ENS - Carta Mensal 1985-2 - Abril

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1985

NC? 2 Abril

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Equipes de Nossa Senhora e catequese . ...... . O escândalo do desamor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aquele domingo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A ECJR conversa com vocês . . . . . . . . • . . . . . . . . . Os jovens, quem são? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Maria, Mãe da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Direitos de Deus x direitos do homem? Ou O homem ferido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A esperança que vem de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . A paz e os jovens caminham juntos (I) . . . . . . Carla da Equipe Responsável . . . . . . . . . . . . . . . . Redescobrir a beleza do projeto cristão . . . . . . . Dialogar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dez maneiras fáceis de criar um delinqüente . . "Que conselho daria você?" . . . . . . . . . . . . . . .. . . Aproveitando o embalo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Notícias dos Selares . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . .

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EDITORIAL

EQUIPES DE NOSSA SENHORA E CATEQUESE

Uma das prioridades da ação pastoral da Igreja é a catequese. Os grandes pastores do Brasil sempre se preocuparam com o problema. Sentimos hoje, em leigos e religiosos, em casais e bispos, em sacerdotes e agentes de pastoral a necessidade urgente de enfrentarmos com coragem o ministério da Palavra que é a catequese. Trata-se, efetivamente, de um ministério, de um serviço no coração da comunidade cristã. Os que se sentirem chamados e vocacionados deverão ter consciência bem clara de sua missão e hão de colocar-se a serviço da Palavra que quer iluminar a vida dos homens.

o Não se pretende com a catequese meramente ilustrar a mente das pessoas com doutrinas. Não somos peritos em assuntos religiosos para transmitir conhecimentos. Certamente teremos idéias claras a respeito do ensinamento do Senhor conservado pela Mãe Igreja, mas quereremos mais trwnsmitir vida e vida de fé. Não queremos nos enfileirar entre os que são partidários de uma catequese mais ou menos epidérmica e superficial, festiva e cheia de detalhes. Nossos catequizandos não poderão beber apenas águas adocicadas e coloridas de uma religiosidade sem consistência e sem ossatura. Não nos satisfaremos em transmitir episódios da história da Bíblia nem elementos do Novo Testamento. Não somos homens da religião do Livro, mas criaturas que refazemos em nossa vida a experiência de confiança de um Abraão. a experiência de libertação que viveu Israel ao deixar as panelas do Egito. a experiência do Deus três vezes santo que aparece ·a Isaías ou do Deus suave que se revela a Elias na porta da caverna. Somos Abraão, somos Moisés, somos Isaías e somos Elias. Teremos um conheci-1-


mento existencial a respeito de Jesus, de seus mistérios, de sua mensagem, de sua força, de sua vida. Morremos com ele na sexta-feira das dores e com ele ressuscitamos na manhã esplendorosa da Páscoa que não conhece mais lágrimas nem noite. o

Descobriremos às crianças o senso de Deus, a presença do Pai no coração de suas descobertas. Procuraremos conversar com as crianças sobre o fascinante Jesus de Nazaré, que veio do seio do Pai e é nosso irmão de todos os momentos. Nossa catequese será sempre oriunda da vida. Não faremos o mundo da religiosidade de um lado, dos ritos e dos gestos piedosos, e do outro a vida com suas coisas profanas. Há uma só vida, que é iluminada de dentro pela luz que vem da claridade de Cristo. Nossos catequizandos não serão pessoas que farão apenas gestos barulhentos, mas levá-<lo-emos até o mistério do silêncio, da contemplação e aos abismos da reflexão pessoal. Teremos imenso prazer em vê-los jogados no mistério amoroso de Deus. E assim, quer trabalhem, quer sofram, quem amem, quer sejam ofendidos, quer morram estarão sempre iluminados pelo farol da fé. Não nos satisfaremos simplesmente com uma rotina religiosa, com promessas e devoções aguadas. Queremos que todos sejam capazes de dizer aos homens da esperança que mora em seus corações. Nossos catequizandos serão iniciados nas exigências com o irmão antes de trazerem suas oferendas para o altar, terão cuidado em . não ter sentimentos de adversidade para com o irmão, serão levados a compreender que são luz do mundo, sal da terra e fermento na massa. Sabemos perfeitamente que somos artífices de consciências vivendo em comunidades desejosas de transformar a realidade: lutar contra o materialismo que mata, contra o v-azio que estiola, testemunhar a verdade quando se vive no coração da mentira. Ensinaremos nossos catequizandos a serem soldados e atletas do Cristo que mora no coração do seu projeto de felicidade.

o Não defenderemos apenas uma catequese infantil que terminaria com a Primeira Eucaristia. Sabemos que a catequese é permanente. Novas situações existenciais e psicológicas precisam ser iluminadas pela fé q~e sempre vai aumentando seu raio de ação. ·

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Lutaremos para que as crianças, os adolescentes, os jovens e adultos que passarem por nossas mãos na catequese de nossas paróquias, no ensino religioso das escolas, na preparação de noivos para o casamento, na preparação de pais e padrinhos para o batismo se posicionem de tal forma que possam dizer que são discípulos do Senhor e não simplesmente pessoas com sentimentos religiosos.

-oAs Equipes de Nossa Senhora estão sendo chamadas a se engajarem num amplo esforço de catequese na Igreja. Sem espalhafato, sem alarde, um batalhão de homens e mulheres espalhados por nossas equipes do Brasil estão se apresentando para salvar o mundo do egoísmo, do vazio, dos tóxicos, das libertinagens. Não o faremos ruidosamente. Tentaremos minar os pseudo:~Valores do mundo comparando-os com o esplendor do evangelho de Jesus Cristo. Seria realmente de se desejar que durante uns dez anos os equipistas de Nossa Senhora fossem ministros da Palavra ao serviço da catequese. É hora de participarmos de cursos de catequistas, de aulas de formação. É hora de dizer a todos que somos servos de uma Igreja que amamos e desejamos seja a esplendorosa e bela esposa do Senhor, sem manchas nem rug·as. Mas tudo muito discretamente e com muita convicção. Que nossas equipes despertem para este apelo!

Frei Almir Ribeiro Guimarães, O.F.M. Conselheiro

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~piritual

do Setor de Niterói


A PALAVRA DO PAPA

O ESCANDALO DO DESAMOR

Neste ano do 11.° Congresso Eucarístico Nacional do Brasil, que se vai celebrar em Aparecida, foi feliz a escolha do tema para a Campanha da Fraternidade que hoje tenho a alegria de abrir. Durante a Quaresma, sereis interpelados pelo lema que suplica "pão para quem tem fome", fome do corpo e fome do espírito. Vede, irmãos! Nunca a humanidade dispôs de tantos bens e possibilidades como hoje. E no entanto uma imensa parte dos habitantes da terra, irmãos na humanidade, é atormentada pela fome e pela miséria. Fome no mundo e fome no Brasil! Sem deixar de reconhecer a complexidade do problema, pode perguntar-se: Terá esta tragédia de tantos irmãos nossos explicação somente nas calamidades naturais ou também obras ou omissões comodistas, egoístas dos homens contribuem para agravá-la? A pergunta interpela a todos e só desejaria ser convite a repensar, rever e, por ventura, reformar posições e sistemas. Convite a iniciativas coordenadas, a fim de se descobrirem, franquearem e percorrerem caminhos novos. Caminhos que levem à participação, aquela de todos na reconciliação das classes sociais. Caminhos que busquem mais justiça e eqüidade a serviço da dignidade, da felicidade e da autêntica fraternidade de todos os homens, filhos de Deus. Tais caminhos passam por uma transformação de estruturas, que implica a profunda conversão das mentes, das vontades e dos corações, para a verdade e dignidade de cada pessoa. A Quaresma, a Páscoa e a Eucaristia lembram-nos que se alguém, possuindo bens deste mundo, vê o seu irmão necessitado e lhe fecha o coração, como permanecerá nele o amor de Deus? Por isso, exortam a dizer "não" ao comodismo egoísta e "sim" ao amor. Amor do nosso Criador e Pai, que destinou a terra, com todo o pão que produz, para uso de todos os homens e povos. Amor de nosso Redentor, Jesus Cristo, que, sob a forma de pão, nos deixou o memorial da suprema prova de amor, dar a vida,

