da redondeza. Foi com ela que aprendi: • A oração da manhã, como sinal de entrega ao novo dia; • A oração nas refeições, a gratidão a Deus pelo alimento; • O terço à noite, devoção dela e do vovô, a Maria e a José, pois eles eram também a vovó Maria e o vovô José Camurça.


Passear na casa do vovô naquele tempo, era como ir à Disney, hoje. Uma viagem de um dia em lombo de burro, com direito a café e bolo nas bancas das feiras. Passar por dentro da cidade e ver os carros (Jeep 51) transitarem, uma radiadora que falava alto e tocava boleros; pessoas bem vestidas e lojas com brinquedos e manequins. Que maravilha! Era um momento inesquecível. Atravessada a cidade, dava-se início à subida da serra. Os animais já apresentavam sinais de cansaço. E de ladeira acima a ladeira abaixo, encurtava-se o tempo e aumentava a ansiedade da chegada. A bênção da vovó, o aperto do abraço, o riso dos tios, o prato na mesa e todo aquele aparato característico das boas vindas. "Meu Deus, que felicidade ver meu neto! Como está grande!" dizia minha avó. Tudo se manifestava no momento festivo. Até o cachorro expunha em grunhidos o seu contentamento. Era a maior felicidade. Sentirse amado, verdadeiramente. Você já teve essa sensação? A serra era linda. Tudo contribuía para isso. Havia amor em cada movimento da natureza. Um dia eu pedi à vovó que me desse rapadura, e quando ela abriu o paiol, notei que o mesmo não estava cheio, e só algumas unidades arrumadas na tábua de sustentação. Logo saltou a irreverência de criança à figura da vovó: "Minha avó, a senhora está muito pobre. Olhe que o paiol está quase seco".

"Sim, meu filho, mas tem para hoje. Pode comer tranqüilo, porque amanhã Deus manda mais". Era que a cana madura no campo já esperava a nova moagem, motivo de nossa viagem anual. Nunca faltou nada àquele casa feliz. Era realmente o lar de Maria e José, assim como a sagrada família.

A partilha dos alimentos, aspalavras dos mais vividos, a sabedoria nas decisões, tudo era ensinamento, principalmente o momento do terço: todos dispostos em volta do santuário de madeira e os olhos voltados para Cristo crucificado. Ao final, vovó explicava que na casa onde havia oração nada faltava. (E a vovó nem era equipista, mas cumpria à risca seus Pontos Concretos). Muito aprendi com a longa convivência dos dois avós, que nascidos em 1898, partiram, ele em 1984 e ela em 1993. Hoje, trago comigo as lições que hão de ficar para sempre, alguns objetos da velha casa da serra, como o ferro de engomar e a chaleira de ferro pesado. Trago também para sempre uma lembrança forte, mesclada de saudades. Saudade essa, que sempre me faz visita, e a visita da saudade é como um punhal, cravado até o final, no peito de quem ama.

Edglê (da Ivanda) Equipe 06 Fortaleza, CE 38


Uma História Sobre Gansos e Equipes / Quando vemos gansos voando em formação "V", ficamos curiosos quanto às razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma. Ao estudar esta atitude, os cientistas fizeram algumas descobertas. À medida em que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em "V" o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais. Pessoas que compartilham uma direção comum e um senso de equipe, chegam ao seu destino mais depressa e facilmente, porque elas se apoiam na confiança mútua.

Sempre que um ganso sai d~ formação, ele rapidamente sente a resistência do ar e a dificuldade de voar só. Então ele volta à formação. Existe força, poder e segurança em grupo, quando via39


jando na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.

vez, infrutífera. Sentimos esse apoio e acolhimento em todos os níveis do Movimento, do Colegiado da ECIR até nossas equipes de base. Sem dúvida, durante esse tempo, o pouco que demos foi recompensado pelo muito que recebemos e crescemos. Chegou, então, a hora de deixar a liderança da Região Rio 11 para um novo casal : Fátima e Jerson, de Teresópolis, que esperam poder contar, assim como nós, com o apoio de todos vocês. Durante os anos em que estivemos juntos no Colegiado da Região Rio 11, eles muito nos ajudaram, criticaram e apoiaram. Não saímos por cansaço, mas sim por parte do revezamento, que o Espírito Santo soube inspirar com sabedoria em nosso Movimento. Não ficamos tristes, pois, como equipistas, ocuparemos nossa posição ali atrás no "V", para continuarmos com esse grupo maravilhoso, chamado Equipes de Nossa Senhora, em nosso vôo em direção à santidade conjugal e à melhoria da família e do mundo.

Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a traseira do "V", enquanto outro ganso assume a ponta. É vantajoso o revezamento, quando se necessita fazer um trabalho árduo, importante e longo. Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente e manterem o ritmo e a velocidade. Todos nós necessitamos ser reforçados com apoio ativo e encorajamento. Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem para ajudar e proteger. Eles o acompanham até a solução do problema e, então, reiniciam a jornada os três, ou juntando-se a outra formação, até encontrar o seu grupo original. Precisamos ser solidários nas dificuldades. Bem, gente! Durante esteperíodo de "4 anos de vôo" com vocês, esta mensagem esteve sempre muito presente. Por isso a escolhemos para nosso "até logo". Buscamos sempre voar em equipe, em colegiado. É um vôo longo, talvez eterno e, durante nossa etapa de liderança, contamos sempre com o apoio, a motivação, o cansaço, o carinho, o "grasnado" de todos vocês. Sem isso, a missão teria sido cansativa e, tal-

Nosso muito obrigado a todos vocês, por todo esse tempo de convivência e enriquecimento.

Um grande abraço em Sol Maior!

Aninha e Reto Equipe 28 B - Petrópolis, RJ 40


Providência

~

Concretizando a Solidariedade Esta mensagem tem a finalidade de apresentar aos irmãos equipistas o PROGRAMA PROVIDÊNCIA, que foi criado recentemente por um grupo de pessoas de boa vontade, entre os quais vários equipistas de Brasília, dispostos a dedicar parte de seu tempo para uma causa nobre. Sua forma jurídica é a de Associação sem fins lucrativos e é filiada às Obras de Assistência e Serviço Social da Arquidiocese de Brasília. Mas o PROVIDÊNCIA não se limitará ao Distrito Federal e espera poder, paulatinamente, chegar a outras cidades onde houver pessoas que queiram participar de suas atividades. A criação do PROVIDÊNCIA foi inspirada em algumas experiências nacionais e internacionais e em estudo sobre a situação dos profissionais pobres que indicam que eles ficam presos na armadilha das dívidas. Como não possuem garantias para oferecer, os bancos não lhes concedem crédito . Assim, as únicas fontes de capital para eles são os agiotas, que cobram juros exorbitantes. Desta forma estabelece-se um círculo vicioso, não havendo maneira de que esses profissionais pobres se livrem de suas dívidas . De acordo com os Estatutos do PROVIDÊNCIA, seus objetivos visam a alavancagem da renda familiar de trabalhadores com baixos ingressos e com dificulda-

O Programa Providência propõe-se especialmente a: promover facilidades para aquisição e manutenção de equipamentos, ferramentas, instalações; criar e oferecer condições para a melhoria da renda do trabalho de pais e mães de famflia; conceder créditos financeiros para incrementar as atividades profzssionais; fomentar e executar atividades de treinamento de seus beneficiários. 41


