ENS - Carta Mensal 1988-1 - Março

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OUVI O CLAMOR DESTE POVO (Campanha da Fraternidade -

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1988 -

CNBB)

Santa Mãe do Redentor, socorrei o vosso povo, vós que gerastes, com grande admiração de todas as criaturas, o vosso Genitor! (Ano Mariano -

Pentecostes 1987 -

Assunção 1988)


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Este número da Carta Mensal está um pouco mais gordinho que de costume. Mas não se assustem: o que lhes trazemos é fruto do trabalho de muita gente, cuja única preocupação, ao transmitir suas idéias, foi ajudar-nos, leigos, casais, equipistas, membros da Igreja e candidatos à santidade, a chegarmos um pouco mais perto, a atendermos um pouco melhor -ao chamado de Cristo: "Vem e segue-me". Mas quem tanto trabalhou? Em primeiro lugar, nossos pastores, os bispos que, ao final do Sínodo nos enviaram uma mensagem cheia de carinho (pág. 9) e aqueles que, aqui no Brasil, através da Campanha da Fraternidade, nos fazem refletir sobre nosso papel de irmãos de todos (pág. 18). Um pastor mais antigo, São João, também nos fala do assunto, no texto proposto para nossa meditação (pág. 49). Em seguida, os responsáveis em todos os níveis do Movimento. Tanto o Pe. Olivier (Editorial, pág. 2). quanto a ECIR (pág. 16), nos falam da peregrinação a Lourdes . A ECIR, na pessoa de seu casal responsável, conversa também conosco sobre nossa missão de equipistas inseridos no mundo que nos cerca (pág. 14). Por sua vez, o casal responsável da Equipe Internacional nos conta o que foi o Sínodo dos Bispos, eles que participaram a convite do Santo Padre (pág. 4) . E à página 29, vocês encontrarão um relato do que foi o Encontro Nacional dos Quadros do Movimento, em ltaici, no final do ano passado . Enfim, uma entrevista (pág. 36) com um Casal Responsável Regional, o "das Minas Gerais", encabeça uma série que a Carta Mensal quer levar a vocês este ano. Os padres também trabalharam. O Pe. Virgílio nos mostra, à pág. 26, que a paz sem Deus não pode existir. E, inaugurando uma nova seção, aproveitamos o texto de um de nossos conselheiros espirituais, para nos falar dos Sacramentos. Mas os equipistas trabalharam muito também . São de casais do Movimento os artigos às páginas 20, 22 e 34. E o grande volume de Notícias dos Setores (pág. 41). que recebemos de vocês, dão testemunho do trabalho incansável em busca do Reino, que em todas as partes deste Brasil os equipistas desenvolvem. "O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e ela concebeu do Espírito Santo." Março, além de ser o mês da Quaresma e da Campanha da Fraternidade, é também o mês da Anunciação . A "Pif~tá" de Michelângelo, no centro desta Carta, e a Oração Litúrgica, em seu final, querem celebrar a que se fez a "Serva do Senhor". E é por meio dela que queremos oferecer ao Senhor o trabalho de toda essa gente ... Boa leitura! A EQUIPE DA CARTA MENSAL -1-


EDITORIAL

DESTINAÇÁO LOURDES! Lourdes desponta no horizonte como o objetivo para o qual todas as equipes do mundo estão se dirigindo. ~ claro que nem todos os casais poderão ir a Lourdes em setembro próximo (aliás, nem haveria lugar para todos!). Mas todos são convidados a preparar esta peregrinação do movimento, e seu trabalho de reflexão sobre o tema do Magnificat será apresentado em Lourdes, explorado e aprofundado, num segundo momento de reflexão em comum. Assim, Lourdes é uma importante etapa para todos nós. Até os ausentes estarão ali, representados por seus "delegados", pelo fruto de seu trabalho, por suas intenções levadas ao pé da Virgem. E voltaremos de Lourdes com as novas "orientações" para os anos futuros. Por que dar tanta importância a esta peregrinação? Porque não se trata de um acontecimento banal, nem de uma celebração folclórica. Não é nem sequer uma simples peregrinação, como se faz freqüentemente. Em primeiro lugar, é uma preciosa ocasião para se sentir ao mesmo tempo a unidade e a universalidade do movimento. ~ um ato de comunhão profunda de casais que vêm de todos os cantos do mundo. Temos necessidade de tais momentos de comunhão. E todos sabemos por experiência, se deles já participamos, que os grandes encontros das Equipes de Nossa Senhora são sempre momentos de verdadeira comunhão. O Senhor nos deu o dom da amizade: não enterremos este "talento" com avareza, mas compartilhemo-lo. Desta vez, o encontro será uma peregrinação de ação de graças pelos 40 anos dos Estatutos e por toda a misericórdia que Deus nos tem manifestado. B justamente esta misericórdia ("hesed") que queremos cantar e concelebrar com aquela que, entre todas as mulheres, a recebeu em plenitude. Mas há também, nesta peregrinação, um elemento funcional, ou seja, algo que faz parte de nossa condição de vida, algo que nos é necessário. O recente Sínodo (e é um de seus pontos positivos) lembrou com firmeza a vocação universal para a santidade. Trata-se de uma convicção que está na base de nossos Estatutos, por ter sido, muito antes do Sínodo e até mesmo do Concílio, uma verdadeira descoberta: "A vontade de Deus é que vos torneis santos" (1 Tess. 4,3). Esta descoberta foi decisiva na criação das ENS. Para usar a linguagem de São Francisco, Senhora Santidade foi como que a fada que pre-2-


sidiu ao nosso nascimento. Fomos por ela marcados desde o início, e assim ficaremos até o fim, com a graça de Deus. Mas a santidade é obra de grande fôlego. Ninguém se torna santo de uma vez. Não existe varinha mágica para isso! . E preciso que exista, desde o ponto de partida, uma esc~lha, uma firme vontade de partir por essa estrada. E um passo primeiro, decisivo. E na verdade esta escolha é a resposta a um chamamento, uma vocação: "a vontade de Deus ... "; "Sede perfeitos ... ". Mas depois, é preciso caminhar por essa estrada, e caminhar juntos, marido e mulher unidos no sacramento. E preciso caminhar todos os dias, progredir sem desanimar, apesar dos momentos de dúvida e de cansaço. E uma estrada longa e difícil, por causa de nossa fraqueza e de nossa pobreza. Mas não nos esqueçamos: "Pôs os olhos na humildade de sua serva ... ". Para nós também existe este olhar de amor de Deus que transforma. Entretanto, se formos olhar somente para o objetivo final, o longínquo horizonte para o qual caminhamos, corremos o risco de nos sentirmos um pouco perdidos, desamparados. Está tão longe, é tão exigente! Temos a necessidade de fixar objetivos mais próximos e acessíveis, etapas intermediárias, balizas em nosso itinerário. Para dar uma parada, descansar um instante, fazer o balanço. . . e partir de novo com um passo mais ardente. Este é o sentido de Lourdes. Vejam o que se passa no espírito de tantos jovens a respeito do casamento, e que explica em parte suas apreensões. O que os atemoriza, muitas vezes, é a idéia de um compromisso cujo final não enxergam, é de ter que tomar uma estrada cujo fim não vêem ... Sentem-se perdidos, como o Pequeno Polegar. Assim somos feitos: precisamos enxergar para onde vamos, poder programar nossa caminhada, fixar etapas. Uma etapa de cada vez. Assim, Lourdes: é uma etapa para retomar nosso fôlego, para, juntos, acharmos um novo fôlego. E as novas "orientações" deverão se situar nesta · perspectiva. Eis porque devemos todos preparar Lourdes e caminhar juntos em direção a este objetivo preciso, acessível, próximo de nós, como uma baliza em nossa estrada para a santidade. Mas atenção! Precisamos fazer nossos planos, definir nosso programa levando em conta nossas capacidades, o que quer dizer, também, de nossas limitações: "Quem de vós, se quiser construir uma torre, não se senta primeiro . .. ?" Não esqueçamos, porém, de reservar um lugar, neste programa, ao Espírito Santo. Ele não leva muito a sério nossos planos e nossa visão curta. E bem possível que ele venha subverter tudo. Ele tem um pouco essa mania. E, graças a Deus, não estamos protegidos de suas surpresas! E já que é para Lourdes que vamos, perguntemos à Virgem Maria o que ela acha disso. Ela conhece bem o assunto! Pe. Bernard Olivier, o. p.

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

SÉTIMO SíNODO ORDINÁRIO DOS BISPOS Leigos casados: nossa vocação, nossa missão

Outubro l987! Mês que consagramos ao,Sínodo dos Bispos sobre "a Vocação- e a Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo, vinte anos após o Concílio Vati cano 11 ". De fato, fomos designados "auditor" e "auditrix" pelo Santo Padre, na qualidade de responsáveis internacionais das Equipes de Nossa Senhora. Tivemos que nos liberar de nossos compromissos por um mês! E fomos avisados no dia 20 de agosto .. . mas que bela surpresa! Somos 60 ouvintes leigos: 34 homens e 26 mulheres, entre os quais cinco casais: -

os responsáveis internacionais do movimento Casamento-Encontro, da Austrália (10 anos de ENS) - um casal das Filipinas, membro do Pontifício Conselho para a Família um casal responsável dos "Knights of Colombus", obra de caridade dos Estados Unidos e membro do Pontifício Conselho para os Leigos os responsáveis do movimento de Schonstatt (setor Família), do Brasil e nós.

Os demais ouvintes representam uma ampla gama de responsabilidades dentro da Igreja. Mons. Schotte, secretário permanente do Sínodo, diz que gostaria de ter encontrado um leigo cristão sem responsabilidade, para representar o "gigante adormecido" do laicato . . . mas como achá-lo, se por definição, ele é quase sempre anônimo? A Assembléia, reunida na "Aula" (local de nossas reuniões plenárias), se compõe de 228 padres sinodais, sendo 48 cardeais e 180 bispos ou superiores gerais de ordens. O Santo Padre assiste a todas as assembléias gerais . B ele que dirige nossas orações, quatro vezes por dia, com a Liturgia das Horas, o Angelus, uma oração ao Espírito Santo e uma antífona à Virgem Maria. Absorvemos rapidamente o ritmo da escuta dos bispos. Cada um deles dispõe de oito minutos para sua intervenção. Admiramos sua disciplina e a espontaneidade de sua mensagem, que nos revela suas preocupa-

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ções e suas alegrias pastorais. Convidam-nos a ouvir o que ocorre em suas dioceses, realidades por vezes dramáticas (em alguns países do Leste, da América do Sul, do Extremo Oriente ou da África), por vezes tristes nos países (da Europa, da América do Norte, da Austrália), onde é grande a descristianização. Vivenciamos, assim, como que fatias da vida eclesial, ou mesmo humana, numa enorme diversidade cultural, política e social. Pede-se que sejamos discretos, o que se explica facilmente, para deixar a cada um dos que intervêm a liberdade de se expressar e de partilhar com este auditório de irmãos em Cristo o fardo de sua responsabilidade pastoral. Cada bispo redige uma síntese de sua mensagem, para a imprensa. Em certos dias, chega a quarenta o número de intervenções dos bispos. Os ouvintes-leigos são também convidados a intervir na "Aula": vinte deles, entre homens e mulheres, têm cada um vinte minutos para partilhar com todos uma das preocupações de sua vida ou de seu engajamento. Cada um representa uma cultura ou um grupo característico. · Assim ouvimos, por exemplo: • da França, a presidente das Organizações Católicas Internacionais; • da Coréia, um economista, membro do Pontifício Conselho para os Leigos; • dos Estados Unidos, a presidente da Imprensa Católica Nacional; • da Ilha Rodrigo (Oceano Indico), uma jovem, presidente da M.I.D.A.D.E. (Movimento Internacional para a Infância); • da Itália, a fundadora dos Focolari, Chiara Lubich; • do Zaire, um estudante, presidente do M.I.E.C. (Movimento Internacional dos Estudantes Católicos); • da Austrália, o casal responsável internacional do movimento Casamento-Encontro; • da Alemanha Federal, o responsável do Comitê Central Católico Alemão. A maioria dos ouvintes-leigos está hospedada na Domus Mariae (bem conhecida dos peregrinos das ENS a Roma, em 1972), onde eles puderam se reunir por grupos lingüísticos e preparar quatro intervenções que serão também dadas na "Aula". Se se fizer a conta de todo o tempo de uso da palavra, constata-se que os leigos dispuseram de aproximadamente 1/4 do tempo total das Assembléias Plenárias. · O relacionamento recíproco entre padres sinodais e ouvintes leigos é de grande amizade, que se pode sentir tanto na "Aula", pela qualidade da atenção prestada, quanto no bar ·de São Pedro onde, às 10:30 e às 16:30 todos os dias, em volta de uma xícara de chá ou de café (nada de álcool!), podemos trocar idéias em toda liberdade com cardeais, bispos e ouvintes.

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O latim é a língua oficial .do Sínodo nas sessões plenárias, e temos que recorrer a nossas lembranças do colégio para compreender os textos escritos, mas uma tradução em cinco línguas (italiano, espanhol, francês, alemão, inglês) permite que nada se perca das intervenções orais. Muitos dos padres sinodais fazem suas intervenções em suas próprias línguas (principalmente os de língua ingles!l) . Logo chegamos à metade da segunda semana e ao trabalho dos "Circuli Minores", ou seja, os grupos de trabalho. Doze .grupos, com 25 a 27 pessoas de mesma língua são constituídos. O nosso, de língua francesa, se constitui de: 2 14 3 2 o 5 e dois

cardeais, séndo um africano; bispos, sendo nove africanos; patriarcas de rito oriental; peritos, sendo um leigo e um teólogo jesuíta; Preposto Geral da Companhia de Jesus; ouvintes leigos (2 mulheres) , . jovens seminaristas de Roma que secretariam o grupo.

Representamos nacionalidades bem diversas: - a Armênia; - o Canadá (com origem ucraniana e italiana); - o Iran; - o Congo, o Zaire, a Angola, o Burina-Fasso, o Burundi, a Costa · de Marfim, o Marrocos; - a Bélgica, a França, a Inglaterra, a Holanda, a Polônia; - o Brasil.(*) Que mistura de cores, de culturas, de tradições, ao redor de uma mesma fé! Convivemos muito bem (2 mulheres para 25 homens!) e trabalhamos quatro horas pela manhã e duas horas à tarde, com muita assidui. dade. · o documento de base para nossa troca de idéias é o relatório elaborado pelo Cardeal Thiandoum, arcebispo de Dakar e relator do Sínodo, a partir das numerosas contribuições de leigos na fase preparatória do Sínodo, e das intervenções de bispos e leigos na "Aula". Partindo deste texto, os grupos de trabalho devem estabelecer Proposições a serem entregues no meio da terceira semana no Secretariado do Sínodo e que, por sua vez, serão objeto de uma síntese a ser apresentada por Monsenhor Eyt, secretário especial do Sínodo. (*) D. Luciano Mendes de Almeida, presidente da CNBB.

