ENS - Carta Mensal 1988-2 - Abril

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MAGNIF I CAT

-oOoOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E A PARTILHA

-o OoVOCAÇAO DAS ENS NA IGREJA E NO MUNDO, NA ATUALIDADE E NA FI.DELIDADE ÀS ORIGENS


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL O tempo litúrgico da Páscoa é um tempo de grande alegria. Também nós, através da Carta Mensal, queremos celebrá-lo com vocês. E celebrá-lo por meio de dois temas básicos, que vocês encontrarão permeando todo este número de abril: por um lado, que a morte, para nós, cristãos, tem o exultante sentido da Ressurreição; por outro, que nossa imensa alegria nos vem concretizada pela graça canalizada por meio do Sacramento da Reconciliação. A Palavra do Papa (pág. 5) e do apóstolo Paulo (pág. 33). mostram bem a íntima relação que existe entre estes dois temas. E mais perto de nós, a ECIR (pág. 8), um Conselheiro Espiritual (pág. 13) e vários casais equipistas (págs. 18 a 20) também nos falam sobre os diversos aspectos da significação da Ressurreição em nossa vida. A Campanha da Fraternidade, sobre cujo tema refletimos durante a Quaresma, apenas começa. Trata-se agora de passarmos a vivenciar o fruto de nossas reflexões. ~ o que nos quer transmitir o trecho de uma homelia de O. José Maria Pires, à página 14, e também o texto sobre Maria, nossa Mãe, à página 16. Este último se incorpora também à reflexão que todos estamos fazendo sobre o Magnificat (v. pág. 26), na dupla celebração do Ano Mariano e dos 40 anos de nossos Estatutos. Essas reflexões não podem deixar de suscitar muitas interrogações, em nossas equipes, sobre a vocação e a missão de nosso Movimento. Toda a inquietante realidade que nos cerca - apontada por nossos Pastores à página 10 - nos leva a nos questionarmos a este respeito. O Editorial desta Carta, à página 2, quer nos ajudar a caminhar nesta busca. -oCoVocês encontrarão, junto com esta Carta, uma folha de pesquisa. !: preocupação constante da Equipe da Carta Mensal colocarse ao serviço dos irmãos equipistas, através deste importante meio de comunicação que nos é dado. Para podermos servir, precisamos conhecer nossos leitores, suas idéias, suas críticas, suas sugestões. Só podemos realizar isto, se vocês nos ajudarem. Esperamos, sinceramente, ser inundados com as respostas dos 5.495 casais equipistas e dos 645 Conselheiros Espirituais que atualmente compõem o nosso Movimento no Brasil. Contamos int_egralmente com todos. Em Cristo, A EQUIPE DA CARTA MENSAL -1-


EDITORIAL

VOCAÇÃO E MISSÃO DAS ENS Na caminhada das equipes, muito se tem refletido e falado sobre a missão, que nos compete realizar, como membros de um movimento de Igreja, na fidelidade ao carisma fundador. Voltamos ao assunto por entendermos ser necessário que algumas idéias fiquem bem claras. Em uma palestra que Pe. Cafíarel proferiu, aos casais responsáveis regionais da Europa, em maio do ano passado, sobre o carisma fundador das ENS ele faz a pergunta: "O que se deve entender por carisma fundador?" Vamos partir aqui dessa pergunta e da resposta que ele mesmo dá: "Ê uma inspiração do Espírito Santo, que será como um dinamismo que há de conduzir o movimento e lhe permitirá cumprir a sua missão."

Cremos poder dividir esta afirmação em duas partes: 1. A inspiração do Espírito Santo, dinamismo para o movimento; 2. A missão que o mesmo dinamismo permite cumprir. Ou seja, respectivamente, a vocação e a missão das Equipes de Nossa Senhora. Vamos refletir um pouco sobre cada uma. 1. A Vocação

A vocação das Equipes de Nossa Senhora é ajudar os casais a se santificarem, ou seja, a viver cristãmente as realidades conjugais e familiares, ou melhor ainda, a viver, no estado de casados, todas as exigências da vida cristã. Uma pergunta que surge aqui: -Quem ajuda quem? O movimento não é dividido em dois grupos - o dos que ajudam e dos que são ajudados. Todos tem a oportunidade de ajudar e de serem ajudados. Afinal quem constitui o movimento? Os casais e os Conselheiros Espirituais. Está certo que alguns tem sido chamados a dedicar maior esforço e mais tempo em função dessa ajuda, durante um determinado período. Mas essa ajuda se concretiza mesmo entre os· membros do casal, na medida em que compreendem o espírito e se empenham, no dia a dia, na vivência dos pontos concretos de esforço, em que ouvem e

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meditam a Palavra de Deus juntos, em que partilham um ao outro as revelações que Deus lhes faz através dessa escuta, em que buscam juntos, apoiando-se mutuamente, a viver conforme a Vontade de Deus a eles manifestada. Essa ajuda se concretiza ainda na equipe, na medida em que cada casal leva a sério a reunião, preparando-se com empenho para a mesma; na medida em que há um verdadeiro espírito de busca da verdade para a vida na Escuta da Palavra, na oração em comum, na reflexão do tema, na partilha e na co-participação. Enfim, essa ajuda se concretiza na equipe, no Setor, desde que haja espírito de comunhão e participação. Tem-se ouvido de alguns (poucos felizmente), a propósito desse esforço por uma maior inserção que se tem feito, que se está descaracterizando o movimento (que é um movimento de espiritualidade!). Não é verdade. Pertencer a um movimento de espiritualidade não significa viver uma espiritualidade desencarnada, descompromissada com a caminhada do Povo de Deus. Reflitamos se os que estão realmente descaracterizando o movimento não são aqueles que não se esforçam por compreender e viver o espírito do que é proposto pelas equipes para o nosso aperfeiçoamento cristão, para a nossa conversão. A vocação do movimento é, pois, dar condições para a realização da vocação à qual Deus chama cada casal - viver integralmente o seu cristianismo, através do casamento. 2. A Missão B Pe. Caffarel quem afirma:

"As Equipes de Nossa Senhora têm uma vocação. Mas têm também uma missão na Igreja. E necessário manter incessantemente estes dois aspectos: Vocação e Missão ". A primeira missão das equipes (ou seja, dos casais que as compõem) , é voltada para o casamento, para o casal, para a família. Mas as Equipes de Nossa Senhora vivem no tempo e no espaço e os desafios enfrentados pelo casal, pela família, ontem, não são os mesmos de hoje. (O próprio conceito de família não é o mesmo). Aqueles desafios de ontem exigiam um tipo de resposta. Os de hoje exigem outro tipo. E, se a nossa espiritualidade não nos impulsionar para a busca dessas respostas, será uma espiritualidade desencarnada; não será uma verdadeira espiritualidade e sim m,ero espiritualismo. O movimento nos orienta para essa busca de respostas na medida em que procura andar de acordo com os passos das dioceses e da própria Igreja do Brasil.

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O movimento como tal não impõe uma ação determinada, pois respeita a índole, os carismas, os talentos de cada pessoa. Por isso, embora a espiritualidade seja conjugal, cada membro do casal pode "dar existência" a sua espiritualidade de forma diferente conforme os .seus carismas. Mas, a atuação de um dos cônjuges não deixa de ser do casal, pois é a espiritualidade vivida por ambos que serve de suporte para a mesma atuação. Por outro lado, os setores devem encontrar formas de favorecer a atuação dos casais, principalmente pela sintonia com as pastorais da Igreja locàl. Enfim, esperamos que este editorial sirva de ponto de apoio para uma reflexão, por parte de cada um, sobre sua vóCação e sua missão como membro das ENS e da Igreja. Cidinha e Igar

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Duas notícias de grande importância para as ENS do Brasil: • Em sua edição de 7 de fevereiro de 1988, o Osservatore Romano traz a informação de que lgar e Maria Aparecida Fehr - nossos queridos Igar e Cidinha, casal responsável por nossa Equipe de Coordenação Inter-Regional, ECIR - foram nomeados, em 29 de janeiro, pelo Santo Padre, membros do Pontifício Conselho para a Família. Nossas orações os acompanham em mais esta missão, de imenso significado para todas as famílias brasileiras. • O Diário Oficial da União, de 17 de fevereiro de 1988, publicou o Decreto n. 0 95.731, declarando de Utilidade Pública o Movimento das Equipés de Nossa Senhora.

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A PALAVRA DO PAPA

CONFIAMO-NOS A UM DEUS QUE AMA E PERDOA Da homilia pronunciada pelo PAPA na cidade de SAN ANTONIO (Texas, E.U.A., SET/ 87) destacamos o trecho abaixo transcrito.

