ENS - Carta Mensal 1987-6 - Setembro

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V0S SOIS O CORPO DE CRISTO/I

O LEIGO (EQUIPISTA) PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO

* ESCUTAR A PALAVRA DE DEUS


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Escutar a Palavra de Deus. Deixar-se penetrar pela Boa Nova. Pô-la em prática. Evangelizar o tempo e o espaço em torno de nós. Este número da Carta Mensal, inserindo-se na celebração do Mês da Bíblia, dedica boa parte de seu espaço a esta perspectiva. O Editorial do Pe. Olivier (pág. 2). a Carta da Equipe Responsável Internacional (pág. 11) a palavra da EC IR transmitida por Therezinha e Thiago (pág. 7), a reflexão de Nicolau e M. Helena sobre o 'ponto concreto de esforço' (pág. 14). os artigos das páginas 21 e 23, o texto de meditação, nos mostram as diversas facetas deste aspecto fundamental da vida cristã. Quem ouve a Palavra de Deus e a põe em prática terá construído sua vida na solidez da rocha (cf. Mt. 7,25). ~o que nos revela também (à pág. 18) o testemunho de Cecília Bustos, equipista da Colombia, cujo marido Eduardo faleceu em fins de 1985. ~ a Escuta da Palavra, aprendida nas Equipes de Nossa Senhora, que lhe dá as forças necessárias para enfrentar as provações, para carregar com ânimo a sua cruz. A Cruz, símbolo de nossa fé, é também celebrada pela Igreja no mês de setembro. O dia 14 marca a solenidade da Exaltação da Santa Cruz e as Equipes de Nossa Senhora desejam também se inserir, por sua reflexão e oração, neste momento eclesial. Nossa oração litúrgica, à página 33, propõe a todas as equipes que, em suas reuniões deste mês, se unam a toda a Igreja, cantando o Hino que à Cruz dedica a Liturgia das Horas. ,'.., Palavra do Papa (à pág. 5)., nos traz a preocupação de Sua Santidade com a espiritualidade familiar, conforme exposto a seus compatriotas poloneses durante recente visita à sua terra natal. E Nossa Senhora, na palavra de um casal equipista está, novamente, presente no centro desta Carta. A figura que nos olha do alto da página anterior, como em todos os números da Carta Mensal deste ano, é um dos profetas esculpidos pelo Aleijadinho e faz parte do conjunto de Congonhas do Campo. A presença desses profetas, evidentemente, está inti· mamente ligada à nossa orientação do ano: 'Escutar a Palavra de Deus'. O profeta é aquele que fala por Ele, que nos transmite Sua mensagem. Mas é também aquele que nos lembra a missão profética que recebemos junto com nosso Batismo. Somos todos chamados a escutar a Palavra, mas também a proclamá-la. Quando foi a última vez que você falou de Deus? Boa leitura! -1-


EDITORIAL

ABRIR, SIM. . . MAS SEM DEIXAR QUE A ALMA ESCAPE! Neste ano de 1987, quadragésimo aniversário dos Estatutos, queremos, juntos, procurar e encontrar nosso "fôlego novo". Vocês devem ter notado que em quase toda a Igreja, na Europa e na América Latina, fala-se de uma segunda ou nova evangelização. Em toda parte, busca-se um novo impulso. B normal. E se quisermos preservar e renovar nossa juventude, é necessário. Vocês talvez se lembrem daquela imagem das Equipes de Nossa Senhora, vistas pelo lado de fora, que lhes apresentei há algum tempo. (C. M. Dezembro 86, pg. 17) . Entre os pontos negativos, havia o seguinte: as Equipes seriam muito fechadas em si mesmas, por demais centradas sobre a espiritualidade do casal, ao ponto de não mais perceberem os grandes problemas do mundo atual, e, notadamente, de permanecerem surdas ao grito dos pobres . . . B preciso que nos interroguemos para compreender o que, em nosso comportamento, pode dar de nós esta imagem. Nestas últimas semanas, tive a oportunidade de encontrar um bom número de casais equipistas, e muitos me estimularam energicamente a recomendar uma maior abertura das Equipes: "Precisamos abrir as janelas; temos que respirar também o ar de fora". Haveria muitas estórias a serem contadas, muitos fatos concretos para nos levar à reflexão. Há lares onde se vive com fervor o sacramento do matrimônio, e os casais são notáveis. Mas ficam curiosamente trancados e bloqueados por preconceitos de classe social, de casta, que paralisam sua ação e seu testemunho. Há casais que se amam profundamente, que não perdem uma reunião de equipe ou um dever de sentar-se ... mas que permanecem surpreendentemente insensíveis aos grandes apelos de nossos dias: a fome, a injustiça, as perseguições .. . Como se não lhes dissesse respeito. Basta, ao que parece, que se amem, e todo o resto funciona sozinho ... Como se fosse possível viver o amor afastando-se de tudo! Existe uma expressão pitoresca para designar o ideal daqueles cristãos que pen-

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sam que, para agradar a Deus, basta praticar uma vida piedosa, isolados num canto: "Jesus e eu numa garrafa". Às vezes eu me pergunto se certos casais não estariam contaminados por este curioso 'ideal'. Será. que eles não pensam, inconscientemente: "Você e eu, com o Senhor, numa garrafa"? Mas quero me referir a outra citação, e esta tem origem de nobreza literária. B a famosa frase de Saint Exupery, por certo bem conhecida em todas as culturas: "O amor não consiste em ·olhar um para o outro, mas em olhar juntos na mesma direção". Podemos acrescentar: e a caminhar juntos na mesma direção e, se possível, no mesmo passo. Precisamos, pois, abrir nossas janelas, nossos espíritos, nossas mentalidades. Precisamos olhar por cima do muro, no jardim do vizinho. Precisamos saber o que acontece em outros movimentos, próximos de nós, encontrarmo-nos com eles, abrir o diálogo. Eles também têm coisas para nos ensinar. Já pensamos nisso? E precisamos também estar atentos às carências que em torno de nós pedem nossa resposta. Portanto, abrir, abrir ... Possuímos, entretanto, nas Equipes de Nossa Senhora, um tesouro precioso, quem sabe único, que não devemos perder nem desperdiçar. Cremos na importância do ·sucesso do casal, cremos no valor da santHicação do matrimônio, na santidade do amor sob o olhar de Deus. Não somos os únicos que crêem nisto, mas é forçoso reconhecer que há poucos movimentos que se consagrem com tanto ardor a estes ideais. Se abandonássemos este caminho, se renunciássemos a nossos objetivos específicos, seria wna perda enorme para a Igreja. Falharíamos tristemente com nossa vocação. Abriríamos enorme rombo no edifício do Reino de Deus.! Não se trata de mudar de rumo, de nos · desviarmos de nosso caminho. Não é o caso de perder nossa alma própria, de renunciar a nossa identidade. Mas é preciso compreender que se Deus criou o ser humano "homem e mulher", ou seja, casal, não o criou simplesmente para que fique se olhando nos olhos. Confiou-lhe uma missão, uma missão dupla. De crescer e multiplicar-se. Mas também de "dominar a terra e de submetê-la". E o Vaticano 11 interpretou em profundidade esta missão dos fiéis leigos: animar e santificar -o mundo por dentro, como um fermento. B a missão dos crentes, dos membros do povo de Deus. B a missão dos casais cristãos. Cabe-lhes lançar um olhar especial sobre todos estes grandes problemas no dia de hoje. Eles têm uma maneira toda peculiar de insuflar mais alma no mundo. Eles têm um fermento especial a introduzir na

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imensa massa humana. Mas é necessano que tenham o pensamento e a vontade voltados para este fim. Na Igreja, estamos por demais acostumados a pensar em apostolado ou pastoral apenas no modo 'individual' ou 'coletivo': quase nunca se pensa no papel do casal como tal. Cabe, portanto, aos lares cristãos, penetrar, como casais, na grande missão de toda a Igreja. Conservando sua alma e sua identidade, ou seja, vivendo em profundidade a unidade do casal consagrado por um sacramento, cabe-lhes, ao mesmo tempo, como casal, abrir-se às grandes dimensões do mundo a ser salvo. Não permanecendo . voltados um para o outro, mas caminhando juntos, no mesmo passo, na grande caminhada do Povo de Deus em · direção ao Reino. Bernard Olivier, o. p.

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AS E.N.S. E O S!NODO

Já tivemos a oportunidade de colocar, em artigos anteriores, a importância que os casais cristãos gostariam de ver atribuída, no contexto do próximo Sínodo dos Bispos, ao apostolado do casal. E um dos aspectos mais marcantes · deste apostolado se situa no campo do testemunho vinculado à sexualidade. Os documentos do Magistério, como aliás de todo o ensinamento da Igreja, ao considerar os esposos cristãos, poderiam transbordar, de vez, os estreitos limites do conceito tradicional das finalidades do matrimônio, reconhecendo sem ambiguidades o valor positivo da sexualidade e do amor humano, numa perspectiva de vocação cristã à santidade. O assunto justificaria, pelo menos, a recomendação de um aprofundamento teológico de uma verdadeira 'antropologia cristã'. De forma mais específica, por exemplo; a perspectiva da fecundidade poderia adquirir, através de tais estudos, uma imagem mais humana, no sentido amplo e não somente biológico. -4_:


A PALAVRA DO PAPA

OS FUNDAMENTAIS DIREITOS DA VIDA FAMILIAR Durante o mês de Junho em viagem Apostólica, na cidade de ESTETINO (Polonla), durante a celebração da Santa Missa, o PAPA, pronunciou homilia da qual destacamos alguns trechos.