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na Eucaristia, Sacrifício, Sacramento e Pão de Vida. Amor do nosso Santificador, o Espírito Santo, Senhor que dá a vida e que falou pelos profetas. Amor do próximo, segundo o Mandamento Novo dado por Jesus, "que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei". Quando não houver possibilidade de pão para todos, o flagelo da fome pode revestir o caráter de escândalo, o escândalo do desamor. Que em cada lar brasileiro se possa rezar sempre: Pai Nosso, que estais no céu ... o pão nosso de cada dia nos dai hoje! E dai pão para quem tem fome, toda espécie de fome! Ouvi o apelo da Quaresma, jejuar para dar! Ouvi o apelo da Eucaristia, comungar para amar, como Deus mandou celebrar, como irmãos, ao redor da mesma mesa, o Mistério Pascal do Primogênito, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Continuando as práticas da Quaresma Ao escolher um tema para as Campanhas da Fraternidade, o objetivo da CNBB vai além das poucas semanas da Quaresma: é durante o ano inteiro que se quer polarizar a atenção dos cristãos. Este ano mais ainda, pois o tema é o mesmo do Congresso Eucarístico a ser realizado em Aparecida. Na realidade, o problema da fome, no Brasil e no mundo, não deveria precisar de campanhas de conscientização: deveria ser preocupa~ão de todos, de maneira permanente. Estamos já no Tempo Pascal, mas que o espírito desta Quaresma permaneça, com seus questionamentos, e continue a levar a gestos concretos de solidariedade. Que as experiências de jejum, os hábitos de sobriedade adquiridos durante a Quaresma não sejam aba.ndonados, mas continuem, rever. tendo em benefício dos irmãos desvalidos, lembrando-nos sempre de nossa responsabilidade na tra.nsformaQão deste mundo egoista num mundo mais cristão. Ao mesmo tempo, como lembra o Papa e também lembrava o texto-bast da Campanha, que a fome do corpo, mais premente, mais visível, mais perturbadora, não nos faça. esquecer a fome da alma e do espirito, a fome de amor.

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AQUELE DOMINGO Foi dentro de uma noite que Ele nasceu. Pobre, humilde,. despojado. Dentro da noite. A noite mais feliz e mais lembrada de todas as noites. A que repartiu a História em dois capítulos: o que era antes e o que veio depois:. . do seu nascimento. E trinta e três anos após, uma linda manhã de domingo aconteceu, marcando de Aleluias os rumos da humanidade. A vida e o mundo seriam tristes, bem mais tristes, se aquela luminosa manhã não tivesse raiado. . . tão alegre, tão festiv,a . Foi um domingo inesquecível, que reconciliou o céu e a terra. Domingo imorredouro, culminância da Semana Santa. Aquele domingo amanheceu sorrindo, porque um sepulcro estava vazio. Aquele domingo foi diferente de todos os outros, na história dos séculos, porque Cristo ressurgiu, prefaciando a nossa ressurreição. O domingo da ressurreição passa sempre pela noite do Getsêmani, pelas agonias da Sexta-feira dos sofrimentos. Assim foi nos itinerários de Cristo. Assim acontece em noss,as jornadas também. Páscoa é uma conquista diária, que reclama esforço, perseverança, coragem e tenacidade. Páscoa é prêmio que exige um preço. Há sempre uma noite escura para cada amanhecer. O grão de trigo · morre para germinar amanhã. Toda ressurreição é precedida por algum cal vário .. . Os caminhos de Cristo são os nossos caminhos. É morrendo cada dia um pouco que a gente nasce e renasce para a ressurreição definitiva e sem ocaso. Aqui na terra é sempre Quaresma. A Páscoa, mesmo, é lá adiante. Na outra margem do rio-vida que atravessamos agora, como peregrinos da fé, da esperança. No outro lado do mar-da-existência, onde Alguém nos espera. desde toda a eternidade: o Cristo imortal da Ressurreição. Pe. Roque Sc1meider, S.J.

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos, Permitimo-nos retomar uma frase da alocução do Papa João Paulo II para o Dia Mund1al da Paz, em 1-1-85, que consta de um trecho citado na Carta Mensal de março: "Que este Ano Internacional da Juventude seja, também para os pais e os educadores, a ocasião favorável para uma revisão das suas responsabilidades para com os jovens." Esta frase foi o dedo a tocar em uma velha ferida nossa, que por períodos parece estar cicatrizada, mas que, de repente, a um toque um pouco mais forte, se abre e revela toda a sua virulência. O que nós, pais cristãos, membros da Igreja e pertencentes a um movimento de espiritualidade conjugal e familiar, temos feito de concreto em prol da vida de fé de nossos jovens (filhos ou não)? A Igreja da América Latina, por meio de seus bispos reunidos em Puebla, assumiu uma opção preferencial pelos jovens e a Igre}a do Brasil, por meio de seus bispos reunidos na 21.a Assembléia Geral, indicou os jovens como destaque na sua atuação pastoral para o quadriênio 83-86. Se temos dedicado toda a nossa atenção à saúde de nossos filhos, à sua formação enquanto homens, ao seu comportamento social, ao seu encaminhamento para uma profissão, enfim, se temos procurado prepará-los para serem homens no sentido pleno (humanamente falando), será que temos dedicado o mesmo cui· dado à sua educação na fé? Será que temos tido a mesma preocupação em prepará-los para que encontrem uma resposta ao questionamento que Cristo faz a cada um: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Mt. 16, 15). E não é isto fundamental? Será que não temos estado muito preocupados e ocupados em garantir aos nossos jovens as seguranças humanas, esquecendo-nos de que o único alicerce a ser colocado e que dará segurança à construção da, vida de cada um é o Oristo Jesus (cf. 1 Cor. 3, 11)? Uma das primeiras coisas a oferecer a eles, para que sejam atvaidos pelo Cristo, é uma vida coerente. Não bastam nossas palavras. É preciso que sintam, concretamente, ser nossa vida iluminada pela nossa fé; uma vida compromissada com a verdade, com a justiça e com a fraternidade.

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Mas não basta. É nosso dever fazer algo mais, mesmo porque nossos filhos acabam passando a maior parte de seu tempo fora de casa e, com isso, a influência externa é muito grande. Cremos não se tratar de apresentar-lhes algo pronto, mas de nos colocarmos a seu lado . oferecer-lhes nossa vivência e, por que não, nossa sabedoria, para ajudá-los a encontrarem seu verriadeiro caminho de conversão.

-oPensamos também que as Equipes de Jovens poderiam ser um precioso instrumento. Elas já existem em muitos locais, em alguns há já vários anos. Gostaríamos de propiciar um entrosamento entre elas e suscitar uma troca de experiências que as pudesse levar a firmar-se, aprofundar-se, expandir--se. Estamos pensando em organizar um encontro dos casais e de alguns dos jovens que se dedicam a essas equipes nas várias regiões. Se acharem que vale a pena, comuniquem-se conosco, manifestanto a sua opinião - que aguardamos com uma certa ansiedade! Que o Senhor nos ilumine!

Cidinha e Igar

O futuro da. sociedade e da. Igreja. depende da. capacidade de escutar o acontece no mundo juvenil, de respeitar a. sensibilidade própria. do jovem que vive o momento presente, de encontrar novas soluções práticas e de pressentir novos rumos. Trata-se de aprender do jovem e deixar-se evanrelizar por ele. qut~

(Diretrizes gerais da ação pastoral da Igreja no Brasil,

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OS

JOVENS.

