ENS - Carta Mensal 325 - Fevereiro e Março 1997

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Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°325 Fevereiro- Março/1997

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lndice Editorial ................................. ..... 01

A ECIR Conversa com Vocês ............ 03

Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto

Especial ....................................... 11

Maria Cecília e José Carlos Sales Wilma e Orlando S. Mendes

Encontro Nacional 1 996 ................. 17

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (cons. espiritual)

Maria ......................................... 44

Jornalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835)

Notícias e Informações ..................... 46

Nossa Biblioteca .......................... .. 4 7

Capa, Composição, Diagramação e Ilustrações: F&V Editora Ltda. R. Venâncio Ayres, 931 São Paulo Fone: (011) 263.6433 Fotolitos e Impressão: Edições Loyola Rua 1822, 347 Fone: (OI 1) 6914.1922

Reflexão ...................................... 48 Tiragem desta edição: 10.200 exemplares

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para : Carta Mensal • R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • conjunto 53 cep 01 309-000 • São Paulo - SP Fone: (011) 256 .1 212 • Fax: (011) 257 . 3599 • NC Chico e Silvia


A linha editorial desta Carta Mensal está centrada no / Encontro Nacional, cuja temática tem ditado o balizamento para o novo ano equipista . Trata-se, pois, de uma Carta

Especial, que procura passar aos casais equipistas em geral todo o espírito do Encontro Nacional ocorrido em novembro/96, em ltaici-SP. Serão apresentados os resumos das palestras, testemunhos de participantes, fatos e notícias vinculados ao evento, indicações de livros, tudo visando possibilitar, de maneira geral, um amplo conhecimento dos seus assuntos e do seu desenrolar. Por outro lado, tendo em vista os 38 EACREs - Encontro Anual dos Casais Responsáveis de Equipe, que acontecerão nos meses de fevereiro/março em todo o Brasil, esta ed ição da Carta Mensal corresponderá aos meses de fevereiro/março-97 dispondo-se a servir como instrumental de preparação prévia para que os casais responsáveis de equipes já se coloquem em sintonia com os principais temas aqui enfocados e que serão retomados nos EACREs . Rogando a Deus que inspire a todos -

redatores e leito-

res - a compreender o espírito que vai por detrás de cada palavra, desejamos a todos uma leitura agradável e produtiva .

A Redação


Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! / Paz e Bem!

Ano Novo, Vida Nova! Se o dito popular é verdadeiro, também é necessário entender o que significa isso. Ano Novo significa buscarmos juntos novas formas de continuar nossa missão no mundo, como pessoas humanas, como filhos de Deus e como membros da Igreja. Acabamos de viver o ENCONTRO NACIONAL/96, o qual nos fez pensar em nossas vidas de batizados, povo consagrado a Deus, raça eleita, e em nossas responsabilidades como cristãos. Este ano a Igreja nos convida a viver de forma mais intensa nosso Batismo, motivo e fundamento de nossa fé. O Evangelho de São Marcos nos dá um excelente roteiro para projetarmos nossas vida durante este Ano Novo. Vida Nova significa assumir a ressurreição de Cristo. Festa maior do Cristianismo, ressurreição é deixar um tipo de vida e começar uma outra forma, transformada, nova ... Na nossa trajetória como Movimento de Igreja, caminhamos rumo ao Novo Milênio, movidos por razões que venham mostrar ao mundo que somos diferentes. Somos diferentes porque somos batizados, casados ou consagrados, e acreditamos em Jesus Cristo, filhos de Deus feito homem que habitou entre nós . Esse Jesus Cristo queressuscitou continua conosco até os fins dos tempos, nos animando a viver plenamente a vontade do Pai. Que durante esta Ano Novo possamos viver uma Vida Nova. No que e como podemos ressuscitar com Cristo durante este ano? Como podemos nos preparar melhor para a virada do século? Que possamos nestes 38 EACREs, que estarão acontecendo em 1.997, rezar, rever, estudar e viver o que Jesus quer de cada um de nós. Deus os abençoe e proteja sempre. Abraços + Orações Pe. Mário José - ECIR

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A Nova Equipe da Carta Mensal / ompletados os nossos 5 anos como membros da ECIR, já ínhamos entabulado os nossos planos para nos dedicarmos mais a fundo a outros trabalhos . No entanto, como se diz popularmente: "o homem põe e Deus dispõe" . E aqui estamos nós, sem qualquer título que nos habilite à grandiosidade desta missão, a não ser o grande amor pelo Movimento e a confiança na graça de Deus, a assumir a responsabilidade pela Carta Mensal. Desde a formação da nova equipe, o carinho e atenção dos anteriores responsáveis, o apoio dos nossos irmãos da ECIR, do pessoal da composição e impressão, já fomos percebendo as delicadezas de Deus para com aqueles que simplesmente lhe dizem seu "Sim", e pouco a pouco, nosso coração vai se tranqüilizando. Tem sido sempre assim em nossa vida: a força de Deus suprindo a nossa incapacidade. É com alegria que apresentamos a vocês a nossa equipe de trabalho:

Para manter o elo de ligação com o importante trabalho até aqui executado pela equipe comandada por Maria Thereza/Carlor Heitor, o casal Rita e Gilberto e Padre Flávio, continuam conosco para nos transmitirem a experiência acumulada, de modo que nada de importante seja perdido ou desprezado. Gostaríamos de salientar os objetivos da Carta Mensal, conforme discutido e aprovado pela ECIR, em reunião ocorrida em 4 e 5 de janeiro/97, quando buscamos definir as linhas mestras para a Carta Mensal deste ano de 1.997.

Wilma e Orlando (Jundiaf) Maria Cecflia e José Carlos (Sorocaba) Rita e Gilberto (São Paulo) Pe. Flávio (Aparecida)

5. Favorecer e manter a nossa unidade como Movimento

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L A Carta Mensal objetiva: 1. Ser um veículo de comunicação da ECIR- Equipe de Coordenação Inter-regional 2. Ser um instrumento de circulação da seiva do Movimento 3. Ser um instrumento de formação para os equipistas 4. Ser a transmissora de notícias de interesse geral

Será buscando atingir esses fins que toda a nossa equipe estará dedicando o melhor de seus esforços. 3


Contamos, portanto, com sua colaboração no envio de matérias, notícias, testemunhos de vida, e também de críticas construtivas, opiniões e sugestões que nos levem a superar as falhas. Refletindo sobre eles, cremos que cada equipista saberá encontrar razões para dar à leitura da Carta Mensal um lugar importante na sua vida e, mais do que isso, tornar-se igualmente responsável e solidário conosco naquilo que deva ser publicado. Contamos, portanto, com sua colaboração no envio de matérias, notícias, testemunhos de vida, e também de críticas construtivas, opiniões e sugestões que nos levem a superar as falhas. Salientamos que, dentro da temática a ser desenvolvida neste ano de 1997, buscaremos, entre outros assuntos, dar ênfase para o Projeto Rumo ao Novo Milênio, lembrando que, neste ano, a pessoa de Jesus Cristo , as atitudes de fé, e o Sacramento do Batismo com todas as suas conseqüências, ocupam especial espaço. No contexto especifico do Movimento serão

destacados os Pontos Concretos de Esforço: Escuta da Palavra, Meditação, Oração Conjugal e Retiro. Lembramos que também teremos eventos fundamentais, como a visita do Papa ao Brasil, e a comemoração dos 50 Anos nos nossos Estatutos, tudo a merecer a nossa atenção especial. Em linhas gerais é o que gostaríamos de dizer neste primeiro número sob a responsabilidade desta nova Equipe da Carta Mensal, pedindo que vocês nos coloquem em suas intenções para que possamos ser instrumentos eficazes na condução deste novo trabalho que o Movimento nos pediu e delegou. Com o nosso caloroso abraço e com o nosso muito obrigado. Silvia e Chico CR da Carta Mensal 4


A Alegria de Servi~

"O importante é embarcar. Mesmo sem saber que navios se irão encontrar, que tempestades se irão sofrer, em que portos se irá descansar. Mesmo não tendo previsto tudo, a gente parte e chega. Basta que o navio não tenha rombo, que os porões estejam suficientemente cheios, a máquina em bom estado e que o capitão e os seus homens entendam suficientemente do oficio . Há risco. Isso não impede de partir."

(L.J

Lebret em "Princípios para a Ação')

importante é embarcar. E assim vocês fizeram, há onze anos, Thereza e Carlos Heitor, ao embarcarem no navio da Carta Mensal. Iniciando nas funções de "marinheiros", com muita dedicação e disponibilidade, chegaram à condição de capitanear este navio de fundamental importância para o nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Por certo, como todo aquele se que põe a serviço pela causa do Reino, vocês devem ter encontrado muitas "tempestades", muitos tempos difíceis nestes onze anos de trabalho, em especial nestes últimos três anos como responsáveis pela sua coordenação. E, como dizia Lebret, mesmo não tendo previsto tudo, vocês partiram e chegaram. Sabemos que

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pagadores das reflexões do Movimento, dos diversos ensinamentos do magistério da Igreja, das experiências vividas nos mais distantes rincões deste Brasil, bem como das notícias e reflexões da Equipe de Coordenação Internacional do nosso Movimento, a E RI. Seguramente vocês tinham conhecimento dos "riscos" implicados em tal tarefa. Mas isso não os impediu de partirem para esta grande empreita junto ao Movimento. Que este exemplo de doação, disponibilidade e serviço possa calar em nossos corações, e que sirva de estímulo e encorajamento a todos nós, quando solicitados a darmos a nossa parcela de colaboração em benefício do Movimento e, em especial, em benefício do próximo, principalmente daquele mais necessitado. Thereza e Carlos Heitor, queremos expressar a vocês, e através de vocês a todos os componentes de sua equipe da Carta Mensal, o nosso muito obrigado pelo muito que fizeram, em especial pela dedicação, pela seriedade com que conduziram este desafio e pela maneira como se desincumbiram de tão nobre missão. Que Deus lhes pague, assim como a todos os seus colaboradores diretos, e lhes conservem sempre neste espírito de serviço.

