ENS - Carta Mensal 329 - Agosto 1997

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Equipes de Nossa Senhora


Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°329 Agosto/1997 EDITORIAL .... ........ ...... ... ................ O1

HISTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA ... 30

Conselheiro da EC IR .. ... .. ....... ... ..... 02

Curso para Profetas ........ .... ...

ECIR ................................

MARIA ............ ........ ..

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A EC IR Conversa com Vocês ........... 03

PCE- PARTILHA ...

Reunião do Colegiado das ENS ....... OS

A Vontade de Deus em Tudo ..... ..... 32

Novos Casa is na EC IR .. .. ... ...

Vencendo os Revezes da Vida ..... .... 3 4

VIDA NO MOVIMENTO ..

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Sessão de Formação .... . Desa fiando a Floresta .... ... ....... .

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FORMAÇÃO ..... ............ ............ .... . 11

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ATUALIDADE ................ .. ............ .. . 36 Ouerido Filho ... ... ... ... ... ... .... .

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Santa Teresinha poderá ser Proclamada Doutora da Igreja ...

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TESTEMUNHO ........ ... ... ....... ..... ..... . 3 9 Terceiro Milênio Confissões de um Con selheiro Diálogo Inter-religioso ...... .. ..... ... .... 11

14

Um Roteiro de Viagem .... .. .... ... .

LITURGIA ... .. .. .. ..

39

Espiritual ....

O que fizerdes a um Pequen ino ..... .. . 41

17

NOSSA BIBLIOTECA ... ...... .. ........ .... 43

O Louvor através da Música ........... 1 7

REFLEXÃO ........... ..... ..................... . 4 4

NOTÍCIAS EINFORMAÇÕES ........ .... 21

Responsabilidade em Comum :

PASTORAL FAMILIAR ....

Pa is e Padres .. ... .... ... .. ... ...

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Famílias Desfeitas ... ... .

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Presidente ........ .... .

Mundial do Santo Padre

Med itando Sobre

Carta Mensa l é uma publicaçâo das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Silvia e Chico Pontes (responsá veis) Rira e Gilberto Canto Maria Cecília e

José Carlos Sales

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o Evangel ho de Marcos .. .... ..... . .

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Wilma e Orlando S. Mendes Foto capa: Francisco Pomes Pe. Flávio Cavalca de Castro,

CSsR (cons. espiritual) Jomalista Responsável: Carherine E. Nadas (M Tb 19835) Composição, Diagramação

e Ilustrações: F& V Editora Lida. R. Venâncio Ayres. 93 1 - SP Fone: (0 11) 62.3013

44.

O "Pai Coruja" que Também era

Preparativos para o 11 Encontro

com as Fam ílias

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Fotolitos e Impressão: Carta Mensa l Edições Loyola- R. 1822. 347 R. Luis Coelho. 308 Fone: (011) 6914.1922 5° andar • conj. 53 cep OI 309-000 Tiragem desta edição: Süo Paulo - SP 10.700 exemplares Cartas, colaborações, notícias, restemunhos e imagens devem ser enviadas para :

Fone: (011) 256.12 12 Fax: (OI I) 257.3599 A/C Silvia e Chico

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Podemos afirmar, com sinceridade, que nós já estávamos com saudades. Afinal, ficamos sem nos falar por dois meses, o que é muito tempo para os amigos.

É assim que gostaríamos que vocês sentissem a nossa Carta Mensal: uma amiga e companheira que bate à porta de sua casa, que periodicamente se apresenta na vida de cada equipista para "botar a conversa em dia", pois estamos no mesmo barco. Não a coloquem apenas numa prateleira! Estamos iniciando já o segundo semestre, e como o tempo corre! Mas será um tempo de grandes acontecimentos, de grandes oportunidades para rever coisas importantes. Agosto é o mês das VOCAÇÕES, DIA DOS PAIS E DO PADRE. Padre e Pai, aliás, têm muito em comum, e teremos oportunidade, nesta edição, de abrir espaço para o comovente testemunho de um padre em sua estreita vinculação com a equipe. Mas, por falar em acontecimento muito importante, para nós, como Movimento, teremos a Semana da Farru1ia. Seguramente cada Setor já preparou sua programação da qual todos estarão participando para evangelizar as farru1ias brasileiras. É preciso manifestar forte o ANÚNCIO (uma das exigências da evangelização) da verdade sobre a beleza e a grandeza da Família. Estas e inúmeras outras novidades para vocês estão "reservadas" nas páginas da nossa Carta Mensal. Saboreiemna, e vocês verão que, no final, o tempo que dedicaram a ela não foi em vão. Enfim, uma última palavra: você que talvez esteja com vontade de escrever para a Carta Mensal, mas não se acha muito capaz, julga-se não muito letrado, e outros empecilhos com que geralmente cortamos a ação do Espírito Santo, tomese de coragem e nos envie seu artigo, que merecerá a melhor atenção da nossa Equipe. Afinal, que esta seja a oportunidade de um encontro entre amigos. Com o nosso caloroso abraço!

Silvia e Chico CR da Carta Mensal

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Conselheiro da ECIR / Queridos Casais e Conselheiros Espirituais Paz e Bem! Refletindo com uma das minhas equipes de base sobre o tema "Caminhamos na Estrada de Jesus", descobrimos a grandeza da proposta que Ele faz para todos os cristãos e, de forma especial, para os casais que querem aprofundar sua "espiritualidade conjugal'~. Partilho com vocês algumas reflexões feitas pelos casais: " ...Sendo o matrimônio o caminho que, a dois, escolhemos para atingir a glória de Deus, a exemplo de Jesus, temos de assumir verdadeiramente o compromisso prático da entrega, do abandono, do serviço, da disponibilidade e aceitação do outro, tendo a compreensão de que as conseqüências deste compromisso prático possam significar para nós a Cruz: a abnegação, o sofrimento, a recusa de privilégios ... " " ... A cruz manifesta-se na nossa vida como casal, quando temos de nos colocar como SERVOS: abrir mão de nossa vontade em função do outro, compreender suas dificuldades, aceitar seus defeitos, perdoar as ofensas e administrar os conflitos ... " " ... A tendência nossa é sempre traçar um perfil de tudo que nos cerca, mesmo sem conhecer. Falamos da fome, sem nunca ter precisado pedir um prato de comida. Falamos dos presidiários sem nunca ter estado em uma penitenciária. Temos muita teoria e pouca ação. Nós, enquanto casal, temos o "DEVER DE SENTAR-SE", o caminho para esclarecer as diferenças e os outros Pontos Concretos de Esforço para nos mantermos firmes nos ensinamentos de Jesus ... " " ... Tendo o hábito da oração conjugal, fortalecemos nossa fé, aceitamos a cruz, não como fatalidade, mas sim como um compromisso assumido com Deus de servir aos irmãos ... " " ... Muitas vezes sentamos na cruz para que os outros a carreguem, é mais fácil ... " " ... Aceitamos o Cristo sem sua cruz, na maioria das vezes ... " e com isso tornamo-nos "cegos e paralíticos para a ação ... " Sem dúvida alguma, tais reflexões estão num contexto de relacionamento, entendimento e principalmente "resposta" a uma proposta. É essa a proposta de seguir Jesus, o Cristo, com sua Cruz que nos é apresentada na vivência dos Pontos Concretos de Esforço. Eles são alavancas, são estilo de vida, são formas concretas para chegar à Ressurreição. Que Deus os abençoe! Abraços + orações Pe. Mário José ECIR 2


A ECIR Conversa comVocês / Queridos irmãos equipistas! Já se passaram seis meses dos nossos EACRES, onde vivenciamos a experiência do encontro e comunhão de casais que vivem a mesma fé, o mesmo ideal: fazer do casamento lugar de amor, felicidade e santidade. Com o mesmo entusiasmo e fé daqueles dias, hoje vamos falar com vocês. Os temas desenvolvidos naqueles encontros, levaram-nos a uma profunda reflexão do nosso papel de batizados comprometidos com a construção do Reino de Deus no mundo. · Hoje, nossa reflexão será sobre a última das quatro exigências fundamentais da Evangelização: O ANÚNCIO (doc. 54 e 56 CNBB). Anunciar o Reino de Deus aos homens é a nossa primeira missão. Em Me 16, 15, Jesus nos envia a anunciar: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura". Segundo o Doc. 54 da CNBB, "o evangelizador é aquele que vai anunciar Jesus Cristo e a ressurreição. Para essa missão, exige-se dele uma profunda nústica cristã e missionária, que tenha força para envolvê-lo totalmente, ajudando-o a renovar as expressões do anúncio, o ardor evangélico e a busca de novos métodos. Que o auxilie a sintetizar as coisas do coração e da razão, tomando-o capaz de entregar a vida toda pela causa do Reino, a exemplo de Jesus Cristo. Que lhe

dê coragem e audácia para exercer sua insubstituível missão de profeta e homem de Deus hoje. O evangelizador deverá viver e cultivar a espiritualidade autêntica cristã, que tem seus fundamentos na Palavra de Deus e na Eucaristia, nas celebrações dos mistérios de Deus, na vida comunitária e no serviço ao mundo". O Movimento das ENS oferece-nos os meios para esta exigência: tema de estudo, reuniões de equipe, Pontos Concretos de Esforço, correção fraterna, ajuda mútua, hospitalidade. Ele é uma escola de evangelizadores. Não é sem razão que o Espírito Santo inspirou padre Caffarel e aqueles 4 casais a serem os fundadores desta escola, para que, em 1997, houvesse anunciadores por excelência da Boa Nova do Reino, num momento da História em que o mundo tem fome, não só de alimentos, mas, sobretudo, fome da Palavra de Deus. Somos Igreja, continuadores da missão de Cristo. A Igreja nascente destaca vários mestres da evangelização que devem ser modelos para 3


as, que estamos fazendo por elas? Não há como recuar. Um grande instrumento já temos em mãos: é a Experiência Comunitária, documento elaborado pelo Movimento para levar a Boa Nova do casamento cristão às farm1ias. É preciso, também, apoiar as rádios católicas, bem como as boas revistas e jornais. É dever de todos os batizados. Temos agora, em nível de Brasil, a Rede Vida de Televisão, rede católica, totalmente voltada para a evangelização. Em S. José do Rio Preto e nas cidades circunvizinhas, temos a colaboração expressiva dos equipistas em diversas programações. Colaborem! É primordial fazer opção pela audiência da REDE VIDA. Substituem as novelas pela Palavra Viva de Jesus Cristo anunciada pelos nossos pastores, palavra essa que penetra na nossa alma e coração, preparando-nos para o Jubileu do ano 2000. É uma colaboração imensa e estaremos abrindo nossos lares para a Nova Evangelização, através dessa emissora, aquela que está resgatando a cultura do casamento. E se Cristo estivesse aqui faria o mesmo: diante das câmaras da Rede Vida, anunciaria o Reino de Deus.

nós. Dentre eles Paulo que, em Atenas, pregando Jesus e a ressurreição, é conduzido ao areópago (local onde os magistrados, sábios, filósofos se reuniam). Respondendo às indagações deles, Paulo aproveitou e disse: "percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: a um Deus Desconhecido; o que adorais sem o conhecer, eu vô-lo anuncio", e pregou Jesus Cristo e a ressurreição (Atos 17, 23). Quantos areópagos modernos, hoje, que esperam anunciadores como Paulo: na política, nos meios de comunicação social, nas escolas, nos hospitais, nos bancos, nos shoppings, nos clubes, etc .. É lá onde exercemos a nossa profissão; lá, onde nos fazemos presentes, que vamos anunciar o Reino de Deus. O anúncio não é só com palavras, mas também com a própria vida, na experiência do Deus vivo através da freqüência aos sacramentos, na participação da celebração eucarística, na reza do rosário, no estar presente na vida da comunidade. Assim, nós seremos a boa notícia. Onde quer que estejamos, a nossa pessoa será portadora da Boa Nova do Reino de Deus. Redescobrir o Sacramento do Batismo como fundamento da nossa existência cristã, o nosso ministério batismal, é algo a ser evidenciado em toda a nossa postura de evangelizadores. Comecemos pela nossa farm1ia, vamos ouvir as indagações dos nossos filhos e saberemos se aí não estará ainda um "Deus Desconhecido". E as outras farm1i-

Eis que vos anuncio uma Boa Nova, que será para todo o povo. Hoje, na Cidade de Davi, nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor! (Lc 10, 11)

Rosinha e Anésio ECIR 4


Reunião do Colegiado dasENS/ . Maio/97 Lá estávamos nós - ECIR, Casais e Sacerdotes de Região - mais uma vez, reunidos em Colegiado. Tristes com a falta de Maria Regina e Carlos Eduardo, que se recuperavam de um acidente, e com a partida de Júnia e Mauro e de Maria Cecília e Gaspar. Felizes pelo reencontro e pelos novos casais que estavam conosco: Regina e Cleber e Márcia e Luiz Carlos (que passaram a integrar a ECIR) e Graça e Encarnação e Zezinha e J ailson (Casais Regionais que participavam pela primeira vez).

