ENS - Carta Mensal 1988-6 - Setembro

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MAGNIFICAT

-o OoOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E A PARTILHA

-o OoVOCAÇAO DAS ENS NA IGREJA E NO MUNDO, NA ATUALIDADE E NA FIDELIDADE ÀS ORIGENS


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Ainda há os que declaram, pomposamente, que não se deve 'misturar religião e dinheiro'. E se esquecem das numerosas passagens do Evangelho onde Jesus se utiliza do dinheiro para ilustrar sua pregação. E se esquecem de que, se acham que as ENS podem ajudar os cristãos casados na peregrinação pelos caminhos da santificação, é preciso ter lealdade, senão generosidade, para que o Movimento tenha os recursos necessários à sua sobrevivência e expansão. E não se lembram de reler de vez em quando os Estatutos do Movimento com os quais se comprometeram . .. Os dados do Balanço estão na página 24.

-oOoNo Editorial que vocês vão encontrar na página seguinte, o Pe. José Carlos chama nossa atenção para quatro pontos de reflexão, oração e ação para este mês de setembro. Ele nos lembra, em primeiro lugar, que este é o mês da Bíblia que, no Brasil, está sendo dedicado pela Igreja, através de múltiplas publicações, à meditação dos Salmos. Por isso, a Carta Mensal propõe, para a oração da equipe deste mês, o Salmo n.o 2, por sinal bem atual. Mas, como diz um canto bem conhecido, "toda a Bíblia é comunicação", e setembro é também o momento de começar a se debruçar sobre o 'Destaque' da CNBB, que será também o tema da Campanha da Fraternidade de 1989: os Meios de Comunicação. A página 8, um trecho do documento 38 da CNBB nos orienta a este respeito. Quando esta Carta chegar às mãos de vocês, alguns de nós estarão fazendo os últimos preparativos para, representando as ENS do Brasil, se encontrarem com equipistas do mundo todo, aos pés da Virgem Maria, no Santuário de Lourdes. Pelas ·Preces · de nossa Oração Litúrgica deste mês - que é também marcado pela festa da Natividade de Nossa Senhora -, poderemos nos unir a eles em nossas reuniões. E Maria é também lembrada num artigo de Patrício Sciadinl , à pág. 13. E no que diz respeito ao quarto ponto citado pelo Pe. José Carlos, de nossas opções nas linhas de Pastoral, a Carta Mensal continua procurando informar e orientar os equipistas sobre a Pastoral da Famíiia • (pág. 16), desta vez com uma visão - por que não dizer dramática? sobre a situação da família no Brasil de hoje.

-oOoOue esta Carta seja portadora de toda a nossa amizade aos nossos irmão reunidos, em nome de Cristo, em Lourdes. A Equipe da Carta Mensal. 1-


EDITORIAL

As ENS do Brasil, no mês de setembro, estão sendo convidadas a refletir, rezando e se organizando, a partir: do mês da Bíblia - Salmos, dos Meios de Comunicação Social, da Peregrinação a Lourdes, e, das próprias opções nas linhas de Pastoral. A experiência de pessoas e de grupos nos mostram que, periodicamente, se deve trazer à memória alguns assuntos para que não se perca a pró. pria memória daquilo que se é ou de que se pretende ser.

• Os Salmos. Neste mês da Bíblia somos todos chamados a refletir, estudar e rezar, com maior acuidade e assiduidade: os Salmos. Está sendo oferecido um rico material sobre o assunto. Não podemos nos furtar e depois nos queixar de que não haja possibilidade de acesso à compreensão desta oração do "Povo de Deus".

• Meios de Comunicação Social. "Os Bispos do Brasil, reunidos em sua 25.a Assembléia Geral, escolheram Meios de Comunicação como primeiro Destaque para a ação pastoral da Igreja no Brasil nos próximos 4 anos. Essa escolha deve-se à preocupação com com a realidade dos Meios de Comunicação em nosso país". Na busca de uma caminhada comum, dentre as muitas sugestões, aponto algumas para as ENS: Como fazer para que os profissionais de comunicação leigos sejam presença cristã nos meios em que trabalham? Como motivar os leigos comprometidos com a Igreja a assumirem sua vocação cristã de comunicadores cristãos, na transformação da sociedade? Como catequizar as crianças que passam horas diante da TV ou outros Meios de Comunicação? Como orientar nossas comunidades sobre os radicalismos de alguns programas ditos religiosos, especialmente das Seitas? Fundamental é que as ENS reflitam, constantemente, sobre os efeitos dos Meios de Comunicação social sobre a Família, através da qual se forma a criança e o jovem. Daí poderá se pensar na influência que a própria família pode exercer sobre os Meios.

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• Peregrinação a Lourdes. Mais uma vez as ENS se dirigem a Lourdes em Peregrinação. E. um colocar-se mais decididamente no caminho para o Senhor. Não é turismo e isto é muito sério para o Movimento. A peregrinação deve nos ensinar o desapego, a mudança, a provisoriedade, . . . o desintalar-se ... Para quem vai deve haver um sentido profundo de fé e uma responsabilidade grande diante dos demais equipistas. Para quem fica deve haver uma presença em espírito e a mesma experiência de um peregrino. Nada melhor, na vida espiritual, do que se colocar na situação de um peregrino. • Opções nas linhas de Pastoral. Recorde-se, mais uma vez, de que as ENS é um "movimento de espiritualidade conjugal, para casais apostólicos". Pelo muito que se recebe, nada justifica o cruzar os braços ou viver de paliativos. Dar-se-á contas, em um severo juízo, pelo muito que se recebeu e que se desperdiçou. E. hora de não se enveredar mais pelos caminhos das discussões e das casuísticas: para não se comprometer. Os equipistas devem tomar consciência de que não são "a Igreja", mas, "Igreja". Cada um é convidado, de acordo com os talentos recebidos, a assumir e • ocupar o próprio lugar e espaço. Pelo fato de ~I! ser cristão há a necessidade de se estar comprometido na construção do Reino. Urge, portanto, de se acordar enquanto é tempo. "Irmãos, fiquem alegres. Procurem a perfeição e animem-se. Tenham os mesmos sentimentos, vivam na paz, e o Deus do amor e da paz estará com vocês" (2 Cor 13,1 1). P. José Carlos Di Mambro, CP

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A PALAVRA DO PAPA

ALOCUÇÃO DO SANTO PADRE À Assembléia Plenária do Conselho Pontifício para a Família

O Casal Responsável da ECIR, lgar e Cidinha, membro do referido Conselho, esteve presente à sua reunião em fins de junho passado. Entre muitas outras riquezas, de lá trouxeram estas palavras do Santo Padre.

Senhor Cardeal Queridos irmãos no Episcopado Queridos amigos 1 - 1!-me gratificante acolher-vos aqui nestes dias em que estais reunidos em Assembléia Plenária. Saúdo a todos os membros, em especial aos que participam pela primeira vez dos trabalhos do Conselho Pontifício para' a Família e assumem, assim, uma nova forma de responsabilidade na pastoral da família. Elegestes como tema central de vossas reflexões "a família na missão dos leigos" com especial referência a uma "civilização da vida". Este assunto estabelece uma ponte de ~nião entre o último Sínodo dos Bispos e o realizado em 1980 sobre a família. Quero, de minha parte, sublinhar a importância da família na sociedade civil e na Igreja. a família responsável pela evangelização das novas gerações.

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2 - O último Sínodo dos Bispos, refletindo sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, aprofundou-se nos ensinamentos do Concílio Vaticano 11 e examinou as experiências eclesiais vividas nestes dois últimos decênios. Dois aspectos importantes da vocação do leigo ficaram sublinhados: a participação ativa e responsável do leigo na missão comum da Igreja e o chamamento pessoal à santidade dirigido a cada um. Nestes anos muito se fez para conhecer os ensinamentos conciliares; convirá continuar a estudá-los e fazer com que todos os fiéis tenham clara consciência dos aspectos essenciais de sua vocação. Nossa identificação com Cristo - o fato de termos sido batizados e de que somos filhos de Deus - é o fundamento comum da diversidade de funções que chegam aos 'membros do Povo de Deus sob a inspiração do Espírito Santo. A missão dos leigos na Igreja não se exerce, exclusivamente no interior das estruturas sociais. Os fiéis leigos, como sal da terra e luz do mundo, contribuem para "transfigurar toda a existência mediante o dinamismo e a graça da liberdade" (cf Angelus, 1.0 de março de 1988). A família é um dos campos nos quais os cristãos leigos hão de "buscar o reino de Deus tratando e ordenando, segundo Deus, os assuntos temporais" (Const. dogm. Lumen Gentium, n. 0 331). A família é a fonte natural donde brota uma cultura da vida, o centro de convergência de todos os valores que a protegem e o núcleo social básico de toda civilização a serviço da vida. 3 - Dado que a família é a célula primordial da sociedade e da Igreja, todos os cristãos, de um ou outro modo participam dessa instituição. Ademais o sacramento do matrimônio santifica a mútua doação conjugal dos cristãos e confirma-os na própria missão de pais e mães. São estas realidades de criação que o Magistério da Igreja deve iluminar à luz da revelação cristã. Este exercício do Magistério da Igreja sobre um tema tão importante para a vida da sociedade e da própria Igreja de Cristo, constitue um cuidado pastoral constante dos Bispos. Mostra-o a atenção especial que o Concílio Vaticano 11 concedeu ao matrimônio e à família. Do período que se sucedeu convém recordar o que foi para a Igreja a reflexão do Sínodo de 1980 e a doutrina exposta na exortação apostólica Familiaris Consortio. Merece consideração especial a Encíclica Humanae Vitae de Paulo VI , da qual celebra-se o vigésimo aniversário e que constituiu e continua sendo um sim decidido à vida, um sim ao Criador, uma acolhida positiva das leis que Ele deu ao homem para transmitir e proteger a vida. 4 - Porém, o matrimônio e a família não são instituições exclusivamente cristãs; pertencem àquela herança que Deus deu à humanidade: "Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou" (Gen 1,27). Estas realidades naturais estão constituídas e estruturadas por leis e valores tais que, longe de limitar e entorpecer a liberdade dos homens, permitem o progresso pessoal e social.

