ENS - Carta Mensal 1988-4 - Junho e Julho

Page 1


MAGNIFICAT

-o OoOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E A PARTILHA

-o OoVOCAÇAO DAS ENS NA IGREJA E NO MUNDO, NA ATUALIDADE E NA FIDELIDADE ÀS ORIGENS


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Cremos que este número da Carta Mensal, pela sua extensão e densidade, vale por dois. Mas como temos dois meses para sua leitura, já que o próximo só sairá em agosto, há tempo suficiente para que nossos queridos leitores equlplstas o saboreiem à vontade. Pelo menos, essa foi nossa Intenção ao editá-lo e esperamos que todos encontrem nestas páginas bastante matéria para reflexão, meditação e ação. O mês de junho começa, logo no dia 2, com a festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - Corpus Chrlsti. Assim, este número é dedicado ao Corpo de Cristo e à Eucaristia. Deste assunto trata a Palavra do Papa (pág. 4) e também a mensagem da ECIR, escrita este mês por Nancy Moncau (pág. 7). E o texto para nossa meditação em equipe é o relato que Paulo faz aos coríntios da instituição da Eucaristia (pág. 41 ). Mas esta Carta, preocupando-se com nosso • compromisso com o 'projeto de Deus' que se manifesta na ação da Igreja que está no Brasil" - conforme palavras do Pe. J. Carlos Di Mambro no Editorial (pág. 2) -, quer levar a seus leitores dois documentos de grande Importância. Dois documentos que nos ajudam a melhor compreender este "projeto" e a inserirmo-nos nele. Primeiro, uma síntese da palavra que D. Luciano Mendes de Almeida, presidente da CNBB, dirigiu aos quadros do Movimento, reunidos em ltaici, em fins de 1987, e que nos mostra com clareza o que a Igreja que está no Brasil espera das ENS (pág. 9). Complementando essas diretrizes, encontra-se à página 23, a segunda parte do documento sobre a Pastoral Familiar no Brasil, cuja publicação Iniciamos no mês passado.

-o OoA vida do Movimento está Intensa e extensamente refletida nesta Carta Mensal, que traz, da página 28 até 35, uma síntese dos relatos que nossos correspondentes nos enviaram a respeito dos EACREs deste ano. E a propósito, sugerimos a vocês um pequeno exercício. Não sabemos até que ponto os aquipistas Já estão inseridos na vivência da Igreja. Mas parece-nos que nossos bispos estão bem inseridos nas equipes. Se vocês quiserem conferir, contem o número de nossos queridos Pastores que, por aqueles relatos, compareceram aos EACREs ... Brincadeiras à parte, foi para nós um dos pontos altos desses Encontros, a solicitude que eles demonstraram para com suas ovelhas das ENS.

-o OoSe às vezes vocês acham, no seu trabalho ou na sua equipe, que é difícil escolher as pessoas certas para os lugares certos, não pensem que Cristo não tem este mesmo problema. Vejam o • Relatório" à pág. 40. Só que Ele leva uma grande vantagem: conta sempre com o Espírito Santo ... enquanto nós fraquejamos na fé e, por vezes, damos valor demais às técnicas humanas. Que a Mlie de Misericórdia, que nos espera com sua palavra à página 20, nos ajude a todos em nossa caminhada. Com os abraços fraternos da Equipe da Carta Mensal

-1-


EDITORIAL

Caros equipistas Nos últimos anos, tem sido uma constante, no Movimento, a insistência sobre a necessidade de inserção. Falou-se e fala-se; escreveu-se e escreve-se muito sobre a participação do leigo na vida da Igreja e na missão desta no mundo. Foi um momento histórico no Movimento, decorrente de uma constatação: uma grande parte de equipistas reduziam (ou ainda reduzem) a vivência cristã aos afazeres da própria equipe, uma espécie de igreja dentro da Igreja. Muitos acordaram e perceberam que a ENS é um meio para ser Igreja; é um meio para se viver a vocação batismal. Muitos entenderam que o ser comprometido com a Igreja e na missão desta no mundo é uma decorrência do próprio batismo. Alguns ainda não entenderam, outros não querem entender. Porém, não devemos parar e continuar na mesma música. Devemos caminhar, dar alguns passos a mais. Hoje, a Igreja que está no Brasil conclama a todos, através do

"Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil" (CNBB, 19871990) a nos engajar nessa ação evangelizadora. Os equipistas não estão fora desse apelo; pelo contrário, como leigos 'conscientizados', serão os primeiros a dar uma resposta positiva, ativa e comprometedora. Desconhecer o Documento n.o 38 da CNBB e não assumí-lo é estar

'por fora' dessa Igreja que caminha e que se compromete. Isto não acontecerá se o equipista descobrir e experimentar que viver o Evangelho supõe encarná-lo numa história concreta que é sempre dinâmica; que exige permanente conversão, que é êxodo, deslocando-se através de etapas e crises. A conversão arranca-nos de nosso fechamento, da tendência à estabilidade, ao 'êxtase'; ela nos conduz a lugares, posições, não queridos ou buscados, com freqüência de forma inesperada; isto tudo para "se

viver o Evangelho". -2-


Para que haja conversão, será necessário entrar em um processo de 'crise'. Uma crise que nos coloque diante da alternativa crucial da conversão: ou permanecer no desânimo, na mediocridade, ou optar pela causa do Evangelho; por uma fé que se deixa conduzir pelo Senhor, pela justa causa dos irmãos necessitados, marginalizados ... Caro equipista, temos um exemplo: MARIA. Maria que aceitou e se comprometeu com o "projeto de Deus", nos ensine a aceitar e a nos comprometer com o "projeto de Deus" que se manifesta na ação da Igreja que está no Brasil. Cordialmente, Pe. José Carlos Di Mambro, c.p.

A atenção dos casais que vão a Lourdes e de suas equipes:

E bom lembrarmos que os de nós que estarão no Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, em Lourdes, em setembro próximo, estarão, de certa forma, representandO' todos ' os equipistas do Brasil. E uma tarefa e uma ·missão em que podem e devem ser ajudados por suas respectivas equipes. Assim, sugerimos e esses casais e essas equipes que desde já, dediquem um tempo para aprofundar o sentido desta Peregrinação, inserida nas comemorações dos 40 anos de nossos Estatutos e ainda no espírito deste Ano Mariano. Será também extremamente importante que levem a Lourdes o fruto de suas reflexões - e por que não de todo o Setor a que pertencem? - sobre o tema "Magpificat", à luz das realidades locais e, de forma geral, de nossas realidades brasileiras atuais. E que lá estando, se unam em suas orações a todos os casais equipistas do Brasil.

-3-


A PALAVRA DO PAPA

A EUCARISTIA PERTENCE A HORA REDENTORA DO HOMEM E DO MUNDO :

"Levou até ao extremo o Seu amor por eles" (Jo. 13,1). Cristo Senhor pronunciou estas palavras na Quinta-feira Santa. Encontramo-las anotadas no texto do Evangelho de João, no início do discurso de despedida, unido à última Ceia. " ... sabendo Jesus que che1gara a Sua Hora de passar deste mundo para o Pai, Ele que amara os Seus que estavam no mundo, levou até ao extremo o Seu amor por eles". Estas palavras - tal como a instituição da Eucaristia - estão unidas àquela "hora", à qual Jesus chama "a Sua hora", a hora em que devia de modo definitivo levar ao· cumprimento a missão que Lhe fora dada pelo Pai. A Eucaristia pertence propriamente àquela hora, à hora redentora de Cristo, à redenção da história do homem e do mundo. Esta é a hora, na qual o Filho do homem "amou até ao extremo". Até ao fim Ele confirmou o -poder salvífico do amor. Revelou que Deus mesmo é amor. Jamais houve nem haverá uma revelação maior desta verdade, uma sua confirmação mais radical: "não há um amor maior do que este: dar a vida" por todos, para que eles "tenham vida e a tenham em abundância".

-4-


Tudo isto se exprime no Evangelho. A Eucarístia é o memorial e o sinal sacramental de tudo isto. Entremos, portanto, caros irmãos, no centro mesmo da realidade eucarística, referindo-nos a estas palavras do próprio Redentor. Na Eucaristia está constantemente conosco presente Cristo que "Se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e Se fez homem". Ele, quase prolongando o mistério da sua Encarnação até ao final dos tempos, edifica a Igreja como seu Corpo. A Eucaristia, como Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, nos introduz no mistério da Igreja Corpo Místico de Cristo. A Eucaristia "edifica" a Igreja desde as suas bases mais profundas. Podemos, por nossa parte, dizer: a nossa experiência da Eucaristia orienta-nos também para Maria. Nós recordamos que o Filho de Deus "assumiu o corpo humano por meio da Mãe, a Virgem Imaculada". A Mãe de Deus está presente no mistério de Cristo e da Igreja, como ensina o Concilio. Ela, pode dizer-se, participa de modo particular e excepcional naquela "edificação" da Igreja, desde as bases, mediante a Eucaristia. Ela - a Mãe do Verbo Encarnado -:- está pessoalmente presente naqueles momentos decisivos, em que /estas "bases" são postas na história da salvação do mundo. Antes, ela está presente aos pés da Cruz. Encontra-se lá como testemunha, de modo especial preparada pelo Espírito Santo. Testemunha particularmente sensível daquele amor com que Cristo, seu Filho, "nos amou até ao extremo"; daquele amor que encontra a sua expressão sacramental precisamente na Eucaristia. E, por sua vez, como Testemunha particularmente sensível daquele amor redentor e salvífico, Maria encontra-se no Cenáculo do dia do Pentecostes, no momento da descida do Consolador, do Espírito da verdade J>obre os Apóstolos, no momento do nascimento da Igreja, deste Igreja que constantemente vive da Eucaristia: "o que come meu Corpo viverá por Mim". A partir daquele dia, do dia do nascimento da Igreja no Cenáculo do Pentecostes - o mesmo dia em que foi instituído o Sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor - a partir daquele dia, repito, Maria

está presente no mistério da Igreja, mediante a sua particular maternidade. Ela "precede" constantemente, na peregrinação mediante a fé, como Mãe do Redentor, todo o Povo de Deus. Está expressão da Constituição conciliar "Lumen Gentium" sobre a Igreja é também o principal conteúdo da inspiração para o Ano Mariano. Os caminhos da Igreja, provindo de diversas partes, partindo de diferentes experiências históricas e contemporâneas, encontram-se sempre ao lado dos mesmos mistérios de Deus, que permanecem para nós "fonte de vida e de santidade".

-5-


_e justo que se faça referência às palavras de Cristo, que tratam do supremo amor: do amor "até ao extremo". Estas palavras, nos lábios do nosso Mestre e Redentor, referem-se ao mesmo tempo ao Sacrifício da Cruz e à Eucaristia. A Nova Aliança no Sangue do Cordeiro, a Aliança eterna, num certo sentido passa pelo Sacramento e o mesmo Sacrifício salvífico e redentor perdura até ao fim dos séculos. Que a Eucaristia, portanto, testemunhe diante de todos nós este lamor, com o qual Cristo nos amou até ao extremo: Que ela purifique as nossas consciências das obras mortas. Como é indispensável um tal testemunho; quão criativo é ele: Somente este amor "até ao extremo" é capaz de "purificar as consciências" é capaz de destruir no homem tudo o que pertence à herança do pecado original. Devemos continuamente libertar-nos desta herança. Devemos continuamente libertar-nos da herança do ódio e do egoísmo, porque a Eucaristia é o sacramento do amor de Deus para com o homem e do amor do homem para com Deus. Ao mesmo tempo, este é o sacramento do amor do homem para com o homem, o sacramento que cria a comunidade. Devemos, portanto, constantemente vencer em nós aquele modo de ver o mundo, que desde o início acompanha a história do homem, um modo de ver "como se Deus não existisse", como se "Ele não fosse amor". As palavras do Livro do Genesis "sereis como Deus" (Gen. 3,5), unem-se com a negação da verdade acerca de Deus, que é amor. Unem-se com o fato de pôr o Criador em estado de suspeita por parte de criaturas, em estado de acusação. Quanto estamos, às vezes, próximos desta tentação! Com que facilidade esquecemos "que tudo nos foi dado" (cf. 1 Cor. 4,7). Mesmo aquilo que o homem considera obra do próprio gênio, também isto tem a sua raiz no dom. Até mesmo o sofrimento, se o contemplamos através do prisma do mistério de Cristo, da Redenção mediante a cruz, adquire valor de um dom, por meio do qual "completamos" o sacrifício redentor do Filho de Deus. Muitos homens vivem hoje no limiar de frustrações, causadas por diversas circunstâncias da existência atual. Não só aqui, nesta terra con· turbada e provada (1); mas também nos ambientes do conforto e do prazer, nos países do "progresso técnico", a frustração aparece como uma sensação da falta do sentido da vida. Existe uma solução para este estado de espírito? Há algum caminho para o homem? Este caminho é precisamente Aquele, que "amou até ao extremo". O caminho é a Eucaristia, o Sacramento deste amor. (1) Adaptado de uma homilia pronunciada em Varsóvia, na Polônia.

