ENS - Carta Mensal 1988-3 - Maio

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MAGNIFICAT

-o OoOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E A PARTILHA

-o OoVOCAÇÃO DAS ENS NA IGREJA E NO MUNDO, NA ATUALIDADE E NA FIDELIDADE ÀS ORIGENS


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL O número e a diversidade de assuntos que esta Carta Mensal de maio é chamada a abordar são tão vastos que seriam necessárias quatro 'cartas semanais' em vez de uma mensal para cobrirmos tudo. Mas como as contribuições, apesar dos lembretes dos EACREs, ainda não o permitem - e como a equipe da Carta Mensal também não é de ferro vamos ter que dar a vocês apenas algumas pistas e sinais de cada um dos assuntos em pauta. Para começar, este ano além de ser o mês dedicado à Virgem Maria, maio tem também duas grandes festas da cristandade: a da Ascensão do Senhor e a de Pentecostes. A Maria, filha do Espírito Santo, como não podíamos deixar, dedicamos algumas de nossas páginas (7, 15, 16, 17). A Ascensão do Senhor, dedicamos este mês nossa Oração Litúrgica. E ao Espírito Santo, e à sua presença em nossas famílias, dedicamos um artigo sobre o sacramento da Crisma (pág. 13) e nosso texto para meditação (pág. 33). Mas maio também é o mês das mães. E sobre a missão das mães, vocês vão encontrar um belo poema-oração à página 22. O relacionamento entre pais e filhos também é assunto de uma carta que reproduzimos à página 26. Entrementes, estamos caminhando para nosso Encontro Internacional de Lourdes, em setembro. E juntos, estamos estudando o tema sobre o Magnificat, que deve nos levar, física e/ou espiritualmente a esse encontro. !: o que nos lembra o Pe. Olivier, em seu Editorial deste mês (pág. 2) assim como o casal Alvaro e Mercedes, da ERI, que nos dão também um belíssimo testemunho sobre o amor e a espiritualidade conjugais (pág. 4). A palavra do Santo Padre também está presente em nossas páginas, seja pelo comentário do Cardeal Etchegaray sobre a última encíclica (pág. 9), seja por seu próprio manuscrito (pág. 17). E quanto ao Movimento em si, suas orientações e sua vida, é do que tratam as páginas 11, 23, 28 e 31. Com a colaboração de nossos irmãos equipistas de Brasília, começamos este mês a publicação de uma série de artigos sobre a Pastoral Familiar no Brasil. A primeira parte de um artigo tratando de propostas preliminares para nosso estudo e disc.ussão está à página 18 deste número. Enquanto aguardamos a chegada e a tabulação da pesquisa de abril sobre a Carta Mensal, estamos lançando, neste número, um concurso de ilustrações. Contamos realmente com a participação de todos os aquipistas, pois a melhor comunicação, que poderemos também estabelecer por meio das ilustrações, é o que todos procuramos atingir através desta Carta. Que Maria, filha de Deus Pai, mãe de Jesus Cristo e nossa, esposa do Espírito Santo ilumine, neste mês de maio, com seu terno sorriso maternal, nossa caminhada de aprofundamento de nossa vivência conjugal e familiar. A Equipe da Carta Mensal.


EDITORIAL

COMO O CAROÇO DE UMA FRUTA Estou escrevendo este editorial em Lourdes, onde participo da sessão dos responsáveis da peregrinação de 1988. São esperados mais de 4 milhões de peregrinos, e é preciso cuidar da distribuição dos locais de culto e dos encontros . .. E em Lourdes, como é natural, confiei à Virgem Imaculada o sucesso de nossa peregrinação de setembro . E como é natural também, meditei o Magnificat. O texto é tão rico que nunca se acaba de descobri-lo totalmente. ~ um texto cheio de surpresas, que constantemente abre novas pistas, em todas as direções! Mas já que, todos juntos, estamos nos dirigindo a Lourdes, alimentados por essas palavras de Maria, quero confiar a vocês uma sensação de mal-estar que tenho, e que talvez vocês também sintam. Foi com grande alegria que procurei esmiuçar o Magnificat para elaborar o tema de estudos para nossas reuniões. Mas agora, quando "digo" o Magnificat, sozinho ou em equipe, me sinto realmente incomodado. Tenho a sensação de tornar banal, de esconder, algo de muito belo. As palavras se seguem, o cântico de Maria desfila pelos lábios, pelo espírito, pelo coração, e tenho a impressão de " deixar passar" alguma coisa. Seria preciso parar, depois de cada palavra! ~ impossível dizer ou cantar este cântico, quando se tem consciência de toda a sua riqueza de conteúdo. Por isso, tem-se esta impressão de perda de substância. O que fazer, então? Como "dizer" o Magnificat, sem esvaziá-lo de seu suco?

-o O oNa realidade, para o Magnificat é como para o Pai-Nosso. ~ impossível recitar o Pai-Nosso pensando em tudo o que significa. Aí também, precisaríamos poder parar longamente, a cada palavra .. . Precisaria ter uma semana para dizer verdadeiramente o Pai-Nosso .. . Ou, quem sabe, a vida inteira! Penso freqüentemente numa historinha que mereceria fazer parte dos "fioretti" da vida cristã. ~ a respeito de uma jovem pastora, um pouco como Bernadette em Bartres, que foi procurar seu vigário para se queixar de não saber rezar. O padre, que a conhecia bem, ficou surpreso

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e quis confortá-la: "Mas minha filha, para você, deveria ser fácil! Quando você está com seus carneiros, o dia inteiro, vendo a beleza da natureza que Deus criou, basta que você diga devagarinho o Pai-Nosso! ... " E a pastorinha respondeu: "Mas é o que eu faço, todo dia. Eu começo a dizer 'Pai nosso .. .', mas aí, começo a pensar que eu, uma pastorinha ignorante, insignificante 1 desconhecida, posso me dirigir a Deus e dizer: nosso Pai. .. E perco o fôlego, não consigo continuar. Eu fico aí, esmagada, transtornada, repetindo sem parar: Pai nosso, Pai nosso ... Nunca chego ao fim." E se queixava de não saber rezar! Para não nos acostumarmos a recitar mecanicamente o Magnificat poderíamos, quem sabe, parar assim num versículo, ou até numa palavra, para nos deixar penetrar, para sugar longamente todo o suco. Digo "sugar" bem deliberadamente. ~uma recomendação que gosto de fazer nas sessões de formação, ao falar da oração ou da Palavra de Deus. A Palavra de Deus tem, em si mesma, uma força, um sabor, que nenhum comentário, nenhuma homelia podem igualar. Eis porque é preciso "dizê-la", pronunciá-la, guardá-la na boca e sugar longamente, como se faz com um caroço, depois que se engoliu a carne da fruta ... ~ preciso sugar assim as palavras do Magnificat, não se contentando em recitá-las uma depois da outra ... Depois que, juntos, analisamos na reunião de equipe o tema que nos é proposto como preparação para Lourdes, ainda não terminamos. ~ neste momento que começa a degustação. Precisamos saber aproveitar o momento. Precisamos saber prolongar nosso prazer espiritual. Precisamos saber dizer e repetir: exulta meu espírito, salta meu coração de alegria, dansa minh'alma ... Ou ainda: Deus olhou, lançou o seu olhar de amor ... Ou: seu amor para sempre se estende. . . ~ verdade que se realmente compreendéssemos cada uma dessas palavras, seríamos como a jovem pastora ... e nunca chegaríamos ao fim. Mas, e daí? De qualquer forma, com Maria, só terminaremos este cântico no fim dos tempos, quando a promessa feita "a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre", terá produzido todos os seus frutos. Pe. Bernard Olivier, op.

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

Caros Amigos, O tema do Magnificat nos encaminha para Lourdes, e o Magnificat é um canto de ação de graças, por aquilo que o Senhor fez em Maria, mas também por tudo aquilo que fez em cada um de nós e em cada um de nossos casais. "O (Senhor) é poderoso para realizar por nós em tudo infinitamente além do que pedimos ou pensamos" (Ef. 3, 20). Deixamos, muitas vezes, de ter consciência do que vivemos e somente abrimos os olhos diante de um olhar de amor; só assim chegamos a descobrir o tesouro que estava em nós sem que soubéssemos. Nesta carta - em preparação para nosso encontro em Lourdes queremos pedir a todos que se olhem com amor, com muito mais amor que no começo, com o amor que vem do conhecimento e da admiração, da ternura e do perdão, e que comecem a formular, desde o fundo do coração, um canto de gratidão. O canto que seja próprio "de vocês". Nestas poucas linhas, gostaríamos de oferecer a vocês nossa própria ação de graças, especialmente por nosso casal, uma realidade incomparavelmente melhor que tudo o que podíamos desejar ou pensar quando casamos, há 22 anos. Naquela época, não entendíamos muito bem as palavras da Igreja a respeito do sacramento do matrimônio, pois o linguajar nos parecia por demais teológico ou abstrato, e porque nem sequer paramos para refletir sobre elas. Casamos na Igreja porque acreditávamos; tínhamos uma confiança fundamental no futuro e uma esperança tácita em nós mesmos e em Deus. Mas éramos também um tanto ingênuos quanto às implicações do sacramento. Parecia-nos claro que nos ajudaria a nos mantermos fiéis e a superar as dificuldades da vida, mas nem imaginávamos que aquela semente, aquele grão de mostarda, possuía em si, aquecida pela criatividade, pelo amor e pela doação, a possibilidade de se transformar numa árvore cada vez maior. Durante estes anos, passamos pelas crises que são inevitáveis, para progredir, para romper os patamares aos quais íamos chegando, para superar situações passadas e enfrentar as que iam surgindo. Às vezes na dor, às vezes sem enxergar claramente o horizonte, mas sempre convencidos de que crise não significa fim, mas bem ao contrário, o início de uma nova etapa que deve e pode ser melhor.