QUEM

SÃO ?

lDa

Gente de Fé -

Carta. portuguesa.)

quando diz que a perdeu.

Gente que se sente órfã- quando diz que não precisa dos pais. Gente que tem sempre Tempo -

quando diz que está com pressa.

Gente que entra na onda, mas depois faz tudo para mostrar a sua individualidade. Gente que quando Sonha, mostra que está acordada. Gente que tenta valorizar aquilo que diz que "não vale a pena". Gente que acredita que o mundo precisa de alguns retoques e de umas boas reviravoltas, para ficar mais redondo. Gente que não confia em si nem no mundo, mas, chegada a hora, age como se tudo dependesse de si para a Pessoa ser mais Pessoa. Gente que vive com fome de Deus e de novos Caminhos pal'a Ele, quando diz que lhe satisfaz estar onde está e ser como é. Gente que acredita na encarnação do apelo à Humanidade: "Não" à violência, "Sim" à Paz.

Frei Bernardo, OP

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A MARIA, MÃE DA IGREJA

De 10 a 19 deste mês, nossos bispos estarão reunidos em Itaicí para a XXllP. Assembléia Geral. Com esta. oração à Mãe da Igreja, 1lll3;1Jlo-nos a eles pedindo que o Espírito Santo os ilunüne nas suas decisões.

Por esta Igreja da qual tu és Mãe. que te pedir, ó Maria? Bem melhor que nós tu conheces as suas necessidades, bem melhor que nós sabes qual é a sua m1ssao e quais os caminhos por onde o Espírito a gui·a hoje. Em ti, filha desta terra mas toda entregue ao Pai, o Espírito teceu a humanidade do Verbo, "e Ele habitou entre nós". Obtém para Sua Igreja o acolhimento do Espírito, para que ela cresça como Corpo de Cristo. No Cenáculo, com os apóstolos, esperando o Dom prometido, tu oravas, tu, a Plena de Graça. Irrompeu então o ;Espírito, enviando a Sua Igreja aos quatro cantos do mundo Reza com a Igreja hoje. E nós também, ao sopro do Espírito, partiremos pelos caminhos dos homens para anunciar o Cristo Jesus.

A. Bossard ("Cahiers Marials" -

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Da Carta Francesa)


DIREITOS DE DEUS X DIREITOS DO HOMEM?

ou O HOMEM FERIDO

Roger Castel

"Vocês nos falam do homem. . . falem-nos antes de Deus! A Igreja não está aí para nos falar de Deus?" Os direitos de Deus? São Paulo se refere explicitamente a eles em sua carta aos Filipenses (2, 1-12) : "O Cristo, de condição divina, não retém ciosamente o nível que o iguala a Deus, mas aniquila-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se semelhante aos homens. Reconhecido como tal, torna-se o servidor, obediente até a morte, e morte de cruz." Entre nós escolhe o último lugar. O homem mais humilhado, o mais oprimido, o mais torturado, nele se pode reconhecer. A beira de nossos caminhos, ele é o homem ferido. Jesus ligou inseparavelmente os direitos de Deus aos direi..: tos do homem, conforme seu diálogo com um escriba em Lucas 10, 25 a 38. Em relação aos princípios, facilmente ficamos de acordo: "Amarás o Senhor teu Deus ... E teu próximo como a ti mesmo." E na vida diária, quando encontramos o homem ferido, física, moral ou espiritualmente? É nossa reação ir ajudá-lo, ou nos afastarmos? Jesus responde com a parábola do Samaritano: esse homem considerado herético, inimigo, realiza com segurança e eficácia 'a vontade de Deus. Vê o homem ferido, e isso o perturba profundamente. Aproxima-se do homem já meio morto, encontrado por acaso. Cuida dele, gastando seu óleo e seu vinho: coloca-o sobre o próprio cavalo, cedendo..J.he seu lugar; trata dele, contra todas as leis rituais e as convenções sociais. Com seu dinheiro paga a hospedagem do desconhecido. Assegura-se da colaboração de um outro para benefícios suplementares ao ferido, assumindo os gastos decorrentes.

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Assim um simples Samaritano, acudindo a um estranho largado à beira do caminho, realiza mais segura e eficazmente a vontade de Deus do que o sacerdote ou o levita. Entretanto, estes vinham da cidade santa onde tinham ido adorar a Deus ... mas se afastam do homem espancado, ensangüentado. Pretextos não lhes faltam. Já não está meio morto esse desconhecido? Não devem ser respeitadas antes de tudo as regras litúrgicas, os sacrossantos costumes, as convenções sociais e as mais elementares regras de higiene? E quantas justificativas mais? Mas ·a resposta é NÃO! Jesus quer é que, antes de mais nada, esse homem seja salvo, que lhe sejam devolvidas a saúde, a vida, a liberdade e 1a dignidade. Que seja tratado como HOMEM! Lei alguma, convenção alguma, costume algum e preceito algum - mesmo religioso - podem servir de justificativa. Os direitos do homem? Os direitos desse homem ferido, casualmente encontrado, são prioritários. Jesus irá mais longe ainda: os direitos do homem estão indefectivelmente unidos aos direitos de Deus (Mt. 25, 31-36). "Senhor, quando te vimos com fome, com sede, estrangeiro, nu, doente, preso. . . e fomos a ti? - Cada vez que o fizeste a um desses mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!" Este é o último ensinamento de Jesus antes de sua Paixão, palavra que é também a do julgamento definitivo. Eis o direito que Deus reclama, ele que se quis tornar o Samaritano vindo socorrer nossa miséria - e nos diz: "Vai e faze tu o mesmo". João escrevia às primeiras comunidades cristãs: "Se alguém diz 'Amo a Deus' e tem aversão por seu irmão, é um mentiroso. De fato, aquele que nãq ama seu irmão a quem vê não pode amar a Deus a quem não vê. Este é o mandamento que recebemos dele: aquele que 'a ma a Deus, ame também a seu irmão" (1 Jo. 4, 20). Assim a Igreja, impulsionada pelo Espírito, e por meio de nós, deve-se ao serviço do homem. Que olhar dirigimos ao outro, àquele que por acaso encontramos? Não é por esse olhar que se inicia o medo, a segrega~ão, a repulsa, a violência? Vamos nos aproximar ou nos afastar? Isto é, vamos nos interessar, cuidar, dar do nosso tempo e dinheiro e, principalmente, afeição, ao homem ferido à beira de nossos caminhos? Cada um de nós tem em seu poder um pouco da resposta à pergunta a respeito dos direitos de Deus. Cada um pessoalmente e todos conjuntamente. (Traduzido da. revista do Santuário de Notre-Dame de la Salette)

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A ESPERANÇA QUE VEM DE DEUS

Pe. !Carlos Afonso Schmitt Ela é diferente: vem carregada de fé, carregada de amor. É

invencível. ABSOLUTAMENTE CONFIANTE.

Nasce da certeza de que Deus não falha. Pode tardar, sim. Mas não falha. É

fiel no seu amor, apesar de todas as nossas infidelidades.

Ela vem de Deus, quando é capaz de fazer-nos ESPERAR CONTRA TODA ESPERANÇA, a despeito de todas as perspectivas humanas. Quando não há soluções previstas. Quando todas as tentativas fracassam. Quando morrem, humanamente, as últimas possibilidades. Quando tudo parece impossível, é então que desponta, prodigiosa, a mão de Deus, realizando as maravilhas que a mão do homem não pode realizar. Eis porque uma esperança assim é profundamente teologal: SUA RAIZ ESTA E:M DEUS. É na oração, humilde e perseverante, que ela se alimenta, cresce e se fortifica.