des de acesso ao crédito. O PROGRAMA PROVIDÊNCIA propõe-se especialmente a: • Promover facilidades para aquisição e manutenção de equipamentos, ferramentas, instalações etc. para o desenvolvimento das atividades profissionais de seus beneficiários; • Criar e oferecer condições para a melhoria da renda do trabalho de pais e mães de família, de mães solteiras e de mulheres de arrimo de família; • Conceder créditos financeiros para incrementar as atividades profissionais de seus beneficiários, de forma ágil, flexível e orientada; • Fomentar e executar atividades de treinamento de seus beneficiários, com vistas ao seu desenvolvimento profissional, econômico-social, de cidadania etc. O PROGRAMA PROVIDÊNCIA fará empréstimos, em condições favorecidas, a pessoas que vivem no patamar da pobreza e que têm o sonho de estabelecer um pequeno negócio, assim como aptidões para fazê-lo. Os favorecidos serão sapateiros, marceneiros, doceiras/salgadeiras, costureiras, bombeiros, mecânicos, pequenos comerciantes etc. Diante da ênfase que as Equipes de Nossa Senhora vêm dando às ações de solidariedade, nos encorajamos a criar esta oportunidade para que os irmãos equipistas de todo o Brasil pudessem tomar conhecimento deste trabalho.

Concretamente citamos dois exemplos do que vem sendo realizado; • A um sapateiro que trabalhava precariamente sob uma árvore, o PROVIDÊNCIA emprestou-lhe R$ 500 e deu-lhe assessoria pJtra obter permissão do governo para que pudesse construir o quiosque, onde agora trabalha decentemente; • A um pasteleiro, que há muito estava desempregado, o PROVIDÊNCIA emprestou-lhe R$ 150 para completar suas economias e ajudá-lo a montar uma barraca para vender caldo de cana e pastéis, podendo ganhar o sustento para sua família e recuperar sua auto-estima. Para aqueles irmãos que desejarem conhecer mais detalhes sobre o assunto, procurar por Renato e Eisa Maria no endereço: Caixa Postal 02325 CEP 70349-970 Brasília - DF Uma ajuda que vocês podem nos dar e que é indispensável para o êxito deste trabalho é representada por suas orações nas intenções desta obra. Agradecendo sua atenção e a boa vontade que tiverem para com esta mensagem, subscrevemo-nos com um forte abraço de irmãos equipistas.

Eisa Maria e Renato Botaro Equipe 6 - Brasília, DF. 42


.. 7

I ="I E o Carteiro se enganou.

Caros amigos das ENS, Recebi em minha casa a revista "Carta Mensal" do mês de junho, que, por trazer o endereço parecido com o de minha residência, o carteiro deixou junto com a minha correspondência. Mas esta revista estava em nome de um casal de amigos que mora em outra rua próxima a minha. Assim que vi o endereço, preocupei-me em avisá-los de sua correspondência. Por telefone, falei com o Sr. Bittencourt, o qual descreveu-me o que seria a correspondência e pediu-me confirmação. Estava confirmado. Era de fato a revista "Carta Mensal". Curiosamente comecei a folhear e me encantei com algumas mensagens. Suaves e profundas, serenas, agradáveis ao coração. Então, já próximo meu noivado, resolvi fazer de algumas destas mensagens, uma lembrança, que resultou no folheto que segue anexo. O motivo que me levou a retirar estes textos foi a necessidade que muitos têm em ler boas coisas, e coisas que realmente façam sentido, que toquem lá dentro. E por me tocar lá dentro, é que desejei que outros também fossem tocados e que lhes fossem úteis . Creio que a falta destas leituras é que ajuda a perder as almas. Refleti o quanto o Espírito Santo de Deus é perfeito e em como veio esta revista parar aqui. Isto é coincidência? Penso que, de alguma maneira, mesmo que sirva a uma pessoa apenas, esta lembrança valeu!

Aqui, aproveito para me desculpar por fazer o uso destas mensagens sem a devida autorização e espero que compreendam a finalidade e, até mesmo gostem do uso que dei, e, também, para agradecer a vocês das ENS do Brasil todo pelas belas mensagens que escrevem e dizer que continuem. Sempre precisamos ler boas coisas, e estas boas coisas, normalmente, vêm do bom coração, e isto agrada a Deus, e é o que importa! Espero que algum dia possam estender esta revista a noivos cristãos, para que possamos, assim como vocês, desfrutar destas mensagens que servem de preparo para ingressarmos nas ENS . A paz de Cristo esteja sempre com vocês. Salve Jesus! Salve Maria! Um grande e forte abraço,

121 Maria Cristina e Márcio Alexandre - Anápolis, GO I ="!Agradecimento / Sinceros agradecimentos à Equipe 1, Nossa Senhora Auxiliadora - Setor B - Fortaleza, CE, pela Oração Pelo Conselheiro de Equipe. Que vocês possam receber quanto pediram por nós. Um abraço muito grande para todos vocês.

