ENS - Carta Mensal 334 - Fevereiro e Março 1998

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Especial: ENCONTRO NACIONAL


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Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n° 334 Fevereiro - Março /1998

EDITORIAL ... ... .. ..................... .. .. . O1

ENS - Rumo ao Novo Milênio .. ... . 26

Enquanto Exi stir Esperança .......... O1

TESTEMUNHO ................. ........... 28

Conselheiro da ECIR .............. ...... 02

Contrastes ....... ... .... .. .. .. .............. 28

ECIR ...... ... .. ...... ...... ..... ................ 03

Magn ificat! ........ .... ....... .... ........... 30

A EC IR Conversa com Vocês ........ 03

LITURGIA .... .......... ... ................... 31

ENCONTRO NACIONAL ... ... ... .... 06 Objetivos do Encontro ................. 06 RESENHA DAS PALESTRAS ... .. .. .... 07 Conversão e Conjugalidade .. ... ... 07 Conjugalidade e Comun icação .... 09 FLASHES ......... ....... .... ....... .......... 13 Igreja e Cor.1Unicação Rumo ao Novo Milênio ............... . 13 Dez Pontos Fundamentais para a Unidade das ENS ............. 16 CURIOSIDADES .. ... .. .. .... ..... ........ 17 A Arte das Regiões ..... ... ... ... ... ..... 1 7 Tome Tere ré ............................ ... . 18 Atrás dos Bastidores .. .. ... ... .......... 19 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ... ... . 23 PROJETO R.N.M ... .................... ... 26

Carta Mensal

éuma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Silvia e Chico Pontes (responsáv eis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sales

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalcade Castro, CSsR (cons. espiritual) Jornalista R esponsável: Catherine E. Nadas (MTb 19835} Co mposição, Diagramação e Ilustrações: F& V Editora Ltda. R. Venâncio Ayres, 931 · SP Fone: (011} 62.3013

Terço M issionário ....... ........... ...... 31 Extratos da Homil ia .............. .. ... .. 32 CAMPANHA DA FRATERNIDADE .... 35 Educação do Olhar ..................... 35 Fraternidade e Educa ção ............. 36 MARIA .... ............. .... ... ........ ........ 39 Maria, Mulher da Espera .......... ... 39 NOSSA BIBLIOTECA .. ........ .......... 41 JUBILEU DOS ESTATUTOS ........ ... 42 Carta das ENS ....... ...... ... ..... ....... 42 VIDA NO MOVIMENTO ... .. ... .. ..... 46 Ma is um Nó na Nossa Rede ........ 46 " Mas o Sol não Desapareceu" .... . 47 REFLEXÃO ........................ ... .. ...... 48 Aleg ri a, Fruto do Espírito Santo .... 48

Fotolitos e Impressão: Edições Loyola ·R. 1822, 347 · Fone: (O 11} 6914. 1922 Tiragem desta edição: 11.000 exemplares Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar • conj. 53 cep O1309·000 São Paulo· SP Fone: (011} 256.1212 Fax: (011} 257.3599 A/C Silvia e Chico


fnquanto fxistir fsperança ... 1 brimos mais uma página da nossa história. Um ano novo inteirinho a nossa disposição para que possamos dar o melhor de nós. Uma história nova que nos compete escrever com alegria e esperança. Todo esse ânimo cremos poder creditar ao sentido do Natal, pois um Deus se fez criança para estar concreta e diariamente conosco. E este ano de 1998, como nos mostra nossa capa e nos lembra o P80 JETO RUMO AO NOVO MILENI O , está posto sob a proteção do ESPÍRITO SANTO, aquele que dá vida e anima a Igreja de Jesus. Deus nos dá de presente novas horas, novos dias, novos meses, novas estações, tudo para gente sonhar, idealizar e realizar. Temos a oportunidade para acreditar em tudo e em todos, para nos preocuparmos mais em ser do que parecer, mais em fazer do que destruir, em agir em vez de falar. É, portanto, com esse entusiasmo, com o coração repleto de alegria, com o ânimo renovado no Ano Novo do Espírito Santo, que nos dirigimos a vocês, na esperança de que a nossa Carta Mensal possa contribuir para que cada um realize em 1998 o seu papel de apóstolo do novo milênio. Esta é uma edição um pouco diferente da nossa Carta Mensal. Contempla basicamente o Encontro Nacional que oferece o balizamento das propostas e dos caminhos

A

do Movimento para este novo período. As propostas do Encontro Nacional nos convidam a uma verdadeira CONVERSÃ O e investem forte na descoberta dos verdadeiros valores da CONJUGA LIDADE, temas que, portanto, servirão de base para os EACRES - Encontros Anuais dos Casais Responsáveis de Equipe. Encontraremos subsídios para entendermos os objetivos da Campanha da Fraternidad~, com o enfoque sobre aEDUCAÇAO . Para a melhor realização desses objetivos comuns é fundamental que todos tenham a oportunidade de conhecer essas linhas-mestras que nos são passadas através de resumos de palestras, de liturgias, "flashes" e também de histórias que só se vêem nos bastidores desse fundamental evento. Que cada mensagem, artigo ou notícia desta Carta Mensal nos ensine que podemos começar tudo de novo, da estaca zero, se preciso, até acertar. Vamos iniciar este ano com garra, lutar com vontade, sem medo das dificuldades e dos desafios. Enquanto houver tempo poderemos crescer. Enquanto pudermos crescer poderemos amar. Enquanto pudermos amar poderemos levar VIDA PARA TODOS! Com o nosso sempre terno abraço, desejamos uma boa leitura.

Silvia e Chico CR da Carta Mensal


Conselheiro da fCIR 1 Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Passadas as festas deste final e início de ano, é momento de planejarmos nossas vidas para que 1998 seja pleno de realizações e da presença de Deus. Nestes meses estaremos realizando nossos 29 EACRES em todo o Brasil, buscando a Unidade do nosso Movimento. O ano de 1998 é o ano da Esperança como dom e compromisso das ENS, no sentido de serem construtoras do Reino de Deus. Inúmeros são os desafios que nos conduzem à busca da vivência da Conjugalidade e cada vez mais a nossa Conversão pessoal e comunitária. Ambas (conjugalidade/ conversão) passam pela razão, descem ao coração e saem pelas mãos, implicando muita disposição e vontade em cada um de nós, em nos despojarmos do "HOMEM VELHO" e transformarmo-nos em "HOME S NOVOS". Neste segundo ano do tríduo em preparação ao Terceiro Milênio, somos também convocados pela Igreja a rever nossas atitudes em relação aos direitos sociais, bem como a perceber a ação do Espírito Santo no seio da Igreja. Que possamos, ao longo deste ano, principalmente através do Sacramento da Reconciliação, obter a "GRAÇA DE DEUS" para realizarmos nossos sonhos e nossos projetos e viver intensamente tudo o que o Evangelho nos pede. As Bodas de Caná ainda continuam a nos convidar a "Fazer tudo o que Ele vos disser". Por isso, meus queridos casais e conselheiros, neste novo ano vamos nos lançar ao trabalho deixando que o Senhor Jesus esteja sempre a nossa frente.

Abraços e orações!

Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A fCIR Conversa com Vocês ./ Queridas irmãs e innãos equipistas. Estamos iniciando o nosso ano de 98, e como primeira carta do ano, gostaríamos de fazer um ligeiro balanço com todos vocês, do que foi a nossa caminhada como Movimento das Equipes de Nossa Senhora no ano que se findou. E cremos que nada melhor para dar este balanço do que relembrar um conselho do nosso querido padre Caffarel, na ocasião em que fazia o seu pronunciamento de encerramento dos "Dias de Estudo e Espiritualidade", em julho de 1957, em São Paulo. Esta preciosa anotação nos foi enviada pela Maria da Glória e Payão, equipistas da primeira hora, por intermédio de seu filho José Luiz F. Luz, responsável do Setor E - São Paulo - Capital: "Eu vos conclamo a

Brasil. Lançar sobre a vossa pátria uma imensa rede de que as equipes sejam os nós. Assim fazendo elas serão capazes de levantar todo o Brasil! Censuraria a mim mesmo, se não afinnasse estar seguro de que as Equipes serão foEu vos cos incandescentes irradiando apostolado. É conclamoa preciso que cada uma deempreender, las seja um viveiro de a levar apóstolos, servidores do avante uma Cristo e da Igreja, humildes e perseverantes. Eu ação não insistiria tanto em sistemática, vos pedir que trabalhásorganizada: seis em favor do Movifundar uma mento se não estivesse convencido de que o meequipe em lhor meio de atingir a cada um dos massa éformar apóstolos. pontos Portanto, formar equiestratégicos pes não/ abandonar a massa. E suscitar apóstodo Brasil. los que irão prolongar a Lançar sobre ação do sacerdote". Den-

a vossa pátria uma imensa rede de que as equipes sejam , os nos.

empreender, a levar avante uma ação sistemática, organizada:fundar uma equipe em cada um dos pontos estratégicos do 3

tro desta colocação, cremos que hoje o padre Caffarel ficaria feliz em verificar como este seu conselho foi aqui seguido. E se este objetivo tem sido atingido, em grande parte se deve às nossas Experiências Comunitárias, que não só têm permitido este crescimento expressi-


vo de equipes por todo o Brasil, ros a procurar a unidade do Movimas também a formação de equi- mento, para que não se desvirtue pes melhor preparadas e conscien- aquilo que é essencial e comum a todas as equipes, seja em que país tes da sua razão de ser. Conforme tivemos a oportu- ou região estiverem. Esta a razão de estarmos trabalhando nidade de relatar no também em cima danosso último Enconqueles pontos que o tro do Colégio InterColegiado N acionai nacional, se por um entendeu como fundalado este crescimento mentais para a nossa das Equipes de Nossa unidade, com a preoSenhora nos enche de cupação constante de júbilo e alegria, por não "engessarmos" as outro nos traz simulFormar nossas equipes. taneamente algumas equipes não No que diz respeipreocupações. Por to à comunhão do é abandonar esta razão, começaMovimento enquanto mos, neste ano que se a massa. parte integrante de findou, um trabalho É suscitar nossa Igreja, temos a de formação permaapóstolos salientar tanto a parnente, dirigido mais ticipação efetiva, em especificamente aos que irão diversas regiões, de nossos Setores. Denprolongar equipes e de casais tro desta visão, prea ação do equipistas na Campatendemos reforçar assacerdote. nha da Fraternidade, pectos que são fundabem como o andamentais para que mento do Projeto das mantenhamos a uniEquipes de Nossa Sedade do Movimento nhora Rumo ao Novo naquilo que lhe é Milênio. essencial. É compreenOutro fato marsível que muitos cacante neste ano recém sais, equipes e mesmo terminado foi, sem setores queiram, pelo dúvida alguma, a visiseu entusiasmo com o ta do nosso querido Papa] oão PauMovimento, "inovar" ou "criar" novas coisas, novas maneiras de se lo II ao Brasil. Em se tratando do propor coisas tidas como tradicio- Movimento, aqueles que tiveram nais. Aliás, nosso Papa ] oão Paulo a ventura de participar da festa testemunho no Maracanã (e não foII não nos pede novo ardor, novas ram poucos os equipistas das mais expressões, novos métodos? No diversas partes do Brasil), hão de entanto, é preciso ter muito cuise lembrar da verdadeira ovação e dado, principalmente por parte daqueles que devem ser os primei- aplausos que explodiram no está-

