ENS - Carta Mensal 1984-2 - Abril

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N9 2

1984 Abril

"Vós sois meus amigos"

......... . •....

Deixai-vos alcançar por Cristo

..............

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"Plantei a liberdade na poria da minha casa" . •

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Uma vocação só para os outros . . . ou: Você gostaria que seu filho fosse padre? . • . .

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A ECIR conversa com vocês:

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Inserção na Igreja e catequese

Uma Eucaristia que nos transforma . . . . . . . . . . 12 Inspirado na Paixão segundo São João . . . . . . . . 14 Sentar-se -

Um dever? .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

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Tomando posição perante a questão do aborto . . 18 Mãe, por que o fizeste?

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Sangue é vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . 21 A placa do barraco Nova caria da Alemanha

.. .. .. .. . .. 23 . . . . . . . . . .. . . 24

Notícias dos Selares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 "Eu vim para que lodos lenham vida" . . . . . . . . 32


EDITORIAL

"VóS SOIS MEUS AMIGOS" (Jo. 15, 14)

Num mundo carente de verdadeira amizade e fraternidade, nos é consolador ouvir estas palavras do nosso maior Amigo. Todo o capítulo 15 de João trata de um dos temas 'mais impvrtantes da espiritualidade cristã: nossa união com Cristo. Há nele uma mensagem muito rica e profunda para nossa vida. Destacarei nesta mensagem de Cristo três aspectos importantes: "Vós sois meus amigos". A verdadeira amizade é uma fonte de crescimento e de vida; fonte de união, de alegria e paz. "Há amigos que são mais queridos que um irmão" (Prov. 18, 24). Mas se, de um lado, a verdadeira amizade é uma riqueza para a nossa '\ida, de outro lado nem sempre é fácil cultivá-la, pois exige de nós compromisso e fidelidade para com nossos amigos. A amizade é saber amar, compreender, compadecer-se, dizer sim e dizer não. F. saber ouvir, respeitar, discernir. Cristo resume tudo isso no seu preceito: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". E vai mais longe: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos". "Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos esco• lhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto . .. ". A escolha de Cristo não é para privilegiar ninguém, mas para conferir uma missão: ir e produzir frutos. Seguir a Cristo significa fazer seguidores, outros discípulos. Nessa missão se evidenciará o grau, a medida do amor, através do oferecimento da vida. O dar a vida não consiste simplesmente em morrer. Não é um ato, é atitude: doar a vida. A prova do amor de Cristo não foi exclusivamente sua morte na cruz. Toda a sua vida foi dedicada aos homens, desde o primeiro instante. Nunca viveu para si, mas sempre para os outros. Doar a vida é oferecer nosso tempo, nossas qualidades e habilidades, nossa atenção, nosso carinho. Até mesmo -1-


nos pequenos gestos e nas coisas que damos aos outros, nos doamos quando o fazemos de bom coração. Amar como Jesus amou quer dizer perdoar sempre, solidarizar-se com os mais necessitados. Amar não só com palavras mas com ações. Per severar até o fim no amor, amor efetivo e não só afetivo. u. . . A fim de que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dê".

Tudo isso nos foi ensinado para que a alegria de Cristo esteja em nós e ela seja completa. A alegria brota do fundo do coração, da situação de paz interior: paz consigo em razão da coerência entre o que se acredita e o que se vive; paz com os outros pela fraternidade, que nos leva a amar e dá condições de sermos amados; paz com Deus, mediante uma fé profunda. Se estivermos comprometidos e formos fiéis à missão que Cristo nos confiou, então teremos a certeza e a garantia da realização de sua promessa: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dará". Rogo ao Pai que, a exemplo de Maria, todos os casais das Equipes de Nossa Senhora cresçam na união com Cristo, conservem e perseverem na sua amizade e, assim, possam dar testemunho de Cristo em seus lares, em suas equipes e na comunidade eclesial.

Pe. Antonio Amaro, SDS Conselheiro Espiritual da Equipe São Paulo 3/ D

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A PALAVRA DO PAPA

DEIXAI-VOS ALCANÇAR POR CRISTO

Não nos poderemos reconciliar verdadeiramente entre nós, homens, se não acolhermos a reconciliação com Deus, a reconciliação que nos vem de Deus: "Deus reconciliou consigo o mundo em Cristo" e foi Deus "que pôs nos nossos lábios a mensagem da reconciliação", fazendo-nos "embaixadores", como afirma São Paulo (2 Cor. 5, 18-20). A reconciliação é com efeito uma tarefa da l,greja, uma função eclesial. É este o sentido do sacramento da penitência, no qual o perdão nos é dado por meio de um sinal eficaz da graça, cujo efeito é o de nos reconciliar com Deus e com os outros. É este igualmente o sentido da luta que conduzimos. "Nós não temos de lutar contra a carne e o sangue. . . mas con-tra os espíritos malignos" (Ef. 6, 12) , contra o pecado, que ofende a Deus e fere os nossos irmãos, e é a fonte do mal que existe no mundo. Uma tal luta conduz-se com as armas de Deus (id. 6, 14-17). É por isso que vos digo antes de mais, como São Paulo: deixai-vos "alcançar" por Cristo, "conhecendo-O a Ele, à forca da f::ua ressurreição e à comunhão nos seus sofrimentos" (Fil. 3, 10-12). E não se pode ser "akançado" por Cristo sem contemr;laç.ão e oração. Então Cristo será a vossa luz interior, e vos transformará. Eis o que o Sucessor de Pedro espera de vós, acima de tudo.

Deste modo, podereis tornar-vos "sal" e "luz". Pois é Cristo que, como o sal, preserva e dá o sentido e o gosto às coisas terrenas, e é Ele que ilumina, como o sol, as vossas trevas. A vossa missão consiste em tornar presente e ativo este sentido e este gosto, em fazer brilhar esta luz através das "vossas boas obras", como diz ainda Jesus, através de toda a vossa vida. E esta missão compete ainda mais àqueles que de entre vós lhe consagrarem toda a sua vida, respondendo à vocação sacerdotal ou religiosa. (Num Encontro Ecuménico de Oração com jovens reunidos em Roma. pela. Comunidade de Taizé, 9-1-83)

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((PLANTEI A LIBERDADE NA PORTA DA MINHA CASA . .. "

A pedido da Carta Mensal, a filha de Alceu Amoroso Lima {Tristão de Athayde), Irmã Maria Teresa, Abadessa do mosteiro beneditino de Santa Maria, em São Paulo, escreve sobre a figura do grande pensador católico como pai de família.

Papai sempre foi um otimista diante da vida. Foi este clima que sempre respiramos em casa, desde que nascemos. E foi neste clima que vi meu Pai se despedir da vida: confiante no futuro, (apesar de todas as trevas que cada vez mais parecem nos envolver!) e na geração de amanhã. Reconhecendo todas as dificuldades e os problemas que os jovens de hoje impõem a seus pais, Papai nunca disse uma palavra que os pusesse em condições de inferioridade diante dos j ovens de ontem ou dos de um passado mais remoto. Atribuo isto ao grande respeito que sempre manifestou pela dignidade da pessoa humana, e à capacidade que tinha de descobrir o lado positivo e bom de tudo e de todos. Além de tudo, a sua juventude de espírito escandalosa, que o fazia se sentir bem conversando com os homens de todos os tempos, condições sociais, ra·ças e nações. Ele acreditava nas pessoas. E às vezes é exatamente esta a mola que acorda as pessoas para se tornarem acreditadas ...

o Não quero ir muito longe. Limito-me a dizer duas coisas: - primeiro, quais foram as influências mais significativas, na educação, que recebi de Papai; - segundo, até que ponto ele influenciou na minha vocação.