( .. . ) Na Eucaristia, a nossa vida é tocada pela radical vit6rià de Cristo sobre o pecado - pecado que é a morte da alma, e - em definitivo- é a razão da morte do corpo. "Porque para este fim é que Cristo morreu e ressuscitou : para ser Senhor dos mortos e dos vivos" (cf. Rom. 14, 9) - para poder dar a vida de novo àqueles que estão mortos no pecado ou por causa do pecado. E, por isso, a Eucaristia inicia com o rito penitenciai. Confessamos os nossos pecados para obter perdão por meio da Cruz de Cristo, e assim termos part~ na sua Ressurreição dos mortos. Mas se a nossa consciência nos censura um pecado mortal, a nossa participação na Missa só poderá ser plenamente frutuosa, se antes tiver· mos recebido a absolvição no Sacramento da Penitência. O ministério da reconciliação é uma parte fundamental da vida e da missão da Igreja. Sem desprezar nenhum dos múltiplos ·modos pelos quais a vitória de Cristo sobre o pecado se torna uma realidade na vida da Igreja e do mundo, considero importante ressaltar que, sobretudo no Sacramento do perdão e da reconciliação, o poder do sangue redentor de Cristo se torna operante na nossa vida pessoal. Em diversas partes do mundo existe uma grande negligência do Sacramento da Penitência. Isto está às vezes ligado a um obscurecimento da consciência religiosa e moral, a uma perda do sentido do pecado, ou a uma falta de adequada instrução sobre a importância deste Sacramento na vida da Igreja de Cristo. Às vezes, a negligência ocorre porque não encaramos com seriedade a nossa falta de amor e de justiça, e a correspondente oferta da misericordiosa reconciliação de Deus. Por vezes, existe ' uma hesitação ou recusa em aceitar, de modo maduro e responsável, as conseqüências das objetivas verdades da fé. Por estes motivos, é necessário sublinhar, uma vez mais que "quanto à substância do Sacramento, permaneceu sempre sólida e imutável, na consciência da Igreja, a certeza de que, por vontade de Cristo, o perdão

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é oferecido a cada um por meio da aosolvição sacramental dada pelos ministros da Penitência" (Reconciliatio et Paenitentia, 30). Peço de novo, a todos os meus Irmãos bispos e sacerdotes, que façam todo o possível para que a administração deste Sacrarp.ento assuma um aspecto primordial do seu serviço ao Povo de Deus. Nada pode substituir os meios da graça que Cristo mesmo colocou em nossas mãos. O Concílió Vaticano 11 nunca pretendeu que este Sacramento da Penitência fosse praticado com menos freqüência; o que o Concílio ·pede expressamente é que o fiel possa com mais facilidade compreender os sinais sacramentais, e com maior zelo e freqüência encontre alimento nos Sacramentos (cf. Sacrosanctum Concilium, 9). E, justamente porque o pecado afeta profundamente a consciência individual, devemos entender por que a absolvição dos pecados deve ser individual e não coletiva, exceto em circunstâncias extraordinárias e aprovadas pela Igreja. Peço-vos, caros Irmãos e Irmãs católicos, que não considereis a Confissão como uma simples tentativa de libertação psicológica ainda que isto seja legítimo-- mas como um Sacramento, um ato litúrgico. A Confissão é um ato de honestidade e de coragem; um ato de confiança de nós mesmos, para além do pecado, na misericórdia de um Deus que ama e perdoa. É um ato do filho pródigo que retoma a seu Pai e é acolhido por Ele com o ósculo da paz. É fácil, portanto, compreender por que "todos os confessionários são um espaço privilegiado e abençoado, do qual, uma vez eliminadas as divisões, surge, novo e incontaminado, um homem reconciliado - um mundo reconciliado!" (Reconciliatio et Paenitentia, 31, V; cf. 111). O potencial de uma autêntica e vibrante renovação da inteira lgreia católica, por meio de um uso mais fiel do Sacramento da Penitência, é incomensurável. Ele deriva diretamente do amoroso coração do própriq Deus! Esta é uma certeza de fé, que ofereço a cada um de vós e à Igreja inteira. Aqueles que tem estado afastados do Sacramento da Reconciliação e do amor misericordioso, faço este apelo: Retornai à fonte da graça; não tenhais medo! Cristo mesmo está à espera de vós. Ele vos curará, e vós estareis em paz com Deus! A todos os jovens da Igreja, faço um particular convite a receberem o perdão de Cristo e a sua força no Sacramento da Penitência. É um sinal de grandeza ser capaz de dizer: cometi um erro; pequei Pai, eu Vos ofendi, meu Deus; desculpai-me; peço-vos perdão; tentarei ainda, porque tenho confiança na vossa força e acredito no vosso amor. E sei que o poder do Mistério Pascal do vosso Filho - a Morte e Ressurreição de nosso S~nhor Jesus Cristo - é maior do que as minhas ~6-


fraquezas e do que todos os pecados do mundo. Irei e confessarei os meus pecados e serei curado, e viverei no Vosso amor! Em Jesus Cristo o mundo de fato conheceu o mistério do perdão, da misericórdia e da reconciliação, o qual é proclamado pela palavra de Deus. Ao mesmo tempo, a inexaurível misericórdia de Deus para conosco obriga-nos a reconciliar-nos reciprocamente. A liturgia de hoje ajuda-nos a refletir profundamente sobre a vida e a morte, na vitória da vida sobre a morte. Nesta terra, no mundo visível da criação, o homem existe "para a morte"; mas, em Cristo, ele é chamado à comunhão com Deus, com o Deus vivo que "dá a vida". Ele til chamado a esta comunhão, precisamente por meio da morte de Cristo a morte que "dá a vida". Hoje, no mundo inteiro, inúmeras pessoas - pessoas de muitos países e continentes, de muitas línguas e raças, compartilham de modo sacramental da morte de Cristo. Nós caminhamos juntamente com elas para o cumprimento do Mistério Pascal da vida. Caminhamos, conscientes de sermos pecadores, conscientes de sermos mortais. Mas caminhamos na esperança, em união com o Sacrifício de Cristo, mediante a comunhão eucarística com Ele e com amor recíproco. Nós vivemos para o Senhor! Morremos para o Senhor! Pertencemos ao Senhor! Vinde, Senhor Jesus! (cf. Apoc. 22, 20). Amém.

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A EC/R CONVERSA COM VOCES

No momento litúrgico em que encontramos o Cristo encerrando sua missão terrena e encaminhando-se para a glória na ressurreição, sua última oração chamada oração sacerdotal adquire uma força imensa. Nela Cristo coloca em palavras todo o significado de sua vida, morte e ressurreição - restabelecer o diálogo entre Deus e a Humanidade e permitir que os homens conheçam a verdade. " Pai chegou a hora, glorifica o teu Filho, para que teu Filho te glorifique a ti; e pelo poder que lhe deste sobre toda a criatura, dê a vida eterna a todos os que lhe deste" (João, 17, 1 e 2). É pelo Cristo que nos chega a ressurreição que Ele mesmo explica: '.'Ora a vida eterna é esta: Que te conheçam a ti como um só Deus · verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João, 17, 3) . Ele é nosso mediador e por nós roga ao Pai. " É por eles que eu rogo; Dei-lhes a tua palavra, o mundo os odiou, porque não são do mundo como também eu não sou do mundo. Não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do mal. Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo" (João 17, 14 a 19). Delineia-se assim a forma e o caráter daquele que segue a Cristo e almeja a vida eterna: estar no mundo sem ser do mundo e saber-se enviado; conviver com o mundo mas pedir a Deus que nos "guarde do mal" de aderirmos ao mundo cujos critérios e valores diferem da justiça, do amor e da verdade. Para enfrentarmos esse desafio na busca constante de coerência, precisamos mais do que nunca, do amor exigente de nossa equipe que nos aJertará a cada vez que nos deixarmos levar pela tentação de fazermos concessões, pela tentação de invertermos nossa escala de valores e adaptarmos a verdade da Palavra à " verdade" que nos interessa. Precisamos do apoio de nossa equipe para termos a coragem, a força de nos colocarmos contra a maré. A co-participação em nossas reuniões de equipe é o momento propício para confrontarmos nossa vida com a Palavra de Deus sob a sabedoria do Espírito Santo que se manifestará na soma das vozes dos nossos irmãos. É a oportunidade de trazermos a realidade do mundo para dentro

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da equipe e descobrirmos como agir para iluminar e transformar essa mesma realidade na direção da construção do Reino de Deus. "Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que hão de crer em mim por meio da sua palavra; para que sejam um, como tu, Pai, o és em mim, e eu em ti, para que também eles sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste" (João 17, 20 e 21). Beth e Rômolo

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NOT(CIAS BREVES • Acaba de ser publicado pelas Edições Loyola o livro "O Sínodo e os Leigos", organizado pelo Pe. José Ernanne Pinheiro e o Setor Leigos da CNBB, divulgando a leitura do último Sínodo, feita pelos Bispos, Assessores e Leigos que dele participaram . Os aspectos trazidos por este volume de 144 páginas podem constituir-se em excelentes subsídios para reflexões em nossas reuniões de equipe. • Um Curso de Liturgia por Correspondência, que é ao mesmo tempo "Curso de Espiritualldade", está sendo lançado por Dom Estêvão Bittencourt, tratando de Jesus Cristo, Igreja, Sacramentos, Ano Litúrgico, Ofício Divino e outros assuntos , de grande interesse para os equipistas, sempre preocupados com sua formação religiosa. Inscrições e outras informações, na Escola Mater Ecclesiae, Rua Benjamin Constant, 23, 3.0 andar, C. P. 1362, CEP 20241, Rio de Janeiro, RJ; telefone: (021) 291-3132, ramal 314. • Recebemos de O. José Newton, Arcebispo Castrense do Brasil, uma análise do livro "Aborto, o direito do nascituro à vida", obra coletiva de quatro médicos e professores de medicina, laureado pela Academia Nacional de Medicina. A análise de O. José Newton cita um comentário de Dom João Evangelista Enout, segundo o qual o livro • merece elogios pela abordagem do problema em muitos dos seus complexos aspectos, como o aspecto médico, o jurídico, o legislativo, com passagens pelo aspecto religioso e humano e ainda pelo da proteção à família e à paternidade responsável" (Editora Agir, Rio).