Que este exemplo de doação, disponibilidade e serviço possa calar em nossos corações, e que sirva de estímulo e encorajamento a todos nós, quando solicitados a darmos a nossa parcela de colaboração em benefício do Movimento e, em especial, em benefício do próximo, principalmente daquele mais necessitado.

vocês devem ter a consciência do dever cumprido, e nós temos a certeza disso, ao passar o leme deste navio para outras mãos. É bem verdade que puderam contar, como "tripulação" deste barco, com alguns casais e dois sacerdotes que, temos certeza, em muito contribuíram para que levassem adiante esta imensa e gratificante tarefa de serem os pro-

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR

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Até Sempre! / . "Confia ao Senhor as tuas obras, e terão bom êxito os teus projetos"

Queridos leitores da Carta Mensal,

Dentre as várias missões de serviço que tivemos a alegria de exercer (e, com a Graça de Deus, continuaremos a exercer), dentro das ENS, ao longo desses 25 anos de pertença ao Movimento, não poderíamos deixar de mencionar, de forma muito especial, nossa participação na Equipe da Carta Mensal. Lembramo-nos do início do ano de 1985, quando Hélene e Peter Nadas sucederam a Monique e Gérard Duchêne que, após 14 anos como C.R. da Carta Mensal passavam sua missão. Nessa oportunidade, o novo C.R. convidou alguns casais, dentre os quais nós dois, para integrar a equipe da Carta. Foram anos de intenso e rico convívio com vários casais que colaboraram mais diretamente conosco, e, ao mesmo tempo, de maior envolvimento com todas as Regiões e Setores das ENS no Brasil, que, continuamente nos enviaram suas colaborações, críticas e sugestões. Corríamos o risco de cometer omissões, se tentássemos aqui mencionar o nome de tantos casais que integraram a Equipe da Carta Mensal durante esse período. No entanto, cabe uma menção especial ao nosso querido Frei Barruel de Lagenest, o.p., que até junho de 1994 teve destacada atuação como Conselheiro Espiritual da Equipe da Carta Mensal. No Encontro Nacional das ENS, em novembro de 1993, em Itaici, atendendo ao convite de Beth e Rômolo (então C.R. da ECIR) tivemos a alegria de assumir a função de C.R. da Carta Mensal, em substituição a Hélene e Peter. Começava para nós outro período de grande enrique7


cimento, pois , na qualidade de C.R. da Carta Mensal, éramos convidados a participar das reuniões da ECIR, onde são traçadas as grandes linhas e diretrizes do nosso Movimento no Brasil, e nas quais tivemos a oportunidade de conviver com os integrantes daquela equipe. Ao longo desses mais três anos, em que fomos responsáveis pela Carta Mensal, procuramos torná-la, cada vez mais, um instrumento de comunicação, formação e informação a serviço dos equipistas, e também alterar um pouco o seu visual, no intuito de tornar sua leitura mais atrativa e agradável. Após onze anos de trabalho ininterrupto na Carta Mensal, achamos que já era "mais do que tempo" de passarmos a missão a outro casal, e foi essa a colocação que fizemos à ECIR no início do ano de 1996. Após um "discernimento" sobre o assunto, a ECIR, houve por bem, designar um novo casal para assumir essa responsabilidade. Isto foi o que aconteceu, no último Encontro Nacional realizado em Itaici, em novembro de 1996, quando tivemos a satisfação de passar "oficialmente" essa missão à Sílvia e Francisco (Chico) de Assis Pontes. Eles, que, participantes da ECIR, ao longo dos últimos anos, mais uma vez deram o seu "SIM" incondicional a mais esse chamado do Movimento. Novamente, correríamos o risco da omissão, se tentássemos nomear, aqui, todos os que colaboraram mais diretamente com a Carta Mensal durante esse período. No entanto, cabe uma menção especial àqueles que estiveram conosco até a "última hora", a saber: Pe. Flávio Cavalca de Castro, nosso Conselheiro Espiritual desde junho de 1994, Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto, Rita e Gilberto Canto, Blanche e Lauro Furtado de Mendonça, Maria Célia e João de Laurentys. Ao deixarmos a responsabilidade pela Carta Mensal, estamos assumindo outras (e não necessariamente novas) missões no Movimento, até porque a "missão nunca termina". Oramos para que o Espírito Santo, por intercessão de Maria, nossa Mãe e Inspiradora, ilumine os novos responsáveis pela Carta Mensal neste serviço de tanta importância para a unidade do nosso Movimento. Um abraço em Cristo.

Maria Thereza e Carlos Heitor O. Seabra 8


Encontro Nacional / ia 22 de novembro. Casais livraria, do de quase todos os Estados ~------~ do Brasil movimentaEncontro ram-se para chegar a Nacional, Itaici com o objetivo de participar do Entempo de contro Nacional. doação, Enquanto nós satempo de íamos de Londrina, acolhimento. não pensávamos em O Movimento outra coisa a não ser em todos os que se todo entrou colocaram à disposiem oração ção do Movimento , para que para melhor servir no realmente mundo e na Igreja. Que maravilha fosse faz Nossa Mãe, moconcretizada vendo os corações de a vontade do tantos equipistas, que Pai, para que deixaram tudo pelo objetivo único de seras Equipes de vir ao próximo , na Nossa pessoa do cônjuge, Senhora dos filhos, dos casais, pudessem enfim, dos que querem viver melhor e cumprir o seu unidos . papel de Encontro N aciotestemunho, nai, tempo de doação, serviço, tempo de acolhimento. Quantos equipistas diálogo e que a serviço prepaanunciar a raram todos os detaBoa Nova. lhes para receber

"peg pag", da alegria da acolhida, das palestras, da liturgia, toda uma preparação espiritual. O Movimento todo entrou em oração para que realmente fosse concretizada a vontade do Pai, para que as Equipes de Nossa Senhora pudessem cumprir o seu papel de testemunho, serviço, diálogo e anunciar a Boa Nova: vale a pena viver o casamento em todas as suas dimensões. Afinal, por meio do sacramento do matrimônio vamos nos santificar. Foi ,também, importante deixar espaço para que o Espírito Santo agisse mostrando os caminhos que o Pai deseja para as Equipes de Nossa Senhora em 1997. Chegamos a Itaici às dezessete horas . Ônibus de todos os lugares, carros, casais se abraçavam como uma verdadeira família. Este Encontro Nacional de 1996 foi muito espe-

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quem participou da "Festa" . Preparação das pastas, do transporte, dos quartos, da cozinha, do cardápio, da 9


cial, acreditamos, porque foi sim- quela procissão de sábado à noite, ples e entregue nas mãos de Nos- quando Pe. Mário nos deu a oporsa Senhora Aparecida. Ela que faz tunidade de perceber a importância acontecer maravilhas. de cumprir os nossos compromissos Estavam presentes pessoas es- tendo por guia a Mãe de Deus. peciais como Dona Nancy que, As palestras, os grupos, as recom sua meiguice, testemunhou feições, a liturgia das águas, os ensua vida de luta, de contros nos corredofidelidade à Igreja e res, tudo nos enriao Movimento. Cidiqueceu muito. Chenha e Igar, um casal gada a hora do enChegamos simples, abençoado vio, comprometemoa ltaici às por Deus, com fôlenos através de nosdezessete go invejável, ora presa mensagem para o horas. sente nas reuniões da mundo a trabalhar ERI, como Casal para o reino de Deus, Ônibus de Responsável Internaneste fim de século, todos os testemunhando, diacional, ora nos lugares, prestigiando com sua logando, servindo e carros, casais palavra e com sua anunciando que vale alegria de servir. a pena vi ver como se abraçavam Dom Angélico aprecasal. Isso significa como uma sentando a Campasermos fortes e firverdadeira nha da Fraternidade mes com os pés na família. e exortando-nos ao terra, vivendo a nosEste Encontro compromisso com o sa realidade, mas mundo em que vivecom o coração em Nacional mos. Deus , buscando Sua de 1996 E por que não Vontade, vivendo a muito foi falar dos quarenta Verdade, sempre especial. casais que pela pribuscando o Encontro e Comunhão com o meira vez participaram do Encontro Nairmão. Que Nossa Mãe cional, muitos de novos setores, oriundos das Experi- Aparecida nos ajude a viver e ências Comunitárias! E dos oiten- transmitir em 1997 todos os comta e seis sacerdotes de todos os re- promissos assumidos neste Enconcantos do Norte, Nordeste, Cen- tro N acionai. tro, Sudeste e Sul do País. Abraços! A visão daquele auditório quase lotado fez-nos sentir as bênçãos Maria Cedlia e Gaspar de Jesus através de Nossa Mãe Aparecida. Ela nos abençoou naECIR 1o


Homenagem ao / Pe. Henri Caffarel Flashes extraídos do pronunciamento feito por D. Nancy Moncau no Encontro Nacional de 1.996 da a vida do Padre Caffarel depender de mim, será consagrado oi dedicada a Deus: desde o a rezar e ajudar o outros a rezar". Outras colocações importantes começo dos seus trabalhos apostólicos dedicou-se à difusão do feitas por ele: "Não basta ensinar a Evangelho e à Vivência Cristã. Sen- pensar; é preciso ensinar a viver". tia-se nele que, por muito amar a "Somos cristãos de antes de PenteDeus, estava disposto a levar Sua costes ou após Pentecostes?" "Ser missionário não é transmitir doutripalavra a todos. Foi um mestre de oração. Suas nas. Ser missionário é transmitir vida palestras eram preparadas na oração. e só a transmite aquele que a possui enraigada em seu "Se quisermos formar coração". cristãos, temos de O Padre Caffarel ensiná-los a rezar. Se ''Temos de ser era um homem otimisquisermos ser pessoas de ta, não desistia diante evangelizadores, os misdos desafios da vida. sionários de Cristo, teoração, pois "Acreditava no milamos de ser pessoas de só ela nos gre da colheita próxioração, pois só ela nos dará a força, o ma" e por isso, muito dará a força, o entusientusiasmo, a semeou. Se quisermos asmo, a possibilidade de realmente ser missiopossibilidade sermos portadores da nários precisamos Palavra de Deus." de sermos também acreditar no E o Padre Caffaportadores da milagre da colheita, rel foi um portador desPalavra de que só virá pela força sa Palavra e mereceu Deus." do Cristo vindo a nós esse dom pela sua vida por nossa oração, ajude oração continuada. dando a germinar e Quando ele anuncia, em 1973, que deixará a direção protegendo a semente que espaespiritual do Movimento, despede- lharmos por esse mundo afora. Em seu sepultamento estavam se com estas palavras: " Mais do que nunca eu penso na importância apenas 4 pessoas: 2 religiosas, o jarinsubstituível da oração e é desse dineiro e o sacerdote. A notícia de modo que quero não só ajudar-vos, seu falecimento só foi divulgada mas permanecer junto de vós. Todo após seu sepultamento . É assim que vivem e moro meu tempo, nos anos que me restam de vida, na medida em que isto rem os santos.

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O início das ENS no Brasil

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seguir reproduzimos as cartas originais escritas em 1.949 por Dr. Pedro Moncau e Padre Henry Caffarrel, bem como as suas respectivas traduções. ~~ 1f -~11 ·'1

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R v. Abade Henri Caffarel Rue Gustave Flaubert, 9 / Paris

