ENS - Carta Mensal 300 - Maio 1994

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i MENSAL Equipes de Nossa Senhora

Fátima/ 94 • Ser Igreja • Mês de Maria • Pastoral Familiar • Ano Internacional da Família


ÍNDICE EDITORIAL: OS JOVENS OPTAM PELA FAMÍLIA . . . . . . . 1 CARTA DA ERI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 ... E A FAMÍLIA? . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 5 A FAMÍLIA BRASILEIRA E SEUS PERCALÇOS . . . . . . . . 6 CARTA DE BRASÍLIA .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 REFLEXÕES PARA AS ENS . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 ENCONTRO PARA NOIVOS NA PERSPECTIVA DA NOVA EVANGELIZAÇÃO A FÉ, O AMOR E A SALVAÇÃO . . . . . . . . . . A VI AGEM PRESA DE DEUS . . . . . . . . . . . SER MÃE ... SER MARIA . . . . . . . . . . . . . . TODAS AS MÃES SÃO MARIA . . . . . . . . . . O QUE DIZER DA MÃE . . . . . . . . . . . . . .

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TRABALHO HUMANO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VAMOS A FÁTIMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . AAIDSVISTAPORUMCATÓLICO . . . . . . . . . . . . . . NOSSA BIBLIOTECA . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. OS OBJETIVOS DO MOVIMENTO DAS ENS . . . . . . . . . A FESTA MARAVILHOSA DAS ENS . . . . .. . . . . . . . CORREIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES .. . . . . . . . . . . . . . . . REFLEXÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . AINDA HÁ TEMPO PARA AMAR .. . .. . . . . . . . . . .

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OS JOVENS OPTAM PELA FAMÍLIA Acabo de ver os resultados de uma recente pesquisa feita na França entre jovens de 15 a 25 anos. Trata-se, pois, de jovens franceses e não se pode jurar que as respostas seriam iguais em todo lugar. Entretanto, pode-se apostar que elas não seriam muito diferentes. Esta pesquisa me parece particularmente interessante porque trata-se de filhos descendentes da famosa geração de maio de 1968. Ela fala de jovens nascidos na convergência dos movimentos literários, feministas, ecologistas ... Em resumo, tudo o que se precisou para produzir um mundo perturbado, indeciso, desamparado. Pode ser esse o caso. Pode ser essa uma das razões de suas escolhas de base. Em todo caso, esses jovens optaram pela família, eles votaram a favor da família que, a seus olhos, constitui "um valor da atualidade" e não uma coisa ultrapassada (84%). Para esses jovens a família é o valor de referência, a imagem do amanhã. Para ver isso bem claro é necessário distinguir a família que eles conheceram e a que eles querem formar por si mesmos. Os jovens se sentem bem na sua própria família. Eles o dizem e uma das evidências disso é que

têm pouca pressa em deixá-la. Sem dúvida, a família é para eles um dos raros lugares de ancoradouro mais ou menos sólido, nesse mundo nosso tão "desordenado". Freqüentemente para eles é também um refúgio: mesmo em francês, não se fala espontaneamente da família "cocoon" (encasulada). Lembro-me de uma outra pesquisa feita há alguns anos atrás sobre os sentimentos dos jovens em relação às suas famílias. Nela havia coisas surpreendentes. Por exemplo: contrariando o que somos tentados a acreditar, o que mais apreciam são os pais-pais e não os pais-companheiros ... Eles querem ter marcos seguros, apoio sólido encontrado na casa de pais que se conduzem como adultos responsáveis e não temem usar sua autoridade ... Isso eles nào encontram na casa de pais que agem como eternos adolescentes. Em casos assim, ouve-se os jovens dizendo que são obrigados a fazer o papel de adultos no lugar de seu pai e de sua mãe, o que não lhes parece normal. Que tipo de família desejam criar? Não exatamente igual à que eles vivenciaram porque, afinal de contas, os tempos mudaram e a família se transforma. A família de hoje é menos sensível "às tradições", é mais "moderna", mais "aberta". Mas CM Maio/94- 1


apóia-se sobre valores que permanecem essenciais. Não é uma "instituição social" o que eles querem fazer. Lembrome da minha estupefação quando um de meus primos, comunicando-me seu casamento para breve (há alguns decênios atrás), me disse: -"Sim, quero fundar uma célula social". Bem, não é isso o que os jovens de hoje desejam! Querem criar vínculos familiares fundados no fato "de viver juntos na alegria e na dor'', isto é, numa trama de relações bem precisas, íntimas e duradouras ... Sabe-se que a instituiço matrimonial está em retrocesso há alguns anos, com - às vezes - uma ligeira retomada. Mas o que os jovens desejam é menos uma instituiço (aquela coisa medonha!) que uma realidade de vida. Para a maioria, segundo a pesquisa, a imagem da famma é a do casal casado com filhos (96%), ou mesmo ocasal não casado com filhos (78%). As famOias monoparentais (só um dos pais com os filhos) têm muito menos atrativo. Ao contrário, eles apreciam, mais que a família nuclear, a grande familia com avós, tios, primos que se relacionam ...

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Eles querem ter filhos, mas não muitos. Os jovens católicos praticantes querem três, os outros dois. Todos desejam transmitir a seus filhos a boa educação que receberam: isso, para eles, é uma coisa primordial. Mas eles querem também "exercitá-los" melhor para que sejam eles mesmos, porque no futuro deverão lutar, deverão ser engenhosos e independentes. Eis aí algumas informações que poderão ser úteis à nossa reflexão, neste ano dedicado à Família, em preparação para o Encontro de Fátima. Talvez estejamos vivendo o fim de uma era, o fim de uma cultura, o fim de uma civilização. Talvez uma nova cultura, uma nova civilizaço estejam prestes a surgir. O que nos espera? Talvez a família seja o único valor humano seguro sobre o qual poder-se-ia construir um mundo novo.

É preciso pensar nisso ... É necessário se preparar para isso ... Padre 0/ivier, O.P.


Carta da Bquipe Besponsável Internacional ..

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Gostaríamos de partilhar com vocês algumas reflexões sobre a F a mHia, a partir de nossa própria experiência, ajudados pela pertença à grande famma das Equipes de Nossa Senhora durante 30 anos. Gostaríamos também de comunicar-lhes nossa fé na família que, com todo o seu dinamismo interior, será capaz de transformar o mundo e criar uma nova civilização e uma nova cultura: a civilização e a cultura do amor. Primeiramente é interessante conhecer a opinião contemporânea sobre a famHia, a partir de uma pesquisa feita pela EUSSG (European Value Systems Study Group) com a colaboração de mais de 14.000 pessoas em dez países da Comunidade Européia Oulho de 1992: "O que pensa a Europa - Um estudo dos valores da Europa Ocidental").

1- A família é a coisa mais Importante da vida 96% consideram a família muito importante na sua vida (90% os amigos, 86% o trabalho, 83% o tempo livre, 49% a religião, e somente 35% a política) .

2- A vida em família é a coisa mais satisfatória Numa escala de 1 a 1Ode satisfação, a vida em família alcança o nível médio de 7,8 (enquanto que

a vida em geral e emprego não chegam ao nível médio de 7,2). 3- É no selo da própria família que as relaçes lnterpessoals so as mais confiáveis Enquanto 77% afirmam ter confiança na sua família, 33% somente dizem ter confiança nos outros, em geral.

4- Dar maior Importância à vida em família é a mudança mais sonhada 89% estão de acordo com esse ponto de vista, contra 85%, por um aperfeiçoamento de valores individuais e 82% por um estilo de vida mais simples e natural.

5-O casamento não é uma Instituição fora da moda Isso foi afirmado em 83% das respostas.

6- O casamento é um lugar de felicidade Para alcançàr a felicidade, os fatos considerados mais importantes, pela maioria, são o respeito mútuo (84%), a fidelidade (82%), a compreensão e a tolerância (78%), bem como a satisfação na relação sexual, mencionada por 63%, ter fi Ihos 59% , viver separados dos sogros (58%), ter gostos e interesses comuns (45%), dividir ostrabalhos domésticos (33%) e ter um lugar adequado para morar (32%). CM Maio/94- 3


Poucos indicaram outras condições de felicidade no casamento, tais como: partilhar as mesmas crenças religiosas (21%), ser provenientes da mesma classe social (19%), ter as mesmas idéias políticas (8%) ...

7- A família tem um papel fundamental na transmissão devalores O consenso normativo entre pais e filhos atinge 64% para os valores morais, 59% para os valores sociais e 55% para os valores religiosos; somente 35% para as opiniões políticas e 20% para a vida sexual. Esses resultados da pesquisa nos levam a uma reflexão. A nosso ver, o mundo atual está fortemente marcado pelo individualismo, pela concorrência, pela falta de ética, pelos critérios da eficácia, do bem-estar pessoal, dos interesses ... Há uma crise dentro da sociedade, cujo aspecto mais grave é a crise de valores.

É preciso promover uma nova educação nos valores que estão a serviço da dignidade e do crescimento da pessoa humana. Esta nova educação nos valores cristãos é a nova evangelização, proposta pelo Papa João Paulo 11. Ora, é a famma, célula base da sociedade e também da Igreja, que reúne as condições adequadas para promover esta nova educação e esta nova evangelização. Neste propósito, cabe ao casal o papel de imprimir na família um novo estilo de 4 - CM AbriV94

vida, coerente com os valores que desejam transmitir a vivência. Para isso, é importante que o casal viva uma espiritualidade conjugal impregnada de valores cristãos, em todos os aspectos de sua vida (desde os aspectos materiais até os aspectos espirituais): seja na vida de casal, nas relações com os filhos e com os membros da grande famflia, nas relaçes profissionais, sindicais, sociais, pollicas, culturais ... Nessa perspectiva tão ampliada, a espiritualidade conj ugal é verdadeiramente o fundamento de toda a atividade da pessoa e nada escapa a isso. A vivência cristã do casal constitui o método mais eficaz na educação dos filhos, pois lhes dá um quadro de referência e uma experiência concreta: viver esses valores gera alegria interior e estabilidade.

É preciso, pois, evangelizar os casais e impeli-los a viver esses valores na família, tanto mais que a pesquisa mencionada mostra que a família goza de uma boa imagem junto aos nossos contemporâneos e pode, por conseguinte, executar sua missão educadora. É necessário preparar os noivos para aceitar o desafio de mudar o mundo, vivendo uma nova cultura para edificar uma nova civilização. É necessário ajudar as famflias, principalmente os jovens casais, a trilhar esse caminho. É necessário desenvolver a entre-ajuda, seja no seio da grande famnia, seja constituindo novas famílias como o são as Equipes de Nossa Senhora. Nós


mesmos tínhamos como projeto de família que nossos 3 filhos casados permanecessem reunidos, não só na nossa família de sangue, mas também nanossafamma espiritual: as Equipes de Nossa Senhora ... e o Senhor nos propiciou a graça de eles morarem perto de nós - o que facilitou muito a entre-ajuda - e nossas duas filhas com seus maridos pertencerem às equipes e amarem o nosso Movimento. Todos os movimentos de Igreja devem ajudar seus membros a viver uma vida de casal e de família capaz de encorajá-los a testemunhar os valores no mundo.