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Conscientes de que o sacramento do matrimônio eleva e santifica essas realidades naturais, os cristãos hão de apreciar e reconhecer os valores que estão na base do grande mistério do amor conjugal. Efetivamente, como recorda o Concílio Vaticano 11: "Tudo o que constitue a ordem temporal, a saber: os bens da vida e da família, a cultura, a economia ( ... ) não são somente subsídios para a finalidade última do homem, mas têm também .um valor próprio que Deus lhes deu" (Ap. Actuositatem, n. 0 7). Os bens da vida e da família são, pois, um dos componentes da ordem temporal que os fiéis leigos devem não apenas defender mas também promover e desenvolver, junto com · tantos outros cidadãos de boa vontade. A própria sociedade é a beneficiária de tais ações. Esses bens pertencem à ordem própria da criação; por ela, naturalmente, o coração do homem deveria buscar e abrir-se a esses bens. Não obstante, o orgulho, o egoísmo e toda a desordem introduzida pelo pecado dificultam, freqüentemente, descobrir e sobretudo acolher e observar as leis morais que asseguram tais bens. Porém o cristão percebe-as com a luz e a penetração que a revelação projeta e a graça ajuda-o a cumprí-los. 5 - Nesse sentido, os leigos cristãos podem fazer um apostolado de preparação evangélica. Pondo sua competência ao serviço desses valores manifestados pelo Magistério, contribuem para que sejam melhor entendidos por indivíduos humanos e pelos grupos sociais. Sua ação tenderá a fazer respeitar esses valores essenciais de forma que sejam afirmados pelas próprias instituições que regem os povos. O testemunho da vida familiar dado pelos esposos cristãos pode constituir uma contribuição preciosa, fazendo compreender à sociedade inteira o que é verdadeiramente a família, "seu próprio ser e atuar como comunidade íntima de vida e amor". (Familiaris Consortio n. 0 50). A riqueza da comunhão de pessoas em sua fidelidade, fará compreender melhor que o divórcio e a instabilidade na própria entrega são na realidade germes de morte, enquanto que a união pessoal indissolúvel é fonte de vida. A mentalidade contra a vida, sua acolhida e sua transmissão, conduzem a atos tais como o aborto, a esterilização, a contracepção. Isto provoca uma visão deformada do matrimônio; isto limita a capacidade da própria entrega conjugal. "A razão última dessas mentalidades é a ausência de Deus no coração dos homens, cujo amor sozinho é mais forte que todos os possíveis temores do mundo e pode vencê-los". (Familiaris Consortio, n. 0 30). Quando não se vê o filho como um dom de Deus, quando se concebe o amor conjugal como uma auto-defesa egoísta, quando se considera as leis do matrimônio como amarras insuportáveis, quando o poder civil não ajuda a família em sua estrutura e necessidades, então é especialmente necessário promover uma verdadeira civilização da vida. São os homens e mulheres leigos de todas as gerações

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que podem fazer descobrir, ao seu redor, os valores e riquezas que reafirmam as exigências humanas, num apostolado quotidiano começando pela educação. "A família é a primeira ( ... ) escola de socialidade ( ... ) . A comunhão e a participação vivida quotidianamente no lar, nos momentos de alegria e de dificuldade, representam a pedagogia mais concreta e eficaz para a inserção ativa, responsável e fecunda dos filhos no horizonte mais amplo da sociedade" (Familiaris Consortio, n. 0 37). 6 - Através de vós, meus amigos, dirijo-me a todos os esposos cristãos. Fazei entender o sentido social de vossa vocação de esposos e pais cristãos! Vossa atividade não pertence a um campo alheio ao bem da sociedade inteira. O respeito à vida, a preocupação com a formação humana e cristã, as virtudes da honradez, sobriedade e hospitalidade, a educação na castidade e no domínio de sí, a capacidade de amar superando o próprio egoísmo, o apreço pelos anciãos e enfermos, tudo isto é parte de um conjunto de valores de que os homens necessitam para viver segundo sua própria dignidade. Alento, assim, a todos aqueles grupos que, fiéis ao magistério da Igreja, ajudam os esposos cristãos a potencializar sua espiritualidade e a desenvolver seu apostolado. Favorecer a família para que ela responda à sua vocação é uma inquietude apostólica comum a todos os cristãos. Cada um deve estar atento ao quanto ilumina e fortalece os valores do matrimônio, da paternidade e da maternidade. Na encruzilhada das gerações, a família adquire uma dimensão missionária peculiar na Igreja. Cheia de vida e fortaleza, constitue um lugar primordial para uma maior extensão do Evangelho e para a construção do Reino de Deus no mundo de hoje. 7 - Formulo meus melhores desejos para o vosso trabalho, para o conjunto da vossa atividade, em união com todos aqueles que trabalham na pastoral familiar nas Igrejas particulares. E peço ao Senhor que os culmine com suas bênçãos assim como a vossos familiares ao serviço dos quais estais entregues.

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A PALAVRA DE NOSSOS PASTORES Neste mês de setembro, Mês da Blblla e portanto da comunicação, publicamos aqui um trecho do Documento n.0 38 da CNBB: "Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil". Desnecessário dizer que nosso esforço de real Inserção deve nos levar à leitura completa deste Importante documento de nossos Pastores.

MEIOS DE COMUNICAÇ.AO SOCIAL Os Bispos do Brasil, reunidos em sua 25.• Assembléia Geral, escolheram Meios de Comunicação como primeiro Destaque para a ação pastoral da Igreja no Brasil nos próximos 4 anos. Essa escolha deve-se à preocupação com a realidade dos Meios de Comunicação em nosso país . Constata-se que os Meios de Comunicação Social (MCS) não têm desenvolvido sua missão de informar corretamente. Isto, em grande parte, porque estão a serviço de interesses de grupos de pressão detentores do poder econômico e político. A Comunicação Social não está a serviço da superação de injustiças sociais e sim da promoção da sociedade de consumo, da exploração dos sentimentos, das paixões e especialmente do sexo. São veiculadas pelos Meios de Comunicação Social aquelas mensagens que respondem aos interesses de seus proprietários: o lucro, o poder. Os MCS tornaram-se grandes empresas onde a Comunicação se transforma em bem de consumo lucrativo. Dentro dessa realidade situa-se toda a questão das novas tecnologias, bem como a informática. As novas tecnologias que estão sendo introduzidas no Brasil, tais como satélites, computadores, vídeo cassetes, videotextos e outras, com a justificativa de moder· nização e progresso, não se destinam ao serviço da compreensão entre as pessoas nem às necessidades das classes populares. Estão a serviço de empresas transnacionais com prejuízo da economia nacional e ferem, em muitos casos, tecnologias que poderiam estar a serviço das classes populares permitindo a descentralização da informação. O Rádio e1a Televisão são os principais meios do sistema de comunicação de massa existentes no País. São os que mais atingem a população: o rádio atinge cerca de 90%; a televisão cerca de 70% e os jornais cerca de 10% . E são também os mais impor· tantes economicamente: o rádio e a televisão absorvem quase 70% da totalidade das verbas publicitárias .

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O Doc. da 24• Assembléia da CNBB "Por uma Nova Ordem Constitucional", diz que "a importância dos meios de comunicação social, numa sociedade democrática, exige que eles não sejam monopólio do Estado ou de qualquer grupo; portanto, sejam acessíveis aos diversos grupos e tendências sociais e livres das pressões e controle do poder econômico. " A legislação atual favorece a formação de monopólios por ser o Governo quem outorga as concessões e o faz de acordo com seus próprios interesses. Dessa maneira, os MCS que poderiam ter importância fundamental para a construção de uma sociedade justa e fraterna , tornam-se instrumentos de poder a serviço de determinados grupos de pressão econômica política e ideológica. A cultura é descaracterizada e a massificação torna-se uma realidade gritante. A maioria dos segmentos sociais não têm acesso aos MCS, nem sequer àquilo que lhe é fundamental: o direito à informação. Sobre esse direito, o Decreto Inter Mirifica, do Concílio Vaticano 11 diz: " . . . é Intrínseco à sociedade humana o direito à informação naqueles assuntos que interessam aos homens, quer tomados individualmente, quer reunidos em sociedade , conforme as condições de cada qual. O correto exercício deste direito, contudo, exige que a comunicação, quanto ao seu objeto, seja íntegra . .. " Esta constatação de Decreto, promulgado pelo Vaticano 11 em 1963, continua expressando sua força na realidade atual. (CNBB: Doc. 38, n.0 s 150-156)

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O EVANGELHO É ALGUÉM: JESUS CRISTO Os evangelhos foram escritos bem depois das cartas de São Paulo. Para a gente conhecer bem um escrito deve conhecer um pouco o ambiente no qual surgiu. O ambiente no qual surgiram os quatro evangelhos é aquele de que falam as cartas de São Paulo, isto é, constituem-no as comunidades fervorosas de cristãos que viviam na Palestina, na Ásia Menor, na Grécia ou na Itália. Mais ou menos como a música popular brasileira: para a gente compreender mesmo determinada música, convém conhecer a época e a região onde foi feita. I! sobre isso que queremos falar agora. O gráfico procura estabelecer uma comparação entre as cartas de São Paulo e os quatro evangelhos. Nota-se uma certa evolução nas coisas:

o

1

30

t

50-60

65

70-80

100

~--------------------33--~~--~--~~--~. Criaçio Nascimento Marcos Lc-Mt Joio

As cartas de São Paulo focalizam sobretudo o " mistério pascal" , isto é, os acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Falam de Jesus e do evangelho quase a cada página. Pouco dizem, porém, das coisas que aconteceram com Jesus antes da sua paixão, morte e ressurreição. Falam de Jesus como de Alguém que está no meio dos fiéis, como de Alguém que está vivo. Esta presença viva e atuante de Cristo, no meio da comunidade, é, para eles, o "Evangelho", a grande "Boa Nova". O fundamento dessa presença é a paixão, morte e ressurreição. O evangelho de São Marcos já se interessa pelas coisas que aconteceram com Jesus antes da Paixão, pois ele começa a sua narração com o batismo de João Batista, isto é, no começo da vida apostólica de Jesus. Os evangelhos de Mateus e Lucas, cuja redação é posterior à de Marcos, já estendem o seu interesse e começam na infância e no nascimento de Jesus. O evangelho de São João, o último, remonta ao início do mundo e começa com a frase: "No princípio era o Verbo ... " (Jo. 1,1). Este Verbo de Deus é Jesus Cristo, que se fez carne (To 1,14). -- 10 --