Senhor abade: Peço desculpas por me diri- tudo isso sob uma luz nítida e firgir ao senhor sem nenhuma apre- memente cristã, e baseado numa sentação. Tive conhecimento de sólida formação religiosa. seu endereço através da leitura de Ora, faço parte, aqui em São L' Anneau d'Or e é também essa Paulo, de uma associação, o leitura o motivo desta carta. "Centro Dom Gastão, que é, por Eu conhecia já as excelentes assim dizer, o prolongamento de publicações de antes da guerra, uma Congregação Mariana e que editadas pela Associação do Ma- é constituída por um grupo de trimônio Cristão. Há mais ou mais ou menos vinte antigos menos um ano, tive, por acaso, membros da Congregação, já caem minhas mãos, um número de sados, e que procuram continuar L' Anneau d'Or que me interes- no plano familiar, a ação que a sou particularmente, não somen- Congregação exercia num plano te pelo seu conteúdo, mas sobre- que visava mais particularmente tudo porque uma revista desse a juventude, o indivíduo. tipo só poderia ser o reflexo de Embora funcionando já há alum sólido movimento de forma- guns anos, nossa associação busção cristã, visando o reerguimen- ca ainda a fórmula prática de exeto da instituição familiar. Tive a cução de seu programa de reerconfirmação disso há pouco tem- guimento cristão da família. É po, através de uma simples con- com muito esforço que obtemos versa com o Rv. Padre Mareei resultados bastante medíocres . Marie Desmarais, dominicano do Temos, é claro, a orientação Canadá que teve a oportunidade, geral que nos é dada pelo Assisno ano passado, de estar em con- tente Eclesiástico, Monsenhor tato com a Associação que o se- Aguinaldo José Gonçalves, Cura nhor dirige. da Catedral. Mas o senhor deve Pelo que pude entender, saber como é pouco numeroso o L' Anneau d'Or seria uma associ- clero no Brasil, o que toma bem ação formada de vários grupos de difícil a missão do padre, pratium número limitado de famílias camente impossibilitado de se cristãs, que se reúnem periodica- dedicar a uma determinada obra, mente para o estudo dos proble- por mais que ele a admire. Além mas que interessam à família, à do mais, em nosso caso, me paeducação e à formação dos filhos, rece que a responsabilidade e a 13


das crianças, num meio como o nosso, no Brasil, onde essa formação é absolutamente superficial. Peço-lhe que me desculpe por esta carta tão comprida e pelo tempo que ela vai lhe tomar. Mas ... é provavelmente essa uma das finalidade da L' Anneau d' O r: trabalhar pelo reerguimento cristão da família. É também a nossa finalidade. É evidente que nós nos entendemos. Faço questão de dizer, finalmente, que estou lhe escrevendo em meu nome particular. Mas como sou um dos diretores do "Centro Dom Gastão", e tendo em vista a simplicidade de nossa associação, é evidente que, recebendo sua resposta, irei rapidamente relatar minhas demarches junto ao senhor, não somente à associação, como também ao seu Assistente. E me sentiria particularmente feliz , se essa resposta pudesse ser o começo de uma nova fase, que seria a assimilação no nosso meio da longa experiência das famílias cristãs da França.

execução do trabalho a ser feito, como nas obras claramente de Ação Católica, cabem mais aos leigos, sob a orientação do clero. Pelas informações que nos deu o R v. Padre Desmarais, tenho a impressão e que a finalidade da L' Anneau d'Or é sensivelmente idêntica àquela que perseguimos. Tive então a idéia de lhe escrever com toda a franqueza e com toda a simplicidade também, para pedir-lhe que me envie uma exposição detalhada do que faz a L' Anneau d'Or, sua organização, seu programa e, muito particularmente, a técnica das reuniões, o que se discute e qual é a participação dos homens, das mulheres, etc. É possível que o senhor tenha recebido já consultas desse gênero, da parte de pessoas interessadas igualmente na organização de associações visando também a família. Com efeito, nós temos aqui três associações que têm essa finalidade- "A Lareira" - "A Colméia" - "Confederação das Famílias Cristãs". Mas tratase mais de grupos com objetivos mais amplos, que nós chamamos aqui de organizações "defronteira", e que procuram por isso não forçar a nota religiosa. "O Centro Dom Gastão", ao contrário, faz questão de ser e se declara, francamente de orientação nitidamente cristã. E uma das coisas que nos preocupam de maneira especial, é justamente como "realizar" a formação religiosa de seus membros, principalmente a

Queira, Rev. Padre, aceitar a expressão de meu respeito e de meu sincero reconhecimento.

Dr. Pedro Moncau Júnior Rua Venâncio Aires, 273 São Paulo -Brasil 14


Dr. Pedro Moncau Júnior Rua Venâncio Aires, 273 São Paulo -Brasil

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Senhor: Quero lhe falar, em primeiro lugar, da alegria e emoção que tive ao ler sua carta. É tão impressionante pensar que, através dos oceanos, laços se ligam graças ao L' Anneau D'Or que fundei e cuja direção assumi. Tudo aquilo que o senhor me diz do "Centro Don Gastão" me interessa vivamente. Não somente não houve indiscrição de sua parte em me falar sobre isso, e sim reserva em não me falar mais ainda sobre o assunto. Saiba que to-

dos os documentos que puder me enviar, sobre o seu centro, serão lidos com muita atenção e simpatia, pois, como pressentiu, nossas orientações são parentes próximas. A L' Anneau d'Or e os grupos de casais que trabalham paralelamente a ele, têm o objetivo essencial de ajudar os casais a tenderem para a santidade. Nem mais, nem menos. Não esclareço nesta carta o que fazem os nossos grupos de casais, porque recomendo ao nos15


Momento em f1e omsd Girha e lgar entregmr aD.Ntmcyos

... ..L.--

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de Dr. Monall ePath CDffrnl, por ocasião do últino Encontro

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em ltmá, 1996.

so Secretário Geral, Sr. Gerard d'Heilly, Rue Gustave Flaubert, Paris,l7o, que lhe faça a remessa de toda uma documentação referente aos mesmos grupos de casais. Se tiver tempo de tomar conhecimento desses documentos e interessar-se por eles, ficarei pessoalmente muito feliz em conhecer sua opinião. Não hesite em me escrever e em me colocar a par de seu modo de pensar. Não receio contradições e desejo vivamente receber sugestões úteis. Uma das minhas preocupações primeiras é estabelecer laços com todos aqueles que, nos quatro cantos do mundo, trabalham no mesmo sentido. Como o senhor poderá ver no artigo que lhe envio anexo, artigo sobre os grupos de casais, penso que esse duplo esforço dos grupos de casais e de pesquisa sobre a espiritualidade conjugal e familiar é um dos sinais do nosso tempo e representa uma

grande esperança. Espero ardentemente que um dia, não muito longe, possamos nos reunir, num encontro internacional, nós todos que, através da vasta cristandade, trabalhamos no mesmo sentido. O que o senhor pensa disso? Seria partidário desse encontro? O senhor ou um de seus amigos poderia vir até a França? Seriam muito bem-vindos e encontrariam um acolhimento caloroso e fraternal em nossos lares. Quer que fique acertado que rezaremos uns pelos outros? Eu, por vocês; vocês, pela L' Anneau d'Or e pelas Equipes de Nossa Senhora? Queira aceitar, senhor, a expressão de meus sentimentos respeitosos e sacerdotalmente devotados e de simpatia cristã. R v. Abade Henri Caffarel Rue Gustave Flaubert, 9 Paris 16


Traietória das ENS / Resumo da Palestra deJúnia e Mauro no Enconho Nacional% Carta Origin a l

seus aspectos bem compreendidos, quais sejam: 1. a força do sacramento do matrimônio como fonte de santidade; 2. a vida comunitária que faz crescer a Igreja e cada um de seus integrantes (casal, Equipe, Igreja);

das ENS (Paris - 1947 ) A união dos Casais em equipe, para superar sua limitação pessoal para a vida cristã no mundo dessacralizado, forma, assim, uma comunidade que lhes dá oportunidade para receber e prestar auxíliomútuo. Os Casais querem inserir-se na Igreja e levar adiante o compromisso do batismo, mas o fazem vivendo o matrimônio", como fonte de santificação, como meio de louvar a Deus e de testemunhar seu amor. A Equipe de Nossa Senhora é, portanto, uma comunidade de casais cristãos, abertos ao amor dos irmãos, que se unem para testemunhar o Cristo e seu Evangelho.

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Em Lourdes , ratificam-se os princípios fundamentais das ENS, como:

1993 "Àquele a quem muito se deu muito será pedido"

E, a partir de 1994, as ENS aprovam a orientação de vida extraída das Bodas de Caná e, como lema, o conjunto de versículos:

1. o casamento está a serviço do amor, da felicidade e da santidade; 2. a Equipe é fonte de espiritualidade conjugal e familiar

"Eles não têm mais vinho" "Fazei tudo o que Ele vos disser" "Enchei de água as talhas"

Além disso, os Pontos Concretos de Esforço se consolidam, não mais como metas ou fins em si mesmos, mas sim como meios de santificação a serem efetivamente vivenciados, à luz de três atitudes fundamentais de vida: 1. a busca da verdade 2. a busca da vontade de Deus 3. o encontro e a comunhão como irmão Também em Lourdes, seguindo as diretrizes consolidadas no Vaticano 11, as ENS começam a assimilar que o Equipista, como cristão, não deve cuidar, apenas, de sua própria salvação, mas tem como batizado uma vocação e uma rnissão específica que se traduz no compromisso de santificação do mundo. Visando à conscientização desse compromisso, as ENS adotam, ano a ano, alguns lemas extraídos do Evangelho: 1991 "Dai-lhes vós mesmos de comer" 1992 "Filho, vai trabalhar, hoje, na minha vinha"

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Encontro de Fátima (1994)

Reunidos em Fátima, os Casais Equipistas não modificam qualquer dos aspectos já compreendidos do carisma fundador do Movimento, mas apontam, em termos mundiais, o terceiro aspecto que já vinha sendo desenvolvido com profundidade em nosso país, proclamando e reconhecendo, definitivamente, que o dever do casal cristão é:

"Ser sinal do amor transformador do mundo" As ENS acompanham, neste particular, os constantes apelos da Igreja para que os cristãos leigos se dediquem à propagação do Evangelho em seu meio, dandolhes especial e preponderante importância na Evangelização do mundo. Os leigos devem ser os protagonistas da Evangelização. 18


Liturgia de Abertura do / Encontro Nacional / Resumo da Homilia do Frei Longarez

"O espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me para proclamar aos cativos a libertação e aos cegos a recuperação da vista, para despedir os oprimidos em liberdade, para proclamar um ano que agrada ao Senhor., (Lucas 4, 18-19)

O

texto fala da Consagração

Unção para a missão de anunciar a presença de Jesus Cristo e do Santo Evangelho. Todos nós fomos consagrados e ungidos na graça da fonte original do Batismo. "O Senhor me consagrou, me ungiu e me enviou". O envio é para proclamar a libertação dos nossos apegos, libertação para os oprimidos e dar vista aos cegos. Essa graça e essa unção primeira do Espírito do Senhor sobre Jesus Cristo atingiu a todos nós e nos consagrou e nos ungiu também. A Igreja está ungindo de novo e nos enviando em missão, com o novo projeto de Evangelização. Acredito que esse momento é solene, é um "Kairós" (o tempo oportuno), em que todos somos enviados, ungidos e consagrados de novo. O Espírito do Senhor está sobre nós para que possamos ser evan19

O momento é solene, é um "Kairós" (o tempo oportuno), em que todos somos enviados, ungidos e consagrados de novo. O Espírito do Senhor está sobre nós para que possamos ser evangelizadores com novo ardor.


gelizadores com novo ardor. O projeto sobre a Nova Evangelização fala muito forte sobre a presença do casal, para que ele assuma sua tarefa principal de evangelizador : ser ungido e consagrado para anunciar e enviado para proclamar a graça do Espírito do Senhor.. A graça do Espírito do Senhor está nos motivando como missionários de Cristo e devotados para a Igreja. É esse Espírito que na Igreja nos convoca para um novo Projeto de Evangelização com novo ardor, novos métodos e novas expressões. Que esse Encontro N acionai reacenda em nós a graça do novo ardor, ilumine com essa luz benfazeja as trevas do nosso coração e da nossa mente, de nossos limites e incapacidades para sermos enviados, para sermos capazes de anunciar a luz que vem da graça bendita do Cristo Jesus. Seremos, com Cristo, missionários do Pai. Esse é um momento de convocação, de chamada para essa missão, a fim de que onde vivamos, onde trabalhemos, possamos reacender a graça, a luz e a força bendita do Evangelho do Senhor. Que Ele nos unja, nos consagre para que possamos proclamar o ano da graça do Senhor. Vocês, casais, foram consagrados e ungidos um para o outro para serem a imagem e semelhança de Deus. Assumam, pois, a principal tarefa: anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. Está na hora dos leigos anunciarem o Evangelho do Senhor.

