ENS - Carta Mensal 254 - Abril 1989

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A SEGUNDA INSPIRAÇÃO


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Ao conceber o plano para este número da Carta Mensal, a nossa equipe projetou os três temas básicos em torno dos quais os assuntos deveriam se desenvolver: Segunda Inspiração, Campanha da Fraternidade, Tempo Pascal. Mas ao rever agora os textos que estamos levando a vocês, impressiona-nos uma outra realidade, que acabou se infiltrando em todos eles, e que mostra com bastante clareza o resultado do grande empenho que o Movimento vem desenvolvendo de há algum tempo: a nossa inserção nas preocupações da Igreja no Brasil. De fato, ao lerem as informações, os testemunhos, as matérias publicadas este mês, vocês poderão constatar que o que predomina mesmo, em todos, são os três grandes Destaques que toda a Igreja está hoje privilegiando em nosso país: Juventude, Meios de Comunicação Social, Famflia. E a razão disto, sem dúvida, é que as nossas atenções, através dos temas básicos que nos orientam, se dirigem naturalmente para os assuntos que constituem os temas de atualidade d~ , !greja na sua missão evangelizadora.

-oOo-0 mês de março que passou foi marcado por este grande acontecimento que, pelo Brasil todo, são os Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe - EACREs . Já estamos recebendo os relatos do que aconteceu nos 17 Encontros, e esperamos, no próximo mês, dar a vocês uma visão global, fruto do trabalho de nossos 'correspondentes'. Mas queremos lembrar a vocês que nos EACREs foi distribuído o material do recadastratamento que o Secretariado Nacional está promovendo, de todas as equipes e de todos os equipistas do Brasil. O preenchimento e a devolução, dentro dos prazos previstos, desse material é indispensável, pois é a partir deste novo cadastro que a distribuição da Carta Mensal e de toda a documentação do Movimento passará a ser feita a partir do segundo . Sfmestre deste ano. Infelizmente, há certos trabalhos burocráticos que um Movimento, que entre casais, sacerdotes, viúvos e viúvas conta com •l'iiílis de 6.000 participantes, é obrigado a cumprir para manter a seriedade de sua organização. O Secretariado conta com a compreensão e a colaboração de todos .

-oOo-Não menos importante que o recadastramento, é a pesquisa internacional que foi distribuída junto com o número de março da Carta Mensal, e que também está sendo entregue aos Casais Responsáveis nos EACREs. Aqui também, é indispensável que todos respondam, pois é esta pesquisa que vai retratar a situação das equipes brasileiras no limiar da Segunda Inspiração. A todos, o nosso fraternal abraço . A Equipe da Carta Mensal

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EDITORIAL

UM SANATóRIO PARA PECADORES? Neste período 'pós-Lourdes', como vocês podem notar, estou querendo sublinhar alguns aspectos da Segunda Inspiração. No último Editorial, convidei-os a colocarem-se diante da escolha inicial: aceitar a vocação para a santidade, apesar da palavra que assusta ... Mas entendam bem: reconhecer e aceitar essa vocação não quer dizer que já se chegou ao ponto final ! As Equipes de Nossa Senhora nada têm a ver com essas "seitas de perfeitos", criadas ao longo da história por gente convencida de deter a " fórmula" , de ser uma casta de eleitos. Se por acaso tivéssemos a tentação de pensar assim, bastaria olharmos para nossa vida de cada dia . .. Reconhecer e aceitar a vocação para a santidade significa, ao invés, considerar com coragem o caminho árduo e longo que se estende à nossa frente; significa avaliar, por um lado, a nossa fraqueza, e pelo outro, o poder da graça : " O que é impossível para o homem, é possível para Deus".

-oOo-Nos primeiros séculos do cristianismo, não se praticava o sacramento da penitência como hoje em dia. Havia, notadamente, um princípio muito difundido: só há uma penitência, da mesma forma que só há um batismo. Logo, os que recaíam no pecado eram marginalizados! Quando o Papa Calixto, no século 111, teve a idéia de reconciliar os pecadores recidivos que o procuravam, foi interpelado com veemência por Hipólito de Roma, um radical daqueles tempos: "A Igreja é um cenáculo de santos, e tu queres transformá-la em sanatório para pecadores!" A expressão é bonitinha e interessante. As Equipes de Nossa Senhora não são um cenáculo de santos. Quem sabe uma sementeira; pelo menos é o que se espera. Aliás, a santidade não se mede como a temperatura ou como o Q.l. Não existe tabela, não há indicador. B o segredo de Deus, pois só Ele pode sondar os corações.

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As Equipes de Nossa Senhora acolhem pecadores. E confiando na graça divina, propõem-lhes uma caminhada e meios concretos para que se curem de seu pecado e que respondam ao apelo de Deus. São meios que já deram provas de sua eficácia mas que, naturalmente, são apenas meios e não uma fórmula mágica. Numa equipe, os casais são companheiros de caminhada, que se ajudam e se animam mutuamente, carregando, se necessário for , os fardos uns dos outros ... --o Oo--

Parece-me que um dos grandes meios de auxílio mútuo é a partilha. Eis outro ponto que precisa ser bem entendido. Há muitas equipes que não praticam mais a partilha ou que a praticam mal. A partilha não é uma avaliação do grau de perfeição que se tenha atingido na prática dos pontos de esforço. Não é um relato numérico e frio dos pontos positivos e negativos que cada um atribui a si mesmo. Logo, não basta dizer: fiz, não fiz, fiz mais ou menos . . . Não se faz a partilha às pressas, ela requer tempo. ~ preciso tomar o cuidado de explicar os esforços QUe fizemos , os resultados obtidos, os insucessos e seus motivos. E aí que a experiência de cada um é importante: alguns já passaram pelas mesmas dificuldades, quem sabe já encontraram algum método prático, alguns meios mais adequados que poderão nos aconselhar. Assim, a partilha se transforma em verdadeiro auxílio mútuo. E (para ficar na linha do 'sanatório'), os casais se transformam em médicos e enfermeiros uns dos outros. A santidade ainda está bem longe? Não importa! Caminhamos juntos, sustentamo-nos uns aos outros. Pouco a pouco, os pecadores tornam-se santos. Mas não se ouve aquele 'bang!', como ao passar a barreira do som . . . Não. A transformação se faz no silêncio, na paciência, no segredo do trabalho do amor de Deus . Bernard OLIVIER, o.p.

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

Caros Amigos, O encontro de Lourdes foi um momento de especial intensidade, para todos os que dele puderam participar. As jornadas que vivemos juntos foram ocasiões realmente privilegiadas, que revelaram o amor pessoal que o Pai tem para cada um de nós. Talvez, mais do que nunca, sentimos que as E.N.S. são um verdadeiro dom do Espírito Santo à Igreja. E percebemos que o Movimento não somente possui um valor em si, mas leva-nos também a nos engajarmos na comunidade dos fiéis e dos homens. Após 40 anos, encontramo-nos hoje num ponto marcante de nossa história. Parece-nos que todos percebem com clareza o espírito que presidiu à concepção da "Segunda Inspiração", a sua filosofia, o esforço de renovação a que nos chama. De nossa parte, gostaríamos de sublinhar aqui alguns aspectos que nos parecem importantes, valendo-nos de duas palavras que estão muito na moda ultimamente: "glasnost" (transparência) e "perestroika" (reestruturação). A "glasnost" que animou a Equipe Responsável Internacional foi a vontade de não guardar segredos mas, ao contrário, de levar todos os casais a participarem das escolhas e das decisões fundamentais do Movimento. A ERI, juntamente com os Super-Regionais, insistiu muito sobre o fato de que cada casal deve sentir-se co-responsável pela vida e pelo bom funcionamento das Equipes. Todos nós temos a tendência de viver como ' consumidores', mesmo na vida espiritual. O que se nos pede hoje, é um esforço para vivermos como membros ativos, para participarmos do crescimento do Movimento. A "perestroika", ou atualização ('aggiornamento') como dizia o Pe. Caffarel, não resulta de um enfraquecimento das Equipes. Foi o que nosso fundador enfatizou para os responsáveis europeus reunidos em Chantilly, em 1987. Decorre tão somente da necessidade de ressaltar com mais destaque que o Senhor colocou as E.N.S. no caminho de cada um de nós, para que sejamos seus colaboradores no anúncio da boa nova sobre o amor humano. Mas este anúncio deve encarnar-se na história de hoje, com uma linguagem que os homens e as mulheres de nosso tempo possam compreender. Eis onde se situa o esforço de criatividade que se nos pede: encontrar novas maneiras de viver mais autenticamente os métodos das E.N.S., de forma a ajudar outros casais a perceberem o significado do matrimônio cristão em nossos dias. A " Segunda Inspiração" nos impele, portanto, a viver o nosso dia- \ a-dia com mais comprometimento e profundidade. Todos nós temos dificuldades e problemas em nosso casamento. Nós dois também temos os

