ENS - Carta Mensal 1986-6 - Setembro

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O QUE LER NESTE NúMERO Como vocês poderão notar, este número da Carta Mensal é um pouco mais volumoso que os anteriores. É que, " num esforço de reportagem", conseguimos reunir aqui os relatos de nossos correspondentes sobre 10 EACREs realizados nos diversos cantos deste continente brasileiro. Essas reportagens estão nas páginas 33 a 42 e nos mostram com que intensidade os EACREs movimentaram o mês de férias dos equipistas. Também as Notícias dos Setores (pg. 43) nos dão conta de uma grande vivência do Movimento em toda parte. O mês de setembro é o Mês Bíblia. E a Carta Mensal escolheu para sua seção Vida e Obra dos Santos, um dos maiores arautos da Palavra de Deus: São João Crisóstomo. Nas páginas 13 a 16, ele nos ensina como melhor escutar essa Palavra. Este também é o assunto do Editorial de Pe. Olivier (pg. 2) e da carta da ERI, à página 25. A ECIR, este mês, conversa conosco sobre este tempo forte de nossa vida em equipe que é a Reunião (pg. 7). E a seção específica da Reunião de Equipe trata neste número da tão falada coparticipação (pg. 9). A Vida do Movimento no decênio 73-82 nos é relembrada à pg. 23. Uma série de importantes testemunhos começa à página 28, com o de uma jóvem escrevendo a seu pai. Continua com a carta de um Casal de Ligação, com as impressões de um casal que participou de uma Sessão de Formação e traz, finalmente, as opiniões de alguns sacerdotes sobre as Equipes. O texto da página 17 nos faz meditar sobre ... as nossas mãos, e o da página 19 sobre a nossa realidade humana. E nossa Mãe e Padroeira é louvada por um casal equipista, à página 21. Quanto à meditação propriamente dita, para a reunião, está, como sempre, na última página. As Cartas dos Leitores, que infelizmente escassearam um pouco, estão à página 46. Finalmente, pareceu-nos importante, na seção que rebatizamos "A Palavra do Papa" (pg. 5), trazer a vocês uma mensagem que, através do Presidente da República, o Papa João Paulo li enviou, no último dia 10 de julho, a todos nós, brasileiros. Boa leitura!


UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL Já estamos no mês de setembro e, embora o ano equlpista esteja apenas começando, o ano civil já caminha para seu encerramento. Muitos de vocês podem estar agora se perguntando: será que não vão publicar aquele artigo que eu mandei, desde agosto, ou mesmo julho? Afinal a nova equipe que assumiu a Carta Mensal tem nos incentivado a mandar nossa colaboração e quando o fazemos ela não é publicada! Este assunto tem sido objeto de nossa atenção constante, tanto é assim que o estamos tratando neste "recado" que mensalmente fazemos chegar até vocês, através dessas linhas. Há alguns meses atrás, mais precisamente na nossa Carta Mensal de abril, procuramos levar a todos um pouco da rotina de elaboração de nossa carta. Naquela oportunidade mencionamos as reuniões preparatórias, a divisão dos assuntos da carta através dos vários grupos, bem como falamos, ainda que superficialmente, sobre a própria impressão da carta. O que, entretanto não tivemos ocasião de mencionar foi situar todo esse contexto no tempo! Podemos ter uma idéia de tempo se colocarmos que este artigo esta sendo escrito no dia 12 de junho, e só vai ser publicado na Carta Mensal de setembro. Cada carta é preparada em duas reuniões da equipe. Durante a primeira reunião são tratados os assuntos que deverão fazer parte da carta mensal, a distribuição dos mesmos pelas equipes de trabalho, além da análise dos artigos que nos chegam a fim de se decidir, de acordo com o contexto que será dado àquela carta, qual deles poderá ser aproveitado. Durante a segunda reunião faz-se o fechamento da carta e se coloca em discussão a próxima carta. A noção de tempo será dada se dissermos que no dia 10 de junho fizemos a reunião de fechamento da carta de agosto e iniciamos os trabalhos de preparação da carta de setembro. Acreditamos que todos agora podem perceber por que razão alguns artigos não são publicados como seria desejável. Além disso há também que se contar com o fato de que estamos limitados pelo fator financeiro que em última análise determina o número de páginas da carta. Assim, cremos que podemos sugerir a todos que nos enviem o material que desejem ver publicado na carta de um determinado mês com a antecedência devida. Nós teremos muita satisfação em fazê-lo. Finalmente lembramos que se sua matéria não puder ser publicada por qualquer razão, essa razão será sempre alheia a nossa Vontade, mas você sempre prestou um serviço para o crescimento de seus irmãos, pelo simples fato de estar disponível aos apelos do Senhor! Eqaipe da Carta Mensal -

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EDITORIAL

ENTRAR NO PALÁCIO DO REI

Era uma vez, em um país distante, um homem velho que sonhava em entrar no Palácio do Rei. Todos os dias, por longas horas, ele se postava atrás das grades do parque, olhando de longe a fachada do Palácio. Um dia, os soldados da guarda, vencidos por sua obstinação e comovidos por sua perseverança, abriram-lhe as grades e deixaram-no entrar na casa da guarda. E daquele dia em diante, ele vinha cada dia sentar-se durante horas num canto da sala dos guardas, contemplando o vai-e-vem dos soldados. E um dia, ele morreu. Morreu contente. Morreu convencido de ter passado seus últimos anos no Palácio do Rei. Sequer imaginou que atrás das paredes, a alguns passos do banquinho onde sentava, abria-se um conjunto de salas maravilhosas, repletas de tesouros incomparáveis, que o teriam deixado com vertigem. Muitos cristãos se parecem com esse homem velho. Creem sinceramente. Têm fé, uma fé verdadeira. Mas contentam-se em acampar na antesala. Ficam no "beabá" da fé. Sequer têm idéia da vertigem que sentiríam se realmente entrassem no mistério de Deus. Nem a vida toda é suficiente para se descobrir as maravilhas do Reino de Deus, para se penetrar os segredos da Palavra. Não se poderia perder um instante sequer, um olhar, uma batida do coração. Em vez disto, em vez de avançar passo a passo na descoberta, colocando simplesmente mas firmemente pé ante pé, sentamos na soleira da porta. Ficamos do lado de fora. Pensamos viver nossa fé, praticar a vida divina. . . Estamos plantados diante da entrada de serviço! -2-


A fé, antes de tudo, consiste em aderir de todo o coração à Palavra de Deus, a dizer sim ao Seu apêlo, a voltar-se com decisão em Sua direção. A fé é o passo inicial e decisivo sem o qual não se pode ser cristão. E o que a teologia clássica chama de fé de conversão. Porque a fé é bem diferente de uma simples assinatura ao pé de uma lista de dogmas definidos; é bem diferente de uma qualificação que se acrescenta num cartão de visita. E voltar-se para Deus num comprometimento que arrasta toda nossa vida. E uma fé, portanto, que deve ser praticada. Ela deve avançar, procurar, progredir. Ela deve nos levar a adentrar cada vez mais profundamente no mistério de Deus, a compreender e descobrir tudo o que pudermos. E o que se chama de fé de contemplação. A fé de conversão chama a fé de contemplação, como sua flor e seu fruto. Ora, a experiência mostra que podemos viver longos anos, que podemos viver uma vida "cristã" inteira, sem passar da articulação das primeiras palavras. E morreremos um dia, como aquele velho homem, acreditando que passamos a vida no Palácio do Rei. Como é possível?

-oImaginemos um homem que cava um buraco num campo. Se depois de um instante ele parar e se deitar ao lado do buraco ... não irá muito longe! Mas se ele cavar, cavar, todos os dias. . . Depois de vinte anos, depois de uma vida inteira, quem sabe onde ele chegará? Assim é com a fé. Se não cavarmos, não iremos longe. Se não tivermos, dia após dia, a vontade de penetrar no mistério, continuaremos alheios às maravilhas de Deus. Não há perigo de ficarmos com vertigem! Parece-me que as Equipes de Nossa Senhora - e fico maravilhado em constatá-lo - receberam um dom de Deus: o gosto pela oração. Consagramos um longo tempo à oração em nossas reuniões, e há até algumas equipes que acresc~ntam ao ritmo normal reuniões especiais de oração. Na vida dos casais, criamos grandes espaços para a oração pessoal, conjugal, familiar. -3-


É preciso explorar a fundo este dom de Deus. Na vida

de muitos cristãos o que falta mais é tempo, ou melhor, a vontade de achar tempo para passar com Deus. Nas Equipes, essa vontade existe e, positivamente, o tempo aí está. É preciso fazê-lo "abrasar". Seja nossa prece um impulsionar da fé que procura forçar as portas. Não nos contentemos cedo demais com algumas reflexões sobre um tema de espiritualidade, com algumas considerações periféricas, mesmo que calorosas, sobre um versículo do evangelho. É preciso querer entrar no segredo dos segredos, no santo dos santos. É preciso bater à porta do Palácio, bater com todas as nossas forças, para que o Senhor nos abra e nos introduza no seu Jardim secreto. Porque na verdade só ele pode nos fazer entrar. Mas o que ele quer é que nos lhe façamos esta violência: ele nos convida, nos aguarda, nos espera . . . E então? Vamos ficar parados diante da porta fechada? Frei Bernard OLIVIER, o.p.

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A PALAVRA DO PAPA

No dia 10 de julho de 1986, por ocasião da visita que lhe fez o Presidente José Sarney, o Santo Padre pronunciou o seguinte discurso:

Senhor Presidente Amados irmãos e irmãs em Cristo Encontramo-nos aqui, hoje, mais uma vez, a celebrar a Eucaristia com o Brasil e pelo Brasil: hoje, presente pelo Senhor Presidente da República , representante da unidade nacional do querido Povo brasileiro, e pelo distinto Séquito. Esta Eucaristia me recorda outros encontros recentes, com os Senhores Bispos brasileiros e com o saudoso Presidente Tancredo Neves - que Deus tenha na sua glória e para o qual vai um pensamento de sufrágio. Neles, partilhámos, como hoje, preocupações e esperanças, quanto a problemas religiosos e sociais, e juntos rezamos pelo Brasil. A Eucaristia é celebração da Salvação "para todo o povo", em Cristo morto e ressuscitado, celebração da bondade de Deus, que se nos revela como Pai e nos quis todos irmãos, em seu Filho unigênito, e a viver em comunhão de amor, no Espírito Santo, como família, tendo os mesmos sentimentos e solícitos pelo bem uns dos outros. A Eucaristia é momento forte de f raternidade na caridade, em ação de graças, em reconciliação e em atitude de oferta; oferta sobretudo de nós mesmos, com nossos projetos, aspirações e propósitos de ser agradáveis a Deus . !: com estas disposições, que vamos apresentar-lhe as nossas súplicas . Vamos pedir por todo o Brasil e cada um dos Brasileiros, para que a solidariedade e o amor social, vivificados pela caridade, levem a remediar e prevenir, neste imenso e dileto País, situações de pauperismo e desequilíbrios econômicos; que ninguém fique excluído do desenvolvimento e dos bens do progresso; que uma

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vez mais, neste momento de mutação, como noutras situações de impasse, se conj uguem boas vontades e esforços para salvaguardar e aumentar o patrimônio de valores espirituais e morais - a riqueza mais segura e veraz de um País imensamente rico - e para responder aos desafios que se apresentam à grande família brasi.leira. Sim, que os supremos e intocáveis valores, que regem a vida e convivência humanas, abrindo caminhos de diálogo frutuoso, de reconciliação salutar e de amor autêntico, afastem toda a espécie de desamor, a um tempo efeito e causa de egoísmo, de ódio e de violência. Só o amor constrói e nutre humanidade , fraternidade e paz. Vamos implorar que as iniciativas e reformas que estes desafios exigem, como a reforma agrária , sejam feitas com coragem e acerto, se processem com a aceitação e participação de todos, à luz do são humanismo cristão; e que a organização e elevação social fiquem sempre ao serviço do homem todo e de todo o homem, com sua dignidade e vocação sublime, tanto em zonas agrícolas, como em zonas urbanas e suburbanas . Vamos orar para que seja cultivado e favorecido, por todos os meios, o respeito pela vida, em todos os momentos da sua existência e em todas as faixas etárias; orar pela nobilitação da família, com suas funções e direitos na geração e educação da prole; orar, ainda, pela promoção da justiça e de uma équa possibilidade de trabalho para todos . Vamos rezar para que a Igreja que está no Brasil, aí preste sempre o seu específico serviço ao homem , num legítimo espaço de liberdade, podendo dispor de pessoas e meios para a sua obra de evangelização e bom desempenho do mandato missionário que lhe foi dado por Cristo; rezar por todos nós aqui presentes - pelo Senhor Presidente e Excelentíssima Esposa e corpo de colaboradores - e pelo Brasil, implorando tudo aquilo que torna justa, grande e próspera uma Nação, merecedora de amor até ao sacrifício, com as bênçãos de Deus.

