ENS - Carta Mensal 326 - Abril 1997

Page 1


Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°326 Abril /1997

EDITORIAL ............ ........ .......... ...... 01

ATUALIDADE .. ........ ... ..... .. .... .... .... 28

Conselheiro da EC IR ...... .. ............... 02

Fé em Alta, Ética em Ba ixa ... ... ......... 28

CORREIO DA ERI ........ ...... .. .. .. ...... 03

Vaticano Pede Lei Contra Clone Humano ................ ... . 30

Carta da ERI ...... ... ...... ................. 03 Carta do CE Internacional .... ... .. ....... 06 Notícias Internacionais ............ .... ... . 08

A ECIR CONVERSA COM VOCÊS .... . 09 VIDA NO MOVIMENTO

· oo

00

00 00

00

0000

11

Vocação ... Equipista ........ .............. 11 Coral das Equ ipes de Nossa Senhora .. . 12 Vencendo Distâncias .......... .... ......... 1 3 Encontraram Nossa Mensagem li ... .. ... 14 Adote um Bispo .................... ... .... . 1 6

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

0000

00

000

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

00

00

31

Refletindo Sobre a CF-97 .......... .. .... 31 As Prisões e a CF-97 .. ........ .. .... .. . . 33

TESTEMUNHO

oo oo oooo . . . oo . . . . . oo oo . . . ooooo

35

Responsabilidade: Um Convite à Conversão .... .... .. ... ... 35

EACRES .. ...

oo. oo oo oo . oooooooooo o oo oooo . o o o o oooo

FORMAÇÃO

oo oo oooooo oo oooo oooo oooo . . . o o . oo .

37 39

Ser Santo Hoje ............................ . 39 Pa lavra do Papa .. .............. .... .... ..... 40

17 As ENS Rumo ao Novo Milênio ........ 4 1

PASTORAL FAMILIAR

00000000 0000000000 0

24

REFLEXÃO

00

00

.

..

oo . . . . . . .

00 00

00

00 0000

0000

00 0 0 .

43

Casais em Situação Irregular ......... .... .. 24 O Mundo Sem Bússola .. ... .. .. .. ........ 43

HISTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA .. 2 5 Pilotagem à Distância ...

.. .... ....... 25

M A R I A o o o o o oo oo oo oo oo oooooo oo oooooo oooooooooo o o .

26

Os Sinos Convidam à Ave-Maria .... .. 26 Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. F/óvio Cavalca de Castro, CSsR (co ns. espiritual)

Edição: Equipe da Carta Men sal

Jomalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835)

Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Ca rlos Sales

Capa, Composição, Diagramação e Ilustrações: F&V Editora Lida. R. Venâncio Ayres, 931 - SP Fone: (OI/) 263.6433

Os Camundongos de Nossos Corações .......... .... ......... 46 Meditando Sobre o Evangelho de São Marcos ............. 48 Fotolitos e Impressão: Edições Loyola Rua 1822, 347 Fone: (011 ) 6914. 1922 Tiragem desta edição: /0.300 exemplares

Carla Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar conj. 53 cep 01309-000 São Paulo - SP

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos

Fone: (011 ) 256.1212 Fax: (011 ) 257.3599

e imagens devem ser enviadas para:

NC Silvia e Chico


Queridos amigos,/ Nossa Carta Mensal apresenta algumas novidades. Visando fortalecer nossa participação no Projeto Rumo ao Novo Milênio, ~empre que possível, na seção A EC IR CONVERSA COM VOCES, traremos um aprofundamento das 4 Exigências da Evangelização, começando neste número com o TESTEMUNHO DE COMUNHÃO ECLESIAL. Será dado destaque, em cada mês, a um dos Pontos Concretos de Esforço. Na terceira capa, o CEda Carta Mensal estará inserindo, na seção MEDITANDO EM EQUIPE, pistas para nos ajudar na vivência de um Ponto Concreto de Esforço a cada mês. A temática aí abordada terá como pano de fundo cada um dos nove capítulos do livro Caminhamos na Estrada de Jesus: O Evangelho de Marcos- CNBB. Estamos inaugurando uma nova coluna denominada HISTÓRIAS DE NOSSA HISTÓRIA, a cargo de Júnia e Mauro - da ECIR - que de forma coloquial e gostosa nos trarão aspectos interessantes da história que envolve o nosso Movimento, para que se perpetue o nosso passado. Encontraremos ainda, nesta edição, importantes fatos e acontecimentos que mostram a VIDA e a SEIVA que vão circulando em nosso Movimento e que, esperamos, possam servir de incentivo e motivação para os casais e suas equipes. Enfim, além das notícias de interesse geral, nossos leitores acharão rico material para reflexão e formação. Por fim um pedido de desculpas. Por um lapso de nossa parte foi publicado na edição anterior que aconteceriam em Fevereiro/Março 38 EACRES. O número correto é 30 e assim, aqui deixamos esta retificação. Falando em EACRE apresentamos "flashes" dos primeiros EACRES que se realizaram. Nossos "repórteres" Wilma e Orlando saíram a campo para entrevistar a família que encontrou a mensagem levada pelo balão lançado ao ar por ocasião da liturgia de encerramento do Encontro Nacional. Desejando a todos uma boa e proveitosa leitura, colocamonos inteiramente ao seu dispor. Escrevam-nos!

Silvia e Chico CR da Carta Mensal


Conselheiro da ECIR Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Terminada a beleza dos nossos EACRES de 1.997 resta a pergunta: e agora? Como caminhar rumo ao Novo Milênio? Sem dúvida alguma o que já se tem produzido e o que ainda será produzido como subsídios para a reflexão e compreensão do projeto é infmito. Quero neste pequeno Editorial partilhar com vocês um itinerário que julgo possível ser feito para que possamos, através do nosso carisma, nos colocarmos a serviço do projeto da Igreja. Todos sabem da insistência do nosso querido e amado Papa João Paulo II em renovar nossa Igreja e, conseqüentemente, todos os que nela atuam, com novos métodos, novas expressões e novo ardor. Não me tomando repetitivo, mas insistente como o nosso Pastor, pergunto: "Como vocês, casais, têm encontrado novos métodos para manter o amor que os une? Como no seu dia-a-dia acontecem novas formas de expressar a fidelidade, a gratuidade, a mansidão? Como mostrar ao mundo que a família, o casamento e, principalmente, o amor são possíveis ainda?" Certamente essas reflexões têm sido feitas por vocês em suas equipes, mas é necessário ir mais fundo, é preciso buscar na vivência dos Pontos Concretos de Esforço o alicerce para a construção desses elementos e vê-los como um processo de conversão pessoal, em casal, em família, em equipe e como Igreja. A nossa santificação é a resposta à iniciativa gratuita de Deus Pai, que nos chamou para fazer de nós mesmos uma imagem de seu Filho Jesus Cristo. Essa resposta é um processo que envolve toda nossa vida, em todos os níveis, colocando-nos na perspectiva de sermos instrumentos da construção do Reino. Aproveitemos este tempo forte de "vida nova" para nos lançarmos com mais coragem, entusiasmo e alegria rumo ao Novo Milênio. Que a "Ressurreição de Cristo" seja o nosso estímulo para vivermos nossa vocação cristã e nossa vocação específica. Deus os abençoe sempre, Abraços e orações,

Pe. Mário José - EC/R 2


Carta da ERI '~ceitar o risco de nos deixarmos

os conhecem superficialmente. Como pensam celebrar um texto antigo que, re-seduzir pelos nossos Estatutos" confessem-no, não representa muito e ano, somos convidados a para os jovens casais de hoje, uma estejar os 50 anos os sta- vez que o que nele se escreve parece tos das Equipes de Nossa Se- vir de outra época? Por que festejar nhora. Nossa sugestão é que nos pre- esses ESTATUTOS que, para alguns paremos desde já para vivermos essa de nós, tornaram-se um pouco estranhos? Não seria melhor reescrevê-los festa com entusiasmo. atualizá-los, simplificá-los paramelho; Poderão perguntar-nos: "Mas, dar a conhecer o carisma do nosso festejar o quê? Será oportuno, nos Movimento? Não será nossos dias, festejar o mais importante conheaniversário de um docer, compreender, amar, Não são cumento datado de antes de festejar? Não 1947?" Os mais antigos estas velhas deixarmoserá melhor conhecem bem esses ESpedras que nos seduzir para então TATUTOS e os vivenqueremos festejar? ciam, mas há equipistas festejar, mas "Tu me seduziste, que leram os ESTATUJavé, e eu me deixei seTOS apenas uma vez, sim a água (Jeremias 20, 7) duzir." durante a pilotagem e só que elas Tu quiseste seduzir-me

E

rodeiam.

r-----

3


de vida: serem casais humanos e santos por Não se trata inteiro, num mundo que nos propomos a fade um que, pouco a pouco, já lar-lhes a propósito desdocumen to perdia os seus valores. sa futura festa. Então foram criaPor que não recorantigo, é dos os ESTAT UTOS, dar os tempos dos nosantes um com uma mística e uma sos primeiros enconvelho poço regra, a fim de melhor tros, o tempo de nosque con tém construir o seu projeto so noivado? Era odesde vida e evitar o caos uma água lumbramento quebrode seus esforços. É por tava, a prodigiosa desmuito pura, tudo isso que os ESTAcoberta de nos sentiruma água que TUTOS se tornaram o mos subitamente amadá a vida. documento base de todos, tal como éramos. das as Equipes de NosEra o tempo da busca sa Senhora. frenética da felicidade Portanto, não se trata de um dodo outro, o tempo da construção de um novo projeto de vida, o tem- cumento antigo, é antes um velho poço po dos sonhos mais loucos. O tem- que contém uma água muito pura, uma po em que cada um descobria o ver- água que dá a vida. As velhas expresdadeiro sentido da eternidade: era sões, a construção das frases, o vocao tempo de amar! Estávamos pron- bulário talvez um pouco em desuso tos a tudo criar, a tudo transformar dos ESTATUTOS de 1947, são apenas na nossa vida, a tudo aceitar do as pedras desse poço. Em 1997, não outro para que ele fosse feliz, para são estas velhas pedras que queremos festejar, mas sim a água que elas roque ele fosse mais amado. Da mesma forma, há 50 anos, o deiam. É à descoberta do conteúdo saudoso Padre Caffarel, que acaba desse poço que queremos convidá-los. de nos deixar, e as jovens equipes do Essa água que brota é a água de Caná, Movimento, então nascente, foram que precisamos fazer jorrar abundantemente para que um vinho novo posseduzidos por um apelo do Senhor. Progressivamente, à medida que sa alegrar o coração daqueles que, hoje, refletiam e oravam, foram se sentin- se comprometem pelo Matrimônio. do amados por um louco amor de Pois quando nos sentimos amados é Deus e seduzidos pelo seu projeto que também amamos cada vez mais; para o casal. Perceberam que o Ma- quando somos seduzidos por um protrimônio era um grande sacramento jeto de vida que nos é oferecido, enque valia a pena ser explorado como tão, é grande o risco de bem depressa um continente pouco conhecido, que nos faltar vinho, se ficarmos sós ... pois, precisava ser cultivado como um solo quando se está sozinho, é fácil percede grande fertilidade. Sentiram-se cha- ber a nossa fraqueza e os limites de mados a entrar num grande projeto nossa forças, e até mesmo de nossa

e eu me deixei seduzir!