Voltada para Deus, não decepciona jamais. Centrada em Jesus Cristo, em seu poder maravilhoso, concretiza os sonhos mais ousados. -13-


Porque não desanima; porque, mesmo no deserto, persiste; porque, nas piores noites, não vacila :

tudo ela alcança (cf. Rm. 5, 5). PACIENTE nas adversidades e tribulações. CONSTANTE em aguardar o que deseja. HUMILDE em reconhecer sua total pobreza, sua absoluta dependência de Deus, ~la nos mantém de fronte erguida quando tudo nos arrasta ao derrotismo e ao desânimo.

ESTA É A ESPERANÇA-QUE-VEM-DE-DEUS. Quando todos soubermos buscá-la; quando todos a amarmos, alimentando-a em nossos corações, pelo amor e pela fé,

nossas fa'mílias se transformarão. E as VOCAÇOES que não surgiam, surgirão. E os SACERDOTES que faltavam, não mais faltarão .

• Na oração constante e universal, particularmente centrada na Eucaristia, fonte do sacerdócio ministerial e de todas as voca~ões , estão colocadas as esperanças da Igreja e da humanidade. Cristo empenhou a sua palavra e não nos negará o que ele mesmo nos mandou pedir.

João Paulo II -14-


A PAZ E OS JOVENS CAMINHAM JUNTOS (MENSAGEM DE SUA SANTIDADE JOAO PAULO U PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ, 1/1/85)

A todos os que acreditais na urgente necessidade da paz, A vós, pais e educadores, que quereis ser o.s promotores da paz, ...

A todo.s vós, que sofreis pela causa da paz e da justiça,

E sobretudo a vós, jovens do mundo, cujas decisões sobre vós mesmo.s e sobre a vossa vocação na sociedade determinarão as perspectivas da paz hoje e amanhã, ...

1.

Os problemas e as esperanças do mundo interpelam-nos cada. dia.

A promoção efetiva da paz exige que não nos limitemo.s a deplorar os efelto.s negativoo da atual situação de crise, de conflito e de injustiça; o que se nos impõe realmente é procurar destruir pela raiz o que produz estes efeitos. <••• >

A violência .e a injustiça têm raizes profundas no coração de cada indivíduo. de cada um de nós, nas formas quotidianas de pensar e de agir das pessoas. Bastará pensar simplesmente nos conflitos e nas divisões no seio das famílias, entre os esposos e entre os pais e os filho.s, oas escolas, nas relações entre os grupo.s sociais e entre as gerações. Bastará pensar ainda, nos casos em que é violado o direito fundamentt>.I à vida do.s seres lhumanos mais fracos e mais indefesos. Mesmo diante destes e de muitos outros males, nós não devemos apesar de tudo perder a esperança, pois são grandes as energias que irrompem continuamente do coração daqueles que acreditam na justiça e na paz. A crise atual pode e deve tornar-se ocasião para se converterem e renovarem a.'! mentalidades. O tempo em que nós vivemos não é apenas tempo de perigos e de inquietudes. lt também uma hora de esperança. ( ... )

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2. A paz e os jovens caminham juntos As dificuldades .são um desafio para todos; a esperança é um imperativo vara todos. Hoje, porém, desejaria chamar a vossa atenção para o papel que a. juventude está destinada a desempenhar nos esforços para. promover a paz.

Ao prepararmo-nos para entrar num novo século e num novo milênio, devemos tomar consciência de que o futuro da paz e por conseguinte, o futuro da humanidade estão dependentes, de modo especial, das escolhas éticas fundamentais que uma nova geração de homens e mulheres está. agora chamada a fazer. Dentro de poucos anos, os jovens de hoje terão de assumir a responsabilidade da vida. das famílias e da vida das nações, do bem comum dA todos e da. paz. No mundo inteiro, os jovens já começaram a interrogar-se: que posso fazer? Que podemos nós fazer? Para onde estamos enveredando? Eles querem dar a sua contribuição para o sanear de uma sociedade ferida e debilitada. Querem dar soluções novas a problemas antigos. Querem construir uma. nova civilização assente na solidariedade fraterna. Tomando como ponto de partida estes jovens. desejo convidar a todos a refletirem sobre tais realidades. Mas quero dirigir-me de modo especial e direto aos jovens de hoje e de amanhã. e11

3. Jovens, não tenhais medo da vossa própria juventude O primeiro apelo que vos quero fazer, !homens e mulheres jovens de hoje, este: não tenhais medo! Não ·t enhais medo da vossa própria juventude, nem dos desejos profundos que experimentais de felicidade, de verdade, de beleza e de amor - duradouro! Diz-se, por vezes, que a sociedade teme essas vossas aspirações ardorosas de jovens e que vós próprios tendes medo delas. Não tenhais medo! ~

Quando olho para vós, os jovens, sinto uma profunda gratidão e uma grande esperança. O futuro de boa parte do século que se aproxima estâ. nas vossas mãos. O futuro da paz está nos vossos corações. . Pa~ll- ·cop.struir a história, como vós podeis e deveis fazer, é preciso que a liVI;.ei{t dos falsos caminhos por que ela está a enveredar. E para conseguir isso · deveis ter uma profunda confiança no homem e uma profunda. confiança na grandeza. da vocação humana - uma vocação que deve ser realizada com respeito pela verdade, pela dignidade e pelos direitos invioláveis da pessoa humana. Vejo que surge em vós uma consciência nova da vossa -responsabilidade e uma viva sensibilidade para com as necessidades dos vossa~? semelhantes. Impressiona-vos a fome de paz que tanta gente compartilha con:vosco. Perturba-vos ver ·t anta injustiça à vo...<sa volta. Pressentis o perigo acabrunhador constituído pelos arsenais gigantescos de armas e pelas ameaças de

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guerra nuclear. Sofreis ao ver difundir-se a fome e suballmentação. Causa-vos preocupação o meio ambiente já para os dias de hoje e para as futuras gerações. Estais ameaçados pelo desemprego; e muitos de vós já estão sem traballho e sem perspectivas de um emprego que vos satisfaça. Estais desgostosos com o grande número de pessoas oprimidas política e espiritualmente e que não podem exercitar os seus direitos humanos mais fundamen· tais, quer como individuas, quer como comunidades. Tudo isto pode fazer Ct)m que nasça em vós a sens~ão de que a vida tem pouco sentido. Nesta situação, alguns de vós podem ser tentados a fugir. às responsabilidades: evadir-se no mundo ilusório do álcool e da droga, nas efêmeras relações sexuais sem compromissos pelo que respeita ao matrimônio e à fanúlia, na indiferença, no cinismo, e até na violência. Estai alerta contra o engodo de um mundo que quer explorar e manipular a voosa busca enér·glca e generosa de felicidade e de orient~ão. E não vos esquiveis à busca dM verdadeiras respostas às questões que se vos apresentam. Não tenhais medo!

4 . A questão inevitável: que idéia tendes do homem?

Entre as questões iniludiveis que deveis pôr-vos a vós próprios, a primeira e mais importante é esta: qual é a vossa Idéia do homem? O que é que constitui, na vossa opinião, a dignidade e a grandeza do ser humano? 'e': uma pergunta que vós jovens deveis pôr-vos a vós próprios, mas que fazeis também à geração que vos precedeu, aos voosos pais e a todos aqueles que, a diversos nfveis, têm a responsabilidade de cuidar dos bens e dos valores do xxmndo. Ao tentar responder a esta pergunta, aberta e honestamente, os jovens e os demais podem ser levados a reconsiderar as suas próprias ações e a sua pl·ópria história. Não é verdade que, freqüentemente, de modo especial nas nações mais desenvolvidas e ricas, as pessoas se deixaram levar por uma concepção materialista da vida? Não é verdade que os pais crêem, por vezes, ter cumprido os seus deveres para com os filhos só porque lhes ofereceram, além da satisfação das necessidades basilares, a abundância de bens materiais, muito embora não lhes tenham dado respostas para a sua vida? Não á verdade que, procedendo assim, Eles estão a transmitir às novas gerações um mundo que será pobre quanto aos valores espirituais essenciais, pobre de paz e pobre de justiça? Não é também verdade que, noutras nações, a fascinação exercida por certas 'ideolOgias deixou às jovens gerações uma herança de novas formas de escravidão, sem a liberdade necessária para buscarem os valores que enobrecem verdadeiramente a vida em todos os seus aspectos? Perguntai a vós próprios que tipo de pessoas quereis ser e quereis que sejam os homens voosos irmãos e que tipo de cultura quereis construir. Fazei-vos estas perguntas e não tenihais medo das respostas, mesmo que elas exijam de vós uma mudança de direção nos voosos pensamentos e fidelidades.