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A EC/R CONVERSA COM VOCES

Caros amigos Um dos pontos a merecer uma especial atenção de todos nós, neste período que se inicia, é a reunião de equipe. E é justamente sobre ela que queremos falar-lhes. A reunião de equipe não é um fim em si mesma. Não estamos aqui para participarmos de reuniões, mas nos reunimos para melhor caminharmos rumo aos objetivos pelos quais fazemos parte de uma equipe de Nossa Senhora. Assim, a reunião, ela só tem sentido se verdadeiramente nos propicia esta ajuda. E quais são esses objetivos dos casais das equipes? Eles estão expressos na Carta (Estatutos), . à página um. Vamos destacar apenas alguns que, a nosso ver, englobam os demais. • Ambicionam levar até o fim o compromisso do seu batismo. • Querem viver para Cristo, com Cristo e por Cristo. • Fazem de seu Evangelho o fundamento da própria família. • Querem ser, por toda a parte, os missionários de Cristo. • Devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seu bispo e de seus sacerdotes. • Querem fazer de todas as suas atividades, uma colaboração à obra de Deus e um serviço prestado aos homens. No documento "O que é uma equipe de Nossa Senhora", encontramos à página cinco: "As Equipes de Nossa Senhora não impõem aos seus membros uma espiritualidade determinada; querem simplesmente ajudá-los a trilhar como casal o caminho traçado por Cristo". Podemos, assim, dizer que pertencemos a uma equipe porque queremos responder, como casados, à nossa vocação de cristãos: Viver como filhos de Deus e irmãos dos homens. A razão primeira dessa pertença é pois, nossa conversão, processo contínuo, que se iniciou um dia e que só se completará com nossa morte. Nesse processo de conversão, um tempo forte é o da reunião. A partir dela pode melhor se concretizar nossa transformação no homem novo. Depende, é claro, da seriedade com que é encarada por todos e por cada um em particular; do seu desenrolar, do espírito com que se

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vive cada parte; da intenção, da abertura e do preparo com que cada um dela participa. Basta estarmos atentos para percebermos que toda a sua metodologia visa um maior conhecimento da Vontade de Deus; uma confrontação de nossa vida com a verdade revelada; uma entreajuda no assumir propósitos, visando uma transformação de vida; um apoio mútuo em nossos esforços por uma nova vivência individual, em família, como membros da Igreja e no mundo. I! preciso que nos preocupemos com o sentido de cada parte, com a sua essência. Não deixemos que a preocupação com detalhes acidentais sufoquem o espírito. Infelizmente, por vezes, nossa ida à reunião acontece de forma mais ou menos inconsciente, após um dia corrido e repleto de atos nem sempre providos de muito sentido. Quando damos por nós, já estamos em plena reunião, sem nenhum preparo interior. Dificilmente atingiremos o objetivo, pois um tempo precioso já foi perdido. Façamos força por encontrar sempre um instante para parar e refletir na razão fundamental pela qual estamos indo ao encontro dos irmãos: Deus nos convoca e respondemos ao seu apêlo porque queremos ser fiéis ao compromisso do batismo, enquanto casados, membros da Igreja e cidadãos do mundo. Esse é um ato de fé, que não é fácil e que também não se improvisa. Na verdade ele será uma decorrência natural de nossa vivência quotidiana se realmente nos esforçamos por viver o espírito e o método do movimento, se nossa vida foi impregnada de fé. A reunião não é um momento desvinculado do resto de nossa vida. Ela recolhe os esforços de cada um durante o mês, ilumina-os melhor com a fé e dá-lhes um novo ânimo, preparando a vivência futura. Preparemo-nos também melhor como casal, fazendo uma revisão de vida em seus aspectos mais importantes, sob a ótica da nossa caminhada cristã. Dirigimo-nos agora, de forma muito especial, aos novos casais responsáveis, exortando-os a que apoiados na força do Espírito pela meditação diária, pela participação na Eucaristia, e animados pela alegria do serviço aos irmãos, juntamente com o Conselheiro Espiritual, dêem o melhor de si para a valorização das reuniões de suas equipes. Carinhosamente, Cidinha e lgar

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A REUNIAO DE EQUIPE A copartlcipação - como a partilha- sq pode dar frutos se for Impelida pelo amor fraterno, que buscamos juntos no amor de Deus. Trata-se de uma atividade de fé e de caridade. ~ um apelo que cada um faz à comunidade para melhor conhecer a vontade de Deus sobre si mesmo, sobre o casal. Se a coparticipação se situar a este nível de fé, as eventuais dificuldades serão pouco a pouco vencidas, que sejam de natureza psicológica (timidez, dificuldade de se abrir, de se aceitar mutuamente . . . ) ou espiritual (orgulho, auto-suficiência, temor .. . ). Ela pressupõe uma grande c.onfiança mútua entre os membros da equipe.

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COPARTICIPAÇAO

(Extratos colhidos na Carta Mensal X/1, p. 5, 1962)

Como conheceríamos nós a Transfiguração e a Agonia se o Senhor não tivesse convidado três de seus discípulos a acompanhá-lo? Como saberíamos o episódio da tentação no deserto se Ele não o tivesse contado? A "Coparticipação" das Equipes tem por base justamente isso: entre cristãos, entre irmãos, as riquezas bem como as necessidades são partilhadas. ~por isso que a Carta assinala que "durante a reunião mensal deve-se reservar um momento à apresentação das preocupações familiares, profissionais ou sociais, dos sucessos e derrotas, das descobertas, alegrias ou aborrecimentos". A esse momento chamamos "coparticipação ". TIPOS DE "COPARTICIPAÇAO" QUE DEVEM SER EVITADOS -

A "Coparticipação" infantil

(Necessidade de imitar, timidez, são características de_infância). Trocam-se receitas; contam-se casos parecidos com os que estão sendo discutidos, dando a solução que foi adotada. Procura-se segurança, esperando que os outros apresentem uma solução da qual não será responsável. Não se tem nada para dizer. Tudo vai muito bem, não há problemas! -

A "Coparticipação" adolescente

(Egocentrismo, espírito de contestação, intelectualismo, são características do adolescente). A gente traz avalanchas de

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problemas: só se escuta a si mesmo, acentuando a sua Importância . O casal é o centro do universo. Se por acaso se ouve o que um ou outro diz é para logo transferir o caso a si mesmo: "foi isso mesmo o que nos aconteceu" e conta a própria história. Coparticipação barulhenta , prolixa, muito " consoladora", talvez, mas bem pouco construtiva! A gente contradiz, nega o problema dos outros , ou o despreza, transforma-se a copartipação em discussão bizantina , em cursos de psico-pedagogia, de apologética ou de economia política. último defeito de coparticipação " adolescente": - a gente se comove ou procura comover os outros com seus problemas; reage-se sem refletir, apenas por sentimentalismo ou paixão . CONDIÇOES PARA UMA BOA "COPARTICIPAÇÃO"

A Coparticipação deve ser um ato de fé . um gesto à procura de Deus. Eis algumas pistas : -

Escolher o momento

Depende muito de cada Equipe, há inclusive, algumas que reservam a coparticipação para uma reumao "extra". Em geral a Coparticipação é feita após a "partilha". -

Escolher um método

Troca de idéias completa sobre os principais fatos do mês; escolha de um assunto importante dentre as preocupações dominantes dos casais; escolha de um mesmo tema para todos . O primeiro método parece o melhor para equipes jovens, os outros para as mais antigas , de modo geral . Preocupação em prepará-la

Todos devem preparar a Coparticipação, isto é, devem indagar: " como agiu Deus através do cotidiano? Quais as questões que se apresentaram? Partindo daí, escolher-se-á aquilo que se quer contar à Equipe. Usar de critério

Não dizer inutilidades: se trata de doenças de crianças, não entrar em detalhes sobre os tratamentos mas contar, antes, a nossa maneira de agir. Não escandalizar: podemos contar nossas fraquezas e dificuldades mas sem escandalizar ou desencorajar os outros. Nada dizer que possa ferir os outros: nada que possa fazer pensar mal do conjuge, das crianças, das outras pessoas . -10-


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Saber falar e saber escutar -

Como falar?

Na presença de Deus, dirigindo-se aos irmãos com simplicidade, com amizade , reconhecendo as limitações de sua própria natureza, forçando um pouco mais de abertura quando se for normalmente pouco tagarela, obrigando-se a ficar sintético e preciso quando se for prolixo. -

Como escutar?

Com a atenção que se deve ter ao ouvir um filho de Deus; com a preocupação de descobrir na vida dos outros as riquezas que talvez eles mesmo desconheçam; procurando fazer com que todos possam exprimir-se, interrogando os "mudos", escutando com paciência os "tagarelas "; ajudando a falar aqueles que sabemos ter problemas, sobretudo criando uma atmosfera favorável ; evitando a apresentação de soluções puramente humanas , de conselhos moralizadores , de receitas infalíveis . CONCLUINDO

Devemos por em comum nossas preocupações, nossas vidas, para descobrir a "preocupação de Deus conosco" e a maneira de corresponder a Ele ajudando-nos mutuamente. Naturalmente, não poderá jamais haver Coparticipação sincera e franca em uma equipe a não ser que cada um tenha a certeza da discreção absoluta dos outros . Maria Helena e Nicolau Zarif

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TR~S TIPOS DE COPARTICIPAÇÃO

Distinguem-se três tipos de coparticiaação que se alternam na vida da equipe, conforme as suas necessidades. A forma difusa. ~ a coparticipação habitual , que pode começar durante a refeição , sobre a vida dos casais durante o mês: acontecimentos importantes, preocupações, descobertas .. . Não ficamos restritos a uma simples informação, mas esforçamo-nos em contar nossas reações , que examinamos à luz do Evangelho. A forma estruturada. A coparticipação abrangerá , neste caso, um aspecto específico da vida dos casais (educação dos filhos, trabalho, engajamentos, inserção, etc.) . Este aspecto específico é definido na reunião anterior e todos o preparam com antecedência . -

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~ bastante positivo rever, sistemática e periodicamente , os diver-

sos aspectos de nossa vida . A forma excepcional. ~ uma forma que se usa quando um dos casais se defronta com um problema importante (adoção de um filho, mudança profissional, provações . . . ). O Casal Responsável deve informar-se, antes de cada reunião , sobre este tipo de problema e, se for o caso , avisar a equipe da coparticipação excepcional. Note-se que não há uma rigidez na distinção entre essas três formas: às vezes , há uma fusão entre elas . OS BENEFICIOS DA COPARTICIPAÇÃO

A coparticipação , como a partilha, é um exercício bem real e bem concreto do amor comunitário que o Espírito Santo infunde no coração dos equipistas. Sem pensar numa lista exaustiva, indiquemos alguns dos benefícios que ela pode nos trazer: melhor conhecimento mútuo; auxílio mútuo no discernimento; divisão entre todos das riquezas espirituais de cada um; auxílio mútuo nas pequenas ou grandes dificuldades da vida; enraizamento progressivo do Evangelho em nossas vida; suporte para as responsabilidades de cada um . A qualidade da coparticipação (e da partilha) mede a autenticidade da equipe como comunidade cristã .

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Interroguemo-nos: -

Como preparamos, individualmente e em casal, a coparticipação?

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~ válida a forma como praticamos a coparticipação em nossa equipe?

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Qual é a autenticidade e a profundidade de nossas coparticipações?

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Que resultados têm trazido nossas coparticipações?

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VIDA E OBRA DOS SANTOS

"Só bá uma tristeza no mundo: não sermos santos".

Leon Bloy "Cada vida de Santo é como um novo florescimento, a efusão de uma ingenuidade milagrosa e paradisfaca; é a liberdade, é a novi· dade, a eterna e insaciável novidade de Deus". Georges Bernanos

SÃO JOÃO CRISóSTOMO (c. de 354-407) Crisóstomo (Boca de Ouro), foi acrescentado ao seu nome em virtude de sua eloqüência. ~ o mais conhecido dentre os Padres da Igreja grega. Sua festa se celebra no dia 13 de setembro.

