ENS - Carta Mensal 331 - Outubro 1997

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Equipes de Nossa Senhora


Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°331 Outubro/1997 EDITORIAL ....... ........................... ... 01

MARIA ........ .... .. ............. ............ .... 33

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Ave-Maria

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ECIR .. ....... ................ ............ ......... . 03

De Mãos Postas e Rosto Compassivo .... .......... ........... 3 4

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PCE- PARTILHA ............ ............ .. .... 35

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Uma Oração para a Partilha

Palavras que não Foram Escritas .. Conselheiro da EC IR .

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EC IR Conversa com Vocês Eleição do CR de Equipe

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Encontro do Colegiado .... .. .. ... ....... 08 Ventura de um Acidente .... ..

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VIDA NO MOVIMENTO ........ ........ . 11 Romaria equipista .. ......

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Semana da Família (Ecumênica) ....... 1 3 O Silêncio está Falando .. Festa do Dia do Padre

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Meditando

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ATUALIDADE ........... .... .................. 37 Declaração da CNBB Contra o Aborto 00

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ORAÇÃ0 ... .. ..... .... ........................ . 39

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Oração pela Pátria Latino-Ameriana

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TESTEMUNHO ........................ ........ 40

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FORMAÇÃO .............. .............. .... .. 16

Somos uma Famíl ia Feliz!

Santa Teresinha: uma Santa para Nossos Dias ............ 16

Parti lhando com Vocês ..

NOSSA BIBLIOTECA ...................... . 42

Levar o '/\legre Anúncio" de Cristo .... 20

PALAVRA DO LEITOR ..................... 43

NOTÍCIAS EINFORMAÇÕES .. .......... 23

REFLEXÃO .................... ..... ... .... ...... 4 5

PASTORAL FAMILIAR .......... ......... ... 26

Maridos, Amai as Vossas Mulheres, a Fim de Santificá-las

A Criança não Pode Esperar .

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O Encontro do Papa com as Famílias . 2 8

A Carroça .

Um Retiro para Casais em Segunda União.

Deus Chega para Mudar a Vida . . . . . . 4 7

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Novos Modelos de Família

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Carta Meusal é 1m1a publicação me/ISal das Equipes de Nossa Swhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (COIIS. espiritual)

Edição: Equipe da Ca rta Mensal

J omalista Responsável: Catherine E. Nadas (MTb / 9835)

Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Ca rlos Sales

Composição, Diagramação e Ilustrações: F&V Editora Lttla. R. Venéincio Ayres, 931 - SP Fone: (011) 62.30/3

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Meditando Sobre o Evangelho de Marcos

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Foto capa: José Carlos Sales Fotolitos e Impressão: Edições Loyola - R. 1822, 347- Fone: (0 11 ) 69/4.1 922 Tiragem desta edição: 10.700 exemplares Cartas, colaborações, uotfcias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5" andar • conj. 53 cep O1309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 Fax: (0 11 ) 257.3599 A/C Silvia e Ch ico

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Palavras que Não Foram Escritas/ Ao lerem uma Carta Mensal seguramente vocês se deixam tocar por este ou aquele artigo. Talvez por ser mais alegre, talvez por trazer uma resposta para aquilo que estejam procurando, talvez por ser melhor escrito, ou por outros tantos "talvez". Mas talvez também fosse importante ler as palavras que não foram escritas ... Sim! Há muita coisa que está escrita apenas nas entrelinhas, e que só a lêem os que o fazem com os olhos do coração. É nas entrelinhas que está todo o amor, todo o entusiamo, todo o serviço, todo o carinho com que se prepara uma edição da nossa Carta Mensal. É lendo as palavras que não estão escritas que vocês poderão desculpar as nossas falhas, relevar as nossas limitações. E por falar em palavra que não está escrita, nossa Capa deste mês, sem falar muito, presta homenagem à padroeira de todos nós, e do Brasil, a Senhora de Aparecida. Que cada casal Equipista encontre em Maria o melhor exemplo, a melhor guia para chegar até Jesus. Trazemos uma palavra sobre o tema do ABORTO, mas é preciso descobrir o que não está escrito nas leis, o que está escondido atrás de tantos interesses sorrateiros, e que atentam violentamente contra o direito à vida. Como acontecimento de fundo, não podemos esquecer do sentido de nossa MISSÃO como casal e como família. Como membros de uma Equipe é hora de pensar na ELEIÇÃO do Casal Responsável: quando não a fazemos com responsabilidade, seguramente, haverá muita palavra que jamais será escrita na vida de uma equipe. Queridos irmãos equipistas: ao abrir este Editorial enviamos a todos nosso abraço acolhedor e fraterno. Que a sua generosidade e atenção lhes permita reconhecer as inúmeras palavras de amor e de carinho que só estão escritas dentro dos nossos corações. Tenham uma boa leitura!

Em nome da nossa Equipe, subscrevemo-nos, Silvia e Chico CR da Carta Mensal

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Conselheiro da ECIR( Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Neste pequeno momento de comunicação com vocês, gostaria de apresentar algumas considerações sobre o mês de outubro, considerado pela Igreja como Mês Missionário e relacionálo ao momento no qual todas as nossas equipes escolhem o Casal Responsável de Equipe para 1998. Sem dúvida alguma podemos dizer que o Casal Responsável de Equipe, no exercício de seu mandato, exerce o papel missionário de revelar, orientar, encaminhar e, principalmente, animar os casais da Equipe para uma experiência mais profunda com Jesus Cristo. É esta a missão que o casal recebe ao ser escolhido, para estar à frente de sua equipe. Ser canal de ligação entre o Movimento (Setores - Regiões - outras equipes e movimentos), fazer circular a "SEIVA" que alimenta a nossa espiritualidade conjugal, isto é, motivar os casais a viver os Pontos Concretos de Esforço, animar a Reunião de Equipe, preparando sobremaneira a PARTILHA, com seus Conselheiros Espirituais. Ser Casal Responsável de Equipe é ser, como o próprio nome diz, "RESPONSÁVEL" pelos casais e conselheiro que Deus enviou a vocês, e, como diz a frase "Tu te tomas eternamente responsável por aquilo que cativas", o casal Responsável da Equipe é aquele que cativa, arrasta, "joga para o alto". Como somos Igreja, somos também instrumentos de sua missão. Compete pois, a cada um de nós, deixar-nos conduzir pelo Casal Missionário do ano de 1998. Que o Espírito Santo, o "responsável" pela Missão, assista a todos e os ilumine nessa escolha e que você, casal escolhido, conte com as orações e bênçãos de todos nós.

Abraços e orações!

Pe. Mário José Filho ECIR 2


A ECIR Conversa

com Vocês/ Escuta r a Palavra e Anunciá - la Muito já se disse sobre a Escuta da Palavra, esse importante Ponto Concreto de Esforço, proposto pelo Movimento , como meio de levarnos a desenvolver uma assídua busca do amor e da vontade de Deus. Mas, será que já paramos para refletir sobre os efeitos concretos deste meio de aperfeiçoamento cristão em nossa vida? Acaso nos demos conta de quantos, à nossa volta, estão sedentos de uma palavra de alento, de uma luz que aponte o caminho, e que este anúncio, que nos cabe comunicar, será sempre fruto da Palavra de Deus que escutamos? Todos nós somos sacudidos por inquietações, mais ou menos agudas, que mudam conforme as circunstâncias. Elas variam, mas não poupam a ning uém. Que direcionamento tomar, neste momento crucial da vida? Como enfrentar esta dificuldade econômica? Que fazer, se perder o emprego? Como conseguir sobreviver neste mundo, com honestidade? Como proceder diante deste inesperado problema

A dura realidade da vida, às vezes, parece distante das belas "palestras" que ouvimos por aí, em que as soluções apresentadas são do tipo "tamanho único", recomendadas para qualquer situação, com a promessa de servirem em todos os problemas. Só quando levamos a bonita moldura para casa é que percebemos que não se encaixa no quadro de nossa vida. 3


familiar? Por que esta doença agora? ... A dura realidade da vida, às vezes, parece distante das belas "palestras" que ouvimos por aí, em que as soluções apresentadas são do tipo "tamanho único", recomendadas para qualquer situação, com a promessa de servirem em todos os problemas. Só quando levamos a bonita moldura para casa é que percebemos que não se encaixa no quadro de nossa vida. Conhecemos pessoas, não muito distantes de nós, que percorrem sessões e pregações de gurus, doutrinadores orientais, e outros, à procura de simpatias e práticas "milagrosas" . Frustradas, vão experimentando, um por um, os muitos oportunistas impostores que se multiplicam por toda parte. Deus conhece as respostas de todas as nossas indagações! E está sempre à nossa disposição para nos dar as explicações e o conforto de que precisamos. Porém, Deus não costuma falar à alma que não lhe fala, como dizia Santo Afonso de Ligório. Ou seja, o Senhor deseja nos revelar os planos que tem a nosso respeito, mas se não nos dispusermos a escutálo, permaneceremos na angústia da dúvida e presos à nossa cegueira. Sabemos que a Escuta da Palavra se faz na oração, quando elevamos a alma a Deus, num encontro pessoal com o nosso próprio Criador. Com Aquele que melhor nos conhece e que, portanto, tem a palavra mais apropriada para o nosso caso particular. Escutar,

A Escuta da Palavra se faz na oração. Com Aquele que melhor nos conhece e que, portanto, tem a palavra mais apropriada para o nosso caso particular. Escutar, para nós, é diferente de perceber o som pelo sentido da audição, e também não é simplesmente ler o conteúdo de um escrito. A escuta de que falamos tem o sentido de prestar atenção, auscultar a vontade de quem nos dirige a Palavra nas Sagradas Escrituras. para nós, é diferente de perceber o som pelo sentido da audição, e também não é simplesmente ler o conteúdo de um escrito. A escuta de que falamos tem o sentido de prestar atenção , auscultar a vontade de quem nos dirige a Palavra nas Sagradas Escrituras. A escuta, portanto, é o grande meio 4


para descobrirmos, na oração a resposta que Deus tem para a pergunta fundamental que São Paulo lhe dirigiu quando caiu do cavalo, em sua conversão: "Senhor, que queres que eu faça?" A resposta, em si, pode ser simples: fazer a vontade de Deus. Mas não se trata apenas da vontade genérica, aplicável a todas as pessoas indistintamente, e que se resume nos Mandamentos da Lei Divina e da Igreja. É preciso conhecer a vontade concreta de Deus para as grandes e pequenas decisões, que devemos tomar no dia-a-dia, num ato de confiante obediência. Não basta evitar os graves pecados e parecer "certinhos" por não descumprirmos os preceitos divinos, sempre pela via negativa: "não mato", "não furto", "não cometo adultério"... Isto reduziria a vida religiosa a mero legalismo. O autêntico casal cristão não se conforma em colecionar regras e proibições negativas. Muito mais do que isto, é indispensável colocar os talentos a serviço do Reino, na construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna, respondendo com fidelidade ao chamado específico que Deus dirige a cada um. Por isso, a Escuta da Palavra, para ser eficaz e frutuosa, supõe sempre o propósito de não se restringir ao benefício exclusivo de quem a exercita, pois ela carrega consigo o germe da missão e, uma vez colhido o seu fruto, este deve servir de alimento não só aos que

É exigência indispensável, a um fiel evangelizador, nutrir-se diariamente com o alimento da Verdade, colhido diretamente da fonte : o Evangelho de Jesus Cristo. o colhem, mas destina-se a ser distribuído a quantos estejam famintos e necessitados. É exigência indispensável, a um fiel evangelizador, nutrir-se diariamente com o alimento da Verdade, colhido diretamente da fonte: o Evangelho de Jes us Cristo, seguindo novamente o exemplo do Apóstolo: "A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de engano. Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações" (1 Ts 2, 3-4). O anúnico vigoroso da Salvação é o passo mais imediato de quem vive assiduamente a Escuta da Palavra de Deus.