Esse é um momento de convocação, de chamada para essa missão, a fim de que onde vivamos, onde tra ba Ihemos, possamos reacender a graça, a luz e a força bendita do Evangelho do Senhor. Que Ele nos unja, nos consagre para que possamos proclamar o ano da graça do Senhor.

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A Fraternidade / e os Encarcerados Resumo da Palestra deD. Angélico S. Bernadino, Bispo Auxiliar de S. Paulo, Reg. Brasilândia no Enconho Nacional96 Campanha da Fraternidade o momento privilegiado de vangelização da Igreja no Brasil. A Igreja existe para evangelizar. O projeto Rumo ao Novo Milênio prevê quatro exigências fundamentais para a evangelização.

marcada pelo testemunho de comunhão. "Amemos, amemos, porque ainda é tempo da gente amar". A CF de 97 quer chamar nossa atenção para 3 realidades: CRISTO, PRISÕES, LIBERTA "Cristo liberta de todas as prisões". A CF abre todas as dimensões de prisões, mas Serviço ela se compromete até a raiz com Eumaequipeéumapequenalgre- as cadeias, com os encarcerados. O documento da CF parte do ja, marcada pelo serviço. A eguipe é deNossaSeiihoranamedidaemque, VER, JULGAR e AGIR. É preciso a exemplo de aria, está presente em que reinventemos a evangelização, todas as despensas vazias dos casais com novos caminhos, novos métodeserdados de ternura, de compreenN·~ dos, novo ardor. são, de união, eso ·aanedade,depão, Como a sociedade vê o preso? de trabalho, de vida, no mundo e hoje. "Se está preso é porque é malanPor isso, o equipista todo dia deve se dro, porque é safado". "Já nasceu perguntar: a quem e como eu servi? bandido, não tem jeito". "Vivem na prisão melhor do que merecem". Diálogo "Direito é para quem tem direito; Uma evangelização que venha preso não tem direito". marcada pelo diálogo, primeiramen- --'li' Muitas vezes somos intoxicados te dentro da Igreja, diálogo com ou- por esta mentalidade. Nós, católicos, tras Igrejas cristãs, diálogo com aque- discípulos de Jesus, que foi preso, les que não são cristãos, mas que torturado, crucificado, nós não poadoram a Deus, diálogo com aque- demos ter a desfaçatez de defenles que não reconhecem o Criador, der a pena de morte, nem de serenfim, um diálogo sem fronteiras. mos favoráveis ao tratamento dado aos presos em nossas cadeias. Anúncio As prisões, no Brasil, são o inferEm terceiro lugar, uma evange- no na terra. Quem já visitou as penilização marcada pelo anúncio de tenciárias pode comprovar isso. Mas Jesus Cristo. nós estamos acostumados a encontrar com Jesus Cristo no Sacrário, e Testemunho este Cristo não incomoda. O Cristo Finalmente, uma evangelização que "fede", que incomoda é o que

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Nenhum ser humano é bastante perfeito para ter o direito de matar aquele que considera inteiramente nocivo. (Candhi)

apodrece nas favelas, nas cadeias, na prostituição, no menor de rua. No Brasil os presos são: os pobres, as prostitutas e os "pretos". 96,31% são homens. A idade: 78% têm menos de 30 anos. A Casa de Detenção de São Paulo é povoada de jovens. A situação econômica dos presos: 95% são muito pobres. 85 % não pode contratar advogado por falta de dinheiro. Não deixa de ser escandaloso que numa cidade como São Paulo, quando morre alguém da periferia é como se nada acontecesse. As bandeiras em defesa dos direitos humanos só se agitam quando irmãos que pertencem a uma classe social mais abastada são vítimas de violência. O sistema em que vivemos é perverso e pecaminoso. Ele fabrica pobres. É preciso que construamos um sistema que não exclua tanta gente, que não canonize a máquina, mas que realmente coloque a dignidade da fallll1ia, da pessoa humana em primeiro lugar. Os grandes bandidos, os crimes de colarinho branco, geralmente, não são punidos, saem ilesos (CPI do Orçamento). "Ai daquele que, sendo juiz, pisa no direito do pobre, favorecendo o rico". A Bíblia está cheia de textos neste sentido. No texto da CF encontramos os critérios que podem nos orientar no julgamento dessas situações. É claro que o lugar do bandido que é condenado, julgado, deve ser a prisão. O crime deve ser provado e quem realmente é culpado deve ser pena-

lizado, mas a pena não para castigar e sim para recuperar a pessoa humana. E aquelas pessoas que possuem distúrbios mentais não podem ser tratadas como animais. O preso também tem direitos. São Francisco de Assis dizia: "Se não fosse a graça de Deus a me sustentar, eu seria o pior dos bandidos". Se olharmos para nossa própria história, veremos que muitas vezes poderíamos ter sido penalizados e, se não o fomos, foi porque não fomos pegos em flagrante. Diz Gandhi: "Nenhum ser humano é bastante perfeito para ter o direito de matar aquele que considera inteiramente nocivo". Nós, que não somos juizes, somos convidados a não julgar as pessoas. Muitas vezes, se elas tivessem tido as oportunidades que tivemos, sua história seria outra. Somos convidados a lutar, a nos integrar em nossas dioceses, em nossas paróquias, na Campanha da Fraternidade. E lutar por algumas bandeiras: reforma no Sistema Penitenciário, onde os presos possam trabalhar num sistema renovado; reforma do Sistema Judiciário, Reforma Agrária, reforma de uma política agrícola, etc.

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É preciso que a gente visite um pouquinho as prisões. E quem não tem esse carisma, que trabalhe com as falll11ias dos presos, essas esposas e filhos que sofrem tanto. É preciso apoiar o ex-presidiário. A CF nos diz também que Cristo nos liberta de TODAS as prisões. Vamos, pois nos perguntar? Somos realmente ·YTes? O que nos prende para gue ossamos ir a encontro do outro . O que pode nos transformar em famílias libertadores, em famílias realmente comprometidas com os outros. "Vivamos a cultura do amor, da ternura e da justiça, do perdão e da misericórdia, num tempo de cultura de morte".

É preciso que a gente visite um pouquinho as prisões. E quem não tem esse carisma, que trabalhe com as famílias dos presos, essas esposas e filhos que sofrem tanto. É preciso apoiar o ex-presidiário. 23


Comprometer-seI e Participar Resumo da Palestra doPe. Mário José Filho, CEda ECIRno Encontro Nacional96

"Como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o sacramento do matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão, na vida em comunidade." (OBJETIVO GERAL do Movimento das Equipes de Nossa Senhora)

O

que é esse_compro~sso:. o que compoe a part1c1paçao

mos evangelizadores. Introduzidos na Igreja pelo Batismo, "incorporados a Cristo pelo Batismo, fomos constituídos como povo de Deus e assim, feitos participantes, ao seu modo, do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, e somos chamados a exercer seguindo a condição própria de cada um, a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo" (Catecismo da Igreja Católica, 871). O Vaticano li na sua Constituição Dogmática sobre a Igreja (Lumen Gentium 31) ao responder à pergunta "quem são os fiéis leigos", abriuse a uma visão decididamente positiva e manifestou o seu propósito fundamental ao afirmar a plena pertença dos fiéis leigos à Igreja e ao seu ministério e à índole peculiar de sua vocação, a qual tem como específico procurar o Reino de Deus tratando das coisas temporais ordenandoas segundo Deus (Cl9). Todos os membros da Igreja

e

o que se entende por construção do Reino? Quem deve se comprometer e participar? Tentando definir esses conceitos à luz da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja e da vida da comunidade cristã apresentamos alguns elementos.

1. Quem deve se comprometer e participar na construção do Reino? O fundamento doutrinário, arazão teológica, a raiz da vocação e missão deste compromisso e participação é o Batismo. Inseridos no Cristo e na Igreja, como o ramo no tronco (Jo 15, 1-17), tornamo-nos Igreja, membros vivos e responsáveis por ela, e como ela (Igreja) so24


participam da sua dite humana, como se mensão secular (estar fosse a ciência do bom A missão do e viver no mundo, emviver. Num mundo forleigo não é bora não seja do muntemente secularizado, dentro da do), mas de maneiras surgiu uma "gradual sediferentes. A índole seIgreja, "na cularização da salvacular é própria e pecução", onde se procura sacristia" ou liar dos leigos. lutar, sem dúvida, pelo no "salão Torna-se claro nos homem, mas por um paroquial", documentos conciliares homem dividido, redue pós-conciliares, como mas no zido unicamente à dinos últimos apelos do mensão horizontal. mundo, nas Papa de que a missão Sabemos que Jerealidades do leigo não é dentro da sus veio trazer a salvaonde se deve Igreja, "na sacristia" ou ção integral, que abranno "salão paroquial", ser o ge o homem todo e tomas no mundo, nas redos os homens, abrinfermento do alidades onde se deve do-lhes horizontes Evangelho por ser o fermento do admissíveis da filiação sua presença Evangelho por sua predivina. e testemunho sença e testemunho de A Igreja e nela cavida e de palavras. "E da cristão, não pode de vida e de por isso desde os temesconder nem guardar palavras. pos apostólicos, contipara si esta novidade e nua sem interrupção a riqueza recebida da missão da Igreja no seio bondade divina para da família humana ... A Igreja conti- ser comunicada a todos os homens. nuará também no futuro a ser misCristo é a revelação e a encarsionária: ser missionária faz parte de nação da misericórdia do Pai. A salsua natureza ... " (TMA 57). vação consiste em crer e acolher o O "mundo" torna-se assim o mistério do Pai e de seu amor, que ambiente e o meio da vocação cris- se manifesta e oferece em Jesus, tã dos leigos, pois também ele (mun- por meio do Espírito. Assim se cumdo) está destinado a dar glória a Deus pre o Reino de Deus. Pai em Cristo. O Reino, inaugurado por Jesus, é o Reino de Deus: o próprio Jesus revela quem é este Deus, para o qual 2. Comprometer-se usa a expressão familiar "ABBA" e participar na -Pai (Me 14,36). construção do Reino Jesus revela progressivamente as características e as exigências do A tentação, hoje, é reduzir o cris- Reino, por meio de suas palavras, tianismo a uma sabedoria meramen- suas obras e sua pessoa. A liberta-

