ENS - Carta Mensal 284 - Agosto 1992

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RESUMO Na terceira parte do 'dever de sentar-se' coletivo iniciado em março, a ECIR propõe uma questão . . . . 2 Aproxima-se a IV Conferência da CELAM. Quem vive em Igreja não pode ficar alheio ao que será discutido em Santo Domingo . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Oitava e última parte da reflexão sobre o casal cristão: somos chamados à santidade! . . . . 9 Como, hoje, carregamos a nossa cruz? . . . . 15 ~ela Res~urreição , a certeza da morte dá sentido 17 a nossa v1da . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que procurar para sair da incerteza: videntes, futurólogos , mágicos .. . ou a Palavra de Deus? . 18 Pela Assunção, a Virgem retoma à sua fonte . . 19 Um mês dedicado às vocações: Vem e segue-me! 22 Cônjuges e pais : o que é conversão para nós? . . 23 Revelar aos jovens o olhar e o amor de Cristo . . 25 Três testemunhos de nossos Conselheiros Espirituais 27 Convivência em equipe: aprendizado para a convivência 31 na grande comunidade do mundo . . . . . . . . . . Ao encontro da realidade: gravidez em adolescentes 32 O CNL se pronuncia em defesa da escola pública 35 Onde está a solução para a crise que viv'3mos? 36 38 A sorte grande: enxergar com o coração! Nosso Correio: o método Billings 39 41 Intercâmbio . . . . . . . . . . . . . . . Notícias e Informações . . . . . . . . . 44 Oração para 15 de agosto: Senhora da Assunção 48 Sugestões para meditar e orar na reunião 49

Carta Mensal é lliha public~ção ihensaldo M~Çi111entÓ d~s ·E~pipes ele Nossa S~nhora. Jcnnalista ResponSáye!· cátherine Elisabeth Nadas (MTI:) l9835).

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Edjcão· Equipe de Casais (fá Carta Mesa!. . ·········••••··· > ••.• · · CompoSição/ D!agramaçaôr FotOlito$· CEN~ Composição Eletrôn ica Newswork. Av; Paulista, 688 · 11V andar· Sala 115. Fone: (011) 287.9486; ••••· ....• l"!pres5ão e Acabamento: Edições Loyo!a, R.1822, 347. Fone: (o1U 914.1922, . tiragem desta edição: 7.500 exemplares.


ACOLHIDA

Voltamos das férias de julho com saudades de vocês! Esperamos que vocês tenham aproveitado, não só para descansar - se é que vocês descansaram- mas também para pôr em dia a vida espiritual, o dever de sentar-se, a regra de vida, etc. Uma coisa é certa: muitos aproveitaram para nos escrever, para mandar artigos, notícias, informações. O que é muito bom! Obrigado a todos. Por falar em dever de sentar-se, logo ao virar esta página vocês vão encontrar um grande ponto de interrogação. A resposta ao questionamento que o Movimento nos coloca só pode ser dada por cada um de nós, cada uma de nossas equipes. Aguardamos a~ resposta.

*** No mês das vocações, a Carta Mensal dá a palavra aos nossos Conselheiros Espirituais. Vários testemunhos poderão ser encontrados neste número, particularmente sobre a interação entre vida sacerdotal e vida do Movimento. Com a nossa homenagem e gratidão pela intensa participação de nossos queridos padres: hoje, um em cada vinte sacerdotes no Brasil é Conselheiro de equipe!

*** Um pequeno alerta: no começo do ano, por ocasião dos EACREs, foi divulgado o livrinho Documentos Básicos, que contém os nossos Estatutos (Carta das Equipes de Nossa Senhora) e os documentos "O que é uma Equipe de Nossa Senhora" (1976) e "Segunda Inspiração" (1988). Por um lamentável equívoco, na contracapa do livrinho constou a versão antiga do Magnificat, que não é mais a que vigora na Brasil. Como se trata da oração que cada um de nós, equipistas, reza diariamente por todos os demais membros do Movimento, achamos interessante republicá-la, na versão da CNBB, na contracapa desta Carta Mensal. Com nosso carinhoso abraço A equipe da Carta Mensal

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A EC/R CONVERSA COM VOCÊS

TEREMOS SIDO REUNIDOS POR ACASO? Você e sua equipe já encontraram a resposta a esta pergunta que vimos perseguindo desde março? Volte lá. Releia as palavras do Papa João Paulo 11 sobre a Família e, na carta de abril, sobre o Trabalho. Estaremos conseguindo ser o sal que preserva da corrupção ou de alguma forma estamos compactuando? Cabe ao povo de Deus construir uma história tão diferente das demais histórias que fique evidente que por trás dele esconde-se um Deus diferente. (Frei Moser) O que é necessário que as Equipes de Nossa Senhora façam , enquanto força, enquanto Movimento, enquanto Povo para que fique evidente a presença desse Deus diferente entre nós? Hoje colocamos para a reflexão de vocês o 3Q ponto que o Papa destacou após nos convocar para sermos sujeitos da transformação da família e do trabalho. Ele nos fala da ação sócio-política: 2 - CM Agosto/92


Esta última consideração nos conduz ao terceiro ponto que hoje queria comentar convosco. Lembrava antes que faz parte da missão dos leigos a ação sóci~ política Recordo-vos agora que" para ordenar cristãmente a orde temporal, no sentido de servir à pessoa e à sociedade, os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política>>, ou seja, na múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum" (Christifideles laici, n12 42). Esta responsabilidade, permiti-me sublinhá-lo, essa ação no campo político, econômico e social, à procura do bem comum, é funcão própria específica e característica dos fiéis leigos. Faz parte de nossa missão, e deve ser exercida com a plena autonomia pessoal de que gozais, como cidadãos da cidade terrena e como filhos de Deus, livres responsáveis. É fato evidente que uma interferência direta de eclesiásticos ou religiosos na praxis política, ou a eventual pretensão de impor, em nome da Igreja, uma linha única nas questões que Deus deixou à livre discussão dos homens, constituiria um inaceitável clericalismo. Mas é claro também que incorreriam em outra forma não menos prejudicial de clericalismo, os fiéis leigos que, nas questões temporais, pretendessem atuar, sem que haja razão ou título para tanto, em nome da Igreja, como seus porta vozes, ou ao abrigo da hierarquia eclesiástica. Tende a coragem de assumiryossa liberdade pessoal responsável, e de intervir ativamente na vida política, econômica e social, animados pelo espírito de Cristo, seguindo aquele critério moral que já indicava a Constituição Gaudjum et Spes: "como cidadãos guiados pela sua consciência de cristãos" (n12 76). É certamente dever e função dos Pastores da Igreja ajudar a formar essa consciência com os princípios do Evangelho e a doutrina do Magistério. Mas, dentro da imensa variedade de opções que se oferecem à consciência cristã bem formada, sois vós os que deveis definir as vossas posições, fazer as vossas escolhas (que ninguém tem o direito de limitar) e comprometer-vos, individualmente ou unidos a outros cidadãos que participem de vossos mesmos ideais, a desenvolver uma ação ampla e profunda visando a correta ordenação das realidades temporais. Que mais vos direi, filhos queridíssimos? Para que este esplêndido panorama da vocação e da missão dos leigos seja uma realidade, é preciso uma preocupação prévia, uma condição prioritária: vossa

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santidade pessoal. Este é o pedido que também dirijo a Deus ao terminar nosso encontro: QUe a Terra de Santa Cruz seja uma terra de santos! Que ela venha a ser um solo fértil em que a santidade cristã floresça e frutifique na vida de muitos fiéis leigos. Deste modo, se estenderá o Reino de Cristo na própria entranha da sociedade brasileira. Ao término desse longo Dever-de-Sentar-se esperamos que as equipes manifestem-se claramente, por intermédio dos Setores e das Regiões, ou diretamente à Carta Mensal, respondendo à pergunta inicial. Teremos sido reunidos por acaso? Haverá algo a fazer que compete a nós enquanto comunidade (Movimento)? Beth e Romolo pelaECIR

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CAMINHANDO COM A IGREJA SOBRE A NOVA EVANGELIZAÇÃO O Documento de Consulta*, elaborado pelo CELAM - Conselho Episcopal Latino-Americano, em preparação à IV Conferência Geral do Episcopaldo Latino-Americano, que se realizará neste ano em Santo Domingo (República Dominicana), atende ao tema estabelecido pelo Papa João Paulo 11: "Nova Evangelização- Promoção Humana- Cultura Cristã". O fio condutor do Documento é a Evangelização da Cultura e, mais amplamente, a inculturação do Evangelho. Como não poderia deixar de ser, essa nova evangelização, na proposta do Papa, somente acontecerá se for nova em seu ardor, em seus métodos e em sua expressão. O que isso quer significar? Antes de mais nada, que a celebração do 5° Centenário da chegada dos primeiros evangelizadores à América Latina precisa ser feita à luz da realidade histórica (social, econômica, política, cultural, religiosa) dos seus povos e da responsabilidade da Igreja neste mesmo contexto. O Documento de Consulta é dividido em cinco partes. A primeira, analisa historicamente estes 500 anos de evangelização, tendo o anúncio de Jesus Cristo no centro da evolução dos povos. No universo da análise histórica, apresenta-se uma realidade latino-americana que, desde o seu descobrimento, é profundamente marcada por situações de conquistas e dominações, de encontros e choques, de influências recíprocas, de conversões significativas, de aceitação e repúdio à cultura do mundo moderno que estava alcançando toda a "Ecumene mundial", enfim, situações de luzes, sombras, de salvação e pecado. Nessa parte histórica, reconhece-se a multiplicidade de etnias, línguas e religiões. Como responder, em termos missionários, a esse conjunto de desafios? Como inculturar o Evangelho num contexto histórico tão diferenciado?

*GELAM. Documento de Consulta; Nova Evangelização, Promoção Humana e Cultura Cristã. São Paulo, Edições Paulinas, 1991 (Documento em preparação à IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, Santo Domingo) .

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Em função dos conquistadores e missionários, muitas situações indesejáveis aconteceram, como reconhece o próprio Documento: colapso demográfico dos índios; exploração dos índios; ocupação de domínios territoriais; desintegração de organizações sócio-políticas e culturais; sujeição ideológica e religiosa; escravatura e tráfico de negros; etc. O Documento ainda analisa outras influências da modernidade sobre a Igreja e sobre os diversos povos, destacando o iluminismo, que levou a um século e meio de guerras de religião e à separação Igreja-Estado. O Concílio Vaticano 11 vem significar uma nova dinâmica na Igreja, a base da nova evangelização. Pela primeira vez. "a Igreja assume desde as raízes (... )todo o conjunto de sua história latino-americana", significando com isso que a história serve para fazer grandes discernimentos, capazes de crescer em maturidade cristã e ser cada vez mais fiéis à verdade de Jesus Cristo. (Documento de Consulta, 47 a 49) A segunda parte, que é uma grande novidade do Documento (em relação às versões anteriores), apresenta os pressupostos sobre Evangelho e Cultura. Desde Gaudium et Spes, especialmente em sua reflexão pastoral, reconhece-se a cultura como o processo de realização da pessoa e se estabelecem múltiplas conexões entre ela e a boa nova de Cristo. Mas é na Evangelii Nuntiandi que aparece pela primeira vez a expressão evangelização da cultura, onde Paulo VI afirma que evangelizar é evangelizar a cultura e as culturas. Puebla assume esta reflexão e transforma a Evangelização da Cultura como opção pastoral da Igreja latino-americana. (Puebla, 395) O Papa João Paulo 11, por diversas e insistentes vezes, fala do processo de inculturação do Evangelho, como forma de abrir caminho para o encontro do cristianismo com as diversas culturas. Esta segunda parte é ainda importante porque explícita a terminologia empregada no Documento, como: cultura e culturas; evangelização da cultura; nova evangelização; inculturação; cultura cristã e nova cultura. Finalizando, são apresentados os critérios para julgar a evangelização da cultura. A terceira parte trata de analisar os fatores atuais (positivos e negativos) que interferem na promoção e formação da comunidade humana na América Latina. É uma análise extremamente rica, que apresenta os problemas e possibilidades (em suas raízes e tendências) que uma nova evangelização tem que levar em conta. 6 - CM Agosto/92