Iniciamos nossos trabalhos com o estudo da pessoa de Jesus Cristo. Nós já o conhecemos, mas, por isso mesmo, corremos o risco de nos acostumarmos e deixarmos de perceber a sua grande novidade. Este estudo, orientado pelo Pe. Mário, buscou aprofundar nossa compreensão sobre quem é Jesus e seu

Como de costume, este Encontro do Colegiado, realizado no primeiro semestre, foi dedicado, sobretudo, à busca de formação, oração e unidade. Dentro do espírito do Projeto Rumo ao Novo Milênio, buscamos viver estas dimensões tendo como pano de fundo a pessoa de

mistério, vivido nas dimensões pascal, de sua vida pública e de sua encarnação. O reencontro com Jesus e uma experiência profunda de sua vida e amor, são os requisitos para renovação de nossa vida cristã, necessária para a eficaz ação evangelizadora.

Jesus Cristo, Caminho (que procuramos conhecer e aprofundar), Verdade (que buscamos no encontro com Deus) e Vida (que partilhamos e construímos em comunidade).

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A evangelização se dá através vidas partilhadas, encontros profunda Comunicação, motivo pelo qual dos e verdadeiros, busca comum da a Igreja no Brasil dedicou a última coerência na fé. Numa comunida,......,..-...... de destas, a correção fraterna é instrumento de amor e crescimento mútuo. Este foi o tema da palestra de D. Nancy. A Liturgia, como sempre, foi fundamental para aprofundarmos todas estas questões. Se na sexta-feira lembramos Jesus como nosso Caminho, no sábado celebramos a Verdade, que, vivida por nós, produz frutos para a Igreja e o mundo.

assembléia em ltaicí a esta questão. Como o próprio Movimento das ENS tem a Comunicação como uma de suas prioridades, era natural que este assunto fosse tratado no Encontro do Colegiado. Para tanto, esteve conosco D. Eduardo, Bispo de Piracicaba, falando sobre a Comunicação e a Igreja (Documento 59 da CNBB). Um dos pontos ressaltados por D. Eduardo foi a necessidade de se investir, na Igreja, nos meios de comunicação (evangelizá- · los e usá-los na evangelização). Também ressaltou que Jesus Cristo é nosso modelo de comunicador, com seu método de diálogo e de valorização da pessoa com quem nos comunicamos. Vivemos nossa fé e a comunicamos em comuni-dade. A vida de equipe, portanto, exige não apenas amizade; requer, sobretudo, a construção de uma comunhão feita de

No domingo , celebramos a Santíssima Trindade, cuja festa coincidiu com o Encontro. Na Celebração Eucarística de Envio, deuse especial ênfase à pessoa de Jesus Cristo, fonte de vida. A vida recebida e partilhada no Encontro do Colegiado é para ser levada a todo o Movimento e ao mundo; isto foi simbolizado pelas uvas comidas e as mudas de parreira levadas, pelos Çasais Regionais, para as respectivas regiões. Temos certeza que estas mudas já foram plantadas e vicejam em todos os cantos deste país, levando a seiva da vida de Jesus e do Movimento a cada uma das equipes.

Lourdes e Sobral

ECIR 6


Novos Casais na ECIR/ "Estar pronto a cmorrer um pouco peIos outros , a I

dar-lhes nossa vida, significa não só dar nosso trabalho, 'nossos talentos', nosso tempo, mas também nos darmos, nós próprios, livremente, na alegria de uma partilha sem reservas ."

(A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora)

a participação de um casal, que poderia ser do Norte ou do Nordeste, na equipe da ECIR. O Norte e o Nordeste são lugares onde o nosso Movimento tem se desenvolvido muito. É bem verdade que, graças a Deus, tem crescido no Brasil todo, mas as experiências em lugares como o sertão nordestino ou a amazônia são muito gratificantes, em vista das dificuldades que enfrentam para a implantação de novas equipes nestes lugares. Estes dois casais são acolhidos com muita fraternidade por todos nós, e temos a certeza que seu amor e disponibilidade trarão para o nosso convívio uma grande motivação no nosso trabalho.

É com grande alegria que queremos contar a vocês, nossas queridas irmãs e irmãos das equipes, a participação de dois novos casais que começam a trabalhar conosco na EQUIPE DE COORDENAÇÃO INTER-REGI-

ONAL (ECIR). Um deles, o casal Regina e Cleber, foi responsável da região Rio 111 e temos certeza de que trará muitas riquezas para as nossas equipes do Brasil. O outro casal, Márcia e Luiz Carlos (Lulinha), que até o momento era responsável pela região Nordeste I, faz parte de um sonho por nós de há muito acalentado, que era

Maria Regina e Carlos Eduardo CR. ECIR 7


Sessão de Formação / Afinal, qual o motivo para promover sessões de Formação? São elas indispensáveis ao bom andamento do Movimento? Estas e outras perguntas nos ocorrem agora, depois de não conseguirmos casais em número suficiente para realizar a primeira Sessão de Formação do ano de 1997. Pois bem, examinemos sem paixão o assunto, para saber se o que o Movimento pede é supérfluo, desnecessário mesmo, a ponto de ficar simplesmente ao nosso critério aderir ou não. Em nossa vida profissional, principalmente se somos profissionais liberais, isto é, que prestam serviços a clientes, seja como médicos, advogados, dentistas, sabemos que estar em dia com o conhecimento é indispensável, sob pena de ficarmos para trás. A mesma coisa acontece com vendedores, que precisam melhorar a técnica a cada dia, se quiserem continuar vendendo. Manter-se atualizado, também aqui, é muito importante. E tudo isso tem a ver com nossa vida material, muito importante, por sinal, já que o homem não é apenas um ser espiritual, mas possui um corpo, que precisa se alimentar, estar abrigado, vestido; precisa de lazer, descanso, manter a saúde. E tudo isso depende de rendimentos, que é a contrapartida da prestação dos nossos serviços. Mas, se tudo isso acontece no

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Só a compreensão é que pode nos levar a fazer alguma coisa. Se queremos ser equipistas dignos desse nome, precisamos conhecer a fundo o que é ser equ i pista. Se queremos ser cristãos católicos verdadeiros , é necessário que aprendamos o que devem saber os católicos. ]

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nível material de nossa vida, o que precisamos fazer um exame de é de fácil compreensão para todos, consciência. Só a compreensão é não seria necessário aprender, atu- que pode nos levar a fazer alguma alizar-se, estar em dia com nossa coisa. Se queremos ser equipistas vida espiritual, dignos desse novida de equipisme, precisamos tas de Nossa SeNão seria necessário conhecer a fundo nhora? É claro o que é ser equiaprender, atualizar- pista. Se quereque sim. Não se concebe um mémos ser cristãos se, estar em dia com dico que não tecatólicos verdanha estudado deiros, é necessáa nossa vida para saber um rio que aprendamínimo de Medimos o que devem espiritual, vida de cina. Pelo consaber os católicos. equipistas de Nossa trário, estudam Se todos que permuito e se quetencemos a um Senhora? rem continuar Movimento cobons médicos nhecemos as mespassam a vida estudando. Pois o mas coisas, as mesmas coisas amamesmo cuidado devemos ter com mos, pois conhecer também é amar. nossa vida espiritual. Nossa alma é E isso se chama UNIDADE. Socomo um canteiro: se não cuidar- mos uma comunidade cristã que tem mos, o mato toma conta, e com ele por dever manter-se unida. Entre si os animais selvae com Deus. gens dos instintos. Teremos Por fim, nada sonova oportunidaSomos uma bra das flores fráde para remediar geis das virtudes isso . Temos cercomunidade cristã não cultivadas. teza que, desta As ENS savez, a adesão que tem por dever bem que não basserá para valer, ta aderir ao Movinão é verdade? manter-se unida. mento, pois Movimento é algo diEntre si e com Deus. Saudações nâmico, como o equipistas. Que, próprio nome já por intercessão diz. Não podemos nos acomodar, es- de nossa Mãe Maria, o Senhor nos tacionar no pouco que achamos que abençoe a todos! sabemos. O católico precisa conhecer sua religião; o equipista precisa Nanei e Rubens conhecer seu Movimento. Por essa razão existem as sessões de FormaEquipe N° 1 O - N. S. Aparecida ção. É tão importante, tão vital, que Londrina - PR. 9


Desafiando a Floresta / Prosseguindo o trabalho missionário de expansão do Movimento, saímos num final de semana, acompanhados do casal Terezinha/Conceição para a cidade de Maués, Estado do Amazonas, situada a 267 kms de Manaus, com seus 37.000 habitantes. A primeira parte da viagem é de ônibus e leva aproximadamente 4 horas, até chegarmos em Itacoatiara, onde se faz a baldeação para um barco, que navega a noite toda, chegando pela manhã à cidade de Maués. Sem perda de tempo, já às 14,00 horas do mesmo dia iniciou-se oretiro com 35 casais, o qual se encerrou no dia seguinte por volta das 13,00 horas. Contamos com a presença do Pe. Mário Pasquolotto, pároco da cidade, e bem como do casal italiano Pia e Demichieli Ezio que pertenceram ao Movimento durante 8 anos em sua terra natal e agora trabalham em Maués como missionários-leigos do PIME. Ao final do encontro formamos 3 (três) Experiências Comunitárias, sendo que uma delas é formada só por casais não casados no religioso

e que, na sua maioria, são impedidos de fazê-lo. Durante o período de EXPERIÊNCIA essas equipes vão contar com o apoio de um casal de Manaus e do mencionado casal italiano. Pegando o caminho de volta, agradecemos a Deus pela oportunidade de serviço em prol do seu Reino e a Nossa Senhora por nos encorajar a fazer com alegria tudo o que seu Divino Filho nos pede.