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O Oitavo Encontro das Equipes de Nossa Senhora, em Fátima, cujo tema é a família, bem como sua preparação em todas as Equipes do mundo, são uma excelente ocasião para viver em profundidade esta realidade maravilhosa que é a familia, a nossa família, seja qual for sua dimensão, seu grau de dispersão... Procurar um espírito e um projeto de família para que a família - a nossa família - possa contribuir para a construção de um mundo novo, devido à emergência de uma nova cultura em que o AMOR será o dinamismo. Alberto e Maria A/mira Rama/heira

ANO INTERNACIONAl DA FAMÍliA

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E A FAMÍLIA? As ENS, Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar, estão vendo seu ideal adotado sempre mais pelo mundo inteiro. Depois de 4 décadas em defesa da famHia sendo quase uma voz isolada no mundo perverso e consumista, eis que a ONU proclamou 1994 como sendo Ano Internacional da Família. O tema escolhido foi: "A Família, seus recursos e suas responsabilidades num mundo em mudanças". Como slogan: "Construir o menor núcleo democrático no coração da sociedade".

A Santa Sé já designou o Conselho Pontifício para a Família como seu interlocutor junto ao Secretariado da ONU para todas as atividades relacionadas ao AI F Ano Internacional da Família. As Organizações Católicas Internacionais (OIC) e as Organizações Não-Governamentais (ONGS) têm um papel especial a desempenhar na preparação dos programas .. . Mais de 40 países indicaram centros nacionais responsáveis para estabelecer contatos com o secreCM Maio/94- 5


tariado do AIF no âmbito da ONU. Cerca de 15 países constituíram comitês nacionais de coordenação em nível político mais alto. Cerca de 40 países adiantaram-se na preparação dos seus programas nacionais. As ONGs e os seus comitês, dedicam uma grande atenção aoAIF. No Brasil, alguns organismos, como por exemplo a União Internacional dos Organismos Familiares- UIOF e o Setor da Famnia da CNBB, articularam programas e atividades. A UIOF pretende apresentar uma Carta Magna sobre os direitos da Família. O documento final foi preparado através de 5 reuniões internacionais: Direitos Sociais da Família (Nicósia, Chipre, em 1991), Direitos legais da família (Varsóvia, Polônia, 1992); Direitos econômicos da família (Curitiba, Brasil, nos dias 20-24 de novembro de

1992); Direitos políticos da família (New York, em 1992). O Ano Internacional da Família é uma excepcional oportunidade para refletir sobre a natureza da FamHia, sua missão, problemas que enfrenta, soluções que devem ser procuradas. A Igreja Universal e as Igrejas locais têm uma responsabilidade muito grande na preparação do AI F e na programação de eventos, atividades ou estudos. E as ENS procurarão estar em linha de frente destes acontecimentos do final do século. Acreditamos que nós, das ENS não devemos perder esta oportunidade de fazer aumentar a consciência nacional em torno da importância da família, não somente para a sociedade, mas principalmente para a Igreja. OttoLima C. Curitiba/PR (Jornal ''Atualidade" Curitiba)

[ij~_·. '.:·. _J!_ _. ~S_:. . . . . .T_O_R'-----"-A_L_FA_M_IL_lA_R___J A FAMÍLIA BRASILEIRA E SEUS PERCALÇOS Há mais de trinta anos a Igreja Católica, em nosso País, vem desenvolvendo Campanhas da Fraternidade, onde têm conclamando a sociedade à análise e à conscientização acerca de problemas nacionais de expressiva magnitude. Deflagrada, como sempre, na 6 - CM Abril/94

época da Quaresma, por ser um período de penitência e de reflexão, a campanha deste ano recebeu o tema "A FAMÍLIA, COMO VAI?" abordando uma questão de fundamental importância na atual conjuntura. O conceito do tema é insofismável, pois a ausência dos princípios


básicos e desagregação da família é, infelizmente, evidente aos olhos de todos nós. Como todos sabemos, a família é a célula básica de toda a sociedade brasileira mas, lamentavelmente, tem passado por mudanças profundas, ocorridas de todos os lados com objetivos os mais diversos. Principalmente na área de comunicação de massa, a família brasileira está vulnerável à influência de programas que, de modo geral, trazem apenas a desagregação e a discórdia aos lares refletidas em cenas de violência desmedida e sexo vazio. A liberdade excessiva da qual o Brasil de hoje desfruta é faca de dois gumes. Se não for convenientemente administrada, poderá se tornar um problema mais sério, de resolução difícil e portador de conseqüências funestas para a própria civilidade. Não é uma surpresa, que cada vez mais famílias estejam em processo de afastamento dos mais básicos valores da cidadania, mergulhadas em poço de desencontros que terminam por abalar as estruturas do País. E é altamente triste e preocupante quando a gente sabe que realmente a família vai mal, e que precisa de uma imediata mudança. No momento em que a CNBB se engaja em uma campanha de res-

gate dos valores da família, é válido considerar a inegável ajuda dadaporaquele colegiado na interminável batalha contra a desagregação. Porém não podemos nos acomodar deixando a cargo desta ou daquela organização, governamental ou não, as atitudes necessárias para uma verdadeira mudança na mentalidade nacional. A luta é de cada um de nós, de cada cidadão, de cada equipista, de cada chefe de família, da consciência nacional. Queremos citar aqui, dentro desse contexto, o bem escrito e bem produzido artigo "A FAMÍLIA COMO ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA A FORMAÇÃO DA CIDADANIA", de autoria do estimado, competente e aguerrido Padre Mário José, publicado na Carta Mensal n° 298 - Fev/Mar-1994. Complementando as suas sábias palavras queremos dizer que não podemos esquecer que a Carta Magna traz, em seu artigo 226, texto o qual diz claramente que a família é base da sociedade e tem proteção do Estado e, em seu parágrafo oitavo, diz que o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Defender a família, portanto, nada mais é do que cumprir o disposto na Constituição, verdadeiro papel de cada cidadão brasileiro.

É preciso dizer que um país não CM Maio/94 - 7


pode ser considerado justo enquan!o não existir justiça em suas bases, enquanto houver uma famflia si quer vivendo em condições subhumanas, enquanto crianças continuarem a morrer de fome. A família ainda pode ser salva, ainda pode existir a esperança de dias melhores e mais harmoniosos. Basta para isso, que toda a sociedade brasileira se conscientize na necessidade de uma melhor relação entre os membros de uma família, de real significação no tempo.

Finalizando, gostaríamos de cumprimentar, mais uma vez, a CNBB pela escolha do tema "A FAMÍLIA, COMO VAI?" e fazer um lembrete que família, no dicionário, é o conjunto de pai, mãe e filhos: pessoas do mesmo sangue mas, na dura realidade brasileira, é o universo de cada ser, dentro do maléfico espírito do "Salve-se quem puder''. Que Deus e Nossa Senhora nos abençoem. Fernanda e Marcelo CRSetorD

Brast1ia/DF

*** *** *** CARTA DE BRASÍLIA Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10).

Em Brasília, nos dias 11, 12 e 13de março de 1994, sob a coordenação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB realizou-se o VI Encontro Nacional de Pastoral Familiar, com a participação de bispos, presb~eros, diáconos, religiosos (as), agentes de pastoral familiar e representantes de movimentos, serviços e institutos familiares, com um total de 404 participantes. A iniciativa inseriu-se no conjunto de ações e eventos promovidos para o Ano Internacional da Família e tornou-se acontecimento singular no contexto da Campanha da Fraternidade de 1994, cujo lema é A FAMÍLIA, COMO VAI? Durante os três dias foram deba8 - CM Abril/94

tidas questões relacionadas à família como lugar natural, insubstituível e privilegiado para a promoção e defesa da vida. Partindo da realidade econômica, social, pol~ica !3 religiosa que vive a sociedade brasileira e seus reflexos sobre a vida familiar, à luz da Palavra de Deus e da Carta dos Direitos da Famflia, o Encontro discutiu fatos positivos e negativos que exercem influência sobre os lares atuais. Dentre as verdades positivas, mereceram destaque alguns aspectos que encerram profundo significado e têm grande repercussão no estabelecimento de um novo modo de ser família, como:


a. a compreensão sempre mais sólida do valor da igualdade nos direitos fundamentais entre homem e mulher; b. a conquista do diálogo entre marido e mulher e entre pais e filhos; c. a consciência da necessidade de coerência entre a vida, a ética e a moral professadas; d. a abertura para a participação e a co-responsabilidade de todos os membros da família nas questões econômicas, sociais, políticas e espirituais que têm reflexo no lar; e. o entendimento de que o ser humano, por natureza, é um ser constantemente educável e necessita de referenciais positivos durante toda a vida; f. a certeza de que a família desempenha um papel insubstituível e fundamental, no plano divino e humano, para a formação da pessoa. g. a conseqüência de que o casamento e a família são vistos como templo e lugar de realização pessoal, onde se aprende a viver em sociedade, na construção do Reino de Deus. Dentre os fatos negativos, salientaram-se: 1. o relacionamento conjugal tornou-se frágil e facilmente substituível, sem compromisso profundo e perene; 2. a contracepção antinatural, o crime do aborto, a multiplicação

dos casos de mães e pais solteiros, o individualismo, o consumismo, o hedonismo (prazer pelo prazer) coisificam a pessoa, sob pretexto de liberdade; 3. a ausência de uma política de defesa da vida e da família, acelerando a miséria, o desemprego, a falta de moradia, de saúde e de educação; 4. o desrespeito aos princípios morais e religiosos, difundido de modo muito forte e invasor pela maioria dos meios de comunicação de massa; 5. o descumprimento das leis e a impunidade, que degradam a moralidade pública e privada, estimulando a corrupção; 6. o aumento considerável do uso de drogas, que contribuem para a destruição do indivíduo e para o crescimento da violência e do desequilíbrio familiar. Face à realidade constatada, o VI Encontro Nacional de Pastoral Familiar propõe as seguintes orientações:

A. fortalecer a preparação prématrimonial remota, próxima e imediata; B. investir na formação para a sexualidade, na busca da educação para o amor; C. repudiar veementemente o aborto e todo e qualquer atentado à vida humana desde sua concepção até seu término natural; D. educar para o senso crítico e CM Maio/94- 9


o discernimento frente aos meios de comunicação social e o consumismo; E. desenvolver uma profunda consciência pela justiça social, de modo a possibilitar mais eqüitativa distribuição de renda entre as pessoas; F. reafirmar os valores éticos, morais, espirituais e religiosos, combatendo a mentalidade imediatista e materialista; G. defender a unidade, a indissolubilidade e a fidelidade do matrimônio; H. promover a mobilização das famílias para cobrar do Estado o cumprimento das leis que protegem a família, a infância, a adolescência e a terceira idade;

I. investir na formação de agentes para ensinar os métodos naturais, com motivação convincente e acompanhamento sistemático , utilizando para isso subsídios e

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treinamento dos serviços especializados;

J. combater a mentalidade antinatalista, promovida por órgãos nacionais e internacionais, interessados numa qualidade de vida acessível a uma pequena elite, excluindo a maior parte da população; L. reafirmar a certeza de que a familia é fonte das vocações cristãs para o serviço da Igreja e da sociedade. Nesta nossa carta, quisemos defender a família como grande "santuário de vida", conforme afirmam os Bispos da América Latina em Santo Domingo. Uma vida digna para todos os seres humanos está no plano divino da criação e deu sentido à própria vida de Cristo, como ele afirmou: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 1O,1O).