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A PALAVRA DOS NOSSOS PASTORES

Reproduzimos aqui na Integra a nota divulgada pela CNBB, em 30 de janeiro de 1988, sobre a situação do pais.

URG~NCIA DE GRANDES DECISOES Estamos nos aproximando do prazo fatal para a definição dos destinos da nação. Tudo depende das decisões que devem ser tomadas agora, no grave momento que atravessamos, porque amanhã será tarde demais. Não há mais tempo para ilusões. ~ preciso enfrentar a realidade . Convivendo com o povo, em todos os seus estratos e segmentos, a Igreja tem uma visão desta realidade que nos leva, por dever pastoral, a alertar toda a sociedade sobre a seriedade da crise que nos envõlve. A situação social vem se deteriorando em ritmo acelerado, empurrando para uma crescente marginalização a grande maioria humilhada do povo. O sentimento nacional é de frustração. Foram frustradas as esperanças que nasceram com o fim do ciclo militar, com a inauguração da transição democrática e com os planos de superação não inflacionária da recessão e do desemprego. A inflação não foi reduzida e ameaça escapar do controle. Caíram os investimentos produtivos e aumentou a especulação financeira. O desemprego não diminuiu e os salários reais se aviltaram. As categorias profissionais mais organizadas tentam defender-se, conseguindo vantagens que são logo repassadas às tarifas e aos preços, recaindo sobre o povo indefeso. O senso moral e a consciência da responsabilidade cívica estão alarmantemente desgastados. A corrupção continua impune e protegida por uma tolerância que chega às raias da conivência . Como essa deterioração vem do alto, ela permeia toda a sociedade . Na falta de um gesto realmente significativo que demonstre ao povo não haver pacto possível com a corrupção, cai-se num imobilismo, com a degradação do senso de dignidade nacional e da capacidade de indignação ética. ~ da frustração coletiva que se alimenta a cólera do povo. E não nos iludamos, a insatisfação popular poderá explodir e assumir · .proporções convulsionais de conseqüências catastróficas.

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Não julgamos das intenções dos responsáveis pelo destino da nação. Não subestimamos o peso das responsabilidades que eles enfrentam. Externamente, credores exigem o pagamento de dívidas unilateralmente majoradas. Internamente, pressões dos grandes interesses econômicos, clientelísticos e corporativos bloqueiam as políticas de combate à recessão, à inflação, bem como impedem a superação da dívida interna e da enorme dívida social. A gravidade da situação torna intolerável a distância entre a retórica e os fatos. O povo se sente traído. Estamos correndo o gravíssimo risco de fazer abortar as imensas esperanças depositadas na transição democrática. A sociedade, - insuficiente e mesmo, por vezes, tendenciosamente informada - tem a impressão de que se faz a Constituição de costas para ela e receia que tenham sido inúteis seus esforços de apresentação de sugestões, de participação em audiências nas subcomissões, de assinaturas e defesa de emendas populares. De fato, lobbies poderosos tentam fazer prevalecer seus interesses sobre os interesses do país. Criou-se um clima em que a compra de votos e a ameaça de perda de cargos e mordomias servem a um fisiologismo político que perdeu o decoro e deve ser repudiado por todas as formas e com a maior veemência. Urge, portanto, apoiar toda medida sincera e eficaz que possa recuperar credibilidades fortemente desgastadas. Contra a desesperança, entretanto, ainda é preciso e possível esperar. Existem reservas morais intactas num povo majoritariamente cristão, cuja Constituição já está colocada sob a proteção de Deus. Entretanto, sem a recuperação de padrões morais e éticos, nenhum plano, nenhuma política, nenhuma Constituição terá forças para garantir ao Brasil o destino que ele merece. Temos que saudar, com alegria, a adoção do princípio de participação popular na ordenação da vida política do país e das instituições nacionais, no primeiro artigo da nova Constituição votado pelo Plenário da Assembléia Nacional Constituinte, atendendo as aspirações expressas nas emendas populares. Resta, ainda, assegurar a incorporação dos instrumentos que viabilizem essa participação, tal como estavam contidos no projeto aprovado pela Comissão de Sistematização, permitindo ao povo participar diretamente das decisões que respondem aos seus anseios e promovem seus legítimos direitos. Foi sob a alegação de um princípio majoritário que recentemente se fizeram mudanças regimentais. Essas mudanças podem, no entanto, retardar intoleravelmente a promulgação da Carta Magna e fazer desaparecer avanços importantes, fruto de um amplo e maduro entendimento entre as forças políticas mais sensíveis às aspirações das verdadeiras maiorias nacionais e de um inédito e -

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fecundo processo de participação da sociedade na elaboração constitucional. t preciso que este esforço de entendimento se mantenha à altura do momento constituinte, sem confundir-se com conchavos que resultariam em inaceitável retrocesso. Os capítulos da nova Constituição - dos Direitos Individuais à Ordem Econômica e Social e até as Disposições Transitórias - não podem ser o resultado de barganhas imediatistas e conjunturais, mas devem levar em conta o clamor do povo por reformas e mudanças profundas. Só assim a Constituição traduzirá um pacto da nação com seu futuro. A questão do sistema de governo deve ser tratada com a maior responsabilidade , buscando soluções menos frágeis e menos permeáveis às crises que ameaçam a normalidade de nossas instituições democráticas. A duranção do mandato presidencial e a fixação de datas para as próximas eleições, não podem ser tratadas sem levar em conta os anseios do povo por decisões que marquem o fim de uma transição e a legítima inauguração de uma nova etapa da vida nacional. A Presidência da CNBB apela para a responsabilidade de todos os cristãos na hora que estamos vivendo e sugere que as Dioceses do Brasil divulguem amplamente o presente texto, para que os eleitores conscientes tenham ainda tempo de faze r valer suas aspirações junto aos Constituintes que os representam. Que Deus proteja o Brasil. Brasília, 30 de janeiro de 1988. Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB;- Paulo Eduardo Andrade Ponte, Vice-Presidente da CNBB;- Antônio Celso de Queiroz, Secretário Geral da CNBB .

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Trinta e três sacerdotes e três bispos brasileiros participaram , entre 15 e 22 de janeiro , de uma semana de experiência mariana em Medjugorje, na Iugoslávia. Em suas palavras de agradecimento à Paróquia de Medjugorje, D. Murilo Krieger, Bispo Auxiliar de Florianópolis , destacou, entre as riquezas trazidas por aquela " Escola de Maria " aos participantes , ·os encontros com os jovens da Comunidade, que nos deram belíssimas lições do Evangelho e o testemunho de fé , de amor e de devoção mariana dada pelos paroquianos e pelos padres " .

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MOTIVOS O ser humano, no dinamismo que lhe é peculiar, é "movido" para a ação. Motivos podem ser idéias, interesses, instintos etc. Para o homem e mulher que tem fé acontece a mesma coisa. O que move o cristão que vive a profundidade do seu batismo e constrói a sua verdadeira identidade? Ele é uma presença no mundo aparentemente igual à dos outros mas, na realidade, totalmente diferente, seja pelos motivos que o animam, seja pelas suas realizações no cotidiano. O cristão é movido por um fato: o Cristo morto e ressuscitado, que o incorpora no Seu dinamismo, o envolve na Sua personalidade, tornando-o um homem novo, para que o mundo também se faça novo. Entretanto, é muito fácil hoje para o Cristão se apegar às ideologias que, atraentes, se apresentam com todos os requisitos necessários para mudar o mundo. A história nos ensina, porém, que as ideologias passam, se desmoronam, se suplantam umas às outras, não sendo capazes de sustentar o homem durante longo tempo. A ideologia pura e simples, qualquer que seja ela, não tem poder, é um ser efêmero. Aquilo que ontem era "pensado" como valor absoluto e capaz de uma revolução total, hoje não tem mais força própria e por isso acaba gerando o desânimo, a perda da esperança e, em muitos casos, a entrega às ideologias mais conformistas. O cristão, para viver sua identidade, não se liga às ideologias perecíveis, mas a Cristo, encarado não como uma "idéia" capaz de produzir frutos ao longo do tempo, mas como um "fato", uma presença viva na vida concreta do homem que se dispõe, com sua liberdade, ao influxo do dinamismo de Deus em Cristo, para uma mudança a nível pessoal e, conseqüentemente, nas estruturas da sociedade. O cristão que não vive concretamente este fato, que não experimenta a força transcendente Dele, encontra-se costantemente no meio de uma tempestade. Aquele que, ao invés, põe sua irrestrita confiança em Cristo e por isso vive de Sua energia, de Sua vida, sabe julgar as ideologias e se colocar dentro delas nos aspectos mais consoantes com sua fé, imprimindo-lhes uma força transcendente. Dessa forma contribui para um mundo novo, que não é projeto de homens, e sim de Deus, através dos homens. O cristão que vive nesta dimensão não se submete totalmente às ideologias, porque nelas depõe suas esperanças apenas na medida em que sejam indicação dada por Deus para a realização do Seu projeto. Nossa esperança deve ser colocada fundamentalmente em Deus, no seu projeto. As ideologias podem dar algumas indicações mas nunca o Cristianismo vivido se reduz a qualquer delas. Pe. Luigi Valentini (CE Setor B- Região Sul I - São Paulo) -13-


O SANGUE DOS MÁRTIRES A Campanha da Fraternidade insere-se no permanente esforço para nossa conversão , para uma mudança efetiva de nossas atitudes de vida. A Semana Santa não é o · ponto de chegada " da C.F.; é o momento de passar a t raduzir em nossa vida o fruto de nossas reflexões .