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!J . A questão fundamental: quem é o vosso Deus?

A primeira série de perguntas conduz a uma outra ainda mais básica e fundamental: Quem é o vooso Deus? Nós não podemos definir a nossa noção do homem sem definir um Absoluto, uma plenitude de verdade, de beleza e de bondade, pela .qual admitimos ser guiada a nossa vida. Assim, é verdade que um ser humano, "imagem visível de Deus invisível", não pode responder à pergunta acerca de quem é ele próprio ou ela própria, sem dizer ao mesmo tempo quem é o seu Deus. 1: impossivel delimitar esta questão só à esfera da vida privada de cada um. 1: impossível separar esta questão da história das nações. As pessoas hoje estão expostas à tentação de reje~tar Deus em nome de sua própria humanidade. Onde quer que se dê esta rejeição, a sombra do medo estende cada vez mais o seu manto tenebroso. O medo aparece quando Deus morre na consciência dos homens. Todos sabem, embora confusamente e com temor, que quando Deus morre na consciência da pessoa humana, ai se dá inevitavelmente a morte do homem, imagem de Deus.

6.

A vossa. resposta: opções baseadas em valores

Seja qual for a resposta que derdes a estas duas questões inter-relacionadas. ela determinará a orientação do resto da V05Sa vida. Cada um de nós, durante os anos da juventude, rtem de encarar de frente estas questões; e, em dado momento, tem de chegar a uma conclusão que marcará as suas opções a fazer para o futuro, os caminhos a percorrer e a vida toda. A resposta que vós, jovens, derdes a estas questões determinará também o tipo de resposta que Ireis dar aos grandes desafios da paz e da justiça. Se decldirdes fazer-vos a vós mesmos o vosso deus, sem nenhuma preocupação pelos outros, tornar-vos-eis instrumentos de divisão e de inimizade, e até mesmo instrumentos de guerra e de violência. Ao dizer isto, quereria chamar a vossa atenção para a importância de fazer opções que englobem os valores. Os valores são os pilares das opções que determinam não só a vossa própria vida mas também a política e a estratégia que constroem a vida em sociedade. E tende bem presente que não é possível estabelecer uma dicotomia entre os valores pessoais e os valores sociais. Não é possível viver na incoerência de ser exigente com outros e a sociedade e, ao mesmo tempo, decidir levar uma vida pessoal de permissividade. ( ... ) Os valores pelos quais vos comprometerdes narão se vos !reis encontrar satisfeitos com a que o ódio e a violência sufocam o amor e que cada um de vós fizer hoje, dependerá o irmãs.

na vossa juventude determiherança de um passado em a reconciliação. Das opções futuro dos vossos irmãos e

(continua)

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL

Caros amigos,

É com alguma nostalgia que escrevemos esta Carta que será a última, pois é chegada para nós a hora de deixar a responsabilidade da Equipe Responsável. Não estranhem, pois, o seu tom algo pessoaL

Quinze anos atrás, o Pe. Caffarel e os casais do então "Centro Diretor" nos convocavam a dividir com eles a responsabilidade do Movimento. Tínhamos então pouca experiência das Equipes de Nossa Senhora, mas Louis decidira, um ano antes, deixar sua profissão para dedicar-se ao serviço de Deus: estávamos pois inteiramente disponíveis. Desde então temos dado a maior parte do nosso tempo ao Movimento, vivendo assim uma experiência extraordinária ao partilhar a vida das equipes do mundo inteiro. Guardamos lembranças maravilhosas dos grandes encontros internacionais de Roma em 1970, 76 e 82, como também dos encontros de Aparecida, Fátima, Saint-Ouen . .. Talvez mais ainda de tantos e tantos contatos com equipes, casais, sacerdotes, em Bogotá, em Manaus ou em Madri, em Liege, Sion ou Fort-de-France. . . ou Paris. Em toda parte fomos acolhidos como irmãos, e pudemos partilhar o essencial: a nossa fé em Jesus Cristo, a nossa procura de Sua vontade em relação à nossa vida de casados. Por todas essas "mirabilia Dei" que vocês nos permitiram descobrir e viver, damos graças ao Senhor e, a vocês, dizemos um imenso "muito obrigado". Este agradecimento dirige-se em particular àqueles que nos abriram sua equipe, seu lar e, principalmente, seu coração, confiando-nos suas alegrias e suas preocupações: não nos esqueceremos deles ao "aposentar-nos"! Durante esses 15 anos, o Movimento evoluiu muito. Desenvolveu-se: o número das equipes quase dobrou; o número dos países nos quais estão implantadas passou de 30 a 47; as equipes de língua não francesa tornaram-se a grande maioria; a Equipe Responsável internacionalizou-se; as responsabilidades descentra-19-


lizaram...se. E, ao mesmo tempo, a mensagem do Movimento atualizou-se, visando melhor responder às aspirações dos casais de hoje e de amanhã, isto "na fidelidade à graça das origens e na compreensão das necessidades dos tempos", de acordo com o desejo do Pe. Caffarel quando nos deixou, em 1973. Esta importante evolução pôde ser levada adiante sem problemas porque centenas de casais e de sacerdotes aceitaram dedicar-se ao serviço de nossa grande comunidade durante 3, 5, 10 anos; a eles é que as Equipes de Nossa Senhora devem, principalmente, o seu dinamismo espiritual e apostólico de hoje. A todos também dizemos "obrigado": obrigado pelo que foram , obrigado pelo que deram, e obrigado pela confiança que em nós depositaram. Gostaríamos de poder mencionar aqui muitos nomes - como todas as páginas desta Carta não seriam suficientes para fazê-lo, limitar"'!los-emos ao Padre Tandonnet, que foi para nós, durante 12 anos, o conselheiro espiritual e o amigo, tão discreto quanto eficiente; e a Paul e Marie-Jeanne Vercruysse, que também deixam a Equipe Responsável e cuja amizade e experiência foram para nós tão preciosas. Contemplando o caminho percorrido durante esses 15 anos, temos consciência do que foi positivo e também - talvez mais ainda - do que, por culpa nossa, não o foi. Como pais que vêem seus filhos moços deixá-los para viverem sua própria vida, -revemos tudo o que deveríamos ter feito e não fizemos, as faltas de tato que magoaram uns ou outros, as decisões mal compreendidas e mal aceitas nesta ou naquela região, a falta de fé que impediu fossem os adiante mais destemidamente ... Aqueles que nos conhecem sabem que sempre nos esfor-çamos por estar à escuta do .Espírito e agir em função do bem do Movimento, em comunhão estreita com os outros membros da Equipe Responsável e os responsáveis em nível local; conhecem também as nossas limitações. Por todas essas nossas falhas, solicitamos a indulgência de vocês, seu perdão, por vezes, e suas orações. Esses lamentos sobre o passado são, felizmente, compensados com uma grande confiança no futuro. A partir deste ano, uma equipe forte, dinâmica, em parte renovada, vai, sob a responsabilidade de Jean-Claude e Jeanine Malroux, assumir a anima-ção do Movimento. Vamos acompanhá-la ainda até junho, quando nos retiraremos definitivamente, sem contudo abandoná-la por completo, pois continuaremos a rezar por ela diariamente.