É realmente de sedução

4


boa vontade. Não sobri-los e sobretudo tramos chamados a ser temos de colocá-los Éà equipistas egoisticamennum local bem visível, descoberta te felizes, apenas porque ali onde eles facilmendo conteúdo respeitamos uma regra te nos possam interpeimposta. Somos casais desse poço lar. Se os tivermos perchamados a AMAR dido, peçamos rapidaque queremos MAIS. Amar, não de mente um novo exemconvidá-los a uma forma isolada, mas plar ao Secretariado da festejar. Essa ajudados pelo poder da nossa Super-Região. entre-ajuda fraternal, da água que (Os ESTATUTOS faentre-ajuda de uma equizem parte dos Docubrota é a pe e até de todas as equimentos Básicos). água de pes. As Equipes de • Redescubramos Caná, que Nossa Senhora são os ESTATUTOS lendo uma comunidade de precisamos pequenos trechos com casais chamados a "cordialidade e paciênfazer jorrar amar mais. Nesse concia", abandonando abundantetexto, a nossa forma de qualquer espírito crítimente para vida deve tomar-se, proco, sentindo que nos gressivamente, um tesque um vinho falta o vinho, nos deitemunho de vida, de rxando seduzir pelo Senovo possa dão, de ternura, e até de nhor que aí nos fala e alegrar o credibilidade da greja nos chama a viver de coração atual, num mundo em uma forma completadaqueles estado de impondera imente nova. lidade, onde se matou que, hoje, se • Dialoguemos Deus, onde triunfam o freqüentemente em cacomprometem dinheiro e a violência, sal, e na reunião de pelo exploração do mais fraequipe (na hora da coMatrimônio. co, um mundo em que participação, por a moral perdeu a sua diexemplo), sobre o que mensão comunitária nos seduziu, o que nos Todo esse programa de vida está ins- pode ajudar hoje, o que nos parece crito nos ESTATUTOS de 1947 que mais atual e o que nos impele desqueremos festejar. Nós lhes propomos de já a mudar nossa forma de vida. que o redescubram. Então, temos certeza, todos nós saberemos o que festejar em 1997 e o faremos com entusiasmo!

Sejamos concretos! • Tendo em mãos os ESTATU TOS, empenhemo-nos em redesco-

Marie e Gabriel Peters 5


Carta do Conselheiro Espiritual Internacional e me amais ... Jesus repete várias vezes, de diferentes formas e em muitas ocasiões ... Se vocês me amam ... (João 14,15) ... você me ama? (Jo 21,15). Uma palavra de Jesus, dita sempre na esperança de uma resposta afirmativa, e que, ao mesmo tempo, compreende atitudes positivas, que compromete, sem sombra de egoísmo ou de reservas, num dom total. Jesus, no fundo, deseja fazer compreender que o amor de Deus, como o dos homens, só se faz com um tecido de palavras mais ou menos afetuosas, doces, amáveis e talvez até poéticas. E o amor do Durante todo Pai, anunciado por este ano, Jesus, é bem aquele tentaremos que foi escrito no livro do Deuterorefletir sobre nômio: "Amealavé, nossos seu Deus, e observe ESTATUTOS, continuamente o que pois essa é a ele ordena ... " (Dt 11,1). Amar a Deus forma que não é apenas um imescolhemos pulso do coração, como estilo de mas uma atitude vivida, enquanto tal, um estilo de vida em que nos esforçacasais mos por responder comprometidos aos seus apelos, gracom a ças à fidelidade prátiperfeição ca e coerente com as cristã. exigências da sua mensagem. E o pró-

S

6

prio Jesus, no momento de pronunciar as palavras do seu último adeus, insiste no mesmo tom: "Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama." (Jo 14,21). Em resumo, Jesus une o amor e a fidelidade a um dinamismo existencial que se traduz em obras. Todo cristão é um homem que crê, e porque ele crê, ele age. Quando Jesus perguntou a Pedro se o amava, confiou-lhe a tarefa de guardar suas ovelhas; e quando o jovem rico lhe


perguntou como ser Fé e Esperança. Mas se perfeito - em relação qui ermos seguir Jesus Jesus une o ao amor de Javé- Jepor esse caminho, deamor e sus lhe diz que venda vemos ser fiéis aos nosa fidelidade tudo e que o siga. E sos compromissos com quanto a Zaqueu, fê-lo a um os meios que Ele nos descer rapidamente da deu através dos ESTAdinamismo árvore, pois não bastaTUTOS .. . existencial va querer ver o Mestre Mas será que tudo que se traduz isso é possível sem passar, empoleirado tranqüilamente num em obras. abandonar quaisquer sicômoro, mas era preoutros interesses? ciso agir... e ele deu Acreditam que a metade dos seus bens aos pobres; e resposta ao apelo de Jesus a seguiquando Jesus fala dos talentos, con- lo por este caminho será coerente, vida a negociá-los e encoraja a tomar se formos, somente em parte, fiéis a cruz e segui-lo ... Não basta amar às atitudes de vida cristã que os ESJesus, é preciso demonstrar, por atos, TATUTOS acarretam? Acreditam que o amor é autêntico. Continua- que se possa ser membro das Equimente encontraremos textos do Evan- pes de Nossa Senhora deixando de gelho que nos convidam a ações fiéis lado os pontos de referência de nosà mensagem de Jesus, sem se deixar sa espiritualidade? Poderemos ser levar pela mediocridade ou pelo aban- membros das Equipes, mas não ... dono das coisas feitas pela metade. "praticantes"? Todas as nossas equiDurante todo este ano, tentaremos re- pes têm necessidade de uma fidelifletir sobre nossos ESTATUTOS, pois dade acrescida aos princípios e às essa é a forma que escolhemos como práticas que são os fundamentos de estilo de vida, enquanto casais com- nossa espiritualidade. E a melhor prometidos com a perfeição cristã. maneira de agradecer a Jesus a graTrata-se de uma graça especial de Je- ça de pertencer ao Movimento é cersus para que o sacramento do Matri- tamente a de viver intensamente o mônio seja vivido segundo o Evan- que o nossos ESTATUTOS nos pegelho, nas Equipes de Nossa Senho- dem. Deixar de lado, por rotina, dera, e, no quadro de uma espirituali- sencantamento ou negligência o medade concreta, são os ESTATUTOS nor detalhe de todos os nossos meique, há mais de cinqüenta anos, são os para responder ao convite de Jea força que apóia tantos casais na es- sus a sermos perfeitos, será semperança e na alegria. Nós nos senti- pre uma traição ao nosso carisma. mos escolhidos por Jesus para ser"Se vocês me amam, observem mos testemunhas do valor do Matri- meus mandamentos. " mônio cristão nas nossas equipes, apesar das dificuldades e das quedas, Pe. Cristobal Sarrias num mundo que tem necessidade de Conselheiro Espiritual da ERI 7


Notícias Inte r nacionais pois da sessão em Lomé, organizada pela ERI em agoJtO de 995, sopra um novo dinamismo nas equipes da Africa rancófona*, que, a partir de 1996, formaram uma equipe responsável, a ECAF (Equipe Responsável pela Coordenação da África Francófona), cujos membros são originários de países africanos. Essa equipe se reuniu pela primeira vez em outubro passado, em Dakar, para que seus membros se conhecessem e se unissem pela amizade e pela oração, em um tempo de trabalho intenso, que permitiu dar andamento a projetos importantes para a vida do Movimento na África e onde se falou sobre a responsabilidade nas Equipes e as grandes orientações atuais do Movimento. Após um ano, é evidente que a esperança dos casais dessas equipes Uá em número de dez) é muito forte e que o Espírito está em ação.

D

Demos graças ao Senhor!

Agnes e Michel Ducorps Casal responsável pela coordenação da África Francófona

* África francófona:

Parte da África onde se fala Francês. 8


Queridos amigos,

É com o coração repleto de alegria pela Páscoa do Senhor que nos dirigimos a vocês. Cristo ressuscitou! Esta é a fé de nossa Igreja, a nossa fé, que devemos renovar e viver mais intensamente neste ano de ' 1997. Fé que nos leva a caminhar na estrada de Jesus e, com e como Ele, participar da construção do Reino de Deus, desde aqui na Terra. Este compromisso de fazer vivo o Evangelho em toda parte - em outras palavras, evangelizar - exige a vivência de quatro dimensões: testemunho de comunhão eclesial, serviço, diálogo e anúncio (Documentos 54 e 56, CNBB). Como entender e viver estas dimensões na perspectiva das ENS? É o que nos propomos a refletir com vocês . Neste mês, trataremos do testemunho de comunhão eclesial; nos próximos meses, cada uma das demais dimensões. Testemunhar a comunhão ecleial é realizar o desejo de Cristo: que todos sejam um ara ue o mundo creia (Jo 17, 21). Ser um como casal e como farm1ia, em equipe e com toda a Igreja, de modo que sejamos sinais da presença de Deus no mundo. Fortalecer a unidade conjugal é o primeiro passo, para o qual o Movimento nos fornece inúmeros instrumentos. Queremos, no entanto, destacar um: a OraçãJ Conj_ugal, alicerçada na Escllta Meditação da Palavra de Deus. O casa que, a dois, alimenta e expressa sua fé, constrói sua unidade e, no seu agir,

Uma Equipe de Nossa Senhora é uma pequena comunidade eclesial, cuja comunhão é testemunhada, primeiramente, pela qualidade de relacionamento humano e de fé de seus membros. testemunha o amor de Deus. Uma Equipe de Nossa Senhora é uma pequena comunidade eclesial, cuja comunhão é testemunhada, primeiramente, pela qualidade de rel-acionamento humano e de fé de eus membros. Uma equipe que vive "num só coração e num só espírito" (At 4, 32), realizando a partilha da vida e do coração, é, sem dúvida, um testemunho diferente em nossos dias. Uma equipe que viva intensamente sua fé testemunha sua comunhão eclesial, uma vez que manifesta sua pertença à Igreja. Vivese a é em equipe: aprofundando-a sempre mais na busca partilhada de \formação, através do estudo do Tem ; na partilha do amadurecimento da fé, adquirido na vivência 9


das três atitudes desenvolvidas pelos pontos concretos de esforço; ajudando-se mutuamente na conquista da coerência entre. fé e vida e na participação ativa na construção de um mundo mais justo e fraterno, sinal do Reino de Deus. Isto é o essencial, mas não podemos deixar de lado um outro aspecto. Uma equipe vive e testemunha a comunhão eclesiaL também, na sua abertura e inserção no Movimento. Buscar conhecer e viver as orientações propostas, participar dos eventos de integração e formação, comprometer-se com a expansão e sustentação ao Movimento (como casal piloto, coordenador de Experiências Comunitárias ou ligação), são formas de intensificar a comunhão com as ENS. Por fim, a comunhão eclesial deve ser vivida com toda a Igreja. Redundância? Talvez, mas proposital, para nos lembrar que não podemos ser "igrejinhas" isoladas. Participamos todos, equipistas ou não, de uma só Igreja, nossa mãe e mestra. É urgente, portanto, vencer as eventuais dificuldades de integração com outros grupos eclesiais. É preciso par-

Uma equipe vive e testemunha a comunhão eclesial, também, na sua abertura e inserção no Movimento.