"Um monge na sé episcopal de Constantinopla: o drama de João, cognominado Boca de Ouro ou Crisóstomo, reside neste paradoxo. Se ele não houvesse sido revestido desta dignidade cobiçada e temível, teria sido um asceta, um diretor de consciência, um pregador contagiante. A santidade não o dotou de senso político; tornou-o intransigente e impediu-o sempre de se dar bem com o poder, de utilizar armas que Cirilo de Alexandria saberá manejar. Mas este era egípcio. João possuía a pureza monolítica que o expunha d animosidade dos hábeis, à perseguição dos políticos. Ele serviu para o jogo destes. Morreu por ter servido com a intransigência dos puros. Numa cena antiga teria sido Antígona; na Igreja é um confessor." Entre as suas obras distingue-se o tratado sobre o SACERDóCIO, obra prima até os nossos dias. Escreveu-o cinco anos antes de ser ordenado padre. Preferimos, no entanto, trazer para vocês partes de seus Sermões por serem eles mais dirigidos à família, à Palavra de Deus e à oração no lar. João insiste na importância ou melhor ele mostra que é "obrigação" reter a palavra de Deus ouvida na Igreja a fim de poder instruir os outros, especialmente os de casa chamando a atenção para que não se deixem afastar dessa leitura os "servos".

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Irmãos caríssimos, retenhamos tudo isso e, de volta à casa, preparemos duas mesas: uma de alimento terrestre, outra de santa leitura. Repita ' o homem o -

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que foi dito, instrua-se a mulher, escutem os filhos e não se afastem dessa leitura os servos. Fazei de vossa casa uma igreja.

No dia seguinte, João começa o sermão assim: Exortei-vos ontem vivamente a guardar a lembrança do que foi dito aqui e a preparar em casa duas mesas: uma de alimentos do corpo, outra do alimento da Escritura. Fizestes assim? Preparastes as duas mesas? Sei que o fizestes, que não vos assentastes somente à mesa do corpo, mas que participastes igualmente da outra; não seria possível abandonar a mesa cujos alimentos são mais requintados, depois de vos terdes dirigido com ardor à menos delicada. Sim, a mesa de que falo é a melhor: a outra é preparada pela mão dos cozinheiros, enquanto que esta nós a devemos à fala dos profetas; a outra oferece-nos oo produtos da terra, esta, os frutos do Espírito; o alimento da outra corrompe-se depressa, enquanto o desta é incorruptível; a outra conserva a vida presente, esta engendra a vida futura. Tenho certeza de que em vossas casas a mesa espiritual foi preparada com a outra. Não que tenha interrogado vosso servo ou empregado; eu o sei de fonte muito mais segura. Mas qual? Eu o sei pelo vosso aplauso a minhas palavras, por vossa calorosa adesão a meus ensinamentos. Ontem, com efeito, quando disse que cada um devia fazer de sua casa, uma igreja, elevastes a voz em aclamações manifestando assim vosso entusiasmo pelo que acabava de ser ·dito. Ora, quem escuta com tanto entusiasmo mostra que está pronto a por em prática o que ouviu. Isso foi motivo para me preparar com novo ardor a vos pregar hoje. Mais adiante, nesse mesmo sermão, insiste novamente: Gravai essas palavras, guardai-as na memória, instrui os que não as escutaram; que cada um as medite, na igreja, em praça pública, em casa. Nada existe de mais suave que ouvir a palavra de Deus. Escutai o que diz o profeta: "Quão doces são ao meu paladar as vossas palavras: mais do que o mel à minha boca!" (Sl 118,103). A noite, serví à vossa mesa esse favo de mel para inundá-la do prazer que vem do Espírito. Não vedes os ricos que, ao fim das refeições, fazem vir os tocadores de lira e de flauta? Fazem de suas casas um teatro, enquanto vós, pelo contrário, fazeis das vossas casas o céu. Uma vez de volta à casa, deveríeis tomar a Sagrada Escritura e, com vossa mulher e filhos, repassar juntos a instrução que vos foi dada e, somente depois disso, retomar o cuidado das tarefas temporais. Onde o marido, a mulher e os filhos vivem na concórdia, na afeição e estão ligados pelos laços da virtude, aí reside o Cristo. João insiste muito nesta imagem: "casa como igreja" e neste sentido ele está na linha de Paulo, incluindo o mistério da família cristã no mistério da Igreja. No trecho abaixo, o nosso santo nos apresenta de modo maravilhoso o papel do pai junto à família como "o pastor de sua casa". Jesus Cristo diz a Pedro: "Se me amas, apascenta minhas ovelhas" (Jo 21,15); e como lhe perguntou isso três vezes, disse-lhe que seria a marca de seu amor. Essas palavras foram ditas não somente aos padres, mas a cada um de nós a quem não foi confiado senão um pequeno rebanho mas que, por ser pequeno, não deve ser negligenciado, pois Jesus Cristo disse: "Não tenhas medo, pequeno rebanho, porque foi do agrado

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do Pai dar-vos o reino" (Cf Lc 12,32). Cada um tem sua ovelha; que ele a conduza às pastagens convenientes. Que o homem, ao despertar, não procure outra coisa senão fazer e dizer o que possa servir à maior piedade da família. Que também a mulher proteja sua casa; que tenha sobretudo o cuidado de conduzir a família toda ao Reino dos céus. O simples fiel é como o pastor de sua casa, dos amigos, dos servos, da mulher, dos filhos. Se o pai de família cumpre corretamente seu papel pastoral em <:asa, que é uma pequena igreja, poderá administrar a Igreja. Se assim administrarmos nossas casas, seremos aptos a dirigir também a Igreja: a casa é, com efeito, urna pequena igreja.

João Crisóstomo repreende os que têm em casa os livros santos e não os abrem e lhes ignoram o conteúdo. Esses (os que possuem os livws santos) não fazem deles mais uso do que os que não os possuem: guardam-nos preciosamente em seus gabinetes, bem acondicionados e fechados em cofres e não dão valor senão à fineza do pergaminho ou à beleza dos caracteres, mas não se dão absolutamente ao trabalho de lê-los. Não é para lê-los e deles tirarem proveito que compram livros, mas para ostentarem orgulhosamente suas riquezas. Vangloriam-se, não de compreender o que contêm os livros, mas de possuí-los em letras de ouro. As Sagradas Escrituras não nos foram dadas para que os deixássemos nos livros mas para que as gravássemos nos corações pela leitura e a meditação.

Ele lembra que todos devemos ler a Sagrada Escritura. Diz que ninguém pode desculpar-se por não ter tempo ou porque essa leitura deve interessar apenas os monges ou religosos. Não sou religioso nem monge, dizem, tenho mulher e filhos e um lar para cuidar. Eis a grande falha de nossa época: pensar que a leitura da Escritura só serve para religiosos, quando as pessoas do mundo dela necessitam ainda mais do que eles. Com efeito, os que estão em pleno combate e recebem novos ferimentos todos os dias têm mais necessidade de remédio do que os outros. Se é um grande mal deixar de ler os livros que contêm a palavra de Deus, coisa ainda pior é estar persuadido de que essa leitura é inútil. Tal pensamento só pode vir do demônio. Não ouvis o que diz são Paulo: "Tudo o que foi escrito, foi-o para o nosso ensinamento" (lCor 10,11; Rm 15,4).

Convidando os homens a virem à igreja com a farrúlia: Se é agradável ver uma árvore, de cuja raiz lança-se um novo broto, mais agradável ainda é ver um homem, criatura superior à mais bela oliveira, cercado de filhos, como tenros brotos. Não só agradável como útil. Pois, como já se disse, lucra-se muito freqüentando as assembléias. Na oração somos mais fortes quando estamos juntos .. . Se nos reunimos todos, é para mais eficazmente inclinarmos Deus à misericórdia. Somos fracos quando rezamos sós . . . Se falo deste modo é para que a<:orrais a nossas reuniões, para que não possais dizer: "Então, não

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posso rezàr em casa?" Sem dtívida, podeis rezar, mas vossa oração tem mais poder quando estais reunidos aos outros membros, quando, num só coração, o corpo inteiro da Igreja eleva ao céu uma oração, lá estando os padres para oferecerem os votos da multidão reunida. Muito sabiamente ele vem e nos diz que devemos, no entanto, rezar sempre e em toda parte:

Todos os tempos, todos os lugares ·podem levar a Deus. Se tendes o espírito livre de afeições ilídtas, quer estejais em praça pública, em casa, na rua ou na prisão, no mar, em hospedaria ou numa loja, enfim em qualquer lugar, podeis invocar a Deus e serdes atendidos. Se não for fácil ir à igreja, poderemos rezar onde estivermos, pois para isso não há necessidade de palavras quanto de pensamentos, nem de mãos estendidas quanto de almas atentas, nem de gestos quanto de meditação. Não usemos como pretexto não estar a igreja em nossa vizinhança, pois a graça do Espírito fez de nós templos de Deus. Isso não significa que eu não vos exorte a freqüentar assiduamente as igrejas, a rezar tranqüilamente em casa, a dobrar os joelhos quando puderdes, a elevar as mãos aos céu; mas se o tempo, o lugar, a multidão vos impedirem, não renuncieis por isso às orações habituais.

P. uma pena que o espaço que nos é concedido não nos permita dar-lhes mais maravilhas. Se quiserem conhecer melhor o nosso JOÃO procurem servir-se da bibliografia que damos abaixo e da qual nos servimos. LITURGIA DA IGREJA DO~STICA- P. Dufresne- Edições Paulinas OS PADRES DA IGREJA - A. Hamman - Idem ANTOLOGIA DOS SANTOS PADRES - C. Folch Gomes - Idem

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NOTICIAS BREVES • No número de Agosto/86, na seção VLda e Obra dos Santos, a Carta Mensal publicou um artigo sobre a Cura d'Ars, cujo 2.0 centenário foi celebrado pela Igreja no dia 4 de Agosto passado. Para comemorar a data - e também como subsidio às celebrações, que coincidem com o Dia do Padre - as Edições Paulinas lançaram um opúsculo de 30 páginas sobre a vida, o ministério e a identidade sacerdotal daquele Santo. O autor: Sua Santidade o Papa João Paulo 11, em Carta aos Sacerdotes escrita na Quinta-Feira Santa deste ano.

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O MISTERIO DAS MÃOS Já meditaram no mistério das mãos? ... Prestam-se a gestos e ações altamente construtivas, grandes e belas. Mãos postas, acompanhando preces: e eu penso, de modo especial, em mãozinhas de crianças que a jovem mãe junta enquanto aprendem a rezar, e em mãos trêmulas de velhinhas, que pedem pelos filhos e netos ausentes ... Mãos de cirurgião, que sá.lvam vidas, não raro com extrema habilidade. . . Basta lembrar a perícia com que cirurgiões manejam cérebros e corações ... Mãos calosas de trabalhadores, q1.1ase sempre tão mal remuneradas ... Mãos ágeis de datilógrafas, que vencem, por minuto, um número incrível de batidas. Mãos de músicos, que nos deliciam e nos transportam para além do espaço e do tempo ... Mãos que semeiam: sementes que serão alimento e sementes de amor, de esperança e de paz. Mãos de pintores e de escritores, que fazem tudo para não trair os sonhos de beleza que estavam no pensamento e no coração do artista. Mãos de linotipistas que compõem o jornal com uma síntese do dia que estamos vivendo. Mãos de técnicos de rádio, TV, cinema, que nos permitem viver, na hora, os grandes acontecimentos de qualquer parte do mundo. Mãos que acariciam: mãos de mães, mãos de namorados, mãos de esposos ... Será facílimo continuar. Mas é importante lembrar que as mãos humanas, capazes de tanta grandeza e tanta beleza, sabem, também, distribuir desolação e morte. Há mãos que se fecham, egoístas e avaras. Há mãos que se crispam, cheias de ódio, .chegando, por vezes, ao extremo, de arrasar-se, de ferir e de matar, .. -17-


Há mãos que batem a porta a quem precisava entrar, merecia entrar ... Há mãos preguiçosas, especialistas em jogar em cima dos outros o trabalho que lhes cabia fazer ... Há mãos que roubam de ricos e até de pobres. Há mãos que seqüestram pessoas. Há mãos que metralham, jogam bombas arrasadoras, e até bombas que queimam a criatura viva ou ainda que são ameaça permanente de extermínio da vida na Terra. Cristo, em Tua Encarnação, em Tua Vida Mortal, usaste. Tuas Mãos de modo admirável! Elas passaram fazendo o bem! • Que nossas mãos estejam sempre mais a serviço do Bem e da Beleza! Que nossas mãos, à imitação das Tuas, sejam semeadoras de tranqüilidade, de Esperança, de Amor e de Paz!

