ENS - Carta Mensal 1985-4 - Junho e Julho

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NC? 4

1985

Junho-Julho

Inquietar e desinstalar .................. . .... .

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"Crescei sempre no Senhor"

:l

A EC IR conversa com vocês .. . . . .. . ... . ..... .

4

t o Espírito que unifica ... . .. . ... .. ..... .. . .

7

O Corpo de Cristo ........................ . .. .

8

O XV .° Congresso Eucarístico Nacionai . . . . . . . . 10 O Magnilicat

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Na casa de Nazaré, M~ria prepara o p: o

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A paz e os jovens c: minham juntos (2. 0 e última parte) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Pais e filho s: a culpa de cada um . . . . . . . . . . 23 Carta de uma jovem a seus pais . . . . . . . . . . . . . 25 Os meios são as regras . .

. . . . . . . . . . . . . . 26

Retrato de uma equipe por ela mesma . . . . . . . . 28 De Niterói, uma sugestão para o balanço . . . . . 29 Ponto alto na vida do Movimento . . . . . . . . . . . . 31 Exemplos de Igreja doméstica . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Casamento "ou" aborto ... ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 36 Quem come deste Pão viverá .............. , . . 40


EACREs

29 e 30 d e junho -

1985

Brasília Juiz de Fora Jundiaí T a ubaté

6 e

7 de julho -

Araraquara Bauru Catanduva Lage9 Londrina Rio de Janeiro São Paulo

13 e 14 d e julho -

Porto Alegre


EDITORIAL

INQUIETAR E DESINSTALAR

Por levantarem um questionamento oportuno neste mês de balanço, apresentamos como Editorial estas reflexões de um jovem Conselheiro Espiritual.

Faz um ano que iniciei o trabalho com uma Equipe de Nossa Senhora. Sempre apresentei mais resistência que entusiasmo por essa tarefa. Tenho uma extensa área para atender: parecia de início um luxo parar duas vezes por mês e dar atenção a um grupo de casais que, de mil outras maneiras, poderiam adquirir o conhecimento desejado e por conseqüêr..cia uma encarnação mais séria na vida eclesial. Encontrar os motivos, que agora apresento, significou o rompimento das resistências e uma entrega verdadeira daquilo que possuo, como aprendizado ou como experiência, a mais este grupo concreto. 1.0 • É tarefa de uma equipe "inquietar", isto é, promover no interior dos indivíduos e de suas famílias a inquietude necessária, como início do processo de mudança e conversão verdadeiras.

Uma inquietação que frutifica no desmascaramento real de dois seres humanos que desejaram viver juntos sua vocação ao matrimônio, no dinamismo contido intrinsecamente neste chamado. Inquietar urna família com desafios novos, com novas propostas de relacionamento a dois, novas maneiras de construirem suas vidas em benefício de si mesmos e ainda como garantia de liberdade e crescimento dos filhos. Inquietar, esta é a primeira palavra para todos os membros de uma equipe. 2. 0 • "Desinstalar"; de certa forma é uma "tentação" que atinge a todos nós, essa de fixar formas acabadas, prontas ou copiadas de t·elacionamento. Nós nos instalamos na visão que temos de nós mesmos, na visão que construímos a respeito do outro e sobretudo na compreensão que conseguimos obter do relacionamento social. -1-


É proposta de uma equipe desafiar para desinstalar seus membros. A compartilha que se faz, os diálogos, as discussões, a forma de tratamento que se dá a determinados aspectos da vida provocam e animam a desinstalação.

A reflexão do Evangelho, a visão nova de oração que adquirimos a partir da experiência do salmista, a colocação dos temas e o acompanhamento das preocupações da lgreja são fontes seguras de um dinamismo, iniciado em reuniões, que toma forma e se aprofunda durante a caminhada do mês. 0

3. • Provocar "mudanças" reais: fico imaginando, às vezes, & quantidade de bem que qualquer membro de uma Equipe de Nossa Senhora pode fazer. Sua participação efetiva nas diversas pastorais que são organizadas pela Igreja, tentando promover Vida, numa sociedade que optou pela Morte; penso no testemunho concreto que os casais podem dar, porque vivem "inquietos" 1:! "desinstalados" num meio em que a quietude e a instalação apodrecem toda uma classe social. Provocar mudanças reais nas decisões de sua classe, nos compromissos e nas finanças, nem sempre bem intencionados, que seu gr upo social tende a fazer; na verdade, é como se o seu corpo se movesse num nível da sociedade enquanto sua cabeça e seu coração estivessem incessantemente preocupados com os que não têm vez, voz ou vida na sociedade ou em sua comunidade eclesial. Desejo afirmar que a descoberta da possibilidade de vivência desses três momentos, talvez fosse até melhor chamar de movimentos, que acontecem na vida de um casal que opta pela vivência cristã a partir de uma Equipe de Nossa Senhora provocou em mim a necessária justificativa para minha ação e renovou minha esperança em vocês que, com "garra", se colocam a serviço da Igreja de Cristo em suas preocupações fundamentais. Concluindo: sou, talvez, o mais jovem dos Conselheiros espirituais, em idade pelo menos; reconheço o valor e a sabedoria que os anos de sacerdócio promoveram em meus companheiros que também são Conselheiros Espirituais. Da mesma forma, sei que as próprias Equipes já têm formulado os motivos que justifi~am sua existência dentro da Igreja. O que apresentei é apenas a minha colaboração, na esperança de que todos os nossos motivos se encontrem, a fim de que o trabalho seja produtivo e benéfico para nossa sociedade carente e para a Igreja, tão falsamente vista como abastada.

Pe. Pedro Rubens, OMI Conselihelro Espiritual da Equipe 5/ E, São Paulo

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A PALAVRA DO PAPA

"CRESCEI

SEMPRE

NO

SENHOR''

~ntes de tudo, crescei no Senhor. Porque, de fato, "a fecundidade do apostolado dos leigos depende da sua união vital con; Cristo". (Apos.tolicam ActuositCIJtem: 4). Sois chamados, pelo bat~smo, a Ir configurando a vossa vida, de modo sempre mais ra~1cal e transparente, para a plena maturidade em Cristo. Abri, p01s, cada vez mais o vosso coração a Cristo, acolhei a sua presença misteriosa e fecunda, cultivai a intimidade com Ele neste encontro que muda a vida, que a torna mais plenamente humana, que potencia e dá horizontes infinitos à verdade, à dignidade à felicidade do homem. '

A mensagem da Igreja pode sintetizar-se na exortação que Pedro dirigiu aos judeus no Pentecostes da Igreja e que, como seu Sucessor, vos dirijo a vós, leigos: Convertei-vos a Cristo, para receber o dom do Espírito. Se hoje nos alegramos pelos homens novos que querem testemunhar e proclamar que Cristo é o Senhor, não tenhais dúvida de que a vossa terra já está arada para a sementeira do Evangelho; e já está preparada para que possam ser muitos mais, sim, muitíssimos mais, os cristãos que superem toda a divergência entre a fé recebida e a vida pessoal, familiar e social; que aprofundem e amadureçam uma fé vivida, eclesial, com todos os seus frutos de santidade, de comunhão, de apostolado, de serviço ao homem. Trata-se de promover uma vasta obra de evangelização e catequese, um compromisso capilar e intenso de formação de leigos de fé firme, unidos dinamicamente à Igreja, bem ancorados em Cristo. "perseverantes no testemunho e na ação evangélica. coerentes e decididos nos seus compromissos temporais, constantes promotores de paz e justiça contra a violação e opressão, agudos no discernimento crítico das situações e ideologias à luz dos ensinamentos sociais da Igreja" (As Organizações Católicas, 29/ 1/ 79). Sei que não é pouco o que peço. Por isso, para estar à altura rle todas estas exigências de vida cristã integral, crescei sempre 110 Senhor. Crescei para a plenitude em Deus. CEm Caracas, 28/1/85)

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A ECIR CONVERSA COM VOCeS

Queridos casais,

Chegou mais uma vez o mês de junho e com ele· a reumao de balanço. Há sempre o perigo da rotina para os a~ontecimen­ tos que se repetem de tempos em tempos· com isso nossa interferência nos mesmos torna-se quase que ~utomática e eles acabam perdendo para nós todo o seu sentido. A reunião de balanço também pode se transformar numa rotina se for realizada dentro de um espírito que apenas faz cumprir o calendário. Será uma pena, pois estaremos perdendo uma excelente oportunidade para refletirmos sobre nossa realidade e, detectando os pontos que estão a exigir de nós uma maior vigilância, fazermos um redirecionamento da nossa caminhada. Afinal, por que fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora, 11m Movimento de Igreja? Porque queremos ser cristãos de verdade e não apenas de nome. Ser seguidores de Cristo, que nos convoca para assumir com Ele a grande missão de implantar o Reino de Deus na terra. Como? A partir de nossa experiência pessoal de busca desse mesmo Reino, pois a reforma do mundo não se fará independentemente da reforma pessoal de cada um. Está certo que o Reino é um dom de Deus, mas, para recebê-lo, é preciso cumprir certas condições. Estas nos foram reveladas pelo próprio Cristo, em especial no Sermão da Montanha, com as Bem-aventuranças (Mt. 5, 3-11), que caracterizam os discípulos de C,risto, os construtores de um mundo melhor. Cremos, pois, que uma profunda reflexão sobre as Bem-aventuranças poderia nos preparar muito bem para ui? bom bala.n!o. Segundo Sãu Mateus, elas são oito. Cinco delas Ja nos propiCiariam uma boa reflexão; três apontadas para nós mesmos e duas para a nossa ação:

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- Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus! Pobre, no sentido material, é a pessoa que não faz do dinheiro, dos bens materiais, um fim. "Há mais coragem em desprezar o que temos do que em não ter o que desprezamos" (Santo Agostinho). Libertar-nos, pois, do poder dominador, escravizante, do dinheiro e dos bens materiais, é a primeira proposta de Cristo para os que se propõ~m a segui-lo. Pobre, no sentido espiritual, é a pessoa despojada, desprendida de seus interesses, que aceita depender de alguém, que reconhece suas incoerências e não culpa os outros por suas frustrações. É uma pessoa inofendível. Enfim, o pobre das Bem-aventuranças é a pessoa que fez opção pela pobreza - material e espiritual - como um valor. Estes pobres recebem o Reino.