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nossos, que ainda não resolvemos, e que talvez pão resolvamos nunca. Todos devemos conscientizar-nos de nossas limitações, mesmo quando achamos que não há problemas. Descobrir que nosso amor é sempre imperfeito, que nunca alcançamos o objetivo definitivo. Descobrir que, juntamente com o amor, existe a necessidade da abnegação, inspirandonos no modelo da misericórdia de Deus. Ter a humildade de pensar que nem sempre temos razão. Ter a vontade de recomeçar a cada dia ... A vida do casal não é sempre uma "lua de mel". f. uma vida alicerçada num amor que tem a modesta e pálida dimensão do dia-a-dia. Um amor imperfeito, que precisa de ajuda para crescer, sob uma forma que nem sempre nossa equipe nos dá. Aliás, seria bom também que nos perguntássemos se nossas equipes não tendem a tornar-se clubes de amigos, que procuram evitar os confrontos e renunciam à verdadeira partilha. Durante os anos em que fomos responsáveis de equipe, percebemos que, com freqüência, perdíamos o gosto pelo risco, que cedíamos à tentação de fazer de nossa equipe uma "ilha de felicidade". A "Segunda Inspiração" quer nos arrancar desta visão egoísta e nos levar a compreender que as "ilhas de felicidade" tendem a se transformar em 'panelinhas', fechadas aos estímulos do Espírito. O fato de pertencermos às Equipes não é para nos fornecer álibis cômodos: devemos sair de nossas 'panelinhas' para engajarmo-nos cada vez mais na vida do mundo e da Igreja. Sem dúvida, devemos questionar-nos sobre o que somos chamados a fazer. E devemos vigiar para que todas as nossas escolhas sejam feitas na perspectiva do discernimento espiritual. Isto significa que jamais deveremos esquecer que as E.N.S. são um movimento de formação, uma formação que leva, acima de tudo, a deixar-se julgar pela Palavra. E que leva a abrir nossos corações à vida, à história que está acontecendo em volta de nós. Devemos aprender a reconhecer os verdadeiros sinais , de nosso tempo, por meio dos quais Deus nos interpela. Devemos aprender a viver na história de hoje, que é diferente da história de ontém, e que prepara a de amanhã. Gostaríamos de chamar a atenção também para o fato de que esta formação, que significa, é certo, conhecer, estudar, aprofundar, não deve por isso se limitar ao nível intelectual, como acontece às vezes. A verdadeira formação é a que leva do nível do 'compreender' ao nível do 'sentir', transformando nosso coração, levando-nos a uma real conversão de vida. A verdadeira formação é a que nos impele para a ação, da mesma forma que faz da verdadeira oração uma ação. Uma formação que não leva à ação não passa de exercício intelectual. Nesta perspectiva, acreditamos que a " Segunda Inspiração" nos lança um desafio maior. Desejaríamos que daqui a seis anos, no próximo Encontro Internacional, possamos dizer: "Senhor, acolhemos o Teu desafio e procuramos dar um passo à frente na construção do Teu Reino''. Com nosso carinhoso abraço, também para seus filhos , Paolo e Franca Nanni

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A EC/R CONVERSA COM VOCES

Estamos todos voltando dos EACRES, uma das muitas fontes de reabastecimento que o nosso Movimento nos oferece. Através dos nossos Casais Responsáveis de Equipe vamos tomando conhecimento das "boas-novas" que nos são propostas ao início de um novo ano equipista. Um vento forte soprou em Lourdes no mês de setembro - vocês puderam sentí-lo na leitura da Carta Mensal de dezembro- e este sôpro, este fôlego ou esta inspiração espalhou-se pelos quatro cantos do mundo equipista e chegou vibrante nas equipes brasileiras. Paira no ar uma forte vibração de mudança, de recomeço, de transformação, que nos estimula a continuar a caminhada do Cônego CAFF AREL e dos primeiros equipistas, agora mais do que nunca, porque nos sentimos revigorados por este novo impulso. Ao mesmo tempo, festejamos na última semana de março a festa da Páscoa ("passagem"), isto é, saímos da morte escura da sexta-feira para a claridade translúcida da madrugada de domingo. Como o Cristo ressuscitado, também nós temos de ressurgir, sair da nossa vida medíocre de egoísmos, iniqüidades, mesquinharias, para uma vida mais "transparente", alegre, s.em mêdos, sem comodismos, mais voltada para o próximo, mais aberta para o mundo. Pensemos no privilégio de ter conhecido e ingressado nas EQUIPES DE NOSSA SENHORA e, olhando para trás, avaliemos o quanto isto significou para as nossas vidas, o quanto isso nos transformou, e visualizemos o futuro, quanto temos ainda a caminhar e crescer. A ressurreição de Cristo exige de nós, a cada instante, uma renovação, uma vida nova, num mundo que necessita do testemunho de verdadeiros cristãos, do "homem novo" que dá o sentido último e a esperança de vida na sua época, no momento que se está vivendo. Mostremos o Cristo através do nqsso comportamento e da nossa palavra, renascendo pela superação do "homem velho", mas conservando a lembrança e a consciência da mudança que está se operando em nós. São Paulo nos fala do "homem novo" com palavras sublimes nas quais manifesta ao cristão a grandeza da imagem do homem conforme a revelação. O "revestir-se do homem novo" significa uma renovação no espírito e na mente ·porque criado por Deus em justiça e santidade verdadeira (Ef 4, 24). Nesta nova criação são colocadas "a misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão, a paciência" (Cl 3, 12), mas o que

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caracteriza o "homem novo" é sobretudo o amor como vínculo de perfeição. A novidade desta vida consiste, nada mais, nada menos, do que na participação na vida e no amor do próprio Deus mesmo, no qual nós tomamos parte por meio de Cristo. Deste modo, o próprio Cristo se converte em "nossa vida" (Cl 3, 4), de tal modo que a vida para nós se chama Cristo. Assim, o homem entra numa comunidade de destino com Cristo, comunidade que foi estabelecida no batismo. Aquele que é batizado fica "revestido de Cristo" (Cl 3, 27). Esta comunhão de destino na morte e na ressurreição entre o Redentor e o redimido, não é uma comunhão momentânea, mas, antes, prolonga-se através de toda a vida, porque se morremos com Cristo, sabemos que também viveremos com Ele (Rm 6, 8). Com a nova inspiração que o Movimento nos traz, em seguida à grande convocação para vivermos os pontos concretos de esforço no seu verdadeiro sentido, temos tudo, sob o olhar de Maria e o sôpro do Espírito Santo, para nos tornarmos equipistas novos, para "sermos em Cristo", renovarmo-nos como se renovam as EQUIPES DE NOSSA SENHORA, e nos tornarmos homens novos na construção o Reino que o Cristo nos confiou. Um grande abraço de THEREZINHA e THIAGO

AINDA SOBRE A SEGUNDA INSPIRAÇÃO (Uma palavrinha a todos os casais) Queridos Amigos, Nesta nossa conversa, como não poderia deixar de ser, dada a importância do assunto, voltamos a falar-lhes sobre a "Segunda Inspiração" (reler na C. Mensal de dezembro e março, "A Ecir conversa com vocês", e ainda na de dezembro, o "Envio de Jean-Claude e Jeanine Malroux" c "Do Magnificat ao Novo Fôlego", do Pe. Olivier). De início queremos reforçar aqui que a "Segunda Inspiração", embora acompanhada de um texto muito- importante, que foi apresentado aos casais responsáveis nos EACRES para ser refletido por todos os casais, não se constitui em algo de acabado, como um tema de reflexão, para ser estudado e vivido.

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A "Segunda Inspiração" encerra uma grande convocação a todos os casais do Movimento para : a) Através da busca persistente, do estudo sério, da profunda reflexão, do empenho na oração e da troca de idéias e de experiências muito abei:ta em equipe, ajudar o nosso Movimento a, permanecendo fiel à intuição inicial, encontrar respostas para as necessidades dos casais de hoje. As E. N. S. são um movimento de espiritualidade conjugal e como tal devem ajudar os casais a se santificarem através do seu matrimônio. Devem, pois, auxiliar os casais a viverem plenamente o seu matrimônio, apoiando-os em sua caminhada para a comunhão com Deus; - para a realização de cada cônjuge como pessoa humana; - para a unidade plena do casal; - para a comunhão com o outro. Nesta perspectiva, muitos são os aspectos do relacionamento a dois que precisam ser aprofundados, trabalhados, para poderem ser vividos hoje: o amor conjugal, a fidelidade, a renúncia, o relacionamento sexual, a fecundidade, a generosidade, o sentido e o valor da complementariedade; a verdadeira imagem do marido, da esposa, do casal, do pai e da mãe, conforme a realidade e as necessidades de hoje; a abertura do casal para o mundo ... b) Colocar-se ao serviço desse ideal que as E . N . S . querem levat· seus casais a conhecer, aprofundar e viver, como Igreja. Mas há um outro aspecto que queremos abordar aqui e no qual vamos nos deter um pouco mais. Tem-nos parecido que, de um modo geral, ao tomarem conhecimento da proposta contida na "Segunda Inspiração", as pessoas têm ficado entusiasmadas, chegando mesmo alguns a prever uma renovação das Equipes a partir dela. Mas temos percebido também que muitos têm ficado um tanto preocupados por se sentirem um pouco no ar, sem apoio de sustentação. Em nossa opinião, isto é até certo ponto compreensível, pois estamos acostumados a receber as coisas sempre mais ou menos prontas, ou seja, estamos acostumados a caminhar por estradas já construídas. E embora às vezes até critiquemos suas orientaçÕes, seus métodos , essa forma é mais tranqüila e nos proporciona mais " segurança" . Agora, quando temos que nós mesmos abrir estradas para caminharmos e, ainda mais, sabendo que outros também deverão caminhar por elas, sentimo-nos, pelo menos no primeiro momento, um tanto perdidos. Precisamos, pois, estar atentos a um perigo: pode ocorrer que, apesar de acharmos a proposta excepcional , uma verdadeira intervenção do -8-