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NOTICIAS BREVES • Organizado e coordenado pelo CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, será realizado em 26/10/86, em todo o território nacional, o Dia Nacional de Oração pela Paz. • "Também a paz é fruto do amor: a paz interior, que o homem afadigado procura no íntimo de seu ser; a paz que a humanidade, a família humana, os povos, as nações, os continentes pedem com trepidante esperança de obtê-la, na perspectiva da passagem do segundo ao terceiro milênio cristão" (Frase extraída da "Conclusão" da Carta Encíclica DOMINUM ET VIVIFICANTEM, do Papa João Paulo 11, divulgada no dia de Pentecostes e que já se encontra nas livrarias católicas, editada pelas Paulinas, pelas Vozes e também pela loyola) . • lembramos que .o livro "O sentido de uma vida", biografia do fundador das Equipes de Nossa Senhora, Pedro Moncau, escrita por sua esposa Nancy, pode ser encomendado no Secretariado Nacional. (Edições loyola, preço para as Equipes: Cz$ 65,00).

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A VERDADE SOBRE O HOMEM (Síntese do documento

"Catequese

Renovada")

O homem renovado em Jesus Cristo Por Cristo e em Cristo, ilumina-se o mistério do homem. O Filho de Deus, fazendo-se homem, uniu-se, de certo modo, a cada homem, resgatando-o de sua situação de pecado, fazendo dele uma nova criatura, filho de Deus, irmão de todos os homens, Senhor do universo e herdeiro da vida eterna. O homem cooperador de Deus no plano da Salvação A salvação é dom de Deus e resposta do homem. Ao longo da história da salvação, os patriarcas, os profetas, Maria, os apóstolos, os cristãos, a Igreja toda, tornaram-se colaboradores de Deus para a salvação da humanidade. Hoje também, através do nosso "sim" aos apelos de Deus, tornamo-nos corresponsáveis da nossa libertação e do nosso destino. Grandeza da liberdade humana e cristã Somos livres em Jesus Cristo para a prática do amor. Nossa liberdade, ferida pelo pecado, redimida por Cristo é restaurada na sua dignidade original. ~ o amor de Deus, que nos dignifica radicalmente. Esse amor se traduz em comunhão e participação fraterna com os outros homens, particularmente com os injustiçados, e no esforço de libertação dos oprimidos. Dignidade da consciência moral Mesmo na diversidade de sexos, línguas, culturas e formas de religiosidade, cada pessoa tem sua missão e seu valor irrepetíveis no destino comum. Para realizar essa missão, cada pessoa está submissa não a processos sociais, econômicos e políticos, mas a uma Lei moral que vem de Deus e capacita a consciência dos indivíduos e povos a viverem a liberdade verdadeira dos filhos de Deus.

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Pecado do homem

Quando o homem age contra sua consciência e contra Deus, ele peca. Com o pecado, ele ofende a Deus, causa o maior dano a si e aos homens seus irmãos, pois o pecado pessoal sempre tem conseqüências a níve~ social. As situações são causas e raízes da miséria, da escravidão, da opressão, da injustiça, da discriminação, limitando a liberdade de todos. Reconciliação com o Pai em Cristo

Pelo mistério pascal, Cristo nos reconciliou com o Pai: "Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação" (Rm 4,25). Ele, através de seu Espírito Santo continua ainda hoje sua obra de reconciliação: nos faz tomar consciência do -pecado e fortifica a nossa liberdade para que nos reconciliemos conosco, com os outros, com a natureza e com Ele, através de sua Igreja, pelo Sacramento · da Reconciliação ou Penitência. A libertação do pecado exige também a coerência na libertação das conseqüências do pecado: em nós, em nosso relacionamento com os outros e na maneira como estruturamos a sociedade. O mistério da Morte e da Vida Eterna

O Filho de Deus, pela encarnação, assumiu a condição humana, menos o pecado, para levá-la à plenitude, superando os sofrimentos e a morte. A presença salvadora de Jesus, em situações de enfermidade, se manifesta através da Unção dos Enfermos. A força da graça deste sacramento alivia o sofrimento, santifica o enfermo e lhe dá coragem para a luta contra a doença, anunciando a vitória pascal da morte cristã. A morte do cristão é iluminada pela luz da Ressurreição de Jesus. Embora submetidos à morte física, pela força da vida divina que nos foi dada no Espírito Santo somos destinados à Vida Eterna. Deus, no entanto, respeita a nossa liberdade. Se optarmos por não aceitar sua proposta de salvação e, livremente, nos afastamos de seu caminho, iremos permanecer eternamente afastados de Deus, numa total frustração da vida humana. E o que chamamos de inferno, ou morte eterna. Se nos esforçarmos por viver as exigências do Reino, após a morte, passando pela purificação (purgatório), quando necessário, então seremos confirmados no seu amor. E a "felicidade" eterna, a vida de comunhão que, em germe, agora, procuramos viver com os irmãos. Pe. Luiz Carlos logo Ferreira Ono Equipe 82, do Rio de Janeiro Conselheiro Espiritual

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LOUVEMOS A MARIA O louvor a Maria é um tão abundante manancial que, quanto mais se escoa, mais aumenta, e quanto mais aumenta mais se escoa (Biblioteca dos Padres); podemos dizer que Nossa Senhora é tão grande e sublime que, quanto mais a louvamos, mais nos resta a louvar. Tanto isso é verdade que diz Santo Agostinho. "Todas as línguas dos homens não bastariam para exaltá-la, ainda que eles só línguas tivessem no corpo." No mundo é uso dos que se amam, falar muitas vezes e tecer freqüentemente o nome da pessoa amada. Pois querem vê-la louvada e aplaudida por todos. Bem mesquinho é, portanto, o amor daqueles que dizem amar a Maria e não obstante mal se lembram de falar dela muitas vezes, e tão pouco procuram torná-la amada por outros. Mas os verdadeiros devotos de Nossa Senhora não procedem assim. Preferem celebrála por toda parte e vê-la amada pelo mundo inteiro. Quer em público, quer em particular, procuram sempre atear nos corações as abençoadas chamas de que eles mesmos se sentem abrasados para com sua querida Rainha. A propagação da devoção a Maria Santíssima é de muita importância para cada um de nós, principalmente os equipistas. Convencer-se-ão dessa verdade com as palavras de sábios e acatados doutores da Igreja. Afirma São Boaventura: "Têm o paraíso seguro todos os que anunciam as glórias de Maria" . Ricardo de São Lourenço diz: "Venerar a Rainha dos anjos é adquirir a vida eterna; pois essa gratíssima Senhora saberá honrar na outra vida quem nesta a procurou celebrar. Quem haverá que desconheça a promessa feita pela própria Virgem a quantos se empenham em torná-la conhecida e amada neste mundo: "Possuirão a vida os que me esclarecem" (Ecl 24, 21)?" Exclama São Boaventura: "Exulta e alegra-te em Maria, porque muita ventura está prometida aos que a louvarem". Como somos equipistas de Nossa Senhora, devemos louvar Maria em todo lugar e momento, pois é somente por meio de Cristo que poderemos chegar ao Pai e, como São Bernardo observa: "Só por meio de Maria é que temos acesso a Jesus Cristo" . O louvor a Maria não deve ser só com a boca, mas também com o coração, para que por Ela sejamos um dia introduzidos na mansão dos bem-aventurados.

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Lemos nas revelações de Santa Brígida que o Bispo Hemingo costumava celebrar os louvores de Maria no começo de cada homilia. Um dia, apareceu a Santíssima Virgem à referida Santa e disse-lhe: "Faz ciente ao bispo, que sempre começa os sermões por meus louvores, de que lhe quero servir de Mãe e apresentarei sua alma a Deus depois da boa morte que lhe alcançarei". De fato, o bispo morreu como um santo, orando na mais celeste paz. Eadmero, discípulo de Santo Anselmo, diz ser impossível que não se salvem e convertam os pecadores pelos sermões sobre a Santíssima Virgem. Para isso baseia-se no fato de ter sido o puríssimo seio . de Maria o caminho por onde passou a salvação dos pecadores. Todas as graças são dispensadas pelas mãos de Maria, e todos os eleitos só se salvam pela mediação dessa divina Mãe. Feliz aquele que se abraça amorosa e confiadamente a essas duas . âncoras de salvação: JESUS E MARIA. Não perecerá eternamente. Marlene e Acir Equipe 5 de Sorocaba

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RELEMBRANDO A HISTóRIA DO MOVIMENTO "Quisera eu pod~r apertar a mão de todos, e fitar com meus olhos o olhar de cada um de vocês . .. " Da carta de adeus do Con. Caffarel. 6. "OS ANOS DO ESFORÇO PARA A DESCOBERTA DA VONTADE DE DEUS". "No momento em que deixava o Movimento, em 1973, o Con. Caffarel nos estimulava na sua mensagem de despedida para cumprir um grande esforço de oração, de reflexão e de transformação, com o firme propósito de descobrir a vontade de Deus sobre o Movimento e sobre sua missão, na fidelidade à graça das suas origens e, a ·capacidade de entender a necessidade dos tempos". O trecho acima, é a introdução da carta da Equipe Responsável Internacional em que, no final de 1982, dava conta .da caminhada do Movimento naqueles nove primeiros anos que transcorrera~ desde a saída do Con. Caffarel. A proposta foi para a realização de um esforço, no sentido da transformação. E a previsão para que ela se operasse plenamente, era de 10 a 15 anos. Assim, o Con. Caffarel, com 70 anos, não teria como encarar tal missão, para levá-la a bom termo. Nestas condições, foi indicado pelo próprio Caffarel, o Pe. Roger Tandonnet, s.j., conselheiro espiritual de equipe há 14 anos, e conselheiro espiritual de um setor de Paris há nove anos, em 1973. Portanto dotado de um conhecimento pleno do Espírito e Míst~ca do Movimento. Daquela mesma carta da Equipe Responsável Internacional, tira-se uma coletânea de fatos que, sem dúvida, formam a história do Movimento, nos primeiros nove anos do Pe. Tandonnet, como conselheiro · espiritual da E.R.I. Vamos aos números indicados naquele documento: -

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Em 1.972, o Movimento compunha-se de cerca de 3.400 equipes, e, agora (1982), passou a se compor de 4.600 equipes, sem contar as 500 equipes do leste europeu. Mas este crescimento não foi homogêneo, - diz o documento; assim o equilíbrio geral foi substancialmente modificado como pode-se constatar, por estes • percentuais: Em 1972 - o percentual de equipes de língua francesa era de 54%, passando em 1982 a 45%. Neste mesmo intervalo, a.s equipes de língua portuguesa evoluíram de um percentual de 16% para alcançar os 24%. As equipes das Américas, dos 13%, passaram a constituir um percentual de 24%. -23-


Houve no período um crescimento muito rápido, particularmente nos seguintes países: Brasil, Estados Unidos e Itália. Pode-se assim afirmar que graças ao Pe. Tandonnet, -poliglota por excelência, operou-se uma diversificação acentuada, ocasionando; inclusive, uma expansão das fronteiras em direção à África e à: Ásia e, paralelamente, ocasionando uma difusão em ambientes sócio-culturais novos. A alegria desse progresso veio acompanhada de algumas dificuldades de adaptação para o caminho proposto pelo Movimento. Deve-se, porém, dizer que esta diversificação e esta abertura não prejudicaram a unidade do Movimento, e, sim, ambas propiciaram e propiciam, clima de confiança mútua entre todos, que, "dando-se as mãos, trabalham nas mãos de Senhor." Lembremo-nos ainda que· unidade não significa uniformidade, e esta verdade pode ser constatada nos relatos de visitas feitas pelo CR da ERI nos quatro cantos deste mundo de Deus. Por exemplo, após visita às equipes do Oceano lndico, quando afirmava: "C'est bien le même Mouvement que nous avons retrouvé partout .. . " No que possa se relacionar ao grande esforço para a "transformação", solicitado na carta de despedida do Con. Caffarel, deve-se citar que em 1976, ocorreu a atualização dos Estatutos com o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora?". Procurou-se dar ao Movimento uma nova fisionomia, mantendo-lhe fielmente a linha básica fixada nas origens, dentro do mesmo Espírito e da mesma Mística, mas uma linha voltada também para as necessidades evangélicas do momento. Assim foram reeleborados todos os documentos do Movimento. Neste mesmo ano de. 1976, ocorre a peregrinação a Roma, e nesta oportunidade o Movimento "sente de forma particular a presença do Pe. Tandonnet, quando ele emprestou toda a sua força de persuasão na divulgação da grande orientação, calcada na frase de São Paulo: 'Ai de mim sé não evangelizar'. Era a adesão à Encíclica 'Evangelii Nuntiandi', que Paulo VI acabava de divulgar e que com o passar do tempo, cada vez mais, confirmava a previsão de que alí estava um documento que deveria marcar a vida da Igreja." Assim, à orientação geral do Movimento, promulgada na peregrinação 'de Roma/70, "O casal testemunha de Deus vivo", acrescentou-se " ... os mandou proclamar o reino de Deus", lembrando-lhes que "B o Espírito do vosso Pai que falará em vós". Nessa evolução das orientações, o Movimento tomou consciência e descobriu sua crescente responsabilidade no seio da Igreja, e chega-se assim ao ano de 1982, quando se realiza a peregrinação a Roma, que reuniu 5.000 equipistas, dos quais cerca de 10% eram brasileiros. Na próxima Carta Mensal de Outubro, relataremos os caminhos apontados pelas orientações promulgadas no encontro de Roma/82, e os fatos mais significativos ocorridos de 82 até nossos dias. -24-


EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

ESCOLA DE SANTIDADE Desde dezembro de 1985, Françolse e Jean.Jacques Crépy fazem parte da Equipe Responsável Internacional. A Carta Mensal francesa de março-abril 1985 publica seu testemunho, que publicamos parcialmente a seguir.