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Primeiro: Repito o que ele disse no Canal Livre: "Plantei a liberdade na porta da minha casa." Foi verdade! Ele procurou nos dar- (ele e Mamãe, porque os 2 sempre foram 1 para nós) - pelo testemunhq e pelo exemplo, sobretudo, a melhor das fol'mações. E depois ... deixou que cada um de nós a pusesse em prática com a maior das liberdades. Sabíamos que eles tinham C'onfiança em nós. Isto nos estimulava a nunca perder o crédito que eles depositavam em nós. Outra coisa: nunca foi admitida a mentira em minha casa. Este clima de verdade nos fez crescer num ambiente solar inconfundível. Outra: o amor era o maior dono da casa. Amor entre os dois, sincero, simples, sóbrio, que se expandia sobre nós- filhos. Nossa casa era tão quente para nós que espontaneamente, livremente, nós a preferíamos a qualquer outro programa. Não precisávamos encontrar fora, o que normalmente. naturalmente, sem nenhuma afetação, encontrávamos dentro. Acho que se os casais de hoje recomeçassem a formar um lar, os filhos não teriam tanta sede de diversões fora. E não procurando sair tanto, evitariam as más companhias, as drogas, a exploração do sexo, etc. Será que os filhos de hoje encontram o "lá em casa", a "família", que nós encontramos?! Isto é uma pergunta séria que devemos nos fazer. Quando se voltam para o lar encontram o testemunho dos pais? ou encontram pais cansados de trabalhos, "apostolados" (às vezes maravilhosos, mas os filhos sentem os pais mais dos outros que deles, e eles têm o primeiro direito) , ou quando não é pior, encontram os pais divididos entre si, separados, desunidos ou ... não os encontram! Pergunto: que culpa têm eles de estarem procurando fora o que não encontram dentro de casa?? E se procuram fora: será que encontram sempre o ideal, o bom caminho? Nós estamos aqui na periferia de São Paulo. Com as classes mais pobres da sociedade, onde ainda há o senso de família, bem maior que nas altas camadas. Pois bem: são inúmeros os casos de crianças que vivem na nossa portaria para "falar com a Irmã", "mostrar um teatrinho à Irmã", "entregar uma coisa à Irmã", etc., etc., porque não têm pais em casa, nem à noite. Alguns devido a dois empregos para fazer face à vida dura. Mas outros porque . .. depois de um dia exaustivo é bom um bar ou uma casa de comadre. Ficaria falando a vida toda do que foi "lá em casa". E de como é bom carregar esta herança de um lar ajustado e feliz.

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Segundo: Influência dele sobre minha vocação.

Diretamente: nenhuma. Absoluta liberdade a cada filho de seguir livremente o seu caminho. Nunca ouvi sequer este suspiro: "Ah como gostaria de ter uma filha freira!" Depois que lhe contei e pedi, ouvi esta exclamação: "Nunca esperei outra coisa de você! E é a melhor e maior alegria que podia me dar! Embora a separação ... , etc., etc.". Indiretamente: tudo. Seu exemplo. Seu testemunho de vida. Sua Missa e Comunhão diárias. Seu Breviário. Seu serviço à causa da Igreja. Sua d isponibilidade. Sua submissão aos Pastor es da Diocese. Sua amizade a Dom Leme (passávamos as tardes de sábado brincando na casa do Cardeal em Itaipava. Convívio com os l'.ionsenhores. Eu adorava o ambiente. Sentia uma pureza no ar! Uma tranqüilidade! Uma Paz! Tudo isso foi trabalhando o coração, evidentemente). Ver a sua total felicidade, claridade, paz, alegria, limpidez, retidão de caráter, etc., etc., certamente tudo isto me fez, ainda que subconscientemente, indagar a CAUSA que estava atrás desta vida de meu Pai. E quando descobri, quis segui-LA. Era Deus.

Com um abraço e as orações da

Irmã Maria Teresa A. Lima O.B .

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COM A PALAVRA

OS CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

UMA VOCAÇÃO Só PARA OS OUTROS ... ou: VOC~

GOSTARIA QUE SEU FILHO FOSSE PADRE?

Conforme nos relata o número especial da Carta Mensal sobre Vocações, essa pergunta foi feita a 27 casais católicos (1 ). Desses, 11 responderam que não. É muito significativa, e muito triste, esta percentagem de respostas negativas: quer dizer que há tantos pais católicos que não reconhecem o sentido nem a grandeza do sacerdócio. Para os filhos dos outros talvez, mas não para os próprios. Aliás, já ouvi isso pessoalmente da boca de uma equipista ... E os motivos alegados por esses casais são também dignos de reflexão. "Todo ser humano tem direito a uma família e pode servir a Deus dentro do estado matrimonial." Claro que pode; antes, deve. Mas são dois serviços diferentes. Se eu escolhi o sacerdócio, e permaneço nele, não é porque desacredito do matrimônio cristão, pelo amor de Deus! Nem o desprezo. Trata-se de renunciar a um valor para escolher outro objetivamente muito maior. Ao invés de dedicar minha vida a um número limitado de pessoas, e amar apenas a esposa e os filhos, eu quero dedicá-la a todos, amar a todos, sem reservas e sem limites. Sei que isso é muito difícil. mas confio no auxílio de Deus que me chamou. Eu quero dedicar meu tempo integral a Deus e ao próximo, procurando fazer que todos reconheçam que Deus é Pai e nós somos irmãos. Por esse mesmo motivo não me dedico a uma profissão material, porque meu trabalho quer ser todo espiritual.

U)

"Nós, os pais 'Católicos• e a. vocação sacerdotal"~ C.M. de agosto 83, páginas 28 e 29. "Católicos", entre aspas, porque a pequena sondagem foi feita junto a católicos praticantes, equipistas ou paroquianos engajados ...

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A família é uma coisa santa, evidentemente. Foi Deus mesmo quem a inventou, e quis até ter uma aqui na terra. Mas eu não sou sem família, por ter escolhido o sacerdócio! Minha família se ampliou imensamente; tenho tantos irmãos, sou pai de tanta gente, que até perdi a conta. E não me sinto sozinho de modo algum. Por isso, também não dou razão a quem respondeu que os padres são por demais solitários. Muito pelo contrário. O trabalho ministerial, quando feito com dedicação e boa vontG:de, nos dá um sentido de realização, também humana, tão grande que vale a pena! Um motivo muito interessante foi alegado por alguém: "Sendo o sacerdócio uma vida de renúncia e abnegação, nossos filhos não estão habituados ou preparados para ela". Desculpem-me, mas parece-me que essas palavras são uma acusação direta para quem as disse. Quer dizer que a vida também das famílias católicas está tão impregnada de materialismo, de hedonismo, de preocupação pelo conforto e bem-estar material que não dá jeito mais dP. se falar de um pouco de n:núncia? Infelizmente, isso acontece mesmo. Ninguém mais se preocupa por aquele espírito de austeridade de vida que é bem próprio do Evangelho, que Cristo viveu ~ ensinou. Preferimos amarrar-nos nessas coisas. Aí está um tema de reflexão muito importante para todos os cas·ais equipistas. Se nós temos tão poucos sacerdotes, diante de necessidades tão grandes e que se avolumam a cada dia, de quem será a responsabilidade? O canteiro onde Deus semeia a semente das vocações só pode ser a família. Se a terra não é boa, a semente não pode germinar.

Frei Estevão Nunes Conselheiro Espiritual do Setor B de Curitiba

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A ECIR FALA COM VOCf!S

INSERÇÃO NA IGREJA E CATEQUESE

Definimos como linhas básicas para o movimento no Brasil, nestes próximos anos, a inserção na Igreja e a catequese. Como e porque chegamos a essa escolha? Como? Foi, podemos dizer, uma maior definição da busca, do empenho, que já vinha acontecendo na ECIR. O movimento já '\inha caminhando para isso há algum tempo. Simplesmente, acreditamos haver chegado o momento de uma posição mais clara, mais firme e mais concreta. o Porque a inserção na Igreja?

"Eu sou a videira, vós os ramos. O ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora como o ramo. Secará". (Jo, 15). Por que o ramo seca se for separado do tronco? Porque dele recebe a seiva, que mantém a vida do mesmo. Assim também nós recebemos a vida de Cristo. A Igreja é Sacramento de Cristo no mundo presente, portanto o tronco do qual nós somos os ramos. É a grande comunidade, querida por Cristo, na qual devem estar inseridas todas as pequenas comunidades (a equipe é uma delas), sob pena de esvaziar-se, perder o sentido e morrer. Como concretizar esta inserção? Estando todos comprometidos, individual e comunitariamente, com a Igreja na sua missão de Evangelizar.

A nível de casal: -

através da paróquia, participando de sua vida.