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dio, quando mencionaram o nome dade Conjugal a vivência concreta do padre Caffarel e das Equipes de da Oração Conjugal e o Dever de Nossa Senhora. No Congresso Te- Sentar-se, os quais foram detectaológico tivemos a participação do dos no balanço anterior como os Casal Responsável Internacional, de maior dificuldade. E como terCidinha e Igar, do ceiro ponto, a CamConselheiro Espiritupanha da Fraternidade, al da ERI, padre com uma visão mais Cristóbal Sárrias, do ampla da Educação, Conselheiro Espirituisto é, não num sential da ECIR, padre Mádo estreito e restrito rio, a nossa participade ensino, mas num ção como responsáveis apelo a todos e a cada , pela coordenação da um dos participantes, E preciso que ECIR, e diversos ouno sentido de assumicada uma tros casais e conselheirem suas responsabilidelas seja um ros de equipes. dades perante este Finalmente, tivegrande desafio: a eduviveiro de mos a realização do cação desde o berço, a apóstolos, nosso Encontro Nacieducação para os valoservidores do onal, em Itaici, que res cristãos, a educação este ano reuniu pratiCristo e da para a cidadania, semcamente quinhentos pre com a visão do coIgreja, participantes. Neste ração . humildes e encontro tivemos traE por fim, queriperseverantes. çadas as linhas básicas das irmãs e irmãos das para este ano de 98. equipes, queremos deCom a colocação sosejar que, ao começar bre a Conversão, de o ano de 1998, estejafundamentação mais mos com o coração teológica, procurourepletos de amor e que se aprofundar ainda os nossos sonhos do um pouco mais a real Natal venham a serrenecessidade de nossa alidade . Esperamos mudança de atitude de que todos nós, das vida, no sentido de testemunharEquipes de Nossa Senhora, tenhamos verdadeiramente Cristo atramos muito trabalho, pois, Jesus vés da nossa coerência entre a nosCristo deixou em nossas mãos conssa Fé professada e a nossa Vida do truirmos um mundo unido e cheio dia a dia. Procurou-se complemen- de fraternidade. tar, com um enfoque mais vivencial, a abordagem da Comunicação e a Conjugalidade. Pensamos que Maria Regina e Carlos Eduardo é fundamental para a EspiritualiEC/R

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Objetivos do fnconho I Proporcionar oportunidade de vivenciar momentos fortes de liturgia, compromisso, aprofundamento, fraternidade e troca de experiência, envolvendo casais responsáveis de Setor, Região, ECIR e respectivos Conselheiros Esoirituais.

âprofundamento

Liturgia

Formação Evangelização

Ação de graças Celebração da vida e da unidade do Movimento

fraternidade e Troca de fxperiências

Compromisso Consolidar as Orientações Gerais Buscar a unidade no Movimento Buscar a unidade com a hierarquia da Igreja

• Grupos · Refeições • Tempos livres

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nicio esta colocação explicando a vocês que o assunto sobre o qual vamos tratar não é novidade alguma, mas sim uma tentativa de alinhavar tudo o que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora propõe para auxiliar os casais a fazerem uma séria, profunda e honesta conversão-cristã. Todos vocês receberam o texto "Subsídios para o Balanço do Colegiado", perceberam que os títulos do balanço do ano passado nada mais são do que todo o objetivo geral do Movimento, desdobrado em itens. "Como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão, na vida em comunidade". A primeira definição que se torna necessária: relembrarmos o que é Igreja. Esse assunto foi amplamente aprofundado quando estudamos o livrinho "Ser Igreja hoje" (tema do Encontro Nacional de 1995). o ano passado, no Encontro Nacional, tivemos como pano de fundo o "Participar e Comprometerse na Construção do Reino" (1996) e este ano, tendo em vista a necessidade de relembrarmos esses conceitos, retornamos com a questão fundamental da Igreja (E V ANGELIZAÇÃO).

Falar em evangelização também já o fizemos exaustivamente (lembram-se do "Protagonismo dos Leigos e a Nova Evangelização?"). A nossa conversão passa também por uma reflexão onde fé e vida são elementos essenciais para podermos melhor viver nossa fé. Assunto esse também amplamente refletido quando estudamos o livro "Coerência entre Fé e Vida". A Igreja nos oferece instrumentos muito fortes e significativos para nossa conversão. Os Sacramentos são sinais visíveis da "ajuda" de Deus em nosso processo de santificação, pois nos acompanham desde o nascimento até a morte. Podemos dizer que o sacramento da Reconciliação é o ponto maior de exercício de conversão. É o sacramento que nos ajuda a buscar efetivamente a graça de Deus. A Igreja nos convida a purificar, renovar e principalmente a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou primeiro. O esforço de conversão não é apenas uma obra humana, é o movimento do coração contrito, atraído e movido pela graça de Deus. Conversão é uma reorientação radical de toda a vid a, um retorno sempre para D eu s, para o outro, para o mundo, ab rindo-se ao serv1ço. "A conversão se realiza na vida cotidiana através de gestos de recon-

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ço levam-nos a vivenciliação, do cuidado ciar a conversão que, dos pobres, do exercípor sua vez, transforcio e defesa da justiça ma nossas vidas através e do direito (Am 5, da assimilação, vivên24); pela confissão das cia e testemunho em faltas aos irmãos, pela atitudes concretas: correção fraterna, pela "cultivar a assiduidade revisão de vida, pelo eem nos abrirmos à xame de consciência, Vontade e ao Amor de pela direção espiritual, Deus; desenvolver a capela aceitação dos sopacidade para a Verdafrimentos, pela firmede; aumentar a capaciza na perseguição por dade de Encontro e causa da justiça. ToComunhão" . mar sua cruz, cada dia, Sem dúvida algue seguir a Jesus é o cama são essas as atituminho mais seguro O esforço de des do casal cristão. (Lc 9, 23) (CIC- 1435). "A Salvação da pessoa Se compararmos conversão não e da sociedade humao que o Catecismo da é apenas uma na está estreitamente Igreja Católica nos diz obra humana, ligada ao bem estar da com o que o Movié o movimento Comunidade Conjumento das Equipes de gal e Familiar (GS 47 ossa Senhora nos do coração parágrafo 1°). propõe veremos que é contrito, "O Sacramento do a mesma coisa. O Moatraído e Matrimônio se destina vimento das Equipes a aperfeiçoar o amor movido pela de Nossa Senhora dos cônjuges, a fortifiquer ajudar os casais a graça de Deus. car sua unidade indisserem Cristãos. Acressolúvel. Por esta graça centando-se aí que o eles se ajudam mutuaconvite é para o "CAmente a santificar-se na SAL", pois individualmente a Igreja já nos propõe e ofe- vida conjugal, como também na rece ::ondições para uma efetiva con- aceitação e educação dos filhos (C.I.C. 1641). versao. Em síntese podemos dizer que O saudoso Pe. Caffarel dizia: "a se todos os Cristãos têm a graça do arte e a ciência de se santificar no Sacramento de Reconciliação como casamento, isto é, a arte de viver, meio de conversão e santificação, como pessoas casadas, uma vida cristã em conformidade com os de- vocês casais das Equipes de Nossa sígnios de Deus é a espiritualidade Senhora têm o Sacramento do Matrimônio como meio para chegar ao conjugal". festim de núpcias do Cordeiro. • Os Pontos Concretos de Esfor-

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Conjugal idade e Comunicação/ "Vem comigo meu amado amigo nessa noite clara de verão seja sempre o meu melhor presente seja tudo sempre como é ou tudo que se quer" (Letra de "Tudo que se quer" )

1. Introdução

2. Por que da Conjugalidade junto com a Comunicação

''E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós"

ao 1, 14)

Percebemos pelos balanços do ano passado que os Pontos Concretos mais difíceis de serem vividos justamente, são os que devem ser vivenciados a dois: Oração Conjugal e Dever de Sentar-se. Por que tanta dificuldade em nos comunicarmos? Duas pessoas são diferentes e existe a comunicação quando há o encontro entre elas. Eu posso encontrar-me com alguém através do olhar, mas também posso estar todo dia olhando uma pessoa sem que haja encontro algum. Conjugalidade não é estar sempre juntos, mas procurar ver a necessidade do outro num só coração. Não é só fazer compa nhia, mas compartilhar a vida, conviver. Para que exista essa comunicação, esse compartilhar, esse encontro de "pessoas-nós" é necessário o

Deus se fez gente como nós. O Verbo tem que continuar sendo carne, precisa continuar entre nós. Entretanto, nós O deixamos ser um ente abstrato. Nós, cristãos, não O tornamos real. Nem muitas vezes em nossos próprios lares, entre nós, casais das ENS. Deus se fez carne para comunicar o seu Reino de Amor entre nós. Assim nós, também, temos de mostrar, temos de comunicar esse seu plano de Amor, a começar entre nós casais. Essa comunicação tem de ser aberta, atingir o interior do outro. E para atingir dentro do outro, tenho de saber lidar com o meu próprio interior. Mais adiante voltaremos ao assunto.

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A fidelidade, como amor criador é, por conseguinte, o desafio de vencera tentação do amor que atua por dever, pois, oamornao e cumprimento, mas entrega, realização, criação compartilhada. N

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Os anos vão passando e começam a aparecer as curvas e lombadas da estrada. São os primeiros desencontros, os questionamentos e as infidelidades. A fidelidade é a permanência viçosa e criadora do primeiro amor, ou seja, é manter esse viço do amor através das provas do tempo. É muito mais, portanto, do que simplesmente a esposa não enganar o marido ou viceversa. "A fidelidade, como amor criador é, por conseguinte, o desafio de vencer a tentação do amor que atua por dever, pois, o amor não é cumprimento, mas entrega, realização, criação compartilhada." " Quanto mais você é você, mais você deixa o outro ser ele." Quanto mais vivemos a conjugalidade, ma1s deveremos ser livres, justa-

perdão e o recomeçar constante. Quando se pensa no amor do casal sob o signo Pascal da cruz, aí então se começa a viver a doação, o perdão, a partir sempre de inícios renovados. Isto significa recomeçar a cada momento. O frescor do amor é fundamentado na fé. Gostamos muito do livro "Caminhamos na Estrada de Jesus Evangelho de São Marcos". E le nos mostra um roteiro de viagem, e isso poderia ser comparado a uma vida a dois, de um casal. Começando com os planos do casal, logo no início de sua caminhada, com o entusiasmo do primeiro amor, os primeiros tempos juntos. Tudo é fácil, tud o é bonito. Juraram um amor sempre viçoso, sempre criativo, através das provas do tempo. 10