Espírito de Deus, e apesar de estarmos imbuídos da boa intenção de pôr a mão na massa, os passos que venhamos a dar nesse sentido sejam inexistentes ou insignificantes: permanecemos apenas nas "boas intenções". Se dependesse apenas de nossas boas intençõões, já seríamos todos santos. E a concretização, ou a difícil passagem da intenção à concretização que nos atrapalha. A concretização "estraga" tudo, ou, ao menos, temos medo de que isto aconteça. Em nossa intenção, tudo é perfeito e quando enfrentamos a realidade, não nos agrada, muitas vezes, a maneira como as coisas saem. Parece-nos que a realidade tem sempre o poder de desvirtuar a intenção. Preferimos então, muitas vezes, permanecer alimentando a boa intenção, à espera de que algum milagre aconteça, fazendo com que as coisas sejam diferentes. E essa boa intenção, assim alimentada, nos dá a sensação de estarmos caminhando, indo para a frente. Mas na realidade não estamos. O milagre acontecerá, mas se: - Não tivermos medo do imprevisível, se estivermos dispostos a correr o risco; - Tivermos a coragem e a humildade para dar os primeiros passos, embora sem saber muito bem como, conscientes de que pode não dar certo, como uma criança que vai dar os primeiros passos e pode cair; - Estivermos atentos aos resultados que não batem com as intenções e não desanimarmos quando isto ocorrer. Como a criança que não desanima com as quedas e continua a tentar, também não podemos desanimar com as dificuldades, com os insucessos; - Não perdermos de vista nosso objetivo e soubermos ir avaliando continuamente e refazendo, conforme as necessidades, o projeto inicial; - Formos pacientes, procurando não queimar etapas, sem pretensão de atingir logo grandes metas. Ousamos trazer aqui o exemplo de um dos nossos filhos, que desejava intensamente aprender a ler e não possuía idade ·para isso. Em sua cabecinha ele estabeleceu então, intuitivamente, uma pedagogia. Escolhia uma letra e perguntava a qualquer pessoa da família, que letra era. E assim foi, até conhecer todas as letras. Depois juntava duas letras e perguntava qual o som resultante, e assim por diante. Dentro de um certo tempo, para surpresa nossa, ele estava lendo. Voltando ao nosso caso, como proceder para responder a essa convocação à qual não podemos deixar de dar respostas? Não existem fórmulas prontas, mas será que os nossos primeiros passos não deveriam partir de nossa própria realidade individual e de casal? Como o menino começou por uma letra, não poderíamos nos questionar sobre nossa vida a dois:

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- Se nossas aspirações pessoais e conjugais têm sido levadas em conta, se têm se realizado ou não, e por que? - Se nossa vida a dois tem nos ajudado a crescer ou não, e em que aspectos? - Priorizar o aspecto de nossa vida conjugal que tem se apresentado mais difícil e que, por isso mesmo, mais temos necessidade de aprofundar. - Valorizar o aspecto em que mais avançamos no sentido da perfeição , e precisar as causas. E assim por diante. Reconhecemos que esta reflexão não é fácil e por isso mesmo precisamos buscar ouvir o Espírito do Senhor. Com sua ajuda, certamente encontraremos um caminho, vocês não concordam? Levemos depois à nossa equipe nossas descobertas, nossas necessidades. Troquemos idéias com nossos companheiros. Procuremos nos aprofundar sobre os aspectos lembrados (um de cada vez) , indo o mais fundo que conseguirmos, sem pressa. Peçamos orientações ao nosso Conselheiro Espiritual. Busquemos o que já foi escrito sobre o assunto e que possa nos ajudar. Comparemos as informações obtidas e procuremos tirar as nossas concluões. Insistimos: não tenham medo de errar, de desvirtuar o ideal. As vezes é preciso quebrar a cabeça para aprender, para amadurecer, para crescer. Não guardemos somente para nós o que formos descobrindo, concluindo. Passemos ao Casal Responsável do Setor, que poderá encontrar formas de todos os casais de seu Setor trabalharem com o material que for recebendo. Assim, não apenas o próprio material poderá se enriquecer, mas também os casais poderão se auto-ajudar. Se todos levarem a sério essa busca, e pedimos ao Pai que isto não deixe de acontecer, essas respostas à proposta feita pelo Movimento irão ajudar a reescrever a segunda inspiração. E isto será importante, não apenas para os casais do Movimento, mas para todo o povo de Deus, pois deverá dar respostas às necessidades essenciais dos casais deste final do segundo milênio do cristianismo, contribuindo assim para a sua felicidade. Com o nosso carinhoso abraço , CIDINHA e IGAR

Nota: Pedimos a todas as equipes que releiam, em reunião, este artigo, após o estudo de "A Edr conversa com vocês", da Carta Mensal de março/89, do trabalho sobre a "Segunda Inspiração" que os casais responsáveis analisaram no EACRE e principalmente, do texto sobre a "Segunda Inspiração" apresentado nos EACRES.

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A PALAVRA DO PAPA

A carta encíclica

A DIGNIDADE E A VOCAÇÃO DA MULHER de João Paulo li No dia 15 de agosto de 1988, o Papa João Paulo 11 assinou uma carta encíclica de enorme interesse e atualidade: trata-se de um texto que faz um magnífico elogio à dignidade da mulher e delineia as principais perspectivas de sua vocação. Nessas páginas se revela com singular profundidade a experiência pastoral do Papa Wojtyla, assim como sua sensibilidade humana, sua devoção à Virgem Maria, seus conhecimentos teológicos e seu carisma de sucessor de Pedro. As linhas que seguem são como um condensado da carta encíclica. Tratando-se de uma carta, é de desejar que seja lida na íntegra, por suas e seus destinatários.

1. Maria, mulher exemplar (Capítulos 1-2) Logo no início, o Papa lembra, em continuação ao pensamento do Concílio Vaticano 11, de João XXIII e de Paulo VI, que a emergência da mulher na vida pública constitui um "sinal dos tempos". Depois, mostra como a Virgem Mãe de Deus é a figura exemplar da mulher. Através de sua maternidade, Maria alcança uma união com Deus que supera todas as expectativas. "Cheia de graça", por ser Mãe de Deus, ela recebe a perfeição daquilo que é característico da mulher, daquilo que é "feminino": em Maria, a mulher redescobre qual é a verdadeira dignidade da mulher, da humanidade feminina. 2 . Igualdade do homem e da mulher (Capítulos 3-4) Já o Antigo Testamento reconhece a igualdade essencial do homem e da mulher. B a narração da criação. Na epístola aos Gálatas, São Paulo insiste sobre a igualdade do homem e da mulher em Cristo. Em ambos os textos são vistos como companheiros para a vida, chamados a viver uma comunhão de amor. Trata-se de uma maneira de existir um para o outro, pois, fazendo-os à sua imagem e semelhança, Deus criador manifestou que toda pessoa humana é chamada a existir para os outros, a tornar-se um dom. No casamento, um dom mútuo. O domínio do homem sobre a mulher é visto pela Bíblia como uma perda na estabilidade, na situação de igualdade e de amor. Que a mulher se torne objeto de posse do homem é conseqüência do pecado, como aliás -

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seria a situação oposta, o homem objeto de posse e domínio da mulher. Os recursos pessoais de cada um são diversos e devem ser respeitados, cultivados e associados .

3 . Jesus e as mulheres de seu tempo (Capítulo 5) O Capítulo 5 da encíclica é belíssimo: mostra como Jesus se aproxima das mulheres de seu tempo e com elas trata dos assuntos mais profundos de sua pregação: o reino de Deus, o perdão, a redenção, a vida eterna. Isto, apesar da surpresa dos próprios apóstolos: "Está falando

com uma mulher!" Aliás, um grupo de mulheres os acompanhava, Ele e seus apóstolos, durante suas peregrinações pelas cidades e aldeias. Às vezes são pecadoras públicas, adúlteras. Maria Madalena até mereceu o título de "apóstola dos apóstolos", por ser a primeira a dar testemunho d'Ele diante dos apóstolos. 4. Virgindade e maternidade (Capítulo 6) Virgindade e maternidade são duas dimensões na realização da personalidade feminina: as duas coexistem nela. Se os esposos participam do poder criador de Deus, a maternidade da mulher, unida à paternidade do homem, reflete o mistério eterno de gerar, que é próprio de Deus. Mas a maternidade da mulher possui uma característica incomunicável e o homem deve, sob muitos aspectos , aprender da mãe a própria paternidade. Assim se complementam e se explicam mutuamente masculinidade e feminilidade. No ensinamento de Cristo, a maternidade é ligada à virgindade mas é também distinta dela. O celibato livre, escolhido por causa do reino de Deus, é conseqüência de um chamado especial de Deus. O ideal evangélico da virgindade tem valor tanto para os homens como para as mulheres. Jesus propõe o ideal da consagração da pessoa, em sinal de sua dedicação exclusiva a Deus. Na virgindade livremente escolhida, a mulher se afirma como pessoa autônoma. E. impossível compreender corretamente a consagração da mulher na virgindade, sem recorrer ao amor conjugal: a mulher chamada desde o princípio a amar e a ser amada, encontra na vocação à virgindade antes de tudo ao Cristo como Redentor . A este dom ela responde pelo dom de toda a sua vida. Na virgindade assim entendida exprime-se o " radicalismo do Evangelho" : deixar tudo e seguir a Cristo. Isso não pode ser comparado a um simples "permanecer solteira ou celibatária", pois a virgindade consagrada na vida religiosa ou em institutos seculares contém um profundo 'sim' conjugal: o doar-se totalmente por amor. Renunciando à maternidade física , a mulher se abre à maternidade segundo o espírito. 5 . A mulher na Igreja (Capítulos 7-8-9) Na história da Igreja, desde os primeiros tempos, numerosas mulheres. ao lado dos homens, tiveram parte ativa e importante. Participaram