Uma equipe que vive "num só coração e num só espírito" (At 4, 32),

realizando a partilha da vida e do coração, é, sem dúvida, um testemunho diferente em nossos dias. ticipar da vida de nossas paróquias e dioceses, não como ajudantes ocasionais, mas protagonistas, comprometidos com seus rumos e ações. Conhecer a caminhada da Igreja no Brasil e no mundo, através do estudo dos documentos, e a ela integrarse, também é fundamental. Começamos nossa conversa falando da fé no Cristo ressuscitado. Terminamos com o mesmo tema, lembrando que "a fé é um ato eclesial" (Catecismo da Igreja Católica, 181). Viver nossa fé, expressando-a através de uma atuante presença cristã no mundo, é testemunhar a comunhão eclesial, é fazer a vontade de Deus, é "encher as talhas de água".

Abraços fraternos, Lourdes e Sobral ECIR 10


VocaCjão ... Equipista/ clima era de festa, afinal estávamos dando início à missa que abriria a confraternização do setor D - Região Rio III. Dentre as equipes participantes uma era destaque: a equipe 116, lançada no dia 27/11. Para nós do setor D, é uma equipe especial. É que o grupo foi formado a partir de um Encontro para casais com situação irregular, mas que não tinham impedimento ao casamento. Ao grupo foi proposto fazer a caminhada da Experiência Comunitária e assim, com alguns ajustes à situação especial, seguimos os temas propostos pelo manual e, no decorrer das reuniões, despertado o sentido de comunidade, foi sendo manifestado o desejo de regularizar as uniões. Dessa forma foram celebrados os matrimônios de três casais. Um destes casais nos chamou atenção por ser o exemplo do que chamamos vocação adulta, Mônica e Sér_gio. E que o Sérgio não era batizado, acompanhava eventualmente Mônica e as duas filhas (3 e 7 anos) à missa. A partir do encontro e início da caminhada da Experiência Comunitária, passou a ser presença constante nas missas e a freqüentar a catequese de adultos. Foi batizado, fez a primeira comunhão, foi crismado e regularizou sua união com a celebração do matrimônio, no curto espaço de um ano. O casal passou a ajudar na Pastoral do Batismo e, movido pelo sen-

O

so de comunidade gerado pela Experiência Comunitária, muito influiu para que fosse formada uma Equipe juntamente com os outros cinco casais. Após duas reuniões de informação, eufóricos, optaram por ingressar no movimento das ENS. Assim, à confraternização não poderia faltar a mais nova Equipe do Setor D, e muito menos o casal Mônica e Sérgio. O Evangelho, assim como a homilia, foram profundos: "vigiai e orai. .. " E Frei Doriano, Conselheiro de nosso Setor incitou a assembléia a estar preparada pois não conhecemos o dia nem a hora ... Todos os casais comungaram, entre eles Mônica e Sérgio. Encerrada a missa, veio o lanche, a piscina e o f utebol... Às 12,00 horas, um grito alertou que o Sérgio tinha caído ... os sinais demonstravam parada cardíaca ... Quinze minutos depois, auxiliados por uma corporação do corpo de bombeiros que ocasionalmente combatia um pequeno foco de fogo na mata próxima, estávamos no hospital. Sérgio com trinta anos, morreu às 12:15 horas, do dia 01/ 12/96 como autêntico cristão e Equipista, pois num curto espaço de tempo recebeu todos os Sacramentos. Ao marcar a missa de sétimo dia, vemos mais uma coincidência na curta vida do jovem equipista, pois ela coincidiu com a missa mensal das Equipes de nosso Setor que sempre é realizada no segundo domingo de cada mês, às 19:00 horas, na 11


Igreja de Santa Rita dos Impossíveis, em Ramos, freqüentada habitualmente pela Mônica e Sérgio. Sem dúvida uma perda irreparável para Mônica, suas duas filhas, para a Equipe 116, para o Setor D, e para o Movimento das ENS. Não temos dúvida, o Sérgio que

viveu sua vocação de cristão tão intensamente, que tudo fez para participar de uma Equipe de Nossa Senhora, que foi equipista por quatro dias, agora está na casa do Pai, intercedendo por nosso Movimento.

Janete e Jorge CRS - Setor D - Rio III

Coral das Equipes; de Nossa Senhora (São carlos> A pedido do casal Égle e Aristides (Casal Responsável do Setor de São Carlos), foi criado em abriV96, o Coral das Equipes de Nossa Senhora com a finalidade de atuar nas celebrações litúrgicas promovidas pelo Setor. Conta atualmente com 30 elementos entre adultos e crianças, participando os equipistas e filhos. Os ensaios são semanais e, além da aprendizagem dos cantos, é dada iniciação musical e técnica vocal. Através do canto, encontramos uma maneira de louvar e agradecer a Deus, e assim manifestar a nossa alegria de pertencermos ao seu Reino. O relacionamento, amizade e dedicação entre os participantes têm sido

tão grandes, que surgiu a idéia de, nas semanas do Advento, levar através da música, mensagens de Natal aos asilos, orfanatos e bairros da cidade. Como equipista e regente do coral, posso afirmar que esse foi o trabalho mais gratificante que já realizei, em vista da disponibilidade, aceitação e boa vontade dos componentes do grupo.

Maria José (do Marcos) Equipe 08 I São Carlos - SP 12


Vencendo as distâncias I

O

rno estava previsto, a equie do Colegiado das ENS da egião Nordeste 11, sediado em Fortaleza, realizou sua visita às equipes de Barra do Corda/MA, no período de 31101 a 02/02/97. Um dos motivos foi apresentar a equipe do Colegiado, e o outro, mais importante, foi sentir de perto como caminha o Movimento naquela localidade, bastante distante, há mais de 1.000 km de Fortaleza, e que exige um acompanhamento especial. Ali já temos 3 equipes e 6 experiências comunitárias, e o plano é a expansão para cidades mais distantes dali, ou seja, criar duas equipes em Tuntum (123 Km) e uma em Governador Acher (151 Km). Aliás uma das 6 experiências comunitárias já está sendo feita no lugarejo chamado Genipapo (75 Km em estrada de terra). Após um longa viagem de 20 horas em ônibus, ou de 12 horas para aqueles que foram de carro, foi feita uma reunião com o Frei Leonardo Protta, casais responsáveis de equipe e coordenadores de experiências comunitárias, discutindo-se principal13

mente sobre questões da Pastoral Familiar e como o Movimento pode colaborar com ela. No dia seguinte, sentindo-se a necessidade de formar casais pilotos para acompanhar as futuras equipes, a equipe do Colegiado dedicou-se inteiramente a preparar casais para assumirem essa pilotagem. No dia 02 os trabalhos ficaram em tomo dos problemas, dificuldades e troca de informações sobre as experiências comunitárias. Na viagem de retomo, alguns casais da equipe do Colegiado passaram por Teresina~PI, onde presidiram uma das reuniões das experiências comunitárias que já existem naquela localidade, coordenada pelo diácono leigo Roberto Caminha e sua esposa. Assim, com as graças de Deus, com as bênçãos de Maria e a disponibilidade dos casais, vai-se expandindo, crescendo e fortalecendo o Movimento para outras localidades daRegião Nordeste 11.

ElbaeOscar Casal Secretário da Equipe do Colegiado da Região NEli


Encontraram Nossa / Mensagem (pane n>

nquanto o carro percorria a estradinha bonita que serpenteia pelas doces colinas de Itatiba (São Paulo ), em direção a Valinhos, pensávamos no momento que estávamos vivendo. Íamos conhecer a família Stocco, que havia encontrado a mensagem de Thérese e Valente, lançada ao céu nos últimos momentos do Encontro Nacionai. Havíamos tido dois contatos telefônicos e, devidamente equipados com nossa "super" maquininha fotográfica, prestávamos atenção para não errar o caminho. O lugar não é longe de nossa casa, mas fica a uns sessenta quilômetros de Itaici. Ali estava o lago muito tranqüilo de que a moça nos tinha falado; depois, mais um quilômetro e meio e finalmente o bar-

E

A recepção não poderia ter sido melhor: havia, em todos, a alegria de um encontro tão diferente e aquela expressão maravilhosa, que já nos acostumamos a ver nos olhos das pessoas que se envolvem nos negócios de Deus. racão, ao lado da entrada do sítio. Que beleza! Muitas flores co14


loridas, caquizeiros no dia seguinte, após pesados de belos fruuma noite de chuva; Tínhamos o tos quase maduros, e, no entanto, a mencoração uma plantação ainda sagem de Thérese e cheio de um bem verde de uva reValente estava intacta, cém-colhida, três casentimento quente ainda de emosas boas, com largas ção e solidariedade. forte e nossa varandas arejadas, Na volta, após os pobre fé tudo muito bem cuidaabraços e a promessa fortalecida. do e agradável. de um novo encontro A recepção não (quando os caquis espoderia ter sido metiverem maduros), lhor: havia, em todos, a alegria de deixamos aquela gente tão amiga e um encontro tão diferente e aque- aquele lugar tão bonito, trabalhala expressão maravilhosa, que já do, pacientemente, pelas mãos da nos acostumamos a ver, nos olhos família, há já sessenta anos. das pessoas que se envolvem nos Nos nossos ouvidos, ressoanegócios de Deus. vam ainda as palavras de dona Lá estavam dona Adelaide, Adelaide: "- Estou muito feliz, simpática, risonha, levemente apoi- pois foi Deus que mandou para ada na bengala, não aparentando nós esses novos amigos!" a idade que tem; seu marido, com Tínhamos o coração cheio de quem está casada há cinqüenta e um sentimento forte e nossa ponove anos, recuperando-se, cora- bre fé fortalecida. E ficamos penjosamente, de uma cirurgia; sua fi- sando que as mensagens que as lha caçula, Rosângela, que guar- Equipes de Nossa Senhora deida nos olhos claros a beleza das xam, na sua caminhada, deveriterras distantes de onde vieram am ser sempre como a de Thérese seus avós ... e Valente. Mensagens suficienteEntregamos a eles um exem- mente leves e alegres, para que plar da Carta Mensal em que Deus as conduza até aonde não Thérese e Valente, emocionados, podemos imaginar, e suficientecontam para todos nós a sua ex- mente fortes para que as pessoas periência. Vimos o álbum da fa- confiem nelas. Mensagens que lemília, registro de momentos feli- vem as pessoas a sentir que vale zes e importantes, falamos do nos- a pena pôr nossa fraqueza humaso Movimento, e em poucos mi- na a serviço daquele que nos aceinutos já éramos amigos, já sentí- ta na nossa efemeridade e nos amos que tínhamos muito em co- transforma em construtores de mum. Depois fomos ao local exa- seu Reino. to onde os balões haviam descido. Localizados, de longe, no doWilma (do Orlando) mingo, só foram retirados de lá Carta Mensal 15


Adote um Bispo/ endendo ao pedido das ENS saindo em busca da pessoa procuesolvemos "adotar um bis- rada. Foi realmente uma experiêno", Dom Augusto Alves da cia única. D. Augusto é todo voltado para Rocha, Bispo de Picos, Piauí, hospedando-o em nossa casa, por oca- o seu rebanho. A opção preferencisião dos festejos da Arquidiocese de al pelos pobres está desde sua cruz peitoral, de aço inox ao seu anel São Paulo. Fomos esperá-lo no aeroporto, episcopal, de tucum. Deste pequee como não o conhecíamos nos en- no coquinho é esculpido manualmente o anel, indicatichemos de cartazes, e vo dos que se comprodescobrimos alguém metem com os pobres que nos cativou como D. Augusto do Senhor. Reza muino Pequeno Príncipe. reza muito, to, mas assim que terEm D. Augusto mas assim mina suas orações tem tudo é simpático e natodo o tempo do muntural. Assim que cheque termina do para uma conversa, gou, pediu para entrar suas orações onde todos os assunem contato com seus tem todo o tos são abordados com amigos em Sampa, e tempo do humor e simplicidade. para encontrar uma O tempo para ele mundo para antiga secretária da é um mistério, dentro Diocese. Só que ela uma de um clima de absomora em uma favela conversa, luta calma, visita doennos limites da Serra do onde todos tes, compra livros, teMar, nos confins de lefona para os amigos, os assuntos São Bernardo do vai às favelas onde se Campo. E lá se foi são abrigam os migrantes nosso Bispo à procuabordados de sua diocese, e, por ra de sua ovelha. Ancom humor e mais incrível que paredar a pé por uma faça, não perde a hora simplicidade. vela paupérrima, com dos compromissos. esgotos correndo a A experiência de céu aberto, sem calçamento, sem água e cheia de pin- recebê-lo em nossa casa foi magníguelas, não é fácil. Existe uma des- fica e agradecemos ao Movimento confiança quando surgem caras es- que nos proporcionou esta grande tranhas, (de repente pode ser a po- alegria. lícia ... ), mas quando os moradores Altimira e Paulo A. P. Saraiva descobriram que se tratava de um (do Boletim Vivência Bispo, logo se formou uma verdaRegião S. Paulo - SP) deira romaria, quase uma procissão 16


e o/

A língua portuguesa movimento das ENS

·

A Equipe Responsável Internacional (ERI) decidiu tomar o Português a quarta língua oficial do Movimento. Assim, de agora em diante, todos os textos da ERI serão editados nos idiomas oficiais Francês, Inglês, Espanhol e Português.

