ENS - Carta Mensal 317 - Abril 1996

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liJ Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

PÁSCOA: RESSURREIÇÃO IGREJA NAS CASAS fORMAÇÃO

N. S.

DAS EQUIPES

Ano XXXVI - Nº 317- abril /96


EQUIPES DE NossA SENHORA C A RTA MENSAL NQ

317

ABRIL

/1996

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INDICE Editorial ...... .. ............ .... ....... ... .. ...... ..... ...01

Carta Me nsal é uma publicaçüo das Equipes de Nossa Senlwras

A ECIR Conve rsa com Vocês ... .... ... .. ... .. .. 02

Edição: Equipe da Carta Mensal

Correio da ERI ............ ......... .. ..... ............. 03

Fone: (011) 256.1212 M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis)

Formação .................. ...... ..... .......... ... ... ... 1O

Blanche e Lauro F. drm ça

Men-

Atua lidade ... ........... ............. .... ........ .... .... 20

Maria do Camw e José Maria W/litaker Neto

Vida do Movimento .... .... ....... .................. 24

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR

Rita e GilberiO Calllo

(Cru/s. Espiritual)

Opinião do Leitor ......... .. ... .... .... ........... ... 33

Jornalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MT!J 19835)

Notícias e Informações ... .... ........... ......... 35 Diagramação e Ilustrações: M. Alice e lvahy Barcellos

Maria ... ....... ........ ....... ..... ... .... .. ......... .... ... 36 Capa: Eros Lagrollal lgar Fehr

Igreja .... ... ... ....... .... ...... .. ............ ..... .... .... . 39 Páscoa .. ..... ............................. ....... .......... 44

Composição e Fotolitos: New.nvork R. Venân cio Ayres, 93 1 Süo Paulo

Reflexão .. ..... ........ ........ ............... .. .......... 52

Fone: (OJI) 263.6433 lmpressüo e Acabamento: Ediçiíes Loyola

Oração .... .... .. ........ .. ........ ...... ........... ....... 54

Rua 1822, 347 Fone: (011) 914.1922

Nossa Bib lioteca .................. .. ... .... ...... .... 55

Tiragem des ta edição: 9.100 exemplares

Última Pág ina .. ...................... ........ ......... 56


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Queridos equipistas Paz e Bem! ·

Terminadas as alegrias de nossos EACREs, aproxima-se, agora, a alegria maior dos cristãos, a Ressurreição, a vida nova que o Cristo traz a todos nós. Realmente é muito bom sentir que este Cristo Ressuscitado renova em nós as esperanças de dias melhores. Ressuscitar com o Cristo é perceber que não estamos sós. Ele mesmo nos prometeu que estaria conosco até o "fim dos tempos", e nós temos a certeza de estarmos ligados por um único ideal. O que nos enriquece é que, na pluralidade das nossas Regiões, Setores e Coordenações, e equipes de base somos "um". Sejamos do Norte ou do Sul, do Leste ou do Oeste, caminhamos rumo à construção do Reino Definitivo. . O nosso Movimento vem caminhando, cada vez mais para sermos uma grande família, na qual a "Bandeira" do amor conjugal e das relações amorosas na família toma vulto e solidifica-se. Percebemos, em alguns dos EACREs onde estivemos presentes a alegria dos equipistas, sua disposição em construir famílias alicerçadas no Evangelho. Temos verdadeiros encontros de irmãos, nos quais a fraternidade, a partilha e a oração tornam-se a concretude do projeto de Jesus Cristo. Ao verificarmos a enorme abrangência de nossos casais, ainda podemos afirmar o quanto é necessário estarmos disponíveis para a ação evangelizadora. Nesta Campanha da Fraternidade pudemos refletir sobre o papel de Cristo na Sociedade. Por que não refletirmos com mais coragem ainda sobre o papel do Casal Cristão Equipista no mundo de hoje? Somos Igreja e como Igreja, somos evangelizadores. Tenhamos a ousadia de, com o auxílio do Espírito Santo, estar abertos para a missão. Evangelizar a família e as famílias é atribuição nossa. Lancemo-nos, pois, na missão. A nossa Igreja, Mãe e Mestra, pede-nos a colaboração, convocando-nos a ser "sal" e "luz" no mundo para que, através de nosso testemunho, possamos ser instrumentos de glória a Deus. Estar no Movimento das Equipes de Nossa Senhora é receber, gratuitàmente, as bênçãos de Deus que é Pai, que nos ama como fi lhos e nos quer irmãos de seu filho Nosso Senhor Jesus Cristo. Que pela intercessão de Maria Santíssima possamos sempre dizer: "Eis-Nos Aqui!" Abraços e orações. Pe. Mário José- EC/R


Queridos irmãos e irmãs equipistas/ "Cristo ressuscitou! Aleluia!

É com esta certeza e alegria no coração que conversamos mais uma vez com vocês. Findou a Quaresma, é Páscoa do Senhor. É tempo, também de celebrar nossa Páscoa. Preparamos e antecipamos, a cada dia, nossa ressurreição, através de nossa abertura a Deus e de nossos gestos concretos de entrega, amor e comunhão. Este mistério e verdade, levamnos a pensar na caminhada das Equipes de Nossa Senhora. Acompanhando a Igreja, nosso Movimento também realiza esse constante processo de conversão, de renovação. Nesse sentido, quanto é sugestivo que os EACREs, recém realizados, tenham ocorrido durante a Quaresma! Para o Movimento, os EACREs são momentos de conversão e de vida nova. No rosto e no coração de cada participante dos 29 EACREs realizados no Brasil está a confirmação disso: um novo ânimo, uma nova percepção da pertença à Igreja e ao Movimento, uma nova visão mística dos Pontos Concretos de Esforço. Com o espírito renovado, os casais responsáveis retornam às suas equipes para também ali promover o processo de conversão e ressurreição de cada um dos casais. É tempo de manter acesa a chama da vida nova, de estimular o con tínuo crescimento e formação dos companheiros de equipe. Essa mesma missão traz-nos a Ribeirão Preto, para a segunda reunião da ECIR deste ano. Ainda em

nós estão os ecos da primeira reunião, em fevereiro, na qual demos atenção especial ao processo de formação no Movimento. Essa foi uma reunião especial, pois contamos com a presença do grupo de sacerdotes que colaborarão com o Movimento nas mais de 40 sessões de formação, em seus três níveis, planejadas para 1996. Nesse momento, avaliando os EACREs e preparando as sessões de formação, que já se iniciam, e o próximo Encontro do Colegiado, sentimos a vida do nosso Movimento. Estamos vivos não pela simples realização de encontros, mas pela vida do Cristo ressuscitado que cada um de seus participantes traz e cultiva, diariamente, através da vivência dos Pontos Concretos de Esforço. Os encontros mostram-se importantes por serem momentos especiais para reunir, celebrar, fortalecer e fazer progredir a vida nova em cada um dos casais e em todo o Movimento. Esses encontros (reuniões de equipe, de setor, de colegiado, sessões de formação, mutirões, missas mensais ... ) são as celebrações de nossa Páscoa, de nossa ressurreição, de nosso renovar e caminhar para o Pai. Com a certeza de que caminhamos e ressuscitamos juntos, abraçamo-nos em Cristo

Lourdes e Sobral 2


CARTA DA

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EQUIPE RESPONSÁVEL INTERNACIONAL O que quer dizer colegiado? cia de reflexão e permuta, destiCaros amigos, nada a favorecer, a nível internaO "Correio da ERI" anterior cional, um exercício colegial da falou-nos sobre reunião do Cole- responsabilidade geral do Movigiado em Dublin, ocorrida no mês mento. de julho de 1995. Foi-nos colocaAlém dessas definições de esda a pergunta: O que quer dizer tilo um pouco jurídico o importancolegiado? E para responder a te é que o termo colegiado quer sigmuitos equipistas que fazem a nificar: "espírito de colegialidade mesma pergunta no qual age e decide, aqui estamos nós . juntos, o escalão inA Nas Equipes de ternacional dos resNossa Senhora o ponsáveis pelo Movicolegialidade Colegiado é a reumento." não anda nião da Equipe ResEssa instância não sozinha/· ela ponsável Internacioé mencionada nos Esnal (seis casais e um tatutos Canônicos das precisa de padre) e de casais Equipes de Nossa Seuma ascese responsáveis pelas nhora de setembro de pessoal e super-regiões, que 1990, entregue ao coletiva/ uma Conselho Pontificai atualmente são oito, citadas de acordo dos leigos no Vaticarenúncia de com o número de no. No artigo Instânsi mesmo. equipes: França cias de responsabiliLuxemburgo - Suídade e de animação ça, Brasil, Espanha, Portugal, Itá- está indicado: lia, Bélgica, Estados Unidos, Amé"A Equipe Responsável Interrica Espanhola. nacional (ERI) assume, colegiadamente, a responsabilidade geral do Qual é a função Movimento; ela a exerce em estreido Colegiado? ta união com os casais super-reO documento sobre "A respon- gionais". sabilidade nas Equipes de Nossa Desta forma ficou implícito o Senhora", editado pela E.R.I. em termo colegiado, frequentemente 1993, dá as seguintes definições: usado na Igreja, desde o colegiado P) A Equipe Responsável In- dos apóstolos. ternacional é a instância da responO Colegiado se reúne uma vez sabilidade geral do Movimento, por ano, durante vários dias, em lu2.!!) O colegiado é uma instân- gares diferentes, acolhido pelos 3

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Como na Equipe Responsável Internacional, a língua usada no Colegiado é o francês. Traduções simultâneas são feitas em inglês, espanhol e algumas vezes em outras línguas, através de equipamentos emissor e receptor, com aparelhos individuais transmitidos por rádio. Mas a técnica não exclui a diversidade lingüística nas conversações, nas celebrações litúrgicas, nas sessões de trabalho em grupos lingüísticos . Sem dúvida, a definição acima esconde o essencial: o que se vive durante os encontros. A começar por uma profunda amizade. É preciso ver o momento dos reencontros a cada ano quando, arrebatados pela alegria de se verem novamente, vindos de países do Norte e do Sul, todos se lançam num contagiante e caloroso abraço, bem à

O termo colegiado

quer significar: //espírito de colegialidade no qual age e decide/ juntos/ o escalão internacional dos responsáveis pelo Movimento. equipistas locais . Responsáveis de região isolada ou de coordenação geográfica, assim como conselheiros espirituais de super-região isolada, ocasionalmente são convidados pela E.R.I. a participar da reflexão do Colegiado. 4


gerais, às expectativas e necessidades dos equipistas, à missão das Equipes de Nossa Senhora na Igreja e no mundo. Conferências sobre assuntos doutrinários ou de atualidade são feitas pelo Conselheiro Espiritual da ERI e as intervenções exteriores geralmente são feitas por pessoas do país de acolhimento. É certo que os aspectos administrativos ou financeiros da vida do Movimento ocupam também o seu lugar, pois toda comunidade cristã precisa de ajuda de Marta e da contemplação de Maria ... Quanto aos debates (algumas vezes difíceis ... Os pontos de vista podem naturalmente divergir no início) eles acontecem num espírito de colegialidade na medida em que cada um coloca-se numa atitude interior de busca da verdade e da vontade de Deus, com um real desejo de encontro e comunhão. Junta-se lá a experiência vivida a cada mês durante a partilha da equipe ... A colegialidade não anda sozinha; ela precisa de uma ascese pessoal e coletiva, uma renúncia de si mesmo. É por uma busca comum do consenso que se alcança uma decisão colegiada, que resulta não da opinião da maioria, mas da vontade unânime no sentido etimológico: uma só alma.

//A Equipe Responsável Internacional (ERI) assume/ colegiadamente/ a responsabi I idade geral do Movimento/ ela a exerce em estreita união com os casa1s super-regionais//. Desta forma ficou implícito o termo colegiado/ frequentemente usado na Igreja/ desde o colegiado dos apóstolos.

moda brasileira ... Uma vez, um responsável francês, ainda pouco familiarizado com o grupo, teve quebrados seus óculos, imprudentemente esquecido no bolso da sua camisa! A qualidade desta amizade está no amor alimentado na verdadeira fonte: Cristo reúne na prece, que tem um lugar privilegiado principalmente nas eucaristias cotidianas. Os temas de reflexão, apresentados nas exposições feitas pelos casais da ERI, referem-se ao futuro do Movimento e às suas orientações

Com toda a nossa amizade,

Antoine e Marie-Magdeleine Berger 5


NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

As fCjuipes na Africa de Lmgua Francesa Como prometido em nosso último "Correio da ERI", reportamo-nos .à sessão internacional, em agosto passado, em Togo. Trouxemos uma foto do grupo, batida à saída da Missa de Abertura celebrada na paróquia de Santo Antônio de Pádua, em Lomé. Esta sessão englobava dois aspectos: primeiro, a formação pelos métodos das ENS., e uma informação sobre o movimento e depois promover um encontro dos equipistas africanos, permitindo-lhes tomar consciência de sua identidade e de sua especificidade no seio do Movimento. O tema escolhido: Equipes de Nossa Senhora: um caminho do amor e da santidade para casais cristãos dizia o essencial sobre nosso Movimento, era um apelo aos casais africanos e traduzia o caráter universal desta espiritual idade conjugal que as Equipes de Nossa Senhora têm por missão promover no meio do Povo de Deus. Vindos de diferentes países éramos todos bem diferentes ... Mais ainda do que pensávamos ao ouvir a conclusão de um casal africano que dizia: Existem inumeráveis Áfricas ... Diferenças culturais, sociais, psicológicas. Mas nos sentí-

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amos muito parecidos toda vez que tocávamos no âmago do ser humano, do casal, quando d iscutíamos sobre o diálogo conjugal, o "dever de sentar-se", a oração conjugal e familiar, a partilha, a entre-ajuda em equipe! As mesmas dificuldades e as mesmas alegrias! Homens e mul heres, criados à imagem de Deus, par. tilham as mesmas riquezas e as mesmas misérias, somos chamados a viver o mesmo Amor.

jeanine M alroux nos deixou ... Em 19 de outubro de 1995 Jeanine entrou na Paz de Deus, após meses de enfermidade. Muitos de nós conhecemos Jean-Ciaude e Jeanine Malroux, membros antigos da Equipe Responsável Internacional, responsáveis pelo Movimento de 1985 a 1989. Para nós, lembrar Jeanine é agradecer a Deus pelo que ela foi, pelo que Jean-Claude e ela enriqueceram o Movimento, pela sua disponibilidade, seu acolhimento, entusiasmo e amizade. Jeanine partiu como viveu: lúcida e serena, na paz e na esperança, acompanhada pelo amor de Jean-Claude e de seus filhos. Nós nos unimos às suas preces em comunhão com Jeanine que continua a viver no Amor do Pai.