Maria da Graça e Eduardo ECIR

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Eleiejão do Casal / Responsável de Equipe "Podemos ser chamados para muitas coisas: para obedecer, para servir, para seguir... Sim, tudo isso está incluído no chamado; mas o que é primordial, é que se trata de um chamado para amar "mais". Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja, amar mais o próximo." (A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora)

Queridas irmãs e irmãos equipistas. Paz e Bem!

erros em diversas modalidades de escolha não aceitáveis, como por exemplo: por rodízio, porque chegou a vez; para tentar melhorar um casal que não vai indo muito bem; em algumas equipes de acomodados, escolhe-se o casal mais novo de equipe, e assim por diante. Esta é a melhor maneira de se mostrar a irresponsabilidade e falta de amor pelos casais e conselheiro. É necessário que nossa escolha seja feita de maneira bastante criteriosa e pessoal, após uma boa reflexão e muita oração, e de acordo com nossa própria consciência. Afinal, é a um casal que estaremos delegando a responsabilidade da nossa própria equipe, para que durante um ano seja o animador, o incentivador pelo crescimento espiritual da mesma, ou de nós mesmos. Mas, e daí, que critérios deveríamos adotar então? Antes de mais nada, diríamos que o pior critério, se é que possa se chamar de critério, a fofoca, a "propaganda" para este ou aquele casal, ou mesmo aqueles apontados acima, do rodízio, etc.

Estamos chegando ao término de mais um ano de vida em equipe, quando podemos constatar quantas maravilhas o Senhor realizou por intermédio dos casais equipistas e seus conselheiros espirituais, na nossa tarefa de co-participantes da construção do Reino de Deus. É o momento de realizarmos nossos "balanços" (*)bem como de escolher os nossos próximos Casais Responsáveis de Equipe, os quais desfrutarão por um ano da graça de poder servir na alegria da gratuidade aos demais participantes de nossas equipes. E por considerar este momento de escolha algo de muita responsabilidade para cada equipe, e a equipe como um todo, gostaríamos de refletir alguns aspectos com relação ao tema. Se há um momento de responsabilidade na vida de uma equipe, é o da escolha do Casal Responsável. Muitas vezes são cometidos alguns 6


Cremos firmemente que o melhor critério é o de, em primeiro lugar, colocar-se em espírito de oração, rezar e refletir sobre as qualidades e virtudes desejáveis a um Casal Responsável. Não necessita ser o mais inteligente, o mais culto, o mais estudado, mas ... o casal que testemunhe um verdadeiro esforço de vivência conjugal cristã. Outros critérios ainda poderão ser vistos no documento "O Casal Responsável de Equipe- Capítulo Segundo" Poderíamos mencionar algumas dessas qualidades e virtudes, tais como: ser um casal que tenha vida interior, de oração; que ame o Movimento, e mais do que isso, que ame as pessoas com as quais convive no Movimento, em especial na sua própria equipe; que seja prudente, tenha paciência; seja desprendido; tenha Esperança e não seja desanimado ou derrotista; seja apostólico; que esteja disponível e queira participar do EACRE, momento forte para a unidade do Movimento. São muitas as qualidades e virtudes desejáveis? Acreditamos que nem tanto. De qualquer maneira, no presente momento, deverá haver alguns casais, senão todos, na nossa equipe, que preencham ao menos a maioria das qualidades mencionadas. Em função da situação e do momento atual da nossa equipe, elejamos aquele que nossa consciência está a nos indicar como o mais adequado para nos conduzir durante este próximo ano de 1998. Ser responsável é um chamado de Deus e não uma questão de poder, chamado este de amor e de ser-

Se há um momento de responsabilidade na vida de uma equipe, é o da escolha do Casal Responsável. Muitas vezes são cometidos alguns erros em diversas modalidades de escolha não aceitáveis. viço aos irmãos. Este ano que se serve a nossa equipe de uma maneira mais especial, é um ano de graça, um Dom de Deus, que ajuda o crescimento do casal.

Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R

(*) É bom sempre relembrar que, conforme discutido em nosso último Encontro do Colegiado Nacional, de acordo com os documentos do Movimento, a escolha do novo Casal Responsável de Equipe é feita no mês anterior ao do balanço. Portanto, a eleição é feita no mês de outubro, o balanço da equipe no mês de novembro, e a posse do novo casal escolhido é feita logo a seguir, ainda no mês de novembro ou dezembro o mais tardar. A posse do novo casal independe do EACRE.

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Encontro do Colegiado /

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Encontro do Colegiado, no das Equipes" é o resultado de um dias 22, 23 e 24 de agosto maravilhoso trabalho de colegialidaúltimo, realizou-se no exa- de em nosso Movimento. Todos os to final de semana em que a Igreja casais, de todas as equipes, ao final celebrava a vocação dos leigos. do ano passado, realizaram seu BaOs momentos de liturgia, tão lanço a partir das mesmas perguncarinhosamente preparados e inten- tas. Cada Setor reuniu este materisamente vividos, bem lembraram a al e fez seu próprio Balanço. Do vocação do casal, chamesmo modo, as mado a viver e a anunRegiões trabalharam ciar Jesus Cristo, em os dados de seus SeSerão sua faiD11ia, na Igreja e tores. Coube à ECIR, enfatizados, por fim, fazer a sínteno mundo. no próximo Entretanto, crese final. mos que o destaque Este documento ano, a Regra fica mesmo no desende síntese serviu de de Vida, a volvimento do Enconinstrumento de trabaOração tro, ele próprio sinal e lho, em nosso EnconConjugal e o tro, para análise de concretização da nossa vocação de leigos nossa realidade. AtraDever de na Igreja. Reunidos , vés dele, percebemos Sentar-se ECIR e Casais Regioque, apesar de sermos como nais (três novos casais um Movimento de esesforços e piritualidade conjugal, Regionais assumiram a função, a saber: nossas maiores dificulesperança de Altimira e Paulo, São dades estão na vivênconversão Paulo Capital; Eunice cia da conjugalidade pessoal, através dos Pontos e Sidney, São Paulo Sul conjugal, I e Maria Lúcia e PeConcretos de Esforço dro, São Paulo ditos "de casal". familiar, de Centro!) demonstraOutro ponto eviequipe, na ram maturidade em denciado pelo Balanço, Igreja e no é a dificuldade em comsua vocação, abraçanmundo. do com amor e genepreendermos o sentido rosidade a tarefa que de "participar e comprometer-se com a se lhes apresentava: avaliar o último Balanço das Equi- construção do Reino", restringindopes, discernir as necessidades dos o ao âmbito intra-eclesial. Poucos casais e planejar os caminhos de percebem que se trata, sobretudo, de ser "presença no mundo", com nosso Movimento em 1998. Vale ressaltar que o "Balanço coerência entre fé e vida.

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Posse dos novos Casais Regionais

Momento de Formação A partir desta realidade, buscou-se planejar as ações para 1998, dentro do Projeto Rumo ao Novo Milênio proposto pela nossa Igreja, contemplando ações na linha do testemunho, do serviço, do anúncio e do diálogo. Serão enfatizados, no próximo ano, a Regra de Vida, a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se como esforços e esperança de conversão pessoal, conjugal, familiar, de equipe, na Igreja e no mundo. A prática dos pontos concretos de esforço deve levar a atitudes concretas, sinais de maturidade da personalidade cristã. Será enfatizada a presença do Espírito Santo em nossa vida conjugal, familiar e de equipe. Dentre as prio-

ridades do Movimento, será acentuada a "Comunicação". Terminadas as tarefas de planejamento, é hora de partir para a ação, guiados pelo Espírito Santo, presente do Pai, tão bem lembrado na missa de envio e encerramento do Encontro. Desde já, a partir do proposto pelo Colegiado, Regiões e Setores estarão buscando as ações concretas mais adequadas para sua realidade, de sorte que os casais das ENS alcancem a "maturidade da personalidade cristã" e sejam protagonistas na construção do Reino de Deus.

Lourdes e Sobral ECIR 9


Ventura de um Acidente I "Os am igos são uma das formas usadas por Deus pa ra mostrar seu amor por nós ... "

o mês de maio último, vimos a irmã morte muito de perto, num acidente automobilístico no qual, por Deus, não aconteceram coisas mais graves com o motorista do outro veículo, nem com nós dois. Logo após este momento, passamos a receber inúmeras manifestações de carinho, através de visitas, cartas e telefonemas, tanto de nossos amigos pessoais como de pessoas que até então nem conhecíamos, mas que estavam ligadas a nós por meio das Equipes de Nossa Senhora. Foram casais e conselheiros de todos os cantos do Brasil que se fizeram presentes e solidários para conosco. Deus nos deu uma nova chan-

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ce de vida, quem sabe para lutarmos para que todos tenham essa vida e a tenham em abundância. E o que queremos agora é agradecer a Deus a graça de ter vocês por amigos, pois, de verdade, todas essas cartinhas carinhosas, os telefonemas, as visitas tão queridas e principalmente as orações, nos fizeram recuperar mais rápido do que seria de se esperar. Louvado seja Deus pelos amigos que temos, muito obrigado e um abraço muito afetuoso e carinhoso a todos vocês

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR 1o


Romaria Equipista/ s equipes se encheram de mais graças, luz e fé, no dia 31 de maio, último sábado do Mês de Maria, quando se realizou a 12" Peregrinação das Equipes de Nossa Senhora à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Mais que os demais, bastante emocionados estavam os membros da Equipe no 1 da cidade de Taubaté - Equipe Nossa Senhora Mãe do Corpo Místico- que, em 1.985, tomaram a iniciativa desta Peregrinação. A iniciativa foi bem sucedida, e, aos poucos, as demais equipes daquela localidade e de outras cidades do Vale do Paraíba foram aderindo à idéia e, neste ato, com grande entusiasmo, houve adesão de outras regiões do nosso Estado.

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Participaram equipistas das cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Sorocaba , Araçoiaba da Serra, Valinhos, Vinhedo , Limeira, Americana, Louveira, }undiaí e da região São Pau /o-Leste : Caraguatatuba, }acareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté , Pindamonhangaba e Guaratinguetá, distribuídos em 75 ônibus e 50 carros de passeio.


Participaram equipistas das cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Valinhos, Vinhedo, Limeira, Americana, Lou veira, Jundiaí e da região São Paulo-Leste: Caraguatatuba, Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, distribuídos em 15 ônibus e 50 carros de passeio. Os 900 peregrinos se concentraram no Santuário de Santa Terezinha, em Taubaté, onde o Pe. Mariano, assistente espiritual da peregrinação, numa primeira etapa, abordou o tema que seria desenvolvido no trajeto: "COM MAR IA RU MO AO NOVO MILÊNIO". Ali começou nossa emoção ao rever rostos conhecidos, ao conhecer ros-

Os 900 peregrinos se concentraram no Santuário de Santa Terezinha, em Taubaté, onde o Pe. Mariano, assistente espiritual da peregrinação, numa primeira etapa, abordou o tema que seria desenvolvido no trajeto : "COM MARIA RUMO AO NOVO MILÊNIO".

tos novos. Ficou-nos a certeza de que, em cada pedacinho deste Brasil, temos de fato um irmão e que é muito bom nos sentirmos parte integrante de uma comunidade familiar cristã, as ENS. Em Coruputuba, um vilarejo do percurso, como acontece todos os anos, realizou-se uma comovente cerimônia de Coroação de Nossa Senhora pelas crianças da comunidade local. Sendo época de chuvas e frio na região, pareceu-nos que toda a natureza se deixou influenciar pela alegria dos equipistas e resolveu também louvar nossa Padroeira e o Senhor de todas as coisas, concedendo-nos um belíssimo dia. Em Aparecida, sob uma fina garoa, fomos recepcionados no pátio da Basílica pelas Equipes de Guaratinguetá e Aparecida. Em procissão, adentramos a Basílica, tendo à frente o andor de Nossa Senhora Aparecida e com muito ardor participamos de uma belíssima Missa concelebrada por diversos sacerdotes, vários deles Co nselheiros Espirituais no nosso Movimento. Reanimados em nossa fé, após a missa, tivemos uma gostosa confraternização, com um lanche comunitário e partilhado no refeitório da própria Basílica, encerrando-se a Peregrinação. Podemos dizer (como nas Bodas de Caná) que houve uma "festa" em Aparecida e a Mãe de Jesus estava lá ...