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As crises nos fizeram perceber que, como nas bodas de Caná, é possível que o "segundo vinho" tenha melhor sabor que o primeiro. À condição que se vá assimilando as atitudes de Maria. Que não se resignou diante de uma carência. A rebeldia e a doçura a levaram a intervir, sabendo que Cristo estava presente, como presente está em nosso casamento. Para nós, o sacramento do matrimônio tem duas vertentes, uma dirigida para dentro do casal e uma que se projeta na direção dos outros. Cada uma destas facetas pode ser vivida a partir de três atitudes: de louvor, de oferenda e de misericórdia. De louvor: Voltamos a nos escolher um ao outro. Em nossa ingenuidade de jovens, havia algo que nos levara a nos escolhermos: já éramos, um para o outro, um "projeto possível". E não nos tínhamos enganado. Reconhecer este fato, recordar momentos significativos do passado, dizermo-nos as coisas boas que vemos no outro, olharmo-nos com a admiração do primeiro amor, tudo isto continua sendo possível. Alegramo-nos por estarmos juntos e o dizemos um ao outro. De oferenda: Oferecemo-nos, um ao outro, naquilo que pensamos, naquilo que dizemos, em nossos corpos. Somos cada vez mais "um", e nos custa cada vez mais não conversarmos, não estarmos juntos, não estarmos unidos. A sexualidade também é comunicação, o máximo da comunicação. Não somente me sacrifico por ti: meu corpo se oferece a ti para te amar. O Senhor também nos diz: "Não quero teus sacrifícios, é a ti que eu quero." Por que haveria de ser diferente, para esta imagem de Deus, o casal? De misericórdia: Perdoar as fraquezas e as limitações de um amor que nunca será perfeito, nem mesmo suficiente para atender as necessidades do outro. Somos chamados a um amor tão grande que, inevitavelmente, nossa vida é um amor ferido. E vamos ferindo aos outros com a complexidade das nossas feridas. e vamos causando-lhes dor. I! tão difícil deixar de recordar, de remexer o passado, de ficar amargurado ... Ajuda-nos pensar que a dor que o outro nos inflige não se destina a nós por raiva, mas provém de uma incapacidade sua, de uma ferida psicológica, de temores, de insatisfações. Se pudéssemos olhar-nos com mais ternura! . . . O sacramento do matrimônio não termina no casal. Manolo Iceta, um padre marianista amigo nosso, diz que a comunhão brota no casal a partir deste fluxo recíproco de dar-se e acolher-se e é o cúmulo do amor. Mas que a comunhão é também o grande dom que o casal pode oferecer

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ao mundo, por sua fecundidade, sua educação, sua amizade, seu comprometimento. Juntos, devemos ser para os outros, sinal do amor de Deus. Não por sermos perfeitos, mas por este esforço de aproximação e acolhida que, por sua vez, se concretiza nas três atitudes: De louvor:

Na vida, vamos procurando olhar com amor e descobrir o que há de bom em cada pessoa, cada casal, que talvez eles mesmos ignorem. E não basta percebê-lo, é preciso dizê-lo. Encarnar a palavra compreensão já é viver em atitude de louvor. De oferenda:

Chega um momento na vida em que é preciso escolher entre viver para os outros ou viver para si mesmo. Depois, toda a vida passa a ser um ajustamento e um esforço para ser coerente com esta escolha. E o campo vai se abrindo. Levamos tempo para descobrir qual era o chamado do Senhor para nós como casal, qual era o nome pelo qual nos chamava a seu serviço. Este nome é o de nossa família e das equipes, na sua abertura ao mundo, no momento da história que vivemos, na sua cultura, nas suas necessidades. Procuramos manter-nos neste campo e aqui amadurecer. De misericórdia:

Para nós, a misericórdia consiste em procurar não julgar as pessoas mas de discernir e proclamar quais são os caminhos do Senhor. Não para darmos lições aos outros, mas por ter percebido, pela experiência de nosso casamento, que estes são os ~aminhos que levam à felicidade. Dizer aos outros que é possível ser feliz, que é possível superar as crises e que, mesmo que tenha havido graves problemas, como a infidelidade, a rotina, o tédio, a doença, é possível voltar a amar como no tempo da juventude e que o amor renova tudo. A misericórdia é isto. Alvaro e Mercedes Gomez-Ferrer

-o OoNOTlCIAS BREVES Realizou-se em Itumbiara, GO, em 27 de fevereiro passado, a primeira reunião de informação para criação de E.N.S. naquela parte do país. O Casal Responsável pelas Regiões Distantes - que deverá também ser o C. Piloto - , coordenou a reunião, que poderá dar origem a 1 ou 2 equipes novas. Dom José Carlos Castanho, Bispo da diocese, muito entusiasmado com a perspectiva, poderá ser o Conselheiro Espiritual de uma dessas equipes.

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A ECIR CONVERSA COM VOCES

Estamos no mês de maio. Como em todos os anos, as Igrejas, especialmente no interior, iluminadas, com música e muitas flores; se enchem de gente, em especial famílias, que querem louvar e agradecer à mãe de Deus, cumprindo o que dizem as Escrituras: "Todas as gerações chamar-me-ão de BemAventurada" (Lc. 1, 48). Certamente, como equipistas de Nossa Senhora, veneramos Maria todos os dias do ano e não apenas no mês de maio. Mas será que em nosso culto a MARIA, fixamos bem quem foi esta figura de mulher e, a partir daí, procuramos torná-la mais e melhor conhecida por todas as gentes? Quem foi, quem é MARIA? MARIA foi a mais completa mulher que já existiu. Como mulher compartilhou da sorte das mulheres de seu tempo e da sua terra: destinadas a servir à família, não tinham nenhuma participação na vida cultural, política e social. MARIA foi uma mulher simples, prometida e desposada com um humilde carpinteiro (Lc. 1, 27), deu à luz seu filho numa gruta e o colocou numa manjedoura (Lc. 2, 24), viveu numa província periférica de seu país, no meio de um povo afastado dos grandes centros de decisões (Mt. 4, 15). MARIA foi uma pessoa comum que assumiu a vida simples do seu povo. Entretanto, esta figura tão frágil, tão vulnerável, tão comum, é ao mesmo tempo tão forte, tão imbatível, tão única. MARIA é a mulher profética, libertadora e missionária. Sua vocação está na mesma linha da vocação que Deus conferiu aos profetas, para comprometê-los com Ele e com o povo numa missão especial: a de anunciar a salvação e as mudanças que tal libertação requer. Ela mesma, em seu próprio ser e agir é todo um acontecimento profético, é a virgem da glória, a imaculada, a mãe dolorosa, a mãe do Salvador, a mãe da Igreja ... MARIA anuncia a libertação e entrega ao mundo o próprio Libertador (Lc. 1, 34-37). No canto do "Magnificat", não só aparece claro onde Maria se situa, com quem ela está, mas também o que Deus quer. O cântico é o anúncio do novo Evangelho de Cristo, o prelúdio do sermão da Montanha. MARIA proclama que Deus não quer atitudes de injustiça, de egoísmo, de exploração (Lc. 1, 51-53). Ao mesmo tempo que diagnostica o mundo

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opressor e sobre ele revela o juízo de Deus, denuncia que o pecado não se aninha somente numa sociedade injusta, mas, igualmente no coração de cada homem. MARIA manifesta a confiança em Deus que liberta através da vida concreta, dentro da realidade de cada um. Ela corresponde à fidelidade de Deus com sua própria fidelidade e ensina a Igreja a ser fiel. MARIA é missionária, porque ela é a portadora da semente inicial do Reino e ao mesmo tempo é quem o viveu com maior intensidade e simplicidade, acompanhando de perto a Jesus e a Igreja que nascia. Foi caminho para Cristo, identificou-se com Ele e tomou como centro de sua vida a missão salvífica de seu Filho. Por isso ela é o sinal missionário que mais límpido de que o Reino está no meio do seu povo, de que Jesus está para sempre encarnado, ligado à história humana. MARIA foi fiel à sua missão até o fim. Quando todo poder humano de repressão se abateu sobre Jesus, crucificando-o, quando ninguém teve coragem de ficar com Ele, MARIA permaneceu ao lado da sua cruz; nada pôde separá-la dEle, como nada, hoje, pode separá-la do lugar onde seus outros filhos são crucificados. Depois da tragédia da sexta-feira santa, ela continua a sua espera fecunda, até a manhã da ressurreição. Caros equipistas, temos como modelo esta figura extraordinária e empolgante de mulher. Ela nos deixou a chave para captarmos o sentido das coisas de Deus, a orientação imediata para "aceitar" e "agir" no concreto de cada dia. MARIA é o "sacramento" da fidelidade a Deus e aos outros. A exemplo de MARIA, nós equipistas temos que estar presentes na vida do nosso povo, interpretar a realidade com os critérios de Deus e nos comprometermos em transformá-la em valores do Reino. Assim .como a Igreja, as Equipes de Nossa Senhora, nela inseridas, têm que estar íntima e realmente solidárias com todo o povo (P 162), para que, dentro de cada cultura a situação, sejam fermento, sal, luz e força de esperança pascal. Escapar da própria realidade, fugir do próprio povo, é desencontrar-se de Deus. A tradição cristã repetiu, durante séculos, esta frase: "Olha a estrela, invoca MARIA!" Nós acrescentamos que, ao seguir a estrela mariana - sua vida, seu compromisso e sua missão - as Equipes de Nossa Senhora garantem para si o rumo certo, a benevolência de Deus e a -gratidão das gerações.