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Tais Proposições, destinadas ao Santo Padre, lhe permitirão elaborar, com 15 bispos (12 escolhidos pelos padres sinodais e 3 por ele mesmo), um documento que poderá tomar a forma de uma Exortação Apostólica. Só lamentamos que algumas indiscrições tenham levado à publicação prematura de matérias que seriam apenas Proposições para o Santo Padre. Paralelamente, o texto da "Mensagem" dos padres sinodais é lido em plenário em 24 de outubro e recebe emendas, para transformar-se no texto final, dividido em 14 capítulos e que foi publicado na imprensa no final do Sínodo, em 30 de outubro de 1987. (Recomendamos sua leitura.*) Esta mensagem, mais pastoral que teológica, reflete bem a linha geral deste Sínodo, sem, no entanto, deixar transparecer o ambiente em que foi redigido. Procuraremos partilhar com vocês nossa própria meditação: - descobrimos a total encarnação da Igreja, tanto pelo contato dos bispos com a realidade do mundo, em sua grande diversidade, como pela vivência das limitações humanas determinadas • pela diversidade das línguas • pelo peso do cansaço • pela dificuldade de discernimento .coletivo do interesse comum dos fiéis, para a construção cada vez mais universal do Reino de Deus. - percebemos que aquilo que nós vivemos, em termos da dificuldade de sermos ao mesmo tempo pais e educadores, com tudo o que isto implica de • amor, ternura, compaixão e de • exigência, firmeza, perseverança respeitando, ao mesmo tempo, a personalidade de cada um de nossos filhos, a Igreja, "Mater et Magistra", deve vivê-lo com 800 milhões de filhos, diferenciados não só pelo sexo mas pelo modo e pelo nível de vida. Nossos próprios pastores fazem, a cada dia, a expenencia dessa exigência do amor em suas dioceses, e num sínodo como este, vivem-na a um nível universal, que tivemos a oportunidade de compartilhar. Felizmente, "o que é impossível para o homem, é possível para Deus" (Mt. 19,26); graças ao Espírito Santo, presente no coração de cada homem e no coração do Sínodo.

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Vide matéria seguinte, nesta Carta Mensal.

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Queremos aqui render graças por este convite do Santo Padre ao nosso movimento. Por nosso intermédio, era cada um dos casais de nosso movimento que estava sendo acolhido na comunidade eclesial, na Igreja, e foi desta forma que o Santo Padre tornou claro que o casal cristão tinha seu lugar e sua vez para falar de sua vocação e de sua missão de leigo casado no coração da vida deste mundo tão descristianizado. Porque pudemos falar e ser ouvidos, mesmo que não tenham~s sido sempre entendidos. Trazíamos, na nossa bagagem, a preocupação de participar - representando um movimento de casais unidos pelo sacramento do matrimônio - , da pastoral da Igreja para os que estão à margem deste sacramento. Tínhamos também o desejo de que o casamento, caminho para a santidade a dois, fosse explicitamente reconhecido como o lugar onde se vivenda a comunhão entre a sexualidade e a espiritualidade conjugal, indissociáveis ttma da outra. E percebemos, depois da belíssima intervenção de Ron e Mavis Pirola na "Aula" , muito explícita sobre este assunto, que para que este discurso possa ser entendido em Igreja, ·ainda falta algum tempo. Todos estes assuntos foram levantados e partilhados nas sessões plenárias e nos grupos, com os cardeais, os bispos, os religiosos, os teólogos, num clima de confiança e de amizade. No entanto, tivemos que reconhecer que, diante da magnitude das preocupações dramáticas compartilhadas pelos pastores de outros continentes, que suplicavam pela sobrevivência de suas ovelhas (Líbano, Checoslováquia, Camboja, Guatemala, etc.) , teríamos que redimensionar nossos problemas na sua devida escala e que as prioridades da mensagem que os bispos tinham para transmitir ao conjunto do povo de Deus, talvez não fossem as nossas. Reconfirmados em nossa missão, fortalecidos em nossa fé na Igreja - comunhão viva cuja cábeça é o CRISTO - , continuamos a meditar, na oração, na co-participação e na amizade, tudo o que vivenciamos durante este mês de outubro. Estamos cada vez mais convencidos de que não pode hayer " MISSÃO" sem " COMUNHÃO " e de que devemos trabalhar para implantá-la e vivê-la em nosso lar, em nossa equipe, em nosso setor e em toda a estrutura de nosso movimento, concebido com este único objetivo . O "Vejam como eles se amam", das primeiras comunidades cristãs, nos parece ser o penhor essencial de nosso testemunho .aos homens e mullferes de nosso tempo, tão sequiosos na busca do AMOR autêntico . Jean-Claude e Jeanine MALROUX

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Mensagem ao Povo de Deus PELOS CAMINHOS DO CONCfLIO Reproduzimos a seguir, para conhecimento, meditação e divulgação dos equipistas, o texto da Mensagem ao Povo de Deus sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, a que se refere a carta do casal Malroux, e que foi publicado no encerramento do Sínodo pelos bispos. 1. Introdução

Ao concluir este Sínodo, unidos com o Sucessor de Pedro, nós, Padres Sinodais, dirigimo-nos com profundo afeto a todos os nossos irmãos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e, de maneira muito especial, aos fiéis cristãos leigos, homens e mulheres, para compartilhar as experiências destes dias . Guiados pela luz do Espírito de Jesus, Nosso Senhor, num clima de comunhão eclesial , refletimos sobre o tema " Vocação e missão dos Leigos na Igreja e no Mundo vinte anos após o Concílio Vaticano 11 ". A voz do mundo católico fez-se presente na sala sinodal, não só através dos Padres Sinodais, mas também dos fiéis leigos nomeados pelo Santo Padre . O testemunho deles e as suas sugestões trouxeram até nós o eco de todas as vossas vozes. Assim, pudemos sentir e vivenciar a presença de todas as Igrejas, com todos os seus sofrimentos e todas as suas angústias, e também com a sua vitalidade e as suas esperanças . Constatamos a presença do Senhor ressuscitado, que acompanha a sua Igreja nesta hora decisiva da história . 2. Pelos caminhos do Concílio

O Concílio Vaticano 11, ao aprofundar o mistério da Igreja, suscitou um dinamismo renovador e favoreceu em todo o Povo de Deus formas de par-

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ticipação e de compromisso missionários dos leigos. Suq}iram serviços e ministérios, grupos e movimentos, formas de colaboração e de diálogo. Em situações difíceis, onde a liberdade religiosa não é reconhecida, os leigos têm mantido e transmitido a fé, mesmo à custa do sacrifício da própria vida. Nos lugares onde a fé acaba de ser implantada, foram os catequistas e outros leigos que proclamaram o Evangelho e organizaram nossas comunidades cristãs. As novas condições do mundo, submetido a rápidas e profundas transformações, criaram desafios novos em todos os ambientes. No mundo, os CFistãos leigos assumem, em virtude da sua fé, um papel insubstituível. São cada vez mais numerosos os homens e as mulheres que se comprometem de maneira cristã nos setores da cultura, da ciência, da técnica, do trabalho, da política e em múltiplas formas do exercício do poder. O caminhar na história, porém, abre à Igreja horizontes novos e exige novas respostas aos desafios que a interpelam. A todos os cristãos leigos, fiéis à sua vocação e comprometidos na missão da Igreja, exprimimos a nossa gratidão, a nossa confiança e o nosso apoio .


3. O ser do cristão leigo Ao refletir juntos, procuramos identificar o cristão leigo .na sua dig· nidade e nas suas responsabilidades. Todos os cristãos - leigos, clérigos e religiosos -têm a mesma dignidade constituindo juntos o "único povo c'ongregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (LG 4). Tal dignidade emana do Batismo , graças ao qual a pessoa é incorporada a Cristo e à comunidade eclesial e chamada- a uma vida de santidade. Quem recebe o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia compromete-se a seguir a Cristo e a testemunhá-lo em toda a sua vida, sobretudo na sua profissão. Neste seguimento pessoal e comunitário, têm um papel importante os dons do Espírito Santo, que Deus concede aos indivíduos para o bem de todos. A maioria dos cristãos leigos vive sua 'vocação de seguidores e discípulos de Cristo sobretudo naqueles ambientes que chamamos de ·mundo": a família, o trabalho , a comunidade local etc . Seu dever sempre foi, e hoje o deve ser mais do que nunca, impregnar estas realidades com o Espírito de Cristo e assim santificar o mundo e colaborar para a realização do Reino . De igual modo, eles são chamados a testemunhar a Boa Nova e a dialogar com todos os homens. Alguns fiéis recebem o sacramento da Ordem, que lhes confere dignidade particular e os habilita , em nome de Cristo, o Bom Pastor (PO 2), a reunir a comunidade, a alimentá-la com a palavra e os sacramentos e a mantê-la na unidade. Outros cristãos são chamados a dar testemunho do amor de Deus, de maneira radical, mediante a prática dos conselhos evangélicos nos Institutos Seculares ou nas Comunidades religiosas . 4. O chamado à santidade

Todos somos chamados a ser santos como o Pai que está nos céus, segundo a nossa vocação específica . Hoje em dia a sede de santidade cresce cada vez mais nos corações dos

fiéis, quando estes escutam o chamado de Deus, que os convida a viver com Cristo e a transformar o mundo. O Espírito nos leva a descobrir com mais clareza que hoje a santidade não é possível sem um compromisso a serviço da justiça, sem solidariedade com os pobres e os oprimidos. O modelo de santidade dos leigos deve integrar a dimensão social da transformação do mundo segundo o plano de Deus. 5. A força do Espírito

Jesus ressuscitado é a nossa for· ça. O seu Espírito renova a história e distribui os seus dons, para que a família humana se consolide na comunhão da qual a Igreja é o sacramento . Por pertencerem à Igreja, os cristãos leigos são testemunhas e artífices dessa unidade que emana do mistério da Trindade e da comunhão eclesial. Nutridos · pela Palavra e pelos Sacramentos, membros vivos de uma comunidade concreta , eles aprendem a reconhecer, com o auxílio do discernimento dos Pastores, os dons espirituais com os quais o Senhor nos enriquece para o bem da comunidade de fé e de toda a sociedade humana. Como seus Pastores, queremos expressar nosso compromisso de reconhecer, discernir, animar e coordenar tais dons e carismas, dos quais surgem também associações e movimentos que, de modo eficaz •. cooperam na edificação da Igreja. O nosso olhar reconhecido dirigese à Ação Católica, que em tantos países tem dado frutos abundantes e que tem apresentado uma nova vitalidade: o nosso reconhecimento estende-se também às outras associações católicas tradicionais. O Espírito ajuda a responder aos novos desafios, suscitando também movimentos novos que dão alegria e esperança à Igreja universal. Um critério sempre válido da sua autenticidade será a integração harmônica na Igreja local, a fim de contribuir para a sua edificação, na caridade , com seus pastores.

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6. Os ministérios e serviços Todas as Igrejas locais têm uma dívida de gratidão para com aqueles fiéis leigos, homens e mulheres, que têm edificado a Igreja em todos os lugares e tempos, com o clero, os religiosos e as religiosas , sem hesitar em chegar, às vezes, até mesmo ao martírio. A convicção geral de que os cristãos leigos têm o direito de trabalhar na construção de um mundo novo e a teologia do Vaticano 11 desenvolveram uma participação mais ampla na vida da Igreja e na ação que ela desenvolve no mundo. 7. A família A família cristã, fundamentada no sacramento do matrimônio, é o lugar privilegiado para a formação humana, para o despertar, o crescimento e a irradiação da fé. Que ela seja a verdadeira "Igreja doméstica" onde seus membros rezem em comum, onde o mandamento do amor seja vivido de maneira exemplar e onde a vida seja acolhida, respeitada e protegida . 8. A juventude Reconhecemos nos jovens uma verdadeira força para a Igreja de hoje e de amanhã. Constituem para nós, realmente, uma prioridade em nossas preocupações pastorais . Propomos a eles que sigam a Cristo na radicalidade da Cruz e na certeza da Ressurreição, fonte de sua ação na Igreja, fundamento de um verdadeiro projeto de vida e de uma esperança autêntica . 9. A mulher na Igreja e no mundo Inspirados na Palavra de Deus, reafirmamos · a igual dignidade da mulher e do homem : • Ele os criou homem e mulher " (Gn 1,27). O Povo de Deus é formado pelos batizados, com dignidade igual e missão comum, embora com modalidades e tarefas diferentes. O pecado obscureceu a perfeição do plano divino. ~ondenamos as discriminações que denvam do pecado e que ainda subsis-

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tem até hoje sob formas diversas. Alegramo-nos pelo reconhecimento dos direitos legítimos que permitem à mulher cumprir a sua missão na Igreja e no mundo. Tudo isto nos leva a voltar nosso olhar para Maria, a Mãe do Senhor símbolo perfeito da dignidade femini: na e exemplo incomparável de nossa participação na obra da salvação. 10. A paróquia Na dioceses, a paróquia é o lugar comum em que os fiéis se congregam para crescer na santidade, para participar na missão da Igreja e viver a comunhão eclesial. Vemos com alegria que a paróquia está se tornando uma comunidade dinâmica de comunidades, o ponto de convergência das comunidades eclesiais de base e dos demais grupos e movimentos que a dinamizam e, por sua vez, dela se nutrem. Na celebração da Eucaristia, centro de toda a vida cristã, os fiéis se unem ao Cristo e são enviados para o serviço do mundo. Exortamos todos os fiéis leigos a . participarem intensamente da vida das suas paróquias , por meio da leitura da Palavra de Deus, da celebração do Dia do Senhor, servindo nos conselhos paroquiais e tomando parte nas diversas formas e atividades de apostolado. · 11. O compromisso sociopolítico O compromisso dos fiéis na ação sociopolítica está arraigado na fé, pois esta deve iluminar a totalidade da pessoa e da sua vida . Este compromisso pressupõe uma formação sólida, proporciónal ao nível das responsabilidades cívicas presentes e futuras . Este compromisso precisa, acima de tudo , ser fundamentado na coerência entre a vida de fé e as atividades políticas e sociais. Deste modo, trazemos às estruturas e atividades sociais o espírito do Evangelho. Na atividade política, a primeira preocupação dos fiéis leigos deve ser