-6-


A EC/R CONVERSA COM VOCES

CORPO DE CRISTO A homenagem dos católicos de todo o mundo à Eucaristia marca a liturgia do mês de junho. Corpo de Cristo vivo, mistério que o Amor criou para permanecer ao nosso lado, sustentando-nos em nossa fraqueza, unindo todos que o amam em torno do mesmo Pão, intercedendo por nós e glorificando o Pai. Refletindo nesse grande gesto de amor que só um Deus poderia realizar, penso também nesse outro Corpo de Cristo, também vivo, seu Corpo Místico, sua Igreja, que somos todos nós. Ele é a cabeça, nós somos os membros, ensina-nos São Paulo, mas é o mesmo sangue, a mesma vida que circula em ambos, e os transforma num só corpo . Corpo Místico que a Eucaristia alimenta, faz crescer em número e qualidade, que está presente nele em todos os tempos, dando coragem aos mártires, perseverança e fidelidade aos santos . Corpo de Cristo - sua Igreja - esse Povo de Deus no qual fomos inseridos desde o nosso batismo por uma adesão que, a partir daí, tornou-se eterna. E depois, crescemos na vida da graça por todos os sacramentos que o Cristo nos dá para nos manter unidos e fiéis. Um dia, um sacramento uniu dois batizados e fez deles uma só carne - o casal cristão. E são esses casais cristãos que as Equipes vêm trabalhando já há alguns anos para levá-los a se conscientizarem de sua inserção nesse Corpo de Cristo - a sua Igreja - na qual devem ser membros vivos, sãos e válidos . Parece-me que a inserção na Igreja tem dois aspectos: a) Uma participação firme, atuante na sua vida exterror, em seus trabalhos apostólicos os mais variados; b) Uma participação mais íntima nos seus problemas, suas preocupações , suas angústias, nessa procura da realização completa do Reino de Deus no mundo e na alma, no coração de todos nós. Em suma, sentir com a Igreja. Creio, as pesquisas assim o revelam, que mais de dois terços dos equipistas assumem sua parte nos trabalhos apostólicos da Igreja. Mas urge um passo à frente - o sentir com a Igreja. Isso

--7-


implica em procurar compreender e viver as suas opções, sem crí· ticas ou reservas. Compreender e apoiar suas posições que, embora diversas em lugares diversos, são unidas ao Papa e nos levam, assim, a crescer na unidade. Sentir com a Igreja é sofrer com ela, gloriar-se nela, amá-la sem esquecer que ela é formada por todos nós e que, assumindonos, assume também essa dualidade ,de santos e pecadores que caracteriza o Povo de Deus. Nesse dia de Corpo de Cristo rezemos não só glorificando a Deus mas entregando a Ele nossas próprias fraquezas afim de que se realize em nós o que dizia o Cônego Caffarel: rezar é oferecer-se a Deus para que Ele tenha oportunidade de nos transformar. Nancy Cajado Moncau

-o O o-

" ( . . .) Quereria dirigir-me com simplicidade e humildade a todos, homens e mulheres, sem eJÇceção, para que, convencidos da gravidade do momento presente e cada um da própria responsabilidade individual, ponham em prática - no estilo de vida pessoal e familiar, no uso dos bens, na participação como cidadãos, na contribuição para as decisões econômicas e políticas e no próprio empenho nos planos nacionais e internacionais - as medidas inspiradas pela solidariedade e pelo amor preferencial para com os pobres. Assim o exigem as circunstâncias e assim o exige sobretudo a dignidade da pessoa humana, imagem indestrutível de Deus criador e imagem idêntica em cada um de nós. Neste esforço, devem dar o exemplo e servir de guias os filhos da Igre;a, chamados, segundo o programa enunciado pelo próprio Jesus na sinagoga de Nazaré, a "anunciar a boa nova aos pobres . .. , a proclamar a libertação aos cativos e aos cegos, o recobrar da vista; a pôr em liberdade os oprimidos e a promulgar um ano de graça da parte do Senhor" (Lc. 4,18-19). E conveniente salientar o papel preponderante que incumbe aos leigos, homens e mulheres, como foi repetido na recente Assembléia sinodal. A eles compete animar, com espírito cristão, as realidades temporais e testemunhar, nesse campo, que são obreiros da paz e da ;ustiça".

João Paulo 11, Carta Encíclica "Sollicitudo Rei Socialis".

-8-


A PALAVRA DOS NOSSOS PASTORES

A REALIDADE DA FAM(LIA NO BRASIL DE HOJE(*) Dom Luciano Mendes de Almeida

!: com alegria fraterna que saúdo a todos aqui presentes, sabendo da importância deste Encontro Nacional, não só pelas pessoas que estão dele participando, mas também pelo significado que haverá nestes dias, para a continuidade de todo o trabalho apostólico e de aprofundamento cristão para as Equipes de Nossa Senhora. Assim, é com muito gratidão também a Deus que me coloco à disposição para usar desse tempo, e falar a respeito de alguns temas, que me foram lembrados a fim de estarem presentes nesta exposição, e que apresentam polos de convergência importantes. Em primeiro lugar, sobre a família como tal; em segundo lugar, sobre a família na perspectiva não só cristã mas de uma Igreja que vai redescobrindo sua importância, pela ação que dela parte para a renovação da sociedade; em terceiro lugar, ainda, localizar esta famflia na perspectiva de uma Igreja que vai redescobrindo o valor da família e, em especial, o valor da vida conjugal, à luz de certas contribuições mais recentes, como do Sínodo de 1980, que foi sobre a família, e do Sínodo deste ano sobre a vocação e missão do leigo, e que focalizou não propriamente a família, mas esta sempre se constituiu em referência inevitável dentro do tema movimentos Equipes de Casais, Equipes de Nossa Senhora. Esses movimentos que se constituem como uma ação especial do Espírito, que anima e vitaliza não só a Igreja, como a vivência conjugal e familiar. Como quarto e último aspecto, diria que não é só o Sínodo, na sua dimensão universal, mas é também a Igreja do Brasil que estava presente nesta mesma sala, aproximadamente no dia 29 de abril passado, quando houve a votação dos bispos sobre as prioridades pastorais para o período 1987-1990. Como sabem, foi escolhida a prioridade dos meios de comunicação, mas tendo sempre como preferência a vida familiar e, de modo explícito e claro, em segundo lugar, a famflia. Estamos - pode-se dizer por muitas razões e por muitas fontes de interesse - de novo encontrando a importância da pastoral da família, essa importância que ela tem em si mesma e que vem adquirindo nesse momento, à luz de toda a redescoberta que a Igreja faz, seja através dos sínodos e também de uma opção de todo o episcopado brasileiro, quando (*) Palestra proferida no Encontro Nacional da ECIR com os Casais Responsáveis de Coordenação, de Setor, de Região e com os Conselheiros Espirituais, presentes em ltaici, no dia 21 de novembro de 1987. Reproduz-se, aqui, apenas uma sfntese da palestra, elaborada pelo casal Eliseu e Mariola, das ENS de Bras fila.

-9-


se compromete a valorizar a ação da famíl ia e a colocá-la como prioridade em todos os planejamentos, programas e ações organizadas sob a forma de pastoral durante o quadriênio. E quando falo em quadriênio, não quero dizer que, terminado ele, acaba a importância do seu tema. Não é isso. Pretende-se que, ao conferir um tratamento de prioridade a esta dimensão da vida cristã, ela entre em permanente importância na vitalização e nos trabalhos de pastoral. Se focalizarmos a situação da família no mundo, dentro da avaliação feita em 1980 durante o Sínodo sobre a Família, e se virmos também hoje a avaliação que fazíamos, qual a perspectiva sobre a qual nos colocamos? Percebemos que a família, da forma como estamos habituados a valorizá-la, composta de pai, mãe e, eventualmente, filhos, vivendo em harmonia com outros membros ligados ao casal pelos laços do casamento e que também constituem suas respectivas famílias, e todo esse grupo vivendo harmonicamente, ajudando-se nas dificuldades, partilhando as alegrias, compondo em conjunto certas programações, não é tão freqüente no mundo de hoje. A questão é se hoje há ou não a estrutura familiar estável, particularmente a comunhão de vida entre homem e mulher, na fidelidade de uma vida em comum, passando as dificuldades e fazendo delas uma ocasião de maior aprofundamento e entrosamento no amor, criando os filhos na dddicação, na capacidade de permanecer pelo menos algum tempo com eles. Isso, infelizmente, no mundo de hoje, não é tão comum . Sabemos que não é! Quando ouvimos relatórios de vários países, percebemos que há a continuidade e a estabilidade do vínculo conjugal. O fato prioritário é o entrosamento e o crescimento desse entrosamento entre o homem e a mulher, dedicados a uma vida de aperfeiçoamento na comunhão conjugal, os dois juntos através da vida, para crescerem no conhecimento, na partilha de vida, na capacidade, para nós tão fundamental, de ver em comum os acontecimentos, à luz da Palavra de Deus, de se refontizar nessa Palavra, de poderem até expressar a fé através de uma vivência sacramental. De fato , isso não é mais comum no mundo de hoje! Nessa perspectiva, quando falamos de família, já colocamos de lado muita gente que não tem mais família. No Sínodo de 1980, dizia para se ter cuidado com a questão do familismo, ou seja, a tentativa de mostrar o valor da família diante de um mundo que não tem mais esses valores. Isso é dar vontade a quem não pode mais ter sua família . E, sobretudo, ter o cuidado de não confundir a palavra da Igreja, como se ela fosse dirigida somente a quem vive bem dentro de uma família. Na verdade, esta não é mais uma situação comum da maior parte dos cristãos. Quantos têm a vivência da própria família, dos irmãos, dos . primos, dos parentes chegados? Quantos têm a alegria da comunhão profunda, da convivência de uma estrutura cotidiana da presença dos valores familiares? Aí, também , entram as limitações da sociedade atual que tudo divide. Há o problema do trabalho em separado, dos compromissos, da criação dos filhos, às vezes exigindo sacrifícios até muito grandes. Mas, o fato é que a estrutura da convivência na oração, na alimentação em