• Chegou o tempo de tanto sangue ser semente, de tanta semente germinar. Está sendo longa a espera, meus irmãos . Da morte de Zumbi até nós, são decorridos três séculos . Mas a terra conservou o sangue dos

mártires. Este sangue fala, clama e seu clamor começa a ser ouvido. Primeiro por nós, negros , que estamos recuperando a nossa identidade e começamos a nos orgulhar do que somos e do· que foram nossos

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antepassados. A sociedade também escuta esse clamor. Muitos do seio dela nos apoiam e se colocam ao nosso lado para caminharmos juntos. A viagem é longa e penosa. Quase tudo está por fazer. O negro continua marginalizado. Não axiste em grau de embaixador, em posto de general, em função do Ministério do Estado. Na própria Igreja, são tão poucas as exceções que não abalam a tranqüilidade do preconceito racial. Tomar consciência do problema do negro que gostaria de ser, ou ao menos parecer branco, de brancos que negam que haja racismo no Brasil, já é passo importante nessa caminhada. Na Eucaristia que celebramos, negros e brancos se encontram, não como escravos e senhores, mas feitos irmãos no mesmo Cristo que a todos resgatou da escravidão do pecado.

Aqui, descendentes dos que humilharam nossos pais. se humilharam e pedem perdão enquanto nós, acolhendo-os no abraço da paz, renunciamos a todo tipo de revanchismo e protestamos não admir que ódio e violência se instalem em nossos corações. Que tudo isso que estamos celebrando, impregne nossas vidas e invada as relações sociais para que de verdade, se realize hoje o que, nos tempos de Paulo, já começava a ser a maneira de viver dos discípulos de Cristo: "Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gal. 3, 20). De uma homilia de Dom José Maria Pires

(Recife 22·11·1981)

-o OoRecebemos, do casal Regi.na e Reinaldo, da Equipe 9 de Ribeirão Preto, a seguinte mensagem: De Ribeirão Preto -

Urgente.

Irmãos na alegria e na dor! . . . Estamos num momento de dor e tentamos enfrentar esse desafio: a doença de João Pacheco. E~tamos

em forte corrente de orações, que poderá ser fortalecida. Além a situação é crítica no aspecto econômico devido aos gastos com medicamentos e manutenção da família (esposa e três filhos pequenos), visto que, mesmo sendo médico, não pode trabalhar. Nossa equipe procura, em clima de oração e de assembléia permanente, promover meios de resolver os problemas que vão surgindo. Contando com o espírito de fraternidade de cada casal, estamos solicitando doações, através de depósito em qualquer banco para a conta 019-9206829-4, Banespa Centro , Ribeirão Preto. Obrigado!

dis~o ,

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MÃE DE TODOS OS HOMENS O presente que o amigo nos deixa no momento da morte, torna-se coisa sagrada. Compromisso. Guardado com carinho sem tamanho. Jesus Cristo, o Amigo, o Irmão universal, na hora da morte, viu lá embaixo da Cruz a sua Mãe e com ela o amigo do peito, João. Ainda achou fôlego para exclamar: Mulher, eis aí o teu filho. E a ele: Eis aí a tua mãe. A partir dessa hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. (Jo. 19, 26-27) Maria de Nazaré se torna assim mãe universal, a mãe de todos os homens. Em Cristo, no seu Filho, ela amou todos nós. Não foi mãe possessiva. Ofereceu o Filho ao Pai e aos homens. Gerou-nos a todos, no sofrimento. Ela vê em cada um de nós a fotografia de seu Filho. Maria é como as mães de todo o mundo, ama todos ·os filhos, mas tem uma predileção particular para o filho que nasceu deformado, para aquele que por causa da bebida cometeu um crime, para aquele que perdeu a riqueza, por incompetência, para os filhos revoltados que abandonam a família-Igreja, para aqueles que por motivos teológicos não conseguem reconhecê-la mãe dos homens, para os que caem debaixo do peso dos pecados, pelos marginalizados, os que passam fome, pelos filhos desgraçados, degredados. O amor de mãe não tem lógica. Os filhos mais queridos são os que na vida não tiveram sorte. Ela assumiu o homem, confundiu-se com seu povo. E o povo a quer como ela é. Como ele é. Ela é de todos. -16-


No Oriente tem olhos de amêndoa. É Maria da África, da libertação.

Na índia, de olhos cobertos. Na América Latina, em busca de um caminho: É Maria do Brasil, queimado de seca, faminto de esperança,

grandioso. Maria das cidades, onde tudo é grande. Maria do escravo importado, para cortar a cana do patrão. Maria de todos nós. Maria sem fronteiras. Sem nacionalidade. Sem racismo. Patrimônio universal. Onde há busca de liberdade. Onde há grandeza do perdão para quem persegue. Onde há fracassos que pedem delicadeza. Onde há corações. Ela não ficará sem uma casa. Viveu na casa de João. Vive na casa bonita. Vive na favela, casa de quem nada tem. Ela olha a hospitalidade do coração. Ela mora em cada pessoa que procura um lugar para passar a noite, em cada pessoa que nos procura para pedir um favor. Mais que nos santuários, nas imagens. Sabe onde mora Maria? o endereço? Nome: Casa: Rua: Cidade: Estado: Nação:

Maria de Nazaré O coração, a vida Rua de todos os homens Sofrimento na busca do bem Construção do Reino de Deus O mundo de hoje - semente de amanhã Patrício Sciadini (do livro "Maria de todos nós")

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PÁSCOA- NOVA VU>A A força de transformação do mundo vem de uma única fonte: Jesus Cristo. Somente ele, somente o cristianismo forte na fraternidade, como o dos primeiros tempos da Igreja, poderá modificar a sociedade, implantando a justiça e o amor. Somente a lei de Cristo será capaz de transformar as estruturas básicas de sistemas corruptos, como o Império Romano nos tempos de Cristo e os impérios modernos de nosso tempo. O respeito pela pessoa; a busca de igualdade, o acolhimento do pobre, do marginalizado, como seres humanos iguais a todos, são gestos vividos somente por pessoas cujos valores não estão na riqueza e no poder, mas na fraternidade e na partilha. "Ele está vivo no meio de nós". Porque essa presença de Jesus Cristo está amortecida no coração da humanidade é que a violência aumenta, a injustiça é institucionalizada, os índios dizimados, os países ricos oprimem os mais pobres. "Cristo está vivo no meio de nós". 1!. esse o apelo da Páscoa. Apelo forte para o momento histórico da humanidade, quando a vida é tolhida sem a menor complacência, quando o homem já não percebe mais o fermento novo do Evangelho de Cristo que penetra em todas as estruturas da sociedade e questiona as suas leis injustas. Talvez muitos dos que levam o nome de cristãos tornaram-se fermento velho demais para conseguir transformar a massa. E não são capazes de ouvir a voz do Ressuscitado que convoca a todos para a fraternidade, para uma vida nova. A todos vocês equipistas, desejamos que celebrem este tempo de Páscoa no seu dia-a-dia, com a Nova Vida que Cristo apresenta e ensina no Evangelho: ser cristão ressuscitado. Soeli e Franklin São Carlos