Ouvimos falar do Movimento, pela primeira vez, no começo de 1960, através do padre que celebrou nosso casamento. Ele nos falou longamente sobre a espiritualidade conjugal proposta pelo Movimento. Essa conversa não surtiu efeito nenhum: provavelmente ainda não estávamos maduros para entrar nas Equipes de Nossa Senhora. Somente em 1961, escutando numa homilia "que sempre pensamos que ainda há tempo, e de repente se chega aos 60 anos sem nada ter feito", foi que recordamos a conversa do celebrante e pensamos que poderíamos fazer alguma coisa, participando das Equipes de Nossa Senhora. Foi assim que em janeiro de 1962 fomos acolhidos no Movimento, pela Equipe Paris 77 que acabava de se formar e com a qual caminhamos até 1969. A evolução profissional de Jean-Jacques nos levou em 1969 para Lille, depois em 1972 para Chantilly e finalmente em 1973 fomos para Versailles . Em cada uma dessas cidades fomos acolhidos em uma equipe. Durante esses 24 anos de equipe tivemos ocasião de assumir algumas responsabilidades: casal piloto, casal de ligação, responsável de setor e regional. O movimento nos enriqueceu muito. Costumamos dizer freqüentemente que as três felicidades de nossa vida foram: a de nos termos encontrado, de ter nossos sete filhos e de ter conhecido o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Quando Jean Claude e Jeanine Malroux nos convidaram, em setembro passado, para participar da ERI, aceitamos essa responsabilidade depois de coiwersarmos longamente entre nós dois, com nossos filhos e invocarmos o Espírito Santo. Aconteceu que, alguns dias mais tarde, fomos a Troussures para nosso retiro anual e refletimos sobre o tema "Reza i sem cessar".

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Tivemos então a oportunidade de conversar com Padre Caffarel que nos incitou a jamais esquecer que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora quer ser uma escola de santidade para casais unidos pelo sacramento do matrimônio. O que significa "escola de santidade"? Dizer escola é dizer desejo de aprender, seja lenta ou rapidamente. O essencial é querer aprender com um só mestre, Cristo, e conhecendo nossas fraquezas e deficiências o fazemos, nos auxiliando mutuamente em equipes . Além da entre-ajuda realizada na equipe existe aquela do Movimento como um todo, nem sempre percebida e que passa ·através do casal de ligação até a Equipe Responsável. Trata-se então de um conjunto que tenta progredir por avanços individuais, graças a uma relação com o Senhor, que jamais termina e pela qua l o Movimento nos propõe um certo número de meios. Escola, mas escola de santidade, para que cada um possa dizer, ao fim de sua vida, como São Paulo: " Não sou eu que vive, mas o Cristo que vive em mim". Para cada um de nós é necessário tentar assemelhar-se a Cristo. Essa semelhança deve evoluir do interior e paulatinamente invadir nossa vida até que seja o Cristo que viva em nós. Pelo batismo recebemos uma semente de santidade . O cristão é um ser em desenvolvimento permanente, acolhendo sempre o Cristo que vem a ele . Devemos também estar conscientes da graça que Deus nos dá, permitindo que cada equipe tenha seu conselheiro espiritual; saibamos pedir a esse homem de Deus que desenvolva em cada um de nós esta vocação à santidade, assim definida pelo último sínodo: "um convite a uma conversão espiritual e a uma comunhão de vida com Deus ún ico e Trinitário ". Para aprender a se assemelhar ao Cristo é preciso conhecê-lo. Esta é a razão pela qual o Movimento esse ano dá maior ênfase ao ponto concreto de esforço " escuta da palavra de Deus". Pede-se a cada um o tempo necessário para ler, a cada dia, uma passagem da Bíblia e meditá-la. ~ · preciso dar provas de imaginação para dispor desse tempo necessário e aproveitá-lo bem, pois o nosso tempo é muito escasso. Nossas reuniões de· equipe s~o feitas para que a entre-ajuda funcione ao máximo. Partilhemos então nossa maneira de cumprir e os meios que nos permitem observar, a cada dia, esse ponto concreto de esforço:

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ter constantemente um evangelho no bolso ou dentro da bolsa;

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saber que o tempo para fazer a leitura jamais atrapalha seus afazeres;

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saber utilizar os tempos de descanso - e eles são muitos para retomar o versículo que mais nos impressionou;

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sublinhar esses versículos para lê-los novamente.

Finalmente, não podemos esquecer nosso papel de pais, primeiros educadores da fé de nossos filhos. Ao entrarmos nas Equipes aceitamos viver os estatutos do Movimento e, em particular, de fazer do Evangelho o código de nossos lares. Quem, em pri-· meiro lugar, falará com os filhos a respeito do Evangelho senão os pais? E não se fala bem daquilo que não se conhece. Gostaríamos de ajudá-los este ano, particularmente na descoberta de Cristo, nesse conhecimento que como diz São João já dá a vida eterna: "A vida eterna, é que te conheçam, tu o único verdadeiro Deus e teu enviado Jesus Cristo". Françoise e Jean Jacques Crepy

-oLOURDES 88 Não se esqueça de anotar na sua agenda: de 19 a 23 de setembro de 1988, você estará em Lourdes, na peregrinação das Equipes de Nossa Senhora. A ERI nos informa que os trabalhos de preparação já começaram, sobretudo quanto ao conteúdo e temário do encontro e ao preparo espiritual anterior dos peregrinos. Aqui no Brasil, a Carta Mensal prepara uma surpresa. Aguardem!

RETIROS A acrescentar à relação de retiros do 2. 0 semestre publicada em nosso número de Agosto: 19-20-21/09/86

Araçatura

22 e 23/11/86

Americana (Local: Casa de Siloé, Vinhedo)

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PAIS E FILHOS

CARTA A MEU PAI Sabe pai, têm horas em nossa existência em que passamos por momentos difíceis, é quando o bom Deus nos faz passar por sua prova, onde ELE quer que provemos a força de nossa fé através do enfraquecimento do corpo, e hoje passas por essas horas, mas não estás sózinho, estamos todos contigo para ver se conseguimos adiantar o relógio e tentar aliviar tuas dores. Sabe pai, eu nunca vi teu nome sair em colunas sociais, tão pouco te vi distribuindo dinheiro ou presentes aqui em casa, mas mais do que isso sempre ouvi teu nome em anúncios da igreja, e sempre distribuíste o teu amor, o teu carinho, e o teu esforço em forma do pão na mesa e dos beijos que sempre, sempre nos destes. Sabes que eu tenho orgulho de ti, pois tenho quase quatorze anos de existência e nunca, mas nunca mesmo te vi com um cigarro na boca, nunca chegaste em casa embriagado, tão pouco levantaste a mão à minha mãe, muito pelo contrário sempre foste um pai e um marido exemplar, que sempre cumpriu com seus deveres morais e cristãos. Quero, agora, pai, resumir em poucas linhas tudo o que escrevi, quero que saibas que se hoje estamos todos aqui contigo é porque temos tua semente dentro de nós, e que por sinal foi muito bem plantada, e essa nossa união é fruto do teu amor e do amor de nossa mãe; é fruto de exemplos de fé e de união que vocês sempre nos deram. Pai posso trocar isso tudo miúdo: "NOS TE AMAMOS, ESTAMOS CONTIGO, E AGRADECEMOS AO BOM DEUS POR SERES O NOSSO PAI, E SERÁ ASSIM POR TODA A ETERNIDADE". Maria Piedade Nogueira 15." filha do casal Brígido e Glória da equipe n. 0 2 - N. S. Aparecida de Manaus - AM (Esta carta foi escrita no dia 04-02-86 quando Brígido estava sendo operado).

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CARTA DE UM CASAL DE LIGAÇAO A carta abaixo nos foi enviada por um Casal Responsável de Setor, que nos diz: • Há cartas que mexem lá dentro, onde o essencial acontece. Há cartas que projetam luz, iluminam, descortinam horizontes, rasgam paisagens, apontam rumos e trazem à tona novos e maravilhosos mundos. A carta (abaixo) é uma dessas. ( ... ) Cremos que ... outros casais do Movimento irão se beneficiar deste carinhoso puxão de orelhas e tomar posição mais exigente e responsável ...

Saudação em Cristo, razão única de nossa Oração. Recebemos o Relatório de vocês. Lemos e meditamos sobre o resultado de seu mês equipista, principalmente no que concerne à Leitura da Palavra, Meditação e Dever de sentar-se. Quanto ao restante, Deus e Nossa Senhora devem estar bastante satisfeitos mas não o suficiente para fazerem morada em seus corações de filhos que querem voltar ao Pai com o enriquecimento que os privilegiados precisam apresentar. E vocês receberam 10 talentos. Nas três atividades de aperfeiçoamento citadas acima, descobrimos uma realidade um tanto triste para uma equipe tão querida e profunda como a de vocês. Deus só está presente quando cada um de nós está presente na vida do outro, do próximo de forma especial. E é exatamente pelo amor profundo que nos fazemos presentes no outro que é nosso cônjuge, o único que poderá nos dar Deus Vivo bem presente em nós. Como não se faz nem o chamado Dever de Sentar-se que antes deveria ser um momento de curtição da graça do Matrimônio de forma especial, já que colocamos um ao outro tudo que se passa de grandioso e de sofrido em nossas vidas, e conseqüentemente entramos no Diálogo profícuo que gera a presença de Deus, só podemos concluir que vocês não estão com nosso Deus tão vivo e presente. E conseqüentemente não conseguiram Ler Sua Palavra e nem Meditá-la, pois Ele estaria muito longe.

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Car<?S casais , talvez vocês estejam pensando que nós estamos sendo um pouco ásperos ao dizer isso. Não entendam assim. ~ que na medida que vocês estiverem mais em Deus, nós, a Humanidade, nos alimentamos com a fé e a graça, já que somos ramos e um ramo mais rico como vocês faz passar muita seiva para nós outros ramos que estamos mais acima, querendo viver. Não nos deixem sofrer com escassez de seiva divina. Sejam generosos. Reforcem nossas doses de alimento dívino, continuando como sempre foram, ricos na fé e no amor para com Deus e para com Nossa Senhora. Um grande abraço de Seu Casal de Ligação

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TESTEMUNHO Recebemos esta carta de um casal de Caxias do Sul, após sua participação de uma Sessão de Formação.

Quando Paulo e Inês nos convidaram para fazermos a Sessão de Formação que se realizaria em Porto Alegre, em meados do mês de maio, como não sabíamos exatamente o que aconteceria neste encontro, nosso pensamento, além de aprofundar nossos conhecimentos de equipistas, foi de também, longe dos filhos, do trabalho e das atribulações, passarmos uns dias em lua-de-mel. Assim, quando saímos de Caxias com destino a Porto Alegre, junto com outros dois casais caxienses, não sabíamos ao certo o que iríamos encontrar nestes quatro dias. Logo ao chegarmos, depois de uma maratona, já que a Vila Manresa, onde se realizou a sessão fica um pouco retirada do centro da cidade - como convém - lá nos aguardavam os casais da equipe de serviço que deram tudo de si para que nos sentíssemos em casa, já que entre amigos. O lugar onde se encontra a Vila Manresa é lindíssimo, dela se avista ao longe toda a Porto Alegre e o Rio Guaíba. O silêncio é quase total e as flores e os passarinhos nos fizeram companhia.