( ... ) A família, que é "a primeira escola das virtudes sociais, de que precisamente têm necessidade todas as sociedades" (Gravissimum Educationis, 3). está hoje muito ameaçada. Todos nós o sabemos. Está ameaçada tanto da parte exterior como de dentro. E é preciso que desta ameaça contra a própria sorte falem, escrevam, se pronunciem através de filmes ou então de outros meios de comunicação social, não só aqueles que - como afirmam - "têm direito à vida, à felicidade, e à auto-realização", mas também as vítimas deste egoísmo fortalecido pelas leis. t preciso que falem disto as esposas traídas, deixadas e abandonadas. que falem os maridos abandonados. t preciso que falem os filhos, privados de um verdadeiro afeto, feridos na sua personalidade e condenados à mutilação espiritual, e os filhos confiados pela lei a instituições substitutivas - mas. . . que instituições podem substituir uma verdadeira família? t preciso fazer com que se ouça a voz das vítimas -vítimas do egoísmo e da "moda", do permissivismo e do relativismo moral: das vítimas das dificuldades materiais, existenciais, e as vítimas da habitação. "Por esta razão a Igreja - usando as palavras, da Exortação 'Familiaris consortio' - defende aberta e fortemente os direitos da família contra as intoleráveis usurpações da sociedade e do Estado". ( ... ) A família fortalecida por Deus é ao mesmo tempo a família como força do homem: uma família de pessoas nobres . . l,ll)"'a família de pessoas que dão reciprocamente amor e confiança: Uma família que é "feliz" e que torna os outros felizes. A Arca da Aliança. No ponto de partida de uma família encontra-se a transmissão da vida. A Igreja ensina: a transmissão responsãvel da vida. Responsável - quer dizer: digna de pessoa humana criada "à imagem e semelhança de Deus" (cf. Gén. 1,26). Responsável do amor. Sim:

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o amor, queridos esposos, é medido precisamente por esta responsabilidade de pais. E, por conseguinte, famílias responsáveis da vida, da educação. Porventura, não falam precisamente disto as palavras do juramento dos esposos? A responsabilidade recíproca : do esposo para com a esposa, da esposa para com o esposo, dos pais para com os filhos. A responsabilidade paterna: "O Senhor- quer que o pai seja honrado pelos filhos" . E a responsabilidade materna. Entretanto não se pode esquecer que o homem deve ser o primeiro a assumir esta responsabi lidade. Se o Apóstolo diz: "Mulheres, sede submissas aos vossos maridos" (cal. 3, 18), diz ao mesmo tempo: maridos, sede responsáveis! Sede verdadeiramente merecedores da confiança das vossas esposas! E dos vossos filhos. ( . . . ) ~ preciso ter presente que a natureza e a missão da família constituem o mais responsável serviço social, e por Isso as famílias têm direito a tais condições ·de existência, que lhes garanta o nível de vida e um desenvolvimento adequado, correspondentes à sua dignidade. Trata-se aqui de uma retribuição justa do trabalho. Trata-se de um lar, da moradia, em primeiro lugar para os jovens casais e para as famílias que estão a formar-se. "Com efeito, a família é, ao mesmo tempo, uma comunidade tornada possível pelo trabalho e a primeira escola interna de trabalho para todos e cada um dos homens" (Laborem exercens/10).

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A ECIR CONVERSA COM VOCES

A BíBLIA E A ESCUTA DA PALAVRA Estamos no mês da BlBLIA- palavra que vem do grego "tà biblía", que significa "os livros (santos) " - obra que, por toda riqueza que contém, deveria ser muito mais lida e vivida por todos os homens, independentemente de qualquer credo! Se a BlBLIA contém "lições de vida" que servem à humanidade em geral, quanto mais para nós, cristãos equipistas! Entretanto, por vezes a esquecemos ou a deixamos de lado, achamos sua leitura monótona, cansativa, chegando mesmo, equivocadamente, a achar que ela nada tem a ver com a nossa realidade presente. Puro engano! Uma das maiores riquezas da B1BLIA é, justamente, esta capacidade que ela possui de ir se renovando, se adaptando, se amoldando, ao cotidiano da história do homem. Se tentássemos conhecer melhor este conjunto de livros que nos transmite a " palavra de Deus", gostaríamos mais dele, pois só amamos àquilo que conhecemos. Atualmente, qualquer pessoa pode ter um exemplar da BlBLIA em casa, dada a variedade de tipos de edições, de encadernações, accessíveis a todos os bolsos; por outro lado, também já foi traduzida para todas as línguas, consta que está impressa em 1685 idiomas. Já vai longe o tempo em que o uso da B1BLIA era privilégio apenas da hierarquia da Igreja, cabendo aos leigos somente escutar os textos lidos em latim durante a Missa. Quando aparecia um leigo, portando uma, dizia-se, pejorativamente, que era " um bíblia", era ele identificado como um protestante. Hoje, todos nós temos que ser " BlBLIAS VIVAS", isto é, portadores vivos da Palavra de Deus; não basta apenas ler, interpretar e transmitir esta Palavra, muito mais que isto, temos que vivê-la, no nosso dia-a-dia, em casa, no trabalho, no lazer. Atualmente existem muitos cursos de exegese, oferecidos pelas diversas dioceses e inúmeras publicações que nos introduzem na leitura da BlBLIA, publicações estas nas mais variadas linguagens, desde a mais

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popular, que de maneira simples nos traz o texto e o explica, até as mais sofisticadas, para quem desejar se especializar no estudo destes textos. Portanto, amigos, não temos mais desculpas, vamos todos nos preocupar em conhecer a história de Deus, que é também a nossa história, e aprender a extrair dela os fatos passados que chamam a nossa atenção para os fatos do presente. Frei CARLOS MESTERS nos dá, no seu livro "Por trás das palavras" (ed. Vozes), a chave para u'a melhor orientação na leitura da B1BLIA: 1. levar em consideração as exigências da realidade que vivemos hoje - não podemos alienar a leitura da BlBLIA da nossa vida atual; 2. levar em consideração as exigências da Revelação, expressas na própria BlBLIA e na fé da Igreja. - Não podemos reduzir a BlBLIA ao nosso tamanho. Ela contém a Palavra de Deus e, por isso mesmo, tem as suas exigências que não dependem de nós e que devem ser respeitadas, para que a B1BLIA possa ser, realmente, "BlBLIA" para nós .. De início, dissemos que estamos no "mês da BlBLIA" e, se estamos no "mês da B1BLIA", estamos, também no ano no qual o nosso Movimento deu uma ênfase especial à "ESCUTA DA PALAVRA", um dos nossos pontos concretos de esfôrço. Por vezes ainda encontramos equipistas que confundem a leitura da B1BLIA com a "ESCUTA DA PALAVRA", quando, verdadeiramente, a segunda é uma conseqüência da primeira. A "ESCUTA DA PALAVRA" é um passo a mais na leitura da BlBLIA, é o contacto que o leitor faz com Deus, este Deus que nos falou , nos fala e nos falará incessantemente. Escutemos, com disponibilidade e humildade, o que este Deus quer nos dizer; esperemos pacientemente que a PALAVRA por si, inunde o nosso coração de fé, de esperança e amor e nos transforme em seus verdadeiros portadores. Mais do que ninguém, MARIA foi, por excelência, a portadora da PALAVRA - ela carregou em seu seio a PALAVRA encarnada nos dando o exemplo de total docilidade à vontade divina. Tendo MARIA como modelo, devemos, •pois, procurar conhecer mais a PALAVRA DE DEUS, para que a possamos escutar e praticar cada vez melhor. Therezinha e Thiago

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MINHA PRESEN,ÇA E O SENTIDO DA VIDA Contava-se ao final da década de sessenta uma pequena anedota sobre os sucessos dos vôos espaciais. Dizia-se que Nixon, em um momento de grande empolgação, teria dito ante uma pequena multidão: "Com vinte bilhões de dólares colocamos o homem na lua". Ao que uma velhinha encurvada lá no fundo do salão teria respondido: "Prá quê?~. E o silêncio constrangedor se abateu sobre todos e ... permanece até ho~e. Muitos de nós, que somos inteligentes, naturalmente nos fazemos perguntas buscando entender quem somos e o que afinal caracteriza a pessoa humana. Sempre encontramos singularidades que nos identificam: somos os únicos animais que riem (e de si mesmos), somos capazes de matar nossos semelhantes pelo simples fato de morarem do outro lado de uma linha imaginária, e assim por diante. Neste espaço queremos avaliar exatamente um aspecto destes e talvez o mais significativo: o homem é um ser de sentido, isto é, não vive sem um sentido para a vida. Não q:.~eremos analisar isto apenas no sentido de uma elocubração filosófica mas queremos nos perguntar enquanto companheiros de caminhada de Jesus Cristo: Que será que nos diz sobre isto o Evangelho? Que nos diz a vida mesma de Jesus Cristo? Que nos diz a vida da Igreja e, implicitamente, dos cristãos? A pergunta pelo sentido da vida surge em toda a vida e em todos os momentos dela. Obviamente se torna mais aguda nos momentos em que não delineamos com clareza este sentido ou o percebemos como beirante ao absurdo: mortes, desastres, calamidades, doenças, crimes, guerras, etc. É nestes momentos que nos deparamos com uma necessidade mais premente de respostas e respostas efetivas e apropriadas. Sabemos, por experiência pessoal, de cada um, que é exatamente isto que muitas vezes nos falta. Enquanto a maré está ao nosso favor tudo tem sentido e está iluminado mas quando tudo enguiça, aí ... Para evitar devaneios vamos nos aproximar de Jesus Cristo em seu dia-a-dia. Imaginemos as pessoas com quem ele se encontrava. Eram em geral pessoas "problematizadas": doentes, pobres, -marginalizados, amaldiçoados, e, claro , também pessoas que estavam bem no sentido geral do termo. O ponto de partida era sempre a situação concreta de cada um: a dor, a tristeza, o isolamento, a alegria etc. Era a vida que cada um estava vivendo que se tornava o ponto de contacto dEle com as pessoas 2