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bertação do mal, sob toção e a salvação ofedas as suas formas. Em recidas pelo Reino de O Reino diz resumo, o Reino de Deus atingem a pesrespeito a Deus é a manifestação soa humana tanto em todos: às e a atuação de seu desuas dimensões física sígnio de salvação, em pessoas, à como espiritual. toda a sua plenitude. Dois gestos caracsociedade, ao Em Cristo Ressusterizam a missão de Jemundo citado, o Reino cumsus: curar e perdoar. inteiro. O pre-se e é proclamado. Realizando gestos de Ao vencer a morte Reino de Deus cura, Jesus convida à Deus inaugurou definifé, à conversão, ao deéa tivamente o seu Reino. sejo de perdão (cf. Lc manifestação Hoje fala-se muito 5,24). Recebida a fé, a e a atuação no Reino, mas nem cura impele a ir mais sempre em consonânde seu longe: introduz a salvacia com o sentir da ção (cf. Lc 18, 42-43). desígnio de Igreja. É verdade que Os gestos de libertação salvação, em o Reino exige a promoda possessão do demôtoda a sua ção dos bens humanos nio, mal supremo e símplenitude. e .dos valores que pobolo do pecado e daredem mesmo ser chamabelião contra Deus, são dos "evangélicos", porsinais de que o "Reino que intimamente ligados à Boa Nova. de Deus chegou até vós" (Mt 12,28). Mas essa promoção, que a Igreja O Reino pretende transformar as relações entre os homens, e rea- toma a peito realizar, não deve ser lizar-se, progressivamente, à medi- separada nem contraposta às outras da em que estes aprendem a amar, suas tarefas fundamentais, como são perdoar, a ajudar-se mutuamente, o anúncio de Cristo e seu Evangeisto é, a SOLIDARIZAR-SE COM O lho, a fundação e desenvolvimento OUTRO. Jesus retoma toda a lei, de comunidades que levem para os centrando-a no mandamento do homens a imagem viva do Reino. amor. (cf. Mt 22,34-40; Lc 10,2528). A natureza do Reino é a comu3. Quem é nhão de todos os seres humanos eno responsável tre si e com Deus. pela missão? O Reino diz respeito a todos: às pessoas, à sociedade, ao mundo inteiVerdadeiramente, o Espírito ro. Trabalhar pelo Reino significareconhecer e favorecer o dinamismo di- Santo é o protagonista de toda a vino, que está presente na história missão eclesial: sua obra brilha humana e a transforma. Construir o esplendorosamente na missão ad Reino quer dizer trabalhar para a li- gentes, como se vê na Igreja pri26


mitiva, pela conversão também que os sujeide Cornélio (c f. At tos sejam alimentados A santidade 10), pelas decisões por uma espiritualidase exprime de acerca dos problemas de missionária conforforma surgidos (cf. At 15) e me a própria vocação, pela escolha dos terripeculiar na os dons, carismas e tórios e povos (cf At ministérios recebidos inserção nas 16, 6s). O Espírito Sando Espírito para a rearealidades to age por meio dos lização do Reino. Téctemporais e apóstolos, mas, ao nicas e instrumentos mesmo tempo, opera na são importantes, mas nos ouvintes. não substituem a "ação participação Cabe a nós contidiscreta" do Espírito nas nuar esta missão, senSanto que faz arder o atividades do sujeitos da nova coração do seguidor evangelização, pois terrenas. A de Jesus e o coloca no esta missão é envio do caminho dos irmãos vocação à Espírito, como se vê para expressar sua exsantidade claramente no texto periência. Fazem paranda de São João: Cristo te da própria missão intimamente envia os seus ao munevangelizadora a alido, como o Pai o enmentação interior que ligada à viou;e,paraisso,consustenta a eficácia de missão e à cede-lhes o Espírito. seu agir, a fidelidade ao responsabilidade Lucas põe em estreievangelho e a autenticonfiada a ta relação o testemucidade do testemunho. nho que os apóstolos A ação evangelinós e já vivida deverão prestar de zadora e pastoral, como na Igreja. Cristo, com a ação do serviço da missão e Espírito que os capaobediência ao Espírito, citará para cumprir o exige do evangelizador mandato recebido. cuidar da própria competência, para Cristo, pela ação do Espírito que, por negligência não venha a Santo, nos capacita a sermos os perder o Evangelho. Exige sábia "missionários do 3° milênio", viven- aplicação dos instrumentos moderdo uma espiritualidade nova, dife- nos, com critérios evangélicos. Mas rente, firme, sólida, comprometida nada substitui a experiência do Deus com a construção do Reino de Deus. vivo, alimentada constantemente pela escuta da palavra de Deus tan4. Espiritualidade to no livro da Escritura quanto no livro da vida; pela participação na A missão evangelizadora exige Eucaristia e demais celebrações; não só estruturas adequadas, mas pela oração generosa e aberta a 27


Deus e à sua presença na realidade humana, pelo abandono ao Espírito que precede a ação do evangelizador, o assiste quotidianamente, conformando-o nas dificuldades e mesmo no fracasso ; enfim, pela doação de si mesmo no serviço aos demais. Uma espiritualidade para os nossos dias exige estimular aqueles dinamismos pessoais e sociais pelos quais sejamos capazes, por graça divina, de superar o individualismo e a fragmentação: a abertura aos outros, reconhecidos em sua dignidade inalienável, sujeitos de valores; a atitude de diálogo, entrando numa dinâmica de interação ou intercâmbio na busca dos sinais de Deus nos caminhos de mulheres e homens de hoje; a solidariedade pela qual se renova o tecido da sociedade humana, desde a família e as diversas comunidades humanas, pela vivência do amor e da fraternidade. Num mundo saturado pela propaganda e por informações de toda espécie, percorrido por discursos e apelos religiosos variados e, no mais das vezes, contraditórios; num mundo cansado de tantos mestres, o evangelizador deve ser, antes de mais nada, mais testemunha do que mestre. O desafio está lançado, sejamos verdadeiras testemunhas do amor do Pai, deixando o Espírito manifestarse em nós, sem limites de espaço nem tempo. A santidade se exprime de forma peculiar na inserção nas realidades temporais e na participação

nas atividades terrenas . A vocação à santidade anda intimamente ligada à missão e à responsabilidade confiada a nós e já vivida na Igreja. Não podemos nunca nos fechar em nós mesmos, isolando-nos espiritualmente da comunidade, mas sim vivermos num contínuo intercâmbio com os outros, com um vivo sentido de fraternidade .. A cada um de nós foi dada a graça segundo a medida do dom de Cristo para aperfeiçoamento dos santos (lCor 12,28).

Sejamos os Santos e Santas do terceiro Milênio!

Bibliografia 1. Catecismo da Igreja Católica. 2. Doc. 54- CNBB Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil-1995-1998 3. Doc. 56 - CNBB Rumo ao Novo Milênio. 4. Compêndio do Vaticano II 5. Exortação Apostólica • Christifidelis Laici • Redemptoris Missio • Farniliaris Consortio • Tettio Millennio Adveniente

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Missão e Proietol Resumo da Palestra Proferida por Maria Regina e

Carlos Eduardo no Encontro Nacional 96 ueríamos em primeiro lugar, como São Francisco, pedir todos os dias ao Pai falando: ' e as trevas do meu coração". Iluminando nosso coração é que poderemos falar aqui o que Ele quer. Outra coisa importante é que Ele abra os corações de vocês, para ouvirem aquilo que Ele achar necessário. Vamos falar de Missão e Evangelização, assunto esse muito sério, pois como diz o Papa João Paulo II, na "Christifidelis Laici", "não é lícito a ninguém ficar inativo" (C.L. 3b). Por outro lado, nas portas de celebrarmos o grande jubileu do ano 2.000, jubileu que pretender ser uma grande oração de louvor e agradecimento, pelo dom da encarnação do Filho de Deus e da Redenção por Ele operada, o Papa mesmo insiste em que devemos nos converter. Esse processo diário e lento, que .é a nossa conversão, é uma questão pela qual vamos, aos poucos, nos apaixonando. Pode até ser um amor à primeira vista, mas só vai de verdade sendimentando, frutificando, se for cultivado a cada dia. Temos refletido muito sobre o seguinte: com este número tão grande de cristãos que somos, o que temos conseguido evangelizar? Vendo o número de equipes que já somos aqui no Brasil, número este expressivo, pensamos que muita coisa poderíamos trans-

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formar. Sem dúvida, já fizemos muitas coisas, mas muito mais deve ser feito. Parece, como disse um padre conhecido nosso num encontro: "Nós católicos somos como uma grande lagoa parada. Às vezes aparece um sapo coachando - uma equipe aqui, outra acolá - mas a água está esverdeada e salobra". Quando o Papa nos fala em novos métodos, nós indagamos o que poderiam ser. Parece-nos que não basta invertamos dinâmicas, coisas a serem feitas, mas sim viver o Evangelho. Uma vivência sem medidas no amor, amando além do limite, amando sempre. Parece-nos que, talvez, seja esta a grande inculturação e o novo método. No documento "Tertio Millennio Adveniente" o Papa nos diz o seguinte: "No limiar do novo milênio, os cristãos devem pôr-se humildemente diante do Senhor, interrogando-se sobre as responsabilidades que lhes cabem também nos males do nosso tempo" (T.M.A. 36). Ele nos chama a atenção para o fato de termos uma religiosidade vaga, indiferente, e aí parece estar uma das grandes dificuldades, ou seja, a de nos contentarmos compráticas religiosas. Paoli (padre e teólogo italiano) nos diz que somos cristãos esclerosados, e nos parece que isso acontece porque realmente ainda não nos apaixonamos pela causa


do Cristo. Ainda somos cristãos que nos contentamos em criticar alguém que foi para outra religião, ou que as seitas são isso ou aquilo, mas o que fazemos e como vivemos esse Jesus Cristo em nosso coração? Se formos irmãos, o pão não faltará! Novamente é João Paulo 11 que disse, por ocasião da abertura do Ano Missionário de 1.995: «Ou tua Igreja é missionária ou neJlLsequer é uma Igreja cristã". Parafraseando sua colocação poderíamos dizer: ou nossas equipes são missionárias ou nem sequer serão equipes cristãs, ou ainda, ou somos casais missionários ou nem sequer somos casais cristãos. É sempre oportuno relembrarmos as colocações do saudoso Papa Paulo VI, no seu documento "Evangelização do Mundo Contemporâneo" (Evangelii Nuntiandi), quando trata da linha do Sínodo de 1.974:

que , a cada dia , mais casais equipistas vão firmando uma nova consciência, de que "a missão compete a todos os cristãos" (Redemptoris Missio, 2), porque aqueles que estão incorporados na Igreja Católica devem sentir-se privilegiados, e, por isso mesmo, mais comprometidos "a testemunhar a fé e a vida cristã como serviço aos irmãos e resposta devida a Deus" (Rrni, 11). Para falarmos de uma maneira bastante simples e prática sobre missão, gostaríamos de fazer nossas as palavras de Gandhi, nesta sua poesia: "O que somos expressa mais do que falamos. A melhor maneira de pregar o Evangelho é vivê-lo. Uma rosa não necessita fazer pregações: Espalha o seu perfume e esta é a sua pregação . Façam com que a vossa vida nos fale com a rosa ... Até o cego que não vê a rosa é atraído por ela" .

• O que é feito, em nossos dias, daquela energia escondida da Boa Nova, suscetível de impressionar profundamente a consciência dos homens.? • Até que ponto e como é que esta força evangélica está em condições de transformar verdadeiramente o homem deste nosso século?