Portanto, na medida em que se avança para o futuro, o interesse por Jesus Cristo recua cada vez mais no passado. De tudo .isso, se tira a seguinte conclusão: a raiz do interesse dos evangelistas não é a doutrina, nem a história, a verdade ou a moral, nem o escrito ou ·a cerimônia. ~ a pessoa de Jesus ressuscitado, vivo no meio deles. Para os primeiros cristãos, Cristo não foi alguém que morreu, que ressuscitou e que depois se foi embora para o céu. Eles, os primeiros cristãos, falando de Cristo, não olhavam o passado. Para eles, Cristo estava aí, com eles na vida, vivo como eles, e eles, vivos, graças a Ele. O interesse primário parava aí: nessa presença amiga de Cristo na vida: "Para mim, viver é Cristo" (Fil 1,21). Se, em seguida, nos evangelhos escritos se procurava informar sobre coisas, fatos e discursos, ocorridos, feitos no passado, era para, por meio dessas informações, dar um conhecimento maior de Cristo, vivo no meio deles. ~ como quando alguém trava amizade com uma outra pessoa. O que interessa é a pessoa do outro. Na medida, porém, em que cresce a amizade, surge· o desejo de conhecer melhor o amigo. E isso se faz, de maneira muito natural, entrando em contato com a família dele, com os pais, procurando conhecer a vida que viveu, os estudos que fez, a infância que teve. Tudo isso só tem uma finalidade: conhecer melhor o amigo, as suas exigências e aspirações, aprofundar a amizade com ele no hoje. Assim, as cartas de São Paulo e os Atos dos Apóstolos, que nos descrevem a atitude tomada pelos primeiros cristãos, logo no começo, diante do Cristo, mostram como eles paravam em Cristo e na sua presença viva no meio deles. Para eles, bastava essa presença viva e amiga que tomou conta do coração de todos. Isso era a Boa Nova, o Evangelho. Na medjpa, porém, em que se aprofundava essa vivência da fé em Cristo, foram querendo saber mais a respeito dele e começaram a investigar o seu passado e as coisas que disse, fez e ensinou. As dificuldades da vida cristã os forçavam a isso, pois o encontro com Cristo vivol deu um novo rumo à vida, transformou tudo, provocou uma "conversão". Tinham de saber como se comportar nessa nova vida. Começaram, então, a recuar no passado de Cristo, não por causa do passado em si, mas por causa do presente, onde eles se encontravam com as suas dificuldades e onde conviviam com Cristo. Queriam saber melhor o que esse Cristo queria, quem Ele era, de onde vinha, o que prometia. Esse recuo no passado teve o seu ponto mais alto no Evangelho de São João, que voltou até antes da criação do mundo (J o 1,1), esclarecendo, assim, o significado de Jesus, vivo no meio deles, não só para os cristãos, mas também para todos os homens e para o universo inteiro. Portanto, quem for ler os evangelhos só para encontrar lá dentro história, doutrina, verdades, moral ou alguns elementos para cerimônias não está lendo os evangelhos com os mesmos olhos com os quais foram escritos. A leitura dos evangelhos supõe algo naquele que os lê, a saber: uma convicção de amizade com Cristo vivo hoje , no século XX. € para -

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conhecer esse Cristo e para saber o que Ele pede de mim, que devo ler os evangelhos. O Evangelho, a "Boa Notícia" não é, em primeiro lugar, doutrina, não é cerimônia, não é um livro, não é moral, não é história, não são verdades, mas Alguém, Jesus E:risto: "Para mim viver é Cristo'\ Esta é a raiz, o resto é galho e flor. Sem raiz, o resto seca e apodrece. Mas raiz sem galho e sem flor, também não existe. A doutrina só tem sentido enquanto estiver relacionada com a pessoa de Cristo de quem nasce. Do contrário, torna-se um conjunto abstrato de verdades a serem decoradas, sem que a gente saiba para que servem. A moral cristã só tem sentido e só é cristã, enquanto estiver relacionada com a pessoa de Cristo de quem nasce. Do contrário, torna-se um conjunto abstrato de verdades a serem decoradas, sem que a gente saiba para que servem. A moral cristã só tem sentido e só é cristã, enquanto estiver relacionada com esse amigo vivo e presente em nossa vida. Do contrário, pode tornar-se um conjunto de prescrições odiosas. É por estar comprometido com Cristo que o cristão faz as coisas que deve fazer. A história só desperta interesse porque fala da pessoa amiga. Quem é que está interessado em querer ensinar a todo mundo a história, por exemplo, de Júlio Cesar? A cerimônia só tem sentido quando existe amizade com a pessoa. Não se celebra o aniversário de quem não se conhece. Mas quando se trata de um amigo, ninguém falta. O livro só tem sentido, enquanto fala da pessoa. Não se conservam fotografias de gente que não se conhece. Finalmente, a verdade só tem sentido porque faz saber algo a respeito do amigo. E uma expressão da convicção que me liga a Ele. A raiz e o tronco de onde tudo procede é a pesosa de Jesus Cristo. Ele é que provoca o interesse. Só a pessoa é capaz de levar a uma conversão e à transformação; não a pura doutrina. O Evangelho, antes de ser um livro escrito, é uma realidade viva e pessoal. Os escritos, feitos por Mateus, Marcos, Lucas e João, apenas querem esclarecer este Evangelho vivo. Se não houver este evangelho vivo na vida, os quatro evangelhos servem de pouca coisa. Seriam como as cordas do violão sem caixa de ressonância, como o mapa geográfico que traça os contornos de uma região que não existe. Seriam coisa fictícia. Talvez aqui esteja uma das causas da crise atual: falta-nos a vivência da raiz, insistimos demais nos galhos, dos quais não se vê bem a ligação com a raiz. Uma "notícia" se torna "boa", quando ela corresponde a uma expectativa, existente dentro de nós. Quem possui tudo, quem não sente falta de nada, quem vive totalmente satisfeito , a esse, nenhuma -

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notícia é boa, porque nada espera. Nele nada existe que possa vibrar. Assim, talvez, o fato de vivermos tranqüilos e acomodados, numa religião que nos agrada, achando que tudo está bom, é o motivo por que a "notícia" de Cristo vivo, entre nós, deixou de ser "Boa notícia", para nós. Tornou-se até "incômoda", porque nos desperta a atenção para falhas e limites na vida pessoal e social que gostaríamos de ignorar. Em tal caso, essa Boa Notícia se vira contra nós e se torna motivo de julgamento, como o foi para os fariseus (cf Jo 3, 19-21). (Fr. Carlos Mesters: "Deus onde estás?" Ed. Vega S.A.- pág. 125-128)

TR~S

DIAS DE DOR

Não é de hoje o costume de fazer romarias, de visitar . lugares sagrados. Lugares onde parece que se sente mais a presença de Deus. Aparecida, Bom Jesus da Lapa, catedral construída pela natureza. Cada um tem o seu santuário. Bom Jesus do Bonfim, Nossa Senhora da Penha. Todo mundo, católico ou não, sente vontade de passar por certos lugares. Como depósitos de fé e vida nova. Parece até que todo bom brasileiro mora sempre perto de algum santuário ... O pobre não pode jazer promessa de visitar o Santo Sepulcro, a Terra Santa, ou Lourdes, Fátima, a Cidade Eterna, Roma. E não são só promessas feitas em momentos de apuro. :1! o agradecimento a uma graça, um voto, verdadeira devoção. Tanto que, até hoje, quem mais ajuda a elevar os santuários é a gente do povo, até mesmo privando-se do necessário. Tem gente que até diz, brincando, que as igrejas se constróem com o palpite dos ricos e o dinheiro dos pobres . . . Todos os anos, todo bom hebreu dava um jeito de ir celebrar a Páscoa na cidade santa de Jerusalém, no templo construído com o suor, o sacrifício de toda a nação. Com José e Maria iam muitos outros, partindo de Nazaré. Iam agradecer, louvar o Senhor, iam cantando, rezando, iam ao encontro de Alguém. Uma caravana de gente pobre, desprovida, mas iam ricos de fé e esperança. Foi na volta que aconteceu o imprevisto. Deram por falta de um menino: Jesus (Lc 2,41-45). -13-


Não é difícil calcular a angústia de uma mãe diante disso. Nem a reação.

Mas Não Não Não

Maria, como reage? desespera. faz queixa na polícia local. provoca escândalo.

Toma coragem. Confia em Deus. E procura. Procura o filho por tudo. No meio dos parentes, na tenda dos conhecidos. A cada pessoa, pergunta:

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Você viu por acaso um menino bonito, de doze anos, olhos azuis, cabelos escuros?

Nada. Não desanimam. Voltam para Jerusalém. Por três dias o procuram angustiados. "Três dias depois . . . " Sim, e que fazem quando o encontram? Eles não levantam a voz, não o batem, não condenam, não ameaçam nem expulsam de casa, mas simplesmente lhe fazem uma pergunta cheia de ternura:

"Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu· pai e eu te procurávamos aflitos." (Lc 2,48) Segundo as estatísticas, mais de 4.000 filhos do mundo todo fogem de casa a cada dia. Com raiva e revolta deixam a própria família. E os pais? Muitos dão queixa na polícia, como se o filho fosse filho da polícia . Outros não procuram, não se importam. A maioria não enfrenta algum sacrifício que prepare o encontro. "Um dia ele volta". ' E o filho não volta porque tem medo dos seus pais, tem medo de ser espancado, medo de ser "despejado", medo de não ser compreendido, porque não sente amor, só. medo ...