mente porque estamos juntos livremente, por opção e não por obrigação. Estamos juntos pela força da fé, na certeza de que Jesus está conosco. Ai começa, então, a força do verdadeiro amor de Deus, pois, apesar de todos os desencontros, frustrações, o casal não desiste da caminhada. O livro nos diz, tem aviso na estrada- "cruz depois da curva" e quantas cruzes são encontradas ao longo dos anos de um matrimônio. E tem ainda barreiras e pontes quebradas. Alicerçado na fé, esse amor vence as provas do tempo, a prova da rotina, dos desenganos, dos mal entendidos, do orgulho, do egoísmo e da deslealdade. "Não existe um amor em quotas ou por tempo; a condição de autenticidade é um para sempre." * Quando o autor menciona que é preciso sair do centro para a periferia, queremos refletir sobre a nossa condição de casal. Sair de si mesmo, deixar de ficar em volta do próprio umbigo, para viver um amor maduro. No amor maduro, o outro não é objeto de egoísm ou de comodidade. Ele se expressa em um "eu vivo para que sejas plenamente", "eu vivo para que te realizes", "eu vivo para que sejas feliz". O contrário seria: "tu vives para servir-me, para isso me casei contigo", "tu vives para o meu prazer pessoal, para atender a todos os meus caprichos e desejos", "tu vives para mim". É necessário também enxergar o mundo tão carente de amor, até mesmo para ver que existe uma nova sinalização que

diz: "Verdadeiramente, este é o Filho de Deus". Na estrada da vida é necessário recomeçar a caminhada a todo momento, e isto é possível para quem tem fé em Jesus e sabe que Ele vai de guia e luz do caminho. Este Jesus que é só amor para com cada um de nós. Na vida a dois você é o Cristo para o outro, você faz este Cristo se tornar carne. Tudo isto pode nos parecer uma utopia. Utopia não é o impossível, mas sim o difícil de ser alcançado. Pensamos que, como batizados e recebendo o Sacramento do Matrimônio, entramos para as Equipes de Nossa Senhora, tentando viver esta vocação da espiritualidade conjugal, testemunhando para o mundo que, apesar de todas as curvas, lombadas, pontes caídas e cruzes pelo caminho, ainda assim é possível viver uma vida a dois. E que a vida conjugal é lugar de amor, de felicidade e de santidade. Gostaríamos de deixar uma proposta para uma reflexão em casal: será que querendo viver a conjugalidade, um está sendo o Cristo encarnado para o outro, e ambos para o mundo?

Pensamento: "Mesmo depois de ter soçobrado, o barco pode ser consertado e ficar mais forte do que antes. Brigas e crises podem e devem ajudar a amadurecer. São oportunidades em que vamos apresentando ao sol faces novas e insuspeitadas de nós mesmos." (Uma Vida a Dois, Frei José Carlos Correa Pedroso - Centro Franciscano de Espiritualidade - Piracicaba - 1995). 11


3. Comunicação formas de diálo~o no matrimônio

Diálogo sobrenatural "A condição do diálogo com Deus é a fé. Por meio dela o homem se abre a uma relação pessoal com Ele. Quando os esposos se encontram entre si no âmbito de uma fé compartilhada, podem comunicar-se mutuamente na intimidade de D eus.

"Quando falamos de diálogo, não entendemos "conversações': São duas coisas bem diferentes. Existe diálogo quando há encontro de pessoas. Quando se encontra um eu bem definido com um tu bem definido. E um encontro amoroso epessoal. "

"Quando dois seres humanos se encontram diante de Deus cheios de uma fé humilde e viva, deixam cair todas as suas máscaras e proteções."

Diálogo afetivo "É o carinho, é a bondade, a benevolência, quer dizer, é ternura: eu te quero, eu quero fazer-te feliz, eu quisera enriquecer-te."

"A oração dos esposos passa assim a ser a segurança por excelência da unidade familiar."

"A carícia diz com um gesto: eu quero preencher tua solidão, quero acompanhar-te, dar-te presença e calor."

Diálogo físico ou sensível "Comporta uma série de dimensões: o cuidado do outro quando está doente, o cultivo do corpo, etc. Tem outra forma que é importantíssima, a relação sexual, que é quase como um resumo das diferentes formas de diálogo."

Diálogo espiritual "É o intercâmbio de dois seres . . . racwna1s que comurucam suas reações e suas impressões. O diálogo é pessoal quando o que digo é meu."

"É por isso que no plano da relação matrimonial e concretamente, no ato sexual, se integra tudo: o instintivo, o biológico, o afetivo, o espiritual e o sobrenatural. É um momento de graça."

"Quando começo a conversar com o outro do que penso, do que sinto, do que me parece, do que eu gostaria ... vão descobrindo aos poucos o que cada um pensa e sente, e não simplesmente o que é."

Maria Regina e Carlos Eduardo

"Não são tanto as palavras que eu digo, mas o fundo de que as tiro: do meu eu profundo."

• Trechos extraídos do livro "Matrimônio, Vocação de Amor - diálogos conjugais", Pe . Jaime Fernández, Ed . Vozes

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Igreja e Comunicação / Rumo ao Novo Milênio Lourdes e Sobral, tCIR Considerações sobre a Comun icação nas tNS As Equipes de Nossa Senhora têm a Comunicação como uma de suas prioridades de ação desde o ano de 1990. Desde então, muito temse feito nas diversas Regiões para tornar mais dinâmica e frutuosa a circulação da seiva do Movimento. O tema "Igreja e Comunicação Rumo ao Novo Milênio" foi objeto de estudo e deliberações pela CNBB em sua última Assembléia Geral (abril/97), da qual originaramse dois documentos: O Documento de Estudo (Estudo 75) e as Conclusões e Compromissos (Documento 59). Como estes documentos supõem "o caminho percorrido pela Campanha da Fraternidade 1989" (CVP , introdução), a C BB achou por bem republicar parte do Texto-base Qulgar) desta campanha, com o título de "Comunicação para a Verdade e a Paz" (referido aqui como CVP). Estes documentos podem e devem subsidiar o trabalho das ENS sobre Comunicação. De modo a demonstrar as possibilidades de sua transposição para a vida do Movimento, foram tomados os três textos acima citados e "pinçados" alguns elementos para reflexão. Não se tratou de uma pesquisa exaustiva, de sorte que os interessados po-

A comunicação nasENSdeve 'javorecer a formação de comunidades", ajudando a desenvolver a vida de equipe. 13


derão encontrar outros pontos importantes na leitura destes documentos.

Para evangelizar, dentro e fora do Movimento, , . · epreczso agir com os "critérios de Jesus", ter a "espiritualidade do comunicador cristão", ccfazer-se tudo para todos".

O Comunicador Cristão O comunicador cristão deve ter capacidade de se relacionar, ter criatividade, visibilidade e significatividade, ser protagonista do processo de comunicação, ser aberto ao diálogo e a aprender (Estudo 75, n° 226-232). O comunicador cristão, a exemplo de Jesus, tem uma espiritualidade que opta "por um processo inculturado e dialógico de comunicação"; é "um ser em relação com D eus"; tem espírito de acolhida; coloca-se a serviço; favorece a formação de comunidades de comunicadores (D ocumento 59, n° 2-7). "Da atuação de Jesus, o cristão pode tirar critérios que nÓr teiem o modo de comunicação na vida cotidiana, na sociedade, na Igreja e também no uso dos modernos Meios de Comunicação Social. Esses critérios podem resumir-se nos seguintes: - vivenciar o conteúdo a transmitir. O testemunho é fundamental; - comunicar a verdade, a paz, a justiça, a solidariedade por palavras e ações; - dar voz e vez aos que não as t êm; - impor-se não pela força da persuasão humana, mas pela força do Espírito;

- opor-se ao espírito do mundo, que é dominador e opressor; - libertar a palavra no outro, no grupo, para fazer acontecer a comunicação; - perseverar na perseguição, enfrentando inclusive a morte, em coerência com a verdade comunicada e vivida" (CVP n° 26) . "Paulo é também modelo no método de evangelizar, na maneira de comunicar a Boa Nova: fazendo-se tudo para todos" (CVP n° 28). Para evangelizar, dentro e fora do Movimento, é preciso agir com os "critérios de Jesus", ter a "espiritualidade do comunicador cristão", "fazer-se tudo para todos". A pessoa de Jesus e seu método de comunicação devem ser objeto de reflexão de todo equipista. Seria 14


interessante o estudo dos textos acima assinalados, na forma de temas para atividades nos Setores, momentos de formação ou em textos para boletins e Carta Mensal. Quando se pensa que o comunicador cristão é "um ser em relação com Deus", não se pode esquecer o papel dos PCEs no desenvolvimento desta espiritualidade. Os PCEs nos colocam em comunicação com Deus e nos ajudam a vencer as barreiras de comunicação/ comunhão com o outro. A comunicação nas ENS deve "favorecer a formação de comunidades", ajudando a desenvolver a vida de equipe.

"O diálogo verdadeiro é a base da comunicação. As condições para

renças não significa renunciar, por covardia ou constrangimento, àquilo que se sabe ser verdadeiro e justo. Significa o reconhecimento de que o outro também é alguém inteligente, livre e responsável; - a busca daquilo que é e permanece comum aos homens mesmo nas tensões, nas oposições e nos conflitos. este sentido é fazer do outro um próximo; é aceitar a sua contribuição; é partilhar com ele a responsabilidade perante a verdade e a justiça; - a procura do bem com meios pacíficos. E a vontade de recorrer a todas as formas possíveis de negociações, de mediações de arbitragem e de proceder, de tal maneira que os fatores de aproximação prevaleçam sobre os fatores de divisão e de ódio" (CVP n° 54).

um verdadeiro diálogo entre pessoas, grupos, forças políticas e agrupamentos são: - a procura daquilo que é verdadeiro, bom e justo para todos os homens, grupos e sociedades; - a abertura para o acolhimento do outro. É um direito expor livremente a própria opinião, mas cabe igual obrigação de ouvir a opinião e os fatos que os outros apresentam; - a aceitação das diferenças. Há elementos ricos, nem sempre percebidos nas diferenças. Reconhecer as dife-

Se todos os PCEs nos ajudam a desenvolver a com unicação, o Dever de Sentar-se é, por excelência, um exercício de comunicação. Por um lado, nos põe em comunicação profunda com o "próximo mais próximo", permitindo mútuo conhecimen to e evangelização. Por outro lado, a prática, o exercício do Dever de Sentar-se nos ensina a atitude de diálogo necessário à missão evangelizadora. As condições para um verdadeiro diálogo, apresentadas acima, podem ser facilmente aplicadas ao Dever de Sentar-se. •

Dever de Sentar-se, um exercício de comunicação

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Dez Pontos fundamentais

para a Unidade das fNS / O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é Cristocêntrico e da Igreja.

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As responsabilidades exercidas no Movimento se caracterizam pela transitoriedade e gratuidade no serviço a ele e às Equipes. São comunidades de aproximadamente 5 a 7 casais e um Conselheiro Espiritual, que se encontram ao menos uma vez por mês, em uma reunião que contenha momentos de: ORAÇÃO, PARTILHA, CO-PARTICIPAÇÃO, ESTUDO E REFEIÇÃO.