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O COMPLEXO DE JONAS O Senhor mandou a Jonas que fosse a Nínive, para converte-la. Jonas porém não estava com ânimo para isso e resolveu fugir. Tomou um navio que ia para Társia, mas, no meio da viagem, enquanto ele dormia no porão da nau, sobreveio uma forte tempestada. O mar encrespou-se e ameaçava pôr a embarcação a pique. Para evitar que isso acontecesse, a carga foi alijada e todos os que estavam a bordo clamavam aos seus deuses. E foram despertar Jonas, para que ele fizesse a mesma coisa. Ele porém confessou a sua falta e sugeriu que o lançassem ao mar, para que se aplacasse a ira do Senhor. Vendo que o mar, cada vez mais bravio, não lhes permitia ganhar a costa, fizeram os marinheiros o que o próprio Jonas propusera e jogaram-no na água. Não quis entretanto o Senhor que .ele perecesse e mandou um grande peixe que o enguliu. No ventre do peixe ficou Jonas três dias e três noites, orando ao Senhor. Cumprido esse tempo, o peixe vomitou-o na praia e novamente lh~ ordenou o Senhor que fosse a Nínive pregar. Sentindo que era inútil tentar subtrair-se aos desígnios do Senhor, Jonas obedeceu. Dirigiu-se à cidade, pregou a penitência, e o rei e todo o povo se converteram (Jonas, I a 111). As peripécias de Jonas ilustram muito bem o que sempre aconteceu e continua acontecendo com muitas pessoas. A despeito de suas aptidões, elas parecem ter medo de crescer. Não querem empregar os seus talentos, recalcitram contra o aguilhão e tentam fugir à própria vocação, Poderiam . ser e fazer muito mais do que são e fazem, mas não usam nem desenvolvem as suas potencialidades. Procuram, ao invés, desculpar-se perante os outros e, muito mais, enganar-se a si próprias, com mil e uma razões, que vão da falsa modéstia à falta de tempo, de saúde e de dinheiro, mas que, no fundo, elas mesmas sentem e sabem que não são verdadeiras. Passam a vida atormentadas pelo que alguém chamou o "complexo de Jonas" e muitas vezes chegam a refugiar-se no alcoolismo e no uso de tranqüilizantes, buscando em vão anestesiar-se e calar a voz interior, que lhes relembra sempre a missão traída. Ao revés de alívio, contudo, só encontram mais desassossego e angústia, porque percebem que, palmo a palmo, vão deslizando para o abismo da auto-destruição. -19-


~ óbvio pois que o caminho a seguir deve ser outro. Somos todos chamados a crescer, a realizar algo maior e mais sublime do que o medo e o comodismo nos permitem ousar. Temos que enfrentar desafios, correr riscos, trocar o certo pelo incerto, o familiar pelo desconhecido. Às vezes é preciso até morrer, como morre a semente para germinar, mas não se ·pode reprimir impunemente o sublime que há em nós. ~ inútil tentar, como Jonas, fugir daquilo a que fomos chamados. Se não tivesse

havido a agonia no Horto e a morte no Calvário, não teria havido também a glória da Ressurreição . .. que Jonas prenunciou. Lembremo-nos disso neste tempo de Páscoa. Carmem e Luiz Fabiano Araraquara

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MORTE OU RESSURREIÇÃO Que este artigo seja um exercício de reflexão para nós que escrevemos e para vocês que lêem . .. Estamos imaginando como é -o nosso comportamento no dia-a-dia, na nossa vida . .. os nossos compromissos; esses compromissos tão importantes, tão necessários, tão intransferíveis .. . E acabamos pensando que as pessoas que convivem conosco, que trabalham ao nosso lado, ou simplesmente com as quais cruzamos na rua, não conseguem avaliar as nossas altas responsabilidade, a profundidade desses compromissos e a grande importância deles. Assim, fica a pergunta: e a RESSURREIÇÃO? Somos demasiadamente preocupados com as coisas materiais, tais como os vencimentos , a poupança, as ações à bolsa, as escrituras, as certidões, os diplomas, as posições, os cargos, o supermercado, as lojas, as roupas , as festas, os encontros de negócio, as viagens . .. Não haveria espaço para enumerar tudo!

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Vamos parar para perguntar: e a RESSURREIÇÃO? Normalmente, somos esquecidos com as coisas dos outros, mas temos memória fotográfica com as riossas; menosprezamos fatos e detalhes da vida dos outros . . . Não é preciso repetir quanto aos fatos e detalhes da nossa. Estamos abertos ao diálogo, quando este nos interessa. . . Aqui vale lembrar: e a RESSURREIÇÃO? Sempre batemos no peito dizendo que cumprimos a nossa obrigação. Vamos à missa aos domingos, somos equipístas, rezamos quase que diariamente, conhecemos e convivemos com vários padres e freiras. Às vezes, questionamos sobre dias melhores para todos ... Vamos parar novamente e pensar que a MORTE é certa! Ele não acontece somente para os outros. Acontecerá também para nós ... Refletindo sobre as linhas anteriores, podemos nos perguntar : estamos INVESTINDO na MORTE ou na RESSURREIÇÃO? Teremos desculpas e compromissos para mudar a nosso bel prazer essa realidade? Cristo, Maria, o Espírito Santo, onde estão em nossa vida? Naturalmente é difícil associar tudo isso ... essa realidade e a nossa vida! Poucos são os que têm consciência e verdadeiramente vivem como os GRANDES INVESTIDORES DA RESSURREIÇÃO! Talvez este seja o momento de tentar uma mudança, de tentar melhorar nossa visão acerca dos meios de aperfeiçoamento, das reuniões de equipe, dos retiros . .. , enfim, de prestarmos um pouco mais de atenção nas oportunidades que a vida nos oferece e vivermos um pouco mais intensamente as coisas de Deus. Afinal, a RESSURREIÇÃO está aí para quem a enxerga! Olga e Angelo Recife

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O PEDREIRO, O PINTOR E O PIXADOR Foi difícil fazer aquele muro. O pedreiro levou 11 meses para colocar os tijolos, argamassar e rebocar. O pintor levou mais dois meses para concluir a sua parte. Ao todo, 13 meses de trabalho intenso: 12 horas por dia ... Cinco moleques com uma latinha de spray pixaram-no todinho em apenas 15 minutos. Conclusão: pixar é fácil; qualquer moleque faz. Construir é que é difícil; só quem já construiu alguma coisa sabe o quanto custa e por que construiu daquele jeito e usou aquela cor ... Agora, falemos um pouco da mania de certos "cristãos" de pixar o trabalho e o modo como os outros fazem algum trabalho pastoral. Não são críticos. São pixadores mesmo. Se fossem críticos reconheceriam os elementos positivos do trabalho ao qual fazem alguma ressalva. O que é perfeitamente compreensível e natural, uma vez que ninguém acerta 100% no que diz e no que faz. Mas quando não há nenhum elogio, nenhuma palavra caridosa, nenhum valor a ser ressaltado e tudo o que se ouve é a crítica impiedosa, falsa, às vezes caluniosa e injuriosa, não ao trabalho, mas à pessoa que o fez, então estamos diante de !Jm ato de crueldade, que visa nãó tanto denegrir um trabalho, mas a pessoa. São milhares as pessoas que sofreram e ainda sofrem essa pixação cruel e tendenciosa da parte de irmãos e irmãs que não conseguem distinguir entre obra e autor. Há aqueles que não gostam de algum trabalho e, sem jamais terem ao menos conversado com o autor, agridem-no e o rotulam por todos os lados. Temos o direito de não concordar com a linha pastoral, o modo de agir e de fa lar de nossos irmãos. Mas temos o sagrado dever de distinguir entre a obra e a pessoa. Podemos não gostar de alguma obra do Leonardo, do Basílio, do Paulo, do Zé e da Tereza, e podemos até mesmo achar falhas nos métodos e na comunicação do Vítor, do César, .do Antonio e do Beta, mas não temos o direito de rotular nenhum deles. Cada um tem sua história e cada um sabe por que constrói sua parte do Reino daquela maneira e não à maneira de todos. Há um passado a ser corrigido· em cada erro e um passado a ser aperfeiçoado em cada acerto. Destruir pura e simplesmente a pessoa por que não gosta do que diz ou faz é simplesmente um

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pequeno assassinato; às vezes um grande assassinato, porque alguns, de tão profundamente machucados que ficam, nunca mais fazem nada e se retiram para um silêncio que não é proveitoso para ninguém, nem mesmo aos pixadores e destruidores de pessoas. Na vida, como na Igreja, há pedreiros, rebocadores, pintores e pixadores. O trabalho mais fácil é o de pixar. E é também o mais irresponsável e o menos bonito. A Igreja cresceria muito mais harmoniosa sem esse .tipo de molecagem. Pixação é trabalho de desocupados. Os verdadeiramente ocupados com o Reino criticam, elogiam e ajudam a crescer. Não sujam ninguém. Apenas partilham idéias e preocupações; ouvem, discordam e respeitam. Que se discorde de coração aberto. Que ninguém seja discri· minado e agredido só porque não pensa como o grupo X ou V. Ou nos queremos bem, mesmo discordando, ou nunca seremos Igreja de verdade. Pe. Zezinho (extraído da revista Família Cristã)

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RETIROS Recebemos dos Setores as seguintes programações: 22 a 24 de abril

Brasília

23 e 24 de abril

S. J. do Rio Preto

17 a 19 de junho

Brasília

29 a 31 de julho

Bragança Pta.

19 a 21 de agosto

Brasília

21 a 23 de outubro

Brasília -23-

Col. Sto. André C. de Retiros


O CASAL DE LIGAÇÃO Qual é o sentido cristão de "ligação"? E o que a homilia que segue, pronunciada durante a Missa de encerramento de uma reunião de Casais de Ligação, procura definir.