121 Padre Paulo Ruffier, s.j. SCE das Equipes 1 e 2 Nova Friburgo, RJ 43


Ora~ão da Equipe/ Senhor, eu te peço pela minha equipe: Para que nos conheçamos melhor em nossas aspirações, nos compreendamos mais em nossas limitações; Para que cada um de nós sinta e viva as necessidades dos outros; Para que nossas discussões não nos dividam, mas nos unam em busca da verdade e do bem; Para que cada um de nós, ao construir a própria vida, não impeça o outro de viver a sua; Para que nossas diferenças não excluam a ninguém da nossa equipe, mas nos levem a buscar a riqueza da unidade; Para que olhemos para cada um, Senhor, com os teus olhos e nos amemos com o teu coração; Para que nossa equipe não se feche em si mesma, mas seja disponível, aberta, sensível aos desejos dos outros; Para que no fim de todos os caminhos, além de todas as buscas, no final de cada discussão e depois de cada encontro, nunca haja "vencidos", mas sempre "irmãos".

Eloisa (do Rubinho) Equipe 35 - Juiz de Fora do Boletim Reencontros Região Minas I- ]ulho/Agosto/98

44


Tempo / e Vida

Há algum tempo, ouvi alguém contar que, no Oriente, um monge muito piedoso, após muitos anos de meditação e ascese, resolveu sair do mosteiro para ver como estava o mundo. Caminhava lentamente quando percebeu passos que o seguiam. Ao voltar-se, viu um imenso tigre. Parou. O tigre também. Voltou a caminhar, apressando o passo e ele, idem; já estava a correr, quando se deparou com um preci~ício que o impedia de continuar. A beira do abismo havia um arvoredo e ele apressadamente galgou a primeira árvore, e sentiu-se a salvo do tigre, mesmo sabendo que temporariamente. Respirou aliviado e, ainda ofegante, ouviu um rumor do alto e deparou-se com outro tigre, acomodado em um outro galho, a observá-lo. Pânico! Se procurasse descer, cairia nas garras do perseguidor; se ficasse, corria o risco de ser atacado pelo outro. Que fazer? Permaneceu imóvel. Foi quando sentiu que chegava até ele um delicioso aroma de amoras. Então pensou: nada posso fazer, vou ficar aqui e como não posso subir, nem descer, vou aproveitar e usufruir deste aroma. Assim, somos nós! Na nossa vida terrena, deparamo-nos com o tempo onde nosso passado nos persegue: é o primeiro tigre.

Mais adiante, o futuro, do qual não podemos fugir, mas também tememos conhecê-lo, é o segundo tigre. E as amoras? Recontei esta historinha muito antiga, talvez já bem conhecida por todos, para aplicar na nossa vida. Que fazer com o primeiro tigre? O passado, às vezes tão pesado à nossa consciência, deve ser entregue à misericórdia infinita de Deus; ao nos arrependermos de nossos erros nada mais pode contra nós. Somos por Ele perdoados. O segundo tigre é o futuro; será também inofensivo para nossas almas, se soubermos entregar confiantes ao Pai a esperança da salvação, buscando diariamente a conversão, levando uma vida cristã, digna de filhos amados. Mais uma vez pergunta-se: e as amoras? As amoras são o presente; não são o ontem nem o amanhã; são o aqui e agora e o seu sabor e seu aroma serão mais intensos se nos fizermos dóceis ao Espírito, agindo sem medo, fazendo do presente um testemunho de fé e amor para que todos, ao se aproximarem de nós ou ao nos aproximarmos dos outros, possam sentir conosco o aroma da GRAÇA.