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Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

A mansidão se identifica com a humildade e se opõe ao orgulhú. Orgulhosa é a pessoa escrava de suas ambições egoístas e que, ao invés de colocar sua capacidade e seu trabalho ao serviço dos outros, procura dominá-los e servir-se deles. É uma pessoa de fala, há sempre um Assim, perde logo a bilidade de trair-se.

difícil diálogo, porque, por trás daquilo que interesse que não quer revelar aos outros. paciência e levanta a voz, à menor possiÉ, pois, de difícil convivência.

Manso não significa bobo, mas sim uma pessoa equilibrada, dona de si mesma. É a que oferece a outra face. O manso possui a Terra, porque sabe conviver!

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Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

O sofrimento faz parte da vida, e pode de oportunidade para o homem descobrir sobre a sua realidade, sobre as motivações age, para fazer a grande ultrapass~gem do

se constituir na grano seu valor, refletir profundas pelas quais egoísmo para o amor.

O consolo é justamente libertar-se do poder escravizador do sofrimento. É passar por ele sem perder a coragem, o gosto pela vida.

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- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! O cristão deve, na verdade, ter fome de perfeição e sede de justiça. Libertando-se das escravidões que o impedem de viver as Bem-aventuranças, o amor que então começa a experimentar vai provar-se no serviço aos outros. Ao mesmo tempo, o contato com as necessidades dos outros o ajuda a libertar-se mais. Diante da realidade de injustiça em que vivemos, vai superar-se a si mesmo e lançar-se numa constante "ajuda fraterna ao irmão que sofre e empenhar-se na construção de estruturas sociais justas, que permitam a todos os homens viver com dignidade" (Campanha da Fraternidade de 85, n.0 78). Contudo, o cristão não para aí.

- Bem-aventura'dos os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! O perfil traçado por Cristo nas Bem-aventuranças é de alguém que ama, e quem ama vai além da justiça. Esta é estática, limitada, e o amor é dinâmico, sem limites. Quem ama alcança a misericórdia. Utópico? Não. Difícil? Sim! É uma caminhada que já iniciamos e que não tem fim, mas precisa ser revista de tempos em tempos (balanço) e exige muita vigilância, muita abertura de coração ao dom de Deus e muita oração.

Carinhosamente,

Cidinha e Igar

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!: o Espírito que unifica o Povo de Deus. !: Ele, de fato, que, habitando nos crentes e enchendo e regendo toda a Igreja, produz aquela maravilhosa comunhão dos fiéis e os liga muito intimamente a Cristo, que é o princípio de unidade da Igreja. Unificando a Igreja, o Espírito torna mais crível a Sua palavra, pois a unidade entre os seguidores de Cristo constitui o critério de credibilidade dos cristãos e de Cristo mesmo.

o

O Espírito Santo

é o agente principal da evangelização: é Ele que impele a que se anuncie o Evangelho e que, no íntimo das consciências, faz que se acolha e compreenda a palavra da Salvação.

Lumen Gentium

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O CORPO DE CRISTO

"O pão que Eu darei é a minha carne para a vida do mundo" (Jo 6, 51)

A Eucaristia é o ponto de encontro para todos aqueles que renasceram no Cristo. :É o lugar de conver,.ência do novo amor " ca t'l• . 1. b o 1co , , un1versa É o círculo central, de onde começam todas as jogadas da nossa vida, de onde partem as decisões mais importantes e de onde tem início o nosso destino.

No dia em que dispensássemos a Eucaristia, o Cristianismo se tornaria uma espécie extinta. uma peça de museu. É ao redor da Eucaristia que nasce. se desenvolve e cresce a vida cristã. Por isso, se você permite, vou lhe dirigir uma pergunta inquietadora:

"Você aceita a Eucaristia em sua vida?" Se a aceita, você está no bom caminho para se tornar um homem novo, aquele homem que o mundo está esperando há tanto tempo, mas que parece ainda não ter nascido. Aquele exemplar de homem diferente, porque inteiramente refeito por dentro, no qual todos se possam espelhar. O homem transparente, a reproduzir o Cristo. Se, porém, não aceita a Eucaristia, francamente, eu não saberia o que pensar de você. Provavelmente, você seria um esboço de homem e uma caricatura de cristão. O nosso ponto de referência está no altar, onde se celebra todos os dias e em lugares tão diversos o novo nascimento do filho de Deus. É lá que encontramos a luz e a coragem para realizarmos nossos projetos, que irão transformar a sociedade em que vivemos, a partir do coração da gente. Não é brincadeira. É o corpo de Cristo que se oferece como alimento, para que o mundo possa continuar com vida.

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Mas você bem o sabe. O corpo de Cristo não é apenas a Eucaristia: Não é apenas aquela pequena hóstia branca ... Também o seu irmão é a extensão do corpo de Cristo . . É assim, toda a assembléia, o conjunto dos fiéis, a Igreja Umversal todos formam um só Corpo, com você e com o Cristo.

Daí, é preciso que eu interrogue: Você, consumidor assíduo de hóstias brancas, freguês da Eucaristia, convidado de honra ao banquete do Senhor; você, que faz questão de se apresentar de veste cândida ao jantar do grande Rei, - veja se aceita de verdade todo o Corpo de Cristo. · Seria pura ilusão pretender se encontrar com o Cristo na Igreja, ao redor de um altar, depois de tê-lo desconhecido e recusado lá fora, na pessoa de um irmão. Seria mentira dizer que você ama o Deus da Eucaristia, quando deixa seu coração mergulhado num círculo gélido de egoísmo com relação ao seu se~ melhante. · Ou você aceita todo o corpo do Senhor, e a sua Eucaristia é verdadeira. Ou não aceita, e então sua celebração eucarística se torna um atentado contra a unidade. O seu irmão é "carne de sua carne e osso de seus ossos". Você teria coragem de recusá-lo, de marginalizá-lo, de odiá-lo? Seria absurdo você não concorda? Porque "ninguém jamai,s odiou sua prÓpria carne, mas nutre-a, cuida dela, assim como Cristo faz com a Igreja. De fato, todos são membros do se';! corpo". Deus deu a vida para manter-nos unidos. Ninguém separ~ o que Deus uniu. Pe. Virgílio Ciaccio ("0 Círculo Central"- Do livro "Meu Cristo de Cada Dia "~

o

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O XIC? CONGRESSO EUCARíSTICO NACIONAL

.. De 1,6 a 21 de julho, ou seja, dentro de pouco mais de um mes. sera celebrado em Aparecida o XI.° Congresso Eucarístico ~acio~~l. Como todos os Congressos Eucarísticos, seu objetivo e glonf1car a Deus na Eucaristia e proporcionar ao Povo de Deus melhor conhecimento do Mistério Eucarístico. Nos últimos tempos, no mundo inteiro, além dessa finalidade primordial, os Congressos Eucarísticos têm tido como tema os grandes problemas da humanidade, pois Deus se fez homem em Cristo e nada do que aflige o homem Lhe é indiferente. "Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt. 28, 20): na Eucaristia Jesus continua presente, assumindo conosco todos os problemas. Para a Eucaristia convergem todas as dores e todas as esperanças dos homens. Assim, o tema deste Congresso será o Magnificat e seu lema o mesmo da Campanha da Fraternidade, Pão para quem tem fome, pois proclamou Maria no seu hino de ação de graças que o Senhor "sacia de bens os famintos". Quando a recessão, o desemprego, a injusta repartição dos bens essenciais à vida levam tantos ao desespero, não se poderia ignorar a trágica realidade da fome "que avassala a periferia das grandes metrópoles e atinge os arredores das cidades p~quenas, se instala em toda parte ... " {Boletim do Congresso). A outra fome, a fome existencial, "que nasce do íntimo do homem e transcende a fome de pão material" (texto-base da C.F.), à qual somente Deus pode responder - e com que resposta: seu próprio Filho! -, será dado o destaque de todos os Congressos Eucarísticos, com celebrações específicas, procissões, adoração noturna, etc. Entre os frutos do Congresso, que se propõe saciar a fome de Deus e promover a partilha entre irmãos para que não haja mais famintos entre nós- seja de pão, seja de amor -, espera-se também, com o tema do "Magnificat", um aumento da devoção a Nossa Senhora.

o 10 -

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"Não posso permanecer calado .. . não podemos ficar inativos ... " -