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não somente da Missão Sacerdotal, mas também da Missão Profética e da Missão Real do Cristo Messias. Mas Jesus mesmo, apesar de sua total independência em relação aos costumes de seu tempo e de sua plena liberdade de iniciativa, não associou nenhuma mulher ao sacerdócio ministerial. A dignidade da mulher é medida em função do amor: ela não pode ser plenamente ela mesma, senão dando amor aos outros. Deus lhe confia de maneira especial o ser humano, particularmente em nossa época, quando os sucessos da ciência e da técnica podem provocar um desaparecimento da sensibilidade por aquilo que é essencialmente humano. Nessa situação, a mulher se torna um amparo insubstituível e uma fonte de força espiritual para todos os que percebem a grande energia de seu espírito. A Igreja só pode agradecer a Deus por todas as manifestações do " gênio" feminino: pelas mães, pelas irmãs, pelas esposas, pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade, pelas mulheres que se dedicam a tantos e tantos seres humanos que esperam o amor gratuito de uma outra pessoa, pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, pelas mulheres que trabalham profissionalmente, carregando às ve7.es uma grande responsabilidade social. Todas assumem junto com os homens uma comum responsabilidade pela sorte da humanidade. Assim, a Igreja reconhece todos os frutos da santidade feminina. Conclusão

E o Papa conclui: "A todos os fiéis, e de maneira especial às mulheres, irmãs em Cristo, dou a bênção apostólica". Fr. f. P. Barruel de Lagenest o.p. -oOo-Em visita pastoral à paróquia do Carmelo, em Roma, no dia 15101/89, o Papa João Paulo li pronunciou uma homilia, da qual destacamos o seguinte trecho:

Fazei com que as vossas famílias sejam o lugar privilegiado em que a Deus é agradável habitar e agir; o lugar em que se conserva, se revela c se comunica o amor. Não cesseis de invocar o Espírito de Cristo para que dê às vossas famílias os diversos carismas e ministérios de que fala São Paulo: o da educação principalmente, que do Sacramento do Matrimônio "recebe a dignidade e a vocarão de .rer um verdadeiro e próprio 'ministério' da lgreja, ao serviço da edificação de seus membros." (Familiaris Consortio, 38). Sinta-se nas vossas famílias também a necessidade de realizar, nos modos que são possíveis, o mistério da evangelização: toda a família se torne "evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente em que está inserida" (Evangelii Nuntiande, 71).

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A PALAVRA DE NOSSOS PASTORES

VIVER COMO RESSUSCITADOS Ser cristão é proclamar a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador dos homens. Proclamar pelo anúncio do seu Evangelho e pela comunhão de vida com Cristo. Mas ninguém pode ter fé num salvador que permanece morto e sepultado, incapaz de comunicar a vida. A fé cristã só pode ser verdadeira e coerente quando fundamentada na certeza da ressurreição de Jesus Cristo. "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crer em mim, ainda que esteja morto, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá". (Jo. 11,25-26). Estas foram as palavras com que Ele firmou a fé de Maria, pouco antes de ressuscitar seu irmão Lázaro. As primeiras comunidades cristãs fundadas pelos apóstolos logo entenderam que toda a vida da Igreja devia estar centralizada na celebração da Páscoa do Senhor. Essa presença real e viva do Ressuscitado, particularmente na celebração eucarística, era a força que mantinha a coesão dos cristãos em meio a um mundo hostil e gerava a coragem de enfrentar as perseguições que se abatiam sobre eles. Vemos, portanto, que a vida de oração das comunidades primitivas não consistia numa piedade sentimental para satisfazer ao gosto arbitrário de cada um. Formava, ao contrário, uma piedade robusta vivida em forma comunitária e na solidariedade entre os irmãos. Assumiam e partilhavam as alegrias e os sofrimentos de todos. Justamente por ser a verdade central do cristianismo, o mistério da Ressurreição exigiu uma extraordinária firmeza doutrinária por parte dos cristãos desde os primeiros tempos. Já na época dos apóstolos, escolhidos por Cristo como colunas da Igreja, surgiram dúvidas e desvios tentando negar nossa ressurreição futura, à semelhança da ressurreição de Cristo. Eram tendências provindas de filosofias gregas influenciadas pelo gnosticismo pagão. Foi enérgica a reação do apóstolo Paulo, que se reconhecia ter sido encarregado por Deus justamente para ser o anunciador do Evangelho aos pagãos. Sua argumentação não deixa margem a dúvidas: "Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã nossa pregação e vã vossa fé. Mas na verdade Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram" (I Co. 15,13-14-20). Essa firmeza de Paulo impediu que o cristianismo fosse contaminado por concepções estranhas que teriam falsificado todo o Evangelho. -

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Passados tantos séculos repetem-se hoje tentativas semelhantes pretendendo negar a ressurreição e substituí-la pela absurda idéia da reencarnação. Uma simples análise filosófica bastaria para demonstrar que a reencarnação de uma alma em outro corpo que não o seu negaria o princípio da identidade da personalidade humana, pois já não se trataria da mesma pessoa. O mais importante, porém, é reconhecer que essa concepção nega inteiramente o cristianismo, pois destrói a verdade central dos Evangelhos: Jesus Cristo é o Filho de Deus que assumiu a carne humana para nos comunicar a graça divina da vida eterna, salvação definitiva dos homens. Ora, se forem necessárias novas reencarnações para uma "purificação" gradativa é porque não se reconhece no Cristo ressuscitado o poder de comunicar definitivamente a salvação. Nega-se, portanto, que Jesus Cristo seja o Filho de Deus. Por coerência, quem aceita a reencarnação já não pode chamar-se cristão, nem seguidor do Evangelho de Cristo. A celebração da Páscoa exige, pois, uma renovação da nossa fé. Uma fé plenamente esclarecida pelo que nos revela o apóstolo Paulo: "Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao último toque da trombeta os mortos ressuscitarão incorruptos, e nós seremos transformados. Porque é preciso que este corpo corruptível se revista de incorrupção e que este ser mortal se revista de imortalidade .. . então se cumprirá o que está escrito: A morte foi tragada pela vitória .. . Graças sejam dadas a Deus que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo" (I Cor. 15, 52-57). Viver como ressuscitados, já agora, significa antecipar os valores divinos da ressurreição de Jesus em nossa vida. Sepultar em nós o "homem velho" do egoismo e da dominação fazendo renascer o "homem novo" da fraternidade que promove os irmãos. Façamos com que esse gesto de fraternidade seja um verdadeiro acolhimento de todos, mas principalmente dos mais pequenos e desprotegidos, como Cristo os acolheu na sua peregrinação entre os homens. O. Cândido Padin, OSB Bispo diocesano de Baurú , SP

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TESTEMUNHOS

MEDITANDO O MAGNIFICAT Em agosto de 1988, no encerramento do Ano Mariano em Brasília, perante 25.000 fiéis, o casal Marly e Francisco, da Equipe 23-0, fez uma meditação sobre o Magnificat, da qual reproduzimos aqui alguns trechos .

( .. . ) Como equipistas de Nossa Senhora, acode-nos, prontamente, o sublime cântico do Magnificat, que Maria entoou em exaltação suprema ao nosso Deus, naquele episódio tão conhecido da Visitação a sua prima lzabel, logo após Maria ter sido proclamada "bendita entre todas as mulheres •, e bem-aventurada, por haver acreditado na Palavra de Deus, que ela soube escutar como ninguém. Os casais (que como nós) integram as Equipes de Nossa Senhora, têm todos a doce e salutar obrigação de repetir diariamente esta que é a única oração composta pele própria Mãe de Jesus, o Magnificat. Faremos aqui uma breve reflexão sobre o significado desta oração. Seguindo o roteiro do Magnificat, inicialmente, damos honra, glória e louvor ao Senhor. Maria, quando percebe o amor de Deus, entoa o Magnificat. Também nós louvamos a Deus, por haver criado Maria Imaculada, causa da nossa alegria. A minha alma engrandece ao Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador I

Evocamos, a seguir, no Magnificat, o benefício maior que o nosso Deus outorgou ao mundo, criando e olhando para a humildade de sua serva, aquela que estava predestinada a ser a Mãe do nosso Redentor, que, por isso mesmo, doravante as gerações hão de chamar de bendita. Quando, no dia 7 de junho de 1987, na Basília de Santa Maria Maior, em Roma, o Papa inaugurou o Ano Mariano, Madre Teresa de Calcutá assim expressava o seu amor pela Mãe de Jesus: • Amar Maria é amar Jesus ... Sem Nossa Senhora, não poderemos manter-nos firmes ... As vidas daqueles que amam Maria e rezam o Rosário convertem-se num belo Magnificat" .