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CARTA oo CoNSElHEIRO

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ESPIRITUAl INTERNACIONAl Segue-me! sermos fiéis certamente é necessáJesus falava sobre João Batis- rio um esforço nosso. Mas o que é ta, homem fiel que consagrou sua um esforço? Nosso dicionário, aresvida a preparar os caminhos do Se- peito dessa palavra, nos diz o senhor. A figura desse pregador aus- guinte: trata-se da atividade de uma tero, precursor de Jesus, nos é as- pessoa consciente, que emprega tosaz familiar. E para mostrar o ver- das as suas forças para agir, para dadeiro sentido de sua atitude em vencer uma resistência (exterior ou relação ao Reino interior). de Deus, do qual Agir e Venele era a testecer; e mais que munha precedenisso: que seja //Desde te, Jesus disse: uma atividade época de "Desde a época própria de um João Batista de João Batista Ser Consciente. até o presente, o Eis aí todo um até o presente/ reino dos céus é programa que se o reino dos arrebatado à foresconde atrás céus é ça e são os viodesta palavrinha arrebatado lentos que o conEsforço, que se quistam." (Mt encontra na nosà força 11' 12). sa Carta (estatue são os Talvez pode tos) quando, em violentos que tratar-se de pala1977, ela nos diz o conquistam.// vras um pouco que as Equipes duras, mas ao são um Projeto, (Mt 17/ 12). dizê-las Jesus nos I têm uma Fisionomostra uma inemta e querem ser gável aproximaum Caminho. ção da realidade de nossa vida crisQueremos seguir Jesus e um dia tã, como testemunhas e como casais -talvez distante- fizemos a escolha, engajados nas Equipes de Nossa Se- um do outro, e continuamos a fazênhora. la todos os dias. Percebemos que soNa Carta das Equipes de Nossa mos escolhidos de Deus pois, misteSenhora fala-se dos Pontos Concre- riosamente, Deus quis precisar dos tos de Esforço como elementos fun- homens ... E nós aceitamos nossa misdamentais do nosso estilo de vida são de ser testemunhas do Reino num cristã. Na verdade eles não nos tra- mundo que precisa urgentemente de zem grande novidade, mas para lhes Deus. Queremos fazer isso plenamente

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Se escolhemos livremente essa opção de vida conjugal/ devemos fazê-lo conscientes ... E por coerência devemos ser fiéis aos nossos engajamentos.


conscientes, integrados nas Equipes de Nossa Senhora, que têm para nós - desde o primeiro dia- um Projeto claro de vida cristã e que nos dão uma Fisionomia num mundo que procura Deus. Queremos seguir esse Caminho que nos conduz ao Reino com alegria e perseveração. Eis a orientação da nossa atividade de seres conscientes, desejosos de seguir a Cristo, verdadeiramente. Devemos confessar que estamos diante de um programa que gera em nós uma tensão especial. Ele merece toda a nossa atenção porque nos apresenta um panorama excepcional de ação e que realmente vale a pena seguir... Evidentemente, ele vai por si só num contexto cristão, em outras circunstâncias contrárias, mas se queremos vivê-lo com fidelidade no nosso mundo de hoje e na nossa vida cotidiana é preciso Agir e Vencer muito mais que uma só resistência, como nos dizia a definição do dicionário. Nossos Pontos Concretos de Esforço são a expressão dessas exigências bem simples que constroem o andaime da nossa pertença às Equipes de Nossa Senhora. Se escolhemos livremente essa opção de vida conjugal, devemos fazê-lo conscientes ... E por coerência devemos ser fiéis aos nossos engajamentos. Têlos sempre à vista, revê-los constantemente, repensá-los com uma criatividade fiel e madura. Não é possível acreditar que com uma vida de equipista, ou de equipe, sem tensões, com uma ade-

Agi r e Vencer; e mais que isso: que seja uma atividade própria de um Ser Consciente. Eis aí todo um programa que se esconde atrás desta palavrinha Esforço. i

são vacilante, trincada pela rotina e pelo desencantamento, seremos capazes de responder - no mundo de hoje - ao grande desafio de nossa missão como cristãos engajados. O Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. Ser membro das Equipes de Nossa Senhora pressupõe fidelidade aos métodos que o Movimento propõe a fim de entrar "com o pé direito" no dinamismo da salvação que é o seu carisma. E ser fiel às Equipes demanda estar apaixonado pela fantástica utopia do Reino, no élan da fé e da esperança da grande comunidade dos que crêem - a Igreja de Jesus Cristo.

Padre Cristobal Sàrrias s.j.

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PoNTos CoNCRETOs DE EsFoRç o / 11. Cultivar a assiduidade em nos abrir à Vontade e ao Amor de Deus

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Novamente me permitam começar com Sto . Afonso de Ligório: "O primeiro resultado do amor é unir a vontade dos amantes. Deus, porque nos ama, quer ser amado por nós, e por isso pede nosso coração ... Toda a nossa vida e salvação está em unir a nossa vontade com a vontade de Deus, que é a única regra do que é justo e perfeito". "Toda a nossa perfeição consiste no amar o nosso Deus amabilíssimo. E toda a perfeição do amor a Deus consiste em unir a nossa à sua santíssima vontade".

1. Abrir-nos ao amor de Deus A própria ambigüidade da linguagem é às vezes vantajosa. "Amor de Deus" indica o nosso amor por Deus, ou o amor de Deus por nós? Um e outro, pois que ambos são inseparáveis, e se amamos é porque somos amados.

1. 1 Deus amou-nos antes. "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus; mas foi ele que nos amou e nos enviou seu Filho como vítima oferecida por nossos pecados" (1 Jo 4, 10). Segundo teólogos a situação de pecado, principalmente de pecado original, consiste fundamentalmente na incapacidade de amar. Aliás, é o que diz o velho monge de Dostoievsky nos Irmãos Karamazov: "O inferno é não poder amar". Pois bem, a iniciativa foi de Deus, que por primeiro nos amou gratuitamen.te, escolheu, chamou e

transformou, de maneira que pudéssemos amar: "Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa dos nossos pecados, nos fez reviver com Cristo. É por graça que vocês foram salvos" (Ef 2, 4). " ... vocês receberam um Espírito que os transformou em filhos adotivos e que nos permite dizer "Abba, Papai" (Rm 8, 15). O primeiro passo no caminho da salvação ou da felicidade é abrir-nos a esse amor, é aceitá-lo, deixando que Deus nos ame, que nos transforme à imagem de seu Filho. Para isso precisamos confiar em Deus, deixar que nos leve por caminhos que só ele conhece, ainda que muitas vezes nossa idéia de amor e de felicidade seja um tanto diversa. Talvez tenhamos até de dizer com Sta. Teresa de Á vila: "Se é assim que o Senhor trata a quem ama, não admira que tenha tão poucos amigos". Temos de acreditar que ninguém é capaz de nos amar como Deus, nem nós mesmos. 1.2 É Deus quem nos faz ca-

pazes de amar. Para saber se somos amados por Deus, basta ver se somos capazes de o amar com espírito filial (Rm 8, 15). Mais do que obrigação de amar a Deus temos a possibilidade única de o amar. Porque ele nos amou, também nós temos a possibilidade de o "escolher" livremente, na plena gratuidade do amor. Podemos colocá-lo no centro de nossos pensamentos, de nossas prioridades, de nossa vida: "O

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Nem tudo acontece por vontade e determinação de Deus/ mas em tudo que acontece podemos encontrar indicações da vontade de Deus.

Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6, 4-5). Porque Deus nos ama e nos transforma podemos também ouvir a sua voz e compreender sua mensagem, porque fomos instruídos na linguagem do amor, na linguagem que se estabelece entre os que se amam. Podemos obedecer (do latim: obaudire = ouvir, escutar) à sua vontade. Não como quem se curva obrigado a uma lei que vem de fora, mas levados pela lei interior do Espírito, levados pela docilidade do amor. E, por enquanto, vamos apenas lembrar que só porque somos amados por Deus é que também podemos amar as pessoas todas e uma pessoa em particular. A santidade, o aperfeiçoamento coerente desse amor que Deus plantou em nós, consiste em não pormos limites nem obstáculos a esse amor. Como não podemos saber aonde nos levará o amor que Deus tem por nós, também não sabemos até onde nos levará o amor que tivermos por ele e pelos que ele ama. Ou melhor, sabemos sim: haverá de levar-nos à plena felicidade . 2. Abrir-nos à vontade

o que estamos pedindo é que nós e os outros façamos a vontade de Deus, cumpramos as suas leis, obedeçamos às suas ordens. Talvez, pelo menos de vez em quando, poderíamos pedir que se realize para nós e para os outros a vontade de Deus. Que aconteça para nós o que ele quer. Que todos aceitemos a salvação que nos oferece. Pois esta é a vontade de Deus: "Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tm 2,4). Ele tudo encaminha para o nosso bem: "Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que ele chamou conforme a sua decisão de amor" (Rm 8, 28).

2. 1 Como se manifesta a vontade salvífica de Deus.

De muitos modos se manifesta para nós a vontade de Deus que nos salva. Podemos começar com a ação divina que nos fala interiormente, ilumina, questiona, convida, desafia, incita, exige. Essa voz interior.de Deus é que nos torna compreensíveis todas aspalavras exteriores que nos falam de suas ofe1tas e exigências. Somos interpelados no santuário de nossa consciência, e ali temos de fazer a nossa escolha pelo amor ou pela recusa. Para perceber essa manifestação de Deus de Deus, muitas vezes tênue e obsNo Pai-Nosso pedimos que "seja cura, precisamos ter docilidade. Não feita a vossa vontade" . Geralmente devemos pretender manifestações ex-

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Toda a nossa vida e salvação está em unir a nossa vontade coma vontade de Deus/ que é a única regra do que é justo e perfeito.

traordinárias e miraculosas da vontade divma. A Vontade de Deus mostra-se para nós na Bíblia; nessa experiência escrita dos irmãos que viveram antes de nós encontrarmos indicações para as nossas próprias experiências. Viveram as mesmas incertezas e esperanças que nós, os mesmos medos, as mesmas lutas, os mesmos cansaços. Encontramos a vontade de Deus manifestada na vida da Igreja, da nossa comunidade, da nossa família, da nossa equipe. Não apenas nas palavras das autoridades, mas também (e muitas vezes mais proximamente) na palavra de irmãos e irmãs que nos amam, em textos e imagens com que nos interpelam. Deus mostra-nos sua vontade de salvação nos acontecimentos: nas necessidades e nas alegrias dos homens, na caminhada das nações, nos fatos alegres ou tristes, na doença e nas calamidades, em tudo. Nem tudo acontece por vontade e determinação de Deus, mas em tudo que acontece podemos encontrar indicações da vontade de Deus . 2.2. Nem sempre é fácil reconhecer a vontade de Deus. Não é sempre fácil discernir, reconhecer a vontade de Deus em determinada situação. Algumas vezes porque a questão em jogo é realmente difícil; outras porque, no fundo, de

fato queremos outra coisa e encontramos mil pretextos para não perceber o que por si seria claro. Temos nossa própria idéia de felicidade, já traçamos nossos planos, e refugamos porque Deus não se curva ao nosso capricho. Devemos continuamente pedir que o Senhor nos ilumine, mas que também nos faça dóceis e corajosos para aceitar seus caminhos. E não podemos esquecer que nem sempre a resposta de Deus é imediata; pode deixar-nos por longo tempo na busca. Nem sempre a vontade de Deus manifesta-se para nós com total claridade; nem sempre podemos ter certeza absoluta do que Deus quer: temos de nos guiar por nossa prudência e pela prudência dos outros. Temos de caminhar na confiança da fé e na coragem da esperança. Tendo uma certeza inabalável: Deus nos ama e quer sempre o nosso bem. Jamais nos deixa na situação absurda de termos de "tirar a sorte" para saber o que ele quer, arriscando bater na mão errada. Concluindo podemos dizer que procurar abrir-se à vontade de Deus é uma questão de amor e de escuta. Escuta da palavra que é alguém.