"Bem-Aventurada te proclamarão todas as gerações!" Um abraço amigo de Therezinha e Thiago -8-


A ENCfCLICA DA SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS Assim como as outras Encíclicas do Papa João Paulo 11, também esta (a sétima) é indubitável e fortemente marcada, do começo ao fim, pelo traço característico daquele que a assinou . Nesse documento, tudo alma e corpo - respira o Papa Wojtyla, um Papa que adquiriu rica expe· riência tanto dos povos quaanto dos h_omens, um Papa que não ~ssa de perscrutar o ensinamento conciliar do Vaticano 11 e, em particular, da "Gaudiam et Spes •. Eis, portanto, a sua segunda Encíclica social. A • Laborem exercens " ousara apresentar o trabalho como • uma chave, e provavelmente a chave essencial, de toda a questão social sob o ponto de vista do bem do homem". Na • Sollicitudo Rei Socialis " pode-se considerar o desenvolvi· mento como a chave da questão social , sob o ponto de vista do bem dos povos . João Paulo 11 aproveitou o XX aniversário da • Populorum Progressio " para nos oferecer, ainda em tempo (a Encíclica traz a data de 30 de Dezembro de 1987), ·uma espécie de meditação sobre o desenvolvimento como Paulo VI o havia concebido e como deve ainda ser promovido vinte anos depois. A idéia de desenvolvimento é a viga-mestra desta longa reflexão; afastando-se dela, correr-se-ia o perigo de perder a originalidade e até a identidade de uma Encíclica que "tem o objetivo de sublinhar, com o auxílio da pesquisa teológica sobre a realidade contemporânea, a neces· sidade de uma concepção mais rica e diferenciada do desenvolvimento " (n.o 4) . ~ provavelmente por não terem sabido reconhecer, e nem sequer aplicar, o âmago da • Populorum Progressio ·, que descreve o desenvolvi· mento como " a passagem de condições menos humanas a condições mais humanas • em que o ·ser" tem primazia sobre o "ter", que hoje os povos, desiludidos dos modelos de desenvolvimento por eles fabricados , parecem engolfar-se no desespero ou elevar-se na violência. Eis porque João Paulo 11 se esforça em projetar lentamente diante dos nossos olhos o filme de um desenvolvimento autêntico e integral, digno do homem criado à imagem de Deus. "Reduzido a problema técnico, o desenvolvi· mento seria esvaziado do seu verdadeiro conteúdo e cumprir-se-ia um ato de traição ao homem e aos povos, a cujo serviço ele deve ser posto" (n. 0 41) .

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Apesar de se valer de vasta consultação feita junto das Igrejas particulares, a Encíclica não tem em vista apresentar um quadro completo dos problemas sociais que. se põem à human idade. O seu projeto é totalmente outro, mais ambicioso ou, melhor, mais profundo, e pertence à missão mesma da Igreja: indicar aos povos um horizonte para enfrentar os desafios gigant escos do desenvolvimento. Tal horizonte é a visão solidária do mundo. A Encíclica não é para o Terceiro Mundo e nem sequer para alguma fração ou bloco da humanidade. A sua força de atração consiste na insistência em abranger o mundo na sua globalidade e na sua unidade fundamental. "A colaboração para o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens, com efeito, é um dever de todos para com todos e deve, ao mesmo tempo, ser comum às quatro partes do mundo; Leste e Oeste, Norte e Sul" (n.o 32). De outro modo, diz João Paulo 11, o desenvolvimento "hipertrofia-se e perverte-se" (ibid.). Por isso, as duas concepções do desenvolvimento, derivantes das duas ideologias que dominam e dividem o mundo, apresentam-se "ambas imperfeitas e como tais exigem uma correção radical" (n.o 21). É em redor desta idéia de solidariedade e de interdependência que o Papa apresenta um panorama fascinante do mundo contemporâneo, com as suas sombras e as suas luzes, exprimindo juízos, entre os mais vigorosos do seu pontificado, sobre a promoção dos homens e dos povos (cf. n.0 ' 11-26) .

O desenvolvimento dos povos assumru o ritmo de uma luta árdua, antes, de uma guerra de usura. A Encíclica "Sollicitudo Rei Socialis" im· pele vivamente a "uma leitura teológica dos problemas modernos", para fazer emergir o caráter moral dQ. desenvolvimento .e ressaltar a obrigação da sua promoção. Ela faz-nos retornar também àquele lugar onde, em definitivo, se joga o futuro do mundo: o coração do homem , um coração que inces~antemente se enche de esperança pelo sopro purificador do Espírito. Aquele que se aplicar a entrar e a percorrer a passos medidos todos os compartimentos, às vezes austeros mas luminosos, deste grande edifício dedicado à "Populorum Progressio ", João Paulo 11 garante não a descoberta de um museu, mas a compartilha de uma vida em famflia, a vida da família humana que aspira a desenvolver-se segundo o plano maravilhoso de Deus . Roger Card. ETCHEGARAY Presidente da Pontifícia Comissão "lustitia et Pax"

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COMO ENTENDEMOS A ESCUTA DA PALAVRA Por dois anos dedicamos uma atenção toda especial à Escuta da Palavra, afim de que seu espírito fosse melhor compreendido e que esse meio de aperfeiçoamento fosse melhor vivenciado por todos, pois estamos certos de que essa vivência é fundamental para a nossa conversão. Pretendíamos (a ECIR) ter o mesmo procedimento com relação aos outros pontos concretos de esforço e já havíamos escolhido o próximo. Como não poderia deixar de ser, seria a meditação. A idéia não foi abandonada, mas simplesmente adiada por algum tempo. Por que? Todos já devem ter tomado conhecimento da orientação e documento recebidos pelos casais responsáveis de equipe nos EACREs sobre um novo enfoque da partilha (e dos próprios meios de aperfeiçoamento). Reconhecendo ser a partilha de grande importância para a nossa transformação e, acreditando ser esse novo enfoque essencial para a real compreensão do espírito dessa parte da reunião e, conseqüentemente, para a vivência da mesma, decidimos fazer incidir, sobre ela, nossos esforços durante um ano. Mas, uma coisa deve ficar bem clara para todos nós: a atenção especial para com a Escuta da Palavra não é coisa do passado. Ela é hoje tão necessária quanto ontem, talvez até mais, pois: • Há o risco de retrocedermos nos passos dados no sentido de uma verdadeira Escuta da Palavra. • Há também a consciência de que ainda temos muito a evoluir, principalmente diante do novo enfoque atrás referido. Nesse sentido, queremos colocar aqui nossa compreensão desse ponto concreto de esforço, na esperança de que possa servir para ajudar a alguém. Em primeiro lugar entendemos que a Escuta da Palavra implica numa caminhada, requer uma evolução. -

Inicia-se essa caminhada com uma simples leitura da Bíblia.

Se não estamos habituados com a Bíblia, sua linguagem é para nós de difícil compreensão, às vezes estranha e até mesmo contraditória. Então, . numa primeira etapa, buscamos nos familiarizar com essa linguagem, situá-la no contexto, compreendê-la: Aqui tem um papel muito importante a desempenhar o conselheiro espiritual da equipe. -11-


- A passagem para a segunda etapa requer a certeza de que a Palavra contida na Bíblia não é impessoal, mas uma Palavra que o Deus vivo, que é meu Pai, dirige a mim, seu filho amado, para me ajudar em minha conversão. Então eu medito nesta Palavra endereçada a mim, procurando penetrar cada vez mais no seu sentido pleno. Diríamos que é o momento do encontro das duas Vontades: a minha, que é busca, com a de Deus, que é a Verdade e que, ainda mais, é Graça para me ajudar em minha busca. E também o momento da verdade: Olhamos para dentro de nós mesmos, para a nossa realidade diante do que a Palavra nos revela o que nos fa1ta, o que precisa mudar em nós - numa busca de nós conhecermos melhor. Aqui, geralmente se estabelece o diálogo com Deus. Falamos a Deus (mesmo que seja em silêncio) daquilo que se passa em nosso coração diante da descoberta feita. Por que falar se Deus já sabe? Falamos mais para nós mesmos, para que tomemos plena consciência da essência, para a nossa coversão, das descobertas feitas e da nossa limitação diante do que precisamos atingir. - A partir daí, vou fazer esforços para me transformar conforme o que me foi revelado. E a última etapa, a da conversão. Aqui temos uma longa caminhada pela frente. Mas não podemos desanimar. Precisamos ter confiança em Deus, em que Ele está nos nossos esforços, nos transmitindo a sua força, pois Ele nos quer perfeitos, vivendo em comunhão com Ele e com os irmãos e portanto felizes. Estas são, para nós, as etapas que constituem a Escuta da Palavra. Elas não estavam claras a princípio, mas foram se delineando através dos anos e de nossas buscas. Como entendemos, a Escuta da Palavra é, pois, mais ampla do que a meditação, pois esta está contida naquela. Com o tempo e à custa de muita busca, esforço e persistência, vamos aprendendo a ouvir a Palavra também através da vida, dos acontecimentos do dia a dia ... Nos perguntamos se Jesus, em sua pedagogia, não estava querendo preparar seus discípulos para ouvir Deus através da vida, ao-ensinar-lhes por parábolas. Que, através da vivência desse meio de aperfeiçoamento, nos deixemos também preparar pelo Cristo para essa plena Escuta da Palavra de Deus.

a

Cidinha e Igar -

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O texto que publicamos a seguir é traduzido de um trecho de uma palestra do Cardeal Danneels, Arcebispo de Bruxelas, pronunciado por ocasião de um encontro realizado na Bélgica, em torno do tema "Igreja Doméstica".