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Têm seus trabalhos e decisões definidos em colegiado, nos diversos níveis de responsabilidades na estrutura do Movimento. Os casais participantes têm o Sacramento do Matrimônio e mantém fidelidade ao Carisma fundador e ao Estatuto do Movimento. Rezam diariamente a oração do Magnificat para que, Nossa Senhora, padroeira das Equipes, interceda pelos casais e conselheiros espirituais equipistas do mundo todo . Apóiam-se na vivência da Vida de Equipe, Pontos Concretos de Esforço e Orientação de Vida proposta pelo Movimento. Recebem e lêem mensalmente a Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora. Devem ter conhecimento dos documentos fundamentais do Movimento (Estatuto, O que é uma Equipe de Nossa Senhora, Pontos Concretos de Esforço e a Partilha, A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora).

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Dão cada ano, a título de contribuição, o produto de um dia de trabalho, para assegurar a vida material e a expansão do Movimento ao qual devem, de certo modo, o próprio enriquecimento espiritual. Desta forma o Movimento possui uma expansão sustentada, traduzida pela fiel transmissão de sua metodologia e pedagogia .

Compilado pelo Colegiado Nacional das ENS e apresentado por Márcia, do Luiz Carlos- ECIR 16


AArte das Regiões/ A criatividade "rolou solta" no Encontro Nacional. Convocados a trazerem de suas regiões cartolinas com mensagens, pinturas ou desenhos envolvendo o tema CONJUGALIDADE, nossos casais montaram um belissimo painel (na quantidade e na qualidade) que encheu os olhos de todos. É I)JANOQ O CASAL NÃO HAVIA, uma pena que não possamos exibi-los CAOA l.V'1 Cl SEU ALMEJAVA, em cores, como foram confeccionados, SEUS sofóHOS FAZIAM, NO AFÃ JuvENIL mas selecionamos algumas fotos sugesBEM, N~M REPENTE. tivas para os nossos leitores. UM I'RAI'ff CLA MOR! OA ALTERIOAOE, VE M A UNIOAOE, o AMOO DESCOSRIJ,

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NOVO CÉU OIA ADIA


Torne Tereré / Os equipistas do Estado do Mato Grosso do Sul, uma das regiões mais jovens do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, colocou um cartaz na escrivaninha do salão de palestras, com uma sugestiva foto de um "tuiuiu" (pássaro símbolo do pantanal matogrossense) junto com uma cuia com o gostoso "tereré'', convidando os participantes a experimentar o chá, e, enquanto isso, conhecer e bater um papo com os equipistas pantaneiros. Para quem não sabe, o "tereré'' é um refresco de mate tomado com bombilha e que se distingue do chimarrão gaúcho por ser feito com água fria em lugar de água quente.

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Atrás dos Bastidores

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nquanto acontecia o Encontro Nacional, os inquietos repórteres da Carta Mensal se movimentavam pelos longos corredores de Itaici, procurando colher, daquelas pessoas maravilhosas que lá estavam, algumas impressões sobre aquele acontecimento, que reunia 180 casais, 84 padres e 2 freiras. É pena não podermos deixar aqui tudo o que ouvimos de interessante, através de testemunhos fortes e entusiasmados desse pessoal, graças ao qual se formou um ambiente propício para a ação do Espírito Santo.

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Muita gente não v1u, com certeza, dona Apare-

cida Pedroso Bernardino, que trabalha, desde 1969, na cozinha do mosteiro. Mas ela estava lá ... controlando a movimentação intensa do preparo e da distribuição das refeições. Quando lhe perguntamos o que achava do Encontro, respondeu, bem disposta: "Gosto muito desses encontros de casais. O ambiente muda um pouco, há bastante animação e alegria. Trabalhamos muito, mas é gostoso receber essa turma que vem de todo o lado do Brasil, cheia de fé e de atividade."

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O querido frei. José Orlando Longarez, Conselheiro Espiritual do setor de Piracicaba, que falou sobre a Campanha da Fraternidade, no seu jeito simples mas profundo, nos disse: "Um encontro como este 19

dá uma idéia de força e de congraçamento. As pessoas vêm buscar ensinamento e coragem. O Nacional mostra também a pujança do Movimento e é um grande fator de unidade. O fato de se preocupar com temas escolhidos pela Igreja, como o da Campanha da Fraternidade e abordá-los corajosamente, mostra o engajamento e a atualidade das Equipes de Nossa Senhora."

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Ela tem uma carinha linda, um sorriso tranqüilo. Seu nome: Lu-

ciane, do Beto, equipe 6 de Louveira. Faz parte, há 3 anos, da equipe de serviço, comandada pelo Chico, da Dina. " -Trabalhar na equipe de serviço me traz muita alegria. Tudo começa com a chegada dos casais. Alguns vêm de longe: a maioria chega cansada, mas muito feliz, os


olhos brilhando de satisfação. Participando do Encontro Nacional, tenho, em primeiro lugar, o prazer de servir e a rara oportunidade de estar em contato com o Movimento todo, desde o Casal Responsável Internacional até as bases. É, realmente , um privilégio."

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O Cônego Pedro Rio Branco, CE do setor de J aú, é do tempo em que 13 casais compunham o Encontro Nacional. Foi amigo do Pe. Caffarel e recorda, sorridente, que ele era "um motorista nota 10" que, uma vez, galhardamente, em meio ao trânsito da capital francesa, levou-o a uma reunião onde o nosso Cônego representaria o Brasil. Hoje, cabelos brancos, rosto muito conservado, esse exemplo de SCE espalha ânimo e simpatia ao seu redor. " - Sempre gostei de trabalhar com pequenos grupos e considero admirável a caminhada das Equipes. Num encontro deste porte, dou graças a Deus e sinto crescer cada vez mais, o entusiasmo dentro de mim. E se for para dizer a quantos Nacionais compareci .. . bom ... acho que participei de todos!"

Encontro Nacional. Já no fim do evento, num canto da capela, em meio ao ruido e à agitação do preparo da celebração final, ela nos concedeu alguns minutos: "Esse trabalho foi muito importante para nós. Procuramos fazer o melhor e tivemos vários problemas, como, por exemplo, a grande e inesperada dificuldade de encontrar uma bandeira do Vaticano. Pedimos ajuda a todos os casais da Ecir. O tempo passava, mas estávamos confiantes. Mas só conseguimos encontrála quando faltavam apenas duas semanas para o Encontro, lá, bem longe, no extremo do Rio Grande do Sul, na pequena cidade de Mostardas ... " (Ela se emociona e depois se recompõe .) "E agora, pensando no trabalho de colaboração de todos, na grandeza deste momento e nas graças que choveram sobre nós, acho que valeu a pena!"

.!'OPe. José Rafael Solano Duran é CE do setor Londrina - B. Filho de um casal de equipistas da Colômbia, conta-nos que, na família, viu surgir sua vocação . Era uma "família normal", onde se falava de Deus o necessário para se ter consciência clara de que Ele é

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gauchinha Graça, do Eduardo, não parou um instante, responsável que era, ao lado do marido, pela primeira vez, pela liturgia do

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.J'Entrevistamos, por fim, um ca-

o dono de nossas vidas. Tem 27 anos, nasceu na cidade de Neiva, Colômbia. Com dois anos de Brasil, comunica-se muito bem, a palavra sai fácil e cativante. "-Participei, em Lajes, de um encontro, ao lado de 35 filhos de equipistas. Todos eles têm vontade de trabalhar pelo Reino de Deus do seu jeito: cantando, rindo, brincando, porque são jovens e não podem se manifestar de outra maneira. Infelizmente, os adultos não acreditam neles. É preciso que os pais abram seu coração para reconhecer as virtudes dos filhos jovens, como o entusiasmo, a alegria e a coragem de mudar as estruturas." E, sobre o Encontro Nacional: "Aqui sentimos o impacto do Movimento. Percebemos a capacidade que as Equipes têm de conservar a unidade. Sentimos também o Movimento em nível nacional, em todas as formas e em todas as expressões, pessoas com grande preparo e casais muito engajados. Aqui o Espírito Santo está flutuando! E percebendo, claramente, como os casais conscientizados podem melhorar o mundo, vêm-me à memória as palavras do Papa João Paulo II, na sua Carta às Famílias: 'Família, tornate aquilo que és.' Vamos nos tornar aquilo que somos e v1ver, nos nossos ambientes, a fraternidade que se vive aqui."

sal cuja esposa estava prestes a dar à luz, mas nem por isso deixaram de comparecer ao Encontro Nacional, apesar das naturais dificuldades de tal circunstância. Foi um testemunho de fidelidade ao Movimento. É o casal Neide e Antonio, responsáveis pelo Setor de Maracaju, no Estado do Mato Grosso do Sul.

CM -Diante de todo o atual contexto (globalização, inchaços das cidades, desestruturação da família), qual a sua visão para ofuturo de sua filha?

Neide/ Antonio - Levando em consideração estes fatores, é muito difícil visualizar o futuro para uma filha que ainda está por nascer, mas o que nos "anima", é que somos uma família estruturada e temos à mão subsídios suficientes para uma boa educação.

CM - Quais as suas preocupações? Quais as suas alegrias? 21


Neide/ Antonio - As preocupa-

vência religiosa, e vemos a neces sidade de se ter uma coerência entre fé e vida, e sermos assim cada vez mais evangelizadores em nossa comunidade.

ções são várias, entre elas a insegurança transmitida por nossos governantes e a inversão de valores que são pregados pela mídia, através de veículos de comunicação. Quanto às alegrias, são várias, entre elas o nascimento de nossa filha, que virá para preencher uma lacuna em nossas vidas.

São testemunhos preciosos de pessoas que receberam diferentes apelos de Deus e que foram capazes de dar a mesma resposta confiante e corajosa. Como disse o Frei Ivo Theiss, CE da coordenação de Mafra, na sua inesquecível homilia, na celebração final do Encontro: " Nenhum apelo é pequeno. Pequena, é muitas vezes, a resposta que damos a ele."

CM - Como vocês vêem a vivência religiosa nos dias de hoje: têm-se vivido mais coerentemente aqueles princípios da fé que professamos?

Neide/Antonio - Quando se está engajado num Movimento grandioso como as ENS, têm-se uma visão bastante ampla quanto à vi-

Wilma e Orlando, Equipe da CM

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40 Anos de fundação falecimentos

A Congregação das Missionárias de Santo Antonio Maria Claret, fundada em LondrinaPR pela Madre Leônia Milito e por Dom Geraldo Fernandes estará completando em 19/ março/98 os seus 40 anos de existência. Nesse tempo esta congregação expandiu-se pelos cinco Continentes, possuindo casas em 15 países. Ao ensejo desta solenidade está sendo dado inicio ao processo de beatificação da sua fundadora, cuja vida foi voltada para a evangelização e às obras de misericórdia em favor dos mais pobres e mais sofridos, a quem muito amou. Contamos com as orações de todos para que possamos sempre levar adiante a nossa missão.