]unko e Teruo CRS de Taubaté - SP 12


Semana da Família / (Ecumênica) / stamos radiantes e nos sentimos cheios do Espírito Santo com o sucesso da li Semana da Falll11ia (Ecumênica) de Valparaíso/SP, de 1O a 17/08/97 , cujo tema foi o mesmo para o li Encontro do Papa com as Famílias: "FAMÍLIA DOM E COMPROMISSO, ESPERANÇA DA HUMANIDADE". Fizemos convites para todas as Pastorais, Comunidades de Base, Movimentos e Igrejas de Vai paraíso. Contamos com a participação de todos, inclusive da IGREJA METODISTA que acolheu o ecumenismo e participou conosco, já pela segunda vez. A programação foi intensa com atividades diversas tais como palestras nas escolas, reflexões após filmes, teatros, Caminhada da Família, programas de rádio. Envolveram-se também pessoas de comunidades de cidades vizinhas, membros da RCC, Comunidade Missionária Imaculado Coração de Maria, Grupo Jovem Rainha da Paz, que deixaram seus afazeres e doaramse sem medida na nobre e santa missão de EVANGELIZAR. A todos nossas orações e que Deus lhes pague. Agradecemos nosso Pároco e Conselheiro Espiritual Pe. José Arnaldo Bravalheri, aos casais equipistas, e também aos nossos irmãos METODISTAS, Pastor José Roberto Loiola, Darcy e seu espo-

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so Francisco Lopes e demais membros dessa Igreja, unidos no mesmo ideal de promover a Família. Os gestos concretos desta SEMANA foram: a. inscrição de casais para participar dos Ciclos de Debates da Escola de Pais do Brasil; b. a mobilização da comunidade para participar na legitimação de casamento de 30 casais carentes; c. a instalação do Canal de Televisão da Rede Vida para Vai paraíso. Que Deus c'ontinue dando ânimo a todos os casais equipistas para continuarem sempre a serviço do próximo.

Santina e José Luiz, CRS Valparaíso - SP 13


O Silêncio Está Falando/

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com muita alegria que estamos escrevendo para vocês, queridos irmãos equipistas. A nossa intenção é apresentar a vocês a caminhada dos casais surdos nas ENS e, quem sabe, suscitar em outros surdos o desejo de serem equipistas. A idéia de formar uma equipe para surdos nasceu do desejo de partilhar com esses irmãos as riquezas que as ENS oferecem. Esse desejo, por sua vez, foi despertado pela consciência das imensas dificuldades impostas pela surdez à comunicação, ao conhecimento. Nós, ouvintes, temos mais acesso à informação e, mesmo assim, não sabemos como lidar com este ou aquele problema, às vezes. Então, vocês podem imaginar as angústias de uma pessoa que pouco aproveita dos noticiários de TV e das leituras inspiradas porque não entende o que é dito ou escrito. O Padre Eugênio Oates foi o primeiro missionário dos surdos no Amazonas. Foi ele quem reuniu e

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catequizou muitos surdos amazonenses, inclusive os da nossa equipe, e pediu que continuássemos o seu trabalho. Eu, Yara, sou a intérprete das reuniões. Tudo o que o casal piloto e o Padre Carlos dizem é traduzido por mim para surdos. O Sílvio Márcio também auxilia sempre. É preciso usar uma linguagem simples para que todos possam compreender. Por exemplo, na reunião preparatória, a leitura escolhida é reescrita pelo padre Carlos, sem que perca o teor evangélico, apenas substituindo palavras complicadas por sinônimos mais simples. O trabalho é muito. Não pára por aí. Entretanto, a nossa equipe está florindo sempre. Talvez um pouco mais devagar que as outras, mas com a mesma fé. Até breve!

Yara e Silvio Eq. N. Sra. do Silêncio Manaus -AM 14


Festa do Dia do Padre/

o dia 4 de agosto, em Belém do Pará, o Movimento das ENS prestou significativa homenagem aos seus Conselheiros Espirituais, por ocasião do dia do PADRE. A festa contou com a presença de quase todos os Conselheiros, juntamente com suas equipes e foi abrilhantada por D. Vicente Zico, Arcebispo Metropolitano de Belém. Após a abertura desta bela noite, feita pelo casal Responsável da Região Norte II Thérese e Valente, os Conselheiros foram saudados pelo casal Flôr e Vallinoto, que em seu pronunciamento procurou mostrar a entrega de cada sacerdote a Deus, através de um Sim convicto e decisivo. O casal fez um agrade-

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cimento pelo serviço que eles prestam ao Movimento. A saudação terminou com um trecho da canção de Milton Nascimento que diz: "Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo dopeito" . E é no coração de cada um de nós que os nossos Conselheiros possuem um lugar muito especial. Que Maria Santíssima os ampare e proteja nesta caminhada e que Deus lhes dê saúde e os fortaleça na fé e em sua vocação, para que cada vez mais sejam trabalhadores eficazes em sua Vinha.

Sandra e Jaime Morais, Setor A Rosa e Antonio Sobral, Setor B Belém- PA 15


Santa Teresinha:uma

Santa para Nossos Dias/

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30 de setembro de 1 897, às sete horas e vinte minutos da noite, morria, aos vinte e quatro anos, Thérese Martin, Irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, conhecida hoje por todo o Brasil como Santa Teresinha, na França como "la petite Thérese", nos Estados Unidos como "the Little Flower". Celebramos, pois, o centenário de sua morte, e ao ser escrito este artigo, aguardava-se para breve que o Papa a proclamasse "doutora da Igreja", a exemplo de Santa Teresa de Á vila e de Santa Catarina de Siena, que receberam este título de Paulo VI, em homenagem à influência de seus escritos e de sua ação. Santa Teresinha, entretanto, escreveu muito pouco. Durante sua vida era conhecida apenas por sua farru1ia, sua pequena comunidade de carrnelitas e alguns sacerdotes da região. Depois de sua morte, contudo, sua fama se espalhou com grande rapidez pelo mundo inteiro, milhares de peregrinos vieram visitar seu túmulo em Lisieux. As anotações que fizera no convento, a pedido da superiora, publicadas sob o título de "História de uma Alma", foram traduzidas para a maioria das línguas faladas no mundo. Em 1 907, dez anos apenas após a sua morte, o Papa Pio X, hoje canonizado, fazendo eco à voz dos fiéis, chamou-a de "a maior santa dos tempos modernos". Após rápido 16

Resolveu procurar "uma trilha bem reta, bem curta, uma trilha inteiramente nova". "Gostaria", disse 1 "de encontrar um elevador para me erguer até Jesus, porque sou pequenina demais para subir a dura escada da perfeição".


processo, aberto em 1 910, tendo a causa sido isentada por Bento XV do prazo canônico de 50 anos, Teresa foi beatificada em 1923 e oficialmente canonizada por Pio XI em 17 de maio de 1 925. Dois anos mais tarde, o Papa proclamava "padroeira principal das missões em todo universo, em igualdade com São Francisco Xavier", a monja que, tendo entrado no Carmelo aos quinze anos, após muita luta e por dispensa especial, nunca mais saiu dele. Sua fama era tal que, terminada a fase comunista de perseguição religiosa na Rússia, os primeiros cristãos ocidentais que lá chegaram ficaram surpresos de ver que dois santos ocidentais eram amados e venerados na Rússia: São Francisco de Assis e Santa Teresa do Menino Jesus. Qual o segredo da influência de Santa Teresinha e do amor por ela, que hoje se renova, decantado e melhor entendido, ao celebrar-se o centenário de sua subida ao Céu? É que Santa Teresinha trouxe à Igreja algo de totalmente novo, ou seja, a descoberta de um novo caminho de santidade: "a Pequena Via". Até o Concilio Vaticanoll, a Igreja não reconhecia que todos os cristãos eram chamados à santidade, embora Jesus tivesse dito "Sede santos como meu Pai é santo". Quanto à Teresa, ela sempre quis ser santa, lia e admirava a vida dos santos, mas sentia-se tão pequena, tão longe deles "quanto um grão de areia de uma montanha". Por outro lado, tinha certeza que "o Bom Deus não seria capaz de ins-

pirar-lhe desejos irrealizáveis". Resolveu, por isso, procurar "uma trilha bem reta, bem curta, uma trilha inteiramente nova". "Gostaria", disse, "de encontrar um elevador para me erguer até Jesus, porque sou pequenina demais para subir a dura escada da perfeição". A resposta, Teresinha a encontraria logo nas Escrituras, em algumas páginas que sua irmã tinha copiado para ela, já que naquela época a leitura da Bíblia não era feita nos conventos: "Se alguém é pequenino, venha a mim" (Prov 9,4); "Como uma mãe acaricia o filhinho, assim vos consolarei, e vos acalentarei em meu regaço" (Is 66, 13,12) e, finalmente, "Ensinastes-medesde a minha juventude. Publiquei até agora as vossas maravilhas, continuarei a publicá-las até a mais avançada velhice" (SI 70, 17 -18). "Qual será, para mim, a idade mais avançada?"- escreve Teresa - "Pareceme, poderia ser agora, pois que, aos olhos do Senhor, '2 000 anos não são mais do que 20 anos ... do que um só dia (Sl89,4)' ". Nestas frases da Escritura encontra-se o resumo da "pequena via" de Santa Teresinha. Antes, ela acreditava que a santidade só podia ser conquistada na ponta da espada. Agora, ela descobre que Deus é misericordioso e ama os pequeninos, os humildes, e, a partir dessa certeza, que se deve manter um amor escondido e ser fiel nas mínimas coisas; saber que o sofrimento é meio de santificação e que podemos nos santificar através das próprias faltas que cometemos; que to17


dos nós, cristãos imperfeitos, podemos e devemos almejar à santidade. O único caminho para o amor é a confiança, a perseverança, a aceitação de tudo o que Deus nos manda: "Agora compreendo - diz Teresa - que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não estranhar suas fraquezas, em edificar-se com os menores atos de virtude que a gente vê praticar". Essa "pequena via" leva Teresa ao reconhecimento de sua fraqueza e de que é necessária uma doação completa, sem restrições, para almejar a misericórdia de Deus, culminando no oferecimento total ao Amor Misericordioso. Santa Teresinha queria viver todas as vocações, inclusive o sacerdócio (pensando na imagem de Santa Inês levando a comunhão a São Luís Gonzaga) e muito especialmente a vocação missionária, pela qual sempre rezava. Santa Teresinha sentia como suas as dificuldades dos missionários e também assumia as faltas, por maiores que fossem, dos pecadores cuja alma queria salvar, como a do célebre e brutal assassino Pranzini, que Teresa resolveu adotar como "filho espiritual", oferecendo por ele tudo o que podia, inclusive a si mesma. Teresa tinha a certeza de que Deus, em sua infinita misericórdia, mesmo que ele não se confessasse e não apresentasse a menor contrição, o perdoaria e pedia a Deus somente que lhe desse, para seu consolo, um pequeno sinal, que lhe foi dado, quando, ao ler no jor-

nal do dia seguinte o relato da execução, soube que, na hora de ser colocado na guilhotina, Pranzini repentinamente arrancara do capelão seu crucifixo e o beijara três vezes! Para Santa Teresinha, a santidade que Deus espera de nós não é a perfeição, a ausência do pecado. A misericórdia de Deus se es[_