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E assim, a cada dia que passava, no transcorrer das palestras que iam sendo proferidas; a cada meditação que fazíamos, individualmente, em casal, o conhecimento cada vez maior que íamos assimilando do espírito equipista, mostrava-nos que a nossa lua-de-mel não era somente entre o casal, mas tinha um acompanhante especial, o Espírito Santo que penetrava cada vez mais dentro de nós. E aquilo que seria apenas uma lua-de-mel, se transformou num namoro constante e profundo entre nós e o Espírito Santo. A relação que se estabeleceu nestes quatro dias entre os participantes, foi tão profunda que, no domingo, ao nos despedirmos, já sentíamos saudades e confirmávamos o quanto nos unimos aos irmãos equipistas e o quanto foi grandioso nossa caminhada junto com Maria dentro do movimento. Vamos nos empenhar muito para que todos os casais equipistas que tiverem oportunidade, façam a sessão de formação e usufruam como nós dos benefícios que ela traz . Só temos a agradecer ao casal que nos convidou, aos casais que nos acompanharam e principalmente aos casais que lá estiveram a trabalhar para que a sessão realmente cumprisse a sua finalidade . Mônica e Júlio

-oTESTEMUNHO Recebemos de Lourdes e Fernando, CR do Setor A de Florianópolis, um testemunho sobre o Encontro de Conselheiros Espirituais realizado em 7 de julJ:w, naquela cidade. Destacamos, abaixo, nas palavras dos próprios sacerdotes que participaram da reunião, algumas opiniões sobre sua participação no Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Sobre os benefícios que recebem de sua convivência com a Equipe: " O Padre é membro da família de Deus: é deslocado de sua família com risco de ser levado a sentir-se em solidão. A vida na Equipe leva-o a encontrar outra família. Se encontrar a Equipe bem, na reunião mensal, cresce com ela e tem a possibilidade de encontrar . ajuda para os problemas que vive em sua paróquia". -31-


"Importante o que se nota, é a amizade que nasce dentro deste grupo, mais importante ainda porque cria um lar para o sacerdote, um clima de ajuda, apoio, que dão ao sacerdote motivação para exercer melhor sua vocação". "A Equipe é termômetro da mentalidade de hoje: o que se prega na Equipe, se encontra ressonância, me permite assim medir o que minha pregação na igreja, traz de benefício".

Sobre sua ação na Equipe: "Os desencontros que percebo ocasionalmente no grupo, servem para que exerça mais e melhor minha vocação sacerdotal e para poder ajudá-los a encontrar o caminho em suas dificuldades". Sobre a necessidade de uma renovação catequética contínua do equipista: "Não basta ser bom católico; tem que ser conhecedor e estudioso das verdades de sua fé". Sobre o esforço do equipista em bem .realizar os meios de aperfeiçoamento: "O ponto mais importante dos meios de aperfeiçoamento é a oração conjugal, único meio que é exclusivo do casal. Se bem realizada, nasce naturalmente daí a necessidade do dever de sentar-se, da oração pessoal e familiar, da escuta da palavra, do apostolado". Sobre a inserção do equipista no mundo: "Se a preocupação do equipista ficar apenas em cumprir bem os meios de aperfeiçoamento, em fazer uma boa reunião mensal e não procurarmos aquela "uma só coisa que é necessária", de nada vale a vida de Equipe. A reunião passa a ser também uma coisa obrigatória, onde a colocação da partilha é coisa obrigatória, esquecendo-se do hóspede que deve, através do Movimento, entrar na vida de cada casal" "Pude observar que as Equipes, geralmente tem um caráter "intimista", voltadas para si, para seu âmbito paroquial, com pouca abertura para a sociedade. E necessário redirecioná-las. O que o equipista esquece, muitas vezes, é que onde ele age, é presença de Crista". "Falta na Equipe, uma experiência de fé: coragem para enfrentar o mundo, defender os valores da família, no ambiente de trabalho, através dos jornais, da televisão".

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REPORTAGENS

EACRE/86 Ao encerrar-se o ano equipista foram realizados, como habitualmente, os Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipes voltados para os casais recém-empossados nessa que é uma das mais importantes missões do nosso movimento. O comparecimento de casais responsáveis de equipes, de setores, de coordenações, de regiões e de Conselheiros Espirituais foi altamente expressivo. Sob a inspiração do Espírito Santo e o olhar protetor de Maria, nossa mãe e inspiradora as E.N.S. expandiram-se em número de equipes e disseminaram-se por várias regiões do Brasil. Assim sendo tornou-se impraticável, com o correr dos anos, realizar-se um único EACRE de âmbito nacional, conforme ocorria há anos atrás e passou-se a "regionalizar" esses encontros. Essa divisão, contudo, não prejudica a unidade do movimento, muito embora no entender de alguns pudesse tirar algo do espírito de grande confraternização e de intercâmbio entre os equipistas das várias partes do País. Para este ano, a temática proposta enfocou os seguintes pontos: -

A inserção do leigo na Igreja A escuta da Palavra A reunião de equipe A missão do casal responsável

Os relatos que se seguem bem demonstram o clima de fraternidade e intensa espiritualidade que presidiu os encontros. A inspiração dos palestristas, a organização, a hospitalidade, a dedicação das equipes de serviço foram aspectos marcantes. A equipe da Carta Mensal não poderia, embora o desejasse, estar presente a todos os EACRES. Assim sendo solicitou às regiões onde os encontros foram sediados que designassem "casais repórteres" os quais num magnífico trabalho enviaram com muita presteza os seus relatos. Queremos aqui deixar registrado o nosso agradecimento especial aos casais que cobriram o EACRE, a saber: Brasília: Elsa Maria e Renato Curitiba: Ecléa e Pedro Rocha Rio de Janeiro: Daisy e Bertoche -33-


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Alguns aspectos dos EACREs e de seus participantes: ao alto, à esquerda, Araçatuba; no sentido horário, Piracicaba, ltú, Juiz de Fora.

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Caxias do Sul: Marilda e Ronei de Ross Juiz de Fora: Hélene e Peter São Paulo: Sonia e Luiz Antonio S. José dos Campos: Joanita e Péricles Araçatuba: Maria Tereza e Laerte I tu: Carmen Lucy e Sérgio Piracicaba: Lina e Mário Falta-nos ainda relatar o que foram os EACREs de Ribeirão Preto, Manaus, ltajaí e Recife os quais foram realizados em data posterior aos demais e por isso os seus relatos não chegaram em tempo hábil para inclusão nesta Carta Mensal, o que pretendemos fazer no próximo número. Há um ponto que não podemos deixar de mencionar e que a nós, da Equipe da Carta Mensal, impressionou profundamente: a intensa, alegre e dedicada participação dos casais equipistas das cidades onde os EACREs se realizaram. Sem a entrega de corpo e alma dessas "Equipes de Serviço" ao trabalho que o Movimento lhes solicitava, os Encontros não se teriam realizado. Da parte de todos os participantes queremos dizer a todos vocês, "equipistas de serviço": MUITO OBRIGADO.

BRAS1LIA/DF Mesmo acreditando que a Seleção Brasileira chegaria à final da Copa do Mundo de Futebol os equipistas de Brasília marcaram o seu EACRE para os dias 28 e 29 de junho com encerramento previsto para as 14:30 hs. quando todos assistiriam ao jogo num "telão" a ser instalado no refeitório. O EACRE destinou-se a 45 casais responsáveis de equipes de Brasília, 14 de Belém, 3 de Castanha!, 2 de Santarém e 1 de Manaus. Além dos C.R. de equipes participaram também o C.R. da ECIR, 6 casais responsáveis de Setor, 1 Casal Regional, 15 Conselheiros Espirituais (a maioria em tempo parcial), tendo trabalhado 67 casais na equipes de serviço. Um aspecto característico do EACRE de Brasília é a realização da Reunião de Equipe nas casas de equipistas e neste ano foram oferecidas 11 residências e os pratos preparados por 90 casais. Outro aspecto peculiar foi a participação de casais provenientes de locais tão distantes o que torna o evento muito rico pela troca de vivências ocorridas em ambientes e condições tão diversos. · Outra peculiaridade dos EACREs de Brasília, desde o primeiro ali realizado é o sistema do preço médio em cujo cálculo são incluídas as despesas de viagem dos casais que vem de outras cidades, prática essa muito bem aceita por todos os equipistas já que se reveste do sentido da justiça e da vivencia do mandamento evangélico "carregai os fardos uns dos outros". -36-


Ao término, a sensação dominante era de que v1v1a-se um tempo forte do Movimento, no qual os C.R. de equipes sentiam-se abastecidos espiritual e pedagogicamente para esta caminhada de um ano e meio de pastoreio de seus pequenos rebanhos. No dizer de Maria do Carmo e Bonifácio, equipistas de Castanhal/PA que participaram deste EACRE: "Assim como Maria caminhou pelo deserto para colocar-se a serviço de Isabel, também possamos nós colocarmo-nos ao serviço dos nossos irmãos para juntos atendermos o chamado de Deus como integrantes das E.N.S. para que, no fim como uma só família recebamos a grande Saudação de Maria e ela como mãe nos conduza até o Céu".

CURITIBA/PR A experiência vivida por todos os participantes nos dois dias de EACRE colocou-os diante de uma realidade pelos testemunhos vividos em cada momento. O aproveitamento espiritual do encontro atingiu plenamente o seu objetivo, numa dimensão bem profunda propiciada pelas palestras do C.E. Pe. Helvécio Baruff sobre os temas "O Leigo Equipista Presença da Igreja no mundo" e "Escuta da Palavra". Edy e Adherbal, da EC IR, falaram sobre a "Missão do C.R. de Equipe". A lamentar a ausência de vários casais de Londrina e Coordenação Norte do Paraná por motivo de acidente com o seu ônibus especial quando se dirigiam a Curitiba na 6.a feira à noite. Informados do ocorrido na abertuda do EACRE todos os casais colocaram-se em clima de oração na intenção daqueles irmãos equipistas. Pelo carinho e atenção dos organizadores e pelos dois dias vividos em intenso clima de oração, em contato com Deus e sob o olhar maternal de Maria, os participantes louvam a Deus e agradecem as graças recebidas neste EACRE.

RIO DE JANEIRO/RJ Foram 97 casais e 10 "solteiros" os participantes do EACRE/Rio, com a presença de poucos Conselheiros Espirituais pois eles teriam uma reuião com o Pe. José Carlos, C.E. da ECIR no dia seguinte (ver notícia sob outro título nesta Carta). Como sempre acontece nos encontros de equipistas, a boa vontade e a simpatia foram as notas predominantes com as equipes de serviço incansáveis e alegres no servir. Pe. José Carlos falou na manhã de sábado sobre a "Inserção do Leigo Cristão no Mundo", assinalando que essa inserção não deve ser entendida como "novidade" ou "alteração das linhas do Movimento", pois a atuação do leigo cristão no mundo paganizado é anterior ao chamamento equipista: ela decorre do nosso batismo. Gerusa e Kleber, de Niterói, falaram sobre a Reunião de Equipe, preparando terreno para a reunião propriamente dita, ocorrida na noite

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de sábado. Nessa reunião uma inovação: foi apresentado um relatório de uma .reunião preparatória hipotética a partir do qual ocorreu o desenrolar da reunião de equipe. No domingo João e Vera, também de Niterói abordaram a "Missão do C.R. de Equipe". Liturgia simples, porém tocante: no sábado a Missa de Nossa Senhora, aquela que soube ouvir. No domingo foi utilizado o folheto da liturgia dominical cujo tema foi perfeitamente adequado à missão do C.R. da Equipe: Os apóstolos que são enviados dois a dois adiante de Cristo para todos os lugares aonde Ele próprio deveria ir. E a frase: "A colheita é grande mas os trabalhadores são poucos", reforçando a recomendação da Região Rio-I para que se ore, nas equipes, pelas vocações sacerdotais.

CAXIAS DO SUL/RS O EACRE da Região Rio Grande do Sul aconteceu no Centro de Pastoral Diocesano em Caxias do Sul, com a presença de 66 casais responsáveis de equipes de sete cidades gaúchas. Compareceram também o C.R. da Região Nery Maria e João Carlos Pezzi, Pe. Tarcísio Scherer C.E. da Região e mais 17 conselheiros espirituais de várias equipes. O encontro foi carinhosamente preparado pelo Setor de Caxias do Sul sob a coordenação de Inês e Paulo Poletto C.R. do Setor que numa demonstração de despreendimento e doação, motivaram todos os casais do setor a se engajarem no EACRE quer em forma de trabalho, quer em oração. O clima foi de profunda vivência fraterna comprovando que os participantes vieram "buscar o Cristo e realmente O encontraram". Cristo se fez presente desde a acolhida organizada pela equipe de serviço fazendo com que o frio que se fazia sentir fosse anulado pelo calor humano, amizade, humildade, e disponibilidade. Cristo fez-se também presente nos palestristas que, inspirados pelo Espírito Santo, mostraram com clareza e convicção que Cristo e a Igreja "apostam" nos leigos e principalmente no casal cristão para fazer acontecer o Reino de Deus aqui na terra. E que as E.N.S. não como um fim mas como meio, por sua pedagogia e sua mística e, mormente, através da Escuta da Palavra, ajudam a acontecer esta realidade. Frei Silvestre Gialdi falou do Documento Base para o Sínodo dos Bispos sobre os Leigos. Pelo Batismo, os fiéis foram incorporados a Cristo e feitos partícipes do munus sacerdotal, profético e régio de Cristo. A missão dos leigos jamais poderá faltar na Igreja porque lhes é. própria e absolutamente necessária. A família constituiu-se na primeira e fundamental forma de vocação e missão dos leigo, aos quais compete . serem testemunhas e instrumento vivo da Igreja no coração do mundo. A vocação ao apostolado é parte constitutiva e integrante da vocação cristã: ninguém é excluído e ninguém pode fazer-se substituir.