Pe. Flávio C. de Castro, C.Ss.R. 12


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fORMAÇÃO DOS CASAIS NAS ENS

SuPER REGIÃO BRASIL/ relação às tardes de formação, noites de estud palestras, normalmente sã~o · a izados ~elo Setor, sendo convi dos a participm;destes event ~~os os ca ais, qui pistas de base e, rtmitas vezes, inclusive aberto à terc~i os espec · al~ente convidados. Os 1 emas no~ !mente são rgados ou . o temp..o\ Iitúrgico, ou a tempos f rtes da gre·a como por exemplo, CamP,anha da Fraterniaóe, ou utros, ais d ecionados ao ovin/e ·t . A prese ta õe.s são feitas norm h:n nte por casais equiP. tas, padres, eólogos a1u especia.st~ ss nto tratado Além tlest s, geralm nte em nível de SetJ , temos também a realização de e contros de formação e preparação ara Casais Piloto, tanto para ExReriência Comunitária como para Eguipes. Aliás, a\ própria Experiência Comunitária~ muito rica em seu conteúdo catequ tico. Ainda neste nível e Setor \temos a realização de enontros e pecíficos para formação oltada p r .. um melhor conhecimeno do M vimento, que são os Mutis, no almente proporcionados à c sais e uipistas que já estejam há u cert tempo nas equipes - por v1_ita de um a dois anos - a fim de re isar p ntos não devidamente asilado durante a pilotagem. Cabe aqui também mencionar p esentação de t - u a práti a que vem se estendendo mas específicos r vés de palestra ., ca a vez ais, principalmente entre As Sessões de For ação, são o meio us e uwes mais novas, que são as mais estruturado ara tal fim. Com reuniõesde estudo. As equipes que

formação, como uma das seis prioridades trabalhadas dentro das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, comporta tanto a linha voltada para dentro do próprio Movimento (formação no conhecimento da estrutura e funcionamento, assuntos específicos como Co-Participação, Partilha e Pontos Concretos de Esforço, reunião de equipe, preparação de quadros e uma infinidade de outros temas e assuntos p _r.: tinentes ), como u a linha catequ tica, sendo esta ermanente. Tendo em vist a solicitação p r nós receoida de no o Casal ig a da Rl,vamos tentat"e o a seguir as diversas metodologias u pedagogias adotadas nos diversos íveis da J nossa estrutura. A.pe as para fin\ posição, podería os em principio bdividilas da seguinte manei~gt, s ·am elas espe íficas ao Mo vim to, ·am de form ção cristã: • o entos exclu ivos de for(llação •'Mom ntos não e deformação • Meio de

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adotaram este procedimento, além da reunião mensal, formal, reúnem-se uma vez a mais por mês, com o fim específico de estudar temas como documentos do Magistério, novas Encíclicas papais, documentos do próprio Movimento, etc. b. Os momentos não exclusivos de formação: a for mação está presente em praticamente todos os encontros que se realizam, à exceção dos encontros de confraternização. Em nível nacional temos, uma vez por ano, o nosso Encontro Nacional, o qual reúne todos os casais responsáveis de Coordenações, Setores, Regiões, ECIR e sacerdotes conselheiros espirituais. É um encontro voltado fortemente para a formação dos Casais Responsáveis de Setor. Além da transmissão das diretrizes que são passadas, há uma forte motivação destes casais não só pelo trabalho a ser realizado dentro do movimento, mas também pelo desafio da missão de formação dos seus casais equipistas de base. Ainda em nível nacional temos duas vezes por ano o Encontro do Colegiado Nacional, contando com a presença de toda a equipe da ECIR e mais os Casais Responsáveis Regionais e seus conselheiros espirituais de equipe regional. Destes dois encontros, o do primeiro semestre é dedicado exclusivamente à formação dos casais participantes. O do segundo semestre, apesar de ser mais específico para o planejamento das atividades do Movimento em nível nacional, temos sempre momentos próprios de formação. Em nível regional, realizam-se

Os meios de formação permanente: temos diversos/ porém/ talvez o mais eficaz/ seja a nossa Carta Mensal. Além disto/ temos inúmeras publicações sobre os mais diversos assuntos/ como por exemplo/ documentos do Movimento/ resumos de documentos da Igreja/ e outros mais. todos os anos os EACREs - Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes. Nestes encontros, que reúnem todos os casais eleitos como responsáveis de equipe em cada Setor da Região, além de muitos conselheiros espirituais, a grande ênfase, nestes últimos anos, tem sido dada ao aspecto da formação . c. Os meios de formação permanente: temos diversos, porém, talvez o mais eficaz, seja a nossa Carta Mensal. Além disto, temos inúmeras publicações sobre os mais diversos assuntos, como por exemplo, documentos do Movimento, resumos de documentos da Igreja, e outros mais.

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Os momentos exclusivos de formação: além das Sessões de Formação propriamente ditas, incluem também as tardes de formação, noites de estudos e apresentação de temas específicos através de palestras.

sessão voltada à artigos de formação. Obs.: Tendo em vista a nossa constante preocupação no que diz respeito ao assunto, ao estruturarmos as reuniões da ECIR, subdividimos a mesma em momentos próprios de Liturgia - Formação - Trabalho Momento da ERI, etc. Assim, sempre iniciamos nossas reuniões com uma Liturgia, seguida de um momento de formação. Neste pouco mais de ano que adotamos esta sistemática já se pôde verificar o quanto a equipe da ECIR ganhou com isso. Nossa expectativa é de que tal exemplo venha a ser seguido cada vez mais pelas equipes de Região e de Setor.

Muitas regiões e/ou setores mantém a publicação de boletins onde muitas vezes se procura colocar uma

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Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR

Claro está que, seria impossível ao Pe. Mário José Filho (CE da ECIR) estar presente a todas as sessões de formação. Desse modo, ficou constituído um grupo de Sacerdotes Conselheiros Espirituais de apoio às sessões de formação, assim composto: Regiões

Sacerdote C.E.

Telefone

São Paulo, Rio, Minas Gerais

Frei Estevão

(011) 275.3092

São Paulo - Interior

Pe. Silvio

(0175) 22.2901/22.41 os

Sul

Pe. Luizinho

(048) 246.0122/241 .063 7

Norte, Nordeste, Centro-Oeste

Pe. José Paulo

(085) 272.7318

Norte, Nordeste, Centro-Oeste

D. Luiz

(081) 429.3288

Para agendar com esses Conselheiros Espirituais sua participação nas sessões de formação, os casais Regionais devem entrar em contato, o mais rápido f>Ossível com seu Casal-Ligação da ERI. Até o momento estão programadas 40 Sessões de Formação pa ra 1996, sendo 26 de Nfvel 1, 11 de Nfve l 2, e 2 de Nfve l 3; além de uma de Rec iclagem O custo tota l esti mado é de R$ 80.000,00 que inclui 50% da hospedagem dos pa rtici pantes e 100% da hospedagem dos Sacerdotes Conse lhei ros Espirituais e dos Casa is Reg ionais.

15


Data 11-1 3.04. 96 13-14.04.96 13-14.04 .96 19-21.04.96 19-21 .04.96 20-21 .04.96 20-21.04.96 27-28 .04.96 03-05.05.96 17-19 .05.96 18-19.05.96 18-19.05.96 25-26.05.96 31.05 - 02.06.96 31.05- 02.06 .96 01-02.06 .96 01-02.06.96 07-09.06.96 07-09.06.96 07-09.06.96 15-16.06.96 21-23.06.96 22-23 .06 .96 29-30.06.96 06-07.07 .96 12-14.07.96 02-04.08.96 31.08- 02.09.96 07-09.09.96 13-15.09 .96 14-15.09 .96 16-18.09.96 28-29.09 .96 29-30 .09.96 04-06.10.96 11-13.10.96 19-20.10.96 25-27.10.96 26-27.10.96 09-10.11.96

Nível 1 1 1

Região

Reciclagem

1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 2 1 1 3 1 1 1 2 1 2 1 1 2 2 3 2 1 2 1 16

São Paulo Centro I Nordeste 11 São Pau lo Oeste Regiões do Su I São Paulo Norte São Paulo Sul 11 Centro Oeste São Paulo Sul 11 São Paulo Centro 11 Minas 11 São Paulo Sul 11 Minas I São Pau lo Oeste Rio I São Paulo Centro 11 São Paulo Sul 11 Sta. Catarina Norte (Belém) Nordeste I (Recife) Rio Grande do Su I São Paulo Oeste São Paulo Capital São Paulo Nordeste Rio 11 Rio 111 Nordeste I (Salvador) Norte (Manaus) Norte (Santarém) São Paulo Centro 11 Minas 11 Nordeste 11 Paraná Sul São Paulo Sul 11 Rio I Norte (Manaus) Centro-Oeste Rio Grande do Su I Paraná Norte Rio 11 São Paulo Sul 11


O

SERVO SoFREDOR /

.,

DoM JosÉ FR EIRE fALCÃO CARDEAL - ARCEB ISPO DE BRASfUA

E

provável que João Batista te- sus não é só o Messias, e Messias nha conhecido Jesus antes de sofredor, mas o próprio Filho de seu batismo no Jordão. Pois Deus: "E eu vi e atesto que ele é o eram parentes. São Mateus dá a en- Filho de Deus" (Jo 1, 34). No mundo, os cristãos, como tender que João suspeitava da dignidade de Jesus, quando foi receber o João Batista, atestam que Jesus é rebatismo. Mas, até este momento, se- almente o Filho de Deus. Em negundo as idéias correntes entre os ju- nhum outro está a salvação a não deus de seu tempo, esperava um ser n'Ele. Nosso século, tem sido testeMessias triunfador, um líder político que viria restabelecer a realeza de munha de pessoas ou ideologias que se arrogam os atriIsrael. Pois a idéia de butos do Messias, um Messias sofredor pois apresentam-se O cristão/ era estranha ao mescomo salvadores do como}esus/ sianismo do tempo de homem e da humanié sempre Jesus. dade. Falsas religiNa ocasião do ões pretendem, até sinal de mesmo, ser os subsbatismo de Jesus, contradição. proclama: "Eis o titutos do cristianisCordeiro de Deus, mo. Se usam o nome que tira o pecado do mundo" (Jo de Cristo, não o têm como o Filho 1,29). Uma alusão ao cordeiro pas- de Deus. E, por isso, não considecal ou ao cordeiro dos sacrifícios do ram sua Palavra como última e deTemplo. Ou ainda, uma referência ao finitiva. "Servidor de Javé", no oráculo de Os cristãos também atestam que Isaías (53,7), representado "como um Jesus nos remiu por seu sofrimento, cordeiro conduzido ao matadouro" e pela cruz. E, por isso, não há redencarregando nossos sofrimentos e nos- ção sem a cruz. Não há sal vação sas iniqüidades (Is 543, 4 e 11). sem martírio. Só seremos discípuJoão, por suas reflexões sobre los d'Ele se aceitamos em nossas o oráculo de Isaías ou por graça di- vidas sua cruz e se estamos disposvina, chegou à certeza de que o Mes- tos a acompanhá-lo até o Calvário. sias cumpriria sua missão pelo so- Pela cruz nos purificamos. O crisfrimento. A manifestação do Espí- tão, como Jesus, é sempre sinal de rito sobre Jesus lhe dá a compreen- contradição. Porque os valores que são da missão de Jesus como o ser- defende estão, muitas vezes, em opovidor de Deus, o qual, imolado, iria sição às idéias correntes, a uma salvar o seu povo de seus pecados. mentalidade adversa ao Evangelho, João confessa também que Je- a uma prática materialista da vida. 17


Jesus nos remtu por seu sofrimento, pela cruz. E, por isso, não há redençã o sem a cruz. Não há salvação sem

E ir contra a corrente é ter a coragem de passar por conservador ou reacionário. É opor-se a uma determinada visão moderna da vida tida como irreversível. É afirmar com coragem as exigências éticas do Evangelho.

Transcrito de "O Povo de Deus" Folha Semanal da Arquidiocese de Brasília (14.01. 96 - 1l 0 03) 18


NÃO RASGUE ESSE RETRATO/ o observar um quadro na parede, quando em visita à casa de um amigo, Estegovino comentou, com um misto de ironia e desdém: -"Que coisa horrorosa! Como pode você expor em sua sala uma fotografia tão desprezível, tão fora de propósito?" -"Não é bem umafotografia", respondeu o amigo. "Trata-se de uma pintura, um retrato que me foi presenteado por um artista de minhas relações". - "Mas eu não me refiro à obra, como arte, apenas julgo de muito mau gosto a escolha da "coisa"

A

retratada, uma pessoa inexpressiva, horrível". - "Lamento dizer, concluiu o amigo, que essa pintura, para você grotesca e sem sentido, tem para inim um significado especial. O autor procurou retratar a minha mãe, já falecida, que ele sequer conheceu, que jamais vira, deixando-se guiar pela imaginação, pela sua sensibilidade. Portanto, esse quadro, um simples pedaço de papel pintado entre molduras, de valor artístico discutível, é uma lembrança que me conduz, em pensamento, à presença de um ente querido, em outra dimensão de vida". Pelo mesmo motivo todos nós guardamos, com carinho, as fotografias de nossos filhos, pais e amigos, sobretudo se já falecidos. Em realidade elas não têm qualquer expressão corporal, não são pessoas nem espíritos que pudéssemos ver ou tocar. São simples pedaços de papel ... Mas não toleramos que alguém os desrespeite, rasgue e pise. As imagens encontradas nos templos e lares católicos têm idêntico significado . Nós não adoramos essas imagens. Elas são apenas símbolos, e não ídolos, como o bezerro de ouro citado na Bíblia, este sim, tido como Deus e como tal


adorado por uma facção do povo hebreu. Nossa Senhora, por exemplo, representada em várias cores - preta, branca, morena- e com diferentes nomes - das Dores, de Fátima, da Glória- é uma só, a mãe de Jesus. Foi quem o alimentou com o próprio sangue em sua vida intrauterina e com o leite no período de lactação. Dispensou-lhe cuidados maternais na infância, tendo-o sempre ao seu lado. Sendo Deus feito homem, Jesus se serviu do corpo de Maria para nascer, dela recebendo metade do seu patrimônio genético. Ainda que Maria tivesse sido apenas uma babá de Cristo, uma criada, e não sua mãe terrena, já teríamos razão de sobra para venerá-la (veneração: dulia, e não adoração: látria). Somente a Deus adoramos. Como Mãe de Deus nós lhe prestamos o culto de suma veneração (hiperdulia), reservando aos anjos e santos apenas o culto de devoção. A propósito: como se sentiria um brasileiro se algum estrangeiro desrespeitasse a bandeira nacional, rasgando-a e pisando sobre os seus fragmentos? Afinal; um simples pedaço de pano colorido ... mas, para nós, um símbolo sagrado. Nós não amamos a bandeira em si, mas a pátria que ela representa ...