A espiritualidade de Santa Teresinha, sua mensagem, não são dirigidas, como se poderia pensar, somente às monjas carmelitas, mas sim a todos os cristãos, e em particular a nós, casados, que procuramos nas Equipes de Nossa Senhora como encontrar o nosso caminho de santidade. Leiamos o que ela escreveu, meditemos a sua "Pequena Via" 18


tende sobre todos, quer tenhamos cometido muitos pecados mortais, ou somente um pequeno pecado venial, pois o que impede a aproximação com Deus não é a quantidade nem a importância dos pecados, mas sim a falta de confiança na sua misericórdia. Ao nos arrepender, com o auxílio de Deus, de uma falta que cometemos, não voltamos ao estágio anterior, mas sim a um estágio um pouco superior. Deus procura para amar as criaturas diferentes, imperfeitas, incapazes de retribuir o seu amor. O homem resiste a entregar-se à confiança de Deus porque quer resolver tudo sozinho, o que é uma forma de orgulho. Não há mérito algum em dar ou fazer coisas, mas sim em saber receber o que nos é dado. O importante é que Jesus valorize o nosso gesto, e não o gesto que fazemos em si. Santa Teresinha mantinha sempre uma atitude de confiança, mesmo quando circunstâncias da vida pudessem expô-la ao pecado. No fim de sua curta vida, foi vítima de duas grandes provações: a provação da doença, a tuberculose, de que viria a morrer, e a provação da fé, que a atingiu quase ao mesmo tempo. A primeira, ela aceitava com alegria, a segunda com muita dificuldade, lutando com todas as suas forças. Ela vislumbrava uma muralha entre ela e o céu, e só muito raramente, uma réstia de luz, e isto até o fim de sua vida. Era assaltada por muitas dúvidas, que combatia sem cessar, multiplicando os atos de fé, e agra19

decendo a Deus lhe ter enviado essa grande provação quando ainda dispusesse de força suficiente para suportá-la. Muitos outros pensamentos encontramos nos poucos escritos que Santa Teresinha nos deixou, principalmente na "História de uma Alma". A espiritualidade de Santa Teresinha, sua mensagem, não são dirigidas, como se poderia pensar, somente às monjas carmelitas, mas sim a todos os cristãos, e em particular a nós, casados, que procuramos nas Equipes de Nossa Senhora como encontrar o nosso caminho de santidade. Leiamos o que ela escreveu, meditemos a sua "Pequena Via", e veremos como ela se aplica a nossa vida, as nossas dificuldades cotidianas, às inúmeras tentações e dúvidas que também encontramos. Como ela, tenhamos uma confiança ilimitada na misericórdia de Deus, reconheçamo-nos pequeninos, aconcheguemo-nos em seu colo, deixemos que Ele aja em nós e ofereçamos sem cessar todos os atos de nossa vida e a nossa própria vida pelos outros, e em primeiro lugar por aquele ou aquela que Deus nos confiou prioritariamente. Santa Teresinha é realmente uma santa para os nossos dias, uma santa para todos os dias, para todos os tempos.

Gerard F. Duchêne (da Monique) Equipe A-1, São Paulo- SP


Levar o

~~legre

Anúncio'' de Cristo "O Espírito do Senhor está sobre Mim ... Enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres"

(Lc4,18) "Tenho de anunciar também a Boa Nova do Reino de Deus às outras cidades, pois para isso é que fui enviado."

(Lc 4A3) Caríssimos irmãos! O Dia Missionário Mundial constitui uma celebração importante na vida da Igreja. Pode-se dizer que o seu relevo aumenta, na medida em que nos aproximamos do limiar do ano 2 000. A Igreja, consciente como é de que, fora de Cristo, "não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar" (At 4, 12), faz próprias, hoje mais do que nunca, as palavras do Apóstolo: "Ai de mim se não evangelizar" (1Cor 9,16). Creio, portanto, que é oportuno, nesta perspectiva, chamar a atenção para alguns pontos fundamentais da Boa Nova, que a Igreja é chamada a proclamar e a levar aos povos no novo Milênio. Jesus Cristo, o enviado do Pai, o primeiro Missionário, é o único Salvador do mundo. Ele é o Caminho, a Verdade, e a Vida: como era ontem, assim o é hoje e o será amanhã, até o fim dos tempos, quando todas as coisas serão nele recapituladas para sempre. A salvação que Jesus trouxe penetra nas profundezas mais íntimas da pessoa, libertando-a do domínio do Maligno, do pecado e da morte eterna. Em sentido positivo, a salvação é advento da "vida nova" em Cristo. Ela é dom gratuito de Deus que solicita a livre adesão do homem: com efeito, é conquistada dia após dia à custa de um esforço cruciante. É necessária, portanto, a nossa pessoal e incansável colaboração, mediante o consentimento dócil da vontade ao projeto de Deus. É assim que se chega ao porto seguro e definitivo, que Cristo nos obteve com a Cruz. 20


Eis, em síntese, o "alegre anúncio" que Cristo foi enviado a trazer aos "pobres", aos prisioneiros das inúmeras escravidões deste mundo, aos "aflitos" de todos os tempos e latitudes, a todos os homens, pois a salvação é dirigida a cada homem e cada homem sobre a face da terra tem o direito de a conhecer: disto depende o seu destino eterno. Nenhum homem, porém, jamais poderá invocar Jesus, crer nele, se antes não tiver ouvido falar dele, isto é, se antes esse nome não lhe foi anunciado. Daqui o mandato supremo do Mestre aos seus, antes do retorno ao Pai: "Ide ... ensinai" (Mt 28, 19). Disto deriva o "privilégio" e ao mesmo tempo a "gravíssima obrigação" que, precisamente em virtude da fé recebida, compete a todos aqueles que na Igreja são incorporados: "privilégio", "graça" e "obrigação" de participar no esforço global da evangelização. Diante de muitos que, embora amados pelo Pai, ainda não foram alcançados pela Boa Nova da salvação, o cristão não pode deixar de advertir na própria consciência a emoção sentida pelo apóstolo Paulo, fazendo-o prorromper no "ai de mim se não evangelizar!" Com efeito, de alguma maneira cada um é pessoalmente responsável, diante de Deus, da "falta de fé" de milhões de homens. A vastidão do empreendimento e a constatação da adequação das próprias forças podem, por vezes, induzir ao desânimo, mas não nos devemos atemorizar: não estamos sozinhos. Sirva-nos de conforto, especialmente nos momentos de obscuridade e de prova, saber que, por mais louváveis e indispensáveis que sejam os esforços do homem, a missão é sempre, em primeiro lugar, obra de Deus, obra do Espírito Santo, o Consolador, que é o seu indiscutível "protagonista". Todo cristão, precisamente pela "unção" recebida no Batismo e na Confirmação pode, melhor, deve aplicar a si mesmo as palavras do Senhor, crendo firmemente que também sobre ele "está" o Espírito Santo, o qual o envia a proclamar a Boa Nova e coopera com o seu apoio em todas as iniciativas de apostolado. Resposta exemplar à chamada universal à responsabilidade na obra missionária foi dada, no seu tempo, por Santa Teresa do Menino Jesus, cujo centenário da morte 21


comemoramos este ano. A vicissitude e o ensinamento de Teresa põem em evidência o vínculo muito estreito que existe entre missão e contemplação. Com efeito, não pode haver missão sem uma intensa vida de oração e de profunda comunhão com o Senhor e com o seu sacrifício na cruz. Estar sentado aos pés do Mestre constitui, sem dúvida, o início de qualquer atividade autenticamente apostólica. Mas se este é o ponto de partida, há depois todo um caminho a percorrer, que tem as suas etapas obrigatórias no sacrifício e na cruz. Certamente, nem todos são chamados a partir para as missões: "somos missionários, sobretudo por aquilo que se é .. . e não por aquilo que se faz". Não é determinante o "onde", mas o "como". Podemos ser apóstolos autênticos, e de modo mais fecundo, também em casa, no lugar de trabalho, num leito de hospital, na clausura de um convento ... : o que conta é que o coração arda daquela caridade divina que - sozinha pode transformar em luz, fogo e nova vida para todo o Corpo Místico, até aos confins da terra, não só os sofrimentos físicos e morais, mas também a própria fadiga do dia-a-dia. Caríssimos irmãos e irmãs, desejo de coração que, no limiar do novo Milênio, a Igreja inteira experimente um novo impulso de empenho missionário. Maria, Mãe e Rainha dos Apóstolos, que, presente no Cenáculo com os discípulos esperou em oração a efusão do Espírito e acompanhou desde o início o caminho heróico dos missionários, inspire hoje os crentes a imitá-la na solicitude cheia de desvelos e solidária no vasto campo da ação missionária. Com estes sentimentos, enquanto encorajo todas as iniciativas de cooperação missionária no mundo, de coração a todos abençôo.

João Paulo 11 (Extratos da sua Mensagem para a preparação do Dia Missionário Mundial, a ser celebrado no Domingo, 19 de outubro de 1.997) 22


Jubileu de Ouro: Dom Daniel Tomasella/ No dia 22 de junho último, na Basílica Catedral de São Bento, na cidade de Marfiia, estivemos presentes em uma missa oficiada por D. Daniel e cancelebrada por vários bispos e padres. Igreja cheia, estavam presentes religiosos, religiosas, seminaristas e pessoas amigas de diferentes cidades da nossa Diocese e de outras Dioceses. Todos lá estavam para celebrar uma grande data e cumprimentar nosso Bispo Emérito, D . Daniel, que estava comemorando seus 50 anos de sacerdócio. Nós, da Equipe 10, estamos felizes pela presença marcante de D. Daniel, nosso Conselheiro Espiritual há 27 anos, em nossas vidas de equipistas. Ele, nos momentos alegres e tristes de nossas vidas, se faz notar com sua presença, algumas vezes rápida, mas com palavras de conforto e esperança, através das quais nos aconchegamos nos braços de Deus. D. Daniel foi ordenado padre no dia 22 de junho de 1 947 em São Paulo, na ordem dos Padres Menores Capuchinhos, de São Francisco de Assis. Veio para a Diocese de Marília em 20 de dezembro de 1969, como Bispo Auxiliar. Ingressou no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no ano de 1 970, como Conselheiro Espiritual da Equipe 10Nossa Senhora Auxiliadora. Portanto, são 27 anos ininterruptos a serviço das ENS. Durante todo o tempo em que esteve à frente da Diocese, como Bispo Titular, sempre deu todo apoio ao nosso Movimento. D. Daniel, nosso reconhecimento é profundo e nossa alegria é sincera em tê-lo conosco e em cumprimentá-lo nesta grande data. Parabéns!

Equipe 10 - Nossa Senhora Auxiliadora Maraia -SP

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Bodas de Prata I

A Equipe no 1, Nossa Senhora da Roca, de Caxias do Sul/RS, comemorou em 09/agosto último seus 25 anos de existência. A missa solene de Ação de Graças foi celebrada pelo Bispo Diocesano local, Dom Paulo Moretto, que, em sua homilia, enalteceu a importância do nosso Movimento para a família e para a sociedade. Além da grande presença dos equipistas, do Casal Responsável Regional Graça e Roberto, do casal Graça e Eduardo, membros da ECIR, destacamos também a presença de Dona Paulina Moreto, de 84 anos de idade, e mãe do nosso Bispo, fundadora do Movimento das Equipes de Nossa Senhora em Caxias do Sul, que com suas palavras lúcidas, serenas e convincentes nos passou uma grande motivação.

Lurdes e Ivo - Equipe 1, Setor Serra Caxias do Sul- RS

Ex p ansã o Novas Equipes: • Equipe 10: N. Sra.a do Divino Pranto, Belo Horizonte- MG • Equipe 11: N. Sra. do Loreto, Belo Horizonte- MG • Equipe 12: N. Sra. da Piedade, Belo Horizonte- MG • Equipe 13: N. Sra. do Sagrado Coração, Belo Horizonte- MG

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Bodas de Prata 11 Em 20 de junho último, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora em Manaus/AM completou seu Jubileu de Prata. O nascimento das equipes em Manaus se deu pela insistência e determinação do casal Cybele e Antonio Coelho, que pertenciam à equipe 16 do Rio de Janeiro e mudaram-se logo após para Manaus. A pilotagem das duas equipes que se formaram foi feita por outro casal carioca Malvina e Edgard. De Manaus o Movimento se expandiu para Santarérn/PA e Itacoatiara. Por tudo o que recebemos, agradecemos a Deus e a Maria Santíssima. Que Jesus nos abençoe e o Espírito Santo nos ilumine para que continuemos a dar nosso SIM para a construção do Reino de Deus.

Graça e Encarnação CR Região Norte I Falecimentos Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos:

a) Padre Raimundo de Assis Queiroga Faleceu no dia 21 de junho de 1.997, em João Pessoa- PB. Era Sacerdote Conselheiro Espiritual de Equipes no Rio de Janeiro, sendo também o grande incentivador, em 1989, da criação das Equipes de Nossa Senhora, em João Pessoa.

b) Padre Domingos Oliver de Faria Faleceu no dia 25 de julho de 1.997. Conselheiro Espiritual por mais de 20 anos das Equipes 12 e 50 do Rio de Janeiro, pertencia à Província Brasileira da Congregação da Missão.

c) Vanderlei Sampaio Ocorrido em 07/07/97, esposo da Jandira, pertencente à Equipe 06 - Nossa Senhora Rainha da Paz, de Araraquara SP.

d) Maria Adélia e Rômulo (Rominho) Carneiro da Cunha Ocorrido em 15/08/97, pertencentes à Equipe 4- Nossa Senhora Luz dos Povos, São Paulo - SP.