I~ REFLEXÕES PARA AS ENS Em recente artigo de nossa Carta Mensal nossos irmãos Mariola e Eliseu, colocaram uma pergunta extremamente importante e atual . para o nosso movimento: como as ENS podem responder ao seu carisma e missão sendo uma força viva da Igreja no mundo de hoje? Mundo que deverá estar pensando seriamente na Famma: afinal é o Ano Internacional da Famma, por decisão de todos os países do mundo através da ONU. No nosso país, por decisão da CNBB, a Campanha da Fraternidade deste ano tem a Família como sua preocupação. E, também, o nosso Movimento, terá o 8Q Encontro Internacional em Fátima, cuja preocupação já avançada inclui uma preocupação de todos os equipistas para o seu sucesso, e para encontrarmos os desígnios de Deus para o nosso movimento no mundo atual. Deus onipotente derramou sua bondade criando esse mundo com suas maravilhas e riquezas, submetendo tudo ao homem para que ele aproveitasse com suas faculdades - inteligência, livre-arbítrio, consciência - as potencialidades da Criação. O homem recebeu a vocação de ser feliz no mundo sob os olhares de Deus. Mas este homem foi ingrato para com Deus. Em vez de seguir as

leis estabelecidas pelo Criador, quis ter sua lei e norma de vida, pecando contra o Criador. O pecado, que consiste na revolta contra a ordem divina, introduzido por um casal: Adão e Eva, entre assim na vida do homem. O homem por seu orgulho se coloca no lugar de Deus, por seu egoísmo passa a buscar em tudo os próprios interesses e vantagens, nem que seja com prejuízo do próximo, pelo pecado, Adão e Eva perderam o grande dom de Deus que lhes foi acrescentado acima de sua natureza humana: a vida sobrenatural da graça; Todos os descendentes dos primeiros pais nasceram já privados da herança perdida da vida divina. Deus porém não abandonou o homem pecador mas o socorreu em sua bondade para que, sentindo a própria miséria, voltasse a procurá-lo e encontrá-lo. A vocação de Abraão (Gn 12,1-3) é a história do homem que se entrega com toda confiança ao chamado de Deus: ele devia deixar sua casa, partir para uma terra desconhecida, confiando que de si surgiria um grande povo. Com a guia de Moisés, Deus conduziu esse seu povo no deserto, com as promessas de salvação feitas no Antigo Testamento. Quando nos planos de Deus chegou o tempo de realizar essa CM Maio/94 - 11


promessa, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo. Deus verdadeiro e homem verdadeiro, nascido da Virgem Maria por obra do Espírito Santo. Na encarnação, o filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, passa a se unir à natureza humana. O Deus da eternidade entra na história humana. O homem alcança uma altíssima dignidade. No mistério da Encarnação, o homem recebeu a prova mais contundente do amor divino: o amor gratuito de Deus para com sua criatura pecadora. Na Paixão de Jesus, cumpriu-se a profecia de Isaías a respeito do Servo de Javé sobre a salvação universal: "Ele mesmo tomou sobre si os pecados de muitos e intercedeu pelos pecadores" (ls 53,12). Assim Jesus veio "para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos" (Jo 11,52) pelo pecado. Aqueles que respondem ao chamamento de Jesus e se decidem a segui-lo na fé são congregados em comunidade de amor, a exemplo da comunhão da Santíssima Trindade. Assim é criada a Igreja para prolongar na terra a missão do próprio Cristo: ANUNCIANDO a verdade que é Cristo. Obedece ao mandato "ensinai todas as gentes" (Mt 28,19) "para que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2,4). A Igreja é mestra da verdade, ensinando a verdade do Evangelho; 12 - CM Abril/94

SANTIFICANDO os homens: "Esta a vontade de Deus, a vossa santificação" (1Ts 4,3); GUIANDO na unidade da fé e na união da caridade a humanidade reunida no rebanho de Cristo, conduz os homens até chegar à "Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para seu marido" (Ap 21,2), quando Cristo apresentará a seu Pai o Reino e "Deus será tudo em todos" (1 Cor 15,28, Cl;3,11). A palavra Igreja tem três sentidos complementares e sinérgicos: (1) o primeiro vem da própria etiologia da palavra Igreja, que vem do grego "ekklêsia" que significa "convocação"; (2) o segundo significado vem da própria linguagem cristã onde a palavra designa a assembléia litúrgica, em torno da Eucaristia; e (3) designa a própria comunidade local, ou toda a comunidade universal dos crentes. Na verdade, estes três significados são inseparáveis. Deus criou o mundo em vista da comunhão com sua vida divina, comunhão esta que se realiza pela "convocação" dos homens em Cristo, e esta "convocação" é a Igreja: é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembléia litúrgica, sobretudo eucarística, vive da Palavra e do Corpo de Cristo e ela mesma se torna assim Corpo de Cristo.


A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Ser o sacramento da união íntima dos homens com Deus é o primeiro objetivo da Igreja. A Igreja é também o sacramento da unidade do gênero humano. O Povo de Deus tem características que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história: - ele é o povo de Deus; -a pessoa torna-se MEMBRO deste povo não pelo nascimento físico, mas pela fé em Cristo e pelo Batismo. este povo tem por CHEFE (Ca-

beça) Jesus, o Cristo (Ungido, Messias): pelo fato de a mesma Unção, o Espírito Santo, derivar da Cabeça para o Corpo, ele é o povo Messiânico. - a CONDIÇÃO deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de DEUS; nos corações deles, como em um templo, reside o Espírito Santo. - sua LEI, é o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou. - sua MISSÃO é ser sal da terra e a luz do mundo. -sua META é o Reino de Deus. Por ser "convocação" de todos os homens para a salvação, a Igreja é pela sua própria natureza, M IS-

SIONÁRIA, enviada por Cristo a todas as nações para fazer deles discípulos. Por todo o seu ser e em todos os seus membros a Igreja é enviada a anunciar e dar testemunho, atualizar e difundir o mistério da comunhão da Santíssima Trindade. A Igreja é TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO. Assim o Espírito Santo é o "princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do Corpo". Ele atua de múltiplas maneiras, incluindo as múltiplas graças especiais (chamadas "carismas") através das quais torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja. Nesse sentido é que deve ser entendido o carisma próprio das ENS. O carisma das ENS está em descobrir a presença do Senhor no seio do casal unido pelo matrimônio, e a caridade fraterna com outros casais. As ENS são uma escola de formação para os casais. Não se trata tão somente de aprofundar o conhecimento da nossa fé, mas de praticar o discernimento humano e cristão, que move tanto a razão quanto o coração, na busca de uma mais estreita coerência entre a fé e a vida. Esta formação é uma busca pessoal, conjugal e comunitária vivenciada na frequência aos sacramentos e mais especialmente a Eucaristia, numa progressiva abertura à oração, na escuta da CM Maio/94- 13


palavra de Deus e na atenta leitura dos sinais dos tempos. Qualquer que seja o estágio da evolução espiritual do casal, cada um se esforça para aprender a viver em comunhão, nesta pequena comunidade de fé que é a Equipe. Não se trata portanto de fechar-se sobre si mesmo, nem de considerar a equipe como um fim em si, pois é inevitável que toda comunhão tenda a transforma-se em doação aos outros. As ENS são um movimento de espiritualidade, e uma verdadeira espiritualidade implica em partilhar o que gratuitamente se recebeu. Esse dom que o Movimento deve oferecer à Igreja e ao mundo consiste em participar da construção do Reino de Deus, baseando-se no seu objetivo específico próprio: ajudar os casais a viver plenamente o seu sacramento do matrimônio. Ao mesmo tempo, elas tem um objetivo missionário: anunciar ao mundo os valores do sacramento cristão pela palavra e pelo testemunho de vida. Embora se reconheça que cada casal deva descobrir o chamado ao qual o Senhor deseja que ele responda, o Movimento como tal tem um carisma que lhe é próprio, devendo estar atento às necessidades da Igreja, particularmente no campo da Pastoral Familiar.

É específico dos leigos procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-se segundo Deus. A iniciativa dos cristãos leigos é particularmente 14 - CM Abril/94

necessária quando se trata de descobrir, de inventar meios para impregnar as realidades sociais, políticas, econômicas, com as exigências da doutrina e da vida cristã. Os leigos que devem participar ativamente em toda a vida da Igreja, estão obrigados não somente a impregnar o mundo de espírito cristão, mas também são chamados a serem testemunhos de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. A partir da Parábola do Evangelho de Mateus, sobre os trabalhadores da vinha (Mt 20,1 00), o Papa João Paulo 11 faz um veemente apelo aos fiéis leigos para que escutem o chamado de Cnsto de trabalhar em Sua vinha, porque, nesta hora, ao mesmo tempo "magnífica e dramática da história, no limiar do terceiro milênio", todos, indistintamente, devem tomar parte "viva, consciente e responsável na missão da Igreja". (CL 3a) Ser Igreja é trabalhar na vinha do Senhor; é ser um membro vivo da videira que é Cristo; é ser um sujeito ativo na missão de salvação proposta por Cristo. O divórcio entre a fé professada e a vida quotidiana de muitos deve ser enumerado entre os erros mais graves do nosso tempo. Ao negligenciar os seus deveres temporais, o cristão negligencia os seus deveres para com o próximo e o próprio Deus e coloca em perigo a sua salvação eterna. Há 45 anos quando a Carta das


Equipes (Estatutos) foi elaborada, não se podia prever as situações novas que surgiram no movimento, na Igreja e no mundo. A história muda, mais o carisma do Espírito Santo atua continuamente para inspirar .os casais a servir ao amor, respeitando os sinais dos tempos. Como diz a CL, as fammas cristãs têm um papel insubstituível na evangelização da Igreja e do mundo. (CL. 35). Da parte dos fiéis leigos casados, a Igreja espera um tipo de atuação muito próprio: "A ação apostólica dos fiéis leigos consiste, antes de tudo, em tornar a família consciente da sua identidade de primeiro núcleo social de base e do seu papel original na sociedade, para que a própria família se tome cada vez mais protagonista ativa e responsável do seu crescimento e da sua participação na vida social. Dessa forma, a família poderá e deverá exigir de todos, a começar pelas autoridades públicas, o respeito por aqueles direitos que, salvando a família, salvam a mesma sociedade". Citamos alguns dos campos de ação da Pastoral Familiar onde a urgência é mais sentida: acompanhar as equipes jovens; preparar os noivos ao matrimônio cristão; caminhàr com recém-casados; ajudar casais com dificuldades e divorciados que se casaram novamente; preocupar-se com casais que coabitam. Esta lista poderá ser evidentemente expandida e detalhada (ver

Carta Mensal de Março de 1994, pg. 16 a 25). Esse objetivo poderia ser operacionalizado pelas equipes através de três ações sinérgicas: Fazer das reuniões de Equipe um momento de aprofundamento para entendermos o que é ser Igreja; Participar ativamente das comunidades eclesiais, colocando-se à serviço das pastorais que necessitam ser desenvolvidas e apoiadas; Procurar discernir, e colaborar nas definições das necessidades pastorais da Igreja hoje. Para alcançar esses objetivos o equipista conta com a própria pedagogia do Movimento através de uma preparação adequada propiciada pela Co-Participação e Partilha. A Co-Participação como preciso auxílio para a busca de uma maior coerência entre fé e vida, onde exercemos um verdadeiro conhecimento do próximo, levando a ajuda mútua e a correção fraterna, manifesta"1do assim o nosso amor dentro da vida da Igreja. A Partilha, exercício permanente do Equipista sobre os pontos concretos de esforço, onde a escuta da Palavra e a Meditação, Regra de Vida, com reuniões de Equipes bem preparadas, com Temas de Estudo, preparam e adestram o Equipista para ir ao encontro da realidade, e de uma ativa participação para atender a convocação de Cristo em sua Igreja. Assim se pode melhor usar das experiencias cómunitáCM Maio/94- 15


rias, em apoio às diferentes necessidades da Pastoral Familiar. Porém esse enorme potencial que é colocado a disposição pelo Movimento, passa obrigatoriamente pela decisão do casal equipista, que deverá saber de que forma o seu Amor em Cristo se manifestará. O autentico amor conjugal será tido em melhor estima e ganhará um sadio conceito na opinião pública se os cônjuges cristãos se distinguirem em dar testemunho de fidelidade e harmonia nesse amor e no cuidado pela educação dos filhos, e se participarem ativa-

mente na imprescindível renovação cultural, psicológica e social em favor do matrimônio e da família. Por isso todos aqueles que exercem influência nas comunidades e nos grupos sociais devem trabalhar eficazmente para a promoção do matrimônio e da família. Ser Igreja, pois, é ser como Maria: serva do Senhor, para que Ele possa realizar todo o seu plano de amor e salvação. Virgínia e Marcos Kisil EACRE, 199.4