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a honestidade, a promoção da justiça social e dos direitos da pessoa humana em todas as fases da vida , a defesa e a reconquista das liberdades, sobretudo da liberdade religiosa, tão restrita em tantas regiões, e a busca constante da paz no mundo inteiro. . O compromisso do cristão deve-se estender igualmente ao campo da cultura, da saúde, da ciência, da técnica, do trabalho e dos meios de comunicação social. 12. A formação

Há nos fiéis leigos uma sede de vida interior, de espiritualidade e um desejo fervoroso de participar na ação missionária e apostólica da Igreja. Isto exige um processo de amadurecimento à luz da Palavra de Deus, recebida dentro da tradição da Igreja e interpretada autenticamente pelo Magistério, e uma participação cada vez mais proveitosa nos Sacramentos . Esse amadurecimento é alimentado pela prática da confissão e da direção espiritual. A formação integral de todos os fiéis - leigos, religiosos e clero deve ser hoje uma prioridade pastoral. 13. Apelo Perante esta tomada de consclencia daquilo que somos e daquilo que seremos num mundo com o qual somos plenamente solidários, nós que somos membros do Povo de Deus, queremos nos interrogar humildemente diante de Deus . Porque somos batizados , vamos nos tornar cada vez mais fermento no nosso mundo. Lembremo-nos de que seremos julgados por nosso amor (Mt 25) . Povos do mundo que estais feridos na vossa dignidade, agredidos na vossa liberdade, espoliados dos vossos bens, perseguidos por causa da vossa fé, indefesos ante a ambição de todo o tipo de poder: nós vos dizemos que a Igreja está junto de vós e quer ser, no meio de vós e convosco, testemunha do amor de Cristo que nos liberta e nos reconcilia com o Pai. Vós, os abandonados e marginalizados pela nossa sociedade de consu-

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mo : doentes, deficientes ffslcos, pobres e famintos, migrantes, refugiados , prisioneiros, desempregados, crianças abandonadas, pessoas sozinhas ou idosas ; vós, vítimas da guerra e de toda a espécie de violência proveniente de nossa sociedade permissiva, a Igreja participa de vosso sofrimento. Ela o apresenta ao Senhor, que vos associa à sua paixão redentora e voz faz viver à luz da sua Ressurreição. Contamos convosco para ertsinar ao mundo inteiro o que é o amor. Faremos tudo o que nos é possível, para que encontreis o lugar a que tendes direito na sociedade e na Igreja. Famílias humanas, tornai consciência da vossa vitalidade e da vossa grandeza. Famílias cristãs, sede • igr~­ Jas domésticas" em que os homens e as mulheres se abram ao amor de Deus e de seus irmãos e irmãs . Jovens , carregais sobre os ombros a esperança do mundo e da Igreja. Não vos deixeis amedrontar pelo mundo que vedes . Não permitais que vosso dinamismo seja destruído por uma apatia proveniente de uma vida fácil. Olhai para Cristo que é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que é a juventude da humanidade nova. Ele será para vós a fonte perene de uma vida que cria um mundo mais justo e fraterno. Mulheres, é justa a vossa luta pelo reconhecimento pleno da vossa dignidade e dos vossos direitos. Que esta luta faça nascer um mundo de diálogo, onde o homem e a mulher se complementam um ao outro, como foi querido pelo Criador. Ele confiou o destino do mundo ao homem e à mulher, e nos deu, na Igreja, a mulher restituida na plenitude da feminilidade e da graça: a Virgem Maria. Vós , que tendes nas vossas mãos o destino dos homens e dos povos ; vós, que tendes as chaves do poder e do ter ; vós, que- planejais as oportunidades e a felicidade dos homens em vista de um mundo melhor ; vós , que acumulais os poderes de destruição e de dissuasão, e vós , homens da ciência, da cultura e da arte : temos consciência da grandeza da vossa responsabilidade , mas também de sua am-

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btgüidade . O mundo tem necessidade de paz. As pessoas devem ser respeitadas nos seus direitos . fundamentais. A vida humana é sagrada . Contamos convosco e vos asseguramos nossas orações para que possais cumprir vossa difícil tarefa. Se tendes a menor parcela de autoridade, é para que vos coloqueis a serviço da pessoa humana , e não para escravizá-la. Bispos, sacerdotes e diáconos : esforcemo-nos por formar comunidades vivas " assíduas ao ensino dos Apóstolos , à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações" (At 2,42). Procuremos discernir e acolher os dons do Espírito presentes nos fiéis leigos, e estimulemos o sentido da comunhão e da responsabilidade . Irmãos e irmãs em Cristo, vivamos a nossa vocação à santidade, cada qual no seu lugar e todos juntos na comunidade dos fiéis . Respondamos com generosidade ao apelo de Cristo: " Ide, pois , ensinai todas as nações ... " (Mt 28 ,19). Todos somos missionários . Cristãos de todas as denominações, continuemos a avançar no caminho da unidade querida por Cristo : " Que todos sejam um " (Jo 17,21). Pessoas de fé, homens e mulhe· res de boa vontade , demo-nos a mão para construir um rnundo de justiça e de paz. Vós todos , homens e mulheres, crianças e jovens, doentes e anciãos,

pessoas de toda a condição, raça e cultura; vós todos, leigos , sacerdotes, religiosos e religiosas; vós, que abris caminhos novos e antecipais o mundo futuro ; vós, que teceis vínculos de fraternidade , de concórdia, de justiça e de paz, a Igreja se reconhece a si mesma em vós e vos diz que não deveis perder a coragem, porque "a esperança não decepciona" (Rm 5,5) . 14. Conclusão

" Somos cristãos convosco, somos bispos para vós" (Sto. Agostinho). Damos graças ao Espírito do Senhor que nos faz caminhar juntos e nos fez entender ainda melhor o sentido profundo destas palavras. Durante esses dias de escuta e de diálogo, nós experimentamos a presença do Senhor ressuscitado no meio de nós, conversando conosco como no caminho de Emaús . Cheios de esperança, continuamos nossa caminhada pelos caminhos traçados pelo Concílio Vaticano 11 , e temos certeza de que o Senhor continua a caminhar conosco (cf Mt 28 ,20) . Neste Ano Mariano, ao concluirmos esta assembléia de profunda comunhão eclesial, depositemos toda a nossa esperança e confiança na Santíssima Virgem Maria. Nós vos confiamos, a vós que sois a Igreja, àquela que é o modelo e a Mãe de todos nós.

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A EC/R CONVERSA COM VOCÊS

Caros amigos, Com alegria voltamos a nos comunicar com vocês, através desta sessão, com a esperança de que tenham vivido na paz do Senhor as festas de fim de ano e as férias. Neste início de ano equipista, queremos fazer-lhes algumas colocações que julgamos necessárias para que vocês possam melhor compreender e acompanhar os passos que o movimento está dando e que poderão constatar através dos EACRES. A vida cristã é uma caminhada. Ser cristão é fazer uma opção pessoal pelo Cristo; é identificar-se com ele, ser um com ele, assumir as atitudes dele, amar como ele, servir como ele. O mundo não é estático, é dinâmico. O mundo evolui, não é o mesmo do outro século, nem é o mesmo de outras décadas. As pessoas evoluem, a sociedade evolui, a Igreja evolui. Por isso, embora a fé seja a mesma dos primeiros tempos, o amor o mesmo, a explicitação dessa fé e as manifestações desse amor são diferentes hoje. Cada tempo tem as suas necessidades, assim como cada lugar. (As necessidades do povo de Deus na América Latina diferem, em certos aspectos, das necessidades do povo de Deus na Europa, por exemplo). Daí a necessidade, na Igreja, das assembléias, dos sínodos, dos concílios ... para refletir, para orientar a caminhada do povo de Deus, segundo os fundamentos da fé (o imutável) e de acordo com as necessidades do tempo. O mesmo acontece no movimento. Os carismas fundadores são imutáveis (são eles que caracterizam o movimento), mas a cada tempo e conforme a realidade do país, é preciso buscar a forma de viver esses carismas, que atenda às necessidades desta parcela do povo de Deus. Quando assumimos a responsabilidade do movimento no Br"asil, tivemos a consciência de que uma forte necessidade do tempo presente concernente ao grande objetivo do- movimento, qual seja, levar os casais a uma vida integralmente cristã, se relacionava com a inserção na Igreja e no mundo. -

Falar aqui em inserção na Igreja, pode parecer redundância, uma vez que é urp. movimento de Igreja e que por conseguinte somos parte da Igreja. Mas, infelizmente, por uma incompreensão do ser Igreja, uma equipe pode viver à margem da mesma, sem nenhuma conexão com o resto do povo de Deus. -14-


Assim, uma de nossas primeiras preocupações foi em torno de uma busca da melhor compreensão do mistério da Igreja, de melhor conhecê-la para mais amá-la, para sentirmo-nos realmente membros dessa Igreja - . Povo de Deus, sentirmo-nos responsáveis por ela, por sua missão. Esta busca concretizou-se, especialmente através dos temas de reflexão "Vós sois o Corpo de· Cristo", 1." e 2.• partes, mas também, através de uma insistência muito grande no assunto em todas as oportunidades, em todos os encontros, na liturgia, em palestras, nos grupos, bem como através da Carta Mettsal. Mas, somos leigos e, como tal, segundo o ensino do Concílio Vaticano 11, assumindo os ofícios e trabalhos do mundo, vivendo nas condições ordinárias da vida familiar e social, aí somos especialmente chamados a exercer a nossa missão, iluminando e ordenando as coisas temporais segundo a vontade de Deus. (cf. L.G. 31) Desde o início do movimento, os casais sempre foram inseridos na Igreja e no mundo. Mas estamos vivendo outro tempo; uma nova com· preensão de Igreja (pós conciliar); uma outra realidade no mundo. A inserção as.sume, pois, hoje, conotações diferentes; não pode depender da consciência e boa vontade do casal; é preciso preparação para ela, é preciso atualização, é preciso união de forças. Somos membros de um movimento familiar, portanto vamos exercer nosso papel de leigos prioritariamente (não exclusivamente) a partir da família. São pois preocupações nossas: - Conhecer a realidade da família hoje, aqui no Brasil. Considerando-se os fatores sociais, econômicos, políticos ... corre-se o risco de cair na desesperança, pois são grandes os desafios que enfrenta a família hoje: • Desrespeito à dignidade humana. • Os contra-valores propagados insistentemente através dos meios comunicação. • Escalada da permissividade. • Planejamento familiar mal orientado, aborto, relações pré-matrimoniais, uniões sem casamento ... e outros aspectos que atentam contra a família. • Nas camadas mais carentes (a maioria neste país), a fome, falta de habitação, desemprego, falta de assistência quanto à saúde e .educação, ·falta de lazer . .. -15-


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Diante dessa realidade :

• Repensar na família. Reescrever seu papel no mundo de hoje; a família sofre impactos mas também pode ser transformadora. • Redescobrir a Vocação das ENS na Igreja e no mundo, na atualidade e na fidelidade às origens . Somos os construtores do Reino de Deus; como vamos concretizar essa participação hoje, como família? Do documento n. 0 38 da CNBB - Diretrizes gerais da Ação Pastoral· da Igreja no Brasil, para o quadriênio 1987/1990: " ~ fundamental encontrar formas novas de apoio à missão da família, para que ela possa viver e crescer na fé, e contribuir para a criação de uma nova sociedade" (n. 0 237). Tudo isso é matéria na qual devemos por as mãos e nos lançarmos ao trabalho de reconstrução da família. Há o grande perigo de ficarmos na teoria. Para que isto não aconteça, é necessário que todos os casais se conscientizem dessa nossa responsabilidade e a assumam de verdade. E, para finalizar, ainda do doc. 38 : "Move-nos forte esperança, porque acreditamos que a família se situa no centro da história da criação e a vida no mundo depende dela em primeiro lugar" (n.0 238). · Com todo o nosso carinho, Cidinha e . Igar

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LOURDES 88 Esta é a segunda vez que nos dirigimos a vocês através da Carta Mensal, sobre a Peregrinação que as Equipes de Nossa Senhora farão a Lourdes (a primeira foi em junho de 86). Após aquele anúncio e como parte das . providências procurou-se saber dentro do universo das Equipes quantos estariam propensos em participar. O levantamento feito através dos responsáveis dos Setores e Coordenações teve um resultado considerado surpreendente, que conduziu a reflexões sobre aspectos que não poderiam ser colocados à margem. Todos nós nos posicionamos, como parte do povo de Deus, face à situação sócio-econômica que atravessamos, com seus reflexos nos contrastes e injustiças sociais e suas conseqüências. Estar-se-ia sendo coerente em organizar e incentivar uma participação de tamanhas proporções? -1.6-


Após muita reflexão de toda a ECIR e com a anuência dos Responsáveis Regionais concluímos ser mais coerente não promover uma organização nos moldes inicialmente pensados (organizando a poupança e compra de passagens coletivas). Essa decisão tomada não sem sofrimento de nossa parte, foi levada à Equipe Responsável Internacional (ERI) que a analisou e concordou com nossa posição. Estas reflexões, concluídas no final do primeiro semestre do ano passado, a apresentação do assunto à ERI e sua manifestação, juntamente com as informações gerais da peregrinação, dadas no final de setembro último, retardaram esta nossa volta ao assunto. As informações gerais são: • •

Local: Lourdes - França Data: 19 a 23 de setembro de 1988

O custo do encontro, por pessoa, incluindo alojamento e alimentação foi previsto em 1.100 FF (francos franceses) acrescidos de 200 FF para ajuda no custeio de uma Sessão de Formação Internacional, logo após a peregrinação com a participação de casais a serem convidados pela ERI. O custo, dependendo do número final de participantes poderá baixar para 1.150 FF. O tema preparatório: para as equipes mistas durante o Encontro será o "Magnificat" o qual será apresentado a todos os equipistas por ocasião dos EACREs. Refletiremos sobre ele em conjunto com todas as equipes do mundo. Inscrições deverão ser feitas através da ECIR. Aos que manifestaram interesse já enviamos as informações por carta. Aos demais equipistas que desejarem participar, poderão entrar em contato diretamente com o Secretariado ainda neste mês de março. O desenrolar constará de celebrações litúrgicas, palestras, reflexões e reuniões em equipes mistas.