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mas não era aí que ele parava . Era em cima disto que ele lançava uma dimensão de esperança: quê estamos esperando? Quê estamos buscando? Quê sentido tem tudo o que vivemos na vida? Era, portanto, em cima de um ANúNCIO que estava a mensagem de um SENTIDO e o Sentido era o Reino de Deus . Neste sentido Jesus Cristo trabalhava em três dimensões ao mesmo tempo: sinalizava o Reino, construía o Reino e provocava o Reino (nos dois sentidos do termo provocar: desacomodar e convidar insistentemente). Se eu quero hoje atender o Sentido da vida do Cristão nos espaços e tempos que vivemos temos que nos confrontar com estas três dimensões: é verdade que tudo o que nos acontece tem o dom de ser sinal anunciador (para isto temos que desenvolver nossa sensibilidade para as coisas que Deus diz através de tudo, por mais absurdo que possa parecer) mas é também verdade que o Reino é uma construção, um plantio, um projeto, um Plano, um desígnio. Como sabemos, as dimensões de significado de um plano vão se aclarando e se consolidando na medida em que o realizamos . Não podemos viver no mundo dos sonhos e dos anseios pura e simplesmente : um dia a casa cai. ~ nisto que se fundamenta a solidez de uma vida plena de significado e que não será qualquer chuvinha noturna que abala os alicerces . Aqui fica em aberto o que é próprio de cada um pensar e decidir, elaborar e construir. Os construtores do Reino somos nós e o faremos nossos espaços e vidas. Nossa vida adquire algum sentido quando ela é participante deste grande projeto de Deus (claro que para uns e, talvez muitos, há que "nascer de novo"). Nisto não há magia e soluções fantasiosas: ou se trabalha com Ele ou se destrói (dispersa). Ou a esperança é concretamente vivida e o Sentido faz parte do dia a dia ou seremos eternos iludidos. Daí a importância do ponto de partida: Jesus nos dá o exemplo - ele parte do concreto, de onde a vida palpita em todas as suas dimensões ainda que especialmente tenda para aqueles lugares e momentos em que a vida está particularmente aflita. O vazio que se abate sobre muitas pessoas é fruto de mentalidade lunática que evita pôr os pés no chão e sem chão não há caminho e sem caminho não há sentido e sem construir o caminho não há destino. Sempre e em todo lugar somos os anunciadores da Boa Nova da Vida com Sentido e a presença de cada um de nós deve ser anunciadora disto. Mas além disto, a presença do Reino é Provocadora. Ela convoca numa -determ inada direção. Ela demove do imobilismo. Assim a pergunta do Sentido da vida deve ser provocant e e inquietante; deve gerar movimentos, anseios e buscas. Deve gerar purificação e opções . Deve levar a resoluções até semelhantes a de Jesus Cristo: Subamos a Jerusalém. Pe. José Luiz Cazzarotto

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL E quando as palavras estão mortas Do coração jorram novas melodias; Onde os velhos caminhos se perderam, Surge utn novo país maravilhoso. Rabindranath Tagore.

Caríssimos, Temos nos perguntado se, como Equipes de Nossa Senhora, ainda somos uma comunidade capaz de fazer uma proposta válida ou se, sem querer, teríamos optado por uma estrutura que bloqueia, que não responde mais às necessidades do nosso tempo. Cada um deveria responder a esta pergunta, propositalmente provocadora, pois não somos uma associação com uma hierarquia que dá diretrizes, mas um movimento cujo 'acesso' depende de uma busca em comum, do comprometimento moral e material de cada um. Em casal, procuramos uma resposta, 11a esperança de que esta visão limitada de nossa história pessoal possa ser útil aos outros, para compreender o que, na vivência das ENS, pode nos dar este dinamismo criador e profético que vem caracterizando o Movimento desde o início. Nossa marca específica é que somos casais unidos pelo sacramento do matrimônio, que buscam, através de um aprofundamento da espiritualidade conjugal, progredir no caminho da fé. Ora, todo sacramento é acompanhado de um dom específico, que torna apto para o serviço dos irmãos. Ao que nos parece, este 'serviço' é, de forma especial, o anúncio do pacto irrevogável e irreversível que existe entre Deus e a humanidade e do qual nosso amor de casados é o sinal. Esta é uma observação geral: todo sacramento, como 'canal de vida divina', é sinal e instrumento da graça que vem do Cristo. Mas não se pode parar numa simples compreensão intelectual. E preciso tentar traduzir concretamente na experiência cotidiana esta realidade sacramental, tendo em conta que nosso estado de vida não é uma coisa estática mas dinâmica que implica no compromisso de nos construírmos dentro da história, dia após dia. Para viver este compromisso, temos necessidades de uma conversão permanente, que passa pela leitura dos 'sinais dos tempos', por meio dos quais o Senhor nos interpela. A Gaudium et Spes (nn. 4,11,44) nos ajuda a compreender quais são estes 'sinais dos tempos': "entender o mundo no qual vivemos, suas esperanças, suas aspirações". Não que todos, absolutamente, sejam sinais positivos, mas é por meio desses acon-11-


tecimentos, dessas aspirações que podemos discernir o surgimento dos verdadeiros sinais de Deus. Como casais cristãos, para conhecer a vontade do Pai, não podemos nos limitar à leitura do passado, mas devemos aprender a ler a história, que é o lugar onde Deus se manifesta e que foi remida, uma vez por todas. :1! por aí que se inicia a construção do Reino. O serviço de nosso casal à comunidade dos homens só passa a ter sentido na medida em que soubermos interpretar a história. Claro que corremos riscos. Mas será possível, hoje, conceber nossa existência na fé como algo estranho ao vir-a-ser humano? Será isto o que o Senhor nos pede? "Sempre foi assim, portanto, continuemos .. . " Será que não ~os é pedido que submetamos à avaliação de nossa consciência as situações novas e que as evangelizemos? Se nossa consciência não for bem educada, pode nos desencaminhar e neste caso, parece mais tranqüilo repetirmos comportamentos conhecidos, louvados, seguros ... Mas será que é assim que vamos pôr em prática nossa prece de cada dia: "Venha a nós o Vosso reino"? Como cristãos, devemos saber arriscar, porque devemos saber criar, como verdadeiros 'vigários de Deus na criação': pede-se a nosso casal este esforço de conversão, para chegar a uma paternidade aberta a toda a humanidade. Não devemos, portanto, absolutizar modelos ou leis de comportamento do passado; devemos assumir uma responsabilidade de julgamento diante dos acontecimento:; atuais. Antes de mais nada, para responder às rápidas e contínuas mudanças da realidade ambiente, devemos amadurecer nossa busca para descobrir os valores embutidos no fundamento das leis, de maneira a responder eficazmente aos acontecimentos que nos interpelam e a dar um sentido de autenticidade a nossos, comportamentos. Nossa Fé deve ser vivida no hoje que o Senhor nos -dá: Os talentos, as moedas de prata que Deus nos confia, devem ter 'curso legal'. A moeda que não é 'corrente' não serve e não nos permite prestar nosso serviço. Sabemos que nosso dever, em 'moeda corrente', consiste em ajudar os homens e as mulheres de nosso tempo a dar um profundo sentido a seu amor, a evangelizar o amor humano. Devemos portanto compreender que o anúncio da Boa Nova não passa mais pela proclamação de verdades abstratas, de linhas de princípio, de leis formuladas fora da 'história' uma vez por todas. Passa, isto sim, pelo nosso esforço de formação pessoal baseada na escuta da Palavra e no diálogo com nossos Pastores e nossas comunidades. Onde faltar um destes elementos, nosso crescimento pessoal terá graves deficiências e nossas respostas serão apenas as de nosso Eu. Nosso esforço deverá consistir em educar-nos para uma dimensão de diálogo e de mediação, que nos impeça de nos apresentarmos como detentores de verdades absolutas e que nos incite a sermos verdadeiras testemunhas do Amor. Será também necessário recuperar a capacidade de ouvir, de silenciar, de contemplar, a capacidade de nos surpreender . . . o sentido da oração verdadeira, fundada na Palavra, que transforma toda a nossa ação. -12-


Poderá nossa comunidade das ENS servir para tudo isto? Cabe a cada um de nós encontrar a resposta em seu próprio casal, no diálogo com a própria equipe. Em nossa vivência pessoal, as ENS constituíram uma experiência de formação pessoal cada vez que procuramos seguir as regras do jogo. Temos que agradecer a todos aqueles que nos abriram os olhos para a necessidade de crescer a cada dia, para a importância de aprofundar o realismo de nosso julgamento sobre os fatos da história, mantendo distância daqueles que, conservadores, olham somente para trás, mas também do infantilismo das fugas para frente, que constituem erros de apreciação dos acontecimentos e incapacidade de discernir as verdadeiras possibilidades oferecidas pela história. O que pensamos ter encontrado de mais importante é, acima de tudo, o dinamismo criador contido no projeto do Movimento, pois a revolução que propõe não se limita ao momento heróico e exaltante da 'tomada do Palácio', mas a ação em profundidade no tecido vital do dia a dia. Uma ação menos visível mas tão necessária quanto aquela, na sociedade atual. Com nossos abraços .a vocês e suas famflias. Paolo e Franca NANNI

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A PALAVRA DE NOSSOS . PASTORES "A situação atual do país não é de iminente convulsão social, mas de urgente mutirão de solidariedade que consiga inverter o processo de desencantamento popular, tendo em vista uma retomada nas decisões políticas, par a efetivação de reformas estruturais possíveis. Por isso, ao invés de acen-· tuar, neste momento, as résteas sombrias do horizonte, devemos captar a nossa capacidade de enfrentar, com inteligência e solidariedade a construção de um Brasil para além das desigualdades sociais. O momento nacional requer solidariedade para repartir o que já existe, mais do que a expectativa de obter o que ainda não existe. Mais do que empréstimo, precisamos de partilha. Este não é o momento de procurar bodes expiatórios, mas de expiar as próprias falhas. A sociedade brasileira tem que mudar, não é só o Governo. O Governo não muda, porque não tem apoio da sociedade. Vivemos numa sociedade escravagista. E preciso um esforço de reprogramação da consciência cívica do país, efetivando a solidariedade." Dom Luciano Mendes de Almeida Presidente da CNBB