NO MEDO NÃO HA AMOR Também Jesus saiu para procurar alguma coisa. Estava discutindo com os professores do templo. A sede da juventude, sede da verdade. -14-


"Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?" (Lc 2,49) Maria e José não entendem a resposta. Vão pensando para casa. Os jovens de hoje são como Jesus, não dão explicações aos pais, colocam perguntas! Deixam os pais encucados. Fazem pensar. Perguntas sobre o mistério da vida, sobre a injustiça que nos rodeia, sobre o bem, que parece ser aniquilado pelo mal, sobre a liberdade e a falta dela. Perguntas sobre o modo de agir dos pais, sobre os princípios que os pais têm ... ou não têm. Perguntas que chegam como pedradas no rosto. E a nossa reação lhes dá medo. Fogem, então. Perguntas que deveríamos, como Maria, guardar no coração, pensar, meditar, procurar resposta, não com palavras que morrem, mas com vida, e muito amor:

AMOR, A ON!CA RESPOSTA ACREDITAVEL. Patrício Sciadini (em "Maria de todos nós")

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PASTORAL DA FAMILIA

MUDAN·ÇAS NA FAMfLIA BRASILEIRA Existem, no Brasil, poucos estudos sobre a estrutura familiar. Apenas agora a opinião pública está começando a assimilar o fato da queda da fecundidade que vem ocorrendo já fazem vinte anos. Mas, para entender as mudanças ocorridas na estrutura familiar não é suficiente apenas considerar a evolução da fecundidade . Diante de sua diminuição, examinam-se algumas mudanças na própria dinâmica familiar. FECUNDIDADE E FAMILIA

Estudos sobre os determinantes da queda da fecundidade põem em evidência o fato de que a principal "causa" do declínio da fecundidade é essencialmente o resultado do controle exercido na órbita marital ou familiar. Essa queda é um indício de novas atitudes e normas sobre o tamanho e o papel da família na sociedade, sendo generalizada tanto no meio urbano quanto no rural, acentuando-se mesmo entre as populações urbanas de baixa renda. A "decisão" de procriar por parte do casal e/ou da mulher tornou-se viável com a produção e comercialização de contraceptivos e com o recurso da esterilização - muitas vezes induzida pela prática (abusiva) da cesariana no parto - , sem se referir ao aborto provocado, outra decisão recorrente hoje em dia com maior freqüência. Segundo uma pesquisa da BEMFAM, confirmada em 1986 pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, mais ou menos 65% das mulheres em idade de procriação usam algum método anticoncepcional e em torno de 59% manifestam o desejo de não mais engravidar. Das mulheres entre 15 e 44 anos de idade, 27% já se submeteram à esterilização, enquanto cerca de 25% usam pílulas anticoncepcionais. Nas regiões mais pobres do país, a taxa de esterilização já está atingindo 40% das mulheres em idade de procriação . Concomitante ao declínio da fecundidade, uma vez que o número de filhos nascidos vivos passou de 6,2 para 3,5 por mulher, houve uma diminuição de pessoas por família: 5,12 em 1960 para 4,40 em 1980 (segundo o Censo Demográfico). Alguns comentaristas explicam essas modificações demográficas pela valorização e escolha de uma famíliaa nuclear, menor e bem-sucedida. Para outros estudiosos, a diminuição • desejada" da prole seria, para a maioria das famílias, o resultado de uma estratégia de sobrevivência realizada não tanto por meios "planejados" e mais como recurso ou solução "drástica". Para as classes populares seria uma questão de sobrevivência. Na verdade, uma resposta às dificuldades de vida impostas pelo conjunto do sistema econômico e sócio-cultural dominante, no qual

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vivem mal, induzindo assim a uma redução do tamanho da família e mudança na sua função econômica e social. NIVEL DE VIDA E FAMfLIA A família, sendo uma instituição que sustenta os membros considerados improdutivos da sociedade, em função das dificuldades, passa a acionar uma estratégia que consiste em empregar mais de um membro da famflia. Além de diminuir o tamanho da família, tende a reduzir o número de dependentes, com a finalidade de assegurar na unidade familiar um certo nível de renda per capita e, deste modo, compensar a queda do poder aquisitivo do salário do chefe de família. Torna-se cada vez mais significativa a Incorporação dos cônjuges à força de trabalho. De 1970 a 1980 duplicou a proporção de mulheres "casadas" que...exercem uma atividade econômica. Nas famílias tradicionais, a distribuição dos encargos domésticos era bem definida. O homem, como chefe de famflia, detinha o monopólio da função de sustento econômico. Acontece, contudo, que o salário do chefe de família não correspende às necessidades de sobrevivência de sua família. Nesse sentido, as condições atuais da família impõem novos encargos aos seus membros. Significativo, também, é o aumento da proporção das mulheres solteiras que entraram no mundo do trabalho. Em 1980, 46,7% exerciam uma atividade econômica, contra 36,2% em 1970. !: prematuro afirmar que este aumento do emprego feminino exerce um impacto significativo sobre a intensidade do • celibato" definitivo. Mas, pode-se observar que as características e os tipos de união matrimonial estão em fase de mudança, Interpretada por alguns autores como uma degradação sócio-cultural. O aumento das "uniões consensuais" e a diminuição relativa da união legal constituem um sinal de uma inadequação, herdada em parte do passado, de falta de integração da esfera; familiar na sociedade civil. Mais visível e imediato é o impacto do trabalho da mulher sobre a fecundidade: quantos nascimentos evitados e/ou retardados para que ela possa manter-se no emprego! MATRIMONIO E FAMfLIA

A queda da fecundidade está sendo generalizada para todos as faixas de idade, menos para o grupo de 15 a 19 anos completos, para o qual houve um aumento. Este fenômeno da gravidez das adolescentes relaciona-se com o tipo de união matrimonial e o estado conjugal hoje dominantes. Os recenseamentos demográficos brasileiros consideram a "união consensual" como o tipo de união estável, equivalente ao casamento registrado legalmente. Apesar da equiparação deste tipo de união com o casamento "legal", nota-se que no curso destes últimos trinta anos aumentou a proporção de mulheres que se declararam celibatárias e que, no entanto, tiveram ao menos um filho (nascido vivo). Uma crescente proporção de mães solteiras indica que uma parte dessas mulheres adotou uma • união consensual" durante um certo tempo e depois "voltou" ao estado celibatário, devido ao abandono ou morte do "cônjuge".

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Este fenômeno tem pouco a ver com a realização de um modelo alternativo ao clássico modelo conjugal. J: uma situação de fato que vem se manifestando devido, em boa parte, à precariedade das condições de vida de amplos segmentos da população urbana mais pobre. De 1970 a 1980, sobre 100 uniões realizadas, registram-se 60 uniões civis e religiosas, 19 somente civis, 4 somente religiosas e 17 consensuais. No grupo mais jovem, de 15 a 19 anos completos, 22% das mulheres, que adotaram algum tipo de união, são "casadas" por simples "consenso". O que chama a atenção é o número expressivo das ·sem declaração" do tipo de união, que aparece no Censo de 1980. Isto é, pessoas que não são nem solteiras, nem "casadas", nem separadas/divorciadas/desquitadas e nem viúvas. Será que se trata de um tipo de união não-permanente, que se aproximaria da união consensual? Quando se considera a Idade média do evento, encontra-se que os homens casam aos 25 anos. Mais elevada é a idade ao juntar-se: 30 anos para os que se uniram consensualmente e 32 anos para os "sem declaração" do tipo de união. Este Indicador de idade média manifesta a Importância da seguncia união não-legalizada e/ou não-legalizável, como também a "atração" pelos jovens por este t ipo de união. Sobre 100 homens de 15 a 19 anos completos que se casaram, 35 se uniram ·consensualmente", enquanto os • sem declaração" representaram 40% neste grupo etário. Considerando a evolução do tipo de união e do estado conjugal das mulheres, de 1970 a 1980 observa-se que menos mulheres do que homens assumiram uma união consensual, enquanto mais mulheres do que homens entraram no grupo das ·sem declaração" . A Idade média ao sair do estado de solteiro é 22 anos para as mulheres. Há uma diferença notável entre a idade ao assumir a união consensual (24 anos) e a Idade do grupo das "sem declaração" (35 anos). t: que a partir de uma certa idade, a união' consensual para as mulheres não é mais tão consensual, e perde sua característica de permanente. Mais do que os homens, as mulheres sofrem de "Instabilidade • conjugal e dos efeitos da separação e/ou morte do "cônjuge". Isso explica o aumento significativo de milhões de famflias chefiadas por mulheres. MORADIA E FAMILIA

Quando se observa o declínio do número de pessoas por família e, sobretudo, a diminuição de dependentes por família, isso não significa o fortalecimento da família conjugal ou nuclear. Nota-se a estabilidade e até mesmo o aumento do fenômeno da convivência de grupos familiares dentro de um mesmo domicílio, principalmente de familias que têm uma relação de parentesco com o chefe do domicfllo. Nesse sentido, parece duvidoso poder falar de nuclearização da famflla, associada ao desenvolvimento e urbanização do Brasil. Não se trataria, ao contrário, de uma forma de solidariedade, herança do passado? No processo de urbanização, uma estrutura familiar extensa parece coincidir com o fenômeno de grupos solidários de famílias nucleares que residem na mesma localidade. Essa solidariedade é uma forma de estratégia de sobrevivência econômica e social.

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Além de aliviar o problema da moradia, a renda domiciliar resiste melhor à crise econômica. Relevante para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro é a deterioração mais acentuada da distribuição da renda familiar do que da renda domiciliar no per!odo 1980 a 1983. A distribuição da renda domiciliar de 1983 reproduz a distribuição da renda familiar de 1980.