*** *** *** ENCONTRO PARA NOIVOS NA PERSPECTIVA DA NOVA EVANGELIZAÇÃO Realizou-se em dezembro último 1° ENCONTRO DE NOIVOS, planejado e coordenado por casais das Equipes de Nossa Senhora, Setor "B", Porto Alegre/AS. No Plano Pastoral da Nova Evangelização, da Paróquia do Santuário de Santa Rita de Cássia, onde desenvolvemos nossos trabalhos pastorais, o Movimento das ENS, aqui representado pelo Setor "B", · apresentou um Projeto: Encontro de Noivos, dentro de uma nova visão, Evangelizadora. O Conselheiro Espiritual do Setor, Padre Tarcísio Scherer, pároco da Paróquia, foi nosso orientador e incentivador para que se concretizasse este projeto. 16 - CM AbriV94

Após várias reuniões, com nosso Conselheiro Espiritual e Casais Ligações, conseguiu-se montar o I Encontro de Noivos, cuja responsabilidade é das ENS de nosso Setor, onde o AMOR DE DEUS é o ápice. Nos propomos a mostrar aos jovens casais que Deus nos ama com um Amor Pessoal, (ls 43, 1-Sa) Eterno (Jer 31 ,3) e Incondicional (ls 54,1 0). As ENS e os equipistas são Igreja e estão inseridos na Igreja de Jesus Cristo. Pe. Tarcísio apresenta o Projeto na reunião de Area a outros sacerdotes~ ao Bispo. O Bispo entusiasmou-se e autorizou que fos~e feito a nível de área: ENCONTRO DE NOIVOS -ÁREA


SUL PRAIAS I, composta por 08 paróquias. O Encontro foi realizado em 2 fins de semana, sábados à tarde e domingos, todo o dia. O objetivo do Encontro é, em primeiro lugar, levar os casais a terem uma experiência de salvação, uma experiência de Deus, terem um encontro pessoal com Jesus Senhor e Salvador. Nada melhor que iniciarmos nosEncontro com o Kerigma (Primeiro Anúncio):

so

111 Ensino: AMOR DE DEUS Oração do Perdão Pregadores: Lourdes e Walter Eq. 05-B

211 Ensino: O PECADO E SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO Oração para aceitar Jesus Cristo como Salvador Pregadores: Liane e Ney - Eq. 50-B 311 Ensino: FÉ E CONVERSÃO Renúncia e Profissão de Fé Pregadores: Lucy e Manoel- Eq. 33-B 411 Ensino: SENHORIO DE JESUS Proclamação do Senhorio de Jesus Pregadores: Lena e Marco - Eq. 63-B 511 Ensino: A PROMESSA E EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO Pregador: Pe. Tarcísio SchererCE Setor "B" Nesta primeira parte chamou-nos a atenção o interesse e entusiasmo que todos demonstravam, prin-

cipalmente nos momentos de orações. A falta de conhecimento que Jesus tudo pode e a todos salva notou-se nos momentos em que era colocado. Na segunda parte do Encontro foram abordados temas específicos à preparação ao Sacramento do Matrimônio. - AMOR E CASAMENTO - A união de dois seres, a dinâmica do amor. Palestrantes: Suzete e Airton Eq. 52-B - ASPECTOS PSICOLÓGICOS E AFETIVOS - As diferenças psicológicas do casal e como podem influir positiva e negativamente no relacionamento. Palestrantes: Magali e Oscar Eq. 50-B - ADMINISTRAÇÃO DO LAR Economia e finanças Palestrantes: Zaira e Brino - Eq. 06-B -HARMONIA CONJUGAL- Diálogo Palestrantes: Sandra e Carlinhos - Eq. 38-B - REALIZAÇÃO PLENA DO AMOR E ASPECTOS DA SEXUALIDADE HUMANA Conhecer-se e conhecer o outro Palestrantes: Nery e João Carlos - Eq. 04-B -PATERNIDADE RESPONSÁVEL E FAMÍLIA CRISTÃ NO MUNDO DE HOJE A importância da vida cristã na vida do casal e familiar, sentido da oração na família. CM Maio/94 - H


Palestrantes: Graça e EduardoEq. 50-B - Casal Regional -ASPECTOS JURÍDICOS Palestrantes: Magali e Oscar Eq. 50-B -VIVÊNCIA CRISTÃ DO SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO- Apresentação e comprovação histórica de Jesus Cristo como Homem e Filho de Deus, a Igreja, o que são os sacramentos, o Sacramento do Matrimônio, Deus presente no amor do casal, unidade indissolubilidade. Pe. Tarcísio Scherer- CE Setor

"B"

ção na Construção do Reino. É missão de todos nós EVANGELIZAR. Nosso campo principal é a família e melhor ainda quando ela começa a se estruturar. Este grupo de casais jovens não ficarão abandonados, Já tivemos um encontro de confraternização em 16 de janeiro, onde alguns já estavam casados, e outro marcado para 1O de abril. Para este já estamos planejando um trabalho a ser iniciado com eles: Oração, Reflexão Bíblica, Tema. O 11 ENCONTRO DE NOIVOS já está marcado para abril/94.

- PERSEVERAR - Na oração, nos sacramentos, na comunidade. Palestrantes: Terezinha e Montenegro- Eq. 07-B

A Carta Mensal é um meio de divulgar e partilhar com outros equipistas novas experiências, por isso nos utilizamos dela.

Foi muito gratificante a todos casais equipistas que estavam envolvidos no Encontro, pois nós também crescemos no Amor de Deus e estamos dando nossa colabora-

"A QUEM MUITO SE DEU, MUlTO SERÁ PEDIDO" Lucy e Manoel CR. Setor Porto Alegre/RS

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*** *** *** A FÉ, O AMOR E A SALVAÇÃO Dentro do Evangelho, não há exigência mais clara e mais inevitável do que o perdão, do qual ninguém pode se subtrair. A menos que deixe de ser cristão ... Entretanto, existe outra exigência, igualmente cristalina, forte e inevitável: trata-se da JUSTIÇA. Justiça a se cumprir aqui e agora, nessa terra e neste tempo, urna vez que ela é o rosto visível do reino de DEUS.

18 - CM Abril/94

Mas, o que é Justiça? Justiça na concepção humana é a lei, a virtude moral que inspira o respeito dos direitos de outrem e que faz dar a cada um o que lhe pertence. Diz-se, assim, da determinação do espírito, fundada na razão e na consciência; da vi rtud e i nata, aperfeiçoada pelas convenções humanas, de reconhecer e respeitar o direito alheio. É a tentativa frágil do homem de estabelecer os


princípios de decência, ética e moral, para possibilitar a convivência pacífica de cada pessoa na sociedade.

to da injustiça? E obrigando o injusto egoísta a pagar o que deve, não estaríamos contrariando a lei do perdão?

Vivemos uma crise de decência. Já lhe ocorreu entrar numa casa e, mediante violência, se apossar dos bens das pessoas que ali residem como se fossem seus? Não, porque é errado! Seu coração lhe diz isto.

Acreditamos que não. Entre perdão e justiça não há contradição. Ao contrário, são duas facetas do mesmo amor e as duas características do reino de Deus. Características que precisam andar sempre de braços dados em nossa vida de cristãos para acabarmos de vez com todos os sofrimentos e desigualdades.

No entanto, o que poderia pensar quando um "governo" de um país decide invadir outra nação estranha, e cometer assassinatos... Milhões de homens com moral e ética realizando "tarefas", mesmo às custas de suas próprias vidas ... Por quê? Ensinaram-lhes a acreditar em alguma coisa. A sociedade não deseja que os homens atinjam sua próprias convicções. Estes, por sua vez, são uns cegos, que obedecem a preceitos que lhes fazem acreditar corretos, sem questionarem. As pessoas preferem que a sociedade pense por elas. É mais fácil. Não há mais necessidade de fazer escolhas morais. Não há mais nada, só a simples obrigação de obedecer... Imagine, se nesse mundo, não se pudesse confiar num país para justificar suas ações. Imagine, se cada homem tivesse que dar conta pessoalmente, de cada ato cometido.

Para isso, não é preciso odiar e por-se a lutar de forma armada, contra os patrões, os donos de indústrias, os chefes de governo. Devemos e necessitamos, todos, "lutar" contra as causas que geram tais sofrimentos e desigualdades, deforma pacífica, sem desencadear a luta de classes para a construção de um mundo novo, baseado na justiça e na paz.

É suficiente trabalharmos, unidos como irmãos, para implantar leis mais humanas e igualitárias. Contudo, nosso relacionamento humano não pode acontecer apenas no plano do dar, do receber e do fazer. Reconhecendo-nos filhos do mesmo Pai e irmãos do mesmo Cristo, é no território da justiça e do perdão que temos de nos encontrar. Pois é só assim, que conseguiremos preparar o caminho do amor.

Diante de tudo isso, como conciliar as exigências ev~ngélicas do perdão e da justiça? É aí que entramos em crise.

A esperança de salvação da humanidade não está nos governos, nem nas antenas de "TV' e outros muitos. Ela está no amor e no coração de cada um de nós.

"Obrigando" os fracos e pequeninos a perdoar os poderosos egoístas não estaríamos estimulando o crescimen-

Elaine e Carlos Alberto Equipe 09 Araraquara/SP

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A VIRGEM PRESA DE DEUS "Ah! se soubesse o dom de Deus" (Jo 4,1 O) - dizia Nosso Senhor à Samaritana. Mas, qual é esse dom de Deus, senão Ele mesmo? E o discípulo bem amado a nos dizer: "Ele veio à sua casa, e os seus não O receberam" (Jo 1, 11) ... Existe uma criatura que conheceu esse dom de Deus, uma criatura que dele não perdeu parcela alguma; ela foi tão pura, tão luminosa que parecia ser a própria luz: espelho de justiça! Uma criatura, cuja vida foi tão simples, tão absorvida em Deus, que dela não se pode dizer quase nada : é a VIRGEM FIEL, "aquele que guardava todas as coisas em seu coração". Ela se conservava tão pequenina, tão recolhida diante do rosto de Deus, no segredo do Templo, que atraiu as complacências da Santíssima Trindade. "Porque Ele olhou a pequenez de sua escrava, todas as gerações me chamarão bemaventurada!" .. .

O Pai, inclinando-se sobre a criança tão bela, e tão desconhecedora de sua beleza, quis fosse Ela no tempo, a Mãe d'Aquele, de quem Ele é Pai desde a eternidade. Então, o Espírito de Amor, que preside a todas as operações divinas sobreveio, e a Virgem proferiu o

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seu ''fiat"; "Eis a Escrava do Senhor, que me aconteça segundo a sua palavra" (Lc 1 ,38). Graças à descida a ela do Verbo de Deus, Maria foi sempre a presa de Deus. Parece-me que a atitude da Virgem, durante os meses que passaram entre a Anunciação e a Natividade do Senhor, é o modelo das almas interiores, daquelas pessoas que Deus escolheu para viverem, dentro de si mesmas, no fundo do abismo sem fundo. Com que paz e recolhimento, Maria se dedicava a fazer todas as coisas! Como as ações mais banais eram divinizadas por Ela, pois, em tudo a Virgem permanecia Adorante do dom de Deus. O que não a impedia de exercer a caridade fraterna com toda a dedicação. O Evangelho nos diz que Maria "percorreu diligentemente as montanhas da Judéia para ir à casa da prima Isabel" (Lc 1 ,39). Em momento algum a visão inefável que Ela contemplava diminuiu-lhe a caridade exterior, pois se a contemplação tende ao louvor e à eternidade de seu Senhor, possui no entanto a unidade e nunca vai perdê-la" Irmã Elisabete da Trindade, Carmefita morta em odor de santidade em 1906.