CRISMA E F AMlLIA A família é lugar de crescimento, de maturação da vida. O sacramento do Espírito, que é vida na família, é o dom do Espírito Santo que recebemos na Crisma. Há como que uma confirmação de toda a família, onde o Espírito faz crescer a humanidade do casal, sua felicidade, a humanidade dos filhos. Existe um Pentecostes para a família; há momentos em que Deus faz Pentecostes. Ele dá a todos nós, se Lhe pedirmos, as graças do Cenáculo. E. o Espírito de Deus, o Espírito Santo que, entrando na família, se torna seu educador. Naturalmente, a educação pressupõe meios pedagógicos, psicológicos; mas a família cristã crê que, através de tudo o que ela transmite aos filhos, é o Espírito que os faz crescer, que os leva à maturidade. E como podemos saber se é o Espírito de Deus que está agindo? Ele pode agir de maneira clara e insofismável, nos tempos fortes da vida familiar; mas pode também manifestar-se suavemente, ao longo dos anos, sem choques maiores. O Batismo no Espírito, ou seja, a descida do Espírito sobre a família, é dado por Deus quando e como Ele quer, mas é preciso que a família passe pelo Cenáculo. A única coisa que podemos fazer para receber o Espírito em nossa família é o que Maria e os apóstolos faziam no Cenáculo: orar. E Deus nos dá a certeza de que, se orarmos, se penetrarmos realmente no Cenáculo, Pentecostes virá, suavemente, devagar ou subitamente. A maneira, é Deus que a determina, porque Ele nos conhece. Há pessoas de caráter, de natureza lenta; para esses, o Espírito desce plainando devagar. Outras são mais sangüíneas, e o Espírito poderá descer de forma mais fulminante, irresistível. ( ... ) Como saber se o Espírito está aí? Ele sempre está, porque somos batizados. Assim mesmo, existem alguns sinais peculiares de sua presença. - O Espírito vem quando compreendemos a Escritura, ou seja, quando, diante de uma frase da Escritura, paramos e nos dizemos: "é para mim que o Senhor diz isto". - O Espírito está em nós quando começamos a f11zezr a experiência de Jesus vivo. Quando Ele está aí, na minha frente. Quando falo com Ele. Não se conversa com a fotografia de uma pessoa, quando se pode lhe falar pessoalmente. Se nunca conversamos com Jesus, é porque, neste caso, Ele não passa para nós de uma fotografia. A dona de casa, que

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está atarefada na cozinha e que ouve o entregador jogar o jornal na frente da porta, não diz: "obrigada rapaz!". Mas se ela abte a porta, ela o agradece. Assim Jesus está vivo quando conversamos com Ele. O Espírito chega no dia em que começamos a descobrir nosso próprio dom, nosso carisma, dentro da família ou dentro da Igreja. Existem carismas extremamente simples. Quando alguém está sempre de bom humor, possui um carisma. Existem carismas de oração, carismas de amor, de consolação, carismas do esposo para com a esposa, do pai e da mãe para com seus filhos, como também os carismas de consolação dos filhos para com os seus pais. Quantos casais não se sentem consolados no sofrimento, ao verem uma criancinha cheia de alegria: é como se Deus lhes tivesse dado um companheirinho. - Mas sobretudo, o Espírito está presente quando o casal e a família vivenciam atitudes e valores evangélicos. Estes são os frutos do Espírito, diz São Paulo aos Gálatas: o amor, a alegria, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o autodomínio. Notem que estes frutos do Espírito - com a exceção, talvez, do autodomínio - são virtudes que não dependem de 'músculo', de força. Às vezes chego a pensar que São Paulo era um homem de 'músculo': criativo, empreendedor, corajoso, tenaz, resistente. Mas São Paulo não classifica essas qualidades entre os frutos do Espírito. Será que todas essas virtudes, que exigem 'músculo', não procedem do Espírito e de Cristo? Não, o motivo é outro. Diz São Paulo : se você possui todas essas virtudes fortes, mas não as outras, não se pode ter a certeza de que realmente procedem do Espírito Santo. Podem ser simplesmente o produto de uma força interior dada pela própria vontade. Mas quando alguém é alegre, pacífico, paciente, bondoso, manso, é porque o Espírito está presente nele. lá chegamos, alguma vez, a examinar os carismas de nossa própria 'Igreja doméstica'? Quando um de nossos filhos ou filhas recebe o Sacramento da Crisma, toda nossa família se sente· confirmada no Espírito Santo? Quais são, hoje, os sinais da presença do Espírito em nossa família? Estas e outras perguntas podem ser suscitadas pela leitura do trecho do Cardeal Danneels. Mas a reflexão mais importante e profunda que pode gerar em nós talvez seja esta: a nossa entrega, através da oração conjugal e familiar, ao sopro do Espírito, não será o grande instrumento para transformar, para converter nossa famlia em Igreja doméstica? . . .

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MARIA E O ESPtRITO SANTO Não sei o que Maria tem. Onde ela aparece, temos uma presença clamorosa do Espírito Santo. Isso acontece desde o dia da encarnação. Aquele dia- não sei como explicar- foi a "Pessoa" do Espírito Santo que tomou posse total do universo de Maria. Desde aquele dia, a presença de Maria desencadeia uma irradiação espetacular do Espírito Santo. Quando Isabel escutou o "Olá, bom dia!" de Maria, automaticamente "ficou cheia do Espírito Santo" (Lc. 1, 41). Quando a pobre Mãe estava no templo, com o menino nos braços, esperando sua vez para o rito da apresentação, o Espírito Santo se apoderou do velho Simeão para dizer palavras proféticas e desconcertantes. Na manhã de Pentecostes, quando o Espírito Santo irrompeu violentamente, com fogo e tremor da terra, sobre o grupo dos comprometidos, não estava o grupo sendo presidido pela Mãe (Atos 1, 14)? Não sei que relação existe, mas há algum misterioso e profundo parentesco entre essas duas "pessoas". O livro dos Atos é chamado de "Evangelho do Espírito Santo", e com razão. B impressionante. Não há capítulo, neste livro, em que não se mencione o Espírito Santo, três ou quatro vezes. ~ o livro em que se descrevem os primeiros passos. Não é verdade que essa Igreja nascente, presidida pela presença invisível do Espírito Santo, estava presidida também pela presença silenciosa da Mãe, como vimos acima? ( ... ) Repito: eu não sei qual a explicação disso, mas existe uma relação misteriosa e profunda - não sei dizer se um condicionamento - entre as duas pessoas. Parece que a presença de Maria sempre coincide (gera?) com a presença do Espírito Santo. Se os apóstolos receberam todos os dons do Espírito, naquele amanhecer de Pentecostes, podemos imaginar que plenitude receberia aquela que, outrora, recebera a Presença pessoal e fecundante do Espírito Santo. A audácia e a fortaleza com que se desenvolve a Igreja em seus primeiros dias, não seria uma participação dos dons da Mãe? Mas é preciso buscar mais uma explieação, digamos assim, psicológica, para essa coragem temerária dos discípulos. Entre os bastidores estava a Mãe. Todos sabiam onde ela estava: na casa de João e aos cuidados de João. Nessa casa, João era o novo filho. Mas, nessa casa, todos se sentiam como filhos. Na verdade, o título mais preciso que já se deu a Maria foi este: Mãe da Igreja. Inácio Larraiiaga -15-


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A PALAVRA DO PAPA

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A PASTORAL FAMILIAR NO BRASIL: PROPOSTAS PRELIMINARES PARA ESTUDO E DISCUSSÃO (*) "A ação pastoral é sempre expressão dinâmica da realidade da Igreja, empenhada na missão de salvação. Tamb ém a pastoral familiar - forma particular e específica de pastoral - tem como seu princípio operativo e como protagonista responsável a mesma Igreja, através das suas estruturas e dos seus responsáveis."

Papa João Paulo li

1.

Alguns princípios da Pastoral Familiar

Em conclusão à Exortação Apostólica Familiaris Çonsortio, o Papa João Paulo 11 afirma que o "futuro da humanidade passa pela família", sendo "pois indispensável e urgente que cada homem de boa vontade se empenhe em salvar e promover os valores e as exigências da família. " f: essa mensagem que, em última instância, fundamenta todo o conteúdo da Pastoral Familiar, uma vez que apresenta não só as etapas, estruturas, responsáveis e situações, quanto aos fundamentos teológicos, bíblicos, éticos, morais, espirituais, biológicos, culturais e sociais da família, ao mesmo tempo objeto e sobretudo sujeito da Pastoral Familiar. Segundo o Plano de Deus, a família representa uma "íntima comunidade de vida e de amor". Sua missão, por isso mesmo, é de se tornar cada vez mais aquilo que é, ou seja, uma comunidade de vida e de amor, numa tensão que, de acordo com cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude 'no Reino de Deus. A essência e os valores da família são, em última análise, definidos pelo amor. Sendo assim, é-lhe confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa. A Pastoral Familiar quer, pois, ajudar a família a tornar-se aquilo que é. Em outras palavras, quer que a família descubra a sua identidade, enquanto força que vivifica o amor e promove a vida. Apenas assim ela saberá realizar a sua missão, saberá o que pode e deve fazer. O Sínodo dos Bispos, celebrado em Roma em 1980, pôs em evidência quatro deveres gerais da família: a formação de uma comunidade de pessoas, o serviço à vida pela procriação e educação dos filhos, a participação no desenvolvimento da sociedade e a participação na vida e na missão da Igreja, de modo especial na igreja doméstica, enquanto uma comunidade crente e evangelizadora, que se plenifica pelo diálogo constante com Deus e que acolhe o mandamento novo do amor porque se coloca à serviço dos homens pela prática da caridade e pela promoção da justiça. Para cumprir com a sua missão de formadora de uma comunidade de pessoas, alguns princípios básicos da família não podem ser esquecidos. (•) Este texto foi preparado pelo Mons. Pierre Primeau, Assessor da Pastoral Familiar da CNBB e CE da Eq. 48 e do Setor C de Brasília, e pelo casal Mariola e Elizeu, da Eq. 19-A, também fazendo parte da equipe de reflexão sobre Pastoral Familiar da CNBB.