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Este será um evento muito importante para a vida do Movimento, conferindo um profundo sentido de missão a cada casal peregrino: a de levar nossa experiência de vida cristã e a de trazer as rique.zas lá recebidas.

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE/ 88 Coo10 acontece sempre no mês de março, a Campanha da Fraternidade nos une e nos insere nas grandes preocupaçÕ!!S da Igreja que está np Brasil. Publicamos aqui a introdução do Texto-Base da CNBB que tem por título o próprio tema da Campanha. Sugerimos aos casais equipistas a leitura completa deste TextoBase, assim como dos demais fascículos sobre a Campanha C'Aulas _e Reuniões com Crianças", "Via Sacra: a Fraternidade e o Negro"), que podem ser adquiridos nas livrariás . católicas, ou direta':Jlente no Centro de Pastoral Popular (tel.: (061) 248-4166).

OUVI O CLAMOR DESTE POVO • OBJETIVO E HISTóRICO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE

1. Ao se realizar, em 1988, a 25.a Campanha da Fraternidade, é importante relembrar que o objetivo primordial desta experiência pastoral da Igreja no Brasil perma!lece o mesmo: nossa adesão a Jesus Cristo, renovando o compromisso de viyer em fraternidade, porque este é o sinal mais autêntico do seguimento do Senhor: "Nisto saberão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,34-35). 2. A cada ano, na Quaresma, a Igreja convoca os cristãos à conversão, que supõe o reencontro com o Mistério Central da nossa fé: ,Jesus Cristo, Filho de Deus, deu sua vida por nossa salvação como a maior expressão do amor de Deus Pai. Todos somos chamados a renovar e assumir com novo dinamismo, nossa opção cristã. 3. O convite estende-se,' igualmente, a todos os homens e mulheres de boa vontade, que queiram se dispor a unir forças em vista da construção de uma sociedade marcada pela justiça e pela fraternidade. 4. Para nós, cristãos, o amor aos irmãos, sinal que comprova a autenticidade do amor a Deus (1 Jo. 4,20), deve expressar-se na fraternidade das relações t:ntre as pessoas e dentro de cada comunidade. Há, porém, uma outra dimensão desse mesmo amor aos irmãos que é o abrir-se para a perspectiva social mais ampla, identificando e superando as causas profundas do sofrimento e da injustiça. S. O tema da CF apresenta a cada ano uma perspectiva particular dessa mensagem central ao cristianismo: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" (Jo 15,12). A realização da 25. 4 Campanha da Fraternidade é uma oportunidade para avaliarmos como, em nossa vivência quotidiana, temos conseguido incorporar o que nos foi proposto ao longo n.::sscs anos. -- 18 -


• O TEMA DA CF-88: "A FRATERNIDADE E O NEGRO" 6. Em 1988, comemora-se o centenário da abolição legal do trabalho escravo no Brasil. Nessa ocasião, o tema da presença do negro na sociedade brasileira será objeto de reflexão e análise em várias instâncias. 7. A Igreja também se dispõe a abordar esse tema que, por razões históricas, se tornou complexo e polêmico. Fiel à sua missão, ela o faz na oração e na reflexão, no estudo e no diálogo, em espírito de penitência e busca da verdade que liberta. A Igreja reconhece, hoje, que nem sempre tratou a situação vivida pelos negros com "a devida atenção evange· lizadora e libertadora" (Puebla 8,40). A quaresma de 1988 apresenta-se a todos nós, seja qual for nossa etnia, como um tempo privilegiado e favorável de conversão, busca de reconciliação e fraternidade. 8. Não se trata de julgar o passado escravista com os critérios do presente. Trata-se, isto sim, de reconhecer, à luz da fé, que os traços deste passado permanecem ainda hoje e são contrários à dignidade do homem, à fraternidade e à justiça. A consciência e denúncia dessa situação são indispensáveis para a conversão e conseqüente mudança efetiva de nossas atitudes e para a necessária transformação social. 9. O tema da CF 88, "A Fraternidade e o Negro", convoca-nos para ouvir "o clamor deste povo" por justiça. Mas a situação de marginalização em que se encontra a comunidade negra, por mais séria que seja, faz parte de um todo social e não pode ser tratada de modo isolado. Ela é conseqüência de algo muito mais amplo, profundo e complexo. Por isso, o tema da CF deve ser trabalhado como eixo gerador e motivador da luta pela evangélica transformação da estrutura social injusta vigente no Brasil. 10. B necessário, portanto, que também os demais marginalizados e oprimidos de nossa sociedade, como os índios, os trabalhadores rurais e urbanos, as mulheres empobrecidas, os menores carentes, sintam igualmente a força de uma renovada fraternidade cristã, revigorada a partir do esforço de superação dos preconceitos que marginalizam a comunidade negra. A "Fraternidade e o Negro" abre-se, assim, para uma dimensão uníversal e coloca-se como importante passo no caminho para a fr.aternidade cristã. A partir da comunidade negra, o Senhor deseja, também, que se faça justiça para com os empobrecidos, construindo com eles uma sociedade nova segundo seu plano de amor.

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O QUE JEJUAR E DO QUE ABSTER-SE? Estamos na quaresma, preparando-nos para a ressurreição do Senhor e para nossa própria santificação. Sabemos da necessidade do jejum e da abstinência - que nos exigem um pouco de sacrifícios - , mas que são essenciais enquanto meios de purificação. Contudo, será que basta jejuar uma ou outra vez da comida que comemos, ou da bebida que bebemos? Será que basta abster-se de carne às sextas-feiras, trocando por peixe, ovos ou outro alimento? O valor desta mortificação bem o conhecemos. Nossa Senhora em Medjugorje nos pede o jejum e o sacrifício, junto com muitas orações , para a salvação do mundo e nossa própria. Por isso, devemos compreender bem o que fazeqJ.Os, para que o fazemos e como o fazemos , uma vez que, possivelmente, a grande maioria de nós não se inclui entre os mais de 90 milhões de brasileiros que sofrem de desnutrição em algum grau . A pergunta que fica, portanto, é: será que não deveríamos jejuar e abster-nos de outras coisas que impedem o nosso crescimento espiritual , conjugal e familiar, e nos impedem ou dificultam também de ser um efetivo instrumento de transformação espiritual e social? · Será que não deveríamos jejuar e abster-nos, por isso mesmo, de comprar excessivos bens materiais, que requerem de nós muito tempo e dedicação para sua manutenção, mesmo em troca do convívio familiar e de nossa missão de ·evangelização? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos de subjugar e escravizar o nosso irmão, na pessoa do nosso próprio cônjuge, dos filhos , parentes, empregados, amigos, e tantos outros? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos de ser muito limitados em nossa generosidade, e assim nos tornando egoístas, individualistas e competitivos? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos de nossa falta de compromisso social, porque em geral estamos alheios aos tantos esforços que são feitos para que os homens tenham maior dignidade e se libertem de estruturas sociais, políticas e econômicas opressivas de sua condição de cidadãos? -

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Será que não deveríamos jejuar e abster-nos da dissociação que costumamos fazer entre nossa prática religiosa e nossa prática de vida no cotidiano? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos de nossa pouca vivência religiosa, em geral fácil , superficial, limitada ao mínimo, e apenas baseada no desejo? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do pouco empenho que fazemos para cumprir os meios de aperfeiçoamento que o movimento das Equipes de Nossa Senhora nos propõe? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do pouco empenho que fazemos para amparar a vida conjugal e familiar dos casais em crise e em dificuldades de toda a ordem? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do pouco empenho em nos engajarmos nas atividades paroquiais e/ ou diocesanas, uma vez que somos responsáveis por elas como membros da Igreja? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do pouco empenho e dedicação no nosso trabalho profissional, de forma que as outras pessoas nos vejam como testemunhas e proclamadores das mensagens de Jesus Cristo? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos porque não estamos sendo luz e sal da terra na qualidade e quantidade dos talentos e carismas recebidos? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do pouco empenho que fazemos para que, no meio de nossas famílias , surjam vocações sacerdotais e religiosas? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos da falta de conhecimento, pregação e vivência das bem-aventuranças, que nos anunciam de forma bem concreta a realização do Reino de Deus no meio de nós? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos da falta de assiduidade ao sacramento da eucaristia, que é a força e o alimento espiritual do cristão? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do medo de procurarmos o sacramento da reconciliação, encarando-o como uma obrigação anual , num certo período litúrgico? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos da nossa ânsia em procurar o mundo verdadeiro nos meios de comunicação, principalmente na novela da televisão, para fugir da realidade e viver os sonhos inexistentes que nos subjugam e deformam? Será que não deveríamos jejuar e abster-nos do nosso pecado de transformar as festas religiosas e sociais em acontecimentos consumistas, sendo ricos em presentes materiais, e pobres em vivência e crescimento espiritual?

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Enfim, podemos e devemos jejuar e abster-nos de tantas outras coisas, de modo a adquirir mais condições de implantar o ideal evangélico ainda neste mundo, além da simples diminuição ou eliminação de alimentos. 0 tes~emunho é a maior força transformadora que existe. O nosso jejum e a nossa abstinência, portanto, devem ser do nosso limitado testemunho e engajamento no processo de evangelização, formação do Reino de Deus e transformação da sociedade. Isso é quaresma. Isso é preparação para a ressurreição. Isso é vida nova . Mariola e Elizeu Eq. 19 -

Brasília

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DIÁLOGO DE SENTIMENTOS Muitos casais têm uma imensa dificuldade nesse tipo de diálogo, pois não sabem exatamente o que seja " sentimento". Costumamos rotular os sentimentos de bons e maus sentimentos, quando na realidade não existem bons e maus sentimentos, eles apenas são sentimentos. Os indivíduos sempre ficam projetando para os outros uma imagem do que são, nunca uma realidade. Passam grande tempo tentando manter essa imagem irreal. Isso atrapalha um diálogo de sentimentos, na medida em que apenas se partilha os sentimentos "bons" e não os "maus". Outro aspecto importante que ocorre é que os bons sentimentos são conquistas próprias, mas os maus sentimentos são culpa "do outro". Passa-se a responsabilidade para o outro de algo que não é bom, não se assumindo a autoria deste sentimento por ser "mau". Por exemplo, num diálogo conjugal, a situação mais freqüente é: se você me acolhe, me "paparica", me ampara, meus sentimentos são bons . Se você me olha de cara feia, você é· que é antipático, e meu sentimento é ruim em função dessa antipatia. Na realidade as coisas não são bem assim. Os sentimentos simplesmente são. Eles vem do próprio ser do indivíduo, mudam constantemente, e vão sendo harmonizados à medida que o diálogo se aprofunda. Nesse -22-


caminho de harmoni:z;ação, os sentimentos vão brotando espontaneamente e devem ser partilhados. Mas os casais não sabem partilhá-los e passam a agredir aquele que causa o sentimento ou a justificar os próprios sentimentos. Exemplo: o esposo à esposa - "Me sinto bem quando você está arrumada". "Não me sinto bem quando você corta minha conversação". Veja que ele não feriu a parceira, não pediu para parar de cortar a conversação. Disse apenas que se sentiu machucado, ferido, bloqueado quando ela cortou a conversação. A realidade é que quando o casal não sabe definir sentimentos, eles invertem a coisa. Ele diz: "Você me cortou a conversa, me deixou mal na frente dos outros". Ele começa a se defender, começa a julgar, a crit~car, a se colocar numa posição em que não existe a partilha de sentimentos; existindo assim a acusação ou a auto defesa. Para melhor compreender o diálogo de sentimentos, propõe-se uma classificação deste diálogo. Para isto, podemos dividi-lo em níveis: NlVEL 5. Rotina de Vida: Fala-se sem comprometimento, sem se aprofundar no assunto, de coisas diversas ~em envolver coisas pessoais. . ,,. Exemplo: "Hoje o dia está frio, acho que vai chover", "o preço da carne está alto", etc. !! a famosa conversa de elevador. NlVEL 4. Problemas alheios: é uma conversa em nível mais profundo, é a realidade de um com a realidade do outro, entrando em acordo para falar de uma terceira realidade. Existe uma certa concordância, pois o casal se alia para falar dos outros. Nesse tipo de diálogo existe uma cumplicidade, mas é um nível muito superficial. Fala-se de todos, menos da própria realidade. Conversa-se sobre pai, mãe, filhos, vizinhos, empregada, etc. Ocorre insatisfação, frustração e às vezes até insegurança. Por exemplo: Se o marido conversa com a esposa e em 15 minutos ela fala de uma porção de pessoas e a única pessoa certa é ela, isso acãrreta uma certa insegurança, pois quando ela estiver conversando com outra pessoa, o marido provavelmente vai entrar no rol dos errados. NlVEL 3. Próprios Problemas: Todo empresário reúne sua diretoria, conversa sobre seus próprios problemas, para resolver de maneira mais eficiente a situação. Esse tipo de diálogo não envolve sentimentos. f' apenas administrativo. Muita-s vezes, marido e· mulher conversam como empresários, se reúnem, tomam decisões. Por exemplo: decidem onde o filho vai estudar, qual o namorado mais conveniente para a filha; qual roupa usar, etc. !! um nível pessoal de diálogo, mas o matrimônio torna-se como uma empresa, onde não existe marido e mulher, e sim uma relação tipo chefe · e empregado.

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NlVEL 2. SENTIMENTOS: · é o momento em que o casal vai se encontrar e partilhar os seus sentimentos. Partilha a sua intimidade, mostra a sua realidade para o outro, dá de presente para o cônjuge um pedaço do seu interior, um presente bem pessoal, original, alguma coisa que rtunca existiu e que nunca vai existir, uma novidade para o outro. Coloca-se aqui um sentimento de unicidade, pois um presente quando é recebido pelo outro, passa a fazer parte de uma realidade comum, de um todo único. Esse tipo de diálogo é riquíssimo e são momentos em que ocorre um encontro total do casal. Exemplo de questionamentos que podem ser feitos: "Como me sinto quando chegõ em cása e você está me esperando?" " Como me sinto quando você se arruma?" "Como me sinto quando você fica brava?" E, partindo desse tipo de diálogo, chega-se ao nível mais profundo, aquele que deve ser buscado . . . NlVEL 1. Encontro: é o momento em que as duas realidades se encontram, em que ocorre uma partilha das realidades de cada um, e nesse momento surge uma situação especial que é a Intimidade. E como é que ocorre essa intimidade? No momento em que os casais começam a partilhar aquilo que é mais íntimo dos dois , começam a partilhar suas fraquezas , suas limitações, suas pobrezas, suas misérias . .. .E cada um vai experimentando a fragilidade do outro e é nessa fragilidade que se consegue uma comunhão. Quando o indivíduo se faz forte, ele não permite essa comunhão, essa penetração no outro. Por outro lado, quando ele se torna frágil , ele permite a penetração do seu cônjuge. As realidades podem penetrar um no outro. Devido a essa fragilidade de ambos , não existem ferimentos , ressentimentos. Não existe agressão. Os frágeis não se atacam, não existe cumplicidad~ . Os cúmplices são fortes . Os frágeis entram em comunhão.