/l'ndê} Â-1_êJriêJ tiv.CJLte Std0 esse Llt])êJ bêJPe17êJs Crist; êlb§ de Criê}.--J 0/ Úl])êJ v,êJ/e ~ SLf.êJ l7êJo ferre êJe ter.- 17êJ/ j§ 1êJI]) 0 rêJ<§o a~ Sobr. e ve,..., êJ PêJrêJ ~ ·'er.' t __ ~ êJ~ -IêJ·.. . !])~

~~

Miguel Tavares Valença!RJ

20

r'


Caros Amigos das Equipes de Nossa Senhora, /

E

sta quer ser uma carta pessoal Em 1984, quando mudamos para a cada um de vocês que, co- São Paulo, mais três meninos e uma menhecidos pessoais ou não, são nina tinham nascido e tínhamos adotanossos irmãos na fé e nossos compa- do um sétimo filho. Por um carinhoso nheiros de caminhada num mesmo convite de nossos irmãos da equipe de Movimento. Nossa Senhora do Desterro (São Paulo Somos equipistas como vocês . 3-D), passamos a participar do MoviEntramos no Movimento em 1959, mento em São Paulo. Em 1985, fomos em São José dos convocados para presCampos, onde na tar um novo serviço às época morávamos. Há alguns anos Equipes:coordenamos, Éramos casados hadurante sete anos, arejá, vimos via 2 anos e tínhamos daCM. amadurecendo daçãoNão duas filhas. Durante estamos dia idéia de 25 anos fizemos parzendo tudo isso avote da equipe 1 daquelançar uma cês para contar vanla cidade, sob a invotagem. Queremos revista de cação de Nossa Seapenas, em toda hugrande nhora do Amor. Fomildade, dizer que circulação, mos casal responsánossa vida conjugal e vel pela primeira vez que possa levar familiar está profunem 1960/61 (naquela da e intimamente lia todos os época, o ano equipisgada às Equipes de membros de ta, ainda seguindo o Nossa Senhora e que todas as modelo europeu, conão conseguimos meçava em agosto e imaginá-la de forma famílias, as terminava em junho diferente. Através da riquezas de um vivência de equipe, da do ano seguinte). Em relacionamento mística e dos pontos seguida, pilotamos uma série de equipes iluminado pelo concretos de esforço e coordenamos vári(disciplina, obrigaamor. os cursos para pilotos ções, meios de apere ligações . Participafeiçoamento ou como mos de sessões de formação e, quan- queiram chamá-los), recebemos uma do foi criada a Região do Vale do riqueza indescritível e incomensuráParaíba (hoje São Paulo Leste), fo- vel. A espiritualidade conjugal, que mos o primeiro casal responsável por descobrimos nas Equipes, nos acomela. Dois anos depois, fomos convo- panhou nas alegrias e tristezas de cados para assumir a responsabili- nossa vida de casal e nos ajudou a dade pela Região São Paulo Capital superar as pequenas e grandes difie, em seguida, para fazer parte da culdades que pontilharam esses últiEC IR. mos 37 anos . Descobrimos, durante

21


Descobrimos Mostrar que a família, nossas longas bodas qualquer que seja sua de Caná, que a pretambém que constituição, é o espasença de Jesus Cristo não temos o ço privilegiado criado e de Maria, Sua Mãe, direito de por Deus para transpodem reverter situaguardar, de mitir Sua vida e Seu ções que de outra foramor. Alertar a todos ma pareceriam desesforma egoísta/ que a nação que não peradoras. E por tudo essa enorme cuida de suas famíli· isso, nossa gratidão riqueza só para as está cavando sua às Equipes é imensa. nós. própria sepu ltura , Descobrimos também que não temos pois se o amor não for transmitido com o direito de guardar, de forma egoísta, essa enorme riqueza só amor, o individualismo, o egoísmo, para nós. Que no momento em que a a violência tomam conta. Dentro desta perspectiva, a revisinstituição conjugal e familiar está sendo insidiosamente questionada em nos- ta Fanu1ia & Vida, cuja publicação inisa sociedade, nós, das Equipes de Nos- ciamos em meados de 1995 com alsa Senhora, não podemos ficar só guns casais irmãos das Equipes, com olhando. Que temos muito a dizer a o apoio de outros movimentos que têm este respeito e que, em não sendo pos- as mesmas preocupações e com a parsível trazer o mundo inteiro para den- ticipação da Editora Santuário, é fruto tro das Equipes, temos de achar os das Equipes de Nossa Senhora. Pormeios e as fotmas de levar essas rique- que responde à convocação de nossa zas, através de nossa palavra e de nos- Carta fundacional : os casais das Equiso testemunho, ao maior número de pes "querem ser por toda parte os mispessoas possível. Que se ficarmos eter- sionários de Cristo" e "querem fazer namente contemplando nosso próprio de todas as suas atividades uma colaumbigo, seremos inexoravelmente le- boração à obra de Deus e um serviço vados pelo turbilhão do ateísmo demo- prestado aos homens". Porque atende lidor deste fim de século. Que se não às orientações de vida do Movimento, contribuirmos, de alguma forma, para que pede a seus membros "que dêem tomar Jesus e Sua Mãe presentes nas testemunho concreto do amor de Crisbodas do mundo, nada teremos feito to, em especial por um ou vários compromissos com a Igreja ou com o munpara reverter este processo. Assim, há alguns anos já, vimos do" ("O que é uma Equipe de Nossa amadurecendo a idéia de lançar uma Senhora", 1976). Porque, no espírito revista de grande circulação, que pos- da "Segunda Inspiração" (1988), bussa levar a todos os membros de to- ca praticar e proclamar que o casamendas as famílias, cônjuges, pais e to está ao serviço do amor, da felicidamães, filhos e filhas, avós e avôs, de e da santidade. E porque vem resnetos e netas, as riquezas de um re- ponder a pelo menos três das seis granlacionamento iluminado pelo amor. des prioridades que o Movimento se 22


fixou no Bras iI para o tempo que vivemos: Comunicação, Presença no mundo e Pastoral Familiar. Desta forma, se Família & Vida quer, por um lado, ser um instrumento ao serviço das Equipes e de outros movimentos, sua grande pretensão é ser um meio de valorização e evangelização da vida conjugal e familiar no mundo em que vivemos. Nesse contexto, temos algumas graves preocupações que queremos partilhar com vocês. Primeiro, para que a revista possa cumprir a sua finalidade, ela, evidentemente, precisa ser lida! Para tanto, ela precisa concorrer com um sem número de outras revistas e, principalmente, com a televisão. Então, ela precisa ser atraente, ter muitas imagens e fotos, cores, um papel de boa qualidade, jornalistas e redatores capazes. Temos nos esforçado para realizar tudo isso e, cremos, com um resultado razoável. Tudo isso, porém, custa muito dinheiro. E se não tivermos o apoio dos casais das Equipes, só com nosso esforço e recursos pessoais não teremos condições de realmente fazer frutificar este projeto. Por apoio, neste caso, queremos dizer assinaturas e divulgação, cartas com sugestões, críticas e incentivos. Começamos a falar da revista aos casais das Equipes desde os EACREs de 1995 e neste período de um ano, tivemos a grande alegria de receber as assinaturas de quase 2.000 casais do Movimento, ao lado de outros 2.000 que não são das Equipes. A você, que é assinante da revista e está lendo esta carta, um grande obrigado! E a você, que faz parte dos ou-

tros 6.000 casais equipistas que ainda não assinaram, o nosso apelo para que venha participar logo deste grande projeto! A você, que faz parte daqueles 20 ou 25 casais que nos escreveram, durante este ano, a respeito da revista, o nosso caloroso abraço. E a você, que ainda não escreveu, a nossa expectativa de receber logo a sua cartinha. Nossa outra grande preocupação é de que possa haver, no espírito de algumas pessoas, uma certa confusão. Quando se faz a assinatura de uma revista- mesmo que seja só de R$ 24,00 por seis edições bimestrais - pensa-se logo estar contribuindo para o lucro do dono da revista. Queremos esclarecer, primeiro, que Família & Vida não tem dono, é de todos nós. Segundo, que se para produzir uma revista como Família & Vida uma estrutura empresarial e profissional é necessária, não faz parte de nossas intenções ter lucro, ganhar dinheiro com isso. O nosso lucro é o vinho de Caná. Finalmente, repetimos: Família & Vida quer estar ao serviço dos equipistas mas quer, principalmente, através de vocês, servir aos casais e às famílias brasileiras em geral. Assinem a revista, mas também falem dela, ajudem a divulgá-la, na .s uacomunidade paroquial, no serviço, na escola, na sala de espera do médico ou do dentista, no barbeiro ou no cabeleireiro, onde vocês puderem. Assim, o vinho de Caná será de todos. Contamos muito com vocês. Fraternalmente, em Cristo

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Peter e Hélene


INICIATIVA

H

LoNGAME~TE EsPERADA/

á novelas exibidas na televisão que, apresentando exemplos de egoísmo, irresponsabilidade e colaborando ativamente para a separação dos casais e o abandono dos filhos, são verdadeiras escolas de destruição da Família. Como uma técnica bem aperfeiçoada e uma estória ardilosamente preparada, essas novelas transmitem péssimos exemplos de vida, os quais são apresentados como solução para casamentos ou amasiamentos de casais imaturos e mal preparados. A observação demonstra que, infelizmente, grande parte dos telespectadores não possui um espírito crítico bem formado, capaz de analisar o comportamento dos personagens, a preparação do enredo e a intenção da mensagem . Sem esse espírito crítico e sem a capacidade de enxergar além das aparências, os exemplos apresentados nessas novelas são copiados e aceitos como solução, quando, na verdade, são caminhos para um fim de vida pleno de remorsos, sofrimentos e solidão. Diante dessa realidade, o que se poderá fazer? A par do trabalho dedicado e sério de muitos educadores e pais bem preparados, visando ao desenvolvimento do espírito crítico dos jovens, e~idenc i a-se a necessidade de uma açao urgente e profícua junto à televi ão, no sentido de proporcionar ao P-úblico novelas e programas contendo mensagens sadias e construtivas, capazes de oferecer uma colaboração efetiva para a boa formação e

união da Família. A respeito, foi publicada na Folha de São Paulo de 23-01-1996 (pág. 1-12) uma matéria intitulada "Padre defende novela para conquistar fiéis". Trata-se de uma entrevista feita pela jornalista Angélica Banhara, da Editora da TV Folha, com o Padre Eduardo Dougherty, nascido em Nova Orleans (EUA), residente no Brasil desde 1.972, superior de uma comunidade Jesuíta de Campinas (SP) e membro da Comissão Nacional da Renovação Carismática do Brasil. Na entrevista, o iluminado sacerdote disse que a Associação do Senhor Jesus, fundada por ele próprio há 15 anos, em Valinhos (SP), produziu a novela - "Irmã Catarina", cuja estréia está prevista para o próximo mês de março, na CNT. Afirmou também que a Associação vem se estruturando para produzir uma novela após a outra, visando à transm issão de valores perenes, como a dignidade, a justiça, a retidão e a pureza, além de ter a possibilidade de evangelizar através de minisséries, documentários, desenhos e entrevistas . É uma realização longamente esperada. Parabéns ao Pe. Eduardo e aos bispos da Igreja Católica que o aplaudem e apoiam nessa nobre e inadiável missão. Que Deus o guie, proteja e ajude a levar adiante essa obra tão importante e de horizontes e benefícios ilimitados.

Maria e Carlos Eq. N. S. do Carmo no 5 São Carlos, SP


PARTILHA E ORAÇÃO/ ~

E

uma bênção pertencermos a três atitudes: viver a verdade, proum movimento de espirituali- curar a vontade de Deus e viver o dade conjugal que nos oferece encontro e a comunhão. É um momeios para vivermos a plenitude de mento muito forte da reunião. uma vida cristã, como casal, estimuEste método está nos ajudando lando-nos ao nosso crescimento es- a nos ligarmos mais a todos os piritual. PCEs, que atingem a pessoa por É nos P.C.Es, esse verdadeiro completo. tesouro que encontramos o respalPelas nossas limitações é certo do para essa camique falhas existem, nhada e através da mas é necessário esPartilha na Reunião tarmos sempre vigiProcuramos Mensal, vamos delantes para rever viver dentro monstrar nossas atinossas necessidades tudes concretas, que e retomar os PCEs das três nos levam a uma com mais atenção. atitudes: transformação de Esse modo de v1ver a vida. fazer a Parti I h a é Como será a meuma verdadeira converdade~ lhor forma de fazer fissão, é um exercíprocurd!'.a isso? Seria simplescio profundo de huvontade mente respondendo mildade. Não pode de Deus fez ou não fez; sim, haver dicotomia ennão ou mais ou metre a fé e a vida, ae v1ver nos, quando o CR quilo que eu vivo e o encontro e nos pergunta como o que devo viver. a comunhão. vivenciamos a PCEs Ó importante é durante o mês? caminharmos confiA Partilha é algo antes no Senhor, que mais do que um simples dever cum- nos transforma (posso sempre meprido. Em nossa equipe há muitos lhorar mais) procurando não ficar anos fazemo-la em forma de oração. parados no tempo, porque este não Revelamos nossos sucessos com para e retornar é mais difícil. atos de agradecimento e louvor a Se todos os cristãos vivessem Deus por nos permitir vivenciá-los bem os PCEs que o movimento nos com a sua ajuda e quando falhamos oferece, o mundo seria melhor. em algum ponto, pedimos perdão ao Senhor e aos irmãos pelo peso com Equipe n°4 que os sobrecarregamos. Também, N. Sra. do Bom Conselho em cada mês, é salientado um P.C.E. ]acareí- SP que procuramos viver dentro das

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ORGAN IZ AÇÃO DO MoviMEN TO DAS

EN S (PARTE 2)

de seis anos. Tem também a tarefa de assegurar a unidade do Movimento, na sua diversidade, e tem a preocupação de implantar o Movimento nos países onde ele ainda não existe e que estejam fora das zoA ERI nos nas de expansão das representa Super Regiões (SR) . diante da É, ainda, responsável h ierarquia da pela fidelidade ao carisma fundador do Igreja e tem Movimento, notadamandato de mente no aspecto da seis anos. Tem espiritual idade conjugal e familiar. também a

ontinuando a explicar a orga nização do Movimento das ENS, vamos neste número ver como trabalha a ERI (Equipe Respor.lsável Internacional).