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Em primeiro lugar, o homem e a mulher, criados à imagem e semelhança de Deus, têm a mesma vocação fundamental: o amor. Ele é o princípio interior, a força permanente e a meta última da comunidade de pessoas, que formam a família. Para a maioria das pessoas, e isso em segundo lugar, esta vocação se expressa no matrimônio, sacramento que santifica a aliança que o esposo e a esposa estabelecem no dia em que se entregam um ao outro por amor, numa doação mútua, única e indissolúvel. Esse amor coniugal é plenamente humano, total, fiel, exclusivo e fecundo. ' Os filhos são o dom preciosíssimo do matrimônio. Tornando-se pais, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade, na medida em que o seu amor é destinado a converter-se, para os filhos, no sinal visível do próprio amor de Deus. O sacramento constitui, assim, o princípio e o fundamento da sociedade humana, tornando-se a família a célula primeira e vital desta sociedade. Em terceiro lugar, a tarefa essencial da família é de viver fielmente a realidade da comunhão, num constante empenho para fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas. Por força de sua natureza e vocação, longe de fechar-se sobre si mesma, ela se abre às outras famílias e à sociedade como um todo, assumindo sua tarefa social. As relações entre os membros da comunidade familiar são inspiradas pela lei da gratuidade, respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor. Tudo isso redunda em acolhimento cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso, solidariedade profunda. A promoção de uma autêntica e madura comunhão de pessoas na faii)ília, torna-a a primeira e insubstituível escola de sociabilidade, exemplo e estimulo para as mais amplas relações comunitárias, tendo em vista o respeito, a justiça, o diálogo e o amor. A família, nesta perspectiva da Familiaris Consortio, constitui, por um lado,

ó lugar nativo e o instrumento mais eficaz de humanização e de personalização da sociedade. De outro, colabora de um modo original e profundo na construção do mundo, tornando possível uma vida propriamente humana, guardando e transmitindo, de maneira especial, as virtudes e os valores cristãos. Na família estão congregadas diferentes gerações que, reciprocamente, ajudam-se a alcançar uma sabedoria mais plena, e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social. Diante de uma sociedade que se arrisca a ser cada vez mais despersonalizada e massificada e, portanto, desumana e desumanizante, com todas as conseqüências negativas daí resultantes (o alcoolismo, a droga, por exemplo), a família possui a capacidade de manter o homem consciente de sua dignidade pessoal e social, de o enriquecer com uma profunda noção de humanidade e de o inserir ativamente para o desenvolvimento global do tecido da sociedade.

2.

Algumw. exigênciw. da Pastoral Familiar

Para que a Pastoral Familiar seja expressão de uma Igreja viva que busca incansavelmente a implantação das exigências evangélicas na sociedade, através das comunidades familiares, deve possuir as seguintes características fundamentais: a) Adaptação ambiental: a Pastoral Familiar deve ter em conta os matizes culturais e as diversas condições de cada região. Mantendo a unidade no essencial, é necessário reconhecer "que os valores familiares são vividos de maneira distinta segundo o ambiente humano em que se encarnam." Cada região do país e, dentro

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delas, cada agrupamento humano, apresenta necessidades e carências diversas, que requerem um tratamento pastoral adequado, exigindo que se destaque um ou outro dos aspectos escolhidos. b) Planejamento e organização: a Pastoral Familiar deve se fundamentar numa reflexão sobre a realidade da família, que permita comprovar os valores vividos por ela; nos problemas que padece; nas possíveis evoluções a que será submetida em virtude das mudanças sócio-econômicas e políticas previsíveis; no papel que deve desempenhar com relação às pessoas, à sociedade e à Igreja; e nas ações urgentes e de longo prazo que devem ser empreendidas para alcançar seus objetivos. Desse modo, surge a necessidade de se organizar uma Pastoral Familiar dotada de estrutura e de agentes que se empenharão em seu progresso, e avaliem periodicamente seus resultados, corrigindo rumos, na medida em que as necessi· dades atuais e futuras vão exigindo. c) Coordenação a nfvel nacional: a responsabilidade fundamental da Pastoral Familiar recai sobre as Dioceses. Por isso, é necessário que as Dioceses elaborem as normas pertinentes para a aplicação nesta pastoral, de acordo com suas próprias necessidades. Contudo, é fundamental que a Pastoral Familiar das Dioceses seja coordenada a nível nacional, pelo organismo próprio da Conferência dos Bispos. d) Integração com a pastoral de conjunto: a unidade que convém à Igreja de Cristo busca suas raizes nas pequenas comunidades familiares, às quais, em última instância, dirigem-se os esforços de evangelização da Igreja. O crescimento da comunidade eclesial diocesana precisa fundamentar-se no desenvolvimento das comunidades paroquiais, e estas, por sua vez, estão constituídas por famílias. Portanto, nos planos da pastoral diocesana e da pastoral paroquial, a família deve ser tida como sujeito e objeto prioritário da missão da Igreja. e) Participação dos leigos casados: a presença ativa dos cristãos leigos é necessária na missão da Igreja. Com muito mais razão, devem estar eles presentes no setor da pastoral que lhes compete diretamente. Em especial, os leigos casados estão em condições de colocar não apenas sua experiência humana de esposos e pais, sua inserção nas estruturas do mundo secular, sua ciência e suas aptidões especiais, como também dispõem dos dons e carismas próprios do sacramento do matrimônio. Sua presença é necessária, seja para a execução dos planos e programas, seja para o planejamento da pastoral, de forma especial. f) Pastoral prioritária: a necessidade de outorgar prioridade à família na pastoral de conjunto deriva do ser e da missão da comunidade familiar, e da situação de deterioração em que se encontra. Apesar das mudanças que se produzem na sociedade e das adaptações que a família precisa efetuar para sobreviver, a instituição familiar continua sendo sempre necessária e exigida pela natureza da pessoa humana. A ação pastoral da Igreja será sempre indispensável para ajudar a família a manter vivos os valores essenciais e promovê-los. No mundo cada vez mais desumano e secularizante, a família assume o compromisso maior de torná-lo mais- humano e de manter os vínculos entre o homem e Deus. A promoção dos valores autênticos do matrimônio e da família é um dever de todos, de modo especial daqueles que exercem maiores influências sobre as comunidades cristãs.

Devido a um problema de espaço, este importante trabalho está sendo publicado em duas partes pela Carta Mensal. Vocês encontrarão, portanto, sua continuação, em nosso número de junho/ 88.

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Este artigo nos vem do boletim · Nosso Mensagel· ro ", das equipes de Recife. Foi escrito por Irmã Xlmenes, que trabalha em Moçamblque, onde se dedica de corpo e alma ao serviço missionário. Esteve no Brasil por alguns meses para tratamento de saúde, face aos grandes problemas de fome lá enfrentados.

COMO VEJO O BRASIL Nos poucos meses que aqui me encontro, tenho constatado que o povo brasileiro está atravessando um momento de crise religiosa, de secularização. Noto que, principalmente os jovens, buscam ansiosamente um relacionamento mais autêntico e pessoal com o Deus verdadeiro . Não aceitam a figura de um Deus paternalista e acomodado, que à custo os cristãos católicos de tradição querem lhes transmitir. Eles procuram e querem para a sua imitação, um modelo perfeito de justiça, lealdade e compreensão, onde o forte não triunfe sobre o fraco e onde todos vivam e se amem como irmãos. No entanto, vejo , infelizmente , que lhes são apresentados através dos meios de comunicação : televisão , rádio, teatro, literatura, modelos que os levam à frustração . Por que então, não procurar mostrar aos nossos jovens, atra· vés da leitura bíblica feita em família , ou comentada em encontros , a figura e o exemplo de Jesus de Nazaré, esse personagem que atraiu e continua a atrair multidões para trabalhar por um mundo mais justo, humano e fraterno , nesta hora difícil que o Brasil atravessa? Vocês pais , têm a grande responsabildade de passar para seus filhos, através do seu exemplo de vida, este modelo acabado de amor, dignidade , compreensão e justiça , que nos oferece a pessoa de Jesus. E Jesus não levou uma vida acomodada e fácil. .. Só VALE O QUE CUSTA! Por isso, mãos à obra! Com o exem· pio de uma vida conjugal santa e harmõnica, mostrem a seus filhos que vale a pena investir em Deus . Jesus, com sua vida de sacrifí· cio constante , oferece um caminho para transformar esta sociedade que só pensa na sua satisfação própria . E como estamos a viver este Ano Mariano, procurem mostrarlhes que Maria foi a pessoa que mais compreendeu a lição do seu Filho, pondo em prática os seus ensinamentos. (. . .) A pessoa de Maria nos dá um testemunho. Vivendo dos ensinamentos do seu filho Jesus, caminharemos numa batalha que, seguramente , será vitoriosa . Irmã Xlmenes

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ORAÇÃO DE UMA MÃE Em Milão, na Itália, há um casal cujo filho - por choque elétrico que a mãe sofreu no 2. 0 mês de gravidez - nasceu com forte e irreversível excepcionalidade. A oração que segue, composta por aquela mãe, nos chegou por meio de "O Compasso",. jornal da Arquidiocese de Uberaba.