PERSPECTIVAS PARA A PASTORAL FAMILIAR O futuro nos dirá que tipo de fam!iia a sociedade moderna está produzindo e qual será o papel da família na sociedade. Tenta-se, na verdade, definir qual será a civilização do amanhã a partir do tipo de fam!iia que está sendo constru!da. Neste desafio, a Igreja tem uma importante contribuição a dar: promover a dignidade humana, a liberdade e a Justiça social. Só assim realizar-se-á a missão prioritária da familia e a responsabilidade dos cidadãos, dos povos. t: imprescind!vel, para a prática pastoral e eclesial, uma visão coerente da dimensão social, poHtica e econômica da vida familiar. A Igreja pode pronunciar uma palavra oportuna, porque suscet!vel de favorecer uma mudança de mentalidade e das estruturas econômicas, sociais, políticas e culturais. Isso diz respeito tanto às reformas básicas dE! sociedade econômica e política, quanto à sexualidade e às relações conjugais e com os filhos. O que está em jogo é uma atitude positiva diante da vida humana e social. Há aqui uma obra educativa dif!cil e necessária para superar a desumanização de uma sociedade que reconhece fundamentalmente valores como a produção industrial, o cálculo econômico, o individuo. Trata-se de reintegrar e articular na existência do homem na sociedade três realidades vitais: o matrimônio, a famllla e a procriação. Pe. Thierry Linard de Guertechin, S. J.(*)

(*) O Autor é pesquisador do CIAS -

Centro João XXIII de Investigação e Ação Social, Rua Bamblna, 115, Botafogo, CEP: 22.251, Rio de Janeiro, RJ.

Tel. : (021) 286-8522 .

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UMA VOCAÇÃO MUITO ESPECIAL Todos os batizados são chamados, têm a vocação cristã. Muitos, a maioria, recebem a vocação matrimonial. Alguns poucos, entretanto, recebem um chamado muito especial, a vocação religiosa ou sacerdotal. Este chamado é antes de mais nada o chamado a testemunhar, por antecipação, o Amor total que só viremos a conhecer após a ressurreição, na plenitude do Reino. Conforme explica o Cardeal J. M. Lustiger, Arcebispo de Paris, em seu livro ·O ser Croire ", alguns homens e mulheres decidem conscientemente renunciar a uma dimensão essencial de sua existência humana, o amor humano e a fecundidade. Eles aceitam essa mutilação, como diz São Paulo, "essa morte aparente de sua potência humana para que resplandeçam a fecundidade e a potência do amor que vem de Deus", tornando-se sinais dados por Deus da ressurreição dos mortos. Não meditamos o suficiente, muitas vezes nem percebemos essa grandeza, essa beleza, essa transcendência da vocação religiosa e da vocação sacerdotal. Limitamo-nos a olhar com uma visão humana, a ver defeitos e imperfeições nos sacerdotes, nos religiosos, nas religiosas, e esquecemos que Deus está presente neles de maneira mais intensa, mais profunda, mais atuante, mais reveladora que nos demais homens e mulheres. Precisamos de sacerdotes para que, pela Eucaristia, a encarnação se renove a cada dia e para que possamos receber em nós o Corpo e o Sangue de Deus. Precisamos de sacerdotes para difundir a Palavra entre nós e para ajudar-nos a melhor compreendê-la e melhor inserí-la em nossas vidas. Precisamos de sacerdotes para ensinar-nos o caminho da santidade, para ajudar-nos a cumprir a nossa missão de cristão, de batizados, de cooperadores da Criação e da preparação do Reino. Precisamos também de religiosos e de religiosas, que se dediquem inteiramente a Deus e aos homens, nos hospitais, nas escolas, nas comunidades deserdadas, nos conventos, onde rezam para que nossa fé seja mais viva e nossa oração mais forte . O aparecimento de vocações sacerdotais e religiosas depende de Deus, é Ele que chama, muitas vezes nas horas e nos meios mais imprevistos. O seu desabrochar, entretanto, depende de nós. Para que a semente da vocação germine e frutifique, é preciso que o terreno seja preparado, arado, Irrigado e fertilizado.

Já pensamos em estar atentos à possível vocação de um filho nosso, a ajudá-lo a descobrf-la. a entendê-la, a aceitá-la, a lutar vitoriosamente -20-


contra todos os obstáculos que fatalmente virão, ou muito pelo contrário, procuramos abafá-la, reprimi-la, contrariá-la , desviar o filho para interesses mundanos? Assim como o vocacionado, ao assumir a vida sacerdotal ou religiosa, renuncia a uma dimensão de sua existência humana, também os seus pais, ao aceitar essa vocação, renunciam a algo de equivalente, a alegria da continuidade, da fecundidade sucessiva, da perpetuação do eu nos descendentes. Essa renúncia, entretanto, é para um bem maior, para a mais rápida instauração do Reino, e para a maior glória de Deus. Além dos nossos próprios filhos, devemos também estar atentos às vocações que podem despontar na comunidade, em torno de nós, e procurar ajudá-las a realizar-se, conforme a vontade do Senhor. O apoio intelectual, material e principalmente afetivo aos vocacionados é dever de todo cristão, e muito especialmente de nós que temos o privilégio de pertencer às Equipes de Nossa Senhora. Esse nosso dever implica num trabalho a ser efetuado junto às nossas paróquias, junto às nossas dioceses, integrando-nos ativamente na Pastoral Vocacional onde ela existir, e ajudando a criá-la, onde ainda não a houver. Finalmente, não nos esqueçamos dos sacerdotes e religiosos que atenderam ao chamado, e durante a sua existência estão sujeitos, como homens que são, a inúmeras dificuldades, tentações, fraquezas, desânimos, que podem levá-los ao pecado ou à renúncia. Eles precisam de nós, do nosso apoio, do nosso incentivo, da nossa compreensão, do nosso auxílio, da nossa constante oração. Quando o Cristo na Cruz confiou João à sua Mãe, dizendo "Eis o teu filho", ele estava nos confiando, a nós também, filhos de Maria, os seus filhos "especiais ", os sacerdotes e religiosos . Reflitamos , em casal, em equipe, sobre como reagimos diante das vocações, e como consideramos sacerdotes, religiosos, religiosas , como agimos com relação a eles, e rezemos com o Papa João Paulo 11: "Mãe da Igreja, faz com que muitos homens e mulheres saibam ouvir ainda hoje a voz convidativa do Teu Filho : 'Segue-me'." Gerard F. Duchêne

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ENS NO MUNDO

1.a SESSAO DE FORMAÇAO NO M~XICO E EM PORTO RICO Esther e Marcello Azevedo

Na última semana de Maio, realizou-se a primeira Sessão de Formação para as 8 equipes do México. Compareceram 26 casais ao seminário dos padres Agostinianos, em Lomas Verdes, uma das várias cidades Integrantes da região metropolitana da imensa capital mexicana, hoje com mais de 18 milhões de habitantes. Fomos convidados para orientar a sessão e encarregar-se das "pláticas" (termo que os mexicanos usam para significar o que chamamos de palestra) . Como Conselheiro Espiritual o convidado foi um jovial sacerdote colombiano que vive em Porto Rico, o Pe. Campo Emilio Ariza. Aliás ele é o único doutor, de título passado, em Equipes de Nossa Senhora, pois, há uns 5 anos atrás, apresentou e defendeu como tese de doutorado, no Instituto Católico de Paris, o tra1Jalho "A oração nas ENS", tese aprovada com louvor. A Sessão, como é claro, baseou-se na experiência brasileira. A novidade, contudo, é que toda a Sessão procurou fazer eco ao apelo que, tempos atrás, o P. Bernard Olivier lançou no editorial "Voltar às fontes" . Por isso todo o encontro transcorreu sob a ótica da espirltualidade conjugal, de tal forma que se procurou mostrar como tudo, dentro das Equipes, existe para nos ajudar a viver o sacramento do amor conjugal que transforma as realidades do cotidiano em caminho de santificação (cf. F.C. n.o 56). A melhor prova disso foi a Missa de encerramento que, em verdade; foi a culminância da Sessão. A todos encantou e calou profundamente a comovente liturgia celebrando o amor humano que, através de gestos e atitudes, permitiu aos participantes sentirem porque S. Paulo, declarou que ele "é um grande mistério em relação a Cristo e sua Igreja" (Ef 5,31). Para criar tal clima muito contribuiu um magnífico trio de equipistas que, com seus violões cantou belíssimas "canclones de amor" do rico e melodioso folclore mexicano . O aproveitamento parece ter sido grande, permitindo aos casais adquirir uma visão de conjunto e bem travada de como as equipes ajudam o crescimento do amor entre os conjuges, fonte de onde deve transbordar o amor aos filhos e ao próximo. Assim, a part ir desta "histórica" Sessão, a Coordenação do Mexi co vai poder estruturar-se melhor, aprofundar a formação de seus quadros e partir para uma sólida irradiação. No dia seguinte ao encerramento todos os participantes reuniram-se de novo, às 8:30 hs. da noite, na majestosa Basílica de Guadalupe\ para,

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em carinhoso e comovente gesto, aos pés da Padroeira das Américas, oferecerem aos dois brasileiros uma missa e muitos presentes. Como o amor que os aztecas dedicam à "Virgem Morenita" é algo cativante, estamos certos que o Movimento terá ali um vigoroso futuro . Dali, no outro dl& bem cedo, P. Campo e nós, partimos para Porto Rico onde, de 2 a 5 junho, teríamos também a 1.• • Jornada de Formación" realizada no • Estado Llbre Asociado de Puerto Rico ". Participaram 24 casais, e 2 conselheiros, apesar da 6.• feira, (1. 0 dia completo da Sessão) não ser feriado . Duas equipes compareceram completas.