O Documento faz um discernimento eclesiológico (a partir da missão evangelizadora da Igreja) da promoção humana, a partir da doutrina social da Igreja, dos valores do Reino, da opção preferencial pelos pobres e da participação, como fundamentos para a transformação do mundo. Como promover o homem e criar uma comunidade humana, quando existe: miséria acentuada; exploração do fator trabalho; falta de democracia; cultura da violência e da morte; cultura da droga; depredação do meio ambiente; ; racismo e discriminação dos índios? (entre tantos outros problemas) A reflexão bíblico-teológica é feita na quarta parte. Estabelece o conceito de Reino de Deus e, a partir daí, reflete-se sobre a relação entre evangelização e Igreja, e evangelização e promoção humana. É assinalado o papel fundamental da ação do Espírito Santo na evangelização, o qual impulsiona e guia para a evangelização da nova cultura. Jesus Cristo ontem, hoje e sempre revela a contemporaneidade da tar~fa evangelizadora. O compromisso de uma nova evangelização é muito claro: "A necessidade de conservar nossa identidade latino-americana apresenta-se assim como condição indispensável de crescimento. Mais ainda, em relação a esta identidade, nossa tarefa não pode ser a de meros conservadores, como o temeroso servo da parábola que guardou desconfiadamente o talento recebido, mas temos que esforçar-nos por seu fortalecimento e desenvolvimento. Seremos "Continente da Esperança" na medida em que fizermos frutificar as virtualidades positivas contidas nos aspectos cristãos de nossa identidade cultural: "Negociai até que eu volte" (Lc 19,13) é uma ordem de Jesus que não nos permite manter estéreis os dons recebidos." (Documento, 433) Por último, a quinta parte apresenta as linhas pastorais, e estabelece: "A nova evangelização deve atingir o homem em todos os níveis da cultura em que se move sua existência. Todos eles, sem exceção, são objetos de nosso preocupação pastoral". (Documento de Consulta, 527) As linhas pastorais estão assim divididas: a) Evangelizacão da cultura: a vida, trabalho e economia, o poder político, a comunicação social, a religião, ciência e tecnologia; b) Desafios especiais na evangelizacão da cultura latino-americana: culturas indígenas e afro-americanas, cultura urbana; c) A jnculturacão do Evangelho: a reflexão teológica, liturgia e religiosidade popular, a catequese, os ministérios ordenados, os ministé-

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rios confiados aos leigos, espiritual idade, os movimentos, a paróquia, as CEBs, a vida religiosa, a família, os leigos, a mulher. Para nós, casais das Equipes de Nossa Senhora, o estudo aprofundado do Documento de Consulta, preparado para a IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, é de extrema importância, uma vez que nos ajuda, por um lado, a entender as prioridades assumidas pelo Movimento e, de outro, a encontrar formas concretas para nossa atuação como agentes qualificados da nova evangelização. Aliás, não é outro o apelo que o Papa João Paulo 11 nos faz em sua Exortação Apostólica Christifideles Laici, especialmente no Capítulo 111, onde trata da co-responsabilidade dos fiéis leigos na Igreja-Missão, que deve ter a família como o primeiro espaço para o engajamento social e eclesial. A Segunda Inspiração é uma resposta efetiva da ENS aos desafios da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã de nossos dias. Por último, embora não seja menos importante, cabe salientar que o Documento n2 45 da CNBB, que apresenta as diretrizes gerais da ação pastoral da Igreja no Brasil (1991-1994), deve ser utilizado como orientação pastoral para ajudar-nos a enfrentar os desafios da Nova Evangelização. Mariola e Elizeu Calsing Equipe 19-A (Brasília)

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REFLEXÃO Esta é a oitava e última parte das reflexões sobre o casal cristão que a Carta Mensal vem publicando desde outubro de 1991.<1>

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CASAIS PECADORES, CHAMADOS À SANTIDADE "Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito"

Nesse capítulo de nossas reflexões trataremos de abordar uma série de verdades não muito evidentes: -"A santidade não é reservada a uma elite de especialistas; é o mínimo vital de todo cristão", dizia Simone Weil, judia convertida.ao cristianismo, filósofa morta em 1943.

- É desde "agora" que somos chamados à santidade. - Nosso batismo nos configurou ao Cristo e nos tomou aptos para sermos santos como Deus que nos fez seus filhos. - Para nós é no casamento e pelo casamento que atingiremos esse ideal. Com relação a essas verdades: - Constatamos que basta a palavra santidade para nos sentirmos amedrontados. É que imaginamos os santos como sendo pessoas excepcionais, que fazem coisas extraordinárias e se privam de tudo. Na realidade, a santidade consiste em fazer, com amor, as pequenas coisas, assim dizia Santa Thereza do Menino Jesus. - Uma falsa modéstia nos deixa paralisados: "isso é demais para nós" ... temos medo de perder nossa liberdade, receando sermos levados para muito além do que pretendíamos ... Tenhamos a certeza de que: -O santo é um homem comum que faz coisas comuns, mas as faz por amor, porque deseja conhecer e amar a Deus todos os dias e cada vez mais. - O santo é todo aquele que conforma sua vida a esse desejo, através de ( 1) Esperamos, em breve, colocar à disposição das equipes um fascículo com os oito capítulos destas reflexões, reunidos sob o título do primeiro deles: "Eu te amo ... Que Maravilha!"

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uma existência cotidiana, vivida no lugar onde Deus o colocou.

"É preciso cantar sobre a árvore onde Deus nos colocou", dizia São Francisco de Sales. -O santo é todo aquele que se faz testemunha de Deus sem nenhum alarde, sem querer aparecer, mas o faz com toda a humildade, com todo o desprendimento ... Em uma palavra, santidade é dizer: "Sim" a Deus, todos os dias da nossa vida. Vocês devem ter percebido que a santidade deve ser o objetivo comum a todos os cristãos. Quanto a nós, batizados e casados, é com o nosso cônjuge, através do casamento, que devemos nos esforçar para alcançar esse objetivo, com a graça de Deus. Isso supõe: - que juntos descubramos progressivamente o quanto somos amados por Deus - que juntos descubramos o quanto Ele cumula de bênçãos o nosso casamento -que juntos nos deixemos conduzir por Deus (condição necessária, mas não suficiente ...) e sobretudo que ao desejar a Santidade procuremos ser felizes, pois Santidade e Felicidade não se opõem ... Os santos são pessoas profundamente felizes. Vivendo em casal, temos que encontrar Deus em primeiro lugar no nosso cônjuge. Isso implica que nós o amemos, que nós nos entreguemos a ele (ou a ela), que nos esqueçamos de nós mesmos e que nós possamos testemunhar o nosso amor perante o mundo. O caminhar progressivo, deve ser "a grande meta" de nossa vida conjugal. Ela deve nos motivar a viver, na serenidade, as diferentes etapas da nossa vida terrena, até levar-nos ao encontro de Deus, que nos deu o mais belo presente que um homem e uma mulher podem almejar aqui nesta vida: o amor ... Texto de referência: "A infinita comunhão de vida e de amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis é instaurada pelo pacto conjugal, ou seja, o consentimento pessoal e irrevogável. Dessa maneira, do ato humano pelo qual os cônjuges se doam e se recebem mutuamente se origina também diante da sociedade uma instituição firmada por uma ordenação divina. No intuito do

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bem, seja dos esposos, como da prole e da sociedade, esse vínculo sagrado não depende do arbítrio humano. Mas o próprio Deus é autor do matrimônio dotado de vários bens e fins, que são todos de máxima importância para a continuação do gênero humano, para o aperfeiçoamento pessoal e a sorte eterna de cada um dos membros da família, para a dignidade, estabilidade, paz e prosperidade da própria família e da sociedade humana inteira. ... Exercendo seu munus conjugal e familiar em virtude do sacramento, imbuídos pelo espírito de Cristo que lhes impregna toda a vida com a fé, a esperança e a caridade, aproximam-se cada vez mais de sua própria perfeição e mútua santificação e, assim unidos, contribuem para a glorificação de Deus. (Gaudium et Spes) Pistas para reflexão:

- Como acolhemos o chamado à Santidade? Com alegria? Humildade? Espanto? Ceticismo? - O que é concretamente para nós a santidade? - O significa querer a santidade do outro? - O que se torna obstáculo à obra de Deus em nós? - Existe oposição entre o nosso desejo de liberdade e o de santidade? - Esse apelo do Senhor ao casal faz parte dos pontos no dever de sentar-se? Se não, por que? - Santidade é privação? Santidade é aceitação de tudo o que a vida nos reserva? Santidade é escolha de vida? Santidade é prática de piedade? Santidade é luta contra nossos defeitos? -Cremos que precisamos ser ajudados para alcançar a santidade? (ajudados por um diretor espiritual, por um religioso ou religiosa? pela equipe? pelo Movimento das Equipes?) -Sentimos desejo profundo de sermos santos, apesar de nossas fraquezas, dos nossos pecados? -O que você pensa dessa frase de Bernanos: "O mal é não ser santo". Esforço proposto para o mês:

Ler todos os dias a Palavra de Deus. Texto para a oração:

"Bem-aventurados os que têm um coração pobre, porque deles é o reino dos céus!

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Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus! Bem aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós." (Mt 5, 3-12) Algumas flores: "O mês que precedeu a minha entrada no Carmelo tornou-se para mim uma doce lembrança. Eu dizia para mim mesma: quando estiver no Carmelo, serei santa. Ao chegar lá, não ficarei à vontade ... Mas o bom Deus mostrou-me o valor do tempo: fiz tudo ao contrário do que pensava. Eu quis me preparar à minha entrada sendo muito fiel... E esse foi, sem dúvida, um dos mais belos meses da minha vida. Creia-me, não esperem o dia de amanhá para começar a ser santos. (Santa Thereza de Lisieux Nada te perturbe, nada te assuste. Tudo passa Só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta.

à Madre Maria de la Trinité)

Santa Tereza de Avila

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"Por mais dura que seja uma natureza, ela se fundirá ao fogo do amor. Se não se fundir, é porque o fogo não é forte o bastante". Ghandi ... O amor é vôo de pássaro, no céu infinito, Mas o vôo do pássaro é mais que um pequeno ser de carne, dando reviravoltas no ar, mais que suas asas amorosas, cortejadas pelo vento, e mais que a inexprimível alegria, quando morrem as batidas das asas e que o corpo, em paz, plana na luz. ' O amor é canto de violino - que canta o canto do mundo. Mas o canto do violino é mais que a madeira e o arco, inertes e solitários, mais que as notas em vestido de noite, que dançam sob a partitura, e mais que os dedos do artista, que correm sobre as cordas. O amor é luz, sobre as estradas humanas, Mas a luz que se dá é mais que carícias matinais, abrindo os olhos da noite, mais que os raios de fogo que aquecem os corpos, e mais que mil pincéis de seda, cobrindo os rostos. O amor é rio de prata, que corre para o mar, Mas o rio vivo, que arrasta ou se apressa, é mais que o leito acolhedor, estojo que guarda apenas a água avermelhada sob o olhar do poente, e mais que o homem na margem, lançando suas iscas para pescar-lhe os frutos. O amor é veleiro que, na água, fende as ondas Mas a corrida do veleiro é mais que a roda de proa, encantada, penetrando o mar que se oferece ou se debate; CM Agosto/92 - 13


mais que as velas frementes sob as carícias da brisa ou os tapas do vento; e mais que as mãos do marujo, agarradas à barra, perseguindo, incansável, sua amante selvagem . .. . O amor ultrapassa o amor O amor é SOPRO infinito, que vem de outro lugar e para outro lugar vai. O amor é espírito de homem que conhece e reconhece o SOPRO. É liberdade de homem que se volta inteiro para ele. O amor é consentimento do homem ao SOPRO que convida; é o coração do homem que se abre para acolhê-lo e dá-lo, e corpo de homem que se recolhe, disponível, para que, habitado por ele, atravessado por ele, alce vôo rumo aos outros rumo ... ao outro, e que, enfim, os que estavam afastados se encontrem e se ajustem, os que estavam separados se tornem só um e que do Um jorre nova vida." Michel Quoist, do livro "Fale-me de Amor"