- -oO o- Na verdade este assunto é vasto, muito há para se dizer, e como é gostoso falar disso , trocar estas experiências .' . . E, portanto, com esta motivação que trazemos à Carta Mensal, estas considerações que muito nos tem ajudado e que recebemos de um casal maravilhoso que é Dewet - Nadya, de Curitiba. Salma e Paulo Eq . 2 -São José dos Campos 24 -


La Pletรก- de Mlchelรฃngelo

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PAZ, OUTRO NOME DE DEUS " Exaltado até os confins ::la Terra, ele será nossa Paz " (Mq . 5, 3-4).

Nunca se falou tanto em paz como ' nestes tempos; porque nunca, como agora, a Terra precisou tanto dela. Contudo, com relação à paz, o. homem vive em perpétua contradição consigo mesmo. Anseia por ela, enquanto fabrica armas de guerra; vive fazendo programas de r~construção, enquanto apronta novos instrumentos de destruição; com uma mão joga na terra as sementes que garantem pão para todos, enquanto com outra lança bombas que queimam o solo e o tornam improdutivo; promove encontros e mesas-redondas e assina tratados de paz, enquanto fica tramando enganos para subjugar e dominar seus advers.ários . .. Nem falta quem diga que a paz é inimiga do homem, porque seria inimiga do progresso e das mudanças sociais, cemitério das novas idéias que só podem ser espalhadas pelos canhões. A paz obrigaria o homem a vegetar acomodado num mar de tranqüilidade, porquanto ele é, por natureza, competidor, lutador, guerreiro e conquistador, com a vocação para ampliar os confins de seus domínios, mesmo pisando no pescoço dos mais fracos. Mas isso não passa de del·írio hitleriano. Em geral, porém, é como Jerem ias disse (6,15): "Todos andam gritando: paz , paz! Mas não há paz". A guerra continua. Continua até em nossos lares; em nossas comunidades , em nossos ambientes povoados de falsos amigos e de inimigos declarados ; superaquecidos pelo nervosismo e pela intolerância; pontilhados por constantes violências e provocações; envenenados pela droga e pela corrupção ; entristecidos pela falta de justiça , de fraternidade, de igualdade e de liberdade . ' Será que nossas buscas e nossos anseios de paz ficarão para sempre frustrados e condenados à falência? ~ bem possível que isso aconteça, se continuarmos tendo dela um conceito errado e redutivo ; e se , também de maneira errada e redutiva, continuarmos a buscá-la. Pensa!T'os que paz seja apenas descanso das armas, ao passo que é, acima de tudo, aposentadoria do egoísmo e reativação do

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amor, cessação da corrida para a vingança e advento da reconciliação universal: entre homem e homem, entre homem e natureza, entre homem e Deus. Pensamos que ela possa ser estabelecida e defendida pela força das leis e pelo medo das armas, ao passo que só uma reversão e mudança de mentalidade, uma conversão à Lei de Deus conseguirão garantir-lhe a sobrevivência. Imaginamos a paz como dom inestimável de Deus, ela, porém, não é apenas dom de Deus; é o próprio Deus se entregando totalmente em nossas mãos, para que tenhamos com fartur1;1 aquilo que a paz promete: plenitude de todos os bens, de toda libertação e de toda salvação. A paz é outro nome de Deus. E nós adoramos e amamos o Deus cujo nome é paz. Confórme o apóstolo Paulo escreveu aos efésios (2,14-15): "Cristo é nossa paz. De todos os povos, ele fez um só povo, derrubando toda muralha de separação e suprimindo, em sua carne, toda inimizade. E foi assim que ele criou em si mesmo o Homem Novo". Ora, se a paz é o próprio Deus, ilusório seria buscá-la à revelia de Deus. Quem deseja a paz é a Deus que deve buscar. Se hoje a Terra está sem paz, é porque está sem Deus, e se a paz parece fugir dos homens, é porque os homens estão fugindo de Deus ... Os pastores de Belém, no coração daquela noite memorável, ouviram a boa-nova da alegria e uma promessa de paz: "Paz na Terra aos homens por Deus amados!" Puseram-se a caminho, em busca da grande promessa. Só encontraram um Menino, mas perceberam que a paz estava lá, encarnada nele. Era ele a paz tão ardentemente desejada e esperada. Também o homem de hoje, pastor errante sempre insatisfeito e sempre inquieto, a cada promessa de paz põe-se a caminho no coração da noite, armado com a lanterna da esperança, para descobrir em que gruta a paz ter-se-ia refugiado, porque dela não encontrou sinal algum. E a promessa do Natal parece cada vez mais utópica, mais quimérica e mais longe de ser realizada. Também pudera! Há sempre alguém por aí de tocaia para matar a paz, com suas manias de vingança e de desforra. Há sempre qualquer anormal, louco por brincar com as armas. Há uma bomba, um míssil, um fuzil ou uma faca prontos para entrar em ação, perturbar a convivência humana, atentar contra a vida e desmentir a promessa antiga ... De qualquer modo, a paz só nos advirá pelo Menino de Belém. Se a ele não abrirmos nossas portas, estaremos condenados a conviver com a guerra. Mas é bom lembrarmos: tudo o que se opõe

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a Deus opõe-se também à paz . Tudo o que contraria o Evangelho contraria também a paz. Tudo o que prejudica o amor prejudica também a paz. E tudo o que fere o homem fere também a paz . Por isso, não adianta esperarmos na "paz americana" ou na "paz soviética", na "paz capitalista", na "paz marxista" ou na "paz fascista". Elas são "pazes" sem futuro, porque construídas pela exploração ou impostas pelas armas, quase sempre na ausência de Deus. Esperamos e cremos na paz cristã, cantada no céu de Belém. Ela bem que pode parecer tão frági l, mas possui a maior força do universo: a força do amor. (Extraído da revista Família Cristã, este art igo é de autoria do Pe . Virgilio Ciaccio, sacerdote paulino, redator do semi nário litúrgico-catequético "O Domingo").

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Aspecto do plenário no Encontro de ltaici

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ENCONTRO NACIONAL DE QUADROS DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Realizou-se em 20 , 21 e 22 de novembro último, em ltaici, SP, o Encontro Nacional que reuniu todos os casais responsáveis do movimento (AS, RC, AR, ECIR) e conselheiros espirituais de setor. Estiveram presentes um total de 271 pessoas, sendo 24 CE. Foi um encontro de formação, reflexão e de trabalho, alicerçado na preparação prévia dos participantes com seus quadros locais em cima de material previamente enviado pela ECIR. Essas reflexões, juntamente com os assuntos lá expostos, conduziram a grupos de reflexão e trabalho, cujos resultados objetivavam dar subsídios e orientação à caminhada do movimento. O tema central do encontro foi "A vocação das ENS na Igreja e no mundo, na atualidade, na fidelidade às origens". Na abertura, sexta-feira à noite, Cidinha e lgar colocaram o objetivo do encontro. Num mundo que muda, a família muda também. Surgem novos problemas e o movimento deve adaptar-se a esta nova realidade. Esta resposta deve ser feita na fidelidade aos carismas fundadores do movimento e na adequada interpretação dos si~is dos tempos. O sábado foi dedicado a esse tema. Iniciando-se pela celebração da Santa Missa, preparada com leituras, cânticos e comentários de forma a dar um sentido ao tema e propiciar aos casais melhor fundamentação para os trabalhos da jornada. Duas palestras , bastante ricas , deram base para as reflexões e os grupos de trabalho . •

Elisabete e Agostinho Bertholdi, de Curitiba, CEMPLAFAM, fizeram uma descrição realista da situação da família brasileira contemporânea, mostrando os grandes desafios que os pais encontram em sua exultante mas difícil missão de educadores e como com freqüência sentem-se mal preparados para enfrentar suas responsabilidades.

D. Luciano Mendes de Almeida, presidente da CNBB, a partir da realidade da família hoje e de sua experiência nos sínodos de

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80 sobre a Família e no recente de outubro último sobre os Lei gos, mostrou-nos de forma lúcida como deve ser entendida a Família, como ela deve se renovar e como devem ser apresentados seus valores numa sociedade em plena evolução. Falounos das Diretrizes Pastorais da Igreja no Brasil para o quadriênio 87-90 , que dá destaque à Família e ressaltando aqui a importância da missão específica das Equipes de Nossa Senhora nesse plano. O domingo, dedicado à vida interior do movimento, também iniciou-se com a celebração da Eucaristia, em comunhão com todo o povo de Deus. Na preocupação com o crescimento espiritual dos casais equipistas, dedicou-se um tempo forte à Partilha e Pontos Concretos de Esforço, a partir de um novo enfoque que visa maior transformação dos casais. Esta parte esteve a cargo de Veda e Darci e Therezinha e Thiago, da ECIR , seguida de um grupo de trabalho . Na busca de dar subsídios para a ação dos casais responsáveis em sua missão, foi abordado por Beth e Rômolo, também da ECIR, o assunto Planejamento. Um último grupo, por regiões , poss ibilitou aos AR , AS e RC tratarem de assuntos específicos de suas local idades . Os conse lheiros espirituais , por sua parte, refletiram sobre a necessidade de aprofundar o conhecimento de uma sociedade e de uma família em processo rápido de mudança, de se dar respostas adequadas a essa necessidade e sobre a exigência de uma formação permanente . Sem dúvida este Encontro foi um importante passo na caminhada do movimento e na orientação aos seus responsáveis para ajudá-los no serviço aos irmãos .

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OS SACRAMENTOS Por solicitação de muitos casais equipistas e de muitos Conselheiros Espirituais, no sentido de dar um maior cunho de formação cristã e de catequese a nossa Carta Mensal, iremos, ao longo deste ano, publicar alguns textos referentes aos Sacramentos da Igreja. Este primeiro texto, extraído de um tema preparado por um Conselheiro Espiritual, trata do assunto de uma forma geral.

INTRODUÇÃO

Nós, os ·ocidentais, perdemos o sentido simbólico das coisas . Diante das coisas materiais, a nossa pergunta é sempre: "para que servem?", pois, para nós, as coisas têm o valor de consumo ou troca, porque vivemos num mundo utilitarista, de consumismo. No Oriente místico, as coisas têm vários sentidos, pois pertencem ao Ailllan Univer~âl e revelam o mundo dos espíritos. Mas existem coisas que só têm valor para determinada pessoa, porque trazem em si um valor subjetivo. Exemplo: o terço que tirei das mãos de meu pai quando morreu é uma relíquia, porque ele me comunica uma outra realidade além da sua forma natural de terço. Este terço para mim é portador de uma realidade espiritual que transcende a sua condição material. Outro exemplo: a flor que o apaixonado dá à amada leva consigo não a flor em si, mas o símbolo do amor que ele tem por ela. Se ela não aceita a flor, o amado pode interpretar que ela não aceita o seu amor. Tóda vez que uma realidade do mundo, sem deixar o mundo, evoca uma outra realidade, dizemos que ela assume uma função sacramental. A vida está cheia desses sinais, que carregam em si uma mensagem de pessoa para pessoa. Entende o sinal quem tem abertura para o amor do outro que se oferece. Se gestos de amor humano nos fazem tanto bem, que dizer dos gestos de amor de Cristo que são os sacramentos? Pois os sacramentos são a maneira concreta de Deus comunicar o seu amor ao homem. São gestos de amor que Deus dirige a cada homem em particular. Na base do sacramento está a proposta de salvação que Deus oferece e a resposta de fé do homem que a aceita. A mediação é Jesus Cristo. ~ imprescindível que a -31-


pessoa que aceita receber este gesto de salvação e de libertação que Deus oferece o aceite como gesto de pessoa para pessoa com valor aqui e agora. É preciso que haja fé na Ressurreição. O gesto de uma Igreja onde o Cristo ressuscitado continua atuante, vivo. Portanto, o gesto sacramental não é apenas uma lembrança ou uma representação exterior de fé, mas a presença atuante de uma pessoa divina e humana que continua a nos comunicar o seu amor. O gesto de Cristo continua, como na sua vida terrena, a salvar hoje e agora. PORQUE 7 SACRAMENTOS NA IGREJA Até o século XII houve mais de 100 sacramentos na Igreja. Mas · com o tempo 7 deles se destacaram 'e, em 1274, no Sínodo de Lyon, definiu-se como 7os sacramentos essenciais para a Vida da Igreja. Em 1547, o Concílio de Trento definiu solenemente que "os sacramentos da nova Lei são sete, nem mais e nem menos". Esta escolha de 7 sacramentos, operada entre os séculos XII e XV, não foi arbitrária. O número 7 deve ser entendido no seu sentido bíblico de plenitude. Ele é usado freqüentemente na Bíblia tanto no Antigo como no Novo Testamento. O número 7 é formado da soma dos números 4 e 3. O 4 é o símbodo do Cosmos na Bíbiia (os 4 elementos: terra, água, fogo , ar), da imanência do mundo visível. O 3 é o símbolo do Absoluto (Santíssima Trindad~). A soma de ambos, o 7, significa a união do imanente (mundo material) com o transcendente (a comunhão eterna do Deus trino) . O número 7 exprime o fato de que toda a existência na sua dimensão material e espiritual é consagrada pela graça de Deus . Os 7 sacramentos acompanham etapas muito especiais da vida humana, do ,nascimento à morte física do homem: Para comemorar a alegria do nascimento, Cristo instituiu o Batismo. Para celebrar a iniciação à vida dos adultos, deu-nos a Confirmação ou Crisma. Para festejar a reconciliação com ele e com os irmãos, estabeleceu a Confissão. Para celebrar a união de todos no amor de Deus, deu-nos a Eucaristia. (Comunhão). Para consolidar o amor dos cônjuges instituiu o Matrimônio. Para aqueles que escolheu os seus · representantes estabeleceu a Ordem. ·Para dar força e coragem na hora da dor, deu-nos a Unção dos Enfermos. Os sacramentos não têm em si mesmo poder algum, senão · seriam passes de mágica. É Deus quem salva e o faz por amor. A ação de Deus -32-


em nós não dispensa a nossa parte. Devemos colaborar com Deus. Ele nos dá a salvação pelo merecimento de seu Filho, mas compete a nós aceitá-la e fazer com que ela se desenvolva em nós. O sacramento, embora seja dirigido a uma pessoa, nunca é uma ação individualista, unicamente entre. Deus e a pessoa. É sempre um ato eclesial, pois nele age o Cristo, que é a cabeça da Igreja. Por meio dos sacramentos todos se unem a Cristo e conseqüentemente aos irmãos que estão com Cristo. Um cristão sem vida sacramental autêntica é como um galho decepado do tronco, sem se nutrir da seiva do Corpo Místico de Cristo. Muitos são os que recebem os sacramentos, como quem cumpre uma obrigação, paga um imposto. Sacramento não é obrigação nem dever; é a vida do cristão. Não recebê-los significa morrer espiritualmente. (Extraído de um tema de estudos da Equipe 8/ B - S.P.)