Acabamos de fazer uma reflexão sobre a ligação. Creio que no decorrer desta Missa, poderemos prolongá-la à luz da Escritura, para melhor entender a ligação como a ligação em Cristo, ou seja uma ligação permeada pelo Espírito de Cristo, enaltecida, embelezada por tudo o que Cristo deposita nela, transformada por ele, habitada por ele. ·O termo "ligação" não se acha explicitamente na Escritura, mas o conceito se encontra muito nitidamente nas epístolas de São Paulo. Este fala de suas preocupações cotidianas, de seu cuidado para com as Igrejas (2 Cor. 11 , 28). Ao escrever aos Tessalonicenses, utiliza três imagens diferentes para mostrar-lhes sua solicitude: "Como a ama que acalenta suas próprias crianças . . . como um pai a seus filhos", e sobretudo " . . . desejaríamos não só dar-vos o Evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida" (1 Tes. 2, 7, 8, 10). Este cuidado é facilmente justificado pelo modo de evangelização de São Paulo. O apóstolo chegava numa cidade, fundava uma comunidade, permanecia alguns meses e partia para outro lugar deixando a responsabilidade pelo grupo aos presbíteros. Muitas vezes, só voltava vários anos depois de sua primeira passagem. O que de mais natural que, durante sua ausência, sua preocupação por seus filhos fosse grande. Longe dos cristãos que ele amava, confidencia-lhes em suas epístolas: " . . . desejo muito vet--vos, para vos comunicar algum dom espiritual que vos fortaleça ; ou melhor, para em vosso meio confirmarmo-nos uns aos outros na profissão da mesma fé , vossa e minha" (Rom. 1, 11). Doação espiritual e consolação: adivinha-se, por trás dessas expressões, a elaboração de sua doutrina sobre o Corpo Místico, sobre a qual ele volta muitas vezes. " Não há senão uin só corpo" (Ef. 4,4). " . .. O corpo todo, coordenado e l!nido por todas as junturas que o alimentam e o acionam segundo a função de cada parte, recebe o crescimento próprio, para a sua edificação no amor" (Ef. 4, 16). -24-


São Paulo quer preservar a unidade das Igrejas e deixa claro que o ~orpo todo cresce em função do que é trazido por cada um. Nenhuma

Igreja independe das demais. Há um intercâmbio entre os membros que favorece o crescimento, cada um participando para o bem de todos. Assim, todos são enxertados no Cristo e Deus dá o crescimento. Devo dizer que nunca, como na preparação desta homelia, notei o quanto Paulo insiste sobre o crescimento dado por Deus e favorecido pelos intercâmbios no interior do corpo, graças ao Espírito "que distribui em particular a cada um como quer" (1 Cor. 12, 11). Dirá em outro lugar, para evocar a idéia de crescimento: "Vós sois o campo de Deus, o edifício de Deus" (1 Cor. 3, 9). Na mesma linha, mas no sentido contrário, São Paulo teme mais que tudo as divisões que lhe são relatadas: "Pela gente de Cloé fui informado de que há contendas entre vós" (1 Cor. 1, 11). Luta contra todas as forças da dispersão. Envia Timóteo, Tito, Epafrodito e outros para restabelecer os vínculos, unir as Igrejas entre si, enxertá-las no Cristo, comunicar-lhes o mesmo Espírito. Tudo isso para que "cresça vossa glória em Jesus Cristo". Encontrase a gratuidade da motivação num de seus conselhos: "Quer coroais, quer bebais ... fazei tudo para a glória de Deus" (1 Cor. 10, 31). Até aqui, falamos de Paulo, mas através dele, facilmente reconhecemos o Cristo falando com seus apóstolos na noite da Quinta-Feira Santa: ''Eu sou a vide, vós, os ramos" (Jo. 15, 5) ... "Sejam um, como nós somos um" (Jo. 17, 11) ... "Amai-vos uns aos outros, nisto conhecerão todos que sois meus discípulos" (Jo. 13, 34-35). Temos aí uma idéia da doação mútua que reina entre cristãos e mais adiante encontramos novamente a noção de crescimento tão cara a São Paulo: "Todo ramo que der fruto, meu Pai o limpará para que produza ainda mais" (Jo. 15, 2). A aplicação de tudo isto ao tema da ligação, de que tratamos hoje, é fácil. As equipes são as Igrejas. A equipe de Setor é como a figura de São Paulo. Os enviados de Paulo são os caasis de ligação. As cartas são os relatórios, e assim por diante. Não precisa detalhar mais. Acabei de descrever-vos a preocupação da equipe de Setor que devemos partilhar; o objetivo da ligação que é a unidade e o crescimento do Movimento no seio da Igreja, tudo para a maior glória de Deus. Amém. (Da Carta Mensal francesa)

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EACREs Os 15 EACREs, realizados nos últimos 5 fins de semana, procuraram animar os CR das 947 equipes, que congregam os 5.495 casais e 645 conselheiros espirituais em todo o Brasil. Que os casais que os escolheram numa reunião em que estavam "reunidos em nome de Cristo" acolham a animação com que voltam e as "orientações" que receberam, as quais nada mais são do que um estímulo e ajuda a cada equipe e a cada casal, que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora procura dar na nossa caminhada para seguir a Jesus Cristo. Nestes EACREs foram entregues, através dos Càsais Responsáveis, a todos os casais e Conselheiros Epirituais dois documentos de muita importância: a) MAGNIFICAT: preparado pela Equipe Responsável lnternacional e complementado aqui no Brasil. • Faz parte da celebração dos 40 anos da "Carta" das ENS. • Animará e será básico para o Encontro Internacional de Lourdes (peregrinação) e para os Encontros que faremos aqui no Brasil em união com aquele. • Ajudará cada um de nós a descobrir e aprofundar o sentido da nossa "oração das Equipes" que fazemos diariamente em união com todo o movimento. • É sugerido a todas as equipes que reflitam sobre esse TEMA durante as reuniões deste primeiro semestre (os casais das equipes de todo o mundo estarão fazendo o mesmo). Às equipes que já tenham outro tema aconselhamos que o façam numa segunda reunião no mês como outras irão fazer. b) OS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇOS E A PARTILHA, também preparado pela ERI, acolhendo a vivência e experiência de todas as equipes do mundo (já bastante refletido pela ECIR, RR, RS e RC e que contém colaboração destes todos), procura nos ajudar a melhor ver e entender a mística dos "Pontos Concretos de Esforços", para assim podermos vivê-los durante o mês e partilhar essa vivência em nossas reuniões de equipe. Tudo isto para que possamos melhor viver nosso SER CRISTÃO dentro da realidade em que vivemos, ajudados pelo nosso Movimento, fiéis aos nossos carismas e à nossa VOCAÇÃO.

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A BUSCA DO PAI ATRAVES DAS ENS* Querida Mana, Foi gostoso rever aquele encontro, bonito e gostoso, na Serra da Piedade, qui ficou tão bem guardado ·na fita do video, como em nossas lembranças. Bom demais, privilégio de poucos, uma festa tão linda e participada. Viva a vida, o amor, a amizade! Vão aí, junto com as fitas, as primeiras páginas do livro "Oração e Ação", do Frei Reto, que nos ajudam bastante na nossa busca de compreensão e vivência do cristianismo, no sentido de que ele não seja apenas um rótulo, mas vida comprometida com a verdade dos nossos dias. Continuo, a meu modo, com minhas indagações, meus problemas, querendo entender e colocar minha vida dentro de uma perspectiva autêntica, o que não está fácil. Mas não desisto nunca! Quero viver e seguir a Cristo, mas antes tenho que purificar todas as noções erradas que enfiei e me foram enfiadas na cabeça, através de uma vivência formal, obrigatória de um Deus bem longe do Deus verdadeiro. O negócio é não desistir; é continuar buscando por todos os meios! Um beijo do mano Lúcio.

• Esta carta foi escrita em 10-09-87, por Mário Lúcio de Moura Silva, casado com Maria Beatriz Coacci de Moura Silva, pai de Juliano (8 anos) e Lígia (4 anos), equipista da Equipe 37, de Nossa Senhora de Guadalupe, do Setor A de Brasília. Mário Lúcio foi vítima de um acidente automobilístico, e veio a falecer no dia 9-10-87. (Ver Notícias dos Setores nesta mesma Edição).

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NOT(CIAS DOS SETORES Inserção -Nos dias 16 e 17 de novembro de 1987 aconteceu o ·Encontro da Região Leste li da C.N.B.B." (Minas e Espírito Santo) na Casa de Retiros São José em Belo Horizonte, MG, com a participação dos Revmos. D. Serafim e D. Arnaldo. Estiveram presentes bispos e padres, bem como representantes de todos os movimentos paroquiais e religiosos. As ENS fizeram-se representar por Dorinha e Vital, CR do Setor. Devido ao grande número de participantes vindos de ou_tras cidades, muitos ficaram hospedados em casas de família e, mais uma vez, as ENS fiéis ao espírito do Movimento no tocante ao acolhimento, fizeram-se presentes e vários foram os casais equipistas hospedeiros de casais de cidades do interior do Estado de Minas Gerais e do Estado do Espírito Santo. - Fiel às orientações das ENS, no que se refere à inserção (a que todos nós somos chamados) o Setor de Belo liorizonte/MG em sintonia com a ·Arquidiocese respondeu ao tema proposto acerca do Ano Mariano e as conclusões (transcritas no N.0 05 da "A Mensagem") foram encaminhadas a D. Serafim, Revmo. Arcebispo Metropolitano. - Realizadas em 8 de janeiro passado, na Igreja de N .S. do Carmo, em Araraquara/SP, Missa e Vigília de Oração pelo Ano Mariano, organizadas pelas ENS daquela cidade.