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PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇOS

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"ESCUTA DA PALAVRA" I

Por que teria o Movimento das Equipes de Nossa Senhora proposto, como meio de aperfeiçoamento, a "Escuta da Palavra"? A melhor resposta, vocês irão encontrar no "Reunidos em nome de Cristo" n. 0 14, págs. 15 a 17. Alí, Frei Orlando Bernardi, O. F. M., dá-nos a "dimensão" da "Escuta da Palavra" esclarecendo que "é através da palavra que soa em Israel que este faz a experiência da presença de Deus em sua história. Na e pela palavra, Javé se mostra presente e mostra além disso sua atividade. E na palavra que o povo descobre que seu Deus é pessoa (não coisa, força ... ) , é todo poderoso, é santo e está presente na vida do povo". Foi, é e será sempre assim. "Escutar a Palavra de Deus" é procurar ouvir o que Deus está falando para mim, valendo-me de suas comunicações e procurando "ouvir nas entrelinhas". Acontece que, no mais das vezes, ficamos dtstanciados dessa "Escuta" por preguiça, negligência op por inúmeras desculpas (não tenho tempo; mais tarde eu leio; é uma leitura massante ... ) É possível, até mesmo, que a fuga à "Escuta da Palavra" decorra do fato de através dela nos descobrirmos ... e nós tememos' "ser 'apresentados a nós mesmos, como somos". Nessa agitação toda dos dias que passam, há muita gente se dispondo a salvar o mundo sem antes procurar salvar-se a si mesma. A salvação do todo só será possível com a salvação de cada uma de suas partes. O Pe. Gabriel Galache S. J., no artigo intitulado "Primeiramente homem" ("Mensageiro do Coração de Jesus", março/82, pg. 5), conta-nos a história de um garoto que recebeu do pai, para montar, um quebracabeças. Ao entregar-lhe o jogo, o pai lhe avisou que se combinasse direitinho todas as peças, iria reproduzir o mapa do mundo. Decorridos três minutos, o garoto disse ao pai que já formara o mapa do mundo e o pai ficou assustado, pois o garoto não freqüentava ainda escola. Perguntou-lhe, então, o pai: - "Como você fez para decifrar tão rapidamente o quebra-cabeça?" - "Papai, respondeu ele, eu vi que atrás do mapa do mundo, estava a figura do homem; coloquei a cabeça, os

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braços, as pernas, os pés e . .. assim ... construindo o homem ... construi o mundo". Nós só nos "construiremos" e ajudaremos os outros a "construíremse", à medida que nos entregarmos ao exercício indispensável de "escutar assiduamente a palavra de Deus" e escutá-la à maneira recomendada por Jacques Maritain: - "DEIXANDO-SE PENETRAR PELO EVANGELHO" e nos termos por ele ensinados: - "Quanto mais cresce a nossa experiência, tanto mais nos sentimos longe de pôr em prática os conselhos evangélicos, mas ao mesmo tempo a idéia e o desejo de sua verdade misteriosa se imprimem mais em nós". Justifica-se, portanto, a recomendação feita pelo Movimento da "escuta ASSfDUA", é preciso nos afeiçoarmos a esse exercício de aproximação com a Palavra do Pai. Essa assiduidade irá nos proporcionando condições para revestirmo-nos do Senhor e colocarmo-nos como servos fiéis entre nossos irmãos . . . . E não é nada difícil. Cônego Caffarel, no "Reunidos em nome de Cristo", n.0 2, pg. 11, diz - "O Senhor sempre nos espera. Mais ainda: apenas precisamos dar alguns passos e Ele vem ao nosso encontro. Lembremo-nos da parábola: - "Como ele estava ainda longe, seu pai viu-o, ficou movido de compaixão, correu a lançar-se em seus braços e o abraçou longamente". Se a conduta do Pai com o filho pródigo não nos convencer, pobres de nós ... Ma. Helena e Nicolau Zarif Eq. N. S. Santíssima Trindade- 6/D

• CARTOES DE NATAL ,. •·

Vocês se lembram daquele belíssimo ícone da Sagrada Família que enviamos a todos, como brinde, junto com o nosso número especial sobre a 'Escuta da Palavra'? O Secretariado ainda dispõe de uma razoável quantidade desses cartões, tanto com a parte interna em branco (para serem usados como cartões de Natal) como daqueles que vêm com a orientação para rezar o terço. Os preços ainda são do ano passado: remessa mínima de 20 exemplares: Cz$ 150,00, incluindo porte. Pedidos diretos para o Secretariado. ~

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AVE, CHEIA DE GRAÇA! Se a João atribuimos o título de evangelista do coração de Jesus, também , com razão, podemos dizer que é Lucas o evangelista do coração de Maria. As páginas, que emprestam maior colorido ao terceiro evangelho, são aquelas, precisamente, em que este evangelista contempla os anos verdes de Cristo com o coração de Maria. Debruçando-se sobre o coração da Virgem e auscultando "omnia verba quae conservabat conferens in corde suo", Lucas gravou nas imorredouras páginas de seu evangelho o pensar mais profundo da mãe de Jesus. As narrações do anúncio e nascimento do Precursor e do Salvador, que correm , de forma paralela , ao longo dos primeiros capítulos , obedecem ao peculiar estilo do evangelista. Nesse jogo literário, deixa transparecer a transformação que se opera do antigo para o, novo Testamento. No primei ro episódio Lucas remonta aos últimos dias da antiga Aliança. Transporta-nos a Jerusalém , a cidade santa da nação judaica. Com ele penetramos no templo, ambiente sagrado e soleníssimo, único local de culto na Lei antiga. Ali, no recinto mais reservado, deparamos com um venerável sacerdote em apuros diante de um anjo. Zacarias, descrente e confuso perante o anjo Gabriel , não acredita lhe possa nascer um filho, por Isabel sua mulher, . ~star avançada em anos. A economia ·da antiga Lei não faz esperar a punição . O velho e incrédulo sacerdote ficará mudo até que se cumpra o anúncio do mensageiro de Deus a respeito do nascimento de João Batista. Segundo episódio; " O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, que se chamava José, da casa de Davi; e o nome ·da virgem era Maria. E entrando o anjo, onde ela estava, disse-lhe: Ave, cheia de graça!" Muda a cena por completo. ~ a passagem da antiga para a nova Aliança. Passamos de Jerusalém para Nazaré, obscuro povoado

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da Galiléia, que, até então, não merecera a honra de uma única menção na Bíblia. Descreve-nos Lucas uma jovem, que orça pelos 15 anos. O embaixador de Deus vai encontr.á-la em sua casa modestíssima. O silêncio e a humildade de que se envolvem a cena, denotam o sentido do mistério. De agora em diante, Deus passa a agir de um modo novo, para instaurar nova aliança, ante o "fiat" da virgem nazarena. Quem é a jovem virgem? Quando Gabriel a saúda, chama-a "cheia de graça". Deus a considera amiga perfeita. Em sua alma, a Trindade habita como em um templo precioso. Tendo-a escolhido por mãe, Cristo manifesta em Maria a virtude de sua redenção. Não só a livra de todo pecado e concupiscência e a faz cheia de graça, como a toma por companheira na obra da salvação da humanidade. Maria - a Cheia de Graça - é, assim, constituída como modelo perfeito da nova Aliança, da economia da graÇ.a: o plano de amor de Deus para os homens, que Cristo instaurou com a sua redenção. Yrajá e Geraldo F. Lanfredi Equipe 1 de Bragança

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A Carta Mensal publicou, em maio de 1986, um artigo de Luiz Marcello M. Azevedo, intitulado "Eduardo Bustos, testemunho de um equipista". Agora, , recebemos da Colômbia, cópia desta carta que Cecí_/ia, viúva de Eduardo Bustos, dirigiu às Equipes de ' lá. Pareceu-nos que, neste mês da Biblia, seu teste' munho sobre a Escuta da Palavra poderia ser fonte de inspiração para muitos de nós.

Queridos Antonio e Olga Lúcia, Já não sei em quantas oportunidades comecei a lhes escrever, para manifestar em primeiro lugar minha gratidão ao Senhor por nos ter chamado, a Eduardo e a mim, para as ENS, às Eq~.lipes pelo que nelas aprendemos e recebemos e a todos os nossos queridos amigos, sacerdotes e casais; pelos sentimentos de fé e esperança com que nos rodearam desde o momento em que embarcamos para Toronto, e em seguida, pelas manifestações de apoio e de afeto que nos deram em abundância durante este ano. Quero compartilhar com vocês, em toda simplicidade e humildade, como, ao longo de nossos 22 anos de vida em equipe, sem perceber, recebemos graças infindáveis; como o Senhor, em sua infinita sabedoria, foi nos guiando pelo caminho da oração, à maneira de um pai que vai introduzindo seus filhos nas coisas simples e que também os vai preparando para os momentos transcendentes da vida. Graças a este trabalho do Senhor, para nós imperceptível, Eduardo se preparou, com absoluta tranqüilidade, para o que o Senhor quisesse e eu consegui enfrentar esta difícil provação. Há muitos anos que começamos a leitura da Bíblia, mas não como · a história do Povo de Deus e sim como uma grande novela; o fazíamos cada noite com curiosidade. Meses depois, começamos a ver em suas narrativas o poder de Deus; mais tarde chegou-nos como sua Palavra e a fomos comentando, aprofundando, até que se transformou na base de nossa oração diária. Não saberia dizer em que momento sentimos a necessidade ·de outros elementos, para nossa oração e passamos a seguir, de forma muito elementar, a liturgia da Igreja, que foi nos atraindo profundamente. Pouco a pouco, adotamo-la em sua totalidade e cada dia, alicerçando-a na Eucaristia e no Rosário, nos uníamos os dois estreitamente no Senhor. Nasceu, cresceu em nós a inquietação de servir, de projetar-nos para fora de nós mesmos, e a cada manhã, em nossa oração conjugal, o Senhor nos dava a luz, a força, a alegria de viver, para compartilhar em pro~