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Para terminar, desejaríamos expressar os seguintes votos: - de que as Equipes de Nossa Senhora permaneçam unidas na sua diversidade, diversidade essa que sempre fez a sua riqueza e a sua força; - de que adquiram, nos anos vindouros, uma consc1encia ainda mais viva dessa responsabilidade pelo matrimônio cristão que, de maneira muito específica, assumem na Igreja; - de que o Espírito tenha sempre a prioridade sobre as estruturas e os métodos. Com toda a nossa afeição,

Louis e Marie d'Amonville

• Mensagem dos novos responsáveis, Jean-Ciaude e Jeanine Malroux:

"Louis e Marie passaram-nos o bastão... A tarefa é pesada e não podemos assumí-la sozinhos. Contamos pois com as orações de todos os responsáveis e equipistas do mundo. É juntos que continuaremos a fazer progredir o Movimento. A aprofundar os valores do matrimônio cristão, a procurar difundir esses valores, a tentar ajudar os casais a viverem o sacramen· to do matrimônio.

Neste mundo que sofre e duvida, nosso Movimento deve ajudar todos a viverem plenamente a sua fé e a ser, onde Deus os colocou, testemunhas que irradiem o Amor. Contamos com vocês!"

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REDESCOBRIR A BELEZA DO PROJETO CRISTÃO

Um retiro é o momento de redescobrir quem é Deus para mim. É fazer a avaliação da minha fidelidade ao meu compromisso de cristão batizado, de leigo atuante, de equipista, que pretende mostrar ao mundo a verdadeira face de Deus. Como podemos mostrar ao mundo a face de Deus se não renovamos periodicamente em nós esta escolha que fizemos livremente ao ingressarmos nas Equipes? O que representa para nós escolher Deus em primeiro lugar? Como disse o Padre Mohana quando esteve aqui conosco, um retiro não é uma coleção de palestras onde fazemos um curso para nos instruir mais em matéria de religião (teologia): um re·· tiro nos permite fazer experiências fortes de Deus. Um retiro é o momento de, novamente, direcionar a nossa vida para Deus. É uma volta, uma conversão. É quebrar a rotina que gera mediocridade. É como um êxodo: "sai da tua terra ... ", do teu comodismo, da tua instalação, da tua vidinha e afasta-te de tudo por alguns momentos para encontrar Deus; para renovar a tua escolha de Deus. É redescobrir a beleza do projeto cristão, redescobrir as maravilhas da palavra de Deus na meditação. É buscar momentos de reflexão na mensagem evangélica e avaliar se minha vida está pautada nesta mensagem. É relembrar se, realmente, a "Palavra" tem para mim o valor da pérola preciosa que o mercador encontra e vende tudo para possuí-la. É redescobrir o sentido da vida. Só em Deus a vida tem sentido. Como o eixo e os raios de uma roda. Deus é este eixo. Não saímos do lugar se nossos raios não se fixarem no eixo que é Deus.

Concluímos, então, que um retiro é o resultado de um esforço pessoal, consciente, um balanço do meu relacionamento com Deus. O pregador será apenas um orientador. O trabalho é meu.

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Podemos sair de um curso, de uma sessão de formação um pouco mais instruídos, mais cultos em matéria de fé. Mas devemos sair de um retiro um pouco mais santos. Num retiro podemos não aprender nada de novo, mas é o momento de nos conscientizarmos de como vivemos aquilo que sabemos. Agradeçamos 'ao Movimento a preocupação de incluir no nosso calendário as datas para nossos retiros. Agradeçamos a Deus o convite que Ele nos faz todos os anos. Meditemos em como responder a tudo isto na eternidade, onde Deus nos cobrará a maneira como mostramos sua face ao mundo em que fomos colocados. Esta é a nossa vocação.

Dilma Rodrigues Orofino Setor A de Florianópolis

RETIROS

CURITIBA

-

19-21/4 -

BRASíLIA

-

26-28/4-

SAO PAULO

-

26-28/4- Frei Mariano Forolosso (Barueri)

MAFRA

-

03-05/5- <Casa de Formação São Lourenço)

SAO PAULO

-

17-19/5 -

Pe. Paulo xavier Machado (Cenáculo)

JUIZ DE FORA -

24-26/5 -

Frei Luiz Gonzaga da Costa (Seminário da Floresta)

BRASíLIA

-24-26/5-

SOROCABA

-

Pe. Evaristo de Biasi (Col. Madalena Sósia)

24-26/5 - Pe. Ricardo Dias Neto <Ca.sa. de Retiros São José)

DRACENA

-

01-02/6 -

Pe. Walter Carrijo

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DIALOGAR O diálogo é básico para o entendimento entre marido e mulher e entre pais e filhos. Se não tivemos o exemplo de diálogo em família em nossa infância e juventude, temos que nos esforçar para superar essa deficiência e ensinar aos nossos filhos a necessidade de dialogar. O que é, e por que dialogar? Dialogar é mais que falar e ouvir, é sentir e acolher o que o outro tem a nos comunicar. Diálogo exige abertura de coração, humildade, disponibilidade de quem fala e de quem ouve. Se você estiver com o coração cheio de rancor, de inveja, de egoísmo, poderá conseguir tudo, menos dialogar. Diálogo é dinâmico, exige progresso, avanço, conquista. Daí afirmarmos que rotina e acomodação podem destruir todo entendimento. Diálogo exige conhecimento e aceita-ção das próprias deficiências e fraquezas. Sempre é difícil falar de nossas angústias, medos, ignorância, preguiça, enfim, de nossos sentimentos mais escondidos. É mais fácil "enrolar" e "sair de fino" do que encarar e esclarecer o que para nós é penoso. Diálogo exige coragem para confessar a própria ignorância, para dizer "eu não sei". Nunca admitimos que não temos competência, então "achamos". Achamos isso, achamos aquilo, e, cá entre nós, "achologia" é ciência de pessoas pouco inteligentes. Precisamos reconhecer que o cônjuge ou os filhos podem nos ensinar muitas coisas. Diálogo exige disponibilidade. Geralmente estamos disponÍ·· veis para as pessoas de fora, no trabalho, com os amigos. Quando chegamos em casa já estamos exaustos, não temos tempo, não queremos barulho. Diálogo exige treinamento. Pouco 'a pouco vamos nos entendendo mais e melhor se nos esforçarmos para isso, se aprendemos a conhecer e aceitar o outro com suas virtudes e defeitos. Muitas vezes essa tarefa é demorada e penosa, mas ela é possível. Se adotarmos uma postura de sempre acolher o outro e nos sensibilizarmos pelo que ele tem a nos dizer, nossa vida conjugal será mais feliz. Que Maria esteja sempre presente em nossas vidas, em nosso dever de sentar-se, e nos oriente e ajude a nos entendermos sempre mais e melhor. Maria Luiza e Rafael Equipe 4 de Araraquara

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DEZ MANEIRAS FACEIS DE CRIAR UM DELINQüENTE

l.a)

Comece na infância a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.

2.a)

Quando disser nomes feios, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.

3.a)

Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos 21 anos e decida por si mesmo.

4.a)

Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas, brinquedos. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5.a)

Discuta com freqüência na sua presença. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6.a)

Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que teria ele de passar pelas mesmas dificuldades pelas quais você passou?

7.a)

Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudicais ...

s.a)

Tome o partido dele contra vizinhos, professores, policiais (todos têm má vontade para com seu filho).

9.a)

Quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo"!

lO.a)

Prepare-se para uma vida de desgostos. destino!

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É

seu merecido


" QUE

CONSELHO

DARIA

VOCt:: ? "

Em uma faculdade de medicina certo professor propôs à sua classe a seguinte situação: "Baseados nas circunstâncias que vou enumerar, que conse· lho dariam vocês a certa senhora, grávida do quinto filho: 1) 2) 3) 4) 5)

O marido sofre de sífilis e ela de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo morreu. O terceiro nasceu surdo. O quarto é tuberculoso.

Ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho aconselhariam a tomar?" Com base nestes fatos, a maioria dos alunos concordou em que o aborto seria a melhor alternativa. O professor, então disse aos alunos: "Os que disseram 'sim' à idéia do aborto, saibam que acabaram de matar o grande compositor Ludwig van Beethoven. Pois vejam: seu pai, realmente era sifilítico, sua mãe tuberculosa, seu primeiro irmão cego de nascença, o terceiro surdo e o quarto tuberculoso, sendo que o segundo morreu logo depois do nascimento. (Do "Cavaleiro da Imaculada" )

-oAssim que Zilda anunciou a Paulo, seu esposo, que estava grávida, a decisão veio prontamente: - Vamos já ao médico! Não podemos aumentar a nossa família de modo algum, afirmou Paulo, intranqüilo e nervoso. Zilda não titubeou em aceitar a ponderação do marido. A tardinha do dia seguinte, ambos estavam no consultório médico, cabendo a Paulo iniciar o diálogo. -26-


- Sabe doutor, nós temos 3 filhos, e no momento, por medida de economia, não dá para cuidar de mais um. -

E qual é a idade do mais velho? perguntou o médico.

-

13 anos, respondeu Zilda.

-Estuda? -

Luciano está na 5.a série e vai indo muito bem ...

-- Então, é por medida de economia que a senhora quer provocar o aborto? novamente indagou o médico. - É sim, senhor, exclusivamente por medida de economia, confirmou Paulo.

- Pois bem! retrucou o ginecologista. Sendo por medida de economia, sugiro a vocês que matem Luciano, o filho mais velho. Parece-me que assim procedendo farão melhor negócio. A seguir levantou-se e deu por encerrada a consulta.

Colaboração da Equipe 2 do ABC

-o--

preciso recorrer ao aborto em caso de rubéola? "Não tenho estatísticas para o Brasil, escrevia, alguns anos atrás o Pe. Alberto Boissinot, mas num dos grandes hospitais para crianças, em Paris, em 2. 661 casos de mães com rubéola: 126 fetos foram eliminados por aborto natural; É

47 morreram na hora do parto; 35 nasceram anormais; - 2. 453 nasceram normais. Para evitar 35 crianças anormais, dever-se-ia eliminar 2. 453 . ?.... " normais (De um Boletim do Setor de Marília)

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APOSTOLADO

APROVEITANDO O EMBALO . ..

Vocês acabam de ler, na Carta Mensal de Março (págs. 12 e 13), o trabalho realizado pela Equipe 3 de Araraquara junto a uma família carente. Temos mais notícias:

Algum tempo se passou e esta família se ergueu: o pai e a mãe estão trabalhando, com salário fixo mensal, as crianças estão com outra aparência e a casa onde moram é outra, em melhores condições. Por orientação dos Vicentinos, estamos deixando esta família para assumirmos outra, em piores condições que a primeira no início do atendimento. Trata•se de uma familia com 6 crianças pequenas e a mãe, que foi abandonada pelo marido. Moram num barraco em condições precárias, sem o mínimo necessário. A mãe é a única pessoa que trabalha e seu ganho é insuficiente para sustento da família. É outro desafio, talvez maior do que o primeiro; contudo, estamos confiantes, com a certeza de que a ajuda mútua funciona e faz crescer.

Com a experiência que tivemos com a família anterior, vamos procurar melhorar no atendimento desta. Novas idéias estão surgindo para que haja maior participação de todos os membros da equipe e, conseqüentemente, melhor ajuda. Valeu muito, que Deus nos ajude a prosseguir neste trabalho.

Equipe 3 de Araraquara -28-


NOTíCIAS DOS SETORES JUIZ DE FORA -

Opção pelos jovena

O Departamento de Jovens do Setor está de parabéns: com mais três equipes, somavam 9 as equipes de jovens em fevereiro (em seis meses, quase dobraram>. A organização do departamento (cf. C.M. de novembro) continua a aprimorar-se. Está dividido em dois: os pilotos das equipes de jovens maiores, sob e. coordenação de Margarida e Agostinho. e os das que reunem menores, aos cuidados de Astrid e Ribelro, o Departamento até elaborou um "Manual do Casal Piloto das Equipes de Jovens", tendo havido um dia especial de aprofundamento para refletir-se sobre o mesmo. Pelo Boletim, o departamento vem convocando os filhos para encontros visando a formação de novas equipes. (E não perde a oportunidade de um recado aos pais: "O nosso exemplo e testemunho agora mais do que nunca é importante para eles. Só serão bons equipistas se nós o formos. " ) Além de um Encontro para todos os jovens equipistas no Seminário da Floresta, estava programada para março uma reunião com os pais, visando trocar idéias e pô-los e. par do trabalho que vem sendo feito: há vários jovens cujos pais não são equipistas, pois faz parte da filosofia do departamento exatamente estender a experiência "a muitos outros lares". "Neste Ano Internacional da Juventude, afirmam os responsáveis pelo departamento, maior ainda será nooso empenho de evangelização." SAO CARLOS -

Regularizando casamentos

Equlpistas e encontristas realizaram, na Paróquia de São Sebastião, a preparação para o casamento de vinte e seis casais que se encontravam em situação irregular. Mercedes e Astolpho foram os palestrantes, abordando, de forma sintética, o assunto de todas as palestras do CUrso de Preparação para o Casamento. A palestra sobre o Sacramento foi proferida pelo Pe. Benjamim, Conselheiro Espiritual das Equipes 5 e 6. Pe. Hildo, Conselheiro Espiritual das Equipes 2, 9 e 13, cuidou dos papéia e das confissões. No dia 10 de novembro, durante a Santa Missa das 19 horas, fo11am realizados os casamentos dos vinte e seis casais. Após a cerimônia, equipistas e encon· tristas ofereceram uma recepção festiva aos nubentes e fam111ares. -

Na Assembléia Diocesana

As Equipes 2, 5, 6, 9 e 13 responsabilizaram-se pela liturgia na Assembléia Diocesana, realizada em Araraquara. "Uma experiência preciosa para todos nós e mais uma oportunidade que Deus nos concede de conhecê-lo mais profundamente através de sua Palavra e de nos unirmos dentro de nossa paróquia com casais de outros movimentos". escreve a Equipe 2, no Boletim.

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-A serviço

A mesma Equipe 2 não dorme no ponto: "De uma maneira ou de outra, todas estão engajados em serviços." Um casal, dando palestras no Encontro de Noivos e no Encontro de Casais com Cristo. Outro, na Tesouraria do Conselho Paroquial e no Encontro de Casais. Outro, na Equipe de liturgia. outro, no Conselho Paroquial e responsável de quadras. Acrescentam: .. A Equipe 2 agradece todos os chamados que tem recebido de Deus e quer estar sempre a serviço." Visando o melhor engajamento dos casais no apostolado das paróquias, as missas mensais e noites de oração têm se realizado, a cada mês, numa paróqui·a, de preferência a do Conselheiro Espiritual da Equipe organizadora. Neste espírito de serviço ainda, vários equipistas fizeram o curso de Ministro da Eucaristia: cinco, ao todo, entr e os quais um casal (da Equipe 2). Na EQuipe 4, agora são 4 os Ministros da Eucaristia. -

Casal "padrinho"

Na . Equipe 8, uma iniciativa interessante: a cada casal é dada, mensalmente, por sorteio. a responsabilidade de "apadrinhamento". de um outrf:) casal da equipe. "Temos que rezar mais por ele, escr~vem, e ajudá-lo a vencer a caminhada de santificação. Também nosso Conselheiro Espiritual participa, e todos temos um motivo a mais para visitar nossos irmãos de equipe. " A mesma Equipe 8 continua reunindo casais, a cada quinze dias, procurando transmitir algumas orientações quanto à formação dos filhos JACARE:t -