Amazonilda/Gama Casal Expansão - Manaus - AM 10


Terceiro Milênio Diálogo Inter-religioso s cristãos que não têm apreço nem respeito pelos outros crentes e pelas suas tradições religiosas, estão mal preparados para lhes anunciar o Evangelho. (1) Vivemos numa sociedade complexa, que sofre mudanças muito rápidas e marcada por um contexto cultural e religioso fortemente pluralista. Essas características são mais visíveis no mundo urbano, sobretudo nas grandes cidades. Infelizmente, a atitude mais comum entre os cristãos é de medo e de espanto. Alguns se enrijecem sustentando posições retrógradas e arcaicas, que acabam funcionando como escudos que os "protegem" contra o novo que não entendem. Outros, buscam a via da indiferença, como se as mudanças nada tivessem a ver com suas vidas. Graças a Deus, há os que já encontraram o caminho do diálogo. Diálogo entendido como comunhão recíproca, visando um fim comum, comunhão interpessoal; uma atitude de respeito e de amizade com os que pensam e organizam suas vidas de maneira diferente. Somente neste "espírito" é que podemos falar de diálogo inter-religioso. O diálogo inter-religioso é entendido, pela Igreja, como o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outros credos para um conhecimento mútuo e um recíproco enriquecimento,

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na obediência à verdade e no respeito à liberdade (2). Sem sombra de dúvida, foi o Concílio Vaticano 11 o último evento cristão que melhor nos preparou para o diálogo com o mundo pluralista. Com efeito, o Concílio consagrou os esforços de abertura e de diálogo com o mundo e a cultura contemporânea; promoveu a imagem da Igreja como povo de Deus; favoreceu a participação dos leigos, o pluralismo e a comunhão; reconduziu os católicos à Bíblia e renovou a liturgia; deu origem a uma reinterpretação da atividade missionária e, no que diz respeito às outras religiões, Igrejas e culturas, permitiu a passagem de atitudes de superioridade e exclusividade para uma fase de respeito e de diálogo (3). É com o Concílio que superamos a arrogância de detentores de toda a verdade sobre Deus, nos tornamos menos intolerantes e aprendemos a mergulhar no "mistério" da salvação, reconhecendo que tam-


bém nas outras tradições religiosas pírito polêmico nos novos movimentos religiosos, quer autônomos, quer há sementes do Verbo ocultas (4). Às portas do Terceiro Milênio, católicos. A busca da afirmação da somos convidados por João Paulo própria identidade tem confundido II a uma atitude de arrependimento muita gente de boa fé. Há os que dos "métodos de intolerância ou até pensam que para afirmar-se é premesmo de violência no serviço à ver- ciso destruir o outro. Tal postura redade", utilizados pela Igreja, espe- dunda em um total equívoco, pois a identidade de um ser cialmente em alguns se torna mais evidenséculos de sua históO diálogo interte no convívio com o ria (5). Não podemos outro. É o outro, em esquecer que, em religioso é nome da religião, já entendido, pela outras palavras, que afirma a nossa idense excluiu, torturou e Igreja , como o tidade. até matou. Faz-se conjunto das Faz-se necessámais que necessário um apelo veemente relações inter- rio reconhecer que há um diálogo mais propara que o diálogo religiosas , fundo em marcha, seja o método natural positivas e que não se dá no do anúncio. Não foi construtivas , mundo das idéias e assim que fez o Mesdiscussões teológitre ao conversar com com pessoas e a Samaritana? Necomunidade s de cas, mas no chão concreto da vida. O nhum amor pela veroutros credos que para os teólogos dade justifica a viopara um é objeto de especulência no relacionalação, para o povo de conheci mento mento humano. SoDeus é prática de somos convidados atesmútuo e um brevivência. Nas temunhar Jesus com recíproco Comunidades a nossa vida, mais enriquecimento, Eclesiais de Base e que com as palavras. nos mais diversos na obediência à Dentre os obstámovimentos populaculos para um autênverdade e no res , os pobres já tico diálogo inter-rerespeito à aprenderam que a ligioso destacam-se: liberdade . fome, a falta de tera ignorância religiosa, ra, de água, são a auto-suficiência, a falta de confiança na sinceridade dos ecumênicas. Atingem a todos: caparceiros para o diálogo, o espírito tólicos, evangélicos, "crentes" e não polêmico, a mescla de motivações crentes. É neste prisma que se comprereligiosas, étnicas, raciais, políticas ende que "o empenho fundamental e outras. Na atual conjuntura, verifica-se, que deve existir entre as religiões sobretudo, a prevalência de um es- neste novo horizonte ecumênico vai 12


O empenho fundamental que deve existir entre

as religiões neste novo horizonte ecumênico vai no sentido de promover uma comunidade humana de afirmação da vida, uma comunidade fundada no encontro, na justiça e na paz. Dar vida a este mundo: este é o grande desafio enfrentado hoje pelas religiões. no sentido de promover uma comunidade humana de afirmação da vida, uma comunidade fundada no encontro, na justiça e na paz. Dar vida a este mundo: este é o grande desafio enfrentado hoje pelas religiões. As religiões não podem existir para si mesmas, seu objetivo fundamental é fazer com que o humano viva mais próximo da divindade mediante a experiência do amor. Este é o grande sentido da oração sacerdotal de Jesus em favor da unidade no Evangelho de João: para que todos sejam um, como nós somos um: Eu neles e tu em mim.(... ) a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles (Jo 17, 22-23.26)(6). Permanece, porém, o maior desafio no campo do diálogo inter-religioso: reconhecer que o pluralismo religioso não só não constitui um mal, um pecado, uma limitação humana, mas expressão do multiforme mistério de Deus. Sem negar a plenitude da ação salvífica de Jesus Cristo, reconhecer que o mistério de Deus é inesgotável e não plenamente apreendido por nós. Sem uma grande dose de hu13

mildade, corremos o risco de roubarmos o lugar de Deus e transformarmos tudo o que Ele nos deu como Graça (a Eucaristia, a Igreja e Maria) em obstáculos para a realização do sonho de Jesus: "Que todos sejam um".

Pe. Manoel Godoy Assessor da CNBB - Sacerdote Conselheiro Espiritual da R egião Centro-Oeste

Bibilografia I - Pontifício Conselho para o Diálogo inter-religioso, Petrópolis, 1991, 73c. 2- Idem n° 9. 3 - Frisotti, Heitor, "Passos no Diálogo", São Paulo, Paulus, 1996, pp 16-17. 4- (cf Ad Gentes, 11). 5 - (cf. Tertio Millennio Adveniente, 35). 6 - Teixeira, Faustino L. Couto, "Novos paradigmas resultantes do diálogo inter-religioso", apostila.


Um Roteiro de Viagem livro CAMINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS convida-nos, com os discípulos de Jesus, a acompanhar o Mestre, da Galiléia até Jerusalém, onde Ele morre na cruz, mas ressuscita, como predissera. Apesar de nossos pecados e das dificuldades do caminho, somos convidados a crer no Filho do Homem, que é o Filho de Deus.

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No Capítulo 1 do livro, é nos apresentado um "roteiro de viagem", para melhor meditarmos, nos capítulos seguintes, o Evangelho segundo Marcos. Marcos escreve seu Evangelho mais ou menos pelo ano 70 DC. Não escreve coisa não sabida, mas lembra os fatos da vida de Jesus para chamar a atenção das comunidades cristãs que já enfrentavam problemas com a perseguição, problemas com pessoas que interpretavam a Verdade de Jesus de maneira diferente, no intuito de atender aos próprios interesses. Muitos cristãos, diante das perseguições, negam a fé, como Pedro negou Jesus. Outros o traem, como Judas. Muitos já não tinham o mesmo entusiasmo do início, quando se converteram. Também havia os que não aceitavam as mudanças na religião:

queriam ser cristãos, conservando os ritos judaicos. Ainda: o judaísmo era uma religião nacional; o cristianismo, diferentemente, se apresenta como uma boa nova para todas as nações. Havia dificuldade de o povo assimilar isso. Para muitos, o fato de Jesus ter morrido numa cruz era inaceitável, um escândalo entre os judeus, uma loucura para os gregos. Também hoje, muitos crêem em Jesus, mas não aceitam a cruz. Seria melhor que Jesus tivesse morrido de velho, de câncer. Estamos acostumados a uma idéia triunfalista da Igreja (na idade Média, os reis eram coroados pelo Papa). É nos custoso aceitar que um padre possa ser preso, que os bispos possam ser criticados por políticos ou pelo governo. Tais coisas abalam a fé de muitos. No tempo de Marcos, este problema era ainda pior. Os governantes não aceitavam o Deus dos cristãos. Muitos já tinham sido mortos por serem cristãos. Para muitos, hoje, a Igreja deveria aderir ao modernismo, ao positivismo, à idéia do consurnismo e utilitarismo. A Igreja deveria aderir ao aborto, ao divórcio etc. porque isso é da época. A Igreja deveria dar um "jeitinho" na Verdade de Jesus. 14


Como os cristãos dos anos 70, os cristãos do ano 1997 perguntamse: afinal, quem é Jesus? Marcos diz para aquelas comunidades e para nós: Jesus é o Filho de Deus feito homem. Ele realmente morreu numa cruz, a mais ignominiosa forma de alguém ser morto na época (não poderia ser diferente, pois Ele tomou para si os pecados de todos os homens). Jesus, porém, ressuscitou : Ele é realmente o Filho de Deus e está vivo. Como as primeiras comunidades, hoje nós temos dúvidas sobre a doutrina de Jesus: são tantas as religiões. Há quem diga que todas são boas. São tantos os "mestres" religiosos. Também há padres e bispos pregando coisas diferentes. Isso já acontecia no tempo de Marcos, quando os Apóstolos tiveram que fazer reuniões para explicitar a verdade e dizer o que era certo. A história da Igreja lega-nos uma herança de heresias e cismas. Com quem está a verdade? Como os discípulos de Jesus discutiam entre si, cada qual querendo ser o maior no reino do Messias, também hoje há discórdias entre os cristãos, há grupos, facções, cada qual dizendo ser o melhor. É a sede de mando. Também os Movimentos leigos padecem dessa mesma vaidade. Como os cristãos daquele tempo, que diziam uns serem de Apolo, outros de Cefas, outros de Paulo, hoje, muitos cristãos não ou15

É preciso também ir tirando da nossa comunidade os conceitos errados sobre religião ... É preciso que não sejamos legalistas, ritualistas, em desfavor da caridade ... É necessário que nos desapeguemos do desejo de poder ... É preciso ir tirando de nós os medos: os medos da cruz, porque queremos uma religião sem sofrimentos ... É preciso que não tenhamos medo da ressurreição ... É preciso reavivar a nossa fé, o nosso entusiasmo, porque, por Cristo, vale a pena morrer.


vem a Igreja como um todo, o Magistério da Igreja, mas só aceitam o que um determinado bispo fala, o que um conhecido padre prega.

Mui tos cristãos, diante das perseguições, negam a fé, como Pedro negou Jesus. Como os discípulos de Jesus, não gostamos que outros invoquem o nome de Jesus, que outros façam milagres. No entanto, Jesus não concorda com o ciúme: "Quem não é contra nós, é a nosso favor" (Me 9,40). Para um público de tantas dúvidas, Marcos fala na insistência de Jesus em chamar os discípulos. Não importa os defeitos. Como os discípulos daquele tempo, nós somos ciumentos, vaidosos, pecadores. Mas Ele continua a nos chamar a sermos Igreja, a sua Igreja. Chama-nos para nos curar dos nossos pecados. Mas nós precisamos aceitar que somos pecadores.

de. É necessário que nos desapeguemos do desejo de poder, que leva Herodes a aceitar a maneira pagã de viver, assim como hoje, muitos, desejando continuar cristãos, querem que a Igreja aceite os modernismos da sociedade. Os cristãos daquela época tinham muitos medos. Como nós.

É preciso ir tirando de nós os medos: os medos da cruz, porque queremos uma religião sem sofrimentos, sem restrições de ordem moral, que negue a existência de pecado. É preciso que não tenhamos medo da ressurreição. Temos medo, porque, em crendo na Ressurreição de Jesus, isso nos compromete com a nossa própria ressurreição, com a mudança de vida, e com a aceitação da única verdade de Cristo. Marcos diz aos já temerosos cristãos do seu tempo e a nós: Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus feito Homem. Ele morreu. Ele ressuscitou. Ele está vivo no meio de nós. É preciso reavivar a nossa fé, o nosso entusiasmo, porque, por Cristo, vale a pena morrer. Somos salvos por Ele e com Ele ressuscitaremos.

É preciso também ir tirando da nossa comunidade os conceitos errados sobre religião: "Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes" (Me 8, 15). É preciso que não sejamos legalistas, ritualistas, em desfavor da carida-

Graciete e Avelino Equipe N. Sra. de Guadalupe Porto Alegre A (RS) 16


O Louvor através da Música Entrevista com Irmã Nliria Temos a satisfação de apresentar à família equipista a Irmã Miria Therezinha Kolling, religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria, e, seguramente, uma das maiores expressões atuais da música sacro-lítúrgica do Brasil. Nascida em Dois Irmãos, interior do Rio Grande do Sul, a 50 Km da capital gaúcha., desde cedo, sentiu a vocação religiosa, que praticamente nasceu com a música, cultivada na própria família. Em 1960 se fez Religiosa dessa Congregação, com sede em Porto Alegre, vindo para São Paulo, onde reside atualmente. CM: O seu trabalho em relação ao Canto Pastoral nasceu de um objetivo prévio ou aconteceu por acaso? IRMÃ MIRIA: Creio que para quem tem fé, não existe o acaso, pois a Providência Divina nos conduz; e, às, vezes por caminhos surpreendentes. Na verdade, a música sempre foi parte de mim. Entretanto, descobri-me como compositora bem mais tarde, por volta dos anos 70, quando já participava dos famosos Cursos de Canto Pastoral, que surgiram após o Concílio Vaticano II, com a renovação litúrgica, e que duravam até duas semanas. E foi numa das aulas de Harmonia e Composição (que eu pouco entendia ... ), dadas por Frei Joel Postma, que a luz se fez: fui percebida com jeito para compor... Veio a Missa da Amizade, em 1971; depois, da Alegria, Ser Presença, etc .. Começaram os convites para cantar com o povo em diversas cidades. E foi ficando cada vez mais 17

Creio que para quem tem fé , não existe o acaso, pois a Providência Divina nos conduz; e, às vezes, por caminhos surpreendentes.


claro que Deus queria isso de mim, que esse meu dom deveria ser colocado a serviço do povo, da Liturgia.