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Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão-de chamar-me de bendita. Com Maria e por sua intercessão, reconhecemos as maravilhas que o nosso Deus Todo~Poderoso fez em Nossa Senhora e continua a operar em cada um de nós. Esta é uma razão bastante para exaltarmos o nome do Senhor, - nome este que, segundo São Paulo, "está acima de todos os nomes e diante do qual todo o joelho se dobra no céu, na terra e nos infernos". Perseveremos no amor a Jesus e Maria, sendo sempre reconhecidos por todo o bem e toda a graça que de Deus nos vêm pelas mãos da Rainha do céu e da terra.

O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é Seu nome. No Magnificat, testemunhamos que o amor do nosso Deus se estende sobre aqueles que O temem, ou seja, sobre todos quantos, a exemplo de Maria, se esforçam por ser fiéis e por praticar as virtudes qu·e revelam o verdadeiro amor cristão. "Tenhamos os mesmos sentimentos que há em Cristo Jesus", como nos recomenda São Paulo, e os mesmos sentimentos que há em Maria Santíssima.

Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que O temem. Sabemos que Deus é chamado pelas Sagradas Escrituras de "Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação. t: designado, pelo salmista, como a própria Misericórdia e Clemência. Deus, que é Amor, está sempre pronto a nos perdoar e a nos acolher, mas quer que também nós sejamos humildes, misericordiosos e capazes de perdoar as ofensas do nosso próximo. Por outro lado, Ele "resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes", porque "o princípio de todo o pecado é o orgulho· . E o Magnificat antecipa a verdade anunciada por Cristo, de que "todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado". · Imitemos a Jesus, que não veio a este mundo para ser servido mas para servir, e imitemos a Maria que, ao receber a honra única de ser escolhida para Mãe de Deus, proclama-se "a serva do Senhor·. ·

Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. O Magnificat harmoniza-se com a profecia de Isaías, de que o Messias viria anunciar a boa nova aos pobres. Hoje, a Doutrina Social da Igreja volta a proclamar a opção preferencial pelos pobres. O Papa João Paulo 11, na recen1e encíclica "A Solicitude Social da Igreja", volta a insistir na conscientização do cristão para as suas responsabilidades na ordem temporal.

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Estejamos atentos à Palavra de Deus que nos adverte contra "as cobiças insensatas·, lembrando-nos que a "raiz de todos os males é o apego ao dinheiro" e recomendando-nos que "não ponhamos nossa esperança em riquezas incertas, mas em Deus" .

Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. Ao final do cântico, vemos o cuidado do Senhor que acolhe aquele que O serve, pois Ele cumpre o que promete: Ele é fiel ao seu amor. ~ a história de Israel, o povo com quem Deus fizera aliança e do qual haveria de brotar o Salvador de toda a humanidade. Maria faz alusão à maravilha das maravilhas: o mistério da Encarnação, com o qual se consuma a promessa feita por Deus a Abraão e sua descendência.

Acolha Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Aclamamos Maria, "com amor e gratidão • , como faz João Paulo 11. Proclamando Maria como "obra magnífica de Deus· , o Papa nos lembra três coisas importantes : - Que ·a Virgem do Magnificat é o modelo daqueles que se alegram no Deus da salvação e expressam com simplicidade a sua alegria • . - Que " a devoção à Virgem é uma característica essencial da fé cristã·. e - Que " a recitação diária do Rosário, a sós ou em família, é fonte de vida cristã profunda·, pois temos a oportunidade, assim, de meditar sobre as cenas da vida de Jesus e Maria impelindo-nos a imitá-los como modelos perfeitos da aceitação e cumprimento da vontade de Deus .

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

-oOo--Eis mais uma reflexão feita por um equipista, a partir do tema • Magnificat •. Refere-se ao Capítulo IV do tema .

Esse tema é o tema da fidelidade e da esperança. A fidelidade de Deus para com Israel , para com o Povo Eleito, para com a Humanidade, para conosco . Deus prometeu salvar o mundo e cumpriu sua promessa, enviandonos Seu Filho. Prometeu que o Reino seria construído e ofereceu-nos a pedra fundamental. Deus é sempre fiel, sempre nos ass iste, sempre nos socorre, sempre nos ajuda em tudo de que precisamos .

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E nós, como correspondemos a essa fidelidade? Nossa resposta deve estar na vivência das virtudes teologais : na fé, na esperança, na caridade. Entretanto, quão vacilante é nossa fé , quão fraca nossa esperança, quão reduzida nossa caridade! Maria foi o sinal da promessa cumprida, o sinal da esperança messiânica. Como diz o teólogo dominicano Edward Schillebeeckx: ·No nosso mundo contemporâneo, secularizado, não é mais óbvio ser cristão. A simples vida cristã toma o valor de sinal diante da sociedade não cristã e pluralista." O exemplo de Maria deve nos inspirar para sermos nós também sinal no mundo, ao vivermos nossa vida cristã, ou seja nossa vida de leigos casados , possuidores de uma parcela do amor de Deus , o nosso amor conjugal que se amplia e irradia em torno de nós. Queira Deus conceder-nos a graça de sermos fiéis, de sermos sempre esse sinal, contando sempre com o exemplo de Sua mãe que contemplamos ao rezar o Magnificat. Gerard F. Duchêne

- oOo-A inda sobre o tema • Magnificat •, Clemene e Afonso Buss , de Florianópolis, nos enviaram esta reflexão , preparada pelo Pe. Luiz Carlos Rodrigues , para uma reunião inter-equipes .

Apesar de conhec ido de todos, o cântico do Magnificat traz em suas linhas dois enfoques : 1. é um cântico de exultação pela libertação que Deus opera em meio à Humanidade ; 2 . ao mesmo tempo , se reveste de um compromisso para todos os que, tendo Maria por sua Rainha , querem demonstrar sua fidelidade e seu amor. Por quarenta anos o Povo de Deus peregrinou no deserto. Estar no deserto significa ser necessitado, desprotegido, a mercê de intempéries, sujeito a toda sorte de dificuldades. Toda e qualquer ajuda que se avizinha é bem receb ida e aplaudida como dádiva de Deus. Pois para os judeus, a salvação é obra de Deus mesmo. Encontrar soluções para a situação em que se encontravam era coocebido como pura intervenção divina. Porém, é bom salientar que nenhuma dádiva era recebida individualmente. Tudo era comunitário. A consciência de que Deus não liberta o indivíduo mas sim , a todos por igual, era bem presente aos judeus. Nesse sentido, a libertação que Maria canta é uma libertação que atinge a todos . Ela não exalta a Deus por ser a escolhida para ser a Mãe do

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Salvador, mas, Isto se denota de suas palavras, porque Povo que andava nas trevas viu uma grande luz•. Sua aceitação para ser Mãe é uma aceitação do Povo da libertação. Livre, pela presença do Messias em seu meio, este Povo teria assegurada sua vida; os bens necessários para a sobrevivência não mais lhes faltariam; não precisariam mais andar pelo "deserto", pois lhes havia sido concedido o direito de ter casa onde morar; não mais sofreriam injustiças de quem quer que seja, já que os corações se firmaram na justiça e no amor. A promessa, pois, feita a Abraão se cumpria. Por isso, a atitude de todos era de júbilo, de alegria. Maria sintetiza tudo isso em seu cântico. Por outro lado, não podemos esquecer que "a graça supõe a natureza". !: Deus quem salva mas espera nossa resposta amorosa e operosa nesta salvação. Quer dizer: sem a participação da humanidade, para quem Ele opera a salvação, essa não se firma, não se concretiza. !: a pedagogia de Deus. Somos um povo que, desde criança, foi levado a amar Marta. Ela foi-nos apresentada como "modelo de vida cristã". !: Impressionante como o povo latino-americano a venera. Esta admiração, este amor, multas vezes tem ficado só na emotividade. Cantamos seus cânticos, a buscamos em nossas necessidades. Toda essa maneira de cultuar Maria fica, na maioria das vezes, superficial. Jesus Cristo, certamente, não quer, não deseja que sua Mãe seja tão somente "aplaudida". Ele deseja que seus salvados a busquem como exemplo de fidelidade ao Projeto de Javé. Quer que traduzamos na vida as atitudes, o compromisso libertador, que ela com garra e decisão assumiu. Cantar o Magnificat significa pois, dispor-se a abraçar a causa do empobrecido, do injustiçado, dos deixados à margem da história, dos desamados. Fazer comunhão libertadora com os oprimidos da e na sociedade. Pertencemos a um movimento de classe média-baixa, média e média-alta. Isto não podemos negar. Tampouco podemos dizer que isto seja uma injustiça por si só. Cada um tem consciência de como e "do como" alcançou tal lugar no contexto societário. A posição que ocupamos não nos torna imunes ao compromisso de libertação que hoje se faz necessário e urgente. Nossas manchetes de jornais, rádio e televisão, nos colocam diante de situações desumanas por que passam muitos de nossos irmãos. Cruzamos com eles nas ruas, somos abordados em nossas casas por suas mãos estendidas. Claro que é mais cômodo darmos "alguma esmola" e aliviar nossa consciência! Ou, quem sabe, jogarmos a responsabilidade nos ombros dos poderes constituídos. Não que esses níveis estejam descompromlssados com a tarefa. A eles cabe grande parte da responsabilidade . No entanto, à semelhança de Maria uma parcela de responsabilidade cabe a cada um individualmente e/ou em grupo. Olhando o gesto de Maria, deduzimos claramente que ela não só sentiu-se libertada mas, igualmente, se colocou em atitude de " encarnação" com a situação de seus irmãos. Seu gesto foi comunitário.