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Nery Maria e João Carlos com sua palestra "A Escuta da Palavra" enfatizaram a importância dessa escuta na construção da comunidade cristã de casais que é a equipe e da necessidade do casal individualmente e da equipe como um todo serem ponto de passagem dessa palavra. Olívia e Luiz Carlos Bozzetto do Setor Leste (Osório) com sua palestra "A Reunião de Equipe" tiveram como objetivo a conscientização dos participantes do "Cristo presente" numa reunião de equipe. Falaram também da importância da reunião preparatória tanto a nível de casal quanto de equipe. A mística do Movimento será alcançada na medida em que a cada reunião que acontece, Cristo se faça presente e este mesmo Cristo seja vivido no mundo em que fomos colocados. As celebrações eucarísticas representaram pontos altos de espiritualidade e de identidade com o Pai. Na celebração do encerramento fez-se presente D. Paulo Moretto, bispo da diocese de Caxias do Sul e filho de um dos primeiros casais equipistas da cidade. Finalizou com uma aclamação de esperança: partam com alegria porque a colheita é grande; partam com alegria porque o Reino de Deus está com vocês; partam com alegria porque partem dois a dois.

JUIZ DE FORA/MG Esse EACRE ostenta um índice importante: não faltou nenhum Casal Responsável de Equipe. Compareceram 78 casais responsáveis dos Setores Petrópolis A e B, Juiz de Fora, Niterói, das Coordenações de Valença, Belo Horizonte e Varginha e das equipes de Pirapora e Pouso Alegre. Compareceram ainda 5 Conselheiros Espirituais, 2 viúvas, 1 viúvo, 4 casais responsáveis de setor, 2 casais responsáveis de região e D. Nancy Moncau, como representante da ECIR. A equipe de serviço contou com 16 casais alegres e dedicados e 2 jovens colaboraram nos cantos. A primeira palestra, versando sobre a missão do casal responsável foi proferida por Margarida e Agostinho, casal responsável pela Região · Minas Gerais, dentro de um esquema muito interessante comparando essa missão com aquela recebida por Maria. Ainda na manhã de sábado, a segunda palestra de Hélene e Peter, equipistas de São Paulo sobre a reunião de equipe. Os grupos reuniram-se à tarde, em número de 14 tratando dos assuntos das palestras da manhã. À noite aconteceram as reuniões de equipe em casas de equipistas de Juiz de Fora. Excelente organização, com transporte em ônibus especiais, etc. Meditação, partilha e troca de idéias sobre a "inserção". No domingo, palestra de D. Nancy sobre a escuta da Palavra, como sempre muita clara e tranqüila. Em seguida palestra convincente e objetiva de Frei Moser sobre a "inserção". Ainda, antes do almoço copar-

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ticipação sobre as palestras. À tarde, uma sessão de comunicações da ECIR e reuniões por região. Às 15:30 hs. Missa de encerramento. Muito bonitas as orações das manhãs. Foi ótimo! SÃO PAULO SUL

I

No Colégio Santa Cruz, em S. Paulo, reuniram-se 97 casais dos setores de S. Paulo, ABCD, Mogi e Santos. A liturgia, apoiada no tema "Casal equipista: presença viva da Igreja no mundo", foi um dos pontos altos e dela emanou a força de uma -caminhada em direção à catequese e inserção do equipista e do Movimento na Igreja de Deus. Tivemos a graça da participação de 2 bispos: D. Cláudio Hummes, da diocese de Santo André e D. José Carlos Castanho, bispo-auxiliar de Santos. Pe. José Ribolla, do Setor E, fez brilhante palestra abordando a vocação e a convocação do leigo para a transformação das realidades temporais, levando-nos a analisar, nos grupos de coparticipação, nossa vida pessoal, de casal equipista e os rumos do movimento nessa direção. Paralelamente, realizou-se reunião dos C.E. da Região, sob coordenação de Pe. Elísio e de Vânia e W alter Denari, oportunidade em que 12 conselheiros refletiram sobre a pedagogia da reunião de equipe, a participação do C.E. em cada um de seus tempos e a inserção dos casais na Igreja. Foi um EACRE de teor prático, numa dinâmica de poucas palestras e muito trabalho em grupo. Visando à valorização da reunião de equipe como instrumento de catequese, a tarde de sábado foi dedicada à vivência de uma autêntica "reunião de equipe meditada", onde cada aspecto - começando-se pela Reunião Preparatória - era praticado, após reflexão sobre seu sentido de acordo com a mística das E.N.S. Foi uma rica experiência, onde dúvidas se dissiparam e se relembraram aspectos de "essência" que, às vezes, vão sendo esvaziados ao longo do tempo. Uma inovação de sucesso foi a implantação do lanche comunitário nas refeições. Além da praticidade, o sistema favoreceu a participação ativa das equipes que, nos dois dias, levaram o lanche referente a seu CR. O Senhor faz mesmo maravilhas quando seus filhos se dispõem ao serviço dos irmãos. Santo é seu nome! ITU/SP

Momentos de grande satisfação uniram os 54 casais na cidade ltú - onde, conforme se comenta, a hospitalidade também é maior provenientes das cidades de Jundiaí, Louveira, Bragança Paulista, Soro-40-


caba, Araçoiaba da Serra, São · Paulo, Salto e ltú, além de 9 Conselheiros Espirituais. Todos os casais do Setor de ltú se esforçaram muito e graças à nossa dedicação, criamos as condições necessárias para a concretização do objetivo compreendendo que tudo é importante se assim o quisermos. Três magníficas palestras foram desenvolvidas: A Escuta da Palavra (Frei Martinho). A reunião de Equipe (Haydée e João Fausto) e a inserção na Igreja e no mundo (Frei Constância Nogara). Além deles, Thais e Duprat (ECIR), nos trouxeram as novas orientações para o novo ano equipista, quer no que se refere às grandes linhas do nosso movimento, quer quanto ao tema do ano e novo calendário. Graças à luz do Divino Espírito Santo, as palestras, as reuniões de grupo e as celebrações liturgicas, particularmente a missa dedicada a Maria, nos propiciaram momentos de muita oração e reflexão sobre a realidade de cada equipe. PIRACICABA/SP

A princípio parecia uma temeridade organizar um EACRE aqui em

Piracicaba, com apenas quatro equipes, mas nos esquecíamos da grande J

força, a força do Espírito Santo que foi responsável por todo o entusiasmo que animou essas equipes e casais do MFC e FCC, que se desdobraram nos serviços. Participaram desse encontro em Piracicaba 100 casais, das Coordenações de Dois Córregos, Araraquara, Limeira, Piracicaba e Santa Bárbara e dos Setores de Jaú, Vinhedo e Valinhos, São Carlos, Campinas e Americana, além de Dom Eduardo Koaik, Bispo de Piracicaba, que oficiou a Celebtação Eucarística e mais o Padre Boteon, C.E. da Coord. de Piracicaba, Padre Tosi, Cônego Pedro, Frei Messias, Padre Vitória, Padre Arlindo e Frei João. Momentos como o Celebração Eucarística, as palavras do Padre Boteon e do Padre Tosi, marcaram sobremaneira o evento, que contou com a complacência de Maria e a presença de Seu Filho, e onde houve um irmanamento de todas as forças leigas da Igreja. S. JOSI1 DOS CAMPOS/SP

Realizou-se em S. José dos Campos o EACRE para os casais responsáveis recém-eleitos da Região do Vale do Paraíba abrangendo as cidades de Guaratinguetá, Aparecida, Pindamonhangaba, Caçapava, Taubaté, S. José dos Campos e Jacareí. Coordenado pelos Setores de Jacareí e S. José dos Campos, o EACRE foi realizado no Instituto Auxiliadora onde 86 casais assistiram palestras proferidas por Cidinha e lgar (ECIR), Frei Hugo Baggio, Maria Helena e Falcão e Moacir e Glorinha.

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As palestras foram entusiasmantes e abordaram os seguintes temas: "Vós sois o Corpo de Cristo" "O Casal Responsável" "O Leigo Equipista Hugo Baggio -

"Reunião de Equipe" -

Moacir e Glorinha

Maria Helena e Falcão

Presença na Igreja e no Mundo" -

Frei

Cidinha e Igar

Devemos destacar também a presença de 11 Conselheiros Espirituais, bem como a presença de D. Eusébio Scheid, Bispo da Diocese de S. José dos Campos, que celebrou a missa do sábado dia 5 de julho, bem como Paulo e Yara (Responsável Regional) e Cidinha e Igar. Desejamos e cremos mesmo que o EACRE tenha sido uma força propulsora para cada casal assumir sua nova missão, com forças redobradas para fazer deste novo ano equipista, um ano de aperfeiçoamento espiritual e pleno de dinamismo, para o crescimento de todo o Movimento das E.N.S.

ARAÇATUBA/SP Estiveram presentes no EACRE/86, em Araçatuba, os casais Beth e Rômulo, representando a ECIR; Neusa e Orlando, casal responsável da Região Oeste e 72 casais de Assis, Baurú/Pederneiras, Dracena, Garça, Lins, Marília e Araçatuba/Penápolis. Contamos com a presença dos Conselheiros Espirituais, Pe. Cláudio, Pe. Angelo, Frei Mario e Pe. Julio de Araçatuba, Pe. Gusson de Lins e Pe. Dalbó de Garça. Destacamos a presença do Bispo Diocesano de Lins, D. Walter Bini que, de passagem nos deixou uma mensagem de otimismo e esperança, acreditando que as E.N.S. estão engajadas na Pastoral Familiar sendo fermento no mundo, sal na massa, semente na terra que é a sociedade. O ponto alto desse EACRE, foi a parte litúrgica "Oração da Noite", orientada pelo Pe. Cláudio. O tema do ano equipista repetiu-se "A Escuta da Palavra", pois através dela, chegaremos facilmente aos pontos concretos de esforço. Enfocando as Palestras, destacamos a explanação pelo Pe. Angelo, que colocou como o Casal Responsável poderá melhorar a Escuta da Palavra na Equipe, como ação transformadora. Temos a certeza de que o EACRE não terminou, mas foi o início de mais uma etapa, onde continuaremos abertos ao Espírito Santo, mantendo viva a chama do amor.