C

1) Responsabilidade pelo Movimento: A ERI tem responsabilidade geral pelo Movimento, é composta por seis cas~is ~ssistidos por um Conselheiro Espiritual que são escolhidos pela própria ERI após consulta ao Movimento e em especial aos casais superregionais. Estes casais trabalham no caráter internacional do Movimento e não como representantes de seus país es ou regiões. Um dos casais é escolhido pela equipe como Casal Responsável, o qu al pass a então a ser o Representante Oficial do Movimento.

tarefa de 3) Forma de traassegurar a balho: u n idade do A ERI reúne-se Movimento/ na · pelo menos 4 vezes por ano para trocar sua . experiências, refletir, divers idade/ e rezar, decidir e orgatema nizar. Dirige-se regularmente aos Casais preocupação através da "Carta de implantar o Mensal" e periodicaMovimento mente aos demais Responsáveis do Monos países onde ele ainda vimento. A ERI escolheu não existe. a mane ira Colegiada

de trab alhar e colegiado aqui, tem o sentido de co2) Hierarquia, unidade e ca- participação qu e é a melhor maneirisma: ra de trabalhar quando se deseja A ERI nos representa diante da privilegiar o Espírito Cristão. O hierarquia da Igreja e tem mandato Colégio ERI/SR, composto pelos

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A ERI escolheu a manetra Colegiada de trabalhar e colegiado aqui/ tem o sentido de co-participação que é a melhor maneira de trabalhar quando se deseja privilegiar o Espírito Cristão.

membros da ERI e pelos casais super-regionais, é uma instância de reflexão e troca de experiências para exercício da responsabilidade geral do Movimento. Este Colégio reúnese uma vez por ano para aprofundar o carisma fundador, participar da renovação pedagógica e tomar decisões para o futuro do Movimento. Além disso, a ERI permanece sempre à escuta dos Equipistas dos 5 continentes, como vivem e a que aspiram, através de relatórios, correspondências, reuniões e encontros. Um organograma simplificado (excluídos certos casos especiais) do Movimento é o seguinte:

Organograma do Movimento das ENS

Coordenação Inter Regional Região Isolada

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COLEGIALIDADE

I

omo vocês já devem saber, as ENS não tem uma "estrutura hierárquica vertical". Portanto, dentro delas não existem "cargos diretivos", e sim, funções de serviço que são exercidas, em caráter transitório, por equipistas de base que a isso se dispõem. Aliás, nem poderia ser de outra forma, pois, mesmo exercendo um nível de responsabilidade no Movimento, ninguém perde sua condição de equipista de base e talvez aí resida uma das características marcantes da organização das ENS. Até por que, é na equipe de base que realmente "acontece" a vida do nosso Movimento. Assim, atrevemo-nos a classificar as ENS como uma organização por "patamares de colegial idade" e, portanto seria, praticamente, impossível desenhar um organograma das ENS de forma convencional. No final deste artigo apresentamos um esquema que procura ilustrar o modo pelo qual estamos organizados. O 1o Patamar de colegial idade é o assim chamado Colegiado Internacional, constituído por todos os membros da Equipe Responsável Internacional mais os Casais Responsáveis pelas Super-Regiões espalhadas por todos os continentes e Casais Responsáveis de algumas Regiões Isoladas. Reúne-se, habitualmente, uma vez por ano, variando o país. No caso da Super-Região Brasil, o 2° Patamar de colegialidade situase no Colegiado Nacional, formado por todos os membros da Equipe de Coordenação Inter-Regional (ECIR)

C

mais todos os Casais Responsáveis de Região. No momento, são 22 as Regiões das ENS no Brasil. No 3° Patamar encontra-se a Equipe de Região, constituída do Casal Responsável de Região mais todos os Casais Responsáveis dos Setores que integram a Região. Vem, a seguir o 4o Patamar que é a Equipe de Setor formada pelo Casal Responsável de Setor com todos os Casais-Ligação que ligam o Setor às suas equipes de base. Finalmente, o 5° Patamar de colegialidade é constituído pelo CasalLigação mais todos os Casais Responsáveis das equipes de base que ele liga. Daí a conveniência que cada Casal-Ligação ligue, no mínimo, três equipes de base. Quanto à forma operacional do exercício dessa colegial idade, dadas as peculiaridades de cada Região/ Setor e, em vários casos, às grandes distâncias geográficas, seria impossível, no caso brasileiro, dar uma "receita" que se aplicasse indistintamente. Acreditamos, porém, que essas dificuldades operacionais não invalidam o conceito e que cada responsável há de encontrar formas criativas de superá-las (ex. telefonemas, relatórios, troca de correspondência, encontros pessoais quando possível) . No que se refere ao 22 Patamar, o Colegiado Nacional reúne-se, regularmente, duas vezes ao ano e, quanto ao 3° Patamar existe um momento privilegiado que é o Encontro Nacional, realizado anualmente e no qual é reservado um suficiente tem-

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po para que cada Casal Responsável Regional reúna-se com os Casais Responsáveis dos Setores de suarespectiva Região. Lógico que se tratam de ocasiões privilegiadas, mas no nosso entender, não são suficientes, daí nossa insistência para que cada qual encontre fórmulas próprias de operacionalizar o exercício efetivo da colegialidade. Queremos crer que, a partir da descrição acima, tenha ficado claro como se dá a integração entre os diversos patamares e, portanto, do Movimento como um todo: cada partici-

pante de um determinado patamar participa, também, do patamar imediatamente seguinte. Claro que em alguns desses patamares podem existir outras funções específicas de caráter administrativo e operacional (ex. Casal Secretário, Tesoureiro, Expansão, Liturgia, Editor do Boletim etc.), mas essas funções não fazem parte essencial da colegialidade.

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra C. R. Carta Mensal

Patamares de Colegialidade nas ENS I

Brasil

Mundo ·-

CL + CREs

5

Siglas ERI ........ Equipe Responsável Internacional CRSR .... Casal Responsável de Super-Região CRRI ..... Casal Responsável de Região Isolada ECIR ..... Equipe de Coordenação Inter-Regional CRR ...... Casal Responsável de Região CRS ...... Casal Responsável de Setor CL ......... Casal-Ligação CRE ...... Casal Responsável de Equipe

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NossA SENHORA DAS EQUIPES/. /

E

sempre bom conhecer a origem de certos costumes ou hábitos que surgem na vida das nossas famílias . Na história das Equipes de Nossa Senhora, há também momentos que merecem ser lembrados. Com esse objetivo, a Equipe da Carta Mensal procurou descobrir como foi idealizada a figura de Nossa Senhora, que, com a delicadeza de sua silhueta, durante muitos anos figurou na capa da Carta Mensal e, até hoje, usada é em publicações e impressos do Movimento, no Brasil. Com a colaboração de vários casais da Equipe 1 de São José dos Campos, São Paulo, especialmente com a ajuda de Maria Helena e Luiz Oscar Falcão, foram sendo lembrados os fatos e as circunstâncias que fizeram surgir a imagem.

Um presente: uma imagem de gesso A Equipe 1, de São José dos Campos, teve início por volta de 1959, com casais franceses que moravam em São José e Jacareí. Faziam também parte desse grupo Hélene e Peter Nadas, que depois de prestarem valiosos serviços ao Movimento naquela cidade do Vale do Paraíba, continuam trabalhando em São Paulo. Com o passar dos anos, houve o afastamento e a substituição de alguns casais e aquela equipe se fundiu com a Equipe n° 4. Nossa Senhora do Amor foi a

invocação escolhida pela Equipe, que tinha como Conselheiro Espiritual o Padre Cirillo Paes. Esse sacerdote presenteou a Equipe .com uma imagem de Nossa Senhora, em atitude de oração, ajoelhada. Tratava-se de uma peça simples, de gesso, que restou de um presépio desfeito. Implantou-se o costume de manterem essa imagem na casa do casal anfitrião da reunião, de modo que, cada mês, fosse Nossa Senhora honrada na casa de cada casal.

Como surgiu a silhueta Durante uma das reuniões, um dos equipistas, olhando essa imagem de gesso desenhou-lhe a silhueta. Esse desenho ficou guardado, por algum tempo, em uma pasta que continha os documentos da Equipe e permaneceu junto com outros papéis , totalmente esquecido. Um belo dia, Maria Antonieta e Luiz Gonzaga Rios, casal ligação da mesma equipe, encontraram na tal pasta de documentos o desenho de Nossa Senhora. Rios, que era professor do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), levou o esboço para outro professor aprimorá-lo. Rios, também tinha uma fábrica de antenas e, com o material lá empregado, surgiu a idéia de fazer uma figura simples da Virgem Maria, com as mãos estendidas, em atitude de oferta e de joelhos. Um técnico aperfeiçooulhe o perfil e hoje esta peça, que foi reproduzida em ferro, adorna uma das paredes da casa de Maria

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um ceramista conhecido deles arecuperou. Mas este último gostou tanto da imagem que pediu autorização para reproduzi-la. Por ocasião de um encontro das ENS na Região, ele vendeu uma porção delas para os equipistas, inclusive com o acréscimo de um Menino Jesus no manto de Maria.

Tapeçarias O EACRE de 1977 em São José dos Campos foi um evento especial, pois contou com a presença do Casal Responsável da ERI, Louis e Marie d' Amonville, e doPe. Roger Tandonnet, C. E. da ERI na época. Foi nessa ocasião que Wilma e Amilton Maciel Monteiro puseram todas as equipistas a bordar as tapeçarias com a silhueta, que foram oferecidas aos casais responsáveis presentes. Duas tapeçarias de tamanho maior seriam produzidas para serem oferecidas aos d' Amonville e ao Pe. Tandonnet. Uma delas, bordada por Hélene Nadas foi entregue aos d' Amonville e encontra-se, até hoje, no Secretariado das Equipes em Paris, e já serviu de modelo para muitos outros países.

Antonieta, Dona Nancy Moncau e muitos outros equipistas.

Figura em acrílico Luiz Gonzaga, em um EACRE realizado no Colégio Coração de Jesus, em São Paulo, por volta de 1969/70, distribuiu aos casais, umas peças de acrílico com o formato da silhueta. A gravação no acrílico foi feita por Paulo Werneck (da Cecília) que usou jato de areia. Surgiram, também, alguns chaveiros com esta silhueta de Nossa Senhora. Equipistas de Marília/SP, por outro lado, confeccionaram essa silhueta em peças de arame grosso e assim, o símbolo ia se espalhando pelo Brasil desde a década de 70.

Oferta ao Papa

A recuperação da peça de gesso Vale assinalar também que, numa ocasião, a peça original, que ainda se encontra na Equipe 1, caiu e quebrou . O casal Moacyr e Glorinha Moreira levou então a peça quebrada para Guaratinguetá, onde

Uma outra tapeçaria ampliada, foi devidamente preparada para ser entregue ao Papa em nome do Movimento das ENS. Em 1980, por ocasião da passagem de sua Santidade por São José dos Campos, Wilma, furando todos os esquemas de segurança que cercavam o Papa, conseguiu entregar-lhe, pessoalmente a tapeçaria.

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Algum tempo depois, chegou, através da Cúria Diocesana de Taubaté, uma carta do Vaticano agradecendo o presente. Foi assim, ao longo do tempo, pela iniciativa e com a participação de inúmeras pessoas, com grande simplicidade, que surgiu uma bela imagem de Nossa Senhora, que, cada vez mais, vai se tornando um sinal, um símbolo das Equipes de Nossa Senhora.

Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Equipe da Carta Mensal

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Colaboração 1 Estamos enviando o trabalho "Maria Mãe de Jesus" para, se interessar publica-lo na Carta Mensal". É resultado do tema de estudos da equipe. Cracielle e Cambim Eq. N. S. Cuadalupe • nº 55-A • Porto Alegre - RS

Viúva Participante/ "Li na Carta Mensal Nov/95 a entrevista com as viúvas . Estou nessa situação há 13 meses. Não tenho a vivência do tempo de viuvez delas, mas envio aqui meu depoimento. Sou filha única e neta única dos dois lados materno e paterno. Mais do que nunca preciso dos meus irmãos de Equipe, que me dão apoio, me ouvem, me agüentam, me ajudam muito e sempre. Adilson faleceu e alguns dias após, seria nossa reunião. Pensei que iria, preparei meu prato, mas quando foi chegando o final da tarde, aproximando-se a hora da reunião, entrei em desespero. Levei meu prato onde seria a reunião e ao ver a mesa posta para os casais, tive a certeza que não iria conseguir participar. Nesse mesmo mês, fui a um retiro em Atibaia. Chorei muito, mas agüentei. Tenho participado regularmente das reuniões e atividades da Equipe. Estou indo até bem, graças a Deus. Concordo plenamente com D. Nancy que afastarse da Equipe significam duas perdas. Tenho 2 filhos- 23 e 20 anos, muito amigos, compreensivos. Eles e a Equipe estão me "sustentando". Eu e Adilson ficamos casados 23 anos e 2 meses. Na Equipe, 4 anos e 4 meses". Regina (do Adilson) Equipe 02 - N. S. das Famílias jacareí- SP

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I

Quem Me Dera

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Na Carta Mensal de dezembro passado, vem um depoimento do nosso padre Mário José Filho a respeito de Beth e Romolo que muito me edificou. Quem dera que de mim e da minha amada metade outros pudessem dizer um dia o que deles diz o conselheiro espiritual da EC/R: "Com eles aprendi a amar ainda mais a nossa Mãe Igreja, estudando, refletindo e principalmente discernindo sobre a ação do Espírito Santo no movimento das ENS".