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A Crian~a não 1 pode Esperar1 O que é a Pastoral da Crian«ia?

enças diarréicas, controle de doenças respiratórias, remédios caseiros, estimulação para a vacinação de rotina para as crianças e gestantes, educação essencial, prevenção de acidentes domésticos, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e catequese, desde o tempo do ventre materno até os 6 anos.

É um organismo de ação social da CNBB, uma entidade filantrópica que atua, desde 1983, na área de saúde, nutrição e educação essencial para as crianças até 6 anos de idade. Trabalha na comunidade e com a farm1ia. Baseia-se no fato de que a maioria das doenças e mortes infantis são facilmente evitáveis com materiais simples, muitos de obtenção local sem custo. O Movimento seleciona na comunidade voluntárias para serem líderes comunitárias, que são treinadas e orientadas para dar apoio às mães, crianças e farm1ias carentes. O trabalho dedicado e desinteressado destas líderes traz resultados surpreendentes, cujos relatos nos fazem emocionar. Mas o Movimento precisa de ajuda e precisa expandir. Os casais das ENS podem e devem ajudar. Procurem a Pastoral da Criança: Rua Pasteur, 279 - CEP 80.250-902- Curitiba- Paraná; fone (041) 322-0704; fax (041) 224-6986.

Abrangência da Pastoral da Crian«ia No primeiro trimestre de 1 997: • presente nos 27 estados da federação; • atua em 2 563 municípios brasileiros; • todas as regionais da CNBB estão envolvidas; • paróquias cadastradas: 3 911; • comunidades em que atua: 22 357; • líderes comunitárias atuantes: 82 755;

• famílias acompanhadas: 2 143 060;

Obietivos Principais

• gestantes acompanhadas: 143 889;

Combater a mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida familiar através de: apoio integral à gestante, incentivo ao aleitamento materno, vigilância nutricional, alternativas alimentares, controle de do-

• crianças (menores de 6 anos) acompanhada: 3 135 631.

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Como Salvar uma vida com meio dólar

mundo ... uma experiência dirigida por uma médica brasileira. Os números são impressionantes. ... a Igreja Católica resolveu criar a Pastoral da Criança. Objetivo: reduzir a mortalidade infantil. Optou-se pelas comunidades mais pobres e abandonadas. ... o índice de mortalidade infantil nas comunidades escolhidas pela Pastoral da Criança foi simplesmente a metade da média nacional... pelo menos quatro vezes menor do que seria naquele estrato social.. . . .. é extraordinário, particularmente, o custo mensal para cada criança - meio dólar. Não houve erro, é isso mesmo: US$ 0.50 ... e o segredo é simples... trabalho . ... Aqui está o exemplo definitivo de como a ética médica, levada às últimas conseqüências, é capaz de operar milagres ... "

Gilberto Dimenstein, ilustre jornalista, escreveu artigo no jornal a Folha de São Paulo, com o título acima, que confirma a importância do trabalho da Pastoral da Criança, onde diz:

"... uma das experiências mais formidáveis de saúde pública no

Pensamento de Gabriela Mistra l "Muitas coisas de que precisam~s podem esperar: a CRIANÇA NAO PODE. E exatamente agora que seus ossos estão se formando, seu sangue é produzido e seus sentidos estão se desenvolvendo. Para ela não podemos responder: AMANHÃ. Seu nome é HOJE."

Rita e Gilberto Canto Carta Mensal 27


O Encontro do Papa

com as Famílias / ossas atenções se voltam para o Rio de Janeiro nos dias 04 e 05 de outubro próximo. É que lá estará, mais uma vez, o Papa João Paulo II, realizando a terceira viagem apostólica ao Brasil. Ele não vem para percorrer o país, como das vezes anteriores. Desta feita, ele vem só ao Rio de Janeiro. Por quê? Porque a viagem do Papa tem uma única finalidade: encontrar-se com as farm1ias. É o segundo encontro do gênero. O pri- _ _ _ _.. meiro foi em Roma, em 1994. Como lá ele se encontrou principalmente com as farm1ias européias, embora houvesse participação de outros continentes, aqui ele vai Ele não vem para se encontrar com as farm1ias brasipercorre r o país, leiras e latino-americanas e, claro, do mundo. Mas o importante é que como das vezes o Papa quer se encontrar com as anteriores. Desta famílias. fe ita, ele vem só São três os eventos deste II ao Rio de janeiro. Encontro Mundial do Papa com as Famílias: Por quê? Porque a. Missa no Aterro do Flamena viagem do Papa go. Pensam os organizadores atrair tem uma única até 2 mi lhões de pessoas para rezar finalidade: com o Papa. Será uma forma coral encontrar-se com de oração em favor das farm1ias. b. Encontro Festivo do Papa as fam ílias. É o com as Famílias no Maracanã. Em segundo encontro número menor, farru1ias representado gênero. O rão todas as farru1ias num encontro primeiro foi em celebrativo e cultural. Quer ser uma festa testemunho. Roma, em 7994 . c. Congresso Teológico Pasto-

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ral sobre a Farm1ia. Especialistas em várias disciplinas debaterão problemas e perspectivas que envolvem a farm1ia, a sexualidade e a transmissão da vida, hoje. Serão temas do Congresso:

zação do Amor" e na "Cultura da Vida". Esse testemunho é importantíssimo no mundo de hoje, marcado pela chamada "revolução social" e de "costumes". É muito importante parar para rezar e refletir que a Família é

DOM E COMPROMISSO, ESPERANÇA DA HUMANIDADE. É

1. A Igreja e a Defesa da Instituição Familiar;

Dom, porque só o Deus criador do homem e da mulher pode lhes dar a força para realizar o sonho de Deus sobre sua união. É Compromisso, porque, além da força de Deus, exige-se o empenho das pessoas envolvidas. É Esperança da humanidade, porque só no regaço da mãe, juntamente com o amor do pai, teremos esperança de filhos e filhas que não vão engrossar as fileiras dos menores abandonados, dos drogados, dos que praticam a violência porque não provaram a certeza de serem amados. Como o leite matemo reforça as defesas imunológicas das pessoas, assim também a ternura e o vigor dos pais lhes dão equilíbrio, previnem os males sociais e conferem valores e convicções a partir de uma experiência de vida, a partir de dentro.

2. Família e Sociedade: as Instituições Internacionais e a Defesa da Família; 3 . A Família a Serviço da Vida; 4. Estrutura Natural da Família: Dom e Compromisso; 5. Os Direitos da Maternidade; 6. Os Filhos na Farm1ia: Bênção para a Humanidade;

7. Farru1ia e Evangelização no Mundo Secularizado face ao Jubileu do Ano 2000. Haverá também alguns testemunhos. Por que o Papa vai ao encontro das famílias? Para que as famílias cristãs possam testemunhar a sua fé. É sumamente importante que as famílias, que lutam para viver seu ideal de vida, possam se exprimir em sua fé. É claro que nem todas as famílias poderão estar com o Papa. Haverão de acompanhá-lo, porém, pela televisão (A Rede Vida transmitirá os eventos integralmente) e pelo Rádio e outros Meios de Comunicação. O Papa convoca-as também para que possam testemunhar seu empenho na construção da "Civili-

Dom ]acyr Francisco Braido, Bispo Coadjutor de Santos, SCE Eq. N. Sra. das Graças (em pilotagem) 29


Um retiro para Casais em Segunda União

erguntado sobre a iniciativa de se fazer um retiro para casais em segunda união, D. Jacyr Francisco Braido, Bispo Coadjutor de Santos, respondeu que se fazia tarde; que já deveríamos ter feito há mais tempo. D. Davi Picão, Bispo Diocesano e D. Jacyr estiveram no retiro, no último dia e se manifestaram favoráveis a eventos dessa natureza. A criação de uma nova Pastoral foi defendida por D. Davi. O retiro realizou-se no CEFAS de Santos, nos dias 18, 19 e 20 de julho, contando com uma programação onde prevaleceu a idéia de que esses casais também são filhos de Deus e, portanto, devem permanecer na Igreja. Desde a acolhida inicial até a cerimônia final, presidiu o Encontro um clima de amor e de serviço. A orientação espiritual esteve a cargo do Pe. Júlio López Llarena, Conselheiro Espiritual do Setor de Santos. Contou o encontro com casais recrutados nos municípios de Praia

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Grande, Guarujá, Cubatão, São Vicente e Santos, e também quatro casais da região do ABC. Entremeando as palestras, o retiro teve reflexões a dois, círculos, momentos de oração, sendo que a cerimônia final , presidida pelo Padre Júlio, foi cheia de emoção. Colaboraram sobremaneira as acomodações .proporcionadas pelo prédio do CEPAS-Santos, bem como as refeições e lanches que fazem parte da melhor acolhida aos casais. Vale dizer que, na avaliação feita pelos participantes, mereceu citação a valorização da farru1ia, comumente discriminada pela sociedade, acendendo esperanças que daqui para frente as Paróquias os aceitem como igreja doméstica, mesmo sabendo sentidamente que ficam impedidos de receber a Eucaristia.

Zulmira e Rollo Eq. N. Sra. dos Navegantes, Santos - SP Coord. dos Casais em Retiro


Novos Modelos de Família / s transformações econômicas e culturais da modernidade vêm criando um novo tipo de farru1ia, que cada vez mais se distancia do estilo patriarcal, tradicional. Há um conjunto de fatores que se inter-relacionam e determinam as mudanças. No nível econômico, a maior modificação veio por conta do trabalho assalariado e fora de casa por parte da mulher. Os binômios casa-rua, trabalho doméstico-trabalho produtivo remunerado, cabendo o primeiro fator à mulher e o segundo ao homem, cedem lugar a uma permeabilidade de ambos, segundo as circunstâncias. Nem tem faltado, no momento atual de desemprego, que a mulher trabalhe fora e o homem desempregado cuide da casa. Os postos de trabalhos já não obedecem ao critério do sexo, mas ao da utilidade de mercado. Ora, abrem-se postos para homens, ora para mulheres, num jogo interessado. A farru1ia, em que o homem e a mulher são profissionais e trabalham em pé de igualdade, estrutura-se de maneira diferente; a presença/ausência dos pais deve conciliar-se com suas atividades econômicas. A vida moderna não atingiu o relacionamento dos esposos entre si e deles com os filhos unicamente por causa do fator econômico. Acrescente-se que a família moderna é fundamentalmente urbana.

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A vida moderna não atingiu o relacionamento dos esposos entre si e deles com os fi lhos unicamente por causa do fator econômico . Acrescente-se que a família moderna é fu ndamentalmente urbana. Respira outra cultura que a rural tradicional.

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Respira outra cultura que a rural tradicional. As mudanças mais profundas da família moderna vêm por conta do processo cultural, ora forçado pelas circunstâncias econômicas, ora circulando em faixa própria. As mulheres têm-se conscientizado de sua própria autonomia, dignidade, valor, capacidade. Reivindicam paridade no mundo do trabalho, desde que a atividade não dependa de algum atributo especificamente masculino. Os preconceitos dissolvem-se à medida que as mulheres se firmam, mostram competência naqueles campos até então praticamente reservados aos homens. A farru1ia moderna ou existe em torno do diálogo entre seus membros ou se torna um simples lugar de passagem. Talvez esteja aí o dilema crucial da nova figura de farru1ia. O homem sempre teve consciência de seu papel. Aliás muito além de sua real importância. Freqüentemente detinha todo o poder em suas mãos. Agora o condi vide com a mulher. Mais. As próprias crianças, à medida que vão crescendo, assumem muito mais precocemente consciência de si, de sua liberdade, de sua vontade. Por isso, impõem-se o diálogo entre todos os membros da farru1ia, se não se quiser viver o isolamento, o individualismo, os caminhos paralelos de seus membros. Os projetos familiares constroem-se na busca comum de objetivos e meios, por meio de decisões tomadas em comum acordo. Ou ela se torna mais responsável, mais dialogável, mais humana, mais respeitosa das liberdades e autono-

A família moderna ou existe em torno do diálogo entre seus membros ou se torna um simples lugar de passagem.

mias - e aí estão suas possibilidades positivas- ou mergulha num mundo individualista em que cada um constrói seu caminho sem o outro. É sua vertente negativa. Esperemos que esse Encontro sobre a Farru1ia, que contará com a presença do Papa João Paulo II, ajude as farru1ias cristãs a tomarem consciência dos desafios a enfrentar e das possibilidades a realizar.