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A úLTIMA VEZ QUE PADRE PAUL EUGeNE CHARBONNEAU FALOU PARA CASAIS

Pertencemos à equipe n. 0 1 (Nossa Senhora das Vitórias) do Rio de Janeiro, s·etor A - vinte e sete anos no Movimento. Somos c~sados há quarenta e sete anos, temos cinco filhos e sete netos . Conhecemos Padre Eugênio indo à São Paulo convidados por um casal das E.N.S., Yolanda e Jorge Silveira Mello, que em 1965, organizavam os " Encontros de casais com Padre Charbonneau". Num fim de semana de palestras sobre vida conjugal e familiar, sofremo:; o maior impacto de nossa vida, ouvindo um sacerdote canadense que ainda falava com bastante sotaque, nos fazendo rir, chorar, repensar, modificar nosso comportamento como casal e educadores . Ficamos de tal maneira impressionados com o dom de comunicação e o carisma do Padre, que nos oferecemos para organizar os mesmos "Encontros" aqui no Rio, proporcionando aos casais cariocas, a maravilhosa oportunidade de melhorar e mesmo salvar muitos casamentos. Ele acedeu imediatamente e foi assim que começou uma amizade entre nós tão sincera, tão fiel , de verdadeiros irmãos em Cristo. Casou nossa filha, batizou nossos netos e dedicou um dos quarenta e cinco livros que escreveu: "Moral Conjugal no século XX" a nós. O que gostaríamos que ficasse registrado aqui, na Carta Mensal, é o relato da última vez que Padre Eugênio falou em público. Foi no final de maio de 1987. Passamos um fim de semana em Teresópolis, Rio de Janeiro, ajudando Heloisa e Jorge Fortes, da equipe n. 0 6, na organização de um "Encontro de Outono".* Trinta casais, todos com mais de vinte e cinco anos de casados (a maioria equipista), ouvindo durante sete horas e meia, o Padre falar de " como envelhecer no amor, sem nos deixar ficar velhos". Alguém disse: "mas já é tão difícil mudar, imagine a esta altura da vida!" Ledo engano. Ainda tínhamos muito que aprender, a rever, a melhorar, a conquistar.

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Estes Encontros vêm sendo realizados regularmente agora, sob o nome de "Nós dois, agora" . (N.R.)

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Aliás, sobre isso, Padre Eugênio disse algo que toca muito às E.N.S.: "o Caffarel deu um golpe de mestre, inventando o Dever de Sentar-se". Pouco a pouco, com o correr do tempo, e sobretudo depois que ele faleceu, começamos a colher os frutos de tudo que Padre Eugênio nos deixou destes anos de convivência. Hoje, estamos tristes a mais não poder. Foram vinte e dois anos de amizade na qual descobrimos a generosidade, a profundidade, o empenho e o entusiasmo com que Padre Eugênio colocou a serviço do próximo o carisma e os talentos recebidos de Deus. De nossos encontros, nosso testemunho: ele nunca desistiu de ser, jamais se alienou, não fugiu da dor e da incompreensão. Levantou com coragem diversas bandeiras como a da paternidade responsável, do planejamento famliar, da educação sexual - fundou a Escola de Pais; da justiça social - foi Conselheiro da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa e de cuja fundação participou. E neste final de vida, com a saúde há tempos comprometida, ainda teve entusiasmo e coragem de enfrentar horas e horas de palestras nesse " Encontro de Outono". Ao receber nosso convite, foi textual : "para os velhotes, eu topo". Ao terminar, vibrava de alegria junto com os casais. Prometeu voltar ao Rio em março e, em São Paulo, imediatamente, convocou os casais que desde o início dos outros "Encontros" se ocuparam da organização e disse-lhes que desejava logo repetir o que vinha de fazer no Rio. Infelizmente, só pode realizar este único que descrevemos ê que já deu frutos extraordinários. Dia onze de setembro, chegou a hora do " abraço e Deus" - era assim que ele chamava a morte. O Senhor foi pontual. Estamos cer5os de que recebeu nosso querido amigo com um sorriso de "terna ternura". Em todos que o conheceram permanecerá a eterna saudade. Martha e Carlos Eduardo Rosman

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Como todos sabem, o movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil é coordenado por uma equipe, a E.C.I.R., Equipe de Coordenação Inter-Regional. Ela rl!aliza a coordenação das Regiões em que o Brasil está dividido. Para divulgar os trabalhos destas Regiões, sua localização geográfica, suas particularidades, a Carta Mensal está entrevistando cada um dos casais responsáveis regionais e publicará seus dados principais em uma série de artigos. Para se conhecer mais de perto a Região de Minas Gerais, a Carta Mensal entrevistou o casal Margarida e José Agostinho Tavares, Casal Regional.

A REGIÃO MINAS GERAIS C. MENSAL: Quando foi fundada a Região de Minas Gerais? C. RESP.

Em 02 de março de 1986. As · ENS já estavam presentes no Estado: estavam funcionando em Juiz de Fora, Belo Horizonte, Varginha e Pirapora. Elas pertenciam à antiga Região Centro-Leste. Havia também Pouso Alegre, que se ligava ao Setor de São José dos Campos. Quando se decidiu criar a Região todas essas equipes de Minas foram a ela incorporadas . O atual Responsável Regional mora em Juiz de Fora .

C. MENSAL: Hoje , quantos setores tem a Região? C. RESP.

São três setores : o A e o B de Juiz de Fora e o de Belo Horizonte. Três também são as coordenações: a de Varginha, a de Pouso Alegre e a de Pirapora . Ao todo são 40 equipes, sendo que 3 estão em pilotagem. Temos ainda 4 grupos fazendo experiência comunitária.

C. MENSAL : Qual a equipe mais antiga da Região?

C. RESP.

É a equipe n .0 1, de Juiz de Fora: N. S. do Sagrado Cora-

ção, fundada em março de 1971 . O casal mais antigo é Gilda e Hermenegildo (Gigi) Villaça Freitas. Foi este casal que atendeu a uma sugestão de equipistas de Petrópolis e reuniu um grupo de casais para uma Informação que foi dada por casais de Petrópolis em novembro de 70 . Os equipistas de Petrópolis pilotaram as quatro primeiras equipes que se formaram em Juiz de., Fora .

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C. MENSAL: Qual o Conselheiro Espiritual que primeiro aderiu às ENS? C. RESP.

O conselheiro mais antigo é o Padre Aloísio Joegler, que hoje não está mais na cidade. Dos que ainda atuam no moviménto, o mais antigo é o Padre Edmundo Leschnhak SDV.

C. MENSAL: As equipes de sua Região têm alguma particularidade notável? C. RESP.

Poderíamos dizer que as Equipes de nossa Região têm " origens" diversas: cidades diferentes receberam o Movimento de fontes diferentes: Pouso Alegre, de São José dos Campos; Pirapora, de Niterói; Juiz de Fora, de Petrópblis. Juiz de Fora irraqiou o Movimento para Varginha e Belo Horizonte. As distâncias entre as cidades não são pequenas, o que dificulta um pouco o intercâmbio entre os setores e coordenações. A boa vontade se manifesta na presença de cada setor toda vez que se programam atividades inter-setoriais como Sessão de Formação, Mutirão, Dias de Estudo. Com estes trabalhos se consegue um bom entrosamento na Região.

C. MENSAL: Os equipistas de sua Região, como se inserem nos trabalhos da Igreja? C. RESP.

Os equipistas de nossa Região são bastante ativos e inseridos na Igreja, principalmente na Pastoral Familiar (cursos de noivos, cusilhos, Emaús, cursos de Batismo, de Crisma, Pastoral dos Enfermos, etc.). O representante nacional de Emaús é equipista de Varginha, o representante em Juiz de Fora também o é, bem como o de Cursilho. Muitos casais, atendendo às necessidades locais, trabalham em suas paróquias, nas mais diversas funções .

C. MENSAL: Tem sido difícil conseguir conselheiros espirituais para as ENS? Qual a opinião deles a respeito do Movimento? Quantos são? C. RESP.

Temos 28 conselheiros. De modo geral são bem disponí-· veis às ENS. A maioria é de párocos, o que dificulta sua participação em eventos, mas em todos os setores temos organizado encontros dos conselheiros com uma razoável presença. Todos insistem na necessidade de os equipistas se inserirem cada vez mais na Igreja e valorizam muito os Meios de Aperfeiçoamento . De modo geral não tem sido problema cativá-los para o movimento. Quanto à avaliação deles, pelos seus depoimentos nas reuniões de con-37-


selheiros, nos ,EACRES ou em suas equipes, deduzimos que julgam as ENS um movimento muito · rico e exigente e que os casais têm correspondido àquilo que deles se espera. A permanência de alguns casais "instalados" nas equipes é fortemente questionada por eles. C. MENSAL: Vocês, quais as funções que já exerceram no Movimento? C. RESP.

Desde Casal Responsável da nossa Équipe, Casal Responsável pelo Curso de Noivos, Casal Responsável pelo Setor de Juiz de Fora (inclusive quando Juiz de Fora era ainda coordenação), Casal Piloto e responsável pelo Departamento de Jovens.

C. MENSAL: Com uma região tão grande, como vocês vencem os problemas criados pelas distâncias? C. RESP.

Temos encontros periódicos, fazemos visitas e através de relatórios e telefonemas. Formamos uma equipe com os casais Gilda e Gigi, Therezinha e Jodalby, Julieta e José Carlos, Fany e Amaury, todos de Juiz de Fora. Esta equipe é nosso apoio. Reunimonos mensalmente para analisar a atuação dos setores, fazer balanços, planejamento e montagem de encontros. Esta equipe tem funcionado maravilhosamente bem e é ao que sabemos - uma experiência nova que poderia ser assimilada por outras regiõe's, porque, além de amenizar o trabalho, o mesmo fica enriquecido com a experiência de outros casais.

C. MENSAL: Estamos satisfeitos, vocês gostariam de dizer mais alguma coisa? C. RESP.

Sim, gostaríamos de ler a seqüência destes artigos para ver como as outras regiões estão organizaadas. Também será um meio de trocar experiências .. .'

C. MENSAL: ~ para isto que existe a Carta Mensal, principalmente.

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EACRES Quando esta Carta Mensal chegar às mãos de seus leitores, os Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe - EACRES - já estarão em pleno desenvolvimento. Com certeza, o Encontro Especial de Manaus, realizado em 27 e 28 de fevereiro com uma parte dos CRE's da Região Centro-Norte, e o de Marília, para os da Região SP-Oeste, na mesma data, terão deixado lembranças de ricas co-participações e. grandes alegrias em seus participantes . Os demais Encontros estão programados para este mês de março, como segue: 5 e

6 de março, em São Carlos , Região SP-Centro; em Guaratinguetá, Região SP-Leste; em Belo Horizonte, Região Minas Gerais.

12 e 13 de março, em em em em em em

São Paulo, Região SP-Sul I; Jundiaí, Região SP-Sul 11 ; Brodósqui, Região SP-Norte ; Petrópolis, Região Rio-11; Brasília, Região Centro-Norte; Londrina, Região Paraná .

19 e 20 de março, em Florianópolis , Região Sta. Catarina; em Fortaleza, ·Regiões Distantes •; no Rio de Janeiro, Região Rio-1, e 26 e 27 de março, em Porto Alegre , Região Rio Grande do Sul. Num esforço de reportagem, tentaremos , em nossos próximos números, contar a vocês o que foram estes momentos fortes da vivência do Movimento, pelo Brasil afora.

RETIROS Para casais das ENS : 22 a 24 de abril , no Cenáculo 20 a 22 de maio, em Barueri 03 a 05 de junho, em Barueri Estes retiros são organizados pelos Setores de São Paulo-Capital. Inscrições com Darci e Geraldo (011-67-9063) ou Rosa Maria e Renato (011-284-3178) . Abertos , no Foyer de de Charité, em Mendes, RJ (0244-65-2288) : 30/03 a 03/ 04 16/05 a 22/05 27/05 30/ 05 -

a

Retiro da Semana Santa Retiro Mariano Retiro de Corpus Christi.