"O que somos expressa mais do que falamos" A nosso ver, este é o ponto fundamental da nossa vivência cristã .. E para nós, casais equipistas, é uma graça podermos contar com a entreajuda de uma pequena comunidade, que nos acolhe e incentiva a vivência dos Pontos Concretos de Esforço, que nos leva a um novo

• Quais os métodos que hão de ser seguidos para proclamar o Evangelho de modo que a sua potência possa ser eficaz? Verificamos com entusiasmo 30


modo de vida. E como diz Bernardim Schellenberger, no seu livro Diante de uma Emergência Espiritual: "O que deveríamos transmitir às pessoas é um novo modo de vida; e quem não o viver pessoalmente também não será capaz de o apresentar aos outros" ..

dos, adubados, bem cuidados, ora nos en"Nós, católicos, contramos em verdasomos como deiros matagais. Asuma grande sim, a nossa primeira lagoa parada. e imediata tarefa não é a instituição e o deÀs vezes senvolvimento eclesiaparece um al - que compete aos sapo nossos pastores -coachando-mas sim, o pôr em prática todas as possibiliuma equipe dades cristãs e evanaqui, outra gélicas, escondias nas acolá -- mas a "A melhor maneicoisas do mundo. O ra de pregar o Evanágua está campo próprio da atigelho é vivê-lo" vidade evangelizadora esverdeada e é o mesmo mundo vassalobra". É fácil de se consto e complicado da potatar, conforme proclalítica, da realidade ma o Papa João Paulo social e da economia, 11, que "o homem contemporâneo como também o da cultura, das ciênacredita mais nas testemunhas que cias, das artes, dos meios de conos mestres, mais na experiência do municação social e, ainda, outras que na doutrina, mais na vida e nos realidades abertas para a evangefatos do que nas teorias. A primei- lização, como sejam o amor, a fara forma de testemunho é a própria mília, a educação das crianças e vida do missionário, da farm1ia cris- adolescentes e o trabalho profissitã e da comunidade eclesial, que onal (EN 70). torna visível um novo modo de se Naquilo que é o apostolado comportar" (Rmi, 42). evangelizador dos leigos, não se pode deixar de pôr em realce a ação "Uma rosa não necessita fazer evangelizadora da farm1ia, a pequepregações: espalha seu perfume e na Igreja doméstica. A família, esta é a sua pregação". como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transAssim como a roseira poderia mitido e donde o Evangelho irradia estar num jardim bem tratado ou (EN 71) num terreno baldio de periferia, aí onde ela se encontra, ela espalha o "Façam com que a vossa vida seu perfume. Nós, leigos e casados, nos falem como a rosa... até o estamos "plantados no mundo", ora cego que não vê a rosa é atraído em situação de jardins bem trata- por ela". 31


Equipes de Nossa Senhora

1997 CNBB: Jesus Cristo e Atitude de Fé - Sacramento do Batismo ENS-PRN M: Vivência da fé e sua aplicação à vida: coerência entre fé e vida

ENS-PRNM: Pontos Concretos de Esforço como instrumentos que desenvolvem a maturidade da personalidade cristã Ênfase: Escuta da Palavra, Meditação, Oração Conjugal e Retiro. COLEGIADO: Participar e comprometer-se, como casal, na construção do Reino de Deus.

Testemunho

O Que Fazer?

Como Fazer?

· Valorização da vida de equipe ·Incentivo à participação nos eventos do Movimento e da Igreja · Trabalhar a nova imagem do casal · Busca do engajamento como casal · Valorização dos sacramentos, em especial o Matrimônio · Aprofundamento do carisma, na dimensão da espiritualidade conjugal · Fortalecimento da coerência entre fé e vida

· Produção de subsídios para eventos (pela ECIR, Regionais e Setores) · Estudo do Evangelho de São Marcos (CNBB e ENS) · Celebração das datas de aniversário de batismo e casamento dos equipistas · Atenção na preparação das cerimônias de casamento dos filhos de equipistas · Tema dos Retiros: coerência entre fé e vida · Estudo dos documentos da Igreja e do Movimento 32


Serviço O Que Fazer?

Como Fazer?

No Movimento, em casal: formação de quadros (espiritualidade versus burocracia) Na Igreja, em casal: participação nas pastorais (em especial na Pastoral Familiar) e mistérios No mundo, em casal: SOS Família, participação na política, trabalhos com drogados, alcoólicos, aidéticos, encarcerados, e suas fanu1ias

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Sessões de Formação EACREs Pastoral Familiar Campanhas da Fraternidade e Solidariedade

Diólogo O Que Fazer? o

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Como Fazer?

No Movimento: trabalhar a comunicação e o sentido de pertença ao Movimento Na Igreja: contribuir para o diálogo entre os movimentos e pastorais diocesanos e paroquiais No mundo: uso dos meios de comunicação social; desenvolvimento do espírito ecumêncio

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Trabalhar a prioridade comunica ao Atuação na Pastoral Familiar, com espírito de abertura, cooperação e diálogo Incentivar a participação dos equipistas na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Anúncio O Que Fazer? o

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Como Fazer?

Experiências Comunitárias no sentido de apostolado Meios de Comunicação Social Presença, como cristãos, na sociedade

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Valorização do que já temos, com novo ardor, novos métodos e novas expressões Participação em programas radiofônicos e televisivos Regra de Vida para tomar nossa partici ação na soctedãâe mais cristã


Espiritualidade Coniugal Resumo da Palestra Proferida por Cidinha e lgar Fehrno Encontro Nacional 96 uitas pessoas, devido a uma interpretação errônea, têm uma falsa idéia de espiritualidade. Para elas, viver uma espiritualidade seria transformar-nos em seres desencarnados, vivendo na estratosfera. No entanto, a espiritualidade ajuda-nos a corresponder mais plenamente ao projeto de Deus para nós, isto é, a sermos plenamente humanos, encarnados em nossa realidade e participantes da vida de nossa comunidade. Viver uma espiritualidade conjugal é viver a vida em todos os seus aspectos a partir do fato de ser casado, o que não significa um aniquilamento de si mesmo, mas sim, estar disposto a morrer aos próprios egoísmos, a renunciar, se for preciso, pelo bem do outro. "Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, caindo na terra , não morrer, ficará só, mas se morrer produzirá muito fruto" ( Jo 12,24).

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A Espi r itua li dade é int e gra d o r a Uma das características da nossa época é a desagregação. Ex: desempenho profissional se opondo à vida conjugal e valores familiares; desenvolvimento científico e intelectual se opondo a princípios e vivência da fé; liberdade individual, direito à privacidade se opondo ao convívio conjugal, familiar, social; relações por

interesse em lugar de relações fraternas (com vistas ao bem comum), e assim por diante. Todas essas tendências desintegradoras têm seu reflexo na vida do casal. A verdadeira espiritualidade integra, na própria vida espiritual, todos os elementos que compõem a trajetória da vida humana, elementos que estão dispersos em uma infinidade de situações, atividades, condicionamentos da vida leiga: o trabalho, a necessidade de aperfeiçoamento no sentido profissional, a vida conjugal, os compromissos familiares, o lazer e mesmo os compromissos decorrentes de sermos cristãos. Quando nos sentamos para fazer as nossas orações, a nossa meditação diária, o nosso coração está cheio de preocupações com esses elementos todos, mesmo que não percebamos. Se não estabelecermos um fio condutor a unir todos esses elementos isolados, corremos o risco de ver, com o tempo, enfraquecida nossa união e de entrarmos em crise diante de uma situação qualquer, para a qual não estávamos preparados por exemplo, a perda do emprego, problemas com filhos adolescentes, etc. Esse fio condutor é o diálogo (conjugal, familiar, com a equipe, com Deus) e por não exercitarem esse diálogo ainda hoje existem muitos casais em que cada cônjuge vive a sua vida de fé de uma forma individualista: reza sozinho, não integra em sua vida de fé o casa34


mento, o cônjuge, os acontecimentos do dia-a-dia.

Viver o Tempo e a História Pessoal

O tempo é fator essencial em qualquer caminhada. É preciso respeitá-lo em cada fase da vida. Existe um tempo útil para se assimilar valores, para criar hábitos, para crescer e para amadurecer, para plantar e para colher... É no desenrolar do tempo que exercitamos a fé, que caminhamos na esperança e aprendemos a amar como Cristo amou. O conhecimento do outro tem de ser continuamente adequado à realidade do momento presente, pois as pessoas se transformam, evoluem dia a dia. As fotografias são sempre diferentes, de acordo com as épocas em que foram tiradas. tude de admiração, de descoberta da reciprocidade que nos completa. Deus nos criou homem e mulher, um para o outro, para constituirmos uma unidade, para que nos amemos com o amor que vem dEle, para que nos construamos mutuamente através do amor e para que geremos vida. Os Pontos Concretos de Esforço e a Vida de Equipe são instrumentos que nos ajudam a desenvolver a espiritualidade conjugal; particularmente importantes são o Dever de Sentar-se (proporciona o conhecimento mútuo) e a Oração Conjugal (feita com a Escuta da Palavra e a Meditação, permitem a descoberta do plano de Deus para o casal).

O Conhecimento da Vontade de Deus

Viver a espiritua i ade conjugal é realizar a vontade de Deus ara o casal, buscando fazer do casamento um lugar de amor, de felicidade e um caminho de santidade. É preciso reconhecer os sinais de Deus para nós, que nos criou homem e mulher. E isto implica no modo específico de viver a própria masculinidade ou feminilidade, na capacidade de aperfeiçoar, de crescer. Reconhecendo estas características poderemos nos surpreender um diante do outro, numa ati-

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Um Pouco de nosso ' Tempo Aquele que é o Senhor do Tempo

a

Encontro Nacional é, sem dúvida, o maior e o mais im ortante acontecimento a nível do movimento no Brasil. São casais e Conselheiros Espirituais de todas as regiões do país, que fazem viagens incríveis para se reunir em ltaici e aí celebrar a unidade, a amizade e receber da ECIR as orientações que determinam o rumo da caminhada de todos os setores do Brasil. Para que esse Encontro Nacional se torne uma realidade e atinja seus objetivos, é precedido por uma complexa organização. Com alguns meses de antecedência, o Colegiado (ECIR + CRR) se reúne para determinar o conteúdo a ser

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transmitido e preparar a liturgia que fundamenta o tema a ser apresentado. O Secretariado inicia o envio da correspondência , recebe as adesões, organiza a parte do transporte e prepara o material necessário para cada um dos casais e Conselheiros Espirituais que irão participar. Aqui começa o trabalho da equipe de serviço. Cabe a nós organizar o material do encontro: sinalizar a casa , preparar os locais para os grupos de trabalho, verificar o som, arrumar a capela, organizar um mini-mercado e uma série de trabalhos, considerando o tamanho da casa (VIla Kotska, em ltaici): 3 alas enormes com 3 andares cada uma.

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Uma outra tarefa importante é organizar a recepção de tal forma que , quando os casais e Conselheiros Espirituais chegarem ao local , possam receber suas pastas, com a chave do quarto que irão ocupar e o número do grupo do qual participarão. Isto tem que ser bem esquematizado, para evitar congestionamento na recepção e possibilitar que os participantes, que chegam cansados da viagem, possam se dirigir rapidamente aos seus aposentos. A complexidade está no número de participantes. Neste último Encontro Nacional, tivemos a presença de 170 casais e 80 Conselheiros Espirituais. No momento da recepção são necessárias, no mínimo, 30 pessoas para encaminhar os participantes às mesas receptoras e indicar seus alojamentos. Aqui precisamos destacar a colaboração que sempre recebemos dos

O Encontro Nacional é o

maior acontecimento do Movimento no Brasil. São casais e conselheiros espirituais de todas as regiões do país que fazem viagens incríveis para se reunir em ltaici e aí celebrar a unidade a amizade e receber da EC/R as orientações para o ano que se inicia. 1

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setores de Jundiaí e Louveira. Durante o transcorrer do Encontro, éramos 5 ou 6 casais, disponíveis para as necessidades, programadas ou não e para atender às solicitações dos participantes. Até aqui fizemos uma descrição fria das nossas atividades de serviço, mas o que é importante considerar é o espírito, a alegria de servir. Muito nos impressiona a prontidão, a determinação e a alegria dos casais quando convidados a trabalhar no Encontro Nacional. Como todos, temos nossas preocupações, atividades rofissionais , compromissos familiares, mas nada é tão importante quanto ser Movimento, ser Igreja e oder oferece um pouco do nosso tempo À:quele ue-ê o Senhor do Tem o - abrir o nosso coração por amor d' Aquele que é o próprio amor, sentir, no pouco que fazemos, à alegria contagiante de Maria, que por nós fez maravilhas. Nesses muitos anos em que temos colaborado na organização desses grandes eventos, nos sentimos imensamente gratificados por poder acompanhar, passo a passo, as graças que o Senhor derrama sobre o movimento, na multiplicação dos casais equipistas por todo o nosso Brasil e por saber que o testemunho do amor, cada vez mais, se faz presente através de todos nós que vivemos o Sacramento do Matrimônio.