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Somos Equipe de Nossa Senhora. Nos reunimos para refletir, rezar, partilhar e assumir compromisso cristão em linha de equipe. Este não pode circunscrever-se fora do "hoje da história" em que vivemos. Não podemos ficar analisando "as nossas equipes" , seu andamento, a amizade celebrada. Se bem que tudo isso tenha seu valor. Mas é preciso nos inserirmos corajosamente em meio a estas realidades e procurar, a partir de nossas condições e sem buscar artifícios de "fugas", planejar· pistas de atuação junto a elas. Isto também é rezar. Aliás, oração sem ação se torna verniz luzente mas sem profundidade e sem verdade. Damos, como ponto de reflexão, três perguntas para serem debatidas: 1. Quais as áreas em que podemos atuar numa linha de libertação? 2. Quais as dificuldades que encontramos para agir nesta linha? 3 . O que nos falta para abraçarmos a causa da justiça?

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CNL -

CONSELHO NACIONAL DOS LEIGOS

Participando, como representante das E.N.S., da Assembléia Geral do C.N.L., que foi realizada de 8 a 11 de dezembro último em São Paulo, logo me senti integrada com os representantes dos demais organismos de todo o Brasil e assim pude conhecer melhor o que são e o que representam. O C.N.L. congrega organismos de leigos católicos como Movimentos, Pastorais, Conselhos Regionais e Comunidades Ecleslais de Base. Estiveram presentes delegados de todo o país e participaram ainda, como convidados, representantes da· Conferência dos Religiosos do Brasil, do Departamento de Leigos do CELAM (do Chile e do Uruguai), além de representantes da CNBB. D. Marcefo Carvalheira, responsável pelo Setor Leigos da CNBB, esteve presente durante toda a Assembléia e presidiu a celebração da Eucaristia no Centro de Pastoral do Belém (bairro de São Paulo), com a presença dos leigos da Região. A Eucaristia teve como tema central os Direitos Humanos, pois celebrava-se os 40 anos de sua promulgação, bem como os 20 anos da Assembléia de Medellín. Também lá estiveram D. Paulo Evarlsto Arns, arcebispo de São Paulo, dando-nos sua acolhida e estímulo, e D. Luciano Mendes de Almeida, presidente da CNBB proferindo palestra, orientando e animando a todos nesta empreitada. Pontos significativos foram as discussões em grupos, o diálogo e a participação. Mesmo que às vezes houvesse divergências, sentiu-se que está havendo maturidade quanto ao assumir as Diretrizes Gerais da Igreja no Brasil.

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Os trabalhos se realizaram no espírito do documento 40 da CNBB: "Igreja, Comunhão e Missão na Evangelização dos Povos no Mundo do Trabalho, da Política e da Cultura". Senti uma riqueza de participação que demonstrou um crescimento na articulação dos leigos em nível nacional e regional. E, com alegria, vimos as Equipes atuantes e integradas nessa caminhada de leigos, com a participação de lgar na Comissão Executiva Nacional e outros aquipistas representando Pastorais, Dioceses e Conselhos Regionais. Importante também foi a aprovação dos Estatutos do C.N.L. (o que estava em vigor era 'ad experimentum'), e a definição de seus objetivos. Foi possível ainda conhecer, através dos testemunhos, uma realidade diferente - e, por vezes, distorcida pelos meios de comunicação - a verdade encarnada na realidade das Comunidades Eclesiais de Base. Sentimos que temos muito a aprender, como também não podemos guardar para nós (Equipes) as grandes riquezas que recebemos e vivemos. Com isso, na volta à casa, imediatamente entrei em contato com a CODILEI de Santos e estou inserida no grupo de • Cidadania" que acompanha a elaboração das leis orgânicas dos municípios da Baixada Santista. Refleti muito numa mensagem que nos foi dada: ·Quanto mais refletimos nas angústias e esperanças do mundo e da Igreja de hoje, mais cresce em nós a consciência da necessidade absoluta de articulação das forças vivas do povo de Deus, exigindo uma postura crítico-participativa, que acarrete mudanças imediatas sinalizando um novo estilo de exercício do poder: o Serviço." Vânia E. Denari

JOVENS

DIVULGANDO O MOVIMENTO DAS EQUIPES JOVENS NO BRASIL Esteve no Brasil entre os dias 28 de dezembro de 1988 a 8 de janeiro de 1989, a jovem Maria Madalena Fontoura, responsável pelo setor de Lisboa das Equipes Jovens e representante da equipe internacional de Jovens. Em sua passagem pelo Brasil, Maria Madalena foi visitar alguns setores onde as equipes jovens (Equiplnhas) já funcionam há algum tempo, como Belém, Juiz de Fora, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro "1".

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Em Belém, ela foi recebida pelos responsáveis das equipinhas de lá, Socorro e Amaral, participou da reunião da equipinha Rainha da Paz e explicou como funcionam as equipes jovens de Portugal ressaltando a obrigatoriedade do retiro anual e falando, também, dos mei.os de aperfeiçoamento e de temas a serem desenvolvidos como: Encíclicas, Sacra· mentos, Sexualidade, etc .. . Já em Ribeirão Preto, Maria Madalena falou que o objetivo de sua visita seria de uma caminhada numa mesma linha de trabalho, pensamento e ação, amoldados às caractersticas e realidades de cada região. No Rio de Janeiro, Madalena explicou como surgiu e como funcionam as equipes jovens na Europa e, através deste histórico, pode ser traçado um paralelo entre estas equipes e as equipes jovens do setor "I" do Rio de Janeiro que, como dizem Patrícia e Jayme, responsáveis pelo movi· mento, estão começando a engatinhar. Em Juiz de Fora, se falou muito dos encontros periódicos para que tenham orientações comuns o que, segundo Leda e ~dson, responsáveis pelo movimento nesta cidade, é importante que aconteça no Brasil. Se falou, também, da constitu ição de uma equipe jovem, onde a presença do casal, em Portugal, é de participar e não de ser o responsável, função esta, exercida por um jovem. Maria Madalena gostou da idéia das equipes jovens brasileiras terem uma invocação de Nossa Senhora (lá só tem número) e terem uma oração oficial. Em todos os lugares por onde passou, Maria Madalena cativou por sua simplicidade e alegria. Ela deixou vasto material de como funcionam as equipes da Europa e a Carta Internacional das Equipes de Nossa Senhora Jovens elaborada em Lourdes em setembro de 1988. Convidou, também, todos os jovens que quiserem participar do En· contro Internacional das Equipes de Nossa Senhora Jovens, que aconte· cerá de 31 de Julho a 5 de agosto de 1989 em Lisboa, Portugal.

M. Madalena (2.a sentada, da esquerda) na visita a Belém.

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NOTfCIAS BREVES • Desde o início deste ano equipista, em caráter experimental, o Secretariado Nacional das ENS mantém um departamento de atendimento para as EQUIPES JOVENS. Já existem alguns documentos disponíveis, traduzidos do espanhol, e uma grande disposição para atender os Interessados. O Departamento Equipes Jovens gostaria de conhecer todas as experiências existentes, e se coloca ao dispor dos que desejarem, para canalizar as informações. Escrever para: Secretariado das E.N.S. - Depto. Equipes Jovens- Rua Joo Adolfo, 118 - 9. 0 - Cj. 901 - CEP 01050 - São Paulo, SP. (Tel.: (011) 34-8833) . • O Santo Padre nomeou Bispo Coadjutor e Administrador Apostólico • sede plena" da diocese de Brejo, MA., o Pe. Valter Carrijo, salvatoriano, vice-diretor do Colégio Divino Salvador e Conselheiro Espiritual de Equipe de há muitos anos em Jundiaí, SP. • "Chrlstifideles Laicl" é o título da Exortação Apostólica lançada em Roma pelo Papa João Paulo 11, no dia 30 de janeiro último. Trata-se de documento que reflete o consenso do Sínodo dos Bispos de 1987, sobre a "Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo". A Exortação usa as parábolas da videira, da vinha e dos operários em diversas horas do dia para dar unidade à sua apresentação e aborda temas de atualidade, como movimentos, ministérios e papel da mulher. A respeito dos movimentos, cita os cinco principais critérios para o reconhecimento de sua validade:

Papa e -

O primado dado à vocação de cada cristão à santidade; A responsabilidade em professar a fé católica; O testemunho de uma comunhão sólida e convicta, em relação ao ao Bispo; A conformidade e a participação na finalidade apostólica da Igreja; O empenho de uma presença na sociedade humana.