-10-


~omum, na partilha de problemas, na construção de projetos familiares não é mais tão comum no mundo de hoje! Se formos entender isso através de uma chave sociológica e, em cima dela, adicionarmos uma rede econômica, veremos que a grande maioria dos problemas relacionados às crianças abandonadas, aos jovens, à migração se intensificam pela ausência de uma estrutura familiar . Há os fatores sociais e econômicos , mas não só eles. Há também o grande Incentivo à destruição da vida familiar. Podemos começar mesmo pela moradia. Sem casa, como pode haver uma família? Como vão morar debaixo de uma ponte ou numa tenda, e manter uma estrutura familiar? Não existe Isso! Também temos que colocar fatos de todos muito conhecidos. Vejam a agressão que a família sofre, no Brasil , através de certos modelos que são apresentados através de pessoas Influentes do mundo das artes, cant-ores, jogadores de futebol, estrelas de cinema, que não têm vida familiar e até vibram em dizer que não a tem e que estão em mais de uma experiência conjugal. E são aceitas pela opinião pública, porque têm qualidades excepcionais que as fazem ser admiradas. Transmitem a realidade de que é possível ser grande sem ter uma família organizada, que é possível ser importante sem ter uma vida conjugal com fidelidade. Isso vai destruindo, nos horizontes da população e particularmente dos mais jovens, aquilo que é o modelo, no qual gostariam de se inserir. Recordem, também, o que é hoje, no Brasil , a história da novela! Podemos então imaginar como se processa a dilapidação dos valores da vida conjugal , através dos meios de comunicação social! Isso tudo vai modificando muito os valores que os jovens, sobretudo, projetam dentro de si como ideal de vida. t: muito difícil encontrar núcleos e ambientes sadios, onde a juventude possa se alimentar de todos os valores cristãos e familiares, principalmente os relacionados ao amor, para que ele seja profundo, e signifique assumir a vida do outro durante toda a vida, apesar das circunstâncias, dos revezes e de tudo o mais, porque o que importa e o que se escolhe é a pessoa, com toda a sua história, com todas as suas limitações e dentro de uma reciprocidade de dedicação. Então, em função disso tudo, vemos que a família, hoje, é muito pouco ajudada para poder crescer, acontecer. Ela é muito diminuída, e por isso não pode ser o fundamento de toda uma renovação social. Ela deve ser um dos poios a partir do qual parte a renovação social. Ela é o mais bem estruturado, é o mais denso dos valores. Mas, infelizmente, não é aquele que se encontra em todos, porque muitos não têm mais condições de se realizar numa vivência familiar. Se somarmos, a tudo isso, a facilitação legal que se estabeleceu em quase todos os países do mundo, dizendo que a lei do país reconhece a separação, o desquite e o divórcio facilitado - e mesmo a Constituinte no Brasil, em seus debates, vai considerando a figura dos divórcios sucessivos apoiados em lei -, concluiremos que não há mais consistência jurídica no vínculo conjugal. Se uma pessoa entra em contato com uma outra - digamos assim, enquanto o amor durar - , e pode refazer o vínculo

-11-


conjugal quantas vezes consiga provar que é uma nova situação que pretende, porque a anterior não era o que esperava, não há mais nenhuma estabilidade jurídica. E, se virmos a facilidade da troca, do correr da separação, do divórcio, entendemos que é essa uma outra agravante. Há falta de consistência jurídica, há uma fragilidade na beleza do vínculo, uma fragilidade da decisão judicial. E isso, é claro , tem conseqüências para outros aspectos da família, como, por exemplo, a prole. Qual é o casa l que vai aceitar a própria fecundidade e a procriação de seus filhos, se não está convencido da sua estabilidade? Qual é a conseqüência de tudo isso? Ser família hoje, ou, se quisermos, ter família hoje, ou constituir uma famflia, tornou-se um privilégio, um desafio, diante de todas essas dificuldades econômicas, sociais, das que nascem de uma campanha de destruição das famílias, da falta de amparo jurídico e até mesmo de uma certa facilidade para estabelecer um vínculo conjugal, a partir de uma perspectiva cristã. Hoje brincamos muito com o casamento, quando dizemos: você vai se amarrar? Há toda uma linguagem depreciativa. Brincamos com o vínculo conjugal, brincamos com a família, o que leva a colaborar para a diminuição da valorização daquilo que é mais sagrado, ou seja, a capacidade de reciprocidade e do amor entre um homem e uma mulher. Outro ponto importante é a praxis da Igreja. Acho que posso falar sobre isso sem escandalizá-los. É lamentável o modo como fazemos os casamentos . Tornou-se mais uma festa social, em que o coitado do pai paga o que não pode para oferecer aos f ilhos uma festa da qual nunca vai esquecer, vazia de significado, onde as pessoas apenas se apresentam. Nós, como padres, nos encontramos em situações humilhantes. Muitas vezes parece que estamos numa festa de modelos de vestidos. É aquela iluminação na cabeça, e isso faz muito mal; não ajuda em nada para a vida cristã futura, mistifica e empobrece a densidade daquele momento, podendo virar até uma competição. Isso porque aquela celebração pode ser o começo de um desequilíbrio na vida econômica, e mesmo na estrutura familiar. E o que pensar das fotografias e em tudo o que se paga? Aqueles que têin os meios se mostram, e os que não os têm se endividam para não ficar por baixo, com menos. Isso tudo é interessante e important e, porque nós o inventamos na nossa pastoral da celebração do casamento. Valorizamos a coreografia dessa liturgia, que não responde pela seriedade e pela profundidade do papel do casamento cristão. E, mais ainda- e não exagero-, de 15 em 15 minutos há um casal esperando na porta para entrar. Esse padre que faz o casamento, em que acredita? E o pessoal que canta, e que nem está vendo nada, quem é? E os outros que ficam vendo quantos filmes vão tirar? Dá uma vontade de chorar! Até as camadas mais simples da nossa sociedade fazem questão de um álbum em que aparecem "corações" tirados através do vidro do carro, não sei com quantos beijos. Isso não ajuda a vida conjugal! Vejam como isso parece um velho desafio! E pessoas como vocês, que estão aqui, que têm experiência não só de vida conjugal própria, de vida familiar própria, podem levar adiante, para outras pessoas, através das ENS, u'ma solução a este desafio .

-12-


O conjunto de movimentos voltados para a famflla sabe que, hoje, não basta dizer que há que melhorar a qualidade do nosso serviço, mas que é preciso uma ação dentro da própria sociedade, e que essa ação deve ser inteligentemente dirigida aos meios de comunicação e a outros tipos de visualização da vida conjugal, de valorização da vida sexual. Todas estas coisas mostram que o desafio está ar e que deve ser Inteligentemente enfrentado, para que as várias frentes ou movimentos consigam convergir para o núcleo e, assim, recuperar a beleza da vida conjugal, a beleza quase que transcendental da vida conjugal. Um movimento não é, necessariamente, uma estrutura que se coloca de modo paralelo a uma outra estrutura já existente. Não é essa a chave. O que é Importante perceber, é o carisma do movimento, o que ele apresenta e que vai servir de auxfllo, de reforço, de amparo, de luz, para que a vida conjugal possa ser melhor vivida, levada à frente. Existem outros movimentos semelhantes às ENS, mas cada um com as suas características. Vocês conhecem muito bem as características desse movimento das ENS: está voltado para uma dimensão de fé, de oração, de reciprocidade, de diálogo, de aprimoramento da própria vida conjugal, como fonte de irradiação dos valores da família e de constante manutenção desse tipo de aprimoramento. Isso é feito no dia-a-dia, através do acompanhamento de grupos de pessoas que se amparam e partilham as vicissitudes da vida. Sabemos que um movimento que busca proteção e amparo na própria Mãe de Deus tem, dentro de si, muito que dar. !: por isso que deve ser valorizado. !: um movimento que insiste na graça da vida conjugal, cuja densidade é buscada na vivência da graça do sacramento. Isso é importantíssimo! E é justamente o que falta hoje. As vezes a linguagem não é fácil. Falar de graça, falar do auxílio de Deus, parece que é falar de algo que vem de muito longe, que vem de fora. Mas quem experimenta isso, sabe como é. A partir dessa primeira colocação, creio que podemos entender a segunda. Como o Sínodo tratou da questão da família? Já não digo do Sínodo que foi só sobre a famflla, mas esse ·que está ar, o VIl, com o tema bem longo: Vocação e Missão do Leigo na Igreja e no Mundo Contemporâneo, 20 anos após o Concflio Vaticano 11. Em outras palavras: Vocação e Missão dó Leigo na Igreja e fora da Igreja. ~ Impossível querer renovar a ação, a atuação dos leigos, sem começar pela valorização da família. Foi um ponto claro, naquela assembléia de quase 300 pessoas, membros oficiais, leigos, casais. O que se percebia, era que o ponto de partida era a família. !: impossível começar uma atuação forte e eficaz na vida cristã sem recuperar o valor da famflia. Quando se considera a vocação e a missão do leigo, há duas coisas que não podem faltar: famflia e juventude. Famflla, porque é o berço, a matriz, o lugar da refontização do amor. Juventude, porque é o presente de todo o nosso mundo de hoje e, sem dúvida, é o futuro de toda a civilização. !: curioso que, quando se tratou de escolher as prioridades da CNBB, houve empate na votação: família e juventude. !: um binômio do qual não podemos nos separar, seja numa visão mais universal, seja numa realidade mais brasileira.

-13-


O que é um lelgq? Leigo é o cristão, homem e mulher, batizado, ligado ao Cristo. Em outras lfnguas há uma expressão que não temos em português: o fiel de Cristo, aquele que adere ao Cristo. Dizemos mais rapidamente o cristão. O cristão é o batizado e, muitos vezes, o crismado, que participa da eucaristia, que passa por uma constante conversão sob a ação do Espírito, que se reúne com os seus Irmãos num só corpo, que é o Cristo, e que tem por missão agir dentro do mundo, para que esse mundo e a história sejam cada vez niais semelhantes ao projeto de Deus, ao Reino que o Cristo trouxe para nós, de justiça, de amor, de paz. Portanto, o termo leigo vem cedendo lugar, hoje, para. uma outra expressão: o cristão. Se quisermos, podemos até usar a palavra leigo como adjetivo: o cristão leigo, a cristã leiga. De fato, a palavra leigo vai desaparecendo do vocabulário eclesial. Nos documentos oficiais não entra mais essa palavra, porque na nossa sociedade atual ela é usada com um outro sentido. Quando vamos comprar um computador, por exemplo, dizemos que somos leigos no assunto. E então perguntamos o que é melhor. Essa expressão invalida muito a palavra leigo. Hoje define-se o cristão e se indica o serviço para cada um. Todos têm uma missão comum, uma vocação à santidade comum. Assim, enquanto Igreja, daqui para frente, devemos nos esforçar para fazermos encontros em que estejam presentes todos os membros do povo de Deus. Não vamos fazer só encontros de bispos, ou só de padres, ou só de religiosos, ou só de diáconos, ou só de leigos, mas devemos fazer reuniões da comun idade, onde cada um traz o seu carisma. Não significa que não se possa fazer uma reunião de bispos. Pode-se e deve-se, mas . não é a principal. A reunião principal é aquela em que o bispo está com os outros, dando o que lhe é próprio e exercendo a sua missão para a qual ele pode se preparar numa reunião própria de bispos. ~ importante que não deixe de valorizar o conselho das comunidades, o conselho paroquial, o conselho regional. O ser Igreja significa uma assembléia do povo de Deus, com leigos, padres, velhos, diáconos, bispos, 'tle tal forma que a visualização da Igreja não seja a da cabeça, mas a do corpo. ~ muito difícil reduzir a poucas palavras o dinamismo, o recado enorme, a mística que devemos, daqui para frente, viver. O segundo aspecto ligado ao Sínodo foi o do compromisso com a participação de todos, enfatizando a questão ligada aos movimentos. Hoje, e não é mistério para ninguém, há pequenos conflitos, uns dizendo que são desse ou daquele movimento, e que o outro não é. Há também os que dizem que na sua paróquia não há movimentos porque o, padre não quer. Ou, ainda, designando as pessoas: esse é da Renovação Carismática; aquele é do Opus Dei; aquele outro é desse ou daquele movimento. Dentro do mapa eclesial, surgiram vários tipos de atividades e, muitas vezes, por causa dessa quase especialização, pode-se perder um pouco a visão de conjunto e a compreensão do -que é a interação, a colaboração, a complementariedade de todos esses carismas. O carisma de uma pessoa é para dedicar ao outro. O carisma próprio das ordens, das congregações religiosas e dos grandes movimentos dos cristãos é para os outros. Cada um desses movimentos deveria ser uma espécie de presente, de graça de Deus para a comunidade. Assim, um