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REFLEXÃO

A CRUZ DE CRISTO Há tempo, o tema proposto para reflexão, numa reunião mensal, foi o significado da CRUZ DE CRISTO. Constituiu-se num avivar, em nossas mentes e nosso coração, também o mistério de sua morte e ressurreição. Pela cruz, Jesus Cristo foi exaltado sobre os céus e a Terra. Da mesma forma seremos exaltados se, como e com Jesus Cristo, levarmos a cruz que ELE nos impôs, com paciência e humildade. Em Mt. 16,21: 17,21: 20,17, etc., lemos suas mais importantes lições sobre a cruz. A obra redentora de Jesus Cristo traduz-se no fato de que Ele não veio ao mundo para se fazer servir, mas para servir e dar a vida pela salvação dos homens, conforme lemos em Mt. 20,28 e Me. 10,45. Jesus ensina-nos que para seguí-lo são necessárias duas condições essenciais: renúncia e negação de si mesmo. A cruz representa a dor e o sacrifício, embora (pode parecer paradoxo), seja ela o símbolo do amor. Representa o sacrifício sangrento de um Deus feito homem, sacrifício destinado a reconciliar o homem pecador, com Deus. O verdadeiro núcleo central da obra redentora de Jesus é o resgate de nossa vida por sua morte, por seu sangue reconciliador. Como carregamos nossa cruz? Como um pouco de reflexão, podemos facilmente, de pronto, responder a esse questionamento: carregamos nossa cruz de dois modos- através de penitências e procurando compreender e participar dos sofrimentos de nosso irmão. Todos os que seguem a Cristo têm que tomar a cruz. É o único caminho para quem quer colaborar com sua obra redentora. Após dois mil anos, ainda vemos o Cristo sofredor na vida real, questionando-nos sobre o que temos feito com crianças abandonadas, resultado da miséria e da desagregação da família; com jovens desorientados, sem uma ocupação sadia capaz de desviá-los dos seus maus hábitos: com o homem do campo que vive segregado, submetido à exploração de inescrupulosos

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e desalmados patrões, muitos dos quais, autênticos marajás; com chefes de famílias desempregados, conseqüência das crises econômicas; com os anciãos marginalizados por nossa sociedade elitista ... A cruz de Cristo é o passo para o triunfo. Padre Le Prevost, fundador da Congregação dos Religiosos de São Vicente de Paulo, já dizia: "Àqueles que suportam corajosamente as provações, a mão divina traz a cura, a graça e a paz". Honramos a Cruz de Cristo quando socorremos nosso irmão que sofre, partilhando com ele, pelo menos, uma parte de suas desventuras, tornando mais ameno o fardo que carrega sobre os ombros. Reflitamos sobre isso, caríssimos irmãos equipistas! Flávio Villaça Guimarães Equipe 03 Marília/SP.

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REFLEXÃO

O SENTIDO DA VIDA - 11 Diante da morte, sobretudo de entes queridos, somente a fé pode consolar e ajudar. O sofrimento é parte integrante da vida terrena do homem, e encontra seu sentido no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo: "Se, portanto, a certeza da morte nos faz chorar, a certeza da Ressurreição nos consola." Para quem não crê, esta hora da morte certamente será terrível e vazia. Quando aparecem as limitações à nossa vida terrena - sejam de ordem física, psicológica, afetivo-emocional, espiritual ou moral- surgem a angústia, ansiedade e depressão. Elas atentam contra a vida, que deveríamos viver em plenitude e para sempre. A morte física tira o vigor da vida e para nós é sempre um absurdo. Através da Fé -e somente por meio dela- sabemos que a morte física não é o fim da vida, mas, como a conhecemos, uma passagem libertadora, uma transformação, apesar de ser, sempre, mais ou menos dolorosa. A despeito do sofrimento ser inseparável da existência terrena do homem, é preciso encontrarmos um sentido para a vida. É preciso termos um grande ideal de vida, uma tarefa importante para ser concluída, uma determinada missão que pede continuidade. O sentido da vida é pois uma missão que não se pode transferir, e cada um de nós tem que assumir, com liberdade e responsabilidade, a própria vida. Quando não encontramos um sentido para nossas vidas, adoecemos e acabamos fazendo o que o mundo manda, e não o que gostamos de fazer. Aí, então, não fazemos bem, pois não atuamos com Amor, que é verdadeiramente o motor de nossas boas ações e realizações, sempre feitas com liberdade e responsabilidade. E o que é o Amor? É a mais profunda exigência humana. Ele liberta, transforma, salva, ressuscita. Ele nos ajuda a encontrar um verdadeiro sentido para nossas vidas. Diva e Fernando Dantas Equipe 1 - N.S. das Dores Limeira/SP

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ESCUTA DA PALAVRA

SAÍDA PARA ... A INCERTEZA A curiosidade pelo futuro é natural nas pessoas. Mas além da inocente curiosidade devem existir razões muito mais sérias, por detrás da verdadeira volúpia com que as pessoas buscam os videntes, futurólogos e os místicos. Com um presente carregado de problemas insolúveis e um futuro cheio de inquietantes expectativas, não são poucos os que apelam aos recursos não tradicionais na ansiosa procura de uma orientação que os ajude a superar as crises do presente e as incertezas do futuro. Esta é a "era da incerteza", como bem definiu John Kenneth Galbraith e as pessoas estão buscando saídas até por uma questão de sobrevivência. O que a maioria ainda não encontrou são as mais confiáveis e seguras predições, algumas das quais feitas há milênios. As únicas revelações infalíveis estão na BÍBLIA, porque foram dadas por Deus, o único que conhece o futuro. "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz", segundo Daniel2,22. "Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade ... Eu sou Deus e não há outro semelhante a mim, que desde o princípio anuncio o que há de acontecer", segundo Isaías 46,9-1 O. A Bíblia contém 1817 predições sobre 737 assuntos, segundo a Enciclopédia de profecias. Mas vai além disso, é um inspirado manual de orientações divinas para o crescimento individual e para a convivência em sociedade. "Toda escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra", segundo Timóteo 3,16-17. "Examinais as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas mesmas que testificam de Mim", de São João 5,39. Segura revelação do futuro e adequada orientação para o presente, e ainda as boas novas de salvação através de Jesus Cristo; não seriam razões para adotar a Bíblia como o livro de sua vida? Josefa e José Equipe 11 Manaus/AM

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TEMPO LITÚRGICO

A VIRGEM RETORNA À SUA PRÓPRIA FONTE Quando o Imperador Maurício de Bizâncio (582-602) fixou para o dia 15 de agosto a festividade da "Dormição da Mãe de Deus' (hê koimesis tês Theométoros), o objetivo dessa celebração litúrgica era a morte de Maria. Entretanto, logo que os oradores se punham a falar do evento, espontaneamente deixavam-se levar à contemplação da sorte póstuma dAquela "que foi vivificada pelo Doador da vida e da imortalidade", Seu divino filho Ressuscitado. Nos albores do século VIII já se revela na Igreja inteira a fé inabalável e universal na Assunção corpórea da Mãe de Cristo. Tal fato seria inexplicável sem a tradição precedente, a saber, sem a crença mais ou menos vaga e difusa dessa verdade mariana. Que significa mesmo a glorificação consumada de Maria? Em termos bem simples, diríamos que por Assunção corporal de Nossa Senhora a Igreja entende: a) uma vivificação; b) segundo a carne; c) que aconteceu com prioridade e antecipação relativamente aos demais ressuscitados e glorificados com Cristo Jesus. Por esse esquema de pensamento, já se nota a perfeita afinidade ou homogeneidade entre os dois dogmas: o da Maternidade Divina de Maria (proclamado pelo Concílio de Éfeso, em 431) e o de sua Assunção ao Céu (proclamado por Pio XII, em 1950). Mãe de Deus segundo a carne, primeira cristã em virtude do seu "fiat" generoso é Ela, Maria, quem mais participa da vitória de Cristo sobre o pecado (Imaculada) e sobre a morte (Assunta). Os Santos Padres tanto louvaram o Corpo Santíssimo da Mãe de Deus: tesouro matemo de sua virgindade; tão espaçoso, que abrigou o próprio Deus; santuário e fonte de Vida; templo do Sol da Justiça; arca santíssima do próprio Deus - que só podiam concluir pela "necessidade" de sua glorificação imediata. Assim nos fala S. João Damasceno (+760), o grande panegirista da Assunção: "Era necessário que, depois da morte, tivesse seu corpo incorrupto Aquela que, no parto, permanecera virginalmente íntegra'. Em São Gregório Nazianzeno lemos essa súplica a Maria:

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"Tu moras no céu, região dos bem-aventurados, Tu, que trocaste o peso da vida mortal pelo manto da imortalidade, Tu, que brilhas em eterna juventude, atende benévola, do alto onde estás, aos nossos pedidos!' Outro intérprete e grande conhecedor da tradição oriental, Paulo Evdokimov, falecido em Paris há poucos anos, assim se expressava: "A Assunção cerra as portas da morte; é o selo da Theotocos sobre o nada. Sim, o nada é selado por cima, pelo Deus-homem, e, embaixo, pela primeira criatura ressuscitadéf. Já não podemos dizer, exatamente como Santo Epifânio, "i/lius exitum nemo novif' (ninguém sabe como Ela saiu desse mundo). Embora esse Bispo do IVO século tivesse dúvidas em torno da modalidade do "transitus Mariae", afirmava veladamente sua Assunção. Hoje, talvez, tenhamos certeza de que a Mãe do Crucificado experimentou a morte, como todo ser humano. Entretanto, a fé nos assegura plenamente que: "terminado o curso de sua vida terrena Ela foi assumida em corpo e alma na glória do cét.l' (palavras da definição dogmática). Morrer para Maria foi ganhar de Deus a glorificação total do seu ser pessoal. O dominicano Padre White escreveu com muita perspicácia: "Talvez a definição da Assunção quer conduzir a Igreja a uma consideração mais profunda e à última formulação do abissal mistério da maternidade divina de Maria. Pois, através da Assunção, a Virgem retoma à sua própria fonte. Não Ela, mas Deus mesmo, é o último protótipo da maternidade e da feminidade, mesmo em seus aspectos materiais. Assim como Jesus Cristo, ascendendo aos céus, nos conduz ao caminho de Deus, nosso eterno Pai, talvez Maria, assunta aos céus, quer nos conduzir a um conhecimento e ao amor mais profundos de Deus, nossa eterna Mãe". Não é só a glória de Maria que resplandece em sua Assunção. Nesse derradeiro mistério marial é a própria "maternidade" transcendente do nosso Deus que brilha aos nossos olhos com luz cálida e irradiante. Na Mãe, que volta à sua fonte, sentimos pulsar, no céu e junto de nós, a imensa caridade de nosso Deus. Tudo em Maria é relativo a Deus, fala-nos de Deus, glorifica e engrandece a Deus. Por isso também a Imaculada e sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, Assunta ao céu em corpo e alma, "é a Igreja triunfante por antecipação". Como diz o bispo anglicano, D. Mortimer: "ultrapassando a morte, a ressurreição e o próprio juízo final, Maria, já entrou naquele estado de perfeição definitiva, que se descreve pelo termo