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NOTrCIAS BREVES • DÜrante. as férias passadas, a Equipe da Carta Mensal teve a grande alegria de receber muitas cartas de seus leitores, desejando, na expressão de sentimentos cristãos autênticos, que o Espírito Santo do Senhor nos ilumine em 1988. A todos agradecemos e retribuímos , em caridade , fé e esperança. • Gostaríamos, no entanto, de destacar duas das cartas recebidas , por terem sido escritas por dois bispos: D. José Newton, Arcebispo Ordinário Militar, e D. Murilo Krieger, Bispo Auxiliar de Florianópolis. A ambos, agradecemos de coração, e procuraremos, em nossos próximos números, aproveitar o material enviado .

e

Mons. Pierre Primeau , Co.nselhelro Espiritual das ENS de Brasília, colaborador da Carta Mensal e Assessor de Pastoral Familiar da CNBB, esteve no Chile em outubro passado, onde expôs , em Congresso de Planejamento Familiar Natural , a situação do planejamento familiar no Brasil. • A 26. 6 Assembléia Geral da CNBB, a se realizar em ltaici , de 13 a 23 de abril próximo , se desenrolará em torno do tema central : " lgrêja - Comunhão e Missão". Um Dia de Espiritual idade, durante o Encontro, terá como assunto " Maria, na vida e ação evangelizadora da Igreja" , a ser colocado por D. Ivo Lorscheiter, bispo de Santa Maria, RS . • Recebemos também informação da CNBB de que foi aprovada uma Peregrinação dos Bispos a Aparecida, dentro do contexto do Ano Mariano. • O boletim " Notícias ", da CNBB, noticia com destaque o Encontro Nacional diJS Quadros das ENS, realizado em ltaici, de 20 a 22 de novembro de 1987 [v. pág . 29 desta CM .). Relata a presença e a palestra de D. Luciano Mendes de Almeida e informa que foram as seguintes as conclusões do Encontro: 1 - Aplicar na vida das Equipes de Nossa Senhora as Diretrizes Pastorais da Igreja no Brasil, promovendo a Família, que é Destaque Pastoral até 1990; 2 - Ajudar o planejamento diocesano e paroquial da Pastoral Familiar e 3 - Orientar as atividades das Equipes na direção das necessidades urgentes, que surgem na área da família• Sob o título "A Paz é possível. A Paz é um dever ", a Editora Vozes acaba de lançar uma coletânea de vinte mensagens dos Santos Padres Paulo VI e João Paulo 11, pronunciados entre 1968 e 1987, por ocasião do Dia Mundial da Paz.

e Tema da Campanha da Fraternidade para 1989: " Comunicação para a Verdade e a Paz ". • As Edições Paul i nas acabam de lançar um livro de " Historinhas para Missas com Crianças" de autoria de Pe. Mauro Odorissio e de Edith Maria Pellanda, de grande interesse para casais desejosos de preparar, desde cedo , uma melhor partic ipação de seus filhos na Missa.

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NOTfCIAS DOS SETORES Eventos - Realizado a 28 e 29 de novembro, o último retiro de 1987, da Região Rio I. Pregado pelo Pe. João Afonso (Padre Dé) de Niterói, com momentos de "silêncio monolítico ", isto é, absoluto, a fim de que os participantes interiorizassem as mensagens recebidas nas curtas palestras de, aproximadamente, 20 minutos de duração e que forneceram muito material para meditação. Apresentamos abaixo a oração final que encerrou toda a liturgia preparada pelo Padre Dé para o Retiro: • SENHOR, faz no nosso lar um ninho do Teu amor! • Que não haja amarguras I Porque Tu nos abençoas . • Que não haja egoísmo I Porque Tu nos :;mimas. • Que não haja rancor I Porque Tu nos perdoas . • Que não haja abandono 1 Porque Tu estás conosco . • Que saibamos caminhar para Ti I em nossos passos diários. • Que cada manhã I seja o início de mais um dia de entrega . • Que cada noite I nos encontre sempre mais unidos no amor • Que façamos do amor I um motivo para amar-Te mais. • Que demos o melhor de nós mesmos para sermos felizes no lar. • Que quando amanhecer o grande dia de partir ao Teu encontro, concede-nos estarmos UNIDOS para sempre em Ti. Amém . - Os equipistas . de São Paulo-Capital lotaram a Igreja N. S. da Esperança, em Moema, na noite de 8 de

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dezembro passado, quando da Celebração Eucarística presidida por Pe. Elísio e concelebrada por mais seis Conselheiros Espirituais. O evento teve como objetivo, além da celebração do Natal e encerramento do ano-equipista, a comemoração do 40.0 aniversário de promulgação dos Estatutos das ENS e a passagem do cargo para os novos casais responsáveis de equipes dos setores A, B, D e E. Também durante o evento ocorreu a passagem da responsabilidade do Setor B e a posse do primeiro casal responsável pelo recém-criado Setor C (ver notícias sob o título Mudanças nos Quadros, nesta· mesma seção) . - Os equipistas das regiões Minas, Rio I e Rio 11 atenderam o convite e compareceram, um número bastante expressivo à Sessão de Formação realizada em Juiz de Fora-MG entre os dias 9 e 12 de outubro de 1987. Como nos relatam Sonia e Waldeyr (Eq . 01 de Belo Horizonte). transpareciam nos rostos dos presentes a expectativa, a curiosidade, a ansiedade e tantos outros sentimentos por terem dado entrada na. "tão falada Sessão de Formação · . Após o jantar, os casais dirigiram-se à sala de palestras onde , com alegria, constataram que o seu encontro seria presidido pela Palavra de Deus , com a solene introdução da Bíblia no recinto, sob o olhar amoroso da Virgem Mãe Aparecida. E o Senhor Jesus Cristo com seu amor intransponível e incomparável, porém, acessível levou a todos a viv~rem esses dias num clima muito parecido com a Igreja dos primeiros tempos (" Vêde como eles se amam") . Usando como instrumento uma equipe de serviço integrada no Movimento e inserida na Igreja, Deus convidou os casais ali presentes a testemunharem

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com a vida e com o serviço a sua experiência de casados no caminho da santidade. A cada instante que passava o Espírito Santo agia e renovava, qual brisa suave trazendo a Paz que permanecia nos corações . E • aconteceu" também o Padre Dé , retrato fiel do verdadeiro cristão e que a todos revelou a alegria deste chamado, sua imensa responsabilidade, as dificuldades da caminhada e a glória eterna, prêmio e promessa daquele que nos antecedeu junto ao Pai. E do dia 9 ao dia 12 os corações foram se -abrindo e a Virgem Maria apresentava todos ao

Senhor da Vida, a fim de que Ele os preenchesse. O encontro foi encerrado com uma homenagem à nossa Mãe e Inspiradora. Todos os participantes de lá saíram ricos de graças e ávidos de servir, de semear, de cumprir seu papel de casal cristão e, acima de tudo de testemunharem sua fé na pessoa de Jesus Cristo, assumindo seu batismo em cada dia de suas vidas. Em seus ouvidos há de ressoar sempre a exortação do Padre Dé, · conforme Deus falou a Moisés: • Deus suprirá todas as tuas necessidades . Não tenhas medo".

Sessão de Formação em Juiz de Fora - Realizou-se entre 09 e 12-10-87 a • Sessão de Formação de Quadros " da Região São Paulo Leste (Vale do Paraíba) em São José dos Campos . Um dos destaques foi a presença sempre cativante de D. Nancy Moncau que a todos conquistou com sua autenticidade e seu acolhimento maternal. A Assistência Espiritual esteve a cargo de Frei Estevão Nunes que conduziu firmemente os participantes a reflexões que muito contribuíram para elevar seu espírito e renovar sua alma . Muito estimulante a presença de Vã-

nla e Denari, da ECIR que, além da orientação, também · arregaçaram as mangas" , num trabalho conjunto com os participantes. Vara e Paulo (CR Região) foram os coordenadores da Sessão, seguros, amigos, verdadeiros irmãos no trabalho e no amor fraterno . Deve-se ressaltar o clima de recolhimento, conseqüência, também, do local do encontro: a Casa de Retiros Cura d'Ars das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. onde a hospitalidade e o carinho do acolhimento fo-

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ram o pano de fundo ideal para todos. Glorinha-Moacyr e Maria Helena-Falcão da Eq 01 de S. J. dos Campos foram palestristas seguros que muito ensinaram e .até' emocionaram. Maria Salma e Paulo, CR do Setor de S. J. dos Campos, em nome dos participan-

Sessão de Formação - As ENS de Curltlba-PR dentre "as multas graças que tem recebido do Pai" tiveram a oportunidade de receber mais uma, ao participar da Sessão de Formação entre os dias 5 e 7 de setembro de 1987 na Casa de Retiros dos Padres Redentoristas naquela cidade. Como pregador tiveram a felicidade de contar com Frei Estevão Nunes que- mostrou aos participantes o caminho para seguir a Cristo, convivendo com ele com amor e abertura. "Devemos buscar em nossa vida como casal, um ao outro a cada momento, procurando adaptar-nos e unir nossas vidas em uma só com Cristo". A parte informativa e formativa da Sessão esteve a cargo dos casais Veda e Darci, Maria e Rui, Angela e Moacir, que muito contribuíram para os participantes refletirem e reviverem toda sua vida a dois desde o namoro, o noivado e. o casamento e a graça de terem sido encaminhados para o Cristo aó lonqo da caminhada de suas vidas. No dizer de Marília e Dalcio (Eq. 34 l "a Sessão de Formação transcor-

tes, agradecem a todos, afirmando que puderam observar • um verdadeiro encontro de cristãos, unidos pela mesma fé, marcados por uma alegria contagiante de tudo partilhar, renovando suas expectativas no Movimento das ENS, na oração e no seu matrimônio".

S. José dos Campos reu num clima de espiritualidade, fraternidade e abertura, sentindo todos que com esta conscientização a mais, aumentou neles a responsabilidade cristã". - foi um sucesso o 3.0 Retiro do Ano de 1987, realizado no Emaús em 3 e 4 de outubro passados, sob a responsabilidade da Equipe de Coordenação de Londrina-PR, com a presença de 106 participantes. O pregador foi Pe. Silvino (CE da Eq. 16 de Londrina) que com muita profundidade abordou o tema • Fé, Esperança e Caridade na Vida de Maria", fazendo um paralelo de sua vida com a nossa vida de hoje. O aproveitamento foi excelente pois, além das palestras, houve grupos de co-participação, via sacra, terço e missa nos dois dias de retiro, ato penitenciai comunitário e muitos cantos de acordo com as palestras dadas. Os participantes receberam a visita de seu Arcebispo D. Geraldo M. Agnello que lhes dirigiu algumas ;Ja· lavras sobre a Evangelização até o

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Ano 2000 que deverá ser intensa e para isso devemos prepararmo-nos e renovarmo-nos como cristãos. Essa renovação deverá ocorrer dentro da família, com o aprofundamento da Espiritualidade conjugal e familiar. A família é a base e a vida de toda a Igreja e só através de sua renovação, renovar-se-á toda a sociedade . - Com grande emoção e alegria, os equipistas de Sorocaba-SP receberam em 19 de junho de 1987, a visita de D. Nancy Moncau para uma palestra sobre "Os Pontos Concretos de Esforço e a .Partilha". Recebida pelo C. R· Setor, Maria Lucia e Dirceu, ciceroneada por Berenice e Nelson e por Frei Gabriel da Veiga, CE· do Setor, D. Nancy afinal conheceu as equipes de Sorocaba às quais transmitiu seus ensinamentos e sobretudo a sua grande força interior e legítima espiritualidade com a sua simplicidade que tão bem a caracteriza; demonstrando sua dedicação e disponibilidade para as coisas das ENS, no melhor exemplo da Virgem Santíssima.

D. Nancy em Sorocaba Realizou-se no dia 25 de outubro último a confraternização das equipes de Londrlna-PR, organizada pela Equipe n.0 04. Foi um dia muito agradável com uma grande participação dos casais equipistas e de suas famílias. Iniciou-se com uma missa celebrada por Pe . Esvildo Pelucchl, CE

da Equipe organizadora seguida de almoço e de uma tarde muito animada . No dizer de Tereza e João ("Casal reportar" e membros da Eq . 01) "eventos como esse fortificam ainda mais o espírito de equipe". ·

Missa em Londrina - Lourdlnha e Macário da Eq. 63-D do Rio de Janeiro desejam partilhar com todos os equlpistas as alegrias que sentiram ao participar do Retiro Espiritual das ENS realizado em 14 e 15 de novembro último. "Foram momentos maravilhosos e completos, através da constante ação do Espírito Santo sobre a equipe organizadora (Eq . 80-D/RJ) e principalmente sobre o pregador Padre Dé, CE das ENS de Niterói/RJ ". O carinho e o amor presentes em todos os casais da organização foi marcante e para eles o amor estava acima de tudo, como diz São Paulo aos corfntios e a todos nós. Quanto ao pregador Pe. Dé, todos puderam sentir que ele foi realmente iluminado pelo Espírito Santo, alertando para que sejamos· cristãos autênticos, vivos , atuantes e não cristãos apagados . "Afinal somos ou não o sal da terra? Que gosto estamos dando a ela? Será que estamos iluminando o mundo ou contribuindo para sua escuridão?" Como o Pe. Dé mostrou aos participantes, " sejamos cristãos alegres, propaguemos a palavra de Deus com segurança, com certeza e procuremos sempre dar o exemplo do Evangelho com nossa própria vida". - Com a pa.rticipação de 35 casais equipistas de Belo Horizonte-MG foi realizado mais um retiro espiritual no Noviciado Santíssima Trindade . Pa-

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· dre Dé velo de Nlterói·RJ para trazer a mensagem bíblica . Falou e passou para os casais a " Mensagem de Maria". Falou também de si como missio· nário e de como, inserido num movimento de espiritualidade conjugal, pode o casal equipista melhor aproveitarse desses momentos de glória para si e voltados para nossa Mãe que nos protege e nos quer bem . "Obrigado Maria por nos ter colocado no seio de uma equipe que tem você como modelo de fé e de esperança ". - Um grupo de casajs equipistas do Recife-PE e amigos atendendo ao apelo das mensagens de Maria que nos pede • Oração e Conversão" efetuou uma peregrinação ao Sítio Guarda, em Cimbres no Distrito de Pesqueira-PE. Muita espiritualidade pontificou toda a viagem, com recitação do rosário , cân· ticos e também alguns momentos de alegria e descontração durante as quatro horas de viagem por ônibus. Com entusiasmo e disposição iniciaram um trajeto, a pé , de aproximadamente, quatro quilômertos em caminho sinuoso e acidentado em alguns trechos. Chegaram, enfim, a um ponto próximo a um riacho, onde começa a subida ín· greme em rochas facilitada, em parte, por degraus de cimento Olhando-se de longe pareceu desanimadora aquela es· calada. Mas, à medida que iam subindo, nascia no grupo uma grande confiança ao contemplarem a imagem de N. S. das Graças, posta numa abertura da rocha. Difícil explicar o misto de felicidade provocada pela aproximação com a visão da natureza proporcionada lá de cima. Permaneceram ali, por um bom tempo, em oração e contemplação e após renderem sua homenagem à Mãe do Céu, iniciaram o longo retorno também em oração, com os corações vibrantes e tendo na Irmã Ximenes, uma das peregrinas, um elo forte de animação.