-14-


casal que pertence às ENS tem não só o beneffclo daquela espiritualldade, daquela formação, o amparo daqueles que participam da mesma equipe, do mesmo grupo. E onde está aquele casal em termos de inserção na Igreja? Sob este aspecto, a comunhão de ideais acontece para o bem de todos. Assim, podem vocês perceber como, no Sínodo, valorizou-se aquilo que é o presente de Deus para a grande comunidade cristã, através de grupos de pessoas que se constituem dentro da vivência de um determinado carisma. Tomemos esse exemplo: todos, aqui, são membros das ENS. Quando nos reunimos, podemos analisar o carisma, colocar em questão as práticas, enriquecer-nos com a experiência dos outros, valorizar toda uma tradição espiritual. Depois, quando voltarmos para casa, onde estivermos, quer na famflia, no trabalho, nos setores da sociedade, nas prestações de serviços, na nossa capacitação profissional, vamos levar, na vivência cotidiana, os valores que temos, e que adquirimos ou formamos nas ENS. Pode-se dizer, então, que se existem as ENS para os seus membros se beneficiarem, devem elas, a partir deles, desenvolver todo um trabalho que nem sempre aparece espetacularmente. As vezes é feito na modéstia, na simplicidade. O Sínodo insistiu muito sobre isso. Não nos cabe saber, agora, quem é ministro disso ou daquilo, ou se a mulher vai vir ao altar ou não. Tudo isso faz parte da caminhada da Igreja. O mais importante é a capacidade de serviço, o dinamismo de serviço de cada cristão, de cada cristã, de cada casal cristão, de cada família cristã, onde quer que esteja. Esse é o grande ministério da Igreja! Dentro dessa perspectiva, o Sínodo insistiu muito para que todos valorizassem sempre a família, se dedicassem à família e se ocupassem de suas grandes causas: a criança, a vida que nasce com os problemas das nossas legislações abortivas, a criança pobre, a criança rejeitada, os jovens, os tóxicos, a falta de horizonte, de valores familiares. A família não é só aquela base sobre a qual se constrói a comunidade. ~. também, família de serviço. ~ justamente porque existem o marido e a mulher, os filhos e a consistência familiar é que ela se transforma numa espécie de central de serviços, numa célula sensível para todas as realidades com as quais deve colaborar. Assim, o apelo à família é para que ela se transforme em família à serviço, quando bem constituída. Insistiu-se durante o Sínodo para o fato de que a família, quando existe, não deve somente proteger às outras famílias. Olhem para si, os que já têm um nível de vida espiritual mais aprimorado, com 10, 12 ou mais anos de vida de equipe. Tudo bem! E, nesse tempo todo, o que fizeram? O que fizeram por aqueles que não se reúnem? Como ajudaram os casais que não são mais casais? Como compreenderam os que não têm condição de entrar para as ENS? As vezes colocamos um muro em torno de nossa casa e, ali, não há lugar para quem não sintonize com os nossos valores, com o nosso nível espiritual. As vezes nos fechamos para as famílias desajustadas, como se viessem a infeccionar, de um certo modo, o ambiente de nosso lar, quando são pessoas que precisam de nós, da nossa crença, da nossa compreensão.

-15-


A pastoral das famílias desajustadas, das famrllas que não têm a alegria de estarem constituídas na fidelidade do primeiro vínculo é, para nós, um grande desafio. ~ muito mais fácil e mais próximo para um casal exercer esse tipo de trabalho do que para um padre, porque exige tempo, exige experiência e exige uma certa delicadeza. Esse é um cuidado especial para certos movimentos, como o das ENS, que devem contribuir para a recuperação e revitalização destas famílias incompletas, desajustadas, inclusive com apoio fraterno. ~ isso que esse Sínodo, embora com concisão e brevidade, acrescentou um pouco ao outro, porque chama a atenção dos casais e dos movimentos cristãos para as responsabilidades que têm diante dos que não são mais casais e que não são mais famílias cristãs. Isso tem a ver com todo um crescimento de vida espiritual. E por que os bispos escolheram a famflla e a juventude como prioridade? Sem descer, contudo, a particularidades, podemos dizer que é uma espécie de ato penitenciai. Nesses últimos tempos, na ação pastoral da Igreja, deixamos a famflia pelo meio do caminho. Vocês podem ver que em algumas dioceses a ação pastoral da família nem está bem organizada. Passou a ser importante valorizar as reuniões das comunidades de base, os movimentos dos sem-terra, as ações em favor dos índios, e a família ficou meio de lado, não sendo esta pastoral colocada na intensidade necessária dentro da ação pastoral de conjunto que, inclusive, reverte-se em benefício de todas as áreas pastorais. Peço, com toda a simplicidade, que valorizem muito essa prioridade, e que nos ajudem em todos os setores da vida comunitária, paroquial, diocesana, regional, nacional. Como podemos visualizar melhor os outros serviços colocando a família como prioridade? Como iremos caminhar? O que queremos promover? Que serviços queremos recuperar e instaurar rapidamente, para que a família ocupe de novo a liderança, dentro de uma caminhada pastoral? Chamamos a atenção sobre a famflia , mostramos um pouco daquilo que ela é, à luz do que foi discutido no Sínodo e, agora, queremos chamar a atenção para o que fazer nestes três anos, para que não sejam apenas uma proclamação de uma importância, mas que sejam um tempo de muito serviço, de muita recuperação, em que os movimentos se encontram, as pastorais se organizam e as famílias se sintam e saibam realmente valorizadas. Há muita coisa para ser feita! Algumas estão mais ao alcance de pelo menos algumas pessoas do que outras. Em primeiro lugar, temos hoje, de norte a sul do país, as FEBEMs. Quando um jovem ou uma jovem sai da instituição, sai sabendo que vai ser rejeitada , discriminada. O que se pretende, é que se dê um apoio, um conselho, que se tenha interesse. J: necessário uma ação que represente a presença da comunidade cristã. A companhia de um casal ou de uma família fez com que cerca de 85% não precisassem mais voltar para a FEBEM, numa ação chamada de liberdade assistida pela comunidade, em São Paulo. Outro serviço é o prestado à família que está se desintegrando. Se, em qualquer nível social, um casal visitar uma família dessas, conversar

-16-


com ela e ver quais são os seus problemas mais graves, isso já seria bom. Não é ajudar e criar dependências, mas é criar soluções para que a própria família caminhe. Aqui também há pessoas que, provavelmente, têm podido seguir mais de perto os trabalhos da nossa Constituinte. Esse é um outro campo de atuação importante. Estamos convivendo com uma redação sob a forma de lei, para o Brasil, que não responde à dignidade que conferimos à vida e à família. Isso é muito importante. O direito que a criança tem de conhecer os próprios pais não lhe pode ser negado. Infelizmente, a nossa Constituinte está passando por questões de conchavos, por caminhos não previstos, o que exige, também, uma militância, uma presença de todos nós, na medida da nossa vocação, do nosso estado, a fim de que haja uma lei capaz de valorizar a pessoa humana, a vida conjugal, a situação da vida familiar e tudo o que lhe foi indispensável. Há todo um horizonte de serviços que está dentro dessa prioridade família e juventl!de. i: ter a capacitação, uma energia providencial enorme para mobilizar uma série de benefícios sociais, educacionais e pedagógicos, e que podemos visualizar com certa facilidade, neste momento em que a Igreja vai recuperando a caminho que colocou como prioridade. Estou apenas mostrando que, ao escolher essas prioridades, não se trata apenas de dizer que a famflia é importante, simplesmente. Vamos recuperar as prioridades; mas é preciso que as famílias possam assumir responsabilidades e, ao mesmo tempo em que esses valores se recuperam, também esas dedicação se exerça por todos. De minha parte, volto ao começo, dizendo que estou falando a irmãos que têm o privilégio da própria vida conjugal, que vai passando por todas as situações, das mais alegres às mais tristes, mas que vêm contando com a graça de Deus. E, hoje, dão uma demonstração de que é possível a vida conjugal com a graça de Deus, mesmo nas situações difíceis do mundo. Esse é o maior e o melhor testemunho. i: o melhor legado que podem dar aos outros membros da própria família e, particularmente, aos filhos e jovens, que podem ver na vida do casal a esperança de que eles também são capazes de realizar esses mesmos valores. O que eu peço a Deus é que lhes dê sempre a certeza da sua presença e atuação, e que a vossa vida conjugal seja plena de diálogo, perdão, confiança, reciprocidade, sacrifício e de muita alegria também.

17-


A VOCAÇÃO CRISTÃ - SOMOS TODOS VOCACIONADOS

.

,

"As Equipes devem ser um viveiro de vocações", disse-nos certa vez o Pe. Caffarel. Essa recomendação, esse desejo, essa esperança tem-se realizado? . Temos sido fiéis a esse apelo? Vocações têm surgido, numerosas, de nossas Equipes? Temo-nos preocupado em despertá-las, incentivá-las, particularmente entre nossos filhos? · Antes de mais nada, reflitamos um pouco sobre o que é vocaçao. Logo, pensaremos em vocação sacerdotal, em vocação religiosa, padres, freiras, criaturas que admiramos, talvez um pouco à distância, cuja vida, entretanto, nos assusta, e que raramente desejamos para nossos filhos. A vocação sacerdotal, a vocação religiosa, não passam, contudo, de casos particulares de vocação cristã, a que todos somos chamados. Deus, nos conta o Gênese, no sexto dia, criou o homem, e delegou-lhe a tarefa de completar a obra que planejara, iniciara, delineara, e que somente se terminará no fim dos tempos. Cada um de nós é chamado a contribuir para essa obra de acordo com os seus dons, com o seu esforço, o seu trabalho, visando o aperfeiçoamento, o crescimento da Obra do Criador. O atendimento a esse chamado, o nosso comprometimento consciente com esse trabalho, em qualquer campo, profissional, político, artístico, científico, desde que visando "participar" da Obra do Criador, e não destruí-la, ou competir com ela, o que é a mesma coisa, é um dos aspectos de nossa vocação. Por outro lado, ao enviar-nos Seu Filho, ao fazer que ele se encarnasse no seio da Vi~gem Maria e se tornasse além de verdadeiro Deus, verdadeiro Homem, quis o Pai unir-nos a outro aspecto de sua obra, a construção do Reino, onde todos nos encontraremos com Ele na unidade do Espírito Santo. Este novo chamado, que completa o primeiro, é a vocação cristã, e é simbolizada pelo Batismo, em que renunciamos a tudo o que nos afasta

-18-

,


do Criador, para aceitar integralmente participar da missão que nos confia. O Batismo nos dá o impulso inicial, a Crisma confirma a missão. Não são entretanto, suficientes para a sua realização. Não são um rito mágico, uma força externa que nos impele e nos arrasta sem esfotço, tal· folha ao sabor do vento. Precisamos aceitar deliberadamente a nossa missão, lutar diariamente contra tudo o que nos procura afastar dela, procurar tudo o que nos pode ajudar a cumprí-la, e muito especialmente o grande dom que o Filho nos deu, seu próprio corpo e sangue na Eucaristia. Os dois aspectos de nossa vocação se completam, o segundo acrescentando uma nova dimensão, um pouco como a geometria do espaço expande a geometria plana. Todos os homens são chamados à missão criadora do mundo, todos os batizados são chamados também à missão construtora do Reino. Inúmeras são as formas pelas quais essa missão se realiza, e compete a nós descobrir de que maneira Deus nos chama e ajudar nossos filhos a descobrir de que forma Deus os chamou. Alguns serão chamados a construir o Reino - Reino da justiça, da paz e do amor - por sua vida profissional, pela dedicação à Ciência, pelo talento artístico, pelo dom recíproco do matrimônio; outros serão chamados a outra forma de dom, o dom integral a Deus e ao próximo, pelo sacerdócio, pela vida religiosa. Façamos um exame de consciência, um dever de sentar-se e verifiquemos se ouvimos o nosso chamado, se seguimos a nossa Vocação e rezemos ao Senhor da Messe, para que numerosos sejam os operários, especialmente em nossa família, em nossa equipe. Gerard F. Duchêne