A nível de equipe: - procurando conhecer as orientações e prioridades da Igreja no Brasil, da Igreja universal, estudando os seus documentos.

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A nível de setor- caminhando junto com a Igreja local:

- mantendo contatos com o bispo (ou o vigário no caso de não ser sede de diocese) e "estando sempre prontos a responder aos seus apelos" (''Carta" das ENS) ; - procurando participar das assembléias diocesanas e dos planejamentos pastorais, em especial das pastorais mais relacionadas com a família.

A nível de Movimento Brasil e a Igreja universal:

caminhando junto com a Igreja do

- procurando estar em sintonia com elas, assumindo suas preocupações, acolhendo suas orientações e buscando viver seus tempos; - mantendo contatos com a Hierarquia, principalmente através do bispo responsável pelo setor família. o Porque a catequese?

Tem por objetivo ajudar-nos em nossa busca de Deus, a nos aproximarmos mais dEle, a conhecer e fazer a Sua vontade. Definimos a catequese como linha básica, pois estamos certos de que, se não houver uma resposta para este anseio interior de aproximar-se de Deus. as outras respostas dificilmente encontrarão eco. "A dimensão catequética da vida cristã é um processo de educação pessoal e comunitária, progressiva e permanente. orgânica e sistemática da fé. Processo que busca levar as pessoas à comunhão e à intimidade com Cristo, ao conhecimento de sua mensaJ?;em e ao compromisso com a sua missão de anúncio e construção do Reino de Deus". (Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, n. 0 95). Em nosso entender, essa catequese deve envolver três aspectos:

- Conhecimento - dos fundamentos de nossa fé. Para isso, é necessá:rio um maior empenho no estudo e na reflexão, pois a nossa razão, se não for satisfeita, pode impedir a nossa aproximação de Deus. Crescemos e amadurecemos em todos os sentidos. Não podemos, pois, permanecer ignorantes e imaturos no que se refere à nossa fé. -lO-


Não estamos pensando aqui em profundos estudos teológicos, mas em conhecimentos básicos, que podem ser alcançados principalmente através da Bíblia e de temas próprios. - Discernimento - A verdadeira busca de Deus consiste principalmente em procurar discernir, em tudo aquilo que vamos conhecendo, qual é a vontade de Deus a nosso respeito. Mas como o discernimento ~ Dom de Deus, só o alcançamos através de uma vida alicerçada na oração. "O povo de Deus é impulsionado, pelo Espírito Santo, a aprofundar o conhecimento e a vivênda da própria fé, através do confronto da Palavra de Deus com as situações da vida e com a História". (Idem, n.0 94). Assim, a verdadeira busca de Deus é sobretudo um empenho na ora'Ção, na escuta da Palavra e na meditação. - Vivência - Aproximação de Deus significa fazer a Sua vontade. ou seja, conversão, transformação de vida e compromisso apostólico. "Esse Povo se torna, cada vez mais, sinal e germe do Reino, dando as razões de sua fé e esperança e comprometendo-se, com maior conhecimento e zelo, na transformação do mundo, para que este se torne dia a dia mais conforme com o projeto de Deus". (n. 0 94) Para uma verdadeira catequese, não basta planejar o bom andamento de um conjunto de temas. É preciso sintonizar melhor com essa dimensão tudo o que já temos, reunião de equipe, meios de aperfeiçoamento, encontros, tardes de estudos, etc.

o A partir das exigências expostas, é necessário promover a integração da nossa caminhada com a mensagem evangélica. Dirigimos pois aqui o nosso apelo a todos os casais do movimento, em especial aos que estão, de uma forma ou de outra, a serviço do mesmo, e, mais especialmente ainda, aos nossos queridos Conselheiros Espirituais, para que assumam conosco essas r-reocupações e se empenhem nesse sentido.

1Cidinha e lgar

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UMA EUCARISTIA QUE NOS TRANSFORMA (Da Carta francesa)

A Eucaristia representou na nossa vida matrimonial algo que ambos desejávamos fosse cada dia mais importante, a ponto de meu marido, doente, nos últimos anos de sua vida, reservar suas últimas forças para ir, diariamente, receber a Sagrada Comunhão. Viúva há quatro anos, eu continuo procurando manter essa primazia. Foi uma lenta caminhada, ao! longo dos nossos 40 anos de casados, partindo de um ato de fé nesse sacramento pelo qual Cristo se nos dá como alimento para, verdadeiramente, nos "transformar" por sua vida divina e nos fazer partícipes do seu Corpo Místico, a Igreja. Caminhada realizada com o auxílio do Espírito Santo, freqüentemente invocado, da meditação e do estudo da doutrina que fizemos juntos, apoiados na Igreja, no Concílio, no Movimento. Descobrimos que precisávamos de Eucaristia para viver profundamente o sacramento do nosso matrimônio. Assim, procuramos, na nossa existência de esposos e pais, à medida que cresciam os nossos cinco filhos, dar à Eucaristia um lugar muito importante, fazendo de cada uma das nossas comunhões um encontro diariamente esperado e uma ação de graças perpétua. Foi e continua sendo uma descoberta cada vez mais rica da maravilha do amor do Senhor pelos homens, assim como, da nossa parte, uma tentativa de r esposta a esse amor, pela imperiosa necessidade de estendê-lo aos outros. A única dificuldade que encontramos foi a da perseverança: era preciso renovar continuamente essa prioridade em nossa vida, reservar o tempo necessário para o encontro pessoal na recepção do sacramento, organizar a vida em função desse encontro, incluSlV·e nas férias. Ao longo dos anos, a relação existente entre o nosso amor conjugal e o amor de Cristo pela sua Igreja foi penetrando profundamente em nós. Amor, dom total como o dom do Filho. Amor que cresce sem cessar, tendo por ideal amar "como Jesus nos amou, até o dom da sua vida". Amor generoso e fecundo como pais. Amor exigente que "partilha" e "se revela" para construir um mundo novo, uma Igreja que exprima esse amor no entusiasmo e na unidade. -12-


Tomamos consciência disso aos poucos e refletíamos muito os dois e também no dever de sentar-se com nossos filhos mais v& lhos, sobre como responder às exigências da Eucaristia com atitudes "eucarísticas", ativas e não passivas ou rotineiras. Compreendíamos que nossas Eucaristias deviam necessariamente trans-formar-nos, sob pena de não serem autênticas. Dai esse desejo de rogar ao Senhor para nos "transformar" pelo seu amor, dia após dia, abrindo-nos para essa transformação. Daí o pedid'O de um aperfeiçoamento da nossa vida de casal e de família: "Transforma os nossos corações de pedra em corações de carne." Esse empenho de cada um, pais e filhos, em aumentar o amor de uns pelos outros, recorrendo à fonte do amor inicial, e através de pequenas decisões precisas: "Vede como eles se amam!" E-sse anseio de união sempre mais autêntica entre nós, cada qual se unindo ao Cristo na Eucaristia: "Sede um como meu Pai e eu somos um." Essa preocupação, ao receber o Corpo de Cristo, de sermos mais plenamente humanos, mais atentos aos outros, às suas ale-grias, sofrimentos e esperanças. Essa aspiração de que Cristo, vindo a nós, "divinize" verdadeiramente a nossa vida e nos dê uma dimensão mais que humana: eterna, para o seu Reino. Essa certeza de que o Pão eucarístico não só nos "dispõe" para a partilha com os outros mas a exige, numa fraternidade cada vez maior, sinal eficaz de uma tarefa humana realizada e sempre a realizar. A Eucaristia é, de modo inseparável, alimento e partilha. Alimento e partilha da vida de Deus em nós, da nossa fé, da nossa esperança. Só podemos comungar se partilhamos, e vice-versa. o

Parece-me que a alegria e a gratidão de cada um diante da Eucaristia não se manifestam suficientemente na Igreja., nas nossas assembléias de Igreja. Não seria responsabilidade nossa, como casais, como famílias, fazer com que a festa que vivemos interiormente se tornasse a festa da comunidade e assim outros pudessem ser atraídos?

Yvonne -13-


INSPIRADO NA PAIXÃO SEGUNDO SÃO JOÃO

Texto composto para a Vigília de orações dos equipistas de Florianópolis qUJando das enchentes que castigaram o sul do país.