Um alerta do Papa

Diante de centenas de milhões de pessoas que carecem de alimentação, e quando sucede que milhões de crianças por esse fato ficam marcadas irremediavelmente para o resto da vida, e que morrem milhares dentre estas, não posso permanecer calado. nós não podemos ficar silenciosos ou inativos. Deparamos com situações intoleráveis: pensemos, por exemplo, na situação dos agricultores braçais, que não recebem a justa remuneração pelo seu trabalho penoso; pensemos, igualmente, nos camponenses desapossados das próprias terras, que passam a produzir para pessoas ou grupos já abundantemente providos de sustento e que acumulam fortunas à custa da fome e do sofrimento dos outros. E quantas e quantas outras causas e situações de fome não poderiam aqui ser citadas! Será que na mesma família uns podem comer quanto lhes apetece, enquanto os seus irmãos e irmãs ficam excluídos da mesa? Entretanto, só o pensar naqueles que sofrem não basta. A c:onversão do coração há-de levar-nos a juntar à oração o jejum, vivificando com a caridade de Deus as diligências que nos são inspiradas pelas exigências da justiça para com o próximo. "Tenho compaixão desta gente" (Me. 8, 2), dizia Jesus antes de multiplicar os pães para alimentar aqueles que o seguiam, havia três dias, para ouvirem a sua Palavra. F. não é somente pela fome do corpo que a humanidade sofre: muitos irmãos e irmãos nossos têm igualmente fome e sede de dignidade, de liberdade, de justiça, de alimento para a sua inteligência e para a sua alma; há desertos também para os espíritos e para os corações! Tenhamos sempre presente que partilhar é fazer chegar aos outros aquilo que Deus lhes destina e que a nós mais não foi do que confiado. Dar fraternalmente, deixando-nos guiar pelo Amor que vem de Deus. é contribuir para sacia; a fome corporal e para alimentar os espíritos e alegrar os coraçoes. (Da Mensagem para a Quaresma de 1985)

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O Brasil é o sexto país em número de subnutridos

Segundo notícia publicada pelo CIC, no 7.° Congresso Latino-Americano sobre nutrição realizado recentemente em Brasília, 300 professores nutricionistas de diversos países chamaram a atenção para o considerável aumento da desnutrição ~esde 1981. O Brasil possui o sexto maior contingente de desnutndos do planeta com cerca de 80 milhões de pessoas... Deste número, 12 milhÕes são crianças de até seis anos de idade. Dados do Ministério da Saúde indicam que a mortalidade infantil deverá atingir em 1985 a cifra de 300.000 brasileiros de até um ano de idade, vítimas da fome ou de outros problemas agravados pela redução da resistência do organismo da criança. E nós, o que fazemos? O que faremos? ...

o Preparando o Congresso

D. Geraldo M~ia de Morais Penido, Arcebispo de Aparecida, encarece a necessrdade de se preparar _o Congresso, individualmente e em grupo, por meio de "leitura estudo meditação ora- contemplativa, horas santas, vigílias' eucarísticas" ' ' de çao além visitas ao SS. Sacramento e, principalmente, da participação mais freqüente e fervorosa -"diariamente ou ao menos algumas vezes na semana" - no sacrifício eucarístico. A nós equipistas compete ainda, ao rezar o nosso "Magnificat" diário, procurar meditar-lhe o sentido profundo e agradecer, com Maria e toda a Igreja, o Dom de Deus, Seu Filho, que se faz Pão na Eucaristia para dar-nos a Vida e, "mistério de unidade", revigora o nosso amor e fortalece o nosso casamento. Em equipe, podemos colocar-nos as seguintes perguntas:

- nossa maneira de viver em equipe expressa a partilha da vida e do pão? - quais as conseqüências soctats de nossa participação na Eucaristia? ela nos leva a multiplicar e dividir o pão?

• 12 :-:--


O

MAGNIFICAT

A palavra "magnificat" provém do verbo latino "magnificare", que significa celebrar, glorificar, engrandecer, exaltar, louvar, gabar, ter em grande conta, estimar. Em português usamos uma palavra parecida: magnífico. A Virgem Maria recitou o Magnificat na casa de Zacarias, logo que foi reconhecida a sua maternidade divina por Santa Isabel, mãe de São João Batista. Inspirou-se no cântico de Ana, mãe de Samuel (1 Samuel 2, 1-10). Composto quase exclusivamente de versículos dos salmos, cuja recitação era familiar à Virgem Maria, o Magnificat, portanto, não foi improvisado por ela: corresponde, isto sim, a uma explosão de júbilo, da alegria de Deus que inundava o coração de Maria desde o dia da Anunciação. Não é uma resposta aos elogios da prima Isabel, mas uma elevação da alma em êxtase; uma profecia. Nele aparece o paralelismo característico da poesia semítica, dos salmos e hinos hebraicos, paralelismo esse que consiste em repetir a mesma idéia com outras palavras. ú único evangelista a conservar o Magni-(icat foi São Lucas (1, 46-55).

-oO Magnificat consta de três partes: O louvor de Maria a Deus, por tê-la escolhido para ser mãe do Salvador

Vai do versículo 46 ao 50. Maria começa agradecendo a Deus; aparece o paralelismo (sinônimo): engrandece-exulta· alma-espírito; Senhor-Deus. O gozo de Maria, sua alegria, estâ em "Deus, meu Salvador", que não só liberta do mal, mas concede benefícios. O Salvador que traz em seu seio é Yehoshua (Jesus), que significa "Javé (Deus) salva". E ela se alegra e louva a Deus Salvador, que é o seu filho. Maria atribui esta graça à bondade de Deus, que "olhou para a baixeza, a humildade de sua serva". O Senhor olhou para a condição social de Maria: era uma jovem desconhecida, residente -13-


num vilarejo perdido entre as montanhas da Galiléia. Não olhou, não escolheu uma dama, princesa, matrona, rainha, mas uma jovem ignorada. Por essa olhada de escolha, "doravante toda a terra cantará os meus louvores". Sempre que louvamos a Maria estamos cumprindo essa sua profecia. Eternamente ela será louvada, porque o Senhor nela fez maravilhas: tornou-a mãe-virgem do Salvador. Só Deus todo-poderoso poderia fazer isto. Todo esse poder é exercido por amor e misericórdia. A redenção é a maior prova de amor por parte de Deus.

O reconhecimento da providência divina no governo do mundo Nos versículos 51 a 53, ela mostra Deus agindo como homem: o poder, a força do seu braço. Dispersou os inimigos que tinham o coração cheio de pensamentos orgulhosos; não se trata de inimigos armados, mas dos sábios mundanos, dos que não têm a sabedoria procedente de Deus. Frente a essa sabedoria terrena, Deus realiza suas obras estupendas: uma virgem torna-se mãe e uma serva será a mãe de Deus Salvador.

Com a encarnação do Verbo, Deus cumpre a promessa feita aos antepaJSsados Versículos 54 e 55. Maria proclama que as maravilhas que Deus está operando nela são o cumprimento, a realização das promessas messiânicas feitas ao povo de Israel.

-oSão estas as grandes linhas do Magnificat. Vamos agora examinar os versículos um por um, procurando penetrar o significado dessas palavras admiráveis,

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"Minha alma engrandece o Senhor". O fim do homem é louvar o Senhor. Maria não diz que engrandeceu nem engrandecerá, mas agora, no presente, engrandece. Nela o louvor a Deus é sempre atual. "Exulta meu espírito em Deus meu Salvador". Isabel recordou-lhe as grandes graças; Maria parece não dar tanta importância aos dons, mas sim ao Autor desses dons. A Virgem alegra-se em Deus, na posse perfeita do Senhor. É um gozo íntimo, espiritual, que tem por objetivo Deus. O seu regozijo está em Deus Salvador; que teria adiantado Deus nos ter criado se nos perdêssemos? Alegremo-nos porque Deus é também o nosso Salvador. -

14 .,-


-

''Pôs os olhos na humildarle de sua serva". Quanta humildade em Maria! Acaba de ser saudada por um anjo em nome de Deus, acaba de ser elevada a mãe de Deus, acaba de ser proclamada bendita entre as mulheres, e ela se abisma no mais profundo de sua humildade: considera-se a escrava do Senhor.

- "Doravante toda a terra cantará os meus louvores". O humilde encanta a Deus e Ele o cumula de benefícios. Quem foi mais humilde do que Maria? Porque ela se humilhou, Javé a cobriu de favores e por isso as gerações a proclamarão bem-aventurada. Ela quis ser serva do Senhor e Ele a fez rainha. Estas palavras encerram uma profecia. A Virgem prediz que toda a terra cantará os seus louvores. Este vaticínio se cumpriu e se cumpre: pensemos nos títulos dados a Maria, nas festas, nos templos, santuários, altares, monumentos, nos meses de maio e outubro; quantos nomes geográficos e quantas pessoas com esse nome! "O Senhor fez em mim maravilhas; Santo é o seu nome". A humildade não consiste em dizer mal de si ou em não reconhecer os benefícios divinos em nós. Maria ensina a humilrlade verdadeira: reconhecer que o que há de bom em nós veio de Deus. A que maravilhas alude Maria? Ela lembra a sua predestinação eterna, a sua imaculada conceição, a anunciação do anjo, a encarnação do Verbo; ela recorda que, apesar de ser criatura humana, é mãe de Deus e é mãe sem deixar de ser virgem. Todas estas maravilhas as atribui ao poder, à santidade, ao amor, à bondade, à misericórdia de Deus. "Santo é o seu nome": para os israelitas o nome é a própria pessoa, portanto Deus é santo.

"Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem". Eis a outra face da humildade. Maria não é egoísta, ela se alegra porque Deus estende aos outros v amor que teve para com ela. A verdadeira humildade não exclui, não inveja o bem alheio. Aqui, temor não é sinônimo de medo, mas temor filial, respeito. Devemos ter medo, sim, de ofender a Deus. Devemos temer a nossa fraqueza. "Demonstrando o poder de seu braço dispersa os soberbos". Agora a Virgem lembra o poder de Deus: o céu com suas grandezas imensas, os infinitos astros; a terra com seus rios, lagos, mares, plantas, animais, o homem. O Poder de Deus manifesta-se também na justiça: com sua misericórdia socorre os humildes, sua justiça cai sobre os soberbos. -

15 ;_


"Abate os poderosos de seus tronos e eleva os humildes". Pode ser uma alusão a Herodes, usurpador do trono de Davi, mas que será herdado por seu filho, conforme promessa do anjo Gabriel: "Deus lhe dará o trono de seu antepassado Davi". Javé despreza os poderosos e detesta as vaidades da t~rra, pois procurou Maria entre os humildes. Quando seu filho nascer em Belém, os anjos avisarão modestos pastores, mas os poderosos e soberbos serão esquecidos. Como deve ser terrível esse desprezo por parte de Deus! "Sacia de bens os famintos e despede os ricos sem nada". Aqui Maria se refere à outra face da humildade: a pobreza voluntária, o espírito de pobreza, o desapego, o conformar-se com sua própria situação, o não ter inveja dos que têm mais. Os vazios de bens deste mundo serão repletos de bens espirituais. São condenados os ricos usurários, e não os generosos. -

"Acolhe Israel seu servidor, fiel a seu amor". Agora a Virgem recorda a grande misericórdia de Javé em favor de seu povo: libertou-o da escravidão do Egito, alimentou-o nos qua-renta anos de deserto, fê-lo entrar na terra prometida. Apesar de Israel ser infiel, Deus não o abandonou. Mas essa acolhida vale para todos os povos, pois em Abraão serão abençoadas todas as nações (cf. Gen. 12, 3). "E à promessa que fez a nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos para sempre". Deus é fiel ao que promete, apesar da nossa infidelidade. São Paulo diz que Deus manifesta sua fidelidarle de três modos: não permitindo ao demônio que nos tente além de nossas forças; não nos abandonando durante a tentação; dando-nos o prêmio eterno por Ele prometido. Essa fidelidade divina é o fundamento de nossa esperança. "P.ara sempre": a redenção é eterna. -o-

A excelência e sublimidade do "Magnificat" É verdadeira oração, porque é um hino de louvor a Deus. Maria, extasiada pela recordação de tantos benefícios de Javé, eleva-lhe um poema de louvor pela sua bondade e grandeza.

O Magnificat nasceu do coração puríssimo e brotou dos lábios virginais de nossa mãe do céu. É o cântico de Maria cheia do Espírito Santo e trazendo em si o Filho de Deus. Em nome de todos os remidos, a Virgem recita este cântico de louvor à obra

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da Redenção humana. Haverá hino que mais agrade ao Senhor do que este, que lhe recorda o amor intenso de quem o compôs? É o cântico de amor e agradecimento de Maria. Agradece a Deus a maravilha da Encarnação; agradece a bondosa proteção fiada aos humildes; agradece a proteção dada a Israel. Com quanto fervor e devoção devemos agora mais do que nunca rezar o Magnificat, o desabafo do coração agradecido de Maria. Quando tivermos de dar graças a Deus, façâmo-lo com as palavras de Maria. Se o Pai Nosso é a oração ensinada por Jesus, o Magnificat é a prece ensinada por Maria.

Pe. Antonio Lorenzatto Conselheiro Espiritual do Setor C ne Porto Alegre

"0 MAGNIFICAT de Nossa Senhora é fonte perene de inspiração para a prece e o compromisso evangélico das comunidades. "

(Texto-base da C. F.)

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Na casa d~ Nazaré, Maria prepara o pão de cada dia. Ela põe na farinha a porção necessária de fermento. Ela amassa e amolda a mistura. Ela a deixa repousar. E, em breve, a massa começa a crescer. Vai cozinhar-se o pão, e é dele que se vão alimentar. O jovem adolescente vê esses preparativos. Talvez, provavelmente até, ele ajuda a sua mãe a fazer o pão. No espírito de Jesus torna-se nítida a semelhança entre estas operações domésticas e o mistério do Reino. "'O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher pegou e misturou com três medidas de farinha, até que toda a massa levedou" (Mt. 13, 33}. O Reino cresce em silêncio, como o grão de cevada, como a árvore cujo crescimento escapa à nossa vista. Vem um momento em quP. desabrocha, em que irrompe. É preciso que, semelhante ao fermento posto na farinha, o Reino esteja primeiro escondido nas profundezas da nossa alma, aí permanecendo como o nosso íntimo segredo. O fermento entretanto atua. O Reino invisivelmente trabalha dentro de nós. Ao tempo do recolhimento, ao tempo da espera e do silêncio deve suceder o tempo em que o Reino irrompe.

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Um monge da Igreja do Oriente

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A PAZ E OS JOVENS CAMINHAM JUNTOS

tContlnuação da Mensagem do Papa João Paulo ll para o Dia Mundial da Paz)

O valor da paz A causa da paz, desafio constante e iniludivel dos noss08 dias, ajuda a descobrir-v08 a vós próprl08, e a descobrir os voss08 valores. As realidades são inflexíveis e aterradoras. Gastam-se somas Ingentes em armas. Enormes recurs08 materiais e ta:entns intelectuais são dedicados exclusivamente à produção de armas. Tomam-se posições polltlcas que, não raro, em vez de reconciliar e de aproximar os pov08, erguem barreiras e isolam nações umas das outras. ( .. . ) Então por entre muitos cant08 de sereia, aliciando à busca egoísta dos próprios Interesses, os homens e mulheres de paz devem aprender, antes de mais, a ter na devida consideração 08 valores da vida e procurar confiadamente pô-108 em prática. O chamamento a serem artífices da paz ~sentará então, firmemente, no apelo à conversão do coração, como procurei mostrar na Mensagem pelo Dia Mundial da Paz no ano passado. ( ... )

O valo!." da justiça

IJ '

O bem de toda a humanidade é, no fim de contas, a razão pela qual devemos assumir como no.ssa a causa da paz. Ao dizer isto, convido-08 a não concentrar a sua atenção apenas na consideração da ame~ça à paz que habitualmente se costuma relacionar com o problema Este-Oeste; mas a' argar quanto possível o esquema de pensar às dimensões de todo o mundo, incluindo as chamadas tensões Norte-Sul. Como noutras ocasiões no passado, também hoje quereria afirmar que estes dois problemas - paz e desenvolvimento andam interligados e devem .ser tratados conjuntamente, se se quiser que os jovens de hoje herdem amanhã um mundo melhor. Um dos aspectos dessa inter-relação é bem vlsivel na utilização de recursos para. um objetivo (armamento), mais do que para um outro (desenvolvimento). Mas essa conexão real não se reduz somente ao uso de recursos, por muito importante que isso possa ser: bá aQUela que se dá entre os valores que levam ao empenho pe:o desenvolvimento no .seu verdadeiro .sentido.

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Com efeito, assim como a verdadeira paz exige mais do que a simples ausência de guerra ou o mero desmantelamento doo sistemas de armamentos, assim também o desenvolvimento. no seu sentido verdadeiro e integral, nunca poderá ser reduzido a um simples plano econômico ou a uma série de projetos tecnológicos, por muito bons que eles sejam. Em toda esta área do progresso que nós dhamamos paz e justiça, é necessário que sejam aplicados os mesmos valores que resultam da idéia que temos do homem e de Deus na sua relação com a estirpe humana. Aqueles mesmos valores, afinal, que levam o homem ao compromisso de tornar-se artífice de paz, serão os valores que o impelem a promover o desenvolvimento integral de todos os seres humanos e de todos oo povos. j I

O valor da participação

Um mundo de justiça e de paz não pode ser criado apenas com palavras, nem pode ser imposto por forças externas: deve ser desejado e realizado mediante a contribuição de todos. ll: essencial que cada ser humano tenha o sentido da participação, de ser "parte" ativa nas decisões e nos esforços que forjam o destino do mundo.

No Passarto. a violência e a injustiça tiveram com freQüência a sua raiz na senção que as pessoas viviam, de estarem privadas do direito de plasmar as suas próprias vidas. E não uoderão ser evitadas futuras violências e injustiças enquanto e onde for recusado o direito fundamental à participação nas decisões da sociedade. ( ... ) A participaç ão é um direito, mas implica também obrigações: deve ser atuada com o respeito pela dignidade da pessoa numana. A confianca mútua entre os cidadãos e os dirigentes é ·O fruto da prática da participação; e a participação, por sua vez, é uma pedra angular para construir um mundo de paz.

A vida: um caminho de descobertas

Convido a todos vós, jovens do mundo, a assumir a responsabilidade na maior das aventuras espirituais em que a pessoa se possa lançar: construir a vida humana, individualmente e em sociedade, com o respeito pela vocação do homem. Pode-se dizer, de fato, justamente, que a vida é um caminho de descobertas: descoberta daquilo que vós sois, descoberta dos vl!.1ores que p:asmam a vossa vida, descoberta dos povos e das nações aos quais todos estão ligados por laços de solidariedade. Ainda que este itinerário de descobertas seja mais evidente no tempo da juventude, é um itinerário que nunca acaba. Ao longo de toda a vossa vida vós tereis que afirmar e reafirmar os valores que vos iluminam a vós próprios e iluminam o mundo: os valores que favorecem a vida, que refletem a dignidade e a vocação da pessoa humana e que constroem um mundo a viver em paz e justiça.