Dentre os participantes há de se destacar a presença de Brigide e André, responsáveis pelas 4 equipes de Santo Domingo, junto com o P. Lucas Cruz Martinez que levou o Movimento para a República Domi· nicana. O tema da espiritualldade conjugal voltou a ser o ponto forte, já agora aproveitando a boa experiência de Lomas Verdes. Como lá era verão, o calor não deixou de participar Intensamente das "jornadas ", chegando perto do 1oooF que corresponde quase aos nossos 40°C. Evidentemente que dormir, sem ar condicionado , não era das coisas mais fáceis . . . Logo na sexta feira tivemos problemas com a cozinha da casa, muito "a la gringa ". Para matar o problema e a fome , no sábado vieram 2 equipistas preparar • arroz con abichuelas" que outra coisa não é senão o nosso corriqueiro arroz com feijão, prato que os portoriquenhos , como nós, não dispensam " en sus comidas". Aproveitamos o assunto para dar um aviso importante para aqueles que tiverem a ventura de visitar a Ilha : se na hora do almoço w . pedirem um "almuerzo " vai ser uma decepção: lá a palavra significa apenas uma comidinha só para enganar o estomago. Cuidado, pois, com o portunhol. . . Apesar do calor e da falta de feijão , a sessão foi muito proveitosa . Por um lado, descobriram o significado vivenclal de nosso sacramento que, no dizer de João Paulo 11, tem "como efeito primeiro e imediato (res et sacramentum) não a graça sobrenatural propriamente, mas o vínculo conJugal, a comunhão a dois" (Famillaris Consortium 13 in fine). Por outro, os participantes tiveram oportunidade de elucidar as muitas dúvidas, Incompreensões e distorções acerca da proposta das ENS. Cremos que acabaram por descobrir a "verdadeira Imagem das equipes" . Por isso salram de lá cheios de entusiasmo e decididos a buscarem a consolidação das 16 equipes • boricúas " (nome pelo qual os indígenas da ilha eram conhecidos quando da chegada de Colombo) . Como as estruturas existentes na " lsla Encanto" (3 setores) estavam muito deficientes, sobretudo, pela falta de quadros preparados, é de se esperar que agora, com gente entusiasmada e dotada de uma formação básica, os setores passem a funcionar de uma forma eficiente, dando condições para que, dentro de mais algum tempo, a Região parta para uma difusão sólida, enraizada em equipes autênticas .

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Brasil

BALANÇO Demonstração comparativa 1986/1987

Descrição Valor 1986

% s/ Total 1986

Valor corrigido*

Contribuição Recuperação de despesas o. o. o. o.. . . ooo Receitas patrimoniais . o. . .... o. .. o. o. o

1.368o628,21 149o894,58 1240253,31

83,31 9,12 7,56

4o714o178,13 5160305,12 427o984,92

Total receitas

1.642o776,1 o

100,00

5o658o468, 17

RECEITAS

DESPESAS Diárias, Materiais, Diversos-Encontros . o Transportes-Encontros . oo.... oo. o... oo

231.400,75

797o049,44

Total - Despo c/ Encontros

231.400,75

23,78

797o049,44

Carta Mensal o. ooo.. oo. o. oo.... oo... o Impressos Doutrinários o..•. ooo.. .. .. oo Salários e Encargos ooo. oo.. ... o... ooo Despesas com a Sede . . . . o... o. ooo... Telefone ooooooooooooooooo.• oooooo. o. Correio e Fretes diversos . o...•. ooo... Material Expediente o. o.. oo. . .. oo. o. oo Diversos o. o. oo. o. o. . . oo..... o. ooooo.

229o743,34 147o482,28 172o402,30 81.877,60 90231 ,80 43o644,57 41.410,35 160001,25

23,61 15,15 17,72 8,41 0,95 4,48 4,26 1,64

791.340,57 5070996,06 593o831,94 2820023,70 31.798,52 1500331,75 1420636,08 55o115,58

Total despesas

9730194,24

100,00

3o352o123,66

RESUMO Fundo patrimonial - Exerc. anterior + Receitas do Exercício o. oooooo.. . .. . Despesas do Exercício .. ooo......•.

129o914,49 1.642o776,10 973ol94,24

447o484,60 5o658.468, 17 3o352o123,66

Saldo no fim do Exercício ooooo. oo• Contas a pagar em 31 / 12 ooo. o... .. Aquisição de ativos ooo.... o. oo.. o.

799.496,35 17o720,55 745,00

2o753o829,11 61.037,64 20566,12

Fundo patrimonial - Fim do Exercício (reserva para o exercício seguinte) Em OTN's de 31 /1 2 o. o.......... .

781.030,80

2o690o225,36

Contribuição por equipe por mês (8). o. o

202,01

695,80

Valor de um dia de trabalho/casal ooo. o

277,20

954,79

8o315,88

280643,69

Salário médio mensal por casal o. . ..•..

»

Trazido ao valor médio (junho) de 19870

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7o340,52


COMENTÁRIOS

% s/ Total

Variação 1987/1986

Valor 1987

1987

3o347.546,48 . 643o079,02 1.993o264,84

55,94 10,75 33,31

-28,99 24,55 365,73

5o983o890,34

100,00

5,75

3660869,30 536.488,92 903o358,22 542o026,42 2460423,52 482o439,86 308o209,84 33o364,08 210o663,26 118o806,25 135o574,97

30,31 18,18 8,27 16,18 10,34 1,12 7,07 3,99 4,55

13,34 -31,51 -51,49 -18,76 9,29 4,92 40,13 -16,71 145,98

2o980o866,42

100,00

-11,08

74,54 5,75

781.030,80 5o983o890,34 2o980o866,42

-11,08

3o 784o054, 72 49o745,23 277o190,00

37,41 -18,50 l0o701,92

3.457o119,49

28,51

6o610,30

-9,95

490,96

-29,44

678,00

-28,99

20o339,93

-28,99

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Demoramos um pouco mais que o normal para publicar o Balanço de 1987. A comparação com os números de 1986 nos levou a uma série de re· flexões, que querfamos partUhar com voeis: - A "Contribuição por equipe por mês" é o valor total das contribuições recebidas das equipes, dividido pelo nú· mero de equipes existentes no final do ano, e dividido pelos oito meses do ano em que se parcela a contribuição, já acrescido dos 10% retidos pelos Setores. - O "Valor de um dia de trabalho por casal", correspondente ao compro· misso que cada um de nós assumiu quando entrou na equipe, é o valor total das contribuições recebidas, acrescido dos 10% dos Setores, e dividido pelo nú· mero de casais membros do Movimento. - "Salário médio mensal por casal": partindo do princípio que todos contribuem com 'lealdade', este valor resulta da contribuição mensal de cada casal, multiplicada pelos 30 dias do mês - já que cada um contribui com o 'produto de um dia de trabalho'. Verifica-se que, tanto a contribuição por equipe quanto a de cada casal, teve uma queda de perto de 30%, de 1986 para 19871 :t realmente perturbador constatar que, o salário dos casais das Equipes tenha caldo tanto: quem disse que as ENS são um movimento de 'classe média'·. o

o

Os Casais Responsáveis de Setor estão recebendo uma análise mais detalhada do Balanço, que poderá ser consultada por aqueles que o desejarem. Mas des· de já convém que todos revisemos nos· sa adesão à contribuição mensal, calculando-a conscienciosamente em cada reunião. Os C.R.S. também estão recebendo in· formações sobre a possibUidade de aba· tlmento do Imposto de Renda, do valor da contribuição.


NOTICIAS DOS SETORES Mudanças nos Quadros -

Lenise e Nilson assumem a responsabilidade pelo Setor C de Curitiba/ PR sucedendo a M. Conceição e Ruy.

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No Setor A de Petrópolis/RJ o casal Heydée e Mendel passa a missão de responsável de setor a Lauricy e Humberto.

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Em Florlanópolis/SC a responsabilidade p~lo Setor C passa de Neide e José Luiz para Edma e Enio.

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Na Região São Paulo Sul I, Sebastiana e Osvaldo foram escolhidos para dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Lairce e Leocádio na missão de Casal Responsável pelo Setor do ABC (Grande São Paulo).

Expansão - Realizada no decorrer dos meses de abril e maio passados uma série de sessões de informação em Pindamor:hangaba/SP para cerca de uma dezena de casais desejosos de conhecerem as ENS. As sessões foram divididas em cinco etapas nas quais a Equipe do Setor ministrou aos interessados informações sobre os aspectos primordiais do Movimento enfocando um aspecto por reunião de forma clara e objetivando conscientizar aqueles que poderão vir a integrar uma das dez equipes hoje existentes no Setor. O trabalho foi coroado de êxito, dentro da seriedade e humildade com que foi realizado e os casais que aceitaram o convite definitivo deverão iniciar-se no Movimento brevemente. - Lançada a Equipe n. 0 8 - N. S. das Graças no Setor de Cantanduva/SP. Seu Conselheiro Espiritual é Pe . Sylvlo Fernando Ferreira . A referida equipe

origina-se da Pastoral Familiar da Paróquia de São Domingos e vinha fazendo sua experiência comunitária nas ENS sob a orientação do casal Neusa e Luiz Baldo, da Equipe n. 0 4. - O ano de 1988 está sendo bastante produtivo para o Setor de Arara· quara/SP. iô significante o aumento do número de casais equiplstas a freqüên· cia aos eventos promovidos pelo Movimento naquela cidade. Formou-se uma nova equipe, fruto da Experiência Comunitária e as demais equipes que estavam com número reduzido de casais foram ampliadas, tendo nelas Ingressado dez novos casais . As missas mensais estão mais participadas, tanto pelo número de equlpistas presentes quanto pela melhor preparação, inclusive dos cantos. - Lançada em 26-06-88 a Equipe n. 0 94 no Setor I do Rio de Janeiro. iô composta por 6 casais tendo como pilotos o casal Mariza e Jorge Vilanova (Eq. 68-1) e seu Conselheiro Espiritual é o Diácono Marcelo Paiva, do Seminário Arquidiocesano São José.