Senhor, tu no-lo havias dado e nós pensávamos com alegria que talvez aos vinte anos to pudéssemos ofertar para que se tornasse, para os irmãos, testemunha de Alguém. Outro porém era teu plano de amor. Para nós ficou somente um olhar distraído, uma mão sem gestos, um invólucro de carne, que ri e chora sem nada compreender. Alguma vez me perguntei, Senhor, se o Pai não se teria esquecido de soprar sobre este filho . . . Todavia sei que os cabelos de sua cabeça estão co11tados e que tu morreste também por ele. E deste mistério de amor e de dor que morde no fundo do coração brota uma paz que transfigura toda vez que eu olho aquele rosto que não fala. E à noite, junto àquela cama, para nós como um altar, não te pedimos mais para curá-lo. Contempla-o, Senhor, e faze o que quiseres, porém uma coisa nós te pedimos de novo e com mais humildade do que antes, bem sabendo que tudo é dom que vem de ti: Escolhe, Senhor, entre aqueles que nos restam, escolhe "o teu padre", porque para viver necessitamos de teus sinais, de tua prece nele para transformar o mundo. Chama um dos nossos para ser amor e oferta e testemunha da tua alegria: aquela alegria que impele, depois que se deu tudo, aquela que ninguém lhe poderá jamais tirar. Amém.

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ENTREVISTA

REGIÃ.O PARANÁ Dando continuidade à série de entrevistas com os Casais Responsáveis Regionais, conversamos este mês com Dalva e Valmor, da Região Paraná.

CM:

Dalva e Valmor, somos da Carta Mensal e gostaríamos de entrevistá-los sobre a Região Paraná. Antes de mais nada, pediríamos que se apresentassem aos nossos leitores.

CR:

Pois não. Somos Maria Dalva e Valmor Augusto Prazeres, 28 anos de casados, 4 filhos , 27 anos de equipe. Pertencemos à Equipe n. 0 4 do Setor B de Curitiba, Nossa Senhora de Guadalupe.

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Quais as funções que já exerceram no Movimento? Por duas vezes fomos Casal Responsável da nossa equipe, fomos Casal de Ligação, Piloto, Casal Informador e Responsável pelo Setor B de Curitiba. Há dois anos e meio somos o Casal Responsável da Região Paraná.

Poderiam nos dar um breve histórico do Movimento no Paraná? As ENS começaram em Curitiba pela iniciativa do casal Dilma e Miguel Orofino, que, deslocando-se de Florianópolis, pilotaram a primeira equipe (hoje Equipe 1 do Setor A de Curitiba). A data de formação desta equipe foi 4 de abril de 1957. Os casais que fundaram, por assim dizer, esta equipe e que portanto iniciaram a caminhada do Movimento no Estado foram: Lia e José Maria Munhoz da Rocha, Zilda e Francisco Bleggf e Sodênia e Rui Santos. Em 1967, Curitiba já contava com 24 equipes em um Setor sob a responsabilidade do casal Lia e José Maria. Foi então que se decidiu desmembrar o Setor em dois (ambos pertencentes à antiga Região Sul, que abrangia o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) . Em 9 de maio de 1')69 esta enorme Região foi sub-dividida e nasceu assim a RegiãÓ Paraná. O primeiro Responsável da Região foi o casal Lia e José Maria. O Movimento continuou, e continua ainda a se expandir pelo Estado. Falem um pouco sobre o que é o Movimento hoje na sua Região. A Região Paraná abrange todo o Estado. Temos 5 setores, 2 coordenações. Três setores são de Curitiba e 2 setores em . Londrina, abrangendo equipes de 8 cidades . Curitiba tem 36 equipes; Londrina 20. Nas Coordenações Norte do Paraná mais 7, na Coordenação Mafra/Rio Negro, 3 e uma em Canoinhas. Temos ainda 3 equipes em pilotagem,

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Qual o- Conselheiro Espiritual mais antigo da Região? Hoje é o padre José Leonardo Lima e Silva, o conselheiro mais antigo. ~ o C.E. da Equipe 3 do Setor A de Curitiba desde a sua formação . O primeiro Conselheiro das ENS no Paraná foi o padre Rafael Busse - Passionista. Existe alguma equipe "diferente" na sua Região? Bem, talvez seja uma curiosidade: a Equipe 2 do Setor C de Curitiba (Nossa Senhora do Rocio) já tem 30 anos de Movimento e caminha harmoniosamente com os mesmos casais desde o início. Quando jovens, os maridos integravam a Congregação Mariana e a JUC - Juventude Universitária Católica. Casados, continuam lutando pelos mesmos ideais ... E o que é curioso: são todos médicos. Gostaríamos ainda de ressaltar que em Curitiba o Movimento trabalhou por vários anos com casais operários e lavradores ... Destes grupos nasceram algumas equipes. Londrina atualmente também se dedica a este trabalho e já tem uma equipe formada que caminha muito bem.

Nas cidades em que existem muitas equipes, como Curitiba, como é que vocês se dão a conhecer uns aos outros como equipistas? Em Curitiba temos uma Missa Mensal para todos os equipistas. Além do ato de piedade em conjunto, ocorre o encontro, a confraternização dos casais, valorizando o convívio inter-equipes e estabelecendo-se maior fraternidade entre os velhos e os novos equipistas. Procuramos fazer comemorações em comum, reunindo todas as equipes, por exemplo nos 4 domingos que antecedem o advento, estar presentes nas "Comunicações Sociais" sempre que possível (delegações das ENS participam das missas dominicais de duas estações de TV de Curitiba, levando suas mensagens) , os encontros, EACREs, Sessões de Formação, Dias de Estudo tambem facilitam este entrosamento.

CM:

Os equipistas do Paraná estão engajados na ação apostólica da Igreja?

CR:

Individualmente, conforme seus talentos e as necessidades dos Pastores, equipistas do Paraná têm se dedicado bastante levando às suas comunidades de trabalho, de convívio social, o testemunho de sua vivência cristã, consolidada nas ENS. Muitos participam das unidades de base de suas paróquias, muitos nos trabalhos de suas dioceses e principalmente na Pastoral Familiar. Temos aqui uma "estatística", que foi feita recentemente : • na Coordenação da Pastoral Familiar de Arquidiocese trabalham 3 casais equipistas; • na Orientação aos Noivos: 2 casais; • na Catequese Eucarística e Crisma: 13 casais; -24-


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• na Legião de Maria e Serviços de Promoção Humana: 4 casais; • na Fundação de Assistência ao Menor Abandonado: 2 casais; • em Equipes Litúrgicas: 7 casais; • em Comissões de Igreja: 8 casais; • são Ministros da Eucaristia 4 equipistas; • na Pastoral do Dízimo: 3; • em Centros de Ação Social: 2; • em Capelinhas: 2; • no Apostolado da Oração: 1; • Escola de Pais: 1; • assistência a asilo: 1; • Encontro de Casais: 2; • cursos de Batismo: 6; • Catequese Familiar: 6; • em grupos de jovens: 1. Nós começamos a falar sobre os Conselheiros Espirituais e depois o assunto se desenvolveu e nos esquecemos de lhes perguntar duas coisas: a) E fácil conseguir padres para as ENS? b) Como eles se sentem nas ENS? Não é muito fácil conseguir um sacerdote para assumir o "cargo" de Conselheiro de uma ENS, tanto assim que algumas equipes foram assistidas por seminaristas. Nós consideramos um privilégio dos equipistas a presença do Conselheiro Espiritual nas reuniões mensais. Alguns bispos já foram consefheiros em Curitiba: D. Pedro Fedato, D. Albano Cavallin e D. Ladislau Biernaski. Os Conselheiros Espirituais se integram muito bem no Movimento e partilham conosco angústias e esperanças, além de nos dar orientações, nos seguem na nossa Evangelização e catequese, con· fortam-nos e nos estimulam nos nossos esforços de libertação e de crescimento da nossa espiritualidade conjugal e familiar. Obrigado a vocês dois pelas respostas tão esclarecedoras e pelo acolhimento fraterno que nos deram. Vocês gostariam de acrescentar mais alguma coisa? Sim, gostaríamos de deixar registrada a nossa homenagem e o nosso profundo respeito aos casais Lia e José Maria, Alice e Luiz, Regina e Rui, que foram, por anos, casais responsáveis desta Região antes de nõs. Também ao casal Dilma e Miguel Orofino, que trouxe de Florianópolis o Movimento para Curitiba, e ao casal - fortaleza de espiritualidade - Nancy e Pedro Moncau, que trouxe o Movimento para o Brasil e que sempre e muito contribui para sua expansão.

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Falando aos Casais Responsáveis da Região São Paulo - Sul I, Dom Emílio Pignoli, Bispo de Mogi das Cruzes, citou o caso de um pai, de filhos já adultos e casados, que resolveu manter o vínculo com eles por meio de cartas. Num "esforço de reportagem", a C.M. conseguiu algumas destas cartas, a primeira das quais é esta.

CONVERSA DE PAI PARA FILHO Meus queridos filhos: CEDRIC, SIDNEY, TANYA , JONIOR, MAGGY, SLEY, TARC/S/0 , Faz tempo que tenho em mente escrever-lhes esta "Conversa de Pai para Filho". Pedi a Deus que me inspirasse o que devia dizer-lhes e tenho certeza de que Ele vai assistir-me nas minhas palavras. Cada um de vocês deve levar a sua vida com plena liberdade e independência. EJta "Conversa de Pai para Filho" não será uma interferência impositiva e inibidora. Antes, porcurará ser uma interferência inspiradora e de orientação. Desejo tratar com vocês, na maior simplicidade, assuntos transcendentes, essenciais, começando pelo assunto básico: a Felicidade. Com efeito, a Felicidade (com maiúscula!) é o ponto central na vida de cada ser humano. ExiJte em cada um de nós um desejo inato de ser feliz. E isto porque Deus criou o homem para a Felicidade. Deus o colocou no centro do Universo , que foi criado exclusivamente para ele, para que ele seja plenamente feliz. Vocês já pensaram nisto? Já pensaram que toda a Natureza foi criada com o fim único de servir ao homem para ajudar a levá-lo à sua Felicidade? Já pensaram que cada um de vocês é objeto de um amor infinito de Deus, que criou tudo o que há no céu, na terra e no mar, para vocês serem felizes? Parem um momento na roda-viva dos afazeres diários e façam estas perguntas a vocês mesmos: Eu tenho presente no meu dia-a-dia que Deus me criou para a Felicidade? Para a Felicidade total em todos os instantes da minha vida? Eu estou preocupado com a minha Felicidade? Eu trabalho para ser feliz? Eu sou realmente feliz? Se as respostas a estas perguntas forem negativas, não faz mal. Sempre é tempo de começar a nos preocupar com a nossa Felicidade. Sempre é hora de nos esforçar para sermos felizes, realmente felizes . Urge que vocês respondam às perguntas acima, com a maior sinceridade, no íntimo de cada um de vocês. Meus filhos , escrevo-lhes estas considerações, porque estou muito preocupado com a Felicidade de vocês. Em minha próxima "Conversa de Pai para Filho" exporei o que é esta Felicidade que faz as pessoas realmente felizes, que é a Felicidade que lhes deseja de todo o coração seu pai. Deus abençoe cada um de vocês.