-19-


SALVE RAINHA, MÃE DA MISERICORDIA (Meditações atribuídas à Virgem Maria) Você jamais conseguirá medir a altura, a largura, a profundidade da misericórdia do meu coração. Jesus, vindo ao meio dos homens, era todo condescendência e bondade, pois Deus quis manifestar Nele sua misericórdia. Ora, o coração misericordioso de Jesus foi formado no meu seio virginal. De sua Mãe, Ele recebeu todas as qualidades do caráter e do coração. Para poder legá-los a meu filho, Deus os depositou em meu coração. O coração infinitamente misericordioso de Jesus é também um coração infinitamente justo. Por isso é que no dia do juízo final Ele virá para julgar todos os homens, e isso, às vezes, pode causar um certo receio. Mas para vencer essas desconfianças, até nos corações dos pecadores mais empedernidos, Jesus me criou como a fotografia viva e humana de sua misericórdia divina. A mim, Ele confiou o exercício da misericórdia e não da justiça. Alguns dos meus servidores procuram representar a verdadeira imagem da minha misericórdia. Eles me mostram ostentando um manto real e sobre ele amparando animais selvagens, tais como o leão, a pantera, o tigre (imagem dos pecadores). Sim, comigo todos os pecadores encontram um abrigo seguro . Certamente você conhece muitas pessoas boas, excepcionalmente boas! Poder-se-ia dizer que ninguém as ultrapassa em bondade. Eu lhe asseguro que a bondade do meu coração é infinitamente maior ... Você gostaria de saber o quanto é grande a minha misericórdia? Olha um navio ancorado no porto ... Uma verdadeira cidade flutuante. Levantando âncora ele desliza majestosamente no oceano. A terra vai ficando para trás e esse navio possante não é mais que uma casquinha de noz na imensidão dos mares. Tenta-se acreditar numa extensão sem limites, de falar de um oceano infinito. Minha misericórdia é maior do que o oceano. O coração, o melhor, comparado ao meu é como uma gota d'água comparada com o oceano. Você gostaria de saber o quanto é grande a minha misericórdia? Contempla o espaço. Não é mais o oceano salpicado de navios. São astros que se arremessam na imensidade com uma vertiginosa rapidez. Depois de milhares de anos, seus raios luminosos, transpondo o espaço na velo-

-20-

,~

·,;


cidade de 300.000 km por segundo, ainda não conseguiram chegar até nós ... Meça suas distânci'as: Saiba que a minha misericórdia é maior que a imensidão do e.spaço.

A miséria humana é imensa: quantas lágrimas, quantos ciúmes, desde que esse mundo começou. Toda essa miséria se perde na imensidão da minha misericórdia, como uma casquinha de noz no meio do oceano, como uma poeira na imensidão do espaço ... Mãe de misericórdia! essa expressão oriental me lembra o meu país e me toca o coração. Se partindo para um país estrangeiro, você fosse recebido com o hino de sua terra e visse tremular ao vento as cores da sua bandeira seu coração não vibraria com todas as fibras? Meu coração também sabe provar esses sentimentos tão delicados do coração humano. Em Lourdes, para ser agradável, eu quis me mostrar vestindo o hábito das filhas de Maria: veste branca, cinto azul. A mesma alegria você me causa quando venera a minha imagem do Perpétuo Socorro. ~ a imagem do meu país. Ele me lembra Nazaré, onde escutei pela primeira vez "0 Ave cheia de graça", pronunciado pelo arcanjo São Gabriel; Belém, onde meu divino Filho veio ao mundo e repousou nos meus braços; Jerusalém, onde meu generoso Filho foi crucificado. Possa essa imagem oriental, venerada pelo ocidente, atrair a atenção dos povos do oriente e fazê-los reencontrar a verdadeira Igreja, com seu chefe em Roma. Como o menino Jesus da imagem do Perpétuo Socorro, venha você buscar um refúgio nos meus braços. Venha aconchegar-se no meu coração maternal. O tamanho da sua miséria não deve desanimá-lo, pois, meu filho, eu sou a mãe da misericórdia.

-21-


NOTrCIAS BREVES

• Foi promovido em São Paulo, no Instituto Pio XI, em 26 e 27 de março passado, um Encontro de Dirigentes Nacionais de 25 Pastorais e Movimentos de Leigos do Brasil, que contou também com a participação das Equipes de Nossa Senhora. Organizado pelo Conselho Nacional de Leigos e pelo Setor "Leigos" da CNBB, o Encontro tinha o duplo objetivo de (1) apresentar o Sínodo e seus desafios para a Igreja do Brasil e (2) promover o maior intercâmbio entre os vários Movimentos/Pastorais. Num primeiro momento, Dom Antonio Celso Queiroz, Secretário-Geral da CNBB, colocou as Diretrizes da Ação da Igreja no Brasil. Depois, Francisco Whitaker Ferreira apresentou a atual conjuntura nacional, campo da missão. Num segundo momento, Pe. Ernanne Pinheiro, Assessor de Leigos na CNBB, Antonio Geraldo Aguiar e Dom Marcelo Carvalheira, Responsável por Leigos na CNBB, falaram sobre o Sínodo. • Em fins de fevereiro passado, realizou-se em Presidente Prudente um Curso sobre Pastoral de Preparação ao Matrimônio e Planejamento Familiar. O curso foi assessorado por Mons. Pierre Primeau, Conselheiro Espiritual de ENS e Assessor da CNBB em Brasília, por Dr. Talmir Rodrigues, Secretário da "Ação Familiar do Brasil" e por casais com experiência na "Educação à Paternidade Responsável" pelos métodos naturais. 11 O Setor de Manaus nos enviou alentado relatório sobre o trabalho que os casais das equipes de lá realizaram, em torno do documento sobre os 40 anos dos Estatutos do Movimento. Após reflexão e estudo em cada equipe, foi realizada uma "Manhã de Estudos" pelo Setor, que trouxe uma riqueza muito grande para todos os participantes. Como não temos condição de publicar o relatório, colocamo-nos à disposição dos interessados, podendo enviar-lhe cópia do trabalho, mediante solicitação específica à Carta Mensal ("Relatório das atividades desenvolvidas no Setor de Manaus em torno do Documento dos 40 Anos das Equipes de Nossa Senhora").

• Realizou-se em Mérida, no México, no início deste ano, um Congresso sobre Amor e Sexualidade, ao qual também esteve presente Mons. Pierre Primeau, tendo sido seu principal conferencista. O Congresso tratou ClÕ sentido cristão do amor e da sexualidade diante do consumismo, da cultura anti-vida, das drogas, anteconcepcionais, pornografia, aborto, manipulação genética e AIDS. Aprofundou o sentido da virgindade, da paternidade responsável, do pecado e da misericórdia. Despertou a corresponsabilidade da Família, Escola, Sociedade e Igreja. Uma pesquisa de sociólogos mostrou como a juventude mexicana é vítima de uma sociedade, produzida pela geração contestatária dos anos 60 e dos meios eletrônicos de comunicação, "vivendo só o momento", alienada e passiva, confundindo sexualidade com genitalidade, religião com ritualismo, castidade com virgindade. O evento despertou grande interesse na sociedade, participação vibrante da juventude e boa cobertura pela imprensa local.

-22-


A PASTORAL FAMILIAR NO BRASIL: PROPOSTAS PRELIMINARES PARA ESTUDO E DISCUSSÃO Iniciamos no mês passado (CM 03/88, pág. 18), a publicação deste trabalho, preparado por Mons. Pierre Primeau e pelo casal Mariola e Elizeu, de Brasília. Eis a parte final do texto, de grande importância para os casais das ENS.

3.

Campos de interesse da Pastoral Familiar no Brasil

No 9. 0 Plano Bienal dos Organismos Nacionais da CNBB, para o período 1988-89, a Pastoral Familiar representa o PROGRAMA 9, com dez projetos orientados para responder aos problemas familiares mais básicos e urgentes, além de nove atividades permanentes. Eis os projetos: (Documento da CNBB n. 0 39, págs. 149-158) PE-9.1: Estudo multidisciplinar da problemática da família: está programado para conhecer a problemática familiar, determinar as prioridades pastorais e estabelecer as graf\des linhas de ação e organização sistemática da Pastoral Familiar. PE-9.2: Revisão dos cursos de preparação próxima ao casamento já existentes: a preparação para o matrimônio é um elemento fundamental no contexto da Pastoral Familiar global. Uma revisão do conteúdo e da metodologia dos cursos de preparação imediata é aconselhável num mundo onde acontecem mudanças rápidas e profundas. PE-9.3: Simpósio de peritos sobre problemas bio-éticos: uma equipe de peritos de várias disciplinas examinará, no contexto do Brasil, os desafios tanto científicos quanto éticos criados pelos progressos técnicos da procriação ~ da transmissão da vida. Os agentes de Pastoral Familiar e outros esperam orientações que não foram formuladas no passado. PE-9.4: Valores da família da classe popular: a pastoral da família foi sempre pensada a partir dos valores da classe média. Coerente com a opção preferencial pelos pobres, formulada nas Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, para o período 1987-1990 (Documento da CNBB n. 0 38), a Pastoral Familiar deve acentuar a sua ação nos ambientes populares, onde mora a grande maioria das famílias braisleiras. Por esta razão, inclusive, está programado um seminário sobre os valores familiares das classes populares, com a participação da Comissão da Pastoral Operária, casais de cortiços e de favelas, e de Comunidades Elesiais de Base. · PE-9.5: Pastoral dos casos difíceis: para enfrentar a situação de inúmeras famílias incompletas (pessoas vivendo matrimônios experimentais, em união livre de fato, unidas só em matrimônio civil, separadas, divorciadas sem outra união ou divorciadas com nova união, etc.) estão previstas uma reunião de estudo dos casos difíceis e uma publicação de subsídios, com as linhas pastorais para estes casos.

-23-


PE-9.6: Preparação remota e próxima ao casamento na classe popular: como conseqüência do projeto "Valores da Família da Classe Popular", percebe-se a necessidade de buscar conteúdos e dinâmica própria para a preparação remota e próxima ao casamento na classe popu_lar. PE-9.7: Inserção na pastoral da América Latina: serão buscadas experiências dos demais países da América Latina, que poderão ajudar a compreender melhor os problemas comuns, e assim propor soluções conjuntas. PE-9.8: Formação de uma equipe de reflexão: a família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido colocada em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. A Igreja, sabedora de que o bem da sociedade e de si mesma está profundamente ligado ao bem da família, sente de modo mais vivo, a sua missão de proclamar a todos o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família. A ação pastoral deve ser preparada, orientada e realizada a partir de uma reflexão permanente. PE-9.9: Encontro nacional dos movimentos e institutos familiares: existem no Brasil vários movimentos e institutos familiares que buscam objetivos semelhantes com metodologias diversas e complementares. Ante a necessidade de fortalecer o conhecimento, o entrosamento e a coordenação -dos vários movimentos e institutos familiares existentes no país, está prevista uma reunião de estudo, seguida da elaboração de projetos concretos de ação. PE-9.10: Reunião da coordenação nacional da Pastoral Familiar: tendo em vista a variedade de regiões e situações do país, torna-se necessário conhecer as várias categorias de famílias, e proceder a uma ação pastoral diversificada e coerente. Para favorecer a organização da Pastoral Familiar nas quinze (15) Regiões da CNBB, está em processo de elaboração uma reunião dos delegados responsáveis das diversas regiões, que terão a oportunidade de preparar subsídios que apresentarão sugestões para a programação da Pastoral Familiar a nível regional, diocesano e paroquial. ' Para a realização sistemática destes projetos anteriormente referidos, está funcionando na CNBB uma modesta Equipe de Reflexão, e está-se articulando uma Coordenação Nacional da Pastoral Familiar. A problemática familiar no Brasil é imensa e complexa. Requer, para sua implementação e desenvolvimento, a união de todas as forças vivas e de todas as pessoas de boa vontade. 4.