Nossa missão de educadores

Ecos do retiro pregado por Frei Vitória e do qual participaram 29 casais : "Como pais e educadores, temos a obrigação de ajudar nossos filhos a externarem suas dúvidas e potencialidades, a treinarem seu espírito: isto é educar. Mas só estaremos aptos a orientá-los se estivermos na Verdade e no Amor." " Frei Vitória, escrevem Clarisse e Sanchez, mais uma vez nos fez perceber o nada que somos sem Deus, o quanto estamos poluidos pelo espírito de comodismo. Pedimos a Deus para que continuemos incomodados com as pala· vras do Frei e partamos para a construção da civilização do amor." PEDERNEIRAS -

Na. Pastoral

A Equipe 1 assumiu a Coordenação da Pastoral da Promoção Humana e está . atuando com muita dedicação junto à Casa da Criança, ao Dispensário do PAC e ao Pronutre. O ensino religioso nas escolas do município está sendo organizado, sob a coordenação geral de uma das equiplstas. A Diretoria Diocesana de Ensino Religioso de Bauru tem orientado e assistido os· encontros com docentes e

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pastores de outras igrejas. "Sob as luzes do Espírito Santo e os cuidados da equipe, escrevem, esse campo da catequese, há muito adormecido, desperta." O curso de preparação para o casamento, apostolado da equipe desde 1970, foi totalmente revisto, sob a supervisão de Anisia e José Fernando, mem-

bros da Pastoral da Familia em Bauru. O envolvimento dos jovens casais da Equipe 2 será mais uma força para que esse apostolado ganhe novo impulso. BAURU -

Um bom início

Já noticiamos (em outubro) o lançamento da Equipe 14, mas aqui vai um detalhe importante: os sete çasais que a compõem são todos jovens, no começo da vida conjugal - e até antes, pois entre eles há também um casal de noivos. -

Reunindo os filhos

A Equipe 3 está reunindo seus filhos paralelamente às reuniões da equipe. "Os maiores têm procurado transmitir multa coisa boa para os pequenos. Todos vibram com a possibilidade df: ter a 'sua' reunião de equipe. Estamos crescendo com os nossos filhos, e isto nos faz muito felizes", declaram os casais da 3. -

Opção pelos pobres

Deu bom resultado o movimento que a Equipe 6. com a colaboração dP. Vicentinos, realizou através de campanha no "Jornal da Cidade", denominada "Alguém precisa de você", com o objetivo de coletar utensilios de cozinha e outros para a creche da Vila São Paulo, recentemente construída num dos bairros mais carentes da cidade. "Muito material foi conseguido para a nova creche, pois Bauru mais uma vez mostrou seu espírito de solidariedade." A equipe também está satisfeita porque, de mãos dadas com as equipes 10 e 11. I>Õde realizar mais um gesto concreto: o bazar da pechincha, levado

a efeito para ajudar 11s Irmãzinhas do Mosteiro, produziu 700 mil cruzeiros

e o dinheiro foi entregue exatamente na hora de maior neçessidade. A, Equipe 12 continua atuando na promoção humana da paróquia de Santo Antonio, no Núcleo Nove de Julho (cf. C.M. de outubro). Junto com a equipe de batismo da paróquia, toda a eqUipe empenhou-se na confecção de "delicioso vatapá" destinado à aquisição de material a ser utilizado nos trabalhos de promoção daquele Núcleo.

ARAÇATUBA -

Retiro

45 casais de Araçatuba e um de Penápolis participaram do retiro pregado pelo Pe. Gusson, «que veio novamente de Lins para Araçatuba para premiar os equipista.s com sua palavra, fonte de grande crescimento espiritual." Os temas: Identidade de Deus, Identidade de Cristo, Identidade da Igreja, Iden-

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tidade do casal cristão, Identidade das Equipes de Nossa Senhora. Concluem Wilma e Alfredo, responsáveis pela divulgação: "Foram dois dias inesquecíveis, marcados pela presença de Cristo." ARARAQUARA -

Apostolado em todas as frentes

Enquanto continua com .seu programa de adoção de famílias carentes. (cf. pág. 28), e. Equipe 3 prossegue com as reuniões sobre o tema "A família à luz de Puebla" das quais participam os filhos, seus amigos e outros casais, equipistas ou não. Depois de uma recapitulação das partes já tratadas na reunião anterior, apresentam o tema novo e selecionam alguns trechos especificos para discussão. Nessa segunda reunião, "os debates foram amplos, contando com a participação de todos, inclusive dos filhos que, bem ao estilo dos jovens, sempre questionam muito o conceito de liberdade". -

Vamos trabalhar oom os jovens?

No retiro - "dois dias de grande proveito, de uma interiorização profunda, com questionamentos que nos deixaram uma ânsia muito grande de tra.balhar -, o Pe. José Carlos çhamou-nos, como pals e participantes de um movimento de casais que visa a espiritualidade do casal e da família, à responsabilidade de fazermos algum trabalho com jovens ou com suas famil!as. Neste Ano Internacional da Juventude, continuam Therezinha e Weenis, da Equipe 2, nos atrevemos a sugerir que todos pensem nessa obrigação e nos unamos num trabalho neste sentido."

VOLTOU AO PAI CESAR SCRICH - Da Equipe 1 de Americana. - Com Célia, era, desde maio de 83, Responsável pelo Setor. Ao mesmo tempo pacato e excelente organizador, preocupado com o çrescimento espiritual seu e dos que lhes estavam confiados, Cesar viveu feliz, porque .sempre procurou servir com amor. Assim, como homem sensato, preparou a sua passagem para a casa do Pai: no dia 10 de fevereiro, após assistir à Santa Missa, foi inocentemente ao encontro de um conhecido numa empresa em Aguaí e, ali, de maneira brutal, foi arrancado do nosso convívio. Embora. chocados, possamos aceitar as circunstâncias trágicas de sua morte, oferecendo ao Pai a vida de Cesar para que haja. menos violência e mais amor neste nosso mundo.

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"VINDE COMER!"

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Jo. 21, 4-6. 9-14

Já amanhecera. Jesus estava de pé, na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus lhes disse: "Jovens, tendes algo para comer?" Responderam-lhe: "Não!" Disse-lhes: "Lançai a rede à direita do barco e achareis." Lançaram então, P. não tinham mais força para puxá-la, por causa da quantidade de peixes. . . Quando saltaram em terra, viram brasas acesas, tendo por cima peixe e pão. Jesus lhes disse: "Trazei alguns dos peixes que apanhastes." Simão Pedro subiu então ao barco e arrastou para a terra a rede, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes; e apesar de serem tantos. a rede não se rompeu. Disse--lhes Jesus: "Vinde comer!" Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: "Quem és tu?" porque sabiam que era o Senhor. Jesus aproxima-se, toma o pão e o distribui entre eles; e faz o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos discípulos depois de ressuscitado dos mortos. ORAÇÃO -

Canto

- O Pão da Vida, a Comunhão, nos une a Cristo e aos irmãos. E nos ensina a abrir as mãos para partir repartir o pão. (bis) Lá no deserto a multidão com fome segue o Bom Pastor. com sede busca a nova palavra; Jesus tem pena, reparte o pão. Na Páscoa Nova da Nova Lei, quando amou-nos até o fim. partiu o pão, disse : Isto é meu Corpo, por vós doado: tornai, comei. Se neste Pão, nesta Comunhão, Jesus nos dá a própria vida, vamos também repartir os dons, doar a vida por nosso irmãn Onde houver fome, reparte o pão. e tuas trevas hão de ser luz: encontrarás Cristo no irmão, serás bendito do eterno Pai. Não é feliz quem não sabe dar, quem não aprende a lição do altar. de abrir a mão e o coração para doar-se no próprio dar. Abri, Senhor, estas minhas mãos, que para tudo guardar se fecham, abri minh'alma. meu coração. para doar-me no eterno dom!


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

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