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Existe hoje por toda a parte entre os jovens um notável consenso quanto à necessidade da paz; e este fato representa um enorme potencial de energia

para o bem de todos. Mas os jovens não se devem sentir satisfeitos só com um dP.sejo instintivo de paz; este desejo tem que ser por eles transformado numa firme convicção moral, que abarque a totalidade dos problemas \humanos e assente sobre valores cuidadosamente preservados. O mundo precisa de jovens que tenham bebido com toda a seriedade nas fontes da verdade. Tendes de vos pôr à escuta da verdade, e para Isso necessitais da pureza de coração; haveis de compreendê-la, e para isso precisais de uma profunda humildade; tendes de vos submeter a ela e de a partilhar, e para isso tendes necessidade de força para resistir às tentações do orgulho, da auto-suficiência e das manipulações. Deveis desenvolver em vós mesmos um profundo sentido de responsabilidade. A responsabilidade da juventude cristã lt meu desejo recomendar-vos vivamente este sentido de responsabilidade e de compromisso para com os valores morais a vós, jovens caJtólicos; e, juntamente convosco, a todos os irmãos e irmãs que confessam o Senhor Jesu.<;. Como cristãos, estais consciente.'\ de ser filhos de Deus e de partidpar da natureza divina, envolvidos pela plenitude de Deus em Cristo (cf. 1 Jo 3, 2; 2 Pdr 1, 4; Ef 3, 19). Cristo ressuscitado dá-vos a paz e a reconciliação, como seu primeiro dom. Deus, que é paz eterna, fez a paz com o mundo por Cristo, Principe da Paz. Esta paz foi derramada nos nossos corações e ai está a "habitar", mais entranhadamente do que todas as inquietudes da nossa mente e do que todos os tormentos do nosso coração. A paz de Deus anima a vossa mente e o vosso coração. Deus dá-vos a sua paz não como um bem que possais guardar apenas para vós, mas como um tesouro que possuis somente quando o partilhardes com os outros. Em Cristo, podeis acreditar no futuro, mesmo que não possais discernir a forma que ele revestirá. Podeis entregar-V<>s ao Senhor do futuro; e, desse modo, superar o desalento perante a magnitu<!e da tarefa e do preço a pagar. Aos discípulos desanimados a caminho de Emaús, o Senhor disse: "Não tinlla " MP.o:;sias de sofrer essas coisas, e assim entrar na sua glória?" (Lc. 24, 26). O Senhor dirige estas mesmas palavras a cada um de vós. Por isso, não tenhais medo de comprometer a vossa vida ao serviço da paz e da justiça, pois sabeis que o Senhor está convosco ao longo de todos os vossos caminhos.

O Ano Internacional da. Juventude Neste ano que a ONU declarou Ano Internacional da Juventude, quis dirigir a minha mensagem anual pelo Dia Mundial da Paz a todos vós, jovens do mundo inteiro. Que este Ano seja para cada um de vós um ano do mais profundo empenho pela paz e pela justiça. Sejam quais forem as vossas escolhas, fazei-as com coragem e vivei-as com fidelidade e respon-

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sabilldade. Seja qual for o caminho que tornardes, percorrei-o com esperança e confiança: esperança no futuro que, com a ajuda de Deus, podereis forjar; e confiança em Deus, que vela por todos vós e por tudo o que dizeis e fazeis. (. .. ) O desafio da paz é grande, mas a recompensa é ainda maior; porque o vosso empenho em favor da paz levar-vos-á a descobrir o que é mP.lhm· para vós próprios, ao procurardes aquilo que é melhor para os demais. Estareis a crescer e a paz estará a crescer convosco. Que este Ano Internacional da Juventude seja também para os pais e educadores ocasião favorável para uma revisão de suas responsabllidades para com os jovens. Acontece que muitas vezes os seus conselhos são recusados e o que fazem é posto em causa. E no entanto, eles têm muito para lhes dar quanto a sabedoria, coragem e experiência. A sua missão de acompanhar os jovens na busca de orientação não pode ser assumida por mais niruruém. Os valores e os modelos que apresentam aos jovens hão-de, porém, ser refletidos claramente na sua própria vida; de outro modo, as suas palavras ficariam privadas de poder de persuasão e a sua vida marcada por uma contradição que os jovens com toda a razão não aceitariam. ~~

No final desta Mensagem, quero assegurar-vos a minha oração em cada dia deste Ano Internacional da Juventude para que os jovens respondam aos apelos da paz. Peço a todos os meus irmãos e irmãs que se unam comigo nesta oração ao nosso Pai do Céu, para que Ele nos ilumine a todos os que temos a responsabilidade da paz e especialmente à Juventude, a fim de que os Jovens e a Paz, na verdade, caminhem juntos!

Vatica110, 8 de dezembro de 1984.

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PAIS E FILHOS: A CULPA DE CADA UM

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Hoje em dia, culpar os pais pelos erros e desvios da juventude tornou-se. lugar comum. São poucos os palestristas que concedem aos pa~s um bom desconto quando a filha se prostitui, ou 9-uando o filho assalta, rouba ou se droga. Na ânsia de ajudar os JOvens, acabam por prejudicá-los ainda mais, quando os eximem totalmente da responsabilidade e a jogam sobre os pais incompetentes ou repressores que tiveram. Até onde é justo enveredar por este caminho? Até onde os pais são sempre ou quase sempre culpados e até onde os filhos sempre, ou quase sempre, inocentes ou vítimas? Como explicar que na mesma família quatro filhos se comportem bem e um se desvie? Teriam os pais acertado com os quatro e errado com o quinto? Ou teriam os quatro algum mérito em viver sem ter ou t.:ausar problemas, e o quinto alguma culpa em ter e causar os problemas que causa? Na verdade, a vida ensina muitas coisas. E aos que trabalham desde longa data com a juventude, ensina que, na verdade, já faz tempo que os jovens não mais pertencem aos pais. Estão muito mais sujeitos à influência de fora do que de dentro da família. Rádio, televisão, escola, livros, revistas, jornais, grupos, igrejas, trabalho, tudo isto é hoje envolvente demais. Os pais ficam muito tempo longe dos filhos e estes passam a maior parte do dia fora de casa ou, se dentro, fechados no seu mundo e sem diálogo com os pais que, por sua vez, também se fecham. Exceção feita às famílias mais conscientes, a grande maioria dos pais e filhos raramente conversam coisas que valha a pena. Há um grande silêncio barrando o diálogo entre pais e filhos. Rapazes e meninas que erram, e erram feio, podem ser vítimas de seus pais, mas nem sempre o são. Muitas vezes os pais são ótimos, mas o ambiente não é. E os filhos escolhem o ambiente, ao invés dos pais. Se há pais culpados, também há filhos -23-


culpados. Se há pais cheios de méritos, também há filhos cheios de méritos. Na verdade, nessa história de culpa é bom dividir melhor as responsabilidades. Um filho que se droga ou uma filha Que se prostitui em geral têm grande parcela de culpa, da mesma forma que um filho ou uma filha que assumem a vida sem maiores desvios têm grande parcela de mérito. Um bom filho nem sempre é resultado de maus pais. Antes de trabalhar com os jovens, romanticamente eu acreditava no ditado: tal pai tal filho. A vida me ensinou que isto não é verdade. Há pais que não merecem os filhos que possuem e há filhos que não merecem os pais que têm. E enquanto cada qual não assumir a própria parcela de mérito ou de culpa, será muito difícil reconstruir a família e a sociedade. Chega de culpar os outros pela nossa própria incompetência. . . Há filhos bons e maus; pais bons e maus. O resto é poesia, mas está longe de ser pedagogia ... José Fernandes de Oliveira scj (Pe. Zézinho) (Da Revista "0 Recado")

O amor é difícil. O amor de um ser humano por outro é talvez a prova mais difícil para cada um de nós. ll: o nosso mais alto testemunho, a obra suprema de que todas as outras são apenas a preparação. ll: por isso que os seres jovens, novos em tudo, não sabem ainda amar: têm de aprender. Rainer Maria Rilke

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CARTA DE UMA JOVEM A SEUS PAIS

Papai e mamãe, ~stou escrevendo-lhes porque o sol está brilhando, as pessoas sorrmdo. . . e eu não tenho nada que fazer. . . por nenhuma razão, exceto, naturalmente, porque me lembrei que amanhã é um dia muito especial e importante para vocês e para algumas pessoas mais ...

Queria poder escrever-lhes algo muito bonito nesta data, mas não consigo encoatrar nada tão especial quanto esta "coisa maravilhosa" que vocês têm um pelo outro, que nasceu há mais de 26 anos, com uma força e brilho tal que os uniram durante tanto tempo, no meio desta vida tão cheia de desencontros e desamor. Parece que cada dia é mais difícil as pessoas se amarem de verdade. Mas todos nós esperamos um dia encontrar um amor tão bonito quanto esse que vocês encontraram. A receita eu já sei, é simples, vocês já me ensinaram, me dando amor, ternura e apoio nas minhas lutas. Falta alguns "ingredientes" ainda (será o fermento?) para me fazer "crescer" um pouco. Pode ser o tempo. É preciso esperar com otimismo, de sorriso e peito abertos e antes de mais nada saber viver, não é? Por falar nisso, todos nós vivemos em busca de um companheiro; muitos de nós estão carentes e desencontrados; queremos amor, só queremos ser felizes. Queremos encontrar esse amor de vocês. Para isso, temos que seguir seu exemplo: se abrindo um para o outro, dissolvendo barreiras de preconceitos e valore~ ... "não ter medo de amar". antes de tudo. Que suas vidas sejam mais vida, que sua felicidade seja mais feliz e que vocês descubram sempre "uma razão para viver•·. Beijão bem forte, com muito amor, de sua filha que os ama "pacas ", tá?