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NOTICIAS DOS SETORES Retiros Manaus/ AM Num clima de intensa esoiritualidade foi realizado de 18 a 20 de abril passados o retiro das ENS de Manaus no Centro Jordão, reunindo 41 casais . O pregador foi Pe. Mássimo Censi C. E. do Setor que abordou o tema ·A Igreja no Mundo de Hoje·. Nas palavras de lsmênia e Vicente, C.R . da Equipe 15 foi mais uma graça de Deus para os equipistas de Manaus . Rio de Janeiro/RJ O Setor C reuniu apenas sua equipe de setor num retiro realizado no Sítio Assunção em Terezópolis de 13 a 15 de maio, pregado pelo Pe . Javier, C.E. do Setor. Colocando pistas para reflexão levou os 11 casais presentes a meditarem sobre suas vidas e a vida dentro do movimento e da Igreja. E no mais, silêncio : Conversas foram abolidas até durante as refeições . O Setor B realizou sob a responsabilidade da Equipe 52, retiro espiritual nos dias 17 e 18 de maio com a participação de 37 casais . O pregador, Frei Anselmo, colocou de forma muito explícita o grande chamamento a viver o amor de Deus e ao próximo mostrando a todos que o grande beneficiado é cada um, individualmente pois a graça de Deus está em cada gesto de amor. As reflexões orientadas levaram cada casal participante a efetuar um sério dever de sentar-se. No domingo, dia de Pentescostes, sentia-se a alegira de todos com o sinal do Espírito Santo atuando em cada casal , repleto dos seus dons . Os casais do Setor B do Rio de Janeiro querem registrar o seu reconhecimento à Casa do Congregado Mariano, na Agua Santa que tão bem os acolheu.

nio Carlos, um dos casais mais atuantes do movimento naquela cidade. Vitimada por um desastre de automóvel deixou inesperadamente, sua equipe, a qual , no entanto continuará sendo para seu marido e seus filhos a comunidade que reflete o amor de Cristo. Apoiados em nossa Mãe Santíssima seus irmãos de equipe pedem que ela nos ensine a abrir os braços e, com os olhos levantados dizer: • Faça-se em nós a vontade do Senhor· . - lzaura , da equipe 4 de Americana, esposa de Attílio, 35 anos de matrimônio e 22 como casal equipista, partiu em atendimento ao chamado do Pai , deixando a todos, estupefatos e surpresos . Perdemos a irmã entusiasmada, animada, sempre disposta a proclamar e viver o Reino de Deus aqui na Terra. lzaura, ore por nós, por seus filhos Laia , Kátia e Fábio e pelo Attílio. Até um dia, quando todos juntos possamos estar na dimensão em que ora você s0 encontra - junto dt. Deus. - Joaquim Mendes - foi-se para a Casa do Pai , tranqüilamente como viveu , no dia 30 de maio , na manhã seguinte da reunião da Equipe 2 N.S. de Fátima, do Setor de ltú, deixando saudades imensas a nós todos , principalmente à sua Gabriela. O casal participava do movimento há 23 anos . Extremamente amável e cordial, Joaquim cativava a todos. Mostrava em seu semblante estar perto de Deus. Suas respostas ao tema de estudo mensal constituem-se em jóias de espiritualidade . Temos certeza de que Deus já o acolheu em seu Reino e temos mais um santo no céu .

Casal Correspondente Volta ao Pai - Maria da Conceição Milagres Santos (Consolinha) Da equipe N.S. da Glória de Belo Horizonte era, com seu marido Anto-

Mogi das Cruzes conta com novo Casal Correspondente, da Carta Mensal , Regina e Osvaldo Crespo, membros da Equipe 10, Nossa Senhora dos Anjos .

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Novas Equipes

seu abraço fraterno e o seu incentivo aos ·colegas" da equipe do Boletim de Florianópolis.

Florianópolls/SC Equipe 23-C - N.S. do Sim. Casal Piloto: Celita e Edgard Osório (da Equipe 16-C) Cons. Espiritual: Pe. Jullano Frigeni (também CE da Eq. 32-A)

Castanhai/PA Com a ajuda de Deus foi lançada em 15/06/86 a Equipe n.0 3, de Castanha!, vinculada ao Setor A de Belém. A nova equipe foi consagrada a N.S. Auxiliadora e o seu C.E. é o Pe. Joel Oliveira também C.E. da Equipe 2 daquela mesma cidade. O casal Piloto é Maria do Carmo e Bonifácio Ramos. ltú/SP

Criação da Equipe n.0 12 - Foi criada no Setor de ltú a Equipe n.0 12, N.S. da Vitória. !: constituída de 5 casais, todos jovens sedentos de espiritualidade, tendo como Casal Piloto Lucila e João Valente, e Cons. Espiritual Frei Martinho. Que esta nova Equipe receba as bênçãos de Maria, dando a seus integrantes a luz da espiritualidade conjugal e familiar.

Relançamento de Boletim Recebemos com alegria a notícia do relançamento e o exemplar n. 0 001/86 (de julho/86) do Boletim Mensal das ENS dos Setores de Florianó· polis. Dele constam um editorial de autoria do Pe. Giuliano Fregni onde ele situa as ENS não como um lugar de "privilégios e mordomias •, mas sim como uma experiência de ·comunhão e _missão". Segue-se a palavra ·do Casal Regional lrani e Nereu na ·A Voz do Movimento", as Mensagens dos Setores", o artigo" Nossa Senhora faz 2.000 anos" e vários fatos e notícias do movimento naquela cidade. A tiragem de 250 exemplares foi custeada por uma única equipe num exemolo de doação e despreendimento. A equipe da Carta Mensal envia

Aniversário de Ordenação Sacerdotal Ocorrido em 7 de julho último o 23. 0 aniversário de ordenação do Pe. Elísio de Oliveira, C.E. da Região São Paulo_: Sul I. Entusiasta do nosso movimento ele é também C.E. do Setor D e da Equipe 17-B e sempre encontra tempo para participar dos vários eventos das ENS muito embora tenha inúmeras outras atribuições como assistente espiritual de grupos de jovens e capelão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Mudanças nos Quadros Rio I -

Setor F

No dia 8 de junho, na Paróquia do Divino Espírito Santo em Realengo aconteceu a cerimônia de posse do novo C.R. Setor Célia e Asélio sucedendo a Therezinha e Thiago. Durante a missa realizada os novos C.R. de equipes receberam as pastas das mãos de seus antecessores. Os casais presentes fizeram seu "compram isso" com base num texto especialmente preparado para a ocasião. Curitiba -

Setor A

Alpheria e Oswaldo deixaram a responsabilidade do Setor, tendo assumido em 4 de maio o casal Marília e Dálcio. S. Paulo -

Sul I

A ECIR nomeou o novo casal R.S . do Setor E, Região S. Paulo Sul I, que é Marina e Luiz Eduardo Ramos de Oliveira, Equipe 10, 5 anos de equipe, dois filhos. Desejamos a eles felicidades em suas novas atribuições .

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Reunião de Conselheiros Espirituais Paraná: No dia 14 de maio passado realizou-se na residência de Marília e Dálcio uma reunião com a expressiva presença de 20 Cons. Espirituais das Equipes do Paraná, coordenada pelo Pe. José Carlos Di Mambro, querido C.E. da ECIR. O assunto versado foi • Catequese e Inserção na Igreja", despertando grande interesse e motivando abertura e diálogo para uma conscientização maior que, certamente, irradiará em orientações para os equipistas que delas necessitam. Maria Dalva e Valmor, C.R. da Região agradecem a Deus pelo evento, em nome de todos os equipistas do Paraná e esperam realizar novos encontros com esta característica.

Conforme nos dizem Daisy e Bertoche o encontro foi muito produtivo e vários dos Sacerdotes presentes sugerem que sejam realizados outros encontros deste tipo, pelo aue a região Rio I pretende incluir esse evento em seu calendário anual.

Mensagem a um Amigo

Na canção da América do Milton Nascimento, ele diz: ·Amigo é coisa prá se quardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração", mas isso nos parece profundamente egoísta, em se tratando deste amigo. Falamos do nosso Conselheiro Espiritual , Pe. Juarez, que saiu de nossa cidade e de nossa equipe Temos certeza, que nosso carinho era recíproco. Rio de Janeiro: Ele nos deu não só a mão, como Dada a dificuldade de alguns sao corpo todo, para que sacudíssemos serdotes em poderem participar do o Pó da acomodação que pairava na EACRE, o Pe. José Carlos Di Mambro, equipe. Ele nos forçou, às vezes com C.E. da ECIR e que esteve presente ao .palavras duras, para que nos conscienRio de Janeiro, reuniu no dia seguinte tizássemos mais da nosa posição na (7 de julho) os sacerdotes equipistas Igreja. no Cenáculo, com a carinhosa simpaEle passou a nos conhecer de uma tia das irmãs. Compareceram 25 Contal maneira, que no Natal, presenteou selheiros desde os das equipes mais a cada um dos casais da Equipe com antiÇJas até o mais novo - de uma um livro. Livro escolhido por ele e no , equipe lançada há menos de um mês qual nos dizia o ponto no nosso casa- bem como Casais Responsáveis de mento, na nossa união que deveria ser Setores, apesar das dificuldades proaprofundado . fissionais em comparecer a um encontro numa 2.a feira pela manhã. Ele foi realmente nosso amigo. Pe. José Carlos abordou todos os Escrevemos esta pequena mensapontos colocados pela ECIR para o gem não como um agradecimento para EACRE, o que deu margem para amquem se aposenta, não; mas oara que pla troca de idéias pelos C.E. presena cidade em que ele se encontra saiba tes, os quais com franqueza e sem que tem uma jóia avulsa aí, e não constrangimento colocaram vários propode e nem deve ser desperdiçada. blemas comuns às equipes tais como : Obrigado, por tudo e por todos. não cumprimento do horário previsto Aproveitamos para receber de para início e término das reuniões braços abertos, nosso novo Conselheimensais, falta de catequese, acomodaro Espirit ual, Pe. Romolo. que temos mento de alguns casais, a má informacerteza, será noso esteio durante a ção recebida de alguns setores, desconossa caminhada para a espiritualinhecimento da existência de um documento específico das ENS para o Condade. selheiro, problemática dos jovens, a Equipe 7 de Mogi das Cruzes "volta à origem das ENS", etc.

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CARTAS DOS LEITORES Carta Mensal e Medi· tação

Do CR do setor "B" de São Paulo recebemos carta agradecendo a publicação do artigo "Vocação e Convocação do Leigo" e cumprimento o Pe. Ribaila pela clareza de suas colocações. Nessa carta fazem a sugestão de que as meditações sejam escolhidas, na reunião preparatória, de modo a lançar uma luz especial ao tema de estudo. Agradecemos muito a sugestão mas devemos esclarecer que a indicação pela CM do texto de meditação é apenas uma sugestão que procura acompanhar o tempo litúrgico.

Alegria, de novo

Conforme prometemos na CM de agosto aquí vai a letra do hino da Equipe 13, de Santos: Roda Alegria da 13 (Música de "Roda Viva") Nos somos 13 na 13 Sempre a nos reunir Monsenhor Joaquim, Assistente Alegria pra transmitir Nós temos regra de vida Escutar a Palavra faz bem Nossa indolência é danada Mas vale a pena insistir

Refrão

Trabalho e Oração

Do casal MarÜ e Lindo mar, de Criciúma, SC, recebemos carta relatando a experiência da Marli na organização de grupo de trabalho assistencial e de oração, em sua rua e comunidade. Destaca que foi das ENS que recebeu força e apoio para a ação CO· munitária que está desenvolvendo junto às pessoas mais carentes da comunidade, entregando de 15 a 18 "ranchos" mensais e mais de 40 "ranchos", no Natal. Além disso têm obtido, para esses membros da comunidade, receitas médicas, material escolar, roupas, alimentos, tudo isso, com a colaboração de 12 senhoras que trabalham lado a lado com os membros da Equipe 5 desde 1980. Seria ótimo que outros equipistas relatassem suas experiências em trabalhos comunitários.

Roda 13, Roda adiante Vamos o Cristo seguir Maria é a protetora Pra nossa fé progredir Os meios de aperfeiçoamento Nos fazem crescer pra valer Rezando o Magnífica! Lembramos de todos vocês O nosso Dever de Sentar Fica mesmo só no dever Mas se o fiizermos com Cristo 2/e vai nos reabastecer

Refrão

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Roda 13, "roda . . .


MEDITANDO EM EQUIPE Para nossa meditação, escolhemos, como de costume, textos dentro do Tempo Litúrgico: um lembrando a NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA (dia 8) e outro sobre os SANTOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL (dia 29).

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Isaías 11,1-3

"Um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência e temor do Senhor; no temor do Senhor estará a sua inspiração"

ORAÇAO LITúRGICA Lá do alto enviai-nos, ó Cristo, vosso anjo da paz, São Miguel. Sua ajuda fará vosso povo crescer mais, prosperando, fiel. Gabriel, o anjo forte na luta, nosso tempo sagrado visite, lance fora o antigo inimigo e, propício, conosco habite. Enviai-nos dos céus Rafael, o bom anjo que cura os doentes, para a todos os males sarar e curar a doença das mentes. Cristo, glória dos coros celestes, vossos anjos nos venham guiar, para, unidos a eles um dia, glória eterna ao Deus Trino cantar. Amém.



A Bíblia, carta inspirada de Deus , tem palavras de vida eterna. É preciso ter sabedoria para ler e ouvir.


Um momento com a Equipe da Carta Mensal ................. . . . Editorial: Entrar no Palácio do Rei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

A Reunião de Equipe: A Coparticlpação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9

São João Crisóstomo ........... .. . ..... .. . . ... . ................ 13 O mistério das mãos . . ................... . .............. . ... . .. 17 A verdade sobre o homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Louvemos a Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Relembrando a História do Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Escola de Santidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Carta a meu pai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Carta de um Casal de Ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Testemunhos ............ . ........... . ..... . .......... . ........ 30 EACRE/ 86 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Cartas dos Leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

EQU IPES DE NOSSA SENHORA 01050 Rua João Adolfo, ll 8 · 9' · cj. 901-Tel. 34 8833 São Paulo · SP


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