Bodas de ordenação sacerdotal/

• Bodas de Ouro: Cônego Constantino W. M. Van Veghel No dia 21 de dezembro, o cônego Constantino completou 50 anos de sacerdócio. Desde março/96 morando na Bélgica, sua lembrança continua muito viva na memória de todos os equipistas que com ele conviveram, pois durante muitos anos foi um grande incentivador e militante das ENS. Em carta recente, deixou um conselho para os equipistas: "Levem a sério os Pontos Concretos de Esforço. Praticar todos, com sinceridade, durante alguns anos, é um passo sério no caminho da santidade. Por que os equipistas não são todos santos? Porque não praticam os PCEs que são uma coleção carismática do Cônego Caffarel". Equipe 8A - São Paulo

• Bodas de Prata: 18.12.96 Padre Jacy Cogo C.E. das ENS de Barbacena

17


Filho de equipista / recebe diaconia

No dia 18.01.97, foi ordenado Diácono, em Belém (PA) Adelson Araújo dos Santos, filho do casal equipista Terezinha e João BatistaEquipe 01 de Manaus. Deverá ordenar-se sacerdote em dezembro/97. Sobre as Equipes de Nossa Senhora, Adelmo afirma: "Trago boas recordações das ENS, do clima de amizade existente entre os casais e que se estende até seus filhos, da busca constante do crescimento na fé e no serviço ao próximo, que percebo muito presente na vida dos meus pais, e que, certamente, me estimulou a também dizer sim a Deus, como Maria, assumindo a minha vocação". Adelmo decidiu entrar para a vida religiosa, optando pela Companhia de Jesus, dos padres e irmãos Jesuítas.

F a lecime n t os /

13.07.96: Gedeão (da Lourdes) Eq. 02 de Parelhas (RN) 12.09.96: Olívio (da Catharina) Eq. 05 de Dois Córregos (SP) 20.10.96: Ítalo (da Ciló) Eq. 03 de Laranjal Paulista (SP) 07.01.97: Maria Ignez (do José Maurício) Eq. 10 de Marília (SP) 10.01.97: Léia (do Alexandre) Eq. 01 de Penápolis (SP) 26.01.97: Rino (da Sueli) Eq . 03 de Santos (SP) 26.02.97: Falcão (da Maria Helena) Eq. 01 São José dos Campos (SP)

18


Expansão: novos equipes/ 1. Coordenação de Benfica-Juiz de Fora (MG): mais 1 equipe, Nossa Senhora da Esperança. 2. Coordenação de Barbacena (MG): conta com mais três equipes, ou seja, Equipes n° 4, 5 e 6 sendo que duas delas estão em pilotagem.

3. Coordenação de Caraguatatuba (SP): há dois anos, Pe. Nino Carta, conhecedor profundo e entusiasta das ENS,juntamente com casais do Setor de Jacareí (SP), iniciou o nosso Movimento em Caraguatatuba, com duas Experiências Comunitárias. Atualmente a cidade tem quatro equipes, sendo que duas estão em pilotagem.

4. Coordenação de Itabaiana (SE): duas Experiências Comunitária transformaram-se nas Equipes no 5 -Nossa Senhora da Conceição e n° 6 - Nossa Senhora da Boa Hora, estando em pilotagem, passando a Coordenação a ter 6 equipes. S. Pesqueira (PE): formadas duas novas equipes, ou seja, a equipe no 1 - Nossa Senhora das Graças e no 2 -Nossa Senhora das Montanhas, vindas das Experiências Comunitárias. 6. Novas Equipes na região Rio Grande do Sul: • Setor A - 2 equipes em Porto Alegre: Nossa Senhora Mãe de Deus e Nossa Senhora de Schoenstatt • Setor D- 3 equipes em Alvorada: Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Saúde. • Setor Serra- 1 equipe em Caxias do Sul: Nossa Senhora de Lourdes. • Equipes distantes -ligadas à Região- 3 equipes, sendo duas em Mostardas: Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida e 1 em Viamão: Nossa Senhora da Conceição. 7. Setor Garça (SP): mais 1 equipe: Nossa Senhora da Paz.

19


Sessão de Formação/ nível 111

Iluminados pelo Espírito Santo e despertados para o conhecimento pessoal, conjugal, familiar e social para que, compreendendo essa realidade, possamos assumi-la e transformála, nós, participantes da Sessão de Formação Nível3, da Região Minas I, saímos e permanecemos fortalecidos na fé e disponíveis para o engajamento, isto é, ser sal e luz no mundo. Louvamos e agradecemos a Deus pela oportunidade de termos participado deste evento, pela bela e rica liturgia conduzida pelo Pe. Leles, Conselheiro Espiritual da Sessão, pelas palestras e grupos de assimilação sobre Formação e Lideranças, Documentos Básicos,

Carisma, Pedagogia das ENS, Organograma, Estrutura, Colegiado, Serviço nas ENS como apostolado, etc. Somente os que participaram puderam sentir a riqueza do que foi assimilado, por isso conclamamos aos equipistas a darem o sim de Maria quando forem convidados para participar de uma Sessão de Formação. Como nós, poderão refletir sobre a mensagem a nós dirigida neste encontro: "Caminhar entre flores é fácil e agradável; difícil é produzir sementes de vida".

- 20

Suelma e Marcos Eq. 06/B Juiz de Fora


Ordenação Presbiterial /

Os equipistas de Sorocaba participaram da Celebração Eucarística, na qual4 Diáconos foram ordenados Presbíteros, no dia 8 de dezembro de 1996. A alegria foi muito grande, pois, entre os 4 sacerdotes, um é filho do casal equipista Vicentina e Flávio, integrantes da Equipe 01 de Sorocaba. Vicentina, às vésperas da ordenação sacerdotal de seu filho, assim se expressou: "Estamos aqui Jesus, eu e o Flávio, para louvar e agradecer a Deus. Temos um motivo especial para isso. É a ordenação sacerdotal do nosso filho Júnior, escolhido por Deus desde o ventre materno. O Júnior tem sido uma pessoa desprendida de tudo e dedicada ao serviço de anunciar o Reino de Deus. Por isso louvamos ao Senhor que o escolheu para tão Santo Ministério. E a Maria por tê-lo sempre coberto com seu manto, dando-lhe a proteção de Mãe e Madrinha".

21


Faleceu Frei / Miguel Pervis

Faleceu no dia 13.12.96 o Frei Miguel Pervis, amigo do Pe. Caffarel e que teve grande influência em muitas equipes do Brasil. Frei Miguel, da ordem dos Dominicanos, fora ordenado sacerdote em 1950, chegara ao Brasil em 1952, e nesse mesmo ano, assumiu a direção espiritual da Equipe n° 7, de São Paulo, hoje Equipe A-1, assim permanecendo por muitos anos, em dois períodos, separados por longa estadia na França. Frei Miguel, portanto, foi um dos primeiros Conselheiros Espirituais das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil. Além de Conselheiro Espiritual de equipe em São Paulo, colaborou também com o nosso Movimento no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

Bodas de Prato de fundação de

Equipes de Mogi das Cruzes • Julho/96: Equipe 04- N. S. da Imaculada Conceição. Seu CE Pe. Vicente está na equipe também há 25 anos. (foto) • Agosto/96: Equipe 05 - N. S. Auxiliadora.

22


11 Encontro Mundial do Papa / com as famílias /

O Papa João Paulo li virá ao Rio de Janeiro, no início do mês de outubro deste ano, para participar do li Encontro Mundial do Papa com as Famílias. O Tema é "A FAMÍLIA: DOM E COMPROMISSO,

ESPERANÇA DA HUMANIDADE". A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro organizou um comitê especial para cuidar da visita. Cerca de 2.500 delegados episcopais de todo o mundo virão ao Brasil participar do Encontro. A comitiva do Vaticano deve ficar em tomo de 350 pessoas. Haverá um foro de debates com autoridades de todo o mundo sobre o sagrado núcleo da farru1ia: sua origem, sua constituição, sua defesa, sua missão, seu destino na reconstrução do mundo, na consolidação da Igreja, no plano de Deus. O Encontro prevê três grandes eventos: O Papa fará um pronunciamento ao final do Congresso Teológico, no Riocentro; vai ao Maracanã para a chamada Festa Testamento, na presença de mais de 200 mil fiéis e celebrará uma missa campal no Aterro do Flamengo, onde a organização espera mais de um milhão de pessoas. É importante que desde já os casais equipistas rezem para que este 11 Encontro atinja todos os objetivos propostos.

23


Casais em SituaCjãO Irregular 1

casal Cleide e Ariston, da Coordenação de Parelhas-RN, enviou notícia envolvendo a participação dos equiptstas locais, que dão um belo testemunho do que pode o Movimento fazer em favor da Pastoral Familiar. Eles têm se dedicado ao trabalho de formação e preparação de casais que vivem juntos , mas não são casados no religioso. A foto nos mostra, em pé, um grupo de casais, aliás bastante jovens, justamente no dia em que, na Capela de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, daquela cidade, receberam o sacramento do Matrimônio, assumindo assim a plenitude de sua união conjugal, com as bênçãos e graças de Deus.