Volta ao Pai - Prof. Or. Padre Antonio Firmino de Paiva em 10-10-87. A Eq. 10 - N. S. da Penha de Sorocaba-SP despede-se do seu querido Conselheiro Espiritual , Pe . Firmi-

no, elevado a Deus naquela data para sua morada eterna. Representava a PUC (São Paulo) junto à Faculdade de Medicina de Sorocaba e assumira, na Capital, a Paróquia de São João Maria Vianney. Como amigo, conselheiro espiritual, companheiro e verdadeiro membro da equipe, não a abandonou , preferindo sacrificar-se e Ir uma vez por mês a Sorocaba, para a reunião de equipe, levando para todos a pala· vra de Deus, cheia de fé e amor. Seus equipistas guardarão na lembrança sua última reunião mensal, quando todos na partilha mostraram que haviam cumprido bem os meios de aperfeiçoamento, motivo pelo qual ouviram do seu querido Pe. Firmino : • Parabéns, que beleza! " Os componentes da Eq. 1O, creem " na ressurreição dos mortos e na vida eterna e assim um dia, quando o Senhor o determinar, estaremos novamente juntos e cantaremos bem alto : O Senhor fez em mim maravilhas, Santo é o Seu nome" .

Conselheiros Espirituais - No dia 22 de setembro de 1987, Pe. Elias José Saleh Filho , CE da Eq. 0 n. 20 - N. S. de Medjugorje do Setor A de Juiz de Fora-MG completou 5 anos de sacerdócio. A comemoração foi realizada no domingo, dia 27 do mesmo mês com uma missa preparada pelos casais da Equipe 20. A celebração foi numa pequena capela com a presença de parentes e amigos do Pe . Elias, num clima de multa intimidade e fraternidade, que a ele emocionou . Durante a homilia, Pe. Elias fez um breve resumo do que tem sido sua vida sacerdotal até aquele momento e mais uma vez, diante de todos os presentes, repetiu o seu SIM a Deus deixando clara sua vontade de, mais do que nunca, continuar servindo e amando a Deus e ao próximo. - " O sacerdote é o homem de Deus , tirado do mundo, que vive no mundo mas não pertence ao mundo. Totalmente despojado de si mesmo, abre mão de sua liberdade para satisfazer plenamente os desígnios de Deus ". Com esta visão do sacerdote tornou-se mais fácil para os casais da

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Eq . 12 de Londrina-PR aceitar a partida do seu querido Conselheiro Espiritual Pe . Giocondo Bronzini para Roma onde durante seis anos exercerá o mandato de Conselheiro Geral da Congregação dos Oblatos de São José. Chegado a Londrina em março de 1978 como simples missionário ·de Deus, trabalhando na Paróquia N. S. da Luz, tornando-se depois o primeiro vigário da então criada Paróquia N. S. do Carmo , ao mesmo tempo em que assumia , como reitor , o Seminário dos Oblatos de São José. Prestou sempre ·sua efetiva colaboração à Diocese, dando aulas em vários cursos, proferindo palestras e pregando reti ros . Sempre demonstrou grande preocupação com a famíl ia dando a ela prioridade em sua ação pastoral. Ao conhecer as ENS entusiasmou-se com o nosso Movimento o qual ganhou novo alento· em Londrina , com seu apoio e incentivo, como CE do Setor B (embora por pouco tempo) e com sua participação ativa em eventos, retiros e reuniões . A Eq . 12 sente-se privilegiada por esse .rico convívio de 3 anos com o Pe. Giocondo quando ele foi o amigo de todas as horas e o pai que soube amá-los , educá-los e fazê-los crescer. Sua gratidão para com êle é imensa e desejam · que o Espírito Sant o o ilumine em sua nova missão e que Maria e José acompanhem-no sempre , inspirando-lhe humildade e prontidão, pois apraz ao servo servir ao Senhor na alegria e no silêncio para a ma ior glória de Deus ".

Mudanças nos Quadros - Após mais de três anos de extrema dedicação e doação, Sonia e Luiz Antonio passaram a responsabilidade pelo Setor B da Região S. Paulo Sul I para Maria Alice e lvahy. O evento ocorreu durante a missa de encerramento do ano-equ ipista (ver notícia sob o título Eventos , nesta mesma seção) . Na mesma ocasião Heloisa e Fabiano foram empossados por Beth e Toninho (CR Regional) como primeiro casal responsáve l pelo Setor C, formado pelas equipes localizadas em Alphaville e que ant es pertenciam ao Setor E, agora desmembrado.

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- Em Londrina-PR, em 29 de setembro de 1987, (data de aniversário das equipes locais) durante a Celebração Eucarística, com grande· número de participantes , realizou-se a posse dos novos casais responsáveis de setores e coordenações . Maria Cecilia e Gaspar assum iram a responsabilidade pelo Setor A em substituição a Olga e Francisco. Salete e Itamar, pelo Setor B, substituindo a Noemia e Ezaro . Ires e José Carlos pela Coordenação Norte do Paraná , em substituição a ldelma e Jorge.

Caminhada - No Setor D da Região São Paulo Sul I, Solange e Ricardo (tel. : 011-241-6298) estão encarregados da cam inhada , experiência comunitária para casais que tem interesse em uma vivência cristã , sem ainda comprometerem-se com as ENS antes de decorrido o período de um ano .

Jovens - Os equipistas do Rio Grande do Sul realizaram em Gravataí em 17 e 18 de outubro passado um retiro para jovens. Ao iniciar os preparativos pensaram até em desistir, dada a pouca procura. Decidiram então receber na mesma data e local tanto préadolescentes quanto adolescentes, embora em grupos sep?lrados, para melhor uti· lização das instalações. Após tudo preparado , equipe de serviço , acomodações , atividades, sacerdotes para atender a um total de mais ou menos 70 jovens qual não foi a sua surpresa , pois começaram a chegar inscrições dos 'vários Setores . E o Pe. Egon Mohr, re itor do Sem inário de Gravataí abriu as portas para 119 jovens. Deixaram de participar cerca de 30 por falta de espaço e até de colchões . Após alguns dias a equipe de serviço coordenada por Jud ith e Hélio reuniu-se juntamente com os seminaristas , irmãs e sacerdotes para uma avaliação cuja conclu são foi que • os frutos foram positivos, a experiência valeu graças as orações das equipes antes e durante o retiro , à dedicação dos casais que se dispuseram a trabalhar, à generosidade

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dos seminaristas e das irmãs, ao desprendimento dos sacerdotes que ouviram as confissões, à bondade e ao carinho do Pe . Egon para com os jovens e, sobretudo , às graças abundantes de Deus e à orientação de Maria" . E ficaram também, os seguintes pontos para reflexão dos que trabalharam: "O que Deus quer? Por que a equipe de serviço que havia se preparado para atender a 70 jovens conseguiu atender a 119 sem grandes problemas? E estes jovens que aceitaram até dormir em colchões sobre o chão, desde que ficassem? Por que a capela ficou lotada de pais que foram assistir à Missa de Encerramento? O que Deus quer? · - Um retiro diferente fo i participado por equipistas de São Paulo-Capital, entre os dias 18 e 20 de setembro de 1987. Foram 14 casais e 13 jovens filhos de equipistas que se reuniram sob a orientação de Frei Eduardo Quirino de Oliveira. (CE da Eq . 08-B). Os temas versaram sobre os meios de comunicação e seu impacto nos valores da sociedade e o papel do leigo na Igreja. Foi feito um dever de sentar-se familiar após reunirem-se separadamente casais e filhos, para resposta às perguntas : " Que homem espero que meu filho seja? " (aos pais) e "Que homem espero ser? (aos jovens) . A vivência desses dias deixou a certeza de que a aproximação entre pais e filhos através o diálogo e a oração é uma necessidade à qual não podemos nos furtar. " Se havíamos nos habilitado a pensar que a juventude de hoje não tem consistência, maturidade e profundidade , saímos desse retiro com uma nova visão. Há esperança, o mundo pode ser melhor! ", é o que nos afirmam Maria Ondina e João Eugênio, um dos casais participantes desse retiro diferente. - Realizou-se em Brodosqui-SP nos dias 17 e 18-10-87 no Seminário Maria Imaculada o 111 Encontro de Jovens das ENS promovido pelo Setor de Ribeirão Preto e ao qual compareceram mais de 140 jovens. O Encontro, de cunho formativo-cristão teve como patrona N. S. Aparecida e, conforme a proposta das ENS para este biênio,

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concentrou-se na " Escuta da Palavra , iniciando-se com uma reflexão sobre a " Palavra· (por Rutinha) , e seguindo com " Vocação " (Vara e Vicente); " Maria - a que escutou • (Marisa) ; · As fugas para não ouvir a Palavra" (painel) e " Viver a Palavra em comunidade · (Daisi). O painel foi introduzido por uma reflexão do Pe . Jacob que destacou as inúmeras seduções de que se vale o mundo a fim de impedir que ouçamos e vivamos a Palavra do Senhor. Dentro da mesma perspectiva e aprofundando o tema a Professora LyQia Cortez da Rocha falou sobre os valores sociais cristãos e a formação do espírito crítico dentro da dinâmica do " ver-julgar-agir". A seguir falou o professor de toxologia Dr. Adalberto D. Gonçalves sobre "Drogas e suas conseqüências" e o Dr. Vicente Coutinho, hematologista discorreu sobre a triste realidade da Aids no mundo e principalmente entre nós Os temas despertaram grande interesse nos jovens como pode ser constatado pelo grande número de perguntas dirigidas aos palestristas o que obrigou até aos organizadores encerrarem os ciclos de perguntas pois o horário previsto foi largamente ultrapassado. A destacar a visita feita por D. Romeu e as palavras que dirigiu aos encontristas . Digno de menção o enorme esforço do pessoal que batalhou na cozinha dando a indispensável retaguarda . O encontro foi encerrado com a Santa Missa celebrada por Pe. Jacob e agora só resta aos organizadores "agradecer ao Senhor e aguardar os frutos que certamente as famílias e a comunidade colherão a partir de mais esta semeadura ". - A 13 de outubro de 1987, dezesseis jovens reuniram-se para instalar a 1.6 Equipe de Nossa Senhora Jovem de Belém-PA, r·ealizando o sonho alimentado , há mais de um ano, por Teté e Calá e demais equipistas do Setor B. O casal tesoureiro do Setor foi incumbido da informação que despertou o entusiasmo dos jovens, embora alguns se preocupassem com · mais obrigações · sem contudo contestar a validade da proposta . Hoje, essa equ ipe jovem , que recebeu a in-

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vocacão de N. S. Rainha da Paz, vem se reunindo quinzenalmente o que prova o interesse de seus participantes . A equipe é pilotada com extrema simpatia e amizade pelo casal Janete ·3 Paulo (Eq. 7) e tem como conselheiro Espiritual o Con. José Maria Albuquerque, muito estimado pelos jovens por sua maneira carinhosa , aberta e culta em tratá-los. Os equipistas de Belém , por intermédio de Nazareth e José (responsáveis pe lo "Departamento de Jovens") pedem a todos os equipistas que " incluam a equipe de jovens de Belém em suas orações, para que pos· sam perseverar na busca da vivência de seu batismo" . - O 11° Encontrinho Jovem promovido pelas ENS do Recife-PE aconteceu no dia 18-10-87 na Capela de

Base, sob orientação espiritual do Pe . Pedro e da Irmã Ximenes e foi coordenado por Zélia e Fernandes (Eq. 5), auxiliados por casais de várias equipes. O encontro reuniu 44 crianças entre 9 e 13 anos e que foram divididas em cinco grupos de estudos. O comando de cada grupo ficou a cargo de um jovem " encontreiro" já com maturidade para tal. Os assuntos versaram sobre " Maria Nossa Mãe" nos temas "Tempo de deserto " e "Magnificat". Foi um dia movimentado em que tudo fo i lindo, tendo sido alcançados os objet ivos como comprova a avaliação positiva e a solicitação de outros encontros. No encerramento houve a celebração da Santa Missa com a participação das crianças , dos equipistas e dos familiares .

MAGNIFICAT Durante os EACRES, estará sendo distribuído, através dos Casais Respon· sáveis de Equipe, o Tema de Estudos sobre o Magnificat, destinado à reflexão das Equipes neste primeiro semestre de 1987. O documento estará também disponível no Secretariado Nacional.

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO- Ap. 4,8-10 ... Os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, cada um com uma cítara e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, cantando um canto novo: "Digno és tu de receber o livro e de abrir seus selos, pois foste imolado e, por teu sangue, resgastaste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. Deles fizeste, para nosso Deus, uma realeza de sacerdotes, e eles reinarão sobre a terra." ORAÇÃO LITúRGICA Antífona: Não temas, ó Maria, por Deus agraciada; haverás de conceber um Menino e o dar à luz; seu nome há de ser: O Filho do Altíssimo. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece! Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh'alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora. Espere Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa. Salmo 129 (Liturgia das horas, Festa da Anunciação)


Um momento com a equipe da Carta Mensal . .. . ............. . . .

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Editorial: Destinação Lourdes . .. . ... . ....... . ...... . .......... .

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Carta da Equipe Responsável Internacional .. .. . . . .. . ... . ....... .

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Sínodo: Mensagem ao Povo de Deus . ..... . . . . . ............... .

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A ECJR conversa com vocês .. .. .... ... ....... .. ........... . .. .

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Lourdes 88 .. ... . .. . ...... .. .. . ....... . ..... . . . . . . . . .. . . .. .. . .

16

Ouvi o clamor deste povo (C. F. 88)

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O que jejuar e do que abster-se ......... .. . . . . . ........... . ... .

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Diálogo de sentimentos .............. . .. . .. .. .... . . . ...... . . . .

Encontro Nacional de Quadros .. . ......... . .. . . . ........ . .... . .

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Os Sacramentos . ... . . . .......... . ....... .. ............... ... .

31

La Pietá .. . . ........... .. ...... . ............. . ... .. ... . ..... . Paz, outro nome de Deus ......... ... . . ...... . . . . . .... . ... . ... .

Pe. Charbonneau . . . . . .

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34 A Região Minas Gerais .... . ....... . . . ... . .......... .. .. . .... . 36 EACRES/ Retiros ....... .. .... . .... . .. ..... . .. . . .. . ..... . ..... .

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Notícias breves . . .......... . . .

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Notícias dos Setores

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Meditando em Equipe .... .. ..... . ... . . .

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01 050 Ru a João Adolfo. l1 8 · 9' · cj. 901·Tel. 34 8833 São Paulo · SP


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