Padre João Batista Libânio, Teólogo (do Jornal Opinião - 10/08/97) Colaboração, D. Nancy Moncau 32


Ave-Maria / Ave-Maria é a oração mais simples, mais ou ada e mais rezada pelos cristãos. prática da recitação da Ave-Maria difundiuse no começo do século XII no Ocidente. Mas, a saudação angélica (que constitui a primeira parte da AveMaria) era conhecida na cristandade muito antes desse século; ela, que se acha contida no Evangelho, constituía até o século VII a antígona ofertorial do quarto domingo do advento, marcado por particular ênfase mariana. A Ave-Maria era conhecida e recitada somente na sua primeira parte evangélica, a que continha a saudação do anjo e a bênção de Santa Isabel. O nome de "Jesus"e o "Amém" final só foram introduzidos no fim do século XV, quando se difundiu o uso da recitação da "Santa Maria". Também esta segunda parte se formou muito antes com a prece espontânea dos fiéis em Éfeso, no ano 431. De fato, a solene proclamação, no Concílio de Éfe o, de Maria como "Mãe de Deus", produziu uma grande alegria para todo o povo de Éfeso, que esperou os padres fora da sala conciliar e os acompanhou com faixas e cantos, até seus alojamentos. Essa proclamação determinou no Oriente e no Ocidente uma explosão de veneração para com a Mãe de Deus. Veneração que se concretizou em festas litúrgicas, ícones, hinos e orações a ela dedicados. A segunda parte da Ave-Maria é, portanto, a bela súplica mariana que exprime a piedade da Igreja para com Maria, brotada da consciência vi va na tradição e na experiência do povo de Deus, que Maria é aquela nunca invocada em vão. É uma imploração que convida a "Cheia de graça" a ocupar-se das nossas misérias, a olhar para nós, para as nossas dificuldades, necessidades e medos. E ela se coloca à disposição de todos aqueles que a invocam para os fazer participar das suas graças.

Revista "O MILITE" Maio de 1997 33


De Mãos Postas e

Rosto Compassivo/ documento do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida diz expre samente que os três pescadores ficaram surpresos diante do achado e guardaram carinhosamente as duas partes daquela pequena imagem num pano e continuaram a pesca, que, pelos muitos peixes apanhados após o encontro da imagem, acreditaram ser ela milagrosa. Quebrada como estava, eles poderiam tê-la atirado, sem nenhum desrespeito, novamente na água. E por que não o fizeram? Creio, antes de tudo, porque descobriram que as mãos postas e o olhar compassivo da imagem quebrada inspiravam confiança e devoção. Ao chegar em casa, o primeiro gesto de Filipe Pedroso, um dos pescadores , foi limpá-la do lodo e consertá-la. Utilizando-se da cerada-terra, colou a cabeça no tronco. E, coisa admirável! Sentiu grande emoção e confiança ... Sem tentar explicar o que se passava, sem nem mesmo compreender o porquê daquele sentimento de confiança, ajoelhou-se diante dela e rezou. Foi então que .fixando atentamente o rosto daquela imagem de mãos postas, percebeu o sorriso compassivo e misericordioso da Mãe de Deus em favor de todos os filhos desventurados de Eva. Percebeu e compreendeu a mensagem de confiança que Maria queria transmitir a todos os brasileiros.

O

E confiando no patrocínio de Maria, sentiu grande paz e alegria. E a partir deste fato nascia a devoção à Nossa Senhora Aparecida como Mãe de Deus e intercessora do povo brasileiro. Se olharmos para a Imagem, iremos perceber num rosto machucado e nos lábios entreabertos um sorriso compassivo e cheio de misericórdia para com todos que a invocam. Suas mãos postas em prece, para interceder pelos pecadores, despertaram no povo grande confiança. Foi sem dúvida, tocados por este olhar compassivo, que entende e compartilha a dor e os sofrimentos da humanidade, que os pescadores guardaram aquela imagem e iniciaram o culto invocando-a com o novo título de

"SENHORA APARECIDA". E mais: compreenderam o mistério da participação de Maria, a Mãe de Cristo, no plano divino da salvação do gênero humano. Ela é a Mãe que sorri compassiva para seus filhos que sofrem e necessitam de ajuda e consolo. É a mãe que lhes concede graças, ajudando-os a se aproximarem de seu filho Jesus Cristo, onde encontram liberdade e salvação.

Mãos benditas, as do monge artista; que modelaram na argila a Imagem da Mãe compassiva, Nossa Senhora Aparecida! Pe. Júlio Brustolini, C.Ss.R. (do Santuário de Aparecida)


UmaOraCjão para a Partilha / Senhor! Nós, equipistas, queremos partilhar nossas alegrias e esperanças, tristezas e ansiedades, abrindo nossas mãos e servindo a nossos irmãos. Agradecendo, louvando e suplicando a Deus, desejamos com humildade que tua luz, Senhor, venha iluminar nossa estrada, confortando os sofredores e nos rejubilando com os que alcançaram as bênçãos da alegria. Esperamos encontrar, na caminhada de luz, a fé em Jesus que nos orienta, a esperança da Cruz que nos sustenta no coração com o Espírito Santo consolador, e na caridade, que nos alimenta no amor. Nosso fardo é leve no dia-a-dia, quando temos as graças da simplicidade da Virgem Maria e a paciência de São José que nos fortalecem e guiam. Amém!

Colaboração de Elinez e lbituruna Equipe 15 - Setor D, Rio I

Nota da Redação: Uma outra sugestão de oração para preparar o momento da Partilha encontra-se na CM no 293, Agosto/93, página 39.

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Meditando ; · ecentemente, chegado de um plantão no hospital, assisti a um "Globo Rural", que discorria sobre o "ABOIO". Trata-se de uma entoação monótona e mais ou menos constante, desritmada e, todavia, rica em tons intermediários e de rara beleza. É usada pelos vaqueiros desse Brasil afora, com o intuito de tanger suas boiadas. O boi acostuma-se com a voz do vaqueiro e reúne-se aos outros de sua espécie, seguindo o tom de voz de seu condutor, sendo levado para o curral ou mudando para novas pastagens. O silêncio da casa, ainda adormecida, em seu justo descanso dominical, incitou-me à MEDITAÇÃO. Comecei a conversar com Cristo em meus pensamentos. -Senhor, ajuda-me a ser como uma rês em teu rebanho. Que, à semelhança do gado que segue seu aboeiro, possa eu seguir as tuas palavras com a constância e aceitação necessárias, confiante que elas vão conduzir-me à segurança do bom caminho, à abundância do bom pasto e à tranqüilidade do melhor estábulo. - Senhor, que realmente eu seja como o gado a segui-lo mas, diferentemente dele, que eu coloque neste seguimento toda a minha racionalidade, dom ofertado por Ti, Senhor, para que eu possa enxergar melhor as necessidades dos meus irmãos que, solidariamente, caminham comigo ... Tanto posso aprender com eles nesta

R

simbiose de experiências e de interesses, cadinho de muitas reações que constituem a caminhada em direção ao Pai, jornada que ninguém realiza sozinho, pois, a premíssa de seu êxito repousa no auxílio prestado aos outros caminhantes. -Senhor, que nesta caminhada rumo à plenitude de toda a minha personalidade, possa eu, por outro lado, olhar para meus irmãos que, não tão solidários, também caminham, atabalhoadamente, como reses desgarradas ... sem escutar a Tua voz, Senhor, Aboieiro máximo de todos os tempos, constante e sabiamente a guiar o Teu rebanho rumo às pastagens verdejantes da vida eterna. Neste momento, os ruídos da casa que aos poucos acordava, interromperam os meus devaneios. Ficou-me, na memória, a impressão de que aquela manhã de domingo fora profícua, proveitosa. Ressoando na intimidade de meus pensamentos permaneceu o som, indistinto agora, do Cristo a tanger-me rumo ao Pai do céu, rumo as nossas realizações pessoais, rumo à felicidade tão almejada por todos nós.

Dorival (da Dôra) Equipe 3 Nossa Senhora Mãe da Igreja Lins- SP 36


Declaraejão da CNBB Contra o Aborto / Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara Federal, aprovou, recentemente , ainda que por margem mínima, o Projeto de Lei no 20-A (1991), que "dispõe sobre a obrigatoriedade de atendimento dos casos de aborto, previstos no Código Penal, pelo Sistema Único de Saúde". Trata-se do Art. 128 do Código Penal de 1940, que estabelece a despenalização do aborto em casos de estupro ou grave risco de vida para a gestante e que este projeto pretende regulamentar. A Igreja no Brasil, em seguimento de Jesus Cristo, que veio para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância (cf. Jo 10,10), dá, mais uma vez, através desta declaração, seu testemunho em favor da vida humana, desde sua concepção até seu desfecho natural, baseada nas graves palavras da Bíblia: "Não matarás". Ao mesmo tempo, ela compartilha as angústias, tristezas e sofrimentos de todos, principalmente dos pobres e dos que mais sofrem. Ela é solidária com a gestante em risco de vida ou vítima de estupro. Oferece o perdão de Jesus Cristo aos que fraquejaram, tantas vezes oprimidos por circunstâncias adversas e que procuram se reerguer. Propõe e quer contribuir para que haja sempre novos modos e instituições de defesa, apoio, proteção e assistên-

A

cia às gestantes traumatizadas e aos nascituros em perigo. São formas de misericórdia cristã.

A aceita ção do aborto na mentalidade, nos cos tume s e na pró pria lei, é sina l eloqüente de uma p erigos íssima crise do sentido moral". Esta prob lemática abre vasto campo para o diálogo e o anú ncio da parte dos católicos no seio de uma s ociedade que hoje é pluralista. Contudo , q ua isquer razões , "por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser inocente " 37


Esta misericórdia se plenifica na verdade. Pois, o aborto direto e provocado, inclusive nos casos alegados neste Projeto de Lei, é sempre um atentado grave e inaceitável contra o direito fundamental à vida. "É a morte deliberada e direta, independentemente da forma como venha realizada, de um ser humano". "A percepção da gravidade do aborto vai se obscurecendo progressivamente em muitas consciências. A aceitação do aborto na mentalidade, nos costumes e na própria lei, é sinal eloqüente de uma perigosíssima crise do sentido moral". Esta problemática abre vasto campo para o diálogo e o anúncio da parte dos católicos no seio de uma sociedade que hoje é pluralista. Contudo, quaisquer razões, ~ ·por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser inocente" (João Paulo II, O Evangelho da Vida, no 58). Às vezes, insinua-se que a Igreja defende a vida do nascituro em prejuízo do direito da mãe. Na verdade, ela defende e procura salvar integralmente a ambos. Além do mais, no caso de estupro, o ser humano concebido é totalmente inocente e indefeso. Como puni-lo com a morte? Parecer de jurista ilustre indica a inconstitucionalidade do mencionado Art. 128 do Código Penal, uma vez que o Art. 5° da Constituição Federal considera a vida como o valor mais importante a ser protegido pelo Estado. Preocupam-nos ainda outros

projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, que agridem a vida e a farru1ia. Por essas razões, nós, Bispos do Conselho Permanente da CNBB, reunidos em Brasília, de 26 a 29 de agosto, com a presente declaração fazemos veemente apelo, em nome do Episcopado Nacional, aos Legisladores de nosso país, para que se oponham a estes Projetos de Lei e procurem, ao contrário, reforçar a proteção à família e o apoio à vida, desde sua concepção até seu desfecho natural. Às nossas Comunidades, aos profissionais de Saúde e a todas as pessoas de boa vontade, fazemos um apelo premente para que o compromisso com a vida, ameaçada em tantos aspectos, seja a razão de nossas atitudes. Para isto, precisamos de gestos significativos que nos levem a dar assistência às gestantes angustiadas, vítimas de violência ou em risco de vida, bem como amparo aos nascituros e nascidos que são abandonados ou rejeitados. Ao mesmo tempo, façam chegar aos Parlamentares seu apelo contra os referidos projetos de lei.