O

24


Pilotagem à Distância ourg-la-Reine é uma peque- ta "L' Anneau D'Or" e uma preciosa na cidade, nos arredores de coletânea de Relatórios das reuniões Paris. Poucos brasileiros a co- formais da Equipe 2 de Bourg-la-Reinhecem ou sequer ouviram falar dela. ne que Lacombe, tão amavelmente, Mas ali, no ano de 1950, alguns casais enviava para Moncau, a cada mês, a já integravam a Equipe 2 das Equipes funde dar-lhe a noção da forma pela (francesas) de Nossa Senhora, da qual qual atuava uma Equipe francesa. A pilotagem à distância e por corera responsável o Casal Lacombe. Não respondência, ilustrada pelos Relatófosse o costume francês de se desigrios da Equipe mais experiente foi obnarem pelo sobrenome, poderíamos jeto de agradecimento do Casal Monpensar que, para eles, a unidade do casal nas Equipes impedia que marido cau que, por carta ao Casal Lacombe, e mulher usassem seus nomes, reser- datada de 17 de abril de 1952, apontou a grande utilidade vados para a intimidade daqueles relatórios que de seus lares. O casal, davam a conhecer o portanto, se designava Os Relatórios exemplo vivo de uma apenas pelo nome de fadas reuniões de Nossa SenhoEquipe mília, ou seja, o do mariformais das ra, composta de casais, do que a mulher assumia talvez bem diferentes, Equipes pelo matrimônio. mas que se uniam pelas O Casal Lacombe constituem a mesmas intenções e peera amigo do Casal Le demonstração los mesmos objetivos. Blanc, da Equipe Diriconcreta da Esse pequeno trecho da gente das ENS, que veio história das ENS no Bravivência dos ao Brasil e, nas suas sil nos mostra que a piandanças pelo Rio de casais lotagem à distância tamJaneiro e por São Pauequipistas. bém pode ser eficaz e lo, conheceu o Casal que os Relatórios da Moncau que, à época, formais das Equipes, mais do reuniões acabara de constituir a primeira Equique simples e frios documentos, conspebrasileira.Nosanosde 1951 e 1952, Henri Le Blanc e Pedro Moncau tituem a demonstração concreta da corresponderam-se freqüentemente e, vivência dos casais equipistas. Quanpara ajudar os brasileiros que se es- do bem cuidados e elaborados por forçavam para desenvolver sua Equi- equipes mais experientes, os Relatóripe recém-criada, Le Blanc tomou-se os podem ser fonte inestimável de auum dos intermediários de quem Mon- xílio e estímulo para equipes novas e cau conseguia material para reflexão, naturalmente mais vacilantes na camiestudo e conhecimento qas coisas pe- nhada do Movimento. culiares ao Movimento. Desse mate]únia e Mauro - Ecir rial faziam parte exemplares da revis-

B

25


~ Os Sinos ~~~ Convidam à Ave-Maria 1

E

,_

m sua cidade ainda tocam os sinos pela manhã, ao meio-dia e ao cair da tarde? O que significa esse dobrar dos sinos? Um convite à oração. É uma piedosa tradição que vale a pena ser conservada e cultivada, se bem compreendida. Esta oração é chamada também de ANGELUS, porque em latim se inicia com tal palavra que significaanjo: "O anjo do Senhor anunciou à Maria". Esta oração não é nada menos que um pequeno Ofício Divino popular, a exemplo do Rosário. Senão vejamos. A oração se compõe de três antífonas, três AveMarias, um versículo e uma oração final. Eis o seu texto:

/

à Maria. E ela concebeu do Es-

memoração do Mistério da Encarnação. Pelas Ave-Marias meditamos a atitude de Maria e nossa diante deste grande Mistério. A oração final é uma síntese admirável do Mistério da Páscoa. Pedimos a Deus que também nós, tomando conhecimento da Encarnação e, seguindo os passos de Jesus, por sua Paixão e Morte, possamos participar de sua ressurreição e de sua glória. Se ainda pudermos rezar esta oração em comum, na hora das refeições, por exemplo, ela adquirirá um significado todo especial pela presença de Cristo onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome. Rezemos três vezes ao dia, nas horas que mais claramente nos lembram o Mistério de nossa Redenção. Pela manhã, que nos lembra a

pírito Santo. Ave Maria ... Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. Ave Maria ... E o Verbo se fez homem. E habitou entre nós. Ave Maria ... Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos: Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossas almas, para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua Paixão e Cruz à glória da Ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor. Amém."

O que significa esse dobrar dos sinos? Um convite à oração. É uma piedosa tradição que vale a pena ser conservada e cultivada, se bem compreendida.

"O anjo do Senhor anunciou

Temos aqui uma belíssima co-

26


Ressurreição; pelo meio-dia, que nos lembra a Paixão e Morte, e à tarde, que nos lembra a Encarnação e Sepultura. Basta compreendermos bem o sentido do ANGELUS para lhe darmos o devido valor. Mas os sinos não dobram apenas ao toque das Ave-Marias. Eles chamam os fiéis para a assembléia eucarística, anunciam a morte do cristão, convocam o povo para outras celebrações como vésperas e bênçãos do Santíssimo. Dobram, ainda, para anunciar o dia do Senhor ou soam solenemente nas grandes festas em que o povo sai às ruas em procissões triunfais. Os sinos, em sua sóbria musicalidade, tornam-se símbolo da comunidade reunida, símbolo da fé, símbolo da convocação do povo de Deus para ouvir sua Palavra e celebrar os seus mistérios.

Colaboração Elza e Ari CRR Região Rio III 27


Fé em Alta, Ética em Baixa/ mos assistido a um avanço ormidável em técnicas e conhecimentos científicos na Medicina, mas também infelizmente, a uma decadência de princípios éticos e morais. Métodos que há algum tempo eram prerrogativa de profissionais diferenciados vêm se tomando realizáveis por doutorandos e residentes em formação. Isto é ótimo! Os recursos técnicos democratizaram-se, desmistificaram-se. Por outro lado, os princípios éticos, até em nome da ciência e da liberdade, foram relegados a planos secundários, guardados no baú como se superados fossem, descartados como inúteis. Recentemente acompanhamos pela imprensa o caso dos embriões congelados na Inglaterra. Como se sabe, cada vez que é realizada uma procriação artificial "sobram" embriões humanos que são "estocados", como antes era feito, na fase experimental, com embriões de pintos ou de macacos. Expirado o prazo de "estocagem", de "validade" foram tratados como uma lata de conserva qualquer. Foram eliminados, apesar dos protestos internacionais. Também no Velho Mundo uma mulher que tinha dificuldade para conceber, após recorrer à fecundação artificial engravidou de gêmeos. Como só queria um deles, simplesmente eliminou o outro, matou-o, abortou-o. Esta operação recebe o nome falacioso de "subtração" embrionária e é validada 28

Os recursos técnicos democratiza r a m-se, desmistificaram-se. Por outro lado, os princípios éticos, até em nome da ciência e da liberdade, foram relegados a planos secundários, guardados no baú como se superados fossem, descartados como inúteis.


continuar uma vida por uma ética casuísta, inviável?", "este útedistorcida, assassina. As crianças ro é um caixão ambuMas há um outro nasceram, lante que contém um lado em que a vida ainviveram vivo-morto", etc. da nos conta belas hisUnimo-nos em poucas horas tórias, dignas de regisoração e pedimos as tro. Há alguns meses como orações de todos os minha espos.a, também previsto e amigos. Nos dois camédica, acompanhou foram sos a gravidez foi manum casal (Pastoral dos tida, posto que não devolvidas ao recém-casados) em havia risco algum para situação de desespero. Criador. as mães. As crianças Ela estava grávida de No curto nasceram, viveram seis meses e uma ulespaço de poucas horas como tra-sonografia detecprevisto e foram devida que tara a existência de volvidas ao Criador. um feto anencéfalo, tiveram No curto espaço de isto é, não se lhe forforam vida que tiveram fomaram o crânio e o amadas, ram amadas, acariciacérebro, sendo fadado acariciadas e das e batizadas em à morte poucas horas nome do Pai, do Filho depois de nascido. batizadas em e do Espírito Santo. Os Acrescentou-se à dranome do Pai, desígnios de Deus fomática situação a indo Filho e do ram obedecidos. Os dicação da obstetra de Espírito pais e avós sofreram que deveria ser interamargamente, passarompida a gravidez, Santo. ram por um calvário. posto que "inútil" do Entristeceram-se por ponto de vista humano. Uma modalidade de eutanásia. quem morreu de morte natural, não Mais recentemente, caso exata- provocada ou apressada. Ficaram mente igual repetiu-se em outro abatidos mas serenos, em paz, guarcasal de jovens, primeira gravidez, daram a fé. Apesar de tudo o que se sabe filhos de amigos nossos, ligados à existir neste mundo inundado pelo Pastoral da Igreja (diz-se que em " pântano enganoso das bocas" , Medicina os casos raros andam aos como diz Thiago de Mello, às vepares). zes a fé fica em alta apesar da étiTanto no primeiro como no seca permanecer em baixa. gundo foi-lhes sugeridos substituir o acompanhamento pelo de uma Julio da Auxilium médica obstetra cristã , a nossa Equipe 2 - Setor A Lourdes, equipista como nós. As Manaus-AM tentações eram enormes: "para que 29


Vaticano Pede Lei Contra Clone Humano/ teólogo Gino Concetti, que é próximo do Papa João Paulo II, escreveu artigo no "L'OSSERVATORE ROMANO" (26/ 02/97) dizendo que "uma pessoa tem direito de nascer de uma maneira humana, não num laboratório". A polêmica teve início no começo da semana, quando cientistas britânicos anunciaram que uma ovelha foi criada a partir de uma célula de uma outra ovelha adulta. Dolly, a ovelha clonada, pode ser o ponto de partida para a repetição do experimento em humanos, o que dispensaria a concepção sexuada e criaria seres idênticos. O apelo do Vaticano para que os países aprovem legislações proibindo a clonagem de humanos já está prestes a ser aceito em alguns lugares. A Comissão do Meio Ambiente do Parlamento Europeu pediu à Comissão Européia que examine "as implicações éticas" da experiência com as ovelhas. Harold Varmus, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, disse a congressistas americanos que a clonagem de humanos é "moralmente repugnante". Os cientistas que "inventaram" Dolly dizem que a clonagem de animais pode garantir melhorias genéticas com implicações na saúde humana - substâncias coagulantes e pesquisa contra doenças, por exemplo. (Extraído do jornal "Folha de São Paulo", 27102197)

O

- 30


Refletindo Sobre a CF-97 Campanha da Fraternidade que serve a prisão? Para castigar? deste ano de 1997 assume Reintegrar? Reabilitar? Piorar? Será um tema bastante polêmico que quanto mais aumenta o númee comprometedor. Mas assim são os ro de presos, mais proteção tem a sociedade? caminhos de todo cristão. Se nã Conhecendo um houver incômodo e re pouco da realidade compromisso, pode ter atual do nosso Sistema certeza que a missão Penal, poderemos renão é cristã. Não cabe fletir e responder a esO tema em pauta discutirmos tes e outros questionanos leva a refletir soo mérito, o mentos relativos ao bre a realidade dos porquê deles caso. Alguns dados presidiários. Não cabe estarem nos levam a meditar discutirmos o mérito, o profundamente sobre porquê deles estarem presos, mas o problema dos encarpresos, mas de olharde olharmos cerados: nossos presímos para a realidade para a dios são superlotados, em que se encontram realidade há presença de armas os nossos presídios, ou e drogas no meio dos mais abrangentemenem que se detentos, há presos te, nosso Sistema Peencontram inocentes ou com pena nitenciári.o, e o que os nossos já cumprida. Tudo isto estamos fazendo, presídios e o comprova a falência do como estamos agindo Sistema Penitenciário. diante desta realidade, que estamos Como já dissemos, como membros de fazendo, não queremos avaliar o uma sociedade e como como motivo nem as circunscristãos que somos. estamos tâncias dos crimes coÀ luz do Evangemetidos por estes noslho, Jesus faz opção agindo diante sos irmãos. Trata-se de pelos menos favorecidesta agirmos de forma ordos num sistema realidade, ganizada e lúcida para opressor, ou pelos como tentarmos sensibilizar marginalizados. "Não as autoridades e os é o sadio que precisa membros de responsáveis pela fade médico." "Estive uma sociemosa, mas ineficaz, preso e não me visidade e como tastes". "Quem não ressocialização do precristãos que tiver pecado, atire a so. Está provado que primeira pedra". entupir as prisões não somos. baixa a criminalidade Perguntamos: para