SER MÃE ... SER MARIA Ser mãe é ser escolhida para realização de um plano especial do amor fecundo de Deus. Quando somos mães é que podemos compreender em extensão e profundidade o sentido real do Amor. Porque mãe é aquela que se entrega, renuncia, perde sua identidade pessoal. Pertence à alguém. Não possui. Ela é companheira do marido e mãe dos filhos. Desde a hora em que dá a luz, até sua morte, toda sua vida transcorre num ato de profundo heroísmo, doação e simplicidade. Ela prefere ser candelabro para que os filhos possam ser a luz. Sofre calada, chora escondida. De noite vela e de dia trabalha, dando tudo de si. Ela é toda amor, imagem de um Deus que também é mãe no seu amor criador, porque também dá a vida. Aí está a raiz de sua grandeza e beleza! A diferença entre nós mães e Maria Santíssima é que ela é exemplo perfeito de mulher e mãe. Aliás, sua grande missão, além de corredentora. Ela é a mãe eterna, dádiva de Jesus para nós, que nunca morrerá. A figura de Maria resume e assume nela todos os sentimentos e todos os exemplos:

dor, alegria, combate, esperança, obediência, entrega, humildade, desapego, aceitação, fidelidade. Ela foi "a humilde serva do Senhor'' e por ser "serva" por amar ao Senhor acima de todas as coisas, tornou-se a mãe de seu Filho Unigênito, o cofre vivo que abrigou este tesouro infinito e como tal, Rainha do Céu e da Terra. Soube dizer Sim Senhor, sem perguntar porque. Apenas amou e confiou no seu Deus e Senhor. A seu exemplo, muitas mães, cheias e infinitas esperanças como Maria, perpetuaram e perpetuarão suas vidas aqui na terra e certamente gozam e gozarão das alegrias e plenitudes do Céu ao lado desta mãe maravilhosa, intercessora e medianeira - Maria Santíssima. Mães, vamos tentar ser Marias? Lutemos com Jesus por isso; quem sabe faremos deste mundo um lugar onde Deus possa se alegrar mais, através de nós. Mãe adorável - Rogai por nós. Amém.

Stella Leoni Ribeirão Preto/SP

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TODAS AS MÃES SÃO MARIA No domingo, quando se comemora o DIA DAS MÃES, vale citar 3 passagens muito significativas do evangelho: "E estando o anjo onde ela estava, disse-lhe: Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres." (Lc 1, 28) "E respondendo, o anjo, disselhe: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E por isso mesmo, o Santo que há de nascer, será chamado de Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice, e este é o sexto mês da que se diz estéril ; porque a Deus nada é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim, segundo a sua palavra. E o anjo afastou-se dela" (Lc 1 , 35-36). "A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador" (Magnificat, Lc 1, 46). Três passagens e que riqueza de ensinamentos: Maria Santíssima, concebeu por obra e graça do Espírito Santo, Aquele que foi chamado o Filho de Deus. Filho de Deus, como também, filho do homem, 211 pessoa da Santíssima Trindade, junto com o Pai, criador, como filho, o reden22 - CM Abril/94

tor e o Espírito Santo, o santificador. Como vemos no Evangelho, "as palavras que eu lhes digo, não as digo por mim, mas o Pai que permanece em mim é quem realiza as obras. Acreditem em mim, eu estou no Pai e o Pai está em mim." Mistério da Santíssima Trindade, Cristo verdadeiramente Homem. E Maria, concebida sem pecado original , como Mãe sacratíssima. E que exemplo de virtude, que modelo de Mãe, de mulher "Eis aqui a escrava do Senhor''. Virgem das virgens, mãe da Igreja, mãe da Santa Esperança, Serva fiel do Senhor, consoladora dos aflitos, Rainha da Paz. Todas as mães do mundo deveriam ser Marias. Abnegação, sacrifício, humildade, dedicação, desprendimento e sobretudo, amor. E quantas mães, realmente, seguem o seu exemplo. Foram 9 meses de espera, quando um pequenino embrião foi formado, um ser humano. Todos os movimentos, acompanhados ansiosamente. A hora do parto, um pedaço de si mesma. O desvelo, a preocupação, a criança crescendo. As febres, as doenças, as noites mal dormidas. O filho engatinhando - Que graça! Como ele é esperto! Os primeiros passos, as


reinações, os machucados, o choro! Meu Deus, o que aconteceu? A escola maternal, o jardim da infância. Será que ele vai se acostumar? As travessuras, as correrias dentro de casa, o barulho. Os pitas, as reprimendas, o sentimento de culpa, por tê-lo castigado. A vontade de abraçar e de beijar, quando irrompe o choro da criança. A primeira Eucaristia, "Domine non sum dignus ... " etc. A escola, o colégio, a préadolescencia. Os cravos e as espinhas na pele. As notas. As primeiras saídas de casa. A preocupação, e que preocupação! O mundo lá fora, com toda sua perversidade, os vícios, os maus costumes. Como preservá-lo do ambiente? A confirmação, a renovação das promessas do batismo. A vida espiritual, o cumprimento dos preceitos de Deus e da Igreja. Por que eles não estão indo mais às missas, aos sábados ou domingos? Por onde eles têm andado? Que veredas escol heram para caminhar? A escolha acertada docaminho, da profissão. E que caminho escolher? A herança religiosa, o exemplo dos pais. Qual é mesmo o caminho? "Tomé disse a Jesus: Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim."

A primeira namorada, o matrimônio, os netos - E que netos, como são vivos, espertos, inteligentes. Que corujismo! Coitada da minha filha, não pregou o olho nesta noite. Parte a avó para a casa dela para suprir as funções da filha acamada. Aproxima-se o ocaso. Os filhos partiram, o casal volta a estar só. Só? Não, domingos do almoço da famnia. Filhos, filhas, genros, netos, netas - A refeição - A oração em comum "Em volta desta mesa onde ... " etc.

É, mas agora todos os filhos e filhas, se concentram nos seus afazeres. Agora estamos mesmo sós. Quem parte primeiro? Os filhos ausentes, mas a Mãe, sempre presente. É Mãe do principio ao fim, do alfa ao ômega. Na sua mente, todos os dias, cada um dos seus filhos desfila. Permanecem sempre crianças, que precisam de apoio, de carinho, de amor. E que amor. O amor matemo, a exemplo de Maria. O amor materno, pelo amor de Deus. O amor incondicional, o amor que vence tormentas, tempestades, até maus tratos. O amor sempre esteve lá. Sempre está lá. MAMÃE! Homilia do Dia das Mães Paróquia Rainha da Paz/1993

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O QUE DIZER DA MÃE? Mãe é tudo: "é pedra e estrela, aurora e ocaso, sino e silêncio, combate e ternura. Mãe não tem identidade pessoal. É simples e essencialmente entrega. Não possui, é propriedade. Mãe sofre e cala. Chora escondido. De noite, vela. De dia, trabalha. Ela é candelabro, os filhos são a luz. Dá a vida como a terra: silenciosamente. Aí está a raiz de sua grandeza e beleza. Mãe é alento antes do combate, e é bálsamo quando fracassamos. A mãe é, em qua!quer momento, consolação e paz. Transforma a aspereza em doçura. Ela é benigna e suave. Sofre com os que sofrem, fica com os que ficam e parte com os que partem. Mãe é paciência e segurança. A mãe é nossa alegria e nossa quietude. A mãe é uma imensa doçura e uma fortaleza invencível".

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Por isso, mãe, você é a imagem terrena da nossa Mãe eterna. Jesus humano precisou também da mãe que acalenta, que ensina, que cuida, que ama. Por isso também amamos tanto a Maria: porque é nossa Mãe e por que ela lembra em tudo você, mãe da terra. Com todo seu carinho, toda sua ternura, toda sua suavidade. A ela recorremos quando estamos tristes e ela nos consola. Como você, mãe. A ela presenteamos com nossas orações e ela nos agradece. Como você, mãe. A ela às vezes ofendemos e ela nos perdoa. Como você mãe. Por isso, a ela agora fazemos nossas súplicas, por você, mãe. Darci (do Oca) Equipe 03 Catanduva/SP


TRABALHO HUMANO "É MEDIANTE O TRABALHO que o homem deve procurar o pão cotidiano e contribuir para o processo contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos. E com a palavra trabalho é indicada toda a atMdade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude de sua humanidade. Feito à imagem e semelhança do mesmo Deus no universo visível e nele estabelecido para que dominasse a terra, o homem, por isso mesmo, desde o princípio é chamado ao trabalho, O trabalho é uma das características que distinguem o homem do resto das criaturas, cuja atividade, relacionada com a manutenção da própria vida, não se pode chamar trabalho; somente o homem tem capacidade para o trabalho e somente o homem o realiza preenchendo ao mesmo tempo com ele a sua existência sobre a terra. Assim, o trabalho comporta em si uma marca particular do homem e

da humanidade, a marca de uma pessoa que opera numa comunidade de pessoas; e uma tal marca determinada a qualificação interior do mesmo trabalho e, em certo sentido, constitui a sua própria natureza". Meditando sobre as palavras introdutórias da encíclica sobre o TRABALHO HUMANO, do Papa João Paulo 11, é muito clara a percepção do quanto o trabalho é importante em nossa vida e é a partir dele que a nossa existência ganha dinamismo. É difícil falar de qualquer aspecto de nossa vida sem fazermos relação com o trabalho. Na nossa educação de fé, tendo como origem a Sagrada Escritura, encontramos logo no início deste livro sagrado que a primeira condição para a sobrevivência nasce da necessidade de se. trabalhar (Gn 3,19), e em outras passagens o livro sagrado nos afirma que o trabalho realizado com honestidade e com dignidade é abençoado por Deus. Ao contrário conforme a passagem do livro do Eclesiastes (4,5), é chamado de insensato aquele que não valoriza o trabalho e procura fazer o mínimo possível sem uma responsabilidade maior com o trabalho. Ainda em Eclesiastes (5,9-11), estão colocados alguns aspectos importantes sobre as relações de trabalho e a CM Maio/94- 25


economia, ou seja, é do nosso trabalho que devemos tirar o nosso sustento, porém a vaidade e o desperdício são contrários ao Plano de Deus. Afirma ainda que aquilo que acumulamos, somente por acumular, e que não colocamos a serviço dos outros, ou aquilo quedesperdiçamos trará para nós o sofrimento e a não realização. AQUILO QUE DESPERDIÇAMOS HOJE PODE SER O NOSSO SUSTENTO QUE FALTARÁ AMANHÁ. Desta maneira o fruto do nosso trabalho deve ser empregado para a nossa realização como pessoas humanas feitas à imagem e semelhança do nosso criador que nos criou com a vocação à felicidade e ao mesmo tempo deve ser partilhado com os nossos irmãos na perspectiva de termos uma sociedade justa, solidária e fraterna. O trabalho não deve jamais gerar em nós qualquer sofrimento, pelo contrário, ele deve sempre trazer para nós a realização. Assim sendo, é muito importante que tenhamos uma preocupação, com a ECONOMIA, que está por sua vez vinculada ao trabalho. É a partir do saber administrar bem aquilo que nos é dado gratuitamente por Deus, que também encontramos a nossa realização e a nossa felicidade: achamos aqui que cabe a reflexão sobre a parábola dos talentos (Mt 25,1430). Deus nos dotou com a capacidade de realizar e executar algo e é esta capacidade que nos dará condições de administrar aquilo que nos foi confiado, quer dizer, a administração do nossa lar, a educa26 - CM AbriV94