Pela equipe de serviço, um abraço.

Chico e Dina (equipe 6) ]undiaí- SP 37


Encontraram a nossa Mensagem / evi vendo o Encontro Nacional em ltaici 1996, lembramos a Celebração do Envio, em que Pe. Mário, com suas inspirações divinas , ou com sua lucidez evangélica, nos proporcionou momentos de grande beleza e emoção, quando foi entregue a cada casal, um cartãozinho, em que deveríamos escrever uma frase sobre o valor do MATRIMÔNIO, com nosso nome, telefone, cidade e apresentando nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Foi emocionante. Quando saíamos da Igreja, juntinhas, recebíamos das mãos dos Sacerdotes presentes, que estavam posicionados em duas filei-

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O céu ficou com

um colorido todo especial, nas cores vermelho, amarelo e verde. Foi um espetáculo deveras maravilhoso, a que assistimos, pedindo a Jesus e Maria, que nossas mensagens fossem cair em terrenos férteis.


ras na nave central, dois balões, que também são chamados de bexiga. E assim, fomos para o jardim, imbuídos de tantas responsabilidades, pelas maravilhas que havíamos experimentado nos três dias de encontro. Quando todos nós já estávamos em frente à Igreja, foi-nos pedido que prendêssemos os cartões escritos, nos fios dos balões, e sob o cântico da música "Te Amarei", soltamos centenas de balões. O céu ficou com um colorido todo especial, nas cores vermelho, amarelo e verde. Foi um espetáculo deveras maravilhoso, a que assistimos, pedindo a Jesus e Maria, que nossas mensagens fossem cair em terrenos férteis. Que surpresa! Após 6 dias da realização do Encontro, tivemos a resposta pela qual tanto ansiávamos. O Valente atende o telefone, e uma senhora se identifica como Adelaide Stocco, de descendência italiana, residente em um sítio em Itatiba (SP), dizendo que a filha Rosângela, havia encontrado nossa mensagem. Foi muito interessante. Várias pessoas da farru1ia falavam ao telefone, perguntando se nós morávamos perto da Igreja, ou

O Sacramento do Matrimônio, é sinal do Farta leci men to da Família.

numa Igreja, querendo saber o porquê daquela mensagem, que lhes trouxe tantas alegrias. A ligação estava muito ruim e pedimos o telefone deles, para ligar em outra ocasião, pois queríamos mais detalhes. Nos detalhes, descobrimos as delicadezas de Deus , que tanto o Pe. Mário coloca. Nossa mensagem foi achada na lavoura, quando Rosângela cuidava de sua horta. Estamos felizes, porque a família da Sra. Adelaide Stocco será a mais nova e sincera amizade que conquistamos através da comunicação, baseada na luta pelo Matrimônio e pela família, com as mensagens: "O Sacramento do Matrimônio, é sinal do Fortalecimento da Farru1ia". "O Matrimônio é bênção de Deus. Não deixe que ele se acabe ... " Louvado seja Deus!

O Matrimônio é

bênção de Deus. Não deixe que ele se acabe ...

Thérese e Valente CRRNorte 39


Testemunho

o momento em que recebemos a carta para participarmos pela primeira vez do Encontro Nacional em Itaici, sentimos uma imensa alegria e ao mesmo tempo, aguardamos com grande expectativa.

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Mas valeu a pena participar. Um lugar'lindo'e atraente. Este encontro nos reabasteceu espiritualmente e nos deixou mais entusiasmados para continuarmos nossa jornada de equipista. Também marcou bastante a nossa vida a amizade que fizemos com os irmãos equipistas e Conselheiros Espirituais que lá encontramos. Foi ótima oportunidade para agradecermos a Deus e a Maria Santíssima por mais este crescimento espiritual.

Nosso abraço fraterno, desejando a todos a Paz de Cristo. Cleide e Ariston Casal Coordenador Parelhas - RN

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Viaiando em Colegiad

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m 1.994, recebemos a graça de sermos escolhidos como Casal Responsável pelo Setor "F" de Brasília. Nestes anos, temos recebido muitas bênçãos e temos crescido muito como casal e como cristãos. Durante esta caminhada, conhecemos pessoas, aprendemos muito e guardamos infinitas recordações. Hoje, gostaríamos de compartilhar com os demais irmãos equipistas uma, em especial: as viagens do Colegiado Centro-Oeste e Norte a Itaici, para o Encontro Nacional das ENS. Não sabemos ao certo quando a experiência de unir as Regiões Centro-Oeste e Norte começou, nem o real motivo: se por questões econômicas, para fortalecer a acolhida, a entre-ajuda ou a partilha. Fato é que, desde 1.993, as viagens a Itaici proporcionam às duas regiões uma feliz e produtiva união. O evento, muito especial e esperado, é planejado pelos casais de ambas as regiões. Alguns estão indo pela primeira vez, outros pela última, e mesmo os veteranos, que participam todos os anos, preparam-se para a viagem com muito amor e carinho. Cada Região se organiza com antecedência, e existe um perfeito sincronismo, embora sejam poucos os contatos telefônicos para tratar de detalhes práticos, tais como, quantidade de casais, nomes, horários de chegada e de 41

saída, hospedagem, etc ... Todos os anos, os casais da Região Norte chegam a Brasília em vôos da tarde e da noite na quinta-feira que antecede o encontro e são recebidos e acolhidos pelos equipistas da Região Centro-Oeste até às 24,00 horas. A partir das 23,00 horas, os Casais Responsáveis e Conselheiros Espirituais das duas Regiões

O evento, muito especial e esperado, é planejado pelos casais de ambas as regiões. Alguns estão indo pela primeira vez, outros pela última, e mesmo os veteranos, que participam todos os anos, preparam-se para a viagem com muito amor e carinho.


concentram-se em frente ao Seminário Maior ou a CNBB para o embarque à 0,00 hora de sextafeira,em um confortável ônibus-leito, todo equipado e dirigido pelo querido JJ, que nos acompanha desde a primeira viagem. Ultimamente, ele já nem erra mais a entrada para Itaici! Com muita alegria e calor humano, iniciamos a viagem, que sempre conta com a participação de cinco Casais Responsáveis de Setor da Região Norte, sete Casais Responsáveis de Setor daRegião Centro-Oeste, dois Casais Responsáveis Regionais, o casal ligação da ECIR e alguns Conselheiros Espirituais de Setor, inclusive um deles é Bispo (no Encontro de 1.995, tivemos a honra de ter o Pe. Mário, C.E. da ECIR, como passageiro). A viagem tem início com as orações do grupo, dirigidas por um dos conselheiros presentes, e logo a seguir recebemos o "plano de vôo" preparado pelo CRR Lícia e Arthur e casal ligação da ECIR Lourdes e Sobral. Após a bênção e informações, Lourdes e Sobral dão início à "Ligação Horizontal". É uma verdadeira reunião informal que reúne as duas Regiões ligadas por eles. É bom saber que nesta reunião não falta nada. Comes e bebes, dos mais variados, são oferecidos por Brasília. Muito "batepapo", troca de experiências e material, música, filmes e até sessão de piadas rolam à vontade, até alta madrugada. Depois de muita confraterni-

A viagem tem início com as orações do grupo, dirigidas por um dos conselheiros presentes, e logo a seguir recebemos o "plano de vôo" preparado pelo CRR e pelo casa/ligação da EC/R.

zação, cada um vai, devagarzinho, procurando acomodar-se nas poltronas e, vencidos pelo cansaço, adormecem, tentando armazenar energia para o dia seguinte. Logo no início da manhã, o grupo faz sua primeira parada para o café e a "agitação"começa. Reinício de viagem, novamente um Conselheiro é convidado a conduzir o grupo na oração da manhã. Finalizadas as orações é a vez da Região Norte proporcionar aos viajantes momentos de muita animação e descontração. O ônibus é transformado em palco, a acontece uma diversidade de apresentações: shows, músicas, improvisos e até teatro, sem contar os presentes e deliciosos lanches regionais

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que são carinhosamente distribuídos a todos .. A animação dentro do ônibus é tanta que nem percebemos o tempo passar e logo é hora do almoço. Mais uma parada e, como não poderia deixar de ser, o grupo se destaca entre outras pessoas, que certamente devem comentar: "vejam como eles se amam". Após o almoço reiniciamos a viagem e faltam poucos quilômetros para chegarmos ao destino. Em Itaici teremos três dias de muito trabalho e crescimento. Geralmente nosso ônibus é um dos primeiros a chegar, o que facilita a acomodação do grupo. Durante o Encontro, nossas Regiões ficam mais separadas, sendo difícil reunir todo o grupo de novo até o domingo, devido à enorme extensão do convento e ao rit-

Muito "bate-papo", troca de experiências e de material, música, filmes e até sessão de piadas rolam à vontade até alta madrugada.

mo das atividades. Aproveitamos os intervalos de almoço, café e jantar para encontrar e conversar com os companheiros de viagem. Domingo, após a celebração do "Envio" tudo recomeça. Na volta, apesar do cansaço e da saudade de casa, a animação não diminui. Espontaneamente surge uma nova informal, e agora o assunto é a preparação do próximo ano Equipista, o calendário, o que fazer no EACRE e novamente acontece a entreajuda. Bem mais descontraídos, os Conselheiros tomam conta da sessão de piadas, que tem o veterano Padre João como principal animador. São tantos os assuntos que adormecemos tarde da noite, vencidos pela exaustão. Voltamos à agitação quando percebemos que estamos chegando a Brasília. Novamente os casais da Região são acolhidos até o momento do retorno as suas cidades. Assim são nossas viagens a Itaici, sempre momentos alegres, de muita partilha e crescimento, que deixam, em nossos corações, saudades dos momentos e de convívio com os casais novos e também com aqueles que em outros anos fizeram conosco a mesma caminhada com Maria, em busca de um mundo melhor para casais e famílias cristãs.