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Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos: a. M aria Jesus Str ehl Ocorrido em 15/05/97, pertenceute à Eq. de N. S. de Todos os Povos - Porto Alegre - RS

h. Sebastião (da Silvinha) Ocorrido em 26/05/97, pertencente à Eq. 01 - Coordenação Assaí - PR c. Clóvis Bad ke Ocorrido em 21/07/97, pertenceute à Eq.e de Nossa Senhora Aparecida - Porto Alegre - RS d. Carlos A lberto Rocha (da Leila) Ocorrido em 03/08/97, pertenceute à Eq. 17-A - Londrina - PR e. Paulo Elizío de Pinho (da Ivone) Ocorrido em 04/08/97, pertencente à Eq. 12- Setor B- Londrina- PR

f. Ligia R othmann Ocorrido em 01/10/97, pertenceute à Eq. de N. S. Aparecida - Porto Alegre- RS

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g. Edmo Antonio G. Aldntara Ocorrido em 14/11/97, esposo de Nícia, pertencente à Eq. 08 - N. S. Aparecida - iterói - R]

Madre Tardsia Gravi na, superiora geral e Irmã Terezinha A lmeida, postuladora (que participa também como CE de ENS em Londrina- PR) I

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Bodas de Our/

Em 30/novembro/97 o Monsenhor Antonio Domingos Lorenzatto comemorou seu Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal. Natural de Guaporé RS, Monsenhor Lorenzatto é padre diocesano, com inúmeras tarefas em prol do Reino de Deus. Tem dedicado especial apoio ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, sendo o Sacerdote Conselheiro Espiritual de 4 Equipes, em Porto Alegre/RS, duas do setor B, e duas do Setor C. Além disso, trabalha como conselheiro do Setor B e mais recentemente da Região Rio Grande do Sul. Costuma dizer com veemência: "NÃO CONSE-

GUIRIA VIVER SEM PARTICIPAR DE PELO MENOS UMA EQUIPE". Ele é um verdadeiro dínamo e está sempre disponível. Com alegria, desprendimento e entusiasmo participa de toda e qualquer atividade para a qual seja convidado.

Ordenação Sacerdotal

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Em celebração presidida pelo Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, em 27 de setembro/97, na cidade de Salvador/BA, foi ordenado sacerdote o Padre Lázaro Silva Muniz . Padre Lázaro é Conselheiro Espiritual da Equipe 1O local, que ainda se encontra em fase de pilotagem, sendo grande incentivador e colaborador desta Equipe, que assim, com muita alegria participou da solenidade.

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SaraeKalil Setor B -Porto Alegre - RS _., ••B••

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Ana Luiza e Edilson Casal Piloto


f ilho de fqui_pistas f Ordenado Padre . '

As ENS acabam de oferecer mais um sacerdote para o serviço de Deus e da Igreja. No últim~ dia 27 de Dezembro foi ordenado ADELSON ARAUJO DOS SANTOS, filho do casal equipista Terezinha e João Bastista dos Santos, da Equipe 1 de Manaus. A ordenação foi realizada pelo Arcebispo de Manuas, Dom Luis Soares Vieira, na Catedral Metropolitana. Agradeçamos a Deus por mais esta vocação e continuemos invocando novos operários para a messe do Senhor.

I fnconho de / (f de Coordenação ./ Setor I Região Quando: de 16 a 19 de fev. de 1.998 Local: Vila Kostka - Itaici-SP Quem participa: Todos os Conselheiros Espirituais de Coordenação, Setor e Região. Obs: Q ue os Setores promovam para esse período uma noite de oração pelo êxito do Encontro.

Novas fqu ipes Setor Leste - Rio Grande do Sul: Equipe Nossa Senhora de Lourdes Equipe Nossa Senhora de Fátima Setor Barra do Corda - MA Equipe Nossa Senhora de Fátima

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fNS Rumo ao CNBB: Espírito Santo e a Esperança; Sacramento da Confirmação; Maria, modelo de esperança.

Colegiado: Participar e comprometer-se, como casal, na construção do Reino de Deus.

O que fazer? r • Incentivo à f

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participação nos eventos do Movimento e da Igreja, em especial nos Retiros, buscando o engajamento do casal. • Destacar os sacramentos do Matrimônio e da Confirmação. • Fortalecimento do carisma (espiritualidade conjugal) na vida de equipe, sob a luz do Espírito Santo. • Amadurecimento da personalidade cristã do casal, visando a conversão. • Fortalecimento da coerência entre a fé e vida através da Regra de Vida • Fortalecimento do auxílio mútuo e correção fraterna na vida em comunidade (equipe), cultivando a solidariedade como esperança de um mundo melhor.

• No Movimento, em casal, assumir responsabilidades voltadas para a expansão do Movimento. • Na Igreja, em casal: participação nas Pastorais Familiar (em especial com os recém-casados e os novos arranjos familiares) e Vocacional percebendo as necessidades materiais dos seminários e dos Conselheiros Espirituais. • No mundo, em casal : investir na compreensão e assimilação da priorida de Presença no Mundo (evangelização das realidades, dos nossos valores temporais e da política; justiça social; trabalho com os excluídos e suas famílias).

0 • No Movimento: continuar a trabalhar a comunicação e o sentido de peri tença ao Movimento e a presença no mundo. Á • Na Igreja: contribuir para o diálogo entre os movimentos e pastorais L diocesanos e paroquiais. 0 • No mundo: trabalhar o uso dos meios de comunicação social; desenvolviG mento do espírito ecumênico.

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• Incrementar as Experiências Comunitárias como anúncio do Reino de Deus.

N • Participar nos Meios de Comunicação Social. Ú • Ser Presença cristã na sociedade. N • Empenhar-se pela consolidação da revista Família & Vida .

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Novo Milênio - 1998/ ENS-RNM: Ascese (Prática do crescimento espiritual - atitudes concretas - esforço) para a maturidade da personalidade cristã; Regra de Vida, Oração Conjugal e Dever de Sentar-se como esforço e esperança de conversão pessoal, conjugal, familiar, de equipe, na Igreja e no mundo.

Como fazer '-

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• Produzir subsídios para eventos (pela ECIR, Regionais e Setores). • Estudo do Evangelho de São Lucas, acrescentando questões referentes à coniugalidade (Regiões/Setor), bem como dos documentos da Igreja e do Movimento. • Trabalhar a conjugalidade na vida de equipe. • Temas dos Retiros: Espírito Santo - Conversão - Esperança - Presença no Mundo - Conjugalidade e Regra de Vida. Incentivar a contribuição de artigos e testemunhos para a Carta Mensal (conjugalidade e presença no mundo).

• • • • • • • •

Artigos na Carta Mensal sobre formação . Encontro de Conselheiros Espirituais. Priorizar a realização de Sessão de Formação nível li I. EACREs. Atualização dos manuais de Pilotagem e de Experiências Comunitárias. Colaborar com as necessidades dos seminários e Conselheiros Espirituais. Pastoral Familiar. Campanhas da Fraternidade e Solidariedade. ~ Fomentar a atuação nos meios sociais (além dos meios eclesiais).

• Trabalhar a Comunicação através da Co-participação e da vivência dos Pontos Concretos de Esforço, destacando a Regra de Vida, a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se. • Incentivar e criar oportunidades para a participação dos equipistas na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. • Continuar a trabalhar a prioridade Comunicação e incentivar a formação dos equipistas no uso dos meios de comunicação social (cursos, palestras, seminários, etc.). • Valorização do que já temos, com novo: ardor, métodos e expressões. • Estimular a participação e promover a divulgação da programação dos meios de comunicação católicos (rádios, jornais e, em especial, a Rede Vida). • Regra de Vida como instrumento para tornar mais cristã nossa participação na sociedade. • Dar suporte em termos de novas assinaturas e renovação das existentes à revista Família & Vida.

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Contrastes I epois de um final de semana maravilhoso, de muito calor humano, mensagens de fé, otimismo e esperança, só temos que agradecer a Deus por fazer parte desta grande família de Nossa Senhora. este Encontro Nacional, vimos a importância e o valor deste grande Movimento. Que todos os Equipistas tenham a oportunidade de participar deste grande evento. Reconhecemos que cada casal deu sua parcela de contribuição para que este Encontro acontecesse e somos agradecidos a Deus pelos dons de cada um. Não podemos esquecer do carisma e do sorriso de Wilma (do Orlando), que encheu os corredores de amor e entusiasmo pelo dom de servir com alegria. Que

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Que cada um de nós, comprometidos com Cristo, descruzemos os braços, saiamos de nosso comodismo ' açoes, ., e vamos as demonstrando nossa fé pelas nossas atitudes de solidariedade e amor fraterno .

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barriga cheia, mesa farta, melhores médicos, melhores hospitais e até mesmo pertencendo a uma classe social privilegiada, com pessoas sempre ao nosso lado e, muitas vezes, nem lembramos de nossos irmãos, sofredores e injustiçados. Temos que rezar muito, pedir a Deus que abra nosso coração, ensine-nos a abrir as mãos para servir a nossos irmãos que tanto apelam para nossa ajuda. Que cada um de nós, comprometidos com Cristo, descruzemos os braços, saiamos de nosso comodismo e vamos às ações, demonstrando nossa fé pelas nossas atitudes de solidariedade e amor fraterno.

cada casal, que teve a oportunidade de participar deste Encontro, leve consigo o dever e o compromisso de ser evangelizador fiel ao chamado de Maria. Voltando de Itaici, fomos de ônibus de Campinas a São Paulo, contemplando a beleza da natureza, o verde das matas, a mão de Deus em cada uma de suas obras. Mas, no fundo do coração, sentia uma dor imensa de ver a miséria através dos barracões de madeira com apenas 3 ou 4 metros quadrados, morando famílias . O que será que se passa ali dentro? A fome, a miséria, a doença, a falta de Deus no coração de cada um? E nós que dizemos que somos cristãos, que temos um compromisso com Deus, o que temos feito por estes coitados? Nada X nada, porque estamos numa boa:

]ov anete e Antonio, CRS de Itabaiana- SE, Região Nordeste I 29


Magnificat! / oje, segunda-feira, estava eu a meditar sobre o final (ou irúcio?) de semana em Itaici. Pensava em nossa primeira ida ao Encontro Nacional. Saudade de quem ficava e curiosa ansiedade para quem ia.

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Quando retornamos deste primeiro encontro, queríamos transmitir todo o entusiasmo que sentíamos a nosso Setor. E percebemos que este sentimento, uma vez sentido, jamais poderia ser esquecido. Este ano, sendo nossa terceira ida a Itaici, embarcamos já saudosos deste Encontro de comum união. Comentávamos a cada nova atividade, que o Encontro melhora a cada ano. Porém, percebemos que não é o Encontro que melhora e sim nós que melhoramos, ao nos abrirmos ao Amor de Deus. Encontro acional em Itaici é renovação, é ardor, é missão. Lá conseguimos renovar o ardor missionário, que existe em cada um de nós. Agradeço a Deus ter permitido a nós, poder fazer parte deste universo equipista. Deixo aqui meu abraço fraterno aos amigos que fizemos e um até breve, pois não podemos esquecer que estamos a serv1ço. O Senhor faz em nós maravilhas!