ção dos nossos filhos, a nossa capacidade profissional etc. Não importa se somos faxineiros, médicos, trabalhadores braçais, engenheiros, aquilo que somos chamados a realizar devemos fazê-lo da melhor maneira que podemos. Qualquer trabalho honesto é digno e tem a sua função social e individual. Temos que fazer produzir a nossa capacidade de executar aquilo que aceitamos fazer. É administrando, realizando bem os nossos trabalhos que conquistaremos a nossa felicidade. É fazendo nosso um talento ou os nossos cinco talentos produzir em aquilo que é possível e justo, que estaremos podendo dar contas ao "NOSSO SENHOR" e teremos as condições de nos apresentarmos diante dele com tranqüilidade e sem medo. Podemos assim afirmar que é muito importante que aprendamos a valorizar aquilo que somos e a buscar sempre o nosso aperfeiçoamento com toda a tranqüilidade, saber lutar por aquilo que queremos, vencer os nossos comodismos e, sobretudo, agradecer e preservar os dons que o Deus da Vida coloca à nossa disposição. Podemos relembrar aqui aquele ditado popular que diz: "o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é pouco". Aquilo que somos e que possuímos não é primeiramente por méritos próprios nossos, mas sim dom de Deus. Seria interessante aqui outra reflexão do Evangelho (LC 9,12-17), onde com a graça de Deus, testemunha-se de que do pouco que se tinha, (cinco


pães e dois peixes), se alimentou uma multidão de cinco mil pessoas e ainda sobrou (importante que a sobra não foi jogada fora e sim recolhida e encheu 12 cestos). Deve ser nesta perspectiva gue devemos realizar a nossa economia, quer dizer, saber no dia a dia realizar o milagre da multiplicação dos pães. Uma reflexão que nos ocorre é que quando não nos preocupamos em economizar com seriedade, desperdiçamos o que poderá nos fazer falta no Muro e que poderá estar fazendo falta agora para algum irmão nosso. Isto é tão importante porque é dai que nasce o espírito de comunhão e partilha. É preciso ter sempre presente de que não somos uma ilha, ou seja, as nossas atitudes tem influência na vida de toda a sociedade, todas as circunstâncias da nossa vida estão correlacionadas com a vida de muitos outros irmãos nossos. As desigualdades que se apresentam na sociedade hoje têm muito a ver com atitudes que temos ou que já tivemos. Isto significa que a nossa falta de seriedade, com o trabalho, a nossa ociosidade, o nosso comodismo, os nossos desper-

dícios podem estar influenciando na falta de comunhão que o mundo de hoje apresenta. Vale a pena meditarmos profundamente sobre o texto de Atos 2, 42-47, vejamos o exemplo das primeiras comunidades cristãs, "tudo era feito em comum, rezavam, trabalhavam, comiam juntos e por causa desta postura de responsabilidade e comunhão vinha a conseqüência "não havia necessitados entre eles". Além disso o texto afirma "e a cada dia aumentava o número dáqueles que aderiam a eles" ... quer dizer aceitavam o desafio de assumir esse tipo de vida. Para nós casais que nos propomos a ser pequenas comunidades isso é muito seria, pois será a partir da nossa capacidade de vivermos em comunidade dentro de casa, na ajuda mútua, na escuta mútua (marido, mulher e filhos), no respeito mútuo, no saber colocar tudo em comum com as nossas esposas, com os nossos maridos, com os nossos filhos, que teremos condições de, na Equipe, reproduzirmos as nossas experiências de comunhão e criarmos a comunidade de equipe; isso é bastante lógiCM Maio/94- 27


co, pois só podemos dar aquilo que somos e que temos, Se não somos bons maridos, boas esposas, se não somos bons homens e boas mulheres, o que poderemos dar como exemplos disso? Se não somos capazes de fazer comunhão com aqueles com quem convivemos diariamente não teremos nenhuma chance de comungar com aqueles com quem convivemos esporadicamente. Por isso é importante saber organizar as nossas vidas com aqueles com quem vivemos, - pensar juntos, ajudar-se mutuamente, trabalhar juntos, cada qual fazendo render os seus talentos. É a soma da capacidade e potencial de marido e mulher com os filhos que construirá a comunidade familiar. É a soma das comunidades familiares que constroe a comunidade de Equipes. Neste sentido o Movimento das EQUIPES DE NOSSA SENHORA tem contribuído muito na medida em que convoca os, que livremente aderem ao movimento, para que a partir da sua individualidade, construam a unidade familiar. O movimento coloca os instrumentos (PCE) para ajudar nessa caminhada de aperfeiçoamento e não para ser um peso. E não será um peso na medida em que não nos acomodamos e buscamos ser perseverantes nessa busca.

É preciso lutar pela nossa conversão diária a cada instante, "morrer ao homem velho e ressuscitar ao homem novo", e para isso contamos com o amor infinito e mise-

28 - CM Abril/94

ricordioso de Deus que nos acolhe a todo instante. O que nos falta muitas vezes é refletir e procurar compreender melhor os pequenos detalhes da nossa vida, os quais muitas vezes desprezamos; é na perspectiva do trabalho que vamos crescer e contribuir para o crescimento do mundo. O trabalho é tão importante que Deus nos criou vocacionados para ele fazendo com que a nossa realização se dê através do mesmo. Para ampliar a nossa comunhão vamos refletir sobre as questões, marido e mulher e quando possível com os filhos: 1). De que maneira, pessoalmente, você reconhece e utiliza os seus talentos? 2). Quais os critérios que vocês utilizam para estabelecer as prioridades do seu Lar? 3). Durante os anos de casados, muitos desafios são apresentados ao casal. Ocorreu algum fato concreto em sua vida que contribuiu para o crescimento de vocês depois de superado esse problema? 4). A partir de uma reflexão profunda sobre minha vida e sobre o que eu sou verdadeiramente, como indivíduo e como casal, o que tenho ou temos que mudar para sermos mais felizes? Angela e Antenor - Arlete e Amilton. Equipe 11 - N.S. de Guadalupe Mogí das Cruzes/SP


VAMOS A FÁTIMA Há seis anos, em Lourdes, foi a Segunda Inspiração que norteou os trabalhos, a prece e a esperança dos equipistas de Nossa Senhora reunidos no último Encontro Internacional. Aicléiadeurnamaioraberturadas ENS para o mundo não era tão nova assim dentro da Igreja. Também equipistas zelosos e atentos aos sinais dos tempos, há muito, devam mostras de que estava na hora de caminhar nessa direção -a mesma para a qual o Espírito de Deus aponta desde o Vaticano 11. Agora, em Fátima, essa idéia, já bastante incorporada, dá sinais de urna consciência bem aguda dos problemas sociais do nosso tempo e pega carona no bonde da ONU e da própria Igreja.

Só para recordar: a Assembléia das Nações Unidas propos que 1994 fosse o ANO DA FAMILIA- RECURSOS E RESPONSABILIDADES NUM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO. E a Igreja, consciente dessas transformações e sempre fiel à sua missão de anunciar o Evangelho a todas as nações, unidas e por unir, prontamente fez coro emprestando à iniciativa todo o seu prestígio e valor. Nesse coro entraram também os nossos bispos quando colocaram a Famnia no centro da Campanha da Fraternidade. E, afinadas como sempre devem estar, entraram ainda as ENS. Que bom, graças a Deus! Talvez nunca na História tenha havido sintonia mais espontânea

e perfeita entre os reis da Terra e os servos de Deus ao ensaiar as diversas partes de urna peça que tem por nome a A FAMÍLIA. Será um ensaio apenas, mas, se os maestros souberem assimilar bem o terna e manejar a batuta com arte, é de esperar que os músicos façam boa figura e proporcionem um bom concerto. Um concerto em que se faça ouvir a voz do AMOR, da FELICIDADE e da SANTIDADE (vede padre Bernardo Olivier, em Lourdes/88) -o tripé sobre o qual deve, deveria assentar toda a Famnia humana. Pela parte que toca a nós, equipistas do Brasil que acreditamos no movimento, é oporturo darmo-nos as mãos e caminhar juntos na direção de Fátima. Vamos a Fátima, em corpo e espírito, ao menos em espírito. Vamos também fazer coro com os companheiros de ideal e representantes de outras raças e culturas. Vamos aproveitar da experiência, do carinho e da sabedoria com que eles vão debruçar-se sobre o terna. A nossa famnia, as outras famnias, toda a famnia humana merecem bem o esforço desta caminhada, seja ela física ou espiritual. Na última vez que Nossa Senhora apareceu em Fátima (13/10/1917), o Céu se abriu, depois do Milagre do Sol, para mostrar, por um só momento, a Sagrada Famnia. São palavras da Lúcia, a vidente que

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ainda hoje é viva: "Vi a Senhora do Rosário, São José e o Menino Jesus". Não terá essa visão um significado claro para o nosso tempo? Um aceno para o remédio de que precisa a Famflia do século 20? Não cabe dúvida, a Famflia sempre viveu em crise, mas foi certamente a partir do advento da televisão e da atual maré alta de permissividade sexual que ela sofreu o maior embate de toda a História. Para se defender, que outra arma mais poderosa tem ela, agora, que o AMOR de que dá exemplo a Sagrada FamOia? Amor, só amor. Aqui, do meu canto, fico acompanhando tudo o que sai de simpósios, congressos e encontros mais fico também rezando e torcendo para que as comemorações, estudos e resoluções que têm a chancela das Nações Unidas, da Igreja e das próprias ENS não fiquem só no papel. Não ignoro o esforço, a lealdade, o desprendimento, a competência, toda a boa vontade dos "experts" e de todos os que dissertaram ou vão dissertar para diagnosticar os males de que enferma a Famflia e para indicar receitas para que ela resista, seja salva e saia mais fortalecida das lutas que trava em seu próprio corpo. Mas me pergunto se, no afã de dissecar o problema, muitos não acabarão esquecendo a essência da receita tão conhecida que nem aspirina- e sem a qual nenhum remédio terá efeito: o AMOR.