Vocação e missão das ENS no contexto da Pastoral Familiar

Conhecemos bem a situação da maior parte das famílias brasileiras. São milhões de pessoas vivendo em condições sócio-econômicas e políticas que contrariam a dignidade· humana e o ser cristão, e cujos efeitos e relacionamentos humanos fazem surgir nas pessoas, principalmente nas crianças e jovens, sentimentos, comportamentos e atitudes que nada têm a ver com a realização do ideal cristão de uma família, pequena Igreja, centro de comunhão e participação, escola de pessoas evangelizadas a servido da redenção do mundo. A evolução de nossa sociedade coloca ainda outras tantas dificuldades, qut: atingem diretamente a família, principalmente através dos meios de comunicação, dificultando ou impedindo a constituição e a estabilidade de uma família que seja sinal visível do ·amor, da fraternidade, da esperança.

24-


Como pôde ser visto nas partes anteriores, a Pastoral Familiar, para atingir eficazmente a família, deve articular-se com outras pastorais, para que se possa evangelizar todas as dimensões humanas ao mesmo tempo. Neste contexto, qual é a vocação e a missão das ENS? Vem-se insistindo para que os casais equipistas sejam verdadeiros canais por onde se manifesta a vitalidade eclesial do movimento, centrado na evangelização que transforma o Povo de Deus e o liberta dos desafios e problemas que o alienam, despersonificam, desumanizam, escravizam, discriminam, etc. Propõe que os casais, e as próprias equipes como um todo, não se fechem em si mesmos, mas se constituam em depositários das esperanças e da promoção do ideal evangélico do matrimônio e da família. Mesmo sendo um movimento de casais predominantemente da classe média, isso não quer dizer que não sejam agentes capazes e privilegiados para a Pastoral Familiar, nas distintas realidades que marcam o país. Todos os equipistas, a exemplo dos demais batizados, têm a responsabilidade de servir a Igreja, de transformar a realidade conforme a proposta do Evangelho. A responsabilidade maior das ENS, sem qualquer dúvida, é no mundo da família. E, um primeiro passo importante, é conhecer a realidade da família do Brasil de hoje e o que já está sendo proposto como linhas de ação pastoral. Atuar junto às famílias constitui, assim, a missão primordial das ENS, respondendo aos seus desafios e necessidades, e concretizando o desejo de Deus quanto ao viver o ser família. Sob este aspecto, e apenas lançando algumas pistas para a reflexão inicial, pode-se dizer que o movimento das ENS deve: a) esforçar-se para tornar conhecida a importância do viver em família, como fonte do amor e da vida; b) colocar-se cómo defensor intrans.igente da instituição familiar, impedindo que seja desvirtuado o seu significado; c) promover a defesa dos valores evangélicos contidos no sacramento do matrimônio e na família; d) propor a família como o núcleo básico da sociedade, porque capaz de guardar e transmitir as virtudes e os valores cristãos; e) viver a sacralidade do matrimônio e comunicá-lo à sociedade, como uma concretização do ser Igreja no nível doméstico; f) participar do processo de evangelização das famílias à luz da opção preferencial pelos pobres, sabendo que a pobreza é fruto do pecado pessoal e social, porque nós cristãos ainda somos uma luz muito fraca no coração do mundo, onde as desigualdades e injustiças existentes denunciam nossa falta de conversão verdadeira; g) ser um agente especializado da Pastoral Familiar a nível diocesano e paroquial, atravás de casais prioritariamente engajados neste serviço da Igreja; h) atuar de forma inteligente em várias frentes, para recuperar e valorizar a vida conjugal, mas notadamente nos meios de comunicação disponíveis; i) incumbir-se de outras pastorais - como dos menores abandonados e carentes, dos idosos, dos presos, etc. - que têm em sua proposta original problemas de desintegração familiar e outros relativos à família;

-25-


j) atuar intensamente e de diferentes modos em ações pastorais que se preocupam com a preparação remota e próxima ao casamento;

k) dar testemunho da vida conjugal e familiar; porque o testemunho é ainda a maior força transformadora que existe. Esta caminhada do movimento deve estar em perfeita sintonia com os planos e programas da Pastoral Familiar das Dioceses e Paróquias, e deve representar a ação dos casais equipistas na sua busca de compreenderem e viverem a mensagem de libertação de Jesus Cristo, capaz de dar vida nova para a Igreja. Assim conclui a CNBB o DESTAQUE 3 - FAMlLIA, nas Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil: "É necessário e urgente dar a conhecer o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família, os deveres da família que se quer cristã, a pastoral familiar em suas etapas, estruturas e situações. B fundamental encontrar formas novas de apoio à missão da família, para que ela possa viver e crescer na fé, e contribuir para a ç:riação de uma nova sociedade, onde sejam realidades concretas a justiça e a fraternidade, sinais da presença do Senhor Ressuscitado. · "No entanto, considerando os fatores sociais e econom1cos, políticos e culturais, históricos e bio-psicológicos, e até religiosos, que influenciam negativamente na vida familiar, corre-se o risco de cair na desesperança, pois, são grandes os desafios em variados contextos e situações: na educação, onde a família parece ter declinado de sua função de formadora da fé e da personalidade dos filhos; nos meios de comunicação social, onde os contra-valores aparecem cada vez mais insistentemente; na juventude, com freqüência inquieta, onde pairam perguntas, nem sempre fáceis de responder; nos meios pobres, cada vez mais destituídos das condições mínimas de levar à prática o que desejam apesar de que~ muitas vezes, estejam vivendo aquilo que constitui a essência da vida familiar, segundo os valores que nascem da fé. Move-nos forte esperança, porque acreditamos que a família se situa no centro da história da criação, e a vida no mundo depende dela em primeiro lugar." Textos de referência e apoio: 1) A Missão da Família Cristã no Mundo de Hoje (Ed. Paulinas). 2) Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil: 1987-1990 (Documentos da CNBB n. 0 38). 3) Directorio Nacional de Pastoral Familiar, da Conferência Episcopal da Colômbia. 4) Em Favor da Familia (Documentos da CNBB n.0 3). 5) Pastoral Familiar: desafios e perspectivas (Frei Antônio Moser). 6) A Família: mudança e caminhos (Estudos da CNBB n.0 7). 7) Diversos documentos das Equipes de Nossa Senhora. 8) 9.0 Plano Bienal dos Organismos Nacionais (Documentos da CNBB n. 0 39).

-26-


Publicamos, no mês passado (CM 03/88, pág. 26), uma carta escrita por um pai a seus filhos. Era a primeira de uma série. Aqui vai a segunda.

CONVERSA DE PAI PARA FILHO -

11

. . CEDRIC, SIDNEY, JONIOR, T ANYA, Meus qumdos filhos: MAGGY, SLEY, T ARCISIO: Alegro-me por vocês terem recebido bem a minha primeira "Conversa de Pai para Filho", que lhes mandei pelo correio, me terem telefonado e até escrito, tecendo comentários positivos a respeito. O tema "Felicidade" continua assunto desta segunda mensagem e de mais algumas. Prometi, a semana passada, expor hoje o que é esta Felicidade que faz as pessoas felizes. Entretanto, resolvi, primeiro, alertar vocês para Q que não é a Felicidade verdadeira. Evocar-lhes-ei alguns dados que cada um poderá verificar em si mesmo, refletindo sobre a sua própria vida. Do contraste do que não é, resultará mais claro e nítido o que é a Felicidade, que torna as pessoas felizes. Em primeiro lugar, a Felicidade não está fora de nós. Não está nas coisas que ponuímos ou usufruímos. Não está na casa em que moramos, na roupa que usamos, no ambiente em que vivemos, nas pessoas com as quais convivemos. Não está no trabalho em que passamos a maior parte do nosso dia. Basta pensar um pouco, para cada um conscientizar-se de que nada que está fora do homem pode fazê-lo plenamente feliz. Igualmente, a Felicidade não se encontra na busca incessante da satisfação das nossas vontades e anseios. Ela não se acha na ânsia imoderada de buscar por todos os meios o bem-estar, a comodidade, o prazer. O bem-estar, a comodidade e o prazer gratificam momentaneamente, mas saturam logo, ou tornam as pessoas infelizes, em certos casos. Requer-se apenas um pouco de reflexão, para cada um convencer-se destes dados de consciência . . No mesmo modo, a Felicidade não está em defender o próprio eu, em atirar a culpa dos próprios fracassos nas coisas, nos acontecimentos e nas pessoas. Ninguém é infeliz por causa de nada, nem por causa de ninguém. Alguém é infeliz porque não sabe ser feliz, porque não sabe descobrir a Felicidade que está dentro de si. Também a Felicidade não está em vingar-se de alguém, em enganar, ludibriar, prejudicar alguém. Se tais atitudes trouxessem a Felicidade, o mundo não estaria cheio de tanta gente (izfeliz. A Felicidade não está em nada que se faz, às claras ou às ocultas, escutando-se intimamente a voz da consciência martelando que se está fazendo algo de errado. Meus filhos, vale a pena refletir sobre o exposto e que Deus ilumine cada um de vocês para que não errem no que há de mais vital para cada ser humano: a Felicidade, que é o que lhes deseja de todo o coração seu pai. Deus abençoe cada um de vocês.

-27


EACRE's

1988

Realizados entre final de fevereiro e final de março passados, os EACRE's - Encontros Anuais de Casais Responsáveis, constituíram-se num tempo forte de espiritualidade, de reflexão e de convivência fraterna nas 14 Regiões que compõem o Movimento das ENS no Brasil. Dentro do espírito de 'unidade na diversidade', todos os EACRE's seguiram temários semelhantes e obedeceram à mesma orientação, a fim de que todos os participantes saíssem com as mesmas informações, desta 'grande e única co participação'. Como não nos é possível reproduzir na íntegra os ricos relatórios recebidos, damos a seguir - aproximadamente numa ordem norte-sul - os destaques especiais de cada um destes Encontros, com os agradecimentos da Carta Mensal aos "casais repórteres", sem a colaboração e o esforço dos quais este trabalho não teria sido possível.

MANAUS Dirce e Antonio

( ... ) O Conselheiro do Setor, Pe. Genaro Cetauro, falou da voca·ção das ENS, que buscam a perfeição cristã através de um estilo de vida, um esforço constante, os meios de aperfeiçoamento e a vida em equipe. Essa perfeição se realiza em três níveis: na família, na Igreja e na inserção no mundo, sendo sal e luz para os outros. (Durante a celebração da Missa de encerramento) houve a transmissão de cargo do Casal Responsável de Setor de Manaus: Neuza e Antonio Martins, depois de 10 anos de dedicação e entrega total ao Movimento, passaram o cargo a Amazonilda e João Gama, da equipe 5. Foi uma cerimônia tocante, em que todos puderam sentir o valor de um trabalho realizado com amor. Neuza e Antonio foram sempre o casal disponível, dedicado, cheio de atenção e carinho para com todos. Que Deus os recompense por tudo! Que acompanhe com seu cuidado paterno o novo casal para que realize um trabalho profícuo pelo bem do Movimento e pelo crescimento da Igreja de Manaus, onde as equipes estão inseridas, trabalhando pela implantação do Reino de Deus. NORDESTE Vanda e Bosco

( ... ) A tônica de preparação dos novos Casais Responsáveis foi a tomada de consciência da necessidade de inserção de nossas atividades -28-


na comunidade eclesial, abrindo aos irmãos os carismas e o espírito das ENS, segundo o desejo de nosso supremo Pastor, o Papa. O EACRE de Fortaleza foi uma reunião muito espontânea, participada com fraternidade e muita caridade pelos representantes dos três estados (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte); distinguiu-se, igualmente, pelo nível de espiritualidade com que se revestiu, em tomo da Eucaristia e da devoção à Imaculada Virgem Mãe de Deus. Foi, sobretudo, organizado e alegre, como convém às coisas de Deus. Os casais do Nordeste, agradecidos a Deus pelo acontecimento, saíram revigorados em graça e em santidade, com o propósito de envidarem todos os esforços para animar as equipes e difundir cada vez mais o zelo pela causa do Senhor.