Maria Alice (do Celdemir) Equipe 101/C- N.S. de Fátima, CR Setor C - R io III 30


Terço Missionário I oda a liturgia do Encontro Nacional desenvolveu-se como instrumento eficaz de comunicação com Deus e de celebração da vida. Um dos eventos marcantes, que pode ser partilhado, foi o da noite de sábado, em que se celebrou a passagem do Jubileu de Ouro dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora. Foi um grande gesto de Ação de Graças pelo significado dos Estatutos como garantia da nossa unidade como Movimento. E essa ação de graças se fez sob a invocação de Maria, colocada pela Igreja como MODELO DA ESPERANÇA. Com efeito, nossos Estatutos nos lembram que "as equipes colocam-

ra. Vermelho dos índios e dos povos martirizados e sofridos. O verde recordava a presença da África, verde de suas florestas e da esperança das jovens igrejas, que ali se desenvolvem; o amarelo os países asiáticos, nascedouro das civilizações e da riqueza, da sabedoria cultural e, finalmente, o mistério azul da Oceania, com suas inúmeras ilhas mergulhadas no anil dos mares. Com as luzes do grande salão de palestras apagadas, a assembléia dos presentes também participava, acendendo suas lâmpadas gradativamente, ao final de cada mistério, conforme orientação numérica que lhe foi previamente distribuída. Simbolizavam as luzes a virtude da fé que vai se acedendo e iluminando cada um dos continentes, à medida que as Equipes de Nossa Senhora vão cumprindo sua missão. Entremeada de cânticos, meditações e de invocações às virtudes de Maria, a liturgia se desenvolveu num clima de profunda espiritualidade, levando-nos a compreender um pouco mais a grandeza da missão que nosso Movimento e nossos casais devem assumir no mundo inteiro, como sinal de esperança no amor conjugal, na beleza da família, e no seu papel de educadora e transformadora da sociedade, elevando os corações para entoar a Deus o grande Magnificat pelo dom e responsabilidade que é o nosso pertencer às ENS.

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se sob opatrocínio de Nossa Senhora. Com isso, acentuam o desejo de servi-la eafirmam que não há melhor guia para levar a Deus, do que aprópria Mãe de Deus". As cinco dezenas do terço foram sendo mostradas, gradativamente, num belissimo painel luminoso que formaram os contornos de um grande terço colorido. As cinco dezenas lembravam os 50 anos dos Estatutos. Cada dezena era apresentada num conjunto de luzes em cor representativa de cada Continente onde o Movimento está presente, sendo as intenções voltadas para cada uma dessas regiões: A cor branca traduzia a Europa, berço do seu nascimento das ENS, sede do Papado, branca igual a cor da pele do povo local. O vermelho nos lembrava as Américas e o nosso querido Brasil, primeiro país de lingua não francesa a adotar as Equipes de Nossa Senho-

Equipe da Carta Mensal 31


fxtratos da Homilia 1

f ncerramento do fncon tro Naciona l

Jo 18, 33b-37 "O meu Reino não é deste mundo" é, sem dúvida, o grande fio condutor da Mesa da Palavra deste último domingo do Tempo Comum. Não pode ser deste mundo um Reino que chama de felizes os perseguidos; onde o Rei fala da bemaventurança dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça; dos desconsolados; que os últimos serão os primeiros, que os pobres são ricos e que os que entregam possuem; que os que crêem no Senhor Morto possuem a vida para sempre. E que diz aos discípulos: "Só me anunciem como Aquele que foi crucificado, mas ressuscitou, porque comigo só caminham os que não buscam uma toca para se refugiar, um ninho para descansar. Estes são meus discípulos". E acrescenta: ''Vocês, que são meus discípulos, Eu vos envio como cordeiros no meio de lobos ... Com todo o poder que me foi dado, eu vos envio. Fazei discípulos meus todos os povos". Esta é a palavra de ordem que perpassa toda esta Mesa da Palavra. Pila tos pergunta a Jesus? "O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?" No libelo condenatório de Jesus consta: Ele seduz de norte a sul uma porção de discípulos; acolhe pecadores e perdoa prostitutas; recolhe ladrões e diz que o escravo pode ser livre; ele subverte toda a ordem.

Todos os atos conjugais, desde a carícia, o carinho, o abraço e o beijo até a doação corporal contêm uma densidade sacramental incomparável.

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"O que fizeste? És louco, Jesus --.______ Cristo?" "Sim, assim serão considerados todos os meus discípulos, loucos como eu, porque o meu Reino não é daqui". Aqui estaremos sempre no provisório, fora de casa, no meio de lobos. Portanto, somos um povo que alimenta uma utopia, ou melhor, uma verdadeira "topia", que já se realizou em Jesus Esta utopia foi semeada dentro de cada um de nós no dia em que Deus soprou o seu sopro divino no seio de nossa mãe e fomos concebidos, o esperma do pai mais o óvulo de nossa mãe e o sopro divino: isto somos nós. Deus me criou para ser amado. Só mudo de vida porque sei que sou amado. E, então, parto para amar. Eis aí todo o sentido de conversão que meditamos. Sei que Alguém, antes de todos os meus pecados me ama, pois me conhece a partir do sopro que é Ele mesmo, e não pode se negar a si mesmo. Isto é conversão: voltar a este sopro de Deus, concebido no seio de minha mãe. Ele me chamou para uma alta missão: ser esse sinal de Deus no mundo. Ele me consagrou e a cada um de vocês na força do seu Espírito: "você é meu, você é minha propriedade e não abro mão de você " e nos assinalou com seu Espírito. É o que celebramos no Batismo, na Crisma. E, mais do que isso, Ele convocou o casal cristão, ele escolheu você e sua esposa para que vocês dêem fruto e esse fruto permaneça, para que o mundo acredite que é possível reduzir tudo de novo à unidade gerada no amor.

E, assim, os dois realizam a comunhão e nela a Eucaristia, a ação de graças, a bênção que sobe da terra ao céu. Enfim, dois amores de Deus se tornam um só, por força da livre doação de um homem e de uma mulher.

Vocação e missão do casal na força do Espírito - é o tema desta celebração de Envio. Cristo consagrou-nos na comunicação do seu Espírito e na comunicação do seu Corpo - diz São Paulo aos Efésios. Ele se tornou Cabeça. Perdeu seu Corpo em favor da Igreja. O Corpo de Jesus é a Igreja e dela Ele é a Cabeça. ós nos tornamos o Corpo de Cristo. Diz o texto preparado pelo Celam para o Sínodo das Famílias 33


que "todos os atos conjugais, desde a carícia, o carinho, o abraço e o beijo até a doação corporal contêm uma densidade sacramental incomparável". E diz um autor brasileiro, num livro recentemente publicado, que quando o sacerdote está no altar e diz para o pão e o vinho "Isto é meu Corpo", doando o Corpo de Cristo para a santificação de cada cristão, assim, no mesmo altar do leito conjugal, está o marido, está a

Quando o sacerdote está no altar e diz "Isto é meu Corpo", doando o Corpo de Cristo para a santificação de cada cristão, assim, no mesmo altar do leito conjugal, está o marido, está a esposa, num estreitamento incomparável.

esposa, num estreitamento incomparável, onde um quer ser o outro, tão outro que ele se perde. Neste momento, marido e mulher poderão mesmo dizer: "Isto é meu Corpo". E, assim, os dois realizam a comunhão e nela a Eucaristia, a ação de graças, a bênção que sobe da terra ao céu. Enfim, dois amores de Deus se tornam um só, por força da livre doação de um homem e de uma mulher. Diz São Paulo: "Grande Sacramento, grande mistério. Agora eu o entendo porque o compreendo à luz da doação do corpo de Jesus a sua Igreja". Conjugalidade - "É preciso sublinhar a densidade sacramental de todos os gestos próprios do Matrimônio"- palavras do Magistério da Igreja. Esta é a missão para a qual vós, casais, sois convocados: ide, pois, como cordeiros entre lobos que pensam diferente, que pensam de forma adúltera sobre o Matrimônio. Grande Sacramento compreendido à luz do mistério de Cristo. Não pensem pequeno da destinação que Jesus lhes deu, porque pequenas chamas, pequenos ventos apagam. Pensem grande, pois grandes chamas os grandes ventos propagam. Todo chamamento é uma grande vocação. O que pode tornála pequena é a sua resposta mesquinha. Amém .

Frei Iv o Theiss, SCE da Coordenação Mafra-SC 34


Educação do Olhar*/ lhem os olhos dessa menina! Olhem a menina dos seus olhos! Já repararam que viramos "menina" quando refletidos na pupila de alguém? Para a prática da fraternidade evangélica precisamos voltar a ser criança mesmo. Olhem os dois dedinhos da mão esquerda dela. Dá a impressão que nos diz: "eu e você" precisamos educar-nos para a graça da fraternidade. Olhem o caderno amarrotado dela imagem de nossa amarrotada educação. Olhem a ... "cadeira-carteira" dela, velha e surrada, imagem de nossa surrada e velha escola. Olhem o vestido dela! É lindo o seu vestido! É revestimento de simplicidade e despojamento na esperança do aprender. Parece vestido branco de Batismo da Educação à Fraternidade ou vestido da primeira comunhão com o SABER. Olhem a menina! Ela está sentada olhando para você, querendo convidar você para um "dever de sentar-se" sobre como fazer com sabedoria e amor o aprendizado do viver. Olhem os cabelos dela! Os cabelos desordenados dela não se parecem nada com os cabelos de sua filha e de seus filhos, convidando você para desembaraçar os cabelos da desordenada e desigual educação. Aceite o "dever de sentar-se" com ela para desembaraçar o seu jeito "sem educação" de comungar a graça do saber de Deus. Olhem!!! Dá para ver tantas outras coisas! Pena que os pés dela não aparecem, mas dá para imaginar pés de "semterra" que pisam a terra. Pés de "sem-terra" sujos de terra, ou melhor, ungidos da sagrada terra. Terra que os seus ftlhos calçados não pisam, nem pisamos nós. Tire as sandálias, esta terra é sagrada, este lugar do pobre é santo. É preciso descalçar-nos e pisando no chão sagrado da fraternidade servir vida e esperança.

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Frei José Orlando Longarez SCE do Setor de Piracicaba- SP ::· Explicação do cartaz da Campanha da Fraternidade de 1998, apresentada no Encontro Nacional de 1997, em Itaici. 35


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Resumo da Pa lestra Proferida pelo frei longarez

"Sonhei que não precisava planeja r o futuro das crianças, mas sim que precisava voltar a ser criança".

Objetivos da (f

É preciso colocar o Objetivo da Campanha dentro do Objetivo da Ação Pastoral da Igreja no Brasil CNBB: "Evangelizar com renovado

a) colaborar com as pessoas na sua busca de realização; b) favorecer a criação e o fortalecimento de comunidades onde todos participem e se apóiem fraternalmente; c) estimular o exercício da cidadania, em favor de uma sociedade justa e solidária; d) promover ações para a erradicação do analfabetismo em sentido amplo.

ardor missionário, testemunhando Jesus Cristo, em comunhão fraterna, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para formar o Povo de Deus eparticipar da construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança, nas diferentes culturas, a caminho do Reino definitivo'~ O papa João XXIII declarou:

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cação do mundo em que vivemos com a ternura do olhar de Jesus Cristo, que acolhe os excluídos. Numa Estatística apresentada pela UNICEF vemos que, apesar de ter apresentado melhorias significativas na primeira metade da década com aumento do número de alunos matriculados em escolas e diminuição da mortalidade infantil, o Brasil investe pouco no "capital humano do futuro". Num país com tantos desempregados, por que empregar crianças? De acordo com a UNICEF 2,7 milhões de crianças trabalham e não estudam. É preciso educar o olhar para ver toda essa realidade. E, dentro das Orientações de Vida do nosso Movimento, educar o olhar para ver que "Eles não têm mais vinho".