Dulce e Oto Equipe 08 - Salvador, BA do jornal "A Boa Nova" 45


O Sentido do Existir e da Vida Todas as pessoas, ao amanhe- terior, pode ser considerada como cer e perceberem-se no mundo, bus- uma forma de exteriorização dessa cam razões para a vida ou um sen- satisfação e dessa maturidade emotido para o seu existir. Algumas de- cional. têm-se durante muito tempo nessa O homem, contudo, experimenbusca, gerada pelo anseio de encon- ta vários sentimentos que podem trar a felicidade. Outras, satisfazem- dar respostas ao seu existir e à vida, se mais rapidamente com as expli- isto porque muitos deles são percebidos como fontes cações filosóficas ou de força para as suas religiosas, muitas delas atividades produtivas. criadas pela tradição Quem ama cultural, possivelmente Essa produtividade enxerga mais pode ser representada aceitas pela fé e cultivadas para atenuar pela liberdade que as longe e percebe pessoas dispõem para esta necessidade humais o outro na criar. mana. O amor, sem dúviNo entanto, esse sua essência, da, é o sentimento que sentido de existir, que compreende-o mais aproxima as pesparece ser encontrado soas no íntimo de seus quando as pessoas espotencialmente seres . Dizem que o tão em contato umas e, por essa amor é cego, no entancom as outras, é uma to, quem ama enxerga sensação pessoal, indirazão, sente as mais longe e percebe vidual e intransferível. suas feições mais o outro na sua É um sentimento que essência, compreenrevela a percepção ínessenciais. de-o potencialmente e, tima do valor próprio por essa razão, sente que cada pessoa tem de si e da sua relação com o mun- as suas feições essenciais. do que a cerca. Tanto mais ampla Frank, autor do livro "Em busé a extensão dessa percepção, ca do sentido da vida", vai além da quanto maior é a consciência e a idéia de que o amor possibilita a vicerteza do seu próprio valor. O re- são completa do outro e afirma, em sultado desse estado é a orienta- sua obra, que a força do amor ção para uma vida saudável e reenergiza tanto quem ama, quanamadurecida. É o encontro com a to quem é amado. Diz, ainda, que a satisfação em vi ver. pessoa que ama capacita a pessoa A alegria, que por sua vez é a amada a realizar as suas potendemonstração de um sentimento in- cialidades, pois que o amor verda-

46


deiro constrói oportunidades para estar no outro, independentemente que os envolvidos aumentem a sua da sua origem, ele alastra horizonriqueza interior. tes, dignifica pessoas, solidifica a Amar alguém é desejar-lhe o existência, fortifica a alma e ultramelhor, é tonificar o poder de ser passa as fronteiras do humano. da pessoa e deixar de ter apenas O amor está presente, também, uma fonte de sentido na vida, para na singularidade dos atos de autoter, no mínimo, duas: a sua própria ridade, de correção e de justiça e a do outro. Amar várias pesso- entre as pessoas que se relacionam as, sem aprisioná-las, no trabalho, delas para então, é sinal de autocom elas mesmas, em segurança, nobreza primeiro lugar, e de O amor está pessoal e grandeza de umas com as outras. alma, porque o amor A fé em si própria espresente, é a demonstração de cora e reflete a confitambém, na força que o indivíduo ança no outro, é ato singularidade pode dar e é um "fecontínuo de proximidanômeno de abundânde entre os que convidos atos de cia" que representa vem, afastando as autoridade, de em si o ser e o ter. ameaças e as vingancorreção e de Em oposição ao ças que impedem uma ódio que desgasta, desrelação de verdade. justiça entre as tonifica e desencontra Isto quer dizer que não pessoas que se as pessoas, o amor culbasta ser enérgico, ter relacionam no tiva a esperança, afasfé nos outros e ser ta os pensamentos que complacente com trabalho, delas desarmonizam e deseles, · mas que essa fé para com elas compatibilizam as ae essa esperança no mesmas, em ções das pessoas com outro possam existir a vida. baseadas na consciênprimeiro lugar, Há pessoas que cia humanística de edeumascom descobrem a força do quem sabe amar e é as outras. amor ao adotar uma bem amado: isto é o criança, por exemplo. que dá o sentido ao Essa descoberta ocorexistir e à vida. re porque a natureza do altruísmo humano é patente e presente na sua essência, nas pessoas que descobriLívia Dias Coelho ram o viver pleno. Naturalmente, é Pro.f'. Depto. Educação mais fácil amar quem possui laços PUC, PR de familiaridade, porém, quando o do jornal amor é fruto do desvelo, da convi"A Voz do Paraná" vência, da vontade de sair de si para Junho I 98