(além de tocar piano e violão) e faço Técnica Vocal e Canto.

CM: A sua formação musical é específica ou um dom natural, espontâneo? IRMÃ MIRIA: A música em mim é um dom natural, herdado sobretudo por parte da fanu1ia de minha mãe. Ela e meu pai se conheceram no coro da Igreja, onde ambos cantavam. Em casa formávamos um belo coral, a 4 vozes, regi-

CM: Como você analisa o papel da música no contexto litúrgico? IRMÃ MIRIA: A música é fundamental na liturgia. Não é enfeite, mas parte integrante da mesma. Nesse sentido, cada canto tem uma função específica, e deve estar de acordo com o rito, o momento litúrgico, a Palavra e o tempo litúrgico ou a festa celebrada. Se a Liturgia é o coração da Igreja, a

do por um irmão mais velho. Por outro lado, não basta o dom. É preciso estudo, técnica, formação musical. Desde menina, no colégio, sempre estudei teoria musical, solfejo e piano. Mas o Curso Superior de Música eu o fiz bem mais tarde, já como Religiosa, em Santos (SP). Mais tarde, aprofundei os estudos musicais na Alemanha e Áustria. Há vários anos estudo flauta

Música é o coração da Liturgia. Afirma o Documento "Sacrosanctum Concilium" que depois da comunhão sacramental, o canto é o modo mais perfeito, a forma mais profunda de se participar da Celebração, que é sempre a festa de Deus com o seu povo. Não há festa sem canto ... O canto une vozes e corações, toca as profundezas do nosso ser, eleva o espírito, favorece 18


a participação e, através dele, a ora- Deus, pela Liturgia e pelo povo. Na ção se expressa com mais beleza e Revista "Vida Pastoral" no 185, de suavidade. Vêem-se por aí muitos nov/dez/95, da Editora Paulus, há cantos completamente dissociados uma entrevista comigo, que pode da Liturgia, apenas para preencher ajudar a esclarecer essa e outras espaços e tempos, que distraem em questões sobre o assunto. vez de traduzir, expressar e celebrar o mistério. Faltam critérios para a CM: Como você vê o aproveiescolha de cantos adequados. tamento de músicas populares no CM: As comunidades e paró- conteúdo da liturgia, visando a quias usam bem as músicas nas ce- inculturação? lebrações? O que podia ser feito IRMÃ MIRIA: Considero espara melhorar? tes três aspectos: IRMÃ MIRIA: Em muitos loa) Usar simplesmente a música cais sim. e isso é fruto dos Encon- popular, transportando-a para a Igretros de Liturgia e ja tal qual foi feiCanto Pastoral, ta, não é correto, de formação pois ela não foi Nós temos um litúrgica, estudo, feita com esta firepertório bonito, orientação segura nalidade, este obrico e variado de do sacerdote, de jetivo. músicas litúrgicas, equipes que se b) Aproveitar reúnem para preas melodias ponão necessitando parar a Celebrapulares e colocar recorrer a outras, ção e escolhem nelas outra letra que foram feitas num religiosa, com critério os também contexto cantos. Mas há não se deve fazer, ainda um longo é inadequado. completamente caminho a perdiferente, com outra Nós temos um correr, pois há repertório bonito, finalidade. falta de formação rico e variado de a esse respeito. músicas Sempre as mesmas dúvidas e ques- litúrgicas, não necessitando recortões: o que cantar, porque cantar, rer a outras, que foram feitas num como cantar, quando cantar... Ain- contexto completamente diferente, da se escolhe o canto por ser boni- com outra finalidade. to, agradável, conhecido, e não por c) Buscar inspiração nos nosser litúrgico. Improvisa-se a Festa sos ritmos, melodias, cadências e do Senhor. Canta-se qualquer can- modulações, enfim, no "jeitão" brato, em qualquer momento, de qual- sileiro, isto sim, deve nos ajudar no quer jeito. Parece que nas coisas de louvor de Deus, cantando com a Deus nos contentamos com muito alma brasileira que temos. Eu mespouco. O ministro da Liturgia e do ma me inspiro no folclore e na múCanto deve ser um apaixonado por sica popular para compor os meus 19


cantos. O importante é que a letra seja bíblica e orante, traduza a vida e a fé do nosso povo, feita para a celebração, para a Liturgia.

Buscar inspiração nos nossos ritmos, melodias, cadências e modulações, enfim, no ''jeitão" brasileiro, isto sim deve nos ajudar no louvor de Deus.

IRMÃ MIRIA: É bom cantar. É importante cantar. Na Liturgia da vida e na vida da Liturgia, quando celebramos os mistérios de Deus. É um especial dom divino o da música. Então nós, os compositores, animadores de canto, instrumentistas, enfim os que se dedicam ao ministério da música litúrgica, devemos ser instrumentos de Deus, através dos quais, Ele quer se comunicar com o coração do povo e este, alcançar o Coração de Deus. Rezemos cantando e cantemos rezando. Que o Espírito cante em nós e nos sustente nesta bela missão, para que sejamos servidores do povo, a serviço do louvor de Deus! Que Ele nos abençoe! Amém!

É bom cantar. É

CM: Como se ajuda as pessoas a cantarem? IRMÃ MIRIA: Além da música, Deus me deu o dom da comunicação, o que ajuda muito. Sou apaixonada por Ele, pela Liturgia e pelo povo, e isso transparece no meu entusiasmo, vigor e energia, que certamente vêm do Espírito que me sustenta e canta em mim, contagiando também quem canta comigo. O povo chega feliz e sai mais feliz, renovado e enriquecido, com o coração ardendo de amor, como devia ser cada Liturgia: aquecer o nosso coração para anunciar o Deus experimentado em nossa vida.

importante cantar na liturgia da vida e na vida da liturgia, quando celebramos os mistérios de Deus. É um especial dom divino o da música.

MARIA CECÍLIA e JOSÉ CARLOS Equipe da Carta Mensal

CM: Irmã, um espaço para seu comentário final.

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Comemorou-se no dia 20 de abril de 1997, no Rio de Janeiro, o Jubileu de Ouro Sacerdotal do padre JOÃO FRANCISCO DE KRUIJF M.S.C. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em Amsterdan (Holanda). Desde dezembro de 1948 no Brasil, fazendo maravilhoso trabalho de apostolado, desprendido de tudo, evangelizando e espalhando contagiante alegria por onde passa, sua característica marcante. Um verdadeiro Missionário do Sagrado Coração. Em 10/09/92 assumiu, como Conselheiro Espiritual, a Equipe 102 - Nossa Senhora do Sagrado Coração - do Setor B - Região Rio III das ENS.

Em 20 de julho último, o Pe. LUCIANO PENIDO, da Congregação Redentorista, e Conselheiro Espiritual da Equipe 11, Setor B, Região Rio I, há quase 20 anos, celebrou Bodas de Ouro Sacerdotal. Nascido em Belo Vale- MG em 18110/22 ,ainda mantém profunda ligação com sua terra natal através de uma ação benemérita em favor dos carentes e necessitados. No Rio de Janeiro, a sabedoria e a caridade têm sido as características de seu trabalho na Paróquia de Santo Afonso e com os seus equipistas, que louvam a Deus por seu belíssimo exemplo de bondade e por sua fidelidade à vida sacerdotal.

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A Equipe NOSSA SENHORA DO CARMO, do Setor de Mogi das Cruzes-SP, comemorou, em abril deste ano, a festa de suas Bodas de Prata de fundação , ocorrida no mês de março, numa missa solene mensal das equipes, na Igreja da Ordem Terceira do Carmo. Para comemorar a data, além dos demais equipistas do Setor, foram convidados todos aqueles que participaram dessa Equipe (casais que saíram) e aqueles que a ajudaram (casal piloto, ligação, etc).

Gisleine e Afonso - CR do Setor de Mogi das Cruzes Expansão • Novo Setor : VALPARAÍSO/SP A coordenação de Valparaiso/SP, cujas primeiras equipes foram fundadas em 1.987, mercê de seu desenvolvimento e maturidade, foi elevada a Setor, ligada à Região São Paulo Oeste II. Contando com 8 equipes, uma outra em pilotagem e uma Experiência Comunitária, o novo Setor já vem se expandindo para a cidade de Bento de Abreu e com projetos para outras cidades circunvizinhas, onde pretendem iniciar proximamente novas Experiências Comunitárias. Santina e José Luiz Pistori são o casal responsável do Setor. Desejamos-lhes muito êxito na condução desse trabalho, juntamente com sua equipe de Setor. Maria Tereza e Laerte - CRR São Paulo Oeste li • Novas Equipes: -Equipe Nossa Senhora da Saúde- de São Gabriel (equipe distante)- Região Rio Grande do Sul -Equipe 23 - Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, do Setor A, Londrina-PR, fruto de Experiência Comunitária -Equipe 25 -Nossa Senhora da Luz, Setor A, Londrina-PR, fruto de Experiência Comunitária.

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Falecimentos: Lembremo-nos em nossas orações de nossos irmãos falecidos, pedindo que Deus os acolha em sua presença. • Monsenhor ENZO CAMPOS GUSSO, ocorrido em 12/ 06/97, em São Paulo, que durante 45 anos foi Conselheiro Espiritual da atual equipe no 1 do Setor E. • Padre GEORG BORNEMAN, ocorrido em 11/04/97, que foi Conselheiro Espiritual das duas primeiras equipes inaugurais e grande incentivador do nosso Movimento em Valparaíso/SP. • CARLOS FERNANDO FRASCÁ, ocorrido em 09/12/ 96, esposo da Hedda, pertencente à Equipe 1 - Nossa Senhora Auxiliadora, do Setor B, de Araçatuba/SP. • ÁUREA MARIA SCAVASSA CALLESTINI, ocorrido em 03/05/97, esposa do Edmur, pertencente à Equipe 5- Nossa Senhora da Amizade, do Setor B, de Araçatuba. • ROSÁLIA BRATOWSKI GIL, esposa do João Gil, da Equipe Nossa Senhora dos Navegantes, do Setor A, de Porto Alegre- RS, ocorrido em 22/05/97.

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A Equipe NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS, do setor D de Porto Alegre-RS, comemorou no dia 08/junho/ 97 seu Jubileu de Prata. Esses 25 anos de vida comunitária equipista foram comemorados solenemente , através de um tríduo de Ação de Graças, compartilhado com as demais equipes do Setor.

Lídia e Leo - CRE I

Errata

Na Seção Histórias da Nossa História, da edição da Carta Mensal de Maio de 97, constou que a referida Peregrinação a Roma deu-se no ano de 1958, quando o correto é o ano de 1959.

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I

Endereços dos Tribunais Eclesiásticos Conforme prometido na última edição da Carta Mensal, apresentamos os locais onde existem os Tribunais Eclesiásticos de Primeira Instância Regionais ou Interdiocesanos. Eles encontram-se divididos basicamente por Regionais Eclesiásticas, conforme definido pela CNBB . Assim, nos locais onde não existem Tribunais, saiba-se que a jurisdição dos mesmos não é apenas local, mas abrange as respectivas localidades adjacentes, de forma que todo o Brasil é atendido. Em caso de dúvida, para se saber qual Tribunal se deve procurar, basta pedir informações pelo telefone do Tribunal mais próximo.