"Proteger a intimidade do lar não é fechá-lo esterilmente sobre si mesmo . A caridade aperfeiçoa-se no dom de si e é consagrando-se às tarefas que lhe competem na Igreja e na sociedade que o vosso lar encontrará o pleno oferecimento. Que o vosso Movimento ajude cada vez mais os seus membros a descobrir e assumir responsabilidades apostólicas, sendo acolhedor, fraterno, aberto às necessidades dos outros". Em 1982, quando o tema da CF era Educação e Fraternidade, o papa João Paulo II dizia: " Da Eucaristia e do amor matrimonial depende o futuro do mundo. Apesar das vossas limitações e das vossas fraquezas, humildemente e briosamente, ao mesmo tempo, brilhe a vossa luz diante dos homens. Os homens do nosso tempo acotovelam-se em torno a tantas fontes poluídas. A vossa vida inteira vos conduza ao poço de Jacó, a essa Água Viva". Nosso papa tem um sonho: que sejamos sempre criativos, renovados. Temos de pedir ao Espírito Santo o ardor, a graça da novidade. Podemos dividir a CF em:

A prática

educativa deve ser de acolhimento, de ternura. A família deve ser a pedagoga da misericórdia, da solidariedade.

1. Ver: como vemos, sentimos e interpretamos a educação no mundo em que vivemos? É preciso educaLo olhar. É preCiso ter uma presença mais decisiva, politizada, transformadora. Uma presença que eduque a cidade. unca olhar com indiferença, desprezo, preconceito. Ver, sentir e interpretar a edu37


2. Julgar:

coração. Aumentar a capacidade de empatia e envolvimento, de cooperação e dedicação social. "Fazei tudo o que Ele vos disser". As crianças são espelhos. Elas refletem. Quando estão em presença do amor, refletem o amor. Quando o amor está ausente, elas não têm nada a mostrar.

bíblico epedagógico -educar o coração. Essa educação é feita através de atitudes: "a fé sem obras é morta" (Tg 2, 17). Madre Teresa de Calcutá dizia " ão permita nunca que alguém se achegue a ti e vá embora sem sentir-se melhor e mais feliz . Seja a expressão da bondade de Deus. Bondade expressa em teu rosto e nos teus olhos. Bondade nos teus sorrisos e na tua saudação. Às crianças, aos pobres e a todos aqueles que sofrem na carne e no espírito, ofereça sempre um sorriso de alegria. D á a eles não só o teu auxilio, mas também teu coração". Isto é bastante educativo: deixar o amor fraterno transbordar o

3. Agir: educarpara aprática, encurtando a distância entre aproposta bíblicopedagógica ea prática educativa. A prática educativa deve ser de acolhimento, de ternura. A família deve ser a pedagoga da misericórdia, da solidariedade. "Enchei de água as talhas" transbordar as talhas de afeto, de ternura, de amor. Citamos o exemplo do jovem de Lagoa Santa, Elói, que, junto com outros jovens, fez um "Arrastão", levando as crianças que estavam na rua para as escolas.

As crianças são espelhos. Elas refletem. Quando estão em presença do amor, refletem o amor. Quando o amor está ausente, elas não têm nada a mostrar.

Orientações Gerais da Campanha da fraternidade: educação a Serviço da Vida e da Esperança maisque um lema éuma missão da família, a primeira educadora. Existem dois modos de educar: o que ensina como ganhar a vida e . . o que ensma como v1ver. Sejam educadores da fraternidade, a serviço da Vida e da Esperança. • 38


Maria, Mulher da fspera /

sperar: experimentar o gosto de viver. Costuma-se medir a santidade de uma pessoa por sua capacidade de espera. Talvez seja verdade. Se assim é, é necessário concluir que Maria é a mais santa das criaturas porque toda a sua vida aparece medida pelos ritmos alegres de quem espera alguém. Já o contra-senso inicial com que a escrita de Lucas a identifica caracteriza-se pela espera: ((Esposa prometida de um homem da casa de D avi». Isto é, noiva. Ninguém foge da colheita de esperança e palpitação a que aquela palavra faz alusão e que toda mulher experimenta, como prelúdio de misteriosa ternura. Antes de mais nada, ainda que, no Evangelho, ve-

nha pronunciado seu nome, de Maria se diz que era noiva. Virgem em espera. Esperando José. Esperando os sussurros de suas sandálias, à tarde, quando, perfumado de madeiras e vernizes, eles sabiam que iam falar de seus sonhos. Mas, também, naquele último quadro com que Maria se despede da Escritura, vem mostrar o objetivo na atitude de espera. Ali, no Cenáculo, em plano superior, em companhia dos discípulos, na espera do Espírito. Escutando o sussurro de suas asas, sobre a ação do dia, quando, perfumados de unções e de santidade, eles sabiam o que dizer sobre a Igreja, para designar-lhe sua missão de salvação. Virgem em espera no início. Mãe em espera, no fim.

E

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E na arcada segura destas duas trepidações, uma bem humana e a outra bem divina, fundidas estavam cem outras esperas. A espera D ele, por nove longuíssimos meses. A espera dos cumprimentos legais para festejar, com festa de pobreza, a alegria dos parentes . A espera do dia, o único que ela teve von tade de adiar, aquele em que sabia que seu Filho saía de casa para nunca mais voltar. A espera da hora. A única pela qual não soube frear a impaciência e da qual, antes do tempo, fez transbordar a carga de graças sobre a mesa dos homens. A espera d o último suspiro do

Unigênito, pregado na cruz. A espera do terceiro dia, vista em vigília solitária, dian te da rocha. Esperar: infinito do verbo amar. Antes, no vocabulário d e Maria: amar até o infinito. Santa Maria, virgem da espera, dá-nos do teu óleo, porque nossa lâmpada se apaga. Vê: as reservas terminaram. Não se pode pedir a outros vendedores. Reacende, com ela, nosso ânimo, como os antigos fervorosos, que ardiam por dentro, quando bastava uma bagatela para fazê-los estremecer de alegria. Se hoje não sabemos mais esperar, é porque somos curtos de ES-

PERANÇA Santa Maria, mulher da espera, dá-nos uma alma de vigília. Ajunta todos em limiares de terceiro milênio, que nos sentimos muito mais fllhos do crepúsculo, que profetas da chegada. Sentinela da manhã, resgata em nossos corações a paixão dos jovens anunciantes da esperança ao mundo, que já se sente velho. D á-nos, finalmente, harpa e cítara, para que, com teus madrugadores, possamos saudar a aurora. D efronte das mudanças da H istória, permite-nos sentir na pele os arrepios dos princípios ... Faze-nos compreender que não basta acolher: é necessário esperar. Esperar é sempre sinal de ESPE-

Defronte das mudanças da História, permite-nos sentir na pele os arrepios dos princípios ... Faze-nos compreender que não basta acolher: é necessário esperar. Esperar é sempre sinal de ESPERANÇA.

RANÇA Condensado do livro ((Maria, mulher dos nossos dias" Antonio Bello, Editora Vozes

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Fraternidade e Educação A Serviço da Vida e da Esperança Texto-base CF-98

Hoje a Salvação Entra Nesta Casa - O Evangelho de Lucas

A Campanha da Fraternidade

Não se trata de conhecer simplesmente o Evangelho de Lucas, mas de se deixar questionar pela proposta de Jesus e descobrir o Espírito Santo em ação na vida de cada um e na história. Em Lucas, as dimensões de serviço e diálogo assumem a característica da ternura, da misericórdia, da compaixão, que não permitem exclusões, seja por motivos econômicos, seja por fraquezas morais. Com o Evangelho de Lucas, queremos assumir o desafio de passar a Boa Notícia pra frente, impelidos pelo Espírito, que continua fazendo a história caminhar.

CNBB

deste ano interpela a cada um de nós sobre a realidade da Educação em nosso país para avaliar seus acertos, suas falhas, suas limitações e seus novos desafios para aperfeiçoá-la, a fim de que seja a promotora da dignidade humana e da verdadeira solidariedade. A realidade social e, especialmente, a da Educação em nosso país interpela-nos e exige profunda conversão de todos, isto é, mudança de mentalidade e de atitude e sério compromisso na busca de uma Educação verdadeiramente libertadora para todos. Uma autêntica Educação que promova o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral, espiritual e religiosa.

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I

I

Carta das fNS I Cidinha e lgar fehr Início da fNS

equipe brasileira, o Movimento atravessa o Atlântico. Hoje estamos presentes em 50 países, nos cinco Continentes. Na época da promulgação dos ESTATUTOS éramos apenas algumas dezenas de equipes. Hoje somos mais de 8.000 equipes, congregando 40.000 casais e 6.000 Conselheiros Es piri tu ais. A expansão rápida comprova que esse projeto de vida, proposto aos casais, vinha ao encontro de suas necessidades. Ocorreram, porém, dificuldades nessa trajetória. Incompreensões, certa hostilidade de alguns bispos. Éramos apenas tolerados. Não se concebia à época a idéia de uma caminhada espiritual reunindo homens e mulheres.

Um casal procura o Pe. Caffarel. Convida outros três casais e, em 25/ fev/1939, realiza-se a primeira reunião. Outros casais também começam a se reunir, a idéia vai se espalhando e vão se formando grupos, conhecidos como Grupos do Pe. Caffarel. Com o sucesso crescente desses grupos sente-se a necessidade de se estabelecer uma "regra". No dia 08 de dezembro de 1947 são promulgados os ESTATUTOS, a nossa regra, que assim completou o seu Jubileu de Ouro. Os grupos são convidados a aderir a esses ESTATUTOS, passando a ser o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Diversos grupos não o aceitaram, por achá-los muito exigentes. Deixam as equipes e, apesar do Pe. Caffarel lhes propor um outro Movimento, sem as obrigações dos ESTATUTOS, esses grupos não deram resultado .

Nodia08de dezembro de 1947 são promulgados os

fxpansão e Aprofundamento

ESTATUTOS,

a nossa regra, que assim completou o seu jubileu de Ouro.

A partir dos ESTATUTOS o Movimento passa por grande desenvolvimento. Ultrapassa as fronteiras da França, instalando-se na Bélgica e na Suiça. Já em 1950, com a primeira

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Unidade É de se admirar, enfim, que uma tal expansão não tenha provocado um certo desvirtuamento do Movimento. Pela graça de Deus, pela fé e pelo amor de inúmeros casais e conselheiros espirituais o espírito é o mesmo, a regra é a mesma, em todo o mundo. Na base dessa unidade estão os nossos ESTATUTOS, assim como também os ENCONTROS INTERNACIONAIS e as ORIENTAÇÕES

DE VIDA O primeiro Encontro Internacional ocorreu em Lourdes no ano de 1954. No ano de 1959, mil casais vão à Roma encontrar-se com o Papa. Antes desse Encontro o Padre Caffarel enviou uma carta ao Papa João XXIII falando das Equipes e fazendo as primeiras reflexões a respeito da ESPIRITUALIDADE CO NJUGAL Qamais isso havia sido pensado). É preciso lembrar que àquela época se considerava que a perfeição consistia essencialmente nas renúnicas que os religiosos assumiam através de seus votos. A primeira verdade, então, que os casais das Equipes devem proclamar é que Cristo chama a todos para essa perfeição (confronte 1J:t 5,48). A essência da PERFEIÇAO consiste no amor-caridade, pelo qual o homem ama a Deus por seu amor infinito, e ama ao próximo por causa do amor de Deus. O matrimônio, longe de ser um entrave à perfeição, é um caminho para a santidade.