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da Assunção". "Mulher Nova, revestida de sol regenerada por Aquele a quem deu nossa carne mortal". Contemplá-la constantemente na sua comunhão participante com Jesus, o Redentor ressuscitado, "a quem Ela deu nossa natureza humana em sua carne e a quem não só prestou, mas continua prestando uma arcana colaboração na edificação de sua Igreja" (João Paulo 11) é, para nós peregrinos, força e incentivo de chegar à meta da eterna bem-aventurança. Celebrar a sua Assunção, na alegria de sentir o nosso destino ligado ao dEla e no desejo de renovar a nossa consagração a Maria: sinal e compromisso de fé e de amor- é deixar-nos arrastar suave e fortemente pelo Espírito, "que ressuscitou Jesus dentre os mortos" e que fez retornar à sua fonte essa Virgem, nossa irmã segundo a carne e, segundo a fé, nossa Mãe em Cristo. "A Virgem é a figura do Alfa e do Omega, do primeiro envolvimento, quando tudo estava ainda em Deus como simples pensamento, e do último desenvolvimento, quando o Filho entregar tudo ao Pai, e Deus for tudo em todos" (Jean Guitton). (Reproduzido da revista Nova Aurora)

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VOCAÇÃO

VEM E SEGUE-ME. Como uma frase, tão pequena, pode ter tanto efeito, a ponto de doze homens, a quem foi dirigida, largarem tudo para caminhar com Jesus que não tinha nada? Entonação de voz? A frase é pequena para dar entonação especial. O que fez com que esses homens fossem tocados assim? Um olhar? O encanto do convite? O problema de vida do qual estes estavam querendo fugir? O "seguir Jesus" não deve ser fuga. O convite não tem um encanto especial, se a gente vê o que aconteceu com estes apóstolos. Todos morreram martirizados. O olhar? Isto passa. É o que em muitos movimentos se procura e podemos talvez chamar de sentimento . Isto também não é duradouro. Eles seguiram Jesus porque queriam. Eles se abriram para a sua palavra, sua mensagem. E queriam transmitir o que para eles era uma convicção profunda: "Aqui está o Salvador do mundo!" A frase de Jesus era apenas o empurrão da direção que eles já estavam procurando. A mesma frase, por exemplo, não teve efeito nenhum naquele que chamamos de jovem rico . Ele voltou para casa e não seguiu! Em nossa comunidade, será que não há mais esta convicção? Será que não há mais esta certeza da fé que se quer comunicar aos outros? Este mês de agosto é o mês dedicado às vocações. devemos todos pensar nisso. A nossa fé é apenas uma ilha de fantasia ou encontramos a sua realidade nas coisas da vida? A nossa fé é apenas fuga ou é certeza de ter encontrado? A frase "VEM , E SEGUE-ME", Jesus continua dirigintfo-a para seus discípulos. Depende de nossa procura de direção para sermos empurrados, aonde ele nos quer. Não para encontrar comodidades, não para ter fama ou dinheiro, ou não sei o que mais . Mas para a expressão da certeza de que encontramos a salvação do mundo. Também a salvação do mundo de hoje. Então: "VEM, E SEGUE-ME!" Pe. Xiko, MSC. (Do Boletim "O Equipista" Setor Niterói/RJ)

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REFLEXÃO

CONVERSÃO Vivemos hoje um mundo moderno, onde a tecnologia domina o universo, inclusive o homem. Ha inúmeras famílias desfeitas, em virtude do compromisso do cônjuge com sua vida profissional. A vida profissional é importante, mas a família está acima. É necessária uma conciliação, onde a permanência do conjunge com a família seja valorizada. "O Reino de Deus chegou; converte i-vos e crede no Evangelho" (Me 1 ,15). Jesus faz esse anúncio diariamente, por tanto, é Deus quem nos chama. Será que estamos atentos e sensíveis para ouvi-Lo? A Conversão é um processo que dura uma vida inteira, muitas vezes até não o alcançamos, por falha nossa. Se a Conversão plena é toda uma vida, é necessário que os pais se preocupem mais com os filhos. Após o batizado, deverão freqüentar assiduamente a Igreja com eles, rezar, ler a Bíblia, etc, sempre próximos de onde eles estão. Assim poderão ir-se acostumando a viver uma vida cristã sadia. Os pais são os exemplos para os filhos , quer na vida profissional , amorosa, familiar e de Igreja; ninguém pode dar o que não tem . Há pais que incentivam seus filhos até a primeira Eucaristia e depois os abandonam, achando que são livres e poderão e~colher. É um erro, pois a idade da razão não é o suficiente para decisão. E necessário que os pais continuem a orientá-los na frequência à religião, evitando a má formação social. Aqueles que fazem a primeira Eucaristia e param, perdem o contato vital com a comunidade, passam pela experiência de São Paulo: "Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança, pensava como criança" (la. Cor 12,11). Ao se tomarem adultos, continuam criança, estacionam, fixam-se em certas idéias infantis ou cheias de fantasias, jogando fora a fé que brotou; perdem-se numa procura desenfreada de si mesmos. Nestes casos, o despertar para Deus já houve. É necessário o reencaminhamento para a caminhada de Conversão, mostrando-se que é necessário refletir ~obre vocação e missão no mundo em que vivem. Não é necessário passar pela conversão de São Paulo, isto é, cair do cavalo, mas é necessário e oportuno que nós, cristãos praticantes, procuremos despertar nesses jovens e adultos a oportunidade e o valor da vida cristã e mostrar que o lugar de cada um está reservado na comunidade. Lugar esse que, se não o assumimos, ficará em aberto, pois cada um tem uma responsabi-

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lidade na sua comunidade. Ser responsável significa responder por certos atos e estar disposto a dar uma resposta em prol das necessidades da vida e das aspirações de outra ou de outras pessoas (comunidade). No Juízo final, provavelmente, seremos questionados por Deus : o que fizeste da alma da tua esposa e dos filhos que te confiei? Pois Eu confiei-te para que os ajudasse a serem Santos. Que fizeste deles? Qual será a nossa resposta? Abandonei-os à mercê da sorte. Precisamos meditar. O Senhor confia em nós. Não podemos decepcioná-Lo e nos condenarmos. Marlene e Acir Equipe- 5 Sorocaba/SP.

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JOVENS O tema da Campanha da Fraternidade, não se esgota, evidentemente, a cada ano, com o fim do tempo quaresma!. O nosso irmão Gérard Duchêne enviounos esta palestra que fez a respeito do assunto.

O JOVEM E A RELIGIÃO Diz o dicionário que "religião é o conjunto das crenças e práticas, tendo por objetivo as relações entre o homem e Deus". Essas crenças e práticas refletem um anseio que está em todos os homens, o de encontrarem a Verdade, o Bem supremo, Deus. Esse anseio, essa busca, é particularmente intensa nos jovens, que a cada dia descobrem o mundo em toda a sua complexidade, com suas contradições: repleto de belezas extraordinárias e realizações maravilhosas, mas também cheio de maldade, de injustiças, de tristeza, de morte. O jovem sabe que existe o Bem e o Mal e descobre que ambos co-habitam, até no seu próprio coração. Ele procura o Bem, quer alcança-lo, mas é constantemente atraído, pressionado pelo Mal. Para atingir o Bem que todo homem procura, para chegar a Deus, existe um caminho, e este caminho é o Cristo, que nos disse: "eu sou o caminho, a verdade e a vida'. Cristo viveu entre jovens, pregava aos jovens e'principalmente amava os jovens. Quando um jovem acorreu a Jesus e lhe perguntou: "Mestre, o que devo fazer para ter a vida eterna?" , diz-nos Marcos que "Jesus fitou nele seu olhar e o amou". Esse olhar de Cristo, esse amor de Cristo é precisamente o "caminho aberto" á juventude que proclama a Campanha da Fraternidade deste ano. Mas os jovens têm visto esse olhar, têm sentido esse amor, têm encontrado esse caminho? Tem ele estado presente e visível em nossa Igreja- em nós? A Igreja, lembrou-nos o Concílio Vaticano 11, é o povo de Deus, constituído de homens que são filhos de Deus, que Deus ama e no meio dos quais Deus se encarnou. Cada cristão deve refletir a imagem. o amor de Cristo, e é assim que o jovem pode e deve descobrir o caminho- descobrir a Deus. Isto, no entanto, não tem acontecido. Os jovens só enxergam a Igreja-instituição, que não os atrai, e não vêem a Igreja-Povo de Deus. Eles só vêem CM Agosto/92 - 25


manifestações externas da religião, ritos, gestos, que nada lhes dizem e não lhes transmitem o olhar de Cristo, o Seu amor. Por que acontece isso? Porque não conseguimos transmitir, porque não conseguimos testemunhar, os jovens acabam afastando-se da Igreja e, freqüentemente, de Deus. Culpamos o mundo moderno, os meios de comunicação, o consumismo, culpamos todos, menos a nós mesmos ... Façamos o nosso exame de consciência, todos, padres e leigos, pais e mães de família e procuremos encontrar novos meios, novos caminhos, novos gestos, nova linguagem, que não escondam, mas pelo contrário revelem aos jovens o olhar de Cristo, o Seu amor. Acolhamos os jovens, abramo-lhes nossas portas, nossos corações, mostremos que confiamos neles, deixemos que eles participem ativamente, com toda a generosidade e o entusiasmo que os caracterizam, em nossa comunidade. E ela se renovará, pois, como diz o Papa, os jovens são "a esperança da Igreja". A eles repitamos as palavras que o mesmo João Paulo 11 lhes dirigiu na abertura da última Campanha da Fraternidade: "Sois amantes da liberdade e do que é justo e verdadeiro; exígís o respeito pelo que é digno e nobre; sonhaís realizar-vos na vida, nos estudos e na profissão. Mas, acima de tudo, vejo palpitar em vossos corações essa sede de infinito que só será saciada se souberdes encontrar o Deus que se fez Homem para nos redimir: esse Jesus que nos dá a certeza de que Ele contínua fazendo história conosco, e de que a cruz não é o fim, mas o caminho da vitória para os que O seguem."

Gerard F. Duchêne Equipe 4/A São Paulo/SP

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CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

O PAPEL DAS EQUIPES Em toda a minha evolução apostólica e espiritual , pessoal, as Equipes de Nossa Senhora ocuparam um lugar de destaque. Foi o primeiro contato com a "espiritualidade conjugal", a primeira vivência de família já adulto e fora dos ambientes de minha própria família. Foi um mundo que fui descobrindo, recebendo muito mais do que podia oferecer. Grande foi a contribuição das Equipes de Nossa Senhora para despertar a consciência e elaborar a reflexão em torno da espiritualidade conjugal. Nascidas na França, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, foram o presente de Deus para a família cristã, que já começava a sentir o impacto do secularismo e da dissolução. O colapso da família veio pós-guerra e talvez ainda não tenha chegado ao fundo do poço. Foi um privilégio poder acompanhar nestes últimos trinta anos o desenvolvimento desta reflexão agora incrementada com as contribuições do Concílio. No entanto, com frequência parece que estamos engatinhando. A transferência da vivência espiritual comunitária do templo para o lar, o conhecimento mútuo das pessoas e suas famílias , o ambiente de confiança e liberdade, a frequência da comunicação, o estudo da espiritualidade, a comunicação do casal como casal , foram aspectos novos descobertos desde as primeiras reuniões (de que participei) em dezembro de 1962. Hoje, quase trinta anos depois, o mesmo apreço se confirma. Agora muitos daqueles equipistas jovens de então já são avós. Pode ser mesmo que a equipe, como tal, em seu ritmo característico, se dissolva. Ficam a amizade, o interesse mútuo e as lições que são transmitidas aos filhos e destes aos netos. Pe. Antonio Aquino (em "Tudo começa e acaba na esperança")

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CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