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APERTO DE MÃO Apertei a mão de meu amigo, Senhor, E bruscamente, olhando aquele semblante triste e preocupado, fiquei com medo. De tua ausência em seu coração. Senti o mesmo ma{ estar que sentiria diante de um tabernáculo fechado se ignorasse que estivesses ali dentro. Se não estivesses ali, Senhor, estaríamos separados. Pois sua mão em minha mão seria apenas carne sobre carne. E seu coração para o meu coração, o de um homem para outro homem. Quero tua vida para ele ao mesmo tempo que para mim. Pois quero que meu AMIGO seja, graças a Ti, meu IRMÃO. Michel Quoist

DA SATURAÇÃO A MISÉRIA MAIS ABSOLUTA Nossas livrarias estão abarrotadas de livros. As livrarias católicas, cheias de livros religiosos. Recebemos revistas católicas, boletins, "cartas mensais". Nas igrejas, distribuem-se folhetos para acompanhar a Missa e para outras leituras, cheios de orações e de textos de meditação admiráveis. Alexandre Ogordnikov, leigo ortodoxo russo, há oito anos preso num campo, em algum lugar da União Soviética, conseguiu enviar, clandestinamente, uma carta à sua mãe. Eis um trecho, para nossa reflexão: "Foram necessários 659 dias de greve de fome, 411 dias de solitária, para que me fosse dado o direito de ter uma Bíblia e um livro de orações . . . " Já pensamos no preço que os mártires de nosso tempo pagam, para escutar a Palavra de Deus?

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REPORTAGEM

O SECRETAR lADO DAS ENS Toda instituição humana, seja de caráter profissional, social, cultural, político, religioso, requer a existência de alguma forma de organização administrativa a fim de que possa funcionar e atingir sua finalidade. Assim é com a própria Igreja que é acima de tudo Povo de Deus, mas é também uma instituição humana e, como tal, necessita de uma organização (*). Com o Movimento das ENS não poderia ser diferente; dai a razão de ser de nosso Secretariado, cuja função é prover os meios de suporte logístico para que os casais equipistas possam melhor viver a sua espiritualidade conjugal. O Secretariado está sediado desde 1977 em sua atual localização, na região central da cidade de São Paulo, no 9.0 andar de um edifício de escritórios. Ao transpor-se as pmtas, e sobretudo ao contemplar-se a silhueta de Maria Santíssima que decora sua entrada, sente-se um ambiente de paz de tranqüilidade que em nada lembra que se está numa das áreas mais agitadas da cidade mais agitada do Brasil. Contudo, e não obstante essa tranqüilidade, aquele local de instalações sóbrias e ao mesmo tempo muito funcionais, é um ambiente de intenso trabalho, a "base de operações" das ENS, um ponto de referência para os equipistas de toóo o país e, muitas vezes, um ponto de apoio pessoal para equipistas residentes em outras localidades, quando de passagem por São Paulo. O casal equipista atualmente responsável pelo Secretariado é Thais e Carlos Eduardo Duprat que, após haverem desempenhado muitas funçÕe$ de serviço no Movimento (inclusive como Regionais de São Paulo e membros da ECIR), hoje dedicam-se com grande devotamento a essa missão. Falar-se do Secretariado das ENS é o mesmo que fa lar-se da nossa queridíssima Lucy (Lucy Duarte dos Santos), secretária-executiva encarregada do Secretariado e, juntamente com seu auxiliar Joel Cabral da Cruz, seus umco;~ (pasmem os leitores!) funcionários e responsáveis por todo o dia-a-dia de seu funcionamento. A equipe da Carta Mensal foi visita~ Lucy (mãe de três filhos e avó de um neto) em seu posto de trabalho a fim de entrevistá-la para esta reportagem. Fomos recebidos com o habitual carinho que ela dedica a todos os equipistas e, ,deixando de lado por um curto espaço de tempo seus inúmeros afazeres, ela, com toda a atenção e algum "sobressalto" - fruto de sua modéstia ao saber que iria "aparecer" na Carta Mensal - concedeu-nos a entrevista que publicamos a seguir.

C.M.:. Há quanto tempo você responde pelo nosso Secretariado e como se deu seu ingresso? Lucy: Sou funcionária do Secretariado há quase 17 anos. Fui admitida em setembro de 1971, inicialmente como datilógrafa para auxiliar o Sr. Lofredo, que era então o responsável e também encarregado da conta(*) V. Atos, 6, 1-6.

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bilidade. Com a súbita moléstia dele, tive que assumir a responsabili· dade maior pelo Secretariado, da "noite para o dia", confesso que com um certo temor. O carinho e a amizade dos equipistas ajudaram-me em muito para que eu fosse adquirindo mais confiança e o meu envolvimento no trabalho preparatório das peregrinações a Aparecida (1980) e a Roma (1982) acabaram por dar-me o necessário desembaraço. C.M.: Fale um pouco aos nossos leitores sobre suas atribuições e como é o dia-a-dia do seu trabalho. Lucy: Fazemos de tudo. Por exemplo, datilografamos os relatórios das reuniões da ECIR que são realizadas uma vez por mês, elaboramos toda a correspondência relativa à designação de casais para exercerem funções nos quadros do Movimento, cuidamos da correspondência com a Equipe Responsável Internacional e também de toda a correspondência e material escrito relativos a eventos em geral, como EACREs e outros encontros. Tratamos da compra de passagens para casais dos quadros que viajam a serviço do Movimento, da elaboração do movimento diário de tesouraria e dos comprovantes de caixa. Além disso, cuidamos também de todo o cadastro de todos os equipistas do Brasil, dos arquivos, do almoxarifado e da compra de materiais de escritório; datilografamos o material da Carta Mensal e atendemos os telefonemas que nos chegam de todo o Brasil. C.M.: E as funções do Joel, quais são? Lucy: O Joel é funcionário do Secretariado há 11 anos e me auxilia em tudo, mas o seu serviço é sobretudo externo, como por exemplo postagem de correspondência e expedição, principalmente da Car.t a Mensal, cujos 7.300 exemplares mensais têm uma parte enviada pelo correio; uma grande parte é despachada por transportadoras, que diferem segundo a localidade de destino, para todo o Brasil. C.M.: Quais os equipamentos de que o Secretariado dispõe? Lucy: Possuimos duas máquinas de escrever, um equipamento Addressograpb para endereçamento de correspondência (os endereços dos equipistas têm que ser constantemente atualizados!) e um mimeógrafo. Recentemente, recebemos um microcomputador, e espero iniciar um treinamento para poder utilizá-lo em meu trabalho. C.M.: Que outros tipos de serviços o Secretariado presta aos equipistas? Lucy: Tenho muita alegria em poder prestar também um apoio pessoal aos equipistas, sobretudo aos residentes em outras cidades. São pessoas que nos utilizam para a solicitação de endereços e de informações de caráter geral, e também como contato em casos de doença ou outras emergências, como por exemplo encontrar doadores de sangue para pesso.as de fora, operadas em São Paulo.

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C.M.: Há mais alguma coisa que você gostaria de dizer? Lucy: Sim. Quero ·dizer da minha satisfação pelo carinho com que sou tratada e pelas atenções que recebo de todos, mesmo daqueles que não conheço pessoalmente e com quem falo pelo telefone. Já fui até chamada por "Irmã Lucy"! Recebo muitas cartas pessoais, telefonemas de agradecimento e até convites para viagem e hospedagem de equipistas de todo o Brasil, os quais nunca posso aceitar, por falta de tempo. Tornei-me amiga de todos com quem tive contato no Movimento e conheço grande parte dos equipistas, muitíssimos pessoalmente, muitos por telefone e o restante pelo menos de nome. Tudo isto tem sido para mim muito gratificante. A equipe da Carta Mensal agradece à Lucy por mais este "serviço" prestado às ENS concedendo-nos seu tempo e sua atenção para esta reportagem. Por intercessão de Maria Santíssima, nossa inspiradora, rogamos que o Espírito Santo continue a iluminar esta nossa irmã em Cristo no exercício de Jua missão e que Deus derrame suas graças sobre ela e seus familiares.

-oOoCONCURSO DE ILUSTRAÇOES A Carta Mensal está promovendo entre seus leitores, de 1.0 de maio a 31 de julho de 1988, um concurso de ilustrações. Todos estão convidados a participar, enviao· do suas obras urgentemente à Carta Mensal/Concurso de llustrações (v. endereço na última capa), devidamente identificadas, sobre os seguintes temas: -

Motivos religiosos em geral; Fotos de igrejas ou monumentos religiosos; Fotos de pessoas ou grupos característicos (crianças, jovens, anciãos, ca· sais, namorados, etc.) Fotos ou desenhos relativos à vida de equipe (para ilustrar artigos sobre meios de aperfeiçoamento, métodos, mística do Movimento•••) Fotos ou desenhos relativos à vivência de Igreja (sacramento$, vida reli· giosa, etc.)