47


A

Constru~ão do Plano/ Não é esta aqui a natureza que eu quis. Que tomba indefesa, perdendo a beleza. Trazendo a tristeza, na terra que eu quis. Não é esta aí a terra que eu quis. Desfeita em pedaços por grandes ricaços, Por mãos criminosas do homem que eu fiz. Não é este aí o homem que eu quis. Que vive oprimido, que anda perdido, Que cai abatido no mundo que eu fiz. Será que eu falhei? Me digam vocês! Será que eu pus muita água no mar? Será que é o calor do meu sol a queimar? Se acaso é assim, perdão, eu errei! Agora eu lhes digo o mundo que eu quis: As estrelas não brigam, o sol não se afasta, O mar não soçobra na terra que eu fiz . Agora eu lhes digo a terra que eu quis: Sem ódio, sem guerra, sem tanta injustiça, Que ferem meu filho, o homem que eu fiz. Agora eu lhes digo o homem que eu quis: Um homem liberto, fraterno e aberto, Fazendo da vida um canto feliz. Será que eu falhei, por ser bom demais? Será que o Amor, a Justiça e a Paz Não valem mais nada no mundo que é meu? Se acaso é assim, perdão, eu errei!

Benedito Prado Colaboração de Frei Estevão Nunes, SCE

48


MEDITANDO EM EQUIPE P o cap. 19,29 até 21,38, Lucas fala da oposição que Jesus encontrou em Jerusaém, não só dos dirigentes do povo . Motivos religiosos, teológicos, políticos e econôlnicos tornavam difícil aceitar a proposta de vida que Jesus fazia. Seus discípulos precisam clareza e coragem para continuar com ele . Éfácil querer parar pelo caminho ou perder o rumo .

. . .. .. . . .... ...... .... ... .. ........ Leitura: Evangelho de Lucas 21, 3 4-3 6 • • • •

Oue dificuldades encontro para seguir Jesus, principalmente na sua proposta de vida matrimonial? Como posso vencer essas dificuldades? Oual devo vencer em primeiro lugar? Louve, agradeça, decida, peça.

... . . . .. . . . . ........... . ........ ...... . Ora~ão

litúrgica:

Antigo hino a N . Sra. Aparecida Virgem Mãe Aparecida, estendei o vosso olhar sobre o chão de nossa vida, sobre nós e nosso lar. Virgem Mãe Aparecida, nossa vida, nossa luz, dai-nos sempre nesta vida paz e amor no bom Jesus . Estendei os vossos braços, que trazeis no peito em cruz, para nos guiar os passos para o reino de Jesus. Desta vida nos extremos trazei paz, trazei perdão a nós, ó Mãe, que vos trazemos com amor no coração .

.. ......... ...... ...... .......... " . Pistas para a Escuta da Palavra A escuta da Palavra tem por finalidade ajudar-nos a ver o plano de Deus para o nosso em. É para descobrir uma proposta, não uma imposição . Para escutar é preciso : 1) querer orientação; 2) querer aceitar; 3) fazer silêncio durante o tempo necessário para que Deus possa falar. Deus fala também através de nossa inteligência; vamos ouvi-la . Não basta escutar. Precisa fazer. Para isso precisamos da ajuda divina .


Ano 1998 CNBB • Proieto Rumo ao Novo Milênio •

Espírito Santo

• Virtude da

Esperan~a

• Sacramento: Crisma • Maria: Modelo de Esperan~a • Evangelho de São Lucas

EQU IPES DE NOSSA SENH ORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Pau lo - SP Fone: (011) 256.1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail: equipes@virtual-net.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.