MINAS

GERAIS Margarida e Agostinho

O Conselheiro Espiritual (do Encontro de Belo Horizonte) foi o Padre Dragan Seljan, pertencente a equipe em Petrópolis. Sua presença foi muito gratificante para a Região, porque ele e Elfie, sua falecida esposa, foram os pioneiros na implantação do Movimento em nosso Estado, pilotando as primeiras equipes em Juiz de Fora. Seu testemunho como casal equipista e, atualmente, como Conselheiro Espiritual, emocionou e enriqueceu a todos nós. Contamos com a presença de D. Cristiano, bispo emérito de Divinópolis, atualmente coordenando a Pastoral dos Enfermos e C.E. de uma equipe. A celebra~ão de domingo foi presidida pelo Arcebispo de Belo Horizonte, D. Serafim Fernandes de Araujo. Em sua homilia, depositando confiança e esperança nas ENS, exortou-nos a um engajamento pastoral compromissado com nossa vocação cristã, solicitando maior influência nos Meios de Comunicação e na política e prometendo total apoio a nossos propósitos de tentativa de transformação da sociedade.

RIO -

I Maria Helena e Victor

A abertura do Encontro (na Ilha do Governador) foi feita pelo Casal Regional, que ressaltou a animação natural do reencontro de amigos a serviço do Pai. · D. Narbal da Costa Stencel, Bispo-Auxiliar do Rio de Janeiro, ausente por estar em viagem pastoral, se fez presente através de significativa mensagem que foi lida na abertura do evento. O Encontro contou ainda com a presença do Pe. José Car1os Di Mambro, C.E. da ECIR e do Pe. Ataliba. Muito contribuiu para o sucesso do Encontro a Equipe de Serviço, que, sem medir esforço, preparou com muito carinho as saborosíssimas refeições servidas. -29-


Considerando a dificuldade de comparecimento dos Conselheiros Espirituais nos dias do EACRE, foi realizado, no dia seguinte, um encontro que contou com a presença de 30 sacerdotes. Na ocasião, Pe. José Carlos fez um relato do EACRE, e foi feita uma apresentação da estrutura do Movimento, visando esclarecer os mais recentes Conselheiros Espirituais.

RIO -

11

(Casal Repórter)

( ... ) De destacar-se o belíssimo testemunho de profissão de fé nas ENS dado por Pe. Dragan, na míni-palestra do painel, bem como a palestra sobre a Família que causou grande e positivo impacto. No sábado, tivemos a visita pastoral de D. José Fernandes Veloso, bispo de Petrópolis, que teve oportunidade de se dirigir a todos os participantes em breve, mas rica mensagem, recebendo, em seguida, uma lembrança da visita que nos fez. Durante a realização do EACRE, em todas as cidades que compõem a Região Rio li e em Petrópolis, sob a coordenação do Serra Clube dessa última cidade, equipistas e filiados do Serra estiveram se revezando em oração para o êxito do Encontro. E Deus atendeu a essas preces, e o EACRE da Região Rio li atingiu plenamente a todos os seus objetivos.

SÃO PAULO -

LESTE

Maria Alzira e Alcy

O Encontro (de Guaaratingueta) contou, na sua abertura, com a presença de D. Geraldo Maria de Morais Penido, Arcebispo de Aparecida, que incitou os presentes a esforçarem-se para que o número dos casais atingidos pelas ENS aumente em número e qualidade. Durante a Eucaristia, foram empossados os novos Casais Responsáveis de Setor: Irene e Dionísio, de Taubaté, e Célia e Moreira, de Pindamonhangaba. Esperamos contar com a mediação de Nossa Senhora, para que os frutos que advirão desse Encontro sejam proveitosos.

SÃO PAULO -

CENTRO

Maria Alice e Camilo

O EACRE (realizado em São Carlos) foi iniciado com a Santa Missa, presidida por D. Constantino Amstaldem, bispo diocesano. Sua homilia, repassada de amor, nos reportou a Maria, nossa primeira e maior evangelizadora, que neste Ano Mariano está sendo cultuada com grande fervor por todos os católicos. Repetiu-nos a recomendação de Maria, de modo especial a seus queridos equipistas: "Fazei tudo o que Ele vos disser".

-30-


As reuniões de grupo foram um ponto positivo durante o EACRE, trazendo-nos orientações, trocas de experiências, sugestões, para desenvolvermos um trabalho mais coerente. Nossos agradecimentos ( ... ) aos jovens do coral da Paróquia de Sto. Antonio, que, orientados por um casal equipista, enfeitaram com suas vozes, instrumentos e alegria, a liturgia das Missas.

SÃO PAULO -

OESTE

Vera e Ugo

O ponto alto do EACRE (de Marília) foi a valorização da Pastoral Familiar. Foi mostrada a realidade da família de hoje, diante do progresso, que trouxe tanta angústia e insatisfação, e a vocação elas ENS dentro desta realidade. Dois bispos estiveram presentes ao EACRE, deixando mensagens de dinamismo em prol da Pastoral Familiar: D. Daniel Tomasella e seu coadjutor, D. Osvaldo Giuntini. Na missa de domingo houve a posse do novo Casal Responsável do Setor de Marília, Vimera e Dirceu, e no encerramento, a despedida de Marlene e Daniel, que ficaram no cargo quatro anos.

SÃO PAULO -

SUL I

Rosa Maria e Renato

O EACRE (de São Paulo) foi essencialmente mariano, uma vez que estamos em pleno Ano Mariano e que pertencemos a um Movimento consagrado a Maria. Os outros principais enfoques foram a família e os pontos concretos de esforço. A bonita liturgia de abertura contou com a presença de D. Paulo Evaristo Arns, Cardeal Arcebispo de São Paulo e D. Emilio Pignolli, Bispo de .M;ogi das Cruzes. ( ... ) O domingo foi aberto com chave de ouro, pela santa Missa que contou com a participação brilhante do coral da Polícia Militar de São Paulo. A palestra sobre "A mística da partilha e dos pontos concretos de esforço" (nos levou a entender) que esses pontos não são uma pesada obrigação do equipista e sim a forma de qualquer cristão transformar sua vida numa vida mais completa e melhor, a forma de encontrar o Senhor. (Assim), tudo fica mais fácil e se ganha um novo alento para se prosseguir nesse caminho. No final, tivemos a palavra do Bispo de Santos, D. David Picão, sobre o "Papel do leigo na Igreja". Saímos do Encontro sentindo-nos reabastecidos e certos de que com Cristo e com a sua santa Mãe, sinal tangível da imensa misericórdia de Deus, podemos realizar a difícil tarefa que nos foi confiada. -31-


Do canto superior esquerdo, em sentido hordrio: o antigo e o novo CRS de Manaus; os participantes do EACRE de Manaus; os da Região Rio-li; palestra de D. Nancy para a Região SP-Centro; o pessoal de Marília.

-32-


Acima, o povo da Região SP-Sul I; à direita, palestra em P. Alegre. Ao lado, os participantes do EACRE de Curitiba.

Ao lado, o pessoal da Região São Paulo-Leste.

direita, os casais da Região SP-Sul li durante a liturgia. Á

-33-


SÃO

PAULO SUL Elizete e Jair

11

O EACRE da Região, realizado em Campo Limpo Paulista, se constituiu num acontecimento espiritual, enriquecido com as presenças sempre queridas de Frei Martinho, de ltú, Frei Gabriel, de Sorocaba e Frei Nogara, de Bragança Paulista. Além das palestras, pela dinâmica que souberam imprimir ao Encontro, os atos litúrgicos do Domingo de Ramos, piedosamente conduzidos por Pe. Valter, (foram) sem dúvida um dos pontos altos e de maior relevância desses dois dias de intensa atividade, coroando superiormente o encontro de fé deste EACRE. PARA NA Eneide e Sérgio

A motivação e a conscientização foram as conotações dadas aos equipistas nas palestras do EACRE de Curitiba. Destacamos a presença do Arcebispo de Curitiba, D. Pedro Fedalto, que nos levou uma mensagem de otimismo, confiando plenamente nas ENS, e desejando que o EACRE tenha sido uma força a mais para cada casal desenvolver sua função e seu papel na equipe e na Igreja. O papel do Casal Responsável e o planejamento para o ano equipista foram assuntos de um estudo esclarecedor aos participantes, a fim de auxiliá-los na condução de suas equipes. Todos os casais que participaram do Encontro, com certeza, voltaram a suas equipes impregnados de espiritualidade e abastecidos da mística do Movimento. SANTA

CATARINA Afonso Buss

Os enfoques principais do EACRE realizado em Florianópolis foram a família e os pontos concretos de esforço. Depoimentos surpreendentes levaram os casais presentes a meditar e questionar em profundidade a instituição 'Família', nos moldes em que ela hoje existe. "O casal deve buscar um casamento equilibrado e simétrico, onde marido e mulher vivam o casamento-comunhão". Nas reuniões de grupo, este assunto e os pontos concretos de esforço foram 'digeridos', para uma melhor clareza e uma tomada de posição. No encerramento, contou-se com a presença de D. Afonso Niehues, Arcebispo de Florianópolis, que presidiu a celebração eucarística.

-34-


RIO GRANDE DO SUL Gelça e José

Um EACRE especial (o da Vila Betânia, em Porto Alegre), por dois motivos: por marcar o Ano Mariano e por conter na sua proposta toda a nova orientação do Movimento sobre os pontos concretos de esforço e a partilha. Monsenhor Augusto Dalvit iniciou a série de palestras, situando a família no mundo de hoje e discutindo os fatores que contribuem para desagregá-la, especialmente os meios de comunicação, que a atingem violentamente em seu cerne. ( ... ) E importante destacar a presença dos Casais de Ligação e dos Casais Pilotos da Região do Rio Grande do Sul, o que assegurará, sem dúvida, uma melhor orientação, nesta fase em que as equipes passarão a viver e a experimentar, dentro de novo espírito, os pontos concretos de esforço e, em decorrência, a partilha.

O EACRE de Brasilia contou com a presença de 67 C.R.'s, 10 Cons. Espirituais, e a destacada presença de D. Raymundo Damarceno Assis, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília.

-35-


CALENDÁRIO Junho 03-05

Retiro

Barueri/SP

i0-12

Retiro

Rio I -

17-19

Retiro

Brasília

25-26

Encontro ECIR-RR.