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Jovem ainda, ouvi, justo em Fátima, um padre que em Portugal conquistou, nos meados do século, a admiração de todo mundo, crente e não crente: o padre Américo, fundador da Obra da Rua, um sacerdote que, sem demérito para com nenhum outro apóstolo da caridade, merece ter o seu nome inscrito ao lado de um Francisco de Assis, um Vicente de Paulo, uma Teresa de Calcutá, uma irmã Dulce. Depois de comentar a parábola do Bom Samaritano (nunca meus ouvidos ouviram comentário mais lindo e convincente), padre Américo concluiu: "Mas vós me perguntareis: 'Como se ama?". Por um instante ele deixou a pergunta no ar para responder. "Amando". Só. AMOR não tem fórmula, não se explica, não se discute, não se irrpõe. Vive-se. Aprende-se a amar amando. Quando todos os membros de uma famOia entenderem isto, as conferências, os debates e todos os estudos em tomo da Famflia será apenas complementos, justos e necessários, mas apenas complementos. Cristo disse tudo quando ordenou: "Ama o teu próximo como a ti mesmo". E o rabi Hilel, que viveu um século antes de Cristo mas reconhecia o valor universal e absoluto do AMOR, se antecipou a todos os discursos e apartes quando acrescentou: "O resto são meros detalhes". Manuel, da Dulce Equipe 9-A Rio de Janeiro-RJ


A"fUJ.\!J DAD! A AIDS VISTA POR UM CATÓLICO A AIDS é definida como uma doença sexualmente transmissível. Portanto sua proliferação - embora outros grupos de risco tenham surgido - está ligada diretamente ao relacionamento sexual entre parceiros com comportamento sexual irregular ou desordenado. O uso da camisinha, que vem sendo divulgado pelas autoridades sanitárias, visa manter o controle da proliferação da doença, e, portanto olha exclusivamente para o aspecto que lhe diz respeito. Vamos dizer, correto, assim encarando, ainda que a tendência é aparecer de uma forma debochada por parte da mídia em geral. É uma conseqüência lastimável, que porém não invalida a boa intenção de nossas autoridades sanitárias. Até a~ora, olhamos o aspecto saúde. A Igreja porém cabe outro enfoque do terrível problema que a sociedade enfrenta: o aspecto moral, que lhe diz diretamente. Assim, vê-se a Igreja diante de algumas realidades, quais sejam: a procura desordenada do prazer sem

barreiras; a inobservância de leis divinas e até naturais; seu papel de indicar os caminhos do bem; e o tratamento cristão que merecem os que sofrem. Através dos séculos tem sido essa sua missão, e assim será. São portanto dois campos de atuação. Se por um lado a camisinha é um maneira profilática de controlar a doença (autoridade sanitária), há por outro lado a árdua tarefa de mostrar os caminhos da moral e dos costumes (autoridade espiritual) . Nessa análise pessoal que faço do problema, não vejo nenhuma incompatibilidade de procedimentos. As autoridades sanitárias limitam sua atuação ao campo da saúde, como é natural. A Igreja vai ao âmago da questão, a raiz do problema. Tarefa penosa sem dúvida, mas sua missão: propugnar por mudanças de comportamento. José Maria Duprat Equipe 01-A São Paulo/SP

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"Falando de Esplrltualldade Conjugal" - Maria Aparecida Noronha Fehr e lgar Fehr- Vozes 1993- (Coleção Nossa Família) 32. pgs. Profundos conhecedores do Movimento das ENS, Maria Aparecida e lgar Fehr explicam com toda clareza e objetividade o que é, realmente, a essência das ENS: ESPIRITUALIDADE CONJUGAL, conforme já vimos, bem enfatizada pelo Pe. Bernardo Olivier, na C.M. de março. O texto presta-se para reflexões e estudos, está muito bem inserido nos temas deste ano e nas metas da Pastoral Familiar e lê-lo atentamente será um estímulo àquele aperfeiçoamento de que todos os casais têm necessidade.

~COlEÇÃO NOSSA FAMÍliA 10

Carta as famílias ~

CARTA ÀS FAMÍLIAS· João Paulo 11, Ed. Loyola- S. Paulo, SP, 1994, 68 pgs. Trata-se de documento indispensável ao conhecimento dos casais católicos, em que temas tão vitais como a "civilização do amor"; o "caráter indissolúvel do matrimônio" - fundamento do bem comum da famflia; a comunhão em que "a maternidade implica necessariamente a paternidade" e vice-versa; o amor livre - criador de "órfãos de pais vivos" etc. são exaustivamente abordados.

É, pois, tão indispensável quão oportuno, à vista da avassaladora ofensiva que se apoderou dos meios de comunicação, multiplicando a defesa do divórcio, do aborto e de comportamentos sexuais estranhos à normalidade, sementes do destruir da famflia e de inevitável caos social.

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OBJETIVOS DO MOVIMENTO DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA

AG0/93 - AG0/94 OBJETIVO GERAL: Como Igreja, participar e comprometer-se com a Construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a Vontade de Deus, a Verdade, o Encontro e a Comunhão na Vida em Comunidade proposta pelo Movimento. .Objetivos Específicos 1- Participar da construção do Reino de Deus, buscando viver a coerência entre a fé e vida conjugal, familiar e social, baseando-se numa "nova imagem do casal"; 2- Comprometer-se com a construção do Reino de Deus assumindo a missão de profeta que anuncia a esperança no matrimônio e na família, denuncia as injustiças contra o matrimônio e a família, intervém de forma a transformar a cultura do matrimônio e da família; 3- Viver e propor o matrimônio como caminho para a realização humana no amor, para a felicidade e santidade; 4- Confrontar os acontecimentos da vida com o Evangelho, desenvolvendo nossa capacidade para viver a verdade conforme a vontade de Deus;

5- Realizar a comunidade vivendo o encontro e a comunhão na família, na Equipe, na Igreja e no Mundo. Objetivos Operacionais 1.1- Testemunhar no relacionamento familiar e social a justiça, a fraternidade e a paz . 1.2- Desenvolver a reflexão entre fé e vida, assumindo uma posição coerente entre falar e agir. 1.3- Aprimorar a vivência da "regra de vida". 2.1- Assumir a posição de estimuladores e animadores do Sacramento do Matrimônio. 2.2- Denunciar as injustiças que são cometidas contra a família e o matrimônio. 2.3- Aprofundar o "dever de sentar-se". 3.1- Viver o estado de vida matrimonial plenamente, realizandose enquanto homem e mulher; 3.2- Aprimorar a oração conjugal, tornando transparente a vida do casal. 4.1- Buscar a vontade de Deus, nos fatos que ocorrem na vida faCM Maio/94 - 33


miliar e social, através do estudo e aprofundamento da Palavra de Deus; 4.2- Desenvolver a capacidade de escuta e meditação da Palavra de Deus e Retiro. 5.1- Fazer das reuniões de Equi-

pe um momento de estudo, abastecimento, revisão e crescimento de ser Igreja; 5.2- Participar da comunidade Eclesial, colocando-se a serviço dos diversos grupos pastorais; 5.3- Abrir-se às necessidades pastorais da Igreja hoje.

*** *** *** A FESTA MARAVILHOSA DAS ENS "Chamando os servos, disse: fazei o que Ele vos disser''. Como todos sabem, a "Região São Paulo Sul 1" foi desmembrada em duas regiões: São Paulo Capital que abrange os setores "A", "8", "C" e "D" de São Paulo, e São Paulo Sul 1 que abrange os Setores de Santos, ABC e Mogi das Cruzes. A ECIR achou por bem assim proceder em razão do aumento do númerode Equipes nos vários Setores, uma vez que para este triênio uma das prioridades do nosso Setor, e pelo visto também de outros Setores, é a expansão, é o crescimento do Movimento, Expandir, nada mais é do que convidar outros casais para sentaremse à mesa oferecida por Maria, para fartarem-se do amor, da caridade, do serviço, do perdão, da fraternidade, das virtudes cristãs, do Corpo e do Sangue do seu Filho Amado, e sendo assim, preservarem os verdadeiros valores éticos e morais da Famflia Cristã, e quanto mais convidados, mais servos Maria necessita, para que todos participem em plenitude e em igualdade.

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Foi nessa condição de servos dessa festa maravilhosa que é o Movimento das ENS é que aceitamos assumir a Região São Paulo Sul I, e nessa cor.dição podemos oferecer os verdadeiros alimentos para servir aos nossos irmãos equipistas. Essa é a nossa missão. Fartar-se dos ensinamentos oferecidos pelo Movimento, para depois levantar-se da mesa e passar à servir os que nela vão sentando sedentos de vivenciarem esse aprendizado sacramental. Quando falamos em festa maravilhosa, é sem dúvida o momento em que nossa comunidade equipista se reúne na fé, na vivência e no amor para realizar um novo Pentecostes, onde o Espírito de Deus é derramado para ILUMINAR, CONDUZIR E EDIFICAR. Todos nós somos responsáveis em iluminar e florescer os carismas das E.N.S., o que está atado àcorresponsabilidade assumida pelos Quadros do Movimento. Todos temos obrigação de conduzir o Movimento, e da mesma forma de edificar o Movimento, de fazê-lo sempre crescer vertical e horizontalmente. Isto exige alguns requisitos:


- ESVAZIAR-SE; Sem despojamento interior não se vai muito longe. É preciso adquirir a capacidade de colocarmos nossos pontos de vista em absoluta igualdade com os outros. É necessário tugir de toda espécie de preconceitos, de idéias prontas e acabadas. É preciso criar o vazio fertilizante, abrindo espaços para a manifestação de Deus. - MARAVILHAR-SE COM O DOM DO OUTRO: Significa dar crédito à dignidade do irmão, considerar a sua illl>Ortância, acreditar que Deus se utiliza de todos corno seu instrumento, e que torna cada um indispensável no cumprimento de sua tarefa. que péssima mania é essa de nos determos, quase sempre nos defeitos. -EM COMUNHÃO E NA UNIDADE:

É no calor dessas atitudes, que desabrocham os dons do Espírito, corno se acontecessem novos Pentecostes. A comunhão implica em atitude de ACOLHI DA e ABERTURA. A unidade compromete com a verdade e não permite o desvio ou a dispersão, pois se vincula com a Fonte. É preciso querer sentir-se irmão, querer sentir-se responsável, querer sentir-se participante, querer sentir-se criador. -ASSUMIR O RISCO DE BUSCAR O REINO: O caminho preparado por Deus gera insegurança e temeres. Desafia a organização, os métodos, a abertura. É preciso gastar muito esforço para encontrar o aspecto positivo de cada proposta, de cada ponto de vista, de cada fracasso. Aceitar o desafio de ser diferente, o risco daquilo que é novo. Dispor-se a se colccar em caminho, mesmo que seja necessário começar tudo de novo.

-POR DEUS, E NA PERSPECTIVA DO BEM DO OUTRO: O que se deve buscar acima de tudo é amar a Deus, e desejar ardentemente o bem das almas. É realizar o Reino de Deus, a partir de agora e, lutando contra toda desesperança, colocar-se sempre a serviço. Sem essas atitudes interiores, indispensáveis e autênticas, continuaremos áridos corno as areias do deserto e o nosso Movimento que indiscutivelmente é um dos Planos de Maria, tenderá a tornar-se um agrupamento humano para se deteriorar. Meus irmãos equipistas, não permitamos que Maria continue sofrendo as dores pelos pecados que levaram seu Filho amado à crucifixão. Nós ternos uma missão enquanto Equipistas. Vamos retribuir todos os benefK:ios que tivemos com o chamamento de Maria para sermos "seus filhos", convidando outros casais para participarem dessa festa maravilhosa, oferecendo o nosso lugar à mesa e colocando-nos na condição de servos corno animadores de caminhada, pilotos, casal ligação, etc. Resta-nos rogar a Cristo, por intercessão de Maria Santíssima que todos entendam o esforço da Equipe do Setor, e coloquem-se a serviço do Movimento que tanto precisa de vocês. Pedimos vossas orações para que possamos corresponder plenamente às expectativas dessa nossa nova missão. Com um fraternal e carinhoso abraço,

Maria Helena e Orlando CRR - São Paulo Sul/

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Às equipes têm caras diferentes. Os casais têm caras diferentes! Estar sintonizado com os casais de nossa equipe, durante todo o mês, representa uma real comunhão com esta nossa comunidade. É um primeiro passo e um primeiro objetivo das ENS: sair do mundo do casal e se abrir para o mundo. A vivência de orações e estudos dos textos, a presença doCE, nos aproximam mais de nosso Deus, permitindo o desenvolvimento da espiritualidade do casal e dos cônjuges. O segundo objetivo das ENS, portanto, perseguir a espiritual idade do casal, isto é, não a espiritualidade do esposo mais a espiritualidade da esposa, é, sim, uma nova, moldada na crença da presença de um mesmo Deus e de mesmos

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valores; desprendimento, sinceridade, abertura, disposição ao diálogo, inquietação e desejos permanentes de justiça, renovação e mudanças. Com esta disposição chegamos ao terceiro objetivo, que se confunde com a missão de Jesus Cristo: transformar a sociedade em que vivemos - nossa família, nossos amigos, nossa equipe, nosso Movimento, nossa paróquia. As equipes têm caras diferentes! Está na hora de pintar as caras de nossas equipes. Como fizeram os jovens na mobilização pelo "lmpeachment". Mobilizar, sair de casa, lutar por mudanças! Eliana e Artur São Paulo/SP


EXPANSÃO • Com a inspiração do Divino Espírito Santo e pelo esforço do Pe. Waltewan o Movimento se consolida em ltabaina/SE. Pilotadas pelos casais de Recife, Zélia e Justino, Mercês e Ismael, Socorro e Almeida, as três equipes daquela cidade esperam que "Maria seja a medianeira em seus trabalhos, fortalecendo sua fé no amor de Deus para levarem adiante esta alegre caminhada".