Manuel (da Dulce) Equipe 9-A Rio de Janeiro I - R)

. jornalística / lniciaflva

.

1

. O inÍCIO I Vimos C_? munlcar ágina co~ bl P d 'Iriglda pu .ICa çao . da E seada, . ornalístlca n. istas e a c~na l f ílias equlp , Bomda as am . tã de jose 'dade cns muni . d em fácio. rá publica a . A colun? :_e s de Sexta-fel r~ das as edlçoe Cidade e esta 1 Nossa to Casaldo jorna bilidade do é sob respons;o do setor de jos

Dê a sua opinião j

comunl~aç

Bonifácio. I Renato Lopes Edna e Man~eBonifácio - SP Setor de )os -

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A seção Opinião do Leitor é publicada na·~~~ta Mensal para possl I 1- do tar a divulgaçao . pont de vista dos leitores o Faça com que os demais leitores possa~ p~~ ticipar d~ seu mo o Ver aS COISaS. · ·- para·. Envie sua optnlao Carta Mensal Rua Luiz Coelho, 308 conjunto 53 CEP: 01309-000 São Paulo - SP


:~r~ Volta Ao Pai

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•Adão (da Soely) Equipe N. Sa. de Guadalupe Rio Grande do Sul - RS • Ale indo Módolo (da Ruth) Equipe 01 Brotas- SP • Hilda Salomão Costa (do Jayme) em 26.01.96 Equipe 02 Campo Grande - MS

Ordenação Sacerdotal

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Foi ordenado sacerdote em Cocal do Sul - Santa Catarina, César Bundy, conselheiro espiritual de duas equipes de Criciúma- SC.

Mudança de Endereço / Talvez nem todos os equipistas tenham notado, mas no rodapé da mensagem de Boas Festas enviada por Maria Regina e Carlos Eduardo, em dezembro de 1995, a todos os equipistas, consta o novo endereço do Secretariado Nacional e da Carta Mensal. Favor anotarem:

Equipes de Nossa Senhora Rua luiz Coelho 308 - 5º andar conj. 53 01 309-000 - São Paulo - SP Fone/Fax: (011) 256.1212 e (011) 257.3599

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INvocAçõEs DE NossA SENHORA/ 1-

ontinuando a desvenda~ a ri- que saíram pelas ruas da cidade pequeza que encerram as mvo- dindo à Nossa Senhora que lhe abrancações à nossa Mãe, vamos dasse o coração, acabou cedendo e considerar aquela que plasmou na perdoando a esposa. D. Afonso negociou com os sua vida a vida de Deus feito homem. mouros, que temendo que a população cristã se voltasse contra eles, conNossa Senhora da Paz São muitas as Equipes de nosso cordaram em devolver-lhes a CateMovimento que honram Nossa Se- dral. Os cristãos que se encontravam em procissão, entraram triunfantes nhora da Paz. A devoção à Nossa Senhora da na cidade e dirigindo-se à Catedral Paz originou-se no século XI, na his- renderam graças à Virgem Maria, por tórica cidade de Toledo, antiga colô- haver trazido a paz à Toledo. nia romana e, posteriormente, CapiNossa Senhora da Paz é representada pela figura de Maria Santístal da Espanha visigótica. Conquistada pelos mouros, To- sima de pé, com o Menino Deus nos ledo foi mais tarde recuperada pelo braço esquerdo, segurando, com a rei de Castela, Afonso VI, em bata- mão direita, um ramo de oliveira, lha comandada pelo herói EI Cid símbolo da paz. Jesus tem na mão Campeador. De um Tratado de Paz, direita um globo terrestre e na esquerfirmado entre mouros e cristãos, re- da outro ramo de oliveira. sultou que a Catedral, da Cidade de Quando a invocação é de Nossa Toledo, dedicada à Virgem Maria, e Senhora Rainha da Paz, ela está, geque, na época da invasão transfor- ralmente, coroada. mara-se em mesquita, permaneceria em mãos dos islamitas. Nossa Senhora Entretanto, a esposa do rei de da Esperança Castela, apoiada por um arcebispo, Os fiéis sempre invocaram o que como ela, não se conformava nome de Maria, com a esperança de com as normas do Tratado de Paz, que Ela os ajudasse em suas necessirelativas à entrega da Catedral aos dades espirituais e materiais. Assim, mouros, decidiu recuperá-la. Assim, a Mãe de Deus tem sido denominada em certa noite em que o rei se ausen- a Esperança dos desesperados. tara, a Rainha de Castela invadiu o Ao rezarmos a oração Salve templo e auxiliada por soldados ar- Rainha, nos dirigimos a nossa Mãe como Esperança nossa. mados, apoderou-se dele. O Rei que pretendia honrar o Algumas vezes Ela é invocada e acordo firmado com os mouros, fi- identificada como a Senhora do cou indignado com a atitude da es- Amor Divino, da Expectação, ou do posa e se propôs puni-la. Entretan- Ó, pois em alguns lugares esta devoto, em vista da reação dos cristãos, ção se referia à esperança do parto,

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Nossa Senhora da Paz


pelo qual a Virgem Maria daria à luz o Filho de Deus. Neste caso Ela era representada grávida, tendo sobre o seio a pomba divina, símbolo doEspírito Santo. O mais antigo santuário de Nossa Senhora da Esperança de que se tem notícia é o da cidade de Mezieres, na França, constmído no ano de 930. Depois deles vários outros foram erigidos, espalhando-se esta invocação por toda a Europa. Em Portugal, este culto desenvolveu-se na época das descobertas marítimas. É histórico o fato de Pedro Alvares Cabral ter levado em uma das Caravelas, uma imagem de Nossa Senhora da Esperança, esculpida em pedra. Essa imagem foilhe entregue pelo Rei D. Manoel, no dia 08 de março de 1500, quando as caravelas estavam prontas para zarparem. Assim, essa imagem guiou os navegantes que, segundo a história, iam para as Índias e acabaram descobrindo o Brasil. A imagem clássica de Nossa Senhora da Esperança representa a Virgem Maria de pé com o Menino Jesus sentado em seu braço esquerdo, segurando com a mão direita o pezinho dele. O Deus Menino aponta com a mão direita para uma pomba (símbolo do Espírito Santo), que repousa sobre obraço direito da Mãe.

Nossa Senhora da Esperança


IGREJA NAS CASAS

I

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m muitas de suas cartas, São adiante diz: "Saudai também a coPaulo fala em casais amigos e munidade que se reúne em sua casa" até colabora(Rm 16,5). A expressão Igreja na casa a dores no seu apostoA Igreja sendo encontramos várias lado que desenvolvia vezes nos escritos do nas várias Igrejas. na casa/ Paulo. Vejaapóstolo A esses casais, facilitava o como também às pesmos: Casa de Ninfas, apostolado/ "saudai os irmãos de soas que dirigiam as po1s v1v1am a Laodiceia, como tamcasas em que ele era hospedado na qualivida espiritual bém a Ninfas e a Igreja que está em sua dade de apóstolo, e apostólica casa" (Co! 4, 15); Paulo dispensava diariamente e Filemon, "a Ápia, toda sua ternura hunossa irmã, a mana e eclesial. não somente Como também, estaArquipo, nosso comquando havia panheiro de armas, e belece uma definição as reuniões/ no simples, mas profunà Igreja que se reúne dia do Senhor. em sua casa" (Fil 2); da, destas pessoas e Gaio, "saúda-vos de suas casas. Para Se meu hospedeiro esse apóstolo missioaprofundarmos eGaio de toda Igreja" (Rm nário, onde ele vai, um pouco 16, 23); a Diaconisa cria condições de dema1s/ vamos Febe, "recomendosenvolver seu trabalho num clima famidescobri r que vos a nossa irmã Febe, que é a liar, existe a "Igrejaa Igreja na na-casa". diaconisa da Igreja de casa é a Cêncris" (Rm 16, 1). Podemos verifiÉ fácil o entendicar que, Paulo saúda própria Igreja o casal Priscila e mento como o apósdoméstica que Áquila definindo-os tolo Paulo, descobriu hoje refletimos/ e utilizou os grupos como "meus coopemuito radores em Cristo Jefamiliares, já convertidos ao Cristo, para sus, que para salvar valorizada minha vida expuserealizar sua missão pelo papel que de difundir o Evangeram sua cabeça" (Rm desempenha. 16, 3-4), frisando lho no mundo: "A dique: "Não somente eu fusão do cristianismo lhes devo gratidão, mas também to- se apoiou essencialmente sobre o das as Igrejas da gentilidade" por princípio do testemunho universal. causa dessa disponibilidade. Mais Em Romanos 16, como já vimos, o 39


apóstolo Paulo saúda inicialmente uma série de casais colaboradores seus, comunidades domésticas constituídas logicamente por famílias ... " A Igreja sendo na casa, facilitava o apostolado, pois viviam a vida espiritual e apostólica diariamente e não somente quando havia as reuniões, no dia do Senhor. Se aprofundarmos um pouco mais, vamos descobrir que a Igrej a na casa é a própria Igreja doméstica que hoje refletimos, muito valorizada pelo papel que desempenha. Quando lemos a carta de São Paulo aos Romanos, onde ele faz a saudação aos casais que assumiram a responsabilidade das casas, não sentimos a profundidade do trabalho realizado, mas a difusão da evangelização para aquelas regiões foi enorme. Essas reuniões não traziam nada de extraordinário para os dias de hoje, como orações e leitura bíblica, exortação apostólica e informações sobre o andamento da evangelização no mundo. Segundo alguns escritores, a presença das famílias era boa, considerando as dificuldades de locomoção e a repressão, mas eram perseverao tes. A dificuldade de hospedagem era grande, os apóstolos aproveitavam essas casas para nelas permanecer e fazer o seu apostolado, como também as celebrações Eucarísticas. Essas Igrejas-nas-casas não eram as Igrejas Particulares (Paróquias) que temos hoje. Essas casas foram muito difundidas na época, pois facilitavam o trabalho de evan-

A dificuldade de hospedagem era grande, os apóstolos aproveitavam essas casas para nelas permanecer e fazer o seu apostolado, como também as celebrações Eucarísticas. gelização. Era a maior força para concretizar e prolongar a Igreja Particular nas realidades pessoais, familiares e sociais da vida do dia-a-dia dos primeiros cristãos. Enquanto eles evangelizavam a si próprios, evangelizavam os outros, os vizinhos, parentes, etc. Hoje, com toda facilidade de locomoção e liberdade, ainda há casais que se ausentam das reuniões das Equipes por mera futilidade. Há necessidade de uma maior conscientização sobre o trabalho cristão. Não somos diferentes dos primeiros cristãos, devemos ser mais responsáveis com o que assumimos, pois devemos ter dignidade e honra ao usar o nome de Nossa Senhora e de Jesus Cristo, como também o de transformar a nossa casa em Igreja. Vamos transformar a Reunião de Equipe, com muito amor e carinho, como "Igreja nas casas", da época dos primeiros cristãos.

Marlene e Acir Eq. 5-A I Sorocaba - SP

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PROJETO DE EvANGEliZAÇÃO/ DA IGREJA NO BRASIL (1996-2000) 1. Histórico O Projeto teve sua origem no documento "Buscando uma Resposta da Igreja do Brasil ao Apelo da Tertio Millennio Adveniente", apresentado por D. Serafim Fernandes de Araújo, em nome da Presidência na 33" Assembléia da CNBB (Itaici, maio de 1995). Este documento destacava quatro acentuações: 1.1itúrgica, com especial atenção à Liturgia Dominical; 2. bíblico-catequética, para ajudar os grupos de reflexão; 3. missionária (anúncio), para atender às pessoas e áreas ainda não atingidas pela ação evangelizadora; 4. da ação sócio-transformadora, visando qualificar a presença pública e profética da Igreja na sociedade.

O Projeto, provisoriamente denominado "Rumo ao Novo Milênio", será submetido à discussão e aprovação da próxima Assembléia Geral do Episcopado, em abril de 1996.

2. Integração de diversas propostas e eventos O Projeto, na sua redação atual, assume integralmente as orientações da carta "Tertio Millennio Adveniente" (TMA), as quatro acentuações citadas acima e as "exigências intrínsecas" da evangelização inculturada, proposta central da DGAE e do COMLA 5. No Brasil, além do Jubileu do ano 2000, merece especial atenção a celebração dos 500 anos da Evangelização.

3. Os elementos essenciais do Projeto

Neste período de 5 anos/ são especiais 1996 (preparação) e2000 (celebração do jubileu). Os anos 19971999 serão os anos fortes para a realização do Projeto.