A

31


de nenhum país. Um dos maiores bens juEstá provado rídicos do ser humaque entupir no é a liberdade. A as prisões punição deve ser a perda da liberdade e não baixa a não maus-tratos. Se criminalidade bem que concordade nenhum mos com a substituipaís. Um dos ção em casos mais lemaiores bens ves, como por exemplo pequenos furtos, jurídicos do de penas alternativas, ser humano como a prestação ·de é a liberdade. serviço comunitário, A punição perda do exercício de certos direitos, etc. deve ser a Pode- se perguntar: perda da não seria dar uma liberdade e vida boa aos criminonão maussos? E se matassem ou estuprassem suas tratos. esposas, suas filhas? São perguntas que não condizem com o pensamento cristão. Jesus veio para "QUE TODOS TENHAM VIDA". Ele falou TODOS. Maria viu seu Filho ser injustiçado, maltratado, humilhado, preso, torturado e morto. Ela se revoltou? Desesperou-se? Não. Sofreu sim, mas humildemente, silenciosamente aceitou. E ainda hoje seu gesto transforma vidas, muda corações, melhora o mundo. Achamos que quem comete crime merece castigo , mas até o castigo merece passar pelo princípio da decência. Jussara e Daniel Chacon Equipe 2 I Santarém - Pará 32


As Prisões e a CF-97/ eus amigos, católicos, cris- dem nossas mãos e até a nossa imatãos, homens que buscam ginação, neste momento da história a Deus e que seguem a brasileira? Se olharmos os noticiários, tanconsciência na procura da verdade to dos jornais quanto de rádios e tee do bem. levisões. diremos que é a injustiça São Paulo, nosso padroeiro, forna distribuição dos recursos que se mulou esta expressão que pode orientar a vida toda: "A liberdade recolhem neste Brasil. Mil vezes os para a qual Cristo nos libertou". bispos, como também o Papa, o reO Cristianismo, portanto, deve petiram, desde a primeira reunião do episcopado em tempos pregar, por toda parte, pós-conciliares. Foi que a pessoa humana Medellin, na Colômbia, só é plenamente feliz que nos abriu os olhos quando usar todos os Cristianismo, para descobrirmos que seus talentos e capacio país é rico, mas essa portanto, dades para realizar-se riqueza não chega aos na vida. deve pregar, lares que dela necesÉ por isso que a por toda sitam para vida digna, Campanha da Fraterque parte, saúde, educação e nidade de 1.997, proa pessoa moradia. slogan pôs como Seriam apenas es"CRISTO LIBERTA DE humana só ses três "cárceres" que TODAS AS PRISÕES". é plenamente prendem milhões de Antes de pensarfeliz quando brasileiros e os impemos nas pessoas que usar todos dem de realizar uma têm a infelicidade de pátria comum que se estar atrás das grades os seus assemelhe a uma vere aí sofrer horrores, talentos e dadeira fanu1ia ampliconvém pensarmos na capacidades ficada? liberdade de todos os para De fato, estes três brasileiros. Assim poelementos constituem realizar-se demos realizar o objeo mapa brasileiro tão tivo principal da Camna vida. deformado em sua expanha da Fraternidade, pressão nacional e inque é sempre um moternacional. Mas existem igualmenmento privilegiado da evangelização te outros pontos que podem e dever assumida por todos os batizados. ser enumerados como verdadeiras Afinal, é o Evangelho que oricadeias, que transformaram o país enta o nosso comportamento em inteiro numa prisão. qualquer situação da existência. Enumeraremos, em primeiro luQuais são os grilhões que pren-

M

o

33


gar, a violência que não só enche os jornais de sangue e de medo mas é igualmente a farm1ia que se vê presa à noite e até durante o dia, porque receia que algum de seus membros seja assaltado quando sai de casa. É preciso enfrentar essa prisão com os meios públicos, com a legislação, a presença preventiva da polícia e a solidariedade das comunidades e das pessoas. Outra prisão, não menos perigosa, é a droga consumida sobretudo pelos jovens e ultimamente também pelas crianças e adolescentes. O crack chega a criar verdadeiro clima de guerra, porque, além de causar dependência igual à prisão, também mata e leva a matar tanta gente entre nós. A Campanha da Fraternidade terá como objetivo libertar os nossos jovens, para que possam de novo encontrar outras motivações para a convivência e a alegria comunitária. Meus amigos: a Campanha da Fraternidade do ano de 1.997 tem assustado muitas pessoas, porque traz como título e objetivo ''A FRATERNIDADE E OS ENCARCERADOS". É hora de alargarmos a nossa visão e libertamos nosso povo de todas essas ameaças que corroem por dentro e por fora. Cada pessoa dos e fraternos . Vale a pena participar destacame a nação inteira têm que tomar consciência, através do mandamen- panha ditada pelo coração de Deus to essencial do Evangelho- ''AMAI- e o coração dos brasileiros. Pai Nosso ... VOS UNS AOS OUTROS" e "PROCURAI EM PRIMEIRO LUGAR O REINO DE DEUS" -de que tePaulo Evaristo - Cardeal Arns mos solução para romper todas as (Jornal "O São Paulo" cadeias, a fim de sermos livres, uniedição de 13102197) 34


Responsabilidade: um Convite à Conversão ) eus, Pai de misericórdia, que ama a todos os seus filhos por igual, julgou-nos dignos da sua confiança e chamou-nos para urna tarefa na sua vinha. Atribuiunos a responsabilidade de animar e manter a unidade do Movimento no Rio Grande do Sul, constituindo-nos depositários fiéis do carisma fundador das ENS em nosso Estado. Esta convocação, corno todas as que ocorrem no seio da Igreja, significa um convite para participarmos deste misterioso amor de Deus, gerador de urna relação de amizade que ao mesmo tempo nos dignifica, liberta, converte e ... também compromete ... Quanto a nós, Deus valeu-se de urna responsabilidade das ENS para nós puxar com mais força para junto de Si, a fim de que experimentássemos mais profundamente a bondade, o encorajamento e o desafio existentes nesta relação amorosa que Ele nos tem oferecido. Muitas vezes, a nossa limitação humana sobrepujou a fé impedindo-nos de perceber a ação do Espírito Santo nos convocando a um comprometimento maior com Cristo. Também custamos a nos dar conta de que tínhamos medo. Medo de nos mostrar tal corno éramos; medo de nos comprometer com Ele e com os outros; medo de dedicar nosso tempo para a satisfação de outras pessoas; medo de

D

romper com um tipo de vida em que éramos o centro dos acontecirnentos; medo de nos tornarmos vulneráveis às outras pessoas. Sempre tínhamos as desculpas já bastante conhecidas: não ternos tempo, ou ainda não estamos preparados. Nunca havíamos nos dado conta que, de fato, estávamos fugindo de nossa própria realidade e que vivenciávarnos um "amor cristão" ainda distante do Amor de Deus revelado por Cristo. Enfrentamos corno todos os casais convidados, o dilema de conciliar nossa realidade de vida enquanto casal, pais, equipistas, etc, no contexto de urna relação que gradativamente se aprofunda pela ação do Espírito Santo. Talvez, o estímulo derradeiro que nos encorajou a responder positivamente ao chamado tenha sido a vigorosa exortação de São Leão Magno (Christifidelis Laici, 58) citada no manual A RESPONSABILIDADE NAS ENS: "Aquele que vos deu a dignidade vos dará a força!" Esta interpelação nos fez perceber que as nossas dificuldades e desculpas estavam ligadas a urna fé ainda um tanto insubmissa às graças do Espírito Santo, única força capaz de fazer desabrochar a fonte de amor existente em nossos corações. Vencida esta etapa de luta interior, foi-nos dada a graça de perceber a dimensão da tarefa que nos

35

,

t~

l-


está sendo confiada, diante do momento histórico que vive a humanidade e o Cristianismo, nesta virada de século. A Divina Providência quis dar um valor peculiar ao nosso compromisso fazendo com que ele seja exercido ao longo da preparação imediata para o Jubileu do Ano 2.000, toda orientada para celebrar o mistério de Deus que se entranhou na história do homem através da encarnação de Jesus Cristo e da redenção por ele operada. Em nossas orações temos solicitado que o Espírito Santo faça de nós um instrumento útil na missão de reavivar, em nosso Movimento e na Igreja, o valor e o significado de que se reveste tal j ubileu. De modo particular, que sejamos capazes de atender à recomendação do Papa João Paulo II, no sentido de testemunhar as virtudes de uma enormidade de homens e mulheres que, a despeito da realidade adversa do nosso tempo, vivem a sua vocação cristã no e através do sacramento do Matrimônio, acolhendo sem reservas o dom da Redenção (Tertio Millenio Adveniente, 32 e 37). Que Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, padroeira do nosso Movimento nos proteja e nos ajude a viver a nossa vocação e missão de cristãos equipistas.

Enfrentamos como todos os casa is convidados, o dilema de conciliar nossa realidade de vida enquanto casal, pais, equipistas, etc, no contexto de uma relação que gradativamente se aprofunda pela ação do Espírito Santo. Talvez, o estímulo derrade iro que nos encorajou a responder positiva mente ao chamado tenha sido a vigorosa exortação de São Leão Magno "Aquele que vos deu a dign idade vos dará a for ça!"

Graça e Roberto CRR Rio Grande do Sul 36


EACREs/ sagens foram escritas pelos casais e, em seguida, trocadas pelas de outros casais, com o compromisso de procurarem, aleatoriamente, na lista telefônica, um nome com endereço e enviarem a referida mensagem. Os temas desenvolvidos: "Compromisso e Participação", "Campanha da Fraternidade", "Conjugalidade" e a apresentação sobre O QUE FAZER e COMO FAZERem relação ao projeto ENS - Rumo ao Novo Milênio levaram a reflexão e a formação a todos os participantes. Em tudo também se chamou a atenção para a vivência dos PONTOS ÇONCRETOS DE ESFORÇO e as TRES ATITUDES. Os círculos de estudo proporcionaram grande troca de experiência. Aproveitando-se a presença do Conselheiro Espiritual da ECIR abriu-se espaço para perguntas e esclarecimentos de dúvidas. Como fato pitoresco, registra-se que o local onde se realizou o EACRE, ou seja, a Abadia dos Monges Beneditinos, esteve fechado por 60

A

Equipe da Carta Mensal contatou os Casais Respon áveis de Regiões recém-criadas, que pela primeira vez organizaram seus EACRES, pedindo-lhes uma breve apresentação do desenvolvimento do EACRE local.