50 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Sinto-me feliz, muito feliz por estar celebrando 50 anos de vida religiosa. Deus me chamou, Ele me quis bem junto de si. Com a graça de Deus, eu aceitei o convite. Consagrei-me a Ele. Hoje sinto-me realizado. Estou rendendo graças pelos meus 50 anos de vida consagrada. Tive a graça de nascer numa família de fé, que dava espaço para Deus. Meu pai e minha mãe foram pessoas de fé. Rezavam e ensinaram os filhos a rezar. Seguidamente rezávamos o terço em família. Tanto eu como meus irmãos ficávamos impressionados ao ver a mãe de joelhos diante de uma grande e linda imagem do Sagrado Coração de Jesus, orando horas inteiras. Não sabíamos o que ela dizia. Mas sabíamos que falava com Deus e rezava por nós. Os pais não nos legaram grandes fortunas, mas nos deram a melhor herança que nos podiam dar. Eles nos deram o tesouro da fé. Eles nos ensinaram a acreditar em Deus e a acreditar na vida. Eles nos ensinaram a amar a vida, amar as pessoas, amar as coisas que nos cercam . Eles nos ensinaram a amar o trabalho, a gostar de trabalhar. Eles nos ensinaram a ver e assumir a vida com responsabilidade e alegria. Eles nos ensinaram a alegria de viver. Essa foi a melhor herança que os pais nos podiam dar. Nós somos 15 irmãos, 11 homens e 4 mulheres, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Onze são casados e quatro religiosos. Eu sou religioso capuchinho. O irmão Jaime e o irmão Firmino são religiosos maristas. A irmã Olinda é religiosa paulina. Temos muitos parentes religiosos. Entre tios e tias, irmãos e irmãs, primos e primas, sobrinhos e sobrinhas, somos 75 religiosos e religiosas, uns da família do pai , outros da família da mãe. Não nos orgulhamos disso, porque é um dom de Deus. Mas ao mesmo tempo nos alegramos, porque tudo isso é fruto da fé e da oração de nossas famílias. A família é o melhor canteiro onde nascem e florescem as vocações cristãs, religiosas ou sacerdotais. Já completei 68 anos de vida. Sinto-me realizado como pessoa humana e como religioso. Se tivesse que começar tudo de novo e Deus chamasse novamente para a vida religiosa, aceitaria com satisfação refazer a caminhada. Vale a pena. Não saí de casa por fuga, nem entrei no convento buscando refúgio ou proteção. Foi difícil me acostumar com a vida de seminário. Só não fugi

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porque não pude. Curti muitas saudades de casa. Mas, com a graça de Deus, consegui superar tudo. Se eu tivesse ficado em casa, poderia ser empresário como irmãos meus. Poderia ter casado. Gosto do casamento. Gostaria de ser pai, de ter minha mulher, de ter filhos. Acho muito bonito. Mas preferi não casar, para consagrar-me a Deus. Poderia ter minha casa, minha propriedade, minha profissão. Mas preferi deixar tudo isso num segundo plano e canalizar minhas energias para o serviço de Deus e do próximo. Eu amo a liberdade, gosto de fazer os meus projetos de vida. Mas prefiro colocar-me totalmente disponível nas mãos de Deus, para buscar não o que eu quero, mas o que Deus quer de mim. Sinto-me realizado em colocar tudo o que tenho e tudo o que sou a serviço de Deus e dos semelhantes. Para isso, muito me ajudaram os confrades capuchinhos. Deixei uma família, mas encontrei uma família muito maior, a família dos confrades capuchinhos. Gosto dos jovens. Trabalhei trinta anos com jovens, especialmente na formação. Constatei uma coisa. Há jovens que têm ideais e projetos de vida, e se realizam ao longo dos anos. Há jovens que fazem projetos furados de vida, e se anulam. Há jovens que não têm ideais de vida, e desperdiçam seu tempo. São Francisco de Assis desperdiçou os seus primeiros 22 anos de vida em festas e diversões. Era o rei da juventude. Mas Deus o tocou. Francisco se converteu. Fez um projeto maravilhoso de vida e se tornou um dos maiores santos da história. Jesus no Evangelho nos apresenta um ideal de vida: o amor. Não um amor que se confunde com hedonismo ou sexo, mas um amor que tem a cruz como máxima expressão. Um amor de doação, que se sente feliz na medida em que contribui para a felicidade do outro. Um amor que é capaz de qualquer sacrifício para levar adiante uma causa em favor da família humana, como Jesus que por· nosso amor levou a cruz até o cimo do calvário. A vida religiosa segue o ideal de Evangelho. E é uma boa alternativa para o jovem que deseja seguir a Jesus e dedicar a vida a serviço da família humana. Frei Jaime Biazús Equipe 8-D Brasília/DF

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CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

UM MOMENTO NA EVANGELIZAÇÃO Penso ser a equipe de casais, e sobretudo o momento da reunião, uma oportunidade para a evangelização. 1. Uma evangelização de famílias Aqueles casais em torno da palavra de Deus; um escutar mais atencioso; um escutar para pôr em prática na vida a dois e familiar, na missão de pais e filhos. Uma oportunidade que não podemos perder de vista. 2. Uma evangelização para a Igreja-comunidade ou Igreja-testemunho no mundo À medida que os casais vão crescendo na fé, no conhecimento da palavra de Deus, nos ensinamentos do Senhor Jesus, o seu testemunho como casal cristão vai aumentando. Este crescimento volta ao primeiro ponto que é a família, sua comunidade de fé, porque se tornará um casal apostólico, de compromisso com a pastoral e com seu modo de ser com o mundo. O mundo, à volta de um casal evangelizado, vai-se modificando. Este casal se tomará luz, fermento, ponto de interrogação e questionamento para outros! Que os casais saibam valorizar o momento de reunião de Equipe! Um momento de crescimento, de aprofundamento, de estudo. Que os casais venham mais abertos para as reuniões de equipe! Não venham só para cumprir obrigação! Que sejam responsáveis em transformar sua equipe como luz, sal, fermento para outros casais. Que exerçam a influência de atrair mais casais para serem evangelizados numa equipe de casais. Que nós, Conselheiros de equipes, saibamos preparar bem nossa parte na reunião para não cansar os casais e levá-los ao desânimo, ao não-crescimento. Que saibamos aproveitar as potencialidades de cada casal e equipe para o trabalho de evangelizar. , Casais e conselheiros, para que a reunião seja evangelizadora, deixemos de lado tudo aquilo que não leva ao crescimento pessoal e de equipe. Deixemos de lado todas as futilidades e aparências! Que todos nos convertamos em evangelizados-evangelizadores. Pe. Itamar Gonçalves Limeira/SP

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CONVIVÊNCIA EM EQUIPE O convívio entre os integrantes de uma Equipe é muito importante ser analisado. Na realidade, a Equipe é um treinamento em aceitar as pessoas na pequena comunidade para viverem na grande comunidade, no mundo. Temos arestas que precisam ser aparadas, arestas que requerem um cuidado especial, pois todo contato muito próximo exige aceitação e paciência. O convívio prolongado mostra que temos que aprender a conhecer melhor o outro e enxergar nele as virtudes e defeitos; por outro lado, nos mostra também um lado da rotina que é bem desgastante. É difícil numa convivência próxima sermos sempre pessoas agradáveis. Sentimos que se não existir o amor unindo as pessoas, a convivência se i torna muito difícil. O amor nesta hora não é a emoção, mas a razão falando mais alto; tentando ver o lado positivo da pessoa e não colocando as simpatias e antipatias em questão. O povo de Deus é isto, luta pessoal para tornar mais divina a convivência e a aparência. Deixar as aparências para viver como povo de Deus que procura se amar nas suas igualdades e deixar suas diferenças que dividem e bloqueiam para as limitações do lado humano. Se queremos nos transformar como pessoas, devemos sempre aceitar a verdade e as limitações do outro, pelo respeito que devemos ter a ele. Na maioria das vezes queremos ouvir exatamente aquilo que gostaríamos de ouvir e não um ponto de vista diferente ou um jeito de viver diferente; se o outro foge ao nosso padrão de ser e pensar, a convivência fica difícil. Ter uma unidade na diversidade é tarefa que precisa ser trabalhada na Equipe. Sem a uniformidade de pensamento dentro de um grupo, jamais acontecerá a unidade. Acreditamos que o mais importante é a raiz comum, Jesus Cristo. É Ele que nos faz sentar em volta de uma mesa para convivermos e que transforma a nossa vida. Por isso coloquemos sempre em primeiro lugar a vontade de Deus; a partir daí entenderemos muito melhor as pessoas. Leda e Mazinho Equipe- 5 Araraquara/SP.

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AO ENCONTRO DA REALIDADE GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES Medidas Vitais é o título de publicação que acaba de ser entregue pela Unicef aos pediatras do Brasil. Relaciona as providências urgentes para atender às necessidades da população infanto-juvenil em todo o mundo, melhorando suas condições de vida. Destacam-se recomendações sobre vacinações, incremento da amamentação natural, acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento, campanha do soro oral no combate à desidratação, e promoção da paternidade responsável. Em relação ao último item , mostra a terrível realidade da gestação em meninas mal saídas da puberdade. Algumas engravidaram antes mesmo de ter a primeira menstruação. Vítimas do abuso sexual, precocemente atraídas ao relacionamento promíscuo, totalmente imaturas para tomar conta de si mesmas, quanto mais para assumir a geração de um novo ser, e cuidar de sua educação. Recomendação do relatório: é imperioso encontrar remédio para essa situação. De preferência no campo da prevenção, depois da porta arrombada é difícil colocar fechadura. Quem fala em prevenção, fala em providências efetivas. Fica"'os a nos perguntar sobre quais sejam 32 - CM Agosto/92

elas. O relatório aponta o caminho da educação sexual. Não na esteira de Hebe Camargo e Marta Suplicy, fazendo propaganda do sexo explícito ao lado do uso da camisinha. Mas educação que envolva a formação da vontade, e ensine a dizer não aos impulsos da carne quando não puderem ser atendidos de maneira humana. Sexo não é brincadeira irresponsável. Também não é porcaria. A atividade sexual atende o imperativo biológico da reprodução e nos animais é regulada instintivamente pelos ciclos do cio. No homem o prazer que proporciona é muito intenso, e a regulação instintiva foi eliminada pela cultura. Aquilo que é impulso, quando se trata de homem e mulher, não obedece determinismos cromossômicos e hormonais: passa obrigatoriamente pela vontade e pelo sentimento, tem que ser assumido conforme um aprendizado. E não há aprendizado sem definição ética, decorrente dos valores praticados pela cultura em que se vive. Na tradição judaico-cristã que fundamenta o nosso jeito certo de viver, os valores soberanos da ética foram revelados a Moisés no Decálogo. Regras de bem viver são formuladas em forma de interditos: não


matarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não praticarás o adultério e a fornicação, não alimentarás inveja do bem estar alheio nem cobiçarás o cônjuge do teu próximo, não tomarás em vão o nome do teu Deus nem adorarás outro que não seja o verdadeiro Senhor. É evidente que a forma de apresentação em proibições atende a exigência pedagógica de chamar a atenção para os riscos e perigos que envolvem a prática interditada. Precisamos completar a leitura enxergando as recomendações positivas que são o sentido real dos mandamentos, e descobrir o seu delicioso sabor. As revelações divinas são luz para as nossas mentes, suas prescrições encanto para os nossos corações. O sexto mandamento é o mais repudiado pela cultura dos nossos tempos. Falar em defesa da castidade é se expor ao ridículo. Esquecidos da lição elementar de que castidade não é sinônimo de continência, e que é pecado grave marido e mulher se negarem à doação dos corpos. Ainda mais na lua-de-mel, por mais encantos tenha o concerto do disquete de computador que o chefe precisa usar, como na discutida novela O Dono do Mundo com a qual a 1V Globo mais uma vez invade os nossos lares para agredir nossos valores. Castidade é a virtude ligada à temperança que permite o homem as-

sumir seus impulsos sexuais e sujeitá-los ao governo do amor. Em outras palavras, é a virtude que ensina ao homem que o sexo sem amor é bestialidade e que a busca desesperada do orgasmo acaba levando ao esvaziamento do prazer que proporciona. Esqueceressas verdades sobre o ser do homem acaba levando à violência, às drogas, ao sadomasoquismo que cada vez mais se cultua em nossos tempos. Não há outra maneira de atender à recomendação da Unicef para conseguir diminuir o número crescente de filhos só da mãe entre as adolescentes, a não ser o ensino e a prática do ensino da castidade. A afirmação dessa verdade afronta múltiplos interesses. Os fabricantes de camisinha não vão gostar: depois de conseguirem impingir a mentira de que sua utilização diminui a Aids, gritarão com toda potência vocal contra qualquer campanha de disciplina sexual. A indústria cultural que fatura milhões com a difusão da pornografia, e que gasta tubos nos espetáculos promíscuos onde tudo é permitido, também sairá em protesto contra o cerceamento do vício e da permissividade que tanto contribuem para seus lucros. Os traficantes de drogas também não vão aplaudir. Se a campanha pega, vai aumentar o número dos jovens que passam a acreditar no valor da vida, e a descobrir que vale a pena tomar consciência da CM Agosto/92 - 33


dignidade pessoal, princípio indispensável do respeito pela dignidade alheia. Isso trará vitória contra a depressão e a ansiedade, e as drogas deixarão de ser procuradas como saída de angústia existencial. Ganharão os poetas e os líricos, que voltarão a cantar as maravilhas que as graças do Senhor operam nos corações que se abrem aos Seus convites de amor. O Cântico dos cânticos será de novo