VOLTA AO PAI • Cristina Cardellini, Eq, 03, N.S. da Rosa Mística, Laranjal Paulista/SP em 12.01.94. • Noelly Pacheco Rodrigues (do Miguel), Eq. 10, N.S. de Lourdes Setor Porto Alegre/C, em 30.01 .94.

NOVAS EQUIPES • Manaus/AM • Eq. 22/A- N.S. da Vitória • C.E. Pe. Flavio Giovenale • CP. Terezinha e Abel (Eq. 02)

EVENTOS • VI ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL FAMILIAR: Nos dias 11 a 13 de março próximo passado, reuniram-se em Bras ma 9 bispos, 32 sacerdotes, 5 religiosas e 365 leigos, na sua maioria casais coordenadores de Pastoral Familiar nos regionais da CNBB, nas dioceses e nas paróquias. Esta iniciativa inseriu-se no conjunto de ações e eventos promovidos para o Ano Intemacional da Família e tomou-se acontecimento singular no contexto da Campanha da Fraternidade de 1994. Durante o VI Encontro Nacional foi redigida e aprovada a Carta de Bras ma, que estabelece orientações a serem seguidas por todos os que trabalham na Pastoral Familiar. As palestras e demais trabalhos tiveram como objetivo refletir sobre a situação do casamento e da famnia nos dias de hoje, e a procura de estratégias para que as famnias vivam os valores humanos e cristãos, segundo o Plano de Deus. Foram proferidas as seguintes palestras: Que famnia para nossos tempos? por Frei Almir R. Guimarães; Família, espaço acolhida e promoção humana, por O. Luciano Mendes de Almeida; Famma, célula da Igreja, por Adelaide e Domingos (das ENS de Brasnia); e, Famma, escola de humanidade, por Cidinha e lgar.

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EACRES/94 (*) Realizados em fevereiro e março passado nas diversas reg_iões das ENS no Brasil e centrados na metodologia do "VER, JULGAR E AGIR": • REGIÃO NORTE: Cidade em que foi realizado: Belém/PA Cidades de origem dos participantes: Belém, Castanha! e São Miguel. Presença também dos CL, CP, CRS, CRR E 09 CE's • REGIÃO SÃO PAULO- LESTE: Cidade em que foi realizado: Aparecida/SP Cidades de origem dos participantes: Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba, aparecida, Guaratinguetá.

Cidades de origem dos participantes: Petrópolis, Teresópolis, Valença e Magé (Piabetá) Número de CRE participantes: 47 Presença também de 6 CL (um de cada setor) e 04 CE • REGIÃO SÃO PAULOCAPITAL: Cidade em que foi realizado: São Paulo/SP Cidades de origem dos participantes: São Paulo e Alfavile Número de CRE participantes: 60 • REGIÃO SÃO PAULO CENTRO 11 : Cidade em que foi realizado: Jaú/SP Cidades de origem dos participantes: Jaú, Araraquara, Brotas, Dois Córregos, Torrinha, Rio Claro, Piracicaba, São Carlos.

Número de CRE participantes: 62 Número ·ae CRE participantes: Presença também de 05 CRS, 02 CR Coord., 22 CL, CRR e 16 CE's

105 • REGIÃO NORDESTE:

• REGIÃO MINAS GERAIS: Cidade em que foi realizado: Juiz de Fora/MG Presença total de 116 casais e 11 sacerdotes • REGIÃO RIO DE JANEIRO 11: Cidade em que foi realizado: Petrópolis/RJ

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Cidade em que foi realizado: Fortaleza/CE Presença de todos os C RE' s e 09 CE's • REGIÃO SÃO NORDESTE

PAULO-

Cidade em que foi realizado: Santa Rosa de Viterbo/SP


Cidades de origem dos participantes: Santa Rosa de Viterbo, Ribeirão Preto, Casa Branca, Batatais, Brodosqui. Número de CRE participantes: 36 • REGIÃO NORTE: Cidade em que foi realizado: Manaus/AM Presença de todos C RE' s dos Setores A e 8 de Manaus, dos CRE's

de Santarém/PA, além dos CL, CPedoCRR. • REGIÃO SANTA CATARINA: Cidade em que foi realizado: Brusque/SC Cidades de origem dos participantes: Florianópolis, São José, Criciúma, Lages, Curitibanos, Blumenau, Gaspar, Guabiruba, ltajaí e Brusque. Número de C RE' s participantes: 66.

(*) Após o fechamento desta edição recebemos notícias de outros EACRES que publicaremos futuramente.

Para cada um, um pai e uma,.mãe. Um par. Dois que se unem para gerar um. Três que, juntos, batem um só coração. Às vezes, dois corações batem juntos para alegrar um terceiro. Não podemos escolher, lá de cima, quem serão os dois seres responsáveis pelo nosso aparecimento, embora alguns acreditem que sim. Se existe outra vida antes dessa que estamos vivendo, como acredito que exista outra por vir, deveria eu ter sido merecedora de prêmio, que ora recebo das mãos de vocês. Não poderia desejar nada além desse casal que me trouxe à luz e me deu o sopro da vida. Não poderia imaginar nada melhor do que ser alimentada de tanto amor e atenção. Alguns reclamam da vida, não olham para dentro, se esquecem de seu maior tesouro. Eu, guardo o meu bem guardado, num cantinho gostoso de um paraíso. Vocês são a coisa mais preciosa que existe. Certamente o arco-irís termina aí!!! Beijos da filha Patrícia (Riha de equipistas) 1991 Teresópolis/RJ

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AINDA HÁ TEMPO PARA AMAR A vida do dia a dia, enquanto nos traz surpresas, também nos acomoda a certos comportamentos, atrofiando a percepção, os sentimentos e até mesmo a razão. Explica-se: de tanto ocorrerem fatos ou procedimentos reprováveis, e de se repetirem situações fora das normas, acabamos desistindo de nos opor, e passamos a assimilar tais realidades como normais e certas. O que poderia ser exceção, se torna regra. Referimo-nos, aqui, aos comportamentos morais em nossa convivência humana. Situemo-nos na família. O que uma famflia normal deve buscar hoje para ser feliz, realizar-se, crescer? Que valores são defendidos na famflia? Claro, o discurso que a sociedade traz nos livros é um, mas a vivência que se observa, muitas vezes é outra. Quando se coloca a famflia como célula da sociedade, de que famflia se está falando? Daquele núcleo onde se cultiva o amor conjugal, a fidelidade, o amor filial, o amor fraterno, enfim, o amor cristão que experimenta necessariamente o sacrifício até da própria vida? Seriam estes os valores que respiramos por aí, descritos, mostrados e partilhados por todos os meios? Qual o lugar dos mais velhos? E a fidelidade conjugal não está reduzida à aparência que satisfaz? Até a duração das uniões tem condicionantes definidos exclusivamente pelos dois ou por um deles. É assim mesmo, o casamento está se reduzindo a um contrato de risco. As uniões conjugais estão se realizando num clima arriscado, onde os dois não se conhecem mas apostam temporariamente se uni r para

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um compro- misso que só pode vigorar se houver confiança, doação total e exclusiva. Então perguntamos: Onde o espírito de sacrifício? A partilha de responsabilidades? A solidariedade entre os membros? O amor doação? Hoje, tudo passa por mudanças que nos surpreendem, pois, a transformação vertiginosa chega a desestabilizar os fundamentos do amor. E a característica do presente é o ser transitório, o passageiro, a transformação, o abandono de modelos, a dinâmica do provisório. Eis o drama - estamos querendo nos fixar, mas o modelo é provisório. Que atitude tomar? Ficar com o passado? Condenar o presente? Entregar os pontos? - Cremos que a posição atual deverá ser uma posição dinâmica, para acompanhar as transformações; equilibrada, com o apoio dos valores que não passam; aberta, desde que seja uma busca contínua e ofereça espaço para acolher o momento, que não é definitivo, mas precisa ser analisado, discutido. Não compete aos homens mudar valores que garantem a essência da vida feliz. Tudo depende de onde partimos. Há uma saída desde que o conceito de amor ultrapasse a paixão e o egoísmo e concretize a máxima que o próprio Deus encarnou. Por isso, também hoje, para se constituir uma famflia é preciso "estar pronto a dar a própria vida por aqueles que se ama".

Jô eConrado Equipe 1 Bragança Paulista/SP


MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITACÃO: Atos dos Apóstolos, cap. 2, vers. 1-11 . "O relato é simbólico. De fato, quando o autor escreveu, as comunidades cristãs já se haviam espalhado por todas as regiões aqui mencionadas. Lucas quer mostrar o que está na base de qualquer comunidade cristã: O Espírito Santo faz lembrar compreender e continuar o testemunho de Jesus. (... ) No novo Pentecostes, Deus entrega o seu Espírito, realizando a Nova Aliança, dessa vez com toda a humanidade (doze nações) Essa Nova Aliança é o amor de Deus que quer reunir todos os homens em relações de amizade. (Comentário da Bíblia, edição pastoral, ed. Paulinas)

Para refletir:

Qual é o lugar do Espírito Santo na minha vida quotidiana? Tenho costume de invoca-lo, por exemplo quando tenho urna decisão difícil a tornar?

ORAÇÃO LITÚRGICA MULHERES: Nós vos louvamos, Senhor nosso Deus, porque sois a fonte da vida e nos criastes para viver em comunhão na famOia, na comunidade e na sociedade. TODOS:

Abençoai as farnJ11as, Senhor!

HOMENS:

Fizestes o mundo para ser a casa de todos. Ajudai-nos a transformá-la para que realizemos

Vosso projeto de vida familiar e convivência fraterna. TODOS:

Abençoai as farnJ11as, Senhor!

MULHERES: Fazei que, a exemplo da FAMÍLIA DE NAZARÉ, nossas famílias vivam o AMOR, cresçam na FÉ, no PERDÃO e na ORAÇÃO. TODOS:

Abençoai as farnJ11as, Senhor!

HOMENS:

Ajudai-nos a lutar juntos para que todas as famnias tenham casa, comida, trabalho, saúde e previdência social.

TODOS:

Abençoai as farnJ11as, Senhor!

MULHERES: Convertei-nos, neste tempo especial de Graça e Reconciliação para a FRATERNIDADE e para o cuidado com a vida. TODOS:

Abençoai as farnJ11as, Senhor!

TODOS:

NÓS VOS BENDIZEMOS PELA MISSÃO DA FAMÍLIA, DE SER A CASA DO AMOR E DA TERNURA, DO DIÁLOGO E DA FRATERNIDADE, DA ACOLHIDA E DA JUSTIÇA, DA PARTILHA DO PÃO PARA TODOS. AMÉM (Da Campanha da Fraternidade 1994)



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