A Exortação se compõe de uma Introdução, cinco Capítulos e um 'Apelo' missionário, terminando com uma 'Prece' de intercessão a Maria, em cujo trecho final diz: Virgem Mãe, Guia-nos e apoia-nos para vivermos sempre como autênticos filhos e filhas da Igreja do teu Filho e podermos contribuir para a implantação da civilização da verdade e do amor sobre a terra, segundo o desejo de Deus e para a Sua glória. Amém .

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PASTORAL DA FAMILIA

QUANDO A SEXUALIDADE É UM ATO DE AMOR(*) O ato amoroso do casal não é um ato a mais da vida conjugal. É a consumação da vida em comum de um homem e de uma mulher, e é parte importante· para a sua vitalização. É esta relação entre o ato particular e a vida em comum no geral a que ilumina a Intimidade sexual. Cada vez que um casal "faz amor", manifesta e realiza expressões preliminares de intimidade, que são : olhadas, abraços, beijos e carícias, seguidas da união dos corpos. Por que este ato é distinto cada vez que se realiza? Ou, por que nem sempre afeta de igual modo as pessoas, mesmo que todas as vezes se esteja repetindo o mesmo ritual? Simplesmente porque os que o compartem, são pessoas diferentes, que incorporam à relação sexual o que são, o que sentem, o que vivem nesse Instante.

O ATO DE AMAR

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SEMPRE DIFERENTE

Se os atos de amor de um casal são sempre diferentes, é porque seu amor torna-se cada vez mais profundo e seu compromisso mais intenso que o da última vez. Então, o ato também será diferente do que foi o da última vez : mais gostoso, mais exigente, mais favorável, mais gratificante. Por outro lado, se seu amor e seu compromisso não crescem, ou diminuem, a realização da intimidade sexual correrá o perigo de transformar-se em mera rotina . Quando o ato de amor se torna rotina, sua realização pode reduzir um pouco da tensão psíquica ou física , mas não constituirá uma ceie· bração gostosa da vida e do amor que deveria ser. Tudo o que o ato amoroso pode oferecer àqueles que o compartem plenamente, transformar-se-á para estes em território a ser constante· mente explorado e num tesouro escondido a ser constantemente procurado. (*) Tradução livre, de um texto de Lucra Castelllón , publicado na Revista

FAMILIA: educación - sociedade, editada pelo CENFA - Centro Nacional de la Familia, Santiago do Chile n.0 20, 1987. O texto ajuda a refletir sobre como é possível "evangelizar a sexualidade", na expressão do Pe. Olivier, para que ela se torne um verdadeiro fator de promoção humana. (Ver a respeito na Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora, dezembro de 1988, pág . 59.)

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Alguém já disse que o órgão sexual mais importante é a cabeça. Eu acredito que o órgão mais importante é o coração. O que um esposo e sua mulher sentem um pelo outro é o que decide como será o ato de amor para eles. O ato sexual pode variar desde um mero alívio da tensão biológica, a um intenso e indescritível gozo físico e espiritual. Deles, e somente deles, dependerá a alternativa que querem escolher. Se o marido vê a sua esposa somente como a que se preocupa pela sua alimentação e sua roupa, é provável que também a veja como o instrumento de seu prazer quando "fazem amor" . Se uma mulher vê o seu esposo somente como o que paga as contas, traz presentes e faz as compras para casa, certamente o verá como quem a alivia de suas tensões sexuais. Se os dois se amam e provam este amor no dia-a-dia, fazendo com que o outro se sinta estimado, querido, satisfeito e seguro, sua vida sexual será muito mais que um simples prazer. Eles elegerão uma hora especial para sua intimidade sexual, quando podem entregar-se totalmente um ao outro . Então, não haverá lugar para aborrecimentos, porque compartilharão o gozo e a alegria da entrega mútua. O ato de amor expressa, como a dança, o que eles são e o que querem ser um para o outro. Desgraçadamente, hoje temos a impressão de que uma relação sexual enriquecedora e satisfatória depende do conhecimento de certos métodos e técnicas por parte do casal. Um manual sobre sexo é, no geral, um livro com instruções para fazer funcionar uma máquina complicada. Desd~ cedo, o casal necessita conhecer alguns dados básicos sobre sexualidade, e às vezes o conhecimento de uma técnica pode ser útil. Mas, se um casal trata de melhorar sua relação sexual concentrando-se em um método em vez de neles mesmos, estão se enganando. Quando um casal se dedica a comparar a freqüência de suas relações e a porcentagem de vezes que alcançaram o orgasmo com as cifras publicadas pelas pesquisas sobre temas sexuais, deixam de se perguntar pelo mais útil e necessário: quanto nos amamos e como provamos nosso amor em nossa vida em comum? Do mesmo modo que o amor é necessário para uma boa relação sexual, a ausência de amor corrói e destrói o prazer sexual.

NAO

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NECESSARIO DEMONSTRAR-SE CADA VEZ

Quando o casal tem intimidade sexual, não há necessidade que se provem um ao outro toda a vez. O amor que possuem já foi demonstrado e provado de tantas maneiras através de suas vidas em comum! Cada um sabe que foi acolhido completamente pelo outro e por isso se sentem livres de toda a preocupação para com seu desempenho ao ·fazer amor· .

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Contudo, existem casais que depois de alguns anos de casados se recordam com nostalgia ou, quem sabe, com ressentimentos, de suas relações sexuais. Parece-lhes que o romance, o suspense, a satisfação e o prazer desapareceram gradualmente, e comparam com o que era essa relação nos primeiros anos de casados . Era uma época em que mal podiam ficar separados. Mas, a medida em que o tempo foi passando, suas obrigações se multiplicaram e foram tendo sempre menos tempo para compartilhar. O ato sexual que surgia espontaneamente, é agora impossível. Nunca sabem quando serão interrompidos, no meio de uma tarde de sábado, por uma pequena mas persistente mão batendo em sua porta do quarto. Parece que a faísca da relação sexual se apagou e a rotina se apoderou do âmbito sagrado e privado de sua intimidade física. O PASSADO NAO VOLTA

Um casal pode tentar recapturar os dias excitantes e românticos do começo . Pode dedicar noites especiais para eles somente, depois de feito dormir as crianças, desligado o telefone, e depois de uma garrafa de vinho. Pode tratar seriamente de fazer que sua relação sexual volte a ser como antes, mas não conseguirá por muito tempo. O passado não pode ser recapturado, porque os dois não são mais as mesmas pessoas do que antes. São diferentes e sua relação também mudou. Depender da luz de velas, do vinho e de flores é depender de alguma coisa impossível de alcançar, como antes. No começo da intimidade sexual do casal, quando a experiência era nova e fascinante, cada um tinha a sensação de uma variedade inexplorada de prazeres, que lhes eram oferecidos e prometidos, e então gradualmente experimentados; cada um sentia uma atração magnética, desejando abraçar e ser abraçado, tocar e ser tocado . Mas, a medida em que o tempo vai passando, a experiência perde sua novidade e urgência; o que era inexplorado, torna-se familiar; o que era novo, agora é conhecido; o que era experimentado com desejo, agora é rotina; o que era uma brasa, parece que se converteu em cinzas. Desapareceu realmente a novidade, ou ela pode ser encontrada em outra parte? ~ verdade que, como ato físico, as distintas facetas e maneiras de se "fazer o amor" podem ser experimentadas em curto espaço de tempo. Existem limites para suas possibilidades. Pouco a pouco a sensação da novidade, acerca das dimensões físicas do sexo, vai sendo polida. Contudo, existem outras dimensões que devem ser exploradas, não no ato sexual como tal, senão que em um e em outro dos cônjuges. Quando as possibilidades do ato se esgotam, o mesmo não acontece com as possibilidades humanas e espirituais que existem em cada um dos cônjuges .

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De agora em diante, o que faz com que a relação sexual seja nova e fascinante não são as ações que realiza o casal, mas as pessoas que compõem esse casal. Se a outra pessoa nos parece sempre a mesma, se não descobrimos nela facetas novas, então a Intimidade sexual será sempre a mesma. Todavia, se a outra pessoa muda, se encontramos constantemente novas dimensões na pessoa que amamos, então a intimidade sexual será sempre diferente e variada. A maneira de manter o Interesse na Intimidade sexual é compartilhando pensamentos, sensações, reações, decepções e sonhos. Quando um casal compartilha tudo; quando um esposo e uma esposa tratam de se entender profunda e completamente, então surgem facetas e aspectos novos de cada um que são estimulantes; quando o casal se abre, sua relação sexual adquire novidade e variedade. Numa oportunidade, sua Intimidade pode ser uma experiência de consolo e refúgio mútuo. Em outra, pode resultar num jogo amoroso ou pode ser uma experiência de reconciliação e compromisso, depois de um distanciamento causado por um mal-entendido. Ao compartilhar, os cônjuges podem criar atmosferas e sentimentos diferentes, que darão tonalidades distintas à relação amorosa. Provando-se amar, a vida sexual do casal será muito mais do que um simples prazer físico; será um verdadeiro ato de amor, que valoriza a vida e faz crescer espiritualmente.