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lido e recitado, as gestas do encantamento e da sedução mútua dos que se apaixonam e transformam sua atração em compromisso de vida e fidelidade serão novamente best sellers ... Sonhos da Trezena de Santo Antônio, em véspera do dia dos namorados? Quem viver verá. .. Nélson Manoel do Rego Médico, Equipista Santos/SP


ATUALIDADE

MOÇÃO EM FAVOR DO MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA O Conselho Nacional de LeigosCNL -, reunido na Xa. Assembléia Geral, realizada na cidade de São Paulo, no período de 14 a 17 novembro do corrente ano, diante da situação do sistema educacional brasileiro, que, históricamente vem ocorrendo em graves prejuízos para a formação integral do cidadão, manifesta-se em favor do MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA, * considerando que a Escola Pública é um direito de todos, enquanto parte do processo que produz e socializa o saber; * considerando que a Escola Pública deve oferecer à classe trabalhadora oportunidade de adquirir e se apropriar do conhecimento formal e organizado, o que hoje não vem fazendo pela sua descaracterização; *considerando ser a educação um dever do Estado e um direito do cidadão e a Escola Pública , como a instituição adequada para viabilizar esse processo educativo para todos; * considerando que a defesa da Escola Pública, de boa qualidade, é tarefa inadiável de toda sociedade, no resgate de seu papel de formadora do povo brasileiro.

Em face a esta realidade, o Conselho Nacional de Leigos - CNL -, comprometido com a construção de um mundo novo "A SERVIÇO DA VIDA E DA ESPERANÇA", convoca toda sociedade brasileira, os grupos organizados, movimentos populares e eclesiais, as pastorais e CEBs, para assumirem e participarem desta luta, como também pressionarem as autoridades competentes a fim de que tratem a educação como prioridade nacional; apliquem as verbas para a educação na escola pública, respeitando o percentual constitucional; assegurem aos seus professores condições dignas de trabalho e salário; possibilitem a autogestão e a vivência educativa e democrática no seu interior; e, finalmente, que seja agilizado o processo de discussão e aprovação do projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação, respeitando os encaminhamentos · feitos pelo Fórum Nacional em defesa da Escola Pública pela legitimidade de sua representação. Celso Matias de Castro Neto Coordenador do CNL (extraído do "Bilhete" do CNL)

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ATUALIDADE

A CRISE Verdadeira fobia atual é falar da crise que se abateu sobre nós. Atribuem-se à crise fatores políticos, econômicos, morais, educativos, etc ... Diz-se que a maior crise brasileira é moral, que os valores estão invertidos, que o poder do dinheiro corrompeu as colunas do caráter do ser humano. Mas afinal, o que está acontecendo? Por que pessoas inteligentes estão frustradas? Primeiro, é bom que se diga, a tal crise não é privilégio de brasileiro. Generalizando um pouco , o mundo todo está tumultuado e há muito tempo. Podemos observar, entretanto, que a comunicação nunca foi tão eficiente como agora e nunca o mundo foi tão populoso, de tal forma que agora o problema é, sem dúvida, maior e mais complicada do que anteriormente e todos ficam sabendo de tudo muito rapidamente. Algum povo pode melhorar a sua qualidade de vida se souber escolher bem os seus líderes e governantes e, como resultado , durante algum tempo determinada nação poderá se orgulhar de possuir uma boa renda per capita, poderá experimentar o crescimento de sua economia e conqu istar amplos espaços de liberdade. Haverá, contudo, uma nação vizinha em que o povo esteja sendo subjuga36 - CM Agosto/92

do, onde haja fome e injustiças sociais. Tenho para mim que a crise está no homem excessivamente materializado, qu~ só sente realizado com o ter cad vez mais, ainda que para isso pre judique o próximo. Uma verdadeira corrida para ver quem é mais esperto, não importando os meios utilizados. E a crise do coração que está deixando de amar para pensar só em ter. Até o fim dos tempos, ora mais acentuada, ora menos, haverá de ocorrer crises, atormentando a humanidade. A solução está em DEUS e somente Nele, de tal forma que a cada homem compete arrancar a crise dentro se sí próprio, mudando sua maneira de pensar e agir, procurando a sua realização mais no amor do que no possuir, vivendo uma espiritualidade que suplante em tudo as necessidades materiais, que existem, evidentemente, e precisam ser envolvidas. Mas, não encontraremos a resposta somente provendo de bens os necessitados e a nós próprios. A solução para a crise está em praticar o amor ao próximo, em trabalhar com amor e dedicação, em respeitar o Estado, o direito, em praticar a justiça. A mãe que perde seu filho nas mãos de marginais tem o


direito de pensar até em pena de morte. Não será esse, todavia, o caminho da solução. Neste caso, bem analisadas as coisas, todos somos responsáveis: a pena de morte uma vingança social. Leis e mais leis são "produzidas" para tentar disciplinar o comportamento humano e o relacionamento comercial. Se vivêssemos verdadeiramente no amor de Deus não precisaríamos de leis. De nenhuma delas inclusive as das Igrejas de todos os credos. Pelo fato de termos chegado ao fundo do poço, temos de reagir e já não é sem tempo. Que nossa

reação comece por nós próprios, pelo nosso coração, pelo, pensar positivo, pela confiança em Deus, que tudo pode e que nos ama. luz de Deus será nosso guia; a su amizade, o nosso conforto, e a esperança da vida terna junto Dele, a nossa maior motivação para que desprezemos os excessos materiais e procuremos ficar com a paz e a alegria de quem vive com amor. Valdemar e Gilda Equipe 8 Americana/S P.

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O BILHETE Ontem conversei longamente com ele, apesar de já conhecê-lo de vista por mais de vinte e sete anos, quando me mudei para São Paulo. Ele era então rapazinho ainda .. . Alto, magro, sorriso sempre estampado no rosto mulato, batendo no chão sua bengala, vendia bilhetes de loteria pelas ruas de nosso bairro. Muitas e muitas vezes ajudei-o a atravessar as ruas movimentadas do ltaim. Certa vez ele vinha andando e bateu com tanta força a cabeça num tronco de árvore que chegou a empalidecer, a suar frio e quase desmaiou. Eu o vi nessa situação e corri a dar-lhe um copo de água com açúcar. Passaram-se muitos anos, mudei do bairro e depois voltei. Ontem eu o vi na feira já grisalho, gordo, passos lentos, batendo no chão a mesma bengala velha. O sorriso nos lábios continuava o mesmo. Senti, então, irresistível vontade de conhecer o dono daquele sorriso e o jeito que encontrei para puxar prosa foi comprar um bilhete. Logo eu, que jamais me interessei por qualquer espécie de jogo de sorte! Entabulamos conversa facilmente, pois o Rezende é a pessoa mais receptiva que já conheci em toda a minha vida. Descobrimos, pelo "sotaque" de um e de outro que éramos mineiros da gema e viemos para São Paulo na mesma ocasião, morando no mesmo bairro. Ele então contou sua história. Teve sarampo aos 16 anos, o que comprometeu sua visão para o resto de seus dias. Havia tratamento aqui e por isso ele deixou tudo e veio para São Paulo. Mas, tratamento caro, dinheiro curto, viu a cada dia diminuir a visão, até que ficou completamente cego. Para ele, no entanto, isso não era problema sem solução, porque tinha guardado na mente tudo o que vira até os 16 anos e, depois, disse-me ele, com aquele sorriso largo: "a gente enxerga muito melhor é com o coração". Muito habilidoso, conseguiu emprego numa fábrica de caixas de papelão e quando a cegueira completa o pegou já estava tão acostumado ao ofício que nem precisava dos olhos para trabalhar. Os bilhetes eram um bico. Com isso conseguiu romper na vida, comprar uma casinha, casar, ter filhos, e se sentia muito feliz. Comprei o bilhete, despedi-me dele e vim para casa agradecendo a Deus a oportunidade de conhecer aquele gigante de esforço, aquele herói de resignação. Agora sim, compreendia a razão daquele sorriso largo ... Cheguei em casa sorrindo também e meu filho perguntou-me o porquê daquela alegria estampada no meu rosto. Então, enigmaticamente, respondi:- Pela primeira vez comprei um bilhete de loteria e já ganhei a sorte grande. Maria Célia 38 - CM Agosto/92


CORREIO

SOBRE O P.E.S: O MÉTODO BILLINGS Saudações. Nestes 20 anos de equipe, vários foram de dedicação sem limites ao MENS, justamente por acreditá-lo um movimento ideal e capaz de ajudar o casal e famílias. Para mim, o MENS não tem restrições, a não ser da pouca vivência da maioria dos casais. Porém, me admirei de não ver no projeto da Evangelização da Sexualidade um enfoque maior ao Método Natural da Ovulação (Método Billings). Mesmo não sendo um estudo acabado, mas justamente por isso, deveria ter sido fornecida bibliografia e o maior número de informações possível sobre este método, que deveria ser adotado por todo casal cristão, que quer ser coerente com o que diz ser. Sei que a grande maioria dos casais das ENS, acima dos 40 anos, é cassado em sua fecundidade, tendo ele ou ela cortado o dom maravilhoso da fertilidade, justamente por ignorarem essa possibilidade que teriam tido com o Método Billings. E quantas mulheres nas ENS tomam pílulas? Usam DIU? E outros meios agressivos ao seu organismo e até abortivos? A C.M. poderia começar a divulgar mais esse Método que, além de 100% seguro, é aprovado por todas as religiões e adotados por todos que querem preservar um organismo saudável que é templo do Espírito Santo e como tal deve ser cuidado e preservado. Seguem nomes de alguns livros que vocês poderiam publicar, como incentivo, e o endereço do CENPU\FAM, em São Paulo, que poderia ajudá-los nesta divulgação tão importante para que casais de boa vontade vivam realmente uma evangelização da sexualidade. 1. Planejamento Natural da Família- Dr. John Billings. O Método da Ovulação 2. Planejamento Familiar com o Método da Ovulação. Guilherme Gibbons e Dionísio Santamaria. 3. Controle de Natalidade pelo Método da Ovulação. Mercedes Arzú de Wilson 4. O Método Billings Ora. Evelyn Billings e Ann Westmore 5. Integridade na Transmissão da Vida. Guilherme Gibbons Dionísio Santamaria.

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6. O desafio de Amar: A Vida Sexual do Casal. Mary Shivanandan. 7. Paternidade Responsável Antonio Moser. 8. Controle da Natalidade A quem Interessa? D. Pedro Roumié. 9. Amor e Fertilidade. Mercedes Arzú Wilson. CENPLAFAM -São Paulo Av. Bernardino de Campos, 11 O- Cj. 12 Fone: 284-3884 (*) Estou atualmente me dedicando totalmente a esse empreendimento. Espero que, nas outras cidades, os casais das ENS se interessem por esse tão importante projeto. Também pode acontecer que se a C.M . começar a veicular o assunto, os casais passem a ter maior interesse em ajudar e propagar nos meios jovens, missão para aqueles que não têm mais condições de usar. O mínimo que podemos fazer é querer que os novos casais sejam mais felizes que nós, neste âmbito de sua sexualidade, conhecendo melhor o mecanismo de sua fecundidade e valorizando mais seu corpo como dom e templo de Deus. Espero que sirva para algo ser despertado nas ENS. Saudações.