• Norte I - Manaus-AM Av. Joaquim Nabuco, 1023- CEP 69020-030 fone 092-234-7603 • Norte 2 - Belém-PA Av. Governador José Malcher, 915/Nazaré- CEP 66060-230 fone 091-223-1565 • Nordeste 1 - Fortaleza-CE Av. Dom Manuel, 03 - CEP 60060-090- fone 085-226-8238 • Nordeste 2 - Recife-PE Av. Vise. Suassuna, 956/Sto Amaro- CEP 50050-540 fone 081-421-6075 • Nordeste 3 - Salvador-BA Tr. Martin Afonso de Souza,270 - Bairro Garcia CEP 40110-620 fone 071-247-5088 • Nordeste 4 - Teresina-PI Rua Frei Serafim, 3200- CEP 64000-240 fone 086-222-4350 • Nordeste 5 - São Luis-MA Praça Pedro II, s/n- CEP 65010-450 fone 098-232.5282 • Leste 1 - Rio de Janeiro-RJ Rua Benjamin Constant, 28, Sala SOl/Glória- CEP 20241-150 fone 021-252-0784

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• Leste 2 - Belo Horizonte-MG Av. João Pinheiro, 39,2° Andar- CEP 30130-180 fone 031-2228730 • Leste-2 - Vitória-ES Rua Soldado Abílio dos Santos ,47- CEP 20015-620 fone 027-223-6711 • Sul 1 - São Paulo-SP Av. Higienópolis 901- CEP 01238-001 fone 011-826-5143 • Sul 1 - Aparecida-SP Av. Júlio Prestes, s/n°- CEP 12570-000 fone 012-565-2813 • Sul 1 - Campinas-SP Rua Irmã Serafina, 88- CEP 13015-200 fone 019-232-2328 • Sul 1 - Sorocaba-SP Av. Dr. Eugênio Salerno, 60- CEP 18035-430 fone O15-221-6880 • Sul 2 - Curitiba-PR Av. Jaime Reis, 369- CEP 80510-010- fone 041-224-3921 • Sul 3 - Porto Alegre-RS Rua Espírito Santo, 95- CEP 90010-370- fone 055-228-6199 • Sul 4 - Florianópolis-Se Rua Dep. Antonio Edu Vieira, 1524/Pantanal CEP 88040-001 fone 048-234-7033 • Centro-Oeste - Goiânia/GO Pr. Dom Emanuel s/no- CEP 74030-140 fone 062-225-3022 • Centro-Oeste - Brasília/DF Avenida L2 Sul, Q 601- CEP 70200-610 • Oeste 1 e Oeste 2 - Campo Grande-MS Rua Abílio Barbosa, 168- CEP 79022-120 fone 067-764-4338

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Famílias Desfeitas maravilhoso ideal de uma família unida está ~m co~­ traste com uma s1tuaçao cada vez mais freqüente hoje em dia, inclusive entre os cristãos: a farm1ia que se desfaz pela separação dos cônjuges, seguida, não raramente, do divórcio, da celebração de um novo casamento (no civil), ou de uma nova união de fato.

O

Alguns cristãos perguntam: A Igreja poderia mudar sua doutrina e aceitar o divórcio? Além disso, qual é a conduta da Igreja em relação aos divorciados que voltaram a se unir em matrimônio ou, simplesmente, convivem com outra pessoa, quando estes conservam sua fé e desejam participar da vida eclesial e dos sacramentos?

pare o que Deus uniu" (Mt 19, 4-6). Nos primeiros séculos da Igreja, até o século V, após o repúdio da esposa que tivesse sido infiel, tolerava-se que o homem (não a mulher) pudesse casar-se de novo, continuando a participar regularmente dos sacramentos. Desde o fim do século II, nas Igrejas Orientais (Líbano, Síria, Egito, Grécia ... ), permite-se que o esposo que se separa da adúltera se case novamente, e, posteriormente, desde o século V, se permite que a esposa inocente abandonada se case de novo. No Ocidente, a partir de Santo Agostinho (354-430), firmou-se a norma da indissolubilidade do matrimônio em qualquer hipótese.

Para responder a essas perguntas, os cristãos procuram conhecer a mensagem de Deus, revelada na Bíblia e vivida ao longo da história da Igreja, com uma atenção particular tanto às normas dadas pelos pastores da mesma Igreja, como às situações históricas.

Como resolver estas incertezas, nascidas de diferentes interpretações da Bíblia, que houve na história da Igreja? A resposta poderia ser a seguinte: De um lado, a Palavra de Cristo lembra o projeto de Deus sobre o matrimônio. Portanto, aqueles que desejam viver com coerência a própria fé cristã não podem pensar no casamento como se fosse uma experiência sem compromisso sério e duradouro.

Quando Jesus foi interrogado pelos fariseus sobre o assunto do divórcio, respondeu: "Não lestes que, desde o princípio, o Criador os fez homem e mulher? E que disse: 'Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne ?' De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, que o homem não se-

Por outro lado, na história da Igreja encontram-se atitudes de tolerância. Lembre-se que "tolerância" não significa aceitação, nem, 26


muito menos, admitir a situação do divórcio como ideal. No caso concreto, é preciso, antes de tudo, respeitar a consciência destes "casais irregulares", perante a lei do Estado ou da Igreja: só Deus pode julgar a consciência de cada um. Em segundo lugar, vamos discernir bem as situações, como nos sugere o Papa João Paulo II, no documento sobre a função da família cristã no mundo de hoje, Familiaris Consortio (no 84). De fato, existem, por um lado, os que "destruíram" o próprio casamento, e, por outro, os que foram "vítimas" disso. Há ainda aqueles que estão subjetivamente convencidos que o precedente matrimônio nunca tinha sido válido ou que contraíram uma segunda união em vista da educação dos filhos. Em todos os casos, o Papa lembra que os divorciados permanecem membros da Igreja, "devendo, enquanto batizados, participar da sua vida". E, na Igreja de rito latino, continua, por enquanto, a proibição de "comungar" para os divorciados que vivem maritalmente. Isso não significa que os divorciados sejam proibidos de participar da Celebração Eucarística, de rezar, de batizar os filhos, etc.

A pastoral dos divorciados é uma realidade nova, um caminho difícil. É preciso que, de um lado, seja aceita a mensagem de Cristo acerca do matrimônio indissolúvel e que, do outro lado, seja aceita a mensagem do mesmo Cristo que pediu aos cristãos para serem misericordiosos.

Em outros termos, a pastoral dos divorciados é uma realidade nova, um caminho difícil. É preciso que, de um lado, seja aceita a mensagem de Cristo acerca do matrimônio indissolúvel e que, do outro lado, seja aceita a mensagem do mesmo Cristo que pediu aos cristãos para serem misericordiosos.

Lino Rampazzo (Doutor em T_eologia) do Jornal SANTUARIO de Aparecida 27


Preparativos para o li Encontro Mundial do Santo Padre com as Famílias /

sentado um livreto produzido pela CNBB , com os subsídios do Pontifício Conselho para a Fanu1ia. O objetivo é preparar as famílias através da reflexão e redescoberta de sua natureza, sua missão e seus valores. O livro contém, além da oração inicial e final de todos os dias, temas para 12 encontros a serem realizados em família. É um ótimo instrumento de trabalho para as atividades da Semana da Família, de 10 a 17 de agosto.

Aproximando-se a data desse Encontro Internacional, a realizarse nos dias 4 e 5 de outubro, toda a Igreja do Brasil, através de suas Dioceses, vem incentivando seus diferentes grupos pastorais, Movimentos e os fiéis em geral, a se inscreverem como participantes desse Encontro. No entanto, mesmo para aqueles que não tenham condições de participar do evento, a CNBB traz a oportunidade para que todos se preparem e se coloquem em sintonia com os objetivos desse Encontro.

Nos preparativos para a comemoração do Jubileu do ano 2000, juntamente com o Papa e as famílias, a Igreja quer ser:

Na Seção NOSSA BIBLIOTECA dessa edição está sendo apre-

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"Pelo serviço ao mundo, ela (Igreja) se solidariza com as aspirações e esperanças da humanidade ... a colocar-se a serviço da causa dos direitos e da promoção da pessoa humana, especialmente dos mais pobres, em · vista de uma sociedade justa e solidária" (DGAE, no 87).

"Recriar a expenencia cristã... refazer o tecido cristão das comunidades eclesiais, sair de suas próprias fronteiras para um novo compromisso com a missão da Igreja no mundo" (Projeto Rumo ao Novo Milênio, doc. 56,

"0 anúncio de Jesus acontece de várias maneiras: o serviço, o amor gratuito, o perdão, a presença pública e profética da Igreja na sociedade são anúncio de Jesus" (Projeto Rumo ao Novo Milênio, doc. 56,

n° 90).

"A família possui e irr:a(li.a energias formiirhíivd;Jj;L capazes de arraitcatrhls pessoas do anonimato, as enriquecer de proftn(cla humanidade" (FC

n° 46).

Portanto, queridos casais equipistas, vamos todos participar ! (Extraído e adaptado dos folhetins da CNBB) 29


Curso para Profetas /

E

m nossa infância, queríamos ser profetas. Felizes seríamos se pudéssemos prever o futuro. Em nossa ingenuidade, profeta, astrólogo ou cartomante, não fazia muita diferença. Mais esclarecidos, compreendemos depois que os verdadeiros profetas não adivinhavam, mas viam a realidade com os olhos inspirados e, por isto, eram capazes de advertir o mundo de suas fraquezas, deficiências e faltas , mostrando os resultados ou conseqüências que fatalmente adviriam, se não sobreviesse a conversão ou a mudança de rumo, do mal para o bem, do pecado para a santidade, do demônio para Deus. Os profetas eram, na verdade, os oráculos do Espírito Santo, o que ficou claro com a revelação de que foi Ele quem por aqueles havia falado. As Equipes de Nossa Senhora cresceram muito, tanto no mundo, como no Brasil, e, há alguns anos, ESTHER e LUIZ MARCELLO, então Responsáveis pelo Movimento em nosso País, defrontaram-se com inusitado problema. A multiplicação dos equipistas, em diversas cidades e regiões, trouxe a necessidade de darlhes explicações mais amplas a respeito dos objetivos, da pedagogia e da dinâmica do funcionamento das Equipes, para que a unidade do Movimento fosse preservada. A par disso, impunha-se também aumentar a formação religiosa de todos. Idealizaram-se, então, as Sessões de Formação, com palestras e exposições

sobre assuntos diversos, mas, onde estavam os casais "formados", para servirem de palestristas? Afinal, pouquíssimos tinham experiência suficiente. Ora excelentes oradores, sem preparo religioso, ora verdadeiros teólogos, sem didática ou poder de comunicação, ora, nem uma coisa, nem outra. Para superar o problema, foi instituído o "Curso de Profetas", curiosa designação que se deu para a instrução de palestristas que iriam encarregar-se de transmitir aos casais equipistas iniciantes os ensinamentos que receberam a respeito das coisas do Movimento e das coisas de Deus. Assim, durante alguns meses, uma vez por semana, casais equipistas se reuniam em Jundiaí (SP), para treinarem palestras e exposições, cujos temas seriam tratados nas Sessões de Formação que se multiplicaram pelo Brasil afora. O "Curso de Profetas", nos moldes originalmente idealizados por ESTHER e LUIZ MARCELLO, não mais funciona hoje em dia, mas o Curso similar mantido pelo Espírito Santo continua aberto, estando em permanente atividade. Não exige prérequisitos, nem qualificações especiais. Qualquer um pode nele matricular-se e obter o diploma de Profeta. Basta ao candidato abrir bem as portas do seu coração e deixar a luz do céu entrar.

]unia e Mauro Equipe 28 - Setor B - Rio I 30


Festa da Assunção de N ssa Senhora mência, na vinda definitiva, quando todos os que são de Cristo forem vivificados e quando "o último inimigo a ser destruído será a morte" ( 1Cor 15, 26). Com tal exaltação da "excelsa Filha de Sião" mediante a Assunção ao Céu, está conexo o mistério da sua glória eterna. A Mãe de Cristo. efetivamente, foi glorificada como "Rainha do universo". Por isso, Maria tornou-se a primeira entre aqueles que "servindo a Cristo também nos outros, conduzem os seus irmãos com humildade e paciência àquele Rei ... " Maria, serva do Senhor, tem parte nesse Reino do Filho. A glória de servir não cessa de ser a sua exaltação real: elevada ao céu, não suspende aquele seu serviço salvífico em que se exprime a mediação materna, "até a consumação perpétua de todos os eleitos". Assim, aquela que, aqui na terra, "conservou fielmente sua união com o Filho até a Cruz", permanece ainda unida a Ele, uma vez que "tudo lhe está submetido, até que Ele sujeite ao Pai a sua pessoa e todas as criaturas". Mas, com a sua Assunção ao Céu, Maria está como que envolvida por toda a realidade da comunhão dos santos; e a sua própria união com o filho na glória está toda propendente para a plenitude definitiva do Reino, quando "Deus for tudo em todos".