Rosana (19 anoo, filha de um casal da Equipe 2 de Lins)

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OS

MEIOS

SÃO

AS

REGRAS

"As regras são asas para voar em direção a Deus" (São Vicente de Paulo)

Como seguir por uma estrada sem nenhuma sinalização? Claro que, se isto acontecer, chegaremos a lugares inesperados ou a lugar nenhum. Lendo recentemente o livro "A alegria da doação", de Madre Teresa de Calcutá, encontramos alguns tópicos sobre o amor às Regras e a fidelidade às Regras. Entusiasmados com a leitura, começamos a escrever, tentando criar um paralelo entre a Regra e os Meios de Aperfeiçoamento. E notamos que são realmente a mesma coisa. Devemos obediência aos Meios de Aperfeiçoamento como qualquer religioso deve obediência à sua Regra. Tanto um quanto outro está se esforçando para chegar à salvação e a Regra ou os Meios são os caminhos que nos conduzem à salvação. Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, nossa protetora, deve ser modelo de obediência e de aceitação: "Faça-se em mim segundo a vossa palavra." E Nosso Senhor Jesus? Obedeceu ao Pai "até a morte e morte de cruz". Como irmãos equipistas, quando demos o nosso sim ao Movimento, já sabíamos de tudo o que o Movimento m•s oferecia e de tudo o que ele nos iria pedir em termos de obediência no seguimento dos Meios de Aperfeiçoamento. Nisso está o nosso caminho, pois devemos almejar, como discípulos de Cristo, com a proteção de Nossa Senhora, que os outros digam de PÓs: "vejam como se amam!". Isto não é hipocrisia, é o nosso fim neste mundo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próxi.mo como a nós mesmos".

Escuta da Palavra e Meditação. Estes pontos nem parecem meio mas uma honra que Deus nos dá: temos acesso à Sua Palavra e à promessa de salvar-nos, se a segwrmos e V1venc1armos. '

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o


Oração conjugal. É um momento de obediência capital, pois prova do nosso amor a Deus. A oração a Ele dirigida nos eleva e conforta, ao mesmo tempo em que é uma declaração de arn?r ao próximo. personificado no cônjuge. A alegria será mawr se toda a nossa família rezar unida porque então a humanidade se expande. '

ea

Regra de vida. É ainda mais evidente sua relação com o amor de Deus para conosco e sua importância para nossa vida e nossa salvação. Quem não quer melhorar e com isso viver melhor, amar mais e mais profundamente seu próximo e, ao mesmo tempo, tornar mais fácil para os outros nos amarem e, juntamente, amarem a Deus, nosso Pai e Criador? Deve1· de sentar-se. No início, temos a falsa pretensão de que é fácil; depois, vem a covardia de dizer que não conseguimos, por várias razões, fúteis. Se tivermos a coragem de parar, de ~entar-nos um em frente ao outro, de mãos dadas, e pedir a Cristo que nos ajude, teremos condições de realizar um dever de sentar-se completo, profundo e transformador. Completo, no sentido de termos dito tudo e ouvido tudo. Profundo, ao ponto de, ao final, renovar nossas esperanças recíprocas e em relação a Deus, principalmente no amor que nos une e salva. Transformador, porque devemos assumir, a cada dever de sentar-se, o compromisso de mudar a nossa vida para melhor e para o alto. Não há corno negar que sempre nos sentimns bem após um banho completo. É assim que devemos nos sentir após cada dever de ~entar-se: renascidos, novos e esperançosos em nosso viver a dois. Retiro. É um grande dever de sentar-se com Deus, feito junto com outros irmãos. No retiro, nos encontramos mais próximos de Deus e dos nossos irmãos, vivendo momentos fortes de oração, de diálogo e de conversão. Cremos que não há outra saída a não ser assumirmos as nossas Regras, Meios de Aperfeiçoamento, como alimento diário. Só assim teremos condições de crescer em graça e amor diante de Deus e dos homens. É a estrada proposta pelo Movimento, por ela os P.quipistas devem caminhar. Rose e Elifas Equipe 3 de Brasilia

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RETRATO DE UMA EQUIPE POR ELA MESMA

Não somos profundos conhecedores da Palavra de Deus, mas buscamos com afinco aumentar o nosso conhecimento .. . Não fazemos todos os meios de aperfeiçoamento oferecidos, mas a cada dia que passa tentamos incluir mais um no nosso dia-a-dia ... Não somos azes da comunicação, mas temos um Orientador Espiritual que possui o dom da palavra . .. Não queremos povoar o mundo, mas não param de nascer bebês na nossa equipe ... Não somos "apóstolos", mas aos poucos vamos nos engajando em tarefas apostólicas ... Não somos irmãos de sangue, mas mais que isto, somos irmãos de Fé ... Não temos muito para dar, m as o pouco que temos queremos compartilhar com os nossos irmãos .. . Não nos faltam entusiasmo, coragem para lutar e vontade de crescer na Fé e na Caridade, assim como humildade para reconhecer que somos tão pequenos . . .

Equipe 9, de Ribeirão Preto

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DE NITERói, UMA SUGESTÃO PARA O BALANÇO

O tempo vai passando. Estamos habituados a viver em equipe. Pode ser que este ano tenha sido um ano como os outros. Pode ser que na história de nossa equipe tenhamos alguma coisa a registrar. Pode ser que nossa equipe tenha estado morna ou fria. Pode ser que nossa comunidade tenha vivido um ano de intensa atividade dentro e fora da equipe. É hora de balanço. Por onde começar?

Comunidade cristã Casais resolvem viver a expenencia da fraternidade-vida, da espiritualidade, da fé, da esperança e do amor. O livro dos Atos dos Apóstolos (2, 42-47) diz que a verdadeira comunidade é lugar de escuta da doutrina dos apóstolos, da perseverança na fraternidade, na oração e na fração do pão (Eucaristia). - Nossa equipe é uma verdadeira fraternidade cristã? Podemos dizer que nos ajudamos uns aos outros a crescer? O que é necessário melhorar em termos de vida de equipe?

Vida orante A Igreja conhece atualmente um interesse particular pela oração. Há muitos grupos de oração espalhados por toda a parte. As E.N.S. se propõem a ser um caminho de oração. A meditação diária da Palavra de Deus, a Eucaristia freqüente, o ingresso paulatino mas firme no nniverso de uma oração cada vez mais impregnada de silêncio, orientada realmente para Deus e menos para nós mesmos e os nossos interesses. Muitas vezes ainda rezamos só com os lábios. Ainda não chegamos à oração despojada do Cristo: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!" Ainda não somos totalmente capazes de dizer: "Faça-se em mim segundo. a tua palavra!" Talvez tenhamos ainda uma prática de oração por demais formalista, separada da vida. E a vida vai passando, quando deveríamos ser homens e mulheres de oração. -29-


- Estamos satisfeitos com nossa vida de oração pessoal, comunitária e conjugal? Que propósitos precisamos fazer para nos tornarmos realmente homens, mulheres e comunidade de oração?

Transformadores do mundo Arde dentro de nós uma convicção: não podemos ficar alheios a tudo o que se passa no mundo. Somos enviados. Somos missionários do Mestre, que nos chama à intimidade do seu amor na mesa da Ceia e na vida de equipe. Todas as dores do mundo e suas interrogações chegam até nós. Ecoam dentro de nós frases como estas: "Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo, vós sois o fermento da massa". Sentimos que nossa ação cristã tem vastíssimo campo: nosso lar, nosso ambiente de vida, nossa comunidade paroquial, o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Impossível não anunciar aquilo que arde dentro de nós! - Estamos sendo missionários? Qual é a nossa contribuição para que o Reino se instaure ou se reforce?

Ser equiplsta não é instalar-se religiosamente, ou considerar o Movimento como um instrumento mágico, que só pelo rótulo justifica e satisfaz. Ser equipista, iniciante ou após muitos anos de Movimento, é reconhecer, a cada dia, que, por mais que se tenha progredido, é necessário viver sempre a fome e a sede de Deus, valorizar os meios que o Movim.ento nos oferece ~ara um conheciment.o sempre maior de sua vontade. Pe. IVO MARTINELLI

Gonselheiro Espiritual em Bauru e Martlia

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PONTO ALTO NA VIDA DO MOVIMENTO

Não há dúvida: os EACREs são" o" acontecimento do ano, o ponto alto da vida do Movimento. Não só porque envolvem muita gente em muita preparação, em muita prestação de serviços, e muita gente em termos de presença, em muita oração, mas principalmente porque envolvem os Casais Responsáveis de todas as nossas equipes. O Casal Responsável continua sendo a peça chave, aquele que tudo pode e tudo deve fazer para que o grupo de casais a ele confiado por Deus durante o ano seja realmente uma Equipe de Nossa Senhora. Cargo de confiança, de "responsabilidade", como o nome bem indica. O Movimento não é outra coisa que uma "equipe de equipes". O seu valor como Movimento está em decorrência direta do valor de cada uma de suas equipes - como a saúde de um corpo depende do bom funcionamento de cada uma das células desse corpo. Por isso é tão importante o EACRE. É no EACRE que o novo Casal Responsável fica sabendo o que dele se espera em termos de animação de sua equipe, neste determinado ano da vida do Movimento e da vida da Igreja. É no EACRE que vai receber, através das palestras, através da liturgia, através do contato com os irmãos de outras equipes, de outras cidades, o impulso necessário para lançar-se a esta tarefa e nela perseverar. Tarefa nem sempre fácil, porque a equipe não é uma entidade abstrata, mas um conjunto de pessoas, com tudo o que isto comporta de dificuldades humanas. Pessoas que necessitam constantemente de conversão - por isso mesmo estão na equipe! O Casal Responsável é quem vai ter que zelar para que ninguém esmoreça nesse processo de conversão contínua. A começar por ele mesmo, pois é ele o timoneiro que conduz a barca. No EACRE é que vai receber o mapa e a bússola.