Neusa (do Orlando) Equipe 12 Baurú/SP.

,, (*) Poderão ser solicitados folhetos resumidos do método, para melhor informação.

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INTERCÂMBIO

Feliz União: É uma grande festa para o casal Nadyr e Mário da equipe 09 8. No dia 11/01/92 seu filho Marcello se uniu a jovem Marilza em cerimônia celebrada por Dom Mateus OSB, irmão do noivo. O casamento realizou-se na capela do Lar Nossa Senhora das Mercês, a mesma onde há sete anos, Dom Mateus celebrou sua primeira missa (publicado na ocasião pela Carta Mensal). Parabéns ao novo casal, aos pais e a Dom Mateus. Que Deus os abençoe. Obrigado Senhor!

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Bodas de Prata Neste Momento, senhor, queremos te agradecer pela força que nos destes para perseverarmos nesta caminhada a dois durante estes 25 anos. Queremos Te agradecer pelos nossos queridos filhos Asélio, César e Marcelo; queremos agradecer pelos nossos amigos e parentes, por nossos pais. Agradecemos, Senhor, às Equipes de Nossa Senhora, que nos ensinaram a melhor viver o sacramento do matrimônio. Célia e Asélio Eq. 21 F- Rio 111. CM Agosto/92 - 41


Equipes Jovens de Nossa Senhora. Participamos no dia 29/03/92 de uma celebração eucarística, onde tomou posse o jovem Gastão, responsável pelo Setor de Juiz de Fora e sua equipe, também os dez jovens responsáveis por suas equipes. Este acontecimento nos fez acreditar ainda mais nesta turma a apostar neles. Sentimos muito mais ajudados do que ajudamos pois aprendemos com estes jovens cada vez mais o que a facilitar e enriquecer nosso relacionamento com nossas filhas. Esperamos com esta cooparticipação despertar mais casais neste apostolado. Terezinha e José Antonio Equipe 1O - Juiz de Fora.

Amor na Comunicação. Dentre, as prioridades eleitas por nós equipistas esta a comunicação. Ouve-se muito nas bases falar em falta de comunicação, como também se ouve nas equipes dirigentes acerca do mesmo problema. Foi na nossa equipe de base que encontramos essa respostas: Amor, carinho, selo. Recebemos mensalmente de nosso casal responsável, cartas que tem conduzido nossa equipe de maneira decidida, Porém amorosa . Por falta de espaço deixamos de publicar as respectivas cartas cujo conteúdo é extraordinário. Regina Lúcia e Cleber Equipe 60 - Rio 111 Setor C. (Regina e Cléber nos encaminharam uma coleção das referidas cartas, cujo conteúdo é extraordinário. Infelizmente, nosso espaço não nos permite publicá-las, mas fica o registro da idéia.)

Desprendimento Participamos do "mutirão" nos dias 25 e 26/04 em Porto Alegre, onde testemunhamos um exemplo de esforço, carinho e Desprendimento do casal Vil ma e Julinho da Equipe 28- N.S. da Salete (POA), que por iniciativa própria, trouxeram como palestrantes o casal Ester e Marcello (S.P.) para 42 - CM Agosto/92


falar sobre a "Santidade do Matrimônio". Nós e os demais casais participantes do encontro agradecemos a vocês. Nete e Paulo Renato CR- Setor A Porto Alegre.

~ SOLIDARIEDADE Quando vimos a possibilidade de nossa filha Aline fazer sua cirurgia corretiva, no Rio de Janeiro ficanmos esperançosos, porém impossibilitados financeiramente e psicologicamente. Foram tantas as solidariedades e orações que em questão de meses foi arrecadada a quantia necessária e a estadia por 20 dia no Rio de Janeiro. Tudo deu certo, Aline fez a cirurgia e embora necessite mais uma cirurgia, seu estado melhorou muito. Hoje, Senhor queremos te agradecer, louvar e dizer: Obrigado amigos equipistas como os de Blumenau, através de Neusa e Valdir. Aos CRS reunidos em ltaicí através de Ieda e Darci; Leda e João. A Sueli de Brusque, ao Dr. Laercio que nos hospedou, aos equipistas do· Rio Grande do Sul, e aos nosso queridos equipistas de Criciúma, através de Lurdes e Larcides. Deus lhes pague. Clarete a Antonio Eq. 14 - Criciúma - SC

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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

Lançado em Abrll/92 o Boletim do~ da Região São Paulo Sul I. Aos nossos •colegas• o estímulo da Equipe da Carta Mensal. Temos certeza de que multas das suas matérias virão a ser aproveitadas na C.M.

CE: Pe. José Roberto CP: M. Tereza e Carlos Heitor • Eq.18/B CE: Pe. Carlos Alberto CP: Clelde e Valentim . Taubaté/SP • Eq. 11 • N.S. de Fátima CE: Frei Constantino Bombo CP: M. Aparecida e João Luiz

·NOVAS EQUIPES

VOLTA AO PAI

. Região Rio 111 Eq. 99/C • N.S. da Penha CE: Pe. Claudio . Setor Leste da Região Rio Grande do Sul: Constituídas três novas equipes fruto da Experiência Comunitária que foi coordenada pelos casais: lreneNenceslau, Matlldes/Sadí, Edith/Argeo. . Tramandai Eq. 15 • N.S. do Rosário CE: Frei Maurílio Parisotto CP: Terezlnha e Luís . Santo Antonio da Patrulha: Eq. 16 • N.S. Aparecida CE: Pe. Reinaldo CP: Noêmla e Osvaldo . Eq. 17 • N.S. de Caravaglo CE: Pe. lrlneu Flach CP: Eve e João . João Pessoa/PB Eq. 02 (fruto da Experiência Comunitária) CP: Zuleica e Campeio . Brasília/DF Foram lançadas as duas primeiras equipes do Setor A, originárias da Experiência Comunitária no Núcleo Bandeirante: . Eq.17 CE: Pe. Moisés Marches! CP: Sonla e Eytl (Eq.11) . Eq. 31 CE: Pe. Moisés Marches! CP: Neusa e Manoei(Eq.51) . São paylo/Sp Duas novas equipes oriundas da Experiência Comunitária foram lançadas e encontram-se em pilotagem: . Eq. 16/B

• Bernardo Ferdlnand Serra De Berredo (da Neusa), da Equipe 9-A do Rio de Ja!!!lrQ, no dia 28/04/92, com 67 anos. Além de expedicionário da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial e fiscal do INPS até pouco tempo atrás, Bernardo foi, acima de tudo, um cristão de vida exemplar. Devido ao seu jeito avesso a comentários em torno de seu comportamento intimo, só Deus sabe quantas obras de misericórdia Inspiradas no mais puro Evangelho ele praticou, especialmente em favor dos chamados pobres envergonhados. E, junto com a Neusa, soube também dirigir com multo senso prático cursos de noivos e fundou na paróquia de São Paulo Apóstolo (Zon~ Su l), um curso de Treinamento de LI· derança Cristã para jovens. llnha dois filhos: Hilton e Maria Elisa . • Astolpho Luiz do Prado (da M. Mercedes) da Eq. 04 de São Carlos/SP em 25/04/92. Astolpho, também conhecido como "Nenê" e "Mineirlnho" era atuante dentro das ENS e de outros movimentos. Membro exemplar em sua comunidade, desconhecia a palavra "Não", destacando-se por sua disponibilidade e simplicidade . Seus Irmãos do Movimento têm certeza de que ele continua, no céu, fazendo pelas ENS o crescimento de nossa Igreja . • Eurídice (do Henrique), da Eq. 03 de Nlterói/RJ • Argeo (da Edith), da Eq. 08 do Setor J.&m do Rio Grande do Syl, em fev./92. Atuante no Movimento, juntamente com sua esposa, colaboravam com os cursos de preparação para o matrimônio e coordenaram grupos de Experiência Com uni-

• NOVO BOLEllM

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tárla, um dos quais deu origem à Eq. 17. Assumiram um novo grupo, mas o agravamento de sua moléstia Impediu-o de continuar. Seus Irmãos de Movimento agradecem a Deus por ter colocado Argeo em seu caminho, e sua presença viverá sempre em seus corações. • Diácono Pedrinho- CE da Eq. 1 de flr!: ~em 15/03/92. • Terezlnha (Teté) Drago (do Moacir), Eq. 02 de BelémiPA. em 24/04/92. O Movimento sentiu multo a perda de uma de suas mais dedicadas Integrantes e o seu retorno à Casa do Pai mereceu destaque na Imprensa local que noticiou as homenagens à sua memória e a sua trajetória de cristã e de equlplsta extremamente engajada. Foi pioneira da Comunidade de Santa Isabel no bairro do Guamá, catequista na Paróquia da Trindade e participou do ECC dos Capuchinhos, de Nazaré e da Trindade. Pertencia há 15 anos às ENS, tendo sido responsável de sua equipe e também pelo Setor B. Sua vida terrena foi s6 bondade e disponibilidade para servir. Recebeu, dias antes de sua passagem, a Indulgência plenária das mãos de Mons. Geraldo Meneses. Partiu tranqüila para a Santa Paz do Senhor, com a certeza de haver cumprido com seu dever de esposa e mãe, amiga e conselheira efetiva e responsável de seus irmãos de equipe, que hoje confortam Moacir. ·Daniel de Lima (da Marlene), Eq. 10 de Mar!lia!SP, em 09/04/92. O Boletim nv 43, daquele Setor das ENS, publica um artigo de Marlene, rememorando a trajetória da vocação matrimonial do casal, destacando o seu ingresso nas ENS em maio/1967. "As ENS sempre foram nossa força em todas as horas tristes ou alegres... Nossos CEs ensinaram-nos como viver numa família cristã, a aparar arestas, a ver o outro como ele é, a entrar em comunhão com Deus ... As ENS premiaram-nos, dando-nos tarefas, ensinando-nos a servir... Fomos casal responsável pela Secretaria e pela Tesouraria do Setor••• Algumas vezes fomos eleitos CRE da Eq. 1o N.S. Auxíliadora ... Outras vezes CL das equipes 6, 8 e 9; 13 e 14... Em 1983 Deus nos chamou para a missão de CR do Setor de Marilla,

oportunidade em que, tendo recebido experiências de outros setores em encontros nacionais e internacionais, nossa Equipe do Setor passou a ser Equipe de Ugação... Como membros do Setor durante 20 anos aprendemos a conhecer e amar o Movimento e pudemos exercer várias outras atividades: organização de Retiros, Mutirões, Tardes de Reflexão, Sessões de Formação .•• • Daniel deixou multas lembranças como esposo fiel, pai dedicado, amigo, compreensivo, amoroso e um verdadeiro cristão. Agradecemos a Deus pelos anos de vida em comum plenos de amor... Quis o Senhor que Daniel passasse para uma outra vida eternamente feliz justamente por ocasião da Páscoa" ... A ele a eterna gratidão de sua esposa, filhos, genro e neto•.. Seus Irmãos equipistas "pranteiam a sua ausência, cientes todavia que estará habitando na Celeste Jerusalém •. • Maria Elena (do Luiz) Eq. 23 de~ em 08/05/92 após quase um ano de luta contra a moléstia que a atingiu, deixa muitas saudades e um rico testemunho para seus irmãos de equipe que com ela conviveram por 12 anos. Por ocasião de seu sepultamento as palavras do CE de sua equipe, Pe. Eduardo Malaspina, calaram fundo em todos os presentes: "Deus exigiu de nós (familiares e amigos) um tributo de amor, de fé e de esperança. Ele desceu no seio desta família aqui reunida, desta comunidade. Olhou-nos um a um e escolheu para si a mais santa, a mais perfeita, a mais madura, a mais próxima dele, a Maria Elena ... Ela ofereceu tudo a Deus em união com Cristo, o qual sacrifi· cou a própria vida pela salvação dos homens. Maria Elena soube crucificar seu sofrimento na cruz de Jesus, por isso ela também ressuscita com ele. E ela continua viva no coração das pessoas que amou, de seus familiares, amigos e comunidade". • Orlando Borges de Camargo, Eq. 01 de Taubaté/SP em 21/05/92. Pessoa de grande religiosidade e fé, foi um dos fundadores das ENS na cidade atuando de maneira dinâmica nos cursos de noivos, namorados, encontro de casais. Foi uma perda significativa para as equipes mas que hoje contam com um