Senhor Deus! Como Teu Filho O nosso Estado foi crucificado ... Uma cruz de água abriu em seu corpo cinco chagas profundas. Nos pés que caminham: todas as estradas atingidas, Nas mãos que trabalham: goteja o sangue dos seus operários e laV!'adores. No seu coração, uma lança: a perda de vidas, de anos de luta ... Na sua cabeça, uma coroa de espinhos pontiagudas: a angústia de suas autoridades. Seu rosto manchou-se dos pingos de chuva, das lágrimas incontidas da dor . .. Seus ombros, seu dorso se marcaram com o frio, com o desconforto, com a escuridão. Seu corpo chagado, sofrido, atribulado, gritou por todos os meios de comunicação: Tenho sede e fome, tenho frio e dor. Por que, assim, ó Pai! me abandonaste? Sua voz ecoou no céu escuro, inclemente, nevoento ... Agonizou. . . Morreu ...

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E os nossos irmãos, "Josés de Arimatéia e Nicodemos", chegaram. Corajosa e piedosamente. Por milhões de mãos começaram a tirar o seu corpo da cruz. E os "Josés de Arimatéia e Nicodemos", com nomes de jovens e motoqueiros, velejadores e aviadores, marinheiros e soldados, estudantes, professores, presidiários e milionários, pobres, ricos, velhos, favelados, motoristas, médicos, artistas, comunicadores. . . E cs "J osés de Arimatéia e Nicodemos" vieram também, anonimamente. E o tiraram da cruz. E untaram seu corpo chagado com o óleo da caridade mais sincera, do amor mais puro e solidário ... E o seu corpo exangue aceitou a misericórdia e a compaixão. Porém, junto à cruz, alguém velou. De pé. Sem esmorecer. Alguém que nos serve de modelo nessa hora de Paixão. Alguém que é Mãe de nossas Equipes e que espera e sabe que temos que passar pela noite escura do Calvário para chegar à aurora da Ressurreição. Começamos com Maria, com a lição de fortaleza e aceitação humilde, com o coração sofrido, mas esperançoso, com paciência e coragem, a grande vigília de oração e trabalho. Iniciamos a vigília confiante e paciente da reconstrução, para a gloriosa alegria da Ressurreição.

Almira Calixto Equipe 6. Setor B de Florianópolis

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SENTAR-SE -

UM DEVER?

Entre os meios de aperfeiçoamento - os pontos concretos de esforço - que as Equipes nos propõem, o Dever de Sentar-se, quando bem compreendido e bem realizado, é o que mais diretamente influi na vida do casal. E o faz com eficáda, com uma maleabilidade que permite abordar de mês para mês as situações que o momento exige, dando ao casal a oportunidade de rever, com calma, o caminho percorrido no mês anterior, as conseqüências da aplicação ou não das resoluções tomadas, e traçar, na presença de Deus e com o seu auxílio, as diretrizes para o mês seguinte. Infelizmente, muitos casais, seja por uma informação deficiente, seja por temperamento, fazem do dever de sentar· se uma ocasião de ajuste de contas, o que ele absolutamente não é. Devemos ir pa<ra o dever de sentar-se não só espiritualmente desarmados, como lembrando, se algo nos magoou, que talvez Deus tenha muito mais a nos r elevar do que nós ao nosso cônjuge. E que é perdoando que se é perdoado . . . Não se trata, portanto, de àar ou exigir explicações, mas, quando estivermos um diante do outro, na presença de Deus, sabendo que a nossa condição humana, nosso temperamento, podem nos ter levado mais longe do que queríamos, não esperemos para admiti-lo que nos seja cobrado : com amor, nos desculpemos mutuamente. Notícias de Bauru nos falam de uma palestra de Frei Hugo Baggio, no último retiro, sobre o dever de sentar-se. Para que este diálogo seja bem sucedido, ele lembra algumas condições:

- que ambos se conheçam, ou desejam se conhecer, profundamente; que se respeitem, e, para tanto, saibam dominar o tom da voz e a linguagem; que haja compreensão pelo problema do outro; que queiram dividir o problema; que busquem juntos a solugão; que aprendam a aceitar a não-solução, tentando conviver com a dificuldade; que se separem em paz, eliminando quaisquer ressentimentos. Se o casal não faz o dever de sentar-se, deveria pergutar-se, afirmava ainda Frei Hugo, qual o motivo, e também buscar ra-

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zões para fazê-lo. Se o dever de sentar-se, como feito até agora, tem sido negativo: por que? Finalmente, o que fazer para tornar o dever de sentar-se construtivo e gratificante? No boletim de Ribeirão Preto encontramos um artigo de D. José Geraldo do Vale, antigo Conselheiro da equipe 2 e hoje Bispo de Alcântara, MG, a propósito das bodas de prata de um casal equipista. Comentando a Missa em ação de graças, ele afirma: "O clima foi de vitória, comemorando a vivência cristã do dia a dia do casal festejado - conquista entre lutas e sofrimentos e recotttE::çar sempre com esperança - testemunhada pelos filhos, eufóricos e agradecidos a Deus pelos pais geniais que têm." E acrescenta: "Envolvido nesse contexto, pensei: Por que, Senhor, todas as famílias não são assim?! As respostas devem ser múltiplas e entrelaçadas entre si. E não se há de encontrar uma solução única para o problema. Acho que uma das razões, não saberia se a mais importante, é não sabermos tirar das dificuldades, dos entraves, das fraquezas, das quedas, motivo de amadurecimento, de crescimento, de união mais profunda, de apôio recíproco, procurado e aceito. Ao contrário, nossas limitações não são aceitas com natu?'alidade mas levam com freqüência a um afastamento, a um fe· char-se sobre si com revolta, quando não na expectativa de uma ocasião para desforra." Em seguida, D. Geraldo sugere que os casais, no dever de sentar-se, revejam os lances difíceis de sua vida e como então se portaram. "Cada casal, termina ele, tem uma história que, se constn~ída no amor, o leva a tirar proveito de tudo para aumentar esse amor, aprofundá-lo, pois só o amor conta, só o amor permanece, só pelo amor compensa lutar." Com efeito, quando se pratica bem e mensalmente o dever de sentar-se, tem-se a oportunidade de chegar a esse amadurecimento, a esse crescimento, a essa união mais profunda de que nos fala D. Geraldo. Não podemos nos esquecer de que o Movimento tem uma brochura, publicada pelas Edições Paulinas, preparada justamente para orientar os casais na prática do dever de sentar-se. Temos recorrido a ela? Temos divulgado essa publicação entre os casais nossos conhecidos? Assim como é um inestimável auxílio para os casais das Equipes, o dever de sentar-se pode ajudar também muitos outros casais fora do Movimento. Incentivar esses casais a dialogar em clima de amor é uma atitude mais construtiva do que pregar contra o divórcio.

Nancy Cajado Moncau -17-


TOMANDO POSIÇÃO PERANTE A QUESTÃO DO ABORTO

A legalização do aborto, em Portugal, acabou sendo votada, em janeiro. . . Não se omitiram, contudo, os cristãos antes que isto acontecesse. Eis o comunicado enviado, em novembro, pelo Casal Regional, em nome das Equipes de N~a Senhora, a todos os grupos parlamentares e órgãos diários de comunicação.