Inserção - Os casais responsáveis pelos Se· tores A e 8 de Araçatuba/SP mantiveram um encontro com o Revmo. Bispo da Diocese de Lins, D. lrineu Danelon com o objetivo de colocar os equipistas a serviço daquela Igreja local. S. Revma . exortou as ENS a engajarem-se ativamente na Pastoral Familiar tendo como base de ação as diretrizes propostas no Documento n. 0 38 da CNBB. - Mensagem de D. Raymundo Damasceno publicada no Boletim n.0 2 do Setor B (junho-julho/88) das ENS de Brasilia/DF convoca os equiplstas locais a colaborarem na elaboração de

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um Plano de Pastoral de Conjunto lembrando que "temos consciência que cada movimento não é um fim em si mesmo, é um Instrumento na Igreja, e está a serviço do Reino de Deus. A doação e a abertura levarão cada membro a viver a sua fé. Esta caminhada requer um espírito de renúncia, de compreensão e colaboração, o que nos fará chegar a uma unidade de ação, e levará cada um a colocar a serviço da 'evangelização os seus dons, para realizar o plano de Deus, levando sua mensagem a todos •. - Realizou-se nos dias 28 e 29 de maio p.p., no Seminário de Ollnda/PE, a Assembléia Geral da Arquldlocese de Ollnda e Recife com a participação de 1·epresentantes de setores, paróquias , movimentos pastorais e do clero, sob a presidência do Revmo. Arcebispo O. José Cardoso S.O. Representando as ENS compareceram Justlno . e Alcindo, da Coordenação. Dentro dos temas discutidos e aprovados em plenário, por votação, houve a oportunidade de que os representantes das ENS apresentassem sugestões e propostas , baseadas nas circunstâncias sócio-econômicas em que vive nosos pais . Foram dois dias de multa reflexão, estudo , conversas, sugestões e troca de idéias que terminaram com a Santa Missa celebrada na capela do seminário. Foi também mais uma experiência vivida sob o olhar de Maria.

Conselheiros Espirituais - A Coordenação das ENS de Reclfe/PE fica, temporariamente , sem Conselheiro Espiritual , uma vez que o Pe. Barros por motivos de saúde, de atividades paroquiais e também ae atividades de professor na Universidade Católica foi obrigado a afastar-se de sua missão de CE da Coordenação continuando, contudo, a assistir as suas equipes de numeras 2 e 6. Zélia e Justino agradecem toda a dedicação do Pe. Barros e rogam a Deus pela melhora de sua saúde. Contando com a mediação de Maria e a luz do Espírito Santo, esperam poder anunciar, dentro em brece, o nome do novo C.E. da Coordenação.

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- A equipe 12 do Setor B de Brasilla est multo feliz com a posse do Pe. José Carlos Brand Alelxo na Academia Brasillense de letras, como escritor. - Realizado um jantar de despedida para Mons. lulgl, C.E. da Equipe 16-B de Brasilla, que partiu para o Senegal. Deixou gravados em cada membro da equipe os seus ensinamentos e a figura marcante de sua grandeza como pessoa humana, que permanecerão Indeléveis no tempo. - Para a alegria dos membros da Equipe 10 de Baurú/SP, Pe. Pedro Bauer está de volta e reassumiu a sua missão de Conselheiro Espiritual na qual não fora substituído. - No dia 25 de junho pretérito o Pe. Geraldo Bogonl, camiliano, Conselheiro Espiritual da Equipe 6-A de São Paulo, Capital comemorou 25 anos de vida sacerdotal. Pe. Geraldo que assiste a mesma equipe há 22 anos é atualmente reitor do Seminério dos Camlllanos situado na Chácara VIana em Cótla e teve o seu jubileu de prata comemorado festivamente com uma belíssima Eucaristia concelebrada seguida por um churrasco oferecido por seus semlnárlstas e pelos amigos que multo o apreciam . Seus equipistas desejam que o Senhor conserve Pe . Geraldo • nesta trilha Inteiramente consagrada ao seu serviço· . - Em cerimônia !limples, Pe. Julio recebeu o título de Cidadão Emérito de Santos/SP. A Sala Princesa Isabel, da Câmara Municipal estava cheia de amigos dentre os quais muitos equiplstas, principalmente das equipes 11 e 19 das quais Pe. Julio é Conselheiro Espiritual. Em sua fala, Pe. Julio disse entre outras coisas "sinto-me feliz no meu sacerdócio por que tenho o meu povo e um padre sem povo perde a sua razão de ser ". - Os equlplstas de São Paulo-Capital, com grande alegria foram abraçar o seu querido Pe. Elisio, na noite de 7 de julho último, por ocasião da comemoração do seu Jubileu de Prata Sacerdotal. Após a missa celebrada na Igreja de São Gabriel aconteceu uma

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confraternização na Capelanla da Po· lícla Militar estadual, pois Pe . Elisio além de assistente espiritual de equipes e ex-Conselheiro Espiritual do Setor 8 é também Capelão Militar daquela corporação.

Eventos - Com a participação de 86 (oitenta e seis) casais foi realizado em Araraquara/SP o Retiro de 1988 das ENS pregado por Pe. José Carlos DI Mambro (C.E. da ECIR). Com sua bondade e conhecimento transmitiu aos participantes muitos ensinamentos fazendo-os ver o verdadeiro sentido das equipes e mostrando como deve ser o equiplsta engajado. Após as palestras houve tempo para reflexão em grupos e ao final um plenário para dirim ir dúvidas. Todos os casais foram unânimes em dizer que o Pe. José Carlos tem verdadeiramente o dom da palavra, pela sua facilidade de exposição. - Manhã de reflexão maravilhosa aconteceu em 03-07-88 em Astorga/PR com a participação de equipistas de Londrina, Pitangueiras e Astorga. As palestras ministradas pelo Diácono Ga· briel (da equipe de Astogal) e por Alvarina foram de grande valia e entusiasmaram a todos os presentes . - Aconteceu no dia 4 de junho últl· mo uma Tarde de Reflexão no Seminário São Vicente em Marilla/SP orientada por Pe. Tito ·Marega e que contou com a participação de 25 casais aquipistas. Os participantes puderam sentir o valor e a força da Oração, conforme Jesus mesmo nos diz em várias passagens do Evangelho. Ele mesmo sempre que se encontrava diante de algum dilema retirava-se para orar em lugares desertos buscando no silêncio as forças para enfrentar decisões importantes. - Em abril último um bom número de casais equipistas de Ribeir!io Preto/ SP atendeu ao chamado para o retiro anual das ENS. Mais do que uma obrigação, foi um privilégio esse recolhi· mento de dois dias, onde os participantes puderam repensar o sentido que

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estão dando a suas vidas, tendo como orientador Frei Almir Guimarães, conhecido por todos por seus livros e orações. Ele, conhecedor que é dos anseios e qesgastes do amor humano para com Deus e o próximo foi "levando os presentes pela mão" para uma viagem ao seu próprio interior até chegarem ao ponto central: o Cristo de suas vidas. - Realizou-se no dia 5 de maio de 1988, no Centro Arquidiocesano de Pastoral, em Florianópolls/SC, uma noite de estudoos para casais e jovens com palestra proferida por Pe. Gluliano Frl· genl versando sobre " Como transmitir a fé aos nossos filhos num mundo em transformação· . Cerca de 70 pessoas entre equiplstas , casais de outros movimentos e jovens fizeram-se presentes, tendo o tema despertado grande Interesse por sua atualidade e oportunidade. Pe. Giuliano mostrou, por depoimentos , que todo jovem tem em si um desejo ardente de seu encontro com Deus. Quando vê essa aspiração frustrada, o que pode ter diferentes causas, vai em busca de suportes falsos como o sexo, as drogas e o dinheiro. Para transmitirmos a fé a nossos filhos é necessário que a nossa própria fé nos questione de verdade. - No dia 24 de maio de 1988 os equiplstas de Marílla/SP realizaram uma caminhada de oração objetivando uma visita , no mês de Maria, ao seu Santuário Instalado em 15·08-87 e também em comemoração ao Ano Mariano. O evento Iniciou-se com uma concentração na Igreja N. S. de Fátima segui· da de uma cam inhada com recitação do terço meditado e cânticos até o Santuário de N. S. da Glória. Ali aconteceu a Santa Missa concelebrada por D. Daniel Tomasella, Bispo Diocesano e CE da Equipe 10, seu coadjutor D. Osvaldo Giuntinl, Pe. José Carlos Toffoli, CE do Setor e demais sacerdot es que participaram da caminhada. Estiveram rezando com os equipistas daquela cidade, as equipes de viúvas, muitos ex-equipistas, casais que cola· boraram no EACRE e outros casais da comunidade.

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- Realizado em 30 de abril último pelo Setor de Jundiaí/SP um "Encontrinho de Crianças· de 5 a 12 anos e que para os organizadores tornou-se um • encontrão • pois participaram 93 crianças com um resultado surpreendente fazendo-os pensar sobre o quanto precisamos nos dedicar à formação cristã de nossas crianças (V. Foto). Por sugestão do CE da Equipe 7 (que organizou o evento juntamente com a equipe 10) o tema do encontro foi Maria tendo então as crianças ouvido sobre Maria desde a Anunciação até as Bo·

das de Caná e também "cantaram com Maria" e ·desenharam com Maria" . Também para surpresa dos coordenadores muito silêncio e atenção foram observados especialmente na catequese sobre Maria e no encerramento do encontro com a Santa Missa. As frases das crianças em cartazes e orações feitos por elas fez os organizadores sentirem fortemente a presença de Deus e o quanto aqueles pequenos corações estavam férteis para o plantio desse semente.