M. e G.

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EXEMPLOS DE IGREJA DOM~STICA (No EACRE 84, em Marilia)

. ~o~vida?os para a co~rdenação de um grupo de trabalho, Jamais 1magmamos que tenamos o privilégio de nos reunir com imbuído~ de tanta vontade de acertar de . viver realmente casais , . ' a m1stlca do Movimento, fazendo de suas casas uma verdadeira pequena Igreja- casais que tinham 2, 3, 4, 7, 10 e 18 anos de vivência equipista, e todos engajados em vários tipos de apostolado. Ouvimos, maravilhados, os depoimentos de um casal de Assis, cujo filho de apenas 22 anos de idade, bancário e estudante de direito em São Paulo, faleceu repentinamente. Foi esse filho um exemplo de santidade. Atuante no T.L.C., na Pastoral dos Universitários e dos flagelados, de vivência espiritual fora do comum, Q.eixou em sua agenda e em sua pequena Bíblia mensagens e observações como estas: "Onde estou, Ele está comigo! Quero ser um soldado de Cristo!"; "Por que dedico tanto minha vida a Cristo? Bem, é porque eu gosto tanto dela que já estou 'investindo' em uma outra, que será eterna. E você?" Outro casal, antes mesmo de entrar para as Equipes, já fazia com seus quatro filhos (21, 18, 16 e 8 anos) um dever de sentar-se. Já o fizeram mais de uma centena de vezes e é tudo registrado em ata por um deles. Também fazem orações pessoais e ascese. Contou-nos outro casal ainda que um dos seus filhos, extremamente religioso e atuante, decorou seu dormitório com imagens e pensamentos bíblicos. Dava para perceber que havia nos lares desses companheiros clima de amor, de abertura, de verdadeira Igreja doméstica. Dos oito casais pertencentes ao grupo por nós coordenado, todos estavam engajados nos Movimentos da Igreja: E.C.C., Coselho Paroquial, Cursilho, Sociedade São Vicente de Paulo, Curso de Noivos, de Namorados, Catequese, Promoção Social, Equipe Vocacional, etc. Finalizamos com o texto de São Lucas: "Felizes aqueles servos que o Senhor, em seu regresso, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo, se cingirá e os fará sentar-se à mesa e, passando diante deles, os servirá." (Lc. 12, 37). \ll11

Eunice e Flávio Equipe 3 de Marilla

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CASAMENTO

"OU"

ABORTO •.• ?

O que segue constitui um belo exemplo do apostolado que pode ser feito pelos cristãos através dos meios de comunicação. :É tirado de um Boletim do Setor de Florianópolis de alguns anos atrás.

O jornal "O Estado" de Florianópolis publicou, na coluna do jornalista Beta Stodieck, a seguinte nota: PAPAIS PREMATUROS

Reparem bem, concluam como quiserem, mas a maioria absoluta desses casamentos entre crianças que andam acontecendo por aí são forçados dada a uma súbita gravidez que pintou; assim, nenhum pai soube, nenhuma mãe quis: "imagina, ser avó aos 30 e poucos anos" . .. Aliás, é incrível a quantidade de pais Que são cegos .. .

o Entre a irresponsabilidade de um casamento que, sabe-se, quase nunca dá certo (falta de estrutura emocional; é aquela eoisa de ficar pendurado nas costas dos pais) e um aborto legal, convenhamos que a última opção é a mais sensata.

o Aliás, o Brasil é dos países do mundo que não tem lei regulamentando o aborto que mais necessidade se faz. Exatamente para evitar essa epidemia de casamentos inconscientes acontecendo em algumas das melhores famílias da cidade. O assunto mereceu, então, da parte da equipista Mafalda Boing, a resposta que transcrevemos a seguir: ABORTO

Senhor Diretor: Confiando na compreensão e justiça por parte de Va. Sa., peço que seja publicada o mais cedo possível no jornal "O Estado" a carta a seguir, pelo que desde já fico muito grata: -33-


CARTA ABERTA AO BETO STODIECK:

Sempre considerei a sua coluna uma das mais interessantes de "O Estado" pelo seu fino humor e inteligente apresentação. Devo confessar que, mesmo quando me faltava tempo para ler o jornal inteiro, achava jeito para dar uma espiada no que você tinha a dizer. Entretanto, minha consciência, minha dignidade, minha condição de cristã me fazem escrever a "O Estado" porque, no jornal de hoje, você comenta os "casamentos entre crianças", "forçados p0r uma súbita gravidez" e só encontra duas opções para o problema: casamento ou aborto. E você defende o aborto, que julga necessário ao País. Concordo também que o casamento forçado entre dois adolescentes não é aconselhável porque, entre outros aspectos, existe a "falta de estrutura emocional". Mas convenhamos que o aborto, por sua vez, significa coisa pior: falta de estrutura moral. Pela lei brasileira e pela lei de Deus, que é muito mais importante, aborto é sinônimo de assassinato. O quinto mandamento diz apenas: não matarás, sem fazer distinções quanto às vítimas. Será preciso o crime para evitar a " epidemia de casamentos inconscientes que andam acontecendo nas melhores famílias da cidade"? Interessante (ou trágico) que você tenha colocado na sua colwla, imediatamente abaixo da defesa pelo crime legalizado contra crianças que não têm a possibilidade de se defenderem, uma apaixonada defesa pelos cachorros "assassinados em vil estilo" na estrada da J oa quina. . . Quando é para defender cachorros, você usa termos como "assassinados", "matança", "exterminar", "indefesa vítima", "desalmado manda-chuva, autor intelectual de tanta sacanagem", e apela para a polícia ... Beto, você que é tão inteligente, não notou mesmo que as duas notas, tão próximas, trocam os valores reais das coisas? Vejamos, estamos no Ano Internacional da Criança. Aquela criança linda dos comerciais, a criança das fotos coloridas, a criança que você deve ter na sua família é também a criança que você acha que deve morrer antes de nascer para não criar problemas aos adultos. Todas são crianças, Beto! Se você fosse contra qualquer tipo de vida, daria para entender sua atitude. Mas acontece que na sua coluna você se

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zangou mesmo contra os "desalmados" que matam cachorros "indefesas vítimas". Portanto, cachorros indefesos comovem 'você. E crianças indefesas, não? Não diga que podem morrer porque em outros países, Esta, dos Unidos, por exemplo, o aborto é legal. Todos sabemos que foram os americanos que jogaram a bomba atômica em Hiroshima e napalm sobre o Vietnã. Eles não são nenhum exemplo a ser imitado no que se refere a respeitar a vida humana. E mesmo que o mundo inteiro venha um dia a legalizar o aborto, continuará a ser o crime mais hediondo que possa existir. Nem tudo o que é legal é justo! Não diga também que a criança que não nasceu pode morrer porque a gente não sabe ainda que ela vai ter covinhas ao sorrir e que o seu cabelo será macio como fios de seda. Nem diga que ela pode morrer porque ainda é muito pequenininha. O "crime civilizado" tem tabela de medida? Matar alguém de 1,80 m é crime? E matar alguém de 1 m? E matar alguém de 50 em? E matar alguém de 10 em? Beto, você decepcionou uma leitora do seu jornal; não que isso lhe importe, naturalmente. Mas eu tenho certeza de não estar falando só por mim. Falo por todas as pessoas, homens e mulheres, que se revoltam contra assassinato de pessoas humanas, sejam elas de que tamanho e idade forem! Que grande engano o seu pedir punição para matadores de cachorros, enquanto pede morte para crianças indefesas ... Por falar nisso, você leu (Correio do Povo de 17/05, pág. 3), que uma jornalista portuguesa está sendo julgada por "incitação ao homicídio, isto é, pedir a legalização do aborto no país"? Mafalda Pereira Boing

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NOTíCIAS DOS SETORES

RIO DE JANEIRO

"Nós dois ag'ora"

1!: o novo nome do "Outono da Vida". Escreve Dalsy: "Os carioc35 não gostaram da idéia do 'outono', que lembra folhas caindo, e mudaram para 'Nós dois agora'. Aqui no Rio tP.remos uma Sessão de 'Nós dois agora' em junho, nos dias 5 a 9. O encontro, iniciando-se no dia 5 às 20 horas, será realizado no. Medalha Milagrosa, na Tijuca". Esta já é a segunda sessão: a primeira realizou-se de 14 a 18 de novembro (cf. C.M. março 85, pág. 24).

"Heloisa e Jorge, acrescenta Dalsy, receberam uma carta de Sam e Lillane Couderc (os idealizadores do "Outono da Vida"), que se dizem emocionados ao saberem do que se está fazendo aqui e estão pensando na possibilidacie de viajar para o Brasil - e talvez participar do 'Nós dois agora'. " Maiores informações com Heloisa e Jorge Fortes: (021) 274-1927.

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Caminhando com a Igreja

A Equipe 29 (Setor D) tem realizado reuniões informais diferentes: convida. uma pessoa empenhada numa pastoral específica na paróquia. Assim os equipistas já se inteiraram da Pastoral do Anônimo, do Presidiá1io, da Família e das Favelas. 1!: um "inteirar-se" para "integrar-se".