A verdade da Assunção, definida por Pio XII, é reafirmada pelo Vaticano 11, que exprime a fé da Igreja nestes termos: "Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso de sua vida terrena, foi assumida à glória celeste em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que se conformasse mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores ( cf. Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte". Com esta doutrina, Pio XII situavase na continuidade da Tradição, que, ao longo da história da Igreja, teve expressões múltiplas, tanto no Oriente quanto no Ocidente. Com o mistério da Assunção ao Céu, atuaram-se em Maria definitivamente todos os efeitos da única mediação de Cristo, Redentor do mundo e Senhor Ressuscitado: "Todos receberão a vida em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: primeiro Cristo, que é a primícia; depois, à sua vinda, aqueles que pertencem a Cristo" ( 1Cor 15, 22-23). No mistério da Assunção exprime-se a fé da Igreja, segundo a qual "Maria está unida por um vínculo estreito e indissolúvel a Cristo", pois, se já como mãe-virgem estava a Ele unida, singularmente na sua primeira vinda, pela sua contínua cooperação com Ele o estará também na expectativa da segunda: "remida de um modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho", ela tem também aquele papel, próprio da mãe, de medianeira de ele-

João Paulo li Carta Encíclica Redemptoris Mater - 41. 31


A Vontade de Deus em Tudo

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o longo da nossa caminhada ristã vamos nos deparando om situações di versas de escolha: o estado de vida, o lugar, o tempo e as pessoas etc. Nestas ocasiões surge a pergunta: "O que Deus quer?", "Qual é a vontade de Deus?". O objetivo destas linhas não é esgotar o tema, mas dar algumas pistas para reflexão. Com freqüência temos idéias erradas acerca da Vontade de Deus, como se ela estivesse num livro já escrito, que se encontra oculto e que eu devo procurar. Se o achar, devo olhar para entender o que há nesse livro e tirar depois a resposta acertada. Esta idéia da vontade de Deus é muito errada.

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Com freqüência temos idéias erradas acerca da Vontade de Deus, como se ela estivesse num livro já escrito, que se encontra oculto e que eu devo procurar

Ao contrário, considerando-se que Deus ordena e dispõe tudo o que acontece no mundo, nós atribuiremos tudo a Ele. O que Ele dispuser nós amaremos e abraçaremos com ternura, na certeza absoluta de que isso é muito santo e amável, e que Deus tudo ordena e permite para nosso maior bem e para a sua maior glória. Então, o que é e como se pode compreender a vontade de Deus? A vontade de Deus é o amor de Deus em Cristo, que nos atrai irresistivelmente (nós podemos resistir, mas da sua parte é irresistível) para uma determinada figura de homem, de Igreja e de sociedade. A vontade de Deus é que todos os homens alcancem a plenitude da sua estatura moral, humana, em Cristo e no Espírito Santo. A vontade de Deus, pois, vai se fazendo. Para Ele é claríssima, já que é Cristo crucificado e ressuscitado, presente na Eucaristia e quer que nós cheguemos a ser uma só coisa, no Espírito Santo, fazendo-nos , como Jesus, capazes de dar a vida pelos irmãos. Vontade de Deus na minha vida é a maneira como eu deixo que se realize em mim a figura de Cristo, e junto com a comunidade (failll1ia, equipe, Igreja) nos configuramos ao estilo, ao modo de viver, de amar e de servir de Cristo. São Paulo pede

"que vocês saibam crescer no conhecimento da vontade de Deus ... podendo distinguir sem32


pre o melhor... que sua caridade se enriqueça sempre cada vez mais no conhecimento e em todo gênero de discernimento ... " (Flp

A Vontade de Deus

é conhecida na

1,9-11). Este conceito supõe o homem cheio de desejos e sempre em movimento, sempre em realização cada vez maior e em amadurecimento e ordenamento. Porém, a vontade de Deus é também um mistério. Às vezes é chamada por São Paulo "o mistério", isto é, o fato de que Deus amou tanto o mundo que o atraiu ao turbilhão de sua capacidade de amar. Vem então a pergunta fundamental: "Pedro, tu me amas?", pergunta esta que se converte em: realiza, então, a Minha vontade, cumprindo a capacidade de amar , que Eu coloquei dentro de ti. A vontade de Deus é conhecida na medida em que conhecemos o amor de Deus, quanto mais conhecemos o desígnio de uma comunidade conformada a Cristo e por Ele amada. O meio fundamental para conhecer tudo isto é a oração (pessoal e conjugal) que nos coloca diante de Deus, em adoração, e que nos abre os olhos na luz do Espírito. Do mesmo modo a leitura das Escrituras (Escuta da Palavra e Meditação) nos faz conhecer o estilo de vida de Cristo e de seu povo ... A Eucaristia faz que experimentemos esta comunidade que vive no amor de Cristo Jesus. Estes são os meios através dos quais conhecemos a vontade de Deus e crescemos no entendimento daquele desígnio de amor, mediante o qual Deus se faz presente no

medida em que conhecemos o Amor de Deus, quanto mais conhecemos o desígnio de uma comunidade conformada a Cristo e por Ele amada.

mundo; e nós o fazemos presente em nome de Cristo e em virtude dele, e dessa maneira transformamos a história, como Cristo a tem transformado. Finalmente, na qualidade de cristãos que devem encarnar os sentimentos e disposições daquele que é a sua Cabeça, nós devemos não somente submeter-nos a Deus e a tudo por amor de Deus, mas ainda pôr nisso a nossa alegria, a nossa felicidade, o nosso paraíso ... É essa a oração que todos os dias fazemos a Deus: "seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu".

Pe. Jaime Rojas Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor A- Fortaleza-CE 33


Vencendo os Revezes da Vida Somos equipistas há quatro anos e nossa equipe se formou a partir de uma Experiência Comunitária. Queremos testemunhar que foi através de um dos Pontos Concretos de Esforço que conseguimos forças para continuar nossa vida: A MEDITAÇÃ O diária tem sido para nós uma fonte de perseverança e de atuação dentro da comunidade. Há mais ou menos 2 anos estamos passando por provações absurdas e chegamos até mesmo a pensar em abandonar o Movimento. Foi quando, na Meditação da Palavra, através da 1a Carta de Pedro, Jesus nos mandou dizer a resposta. E foi por essa Palavra que conseguimos força para seguir em frente.

São Pedro, em sua Carta, dirige-se às comunidades cristãs da Ásia Menor dizendo: "Será melhor que sofrais - se esta é a vontade de Deus - por praticardes o bem do que praticando o mal" (!Pedro 3, 17). Com isto ela não se refere à grande perseguição que essas comunidades sofreriam alguns anos depois, mas refere-se às críticas, insultos e calúnias a que os cristãos estavam sujeitos por parte dos pagãos. Quando começamos a viver o Evangelho, logo percebemos certa oposição do mundo, oposição que se manifesta de diferentes modos.

Não de vemos desanima r quando um fato, (ou mesmo algumas palavras) fere a nossa verdade, mas é preciso analisar o acontecimen to à luz do Evangelho e procurar nele a vontade de Deus.

Acreditamos que esta reflexão poderá servir para muitos que vacilam, como nós, diante das provações que aparecem. A Meditação da Palavra ajudanos a entender a vontade de Deus para nós. Não devemos desanimar quando um fato, (ou mesmo algumas palavras) fere a nossa verdade, mas é preciso analisar o acontecimento à luz do Evangelho, e procurar nele a vontade de Deus. 34


Seguir Jesus significa romper com o mundo. É tentar destruir estruturas que oprimem, é revelar a verdade do Pai, é evangelizar. Jesus incomoda o mundo, por isso o mundo rejeita Jesus e também aqueles que se propõem a segui-lo.

Vale a pena sofrer a crítica do mundo se a sofremos como conseqüência do nosso desejo de fazer o bem. O importante é que não sejamos omissos. Sejamos perseverantes. Tenhamos coragem bastante para entender as "perseguições" como oportunidade para fortalecer a nossa fé.

Diante disso, nossa atitude de cristão deve ser uma atitude de perdão àqueles que nos ofendem e de compromisso para com a comunidade, pois a fé se consolida quando vencemos as dificuldades e perseguições. Não abandonando nossos propósitos e não nos acomodando, seremos capazes de mostrar ao mundo o quanto amamos a Jesus. A meditação da Palavra de Deus nos ensina, com esta passagem, que o cristão está exposto à incompreensão do mundo. Não devemos nos iludir de que basta a nossa boa intenção e nossa boa vontade e tudo estará resolvido. Sempre aparecem as pedras do caminho: críticas, objeções, dificuldades ... Faz-se necessário, então, mergulhar na oração e na meditação pra termos forças de enfrentar todas as adversidades e nos mantermos fiéis. Vale a pena sofrer a crítica do mundo se a sofremos como conseqüência do nosso desejo de fazer o bem.

como oportunidade para fortalecer nossa fé. Isto não é fácil, mas não é impossível. Jesus e Maria caminham conosco. Exercitemos o perdão e a humildade, a paciência e a compreensão, e através da oração e da meditação sentiremos que a alegria que isso nos traz será muito maior, incomparável diante de qualquer outra felicidade trazida pelo mundo.

Maria do Carmo e Nivaldo Equipe 10- Nossa Senhora Rainha da Paz Borda da Mata - MG

O importante é que não sejamos omissos. Sejamos perseverantes. Tenhamos coragem bastante para entender as "perseguições"

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Querido Filho

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Todos os dias, desde que você a morte do índio Galdino, pelos jonasceu, tenho agradecido a Deus vens de Brasília. Depois de muito por tê-lo recebido, principalmente refletir, conversar com o seu pai, naquelas condições, quinto fi lho, preparar alguns programas de rádio naquela idade! ... e você sabe disso, sobre o assunto, achei que devia lhe sempre lhe contei dos meus senti- contar o que eu acho que pode ter mentos de louvor e agradecimento. faltado àqueles jovens, em sua eduTempos atrás você até me disse: cação, em sua formação, meu filho. "Tá bom, mãe, você já me contou Para mim, isso!" É que, cada aqueles jovens vez que eu penso, devem estar muiEles foram ainda agora, meu tíssimo assustados atingidos pela onda com o tremendo coração bate de maneira diferente de violência crime que comee a emoção faz teram. Eles foram reinante no mundo meu sangue correr atingidos pe la e na nossa mais depressa. onda de violência reinante no mundo sociedade. E não Bem, mas e na nossa sociesouberam dizer hoje, vendo você dade. E não sou"não" na hora crescido, mais alto beram dizer "não" do que eu, entranna hora certa. certa. Não se do na adolescênsentiram fortes cia, algumas espiNão se sentis u fi cientemente nhas na cara, alram fortes suficiguns pêlos nascenentemente para para res istir à do aqui e ali .. ., a resistir à tentação tentação de fazer voz indefinida, mas de fazer uma malo olhar ainda de uma maldade, só dade, só para se menino e o sorriso para se divertirem! divertirem! Acamais bonito do baram com a vida mundo (apesar do do pobre índio, "aparelho"); então, com a vida dos fahoje resolvi lhe escrever para con- miliares dele ... mas também atingitar alguma coisa que anda aconte- ram violentamente a vida de seus cendo dentro do meu peito. próprios familiares ... e suas próprias vidas. Vão ter que amargar isso É que fiquei muito abalada com para o resto de seus dias. No futuro 36


até que poderão se justificar dizendo que eram jovens demais para saber o que estavam fazendo. Isso não explica nada e será apenas uma "defesa" para conseguirem conviver com tamanha cicatriz dentro do peito.

cortado pelo vinhateiro e jogado fora". Não tenha medo, meu filho, de permanecer ligado à verdadeira videira. Você não vai perder sua liberdade, não. Você vai se sentir mais livre e forte, não mais escravo de você mesmo, de suas paixões e más tendências, ou de convites "atraentes" de falsos amigos.