Neste período de 5 anos, são especiais 1996 (preparação) e 2000 (celebração do Jubileu). Os anos 1997 - 1999 serão os anos fortes para a realização do Projeto. Os seus elementos chave: 3.1. No campo "Testemunho da Vida Comunitária" estão os temas catequéticos sugeridos pela TMA, integrados ao ano litúrgico, particularmente aos evangelhos dominicais próprios de cada ano. Estão também as atividades de grupos e pastorais, valorizando práticas já tradicionais (Novena de Natal, 41


O Projeto exige a produção de subsídios em nível nacional, com seus desdobramentos . . reg1onaJs e locais. Quaresma e CF, Semana Santa, festas locais, dia da Família, das Vocações, da Bíblia e das Missões ... ). Os "meses temáticos" (vocacional, bíblico, missionário ... ) serão integrados, sem interromper o fluxo do ano litúrgico nem a proposta catequética. A devoção a Maria Santíssima terá espaço especial tanto na dimensão litúrgico-catequética como na do anúncio evangélico (festas litúrgicas, romarias e festas populares). O Santuário Nacional de Aparecida poderá realizar um programa amplo e específico de evangelização dos romeiros e peregrinações da imagem da Virgem pelas Dioceses. Em outras regiões, poderá ser alguma outra imagem mais conhecida e venerada. 3.2. No "Anúncio" procura-se uma aproximação gradual do mistério cristão. 3.3. No "Diálogo" procura-se a abordagem dos mesmos temas do item anterior, ampliando, porém, a reflexão ao campo dos diversos caminhos percorridos pelas várias re-

ligiões. Deve-se também dar atenção ao diálogo como método pastoral e ao diálogo dentro da própria comunidade. 3.4. No campo do "Serviço" e da participação na sociedade, a reflexão pode ter como eixo central os direitos humanos (de mulheres e homens), tratando sucessivamente direitos civis, econômicos e sociais. Como objetivo concreto, a Igreja, junto com a sociedade civil, tentaria obter para o início do novo milênio um resgate da "dívida internacional" (Cfr. TMA) e da "dívida social" brasileira através de medidas urgentes (eliminação da fome, garantia do emprego, reformas agrária, urbana, do sistema de saúde e da educação, etc.).

4. Outros aspectos -O item Atividades é uma lista de sugestões. - O Público preferencial servirá para identificar os grupos que são particularmente atingidos com esse tipo de atividades evangelizadoras e cujas características culturais e religiosas deverão ser atentamente consideradas para tornar mais eficaz a ação evangelizadora. - O Projeto só será possível se houver a mobilização efetiva de um grande número de agentes de pastoral em todas as categorias do Povo de Deus (como já prevê o capítulo V da DGAE), com destaque para o protagonismo dos leigos.

5. Subsídios e períodos fortes

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O Projeto exige a produção de


subsídios em nível nacional, com seus desdobramentos regionais e locais. Em princípio, os subsídios homiléticos e para encontros de grupos de reflexão cobrirão grandes períodos do Ano Litúrgico (Advento e No:vena de Natal; Quaresma e Campanha da Fraternidade; Tempo Pascal; Tempo Comum, entre a festa da Assunção e a festa de Cristo Rei) A elaboração do Projeto e a preparação dos subsídios serão coordenadas pela Presidência e CEP e realizadas com a ajuda da Secretaria-Geral, Subsecretário de Pastoral, Comissões e Subcomissões para cada um dos quatro aspectos do Projeto e outras assessorias específicas, em particular na área de Comunicação. Esse texto foi elaborado para ser submetido à apreciação e eventual aprovação dos bispos brasileiros, na Assembléia da CNBB, em abril de 1996, em Itaici. Todos os equipistas que desejarem colaborar, com sugestões, devem encaminhá-las, antes da realização da Assembléia, para:

Secretaria Geral da CNBB D. Raymundo Damasceno Assis SE/Sul Q. 801 Conjunto "B" 70401-900 Brasília - DF

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O Projeto só será possível se houver a mobi Iização efetiva de um grande número de agentes de pastoral em todas as categorias do Povo de Deus (como já prevê o capítulo V da DGAE)/ com destaque para o protagonismo dos leigos.

NOTA DA REDAÇÃO: Os equípístas interessados em conhecer o texto do Projeto, poderão solicitar cópias diretamente à Secretaria geral da CNBB, ou então, entrar em contato com: Lourdes e Sobral SQIN 316 Bl. H Apto. 215 70775-080 Brasília- DF Tel. (061) 347.5807


pÁSCOA- DEUS PASSANDO HOJE

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m nossa condição humana uma realidade nos chama a atenção : a transitoriedade dos fatos e atos. Tudo passa e cada dia mais rapidamente. Nós mesmos estamos de passagem. Ser passageiro é o aspecto limitado da criatura. Enquanto a eternidade de nosso espírito, pela proximidade de origem com a centelha divina, tende ao perfeito, ao definitivo, a vi vência humana que debulhamos neste mundo finito é transitória, passageira, cheia de imperfeições, evolui e se altera a cada instante. Ser de passagem é o tom que marca toda a ação e existência. No princípio, criados por Deus para tomarmos parte de sua felicidade, quisemos, pela própria força e vontade, tentar um caminho só nosso, sem Ele. Conseqüência: o ser humano, rico de possibilidades, cedo experimentou que, sem Deus, está nu, é sem recursos, no final de seus limites, impotente e condenado à frustração pessoal.

Mas o Criador, não abandonou o produto de sua vontade, veio habitar entre nós, inseriu-se na transitoriedade de nossa vida e nos reassumiu em seu Filho. Esta passagem nos transformou . Por isso a passagem de Deus (Páscoa) é uma realidade que deixa marcas e a todo instante recobre nossa nudez com as possibilidades de Deus. Páscoa é cada dia, é a ação de Deus que estampa nos seres humanos os traços da bondade divina, permanente, atuante e atual. Celebrar a Páscoa é confirmar ou reafirmar nossa caminhada de volta para o Deus que conseqüentemente se faz passagem e dá sentido a nós e a nossa vida num mundo transitório.

Feliz Passagem!

]ô e Conrado

Equipe 01 Bragança Paulista/SP

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MORTE E RESSURREIÇÃO

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umanamente pensando, que zão, se tudo terminasse com a morcoisa mais sem graça falar da te. E depois? ("Eis que Eu estou morte. Acontece que nossa convosco todos os dias até o fim do mundo" Mt 28, 20). cultura social e religiosa, E o Cristo estará semtão frágil, ligada a prepre caminhando ao nosconceitos e tabus ultraso lado, amigo, solidápassados, nos afasta desrio e cheio de amor. ta realidade tão certa e Anunciar essa reainevitável. lidade é a nossa missão, E Deus, como fica antes ponisso tudo? rém, temos É ele que acredique nos pretar na Respara para surreição. isso. Manda Viver na seu próprio certeza de Filho para ela se fará tamque que viva entre nós, Os que tem bém em nós. "Não permite que ele morra temais. Ide anunciar por nós e, o principal: fé podem aos meus irmãos" (Mt Que ressuscite para dizer que 28, 10). vi ver na Glória do Pai. ressuscitarão Para isso, dois inE ao nosso lado, semtambém/ gredientes são recopre. E o seu filho em nhecidos - coragem e sua passagem pela tercomo}esus/ fé. O céu não foi crira, também nos propara a ado para os mortos e mete: "Quem crê em glória/ junto sim para os vivos, os mim terá vida eterna" que fizeram sua proao Pai do (Jo 5, 36). cura aqui na terra e Os que tem fé poCéu. ganharam um espaço dem dizer que ressusjunto ao Pai eterno. citarão também, como Jesus, para a glória, "Não é a vida junto ao Pai do Céu que é mortal; a mor("Deus não é Deus te é que é vital". dos mortos, mas dos vivos, porque para ele todos vivem" (Santo Agostinho) Lc 20, 38). Aos de pouca fé, uma afirmaNeusa e Orlando tiva: Equipe- 12 O mundo não teria nenhuma raBauru/SP 45


PÁSCOA:

UM ALELUIA À

VIDA!

festa da Páscoa reacende em mistério do mal; Ele o experimennós uma esperança funda- tou na própria vida. Para se automental oculta em nossas en- comunicar a nós, em vez de raciocítranhas mais profundas. A sede de nios lógicos, Ele usou a linguagem uma vida imortal constitui um daque- do amor, pois, como diz José les impulsos secretos do nosso co~a­ Comblin, "não é pela consciência ção que Jung chamou de "arquéti- que atingimos a verdade, e sim pela pos". A história da humanidade mos- caridade"'. Assim, sem viver o nútra que todos os povos, de todas as cleo degenerador do pecado, Jesus religiões, sempre viveram a utopia da assumiu a história humana de pecaimortalidade. do deste mundo. Por Mas, Páscoa não isso, precisou aprené a festa da imortalider a obedecer (Hb 5, dade da alma. Não A ressurreição 8) e, triunfando sobre somos um conjunto todas essas limitaé/ então/ de corpo que morre e ções, arrebentou-as a resposta se desfaz - e alma por dentro. Fez-se então imortalizada do amor pecado (cf. 2 Cor 5, por Deus. Essa visão 21) para nos libertar de Deus não é cristã, nem bído pecado. E como o a todo blica. A pregação salário do pecado é a gesto de cristã não fala, promorte (cf. Rm 6, 23), priamente, em imoramor humano. pagou com a própria talidade da alma, vida a nossa libertaAssim ela é mas de ressurreição. ção. Mas, Deus resa vitória Ela aconteceu numa pondeu a essa obedido bem. pessoa, Jesus de Naência de Seu Filho zaré, e sem essa fé na com a Vida. A resressurreição de Jesus surreição é, então, a não pode alguém dizer que é cris- resposta do amor de Deus a todos tão. É o núcleo da fé cristã. Sem gesto de amor humano. Assim. ela ressurreição, não há Cristo, nem é a vitória do bem. cristianismo, nem Igreja ... Que sigA ressurreição de Cristo garannifica, então, ressurreição? te aos que crêem que o amor venceNós vivemos sempre numa his- rá, ainda que às vezes o mal pareça tória de ambigüidades. Queremos ser tão forte que nada poderá fazer o bem, mas nem sempre o con- superá-lo. Com a vitória de Seu Fiseguimos (cf. Rm 7, 19). É a marca lho sobre a morte, o Pai mostra que do pecado em nosso ser. Deus não o seu Reino acontecerá, mesmo que nos explicou racionalmente esse tenha que passar pelos caminhos

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José Comblin, Antropologi a cristã , p. 89.


contraditórios da recusa e da mal- res para a vida em plenitude! Por isso, a partir dela, temos a dade humanas, e que os absurdos certeza que todos os injustamente humanos não impedirão o seu advento. A ressurreição do crucifica- penalizados deste mundo continudo nos prova que a verdade passa am o sofrimento do Servo Sofresempre pelo bem, por mais ilógico dor Jesus Cristo. E da mesma forque possa parecer, e que o homem ma como a ressurreição de Jesus ilumina a sua vida e se realiza, não enseu projeto, também quanto reage emociclareia a cruz e a onalmente conforme morte de todos os seus instintos, mas A Páscoa é a vencidos da história enquanto é capaz de celebração de pela causa da justiquebrar a espiral do nossa própria ça ou pela miséria ódio, da violência, da injustiça ... O sovida. A Páscoa decretada pelo egofrimento de Cristo, não nos deixa ísmo humano. A ressurreição coroado pela glória perder as da ressurreição mosmostra que Deus esperanças ... tra, enfim, a vitória transforma as frustrações humanas em dos valores verdaEla é a eterna deiramente humacaminhos de realizamemória de ção, e que todos nos . que vale a aqueles que fazem A ressurreição realiza o grande sopena ser bom/ do ideal de Jesus o nho humano de viver ser irmão/ lutar seu próprio projeto sentem essa transpara sempre, e conspor um mundo formação muito contitui a grande novijusto/ colocar- cretamente em suas dade e contribuição vidas. A fé cristã, com que o cristianisse do lado da portanto, considera mo enrtquece a anvida ... tropologia geral: se a convicção de que Cristo se fez um de nada no mundo é fanós, assumindo inclusive a morte tal ou irremediável; apesar das conque é a conseqüência mais desas- tradições humanas históricas, acatrosa de nosso pecado, e se ele res- lenta as esperanças mais profundas suscita, então "todos seremos vivi- do coração humano, que não suficados nele" (1 Cor 15, 20, 22). cumbe, mesmo frente à brutalidaPor isso, os cristãos o entendem de quotidiana dos absurdos da hiscomo o protótipo do homem verda- tória. deiro a que somos chamados a ser. Mas, Jesus mostra que o camiA nossa verdade se encontra no nho da ressurreição passa certaevento da ressurreição: somos se- mente pelo caminho da cruz (cf. Me