FLORIANóPOLIS -

Valorizando a Carta Mensal

Maria das Dores e José Júlio, responsáveis pelo Setor C, ao enviar-nos

as datas dos retiros, aproveitaram a oportunidade para dar-nos uma notícia que muito nos alegrou: em circular aos Cr.sais responsáveis e de ligação, motivam os equipistas "no sentido de lerem com atenção todos os artigos da Carta Mensal, aproveitando-os para troca de experiências nas reuniões". Obrigado, amigoo, por va;orizarem o nosso trabalho!

LAGES -

Retiro

Escrevem-nos Léa e Pedro, Casal repórter do Setor, enviando-nos notícia sobre o retiro que se acabava de realizar. Como o do ano passado, foi pregado pelo Frei Nolvi Dalla Costa, ofm, que "desenvolveu o dom natural rle excelente pregador com verdadeiro entusiasmo, marcando muito os participantes". Dentro do tema central "Fam111a, altar de Deus", Frei Nolvi abordou aspectos profundos e também práticos. Sobre a oração, disse: "Oração

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é uma das formas mais elementares para o homem ligar-se e religar-se com Deus. lt viver e manter-se vivo perante Deus. lt encontrar-se com Ele e permitir que Ele se encontre conosco." E deu uma ênfase muito grande à oração conjugal: "Rezar juntos é tornar-se mais transparente já que se diz tudo a Deus. A oração conjugal constrói o amor de uma maneira inesperada e infinita."

MOGI DAS CRUZES -

50 anos de sacerdócio

Frei Policarpo Van Lewen, da Ordem do Carmo, Conselheiro Espiritual da Equipe 6 de Mogi, comemorou seu jubileu de ouro sacerdotal e, nesta ocasião, Geny e Nemésio, que o convidaram para a equipe, nos dão a conhecer toda a sua dedicação. Escrevem: "Quando Frei Policarpo deixou São Paulo para Mogi, era uma pessoa cheia de saúde e muita vontade de trabalhar. lt do tipo de pessoa que, entrando na luta, é imbatível. E nem pela doença se deixou abater. Por duas vezes esteve hospitalizado. Na primeira, foi submetido a delicada cirurgia, na segunda, acometido de moléstias articulares que o deixaram preso a uma cadeira de rodas. Mas a sua vontade de trabal'h ar para Deus e para O.'> doentes da Santa Ca.~a. confortando-os espiritualmente, o t rouxeram de volta às suas atividades. E é com muita dificuldade para se locomover que Frei Policarpo dedica seu trabalho à Equipe c continua celebrando sua costumeira Santa Missa na Vila da Prata (conjunto habitacional a 3 km de Mogi), dando seu testemunho de fé, esperança e caridade. Durante nove anos como Conselheu·o, sempre fez questão de estar presente em todas as reuniões preparatórias e reuniões de trabalho, desde o inicio até o final, seja qual for a duração, precisando para isso ficar recostado em várias almofadas. As nossas reuniões são realizadas de maneira ctescontrafda e alegre. Aos documentos do Movimento Frei Policarpo dedica muito cuidado e interesse e é com muita sabedoria e profundidade que formula as perguntas, que exigem de nós muito estudo e reflexão." Parabéns, Frei Policarpo!

PEDERNEmAS -

No ensino religioso

Continua a Equipe 1 empenhada na coordenação do ensino religioso nas escolas. Escreve: "A avaliação rea'izada em dezembro demonstra que o trabalho f'.Stá produzindo frutos. Oito escolas ministraram aulas semanalmente; realizaram-se encontros com professores e alunos. Todos solicitam mais doutrina e apoio para continuar o trabalho." E acrescenta: "A equipe necessita de orações e da disponibilidade dos cristãos para o crescimento deste apostolado."

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SAO PAULO -

"Minoria. determinada x maioria acomodada"

Esta expressão, usada pelo jurista Dalmo de Abreu Dallari na palestra proferida, a convite do Setor E, no inicio da Campanha da Fraternidade, "é um brado de esperança de toda a Igreja, escrevem Vania e Walter Denari, 1·espoMáveis regionais - e por que não, de nosso movimento, pois faz com que uns poucos se dediquem e se esforcem em trabalhar por aqui:o em que acreditam e que defendem. Só assim se entende o trabalho do Setor E de São Paulo, sob a responsabilidade de Marcia e Simão, em organizar um dia tão importante como aquele a fim de refletirmos sobre a mensagem deste ano da Campanha da Fraternidade: Pão para quem tem fome... Sabemos da dificuldade que se tem em convidar alguém e da responsabilidade que isto significa, e apesa-r de já estarmos calejados não nos é fácil aceitar a indiferença da grande maioria à dedicação daqueles que procuram viver e transmitir através de realizações diversas a men&..gem de Jesus Cristo. Estiveram presentes naquela manhã apenas 30 pessoas, incluindo os organizadores ... , que se esmeraram em levar refrescos e pequeno lanche aos "presentes". Após a palestra, por sinal brilhante, o pequeno gmpo participou de uma missa ce·ebrada pelo Pe. P edro, da Equipe 5 do Setor E. Que este fato fa,ça com que todos nós reflitamos um pouco mais sobre o conteúdo real da frase de abertura deste "papo" e procuremos aumentar através de nossas atitudes essa minoria determinada ... "

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29 Encontro de Jovens

Tendo como coordenadores Teresa e Galvão, Rosa Maria e Renato e o Pe. Elísio e contando com a colaboração de 16 jovens que fizeram o 19 En-

contro e continuam se reunindo mensalmente, realizou-se no Cenáculo. nos últimos dias de março, o 2q Encontro de Jovens. Participaram 41 jovens. rapazes e moças, entre 15 e 20 anos, de todos os setores da Capital e alguns convidados. Entremeados com grupos de debate, foram abordados os assuntos: Visão do mundo de hoje (Pe. Rubens Pedro Cabral), Amor, sexo e preparação para o casamento (Elisabeth e Sônia, psicólogas), Bebidas e tóxicos (Cel. Edson FerrarinD, Ideal e amizade (Carlos Zuccolo e Lúcia Figueiredo), O cristão c a Igreja - testemunho (Diácono Agnaldo Lessa Jr.), Sacramentos (Pe. Elísio) e Equipes de Nossa Senhora (Sônia e Luiz Antonio). A parte litúrgica (ora,ções, meditações, rito penitenciai, deserto e missa de encerramento) contou com a colaboração da teóloga Camila Prudente de Aquino. Parabéns ao Setor B por mais esta iniciativa! ~

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VOLTARAM AO PAI Roberto Nubuo Sato Kaor.

Da Equipe 3 ele Mogi das Cruzes.

Salutiel Antunes da. Costa Suely de Souza -

Casado com

Da Equipe 9 de Niterói. Casado com Léa.

Da Equipe 20 de Ribeirão Preto. Casada com Laércio.

NOVOS RESPONSAVEIS Região Rio de Ja.neiro - Mary-Nize e Sérgio gozam de merecido descanso após passarem a responsabilidade da Região a Daisy e Adolpho. Região São Paulo/Oeste - Tendo Cida voltado ao Pai, ela e Mário têm como sucessores Neusa e Orlando. Substituem Neusa e Or' ando: Marlene e Arnaldo.

Setor de Bauru -

NOVAS EQUIPES CAXIAS DO SUL - Equipe 18 lheiro Espiritual: Pe. Valdir Suzin.

Casal Piloto: Marilda e Ronei; Conse-

SAO CARLOS - Equipe 15 - Na. Sra. I'Dlaculada. Conceição - Casal Piloto: Adahir e Waldir; Conselheiro Espiritual : Pe. José Carlos Di Mambro. SOROCABA - Equipe 14 - Na. Sra. da Paz Latuf; Conselheiro Espiritual: Pe. Livio Caliíarl .

Casal Pi:oto: Nadia e

• RETIROS BRASíLIA

19-21/6 -

Pe. Mieceslaw

NITERói

28-30/6 -

Frei Anselmo Fracasso

RffiEffiAO PRETO FLORIANóPOLIS

14-16/6 -

Pe. José Carlos Di Mambro

05-0717

Morro das Pedras

BAURU

30/8-01/9 -

Casa de São Bento

SAO CARLOS

30/8-01/9 -

Pe. José Carlos Di Ma111bro

• ATENÇAO:

Tornamos a pedir aos Responsáveis de Setor e Coordenação que escolham um casal para enviar noticias à Carta Mensal: no mês passado não tivemos matéria suficiente para fazer as Noticias dos Setores e, este mês, é só isto que vocês acabam de ler - pouco, não? Sabemos que iniciativas e realizações não faltam ...

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QUEM COME DESTE PÃO VIVERA

TEXTO DE MEDITAÇãO -

Jo. 6, 51, 53-58

"Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo." "Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, também aquele que me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os vossos pais comeram e pereceram; quem come deste pão viverá para sempre."

ORAÇÃO -

Hino do Congresso Eucarístico

Nessa curva do rio, tão mansa, Onde o pobre seu pão foi buscar, O Brasil encontrou a Esperança: Esta Mãe que por nós vem rezar! -

O Mistério supremo do Amor Com Maria viemos cantar! A nossa alma engrandece o Senhor! Deus que salva hoje é Pão neste altar!

Nosso altar tem um jeito de mesa,

E aqui somos um só coração Que esta Festa nos dê a certeza: Não teremos mais mesa sem pão!

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e D istribuição pela Secretatia das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 - ·Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 ·SAO PAULO. SP

Tel.: 34-8833


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