Eventos - Nos dias 24 e 25 do mês de outubro de 1987 realizou-se em Dois Córregos/SP um Retiro Espiritual com a

participacão de 61 casais equlplstas e 12 não equlpistas. A temática do retiro versou sobre • Os mistérios da nossa redenção" e "Ser missionário". Pe. Chiquinho, CE do Setor falou aos presentes sobre a missão e a vocação, e o estudo dos mistérios da nossa redenção despertou os casais para a importância da recitação do Rosário. - Em 11 de setembro de 1987 foi proferida por Frei Vitório Mazzuco, uma palestra preparatória ao Retiro Anual das ENS de Taubaté/SP, oportunidade na qual foi proposta aos casais a disposição de se estar ·a caminho e em preparação para uma parada necessária, uma profunda avaliação de como temos administrado a nossa vida, o nosso tempo, os nossos valores, etc.". Desta forma preparados e motivados, 35 casais participaram, nos dias 19 e 20 daquele mês, do retiro em Aparecida do Norte. Foram dois dias valiosos, nos quais os participantes puderam, através de palestras, meditações, dever de sentar-se, recitação do terço e cânticos, dar o devido valor para a oração em suas vidas. O aproveitamento foi grande e a felicidade maior ainda pelo atingimento do objetivo proposto tanto por parte de Frei Vitória quanto por parte dos casais participantes que puderam estabelecer suas metas a serem alcançadas em sua vida conjugal, familiar e equipista . - Realizada em 24-10-87 uma Tarde de Reflexão para as equipes de São José do Rio Preto/SP durante a qual aconteceu uma • Gincana Bíblica" programada e orientada por Irmã Mariluci, cujos temas foram Exodo, Parábolas e Objetos Sagrados da Missa. Para tan-

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to, todas as equipes participantes estudaram e prepararam-se com dois meses de antecedência . Quantas descobertas! Quanto entusiasmo por parte dos que participaram!

Novas Equipes -

Santarém/PA: •

Equipe n.0 04 - N. S. da Esperança Lançada em 16-08-87 Casal Piloto : Luz Marta e Ivan (Eq . 03) Cons . Espiritual: Irmão Tomé Chady, C.S.C.

Equipe n 05 - N. S. de Fátima Lançada em 17-08-87 Casal Piloto: Olga e Gilberto (Eq . 01) Cons. Espiritual : Irmão Tomé Chady, C.S.C.

Equipe n.0 06 - N. S. de Lourdes Lançada em 18-08-87 Casal Piloto: Alice e Moisés (Eq . 02) . Cons . Espiritual : Frei Gregório, O.F.

Conselheiros Espirituais - As ENS de Bragança Paulista/SP comemoraram em 15 de dezembro passado, o Jubileu de Prata de seu queridfsslmo Conselheiro Espiritual , Frei Constância Negara, Iniciador naquela cidade do nosso Movimento. - A Eq . 02 de Louveira/SP (Setor de Jundiaí) registra com alegria o retorno de seu querido Conselheiro Espiritual D. Léo, dos Estados Unidos , trazendo consigo sua mãe D. Mary Rothrauff (88 anos de idade) e seu Irmão Pe. Noel Rothrauff OSB, ambos grandes amigos do Brasil pois aqui já estiveram várias vezes. Para recepcioná-los, os equipistas de Louveira estiveram reunidos num alegre e fraternal almoço realizado em 20-09-87 em casa de Haydée e José Verardo . - Em 08-12-87, Pe. Jarbas Brandlnl Dutra (v. foto) , CE das equipes 1, 4, 5, 8 e da Coordenação das ENS de São José do Rio Preto/SP comemorou seu Jubileu de Prata de Ordenação Sacerdotal. Após a missa celebrada na Igreja Matriz com a presença de toda a comunidade equipista , o sacerdote foi homenageado no Salão Paroquial da VIla Maceno com um belíssimo coquetel.

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Manaus/AM • Equipe 13 - N. S. do Amor Casal Piloto : Terezinha e Francisco (Eq. 05) Cons . Espiritual: Pe, Mario Missiatto, P.I.M .E.

Volta ao Pai -

Sonia Nogueira

Os equipistas de Santarém/PA comunicam com pesar o seu falecimento ocorrido em 1.0 de dezembro de 1987. Esposa de Paulo , eram o Casal Responsável pela Equipe 03 - N. S. Aparecida. Deixa em seus irmãos equipistas um vazio e muitas saudades mas , também, um grande testemunho de dedicação e amor por tudo o que fez e pelo muito com que contribuiu para o crescimento do Movimento em Santarém . -

Pe. Jarbas

Mario Lucia de Moura Silva

Esposo de Maria Beatriz, membros da Eq . 37- N. S. de Guadelupe do Setor A de Brasília, vitimado por um aci-

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dente automobll fstlco, em 9-10-87. Sua vida foi uma busca constante, Intransigente e verdadeira de Deus, o que fê-lo procurar as ENS para através de sua vivência caminhar para a santificação, melhor compreender e valorizar a vida, compreender as necessidades dos irmãos e transformá-los em vida , em festa e em cristian ismo. Mario Lucio participou dos sacramentos da reconciliação e da eucaristia no último Mutirão das ENS rea lizado em Brasília. - Pe . José Dinko Mvravak, S.J . Entregou sua alma ao criador no sábado , 02-01-88, tendo na manhã daquele mesmo dia celebrado a Missa no Instituto Social da PUC-RJ, como fazia sempre aos sábados, proferindo então piedosa homilia sobre a Mãe de Deus . Nascido na Croácia (atual província da Iugoslávia) há 73 anos , o Pe. José como era chamado por seus amigos e Irmãos de ordem, Ingressou na Companhia de Jesus em 1935 e foi ordenado sacerdote em 1947 em Roma, onde estudara Teologia na Pontifícia Universi· dade Gregoriana, tendo obtido na mesma época o Doutorado em Letras pela Universidade de Roma . No ano seguinte, veio para o Brasil , pátria que adotou como sua , a princ ípio para o Colégio São Luiz em São Paulo, onde dedicou-se ao ensino e à orientação espiritual dos alunos . (Muitos equipistas paulistanos , foram seus alunos naquela época). Em 1955 passou a inte· grar a comunidade dos jesuítas da PUC-Rio, onde dedicou-se principalmente ao ensino e à investigação, mas também orientou espiritualmente um grande número de pessoas de dentro e de fora da Universidade. Dono de uma erudição enciclopédica, Pe . José atingiu durante seus longos anos de magistério na PUC, um verdadeiro "record ", tendo lecionado mais de 20 diferentes disciplinas, desde Teologia mística até Adm inistração de Empresas . Grande devoto de Nossa Senhora, dedicou às equipes do Rio de Janeiro, o melhor de sua inteligência e carinho . Juntamente com a notícia sobre o seu falecimento recebemos várias matérias a ele alusivas, destacando-se o texto da oração por ele escrita quando do

compromisso da Eq . 21-B, N. S. do Caminho, uma crônica publicada em jornal do Rio de Janeiro pelo conhecido colun ista Artur da Távora (seu ex-aluno na Faculdade de Dlrelto) e o poemadespedida " Homenagem a José", de autoria de Tânia Maria da Equipe 57 que termina com os seguintes versos : "Adeus, Padre José, interceda por nós . Descanse, repouse no Senhor, é chegada ao fim sua missão. Seus sacrifícios, a equipe promete, não serão em vão. Lembrando o poeta, Imagino São Pedro recebendo-lhe no céu : - Entra José, você não precisa pedir licença!"

Vocações Em 30 de janeiro passado , na Igreja de São Sebastião em São Car· los/ SP aconteceu a Ordenação a Pres· bítero, do Diácono Carlos Dirceu dos Santos Jr., da Congregação da Paixão de Jesus Cristo e filho do casal aquipista Neide e Carlos Dirceu (já falecido) da Equipe 14. Sua mãe , zelosa catequista , continua trilhando os caminhos das ENS e a ordenação encheu de orgulho a todos os equlpistas locais. A congregação do novo Presbítero é a mesma do Pe. José Carlos Di Mambro (C.E. da ECIR) e quem, por sinal, foi o responsável pela orientação da sua vocação e seu ingresso nos seminários .

Expansão - Informam Neuza e Gaspar, encarregados da divulgação das ENS em São José do Rio Preto/SP que aquela Coordenação conta hoje com 8 equipes, das quais a de número 8 passou pela Experiência Comunitária das ENS . Novos grupos de experiência estão em andamento, sendo dois na cidade de Guapiaçu / SP coordenados pelo casal Nice e Nelson (Eq. 04 de S. J. do Rio Preto) e tendo como Assistente Espiritual, Pe . João. Outros dois grupos estão em andamento em Votuporanga/SP, com assistência espiritual de Pe. Nino e

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coordenados por Terezinha e Nelson (Eq. 01 de S. J. do Rio Preto) e Luiz e Darci (Eq. 04 de S. J. do Rio Preto).