Como responsáveis mtcionais de um Movimento Cristão voltado para o casamento e a família, com cerca de 2. 000 casais participantes, mas não tomando, como tal e em princípio, posições públicas sobre questões que se levantem a nível nacional ou local, entendemos como dever de consciência, que não podemos enjeitar, o de traduzir em poucas linhas perante os órgãos de comunicação social ·Como perante os representantes do povo português o nosso comum ponto-de-vista sobre o agora discutido problema do aborto: 1. A questão do aborto não é, nem nunca foi, questão religiosa, senão na medida em que é questão humana e da natureza humana. Não é, pois, necessário fazer apelo a princípios religiosos rara repudiar vivamente tanto a prática como a despenalização do aborto. 2. O aborto é, em si mesmo, e de maneira cientificamente indiscutível, um atentado direto à vida humana, à vida de um ser humano procriado, em gestação e indefeso. Representa, pois, uma hipocrisia o uso da expressão "interrupção voluntária da gravidez", que só significa morte de um novo ser, como a discussão entre os patrocinadores do aborto, contra todas as conclusões da Medicina, sobre se o crime deve ser cometido com mais ou me· nos dias, com mais ou menos meses de gestação. -18-


3. Todos os argumentos apresentados numa perspectiva humanitálria e de bem social para despenalizar e admitir o aborto são, não duvidamos em afirmá-lo, meios de iludir gravemente a questão. Não são razões daquela natureza que podem justificar, como regra, a supressão, de natureza racista, que o nazismo usou para fundamentar o direito de matar velhos e doentes. 4. Não ignoramos, nem queremos esconder, os graves problemas sociais que estão na base do aborto clandestino. Para os combater não é admissível mascará-los com o direito ao crime, em vez de ir às suas causas. Urge a continuação de tomada de medidas positivas de natureza humana, social e ética (o correto planejamento da família, o apoio à mãe solteira, o desenvolvimento da instituição da adoção, o incremento de urna mais correta assistência social, uma atenção construtiva aos fatores de desagrPgação moral na família e na educação, etc.). 5. Também é lamentável a confusão que se faz enumerando o aborto como um dos meios possíveis de limitação da natalidade. Não o é: mas, sim, um meio sofisticado de condenar à morte um ser inocente. Isso não quer dizer que não alertemos também para a necessidade de proibir o comércio daqueles indevidamente chamados anti-conceptivos que, defraudando muitas vezes gravemente quem os usa, são de natureza abortiva. 6. A legalização do aborto é também um dos mais graves atentados contra a mulher, - quando pugna justamente pelos seus direitos e é ludibriada a julgar que naqueles se contém o de abortar- pois a torna um objeto da irresponsabilidade masculina e é impelida a ser a auto:ra do crime em que terá a menor culpa. Atribuir-lhe o direito de amputar o corpo é duplamente falso: ninguém se deve considerar com direito a cortar um braço, e o seu filho não é o seu corpo mas um novo ser com direito à vida. 7. Finalmente queremos deixar bem cla;ro que a nossa condenação absoluta do aborto nada tem a ver com a condenação de pessoas concretas. Desde sempre, e com muito mais razão com o aperfeiçoamento do nosso ordenamento jurídico, cada pessoa merece ser considerada como tal, quer no plano da moral quer no do Direito. O crime pode existir e, não obstante, ser absolvido quem o praticou, dadas as circunstâncias que envolvam tal prática.

Maria Manuela e Augusto Lopes Cardoso Responsáveis Nacionais -19-


MÃE, POR QUE O FIZESTE?

Mãe, por que o fizeste? Eu queria viver E tu sem razão Nem o sol me deixaste ver.

Não te quero condenar Tu podias n ão saber Que eu era um homem E tinha direito de viver.

Dizem que é tão lindo Que de no'te há estrelas Mãe porque me abortaste? Eu queria tanto vê-las.

Mãe, eu era teu filho Parte do teu corpo Mas mesmo assim àisseste ao doutor Faça-me aqui este aborto.

Falam de um Homem A quem chamam o Salvador. Mãe, quando me mataste Pensaste no amor?

Um dia ma:s tarde Hás-de chorar E eu não posso estar ai Para. as lágrimas te limpar.

Mãe, esse Homem Foi ele Mãe Que disse para me matar?

Mãe por aquilo que fizeste Grande é a tua cruz Porque ao matar-me a mim Mataste Jesus.

Não foi pois não? Por favor diz-me a verdade Tu mãe fizeste-o Por causa da tua vaidade.

Mãe aqui te deixo um pedido Feito de todo o coração Não voltes a matar O bebê meu irmão.

De quem já ouviste falar

Se estiveres indecisa

Procura lembrar Que ele é um ser vivo A quem tu deves amar.

Maria Antonia da Silva Sobreiro Henriques {15 anos de idade) (Da. Carta portuguesa)

20\


SANGUE

É

VIDA . ..

Sábado à noite, eu estava pronta para ir a uma festa quando o telefone toca: - Você por acaso sabe de alguém que tenha sangue RH negativo, tipo A? - O meu é RH negativo, tipo O (doador universal), e tenho o telefone de mais três pessoas. Vou ver ... Nesta altura, desisti da festa e comecei a procurar os tais telefones que também estavam comigo "por acaso".

o Um ano atrás, uma das minhas filhas, trabalhando no Hospital das Clínicas. contara-me que havia um mês, por falta de sangue RH negativo, um senhor estava esperando para se submeter a uma cirurgia "de urgência". A noite, eu e o Felício foramos a uma reunião de encontristas na Igreja de São Francisco - não conhecíamos ninguém - e, na hora das intenções, aproveitei: "Queria pedir para que algum doador de sangue RH negativo aparecesse para que um senhor pudesse finalmente ser operado ... " Terminada a reunião, três pessoas se ofereceram, e assim a operação pôde finalmente ser realizada. E com sucesso! Tive a inspiração de guardar os nomes e telefones destas pessoas, tão preciosas e "negativas" ...

o Consegui comunicar-me com as três, mas somente uma delas P.ra do tipo A. E a resposta foi uma delída: -Que bom você se lembrar de mim ... Para doar sangue? Claro que posso, amanhã é domingo, fica ainda mais fácil, eu vou cedinho. Que alegria poder ajudar! Muito obrigada! (Imaginem 'iÓ se ela fosse positiva ... ). -21-


Fiquei refletindo nos "sinais" que recebemos diariamente para vitaminizar nossa fé, esperança e caridade. A pessoa que me telefonara ainda acrescentar a: "Para esse tipo de operação do coração, só serve sangue fresco (não pode ser congeLado) e do tipo exatamente igual; não dá para comprar, pois não se encontra ... "

o Quantas vezes, principalmente hoje, nos sentimos agoniados c::om tantos problemas insolúveis. . . Apelos nos chegam de todos r.s lados e esbarram na nossa impotência. . . Ah! Se Cristo aqui estivesse! ... Mas Ele está! Está realmente, aqui e agllra, presente em Corpo e Sangue e não faz distinção de tipo, pode set positivo ou negativo ... E o nosso sangue "fresco", assim revigorado, poderá servir para alguém que talvez esteja esperando há anos por uma transfusão miraculosa ... Junto com Ele, vamos doar-nos para que Ele realize mais e mais operações cardíacas com sucesso absoluto e... de dmação eternal

Magda F. Saddala Equipe 16/B, São Paulo

ICada. Setor ou Coordenação poderia. fazer um levantamento e organizar um fichário de doadores do tipo ftH negativo em sua cidade . .. )

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A

PLACA

DO

BARRACO (Do Boletim de Catanduva>

Fomos (nossa família) à casa de uma pessoa carente. Ao lado, na parede da casa, uma placa nos chamou a atenção: Fás rremen dos . .. cam, ara. D .. ar

De início tivemos dificuldade em entender o que estava escrito, mas depois de transcrever foi mais fácil e acabamos entendendo. Mas entendemos o que? A casa - se é que se possa chamar de casa um amontoado de tábuas velhas - uma das tantas do conjunto que constituem a favela da rua Mococa, chocava. A rua ... bem, não tinha rua, eram buracos e montes de entulhos em frente aos barracos, assustava. O interior daquele lar, piso de terra batida, pai"edes escoradas, uma cama, a única da família, para o casal e seus filhos , era algo de triste. A placa, da maneira como estava escrita, indicava a falta de tudo, a carência total e gritou forte e alto. Ali, bem à nossa frente, o exemplo dos marginalizados, dos sem instrução, dos sem saúde, dos sem alimento, dos sem futwro , dos sem tudo e sem nada, que vivem de esperança e teimosia. Para nós foi mais um alerta, mais um questionamento, mais uma meditação. E uma indagação se fez: será que vivemos de tal modo que por nossas ações ou omissões, estamos contribuindo para que tais placas apareçam? E para você, caro irmão de fé e equipe, o que ela diz? A conclusão é sua, porém uma coisa é certa: no barraco tinha uma placa, tinha uma placa no barraco ...