Lembrem-se que a publicação será em preto e branco. Os prêmios? Você já imaginou sua obra publicada nas prestigiosas pagmas da Carta Mensal? ••• Participe, mesmo que seja só para partilhá-la com seus irmãos equipistas! Contamos com todos.

-oOoRETIROS. Informamos que o retiro programado para 20-22/05 em Barueri, SP, foi cancelado. Aproveitamos para solicitar aos Setores que nos enviem sua programação de retiros para o 2. 0 semestre: a lista completa será publicada no próximo número da Carta Mensal.

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NOTICIAS DOS SETORES Novas Equipes

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- Após um ano e meio de Experiência Comunitária foram lançadas mais duas equipes na Coordenação de São José do Rio Preto/SP:

Setor D - Porto Alegre/AS Lidia e Leo Pacheco Ramos assumiram em lugar de Marilha e Jorge Gorgen.

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Setor Catanduva/SP Maria de Lourdes e João Vitussi Filho substituíndo a Adelaide e Theodoro Rosa Filho.

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Região São Paulo-Norte Adelaide e Theodoro Rosa Filho assumiram a função de Casal Regional em substituição a Heloisa e Ary.

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Setor de Araraquara/SP O novo casal responsável do Setor é Therezinha e Jorge Cury que passaram a substituir Leonor e Danilo Eleutério.

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Setor de São Carlos/SP M. Mercedes e Astolpho Luiz do Prado substituíram a Ondina e José Evariste Filho.

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Setor de Americana/SP M. Clonice e Ernesto assumiram substituíndo a Cristina e plaudic Luchiari.

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Setor E de Brasília/DF Acolhendo sugestão de Elza e Re· nato Botara, R. R. da Região Centro-Norte houve um remanejamento das equipes do Setor C daquela cidade, tendo sido criado o Setor E, cujo primeiro C. R. S. é Maria Helena e Edmar Gabriel de Almeida Costa.

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Setor 8 de Florianópolis/SC Maria Clemene e Afonso Buss foram escolhidos para suceder a Bernadete e João A. Machado.

• Eq. 8: N. S. Mãe do Santíssimo Sacramento do Monte Serrat Casal Piloto : Neuza e Gaspar Cons. Espiritual : Pe . Jarbas Brandini Dutra

e Eq. 9: N. S. Mãe de Fátima Casal Piloto : Maria Helena e Lisoni Cons . Espiritual : Pe . Jarbas Brandini Dutra

Mudança nos Quadros: A Carta Mensal noticia, as modificações mais recentes ocorridas nos quadros do Movimento cumprimentando os casais que deixam essas responsabilidades pela dedicação prestada às ENS e rogando a intercessão de Maria Santíssima para que o Espírito Santo ilumine os casais que assumem suas importantes missões de serviço a seus irmãos equipistas : -

Setor Valinhos-Vinhedo/ SP M. Lucia e Pedro de Oliveira substituíram a Marilene e José Latorieri.

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Setor Ribeirão Preto/ SP Moema e Nelson Augusto assumiram a responsabilidade do Setor em lugar de M. Regina e Lazaro Banzato.

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Setor A - Porto Alegre/ AS Eunice e Milton Tamborindeguy substituíram a Helga e Jayme Al bella .

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Setor de Sorocaba/SP Elisabeth e Alexandre Miguel Abdalla são os sucessores de Maria Lucia e Dirceu de Barros .

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Setor de Piracicaba/SP Atendendo à indicação do Casal Regional Arani e Antonio M. As· sumpção Jr. a Coordenação daquela cidade foi elevada a Setor tendo sido escolhidos como pri· melros responsáveis pelo novo setor Maria Regina e Carlos Eduardo Heise.

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Setor de Jacareí/SP Marilia e Tarcisio F. de Carvalho sucederam a Roseny e Nadi de Almeida e Silva.

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Setor de Manaus/ AM Amazonilda e João Batista Gama foram escolhidos para suceder a Neusa e Antonio Martins .

Além das modificações acima noti· ciadas ocorreram durante os últimos EACREs mais as seguintes : -

Setor de Taubaté/SP !rene e Dionisio sucedendo a Leonir e Carlos Cossermelli.

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Setor de Pindamonhangaba/SP Celia e Moreira sucedendo a Eny e Hilton Mathey. Setor A de Petrópolis/RJ Haydée e Mendel sucedendo a Lenir e Helio de Castro Sadock. Setor A de Belém/PA Mariazinha e Luiz sucedendo a Mariazinha e Miguel Coelho. Setor B de Belém/PA Nazaré e José sucedendo a Therezinha e Moacyr de Castro Drago . Setor I do Rio de Janeiro/RJ Acolhendo sugestão do C. R. Rio I Daisy e Adolpho Bertoche Filho , houve um remanejamento das equipes do setor D sendo criado o Setor I, abrangendo oito equipes e cuja escolha como primeiro Casal Responsável de Setor recaiu em Regina e Cleber.

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Jovens Realizado pelas ENS do Recife/PE em 22 de novembro na Capela da Base Aérea o • 3.0 Encontro Jovem" coordenado por Mercês e Ismael (Eq . 5) e orientado pelo Pe. Pedro teve como colaboradores Yá e Neto (Eq . 5). Conceição e Nilson (Eq. 5), Magna e Col· lyer (Eq. 7). Lucia e Alcindo (Eq. 1) e mais uma equipe de retaguarda que preparou o almoço. As palestras foram de Pe. Ivan e Pe. Pedro que falaram aos 64 jovens participantes sobre ·o Jovem no Mundo de Hoje" e "Via Sacra do Amor" respectivamente. A missa de encerramento contou com a presença dos familiares dos jovens e também de muitos outros equipistas.

Eventos Com imensa alegria os equipistas do Reclfe/PE reuniram-se em 08-12·87 na Capela da Base Aérea para uma tarde de reflexão sobre os estatutos das ENS ao ensejo do quadragésimo ano de sua elaboração. Após duas excelentes palestras proferidas por José Carlos e Marcia (Eq . 4) e Olga/Angelo (Eq . 6) os participantes agruparam-se em vários círculos para troca de idéias sobre assuntos relativos aos Estatutos. Após o intervalo aconteceu a transmissão da responsabilidade da Coordenação para o casal Zélia e Justino (Eq. 5) e também para os novos Casais Res· ponsáveis de várias equipes, num cli ma de muita oração durante a Santa Missa celebrada por Pe. Pedro. Confor·· me exorta o • Nosso Mensagelrq", ·que todos os novos responsáveis estejam conscientes de sua missão evangeliza·· dora e levem o Cristo ao mundo, como fizeram as primeiras comunidades cris· tãs, através do exemplo e do amor. Afinal , também de nós, casais cristãos, depende a transformação deste mundo ".

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (Jo. 16,7-15) Eu vos digo a verdade: é de vosso interesse que eu parta, pois se eu não for, o Paráclito não virá a vós. Quando eu for, enviá-lo-ei a vós, e vindo, ele arguirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento. A respeito do pecado, porque não crêem em mim; a respeito da justiça, porque vou para o Pai e não mais me vereis, a respeito do julgamento, porque o Príncipe deste mundo está julgado. Tenho ainda muito a vos dizer, mas não podeis agora compreender. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. Ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vo-lo disse: ele receberá do que é meu e vos anunciará.

ORAÇÃO LITúRGICA Antífona: O Senhor se elevou à vista deles e uma nuvem o acolheu na glória eterna. Aleluia! Esperando com ansia por todos, hoje o dia sagrado brilhou em que Cristo, esperança do mundo Deus e Homem, ao céu se elevou.

ô imensa alegria de todos, quando o filho que a Virgem gerou logo após o flagelo e a cruz à direita do Pai se sentou.

Triunfou sobre o príncipe do mundo, vencedor num combate gigante, e apresenta a Deus Pai, no seu rosto, toda a glória da carne triunfante.

Demos graças a tal defensor que nos salva, que vida nos deu, e consigo no céu faz sentar-se nosso corpo no trono de Deus.

Dos fiéis ele é a esperança numa nuvem de luz elevado, e de novo abre aos homens o céu que seus pais lhes haviam fechado.

Com aqueles que habitam o céu partilhamos tão grande alegria. Cristo a eles se deu para sempre, mas conosco estará cada dia.

Cristo, agora elevado às alturas, nossa mente convosco elevai, e, do alto, enviai-nos depressa vosso Espírito, o Espírito do Pai. Antífona: O Senhor se elevou à vista deles, e uma nuvem o acolheu na glória eterna. Aleluia! (Oração da manhã -

Ascenção do Senhor Liturgia das Horas)


Um momento com a equipe da Carta Mensal ..... ... .. .. . ... . . Pe. Bernard Ollvier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

Carta da Equipe Responsável Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

Editorial -

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

A Encíclica da solidariedade entre os povos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9

Como entendemos a Escuta da Palavra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

11

Crisma e Familia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13

Maria e o Espírito Santo . ..... .. : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15

A Palavra do Papa ............. ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Pastoral Familiar no Brasil:

17

Propostas preliminares para estudo e discussão . . . . . . . . . . . .

18

Como vejo o Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Oração de uma Mie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

Entrevista -

Região Paraná . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . .

23

Conversa de pai para filho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

26

Aperto de mão -

Michel Quoist . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

27

O Secretariado das E.N.S. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

28

Concurso de Ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

30

Reportagem -

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31

Meditando em equipe . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 Rua João Adolfo , 118 · 9' · cj. 901 · Tel. 34 8833 São Paulo · SP


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