Jovens - No dia 8 de novembro passado, os Setores A e C de Brasília/DF, promoveram o 3.0 ENSaio jovENS, com 103 participantes na faixa etária de 9 a 14 anos de idade, todos filhos de equipistas. Os coordenadores Sônia e José Mareio (Eq. 3) e o Conselheiro Espiritual Mons. Pierre Primeau ficaram muito felizes com os resultados do encontro , cujo temário básico foi constituído de palestras versando sobre o relacionamento familiar e de uma explicação sobre as diversas partes da missa e sobre os mistérios do Rosário. Além das palestras, a programação constou de grupos de co-participação, momentos de oração , apresentações teatrais, cerimônia penitenciai , celebração de missa, cantos e também brincadeiras diversas. Ao encerramento do dia foi efetuada uma avaliação sendo que 71% dos participantes consideraram o encontro excelente, 26% bom e apenas 3% regular. Vale destacar, por exemplo, que 77% dos participantes sentem seus pais bem integrados nas ENS e consideram importante para si que seus pais pertençam ao Movimento porque, entre outras respostas, ajuda a estruturar um bom relacionamento familiar e conjugal e melhoram sua vida espiritual e religiosa influenciando, assim , beneficamente a seus filhos . Nesse sentido, as ENS representam um meio eficaz para que todos , pais e filhos, possam realizar-se como cristãos , junto às demais famílias que partilham a mesma fé . O objetivo da avaliação não foi propriamente estatístico mas sim o de servir de subsídio para as próximas programações do gênero que vem sendo insistentemente solicitadas pelos filhos de equipistas, uma vez que consideram-nas importantes para sua formação religiosa , catequética e cultural. - As • equipinhas " constituídas por filhos de casais equipistas já são uma realidade em São José do Rio Preto/ SP, com participantes de idades varian-

do entre 7 e 16 anos . Sob coordenação geral de llca e Luiz (Eq. 02), iniciaram suas reuniões em outubro/87 com 4 • equipinhas " agrupadas por faixa etária e pilotados , cada uma, por Célia e José Carlos (Eq. 6); Elza e José Salgado (Eq. 6); Marta e Antoine (Eq. 2); Maria. Helena e Lisoni (Eq. 6) .

Mudança nos Quadros - O n.0 24 (Nov.-Dez./87) do BICA, Boletim Informativo do Setor de Araraquara/SP traz uma mensagem de Leonor e Danilo, dirigindo-se pela última vez como Casal Responsável do Setor a seus irmãos equipistas. Nela agradecem o apoio recebido no exercício de sua missão por parte do casal Olguinha e Toninho, dos casais da equipe do Setor, dos casais de ligação, dos conselheiros espirituais e de todos os seus equipistas . Expressam também o seu desejo ardente de que "O Espírito Santo ilumine e guie, dando sabedoria e Força ao novo Casal Responsável pelo Setor, Terezinha e Jorge Cury para que juntamente c'om a nova Equipe de Setor, possam cumprir sua missão de serviço aos irmãos, ao Movimento e à Igreja ". Expressam também sua alegria pelo fato de haver o Pe. José Roberto Agostinho (C.E. da Eq . 8) aceito o convite para atuar como C.E. do Setor o que propicia que, pela primeira vez, as equipes de Araraquara contem com um Conselheiro Espiritual de Setor. - Adelaide e Timo, por intermédio do VENS - Vozes das ENS do Setor de Catanduva/SP dirigem-se aos aquipistas , manifestando seu reconheci· mento ao C.E. do Setor Pe. Valdecir, dos Conselheiros das equipes, casais· piloto, de ligação, casais responsáveis de equipe e a todos os equipistas pela ajuda e estímulo recebidos no trabalho de três anos e meio em que exerceram a missão de Casal Responsável do Setor. Manifestam também sua surpresa e alegria por haverem sido escolhidos em ltaici (Nov./87) para substituir a Heloisa e Ary (equipistas de Ribeirão Preto/SP) na missão de C.R. da Região São Paulo-Norte que conta com equipes nas cidades de Aguaí, Aguas da Prata , Batatais , Casa Branca,

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Catanduva, José Bonifácio, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Santa Rosa do Viterbo. Pretendem, a curto prazo, lançar novas equipes em Barretos , Bebedouro, Porto Ferreira e Votuporanga e mais a longo prazo em outras cidades . Esperam continuar contando com as orações e ajuda de todos . No dia 04-12-87 ·· em cenmoma acontecida durante a celebração da Missa Mensal das ENS em Catanduva/ SP tomaram posse e receberam a bênção do Santíssimo Sacramento, através das mãos do Pe. Valdecir, o novo C.R. do Setor Lurdinha e João Vitussi (Eq. 05 N. S. do Lar) e os novos C.R. das equipes de Catanduva e Paraíso. No início da celebração Nelcy e Maurílio ("casal da espiritual idade") destacaram a data comemorativa dos 40 anos da " Carta" (Estatutos das ENS), dizendo de sua importância na perseverança do Movimento, atr-avés da fidelidade às suas linhas mestras. Na homilia, Pe . Valdecir, que deixava a assistência espiritual ao Setor. conclamou a todos os novos responsáveis para um trabalho unificado de espiritualidade crescente.

Jubileu - Ao ensejo das comemorações do Jubileu de Prata (1962-1987) da Equipe 03 - N. S .do Carmo de Marília/SP, foi editado um número especial do · BENS" Boletim das Equipes de Nossa Senhora , no último mês de novembro de 1987. Dentre as matériàs publicadas , destacamos o artigo de abertura - ·Um significativo Jubileu •

de autoria do Revmo. Bispo Diocesano Frei Daniel Tomasella O.F.M. Cap., e~ que congratula-se com os • equipistas fundadores" até hoje unidos na Equipe 03 a saber: Rosa-José Maria, Conceição-Clóvis, Diva-Venicio, Eunice-Flávio, Marilene-Silvio, lnês-Solênio. Salienta o aspecto de fidelidade dizendo que • as ENS devem ser uma escola de fidelidade não apenas no âmbito estrito do matrimônio, mas em todos os aspectos da vida ". Em outro artigo • Recordações de um Assistente", Frei Alberto Boissinot s.v., primeiro Conselheiro Espiritual da Equipe 03 e hoje residindo em Roma, rememora o que representaram para ele os anos de convivi~ com os equipistas que lhe "deram também uma grande família" e que "como padre senti-me ajudado pela amizade, pelos esforços e exemplos e pelas orações dos equipistas •. No artigo de fundo, o "BENS" traça um histórico completo do Movimento, em Marília desde o seu lançamento em 1960 até hoie citando nominalmente os casais que o iniciaram, todos os Conselheiros Espirituais que passaram pelo Setor, todos os casais que exerceram missões de serviço no Setor e ainda os principais eventos locais , nacionais e Internacionais das ENS de que seus equioistas participaram . O Boletim contém ainda mensagens alusivas ao Jubileu de autoria de cada um dos casais componentes da Equipe 03 e de seu atual Conselheiro Espiritual, Pe . Tito Marega s.v. A equipe da Carta Mensal congratula-se também com seus irmãos de Marília de cuja alegria co-participamos .

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (Rm. 5, 1-11) Tendo sido, pois, justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, e esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança uma atitude comprovada, a virtude comprovada, a esperança. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém dá a vida por um justo: por um homem de bem haja talvez alguém que se disponha a morrer. - Mas Deus demonstra seu amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois se quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho, muito mais agora, uma vez reconciliados, seremos salvos por sua vida. E não é só. Mas nós gloriamos em Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo, por que desde agora recebemos a reconciliação.

ORAÇÃO LITúRGICA R.: Cristo, Rei da glória, ouvi-nos! Cristo, luz e salvação de todos os povos - acendei o fogo do vosso Espírito sobre nós que proclamamos vossa ressurreição. Que Israel reconheça em vós o Cristo de sua esperança, - e toda a terra se encha do conhecimento de vossa glória. Guardai-nos na comunhão de vossos santos, - e concedei-nos descansar com eles de nossos trabalhos. Vós que vencestes a morte inimiga, esmagai em nós o vosso inimigo, - para vivermos paar vós, imortal vencedor. Cristo Salvador, feito obediente até à morte, fostes exaltado à direita do Pai; - acolhei com bondade vossos irmãos em vosso Reino glorioso.

R.: Cristo, Rei da glória, ouvi-nos! (Liturgia das Horas -

Dom. de Páscoa -

Or. da tarde)


Um momento com a Equipe da Carta Mensal ..... . ............ . Editorial: Vocação e Missão das ENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

A Palavra do Papa . . ......................_. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8

A Palavra dos nossos Pastores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10

Motivos -

Pe. Luigi Valentini ..... .. .......... . . ·..... . ........

13

O Sangue dos Mártires . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

14

Mãe de todos os homens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16

Páscoa- Nova Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

18

O Complexo de Jonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

19

Morte ou Ressurreição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

20

O Pedreiro, o Pintor e o Pixador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

O Casal de Ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

24

EACREs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A Busca do Pai através das ENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

28

Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Em anexo: Pesquisa da Carta Mensal

EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 Rua João Adolfo, ll 8 - 9' - cj. 901 - Tel. 34 8833 São Paulo - SP


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