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fundidade a vida de nosso lar, dos negócios, do apostolado. Quando vivíamos intensamente nosso afeto com o Pai, Ele deu por terminada a missão de Eduardo que podia dizer com São Paulo: "Combati o bom combate, terminei minha carreira, sempre fiel à fé". Não há palavras que exprimam minha dor, quando o médico me disse: "Cecília, Eduardo não estará conosco amanhã", mas também posso dizer que senti como o Senhor se colocou ao meu lado, dando-me fortaleza e graça para fazer frente a tudo e como me vieram à memória muitos dos trechos que utilizávamos em nossa oração conjugal. ( ... ) Foram dias e horas de decisões terríveis: a remoção do respirador, a cremação, os funerais, o retorno a Bogotá, o encontro com os meninos que não tinham viajado conosco, a cerimônia em Santo Ambrosio, mas sempre com a presença viva, eficaz do Senhor que, de uma forma ou outra dizia: "Não temas, estarei contigo ... " "As aves do céu não semeiam, nem colhem, nem guardam em celeiros e o Pai Celestial as alimenta ... " "Os lírios dos campos não trabalham nem fiam ... " Não me tem faltado, sem dúvida, os questionamentos, a luta, a tristeza, e houve dias em que me lembrei que "não se move a folha de uma árvore sem a vontade do Pai". Então lhe perguntei: "Por que fizeste isso, Senhor? Por que levaste Eduardo para ti, quando tínhamos tanta segurança, amor, possibilidades que tu mesmo nos tinhas dado?" E dias depois, na oração, encontrei a resposta à minha rebeldia e a aceitei com humildade, respondendo com os discípulos quando o Senhor lhes disse: "E vós, também . quereis ir-vos?": "Senhor, e a quem iremos? ... " Nossa Senhora, silenciosa, discreta, eficaz, tem estado sempre comigo, juntas temos.. percorrido o Evangelho em todos os seus momentos, desde a anunciação, quando com seu sim aos desígnios de Deus, começou seu caminho de sofrimento, juntas adoramos o Menino na gruta de Belém, compartilhamos as provações da viagem ao Egito, a vida do Menino Jesus, as tristezas e alegrias de sua vida em Nazaré que sem dúvida são as mesmas que as minhas, de mãe ... E como nas bodas de Caná, muitas vezes tenho também dito: "Filho, eles não têm mais vinho". Nós duas temos também escutado a pregação do Senhor, presentes em cada milagre, cada cura, até chegar com Ele no Cenáculo, no Horto, diante dos príncipes dos sacerdotes ... , adoramos o Senhor na Cruz, na Ressurreição . . .

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A Virgem é minha mestra na dor, tem sido minha amiga e minha confidente, e digo-lhe muitas vezes, cada dia, com todo meu amor: "Deus te salve, Maria ... " e sei que ela também roga por nós, agora e sempre. E graças à comunhão dos santos, cada manhã me uno à Eduardo na oração conjugal, quando rezo com ele por todas as nossas preocupações e compartilhamos no Senhor tudo o que é nosso: é daí que me vem o ânimo, a coragem e mesmo a alegria como no dia em que, num salmo, encontrei a síntese do que tinha sido a minha vida com Eduardo e que agora continua em outra dimensão: "Pois eras tu meu companheiro, meu amigo e confidente, a quem me unia uma doce intimidade, e juntos caminhávamos no meio do bulício, pela casa de Deus." Pergunto-me hoje, uma vez mais: o que teria sido de nós, sem as Equipes de Nossa Senhora? Um forte abraço com todo meu carinho, Cecília.

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A DEUS lNTERESSA QUE ESTEJAMOS DISPONIVEIS À SUA VOZ E À SUA VONTADE Ninguém pode negar que vivemos hoje a loucura da multiplicação das palavras, do excesso de ruídos infernais, das propagandas abusivas. Parece não haver mais espaço para o silêncio e a calma. Vivemos a era da comunicação e constatamos que o homem cada vez mais vai se tornando escravo da solidão. No emaranhado de tantas palavras produzidas o homem atual não tem com quem falar e nem quem se disponha a lhe ouvir. Vai ficando perdido e confuso. Numa situação assim, intentamos uma pergunta: como fica a comunicação do homem com Deus? Nossa comunhão de vida com Deus é uma realidade dialógica: há uma Palavra e uma resposta. Deus, o Senhor, num excesso de seu amor, nos busca pela sua Palavra, e nós, homens, tentando ouvi-la, damos nossa pobre resposta, palavra frágil, transitória, mas que nos permite entrar em diálogo com Ele. Nossa resposta, porém, supõe então, antes, a atitude de ouvir, escutar. A própria sabedoria vétero-testamentái:ia nos lembra: "Nada respondas antes de ter ouvido" (Eclo 11 ,8). Já os profetas do passado condenavam em Israel a falta de atenção, a falta de escuta e o fechamento do coração ante a Palavra do Senhor. Condenavam, sobretudo, a atitude daqueles que supunham saber tudo c que, em seu orgulho, não dispunham o coração para saborear a "ccmfidência divina". Com muita insistência os profetas chegaram a dizer que o primeiro mandamento que Deus deu a seu povo, anterior ao amor, foi o de "mendigo" de nossa atenção: "Escuta, ó meu povo ... possas tu me ouvir, ó Israel" (SI 80.9). E quanto mais Deus insistia, mais o povo se afastava, voltando-se aos ídolos que não tinham ouvidos para ouvir nem boca para falar. Diante dessa incapacidade de atenção até Jeremias acabou desanimado: "A quem falar? Quem tomar por testemunha para que me escutem? Estão seus ouvidos incircunsisos e são incapazes de atenção. A Palavra do Senhor tornou-se-lhes objeto de tédio" (Jr 6,10). Nossa sorte, porém, é que Deus nunca se cansa. Seu amor por nós é fiel e persistente. Apesar de nossa agitação e de estarmos um pouco perdidos no burburinho da vida, o Senhor persiste em nos comunicar sua Palavra de salvação e de vida. Como o profeta do Senhor, sentimos que a "cada manhã ele desperta os nossos ouvidos para que escutemos como discí-

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pulos" (ls -50,4). A cada dia o Senhor nos "desperta", Ele nos "acorda" com toda a amabilidade de seu coração, para que saiamos do sono das trevas para a escuta atenta e fiel de sua Palavra. A cada manhã, com seu "Bom dia" Ele nos aguarda receptíveis, abertos, "ouvintes". Como o Salmista devemos responder: "Senhor, tu me abriste os ouvidos, então eis que venho ... " (Sl 39,7). Ontem, como hoje, Deus nos fala. A Ele não interessam nossos sacrifícios, velas, flores, promessas ou outros ritos vazios. O que lhe interessa é que estejamos disponíveis à sua voz e à sua vontade. Vale recordar aqui o pensamento de São Bernardo: "Desejas ver, ouve; a audição é um degrau para a visão". Se quisermos contemplar o rosto de Deus, disponhamo-nos a ouvir com prontidão sua Palavra. E o importante é escutar e guardar a Palavra. Tendo ouvido a Palavra faz-se mister entender o seu conteúdo. Neste particular valem muito os ensinamentos da Igreja, legítima porta-voz e intérprete da Palavra divina. O terceiro tempo é "mudar de vida". Como Francisco de Assis, interpelado pela Palavra de Jesus, devemos perguntar-lhe freqüentemente: "Senhor, que quereis. que eu faça?". E no íntimo de nosso coração a vontade divina será revelada. Basta que coloquemos os projetos de Deus em prática e nossa vida será totalmente transformada. Seremos então ouvintes atentos, disponíveis discípulos, confidentes do Senhor e arautos do seu Reino. Apesar da fragilidade de nossa resposta arregaçaremos as mangas e levaremos ao mundo o dinamismo do Evangelho que exige mudanças pessoais e estruturais, reformas sociais e políticas, a fim de que se instaure entre os homens o Reino de irmãos, justo, pacífico, fraterno e pleno de esperanças e utopias. Neste tempo em que nos debruçamos com fé sobre a Palavra do Senhor, veneremo-La com carinho e peçamos a graça de possuir um coração ouvinte: sábio, simples e fraterno. Façamos da disponibilidade de Samuel uma norma de vida: "Fala, Senhor, o teu servo escuta" (I Sm 3,10) e da entrega de Maria o protótipo de todas as nossas entregas: "Faça-se em mim segundo a tua Palavra" (Lc 1,38). Não nos esqueçamos que também hoje Deus nos fala ... Mauro Zequim Custódio (originalmente publicado na revista Ave Maria.)

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A BfBLIA: TRES PERSPECTIVAS DEUS ESCREVEU DOIS LIVROS Esta comparação é de Santo Agostinho. O primeiro livro é a criação, a vida, a natureza, a história, tudo o que existe. O segundo é a BfBLIA. O primeiro deveria falar de Deus a todos que o lessem. Mas não fala. Suas letras se apagaram. A vida ficou estragada e já não fala de Deus. As vezes, até parece negar a Deus. Aí, Deus escreveu o segundo livro, a BfBLIA. Não foi escrito para ocupar o lugar do primeiro, mas para ajudar os homens a entendê-lo. Agostinho diz: "Foi escrito para comentar o primeiro e para fazer com que todas as coisas da vida comecem a falar novamente de Deus." A BfBLIA para ajudar-nos a entender melhor a vida e orientar o concerto que nós devemos fazer desta vida humana, onde há tanta coisa estragada, tanto sofrimento tanta coisa que não é como deve ser. Não tem sentido ficar só discutindo as coisas que estão dentro da Bíblia, sem usá-las para com elas entender melhor a vida . Seríamos como o fulano que estudou a receita do médico e deixou o doente morrer por falta de cuidado e de remédio.