Mas, continuando o que eu quero lhe dizer, meu filho, é que, para nós, seu pai e eu, o que faltou àqueles jovens foi Deus. Sim, somente Só permanece ligado a Cristo os valores eternos da fé é que são quem supera o capazes de dar foregoísmo que feça ao jovem para cha o coração huresistir às tentamano em si mesções, não ser vítiNão tenha medo, mo, impedindo-o ma de suas paimeu filho, de de ser fraterno, irxões e saber dizer permanecer ligado mão, solidário. não quando os coQuero continuar legas o desafiarem à verdadeira olhando para a fazer algo de que videira. Você não você e vendo um mais tarde vai se vai perder sua galho forte, dando arrepender. frutos cheios de liberdade, não. vida e de amor. Quantas mães Você vai se sentir Pode contar não devem ter penmais livre e forte, conosco para sado como eu: poajudá-lo. Mas conderia ser meu filho! não mais escravo te sempre com a Afinal, ele anda de você mesmo, de força da "seiva" tão calado, melanque vem de Crissuas paixões e más cólico, não se inteto. ressa por nada, só tendências, ou de sabe balançar os convites "atraentes" ombros quando a Um abraço gente pergunta albem gostoso de de falsos amigos. guma coisa .. . e só sua velha e gorresponde por da ... monossílabos! Mãe Jesus, em seu evangelho da Videira e dos Ramos, vem nos convidar: "Permaneça em mim! Não seja como aquele galho da videira que é

Ana Maria ( do Osmar ) Equipe 6 - ]undiaí - S.P. 37


Santa Teresinha Poderá ser Proclamada Doutora da Igreja:

Na história da Igreja existem 32 Doutores da Igreja e, dentre estes, apenas duas são mulheres: Santa Teresa de Á vila e Santa Catarina de Sena. As duas foram proclamadas Doutoras pelo Papa Paulo VI, em 1970.

A informação foi divulgada por uma agência de notícias italiana. Santa Teresinha, falecida aos 24 anos, de tuberculose, em 1897, poderá ser proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo 11, no dia 24 de agosto próximo, durante seu encontro com os jovens de todo o mundo, em Paris. Segundo a mesma agência, trata-se do maior reconhecimento teológico que pode receber um santo.

BOLETIM DA CNBB 12 de junho de 1997.

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Confissões de um Conselheiro Espiritual

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z mais de trinta anos que sou Conselheiro de diversas Equipes de Nossa Senhora. A primeira vez que ouvi falar delas, confesso que não simpatizei. A pessoa que me informou certamente pouco entendia desse extraordinário movimento de espiritualidade familiar. Eu pensei que se tratava de uma espécie de Rotary Club religioso, onde se jantava e também se rezava. Mas quando participei da primeira reunião, acompanhando a seqüência do programa, percebi toda a riqueza, beleza e profundidade desta providencial associação de casais. O Espírito Santo, prometido por Jesus e enviado para sempre pelo Pai a fim de vivificar a Igreja, é a alma deste corpo místico de Cristo. Dentro da Igreja o "Divino" continua sempre presente, vivo e atuante. Quando, no desenrolar da história humana, surgiram problemas dificílimos que a Igreja deveria enfrentar e resolver, o Espírito Santo sempre suscitou pessoas, ordens e congregações religiosas adequadas para solucionar essas dificuldades. Neste nosso século, começaram a derrocada do casamento e da família. Por isso, em fevereiro de 1939, o Divino Espírito Santo, em Paris, iluminou o Pe. Henri Caffarel e alguns casais para que dessem início ao Movimento religioso das ENS, que tem como meta difundir a espiritualidade conjugal e familiar. Hoje elas estão espalhadas em qua-

se todo o mundo; silenciosamente, fazem muito bem a tantos consorciados, farru1ias e sacerdotes. O leitor talvez tenha estranhado o que eu afirmei, que as Equipes de casais ajudam, são um bem, uma bênção também para o sacerdote que as orienta. Nesses grupos de cônjuges o padre afugenta o isolamento e a solidão, fazendo com que ele se sinta agradavelmente no meio de gente amiga, sincera e confidente. Essas pessoas passam a formar a família, os irmãos do presbítero. Assim como os equipistas procuram santificar-se como casais através dos Pontos Concretos de Esforço, ou seja, através de práticas religiosas que levam ao aperfeiçoamento, também o Conselheiro sente-se empurrado a buscar a própria santificação. O que se aprende na prática dessa partilha raramente se encontra nos manuais de pastoral, mas é utilíssimo ao sacerdote para ajudar, orientar e aconselhar inúmeros outros casais. Penso que a coisa mais bela das ENS é a sua mística: UNIDOS COM CRISTO vivo em cada equipe. Os componentes desta associação procuram viver a promessa de Jesus, não só quando agrupados, mas também na família. A garantia de Cristo foi: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles" (Mt 18,20). Assim como o pão e o vinho são elementos indispensáveis para

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que Jesus se torne eucaristicamente cadeira "vazia" para que nela se presente, assim também nessa ou- sente o Divino Companheiro. tra realidade, os casais que têm fé Eu sou um apaixonado pelas nesta promessa Equipes de Nossa Senhora. Elas de Jesus, são a matéria para que possuem uma Cristo se torne extraordinária orPara o bem do seu ganização, obra presente nesse grupo. Essa é do Divino Espírisacerdócio, cada uma realidade esto Santo. Sou tupenda. InvisivelConselheiro de padre deveria ser mente Ele está quatro equipes e presente como espero ser de ouConselheiro, ao tras. Para o bem quando se reunia com seus apóstodo seu sacerdómenos de uma los. cio, cada padre deveria ser ConCostumo ir equipe. É selheiro, ao mepara a Reunião nos de uma equiMensal da Equipe maravilhoso e traz com grande alepe. É maravilhoso e traz felicidagria e nunca acho felicidade ao uma reunião comde ao casamento prida, sabendo dos sacramentos casamento dos que todo esse temda ordem e do po estou em commatrimônio. Dasacramentos da panhia de Jesus. qui para o futuro Ele vai acompaeu não seria caordem e do nhar e ajudar na paz de imaginar como seria a mimeditação, vai matrimônio. ouvir a nossa parnha vida sem entilha e co-particicontrar-me denpação, irá atender tro de uma ENS. as nossas intenEu recebi das ções, vai instruir-nos através do equipes muito mais do que dei. tema e no fim irá nos abençoar. Para lembrar concretamente esta profunda realidade da presenPe. Antonio D. Lorenzatto Sacerdote Cons. Espiritural do ça rnistica de Cristo, seria bom, no começo da reunião, acender uma Setor B e das equipes Nossa vela, porque Ele disse: "Eu sou a Senhora Aparecida e Nossa luz do mundo, quem me segue não Senhora do Rosário (Setor B), andará nas trevas, mas terá a luz Nossa Senhora de Lourdes e da vida" (Jo 8, 12); e também deiNossa Senhora Mãe da Igreja (Setor C) de Porto Alegre/RS xar na roda dos participantes uma

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O que Fizerdes a um Pequenino... Estamos em Casa Branca/SP em meados de 1994. Os membros da Equipe 3 - Nossa Senhora do Rosário, além de outras pessoas da comunidade católica da cidade, consternavam-se com o aumento de crianças pobres que viviam perambulando pelas ruas, dormindo nas praças ou marquises. Procuravam uma forma de amenizar o sofrimento daqueles pequeninos. A partir de um artigo publicado na Carta Mensal daquele ano, que falava de uma casa para crianças de rua administrada por um grupo em outra cidade, tiveram a idéia de fundar em Casa Branca o LAR ROBERTO GIOVANNI, nome esse em homenagem a um irmão estigmatino que viveu aqui muitos anos, e conhecido por sua santidade de vida. Organizou-se o Estatuto, fizeram-se reuniões e assembléias e finalmente em agosto de 1994 foi oficialmente fundada a entidade. O que se faz no Lar Irmão Roberto? Atualmente 45 crianças carentes, das mais pobres e faveladas, na

"Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo" (Me. 9,37).

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faixa de 7 a 13 anos, são assistidas na Entidade, que tem por objetivo a VALORIZAÇÃO DA VIDA, a valorização dos menores como seres humanos que são, como filhos prediletos de Jesus, para que possam ter direito a um futuro melhor, a uma vida digna. O Lar assiste-as com toda uma infra-estrutura educacional (reforço escolar, artesanato, educação física e recreação, acompanhamento psicológico, médico e odontológico, teatro, catequese, etc.), alimentar (café da manhã, almoço e lanche) e outras atividades correlatas. No seu corpo de trabalho possui 3 monitores-professores, uma merendeira, 2 moças para serviços gerais e professores específicos para cada atividade. As crianças têm atividade durante toda a manhã e depois do almoço são levadas para a Escola. Enquanto as crianças ficam na escola, os monitores, acompanhados de freiras franciscanas , visitam as favelas onde moram as crianças, num trabalho de assistência social e evangelização. Funciona num prédio cedido pela Sociedade São Vicente de Paula e sobrevive da contribuição de associados e doadores. O Diretor Espiritual da entidade é o Pároco Pe. Paulo Sérgio. Seu lema é: " QUEM ACOLHER EM MEU NOME UMA DESTA CRIANÇAS É A MIM QUE ESTARÁ ACOLHENDO" (Me. 9,37). O que no começo parecia um sonho impossível é hoje uma realidade, com a Entidade prestes a com-

pletar seus 3 anos de vida com muito vigor e alegria. Esperamos que este artigo sirva para, além de divulgar o grande trabalho de evangelização das Equipes, gerar pelo Brasil todo outros LARES, para que possamos participar e celebrar cada vez mais este grande encontro com Jesus. E lembrar, baseado no Evangelho de S. João, que no Lar Irmão Roberto o alimento do corpo e da alma nunca acaba, pois está sempre se renovando na Eucarista.

O que no começo parecia um sonho impossível é hoje uma realidade, com a Entidade prestes a completar seus 3 anos de vida com muito vigor e alegria.

Eliana/Heraldo Equipe 3 - Nossa Senhora do Rosário - Casa Branca/SP 42


Rezar }untos na Cama faz Bem Luís Kirchner, C.Ss.R. - Editora Santuário. Este livro centra-se na oração que é o cerne da vida do homem e da mulher. Em seus escritos diz que "a oração leva o ser humano para a ação", e esta ação dentro da vida matrimonial é o perdão compreensivo, a fidelidade como compromisso, a educação dos filhos como caminho da vida e do amor abundante. O livro traz muitas orações brotadas das experiências e testemunhos de pessoas que vivem e constroem um matrimônio feliz na busca da santidade e da oração. Igreja e Comunicação Rumo ao Novo Milênio Conclusões e Compromissos - documentos da CNBB -59 Os bispos, reunidos na 35" Assembléia Geral da CNBB, propõem rever os modelos e práticas de comunicação da Igreja no Brasil, tanto no campo das relações interpessoais, grupais e organizacionais, quanto no uso dos instrumentos ou meios de comunicação na tarefa evangelizadora, e assumem os compromissos numerados no documento. 11 Encontro Mundial do Santo Padre com as Famt1i11 INCONTRO MUNO IM DO S... NTO ~!!!. t.~:.!.S.!,AM!liA'i

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Rio de Janeiro, 4 e 5 de outubro de 1997 -Pontifício Conselho Para a Família - Setor Farru1ia -CNBB Este texto é uma adaptação dos "Subsídios Pastorais de preparação para o li ENCONTRO MUNDIAL DO SANTO PADRE COM AS FAMÍLIAS", enviados à Igreja do mundo inteiro pelo Pontifício Conselho para a Farru1ia. O seu objetivo é preparar e atingir as farru1ias para que reflitam com maior profundidade a sua natureza, a sua missão e seus valores. O Papa convoca as farru1ias a testemunharem sua fé e seu empenho na construção da "Civilização do Amor" e da "cultura da vida", como DOM E COMPROMISSO, ESPERANÇA DA HUMANIDADE.