30/06 a 03/07

Sessão de Formaçao

Porto Alegre

Julho 29-31

Retiro

Bragança Paulista

15

Peregrinação Aparecida

15-21

Retiro Mariano

Região MG Mendes/RJ (F. de Charité)

17

6. 0 Aniversário do falecimento de Pedro Moncau

19-21

Retiro Retiro

Brasília

Retiro Retiro

Porto Alegre Mendes/RJ (F. de Charité)

Retiro Peregrinação local Encontro Internacional Retiro Sessão de Formação Internacional Peregrinação local

Caxias do Sul Rio I - Setor B

Setor C

Agosto

26-28

Setembro 02-04 06-11 1Q-11 18 19-23 23-25 24-27 25

Rio I -

-36-

Setor G

Lourdes (França) Porto Alegre Lourdes (França) Rio I - Setores E e F


NOTICIAS DOS SETORES Eventos - Em meados de novembro/87 a Coordeanção de Plraclcaba/SP foi elevada à Categoria de Setor, abrangendo toda a Diocese de Piracicaba coroando os esforços de Maria Regina e Carlos Eduardo, C.R. da Coordenação. O evento teve lugar durante belfsslma missa celebrada pelo C.E. da Coordenação, e que contou com o concurso de um magnfflco coral Infantil. Na mesma ocasião foram empossados os novos casais responsáveis de equipes. A destacar também a presença do casal Olgulnha e Tonlnho. Após a cerimônia, café, chá, bolo e salgados e, o mais importante, "a alegria do encontro que perdurou por bom tempo •. - Aconteceu na tarde de 06-03-88 na Igreja N. S. do Loreto em Recife/ PE um evento dos equlplstas locais tendo como tema ·A Escuta da Palavra", o qual foi encerrado com a celebração da Santa Missa e um lanche de confraternização. - Em 20-03-1988 o Setor de Garça/SP promoveu, no salão da Paróquia de São Pedro, uma "Manhã de Formação", que contou com a presença de 23 casais equlplstas. A primeira colocação esteve a cargo de Conceição e Clovis Tavares Dias (Eq. 03 - N. S. do Carmo - Marilla/SP) que falaram sobre • A Famflla na realidade do mundo de hoje •. A segunda colocação foi feita pelo C.R.R. São Paulo-Oeste, Neuza e Orlando Machado sobre o tema • Partilha e Pontos Concretos de Esforço •. Seguiram-se cfrculos de estu· dos sobre os temas expostos, cujas conclusões foram levadas ao plenário de encerramento. Foi grande a alegria dos equlplstas de Garça em "poderem

viver uma parte do EACRE-88" uma vez que os temas abordados foram relacionados com o Encontro. A destacar, a presença de Conceição e Clovis, primeiro casal a pilotar, há 20 anos atrás, uma equipe em Garça. Os equlplstas de Santos/SP participaram, em abril passado das solenidades comemorativas do 10.0 aniversário do CEFAS que foram realizadas dentro do seguinte programa: 07-04 - 20 hs. - Palestra de Lourenço Dlaférla sobre: • Atuação do Leigo na Igreja e no Mundo". 08-04 - 20 hs. - Encontro de Coros, com a participação de 5 coros . 10-04 - 17:30 hs.- Missa Campal. - Realizou-se em 12 de março último, na Capela do Colégio Santo Antonio, a Vlgflla das Equipes do Setor de Garça/SP, cuja parte liturgica esteve a cargo de Maria Célia e Marcelo, dentro da temática da Quaresma. Por sugestão do C.R. do Setor e com apoio de todas as equipes, a partir de agora, todos os dias 12 de cada mês serão dedicados a uma "confraternização espiritual" dos casais equipistas daquela cidade. Os responsáveis por sua organização "contam com as orações de todos para que possam levar adiante essa empreitada, qual seja a de promover um maior entrelaçamento em torno de Nossa Senhora, inspiração do nosso Movimento •.

Vocações - Há dois anos atrás, Terezinha e João Batista (Eq. 1 - Manaus/ AM)

-37-


comunicavam que seu filho Adelson Araujo dos Santos, após bacharelar-se em Direito, decidira ingressar no noviciado dos Jesuítas em Salvador/BA, a fim de iniciar estudos para a vida sacerdotal. Pois bem, passados dois anos de noviciado, eis que no dia 07-02-88, ele, juntamente com mais sete jovens, fez seus primeiros votos na Companhia de Jesus, consagrando sua vida a Deus (v. foto). Foi um fato marcante na vida de seus pais, demais familiares e irmãos de equipe. Terezinha e João Batista exortam a todos para "orar bastante para que esses jovens continuem com suas vocações na busca da implantação do Reino de Deus e na caminhada em direção ao sacerdócio".

brada pelo Revmo. Arcebispo D. Alberto Ramos. Na ocasião o Pe. Navarro proferiu as palavras que reproduzimos: • Aprouve à Divina Providência colocar-me neste comunidade; sei que sou muito jovem e que agora é que estou começando a ter experiência, mas ninguém tem tanta vontade de agir com justiça e retidão como eu neste momento. Conto com as orações e o apoio de todos para perseverar na caminhada que hoje iniciamos. Agradeço ao Exmo. Sr. Arcebispo a confiança em mim depositada e espero com a graça de Deus não decepcioná-lo, bem como ao povo de Deus.

Conselheiros Espirituais - Ficou gravada indelevelmente no coração dos seis casais equipistas de Santos/SP a recepção que tiveram, juntamente com D. David Picão seu Bispo Diocesano, quando de sua ida a ltumbiara/GO para as solenidades de posse como titular daquela Diocese de D. José Carlos Castanho de Almeida, seu Ex-Bispo Auxiliar e Conselheiro Espiritual das equipes 9 e pilotada B. A caravana santlsta ficou impressionada com o entusiasmo com que a cidade comemorou o evento e com a celebração festiva da Matriz local, com duração de cerca de 3 horas e total participação da comunidade. Com muita alegria e amor transcorreu o almoço oferecido a D. José Carlos e do qual participaram os Integrantes da representação santlsta Integrada também pelos Padres Ximenes e Orlando e duas freiras, representantes da Cúria e da Catedral. A distância percorrida e o cansaço da viagem, foram largamente compensados pelo espírito fraterno vivenciado entre anfitriões e convidados . - No domingo, 7 de fevereiro de 1988, foi Instalada a nova paróquia de São Lucas Evangelista em Ananindeua/ PA, sendo nomeado o seu primeiro vi~ário, o Pe. Mario Navarro, C.E. da Equipe 17I A de Belém/PA (em pilotagem). A posse ocorreu em Missa ceie-

O acontecimento que hoje presenciamos é fruto da humildade e do respeito desta comunidade aos sacerdotes. A todos que tem me apoiado, procurado compreender meu método de trabalho, meu Deus lhes pague. A luta continua. Obrigado. Deus nos abençoe e proteja."

Mudança de endereço - Maria Helena e Nicolau Zarlf pedem-nos para divulgar seu novo endereço, onde permanecem à disposição de todos os equlp!stas: Rua Prof. Carlos de Carvalho, 75 Bloco B - apto. 121 04531 - São Paulo, SP.

Volta ao Pai Pe. Guy Fortler (10-03-88) - Ex-Conselheiro Espiritual da Eq. 03 de Marílla/SP da qual se afastara há pouco tempo em virtud~ de sua transferência para Natai/RN onde exercia o cargo de Mestre dos Noviços na sua Irmandade dos Religiosos de S. Vicente de Paulo. Pe. Guy foi vitimado por um acidente de trânsito em São Paulo-Capital e seu sepultamento deuse em Marília a 12 de março.

-38-


Pe. Edmundo (24-02-88) -

Leschnak

S.V.D.

Voltou ao pai em Juiz de Fora/

MG, onde sempre foi grande lncentlvador das ENS, sendo Conselheiro Espiritual de cinco equipes do Setor B daquela cidade, setor que sob sua sugestão foi denominado Setor Imaculada Esposa do Espírito Santo. Todos os que com ele mantinham ligação estreita vinham acompanhando os efeitos da

grave doença que lhe ceifava progressivamente a vida. Sacerdote sempre fiel a Cristo, no final de seu doloroso calvário, mais assemelhou-se ao Mestre, completando-lhe a paixão. Na Missa de corpo presente seus equlplstas entoaram cânticos especialmente preparados por ele mesmo para a ocasião e todos estão certos de que "as ENS ganharam mais um poderoso lntercessor diretamente junto ao Pai".

Adelson, filho de Terezinha e João Batista, fazendo seus primeiros votos, em Salvador (v. "Vocações'').

-o Oo-

PESQUISA: Jé recebemos um bom numero de respostas à pesquisa distribuída juntamente com a Carta Mensal de abrll/88. Estamos processando a tabulação dessas respostas e esperamos poder Informar nossos leitores a respeito no decorrer do segundo semestre. Solicitamos aos que ainda nio responderam, que o façam sem falta até o final deste mês de junho. Obrigado.

-39


RELATóRIO DE CONSULTORIA PARA: Jesus, filho de José Carpintaria Nazaré DE:

Jordão Consultores de Recursos Humanos Jerusalém.

Prezado Senhor, Agradecemos a confiança que V.S. depositou em nosso escritório de consultoria, enviando-nos os 'Curricula Vitae' dos doze homens que V.S. escolheu, com o fim de entregar-lhes cargos de responsabilidade na organização que V.S. está implantando. Informamos que até o presente momento, todos foram submetidos a uma série de testes, os resultados dos quais foram processados em nossos computadores, tendo sido, ainda• organizadas entrevistas individuais com nosso psicólogo e com nosso consultor especializado em 'aptidões para o cargo'. Nosso escritório chegou à conclusão que a maioria de seus candidatos carece de experiência, não possui formação adequada e tem pouquíssimas aptidões para o empreendimento que V .S. tem a intenção de lançar. Eles não têm espírito de equipe. Recomendamos, portanto, que V.S. continue procurando outros candidatos, que tenham alguma experiência na administração de negócios, e que já tenham, de alguma forma, comprovado sua competência. Simão-Pedro é emocionalmente instável, com constantes mudanças de humor. André é totalmente desprovido de qualquer dom para assumir responsabilidades. Os dois irmãos, Tiago e João , filhos de Zebedeu, colocam seus interesses pessoais acima da dedicação à sociedade. Tomás tende a entrar em discussões infindáveis, o que sem dúvida levará toda a equipe a esmorecer em seu entusiasmo. Vemo-nos na obrigação de informar V.S. que Mateus está na lista negra do 'Serviço de Proteção ao Crédito' de Jerusalém. Tiago , filho de Alfeu, e Tadeu , têm uma tendência inegável para o radicalismo e ambos atingiram, nos testes, graus elevados na escala maníaco-depressiva. Um dos candidatos, entretanto, tem grandes possibilidades. E capaz e imaginativo, possui grande facilidade de relacionamento e um bem desenvolvido senso dos negócios; tem contatos de alto nível na Administração Pública. Aconselhamos V.S. a designar Judas Iscariotes como seu principal administrador e braço direito . Motivado e ambicioso, não tem receio de assumir responsabilidades. Quanto , aos demais perfís, não temos comentários. Desejando-lhe sucesso em seu empreendimento, subscrevemo-nos, Atenciosamente Jordão - Consultores.

40-


MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO- (I Cor. 11, 23-29)

Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse : "Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim." Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo : "Este cálice-é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim." Pois todas as vezes que coroeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. ORAÇÃO LITúRGICA

Antífona: O Senhor, que traz a paz à sua Igreja nos dá como alimento a flor do trigo . Glorifica o Senhor, Jerusalém! O Sião, canta louvores a teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou ; a paz em teus limites garantiu, e te dá como alimento a flor do trigo . Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra dele corre veloz; ele faz cair a neve como lã e espalha a geada como cinza . Como de pão lança as migalhas do granizo, a seu frio ficam as águas congeladas . Ele envia sua palavra e as derrete, sopra o vento e de novo as águas correm . Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo mereceu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos . · Antífona: O Senhor, que traz a paz à sua Igreja nos dá como alimento a flor do trigo. (Liturgia das Horas - Oração da tarde na véspera Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo).

Solenidade do Santíssimo


Um momento com a equipe dll Carta Mensal ............ . Pe. J. Carlos DI Mambro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

A palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

Editorial -

A realidade da familia no Brasil de hoje D. Luciano Mendes de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A vocação cristã I

(

9

Somos todos vocaclonados . . . . . . . . . . .

18

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

20

Notícias breves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

A Pastoral Familiar no Brasil Propostas preliminares para estudo e discussão (2) . . . Conversa de pai para filho -

23

11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

27

EACRES 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .

28

Calendário

. .. .. . .. .. . .. . .. . .. . ... . . .. . .. . .. .. . . .. . .. ..

36

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

Relatório de consultoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

40

Meditando em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

41

EQUIPES DE NOSSA SENHORA .\

01050 Rua João Adolfo. 118- 9' · cj. 901 · Tel. 34 8833 São Paulo · SP


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.