A PALAVRA DE DEUS

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LUZ

Esta comparação é do Antigo Testamento. Ninguém acende uma luz para ficar olhando contra ela,. Isso dá mancha na vista e estraga os olhos .: A gente fica cego e não enxerga mais nada. Luz é para iluminar o chão por onde andamos. Se a BfBLIA é luz, então não adianta decorar a BfBLIA só para saber o que está lá dentro. O mais importante é iluminar o chão de nossa vida, descobrir os buracos e caminhar sem atropelamentos, na direção certa . .·

A PALAVRA

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SEMENTE

Esta comparação é do próprio Jesus. Ninguém compra semente para colocá-la num lugar de destaque dentro de casa e dizer a -23-


todos que entram: MOlhem que semente boa que eu tenho!" A gente não acredita. Para saber se a semente é boa só tem um jeito: colocá-la no chão, cuidar para que a planta que dela nasce possa crescer bem, esperar o tempo da colheita. E só quando eu puder comer da fruta é que poderei comprovar as palavras e dizer: "Realmente você tinha razão. A semente é boa mesmo. A fruta é a prova!" Assim, não adianta fazermos propaganda da BrBLIA e gritarmos: MPalavra boa! n MOlhem que Bíblia bonita eu tenho!" Só tem um jeito para provar que a Bíblia é Palavra boa: plantá-la no chão da vida, observá-la na prática, cuidar de seu crescimento. E quando o outro puder provar os frutos que assim nasceram: frutos da bondade, justiça, paz, amor, amizade, etc., ele poderá confirmar as nossas afirmações: MRealmente, você tem razão. ~ semente boa mesmo! " (Originalmente publicado no boletim MJOVENS", de Garça, SP.)

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No dia 19 de junho, no quadro de bela cerimônia e de Missa concelebrada pelos Conselheiros Espirituais dos Setores A e D, houve transmissão de vários cargos da Região São Paulo - Sul I. Inicialmente, o casal Thaís e C. Eduardo Duprat transmitiram a Vânia e Walter Denari o cargo de Casal Supervisor da Região de São Paulo, na ECIR . Thaís e C. Eduardo vão se dedicar, a partir de agora , à administração do Secretariado do Movimento, em substituição a Tharcisio e Yvone, que desempenharam esta missão por longos anos e que fazem jus à gratidão e ao reconhecimento de todos nós por tudo o que lá fizeram. Por sua vez, Vânia e Walter transmitiram a Elizabeth e Antonio Savaresi Jr. o cargo de C. R. da Região São Paulo Sul-1 e estes últimos foram substituídos por Leda e Antonio Carlos na responsabilidade pelo Setor D. Finalmente, Mariinha e VIves transmitiram a Rosa Maria e Luiz Antonio Pisa o cargo de C. R. do Setor A. Também no mês de junho, ocorreu outra modificação entre os C. R. de Região: Neri e João Carlos, do Rio Grande do Sul , foram substituídos na função por Eunice e João Elpidio Garcia. Todos estão presentes nas orações do Movimento.

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Damos a seguir dois testemunhos a respeito do livro "O sentido de uma vida" (Ed. Loyo/a), biografia de Dr. Moncau, escrita por D. Nancy .

Acabo de ler "O sentido de uma vida". Foi um dos mais belos livros que já li em toda a minha vida! Precisa ser lido, meditado, vivido por todos os cristãos e especialmente pelos casais. Nosso Dom Benedito (Ulhôa Vieira) tem razão de afirmar: "~ um dos nossos leigos santos, canonizado no interior de todos que o conheceram". Os desígnios de Deus são insondáveis à luz da razão, mas admiráveis quando iluminados pela Fé. Deus preparou a Sra. para unir a ele pelo matrimônio e serem uma bela figura da união de Cristo com a Igreja, como afirma S. Paulo na Epístola aos Efésios, cap. S. A personalidade simples, humilde, tímida, mas firme no ideal cristão, encontrou em Nancy a resposta perfeita à formação de uma família perfeita para todos os lares de hoje e do futuro . Daí, o rápido desenvolvimento das Equipes de Nossa Senhora, a que tive a graça de dar minha insignificante contribuição! Fr. Domingos O. P.

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Ao final da leitura do livro "O sentido de uma vida", fica em cada um de nós bem gravado: - o testemunho vivo da ação de Deus em um coração que se abriu e se dispôs inteiramente a Ele. - a perplexidade diante de uma fé sólida, alicerçada na Palavra de Deus a qual ouvia e entendia tão bem. - a admiração pela beleza do amor à esposa, aos filhos, aos irmãos e a fidelidade cristalina ao movimento das Equipes de Nossa Senhora. - a grandeza de uma vida que pela sua história marcou presença no mundo por causa de seus atos, de seus sentimentos e de seus ideais. Célia e José ENS 14-B São Paulo Sul -

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NOTICIAS DOS SETORES Efemérides - O Setor das ENS de Jaú/SP comunica com alegria o jubileu de ouro da ordenação sacerdotal do Pe. Augusto Saul, C.E. das equipes 11, 12, 13 e 19 daquela cidade e vigário da Paróquia de São Benedito ocorrido no dia 13/03/87. A Missa Solene de Ação de Graças foi concelebrada pelo Revmo. Bispo da Diocese de São Carlos, D. Constantino Amstalden, Pe. Giovanni Zlnni, superior da Consolata, (ordem da qual o Pe. Augusto faz parte) e por vários sacerdotes de Jaú e cidades vizinhas. Missionário de N. S. da Consolata, o Pe. AtJgusto Sanl foi ordenado em 13/03/37 em Torino, Itália. A'pós servir por cinco anos na Afrlca, atuou como Cap~lão de campos de concentr-ação na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. Vindo para o Brasil em 1947 está em Jaú há 30 anos onde goza de muita estima e consideração pois além da orientação espiritual aos jauenses, participa sempre dos eventos culturais da cidade. Após a Missa do Jubileu Pe. Augusto recebeu, durante um concorrido jantar, as homenagens de autoridadee civis e eclesiásticas, de Inúmeros casais aquipistas e da comunidade em geral e teve a alearia da presença de Olga e Sergio, respectivamente sua Irmã e cunhado vindos especialmente da Itália para a ocasião. - As equipes de Pindamonhagaba/SP jubilosas. participam a ordenação sacerdotal do Dlacono José Maria de Alvarenga, celebrada pelo Revmo. Bispo Diocesano de Taubaté D. Antonio Afonso de Miranda, em 2 de maio último na Igreja de São Pedro em Taubaté cidade natal do novo sacerdote.

Seus equlplstas louvam e agradecem ao Senhor Jesus tão grande graça e desejam ao Pe. José Maria, que é C. E. das equipes 8 e 10, que sua presença entre eles seja duradoura e frutífera, que não lhe faltem inspiração e proteção divinas, vigor físico e disposição para "tanger seu rebanho às pradarias verdejantes". O novo sacerdote já vem assumindo com dedicação e eficiência muitas atividades que sobrecarregavam o não menos dedicado e eficiente Con. Benedito Gil Claro, na Paróquia de N. ·s. do Bom Sucesso, onde celebrou sua " Missa Nova .... após o qual foi recepcionado no Restaurante do Bosque da Princesa por todos os movimentos, congregações e ordens religiosas em Pindamonhagaba com multo carinho e grande comparecimento. - Em 5 de junho passado a Equipe 3-A da Região Rio I fez uma bonita festa para comemorar os 25 anos do seu lançamento contando com a presença do seu atual Conselheiro, Pe. João A. Mac Dowell e de um antigo, o querido Pe. Benko, atualmente residindo na Europa e na ocasião visitando o Brasil. Primeiro a Missa, depois a confraternização em casa de um dos casais, contando com a presença daqueles que um dia tiveram maior contato com a Equipe 3: Pilotos, Ligações, Responsáveis de Setor e Regionais. Interessante assinalar que essa equipe nasceu de um Curso de Noivos e os "mestres" do curso (equipistas) também estiveram presentes. A equipe é um exemplo vivo de que o nosso Movimento não sendo "de atividade" é um movimento de "gente ativa" e exerce seu apostolado através de uma nítida "opção preferencial pelos pobres". Seu apostolado é exercido junto

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!I população carente de Acarf, na zona suburbana do Rio, onde todos os anos, por ocasião do Natal, os casais trabalham angariando donativos para os favelados, como por exemplo , material e uniformes .escolares para as crianças . Colocam também, donativos aplicados em Caderneta de Poupança à disposição das obras sociais de duas paróquias e uma capela e através disso ajudaram na construção de uma creche e na instalação de uma sorveteria: o Sorvete ~om Fim vendido pelos meninos nas ruas da Baixada Fluminense: Seu empenho atual é a montagem de uma oficina de confecções e estão criando um clima profissionalizante entre a população. A Equipe 3 acredita que a comunidade de Acarí já está encaminhada para crescer .sozinha e agora começa a procurar outra, mais carente, a fim de iniciar um trabalho semelhante .