I. Região Nordeste 111 Este EACRE aconteceu na cidade de João Pessoa-PB, com a participação de 42 casais equipistas de Parelhas e Natal, no Estado do Rio Grande do Norte e Santa Luzia e João Pessoa, da Paraíba, contando também com a presença de 13 Conselheiros Espirituais. Destacou-se como importante a presença do Pe. Mário José Filho, C.E. da ECIR, neste evento, pelo incentivo e motivação que transmitiu aos casais e conselheiros da Região. O Encontro foi marcado por profundas liturgias, como por exemplo "a procissão das águas". Muitos cânticos animaram os dois dias do evento. Na celebração do ENVIO foi significativo o gesto concreto: men-

37


ENS. Foi maravilhoso o testemunho dos nossos conselheiros ao afirmar que nas ENS eles encontraram o amor e a vivência de uma famflia. Além do devotado trabalho da equipe de serviço, destaca-se como comovente a participação da rapaziada das Equipes de Jovens de Nossa Senhora. Na riqueza das celebrações, chamou a atenção a cerimônia das águas, onde cada um depositou a sua, simbolizando a nossa vida, o nosso esforço. Foi como se se repetisse o que aconteceu nas Bodas de Caná: a nossa água transformada para saciar todos aqueles que foram convidados para a grande festa. E que ela impulsione o Movimento a saciar as necessidades da Igreja, resgatando principalmente a beleza e a alegria do amor conjugal e da famflia cristã. A celebração do Envio foi marcante. Balões com as mensagens da Boa Nova do Casamento vieram mostrar a nossa missão como casal cristão.

anos, e, após sua reabertura, este foi o primeiro encontro de leigos que ali se realizou.

Cida e Raimundo CRR Nordeste III 11. Região São Paulo Oeste I A Região foi recentemente desmembrada, compreendendo atualmente as cidades de Bauru, Pederneiras, Garça, Marília e Assis, todas no Estado de São Paulo. O Encontro aconteceu nos dias 15 e 16 de fevereiro , em Bauru. Foram dias de muito enriquecimento onde os casais (69 Casais Responsáveis de Equipe, 31 Casais Ligação e 6 Casais Pilotos) puderam uma vez mais tomar consciência do verdadeiro papel de casal cristão no mundo de hoje, com a missão de "ser sinal de amor transformador do mundo" rumo ao Novo Milênio. Estiveram presentes, ainda, 10 Conselheiros Espirituais, que em sua reunião específica trocaram idéias e experiência sobre o seu papel nas

Teresinha e Agostinho CRR São Paulo Oeste I

38


Ser Santo Hoie 1 palavra SANTIDADE foi mudando o seu significado o longo dos anos. Outrora tínhamos a impressão de que os santos viviam sempre num ambiente de jejuns, flagelações, perseguições. A santidade parecia alguma coisa reservada para alguns. Porém, São Paulo nos adverte "que a vontade de Deus é que vos torneis santos" . A santidade é um dom de Deus, um efeito de sua graça, de sua vida em nós. Pelo Batismo somos filhos de Deus, trazendo dentro de nós a fonte de santidade. Para os esposos cristãos o caminho real da santidade é o do dia-a-dia, vivendo o seu casamento, o seu amor. Nós, equipistas, encontramos nos PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO os meios de incutir em cada um de nós as atitudes que nos levam a uma mudança de vida. Não foram escolhidos arbitrariamente e possuem uma coerência interior que os une. "Mutilamos as equipes se nos limitarmos à regra, sem procurarmos · o Espírito". Procuraremos exemplificar as três atitudes, comparando-as com as virtudes: Fé, Esperança e Caridade. BUSCA ASSÍDUA DA VONTADE DE DEUS: é pela Fé que o homem se entrega todo a Deus; por isso é nosso dever procurar conhecer e fazer a Sua vontade. PROCURA DA VERDADE: pela coragem da Esperança preservamonos do egoísmo e conduzimo-nos à felicidade. VIVÊNCIA DO ENCONTRO E 39

DA COMUNHÃO: na perseverança da Caridade amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Concluindo: as 3 Atitudes de vida, impregnadas de Fé, Esperança e Caridade são o penhor da presença e da ação do Espírito Santo agindo nas faculdades da pessoa humana. Temos de caminhar na confiança da Fé, na coragem da Esperança e na perseverança da Caridade, procurando mudar nossas atitudes. O amor de um homem e de uma mulher, o sorriso de uma criança, a paz de um lar, são testemunhos sem palavras, onde se pode pressentir o reflexo de um outro amor, o Amor de Deus. "SER SANTO NO MUNDO DE HOJE NÃO É USAR UM UNIFORME ESPECIAL. ÉVIVER E COMUNICAR A VIDA DE DEUS". Brilhando a nossa luz aos olhos dos homens, glorificaremos nosso Pai que está nos céus. Que os homens possam dizer: ''É Cristo que vi ve nele". Qual a relação que existe entre SER SANTO e a VIVÊNCIA DAS TRÊS ATITUDES? A Santidade está para as Três Atitudes, assim como as Três Atitudes estão para a Santidade, visto que a Santidade não consiste numa série de atos, mas é uma atitude de vida. Elas estão inter-relacionadas, participando e comprometendo-se com a construção do Reino de Deus, na vivência do Sacramento do Matrimônio. Dalva e Sebastião Eq.ll - Setor A I Florianópolis-SC


Palavra do Papa A Sociedade e os Verdade i ros Valores

Não poucas pessoas, refletindo sobre a situação do nosso mundo, manifestam desorientação e, às vezes, até angústia. Impressiona-as a constatação de comportamentos individuais ou de grupos, que revelam uma extraordinária ausência de valores. O pensamento dirige-se naturalmente a fatos de crônica, mesmo recentes, que causam em quem os observa com atenção um terrificante sentido de vazio. Como não nos interrogarmos sobre as causas, e como não sentirmos a necessidade de alguém que nos ajude a decifrar o mistério da vida, consentindo-nos olhar comesperança para o futuro? Na Bíblia, os homens que têm esta missão são chamados profetas. São homens que não falam em nome próprio, mas em nome de Deus, movidos pelo seu Espírito. Também Jesus mostrou-se como profeta aos olhos dos seus contemporâneos, que, impressionados, nele reconheceram um "profeta poderoso em obras e palavras" (Lc 24,19). Com a sua vida, e sobretudo com a sua morte e ressurreição, Ele se acreditou como profeta por excelência, sendo o próprio Filho de Deus. É o que afirma a Carta aos Hebreus: "Tendo Deus falado outrora aos nossos pais, muitas vezes e de muitas maneiras, pelos profetas, agora faLou-nos nestes últimos tempos

pelo Filho" (Heb 1,1-2). O mistério do profeta de Nazaré não cessa de nos interpelar. A sua mensagem, entregue nos Evangelhos, continua a ser, no decorrer dos séculos e dos milênios, sempre atual. Ele mesmo disse: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passa rão" (Me 13,31). Em Jesus, seu Filho encarnado, Deus disse a palavra definitiva sobre o homem e sobre a história e a Igreja repropõena com sempre nova confiança. Sabendo que ela é a única palavra capaz de dar sentido pleno à vida do homem. Não raro, a profecia de Jesus pode resultar incômoda, mas é sempre salutar! Cristo é sinal de contradição (Lc 2,34), precisamente porque toca a alma em profundidade, obriga quem o escuta a pôr-se em questão, pede a conversão do coração. Oxalá o caminho rumo ao jubileu constitua para os crentes uma constante redescoberta de Cristo. Esta é uma exigência que eu quis ressaltar ao enviar o Evangelho de Marcos a todas as farru1ias romanas. Faço votos para que esta iniciativa e outras semelhantes se multipliquem na Igreja. A Virgem Santíssima nos ajude a abrir-nos com docilidade à escuta da palavra de Jesus, e a ser seus corajosos e entusiastas anunciadores e testemunhas. (Alocução mariana de 26/01/97)

40


AsENS

ncorajados pelo Conselheiro Espiritual e casais de nossa equipe, resolvemos partilhar com vocês uma rica "descoberta" que fizemos ao preparar o tema de estudos da última reunião. Já repararam como a proposta de nosso Movimento se molda perfeitamente às exigências da evangelização no projeto "Rumo ao Novo Milênio"?

E

O

A vida comunitária , alimentada pela Palavra e pelos Sacramentos , quer ser testemunho para que o mundo creia .

Testemun ho

"A vida comunitária, alimentada pela Palavra e pelos Sacramentos, quer ser testemunho para que o mundo creia". (Rumo ao Novo Milênio- RNM- parágrafo 110). A terceira dimensão do carisma das ENS nos envia a dar testemunho do amor de Deus, por meio do Sacramento do Matrimônio . "À luz do Evangelho, revigoramento da fé e do testemunho na liturgia dominical, na vivência bíblico-catequética e comunitária, tendo em Maria o modelo de fé" (RNM- Quadro Sinótico ).

Uma das prioridades das ENS, a Vida de Equipe, com ponto alto na reunião formal, permite-nos o fortalecimento do testemunho e da fé, exatamente na vivência e partilha dos Pontos Concretos de Esforço. Sem falar que, mais que termos em Maria - Rainha da Família - nosso modelo, temos a própria identidade do Movimento. O

Servi ço

"Uma Igreja a serviço não pode deixar de se confrontar com 41


problemas sociais brasileiros" (RNM -121). Cada Equipe de Nossa Senhora é uma pequena Igreja a serviço do povo de Deus, "ainda em caminho". Presença no un o, Pastoral Familiar, Experiência Comunitária, são outras três prioridades do Movimento, por meio das quais temos oportunidades concretas de oferecermos nossos talentos a serviço da construção do Reino.

O

Diálogo

"Diálogo sobre a busca da Salvação em Cristo, sobre a diversidade de caminhos e sobre o reconhecimento de uma só FalTI11ia Humana" (RNM- Quadro Sinótico). "A Igreja dialoga com o Mundo, com as diferentes culturas e religiões , com as outras Igrejas cristãs e incentiva o diálogo em suas pró-

Diálogo sobre a busca da Salvação em Cristo, sobre a diversidade de caminhos e sobre o reconhecimento de uma só Família Humana.

prias comunidades"( RNM 138). A Comunicação é outra das prioridades das ENS. A comunicação entre as equipes, passando pelos vários níveis da estrutura do Movimento. Equipes pelo mundo afora, em locais de diferentes culturas, buscando o diálogo para construir na unidade. A universalidade dos documentos básicos e da pedagogia do Movimento.

O Anúncio do Evangelho

"O anúncio de Jesus acontece de muitas maneiras: o serviço, o amor gratuito, o perdão, a presença pública e profética da Igreja na sociedade são anúncios de Jesus" (RNM 146). Esta quarta exigência vem a ser o elo entre as três exigências anteriores. Mostrando coerência entre nossas atitudes e a fé que professamos, podemos anunciar Jesus tanto pelo testemunho quanto pelo serviço ou pelo diálogo. Terminamos por aqui nossa breve reflexão. E como há, ainda, espaço para novas reflexões! Não esqueçamos que a Formação é outra das prioridades das ENS! Partilhem seu ponto de vista sobre este tema!