Marlene e Antonio Carlos Equipe 1 de Datanduva

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NOVA CARTA DA ALEMANHA

Caríssimos amigos1 Com alegria temos recebido a vossa amável carta de 11 de àe maio. Em maio fomos nas férias e por isso podemos somente agora responder-lhes. Vossas notícias das equipes brasileiras são muito interessantes para nós. As equipes de N. Senhora em Brasil têm um grande desenvolvimento e faz-nos invejar, porque nós, em Alemanha, temos só 48 grupos. De momento, alguns grupos novos nascem e esperamos que prosperarão. Em Alemanha só cerca de um terço da população é católico. Também nossas dificuldades são a grande falta de sacerdotes, .? consumismo da sociedade e o desemprego; além disso a maioria da juventude está indiferente para a Igreja e para o matrimônio. Uma grande tarefa para as ENS! Nós, desde quase 2 anos temos o secretariado da região alemã. Estamos nas equipes há 15 anos. Temos três filhas (de 18-27 anos, uma casada) e um filho de 23 anos. Agradeço-vos muito pelo exemplar de vossa carta •mensal. Com grande interesse lei o relatório de 'Pastoral de noivos' (1) . Esta experiência estJá um modelo também para nós. Do mesmo modo a disposição dos brasileiros a grandes sacrifícios como para a viagem à Roma. Se nós saberíamos que as companhias brasileiras exigem uma permanência de 21 dias, teríamos recebido um cu.sal brasileiro em nossa casa para dois semanas, outros alemães t eriam feito isso. Se de vez em quando mandarem-nos vossa carta mensal, seremos muito obrigados. Faz favor escrever-nos vossa conta, para que possamos mandar-lhes uma contribuição para a carta mensal. Ficaremos muito contentes de receber talvez uma vossa notícia. Ainda que não nos termos encontrado em Roma, ainda que sejamos assim remotos um de outro, sabemos que somos membros de um corpo do Cristo. Com ele abraçamos-vos fraternalmente. (a) Stephan e Anneliese (1)

"Pastoral de Noivos em Araraquara" -

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C.M. ma.io/ 83, pá g. 22.


NOTíCIAS DOS SETOR.ES CURITmA -

Mais uma. vocação

Yeda. e Darei, responsáveis pelo Setor B, a;pressa.ram-se em comunicar-nos alvlssarelra notícia : mais um filho de equiplstas ingressou no seminário. Trata-se de outra vocação nascida no seio de uma famllia equipista - ou ~eja, como no caso de Frei Francisco Orofino, seus pais já pertenciam às Equipes quando Rogério nasceu. !!: filho de !ta e José há quase 25 anos membros da Equipe 4 de Curitiba. Rogério, 20 anos, ingressou, no dia 6 de fevel'elro, no Seminário dos Pes. Jesuítas, em Cascavel, PR. Rezemos todos pela sua perseverança! &.

- 50 anos de casamento e serviço "Engajados no serviço do Senhor, fiéis à Hierarquia da Igreja Matilde e Manoel Orval da Rosa, celebraram na presença de Cristo Eucarístico 50 anos de união conjugal. Pertencem à Equipe 11, Setor A, há quase 20 anos. Tendo Maria como exemplo, procuram viver em conformidade com o Evangelho de Cristo; partilhando alegrias e sofrimentos, com a idade cresceram na graça. Há 20 anos Matilde costura para oo pobres de sua paróquia. Semanalmente, e isto há 20 anos reunem vizinhoo do bairro para rezar o terço. Responsáveis pelas visitas da "Capelinha de Nossa Senhora" no ediff,Clo do apartamento em que residem, comentaristas de celebrações litúrgicas e palestristas para padrinhos de batlsmo são também tesoureiros da Região e encarregam-se do bem-estar nos EACREs e retiros. Esmeram-se no afã de prestar serviço" De fato . .. Parabéns, Matilde e Manoel! ( ASTANHAL, PA- Comunicando-se

Recebemos de Maria do Carmo e Bonifácio, a seguinte carta: "!!: uma alegria e felicidade, como casal responsável da equipe de Noosa Senhora de Fátima de Castanhal, estar escrevendo para que vocês comunguem conosco da felicidade que ainda estamos sentindo por ter participado do EACRE realizado em Brasília. Assim que retomamoo do encontro, insistimos com David e Nazaré, responsáveis pela equipe antes de assumirmos para montar a equipe nQ 2, porque só com uma nos sentíamos a sós. Noosa Senhora nos ajudou, pois vínhamos com multo entusiasmo e coragem de trabalhar. Partimos para a luta e logo fechávamos o ano de 83 com a montagem da equipe 2, que ainda não tem nome mas já está engatinhando. Esperamos que Nossa Senhora ajude a equipe itmãzinha, que começa. a caminhar lado a lado conosco. Pedimos a todos os Irmãos equiplstas que rezem por nós, da cidade de Gastanhal, para que um dia., de mã.os dadas Irmanados na mesma fé, possam<>& juntos chegar na presença de Deus." Vamos apoiar com nossas orações os longínquos Irmãos que com tanta espontaneidade se comunicaram conosço.

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PJTANGUEffiAS, PR -

Também

No mesmo dia recebíamos a seguinte cartinha, de Mariliene e José Anton!o, Casal responsável pela equipe de Pitangueiras, Paraná: "Nós, equipe de Na. Senhora do Perpétuo Socorro de Pitanguei.ras, PR, gostaríamos que vocês soubessem o quanto é importante contar com as 'Ollir~ Me.nsais' todos os meses em nossas mãos. Acreditem, ela nos orienta muito. Nossa equipe conta com 6 casais. Somos da equipe há 7 anos e fa:zJ 12 anos que foi fundada aqui em Pitangueiras. Nossa cidade é pequena e no momento só possui esta equipe. Gostaríamos que vocês se lembr~sem de nossa equipe em alguma de suas edições." Eis um desejo prontamente a tendido! Obrigado, companheiros, por mandarem notícias. Se vocês nos contarem o~ trabalhos que fazem na comunidade teremos muita alegria em publicar.

JUIZ DE FORA -

Equipes de jovens

Havia sido realizado em 1982, no Seminário da Floresta, o 19 Encontro de Jovens, filhos de equipistas. CoordEnado por Maria Inês e Càesson da Equipe 2, houve em novembro o "re-encontro" - a partir do qual fo rmaram-se duas (ou mais?) "Equipes Jovens". Transcrevemos a apresentação da "Equipe Jovem Nossa Senhora da P.az - Equipe Jovem 1" feita por uma das jovens no Boletim:

"Por que este nome? Aí vai: Diz-se que, há muito tempo, o povo da cidade de Toledo, na Espanha, sofrera injustiças e opressão. Recorrendo às orações, receberam a graça de um milagre da santa local: os opressores se foram e a paz foi devolvida à cidade e ao povo de Toledo .. Chamou-se, por isso, a santa de Na. Sra. da Paz. Esta história tradu·z o que gostaríamos de ser no mundo: agentes lutando em prol da paz e da união dos povos. Somos 12 jovens. Nosso casal piloto é o casal Leonor e Miguel e, sorte nossa, não poderíamos ter escolhido melhor! Em nossa primeira reunião, que foi no dia 20/11, eles estiveram presentes, no sentido amplo da palavra. Todos participaram e isto demonstrou o quanto é importante para nós essa oportunidade de vivenciar a palavra de Deus e de podermos assumir nova postura perante o mundo, que um dia vai ser "nosso" e que·, se depender de nós, vai melhorar muito.