Volta ao Pai - Com pesar, mas também na certeza do encontro definitivo com o Pai, Vitalina e Danilo da Eq . 6 N. S. da Imaculada Conceição , de Caxias do Sui/RS comunicam o falecimento de seu irmão de equipe AGENOR M. PACHECO ocorrido em 11 de maio último. Ele, que com sua esposa Maria Madalena, participava do Movimento ativamente há 18 anos foi sempre um exemplo de vida de altivez, simplicidade e servico apesar das vicissitudes. Em sua doença jamais esquecia-se do Pai e ainda na véspera do seu retorno rezava o Salmo 91 e a oração "Seja Otimista • que fala da confiança em Deus e da entrega a Ele, do t rabalho para o bem do homem, do fortalecimento do espírito e da alegria de viver e servir. Seus irmãos da Equipe 6, rogando ao Pai que receba Agenor junto a si, pedem também que ele receba o Seu amor e através dele sejam também todos eles acolhidos e aprendam a seguir seus passos para um dia terem a felicidade de contemplar a Sua face. - No mesmo dia do encerramento do Mutirão do Setor Leste (24/05/ 87), faleceu IZABEL, esposa de Davenir

da equipe de Terra de Areia/AS após longa enfermidade. Pessoa querida de todos os equipistas era catequista e pela última vez participou de uma reunião da sua equipe em março de 87. Muitos equipistas e pessoas da comunidade foram dar o seu adeus a lzabel cantando o Magnificat na Igreja repleta ao fim da Missa celebrada pelo Pe. Arno. - Em 27 de abril passado retornou à morada do Pai , DURVAL BORIM que com sua esposa Natividade, havia ingressado há pouco tempo na Equipe n.0 7 de Araracjuara/SP. Não obstante o seu curto período como equlplsta Durval deixa muitas saudades em seus irmãos de equipe. - De repente, como só acontece com os que o Senhor sabe maduros para participar de Sua Morada, GUIOMAR COUTO GAlO, da Eq . n.0 1 N. S. do Sagrado Coração de Juiz de Fora/MG, foi chamada em 22/06/87. Apesar do choque e da dor vioelnta e inesperada o que ficou para seus irmãos de equipe foi a lembrança de uma Guiomar alegre e participativa que com eles conviveu nesses 16 anos . Mas se a partida foi rápida, a preparação foi lenta tendo começado há 5 anos com o primeiro sinal. Tirando-lhe um pouco da dependência física, o Senhor foi preenchendo cada vez mais com Sua presença a vida de Guiomar e Walter levando-os a repetir a cada dia, o SIM dado há quase. 38 anos_e que envolvia o compromisso de felicidade • na alegria e na tristeza; na saúde e na doença •. Ela continua presente para seus irmãos equipistas através do·s atos qu·e praticou, dos filhos que gerou, dos conselhos que legou, dos textos que escreveu. Faleceu em 28/04/87, MARIA DOS SANTOS DA PAZ ROSA, exemplo de esposa e mãe, equipista da Eq . 17 do Setor A de Londrina/PR. Natural de Fortaleza/CE e mãe de sete filhos Maria José chegou a Londrina em 1981 e era extremamente dedicada a seus filhos, cujo carinho e confiança conquistou de maneira extra.ordinária e esposa compreensiva e lutadora dedicando a seu marido um amor sem -

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limites. Mesmo após os primeiros sintomas de sua moléstia continuou a participar até recentemente das reuniões de sua equipe e não se entregou, apesar de ter aceito serenamente a vontade do Pai e oferecia a Deus seus sofrimentos pela união e harmonia da sua família. Certa vez disse em família: ·Sobre meu túmulo quero que coloquem essas palavras: TUDO PASSA, SO DEUS PERMANECE ETERNAMEN· TE" . Leitora assídua da Palavra, partiu mal tendo completado seus 50 anos e deixando saudades, boas recordações e um magnífico exemplo de virtudes cristãs.

Ecos do Míni-Eacre - Realizado em 05/04/87 na Casa da Criança em Santa Rosa de Viterbo/SP o Míni-Eacre, contando com a participação dos CRE daquela cidade e também de Casa Branca e Venda Branca. Os trabalhos foram coordenados por Heloisa. Ary e Romolo e tiveram a assistência espiritual do Pe . Jacob. As palestras e a troca de idéias sobre o documento Lineamenta foram de grande proveito para todos e a equipe de serviço esmerou-se no atendimento aos participantes.

Mudanças nos Quadros - Empossados Norma e Geraldo como CR da Coordenação das ENS em Santa Rosa de Viterbo/SP durante a Missa de encerramento do Míni-Eacre realizado naquela cidade em 5 de abril passado. - Em Araçatuba/SP, Dalci e João Carlos assumiram a responsabilidade pelo Setor A, em substituição a Mariê e Mauro.

Inserção - Neste ano de 1987 a Campanha da Fraternidade em Santa Rosa de Viterbo/SP foi preparada e coordenada pelos casais equipistas locais que obtiveram a adesão de todos os outros movimentos existentes na cidade. To-

das as homilias das missas dominicais foram feitas pelos equipistas, que também promoveram terços nas casas, percorrendo várias ruas e organizaram vias sacras é Circulos Bíblicos tendo como pano de fundo o tema da Campanha da Fraternidade.

Novas Equipes - Lançada em Juiz de Fora/MG em 26 de abril último, a Equipe n.0 20 - N. S. de Medjugorje. Trata-se de uma equipe composta por 7 casais bastante jovens, recém-casados e que resultou da Experiência Comunitária das • ENS vivida pela primeira vez em Juiz de Fora. A nova equipe é pilotada por' Maria Helena e Darcy M. David e tem como CE, Pe. Elias Saleh os quais estão confiantes que a Equipe N. S. de Medjugorje possa, no amor, na fé e na esperança ser transparência de Cristo no mundo em que vivemos. - Adelaide e Norberto informam do relançamento da Equipe n.0 5 N. S. do Perpétuo Socorro em Pindamonhangaba/SP, tendo como Conselheiro Espiritual Pe. João Cesar Resende e Casal Piloto Regina e Darcy A. Coelho. · - Lançada mais uma equipe, a de n.O 18 no Setor C de Florianópolis/SC sob a invocação de N. S. da Esperança. Tem como Conselheiro Espiritual o Pe. José Miguel de Oliveira e como Casal Piloto Celita e Edegar (da Equipe 16-C). - Em 31 de maio passado, na festa da Ascenção do Senhor, foi lançada a primeira equipe (n.0 1) de São Mi· guel do Guamá/PA. Segundo nos in· formam Mariazinha e Miguel, C. R. do Setor A de Belém, a nova equipe é fruto do primeiro grupo de Experiência de Caminhada que ali iniciaram em outubro de 1986 e colocou-se sob a invocação de Nossa Senhora Rainha da Paz. ~ composta de Sete casais, todos engajados nas pastorais da Paróquia tendo como Conselheiro Espiritual Pe . Alberto, vigário de S. Miguel. O casal piloto é Nazaré e David, da Equipe 1 de Castanha!.

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Equipes de Jovens - Está em preparação em Araraquara/SP a formação de uma Equipe de Jovens de Nossa Senhora, com Idades a partir dos treze anos. O trabalho está sendo coordenado por Terezinha e Jorge, Zezé e Décio, ambos os casais da Equipe n.0 3. Já foram realizados dois encontros preliminares sendo o primeiro em 15/03/87, com a presença de 36 jovens em que o tema discutido foi Corpo". No segundo realizado em 01/05, participaram 58 jovens discutindo o tema "Justiça". Um terceiro encontro foi programado para junho/87 e ao darmos esta noticia o mesmo já deverá ter ocorrido, esperamos nós da Carta Mensal, com pleno sucesso.

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Eventos - Nos dias 16 e 17 de maio p.p. o Centro de Pastoral Mons. Azevedo em Pindamonhangaba/SP acolheu 20 casais daquela cidade e de Taubaté para o retiro anual proposto pelas ENS. Pregou-o Frei Carlos Pierozan, Reitor do Seminário Frei Galvão de Guaratlnguetá/SP onde é Conselheiro Espiritual da Equipe 1. O pregador falou com multa inspiração sobre os temas: ·Nossa Senhora exemplo de fé, de união com Cristo, de Serviço, de humildade, de oração e de coragem na dor"; "Mística Vocacional (Sentido da vida humana)· e • Lalcato na Igreja • e ainda, atendendo a pedidos improvisou ótima palestra sobre os Evangelhos. Os equiplstas que participaram agradecem a Frei Carlos que com jeito simples, franco, alegre e objetivo conquistou a todos e louvam a Deus por êle, pelos organizadores da liturgia e pelos "irmãos e sobrinhos" que se entregaram de corpo e alma para assegurar o êxito atingido. - Realizado em 22 e 24 de maio de 1987 em Curitiba/PR um retiro espiritual pregado por Frei Estevão Nunes e que contou com a participação de 30 casais dos Setores B e C daquela cidade.

- O distrito de Venda Branca, em Casa Branca/SP foi palco, no dia 8 de junho de 1987, de um encontro de casais que foi batizado de "1. 0 ENTRAVE de Venda Branca •, significando Entrar e Ver o Casal na Comunidade de Vi· da e Amor. Contando com a participação de 32 casais que puderam meditar sobre Harmonia Conjugal, Harmonia Sexual, Pais e Filhos, Casamento no Plano de Deus, o encontro foi planejado e executado pela Equipe 7 N. S. do Perpétuo Socorro com a valiosa colaboração da Equipe 6 - N. Sra. das Graças e também de toda a comunidade de Venda Branca. Parabéns aos coordenadores Maria Helena e Valdemir e a todos os equipistas da 6 e da 7 pois realmente estão cumprindo a mensagem do "Ide e pregai o Evangelho". - No período de 18 a 21 de junho a Casa de Retiro • Betânia Franciscana· em Campinas/SP, calorosamente acolheu, numa Sessão de Formação os Casais Equipistas de Americana, Araraquara, Bragança Paulista, Campinas, Casa Branca, Catanduva, Dois Córregos, Guapiaçú, Jaú, José Bonifácio, Jundiaí, Piracicaba, São Carlos e São José do Rio Preto. A organização coube ao Casal Responsável do Setor de Campinas, Nancy e Benjamim e os seguintes dirigentes: Cidlnha e lgar (ECIR). Olguinha e Tonlnho (ECIR-SP), Mercedes e Astolfo, Setor de São Carlos; Maria Regina e Carlos Eduardo, Coordenação de Piracicaba; Renato, Centro-Norte e o Conselheiro Espiritual da ECIR Pe. José Carlos DI Mambro. Estiveram também presentes o Bispo D. Gilberto que trouxe mensagens de esperança e confiança; e o Conselheiro Espiritual da Coordenação de Piracicaba, Pe. Boteon. As atividades desenvolvidas durante o encontro foram em forma de palestras, Liturgia, Eucaristia e Grupos de Co-participação. A dedicação de todos os participantes fez que a programação fosse cumprida, dentro de um clima de oração e solidariedade, seguindo a linha mestra do Movimento das ENS, que como sempre gerou um ambiente de multa amizade e calor hu-