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"Mais do que nunca, é urgente reavivar a consciência do amor conjugal como dom: é esse dom que, no sacramento do matrimônio, o Esprrlto Santo (...) derrama no coração dos esposos crlstios. Este mesmo dom é a 'lei nova' da existência deles, a raiz e a força da vida moral do casal e da famrtla." (Papa João Paulo 11) "O casamento, longe de ser um obstáculo ao amor, ainda é o que se Inventou de melhor para proteger o amor -e fazê-lo crescer Indefinidamente." (Pe. Ollvler). "O amor sexual nio é apenas satisfação da concupiscência; é também comunhio espiritual na car-ne, de dois seres que se amam." (Pe. Ollvler)

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TELEVISÃO E VIDA FAMILIAR Depois de viver a experiência de um dia agradável no sítio de uns amigos, o Cardeal Etchegaray senta com eles à mesa posta na varanda para jantar. 1: servido um gostoso prato de peixe e ...

. . . um prato inesperado: um aparelho de TV instalado na varanda, a derramar sobre nós seu fluxo ininterrupto de imagens e de sons, que um ou outro dos comensais, distraído, recolhe aos pedaços e ao acaso. A televisão tinha conseguido conquistar um lugar naquele ambiente campestre, derrubando de seus tronos ... as cigarras. Em quantas casas a televisão reina como a grande ordenadora da vida familiar! Diga-me onde está o teu aparelho de TV, e te direi como vives em família . Na sala de jantar? Deve estar engolindo pedaços de tua refeição . Num outro cômodo, como uma pessoa amiga que aguarda pacientemente a hora do encontro? Por vezes, as negociações que levam à escolha do programa são complicadas. Onde estão as vigílias de outrora, em volta da mesa ou na sala de estar? Sim, a família continua reunida ali, mas tornou-se uma estranha para si mesma. Aliás, podemos continuar a parodiar: diga-me como tua famflia se coloca diante da TV, e te direi como ela é. E no entanto, a televisão poderia dar origem a um novo tipo de relacionamento na família. Mas de que instrumentos a família se serve para se aproveitar da participação conjunta na experiência de um espetáculo assistido em comum, num espaço de tempo e lugar reduzido? Será que cada um guarda para si a carga afetiva recebida da TV, ou procura prolongar o programa através de uma troca de idéias? As crianças passam muito tempo diante da televisão. Claro, enquanto Isso, estão sossegadas ... e os pais também; mas, muitas vezes, pagando o preço em desequlllbrios psicológicos e morais! As crianças são mais vivas do que nós para apreender todo o alcance de uma imagem, e também mais vulneráveis perante a força sugestiva de uma cena. Não é a televisão que é responsável pela ordem ou a desordem numa família. Desempenha apenas o papel que lhe quisermos dar ... ou abandonar. Mas revela, também, com força, o que é a vida familiar. Vale a pena pensar nisto. Cardeal Etchegaray (citado na revista • Ali lance ")

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NOTICIAS BREVES • Ao sairem de seu Retiro anual, os equipistas de Varginha, MG, resolveram engajar-se com firmeza na Campanha da Fraternidade. Além de terem marcado para o dia seguinte da abertura da Campanha um "Dia Sem Televisão", querem, "através da Carta Mensal, atingir a todos os casais equipistas e conselheiros espirituais .. . para que enviem cartas, telegramas e telefonemas de repúdio aos programas de TV, novelas, comerciais, revistas, radialistas, programadores, apresentadores, etc., em sinal de protesto pelos baixíssimos níveis das apresentações". • Em artigo na folha semanal da arquidiocese de Brasília, do dia 5 de fevereiro de 1989, o Cardeal Arcebispo Dom José Freire Falcão escreve: "Os Meios de Comunicação Social são hoje um desafio à missão evangelizadora da Igreja, num duplo sentido. Primeiro, em relação à sua capacidade de utilizá-los com competência para o anúncio do Evangelho. Depois, enquanto deve estimular e formar os cristãos, para que sejam neles a presença do fermento evangélico e não se comportem simplesmente numa atitude negativa e destrutiva." • O semanário 'Lar Católico', de Belo Horizonte, mudou de nome. Desde o dia 5 de fevereiro de 1989, chama-se Jornal de Opinião, e tem novo projeto editorial e empresarial, com doze páginas e oito seções no formato padrão. A proposta do Jornal de Opinião é "formar a opinião pú· blica dentro e fora da Igreja, analisando fatos à luz do Evangelho, informando sobre a pastoral de conjunto no país e promovendo a unidade da Igreja no Brasil", conforme informa o boletim 'Notícias' da CNBB. E acrescenta que nesta nova fase, o jornal espera ser resposta concreta aos desafios que a Campanha da Fraternidade sobre "Comunicação para a Verdade e a Paz" coloca, para os meios de comunicação da própria Igreja. • Jornal de Opinião" não é, ainda, o semanário nacional da CNBB, pois a decisão sobre este assunto está sendo tomada neste mês de abril, na Assembléia Geral de ltaicí. Endereço do ·Jornal de Opinião": Rua Mato Grosso, 286- CEP 30190- Belo Horizonte, MG. (Tel.: (031) 212-4616). • O livro mencionado na Carta Mensal de marçoj89, "Do Santo Ofício

à Libertação", do Prof. lsmar de Oliveira Soares, foi publicado pelas Edições Paullnas, em novembro de 1988. Segundo o boletim 'Notícias' da CNBB, trata-se da "análise mais abrangente e mais profunda já realizada no Brasil, sobre o discurso e a prática da Igreja Católica no Campo da Comunicação Social. ~ um programa de reflexão e ação, indispensável aos agentes de Pastoral, dentro do destaque pastoral da CNBB e da Campanha da Fraternidade - 1989". -

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OLTIMA PAGINA

FELICIDADE É VER O OUTRO Um homem, a quem a riqueza endurecera o coração, sentia-se tremendamente infeliz. Nesta situação, procurou um sábio, na esperança de reencontrar a alegria perdida. Este lhe disse: - Olhe por esta janela e diga-me o que é que vê. - Vejo homens na rua, indo e vindo. Aí o sábio estendeu-lhe um espelho e disse: - Olhe neste espelho e diga-me o que é que vê. O homem respondeu:

- Vejo-me a mim mesmo. - E não vê mais os outros? -Não. Então o sábio disse: - Saiba: a janela e o espelho são, ambos, feitos com a mesma matéria prima, o vidro. Mas como o espelho, na parte posterior, é revestido de metal, nele você só vê a si mesmo; ao passo que, através do vidro transparente da janela, você vê os outros. Sinto ter que compará-lo a estas duas espécies de vidro. Quando pobre, você via os outros e tinha compaixão deles. Mas quando ficou coberto de dinheiro, você começou a só ver a si mesmo. Sem dúvida alguma, vale a pena raspar o revestimento de metal para que, novamente, você possa ver os outros.

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VOLTA AO PAI - Elizabete Magalhães Yamashita (esposa de Gonçalo), da Equipe 2 do Setor de VallnhosjVinhedo, SP., em 13-12-88. - Aparecida Maria B. Spinelli, esposa do diacono Gabriel Spinelli, Cons. Espiritual da Equipe 2 de Astorga, PR.

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MEDI)'ANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (Jo. 20,24-29)

Um dos Doze, Tomé - nome que significa Gêmeo - não estava com eles, quando veio Jesus. Os outros discípulos, então, lhe disseram: "Vimos o Senhor!" Mas ele lhes disse: "Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser o meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei." Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: "Paz a vós!" Disse depois a Tomé: "Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas acredita!" Responde-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" Jesus lhe diz: "Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!" ORAÇÃO LITúRGICA

Supliquemos a Deus todo-poderoso que, em Seu Filho ressuscitado nos deu novamente a vida, dizendo-lhe: -

Pai justíssimo nós vos damos graças por terdes julgado este mundo e derrubado o poder de Satã; que Jesus, elevado da terra, atraia a si todos os homens. Pela ressurreição de vosso Filho, enviai o vosso Espírito à Igreja; que ela seja o sinal que congrega em Vós todos os homens. Conservai na fé, para a vida eterna os novos filhos que engendrastes pela água e pelo Espírito. Confortai os infelizes, libertais os cativos, curai os doentes, dai alimento aos famintos, devolvei a dignidade aos homens desprezados, cumulai o mundo de vossos benefícios. A todos os nossos irmãos mortos, dai parte na ressurreição do último dia.

Amém . (Oração da tarde do Domingo da Páscoa)


Um momento com a Equipe da Carta Mensal .................. . Editorial: Um sanatório para pecadores? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Carta da Equipe Responsável Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Ainda sobre a Segunda Inspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

A dignidade e a vocação da mulher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

11

Viver como ressuscitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

14

Testem~nhos: O Magniflcat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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CNL -

Conselho Nacional dos Leigos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Divulgando o movimento das Equipes Jovens no Brasil . . . . . . . . . .

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Notícias breves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Quando a sexualidade é um ato de amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Campanha da Fraternidade -

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Felicidade é ver o outro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Volta ao Pai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01 050 Rua João Adolfo. 11 8 · 9' · cj . 901- Tel. 34 8833 São Paulo · SP


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