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grande intercessor junto ao Pai. CONSELHEIROS ESPIRITUAIS - Jubileus de Ouro . D. Geraldo Maria de Moraes Penido Arcebispo Metropolitano de ADarecid~/SP. comemorou a 04 de abril de 1992 seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. Nascido em Rio Manso/MG em 06/09/1918 entrou para o Seminário de Belo Horizonte, aos 11 anos de idade. Terminou seus estudos em Roma onde foi ordenado sacerdote em 06/04/42. Retornando ao Brasil, foi professor do Seminário onde iniciou seus estudos e designado Pároco de Pará de Minas em 1953 e sagrado Bispo em 1956, sendo o mais jovem bispo brasileiro na época, tendo sido bispo de Belo Horizonte e Juiz de Fora elevada a Arcebispado em 1956, da qual D. Geraldo foi o primeiro Arcebispo e em 19n foi nomeado biso de Aparecida. Dentre suas inúmeras atividades, cabe destacar aquelas relacionadas às ENS e ressaltar a especial devoção de D. Geraldo a Maria. Seu brasão tem uma estrela e a frase "In Lumine Tuo•, a estrela representando Maria e a frase a sua caminhada à luz de Maria. Em seu livro "Magnificat• apresenta a tese da Mediação de Maria com fartas referências documentais. A capela de sua residência é consagrada a N.S. da Rosa Mística. No Seminário Bom Jesus leciona Mariologia. Como parte das comemorações de seu Jubileu de ouro houve o lançamento da pedra fundamental da •casa de Maria" local para retiros e encontros pastorais. Percebendo o grande alcance das Equipes de Nossa Senhora, D. Geraldo Introduziu e Incentivou o Movimento em Juiz de Fora. Designado para Aparecida continuou seu trabalho junto às equipes, tendo sido por vários anos Conselheiro Espiritual do Setor de Guaratinguetá/SP e sendo até hoje Diretor Diocesano do Setor, estando sempre presente às atividades do Movimento. Desejou ser C.Esp. de uma equipe e o é, desde 1978 da equipe 2 de Guaratinguetá. Introduziu na Catedral Basílica de Aparecida, a Missa das Famílias, no terceiro domingo de cada mês, às 8 horas fazendo questão de ter ao seu lado, cas~ls equi-

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pistas. Em suas homilias sempre tem palavras amigas e incentlvadoras, divulgando o nosso Movimento. Quando participou pela primeira vez de nossas reuniões D. Geraldo lembrou a figura do bom pastor. Nestes quatorze anos está sempre presente em nossos momentos alegres e nos difíceis, atento a nossos problemas e pronto a nos ajudar. . Em 07/12/91 os equipistas de Jacareí/SP tiveram a alegria de participar das comemorações do Jubileu de Ouro Sacerdotal de seu querido Cônego Borges, CE das equipes 03, 05 e 07 e ainda da Equipe do Setor. Num dos dias da novena preparatória as ENS prestaram-lhe uma homenagem lendo uma tocante mensagem cuja cópia nos foi encaminhada e na qual ressaltam o significado de um Jubileu como 50 anos de comunicação de vida:' Deus para os homens, homens para Deus. Vida de semeador da Palavra, de pescador de homens, de prática viva do Evangelho". Apresentam-lhe sua profunda gratidão, lembrando que o Cônego Borges "conhecedor profundo do ser humano, sabedor da Importância vital de uma família bem estruturada, viu no Movimento um campo fértil para um trabalho sacerdotal e tornou-se um equipista extremamente dedicado. Muito solicitado e apesar de sua grande quantidade de trabalho tem sempre um sorriso, um acolhimento carinhoso, u~ sábio conselho, uma correção fraterna. E um exemplo a ser seguido por todos •. Prossegue a mensagem dizendo que "Deus operou maravilhas em seu sacerdote. Santo é Seu nome e Seu sacerdote operou em nós maravilhas, ajudando-nos, orientando-nos, animando-nos nesta caminhada cheia de desafios•. A mensagem termina dizendo que Cônego Borges •segue o exemplo de Maria, no acolhimento à Palavra de Deus, na simplicidade e no serviço, na presença e no compromisso. Por tudo isso, Cônego Borges nós lhe ofertamos a Imagem de Nossa Senhora ... Damos graças a Deus por seu Jubileu de Ouro, agradecemos toda a sua abnegação e desprendimento e pedimos que Maria interceda sempre ao seu Divino Filho, para que cada minuto de sua vida, dedicada à construção do Reino do Céu, seja-lhe revertido em uma eterni-

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dade de bênçãos. Deus lhe paguei" EVENTOS . Semana com Maria As ENS de BelémiPA realizaram entre os dias 11 e 15 de maio p.p. um ciclo de palestras sobre a Mãe de Deus destinado aos equlplstas e aos devotos da Imaculada, em geral. CRE + CL A grande novidade do EACRE/92, realizado em São Paulo. sp foi a participação dos Casais de Ligação, face à nova dinâmica das ENS. Sua função essencial para união do Movimento é ser uma vida de comunicação mais pessoal e humana entre as Equipes e o Movimento. O sucesso de uma ligação bem feita depende do bom relacionamento entre o CL e o CRE que devem compartilhar das alegrias e das dificuldades das equipes fornecendo assim uma unidade com as ENS como um todo. Para o Movimento alcançar essa unidade desejável é preciso que a comunicação entre o CRE e o CL seja baseada na amizade fraterna que só pode se desenvolver com o contato frequente por todos os meios possíveis: Telefonemas cartas relatórios mensais e encontros ~m, pel~ menos, três reuniões anuais. (Colaboração de Alta mira e Paulo, Eq. 06B, São Paulo, SP) -Grande Encontro- Os equlplstas de .Pll: betá!RJ.IIgados à Paroqula de São Sebastião reuniram em 25.04.92, 85 casais não atuantes na Comunidade. O Encontro que contou com a participação do Pe. Jorge Masln (de Araras/SP) teve como objetivo despertar nos participantes o interesse pela Experiência Comunitária.

- Missa das Mães - No ofertório da Missa das Mães, deste ano realizada pelos equlplstas de Nlterói/RJ foram arrecadados 50 cobertores já entregues às Irmãs de N.S. de Lurdes de Monjolos para distribuição às pessoas carentes por elas atendidas. - Encontro da Imprensa Católica Realizou-se em Curlt!baiPR o 111 Encontro Nacional de Imprensa Católica reunindo Diretores e Editores de jornais e revistas católicas bem como de Boletins Diocesanos. -Peregrinação- Realizou-se em 16.05.92, a IV Peregrinação ao Santuário de Aparecida, das ENS de Taubaté/SP, organizada pelas equipes 4 e 7 com um total aproximado de 90 pessoas entre equlplstas, familiares e amigos, acompanhada por Dom Antonio A. de Miranda, Revmo. Bispo Diocesano e Pe. João Leopoldo de Almeida. Durante o percurso os participantes refletiram sobre temas ligados à Juventude e nas paradas (Inclusive Porto ltaguassú, local do encontro da Imagem da Padroeira pelos pescadores) foi rezado um mistério do Rosário. O grande evento de fé e louvor a Maria, culminou com a celebração da Santa Missa na Basilica. - O Setor D da Região São Paulo Sul 1 realizou em 31.05.92 um terço em homenagem ao mês de Maria, protetora das Equipes na Capela das Freiras de Maria Imaculada, com a presença de equlpistas dos vários setores que compõe a região. -MUDANÇAS NOS QUADROS . Junla e Mauro, que passam a Integrar a ECIR, transferem a missão de CR Região Rio I para Myrlam e Paulo Roberto que até então exerciam a função de CR Setor B.

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ORAÇÃO PARAO 15 DE AGOSTO SENHORA DA ASSUNÇÃO, Senhora do Paraíso, Mãe do Ressuscitado e Rei da Glória! Em teu corpo glorificado quero contemplar os novos céus e a nova terra ... Tu és o primeiro fruto da nova criação! Virgem Imaculada desde o primeiro instante de tua existência, Virgem Assunta em corpo e alma no derradeiro momento de tua vida mortal! Tu és a juventude de Deus, a jovialidade virginal a adornar o nosso mundo! Em Ti tudo é perfeito, tudo é belo, tudo é sinal do amor de Deus pelos homens! Nova Eva, Mãe dos vivos, Nova Eva, Mãe dos fiéis, Levaste, em teu seio virgem e mãe, o Criador do universo. Geraste-O como homem por obra do Espírito Santo, Deste-O à luz na pobreza e na ternura, Criaste-O e acompanhaste-O em Sua vida humana, vendo-O crescer dia a dia como Filho de Deus humanado! Com Ele privaste horas de indizível intimidade familiar e por Ele foste santificada com a abundância do Espírito! Assim como O alimentaste, outrora, com teu leite materno e Lhe serviste, depois, na humilde casinha de Nazaré, assim também, desde o teu último suspiro nesta terra, Ele te recebeu em sua morada celeste, no seio do Pai, para saciar-te com a visão beatífica da Trindade e ter-te, a Seu lado, como Medianeira da nossa Redenção! Assim como choraste aos pés da Cruz, vendo-O morrer desolado, assim também, pela eternidade sem fim, O contemplas no esplendor de Sua glória, a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade! Assim como O tiveste morto em teus braços, Senhora da Piedade, assim também és por Ele abraçada no amplexo filial que só um Deus pode dar àquela de quem Ele quis assumir nossa natureza! O teu FIA T de generosa atenção nos desígnios divinos ressoa ainda no céu, transmudado em perene intercessão a nosso favor! Teu corpo virginal, templo vivo do Espírito Santo, imagem da Trindade, brilha glorioso aos olhos dos anjos e santos, que te aclamam, ó Rainha dos céus, hosanando o Teu Filho! Saúdo-te, ó Mãe bem-aventurada, na glória da tua Assunção! Saúdo o teu Coração imaculado repleto de ternura de Deus! Saúdo a tua virgindade que não tem ocaso e é sempre fecunda pelo Espírito! Saúdo o teu corpo semelhante ao nosso corpo, penhor de nossa futura ressurreição! Ave, Maria, nossa Esperança, nossa Vida, nossa doçura!

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MEDITANDO EM EQUIPE

(Sugestão para o mês de agosto) Texto de meditação (Mt. 8,18-22) Vendo Jesus que estava cercado de grandes multidões, ordenou que partissem para a outra margem do lago. Então chegou-se a ele um escriba e disse: "Mestre, eu te seguirei para onde quer que vás". Ao que Jesus respondeu: "As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça". Outro dos discipulos lhe disse: "Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai". Mas Jesus lhe respondeu: "Segue-me e deixa que os mortos enterrem os seus mortos". Oração Litúrgica: - Maria, chama-te o teu Pai, o teu Filho, o teu Esposo. k - A Trindade Divina, numa só voz, te chama: "Vem, ó minha amada, minha bela, Já o inverno da terra passou; as chuvas do teu pranto cessaram, o tempo da alegria chegou!" ;c. -

Vem , desprende-te da terra. Vem para o lugar que te está preparado desde o início, O teu trono de rainha dos anjos e dos homens . .k

_..I nclina, filha, o teu ouvido; o Rei se apaixonou pela tua beleza e que que apareças no céu como um grande sinal. O grande sinal de toda a humanidade um dia ressurgida. ....t Surge, levanta-te, pois o Cristo te iluminou antes da tua aurora, antes que tu mesma o gerasses, no esplendor dos santos. )<.(do poema "O Anjo e a Virgem ", de Dom Marcos Barbosa)

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MAGNIFICAT Antífona: O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome. -A minh'alma engrandece o Senhor exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; -Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. -O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! - Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem; - Manifesta o poder de seu braço, dls rsa os soberbos;


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