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mano. Todos tiveram sua parte, mas gostarfamos de ressaltar aqui a participação especial do Pe. José Carlos que a ·todos tocou fundo com suas colocações e com ele nós pudemos caminhar mais um pouquinho. - A 13 de maio passado as ENS de Belém/PA reuniram-se com comunidades de algumas paróquias daquela Capital, no salão paroquial da Basílica de Nazaré, numa noite de orações dirigida pelo Pe. Paolino, C. E. da Equi.pe A-9, a fim de louvar e exaltar nossa Mãe do Céu, com a recitação do terço e da ladainha. Ao final, na Basílica, aconteceu a Celebração Eucarística. - Em 22 de maio passado, foram realizadas no Setor de Taubaté/SP as reuniões "interequlpes" (ou equipes mistas) tendo como tema o "Problema do Menor em Taubaté". Através de projeções, espiritual idades, colocações, debates e plenário, orientados pelo C. E. do Setor .Pe. João Leopoldo de Almeida e pelo pessoal da Pastoral Social da Diocese, coordenados por Pe. Donizetti, os casais equiplstas tiveram a oportunidade de conhecer melhor e de envolver-se mais concretamente nesse apostolado tão necessário e urgente em benefício desses Irmãos mais fracos. · - Em 24 de maio de 1987 sob a responsabilidade de Terezinha e Luiz que há pouco tempo assumiram o Setor Leste do Rio Grande do Sul, um Mutirão do Setor em Tramandaf. Apesar do frio reinante compareceu um número significativo de casais daquela cidade e também de Santo Antonio, Osório, · Maquiné e Terra de Areia. Os equipistas de Tramandaí organizaram o encontro com a ajuda no serviço da "equiplnha" de N. S. do Bom Conselho constituída de filhos de casais aquipistas. Na primeira palestra Maria Oli.via e Luiz Carlos abordaram "Os meios de aperfeiçoamento e a reunião de equipe • e na segunda Neri e João Carlos deram aos presentes uma visão muito clara do "Llneamenta ". Encer-

rando o Mutirão da Santa Missa, Setor falou do conscientizando papel na Igreja.

e antes da celebraÇão Frei Eduardo, é. E. do "Assumir de. Maria·, os equipistas do . seu

- Aconteceu em 23 e 24 de maio passado em Brodo"squi/SP" o ·retiro das equipes de Ribeirão Preto/SP com· a presença de 92 pessoas. O pregador foi Frei Neylor Torin de Petrópolis/RJ que muito ofereceu aos participantes em espiritualidade e vida cristã, baseado na comunhão e participação. Os casais gostaram tanto de Frei Neylor que somente se separaram dele na estação rodoviária quando partiu rumo ao Rio de Janeiro. A afinidade foi reciproca e alguns dias após Heloisa e Ary receberam dele uma carta de agradecimento que foi publicada no " O Equipista" de maio de 1987. - Realizou-se em 13 de junho, no Salão Bom Jesus em Curltlba/PR, uma sopa (jantar} beneficiente, com a participação de casais equipistas dos setores A, B e C daquela cidade. Algumas revelações Interessantes . ocorreram naquele evento dentre as quais o fato de que, naquele mesmo local, há 51 anos atrás, o casal Maria e Rui da Equipe 2/C teve o seu primeiro encontro, do qual originou-se o seu namoro. Na mesma data a Equipe 4/B completou 29 anos de lançamento, o que fo i muito comemorado por todos os presentes. No . dia 31/05/87, os casais equipistas da Região São Paulo-Leste foram brindados com uma palestra proferida por D. Nancy Moncau no Seminário Frei Galvão em Guaratinguetá/SP abordando o tema • A mística da partilha e dos pontos concretos de esforço". Foi um momento maravilhoso para os casais mais novos conhecerem D. Nancy e para os casais mais antigos de revê-la e para todos os presentes de ouvi-la e de crescer mais como cristãos casados equipistas em sua missão dentro de suas famílias e do nosso Movimento.

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ENCONTROS E RETIROS 1. Encontro "NóS DOIS ... AGORA!", em Barueri, SP, de 1 a 4 de outubro 1987. Inscrições com Maria e José Aquino, pelo telefone (o 11) 62-2309 ou 263-0582. 2. Sessão de formação (última do ano): 9 a 12 de outubro 1987, em Juiz de Fora, MG. 3. Retiros programados pelos Setores :

Data 18 18 19 25 25 03 03 23

a a e a a e e a

20/09 20/09 20/09 27/09 27/09 04/10 04/10 25/10

24 e 25/10 24 e 25/10 30/10 a 01/11 06 a 08/11 06 a 08/11 13 a 15/11 14 e 15/11 27 a 30/11

Setor

Local

São Paulo Belém Taubaté Vinhedo Araraquara

Barueri

Curitiba/C Londrina São Paulo Rio/F Florianópolis São Carlos São Paulo Belém Sorocaba Rio/O Rio/A

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Aparecida Casa de Siloé C. Retiros Mossunguê Emaús Cenáculo lnst. São José Soe. S. Vicente Paulo Barueri C. Retiro S. José·


CARTAS DOS LEITORES ORAÇOES A vida religiosa nas ENS não se restringe aos meios de aperfeiçoamento e isso transparece de maneira bem clara nas cartas que recebemos de Judith e J. Paulo, da equipe 2 de Recife - PE e de Agloé e "Quico", da equipe 17 B de São Paulo- SP. Em Recife a equipe 2 está fazendo e divulgando uma vigília de oração semanal nas intenções do Brasil, do Clero e da Paz e lembram-nos que sendo o Brasil consagrado a N . S. Aparecida devemos pedir Sua intercessão junto ao Pai e a seu filho Jesus, para obtermos paz, bons sacerdotes e um Brasil verdadeiramente cristão. Em São Paulo a Equipe 17 B está introduzindo na tabela dos meios de aperfeiçoamento a "Reza diária do terço" pois, afinal, fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora que pediu insistentemente em suas aparições: "Rezem o terço diariamente".

TRANSBORDAMENTO DA VIDA DE EQUIPE Edila e Antonio José, da equipe 79-C do Rio de Janeiro contam-nos como sua equipe, que tem apenas 3 anos de existência já cresceu o bastante para transbordar em atividades junto à paróquia, visitas a hospitais, catequese em escolas municipais, aux.Hio a Seminário e a Orfanato.

Pedem que oremos para ajudálos no "Dever de sentar-se" e como todos nós sabemos que esse meio de aperfeiçoamento é sempre meio complicado, é claro que vamos fazê-lo, não só pelo dever de sentar-se mas também para que o trabalho do apostolado que estão fazendo frutifique bastante.

USO DA CARTA MENSAL Carmem Sylvi~, da equipe 5 de Niterói - RJ escreve-nos contando o uso intensivo que sua equipe faz da Carta Mensal lendo-a inteirinha e aproveitando temas para estudo e meditação. Conta-nos do progresso obtido por membros da equipe, ao usarem temas extraídos da CM para seus meios de aperfeiçoamento e reclama da ausência de temas sobre a juventude e seus problemas. Na realidade, temas exclusivos sobre a juventude não são muito difíceis de encontrar mas, temas que nos ajudem, como casais, a nos posicionarmos perante até mesmo nossos filhos, nem tanto. A verdade é que ainda não conseguimos nada que pudesse ser publicado na CM. Havemos de chegar lá, quem sabe com a ajuda de casais que se preocupam com esse tipo de problema ...

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (Lc. 4,16-22)

Veio a Nazaré, onde crescera, entrou, como de costume, na sinagoga no dia de sábado e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe apresentado o livro do profeta Isaías, que ele abriu, dando com a passagem onde está escrito:, " O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para levar a boas nova aos pobres, anunciar aos cativos a libertação e aos cegos a restauração da vista, dar liberdade aos oprimidos, proclamar o ano de graça do Senhor." Enrolou o volume, entregou-o ao servente, e sentou-se. Todos na sinagoga tinham os olhos fixos nêle. Pô-se então Jesus a dizer-lhes: "Hoje se cumpre esta passagem da Escritura que acabais de ouvir" . E todos davam testemunho dêle e estavam maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E perguntavam: "Não é este o filho de José?" ORAÇÃO LITúRGICA

Salve, salve Cruz santa, salve, glória do mundo, verdadeira esperança, nosso gozo profundo. Salvação nos perigos, és da graça o sinal. Dás a todos a vida, doce lenho vital. Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por ti redimidos, te cantamos louvor. Doce glória do mundo, nos teus braços abertos os escravos do lenho são, no lenho, libertos. Honra e glória a Deus Pai pela Cruz de seu Filho, que no lenho elevado, o vestiu com seu brilho. Honra e glória ao Espírito, da Trindade na luz. E nos céus e na terra brilhe a glória da Cruz. (Liturgia das Horas - Hino do Ofício das Leituras 14 de setembro - Festa da Exaltação da Santa Cruz)


Um momento com a Equipe da Carta Mensal . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Pe. Bernard Olivier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

Editorial -

As ENS e o Sínodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

Minha presença e o sentido da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9

Cartà da E. R. I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Palavra de nossos Pastores .·............ . . . ..... .... ...... ..

11 13

Pontos concr~tos de esforço: a Escuta da Palavra . . . . . . . . . . . . . .

14

Ave, cheia de graça! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16

Cecília Bustos: uma carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

18

A Deus interessa que estejamos disponíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

21

A Bíblia: três perspectivas . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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'O sentido da vida': testemunhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Notícias dos Setores ................. , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Encontros e Retiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cartas dos leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31 32

Meditando em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 Rua João Adolfo. 11 8 - 9' • cj. 901 · Te!. 34 8833 São Paulo - SP


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