Hoje somos mais de 8.000 equipes, congregando 40.000 casais e 6.000 Conselheiros Espirituais.

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Por isso era preciso: - compreender suas riquezas e usufruir delas - tomar consciência da missão que esse sacramento nos confere e realizar essa missão. Compreender que a união do homem e da mulher é uma realidade transcendente, que não se assemelha a qualquer tipo de sociedade, mas ultrapassa a todas . Jesus cura não apenas os danos da desunião, mas também promove essa união em Sacramento. Para essa cura, porém, não aje sozinho. Ele quer o esforço dos esposos. Jesus prometeu estar no meio de dois ou três RE UNIDOS EM SEU NOME, assegurando-lhes a infusão de sua vida através do amor que o casal souber cultivar. Por isso, o AUXÍLIO MÚTUO ENTRE OS ESPOSOS tem se constituído num grande valor para nossa caminhada. "Carregai os fardos uns dos outros" escreveu Paulo aos Gálatas, "e assim cumprireis a lei de

O matrimônio, longe de ser um entrave à perfeição, é um caminho para a santidade. Compreender que a união do homem e da mulher é uma realidade transcendente, que não se assemelha a qualquer tipo de sociedade, mas ultrapassa a todas.

Cristo'~

O DEVER DE SENTAR-SE é uma excelente oportunidade para o auxílio mútuo espiritual e humano. Quantos casais conseguiram o seu equilibrio através dessa .Prática. O mesmo se diga da ORAÇAO CONJUGAL, do ESTUDO DO TEMA, da MEDITAÇÃO. Enfim, o AUXÍLIO MÚTUO entre casais é, de uma certa forma, a razão de ser das Equipes. Os ESTATUTOS nos dizem: Por-

que conhecem a própria fraqueza ... porque a experiência de todos os dias provalhes o quanto édifícil viver como cris44


Auxílio Mútuo

tãos num mundo pagão eporque depositam uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo decidiram unir-se em Equipe':

entre fquipes

Há de se estabelecer entre nós, casais das equipes, uma especial amizade. Por quê? Busquemos a resposta no Evangelho de Mateus (18, 20) "Onde dois ou três estiverem reuni-

Assim todos os momentos da reun~ão são 9rientados para esse AUXILIO MUTUO, e isto não se pode limitar à reunião, nem se restringir à própria equipe.

dos em meu nome, Eu estou aí no meio deles'~

Essa palavra de Jesus nos apresenta duas condições para que Ele esteja presente: Primeira Condição: É preciso estar reunido por causa dele, por amor a Ele.

Hádese estabelecer entre nós, casais das equipes, uma especial amizade. Porquê? Busquemos a resposta no Evangelho de Mateus {18, 20) 'Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estou aí no meio deles".

Segunda Condição: Está na palavra REUNIDOS . P o d em os nos encontrar sem estarmos unidos, reunidos. O que faz com que essa união seja em n9me de !=risto é justamente o AUXILIO MUTUO, o apoio de uns para os outros na busca do conhecimento e da vivência da vontade de D eus. É o interesse de uns para com os outros, a fraternidade entre todos. Enfim, é o " PÔR-EM-CO MUM" do que se tem de melhor, apoiados no conh ecim ento e no amor que se tem pelo Senhor.

Resumo da palestra proferida por Cidinha e Igar FehrCR da ERI, no Encontro Nadonal, em vista do Jubileu de Ouro da Carta das Equipes (Estatutos) 45


Mais um Nó

Q

em Nossa Rede /

uando se noticia a formação de novas equipes, nem sempre nos damos conta da importância do fato, nem do que existe por trás desse esforço de expansão, para que o Movimento consiga chegar a regiões mais distantes, deste País-continente, ampliando a grande rede do apostolado das Equipes de Nossa Senhora. É oportuno, portanto, que se destaque vez por outra, através da nossa Carta Mensal, o profundo significado de novas equipes que vão surgindo. Vocês já olharam no mapa para ver onde fica Itacoatiara? Sabem onde fica? Sabem como se chega lá? Itacoatiara está lá no meio da floresta amazônica, perdida na imensidão daquelas matas. Gente simples que conhece pouco das facilidades das grandes metrópoles. Gente que tem na mãe-natureza praticamente a única fonte de sua subsistência. Lá a maioria das estradas são os rios e igarapés. Para se sair de Manaus até Itacoatiara há uma rodovia asfaltada mas, devido às chuvas constantes, está sempre em condições difíceis de tráfego. Não se faz a viagem em menos de 5 ou 6 horas, em que pese a distância de 250 km não ser tão grande. No entanto, é no meio dessas circunstâncias, enfrentando os desafios unicamente pelo amor ao Movimento e aos casais, que os equipistas Ana Amélia e Antonio Neves, de ManausAM, se dispuseram a pilotar, todo mês, as duas primeiras equipes, frutos de Experiências Comunitárias, que ali estão formadas e dando os seus primeiros passos. Vários outros casais deram sua valiosa colaboração para que essas duas Equipes Nossa Senhora dos Humildes e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro pudessem ser criadas, além dos que coordenaram as Experiências Comunitárias. Além dessas duas Equipes, já estão em andamento outros grupos de Experiência Comunitária e, desse modo, vai se tornando realidade a interiorização das ENS no Estado do Amazonas, tendo essa semente encontrado solo fértil na longínqua Itacoatiara, como dito na parábola do Semeador (Lc 8,4-15).

Equipe da Carta Mensal (com os dados fornecidos por Anésia e Lira Equipe 1 - Itacoatiara- AM) 46


-

,,Mas o Sol

nao Desapareceu ... "/ stamos felizes por iniciarmos aqui, em nossa cidade de Divinópolis-MG, uma Experiência Comunitária com dois grupos de casais recasados. Estudando o livro do Frei Almir Guimarães ("Quando o sol desaparece .. .") e o "Manual da Experiência Comunitária para Casais em Segunda União"da D iocese de Jundiaí/SP, bem como sabendo de outras experiências que já estão acontecendo em outros lugares do nosso Brasil, pen samos: temos também de fazer alguma coisa! Procuramos nosso Conselheiro Espiritual, Frei Célio, com este propósito. Ele já tinha conhecimento de alguns casais que viviam uma segunda união em nossa cidade e que desejavam participar da comunidade sem se sentirem excluídos. Estes casais foram convidados por um dos próprios casais de segunda união e por nós. O nosso Bispo D iocesano, Dom José, apoiou a idéia e nos encheu de coragem. Iniciamos nossa experiência no mês de setembro, inicialmente acolhendo todos os dez casais em duas reuniões em comum na Casa Paroquial. Frei Célio explicou a todos a grande preocupação da Igreja na ação evangelizadora, através da Pas toral Familiar, em acolher os casais que vivem uma segunda união. Foram momentos de alegria e de manifestação de ressentimentos, mas também de confiança. Afinal, o SOL não estava de todo desaparecido. Alguma luz estava brilhando novamente para estes casais, como também para um trabalho apostólico para nossas E quipes de Nossa Senhora. D epois disso formamos dois grupos e iniciamos esta Experiência Comunitária. Queremos que todos vocês, equipistas do Brasil, rezem por esta obra que, certamente, é uma obra de Jesus Cristo, o Bom Pastor, que vai atrás de suas ovelhas com solicitude e carinho.

E

Cristina e Israel Cidinha e Tonho Equipe Nossa Senhora Aparecida Divinópolis-MG

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Alegria, fruto do fspírito Santo/

alegria é, verdadeiramente, fruto do Es pírito Santo e sinal do Reino de Deus, pois Deus é alegria. - em Belém, disse o anjo: ''Alegre-se"; - Cristo quis partilhar sua alegria com os apóstolos: ''A legrem-se comigo!"; -Alegria era a senha dos primeiros cristãos; - São Paulo repete com freqüência: "Fiquem

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sempre alegres no Senhor!Repito:fiquem alegres"; - Em troca da grande graça do Batismo, o sacerdote diz ao recém-batizado: "Que você sirva

à Igreja com alegria". É com alegria que devemos entrar em contato com Cristo sob sua máscara de infortúnio, porque a alegria é amor. Alegria é oração; a alegria é força; a alegria é uma rede de amor com a qual pescamos almas. Deus ama quem dá com alegria e quem dá com alegria dá mais. A melhor maneira de mostrar nossa gratidão para D eus e os outros é aceitar tudo com alegria. Um coração alegre é o resultado natural de um coração ardente de amor.

Madre Teresa de Calcutá (do Livro "Momentos de Oração", Editora Gente) 48


MfDITANDO fM fQUIPf Neste ano estaremos meditando o Evangelho de Lucas, tentando perceber mais a ação do Espírito Santo na comunidade de Jesus. Bem que o podemos fazer sob a ótica da "fraternidade", sobre cujas exigências tradicionalmente nos concentramos os católicos brasileiros durante a Quaresma. Podemos, pois, começar perguntando-nos qual tem sido nossa participação na Campanha da Fraternidade e qual poderá ser neste ano.

Leitura: • • • • •

Evangelho de Lucas 9, 12 - 13

Qual o problema enfrentado pelos apóstolos? Quais as soluções possíveis? Qual a solução de Jesus? Diante da proposta da Campanha da Fraternidade, que é que você pode fazer? Que é que vai fazer?

Oração litúrgica: Pai de todos nós, fonte de Vida e Sabedoria, pelo divino Espírito Santo acendei em nós o fogo do vosso amor, para que possamos crescer em ciência e santidade . Livrai-nos da influência de uma cultura superficial, violenta, sem ética, sem sentido . Ajudai-nos a organizar, nesta Campanha da Fraternidade , um grande mutirão a serviço da vida e da esperança, conscientes de que a Educação é urgência nacional e que, sem ela, a sociedade não pode mudar.

Dai-nos a graça de sermos protagonistas da civilização do amor, a caminho do Terceiro Milênio, trabalhando pela construção do País, plenos de solidariedade e sadia convivência. Maria, Mãe e Educadora do Mestre Jesus, rogai por nós, para que possamos cantar com a humanidade inteira : o Senhor fez em nós maravilhas , glorificado seja seu nome. Amém .


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ANO 1998 CNBB- PROJRO RUMO AO NOVO MILÊNIO

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Espírito Santo

Virtude da Esperan~a

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Sacramento: Crisma •

·Maria: Modelo da Esperan~a

Evangelho de São Lucas . I,

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EQUIPES DE NOSSA SENH O RA Movimento de Casais por uma Espiritua lidade Conjugal e Famil iar R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309 -000 São Paulo - SP Fone : (011) 256 .1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail: equipes@vi rtual-net.com.br


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