Que Deus nos ilumine e fortifique na promoção da vida e da esperança!

Brasz1ia - DF, 29 de agosto de 1997 Extraído de: http: 11 www.cnbb.org.br/ declarações/ nota 970829.html 38


OraCjãO pela Pátria/ Latino-Americana (12 de outubro - Descobrimento da América)

Ó DEUS, PAI DOS POVOS, que dispões tudo com admirável providência. Recebe bondoso as orações que te dirigimos: PAI NOSSO, desde esta terra latino-americana, escuta nossa oração. Que o teu nome seja reconhecido e amado no mundo todo, já que Tu queres que todos os homens se salvem. VENHA A NÓS O TEU REINO, que é de paz, de amor e de justiça. QUE SEJA FEITA A TUA VONTADE: que construamos a civilização do amor. Onde os que governam, busquem o bem comum. Onde se supere o ódio e o rancor, pela generosidade. Que se partilhe os bens que Tu nos tem dado. DÁ-NOS O PÃO DE CADA DIA: que o possamos comer em nossos lares e com saúde digna de seres humanos. Que a segurança de tua providência chegue aos marginalizados, com abundância. Pedimos-te, Senhor, QUE NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO de destruir a vida; que não profanemos a dignidade do homem e da mulher. Concede que não haja entre nós, crianças abandonadas e idosos sem carinho.

LIVRA-NOS DO MAL. Do pecado que nos separa de Ti. De tudo que rebaixa a condição humana. Do egoísmo que faz insensível a dor alheia. Da soberba que endurece o coração e faz impossível a fraternidade. SENHOR, esperamos que escutes nossa oração, porque cremos que Tu nos amas. AMÉM!

Adaptada de uma oração do Panamá por Nancy e Benjamin Tannus Equipe Nossa Senhora do Advento Campinas-SP 39


Somos uma Família Feliz! / um mundo onde os valores morais e cristãos são des prezados, principalment~ quando se trata do assunto "FAMILIA", nós damos graças a Deus porque conseguimos ser uma farru1ia feliz. Esta Graça Divina nós devemos às EQUIPES DE NOSSA SENHORA. Temos certeza que não teríamos a mesma felicidade se não estivéssemos fazendo parte desta grande farru1ia. Antes de casarmos, namoramos 10 anos, depois assumimos o noivado por 2 anos, e hoje já estamos com 10 anos, 6 meses e 13 dias de casados. São quase 23 anos de convivência feliz, uma boa parte da nossa vida, pois somos um casal de 33 anos (Jussara) e 34 anos (Daniel). Somos paraibanos, e no dia do nosso casamento fomos embora para o Rio de Janeiro, onde fizemos o ECC - Encontro de Casais com Cristo, com 6 meses de casados. Em 1991, viemos morar em Santarém (PA), e aqui descobrimos a Pérola Preciosa, o Movimento das ENS. Fomos responsáveis pelo Setor durante 4 anos. Quando assumimos esta responsabilidade ainda não tínhamos sido sequer Casal Responsável de Equipe, mas demos um "SIM" ao chamado de Deus. Na época o Movimento em nossa cidade tinha 4 equipes e apenas vinte casais. Hoje, somos 10 equipes, sendo 2 em Pilotagem e 3 Experiências Comunitárias. Durante estes 06

N

anos de Equipe, somos preenchidos pelas graças de Deus. Os períodos difíceis, os obstáculos do dia-a-dia, os revezes, são resolvidos com muito trabalho, coragem e, acima de tudo, fé em Jesus e Maria. Temos 3 filhos: o Emmanuel (8 anos), a Isabella (5 anos) e a Daniella (9 meses). Eles são o nosso tesouro aqui na terra. O pouco material que temos, procuramos repartir com os mais necessitados, na medida do possível. Deus está sempre presente em nossa vida. Pedimos sempre ao Espírito Santo que não nos deixe nunca desanimar no serviço que prestamos aos casais, noivos, namorados, farru1ias, separados, etc. Agradecemos de coração aos irmãos equipistas e Conselheiros Espirituais que em todo o Brasil se tomaram nossos irmãos e espelhos. Obrigado ao Espírito Santo de Deus que um dia inspirou o padre Caffarel a fundar o Movimento em 1939 e ao casal Dr. Pedro e D. Nancy Moncau, a trazer o Movimento ao Brasil em 1950. Obrigado a Nossa Senhora que nos ampara com seu manto divino. Obrigado! Somos uma Farru1ia Feliz, e esta felicidade é verdadeiramente proporcionada por Deus através das EQUIPES DE NOSSA

SENHORA. ]ussara e Daniel Chacon Equipe 02 - Santarém (PA)

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Partilhando com Vocês/

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uero partilhar com vocês as reflexões da "Santinha"da equipe 3 de Ribeirão Preto, por ocasião do Estudo do Tema CA-

é isso que desejo passar para minha família e amigos. Na minha casa há alegria, há sonisos, há acolhimento, há compreensão, há partilha, há oração. Minha atividade, tanto no engajamento como doméstica, está reduzida. É falta de testemunho? Creio que seja um momento para recolhimento, para apreciar as belezas da natureza e nelas contemplar mais de perto a presença de Deus. Chegará o momento de novas atividades, de sair do casulo e deixar voar a borboleta que vive em mim. Estou sempre disponível, mas acho que tinha de passar por essa fase. Essas foram as minhas rupturas. Não fujo da solidão (ela não existe para mim) através de atividades que me tomem o tempo para esquecê-la, mas vivo intensamente esse momento de minha vida, comparável a um grande retiro, a um recolhimento ..." Por que quis partilhar com vocês estas reflexões? Primeiro porque é a história de uma vida que assumiu com maturidade os desígnios de Deus, tendo plena consciência da presença dele em sua vida. Segundo porque, ao buscar traçar um paralelo com o seguimento de Jesus, todos nós temos momentos de Cruz, mas também deRessurreição. E, por último, para agradecer a Deus a oportunidade de crescer enquanto sacerdote com o exemplo e o testemunho dos leigos. "Santinha" (Maria da Conceição) que Deus a abençoe sempre.

MINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS (cap 5) e mostrar como é possível uma leitura do Evangelho na vida das pessoas de hoje. Transcrevo na íntegra a resposta ao tema: " ... É realmente uma caminhada que tenho feito ao longo de minha vida. Houve períodos de maior intensidade de busca e outros de arrefecimento, mas jamais deixei de buscálo, de procurar e crer na sua presença ao meu lado. Fiz preciosas descobertas. Quando minha vida era cheia de atividades (domésticas, marido e 6 filhos) e de engajamento (Encontro de noivos, Batismo, Equipe de Setor, de estudo, trabalho na periferia) não me dava conta exatamente do que me impulsionava. Tinha um marido maravilhoso, os filhos ao meu redor, trabalho fora, segurança. Onde estava minha segurança? Não questionava. VEIO A PODA! O marido querido foi para Deus. Os filhos um a um seguindo seu caminho ... Fiquei aparentemente só. Às vezes comparava-me a Jó e, como ele, não me desesperava, confiava. Descobri com alegria que a minha segurança estava não no Roberto (meu querido e saudoso marido), não nos filhos ao redor, mas em Deus. Só aí percebi o quanto Ele fazia parte da minha vida, o quanto confiava nele, o quanto Ele é a minha companhia, o quanto está a meu lado. Tenho certeza que dou esse testemunho, pois

Pe Mário José Equipe 3, Ribeirão Preto - SP 41


MATRIMÔNIO, VOCAÇÃO DE AMOR

Diálogos Matrimoniais Jaime Fernández Vozes Muitos jovens embarcam para o matrimônio na busca da satisfação pessoal e da felicidade. Desconhecendo, entretanto, a natureza da farru1ia, destinada a ser, na palavra de João Paulo li, o "santuário da vida ~ J . e do amor", tornam-se incapazes de a'me Fernóndez construí-la, gerando, com enorme freqüencia, a sua desintegração. Definindo o matrimônio como uma "vocação de amor", Pe. Jaime Fernández destaca o amor orgânico, o amor fiel e o amor fecundo, apontando a todos os casais e pais caminhos claros e seguros de realização pessoal e comunitária, no âmbito do matrimônio e da farru1ia.

COMO VAI A FAMÍLIA? [{fff]COLEÇÃo NOSSA,., ... Crônicas do Cotidiano '""'lUA 6 Frei Almir Ribeiro Guimarães Vozes O livro pretende, em grande parte, apresentar retratos do cotidiano, reflexões que alguém pode fazer em seu interior quando soa a pergunta: "Como vai a farru1ia?" São histórias que a vida escreve quando um meCrônicas do cotidiano nino nasce, quando as crianças crescem, quando uma pobre mulher tem Frei Almir Ribeiro Guimarães • um filho presidiário, quando uma velhinha tem 85 anos e fica esperando a chegada de alguém. Grupos de casais poderão servir-se destes textos para reflexões.

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Quero parabenizá-los pelos artigos publicados nesta revista, sendo sinal de evangelização, de alegria e vínculo de união fraterna entre os equipistas. A Carta Mensal é um espaço enorme desta evangelização que basta abraçarmos com muita Fé, Esperança e Caridade, chegaremos lá, "cumprindo assim não a nossa vontade, mas a vontade daquele que me enviou". Parabéns à Equipe da Carta Mensal e a todos os equipistas que colaboram com este maravilhoso trabalho de evangelização! Clemilton Francisco de Paiva (Seminarista) Silvianópolis (MG) I:8J

ti v ar e estimular todos os equipistas nesta missão. É nossa obrigação e nosso dever como cristão, de acordo com a condição básica de cada um. Devemos ser testemunha do amor de Deus, no trabalho, na sociedade e na fanu1ia. O Reino de Deus não é lugar de preguiçoso, nem de acomodados. Vamos caminhar em unidade, confiar no Espírito Santo em nossa caminhada e dar um pouco de nossa vida. Vamos orar sem cessar, nossa caminhada sem oração nada vale, e jamais alcançaremos os nossos objetivos, nem alcançaremos o caminho da santificação. Jovanete e Antonio CRS - Nordeste 1 Equipe 2 - N. S. Aparecida Itabaiana (SE) I:8J

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Participar das Equipes de Nossa Senhora é uma graça Santificaote do Pai. Se fomos escolhidos para fazer parte deste Movimento, não foi por acaso. O Senhor nos escolheu porque confiou em nossos dons, de servir aos irmãos com amor e alegria. Somos Igreja, e como Igreja vamos nos comprometer e participar da construção do Reino, vivendo o Sacramento do Batismo com muita fé e vivenciando o Sacramento do Matrimônio com muito amor, buscando a vontade de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade. Vamos incen-

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Noticiando o falecimento do Padre Raimundo Assis Queiroga, e enaltecendo sua destacada atuação no Movimento das ENS no Rio de Janeiro/RJ e João Pessoal PB, enviaram suas mensagens os casais: Elinez e lbituruna Eq. 15- D, Rio de Janeiro - RJI:8J Ma. Auxiliadora e José Pessoa CRS de João Pessoa - PB I:8J Regina e Cleber Eq. 60- C, Rio de Janeiro - RJ I:8J

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No ano passado eu e minha esposa Monike, aproveitamos as férias em Fortaleza. Logo que chegamos fomos procurar os casais das Equipes daquela cidade. Fomos recebidos pelo Edmilson que nos convidou para um café em sua casa. Nos outros dias fomos conhecendo outros irmãos: Deuzinha e Simões, Dulce e Vicente, Padre João Jorge e muitos outros casais. Participamos com eles de missa, via-sacra e noite de oração. Agradecemos a todos pela carinhosa acolhida, e hoje dizemos que ganhamos mais uma família em Fortaleza. Monike e Jair E. 99- Nossa Senhora da Penha, Rio de ]aneiro-R] f2'J

Meu primeiro pensamento foi para ti, Maria, pois eu já te havia feito essa entrega. Sabe, não importa de que maneira nossa filha foi resgatada. O importante é a certeza de que a Virgem, Mãe de Deus, a recolheu e a acalentou com seu manto sagrado. No decorrer de todo o acontecimento senti tua presença, em meu coração dolorido de mãe. Ó Maria, como é bom sentir tua presença em nosso lar. Sinto-a através dos terços diários, da leitura do Evangelho e no bálsamo que vem de Ti, dando-nos paz e retornando a alegria em nossos corações. Tereza ( do Urbano) Equipe 1, Três Lagoas - MS rBJ

I ="IQueridos irmãos equipistas,

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Gostaria de publicamente externar meus agradecimentos à Virgem Santíssima, que saem do fundo do meu coração, esperando que minhas palavras possam ajudar a muitos para que encontrem forças no momento de uma separação dolorosa. Voltemos ao dia 08/06/97, com um telefonema por volta de 01,30 horas da manhã, com a notícia de um acidente que acabou provocando a morte de nossa filha. Começara a tempestade da separação entre nós e nossa filha de 21 anos, nossa caçula. Senti como somos frágeis.