Para adquirir este livreto basta dirigir-se a CNBB - SETOR FAMÍfone (061) LIA - Caixa Postal 02067 - 70259-970 - Brasília - DF 225-2955 43


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Responsabilidade em Comum: Pais e Padres O imortal Shakespeare vai me perdoar que o parafraseie, a meu jeito, se eu disser que há muito mais coisas no céu e na terra, também muito mais coisas em comum entre o padre e um casal, do que o sonhado em nossa filosofia e muito mais do que o supõe certa renitente e malfadada mentalidade. Para muita e boa gente, o padre ainda é um espécime estranho e esquisito, com o qual não há como tratar de igual para igual. Para outros, ainda, o padre é um ser algo extraterrestre, que paira acima da estatura humana ou do qual é melhor manter distância. Para quantos, o padre - mesmo sendo "outro Cristo", como quer a sã doutrina- é o homem feito à imagem e semelhança de Deus, o mesmo homem que existe em cada um de nós, com as mesmas tendências e maneiras de pensar de qualquer ser humano? Se não vibrasse com o bom resultado do seu time e não chorasse com a morte de um parente seu, não sentisse prazer em tomar um chope e não reagisse com raiva quando o motorista "barbeiro" lhe arranha o carro que está na sua mão, ele não seria humano. E o padre, por mais alto que suba no desempenho de seu ministério sagrado, por mais santo que seja, será sempre um igual a nós. Chamado à santidade ele está sujeito a todas as fraquezas e tentações que qualquer um de nós. Segregado den-

tre os homens para servir a Deus no altar e pregar o Evangelho, ele continua no mundo, embora não seja do mundo como, de certo modo, nenhum de nós o é. Bem andou por isso, e anda, certamente, a Equipe 21 de Brasília que, conforme depoimento publica-

Para muita e boa gente, o padre ainda é um espécime estranho e esquisito, com o qual não há como tratar de igual para igual. Para outros, ainda, o padre é um ser algo extraterrestre, que paira acima da estatura humana ou do qual é melhor manter distância. do pela CARTA MENSAL de junho/julho, apostou em Um casamento que deu certo: Seminário e ENS. Bem fazem esses casais que abrem suas portas àqueles que se preparam para o sacerdócio e com eles partilham sua mesa, suas preocupações e anseios pela construção do Reino de Deus. Por sua vez, bem faz o Seminário que

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abre também suas portas a esses casais que nele encontram acolhida e "um lugar sempre disponível". A aproximação entre casais e padres (ou aqueles que o desejam ser) é um tema que a CARTA MENSAL já abordou, mais de uma vez, mas que não me parece esgotado. Em nossas reuniões e encontros vejo ainda, às vezes, certo destaque e alguma cerimônia dados ao padre que ele mesmo não deseja. O respeito e carinho com que nossos Conselheiros Espirituais devem ser tratados não devem ser sinônimo de distância. O padre gosta de sentirse perto, no meio de nós, como nós, membro de um mesmo Movimento . Gosta de sentir-se amado. Nós casais somos, ou devemos ser, instrumentos e testemunhas do Amor - o mesmo Amor pelo qual o padre consagra também a sua vida. Quando se ordena um jovem filho de casal equipista, vem-me sempre a vontade de saber se por acaso a escolha que esse jovem fez não resultou da maior aproximação entre os pais dele e algum sacerdote. Não tenho como apurar, até porque não é muito freqüente o caso da ordenação de um filho de equipista, mas seria interessante saber e não me espantaria nada que fosse essa a explicação. Alguns meses atrás, estando em Lisboa, era meu desejo visitar e

ouvir o casal Duarte e Maria Teresa da Cunha, membro da Equipe Responsável Internacional. Além de duas filhas, o casal tem um filho, que se fez padre. Muito me agradaria saber como o rapaz se decidira pelo sacerdócio, numa cidade onde são muitos os não batizados e existe um forte preconceito anticlerical. Infelizmente, não deu tempo e eu não tive como satisfazer a curiosidade e até tentar uma entrevistazinha. Terei de contentar-me em transcrever um trecho da mensagem que os dois dirigiram aos equipistas do mundo inteiro e a nossa CARTA MENSAL publicou em maio do ano passado: "Nós, casais pertencentes a um Movimento que tem o privilégio imensurável de contar entre seus membros com um grande número de padres, temos a responsabilidade específica de integrá-los na nossa vida de farru1ia, de nos preocuparmos com eles e de ajudá-los a se santificarem". Sendo o mês de agosto consagrado às vocações (sacerdotais, sim, e também de casamento), esta é uma boa oportunidade para pensar na responsabilidade a que se refere o casal Duarte e Maria Teresa. Nossa responsabilidade para com os nossos padres é grande, como grande é a responsabilidade deles para conosco.

Manuel (da Dulce) Equipe 09-A - Rio de Janeiro 45


O ""Pai Coruja'' que

Também era Presidente / Eu li, certa vez, que um dos presidentes dos Estados Unidos, não me lembro no momento qual deles, estava brincando com seu filhinho. Sentado no chão da varanda, ele se tornara criança também, no nível do filho. Aproxima-se dele seu secretário e lhe diz que o Embaixador da Espanha desejava encontrar-se com ele. Responde o presidente: "Agora não posso, estou ocupado". O secretário estranhou a atitude do presidente, que preferiu ficar brincando com o seu filho em vez de dar a devida atenção a um embaixador. O presidente percebeu a decepção do seu secretário, por isso lhe falou: "Você estranhou o fato de eu dizer que estou ocupado, quando continuo a brincar com meu filhinho. Entretanto, quero lembrá-lo que eu não sou apenas presidente dos Estados Unidos, mas sou também pai. Estou consciente das minhas grandes responsabilidades e obrigações como presidente. A maior e mais preciosa parte do meu tempo, eu a dedico ao meu país. Mas, como pai, sinto o dever sagrado de dedicar algum tempinho para o meu filho. Para mim, tal dever é importante e

Há psicólogos que afirmam que, no início da vida da criança, ela necessita tanto ou até mais de amor e carinho do que de alimento.

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eu não abro mão dele. Com isto, não estou demonstrando pouca atenção a um embaixador, mas apenas dando o mínimo de atenção ao meu filho, que tem o direito de exigir de mim esta atenção". Como seria importante e benéfico para as famílias, se todos os pais tivessem a compreensão daresponsabilidade de pai, como aquele presidente dos Estados Unidos! Quantos são os pais que, na prática ao menos, acham que as obrigações de um pai consistem apenas em não deixar faltar o alimento, em dar a veste e o estudo, em cuidar da saúde dos filhos. Mas, nestes deveres, não se esgota a missão de um pai. Há psicólogos que afirmam que, no início da vida da criança, ela necessita tanto ou até mais de amor e carinho do que de alimento. Para a criança poder sentir-se segura e amada, ela necessita de uma presença e acolhimento bem concretos e demonstrados por parte do pai. Claro que o pai tem consciência de que ama o filho. Mas não basta apenas o pai sentir que ama o filho . Mais ainda, o filho deve sentir que é amado pelo pai. E o filho vai sentir-se amado na medida em que o pai demonstra o seu amor. A criança não pode elevar-se ao nível do pai. Mas o pai pode descer ao nível da criança, como fazia aquele presidente. Que bom se todos os pais agissem assim! Sabendo e prevendo que suas ocupações de presidente o absorveriam e preencheriam todo o seu dia, aquele pai-presidente reservou na sua agenda um tempinho para o seu filho. Todos sabemos que o pai-mé-

dico, o pai-industrial, o pai-comerciante ... vivem absorvidos pelas preocupações dos seus encargos profissionais. Lembrem-se, então, da

Todos sabemos que o pai-médico, o paiindustrial, o paicomerciante ... vivem absorvidos pelas preocupações dos seus encargos profissionais. Lembrem-se, então, da frase daquele presidente: "Eu não sou apenas presidente, mas também sou pai!"

frase daquele presidente: "Eu não sou apenas presidente, mas também sou pai!" Não seria esta omissão de tantos pais que levaria tantos filhos a se sentirem "órfãos de pais vivos"?

Pe. Valdemar Beltrame, C.Ss. R. (do jornal SANTUÁRIO de Aparecida)

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Meditando sobre o Evangelho de São Marcos O ~ OR

O primeiro mandamento: "Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força . O segundo é este: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento maior do que este" (Me. 12, 28-34)

É também assim- de todo seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu espírito, de toda a sua força, que um homem ama sua esposa, a companheira de seus dias e companheira da eternidade. É de todo o seu coração, alma, espírito e força que o pai ama seus filhos e sua pátria ... Não amamos verdadeiramente se não o fizermos com todo o coração, com toda a alma, com todo o espírito, com toda a força. Entretanto, um grande amor pela pátria não faz concorrência ao amor dos seus. O amor pelos filhos não diminui o amor conjugal. Os amores não fazem concorrência ao amor de Deus. Amar a Deus de todo o coração é, acima de tudo, o primeiro amor, e deve preceder aos outros, como o amor paternal supõe, antes dele, o amor conjugal. Amor conjugal, paternal, fraternal... Amor da pátria, amor do belo, amor da j ustiça ... Amores ... pedagogia de Deus que conhece nossa pequenez, nossa limitação e nos quer conduzir, por meio de amores particulares e amores cada vez mais amplos, filhos, farru1ia, pátria, criação, até ascendermos ao AMOR. Amor total, amor simples, amor puro. Amor exclusivo, amor a Deus! Caminhada longa, paciente. A princípio, amor de nós mesmos, que nos pressiona e quer fazer de nós os senhores, o centro de todo o universo; quer fazer de nós, nosso senhor, nosso único Deus. Em sua pedagogia de amor, Deus põe no nosso caminho outros amores que nos arrancam.de nós mesmos e nos projetam para os nossos mais próximos. Alguns saltam barreiras, passam por cima desses amores, desses pequenos círculos, a fim de se alçarem para círculos exteriores. Rapidamente queimam etapas e ascendem ao AMOR. Pedro Moncau Júnior

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MEDITANDO EM EQUIPE Texto-base: Capítul.o V Caminhamos na Estrada de Jesus O Evangelho de Marcos- CNBB Em Jerusalém, Jesus mostra na prática como seus discípulos devem assumir uma vida nova, em contraste com tudo que antes admiravam, temiam ou procuravam . Aceitar Jesus é correr o risco de uma adesão total e incondicional a ele, mesmo à custa de tudo, sem retorno possível (Me 11, 1 -1 3,3 7).

.. .. . . .. . . . .. . .. ... . ... . .. .. . .. .. . . .. . ... ... Leitura: • • • •

Evangelho de Marcos 1

3, 9-1 3

De fato, aceito Jesus como meu salvador? Na prática, até onde vai a firmeza de minha adesão a ele? Oue preciso mudar para ser mais coerente com essa adesão? Renove sua adesão, sua esperança, seu amor. Louve, peça e agradeça .

...... ......................... ....... Oração litúrgica: Oueremos ser testemunhas tuas, Senhor, luz no meio do mundo, sal que tempera a terra . Dar de ti testemunho para levar às pessoas teu amor, tua esperança veraz, teu gozo de ser amor no meio dos homens . Faze-nos testemunhas de um amor que nunca passe de moda , de uma luz em um mundo obscurecido, de uma paz em uma terra em guerra . Sabemos, Senhor,

e por isso pedimos tua ajuda, que ser testemunha é ter teus sentimentos, é levar a sério o evangelho, é abrir caminhos ao teu amor. Graças, Senhor, por tantas testemunhas que conhecemos e que nos impulsionaram a seguir na missão, em meio às dificuldades, sabendo passar adiante a tocha e levando-a pelas ruas de nosso mundo . (Francisco C. Chaves, Salmos na dor e na alegria/ p . 70)

~G\lRO

Pistas para viver a '-'-oração

• • • •

!

c :jogai''

No início do ano, o quanto antes, marque a data de seu retiro . Cuide de não assumir nenhum outro compromisso para a data . V á para o retiro como quem tem só isso para fazer. Faça de seu retiro um deserto de silêncio onde possa escutar Deus, seu cônjuge e você .


Orientação de Vida: Convidados às Bodas de Caná •

..Eles não têm mais vinho ...

.. Fazei tudo o que Ele vos

disser ... •

.. Enchei de água as talhas ...

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar R. Luis Coelho, 308 o 5° andar o cj 53 cep 01309-000 São Paulo o SP Fone: (011) 256.1212 o Fax: (011) 257.3599


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