Aproveitamos para transmitir nossa alegria às outras equipes qUJe, se ainda não se reuniram, comecem logo. É maravilhoso conhecer novas pessoas que se uniram por um ideal tão lindo, que é Cristo! "Sem o esforço da Busca é impossível a alegria do encontro. Nossa equipe que o diga! Um abraço a todas as Equipes ce Na. Senhora, das quais agora fazemos parte, e o nosso muito obrigado pela chance que nos deram." -26-


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Equipes de crianças

A "Equipe Mirim" (cf. C.M. de novembro, pág. 33), chama-se agora "Equipe Nossa Senhora da Alegria", e realizou uma reunião informal, quando cinco Cl'ianças renovaram as promessas do Batismo. Após a missa, todos se dirigiram para a granja d'e Astrid e Ribeiro, o.nde a equipe apresentou para os fa.miliares a .p eça "O Bom Samaritano de nosso tempo" , seguindo-se um gostoso lanche, onde os equipistas (mirins) eram os garçons e garçone.tes. A Equipe 5, por sua vez, continua reunindo as crianças da equipe. Zezé e Roberto escreveram-nos enviando o roteiro da 2~ reunião (sobre a vida de Jesus). "O comportamento das crianças (12), cujas idades variam entre 4 e lZ anos, tem sido excelente. A participação durante a rewJão tem ido além de nossas expectativas e os objetivos têm sido atingidos. Quanto ao CIUIDpriru.ento das tarefas, elas têm nos deixado para trás, pois se ded!oam muito mais de que nós com noS>:os temas. . . Pelas avaliaçõ:s estão gostando muito mesmc.. Inc:usive já saem da reunião perguntando quando será a próxima e qual será o tema." As aludidas tarefas são pesquisas do Evangelho para os maiores (oontar o que aconteceu com Jesus quando Ele tinha 12 anos, o que Jesus fa!ou sobre as q:::!a.nças; como foi a Ressurreição de Jesus, ebc.) e trazer gravuras, montar um presépio, çopiar orações, para os menores. -

Adotando seminaristas

A Equi.pe 6, respondendo a um apelo do Pe. Gregório salesiano de G<>iânia, resolveu tomar corno afilhado um seminarista daquela cidade, que estuda em Juiz de Fora. Longe de seus familiares, o rapaz recebe o calar de uma família. Após os primeiros contatos com o seminarista, a equipe recebeu carta do Pe. Gl'egório, da qual dá a conhecer um trecho: "Este apoio de vocês ao seminarista, principalmente a presença amiga, é muitíssimo importante para ele. Se tcdos os seminaristas tivessem este apoio, haveria muito mais padres (grifo nosso!). E vocês podem estar certos que dando a este seminarista e a outros ~~te apoio de amizade, de colaboração, vocês estão fazendo algo de importante para a Igreja, e Jesus não deixará de os abençoar e recompensar." -

Levando alegria ao asilo

Uma vez por semana, a Equipe 6 faz uma visita ao asi:o dos velhinhos. Procurando não só "dar um pouco de tempo a quem já se doou tanto", pror.u;ram "levar para eles um pouco de alegria e amor, fazendo com que estas "isitas sejam 'animadas': rezamos co:m eles, cantamos ao som de um violão e r.avaquinho e dep<>is do lanche é feito um folTó muito apreciado por eles. Está o:r-,ndo uma expP.riência maravilhosa!" OS casais se revezam na visita, a cada domingo.

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. -- Gente ativa A Equipe 2, que coordena os Cursos de Noivos da Catedral, ao ped'ir casais para renovar o quadro de palestrantes, aproveita para declarar que "este engajamento cada vez mais nos une e enriquece''. Um dos casais trabalha no Pó.s-Ernaús, como responsável pelos "Maranatas". Regozija-se a equipe por t.e1· um dos equipistas sido eleito para o Conselho Regional de Medicina, "pois 10erá mais um ambiente que receberá os frutos de um testemunho cristão ". Na. Equipe 4, um dos casais foi eleito Presidente do Movimento Emaús; presente na missa de posse a equipe ",pôde constatar o carinho e a amizad'e que o-o; jovens lhes dedicam" e acrescenta: "Esta é uma oportunidade de grande inte~ação entre os movimentos, que poderá ajudar muito os nossos filhos" . Na 9. dois casais auxiliaram na Festa de Inverno, promoção da Arquidiocese para angariar fundos para a ação pastoral, fimndo um casal na coordenação geral e outro no controle d'as bilheterias. As equipistas coordEnaram o Cursilho feminino de setembro e um casal passou a integrar o quadro de pilotos do Departamento de Exl>M1Sáo do Setor: "mais um casal a doar um pouco mais de seu t empo para a evangelização das familias", escrevem. CASA BRANCA - Esponsais de Nossa Senhora e São José Encontramos no Boletim "Fraternidade", da Diocese de São José da Boa Vista a seguinte notícia: "Festa dos Esponsais de Nossa Senhora e São José - Pre-parada com bastante entusiasmo pelas Equipes de Nossa Senhora, deu, no dia 22 de janeiro, às 19.00 horas, na Iga-eja Matriz de Casa Br-anca, que se achava repleta de fiéis. a celebração da Festa dos Esponsais de Nossa Senhora e São José. Com uma missa bastante festiva, logo após a distribuição da CoJ11unhão procedeu-se à bênção das alianças e entrega de rosas e mensagem aos casais. Ao término, como que saudando todos os casais presentes, o Vigário, Pe. Hideo, abraçou os casais Maria e Américo B!ljeci (65 anos de casadns) e Angela e Roberto Bosco:O (apenas 10 dias de casados) ." Eis interessante maneira de valorizar o sacramento do matrimôn!o: parabéns, equlpistas de Casa Branca! CASA BRANCA/AGUAi- Primeiro a caridade ... Recebemos de Olinda e Domingos, da Equipe 4 de Casa Branca, noticia do último retiro da Coordenação realizado em novembro com a participação de 25 casais e pregado pelo Pe. Marson, que dividiu as palestras com leigos, entre cies equipistas da Coordenação. Mas o acontecimento d'o retiro foi o terço do sábado à tarde. O programa previa o terço no final da tarde, mas ele foi ;rezado de maneira inesperada : tendo chego a noticia do falecimento do pai de um casal ex-equipista, os casais sentiram-se na obrigação de levar um pouco de seu recolhimento paa-a o casal amigo e resolveram comparecer ao enterro, ali rezando o seu terço, em intenção da alma do faLecido. Escrevem Maria Inês c Antonio Carlos no Boletim da Dioc€se : "Sentimos pelo semblante da Zezé, que havíamos levado um pouco de conforto à sua dor."

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BAURU -

Apoiando as vocações

A Equipe 10 continua rezando seu te1·ço mensal no seminário. Tendo como invocação Na. Sra. do Rosârlo Pe. Pedro, no mês do rosário, celebrou uma missa especial, intercalando a reza do terço. Equipistas e seminaristas gostaram muito. Quanto à confraternização do Natal, teve lanche preparado pelos equipistas, presentes e, como sempre. alegres cantos ao som de violões dos memnos e do Hermógenes. (Além da presença amiga, O..<; equiplstas também ajudam JllJl.terialmente a manter um seminarista). Também a Equipe 1 tem seu apostolado junto a futuros sacerdotes. Rea;lizou sua "tradicional macarronada" no noviciado dos Pes. Rogacionistas com os familiares dos noviços - era a despedida de cinco noviços que seguiam para o sul para fazer sua t>rof1ssão. E a equipe deseja aos novos noviços. que "desde já temos como nossos amigos", as boas vindas. - Palestra sobre o Sudário Apreciadissima a tarde de estudos realizada em novembro: Cleide e Canova, Santo Sudário, com projeção de slides e resposta a perguntas. "Foi uma belíssima reflexão sobre a Ressurreição de Jesus Cristo." da Equipe 2, fizeram uma exposição sobre o

GUARATINGUETA -

Com o Pe. Mohana

Setenta e seis casais acorreram de todo o Vale do Paraíba - entre equiplstas e não-equipistas - para ouvir o Pe. João Mohana num dia de reflexão organizado pelo Setor. O renomado sacerdote, médico e escritor falou sobre "O machismo e feminismo no casamento". "O espaço caseiro e a criação de filhos humanizados" e "Estilo de comportamento familiar". "A categoria do pregador, sua maneira clara de expor um a.ssUJlto tão atual e de tanto intelrtsse para a vida prática fizeram do encontro :um sucesso. Temos certeza que tlS sementes lançadas frutificarão nos lares dos diversos casais que compareceram." Acrescentam Dedé e Paulo, coordenadores do encontro e a quem a~radecemos a notícia: "A presença de nossos Jovens, filhos de equiplstas, que, mais uma vez assumiram todo o trabalho interno - café, refeitório, limpeza ioJ também um testemunho muito positivo, principalmente para os casais novos. :Muito do que temos conseguido realizar é devido ao apoio e à disponibilidade das nossas equipes de jovens." ( ~ ATANDUVA

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Retiro com D. Diógenes

"O ponto alto do retiro foi o silêncio", escrevem Leda e Hamilton, da Equipe 4, comentando sobre o retiro pregado por D. Diógenes da Silva Matthes Bispo de Franca, som-e o tema "Redenção". Lamentando não poder descrever toda a beleza do conteúdo das pregações de D. Diógenes, Leda e Hamilton nos transmitem alguns dos pensamentos colhidos : "O ll)undo não está melhor porque< a nossa vida não convence", "Nós somos pagãos, com alguma supersti<:áo cristã", "Nós nos acostumamos com Deus e oom a sua Graça ... ".