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Maridos, Amai as Vossas Mulheres, / a Fim de Santificá-las muitas horas. Segundo uma recente pesquisa, qualquer pai que passa de 55 horas por semana no emprego está deixando a farm1ia "desamparada" da afetividade e da estabilidade que precisa. O mundo consumista tem virado a cabeça do homem, deixando-o acreditar que tantas coisas materiais são necessárias para o bom andamento e felicidade da farm1ia. O esposo cristão incentiva e convida a mulher para a oração: oração conjugal, andar juntos para uma Missa, rezar com a família, ler a Palavra de Deus, etc. Como chefe da farm1ia, cabe a ele organizar um ritmo e espírito que permitam o exercício e praticada oração. São João Crisóstomo, o eloqüente promotor da idéia da Igreja Doméstica, disse aos maridos: ''Tomem os nossos lugares" (i.e. do bispo). O esposo é aquele que chama os outros para rezar, que explica o sentido da Palavra de Deus, que anima e inspira os demais membros da família a procurar e amar a Deus. Conseqüentemente, o(a) esposo(a) é um pai que ensina as virtudes da honestidade, da ética, da verdade, da responsabilidade, de um cidadania que promove o bem comum. A fidelidade vivida e praticada com a esposa ensina o compromisso e dedicação assumida diante do Plano de Deus. Diz que o amor é eterno, como o amor do Pai para conosco.

u gostaria de lançar uma tese. O conceito ou idéia já é velho. A formulação não é. A minha tese é a seguinte: a primeira obrigação e dever do esposo( a) é levar a sua esposa(o) a amar e seguir Jesus. Antes de qualquer outra tarefa ou função, o bom esposo(a) conduz a sua esposa(o) a Deus. Esta é a finalidade principal do cônjuge. Na carta de São Paulo aos Efésios, quando se trata da natureza da união conjugal, Paulo faz um contraste entre duas uniões: marido-mulher, e Cristo-Igreja. Cada um destes dois eixos ajuda a explicar e entender o sentido do outro. O que se diz arespeito de um pode dizer do outro. Baseado nisso, se Cristo santifica e purifica a Igreja, segue que o marido tem como tarefa o papel de ajudar a sua mulher a chegar à santificação. O que Cristo faz para com a Igreja, o marido faz para a esposa, e o que o bom marido faz para a esposa é sacramento do amor de Cristo para com a Igreja. A base de tudo isso é o amor profundo que deve existir entre os dois. "Os Maridos devem amar suas esposas, como amam seu próprio corpo" (Ef. 5, 28). Como Cristo doou tudo de si, o marido, antes de se preocupar com a construção de uma casa, um emprego, providenciar comida, etc., pensa sobre a atividade que ele desenvolverá com a esposa, criando um plano santo que santifica os dois. Tem maridos que trabalham

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Luís Kirchner, Sacerdote CE Eq. 12 e 19, Manaus- AM 45

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ACarroCja / ma das grandes preocupações de nosso pai, quando éramos pequenos, consistia em nos fazer compreender o quanto a cortesia é importante na vida. Por várias vezes percebi o quanto lhe desagradava o hábito que certas pessoas têm de interromper a conversa quando alguém está falando. Eu, em especial, normalmente cometia esse erro. Embora visivelmente aborrecido, ele nunca ralhou comigo por isso. Certa manhã, ele me convidou para ir ao bosque, a fim de ouvir o cantar dos pássaros. Alegre, aceitei! E lá fomos nós a caminhar sobre a relva ainda orvalhada. Já há algum tempo do passeio, ele se deteve em uma clareira e, depois de pequeno silêncio, me perguntou: -Você está ouvindo alguma coisa, além do canto dos pássaros? Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: -Estou ouvindo o barulho de uma carroça que deve estardescendo pela estrada. - Isso mesmo .. . disse ele. É uma carroça vazia ... De onde estávamos, não era possível ver a estrada. Assim, perguntei admirado: - Como pode o senhor saber que está vazia? - Ora, é muito fácil perceber que se trata de uma carroça vazia. Sabe por quê? -Não! Respondi intrigado. Meu pai pôs-me a mão no ombro, olhou bem fundo nos meus olhos e explicou: - Por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz. Não disse mais nada, porém deu-me muito em que pensar. Tornei-me adulto e, ainda hoje, quando vejo uma pessoa tagarela e importuna interrompendo intempestivamente a conversa de todo mundo, ou quando eu mesmo, por distração, vejo-me prestes a fazer o mesmo, imediatamente tenho a impressão de estar ouvindo a voz do meu pai soando na clareira do bosque e me ensinando: -Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!

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Colaboração de Conceição e João Dellabruna Equipe -2- Vinhedo SP (do livro: "Para o resto da vida" de Wallace Leal V. Rodrigues)

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Deus Chega para Mudar a Vida /

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zer a experiência do Deus de esus Cristo é aceitar a mudança de rumo na própria vida. Deus mexe com os nossos projetos. Então deixamos de ser o centro de tudo. Ficamos a serviço daquele que nos chama a permanecer com Ele. O chamado nos leva a tarefas que antes não éramos capazes de imaginar. Por isso, os que são chamados resistem muitas vezes à vontade de Deus. Poucos se oferecem prontamente como Isaías, que diz: "Eis-me aqui! Envia-me!" (Is 6, 8). Outros aceitam porque não sabem resistir. Como diz francamente o camponês Amós, o grande profeta que combateu a injustiça social: "O leão rugiu: quem não terá medo? O Senhor Deus falou: quem não profetizará?" (Am 3, 8). Mas muitos tentam encontrar uma desculpa antes de tomar coragem para se entregar ao chamado. Moisés não aceita assim sem mais nem menos a missão de ir negociar a saída do povo do Egito. Ele procura primeiro um jeito de escapar e diz: "Quem sou eu para ir ao Faraó e fazer sair do Egito os filhos de Israel?" (Ex 3, 11). "Eu não sou um homem de falar, teÍlho a boca e a língua pesadas ... Envia o intermediário que quiseres" (Ex 4, 10.13). Jeremias é outro que procura argumentar: "Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, porque sou ainda uma criança" (Jr 1, 7). Outros aceitam o convite para a missão, mas revelam que não tinham plena consciência da tarefa assumi-

da. A mudança do projeto pessoal não se deu como num passe de mágica. Foi acontecendo, pouco a pouco. Mas, sem sombras de dúvidas, aconteceu. Basta constatar o "antes" e o "depois" na vida dos discípulos (Me 3, 13-14; Lc 5, 10), na vida de Paulo (Gil, 1516), de Maria Madalena (Me 16, 1420; Jo 20, 17), dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13ss). Mas, no fim, Deus consegue o que quer e faz desses homens medrosos líderes cheios de coragem para enfrentar qualquer perigo, fortes como "uma cidade fortificada, uma coluna de ferro, uma muralha de bronze" (Jr 1, 18). A missão será uma tarefa exigente. Jeremias, por exemplo, enfrentou situações tão difíceis que chegou a lamentar se ter deixado "seduzir" por Deus, "fogo devorador" no seu coração (Jr 20, 7.9); queixa-se com a intimidade de quem experimenta constantemente a presença de Deus e até, num momento especialmente desafiador, amaldiçoa o dia em que nasceu (20, 14). Mas nunca voltou atrás. A tarefa, mesmo pesada, era fascinante e dava um sentido empolgante a sua vida.

PARA REFLETIR:

mudamos algum plano pessoal por causa das exigências do serviço de Deus? Valeu a pena? Por quê? (do livro : "Boa Nova Já Chegou !" - PRNM- PG . 13-14)

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Meditando Sobre o ·Evangelho de Marcos A Cada Um Sua Missão

O homem, que estivera possesso, pede a Jesus que o deixe ficar em sua companhia. Jesus não o permite, mas lhe diz: " Vai para tua casa, junto dos teus e lhes conte o que o Senhor fez por ti, na sua misericórdia".

(Me 5, 19)

A

cada um sua missão. O antigo possesso quer ficar na companhia de Jesus. Mas Jesus não o permite. "Vai para tua casa, teu lugar é perto dos teus e não ao meu lado". A todos nós, casados, nosso lugar é junto de nossa família e é aí que temos de anunciar o Senhor. E, no entanto, Simão Pedro era casado, pois o Evangelho nos fala da cura de sua sogra. Não nos cabe julgar. A Simão Pedro, Jesus disse: "Segue-me". Ao geraseno ele diz: "Vai para tua casa". Não é um convite; é uma ordem. Vai ... vem ... Nos dois casos a resposta é imediata. Simão "deixa suas redes e segue Jesus" . O geraseno "partiu e começou a proclamar na Decápole o quanto Jesus fizera por ele". É a docilidade que Jesus nos pede, esta disponibilidade ...

Pedro Moncau Júnior

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MEDITANDO EM EQUIPE Texto-base: Capítulo VIl Caminhamos na Estrada de Jesus

O Evangelho de Marcos - CNBB "O cent urião, que estava diante dele, vendo como havia expi rado, disse: "Na ve rdade, este homem era filho de Deus!". Precisa repetir para que se perceba ma is clarame nte o nexo: vendo como J esus morria é que o centurião percebeu o quanto Jesus era "d ife re nte". Todos que se encontraram com Jesus tiveram de formar uma idéia sobre ele . Oual é minha id éia sobre Jesus? Ou e significa ele para mim?

Leitura : Evangelho de Marcos 15,29-39 • • • •

O ue foi que chamou a atenção do centurião na morte de Jesus? Ou e chama sua atenção na vida e na morte de Jesus? Ouem é ele para você? Oue conclusão você tira para sua vida?

• Renove sua fé, louve, agradeça, peça, comprometa-se.

Ora4jão litúrgica: Perdoa-me, Senhor, por eu ter deformado o teu rosto ... Perdão por eu ter feito de ti um "tema de debate", como se a fé fosse o fruto de uma demonstração. Perdão por eu ter feito de ti uma "arma espiritualista" contra o materialismo, como se a salvação da humanidade fosse uma empresa e não um mistério, o mistério de Jesus morto e ressuscitado. E quando descobri, afinal, que eras uma "Pessoa" muito próxima, perdão por freqüentemente ter feito de ti alguém que veio "pagar uma conta", alguém cujos mandamentos é preciso cumprir .. . alguém todo-poderoso do qual, pela oração, devemos tirar o maior proveito possível ... (O melhor de Michel Ouoist - Ouando a v1da se faz prece, p. 4 7)

Pistas para viver a Medita4jão • • • • •

Comece com a leitura de um texto que pague a pena . Procure fixar na memória o mais importante do texto. Veja o que isso pode modificar em sua vida. Concretize essa mudança numa proposta possível. Louve, agradeça, peça; converse com Deus sobre o assunto.


Obietivo Geral do Movimento das Equipes de Nossa Senhora ,Como lgreia, participar e comprometer-se com a construejão do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade."

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo -· SP Fone : (011) 256.1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail: equipes@virtual-net.com .br


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