Odeneide e Luiz Cláudio Eq. 77 - Setor B, Rio 42


Um Mundo Sem Bússola m mundo sem bússola é um navio sem rumo. A expressão ilustra as pessoas sem caminho a trilhar, sem valores a viver, sem ideal a seguir. É o homem confuso e encurralado, impossibilitado de orientar-se na vida com tranqüilidade e segurança. Esta parece ser a imagem do homem contemporâneo. Á v ido, agitado e pressuroso, julga-se o dono do mundo e das coisas. Entretanto, debate-se nas vascas da dúvida e da ansiedade. De tropeço em tropeço, troteia à beira da estrada da vida, sem dar conta dos perigos que o aguardam. Já não o impressiona o massacre do Carandiru; pouco liga às chacinas da Baixada, a assaltos, a caçadas da presa humana. Sua lei é a selva; sua força, a do canhão e do átomo acionado; sua lógica consiste na destruição e no "salve-se quem puder"! Situação que nos deixa apreensivos ante os valores que defendemos, os critérios que adotamos. Por isso, é hora de acordar e exclamar com Cícero: "Ubinam gentium sumus?- em que parte do mundo vivemos?" Tais homens, quando abordados, respondem com altivez: "Somos a geração do Terceiro Milênio; formamos o pelotão dos sobreviventes de duas guerras mundiais; pertencemos à eficiente equipe dos conquistadores da Lua; somos os âncoras da comunicação, os engenheiros da Internet, da fi-

U

bra ótica, do telefone celular e da tv a cabo; constituímos o amanhã da qualidade total". Assim sendo, está na hora de despertar da sonolência, da letargia para revestir-nos do sopro da sabedoria e do bom senso. Pois não necessitamos do homem desprovido de sentimentos, sem valores éticos e morais. Rejeitamos o robô sem alma, o ser humano distante do projeto originário de Deus. Projeto que prevê um homem criativo, leal e participativo na administração da justiça e da ordem em todos os segmentos da vida humana. Homem, de quem o Criador, após tê-lo contemplado, disse: "Tudo está muito bem feito " (Gn 1 ). Efetivamente, não é de crer que, enquanto a técnica progride, o homem esteja a rastejar e a deteriorar-se no pó da estrada. Chamado a ser companheiro do Criador na distribuição das riquezas da terra, o homem não necessita da violência para governar, do egoísmo para sobreviver, do embuste e da fraude para progredir, da lei da selva para crescer, ganhar, subir. Acaso o homem inteligente necessitará, primeiro, despir-se de todas as qualidades de nobreza e dignidade para, em seguida, impor-se na irracionalidade? Terá ele necessidade de despojar-se antes do amor, da honestidade, da fraternidade e da própria alegria de viver para, depois, instalar o terror na terra? Terra que o próprio Criador 43 ·

.

\



lhe concedeu em sinal de distinção, confiança e amor? É triste constatar que o nosso mundo não ensina a pensar com criati-vidade e segurança, marginalizando as pessoas e impossibilitando-as de realizar uma identidade psicológica sadia e humana, incapaz de renovar, de selecionar e encontrar a própria felicidade. Efe-

Nunca foi tão necessário, como homem, redescobrir os valores profundos "adormecidos ou amortalhados" em nosso íntimo: a liberdade, a honestidade, a honradez, a fraternidade, a justiça, a solidariedade e o amor. Valores que o raio ultra-som não capta e o olho eletrônico não detecta.

tivamente, vivemos patrulhados por mil preconceitos e inseguranças, distantes de nós mesmos. Nunca foi tão necessário, como homem, redescobrir os valores profundos "adormecidos ou amortalhados" em nosso íntimo: a liberdade, a honestidade, a honradez, a fraternidade, a justiça, a solidariedade e o amor. Valores que o raio ultra-som não capta e o olho eletrônico não detecta. Nunca, como hoje, será necessário reler o evangelho da vida e da confiança para acreditar naquele que tanto acreditou nos homens, a ponto de fazer-se um deles. Em tudo igual a nós para dar-nos um exemplo palpável de amor e de vida, bussolar nossas idéias na senda da verdade. Verdade que ordena abraçar ricos e pobres, brancos e negros, sem distinção. Cremos na reforma do mundo, mas a partir do homem. Ele é o centro, a alavanca e o fulcro a sustentar o mundo. Redescobrir este ser misterioso, redimensionar sua identidade, sua figura e papel no desígnio do Criador, eis uma redescoberta espantosa, reservada aos nossos dias. Desconhecê-lo, pior, ignorá-lo, eis uma trágica crueldade!

Vendelino Estanislau Professor da PUC- PR (Jornal Voz do Paraná 19 a 251 01197) 45


Os Camundongos de Nossos Corações / m homem havia comprado uma casa à beira de um lago para ir pescar. Era magnífica pousada, perto de um lago esplendoroso cheio de todo tipo de peixes. Depois de ter adquirido esta pousada, ele resolveu dar uma grande festa para a sua inauguração. Durante o jantar viu um minúsculo camundongo passando pela sala. Não prestou muita atenção no bichinho e continuou a festejar com seus amigos. Passado algum tempo, voltou novamente à pousada para pescar e se divertir. No início da noite ele viu passar na sacada um outro camundongo seguido, desta vez, por uma fileira de filhotes. Pensou que um camundongo com seus filhotes não era tão grave, e por isso não tomou nenhuma providência. Foi de fato o início de sua infelicidade. No ano seguinte ele voltou com alguns amigos, notando que havia muitos sinais de camundongos em sua pousada. Desta vez fez uma grande limpeza, desinfetando-a. Tranqüilo de que havia eliminado, foi pescar e se divertir. Assim, cada vez que voltava, encontrava mais camundongos, procurava eliminá-los, mas já era impossível. Matava dezenas, centenas, mas eles acabavam aparecendo de todos os lugares. Os camundongos multiplicavam-se, tornando ineficaz qualquer tentativa de eliminá-los. Até que o dono da pousada re-

U

46

correu a um exterminador que colocou muito veneno, conseguindo matar milhares de camundongos que foram enterrados. Mas, infelizmente, o cheiro continuou. Por isso foi obrigado a ventilar por muito tempo a casa e queimar todos os colchões, desinfetar os armários, ainda assim não conseguindo tirar todo o mau cheiro. Foi somente com o tempo, muita paciência e inúmeras lavagens que ele pôde devolver a beleza de outrora à sua pousada. Um camundongo pode parecer nada, cem talvez, mas mil representam uma preocupação muito grande, milhares, podem levar à morte. Se aquele homem soubesse disso antes, teria eliminado o primeiro camundongo que viu, quando entrou pela primeira vez naquela casa. Muitas vezes, em nossa vida, carregamos dentro de nós um pequeno defeito, um defeitinho de nada que disfarçamos bem, fingindo que até não existe. Um "pecadinho de estimação", talvez uma pessoa que não amamos muito ... , alguma coisa que fazemos porque é moda na sociedade de hoje ... algum desejo de vingança ... Uma negação de amor a Jesus é como um camundongo, parece nada. Mas muitas negações de amor a Jesus são como muitos camundongos. E eles poderão ser tão numerosos que chegará um dia em


que não suportaremos mais o cheiro do nosso coração. Santa Catarina de Siena tinha o dom de cheirar as almas. Muitas vezes, ao cruzar com importantes damas da corte, ela tampava o nariz. Certa vez seu confessor lhe perguntou por que ela fazia isso e ela respondeu:- "É o cheiro que exala de suas almas". Muitas vezes temos de fazer uma verdadeira faxina em nossas almas e pedir a Jesus que as recupere. É por isso que há muitos feridos neste mundo. Almas feridas, machucadas, doentes que precisam de cura. São as casas cheias de camundongos. Não deixemos que isso aconteça conosco. Se existe um "camundongo" em nosso coração, vamos exterminá-lo logo! Em primeiro lugar peçamos ao Espírito Santo que nos mostre onde estão eles dentro de nós e vamos lavar cada cantinho do nosso coração com o Amor e Sangue de Jesus. Vamos fazê-lo passar inteirinho por um bom sacramento da confissão. Vamos remexer lá dentro, bem no fundo para não ficar nada. Depois de tudo limpinho, comecemos a orar o terço com mais fé, não como obrigação, porque é Maria quem derramará o bálsamo que deve exalar nosso coração. Finalmente, embelezemos a casa toda para que ela fique cheia do Espírito Santo.

Se existe um "camundongo" em nosso coração, vamos exterminálo logo! Em primeiro lugar peçamos ao Espírito Santo que nos mostre onde estão eles dentro de nós e vamos lavar cada cantinho do nosso coração com o Amor e Sangue de Jesus.

Colaboração de Cristina e Paulo Eq. 12 - São Caetano do Sul 47


Meditando Sobre o Evangelho de São Marcos "Se tua mão te escandaliza, corta-a ... Se teu pé te escandaliza, corta-o ... Se teu olho te escandaliza, arranca-o ... "

(Me. 9, 43-4 7) orta-o ... arranca-o ... A mão, instrumento do meu trabalho ... cujo produto pode ser posto a serviço dos homens ou do meu egoísmo. Os pés, que podem conduzir meus passos para o meu próximo ou para a satisfação de inclinações inconfessáveis ... Os olhos, que eu não posso impedir que vejam o que me cerca ... mas posso controlar os lugares onde se detêm ... Olhar de amor ou de avidez ... olhar puro ou cheio de paixão ... olhar para o que é claro, luminoso, ou olhar que se compraz na obscuridade onde se escondem os demônios ... olhar que pode se elevar para a imensidade do céu ou se limitar às coisas da terra. Senhor, eu vos apresento minhas mãos para colocálas ao vosso serviço, ao serviço dos homens, ao serviço da vossa vontade ... Senhor, que meus passos sejam bem plantados sobre a terra, mas sem nela afundar-se e que persigam sempre os caminhos que a vós conduzem. Senhor, que meus olhos sempre vos saibam ver nas coisas e nos homens ... _que eles se comprazam na contemplação da grandeza de vossa obra ... que eles se voltem também para a miséria do mundo e dos homens. Senhor, que minhas mãos não se entretenham senão no que é útil... que meus passos sejam firmes, solícitos e sempre orientados para o ideal... Que meus olhos saibam discernir os caminhos da minha vida; conduzir meus passos, evitar que caiam nas ciladas do caminho ... Guiai as minhas mãos e os instrumentos que nelas colocastes para vosso serviço ...

C

Pedro Moncau Júnior 48


MEDITANDO EM EQUIPE Texto-base: Capítulos I e 11 Caminhamos na Estrada de Jesus

O Evangelho de Marcos - CNBB Todo o início do Evangelho de Marcos trata do entusiasmo do povo com Jesus que anunciava a salvação . Na continuação do Evangelho podemos ver que não durou o entusiasmo de muitos . Como não dura nosso entusiasmo por Jesus, se não assimilamos profundamente sua mensagem . Para assimilar a mensagem de Jesus e aumentar nosso entusiasmo por Ele só existe um caminho: a MEDITAÇÃO .

.. . ... . .. .... . . . . .. . . . . .. . .. . . . . ... .. . .. Leitura: Evangelho de Marcos, 3, 7-1 O • Oue foi que despertou o entusiasmo por Jesus? • Como anda meu entusiasmo por Jesus? • Oue vou fazer para recuperá-lo e aumentá-lo?

...... ........... ........... Oração litúrgica: Bendito e louvado seja Deus, o Pai de Jesus Cristo, Senhor nosso, que em Cristo nos abençoou do alto céu com bênçãos espirituais de toda a sorte. Foi em Cristo que Deus Pai nos escolheu, já bem antes de o mundo ser criado, para que fôssemos, diante dele, sem mácula e santos pelo amor. (E f 1,3-4)

.. ...... ...... ...... Pistas para a vivência da meditação durante o mês Meditar consiste em : il. Entender a mensagem de Jesus b. Julgar nossa vida à luz dessa mensagem . c. Decidir o que fazer. d. Pedir ajuda e fazer


Prioridades do Movimento das Equipes de Nossa Senhora

1. 2. 3. 4. 5. 6.

Vida de Equipe Formação Comunicação Presença no Mundo Pastoral Familiar Experiência Comunitária

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjuga l e Familiar R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo • SP Fone : (011) 256 .1212 • Fax: (011) 257 .3599 ·


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.