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8, 34). Não porque Deus deseje o é preciso aproveitar ao máximo as sofrimento humano, mas porque o boas oportunidades deste mundo, mal está presente na história de sem se preocupar se essa atitude todo homem: A cruz de Jesus é re- fere a dignidade dos outros ... A sultado de sua fidelidade à incultu- aceitação da morte sem o vislumração em nosso mundo de pecado. bre da ressurreição cria homens e Por isso, morte e mulheres tristes, sem ressurreição de Jeentusiasmo, desprosus e dos homens vidos de sonhos, de A ressurreição não podem ser refleutopias, de projetos tidas uma sem a ouaudaciosos ... Acomostra que tra. Separá-las é lher a morte sem a Deus mistificá-las e manesperança da ressurtransforma as tê-las numa falsa reição é parar no frustrações ótica de realização sentimento de abanespiritual e interior. dono que Jesus senhumanas em A fé cristã ensina tiu na cruz (cf. Mt caminhos de que o ressuscitado é 27, 46), sem dar o realização/ e aquele que foi crucipasso de fé de quem ficado, e que aquele se entrega às mãos que todos que morreu na cruz, ressuscitadoras do aqueles que Deus o ressuscitou. Pai (cf. Lc 23, 46) ... fazem do ideal é assumir a falência Essa integração nos de Jesus o seu permite chegar ao da vida diante do imnúcleo fundamental pério do mal... é, enpróprio projeto do sentido tanto da fim, não acreditar na sentem essa morte quanto daresforça do amor de transformação surreição de Jesus. Deus ... muito Talvez nenhum Por outro lado, tema cristão tenha concretamente celebrar a ressurreisido tão manipulado ção sem a lembranem suas vidas. por interesses de ça da morte, isto é, grupos quanto este das circunstâncias da morte e da ressurh istórico-po Iíticoreição de Cristo. A aceitação da sociais que a provocaram, é remorte sem a esperança da ressur- duzir toda a vida e ação de Jesus reição é sinal de derrotismo diante a um sentido espiritualista tendendas situações de injustiça e de con- cioso e inconseqüente. Por isso formismo com as realidades de so- pode um teólogo dizer que "a mefrimento; de uma vida desanimada ditação da paixão de Jesus não se diante dos problemas existenciais salvou sempre de um dolorismo e sociais; de uma concepção de que suspeito. Ao invés de convidar a


fazer recuar efetivamente o mal e desejam mudanças nas estruturas a morte, ela produziu, muitas ve- injustas e desumanas. A utopia cristã da ressurreição zes, uma fixação malsã, a resignação"2. A morte, subjetivamente faz com que o homem, o mundo e falando, é natural numa vida em todas as realidades passem a ser processo de maturação. Mas o fato compreendidas não tanto através de histórico como tal traz também ou- seu começo, de sua constituição bitras conotações. Assim, historica- ológica, de um conceito filosófico mente, a morte de Jesus não signi- fixo de essência, mas principalmenfica um processo natural de matu- te através de séu futuro, já antecipado por Jesus Crisração humana, pois to. São as potenciaela foi provocada . lidades humanas que Dessa forma, na . A ressurreição nos caracterizam; memória e lembrané o ápice da são elas que emerça das causas históBoa Nova que gem em nossos atos ricas da morte de Jee ações conscientes sus, a ressurreição Jesus veio ou inconscientes ... O se torna um protestrazer: a futuro, que é nosso to contra o sentido certeza de que parâmetro de conhedo mundo que o a última cimento e de crescicondenou. mento já se mostra a A ressurreição é palavra não nós em Jesus ressuso ápice da Boa Nova pertence ao citado. Nele sabeque Jesus veio trazer: mal ou à mos a que estamos a certeza de que a morte/ mas à destinados e a que última palavra não estão vocacionados pertence ao mal ou à vida. todos os seres deste morte, mas à vida. mundo. Por isso ela é a espeA originalidade cristã emergenrança de vida para todos, particuna ressurreição é que em Jesus te larmente para os excluídos da vida neste mundo. Sem esses parâmetros de Nazaré, Deus e o homem vivem a ressurreição perde sua força de em plena comunhão, de forma que, contestação e serve-se muito bem a a partir da ressurreição, os cristãos uma espiritualidade entendida tão sabem que Deus e o homem real posomente na linha individual, prenhe dem ser encontrados em Jesus Resde belos conteúdos subjetivos, mas suscitado, o Cristo. Nele, Deus é que corre o risco de, como a cruz, humano, e o homem, divino 3 • Nesser muitas vezes manipulada em fa- se sentido, a ressurreição é uma novor de interesses daqueles que não vidade para todas as propostas

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'Chri sti an Du cquoc, Jesus, ho mem li vre; esboço de uma cristologia, p. 197. 3 Leo nardo Boff, Jesus Cristo Libertador, p. 132-133.

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Ressurreição de Jesus - Piero del/a Francesca


religiosas, inclusive para aquela do a nossa Páscoa, pois é nele que morremos e ressuscitamos a cada insAntigo Testamento. Digamos, por isso tudo, que a tante. A Páscoa não nos deixa percelebração da Páscoa, para nós, der as esperanças ... Ela é a eterna cristãos, é a escuta de um eco nas memória de que vale a pena ser bom, circunstâncias da nossa vida. É a ser irmão, lutar por um mundo jusressonância, em nosso interior, do to, colocar-se do lado da vida ... Aleluia cantado pelos anjos e por Nosso canto de Aleluia é um hino à toda a criação naquela noite miste- vida e ao amor! Por isso, saibam os pobres e riosa em que Cristo rompeu as baraqueles que se coloreiros da morte, facam a seu lado, saizendo tremer o mal em suas raízes mais A ressurreição bam os irmãos que sofrem e os que promisteriosas. de Cristo curam amenizar sua O mistério pasgarante aos dor, saibam os que cal de Cristo forma que crêem que choram e os que têm um conjunto com a fome e sede de um vida, a história e o o amor mundo mais humano mistério pascal de vencerá/ e mais fraterno que, toda a humanidade. ainda que vivendo nos mesmos A Páscoa é sempre sentimentos de Crisum canto de Aleluia às vezes to (cf. FI 2,5), estão a cada gesto nosso de o mal pareça a caminho da Vida, amor, de maturidade, ser tão forte da Ressurreição, da a cada esforço para que nada Páscoa definitiva! sair do egoísmo , a Que a grande harmocada passo de solidapoderá nia do nosso Aleluia riedade para com o superá-lo. da vida contagie tamirmão que sofre, a bém outras pessoas cada resistência ao que perderam a esperança, que perpecado em seus vários aspectos ... O deram os sentimentos de Jesus, ou batismo que um dia recebemos nos mergulhou nesse Mistério Pascal. que insistem, ingenuamente, em enPor isso, desde Cristo, a Páscoa não contrar beleza e felicidade na desartem mais fim: podemos assumir a monia e inexpressividade de outros cruz de cada dia com e como Cristo cantares medíocres, sem melodia, assumiu a sua; e louvado seja Deus! sem beleza, sem vibração e sem podemos experimentar a alegria da vida! Aleluia! vida de ressuscitados como Cristo a experimentou. Frei Osmar Cavaca Por isso, a Páscoa é a celebraSto. André - SP ção de nossa própria vida. Cristo é

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F

é, palavra pequenina, mas um grandioso dom de Deus aos homens. Não será igual para todos -é o que se vê pelo mundo- mas se ela é serena, constrói e liga os homens, ela vem de Deus.

Quem já parou para pensar na fé? Creio que é um tema importante para muitos. É também evidente que o mundo, com seus problemas (não os menospreze), tem infelizmente o seu papel de abafar a germinação natural da fé em nós. Às vezes é preciso romper algo, abrir uma brecha, e deixar-se envolver por esse dom gratuito que Deus nos coloca.

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Tem que ser uma comunidade solidária/ se for igual à fé de quem com ele se alimenta. Está/ a~ o sentido de comunidade/ e sem ela não existe Igreja.


Às vezes é preciso romper algo/ abrir uma brecha/ e deixar-se envolver por esse dom gratuito que Deus nos coloca.

Quem teve a preciosa oportunidade de nascer e crescer num ambiente de fé - ainda que por mais ou menos tempo a deixe abafada lá dentro - um dia por razões aparentemente casuais, ela vem, floresce e abriga sua vida. Um dia, muitos de nós fomos batizados. Se católicos, recebemos nossa primeira comunhão guiados pelos nossos pais. É outra coisa que vamos incorporando aos poucos em nossa vida: o alimento sagrado. Às vezes demora, mas se há ambiente um dia vem para ficar. É a fortaleza da eucaristia que alimenta ricamente quem dela se aproxima com fé. Em termos de comunidade, a comunhão em Cristo tem um significado único: todos alimentados pelo mesmo pão transformado. Tem

que ser uma comunidade solidária, se for igual à fé de quem com ele se alimenta. Está, aí, o sentido de comunidade, e sem ela não existe Igreja. Outros terão outras formas de - diante de Deus - se irmanarem. É o ecumenismo tão procurado. Lá no alto, um dia, no ponto de convergência de todas as coisas, aqueles que alimentam com sinceridade sua fé, terão certamente o grande encontro com o Deus único e soberano. O que Ele quer de nós - e para isto não nos abandona - é uma fé comum que irmana e liga os homens.

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José Maria Duprat Eq. 01/A - São Paulo/ SP


"' DEus ... Tu Es

MAIS.

Senhor... Tu és mais que a eternidade porque Tu és antes do começo e o fim que não tem fim. Tu és mais que o infinito porque Tu és além dele. Tu és mais que a luz porque Tu és a fonte e a própria sublimação. Tu és mais que a morte mesmo "morrendo" sempre - para renascer em nós. Tu és mais que o amor mesmo sendo o próprio amor. Senhor, Tu és mais ... porque Tu és.

Alonso de Jesus Santos - - - -Eq. 09 - Setor Recife ]aboatão/PE 54


nas palavras de Noé: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" . Um livro que alerta sobre a importância da unidade familiar e da entrega total para o serviço de Deus, na abertura aos dons do Espírito. O tom é Di Ciaccia e coloquial e o estilo divulgativo. Vitaliano Mattioli, Cidade NoNovidades Sobre Família va Editora e Santuário Cenplafam, 107 pg., 1994 • Família e Educação O livro discorre sobre a ontoSuely Rampazzo gênese do embrião, com bastante dePaulinas talhe, prosseguindo com reflexões •Os filhos e o ambiente sobre a dignidade deste e o respeito Barnabé Tierno • Educar os filhos hoje a que tem direito como pessoa, em Barnabé Tierno suas dimensões antropológica e éti• Relações afetivas ca. Segue o trabalho expondo a pono casamento sição da Igreja a favor da vida, atraÂngelo Peluso vés os séculos, precedendo uma exPaulus posição dos métodos contraceptivos •O casal, amor e planejamento, e os caracteres abortivos de alguns proposta para a educação dentre eles. Finaliza a obra analisanda afetividade do, sucintamente, as "técnicas de feRossana Carmagnani e cundação artificial" e a alta percenMário Danieli tagem de efeitos abortivos conseVozes qüente à utilização dessas técnicas. • Família e política

O Milagre da Vida - Reflexões de Bioética e Sobre os Direitos do Nascituro, Castrese

Almir R. Guimarães. • Família, casamento, sexo Bernardino Leers • Vamos nos casar. Reflexões para namorados e noivos Almir R. Guimarães

Eu e Minha Casa Serviremos ao Senhor, Jonas

Abib, Edições Loyola, 168 pg., 1994 Nota: Caso os nossos leitores não enO Pe. Jonas contrem nas livrarias os livros sugeridos Abib, reconheci- nesta seção, poderão solicitá-los, diredo líder caris- tamente e via reembolso postal (qualmático brasileiro, quer que seja a Editora) para: Santuário 1900/ Caixa Postal 4/ apresenta uma série de palestras de 12570-000/ Aparecida, SP sua autoria. O convite a entrar na (Não precisa selar. Arca, através da experiência do derNo lugar do selo escreva Taxa Paga) TEL: (012) 565.2140 ramamento do Espírito, se resume 55


BoM DtA

Q

uando estiveres a ponto de desistir de uma ação edificante, ora e continua até o fim. Q ndo te encontrares no momento de cometer um erro, ora e desiste com tranqüilidade. Quando perceberes que as forças não te auxiliarão no trabalho do bem, ora e reanima-te, chegando ao termo planejado. Quando fores aliciado para uma situação vexatória, ora e retoma o teu equilíbrio. Quando te sentires abandonado pela pessoa em quem confias ou a quem amas, ora e tem paciência, permanecendo no teu posto. Quando, desarvorado, desejes tombar, sem mais estímulo, ora e te serão concedidas as resistências para o triunfo. Não deixes nunca de Orar.

Célia e Norberto Equipe 12 - Setor B Nossa Senhora Mãe do Pilar São José do Rio Preto!SP

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MEDITANDO EM EQUIPE Leitura: Evangelho de Marcos, 1O, 46-52 Bartimeu tinha consciência de sua mísera situação. Ouviu falar de Jesus. Pediu ajuda e foi atendido. MEDITA ÇÃO

1. Qual é minha situação real diante de Deus? Quero sair dessa situação? 2. Como procuro a salvação junto de Jesus? 3. Do que mais desejo ser salvo? 4. Peça; comprometa-se com Jesus; agradeça.

------------------------ORAÇÃO LITÚRGICA

Quero louvar o Senhor com todo o meu ser, bendito seja ele por todos os favores. Bendito sejas, meu Senhor, porque perdoas todos os pecados e me curas dos meus males. Por amor tu me livras a vida da fossa da morte, tu me cobres e saciais de amor e de carinho: minha vida na esperança é sempre jovem. Bendito sejas, meu Senhor, porque és justo, e justo salvas da injustiça o fraco oprimido. Anunciaste aos nossos pais de antigamente a vontade decidida de salvar a gente toda, e mostraste que podes salvar por teus atos. Senhor, Deus de ternura e de piedade, tão difícil de irar-se porque tão amante. Não nos pagas na medida dos pecados e em bondade não te deixas superar, pois tu amas como Deus só poderia. Se eu pudesse medir a altura dos céus, então saberia como é grande o teu amor. Se pudesse imaginar qual a distância entre o nascer do sol e o seu ocaso, tão longe afastas de nós nosso pecado. Como a ternura de um pai pelo seu filho, essa a ternura do Senhor por todos nós. Ele sabe como nós fomos moldados, bem se lembra como é frágil a argila que usou quando quis nos dar a vida. Quero louvar o Senhor com todo o meu ser, bendito seja ele por todos os seus favores. (FI. Castro, sobre o Salmo 102)


Atitudes de Vida: • Procura Assídua da Vontade e do Amor de Deus • Procura da Verdade • Vivência do Encontro e Comunhão

Equipes de Nossa Senhora M ov im ento de Casais po r um a Esp i ri t u al ida de Co nj u ga l e Fam iliar Ru a Lu is Coe l ho, 308 5"2 and . cj 53 CEP 0 1309-000 São Pau lo- SP Fo ne: (011) 256. 12 12 Fax: (011) 257.3599


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