Rita e José Adolfo CRS "F"- Brasz1ia-DF 43


-~ Maria nos Conduz/

~

ao Novo Milênio ·

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~e,

às vesperas de um novo Milênio, vivemos uma reali ade missionária que nos impulsiona a assumir profundamente uma forma de orar, que deve ser geradora de um compromisso transformador em nossa caminhada. Para nós cristãos, o Ano 2000 será uma data fascinante e um acontecimento marcante para o Cristianismo ocidental. É o aniversário de Jesus Cristo! Ele veio ao mundo pela vontade do Pai e porque Maria, sua Mãe, mulher de fé e oração, comprometida com o projeto de Deus, O acolheu, deixando acontecer nela e para o mundo, o mistério da Encarnação. "E o Verbo fez-se homem e habitou entre nós" (Jo. 1,14). O Papa João Paulo li e os Bispos do Brasil nos convocam para a preparação deste grande jubileu. O grande presente a Jesus será ofertado por todos os cristãos que, em mutirão pela evangelização, lhe darão um mundo mais cristão. Através da Oração Conjugal abrimos nossos olhos da fé, inserindo-nos nas realidades e nos deixando envolver numa ação transformadora na qual os pequenos, os humildes e sofredores são incluídos em nossos projetos de vida. Em cada final de milênio sentimos fortemente o apelo de Maria a uma vida mais coerente e comprometida com o Projeto de seu filho, Jesus Cristo. Maria não aponta apenas o ca-

minho para Jesus, ela nos ensina como acolher e viver o Projeto de Deus através de sua vida e modelo de Fé e de Esperança, sendo testemunho e exemplo de Amor. Ela é a Mulher mais obediente ao Es írito Santo e o exemplo perfeito de amor a Deus e ao próximo. A santidade de Maria não é passiva, mas feita de luta, de coragem, de fé. Para salvar seu Filho, fugiu para o Egito. Para socorrer sua prima Isabel põe-se a caminho, sobe montanhas, não sucumbe frente às dificuldades (Lc. 1, 39-45). Mulher atenta às necessidades dos outros, nas Bodas de Caná apressa o primeiro milagre de Jesus (Jo. 2, 1-12). Mulher comprometida com o projeto de salvação dos pobres e marginalizados da sociedade proclama a grandeza do Senhor que toma o partido dos indefesos, dos pequenos, dos oprimidos pelo poder dominante (Lc. 1, 46-55). Sua atuação na História da Salvação é exemplo de desprendimento de sua vontade, de seus interesses próprios, de seu bem-estar. Mulher corajosa, acompanha seu Filho desde a encarnação até a sua morte e ressurreição. Hoje, ela fortalece os pais que, com fé, não desistem de acreditar para que a farru1ia seja sempre modelo da Nova Sociedade e de um mundo melhor. Maria está presente na vida de

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Jesus, com os apóstolos na Igreja nascente e estará conosco por gerações e gerações. Ela é a Mãe de Jesus, e por isso merece também um presente no aniversário de seu Filho. E o maior presente que, com certeza, alegrará seu coração será nossa maior identificação e seguimento a Jesus Cristo e a seu Projeto de Salvação. Para isso será preciso descruzar os braços e trabalhar com a Igreja no grande Projeto de Evangelizção, preparando o Terceiro Milênio e assim poder cantar com o Maria o MAGNIFICAT DO ANO 2000, porque o Senhor libertou o seu povo e porque a salvação estará chegando sempre mais aos excluídos e necessitados, havendo também maior valor e respeito à vida. Assim, juntos com Maria, nossas ENS se preparam para, através dos Pontos Concretos de Esforço, vi ver mais a autenticidade do Evangelho dentro da vocação matrimonial. Maria, esposa, companheira e mãe, nos lembra as virtudes heróicas que hoje os desafios do matrimônio apresentam. Maria, a Mãe do Belo Amor, seja para todos os casais a caminho do Novo Milênio a Estrela que guia os seus passos, com segurança para o encontro do Senhor. Aquele que é

Que Maria, concebida por dois grandes santos, Santa Ana e São Joaquim, nos ensine a testemunhar a votação ao matrimônio , sentindo nas alegrias e desafios da vida, a brisa do Espírito Santo que nos anima e fortalece a crescer na Igreja, celebrando o "ano da graça do Senhor".

a "luz verdadeira que a todo homem ilumina" (Jo. 1, 9).

Padre Vanderci ]. Rocha CE da Região RS 45


Expansão: Experiências Comunitárias - Novas Equipes -

j

Fruto das Experiências Comunitárias - uma das prioridades do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, temos a satisfação de ver formadas várias equipes. Em Sorocaba, durante o ano de 1996, com o término de 7 Experiências Comunitárias, tivemos a formação de 6 Equipes de Nossa Senhora, que estão em pilotagem . Em Araçatuba, conforme seu Boletim n° 3 de nov/96, tivemos a transformação de duas Experiências Comunitá rias em duas Equipes de Nossa Senhora, sendo que estão estudando . a formação de novas Experiências Comunitárias nas cidades de Guararapes e Birigui .

Equipes de Nossa Senhora e o PRNM) Como acontece todos os anos, estiveram reunidos em lta ici, de 22 a 24/11, os principais responsáveis pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora (ENS) no Brasil, com a participação de quatrocentas pessoas, entre leigos e pad res. Constou da pauta do encontro a apresentação do Projeto Rumo ao Novo Milênio adaptado ao carisma do movimento - espiritualidade conjugal e familiar. O projeto das ENS, que está sendo trabalhado sistematicamente, contempla diversas propostas de ação dentro das quatro exigências da Evangelização, testemunho, diálogo, serviço e anúncio, a serem refletidas no ano de 1997 . No encontro, Dom Angélico Sândalo Bernardino fez uma reflexão sobre a Campanha da Fraternidade de 1997, cujo tema é Fraternidade e Encarcerados, convidando os participantes a se posicionarem frente a este grande problema . (do Boletim Semanal da CNBB - 05/12/96)

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I. Caminhamos na

CAMINHAHlm Estrada de Jesus: o Evangelho de MarNA ESTRADA cos- CNBB

Df ltSUS

Editora Paulinas 1.996

É uma introdução à leitura do Evangelho de Marcos. O evangelista nos convida a refazer hoje os passos que Jesus fez na busca da vontade do Pai, desde a Galiléia até Jerusalém, lugar da cruz e ressurreição. Esse subsídio nos ajudará a ver com o olhar de Jesus os fatos da vida de hoje, a celebrar e louvar a presença do Senhor em nossa vida.

fiiiiiij:ii-l

-

-MaiO

2. Rumo ao Novo Milênio - Espiritualidade sem Medo CNBB Editora Salesiana Dom Bosco

3. Cristo Liberta de Todas as Prisões A Fraternidade e os Encarcerados Texto-Base CF-97 CNBB - Ed. Salesiana O tema da campanha deste ano:

A Fraternidade e os Encarcerados , e o lema: Cristo Liberta de Todas as Prisões estão em plena sintonia com o Projeto de Evangelização da Igreja no Brasil em preparação ao grande jubileu do ano 2.000. O tema retoma a promoção dos Direitos Civis inseridos no Projeto Rumo ano Novo Milênio, na linha do serviço, · sobretudo aos mais pobres, uma das quatro exigências da Evangelização. A proposta se baseia na fé em Jesus Cristo que nos liberta de todas as prisões e nos iguala a todos na mesma dignidade e vocação divina.

4. Como Fazer Pastoral Carcerária CNBB - Coordenação Nacional da Past. Carcerária Editora Vozes

Nós, cristãos, estamos nos preparando para ingressar no Ter- , ceiro Milênio d~ história. É, antes Este livro traz a de tudo, um tempo desconhecido, valiosa experiência de pessoas que e por isso, muitas vezes somos toaprenderam a fazer uma das mais mados pelo medo da modernidadifícies obras de misericórdia: viside, das novidades do futuro. tar os presos, sabendo reconhecer A certeza de que Cristo Resneles a presença do Cristo. suscitado caminha conosco é fruAlém disso, enfrenta com lucito do Espírito Santo. Somente dez questões importantes que hoje se n'Ele podemos verdadeiramente levantam a respeito do problema alimentar uma espiritualidade sem carcerário, como a pena de morte e a medo. privatização dos presídios. 47

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~ MeditaCjões sobre o

I

~ Evangelho de Marco5(Mc.l.14-19) ~

0::: João Batista esteve no deserto proclamando um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados. Depois que João foi preso, Jesus continuou proclamando a Boa Nova de Deus: "Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e c rede na Boa Nova". Sentir-se pecador, fazer-se humilde e abrir inteiramente seu coração à mensagem de Cristo! A cura do possesso na sinagoga de Cafarnaum ... A cura da sogra de Pedro ... Pedro, portanto, era casado quando Jesus o convidou para segui-lo. Muitos doentes curados e demônios expulsos ... Pela manhã, bem antes do amanhecer, Jesus se dirige a um lugar solitário para rezar. Os quatro discípulos o procuram e o encontram: "Todos te procuram " (naturalmente devido aos milagres da véspera). Eis a resposta de Jesus: "Vamos a outros lugares, às aldeias da vizinhança, a fim de pregar também aí, porque foi para isso que eu saí". Estes milagres situam-se, então, paralelamente à missão. Não eram artifício de propaganda. Eram o extravasamento natural de um coração que ama. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Por isso reconhecerão que sois meus discípulos" dirá Ele à véspera de sua morte. Redenção - gesto de amor. Curas, expulsão de demônios - gesto de amor. "Crede na Boa Nova, crede no amor" Conversão ... retorno de si mesmo. Retornar do amor de si para o amor do próximo e para o amor de Deus. Dirigem-se a Ele de todos os lugares- não é ainda para ouvi-lo, é para trazer-lhe aqueles que sofrem. A primeira pregação de Jesus foi, então, a muda pregação do amor. Arrependei-vos; tornai-vos humildes, simples, pequenos, confiantes como criança e depois ... AMAI!

Pedro Moncau Júnior

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MEDITANDO EM EQUIPE A alegria dos filhos de Deus Alegria é o sentimento que toma conta de nós quando temos consciência de possuir um bem . Tanto maior a alegria, quanto maior o bem. Alegria sem limites se temos garantia para sempre do bem possuído .

..... ................... ..

............

Leitura: Gálatas 4,4-7 Meditação: Toda a liturgia do tempo de Natal repetiu uma idéia espantosa o Filho de Deus fez-se participante da natureza humana, para que nós pudéssemos ser participantes da natureza divina : • O filho de Deus fez-se gente num tempo concreto e real, nasceu de uma mulher real, viveu a nossa vida e morreu a nossa morte. Oue é que isso exige de você? • Oue você precisa mudar em sua vida, acreditando que o Filho de Deus é um de nós? Sua vida é dominada por essa alegria? • Como você vai manifestar a todos sua alegria cristã? • Louve, agradeça, peça, espere ... alegre-se!

..... ............ ............. ..... Ora~ão litúrgica: Louvor ao Senhor

Senhor, nosso Deus, tua grandeza se mostra nas grandezas da terra .

Tu o fizeste quase tão grande quanto os seres maiores, tu lhe deste glória e esplendor.

Tua majestade está acima do céu mais alto e é cantada pelos lábios das crianças ...

É o primeiro das tuas criaturas, para ele, todas criaste: os bois, as ovelhas, o gado todo e todas as feras selvagens, pássaros do céu e peixes das águas .

Olhando o céu que tu fizeste, a lua, estrelas lá no alto, fico pensando no que há de ser o homem, filho de Adão, que guardas com tantos cuidados .

Senhor, nosso Deus, tua grandeza se mostra nas grandezas da terra .

(FI- Castro/ sobre o Salmo 8)


Objetivo Geral do Movimento das Equipes de Nossa Senhora

"Como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino, vivendo o sacramento do matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão, ·na vida em comunidade."

EQUIPES DE NOSSA SENH O RA Movimento de Casais por uma Espiritual idade Conjugal e Fami liar R. Luis Coelho, 308 o 5° andar o cj 53 cep O1309-000 São Paulo o SP Fone: (011} 256.1212 o Fax: (011} 257.3599


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