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JOSl'l: BONIFACIO -

Encontro de

~cém-casados

A Equipe 2 foi responsável pelo 4Q Encontro de Recém-Casados, com inicio às 7,30 horas e encerramento às 13,30 horas, constando de palestras dos casais Olga e Tuta, Nair e Fernando, que fa!Zem parte da Escola de Pais, sobre "A vida a dois" e "Orientação pedagógica de zero a 6 anos" mais a participação de um médico orientando sobre a chegada do primeiro filho. SAO

JOS~

DO RIOi PRETO -

criando laços

Graças à criatividade do Pe. C'hiquinho e ao despreendimento dos casais de •u ma das suas equipes de ·S ão Paulo. os equipistas de São José do Rio Preto puderam viver as alegrias de uma reunião m!sta. Escrevem Sonia e Pedro: "1-"'oi uma surpresa agradável descobrir que eles são, como n6s casais motivados para um crescimento esDiritual 'a dois', com apenas um·a diferença: a de já terem qua.t ro anoS/ de vivência. contra alguns meses vividos por nós. A amizade, a alegria e o despreendimento de todos nos •d eu uma sat'sf.ação imensa em tê-los conosco, embora por pouco tempo, e com seu retorno ficou a saudade e o desejo de um novo encontro :oois, por menor que tenha sido o tempo em que estivemos juntos, a troca de vivência espiritua~ nos deu a certeza de uma amizade sólida, tal a vontade de cada um em crescer com o outro."

VOLTARAM PARA O PAI ADEMIR MAZZOCATO- Da Equipe 2 de Dois Córregos - "Com Alice, havia sido re-eleito responsável de sua equ!,pe. Partiu jovem, com 39 anos, mas delxou-nos o exemplo de sua dedicação ao Movimento, de sua alegria, de ~;eu esforça em ser um bom cristão e um bom equipista." YOLANDA HAIK ROSA - Da. Equipe 7 de Taubaté - Casada com Ge"Trabalhou muito pelo Movimento dando sua conbribu1ção aos cursos C:\e noivos, na equipe de retiros e outros serviços. Depositava sua fé em Deus e a sua confiança em Nossa Senhora, e essa fé e confiança estavam sempre presentes em suas atitudes." n~cyr.

LUIZ RONZELLA -Da. Equipe 5 de Dois Córregos - "Nunca dizia não para as coisas de Deus e se empenhava de corpo e alma para bem realizá-Ias. Junto com Anita era presença ativa nos trabalhos apostólicos da comunidade. Voltou para Aquele a quem serviu sempre com tanto amor." ARZILA CINTRA SAAVEDRA - Da. Equipe 4/D de São Paulo - Casada com Anton!o. Sua passagem repentina para o Pai surpreendeu a todos. "Seus exemplos de nobreza de espirita, modéstia e bondade jamais serão esquecidos. Conforta-nos a certeza de que descansa na Paz do Senhor."

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ELFIE - Pertenceu , com Dragan, à Equipe 3 de Petrópolis durante 17 anos Os dois foram responsáveis do Setor, lançaram o Movimento em Juiz de Fora e fizerem muitas palestras por este Brasil afora de modo que não foram só os equipistas de Petrópolis que foram colhidos de surpresa, na manhã do dia 9 de fevereiro, pela noticia de que Elfie, repentinamente, voltara ao Pai. Não só as Equipes mas também o ECC e os CursUhos se beneficiaram com sua a.tua.ção. "Esse dinamismo todo, escreve Jorge Machado em nome da equipe, essa ação tão intensa e proficua foi sempre feita com humildade, sem maiores pret: nsões senão a de servir, como serviu aos cM"entes dos morros de Petrópolis, de Piabetá, do Rio do OUro." E esse povo simples para quem Elfie era como uma mãe - segundo afirmou um dos cinco Cons-lhe'ros que celebraram a missa de corpo presente no dia do enterro -, juntou-se aos equipistas para acompanhá-la eilll procissão, rezando o terço, da igreja até o cemitério. Elfie e Dragan formavam um casal ex~mplar. E de uma disponibilidade a toda prov-a. Acima de tudo, como dis~e outro Conselheiro: Elfie foi alguém que levou os outros a Deus.

NOVAS EQUIPES CURITffiA - Equipe 40 (Setor B) selheiro Espiritual: F\rei Dionisio.

Casal Piloto: Alice e Luiz; Con-

CURITffiA- Equipe 41 (Setor B) -Casal Piloto: Angela e Moacir; Conselheiro Espiritual: Pe. Fernando Rossini.

MINEmos DO TIETE - Equipe 1 - Casal Piloto: Cristina e Roberto (Dois Córregos); Conselheiro Espiritual: Pe. Cláudio.

RETIROS DO 1<? SEMESTRE

BLUMENAU

-

SÃO PAULO

-

RIO DE JANEIRO -

6 a

8 de abril

13 a 15 de abril

-

27 a 29 de abril 4 a

6 de maio -

JUNDIAí

-

SÃO PAULO

-

18 a 20 de maio -

SÃO PAULO

-

8 a 10 de junho -

Atenção -

no Cenáculo no Sumaré em Valinhos -

em Barueri "

" -

Pe. Ruy Mello Frei Estevão Nunes Pe. Ch!quinho Frei Estevão Nunes

Frei Mariano Forolosso

Para São Pwulo e cidades próximas:

RETffiO PARA JOVENS -

ll a 3 de junho -

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no Cenáculo -

Pe. Elisio


"EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA"

Cristo veio "para que todos tenham vida e a tenham em abundância". E para isto deu a própria vida: "não há maior amor do que dar a vida pelos amigos". Deu-a livremente e por este sacrifício consentido t rouxe a Redenção a todos os homens de todos os tempos.

'IEXTO DE MEDITAÇAO- J o. 17, 1-10

Assim falou Jesus, e, erguendo os olhos ao céu. disse: "Pai. chegou a hora; glorifique teu Filho, para que teu Filho te glorifique, e que pelo poder que lhe deste sobre toda carne ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste! Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti. o Deus único e verdadeiro, e àquele que enviaste, Jesus Cristo. Eu te glorifiquei na terra, concluí a obra que me encarregaste d9 realizar. Agora, glorifica-me, Pai, junto de ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e mos deste e eles guardaram a tua palavra. Agora re~ conheceram que tudo quanto me deste vem de ti, porque as palavras que me deste eu lhas dei e eles as acolheram e reconheceram verdadeiramente que saí de · ti e creram que me enviaste. Por eles eu rogo; não rogo pelo· mundo, mas pelos que me deste, porque são teus e tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu e neles sou glorificado.

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ORAÇAO -

Canto

R. - Eu vim para que todos tenham vida que todos tenham vida plenamente. f~econstrói

a tua vida em comunhão com teu Senhor, reconstrói a tua vida em comunhão com teu irmão: Onde está o teu irmão, eu estou presente nele.

Quem comer o Pão da vida viverá eternamente. Tenho pena deste povo que não tem o que comer: Onde está um irmão com fome eu estou com fome nele. Eu passei fazendo o bem, eu curei todos os males. Hoje és a minha presença junto a todo sofredor: Onde sof~e o teu irmão, eu estou sofrendo nele. Entreguei a minha vida pela salvação de todos. Reconstrói, protege a vida de indefesos e inocentes: Onde morre o teu irmão, eu estou morrendo nele. Vim buscar e vim salvar o que estava já perdido. Busca, salva e reconduze a quem perdeu toda esperança: Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele. Não apago o fogo tênue do pavio que ainda fumega. Reconstrói e reanima toda vida que se apaga: Onde vive o teu irmão eu estou vivendo nele. Salvará a sua vida quem a perde, quem a doa. Eu não deixo perecer nenhum daqueles que são meus: Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele.


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