- Realizou-se em 4 e 5 de junho, na Vila da Medalha Milagrosa, o retiro das ENS de Reclfe/PE reunindo 25 casais equlplstas e convidados. Tendo como tema geral "Maria, Mãe de Todos os Povos • o evento foi Iniciado com oração e cântico ao Espírito Santo, seguindo-se a primeira pregação "Vida e Oração· por Pe. Ivan que ensejou uma redltação Individual. A segunda pregação, • Reconciliação", serviu, Inclusive como confissão comunitária. Seguiu-se o "dever de sentar-se· dos casais e após ligeiro descanso a palestra de Frei Geraldo em torno da encíclica • Redemptoris Mate r". Após meditação individual e a dois foi celebrada a Santa Missa por Pe. José Milanês, Capelão da Vila Medalha Milagrosa. À noite, após o jantar, houve uma belíssima sessão de "slides" revivendo os mistérios dolorosos e gloriosos. No domingo, aconteceu a quinta pregação "O sim de Maria • proferida por Silvio Passe r. À tarde, durante a homilia na San-

ta Missa, Pe . Edilberto, de forma muito interessante, discorreu sobre o primeiro milênio da Igreja na Russia, salientando a imagem de Nossa Senhora venerada naquele país sob a forma de ícones. - As equipes de Catanduva/SP conseguiram • a proeza· de celebrar três importantes acontecimentos numa ocasião só. O evento aconteceu em 07·0588 no Lar Ortega Josué, sob organização e responsabilidade da Equipe 03, quando aconteceram, simultaneamente, a Missa Mensal das ENS, Páscoa da Família Equipista e Comemoração do Dia das Mães. - Realizada no dia 22 de abril passado, a Páscoa dos Equiplstas de Tau· baté/SP, muito bem organizada pela Equipe 5 - N. S. Salete e celebrada por Pe. Donizeti Sgarbi, na Igreja S. Francisco Xavier. Todas as equipes tiveram a oportunidade de se preparar

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anteriormente para uma boa confissão com seus respectivos conselheiros espirituais. - Nos dias 1O, 11 e 12 de junho p.p. a Casa de Retiro Cura D'Ars em São Jof:é dos Campos/SP acolheu 18 casais para o retiro anual proposto pelas ENS. Os pregadores, padres Tetuo Koga e Nivaldo Passinatti falaram, com muita inspiração sobre o tema ·A família, seu relacionamento conjugal e familiar", mostrando grande conhecimento do assunto e firmeza de doutrina, aliados ao grande poder de comunicação de ambos e que conquistaram a todos por sua simplicidade, franqueza, objetividade e alegria. O aproveitamento foi grande e a felicidade maior ainda pelo atlngimento dos objetivos almejados pelos pregadores e participantes. A eq .

1 do Setor de São José dos Campos, coordenadora do evento, agradece aos irmãos equipistas que participaram do retiro.

Volta ao Pai - Com grande saudade, os equipistas de Curitiba/PR comunicam o falecimento em 9 de março último de Vergílio Emflio Floriani da Equipe 44/ A. Como verdadeiro discípulo de Cristo deixou a todos um exemplo marcante de vida, doação e de multa fé em Deus e Nossa Senhora. Juntamente com sua esposa Verônica, contribuiu multo para a união dos membros de sua equipe transmitindo segurança, confiança e alegria. Deixa a seus Irmãos equlplstas. familiares e amigos um grande testemunho de dedicação e amor.

-o O oA TENTAÇÃO DE FALAR DE POBREZA

Falar de pobreza com milhões no banco é muito fácil. Falar de pobreza com garantia de pão e carne na mesa é fácil. Falar de pobreza com aluguel de casa garantido, renda mensal segura e carro novo à disposição é fácil. Falar de pobreza com cobertor e cama, tapete no chão, poltronas, sofá e conforto é fácil. Falar de pobreza sem ir aos pobres, sem comer na casa deles, como eles comem, sem se misturar com eles, tudo isto é fácil. O difícil e o coerente é gostar deles, viver com eles e com eles, E por isso que poucos libertadores de pobres são realmente sérios. Pe. Zezinho, S.C.J. (Extraído da revista "Mensageiro do Coração de Jesus")

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CALENDÁRIO Setembro 02-04 06-11 10-11 17-18 18 18 19-23 23-25 23-25 24-25 24-27 25 25 30 a 2/ 10

Retiro Retiro Retiro Retiro Peregrinação local Peregrinação local Encontro Internacional Retiro Retiro Retiro Sessão de Formação Internacional Peregrinação local Peregrinação local Retiro

Porto Alegre - Setor A Mendes/RJ (F. de Charité) Caxias do Sul Campinas Rio I - Setor B Região RS Lourdes - França Porto Alegre - Setor B São Paulo (Barueri) Curitiba- Setor C

Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro de Finados

Porto Alegre - Setor C Mendes/RI (F. Charité) Rio I - Setor A Porto Alegre - Setor O Santos Belo Horizonte São Paulo (Cenáculo) Brasília Mendes/RJ (F. de Charité)

Encontro Nacional ECIR/RR/RS/RC/CE Retiro Retiro Retiro Mariano Retiro Retiro Retiro Retiro

Itaicí São Paulo (Barueri) Porto Alegre Mendes/RJ (F. de Charité) Rio I - Setor B São José dos Campos Porto Alegre Rio I - Setor O

Retiro fundamental

Mendes/RI (F. de Charité)

Lourdes - França Rio I - Setores E e F Campinas, Valinhos, Vinhedo Bauru

Outubro 07-09 07-10 15-16 21-23 21-23 21-23 21-23 21-23 28 a 2/11

Novembro 04-06 04-06 04-06 11-15 12-13 18-20 18-20 26-27

Dezembro 26/12 - 01/01

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OLTIMA PAGINA

INVENTAR O AMOR Imagino um jovem marido a quem tivessem ensinado que não é bom improvisar as conversas à noite com a esposa. Ciente destes conselhos, de volta do escritório, interroga a esposa sobre como ela passou o sett dia, sobre suas tarefas e seus encontros, sobre o comportamento do recém-nascido. Por sua vez, ele não deixa de falar-lhe dos fatos importantes de sua vida de trabalho. Depois propõe-lhe, para a noite, que leiam juntos o livro que acabou de comprar. Todavia, apesar destas justas noções e destes louváveis esforços, pode ser que a noite seja decepcionante para ambos, que cada um permaneça sozinho e se aborreça, continuando seu monólogo interior ou evadindo-se no sonho. É que, neste domínio da vida conjugal, não se trata apenas de conhecer a teoria ou de ter adquirido ciência. Dois seres vivos não mais são hoje o que eram ontem. Importa que cada dia, um parta ao encontro do outro por sendas desconhecidas, tentando adivinhar a vida profunda do consorte, procurando o que possa despertar a sua atenção, o seu interesse, a sua ternura e evitando o que, de momento, o irrita ou cansa, descobrindo o que pode estabelecer a comunhão. E, então, às vezes o milagre se realiza: um verdadeiro relacionamento em profundidade, em que os corações e as almas comungam; as palavras são maravilhosamente aptas para alimentarem este relacionamento - a não ser que o silêncio o realize ainda melhor.

Não basta ser grande conhecedor de psicologia, saber de cor o código das boas relações entre marido e mulher. Trata-se de inventar cada conversa cada noite, para que resulte num encontro, num verdadeiro encontro. Ora, inventar é difícil, cansativo ou, mais exatamente, supõe um amor vivo, juvenil, nunca resignado à mediocridade das conversas, impaciente por uma comunhão mais íntima, estimulado pela esperança. É ,o amor que suscita a invenção e, reciprocamente, a invenção enriquece o amor. A meditação é como a vida conjugal (porque ela também é o encontro de uma pessoa com a outra): ela se deteriora quando a ciência se substitui d invenção. Certamente é muito títil conhecer e pôr em prática as regras que os homens de oração nos ensinaram, mas se a faculdade inventiva não entra em jogo, a oração continuará educada, superficial, não levando a uma comunhão da alma com Drus, apesar de toda esta ciência e sabedoria. Con. Henri Caffarel

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (SI 2) Por que os povos agitados se revoltam: por que tramam as nações projetos vãos? Por que os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos cont11a o Deus onipotente e o seu Ungido? "Vamos quebrar suas correntes'', dizem eles, "e lançar longe de nós o seu domínio " Ri-se deles o que mora li nos céus; zomba deles o Senhor onipotente. Ele, então, em sua ira os ameaça, e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz: "Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, e em Sião, meu monte o consagrei!" O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: "Tu és meu Filho, hoje te gerei!

~anto, .

Podes pedir-me e em respost•a eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio. Com cetro de ferro haverás de dominá-los e quebrá-los como um vaso de argila!" E agora, poderosos, entendei; soberanos aprendei esta lição: Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória e prestai-lhe homenagem · com respeito!. Se o irritais perecereis pelo caminho, pois depressa se acende a sua ira! Felizes hão de ser todos aqueles que põem a sua esperança no Senhor!

ORAÇÃO LITúRGICA (Liturgia das horas -

Comum de N. Senhora)

Sacerdote: Celebrando nosso Salvador, que se dignou nascer da Virgem Maria, peçamos:

Todos: Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós! L. 1 - Sol da justiça, precedido pela aurora luminosa da Virgem Imaculada, concedei-nos que caminhemos sempre à luz da vossa presença.

Todos: Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós! L. 2 - Salvador dos homens, tiveste vossa Mãe junto da cruz; concedei, por sua intercessão, que nos alegremos pela comunhão em vossos sofrimentos.

Todos: Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós! Amém.•


Um momento com a equipe da Carta Mensal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1

Editorial -

Pe. José Carlos Di Mambro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

A Palavra de nossos Pastores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8

O Evangelho é alguém: Jesus Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1O

Três dias de dor .. .. ..... . ... . . . .. . .. . ....... . . . .. . . . .. .. .. . .

13

Mudanças na família brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16

Uma vocação muito especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

20

1.a Sessão de Formação no México e em Porto Rico . . . . . . . . . . . .

22

Balanço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

24

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A tentação de falar de pobreza -

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Calendário

Pe. Zezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . .

..... . .... . ......... . ....... . ......... .. . . ......... ' 31

última página -

Pe. Caffarel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Meditando em equipe

EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01 050 Rua João Adolfo . i 18 · 9' · cj . 901 · Tel. 34 8833 São Paulo · SP


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